a.l.fancelli universidade de são paulo fancelli@usp · redução de grãos do núm. de grãos...

48
A.L.FANCELLI Universidade de São Paulo [email protected]

Upload: buidieu

Post on 13-Dec-2018

220 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

A.L.FANCELLI

Universidade de São Paulo

[email protected]

[email protected]

Fancelli (2016)

A visão global ou holística do sistema

agrícola mostra-se imprescindível para

o pleno entendimento do processo

produtivo, visando o sucesso da

intervenção e a garantia de resultados

satisfatórios quanto ao rendimento

e a lucratividade; sobretudo em

lavouras sensíveis a condições de

estresse, como a cultura da Soja.

(Fancelli, 2010)

Fancelli (2012)

Fisiologia

[email protected]

Fancelli (2016)

Produtividade Vegetal é função de:

[email protected]

Fancelli (2016)

MÁQUINAMETABÓLICA

DE PRODUÇÃO

R8

Redução de Raiz

Redução de Portede Planta

Redução

de Núm.de Flores

Redução de Núm.

de Vagens

Redução do Pesode GrãosRedução

do Núm.de Grãos

Redução da Qualidade

de Grãos ouSementes

[email protected] (2016)

Água

LuzBaixa Recuperação

Período Crítico (água) Período Crítico (Luz)

V9

Estresse (SOJA)Fancelli (2014)

ÁGUASoja ......................... 500 a 700 mm (ciclo)

(mínimo da região = 850 mm)4,5 a 5,2 mm/dia

LUZ (Radiação)Soja ................... 60.000 a 80.000 lux

(com saturação Lumínica efotorrespiração significativas)PAR: 250 a 300 J.m-2.s-1

RUE: 1,26 g MJ-1

TEMPERATURASoja ............................ Faixa Ideal: 20 a 30oC

Máxima: 35oCMínima: 15oC

AMBIENTE:Clima + Solo

[email protected]

Fancelli (2016)

“Conjunto de reações de um

organismo a agressões de ordem física,

fisiológica ou de outra natureza qualquer,

capaz de interferir em seu estado normal

de equilíbrio (homeostase)”

[email protected]

Fancelli (2016)

BIÓTICO

ABIÓTICO

Permanenteou

Temporário

Estado

Normal

Estresse Recuperação

completa

Esta

do

Fu

ncio

nal

Pro

du

tivid

ade

Estresse Temporário

Estado

Normal

Estresse Recuperação

incompleta

Esta

do

Fu

ncio

nal

Pro

du

tivid

ade

Estresse Permanente

<

Redução de produtividadeLegenda: Fancelli (2010) adaptado de Larcher (1998)

[email protected]

Fancelli (2016)

Fase 2.Resistência ou Rustificação

Fase 3.Ajustamento ou Aclimatação

Fase 1.Alarme

Início do distúrbio, seguido pela perda da estabilidade das estruturas básicas e das

funções mantenedoras das atividades vitais (processos bioquímicos e metabolismo

de energia) – Desencadeamento do metabolismo secundário..

Estabelecimento de estratégias, por parte da planta, que asseguram a tolerância à

situação anormal instaurada.

Manifestação de um novo estado de equilíbrio ou de estabilização, em função

das ações provocadas pelo agente estressor.

Principais Fases do Estresse

Fancelli (2010) adaptado de Larcher (1998)

[email protected]

Fancelli (2016)

Onde:

GR é a taxa de crescimento;

p é o turgor;

Y é o limiar de resistência à deformação da

parede celular e

m é a extensibilidade da parede (reação da

parede à pressão)

GR = m(p-Y)

Plantas com déficit hídrico tendem a manifestar uma expansão

foliar somente à noite, quando se retomam seu equilíbrio hídrico.

Ainda, conclui-se que a inibição da expansão celular resulta na

redução da taxa de expansão foliar, no início da ocorrência do

déficit hídrico, objetivando a garantia de menor área transpiratória.

[email protected]

Fancelli (2016)

O estresse impõe à planta um gasto energético extra,

representado pelo custo metabólico despendido na

biossíntese de compostos secundários e no

estabelecimento das estratégias de adaptação,

computado em gramas de CO2 fixado.

Esse gasto energético significativo, contribui para a

redução da produção de biomassa vegetal (acúmulo

de matéria seca) e para a diminuição do potencial

produtivo da espécie.

Até 35%

ESTRESSE IMPÕEGASTO ENERGÉTICO

ELEVADO

[email protected]

Fancelli (2016) Interferência da disponibilidade de água na estação de produção de soja (período de 1979-2016)na região de Rondonópolis/MT (dados extraídos de Sentelhas, 2016)

[email protected]

Fancelli (2016) Produtividade da soja , na região de Balsas/MA, em função da ocorrência de El Niño e La Niña (dados extraídos de Sentelhas, 2016)

[email protected]

Fancelli (2016)

MÁQUINAMETABÓLICA

DE PRODUÇÃO

ÁGUASoja ......................... 500 a 700 mm (ciclo)

(mínimo da região = 850 mm)

LUZ (Radiação)Soja ................... 60.000 a 100.000 lux

(com saturação Lumínica efotorrespiração significativas)

TEMPERATURASoja ............................ Ideal: 20 a 30oC

Máxima: 35oCMínima: 15oC

[email protected]

Fancelli (2016)

AMBIENTE:Clima + Solo

ÁGUA

[email protected]

Fancelli (2016)

A soja para a obtenção de rendimento satisfatórios de grãos, requer para

cada quilograma de matéria orgânica produzida pela fotossíntese, entre 580(Anderson & Gibson, 1975) e 646 kg de água. (Scott & Aldrich, 1975)

Necessidade de Água da Soja

Período Crítico

[email protected]

Fancelli (2016)

Principais Sintomas e Sinais

Mudança na angulação ou orientação das folhas;

Aumento da síntese e acúmulo de Prolina nos tecidos

(sobretudo nas folhas), resultando em sua coloração mais

escura;

Alteração significativa da temperatura foliar;

Aumento da espessura do parênquima;

Aumento do aspecto coriáceo das folhas;

Redução da taxa de crescimento da planta

(redução de turgescência e da taxa de divisão celular)

Redução significativa na absorção de nutrientes

(com ênfase à N, S, Ca, B e P);

Abortamento de Folhas velhas, Flores e Vagens jovens;

Maior propensão à ocorrência de Pragas e Doenças;

Antecipação da maturidade fisiológica

(redução do ciclo da planta)

[email protected]

Fancelli (2016)

A primeira manifestação da falta de água é a perda de turgescência e a redução de crescimento

Uma das enzimas mais afetadas pelo estresse hídrico é a Nitrato-redutase, seguida da Nitrogenase

Balanço hídrico negativo

Breve Período Longo Período

Redução da Atividade da Nitrato Redutase

20 % 50 %

Consequencias

Aumenta a concentração de Nitrato Livre nas folhas

Redução drástica da FixaçãoBiológica de Nitrogênio

Redução na Absorção de P

Alteração da mitose e meioseHsiao (1973)

[email protected]

Fancelli (2016)

Falta de água moderada

(detectado no mesófilo foliar)

Estímulo à

síntese

de prolina

Redução do

crescimento

da parte aérea

Síntese de Etileno

Síntese de Ácido Abscísico (ABA)

mediante estímulo iniciado nas raízes

Fechamento

dos estômatos

Senescência e Abscisão de

folhas velhas, flores e vagens

Aceleração

da maturação

Dificuldade da raiz

absorver água

Outros Osmorreguladores

Glicina-Betaína

Sorbitol

Manitol

SINAL DE SECA

ÁGUASoja ......................... 500 a 700 mm (ciclo)

(mínimo da região = 850 mm)

LUZ (Radiação)Soja ................... 60.000 a 80.000 lux

(com saturação Lumínica efotorrespiração significativas)

TEMPERATURASoja ............................ Ideal: 20 a 30oC

Máxima: 35oCMínima: 15oC

[email protected]

Fancelli (2016)

AMBIENTE:Clima + Solo

LUZ (Radiação)

[email protected]

Fancelli (2016)

C3

C4

[email protected]

Fancelli (2016)

Cód. Tratamento Estádio Fenológico

NS Testemunha ---

S1 Sombreamento (30%) R1 a R3

S2 Sombreamento (30%) R5.1 a R5.3

S1+S2 Sombreamento (30%) R1-R3 e R5.1-R5.3

PERDAS

372 kg 388 kg207 kg

Rondonópolis – 2014/15(média de 6 cultivares)

PERDA DE PRODUÇÃORELACIONADA À

ESTRESSE LUMINOSO

Fonte: Zeni (2016) - TMG

ÁGUASoja ......................... 500 a 700 mm (ciclo)

(mínimo da região = 850 mm)

LUZ (Radiação)Soja ................... 60.000 a 100.000 lux

(com saturação Lumínica efotorrespiração significativas)

TEMPERATURASoja ............................ Ideal: 20 a 30oC

Máxima: 35oCMínima: 15oC

[email protected]

Fancelli (2016)

AMBIENTE:Clima + Solo

TEMPERATURA

[email protected]

Fancelli (2016)

A maioria dos tecidos das plantas cultivadas é

incapaz de sobreviver a uma prolongada exposição

a temperaturas acima de 45oC.

Estresses hídricos e térmicos encontram-se

relacionados, pois a adequada disponibilidade de

água, contribui para o esfriamento evaporativo,

evitando que a temperatura da parte aérea das

plantas exceda o valor de 45oC.

considerações gerais

A fotossíntese e a respiração são inibidas em condições de

temperaturas elevadas; porém com o aumento da temperatura

as taxas fotossintéticas decrescem mais rapidamente que as

taxas respiratórias.

A planta de SOJA submetida a temperaturassuperiores a 35oC já apresenta alteração significativa em seu desempenho

[email protected]

Fancelli (2016)

Existem Tecnologias e/ou Procedimentospara a mitigação de condições climáticas

adversas ?

[email protected]

Fancelli (2016)

DEFICIÊNCIAHÍDRICA

[email protected]

Fancelli (2016)

Importância doaprofundamento

da Raiz

Tamanho, Profundidade e Arquiteturado Sistema Radicular é a principalEstratégia utilizada pela planta paravencer períodos de estiagens(Tollemar, 1975)

SHIOZAKI, A.E.; SAKO, H.

Rede de Pesquisa. CESB.

0

20

40

60

80

100

120

140

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2

Pro

fun

did

ade

do

so

lo (

cm)

índice de cone (MPa)

Campeão Sudeste (120sc/ha)

76,6 sc/ha

76,6 sc/ha

73,5

Valores de resistência do solo e profundidade do sistema radicular relacionados a diferentes produtividades de soja

Valor ideal: < 1,0 Mpa

[email protected]

Fancelli (2016)

Valor aceitável: 1,0-1,5 Mpa

[email protected]

Fancelli (2016)

Pro

fun

did

ade

do

so

lo (

cm)

Comprimento radicular (mm/área)

0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00 120,00 140,00

0 a 10cm

10 a 20cm

20 a 40cm

40 a 60 cm

60 a 80 cm

80 a 90 cmDesafio (127 sc/ha)

Comercial (72 sc/ha)

Fazenda Jaguarandy – Ponta Porã/MS

Fonte: Banco de Dados CESB

[email protected]

Fancelli (2016)

TESTEMUNHA ( Controle) GIBERELINA + AUXINA + CITOCININA

63 100

Fancelli et al (2009)

Indução de Raízes

Relação adequada entre Auxina e Citocinina;Presença de Nitrogênio (N) e Fósforo (P);Aeração satisfatória do solo

BIORREGULADORES NO TRATAMENTO DE SEMENTES

E O ESTÍMULO NO CRESCIMENTO DE RAÍZES

[email protected]

Fancelli (2016)

714 kg/ha 886 kg/ha 1050 kg/ha

INFLUÊNCIA DOUSO DE NITROGÊNIO

NA SEMEADURA

Quantidade de raízes (kg/ha) que estariam presentes em 1 hectare provenientes deplantas de soja no V3/V2 (M 5917) – dados extrapolados de experimento realizadoem casa de vegetação, em bandejas com substrato de areia – FANCELLI et al. 2012)

Fancelli et al (2012)

[email protected]

Fancelli (2016) Kramer & Boyer (1995)

- suberizada

+ suberizada

Distância ápice (mm)

Ab

sorç

ão H

2O (

10

-6L

h-1

)

40 120 240

4,0

1,2

4cm

8cm

Faixa de maior taxa de absorção de Nutrientes

IMPORTÂNCIA DO ESTÍMULO CONTÍNUO

DO CRESCIMENTO DE RAÍZES

[email protected]

Fancelli (2016)

A falta de água no solo resulta na restrição

significativa do crescimento do sistema

radicular devido ao aumento da resistência do

solo e da diminuição do potencial de água.

Todavia, a redução da taxa de crescimento de

raízes, nessa condição, é menor que aquela

observada na parte aérea (Marschner, 1993).

Raízes, em geral, em

condição de estresse hídrico,

submetidas a substrato com

baixo grau de impedimento

mecânico (vermiculita)

continuam crescendo, quando

comparado a substratos adensados

(Bukmman & Brady, 1989)

Considerações Relevantes

[email protected]

Fancelli (2016)

CO-INOCULAÇÃO DE SEMENTES DE SOJA

Contribuição doAzospirillum para

o sistema radicularda soja

Ganhos significativos nas taxas de crescimento do sistema radicular da soja podem ser obtidos pela inoculação de

Azospirillum, devido a sua capacidade de sintetizar substâncias promotoras de enraizamento.

[email protected]

Fancelli (2016)O fluxo hídrico pelo xilema depende do fornecimento de fósforo (H2PO4

-), pois a atividade das aquaporinasdepende da fosforilação e desfosforilação

1.538 aH2PO

4-

712 bSO4

2 -

594 bNO3-

Fluxo xilema (µL h-1)

Fancelli (2012) adaptado de Teiz & Zeiger (2004)

[email protected]

Fancelli (2016)

TEMPERATURASALTAS

[email protected]

Fancelli (2016)

Plantas mais tolerantes a temperaturas mais altas apresentam

maior conteúdo de ABA e Citocininas em comparação às

plântulas de genótipos mais sensíveis, as quais

frequentemente evidenciavam anormalidades na estrutura

lamelar dos cloroplastos.

O estresse térmico apresenta maior nível de dano quando for

aliado à baixa velocidade de circulação de ar e/ou elevada

umidade relativa do ar, bem como à baixa concentração

de Osmorreguladores, dificultando a taxa de resfriamento da

planta.

Silício pode amenizar efeito de Temperatura Alta.

Elevada temperatura provoca a diminuição da atividade da

nitrato-redutase (e nitrogenase) acarretando interferência no

processo de assimilação do Nitrogênio por parte da planta,

que pode ser amenizado pelo emprego foliar de Molibdênio

(V4/V6), além de assegurar maior disponibilidade de

Nitrogênio, na forma amoniacal.

(Compilação de vários autores)

PRINCIPAISESTRATÉGIAS DE MITIGAÇÃO

DOS EFETOS DE TEMPERATURAS ALTAS

[email protected]

Fancelli (2016)

TESTEMUNHA ( Controle) GIBERELINA + AUXINA + CITOCININA

63 100

Fancelli et al (2009)

Fancelli (2015)

-P foliar +P foliar

USO DEFÓSFORO FOLIAREM CONDIÇÕES

DE ESTRESSEHÍDRICO

O uso de fósforo foliar (ácido fosfórico), imediatamente após o início e/ou durante a seca, contribui para a

manutenção de taxa fotossintética de manutenção, contribuindo para o aumento da tolerância da planta

ao estresse hídrico, bem como favorecendo sua recuperação (FANCELLI, 2012)

[email protected]

Fancelli (2016) Efeito do uso de biorregulador, com ênfase à citocinina reduzindo significativamente a taxa de abortamento de vagens jovens, em condições de estresse por temperaturas elevadas, templo nublado ou falta de água (Fancelli et al, 2008)

[email protected]

Fancelli (2016)

ESTRESSELUMINOSO

tempo nublado

Novos ArranjosEspaciais

Fancelli (2016) Fancelli (2016)

Fancelli (2016) Fancelli (2016)

Semeadura Cruzada Fila Dupla

Semeadura Adensada Sistema Tradicional

[email protected]

Fancelli (2016)

Aproveitamento da luz,pode ser garantido pela

adoção de novos Arranjos Espaciais fundamentados

na redução de espaçamentoe no aumento criterioso de

população de plantas

Aos 60 DAE a diferença de MSda parte aérea das plantas semeadas

em linha simples e linhas cruzadasera de, aproximadamente, 1 t/ha.

[email protected]

Fancelli (2016)

O aproveitamento da radiação solar (RUE – Uso eficiente da radiação), depende da concentração de Nitrogênio na folha da Soja.

(Esse fato pode ser otimizado pela aplicação foliar do referido nutrientes – R2 e/ou R5.3)

Aproveitamento da luz,em tempo nublado,

depende da concentração de Nitrogênio na Folha

(Sinclair e Horie, 1989)

R8

Redução de Raiz

Redução de Portede Planta

Redução

de Núm.de Flores

Redução de Núm.

de Vagens

Redução do Pesode GrãosRedução

do Núm.de Grãos

Redução da Qualidade

de Grãos ouSementes

[email protected] (2016)

Água

LuzBaixa Recuperação

Período Crítico (água) Período Crítico (Luz)

V9

Estresse (SOJA)Fancelli (2014)

[email protected]

Fancelli (2016)

100,75 sc/ha

Soja Campeã

Vista da Lavoura de soja campeã do Desafio CESB da Região Centro-Oeste – Elton Zanella e Marcos Storch

Fazenda Zanella II

[email protected]

Fancelli (2016)

Caro Produtor

Se você consegue auferir lucro

em sua atividade somente

quando o clima é favorável

e o preço do produto é elevado,

reavalie seus negócios,

pois ele não tem

sustentabilidade

A.L.FANCELLI

Universidade de São Paulo

[email protected]

Grato pela atenção

e Sucesso a todos!