advocacia na abreu não iremos crescer a qualquer preço · em tempo de mudanças nas sociedades de...

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Tiragem: 17300 País: Portugal Period.: Mensal Âmbito: Economia, Negócios e. Pág: 70 Cores: Cor Área: 18,60 x 23,01 cm² Corte: 1 de 4 ID: 70189920 01-07-2017 “Na Abreu não iremos crescer a qualquer preço” Em tempo de mudanças nas sociedades de advogados, a Abreu entra nos 24 anos com uma mulher à frente da administração, num novo e suntuoso edifício / Texto Rute Barbedo / Fotos Nuno Botelho c Ainda há pó de novidade nas paredes e janelas da nova sede da Abreu Advoga- dos. Ninguém conhece os cantos à casa e o melhor sítio para almoçar em Alfama, na pausa do trabalho, ainda é uma incógnita. Carmo Sousa Machado recebe a EXAME no dia em que a sociedade ocupa o edifício recém-reabilitado. “A mudança tem a ver com a nossa filosofia”, afirma a presidente. São 7400 m2, distribuídos por dois pisos, com mais de 220 advogados no mesmo an- dar, em “contacto diário”. A sociedade que se habituou a crescer quer agora focar-se na aproximação ao cliente e afinar o po- sicionamento no mercado a partir de “um escritório jovem, de porta aberta”. Que papel quer ocupar a Abreu na advocacia? Somos uma sociedade muito jovem, que está a ombrear com sociedades que vão na ( ADVOCACIA ) sua segunda geração. Mas precisamos de nos consolidar, não desvirtuando os nos- sos princípios e valores e estando no topo da advocacia. Sob que estratégia? De todo, [iremos crescer] a qualquer preço. Temos dois tipos de crescimento: o orgâni- co, absorvendo novos colegas ou integran- do outras equipas, como acabamos de fazer [com cinco advogados nas áreas de proprie- dade industrial e intelectual]. Em janeiro, já tínhamos integrado a PMBGR [Trocado Durães Rocha & Associados], com uma equipa de mais de 20 profissionais. Esse crescimento é muito importante, mas tem de ser pensado para as áreas de negócio que sentimos necessidade de reforçar. Em que áreas de prática estão a apostar mais? A área de direito do desporto é relativa- mente recente no escritório e teve imenso desenvolvimento, tal como o direito pú- blico e ambiental ou a propriedade inte- lectual. A par das áreas mais tradicionais, como o societário, o comercial ou o fiscal, surgiu uma série de outras áreas que, fruto da especialização, ganharam uma relevân- cia muito grande. A estratégia é reagir à procura do mercado ou tentar antecipá-la? Tentamos antecipar, sendo inovadores. O que acontece é que hoje em dia já fazemos tudo, por isso torna-se mais difícil ser cria- tivo. Mas em termos estratégicos, a par das áreas de prática, estamos a pensar nas in- Percurso A advogada começou por estagiar na Advogados Carlos Cruz & Associados e ingressou na Abreu em 1996

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Page 1: ADVOCACIA Na Abreu não iremos crescer a qualquer preço · Em tempo de mudanças nas sociedades de advogados, a Abreu entra nos 24 anos com uma mulher à frente da administração,

Tiragem: 17300

País: Portugal

Period.: Mensal

Âmbito: Economia, Negócios e.

Pág: 70

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Área: 18,60 x 23,01 cm²

Corte: 1 de 4ID: 70189920 01-07-2017

“Na Abreu não iremos crescer a qualquer preço”Em tempo de mudanças nas sociedades de advogados, a Abreu entra nos 24 anos com uma mulher à frente da administração, num novo e suntuoso edifício / Texto Rute Barbedo / Fotos Nuno Botelho

c Ainda há pó de novidade nas paredes e janelas da nova sede da Abreu Advoga-dos. Ninguém conhece os cantos à casa e o melhor sítio para almoçar em Alfama, na pausa do trabalho, ainda é uma incógnita. Carmo Sousa Machado recebe a EXAME no dia em que a sociedade ocupa o edifício recém-reabilitado. “A mudança tem a ver com a nossa filosofia”, afirma a presidente. São 7400 m2, distribuídos por dois pisos, com mais de 220 advogados no mesmo an-dar, em “contacto diário”. A socie dade que se habituou a crescer quer agora focar-se na aproximação ao cliente e afinar o po-sicionamento no mercado a partir de “um escritório jovem, de porta aberta”.

Que papel quer ocupar a Abreu na advocacia?Somos uma sociedade muito jovem, que está a ombrear com sociedades que vão na

( ADVOCACIA )

sua segunda geração. Mas precisamos de nos consolidar, não desvirtuando os nos-sos princípios e valores e estando no topo da advocacia.

Sob que estratégia?De todo, [iremos crescer] a qualquer preço. Temos dois tipos de crescimento: o orgâni-co, absorvendo novos colegas ou integran-do outras equipas, como acabamos de fazer [com cinco advogados nas áreas de proprie-dade industrial e intelectual]. Em janeiro, já tínhamos integrado a PMBGR [Trocado Durães Rocha & Associados], com uma equipa de mais de 20 profissionais. Esse crescimento é muito importante, mas tem de ser pensado para as áreas de negócio que sentimos necessidade de reforçar.

Em que áreas de prática estão a apostar mais?

A área de direito do desporto é relativa-mente recente no escritório e teve imenso desenvolvimento, tal como o direito pú-blico e ambiental ou a propriedade inte-lectual. A par das áreas mais tradicionais, como o societário, o comercial ou o fiscal, surgiu uma série de outras áreas que, fruto da especialização, ganharam uma relevân-cia muito grande.

A estratégia é reagir à procura do mercado ou tentar antecipá-la?Tentamos antecipar, sendo inovadores. O que acontece é que hoje em dia já fazemos tudo, por isso torna-se mais difícil ser cria-tivo. Mas em termos estratégicos, a par das áreas de prática, estamos a pensar nas in-

Percurso A advogada começou por estagiar na Advogados Carlos Cruz & Associados e ingressou na Abreu em 1996

Page 2: ADVOCACIA Na Abreu não iremos crescer a qualquer preço · Em tempo de mudanças nas sociedades de advogados, a Abreu entra nos 24 anos com uma mulher à frente da administração,

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dústrias e em diferentes áreas de negócio. Por exemplo: ter na grande distribuição um grupo de advogados que domine tudo o que tenha a ver com essa área. Ou seja, estamos a casar as áreas de prática com as de negócio.

Entraram hoje para esta sede, mas não há papéis nas secretárias. Os escritórios de advogados estão a desmaterializar-se?É algo que estava decidido há algum tempo e que implica um esforço e uma mudan-ça de mentalidades muito grande, porque num escritório de advogados há muito papel. Então implementámos um proje-to que se chama “paperless office” e que, com a mudança para as novas instalações, passou a ser obrigatório. A nossa aposta é no digital; o que se guarda em papel são os documentos oficiais. E é uma grande revolução.

A imagem do mundo da advocacia está a mudar para algo menos cinzento, com menos fatos e gravatas?Na Abreu, as pessoas devem estar vesti-das para trabalhar, mas não temos fato e gravata obrigatório. E o nosso escritório é tudo menos cinzento, quer este, quer os anteriores. Se este universo está a mu-dar? Não sei se andamos todos à mesma velocidade; aliás, tenho a certeza de que não. Às vezes, sociedades que se dizem e apresentam ao mundo como muito mo-dernas têm preconceitos e regras internas que não dispensam, entre as quais o fato e a gravata. São opções.

Como querem que a Abreu seja vista do exterior?Em poucas palavras, diria que é uma socie-dade jovem, com as mais diversas valências e competências. Há pouco falávamos

SECTOR

As mudanças nas sociedades em PortugalA mais recente alteração na Abreu Advogados foi a captação, no início de junho, de cinco profissionais da sociedade PBBR, “para ampliar as equipas das áreas de prática de propriedade intelectual e tecnologias de informação, direito comercial e contencioso”, de acordo com o grupo. No começo do ano, o escritório já havia integrado a Trocado, Durães, Rocha & Associados (PMBGR), reforçando a equipa com 25 advogados e um sócio. No entanto, as movimentações não são exclusivas da sociedade nascida em 1993. Em maio, as duas maiores firmas de advocacia do país, a Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados (MLGTS) e a PLMJ nomearam cinco e três novos sócios, respetivamente. No primeiro caso, o escritório conta com Catarina Brito Ferreira, Luís do Nascimento Ferreira, António Côrte-Real Neves, Catarina Monteiro Pires e João Tiago da Silveira; no segundo, com Margarida Osório de Amorim, Pedro Caetano Nunes e Sara Blanco de Morais. Em março, a ABBC foi integrada na DLA Piper (que opera em mais de 40 países). E no final do ano passado Diogo Perestrelo (ex- -Cuatrecasas) tornou-se sócio da PLMJ.Mas também grupos de menor dimensão (mas que jogam em grandes operações) e sociedades estrangeiras têm dado cartas nos últimos tempos. Entre os grupos internacionais com atividade em Portugal, a Linklaters assume-se como um dos principais, sob a liderança de António Soares (managing partner), com Rui Camacho Palma como o sócio mais recente. Uma das mais relevantes mudanças no sector aconteceu no verão de 2015, quando cerca de 30 advogados, incluindo seis sócios (entre eles o ex-managing partner Rui Amendoeira), saíram da então Miranda Correia Amendoeira & Associados (hoje Miranda & Associados) para integrar a Vieira de Almeida & Associados (VdA), a terceira empresa no ranking da advocacia de negócios em Portugal, segundo a revista Iberian Lawyer.

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Completou 50 anos dias depois de assumir a lide-rança da Abreu Advogados, é mãe de dois filhos e foi a primeira sócia gerente de uma sociedade de ad-vogados em Portugal. Em análise, Carmo Sousa Ma-chado acredita que o papel social das mulheres tem o seu quê de tradicional e faz com que nem sempre con-sigam “chegar para tudo”. Talvez por isso a advocacia portuguesa conheça poucas sócias e gestoras.

P Estamos em 2017, e a ascensão de uma mulher a presidente numa sociedade de advogados ainda nos surpreende. Porquê?

R Estou na Abreu Advogados desde 1996 e nunca senti qualquer diferença por ser mulher. Isso não existe cá dentro, pois fiz parte do conselho de administração diversas vezes. Talvez tenha sido nomeada por ser uma das pessoas mais antigas do escritório e também por uma questão de apetência, porque a gestão interessa-me.

P Mas a liderança feminina não é comum nas sociedades de advogados em Portugal...R A advocacia era uma profissão predominantemente

masculina, mas há uns anos isso começou a mudar. Eu formei-me na década de 90 e já éramos cerca de metade de mulheres [na faculdade]. Hoje há mais mulheres a enveredar pelo curso de Direito... O que acontece é que nos lugares de topo, ao nível de sócios e de gestores, ainda estamos muito longe do equilíbrio.

P Porquê?R Ainda estamos presos a algum tradicionalismo, sobretudo ao nível do apoio à família. Nem sempre as mulheres conseguem chegar para tudo. No meu caso [tem dois filhos], o

desempenho das funções de presidente do conselho de administração não significa que vá tirar tempo aos meus clientes e a outras funções que desempenho.

P Está a ser trabalhada uma proposta de lei para estabelecer a equidade salarial entre pessoas que desempenhem as mesmas funções, independentemente do género. Se a Constituição e o direito do trabalho já proíbem a discriminação, é preciso legislar com esta especificidade? R Os princípios da Constituição são programáticos. Se quisermos acelerar o processo, diria que é preciso legislar. As coisas têm evoluído, mas lentamente. Não sou a favor das quotas [de representatividade de géneros nas organizações], porque acho que as pessoas devem ocupar os lugares pelas suas competências.

P Escreveu o capítulo sobre a igualdade de género na publicação Gestão de Recursos Humanos de A a Z. O tema merece a sua especial atenção?R Escrevi algumas coisas e tive algumas intervenções. Não que seja feminista, não sou. Trabalho lindamente com homens e com mulheres, mas é um tema para o qual devemos estar alerta e contribuir, no sentido de acelerar um equilíbrio que é inevitável e em relação ao qual o atraso não tem justificação. E

“AS PESSOAS DEVEM OCUPAR OS LUGARES PELAS COMPETÊNCIAS”

A primeira mulher presidente do conselho de administração da Abreu diz que tudo nesta ‘escalada’ aconteceu por mérito, sem feminismos

Liderança Carmo Sousa Machado foi a primeira sócia gerente de uma sociedade de advogados em Portugal

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Corte: 4 de 4ID: 70189920 01-07-2017Z de mudanças e há uma importante: já não nos procuram apenas os clientes que precisam de resolver problemas, mas muitos que querem programar, projetar e pensar antes de decidir e agir.

Uma advocacia preventiva...Sim, porque as pessoas mudaram, mas também porque temos uma atitude proa-tiva junto dos clientes.

Consegue antever os principais desafios que terá em mãos na liderança desta casa?Acho que a aposta tem de ser precisamen-te na prevenção e no sentido de trabalhar-mos como parceiros dos nossos clientes, abandonando a ideia de ‘advogado de um lado e cliente do outro’ – não que essa te-nha sido alguma vez a nossa postura… Se não há emprego sem empresários, tam-bém não há advogados sem clientes.

Como foi parar ao Direito?Sempre gostei muito de tudo o que tinha a ver com a advocacia. Estive hesitante entre Direito e Gestão e ainda bem que fui para a primeira [opção]. Tenho quase uma “ob-sessão” com a injustiça. Ao longo de toda a vida, com as mais pequeninas coisas, até quando os miúdos gozavam uns com os outros, tentei corrigir injustiças. Acho que devemos viver pondo-nos no lugar do outro. Eu podia ser a pessoa que está à minha frente.

Que tipo de injustiças mais a inquietam?As pessoas não se preocuparem com o que é realmente importante e estarem focadas em trivialidades; não termos consciência de que os dias e as oportunidades não se repetem e de que uma palavra mal dita ou uma coisa mal feita pode ter consequências que não se conseguem emendar, anular. É isso o que me faz ter mais cuidado ainda na maneira como me comporto e como ajo e como educo os meus filhos. O respeito é a chave e o exemplo deve vir de nós.

Com que tipo de casos se depara e diz: “Este é para mim”?Os de contencioso. Sinto-me bem no con-tacto do dia a dia com o cliente, mas estar em tribunal e fazer vingar a nossa tese é um desafio muito gratificante. Por outro lado, também gosto de me encarregar de

injustiças que envolvam faltas de lealdade e de seriedade.

Mas nem sempre a Justiça portuguesa responde da forma mais célere.Aquilo que me aflige mais na Justiça é a lentidão. Quando, na altura mais acentua-da da crise económica, alguns tribunais fecharam, a situação agudizou-se. A len-tidão com que se responde a situações que estão em tribunal é muito desgastante e violenta para as partes. Por vezes, o em-bate maior é para o trabalhador, que está à espera de qualquer coisa, mas também pode ser muito violento para o empre-gador, quando significa o pagamento de salários intercalares.

Pelo cada vez maior número de investigações que envolvem figuras públicas, temos hoje a imagem de um país mais corrupto do que o que conhecíamos?Não considero que Portugal seja um país muito corrupto. Aliás, acho que houve uma evolução enorme desde que comecei a trabalhar. Por exemplo, hoje em dia con-seguem-se registos, certidões, muito facil-mente. No passado não foi assim. Houve tempos em que era preciso gratificar para se conseguir um registo em tempo útil. Não que isso fosse no sentido da corrupção... Era gratificar, dar uns presentes no Natal, tratar bem para que isso acontecesse.

Isso não é corrupção?Isso pode ser quase uma pequena corrup-ção, não para fazer o que não podia ser feito mas para acelerar processos. Por ou-tro lado, durante muitos anos existiu um sentimento de impunidade em que se de-preendia que a alguns era permitido fazer tudo. E eu acho que isso acabou. Mesmo que alguns dos processos até possam con-duzir a nada ou a pouco mais do que nada, as pessoas ganharam consciência de que já não há intocáveis e de que quem não atuar dentro da lei está sujeito a que surja um processo de investigação. Ninguém está acima da lei nem se pode refugiar no seu cargo político ou estatuto social. Portanto, acho que o país evoluiu muitíssimo.

Imagina-se na política?De maneira nenhuma. Imagino-me onde estou. E

NOVA SEDE

Um open space também na atitudeA traça antiga do edifício dos Arquivos Gerais da Administração do Porto de Lisboa mantém-se, mas a modernidade é mais forte para quem visita o espaço, não fosse este um “escritório jovem”, em que “não é obrigatório o uso de fato e gravata”, nas palavras da presidente, Carmo Sousa Machado. Janelas amplas num open space perto do Tejo, a preferência por um espaço integrado na cidade e a concentração do maior número possível de profissionais no mesmo piso inserem-se – e são a montra – no posicionamento que a sociedade pretende no mercado português. A abertura para o exterior e a aproximação aos negócios que mais têm mexido em Portugal – o investimento estrangeiro é um dos polos de ação, até porque mais de 60% dos clientes da Abreu não são portugueses – fazem parte da estratégia. Outros pontos são a simplificação e a desmaterialização de processos e, por fim, o contacto mais próximo entre advogados do mesmo escritório.Para desenvolver esta “estratégia de orientação para o cliente”, a comissão executiva está focada em três prioridades: a reorganização das equipas por sectores de atividade; a adoção de uma nova solução de CRM (customer relationship management, ou seja, gestão da relação com o cliente), devido ao crescimento da base de clientes e à necessidade de os conhecer melhor, e um novo projeto de gestão do conhecimento, de modo a aumentar a eficácia da sua partilha interna.