alimentos funcionais 2 - vários exemplos de alimentos funcionais - ana lucia cunha - nutricionista

28
ALIMENTOS FUNCIONAIS Ana Lúcia Cunha Via Nutri ALIMENTOS FUNCIONAIS Incluem uma grande variedade de alimentos, contendo diferentes componentes que afetam diversas funções corporais ALIMENTOS FUNCIONAIS Todo alimento ou ingrediente que, além das funções nutricionais básicas, quando consumidos como parte da dieta usual, produza efeitos metabólicos e/ou fisiológicos e/ou efeitos benéficos à saúde devendo, ser seguro para consumo sem supervisão médica. (Portaria 398 – 30/04/99 – Sec. Vigilância Sanitária do MS) ALIMENTOS FUNCIONAIS SOJA AVEIA FARELO e GRÃOS INTEGRAIS LINHAÇA ALHO TOMATE CEBOLA UVA CHÁ VERDE AZEITE DE OLIVA OLEAGINOSAS ALGAS PEIXES SOJA - Composição

Upload: api-3731219

Post on 27-Jul-2015

2.715 views

Category:

Documents


12 download

TRANSCRIPT

Page 1: Alimentos Funcionais 2 - Vários Exemplos de Alimentos Funcionais - Ana Lucia Cunha - Nutricionista

AALLIIMMEENNTTOOSS FFUUNNCCIIOONNAAIISS

Ana Lúcia Cunha Via Nutri

ALIMENTOS FUNCIONAIS Incluem uma grande variedade de alimentos, contendo

diferentes componentes que afetam diversas funções corporais

ALIMENTOS FUNCIONAIS

Todo alimento ou ingrediente que, além das funções nutricionais básicas, quando consumidos como parte da dieta usual, produza efeitos

metabólicos e/ou fisiológicos e/ou efeitos benéficos à saúde devendo, ser seguro para consumo sem supervisão médica.

(Portaria 398 – 30/04/99 – Sec. Vigilância Sanitária do MS)

ALIMENTOS FUNCIONAIS SSOOJJAA AAVVEEIIAA FFAARREELLOO ee GGRRÃÃOOSS IINNTTEEGGRRAAIISS LLIINNHHAAÇÇAA AALLHHOO TTOOMMAATTEE CCEEBBOOLLAA UUVVAA CCHHÁÁ VVEERRDDEE AAZZEEIITTEE DDEE OOLLIIVVAA OOLLEEAAGGIINNOOSSAASS AALLGGAASS PPEEIIXXEESS

SOJA - Composição

Page 2: Alimentos Funcionais 2 - Vários Exemplos de Alimentos Funcionais - Ana Lucia Cunha - Nutricionista

daidzeína Isoflavonas (fitoestrógenos) genisteína Compostos difenólicos → Flavonóides (antioxidante) Metabolismo e biodisponibilidade ≅ humanos e animais • Aglicona (forma ativa) • Glicosídica (forma inativa) etapas de desconjugação e conjugação

(absorção e metabolismo) Hidrolisadas flora intestinal saudável

SOJA - Composição Qualidade Proteica PER ( Protein Efficiency Ratio) OMS e FDA adotaram → PDCAAS (Protein Didestibility Correct Amino

Acid Score) Soja = 1 → AVB (0,6g ptn/kg atende necessidade proteicas crianças

e adultos) < teor aas sulfurados (metionina) Fonte de minerais: Fe, Zn, Mg, K, Ca, Mn e Se Fonte vitaminas: B1, B2, B6 e ác. fólico Fonte de fibras (15g/ 100g)

SOJA - Composição Contém componentes com propriedades antinutricionais (?)

- Inibidores tripsina : ↓ digestão ptns cozimento reduz antitripsina em até 80-90%. - Fitatos (hexafosfato de inositol) : ↓ ptns, Zn e Fe. etapas germinação e cocção → perde fosfatos ↓ ação ↓ risco câncer de cólon (efeitos antioxidantes). - Saponinas: ação hipocolesterolêmica. (Angelis, 2001) ↓ abs. colesterol - ↑ sua excreção. (Potter, 2000)

SOJA – Quando utilizar ? • Doenças cardiovasculares e dislipidemias • Menopausa • Osteoporose • Câncer • Obesidade

Page 3: Alimentos Funcionais 2 - Vários Exemplos de Alimentos Funcionais - Ana Lucia Cunha - Nutricionista

SOJA – Doenças Cardiovasculares Mecanismos Propostos Efeitos Hipocolesterolêmicos Isoflavonas • HMG CoA (3-hidroxi 3-metilglutaril coenzima A) ⇒ regula metabolismo do colesterol no fígado - remove o colesterol e LDL-col via ác. biliares; - ↑ ativ. dos receptores de LDL-col. (Tham et al,1998; Potter et al, 2000) • Conteúdo de fibras e oligossacarídeos - fermentação no cólon → AGCC diminuem síntese hepática do

colesterol; - alteram a concentração pós-prandial das lipoptns séricas (modificam

esvaziamento gástrico e trânsito intestinal, secreção pancreática → ↓ absorção lipídica).

(Everson et al, 1992)

SOJA – Doenças Cardiovasculares Mecanismos Propostos

Redução da Agregação Plaquetária • Ação antioxidante das isoflavonas → ↓ oxidação LDL-col → alteração

céls. endoteliais ↓ aterogênese (Raines et al; Wei et al, 1995) • Inibição da adesão celular e altera a ativ. dos fatores de crescimento

(fibroblastos) → lesões céls. ↓ proliferação celular e inibe a trombina (converte fibrinogênio em

fibrina) → formação coágulo Efeitos mediados pela inibição da tirosina-quinase ↓

agregação plaquetária e aterosclerose (Raines & Ross, 1995)

SOJA – Doenças Cardiovasculares Mecanismos Propostos Influências endócrinas • Hormônios tireoidianos: - > conversão de T4 em T3. (Iritian et al, 1996) • Glucagon: (fonte arginina e glicina) - ↓ lipogênese e a síntese do colesterol e de LDL-col. (Mc Carty,1999) - estimula adenil ciclase → ↑ AMP cíclico → ↓ enzimas lipogênicas • Estrógeno: - efeito estrogênio-símile, isoflavonas atuam nos receptores → efeitos

Page 4: Alimentos Funcionais 2 - Vários Exemplos de Alimentos Funcionais - Ana Lucia Cunha - Nutricionista

cardioprotetores em mulheres pós-menopausadas. (Lobo, 2001)

SOJA – Doenças Cardiovasculares Mecanismos Propostos

Composição de ácidos graxos - ↓ teor lipídios → rica ác. graxos insaturados 51% ác. linoleico/7% ác. α-linoLênico (Lorgeril et al, 1994)

Composição aminoácidos - < teor metionina → ↓ homocisteína plasmática 30-50g PS + dieta hipocolesterolêmica (Tonstand et al, 2001)

SOJA – Doenças Cardiovasculares Mecanismos Propostos Presença PS é indispensável na ↓ colesterol

Isoflavonas isoladamente não demonstraram mesma efetividade

(Hodgson et al, 1998; Tovar-Palacio et al, 1998; Greaves et al, 1999; Nestel et al, 1999)

Principais estudos sobre os efeitos da soja nos níveis de colesterol

Autor Método Resultados Anderson et al, Meta análise 38 estudos ↓ 9,3% colesterol e (1995) 743

indivíduos 12,9% LDL-col 47g PS/dia ↑ 2,4% HDL-col Teixeira et al, Efeito PSI (50g/dia) durante ↓ 2,6% colesterol (2000) 6 semana em homens Sugere 20g/dia PS hipercolesterolêmicos Clifton-Bligh et al Efeitos das isoflavonas ↑ HDL 15,7% para (2001) (28,5 e 85,5 mg/dia) 28,6% após 6 meses em mulheres pós-menopausadas Mizaei (2001) Consumo 75g PS 3x/sem ↓ 30% LDL-col Guthrie et al Consumo 25g PS 6 semnas ↓ 2,4% colesterol (2001) ↓ 1,5% LDL-col Anderson Nova meta análise 8 estudos ↓ 6,1% LDL-col e Stephenson PIS ( ± 53g/dia) ↓ 15% risco DCV (2001) Considerando a quantidade PS rica em isoflavo de isoflavonas nas + efetivas

Page 5: Alimentos Funcionais 2 - Vários Exemplos de Alimentos Funcionais - Ana Lucia Cunha - Nutricionista

SOJA – Estudo Recente Efeito de uma bebida de soja x leite desnatado no perfil lipídico e peroxidação lipídica em portadores de hipercolesterolemia primária

↓ 3,5% LDL-col ↑ 9,9% HDL-col

↓ 16,6% peroxidação lipídica

Estudo duplo cego, randomizado e cruzado 60 pacientes, 18 semanas

25g PS ( ± 80 mg isoflavonas) (Bricarello, LP et al. 2002)

SOJA – Doenças Cardiovasculares ↓ 1% do LDL-col ↓ 2 a 3% risco DCV ↑ 1 mg/dl HDL-col ↓ DCV 2% homens e 3% mulheres ↓ de cada unidade do Índice de Castelli I (Col/HDL) ↓ 50% risco coronariano (American Heart Association, 1996)

SOJA – Doenças Cardiovasculares HEALTH CLAIMS aprovado FDA

Dietas pobres em gordura saturada e colesterol que

incluam 25g PS/dia podem reduzir o risco de doenças cardiovasculares.

(Anderson et al. Meta-analysis of the effects of soy protein intake on serum lipids. New Engl J

Med, 333:276-282, 1995)

ADA → 25g PS ↓ LDL-col

(Funtional Foods –Position of ADA. J Am Diet Assoc, 99:1278-1285, 1999)

SOJA – Doenças Cardiovasculares

Recomendação Soc. Bras. Cardiologia

Page 6: Alimentos Funcionais 2 - Vários Exemplos de Alimentos Funcionais - Ana Lucia Cunha - Nutricionista

Produtos contendo 6,25g PS ou mais, menos 3g gordura total, menos de 1g de gordura saturada e com menos 20 mg colesterol podem ser consumidos para a redução do

LDL-col.

(Diretrizes de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose. Arq Bras Card, 77, S III, 2001)

SOJA – Menopausa Mecanismos Propostos

Isoflavonas → estrutura química semelhante ao estrógeno (17 ß-estradiol)

Ação estrogênio- símile Podem ligar-se aos receptores nas células alvo (mamas, cérebro, sistema reprodutor) Efeito antiestrogênicos → pré-menopausa Efeito estrogênico → pós-menopausa

SOJA – Menopausa Principais Estudos • Fukutake et al (1996) → ↓ sintomas da menopausa com consumo 45 mg/dia

equivalente a 60g PS. • Brenzinski et al (1997) → 145 mulheres pós-menopausadas recebendo dieta rica em

isoflavonas em 3 refeições > 60 mg/dia por 12 semanas → ↓ 50% dos sintomas da menopausa

( ↓ 54% dos fogachos, ↓ 60% ressecamento vaginal). • Yim et al (2000) → ↓ sintomas em 80% das mulheres alimentadas 100mg/dia x

grupo placebo ↓ 12,5%. 60g PS/dia ↓ sintomas da menopausa (ADA/1999)

SOJA – Osteoporose Perda da massa óssea com envelhecimento > nas mulheres pós-menopausa Estudos: < incidência de osteoporose no oriente onde consumo de soja é maior.

Page 7: Alimentos Funcionais 2 - Vários Exemplos de Alimentos Funcionais - Ana Lucia Cunha - Nutricionista

Consumo 40g/dia PS (2,25 mg isoflavonas/g) →↑ densidade mineral óssea região lombar mulheres pós-menopausadas.

(Potter et al,1998) Soja < teor aas sulfurados (metionina) → ↑ pH renal → ↓ excreção de Ca+ → ↓ risco osteoporose e cálculos renais.

(Mahalco et al, 1983) Consumo PS x ptns animais → ↑ excreção Ca+ urina.

(Messina e Messina, 1996) Consumo 40-50 mg/dia → promover benefícios na prevenção e tratamento da osteoporose (Anderson & Garner, 1997)

SOJA – Obesidade Fonte de arginina e glicina ↑ glucagon e ↓ insulina (Sanches e Hubbard, 1991)

• Efeito termogênico • ↓ lipogênese e estoques de gorduras (↓ enz. lipogênicas) • ↓ síntese do colesterol e do LDL-col circulante (↑ receptores LDL e ↓ níveis HMG CoA redutase) • ↑ oxidação hepática dos ác. graxos (Anderson et al,1995; Tham et al, 1996; Potter et al, 1998; Teixeira et al, 2000) Dietas à base de soja ↓ peso corporal (Iritani et al, 1996) e fatores de risco

cardiovasculares (Yamashita et al, 1998)

SOJA – Câncer Ação efetiva da soja na prevenção de câncer

(estudos epidemiológicos, animais e “in vitro’) Povos orientais X ocidentais → < prevalência de câncer (50-100 mg/dia) (< 3mg/dia) Relação inversa: ↑ fitoestrógenos X ↓ câncer

Genisteína → inibe angiogênese (Aldercreutz & Mazur, 1997)

Inibe ptn TIROSINA QUINASE (fosforilação subst. oncogênicas) e enzimas

TOPO-ISOMERASES I e II (alterações do DNA) → ↓ proliferação céls. cancerígenas.

↑ Hormônios sexuais (andrógenos e estrógenos)

↑ Ca próstata, mama e ovário.

SOJA – Câncer Mecanismos Propostos

Efeitos anti-carcinogênicos da soja (Tham et al, 1998)

• ↓ níveis circulantes de andrógenos. • ↑ [ ] SHBG (glob.ligadora de horm. sexuais) → ↓ ativ. IGF –1.

Page 8: Alimentos Funcionais 2 - Vários Exemplos de Alimentos Funcionais - Ana Lucia Cunha - Nutricionista

→ Dieta vegetariana ↓ níveis de IGF-1: - IGF-1 inibe síntese hepática SHGB (Singh et al, 1990; Key, et al, 1990) - IGF -1 ↑ mitose das céls. cancerígenas (Mc Carty, 1997) • Competição pela ligação aos receptores celulares dos hormônios. • Isoflavonas ↓ conversão testosterona em dihitestosterona. Efeito anticancerígeno: 1,5 a 2 mg/kg PC (Hendrich et al, 1994)

QUANTIDADE E CONCENTRAÇÃO ISOFLAVONAS / SOJA

• Variam de acordo com: - condições geográficas e ambientais - tipo de extração: alcoólica X aquosa → Produtos derivados da soja: formas e quantidades variáveis de

isoflavonas • Efeitos benéficos quantidade e tempo de consumo • Biodisponibilidade: estrutura das isoflavonas, processamento

industrial, composição do produto, dieta, sensibilidade individual e fase da vida

QUANTIDADE E CONCENTRAÇÃO ISOFLAVONAS / SOJA

FDA → 6,25g PS por porção, com base 25g de PS na redução do colesterol.

ADA → 25g PS ↓ LDL-col e 60g ↓ sintomas da menopausa. Estudos evidenciaram sinergismo forte entre a proteína de soja e as

isoflavonas Proposta ao FDA aprovação 2mg/g PS (Crouse et al, 1998; Hodgson et al, 1998)

Produtos da Soja Produtos não desengordurados: farinha integral de soja, “leite” de soja e

extrato de soja. Produtos do farelo desengordurado:

Page 9: Alimentos Funcionais 2 - Vários Exemplos de Alimentos Funcionais - Ana Lucia Cunha - Nutricionista

- farinhas e farelos (trituração grãos e remoção óleo) = 54% ptn - concentrados (remoção componentes solúveis em água) = 65% ptn - isolados (mais refinado, remoção quase todos outros constituintes) = 95% ptn (>

teor formas agliconas) 3) Produtos do óleo bruto : óleos, margarinas e lecitinas. 4) Alimentos naturais: - Fermentados: shoyu, tofu, cottage de tofu, molho de soja, misso - Não fermentados: grão seco verde, grão seco, bebidas de soja, maionese de soja,

polpa de soja Adaptado: MORAIS, 2000 in Bricarrello, LP. Soja e suas aplicações práticas. Rev Nutr Saúde Perf; 3(13): 37-9, 2001.

Conteúdo de Proteína e Isoflavona nos Produtos da Soja

Adaptado: ANDERSON et al, 1999.

Avaliação do Conteúdo e Perfil de Isoflavonas nos Produtos à Base de Soja Consumidos no Brasil

NI- Não informado Adaptado: GENOVESE & LAJOLO, 2002

Como e Quanto Consumir da Soja ? • Grão de soja : 2 CS = 40g (14,8g ptn / 75,5 mg/ 102 mg Ca) → Cozido, saladas, ensopados, pastas, etc. • Soja assada : 1 CS = 20g (7g ptn / 38,8 mg/ 36 mg Ca ) → Lanches, saladas, etc.

Page 10: Alimentos Funcionais 2 - Vários Exemplos de Alimentos Funcionais - Ana Lucia Cunha - Nutricionista

• Prot. text. de soja: 5 CS = 100g (53g ptn / 93,5 mg/ 340 mg ) → Ensopada, molhos, recheios, etc. • Bebida de soja : 1 copo = 200 ml AdeS® → 5g ptn / 17 mg / 18,2 mg Ca Previna® (3 CS/ 2 medidas) → 17 g / 45 mg / 360 mg Ca Supra Soy Light® (2 CS) → 7g ptn / NI / 260 mg Ca Soy Milke® (3 CS) → 7g ptn/ NI / 277mg Ca MegaSoy® (2 CS) → 9g / 23 mg / 266 mg Ca → Desjejum, lanches, ceia, etc.

Como e Quanto Consumir da Soja ? • Tofu : 2 fatias grandes = 100g (8g ptn/ 6,8 mg / 111mg Ca) → Sopas, saladas, pastas, molhos, refogado com legumes, etc. • Cottage de Tofu : 3 CS = 60g ( 4g ptn/ NI / 82,6 mg Ca) → Sopas, saladas, pastas, molhos, refogado com legumes, etc. • Missô : 1 CS = 10g (1,13g ptn/ 2mg / 7,07 mg Ca) → Molhos, ensopados, sopas • Polpa de soja: 1 xícara = 130g ( 5,5g ptn/ NI/ 104 mg Ca) → Bolinhos, burguers, saladas, refogados, sopas, etc. Fontes: Informações fabricantes (rótulos), Tabelas Comp. de Alimentos e adaptado Genovese & Lajolo, 2002.

Quanto Consumir da Soja ? Exemplos

g Doenças Cardiovasculares - Bebida de soja instantânea (2 CS/200 ml) batida com frutas - Salada de soja à vinagrete (2 CS = 40g) - Sanduíche de pasta de tofu c/ ervas (50g = 1 fatia) TOTAL = 25,8g PS / 95,9 mg ISOFLAVONAS g Menopausa - Bebida de soja (2 CS /200 ml) - Proteína de soja ensopada (5 CS = 100g) - Soja assada (3 CS = 60g) TOTAL = 77,5g PS/ 254,9 mg ISOFL./ 808 mg Ca Fontes: Informações fabricantes (rótulos), Tabelas Comp. de Alimentos e adaptado Genovese & Lajolo, 2002.

FARELOS E GRÃOS INTEGRAIS Fontes de fibras, amido resistente e oligossacarídeos.

Page 11: Alimentos Funcionais 2 - Vários Exemplos de Alimentos Funcionais - Ana Lucia Cunha - Nutricionista

Retardo esvaziamento gástrico e absorção intestino delgado

↑ Volume fecal Fermentação fibras solúveis → AGCC

Consumo 1 porção de alimentos à base grãos integrais

(Jacobs et al, 1998) • Efeitos benéficos: - ↓ colesterol total e LDL-col (↓ riscos DCV); - ↓ risco de câncer (gástrico e coloretal).

(Jacobs et al, 1995; Andreasen et al, 2001) Outros componentes: carotenóides, tocoferóis e tocotrienóis, selênio, esteróis,

flavóides, lignanas., ác. oleico e linoleico. (Thompson, 1994 e Clydescale, 1994)

Um dos cereais mais estudados → fonte ß- GLUCANAS Alta qualidade nutricional

Fibras solúveis que formam os componentes estruturais das paredes celulares dos grãos

Polissacarídeos lineares unidos por ligações glicosídicas Resistentes aos processos digestivos humanos Produzem soluções alta viscosidade (farelo)

Dietas c/farelo de aveia ↓ colesterol-total, LDL-col

(hipercolesterolêmicos) e rel. HDL/LDL- col. (Davidson et al, 1991; Braaten et al, 1994; Behall et al, 1997; Bell et al, 1999; De Sá et al, 1998)

• ↑ síntese ác. biliares e sua excreção fecal ↓ absorção do colesterol → ↓ colesterol sanguíneo

(Martlett et al, 1997; Duarte e Costa, 1997)

• Efeito protetor no desenvolvimento de câncer (Wood et al, 1998; De Sá et al, 1998)

• ↓ absorção de glicose em diabéticos (Wood et al, 1998; De Sá et al, 1998; Hall-Frish et al, 1995; Rick et al, 1996))

Principais Estudos dos Efeitos da Aveia nos Níveis de Colesterol

Page 12: Alimentos Funcionais 2 - Vários Exemplos de Alimentos Funcionais - Ana Lucia Cunha - Nutricionista

De Sá et al. Ciência e Tecnologia de Alimentos, 18(4): 425,1998.

Quanto Consumir da Aveia ? HEALTH CLAIMS aprovado FDA

Dietas suplementadas com

ß-glucanas 3g/dia promovem diminuição do colesterol total e LDL-colesterol

4400gg ffaarreelloo ddee aavveeiiaa ((±± 22 CCSS cchh))

6600gg ffaarriinnhhaa ddee aavveeiiaa ((±± 33 CCSS cchh))

PPrroodduuttooss ddee aavveeiiaa iinntteeggrraall ppooddeemm ttrraazzeerr nnooss rróóttuullooss oo bbeenneeffíícciioo pprroommoovviiddoo ppeellaa aavveeiiaa nnaa rreedduuççããoo

rriissccooss ddooeennççaass ccaarrddiioovvaassccuullaarreess

COGUMELOS Presentes todo mundo (10 mil espécies) Champignom (Agaricus bisporus) Shiitake (Lentinus edodes) Proteínas: 19-35% (Japão, China e Ásia) Carboidratos: 51-88% (Mattila et al, 2000) Beta-Glucana Ação Hipocolesterolêmica : ↑ síntese ác. biliares e ↓ absorção colesterol Mais estudos : biodisponibilidade

COGUMELOS Beta-Glucana

Page 13: Alimentos Funcionais 2 - Vários Exemplos de Alimentos Funcionais - Ana Lucia Cunha - Nutricionista

Ação Anti-cancerígena : Inibe a metástase 53,2% - Shiitake 43,3% - Maitake (Kidd, 2000) Ação mediada células T e macrófagos (Borches et al, 1999) Aumento atividade céls. natural killers (Paschoal, 2001) → Ação imunomoduladora Mais estudos: esclarecer quais receptores envolvidos e o que estimula a

ligação das glucanas céls. alvo. (Borches et al, 1999)

ALCACHOFRA e CHICÓRIA Fontes de inulina (prebiótico) 15g inulina/dia = ↑ proporção lactobacilos (20-70%) (Biggs & HancocK, 2001; Casey et al, 2000) 20g inulina (raiz chicória) + sorvete de baunilha = ↓ TG e colesterol

( ∆ hipercolesterolêmicos) (Casey et al, 2000)

Alcachofra → fonte SILIMARINA Flavonóide composto 3 isômeros: silibina, silidianina e silicristina → Proteção contra

hepatotoxicidade → Inibe ativ. indutores tumores (Agarwal & Mukhtar, 1996)

LINHAÇA • Da família das lináceas, a linhaça ou linho, planta nativa da Europa,

Ásia e Região Mediterrânea. • Usada desde a antiguidade para fazer cordas e tecidos. • No Egito antigo o óleo era usado para mumificações. • Antes de serem usadas na culinária as sementes eram trituradas e

aplicadas em ferimentos e partes doloridas do corpo

SEMENTE DE LINHAÇA • Semente oleaginosa rica em fibras, proteínas e gorduras. 57% W3 16% W6 Rel. W6: W3 = 0,3:1 18% W9 • Contém mais dobro de W3 encontrado nos peixes (100g = 16,5g) Prevenção e controle da agregação plaquetária

↓ TG plasmáticos → inibição secreção VLDL-col pelo fígado

Page 14: Alimentos Funcionais 2 - Vários Exemplos de Alimentos Funcionais - Ana Lucia Cunha - Nutricionista

↓ níveis da pressão arterial Efeito antiinflamatório

SEMENTE DE LINHAÇA Proteção cardiovascular Teor W3 Lignanas LLIIGGNNAANNAASS → compostos fenólicos, que são metabolizados no intestino (flora

saudável) e se transformam em EENNTTEERROODDIIOOLL e EENNTTEERROOLLAACCTTOONNAA (Bennet, 1998) ⇒ Estruturas semelhantes aos estrógenos (efeitos ≅ isoflavonas da soja) 45g semente de linhaça = 2,2g de lignanas Estudo 50g semente de linhaça dourada em 4 semanas ↓ 9% colesterol total

e 6% LDL-col (Kritchevsky, 1995)

LIGNANAS Flavonóides Propriedades Biológicas:

Antimitótica Antifúngica Antioxidante

Potente inibidor ativ. plaquetas e mediador das inflamações. Fontes: sementes secas, óleos de sementes, leguminosas, grãos e cereais

integrais e vegetais. LINHAÇA = maior teor (até 800 vezes)

COMPOSIÇÃO SEMENTE DE LINHAÇA DOURADA

COMPOSIÇÃO SEMENTE DE LINHAÇA DOURADA

SEMENTE DE LINHAÇA

Como e Quanto Usar ? • Semente linhaça dourada x marrom - Cultivada em climas frios (EUA e Canadá) - Cultivo orgânico (< índice metais pesados) - > teor e biodisponibilidade de lignanas (35 – 45%) - Casca mais lisa, fina e brilhante - sabor e textura mais suave

↑ Biodisponibilidade → triturar as sementes

Page 15: Alimentos Funcionais 2 - Vários Exemplos de Alimentos Funcionais - Ana Lucia Cunha - Nutricionista

manter em refrigeração por 3 dias Adicionar em frutas, suco, sobremesas, sopas, saladas, etc.

Recomenda-se o consumo de 25g (2 CS rasas) a 45g (4 CS rasas)/ dia (↑ gradativo)

TOMATE • Fonte de LICOPENO → carotenóide (pigmento vegetal lipossolúvel) - Potente antioxidante - > [ ] fruto maduro e produtos derivados - Também presente: goiaba, melancia, ameixa, etc. • Localizado dentro da matriz tecidual Processamento ↑ biodisponibilidade → TRANS CIS (> temperatura e tempo) (ISOMERIZAÇÃO) (Shi & Le Maguer,2000) • Tomate e derivados contribuem com 85% de licopeno ingerido/dia

(Bramley, 2000)

Conteúdo de Licopeno nos Alimentos Fonte: Adaptado Bramley, PM. Is lycopene beneficial to human health? Phytochemestry, 54: 233-6,2000. (*) Pinheiro, AB et al. Tabela para Avaliação de Consumo Alimentar em Medidas Caseiras, 1994.

TOMATE Principais Estudos

Câncer: - Revisão de 57 dos 72 estudos → consumo de tomate = ↑ licopeno no

sangue = ↓ Câncer (próstata) (Giovannucci,1999) - Licopeno parece prevenir a carcinogênese e aterogênese ao ↓ danos

oxidativos ao DNA e lipoproteínas (Gester, 1997; Clinton, 1997) Ca próstata → Giovannucci, 1995 e Clinton, 1996.

Ca trato digestivo → Franceschi, 1994 e Balch, 2000. Ca vesícula → Helzisour, 1989.

Page 16: Alimentos Funcionais 2 - Vários Exemplos de Alimentos Funcionais - Ana Lucia Cunha - Nutricionista

Ca mama → Dorgan, 1998. Ca colo de útero → Balch, 2000.

TOMATE Principais Estudos

Doenças Cardiovasculares - Consumo suco tomate (330ml/ 40 mg licopeno) x outros → ↓ RL 12%, ↓ LDL

oxidado. (Bub et al,2000) - Suco de tomate (500 ml/dia) ↑ resistência para oxidação LDL. (Upritchard et al (2000) - Licopeno (60 mg/dia) → inibidor HMG CoA redutase → ↓ síntese colesterol e ↑ ativ.

receptores LDL. (Fuhrman et al, 1997) - Licopeno age sinergicamente com outros antioxidantes (vit. E, flanonóides, e ác.

fenólicos) → > ação antiaterogênica. (Fuhrman et al, 2000)

Não é recomendado o consumo de preparados isolados de licopenos por ainda ser

desconhecida a dose ideal → recomenda-se inclusão alimentos fonte como o tomate (Angelis, 2001)

Como Consumir o Tomate? Tomate processado x crú = > absorção licopeno no processado (Rao &

Agarwal, 2000 e Rosati et al, 2000) ↑ Atividade antioxidante do plasma no consumo de produtos derivados

do tomate quando consumidos com óleo de oliva (extra-virgem) (Lee et al, 2000)

Cuidados: - tomates orgânicos e fazer higiene - tomates mais maduros ou derivados + óleo - molhos caseiros (cozinhar e bater no liquidificador)

CENOURA Alto conteúdo beta-caroteno → vitamina A Antioxidante DC-2 e DC-3 (glicosídeos de cumarina) propriedade hipotensiva (Gilani et al, 2000)

Biodisponibilidade: - > perda carotenóides cenoura crua ralada X cozida (exposição à luz e

> superfície contato c/ ar) - Gordura dietética ↑ absorção. - Efeitos métodos cocção: retenção 56 – 89,1% perda cocção

úmida e seca > cocção água s/ pressão e c/ pressão > vapor. (Santa’ana et al, 1998)

Page 17: Alimentos Funcionais 2 - Vários Exemplos de Alimentos Funcionais - Ana Lucia Cunha - Nutricionista

ALHO • Uso fins medicinais (Egito Antigo e Hipócrates) Pasteur (1848) – propriedades antiinfecciosas • Presente na culinária de diversos países Estudos: efeitos DCV, câncer, inflamações e infecções (Juzwiak,

1999; Garcia-Gomez et al, 2000)

• Identificados diversos compostos bioativos Compostos sulfurados (qte 3 x > cebola e brócolis) Obtidos após processamento do alho em curto período de

tempo Aliina Alicina e outros tiossulfinatos (alinase) odor característico

ALHO Possíveis Atividades Biológicas

Compostos Sulfurados Aliina → hipotensor e hipoglicemiante. Ajoene (ajocisteína) → prevenção coágulos, antiinflamatório, vasodilatador,

hipotensor e antibiótico. Alicina e tiossulfinatos → antibiótica, antifúngica e antiviral. Alil maercaptano e sulfeto dialil→ hipocolesterolemiante. S-alil-cisteína e compostos γ-glutâmicos → hipocolesterolemiante, antioxidante e

quimioprotetor. Compostos não Sulfurados

Adenosina → vasodilatadora, hipotensora e miorelaxante. Quercetina → antialergênica. Selênio → antioxidante. Ácidos fenólicos → antiviral e antibacteriana. Fonte: Garcia-Gomez & Sánches-Muniz, 2000.

ALHO Mecanismos Propostos

Estudos resultados conflitantes → diferentes preparações, dosagens e protocolos.

(Garcia-Gomez et al, 2000) Ação sobre LDL: - Ação antioxidante → inibe peroxidação lipídica por inibição da enzima xantina oxidase Presença quercetina, campferol e do selênio - Meta análise: consumo alho ↓ 4-6% colesterol (Stevinson et al, 2000) Ação anticarcinogênica: - Compostos sulfurados → ↓ formação nitrosaminas, supressão carcinogênicos, ↑

reparo DNA e ↓ proliferação celular

ALHO Quanto e Como Consumir?

Page 18: Alimentos Funcionais 2 - Vários Exemplos de Alimentos Funcionais - Ana Lucia Cunha - Nutricionista

600 a 900mg/dia = 1 dente de alho fresco ↓ Pressão arterial e níveis séricos de colesterol (ADA, 1999) ↑ Biodisponibilidade : amassado, cortado, mastigado ou quando desidratado e exposto à água. (Sivam GP. J Nutr, 2001) Alicina → extremamente instável, ↓ biodisponibilidade Nenhuma preparação com alho comercialmente disponível contém

alicina. (Paschoal, 2001)

ALHO Como Consumir?

- Durante armazenamento do alho em baixas temperaturas, a aliina se acumula naturalmente.

(Paschoal, 2001) - Efeitos aquecimento: 60 seg. microondas e 45 min. forno → bloqueiam

ação anticarcinogênica (destruição composto alil) → após amassado repouso por 10 minutos. (Song & Milner. J Nutr, 2001)

Cápsulas de alho → perda ajoene (volátil), encontrado em pequenas

quantidades nas formulações à base de óleo. (Andlauser et al, 1998; Zink & Chaffin, 1998)

CEBOLA Fonte de flavonóides e compostos sulfurados • ↓ Câncer de estômago (Dorant et al, 1996) • Dieta rica em quercetina (150g de cebola/ 89,7 mg) → > concentração plasmática quercetina → ↓ danos DNA (Beatty et al, 2000) • ↓ Pressão arterial e da viscosidade plasmática (Kalus et al, 2000) Absorção: > 30% quercetina da cebola X maçã (Hollman & Katan, 2000) Métodos de Cocção → conteúdo quercetina e vit C: - Microondas: > retenção - Frituras (óleo e manteiga) : não afetou - Cozimento: perda 30% compostos para água de cocção (Ioku et al, 2001)

HORTALIÇAS CRUCÍFERAS Repolho, brócolis, couve-flor, nabo, agrião, couve de bruxelas.

(Messina & Messina, 1996) Compostos Organosulfurados: ISOTIOCIANATOS

Page 19: Alimentos Funcionais 2 - Vários Exemplos de Alimentos Funcionais - Ana Lucia Cunha - Nutricionista

GLUCOSINOLATOS Propriedades xenobióticas → ↓ toxicidade e carcinogenecidade químicos

ambientais. (Paschoal, 2001) - Efeito protetor contra câncer (isotiocianatos e dialil sulfido) →

inibem enzimas fase I (responsáveis pela bioativação carcinogênicos). - Propriedades cardioprotetoras (isotiocianatos) → ↓ agregação

plaquetária. (Paschoal, 2001)

HORTALIÇAS CRUCÍFERAS Biodisponibilidade:

- Conservação : → refrigeração (4º C) e congelamento = manutenção glucosinolatos. → armazenado exposto ao ar (ou sob condições atmosféricas

controladas 7 dias) = ↑ até 15 vezes glucosinolatos no brócolis. → na ausência oxigênio = perda total (Dekker et al, 2000) - Cocção → perda fitoquímicos e vitaminas (vit. C) na água cocção.

( Paschoal, 2001) Opção = cozimento no vapor ou usar água cozimento para outras

preparações.

GENGIBRE Usado há muitos anos agente antiinflamatório.

Doenças músculo-esqueléticas ( ex.: reumatismo) Parece inibir a cicloxigenase e lipoxigenase → ↓ síntese

leucotrienos (LT4). Componentes: beta-caroteno, capsaicina e curcuma. (Altman & Marcussem. Arth & Rheum, 44(11): 2531,2001) Vutyavanich et al (2001) → ↓ episódios de náuseas e vômitos gestantes =

1 g gengibre por 4 dias. (Obstet Gynecol, 97(4):577-82, 2001) Efeito anti-flatulento.

UVAS Cascas de uvas vermelho-roxas escuras ricas compostos fenólicos antioxidantes • RESVERATROL - Câncer : captura RL antes destruírem as células (metástase) - Doenças cardiovasculares: ↓ oxidação LDL e inibe agregação plaquetária (Paschoal & Naves, 1999) Biodisponibilidade: ↑ na presença da quercetina, catequinas, campferol e apigenina (↓

glucoronidação e sulfatação) (Santi et al, 2000)

Page 20: Alimentos Funcionais 2 - Vários Exemplos de Alimentos Funcionais - Ana Lucia Cunha - Nutricionista

• ANTOCIANINAS e PROANTOCIANINAS - Responsável pelo pigmento das uvas, cerejas, berinjela, etc. - Inibem produção RL (Netzel et al, 2001) - Habilidade em se quelar aos metais tóxicos (proantocianinas)

UVAS Biodisponibilidade: - Aquecimento acelera as perdas (antocianinas) - Presença do açúcar + ác. ascórbico = perda da cor → Além da casca as sementes das uvas também são ricas. → Suco e vinho: esmagamento polpa, casca e sementes > teor

flavonóides. Dados epidemiológicos (início década 90) < incidência de mortalidade por DCV: franceses X americanos níveis ≅ colesterol plasmático e > consumo gorduras saturadas (“Paradoxo

Francês”) (Shrikhande,2000)

VINHO TINTO X

SUCO de UVA → VINHO: - Efeito dos flavonóides do vinho na inibição da oxidação da LDL- col.

(Frankel et al, 1995; Fuhrman et al, 1995; Nigidikar et al, 1998; Yamakoshi et al, 1999)

VINHO TINTO (100-400mg/100 ml) VINHO BRANCO (20-30mg/100 ml) (Dreosti,2000)

- Efeito álcool no ↑ do HDL-col e ↓ fibrinogênio e agregação plaquetária. - Efeitos deletérios álcool: - ↑ TG : estímulo da produção VLDL fígado, - ↑ PA e do peso corporal, - alterações gastrointestinais (cirrose, ca pâncreas).

VINHO TINTO

X SUCO de UVA

→ SUCO DE UVA : - Ricos em flavonóides (19,4 e 84,28 mg/100 ml). (Ross et al, 2000) - Antioxidantes suco permanecem > tempo sangue. - Pode ser consumido em maiores quantidades.

Page 21: Alimentos Funcionais 2 - Vários Exemplos de Alimentos Funcionais - Ana Lucia Cunha - Nutricionista

- Álcool ↑ RL → danos nos tecidos vasos.

Suco de uva é melhor para saúde do que o vinho tinto, não provoca os malefícios do álcool.

Vinho X Suco

Quanto Consumir ?

240 ml de vinho/dia e

240 - 480 ml de suco de uva/dia

↓ risco agregação plaquetária (ADA, 1999)

CHÁS (Camellia sinensis)

É uma das bebidas mais consumidas no mundo Rico em flavonóides → CATEQUINAS

Epicatequina, Epicatequina-3-galato, Epigalocatequina, Epigalocatequina-3-galato

Antioxidantes mais potentes do que vit E, C e carotenóides

Chá verde – secagem ou vaporização (< perda = 0,5 a 1g catequinas/ litro) Chá Oolong – semi-fermentado Chá preto – fermentado (< qde 1/3)

CHÁS (Camellia sinensis) Câncer → inibição do início, promoção e progressão (Asano et al, 1997) Doenças coronarianas → estudos epidemiológicos rel. inversa entre

consumo catequinas e risco DCV, protegendo oxidação LDL-col. → ↓colesterol, pressão arterial e agregação plaquetária (Dreosti,

2000) Obesidade → efeito termogênico chá verde pelo ↑ oxidação

Page 22: Alimentos Funcionais 2 - Vários Exemplos de Alimentos Funcionais - Ana Lucia Cunha - Nutricionista

gorduras (Duloo et al, 2000) Gastrite → relação inversa consumo chá verde e a gastrite crônica e

risco de câncer de estômago (Setiawan et al, 2001)

CHÁS - Como Consumir ? Chá verde ↑ níveis catequinas após 2h Chá preto ingestão 1 dose Chá preto c/ leite retornando depois ao basal após 8h com exceção chá c/ leite (300 ml leite + 200 ml chá) (Van Het Hof, 1998) ↓ Biodisponibilidade → Leite (proteínas?) 15 ml leite + 135 ml chá → não observaram ≠ na absorção dos flavonóides (Holmann et

al, 2001) Aquecimento do chá = ↓ 50% catequinas (Paschoal, 2001) Deve ser consumido fora das refeições → quela ferro, cobre e cálcio

CHÁS - Quanto Consumir ? Recomendação ADA (1999) 4 a 6 xícaras/dia ↓ risco de câncer esofágico e gástrico

CHOCOLATE Alimento calórico (100g = 500kcal)

50% Gorduras e 50% carboidratos 34% manteiga cacau → ác. esteárico Efeito neutralizador no colesterol sérico (láurico, mirístico, palmítico → ↑ colesterol) Fonte de minerais: Magnésio- ↓ período pré-mestrual (↑ vontade comer chocolate) Cobre, Potássio, Zinco, Manganês, Fósforo, etc. Identificados + 300 componentes chocolate → subst. biologicamente

ativas

Page 23: Alimentos Funcionais 2 - Vários Exemplos de Alimentos Funcionais - Ana Lucia Cunha - Nutricionista

CHOCOLATE Estudos: - Dietas com achocolatados (283g) → Não elevou LDL-col - Comparação manteiga cacau → não ↑ colesterol sérico azeite oliva ↓ 5 e 15% colesterol óleo de soja sanguíneo manteiga → ↑ colesterol sérico 8% (Kris-Etherton et al, 1993 e 1994) - Capacidade antioxidante cacau em pó 36g/dia durante 2 semanas (2,6g polifenóis) no LDL-col. (Osakabe et al, 2001)

CHOCOLATE - Propriedades FLAVONÓIDES

CATEQUINAS e EPICATEQUINAS - Propriedades antioxidantes e cardioprotetoras. (Peason et al, 2001) - Relação inversa entre consumo catequinas e risco DCV → protegendo

oxidação LDL-col. (Dreosti, 2000)

RESVERATROL - ↓ risco câncer e DCV (↓ oxidação LDL-col e agregação plaquetária).

CHOCOLATE Efeitos Cerebrais

AMINAS BIOGÊNICAS - ↑ atividade neurotransmissores - Induzem efeitos neurofisiológicos ≅ drogas Ex.: Feniletilamina → liberação dopamina nos centros de prazer (excitação, euforia,

atração, etc.) Outras: Tiramina, Normetanefrina, Sinefrina, Etilamina, Isobutilamina, Isoamilamina,

Triptamina ANANDAMINAS

- isoladas chocolate, também produzidas no cérebro - ativa receptores cerebrais tetrahidrocanabinol → sensação prazer - promovem e prolongam sensação bem estar (Bruinsma & Taren. J Am Diet Assoc, 99: 1249, 1999)

CHOCOLATE Efeitos Cerebrais

PEPTÍDIOS OPIÓIDES (Encefalinas e Endorfinas) - Produzidos durante o consumo → alimento palatável

METILXANTINAS (Cafeína e Teobromina)

Page 24: Alimentos Funcionais 2 - Vários Exemplos de Alimentos Funcionais - Ana Lucia Cunha - Nutricionista

- Estimulantes contribuem efeito viciante SEROTONINA

- Chocolate rico Mg, triptofano e CHO → Favorece síntese e promove melhora humor - TPM → ↓ serotonina

FLUTUAÇÕES HORMONAIS - Alterações níveis progesterona e estrógeno afetam neurotransmissores, estoque e

liberação gorduras e apetite → ↑desejo consumo chocolate NEUROPEPTÍDIOS (Galanina e Neuropeptídio γ )

- Regulam consumo gorduras e CHO (+ fome) →↑desejo consumo chocolate

CHOCOLATE Como e Quanto Consumir?

Chocolate amargo → > quantidade POLIFENÓIS 40g chocolate ao leite = 394mg 40g chocolate amargo = 951 mg (Vinson et al, 1999) Leite parece ↓ biodisponibilidade catequinas Chocolate amargo > absorção epicatequinas (Richelle et al, 1999) 20 – 50g → garante propriedades chocolate Cuidado: ↑ [ ] açúcar e calorias

OLEAGINOSAS Castanha do pará, avelãs, pistache, nozes, etc.

• Ricas em antioxidantes: Segunda maior fonte de RESVERATROL Vit. E, selênio, zinco, manganês e magnésio • Ricas em ác. graxos insaturados (oléico e α- linolênico) • Presença FITOESTERÓIS (Awad et al, 200) → Efeito protetor contra câncer e DCV → Ação hipocolesterolêmica: estrutura semelhante ao colesterol = ↓ absorção (Jones et al, 1997) • Contém arginina → óxido nítrico : dilatação dos vasos e outros benefícios cardiovasculares DDeevveemm sseerr iinncclluuííddaass nnaa aalliimmeennttaaççããoo ddiiaarriiaammeennttee

AZEITE DE OLIVA Década 70 - ↓ incidência DCV regiões banhadas pelo Mediterrâneo Azeite de oliva = principal fonte de gordura Fonte: ác. graxos, compostos fenólicos, triterpenos,

Page 25: Alimentos Funcionais 2 - Vários Exemplos de Alimentos Funcionais - Ana Lucia Cunha - Nutricionista

escalenos e lignanas. (Owen et al, 2000; Smith, 2000; Visioli & Galli, 2000) 77% monoinsaturados 10% poliinsaturados (Rel. W6: W3= 9:1) 13% saturados 20 ml = 20% IDR vit E (Esquivel, 2002)

AZEITE DE OLIVA Qualidade do azeite: Fatores ambientais (solo, clima) , genéticos (tipo azeitona), técnicas

de cultivo e extração. Azeite virgem → obtido do fruto da oliveira por processos mecânicos e

extração a frio (> qualidade nutricional). Extra virgem → primeira prensagem, acidez < 1%*. Azeite → mescla do refinado com azeite virgem (perda propriedades). (*) Acidez mede a proporção ác. graxos livres (ác. oleico), quanto mais baixa melhor.

AZEITE DE OLIVA

Como e Quanto Utilizar? • Azeite extra virgem – ideal consumir crú • Azeite refinado – usado para cocção Evitar altas temperaturas: perda ômega 3 e 6 e dos tocoferóis (ponto de

fusão alto 200°C) Sabor suave = > versatilidade (salgados ou doces) Cuidados no armazenamento: - longe do calor - local escuro e embalagens vidro escuro - sempre tampado Recomendação do FDA → 15 ml/dia (± 1 a 2 CS)

AZEITE DE OLIVA Quando Utilizar?

Prevenção e tratamento diversas patologias

Mecanismo propostos: - antiaterogênico: ↓ produção e oxidação LDL-col (Hargrove et al, 2001) ↑ ativ. receptores LDL ↑ HDL-col

Page 26: Alimentos Funcionais 2 - Vários Exemplos de Alimentos Funcionais - Ana Lucia Cunha - Nutricionista

- anticancerígeno - imunológica - funcionamento digestivo (sistema hepato-biliar) - absorção vitaminas lipossolúveis - efeito protetor epiderme (acnes) (Esquivel, 2002)

PEIXES Bang & Dyerberg (1976) → ↓ incidência DCV esquimós Componente funcional = W3 (LNA, EPA e DHA) ADA (1999) → > 180g/semana = ↓ riscos DCV Fontes: cavala, arenque, salmão, sardinha, truta e bacalhau Benefícios: - doenças cardiovasculares - doenças auto-imunes - doenças inflamatórias (↓ PGE2 e LCT4) - depressão (estudo com óleo de peixe 6,2g EPA e 3,4g DHA – Stoll et al, 1999) - inflamações cutâneas - câncer (↓ angiogênese e metástase)

Concentração W3 nos Alimentos Fonte: Schmidit,EB & Dyerberg, J. Drugs; 47: 405-24, 1994. In Paschoal, V & Baptistella, ABP. Aplicações

clínicas ác. graxos ômega 3. Rev. Nut Saúde Perf 4(17); 39-43, 2002.

ALGAS – Vegetais Marinhos Alto valor nutricional → proteínas, carboidratos, EPA vitaminas: beta-caroteno, comp. B (Vit B12 e ác. fólico) minerais: cálcio, potássio, iodo, magnésio, sódio, ferro, selênio, cobre, zinco,

manganês, cromo, molibdênio, etc. Efeitos DCV: ↓ colesterol e aterogênese, anticoagulante, ↓

pressão arterial, etc.

Page 27: Alimentos Funcionais 2 - Vários Exemplos de Alimentos Funcionais - Ana Lucia Cunha - Nutricionista

Ação desintoxificante: quela metais pesados (ác. alginico) kombu, wakame, hiziki e arame (algas marrons) nori (alga vermelha) Cuidado! Usar sempre as algas colhidas oceanos profundos

ALGAS – Como usar? Kombu – cozinhar com leguminosas (facilita cozimento e diminui

flatulência) ou com vegetais. Não precisa demolhar. Usada como base pratos culinária japonesa e chinesa.

Cozinham em 30 a 45 min. Wakame – sabor suave. Usadas em sopas e legumes cozidos. Cozinham

em 15 a 20 minutos. Colocar de molho por 20 min. e cozinhar em 15 a 20 min.

Nori – alga usada no sushi. Preparada tostada no fogo. Pode ser usada picada em saladas, sopas e feijões.

ALGAS – Como usar? Aramé – alga mais fina (retalhada) e sabor suave. Deve ser demolhada

(5 min.) e depois espremida e refogada antes do cozimento (25 min.). Usar no refogado de vegetais e tofú.

Hiziki - mais espessa e sabor mais forte. Modo preparo semelhante a aramé (demolho em 10 min. e cozinha 40 min.)

Kanten ou agar-agar – encontrada em flocos ou pó (ou barras). Muito usada para preparo de gelatinas de frutas ou de vegetais. Poder espessante. Deve ficar de molho 15 min. e depois fervidas por 3 a 5 min. e cozida por mais 3 min. Depois deve ser refrigerada.

ALGAS - Composição Fonte: Adaptado site Inst. Macrobiótico de Portugal (www.e-macrobiotica.com)

CONCLUSÕES

Page 28: Alimentos Funcionais 2 - Vários Exemplos de Alimentos Funcionais - Ana Lucia Cunha - Nutricionista

Mais estudos precisam ser realizados para conhecermos mais sobre a presença dos fitoquímicos, suas quantidades, mecanismos de ação e

biodisponibilidades.

Indicarmos sempre uma dieta variada e conscientizarmos os pacientes sobre hábitos alimentares mais saudáveis, importantes para

prevenção e tratamento diversas patologias associados a prática regular de atividade física

melhorar qualidade de vida e favorecer um bem estar físico,

psíquico e emocional.