Água potável nas fazendas e na nossa casa

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Material orientativo sobre água potável principalmente para atingir público de empresas rurais. Muitas informações importantes e detalhamentos podem ser conseguidos em contato com a CAPAZ ENGENHARIA RURAL.

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Page 1: Água potável nas fazendas e na nossa casa

CAPAZ – ERNANI SOUZA

Nº03/2013 1

MATERIAL PARA DSS

ÁÁÁGGGUUUAAA PPPOOOTTTÁÁÁVVVEEELLL NNNAAASSS FFFAAAZZZEEENNNDDDAAASSS EEE NNNAAA NNNOOOSSSSSSAAA CCCAAASSSAAA...

Autor: Ernani Damázio de Souza - Engenheiro Agrícola/Engenheiro de Segurança.

1. INTRODUÇÃO

Este material foi elaborado para auxiliar em DSS (Dialogo semanal de segurança) com dois objetivos principais:

- conscientizar funcionários de empresas sobre a importância da água potável para a vida do planeta e;

- Dar informações de como tratar esta questão nas áreas rurais demonstrando compromisso de fornecimento de água potável como busca de melhoria continua nos sistemas e processos, melhorar as condições do trabalho rural e consequentemente atender legislação pertinente.

A educação é a única forma de mudar o comportamento da

população em relação à água.

A água potável é necessária à vida, à saúde e à sobrevivência.

O ser humano pode passar até 28 dias sem comer e apenas 03 dias sem água.

Por sua história e por sua cultura o BRASILEIRO JOGA TUDO NA ÁGUA!

No Brasil, ainda 90% dos esgotos domésticos e cerca de 70% dos efluentes industriais não

tratados são lançados nos corpos d'água.

Gotejando, uma torneira chega a um desperdício de 46 litros por dia ou 1.380 litros por mês (mais de um metro cúbico por mês). O que significa também uma conta mais alta.

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2. INFORMAÇÕES IMPORTANTES SOBRE A ÁGUA.

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DA ÁGUA.

1. A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada povo, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos. 2. A água é a seiva do nosso planeta. Ela é a condição essencial de vida e de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceder como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado no Art. 3º de Declaração Universal dos Direitos Humanos. 3. Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo a água deve ser manipulada com racionalidade, preocupação e parcimônia. 4. O equilíbrio e o futuro de nosso planeta dependem da preservação da água e dos seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente, para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende, em particular, da preservação dos mares e oceanos por onde os ciclos começam. 5. A água não é somente uma herança dos nossos predecessores, ela é, sobretudo um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como uma obrigação moral do Homem para as gerações presentes e futuras. 6. A água não é uma doação gratuita da natureza, ela tem um valor econômico: é preciso saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo. 7. A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento, para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração de qualidade das reservas atualmente disponíveis. 8. A utilização da água implica o respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo o homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo Homem nem pelo Estado. 9. A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social. 10. O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.

Curiosa Coincidência

A proporção de Água no Corpo Humano é igual à do Planeta Terra.

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Principais Doenças Relacionadas com a Água

Por ingestão de água contaminada:

. Cólera

. Disenteria amebiana

. Disenteria bacilar

. Febre tifoide e paratifoide

. Gastroenterite

. Giardíase

. Hepatite infecciosa

. Leptospirose

. Paralisia infantil

. Salmonelose

Por contato com água contaminada:

. Escabiose (doença parasitária cutânea conhecida como Sarna)

. Tracoma (mais frequente nas zonas rurais)

. Verminoses, tendo a água como um estágio do ciclo

. Esquistossomose

Por meio de insetos que se desenvolvem na água:

. Dengue

. Febre Amarela

. Filariose

. Malária

3. CUIDADOS GERAIS PARA COM A ÁGUA.

Para que se consiga comprovar a potabilidade da água para consumo humano cuidados preventivos e corretivos são muito importantes. Para preservação e prolongamento deste recurso natural cuidados de uso adequado e econômico são importantes e vão desde o uso em grande escala nas indústrias e em irrigação até o uso na nossa residência. 3.1. EM RELAÇÃO À QUALIDADE. Para que a água seja considerada potável para o consumo humano, aspectos físico-químicos e biológicos devem ser atendidos. Os critérios são regidos por legislação específica como a Portaria 518 do ministério da saúde.

a) Exemplos de aspecto “físico” são o “aspecto” que deve ser “límpido” e o “gosto” que deve ser “não objetável”, ou seja, não percebido.

b) Exemplos de aspectos “químicos” são “teor de ferro” 0,3 mg por litro e “PH”

(índice de acidez da água) que deve estar entre 6,0 até no máximo 9,5. c) Com relação à parte biológica (organismos vivos na água), o mais importante é a

avaliação de bactérias. Neste caso, coliformes fecais tem que ser “zero” colônia/100 ml de água para a água estar potável para consumo humano.

Nota: Coliforme fecal é oriundo de fezes humanas e dos outros animais de sangue quente (mamíferos, pássaros) e pode causar doenças.

d) A lavagem e a desinfecção dos reservatórios devem ser feitas no máximo a cada

seis meses e antes disto se houver algum problema. (Vale também para nossa casa)

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e) Para os locais onde não há fornecimento de água tratada (EX.: SABESP, DAE’s Municipais) e a água naturalmente não está disponível com potabilidade assegurada, na maioria dos casos é necessário realizar tratamento com cloro (Hipoclorito de sódio). Em fazendas e sítios isto pode ser feito de várias formas e algumas bem simples e baratas.

f) Grande parte das pessoas que trabalham no campo carrega água já tratada em

garrafas térmicas de suas próprias residências e neste caso é importante o item “d”. g) Em alguns escritórios e onde é muito difícil a obtenção de água potável, mesmo

com filtros/cloração deve ser fornecida água mineral nos bebedouros.

3.2. EM RELAÇÃO AO BOM USO E ECONOMIA.

MUDE ALGUNS HÁBITOS. VALE A PENA

· Regar o jardim durante 10 minutos representa o gasto de 186 litros de água. Para economizar, a rega durante o verão deve ser feita de manhãzinha ou à noite, o que reduz a perda por evaporação. No inverno, a rega pode ser feita dia sim, dia não, pela manhã. Mangueira com esguicho-revólver também ajuda. Assim, pode-se chegar a uma economia de

96 litros por dia. · "Varrer" a calçada usando o esguicho é outra maneira fácil de desperdiçar água. Durante 15 minutos, lá se vão 279 litros de água. Usar apenas a vassoura causa o mesmo efeito e nenhum desperdício. · Se uma pessoa escova os dentes em 5 minutos com a torneira meio aberta, gasta 80 litros

de água. No entanto, se molhar a escova e fechar a torneira enquanto escova os dentes e, ainda, enxaguar a boca com um copo de água, consegue economizar mais de 79 litros de água. Se isso for multiplicado pelo número de pessoas da residência e, depois, por 30 dias, pode-se ter uma ideia da economia também na conta de água. · Ao fazer a barba em 5 minutos, com a torneira meio aberta, consumimos 80 litros de água. Já para lavar o rosto da mesma maneira gastamos 16 litros de água. A dica é colocar um tampão na pia e fazer dela um tanquinho. Resultado: o gasto para fazer a barba cai para 2 litros de água! · Um banho de ducha por 15 minutos com o registro meio aberto leva para o ralo 243 litros de água. Se o tempo de banho for de 5 minutos, fechando a ducha ao ensaboar-se, o consumo cai para 81 litros.

· No caso de banho com chuveiro elétrico, também em 15 minutos, com o registro meio aberto, são gastos 144 litros. Com os mesmos cuidados que com a ducha, o consumo cai para 48 litros.

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Dos 200 litros diários de água gastos por pessoa numa residência brasileira, 27% se destina ao consumo (cozinhar, beber água), 25% a higiene (banho, escovar os dentes), 12% é usado na lavagem de roupa, outros 3% em lavagem de carro e finalmente 33% nas descargas de banheiro. Ou seja, se as águas servidas (que são as águas resultantes de lavagens e banho), fossem reutilizadas para a descarga de vasos sanitários, conseguiria se economizar 1/3 da água consumida. Este é um ponto que merece trabalho dos técnicos para desenvolver sistemas que facilitem reaproveitamentos.

3.3. COMO PODEMOS PROCEDER EM EMPRESAS RURAIS.

As regras internas para água potável devem ser claras e objetivas, pois o fornecimento deve ser garantido conforme NR31 (Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura).

31.23.9 O empregador rural ou equiparado deve disponibilizar água potável e fresca em quantidade suficiente nos locais de trabalho.

31.23.10 A água potável deve ser disponibilizada em condições higiênicas, sendo proibida a utilização de copos coletivos.

a) Para locais de maior movimentação de pessoas as análises devem ser mensais. b) Em alguns casos pode ser necessária, uma única vez em cada local, uma análise

especial para outros produtos químicos considerados tóxicos e que não podem aparecer nas captações ou poços para água potável.

c) Limpeza e desinfecção caixas a cada seis meses. d) Controle de consumo nos poços artesianos com hidrômetro. e) Para locais onde existe apenas uma residência poderá ser realizada análise

laboratorial da água a cada seis meses. Nota: Análises padrão para água potável tem custo baixo e alguns órgãos públicos têm taxas ainda mais baixas para este tipo de serviço.

3.4. OUTRAS INFORMAÇÕES SOBRE ÁGUA.

A água é essencial para todo ser vivo. Sabe-se que 70% da superfície da terra é

coberta por água e 97% da água está nos mares e oceanos. Dos 3% da água doce

existente 75% estão na forma sólida, 14% em aqüíferos de alta profundidade e 11% em

lagos e rios. A água realmente aproveitável para consumo é apenas 0,03% do total e está

em rios, lagos e aquíferos. Portanto, cada vez mais a água se torna um bem muito

precioso e aumenta a responsabilidade do homem em não poluir os mananciais e fazer

uso de forma consciente.

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Nas empresas devemos ter as responsabilidades acima citadas garantidas por

critérios internos que além de conservação, garantem fornecimento de água potável para

consumo das pessoas que residem, trabalham e acessam nossas propriedades. Para

garantir potabilidade devemos realizar análises periódicas, tratamentos corretivos quando

necessários e realizar limpeza periódica das caixas d água.

Caixas d água sem limpeza são vetores de doenças (cólera, desinteria etc.) e as

limpezas e desinfecções periódicas garantem que os próprios reservatórios não

contaminem águas que sejam potáveis na origem (poços, nascentes). A legislação e

recomendações técnicas indicam um intervalo máximo de seis meses entre limpezas.

Para as instalações rurais identificamos três situações mais comuns de caixas (caixas

elevadas tipo taça ou cilíndricas, caixas de alvenaria e caixas pequenas nas edificações

ou ao lado destas). Existem critérios básicos para limpeza e desinfecção, que trataremos

oportunamente, sendo que casos muito específicos devem ser tratados com as áreas

técnicas de engenharia e empresas especializadas para orientação e/ou execução do

trabalho.

Referências técnicas e legais.

a) Portaria 518/2004 do Ministério da Saúde.

b) Comunicado CVS – Centro de Vigilância Sanitária n0 36 de 27/06/91 menciona intervalo máximo para

lavagens de reservatórios domiciliares de 06 meses.

c) FISP Q – Hipoclorito de sódio (NaClO).

d) Norma técnica D 3.855 – CETESB. Desinfecção de sistemas de instalações prediais de água fria.

e) Manual das águas sanitárias da Indústria química Anhembi.

f) Manual de instrução (LIMPEZA E DESINFECÇÃO DE RESERVATÓRIOS DE ÁGUA POTÁVEL).

g) Apostilas de treinamento SABESP.

h) NR 31.

USE LEMBRETES!

Realize trabalho com planejamento e

segurança.