administraÇao ' do contas a receber

240
1199200986 1111111111111l1li11111111111111111111111 FUNDAÇXO GETOLI O VARGAS tI' ESCOLA DE ADMI Nr STRAÇXO DE EMPRESAS DE SXO PAULO ANTONI O CARLOS MOTTA GUI MARXES '" ADMINISTRAÇAO DO CONTAS A RECEBER I NO CONTEXTO INFLACIONARIO ORIENTADOR: PROF.DR.WLADIMIR A.PUGGINA 1/ SÃO PAULO - 1992

Upload: others

Post on 20-May-2022

4 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

11992009861111111111111l1li11111111111111111111111

FUNDAÇXO GETOLI O VARGAS tI'

ESCOLA DE ADMI Nr STRAÇXO DE EMPRESAS DE SXO PAULO

ANTONI O CARLOS MOTTA GUI MARXES

'"ADMINISTRAÇAO DO CONTAS A RECEBERINO CONTEXTO INFLACIONARIO

ORIENTADOR:PROF.DR.WLADIMIR A.PUGGINA

1/

SÃO PAULO - 1992

Page 2: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

t' r

,,.

. .~

Page 3: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

Fundação Getulio VargasEsçola de Administração

GV de Empresas de Silo Paulo 'Biblioteca

C\ICJ)<,(JJCOCJ)

tVADMINISTRAÇAO DO CONTAS A RECEBER,NO CONTEXTO INFLACIONARIO

Banca examinadora

Prof.Orientador Dr.Wladimir A.PugginaProf. Dr. Jorge Queiroz de Moraes Jr.Prof. Dr. Claude Machline

Page 4: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

)

\\\

'\

FUNDAÇXO GETOLIO VARGAS

ESCOLA DE ADMINISTRAÇ~O DE EMPRESAS DE SÃO PAULO

ANTONIO CARLOS MOTTA GUIMAR~S

'"ADMINISTRAÇAO DO CONTAS A RECEBER,NO CONTEXTO INFLACIONARIO

DISSERTAÇÃO APRESENTADA ÃEAESP-FGV PARA OBTENÇÃO DOTITULO DE MESTRE EM ADMI-NISTRAÇÃOÃREA DE CONCENTRAÇÃO: AD-MINISTRAÇÃO CONTÁBIL FI-NANCEIRAORIENTADOR:PROF.DR.WLADIMIR A.PUGGINA

SÃO PAULO - 1992

Page 5: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

à Cecilia e Fernanda

Page 6: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Dr. Wladimir A. Puggina, orientador dedicado eincansável, meus agradecimentos e reconhecimento.

Ao amigo Carlos Patricio Samanez, com quem discuti muitas dasidéias aqui apresentadas, meu muito obrigado.

Aos meus pais, que sempre trabalharam arduamente e optaram poruma vida humilde, dando o exemplo para seus filhos, minharetribuição e gratidão.

à minha esposa, Cecilia, pelo continuo estimulo à conclusãodesta dissertação, pelo apoio e acompanhamento no desenvol-vimento de todos os estágios deste trabalho, meu ag-radecimentoespecial.

Page 7: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

GUIMARÃES, Antonio Carlos Motta. Administração doContas a Receber no Contexto Inflacionário. S~oPaulo: E AESP/FG V, 1992. 224p. (Df ssert.eç ão demestrado apresentada ao Curso de Pós-Graduaç~o daEAESP-FG V, Ãrea de concentração: Adm í.ní st.raçâoContábil Financeira).

Resumo: trata do processo de otimizaç~o e adminis-tração do contas a receber e também da concessão decrédito. Ressalta as diferenças existentes nestepr o cesso no r eg í me não inflacionário ein f lacio n á rio , e nfatizando o risco de perdasmonetárias devido à deterioração da consistênciaeconômica deste ativo com a inflação. Apresenta umlevantamento pa r a a administração do contas areceber baseado na realidade brasileira dos anos dealta inflação. Prop(Se método de ajuste dos recebi-mentos n o regi m e inflacionário ,para permitiranálises gerenciais do contas a receber e apresentaprograma computacional com esta finalidade.

Palavras-chaves: contas a receber, administraçãofinanceira, crédito, cobrança, otimização do contasa receber, adm i nistração do contas a receber,inflação e economia.

Page 8: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

!NDICE

LISTA DE TABELASLISTA DE FIGURASRESUMOABSTRACT

1. INTRODUÇÃO . . . • . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 1

Parte I: Regime Normal

2. MODELOS DE OTIMIZAÇÃO DO CONTAS A RECEBER · . . . . . . 5

2.1 Introdução . . . . . · . . . . . · · · · 5

2.2 Modelo de Van Horne . · . . · · · · · · 7

2.3 Modelo de Wringhtsman · . · · · · · · · . · 112.4 Modelo de Bierman e Hass · · · · 202.5 Conclusão . . . . . · · · · · · · . · 25

3. MtTODOS DE AVALIAÇÃO DO RISCO DE CRtDITO . • 29

· 31· 35

3.1 Abordagem Tradicional.3.2 Análise Discriminante3.3 Abordagem da Árvore de Decisão3.4 Abordagem Para Vários Periodos

.. 42• •• 49

3.5 Conclusão . . . . . . . . . . . . · 51

4. MtTODOS DE ADMINISTRAÇÃO DO CONTAS A RECEBER 544.1 Politicas de Cobrança4.1.1 Processo de Markov . . . . . . .

55· . • 59

. . . .

4.2 lndices de "Performance" do Contas a Receber4.2.1 Modelo de Lewellen e Edmister .

· •• 68

· • • 72

Page 9: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

4.2.2 Modelo de Benishay . . . . . . . . • • • • • • • • • 75

4.3 Ciclo Operacional na Administraç~o do Contas a Receber 79

Parte 11: Regime Inflacionário

5. OTIMIZAÇÃO DO CONTAS A RECEBER • · · 845.1 Abordagem de Puggina · · · · · · . . · 865.2 Abordagem de Shapiro . · · · · · · . . . . · · 915.3 Abordagem de Martins e Assaf · · · . . • · 945.4 Abordagem de Halloran e Lanser · 995.5 Conclusão . . . . . · · · · · · . .105

6.ADMINISTRAÇÃO DO CONTAS A RECEBER.

6.4 Aceleração de Recebimentos .t • • • •

· . .109.111.113.115

· . .117

6.1 Concessão de Crédito6.2 Redução de Prazos ...6.3 Descontos Comerciais . .. ....

6.5 Planos de Estabilização Económica . . .1266.~ "Factoring" e Financiamento com Garantia do Contas a

Receber . . . · . .127. .1286.7 Companhias Financeiras Cativas

6.8 Ciclo Operacional na Administração do Contas a Receberno Regime Inflacionário . . · . . . . . . . .135

7. MÉTODO PARA AJUSTE DOS RECEBIMENTOS À INFLAÇÃO. .140· . .1437.1 Descrição do método de cálculo

7.2 Informaçê5es de Entrada e Sai da de Informaçê5es do Siste-ma Desenvolvido . . . · . . .148

7.3 Sistema Computacional Desenvolvido Para Cálculo do Mé-todo Proposto . . . . . · . . .152

Page 10: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

7.4 Exemplo de Utilização do Método Proposto ••.••.• 153

8.CONCLUSÃO . . . . • • • • • • . . . . • • • • . • • • . •160

ANEXO 1: PROGRAMA COMPUTACIONAL PARA O MtTODO DE AJUSTE DOSRECEBIMENTOS Ã INFLAÇÃO . •. . .•....• 162

A.l Introdução . . . . . . • .•.••..•.. 163A.2 Ambiente NecessárioA.3 Composição do Programa

· . . . . . . .163. . . ... 163

A.4 Geração e Utilização do ProgramaA.5 Operação do Sistema .. . . . . . . .

.164

.167

.169

· . . . . . . . . .

Listagens do Programa . . · . . . . .

BIBLIOGRAFIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . .216

Page 11: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

LISTA DE TABELAS

2.1 - Avaliação de Diferentes Pollticas de Crédito eCobrança Segundo o Modelo de Van Horne •..•. 9

2.2 - Influência de Cada Variável Sobre o Nivel 6timo deTaxa de Juros .

2.3 - Influência de CadaCrédito Ótimo •.

Variável Sobre o Periodo. . 16

de. . 20

. . .

2.4 - Comparação dos Modelos de Otimização do Contas aReceber de Van Horne, Wringhtsman e Bierman e Hass . 28

3.1 - Avaliação de Crédito Segundo Beckman e Bartels 333.2 - Árvore de Decisão - Dados para o Exemplo 453.3 --Árvore de Decisão - Cálculo de Custo Para Diferentes

Quantidades de Itens no Pedido3.4 - Abordagem Para Vários Periodos

Liquido de Uma Venda3.5 - Abordagem Para Vários Periodos

Liquido de Duas Vendas

, • • • • • • 47

Valor Presente. • . . . . 49

Valor Presente. . . . . 51

3.6 - Pontos Fracos e Fortes das Abordagens de Concessão deCrédi to . . . . • 53

4.1 - Pontos Fortes e Fracos do Processo de Markov ParaDeterminação de Politica de Cobrança . 68

5.1 - Fluxo de Caixa Ajustado Segundo Risco e Inflação .. 885.2 - Modelo de Van Horne Ajustado para o Regime Inflacio-

ná r í o • . 90

5.3 - Cálculo do Investimento em Contas a Receber Segundo aAbordagem de Martins e Assaf . 97

5.4 - Exemplo de Aplicação da Abordagem de Halloran eLanser .102

5.6 - Pontos Fortes e Fracos das Abordagens de Otimização

Page 12: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

do Contas a Receber no Regime Inflacionário6.1 - Modalidades de Cobrança Bancária •...•

. . . .. 108.125

6.2 - Ganhos Tributários com Subsidiária Financeira emRegime Inflacionário . . . . . . . . . . . . . . . .133

Page 13: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

LISTA DE FIGURAS

2.1 - Relaç~o Entre Devedores Duvidosos e Esforço deCobrança . . . . . . 8

2.2 - Relação Entre a Qualidade da Conta Rejeitada e oLucro • . . . .11

2.3 -DeterminaçãoWringhtsman . .

da Taxa de Juros Ótima Segundo. . . . . . 13

2.4 - Determinação do Periodo de Crédito Ótimo SegundoWringhtsman .

2.5 - Relação Entre Prazo e Volume de Vendas· • 17

223.1 - Distribuição de Probabilidade da Função Análise

Discriminante · • 38463.2 - Diagrama da Árvore de Decisão do Exemplo

3.3 - Abordagem Para Vários Periodos Probabilidade deOcorrência . . . . . . . . . . . . . . . . . 50

4.1 - Determinação da Politica Ótima de Crédito e Cobrança 58..

4.2 - Ciclo Operacional na Administração do Contas aReceber · . 81

5.1 - Comportamento dos Diferentes Cálculos de NPV · .1046.1 - Prazo e Risco Inflacionário . . . · .1146.2 - Esquema de Transmissão de Valores e Dados Pelos

Bancos . . . . . . . . .1196.3 - Cobrança Bancária da Duplicata Convencional · . . · .1206.4 - Cobrança Bancária EscrituraI.6.5 - Cobrança Direta (ou Expressa)6.6 - Esquema de Financeira Cativa

. . .121

· .122.128

6.7 - Subsidiária Financeira e Inflação - Ganhos Tributá-rios - Vendas de Um Periodo ... . . . . . · . . . .134

6.8 - Subsidiária Financeira e Inflação - Ganhos Tributá-

Page 14: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

rios - Vendas de Dois Periodos ••..6.9 - Ciclo Operacional na Administração

Receber no Contexto Inflacionário . . .

. . . . . .do Contas

. . . .

.135a

.137

Page 15: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

RESUMO

Discute os modelos de otimização do con-tas a receber no regime normal, baseadoem técnicas de contabilidade gerencial eorçamento de capital. A~resenta as dife-rentes formas de se avaliar o risco en-volvido na concessão de crédito para ad-ministração do contas a receber.

Introduz a inflação e rediscute os mode-los de otimização do contas a receber,tanto em relação às modificações neces-sárias para utilizar os modelos anterio-res, quanto novas abordagens que aperfei-çoam a consideração do efeito inflacio-nário. Em relação à administração docontas a receber com inflação, apresentaprocedimentos baseados na realidade bra-sileira da década de 80, enfatizando acobrança bancária e ·os ganhos tributários.

Por último propÕe um método para geren-ciar os recebimentos de um contas a rece-ber no regime inflacionário, descrevendoseu desenvolvimento teórico e apresentan-do listagem de programa computacional pa-ra realizar esta tarefa automaticamen-te em microcomputadores.

Page 16: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

ABSTRACT

This work discusses the models tooptimize the accounts receivable in thenormal environment, based on managerialaccounting techniques and capital budget.It introduces different ways to evaluatethe risk involved in credit granting andthe procedures to manage the accountsreceivable.

Consideration about inflation is intro-duced as well as discussions on themodels to optimize the accountsreceivable. Modifications in the previousmodels that improve the inflationconsideration are presented. About deaccounts receivable management withinflation, this work presents theprocedures based on the Brazilian realityduring the 80's, emphasizing the bankingreceivable and the tribute earningsprocedures.

Finally this work suggests a method tomanage the values received from theaccounts receivable with inflation.Theoretical development and the computerprogram source listing to accomplish thistask'automatically in microcomputers arealso presented.

Page 17: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

1. INTROOUÇIO

As transaçe5es comerciais realizadas somente à vistarepresentam uma restrição para o vendedor e para o comprador.a vendedor pode não estar atingindo à demanda potencial deseus clientes e, por outro lado, o comprador pode ficarinsatisfeito porque deseja comprar mais.

Nesta direção, as economias capitalistas criaram o créditopara viabilizar negócios que antes estavam restritos,expandindo o processo econÓmico, além de torná-lo maiseficiente.

A primeira idéia de crédito esteve associada ao crédito nãomercantil, ou seja, ao crédito financeiro. Instituiçê5esfinanceiras forneciam crédito aos compradores que com istoexpandiam sua capacidade e consequentemente aumentavam o seuvolume de pedidos ao vendedor.

Esta idéia fortaleceu-se com compras do consumidor final quenão apresentavam um volume significativo de transaçê5esindividualmente. Já o crédito entre empresas tinha um númerogrande de ocorrências e justificava uma forma mais rápida deacelerar as transações, surgindo dai o crédito mercantil entreempresas.

a crédito1, definido como o poder ou a capacidade de obtenção

lBECKMAN, Theodore N. ; BARTELS, Robert. Credits and Collectionsin Theory and Practice. McGraw-Hill, 1955.

1

Page 18: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

de bens ou serviços em troca de uma promessa de pagamentofuturo, veio de encontro com esses diferentes tipos detransaç~o, viabilizando-se, em maior ou menor escala, entreconsumidores finais, empresas e instituiç~es financeiras.

2De acordo com Metha, as caracteristicas institucionais docrédito mercantil não financeiro levam à consideração devariáveis significativamente diferentes daquelas envolvidas notratamento dispensado ao consumidor final. O crédito mercantilnão está associado às pessoas que controlam a empresa, mas simà capacidade desta empresa de gerar pagamento, enquanto ocrédito ao consumidor tende a ser associado à sua capacidadeindividual, influenciada portanto por modificações nos níveisde renda ou de emprego.

Cabe ressaltar que o crédito, que é administrado através dovolume de contas a receber de uma empresa, é um ativo

3monetário. Segundo Weston , os ativos monetários são aquelescujos preços não são modificados pela inflação, ou seja, ocontas a receber pode perder valor com a sua idade, em funçãodo regime inflacionário vigente.

Desta forma, em função do crescimento da inflação em algumaseconomias capitalistas, atenção redobrada deve ser dada à

administração do contas a receber, motivo este que justificou

2METHA, Dileep R. Administração do Capital de Giro.Atlas, 1978.

3WESTON, J. Fred. Toward Theories of FinanciaI Policy, Journal ofFinance, v. 10, n. 2, May 1955.

São Paulo:

2

Page 19: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

a decisão de elaborar esta dissertação.

Na primeira parte deste trabalho discutem-seclássicos de otimização do contas a receber,crédito e a administração do contas a receber.

os modelosconcessão de

Na segunda parte introduz-se a inflação e discute-se osmodelos de otimização do contas a receber que levam em contaesta nova variável e discute-se a utilização dos modelosclá.ssicosde aná.lise do crédito no regime inflacionário.Complementando são apresentadas as variáveis envolvidas naadministração do contas a receber com inflação, variáveisestas baseadas principalmente na realidade brasileira dadécada de 80 e, por último, propõe-se um processo de cálculocomputacional para auxiliar na administração do contas areceber no contexto inflacionário.

3

Page 20: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

PARTE I: REGIME NORMAL

4

Page 21: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

2. MODELOS DE OrI MI ZAÇ~O DO CONTAS Â RECEBER

2.1 Introdução

A funç~o do administrador financeiro é tomar decis~es deinvestimento, financiamento e dividendos. Uma quarta área,representada pela decis~o de capital de giro, tem recebidotratamento diferenciado e tem sido considerada uma área dedecisão separada das três anteriores, apesar de poder serincorporada nas ~ecis~es de investimento e financiamento.

Segundo Puggina4 independe do capital de giro constituir-seem uma área distinta de decisão financeira ou estar embutidanas demais áreas de decisão tradicionalmente aceitas, o fato é

que a sua administração tem determinado o sucesso ou insucessode empresas.

Desta forma a administração do capital de giro, já sendoentendida como uma decisão relevante, apresenta dois enfoquesdistintos:

- o capital de giro deve ser minimizado porque proporciona umamenor rentabilidade do que os ativos de longo prazo, devendoser nulo ou até mesmo negativo.

quanto menor o Di vel de capital de giro maior a

possibilidade da empresa tornar-se insplvente em decorréncia

4pUGGINA, Wladimir A. seminário Decisões Financeiras da Empresaem um Contexto Inflacionário. São Paulo: EAESP-PGV, novo 1980.

5

Page 22: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

da incapacidade de saldar seus compromissos de curto prazo.

Desta forma administrar o capital de giro significa determinara parcela de participação de cada um dos enfoques acima, emcada empresa. Isto vai depender de fatores externos como ovolume de vendas e nÚmero de clientes, de fatores internoscomo custo do produto e estoques e, principalmente do nivel derisco que os administradores decidem correr.

Não basta a empresa apresentar um nivel ótimo de capital degiro sem que ela proceda à otimização de cada um de seuscomponentes. A determinação do nivel ótimo de investimento emcontas a receber depende de uma clara compreensão do créditocomo instrumento disponivel para a geração de demanda, daintensidade com que a empresa pode utilizá-lo com este intuitoe do grau de controle que pode ser exercido.

Uma politica muito rigida de crédito reduz o investimento emcontas a receber, assim como os custos associados, podendotambém reduzir as vendas e o lucro liquido. Por outro lado,uma politica muito liberal pode aumentar excessivamente ocontas a receber e seus custos administrativos, podendoreduzir os lucros, apesar do aumento de vendas.

Basicamente os modelos a seguir apresentados exploram estaidéia e procuram estudar as variáveis envolvidas paradeterminação da politica ótima do contas a receber.

6

Page 23: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

52.2 Modelo de Van Horne

o modelo desenvolvido por Van Horne estã baseado nos cri~riosde contabilidade gerencial, ou seja, baseia-se na análise decustos e receitas marginais.

Com relação aos custos marginais o autor considera o custo comdevedores incobrãveis, o custo de cobrança e o custo doinvestimento necessário no contas a receber; com relação àsreceitas marginais, considera somente a receita proveniente damargem de contribuição das novas vendas (preço de venda menoscusto variável).

o custo com devedores incobrãveis varia inversamente com oesforço de cobrança, reduzindo-se à medida que tal esforço é

incrementado; esta relação é verdadeira até que o esforço decobrança atinja um valor máximo limite, a partir do qual onivel de incobráveis passa a ser constante. Esquematicamen\etem-se:. .

5VAN HORNE, James C. FinanciaI Management and8.ed. New Jersey: Prentice Hall, 1989.

JlPolicy.

7

Page 24: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

Devedo-res In-cobrá-veis

Esforçode

CobrançaFig 2.1 - Relaç~o Entre Devedores Duvidosos e Esfor-

ço de Cobrança

o autor ressalta que muitas vezes o esforço excessivo decobrança, ao tentar evitar as perdas com incobráveis, podeprejudicar vendas futuras. Como a introduç~o desta análisedepende de cada tipo de negócio, o autor sugere considerareste fator em análises setoriais.

o custo de cobrança varia conforme o tipo de cliente; quantopior a qualidade do cliente exigir-se-á um maior esforço econsequentemente os custos aumentarão. Este esforço adicionalpode ser representado por telefonemas, correspondência ou atémesmo pela visita de um cobrador.

o valor do investimento no contas a receber é definido pelaparcela adicional de custo variável em relação à situaçãooriginal. Já o custo do investimento no contas a receber écalculado multiplicando-se o valor do investimento marginalpela taxa de capital.

A decisão de se aceitar uma nova polltica de crédito e

8 /

Page 25: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

cobrança será tomada quando o resultado marginal da novasituaçlo for positiva, ou seja, quando a receita marginal forsuperior ao custo marginal. Para facilitar o entendimentoveja-se o seguinte exemplo:

Sit.uaçã o O(atual)

Situaç~o 1 Si t.uaçâo 2

Vendas anuais 2.400.000

Vendas adicionaisMargens adicionaiscusto variável = 80%(R) Receita marginal

3.600.000 3.900.000

1.200.000 1.500.000240.000 300.000

240.000 300.000

2 36 4

600.000 975.000400.000 775.000320.000 620.000

.. ,,~~tL

.(32 .000 ) (62.000)

~razo médio (mês)Rotação do CRCR médioAumento do CRInvestimento adicional em CR

custo variável = 80%

112

200.000

(C1) Custo marginal do inves-timento - taxa de cap.=10%a.a

Custo de cobrança(C2)Custo marginal de co-

brança

20.000

Perda com incobráveisValor da perda(C3)Custo marginal com de-

vedores incobráveis

1%24.000

52.000(32.000)

72.000(52.000)

5%180.000

(156.000)

7%273.000

(249.000)

Tab. 2.1 - Avaliação de Diferentes Politicas de Crédito e Co-brança Segundo o Modelo de Van Horne (continua na próxima pá-gina) .

9

~- 1 _

Page 26: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

Resultado Marginal 20.000 (63.000)R + Cl + C2 + C3

Acei t.aç ã c Sim Não

Tab. 2.1 - Aval iação de Diferentes Poli ticas de Crédi to eCobrança Segundo o Modelo de Van Horne.

Vê-se através deste exemplo que a mudança da situação atualpara a situação 1 representa um ganho de 20.000 para a empresae portanto deve ser aceita, enquanto a mudança para a situação2 representa uma perda de 63.000 e portanto deve serrejeitada.

Para maximizar o seu lucro, a empresa deve estudar diferentespoliticas de crédito e cobrança para determinar aquela queoferece o melhor resultado. Um relaxamento na concessão decrédito vai aumentar o volume de vendas e consequentemente areceita marginal. Por outro lado, o crescimento do volume devendas faz também crescer o prazo médio, consequentemente oinvestimento médio em contas a receber, o custo de cobrança eo custo de devedores incobráveis. Estes custos cresceminicialmente menos que a receita marginal mas, como sãoascendentes, vão atingir um ponto de igualdade. Este é o pontode lucro máximo e representa a situação ideal em termos depolítica de crédito e cobrança para a empresa. A partir d~ ocusto marginal é superior à receita marginal e o resultadoserá negat ivo.

Van Horne associa o comportamento destas variáveis à qualidade

10

L

Page 27: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

da conta rejeitada e conclui que a empresa deve buscar G p~ntode lucro aáximo, uma vez que o comportamento dos resul tadossegue o que está apresentado na figura 2.2.

.,~,' x = Ponto ótimo

Lucro

x Qualida e da contarejeitada

Fig.2.2 - Relação Entre a Qualidade da ContaRejeitada e o Lucro

Utilizando o mesmo principiobaseado na análise de receitas

de contabilidade gerencial,custos marginais, Gitman6e

apresenta conclus~es semelhantes à este modelo, discutindodetalhadamente a influência de cada politica de crédito ecobrança sobre os valores das variáveis envolvidas nestaanálise.

2.3 Modelo de Wringhtsman7

A otimização do contas a receber, segundo este autor,constitui-se na determinação da taxa de juros e do periodo de

6GITMAN, Lawrence Jr. Princípios de Administrayão Financeira.Editora Harper & Row do Brasil, 1984.

7WRINGHTSMAN, Dwayne.Receivable. Quaterly2, Summer 1969.

Optimal Credit Terms For AccountsReview of Economics and Business, v.9. n.

11

Page 28: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

crédito que maximizem o resultado final. Ele se preocupa com apolltica de otimização do contas a receber dos concorrentes,salientando que ela pode influenciar a política da. empresa.Como esta não é uma regra universal, nem necessariamenteracional, ele desenvolve o seu trabalho exclusivamente dentrodo âmbito da empresa.

Ele divide a otimização do contas a receber em dois modelos: oprimeiro, que procura determinar a taxa de juros ótima, e osegundo que busca encontrar o periodo de crédito ótimo. Oautor reconhece que estas duas variáveis, taxa de juros eprazo de crédito, estão interrelacionadas em diferentespol1ticas de crédito mas, para efeito de seu modelo, pro~etratá-las separadamente.

O primeiro modelo apresenta as variáveis envolvidas nadeterminação da taxa de juros ótima a ser cobrada pela empresana concessão de crédito a seus clientes. Para seudesenvolvimento são assumidos as seguintes premissas:

( 1) A empresa é maximizadora de lucro;(2 ) A empresa considera a taxa de juros dos concorrentes como

um dado;( 3 ) A poli tica de vendas e os 1ndices de cobrança são

constantes ao longo do tempo;(4) O 1ndice de rotação do contas a receber da firma é virtu-

almente invariável às mudanças nas taxas de juros cobradasnas vendas a crédito. Os clientes sensiveis a esta taxarespondem à sua elevação pagando mais cedo, compensandoaqueles clientes sens1veis ao valor do débito que atrasam

12

Page 29: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

seus pagamentos.

ros(C)

LucroRendi

Lucro 11- mento···········cj"ü·iCiõ···má·.::·········e···Cu·s

VérticeLucroEspe-radosobreVen-das(rr)

ximo to espera-do

Lucro S.Qbre Ven-das (n )

4-Lucro Liq(rr+CR-E)Custo ManCR (E)

VendasEsperadas(S)

Variávelde decisãoTaxade Ju

Vendas

Variável deDeci-são Taxa deJuros

(C)

R = f C

S = f CTaxa ótima da Firma

Nível de Maximi- Ven as fjfl Nivelzaçã o de Lucro Esperadas (S) ~ zaçã o de Lucro

Determinação da Taxa de Juros Ótima SegundoWringhtsman

·1

Fig.2.3

No painel A da figura 2.3 as vendas esperadas, sem consideraros rendimentos de juros embutidos nas vendas a prazo, sãomostradas como uma função inversa da taxa de juros. A empresaperde venda para seus competidores à medida que a taxa dejuros embutida nas vendas a prazo cresce. Eventualmente, umexcessivo aumento da taxa de juros pode eliminar todas as

13

Page 30: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

vendas a prazo, mantendo somente as vendas à vista. A situaçãoinversa também é válida, ou seja, uma redução excessiva dataxa de juros, pode trazer para a empresa todas as vendas aprazo dos concorrentes.

No painel B, o ní vel esperado do contas a receber é

apresentado como uma função inversa da taxa de juros. Supondoque o lndice de rotação do contas a receber não é alteradopelas mudanças na taxa de juros, a função contas a receberestá estreitamente relacionada com a função vendas. As contasa receber são zeradas quando as vendas ocorrem todas à vista eatingem o nlvel máximo quando as vendas são maximizadas.

No painel C, o lucro esperado sobre as vendas, sem consideraros rendimentos e os custos de crédi to, é mostrado como uma

',."#:;' "função das vendas esperadas. Num patamar baixo de vendas olucro é negativo por causa dos custos fixos de produção.Conforme crescem as vendas, o lucro também cresce, porém a umataxa decrescente devido aos rendimentos decrescentes.

No painel D são apresentados diferentes f'unç õ e s

simultaneamente. A primeira, lucro sobre vendas, é apresentadaem relação ao nlvel esperado do contas a receber. Esta funçãoé resultado de derivação algébrica das três funçê5esapresentadas nos painéis A, B e C.

A segunda, custo de manutenção do contas a receber é mostradacomo função crescente em relação ao n1vel do contas a receber.Esta função intercepta o eixo dos custos no ponto associadoaos custos fixos de manutenção do contas a receber, crescendo

14

Page 31: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

-

a uma taxa ascendente por causa dos custos marginaiscrescentes que incluem entre outros fatores juros e outroscustos de capital.

A terceira função deste painel, rendimentos de juros de vendasa crédito, é derivada da função contas a receber do painel B.Estes rendimentos são resultantes do produto da taxapercentual de juros pelo nivel do contas a receber.contas a receber atinge zero, os rendimentos sãoquando a função linear do contas a receberelasticidade uni tária, os rendimentos de

Quando onulos e,

alcança ajuros sãoreduzida amaximizados. Finalmente, quando a taxa de juros é

zero, os rendimentos também são zerados.

A quarta e última função apresentada no painel D, lucroliquido, é o fator de decisão. Esta função resulta da confron-tação entre o custo de manutenção do contas a receber com olucro total sobre as vendas e com os rendimentos de juros. Ovértice dessa função determina o ruvel de contas a receber quemaximiza o lucro, que transportado para o painel B, apresentaa taxa de juros ótima a ser cobrada nas vendas a prazo.

O nivel ótimo de taxa de juros de uma empresa não precisa serobrigatoriamente igual a de seus competidores. A empresa podemudar sua taxa de juros ótima com a administração de mudançasnos fatores anteriormente discutidos. Um resumo dos resultadossobre a taxa de juros ótima em relação às mudanças de cadavariável envolvida no processo de decisão, está apresentado aseguir:

15

Page 32: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

VARIÃVEL MUDANÇA RESULTADO

Custo marginal de manutenção aumenta aumentado contas a receber

.........................................................................................................................................................................................................Volume de vendas a prazo aumenta aumenta.................................................................................................................................................................................................Prazo médio concedido aumenta aumenta..........•...................................................................................................................................................................................Lucro marginal de venda aumenta redução..................... ~~~.................................................................................................... ••...... . .Sensibilidade de vendas a aumenta redução

prazo à taxa de juros.........................................................................................................................................................................................................Custo de capital aumenta aumenta

Tab. 2.2 - Influência de Cada Variável Sobre o Nivel 6timo deTaxa de Juros

O segundo modelo desenvolvido pordeterminar o periodo ótimo de crédito aclientes nas vendas a prazo. Este modelo

Wringhtsman procuraser concedido aosestá baseado nas

seguintes premissas:

(1) A empresa é maximizadora de lucro;(2) A empresa considera como um dado o prazo de venda de seus

concorrentes;(3) A política de vendas e os indices de cobrança são

constantes ao longo do tempo;(4) O indice de rotação real do contas a receber da empresa é

inversamente proporcional à extensão do periodo de créditoestabelecido. Os clientes, em média, não pagam nemantecipado nem atrasado os seus débitos.

16

Page 33: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

Este modelo é semelhante ao primeiro e para obter a maximi-zaç~o do lucro baseada no prazo de venda, substituiu-se a va-riável taxa de juros, nos painéis A e B, pela variável perlodode crédito, conforme está apresentado na figura 2.4 a seguir:

LucroEspe-radosobreVen-das(rr)

LucroRendi

Lucro L1- mento·············g·ü·i·êfo···IDá·.::··········e···C·ü·s

VérticeLucro 52bre Ven-das (rr)

ximo to espera-do

Lucro Liq(rr+CR-E)

VendasEsperadas(S)

Custo ManCR (E)Rend.JuroVP (CR)

N1vel EsperaJodo CR (R)

Variávelde DecisãoExtensãodo P~riodode

Crédito(T} ~--~------~----~------~m N1vel de Maximi- Ven as f1f1 NiveI Maximi- N1ve do

~ zaçã o de Lucro Esperadas (S) ~ zação de Lucro CR (R)

Variável deDeci-são:

(T) R = fT

S =

Fig. 2.4 - Determinação do Periodo Ótimo de Crédito SegundoWringhtsman

No painel A, as vendas esperadas sem considerar os rendimentosde juros embutidos nas vendas a prazo, são mostradas como umafunção positiva em relação ao periodo de crédito. A empresa

17

Page 34: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

ganha venda de seus competidores pela introdução de novosclientes no mercado, pelas novas condiçOes de crédito. Quandoo mercado se exaure, o limite das vendas a crédito é atingido,permanecendo somente vendas à vista.

No painel B o ruvel esperado do contas a receber é apresentadocomo uma função positiva da extensão do perlodo de crédito;baseado na premissa 4, descrita anteriormente, a função contasa receber mantém um relacionamente estreito com a funçãovendas. Quando o total de vendas é efetuado à vista, as contasa receber se mantém no ruvel zero, porém quando o vendastotais são maximizadas, o contas a receber varia positiva elinearmente com a extensão do perlodo de crédito. Entre estesextremos, quando as vendas crescem com a extensão do perlodo,o contas a receber cresce a uma taxa crescente. Isto seexplica devido aos valores do contas a receber serem iguais aocrédi to diário vezes o perlodo de crédi to em dias e, à medidaque ambos crescem, o contas a receber cresce mais rapidamenteque quaisquer dos fatores de modo isolado.

No painel C, o lucro esperado sobre as vendas, sem consideraros rendimentos e os custos de crédito, é mostrado como umafunção das vendas esperadas. As caracteristicas desta funçãoestão associadas aos custos fixos de produção e à margem decontribuição associada a cada venda.

No painel D são apresentadas diferentes funções simultaneamen-te. A primeira, lucro sobre vendas, é apresentada em relaçãoao ruvel esperado do contas a receber. Esta função é resultadoda derivação algébrica das três funções apresentadas nos

18

Page 35: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

painéis A, B e C.

A segunda, custo de manutenção do contas a receber, é mostradacomo função crescente em relação ao n1vel do contas a receber.Sua posição e forma indicam tanto custos fixos como variáveis,com estes últimos aumentando conforme a margem cresce.

A terceira, rendimentos de juros de vendas a prazo, é linear ehomogênea em relação à variação do n1vel do contas a receber.A quarta e última função apresentada no gráfico D, lucroliquido, é o fator de decisão. Esta função resulta daconfrontação entre o custo de manutenção do contas a recebercom o lucro total sobre as vendas e com os rendimentos dejuros. O vértice desta função determina o nível do contas areceber que maximiza o lucro e que, transportado para o painelB, apresenta o prazo ótimo de credito a ser concedido .nasvendas a prazo.

As mesmas observações feitas no primeiro modelo em relação aoscompetidores também são válidas neste modelo. Um resumo dosresultados sobre o perlodo ótimo de crédito em relação àsmudanças de cada variável envolvida no processo de decisão,está apresentado a seguir:

19

Page 36: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

VARIÃVEL MUDANÇA RESULTADO

Custo marginal de manutençlo aumenta diminuedo contas a receber

...................................................................................................................................................................................................Volume de vendas a prazo aumentà diminue........................................................................................................................................................................................Lucro marginal de venda aumenta aumenta...............................................................................................................................................................................................Sensibilidade de vendas a aumenta aumentaprazo ao periodo de crédito

....................................................................................................................................................................................................Custo de capital aumenta diminue

Tab. 2.3 - In~luência de Cada Variável Sobre o Periodo de Cré-dito Ótimo

Wringhtsman conclui que, somente por coincidência Q pontoótimo para a empresa é semelhante ao ponto ótimo doscompetidores, por causa de suas caracteristicas peculiares dafunção de produção e do acesso ao mercado de capitais. Areação dos competidores, no caso de indústrias oligopolistas,pode criar um efeito neutralizador,caracteristicas do mercado como um todo.

com mudanças

2.4 Modelo de Bierman e Hass8

Estes autores desenvolveram um modelo para avaliação dapolitica de crédito e cobrança baseada em procedimentosconvencionais e nas técnicas de orçamento de capital. A

8BIERMAN Jr. ,Harold i HASS, Jerome E.Managerial Finance. W. W. Norton, 1975.

An Introduction to

20

nas

Page 37: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

introduç~o do valor do dinheiro no tempo, neste modelo, ~permite tomar decis~es orientadas para o prisma financeiro,sem desconsiderar as deci8~es de contabilidade gerencial, já

embutidas nos modelos anteriores.

Para desenvolvimento do modelo, os autores apresentam duaspossiveis situaç~es que necessitam ser averiguadas em termosde retorno à empresa, para seleção da melhor:

Vendas (mensal)Prazo médio (mês)Contas a Receber

200.0001

200.000

300.0002

600.000

Sit.uação O(atual)

Si tuaç ã o 1

Para determinação do investimento no contas a receber,necessário para a mudança da situação O para a 1 tem-se:

Considerando:

So = vendas a prazo na situação O (por unidade de tempo)81 = vendas a prazo na sit.uaçã o 1 (por unidade de tempo)

AO = prazo médio na situação OA1 = prazo médio na sit.uaçã o 1

RO = contas a receber na situação O

Rl = contas a receber na situação 1

tem-se:

RO = AO x So e R1 = A1 x S1

21

Page 38: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

Estas relaç~es estro apresentadas na figura 2.5 a seguir:

Prazo

A B

D C

5 5 vendo 1as

Fig. 2.5 - Relação Entre Prazo e Volume de Vendas

o volume do contas a receber na situação O é:

o volume do contas a receber na situação 1 é:A1x 51 = áreas (A + B + C + D)

onde o crescimento é explicado por:c - aumento de vendasA - aumento de prazoB - aumento de prazo e de vendas

5upondo que b seja o custo variável por dolar de venda esabendo que a área A é o aumento do contas a receber devido à

extensão do prazo, pode-se calcular o investimento necessário:I = A + b ( B + C )

Como:

e

22

Page 39: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

tem-se:

Admitindo nesta análise, b=0.8 e que este custo não se alterada situação O para a 1, pode-se calcular o investimento nocontas a receber:

I = 200.000 (2 - 1) + 0.8 [(300.000 - 200.000) 2]I = 200.000 + 160.000I = 360.000

Por outro lado, a mudança proposta aumenta o lucro anual em:L = (S1 - SO) x (1 - b) x 12L = (300.000 - 200.000) x 0.2 x 12L = 240.000

Introduzindo-se a perda com devedores incobráveis e supondo:

Perdas com incobráveis 1% 5%

Sit.uaçã o O(atual)

Situação 1

A nova margem seráL = (1 b) S - aOsOO OL = (1 b aO) SoOL = 0.19 x (2.400.000)OL = 456.000

OL = (1 - b - ai) S11L = (1 - 0.8 - 0.05) x 3.600.0001L = 540.0001

,'-

23

Page 40: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

Ent~o a mudança da política O para 1, considerando as perdascom incobráveis, gera um resultado de:

L = 540.000 - 456.000L = 84.000

Incluindo as perdas com incobráveis no cálculo de investimentono contas a receber tem-se:

I = (1 - aO) 50 (AI - AO) + b (SI - 50) AII = (0.99) x 200.000 x (2 - 1) + 0.8 (300.000 - 200.000) x 2I = 198.000 + 160.000I = 358.000

Vê-se qu~ este valor é inferior em 2.000 ao valor calculadoanteriormente e, portanto, a inclusão do valor dos devedoresincobráveis devido à extensão de crédito ( área A) diminui oinvestimento necessário no contas a receber.

Tendo calculado o investimento e o lucro proveniente de umamudança de pol1tica, pode-se decidir sobre sua aceitação ounão, através de uma análise de orçamento de capital, avaliadapelos fluxos de caixa incrementais.

,)

Sabendo que o investimento inicial é de 358.000, o ganho anualde 84.000, supondo que a taxa de desconto é de 10% e que oganho anual se prolonga indefinidamente no futuro, tem-se:

Valor presente (VP) = -358.000 ~ 84.000+tf1 (1.10)t

VP = -358.000 + 84.000 x 10

24

Page 41: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

VP = 482.000

Como o resultado é superior a zero, a polltica correspondenteà situação'l deve ser aceita em substituição à situação O.

Os autores comparam esta decisão àquela envolvida na compra deum ativo fixo e citam que qualquer metodologia que é apropria-da para avaliar investimentos em ativos fixos serve tambémpara avaliar investimentos no contas a receber.

2. 5 Concl us ão

O modelo de Van Horne é baseado nos principios decontabilidade gerencial, ou seja, desenvolve uma abordagemmarginalista baseada em custos e receitas marginais. Aoconsiderar a qualidade do cliente que está sendo introduzidoem sua análise marginalista, consegue-se melhorar a avaliaçãode custos marginais. Além disto a sua aplicação érelativamente simples, permitindo análises alternativas deforma bastante abrangente. À medida que estas análises alter-nativas são convergentes, transforma-se num modelo para deter-minação do nível ótimo do contas a receber, de fácil operação.

Como ponto fraco do modelo de Van Horne pode-se citar anecessidade de uma avaliação prévia do risco associado à cadacliente para sua operacionalização. Além disto, o autor nãodefine a taxa de retorno a ser utilizada na avaliação dosinvestimentos no contas a receber, não questionando se a taxade retorno exigida neste investimento seria diferente da taxade retorno de investimento em outros ativos, em função dos

25

Page 42: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

riscos envolvidos. A grande limitaçro deste modelo porém, é anão consideração do valor do dinheiro no tempo, fazendo comque a análise possa se distorcer à medida que se dilate oprazo concedido.

o modelo de Wringhtsman é mais abrangente do que o modelo deVan Horne, ao introduzir um maior número de variáveisfuncionais no processo de otimização do contas a receber.Cabe ressaltar a preocupação do autor em comparar a poli ticade credito e cobrança adotada pela empresa com a de seuscompetidores e tentar explicar as mudanças que podem ocorrerno mercado corno um todo, apesar de seu modelo ser desenvolvidopara uso interno na empresa.

Como limitação deste modelo pode-se dizer que ele não seconstitue propriamente num modelo de decisão, por se basear nocomportamento continuo das variáveis envolvidas, servindo maiscomo um sinalizador da direção a ser tomada para otimização docontas a receber. Além disto otimiza individualmente o contasa recebe~ em relação à taxa de juros e ao prazo de crédito,quando é sabido que muitas politicas são combinadas, como é o

dias ou pagamento em trinta dias sem desconto). Por últimocaso da venda 2/10 n30 (2% de desconto para pagamento em 10

cabe ressaltar que Wringhtsman não especifica o desenvolvimen-to dos custos envolvidos na manutenção do contas a receber,ponto este já discutido no modelo de Van Horne.

'"

o modelo de Bierman e Hass é baseado não sÓ na abordagemconvencional de custos e receitas marginais mas tambémintroduz a abordagem de orçamento de capital. A diferença em

26

Page 43: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

relação aos modelos anteriores é a ênfase na análise dosfluxos de caixa incrementais e a introdução do valor dodinheiro no tempo para definição da política de otimização docontas a receber. Como é baseado no mesmo princípio da análisede Van Horne também é utilizado como um modelo de decisão e é

facilmente operacionalizável.

Como limitação pode-se citar a simplificação ao se considerart+" ••---

os fluxos de caixa futuros constantes, limitação esta que podeser relaxada ao se efetuar diferentes situaç~es para cadasituaçã o futura.

Resumindo os pontos fortes e fracos de cada modeloapresenta-se a tabela a seguir:

"

27

Page 44: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

VAN HORNEcontabilidadecontabilidade

PRINCIpIO

WRINGHTSMAN BIERMAN E HASSorçamento de ca-pitalgerencial gerencial e

competidores.considera a quª .grande abran-lidade do clien gência devidote na determinª ao número deção dos custos variáveis.

.não inclui o vª .não explicitalor do dinheiro o custo de ma-no tempo. nutenção do CR

PONTOSFORTES marginais.

.modelo de deci-são de fácil o-peração.

PONTOS

.necessita avaliação prévia derisco dos novosclientes.

.não especifica.a taxa de r-e t.oj;no a ser empre-gada.

FRACOS

.considera o va-lor do dinheirono tempo.

• preocupa-se .modelo de deci-com o comportª são, de fácil 0-mento dos com- peração.petidores.

•não é utiliza-do como modelode decisão. .su~e que os fly

xos de caixa ma.!:ginais sejamconstantes no fy

.otimiza individualmente taxade juros e pe-riodo de cré d],to

turo.

Tab. 2.4 - Comparação dos Modelos de Otimização do Contas aReceber de Van Horne, Wringhtsman e Bierman e Hass

28

Page 45: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

3. MtTODOS DE Â VALI AÇXO DO RI SCO DE C~DI TO

Pode-se considerar o risco de crédito como sendo os diversosfatores que podem contribuir para que aquele que concedeu ocrédito não receba do devedor o pagamento na época combinada.Neste sentido é importante ressaltar a diferença entre risco e

9incerteza

Risco - quando o tomador de decis~es pode se basear emprobabilidades objetivas para estimar diferentesresultados, de modo que sua expectativa se baseie em dadoshist8ricos e, portanto, a deci~o seja tomada a partir deestimativas julgadas aceitáveis pelo tomador de decisBes.

Incerteza - quando não se dispÕe de dados históricosacerca de um fato, o que poderá exigir que o tomador dedecisões faça uma distribuição probabilistica subjetiva,isto é, baseada em sua sensibilidade pessoal.

Os riscos envolvidos na concessão de crédito podem serclassificados como internos ou externos à empresa. Os riscosinternos estariam ligados ao produto, à atividade de produçãoe administrativa, ao nivel de atividade. à estrutura decapitais e à liquidez. Os riscos externos estariam ligados à

politica econ6mica, ao tipo de atividade, ao mercado" e ao tipode operação de crédito.

9 ~ ISILVA, José Pereira. Administraçao de Credito ~ Previsão deInsolv~ncia. são Paulo: Atlas, -1983.

29

Page 46: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

Tendo identificado os riscos participantes da avali,açro decrédito, pode-se definir uma polltica de crédito. De acordo

10com Brealey e Myers a poli tica de crédito envo Ive asseguintes fases:

!I(1) Determinar as condiç~es de venda, em termos de prazo e dedesconto para pagamento antecipado.

(2) Buscar evidências de falta de pagamento do cliente edeterminar qual tipo de garantia de recebimento estaráassociada à operação de venda.

(3) Avaliar a possibilidade de pagamento dos clientes,buscando informaç~es passadas, análise financeira de suasituação ou referências bancárias.

(4) Decidir quanto de crédito fornecer a cada cliente e qual é

o nível ótimo de devedores incobrá veis.(5) ApÓs a concessão de crédito surge o problema de

recebimento. t necessário decidir sobre a poli bica decobrança a ser adotada.

Para a tomada de decisão de concessão de crédito é necessário,

a avaliação do risco envolvido na operação de venda- a prazo. Aseguir algumasapresenta-se abordagens que procuram

I

sistematizar o risco envolvido. Primeiro discute-se a

abordagem convencional, que é baseada na avaliação pessoal doadministrador de crédito; a seguir apresenta-se a-análisediscriminante, que é

Iestati stica; após,técnicaumaapresenta-se a abordagem da árvore de decisão, baseada na

10BREALEY, Richard A. MYERS, Steward C. PrincipIes ofCorporate Finance. New York: MacGraw Hill, 1991.

30

-

Page 47: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

minimizaç~o dos custos envolvidos na decisão de concedercrédito e, por último, extrapola-se a avaliação convencionalde uma única venda para vendas feitas a clientes que compramsistematicamente da empresa.

3.1 .Abordagem Tradicional

A abordagem tradicional de avaliação da qualidade do crédito aser concedida é investigar o potencial do comprador comrespeito a cinco fatores denominados "os 5 e's do crédito,,!I,que se descreve a seguir:

(1) Caráter: é a intenção de pagamento do cliente. Este fatoré de fundamental importância porque toda transação decrédito envolve uma promessa de pagamento. A informação ase alcançar é no sentido de se prever se o devedor faráesforços honestos para pagar o seu débi to nadata estipulada ou não vai se preocupar com .isto.Normalmente o fator moral do solicitante de crédito éconsiderado como ponto primordial da decisão de concederou não crédito. Informaç~es passadas do devedor, tanto nosnl?góc ios i:om ;.1 "llIpt'('~-;::'l que está concedendo crédi to, quantoem transaç~es com outras empresas, podem ajudar a formarum perfil do caráter do cliente. Obviamente o cará ter do

r,

cliente é um fator subjetivo e portanto uma boa avaliaçãodependerá do trabalho do analista de crédito.

11BRIGHAM, Eugene F. FinanciaI ManagementPractice. The Dryden Press, 1985.

Theory and

31

Page 48: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

(2) Capacidade: é a habilidade de pagamento do cliente. Tambémé um critério subjetivo e procura identificar o potencialdo solicitante de crédito em termos financeiros, deprodução e de comercialização. A avaliação é obtidaatravés de informações anteriores da empresacomplementada através de visitas ao cliente.tipo de negÓcio, além da capacidade fisica da

e pode serConforme oempresa, é

importante se obter informações sobre a habilidadeadministrativa ou técnica do seu pessoal, através de umaanálise dos curricula de seus sÓcios ou administradores.

(3) Capital: é medido pela condição financeira global daempresa, representada pelos indices das demonstraçõesfinanceiras. Atenção especial deve ser dada aosindicadores de liquidez da empresa, uma vez que nãointeressa ao credor que ela se arrisque demasiadamente.

(4) Colateral: é a capacidade do cliente em oferecer garantiascolaterais para obter crédito. Estas garantias podem serclassificadas em reais ou pessoais. As garantias reais sãoquando o cliente, além da promessa de contraprestação,confere ao credor o direito especial de garantia sobre umacoisa ou uma universalidade de coisas m6veiscomo por exemplo hipoteca, nota promissória,

ou imóveisaI i'enação

fiduciária, etc. As garantias pessoais ocorrem quando seexige do devedor apenas a promessa de contraprestação,contentando-se o credor com a garantia comum que lhe possadar o patrimÓnio presente e futuro do devedor, ou seuavalista, ou mesmo fiador. Como exemplo de garantiaspessoais tem-se o aval, a carta de crédito e a carta de

32

Page 49: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

fiança.

(5) Condições: refere-se à influência sobre a capacidade depagamento dos devedores, em função de poli ticas económicasou comportamento do mercado que possam afetardiferentemente os setores da economia. Como exemplo,pode-se citar empresas que têm sazonal idade de vendas eque terão maior volume de vendas e necessidade de créditoem certas épocas do ano, apesar de seu comportamento médioanual não ser este.

Conforme Beckman e Bartels12 a decisão final de avaliação decrédito deve envolver um julgamento com participação de todosos "C's". Sugerem estes autores que se atribua 35% ao caráter,30% à capacidade, 20% ao capital e 15% às condiç~es. Comoorientação geral para a tomada de decisão, quando se tratar detransaçBes normais e a aplicação das mesmas condiçBes a todosos riscos de crédito de um mesmo vendedor, os autores fazem asseguintes sugest~es:

Boa Bom risco de créditoBom Bom

ORIENTAÇÃOCARÁTER CAPACIDADE CAPITAL

Bom Boa Insuficiente Risco de créd.regularBom Insuficiente Bom........................................... .

Boa BomRisco de créd.regular

Fraco....................................................................Risco de créd.duvidoso

Fraco...................................Bom

Insuficiente Bom Risco distinta/ pobre

Fraco

.......................................................................................................................................................Insuficiente Insuficiente Risco de créd.inferior.................................................................................................................................................

Boa Insuficiente Risco de créd.fraudul.

Tab. 3.1 - Avaliação de Crédito Segundo Beckman e Bartels

12BECKMAN, Theodore N. ; Bartels, ROBERT. Credits and Collectionsin Theory and Practice. MacGraw HâLâ ;: 1955.

33

Page 50: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

As informaç~es necessárias para se montar uma avaliaçãobaseada nestes cinco fatores ( 5 C's) são obtidas através daexperiência passada com a empresa e, caso não haja, através deconcorrentes, instituições bancárias ou agênciasespecializadas.

Muitas empresas ou grupos de empresas de um setor têmdesenvolvido bancos de dados computadorizados para oferecerrapidamente informações de clientes ativos ou potenciais. Alémdisto tem-se um grande desenvolvimento de agências deinformações fornecendo dados desde .0 cará ter do cl iente atésua capacidade e capital. Como exemplo destas empresas noBrasil pode-se citar:

(1) a Dun & Bradstreet, que atua mundialmente e apresentainformações gerais das empresas e informações especificas,chegando até a realizar análise de balanço;

(2) a Serasa, que desenvolve um trabalho de avaliação depessoas fisicas ou juridicas, além de acompanhar a emissãode cheques sem fundo e protestos. Embora tivesse seutrabalho originalmente voltado para a área bancária, seexpandiu para outros setores da economia.

(3) a Associação Comercial do Estado de São Paulo, que forneceinformações cadastrais de pessoas fisicas e juridicas. Emrelação às pessoas fis í cas , "sua área de concentração é acidade de São Paulo e em relação às pessoas juridicas é oEstado de são Paulo. Concentra-se na apresentação dastransações efetuadas pelo analisado e também na análise de

34

Page 51: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

L

balanços.

Claro é que as informações obtidas necessitam uma avaliação dogerente de crédito para uma decisão final sobre a qualidade eo potencial do cliente. Por ser uma análise qualitativa, aabordagem convencional leva a uma avaliação vaga e genérica dorisco de crédito, extremamente dependente de quem o estáconcedendo.

3.2 Análise Discriminante

Buscando ênfase em técnicas quantitativas de avaliação decrédito foi desenvolvido um método estatístico denominadoanálise discriminante múltipla. A vantagem deste método é quea qualidade do crédito do cliente é expressa através de umvalor, construí do a variáveispartir de facilmentequantificáveis. Isto facilita a operação de grandes empresasque, utilizando-se de diferentes analistas de crédi to,poderiam chegar a resultados destoantes com a utilização daabordagem convencional.

Os modelos discriminantes de avaliação de crédito podem serclassificados em duas categorias: aqueles orientados parao crédito ao consumidor e aqueles orientados para o créditocomercial. Dar-se-á ênfase à descrição de modelos orientadospara o crédito comercial, embora os modelos orientados para ocrédito ao consumidor funcionem de modo semelhante.

Normalmente a função discriminante é estimada a partir de umconjunto de concessBes de crédito que é solicitado à empresa.

.:I

35

Page 52: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

Uma regra de classificaçlo é formulada com o objetivo dedistinguir ou discriminar, entre os grupos aos quais devemser concedido crédito daqueles que nlo devem. Para melhor

13entender a análise discriminante veja-se um exemplo

Suponha-se uma empresa que tenha informações histÓricas de 500solicitantes de crédito. Suponha-se ainda que 400 destesclientes pagaram em dia e 100 pagaram atrasado ou não pagaram.Além disto a empresa tem as seguintes informações de cadacliente:

indice de liquidezrelação lucro/juros pagosanos de existência

A análise discriminante mÚltipla verifica a incidência depagamento para diferentes niveis dos indicadores acima e obtémuma ponderação de cada fator na determinação de um "score",além de determinar um "score" minimo para ace itação docliente.

Supondo que os três fatores acima especificados sejam os maisrelevantes, a análise discriminante poderia fornecer:

Pesos das variáveisindice de liquidezrelação lucro/juros pagos

10.03.5

13BRIGHAM, Eugene F. FinanciaI ManagementPractice. The Dryden Press, 1985.

Theory and

36

Page 53: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

anos de existência 1.3

Determinação do "score"

score = indice de liquidez * 10 + relação juros pagos/lucro * 3.5 + anos de existência * 1.3

Análise de "score"menos que 40de 40 a 50maior que 50

~o conceder créditoregiao de dúvidaconceder crédito

Supondo que uma empresa em análise tivesse:

indice de liquidez = 3.1relação lucro/juros pagos = 4.2anos de existência = 10

Ter-se-ia:score = 3.1 * 10 + 4.2 *3.5 + 10 * 1.3 = 58.7

o que levaria a se aceitar o pedido de crédito do cliente porser, o seu "score", superior a 50.

Se fosse montada a probabilidade da ocorrência da funçãodiscriminante separada entre as contas boas e as contas ruins,ter-se-ia:

37

Page 54: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

Probabi-lidade

ruim boa Valor da funçãodiscriminante

FIG.3.1.Distribuição de Probabilidade daFunção Análise Discriminante.

Pode-se verificar que o valor médio da função discriminantedas contas ruins é inferior ao das contas boas e também queexiste uma área de superposição entre os dois universos. Nestaregião pode ocorrer erros de tipo I (classificar uma empresacomo boa quando na realidade é ruim) e do tipo 11 (classificaruma empresa como ruim quando na realidade é boa).

Dentro de estudos de comportamento de empresas baseados naanálise discriminante desenvolvidos no exterior, pode-se citaros trabalhos de Fitz Patrick (1932), Winakor e Smith (1931),Merwin, Tamari (1960), Bearer (1966), Altman (1968), Backer eGosman (1975) e Leticia Topa (1979).

o trabalho mais conhecido foi o de 14Altman que propôs a

'"

I14ALTMAN, Edward I. FinanciaI Ratios, Discriminant Analysis andthe Prediction of Corporation Bankruptcy. Journal of Finance~v. 23, n. 4, p.589 - 609, Sept. 1968.

38

Page 55: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

seguinte função:

z = O. O1 2Xi + O. O14 X2 + O. O3 3X3 + O. O06 X4 + O. 999 X5

onde:

ativo corrente - passivo correnteX1=---------:----=--------ativo total

X2 = lucro retidoativo total

lucro antes de juros e de impostosX3 = ativo total

X4 = valor de mercado das açõesexigi veI total

X5 = vendasativo total

Conclusão:

z < 1. 7 contas ruins1.7 < z < 3 região de superposição de contas

z > 3 contas boas

Conforme se pode observar na função z de Altman, quatro doscinco indices utilizados retratam a relação de contas ou grupode contas com ativo total, sendo que apenas X4 trabalha com oexigivel total no denominador, ao invés de ativo total.Posteriormente, o próprio Altman desenvolveu novos estudos ecriou o modelo Zeta, que apresenta, segundo ele, melhorcapacidade de previsibilidade.

39

Page 56: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

Dentre alguns trabalhos desenvolvidos no Brasil pode-se citaro de Kanitz (1978)15, o de Altman com empresas brasileiras(1979)16, o de Elizabethsky (1976)17 e o de Alberto Hatias(978)18.

Resumindo o trabalho de Kanitz tem-se:

Fator de Insolvência = FIFI = O.05X1 + 1.65X2 + 3.5 5X3 - 1.06X4 - O. 33X5

Sendo:

Xl = lucro liquidopatrimónio liquido

X2 = ativo circulante + realizável a longo prazoexigi ve I total

X3 = ativo circulante - estoquepassivo circulante

15KANITZ, Stephen Charles. Como Prever Fa Le'nc La s , McGraw Hill,1978.

16ALTMAN, Edward I. j BAIDYA, Tara K.N. ; DIAS, Luiz M. Previsãode Problemas Financeiros em Empresas, Revista deAdministração de Empresas. São Paulo, jan.-mar. 1979.

17ELIZABETHSK~, Roberto. Um Modelo Matemático Para DecisãoCrédito no Banco Comercial. São Paulo: Depto de EngenhariaProdução da Escola Pol itécnica da USP, 1976. (trabalhopublicado)

18MATIAS, Alberto B. Contribuisão as Te~nicas de AnáliseFinanceira: um Modelo de Concepção de Crédito. São Paulo:Depto de Administração da Faculdade de Economia eAdministração da USP, 1978. (trabalho não publicado)

dede

não

40

Page 57: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

ativo circulantepassivo circulante

~ = exiglvel totalpatrimónio liquido

Conclusão:

PI > O-3 < PI < O

PI <-3

empresa solventeregião de superposiçãoempresa insolvente

Comparando este modelo ao de Altman vê-se que este se baseiaem liquidez, enquanto o trabalho de Altman tem por base oativo total.

Na aplicação da análise discriminante para a decisão decrédito deve-se ter algumas precauç~es:

(1) t recomendável que os fatores utilizados para explicar ocomportamento futuro de pagamento do cliente sejamindependentes, para que não ocorra superposição do efeitode cada fator.

(2) A forma de seleção das amostras tem que envolver todos ossolicitantes de crédito e não s6 aqueles que a empresaaceitou conceder crédito. Ainda que este método seja omais caro em decorrência de custo e tempo envolvido, é omais desejável, pois as observaç~es serão extr~das de umapopulação de solicitantes de crédito e não da população declientes, evi~ando-se desta forma a introdução de viés.

41

Page 58: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

(3) A capacidade de previsão futura do modelo discriminantecriado deve ser sempre aferido, uma vez que as condiç~esoriginárias podem ter se modificado e com isto osresultados podem não ser corretos. Além disto caberessaltar que os modelos aqui apresentados, tanto o deAltman para a realidade americana, quanto o de Kanitz paraa realidade brasileira, precisam ser aferidos antes de suautilização. Trabalho neste sentido foi desenvolvido1983 por José Pereira da Silva19, que acabou levando-o

ema

propor um novo modelo.

3.3 Abordagem da Árvore de Decisão

A abordagemdesenvolvida

da árvore de20por Metha e

decisão aqui descrita foifoi denominada de "processo

sequencial de decisão". Este método está baseado em duaspremissas. A primeira considera que, como nem todas asinformações relevantes podem ser obtidas em tempo ou semcusto, nem todas as informações relevantes valem a pena emtermos de tomada de uma decisão. A segunda premissa é de que aexperiência passada pode ser utilizada eficazmente para levarem conta a incerteza em relação ao futuro.

Uma vez adquirido um dado relevante para a decisão de

19SILVA, José Pereira. Administração de Crédito ~ Previsão deInsolv~ncia. São Paulo: Atlas, 1983.

20METHA, Dillep R.Paulo: Atlas, 1978.

Administração do Capital de Giro. são

42

Page 59: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

concessão de crédito, procura-se, em vista da experiênciapassada, estimar os custos associados às três alternativas,quais sejam: conceder crédito, rejeitar o pedido ou adiar adecisão até ser obtida uma informação adicional. A alternativaque apresentar o menor custo é a que deverà ser selecionada,sendo o custo determinado da seguinte forma:

custo de aceitação (probabilidade de ~o pagamento) * (custovariável) + (custo médio de investimento)+ (custo médio de cobrança)

custo de rejeição (probabilidade de pagamento) * (margem decontribuição)

custo de nova análise é o custo da obtenção e doprocessamento de um dado adicional mais ocusto esperado de cada ~edida subsequenteque possa ser tomada multiplicada pelapossibilidade de ocorrência.

Para exemplificar esta situação e facilitar o seuentendimento, Metha desenvolve um exemplo prático, descrito aseguir.

Suponha-se que uma empresa confie apenas em sua experiênciapassada para avaliar pedidos de crédito. O crédito é concedidoem prazos de 60 dias, ao valor liquido, aos clientesaprovados. A empresa pode tomar decisBes com ou sem exame daexperiência passada. A empresa classifica seus clientes emtrês categorias, em função dessa experiência, que pode ser:

43

Page 60: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

boa, má ou nenhuma (quando de tratar de novos clientes). Aextensão do período real de crédito é o principal critériousado para a determinação dessas categorias:

(1) Boa - os pagamentos são realizados regularmente dentro doperíodo prefixado de dois meses. Quando o periodo formalde crédito é frequentemente superado, não há necessidadede lembretes mais fortes do que avisos formais dopagamento, ou o cliente tem dado explicações satisfatóriaspara o atraso.

(2) Má - lembretes fortes e pessoais foram necessários nopassado e o volume de crédito deixa, algumas vezes, de serreembolsado num prazo de três meses .

•• .»

(3) Nenhuma - a empresa não tem experiéncia anterior com ocliente que solicita crédito.

Suponha-se que a análise de registro de informaçe5es passadasenvolva um custo de $0.50 em termos de tempo de funcionários.Os elementos de custo de aceitação e rejeição associados acada categoria de experiéncia passada e a alternativa denenhuma análise estão apresentados a seguir:

44

Page 61: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

Categoria do Probabil. Probabil. Peri odo Mé- Custo MédioPedido Pagamento de Perda dio Crédito de Cobrança

1.Nenhuma Análise! 0.90 0.10 4 meses $0.752.Experiência

Boa : 1.00 O 2meses $0.25Má 0.60 0.40 5meses $4.00Nenhuma 0.80 0.20 3meses $1.50

Tab. 3.2 - Árvore de Decisão - Dados Para o Exemplo

Suponha-se que o preço de venda seja de $10 por unidade e quea margem de contribuição seja de 6% ao ano. Quando não seanalisa a experiência anterior e se concede o crédi toprontamente, em resposta a um pedido de X unidades, o custode aceitação pode ser calculado da seguinte forma:

custo de aceitação = custo de perda + custo de investimento+ custo ode cobranç a.

custo de perda = 0.10 * $6 * X = 0.6Xcusto de investimento 0.06

* 4meses * $6= 12custo de cobrança = 0.75

* X = 0.12X

Então:custo de aceitação = 0.6X + 0.12X + 0.75 = 0.72X + 0.75

De maneira semelhante, o custo de rejeição pode ser calculadopara os diferentes resultados de se analisar a experiênciapassada e colocando todos os resultados sob a forma de umaárvore, ter-se-ia:

45

Page 62: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

Pedido de Crédito

I JAceitar imediata- Analisar Rejeitar imediat-ªmente $(0.72x+0.75) mente $(3.60x)

IBoa Má Nenhuma0.70 0.20 0.10

II J I 1 I IAcejtar Rejeitar Aceitar Rejeitar Aceitar Rejeitar

$0.06x+0.25 $4.00x $2.55x+4.0 $2.40x $1.29x+1.5 $3.20x

Fig. 3.2 - Diagrama da Árvore de Decisão do Exemplo Apresentado

Quando não se examina a experiência anterior (isto é, noprimeiro ~vel da árvore), a recusa imediata é mais cara doque a concessão imediata de. credito, sendo portanto eliminadacomo alternativa. A alternativa de "analisar" tem uma custodireto de $0.50; o custo indireto é determinado como sehouvessem .í.n f'o r maç õ e s completas sobre as de c i sõ e s

subsequentes. Se o pedido for classificado na categoria "boa"ou "nenhuma", será acei to; se cair na categoria "má" , ·serárejeitado. A experiência passada indica que sempre que seinvestiga os registros, 70% dos pedidos têm pertencido àcategoria "boa", 20% à categoria "má" e 10% à categoria de"novos clientes". O custo esperado da análise (CA) será:

CA = custo processo3

+E custoi=l

de aceitar.1

* probabil ..1

46

Page 63: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

CA = $0.50 + 0.7 * $(0.06X + 0.25) + $(2.55X + 4.00)+ 0.1 * $(1.29X + 1.50)

CA = $0.50 + 0.042X + 0.175 + 0.510X + 0.8 + 0.129X+ 0.15

CA = 0.68X + 1.63

Para melhor esclarecer a decisão a ser tornada apresenta-se aseguir o cálculo dos custos de Aceitar, Analisar ou Rejeitarpara um pedido de diferentes quantidades:

Quantidades do Custos dePedido Aceitar Analisar Rejeitar

1 1.47 2.31 3.602 2.19 2.99 7.203 2.91 3.67 10.80.....21 15.87 15.91 75.6022 16.59 16.59 79.2023 17.31 17.27 82.80

Tab. 3.3 - Árvore de Decisão - Cálculo de Custos Pa-ra Diferentes Quantidades de !tens no Pedido

Comparando os custos envolvidos verifica-se que a aceitaçãoimediata s6 deve ocorrer quando um pedido envolver a encomendade até 22 unidades. Se a encomenda for maior, o pedido deveráser analisado e recusado se os registros indicarem experiência"má" com o cliente no passado.

Neste exemplo apresentado, s6 se considerou duas etapas naanálise. Um procedimento mais elaborado poderia constar demais etapas que seriam:

47

Page 64: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

(1) Classificação de risco por uma instituição externa de avaliaçãode crédi to.

(2) Referências de outros credores e bancos.(3) Análise de demonstraç~es financeiras.

o número de etapas ou a sua ordem deve ser definidoestá desenvolvendo o modelo. Ao se elevar o número

por quemde" etapas

aumenta-se os custos, não incrementando obrigatoriamente onúmero de informações relevantes obtidas. Com relação à ordem,a situaçâo ideal é aquela em que as análises de informaçõesforem sucessivamente encarecendo e demorando mais tempo paraserem obtidas, de modo a se tornar um filtro seletivo.

Urna vez decididos o nÚmero e ordem dasfixados critérios para dividir cadadiferentes. As estimativas de custo para

etapas,etapacada

deverão serem categoriascategoria nas

diversas etapas· permitem que se escolha a alternativa menosdispendiosa de maneira análoga à anterior. A escolha dasalternativas ótimas, por sua vez, proporciona regrasinequivocas para a tornada rotineira de decisões de concessãode crédi to pelos nívei s inferiores.

Metha ressalta que este modelo. pode ser melhorado à medidaque melhorias decorrentes da experi~ncia passada forem sendoincorporadas, levando-se a um ponto ótimo a longo prazo. Poroutro lado, a inexistência de um processo de "feed-back"incorporado ao modelo, torna-o estático, fazendo com que areavaliac~o necessária seja dependente do administrador decrédi to.

48

Page 65: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

3.4 Abordagem Para Vários Perlodos21

Em todas as discussões até o momento a respeito de conceder ounão crédito, sempre foi considerado que o cliente desejarealizar uma única compra com a empresa. Na realidade pode-seavaliar a concessão de crédito através de uma análise paramú Itiplas vendas consideradas em vários peri odos.

Para exemplificar, apresenta-se o caso de uma decisãoenvol vendo um segundo peri odo de crédi to. Suponha-se que aprobabilidade inicial de recebimento seja de 0.6, a compraseja de $1000, o custo variável de $600 e o custo de capitalde 6% a.a. Para um período tem-se:

Evento Valor Presente Probabilidade Expectativado F. de Caixa

Não recebim. (600) 0.4 (240)Recebimemto 343* 0.6 206,

valor presente liquido esperado (34 )* $1000/1.06 - $600 - $343 - supondo que o recebimento ocorra um

período após o pagamento das despesas.Tab. 3.4 - Abordagem Para Vários Periodos - Valor Presente Líqui-

do de Uma Venda

Se o cliente for avaliado somente por esta venda, não deveráser concedido crédito a ele. Considerando que haja uma segunda

21BIERMAN Jr, Harold i SMIDT, Seymour. FinanciaI Management forDecision Making. New York: Macmillan Publishing Company, 1986.

49

Page 66: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

venda e que ele pague corretamente a primeira, ter-se-ia agorauma probabilidade de 0.9 de recebimento. O diagrama destaspossibilidades está apresentado a seguir:

[10001.06 600 ]-:--"""':""':~- 6001.06

,..------ ••667.36 [1000 1000 600 600]1.06+ (1.06)2- 1.06-

receber p=0.9I

~eber p=O.!

receber p=0.6

concessltojcrédrto I

não receber p=0.4

L(6001

.(222.64)

Fig. 3.4 - Abordagem Para Vários Perlodos - Probabilidade de Ocor-rência

Resumindo, para os dois periodos ter-se-ia:

50

Page 67: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

Evento Valor Presente Probabilidade Expectativado F. de Caixa

(600.00) 0.4 (240.00)

667.36 (0.6*0.9) 360.37(222.64) (0.6*0.1) (13.36 )valor presente liquido esperado 170.01

Não recebim.Recebimentonos2peri odos is61 = perfodo :

Tab. 3.5 - Abordagem Para Vários Periodos - Valor Presente Liqui-do de Duas Vendas

o valor esperado de oferecer crédito é positivo e ele deve serconcedido, mesmo com a expectativa negativa do primeiroperiodo. Baseado neste exemplo pode-se concluir que a decisãode concessão de crédito deve se basear numa análise de longoprazo e não em decisões imediatas. Toda esta análise estábaseada na hipÓtese de aumento de probabilidade de recebimentoà medida que o relacionamento com o novo cliente crie elos dereciprocidade maiores. Caso isto não seja verdade, a análisede concessão de crédito pode ser realizada individualmente porper! odos.

3.5 Conclusão

A abordagem tradicional, embora não sugira procedimentosoperacionalizáveis, estabelece claramente os fatores que devemser considerados na concessão de crédito. Como a análise destesfatores não é padronizada, a concessão de crédito dependeráintensamente de quem estiver analisando, podendo inclusiveincorporar subjetividade na análise. Em função de suafacilidade de implantação, ela é recomendada para pequenos

51

Page 68: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

negÓcios ou quando o nÚmero de clientes da empresa ~o forgrande.

Tanto a abordagem da árvore de decisão quanto a análisediscriminante são técnicas recomendadas para grande volume declientes, uma vez que apÓs o seu desenvolvimento, permitem umaoperação mais fácil e menos onerosa. No caso da abordagem daárvore de decisão pode-se ressaltar a vantagem adicional deque nem sempre são necessárias todas as informaçeies docliente, o que pode acelerar o processo de concessão decrédito. Por outro lado estas duas técnicas apresentam oinconveniente de depender de informações passadas para prevero comportamento futuro. Caso isto ~o ocorra, o modelo podeser inviabilizado e a concessão de crédito ser feita de formaerrônea. t importante frisar que nenhuma destas duasabordagens apresenta qualquer tipo de sistematização paraaferição dos parâmetros utilizados, fazendo com que estatarefa seja função de quem esta gerenciando a concessão decrédito por estes modelos. Além disto a análise discriminanteapresenta uma desvantagem adicional que é a região detransição. Toda vez que o valor da função discriminante cair \nesta região, será necessária uma análise complementar parapoder se conceder crédito ao cliente.

Por último, a análise de crédito para venda em multi-períodosvisa estudar a concessão de crédito sobre o prisma de longoprazo, principalmente quando a relação do cliente com aempresa apresentar esta possibilidade. Esta abordagem é inútilse no relacionamento de longo prazo a .possibilidade derecebimento não melhorar.

52

Page 69: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

Resumindo os pontos fortes e fracos deapresenta-se a tabela a seguir:

cada abordagem

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

ABORDAGEMTRADICIONAL

.Orientada parag6cios pequenospoucos clientes.

ne- .Baseada na avaliação pes-ou soaI, pode introduzir sUQ

jetividade .•Alto custo .

CRIMINANTE•Facilidade de operª .Mudanças nas estatisticasANÃLISE DIS- cionalízação. utilizadas para desenvol-

ANÃLISE .Orientada para novo .Não se aplica se a possi-cliente que vier a bilidade de pagamento doMULTI - não mudarcomprar sistemati- cliente nas no-PERI ODOS camente da vendas.empresa. vas >

ABORDAGEMDA ÃRVOREDE DECISÃO

•Facilidade de operª .Mudanças nas estatisticas

.Baixo custo.

cionalização..Baixo custo..Não exige todas asinformações do cli-ente.

ver o modelo inviabilizamseu uso .

•Região de transição exigeanálise adicional .

utilizadas para desenvol-ver o modelo inviabilizamseu uso.

Tab.3.6 - Pontos Fracos e Fortes das Abordagens de Concessão deCrédi to .

. ~

53

Page 70: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

4. MtTOOOS DE ADMINISTRAÇ):O DO CONTAS A RECEBER

A decis~o de se investir no contas a receber está distribuidaentre diferentes parâmetros, que podem ser administradosindividualmente e estão incorporados no modelo de decisão da

22empresa. Alguns destes parâmetros estão associados à decisãode otimizaç~o do contas a receber, discutida no capitulo 2,outros à dec í são de concess~o. de crédito, discutida nocapitulo 3 e a variável de periodo de cobrança está associadaà decis~o de administrar o contas a receber.

A partir do ponto em que as decisões de otimização do contas areceber e de concessão de crédito já estão tomadas, o própriocontas a receber já está constitWdo. A expectativa da empresaé que os recebimentos ocorram conforme o esperado e que apolitica de cobrança a ser adotada corresponda às expectativasembutidas nas decisões anteriores.

Para a administração do contas a receber,importantes devem ser ressaltados:

três fatores

(1) A forma e a intensidade de cobrança podem afetar novasvendas, em função da rigidez de comportamento da empresa,em relação aos seus competidores. A otimização de uma

22pETERSON, D.E. A Quantitative Framework for FinanciaIMana~ement. Richard D. Irwin, 1969. Os parâmetros sao:desconto para pagamento antecipado, periodo para validade dopagamento antecipado, periodo de crédito, periodo de cobrança,categoria dos clientes solicitantes'de crédito e volume decrédito para cada cliente.

54

Page 71: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

polltica de cobrança é discutida no item 4.1de Cobrança.

Poli ticas

(2) O comportamento do contas a receber em cada momento frenteàquele que foi planejado é efetuado através de indicadoresfinanceiros que nem se~pre representam, com clareza, o queestá realmente acontecendo. A discussão como melhoracompanhar o contas a receber e os recebimentos, é

discutida no item 4.2 - 1ndices de "Performance" do Contasa Receber.

(3) Definida a politica de cobrança e estabelecido os 1ndicesfinanceiros para administração do contas a receber é

necessário retornar informaç~es para um novo ciclo deotimização do contas a receber e definição dos parâmetrosde concessão de crédito. A operacionalização deste"feed-back" é discutida no item 4.3 - Ciclo Operacional naAdministração do Contas a Receber.

Cabe ressaltar que estes fatores foram separados parafacilitar a sua discussão, uma vez que eles estão embutidosdentro das decisões associadas à administração do contas areceber e, de forma mais global, dentro das decisões deotimização do contas a receber e concessão de crédito.

4.1 Politicas de Cobrança

A função da cobrança é trazer para o caixa da empresa o valorrelativo ao t1tulo pendente, até a data do vencimento.Ocorrendo esta situação, que representa a grande maioria dos

55

Page 72: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

casos, está encerrada a tarefa externa de cobrança.Poder-se-ia completá-la com uma tarefa interna, através doenvio de informações de pagamento à área de crédito, paraajudá-la na avaliação de futuras concessões de crédito.

Na eventualidade de não ocorrência do pagamento, começa aatuação da cobrança, tentando buscar uma politica que minimizeos atrasos, os devedores incobráveis e as perdas de vendasf t N t t· d I d b . 23u uras. es e sen 1 o as a ternativas e co rança ser1am:

(1) Cartas: logo após o vencimento, uma carta cortês seriaenviada ao cliente, como lembrança dealertando-o de sua obrigação elllaberto.

sua divida,

(2) Telefonemas: não surtindo efeito a carta, uma ligaçãotelefônica pode enfatizar a divida vencida. Explicaçõesplausíveis do cliente podem fazer a empresa aguardaralguns dias.

(3) Visitas Pessoais: a visita pessoal de vendedores oucobradores pode resolver a questão do débito vencido,devido à pressão exercida pela presença de uma pessoa coma finalidade especifica de cobrar o cliente. Sempre épreferível nestes casos, a visita de um cobrador, porque ovendedor tende a pensar em uma nova venda, antes de cobrara anterior.

23GITMAN, Lawrence J. Principios de Administracão Financeira.Harper & Row do Brasil, 1984.

56

Page 73: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

... '.. .

(4) Uso de agências de cobrança: tendo o cliente apresentadopossibilidade de se transformar num devedor incobrável,sua cobrança deve ser enviada a uma agência especiali-zada ou ao departamento jur1dico da empresa. Como oscustos desta modalidade de cobrança são altos, oshonorários de cobrança podem chegar a 50% do valor dotitulo.

(5) Protesto das duplicatas incobráveis: é o último passo noprocesso de cobrança, porque é caro e pode forçar odevedor à concordata, reduzindo a possibilidade denegociçBes futuras.

Para minimização de seus gastos de cobrança, atrasos e perdascom incobráveis e vendas futuras, a empresa deve decidirquanto despender em dinheiro e esforço de cobrança, ou seja,deve escolher entre uma politica de cobrança rigida outolerante.

24De acordo com Mao , uma política tolerante envia cartas erealiza telefonemas; uma politica rigida enfatiza visitaspessoais, ações legais e o uso de agências de cobrança.

Certamente a política de cobrança rígida é a mais onerosa dese operacionalizar. Qual das políticas é a melhor, vaidepender de como as vendas e devedores incobráveis estãorelacionados com os esforços de cobrança. Tão logo esta

24MAO, James C.T.Pavan Publishers,

Corporate1976.

FinanciaI Decisions. California:

57

Page 74: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

relação tenha sido determinada, a técnica utilizada paraotimizar a politica de crédito pode ser também aplicada paraotimizar a politica de cobrança.

Para mostrar o relacionamento de crédito com a politica decobrança, Mao apresenta a situação em que o administrador decrédito considera cinco politicas de cobrança, C1' C2'" "C5 ecinco padrees de crédito, Sl' S2"'" S5' em graus ascendentesde rigidez. Para uma dada politica de cobrança, uma politicade crédito tolerante aumentará excessivamente os devedoresincobráveis, enquanto que um padrão muito rigido, decrescerávendas excessivamente.

Lucro

Pad r-ões deCrédi to

Fig. 4.1 - Determinação da Politica Ótima de cré-to e Cobranç a

Cada uma das funções do lucro na figura 4.1 alcança um máximonum padrão de crédito intermediário, mostrando que padrões decrédito muito brandos ou muito rigidos não levam ao lucromáximo. Cada poli tica de cobranç a (curva C) alcanç a um pontode lucro máximo, devendo ser selecionada aquela que combinadaao padrão de crédito, apresentar o máximo lucro.

58

Page 75: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

No exemplo da figura 4.1 o melhor resultado é obtido pelapolitica de cobrança C3 com o padrão de crédito S3' umacombinação que maximiza o lucro tanto com respeito à politicade crédito como de cobrança.

A seguir apresenta-se o processo de Markov que é um desenvol-vimento matemá tico para se buscar uma poli tica ótima decobrança.

254.1.1 Processo de Markov

o processo de Markov permite avaliar o valor esperado demudanças de estado de um objeto. Em outras palavras, pode-seassociar o valor'esperado ao fluxo de caixa presente e osestados à situação de uma venda a crédito, tendo-se através doprocesso de Markov, um modelo matemático para determinação dovalor presente de cada politica de cobrança.

Suponha-se que no inicio de um periodo uma conta esteja emdia, isto é, no estado O. No final do periodo é possivel queesta conta tenha passado a apenas um dos três seguintesestados:

(1) Est~do a quando o saldo for integralmente pago.(2) Estado O quando a obrigação anterior tiver sido integral-

mente saldada e se tiver concedido crédito adicional

25METHA, Dileep R. Administrayão do Capital de Giro. SãoPaulo: Atlas, 1978.

59

Page 76: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

durante o periodo em estudo.(3) Estado 1 quando a obrigação prévia não tiver sido integral-

mente liquidada.

Complementando o estado 1, pode-se ter situações em que oatraso seja de um mês (estado 1), dois meses (estado 2) eassim por diante. Chama-se de estado b aquele em que uma contaé considerada perdida.

Matriz de transição ê a matriz que apresenta a probabilidadede transição dos n estados no inicio do periodo para os novosn estados no final:

p pab paO pa1 paa asPba Pbb PbO Pb1 PbsPOa POb POO P01 POsP1a P1b P10 P11 P1s

P Psb PsO Psl Psa ss

Como cada linha representa todas as alternativas possi veis detransição para um dado estado, a soma das probabilidades decada linha deve ser 1 e como:

P = 1aa e = 1

ou seja, nem uma conta já paga nem uma conta já consideradaperdida podem mudar de estado, pode-se reescrever a matriz detransição da seguinte forma:

60

Page 77: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

1 O O OO 1 O O

P = rOa rOb qoo qOlr rlb qlO qlOla

r rsb qso qsosa

O

O

qss

Simplificando mais uma vez tem-se:

p =

onde:I = matriz identidadeO = matriz nulaR = matriz representando os estados absórventes (a e b)

Q = matriz quadrada representando todos os estados não,.~,>'."absorventes, ou seja, os estados dos quais é possivel

sair

As receitas liquidas não descontadas, durante t periodos, cominicialmente i periodos de idade, de acordo com a politica decobrança Q, será denominada L.(t,Q) e será resultante de três

1

componentes:

(1) As receitas médias de contas que são absorvidas no períodoseguinte (em a ou b).

(2) As receitas no periodo seguinte, que ocorrem devido à

61

Page 78: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

transição a qualquer um dos estados nlo absorventes j,mais as receitas liquidas nos (t-l) periodos subsequentes,de contas com j periodos de idade.

A matriz C .. representa a receita total de uma conta de i1.J

períodos de idade que se encontrará no estado j no final de umperíodo, para todos os estados nlo absorventes, sendo portantouma matriz de recebimentos. Supondo um custo incrementaI evariável d por unidade de venda tem-se:

L. (t,cx) =1. (l-d) • l' .la

s\'q ..[(l-d)..LO lJ

J=c .. +1.J

+ L (t-1)] - F.j 101.

para i = O, 1, ... , s(1)

Partindo desta relaçlo recursiva, pode-se obter a seguinteequação:

L. (OI.)1

= ~ n ..jfo lJF J,jo..

s[(l-d) P .. c. + d PJ'b,cJ'b+ \' (l-d) PJ'k'CJ'k-

.ja .ja kfo( 2 )

onde (I-1

[no . ] = N = - Q)lJi,j = O, 1, ... , s

sendo que o elemento n .. representa o número médio de vezes emlJ .que uma conta com i periodos de idade se encontrará no estadoj antes de ser finalmente absorvida no estado a ou b.

Os recebimentos liquidos esperados de uma política de cobrançaserão dados por:

62

Page 79: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

k. L.1 1

(Ol ) ( 3 )

onde k = número inicial de contas que tiverem ii

periodos de idade

o valor dos recebimentos liquidos descontados a urna taxa eserá dado por:

DL. (O()1

= ~ n ..jfO V1J

- F. ]JO(onde

s[(1-d) P. ,c, + d PJ'b,cJ'b+ \' (1-d) PJ'k,cJ'k-Ja Ja kfo

[n .. ] = N = {I - VQ)-1V1J v ( 4 )

v =1 + e

1

e a somatória:

~ xi DL (O()i=O

( 5 )

dará o valor atual das receitas liquidas de todas as contas naalternativa O( depolltica de cobranca. Quando se tem váriasalternati,"as, encontra-se este valor para cada alternativa eescolhe-se a politica de cobrança com o maior valor atual.Para facilitar o entendimento e o uso deste modeloapresenta-se a seguir um exemplo prático.

A margem de contribuição da empresa é 1/3, o custo de capitalé e=2% e estudou-se duas politicas alternativas de cobrança,Os débitos são registrados como perda no terceiro mês

63

Page 80: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

pendente. O gerente de créditoinformaç~es para cada situaç~o.

preparou as seguintes

Situação existente

1- Despesa de cobrançaEm dia $10Um mês de atraso $20Dois meses de atraso $30

2- Movimento das contas

fim do per ..• (a) (O) (1) (2 ) (b)Integral. Em Um mês 2 meses Perda Total

inicio do per pagas Dia atraso atraso Total

(O) Em dia 15 10 15 O O 40(1) Um mês de

atraso 9 9 12 15 O 45(2 ) 2 meses

de atraso 3 4 4 6 3 20

3- Matriz de recebimentos

(a) (b) (O) (1) (2 )

I O O O O OO O O O O

C(A)= 150 (150) 150 60 O

I 225 (225) 225 115 75270 (270) 270 75 75L

C, .> valor correspondente ao recebimento da conta que mudalJ de i para j

Situa~ão Pro:Qosta

64 ·1

Page 81: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

1- Despesa de cobrançaEm dia $ 5Um mês de atraso $10

Dois meses de atraso $30

2- Movimento das contas

.~

fim do per.~ I (a ) ( O) (1) (2 ) (b)

IIntegral. Em Um mês 2 meses Perda Total

ini cio do per, pagas Dia atraso atraso Totali

( O) Em dia i 10 10 10 O O 30(1 ) Um mês de I

i

atraso 11 11 11 22 O i 55I

( 2 ) 2 meses I,de atraso I 5 2 6 5 2 I 20I

3- Matriz de recebimentos

( a ) ( b ) ( O ) (1) (2 )r O O O O O -I

I

O O O O O I

C(B)= 143 (143) 143 55 O231 (231 ) 231 100 60275 (275 ) 275 110 132

A par~ir destes dados procedeu-se ao seguintes cálculos paracada uma das paliticas de cobrança.

1- Determinqç~0 da matriz de transiçâo:

65

Page 82: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

(a) (b) ( O ) (1) ( 2 )

1 O O O OO 1 O O' O

P(A)=

3/8 O 1/4 3/8 O1/5 O 1/5 4/15 1/33/20 3/20 1/5 1/5 3/10

2- Vetor de despesa de cobrança:

,-10 lI

J

F(A)= ; 20 ,25 I

I

3- Cálculo da matriz N (A) ( v = 1/1,02 e d = 2/3):v

VQ )-1= I1,64!'\ ( .\ ) = (T - 0,53

"1/ A 0,64L

0,841,600,71

0,390,451,74lJ

4- Cá lculc de Dl. (A) através da equação (4):1

D~ = <t 70,07O

~,

DT = <t 61 ?4-1 '" , - -

D~2 -- Co 26,49~.

5- C&lculo das receitas liquidas através da equação (5)

conta.s DL DL*contas;:"Ir" d! ~ 1.000 70,07 70.070.•...•.•1, ~a.

1 rnês de atraso 1.000 61,24 61.2402 mes e s de atraso 500 26,49 12.245

Total $ 143.555

Cá Lc uIo dos mesmos valores para a situação proposta:

66

Page 83: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

1- Determinação da matriz de transição

(a) (b ) ( O) (1) (2 )

1 O O O OO 1 O O O

P(B)=1/3 O 1/3 1/3 O1/5 O 1/5 1/5 2/51/4 1/10 1/10 3/10 1/4

2- Vetor de despesa de cobrança:

F(B)=[ !~]3- Cálculo da matriz N (B) ( v = 1/1,02 e d = 2/3):

v

N (B).V

-1= (I - VQ) =B [

1,810,630,50

0,901,800,85

0,47 ]0,971,76

4- Cálculo de Dl. (B) através da equação (4) :1

DLo = $ 93,49DL1 = $ 94,76DL2 = $ 56,85

5- Cálculo das receitas liquidas através da equação (5 )

contas DL DL*contasEm dia 1.000 93,49 93.4901 mês de atraso 1.000 94,76 94.7602 meses de atraso 500 56,85 28.425

Total $ 216.675

67

Page 84: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

Conclus~o: as cobranças liquidas, de acordo com a alternativaproposta, seriam de $216.675 contra $144.555 na pollticaexistente. Se a estimativa de custo para vendas futurasperdidas na alternativa proposta não for superior a $72.120

aceita.($216.675 - $144.555), a alternativa proposta deverá ser

Procurando sintetizar os pontos fortes e fracos desteprocesso, apresenta-se a tabela a seguir:

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS.simplifica e agiliza o 6ál-culo para obtenção da receita liquida de uma politicade cobrança alternativa.

.requer Um conjunto de dadosrestrito: número inicial decontas em cada categoria, aprobabilidade de transiçãoe os recebimentos ao havera transição.

•cálculo facilmente operaciQnalizável em microcomputa-dor.

.não leva em conta o custodas vendas futuras perdidasdevido à nova politica dede cobrança.

.dificuldade e incerteza aose estimar os dados necessários para operacionalizaçãodo processo; é mais fácilanalisar o resultado de urnapolitica de cobrança do quefazer sua previsão .

Tab. 4.1 - Pontos Fortes e Fracos do Processo de Markov ParaDeterminação de Politica de Cobrança

4.2 lndices de "Performance" do Contas a Receber

Pode-se avaliar a eficiência da gestão dos recursos aplicados

68

Page 85: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

nas duplicatas a receber26 através do cálculo do giro dasduplicatas a receber e do prazo médio de cobrança.

Giro duploa receber

Receitas brutas das vendas a prazo n~ de=

Saldo médio das duplicatas a receber= vezes

peri odo

As receitas brutas de vendas não devem considerar devoluções eabatimentos e o saldo médio das duplicatas a receber deve sera média entre o saldo inicial e final do periodo. Um giroelevado representa uma maior eficiência na gestão dos fundosaplicados no financiamento das vendas a prazo e vice-versa.

o prazo médio de cobrança (Average Collection Period ou tambémDSO - Days Sales Outstanding) é utilizado para monitorar amelhoria ou piora do volume de titulos em cobrança. Ele podeser calculado das seguintes formas:

n~ de dias do periodoPrazo médio de cobrança =

giro das duplicatas a receber

saldo médio das duplo a receberPrazo médio de cobrança =

Receitas brutas vendas a prazo

n~ de dias do periodo

26BRAGA, Roberto. Fundamentos ~ Técnicas de AdministraçãoFinanceira. São Paulo: Atlas, 1989.

69

Page 86: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

Prazo médio de cobrança =saldo médio dasduplo a receber x n~ de dias

do per! odoReceitas brutas vendas a prazo

Quando o comportamento das vendas da empresa não é constanteao longo do ano, apresentando sazonalidades, o prazo médio decobrança pode apresentar resultados distorcidos. Para ilustrarcomo o uso do prazo médio de cobrança pode apresentar sinaisincorretos sobre a situação da politica de crédito da empresa,

27apresenta-se o seguinte exemplo:

Vendas a prazoJan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Qut Nov Dez100 200 300 400 400 400 500 600 700 600 500 400

Supondo que os recebimentos desta vendas a prazo ocorram 20%no mesmo mês da venda, 40% no mês seguinte, 30% dois mesesapós a venda e 10% .no terceiro mês após a venda, poder-se-iamontar o contas a receber em cada mês, seguindo a regra:

RECt= (1 - 0,2) VPt + (1 - 0,2 - 0,4) VPt_l + (1 0,20,4 - 0,3) VP 2t-

onde:RECt = saldo do contas a receber no mês tVPt = vendas a prazo no mês tVP = vendas a prazo no mês anterior a tt-l

27WEIDE, James V. MAIER, Steven F.Liquidity. John Wiley & Sons, 1985.

Hanaging Corporate

70

Page 87: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

VP 2= vendas a prazo dois meses anteriores a t·t-

Utilizando esta equação para cada um dos meses do ano,obter-se-ia o seguinte contas a receber:

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez290 240 330 460 510 520 600 720 850 820 710 580

A partir destes dados pode-se calcular o prazo médio decobrança no fim de cada trimestre. Os resultados estãoapresentados a seguir:

Peri odo médioTrimestre 30 dias 60 dias 90 dias

330 33 330 40 330 491 = = =10 8.3 6.7520 39 520 39 520 392 = = =13.3 13.3 13.3850 36 850 39 850 433 = = =23.3 21.7 20580 44 580 39 580 354 = = =13.3 . 15 16.7

Embora a condição de pagamento assumida no exemplo sejaconstante, o uso do prazo médio de cobrança apresentoudiferenças entre os peri odo s , Desta forma pode-se chegar aduas coric Lusões incorretas: a cobrança está piorando, se seconsiderar 30 dias para o período médio de vendas ou acobrança está melhorando, se se considerar 90 dias para operiodo médio de vendas.

71

Page 88: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

Para buscar um indicador correto do comportamento do contas areceber, em situaç~es em que ocorram flutuaç~es de vendasdevido à sazonal idade , diversos autores desenvolveramtrabalhos especificos, tendo sido selecionados os trabalhos deLewellen e Johnson e o de Haskel Benishay que estãoapresentados a seguir:

284.2.1 Abordagem de Lewellen e Johnson

A forma de superar os problemas oriundos da avaliação atravésdo prazo médio de cobrança é pela desagregação dos .dadosembutidos no contas a receber, ou seja, pela análise dosrecebimentos das vendas a prazo individualmente.

Para exemplificar esta situação vê-se a tabela a seguir onde ocontas a receber é separado em parcelas, cada urna associada aomês da venda a prazo que o originou.

28LEWELLEN, Wilbur G. JOHNSON, Robert W. Better Way to MonitorAccounts Receivable, Harvard Business Review. May-June, 1972.

72

Page 89: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

Mês de Valor da CR no fim CR/VendasOrigem Venda do trimestre

Jan 60 12 20%Fev 60 36 60%Mar 60 54 90%

102~hr ~() 6 20%Mai 60 36 60%Jun 90 81 90%

123Jul 90 18 20%Ago 60 36 60%Set 30 27 90%

81

Analisando a relação contas a receber/vendas, apresentada naúltima coluna, verifica-se que apesar da variação no volume devendas mensais, estes indicadores são constantes, denotandoque não houve mudanças no comportamento do contas a receber noperiodo analisado. Extrapolando esta situação para as vendasanuais poder-se-ia obter o comportamento do contas a receberde forma correta, sem distorçBes, conforme exemplo a seguir:

73

Page 90: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

Ano 1970Vendas prazo

mêsmmês m-1mês m-2

90% 89% 91% 95% 97% 93% 86% 92% 91% 90% 91% 90%60% 62% 59% 68% 73% 69% 59% 54% 62% 63% 61% 60%20% 19% 18% 35% 37% 33% 23% 20% 17% 21% 22% 20%

JAN FEV MAR ABR MAl JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Ano 1971Vendas prazo

mêsmmês m-1mês m-2

90% 91% 90% 93% 96% 96% 89% 91% 90% 88% 89% 90%60% 61% 59% 70% 72% 68% 57% 62% 59% 61% 61% 60%20% 22% 21% 33% 39% 33% 19% 18% 21% 20% 19% 20%

obs.: para prever o fluxo de caixa das vendas a prazo de ummês, deve-se ver o números de forma descendente diagonalmente,da esquerda para a direita. A sequencia 89%-62%-21%, que estásublinhada, refere-se às vendas a prazo de julho de 1971 quepermanecem pendentes no contas a receber no final de julho,agosto e setembro de 1971.

Nes te exemplo vê-se que houve problemas de recebimento deabril a junho de 1970, mas que também se repetiram no mesmoperiodo de 1971, denotando tratar-se de uma situaçãocontrolável, uma vez que a partir de julho a situação voltouao normal. Este tipo de acompanhamento, apesar de serrealizado apÓs o evento ter ocorrido, é fundamental~~ara as

"

decis~es associadas ao contas a receber.

Como complemento, os autores sugerem a utilização deste modelopara previsão de fluxos de caixa, uma vez que os administra-:. ::'i'.1tdores podem supor que o comportamento futuro dos recebimentosem cada mês seja semelhante ao comportamento passado, que é

obtido através da aplicação deste processo.

74

Page 91: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

4.2.2 Abordagem de Benishay29

o modelo proposto por Benishay é baseado na análise estatlsti-ca do comportamento de certos coeficientes, que sãodesenvolvidos a partir de relações entre o volume de vendas aprazo, contas a receber e recebimentos efetuados.

Benishay pro~e o cálculo de diferentes coeficientesenvolvendo as variáveis acima para cada um dos periodos (mesespor exemplo). Calcula a média e o desvio padrão para cada umdestes coeficientes e procura analisar a variabilidade de cadaum destes coeficientes em relação ao valor médio, procurandocom isto identificar possiveis problemas na administração docontas a receber.

Para facilitar o entendimento do trabalho de Benishaydesenvolve-se a seguir um exemplo numérico:

29BENISHAY, Haskel. Managerial Control of Accounts Receivable.Journal of Accounting Research, v. 3, n. 1, Spring, 1965.

75

Page 92: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

Peri - Vendas Contas Contas Total Contas a Contas a Contasodo a Recebi- Recebi- Contas Receber Receber Receber

Prazo das H-I das H-2 Receb. Total (H) (H-I)St Cc1 C Ct V V lic2 t c1 c2

01 110 O 110 11002 90 66 66 134 90 4003 90 54 44 98 126 90 3604 110 54 36 90 146 110 3605 110 44 36 80 176 110 6606 90 44 66 110 156 90 6607 90 54 66 120 126 90 3608 90 54 36 90 126 90 3609 110 54 36 90 146 110 3610 90 66 36 102 134 90 4411 110 54 44 98 146 110 3612 90 44 36 80 156 90 6613 36 6614 54

Média(3 a 12) 98.33 52.20 43.60 95.80 143.80 98.00 45.80DesvioPadrão 10.33 6.77 12.25 12.63 16.31 10.33 14.16

onde:St - consideradas vendas de 90 e 110 aleatoriamente;C e C - contas recebidas de vendas a prazo de meses ante-c1 c2

riores; considerado 2 meses para receber e aleato-riamente a relação 60% no primeiro mês e 40% no s~gundo, ou vice-versa.

Ct = Cc1 + ~c2Vt = Vt + St - C - Cc1 c2V parcela do contas a receber proveniente do último mês =c1

St

V - parcela do contas a receber proveniente do penúltimo mêsc2= V - S

t t

76

Page 93: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

Os coeficientes propostos por Benishay para análise do contasa receber foram desenvolvidos a partir dos dados da tabelaanterior e estão apresentados a seguir:

c l/C C 1/8 .5V l/Vc t c t c tPeri odo V /8 V /C + + C l/C Vc1/Vt +t t t t

2C 2/C 2C 2/8 c t 1.5V 2/Vc t c t c t

3 1.40 1.29 1.44 1.58 0.55 0.71 0.794 1.33 1.62 1.40 1.15 0.60 0.75 0.755 1.60 2.20 1.45 1.06 0.55 0.63 0.886 1.73 1.41 1.60 1.96 0.40 0.58 0.927 1.40 1.05 1.55 2.07 0.45 0.71 0.798 1.40 1.40 1.40 1.40 0.60 0.71 0.799 1.33 1.62 1.40 1.15 0.60 0.75 0.75

10 1.49 1.31 1.35 1.53 0.65 0.67 0.8311 1.33 1.49 1.45 1.29 0.55 0.75 0.7512 1.73 1.95 1.45 1.29 0.55 0.58 0.92

Média 1.47 1.53 1.45 1.45 0.55 0.69 0.81Desv.Pad. 0.16 0.33 0.07 0.34 0.07 0.07 0.07V.Super. 1 .15 0.84 1.30 0.76 0.40 0.55 0.68V.lnfer. 1.79 2.20 1.60 2.13 0.70 0.82 0.95

onde:v /S - relação entre o total do contas a receber e as vendast t

prazo; apresenta a idade do contas a receberv /C - relação entre o total do contas a receber e as contast t

recebidasC /C + 2C 2/C - idade média do recebimento em relação ao r_ec1 t c t

cebimento totalCc1/St + 2Cc2/St - idade média do recebimento em relação à ven

da a prazo

77

Page 94: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

c IC - parcela do recebimento do perlodo I em relação ao re-cl tcebimento total

v IV - parcela de vendas do periodo I em relação ao recebi-cl t

mento total0.5V IV + 1.5V 2/V - idade média do contas a receber em re-cl t c t

lação ao contas a receber total

o desvio padrão, em conjunto com a média de cada coeficiente,permite se desenvolver um esquema de controle de qualidadesobre a gestão do contas a receber. Por exemplo, a estatisticade V IS , pode variar dois desvios padrões em torno da média.t tEntão seria aceitável valores entre [1.4737 + (2 x 0.1604)Jsem que o departamento de crédito tenha que mudar a politicaem vigor. Qualquer ação sÓ deveria ocorrer quando o valordesta variável estivesse fora dos limites estabelecidos. Omesmo procedimento pode ser aplicado para as outras variáveisapresentadas.

Quando o valor de alguma das variáveis estiver fora dointervalo normal, um esforço deve ser feito pela administraçãopara determinar o motivo. Conforme seja a origem do problema,medidas corretivas devem ser tomadas pela administração, paraeliminar o problema ou para minimizar o seu efeito, se for ocaso.

Procurando mostrar como uma variação positiva no volume devendas é identificada através dos valores de seuscoeficientes, Benishay faz os seguint~s comentários:

(1) Redução na relação V ISt t

78

Page 95: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

(2) Aumento na relação V /Ct t

(3) Pequena diminuição no valor médio da idade média derecebimento em relação à venda a prazo - Cc1/Ct + 2C 2/Cc t

( 4 ) Diminuição do valor médio da idade média de recebimento emrelação ao recebimento total - Cc1/St + 2C 2/Sc t

( 5 ) Aumento das categorias mais recentes no contas a receber edos recebimentos efetuados.

(6) Redução da idade média do contas a receber.

Este modelo é útil para tomada de decisões e para acompanha-mento gerencial, tanto a ní veI de cobrança como nofornecimento de informaç6es para a definição da politica decrédito.

4.3 Ciclo Operacional na Administ.r·aç:ão do Cont.as a Receber

Tendo definido os padrões a serem adotados para a otimizaçãodo contas a receber, procede-se à definição da política decrédito e cobrança. Conforme discutido no item 4.2 estas duaspolíticas estão relacionadas e devem ser introduzidassimultaneamente no processo de decisão.

As vendas a prazo devem então ser realizadas nas condiçôesestabelecidas pelo processo de otimizacão do contas a recebere de acordo com a política de crédito e cobrança definida. Apartir dai o contas a receber está definido e com o

transcorrer do tempo ele se transforma em recebimento ou emperda, se transcorrido um certo prazo sem recebimento.

As informacões de recebimento e de perda são relevantes para

79

Page 96: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

alimentação do novo ciclo operacional na administração docontas a receber sob dois aspectos:

(1) Sob a ótica individual de cada venda, o recebimento ou aperda deve alimentar as informações históricas que ficarãodispo~veis à área de crédito. Caso trate-se de urna perdaela deve ser perfeitamente identificada em termos de valorpara que uma venda futura ao mesmo cliente SÓ sejaefetuada levando em conta o seu comportamento passado e osvalores pendentes, se estes existirem.

(2) Sob a ótica global as informações de recebimento e perda,agrupadas conforme critérios pré-estabelecidos, vãopermitir reavaliar os parâmetros utilizados na otimizaçãoinicial do contas a receber e na definição da politica decrédito e cobrança, de modo a ajustá-los para a situaçãovigente, criando urna nova política de crédito e cobrança eum novo ponto de otimização do contas a receber.

Todo este processo é necessário porque o atraso ou perdas norecebimento ocorre~ em momento posterior à definição daspolíticas de gestã.o, exigindo desta forma que se crie laços de"feed-back" desta informacões em relação à politica de gestãodo contas a receber em vigor. Para melhor visualizar esteprocesso apresentamos na figura 4.2 um modelo esquemático.

80

Page 97: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

OTIMIZAÇÃODO CR

IIif,

I

1!CONCESSÃO/ I

ri ----------------~~;DE CRtDITO ~--------------~I AVALIAÇÃO I I INFORMAÇOESI!DA POLI TICA I '" DE VENDAI I I CONTAS A I

,...---------,1 ' RECEBER..•.I

1RECEBIMEN-

TOS PERDAS

Fig. 4.2 - Ciclo Operacional na Administração do Contas aReceber

O modelo de decisão discutido até aqui relativo àadministração do contas a receber, considerou somente asinformações vencidas e a gestão de cobrança sobre as mesmas.No entanto existem outras decisões que podem ser tomadasantes do vencimento, que seriam o seguro de crédito, o"factoring" e o desconto de duplicatas do contas a receber.

O seguro de crédito ocorre quando a empresa procura umaproteção contra a perda com devedores incobráveis. Existevá r i os ní ve i s de ri sco , que a companhia de seguro podeabsorver, mas que incorrerão em diferentes prêmios a serempagos. Na determinação da viabilidade de se efetuar este tipode seguro deve-se levar em conta que o seu custo é o prêmiopago à seguradora e a despesa economizada seria a decobrança, investigação de crédito e os devedores incobráveis.

81

Page 98: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

o "factoring" ocorre quando a empresa transfere o direito dereivindicação de pagamento contra um cliente para um agentefinanceiro, que é denominado "factor", mediantede uma soma que é igual a uma fração do direitosem direito de retorno, uma vez que o riscoincobráveis é assumido pelo "factor".

o pagamentotransferido,

de devedores

o "factor" pode fazer a operação com o contas acliente pagando antecipado ou no vencimento das

receber doduplicatas.

No primeiro caso ele cobra juros sobre os recursos fornecidosantecipadamente além da taxa de cobrança, envolvendo o riscocom os devedores incobráveis. No segundo, cobra somente: ataxa de cobrança. A decisão de se fazer o "factoring" ou nãoestá associada a comparação da taxa de cobrança do "factor"com a estimativa de perdas com devedores incobráveis embutidano contas a receber.

o desconto do contas a receber é uma operação definanciamento, onde o colateral oferecido à instituiçãofinanceira são as duplicatas, normalmente num montantesuperior ao valor do empréstimo. A operação decontas a receber difere do "factoring" porque

descontoé feita

docom

direito de regresso, ou seja, se o cliente não pagar aduplicata, a instituição financeira cobra a empresa. Adecisão de se realizar o desconto do contas a receber envolvea taxa embutida na operação pela instituição financeiracontra a taxa de outras modalidades de financiamentodisponí veis no mercado.

82

Page 99: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

PARTE I I : REGI ME I NFLACI ONÃRI O

83 ,)

Page 100: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

5. OTIMIZAÇÃO DO CONTAS A RECEBER

A inflaç~o é definida como o aumento continuado e geral de30preços através do tempo. A inflação pode ser classificada

conforme sua causa aceleradora em:

inflação monetáriainflação keynesiana

'\I inflação estruturalI

inflação administrada

IA inflação monetária está associada à quantidade de moeda emcirculação, de forma que ela se torne superior à renda. Já a

inflação keynesiana é aquela que ocorre quando, atingindopleno emprego e plena capacidade, a demanda agregada continuamaior que a oferta, pressionando os preços para cima. Ainflação estrutural ocorre quando, em determinados'setores, ademanda cresce mais rapidamente que a oferta ou então a ofertadiminui por algum acidente. Por último, a inflaçãoadministrada é aquela que decorre da capacidade que tem asempresas monopolistas ou oligopolistas de aumentarem suasmargens e, portanto, seus preços, mesmo que a demanda ·nãoesteja maior que a oferta.

Como reação ao processo inflacionário várias medidas sãotomadas, tanto por parte das empresas quanto pelo governo. Ogoverno pode estipular o prazo máximo a se conceder e o volume

30pEREIRA, Luiz Bresser Economia Brasileira.Editora Brasiliense, 1986.

4. ed. São Paulo:

84

Page 101: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

máximo de empréstimos que as instituiç~es financeiras podemoferecer. Além disto, a reduç~o do multiplicador bancário, como aumento do recolhimento compulsório é outro fator relevantena redução do crédito disponivel. As empresas, reagindo a estalimitação de crédito disponivel nos mercados financeiros,reduzem a oferta de crédito a seus consumidores, através demenor quantidade de operaç~es ou de redução do prazoconcedido.

Por outro lado os consumidores, vendo reduzido seu poder decomprar a crédito através de financiamento bancário, tendem apressionar o crédito mercantil a substitui-lo. A empresa vê-senuma situação dificil, tendo de um lado seu cliente querendocrédito mas por outro lado, não podendo obter fundos nasinstituições financeiras, no volume que necessitaria.

Este fato leva as empresas a buscarem um novo patamar devendas, reduzindo o volume original, ao mesmo tempo em que oinvestimento em contas a receber é otimizado com mais rigor,pelo estreitamento das condições de liquidez do mercado.

Desta forma, a inflação gera uma pressão para a empresaaumentar o volume de recursos investidos no contas a receber.Por outro lado, este é um ativo monetário, sujeito a perdasinflacionárias, fazendo com que, quanto maior seu volume,maior seja o risco de perdas devido à inflação.

à medida que a inflação possa ser prevista e seu valor

ele é

embutido no contaselimine, devido à

a receber,flutuações

mesmo quena inflação

o riscoprevista,

~o se

85

Page 102: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

minimizado.

Desta forma, o problema fundamental a se considerar naotimização do contas a receber, está na obtenção da taxafutura da inflação para o periodo de crédito e na discussão decomo embutir esta taxa no custo de financiamento.

5 1 Ab d d P . 31• or agem e ugg1na

o processo decisório de definição do n1vel ótimo do contas areceber é uma aplicação do conceito de marginalidade. Assim,os modelos clássicos de otimização do contas a receber,discutidos no capitulo 2, quais sejam, o de Van Horne e o deBierman e Hass, podem ser utilizados no contexto inflacionáriose se proceder a um ajuste no custo de oportunidade dosvalores investidos no contas a receber.

Assim sendo, a validade dos modelos clássicos quando estendidoa um contexto inflacionário será assegurada a partir de umaadaptação apropriada no conceito de taxa de retorno.

A taxa de retorno requerida sobre os valores alocados emcontas a receber deve embutir não SÓ o risco envolvido, comotambém a inflação esperada para o periodo de crédito a serconcedido. Conforme Fisher32 a taxa de retorno, considerando

31pUGGINA, Wladimir A. seminário Decisões Financeiras da Empresaem um Contexto Inflacionário. são Paulo: EAESP-FGV,nov. 1980.

32FISHER, Irving. TheMacMillan Company,

Theory1930.

Interest. New York: The

86

Page 103: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

risco e inflação simultaneamente, pode ser obtida através daseguinte express~o:

k = i + d + id

onde:k = taxa requerida de retornoi = taxa de juros reald = taxa de inflação

Para melhor exemplificar esta situação apresenta-se o exemplodesenvolvido por Bierman e Smidt33 com o objetivo de converterum fluxo de caixa monetãrio em fluxo de caixa real. Suponha-seum fluxo monetãrio mensal de $100, uma taxa de desconto livrede risco de 5% (i) e uma taxa de inflaç~o de 3% (d),constantes ao longo dos periodos, tem-se:

33BIERMAN, Harold Jr. SMIDT, Seymour. The Capital BudegtingDecision. New York: MacMillan Publishing Company, 1975.

87

Page 104: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

n n n(1.05) (1.03).(1.05)

Pe- Fluxo de Ajuste pela Fluxo Ajuste pe- Fluxo deriQ. Caixa inflação de lo risco Caixado Monetário (d) Caixa (i ) Real

1 100 1 100 11.03 1.03 1.05 92.46

2 100 1 100 1 85.50(1.03)2 (1.03)2 (1.05)2

3 100 1 100 1 79.05'(1.03)3 (1.03)3 (1.05)3

1 100(1.03)n

1 100100n

Tab. 5.1 - Fluxo de Caixa Ajustado Segundo Risco e Inflação

Pode-se ver que o fluxo de caixa real é ajustado dividindo-seo fluxo monetário por rl.03)~(1.05)n=(1.0815)nou para oper! odo 1:

k = 0.05 + 0.03 + (0.05).(0.03) = 0.0815

Vê-se que, com a introdução da inflação, tornam-se necessáriosfluxos de caixas monetários maiores para gerar o mesmo fluxode caixa real, crescendo esta relação exponencialmente à

e

medida que cresce a inflação.

No modelo de Bierman e Hass, discutido no item 2.4, deve-seajustar a taxa de desconto a ser utilizada na análise, de modoque esta represente os juros e a inflação, conforme propostopor Fisher.

88

Page 105: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

Voltando ao exemplo apresentado na discussIo do modelo deBierman e Hasse supondo uma inflação anual de 10% ter-se-ia:

k = taxa de desconto original (i) + taxa de inflação (d) +

idk = 0.1 + 0.1+ 0.1 x 0.1 = 0.21

00Valor presente = -358.000 + \

t~1Fluxo de Caixa

1 + kCorno o fluxo de caixa muda com os periodos no regime infla-cionário, é necessário se realizar um ajuste antes de secalcular o fluxo de caixa, uma vez que não é válida a fórmulada perpetuidade nesta situação. Caso a inflação seja constanteeste ajuste pode ser reduzido a um fator, que será discutidono item 5.4.

No modelo de Van Horn~, discutido no item 2.2, deve-se ajustara taxa de capital, introduzindo a inflação para calcular ocusto do investimento marginal em contas a receber.

Esta é uma forma bastante simplificada de se introduzir oefeito inflacionário, uma vez que a forma mais correta seriaajustar cada uma das variáveis envolvidas em função de ganhosou perdas inflacionárias.

Desevolvendo-se um exemplo para a forma simplificada eutilizando-se uma taxa de inflação de 10% ao ano, chega-se ak=0.21, conforme demonstrado acima. Voltando ao exemploapresentado quando se discutiu o modelo de Van Horne, agoracom a introdução da inflação, tem-se:

89

Page 106: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

Investimento adicionalem contas a receber

(C1) Custo marginal doinvest.adicionalk = 21%

320.000 620.000

Situação Atual Situação 1 Situação 2

(67.200) (130.200)Resultado marginal

R + C1 + C2 + C3 (15.200) (131.200)

Tab. 5.2 - Modelo de Van Horne Ajustado Para o Regime Inflaci-onário

Como os resultados marginais são negativos, tanto a situação1, quanto a 2 seriam rejeitadas, diferente das conclus~es quese havia chegado sem a inclusão da inflação.

Tendo definido o mecanismo de introdução da inflação nasanálises tradicionais, o problema que surge é a definição dataxa de inflação esperada. Cabe ressaltar que as perdas quevierem a ocorrer estarão associadas à inflação não esperada,ou seja, aquela que não pode ser embutida no contas a receber.

o risco de ocorrer perdas estará associado à inflação nãoprevista. Quanto maior o periodo de crédito concedido maiorserá o risco envolvido com mudanças na inflação prevista eembutida no contas a receber. Para evitar esta possibilidadede perda, Puggina sugere os seguintes procedimentos naadministração do contas a receber no contexto inflacionário:

(1) redução de prazos concedidos;(2) cobranças mais intensivas;(3) estabelecimento de crédito mais rigoroso;

90

Page 107: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

(4) uso intensivo de descontos financeiros para antecipação depagamentos;

(5) inclusro de cláusulas de reajuste de preço (correç~omonetária mais juros) nos contratos de venda paraeventuais atrasos de pagamentos;

(6) criação de financeiras cativas, quando possivel, de talforma a dissociar a função produção-venda da definanciamento.

Todos estes procedimentos serão discutidos em detalhe nocapitulo 6, quando analisar-se-á a administração do contas areceber no contexto inflacionário.

5.2 Abordagem de Shapiro34

A problemática principal a se analisar na otimização do contasa receber" é a determinação do periodo de tempo para o qual ocrédito deve ser concedido. Quanto mais brandas forem ascondições de crédito, maior será o volume de vendas. Por outrolado o procedimento de crédito deve ser balanceado com o riscode devedores incobráveis e a deterioração do valor do contas areceber através da inflação. Algumas vezes estes custosadicionais podem ser parcialmente compensados pela capacidadeda empresa de elevar seus preços, em função de sua políticaliberal de crédito. ° modelo a ser apresentado procuradeterminar o custo marginal esperado, em termos de moeda

34SHAPIRO, Alan. Optimal Inventory and Credit-Granting StrategiesUnder Inflation and Devaluation, Journal of FinanciaI andQuantitative Analysis, v. 8, n. 1, Jan. 1973.

91

Page 108: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

corrente, de estender $1 de crédito do periodo t para operi odo t+1.

Primeiro considere-se a taxa de desconto no periodo j comosendo r .. Então, no caso em que exista inflação e nenhum meio

Jde proteção do contas a receber esteja disponivel, o custoesperado de se estender crédito do período t para o t+l é dadopor:

1 1 rt+l=t+l t+ln ( 1 + r. ) n (1 + r. )1

1.

11.

t

n(l+r.)1 1.

onde r., a taxa de desconto para o período i, leva em conta a1.

taxa de inflação antecipada de i.

Introduzindo-se a possibilidade de descontar o contas areceber junto a um "factor", os recursos alocados podem serconvertidos em moeda corrente ou outro ativo real, de modo quese mantenha o seu valor real em termos de moeda correntepresente, face à inflação esperada.

Suponha-se que a empresa tenha $1 alocado em contas a receber,que é devido daqui a t períodos. No começo de qualquerperíodo, exceto no último, o contas a receber pode serdescontado ou não, dependendo da decisão da empresa de efetuara operação de "factoring". Ao descontar no período j, o contasa receber que irá vencer no período t, a empresa receberá $(1- p ) em moeda corrente.. tJ ,

A taxa de desconto P. incorpora a taxa real de juros, que jáJ,t

92

Page 109: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

está ajustada para o risco da inflação entre os periodos j et. Adicionalmente, se a operação de "factoring" n~o incluir apossibilidade de regresso, P. tJ ,

também deverá incluir umprêmio pelo risco com devedores incobráveis.

Tendo incorporado no modelo o "factoring", a decisão daempresa será entre pagar P. no período j para descontar o

Jcontas a receber e ter o dinheiro disponível imediatamente ouesperar até o período j+1 para ver se condições de descontomais favoráveis estarão disponíveis. Por fim, se a empresaesperar até o período t, receberá o valor integral do contas areceber, isto sem considerar a possibilidade de perdas comdevedores incobráveis. Resumindo, pode-se formular estadecisão através da seguinte expressão:

R, t(p)J, . = max { 1-p, 1 !r.

Jj = 1, ... , t-1R, t(p) = 1 para j = 1J,

onde R, (p) é o valor de se manter $1 de contas a receber noJ,tperíodo j que é devido no período t, e cujo valor de descontoé p.

o novo custo marginal esperado, agora considerando a

possibilidade de "factoring", de se estender crédito de umperíodo t para t+1 é dado pela equação:

93

Page 110: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

onde Rj:1,t(P1,t) é o valor esperado atual de $1 do contas areceber em moeda corrente, vencivel em t, quando a taxa dedesconto é P1,t'

t importante ressaltar que o modelo de Shapiro baseia-se napossibilidade de se efetuar o "factoring" do contas a receber,o que pode não estar disponivel em alguns mercados financeirosou mesmo em alguns momentos em que a inflação estejadescontrolada. Além disto, por se basear numa estimativa deinflação futura, o modelo pode levar a conclus~es errÓneastoda vez que a inflação real for diferente da estimada.

Por este motivo o uso do modelo de Shapiro deve ser efetuadocom cautela, principalmente em situaçBes em que a inflaçãoapresente-se numa forma descontrolada e portanto com baixaprevisibilidade.

5.3 Abordagem de Martins e Assaf35

o modelo de Martins e Assaf, como o modeio de Van Horneapresentado no item 2.2, também é baseado ~a contabilidadegerencial, ou seja, no conceito de marginalidade. Os autoresafirmam:

"Em suma, o administrador financeiro de~e i~teressar-se,dentro de um contexto de análise da politica de crédito, por

qualquer decisão (ou conjunto de decisBes) que acarrete um

35MARTINS, Eliseu ; ASSAF, Alexandre.São Pa~lc: Atlas, 1990.

Administração Financeira.

94

Page 111: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

resultado marginal superior ao custo do investimento marginalno contas a receber. A decisão de uma politica global decl~dito para a empresa envolve, na realidade, um processocontinuo de tentativa, no qual, para cada alteração viável rleser adotada, é fundamental confrontar os resultados daiobtidos com os custos marginais."

Apesar da semelhança com o modelo de Van Horne, ou seja, aconsideração da receita marginal proveniente de novas vendas edos custos marginais provenientes de devedores incobráveis, dedespesas com cobrança e do investimento em contas a receber,ressalta-se que o modelo de Martins e Assaf trata o volume deinvestimento no contas a receber de outra forma,mais orientada para o regime inflacionário.

sendo esta

Os autores sugerem que o investimento no contas a receber sejacalculado no regime inflacionário, de forma simplificada,através do saldo médio de duplicatas a receber menos o lucroque nele está embutido. Então:

Invest.no CR = saldo médio do CR - Lucro x saldo médio do CRVendas

O investimento marginal no contas a receber é a diferençaentre o investimento atual e aquele obtido para a situaçãoproposta. Num regime inflacionário, em que os novos preços devenda são superiores aos anteriores, a consideração exclusivade custos variáveis para cálculo do investimento em contas areceber, conforme é proposto por Van Horne, pode levar avalores subdimensionados.

95

Page 112: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

o cálculo simplificado é equivalente ao cálculo exatodesenvolvido dentro do seguinte racioclnio: quanto precisariater havido de capital inicial para que a empresa fosse providade recursos financeiros queauto-suficiência pelo seu próprio lucro?

a sustentassem até sua

Para chegar a esta conclusão, os autores desenvolvem um

cálculo simplificado, porexemplo numérico, extenso e demorado. Concluem pelo uso do

representar a realidade doinvestimento no contas a receber e ser facilmente obteruvel.

Utilizando-se o mesmo exemplo apresentado no item 2.2, Modelode Van Horne, procura-se a seguir mostrar o cálculo doinvestimento no contas a receber e a decisão de aceitar a novapolitica segundo o critério de Martins e Assaf.

Situação O(atual)

Situação 2

Vendas anuais(-) Custo de Produção(-) Desp.Administr.

(2% das vendas)(-) Devedores Incobr.(-) Despesas Cobrança(-) Custos FixosResultado OperacionalLucro Bruto Adicional i

2.400.0001.920.000

48.00024.00020.000

250.000138.000

Situação 1

3.600.000 3.900.0002.880.000 3.120.000

72.000 78.000180.000 273.00052.000 72.000

250.000 250.000166.000 107.00028.000 (31.000)

Tab. 5.3 - cálculo do Investimento em Contas a Receber Segundoa Abordagem de Martins e Assaf (continua na próximapágina) .

96

Page 113: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

Sit ueção O Sit.uação 1 Situaç~o 2(atual)

Prazo médio (mês ) 1 2 3Ro taçã o do CR 12 6 4CR médio 200.000 600.000 975.000Investimento em CR 188.500 572.333 948.250Invest.Adicional em CR 383.833 759.750Lucro/Inv.Adic(em %) 7.29% (4.08%)

~

Tab. 5.3 - Cálculo do Investimento em Contas a Receber Segundoa Abordagem de Martins e Assaf

A situação 1 deveria ser aceita se o custo de oportunidade deinvestimento desta empresa estivesse abaixo de 7.29%; aalternativa correspondente a situação 2 nunca seriaselecionada por apresentar um resultado negativo.

Em outras paIaras a empresa não poderia exigir um retornosuperior a 7.29%, antes do imposto de renda, em seusinvestimentos de ativos realizáveis, o que é limitado pelacontribuição marginal produzida. Comprimindo-se a taxa deretorno exigida, evidentemente menores seriam as possibilida-des da empresa implementar a nova proposta, dada a menorremuneração oferecida aos recurso alocados ao contas areceber.

Os autores ressaltam que "ao investir uma quantidade adicionalem seu ativo circulante (mais precisamente em valores areceber), não iria alterar sua estrutura de itens monetários enão monetários ativos e passivos, utilizando-se dos recursosmonetários disporuveis em seus ativos. Nessa situação, osreflexos inflacionários da manutenção destes recursos

97

Page 114: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

monetários já estariam considerados na conta de correç~omonetária, não se necessitando, dessa maneira, qualquer ajustepor perdas ou ganhos (proveniente da inflação) nestes valores.Em razão disto ainda é que se teria comparado diretamente,corno um instrumento de decisão dos padr~es de crédito, acontribuição marginal proveniente de alteraç~es propostas napolitica de crédito, com o custo do investimento marginal emvalores a receber. Não obstante, o critério exposto não é

válido na hipótese da empresa alterar sua estrutura de ativosou passivos para financiar suas necessidades de aplicaç~esmarginais em valores a receber."

No caso da empresa decidir financiar o investimento marginalno contas a receber através de um novo aporte de capitalacionário, o saldo da conta de correção monetária(cm} seráalterado em função dos resultados inflacionários motivadospela captação e uso desses novos recursos próprios.

Aumento do saldo devedor da conta de em = $ 383.833Resultado com inflação prevista de 5% = $ 19.191Margem de contribuição com captação = $ 8.809Retorno real $8.809/383.833 = $ 2.30%

Se os acionistas aceitarem um retorno de 2.30%alternativa deveria ser aceita.

esta

No caso da empresa decidir financiar o investimento marginalno contas a receber através de um financiamento bancário de$383.833, captado a uma taxa de 6% ao mês, o saldo da conta decorreção monetária não seria alterado, visto que estes fundos

98

Page 115: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

não afetariam o ativo permanente nem o património liquido daempresa.

Despesa com o financiamento $383.833 x 0.06 = $ 23.030Margem de contribuição com o financiamento = $ 4.970

Esta alternativa seria escolhida se a margem de contribuiç~ofosse positiva, como é o caso de nosso exemplo.

365.4 Abordagem de Halloran e Lanser

Halloran e Lanser desenvolveram sua abordagem baseada emtécnicas de orçamento de capital, supondo ser uma politica delongo prazo, as decis~es associadas a investimentos no contasa receber.

Inicialmente os autores apresentam o método do valor .'presente(NPV) para avaliar novas politicas de crédito:

NPV

onde:F = fluxo de caixa incrementaI para o per! odo ttk = taxa requerida de retornoI = investimento adicional no peri odo tt

36HALLORAN, John A. ;.LANSER, Howard P. The Credit PolicyDecision in an InfIationary Environment. FinanciaIManagement, Winter, 1981.

99

Page 116: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

n =n.Úmero de per! odos que a nova poli tica de '~réditopermanece em vigor

A deoisão seria aceitar a nova politica toda vez que NP~ > ~Ó:Simplificando a equação acima através da suposição de fluxo -;dé

caixa incrementaI constante e investimento adicional ocorrendosomente no momento inicial tem-se:

NPV - IO = Fk

Com a introdução da inflação os autores afirmam que os fluxosde caixa incrementais crescem, devido ao aumento dos preçosdos produtos, exigindo que se proceda a um ajuste em seus

37valores. Além disto, conforme Van Horne a taxa requerida deretorno deve ser automaticamente ajustada para incorporar ainflação. Conforme proposta de Van Horne o novo valor dedecisão seria:

00

NPV' = lt=1

F(l + c:x)

(1 + k)t

onde:

a = taxa de crescimento do fluxo de caixa por per1odo.Sempre se deve ter c:x < k

k' = taxa requerida de retorno ajustada para o risco dainflação.

37VAN HORNE, James C.Introduced by

A Note onInflation.

BiasesJournal

inof

Capital BudgetingFinanciaI and

Quantitative Analysis, Jan. 1971.

I IBLIOTECA A. BOEDECKER 100

Page 117: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

Os autores afirmam que a análise de uma nova polltica decrédito requer um ajuste adicional no investimento incremen-tal, porque a inflação tem influência também sobre este item.Desta forma o novo valor de decisão é:

" 00 F(l + OI)NPV - \-tf1 (1 + k)t

onde:~ = taxa de crescimento do investimento em contas a receber

no peri odo

o cálculo de NPV" pode ser simplificado algebricamente para:

, ,F(l + ex)

k - ex1 + {Jk - {J

1 ]NPV =k - (J

e se ex = ~ pode-se simplificar mais uma vez:

NPV" = F(l + ex)k - OI

No regime inflacionário, a consideração de fluxos de caixaincrementais, o ajuste da taxa requerida de retorno e o ajusteno crescimento do investimento em contas a receber leva aresultados corretos. Para verificar as diferentes decis8es quese podem obter, apresenta-se o seguinte exemplo:

101

Page 118: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

Poli tica K Per. Médio Vendas Devedores Despesas(* ) de Cobrança lncobráv. de Cobrança

X 20% 60 dias $150.000 10% $ 8.000Y 25% 65 dias $140.000 11% $ 7.000

(* ) o valor da taxa de capital k já está ajustada para aLnf Laç ão

Tab. 5.4 Exemplo de Aplicação da Abordagem de Halloran eLanser

Custo variável = VC = 80%Taxa de Imposto de Renda = T = 46%Fluxo de caixa incrementaI = a = 10%Crescimento do Investimento = ~ = 8%

Sabendo-se que:

F = [Vendas (1 - VC) - Vendas x Devedores lncobráveisDespesas de Cobrança] x (1 - T)

e I = VC x (Periodo Médio de Cobrança) x (Vendas/360)

tem-se:

102

Page 119: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

NPV' = 21854 2231

Poli tica X Poli tica Y

FI

378019726

302419945

Resultados

NPV = F/k - lO

F(l+ex)k - ex - lO

(826) (7849)

NPV' '= F(l + ex) _ I [ k ]k - ex O k - ex 2128 (11066)

Tab. 5.5 - Cálculo de NPV por Diferentes Critérios

Desta forma pode-se concluir que, pela análise convencional,tanto a política X quanto a' Y seriam rejeitadas. Já pelatécnica de ajuste somente do fluxo de caixa incrementaI devidoà inflação, as duas poli ticas seriam aceitas. Finalmente pelaabordagem proposta pelos autores, a politica X seria aceita ea Y rejeitada.

Os autores ainda estudam os desajustes encontrados com aaplicação das técnicas não ajustadas num contextoinflacionário. Para isto, colocam as três equaçBes de NPV numgráfico com F/lO nas abcissas e NPV nas ordenadas, reorgani-zando as funçBes para:

NPV = -lO + :0 [ ~o ]

103

Page 120: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

I (1 + ex)

( JNPV' -I + O l= O k - OI lO

-I k lO (1 + ex)

( JNPV' , O l= +k - ex k - a lO

••

Então tem-se:Região A NPV"<O e NPV'>O

prejuizo pela aceitação incorretaRegito B - NPY">O e NPV<O

ganho perdido pela rejeiçto incorreta

NPYNPY'

NPY"

NPVF/lo

Fig. 5.1 - Comportamento dos Diferentes Cálculos de NPV

o valor máximo do prejuizo causado pela aceitação incorreta(Região A na figura 5.1) de uma politica de crédito, quando sedeixa de ajustar os investimentos adicionais no contas areceber é obtido pela diferença entre NPY" e NPV' para:

104

Page 121: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

F k - OI=lO k + OI

-I k 10{1 + OI)NPV" - NPV' O= +k - OI k - OI

(k - OI)

k + OI

Prejulzo lO ( k1J= k - OI

(k - OI)k + OI + lO

o valor máximo de ganho perdido pela rejeição incorreta(Região B da figura 5.1) de uma pol1tica de crédito peladesconsideração total da inflação é obtido pela diferença dosvalores de NPV" e NPV para F/lO = k

NPV" - NPV =10(1 + ex)

k - OI • k + lO -

kPerda de ganho = lO . k _ OI

Verifica-se através desta abordagem que as técnicas de NPV, sen~o forem corretamente ajustadas à inflaç~o, podem perder suafunção de decisão, embora não se estenda à toda a gama dealternativas. Por último é importante ressaltar que o aumentoda taxa de inflação aumenta o intervalo de possiveis erros,bem como o valor das diferenças no cálculo do NPV.

5.4 Conclusão

A abordagem de Puggina traz, para o regime inflacionário, asanálises tradicionais do regime normal, através da intr0duçãoda inflação na taxa de desconto considerada. Esta nova taxa dedesconto, calculada através do efeito Fisher, descrito

105

Page 122: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

anteriormente, viabiliza a utilizaç~o dos modelos de VanHorne, baseado na contabilidade gerencial e o de Bierman eHass, baseado em orçamento de capital. Além disto estaabordagem alerta para os problemas oriundos da incorreção naprevisão da inflação, sugerindo procedimentos administrativosque minimizem as poss1veis perdas introduzidas no contas areceber.

A abordagem de Shapiro procura determinar qual é o melhorper10do de crédito a ser concedido em função das condiç~esinflacionárias vigentes. Este autor introduz a possibilidadede se realizar operações de "factoring" com o contas a recebere, em função do custo desta operação em cada momento, formulaum modelo que minimiza o custo final. No seu processo deotimização, o autor não leva em conta os custos com devedoresincobráveis e os de cobrança, embora reconheça sua existência.Por fim é importante ressaltar que este modelo está baseado naprevisibilidade não SÓ da inflação mas também das taxas que"factors" cobrarão para comprar o contas a receber da empresa.

Já a abordagem de Martins e Assaf é semelhante à abordagemtradicional de Van Horne, a menos da forma de se calcular oinvestimento no contas a receber. Estes autores introduzem umcálculo mais real ista para o regime inflacionário, evi tan<!:<?'-6ç,.que o investimento no contas a receber fique subdimensionadona análise. Complementando, eles discutem as alternativas definanciamento do investimento necessário, captação oufinanciamento, e sua influência sobre o resultado. Como adecisão de aceitar ou não a situação proposta está associada à

taxa de retorno requerida, a sua definição prévia é

106

Page 123: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

fundamental para a decisão final. Cabe lembrar que a definiçãoda taxa de retorno aceitável envolve uma previs~o da inflaç~o,fazendo com que as abordagens aqui apresentadas mostrem amesma dificuldade operacional: a previsão da inflação futura.

A abordagem de Halloran e Lanser baseia-se em técnicas deorçamento de capital e, supae que as mudanças introduzidas coma nova politica de crédito permaneçam indefinidamente.Ressaltam os autores porém que os fluxos de caixa e osinvestimentos provenientes desta nova polltica são diferentesdo regime não inflacionário à medida que precisam serajustados periodo a perlodo. Este ajuste é realizado atravésde coeficientes, supondo por simplicidade que a inflaçãofutura seja uniforme, hipÓtese esta que pode ser relaxada semdificuldade teórica. Mais uma vez a grande dificuldade deutilizar esta abordagem está na dependência da inflação futurapara se ob~er os fatores de ajuste do fluxo de caixa e doinvestimento.

Resumindo os pontos fortes e fracos de cadaapresenta-se a tabela a seguir:

abordagem

107

Page 124: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

ABORDAGEM PONTOS FRACOS

ebaseada na análise marginal.

MARTINS emodifica e aprimora ocálculo do investimento eexige a definição pré-

E em contas a receber. via da taxa de retornoediscute alternativas de aceitável para novos in

ASSAF financiamento do investi .vestimentos no contas a

SHAPIRO

PUGGINA

HALLORANE

LANSER

eintroduz a possibilidade ra.de "factoring".

mento adicional em con- receber.tas a receber.

PONTOS FORTES

ebaseia-se na previsibi-lidade da inflaç~o futyra.

ebaseada na análise marginal.

einclui a inflaç~o no cuªto de capital, viabili-zando o uso de modelostradicionais.

esugere procedimentos agministrativos para evi-tar perdas.

ebaseada na otimização doprazo de crédito concedido.

•baseada em técnicas deorçamento de capital.

.ajusta fluxos de caixae investimentos devidoao efeito inflacionário.

ebaseia-se na previsibi-lidade da inflação futy

.para efetuar os ajustesde fluxos de caixa e deinvestimentos dependeda previsão da inflaçãofutura.

Tab. 5.5 - Pontos Fortes e Fracos das Abordagens de Otimizaçãodo Contas a Receber no Regime Inflacionário

108

Page 125: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

6. ADMINISTRAÇí{O 00 CONTAS A RECEBER

Num contexto inflacionário a ênfase do administradorfinanceiro deve ser no sentido de buscar a realização doscréditos financeiros o mais rápido possivel. Inúmeros motivosjustificam este comportamento e entre eles pode-se ressaltar:

(1) O contas a receber, por ser um ativo monetário, apresentapossibilidade de perdas com o decorrer do tempo. Quantomaior for o periodo médio de cobrança, maior será aexposição ao risco inflacionário. Neste sentido a

tendência natural é a redução do prazo médio defaturamento.

(2) O aumento da inflação eleva exponencialmente a necessidaded . 1 d . 38 d 1 de caplta e glro que po e ter um custo e eva o. Estefato incentiva a redução do volume aplicado no contas areceber. Como as vendas a prazo não podem ser reduzidas,sob pena de se reduzir o volume de faturamento da e,mpresa,o que acontece é uma nova diminuição no prazo médio defaturamento.

(3) A concessão de crédito torna-se mais seletiva em função de

38 PUGGINA, Wladimir A. seminário Decisões Financeiras noContexto Inflacionário. são Paulo: EAESP - FGV , nov. 1980. "Emuma situação inflacionária as necessidades de capital de girocrescem de forma exponencial, ou seja, uma inflação de 10%, semapresentar nenhum crescimento real de vendas, poderá exigir quea empresa obtenha externamente 17% de seu volume de vendas parafinanciar seu giro."

109

Page 126: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

mudanças econÔmicas que a inflação pode gerar sobre aposição financeira das empresas; desta forma os mecanismosde análise de crédito tornam-se mais demorados e mais umavez o prazo médio de faturamento é reduzido para sediminuir o risco de crédito.

Todas essas mudanças que ocorrem na sociedade econÔmica, comrelação ao contas a receber, canalizam-se para um conflitoequacionado pelo administrador financeiro: por um lado a moedavai perdendo valor dia a dia e a tendência dos clientes é

prorrogar ao máximo o pagamento, para usufruirem deste ganhomonetário mas, por outro, a empresa tenta receber seus titulospendentes o mais rápido possivel, procurando evitar perdasmonetárias.

Esta situação se agrava com a redução do prazo de faturamentoque dificulta o trabalho administrativo de cobrança. Comoreação a esta situação, as instituiç~es bancárias criaramsistemas sofisticados de cobrança, utilizando-se de recursosinformatizados de última geração, para garantir a transmissãode valores e dados no mesmo dia em todo o território deatuação da empresa.

Conforme Puggina39, a prática tem indicado alguns procedimentosusuais, associados aos problemas citados referentesinfluência da inflação sobre o contas a receber, como porexemplo:

39PUGGINA, Wladimir A. seminário Decisões Financeiras no ContextoInflacionário. são Paulo: EAESP-FGV, novo 1980

110

Page 127: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

(1) Redução dos prazos concedidos;(2) Cobranças mais intensivas;(3) Estabelecimento de crédito mais rigoroso;(4) Uso intensivo de descontos financeiros para antecipação de

pagamentos;(5) Inclusão de cláusula de reajuste de preço ( correção mo-

netária mais juros) nos contratos de vendas para eventuaisatrasos nos pagamentos;

(6) Criação de financeiras cativas, quando possivel, de talforma a dissociar a função produção-venda da definanciamento.

Sabendo-se que a empresa necessita continuar vendendo a prazo,mesmo com todos os riscos de perda associados à esta operação,ela precisa se reorientar para conviver com o regime inflacio-nário. Neste sentido as vendas a prazo devem continuar a exis-tir, mas alguns procedimentos adicionais devem serincorporados aos já existentes no regime não inflacionário, demodo a procurar minimizar o efeito da inflação sobre o contasa receber. A seguir são apresentados detalhadamente estesprocedimentos.

6.1 Concessão de Crédito

A concesaão de crédi to no reg ime inflac ionário não deve sebasear com excessiva ênfase nas demonstrações financeiras docliente, como no regime não inflacionário, uma vez que elaspodem estar apresentando resultados irreais, em função do

111

Page 128: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

, 1 'd 40rISCO e,nvo VI o.

As mudanças provenientes de perdas ou ganhos reais podem nãoestar refletidas nas demonstrações financeiras das empresas,propositadamente ou inadvertidamente. Crescendo a inflaçãoeste risco se eleva e a empresa vendedora o acaba absorvendono momento que concede crédito.

Nesta situação é recomendada a ênfase na técnica dos cinco"Cs": caráter, capacidade, capital, colateral e condições. Numregime de grandes mudança~, a intenção de pagamento do clienteé fator fundamental para se fornecer crédito. Estasinformações podem ser obtidas pela análise histórica dastransações comerciais do cliente com o comprador e, casotrate-se de um cliente novo, através de agênciasespecializadas que fornecem informações crediticias como a Dun& Bradstreet, Serasa e Associação Comercial de São Paulo.

A análise discriminante deve ser utilizada com muita cautelaporque as mudanças que ocorrem com a introdução do riscoinflacionário geram a necessidade de rápidos e sistemáticosajustes nos fatores adotados. Cabe ressaltar que mesmo umavariável que tenha pequena alteração com o risco·inflacionário

• -.-:!6'

pode apresentar influência significativa, uma vez que o fatorassociado a ela pode ser relevante. A participação relevantedesta variável pode ocorrer somente após a introdução doregime inflacionário, fazendo com que os parâmetros e

40pUGGIKA, ,.;radimirA. seminário Decisoes Financeiras no Contextolnflacionirio. são Paulo: EAESP-FGV, novo 1980

112

Page 129: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

variáyeis da análise discriminante tenham que ser revistos.

Uma das recomendaç~es de aprovação de crédi to no regimeinflacjon~rio, independente da metodologia utilizada, é o

escalonamento da concessão d~ crédito, em função do volume decada venda. Desta forma, conforme cresce a participaçãocada venda no faturamento global da empresa, o núm~ro

dede

pessoas envolvidas cresce proporcionalmente. A visão de maisde uma pessoa, nestes casos, pode "alcançar" resultados nãoexpostos claramente, evitando a vulnerabilidade excessiva docontas a receber e consequentemente o risco futuro.

6.2 Redução de Prazo

Conforme motivos apresentados na introdução deste c apj t u l o o

adm inistradar financciro t.em nece ssidade de reduz ir o volumedo contas a receber no c0ntexto inflacionário; uma das

concedid0politiC'as que é aqui discutida é a reducão de prazoao cliente,

~um regim~ inflacion~rio e principalmente quando a inflação é

crescente, a empresa introduz, com a venda a prazo, um riscoadicLor.al , que € a vari acã o de Lnf Lacã o entre o valor-previstoe o real para o prazo de pagamento concedido. Por exemplo, umavenda realizada para pagamento a 60 dias, com inflacãoprevista de 15% ao mé s t e r-á UIT,él perda real de 4.04% se a

inflac~o alcancar 17%. Est0. é ~m motivo para o administradorfinanceiro superestimar a inflação para períodos futuros e,

num con t cxt.o macroeconômico I este é um dos motivos depropagacão e cresc imonto da InfLacã o .

112

Page 130: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

Para evitar isto, a segunda reação do administrador é areduç~o do prazo concedido para pagamento, procurando com istodiminuir os riscos inflacionários incorporados ao contas areceber. Se por um lado este procediment~ reduz o riscoinflacionário, por outro lado ele diminue o faturamento, umavez que a venda a prazo funciona como uma alavancagem para ocliente.

A figura 6.1 apresenta o comportamento do faturamento emfunção do prazo de venda e do risco inflacionário. Ã medidaque se aumenta o prazo de venda, aumenta o faturamento mastambém cresce o risco de perda devido à inflação.

Fatur

vendasvista

Prazo de vendaRisco Inflacionário

Fig. 6.1 - Prazo e Risco Inflacionário

o faturamento livre de risco inflacionário corresponde à

parcela de vendas à vista que no regime inflacionário decrescedevido ao cliente buscar a introdução de passivos monetáriosem sua empresa, em vez de compras à vista. Desta forma a vendaà vista, nesta situação, pode representar margens menores quedevem compensar o risco que a empresa se exporia com as vendas

114

Page 131: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

a prazo.

6.3 Descontos Comerciais

A redução do prazo de faturamento não é a única forma de sediminuir o risco inflacionário incorporado ao contas areceber. Outra maneira de se fazer isto é através da concessãode descontos comerciais, incentivando o clientevoluntariamente a antecipar o pagamento.

Há duas formas básicas de se praticar descontos comerciais:pró-rata dia para pagamento antecipado em qualquer data antesdo vencimento ou um desconto fixo até certa data. o primeirotipo de desconto comercial é uma forma deconcedido ao cliente, de modo voluntário

empresa.

redução do prazoe sem redução do

segundo tipo procuravolume de faturamento da Oincentivar o pagamento pontual, tentando transfol~ar emprioridade o pagamento do cliente com a e~presa, em relaçãoaos outros pag~~entos; este desconto pode diminuir a

influência que as mudanças inflacionárias provocaram naposição financeira do cliente, uma vez que ele se esforçará aomáximo para usufruir deste desconto, sob pena de tê-loincorporado ao preço apÓs o vencimento.

Normalmente, num regime inflacionário, a taxa delevemente superior à inflação, gerando taxas reaisrepresentadas pela sua diferença. No regime de

juros é

que sãoinflação

ascendente esta diferença se acentua, justificada pelaindefinição futura do valor da inflação, fazendo com que ataxa de juros reais suba a valores bastante distintos e

115

Page 132: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

superiores à taxa de inflaç~o.

Sob este aspecto, é conveniente a consideração de taxas dejuros quando o desconto comercial ocorre num momento em que aempresa esteja captando dinheiro no mercado, e taxa deinflação quando a empresa esteja aplicando o seu excesso decaixa. A diferença entre estes dois valores é o "spread" dobanco e este assunto será melhor abordado no capitulo 7. Nocaso de cálculo de juros o administrador financeiro deve levarem conta não sÓ os juros de mercado como também o custoembutido numa cesta bás í ca de fornecedores, ponderado conformesua participação.

Cabe ao administrador financeiro avaliar a taxa de desconto aser considerada nos descontos comerciais sobre o contas areceber, em regime inflacionário, para aliar sua otimizaçãocom as disponibilidades da empresa.

No primeiro caso o desconto pró-rata corresponde à taxa dejuros ou à inflação, conforme seja a situação financeira daempresa no momento. Por exemplo, um titulo de $100, com umataxa de 15% ao més, terá um desconto máximo de 0.435% ao diaaplicado de forma linear. O cliente, ao calcular este descontoverifica que a taxa oferecida é 0.435% x 30 dias = 13.05% ao

-..".;,4""". ,.mê s , inferior portanto à inflação (15%). Ele "~~i1o'rmalmentenãoverifica que esta taxa é sobre o preço a prazo e portantoequivale a 15% sobre o preço à vista. Este fator é relevante ea maioria dos clientes que fazem esta conta acabam nãousufruindo deste tipo de desconto.

116

Page 133: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

No segundo caso é dado um desconto fixo até certa data, quepode ser alguns dias antes do vencimento ou até o pr6priovencimento. Este desconto representa uma percentagem do valortotal do titulo e visa incentivar os clientes a pagaremnaquela data. Num regime de inflação alta, baixos descontosoferecidos ao cliente não o atraem e, caso seja muito alto,eles podem comprometer o resultado da venda. Desta forma estedesconto não é muito utilizado com altas inflações, a menos emsetores com margens elevadas ou baixo giro de mercadoria.

Algumas empresas tem tentado usar esses dois descontossimultaneamente, procurando atingir os dois objetivos antescitados, mas isso tem gerado dificuldade na suaoperacionalização. A dúvida neste caso é se o valor dodesconto pró-rata dia para pagamento antecipado deve ser emrelação ao valor principal, ou ao valor com desconto parapagamento pontual. Esta indefinição torna dificfl suaadministração e pode até gerar conflitos com clientes.

6.4 Aceleração dos Recebimentos

Num regime de alta inflação, cada dia que o recebimento estáem trânsito representa uma perda para a empresa,moeda está se desvalorizando diariamente.recebimentos que ocorrem em local diferente da

uma vez que aDesta formaadministração

da empresa podem demorar vários dias para agregar-se ao seucaixa, gerando além de perdas monetárias, dificuldade naatualização da posição de titulos em aberto.

Reagindo a este fato, as instituições bancárias desenvolveram

117

Page 134: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

no Brasil dois tipos de serviços baseados em recursossofisticados de informática: a transmissão de valores e dadospara crédito em conta corrente independente de local e ossistemas de cobrança bancária~

A transmissão de valores e dados para crédito em contacorrente visa substituir a tradicional ordem de pagamento,cujo documento pode demorar alguns dias para chegar a empresa.Neste caso, o dinheiro remetido desta forma é creditado no diaseguinte ao pagamento pelo cliente, mesmo tendo como origem umcheque de banco diferente do banco de remessa. Juntamente como crédito também chega a empresa, no dia seguinte, informaçõesde quem remeteu o dinheiro e do que se trata (número dopedido, nota fiscal ou duplicata). Todo este conjunto deinformações já está disponivel no inicio do expediente do diaseguinte, através da utilização de computadores eteleprocessamento, o que acelera a identificação do valoresrecebidos e o trabalho futuro com clientes devedores. A figura6.2 procura sintetizar as principais idéias referentes a estamodalidade de aceleração de recebimento.

118

Page 135: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

®r----fAGtNCIAlJ ~

~~AG~NCIA21~

POSIÇÃODO CR

r.r ~E EL L ®E E

+--- F F +---O ON NE E~ '--

•"----r-- EMPRESA BANCO

Dl 00 •CAIXA

LEGENDA® - Remessa de $ e informaç~es00 - Dia inicialD1 - Dia seguinte

Fig. 6.2 - Esquema de Transmissão de Valores e Dados PelosBancos

A outra forma de se acelerar os recebimentos é através dacobrança bancária. A diferença em relação ao item anterior é

que os bancos remetem o d4.nheiro e informações somente serecebem o titulo e, caso contrário, tomam a providência que aempresa determinar.

A vantagem da cobrança bancária é a eliminação da rede decobradores, sem necessidade de repassar este serviço aos seusvendedores, gerando portanto uma redução de custo. Além disto,a cobrança bancária é impessoal, eliminando o conflito empresa- cliente, que pode gerar perdas monetárias significativas numregime inflacionário.

119

Page 136: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

o custo destes serviços normalmente é pago pelo "float" dodinheiro durante um dia dentro da instituição bancária.Alternativamente o trabalho com cobradores teria no minimoeste custo, enfatizando desta forma as conclusões anterioressobre a redução de custo com a cobrança bancária em regimeinflacionário.

Tem-se os seguintes tipos de cobrança bancária:

(1) Cobrança da duplicata convencional

Esta cobrança, conforme esquema apresentado na fig. 6.3,baseia-se na tradicional emiss~o da duplicata. Esta é

remetida ao banco que a envia à agência cobradora. Aomesmo tempo o cliente recebe instruções de pagamento pelocorreio. Após o pagamento do titulo pelo cliente, o valore as informações são remetidas à "empresa no dia seguinte eo titulo quitado é entregue ao cliente.

titulo (1 ) titulo (2)EMPRESA BANCO AGe:NCIA

'$ e infor- $ e infor-mações (5) mações (4) paga-

tit.qui mentotado(4} (3 )

instruções de pa CLIENTEgamento peloCorreio (2 )

Fig. 6.3 - Cobrança Bancária da Duplicata Convencional

120

Page 137: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

o grande problema desta modalidade de cobrança bancária é

sua limitaç~o ao endereço urbano e o tempo necessário parase fazer o titulo chegar fisicamente à agência cobradora.

(2) Cobrança da duplicata escrituraI

Esta cobrança, conforme esquema apresentado na figura 6.4,baseia-se na emissão de um bloqueto de cobrança quesubstitue a duplicata. A informação relativa à cobrança deum titulo é remetida ao banco que a envia à agênciacobradora. Nesta agência cobradora é emitido um bloquetoque substitui a duplicata original. Ao mesmo tempo ocliente recebe instruções de pagamento pelo correio. Apóso pagamento do titulo pelo cliente, o valor e asinformaç~es são remetidas à empresa no dia seguinte.

inform.do inform.dotitulo (1) titulo (2)

EMPRESA BANCO AGtNCIAinformo e informo e$ ( 5 ) $ (4 )

paga-mento

( 3 )

bloqueto de co- CLIENTEbr anç a enviadapelo correio(2) .

Fig. 6.4 •.. Cobrança Bancária EscrituraI

Esta modalidade de cobrança bancária está limitada aoendereço urbano e apesar da redução do tempo necessáriopara se fazer a informação chegar à agência cobradora e ao

121

Page 138: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

cliente em relaçro à modalidade anterior, este ainda é

grande.

(3) Cobrança direta (ou expressa)

Esta cobrança, conforme esquema apresentado na figura 6.5,baseia-se na emissão de um bloqueto de cobrança pelaprópria empresa, que acompanha a entrega da mercadoria. Ocliente é avisado do titulo devido através deste bloquetoenquanto a informação relativa à cobrança do titulo éremetida ao banco que a envia à agência cobradora. Ocliente efetua o pagamento através do bloqueto emitidopela empresa, sendo que o valor e as informaç~es sãoremetidas à empresa no dia seguinte.

inform.de - inform.detitulo (1) ti tulo( 2)

EMPRESA BANCO AGeNCIAinformo e informo e$ (5 ) $ (4 )

bloqueto de CLIENTE pagamento(3)cobrança( 1)

Fig. 6.5 - Cobrança Direta (ou Expressa)

Esta modalidade de cobrança não utiliza os serviços decorreio e portant6 não está limitada ao endereço urbano. Otempo necessário para se fazer a informação de cobrançachegar ao cliente e à agência cobradora é reduzido ao

122

Page 139: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

máximo, fazendo com que o volume de cobrança bancária sejamaximizado.

Por outro lado esta modalidade de cobrança é problemáticaquando o endereço de entrega da mercadoria e do bloquetoforem diferentes do endereço de cobrança. Além disto exigeum esforço adicional da administração da empresa uma vezque ela necessita recursos humanos adicionais paradatilografar o bloqueto, adicionalmente à nota fiscal.

Os critérios que levam à utilização de cada uma destasmodalidades estão associados aos seguintes fatores:

(1) Cultura: o setor em que trabalha a empresa deve caminharprogressivamente através destas três opÇões, de modo atranquilizar o cliente de que a substituição de duplicatapelo bloqueto tem o mesmo valor, tanto a nivel decompromisso juridico de pagamento quanto de documento decomprovação de quitação da divida.

(2) Maximização da cobrança bancária: a diferença de diasentre a data de faturamento e a data de vencimento dotitulo correspondente a esta operação é de sumaimportância para viabilizar a cobrança bancária. Quantomenor o nÚmero de dias e quanto mais voltada para acobrança escrituraI ou cobrança direta a empresa estiver,maior será a possibilidade de utilização da cobrançabancária.

(3) Flexibill~ade: normalmente no regime inflacio~~rio o

123

Page 140: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

volume de cobrança bancária funciona como umacontrapartida que a empresa pode oferecer aos bancos emnegociações financeiras que venha a fazer (empréstimo decurto e longo prazo, créditos subsidiados, exportações,importações,etc). Como a empresa não sabe de antemão comque bancos irá negociar ela necessita criar mecanismos decobrança bancária que sejam flexiveis e que permitammudanças de urna instituição para outra à medida que osnegócios financeiros forem sendo realizados.

Dependendo do estágio de uso da informática que a empresaestiver, cada uma das modalidades de cobrança bancária podeexigir diferentes dias para sua operacionalização. A tabela6.1 procura sintetizar todas estas opÇões. Os termos técnicosutilizados estão explicitados em seguida à tabela.

124

Page 141: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

MODALIDADE

1.Convencional

2.Escritural

Tipo de Re- Diasmessa de In- Úteis OBSERVAÇOESf or-maçõ es (* )

border6 dati- A limitante deste pro-log.e duplico 10 cesso é o manuseio da

duplicataborder6

datilografado 7

....................................................................................................................................

fitamagnética 6

acelera identificaçãode pagamentos no re-torno.....................................................................acelera identificaçãode pagamentos no re-torno

telepro-cessamento 5

1*1 Prazos médIos uma vez que podem variar entrE C~ bancos

3.Direta (ouExpressaI

border6datilografado 5

....................................................................................................................................

fitamagnética 4

acelera identificaçãode pagamentos no re-torno....................................................................................................................................teleproces-

sarnento comregistro

3acelera identificaçãode pagamentos no re-torno

teleproces-sarnento sem 1registro

funciona como remessade $ e informo ,não ha-vendo penalização pa-ra o pag.não pontual

Tab. 6.1 - M0d~lidades de Cobrança Bancária

Explicação sobre os terrncs utilizados nR tabela 6.1.

(1 I Border6s: sâo formulários próprios dos bancos em que aempresa relaciona os títulos que está enviando paracobrança bancária, bem como especifica as instruções decobrança (desconto, juros, prazo de protesto, etc).

{21 Fita magnética: as informações de titulos são gravadas

125

Page 142: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

neste meio magnético através de grandesformato padronizado, contendo dados e

computadores eminstruç~es. Ist6

evita o manuseio de informaç~es tanto de remessa quanto deretorno.

(3) Teleprocessamento: as mesmas informaç~es anteriores sãoremetidas e retornadas através de linhas telefônicas, eli-minando a necessidade de deslocamento fisico parada fita magnética. O teleprocessamento pode seratravés de informações provenientes decomputadores ou de microcomputadores.

entregaefetuadograndes

6.5 Planos de Estabilização Econômica

Um fato marcante que costuma ocorrer em sociedades com altainflação é a tentativa do governo de eliminá-la ou pelo menosreduzí-Ia através de planos de estabilização económica.Normalmente, um dos itens destes planos é a utilização de urnatabela de deflação que visa retirar A

contas a rec~bpr da pmprpSA.inflação embutida no

Esta tabela de deflação está associada à data de vencimento dotitulo e representa um desconto que a empresa deve dar aocliente no seu recebimento, teoricamente correspondente aovalor da inflação que foi eliminada.

Como a el iminação da inflação somente por decretogovernamental é impossivel, ela ressurge já no periodo em queo titulo foi deflacionado, fazendo com que este desconto setransforme numa perda real para a empresa.

126

Page 143: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

Desta forma os planos de estabilização económica em regimeinflacionário surgem como um risco adicional à manutenção docontas a receber e incentivam a redução do prazo concedido.

6.6 "Factoring" e Financiamento com Garantia do Contas aReceber

Quando a empresa precisa de recursos para ampliar o seu caixaela pode obté-los através de duas modalidades envolvendo ocontas a receber:

(1) "Factoring": apÓs emissão do faturamento a empresa vende oseu contas a receber ao "factor" que assume os riscosinflacionários e de crédito existentes. Para tanto ao secalcular a taxa de desconto o "factor" maximiza as taxasde risco de crédito e inflação e acrescenta uma taxa deserviço.

Este procedimento pode ser executado avisando-se o clienteou não. No caso de se avisar o cliente,

obtençãoos "factors"

defendem a possibilidade de de ganhostributários, fato este que será discutido no item seguinte(6.7 - Companhias Financeiras Cativas). Este procedimento,em regime inflacionário, pode levar a custos proibitivos epor este motivo ser pouco praticado.

( 2 ) Financiamento com gararitia do contas a receber:de "factoring", em que o t í tulo não pago peloassumido pela empresa, eliminando o risco de

a ope r aç ã o

cliente é

crédito do

127

Page 144: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

"factor", é enquadrado nesta modalidade. Na realidade o

funcionando como umaque está ocorrendo é um empréstimo à empresa onde o contasa receber está garantia.apresentar riscos menores, apesar deles estarem associados

Por

momentos de falta de liquidez da empresa.à inflação futura, esta modalidade é mais praticada nos

6.7 Companhias Financeiras Cativas

Muitas companhias utilizam-se de subsidiárias financeiras,para as quais são transf~ridos os valores a receber geradospela matriz. A matriz efetua a venda a prazo para o cliente,

que repassa um financiamento ao cliente,mas a operacionaliza através de uma venda à vista à financeira

apresentado na figura 6.6.conforme esquema

venda a prazo.................................................................. -+EMPRESA CLIENTE

FINANCEIRACATIVAvenda à financi-

vista amento

Fig.6.6 - Esquema de Financeira Cativa

pagamento em prazo fixo único ou periódico. A

o financiamento inclui urna taxa de juros estipulada e exige oreceita

operacional da financeira cativa é constituída pelos jurosrecebidos. Seus custos compreendem despesas administrativas eo custo de capital decorrente da manutenção de valores a

128

Page 145: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

receber.

Aparentemente o cliente está realizando uma compra a prazo daempresa mas na realidade o que está ocorrendo é que a empresaestá vendendo à sua financeira cativa que está repassando umfinanciamento ao cliente.

Para o cliente a situação é a mesma mudando somente para aempresa. Um dos argumentos apresentados pelos defensores douso de companhias financeiras subsidiárias envolve a

possibilidade de aumento da proporção entre capital deterceiros e capital próprio da firma como um todo. Tambémsustentam que, em virtude do fato de o custo explicito decapital de terceiros normalmente ser inferior ao do capitalpróprio, o estabelecimento de uma subsidiária financeiraresultará em diminuição do custo de manutenção de valores areceber.

d 41 . i' - 1 t f t dSegun o Van Horne este raCIOC nIO nao eva em con a o a o eque um dos ativos de maior liquidez (valores a receber) estásendo transferido da matriz para a subsidiária. A matriz vêsua posição crediticia deteriorar-se o que, em concorrênciaperfeita, anulará inteiramente as vantagens proporcionadaspela formação da subsidiária. Em outras palavras, a

subsidiária somente poderá ter uma elevada relação entrecapital de terceiros e capital próprio às cust~s da matriz,cuja capacidade de endividamento ~erá reduzida. Somente se 05

41v..",\ HORNE, Jame 5 C. Finane iaI t-1anagement and Pol iev.

8. ed. New Jersey: Prentice Hall: 1989.

129

Page 146: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

f0rnecedores de recursos forem enganados é que será possivelelevar a capacidade total de endividamento. A matriz poderánão estar utilizando ao máximo sua capacidade deendividamento, o que passará a fazer com o estabelecimento dasubsidiária. Isto não significa porém, que sua capacidade deendividamento tenha aumentado. Portanto não é valido o

argumento de que o custo de manutenção de valores a receberdiminui com o estabelecimento de uma companhia financeiracativa.

d P . 42Segun o ugglna ,em um contexto inflacio~~rio é possivelincluir na taxa requerida de retorno dos investimentosmarginais no contas a receber, a inflação esperada. Assim,quando a inflação é esperada e o mercado o permitir, torna-sepossivel a introdução da inflação no preço devido aofinanciamento concedido.

Quando, entretanto, a inflação não é esperada, ou suamagnitude é diferente do que foi projetado, investimentos nocontas a receber, por ser um ativo circulante monetário, setraduzem em perdas reais. Corno este parece ser o caso maiscomum é preciso realizá-lo o mais rápido possivel.

Desta forma a criação de subsidiárias financeiras permite autilização de critérios de maior rigidez nestes momentos,aproveitando-se do.fato de que a vinculac;ão da subsidiária à

matriz é menor do que se fosse somente um departamento desta e

42 PUGGINA, \nadimir A. seminário Decisôes Financeiras no ContextoInflacionário. são Paulo: EAESP-FGV, novo 1980

130

Page 147: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

de que seus resultados são apresentados separadamente damatriz.

Além disto, no contexto inflaionário, as vendas efetuadas aprazo contém impostos calculados a partir do preço final, queserão ressarcidos pelo cliente somente no pagamento da vendacorrespondente, mas que deverão ser recolhidos por ocasião doenvio da mercadoria.

Por exemplo suponha-se a seguinte venda:

Valor à vista: $ 100

Faturamento para 30 dias supondo uma inflação de 20 % noperiodo:$ 120

Imposto a ser recolhido, calculado na base de 18 % sobre opreço de venda: 120 x 0.18 = $ 21.60

valor liquido da venda = valor a prazotaxa mensal Imposto recolhido =

= 1201.20 21.60 = $ 18.40

A existência de uma subsidiária financeira, no contextoinflacionário, permite à empresa não recolher imposto sobre odiferencial do preço de venda a prazo. Isto é possivelna operação de venda a prazo e de venda à vista

porqueincide

impostos elevados (imposto sobre consumo de mercadorias)enquanto que na operação de financiamento incide impostos mais

131

Page 148: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

leves (imposto sobre operação financeira normalmente de 0.5%do valor do financiamento).

Então no exemplo anterior ter-se-ia a seguinte condição para ocálculo do valor liquido de venda se a operação fosserealizada através da subsidiária financeira:

Valor à vista = $ 100

Imposto a ser recolhido, calculado na base de 18% sobre opreço de venda: 100 x 0.18 = $ 18

Financiamento ao cliente para 30 dias, supondo uma inflação de20% no perfodo: $ 120

Imposto financeiro a ser recolhido: 120 x 0.005 = $ 0.60

Valor liquido da venda: 100 - 18 - 0.60 = $ 81.40

Comparando-se ao valor liquido anterior ($81.40 - 78.40 = 3.83 %

78.40) tem-se umganho de: 78.40

Resumindo, uma subsidiária financeira nas condiçôes antesespecificadas, geraria um ganho de 3.83 % sobre o valorliquido de venda.

Tentando visualizar esta situação, apresenta-se na tabela 6.2os ganhos que poderiam ser obtidos através do uso desubsidiárias financeiras, a partir de diferentes combinaçBesde inflação, alíquotas de imposto sobre mercadorias e

132

Page 149: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

periodo(s) de venda.

Para o cálculo desta tabela partiu-se da seguinte equação:

ganho = (V - V x ICMS - V x in x IOF) - (V - V x in x ICMS)V - V x in x ICMS

onde v = valor da venda à vistaICMS = valor do imposto sobre mercadoriasi = inflação de um periodon = nÚmero de periodos de financiamento da vendaIOF = valor do imposto sobre operaç~es financeiras

efetuando os cálculos tem-se:

ganho = in(ICMS - IOF) - ICMS1 - in x ICMS

A L ! Q u O T A D O I C M SICMS 8% 12% 18%Per. 1 : 2 1 2 1 2I' 5% -0.14% 0.29% 0.09% 0.78% 0.46% 1.61%,

4.06%N 10%1 0.27% 1.19% 0.75% 2.24% 1.56%F 15% 0.69% 2.15% 1.42% 3.81% 2.68% 6.75%L 20%1 1.11% 3.16% 2.10% 5.51% 3.83% 9.72%A 25% 1.53% 4.25% 2.79% 7.35% 5.00% 13.00%ç 30% 1.95% 5.41% 3.50% 9.33% 6.20% 16.64%Ã 35% 2.38% 6.64% 4.21% 11.47% 7.43% 20.68%O 40% 2.82% i 7.95% 4.93% i 13.78% 8.69% I 25.19%

Obs.: conslderado IOF = 0.5%

Tab. 6.2 - Ganhos Tributários com Subsidiária Financeira emRegime Inflacionário

As figuras 6.7 e 6.8 procuram visualizar os ganhos

133

Page 150: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

tributários que seriam obtidos com a u t.a Li z aç ã o desubsidiárias financeiras, respectivamente para vendasrealizadas com prazo médio de 30 dias (1 periodo) e 60 dias (2periodos). Para periodos intermediários pode-se obter osganhos através de interpolação exponencial.

Exemplos de empresas que possuem financeiras cativas em regimenão inflacionário são: Allis-Chalmer, Caterpillar, GeneralElectric, Clark Equipment, Sears Roebuck e Westinghouse. NoBrasil, com o regime inflacionário, tem-se: Mappin, Mesbla,C&A, Pão de Açucar, Grupo Silvio Santos e Hermes Macedo.

FIG.6.7 - SUBSID.FINANCEIRA E INFLAÇÃOGANHOS TRIBUTÁRIOS - VENDAS DE 1 PERIODO

G.A.NHOS EM %10,--------------------------------------------- -,8 I

I6 II41

2

O

-25% 10% 15% 20% 25% 30%

INFLAÇÃO MENSAL ESTiMADA35% 40~

ALfOUOTA DE ICMS

_7% 011% Dí7% I 118%

134

Page 151: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

FIG. 6.8 - SUBSID. FINANCEIRA E INFLAÇÃOGANHOS TRIBUTÁRIOS VENDAS DE 2 PERIODOS

GANHOS EM %30

15

r{1i I. í Ii!

25

20

10

5

5% 10% 15% 20% 25% 30%INFLAÇÃO MENSAL ESTI~-1ADA

35% 40%

AUQUOTA DE ICMS

- 7% ~ 8% O 11% ~ 12% 1«117% D 18%

6.8 Ciclo Operacional na Administração do Contas a Receber-

Discutiu-se no item 4.3 o ciclo operacional na administraçãodo contas a receber em regime normal. Com a introducão dainflação, os valores monetários estão em constantedesvalorização, fazendo com que seja necessário a introduçãode um parâmetro único para comparação.

135

Page 152: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

Este parâmetro não é necessário no regime não inflacionárioporque todos os valores estão numa mesma base monetária eportanto podem simplesmente ser somados, sem necessidade deajustes. Para diferenciar as duas situaç~es apresenta-se umexemplo:

Num regime não inflacionário um titulo pago com 30 dias deatraso, com valor original de $100 e pago $100, é quitado e ainformação remetida à área de crédito é de que o cliente pagouintegralmente sua obrigação.

Já no regime inflacionário, supondo uma inflação de 20% aomês, o mesmo titulo pago 30 dias após o vencimento gera umaperda de $100xO.20=$20. O titulo não pode ser consideradointegralmente pago, restando ainda a pagar $20 do valororiginal. Este saldo, para pagamento com malS 30 dias deatraso deve s~r corrigido novamente para $20 x 1.2 = $24, casoa inflação do periodo permaneça em 20%. O cliente ainda estáparcialmente devedor com a empresa, e caso se negue a pagar asua dívida remanescente, a informação remetida à área decrédito é de inadimplência. Uma dificuldade adicional para a

área de crédito em vendas futuras é determinar quanto irárepresentar a divida original de $20 no momento da nova venda,para.avaliar se a nova margem compensa a pendência passada.

Comparando com o ciclo operac í oncI apresentado no regime nãoihflacionário, apresenta-se a seguir o ciclo operacional paraadministração do contas a rec~ber no regime inflacionário(Figura 6.9),

136

Page 153: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

OTIMIZAÇÃODO CR

1CONCESSÃO

DE CRt:DITO1

AVALIAÇÃODA

POLI TICA

INFORMAÇOESPARA NOVA

VENDA

CONTAS ARECEBER ~

1

1

RECEBIMENTOAJUSTE ÃINFLAÇÃO

1CORRETO A MENOR

rFig. 6.9 - Ciclo Operacional na Administração do Contas a

Receber no Contexto Inflacionário

Cabe ressaltar os seguintes aspectos diferenciados em relaçãoao regime normal:

(1) t: necessário realizar um ajuste devido à inflação paracada recebimento efetuado. Este ajuste é demorado e podeaumentar sensivelmente o tempo envolvido na operação derecebimento.

(2) As perdas não são provenientes exclusivamente de falta depagamentos; titulos pagos a menor, identificados peloajuste à inflação, podem gerar saldo no contas a receberoriginal ou perdas, dependendo do comportamento do

137

i

Page 154: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

cliente.

(3) As informações para novas vendas precisam ser ajustadaspara que os valores originais representem o mesmo valormonetário na época da nova concessão de crédito. Esteprocesso também é oneroso e pode aumentar os custosadministrativos de concessão de crédito.

(4) A avaliação da politica de crédito e cobrança não pode serrealizada simplesmente através dos valores originais, comoera no regime não inflacionário. Desta forma os valoresoriginais devem ser ajustados à inflação para se alcançarum conjunto de valores numa mesma base monetária e ai simtornar factivel o desenvolvimento de uma avaliação dapolitica adotada.

Vê-se, desta forma, que a introdução da inflação exigecálculos sistemáticos para ajustar todos os estágiosenvolvidos na administração do contas a receber. A faltadestes cálculos ou a sua avaliação rápida pode gerarsurpresas no resultado final dos recebimentos no regimeinflacionário. A preocupação que se deve ter é de que acorreção dos recebimentos deve acompanhar a inflação doperiodo, para repor os valores monetários originais do contasa receber. Quanto mais cresce a inflação, maior é adificuldade de repor os valores monetários originais docontas a receber, principalmente quando se tratar derecebimentos atrasados.

Devido à pressão dos clientes, no regime inflacionário, para

138

Page 155: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

a empresa estender o seu prazo de pagamento, mesmo apÓs otitulo original estar vencido, ela deve se preocupar com asperdas que eventualmente este procedimento possa estarincorporando ao contas a receber. Estas perdas podem sersignificativas e num regime de alta inflação podem sersuperiores às perdas introduzidas no contas a receber devidoaos devedores incobráveis.

Neste sentido os cálculos de atualização monetária derecebimentos são fundamentais para se acompanhar osr-es uIt.a do s de s t.a operação. Como a execução destes cálculosmanualmente é demorada e dificil de ser conciliada e

sintetizada, é necessário o desenvolvimento de um sistema sueexecute esta tarefa automaticamente.

Partindo destL ponto,método para ajustar

propõe-se no capí tulo seguinte , umos recebimentos à inflação que,

simultaneamente, gere informações atualizadasvendas, permita uma avaliação da politica decobrança em vigor e facilite a diferenciação de

para novascrédi to e

recebimentosa menor daqueles corretos. Como este método envolve inúmeroscálculos, ele também foi programado para ser utilizado emmicrocomputadores de baixo custo, estando sua listagemdisponi veI no anexo 1.

139

Page 156: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

7. MtTODO PARA AJUSTE DOS RECEBIMENTOS Ã INFLAÇÃO

Normalmente, no regime inflacionário, as empresas desenvolvemmétodos gerenciais para avaliar a sua "performance" de vendas,determinando precisamente a margem de contribuição de cadaproduto. Todo este cálculo é desenvolvido de forma a subsidiaro administrador a buscar o resultado gerencial de cada linhade produto e de cada tipo de operação e com isto permitir aele os ajustes necessários na politica comercial em vigor.

Na avaliação da "performance" de vendas a prazo, sempre é

suposto que o cliente pagará o titulo originário de cada. vendana data de vencimento. Esta suposição nem sempre é verdadeirae, dependendo do setor de operação da empresa, o volume detitulos pagos após o vencimento pode ser significativo. Estestítulos pagos fora da data de vencimento (atrasados ou mesmoadiantados) podem gerar ganhos ou perdas para a empresa. Oresultado destes ganhos ou perdas, proveniente dosrecebimentos efetuados, deveria ser somado à "performance" devendas, para que a empresa obtenha o seu desempenho global noregime inflacionário.

Pouca atenção tem sido dada aos resultados provenientes derecebimentos no regime inflacionário, principalmente porque sÓcom o grande crescimento da inflação nos últimos anos, ficouevidente a necessidade de ajustes dos recebimentos à inflação.

140

Page 157: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

43Apesar disto, em 1967 Del Re já alertava para a possibilidadede perda que o regime inflac ionário introduzia nosrecebimentos, ressaltando que o maior volume de perda nestasituação não ocorria com os devedores incobráveis mas sim comaqueles que pagavam seus compromissos atrasados e com juros amenor do que a inflação.

Desta forma o método aqui proposto visa determinar qual é oganho ou perda, em relação aos valores originais, obtido comos recebimentos efetuados em certo período. Todos os titulosrecebidos no periodo de análise devem ser ajustados. Osrecebimentos antecipados podem gerar ganhos com descontos amenor ou perdas com descontos a maior do que a inflação doperiodo. Os recebimentos atrasados podem gerar ganhos comjuros a maior ou perdas com juros a menor do que a inflação doperíodo. Os recebimentos no vencimento não geram ganhos nemperdas.

Para tanto torna-se necessário o estabelecimento de umasistemática que mantenha o valor monetário da moeda ecompare-o com o desconto ou o juro cobrado. As diferençaspodem representar ganhos ou perdas monetárias e auxiliar oadministrador financeiro a decidir sobre a politica de vendasa prazo para territórios e produtos, além de permitir umaavaliação global da reposição do capital de giro.

43DEL RE, Luigi. Previsão, Controle eCrediário, Revista de AdministracàoJaneiro, mar. 1967.

Custo do Atrasode Empresas, Rio

node

141

Page 158: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

Para exemplificar considere-se uma venda a prazo no valor de $

1000 com vencimento para 30/04. O cliente pagou atrasado nodia 31/05 um valor de $ 1128 (juros mais correção monetária) ea inflação mensal está em torno de 20%:

resultado em 31/05: 1128 - ( 1000 x 1.2 )

30/04: ( 1128 J - 10001. 2 '

= -72(perda)= -60 (perda)resultado em

Verifica-se que neste caso houve perda, apesar do clientehaver pago com juros. Analisando a perda chega-se a doisvalores:

$ 72 se calculada na data de pagamento$ 60 se calculada na data de vencimento

Em cada data temos um valor de diferença. Para uniformizaçãosugere-se o cálculo na data de vencimento (30/04).Considerando-se que existam mais titulos e que cada um tenhaum vencimento, chegar-se-ia à seguinte situação:

Título 1 - vencimento 30/04 - diferença -$60Titulo 2 - vencimento 10/05 - diferença +$20Titulo 3 - vencimento 20/05 - diferença +$30

Para se poder comparar estas di ferenças no regimeinflacionário é necessário levá-las para uma data base quepoderia ser, por exemplo, 31/05.

. d --(-60) x {(31/530- 30/4x 0'2J+1} =Diferença 1 corrlgi a -72.40

142

Page 159: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

([31/5 - 10/5 O'2}1}Diferença 2 corrigida = 20 x t 30 x = 22.80

Diferença 3 corrigida = 30 x {(31/53; 20/5 x 0'2J+1} = 32.20

Diferença Total = -17.40

Então os valores recebidos representaram uma perda de $17.40na data base de 31/5; com este dado pode-se obter umaimportante relação:

perdas na data base indice devalores recebidos corrigidos para a data base perdas=

correspondente ao volume de perdas que o regime inflacionárioincorpora ao contas a receber por ocasião do seu recebimento.Se esta análise for realizada de forma setorizada (por terri-tório de venda ou por linha de produto, por exemplo) pode-seutilizá-la para auxiliar na definição da politica de vendas aprazo nestes setores de atuação da empresa.

Este capitulo apresenta uma proposta de um método computadori-zado para acompanhamento anal1 tico e sintético dosrecebimentos de um contas a receber com grande volume detitulos.

7.1 Descrição do Método de cálculo

t importante que alguns conceitos sejam explicitados antes daapresentação do método de cálculo propriamente dito:

(1) A inflação não representa o custo do dinheiro; quando a

143

Page 160: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

empresa está captando dinheiro no mercado financeiro, ocusto é superior à inflação sendo chamado de taxa decaptação; quando a empresa está emprestando, a taxa obtidanormalmente é semelhante à inflação e chama-se esta detaxa de aplicação; a diferença entre estas duas taxas é o"spread" do banco.

(2) Quando o cliente paga antecipado o custo alternativo dodinheiro é baseado na taxa de aplicação e quando o clientepaga atrasado o custo alternativo é baseado na taxa decapta;ão. Isto porque a empresa recebendo antecipadamenteaplica no mercado financeiro e recebendo atrasadú tem quecaptar o recurso correspondente.

(3) Quando a taxa correspon~e a um perlodo que engloba mais deum mês ela deve ser calculada na proporção da participaçãode cada mês.

o método a seguir baseia-se nas seguintes variáveis associadasa cada um dos titulos pagos:

• valor original Vog

• valor pago Vpg

• data de vencimento - ~• data de pagamento ~

Também baseia-se nas seguintes informações que são válidaspara todos os titulos:

• taxa de aplicação para o mês n = ,1"\

1a

144

Page 161: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

• taxa de captação para o mês n =• data de referência =

,n1

C

Dr

o método proposto segue a seguinte rotina de cálculo que deveser executada para cada titulo que é recebido:

Passo 1 - Cálculo da diferença na data de vencimento:

1) Cálculo do número de dias em que houve variação monetáriado valor recebido:

dias = Data de vencimento - Data de pagamento

2) Definição da taxa que será utilizada:Se o nÚmero de dias for positivo trata-se de um pagamentoantecipado e deve-se utilizar a taxa de aplicação (ia) e, casocontrário, deve-se utilizar a taxa de captação ( ic ) .

Então:Dias > O ==. usa-se iaDias < O ==. usa-se ic

3) Definição do coeficiente de cálculo:

A partir deste ponto o método é desenvolvido tratando-se ataxa por i, uma vez que já foi visto como selecioná-la entreaplicação e captação:

Icoeficiente = 1 + iDto.s/30

)

Caso o número total de dias corresponda uma parcela ao mês 1

145

Page 162: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

(dias 1) e outra ao mês 2 (dias 2), onde:

Idias 1 + dias 2 = diasl

tem-se o seguinte cálculo de coeficiente:

coeficiente = 1 + i )d~o.s1/30 x( 1 + i )&0.82/30

1 2

onde:i é a taxa utilizada no mês 11

i é a taxa utilizada no mês 22

Convém salientar que no caso de dias negativos estecoeficiente será um divisor e não um multiplicador, como nocaso de dias positivos.

4) Definiç~o do valor pago no vencimento:

A partir deste coeficiente pode-se determinar o valor pagona data de vencimento:

Ivpg no vencimento=I

Vpg I

5) Cálculo da diferença no vencimento:

Finalmente calcula-se a diferença de recebimento na data devencimento:

IDiferença = Vpg(no vencimento) - Vog I

146

Page 163: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

Diferenças negativas significam perdas monetárias e diferen-ças positivas representam ganhos monetários.

Passo 2 - Cálculo da diferença na data de referéncia

1} cálculo do nÚmero de dias em que houve variação monetáriada diferença :

Idias = Dr - Dvl

2) Definição da taxa que será utilizada:

idem item 2 do passo 1.

3) Definição do coeficiente de cálculo:

idem item 3 do passo 1.

4) Cálculo da diferença na data de referência:

IDiferenca Dr = Diferenç aCoeficiente

Passo 3 - Cálculo· do valor recebido corrigido para a data dereferéncia

1) Cálculo do número de dias em que houve variação monetáriados valores recebidos:

Idias = Dr - Dvl

147

Page 164: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

2) Definição da taxa que será utilizada:

idem item 2 do passo 1.

3) Definição do coeficiente de cálculo:

idem item 3 do passo 1.

4) Cálculo do valor recebido corrigido para a data dereferência:

IVpg corrigido para Dr= Vpg I

Efetuando-se os cálculos correspondentes a estes trêspassos para cada titulo recebido pela empresa tem-se ·trésnovas informaçôes: diferença no vencimento, diferença nadata de referência e valor pago corrigido para a data dereferência. A apresentação dos resultados está baseada nosdados originalmente fornecidos e nestes novos valorescalculados.

7.2 Descrição de Ent.radas e Saldas de Informações do Sist.emaDesenvolvido

Para a operacionalização do método descrito anteriormente énecessário o fornecimento dos seguintes dados de alimentação:

(1) Para cada titulo recebido deve ser fornecido:número

148

Page 165: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

cliente44tipo de cobrança.: carteira = 1

bancária expressa = 2bancária escrituraI = 3bancária simples = 4

valor originaldata de vencimentovalor pagodata de pagamento

Opcionalmente pode-se incrementar a cada titulo, dados deterritório de vendas, linha de produtos, responsabilidadede cobrança, etc, que poderá permitir melhor separaç:i!odosresultados obtidos.

(2) Informações válidas para todos os titulos:

data de referénciamês/ano - taxa de aplicação - taxa de captação

O sistema desenvolvido deverá proceder aos cálculos conformemétodo proposto anteriormente e os resultados devem ser apre-sentados em dois tipos de relatórios. ~o primeiro devem serlistadas as diferenças de recebimentos na data de refer-ênciaem ordem descendente de perdas e no segundo os resultadossintéticos das diferenças apuradas. Estes relatórios estãodescritos a seguir:

44 uma descri;ã.o ~estas modalidades de cobrança está apresentadano capítulo 6 subitem 6.4 deste trabalho.

149

Page 166: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

(1) Resultado analitico das diferenças

o objetivo deste relatório é propiciar ao administradorfinanceiro identificar as principais perdas e com istopermitir a correção da politica de vendas a prazo adotada.

DATA DE REFERtNCIA : DD/MM/AA PAG. X

DIFERENÇAS DE RECEBIMENTO EM ORDEM DESCENDENTE DE PERDA

T VALOR DATA VALOR DATA DIFER·IDIFER. V.PAGOTIT CLIENTE %P ORIG. VENC PAGO PAG. VENCIM1REFER. REFER.I

IIII

I

OBS: VALORES NEGATIVOS SIGNIFICAM PERDAS MONETÃRIAS I

Explicações sobre os termos utilizados no relatório acima:(I) TIPO (TP) - forma que foi executada a cobrança. Preenchida

com código 1 a 4 (l=carteira, 2=bancária expressa,3=bancária escrituraI e 4=bancária simples).

(11) DIFERENÇA REFERtNCIA - diferença de recebimento calculadana data de referência. Este campo define a ordem em que ostitulas serão listados.

(111) % - relação entre a diferença na data de referência em

150

Page 167: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

relação ao valor pago na mesma data. Permite identificar oresultado real em percentagem do recebimento.

(2) Resultado sintético das diferenças

o objetivo deste relatÓrio é apresentar as diferenças decobrança separadas entre ganhos e perdas; permite ao admi-nistrador financeiro verificar o montante e a

variabilidade de seus resultados de cobrança, bem cornotambém analisar o canal de cobrança utilizado.

DATA DE REFE~NCIA: DD/MM/AA PAG. X

RESUMO DAS DIFERENÇAS DE COBRANÇA EM REGIME INFLACIONÃRIOVALOR DIF.DATA % VAL.PG. DIF.DATA %

ORIG(A) VENC. (B) B/A COR. (C) REFER(D) D/CRESULT.NEGATIVOS

TITULO C/DESC.TITULO C/JUROSTITULO NORMAL

I IITOTAL NEGATIVOI

IRESULT.POSITIVOSI

II T1TULO C/DESC. I

II 11TULO C/JUROST1TULO NOR~AL I I

I II,JTOTAL POSITIVO I I! I I! i I i Ii i I I;RESl'LTADOS \OR~.A.IS I

IiI[TOTAL GERALIjCANAL DE COBRANÇA

I1- CARTEIRAi 2- BANC.EXPRESSAiI 3- BANC.ESCRIT.I 4- BANC.SIMPLESIOBS: DIFERENÇAS NEGATIVAS SIGNIFICAM PERDAS MONETÃRIAS

151

Page 168: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

Todos os resultados negativos são somados e separados entredescontos concedidos a maior (titulo com desconto), juroscobrados a menor (titulo com juros) e descontos concedidosindevidamente ou juros não cobrados (titulo normal)

Todos os resultados positivosconcedidos a menor (titulo com

são separadosdesconto) ,

entrejuros

descontoscobrados a

maior (titulo com juros) e juros cobrados indevidamente oudescontos não concedidos (titulo normal).

Os titulos que nãomostrados na linha deinformações deve conter

apresentaramresultados

perdas nem ganhos sãonormais; esta linha de

a maioria dos casos de cobrançaefetuada para as empresas que apresentam o contas a recebersem problemas.

As diferenças finais são calculadas através da soma do totalnegativo com o positivo e o total de resultados normais, sendoapresentada na linha de total geral.

Por último as diferenças são organizadas por canal de cobrançautilizado, conforme dado preenchido em cada titulo pago, eapresentadas separadamente.

7.3 Sistema ComputacionalMétodo Proposto

Desenvolvido Para Cálculo do

O método especificado nos itens 7.1 e 7.2 exige uma grandequantidade de cálculos para obtenção dos resultados

152

Page 169: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

tornando-se, portanto, atraente sua adaptação a um sistemaautomatizado.

Neste sentido desenvolveu-se o método proposto emmicrocomputador, utilizando-se um equipamento compat1vel com o

45padrão IBM (XT, AT, 386 ou 486) em linguagem DBASE 111 Plus eno sistema operacional DOS 3.3 ou vers~es mais recentes.

A listagem do programa proposto, bem como a sua forma deoperacionalização, estão apresentadas no anexo 1. Para suaoperacionalização é necessário que o operador tenha em seumicrocomputador os softwares DBASE 111 Plus e o sistemaoperacional DOS.

Para facilitar sua utilização, acompanha este trabalho um dis-quete, que se encontra fixado na contra-capa e apresenta oprograma propostb já digitado, tornando imediata sua utiliza-ção em qualquer computador que contenha os pré-requisitosespecificados.

Finalmente, apresenta-se um exemplo de aplicação completo,mostrando os dados de entrada, os relatórios obtidos e asconclusões alcançadas.

7.4 Exemplo da Utilização do Método Proposto

Selecionou-se um conjunto de 13 títulos recebidos por uma

45 Xl,.Ai, 386 e 486 são rm cr occmpu to.dor-es di.sponí vei.s ct uo.lmer-Ls .

153

Page 170: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

empresa ficticia, cujas caracterlsticas são as seguintes:

Tit Tipo Cliente V.Orig. Vencim. V.Pago Pagam.21 cart José A. Ferreira22 simp Eduardo Garbage23 simp Agrop. Tatu24 expr Joaquim Antunes25 escr Gerson Kalunga26 simp José A. Barros27 escr Fernando C. Matos28 expr Adauto B. Lima29 cart Giovanni Bereta30 expr Ednei Sansung31 simp Almir J. Corvo32 escr Agrobula Com.Ltda.33 simp Ari Stuart

158.000 20.05.91280.000235.000520.000322.000251.000220.000510.000211.000139.000215.000418.000315.000

10.05.9118.05.9102.06.9110.06.9115.06.9110.06.9121.04.9122.06.9120.05.9102.05.9122.05.9127.05.91

140.000 10.05.91282.000 28.05.91235.000 20.05.91518.000 20.05.91351.000 29.06.91251.000 12.06.91190.000 10.05.91520.000 31.05.91211.00024.06.91135.000 10.05.91237.000 22.05.91418.000 18.05.91315.000 27.'15.91

mês ano taxa aplicação9191919191

3

4

5

6

7

8.98%9.67%9.56%

10.32%12.39%

10.66%13.23%14.20%11.33%14.01%

IData de referência: 30/6/91 I

Alimentou-se o sistema proposto com estes dados e obteve-se osrelatórios analitico e sintético seguintes:

154

Page 171: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

DATA DE REFERENCIA: 30.06.91 PAr,.DIFERENCAS DE RErEBI~ENTO EM OP~Er DESCENDENTE DE PERDA

....•.......•. --_ .........•. _ ...... _------- ............ -- ---_ .... -- .... --- -- ....... - .. - .•. --- .•. -------- -- ..... -- _ ........... ----. -_ .. -_ ..... __ •..•. _---_ .. _ .. _ .. - --- ............. _------ ... -- ,,-_ .. _-TllULO lP CLIENTE VALOR VENCI- VALOR PAGA- DIFEREHCA DIFEREHCo VALOR PAGOORIGINAL MEHTO PAGO I'IENTO VENCIMENTO REFEREHCIA REFERE~C IA

--_ .. __ ......• ----------- ... -----_ .. _-------_ .•. _- ...... - .. _-_ ... _------ .. _-_ .•. _- .. -------_ •.. - ... _---_ .•. _-- .... _-------- .... - ...... _- ............... _- .... - ... - ................ _- ..28 2 Adauto B. Liria 510000 21.04.91 520000 31.05.91 -71319 -88621 573664n 4 Eduardo Garbage 280000 10.05.91 282000 28.05.91 -18925 -2m0 313e~321 1 Jose A. Ferreira 158000 20.05.91 . 140000 10.05.91 -13815 -15i~3 16·(3Oi27 2 Fernando C. Mato: 220000 10.06.91 190000 10.05.91 -11151 -1190~ 2l2ge223 1 Agropecuaria Tatu 235000 18.05.91 2J5000 20.05.91 -2005 -2298 26778929 1 Giovani 8ereta 211000 22.06.91 ?11000 24.06.91 -1504 -154t 215:&633 4 A ri Stuart 315000 27.05.91 315000 27.05.91 O 0 35162630 2 Ednei Sansung 139000 20.05.91 135000 10.05.91 35 40 15843420 1 Jose A. 8arros 251000 15.06.91 251000 12.06.91 2477 2602 266,,36'\1 4 Ahir J. Corvo 215000 02.05.91 mooo 22.05.91 2543 3055 2ó84e232 3 Agorbula Comercio ae Insumos Ltda. 418000 22.05.91 418000 18.05.91 4954 5612 479:3625 3 Gerson Kaiunga 322000 10.06.91 351000 29.06.91 5934 6 71~ 352:51~,,~24 2 Joaquim Antunes 520000 02.06.91 51&000 20.05.91 18572 20354 5902"5

_._.-.-._.--------_._------------------------------------------------------------------------------------------------.--------_ ....TiPO ]: CARTEIRA 2: EXPRESS~ 3: ESCRITURAL 4: SIMPLES

Page 172: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

DATA DE REFEREHCIA: 30.Ot.Çl PAG. IRESUMO DAS DIFEREWCAS DE C08RAHCA EM RE61~E INfLACIONARIO

VALORES EM CRUZEIROS

TIPO DE RESULTADO VALORORIGINAL(A)

DIFEREHCA \HO VEHCIMEHiO(Bj (S/A)

VALOR PAGOCORRIGIDO(C)

DIfERfWCA MAREFEREMCJAfD)

\CID

RESULTADOS NEGATIVOS

TITULOS COM DESCONTO 378000 -24966 -6.60 387284 - 276'8 -7. 14TITULOS COM JUROS 790000 -qow -11.42 887527 -110831 -12.49TITULOS NORMAIS 446000 -3509 -0.79 482974 -38&2 -0.80TOTAL NEGATIVO 1614000 -118719 -7.36 1757785 -142322 -8.10

RESULTADOS POSITIVOS

TITULOS COM DESCONTü 659000 18607 2.82 748709 203QS 2.72TITULOS COM JURüS 537000 8476 I.58 620633 9Z90 1.SITITULOS NORMAIS 669000 7431 1.11 745372 82:l 1.10TOTAL POSITIVO 1865000 34514 1.85 2114713 37991 1.80

......... ---- - - -_ .. -- -_ - - -_ .. --- -_ _-- - _- -_ _ - .. --- - - .

RESULTADOS NORMAIS 315000 0.0 351626 v.e-_ .. - _------ __ _-----------_ .. _--_ .. _-- _----_ .•. _-_ •. -------- .•. _-- ....•. _---------------- •.. _-------._---------~----------------

TOiAL GERAL 3794000 -84205 -2.22 4224125 -2.47.._-- .. - _ _-- _-- .. _ .. _---_ •.. _-- _---- ....•. _----_ _- .. ------- _-_ .. _---- -------------_ _-- _------------------ .. _ .. _--

CANAL DE COBRANCA

1 - CARTEIRA 855000 -14847 -1.74 913512 -16Q2: -1. 862 - BANCARIA EXPRESS~ 1389000 -63863 -4.60 1545354 -8(ii~2 -S. J 93 - BANCARIA fSCRITUR~~ 740000 10887 1.47 831287 119r 1.444 - BANCARIA SIMPLES 810000 -16382 -2.02 933971 -1 g::: -2.05

.... _ ...•.... - - - - .. --- - - - _ -- - -- - .. - - --_ -- - ...•. _ - - -_ ...........•. - - - ----- -_ .. _ .. _ _ .. - - .. - - •........ - -. _ -- -- .. - --08S: DIFERENCAS NEGATIVA~ SIGNIFICAM PERDAS MONEJARIAS

_ .. _-_ .. ~... _--------_ .._-- .•. _-._-----------_ .. _-------_._----_ .. -._ .... _-------_ .. _------ .•. _-----------------. __ .. _----------------

Page 173: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

Analiticamente pode-se verificar o resultado derecebido no vencimento e o mesmo atualizadoreferência. Os valores associados à data de

cada titulona data de

referência(diferença e valor pago) permitem somar os resultados obtidos,para efeito de cálculo de valor atual ou conversão para urnamoeda forte ( dólar por exemplo).

Corno os titulos são apresentados em ordem decrescente deperdas, pode-se analisar melhor cada caso e tomar as medidascorretivas que se façam necessárias.

Já o relatório sintético visa determinar as politicas decobrança a serem adotadas em função dos resultados passadosobtidos.

Analisando o relatório verifica-se que esta empresa teve umaperda de $104.324, já atualizada na data de referência, o quesignificou 2.47% dos valores recebidos. Vé-se também, que 85%dessas perdas podem ser explicadas por um único cliente, o quepode ser visto através do relatório anali tico. Este cliente éo Sr. Adauto B. Lima que apresentou um recebimento com perdade Cr$ 88.621. Desta forma é necessário buscar a explicaçãopIausi veI para esta di ferenç a, e caso ela não exista, procurarurna forma de cobrar o valor remanescente do cliente.

Outro ponto, importante a se destacar é que os clientes queapresentam perdas no relatório analitico devem ter estainformação repassada para sua ficha cadastral na área decrédito, de modo que nas próximas compras esta diferença sejalevada em conta no seu histórico, para auxiliar na decisão de

157

Page 174: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

concessão de crédito.

Além disto vê-se que os casos que provocaram perdasrepresentaram 8.10% dos recebimentos correspondentes, enquantoaqueles que provocaram ganhos corresponderam a apenas 1.80%.Nota-se neste caso que a politica de cobrança não está"errando" igualmente para mais e para menos, sinalizando que aárea do contas a receber está agindo como um complemento daárea comercial da empresa, alavancando vendas com recebimentosindevidos.

Por último, quando se analisa o canal de cobrança verifica-seque a cobrança expressa foi a que apresentou os pioresresultados (5.16%). Deve-se verificar o que ocorreu com oscasos pagos por este canal de cobrança, se é necessário mudara instituição bancária utilizada ou mesmo o próprio canal decobrança. Urna explicação pode ser devida ao fato dainstituição bancária ter colocado o titulo em cartório, pornão ter sido pago no vencimento, e o cliente pagou nestasituação. A legislação brasileira favorece o devedor, nestecaso, permitindo que o pagamento seja realizadomonetária, mesmo que o titulo esteja vencido.

sem correção

o relatório sintético deve ser sempre analisado juntamente como relatório anaLítico para que não sejam definidas poli ticasde cobrança baseadas em casos esporádicos, mas sim num volumede casos significativos, e que representem a realidade daforma de cobrança utilizada.

Recomenda-se, para comparações entre relatórios emitidos em

158

Page 175: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

diferentes momentos, converter-se os valores obtidos em dolarda taxa vigente na data de referência utilizada. Desta forma,pode-se criar comparaç~es de resultados de recebimentos emdiferentes momentos, aumentando o poder de definição de umanova po11tica de crédito e cobrança baseada nestasinformações.

159

Page 176: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

8. CONCLUSAO

o objetivo deste trabalho foi apresentar um panorama daproblemática envolvida na administração do contas a receber,tanto no regime normal quanto no inflacionário. Discutiu-se oprocesso de otimização do volume alocado ao contas aa concessão de crédi t.oe a sua administração.

receber,

Para alcançar este objetivo efetuou-sebibliográfico e utilizou-se da experiência

um levantamentopessoal do autor

visando apresentar as inovações introduzidas na administraçãodo contas a receber com a inflação, utilizando-se para isto arealidade brasileira dos anos de alta inflação.

Interpretando a dificuldade adicional que os administradoresfinanceiros têm para gerenciar o contas a receber no contextoinflacionário, verificou-se que a mutação frequente dosvalores monetários da moeda não permite que a simples soma devalores levem a conclus~es corretas, como acontece nonão inflacionário.

regime

Conforme cresce o valor da inflação aumenta o nivel dasmutações monetárias do contas a receber, fazendo comdecisões necessitem de um ajuste para retirar estepropiciar, ao administrador financeiro, a busca docorreto.

que asefeito e

caminho

Este ajuste é a proposta final deste trabalho. o métodoutilizado não é único mas foi desenvolvido de tal forma a seroperacionalizado com facilidade. t importante ressaltar que

160

Page 177: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

ele propicia uma análise correta do contas a receber nocontexto inflacionário, permitindo que se chegue facilmente amelhores decisões de otimização e administração.

Mais importante ainda é que a utilizaçào deste método pode setransformar numa vantagem

nocompetitiva para uma

ciclo operacionalempresa.

Aperfeiçoando o seu uso da empresapode-se transformar o contas a receber numa fonte de receitasadicionais, diferente do conceito tradicional de que o contasa receber apresenta, no roi nimo , perdas porincobráveis e no máxime, o seu valor original.

deveriores

Neste trabalho procurou-se mostrar que a inflação, devidamentegerenciada, pode vir a ser um parceiro do administradorfinanceiro que estiver bem preparado e informado para saberaonde obter ganhos competitivos.

161

Page 178: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

ANEXO 1

162

Page 179: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

1. INTRODUÇÃO

Este anexo apresenta o programa computacional desenvolvido para aanálise dos recebimento num regime inflacionário, utilizando paratanto a metodologia apresentada no capitulo 7 deste trabalho.Descreve-se aqui o.ambiente (hardware e software) necessário paraa execução do referido programa, bem como as instruções de comotorná-lo operacional.

2. AMBIENTE NECESSÁRIO

Hardware: microcomputador compativel com o IBM-PC (XT, AT ou 386)com winchester e um ~nimo de 512k de memóriajsora de 80 colunas ou maior.

impres-

Software: Dba~e 111 Plus instalado no diretório C:\Dbasej DOS 3.3ou versÕes mais modernas (ou compativeis)j arquivos dedados de titulas e de taxas já gerados na unidade deacesso do Dbase (descrito no item 3).

3. COMPOSIÇÃO DO PROGRAMA

O sistema computacional aqui apresentado é composto de 13

programas que se interligam e se chamam entre si, conforme a ope-ração que é selecionada pelo usuário. Os programas são os seguin-tes:

Cri.prgMasca.prgDataref.prg

Delete.prgTaxas.prgDeltax.prg

Dmes.prgRelanal.prgRelsint.prg

163

Page 180: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

Device.prgIntrod.prg

Process.prgCalcoef.prg

Estes programas acham-se listados no final deste anexo e umacópia deles, em linguagem já pronta para ser utilizada, encontra-se no disquete, na contra capa deste trabalho.

Além disto são necessários dois arquivos de dados com os seusindexadores, que definem a ordem em que os dados devem ser apre-sentados:

Titulos.dbfTaxas.dbf

indexadorindexador

Numero.ndxOrtax.ndx

Estes quatro arquivos contém as definições preliminares da orga-nização necessária dos dados. Estão listados no final desteanexo, somente títulos.dbf e taxas.dbf, consecutivamente aosprogramas e também gravados no disquete.

Por último, tem-se os dados de caráter permanente que são armaze-nados no arquivo mcobra.mem, que também se acham listados conse-cutivamente aos dados e aparecem gravados no diskette.

4. GERAÇÃO E UTILIZAÇÃO DO SISTEMA

Tendo o Dbase instalado no subdiretório C:\Dbase do disco rígido,deve-se copiar todos os arquivos do disquete que está na contracapa deste trabalho, para o disco rígido. Para isto deve-secolocar o disquete na unidade A e digitar o comando:

164

Page 181: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

A> Copy *.* c:\Dbase (não esquecer de colocar previamente oprompt no drive A)

Teclar Enter (ou return dependendo do teclado do computador).Imediatamente, o computador deve transferir para o winchester, uma um, os 13 programas, os 4 arquivos de dados e o arquivo de va-riáveis de memória, totalizando 18 arquivos.

Em seguida deve-se mudar o prompt para C:\Dbase, inicializar oDbase e quando aparecer a linha de comando (.) na tela digitar:

.Do Cri (Letras maiúsculas ou minúsculas)

Automaticamente, deve aparecer uma tela com as opções paraoperação do programa. Cada opção realiza uma função conformedescritas a seguir:

A. Definição da data de referéncia

Quando a data de referéncia desejada for diferente da data quejá está cadastrada deve-se selecionar esta opção.

B. Definição da unidade de origem dos dados

Quando os dados (Quatro arquivos: Títulos.Dbf,Taxas.dbf,Numero.ndx e Ortax.ndx) não estiverem na unidade desejada,esta opção deve ser selecionada e ela permitirá a sua mudança.

C. Introdução e manutenção de dados de títulos

165

Page 182: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

Selecionando-se esta opção pode-se introduzir novos titulos aoarquivo original ou modificar qualquer um dos campos dostitulos já cadastrados. A chave para isto sempre é o número dotitulo.

D. Deleção de titulos

Quando se deseja remover algum titulo do arquivo esta opÇãodeve ser selecionada. Esta remoção é feita pelo número dotitulo mas o sistema apresenta os seus dados pedindo sempre aconfirmação da deleção.

E. Introdução/manutenção de taxas

Selecionada esta opção pode-se introduzir novas taxas aoA chavearquivo original ou modificar as taxas existentes.

para isto sempre é o mês e o ano associado à taxa a ser intro-duzida ou modificada.

F. Deleção de taxas

Quando se deseja remover alguma taxa do arquivo esta o~;ãodeve ser selecionada. Ela operacionaliza-se através do mês eano associado à cada taxa, mas o sistema apresenta as taxas deaplicação e captação, pedindo a confirmação de deleção.

G. Processamento

Este módulo efetua todos os cálculos financeiros e preenche oscampos de diferença no vencimento, diferença na referência e

166

Page 183: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

valor pago corrigido para a referência. t um pouco demorado,dependendo do equipamento que está sendo utilizado, por causado grande volume de operaç~es envolvidas, mas apresenta onúmero do registro corrente para melhor posicionar o usuário.

H. Emissão de relatório analitico

Monta o relatório analitico por ordem decrescente de perda eimprime os resultados na impressora; exige que urna impressoraesteja ligada ao computador.

l. Emissão de relatório sintético

Este módulo efetua os cálculos necessários para a execução dorelatório sintético, titulo a titulo, posicionando o usuáriosobre o registro em que se encontra.relatório, necessitando para isto queligada ao computador.

Após isto imprime ouma impressora esteja

J. Fim

Esta o~ão finaliza o programa e retorna ao .(ponto) do Dbase.

5. OPERAÇÃO DO SISTEMA

Após a tela com as opções para operação do sistema ser carrega-da no computador, conforme as instruções do item anterior, tem-se:

(1) Primeiramente deve-se selecionar a unidade em que os dadosserão colocados ( digitar B) e, em seguida, deve-se definir a

167

Page 184: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

data de referência (digitar A).

(2) Em seguida deve-se introduzir os dados dos titulos que serãoanalisados (digitar C) e retirar os titulos indevidos(digitar D); em seguida deve-se introduzir as taxas deaplicação e de captação (digitar E) e retirar as, taxasindevidas (digitar F).

( 3 ) Tendo todos os dados sido introduzidos e ascadastradas, pode-se efetuar os cálculos (digitarseguida podem ser retirados os relatórios analiticoH) e sintético (digitar I).

taxasG). Em{digitar

(4) Para finalizar o programa deve-se selecionar a o~;ão de fim(digitar J).

Os resultados serão listados na impressora e aparecerão empáginas separadas, uma para o resultado analitico e outra para osintético.

168

Page 185: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

* Programa* Autor* Data* Conteudo

CRI.prgACMG11.07.91

Analise de Recebimento no Contexto Inflacionario

Clear alISet talk offSet heading offSet status offSet bell offSet safety offSet date german

Restare from mcobra

Load CursanLoad Cursoff

Do while .T.clearDo masca

i=ODo while i=O

i=inkey( )Call cursoff@ 22,62 say ""Call cursonIf chr(i) $ "ABCDEFGHIJabcdefghij"

Exit

169

Page 186: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

Endifi=O

EnddoDo case

Case Chr(i) $ "Aa"Do dataref

Case Chr{i) s "Bb"Do device

Case Chr(i) $ "Cc"Do introd

Case Chr(i) $ "Dd"Do delete

Case Chr(i) $ "Ee"Do taxas

Case Chr(i) s "Ff"

Do deltaxCase Chr(i) $ "Gg"

Do procesCase Chr(i) $ "Hh"

Do relanalCase Chr(i) $ !t I .i "

Do relsintCase Chr(i} $ "J j"

ClearExit

EndcaseEnddoReturn

170

Page 187: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

* Programa* Autor* Data* Conteudo

masca.prgACMG11.07.91Tela de entrada de opcoes

@ 1,1 to 23,79 double@ 3,10 say "SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE COBRANCA EM REGIMEINFLACIONARIO"@ 5,2 TO 5,78@ 7,35 SAY "MENU PRINCIPAL"@ 9,20 SAY "A. Definicao da data de referencia ..@ 10,25 SAY ·"Padrao atual: "+dtoc(MDATA)@ 11,20 SAY tfB. Definicao da unidade de origem dos dados"@ 12,25 SAY "Padrao atual: "+ MDEVICE@ 13,20 SAY !le. Introducao/manutencao de dados de titulos"@ 14,20 SAY "D. Delecao de titulos"@ 15,20 "E. .' Introducao/manutencao de "SAY taxas@ 16,20 SAY "F. Delecao de taxas"@ 17,20 SAY tlG. Processamento"@ 18,20 SAY "H. Emissao de relatorio analitico ..

@ 19,20 SAY tI I . Emissao de relatorio sintetico "

@ 20,20 SAY "J. Fim "

@ 22,20 SAY "ESCOLHA SUA OPCAO (A,B,C,D,E,F,G,H,r e J): "RETt.IRT\'

171

Page 188: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

* Programa* Autor* Data* Conteudo

Dataref.prgACMG27.7.91Acerto da data de referencia do sistema

ClearRESP = SPACE(l)DATA = SPACE(8)@ 1,1 to 23,79 double@ 5,2 to 5,78@ 3,17 say "A. DEFINICAO DA DATA DE REFERENCIA DO SISTEMA"@ 10,20 SAY "DATA ATUAL: "+ DTOC(MDATA)DO WHILE .NOT. RESP $ "SsNn"

@ 12,15 SAY "DESEJA MUDAR A DATA DE REFERENCIA?(S/N) " GET RES!'readIF RESP $ "Ss"@ 14,15 SAY "DIGITE NOVA DATA DE REFERENCIA (DD.MM.AA)"@ 16,20 GET DATAREADSTORE CTOD(DATA) TO MDATASAVE ALL LIKE M* TO MCCqRAEXIT

EKDIFENDDORETURN

172

Page 189: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

* Pro~rama* Autor* Data* Conteudo

Device.prgACMG29.7.91Definicao do drive de acesso aos dados

ClearRESP = SPACE(1)Device = SPACE(20)@ 1,1 to 23,79 double@ 5,2 to 5,78

@ 3,17 say "B. DEFINICAO DA UNIDADE DE ORIGEM DOS DADOS"@ 10,20 SAY "UNIDADE ATUAL: "+ MDEVICEDO WHILE .NOT. RESP $ "SsNn"@ 12,15 SAY "DESEJA MUDAR A UNIDADE DE REFERENCIA?(S/N)

RESPreadIF RESP $ "Ss"

" GET

@ 14,15 SAY "DIGITE NOVA UNIDADE DE REFERENCIA "@ 16,20 GET DEVICE@ 18,15 SAY "A UNIDADE DE REFERENCIA MUDA SOMENTE O ACESSO AOS"@ 19,15 SAY "DADOS; O PROGRAMA DBASE DEVE SEMPRE ESTAR NO DRIVE"@ 20,15 SAY "C:\DBASE. "READSTORE DEVICE TO MDEVICESAVE ALL LIKE M* TO MCOBRAEXIT

ENDIFENDDORETURN

173

Page 190: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

* Programa* Autor* Data* Conteudo

Introd.prgACHG29.07.91Introducao e alteracao de dados de titulos recebidos

set default to &mdeviceuse titulos index numeromnumero = space(6)mcli = space(40)mtipo = space (1)mvalorg = space (12)mvenc = space (8)mvalpg = space (12)mpg = space(8)branco 1 = space (1)branco6 = space(6)branco8 = space(8)branco12 = space(12)branco40 = space(40)resp1 = space(l)resp2 = space (1)var = 1.0

DO WHILE VAR = 1.0VAR = 0.0CLEAR@ 1,1 TO 23,79 DOUBLE@ 3,10 SAY "C. INTRODUCAO E MANUTENCAO DE DADOS DE TITULOS"@ 5,2 TO 5,78

174

Page 191: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

@ 8,10 SAY "INTRODUZA OS DADOS DO TITULO"@10,10 SAY "NUMERO: " GET MNUMERO@11,10 SAY "DIGITE ENTER COM O NUMERO EM BRANCO PARA"@12,10 SAY "VOLTAR AO MENU ANTERIOR"READ

IF MNUMERO $ BRANC06USESET DEFAULT TO C:\DBASERETURN

ENDIF

DO WHILE .NOT. EOF()

IF VAL{MNUMERO) = NUMERO@ 6,61 TO 13,78@ 7,62 SAY "TIPO DE COBRANCA"@ 9,63 SAY "1- CARTEIRA"@ 10,63 SAY "2- EXPRESSA"@ 11,63 ,SAY "3- ESCRITURAL"@ 12,63 SAY "4- SIMPLES"@13,10 SAY "CLIENTE: "+ CLIENTE@15,10 SAY "TIPO DE COBRANCA: "+STR(TIPO)@16,lO SAY@17,lO SAY@18,10 SAY@19,10 SAY@21,lO SAY@22 ,10 SAYREAD

"VALOR ORIGINAL: "+STR{VALOR_ORIG,12,2l"DATA DE VENCIMENTO: "+DTOC(DATA_VENCI)"VALOR PAGO: "+STR(VALOR_PAGO,12,2)"DATA DE PAGAMENTO: "+DTOC(DATA_PAGAM)"DESEJA ALTERAR ALGUM DADO? (S/N l " GET RESP1,"FORMATO PARA PREEENCHIMENTO DE DATAS: DD.MM.AA"

175

Page 192: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

IF RESP1 s "Ss"@14,10 SAY "NOVO· CLIENTE: " GET MCLI@15,40 SAY "NOVO TIPO: " GET MTIPO@16,40 say "NOVO VALOR: "GET MVALORG@17,40 SAY "NOVA DATA: "GET MVENC@18,40 SAY "NOVO VALOR: " GET MVALPG@19,40 SAY "NOVA DATA: " GET MPG@21 ,10 clear to 21,78READ

IF Mcli $ branco40ELSE

REPLACE CLIENTE WITH MCLIENDIF

IF MTIPO $ branco1ELSE

REPLACE TIPO WITH VAL(MTIPO)ENDIF

IF MVALORG $ branco12ELSE

REPLACE VALOR ORIG WITH VAL(MVALORG)ENDIF

IF MVENC $ branco8ELSE

REPLACE DATA_VENCI WITH DTOC(MVENC)ENDIF

176

Page 193: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

IF MVALPG $ branco12ELSE

REPLACE VALOR_PAGO WITH VAL(MVALPG)ENDIF

IF MPG $ branco8ELSE

REPLACE DATA_PAGAM WITH DTOC(MPG)ENDIF

USESET DEFAULT TO C:\DBASERETURN

ELSEUSESET DEFAULT TO C:\DBASERETURN

ENDIF

ELSESKIP

ENDIFENDDO

177

@ 6,61 TO 13,78@ 7,62 SAY "TIPO DECOBRANCA"@ 9,63 SAY "1- CARTEIRA"@ 10,63 SAY "2- EXPRESSA"@ 11,63 SAY "3- ESCRITURAL"@ 12,63 SAY "4_ SIMPLES"

Page 194: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

@13,lO SAY "CLIENTE: " GET MCLI@15, 10 SAY "TIPO DE COBRANCA: "GET MTIPO@16, 10 SAY "VALOR ORIGINAL: " GET MVALORG@17,lO SAY "DATA DE VENCIMENTO: " GET MVENC@18, 10 SAY "VALOR PAGO: " GET MVALPG@19,lO SAY "DATA DE PAGAMENTO: " GET MPG@22 ,10 SAY "FORMATO PARA PREEENCHIMENTO DE DATAS: DD.MM.AA"READAPPEND BLANKreplace NUMERO WITH VAL(MNUMERO)REPLACE CLIENTE WITH MCLIREPLACE TIPO WITH VAL(MTIPO)REPLACE VALOR_ORIG WITH VAL(MVALORG)REPLACE DATA_VENCI WITH cTOd(MVENC)REPLACE VALOR_PAGO WITH VAL(MVALPG)REPLACE DATA_PAGAM WITH cTOd(MPG)

@21,10 SAY "DESEJA INTRODUZIR NOVO TITULO?(SjN) " GET RESP2READ

IF RESP2 $ "Ss"VAR = 1.0MNUMERO = BRANC06MCLI = BRANC040MVALORG = BRANC012MVEl\C = BRANC08MVALPG = BRANC012MPG = BRANC08go top

ELSE

178

Page 195: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

USESET DEFAULT TO C:\DBASERETURN

ENDIFENDDORETURN

179

Page 196: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

* PROGRAMA* AUTOR* DATA* CONTEUDO

DELETE.PRGACMG1.08.91

DELECAO DE TITULOS REGISTRADOS INDEVIDAMENTE

SET DEFAULT TO &MDEVICEUSE TITULOS INDEX NUMERO

MNUMERO = SPACE(6)BRANC06 = SPACE(6)BRANCOl = SPACE(l)VAR1 = 1.0

VAR2 = 1.0RESPl = SPACE(l)RESP2 = SPACE(I)

DO WHILE VARl = 1.0VARl = 0.0CLEAR@ 1,1 TO 23,79 DOUBLE@ 3,25 SAY "D. DELECAO DE TITULOS"@ 5,2 TO 5,78@ 8,10 SAY "INTRODUZA NUMERO DO TITULO A DELETAR"@10,10 SAY "NUMERO: " GET MNUMERO@11,10 SAY "DIGITE ENTER COM O NUMERO EM BRANCO PARA"@12,10 SAY "VOLTAR AO MENU ANTERIOR"READ

IF MNUMERO $ BRANC06

180

Page 197: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

PACKUSESET DEFAULT TO C:\DBASERETURN

ENDIF

DO WHILE .NOT. EOF()IF VAL(MNUMERO) = NUMERO

VAR2 = 0.0@ 13,10 SAY "CLIENTE: "+CLIENTE@ 15,10 SAY "TIPO DE COBRANCA: "+STR(TIPO)@ 16,10 SAY "VALOR ORIGINAL: "+STR(VALOR_ORIG,12,2)@ 17,10 SAY "DATA DE VENCIMENTO: "+DTOC{DATA VENCI)@ 18,10 SAY "VALOR PAGO: "+STR(VALOR_PAGO,12,2)@ 19,10 SAY "DATA DE PAGAMENTO: "+DTOC(DATA_PAGAM)@ 21,10 SAY "ESTE TITULO PODE SER DELETADO?(S/N)" GET RESP1@ 22,10 SAY "RESPONDENDO N VOLTA AO MENU ANTERIOR"READ

IF RESP1 $ "S5"DELETEVAR1 = 1.0MNUMERO = BRANC06go topEXIT

ELSEPACKUSESET DEFAULT TO C:\DBASERETURN

181

Page 198: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

ENDIF

ELSEVAR2 = 1.0SKIP

ENDIFENDDO

IF VAR2 = 1.0

@ 13,10 SAY "NAO ACHEI O TITULO A DELETAR"@ 14,10 SAY "QUER TENTAR NOVAMENTE?(SjN) " GET RESP2READIF RESP2 $ "Ss"

VAR1 = 1.0MNUMERO = BRANC06GO TOP

ENDIFENDIF

E~DDORETURN

182

Page 199: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

* PROGRAMA* AUTOR* DATA* CONTEUDO

TAXAS.PRGACMG02.08.91INTRODUCAO DE TAXAS FINANCEIRAS

SET DEFAULT TO &MDEVICEUSE TAXAS INDEX ORTAX

MMES = SPACE(2)MANO = SPACE(2)MAPLIC = SPACE(7)MCAPTA = SPACE(7)BRANC02 = SPACE(2)BRANC07 = SPACE(7)RESPl = SPACE(l)RESP2 = SPACE(l)

VARl = 1.0VAR2 = 1.0

DO WHILE VAR2 = 1.0VAR2 = 0.0DO WHILE VAR1 = 1.0

VARl = 0.0

CLEAR@ 1,1 TO 23,79 DOUBLE@ 3,20 SAY "E. INTRODUCAO/MANUTENCAO DE TAXAS"@ 5,2 TO 5,78@ 8,10 SAY "INTRODUZA AS NOVAS TAXAS PARA O PERIODO"

183

Page 200: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

@ 9,10 SAY "MES: " GET MMES@ 10,10 SAY "ANO: " GET MANO@ 11,10 SAY "DIGITE ENTER COM O MES E O ANO EM BRANCO"@ 12,10 SAY "PARA VOLTAR AO MENU ANTERIOR"READ

IF MMES $ BRANC02 .AND. MANO $ BRANC02USESET DEFAULT TO C:\DBASERETURN

ENDIF

IF MMES $ BRANC02 .OR. MANO $ BRANC02@ 14,10 SAY "ANO OU MES EM BRANCO - ENTER PARA CONTINUAR"READVAR1 = 1.0

ENDIFENDDO

DO WHILE .NOT. EOF()

IF VAL(MMES) = MES .AND. VAL(MANO) = ANO@ 13,10 CLEAR TO 14,70@ 13,10 SAY "FORNECER TAXAS EM % AO MES"@ 15,10 SAY "TAXA DE APLICACAO= "+STR(APLICACAO,7,2)@ 17,10 SAY "TAXA DE CAPTACAO= "+STR(CAPTACAO,7,2)@ 21,10 SAY "DESEJA ALTERAR ALGUM DADO?(S/N)" GET RESP1READ

IF RESP1 $ "Ss"

184

Page 201: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

@ 16,10 SAY "NOVA TAXA= " GET MAPLIC@ 18,10 SAY "NOVA TAXA= " GET MCAPTA@ 21,10 CLEAR TO 21,78READ

IF MAPLIC $ BRANC07ELSE

REPLACE APLICACAO WITH VAL(MAPLIC)ENDIF

IF MCAPTA $ BRANC07ELSE

REPLACE CAPTACAO WITH VAL(MCAPTA)ENDIFUSESET DEFAULT TO C:\DBASERETURN

ELSEENDIFSET DEFAULT TO C:\DBASERETURN

ELSESKIP

ENDIFENDDO

@ 13,10 SAY "FORNECER TAXAS EM % AO MES"@ 15,10 SAl" "TAXA DE APLICACAO: " GET MAPLIC@ 16,10 SAY "TAXA DE CAPTACAO: "GET MCAPTA

185

Page 202: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

READAPPEND BLANKREPLACE MES WITH VAL(MMES)REPLACE ANO WITH VAL(MANO)REPLACE APLICACAO WITH VAL(MAPLIC)REPLACE CAPTACAO WITH VAL(MCAPTA)@ 21,10 SAY "DESEJA INTRODUZIR NOVA TAXA?(S/N)" GET RESP2READ

IF RESP2 $ "S5"VAR2 = 1.0

VAR1 = 1.0MMES = BRANC02MANO = BRANC02MAPLIC = BRANC07MCAPTA = BRANC07GO TOP

ELSEUSESET DEFAULT TO C:\DBASERETURN

ENDIFENDDORETURN

186

Page 203: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

* PROGRAMA* AUTOR* DATA* CONTEUDO

DELTAX.PRGACMG02.08.91DELECAO DE TAXAS REGISTRADAS INDEVIDAMENTE

SET DEFAULT TO &MDEVICEUSE TAXAS INDEX ORTAX

MMES = SPACE(2)MANO = SPACE(2)BRANC01 = SPACE(l)BRANC02 = SPACE(2)VAR1 = 1.0

VAR2 = 1.0RESP1 = SPACE(l)RESP2 = SPACE(l)

DO WHILE VAR1 = 1.0VAR1 = 0.0CLEAR@ 1,1 TO 23,79 DOUBLE@ 3,25 SAY "F. DELECAO DE TAXAS"@ 5,2 TO 5,78@ 8,10 SAY "INTRODUZA MES E ANO DA TAXA A DELETAR"@ 10,10 SAl' "MES: "GET MMES@ 11,10 SAl' "ANO: " GET MANO@ 12,10 SAl' "DIGITE ENTER COM O MES E O ANO EM BRANCO"@ 13,10 SAY "PARA VOLTAR AO MENU ANTERIOR"READ

187

Page 204: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

IF MMES $ BRANC02 .AND. MANO $ BRANC02PACKUSESET DEFAULT TO C:\DBASERETURN

ENDIF

IF MMES $ BRANC02 .OR. MANO $ BRANC02@ 14,10 SAY "ANO OU MES EM BRANCO - ENTER PARA CONTINUAR"READVAR1 = 1.0

ENDIF

IF VAR1 = 1.O

EXITENDIF

DO WHILE .NOT. EOF()IF VAL(MMES) = MES .AND. VAL(MANO) = ANOVAR2 = 0.0@ 15,10 SAY "TAXA DE APLICACAO: "+STR(APLICACAO,7,2)@ 16,10 SAY "TAXA DE CAPTACAO: "+STR(CAPTACAO,7,2)@ 18,10 SAY "ESTE TITULO PODE SER DELETADO?(S/N) " GET RESP1READ

IF RESP1 $ "Ss"DELETEVARl = 1.0MMES = BRANC02

188

Page 205: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

MANO = BRANC02EXIT

ELSEPACKUSESEI' DEFAULT TO C:\DBASERETURN

ENDIFELSE

VAR2 = 1.0SKIP

ENDIFENDDO

IFVAR2 = 1.0@ 14,10 SAY "NAO ACHEI A TAXA A DELETAR"@ 15,10 SAY " QUER TENTAR NOVAMENTE?(S/N) " GET RESP2READIF RESP2 $ "Ss"

VAR1 = 1.0MMES = BRANC02MANO = BRANC02GO TOP

ENDIFENDIF

ENDDORETURN

189

Page 206: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

* PROGRAMA* AUTOR* DATA* CONTEUDO

PROCES.PRGACMG8.08.91CALCULO DAS DIFERENCAS APURADAS

SET DEFAULT TO &MDEVICESELECT 2USE TAXAS INDEX ORTAXSELECT 1USE TITULOS INDEX NUMERO

ii=1.0JD = O

DV = O

DR = O

VPC = O

IND = 1VAR1 = 1.0CLEAR@ 10,10 SAY "PROCESSAMENTO EM EXECUCAO - AGUARDE UM MOMENTO"

DO WHILE VAR1 = 1.0VAR1 = 0.0@ 12,20 SAY "REGISTRO "+STR(IND)IND = IND + 1

* CALCULO DO CAMPO JUROS_DESC* 1 - JUROS* 2 - NORMAL* 3 - DESCONTO

190

Page 207: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

IF VALOR_PAGO > VALOR_ORIGJD = 1REPLACE JUROS_DESC WITH JD

endifIF VALOR_PAGO = VALOR_ORIG

JD = 2

REPLACE JUROS_DESC WITH JDENDIFif valor_pago < valor_orig

JD = 3.REPLACE JUROS_DESC WITH JD

ENDIF

* CALCULO DO CAMPO DIFER_VENC - DIFERENCA NO VENCIMENTO

Dl = DATA_PAGAMD2 = DATA_VENCISELECT 2DO CALCOEFSELECT 1DV = (VALOR PAGO * 11) - VALOR_ORIGREPLACE DIFER_VENC WITH DV

* CALCULO DO CAMPO DIFER_REFE - DIFERENCA NA DATA DE REFERENCIA

Dl = DATA_VENCID2 = MDATASELECT 2DO CALCOEF

191

Page 208: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

SELECT 1DR = DIFER VENC * 11REPLACE DIFER_REFE WITH DR

* CALCULO DO CAMPO VAL_PAG_CO - VALOR PAGO CORRIGIDO

Dl = DATA PAGAMD2 = MDATASELECT 2DO CALCOEFSELECT 1VPC = VALOR_PAGO * 11REPLACE VAL_PAG_CO WITH VPC

* TESTA SE EXISTE NOVO REGISTRO

SKIPIF .NOT. EOF ()

VARl = 1.0ENDIF

ENDDO

CLEAR@ 15,10 SAY "PROCESSAMENTO EXECUTADO COM SUCESSO"@ 17,10 SAY "TECLE RETURN PARA CONTINUAR"READuseselect 2useRETURN

192

Page 209: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

* PROGRAMA* AUTOR* DATA* CONTEUDO* DATAS

CALCOEF.PRGACMG5.08.91

CALCULA A TAXA DE APLICACAO/CAPTACAO ENTRE DUAS

* VERIFICA SE AS DUAS DATAS SAO IGUAIS E DEVOLVE COEF.= 1

IF Dl = D211 = 1.0

RETURNENDIF

* MONTA AS VARAIAVEIS QUE SERAO USADAS NESTA ROTINA* Dl = DATA INICIAL* D2 = DATA FINAL

* O PROGRAMA QUE CHAMA ESTA ROTINA DEVE SELECIONAR A AREA DE* TRABALHO 2

ANOl= VAL(SUBSTR(STR(YEAR(D1),4),3,2»AN02= VAL(SUBSTR(STR(YEAR(D2),4),3,2»MES1= MONTH(Dl)MES2= MONTH(D2)DIAl= DAY(Dl)DIA2= DAY(D2)11=1.0

MM = 1

* CALCULO DO COEFICIENTE PARA O CASO EM QUE AS DUAS DATAS

193

Page 210: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

* PERTENCEM AO MESMO MES E ANO, SO DIFERENCIANDO O DIA

IF AN01 = AN02 .AND. MES1=MES2DD = D2 - DlGO TOPLOCATE FOR ANO = AN01LOCATE FOR MES = MESIIF EOF( )

CLEAR

@ 10,10 SAY "NAO ACHEI O MES/ANO - PROGRAMA l"+MESI+ANOIREADRETURN

ENDIFIF D2 > Dl

BASE = (APLICACAO/IOO) +1MMM=MESDO DMES11 = EXP( (DD/MM) * LOG(BASE))RETURN

ELSEBASE = (CAPTACAO/100)+1MMM=MESDO DMES11 = EXP((DD/MM)*LOG(BASE))RETURN

ENDIF

ELSE

* CALCULO DO COEFICIENTE PARA O CASO EN QUE AS DUAS DATAS NAO

194

Page 211: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

* PERTENCEM AO MESMO MES E ANO

VARI = 1.0IF D2 > Dl

MMM = MESIDO DMESDD = MM - DIAIGO TOPDO WHILE VARI = 1.0

VARI = 0.0LOCATE FOR ANO = ANOILOCATE FOR MES = MES1IF EOF ( )

CLEAR

@ 10,10 SAY "NAO ACHEI O MES/ANO - PROGRAMA 2"tMES1+AN01RETURN

ENDIFBASE = (aplicacao/100)tlMMM=MESDO DMES11 = EXP((DD/MM)*LOG(BASE)) * 11IF MES2=MES .AND. AN02=ANO

RETURNELSE

SKIPIF MES2 = MES .AND. AN02 = ANO

DD = DIA2VARI = 1.0AN01 = ANOMESI = MES

195

Page 212: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

ELSEMMM=MESDO DMESDD = MMAN01 = ANOMES1 = MESVAR1 = 1.0

ENDIFENDIF

ENDDORETURN

ELSEMMM = MES2DO DMESDD = DIA2 - MMGO TOPDO WHILE VARl = 1.0

VAR1 =0.0LOCATE FOR ANO = AN02LOCATE FOR MES = MES2IF EOF ( )

CLEAR@ 10,10 "NAO ACHEI O MES/ANO - PROGRAMA 3"+MESl+ANOlRETURN

ENDIFBASE = (captacao/lOO)+lMMM=MESDO DMES11 = EXP( (DD/MM)*LOG(BASE})*IIIF MES1 = MES .AND. ANOl = ANO

.'

196

Page 213: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

RETURNELSE

SKIPIF MES1 = MES .AND. AN01 = ANO

DD=(-DIA1)VAR1 = 1.0AN02 = ANOMES2 = MES

ELSEMMM=MESDO DMESDD=(-MM)AN02 = ANOMES2 = MESVAR1= 1.0

ENDIFENDIF

ENDDOENDIF

ENDIFRETURN

o<f

197

Page 214: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

* Programa* Autor* Data* Conteudo

Dmes.prgACMG6.08.91Dado o mes este programa calcula o numero de dias

IF MMM=1 .OR. MMM=3 .OR. MMM=5 .OR. MMM=7 .OR. MMM=8 .OR. MMM=10MM=31

ENDIF

IF MMM=12MM=31

ENDIF

IF MMM=2

MM=28ENDIF

IF MMM=4 .OR. MMM=6 .OR. MMM=9 .OR. MMM=llMM=30

ENDIF

RETURN

198

Page 215: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

* PROGRAMA* AUTOR* DATA* CONTEUDO

*

RELANAL.PRGACMG10.08.91APRESENTACAO DAS DIFERENCAS DE RECEBIMENTO EM ORDEMDESCENDENTE DE PERDAS

set default to &mdevice

USE TITULOSINDEX ON DIFER_REFE TO DREFgo top

PG = 1LINHA = 8

plin = ------------------------------pl131 = plin+plin+plin+plin+'-----------,

SET DEVICE TO PRINTER@ 1,1 SAY CHR(15)

DO WHILE LINHA < 60if linha = 8@ 1,1 say pl131

@ 2,2 SAY "DATA DE REFERENCIA: "+DTOC(MDATA)@ 2,123 SAY "PAG. "+STR(PG,3)@ 3,35 SAY "DIFERENCAS DE RECEBIMENTO EM ORDEM DESCENDENTE DE

PERDA"@ 4,1 say p1131

@ 5,3 SAY "TITULO"

199

Page 216: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

@ 5,10 SAY "TP"@ 5,13 SAY "CLIENTE"@ 5,58 SAY "VALOR"@ 5,68 SAY "VENCI-"@ 5,79 SAY "VALOR"@ 5,90 SAY "PAGA-"@ 5,98 SAY "DIFERENCA"@ 5,110 SAY "DIFERENCA"@ 5,122 SAY "VALOR PAGO"@ 6,57 SAY "ORIGINAL"@ 6,68 SAY "MENTO"@ 6,80 SAY "PAGO"@ 6,89 SAY "MENTO"@ 6,98 SAY "VENCIMENTO"@ 6,110 SAY "REFERENCIA"@ 6,122 SAY "REFERENCIA"@ 7,1 say pl131@ linha,l SAY STR(NUMERO,8)+STR(TIPO,3)+" "+CLIENTE+

STR(VALOR_ORIG,11,0)+" "+DTOC(DATA_VENCI)+STRIVALOR_PAGO,10,0)+ti "+

DTOC(DATA_PAGAM)+STR(DIFER_VENC,12,01+STR(DIFER_REFE,12,01+STR(VAL_PAG_CO,12,0)

else

@ linha,l SAY STRINUMERO,81+STR(TIPO,3)+" "+CLIENTE+STRI VALOR_ORIG, 11 ,O) +" ,.+DTOC IDATA_VENCI) +STR (VALOR_PAGO, 10,O) +ti .'+ DTOC (DATA_PAGAM 1+STR (DIFER_ VENC, 12,° )+STR(DIFER_REFE,12,0)+STR(VAL_PAG_CO,12,0)

endif

200

Page 217: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

IF LINHA = 59@ 59,1 say pI131

@ 60,3 SAY "TIPO 1= CARTEIRA 2= EXPRESSA 3= ESCRITURAL 4=SIMPLES"

PG = PG + 1LINHA = 8eject

ELSESKIPIF EOF( )@ 59,1 say pI131

@ 60,3 SAY "TIPO 1= CARTEIRA 2= EXPRESSA 3= ESCRITURAL 4=SIMPLES"

set device to screenejectUSERETURN

ELSELINHA = LINHA + 1

ENDIFENDIF

ENDDORETURN

201

Page 218: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

* Programa Relsint.prg* Autor ACMG* Data 11.08.91

* Conteudo Apresentacao sintetica das diferencas de recebimento

SET DEFAULT TO &MDEVICEUSE TITULOS

* INICIALIZACAO DAS VARIAVEIS

VOND = 0.0 && VALOR ORIGINAL NEGATIVO COM DESCONTOVONJ = 0.0 && VALOR ORIGINAL NEGATIVO COM JUROSVONO = 0.0 && VALOR ORIGINAL NEGATIVO NORMALDIVND= 0.0 && DIFERENCA NO VENCIMENTO NEGATIVA COM DESCONTODIVNJ= 0.0 && DIFERENCA NO VENCIMENTO NEGATIVA COM JUROSDIVNO= 0.0 &&. DIFERENCA NO VENCIMENTO NEGATIVA NORMALVPND = 0.0 && VALOR PAGO CORRIGIDO NEGATIVO COM DESCONTOVPNJ = 0.0 && VALOR PAGO CORRIGIDO NEGATIVO COM JUROSVPNO = 0.0 && VALOR PAGO CORRIGIDO NEGATIVO NORMALDIRND = 0.0 &&.DIFERENCA NA REFERENCIA NEGATIVA COM DESCO!\'TODIRNJ = 0.0 && DIFERENCA NA REFERENCIA NEGATIVA COM JUROSDIRNO = 0.0 && DIFERENCA NA REFERENCIA NEGATIVA NORMALVOPD = 0.0 && VALOR ORIGINAL POSITIVO COM DESCONTOVOPJ = 0.0 && VALOR ORIGINAL POSITIVO COM JURO~ 'I •

11,VOPO = 0.0 &&. VALOR ORIGINAL POSITIVO NORMALVOO = 0.0 && VALOR ORIGINAL NORMhT..JVPO = 0.0 &&. VALOR PAGO CORRIG!DO NORMALDIVPD= 0.0 && DIFERENCi. NO VENCIMENTO POSITIVA COM DESCONTODIVPJ= 0.0 && DIFERENCA NO VENCIMENTO POSITIVA COM JUROS

202

Page 219: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

DIVPO= 0.0 && DIFERENCA NO VENCIMENTO POSITIVA NORMALVPPD = 0.0 &.&.VALOR PAGO CORRIGIDO POSITIVO COM DESCONTOVPPJ = 0.0 && VALOR PAGO CORRIGIDO POSITIVO COM JUROSVPPO = 0.0 && VALOR PAGO CORRIGIDO POSITIVO NORMALDIRPD= 0.0 && DIFERENCA NA REFERENCIA POSITIVA COM DESCONTODIRPJ= 0.0 && DIFERENCA NA REFERENCIA POSITIVA COM JUROSDIRPO= 0.0 && DIFERENCA NA REFERENCIA POSITIVA NORMALVOI = 0.0 && VALOR ORIGINAL EM CARTEIRAV02 = 0.0 && VALOR ORIGINAL EM COBRANCA EXPRESSAV03 = 0.0 && VALOR ORIGINAL EM COBRANCA ESCRITURALV04 = 0.0 && VALOR ORIGINAL EM COBRANCA SIMPLESDFVI = 0.0 && DIFERENCA NO VENCIMENTO EM CARTEIRADFV2 = 0.0 && DIFERENCA NO VENCIMENTO EM COBRANCA EXPRESSADFV3 = 0.0 && DIFERENCA NO VENCIMENTO EM COBRANCA ESCRITURALDFV4 = 0.0 && DIFERENCA NO VENCIMENTO EM COBRANCA SIMPLESVPI = 0.0 && VALOR PAGO CORRIGiDO EM CARTEIRAVP2 = 0.0 && VALOR PAGO CORRIGIDO EM COBRANCA EXPRESSAVP3 = 0.0 && VALOR PAGO CORRIGIDO EM COBRANCA ESCRITURALVP4 = 0.0 && VALOR PAGO CORRIGIDO EM COBRANCA SIMPLESDIRI = 0.0 && DIFERENCA NA REFERENCIA EM CARTEIRADIR2 = 0.0 && DIFERENCA NA REFERENCIA EM COBRANCA EXPRESSADIR3 = 0.0 && DIFERENCA NA REFERENCIA EM COBRANCA ESCRITURALDIR4 = 0.0 && DIFERENCA NA REFERENCIA EM COBRANCA SIMPLES

REGISTRO = ICLEAR

DO WHILE .NOT. EOF()@ 10,10 SAY "REGISTRO ATUAL: "+STR(REGISTRO)REGISTRO = REGISTRO + 1

203

Page 220: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

IF DIFER_VENC = oVOo = VALOR_ORIG + VOOVPO = VAL_PAG_CO + VPO

ENDIF

IF DIFER_VENC > oIF JUROS DESC = 2

VOPO = VALOR_ORIG + VOPODIVPO = DIFER_VENC + DIVPOVPPO = VAL_PAG_CO + VPPODIRPO = DIFER_REFE + DIRPO

ENDIFIF JUROS DESC = 1

VOPJ = VALOR_ORIG + VOPJDIVPJ = DIFER_VENC + DIVPJVPPJ = VAL PAG_CO + VPPJDIRPJ = DIFER_REFE + DIRPJ

endifif juros_desc = 3

VOPD = VALOR_ORIG + VOPDDIVPD = DIFER_VENC + DIVPDVPPD = VAL_PAG_CO + VPPDDIRPD = DIFER_REFE + DIRPD

ENDIFELSE

IF DIFER_VENC = O

ELSEIF JUROS DESC = 2

l'

VONO = VALOR_ORIG + VONODIVNO = DIFER_VENC + DIVNO

204

Page 221: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

VPNO = VAL_PAG_CO + VPNODIRNO = DIFER_REFE + DIRNO

ENDIFIF JUROS DESC = 1

VONJ = VALOR_ORIG + VONJDIVNJ = DIFER_VENC + DIVNJVPNJ = VAL_PAG_CO + VPNJDIRNJ = DIFER_REFE + DIRNJ

endifif juros_desc = 3VOND = VALOR_ORIG + VONDDIVND = DIFER_VENC + DIVNDVPND = VAL_PAG_CO + VPNDDIRND = DIFER_REFE + DIRND

ENDIFENDIF

ENDIF

IF TIPO = 1VOl = VALOR ORIG + VOlDFVl = DIFER_VENC + DFVlVPl = VAL PAG_CO + VPlDIRl = DIFER_REFE + DIRl

ENDIF

IF TIPO = 2V02 = VALOR ORIG+V02DFV2 = DIFER_VENC + DFV2VP2 = VAL PAG_CO + VP2DIR2 = DIFER_REFE + DIR2

205

Page 222: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

ENDIF

IF TIPO = 3V03 = VALOR_ORIG +V03DFV3 = DIFER_VENC + DFV3VP3 = VAL_PAG_CO + VP3DIR3 = DIFER_REFE + DIR3

ENDIF

IF TIPO = 4V04 = VALOR_ORIG + V04DFV4 = DIFER_VENC + DFV4VP4 = VAL PAG_CO + VP4DIR4 = DIFER REFE + DIR4

ENDIF

IF STR(TIPO,l) $ "1234"ELSE

CLEARREG = REGISTRO -1@ 10,10 SAY "INEXISTENTE TIPO NO REGISTRO "+STR{REG)@ 15,10 SAY "RETURN PARA CONTINUAR"READ

ENDIFSKIP

ENDDO

* CALCULO DAS SOMATORIAS

SVON = VOND + VONJ +VONO

206

Page 223: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

SDIVN = DIVND + DIVNJ + DIVNOSVPN = VPND + VPNJ + VPNOSDIRN = DIRND + DIRNJ + DIRNO

SVOP = VOPD + VOPJ + VOPOSDIVP = DIVPD + DIVPJ + DIVPOSVPP = VPPD + VPPJ + VPPOSDIRP = DIRPD + DIRPJ + DIRPO

SVOT = SVON + SVOP + voa

SDIVT = SDIVN + SDIVPSVPT = SVPN + SVPP + VPOSDIRT = SDIRN + SDIRP

USESET DEFAULT TO C:\DBASE

* IMPRESSAO DO RELATORIO

PLIN = "------------------------------"PL122 = PLIN + PLIN + PLIN + PLIN + " "SET DEVICE TO PRINT

@ 1,6 SAY CHR(15)@ 1,6 SAY PL122@ 2,7 SAY "DATA DE REFERENCIA: "+DTOC(MDATA)@ 2,121 SAY "PAG. 1"@ 4,40 SAY "RESUMO DAS DIFERENCAS DE COBRANCA EMINFLACIONARIO"@ 5,53 SAY "VALORES EM CRUZEIROS"

207

REGIMEI

Page 224: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

@ 6,6 SAY PL122@ 8,12 SAY "TIPO DE RESULTADO"@ 8,41 SAY "VALOR"@ 8,57 SAY "DIFERENCA"@ 8,75 SAY "%"@ 8,85 SAY "VALOR PAGO"@ 8,102 SAY "DIFERENCA NA"@ 8,121 SAY "%"@ 9,38 SAY "ORIGINAL(A) "@ 9,54 SAY "NO VENCIMENTO(B)"@ 9,73 SAY "(B/A)"@ 9,84 SAY "CORRIGIDO(C)"@ 9,101 SAY "REFERENCIA(D)"@ 9,120 SAY "C/D"@ 11,6 SAY PL122

@ 13,8 SAY "RESULTADOS NEGATIVOS"IF VOND = ODIV1 = O

ELSEDIV1 = IDIVND/VOND)*100

ENDIFIF VPND = O

DIV2 = OELSE

DIV2 = IDIRND/VPND)*100ENDIF@ 15,10 SAY "TITULOS COM DESCONTO "+STR(VOND,18)+STR(DIVND,18)+STR(DIV1,10,2)+STRIVPND,18)+STR(DIRND,18)+STR(DIV2,lO,2)IF VONJ = O

208

Page 225: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

DIV1 = oELSE

DIV1 = (DIVNJ/VONJ)*100ENDIFIF VPNJ = o

DIV2 = oELSE

DIV2 = (DIRNJ/VPNJ)*100ENDIF@ 16,10 SAY "TITULOS COM JUROS "+STR(VONJ,18)+STR(DIVNJ,18)+STR(DIV1,10,2)+STR(VPNJ,18)+STR(DIRNJ,18)+STR(DIV2,10,2)IF VONO = O

DIV1 = OELSE

DIV1 = (DIVNO/VONO)*100ENDIFIF VPNO = O

DIV2 =0

ELSEDIV2 = (DIRNO/VPNO)*lOO

ENDIF@ 17,10 SAY "TITULOS NORMAIS "+STR(VONO,18)+STR(DIVNO,18)+STR(DIV1,10,2)+STR(VPNO,18)+STR(DIRNO,18)+STR(DIV2,10,2)IF SVON = O

DIVl = OELSE

DIVl = ISDIVN/SVON)*100ENDIFIF SVPN = O

DIV2 = O

209

Page 226: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

ELSEDIV2 = (SDIRN/SVPN)*100

ENDIF

@ 19,8 SAY "TOTAL NEGATIVO "+STR(SVON,18)+STR(SDIVN,18)+STR(DIV1,10,2)+STR(SVPN,18)+STR(SDIRN,18)+STR(DIV2,10,2)@ 21,6 SAY PL122

@ 23,8 SAY "RESULTADOS POSITIVOS"IF VOPD = O

DIV1 = OELSE

DIVl = (DIVPD/VOPD)*100ENDIFIF VPPD = O

DIV2 = OELSE

DIV2 = (DIRPD/VPPD)*100ENDIF

@ 25,10 SAY "TITULOS COM DESCONTO "+STR(VOPD,18)+STR(DIVPD,18)+STR(DIVl,10,2)+STR(VPPD,18)+STR(DIRPD,18)+STR(DIV2,10,2)IF VOPJ = O

DIVl = OELSE

D!Vl = (DIVPJ/VOPJ)*lOOENDIFIF VPPJ = O

DIV2 = OELSE

DIV2 = (DIRPJ/VPPJI*lOOENDIF

210

Page 227: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

@ 26,10 SAY "TITULOS COM JUROS "+STR(VOPJ,18)+STR(DIVPJ,18)+STR(DIV1,10,2)+STR(VPPJ,18)+STR(DIRPJ,18)+STR(DIV2,10,2)IF VOPO = O

DIVl = OELSE

DIVl = (DIVPO/VOPO)*100ENDIFIF VPPO = O

DIV2 = OELSE

DIV2 = (DIRPO/VPPO)*100ENDIF@ 27,10 SAY "TITULOS NORMAIS "+STR(VOPO,18)+STR(DIVPO,18)+STR(DIV1,lO,2)+STR(VPPO,18)+STR(DIRPO,18)+STR(DIV2,10,2)IF SVOP = O

DIVl = OELSE

DIVl = (SDIVP/SVOP)*100ENDIFIF SVPP = O

DIV2 = O

ELSEDIV2 = (SDIRP/SVPP)*100

ENDIF@ 29,8 SAY "TOTAL POSITIVO "+STR(SVOP,18)+STR(SDIVP,18)+STRIDIV1,10,2)+STR(SVPP,18)+STR(SDIRP,18)+STR(DIV2,10,2)@ 31,6 SAY PL122

@ 32,8 SAY "RESULTADOS NORMAIS" 0.0"+ "

"+STR(VOO,18)+"+STR(VPO,18)+

211

Page 228: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

" 0.0"@ 33,6 SAY PL122

IF SVOT = °DIVl = O

ELSEDIVl = (SDIVT/SVOT)*lOO

ENDIFIF SVPT = °

DIV2 = °ELSE

DIV2 = (SDIRT/SVPT)*lOOENDIF@ 35,8 SAY "TOTAL GERAL "+STRISVOT,18)+STR(SDIVT,18)+STR(DIVl,lO,2)+STRISVPT,18)+STR(SDIRT,18)+STR(DIV2,lO,2)@ 37,6 SAY PL122

@ 39,8 SAY "CANAL DE COBRANCA"IF VOl = °DIVl = °ELSE

DIVl = (DFVl/V01)*100ENDIFIF VP1 = O

DIV2 = O

ELSEDIV2 = (DIRl/VPl)*100

ENDIF@ 41,10 SAl' " 1 - CARTEIRA "+STR(V01, 18 l+STR(DFV1, 18)+STR(DIVl,10,2)+STR(VPl,18)+STR(DIR1,18)+STR(DIV2,10,2)

212

Page 229: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

IF V02 = oDIV1 = o

ELSEDIV1 = (DFV2/V02)*100

ENDIFIF VP2 = oDIV2 = o

ELSEDIV2 = (DIR2/VP2)*100

ENDIF

@ 42,10 SAY "2 - BANCARIA EXPRESSA"+STR(V02,18)+STR{DFV2,18)+STR(DIV1,10,2)+STR(VP2,18)+STR(DIR2,18)+STR(DIV2,10,2)IF V03 = O

DIV1 = O

ELSEDIV1 = (DFV3/V03)*100

ENDIFIF VP3 = O

DIV2 = O

ELSEDIV2 = (DIR3/VP3)*100

ENDIF@ 43,10 SAY "3 - BANCARIA ESCRITURAL"+STR{V03,16)+STR(DFV3,18)+STR(DIV1,10,2)+STR(VP3,18)+STR(DIR3,18)+STR(DIV2,10,2)IF V04 = O

DIV1 = O

ELSEDIV1 = (DFV4/V041*100

ENDIFIF VP4 = O

213

Page 230: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

DIV2 = oELSE

DIV2 = (DIR4/VP4)*100ENDIF

@ 44,10 SAY "4 - BANCARIA SIMPLES "+STR(V04,18)+STR(DFV4,18)+STR(DIV1,10,2)+ STR(VP4,18)+STR(DIR4,18)+STR(DIV2,10,2)@ 46,6 SAY PL122

@ 47,8 SAY "OBS: DIFERENCAS NEGATIVAS SIGNIFICAM PERDAS MONETARIAS"@ 48,6 SAY PL122

EJECTSET DEVICE TO SCREENRETURN

214

Page 231: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

Structure for database: C:tituloB.dbfNumber of data records: ODate of last update 01.01.80Field Field Name

1 NUMERO2 CLIENTE3 TIPO4 VALOR ORIG5 DATA VENCI6 VALOR PAGO7 DATA PAGAM8 DIFER VENC9 DIFER REFE

10 VAL PAG CO11 JUROS DESC

** Total **

TypeNumericCharacterNumericNumericDateNumericDateNumericNumericNumericNumeric

Width6

401

128

128

1212121

125

Structure for database: c:taxas.dbfNumber of data records: O

Date of last update 01.01.80Field Field Name Type Width

1 MES Numeric 2

2 ANO Numeric 2

3 APLICACAO Numeric 7

4 CAPTACAO Numeric 7

** Total ** 19

Dec

2

2

2

2

2

Dec

2

2

Mcobra.mem 12 VARIABLES DEFINED. 31 BYTES USED)MDEVICEMDATA

PUBPUB

C

D

"C:\DBASE30.06.91

215

"

Page 232: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

BIBLIOGRAFIA

1. ALTMAN, Edward I. FinanciaI Ratios, Discriminant Analysis andPrediction of Corporation Bankruptcy. Journal of Finance,v. 23, n . 4, Sept. 1968.

2. ALTMAN, Edward I.; BAIDYA, Tara K.N. ; DIAS, Luiz M. Previslode Problemas Financeiros em Empresas, Revista deAdministra~ão de Empresas, Slo Paulo, jan.-mar. 1979.

3. BECKMAN, Theodore N. BARTELS, Robert. Credits andCollections in Theory and Practice. McGraw Hill, 1955.

4. BEN-HORINA, Moshe LEVY, Haim. Management of AccountsReceivable under Inflation.1, Spring, 1983.

FinanciaI Management, v. 12, n.

5. BENISHAY, Haskel. Managerial Control of Accounts

6.

Receivable. Journal of Accounting Research, v.Sp r í ng , 1965.

BERANEK, William, Working Capital Management.California: Wadsworth Publishing Company, 1966.

3 , n. 1,

2.ed.

7. BIERMAN JR., Harold, FinanciaI Pol icy and Decisions. NewYork: The MacMillan Company, 1970.

8. BIERMAN JR., Harold; HASS, Jerome E. An Introduction toManagerial Finance. W.W.Norton, 1975.

9. BIERMAN JR., Haro1d ; SMIDT, Seymour. FinanciaI Management forDecision Making. New York: MacMillan Publishing Company,1986.

10. The Capital Budgeting Decision. New York: MacMillanPublishing Company, 1975.

11.BOGGESS, William P. Screen-Test Your Credit Risks. HarvardBusiness Review, v. 45, n. 6, Nov.-Dec. 1967.

12.BOLTEN, Steven E. Managerial Finance PrincipIes and

216

Page 233: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

Practice. Boston: Houghton Mifflin Company, 1976.13.BRADWAY, Bruce M. PRITCHARD, Robert E. Protecting Profits

During lnflation Recession. Massachusetts:Addison-Wesley Publishing Company, 1981.

14.BRAGA, Roberto. Fundamentos Técnicas AdministraçãoFinanceira. são Paulo: Atlas, 1989.

15.BREALEY, Richard A. MYERS, Steward C. PrincipIes ofCorporate Finance. New York: MacGraw Hill, 1991.

16.BRIGHAM, Eugene F. FinanciaI Management TheoryPractice. The Dryden Press, 1985.

17.BUCKLEY, John W. A Systemic Credit Model. Proceedings of theI

International Symposium on Model Computer BasedCorporate Planning. Cologne, Germany: Marz, 1972.

18.CIPRIANO, Francisco. Administração do Capital de Giro nas, .Pequenas ~ MedIas Empresas. São Paulo: EAESP-FGV, 1977.

(dissertação de mestrado)19.COPELAND, Thomas E. ; KHOURY, Nabil T. Analysis of Credit

Extensions in a World with Uncertainty. In: SMITH, Keith V.Readings on the Management of Working Capital. St. Paul:West Publishing, 1980.

20.DEL RE, Luigi. Previsão, Controle e Custo do Atraso noCrediário. Revista de Administração de Empresas, Rio deJaneiro, mar. 1967.

21.DONALDSON, H. Williams. Basic Business Finance Test.Illinois: Richard D. Irwin, 1974.

22.EISEMBEIS, Robert A. Problems in Applying DiscriminantAnalysis in Credit Scoring Models. Journal of Banking andFinance, v. 2, n. 3, Oct. 1978.

23.ELIZABETHSKY, Roberto. Um modelo Matemático para Decisão deCr~dito no Banco Comercial. são Paulo: Depto de Engenharia

217

Page 234: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

de Produç~o da Escola Politécnica da USP, 1976. (trabalho nãopublicado)

24.FISHER, Irving. ~ Theory of Interest. New York: TheMacMillan Company, 1930.

25.FURTADO, cláudio V. Administrarão do Capital deAvalia~ão Crítica dos Modelos de Decisão.EAESP-FGV, 1977. (dissertaç~o de mestrado)

26.GALLINGER, Georg W. IFFLANDER, A. James.

Giro: UmaS~o Paulo:

Accounts Receivable Using Variance Analysis.Management, v. 15, n. 4, Winter, 1986.

27.GITMAN, Lawrence Jr. Principios de Administração Financeira.

MonitoringFinanciaI

Editora Harper & Row do Brasil, 1984.28.GRAZZIOTIN, Zila Jr. Administração Financeira em Contexto

Ln f La c í o na r í o . São Paulo: EAESP-FGV, 1980. (dissertação demestrado)

29.HALLORAN, John A. ; LANSER, Howard P. the Credit PolicyDecision in an Inflationary Environment. FinanciaIManagement, Winter 1981.

30.HILL, Ned C. j RIEMER, Keneth D. Determining the Cash Discountin the Firm's Credit Policy. FinanciaI Management, Spring1979.

31.HUNT, P. j WILLIAMS, Charles W. ; DONALDSON, G. Curso Básicode Finanyas de EmpresasRecord, 1961.

Teoria g Pratica. são Paulo:

32.JOHNSON, K.B. FISHER, D.E. Readings .in ContemporaryFinanciaI Management. Connecticut: Scott, Foreman andCompany, 1969.

33.JOHNSON, Robert W.Pioneira Editora,

Administraç;o Financeira. São Paulo:1973.

34.KANITZ, Stephen C. Corno Prever Fal;ncias. McGraw Hill, 1978.

218

Page 235: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

35.KIM, Young H. ; ATKINS, Joseph C. Evaluating Investments inAccounts Receivable: A Wealth Maximizing Framework. TheJournal of Finance, v. XXXIII, n. 2, May 1978.

36.KRONCKE, CHARLES O., NIERMMERS, ERWIN E. GRUNEWALD, ALAN E.Managerial Finance: Essentials. St. Paul: West Publishing,1976.

37.LEVY, Ferdinand K. An Aplication of Heuristic Problem Solvingto Accounts Receivable Management, Management Science, v.12, n. 6, Feb. 1966.

37.LEWELLEN, Wilbur G. ; EDMISTER, Robert O. A General Model forAccounts Receivable Analysis and Controlo JournalFinanciaI and Quantitative Analysis, V. 8, n. 2, Mar. 1973.

38.LEWELLEN, Wilbur G. JOHNSON, Robert W. Better Way toMonitor Accounts Receivable. Harvard Business Review,May-June ,1972.

39.LIVNAT, Joshna ; SONDHI, Ashwinpaul C. Finance Subsidiaries,Their Formation and Consolidation. Journal of BusinessFinance and Accounting, V. 13, Spring 1986.

40.MALVESSI, Oscar L. Capital de Giro, políticas ~ Modelos. sãoPaulo: EAESP-FGV, 1982. (dissertação de mestrado)

41.MAO, James C. T. Corporate Financial Decisions. California:Pavan Publishers, 1976.

42.MARRAH, George L. Managing Receivables. Financial Executive,V. 38, n. 7, July 1970.

43.MARTINS, Eliseu ; ASSAF, Alexandre. Administração Financeira.são Paulo: Atlas, 1990.

44.MATHIAS, Alberto B. Contribuiç~o as t:cnicasFinanceira: um Método de Concepção de Crédito.Deptode Administração da Faculdade de

de Aná'lisesão Paulo:

Economia eAdministração da USP, 1978. (trabalho não publicado)

219

Page 236: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

45.METHA, Dileep R. Administrayão do Capital ~ Giro. São Paulo:Atlas, 1978.

46. The Formulation of Credit Policy Models. ManagementScience, v. 15, n . 2, Oct. 1968.

47.MOYERS, R. C.; MCGUIGAN, J. R. ; KRETLOW, W. J., ContemporaryFinanciaI Management. St. Paul: West Publishing, 1981.

48.PETERSON, D. E. A Quantitative Framework for FinancialManagement. Richard D. Irwin, 1969.

49.PEREIRA, Luiz Bresser. Economia Brasileira. 4. ed.São Paulo: Editora Brasiliense, 1986.

50.PUGGINA, Wladimir A. seminário Decisões Financeiras da Empresa,

em um Contexto Inflacionario. são Paulo: EAESP-FGV, novo1980.

51.RICHARDSON, Frederick M. ; DAVIDSON, Lewis L. Aninto Bankruptcy Discriminant Model Sensitivity.

ExplorationJournal of

Business Finance & Accounting, v. 10, n. 2, Summer 1983.52. On Linear" Discriminant With Accounting Ratios.

Journal of Business Finance & Accounting, v. 11, n. 4,

Winter 1984.53.SACHDEVA, Kanval S. ; GITMAN, Lawrence J. Accounts Receivable

Decisions in a Capital Budgeting Framework. FinancialManagement, v. 10, n. 5, Winter 1981.

54.SANVICENTE, A. Zoratto. Administração Financeira. São Paulo:Editora Atlas, 1977.

55.SCHULTZ, Raynond G. SHULTZ, Robert E. Basic FinanciaIManagement. Swanton: Intext Educational Publishers, 1972.

56.SELDOFSKY, Robert M. A Model for Accounts ReceivableManagement. In: SHULTZ, Raymond G. Readings in FinanciaIManagement. International Textbook Company, 1970.

57.SHAPIRO, Alan. Optimal Inventory and Credit Granting

220

Page 237: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

Strategies Under Inflation and Devaluation. Journal QfFinance and Quantitative Analysis, v. 8, n. 1, Jan. 1973.

58.SHINODA, Carlos. Otimizayão do Contas ª Receber em umContexto Inflacion~rio. São Paulo: EAESP-FGV, 1981.(dissertação de mestrado)

59.SILVA, José Pereira. Administra~ão de Cr~dito ~ Previsão deInsolv~ncia. São Paulo: Atlas, 1983.

60.S0LOMON, Ezra; PRINGLE, John J. Introdu~ão Administra<j'ãoPaulo: Atlas,Financeira. Tradução Antonio SanVicente. São

1981.61.STANCILL, James M. Is Your Bad Debt Expense Too Low?

FinanciaI Management, 1983.62.STONE, Kernell K. The Payments-Pattern Approach to the

Forecasting and ContraI of Accounts Receivable. FinanciaIManagement, Auturnn 1978.

63.TUNG, Nuyen H. Controladoria Financeira das Empresas. EdiçõesUniversidade ~mpresa, 1972.

64.VAN HORNE, Jarnes C. A Note on Biases in Capital BudgetingIntroduced by InfIation. Journal FinanceQuantitative Analysis, Jan. 1971 .

65.----- FinanciaI Managernent and Policy. 8. ed. NewJersey: Prentice Hall, 1989.

66.WALKER, Ernest W. ; PETTY 11, J.W. FinanciaI Management ofthe Srnall Firm. New Jersey: Prentice Hall, 1978.

67.WEIDE, Jarnes V. MAIER, Steven F. Managing CorporateLiquiditv. John WiIey & Sons, 1985.

68.WESTON, J. Fred. Toward Theories of FinanciaI Policy.of Finance, v. 10, n . 2, ~1ay 1955.

Journal

69.WESTON, J. Fred ; BRIGHAM, Eugene F. Essentials of ManagerialFinance. Chicago: Holt-Saunders International, 1985.

221

Page 238: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

70.------- Managerial Finance. Illinois: The Dryden Press,1981.

7] .WRINGHTSMAN, Dwayne. Optimal Credit Terms for AccountsReceivable. Quaterly Review of Economics and Business, v. 9,n. 2, Summer 1969.

222

Page 239: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

FUNDAÇÃO GETúLIO VARGAS

ORIENTADOR:

ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE $AO PAULO

ANTONIO CARLOS MOTTA GUIMARÃES

...•ADMINISTRAÇAO DO CONTAS A RECEBER,NO CONTEXTO INFLACIONARIO

PROF.DR.WLADIMIR A.PUGGINA

SÃO PAULO - 1992

223

Page 240: ADMINISTRAÇAO ' DO CONTAS A RECEBER

DISKETTE COM O PROGRAMA COMPUTACIONAL PROPOSTO

Volume in drive A has no labelIi,..

Directory of A:\

CRI.PRG MASCA.PRG DATAREF.PRGDELETE.PRG TAXAS.PRG DELTAX.PRGDMES.PRG RELANAL.PRG RELSINT.PRG

." DEVICE.PRG INTROD.PRG PROCES.PRGCALCOEF.PRG TITULOS.DBF NUMERO.NDXTAXAS.DBF ORTAX.NDX MCOBRA.MEMCURSOFF.BIN CURSON.BIN

20 file(s) 34671 bytes319488 bytes free

224