agente economia cap 8

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  CAP 8 : INFLAÇÃO E CRESCIMENTO CAPÍTULO 8: INFLAÇÃO E CRESCIMENTO 8.1 CURVA DE LAFFER  A Curva de Laffer determina a existência de uma relação não linear entre o nível das alíquotas dos impostos e a arrecadação fiscal. Inicialmente, maiores alíquotas implicam em uma maior arrecadação, embora a taxas decrescentes ( por isso tem o formato côncavo em relação a origem), no entanto, a partir de um certo ponto, uma elevação das alíquotas irá provocar uma redução da arrecadação em função do aumento da evasão fiscal (sonegação), do desestímulo aos negócios privados e devido a passagem do efeito renda para o efeito substituição (ou seja, vem o seguinte questionamento: “Para que trabalhar muito, se vai tudo para o governo?”) Obs.: A curva de Laffer não foi elaborada em cima de um evidência em pírica. Aonde a arrecadação tributária é máxima denomina-se carga fiscal ótima – que seria aquela que propicia ao governo o máximo de receita possível, sem que seja desestimulado o trabalho e a produção. 8.2. IMPOSTO INFLACIONÁRIO E SENHORIAGEM O Imposto Inflacionário é a desvalorização da moeda em poder do público e, portanto, uma perda de poder de compra durante um período inflacionário. O Imposto Inflacionário (I.I.) pode ser assim representado:  I.I. = π . M p Alíquota  T* Arrecadação Real Arrecadação Máxima

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CAPTULO 8: INFLAO E CRESCIMENTO 8.1 CURVA DE LAFFER A Curva de Laffer determina a existncia de uma relao no linear entre o nvel das alquotas dos impostos e a arrecadao fiscal. Inicialmente, maiores alquotas implicam em uma maior arrecadao, embora a taxas decrescentes ( por isso tem o formato cncavo em relao a origem), no entanto, a partir de um certo ponto, uma elevao das alquotas ir provocar uma reduo da arrecadao em funo do aumento da evaso fiscal (sonegao), do desestmulo aos negcios privados e devido a passagem do efeito renda para o efeito substituio (ou seja, vem o seguinte questionamento: Para que trabalhar muito, se vai tudo para o governo?)Arrecadao Real Arrecadao Mxima

T*

Alquota

Obs.: A curva de Laffer no foi elaborada em cima de um evidncia emprica. Aonde a arrecadao tributria mxima denomina-se carga fiscal tima que seria aquela que propicia ao governo o mximo de receita possvel, sem que seja desestimulado o trabalho e a produo.

8.2. IMPOSTO INFLACIONRIO E SENHORIAGEM O Imposto Inflacionrio a desvalorizao da moeda em poder do pblico e, portanto, uma perda de poder de compra durante um perodo inflacionrio. O Imposto Inflacionrio (I.I.) pode ser assim representado: I.I. = . M p

CAP 8 : INFLAO E CRESCIMENTO

Onde: I.I. = imposto inflacionrio = taxa de inflao M/p = encaixes monetrios reais. Ou seja, o imposto inflacionrio determinado pela incidncia da taxa de inflao sobre os encaixes monetrios reais. Representa uma transferncia de renda da economia para o Banco Central no intuito de financiar o dficit pblico do governo. regressivo porque o imposto inflacionrio afeta principalmente a camada da populao de menor renda que no tem como se proteger da perda real de seus saldos monetrios. As camadas mais favorecidas podem se resguardar fazendo aplicaes financeiras que muitas vezes podem gerar inclusive ganhos reais. Senhoriagem Senhoriagem a receita obtida por aqueles que detm o poder de emitir moeda e consiste na diferena entre o valor de face da moeda e o custo de produo da moeda. Atualmente, quem tem esse poder o governo. Por meio da Senhoriagem (aumento da Base Monetria) , o governo obtm recurso para o Tesouro Nacional, com intuito de financiar seu dficit. Ou seja, com a senhoriagem, o governo pode adquirir bens e servios ou realizar pagamentos de compromissos assumidos. Mas isso provoca um impacto inflacionrio imediato gerando o imposto inflacionrio. Pode-se definir senhoriagem (Sn) como: Sn = =M P Onde: Sn = Senhoriagem =M = aumento do poder de compra por parte do governo P Ou seja, quando o governo exerce o poder de senhoriagem, ele aumenta o seu poder de compra. Multiplicando-se o numerador e o denominador por M, tem-se:

CAP 8 : INFLAO E CRESCIMENTO

Sn = =M . M P .M Ou: Sn = =M . M M .P

Considerando que representa a taxa de expanso monetria, ento pode-se definir Senhoriagem como a taxa de expanso monetria sobre os encaixes monetrios reais, ou seja: = =M M

Sn = . M P Embora o imposto inflacionrio e a senhoriagem sejam conceitos diferentes, eles podero igualar-se quando a taxa de inflao for igual a taxa de expanso monetria, mantendo constante os encaixes monetrios reais, ou seja, mesmo diante de um aumento da moeda, como os preos subiram, as pessoas continuam comprando a mesma quantidade de produto.

OBS1: Se a emisso de moeda for acompanhada de uma reduo na velocidade de circulao da moeda, ento poder no gerar inflao. Mas o governo pode aumentar a Base Monetria (exercer o poder de senhoriagem) devido a inflao ou em decorrncia, por exemplo, do crescimento econmico. Portanto, se a moeda que entra na economia no tiver o poder de corroer o valor real da moeda que j estava na economia, ento, no gera inflao. Portanto, a senhoriagem ser a soma do aumento da Base Monetria em decorrncia de um fator que no seja a inflao somada ao imposto inflacionrio. Assim: Sn = =B + . M CAP 8 : INFLAO E CRESCIMENTO

p

Portanto, quando o governo (Banco Central) emite moeda para satisfazer o aumento da demanda por moeda decorrente do crescimento da economia ou para fazer face subida dos preos, diz-se que ele praticou senhoriagem. Portanto, a senhoriagem o aumento da Base Monetria ocasionado por dois motivos: ou devido a inflao ou devido ao crescimento real da economia. Por esse motivo, no se pode dizer que senhoriagem obrigatoriamente ser igual ao imposto inflacionrio. Quanto mais os agentes econmicos retm moeda, maior ser a arrecadao de senhoriagem, para uma taxa de emisso de moeda determinada. A Senhoriagem ser igual ao imposto inflacionrio, quando: a) a taxa de expanso monetria for igual taxa de inflao. Ou seja, no havendo aumento da base monetria em decorrncia do crescimento econmico real. b) Os encaixes monetrios reais so constantes, ou seja , no h expanso do crdito. c) A elasticidade da moeda unitria, ou seja, o aumento da Base Monetria igual ao aumento dos meios de pagamento. importante se observar que se fosse adaptado a Curva de Laffer, ter-se-a, a mesma linha de raciocnio com o imposto inflacionrio, ou seja, a medida que as taxas de inflao aumentassem a partir de um certo patamar, haveria uma retrao da demanda por moeda e o governo perderia essa receita. Pode-se verificar no grfico abaixoImposto Inflacionrio Imp. Inflac. Mximo

T*

Taxa de Inflao

CAP 8 : INFLAO E CRESCIMENTO

O que se percebe que com a acelerao da inflao, as pessoas tentaro se proteger, convertendo seus ativos em um tipo de portiflio que lhe garanta essa proteo. Assim, demandaro menos moeda. Portanto, existe um ponto em que h a maximizao da receita do imposto inflacionrio (T*). A partir desse ponto, haver queda de arrecadao do governo em decorrncia do aumento da inflao. Porm, esse ponto de maximizao (T*) vai depender da capacidade de se substituir a moeda por outro ativo de alta liquidez. Quanto mais fcil for essa substituio mais o ponto de mximo estar deslocado para a direita. Na mesma linha de raciocnio, pode-se representar a expanso monetria. senhoriagem em relao a taxa de

Senhoriagem Senhoriagem Mxima

M/p*

Taxa de Expanso Monetria

Como a senhoriagem vai ser a soma do crescimento dos saldos monetrios reais mais o imposto inflacionrio, ela ter o comportamento semelhante ao da curva de Laffer. Chega-se a um ponto, onde as pessoas para se protegerem da inflao converteram seus ativos em bens de maior liquidez, demandando portanto menos moeda. Portanto, existe uma taxa de expanso monetria que maximiza a senhoriagem que no ponto M/p*. Obs: Tanto o imposto inflacionrio como a senhoriagem so formas de financiamento do dficit. 8.3.CURVA DE PHILIPS

INFLAO, EQUAO DE PHILLIPS E CURVA DE PHILLIPS CAP 8 : INFLAO E CRESCIMENTO

Define-se inflao como a elevao generalizada e persistente de preos. A inflao traz consigo custos sociais que podem ser sentidos, entre outros, devido ao: Efeito sola de sapato que ocorre quando as pessoas tentando minimizar a quantidade de moeda em seu poder, passam a ir diversas vezes ao banco e, em decorrncia disso, diminuem seu tempo em realizar atividades produtivas. Custo Menu quando, pelo fato de haver a necessidade de se atualizarem as listas de preos, recursos so consumidos de uma maneira no produtiva ao invs de produtiva. Alm disso, a inflao gera uma redistribuio involuntria de riqueza entre devedores e credores e a transferncia involuntria de responsabilidades tributrias. A teoria de Phillips uma teoria que defende que para se combater a inflao deve-se enfrentar uma recesso(curto prazo), ou seja, s se combate inflao com recesso. Assim, medidas restritivas ( sejam atravs de polticas monetrias ou fiscais) tendem a desaquecer a economia, gerando desemprego em prol de uma menor elevao de preos. A partir do clculo abaixo, pode-se associar, a taxa de inflao a taxa de desmprego. Dados: P = preo atual P-1 = preo passado = sensibilidade do desemprego alterao nos preos = taxa de desemprego N = taxa de desemprego natural (desemprego voluntrio + desemprego friccional) Dada a expresso com base em preos passados1, tem-se: P = P-1 [ 1 ( N) ] P = P-1 P-1 ( N) P - P-1 = - P-1 ( N) P - P-1 = - ( N) P-1 Como: P - P-1 = taxa de inflao ( ) P-1 Ento:

1

Visto anteriormente na curva de oferta com base nos preos passados e a lei de Okun.

CAP 8 : INFLAO E CRESCIMENTO

= - ( N) Portanto, representando graficamente essa funo, tem-se:

onde: = taxa de desemprego = taxa de inflao Ou seja, a taxa de inflao tem uma relao inversa com a taxa desemprego, ou seja, medidas que forem tomadas para combater a inflao (como por exemplo, uma poltica fiscal e/ ou monetria restritiva) acarretar um aumento no desemprego. A pergunta que se faz quanto de inflao ser tolerada para que se possa reduzir o desemprego? Portanto, pela teoria de Phillips, s se combate a inflao com recesso, ou seja, com medidas recessivas. Assim, s se reduz a inflao com aumento do desemprego.(curva de Phillips no curto prazo) Somando-se uma taxa de inflao esperada, tem-se: = e - ( N) Onde: = inflao e = inflao esperada Portanto: se < N , ou seja, se a taxa de desemprego menor que a natural, significa que: Y > Yp ,ou seja, o Produto da economia est superando o potencial, ento: p, ou seja, haver presso por preos maiores. Portanto, nesse caso, a inflao vai ter as seguintes causas: As pessoas esperam que haja inflao levando a uma elevao de preos denominada inflao esperada. CAP 8 : INFLAO E CRESCIMENTO

O desemprego menor que o desemprego natural, fazendo com que o Produto seja maior que o potencial, levando a elevao de preos, ocasionando ao que chamada de inflao de demanda. Assim, a representao grfica passa a ser:

onde: = taxa de desemprego = taxa de inflao

onde: = taxa de desemprego = taxa de inflao Observe que pelo fato de ter havido uma inflao esperada positiva, a curva se desloca para direita, aumentando o nvel de desemprego. Portanto: CAP 8 : INFLAO E CRESCIMENTO

Uma inflao esperada Uma deflao esperada

desloca a curva de Phillips para a direita desloca a curva de Phillips para a esquerda

Caso ocorra uma inflao de demanda, o deslocamento se d na prpria curva de Phillips.

A

B

onde: = taxa de desemprego = taxa de inflao Assim, um aumento da taxa de inflao de demanda, desloca o ponto B para A diminuindo a taxa de desemprego aumentando a taxa de Uma diminuio da taxa de inflao de demanda, desloca o ponto A para B desemprego. Observe o que ocorre com a curva de Phillips com uma taxa de inflao esperada positiva e negativa: Curvas de Phillips com inflao esperada positiva, negativa e igual a zero

e > 0 e = 0 e < 0

h inflao

h deflao

E ainda somando-se a equao, pode-se ter um choque de oferta ou inflao de custos(quando a matria prima sobe de preo, por exemplo, devido uma quebra de safra em decorrncia de mudanas climticas, crises internacionais, etc).

CAP 8 : INFLAO E CRESCIMENTO

Exemplo de choque de oferta: quebra de safra de um Produto agrcola, guerra, etc. So portanto imprevisveis. O choque de oferta pode ser positivo (deslocando a curva de Phillips para direita) ou (deslocando a curva de Phillips para a esquerda).

Curvas de Phillips com inflao de custos positiva, negativa e igual a zero

>0 =0 0 e + = 0 e + < 0

Quando a inflao esperada somada a inflao de custos positiva desloca a curva de Phillips para direita. Quando a inflao esperada somada a inflao de custos zero a curva de Phillips no se desloca e a uma taxa de inflao zero, a taxa de desemprego excluindo o desemprego natural, zero.

CAP 8 : INFLAO E CRESCIMENTO

No longo prazo: a curva de Philips vertical. No existe o trade-off entre inflao e desemprego. Nesse caso, possvel reduzir a taxa de inflao, sem alterar o desemprego. A curva fica vertical para o nvel natural de desemprego. Portanto, quando o Produto opera no seu potencial e o desemprego que ocorre apenas o natural, ento a taxa de inflao zero. (o que se d no longo prazo)

CPLP

Observao: 1) = e - ( - N) +

componente choque de oferta ou inflao de custos da inflao de demanda Inflao= inflao inercial + componente da inflao controlada pela demanda agregada + inflao de custos ( = choques de oferta) A inflao a soma da inflao ocasionada pelo deslocamento da curva de demanda para direita (inflao de demanda) ou deslocamento da curva de oferta para esquerda (inflao de custos) e = inflao esperada - ( - ) = inflao de demanda = inflao de custos O2 p D2 D1 O p D O1

Inflao inercial

Q CAP 8 : INFLAO E CRESCIMENTO

Q

Inflao de demanda Quando a demanda se desloca Preo se eleva

Inflao de custos Quando a oferta se desloca Preo se eleva

Podemos observar que a curva de Philipps o espelho da curva de oferta. Assim observe abaixo as duas curvas, primeiro a curva de Phillips e, em seguida, a curva de oferta:

No curto prazo: Curva de Phillips

Tx de Inflao

Taxa de desemprego N

Curva de Oferta:

p Oferta

Q

CAP 8 : INFLAO E CRESCIMENTO

Observe que a relao entre taxa de inflao (taxa de elevao de preos) e taxa de desemprego decrescente, ou seja, quanto maior a inflao, menor ser a taxa de desemprego (maior a taxa de emprego ou maior a quantidade produzida). Essa curva mostra que existe um custo para se combater a inflao que seria mais desemprego. Essa relao pode ser verificada tambm na curva de oferta, ou seja, quanto maior o nvel de preos, maior a quantidade ofertada, ou maior o emprego. Essa relao tambm pode ser verificada no longo prazo. Observe a seguir:

Longo Prazo: Curva de Phillips:Tx de Inflao

N

Taxa de desemprego

Curva de Oferta:

p O

Q Na curva de Phillips de longo prazo, qualquer medida que seja tomada para alterar a taxa de inflao no capaz de alterar a taxa de desemprego porque ela j se encontra na taxa natural de desemprego.

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A curva de oferta no longo prazo opera no pleno emprego, j que para os clssicos, os salrios nominais so flexveis para baixo, o que justifica o pleno emprego. Portanto, o Produto no cresce, caso os preos se elevem. A Inflao esperada baseia-se em expectativas e elas podem ser de dois tipos: Expectativas adaptativas Expectativas racionais As Expectativas adaptativas dizem que as pessoas vo corrigir suas expectativas se baseando nos erros que cometeram no passado. Assim, as pessoas baseiam suas expectativas em cima da inflao do passado, gerando uma inflao inercial ou verso acelaricionista da curva de Phillips. Quando aumenta a inflao, o desemprego diminui. Porm, se a inflao continuar nesse nvel, no quer dizer que o nvel de desemprego ser o mesmo. Assim, se o governo expande a moeda com o intuito de gerar inflao e reduzir o desemprego abaixo da taxa natural de desemprego , ter que fazer expanses cada vez maiores, porque o desemprego tende a retornar ao patamar natural de desemprego (porque as pessoas aprenderam com os erros do passado). Por isso, no vlida a longo prazo, o trade off inflao emprego ( a curva de Philipps de longo prazo, ser vertical, fazendo com que qualquer tentativa de se reduzir o desemprego via expanso monetria, s gere inflao). O trade off s vlido a curto prazo, portanto. Adaptativa: ou seja, a inflao esperada para hoje exatamente a que aconteceu ontem, ento de se esperar que a inflao aumente porque a a soma da e + ( - ( - ))+ . Esse tipo de expectativa conhecida como verso aceleracionista da curva de Philips que leva espiral de preos e inflao inercial. A expectativa inflacionria desloca a curva de Philips para direita mostrando que o custo de se combater a inflao maior.

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Tx de Inflao

Tx de Desemprego

Se o governo adotar uma poltica monetria expansionista para diminuir o desemprego, ou seja, se quiser aumentar a oferta de moeda, para diminuir o desemprego, poder gerar mais desemprego por causa da expectativa adaptativa. Assim, vejamos:

N

Caso se queira reduzir o desemprego atravs de uma poltica fiscal ou monetria expansionista, a taxa de inflao aumentar e a taxa de desemprego diminuir.

PERODO t

CAP 8 : INFLAO E CRESCIMENTO

N Observe que, acima, para reduzir a taxa de desemprego, aumenta a taxa de inflao. Como a expectativa adaptativa, a inflao esperada do perodo seguinte dever ser igual a desse perodo, deslocando a curva de Phillips para direita. PERODO t + 1

N

Observe, acima, que no longo prazo o nvel de desemprego tende a retornar ao patamar inicial e, caso o governo queira reduzi-la, ter que fazer sucessivas polticas expansionistas. A expectativa adaptativa pode apresentar: 1. velocidade de ajuste instantnea (=1) A inflao esperada para o perodo igual inflao do perodo anterior. et = t-1 2. velocidade de ajuste no instantnea ( 1 Caso < 1

haver uma trajetria explosiva da inflao haver uma trajetria amortecida

CAP 8 : INFLAO E CRESCIMENTO

Caso = 1

haver uma inflao inercial

As Expectativas Racionais: dizem que as pessoas vo levar em considerao todas as informaes disponveis para formar suas expectativas com relao inflao. Choques antecipados ou no surpreendidas (poltica fiscal ou poltica monetria) no tm qualquer impacto sobre o Produto, apenas sobre o preo; j que a oferta e a demanda agregada se elevariam. Elimina-se o Trade-off entre inflao e desemprego no curto prazo e esta torna-se vertical. Somente alteraes no antecipadas ou surpreendidas poderiam alterar o Produto Real a curto prazo. Assim, se o governo adota, por exemplo, uma poltica fiscal expansionista, a curva de demanda se desloca para a direita. Mas como os agentes so racionais, no se deixaro influenciar por isso e se anteciparo s medidas do governo, retraindo sua oferta. Assim, observe que o Produto no se altera. Apenas os preos. Ou seja, a taxa de desemprego no se altera, apenas a taxa de inflao. P D1 D2 O1 O2

Q importante que isso ocorre se essas polticas forem anunciadas porque caso contrrio, os agentes no poderiam se antecipar(deslocando a curva de oferta) e , no curto prazo, o Produto se alteraria. As expectativas racionais podem ter duas verses: 1. Verso forte: quando os agentes econmicos sempre acertam na mdia o valor efetivo da varivel com relao a suas expectativas: E ( et ) = t Onde E a esperana matemtica Observao: Caso a questo no diga qual a verso, deve-se considerar a verso forte. 2. Verso fraca: quando os agentes econmicos no se deixam influenciar por erros do passado e, portanto, no vo incorrer em erros sistemticos. Os agentes fazem o melhor uso possvel das informaes de que dispem. Neste caso, os erros do passado deixam de influir nas expectativas do presente, uma vez que estas ltimas so formadas com base no conjunto de informaes disponveis hoje Resumindo, podemos apresentar um quadro que mostra quando as expectativas sero capazes de alterar o nvel de Produto/ renda/emprego da economia: Alterao do Produto/ renda/emprego CAP 8 : INFLAO E CRESCIMENTO

Curto prazo Longo prazo

Expectativa adaptativa Sim No

Expectativa racional No* No

*Somente alteraes no antecipadas poderiam alterar o Produto Real no curto prazo Alterao do Produto/ renda/ emprego Expectativa Poltica Expectat Expectativa racional racional fiscal ou iva (choques no monet adaptati (choques va antecipado) antecipados) ria Curto Eficaz Ineficaz Eficaz prazo Longo Ineficaz Ineficaz Ineficaz prazo Relembrando a Equao de Fisher (aproximada), tem-se: r = taxa real de juros i = taxa nominal de juros e = inflao esperada r=i-e Se a inflao esperada for igual a inflao ocorrida, ou seja, se a previso for perfeita, ento: r=i Lembrando que se o clculo no for de maneira aproximada, deve-se utilizar a equao de Fisher, ou seja:

1+r = 1+i 1+

8.4..EFEITO DE CURTO, MDIO E LONGO PRAZOS DA INFLAO E DO CRESCIMENTO ECONMICO SOBRE A DISTRIBUIO DA CARGA TRIBUTRIA. O aumento da renda pode ser de dois tipos: o aumento nominal e o aumento real. O segundo aumento se d em decorrncia do aumento de produtividade e proporciona uma elevao no poder de compra do indivduo. J o primeiro ( aumento nominal ou monetrio) se d em CAP 8 : INFLAO E CRESCIMENTO

decorrncia tanto da produtividade como da elevao de preos, podendo, no necessariamente, elevar o poder de compra. Pensando na hiptese de haver uma inflao, as rendas dos indivduos (renda nominal) tendem a ser corrigidas periodicamente para garantir o poder de compra similar a de antes da inflao. Mas, se a tabela do imposto de renda no tiver suas faixas de salrios tambm corrigidas, corre-se o risco do contribuinte cair numa faixa superior e ser obrigado a pagar mais tributos (tanto em valores relativos como em valores absolutos), representando um aumento de carga fiscal. Considerando que as faixas sejam corrigidas com base em um ndice de preos que representasse a inflao do perodo e sabendo que a inflao no tem efeito uniforme sobre as diferentes categorias de renda, onde aqueles de menor renda tem menos poder de barganha para a correo de seus salrios e os de maior renda conseguem reajustes muitas vezes apresentando ganhos reais, levaria, no longo prazo, a um aumento na progressividade da carga tributria. Considerando, agora, um aumento real da renda devido o crescimento econmico, onde todas as categorias de renda teriam um aumento, significaria um aumento dos coeficientes de tributao para todos, j que haveria uma alterao da faixa do imposto de renda. Se esse crescimento econmico fosse acompanhado de uma justa distribuio de renda, isso acarretaria numa diminuio, na progressividade efetiva do tributo. Mas, ao contrrio, se houvesse concentrao de renda, isso levaria a um aumento da progressividade. 8.5. EFEITO TABELA O Efeito Tabela uma distoro na distribuio da carga fiscal em decorrncia de haver uma diferena entre as variaes na renda e as reajuste das faixas de alquotas do imposto de renda. Isso se d quando, por exemplo, os salrios so corrigidos por um ndice e as faixas de alquotas do imposto de renda so reajustados por um ndice menor, fazendo com que haja aumento da carga tributria. QUESTES: 1. Sobre o mercado de trabalho e a curva de Phillips, pode-se afirmar que:a) O aumento da taxa de rotatividade no emprego tende a elevar a taxa natural de desemprego. ( ) b) A adoo de polticas de seguro desemprego tende a reduzir a taxa natural de desemprego. ( ) c) A existncia de uma taxa natural de desemprego implica que a curva de Phillips de longo prazo horizontal. ( )

CAP 8 : INFLAO E CRESCIMENTO

2. (ANPEC) Julgue as questes:a) ( ) Quanto mais horizontal for a curva de Phillips, menor ser o sacrifcio decorrente do processo de estabilizao. b) ( ) Conforme os novos Keynesianos, quanto mais freqentes forem os reajustes de preos e salrios diante de choques de demanda, mais vertical ser a curva de Phillips. c) ( ) A curva de Phillips de longo prazo uma reta vertical. d) ( ) A reduo da inflao esperada no tem impacto algum sobre a relao de curto prazo entre inflao e desemprego. e) ( ) a curva de Phillips indica que a opo de inflao baixa prefervel de inflao alta devido hiptese de neutralidade da moeda no curto prazo.

3. (UNS/Agente de Polcia Federal) A macroeconomia analisa o comportamento dos grandes agregados econmicos Considerando essa teoria, julgue o tem que se segue.a) Um choque de oferta decorrente, por exemplo, do aumento do preo do petrleo no mercado internacional provoca deslocamento ao longo da curva de Phillips e aumenta tanto o emprego como a taxa de inflao.

4. (UNS/Agente de Polcia Federal) As interaes entre governo e mercados privados e os problemas macroeconmicos so temas relevantes para a cincia econmica. A esse respeito, julgue os itens a seguir.a) De acordo com a viso monetarista, no curto prazo, polticas monetrias completamente antecipadas pelos agentes econmicos modificam as variveis econmicas nominais, como preos e salrios, mas no alteram o nvel de atividade da economia.

01 04

VFF V

02

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03

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CAP 8 : INFLAO E CRESCIMENTO

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