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Pós-Colheita, Armazenagem, Grãos, Sementes, Fumigação, Controle de Pragas, Logística

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Ano XI • nº 57NOVEMBRO / DEZEMBROwww.graosbrasil.com.br

Diretor ExecutivoDomingo Yanucci

Gerente de MarketingMarcos Ricardo da Silva

ColaboradorAntonio Painé Barrientos

MatrizBrasilAv. Juscelino K. de Oliveira, 824Zona 02CEP 87010-440Maringá - Paraná - BrasilTel/Fax: (44) 3031-5467E-mail: [email protected]

SucursalArgentinaRua América, 4656 - (1653)Villa Ballester - Buenos AiresRepública ArgentinaTel/Fax: 54 (11) 4768-2263E-mail: [email protected]

Revista bimestral apoiada pela:F.A.O - Rede Latinoamericana de

Prevenção de Perdas de Alimentos -ABRAPOS

As opiniões contidas nas matériasassinadas, correspondem

aos seus autores.

Conselho EditorialDiretor EditorFlávio Lazzari

Conselho EditorAdriano D. L. AlfonsoAntônio Granado MartinezCarlos CaneppeleCelso FinckDaniel QueirozJamilton P. dos SantosMaria A. Braga CaneppeleMarcia Bittar AtuiMaria Regina SartoriSonia Maria Noemberg LazzariTetuo HaraValdecir Dalpasquale

ProduçãoArte-final, Diagramação e CapaMarcos Ricardo da Silva

Ligue e Assine: (44) 3031-5467

Caros Amigos e Leitores

Esta é a última edição do ano que chega a suas mãos, obrigadopor receber-nos e compartilhar conosco esta nova entrega.

Sem duvidas a continuidade na tarefa de difusão e conscientizaçãoé a chave para que os técnicos e as empresas não percam seu focoem um constante melhoramento.

Apresentamos tecnologias de comprovada eficácia e que estãoeconomicamente ao alcance e pode justificar-se pelos resultadosque geram.

Sabemos dos elevados custos da produção e comercialização degrãos, o que afeta a rentabilidade, por isto o que fica a nosso alcancee otimizar os processos, para diminuir gastos e quebras técnicas.Osarmazéns devem dar o máximo de serviço possível para melhorarseus resultados.

Está em sua etapa final o Livro de Atualização Nº 2 - Aeração eRefrigeração, esperamos apresenta-lo nos próximos meses.

Nesta edição apresentamos interessantes informações sobre con-trole de pragas, comercialização, tecnologia de conservação (dis-tribuidor de grãos), logística, certificação das unidadesarmazenadoras, informatização, silo bolsa, logística e muitos ou-tros assuntos que com certeza ajudarão a enriquecer cada vezmais os conhecimentos daqueles que trabalham com a Pós-co-lheita de grãos e sementes.

Desejamos aproveitar esta ultima edição do ano para agradecerseu permanente apoio, assim como o de numerosas empresas einstituições que nos acompanham.

Desejamos para vocês felizes festas, junto a seus amigos e famíliae que 2013 seja um ano de boas colheitas emtodos os sentidos.

Grãos Brasil, Da Semente ao Consumo está semprejunto a vocês.

Que Deus abençoe suas casas e trabalhos.

Domingo YanucciDiretor Executivo

Consulgran - GranosRevista Grãos Brasil

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FICHA TÉCNICAEditorial

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04 | www.graosbrasil.com.br | Novembro / Dezembro 2012

06 Certificação de unidades armazenadoras: Informatizaçãoda unidade

Setores

Não só de pão...Editorial02 37

09 O uso eficaz do Sistema Silo Bolsa na produçãode sementes

11 Distribuidor: Imprescindível na armazenagem prolongada

13 Instrução Normativa 41 do MAPA sobre Certificação deUnidades Armazenadoras em janeiro de 2013

17 Repelentes não tóxicos de insetos em materiais deempacotamento para a proteção de alimentos

21 Logística deficiente ameaça os resultados da safra recorde

38

FICHA TÉCNICAIndice

Cool Seed News Utilíssimas40

22 Processo de armazenagem pode reduzir vitamina A emprodutos derivados do milho

14 Produçao Agrícola para 2013 - Perspectivas

24 Tratamento Curativo

32 Controle Integrado de Insetos

34 Qualidade de Produtos Armazenados

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GRÃOS BRASIL - DA SEMENTE AO CONSUMO | 05

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Certificação de unidades armazenadoras:Informatização da unidade

Engº Agrônomo Marcos FreitasAgrotis Agroinformática

Auditor Técnico do Sistema Nacional deCertificação de Unidades Armazenadoras

[email protected]

Cenário...Atualmente, a capacidade estática de armazenamento de

grãos no país gira em torno de 142,9 milhões de toneladas.Cerca de 75% dessa capacidade está por conta da iniciativaprivada. Outros 20,5% por conta das cooperativas e 4,5% porconta de órgãos públicos.

Quanto a sua localização, as Unidades deArmazenamentos (U.A's) concentram-se em sua grande maio-ria - cerca de 44% na Zona Urbana. Enquanto que, na ZonaRural este valor fica em 36,5%, e no nível de fazenda, estepercentual não chega aos 14%.

A maioria das U.A's encontram-se próximos as cidades,o que exige uma grande movimentação de grãos oriundosdos campos de produção, ou já estocados nas U.A's locali-zadas nas Zonas Rurais. Estima-se que a perda anual ocor-rida no armazenamento e transporte de produtos como mi-lho, soja, trigo e outros grãos, atinja cifras acima de R$ 2bilhões de Reais.

Problemas comuns a muitas U.A's, é a questão daoperacionalização dos processos de recebimento, classifi-cação e guarda dos produtos agrícolas. A começar por crité-rios para a construção e instalação das unidades. Ainda semcontar a baixa capacidade de armazenamento que o país pos-sui, existem problemas com a falta de modernização dasmáquinas, equipamentos e estruturas, além é claro, da faltade mão de obra capacitada.

Consoante aos problemas relacionados à armazenagem eatendendo os anseios reivindicados pelos segmentos que serelacionam com os prestadores de serviços de armazenagem,idealiza-se um sistema de certificação das unidadesarmazenadoras de produtos agropecuários. Este sistema tempor objetivo nortear a padronização e a modernização dasatividades de guarda e conservação dos produtosagropecuários.

Estima-se que na próxima safra, período 2012/13, aprodução nacional de grãos atinja a casa dos 180milhões de toneladas. Um aumento que podechegar a quase 15 milhões de toneladas secompararmos a safra passada, de pouco mais de165 milhões de toneladas, segundos dados daCompanhia Nacional do Abastecimento (CONAB).

Informatização

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Certificação...O sistema de certificação, criada pela lei nº 9.973, de 29

de maio de 2000, e regulamentada pelo decreto nº 3.855, de 3de julho de 2001, que institui o Sistema Nacional deCertificação de Unidades Armazenadoras, visa a regulamen-tação do setor, e busca a uniformização dos procedimentosoperacionais, estabelecendo as condições técnicas eoperacionais para a qualificação dos armazéns destinadosà guarda e conservação de produtos agropecuários.

O Sistema Nacional de Certificação de UnidadesArmazenadoras foi desenvolvido de acordo com as regras eos procedimentos do Sistema Brasileiro de Certificação - SBC.Sistema esse, instituído pelo Conmetro - Conselho Nacionalde Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial. O orga-nismo de Acreditação do SBC é o Inmetro. O Inmetro acreditaaos Organismos Certificadores de Produtos - OCP's, a condu-ção da certificação de conformidade. A Certificação de Con-formidade é um documento emitido pela OCP, de acordo comas regras de um sistema de certificação e que atesta a quali-dade de um sistema, processo, produto ou serviço. O docu-mento é emitido com base em normas.

"A certificação é obrigatória para as pessoas jurídicas queprestam serviços remunerados de armazenagem de produtosagropecuários."

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Informatização

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Atualmente, e após algumas reconsiderações sobre re-quisitos técnicos a serem adotados e novo escalonamento deimplantação (IN nº 41, de 14 de dezembro de 2010), a Instru-ção Normativa nº 29, de 8 de junho de 2011 do Ministro deEstado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA é aque está valendo. Nela estão aprovados os Requisitos Técni-cos Obrigatórios ou Recomendados para Certificação de Uni-dades Armazenadoras em Ambiente Natural.

Conforme a instrução, as unidades armazenadoras foramdivididas ou enquadradas em função da sua localização e desuas características operacionais em nível fazenda, coletor,intermediário e terminal. Os requisitos técnicos foram clas-sificados como Obrigatório (O) e Recomendados (R), sendoos requisitos obrigatórios subdivididos em (O1), requisitoobrigatório no momento da vistoria da unidade armazenadorapela entidade certificadora; (O2), requisito obrigatório paratodas as unidades armazenadoras cujo início das obras sedeu após a publicação da Instrução Normativa n.º 41/2010,no Diário Oficial da União - DOU em 15/12/2010, pelo MAPA;(O3), requisito obrigatório que deverá ser cumprido no prazode até três anos após a publicação da Instrução Normativan.º 41/2010, no Diário Oficial da União - DOU em 15/12/2010,pelo MAPA; (O4), requisito obrigatório que deverá ser cum-prido no prazo de até cinco anos após a publicação da Ins-trução Normativa n.º 41/2010, no Diário Oficial da União -DOU em 15/12/2010, pelo MAPA.

Para acontecer a certificação, é necessária ainda, a ob-servância das legislações e normas pertinentes à atividade

de armazenamento, além dos requisitos técnicos recomenda-dos ou obrigatórios preconizados na citada instruçãonormativa.

Exigências da Instrução Normativa - Informatização eControles Gerenciais

Um dos requisitos obrigatórios (O1), verificado no mo-mento da vistoria da unidade armazenadora pela entidadecertificadora é a informatização da Unidade. Segundo a ins-trução, o escritório deve possuir um ambiente específico paraarquivo dos documentos e demais materiais de escritório, etambém, deverá possuir, no mínimo, equipamentos de

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FICHA TÉCNICAInformatização

informática que possibilitem a geração de relatóriosatualizados sobre entradas, saídas e saldos de estoques, porproduto e proprietário.

Documentos como os Romaneios ou controles de recep-ção, devem conter informações, no mínimo, sobre a identifi-cação do proprietário da carga e do produto, a pesagem (tarae bruto) e a qualidade do produto apurada no recebimento.

Toda ocorrência operacional relativa aos estoques depo-sitados, desde o seu recebimento até a sua expedição, deveráser registrada de forma auditável, de preferência digitalmen-te, para que seja possível rastrear, por proprietário dos esto-ques, os procedimentos que foram adotados durante o perío-do de armazenamento, de acordo com as orientações do Res-ponsável Técnico. Sejam essas informações, relatórios sobreexpurgos, aeração com data, hora e condições psicrométricas,e relatórios da termometria.

Uso do software Agrotis Armazenagem para ogerenciamento de unidades armazenadoras.

A complexidade dos processos administrados por umaunidade armazenadora de grãos exige um sistema de gestãoespecífico para realizar o controle, integração e acompanha-mento de todas as atividades e serviços, desde a chegada docaminhão no pátio da unidade até a posterior expedição oucomercialização do produto, garantindo toda a segurança econfiabilidade no armazenamento e processamento dos da-dos referentes a tal serviço.

Um eficiente controle dos processos operacionais de umaUnidade Armazenadora garante, não só um diferencial naadministração, como também o cumprimento da nova legis-lação, requerida pala instrução normativa nº 29, de 8 de ju-nho de 2011.

"A informatização da unidade armazenadora é requisitoobrigatório para atender os processos de certificação. E emse tratando de utilidade, é um dos requisitos obrigatóriosque mais vai auxiliar o(s) proprietário(s) das unidadesarmazenadoras a gerenciar suas atividades..."

O software Agrotis Armazenagem possui ferramentas paragerenciar com maior eficiência e segurança a unidadearmazenadora. Os processos de recebimento, romaneios deentradas e saídas, classificação e beneficiamento, tabelas dedescontos e controles de saldos próprios e de terceiros sãoalguns dos processos abordados pelo sistema. O sistema tam-bém realiza o gerenciamento de contratos de depósitos, itemabordado pela legislação pertinente.

Diferenciais para o setor armazenador.A competitividade do setor de armazenagem obriga cada

vez mais os prestadores de serviços deste ramo a obter, comcredibilidade, precisão e rapidez, informações confiáveis paraseus clientes e fornecedores.

Com o nível de controle oferecido pelo software AgrotisArmazenagem, é possível aperfeiçoar as cobranças, atravésdo cadastro de coeficientes para as taxas de serviços de se-cagem, armazenagem, expedição/carga, recepção/descarga,limpeza, expurgo e seguro, todos com opção de fixação dedata de validade, permitindo a cobrança dos serviços presta-dos de forma quinzenal, mensal ou pelo período estocado.Ainda como diferencial, é possível a integração de equipa-mentos eletrônicos de pesagem, medição de umidade, ph eimpurezas.

Benefícios oferecidos pelo software:- Controla processos de recebimento, classificação e

processamento dos produtos recebidos;- Geração de relatórios atualizados sobre entradas, saí-

das e saldos de estoques, por produto e proprietário;- Administração de contratos de depósito, compras/ven-

das a fixar/fixados, trocas e CPR's;- Cálculo de desconto por quebra-técnica;- Controle de serviços de armazenagem, classificação, se-

cagem, expurgo, ensaque, e outros.- Cobranças ou descontos físicos (em grãos) ou financeiros;- Permite o cadastro de várias moedas, equivalência-pro-

duto, com cotações diárias;- Posição física e financeira em tempo real, de todo o esto-

que de grãos, por cliente ou unidade de armazenagem;- Tabelas de descontos de impurezas, umidade, grãos ar-

didos, chochos e quebrados;- Análise financeira em diferentes moedas (cotações), per-

mitindo operações de Barter (trocas);- Transferências de saldos entre clientes;- Integração entre matriz e filiais, totalizando a posição

dos estoques por unidade e por clientes/cooperados.

Referências no setor.Atuando há 22 anos no desenvolvimento de software para

toda a cadeia do agronegócio, a Agrotis Agroinformática pos-sui experiência consolidada na área. Através de uma equipede Engenheiros Agrônomos, Administradores e Analistas deSistemas, a Agrotis mantém parcerias com mais de 2000 milclientes em todo o país.

Cerealistas e Cooperativas nos Estados do RS, PR, SP, MG eMT já utilizam o software Agrotis Armazenagem em seus pro-cessos. Todas partiram de uma necessidade de apuração maisenxuta de seus custos de armazenagem e aumento da eficiên-cia nas cobranças por serviços realizados para terceiros.Adicionaram mais profissionalismo nos procedimentosoperacionais da unidade e criaram dessa forma, maiorcredibilidade perante aos seus clientes.

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GRÃOS BRASIL - DA SEMENTE AO CONSUMO | 09

FICHA TÉCNICAPós-Colheita de PrecisãoSilo Bolsa

Hector Daniel MalinarichDepto de Eng. Agr. da Universidade Federal de Viçosa

[email protected]

O SILO BOLSA é inestimável como ferramenta para segre-gar os grãos na hora da colheita. Nas próprias áreas de pro-dução, permite o crescimento das empresas de sementes semcomplicar a gestão no local de recepção e organiza muitomelhor o trabalho de seleção de material que é enviado paraa embalagem final.

A produção de sementes requer muito cuidado para obterum produto que atenda às necessidades do mercado. Desde oinício da colheita, o monitoramento deve ser seguido comrigor para controlar as pragas e doenças e evitar, tanto quan-to possível, qualquer stress que possa comprometer a viabi-lidade dos grãos produzidos.

Os grãos são muito sensíveis a problemas climáticos ebióticos, refletindo na energia do embrião da semente produ-zida. Mas depois de ter alcançado o objetivo inicial de pro-duzir uma semente com maior potencial para gerar uma plantavigorosa, deve-se trabalhar para manter esse potencial du-rante o armazenamento e processamento de estágio até ahora de novas plantações para manter suas melhores carac-terísticas.

O sistema de armazenamento em Silo Bolsa permite man-ter isolados lotes individuais, realizar controles de qualida-de antes da embalagem além de permitir a entrada organiza-da de cultivos iguais, independentemente da procedência,evitando perda de tempo e de recursos.

Para as sementes comerciais, este processo é mais com-plexo porque ele acrescenta o fato de ter vários cultivos quecriam uma complicação, o dever de preservar a identidadedos lotes a fim de se identificar e evitar a mistura de varieda-des, bem como evitar a mistura de lotes de alta qualidadecom outros que comprometam o produto final. Tudo isto deveser feito no turbilhão da cultura, na confluência dos lotes de

O SILO BOLSA é inestimável como ferramenta parasegregar os grãos na hora da colheita. Nas própriasáreas de produção, permite o crescimento dasempresas de sementes sem complicar a gestão nolocal de recepção e organiza muito melhor otrabalho de seleção de material que é enviado paraa embalagem final.

O uso eficaz do Sistema Silo Bolsana produção de sementesIpesaSilo na Produção de sementes

plantio de diferentes origens.Aumento dos custos que gera o sobredimensionamento

da estrutura para atingir estes objetivos são a principal pre-ocupação e um dos grandes obstáculos para a hora de tentaraumentar os volumes de processamento e, consequentemente,aumentar o tamanho da empresa. Tudo isto é agravado, espe-cialmente, no caso da soja, que não aceita atrasos na colhei-ta, como uma chuva inesperada, a incidência de doenças defim de ciclo, a deiscência das vagens causa grandes perdasde volume e de qualidade. Isso concentra a colheita parapoucos dias e requer grandes quantidades de recursos parao transporte e recepção.

O medo de técnicas desconhecidas e o risco de compro-meter com o seu uso uma trajetória obtida com anos de tra-balho fez, inicialmente, os responsáveis técnicos e oscultivadores de sementes desconfiarem de seu uso. Porém,depois dos estudos realizados pelo Dr. Juan Carlos Rodrigues

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Silo Bolsa

e sua equipe no INTA Balcarce, a partir de 2001, foram dissi-pando medos e colocando a tecnologia na forma e no mo-mento certo para executá-lo.

Visto assim, os dois maiores produtores de sementes dooeste baiano começaram no ano de 2008, a entregar paraseus produtores associados, silo bolsas para que ensacassema sua produção por um período curto. Permitindo assim, fa-zer a análise de qualidade do grão colhido e organizando aentrada dos cultivos, minimizando os riscos de misturas decultivos de grãos de qualidade ou de renda insuficiente paraser vendida como semente.

O primeiro fato que compreenderam é que o SILO BOLSA,no caso de produção de sementes, não é uma ferramenta dearmazenamento, mas um instrumento de seleção.

Materiais sem qualidade de germinação sãocomercializados como grãos comuns, de consumo, quando e

como o produtor preferir.Desta forma, cada lote permanece no SILO BOLSA por um

período médio de menos de um mês, quando enviam cami-nhões para retirar e fazer a entrada na unidade deprocessamento. Isso maximiza a utilização da infraestruturade classificação, permitindo aumentar significativamente acapacidade operacional.

Algo semelhante ocorre com as empresas de industriali-zação de arroz, que geralmente são os fornecedores de se-mentes aos produtores no nordeste do Uruguai, principal-mente na área da Rocha.

Já na Argentina, tanto para soja como para trigo, é reali-zada uma operação similar em todas as regiões produtivas e,no caso de espécies destinadas à forragem, como aveia, quan-do a demanda supera a oferta, recorre-se em algumas áreaspara as sementes armazenadas em silos para suprir as queestão faltando.

A técnica de armazenamento de grãos em sacos plásticos,uma das mais bem sucedidas e difundidas na última década,não só no MERCOSUL, mas em lugares tão diversos como Aus-trália e Ucrânia, Canadá, África do Sul e Sudão, tem grandeflexibilidade de utilização, o que lhe permite adaptar-se àsnecessidades dos produtores, e armazéns industriais pararesolver alguns problemas que surgem na complexa cadeiade processos que cada um destes grupos apresenta. Os pro-dutores de sementes encontraram com o SILO BOLSA uma fer-ramenta que lhes permite tornar mais eficiente e menosestressante uma etapa fundamental no seu processo de pro-dução.

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Prevenção de AcidentesDistribuidor de Grãos

Distribuidor: Imprescindível naarmazenagem prolongadaNós que penteamos os cabelos brancosjá sabemos que quase 90% dosdeteriores nos armazéns se dãoabaixo do ponto de carga.

Pelo conhecido fenômeno de segregação que leva a que amatéria estranha, material pesado, terra, etc., se acumulemdebaixo do ponto de carga do depósito e o material maisleviano fica na periferia deste ponto. Não é estranho ter 2 a 4pontos de diferença entre o peso hectolítrico do centro e daslaterais de um silo.

Este fenômeno é universal e acontece por mais limpo queesteja o grão. Ao produzir-se a segregação, a coluna debaixodo ponto de carga tende a esquentar, por sua própria nature-za inicial e por ser normalmente maior a distancia que devepassar a aeração, isto leva a problemas sérios no caso quenão se detecte a tempo.

O esquentamento do coração do silo faz que a aeraçãonão seja eficiente, somando horas de aeração sem resultado

Eng. Domingo YanucciEng. Domingo Yanucci.

Consulgran - Revista Grãos [email protected]

(044) - 3031-5467

para a região perigosa, que causa quebras técnicas no restoda mercadoria. Muitas vezes ao estar o armazém completo,não da para trasilar, às vezes o trasile sobre si mesmo nãoresolve todo o problema.

Por isto na maioria dos países se opta por usar distribui-dores, máquinas mais ou menos simples que evitam a con-centração do material perigoso. Sempre comento que em mi-nha primeira viajem aos EUA, não encontrei um só silo, dosmuitos que visitei em 8 estados, sem distribuidor. Claro estáque me seguiu chamando a atenção que em nossa região ain-da seja uma raridade. Seria motivo de uma profunda analiseestudar as razões que levam a que algo tão útil, econômico econveniente como um distribuidor não seja exigido quandose pensa em um depósito de grãos. Existem distintos tipos de

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Distribuidor de Grãos

Ter em conta a relação entre a distanciado grão mais curta e mais cumprida que deve

atravessar o ar

distribuidores. Com motor e bandeja, condutos múltiplos,cone rotativo, bandeja rotativa, etc.

Sobre tudo no caso de mercadoria que deve ficar muitotempo armazenado, sem movimentar-se, se recomenda estetipo de equipamentos.

Recomendações de instalação do cone distribuidorO cone deve ser instalado abaixo do ponto de carga do

silo (dentro do silo), a 30 cm de distancia da boca do duto debaixada.

Deve-se cuidar que a veia de grão passe sobre o centro docone, de maneira que permita uma distribuição uniforme damercadoria. Desta forma o grão faz que o cone gire sobre ummesmo ponto e não oscile (balance).

O cone distribuidor possui uma borboleta superior poronde se passam os cabos de aço que o prende ao teto. Ostetos normais o que suportam cabos de termometria, supor-tarão o cone sem problemas.

O distribuidor é instalado e se deixa sempre colocado. Sóse faz o trabalho de colocação uma vez. Pode-se aproveitarquando o silo esta cheio para entrar e pendura-lo devida-mente. Devem-se ter todos os cuidados normais de ingressoaos silos. Nunca realizar o trabalho sozinho, sempre deve teralguém fora do silo e contar com os materiais necessáriospara executar o trabalho.

Com os elementos necessários se instala em poucos mi-nutos. Uma vez disposto ver como o grão incide no cone e seesta girando convenientemente e distribuindo a mercadoria.

A - Caminho mais curtoB - Caminho mais longo

X = BA

Material Pesado

Material Leve

Segregação

Distribuidor de tipo coneVista lateral

Distribuidor de tipo coneVista superior

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Certificação

Brasil inicia aplicação da Instrução Normativa41 do MAPA sobre Certificação de UnidadesArmazenadoras em janeiro de 2013Nova legislação deve melhorar aqualidade dos alimentos e zelar pelacompetitividade do país no mercadoexterno de grãos

No início de 2012, o Brasil deu início a uma nova e impor-tante etapa para melhorar o controle de qualidade dos grãosarmazenados. Entrou em vigor a Instrução Normativa 41 doMAPA sobre Certificação de Unidades Armazenadoras, combase na Lei da Armazenagem 9.973, que tornou obrigatória acertificação de unidades armazenadoras de grãos. A IN 41estabeleceu que, no primeiro ano, 15% da capacidade insta-lada das empresas armazenadoras estivessem certificadas.

A partir de 2013, o Ministério da Agricultura, Pecuária eAbastecimento inicia o processo de fiscalização para acom-panhar a aplicação da legislação. "Estamos investindo naformação profissional de nossos fiscais a fim de zelar pelocumprimento da legislação", destaca Carlos Alberto NunesBatista, Secretário-Executivo da Comissão Técnica Consulti-va do Sistema Nacional de Certificação de UnidadesArmazenadoras.

A expectativa é que esta legislação dê um passo significa-tivo em termos de qualidade do alimento que vai para o con-sumidor, além de assegurar a competividade brasileira tantono mercado interno como externo. "Em termos de país, umprograma forte de certificação sinaliza seriedade para os com-pradores de grãos e não deixa margem para que se coloque emdúvida a qualidade do alimento produzido", explica IrineuLorini, pesquisador da Embrapa Soja na área de controle dequalidade de grãos armazenados e presidente da Abrapos(Associação Brasileira de Pós-Colheita).

Para que a exigência da certificação seja cumprida, fis-cais federais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abas-tecimento, participaram de um treinamento sobre o SistemaNacional de Certificação de Unidades Armazenadoras, reali-zado na Embrapa Soja, em Londrina, PR, de 19 a 23 de novem-

Assessoria de Imprensa - Embrapa SojaRedação: Carina Rufino(MTB3914/PR),com colaboração de Beatriz Bevilaqua

[email protected]

bro. O evento foi organizado pela Secretaria de Desenvolvi-mento Agropecuário e Cooperativismo e executado pela Co-ordenação-Geral de Infraestrutura Rural e Logística da Pro-dução (CGLOG/DIEL), ambas do Ministério da Agricultura,Pecuária e Abastecimento.

Para o fiscal federal agropecuário, Nelson Guedes, o trei-namento foi bastante importante para a sua capacitaçãoprofissional. "Só assim podemos avançar nas questões desegurança alimentar e modernização do segmento", explica.Inês Tutida destacou que o treinamento permitiu aprofundaro conhecimento da norma. "Tivemos a oportunidade de escla-recer algumas dúvidas", explica. Para Elisangela PintoFigueiredo, que também participou do treinamento, apesarde a norma ser recente, representa um ganho para a socie-dade. "Ainda é tudo muito recente. Esperamos a melhoria doalimento para o consumidor dentro de alguns anos", comple-ta.

"A nova legislação vem sendo bem acolhida pelo setor. Asempresas estão acelerando a certificação para não ficarem nailegalidade", explica Lorini. O controle de pragas de armaze-nagem é essencial para a produção de alimentos sem conta-minação por insetos. A presença de insetos em silos podemodificar a cor, o cheiro e o sabor dos grãos e os insetostambém podem degradar proteínas. "Por isso, os programasde controle de qualidade são tão importantes para o país",salienta o pesquisador Marcelo Álvares de Oliveira, pesqui-sador da Embrapa Soja na área de qualidade e certificaçãode produtos.

Informações para contato no Ministério da Agricultura:Carlos Alberto Nunes Batista

Departamento de Infraestrutura, Logística e ParceriasInstitucionais - DIEL/SDC - Esplanada dos Ministérios, Bloco

"D", (Anexo B) - Brasília - [email protected]

(61) 3218.2376 - 3218.2836

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Mercado

Produçao Agrícola para 2013 - Perspectivas"Lança o teu pão sobre as águas,e depois de muitos dias o acharás" (Eclesiastes 11:1)

Essa frase consta da Bíblia Sagrada, e foi escrita pelosábio Salomão há mais de 2 mil anos.

O que Salomão quis dizer com essa frase?Na verdade, a história conta que o Rio Nilo, desde os tem-

pos remotos da história tem seus períodos de cheia, e nessaépoca ele inunda boa parte do solo ribeirinho.

Para entender melhor, vamos transcrever um pouco dahistória do Rio Nilo:

As nascentes do rio ficam no limite onde hoje é a Uganda,Etiópia, Sudão e deságua no Mar Mediterrâneo. As estaçõesdos anos eram determinadas pelas cheias, sendo elas:- 1ª Estação: inundação - ocorria de julho a outubro.- 2ª Estação: cultivo da terra - ocorria de novembro a fevereiro.- 3ª Estação: colheita - ocorria de março a junho.

Todos os anos, entre os meses de julho a outubro os egíp-cios aguardavam as cheias e o húmus acumulado no leitofertilizava a terra garantindo a prática agrícola.

A grande preocupação da população nesses meses eracom as enchentes acima de 8 metros cuja vazão era maisdemorada, impedindo o preparo da terra para semeadura.

Para aproveitar as águas do Nilo foram construídos di-ques, reservatórios e canais de irrigação. O Lago de Méris,reservatório construído no Baixo Egito, é um exemplo dessetrabalho, que durante os períodos de estiagem abasteciam asterras localizadas ao norte do território.

As águas do Nilo, além de favorecer a agricultura, tam-bém eram utilizadas para beber, pescar e como meio de trans-porte de pessoas e mercadorias.

Muito bem. Nós aqui no Brasil e na América do Sul, nãotemos esse tipo de técnica para controlar o plantio de produ-tos agrícolas, mas temos um regime de chuvas teoricamentenormal para as principais áreas de produção com o CentroOeste (chuvas regulares), a Região Sul (chuvas irregularescom mais frequência) e as demais regiões que entra ano e saiano e sempre tem uma nova surpresa.

Neste ciclo de safra 2012/2013, a despeito de algumasáreas isoladas terem registrado um menor índice de precipi-

Osvaldo J. PedreiroNovo Horizonte Assessoria

[email protected]

tação pluviométrico que resultou em atrasos de plantio,replantio em algumas áreas; por outro lado tivemos excessode chuvas, déficit hídrico em outras, mas de uma maneirageral ainda estamos vivenciando um clima se não excelente,pelo menos favorável a resultados talvez até recordes emcomparação com anos anteriores.

A tradição do mercado diz que "a chuva produz grãos" (emInglês: "rain makes grain"), por isso a gente costuma dizer queo mercado sobe e desce em função do clima no mundo.

Quem é produtor sabe que precisa da chuva para semear,precisa da umidade para o desenvolvimento das plantas, e pre-cisa de um bom e generoso volume hídrico para obter bons re-sultados de produtividade seja para milho, seja para soja outrigo ou para ter uma boa pastagem para engordar o seu gado!...

DADOS ESTATÍSTICOS - O VAI E VEM DOS PREÇOSNeste ano de 2012 tivemos uma série de fatores que con-

tribuíram para os altos e baixos do mercado.- SOJA: Começamos 2012 com perspectiva de recorde de

produção, mas com os problemas climáticos surgidos ao longodos dias tivemos uma queda de produção que a cada relató-rio se via com tristeza a safra se deteriorando e os preçosatingindo níveis jamais alcançados nos últimos 30 anos.

Vimos as previsões se reduzirem em 9 milhões de tonela-das, um desespero das indústrias em busca de receberem osvolumes comprados e já compromissados, e o mercado acada dia registrando recordes de preços; passamos deR$40,00 a saca no interior do MT para R$75,00 em menos de3 meses, e atingimos a cifra de R$80,00 a saca em meados dejulho/agosto de 2012.

Para maior desespero a safra Norte Americana tambémsofria severo revés na sua produtividade em consequência daterrível seca que assolou o país num recorde de mais de 30anos que não acontecia tamanha catástrofe, e a produção de-les recuou de 90 milhões para 72 milhões de toneladas confor-me relatório do USDA anunciado no inicio de Novembro.

Com tantas notícias ruins vimos a Bolsa de Chicago atin-gir US$17,60 por bushel na cotação da soja, e os preços aquino Brasil baterem próximos de R$100,00 a saca base Portode Paranaguá!...

Nesse período - entre agosto de setembro deste ano -, asafra 2013 brasileira chegou a ser negociada a R$66,00 nointerior do Paraná para entrega em Fevereiro/2013, e no por-

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Mercado

to foi negociada a R$78,00 a saca!...Terminada a colheita Norte Americana, em Novembro ti-

vemos a correção final nos números de produção para 73milhões de toneladas na soja, e ao mesmo tempo as primei-ras estimativas de produção brasileira para 2013 indicandoalgo acima de 80 milhões de toneladas - mais um recorde deprodução!...

A partir desses relatórios as cotações na Bolsa de Chicagoentraram em queda constante, descendo de US$17,50 paraUS$14,50 o bushel e ainda segue pressionado com o desenvolvi-mento satisfatório da safra 2012/13 em toda a América do Sul,demonstrando que a pressão por falta de produto já foi supera-da e a expectativa é de que não teremos problemas de abasteci-mento daqui pra frente praticamente no mundo inteiro.

Os preços negociados durante Novembro de 2012, para en-trega entre Março e Maio de 2013 passaram a ser cotados entreR$57 e R$60 no interior, e nos Portos entre R$62 e R$66 a saca.

Para ajudar ainda mais - pensando do lado positivo e debons resultados para o bolso popular - as primeiras previ-sões de produção de soja nos EUA devem atingir entre 92 e 94milhões de toneladas para 2013!...

Chuvas boas estão previstas para todas as áreas produti-vas, tanto no Hemisfério Norte quanto no Hemisfério Sul, e amenos que tenhamos alguma surpresa pelo caminho, espera-se que tenhamos SAFRA CHEIA E ABUNDANTE, com preçosmais razoáveis para todos e felicidade geral das bocas fa-mintas do povo que habita este planeta!

Veja a seguir o gráfico de soja de Março/2013 na CBOT:

Fonte: CMEGROUP

MILHO: Há dois pontos importantes a serem analisados:- Primeiro, a quebra de produção da safra norte america-

na, que sofreu terrivelmente com a seca que assolou os EUA ereduziu a safra de milho, de 370 milhões de toneladas para273 milhões de toneladas, e que provocou impressionantesaltas nas cotações de milho, de soja e de trigo na Bolsa deChicago, sendo que as cotações de milho se aproximaram dorecorde de US$8,00 por bushel!...

- Segundo, a super safra brasileira (somando-se a safrade verão e a "safrinha" que, como dissemos na reportagem daedição anterior da Revista Grãos Brasil, é covardia chamarde "safrinha"...) superando em toneladas o tamanho da safrade soja brasileira: segundo o relatório de Novembro daCONAB, a produção brasileira de milho nesta safra 2011/2012 deve se confirmar em 72,981 milhões de toneladas.

Os produtores brasileiros tiveram um ganho extraordiná-rio na venda de milho por conta da quebra de safra norteamericana, tendo o Brasil assumido boa parte da demandainternacional e batendo recordes de exportação de milho aníveis de 19 milhões de toneladas previstas para embarquesaté fevereiro/2013 ainda conforme relatório da CONAB.

Com essa explosão nas exportações, os preços internosdo milho superaram a melhor das expectativas, tendo sidonegociado em Novembro a R$32,50 e a R$36,00 no interior doParaná e em Paranaguá respectivamente, e no Mato Grossovariando de R$18 a R$26,00 a saca - valores nunca antesatingido nessas regiões!...

A seguir, o gráfico de milho Dezembro/2012 na CBOT:

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Mercado

Fonte: CMEGROUP

PERSPECTIVAS PARA 2013Levando-se em consideração esses dados, pode-se ante-

cipar que os preços não devem recuar até que a safra demilho de verão para 2012/2013 seja conhecida - e tudo leva acrer que haverá efetiva redução de área plantada de milhoem favor da soja que apresentou ganhos insuperáveis nestatemporada!...

Há de se considerar, ainda, que a safra de verão que estásendo plantada no Brasil deve registrar novos recordes deprodução de soja - a previsão mais pessimista fala em 79milhões de toneladas - podendo chegar a 83 milhões se oclima favorecer com está favorecendo até este momento!...

Em relação à produção de milho, mesmo havendo redu-

ção de área no plantio de verão ainda teremos uma produçãoestimada em 72 milhões de toneladas - bem próximo ao totalregistrado para a temporada que estamos vivenciando.

Outro fator muito importante a ser considerado: se tudocorrer bem, os norte americanos podem produzir entre 90 e94 milhões de toneladas de soja e próximo de 370 milhões detoneladas de milho para a safra de 2013 (conforme previsãodo USDA de Novembro/2012).

Assim, não se pode dizer que o ano vai ser ruim de preçospara o produtor, mas é melhor se prevenir pois os altos pre-ços para soja e milho podem ter sido já atingidos e muitacoisa ruim haverá que acontecer para novos recordes de pre-ços em todo o mundo!...

Melhor ficar atento ao clima mundial, e ao panoramasócio-econômico especialmente da Zona do Euro que conti-nua com sérios problemas de liquidez e ajustes fiscais paraque tenhamos bons ventos no ano de 2013.

DESEJAMOS UM FELIZ NATAL A TODOS, E QUE 2013 SEJAREPLETO DE BOAS ATITUDES DO HOMEM PARA QUE DEUS

POSSA DERRAMAR AS BENÇÃOS QUE ELE TEM RESERVADO ATODOS OS QUE NELE CONFIAM!...

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Controle de Pragas

Repelentes não tóxicos de insetos emmateriais de empacotamento paraa proteção de alimentosA qualidade e a salubridade dosprodutos agrícolas duráveis brutos eprocessados se devem manter desde omomento em que se empacotam atéque chegam ao consumidore se consomem Shlomo Navarro

Food Technology International Consultancy Ltd., Israele-mail: [email protected]

Simcha FinkelmanFood Technology International Consultancy Ltd., Israel

Isto se logra mediante o uso de diferentes tipos de paco-tes com propósitos de fazê-los mais atrativos para a promo-ção de sua venda e, sobre tudo, para fornecer uma barreirafísica contra influencias externas prejudiciais, como são aspragas.

O controle de pragas (insetos) de produtos alimentíciosduradouros depende em grande parte da higiene, a um alcan-ce limitado no uso de fumigantes nas matérias primas e nosmeios físicos depois que se processam. A aplicação de umnúmero limitado e seletivo de inseticida de contato para tra-tamento de superfícies está permitida nas fabricasprocessadoras de alimentos, mas seu uso diretamente no ali-mento processado não está permitido devido a sua toxicidade.Por este motivo a possibilidade de infestação e contamina-ção da mercadoria por insetos nas etapas de pós-fabricaçãoé um problema importante.

Um grande inconveniente dos materiais deempacotamento é que as pragas podem penetrar neles(Navarro et al, 1998;. Riudavets et al, 2007a;. 2007b;.

Athanassiou et al, 2011). O grau de infestação de pragas dosalimentos empacotados depende das espécies de pragas queparticipam, o tempo de exposição à invasão de pragas e ascondições ambientais imperantes.

O uso de produtos não tóxicos, extratos crus de neem ou acúrcuma, capazes de repelir insetos, para proteger os produ-tos alimentícios empacotados de pragas, se propôs e se con-cedeu uma patente (Navarro et al., 1998). Este enfoque foidesenvolvido na base da hipótese de que muitos vegetais pro-duzem produtos químicos que as protegem contra os insetose os extratos destas plantas podem afetar o metabolismo deoutras espécies de insetos que não são as que atacam direta-mente a planta da qual derivam os químicos. A pesquisa desubstancias de origem natural é um enfoque importante parao desenvolvimento de um balanço ambiental.

É uma antiga prática na Índia rural misturar folhas secasde neem e cúrcuma em pé com o grão armazenado, assimtambém as usam entre a roupa para manter longe os insetos(Jotwani e Srivastava, 1984;. Jilani et al, 1988, Koul, 1992).

Azadiractina, extratos alcoólicos e aquosos de sementesde neem e as formulações enriquecidas não têm, de acordocom todas as provas realizadas ate o momento, toxicidade

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Controle de Pragas

oral ou dérmica para os mamíferos. As flores e as folias deneem são ingeridas como um vegetal na Ásia (Índia, Birmânia,Tailândia) (Schmutterer, 1988). Na prática tradicional, as fo-lias de neem se misturam com o grão guardado e se armaze-nam por 3 a 6 meses (Anónimo, 1992).

A cúrcuma, Curcuma longa L., e uma erva tropical da famí-lia endêmica Zingiberaceae do sul de Ásia. O pó aromático decor amarela e seus rizomas maduros se utilizaram nos paísesde Ásia por muitos séculos como um corante vegetal para assedas e tecidos de algodão. Ainda são utilizados em alimen-tos como condimento, especialmente como um ingredienteessencial do curry em pó, na medicina como estomacal, la-xante e na cura para enfermidades do fígado e também comoum repelente de uma formiga na Índia (Su et al., 1982). Jilaniet al., (1988) afirmou que o óleo da cúrcuma não só repeleTribolium castaneum (Herbst.), também interfere com sua re-produção e desenvolvimento normais.

O presente trabalho se realizou para avaliar assubstancias ativas dos extratos de Rizomas C. longa para de-senvolver melhores materiais de empacotamento de alimen-tos que sejam repelentes de insetos e posam prevenir a pene-tração de insetos dentro dos pacotes. As substancias repe-lentes de insetos que foram desenvolvidas não são tóxicaspara os seres humanos, são compatíveis ambientalmente eadequadas para proteger os alimentos e similares dainfestação por insetos. A identificação das substancias ati-vas tem levado ao registro de varias patentes abaixo a marcacomercial de Biopack.

Materiais e MétodosInsetos Rhyzopertha dominica F. T. castaneum.

Prova de RepelênciaO bioensaio de repelência se desenhou para provar a efi-

cácia na prevenção que os insetos se movimentam sobre umpapel tratado com óleo de cúrcuma ou outros compostos bio-logicamente ativos ou misturas. (Fig. 1).

Figura 1: Adultos de T. Castaneum concentrados na área nãotratada na prova de repelência.

Prova de Penetração

Figura 2: Dispositivo usado na prova de penetração.De cima para abaixo se lê: Célula superior - Malha de arame- Disco de película - Célula inferior

Resultados e Discussão

Interpretação dos Resultados: A prova de repelência é umaprova direta da capacidade da amostra analisada para repe-lir os insetos, os outros dois bioensaios revelarão um efeitocombinado dos componentes antialimentação e os compo-nentes de repelência sobre os insetos.

A prova "escolha" indica os efeitos combinados de amboscomponentes antialimentação e repelente para evitar a per-furação. Difere da prova "não escolha" onde os componentesrepelentes melhoraram a perfuração e os componentesantialimentação evitaram a perfuração.

A partir dos dados dos três bioensaios se pode extrair aconclusão em quanto ao efeito antialimentação de a prova.

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Controle de Pragas

Figura 3: Perfurações de penetração feitos por adultos deRyzopertha Dominica na área não tratada da prova "escolha"para penetração.

Por exemplo, na prova "escolha", no caso que os insetos nãoperfurem a parte do papel impregnada, e só perfurem a partenão tratada e os resultados de repelência mostrarão que aamostra avaliada tinha baixa eficácia como repelente, seconcluiu que a amostra continha componentesantialimentação.

Quando a amostra teve uma alta repelência, a prova de"escolha" mostrou uma alta eficácia inclusa na presença debaixo efeito antialimentação. Em tal caso, a prova "não esco-lha" daria um resultado de eficácia negativa. Esta eficácianegativa pode reduzir-se só quando componentesantialimentação estavam presentes na prova. Quando o efei-to de antialimentação foi maior que a repelência, se obteveum valor positivo em eficácia.

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Controle de Pragas

As provas de penetração de insetosem películas de embalagens

A literatura descreve uma serie de métodos ideados paradeterminar a penetração de insetos. Navarro et al., (1998)desenvolveu um método confiável e simples, de menor custoque os que utilizam perfis metálicos. O dispositivo de prova(Fig. 2) foi o mesmo que na prova de "não escolha" anterior,com a película de empacotamento a avaliar-se substituindoo papel, e se permitiu a avaliação do material depois de tem-pos de exposição extremadamente curtos.

ConclusãoNavarro et al., (2010) demonstraram nas provas que os

óleos essenciais de cúrcuma e varias frações de óleo decúrcuma tem efeitos de repelência e antialimentação sobreinsetos de armazenamento. O resíduo sólido do óleo-resinade cúrcuma tem um forte efeito antialimentação. Também sedemonstrou que a atividade integrada apresentada por vári-os compostos e responsáveis pela elevada atividade do óleoessencial e suas frações como repelente e antialimentação.O óleo-resina de cúrcuma e seus componentes proporcionamum sistema versátil com variados componentes para inte-grar-se e ser compatível com os materiais de empacotamentode alimentos, e como resultado conduzir a os materiais deempacotamento a serem mais eficazes e impermeáveis con-tra diversas pragas.

Como resultado de diversas fontes de rizoma e métodosde extração, existe uma grande variação em a composição de

os óleos essenciais comerciais de cúrcuma e óleo-resina.Deve considerar-se que cada lote comercial de óleo-resi-

na de cúrcuma, óleo essencial, TOSR ou fração de óleo para aprodução de material de empacotamento impermeável a pra-gas deve ser cuidadosamente e exaustivamente revisado porsua atividade biológica e sua composição química.

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Logística deficiente ameaça osresultados da safra recordeEspecialistas apontam necessidade de medidas emergenciaispara escoar produção

Luiz Silveira e Ronaldo LuizSou Agro

O déficit de infraestrutura logística no Brasil é um velhoconhecido de governos e empresas, mas a safra recorde quedeve ser colhida em 2013 está impondo preocupações comos gargalos de curtíssimo prazo. Os executivos e empresári-os do agro alertam para a necessidade de medidasemergenciais para utilizar ao máximo a capacidade de es-coamento das estradas, hidrovias, rodovias e portos.

O Ministério dos Transportes já está trabalhando comentidades do setor para realizar uma operação emergencialde escoamento de milho do Centro-Oeste para o Nordeste,segundo o coordenador geral de planejamento da Secreta-ria Nacional de Política de Transporte do ministério, LuizRibeiro.

O volume, no entanto, ainda é pequeno. "A CompanhiaNacional de Abastecimento (Conab) vai fazer uma consultapública para escolher um operador logístico para remover 100mil toneladas de milho", detalhou Ribeiro na quarta-feira(28), ao participar de um fórum organizado em São Paulopela Associação Brasileira das Indústrias de Óleo Vegetal(Abiove) e pela Associação Brasileira de Agribusiness (Abag).

A questão de longo prazo é que a produção agrícola cres-ce mais rápido do que a infraestrutura logística. Entre 2009e 2013, em apenas quatro safras, a produção anual de grãosdeve saltar 32%, de 135,4 milhões de toneladas para 178,9milhões.

Mas em 2013, o problema de escassez de transporte deveser agravado pela falta de caminhões e caminhoneiros, aler-ta o diretor de logística da trading Noble Brasil, RicardoNascimbeni, que é membro do comitê de logística da Abiove."Só o crescimento da safra demandaria 20 mil caminhões amais, mas o que vimos é o licenciamento de pesados e semi-pesados novos cair 30% em 2012", alerta ele.

Já é rotina ver, no pico da safra, montanhas de grãosarmazenadas a céu aberto e filas de caminhões nos portos.

Logística

Mas os representantes do setor demonstram mais preocu-pação com o ano de 2013. "Em 2012 tivemos uma situaçãoinusitada, na qual as colheitas de açúcar e de soja atrasaram,diluindo o transporte e mascarando nossos problemaslogísticos", recorda o presidente da Abag, Luiz Carlos CorrêaCarvalho. "Nos 20 anos em que estou nesse negócio, 2013está despontando como o pior na logística", completaNascimbeni.

Lei do descanso dos caminhoneirosAlém disso, transportadores, caminhoneiros autônomos

e contratantes de frete assinalaram no fórum a necessidadede se flexibilizar a aplicação da nova lei dos caminhonei-ros, que exige novas paradas temporárias, períodos míni-mos de descanso e jornadas máximas ao volante. "Se nãohouver ajustes na lei, haverá êxodo de caminhoneiros e o cus-to do frete vai aumentar de 35% a 70%", diz o presidente doMovimento União Brasil Caminhoneiro, Nélio Botelho.

"Se não ocorrerem mudanças na lei, a pressão por custosno transporte aumentará, o que poderá se refletir no preçodos alimentos, por exemplo", Carvalho.

A aplicação da lei foi adiada por seis meses, até marçode 2013, mas Botelho não acredita que as empresas, os mo-toristas e as estradas terão se adaptado a tempo. "Defende-mos a redução das horas ininterruptas de descanso de 11 paraoito, e que o ponto de parada fique a cargo do motorista,porque falta de pontos de parada nas rodovias é um proble-ma que não se resolve em menos de oito anos", afirma orepresentante da categoria.

Soluções emergenciaisPara minimizar os prejuízos que a deficiência de trans-

portes deve gerar em 2013, Nascimbeni defende, além daflexibilização da nova lei, um plano emergencial de utiliza-ção máxima da capacidade logística do País. Dentre as me-didas, ele cita como exemplo a criação de um regime especi-al de tributação para as operações de transporte intermodal,nas quais a carga passa de um meio de transporte paraoutro. "Essas operações têm uma complexidade tributária quepode ser rapidamente resolvida, no caminho de se ter certezade que todo o transporte existente seja disponibilizado", de-fende.

Diante da falta de caminhões e da pequena malha ferrovi-ária e hidroviária do País, o executivo da Noble defende aindaque o governo prorrogue a redução das taxas de juros para acompra de caminhões novos no Programa de Sustentação doInvestimento (PSI), que está em 2,5% até o fim do ano.

A Abag e a Abiove decidiram enviar uma carta à CasaCivil da Presidência da República solicitando medidasemergenciais para o escoamento da safra recorde. Outrasentidades presentes no fórum também poderão sersignatárias.

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Qualidade

Reduções significativas de carotenóides precursores dapró-vitamina A foram verificadas durante o armazenamentode derivados de milho em condições reais de comércio devenda a varejo, ou seja, nas prateleiras de supermercados,onde o consumidor final adquire esses produtos.

Essa foi a principal conclusão da cientista de alimentosMaria Cristina Dias Paes, da Embrapa Milho e Sorgo (SeteLagoas-MG), apresentada durante o simpósio “QualidadeNutricional”, realizado durante o quinto dia da IV Reunião deBiofortificação no Brasil, que aconteceu em Teresina-PI.

Estudos foram realizados pela equipe da cientista du-rante oito períodos de armazenamento, variando de 0 a 24dias, em condições reais presenciadas pelos consumidoresnas gôndolas dos supermercados, a 27°C e com 14 horasdiárias de luz.

Foram observadas as reduções de carotenóides em trêsprodutos derivados de milho bastante consumidos no Bra-sil: canjica, fubá e creme do cereal. “É um estudo importantepara analisarmos como poderemos otimizar abiodisponibilidade de carotenóides pró-vitamina A. Isso signi-fica o desenvolvimento de embalagens específicas que arma-zenem em melhores condições esses nutrientes”, pondera Ma-ria Cristina.

As principais conclusões da pesquisa, desenvolvida em2010, foram reduções de 12,4% dos carotenóides pró-vita-mina A na canjica (durante o 14° dia de armazenamento),24,3% no fubá (no sétimo dia) e de 19,4% no creme de milho,

Guilherme VianaEmbrapa Milho e Sorgo

[email protected]

Processo de armazenagem podereduzir vitamina A em produtosderivados do milhoAs principais conclusões da pesquisa foram reduções de 12,4%dos carotenóides pró-vitamina A na canjica, 24,3% no fubá ede 19,4% no creme de milho

observada no 10° dia de armazenagem. Diante disso, a cien-tista alerta para a necessidade de desenvolvimento de no-vos processos e o uso de embalagens especiais para promo-ver o aumento da retenção de carotenóides de produtos demilho a serem validados no programa de biofortificação.

“A determinação da retenção real dos carotenóides é es-sencial para a determinação do volume de produto a ser con-sumido para alcance do efeito biológico esperado”, conclui.Caldo do feijão concentra maioria dos nutrientes

Hábito no Brasil, o consumo do feijão com o caldo apre-senta mais benefícios que o simples sabor. “O consumo dosgrãos cozidos com o caldo retém minerais que são perdidosdurante o processo de maceração, que é deixar o feijão demolho na água antes do cozimento, hábito comum entre asdonas de casa brasileiras”, observa Priscila Zaczuk Bassinello,pesquisadora da Embrapa Arroz e Feijão (Santo Antônio deGoiás-GO). Ou seja, deve-se consumir o feijão com o caldosem passar previamente pelo processo de maceração, emque a água é descartada e, consequentemente, os macro emicronutrientes também.

Segundo a pesquisadora, o caldo concentra até 73% dosminerais. “Portanto, recomendamos o cozimento em panelade pressão como o método mais eficiente para a retenção deferro e zinco”, afirma Priscila. Uma porção de 170 gramas defeijão, consumida no dia a dia dos brasileiros durante oalmoço, por exemplo, fornece 10% das necessidades diári-as de cálcio e zinco, 20% das necessidades de fósforo,manganês e magnésio e de 29% a 55% das de ferro, paramulheres e homens, respectivamente.

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Qualidade

Arroz parboilizadoO arroz, também hábito diário do brasileiro e compa-

nheiro inseparável do primeiro legume, tem seu consumoindicado na forma parboilizado. Segundo pesquisasconduzidas pela Embrapa Arroz e Feijão, a parboilizaçãoseguida do polimento resulta em 18% a mais de retençãomineral do que apenas o polimento. “As perdas provocadaspelo polimento são ainda mais significativas para o ferro doque para o zinco”, mostra a pesquisadora Priscila Bassinello,da Embrapa Arroz e Feijão.

Outros efeitos do processamento do arroz apresentadosdurante o simpósio foram perdas de ferro que variam entre50% e 65% dependendo da cultivar durante o processo decozimento. Comparando o arroz integral ao polido, os re-sultados mostram que as concentrações de ferro e de zincosão maiores no grão do arroz integral. “A concentração mé-dia de ferro no arroz integral foi de 1,44 mg/100 g e no poilidode 0,61 mg/100g”, revela a pesquisadora.Ainda segundo ela,o zinco foi o nutriente que menos sofreu variação e relaçãoaos dois tipos de arroz. No arroz integral, a média foi de2,93 mg/100g e no polido, de 2,33 mg/100g.

A programação da IV Reunião de Biofortificação no Brasilincluiu palestras, painéis, visitas técnicas, reuniões, debatese simpósios. A temática passa por questões ligadas à pesqui-sa em agricultura, saúde e nutrição, passando pelo papel daagricultura frente às tendências em alimentação e impacto nanutrição e saúde; até a pesquisa em biofortificação no mundoOs trabalhos serão publicados na forma de resumos expandi-dos nos Anais da reunião. Eles ficarão disponibilizados em

CD-ROM e no site do projeto BioFORT, no endereçowww.biofort.com.br.

Mais informações:Núcleo de Comunicação Organizacional (NCO) da EmbrapaMilho e Sorgo, Unidade da Embrapa (Empresa Brasileira dePesquisa Agropecuária), vinculada ao Mapa (Ministério daAgricultura, Pecuária e Abastecimento)(31) 3027-1272 ou [email protected] .

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Fumigação

Tratamento Curativo

Consiste na aplicação de inseticidas na forma sólida(Fosfina), que em contato com o ar transforma-se em gás, pro-movendo a eliminação dos insetos, em todos os seus estágiosde desenvolvimento, agindo no seu sistema respiratório.

A operação de fumigação apesar de simples deve ser sem-pre entendida como uma ação técnica onde parâmetros detemperatura do ar e do ambiente, umidade relativa do ar,nível e tipo de infestação, cálculo da dosagem, material paravedação e possibilidade efetiva de vedação, devem ser consi-derados para o seu sucesso e segurança.

No Brasil a Fosfina (PH3) é o único fumigante registradopara o controle de pragas de grãos armazenados e produtosprocessados.

Nos últimos anos, são cada vez maiores as limitaçõesquanto ao uso de produtos para fumigação. Em nosso casovamos analisar a Fosfina. Entre essas podemos nos referiraqueles diretamente relacionados com a possibilidade dedesenvolvimento da resistência pelas pragas a esse fumigante.

A resistência é a consequência de práticas erradas nafumigação, particularmente pelos problemas relativos à Do-sagem, Vedação e Tempo de Exposição, fatores importantíssi-mos e fundamentais para uma boa fumigação. Quando nãoestritamente observados, restringem consideravelmente aspossibilidades de aplicação da Fosfina.

Em nível mundial, são muito escassas as alternativas efi-cazes para substituir a Fosfina. Assim, a compreensão derealizar-se fumigações tecnicamente corretas é o caminhoque devemos nos conscientizar.

Procurando melhorar os procedimentos de fumigação,novos métodos de aplicação podem contribuir para aotimização dos resultados. Entre as tecnologias desenvolvi-das, esperam-se bons resultados das misturas com CO2, das

O Tratamento Curativo - a Fumigação,é o processo melhor para que se tenharespostas eficazes a custos menores esobretudo, com maior segurançado ponto de vista das contaminaçõespor resíduos de agroquímicos.

Arnaldo Cavalcanti [email protected]

combinações com calor ou do sistema de circulação cons-tante, bem como de Geradores de Fosfina (Detia Degesch),Fosfina Pura em Cilindros - Fosfoquim, entre outros, que bus-cam melhorar a difusão do gás. Considerando o nível detecnologia necessário e seus custos, estes métodos não sãoaplicáveis no momento em todos os países.

Por outro lado, a utilização correta da combinação dostrês fatores - Dosagem, Vedação e Tempo de Exposição, reque-rem melhor conhecimento, tendo em vista termos a garantiade continuidade de controles de pragas de grãos armazena-dos e produtos processados, sem riscos de resistências dosinsetos à Fosfina.

Para nortear esse processo de Controle de Pragas, dentrodo contexto da filosofia do Manejo Integrado de Pragas, pro-poremos algumas recomendações básicas que permitirãoações eficazes, com respostas eficientes, tendo em vista ascrescentes dificuldades no controle dos insetos que atacamos grãos armazenados

CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS DA FOSFINAGás Tóxico e InflamávelLimite de Tolerância: IPVS - 200 ppm (0,02%) LT (Brasil) - 0,23 ppm (0,000023%) LT (EUA) - 0,3 ppm (0,00003%)

Temperatura de Auto-Ignição: 38ºCLimite de Inflamabilidade no ar: Limite Inferior: 1,79 %Limi-

te Superior: desconhecidoDensidade relativa do gás: 1,184

A FUMIGAÇÃO CORRETALIBERAÇÃO DO GÁSO Fosfeto de Alumínio é um inseticida fumigante larga-

mente utilizado, que libera o gás Fosfina, altamente tóxico,inodoro (Quando pura) e incolor, com alta capacidade deexpansão.

O inseticida fumigante mundialmente utilizado é o FOSFETODE ALUMÍNIO - marca comercial GASTOXIN, apresentado sobas 03 formulações abaixo:

- Pastilhas de 0,6 g - liberam 0,2 g de gás Fosfina;- Pastilhas de 3,0 g - liberam 1 g de gás Fosfina;- Sache de 34 g - liberam 11,3 g de gás Fosfina.

Estas formulações são comercializadas em vários tipos deembalagens para atender as diversas situações dos usuários.

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GRÃOS BRASIL - DA SEMENTE AO CONSUMO | 25

Fumigação

O gás é liberado quando a umidade do ar entra em conta-to com o produto, segundo a fórmula:

A reação acima é catalisada pela umidade presente no aratmosférico. Portanto, quanto maior o teor de umidade pre-sente no ambiente de fumigação, maior a velocidade de libe-ração da Fosfina.

Por outro lado, em se tratando de um gás, quanto maior atemperatura do material ou ambiente a ser fumigado, maiora velocidade de difusão da Fosfina.

Em condições de temperatura de 25ºC a 28ºC e umidaderelativa do ar entre 60% e 65%, a liberação da Fosfina seinicia por volta de duas horas após a abertura da sua emba-lagem, quando em contato com o ar. Por ser inodoro, o odorque se sente inicialmente é a da amônia, adicionada para,entre outras funções, servir como gás de alerta. Desta forma,os cuidados de segurança são exigidos desde o início da ope-ração.

O Manual Técnico do Fabricante fornece todas as orienta-ções a serem observadas em casos de emergência, bem comoos níveis (em ppm) de criticidade das concentrações deFosfina.

Após a reação de liberação da Fosfina, é formado um póresidual composto basicamente por Hidróxido de Alumínioou Magnésio, que deverá ser descartado segundo as reco-mendações a seguir detalhadas, conforme instruções do fa-bricante.

FORMA DE AÇÃO DO GÁS FOSFINAA fosfina, com grande poder de expansão, penetra na massa

de grãos ou outros materiais, difundindo-se em todas as di-reções, atravessando o produto a ser expurgado e matandotodas as formas do inseto em seu interior.

A difusão da fosfina é auxiliada pela movimentação do arexistente no interior da massa, em silos, graneleiros e pilhasde sacarias (correntes de convecção).

Os grãos e sementes são seres vivos, que respiram nor-malmente, com tendência a aquecer o interior da massa efacilitando a movimentação do gás.

A Fosfina mata os insetos agindo no seu sistema respira-tório, inibindo sua respiração. Por este motivo, é mais difícildesenvolver-se resistência genética dos insetos ao gás, aocontrário dos inseticidas fosforados, piretróides ecarbamatos, que agem no sistema nervoso dos insetos, per-mitindo com isto que os mesmos desenvolvam mecanismosfisiológicos de resistência.

BENEFÍCIOS DO USO DA FOSFINA- Único produto/método que elimina todas as formas dos

insetos; - não afeta a germinação e o vigor das sementes;- Não altera o sabor e não deixa odores nos alimentos;- Não deixa resíduos tóxicos nos produtos tratados, após

o escape do gás para a atmosfera;- A Fosfina, após liberada no ar, forma compostos inócu-

os não causando qualquer impacto ambiental;- A Fosfina é a última barreira contra os insetos de produ-

tos armazenados. Não existe outro produto sendo desenvol-vido para esta finalidade, com sua segurança, eficiência, a

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Fumigação

baixo custo, daí a preocupação para que seja corretamenteutilizada, dentro do manejo de produtos armazenados.

FATORES QUE INFLUENCIAM A LIBERAÇÃO DE FOSFINADois fatores são decisivos para que o fosfeto de alumínio

libere a Fosfina:Temperatura do ar: quanto maior a temperatura, mais

rápida será a reação química que libera a fosfina.Abaixo de 10ºC (temperatura do ar no interior do arma-

zém, ou na massa de grãos, ou na câmara do sistema deaeração do silo) não se recomenda o expurgo, mesmo porquenesta temperatura já não há atividade biológica dos insetos.

Umidade relativa do ar: quanto maior for a U.R (%), maisrápida será a liberação da fosfina. Assim, quando a U.R. nolocal onde foi aplicada a Fosfina, no interior da massa degrãos, sistema de aeração, interior do armazém estiver abai-xo de 30%, é desaconselhável o expurgo. Quando estiver nafaixa de 30 a 40% a experiências têm demonstrado que al-guns artifícios auxiliam bastante a decomposição do produ-to: colocação de bandejas com água na parte interna do ven-tilador da aeração, ligando-o por alguns minutos antes dacolocação do fumigante. E, no caso de armazéns de sacaria,molhar o piso com bastante água, por baixo dos paletes, al-gumas horas antes da colocação da lona e do produto.

DOSAGEM, TEMPO DE EXPOSIÇÃO E VEDAÇÃOA resposta da fumigação depende, fundamentalmente, do

emprego combinado e correto da dosagem, da Vedação e doTempo de Exposição.

DOSAGEMAs dosagens indicadas pelos fabricantes estão associa-

das a concentração mínima de Fosfina a que os insetos, emseus diversos estágios de desenvolvimento, devem ser sub-metidos por um determinado período mínimo de exposição,para que sejam eliminados totalmente.

Tendo em vista que a concentração inicial de Fosfina temefeito anestésico para os insetos, é necessário que as con-centrações indicadas de Fosfina sejam garantidas pelo tem-po mínimo de exposição para eliminar todos os insetos etodas as suas formas de desenvolvimento, presentes. Pois, aredução da atividade respiratória dos insetos, provocado pelostress, significa também a redução da inalação do gás.

Considerando que a Fosfina é um gás e que se expandiráem um espaço e por entre os grãos, a dosagem sempre serácalculada pelo volume (m³) de produto ou espaço a ser fumi-gado e não em relação ao peso de produto a ser fumigado.

A dosagem registrada para o produto, via de regra em

razão de algumas exceções, é de 2,0 g de Fosfina por m³. (Viderecomendações dos fabricantes)

No caso em não ser possível obter a cubagem de produtoa ser fumigado, poderá ser utilizado a densidade desse pro-duto, disponível no site dos fabricantes.

Grãos e produtos alimentícios ensacados:Fazer o cálculo do volume ocupado pelo produto a ser

expurgado (cubagem), inclusive eventuais espaços vazios napilha, multiplicando comprimento x largura x altura, a sercoberto pela lona para expurgo.

TEMPO DE EXPOSIÇÃOO Tempo mínimo de Exposição depende da temperatura e

da umidade relativa do ar, da formulação utilizada*, além deoutros fatores como a possibilidade de existência comprova-da de populações tolerantes/resistentes à Fosfina, níveis deinfestação e, eventualmente, espécies de insetos.

Embora os fabricantes façam indicações dos Tempos Mí-nimos de Exposição para uma fumigação eficaz, pode-se apli-car o seguinte princípio: Quanto maior o tempo que a Fosfinaterá para agir, melhor é o resultado. Lembrando que a con-centração mínima letal de Fosfina deve ser mantida por todoo período de fumigação.

Como visto anteriormente, a concentração mínima deFosfina para eliminar os insetos em todos os seus estágiosde desenvolvimento deve ser mantida por um período mínimode exposição. Assim, este fator é determinante para respos-tas positivas de um processo de fumigação.

* Para o caso do sache, o material da embalagem absorveuma parte da umidade do ar, o que tem como consequênciageração de Fosfina mais lenta. Condição que deve ser conside-rada ao se determinar o Tempo de Exposição.

Lembrando que a temperatura e a umidade do ar influ-enciam na liberação da Fosfina, as seguintes observaçõespráticas podem ser utilizadas para orientação do expurgocorreto:

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Fumigação

VEDAÇÃOFator que determina a manutenção da concentração míni-

ma ideal para eliminar os insetos em todas as suas fases dedesenvolvimento.

Caso ocorra a redução da concentração de Fosfina, comoconsequência de uma vedação indesejada, seja pelo uso delonas de fumigação inadequadas/defeituosas, as pragas po-dem se recuperar depois de um determinado período de tem-po sem ter recebido a dose letal.

Lembrando que o gás é extremamente expansivo e pene-trante, dispersando-se para todos os lados, é necessário quesejam vedados com lona própria para expurgo, de PVC ouPolietileno, espessura mínima de 150 micras, todas as possí-veis saídas que permitam escape do gás: superfície da massa,sistemas de, aeração, válvulas de saída de grãos, junção dalona com cabos de termometria com fita adesiva, bem comocolocando "cobra de areia" em todos os pontos onde a lonatoca o piso (pilhas de sacaria) ou as paredes (silo ougraneleiro).

Atentar para o fato de que o gás Fosfina jamais atingiráuma concentração mortal para os insetos, principalmentepara as formas jovens se ele tiver, um ponto para escaparpara fora da massa a ser expurgada.

Salientamos que eventual (e não recomendado) aumentoda dosagem não significa que possamos reduzir o tempo deexposição. Maiores tempos de exposição garantirão melho-res respostas da fumigação, sobretudo em níveis mais eleva-dos de infestações e em algumas espécies de insetos.

Dentro deste entendimento, podemos afirmar que o tempode exposição poderá compensar eventuais adversidades nosteores de umidade e temperatura, na ação efetiva sobre todasas formas de desenvolvimento dos insetos e também na açãosobre grandes volumes de produtos a serem fumigados.

CUIDADOS NA OPERAÇÃO DO PROCESSO DE FUMIGAÇÃOConstituindo uma operação em que envolve riscos, esta

deve conter todo sentimento de profissionalismo, onde acapacitação e a consciência da atitude são fatoresdeterminantes para que a fumigação transcorra com eficiên-cia e sem acidentes.

Formação da Equipe.A equipe de fumigação, coordenada por um elemento ex-

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Fumigação

periente, deverá ser reunida para receber as orientações daoperação de expurgo, bem como as responsabilidades indi-viduais de cada elemento naquele procedimento.

"A leitura atenta do Manual do Fabricanteé obrigatória para toda a equipe."

O elemento que compõe a equipe de fumigação não pode-rá ter histórico de doenças hepáticas, estarem bem nutridos,não estarem sob efeitos de medicamentos, além de seremcapacitados.

Equipamentos de Proteção Individual.Os EPI's devem ser constituídos de macacão, dotados de

calças e mangas compridas, botas e luvas de PVC, capacetes,máscara e filtros adequados.

Para as máscaras recomendamos as do tipo "panorâmi-cas" e os filtros, os combinados para gases ácidos e vaporesorgânicos.

Entendemos importante salientar que os EPI's deverão estarrigorosamente em condições adequadas de uso, particular-mente os filtros e máscaras, para que permitam total segu-rança na operação.

O Coordenador da Equipe e o Técnico de Segurança "serãoresponsáveis pela manutenção e a limpeza dos EPI's (as másca-ras devem ser imersas em solução de Milton a 20%, por 15minutos) ".

Observar que cada fabricante estabelece o tempo de usopara os filtros. Entretanto, considerando as variações dasconcentrações defosfina a que sãosubmetidas, reco-mendamos que seavalie a sua eficiên-cia a partir da per-cepção de odor deamônia, partindo dapremissa que o respi-rador está correta-mente fixado à face.

RECOMENDAÇÕES PARA A OPERAÇÃO DE FUMIGAÇÃO- Com antecedência de 24 horas toda a indústria ou uni-

dade armazenadora deve ser notificada da data e local daoperação de expurgo, bem como o período em que a mesmairá ocorrer;

- Promover a sinalização da área e local com uso de "ban-deiras" de sinalização;

- Certificar-se da ausência de pessoas não autorizadas nolocal de fumigação e, se necessário, evacuar o local;

- Preparar a equipe e checar responsabilidades e EPI's;- Não fumar, beber ou comer durante a operação de fumigação;- Ler atentamente o Manual do Fabricante, observando

criteriosamente suas recomendações.- Seguir criteriosamente as recomendações de vedação

necessárias para a eficiência e segurança da operação defumigação.

- A dosagem deve ser rigorosamente observada, segundoas instruções do fabricante.

Atenção: "As dosagens nunca devem ser alteradas, seja paracompensar eventuais vazamentos (Neste caso, recomendamosa solução do problema ou não se realizar a operação de fumi-gação), seja para compensar altas infestações de insetos".

Cuidados na abertura das embalagens de Fosfina.Em se tratando de um inseticida que libera gás, o

armazenamento inadequado, sob alto calor, poderá acarre-tar a pressurização da embalagem diante do aumento da pres-são interna.

Diante deste fato, recomendamos inicialmente proceder asua despressurização no lado externo dos locais de expurgo,mediante a abertura parcial das garrafas de Fosfina, posteri-or fechamento e, no caso das latas de sache, proceder a umpequeno furo para o mesmo objetivo.

No caso de uso de lonas para expurgo, estas nunca devemser de materiais reciclados (Lonas pretas), apenas será per-mitido a utilização de lonas de PVC ou Polipropileno, ambasespecíficas e recomendadas para a fumigação.

Durante a operação de fumigação não se recomenda ouso de pendentes de luz, apenas se os mesmos estiverem emreais condições adequadas e com protetores para lâmpadas.

Nenhum sistema de ventilação ou exaustão poderá estarligado durante a operação de fumigação. Esta medida ape-nas deve ser adotada ao final da operação, com vistas àaeração do ambiente e, se necessário, do produto.

TIPOS DE PROCESSOS DE FUMIGAÇÃO (EXPURGOS)A aplicação da Fosfina, segundo a sua apresentação: pas-

tilhas, comprimidos, saches ou mesmo na forma de Fosfinapura em gás, as formas de aplicação serão distintas, em quepese algumas delas ainda não disponíveis em nosso país.

APLICAÇÃO DA FOSFINA ATRAVÉS DE SONDAS MANUAISProvavelmente a forma mais utilizada em nosso país, por

se apresentar como um processo em que não se movimentaos grãos, a Fumigação se dá com os grãos estáticos em silos,armazéns graneleiros ou outra forma de armazenamento.

As sondas podem ser de canos galvanizados ou de PVC,normalmente com 1,5" a 2,0" polegadas de diâmetro e com-primento aproximado de 2,0 m, com uma ponteira especial(Foto abaixo) para permitir a aplicação do Fumigante na pro-fundidade desejada.

Durante a aplicação deve-se adotar medidas de cuidadospara que não ocorra "embuchamento" de pastilhas ou com-primidos no interior da sonda. A aplicação deve ser contínua,porém sem pressa, para que esses materiais fluam pelas son-das até os locais que queremos aplicar o fumigante.

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Fumigação

Inserimos as sondas até o máximo da profundidade pos-sível. Puxa-se bruscamente por uns 10 cm para que a pontei-ra se abra no interior do produto a ser fumigado e, a propor-ção que se vai aplicando o produto, ao mesmo tempo vamosmovimento a sonda no sentido de retira-la, e nesse movimen-to contínuo, vamos aplicando o fumigante. Não se recomendaaplicar mais de 1,0 kg de produto por "ponto de sondagem".

APLICAÇÃO DA FOSFINA ATRAVÉS DE EQUIPAMENTOSAPLICADORES NAS CORREIAS TRANSPORTADORAS

Os "Dosadores deFosfina", são equipamen-tos que aplicam as pasti-lhas e comprimidos deFosfina diretamente sobreos grãos que estão sendotransportados pelas cor-reias transportadoras.

Muito utilizado anteri-ormente, apresentam o in-conveniente de que o pro-cesso de fumigação deveser ininterrupto, para evi-tar que o produto aplica-do libere a Fosfina e o en-chimento do silo ou do septo do graneleiro ainda não tenhasido completado, comprometendo o resultado da Fumigação,além de possíveis riscos de acidentes pela presença da Fosfinano ambiente.

Por outro lado, deve manter total vigilância sobre o equi-pamento, seja para mante-lo abastecido, seja para evitar queocorra o possível travamento do equipamento, em razão deeventual "embuchamento" provocado pelo pó das patilhasou comprimidos reagidos no interior do seu depósito.

APLICAÇÃO DA FOSFINA ATRAVÉS DE EQUIPAMENTOS DE-NOMINADOS GERADORES DE FOSFINA

Consiste em uma nova forma de aplicação da Fosfina, emgrandes concentrações, através da mistura do ar com CO2 eFosfina.

O Gerador de fosfina Degesch apresenta inúmeros benefí-cios, como a segurança de aplicação e, sobretudo, na medi-da em que a Fosfina é injetada na massa de grãos, se diluipermitindo a imediata ação letal sobre os insetos presentes.

Com larga utilização em países da América do Norte,américa Latina e Europa, o equipamento ainda não está dis-ponível no Brasil.

DESCARTE - EMBALAGENS, SACHE E PÓ RESIDUAL.As latas (Sache) e garrafas jamais devem ser reutilizadas,

por conterem resíduos de Fosfina.Após o uso, essas embalagens devem ser furadas, amas-

sadas e, juntamente com os demais componentes, serem en-caminhadas para um Posto de Recepção de Embalagens dePraguicidas.

O pó residual remanescente da reação dos comprimidose pastilhas de Fosfeto de Alumínio ou Magnésio, bem como osache, deve ser desativado conforme as recomendações dosfabricantes em seus Manuais do Produto e Bulas.

Cuidados nas Operações de Fumigação- Leitura do Manual do produto produzido pelo fabricante;- Treinamento de pessoal envolvido na operação de fumi-

gação;- Observação incondicional dos fatores básicos de uma

fumigação: Vedação, Dosagem e Tempo de Exposição;- Os produtos armazenados devem estar limpos de forma

a permitir a circulação homogênea da fosfina;- Os grãos armazenados não devem estar úmidos, pois o

excesso de umidade interfere diretamente na eficácia da fu-migação;

- Manutenção das estruturas de armazenamento, válvu-las de descarga e dutos de aeração, em particular, tendo emvista manter a integridade da vedação destes locais;

- Cuidados com os cabos de termometria por ocasião docarregamento dos graneleiros, para que não se afaste de suasposições, fato que poderá comprometer as leituras das tempe-raturas, bem como a aplicação das lonas de fumigação;

- Uso de lonas de fumigação próprias e adequadas paraesse fim, podendo ser de Polietileno ou PVC, com espessurasmínimas de 150 micras;

- Concentração de pastilhas e/ou comprimidos de fosfinaem poucos pontos de aplicação na massa de grãos;

- Implantação de um sistema regular de procedimentos demedidas de aplicação de praguicidas residuais, em forma decontroles mensais, mediante a profilaxia das estruturas dearmazenamento, equipamentos e sobre sacos e da massa degrãos armazenadas.

DISCUSSÃO FINALAo longo da apresentação acima, nos referimos a ques-

tões importantes quanto à Dosagem, Vedação e Tempo de Ex-posição, ressaltamos a importância das concentrações le-tais mínimas de Fosfina para eliminar os insetos em todas assuas fases de desenvolvimento, mas também, lembramos queo Tempo de Exposição está associado à temperatura e umida-de do ar ambiente, níveis populacionais dos insetos presen-tes em uma fumigação, espécies desses insetos, entre outrascaracterísticas.

Considerando a grande diversidade cultural, de clima,técnica e sobretudo de recursos existentes em nosso país,não é a hora de fazermos uma reflexão sobre os procedimen-tos de fumigação? Não será a hora de uma reflexão sobre amaneira como adotamos as recomendações dos fabricantesquanto ao uso da Fosfina?

Vejamos:- Estruturas de armazenamento nem sempre adequadas

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Fumigação

ou mesmo em bom estado de conservação que nos garantaimpermeabilidade à Fosfina. Portanto, concentrações deFosfina inferior à necessária para eliminar os insetos.

- Populações de insetos tolerantes/resistentes (emborapor serem individuais, tornam-se fáceis de manejar essascondições com a própria Fosfina).

- Lonas impróprias/danificadas.- Características individuais de cada espécie de inseto

(Rhyzopertha sp, por exemplo).- Inexistência de um praguicida melhor e de baixo custo,

como a Fosfina, para o controle das pragas de grãos armaze-nados e produtos processados.

- Fumigações realizadas sem qualquer critério técnico(Aplicação de Fosfina pela aeração, ou sem vedação adequa-da ou inexistente, prática do uso do chamado "fominha", etc).

Nossa reflexão não deveria se orientar na experiência dosinúmeros países, desenvolvidos, "ou não", que além de segui-rem rigorosamente os procedimentos indicados pelos fabri-cantes, adotam o monitoramento das concentrações letaismínimas de Fosfina para eliminar todos os insetos em todasas suas fases de desenvolvimento?

Proponho essas reflexões como forma de nos comprome-termos com os resultados dos procedimentos de fumigação,bem como buscar a forma mais adequada de controle dosinsetos, principalmente porque a tecnologia está disponível,o problema é o seu mal uso.

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Micotoxinas

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Controle de Pragas

Controle Integrado de Insetos

Estas condições incluem umidade, temperatura,armazém limpo (por dentro e fora), boa vazão especí-fico de aeração e adequado monitoramento. Os grãosdevem estar livres de insetos quando inicia a armaze-nagem.

Durante muitos anos, muitos dos inseticidas decontato e fumigantes vão deixando de se usar por de-cisões regulatórias, seja por razões de saúde ou segu-rança e vão sendo substituídos por produtos superio-res. Temos poucos produtos químicos disponíveis noarsenal que podemos usar para combater asinfestações. Devido a isto são cada vez mais impor-tantes as técnicas de manejo na armazenagem e o tra-tamento dos "commodities".

Nas próximas linhas discutimos as técnicas de tra-tamento que estão disponíveis no controle de inse-tos. A primeira consideração deveria ser o armazémou instalação que deveria ser limpa a fundo e tratar, oantes possível, com inseticidas de contato (residuais),fumigantes ou terra de diatomáceas, o produto deve-ria chegar a todos os rincões, gretas, etc. e deixar assuperfícies livres de insetos.

Quando o grão é posto no armazém, o mesmo podeser expurgado, e rotegido nas superfícies com a apli-cação de inseticidas de contacto aprovados ou terrade diatomáceas, para prevenir a infestação. Isto deveser acompanhado de um adequado sistema demonitoramento, podem usar as armadilhas de grãos(com ou sem feromônios). Programar sistemas demonitoramento é fundamental, devem-se registrar

O melhor método de controle de insetos éprevenir a infestação com o uso do manejointegrado de pragas e boas práticassanitárias. Os grãos devem ser armazenadosde maneira a prevenir infestação.

Jeremiah B. SULLIVANSullivan & Associates

as observações de acordo com um plano pré-estabe-lecido.

Ao deixar de usar o brometo de metilo, a fosfina(fósfuro de hidrogênio) se converte no principalfumigante disponível para o controle de umainfestação. É fundamental para o sucesso alcançar umaadequada concentração do gás em um determinadoambiente, por um suficiente período de tempo, demaneira de obter um completo controle. Isto signifi-ca 100% de mortos e 0% de sobreviventes.

Desde a introdução do fósforo de hidrogênio comofumigante em 1934, muitos

expurgos não funcionarão por uma inadequadahermeticidade, falhas na dosagem e deficiente tem-po de exposição, o que resulta em um controle parci-al. Como resultado se incrementou a tolerância eeventualmente a resistência em alguns países. O usode pequenas concentrações por um tempo prolonga-do pode resultar em um incremento da resistência aeste fumigante. É recomendável para os grandes ar-mazéns o uso de sistemas de recirculação de maneiraa alcançar, em todo o volume, uma adequada concen-tração para obter o controle da infestação. O "J-SYSTEM", método de recirculação, foi desenvolvido epatenteado na década de 70 e muitas instalações per-manentes, tanto em silos como em graneleiros hori-zontais, foram realizadas; nos 80' o sistema foi aper-

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Controle de Pragas

feiçoado e aplicado a massa de grãos em trânsito.Ao deixar de usar o brometo de metilo muitas fir-

mas iniciaram trabalhos para encontrar um sistemasubstitutivo. Um procedimento utilizado foi a combi-nação de técnicas de fumigação e calor, outro dióxidode carbono e baixos níveis de fosfina para expurgarmoinhos e outros produtos empacotados. Este proce-dimento e muito efetivo e logra alcançar 100% de mor-tos em 24 hs de expurgo.

Nos últimos tempos se desenvolveu o "TURBOGENERADOR HORN". Controlado por computador li-bera fósfuro de hidrogênio gerado no mesmo equi-pamento a partir de fosfeto de magnésio em grânu-los, o gás depois é impulsionado ao armazém a ex-purgar por uma série de dutos de PVC que se encon-tram na instalação. O gás e introduzido com ajuda deventiladores, isto permite expurgar grandes armazénsem forma muito rápida. Grandes instalações podemalcançar a concentração necessária em 24hs. Os resí-duos da reação se dissolvem na água resultando umasolução aquosa de carbonato de magnésio.

O Turbo Generador Horn, foi desenvolvido com su-cesso na Argentina, Chile e outros países. Sem duvi-das com o passar do tempo este sistema seincrementará. Outros sistemas utilizando cilindroscom 100% de fósfuro de hidrogênio estão sendo es-tudados e podem estar disponíveis para um futuropróximo. O futuro mostra grandes possibilidades tan-to para o generador como para os cilindros, o que per-mite expurgar os depósitos de fora, sem resíduosremanentes, o que permite também uma aeração maisrápida e mais completa.

A disponibilidade de dutos para a aplicação defumigantes nos depósitos, de forma simultânea emdistintos pontos, permite encurtar o tempo. Isto tam-bém permite agregar gás se ocorre alguma perda,manter melhor os níveis de gás necessários e pouparpraguicida, comparado com outros sistemas tradicio-nais menos controlados.

Por tanto os tabletes, pastilhas, pellets, sacolas e pla-

cas ficarão para ser usadas em situações particulares.Muitas alternativas estão sendo desenvolvidas.

Uma de elas é o tratamento com calor em moinhos efabricas de alimentos. Claro que esta tecnologia nãose pode usar em no caso que danifique o produto quepretendemos conservar ou aos equipamentos em uso.Outro problema que necessita ser considerado e onível de temperatura exterior. Os sistemas deresfriamento permitem controlar as pragas, e dimi-nuir a deteriorização por fungos e por tanto a geraçãode micotoxinas.

Este método é particularmente útil nos meses deverão, com temperaturas ambientes elevadas. Semduvidas o resfriamento é um método eficaz para pre-servar a qualidade dos grãos.

Existem pesquisas com o uso de gases inertes taiscomo o nitrogênio e o dióxido de carbono comofumigantes. Estes gases são utilizados com altas con-centrações e por vários dias, dentro de uma pequenamargem de temperaturas são eficazes. Outrosfumigantes estão sendo avaliados, por exemplo paratratamentos no campo.

Terras de diatomáceas também estão sendo usa-dos para o tratamento de depósitos vazios ou em com-binação com expurgos para ajudar a proteger a massade grãos. É evidente que uma adequada sanidade sepode alcançar com expurgo, resfriamento ou aeraçãode resfriamento (onde o clima permite) e o uso depreventivos, de maneira integrada.

Um adequado treinamento no uso destes méto-dos é essencial. Práticas de controle inadequadaspodem levar a gerar resistências. Um adequado con-trole de pragas só é possível se conhecemos que in-setos pretendemos controlar e o comportamento daespécie (ecologia - ciclo de vida -etc.) e os procedi-mentos a serem usados para alcançar-lo.

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Manejo de Qualidade

Qualidade de ProdutosArmazenados

IntroduçãoNa atualidade, são notórias as maiores exigências

dos consumidores finais e importadores quanto à qua-lidade físico-química, nutricional e sanitária de alimen-tos, o que às vezes tornam barreiras comerciais quan-do padrões não sãos atendidos. Por outro lado, órgãoscomo a FAO (Organização das Nações Unidas para Ali-mentação e Agricultura, FDA (U.S. Food and DrugAdministration), ANVISA (Agência Nacional de Vigilân-cia Sanitária) e MAPA (Ministério da Agricultura, Pecu-ária e Abastecimento) têm continuamente atualizadonormas considerando aspectos de padronização comer-cial e de segurança alimentar.

Essas exigências formatadas como informações, ne-cessitam percorrer os elos das cadeias produtivas, paraque em cada um deles sejam adotadas políticas de ges-tão da qualidade. E nesse contexto, os administrado-res de unidades armazenadoras devem ater a gestãoda qualidade em conformidade as exigências de cadei-as produtivas como as de óleos comestíveis, produtospanificados, massas e carnes.

Conceito de Qualidade Aplicado aArmazenagem de Grãos

Segundo preceitos da área "Administração da Pro-dução" a qualidade de um produto pode ser expressasegundo oito dimensões (Figura 01), que quando es-tendidas a armazenagem de grãos podem assim ser de-finidas:

O Brasil nos últimos anos tem destacado nocomercial internacional como exportador de“commodities” agrícolas como - soja “innatura”, café “in natura” e industrializado,açúcar, suco de laranja e carnes de aves,suínos e bovinos.

a) Características - As características de grãos e, ousementes são expressas segundo as: (a) propriedadesfísicas: teor de água (ou o mesmo que teor de umida-de), teor de umidade de equilíbrio, dimensões, massaespecífica, ângulo de repouso e porosidade; (b) pro-priedades térmicas: calor específico e calor latente devaporização; (c) propriedades biológicas/físico-quími-cas: testes de vigor e germinação, acidez de óleos ecomposição centesimal. Dentre estas, algumas sãoempregadas para avaliação de desempenho na indus-trialização, outras são empregadas para valoração eco-nômica e comercialização e outras destinam a fomen-tar estudos científicos como os de modelagem e simu-lação computacional das operações de secagem eaeração.

No caso do trigo, por exemplo, a massa específicaexpressa no formato Peso Hectolítrico - PH informa aquantidade de massa (kg) contida em um volume de100 litros. Para a indústria moageira o maior PH implicaem maior rendimento na produção de farinha.

b) Confiabilidade - Grande parte da produção degrãos do Brasil é destinada as cadeias produtivas decarnes. Caso típico é o da produção de milho estimadaem 55 milhões de toneladas ano, em que 70% é desti-nada a avicultura, 24% a suinocultura, 4% abovinocultura e 2% a alimentação humana e exporta-ção.

Aves e suínos são altamente suscetíveis a intoxica-ção por micotoxinas, sendo assim, as empresas das ca-deias produtivas de carne são exigentes quanto à qua-lidade dos ingredientes empregados na elaboração dasrações animal. Desse modo, para grãos e derivadosalém dos padrões de classificação dedica-se especialatenção aos níveis de micotoxinas como as: aflatoxinas,ocratoxinas, zearalenonas, fumonisinas e tricoticenos.Dentre outros danos, as intoxicações por micotoxinasretardam o desenvolvimento dos animais, reduzem astaxas de conversão alimentar e, ou causam morte dosanimais. Fatos que configuram como prejuízo.

No que se refere ao consumo de grãos e derivados

Dr. Luís César da SilvaUniversidade Federal do Espírito Santo - UFES

Centro de Ciências Agrárias - CCAe-mail: [email protected]

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GRÃOS BRASIL - DA SEMENTE AO CONSUMO | 35

Manejo de Qualidade

por humanos, a confiabilidade está fundamentada empreceitos de segurança alimentar em que a contami-nação por resíduos de defensivos agrícola, micotoxinas,toxinas alimentares e agentes patológicos devem res-peitar os níveis de tolerâncias permitidos em legisla-ções específicas.

c) Conformidade - A conformidade está associadaao atendimento dos padrões de classificação e aos pre-ceitos de segurança alimentar, os quais nos últimosanos têm sido atualizados com maior frequência comvista tornarem as normas brasileiras consonantes asnormas internacionais. Desse modo, o país garantemaior presença no mercado internacional.

d) Durabilidade - Quando o foco é alimentos, a du-rabilidade é tratada como vida de prateleira, períodoque o produto pode ser consumido sem riscos para saú-de do consumidor. Os riscos estão associados a possí-veis agentes químicos e, ou biológicos gerados duran-te a degradação do produto.

Portanto, para que os grãos armazenados não en-trem em degradação as Boas Práticas de Armazenagemde Grãos - BPAG devem ser observadas, pois, se os grãossão adequadamente secos e armazenados, os índicesde infestação por fungos e insetos são baixos,consequentemente, maior será a durabilidade do pro-

duto alcançando cinco anos ou mais.e) Desempenho - Refere-se ao rendimento no

beneficiamento e, ou na indústria de transformação.Para arroz, no beneficiamento são determinados a ren-da e o rendimento. A renda corresponde à percenta-gem arroz beneficiado obtida de uma amostra de 100gde arroz em casca. Enquanto, o rendimento refere àsfrações percentuais de grãos inteiros e quebrados pre-sentes na amostra arroz beneficiado. A renda e o ren-dimento definem o valor da remuneração do produtor,bem como, a estratégia de beneficiamento a ser em-pregada para maximizar o lucro do beneficiador.

Para o café arábica é utilizado o teste de xícara paradefinir qualidade bebida tipificada como mole, dura,rio e riada. Dentre elas a bebida mole implica em me-lhor qualidade resultado da genética apurada, tratosculturais realizados apropriadamente e secagem e ar-mazenagem realizadas com esmeros cuidados. Caféde melhor qualidade implica em maior valor decomercialização e maiores possibilidades de elabora-ção de blends destinados à exportação.

f) Serviço - O serviço refere à competência técnica,idoneidade e cordialidade no atendimento dos clien-tes depositários e dos clientes consumidores dos pro-dutos armazenados. E a qualidade do serviço está fun-

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Manejo de Qualidade

damentada nas estratégias de comunicação e de for-necimento de informações claras quanto aos procedi-mentos de classificação e de tarifação de serviços. Im-plica também na disponibilidade de informações quan-to à rastreabilidade dos produtos armazenados no quese refere a origem, espécie, variedade, defensivos uti-lizados, horas de aeração realizadas e ocorrências du-rante o período de armazenagem.

Empresas no Brasil tem ganhado concorrências emprocessos de exportação por apresentarem mais orga-nizadas na coleta e disposição de informações dos pro-dutos comercializados.

g) Estética - A metodologia usual para avaliação daestética fundamenta-se em avaliações laboratoriais emque a partir de amostra de grãos busca-se quantificaros teores de umidade e impurezas; presença de mate-rial estranho; presença de insetos vivos ou mortos oupartes destes; índices de grãos inteiros, quebrados, malformados e infestados por fungos e, ou insetos; massaespecifica - PH; odores, etc. Desse modo, segundo asquantificações das avaliações citadas é determinado opadrão do produto, o que definirá a aceitação para con-sumo e comercialização, como também, será definidoo preço do produto.

h) Qualidade percebida - A qualidade percebida estáassociada à imagem e reputação construída pela em-presa ao longo de sua existência na prestação de servi-ço na área de armazenagem. Desse modo, clientes de-positários e clientes que adquirem os produtos arma-zenados desenvolvem confiabilidade de capacidadetécnica e idoneidade moral em relação à empresa. Issoabre portas para o mercado. A mensuração da qualida-de percebida pode ser executada por meio de questio-nários de levantamento de opinião e índices de transa-ção da empresa.

Ponderações FinaisA gestão da qualidade dos produtos armazenados

em unidades armazenadoras, como em outros empre-endimentos agroindústrias, deve ter por foco o aten-dimento dos padrões comerciais e dos preceitos desegurança alimentar. Associados a isso, a empresa tam-bém deve ater a outros aspectos que refletem a quali-dade percebida, que são os cuidados com saúde e se-gurança dos colaboradores e a preservação do meioambiente. É importante ressaltar que o sucesso do pro-cesso de gestão da qualidade fundamenta-se em cola-bores adequadamente treinados, remunerados e esti-mulados a cooperar.

Nesse artigo, didaticamente as dimensões da qua-lidade foram discutidas separadamente, no entanto,não há linhas limítrofes que as individualizam. Porém,sabe-se que para alcançá-las é necessária dentre ou-tros procedimentos a adoção das Boas Práticas de Ar-mazenagem de Grãos - BPAG, observando:

- Setor de Recepção: a) receber o produto com o teor

de umidade adequado, ideal abaixo de 25%; b) sepa-rar a massa de grãos segundo o teor de umidade, exem-plo moega 01 produto com teor de umidade inferior a18%; moega 02 entre 18 a 22% e na moega 03 acima23%. c) reduzir o período de tempo entre a colheita e aoperação de secagem, isso para evitar a proliferaçãofungos intermediários, principalmente, do gêneroFusarium. Estes infestam na massa de grãos quando oteor de umidade apresenta entre 18 e 28% emetabolizam micotoxinas como as zearalenonas, quequando consumidas continuamente por animais leva aocorrência de aborto, natimortos, falso cio, prolapsoretal e da vagina, infertilidade e enfeminização dosmachos com desenvolvimento de mamas; d) utilizarsilos pulmões adequadamente dimensionados em queo fluxo de ar aplicado esteja entre área de passagemdo ar de 230 a 470 L de ar ambiente/minuto/ metrocúbico de produto;

- Setor de Pré-limpeza e Limpeza: e) conduzir as ope-rações de pré-limpeza e limpeza adequadamente paraevitar perdas de grãos, e eliminar partículas de solo erestos vegetais que dificultam a operação de aeraçãodurante a armazenagem e são vetores de esporos defungos e bactérias, bem como, de insetos nas diferen-tes fases de desenvolvimento;

- Setor de Secagem: f) Monitorar o processo de se-cagem de tal forma minimizar a ocorrência de danosmecânicos e térmicos no produto e obter ao final doprocesso produto com teor de umidade homogêneocom valor próximo a 13%. Recomenda-se o uso da téc-nica de seca-aeração para minimizar a ocorrência dedanos mecânicos e térmicos. Grãos trincados e que-brados favorecem a proliferação de fungos e insetos;

- Setor Armazenagem: g) adotar o corretamenteManejo Integrado de Pragas - MIP no controle de roe-dores, insetos, pássaros e ácaros para que a massa degrãos não torne vetor para proliferação de doenças ecausas de intoxicação por defensivos agrícolas, prin-cipalmente inseticidas; h) monitorar a temperaturada massa de grãos, pois elevação de temperatura in-dica a proliferação de fungos, bactérias e, ou insetose consequentemente a degradação do produto; e i)aerar a massa de grãos sempre que possível obser-vando as condições psicrométricas, para que não ocor-ra o umedecimento ou a super-secagem do produtoarmazenado.

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Aeração

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Fungos - Seu controle Cool Seed News

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Fungos - Seu controle Cool Seed News

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Financiamentos à Irrigação e àArmazenagem totalizam R$ 70,9 milhões

A avaliação das contratações do crédito agrícola é atualizadamensalmente pelo Grupo de Acompanhamento de Crédito Ru-ral do Mapa

O Plano Agrícola e Pecuário 2012/13 aprimorou os ins-trumentos de apoio financeiro à implantação de sistemas deirrigação e o fortalecimento da rede de armazenagem da pro-dução rural brasileira. Por meio do Programa de Incentivo àIrrigação e à Armazenagem (Moderinfra) já foram contrata-dos R$ 70,9 milhões, entre os meses de julho e outubro desteano, de um total de R$ 500 milhões disponibilizados paraalavancar o setor. Pela operação, os produtores pagam jurosde 5,5% ao ano.

O financiamento permite a ampliação e construção deunidades armazenadoras localizadas em áreas urbanas, sen-do que a capacidade de armazenagem deve ser proporcionalà produção agropecuária do beneficiário. Dos recursos des-tinados ao Programa de Modernização da Agricultura e Con-servação de Recursos Naturais (Moderagro), foram aplica-dos entre julho e outubro R$ 132,7 milhões, de um total des-tinado de R$ 950 milhões. Comparativamente a igual períododo ano anterior, foram aportados R$ 125,5 milhões sobre ummontante de R$ 850 milhões programados.

Para o secretário de Desenvolvimento Agropecuário eCooperativismo, Caio Rocha, o resultado revela a robustez daagricultura, bem como o aprimoramento dos instrumentosde apoio ao produtor. "Tanto o Moderinfra, como o Moderagrodemonstram que a preocupação do Governo com ainfraestrutura e o desenvolvimento rural está em ascensão eisso pode ser verificado pela captação dos recursos se com-parado ao mesmo período de 2011/12", salientou. Rocha des-tacou ainda que a renda do produtor rural está refletida nocrescente acesso ao crédito para a renovação da suainfraestrutura.

A avaliação das contratações do crédito agrícola, atualizadamensalmente, é realizada pelo Grupo de Acompanhamento doCrédito Rural do Mapa.

EVENTOS A SEREM PROMOVIDOS PELAABRAPOS EM 2013

A Associação Brasileira de Pós-Colheita – ABRAPOS, cum-prindo sua missão estatutária que é de “Utilizar todos osmeios ao seu alcance, para a redução dos índices de perdasde grãos durante e após a colheita em benefício tanto doprodutor quanto consumidor” apresenta a programação doseventos que promove no ano de 2013, como segue abaixo:

1) O primeiro evento é o I Simpósio de Pós-colheita de Grãosdo Mato Grosso do Sul (ISPGMS2013), que será realizado en-tre os dias 10 a 12 de abril de 2013, no Centro de Convençõesdo Sindicato Rural de Dourados, Rua Valério Fabiano, 100, nacidade de Dourados, Mato Grosso do Sul. A realização desteevento é da Cooperativa LAR e contará com vários co-promo-tores. Para este simpósio estamos disponibilizando a partirde hoje a reserva e venda de estandes para patrocinadores/expositores interessados a estar presente no evento e exporseus produtos, serviços e equipamentos, conforme procedi-mentos e valores abaixo discriminados como investimento. Aplanta baixa do evento será disponibilizada em breve. A re-serva garante prioridade de escolha do estande, desde queformalizada para elaboração de contrato. Existem 30 estandesdisponíveis.

2) O segundo evento é o V Simpósio Matogrossense de Pós-colheita de Grãos (VSMPG2013), a ser realizado nos dias 10 e11 de setembro de 2013 na cidade de Sinop, MT. Para estesimpósio estamos disponibilizando a partir de hoje a reser-va e venda de estandes para patrocinadores/expositores in-teressados a estar presente no evento e expor seus produtos,serviços e equipamentos, conforme procedimentos e valoresabaixo discriminados como investimento. A planta baixa doevento será disponibilizada em breve. A reserva garante prio-ridade de escolha do estande, desde que formalizada paraelaboração de contrato. Existem 20 estandes disponíveis..

3) O terceiro evento é o II Simpósio Goiano de Pós-colheita deGrãos (IISGPG2013), a ser realizado nos dias 23 e 24 de outu-bro de 2013 na Associação dos Funcionários da Comigo, nacidade de Rio Verde, Goiás. Para este simpósio estamosdisponibilizando a partir de hoje a reserva e venda deestandes para patrocinadores/expositores interessados aestar presente no evento e expor seus produtos, serviços eequipamentos, conforme procedimentos e valores abaixo dis-criminados como investimento. A planta baixa do evento serádisponibilizada em breve. A reserva garante prioridade deescolha do estande, desde que formalizada para elaboraçãode contrato. Existem 15 estandes disponíveis.

4) Ainda não confirmado, o VI Simpósio Sul de Pós-colheitade Grãos (VISSPG2013), poderá ser realizado no Rio Grandedo Sul. Caso confirme a realização, em breve avisaremos olocal, data e cidade do evento. Estamos em tratativas parapromover também este evento. Este evento seguirá o mesmo

padrão e valores de estandes dos anteriores.

Esperamos contar com todas as empresas ligadas a pós-colheita de grãos nestes eventos, apresentando seus produ-tos, equipamentos e serviços em benefício da sociedade bra-sileira. Replique este edital para os interessados e relacio-nados ao seus contatos. É importante que todos recebam estamensagem.

Atenciosamente,

Irineu LoriniPresidente da Abrapos

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