adm 2011

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ADMINISTRATIVO prof Matheus Carvalho professormatheuscarvalho (é a página dele na internet) Leis: DECORAR: Art.20, CR/88 (bens da uniao, bens dos estados) lido Ver parte final da CR (perto dos direitos dos indios, por aí) o que tiver sobre bens/ terras públicas etc. lido Art.70 a 75 da CR/88 (TCU) lido Lei 9784/99 (É a lei do processo administrativo federal. ler todos os artigos!) lido Lei 8429/92 (Improbidade Administrativa) lido Lei 8666/93 (Licitaçoes e Contratos): ler os artigos chaves: 6˚, 20 a 25, 50 a 55, 60 e 61 etc. - lido Lei 10520/02 (Pregao): Dec 3555/00, apenas o anexo II : diz o que é bem comum (ex. automóvel, qq que seja o valor; notebook, dasktop etc. Obs Contratar software NAO é bem comum!) Dec 5450 (pregao eletronico): ver o que nao pode ser licitado por pregao eletronico – art. 6º Art. 6 o A licitação na modalidade de pregão, na forma eletrônica, não se aplica às contratações de obras de engenharia, bem como às locações imobiliárias e alienações em geral. Lei 11107/05 (consorcios públicos) Lei 8987/95 (serviços públicos) Lei 11079/04 (lei de PPP) Dec Lei 200/67 Lei 9637/98 (OS) Lei 9790/99 (OSCIP) Dec Lei 3365/41***** Mto importante (Lei Geral de Desapropriaçao: Utilidade pública e necessidade pública) + S. STJ sobre juros na desapropriaçao e tb súmula vinculante nova sobre o mesmo assunto SÚMULAS SOBRE INTERVENÇAO DO ESTADO NA PROPRIEDADE: STF: 23, 111, 157, 164, 218, 378, 415, 416, 476, 479, 561, 617, 618, 652, 668. SV n˚17. STJ: 12, 56, 67, 69, 70, 102, 113, 114, 119, 131, 141, 352, 408. L.4132/62 (desapropriaçao por interesse social) Dec Lei 25***** Mto importante. (Tombamento) lido Dec 20910/32 (Prescriçao) c/c Lei 9873/99 (Prescriçao em matéria

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ADMINISTRATIVO

prof Matheus Carvalhoprofessormatheuscarvalho (é a página dele na internet)

Leis:DECORAR:

Art.20, CR/88 (bens da uniao, bens dos estados) lidoVer parte final da CR (perto dos direitos dos indios, por aí) o que tiver sobre bens/ terras públicas etc. lidoArt.70 a 75 da CR/88 (TCU) lidoLei 9784/99 (É a lei do processo administrativo federal. ler todos os artigos!) lidoLei 8429/92 (Improbidade Administrativa) lidoLei 8666/93 (Licitaçoes e Contratos): ler os artigos chaves: 6˚, 20 a 25, 50 a 55, 60 e 61 etc. - lidoLei 10520/02 (Pregao): Dec 3555/00, apenas o anexo II : diz o que é bem comum (ex. automóvel, qq que seja o valor; notebook, dasktop etc. Obs Contratar software NAO é bem comum!)Dec 5450 (pregao eletronico): ver o que nao pode ser licitado por pregao eletronico – art. 6º

Art. 6

o

A licitação na modalidade de pregão, na forma eletrônica, não se aplica às contratações de obras de engenharia, bem como às locações imobiliárias e alienações em geral.Lei 11107/05 (consorcios públicos)Lei 8987/95 (serviços públicos)Lei 11079/04 (lei de PPP)Dec Lei 200/67Lei 9637/98 (OS)Lei 9790/99 (OSCIP)Dec Lei 3365/41***** Mto importante (Lei Geral de Desapropriaçao: Utilidade pública e necessidade pública) + S. STJ sobre juros na desapropriaçao e tb súmula vinculante nova sobre o mesmo assunto

SÚMULAS SOBRE INTERVENÇAO DO ESTADO NA PROPRIEDADE:STF: 23, 111, 157, 164, 218, 378, 415, 416, 476, 479, 561, 617, 618, 652, 668.SV n˚17.STJ: 12, 56, 67, 69, 70, 102, 113, 114, 119, 131, 141, 352, 408.

L.4132/62 (desapropriaçao por interesse social)Dec Lei 25***** Mto importante. (Tombamento) lidoDec 20910/32 (Prescriçao) c/c Lei 9873/99 (Prescriçao em matéria de poder de polícia) Ver prescricao intercorrenteLei 8112/90 (servidores públicos federais) Todos os artigos (menos parte de previdencia)

E decorar TODAS AS SÚMULAS VINCULANTES! Especialmente S. V. N˚3Ler tb súmulas recentes STJ e STF

1) Regime Jurídico Administrativo

Princípios-base:

1.1 Supremacia do interesse público sobre o privado: Havendo necessidade o Estado pode restingir direitos individuais em prol do interesse público. O limite das prerrogativas do Estado em razão do interesse público, por outro lado, é dado justamente pela indisponibilidade do interesse público. Ex. O Estado pode desapropriar, mas tem que respeitar os limites legais e ser em prol do interesse público.

1.2 Indisponibilidade do interesse público.

Todos os princípios do direito administrativo decorrem desses princípios base. E todos estão na CF. Alguns são explicitos e outros implicitos na CF.

P. explicitos na CF:

Legalidade: No direito público o adm público só atua quando a lei permite.

Impessoalidade: não discriminação. Maria Sylvia, entratanto, vem trazendo ainda um outro enfoque para esse princípio: sob a ótica do agente significa que a atuação do agente é impessoal, prq se reputa ao Estado, que ele presenta.

Moralidade: boa-fé de conduta, probidade, honestidade, no trato com o dinheiro público.É diferente da moralidade pública ou social, mas sim moralidade jurídica.A lei 8112/90 diz que será demitido aquele que pratica conduta escandalosa (incontinencia pública) na repartição. Ex. Fazer sexo na repartição. Essa demissão não decorre do p da moralidade, pois é moralidade social aqui. Então não é p da moralidade.

Publicidade: É a regra. Não é um p absoluto, assim como nenhum outro é. A restrição a publicidade pode se dar por relevante interesse coletivo ou motivo de segurança nacional. É indispensável ao controle dos atos da Adm, além disso é garantia de eficácia dos atos administrativos. O ato adm mesmo que perfeito e válido, sé será eficaz se for público. Ex. Se o prefeito diz que em determinada rua não se pode estacionar. Ainda que o ato seja perfeito e válido enquanto não houver uma placa proibindo estacionar na rua, o ato não será eficaz.A publicidade não faz parte da formação do ato, mas condiciona a produção de efeitos.

Eficiencia: foi inserido na CF com a EC19/98. É produzir muito com o minimo de gasto, economia da atividade administrativa.Tradicionalmente a doutrina dizia que era p muito fluido, era um mero desabafo do constituinte, mas que não tinha como aplicar no caso concreto sem regulamentação infraconstitucional (seria um p de eficácia limitada). Mas... hoje o entendimento é diferente: A ideia hoje é que esse p é norma constitucional de aplicabilidade IMEDIATA, não dependendo de norma infraconstitucional. Ex. A pp EC 19 criou também no art. 41, CF a avaliação especial de desempenho, que nada mais é que uma avaliação da eficiencia do servidor.

Contraditório e ampla defesa: Art. 5º, LV, CF. A CF diz que devem ser respeitados contraditório e ampla defesa também nos processos administrativos. A ampla defesa é ampla o suficiente p/ abarcar: direito a defesa tecnica, a defesa prévia e ao duplo grau de jurisdição.Em direito administrativo a ampla defesa também gera o d a defesa prévia (o particular tem direito a se manifestar antes de uma decisão administrativa desfavorável lhe ser dada). Mas excepcionalmente essa defesa pode não ser prévia, pode ser diferida. Ex. Seu carro pode ser rebocado e você ter o direito de se defender e dizer que estava estacionado em local permitido depois. Ainda, no d administrativo, também se insere o direito a defesa tecnica? Bom, há esse direito, mas a ausencia de advogado em processo administrativo não fere o contraditorio e a ampla defesa (SV 5: A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não

ofende a Constituição).E quanto ao duplo grau de julgamento? SV 21: É inconstitucional a exigencia de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.Isso prq isso restringiria o duplo grau de jurisdição. Então na esfera administrativa é inerente ao duplo grau de jurisdição.

Princípios implicitos na CF:

auto-tutela: S.473 do STF: A adinistração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniencia ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.Os atos da Adm pode controlar seus pp atos independentemente de provocação.

Motivação: é expresso no art. 50 da lei 9784, mas implicito na CF. Poder-dever que a Adm tem de fundamentar os atos praticados por ela.

Continuidade: é p implicito na CF. Mas está expresso na lei 8987/95. Significa prestação ininterrupta do serviço. Diante dessa afirmação surgem 3 perguntas:

a) Se a atividade do Estado tem que ser ininterrupta, o servidor público pode fazer greve?R: Depende. Os militares não tem direito de greve (art.142, §3º, IV, CF). Já o servidor civil pode (art. 37, VII, CF), nos termos da lei especifica (lei ORDINÁRIA). Não há ainda essa lei especifica. Então aqui depende da forma como você entende essa norma constitucional do inciso VII do art.37 da CF, se como uma norma constitucional de eficácia contida (nesse caso se não há lei pode-se exercer o direito sem limitações) ou como uma norma de eficácia limitada (só se pode exercer o direito se existir a lei). O STF já pacificou o entendimento de que se trata de norma de eficacia limitada, ou seja, o servidor público tem direito de greve, mas o exercicio desse direito está limitado a uma lei que o regulamente. Enquanto não vier uma lei regulamentando, diz o STF, o servidor não pode exercer esse direito de greve. Entretanto, em 2008 impetraram um mandado de injunção no STF, e então o STF estabeleceu que supriria essa omissão, por ora, a lei geral de greve dos particulares, no que couber. Mas e se a greve do servidor for licita, ele tem direito a remuneração pelos dias parados? Não!! O STF já pacificou o entendimento de que o servidor pode exercer a greve licitamente, isso não será considerado infração, mas ele não terá direito a ser remunerado pelos dias parados, pois quando não presta o serviço também não recebe remuneração. Obs. O STJ disse que o servidor realmente não tem direito a ser remunerado pelos dias parados, mas a Administração, por outro lado, não pode cortar a remuneração durante a greve. Por que? Prq senao ela está coagindo o servidor a parar de exercer um direito constitucional seu. Por isso p/ o STJ o servidor que está fazendo greve licitamente será remunerado durante a greve, mas depois que acabar a greve deverá compensar os dias parados p/ que não haja corte de sua remuneração (foi decisão do inicio de 2011 do STJ).

b) A atividade estatal pode ser interrompida por inadimplemento? Sim. Art 6º, §3º, da lei 8987/95. Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato. §3º Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou após prévio-aviso, quando:I – motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações;II – por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.

Então por motivo de ordem técnica ou inadimplemento, quando há situação de urgencia ou prévio aviso, pode-se interromper a prestação do serviço sim. PORÉM: É pacífico o seguinte entendimento: de que essa interrupção não pode paralisar um serviço essencial à coletividade. Ex. Não pode cortar energia de hospital.STJ: decisão final de 2010: STJ mudou de entendimento. STJ disse que iluminação publica é serviço público essencial a segurança da coletividade, e por isso não pode ser interrompido por inadimplemento, ainda que se mantenha outros serviços do municipio. Ver também art. 6º, §3º, lei 8987/95 (“...considerando o interesse da coletividade”).

c) É possível a exceção de contrato não cumprido nos contratos administrativos?SIM! Desde que a Administração seja inadimplente por + de 90 dias (art. 78, XV da lei 8666). então é possível só que de maneira diferida.

2) Poderes AdministrativosOs poderes da Administração são poderes-deveres (indisponibilidade do interesse público), e também são instrumentais (nada mais é que um instrumento p/ que o Estado alcance o interesse público).

Abuso de poder: ocorre todas as vezes que o Estado extrapola no exercicio do poder. Divide-se em 2 espécies: excesso de poder e desvio de poder.Excesso de poder – é vício de competencia. O agente público pratica o ato até mesmo com boa intenção, mas excedendo a competencia que lhe foi conferida pela lei.Desvio de poder – é vício de finalidade. O agente público age buscando outro interesse ou finalidade, que não a prevista em lei p/ a prática daquele ato.

Forma de exercício dos Poderes da Administração (discricionariedade e vinculação)atuação vinculada X discricionária do Estado:Toda atuação do Estado é vinculada à lei. Mas na atuação vinculada não há qualquer espécie de margem de escolha para o agente estatal, pois a lei traz todos os elementos do ato de forma objetiva.No ato discricionário, ao contrário, há margem de escolha. Essa margem de escolha é o mérito administrativo, que é analisado com base na oportunidade e conveniência.

Conceitos indeterminados (ou conceito jurídico vago): ex. Paz pública, moralidade pública etc. Aqui também há discricionariedade p/ a maioria dos doutrinadores. O juiz não pode analisar o mérito de um ato administrativo discricionário, nem mesmo se este ato for em razão de um conceito jurídico indeterminado (ex. Pornografia, na norma: É proibido pornografia em locais públicos).O judiciário pode controlar sim os atos discricionarios, mas não o seu mérito. Só pode controlar no que diz respeito à legalidade.

O Judiciário pode ver se o mérito está dentro dos limites da lei, mas nunca substituir a oportunidade e conveniencia do administrador pela sua. Ex. A lei diz que pode fazer concorrencia ou leilão. Se o administrador licitar por convite o juiz dirá que extrapolou o mérito. Isso pode, pois é análise de legalidade.

Além disso, quando a atuação do administrador é absurda o juiz pode controlar o ato discricionário com base na razoabilidade. Mas é que isso não será controle de mérito, mas sim de legalidade. É ver se o mérito extrapolou os limites da lei, mas no que tange ao mérito em si o Judiciário não pode controlar.

O juiz só pode anular o ato e dizer que se a Adm quiser deve editar outro ato, mas o juiz não pode

nunca substituir, consertar, convalidar o ato.

2.1 Poder normativoÉ o poder conferido ao Estado de edição de normas gerais e abstratas, dentro dos limites da LEI.PODER NORMATIVO NÃO É LEI. ESTÁ LIMITADO PELA LEI. É para facilitar a execução da lei.

Regulamento (a forma do regulamento é o decreto): É ato privativo do chefe do poder executivo. XPoder regulamentar: Antes era entendido como sinonimo de poder normativo, mas não mais. Atualmente é entendido apenas como edição de regulamentos. Então o entendimento mais moderno é que é apenas uma espécie do poder normativo, este mais amplo. Então o poder regulamentar é privativo do chefe do executivo. Já outros atos, que não configuram regulamento, mas resoluções, portarias etc, são da competencia da Administração como um todo. Portanto, toda a Adm tem poder normativo, mas poder regulamentar é só o chefe do executivo.

A doutrina comparada divide o regulamento em 2 espécies:executivos: é aquele editado para fiel execução da lei. É a regra.Autonomos: são editados para substituir a lei! Não dependem de lei! No Brasil não deveria ser possível, já que o direito brasileiro diz que ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer nada senao em virtude de lei. Entretanto, o art.84, VI, CF foi inserido na CF, e diz que o Presidente da República pode, por meio de DECRETO dispor sobre:a) organização da Adm, quando não aumentar despesa nem criar ou extinguir órgãos;b) extinguir funções ou cargos públicos vagos.A doutrina então começou a dizer que, se cargo só pode ser criado por lei, pelo p do paralelismo das formas também só poderia o cargo ser extinto por lei. Logo, esse decreto que extingue cargo vago estaria substituindo a lei. Além disso, a matéria organização adm também é matéria de lei. Por isso, a matéria não é pacifica ainda, mas é amplamente majoritário o entendimento de que essas 2 são hipoteses de decretos autonomos. Então o direito brasileiro hoje, e esse é o entendimento majoritário, admite 2 espécies de regulamento autonomo, prq há previsão constitucional: são as alineas do inciso VI do art. 84 da CF.

2.2 Poder hierárquico (obs. Vi uma questão que fala subordinação administrativa)É um poder de organização e estruturação interna da atividade. Não existe hierarquia externa! É só dentro de uma mesma pessoa jurídica! Não existe hierarquia entre pessoas jurídicas diferentes!A hierarquia admite a possibilidade de que agentes públicos controlem os atos de seus subordinados, e também que um órgão controle ato de outro de uma mesma PJ. Também embasa a possibilidade de avocação e delegação de competencia. Tanto a delegação quanto a avocação são situações em que se enxerga a hierarquia.

Obs. A lei 9784 estabelece que a delegação pode ser feita p/ agente de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior, mas a avocação só pode ser feita p/ agente de hierarquia inferior.

2.3 Poder disciplinarÉ um poder de aplicação de penalidades, é poder sancionatório. Mas não é qualquer sanção. Nem toda penalidade configura poder disciplinar. Para ser poder disciplinar as sanções tem que decorrer de um vinculo especial entre o sancionado e a Administração. Por isso multa não é poder disciplinar, embora seja sanção (decorre do poder geral de disciplina – Poder de policia). Já suspensão ou advertencia aplicada a servidor é poder disciplinar (decorre da hierarquia). O vinculo

especial pode ser: vinculo hierárquico, contratual (contratos administrativos), convenios etc. Portanto, não decorre apenas d hierárquia, e não se deve confundir poder hierárquico e poder disciplinar.Em geral o poder disciplinar é discricionário, mas não prq se pode aplicar ou não a pena, mas sim prq pode-se escolher entre diversas penalidades, existe margem de escolha. Ex. Poder suspender o servidor por até 90 dias. O administrador tem margem de escolha: pode suspender por 50 ou 60 ou 30 ou 45 etc dias. Pode escolher.

2.4 Poder de PoliciaEsse é o Poder que mais cai em prova. Seu conceito está no art. 78 do CTN: Considera-se poder de polícia a atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produçao e do mercado, ao exercicio de atividades economicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.

O conceito está no CTN prq o poder de policia pode gerar taxa.

O Poder de policia se manifesta em relação aos particulares como um todo. Aqui não há vinculo especial. Ele é geral e abstrato, e decorre do p da supremacia do interesse público.Não confundir policia administrativa com policia judiciária (esta é matéria de processo penal). Esta é o poder do Estado de reprimir ilicitos criminais. Incide sobre pessoas.

A policia administrativa é o poder conferido a administração de restringir o exercicio de liberdades individuais e o uso, gozo e disposição da propriedade privada para garantir o interesse público. Ex. Colocar placa de rua em muro de particular.Ex. limitar o numero de andares que se pode construir em determinada regiao da cidade.Ex. licença para construir.Ex. autorização para porte de arma.Ex. semáforo (restringe direito de ir e vir momentaneamente).

O poder de policia pode se manifestar por atos vinculados ou discricionarios.A doutrina tradicional dizia que era poder discricionario. E realmente é a regra. Mas atualmente já se enxerga atos vinculados de policia. Ex. Licença.Então pode-se dizer que a discricionariedade é uma caracteristica do poder de policia, prq é a regra, mas sabemos hoje que há exceções.O poder de policia também pode se manifestar por atos preventivos ou repressivos. É diferente da policia judiciária, que é sempre repressiva.E majoritariamente, o poder de policia pode se dar por meio de atos individuais (ex. Embargo de obra, multa) ou por atos gerais (proibir construção acima de tantos andares).

Obs. Em sentido amplo, o poder de polícia abrange leis e atos administrativos que condicionam a liberdade e a propriedade das pessoas. Ex. CTB. Em sentido estrito, o poder de policia também é chamado de polícia administrativa e consiste na atividade administrativa (ou seja, sublegal) de condicionar a liberdade e a propriedade das pessoas. Ex. Multa de trânsito.

Lei 9649/98: Art. 58. Os serviços de fiscalização de profissões regulamentadas serão exercidos em caráter privado, por delegação do poder público, mediante autorização legislativa. (Vide ADIN nº 1.717-6) .

ARTIGOJulgando o mérito de ação direta ajuizada pelo Partido Comunista do Brasil - PC do B, pelo Partido dos Trabalhadores - PT e pelo Partido Democrático Trabalhista - PDT, o Tribunal julgou procedente o pedido formulado na ação para

declarar a inconstitucionalidade do art. 58, caput e parágrafos 1º, 2º, 4º, 5º, 6º, 7º e 8º da Lei 9.649/98, que previam a delegação de poder público para o exercício, em caráter privado, dos serviços de fiscalização de profissões regulamentadas, mediante autorização legislativa. Reconheceu-se a inconstitucionalidade dos dispositivos atacados uma vez que o mencionado serviço de fiscalização constitui atividade típica do Estado, envolvendo, também, poder de polícia, poder de tributar e de punir, insuscetíveis de delegação a entidades privadas. ADI 1.717-DF, rel. Min. Sydney Sanches, 7.11.2002. (ADI-1717)

O poder de policia não pode ser delegado a particulares. Por isso os conselhos profissionais são autarquias. Em 2010 a bhtrans (sociedade de economia mista) foi proibida, por isso, pelo STF de aplicar multa de transito.Colocar um radar p/ aplicar multa é poder de policia? SIM. E você pode contratar uma empresa para isso? Sim, prq se delega apenas atos de mera execução do poder de policia, e não o poder de policia em si. Então é possível a delegação dos ASPECTOS MATERIAIS do Poder de Policia.Então se a prova disser que nenhum dos aspectos do Poder de policia pode ser delegado a resposta é: Errado.

Tradicionalmente, quando se pensa no poder de policia, se pensa em obrigações negativas: não fazer, tolerar. Enfim, abstenções. É mesmo a regra.Mas há também algumas obrigações positivas, em situações especiais: obrigações de fazer. Ex. Lei 10257/01: se você for proprietário de um imovel urbano que não esteja cumprindo a função social da propriedade urbana o Poder público municipal pode te notificar para que você faça o parcelamento ou edificação compulsórios.

Atributos do Poder de Policia:A doutrina tradicional aponta a discricionariedade. Lembre-se que há exceções, como já visto.Há outros 3 que vamos tratar aqui:

a) imperatividade: A adm impoe ao particular, nos limites da lei, uma restrição unilateralmente. Não é preciso que o particular concorde não!b) exigibilidade ou coercibilidade: O Estado pode se valer de meios indiretos de coerção. Ex. Multa. c) autoexecutoriedade ou executoriedade: meios diretos de coerção sem que a Adm precise ir ao Judiciário p/ executar esse ato. Esse atributo decorre ou de situação emergencial ou de lei. Então não está presente em todos os atos de policia não!

3) Organização Administrativa

Alguns serviços o Estado presta diretamente pelos entes federativos (U/E/DF/M). Trata-se da prestação direta ou prestação centralizada do serviço.

Outros são transferidos (descentralização) para outras pessoas jurídicas, especializadas na prestação desse serviço (assim atinge-se a eficiencia). A descentralização pode ser feita:para particularesoupara entes da administração indireta ou administração descentralizada.

São 4 os entes da adm indireta:a) autarquiasb) fundações públicasc) empresas publicasd) sociedades de economia mista

Mesmo que o Estado não transfira a nenhuma outra PJ a prestação dos serviços ela continua com o dever da eficiencia. Por isso, mesmo quando não transfere o serviço, a Adm se especializa internamente. Essa distribuição interna de competencias entre os órgãos de uma mesma PJ chama-se desconcentração. A desconcentração ocorre tanto na adm direta quanto na indireta, internamente.

A desconcentração decorre da hierarquia e a descentralização não! Então na descentralização há distribuição de competencia não hierárquica.

Órgão não tem personalidade juridica! É somente parte de uma PJ responsavel. Por isso não é responsável, não possui patrimonio próprio nem pessoal pp, não é titular de direitos e obrigações. Não se pode propor uma ação contra a prefeitura. Deve-se propor a ação contra o municipio, que é a PJ da qual a prefeitura faz parte. Obs. Entretanto, alguns órgãos tem capacidade processual ativa! Ex. Ministério Público.

Classificação de órgãos:a) independentes X autonomos X superiores X subalternosOs órgãos independentes são os que representam os Poderes do Estado. Ex. Presidencia da Republica no ambito Federal. De uma decisão deles não cabe recurso administrativo, prq estao no topo da hierarquia administrativa.

Abaixo dos independentes estao os autonomos. Ex. Ministerios (ex. Ministerio da fazenda), secretarias estaduais. Tem autonomia administrativa (no exercicio da sua atividade) e financeira (recebem um orçamento específico).

Então os órgãos publicos não tem personalidade jurídica, MAS PODEM TER AUTONOMIA!

Abaixo dos autonomos estao os órgãos superiores, que não tem autonomia nem independencia, mas ainda conservam poder de decisão (no exercicio da sua atividade). Ex. Ligado ao ministério da fazenda eu tenho a procuradoria da fazenda nacional, a secretaria da receita federal.

Já os órgãos subalternos são meros órgãos executores de atividade. Ex. Zeladorias

Os órgãos ainda podem ser:simples X compostosCongresso nacional é um órgão composto, pois sua estrutura é composto por + de 1 órgão.A presidencia da república é um órgão simples.

Não confundir com órgãos singulares X colegiados:Tem a ver com atuação funcional.O singular manifesta a vontade por 1 único agente. O colegiado manifesta a vontade por um conjunto de agentes.

O que mais cai: entes da adm indireta.

Quatro regras que valem p/ todos os entes da Adm indireta:1. tem personalidade juridica própria. Por isso tem responsabilidade própria, patrimonio pp etc.

Logo, não se confundem com os entes da adm direta que os criou.São criados por lei especifica. A lei especifica cria as autarquias (então não precisa registrar), e a lei especifica autoriza (então precisa registrar) a criação das fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista. (art. 37, XIX, CF). A pp lei específica que cria ou autoriza a criação já define a finalidade da PJ que está sendo criada.

A pp lei especifica já define também as regras de atuação dessa entidade.

E essa entidade criada fica submetida ao controle da administração direta. Trata-se de um controle de finalidade. Não se confunde com hierarquia. Se trata de um controle finalistico ou tutela administrativa ou supervisão ministerial ou vinculação (são termos sinonimos). Não se confunde nem com hierarquia (prq só existe dentro de uma mesma pessoa juridica. Não há hierarquia entre 2 pessoas juridicas diferentes) nem com subordinação.

Recurso feito dentro da mesma pessoa juridica é recurso hierárquico. Ex. Recorro da decisão do agente do INSS p/ o diretor do INSS.Já o recurso da decisão do dirigente do INSS p/ a Uniao (ministério da previdencia) não é hierárquico, ou seja, aqui não há hierarquia. Só que a lei deu o nome de: RECURSO HIERARQUICO! A doutrina, raciocinando a matéria, chamou o recurso que realmente é hierarquico de recurso hierarquico próprio, enquanto que o que a lei chamou de hierarquico mas que de hierarquico não tem nada a doutrina chamou de RECURSO HIERARQUICO IMPROPRIO! Na verdade este então não decorre da hierarquia, mas sim de um controle finalistico.

2. Criadas ou autorizadas por lei3. com finalidade específica4. sujeitam-se ao controle finalistico

Cuidado com hierarquia e subordinação na prova prq eles escondem na questão. Eles falam do controle da adm direta sobre a indireta dando o nome de subordinação p/ confundir o candidato. Cuidado prq está errado. Só há controle finalistico, não há subordinação nem hierarquia.

I – AUTARQUIASSão PJ de direito publico, pois exercem atividade tipica de estado, e por isso gozam de regime juridico de fazenda pública. Ou seja, goza de todas as prerrogativas e também se submetem a todas as limitações do Estado (então todas as vantagens e desvantagens).Atividade tipica de estado significa que a autarquia exerce atividade descentralizada tipica da pp administração direta. Ou seja, prestam serviços públicos, exercem poder de policia.

As autarquias gozam de todos os privilegios processuais da Fazenda pública. Ex. Prazo em quadruplo p/ contestar e em dobro p/ recorrer. Art. 475, CPC (remessa necessária das decisões contra ela). Cobra seus créditos por meio da execução fiscal. As autarquias tem todas as prerrogativas fiscais e tributárias (imunidades reciprocas. Ver art.150, §2º, CF). Também gozam de todos os privilegios atinentes a atos adm, poderes adm, contratos adm dependentes de licitação.

Seus servidores são estatutários, aprovados por concurso.

Tem responsabilidade objetiva (37, §6º, CF). Seus bens são publicos e impenhoraveis. Pagam através de precatórios (próprios, prq não se confundem com os precatórios da PJ da adm direta que a criou. Então você vai receber um precatório do INSS, e não da Uniao, por ex). Então toda a matéria de d adm se aplica às autarquias.

Todos os entes da adm indireta: a maior forma de controle (sempre finalistico) que a adm direta tem sobre elas é a nomeação de seus dirigentes. Ex. É o ministério da saude que nomeia o presidente da FUNASA.

Vamos falar de algumas modalidades de autarquia:

a) autarquias corporativas: são os conselhos de profissão. De acordo com o STF executam poder de policia, e por isso tem natureza autárquica. Exceção: OAB

ADI 3026: O STF disse que a OAB tem tratamento diferenciado, não sendo autarquia. Por isso seus servidores não tem que prestar concurso público. E ainda, por não fazer parte da Administração Indireta, não se sujeita ao TCU. A OAB, segundo o STF, é simplesmente uma entidade “sui generis” ou de caráter ímpar. A OAB tem imunidade tributária total com relação aos seus bens, serviços e rendas.

b) autarquias em regime especial: tradicionalmente a doutrina diz que são as universidades públicas. E são realmente, prq tem autonomia pedagógica, então tem mais liberdade no exercicio de suas atividades, pois o metodo que elas utilizam p/ atender a finalidade e metas colocadas pela adm é de sua deliberação. Além disso elas mesmo indicam seus dirigentes, que então será nomeado pela adm direta. Mas só se nomeia entre os indicados na lista. E esse dirigente não pode ser exonerado a qualquer tempo. Eles tem um mandato certo, ou seja, já com tempo determinado. Assim, trata-se de uma autarquia mais livre.Então realmente universidade pública é autarquia especial. Mas o que cai na prova não é isso. O que cai são as outras autarquias em regime especial: as agencias reguladoras.

Agencias reguladoras: regulamenta e fiscaliza as atividades de interesse social prestadas por particular. A escolha de seus dirigentes: é feita pelo presidente da rep, com aprovação do senado, e também tem a garantia de um mandato certo. Só pode perder o mandato se cometer alguma infração no exercicio do mandato. Obs. Essa aprovação do senado é um pouco discutida pela doutrina, se seria constitucional ou se seria uma afronta a separação dos poderes.Depois que esse dirigente sai do cargo ele tem que respeitar um periodo de quarentena:

Essa quarentena varia. Cada agencia reguladora tem uma lei específica, mas existe uma lei que traz preceitos comuns a todas as agencias reguladoras: é a lei 9986/00. Essa lei geral traz a quarentena de 4 meses. Mas entende-se que isso é o prazo minimo. A lei de cada agencia reguladora pode trazer um prazo, que deve ser NO MINIMO de 4 meses. Pode ser de 6 meses, 1 ano etc. Assim, durante o periodo da quarentena o ex-dirigente da agencia reguladora não pode prestar serviço em nenhuma das empresas sujeitas a fiscalização da agencia reguladora na qual atuou.

Além da questão da escolha e atuação diferenciada de seus dirigentes, a agencia reguladora tem poder normativo! Poder de criar normas gerais e abstratas dentro dos limites da lei. No caso das agencias reguladoras elas criam normas para os prestadores de serviço, nunca para os usuários (este é particular). Ex. ANATEL editou resolução dizendo que as empresas de telefonia não poderiam cobrar a assinatura fixa dos usuários. Ela podia fazer isso sim, conforme sua competencia 1. A ANEEL editou resolução dizendo que até 24 horas sem energia eletrica não gera dano indenizável. Essa norma extrapola o poder normativo da ANEEL, pois incidia sobre o usuário do serviço (particular).

Agencia reguladora X agencia executiva.Agencia executiva é autarquia comum. Não é autarquia em regime especial. É uma autarquia comum que está ineficiente, e por isso é chamada pelo ministério supervisor (ente da adm direta) para fazer um contrato de gestão, por meio do qual ela ganha a qualificação de agencia executiva (que lhe dá mais autonomia, mais orçamento etc) em troca deve cumprir metas previstas em um plano de reestruturação p/ ser mais eficiente. Não há lei especifica nem nada. A qualificação de

1 Mas não esquecer que o enunciado 356 da súmula do STJ já firmou que: É legítima a cobrança da tarifa básica pelo uso dos serviços de telefonia fixa.

agencia executiva é contratual e temporária. Extinto o contrato de gestão a agencia executiva deixa de se-lo e volta a ser autarquia comum. Não há regime especial.

II - Fundações PúblicasLembre-se que fundação é um patrimonio atrelado a um fim.A fundação pública é uma PJ formada pela destinação de um patrimonio público. Ex. FUNAI (indio), FUNASA (saúde) etc.Essa fundação pública é PJ de direito público ou de direito privado?Há muita divergencia:P/ Celso Antonio entende que as fundações públicas são sempre PJ de dir público.P/ José dos Santos Carvalho Filho entende que as fundações públicas são sempre PJ de dir privado.Mas o entendimento que prevalece é o da Maria Sylvia Di Pietro: As fundações públicas podem ser PJ de dir público ou PJ de dir privado. Se for PJ de dir público, seguirá o mesmo regime das autarquias, e serão chamadas de autarquias fundacionais (fundações públicas de dir público). Ex. Uma fundação pública de direito público pode celebrar contrato de gestão e virar agencia executiva. Ela é criada (e não autorizada) por lei. Enfim, tudo o que aprendemos sobre autarquia se aplica a ela. Quando a CF diz que fundação é autorizada por lei a CF está se referindo às fundações públicas de dir privado.Claro que se vier na questão igualzinho está na CF, sem diferenciar, deve-se marcar como correto também.

Já se a fundação pública for de direito privado, ela seguirá o mesmo regime das empresas estatais (ou seja, sem prerrogativas públicas). É o ente da adm indireta, autorizado por lei, servidores celetistas, os contratos são civis, e não administrativos; etc. Embora faça parte do Estado, não goza de prerrogativas públicas. Por isso são PJ de direito privado.Obs. Embora não gozem das prerrogativas públicas, necessariamente precisam se submeter às limitações públicas. Então seus servidores são celetistas, mas concursados; os seus contratos são civis, mas dependem de licitação; se submetem ao controle do tribunal de contas; etc.

Assim, seu regime é misto ou híbrido!

Art. 37, XIX, CF: … e de fundação, cabendo à lei complementar, neste ultimo caso, definir as áreas de sua atuação.

Mas a área de sua atuação não vinha definida na lei que autorizou sua criação? É que na verdade essa lei complementar que a CF traz estabelecerá as áreas possíveis de atuação das fundações públicas daquele ente federativo, e aí a lei que autorizar a criação de cada fundação trará a sua finalidade específica, dentro das finalidades previstas na lei complementar. Ex. Lei complementar da Uniao diz que as fundações públicas da Uniao poderão ser criadas para as finalidades de saúde, educação, cultura etc. Aí ve, a lei especifica da Uniao e autoriza a criação de uma certa fundação para atuar na saúde. É isso. Cada ente federativo vai ter uma lei complementar.

As fundações públicas de direito privado são chamadas pela doutrina de fundações governamentais.Obs. Mas a organizadora de prova FGV, quando fala em fundação governamental nas questões, considera com esse nome as fundações públicas em sentido lato, abarcando tanto as autarquias fundacionais quanto as fundações públicas de direito privado. Cuidado!

Obs. A pp lei especifica da fundação é que define se a fundação publica será PJ de dir público ou PJ de direito privado.

III – Empresas Estataissão as empresas públicas e as sociedades de economia mista.É uma expressão genérica.O regime das empresas estatais são pessoas jurídicas de direito privado. São autorizadas por lei. Embora façam parte do estado, gozam de personalidade juridica de direito privado.

Elas tem apenas 3 diferenças:1 – capital: Na EP o capital é 100% público (não se admite investimento privado); já na SEM o capital é misto (embora a maioria do capital VOTANTE deve pertencer ao Poder Público).2 – forma societária: A EP admite qualquer forma societaria prevista em direito; já a SEM é sempre SA. Forma societária vinculada.3 – deslocamento de competencia: art. 109, I, CF Aos juizes federais compete processar e julgar: I. as causas em que a União, entidade autárquica ou EMPRESA PÚBLICA FEDERAL forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falencia, as de acidente de trabalho e as sujeitas a Justiça Eleitoral e a Justiça do Trabalho.A EP federal desloca a competencia p/ a justiça federal (ex. Correios, Caixa Economica Federal), já a SEM federal é da competencia da justiça estadual (ex. Petrobrás, Banco do Brasil).Obs. As fundações públicas de direito público também deslocam a competencia p/ a justiça federal, pois são tidas como autarquias.

Uma lei autorizou a criação de uma empresa estatal. Seu capital é 60% da uniao e 40% de uma autarquia. Foi criada sob a forma de SA. Servidor ingressou com ação contra ela. O que ela é? É uma empresa pública, pois 100% de seu capital é público. Não precisa ser um capital unipessoal, pode ser de mais de um ente público, como ocorre no caso da questão. Só não pode ter capital privado.Obs. Ainda que 40% do capital da empresa em questão fosse de uma outra empresa pública, não mudaria a resposta da questão. Isso prq, apesar de a EP ser PJ de dir privado, ela não é particular, então não é considerado investimento privado.Essa ação do servidor será proposta onde? Na Justiça do Trabalho! Essa é a pegadinha! Prq os servidores das estatais são sempre celetistas, e por isso será da competencia da Justiça do Trabalho.

Agora tudo o que falarmos se aplica às 2 estatais:

a) Ambas são PJ de dir privado.Então não gozam de nenhuma prerrogativa pública (aquelas decorrentes da Supremacia do interesse público). Então não tem imunidade tributária.O pp art. 173, CF diz que seguirao o mesmo regime das empresas privadas. No que diz respeito:* as obrigações trabalhistas (aplica-se a CLT).* as obrigações fiscais (não gozam de prerrogativa tributária pp dos entes do Estado, embora seja um ente do Estado).* seus contratos são civis (não podem ter clausulas exorbitantes etc dos contratos adm)* não tem prerrogativas processuais (seus prazos são simples, não tem remessa necessária nas decisões contra elas etc).

Mas...Por fazerem parte da Adm Públicas, tem que se submeter as limitações públicas:seus servidores dependem de concurso, não podem acumular cargo nem emprego

seus contratos, embora civis, dependem de licitação.

Assim, o regime das empresas estatais é um regime misto ou hibrido, pois mescla normas de dir privado com derrogações de dir público.

A lei que autoriza a criação das empresas estatais vai definir sua finalidade dentre 2 possíveis. Prq a CF estabelece que podem ser criadas:1. para a prestação de serviço público; Ex. Correios, Eletronorte2. ou para exploração de atividade economica. Ex. Banco do Brasil

Isso gera uma diferenciação de regime. Pois se ela presta serviço público, seu regime se aproximará mais do dir público (embora também tenha normas de dir privado); e se explorar atividade economica seu regime se aproximará mais do dir privado (embora também tenha normas de dir público).

As estatais que prestam serviço público, por ex, tem responsabilidade objetiva, p da continuidade, seus bens são impenhoráveis, etc.

Seja empresa estatal prestadora de serviço público ou exploradora de atividade economica, a finalidade dessa empresa é sempre pública. Ou seja, o Estado não pode criar uma empresa estatal com finalidade de lucro (embora elas possam sim ter lucro). A finalidade delas é o interesse público. O art. 173, CF diz isso expressamente: relevante interesse coletivo ou imperativo da segurança nacional.173, CF. Ressalvados os casos previstos nesta CF, a exploração direta de atividade economica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.

O regime misto tem como caracteristicas:a) dever de licitarb) dever de prestar concurso p/ contratar empregadosc) de acordo com a lei 11101/05 não se submetem a falencia! Mas a jurisprudência e a doutrina dizem que não é bem assim. Pois a CF diz que as empresas estatais seguem o mesmo regime das empresas privadas quando exploradoras de atividade economica, então uma lei ordinária não poderia exclui-las da falencia. Por isso, a princípio, não é possível afasta-las da recuperação judicial e falencia. Hoje esse é o entendimento majoritário: as estatais que exploram atividade economica se sujeitam a falencia sim!

Mas nada disso vale p/ a EBCT (Correios): O STF já pacificou o entendimento de que os correios tem regime de fazenda pública. Ou seja, presta um serviço exclusivo de estado (s. Postal e correio aereo nacional) e por isso não se submete as normas de direito privado.

4) Terceiro Setor ou paraestatais (entes de cooperação)

Não fazem parte da organização administrativa. Estão fora do Estado.Na economia temos 3 setores principais: 1º setor: estado; 2º setor: economia; 3º setor: particulares que atuam ao lado do Estado, sem finalidade lucrativa.

Recebem incentivo público, e por isso se sujeitam a algumas normas de direito público (p/ controle do Estado do dinheiro público repassado).

4.1 serviços sociais autonomos: É o sistema “s”: sesc, senai. São criados por lei.Para o exercicio de atividades de fomento, de capacitação, desporto, auxilio, a determinadas categorias profissionais (ex. P/ industria, p/ comercio etc).Parafiscalidade: a competencia tributária não se transfere, mas a capacidade tributária, que é o poder de cobrar tributos, pode ser transferida. Os serviçoes sociais autonomos tem parafiscalidade (capacidade tributária: podem cobrar tributos). Assim, recebem dinheiro publico.Por isso estão sujeitas ao controle do TCU.Também tem que respeitar princípios da licitação (embora não precisem seguir a lei 8666/93): impessoalidade nas contratações por meio de procedimentos administrativos.

4.2 Organizações sociais (cai mais na prova)também são chamadas de OS. Foram criadas pela lei 9637/98. São particulares que as criam (e não a lei). Não tem finalidade lucrativa. Atuam ao lado do Estado prestando serviços públicos não exclusivos do Estado (não são delegatários de serviço portanto), mas são serviços de interesse público. Ex. Saúde, educação, desporto etc.O contrato de gestão é o instrumento que torna esse particular uma OS. Cuidado para não confundir com o contrato de gestão das autarquias. Aqui só é o mesmo nome, mas é diferente. Por meio do contrato de gestão as OS recebem uma dotação orçamentária especifica, além de poderem receber cessão de bens públicos e até de servidores públicos. E apesar de tudo isso não precisam licitar (art. 24, XXIV, lei 8666/93). Dispensa de licitaçao: Sujeita-se a Lei 8.666/93 (licitações) mas lhe é conferida a hipótese de dispensa (art. 24, XXIV).Marçal Justen Filho entende que quando a OS celebra contratos que são consequências do contrato de gestão, ela não precisa licitar. Para ele, a dispensa não é completa, acontecendo somente para os contratos decorrentes do contrato de gestão.Está se discutindo no STF (ADI 1923) a constitucionalidade dessa dispensa de licitação.

Art. 1º, lei 9637/98. O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiante, à cultura e à saúde, atendidos os requisitos previstos nesta Lei.

Art. 24, XXIV, lei 8666/93. É dispensável a licitação: XXIV - Para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadas no ambito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão.

As OS´s não dependem de licitação, e se sujeitam a controle pelo TCU.

4.3 OSCIP (lei 9790): Organização social da sociedade civil de interesse público

São particulares, sem fins lucrativos, que prestam serviços públicos não exclusivos de Estado. (Até agora tudo + às organizações sociais)

Mas o vinculo que as OSCIP´s tem com o Estado é o TERMO DE PARCERIA. E é muito menos generoso. Não pode dar dotação orçamentária, nem ceder bens nem servidores. A única coisa que o termo de parceria faz é uma destinação de valores públicos (que não é igual a dotação orçamentária). A destinação de valores públicos é pegar do valor destacado no orçamento para o serviço que aquela OSCIP presta, um tanto p/ a OSCIP. Se fosse pegar uma dotação orçamentária especifica, como se faz com a OS, é já por no orçamento que o valor x

irá p/ aquela OS.

Se submetem ao controle do TCU. Licitação: Prevalece na doutrina que a OSCIP tem que fazer licitação pelo menos no

procedimento simplificado existente e aplicável ao “Sistema S”.art. 14 da lei 9790/99: A organização parceira fará publicar, no prazo máximo de 30 dias, contado da assinatura do Termo de Parceria, regulamento próprio contendo os procedimentos que adotará para a contratação de obras e serviços, bem como para as compras com emprego de recursos provenientes do Poder Público, observados os princípios estabelecidos no inciso I do art. 4º desta Lei.

Requisitos da lei 9790 p/ o particular se tornar uma OSCIP.a) ser entidade sem fins lucrativosb) prestar um dos serviços previstos nessa leic) tem q já estar prestando o serviço quando for virar OSCIPd) não podem ser cooperativas, partido politico, nem OS.

A lei diz que quem cumpre os requisitos da lei tem direito de ser OSCIP. Então o ato de celebração do termo de parceria é um ato vinculado!

Embora não possa haver divisao de lucros entre os sócios, os dirigentes da OSCIP podem ser remunrados, desde que sejam empregados celetistas.

Ler a lei 9790.

4.4 Entidades de ApoioElas são ou fundações ou associações ou cooperativas. São todas pessoas jurídicas privadas. Atuam ao lado de hospitais públicos ou universidades públicas, auxiliando nas suas atividades.O vinculo que têm com o Estado é o convenio. Pelo convenio recebem recursos públicos, cessão de bens públicos e também de servidores. Não seguem a lei 8666 mas seguem os p do procedimento licitatório. Se submetem ao TCU. Obs. Cuidado quando a entidade de apoio for uma fundação para não confundir: A fundação publica é ente da adm indireta, e mesmo quando for PJ de dir privado é formada por recursos públicos; já a fundação de apoio é fundação privada, formada pelo dinheiro privado, de particulares.

CUIDADO: cai muito. Os vinculos que eles tem com o Estado:sistema S → leiOS → contrato de gestãoOSCIP → termo de parceriaentidades de apoio → convenio

Sempre lembrando que o terceiro setor não faz parte nem da adm direta, nem da indireta! São particulares que recebem recursos do Estado.

5) Responsabilidade Civil do Estado

Histórico: Em um primeiro momento (Estado absolutista), o Estado não era responsavel pelos atos que praticava (irresponsabilidade do Estado. O rei não erra).

Primeiro caso de responsabilidade civil – A responsabilidade do Estado só existia se houvesse previsão legal expressa dessa responsabilidade. Estado de direito: o Estado que cria o direito e se submete ao direito que ele mesmo cria.Terceiro momento: responsabilidade subjetiva (fase civilista). A responsabilidade do Estado dependia do dolo ou culpa do agente.Quarto momento: teoria da culpa do serviço/culpa anonima/culpa administrativa (são todos termos sinônimos). P/ o Estado ser responsabilizado é preciso provar a culpa do serviço (serviço prestado de forma ineficiente, inadequada).A culpa administrativa poderia decorrer de uma das 3 formas possíveis de falta do serviço: inexistencia do serviço, mau funcionamento do serviço ou retardamento do serviço.Quinto momento: responsabilidade objetiva do Estado – se baseia somente na conduta/ dano/ nexo causal. Ou seja, só é preciso comprovar elementos objetivos.

Obs. No Brasil não tivemos a fase da irresponsabilidade do Estado.Obs. Desde a CF de 1946 a responsabilidade civil do Estado é objetiva. Não há inovação na CF/88.

Hoje, a responsabilidade civil do Estado está regulada em um único dispositivo da CF/88: art. 37, §6º, CF:As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

A responsabilidade civil do Estado é objetiva e a do agente é subjetiva.

O agente só responde perante o Estado, em ação de regresso, e mesmo assim só se agiu com dolo ou culpa.

Pessoas da responsabilidade:Essa responsabilidade civil ultrapassa, na verdade, o Estado, pois abarca ainda as pessoas de direito privado que prestam serviços públicos (concessionárias, permissionarias de serviços públicos).

Desde 2009 o STF pacificou o entendimento que essa responsabilidade objetiva se mantém tanto p/ usuários como não usuários, pois a CF não fez essa diferenciação.

PJ de dir público e PJ de dir privado que prestam serviços públicos. Pergunta-se: se a empresa estatal presta serviço público a ela se aplica o art. 37, §6º, CF. Mas e se ela explora atividade economica? Então não incidirá sobre ela esse §, ou seja, sua responsabilidade não será necessariamente objetiva. Ou seja, as empresas públicas e sociedades de economia mista quando exploram atividade economica terão sua responsabilidade regida pelo direito privado, sendo às vezes subjetiva e às vezes objetiva (ex. Quando for aplicavel o CDC).

P/ responsabilidade objetiva, então, basta comprovar:a condutao danoo nexo de causalidade

Obs. A ilicitude também não é elemento da responsabilidade civil do Estado. Então, a conduta do agente estatal que causa dano, ainda que licita, gerará responsabilidade do Estado. Fundamento: Princípio da isonomia. Isso prq se a atuação do Estado é p/ beneficiar a todos, mas no caso concreto ela gera dano a algum ou alguns, nada mais justo que este ser ressarcido, pois um não pode ser prejudicado sozinho p/ que todos os outros sejam beneficiados. Seria injusto.

Cuidado para não confundir com o risco social, que são restrições gerais causadas à coletividade. Isso não gera indenização. Assim, a responsabilidade do Estado por atos lícitos depende da comprovação de que o dano foi anormal e específico (A pessoa prejudicada tem que ser especialmente prejudicada, e mais prejudicada que o resto da coletividade.). Ex. Você tinha um hotel na preça da cidade que bombava por causa do movimento da pracinha. Mas aí a prefeitura derruba a pracinha e constrói um cemitério no lugar. O dano é anormal e específico.

CONDUTA: A conduta tem que ser a conduta de um agente público que esteja atuando nessa qualidade, ou ao menos se aproveitando dessa qualidade para praticar o ato que causou o dano. Ex. Policial que está fora do horário de serviço atira em alguém com arma da corporação. Por outro lado, se esse policial, de folga, atira em alguém com a arma do avô, nesse caso o Estado não responde.Obs. O art. 37, §6º não exige que o agente público tenha agido no exercicio de suas funções, mas na qualidade de agente público. Ex. Policial está fora do horário de serviço mas vê alguém fumando maconha e resolve abordar a pessoa, e acaba usando a arma da corporação. Há responsabilidade objetiva. Entretanto se esse mesmo policial usar a arma da corporação contra sua mulher, porque flagrou ela com o amante, não haverá responsabilidade alguma do Estado. Neste ultimo caso, embora a arma do crime fosse da corporação, o agente definitivamente atuou como um particular, e não se aproveitando da qualidade de agente público, essa pessoa não procedeu como se estivesse exercendo a função pública. Era obvio que estava agindo por interesse próprio e como um particular.

DANONEXO CAUSAL

Excludentes da Responsabilidade Civil do Estado:Se faltar qualquer um dos 3 elementos, não haverá responsabilidade civil do Estado.Ocorre que as excludentes mais famosas são:caso fortuitoforça maiore culpa exclusiva da vitima.

Não são as únicas excludentes, pois qualquer situação que exclui conduta, dano ou nexo exclui a responsabilidade.

As 3 mais famosas: caso fortuito, força maior e culpa exclusiva da vitima, excluem o nexo de causalidade.

Tudo isso que estudamos até agora decorre da Teoria do Risco Administrativo: O Estado exerce uma atividade potencialmente arriscada, e se o Estado assume o risco de exercer a atividade administrativa ele se responsabiliza objetivamente pelos danos decorrentes desse risco. Essa teoria embasa toda a responsabilidade objetiva do Estado.

Ocorre que os doutrinadores que não aceitam essa teoria, entendem que a responsabilidade objetiva do Estado decorre da Teoria do Risco Integral. A doutrina que aponta o risco integral é mais radical, prq também entende a responsabilidade como objetiva, mas não aceita excludentes dessa responsabilidade, prq o Estado seria garantidor universal.

O direito brasileiro adotou a teoria do risco administrativo. Mas há exceções em que se admite a

teoria do risco integral. Basicamente são duas aceitas mais uniformemente: a) atividade nuclear (aqui não é indiscutivel, mas é o entendimento majoritário). Prq a atividade nuclear é mais arriscada. Ex. Há 25 anos atrás: Césio 137. Pessoas tiveram contato com isso em Goiania. O Estado respondeu objetivamente e a culpa exclusiva da vitima não excluiu a responsabilidade, pois trata-se de responsabilidade pelo risco integral.

b) dano ambiental (entendimento mais majoritário ainda): Risco integral. O STJ também entende assim, desde que haja uma conduta COMISSIVA do agente p/ a responsabilidade do Estado. Ex. Se o agente concedeu uma licença ambiental e esse particular gerou o dano o Estado não é responsável. Mas se o agente está participando da cadeia do dano, aí sim responderá o Estado, ainda que o agente tenha atuado sem dolo ou culpa.

Há outras situações de dano integral também, como danos decorrentes de terrorismo etc. Mas as situações mais importantes são essas 2 acima.

Problema: tudo o que conversamos até agora se baseava na conduta de um agente. Mas e nas situações em que o dano decorre da não atuação do agente (omissão)?Nesses casos de omissão estatal a responsabilidade civil do Estado é, p/ a posição majoritaria, SUBJETIVA. Mas não é a responsabilidade subjetiva civilista não, mas sim a decorrente da culpa do serviço (ou culpa anonima, ou faute du service). O dano decorreu da não prestação do serviço, ou sua prestação ineficiente. Isso deve ser comprovado. Então não precisa comprovar culpa ou dolo. Mas sim que o serviço foi prestado de forma ineficiente no caso concreto e que isso gerou dano. Ex. Se a pessoa foi assaltada o Estado não responde. Mas... se a pessoa for assaltada em frente a delegacia o Estado responde.Ex. Em SP choveu 6 dias e ficou tudo debaixo d´água. Seis dias depois que parou de chover um menino pegou leptospirose, pois ainda estava tudo alagado. O Estado responde? Sim, pois isso decorreu do serviço ineficiente de escoamento e de esgoto. Não era p/ tudo continuar alagado ainda.

Obs. TEORIA DO RISCO CRIADO: Ocorre que em algumas situações o Estado cria situações de risco. Trata-se da teoria do risco criado ou risco suscitado, que significa que se o estado CRIA a situação de risco, e dessa situação de risco criada pelo Estado decorre um dano, mesmo que não haja conduta do agente a responsabilidade do Estado é OBJETIVA. Ex. Um preso mata outro na prisão. A situação presidio é uma situação de risco criada pelo Estado, então ainda que não tenha sido um agente estatal quem matou o preso, o Estado responderá objetivamente pelo dano.Ex. O preso foge do presidio e na fuga assalta a casa ao lado. O Estado responderá objetivamente, pois o presidio cria situação de risco aos vizinhos desse presidio.Por outro lado, se esse preso fugiu mas assalta alguém dias depois, longe dali, então já não se aplica essa teoria, pois não foi a situação de risco criada pelo Estado o que contribuiu p/ o dano. O Estado aqui não responde, a não ser que se possa aplicar no caso concreto a teoria da culpa anonima ou culpa do serviço.

A doutrina brasileira vem entendendo que a teoria do risco criado se aplica toda vez que o Estado tem alguém ou alguma coisa sob sua custodia, ele está criando uma situação de risco e se torna garante por esses pessoas ou coisas. Ex. Crianças na escola; presos; carros apreendidos pelo Estado etc. Ex. Se o Estado permite saída de preso p/ o dia dos pais, e este preso comete crime, o Estado responde objetivamente.

Obs. Responsabilidade por ato jurisdicional: a regra é a irresponsabilidade do Estado. A regra é a recorribilidade (recurso) e não a responsabilidade por ato de jurisdição. A exceção é: art. 5º, LXXV, CF: o Estado indenizará aquele que ficar preso por erro judiciário e

também aquele que ficar preso por mais tempo do que estabelecido pela sentença.O Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença.O juiz responderá em ação de regresso? A responsabilidade do agente (juiz) dependerá da comprovação de dolo. Não basta a culpa. Mas a responsabilidade do Estado é objetiva.

Obs. Responsabilidade por ato legislativo (obs. Estamos falando de Lei em sentido formal e material): a regra é a irresponsabilidade, pois a lei é geral e abstrata, não causa dano especifico a ninguém, mas causa restrições gerais. Claro que aqui não estamos falando da lei de efeitos concretos, que é lei apenas em sentido formal (ex. Lei que determina a desapropriação de um bem. Para ser lei em sentido formal e material não basta ter sido feita pelo legislativo, ela tem que ser geral e abstrata. Exceção: A doutrina costuma dizer que o Estado responderá desde que essa lei causa um dano especifico a alguém ou algumas pessoas, diretamente, e desde que ela seja declarada inconstitucional.

Obs. Responsabilidade decorrente de obra: (esse tema está bombando!)Duas situações podem ser analisadas:a) responsabilidade decorrente da má execução da obra. Ex. cai um pedaço do viaduto que está sendo construido em cima do seu carro. Nesse caso depende de quem está executando a obra:se é o Estado – a responsabilidade é objetiva;se é um particular contratado pelo Estado – Esse empreitero não é PJ de dir publico nem PJ de dir privado prestadora de serviço público. Não confunda serviço público com obra, pois são coisas diferentes! A obra tem inicio, meio e fim; o serviço é continuo. Embora em algumas situações a obra seja necessária para a execução do serviço, ela não se confunde com ele. Ex. Obra do hospital é diferente de serviço de saúde. Obra do metrô é diferente de serviço de transporte.Assim, esse empreitero está abarcado pelo 37, §6º, CF? Não! É por isso que a responsabilidade desse empreitero é PRIVADA. Pode ser objetiva ou subjetiva, mas será regida pelo direito privado. E para o Estado responder você tem que demonstrar que o Estado foi omisso na fiscalização da obra (responsabilidade pela culpa do serviço de fiscalização da obra, da execução do contrato).

b) responsabilidade decorrente da obra em si.Embora a obra tenha sido bem executada, o dano decorre da obra em si, ou seja, da existencia da obra. É chamada de responsabilidade pelo simples fato da obra.Ex. o Estado faz um viaduto na frente da sua casa, e em razão disso sua casa fica abaixo do nivel da rua. Aqui não interessa quem estava executando, pois o problema não está na sua execução, mas é pela obra em si. Por isso, nesses casos a responsabilidade é sempre do Estado, e sempre objetiva! É ainda chamada de responsabilidade decorrente de obra. Se a questão quiser tratar da 1ª hipotese tratada (a hipotese da letra “a”) ela vai dizer especificamente: responsabilidade por má execução da obra.

PRAZO DE PRESCRIÇÃO p/ ação de responsabilidade civil contra o Estado:Tradicionalmente, o decreto-lei 20910/32 e a lei 9494, ambas em seus art. 1º, falam que o prazo é de 5 anos: prazo quinquenal. O problema é que na época em que esses prazos foram estabelecidos, era um beneficio à Administração, pois à época o prazo contra o particular, conforme o CC, era de 10 anos.

Art.1º-C da lei 9494/97: Prescreverá em 5 anos o direito de obter indenização por danos causados por agentes de pessoas juridicas de direito publico E DE PESSOAS JURIDICAS DE DIREITO PRIVADO PRESTADORAS DE SERVIÇOS PÚBLICOS.

Mas o CC/02, no art. 206, estabeleceu que a reparação pelo CC prescreve em 3 anos. Então o prazo especial da prescrição quinquenal deixou de ser beneficio p/ o Estado se tornando um prejuizo.

Por isso p/ parte da doutrina o CC/02 é que deve ser aplicado ao Estado nesse caso. Inclusive a 2a. T. do STJ também passou a entender assim: é prazo mais benefico ao Estado e lei posterior.Mas outros doutrinadores disseram que lei geral não derroga lei especial tacitamente, então se aplicaria ainda o prazo quinquenal. Assim pensa a 1a. T. do STJ. A 1a. Seção do STJ parece estar decidindo que o prazo é o quinquenal mesmo. Mas não há posição pacifica do STJ, não há decisão da Corte Especial.

Responsabilidade do Agente:A vítima cobra do Estado, este cobra do agente, sendo que quando a vitima cobra do Estado não discute dolo nem culpa, mas o Estado tem que comprovar dolo ou culpa do agente na ação de regresso.Isso é indiscutivelmente uma garantia p/ a vítima.O Estado é sempre solvente;A vitima só precisa comprovar elementos objetivos, a dilação probatória é bem + tranquila.

Pergunta-se: A vitima pode abrir mao dessa garantia e cobrar direto do agente?Alguns bons doutrinadores, como Celso Antonio bandeira de mello, dizem que sim. Mas o entendimento majoritário é que não. O STF instituiu uma teoria que se chama de TEORIA DA DUPLA GARANTIA: o STF interpretando a CF disse que essa piramide é uma garantia dupla, ou seja, é uma garantia p/ a vitima, mas também uma garantia p/ o agente, de que só poderá ser cobrado pelo Estado, em ação de regresso.

Mesmo prq o p da impessoalidade impede que que a vitima cobre direto do Estado, pois quando o agente atuou não era a pessoa do agente que estava atuando, mas sim o pp Estado. Esse é mais um motivo p/ não poder cobrar direto do agente.

Outro ponto importante: o art. 70 do CPC diz que sempre que houver direito de regresso em face de alguém é obrigatória a denunciação à lide. É uma forma de economia processual. De acordo com o CPC se o sujeito não denuncia à lide ele perde o direito à ação de regresso, pois ele não pode escolher a via menos economica processualmente falando. Essa regra se aplica ao Estado?? não! A ação de regresso é garantia constitucional e indisponivel. O Estado não pode dispor da ação de regresso. Portanto, ainda que o Estado não denuncie à lide ele pode e deve propor a ação de regresso.Mas o Estado pode denunciar à lide? O STJ diz que não!! Pois geraria a ampliação subjetiva do mérito, trazendo elementos subjetivos à discussão, sendo que é garantia da vitima não discuti-los no processo.

6) BENS PÚBLICOS

Conceito: Tradicionalmente, a doutrina dizia que são bens públicos os bens das pessoas juridicas de direito público e os também bens das PJ de direito privado, desde que atrelados à prestação do serviço.

O raciocinio sempre foi esse prq a proteção do bem público não é p o titular do bem, mas sim p proteger o cidadão, que utiliza esse bem no interesse da coletividade. O problema é que o CC/02, no art. 98 acabou mudando o entendimento até então prevalecente, pois diz que só são bens públicos os bens das pessoas juridicas de direito público; todos os outros são privados, não importa a quem pertençam.Ou seja, no momento em que o art. 98, CC diz que todos os outros são privados, esse artigo está dizendo que o que importa p/ caracterizar o bem como público é a titularidade do bem, não sendo relevante saber a destinação.SÃO BENS PÚBLICOS SOMENTES OS BENS DAS PJ DE DIREITO PÚBLICO (art. 98, CC).

Mas a doutrina vem pacificando o entendimento de que, embora sejam privados, os bens das empresas privadas atrelados à prestação de serviço público, gozam das garantias dos bens públicos.Então não posso penhorar o onibus de uma empresa prestadora de transporte público, por ex. Mesmo sendo bens privados.

A titularidade caracteriza os bens publicos, já a sua destinação serve p/ classificá-los em 3 espécies:

Classificação conforme a destinação:

a) bens de uso comum do povo: sua destinação é para uso geral. Ex. Praça, ruas, praias etc. A utilização comum (normal) desses bens não precisa ser autorizada pelo estado.

b) bens de uso especial: são destinados para a Administração Pública, com o fim de garantir o interesse coletivo: ex. Carro oficial, predios dos órgãos públicos.

O Estado pode utilizar esses bens de forma direta ou indireta. Ex. Terras ocupadas tradicionalmente pelos indios (não são destinadas ao uso comum, mas sim ao uso especial pelo Estado, mas também não diretamente, mas na verdade o Estado conserva p/ serem utilizadas na proteção dos povos indigenas e sua cultura. Da mesma forma as terras destinadas à protção ambiental.c) bens dominicais ou dominiais: Não tem destinação pública. São públicos simplesmente prq são bens de PJ de dir público. Ex. Terra devoluta do estado, terreno baldio da Uniao etc.

Os bens que tem uma destinação pública especificas são chamados de bens afetados. Já os que não tem, são chamados de bens desafetados.

Os bens não tem a sua destinação fechada. É por isso que é possível ue um bem que não tem destinação pública passe a ter (afetação), bem como um bem que tinha destinação pública deixe de ter (desafetação). Majoritariamente, entende-se que a afetação pode se dar pelo simples uso, não depende de nenhuma formalidade. Mas a desafetação depende de formalidade, se dá: ou por lei ou por ato administração. Não se desafeta um bem pelo simples desuso.

A desafetação muda o regime do bem, ele passa a ser alienável etc.

Obs. Os bens de uso especial podem ser desafetados por um ato da natureza. Ex. Terremoto destruiu um hospital publico. Claro que isso é criticável, pois p/ o prof mesmo assim precisa de um ato adm depois. Mas se vier isso na prova marcar como certo.

*Utilização dos bens públicos por particulares:A utilização normal dos bens públicos não depende de autorização do Estado (ex. Andar pela calçada etc).

Mas em algumas situações quer-se se utilizar o bem de uma forma anormal ou privativa (e o bem não precisa ser de uso especial não). Ex. Quero não só passear na praia, mas casar na praia. Quero fechar a rua para fazer uma festa de são joão. Quero pôr mesinhas do meu bar na calçada. Etc.Nesses casos é preciso uma manifestação do Estado, que pode se dar de 3 formas: autorização, concessão e permissão de uso.

a) autorização de uso: é um ato discricionário (há margem de conveniencia e oportunidade) e precário (pode ser desfeito a qualquer tempo sem gerar indenização; não gera direito adquirido), e é utilizado toda vez que o particular quer fazer uso anormal do bem público. A NJ do ato de autorização é de ato discricionário e precário.Ex. vendedor ambulante com autorização para vender seus produtos em determinada praça.

b) permissão de uso: também é um ato discricionário e precário p/ utilização de bem público de forma anormal. A diferença, segundo a doutrina moderna, é o interesse, pois a autorização de uso é concedida no interesse do particular, enquanto que a permissão de uso é concedida no interesse público. Ex de permissão: ferinha de artesanato é difusão da cultura, banca de jornal na calçada é no interesse do acesso à informação, etc.

c) concessão de uso: é contrato! Então não é precário, tem prazo determinado (todo contrato adm tem prazo determinado), e por isso há uma garantia ao particular, gerando direito a indenização se desfeito antes do prazo, e deve haver contraditório e ampla defesa. Ex. Restaurante em uma universidade pública, um box no mercado municipal etc.

**Além disso há as formas de utilização privada dos bens públicos: locação, enfiteuse, conceção de direito real de uso etc. Mas isso é estudado no direito civil mesmo.

Prerrogativas dos bens públicos:São 4:a) impenhorabilidade: constrição judicial. Não é possível penhorar um bem publico para garantir divida do Estado. É o orçamento público que irá garantir o pagamento da divida (fila de precatorio ou de requisição de pequeno valor).

b) não oneráveis: constrição extrajudicial. É a impossibilidade de incidir sobre bens públicos direitos reais de garantia (hipoteca, penhor, anticrese).

c) imprescritíveis: não são passíveis de usucapião. Trata-se aqui da prescrição aquisitiva. A jurisp mais moderna vem entendendo ainda que a utilização dos bens publicos pelos particulares é mera detenção, sequer configura posse. Então, mais do que a posse não poder gerar propriedade, sequer haverá posse.Nem os bens dominicais podem ser usucapidos! O que importa é a titularidade, não a destinação.

d) alienabilidade condicionada: só podem ser alienados se observadas todas as condições previstas em lei, que são:

a desafetação; então enquanto o bem for de uso comum ou de uso especial é inalienável mesmo! Só os dominicais são alienáveis, mesmo assim sob as demais condições.

Declaração de interesse público na alienação avaliação prévia licitação

Obs. Se o bem for imovel tem 1 requisito a mais: AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA (lei especifica autorizando).Tudo isso está no art. 17 da lei 8666/93.

art. 17, lei 8666/93: A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existencia de interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas: I – quando imoveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e entidades autarquicas e fundacionais; e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrencia, dispensada esta nos seguintes casos: (…)

Dos bens em espécie:

arts. 20 e 26 da CF: ler!!Ver Mapa que guardei na minha carteira.

Súmula 479 do STF: As margens dos rios navegáveis são de domínio público, insuscetíveis de expropriação e, por isso mesmo, excluídas de indenização.Essas margens dos rios navegáveis são chamadas de terrenos reservados, de acordo com a doutrina, e esse nome cai em prova.

7) Licitações e Contratos

Licitação: é procedimento administrativo prévio a quase todos os contratos da Administração.

Finalidade: busca pela proposta mais vantajosa; garantir a isonomia: qualquer um de nós que tenha interesse, desde que cumpra os requisitos

minimos previstos na lei, pode concorrer para contratar com o Estado. Desenvolvimento nacional (lei 12349/10)

art. 22, XXVII, CF: Há 2 leis gerais de licitação: lei 8666/93 e lei 10520/02 (pregão)

**Princípios que regem a licitação:Todos os do direito administrativo + princípios especificos, sendo estes:

a) p da vinculação ao instrumento convocatório:Em regra é o edital (no convite é a carta-convite).Os licitantes e a pp Administração ficam vinculados ao edital publicado. “O edital é a lei da licitação” (Hely Lopes Meirelles). Prq estabelece todas as normas a serem seguidas no procedimento licitatório.

b) p do julgamento objetivo das propostasO critério de julgamento tem que estar objetivamente previsto no edital. Os critérios de julgamento possíveis (ou tipos de licitação) são 4 (art.45, lei 8666/93):

menor preço

melhor técnica técnica e preço maior lance

Obs. Não confunda com as modalidades de licitação.

Obs. Art. 3º, §2º, lei 8666/93 Os critérios de desempate eram 4, mas com a alteração da lei agora são 3. Esses critérios são sucessivos (você só passa para o critério seguinte se o anterior não tiver resolvido a situação. Não são critérios alternativos de desempate não!§ 2o Em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços:

I - produzidos ou prestados por empresas brasileiras de capital nacional; (Revogado pela Lei nº 12.349, de 2010)

II - produzidos no País;

III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras.

IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

Se nenhum dos critérios funcionar: sorteio art. 45, §2º, lei 8666

Obs. Se a prova não perguntar você não diz: se uma das duas empresas empatadas for micro ou pequena empresa → LC 123/06, art.44: havendo empate entre empresa normal e micro ou pequena empresa esta tem preferencia: poderá, querendo, abaixar a sua proposta de licitação e assim desempatar a licitação.Além disso, a micro ou pequena empresa, se apresentar proposta, nas licitações da lei 8666, de até 10% a mais que a proposta vencedora é considerado empate. Mas no pregão o benefício é só de 5% a mais.

c) p do sigilo das propostas Até a data da abertura das propostas, em razão do p da isonomia, nenhum licitante pode saber da proposta do outro. Isso não fere a publicidade da licitação não!!

**Intervalo mínimo: Entre a publicação do edital e a data para abertura dos envelopes das propostas deve haver um intervalo MINIMO: são 8 prazos.

**Comissão de licitação: é quem faz a licitação. Essa comissão é especialmente designada para isso pela Administração Pública. É composta por no minimo 3 membros, sendo que pelo menos 2 devem ser SERVIDORES EFETIVOS.A comissão pode ser permanente ou especial:a) a comissão especial é instituida para cada procedimento licitatório. Ao fim da licitação essa comissão é desfeita.

b) a comissão permanente é comum nos órgãos que licitam com muita frequencia. Ela não é designada para uma licitação, mas para o órgão, e fica responsavel por todos os procedimentos licitatorios desse órgão no periodo de 1 ano. Depois de 1 ano a comissão tem que mudar, nem que mude apenas 1 dos membros. Não pode é ficar os mesmos 3. Embora 1 dos membros seja o presidente da comissão, todos os membros da comissão respondem SOLIDARIAMENTE pelos atos da comissão. Salvo se 1 deles foi voto vencido e deixou isso consignado em ata. Então, o Presidente não é responsavel sozinho pelos atos da comissão não!

**Quem deve licitar: Todos os entes da Adm direta, indireta e os fundos especiais (ex. Fundo de combate à pobreza etc. Em geral os fundos speciais são órgãos ou fundações. Além disso também devem licitar os DEMAIS ENTES MANTIDOS OU SUBVENCIONADOS PELO DINHEIRO PÚBLICO. Então todo mundo que recebe dinheiro público tem que licitar (ex. Entes do terceiro setor).Art. 1º, pu, lei 8666/93. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, DF e Municípios.

Demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, DF e Municípios = são os entes de cooperação - recebem dinheiro público e estão sujeitos a controle pelo Poder Público, e por isso estão sujeitos a licitação.

Modalidades licitatórias:São 6. A consulta, que é a 7ª modalidade, é modalidade específica das agencias reguladoras, e não tem procedimento na lei. Não tem uma regulamentação da consulta.

1. concorrencia2. tomada de preço3. convite4. concurso5. leilão 6. pregão

As 5 primeiras estão na lei 8666/93, já o pregão é modalidade que está regulamentada na lei 10520/02.

A concorrencia, a tomada de preços e o convite são modalidades definidas em razão do valor do contrato a ser celebrado.

A concorrencia é mais garantidora, de ampla competição; na tomada tem que ser cadastrado, no convite tem que ser convidado.

Em licitação, quem pode o mais pode o menos. Assim, você pode usar a concorrencia para um contrato de valor mais baixo, o que não pode é o contrario.

As outras 3 modalidades, concurso, leilão e pregao são definidas em razão do objeto do contrato.

Concorrencia

É modalidade de ampla competição.É obrigatória para competições de valores muito altos:

obras e serviços de engenharia acima de 1,5 milhão compras de bens ou serviços (que não sejam de engenharia) acima de 650 mil

Mas há 5 exceções, e nessas exceções exige-se concorrencia INDEPENDENTEMENTE DO

VALOR do contrato:1. concessão de serviço público (lei 8987/95)2. concessão de direito real de uso3. para alienação ou aquisição de imóveisExceção da exceção (quando pode alienar imovel sem ser por concorrencia) → se esse imovel foi adquirido por dação em pagamento ou decisão judicial, nesses casos pode-se alienar mediante concorrencia OU LEILÃO.Obs. Não é dar o imovel em pagamento, prq isso é hipótese de dispensa de licitação. Não confundir!

4. para contratos de empreitada integralOcorre todas as vezes que a empreitera contratada fica responsavel por todas as etapas da obra até a entrega, deve entregar a obra pronta para o uso.

5. licitação internacionalExceção da exceção: há 2:

1. se o órgão tiver um cadastro internacional de licitantes e o contrato estiver dentro do limite de valor da tomada de preços, pode-se fazer tomada de preços.

2. Se não tiver fornecedor no país a lei permite que se faça licitação internacional convite, desde que o valor do contrato esteja no limite do valor da modalidade convite.

Licitação internacional não é a que pode participar empresa estrangeira, prq qualquer licitação pode participar empresa estrangeira. Licitação internacional é a possibilidade de uma empresa estrangeira QUE NÃO TENHA SEDE NO PAIS poder participar de licitação.

Intervalo mínimo p/ a concorrencia: 45 dias (art. 21, §2º, I, b, lei 8666/93) quando for empreitada integral ou quando for do tipo

melhor técnica ou técnica e preço ou 30 dias, nos demais casos (menor preço, maior lance)

Tomada de preçosQuem participa são os licitantes cadastrados no órgãos ou aqueles que se cadastrarem com 3 dias de antecedencia à data marcada p/ abertura dos envelopes (o cadastro na licitação funciona como uma habilitação prévia).O cadastro dura 1 ano, a empresa tem que renovar o cadastro de ano em ano.

Valores: até 1,5 milhão (obras ou serviços de engenharia) até 650 mil (bens ou serviços)

Intervalo mínimo: se melhor técnica ou técnica e preço → 30 dias nos demais casos → 15 dias

ConviteÉ feito p/ valores bem mais baixos.Quem participa são os convidados, cadastrados ou não, desde que sejam convidados no minimo 3, salvo comprovada restrição de mercado.Mesmo que você não seja convidado, desde que seja cadastrado e manifeste interesse por escrito com 24 h de antecedencia a abertura dos envelopes também pode participar.

No convite não tem edital. O instrumento convocatório é a carta-convite, e esta não é publicada. Mas há publicidade sim! A publicidade é feita por meio do envio da carta-convite aos convidados, e também pela afixação da mesma no átrio da repartição pública que está licitando, ou seja, em local visivel ao público.

Valores: até 150 mil (obras e serviços de engenharia) até 80 mil (outros serviços)

Intervalo minimo: 5 dias uteis, pouco importando qual o tipo de licitação. Conta-se do ultimo ato de publicação (ou do recebimento da carta-convite pelos convidados ou da afixação no atrio da repartição)

Obs. Nas demais modalidades contava-se em dias corridos, pois quando a lei não diz expressamente é prq são dias corridos.

Comissão de licitação: No convite, só no convite, se o órgão comprovar escassez de pessoal ele pode substituir a comissão por apenas 1 servidor efetivo.

Concursonão tem nada a ver com o concurso público p/ provimento de cargos.É uma modalidade prevista na lei 8666 por meio da qual a Administração adquire um trabalho (tecnico, artistico ou científico) mediante o pagamento de um premio ou remuneração ao vencedor.

O pp regulamento do concurso vai definir seu procedimento. Nem os critérios (melhor tecnica, maior lance etc) são cabiveis aqui.

Intervalo minimo: 45 dias. Tem publicação do edital.

Comissão especial de concurso (é o nome da comissão de licitação aqui): Os membros da comissão de licitação aqui não precisam ser servidores públicos, bastam ser pessoas idoneas com conhecimento na área do concurso.

LeilãoÉ modalidade de licitação para ALIENAÇÃO DE BENS.Pode ser feito p/ alienar:a) bens imoveis – somente os adquiridos por dação em pagamento ou por decisão judicial.oub) bens moveis – inserviveis, apreendidos ou penhorados.Inserviveis são os bens desafetados;apreendidos são os bens provenientes dos atos ilicitos;penhorados: a lei errou aqui. Ela quis dizer bens empenhados: penhor (direito real de garantia)!

Se cair na prova como penhorados marcar como certo, mas saber que a lei errou.

Valor (leilão de bens moveis): até 650 mil reais – art. 17, §6º. Mais que isso tem que licitar por concorrencia.

No leilão não há comissão de licitação. É sempre realizado pelo leiloeiro, que pode ser leiloeiro oficial ou ser um servidor público designado como leiloeiro.

Além disso o leilao é sempre do tipo maior lance, que deve ser = ou > ao valor da avaliação. Nunca o valor poderá ser menor do que esse valor da avaliação.

Intervalo mínimo: 15 dias.

Em direito adm os prazos seguem a regra do CPC: exclui o do inicio, conta o do final etc.

PregãoAté 2002 era regulamentado por uma MP, e só existia p/ a União. Desde 2002, com a lei 10520/02, o pregao passou a ser modalidade licitatória aplicavel a todos os entes da adm.Serve p/ AQUISIÇÃO de bens e serviços comuns.

Bens e serviços comuns são os que podem ser designados no edital com expressão usual de mercado. Ex. Caneta

A lei veda expressamente o pregão para obras.

NÃO TEM LIMITE DE VALOR NO PREGÃO.

Intervalo minimo: 8 dias ÚTEIS.

Também não tem comissão, pois quem o realiza é o pregoeiro.

É sempre do tipo MENOR PREÇO.Não se admite outro tipo de licitação no pregão.

Obs. O Estado as vezes licita p/ contratar, mas as vezes licita apenas p/ registrar preços. Ai, aparecendo o dinheiro, chama-se o vencedor. Mas se não tiver o dinheiro eu não preciso contratar. E se aparecer menos dinheiro, eu contrato menos. Enfim, a Adm não estará vinculada a contratação.Esses preços tem validade por 1 ano.

Procedimento nas licitações:

A) Concorrencia:É o procedimento mais amplo.

Se inicia com a fase interna: é a preparação do Estado p/ licitar. Não há ainda licitação. Nesse momento a Adm faz:a justificação dos motivos da contrataçãodotação orçamentária;designação da comissão (ou sua indicação se for comissão permanente);elaboração da minuta do edital e do contrato (a minuta do contrato vai em anexo a minuta do edital)

Encaminha-se tudo isso p/ a consultoria juridica que vai elaborar um parecer e se admitir a licitação e vai mandar dar inicio a licitação.

A fase externa se inicia:

A.1 Publicação do aviso (resumo) do edital em DO e jornal de grande circulaçãoA Adm marca data p/ abrir os envelopes, respeitado o prazo minimo da modalidadeNo momento de publicação do edital começa a correr o prazo p/ impugnação administrativa

do edital (qualquer cidadão pode impugnar o edital até o 5º dia util anterior a abertura dos envelopes).Se o sujeito for licitante o prazo p/ impugnar é maior: até o 2º dia util anterior a abertura dos envelopes.Se ninguém impugnar o edital a Adm pode alterar o edital de oficio? Claro → S.473/STF

Alterado o edital, com ou sem impugnação, precisa publicar de novo o edital? SIM, sempre, e nos mesmos moldes da 1ª publicação. Faz-se a publicação da errata, não se publica tudo de novo. E tem que reabrir o prazo minimo? SIM, salvo se a alteração não modificar o conteudo das propostas.

Então, mesmo que não haja alteração no conteudo das propostas, tem que publicar de novo, só não precisa recontar o prazo minimo.

A.2 habilitaçãoComeça a abertura dos envelopes da documentação dos licitantes.

Abertos os envelopes da documentação, os licitantes já não podem mais desistir da licitação sem justificar!

OBS>>>>> Os requisitos de habilitação são os requisitos previstos em lei. O edital não pode prever requisitos de habilitação além dos já previstos em lei, prq isso frauda a competição na licitação e a impessoalidade. Ex. não pode dizer que só pode participar empresa com sede no municipio, etc.

Art. 30, §5º, lei 8666/93. É vedada a exigencia de comprovação de atividade ou de aptidão com limitações de tempo ou de época ou ainda em locais específicos, ou quaisquer outras não previstas nesta Lei, que inibam a participação na licitação.

A lei 8666 estabelece somente 5 requisitos de habilitação e a Adm Pública só pode exigir no edital esses 5 requisitos:

1. habilitação juridica (tem que ter CPF, CNPJ, não basta existir de fato, tem que ter registro)2. habilitação economico/ financeira (tem lastro economico p/ cumprir o contrato, pois a Adm

não paga ninguém antes, vai ter que cumprir o contrato com o dinheiro dele)3. habilitação tecnica (dentro da necessidade real do contrato, pois a discricionariedade

também respeita a lei e a razoabilidade)4. regularidade fiscal (que não deve tributos p/ nenhum ente federativo. Certidões negativas de

debito ou certidão positiva com efeitos de negativa – os debitos estão com a exigibilidade suspensa)

obs. Art. 29, V, lei 8666/93: novidade de 2011 – regularidade trabalhista5. demonstrar que respeita o art. 7º, XXXIII, CF: não explora trabalho infantil

Ressalvas:1 – novidade inserida pela lei 12440 de 2011, art. 27, lei 8666: Agora a lei também exige a regularidade trabalhista!!art. 27, IV – regularidade fiscal e trabalhista; 

2 – Se a lei disser que faltando qq um desses requisitos a empresa estará inabilitada p/ a licitação marcar como certo. MAS: tem 1 exceção → se for microempresa ou empresa de peq porte: ela tem

um beneficio em relação a regularidade fiscal. Ela pode participar da licitação ainda que não tenha regularidade fiscal. Ela vai juntar o comprovante de restrição fiscal dela, mas isso não a tornará inabilitada. No final da licitação, caso ela seja vencedora a Adm concederá 2 dias uteis prorrogaveis por + 2 p/ que a micro ou EPP se regularize perante o Fisco.

Da fase de habilitação cabe recurso: em 5 dias uteis, com efeito suspensivo.Embora a regra seja que os recursos adm não tenham efeito suspensivo.O prazo p/ recurso não é prazo p/ juntar documento obrigatório, é prazo p/ discutir se a decisão foi justa ou injusta. O prazo p/ juntar os doc já precluiu, pois é o prazo de intervalo minimo.Mas... se todos os licitantes forem inabilitados, então a Adm pode abrir um prazo de 8 dias uteis p/ que eles se adequem ao edital.

A.3 classificação e julgamento das propostasO julgamento é objetivo, e o tipo de licitação define o critério de julgamento.A lei 12349 alterou o seguinte no art.3º da lei 8666: A Adm pode prever um critério de

preferencia na licitação para aquisição de produtos manufaturados ou serviços nacionais que obedeçam a normas tecnicas.Então a lei não criou essa preferencia, mas sim autorizou que a Adm crie essa preferencia.Fundamento: desenvolvimento nacional.

Se, por outro lado, esse produto manufaturado ou serviço nacional decorre de tecnologia nova criada no país, haverá margem de preferencia adicional.

A soma das preferencias não pode ultrapassar 25% do preço do vencedor. Desde que a Adm estabeleça isso previamente. A lei não criou nada, apenas tornou possível que a Adm crie essa preferencia.

Da fase de classificação e julgamento das propostas cabe recurso: 5 dias, com efeito suspensivo.

Se forem todos os licitantes desclassificados a Adm também pode abrir prazo de 8 dias uteis p/ que os licitantes se adequem ao edital e tragam novas propostas.

Aqui acaba o trabalho da comissão de licitação.

A.4 homologaçãoNessa fase a autoridade do órgão verifica o procedimento e, se estiver tudo regular,

homologa.E tiver algum vicio no procedimento a Adm Pública anula a licitação, ou por motivo de

interesse publico superveniente e devidamente justificado pode a Adm Pública revogar o procedimento licitatorio.Nos 2 casos, ou seja, se não homologar, abre-se prazo p/ recurso: 5 dias (não tem efeito suspensivo).Se homologar não há recurso.

Ver art. 109, lei 8666/93

A.5 AdjudicaçãoNão é contratar. É fase do procedimento. A contratação é feita depois, após o fim da

licitação. É entregar ao vencedor o objeto do contrato, é declarar vencedor.

Mesmo depois da adjudicação a Adm não fica obrigada a contratar! Inclusive prq ela pode justificar depois uma não contratação.

Mas vincula o Poder Público. Isso prq caso a Adm queira contratar ela só pode contratar com o vencedor da licitação. Trata-se do p da adjudicação compulsória.

Por outro lado, se a Adm chamar em até 60 dias da abertura da proposta (não é da adjudicação não!), o licitante vencedor é obrigado a contratar!

Passados os 60 dias a Adm continua obrigada a chamar se quiser contratar, é o licitante vencedor que não será mais obrigado. Nesse caso, se a Adm quiser contratar, mas o licitante vencedor não mais quiser contratar já passados os 60 dias, então a Adm chamará o 2º colocado, mas NA PROPOSTA DO 1º. Claro que o 2º não é obrigado a cumprir a proposta do 1º, mas só pode contratar na proposta vencedora. E assim em diante, se não quis chama o 3º, na proposta do 1º.

B) TOMADA DE PREÇOSSó existe 1 diferença em relação ao procedimento da concorrencia: não existe fase de habilitação.Os licitantes passam direto p/ a fase de classificação das propostas. Isso prq os licitantes já são cadastrados, ou seja, previamente habilitados.

C) CONVITEAlém de não ter fase de habilitação, tem + 1 diferença: os prazosOs recursos são interpostos somente no prazo de 2 DIAS UTEIS, ao inves de 5 dias uteis.E além disso, quando nenhum dos licitantes se classifica, a lei diz que a Adm pode conceder 8 dias uteis p/ que eles se adequem ao edital. No caso do convite pode conceder somente 3 dias uteis!Finalmente, a outra diferença é que o convite não tem a fase de publicação do edital, pois apenas envia-se o convite e afixa-se cópia no atrio da repartição, como já visto.

D) PREGÃOtambém publica o edital.Mas classifica antes de habilitar.E adjudica antes de homologar.

Portanto, há inversão das fases. O procedimento é mais celere.

Além da inversão das fases, o pregão tem + coisas interessantes:1º) as propostas escritas são entregues. Seleciona-se então algumas propostas p/ passarem à fase de lances verbais. Devem passar p/ os lances verbais a melhor proposta e todas que não ultrapassem 10% da melhor proposta.Limitação: no minimo devem passar para os lances verbais 3 propostas.Ex. Se só 1 proposta é até 10% da melhor proposta, você poe outros 2 que são mais que 10%.Ex. Se tiverem 100 propostas dentro dos 10%, todas as 100 vao p/ os lances verbais.Habilita-se quem vencer nos lances verbais.

O pp pregoeiro faz a adjudicação.E ai manda p/ a autoridade homologar.

2º) O pregao não tem prazo p/ recurso entre as fases.O recurso é feito no final de tudo. O prazo é imediato. Depois que o recurso é interposto o sujeito

tem 3 dias p/ elaborar as razões do recurso.

PONTO MAIS IMPORTANTE DA LICITAÇÃO: Situações em que não há licitação.São as hipoteses de dispensa e inexigibilidade de licitação.São hipoteses de contratação direta, ou seja, em que não há licitação.

Dispensa Inexigibilidade

Cada hipotese de dispensa tem uma logica especifica. É possível a competição, mas a lei dispensa. Art. 17 (licitação dispensada) e art. 24 (licitação dispensável).Antes entendia-se que havia diferença entre as 2, sendo a dispensada atuação vinculada, e a dispensável atuação discricionária. Mas hoje entende-se que as 2 acabam sendo a mesma coisa, não há mais essa diferença.

Só existe dispensa de licitação nas situações TAXATIVAMENTE previstas em lei.

Os 4 exemplos mais importantes são:1. em razão do valor: A lei diz que a Adm não precisa licitar p/ contratações até o valor de 10% do valor do convite (15 mil p/ obra, 8 mil p/ serviços). Claro que não se pode repartir a contratação p/ dar varias nesse valor.Exceção (pu do art.24): alguns entes da Adm tem essa dispensa em dobro (até 20% do valor do convite):

empresas públicas e sociedades de economia mista

agencias executivas consorcios públicos

2. dispensa em situações de guerra e grave perturbação da ordem

3. dispensa em razão da urgencia: contratos diretamente ligados a situação de urgencia e desde que o contrato celebrado não ultrapasse 180 dias, improrrogáveis. Nesse caso eu posso dividir o contrato: definir o que considero urgente. Ex. Na reforma de um hospital delimito que será feito na situação de urgencia, por contratação direta, a reforma do CTI.

4. licitação deserta: ocorre quando não

Art.25, lei 8666/93: decorar.Ocorre sempre que for inviável a competição.O rol é meramente exemplificativo.1. Bem singular ou fornecedor exclusivo (não por causa da marca, mas prq o bem só é fornecido por 1 pessoa)2. serviços tecnicos de natureza singular de notoria especialização3. artistas consagrados

Obs. É vedada a inexigibilidade de licitação p/ serviços de divulgação e de publicidade.

apareceram interessados na licitação anterior e repetir a licitação vai trazer prejuizo, e desde que contrate pelo valor que estava no edital da licitação deserta.Obs. É diferente de licitação fracassada: esta ocorre quando os licitantes aparecem mas são todos inabilitados ou desclassificados. Nesse caso não há dispensa de licitação. Exceção: art. 24, VII – quando a licitação é fracassada prq apresentam valores muito além do valor previsto no edital.

5. art. 24, XXIV As organizações sociais não precisam licitar.

Decorar os 3 artigos de inexigibilidade (ler 3 ou 4 vezes).

8) CONTRATOS ADMINISTRATIVOSNem todo contrato celebrado pela Adm Pública é contrato administrativo.O Estado também celebra contratos civis (privados), e neles não há prerrogativas públicas. Eles estão inseridos no gênero contratos DA administração.

Os contratos administrativos são aqueles celebrados pela Adm Pública sob o regime de direito público.

Classificação do contrato administrativo:Todo contrato administrativo é de adesão. Não admitem a discussão de clausulas, portanto. É um contrato de adesão preliminar (ou seja, adere-se a ele quando o licitante ingressa na licitação. A Adm adere depois.Além disso o contrato adm é consensual, ou seja, a avença está perfeita e acabada com o consenso das partes. É o oposto do contrato real, que requer além do consenso a transferencia da coisa. No contrato consensual a transferencia da coisa é mera consequencia. Então todo contrato adm é consensual.Todo contrato adm é comutativo, que é aquele no qual as partes tem obrigações pré-definidas. É o oposto do aleatório, que é aquele no qual uma das partes tem sua obrigação sujeita a uma álea, um risco, futuro e incerto (ex. Contrato de seguro, cessão de direitos hereditários). Todo contrato adm é formal, ou seja, tem forma pré-determinada na lei. A forma do contrato adm se chama termo ou instrumento de contrato, e essa forma está na lei 8666 (ex. Art. 55, lei 8666. Ler prq esse artigo cai muito. Cláusulas necessárias ao termo de contrato).

Obs. Há exceções em que a lei dispensa o termo de contrato, admitindo que a formalização do contrato seja mais simples.O termo de contrato é obrigatório p/ os contratos cujo valor seja obrigatória a modalidade concorrencia ou tomada de preço. Ou seja, obras acima de 150.000 e compra de bens ou serviços acima de 80.000.Obs. Ainda que eu tenha feito licitação na modalidade de concorrencia, se a obra era no valor de 100.000,oo, o instrumento de contrato não será obrigatorio, pois o valor não EXIGIA concorrencia nem tomada de preço. Por outro lado, mesmo que eu tenha dispensa de licitação, se o valor exigia tomada ou concorrencia, será obrigatório o instrumento de contrato.

Quando não for obrigatório o instrumento de contrato, será feito no seu lugar:carta contratonota de empenho (no caso de despesa)ou ordem de serviço (nos casos de serviço)

Mas, seja de valor mais alto ou de valor mais baixo, o contrato tem que ser documentado: seja pelo instrumento de contrato seja pelos substitutos acima. É nulo e de nenhum efeito os contratos verbais feitos com a Adm Pública. Exceção: o contrato com a Adm pode ser verbal desde que: seja até 5% do valor do convite (4 mil reais) e desde que seja de pronta entrega e pronto pagamento (não geram obrigações futuras).Obs. Qualquer contrato adm, mesmo sendo invalido, obriga a Adm a pagar pelos serviços prestados. Ex. Contrato verbal. Ex. Outro contrato nulo.

OBS >>A publicação é requisito de eficácia dos contratos. Publica-se um resumo do contrato.

PRAZOS DE PUBLICAÇÃO dos contratos:até o 5º dia util do mês seguinte ao da celebração do contrato deve-se providenciar a publicaçãoE depois 20 dias corridos p/ que a publicação efetivamente aconteça

Veja bem: as clausulas necessárias se presentes firmam a validade do contrato. A publicação gera sua eficácia.

CLAUSULAS EXORBITANTES:As clausulas exorbitantes se aplicam aos contratos adm, pois esses são regidos pelo direito público.Essas clausulas exorbitam o d civil. Se existisse no contrato civil seria clausula abusiva, leonina. Mas em virtude das prerrogativas públicas, a Adm tem essas garantias.

As clausulas exorbitantes decorrem diretamente da lei, e estão implicitas em todos os contratos administrativos, não precisa vir como clausula no contrato.

São cinco:1. poder de alteração unilateral do contrato.

Para adequar o contrato ao interesse público. Mas não se pode alterar o objeto do contrato, senao seria fraudar a licitação. Mas pode-se alterar o objeto do contrato no que tange:

ao projeto ao valor (aumentar ou diminuir): o limite é 25%, p/ mais ou p/ menos. Isso

independentemente da concordancia do particular, pois é alteração unilateral.Exceção: REFORMA. Nos contratos de reforma (de equipamento, de edificio etc): a alteração pode chegar até 50% p/ mais ou 25% p/ menos (ou seja, altera o percentual só no aumento, p/ suprimir a limitação é a mesma: 25%).

Pode suprimir mais que 25%, desde que com concordancia das partes. Unilateralmente é só até 25%.

Obs. Mas sempre que a Adm Pública alterar o contrato também haverá alteração no valor pago → equilibrio economico-financeiro do contrato. É limite intransponivel pela Adm. Não se pode alterar a margem de lucro contratada com o particular.

Se o Estado diminui o objeto do contrato ele vai arcar com os gastos que o contratado teve visando aquele objeto inicial. Ele entrega a nota fiscal dos materiais comprados, por ex, p/ não sair

no prejuizo.

2. rescisão unilateral do contrato:também é feita na busca do interesse público. A Adm não precisa ir ao judiciario p/ isso. Essa rescisão unilateral pode se dar por 2 motivos:a) inadimplemento: o particular descumpriu as regras do contrato.b) interesse público: claro que aqui gera INDENIZAÇÃO, não pelos lucros cessantes, mas pelos investimentos realizados.

Obs. Nos contratos de concessão de serviço público também vale tudo o que estamos estudando sobre rescisão unilateral. Mas, a lei 8987 criou 2 nomes novos p/ a rescisão dos contratos de concessão de serviço público:a rescisão por inadimplemento recebe o nome de CADUCIDADEe a rescisão por interesse público recebe o nome de ENCAMPAÇÃO.

3. fiscalizar a execução do contrato: A Adm também tem o poder de fiscalizar a execução do contrato. Aliás é um poder-dever, pois se da ausencia de fiscalização do contrato decorre um dano o Estado será responsabilizado por sua omissão, pela culpa do serviço (de fiscalização).

Obs. S.331 do TST c/c art. 71, §1º, lei 8666/93:art.71, §1º: O Estado não é responsavel pelos debitos trabalhistas da empresa contratada.S.331 do TST após o STF ter declarado constitucional o §1º do art. 71 da lei 8666: O Estado só responde pelos debitos trabalhistas se teve culpa na não fiscalização do contrato, e dessa ausencia de fiscalização decorre dano aos empregados da empresa. Aqui o Estado será responsável SUBSIDIARIAMENTE pela sua omissão na fiscalização.

4. Poder de ocupação temporária de bensÉ uma garantia do p da continuidade. Havendo necessidade o Estado pode ocupar

temporariamente os bens da contratada para evitar a interrupção na prestação do serviço. Depois que o Estado devolve o bem se houver dano ele indeniza.

5. Poder de aplicação de penalidadesSó que aqui as penalidades podem extrapolar a relação contratual.São 4 penalidades previstas na lei 8666:a) advertencia, sempre por escrito. b) multa (pena pecuniária). Não se confunde com o dever de ressarcir o erário por danos. O dever de ressarcir o erário pode ser cumulado com a multa.Além disso a multa pode ser cumulada com outras penalidades.c) suspensão de contratar com o Poder públicoAté no maximo 2 anos. Impede-se que o sujeito faça novas contratações com o Poder Público, mesmo fora da relação contratual.d) declaração de inidoneidade.Essa inidoneidade também não pode ultrapassar 2 anos. A consequencia da declaração de inidoneidade é não poder contratar com o Poder Público. Mas enquanto a suspensão de contratar se limita ao ente federativo que aplicou a pena, a declaração de inidoneidade abrange ainda todos os demais entes da federação (esse é o entendimento majoritário, mas não é pacífico).

Alem disso, para que uma empresa volte a ser idonea ela tem que se reabilitar, ou seja, ressarcir a Adm dos prejuizos causados.

>>>>>>>Obs. Não está no art.58 da lei 8666/93 como clausula exorbitante, mas há uma prerrogativa a mais do Estado: a Administração pode exigir uma caução, uma garantia do particular contratado para a execução do contrato. Quem define o valor da garantia é o ente público contratante; a lei só diz o valor máximo: 5% do valor do contrato .

Exceção: alguns contratos a garantia pode ser dobrada:1. contratos de grande vulto

obs. Grande vulto é o contrato que ultrapasse 25 vezes 1,5 milhão de reais (art.6º, V, lei 8666)2. que envolvam alta complexidade tecnica3. ou que envolva riscos financeiros consideraveis.

Nesses casos o valor máximo da garantia a ser estipulada pela Administração é de: 10%

Obs. Quem define o valor da garantia é o ente público, mas quem define a forma como essa garantia vai ser prestada é o particular contratado, dentro dos limites da lei. A lei diz que a garantia pode ser prestada:em dinheiropor titulos da divida públicaseguro garantiafiança bancária

Ao final do contrato, duas são as possibilidades: ou o particular contratado cumpriu todo o contrato sem gerar qualquer dano → devolve-se a garantia, corrigida se prestada em dinheiro;se o particular descumpriu regras ou gerou danos o Estado executa a garantia. Mas se mesmo assim sobra débito, pois o prejuizo é maior que a garantia, o Estado cobrará o restante.

Pagamentos da Adm p/ o particular p/ reequilibrar o contrato:A - correção monetária: é a atualização da moeda em indices pré-fixados pelo contrato.B - reajuste de preços: p/ fazer face ao aumento do preço dos insumos. Tem previsão contratual e indice pré-fixado.C – recomposição ou revisão de preços: aumento exacerbado e inesperado no preço dos insumos. Então o reajuste de preços fixado previamente no contrato não consegue fazer face ao real aumento no preço dos insumos. Não há indices pré-fixados. Essas situações inesperadas, não previstas na relação contratual, que gera a recomposição de preços, é chamada no direito administrativo de TEORIA DA IMPREVISÃO.

Hipóteses de teoria da imprevisão:1. caso fortuito e força maior2. interferencias imprevistas ou sujeições imprevistas: são situações pré-existentes ao contrato,

mas que os contratantes não sabem, e vem à tona durante a execução do contrato. Ex. No meio da obra descobre-se que o terreno é pantanoso. E. Na construção de um tunel descobre-se que há uma rocha subterranea e que não dava p/ passar o tunel. Então torna-se necessário fazer um viaduto no lugar. Será preciso rever prazos, preço, etc.

3. Fato da administração e o fato do principe: Nesses 2 casos é a Administração quem à causa à aplicação da teoria da imprevisão

Fato da administração Fato do principe

A Adm atua dentro do contrato, e assim ela desequilibra o contrato. Ela se omite quando devia atuar, ou atua indevidamente. Ex. A Adm contrata uma obra, mas não expede as ordens de serviço, não desocupa o terreno.

Ocorre todas as vezes em que, o Estado atuando fora do contrato, enquanto Poder Público, acaba atuando de maneira geral e abstrata mas desequilibra a relação contratual indiretamente. Ex.A Adm contrata uma empresa para fazer serviço de limpeza. Mas depois ela triplica a aliquota de importação de produtos de limpeza.

Pode haver subcontratação no contrato administrativo?R: Em regra nao! Prq a princípio essa subcontratação é fraude na licitação. Entretanto, se houver previsão no edital e no contrato, e autorização do Poder Público, aí pode, diz a lei! Ocorre que a doutrina vem dizendo que essa subcontratação, para ser aceita no direito administrativo tem que ser parcial, pois subcontratar o contrato inteiro seria sim fraude na licitação. Mas esse entendimento da doutrina não é pacifico.

LIMITES DO CONTRATO ADMINISTRATIVO:a) manutenção do equilibrio economico-financeiro;b) impossibilidade de sair subcontratandoc) dever de licitard) PRAZO DE DURAÇÃO previsto no contrato.Não existe contrato administrativo por prazo indeterminado. (Não é uma verdade absoluta, mas em prova marcar como correto, pois é a regra).O art.57 da lei 8666 traz os prazos dos contratos adm → A regra é que dura o tanto que dura o orçamento. Em regra, portanto, o contrato adm dura no maximo 1 ano.Exceções previstas na pp lei:1. Se o contrato estiver previsto na lei da PPA pode durar até 4 anos.No Brasil temos 3 leis orçamentárias:LOA – lei orçamentária anual: traz todas as receitas e despesas do ano;LDO – Lei de diretrizes orçamentárias: traça as diretrizes do orçamento;PPA – Plano plurianual: estabelece as despesas de carater continuado (ou seja, as que ultrapassam 1 ano).

2. contratos de prestação de serviços continuos.Podem durar até 60 meses. Celebra-se por 12 meses, mas podem ser prorrogados até chegar a 60 meses (ou seja, 5 anos). Exceção da exceção: a lei diz que havendo necessidade devidamente justificada, e interesse publico, pode-se prorrogar o contrato de prestação de serviços continuos por + 12 meses. Mas se a prova não perguntar isso não se preocupe com essa exceção. Se a prova disser no máximo 60 meses esqueça-se da exceção da exceção.

3. contratação de aluguel de equipamento e programas de informatica. Pode durar até no máximo 48 meses. (ou seja, 4 anos).

4. A lei 12349 criou na lei 8666 uma quarta exceção: contratos que podem chegar a 120 meses (10 anos!): inc. V do art. 57. ler! Nessas hipoteses já há dispensa de licitação (pois está no art.24) e ainda podem seus contratos durar até 120 meses!

5. contratos que não geram despesa. Ex. Concessao de serviço público. É pago pelos usuários, por meio das tarifas. Como não estarão vinculados a crédito orçamentário não precisam respeitar o prazo da lei orçamentária (1 ano). Mas por outro lado não se pode dizer que podem ter prazo indeterminado! Então eles tem que ter prazo determinado, só que não há limitação desse prazo na lei. Eles podem ser celebrados por 10 anos, 15 anos etc.

Extinção do Contrato Administrativo

a) extinção natural: quando cumpre-se o contrato ou prq terminou o prazob) extinção precoce do contrato:

b.1 anulação: ou o contrato tem um vicio, ou o pp edital da licitação era viciado.b.2 pelo desaparecimento da pessoa (contratado. Ex. A empresa vai à falencia; o contratado

morre etc) ou da coisa objeto do contrato.b.3 rescisão do contrato: são 4 hipoteses:

1. unilateral: por motivo de inadimplemento ou por interesse publico (neste caso indeniza-se). É sempre feita pela pp Administração.

2. Rescisão judicial: Se a Adm for inadimplente o administrado pode rescindir o contrato? Nunca. Só judicialmente. O maximo que o particular pode fazer é parar de cumprir a sua parte no contrato se a Adm está inadimplente por + de 90 dias.

3. Distrato: é a rescisão bilateral. Acordo das partes.4. De pleno direito. Uma situação alheia a vontade das partes que impossibilita a

continuação do contrato. Ex. Terremoto destroi hospital. O contrato de limpeza do hospital restou impedido. Rescisão de pleno direito.

Então a 1ª hipotese de rescisão é feita pela Adm, a 2ª pelo particular, a 3ª pelos 2, a 4ª por nenhum dos 2.

9) Atos Administrativos

Sempre cai uma questão.

Nem todo ato praticado pela Adm (atos da Adm) são atos administrativos.Os atos adm são uma das espécies dos atos da Adm.Pois a Adm pratica:a) atos politicos: no exercicio da função politica. Ex, declaração de guerra, anistia, veto de lei, extradição etc. Por isso o STF disse que opinava pela extradição do Cesare Batisti mas o Lula não extraditou.Os atos politicos não podem ser abstratamente controlados pelo Judiciário. Embora, se em determinado caso concreto causar dano específico a alguém pode o Judiciário condenar em indenização.b) atos privados: aqui a Adm atua como se fosse um particular, ou seja, sem prerrogativas de Poder Público. Ex. Locação.c) atos materiais: são atos de mera execução de atividade, não manifestando vontade do Poder Público. Ex. A admissão de um administrado em hospital é ato administrativo, mas a cirurgia nesse adm é ato material. Os atos materiais não tem carga valorativa, e por isso não podem ser

controlados pelo Judiciário. Também são chamados de fatos administrativos.d) atos administrativos.

Conceito: Os atos administrativos são aqueles que a Adm pratica no exercicio da função administrativa (portanto não são politicos), sob o regime de direito público (logo não são atos privados) e gerando uma manifestação de vontade do Estado (sendo assim, não são simples atos materiais), ou de quem lhe faça as vezes.

Os atos adm também podem ser praticados por agentes delegados! Então ne todo ato administrativo é ato da Adm! (Assim como nem todo ato da Adm é ato administrativo).

Classificação dos atos administrativos:

a) vinculados X discricionários:Nos discricionários a lei que preve a prática do ato permite ao agente público uma margem de escolha, para escolher a mais oportuna e conveniente, conforme o interesse público.Nos discricionários a lei traz todos os elementos, não havendo margem de escolha p/ o agente público atuar.

b) de império X de gestão X de expediente (Maria Sylvia Di Pietro):De império: são aqueles nos quais o Estado atua com prerrogativa de poder público. Ius imperii.De gestão: são aqueles nos quais o Estado atua como particular. (ou seja, essa classificação é ruim prq mistura ato adm e ato da Adm, pois o ato de gestão não é ato adm, essa é que é a verdade). Ius gestionis.De expediente: são atos de mera execução da atividade, e que não geram manifestação de vontade. (ou seja, são simples atos materiais. Mais uma vez confundiu com atos da adm).

c) gerais X individuaisO ato individual se refere a indivíduos específicos, podendo ser 1 pessoa ou um milhão! Ex. Nomeação de 100 candidatos aprovados no concurso.O ato geral se refere a uma situação, e quem estiver nessa situação deve respeitar o ato. Ex. Quem vier a repartição tem que vir de terno.

d) atos simples X complexos X compostos (cai muito em prova)Atos Simples: tornam-se perfeitos e acabados com uma única manifestação de vontade.

Complexos e compostos dependem de + de 1 manifestação de vontade:no complexo tem-se uma soma de vontades independentes para a prática de um ato adm. Ex. Nomeação de um procurador da Fazenda nacional. O AGU e o Ministro da Fazenda editam uma portaria conjunta com a assinatura de ambos. Uma vontade não depende da outra.No ato composto há uma vontade principal e uma segunda vontade que é acessória da primeira, meramente ratificadora. Ou seja, se a primeira vontade estiver toda correta, a segunda vontade não pode contrariar. Ex. Uma homologação, um visto.

A jurisp vem entendendo que aprovação é ato complexo, pois não é meramente verificação, mas sim vontade independente. Ex. Aprovação do Senado em relação à nomeação de um ministro do STF. Por isso é que o entendimento + moderno é que a aposentadoria de servidor é ato complexo (vontade do órgão do servidor + aprovação do TCU). Por isso o ato só será perfeito após a aprovação do TCU.

Então se o TCU não aprovar a aposentadoria do servidor não há anulação do ato, mas impede-se que o ato se perfeccione. É por isso que a não aprovação do TCU não depende de contraditório e ampla defesa, pois não é anulação. SV 3 Nos processos perante o TCU asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.

OBS. 8 de setembro de 2010 / Informativos STF

"Pouco tempo após a edição da Súmula Vinculante n. 3, Supremo coloca-lhe exceção que privilegia o contraditório e a ampla defesa quando decorridos 5 anos da data da concessão da aposentadoria, reforma ou pensão cujo registro é operado pelo Tribunal de Contas."

Foi preciso pouco tempo para que o STF revisse o alcance de uma de suas Súmulas Vinculantes e lhe acoplasse exceção não contemplada em seu texto.

No julgamento do MS 25.116 (Rel. Min. Ayres Britto, Informativo STF n. 599), o Supremo, reunido em sessão plenária, dividiu-se em 3 (três) correntes: a primeira, capitaneada pelos Ministros Sepúlveda Pertence (hoje aposentado), Marco Aurélio e Ellen Gracie, mantinha integralmente o posicionamento espelhado na Súmula Vinculante n. 3, sem apor-lhe exceção; a segunda, seguida pelos Ministros Celso de Mello e Cézar Peluso, ia ao extremo oposto para reconhecer que, ultrapassados 5 (cinco) anos desde a concessão da aposentadoria, reforma ou pensão, ter-se-ia a decadência do direito de analisar o ato administrativo concessório e de proceder o respectivo registro; por fim, a terceira corrente (vencedora), sustentou que, ultrapassado lapso temporal razoável - e, para esse efeito, tomou-se de empréstimo o patamar de 5 (cinco) anos, adotado em inúmeros outros preceitos de direito público que ornam a ordem jurídica brasileira -, seria necessário oportunizar ao administrado o exercício das garantias do contraditório e da ampla defesa, em homenagem, também, aos princípios da segurança jurídica e da lealdade. Desse modo, assentou-se que, transcorrido in albis o prazo quinquenal, haver-se-ia de convocar o particular para fazer parte do processo de seu interesse.

Resumindo: mesmo não tendo optado o STF por mexer na redação da Súmula Vinculante n. 3 , esse importante julgamento do Tribunal Pleno importa no reconhecimento de uma relevante exceção ao alcance desse verbete, de sorte que, para facilitar a sua exata compreensão - à luz da mais recente jurisprudência do Supremo -, poderíamos elucubrar a seguinte redação para a Súmula Vinculante n. 3: "NOS PROCESSOS PERANTE O TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO ASSEGURAM-SE O CONTRADITÓRIO E A AMPLA DEFESA QUANDO DA DECISÃO PUDER RESULTAR ANULAÇÃO OU REVOGAÇÃO DE ATO ADMINISTRATIVO QUE BENEFICIE O INTERESSADO, EXCETUADA A APRECIAÇÃO DA LEGALIDADE DO ATO DE CONCESSÃO INICIAL DE APOSENTADORIA, REFORMA E PENSÃO QUE FOR REALIZADA EM ATÉ 5 (CINCO) ANOS DA DATA DO ATO CONCESSÓRIO"

e) ampliativos X restritivosOs ampliativos geram direitos e os restritivos criam restrições, obrigações, vedações.

f) normativos X ordinatórios X negociais X enunciativos X punitivos (José dos Santos Carvalho Filho)Dessa classificação tiraremos as espécies de atos adm.

Normativos: são os que estabelecem normas gerais e abstratas. Decorrem do Poder normativo. Sempre dentro dos limites da lei; explicitam a lei; não podem inovar.

Daqui decorrem as seguintes espécies de atos adm:I – decretos ou regulamentos: O decreto é a forma do regulamento. Trata-se de ato normativo privativo do chefe do Executivo. (Pres da Rep/ Gov/ Prefeito). A regra é serem subordinados à lei. Exceções art. 84, VI, CF regulamentos autonomos (p extinção de cargo vago e p/ organização adm, desde que, no ultimo caso, não aumente despesa nem crie ou extinga cargo)

II – avisos ministeriais: são os atos normativos da acessoria direta do chefe do Executivo. No ambito federal são os ministérios, no ambito estadual as secretarias estaduais, no ambito municipal as secretarias municipais.

III – instruções ou instruções normativas: são os atos normativos de outras autoridades públicas. Ex.

Scretário da receita federal.

IV – deliberações e resoluções: são atos normativos dos órgãos colegiados. E agencia reguladora, ela não edita resolução? É que seus atos são emanados do seu Conselho Diretivo, que é órgão colegiado.

Ordinatórios: decorrem do poder hierárquico. São editados p/ ordenação e organização interna, se manifestam dentro de um órgão, ou dentro de uma PJ.São:

I – portaria: é um ato ordinatório INDIVIDUAL interno. Ex. Não pode ser p/ estabelecer horario de repartição. Isso está errado. Mas pode ser p conceder férias p/ alguém, por ex; portaria de posse etc.

II – circular: ato ordinatorio por meio do qual se estabelece normas uniformes internas. Ex. Regras de utilização da garagem de um órgão; horário de funcionamento da repartição, etc.

III – ordens de serviço: ato ordinatório pelo qual se distribui internamente a competencia e a prestação de serviço do órgão entre os seus setores. Ex. Setor A expede carteiras de motorista etc.

IV – atos de comunicação: memorandos e ofícios. O memorando é ato de comunicação interna (entre agentes de um mesmo órgão), o oficio é ato de comunicação entre autoridades públicas diferentes ou entre autoridade pública e um particular.

Negociais: são os que geram direitos. Por eles o Estado concede ao particular algo que ele pediu. A manifestação de vontade do Estado coincide com o interesse/pedido do particular. Dividem-se em:

I. autorização: é um ato adm discricionário e precário (pode ser desfeito a qualquer tempo sem gerar indenização). Pode existir para:a) permitir atividades materiais fiscalizadas. Ex. Porte de arma; abrir escolas etc.Esse ato de autorização nada mais é que o exercicio do poder de policia do Estado. Por isso chamamos essa autorização de autorização de policia.

b) autorização de uso. Falamos dela ao tratar de bem público. É necessária sempre que um particular quiser usar um bem público de forma anormal. Ex. Casar na praia; fazer festa de São João e fechar a rua p/ isso.

II. licenças: é sempre um ato de polícia. É um ato negocial pelo qual o Estado permite que o particular exerça determinada atividade material fiscalizada pelo Estado. Ex. construirlicença X autorização: A licença é ato vinculado. Se o sujeito cumpre os requisitos previstos em lei p/ a concessão da licença ele terá DIREITO à licença. Já a autorização não gera direito adquirido, pois é ato discricionario e precario.

III. Permissão: Obs. A permissão de serviço público será tratada depois, pois não é ato, mas sim contrato adm. A única especie de permissão que não é contrato, mas sim ato, é a permissão de uso (de bem público), que é tratada aqui: é o ato negocial discricionário e precario, por meio do qual um particular pode utilizar um bem público de forma anormal ou privativa.Permissão X autorização de uso: a autorização de uso é feita no interesse do particular, enquanto que a permissão de uso é feita no interesse público. Ex. De permissão de uso: feirinha de artesanato. Autorização de uso: ex casamento na praia.

IV. Admissão: é um ato negocial por meio do qual o particular poderá usufruir de um determinado serviço público. Ex. Admissão em escola, em hospital etc.

Licença, autorização e permissão sempre são expedidas pela mesma forma: alvará.

Enunciativos: São os que manifestam, atestam, fatos e opiniões.

I. pareceres. Como regra, salvo disposição legal expressa em contrário, o parecer não é vinculante, mas sim ato adm meramente opinativo. Portanto, o agente público que emite o parecer, como regra geral, não é responsável pelo ato que se baseou no parecer, salvo se comprovado o dolo. Mas se a lei dispuser que o parecer é vinculante, aí o agente responde por dolo ou culpa. Ou seja, nesse caso, alem de responder por dolo (como no outro caso), responde ainda por culpa.

II. atos que atestam fatos: atestados, certidões e apostilas. Mas há quem diga que não se trata de ato adm pp dito, mas sim de fato administrativo (ato material).

Atestados: O Estado vai verificar a situação de fato e atesta. Ex. Atestado médico. Ex. O oficial de justiça deve dizer: “atesto p/ os devidos fins que o réu não mais se encontra no endereço...”

certidões: é o espelho de um registro público. Ex. Certidão negativa de débito. Ex. Certidão de tempo de contribuição.

Apostilas/ apostilamento/ averbamento: é o acréscimo de alguma coisa em determinado registro público.

Punitivos: são aqueles por meio do qual a Adm aplica sanções, penalidades. P/ a pratica dos atos punitivos é necessário prévio processo administrativo com contraditório e ampla defesa.

Parte Geral de Atos Administrativos:

Elementos do ato administrativo:Há muita divergencia na doutrina acerca dos elementos do ato. O que trabalharemos será o entendimento majoritário: todo ato administrativo é composto por 5 elementos → art. 2º da lei de ação popular

COMPETENCIAFINALIDADEFORMAMOTIVOOBJETO

1. Competencia: O ato adm tem que ser praticado por um agente a quem a lei tenha dado a competencia p/ a pratica do ato adm.A competencia é IRRENUNCIÁVEL (não se pode abrir mao dela, não se pode dispor do interesse publico), IMPRESCRITÍVEL (não se perde pelo desuso) e IMPRORROGAVEL (não se adquire pelo uso).A competencia adm é sempre expressa. Não se presume. É aquela expressamente prevista em lei.

Exceções (são 2): lei 9784: delegação e avocação de competencia.Delegação é a extensão de competencia. A autoridade originalmente competente, delega a competencia p/ outra autoridade, que pode ser ou da mesma hierarquia ou p/ agente de hierarquia

inferior.Se A delegou a competencia p/ B quem responde pelo ato? B, pois quem responde pelo ato é quem o praticou, ainda que tenha feito por delegação. Isso está na S.510 do STF e na lei 9784/99, art. 14, §3º.

lei 9784/99, art. 14, §3º: As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo delegado.

S.510/STF: Praticado o ato por autoridade, no exercício de competencia delegada, contra ela cabe o MS ou a medida judicial.

Quando A delega competencia p/ B, A não perde a competencia. Não se trata de transferencia da competencia, sequer temporaria. Por isso todo ato de delegação tem implicitamente a chamada cláusula de reserva. “A” não está transferindo, mas apenas estendendo sua competencia p/ B.

A lei estabelece 3 vedações, 3 situações em que não pode haver delegação de competencia:a) p/ edição de atos normativos;b) decisão de recurso hierarquico;c) competencia definida em lei como competencia exclusiva.

Avocação: o sujeito toma p/ si, temporariamente, a competencia de outrem. Só pode ser feita de um agente de hierarquia inferior.Não se pode avocar competencia se ela for indelegável. Ou seja, nos 3 casos que acabamos de estudar: atos normativos; decisão de recurso hierarquico; competencia exclusiva.

FINALIDADE: É aquilo que o ato busca, portanto, o interesse público (finalidade genérica). Todo ato adm é praticado buscando essa finalidade genérica.Além disso, cada ato adm tem sua finalidade especifica, que se soma à generica.Ex. A exoneração pode ser p/ cortar gastos. Não pode ser p/ punir.Essa finalidade específica está na lei.Ex. a remoção não tem finalidade punitiva, mas sim de reestruturação do Estado.Ex. demissão é para punir.

FORMA: É a exteriorização do ato adm. No direito brasileiro vige o p da instrumentalidade das formas. O ato não é o que o ato busca, mas somente a instrumentalização do ato, o meio p/ buscar o interesse público. Por isso a forma é um vicio sanável, desde que tenha se alcançado o interesse publico.

MOTIVO: são os pressupostos de fato e de direito que deram origem ao ato. É a razao pela qual o ato está sendo praticado. Não confundir motivo com motivação: a motivação é a exposição dos motivos. Nada mais é do que a fundamentação do ato, é a exposição dos motivos que ocorreram.Todo ato tem motivo. E em regra também devem ser motivados. Mas há exceções a motivação.Ex. P/ exonerar um servidor comissionado eu tenho motivo, mas a lei dispensa a motivação do ato.

Se no ato não for obrigatorio motivar, mas mesmo assim você fizer isso, mas a motivação for falsa, aí a motivação vincula. TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES. Se a motivação for feita ela passa a integrar o ato, e se for falsa ela vicia o ato.

Hoje no direito brasileiro se admite a MOTIVAÇÃO ALIUNDE: Emite-se parecer dizendo que x, y, z; portanto pode. Ai a autoridade pratica o ato com base nos argumentos apresentados no parecer. Ou seja, motivação aliunde ocorre quando o ato remete sua motivação à motivação de outro ato. Toda vez em que ao inves de você motivar seu ato você remeter a motivação a outro ato anterior no qual você está se baseando, sem copiar a motivação, mas sim dizendo expressamente que motiva com os argumentos dados pelo ato x, anterior, tem-se motivação aliunde. Então os motivos do ato anterior passam a integrar o ato posterior, que nele se baseou. Tem expressa disposição no art. 50, §1º da lei 9784/99.

A regra é a motivação dos atos, ainda que aliunde, embora haja algumas exceções em que a lei dispensa a motivação, como já vimos. Ex. Cargos em comissão são de livre exoneração.

OBS>>> Se o ato tem motivação mas a motivação é falsa o vicio é no motivo. MAS... Se o ato não tem motivação há vicio de forma, e não no motivo. Pois a motivação integra o elemento forma, não o elemento motivo.

OBJETO: é aquilo que o ato diz. É a disposição do ato. É o efeito que o ato gera no mundo juridico. P/ que o ato adm seja valido o objeto tem que ser licito, possível e determinado ou determinavel (igual no d civil).

***P/ a doutrina maj os elementos competencia finalidade e forma serão sempre vinculados, mesmo nos atos discricionarios.

Atributos dos atos adm:Todo ato adm é regido pelo dir público. Ou seja, nesse ato o Estado atua com todas as prerrogativas de Poder Público. Essas prerrogativas decorrentes da supremacia do interesse público sobre o privado recebem pela doutrina, no caso de ato adm, o nome de atributos do ato adm.

São eles:1. presunção de veracidade e de legitimidade:veracidade: todos os fatos expostos no ato adm presume-se verdadeiro, até que haja prova em contrario (presunção iuris tantum).

Há uma inversão do onus da prova. É o particular que tem que provar que o fato trazido pelo ato adm não é verdadeiro.

Presunção de legitimidade: até prova em contrario o ato é legitimo, editado conforme a lei.

2. imperatividade: Todos os atos restritivos tem o atributo da imperatividade. É o poder que o Estado tem de impor uma obrigação ao particular unilateralmente.

3. exigibilidade ou coercibilidade: é o poder que o Estado tem de, valendo-se de meios indiretos de coerção, exigir o cumprimento do ato.

4. autoexecutoriedade ou executoriedade: O Estado pode se valer também de meios diretos de coerção. Ex. Rebocar seu carro que você estacionou em frente a um hospital impedindo a entrada de ambulancia.O Estado não precisará do Judiciario p/ executar esse meio direto de coerção.A autoexecutoriedade decorre de lei ou de situações emergenciais.

Nessas situações de urgencia até mesmo o contraditório pode ser feito de modo diferido, postergado. Primeiro o Estado pratica o ato, garantindo o interesse público, e depois garante ao particular o contraditório.

5. tipicidade: Todo ato adm é típico, ou seja, é previamente tipificado em lei. É o p da legalidade.

Planos do ato adm: perfeição, validade, eficácia.

A perfeição é o cumprimento das etapas necessárias a sua formação.Além de ser perfeito o ato tem que ser válido. Ou seja, adequado com a lei. Editado nos moldes da lei.Teoricamente o ato só dependeria, p/ produzir efeitos, de sua publicação. Mas alguns atos adm ainda ficam sujeitos a termo ou a condição.

Como todos os atos adm gozam da presunção de legitimidade, no dir adm pode surgir a figura do ato perfeito, INVALIDO e eficaz (o que não acontece no dir civil). Pois até que se prove que o ato é invalido, o adm produz efeitos normalmente, em razão da presunção de legitimidade.

Extinção dos atos adm:É a retirada do ato adm do mundo jurídico. Hipoteses:a) extinção natural: decorre do cumprimento dos efeitos (ex. Licença p/ construir: construiu acabou!) ou do advento do termo, se o ato estava sujeito a um termo (a um prazo).

Alguns atos adm, entretanto, podem ser extintos de forma precoce:

b) renuncia: extinção do ato AMPLIATIVO por renuncia do beneficiário. É só p/ atos ampliativos, ou seja, p/ atos que geram direitos. Ex. Licenças, permissões.

c) pelo desaparecimento da pessoa ou da coisa sobre a qual o ato recai.

d) retirada do ato adm: são as situações nas quais o ato adm é extinto de forma precoce. É a teoria das nulidades: anulação, revogação, cassação, caducidade e contraposição.

d.1 – anulação: é a retirada do ato adm por vicio de ilegalidade.O ato é viciado desde a origem, então anulação produz efeitos ex tunc (retroativos). A pp Adm pode anular, bem como o Judiciário.Art. 54 da lei 9784/99: No ambito federal a Adm tem 5 anos p/ anular atos dos quais decorrem efeitos favoraveis aos particulares, salvo se houver má-fé do beneficiário. É prazo decadencial.

A Adm quando anula seus atos o faz com base no p da autotutela (s. 473/STF). E essa anulação pode ser de oficio ou provocada.

O Judiciário só atua mediante provocação. Obs. Art. 5º, XXXV, CF P da inafastabilidade. Adotamos no Brasil o sistema de Juridição única. Mas o Judiciário só pode analisar a legalidade, não pode analisar mérito.

Essa provocação ao judiciário pode se dar por meio de 4 ações básicas: HD, MS, Ação anulatória e

Ação Popular.

O HD é impetrado sempre que houver violação ao direito de informação acerca da pessoa do impetrante. Toda vez que o Estado se recusa a fornecer, alterar ou acrescentar informações constantes de um registro acerca da pessoa do sujeito. O HD depende de prévia recusa do Poder Público. Lei 9507.

Mas se o d liquido e certo não for p/ informação acerca da pessoa cabe MS. Direito liquido e certo é aquele que não depende de dilação probatória, a prova é toda documental, ou seja, pré-constituida. E deve ser observado o prazo decadencial de 120 dias. Lei 12016, art. 23: 120 dias da CIÊNCIA pelo interessado do ato impugnado.

Se não couber MS passo p/ a ação anulatoria. Esta é sempre possível, mas é menos celere. Essa ação é prevista no CPC.

Ação Popular: é proposta por um cidadão. Ele não foi lesado diretamente pelo ato. Ele viola o direito da coletividade. Lei 4717.

******Nem todo ato viciado será anulado. E algumas situações o vício será sanável.Então a nulidade do ato não é absoluta, mas sim relativa. O ato não é nulo, mas sim anulável.O ato adm poderá ser CONVALIDADO.A convalidação retroage salvando o ato desde a origem (ou seja, seus efeitos são ex tunc). Vicios sanáveis (ratificáveis):competenciae forma: em virtude da instrumentalidade das formas.

*** Abuso de poder: é gênero, que tem 2 espécies:excesso de poder: é vicio na competencia. Desvio de poder: é vício na finalidade.

d.2 - revogação: ocorre p/ atos válidos; lícito. É a retirada por motivo de mérito, de interesse público; de oportunidade e conveniencia.A revogação produz efeitos ex nunc (não há interesse público que o ato produza efeitos prospectivos, p/ o futuro).Só a pp Adm pública pode revogar ato adm. Poder Judiciário não!

A revogação não pode ser feita p/ atos vinculados (pois não se admite analise de mérito, pois todos os elementos estão objetivamente indicados pela lei).Também não se pode revogar um ato consumado (ato que já produziu todos os efeitos. Ora, o ato consumado não gera efeitos futuros, e a revogação só tem efeitos p/ o futuro. Logo, não é possível).

d.3 cassação e caducidade: são hipoteses de retirada do ato por motivo de ilegalidade SUPERVENIENTE. O ato nasce licito, mas se torna ilicito durante a execução.A diferença é:

cassação: Ocorre quando a ilegalidade superveniente se dá por conta do beneficiário do ato. Ex. Você como advogado pratica ato ilicito. Sua licença p/ advogar (carteira da OAB) é cassada.

Caducidade: A ilegalidade superveniente decorre de uma alteração legislativa (lei nova).

d.4 contraposição ou derrubada: A adm edita um ato novo que tem como efeito principal extinguir os efeitos do ato anterior. Ex. Nomeação e exoneração.

10) Intervenção na Propriedade Trata-se de uma grande manifestação da supremacia do interesse público sobre o privado.

São divididas pela doutrina em:a) intervenções restritivas: o direito de propriedade continua nas maos do particular, mas com restrições.

b) intervenções supressivas: aqui o Estado toma o bem do particular.

Começaremos a aula com as intervenções supressivas:Só existe 1: a desapropriação.

Art. 5º, XXIV, CF A lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição.

por utilidade ou necessidade pública: DL 3365/41 por interesse social: Lei 4132/62

Com prévia e justa indenização em dinheiro nos 2 casos.

Ressalvadas as exceções previstas na pp CF (quer dizer: situações em que a indenização não será justa ou que não será prévia ou que não será em $$). Veja bem: só a CF pode trazer exceções.São 3 exceções constitucionais:

1) art. 182, CF desapropriação urbana2) art. 184 a 186 desapropriação rural3) art. 243 Confisco

A desapropriação do art. 5º, XXIV, CF chamamos de desapropriação comum.As exceções a ela (as 3 acima expostas) chamamos de desapropriações especiais.

Desapropriação especial urbana:Título VII – Da ordem economica e financeiraCapitulo II – Da politica urbana182, CF A politica de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.§1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de 20.000 habitantes, é o instrumento básico da politica de desenvolvimento e de expansão urbana.§2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigencias fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.§3º As desapropriações de imoveis urbanos serão feitas com previa e justa indenização em dinheiro.

§4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluida no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:I – parcelamento ou edificação compulsórios;II – imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;III – desapropriação com pagamento mediante titulos da divida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.

+ Estatuto da Cidade (lei 10257/01)

A desapropriação é a ultima medida aqui:As 3 providencias do art. 182 são gradativas:1º → parcelamento/ edificação compulsórios.A lei diz que depois de notificado o proprietário tem 1 ano p/ apresentar o projeto e depois 2 anos p/ começar as obras. Se nesse tempo ele não tomar nenhuma medida o Poder Público municipal passa p/ a segunda medida:2º → IPTU progressivo por no máximo 5 anos e no máximo com aliquota de 15%. Carater extrafiscal do tributo. Se não resolver, passa-se a próxima medida:3º → desapropriação urbana, que é espécie de desapropriação-sanção. Por isso é feita não em $, mas em titulos da divida pública que podem ser resgatados em até 10 anos.

Desapropriação especial rural:art.184, CF Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imovel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em titulos da divida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até 20 anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.§1º As benfeitorias uteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro.§2º O decreto que declarar o imovel como de interesse social, para fins de reforma agrária, autoriza a União a propor a ação de desapropriação.§3º Cabe à lei complementar estabelecer procedimento contraditório especial, de rito sumário, para o processo judicial de desapropriação.§4º O orçamento fixará anualmente o volume total de titulos da divida agrária, assim como o montante de recursos para atender ao programa de reforma agrária no exercício.§5º São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferencia de imoveis desapropriados p/ fins de reforma agrária.

Art. 185, CF São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária:I – a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não possua outra;II – a propriedade produtiva.Pu. A lei garantirá tratamento especial à propriedade produtiva e fixará normas para o cumprimento dos requisitos relativos à sua função social.

Art. 186, CF A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigencia estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:I – aproveitamento racional e adequado;II – utilização adequada dos recursos naturais disponiveis e preservação do meio ambiente;III - observancia das disposições que regulam as relações de trabalho;IV – exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.

A diferença p/ a desapropriação urbana é que a desapropriação especial rural:trata do descumprimento da função social da propriedade ruralobjetivo: reforma agráriao pagamento também não é em $, mas é em titulos da divida agrária, resgatáveis em até 20 ANOS, A PARTIR DO 2º ANO de emissão.

OBS. AS BENFEITORIAS UTEIS E NECESSÁRIAS SÃO PAGAS EM $$ (só na desapropriação especial rural).

A função social da propriedade urbana está prevista no plano diretor da cidade. E a função social da propriedade rural?? Está no art. 186 da CF.Não basta que a propriedade ser produtiva, pois tem que atender os demais incisos do art. 186, CF.

OBS>> Uma propriedade produtiva pode estar descumprindo a função social?? SIM! Mas ela será desapropriada p/ fins de reforma agrária?? não! Pois isso é vedado no art. 185, CF.

Mas a propriedade produtiva pode ser desapropriada?? Pode. Só que apenas pelas outras modalidades de desapropriação (ex. Desapropriação comum).

A ultima desapropriação especial é:

Desapropriação confisco (também chamada de expropriação):Nela não há indenização nenhuma.Obs. Não deixe de ler o pu.

Titulo IX – Das disposições constitucionais geraisArt. 243, CF. As glebas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotropicas serão imediatamente expropriadas e especificamente destinadas ao assentamento de colonos, para o cultivo de produtos alimentícios e medicamentosos, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuizo de outras sanções previstas em lei.Pu. Todo e qualquer bem de valor economico apreendido em decorrencia do tráfico ilicito de entorpecentes e drogas afins será confiscado e reverterá em beneficio de instituições e pessoal especializados no tratamento e recuperação de viciados e no aparelhamento e custeio de atividades de fiscalização, controle, prevenção e repressão do crime de tráfico dessas substancias.

Então o 243, CF trata dos imoveis utilizados p/ plantação de psicotropicos e bens moveis utilizados no tráfico de drogas (pu do mesmo artigo).

Obs. A destinação desses bens é vinculada: os imoveis vao p/ assentamento de colonos p/ cultivo de alimentos e produtos medicamentosos; e os bens moveis irao p/ tratamento de viciados ou repressão ao tráfico. Então o Estado tem que dar essa destinação que o texto constitucional trouxe.

A CF diz que serão desapropriadas as glebas, não os imoveis. Isso quer dizer que, se só um pedaço da propriedade for utilizada p/ a plantação de psicotropicos o sujeito perde só esse pedaço???Não! Perde o terreno todo mesmo! O STF decidiu assim e desde 2009 pacificou esse entendimento.

Procedimento da desapropriação:

quem tem competencia p/ desapropriar?

Primeiro temos que pensar em qual competencia estamos falando:Pode ser:a) legislativa (p/ legislar sobre desapropriação):b) declaratória (p/ declarar a utilidade pública ou interesse social)c) executória (p/ executar a desapropriatória):

A competencia legislativa é da UNIAO. Só a Uniao pode editar leis sobre desapropriação: art. 22, II, CF. É competencia privativa dela.

A competencia declaratória é, como regra, dos entes federativos (U-E-DF-M) (na desapropriação comum). Mas só eles. Autarquias não podem, por ex. Por isso não é o Incra quem desapropria, ele apenas executa.Há apenas 2 exceções:A Aneel (agencia reguladora nacional de energia eletrica) e o Denit (departamento nacional de infraestrutura de transito). Ambas são autarquias federais que podem desapropriar. Mas é exceção mesmo!!!

Mas nas desapropriações especiais a competencia é restritissima: A urbana só quem faz é o municipio;a rural e a confisco só podem ser feitas pela Uniao.

Então Estado não faz desapropriação especial.

Competencia executória: Tanto os entes federativos que declararam podem executar quanto podem delegar essa competencia para: entes da adm indireta, concessionárias, empresas públicas etc. Estes podem executar a desapropriação, pagando o $ e ingressando no bem.

Quais são as fases da desapropriação?1 – declaratoria2 – executória

A fase declaratória é feita por meio de decreto expropriatório (Executivo) ou lei de efeitos concretos (Legislativo).No momento em que é declarada a utilidade pública ou interesse social, p/ que o bem passe p/ a titularidade do ente estatal deve ele pagar a indenização. Mas essa declaração gera sim algumas consequencias:a) que o bem vai ficar sujeito à força expropriatória do Estado (p/ fazer avaliações, medições, p/ assim definir o valor justo a ser pago pelo bem).b) agora o mais importante: ocorre com a declaração a fixação do estado do bem. Ou seja, qualquer coisa que você fizer a mais no bem a partir desse momento não será indenizado. As melhorias feitas no bem após essa declaração não serão indenizadas. EXCEÇÃO: As benfeitorias necessárias e as uteis, estas ultimas desde que autorizadas.

Embora a declaração não transfira a propriedade, ela gera algumas restrições ao particular, portanto, mesmo não tendo sido ainda paga nada da indenização. Por isso há um prazo p/ que essa declaração seja executada (ou seja, p/ que o valor seja pago). Trata-se do prazo de CADUCIDADE DA DECLARAÇÃO: No caso de utilidade ou necessidade pública: 5 anos.No caso de Interesse social: 2 anos.

Passado esse prazo decai a declaração da desapropriação.

Execução da desapropriação:*Pode se dar na via administrativa, desde que haja acordo quanto ao valor ofertado pelo Estado.*Via judicial: quando não há acordo ou não se sabe de quem é a propriedade. Trata-se da ação de desapropriação.

A ação de desapropriação é sempre proposta pelo Poder Público.O rito será o do Dec lei 3365:O particular irá contestar a ação. A única matéria de mérito possível é o valor da indenização.

Posso, judicialmente, discutir a legalidade do ato de desapropriação? Claro! No judiciário eu posso discutir a legalidade de qualquer ato. Mas não posso discutir isso no bojo de uma ação de desapropriação. P/ eu discutir isso terei que propor uma ação direta (que é uma ação ordinária anulatória). A única coisa interessante na ação direta é a prevenção do juizo: pois a ação direta será distribuida por dependencia à ação de desapropriação.Fora isso tudo o mais na ação direta é = ao das ações ordinárias do CPC.

Continuando na ação de desapropriação:se o particular ganhar a ação, portanto, só vai ganhar + dinheiro, mas de qq modo ele perderá o bem. Por isso é que na ação de desapropriação é possível a imissão provisória na posse do Estado. P/ que haja imissão provisória na posse o Estado tem que comprovar dois requisitos:a) declarar que é urgente, demonstrando a necessidade de ingressar no bem logo. Muitas vezes essa declaração é feita no pp decreto de desapropriação.b) depositar o valor incontroverso.

Da declaração de urgencia o Estado tem um prazo maximo de 120 dias p/ realizar o deposito e requerer a imissão provisória, senão a declaração de urgencia decai.

Se o Estado efetivou o deposito e requereu a imissão provisória o Estado pode se imitir na posse. Então o particular terá direito de levantar 80% do valor pelo fato de estar perdendo o bem antes (os outros 20% tem que ficar, prq se levantar 100% entende-se que o particular aceitou o valor ofertado pela adm e que houve acordo, e aí o juiz tem que só homologar. Não se continuará a discutir o valor).

Daí o processo continua e com o TJ da sentença será transferida a propriedade ao Estado.

Obs. Se a sentença fixou o valor de 200 mil, e o Estado já havia depositado 100 mil. O proprietário, portanto, já tinha levantado 80 mil. Quando vier a sentença com 200 mil, o restante (120 mil) é indenização previa, justa e em dinheiro?? não! É decisão judicial. E, portanto, os 100 mil restantes serão pagos por precatórios.Por isso, p/ que esse valor seja pelo menos justo deve incidir as seguintes verbas:correção monetáriajuros compensatóriosjuros moratórioshonorários

E essas verbas incidirão sobre quanto??Esse é o problema: cada uma dessas verbas incidem sobre um valor diferente. Vamos lá:

correção monetária:é a atualização da moeda, e incidirá sobre o valor não levantado pelo particular. Como incide a partir do transito em julgado (art. 100, CF), então não incidirá sobre os 20% que continuaram

depositados durante o processo, pois eles serão levantados com o transito em julgado da sentença, sendo que a correção monetária só incide a partir desse momento. Sendo assim, a c.m. Incide apenas sobre os 100 mil restantes. O indice será aquele utilizado p/ caderneta de poupança (art. 100, §12, CF).

Juros:essa é a parte mais complicada da desapropriação.

Os juros compensatórios → eles compensam o fato de você ter perdido o bem antes do valor indenizatório justo. Incidem a partir da imissão provisória da posse, sobre tudo aquilo que você não levantou nesse momento. Ou seja: 20 mil + 100 mil.Percentual: súmula 618 só STF: 12% ao ano. 618/STF Na desapropriação, direta ou indireta, a taxa de juros compensatórios é de 12% ao ano.Ver também sumula 408/stj

Os juros moratórios ou de mora → são pagos pela demora.Os 100 mil vao demorar a ser pagos, prq é por meio de precatórios. É sobre esse valor, que você não levanta com a sentença, que os juros de mora incidem.É pacifico na jurisp do STJ que são de 6% ao ano.Não tem sumula não. Mas é entendimento pacifico.

E esses juros de mora incidem a partir de quando? Da sentença? Não é simples assim não. Vamos ao raciocinio:

Se um precatório for inscrito até julho de um ano qualquer (ex 2009) ele tem que ser pago até 31/12 do ano seguinte (ex. 31/dez/2010). Por isso, p/ STF, até essa data o Estado não estará em mora, e por isso não incidirão os juros de mora. Por isso os juros de mora só incidem a partir de 1º de janeiro do ano seguinte àquele em que o precatório deveria ter sido pago.Isso está na sumula vinculante 17: Durante o periodo previsto no §1º do artigo 100 da Constituição, não incidem juros de mora sobre os precatórios que nele sejam pagos.

Honorários advocatícios ou sucumbenciais:O Estado perdeu o processo e perdeu em 100 mil, então pagará honorários advocaticios sobre esse valor:sumula 617 do STF A base de cálculo dos honorários de advogado em desapropriação é a diferença entre a oferta e a indenização, corrigidas ambas monetariamente.

A novidade aqui, na verdade, é o percentual. Não seguiremos o CPC: variará entre 0,5 e 5% o valor dos honorários advocatícios. Obs. Mas observará o §4º do art.20. (art. 27, §1º dec-lei 3365/41)Obs. Se a questão disser que tem um teto de 151 mil reais está ERRADO, pois isso que esta no Decreto3365/41 foi suspenso por ADI no STF, que não considerou possível estabelecer um teto p/ os hon adv.

A desapropriação é uma forma originária de aquisição da propriedade. Então não há transferencia da propriedade aqui, mas sim o desaparecimento da propriedade do particular e o surgimento da propriedade do Estado. Por isso o bem chega livre e desembaraçado nas maos do Estado. Qualquer direito real que incidia sobre o bem fica subrogado no valor da indenização.

4 conceitos decorebas que sempre cai: direito de extensão: a desapropriação pode ser parcial, o Estado não precisa desapropriar o

terreno inteiro não. Toda vez que o Estado desapropria uma parte do terreno, deixando uma área do terreno que isoladamente é inaproveitável, surge ao proprietário o direito de extensão: direito que o Estado estenda sua desapropriação sobre o terreno inteiro, indenizando o todo.

desapropriação indireta: é um esbulho, uma invasão. Ocorre todas as vezes que o Estado invade o terreno/bem do particular sem respeitar o procedimento de desapropriação.Como o Estado deu destinação pública ao bem, a única coisa que o particular pode fazer é pedir a indenização. Supremacia do interesse público sobre o privado.É uma ação de indenização, uma ação ordinária qualquer. Chama-se ação de indenização por desapropriação indireta.

É muito comum ocorrer a desapropriação indireta desfarçadamente através da seguinte situação: o Estado, a pretexto de fazer uma intervenção restritiva, impede totalmente o uso do bem pelo particular. Ex. O Estado diz que haverá uma servidão no seu terreno, colocando vários postes de energia eletrica no seu terreno. Só que ele poe muitos postes mesmo, impedindo totalmente o uso do bem pelo particular. Assim o particular ingressa com a ação de indenização alegando que há desapropriação, e não servidão. O juiz, ao reconhecer a desapropriação fixará o valor indenizatório justo.

Os juros compensatórios na desapropriação indireta incidem desde o momento do esbulho, sobre o valor total do bem, pois o Estado não havia pagado nada ainda quando o sujeito perdeu a posse do bem.

A ação de desapropriação indireta prescreve quando?S. 119 do STJ A ação de desapropriação indireta prescreve em 20 anos.(obs. Ler 15 no lugar. O motivo está abaixo)É que na época vigia o CC/16, e esse era o prazo p/ usucapião ordinária. Então, se você propusesse uma ação de desapropriação indireta depois de 20 anos, o Estado ia opor a usucapião.Hoje, com o CC/02, o prazo de usucapião ordinária passou a ser de 15 anos. Portanto a sumula 119 do STJ se tornou impraticável, de acordo com o entendimento majoritário, devendo apenas seu raciocínio ser aproveitado! Então, a ação de desapropriação indireta prescreve em 15 anos.

desapropriação por zona:Ocorre todas as vezes que o Estado vai desapropriar um terreno p/ fazer uma obra e aproveita p/ desapropriar os vizinhos.Nesse caso, a desapropriação feita ao redor da obra (nos terrenos vizinhos) é feita por zona. Já o terreno desapropriado p/ a obra não é desapropriação por zona, mas sim p/ obra.A desapropriação por zona pode acontecer por 2 motivos:a) necessidade de posterior extensão da obra;b) se o Estado vislumbrar que o terreno vizinho vai ter uma supervalorização. Então o Estado desapropria p/ vender depois, e assim se remunera dos gastos que teve com a obra.Obs. Essa segunda hipotese é bastante discutivel.Mas o STF incidenter tantum em um julgado de 2010 demonstrou que considera constitucional, e que essa desapropriação por zona não foi desfeita com a possibilidade da contribuição de melhoria (esta incidirá quando todos os terrenos vizinhos valorizarem de forma igual. Quando um terreno valoriza mais que outro a única forma justa é o Estado desapropriar por zona).Apesar de todas as criticas, o entendimento da jurisp é que a desapropriação por zona foi recepcionada pela CF/88.

Retrocessão

O Estado desapropriou o bem p/ fazer uma escola, mas depois vai e constroi um hospital. Isso é desvio de finalidade? SIM!! E o desvio de finalidade na desapropriação recebe o nome de tredestinação.Nesse caso, em que ainda se busca o interesse público, mudando apenas a finalidade específica do ato há uma tredestinação lícita. É um desvio de finalidade admitido pela lei.

Por outro lado, se o Estado desapropriou o terreno p/ fazer uma escola, e simplesmente não deu destinação pública ao bem. Passado algum tempo vendeu o bem p/ terceiro. Isso não é licito. Chama-se de tredestinação ilicita ou ADESTINAÇÃO (pois não foi dada finalidade pública ao bem). Isso gera ao proprietário o direito de RETROCESSÃO. O proprietário pode pedir a devolução do bem (afinal, o d de propriedade é garantido pela CF).Esse particular pode buscar o bem na mao do terceiro?A doutrina se divide em 3, mas 2 correntes são as que mais interessam:a) se você enxergar a retrocessão como um direito real, o particular pode ir atrás do bem aonde quer que ele esteja (d de sequela).b) Mas se você enxergar retrocessão como direito pessoal, então não há como opor ess direito pessoal ao terceiro que adquiriu o bem de boa-fé. Por isso a solução sseria resolver isso em perdas e danos.

O entendimento majoritário hoje está no 519 do CC, que enxerga o direito de retrocessão como direito pessoal, como mero direito de preferencia. E se não for respeitada essa preferencia, resolve-se em perdas e danos.519, CC. Se a coisa expropriada para fins de necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, não tiver o destino para que se desapropriou, ou não for utilizada em obras ou serviços públicos, caberá ao expropriado direito de preferencia, pelo preço atual da coisa.

Assim, acabamos de ver a intervenção supressiva (desapropriação).

Intervenções restritivas:São 5:a) limitaçõesb) servidõesc) tombamentod) requisição administrativae) ocupação temporária

Limitação administrativa:É sempre uma restrição de carater geral e abstrata. É incidente sobre uma quantidade ilimitada de bens e pessoas.Ex. nenhum prédio construido na Beira-Mar em João Pessoa pode construir mais que 4 andares.Ex. quem mora na beira da rua tem que recuar 2 metros p/ a construção.

Como não há um dano especifico a ninguém, como regra a limitação não gera direito a indenização. Claro que você pode comprovar que foi especialmente prejudicado, que sofreu um dano maior que o restante das pessoas, e por isso pedir indenização. Mas como regra não há indenização.

Como toda norma geral a limitação produz efeito ex nunc. (O raciocinio é que: Não é só a lei que não retroage, mas em regra as normas gerais não retroagem).

Ex. o Estatuto da cidade preve o direito de preempção (art. 25). O Poder público municipal pode declarar determinadas áreas do municipio como area de preempção. Qualquer pessoa que queira

vender seu terreno vai ter que oferecer primeiro ao Estado. A preempção pode incidir por no máximo 5 anos. E pode renovar 1 ano depois que acabar o prazo.Art. 25, §1º, lei 10257/01: Lei municipal, baseada no plano diretor, delimitará as áreas em que incidirá o direito de preempção e fixará o prazo de vigencia, não superior a 5 anos, renovável a partir de um ano após o decurso do prazo inicial de vigencia.

O Estado tem até 30 dias p/ exercer o direito de preempção. Se ele disser não no 1º dia do prazo já acabou seu direito de preempção. Por outro lado, esgotado o prazo, presume-se ter ocorrido recusa tácita do Estado, e aí o particular poderá vender o bem p/ quem quiser.E o Estado, se tiver interesse, tem que pagar o valor pelo qual o particular pôs à venda o bem.

Servidão administrativa:não é geral e abstrata. É direito real que incide sobre bens IMOVEIS especificos.A servisão, por ser direito real, tem que ser registrada. A diferença é que aqui é um direito real pública.Na servidão civil há um predio dominante e um serviente.Na administrativa também. O predio privado será serviente à prestação de um serviço.Ex. colocar poste em uma propriedade.Ex. por placa da rua no muro de alguma casa.

Diferente da limitação, ela incide sobre um bem especifico. Então, caso haja dano haverá indenização.

A servidão administrativa, p/ a doutrina majoritária, não é autoexecutavel, só podendo ser instituida:1. por decisão judicial2. por acordo3. por lei (de efeitos concretos)

A servidão tem carater perpetuo (permanente). Não quer dizer que será eterna. Mas significa que não é uma necessidade temporária do Estado, mas sim uma necessidade permanente.

Quando se fala de propriedade, aprende-se que a propriedade é absoluta e exclusiva, ou seja, absoluta prq o dono faz o que quiser com o bem, desde que não prejudique 3º; e exclusiva prq é oponivel erga omnes. Toda vez que se pensar em uma intervenção restritiva, ela afetará pelo menos 1 dos 2: ou o carater absoluto, ou o exclusivo, ou os 2.*quando afetar o carater absoluto é prq o particular não poderá mais fazer qualquer uso do bem, pois sofrerá uma limitação de utilização do Estado.*já a servidão afeta o carater exclusivo, pois você continua podendo usar seu bem como quiser, mas o Estado usará o seu bem junto com você.

Tombamento:Alguns doutrinadores (bons doutrinadores, como Celso Antonio) enxergam o tombamento como uma servidão. Mas isso é minoritário.P/ a maioria da doutrina trata-se de uma outra intervenção restritiva, que não se confunde com as demais.

Trata-se de uma forma de proteção ao meio ambiente, no que tange ao patrimonio historico, artistico e cultural, que gera restrições ao bem, justamente para manter esse bem conservado.

O tombamento é também um direito real, mas diferente da servidão prq pode incidir sobre BENS MOVEIS (ex. Um quadro) ou IMOVEIS, mas SEMPRE sobre BENS CORPOREOS. Não existe tombamento sobre bens incorporeos: ex. Acarajé, obra do Jorge Amado etc. (ele é registrado, não tombado).

Por ser direito real o tombamento é registrado. Os bens moveis são registrados no livro do Tombo, e os imoveis são registrados no livro do Tombo e também na matricula do imovel.

Obs. Um único bem pode ser tombado várias vezes. Ex. Se for de interesse local, regional e nacional, ao mesmo tempo, será tombado tanto pelo municipio, pelo Estado, e pela Uniao. (E se for de interesse internacional será ainda tombado pela Unesco).O tombamento feito por um ente federativo não interfere no outro. Cada ente federativo tem o seu ente responsável pela defesa do patrimonio, e esse órgão terá o livro do tombo e fará os tombamentos daquele ente.

O tombamento pode, inclusive, incidir sobre bens públicos. Obs. Bem publico tombado é inalienável, pois é considerado bem afetado à proteção do patrimonio historico ou cultural.

Obs. Mas só é inalienável se for publico, bem privado tombado pode ser alienado sim.

O tombamento é perpétuo. Entretanto, temos a figura do tombamento provisório, que é uma medida cautelar administrativa, só isso. No bojo do processo adm de tombamento, p/ evitar que o bem seja destruido durante o processo, a adm pode realizar um tombamento provisório. Findo o processo de tombamento, o tombamento provisório torna-se definitivo, e o tombamento definitivo é perpétuo.

Esse tombamento gera algumas restrições ao proprietário do bem tombado: obrigações de fazer: dever de conservação do bem tombado, da forma em que esse bem se

encontra (aspectos historicos, artisticos e culturais). Se o proprietário não tem $ p/ isso ele tem que avisar a Adm p/ que ela custeie. Mas ele é o responsável por cuidar e avisar a Adm.

Caso queira alienar o bem tem que oferecer o bem p/ o Estado (direito de preempção/ preferencia do Estado decorrente do tombamento). O Poder Público deve se manifestar em 30 dias da notificação feita pelo particular.

de não fazer: não pode nem modificar, nem destruir o bem tombado. A pp modificação do bem já é uma destruição dos aspectos historicos, artisticos e culturais do bem, por isso qualquer reforma no bem depende de autorização especial do Poder publico. Ou seja, restringe-se o carater absoluto da propriedade.

Também não pode retirar os bens moveis tombados do país. Exceção: se sair do país por um curto espaço de tempo com autorização do Poder Público (ex. Vai ser exposto em feira ou exposição etc).

de tolerar: a fiscalização do Estado sobre esse bem.

Requisição administrativa:Está toda regulamentada na CF.Art. 5º, XXV, CF. No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano.

Situação de iminente perigo público → requisita-se o bem particular → indenização ulterior, se houver dano.

Hoje a requisição é enxergada pela doutrina de forma bem ampla: pode recair dobre BENS MOVEIS, IMOVEIS e ATÉ SOBRE SERVIÇOS.

Ocupação temporária:Dec-lei 3365/41 é o nascedouro da ocupação temporária. Não é a única que temos hoje no ordenamento. Hoje existe também, por ex, nos contratos adm (p/ que haja continuidade dos serviços) etc.O Estado, sem que haja perigo iminente, precisa temporariamente usar o bem do particular. Se houver dano indeniza.Ex. ocupar terrenos vizinhos à obra p/ por o maquinario necessario a obra.

11) AGENTES PÚBLICOS

A expressão agentes públicos é uma expressão ampla, abarcando toda pessoa física que atua em nome do Estado, ainda que temporariamente, ainda que sem remuneração. Ex. Mesário nas eleições.Art. 2º, lei 8429/92

Os agentes públicos podem ser: a) agentes politicos: são os que atuam no exercicio da função politica.São eles: os detentores de mandato eletivo e os secretários e ministros de Estado. P/ Celso Antonio são só esses.Mas em provas objetivas está prevalecendo um entendimento mais amplo, que inclui ainda: membros da magistratura, do MP. E ainda há uma discussão: membros da Defensoria (mas na verdade hoje já se entende que estes são agentes administrativos mesmo, essa discussão já está ultrapassada. Isso já é praticamente pacifico) e membros do TCU (esta discussão ainda está atual. Obs. Em 2008 foi editada a sumula vinculante 13 – do nepotismo. No fim de 2008 um prefeito nomeou o irmao dele secretário de obras do municipio. Interpuseram uma reclamação por descumprimento da sumula vinculante. Mas STF diz que pode sim, pois a nomeação p/ um cargo politico, por ser um ato politico, não se sujeito à sumula vinculante, não se sujeita ao controle de merito pelo judiciário. Dai, em 2009, o gov do Estado do PR nemeou o irmao dele p/ conselheiro do TCU. STF disse, na fundamentação da decisão, que esse cargo não é de natureza politica, mas sim de natureza administrativa. Esse é o entendimento majoritário hoje. Então os membros do TCU não seriam agentes politicos, por esse raciocínio. Mas isso não é pacifico)

b) particulares em colaboração com o Estado: são particulares. Não tem vinculo com o Estado nem de natureza adm, nem de natureza politica, mas atuam em nome do Estado em razão de situações especificas. A doutrina os divide em:

1. designados: são os que atuam em virtude de convocação. Ex. Jurados, mesários, conscritos etc. Hely Lopes Meirelles costuma usar uma expressão p/ particulares em colaboração

designados, chamando os mesmos de agentes honoríficos.2. Voluntários: ingressa nos quadros publicos em razão de um programa de voluntariado. Ex.

Amigos da escola.3. Delegados: são os que atuam por delegação do Estado. São os agentes das concessionárias e

permissionárias de serviço público. Portanto, tem que ser pessoa fisica. A sociedade empresária concessionária não é agente público.

4. Credenciados: atuam em virtude de autorização especifica ou através de convenios. Ex. Titulares de cartórios, os medicos particulares quando atuam em convenio com o SUS, etc.

c) servidores estatais ou agentes administrativos: atuam no exercicio da função administrativa (e não no da função politica).Subespécies:

1. temporários: são contratados em virtude de excepcional necessidade pública. Art. 37, IX, CF: a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporaria de excepcional interesse público.

STF: p/ contratar servidor temporário tem que ter: serviço temporario DEFINIDO EM LEI (disse o STF: dizendo o que é serviço temporário,

quanto tempo dura etc. Lei 8745, no ambito da União) excepcional interesse público: Tem que demonstrar o carater excepcional. Não pode ser p/

substituir um servidor efetivo, pois isso é fraude ao concurso público e a estabilidade do servidor.

Obs. No fim de 2010 (RMS 25555) o STJ disse que as servidoras temporárias gravidas tem direito a estabilidade durante a gravidez da ADCT (até 5 meses após o parto, mesmo que já tenha acabado o prazo da contratação temporária).

Os servidores temporários, embora tenham contrato com a adm pública, não são considerados empregados. Por isso quem julga as controversias decorrentes desse contrato de trabalho é a Justiça comum (federal ou estadual, dependendo a quem presta serviço).

2. Celetistas: 3. estatutários:

Obs. Tanto os servidores celetistas quanto os estatutários exercem atividade permanente do órgão. Por isso em ambos os casos é necessário concurso público. Art. 37, II, CF. A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e titulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.

Obs. O concurso público tem validade de ATÉ 2 anos, prorrogavel 1 vez por igual periodo (se a questão disser que a validade é 2 anos está errado.Art. 37, III: o prazo de validade do concurso público será de ATÉ 2 anos, prorrogavel 1 vez, por IGUAL periodo.

Uma vez aprovado no concurso o candidato tem direito à nomeação? SIM! STF e STJ pensam assim! Desde que aprovado dentro do numero de vagas previsto no edital.

O que diferencia um servidor celetista do estatutário é a natureza do vinculo. O celetista assina um contrato de emprego com a Adm Pública. Seus direitos e obrigações, entretanto, não estao na CLT (esta traz só os direitos minimos) mas sim no pp contrato de emprego assinado.

O estatutário assina um termo de posse, e aceita se submeter a lei. Então ele assume um cargo público. Seus direitos e obrigações decorrem diretamente da lei. Não há contrato. Eles tem um vinculo legal (estatutário).

A diferença prática entre esses 2 regimes é que ninguém tem direito adquirido ao que está previsto na lei (ninguém tem direito adquirido a regime juridico). Então, por ex, existia licença premio no ambito federal até 1997 (a cada 5 anos no serviço público o servidor tinha direito a 3 meses de licença remunerada de premio). Mas em 1997 foi extinta. Os servidores que já estavam no serviço público tem direito adquirido a licença premio?? não!! Pois não há direito adquirido a regime juridico. Quando a lei muda ela muda p/ todo mundo. Senao isso engessaria o legislativo.

Esse servidor só tem direito adquirido as férias premio que ele já tinha conquistado, ou seja, se ele já havia cumprido os 5 anos mas não gozou dessa licença até 1997, ele ainda terá direito a ela depois de 1997, pois os requisitos já haviam sido cumpridos. Mas se só tinha 2 anos de serviço, então simplesmente não tem direito nenhum, pois não havia cumprido os requisitos.

Já se o servidor celetista tem um direito previsto no seu contrato de trabalho, se esse direito for extinto, será apenas para os próximos contratos. A simples alteração legal de um direito não alterará o direito desse empregado prq seus direitos estao no seu contrato. Então se eu não alterar o contrato, a simples alteração legal não muda o direito desse empregado.

Obs. Só os estatutários tem direito à estabilidade. Os servidores celetistas não! Art. 41, CF São estáveis após 3 anos de efetivo exercicio os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.A estabilidade é apenas p/ cargos públicos.Obs. A sumula 390 do STJ diz que os servidores celetistas tem estabilidade, mas isso está ultrapassado! Não é aceito! A doutrina majoritária entende que estabilidade é só p/ servidor estatutário.

Mas nem todo servidor estatutário é, ou sequer pode vir a ser, estável!! Há 2 espécies de servidores estatutários: os efetivos e os de cargo em comissão. E os comissionados nunca adquirem estabilidade (mas também não precisam prestar concurso. Por isso a CF diz que estabilidade é só p/ estatutário titular de cargo EFETIVO.

A estabilidade é uma garantia do servidor de que só poderá perder seu cargo nas hipoteses previstas em lei.

P/ adquirir estabilidade é preciso preencher os requisitos:prazo – 3 anos eficiencia – aprovação por uma avaliação especial de desempenhoOs 2 requisitos são cumulativos!

O STF vem entendendo que, nessas situações, se o sujeito cumpre os 3 anos e a avaliação não é feita, o indivíduo adquire a estabilidade do mesmo jeito. Ocorre a avaliação tácita (presume-se a aprovação). Prq senao a Adm só daria estabilidade p/ quem ela quisesse.

A CF diz que servidor estavel pode perder o cargo por meio de: art. 41, §1ºa) avaliação periodica de desempenho. Esta ocorre depois de já adquirida a estabilidade, para que o servidor mantenha a estabilidade.b) processo administrativoc) sentença judicial TRANSITADA EM JULGADOd) por motivo de corte de gastos (art. 169, CF)

Ultrapassado o limite de gasto com pessoal (169, CF): a primeira medida é reduzir em pelo menos 20% os cargos em comissão e funções de

confiança; se não resolveu, a segunda medida é a exoneração dos servidores não estáveis (ex. Os

servidores temporários, os servidores que ainda estão em estágio probatório etc). Se nada disso resolveu, aí sim a CF permite a exoneração de servidores estáveis.

Obs. Se o servidor estável foi exonerado por corte de gastos, o seu cargo tem que ser extinto. E só pode ser criado cargo igual ou similar 4 anos depois. Além disso, esse servidor publico tem direito a uma indenização no valor de 1 mês de remuneração dele p/ cada ano de serviço prestado.

Obs. Exoneração é diferente de demissão:Tanto a exoneração quanto a demissão são hipoteses de perda do cargo. A diferença é a finalidade. A exoneração não tem carater de penalidade, já a demissão tem carater punitivo.

Obs. Vitaliciedade: Só perde o cargo por sentença judicial transitada em julgado. Então é muto mais garantia do que a estabilidade. São vitalicios os membros da magistratura, do MP, e os conselheiros e ministros do Tribunal de Contas. P/ aqueles aprovados mediante concurso, adquirem a vitaliciedade após 2 anos no cargo. Já se nomeados, então adquirem a vitaliciedade imediatamente, com a nomeação!

Obs. Estágio probatório: evolução constitucional acerca do tema: CF/88: dizia que a estabilidade era adquirida após 2 anos de efetivo exercicio no cargo. A CF nunca tratou de estágio probatório, isso está tratado em lei.Daí os estatutos, inclusive a lei 8112 estabeleceu que esse periodo seria chamado de estágio probatório.A EC 19/98: alterou p/ 3 anos de efetivo exercicio o tempo p/ adquirir a estabilidade. Só que a lei não foi alterada quanto ao estágio probatório, que continua sendo de 24 meses.Por isso a doutrina se dividiu:a) a primeira entende que o estágio probatório é de 24 meses, e depois vem um periodo de 12 meses ainda p/ adquirir a estabilidade, mas que não se trata mais de estágio probatório. É minoritária.b) a segunda corrente é a majoritária, amprada pelo STF e STJ, e entende que o prazo de estágio probatório necessariamente acompanha o prazo da estabilidade. Por isso hoje o estágio probatório é de 3 anos!Obs. Mas se disser “de acordo com a lei 8112...”, então marcar 24 meses, pois a lei ainda diz isso.

A partir de agora estudaremos a lei 8112 mesmo! Então só vale p/ o ingresso no serviço público no ambito da União:

Requisitos p/ ingresso no serviço público: ser brasileiro (leia-se nato ou naturalizado, pois só a CF pode fazer diferença entre eles).

Exceção: nos casos previstos em lei, os estrangeiros também podem ingressar no serviço público. Esses casos são:p/ trabalhar em universidades públicasp/ trabalhar nas instituições de pesquisasEm ambos os casos trabalharão como cientistas, tecnicos ou professores.

Ter ao menos 18 anos de idade ter quitação militar e eleitoral

estar em gozo dos direitos politicos nivel de escolaridade exigido p/ o cargo aptidão física e mental p/ o exercicio do cargo

Obs. Psicotecnico é permitido, desde que haja previsão em lei, e desde que o edital traga critérios objetivos de escolha.Obs. Pode-se excluir determinados deficientes fisicos do exercicio de alguns cargos? Sim, desde que a deficiencia impeça o exercicio da função. Ex. Tatraplégico não pode ser bombeiro. Da mesma forma pode a Adm limitar em razão do sexo, altura etc, desde que a restrição estabelecida seja compativel com o exercicio da função do cargo.Sumula 683 do STF O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art.7º, XXX, da CF, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido.Ex. concurso da secretaria de segurança do RJ, p/ agente de segurança de presidio feminino. No edital dizia que p/ ser agente penitenciário de presidio feminino tem que ser mulher. Essa restrição é permitida sim, pois há interesse público que seja assim.

Outro concurso estabeleceu em seu edital que só poderia prestar concurso p/ policial militar homens com no minimo 1,70 de altura. O sujeito passou nesse concurso p/ exercer função de médico, mas não tinha 1,70. Ele poderá ingressar no cargo? SIM! Pois p/ exercer a função de medico não é razoável exigir altura minima.

Obs. A lei diz que, para os portadores de deficiencia, cuja deficiencia não impeça o exercicio da função, serão reservadas ATÉ 20% das vagas do concurso. O edital é que trará o percentual. Mas STJ e um decreto federal estabelecem que será no minimo 5% das vagas.

Depois que o sujeito cumpre os requisitos ele irá prover o cargo (ou seja, ocupá-lo). O provimento é dividido, de cordo com a lei e a doutrina, em:a) originário: é o ingresso na CARREIRA. No ambito federal o provimento originário se dá com a nomeação.Mas embora o provimento se de com a nomeação, a investidura no cargo se dá com a posse.Então só com a posse ele vira servidor.Da nomeação o sujeito terá no máximo 30 dias p/ tomar posse do cargo.

A posse pode se dar por procuração, desde que especifica.

Depois o sujeito terá no maximo 15 dias p/ entrar em exercicio, sob pena de exoneração.

Obs. E se o sujeito foi nomeado e não tomou posse, ele pode ser exonerado? Não! Prq ele ainda não é servidor, ainda não foi investido no cargo. É por isso que se ele não tomar posse em 30 dias o ato de nomeação do servidor fica sem efeito.

b) derivado: deriva da existencia de um provimento originário anterior. Não existe provimento derivado entre carreiras. P/ sair de uma carreira p/ outra só através de concurso. Sumula 685 do STF É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se sem pr´via aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido.

Espécies:

I) provimento derivado vertical: é a promoção. Ex. Você passou no concurso de tecnico do TRT 3ª classe. Depois você vira 2ª classe, e assim vai até a classe especial. Só que você não pode ser promovido a analista, pois isso depende de concurso público. Antes isso era permitido, e se chamava ascenção. Mas isso não pode mais (sair do nivel mais alto de uma carreira p/ o mais baixo

da carreira de nivel subsequente), pois é inconstitucional.

A promoção é feita por antiguidade e merecimento, alternadamente. E depende de cargo vago.

Promoção é diferente de progressão funcional. A progressão é alteração de padrão remuneratório.

II) Provimento derivado horizontal: readaptação.Ocorre sempre que um servidor sofre uma limitação na capacidade fisica ou mantal, e por isso não tem mais como exercer a função que antes exercia, então será readaptado em uma função compativel com sua limitação. Ex. Era atendente, ficou surdo, torna-se digitador.O servidor readaptado não pode sofrer alteração remuneratória. Ele tem a garantia de equivalencia de remuneração.Alem disso, a readaptação não depende de cargo vago. Se não houver cargo vago, ele exercerá o cargo como excedente. Ele não ficará em disponibilidade não, mas sim exercer o cargo como excedente. Mas se não tiver cargo compativel com suas limitações na sua carreira, aí, então, esse servidor será aposentado por invalidez.Mas se há o cargo compativel na carreira mas não está vago, o sujeito tem direito a ser readaptado, sendo que exercerá a função como excedente.

III) provimento derivado por reingresso: são todas as outras:a) reversão – que é a volta ao serviço público do servidor aposentado;A reversão na aposentadoria por invalidez é o exemplo clássico (cessando a invalidez, necessariamente ele reverte ao cargo). Já no caso dos servidores aposentados voluntariamente, embora prevista (é chamada de reversão no interesse da Administração) há certa divergencia. De acordo com a lei, p/ haver reversão de servidor aposentado voluntariamente é necessário:art. 25, lei 8112/90:

1. que haja interesse da administração2. que tenha solicitado a reversão3. que a aposentadoria tenha sido voluntária4. que fosse servidor estável5. que tenha se aposentado nos ultimos 5 anos6. que haja cargo vago

Mas a doutrina majoritária vem entendendo que a reversão do aposentado voluntariamente é inconstitucional. O STF já disse diversas vezes que a aposentadoria voluntária quebra o vinculo com a Adm. Então seria necessário provimento originário, ou seja, por concurso público.

Reintegração, recondução e aproveitamento são formas de provimento derivado exclusivas de servidor público estável.

b) reintegração: ocorre quando há anulação do ato de demissão.Além de ser reintegrado, ele tem direito a ser indenizado por tudo aquilo que não ganhou em virtude da demissão ilegal.Obs. Joao ocupa o cargo A. Foi demitido. Depois, anulada a demissão, seja por decisão adm seja por decisão judicial, joao deve ser reintegrado p/ o cargo A. Mas se Paulo estiver ocupando esse cargo, o que acontece? Joao é reintegrado, e Paulo será reconduzido para o seu cargo de origem, sem direito à indenização (cargo B). Mas e se no cargo de Paulo já estiver Maria? Nesse caso, como não é possível a recondução, Paulo será aproveitado em um cargo compativel com o dele. E se não há cargo compativel, Paulo fica em disponibilidade.

c) recondução: é a volta do servidor público ao cargo anterior, que ele ocupava antes, sem direito a indenização. Ocorre em 2 hipoteses:

1. quando há a reintegração do anterior ocupante do cargo;2. quando há inaptidão no estágio probatório de um outro cargo (ex. Rapaz, como analista de

tribunal você dá um bom técnico!) também nesse caso não há indenização.

d) aproveitamento: é a volta ao cargo público do servidor que estava em disponibilidade. A CF estabelece que se o servidor for estável e seu cargo for extinto ou declarado desnecessário, esse servidor ficará em disponibilidade. Ele não pode perder o vinculo com a Adm, senao seria uma forma transversa de a Adm burlar a estabilidade. Esse servidor será remunerado proporcionalmente ao tempo de serviço.Não tem prazo, mas esse servidor tem 1 garantia: surgindo um cargo vago semelhante ao dele, ele tem que ser necessariamente aproveitado.Trata-se de aproveitamento obrigatório, tanto p/ a Adm quanto p/ o servidor.

VACANCIASão 7 hipoteses:a) falecimentob) promoção/ readaptação: já aprendemos como forma de provimento, mas agora estamos aprendendo como forma de vacancia. O raciocinio é o seguinte: se ele foi readaptado na função de digitador, ele está VAGANDO o cargo de atendente; se ele foi promovido à 2ª classe da carreira, ele está VAGANDO o cargo na 1ª classe.Tanto na promoção quanto na readaptação, ao mesmo tempo, num único ato, vai haver o provimento de um cargo e a vacancia de outro. São as únicas hipoteses que isso acontece em um único ato!c) aposentadoriad) exoneraçãoe) demissãoA demissão tem carater punitivo, a exoneração não!f) posse em cargo inacumulável. Gera vacancia em relação ao 1º cargo. Pois a CF, como regra geral, veda a acumulação de cargos (art37, XVII e XVII).Art. 37, XVI, CF. É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos...Art. 37, XVII, CF. A proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias e sociedades controladas, direta ou indiretamente pelo Poder Público.

É vedada a acumulação: de cargos e empregossejam da U/ E/ DF/ Mseja da Adm direta ou indireta.

E o STF diz ainda que abrange também os temporários. (não pode acumular nem cargo, nem emprego, nem serviço público temporário).

Exceções:art. 37, XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:a) a de 2 cargos de professor;b) a de um cargo de professor com outro tecnico ou cientifico;c) a de 2 cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas.

Então a CF traz 6 exceções:1) 2 cargos de professor;2) 2 cargos de profissional de saúde com profissão regulamentada (então não é só medico. A CF dizia medico mas foi alterada). 3) 1 cargo tecnico ou cientifico (nivel superior ou cargo tecnico que exija um conhecimento tecnico especializado. Ex. Tecnico em contabilidade pode. Mas tecnico do TRT não, pois este cargo só exige nivel medio, não exige uma conhecimento especifico) + 1 de professor 4) 1 cargo efetivo + 1 cargo de vereador5) juiz + professor ou promotor de justiça + professor (mas acaba sendo redundancia, pois se encaixam na hipotese 3: 1 cargo cientifico + 1 de professor)

Mesmo assim, só será licita a acumulação, tem que demonstrar ainda a compatibilidade de horários.

Além disso, a acumulação tem que respeitar o teto remuneratório do art. 37, XI da CF. Ninguém, no serviço publico, pode ganhar mais do que o ministro do STF. Então a soma dos cargos acumulados não pode ultrapassar o que ganha um ministro do STF. Ex. Juiz ganhando 23 mil + salario de professor de 10.000 = 28.000! Prq é o que ganha um ministro do STF. Não pode ultrapassar.

Descobrindo a acumulação ilicita, o Estado vai oferecer à pessoa o prazo de 10 dias p/ que faça a opção por 1 dos cargos. Se a pessoa fizer a opção nesse prazo considera-se que o sujeito estava de boa-fé e que está se exonerando de 1 dos cargos. Mas se não fizar a opção a Adm inicia um processo adm sumário (não segue o PAD, mas sim um processo simplificado) p/ aplicar a penalidade p/ esse sujeito.A instauração desse processo sumário se inicia pela designação da comissão. A comissão é composta por 2 servidores estáveis. Depois de instaurado e juntada a prova, que é documental, o sujeito terá prazo de defesa de 5 dias. Se até o ultimo dia do prazo de defesa o sujeito faz a opção, presume-se a boa-fé!!! Se não fizer essa opção, vai a julgamento. Se, na decisão adm for declarada a acumulação de cargos o sujeito será DEMITIDO DE TODOS OS CARGOS que ocupava!

Questão: o servidor público aposentado pode acumular sua aposentadoria com a remuneração de cargo efetivo?Como regra não! Mas há 3 exceções: 1 – se os cargos forem acumuláveis na atividade;2 – se for um cargo em comissão (aposentadoria + cargo em comissão)3 – se for um cargo eletivo (e aí não vai ser só p/ vereador)Com relação ao teto remuneratório, segue a mesma regra (37, XI, CF) – aposentadoria + cargo eletivo.

Redistribuição & RemoçãoSão casos de deslocamento do servidor. Não há, a principio, nem vacancia, nem provimento, nada disso.As provas tentam confundir um instituto com o outro.

Remoção do servidor:é o deslocamento do servidor dentro do mesmo quadro de pessoal, dentro do mesmo quadro de carreira.Ex. Era procurador da fazenda em goiania, vou p/ salvador.Ex. eu era oficial da justiça federal na 1ª vara de Salvador, e vou p/ a 2ª vara de Salvador. (nem sempre o deslocamento gerará também deslocamento de sede. O deslocamento é funcional, não necessariamente será um deslocamento fisico). Por isso a lei diz que pode ser com ou sem mudança de sede.

Essa remoção pode ser feita:a) de oficio: feita no interesse da Administração.b) a pedido: é concedida a critério da Administração. Não por interesse dela, mas ela avalia se concederá ou não, a seu critério.Então a remoção é, portanto, em regra, um ato discricionário!Existem apenas 3 exceções:1. deslocamento do conjuge ou companheiro no interesse da Adm p/ uma outra localidade. Se o conjuge/companheiro pedir tem direito a ser removido.O STJ exige co-habitação. Se já moravam em cidades diferentes e se casam depois não será um direito deles essa remoção não. Nem se, já casados, 1 deles passa em concurso p/ outro Estado. Não será um direito.

Então o servidor federal terá esse direito (afinal, estamos tratando aqui da lei 8112), se seu conjuge for removido pela adm federal, estadual, distrital ou municipal.

2. motivo de saúde comprovado por Junta médica. Motivo de saúde do servidor, de conjuge/companheiro, ou de dependente economico.

3. concurso de remoção: quando se ingressa na carreira ingressa-se “por baixo”. Quando surgem vagas, as mais antigas tem direito a ir. A Adm não é obrigada a fazer concurso de remoção, ela pode lotar seus servidores como ela bem entender. MAS, se a Adm fizer concurso de remoção ele não pode ser negado. Ela terá que respeitar os critérios desse concurso (ex. Antiguidade).

Redistribuição:Enquanto a remoção é o deslocamento do servidor, a redistribuição é o deslocamento do CARGO público, ocupado ou vago, de uma carreira PARA OUTRA, de um órgão PARA OUTRO, e até entre uma entidade e outra (ex. Dá adm direta p/ a indireta). Aliás, essa é outra diferença em relação à remoção! Mas tem que ser sempre dentro de um mesmo Poder (ex. Dentro do Poder Judiciário; ou dentro do Executivo).Ex. criados 1000 cargos no executivo distribuem-se esses cargos entre os diversos ministérios (d educação, da cultura, da Fazenda, do Planejamento etc). Aí depois vem uma lei dizendo que o planejamento fiscal não será mais feito pelo ministério da Fazenda, mas sim pelo ministério do planejamento. Só que eu tenho exatamente 100 cargos que faziam esse trabalho lá no ministério da fazenda. Então eu redistribuo esses cargos p/ o ministério do planejamento. Se esses cargos já estavam ocupados os servidores vão junto com os cargos. Se não, vão os cargos vagos.Um exemplo real que tivemos foi a criação da Super Receita. Antes a União cobrava os impostos federais e o INSS cobrava as contribuições previdenciárias. Em 1997 a União passou a cobrar tudo junto, e o INSS não cobra mais nada. Até então, existia no INSS o cargo de auditor previdenciário, cuja única função era cobrar as contribuições previdenciárias. Portanto, esses cargos foram redistribuidos para a Uniao (receita federal).

O cargo público não pode pedir p/ ser redistribuido, pois é inanimado, obvio! Então a redistribuição é sempre feito de oficio!

Questão: A remoção sempre tem como pressuposto o interesse público, na redistribuição o interesse público é modalidade. Certo ou errado? ERRADO, pois é o contrário.

Remuneração (ou vencimentos): A remuneração abarca o vencimento básico do cargo acrescido de todas as vantagens pecuniárias permanentes (são só as permanentes, então hora extra não entra, por ex).

Obs. Vencimentos: no plural é sinonimo de remuneração, e não de vencimento.

A remuneração é irredutível! Então o total dos vencimentos não pode ser reduzido. E essa irredutibilidade é nominal, e não real, disse o STF. P/ manter o poder de compra tem-se o direito ao reajuste anual da remuneração do servidor.Art. 37, X, CF A remuneração dos servidores publicos e o subsídio de que trata o §4º do art.39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de indices.

Antes a lei 8112 dizia que o vencimento basico do servidor não podia ser inferior a 1 salario minimo. Hoje, a lei e a sumula vinculante 16 dizem que pode sim, desde que a remuneração não seja.Sumula vinculante 16. Os artigos 7º, IV e 39, §3º (redação da EC 19/98) da CF referem-se ao total da remuneração percebida pelo servidor público.Entretanto essa remuneração que estabelece um vencimento básico muito abaixo do total da remuneração, isso não é muito democrático, pois o cidadão, que é quem paga no final as contas, é ludibriado. Quebra-se a transparencia da fazenda pública. Por isso, a EC 19/98 criou uma outra forma de pagamento: o subsidio. Alguns servidores irão receber por meio de subsidio, que é o pagamento feito através de parcela única (não permite acrescimos: adicionais, gratificações etc).

Alguns servidores recebem remuneração, alguns recebem subsidio. A Adm pode, facultativamente, implantar subsidio p/ qualquer carreira. MAS p/ algumas o subsidio é obrigatório. Quais são essas carreiras? (está espalhado na CF): p/ os agentes politicos (detentores de mandato eletivo, secretários e ministros de Estado, magistrados e membros do MP), p/ os membros do MP, p/ os membros da Defensoria/ Advocacia Pública, e p/ os membros da segurança pública.

Auditor fiscal hoje recebe subsidio, prq a Adm implantou facultativamente. Mas a CF não exigiu isso, e sim facultou.

Pode haver desconto na remuneração do servidor?? Como regra não! (mas há tantas exceções que até se esquece a regra...)Exceções:a pp lei 8112/90, nos arts. 45 a 47, diz que é possível nas seguintes hipoteses:a) imposição legal (ex. Impostos, contribuições etc)b) decisão judicial (ex. Pensão alimentícia)c) consignação em folha de emprestimos, desde que haja interesse da Administração (ex. A Adm fez um prévio convenio com a financeira) e autorização do particular. Existe um entendimento em decreto ue estabelece que o máximo que se pode consignar em folha é 30%. Senao afeta o carater alimentar da remuneração.d) Por motivos de ressarcimento ao erário. A lei concede 30 dias p/ o pagamento da divida com o erário. Mas se não conseguir pagar de uma vez só pode-se parcelar essa divida e fazer esse desconto em folha, desde que a parcela não seja inferior a 10% da remuneração do sujeito. O máximo, por interpretação analogica com o decreto, entende-se que é 30%.Se o sujeito, que estava pagando em dia, sair do serviço público por qualquer motivo, ele terá 60 dias p/ quitar o restante do débito de uma vez só, senao o debito será inscrito em divida ativa e cobrado por meio de execução fiscal.

VANTAGENS (não permanentes, senao seriam parte da remuneração):Há basicamente 3 espécies:

a) indenizações: não são acrescimos patrimoniais. Tem carater de devolução, de ressarcimento, de indenização mesmo. Por isso não incide imposto de renda. Da mesma forma: o sujeito que recebe subsidio pode receber qualquer indenização. Da mesma forma não é computada p/ fins de teto remuneratório (art. 37, XI, CF). Então posso receber 35000 reais em um mês no serviço público, em cargo de mandato eletivo (ou seja, pago por subsidio), se 10 mil, por ex, forem por diárias e ajuda de custo. E não incidirá imposto de renda sobre esses 10.000 reais.

Obs. As 4 espécies indenizatórias trazidas pela lei 8112 (diárias, ajuda de custo, transporte e auxilio moradia) são apenas exemplificativas. As leis das diversas carreiras podem trazer outras. Ex. Auxilio livro, auxilio paletó etc.

Ex. Um oficial de justiça tem que pegar seu carro para ir entregar os mandados judiciais. Ele tem que receber uma indenização de transporte, pois ele está gastando o seu combustivel etc p/ prestar o serviço p/ a Adm.

1. Diárias: são pagas em virtude de um deslocamento da sede temporário. É p/ custear alimentação, transporte urbano e hospedagem. O servidor receberá as passagens mais as diárias. As diárias não incluem as passagens. O valor é presumido, pré-estabelecido; o servidor não tem que trazer nota fiscal p/ comprovar os seus gastos. Se gastar menos fica com o troco, se gastar mais ele é quem arcará com o restante. Ex. 3 dias = 3 diárias.

Duas regras: 1 – pelo menos na teoria, a diária deve ser paga antes do deslocamento do servidor;2 – e se ele não se desloca por qualquer motivo, ou se desloca por menos tempo, terá 5 dias p/ devolver a diária ou o excesso delas.

Há 2 situações em que a lei estabalece o pagamento de apenas meia diária:1. se ele se desloca sem pernoite (já que não gastará com hospedagem);2. se ela custear todas as despesas com que ele gastaria a diária. Ex. Você vai p/ curso de formação e o hotel, alimentação e transporte lá são pagos pela Adm. Ainda assim ela terá que pagar meia diária.

2. ajuda de custo: é paga sempre que o servidor público se desloca de forma permanente. É para ajudar o servidor na mudança (ex. Em caso de remoção de oficio). É paga uma só vez. Não é para pagar a udança em si, mas outros gastos conexos com essa mudança. Pois a lei diz que a Adm arcará com a mudança em si mais uma ajuda de custo (ex. P/ pagar hotel nos primeiros dias etc). O valor da ajuda de custo varia: pode ser de até 3 vezes o valor da remuneração do servidor. A lei não define o valor minimo.

Se o servidor não aparecer na nova sede ele tem que devolver a ajuda de custo, ainda que não apareça por motivo licito.

O valor da ajuda de custo também é presumido. Os gastos não precisam ser comprovados.

Art. 53, §2º, lei 8112: paga a mudança da família do de cujus + ajuda de custo se pedir até 1 ano após a morte do servidor (ainda que ele morra anos depois de ter se mudado).

3. Transporte: está regulamentada em lei especifica. O transporte é indenização paga ao servidor que utiliza veiculo próprio na prestação do serviço público. Ex. Oficial de justiça.

4. auxilio-moradia: Essa foi incluida por alteração mais recente. Então é mais possível de cair em prova nessa parte da matéria.

A lei diz que só quem recebe é o servidor deslocado p/ outra sede p/ exercer cargo em comissão.

(macete: quanto mais você ganha, mais você ganha).É pago só p/ cargos em comissão de DAS 4 em diante (DAS é a sigla referente a cargo em

comissão).O valor maximo é de 25% da remuneração do cargo em comissão. Diferente das outras

indenizações, o valor do auxilio moradia não é presumido. Ele tem ue comprovar e receberá o valor que gastou no mês seguinte. Então aqui a indenização é realmente paga depois. Pode ser p/ pagar hotel, apart-hotel, apartamento etc.

Art. 60-B, I, III e VII da lei 8112/90: Conceder-se-á auxilio-moradia ao servidor se atendidos os seguintes requisitos:I – não exista imovel funcional para o servidor;

III – o servidor ou seu conjuge ou companheiro não seja ou tenha sido proprietário, promitente comprador, cessionário ou promitente cessionário de imovel nno municipio aonde for exercer o cargo, incluida a hipotese de lote edificado sem averbação de construção, nos 12 meses que antecederem a sua nomeação.

VII – o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha residido no Municipio nos ultimos 12 meses aonde for exercer o cargo em comissão ou função de confiança, desconsiderando-se prazo inferior a 60 dias dentro desse período.

Então se o servidor morou na cidade nos ultimos 12 meses antes de ser deslocado não tem auxilio moradia, bem como e tiver imovel lá, bem como se a Adm disponibilizar imovel funcional.Também não faz jus ao auxilio moradia os servidores que se deslocaram antes de 30 de junho de 2006. O sujeito só tem direito a auxilio moradia por no maximo 8 anos, a cada 12 anos.

b) gratificações:

1. gratificação de função:

Obs. Todo cargo tem uma função. Não existe cargo sem função.Para essa função a lei prevê um pagamento.Exitem algumas funções que não podem ser preenchidas por qualquer pessoa, prq dependem da confiança do Adm. São as funções de direção, chefia e assessoramento. Por isso a forma de preencher essas funções são:a) função de confiança: então, embora não exista cargo sem função, existe função sem cargo: é a função de confiança. Então só pode ser preenchida por alguém que já tem um cargo. Se você já tinha um cargo, então já tinha também uma função. Por isso você terá uma gratificação pela função extra. É a gratificação de função.

b) cargo em comissão: a função do cargo em comissão é de confiança. Então sua função é de direção, chefia ou assessoramento. Agora tem-se um cargo público cuja função é de confiança. Pode ser exercido por quem não tenha ainda um cargo, ou por quem já tem um cargo efetivo. Neste segundo caso o servidor se afasta do cargo efetivo e passa a receber a remuneração do cargo em comissão apenas.Lei, de cada ente ou órgão, definirá um percentual que necessariamente será entregue a servidores de carreira (ou seja, que já tem cargo, servidor efetivo).Cargos em comissão são de livre exoneração e livre nomeação.Se você é servidor efetivo e é exonerado do cargo em comissão você volta p/ o cargo efetivo.

E quem tem cargo em comissão, pode cumular com outro cargo em comissão?? SIM, desde que interinamente (provisoriamente). Ex. Você é comissionado e substitui seu chefe no periodo em que ele sai de férias. Nesses casos acumula-se as funções mas recebe-se a remuneração apenas de um cargo.

2. gratificação natalina: corresponde ao 13º salario da CLT. O servidor recebe 1/12 da remuneração do mês de dezembro p/ cada mês de serviço prestado naquele ano. Tem que ser paga até o dia 20 de dezembro de cada ano.

Se o sujeito entrou no serviço público no dia 17 de outubro quanto ele recebe?Ele trabalhou 15 dias de outubro. E a lei diz que trabalhando 15 ou mais dias no mês, você conta como trabalhado o mês inteiro. Por isso ele receberá como gratificação natalina 3/12 da remuneração de dezembro (ref a out, nov e dez).

Obs. Na Adm federal eles costumam pagar metade da gratificação natalina em julho e a outra metade em dezembro, p/ desonerar um pouco os cofres públicos. Isso pode? Sim, o que não pode é passar do dia 20 de dezembro. Tem que pagar tudo até essa data.

Obs. Se o servidor ganhava 10.000 o ano inteiro e em dezemrbo seu salario sobe p/ 20.000, a gratificação natalina incide sobre os 20.000, pois é ½ da remuneração de dezembro por mês de serviço.Exceção: se o servidor for exonerado ou demitido, prq aí a gratificação natalina será paga com base na remuneração do mês em que ele foi exonerado.

3. gratificação por encargo de curso ou concurso: também é uma gratificação criada recentemente. É p/ o servidor que atua como instrutor de curso de formação, ou como banca examinadora, ou ainda o que atua na coordenação e aplicação de provas de concurso.

Obs. Se essa função já for da essencia do cargo ele não receberá essa gratificação. É só p/ servidores que tenham outra função e exerçam essa função eventualmente.Valor da gratificação por encargo de curso ou concurso:instrutor em curso de formação/ banca examinadora: no maximo 2,2% da remuneração-hora;aplicação/ coordenação de provas de concurso: no maximo 1,2% da remuneração-hora.

Sendo que o limite anual é no maximo 120 horas, prorrogavel por mais 120h.

c) adicionais: obs. Os percentuais são diferentes do direito do trabalho.

1. adicional de periculosidade (perigo de vida)/ penosidade (demasiado esforço)/ insalubridade(lesivas à saúde)

Os adicionais serão trazidos pela lei de cada carreira. A lei 8112 só diz que o servidor tem direito a esses adicionais.

A lei estabelece que periculosidade e insalubridade são inacumuláveis.

Além disso, a pp lei estabelece que a servidora lactante ou gestante não pode exercer essas atividades, e consequentemente não receberá nenhum desses 3 adicionais.Ela não é afastada do cargo, mas terá que exerce-lo sem passar por essas situações, e assim não receberá esses adicionais.

Obs. Servidor que opera raio-x (que é uma atividade insalubre) tem 2 regras diferenciadas:a) férias (que depois veremos)b) tem que se submeter a exame médico a cada seis meses p/ ver o nivel de radiação no sangue etc.

2. Adicional de hora-extra (adicional por serviço extraordinário): é o serviço prestado além da jornada normal de trabalho do servidor.

A jornada diária é de no minimo 6 e no maximo de 8 h diárias, e o maximo de 40 horas semanais (e não 44 horas semanais, como preve a CLT!) Mas quem define a jornada diária e semanal, respeitados esses limites, é a lei de cada carreira.Hora-extra é 1 e meio o valor da hora normal, ou seja, é um adicional de 50%. não é no minimo 50%, mas sim = 50%.Só pode prestar, no maximo, 2h de hora-extra diárias, mesmo assim tem carater excepcional, devidamente justificado.

3. Adicional noturno: hora noturna é a que vai das 22h até as 5h do dia seguinte. É de 25% do valor da hora normal. A hora noturna não tem 60 min, mas sim 52m30s.

Assim, quem trabalha de 22h-5h dá 8 horas noturnas (embora dê 7 horas normais). Então esse servidor, alem de receber o adicional tem o computo diferenciado da hora noturna, ele tem os 2 direitos.

Obs. Tudo aquilo que se estende à hora noturna é considerado hora noturna também, ainda que essa hora-extra já seja depois das 5h da manha. Recebe alem da hora extra também o adicional noturno.

Obs. Se você fizer hora extra depois das 22h você recebe além do adicional de hora extra, também o da hora noturna.

Os adicionais de hora extra e noturno incidem assim: o valor da hora extra entra no calculo do adicional noturno. Então primeiro incide a hora extra, depois o adicional noturno sobre o valor já majorado pela hora extra.

4. Adicional de férias: é pago no valor de 1/3 da remuneração do mês das férias, e tem que ser pago até 2 dias antes das férias.

Obs. As férias podem ser divididas em até 3 parcelas. Se isso ocorrer, o sujeito terá também parcelado o seu adicional? Não! Tem que ser pago integralmente antes do 1º periodo das férias.

Obs. As leis de cada órgão/ carreira podem trazer outros adicionais, indenizações ou gratificações. A lei 8112 só traz os direitos minimos dos servidores federais.

Férias:O servidor público tem direito a 30 dias de férias por ano. Para usufruir o 1º periodo ele deve ter 12 meses de exercicio.

Questão: um servidor entrou em 30/05/09. Então ele tem férias a partir de 30/05/10. E depois ele sempre terá 1 novo periodo de férias a partir de 1º de jan de 2011.É que é diferente do direito do trabalho. Na 1ª vez que for tirar férias o servidor precisará ter 12 meses de serviço. Depois, o direito às segundas férias e assim por diante nasce sempre com a virada do ano.

Pode acumular? SIM! A lei diz, no interesse da Administração, devidamente justificado, as férias do servidor público podem ser acumuladas até 2 periodos no maximo. E não paga nada a mais por isso não (é diferente do d do trabalho), simplesmente acumula.

É também possível parcelar as férias em até 3 periodos (o servidor pedindo e a Adm aceitando).

Mas como já vimos as férias devem ser pagas integralmente antes da 1ª parcela.

A interrupção das férias também é possível. São hipoteses previstas na pp lei 8112: por motivo de calamidade pública; por motivo de comoção interna; Juri; militar eleitoral necessidade do serviço determinada pela autoridade máxima do órgão.

Nessas situações a lei diz que o servidor só pode ter as férias interrompidas 1 vez. O restante do periodo não poderá ser mais interrompido, ou seja, será gozado de uma vez só.

Exceção: servidor que opera com raio-x tem regra especial de férias. Terá direito a 20 dias de férias a cada 6 meses. Esses periodos não podem ser parcelados nem acumulados.

Outras ausencias legais do servidor, além das férias:licenças,afastamentos,concessões.

Licenças:primeiro estudaremos só as que são pagas pela Administração. As outras, pagas pela previdencia (ex. Licença gestante) vamos estudar ao tratarmos da seguridade social.Temos 7 tipos de licença pagas pela Administração:art. 81 e incisos lei 8112/90.

Duas regras importantes:1. Como regra, as licenças não remuneradas não contam como tempo de serviço. Mas se o

servidor continuar contribuindo mesmo assim contará como tempo p/ aposentadoria, mas não como tempo de serviço. (É que para aposentadoria o que importa hoje é o tempo de contribuição).

2. Se do termino de uma licença p/ o inicio de outra da mesma natureza não transcorrer 60 dias, a 2ª licença será considerada prorrogação da 1ª.

Macete: usaremos a sigla EP = quando a licença puder ser concedida no estágio probatório.

1 – licença por motivo de doença familiar (EP)Requisitos (que devem ser comprovados por laudo de junta médica oficial):a) que tem uma pessoa na família doente;b) que essa pessoa doente depende da assistencia direta do servidor;c) que o servidor não tem como conciliar a assitencia ao seu familiar e a prestação do serviço.

Duração: por até 60 dias com remuneração, incluindo as prorrogações. Ex pode ser concedida por 20 dias, depois prorrogado por mais 10. Os 30 dias serão remunerados.

Cada prorrogação depende da comprovação dos 3 requisitos acima.

Depois pode haver prorrogação por até 90 dias sem remuneração.

A lei estabelece que depois de concedida essa licença por doença familiar 12 meses após. Não importa se alega-se doença em pessoa da família diversa ou a mesma.Ainda que o servidor tenha usado só de 30 dias de licença. Ele não terá direito ao restante. Só 12

meses depois pode obter uma nova licença por doença familiar.

Obs. Se ele obteve 30 dias de licença familiar, e precisa de outra 1 mês depois ele pode pedir de novo a licença? Sim, pois o art.82 diz que como não decorreu 60 dias entre uma e outra a lei considera essa 2ª licença como prorrogação da 1ª.

2 – Licença or motivo de afastamento do conjuge (EP)Se o conjuge do servidor é deslocado a trabalho p/ qualquer ponto do territorio nacional ou do exterior esse servidor pode requerer o afastamento p/ acompanhar seu conjuge. Essa licença não tem prazo, mas por outro lado é sem remuneração.Da leitura da lei tem-se uma interpretação que não tem sido a do STJ. Da leitura da lei enxerga-se essa licença como um ato discricionário, ou seja, o servidor pede e a Adm vai analisar se concede ou não essa licença. Mas o STJ , desde o final de 2010, proferiu julgado dizendo que o servidor, comprovando essa situação, terá DIREITO a essa licença; então p/ STJ trata-se de ato vinculado.

Na situação do conjuge do servidor ser também servidor público, nesse caso o servidor, além da licença também terá DIREITO a uma lotação provisória em um orgao da Adm pública federal no local em que seu conjuge vai ficar, desde que para atividade compativel com o seu cargo.

3 – licença para o exercicio de atividade politica (EP)Não é o servidor que é eleito aqui. É o servidor que quer se candidatar.A lei diz que da escolha em convenção partidária até a véspera do registro da candidatura a licença é sem remuneração. Do registro da candidatura na Justiça Eleitoral até 10 dias após as eleições a licença é com remuneração, mas não pode ultrapassar 3 meses (esse limite é só para a licença remunerada). Então ainda que esse periodo dure mais que 3 meses esse servidor só pode receber até 3 meses de licença remunerada.Essa é uma regra aplicada aos servidores que possam se candidatar na lei 8112. não podem se candidatar:os servidores que tem cargo em comissão;os servidores que exercem cargo de fiscalização.Esses servidores tem que se afastar de seus cargos primeiro para se tornarem elegiveis.

Fora esses, os outros servidores da lei 8112 (então aqui não se inclui juizes etc) podem se candidatar e podem ou não tirar licença. A licença é uma faculdade.

Nessas 3 primeiras licenças estudadas, se tiradas durante o estágio probatório esse tempo não será contado para fins de estágio probatório. Ex. Ficou 60 dias de licença familiar. Então o estágio probatório ficou suspenso nesses 60 dias. Pois não há como avaliar esse servidor enquanto está de licença.

4 – licença para o serviço militar (EP)

Mas aqui a lei diz expressamente que essa licença não suspende o estágio probatório. Conta normalmente o tempo de estágio probatório, como se o servidor não tivesse tirado licença. Essa é uma diferença em relação às outras 3 estudadas até agora.

A lei não fala nada mais sobre essa licença. Toda a remuneração prazo etc está definido em lei especifica, que não é cobrada em concurso.

A única outra coisa que preciso saber é que terminado o serviço militar o servidor terá até 30 dias p/ retornar ao serviço público, sendo esses 30 dias não remunerados. Esses 30 dias não é licença p/

serviço militar. É apenas uma licença extra, de 30 dias após a licença p/ o serviço militar, não remunerada, p/ que volte ao serviço, sem ser considerado falta ao serviço. Mas se o servidor quiser voltar no dia seguinte e ser remunerado não tem problema.

As próximas 3 licenças não podem ser concedidas no estágio probatório:

5 - licença-capacitaçãoVeio substituir a licença-premio mas é muito menos generosa. A cada 5 anos de serviço o servidor tem até 3 meses de licença para fazer curso de capacitação profissional no interesse da Administração (portanto é discricionária).Se o curso dura 1 mês a licença dura 1 mês. Se o curso dura 1 ano a licença dura 3 meses. E se o curso dura 1 mês você tem direito a fazer outro curso? Não, você tem direito a fazer 1 curso de até 3 meses a cada 5 anos.Mesmo assim você só poderá tirar essa licença no interesse da Administração. Não é direito do servidor. A Adm verá se tem interesse que você faça o curso.

O curso pode ou não ser pago pela Administração.

Não se acumulam periodos. Você não pode esperar 10 anos p/ fazer 1 curso de 6 meses (acumulando 2 licenças-capacitação). Não pode.

Obs. Um servidor do TRF, 1 ano depois de trabalhar lá, passa em um concurso do TRE. Então, lá, 4 anos depois, pede 1 licença-capacitação alegando ter 5 anos no serviço público federal. Tem direito?? Sim! Não precisa ser 5 anos no mesmo órgão. Basta ter 5 anos sob o regime da lei 8112.

Um amigo dele era tecnico do TRE por 4 anos. Aí vai p/ o TRF e 1 ano depois pede a licença-capacitação. Tem direito? Não! Por que? Prq a licença-capacitação não pode ser concedida durante o periodo de estágio probatório. Só depois que ele acabar o estágio probatorio ele poderá gozar da licença-capacitação. O periodo de estágio probatório conta como tempo para a licença-capacitação, ela só não pode ser gozada durante o estágio.

6 – licença por motivo de interesse particular:Trata-se de licença imotivada.Não é preciso expor os motivos p/ pedir essa licença, basta dizer que é por razoes de interesse pessoal.Essa licença é discricionária, a Adm concede se entender que tem interesse publico. Além disso é precária, pois mesmo depois de concedida pode interromper a licença a hora que quiser. Ex concedeu por 2 anos, mas, justificando interrompo 6 meses depois. Não há qualquer indenização.

A lei permite que seja concedida por até 3 anos, improrrogável, ainda que dentro desse prazo de 3 anos!

Essa licença não é remunerada.

Hoje tem sido muito comum atos gerais (ex. Portaria) impedindo licenças não remuneradas discricionárias. Isso é possível sim, desde que haja uma situação de interesse público que justifique isso, como uma necessidade premente em razão do serviço).

7 – licença para exercicio de mandato classista:Ex. dirigente de cooperativa de servidor, dirigente de sindicato etc.A licença não é remunerada e dura no maximo o tempo do mandato.Em caso de reeleição a licença pode ser prorrogada uma única vez.

A regra é que as licenças não remuneradas não contam como tempo de serviço. A exceção é essa aqui: a licença para o mandato classista conta como tempo de serviço para todos os efeitos (ex. promoção por antiguidade etc), menos p/ promoção por merecimento.

Concessões: o servidor não precisa ir ao serviço prq será considerado como efetivo exercicio.Podem ser:a) concessões gerais:I. pode se ausentar do serviço 1 dia p/ doar sangue (não tem limitação de 1 dia a cada 12 meses, como estabelece a CLT nao);II. 2 dias p/ se alistar como eleitor, ou fazer alteração de domicilio eleitoral etc.III. 8 dias p/ casamento (ou licença-gala) ou luto (ou licença-nojo).Obs. Licença-gala e licença-nojo são nomes dados por Hely Lopes Meirelles.Não são licenças na verdade, mas sim concessões, como estamos vendo aqui.Luto só de ascendente, descendente, irmão e conjuge ou companheiro.

b) concessões especiais: são apenas p/ determinados servidores, não é p/ qualquer um não.I. servidor estudante – tem direito a um horário especial p/ conciliar a prestação do serviço

com os estudos. Sua jornada de trabalho é a mesma, só que mediante compensação de horário adequa-se os horários.

II. Portadores de deficiencia – tem horário especial se a junta médica comprovar a necessidade, sem necessidade de compensação de horários (a jornada de trabalho pode até acabar sendo menor).

III. Servidor que tiver alguém na família que necessita de cuidado especial em razão de doença ou deficiencia. Terá horário especial, com compensação de horários.

Essa portanto é a primeira medida. Só se isso não resolver é que se dá aquela licença familiar que estudamos acima.

Afastamentos: Tradicionalmente, são situações nas quais o servidor se afasta do exercicio do cargo mas se mantem no interesse público (ou seja, exercendo alguma atividade de interesse público).Eu disse que isso é o entendimento tradicional, prq hoje há também algumas licenças em que isso ocorre (ex. Licença militar; ex licença-capacitação etc)

1. afastamento p/ o exercicio de mandato eletivo. (EP)Art. 38, CF e art. 94 da lei 8112. Portanto, esse afastamento é concedido não só p/ servidores federais, mas p/ qualquer servidor, de qualquer ente da federação.Pode ser concedido durante o estágio probatório.

Mandato eletivo providencia

Fed, est, DF afastamento

prefeito Afastamento + opção de remuneração

vereador Havendo compatibilidade de horários ele pode acumular os cargos.Se não houver compatibilidade → afastamento + opção de remuneração

Obs. O afastamento p/ exercicio de mandato eletivo conta como tempo de serviço, menos p/ fins de

promoção por merecimento (é o mesmo que falamos p/ mandato classista).

Obs. O afastamento p/ exercicio de mandato eletivo necessariamente ele continua contribuindo p/ o regime de previdencia do servidor. Aqui não há opção como havia nas licenças que estudamos. Por isso esse tempo contará como tempo p/ aposentadoria.

2. afastamento para servir a outro órgão:

a) nos casos previstos em lei especifica;b) nos casos em que for exercer cargo em comissão em outro órgão. Isso é chamado de cessão. O servidor foi cedido a outro órgão. De quem é o onus da cessão (quem remunerará esse servidor)? A lei 8112 traz só uma regra geral, pois o ato de cessão pode dispor em contrario. No silencio do ato de cessão a lei diz que o onus será do cedente (entidade que cedeu) se a União cede p/ órgão da união. Mas se a união cede o servidor p/ órgão de estado, DF ou municipio então o onus da cessão será do cessionário (quem recebeu o servidor).

Pode-se ceder servidor que ainda está em estágio probatório? Sim, desde que seja p/ exercer cargo em comissão de DAS 4 em diante (DAS 5 etc).Já dentro do seu órgão ele pode ser cedido p/ exercer cargo em comissão em qualquer nivel (DAS 1 etc).

Caso o servidor não esteja em estágio probatório aí ele pode até sair do seu órgão p/ exercer cargo em comissão de DAS1. A restrição é só se ele está em estágio probatório mesmo.

O tempo de afastamento conta p/ fins de estágio probatorio.

3. Afastamento para estudo ou missão no exteriorEsse afastamento é remunerado. A forma de remuneração virá definida em regulamento pp.O prazo maximo é de 4 anos. Então é até 4 anos! Quatro anos é o limite.Se ele for afastado p/ estudo ou missão no exterior, quando ele retornar, pelo mesmo tempo que ele ficou afastado ele não pode ser exonerado a pedido nem pode requerer licença por motivo particular. Salvo: Se ele ressarcir ao erário de todas as despesas que o erário teve com ele durante a licença.

Esse afastamento não suspende o tempo do estágio probatório.

Se o servidor for servir a um organismo internacional em que o Brasil participa ou coopera a lei diz que nesse caso o afastamento se dá sem remuneração (prq ele vai ser remunerado pelo pp organismo) e o tempo de estágio probatório fica suspenso.

4. afastamento para pós-graduação stricto sensu NO PAÍSEsse afastamento é novo e muito rico em detalhes. Não cai muito, mas quando cai é decoreba.Esse afastamento funciona como ultima medida. A preferencia da lei é que esse servidor faça compensação de horários p/ compatibilizar com o estudo. Ele só pode se afastar se não tiver como fazer a compatibilização dos horários.Ex. se a pós-graduação é em cidade diferente de onde ele presta serviço.

Pós graduação lato sensu ou especialização não vale.

Aqui só vale mestrado, doutorado e pós-doutorado.

Para estudo no exterior (terceiro afastamento que estudamos) podia mesmo que fosse uma especilização lato sensu. Não tem essa limitação.

Tem que comprovar que tem no minimo 3 anos no cargo, incluindo o periodo de estágio probatório, no caso de mestrado; e 4 anos no caso de doutorado ou pós-doutorado.

No caso de mestrado e doutorado terá ainda que provar que nos ultimos 2 anos não foi concedido p/ ele: licença-capacitação, licença p/ interesse particular, nem nenhum outro desse afastamento que estamos estudando agora, do art.96-A. Já p/ pós-doutorado tem que provar que não gozou, nos ultimos 4 anos, nem de licença particular nem da licença do art.96-A.

Pelo mesmo periodo de afastamento o servidor não pode sair do exercicio da função. Aqui não se veda só a exoneração não. Sequer poderá ser aposentado, tem que exercer o cargo!Só poderá sair se ressarcir o erário pelos gastos que este teve com o servidor.

Se o servidor voltar do afastamento sem o titulo (se não for aprovado) também terá que ressarcir o erário pelos gastos que o erário teve com ele durante o afastamento.

DO REGIME DISCIPLINAR DO SERVIDOR Lei 8112/90

art.116 – deveres do servidor (não cai tanto em prova)Quando cai, cai o inciso IV.A prova costuma dizer que: o servidor público deve SEMPRE obedecer as ordens do superior hierárquico. ERRADO!

Art. 117 CAI MUITO!Define as infrações que o servidor pratica.P/ cada infração dessas há sanções especificas e expressas na lei.O regime disciplinar é discricionário, mas essa discricionariedade é minima. Ex. Suspensão: até 90 dias. Aí o adm decide se suspenderá por 10 dias, por 20 dias etc.

Dos incisos I ao VIII – advertenciaDo IX ao XVI – demissãoXVII e XVIII – suspensãoXIX – advertencia

Obs. Os incisos IX e XI, além de gerar demissão, gera ainda proibição de retornar a cargo público federal (prestar novo concurso) por 5 anos.

Art. 132, lei 8112:traz apenas infrações punidas com demissão.Os incisos I, IV, VIII, X e XI: o servidor demitido por uma dessas infrações não volta mais.Obs. O STF ve entendendo, em julgados esparsos, que isso é inconstitucional, pois no Brasil não é possível pena de carater perpetuo. Se a questão trouxer a seguinte informação é verdadeira, mas se a prova não disser nada desconsiderar isso (é o que o prof chama de segredo), considerar que não

volta nunca mais, que é o que a lei diz.

Incisos IV, VIII, X e XI: nesses casos também pode ser decretado administrativamente a indisponibilidade dos bens do servidor até que este realize o completo ressarcimento aos cofres públicos.

Incisos II e III:II – abandono de cargo: ocorre toda vez que o servidor faltar o serviço público por + de 30 dias INTENCIONALMENTE.Obs. Se a prova disser 30 dias está errado.

III – inassiduidade habitual: se falta 60 dias interpolados, em um periodo de 12 meses, sem justificativa. Obs. Se a prova disser + de 60 dias é errado. É 60 dias interpolados. As provas tentam misturar com o abandono de cargo.

Penalidades

1) Demissão

A competencia p/ aplica-la é sempre o chefe do poder ao qual o servidor está vinculado.Servidor do executivo – é o Presidente da República quem demite.Servidor do Legislativo – é o Presidente da camara e do Senado quem demite.Servidor do Judiciário – é o Tribunal quem demite.Servidor do MP – quem demite é o PGR.

Lembre-se que estamos tratando apenas dos servidores federais.

Obs. Não há vedação à delegação dessa competencia. Ex. Há um decreto em que o Presidente da Rep fez essa delegação p/ seus ministros de Estado.

Prescrição: 5 anos!Obs. Na esfera adm o prazo de prescrição só começa a correr a partir do momento em que a Adm Pública toma conhecimento do fato! É sempre assim.Mas não precisa que o conhecimento do fato se dê pela autoridade competente p/ aplicar a pena não. Ex. desvio de verba feito por prefeito noticiado na impresa local. Nesse momento começa a correr a prescrição. Basta que a Adm pública, de forma inequivoca tenha tomado conhecimento do fato por qualquer dos seus agentes, ainda que não saiba a autoria!

2) Cassação de aposentadoria/ cassação de disponibilidadeSão aplicadas ao servidor aposentado ou em disponibilidade que tenha cometido no exercicio da função situação que gera demissão. Por isso aplica-se todas as regras da demissão.Ex. quando a Adm toma conhecimento do fato cometido pelo servidor ele já está aposentado (a Adm demorou a saber). Então gera a cassação da aposentadoria.

Segredo: Se a prova lhe disser: a cassação de aposentadoria e a cassação de disponibilidade se aplicam aos servidores nas mesmas hipoteses de demissão. Certo.Mas se a prova disser o segredo → o servidor público quando é posto em disponibilidade em razão de seu cargo ser extinto, se surgir um cargo semelhante ao dele ele é chamado p/ o trabalho. Se ele não aparecer será cassada a disponibilidade dele, e o ato de aproveitamento fica sem efeito. Então é

uma hipotese de disponibilidade que não é também uma hipotese de demissão.

3) SuspensãoO prazo maximo de suspensão é 90 dias! Então é até 90 dias (existe discricionariedade da Adm portanto). A lei só traz o prazo maximo. Esses dias de suspensão são cortados da remuneração.E a lei diz ainda que a critério da Adm a suspensão pode ser substituida por uma multa de 50% ao servidor. Obs. Não é até 50%, mas sim = 50%. Ou seja, ao inves de ir p/ casa e não receber nada pelos dias de suspensão, o servidor continuará trabalhando mas receberá só metade da remuneração por aqueles dias trabalhados.Mas isso é a critério, no interesse, da Administração.Primeiro se aplica a penalidade de suspensão, e depois se substitui pela multa.

A suspensão se aplica:1. Nas situações do art. 117, XVII e XVIII.2. E também se o sujeito pratica uma infração punivel com advertencia mais de uma vez (reincidencia em infração punivel com advertencia). Não precisa ser reincidente na mesma infração não. Isso é automático!!

Obs. Não confunda: a reincidencia em infração que gera suspensão não gera demissão automaticamente. Pode até gerar demissão, pois há algumas hipoteses de demissão que dependem de uma valoração do agente (ex. Insubordinação grave em serviço), mas não há uma conversão automática.Obs. Todo servidor público tem um assentamento individual (é uma pasta da vida funcional do servidor). Todas as penalidades que o servidor sofre são registradas aqui, dentre outras coisas.A lei traz o prazo de cancelamento de registro: ultrapassado esse prazo não permite mais que você considere aquilo p/ uma reincidencia futura por ex. É como se limpasse a ficha do servidor. Prazos:advertencia: 3 anossuspensão: 5 anosdemissão e cassação não tem prazo de cancelamento, afinal, o servidor já foi embora do serviço público.Reincidencia: Ex. Em 2005 o servidor sofreu advertencia, em 2009 cometeu outra infração sujeita a advertencia. Qual penalidade lhe será aplicada? Advertencia também, pois o registro da 1ª infração já havia sido cancelado, por isso não gerou reincidencia, e assim não causou a suspensão do servidor.

3. O ultimo caso de suspensão é quando o sujeito se recusa a ser submetido a uma inspeção médica quando isso lhe for solicitado. Ex. O servidor que opera raio-x tem que se submeter a inspeção médica de 6 em 6 meses.Aqui há 2 peculiariedades:a) o prazo maximo de suspensão é de 15 dias (e não de 90).b) a finalidade aqui é muito mais coercitiva do ue punitiva; por isso a lei diz que se a qualquer tempo depois de aplicada a penalidade o sujeito se submeter a inspeção médica cessa a penalidade de suspensão.

Prescrição da suspensão → 2 anos.Mas, como já vimos, os prazos p/ prescrição da aplicação de penalidades só começam a correr quando a administração toma conhecimento do fato.

Competencia: varia de acordo com o prazo de suspensão a ser aplicado:suspensão até 30 dias → o pp chefe da repartição pode aplicar a pena.

Suspensão por + de 30 dias (até 90, obvio!) → só quem pode aplicar é a autoridade imediatamente inferior àquela que aplica demissão.Ex. No executivo é o ministro de Estado quem suspende por + de 30 dias.

4) destituição de cargo em comissão e função de confiança:

No Brasil, não é possível aplicar nenhuma penalidade administrativa sem processo! Nunca se esqueça!Para destituir servidor de cargo em comissão ou função de confiança é preciso processo?? Claro que sim! Para exonerar é que não precisa, é livre, mas exoneração não é penalidade. Destituição é penalidade! Então p/ destituir depende de processo e de motivação, pois só será possível se o servidor cometer uma infração que geraria demissão ou suspensão.Então, servidor de cargo comissionado ou função de confiança não é suspenso. A reincidencia em infração que gera advertencia para ele já gera destituição!!

A destituição de cargo em comissão e de função de confiança não impede a aplicação da penalidade pelo cargo efetivo. Se ele for destituido da função de confiança ele será ainda suspenso do cargo efetivo. Ele também pode ser destituido da função de confiança ou do cargo em comissão e demitido no cargo efetivo. E isso pela mesma infração, não haverá bis in idem. Pois a função de confiança ou cargo em comissão não pode ser usada como escudo.

Competencia: da pp autoridade que nomeou.

Precrição: 5 anos, do momento em que a Adm toma conhecimento do fato.

5) AdvertenciaÉ uma infração leve.Por escrito.Gera consequencias p/ fins de promoção na carreira, pode também gerar suspensão futura se houver reincidencia.

Prescrição: 180 dias.

Competencia: do pp chefe da repartição.

PRESCRIÇÃO:Na lei 8112 temos uma regra que diz que se a infração adm ao mesmo tempo configurar uma infração penal, nesses casos utiliza-se na esfera administrativa o prazo da prescrição penal! O STJ analisando isso proferiu umas 3 decisões em 2011 dizendo que:se o sujeito comete infração adm que ao mesmo tempo seja infração penal, vai se utilizar o prazo de prescrição penal desde que essa infração esteja sendo apurada na esfera penal.

Critica: o STJ está criando uma nova exceção a independencia das instancias, não prevista em lei. Esta fazendo com que a propositura de uma ação penal faça surgir uma consequencia na esfera administrativa não prevista em lei.

RESPONSABILIDADE DO SERVIDOR:

Por uma única infração praticada um mesmo servidor pode sofrer 3 sanções:Ele pode ser punido na esfera penal;na esfera administrativa;e na esfera civil.

E a regra geral é que a decisão de uma esfera não interfere na outra. Portanto, a regra é a independencia das instancias.

Cuidado com a prova: se ela disser que as instancias são interdependentes uma da outra está errado. Elas são independentes uma da outra!Interdependente quer dizer justamente o contrário, quer dizer que depende uma da outra.

Exceção a independencia das instancias:se o sujeito for absolvido na esfera penal por inexistencia do fato ou por negativa de autoria. Ele necessariamente, nesse caso, será absolvido nas esferas civil e administrativa.Por ausencia de provas não interfere nas outras instancias não.

Se na esfera administrativa o servidor é demitido e depois na esfera penal ele é absolvido por inexistencia do fato, o que acontece? Nesse caso anula-se a demissão, o servidor será reintegrado e será ainda indenizado por tudo o ue deixou de ganhar em razão da demissão.

OBS>> O dever de ressarcir ao erário se estende aos herdeiros e sucessores do falecido nos limites da herança.OBS>> Lei que ainda está em vacatio, vai começar a viger em meados de maio de 2012. Ela é do fim de 2011. É a lei 12527/11: Essa lei estabelece que nenhum servidor poderá ser punido, nem penalmente, nem civilmente, nem administrativamente por denunciar suspeita que ele tenha de crime ou de ato de improbidade, mesmo que ele esteja denunciando o chefe dele. Então o chefe dele não pode puni-lo por denunciá-lo falsamente, se ele suspeitava.

PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR

obs. O servidor que está respondendo a PAD não pode nem ser exonerado a pedido nem ser aposentado voluntariamente.

Obs. A instauração do PAD INTERROMPE o prazo de prescrição (e não suspende!). O STJ diz que essa interrupção dura 140 dias! Depois volta a correr do zero.

A lei 8112 diz que p/ aplicação de advertencia e de suspensão até 30 dias não é necessário PAD, basta a instauração de uma sindicancia. Mas não dissemos que não é possível a aplicação de nenhuma penalidade sem processo? Sim! Explico: O que a lei está dizendo é que não é necessário o PAD propriamente dito, pois a sindicancia na lei 8112/90 nada mais é que um processo administrativo simplificado.

Existe um poder geral de investigação do Estado. Com base na lei 9784 e desse poder geral de investigação do Estado de quaisquer fatos que gerem violação ao interesse publico, o Poder Público pode instaurar a sindicancia investigativa ou preparatoria. Essa não pode gerar aplicação de pena. E pode ser instaurada até mesmo em infrações que ao final gerem demissão. Nela não há investigatório nem ampla defesa. Não é dessa sindicancia que estamos tratando aqui.

Aqui a sindicancia é um processo administrativo disciplinar simplificado para aplicação de penas mais leves. Essa sindicancia deve durar no maximo 30 dias, prorrogaveis por +30.

Obs. Todos os prazos dados à Adm Pública para duração de processo administrativo são prazos improprios. O desrespeito ao prazo não gera nulidade do processo. Pode até gerar responsabilização de quem deu causa ao atraso, mas não gera consequencia no processo, ou seja, não há nulidade ou vicio algum.

Do decorrer da sindicancia podemos ter 3 resultados diferentes:a) gerar o arquivamento da sindicancia, pois não houve o cometimento de nenhuma infração pelo servidor.b) houve infração, e a Adm vai aplicar a penalidade: de advertencia ou de suspensão até 30 dias.c) houve o cometimento de infrações mais graves, punidas com suspensão acima de 30 dias ou demissão, ou destituição, ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade. Nesse caso, da sindicancia será instaurado o PAD.

Agora vamos começar a estudar realmente o PAD. Mas antes temos que falar do afastamento preventivo.Afastamento preventivo: em algumas situações a Adm Pública vislumbra que a manutenção do servidor no cargo pode atrapalhar o andamento do processo administrativo disciplinar. Nessas situações a adm pode determinar o afastamento preventivo do servidor. Ex o servidor é chefe, na repartição pública, das testemunhas; ou tem acesso aos documentos etc.É uma cautela do Estado para evitar que o PAD seja maculado.A lei estabelece que esse afastamento preventivo deve ser devidamente justificado e determinado pela autoridade administrativa, e que não deve ultrapassar 60 dias. Art. 147 da lei 8112/90.

obs. O afastamento poderá ser prorrogado por mais 60 dias.

Esse afastamento é sempre com remuneração. Senão seria uma aplicação de penalidade sem processo, o que não é admitido no Brasil. Seria uma penalidade de suspensão.

Esse prazo de no máximo 60 + 60 dias é peremptório (não é improprio). Passados esses 60 dias, prorrogados por mais 60, mesmo se o PAD ainda não foi concluido necessariamente o servidor volta. Ele não pode continuar sendo afastado do cargo.

Com ou sem o afastamento preventivo, inicia-se o PAD.

O PAD tem 3 fases:1. instauração2. inquerito administrativo 3. julgamento

Instauração – se dá com a designação da comissão processante (através de portaria).A comissão processante é formada necessariamente por 3 servidores públicos estáveis.Além de serem estáveis, não pode fazer parte da comissão parente até o 3º grau civil do acusado, e nem conjuge ou companheiro.1 dos membros da comissão é o presidente. Então logico que ele também tem que ser estável e não pode ser parente até o 3º grau nem conjuge, pois é um daqueles 3 servidores designados.Mas a questão é: o Presidente da comissão, além das regras que já falamos p/ ser membro da comissão, tem que ter cargo ou nivel de escolaridade igual ou superior ao ao do indiciado.

Inquérito Administrativo – aqui o inquerito é uma fase do processo. Esse inquerito é dividido em 3 momentos:

intrução: produção de todas as provas necessárias permitidas em direito.A instrução probatória em processo administrativo é ampla. Admitem-se todas as provas admitidas em direito. Ex. Documental, testemunhal, pericial, depoimento do acusado etc.Inclusive é possível prova emprestada. Aliás, isso é tema bastante atual, prq foi um caso decidido a não muito tempo no STJ. Chegou no STJ a seguinte situação: um sujeito estava respondendo na esfera administrativa e na esfera judicial. Na esfera judicial se produziu uma prova com base numa interceptação telefonica autorizada pelo juiz e com base nessa prova se condenou o sujeito.Aí no processo administrativo se pegou emprestada essa interceptação telefonica e também se declarou o sujeito culpado. O sujeito então ingressou na justiça alegando que, se a interceptação telefonica é uma prova que não pode ser produzida na esfera administrativa, então também não seria possível pegar essa prova emprestada de um processo judicial para aplicar uma sanção na esfera administrativa. O que foi que o STJ disse?? Que não tem problema nenhum! A prova não foi produzida na esfera administrativa, mas sim na esfera judicial. Ela entra na esfera administrativa como prova emprestada, e prova emprestada tem natureza de prova documental. Então não há nenhum problema em admitir essa prova emprestada. Isso não quebra a independencia das instancias.A única regra que o STJ deixou muito clara é: a prova emprestada será admitida na esfera administrativa, desde que tenha sido produzida licitamente na origem.

Defesa: apresentação de defesa do acusadoProduzida a prova o sujeito é citado para apresentar a defesa em 10 dias. Esse prazo é a regra, mas há, excepcionalmente, outros prazos.

Esses outros prazos são:*Se não se encontrar esse sujeito ele será citado por edital, e aí o prazo de defesa dele será

maior: 15 dias.*Se tiver mais de um acusado o prazo de defesa passa a ser de 20 dias.

Se o sujeito não apresenta a defesa no prazo legal esse sujeito é revel. Revelia não significa a confissão ficta dos fatos alegados pela parte autora. Isso é um

EFEITO da revelia no processo civil. Revelia é a não apresentação de defesa.No processo administrativo não se pode seguir no processo sem defesa. Por isso, se o réu for

revel, necessariamente será designado para ele um defensor dativo. Esse defensor tem que ser advogado?? Claro que não (lembre-se da sumula vinculante 5). Mas o defensor dativo tem que ter cargo ou nivel de escolaridade igual ou superior ao do acusado - art. 164, lei 8112/90.

apresentação do relatório da comissãoApresentada a defesa a comissão elabora o relatório do PAD.O relatório tem que ser conclusivo, ou seja, tem natureza juridica de parecer! §1º do art. 165

da lei 8112/90.Esse relatório é vinculante?? art. 168, da lei 8112/90.R: O art.168 da lei 8112/90 nunca mudou. O que mudou foi a interpretação do STF acerca

desse dispositivo. Mudou em 2009. A lei diz que o julgador, no PAD deve seguir a conclusão do relatório, salvo se ela for contrária a prova dos autos. O STF dizia que esse relatório, portanto, era vinculante, com a única exceção se o relatório fosse contrário à prova dos autos. Mas hoje o STF entende que NÃO É VINCULANTE. Tanto não é vinculante que a autoridade julgadora pode contrariar o relatório alegando ser contrário à prova dos autos. É que hoje o entendimento do STF é de que o parecer vinculante é aquele que não pode ser contrariado. E se estiver errado o parecer do art. 168 da lei 8112/90? Aí devolve para o parecerista consertar, justamente porque esse parecer do art. 168 não é vinculante, mas apenas obrigatório2. Se fosse

2 Apenas para lembrar, veja as seguintes decisões do STF acerca de parecer de advogado:

"Controle externo. Auditoria pelo TCU. Responsabilidade de procurador de autarquia por emissão de parecer

vinculante tinha que acatar de qualquer jeito.

Julgamento – já vimos que a autoridade competente para o julgamento varia conforme a penalidade a ser aplicada. Ex. demissão é o chefe do Poder etc.

O PAD todo deve durar 60 dias, prorrogaveis por + 60. E mais 20 dias p/ julgamento. Mas são prazos improprios (seu desrespeito não gera a nulidade do processo). Assim temos 140 dias ao todo. É que vimos anteriormente que p/ o STJ a instauração do PAD interrompe a prescrição por 140 dias.Agora já entendemos de onde vem esses 140 dias. Depois desse prazo se o PAD não tiver acabado o prazo de prescrição, antes interrompido, começa a correr de novo, só que do zero. Então podemos dizer tranquilamente que o entendimento da

técnico-jurídico de natureza opinativa. Segurança deferida. Repercussões da natureza jurídico-administrativa do parecer jurídico: (i) quando a consulta é facultativa, a autoridade não se vincula ao parecer proferido, sendo que seu poder de decisão não se altera pela manifestação do órgão consultivo; (ii) quando a consulta é obrigatória, a autoridade administrativa se vincula a emitir o ato tal como submetido à consultoria, com parecer favorável ou contrário, e se pretender praticar ato de forma diversa da apresentada à consultoria, deverá submetê-lo a novo parecer; (iii) quando a lei estabelece a obrigação de decidir à luz de parecer vinculante, essa manifestação de teor jurídico deixa de ser meramente opinativa e o administrador não poderá decidir senão nos termos da conclusão do parecer ou, então, não decidir. No caso de que cuidam os autos, o parecer emitido pelo impetrante não tinha caráter vinculante. Sua aprovação pelo superior hierárquico não desvirtua sua natureza opinativa, nem o torna parte de ato administrativo posterior do qual possa eventualmente decorrer dano ao erário, mas apenas incorpora sua fundamentação ao ato. Controle externo: É lícito concluir que é abusiva a responsabilização do parecerista à luz de uma alargada relação de causalidade entre seu parecer e o ato administrativo do qual tenha resultado dano ao erário. Salvo demonstração de culpa ou erro grosseiro, submetida às instâncias administrativo-disciplinares ou jurisdicionais próprias, não cabe a responsabilização do advogado público pelo conteúdo de seu parecer de natureza meramente opinativa." (MS 24.631, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 9-8-2007, Plenário, DJ de 1º-2-2008.)

INFORMATIVO Nº 475: TÍTULOParecer Jurídico e Responsabilização

O Tribunal deferiu mandado de segurança impetrado contra ato do Tribunal de Contas da União - TCU que, aprovando auditoria realizada com o objetivo de verificar a atuação do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem - DNER nos processos relativos a desapropriações e acordos extrajudiciais para pagamento de precatórios e ações em andamento, incluíra o impetrante, então procurador autárquico, entre os responsáveis pelas irregularidades encontradas, determinando sua audiência, para que apresentasse razões de justificativa para o pagamento de acordo extrajudicial ocorrido em processos administrativos nos quais já havia precatório emitido, sem homologação pela justiça. Salientando, inicialmente, que a obrigatoriedade ou não da consulta tem influência decisiva na fixação da natureza do parecer, fez-se a distinção entre três hipóteses de consulta: 1) a facultativa, na qual a autoridade administrativa não se vincularia à consulta emitida; 2) a obrigatória, na qual a autoridade administrativa ficaria obrigada a realizar o ato tal como submetido à consultoria, com parecer favorável ou não, podendo agir de forma diversa após emissão de novo parecer; e 3) a vinculante, na qual a lei estabeleceria a obrigação de “decidir à luz de parecer vinculante”, não podendo o administrador decidir senão nos termos da conclusão do parecer ou, então, não decidir. Ressaltou-se que, nesta última hipótese, haveria efetivo compartilhamento do poder administrativo de decisão, razão pela qual, em princípio, o parecerista poderia vir a ter que responder conjuntamente com o administrador, pois seria também administrador nesse caso. Entendeu-se, entretanto, que, na espécie, a fiscalização do TCU estaria apontando irregularidades na celebração de acordo extrajudicial, questão que não fora submetida à apreciação do impetrante, não tendo havido, na decisão proferida pela Corte de Contas, nenhuma demonstração de culpa ou de seus indícios, e sim uma presunção de responsabilidade. Os Ministros Carlos Britto e Marco Aurélio fizeram ressalva quanto ao fundamento de que o parecerista, na hipótese da consulta vinculante, pode vir a ser considerado administrador. MS 24631/DF, rel. Min. Joaquim Barbosa, 9.8.2007. (MS-24631)

“Advogado público. Responsabilidade. Art. 38 da Lei 8.666/1993. Tribunal de Contas da União. Esclarecimentos. Prevendo o art. 38 da Lei 8.666/1993 que a manifestação da assessoria jurídica quanto a editais de licitação, contratos, acordos, convênios e ajustes não se limita a simples opinião, alcançando a aprovação, ou não, descabe a recusa à convocação do TCU para serem prestados

jurisprudencia hoje é que em processo administrativo é possível a prescrição intercorrente. Prq após o prazo de 140 dias o prazo de prescrição volta a correr. Do zero, mas volta. E se o PAD demorar muito tempo é possível a prescrição da pretensão da aplicação da sanção ao servidor sim! Arts. 169, §1º c/c art. 152 e 167, todos da lei 8112/90.

Então é possível a prescrição mesmo o PAD estando em curso. É a prescrição intercorrente no PAD.

Proferido o julgamento, o sujeito pode ainda recorrer.Hipoteses de impugnação administrativa:são 3:I – recurso;II – pedido de reconsideração;III – revisão.

O recurso e o pedido de reconsideração devem ser interpostos no prazo de 30 dias. A diferença é a competencia: o pedido de reconsideração é feito p/ a mesma autoridade que proferiu a decisão; o recurso é feito para autoridade superior. Um não impede o outro. Para cada um você tem 30 dias. Ou seja, você faz o pedido de reconsideração em 30 dias. A decisão não mudou: você terá + 30 dias p/ recorrer. Também não mudou: você pode fazer um novo pedido de reconsideração, desta vez p/ quem decidiu o recurso. Não mudou: você pode recorrer p/ a autoridade superior a quem decidiu o recurso etc.O limite são 3 instancias: a que decidiu e mais duas. Mesmo que ainda existam mais autoridades administrativas p/ ir subindo.

Cada novo pedido de reconsideração e cada novo recurso interrompe o prazo prescricional.

De uma decisão de um pedido de reconsideração não cabe novo pedido de reconsideração para a mesma autoridade. Caberá apenas recurso dessa decisão.

O sujeito foi suspenso por 90 dias e aí resolveu recorrer, aí a autoridade julgadora muda a penalidade p/ demissão. Isso pode??? Isso se chama reformatio in pejus. Em pedidos de reconsideração e em recursos administrativos pode sim!!

A revisão, que é a terceira forma de impugnaçao administrativa, pode ser pedida a qualquer tempo, essa forma de impugnação não tem prazo. Mas ela depende de alegação de fatos novos! Não pode ser feita somente alegando a injustiça da decisão anterior. É um novo processo mesmo. É feita p/ a mesma autoridade. Você dá à mesma autoridade a oportunidade de juulgar de novo com fatos dos quais ela não tinha conhecimento. Da revisão não pode haver reformatio in pejus!! Aqui a lei estabelece essa vedação! Art. 65, pu, lei 9784/99.

Seguridade do servidor:Tivemos muitas alterações, especialmente na parte previdenciária em razão das EC20/98 e EC41/03.

Art. 186 É onde começa aposentadoria. Ele não vale mais, salvo o §1º desse artigo. Também não vale mais o art. 189, nem 191 a 195, da lei 8112/90. Prq esses artigos não se coadunam mais com o texto constitucional. Ex. Não existe mais aposentadoria por tempo de serviço. A aposentadoria agora é só por tempo de contribuição.

esclarecimentos.” (MS 24.584, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 9-8-2007, Plenário, DJE de 20-6-2008.)

Todo o regime de previdencia do servidor público está no art. 40 da CF.

No Brasil nós ttemos 2 tipos de previdencia obrigatórios:1. RGPS (que é o gerido pelo INSS) – se aplica a todo mundo que exerça atividade remunerada

no Brasil e que não se submeta a nenhum regime próprio. Ex. Rurais, empregados, autonomos, empregados domesticos etc.

O regime geral de previdencia é matéria de direito previdenciário. Dentre os agentes públicos estudados, se aplica o regime geral de previdencia social p/ os celetistas, os temporários e os comissionados (cargos em comissão, mesmo sendo uma espécie de servidor estatutário. Lembre-se que há 2 espécies de servidores estatutários: os efetivos e os de cargo em comissão. Se for servidor efetivo no cargo em comissão, aí segue regime pp, mas se for apenas um particular que foi nomeado para cargo em comissão, aí ele não segue o regime pp, mas sim o RGPS).

2. regime próprio dos servidores.É aplicável somente aos servidores efetivos, e mesmo assim desde que o ente federativo no

qual esse servidor preste serviço tenha regime próprio. Ex. Se é servidor municipal, só terá regime pp se esse municipio tiver regime de previdencia p/ os seus servidores. Se não tiver então esse servidor seguirá o RGPS mesmo.

Regras básicas do regime pp:a) o regime de previdencia é solidário (essa regra se aplica também no RGPS): você não contribui p/ a sua aposentadoria, mas sim p/ o funcionamento do regime, p/ a manutenção da previdencia. Com todas as contribuições pagam-se todos os beneficios. Mas você só recebe se tiver contribuido.

b) caráter contributivo: para a aposentadoria o que importa é o tempo de contribuição. A ideia de tempo de serviço não se aplica mais para fins de aposentadoria de servidor.A EC disse que tudo que o servidor tinha como tempo de serviço até aquele momento seria automaticamente convertido em tempo de contribuição. Mas que depois desse momento, o tempo de serviço para a frente não geraria direito a aposentadoria, mas apenas o tempo de contribuição geraria direito a aposentadoria. Inclusive por isso é que a CF proibe a contagem ficticia de tempo de contribuição. Só é possível contar como tempo de contribuição aquilo que você efetivamente contribuiu.

Contagem reciproca de tempo de contribuição → Significa que todo tempo de contribuição que você tiver em qualquer regime você vai poder usar para se aposentar depois.Ex. Matheus, aos 18 anos, começou a dar aulas de inglês. Até os 20 anos contribuiu no RGPS. Depois dos 21 ao 23 foi tecnico do MPU (contribuiu p/ RGPS). Dos 23 aos 24 foi procurador do estado de Goiás, contribuiu p/ o IPASGO (dos servidores públicos de Goiás). Depois, dos 24 até hoje (30 anos) contribui p/ o regime pp da União, pois se tornou PFN.Quando Matheus for se aposentar pelo regime pp da PFN vai poder aproveitar os 5 anos de contribuição para os outros regimes que já havia contribuido na sua aposentadoria final. É só você ir aos órgãos anteriores pegar certidão do tempo de contribuição e averbar onde você contribui agora. Assim você poderá aproveitar o tempo de contribuição nos outros regimes e entes para se aposentar no regime em que estiver por ultimo.E os regimes se compensam depois: o regime pp no qual você se aposentar vai buscar junto aos outros regimes para os quais você contribuiu o valor das suas contribuições p/ poder pagar sua aposentadoria.

Questão: Durante 7 anos eu tenho contribuido ao mesmo tempo p/ o regime pp (prq sou PFN) e p/ o RGPS (prq eu dou aula). Eu posso aproveitar o tempo de contribuição dos 2 para me aposentar?? Não! Pois a CF permite a contagem reciproca de tempo, que estudamos acima, mas veda a

contagem simultânea.Então eu não posso, por ex, por 10 anos, contribuir em 2 regimes e assim contar 20 anos de contribuição. Senão todo mundo ia querer fazer isso e ia aposentar com a metade do tempo necessário real.

Veja bem a diferença: se eu contribuo para o regime geral e p/ o regime pp ao mesmo tempo eu posso aposentar pelos 2 regimes. O que eu não posso é aproveitar um mesmo lapso temporal e contribuir p/ os dois p/ fins de usar todo esse tempo de contribuição dos 2 em uma aposentadoria só. É isso que a CF veda e que se chama contagem simultanea.

Aposentadorias no regime próprio:são 3:

1. aposentadoria por invalidez: é sempre precedida de licença médica, de no minimo 24 meses, e de um laudo médico após essa licença, feito por uma junta médica, que declare a invalidez do servidor.

A aposentadoria por invalidez é proporcional ao tempo de contribuição.

Obs. O tempo de serviço é importante p/ fins de promoção, remoção etc, mas p/ fins de aposentadoria não mais. Para nenhuma das 3 aposentadorias possíveis no regime pp. Cuidado que a prova tentará te confundir.

Exceção: a pp CF/88 diz que em algumas situações excepcionais a aposentadoria por invalidez será sempre integral. Essas situações são:

quando decorrer de acidente de serviço; se decorrer de moléstia profissional; se decorrer de doença grave, contagiosa ou incurável, nos termos da lei.

Não é qualquer doença grave, mas somente as que a lei estabelecer, que poderá gerar aposentadoria integral – art. 186, §1º, lei 8112/90.Questão: se você tiver uma doença grave que não está prevista nesse dispositivo legal, você terá direito a aposentadoria integral?? Uma moça foi ao judiciario pleitear isso. O juiz disse que como não está previsto em lei não tinha como conceder aposentadoria integral. Prq doença grave é muito subjetivo. Mas o STJ reformou esse julgamento, dizendo que esse rol é meramente exemplificativo.

2. Aposentadoria compulsória:Ocorre aos 70 anos de idade, seja homem ou mulher!!

Existe aos 70 anos de idade uma presunção absoluta de incapacidade de continuar prestando o serviço. No momento em que completar 70 anos esse servidor está automaticamente aposentado. O ato que conceder a aposentadoria é meramente declaratório; retroage à data em que o servidor completou 70 anos.

A aposentadoria compulsória é proporcional ao tempo de contribuição. E não pode continuar contribuindo para receber um valor mais alto.

3. aposentadoria voluntária:Se divide em 2:

Obs>> Em ambos os casos abaixo (ou seja, com proventos integrais ou com proventos proporcionais) o servidor público só pode aposentar cumpridos os seguintes requisitos:tenha 10 anos de serviço público, sendo que os ultimos 5 anos tem que ser no cargo no qual ele está

se aposentando.

I) com proventos integrais: Além dos requisitos da observação acima, tem que ter ainda: se homem: 60 anos de idade e 35 anos de contribuição; se mulher: 55 anos de idade e 30 de contribuição.

Então hoje são 4 requisitos cumulativos p/ aposentadoria voluntária integral de servidor público.Se o servidor conseguir comprovar todos os requisitos e mesmo assim preferir não aposentar, aí esse servidor recebe um prêmio que recebe o nome de ABONO DE PERMANENCIA, que receberá mensalmente enquanto permanecer no serviço. Quando ele aposentar, é claro, ele perde esse abono, recebendo somente o valor da aposentadoria.O abono de permanencia é exatamente o valor da contribuição previdenciária do sujeito. É como se o Estado devolvesse a ele o que ele paga de contribuição previdenciária.Ex. no contracheque dele virá assim: se ele recebe 10.000 e paga 11% de contribuição previdenciária:valor: 10.000

- 1.100 (11% p/ previdencia)+ 1.100 (valor do abono de permanencia).

Cuidado: a prova dirá o seguinte: caso o servidor cumpra todos os requisitos p/ se aposentar voluntariamente, e mesmo assim prefira não se aposentar ele deixa de contribuir. Certo ou errado?? Errado!! Ele deixava de contribuir antes da EC 20. Mas agora ele continua contribuindo, mas recebe o abono de permanencia no mesmo valor.

II) com proventos proporcionais.Não existe mais aposentadoria proporcional por tempo de serviço. A aposentadoria voluntária proporcional é apenas por idade. O tempo de contribuição será

relevante apenas p/ ver o valor que receberá a titulo de aposentadoria. Assim, o valor a ser recebido de aposentadoria será proporcional ao tempo de contribuição.

Idade necessária:Homem: 65 anos. Mulher: 60 anos.

A CF/88 diz que esses (que vimos em cada um dos 3 tipos de aposentadorias) são os critérios p/ concessão de aposentadoria. A CF proibe que sejam criados critérios diferenciados, seja por lei seja até mesmo nos estatutos próprios de cada ente. Os critérios não podem ser mais brandos nem mais radicais. Há entretanto uma ressalva (art. 40, §4º, CF): pode criar critério diferenciado se por meio de uma lei complementar desde que para: servidores portadores de deficiencia; servidores que exerçam atividade de risco; servidores cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou integridade física.

Cuidado: as vezes a prova vem dizer que a CF criou um regime de aposentadoria diferenciado para portadores de deficiencia. Verdadeiro ou falso? Falso!! A CF apenas autorizou que uma lei complementar venha a criar critérios diferenciados nesses casos.O entendimento do STF é de que esses critérios diferenciados são uma garantia do servidor, e, portanto, a inexistencia da lei complementar é uma omissão.

A pp CF criou um beneficio (obs. Quando se fala em critério diferenciado quer dizer diferenciado da constituição. Então aqui não se deve falar em critério diferenciado, pois a pp constituição federal criou o beneficio) para os professores que exercem atividade de magistério.Critérios:

a) exercer atividade no ensino infantil, fundamental e/ ou médio. Os professores universitários estão de fora.b) comprovar todo o tempo de contribuição na atividade de magistério. Ou seja, não vai poder utilizar contagem recíproca. Cuidado com a sumula 726 do STF, que dizia que todo o tempo de contribuição tinha que ser em sala de aula. Isso já está ultrapassado. A atividade precisa ser em magistério, mas não necessariamente em sala de aula. Ex. Pode contar tempo que contribui como coordenador pedagógico etc.

Qual o beneficio? 5 anos a menos, tanto na idade como no tempo de contribuição. Então: homem → 55 de idade, 30 de contribuição; mulher → 50 de idade, 25 de contribuição.Esse beneficio somente vale para aposentadoria voluntária integral!

>>>A contribuição no regime proprio de previdencia é SEMPRE de 11%. não há variação de aliquota. A aliquota não varia conforme a remuneração, como ocorre no RGPS.É 11% sobre o total da remuneração. Não HÁ TETO de aposentadoria no regime próprio. No RGPS o teto existe, é um pouco menos que 4000 reais, e por isso no maximo você contribui sobre 4000, ainda que você receba 20.000 ou 1 milhão etc. Mas também no maximo vai receber de aposentadoria pelo RGPS 4000.

A EC 41trouxe 2 novidades péssimas para os servidores: o servidor público aposentado ou pensionista que ganha acima do teto do regime geral agora

também contribui para a previdencia – contribuição dos inativos. A aliquota é a mesma (11%), mas muda a base de calculo: só contribui sobre aquilo que ultrapassar o teto do regime geral.

Obs. Art. 40, §21: se esse servidor inativo sofrer de uma doença incapacitante ele só contribui sobre o valor que receber que ultrapassar o dobro do teto do RGPS (um pouco menos que 8000 reais).E não existe direito adquirido a regime juridico. Portanto, não se poderia diminuir a aposentadoria dos servidores inativos, mas era e foi possível estabelecer essa contribuição!

Implantou o teto do regime geral no regime próprio! (para as aposentadorias futuras).Obs. Além dos regimes obrigatórios de previdencia, existem no Brasil os regimes complementares de previdencia. Algumas empresas criam esses regimes complementares para os seus empregados. Ex. Petrobrás – tem a Petros, que é seu regime complementar de previdencia. Um empregado da Petrobrás que ganhe, por ex, 20000, ele contribui p/ o INSS sobre 4000 e sobre os outros 16000, se ele quiser, ele contribui p/ a Petros. Isso p/ que ele possa aposentar com o valor que ele ganhava de salário (juntando o valor que receberá do INSS e da Petros).

A regra que a EC 41 trouxe de teto de aposentadoria no regime pp é uma norma de eficácia limitada programática. Ela está condicionada à criação de um regime público de previdencia complementar pelo ente no qual o servidor trabalha. No ambito federal essa lei que cria o regime de previdencia complementar p/ seus servidores está prestes a sair.

>>> Por fim, o art. 189 da lei 8112 estabelece 2 regras que deixaram de existir com a EC 41 . Mas tem que se saber quais são essas regras para saber mesmo que não existem mais. Essas regras eram as garantias de:integralidade – o servidor público quando aposentava tinha a garantia de que o valor de sua aposentadoria seria exatamente o valor de sua ultima remuneração.Hoje, o calculo de aposentadoria do regime próprio é igual ao do regime geral de previdencia.

Faz-se uma média aritmética dos 80% maiores salários da vida do sujeito, devidamente atualizados.

Paridade – Toda vez que o servidor da ativa tivesse um aumento o servidor aposentado também tinha um aumento ou reajuste na mesma proporção.

Para quem já estava aposentado manteve-se a paridade e integralidade. Mas p/ quem está na ativa, fora as regras de transição, não poderão mais ter essas 2 garantias quando aposentarem.

Art. 40, §8º, CF: No lugar da paridade, agora o servidor que vier a se aposentar terá direito ao reajuste (anual) dos beneficios previdenciários para manter o poder de compra.

Obs. Todas essas normas novas (acerca das regras de paridade e integralidade que deixaram de existir e também acerca da exigencia de idade que aumentou) não se aplicam aos servidores que já estavam aposentados ou aos servidores das regras de transição. Com exceção da contribuição dos inativos, que se aplicam mesmo aos que já estavam aposentados.

Demais beneficios da seguridade social (esses caem pouco em prova):A seguridade paga alguns beneficios ao servidor (ex aposentadoria) e outros aos dependentes do servidor.

A – benefícios pagos ao servidor: aposentadoria

auxílio-natalidade: é pago pelo nascimento do filho. Ou seja, é um valor pago uma vez só, quando nasce. O valor, segundo a lei, é o valor do menor vencimento pago no serviço público federal (ou seja, acabou sendo um salário minimo).

Se pai e mãe forem servidores públicos, esse beneficio será pago apenas à servidora mulher. Mas se só o pai for servidor público, então ele receberá esse beneficio.Esse beneficio é pago por filho que nascer. Toda vez que nasce 1 filho você recebe esse beneficio.Em caso de parto multiplo (gêmeos, trigêmeos etc), para cada filho a mais que nascer nesse mesmo parto paga-se metade do auxílio-natalidade.

O auxílio-natalidade não é pago para gastar com a criança não. Ele é um presente mesmo. Por isso a lei estabelece que esse auxilio-natalidade é pago mesmo no caso de natimortos.

Salário-família: é pago mensalmente, ao servidor, por dependente que o servidor tenha.A CF estabelece que esse beneficio só será recebido por servidores de baixa renda. O que é baixa renda é definido por decreto.Filho até 21, invalidos, conjuges (desde que se comprove a dependencia), são considerados dependentes para esse beneficio.Obs. Cuidado para não confundir prq no RGPS o salário-familia é pago para filho até 14 anos apenas. Não confundir.

Mesmo que o servidor esteja afastado ou licenciado sem remuneração o servidor receberá o salário-familia. Ele não recebe a remuneração, mas o salário-familia ele recebe!

Licença-gestante: serve para gestante, adotante e paternidade.Foi editada uma lei em 2008 autorizando aos empregadores aumentarem o prazo da licença gestante, de 120 para 180 dias, ganhando assim esses empregadores alguns beneficios fiscais.

No ambito federal foi editado um decreto que seguiu a regra da lei. Esse decreto (decreto 6690/08) seguiu, mais ou menos, a regra daquela lei dos empregadores). Esse decreto ampliou o prazo de licença gestante em âmbito federal.

Na lei 8112 a licença gestante é de 120 dias. No caso de adoção de criança de até 1 ano é de 90 dias, e no caso de criança maior do que 1 ano será de 30 dias.O decreto 6690 diz que a licença gestante é prorrogada por + 90 dias, no caso de adoção de criança até 1 ano prorroga por mais 30 dias, e no caso de adoção de criança maior do que 1 ano prorroga por + 15. Essa prorrogação do decreto necessariamente tem que ser requerida até 30 dias após o parto ou adoção!!

Cuidado: se cobrar a letra da lei, marcar somando os 120 dias da lei aos 60 do decreto = 180 dias de licença gestante. E 120 dias p/ adoção de criança até 1 ano e 45 dias p/ criança maior que 1 ano. Mas se a prova for um pouquinho mais aprofundada, hoje há um entendimento na jurisprudencia de que a lei não pode tratar de modo diverso gestantes e adotantes. Isso seria uma quebra de isonomia, pois a necessidade de cuidar da criança é igual nos três casos (da gestante, da adoção. E também não deveria ter diferença se você adotou uma criança menor ou maior do que 1 ano). Mas isso vem sendo discutido na jurisprudencia. Essa regra nunca foi declarada inconstitucional nem nada.

Paternidade será SEMPRE 5 dias, seja gestação, seja adoção. São 5 dias corridos (não suspende no fim de semana ou feriado)!!

No caso de aborto a mãe tem direito a 30 dias de licença.

Nos casos de natimorto a lei estabelece que também serão 30 dias, mas que após os 30 dias essa servidora é submetida à junta médica para se analisar se ela realmente tem condições de já retornar.

Licença-saúde.Como regra tem que apresentar laudo médico oficial para ter direito a esse beneficio. Mas se a licença saúde for por até 15 dias, aí o servidor pode apresentar um atestado privado, que será recepcionado pelo setor de recursos humanos.Até 120 dias o pp médico do órgão pode dar o atestado.E mais de 120 dias em 1 ano aí o atestado tem que ser dado por junta médica oficial.

Licença por acidente em serviço.Também depende de laudo médico que ateste que o acidente em serviço grou a impossibilidade desse servidor continuar prestando o serviço. Mas aqui a lei 8112 estabelece que qualquer acidente gerado no trajeto casa-trabalho ou trabalho-casa também é considerado acidente em serviço. Assim como qualquer agressão injustificada (ou seja, que nao foi causada pelo pp servidor) sofrida no serviço também é considerada como acidente em serviço.

B - beneficios pagos aos dependentes do servidor: auxilio reclusão

É pago aos dependentes do servidor preso.Se a prisão é cautelar – o valor do auxilio reclusão será de 2/3 da remuneração do servidor

preso, sendo que se ele for absolvido ao final do processo esse servidor terá direito aos outros 1/3 por cada mês que deixou de ganhar por estar preso.

Se a prisão é definitiva – o valor do auxilio reclusão é metade da remuneração do servidor. Mas se essa prisão definitiva gerar a perda do cargo automaticamente, nesse caso os dependentes do servidor não receberão nada, não recebem mais esse beneficio.

auxílio-funeralÉ pago para custear o funeral.Ele deve ser pago em até 48 horas através de um processo sumarissimo. O valor maximo do auxilio-funeral é o valor da rmuneração do servidor. Então esse será o valor máximo do funeral. Mas esse auxilio, como foi dito, é para custear o funeral. Então ainda que o servidor ganhasse 10.000, se você gastou no funeral dele 3.000, este será o valor do auxilio-funeral. Você tem que comprovar o gasto com o funeral.

O auxilio-funeral é pago à pessoa que custeou o funeral, seja pessoa da família ou não. É mediante prestação de contas, recibo, das despesas pagas.

pensão por morteTem caído em prova o texto da lei. (há algum entendimento jurisprudencial de que não seria

possível pagar pensão por morte pela lei 8112 a nenhum dependente que não receberia o beneficio se estivesse no regime geral. Mas em prova tem caído a literalidade da lei mesmo.)

A pensão por morte pode ser:vitalicia – paga aos dependentes até a morte destes. Esses dependentes são:

1. conjuge2. companheiro3. disquitada (separada judicialmente) se estiver recebendo pensão alimentícia4. pais dependentes5. pessoa designada pelo servidor, desde que tenha mais de 60 anos e que seja

dependente.

1 ou 2 excluem 4 e 5. Ou seja, havendo conjuge ou companheiro, pais dependentes e pessoa designada não poderão receber.

Pensão temporária – é paga ao dependente do servidor até um termo. São:1. filhos, até 21 anos ou inválidos;2. menor sob guarda até 21 anos;3. irmão, desde que seja órfão e dependente;4. pessoa designada

Tanto no caso de irmão órfão ou de pessoa designada (3 e 4) tem que ser até 21 anos ou inválido.

Obs. Invalidez pode acabar sempre. A medicina surpreende todo mundo.

1 ou 2 excluem 3 e 4 (ou seja, se tiver filho ou menor sob guarda, o irmão orfao e pessoa designada não receberão o beneficio).

Cálculo da pensão por morte: foi alterado pela EC 41. A lei 8112 está errada – art. 215. Antes o calculo era = o valor da remuneração, se morreu na ativa; e = valor da aposentadoria, se morreu aposentado. Agora não é mais assim! Agora é: o valor da remuneração ou da aposentadoria até o teto do RGPS + 70% do que exceder o teto.

Questão: o de cujus deixou 10000 de penão por morte, tendo por dependentes: 1 mãe de 80 anos dependente, 2 filhos, sendo 1 menor e o outro com 18 anos, e um irmão menor orfão só por parte de pai (ou seja, a mae ainda está viva) e dependente de 2 anos. Quem recebe pensão?R: Recebe pensão o conjuge, (a mae do de cujus não, pois o conjuge exclui a mae, como já vimos), ambos os filhos também recebem, pois a pensão é p/ filho até 21 anos, (o irmão orfao também não recebe pois os filhos excluem o irmão, como também já vimos).

Como vou dividir o valor??regras:

1. havendo dependentes dos 2 grupos (vitalicia e temporária) divide 50% para cada grupo. Então o conjuge receberá 5000 reais, e os filhos 2500 cada um.

2. Se um dos filhos passar dos 21 anos, ele deixa de receber a pensão. O valor que ele recebia vai p/ quem?? Excluido um dos beneficiários da pensão por morte de um grupo, o seu valor acresce aos demais do mesmo grupo. Então o outro filho passará a receber o valor total desse grupo, ou seja, 5 mil reais.

3. A mãe dos meninos morreu. O que acontece com esses 5 mil do conjuge? Excluido um grupo o seu valor acresce ao grupo restante.E quem foi excluido na abertura da pensão não volta mais (ou seja, não pode entregar p/ a mae do de cujus, que tinha sido afastada pelo conjuge).

>>>Está excluido da pensão o dependente que tenha sido condenado por crime doloso contra a vida do de cujus.

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA Lei 8429/92

O agente que comete improbidade responde em todas as esferas, ou seja, tanto na adm, quanto na civil e na penal. A regra geral é a independencia das instancias (uma instancia não interfere na outra). Exceção: se o sujeito for absolvido na esfera penal por inexistencia do fato ou negativa de autoria gera necessariamente a absolvição na esfera civil e na adm. Isso quem diz é tanto o CPC quanto a lei 8112/90.

A lei de improbidade preve sanções de natureza penal, civil ou administrativa??R: CIVIL!! As sanções penais estarão no CP e legislação extravagante.As adm sofrerá através do PAD.Já as sanções de improbidade são aplicadas através da ação civil pública por ato de improbidade.

Questão: não é possível aplicar nenhuma sanção de improbidade sem prévio PAD. Certo ou errado?? ERRADO! Você precisa é de processo civil, de ação civil de improbidade.

Todas as sanções da lei 8429 são sanções civis pela prática do ato de improbidade.

Autor da ação de improbidade: é o MP ou a PJ lesada pelo ato de improbidade.Se a ação de improbidade for proposta pelo MP a PJ lesada é intimada p/, querendo, ingressar como litisconsorte. Pois no Brasil não existe litisconsorcio ativo necessário.Se a ação for proposta pela PJ lesada o MP ingressa como custos legis.

Então, na ação de improbidade o MP SEMPRE participa, mas NEM SEMPRE será parte. Pois pode ser que participe apenas como fiscal da lei.

Réu: será o agente público (no conceito mais amplo)ou os particulares que concorreram, induziram ou se beneficiaram do ato de improbidade.

Obs. Qualquer agente público responde por ato de improbidade? Sim, certo.Ver art. 2º e 3º da lei 8429/92segredo >> Há, entretanto, uma jurisp se firmando, no sentido de que, aqueles agentes públicos que a CF pune de forma diferenciada, basicamente os agentes politicos que respondem, conforme a CF, por crime de responsabilidade não responderão por improbidade administrativa. Por que? Prq o crime de responsabilidade, embora tenha no seu nome a palavra crime, não tem natureza de crime mas sim de sanção civil e administrativa.

Proposta a ação, que a princípio é proposta em primeira instancia, no juiz singular, da decisão do juiz que recebe a petição inicial cabe agravo. Aqui é diferente do processo civil, portanto. Pois no processo civil da decisão que denega/indefere a petição inicial cabe apelação. E aqui também cabe apelação da decisão que denega. Mas no processo civil da decisão que recebe a inicial não cabe recurso nenhum. E aqui cabe AI.

Quais são os atos de improbidade e quais são as sanções??Há 3 espécies de atos de improbidade.A violação à moralidade é ato de improbidade, mas ato de improbidade é muito mais amplo.Todas violação à moralidade é ato de improbidade, mas nem todo ato de improbidade é violação à moralidade.

Os atos de improbidade são:art. 9º. os que geram enriquecimento ilicito;art 10. os que geram dano ao erário;art 11. Os que atentam contra princípios da adm publica.

A lei vai dos atos mais graves (art.9º) aos menos graves (art.10, e o menos grave de todos é o art.11).

Para a configuração de ato de improbidade não é necessário que haja dano ao erário, ou rejeição de contas pelo Tribunal de Contas. Basta a violação de princípios.

Obs. A lei de improbidade estabelece que:art 9º → doloart. 10 → dolo ou culpaart. 11 → dolo

Em um primeiro momento entendeu-se que, embora só o art.10 tratasse de dolo ou culpa, em qualquer uma das hipoteses de atos de improbidade (arts. 9º, 10 e 11) você poderia comprovar o dolo ou a culpa. Mas o STJ vem entendendo já há uns 2 anos que somente no art. 10 o ato de improbidade pode ser punido a titulo de culpa. Não se pode presumir a modalidade culposa nos arts. 9 e 11, pois não há previsão na lei.Então culpa, só no caso de dano ao erário.

Questão: E se 1 só ato configurar mais de uma modalidade de ato de improbidade? Ex. É um ato que atenta contra princípio e ao mesmo tempo importa em enriquecimento ilicito (arts. 11 e 9º da lei 8429/92)R: Nesses casos aplica-se apenas as sanções referentes à infração mais grave! A infração mais grave absorve a mais leve todas as vezes que o sujeito incidir, mediante uma só conduta, em mais de uma modalidade de improbidade.

As sanções estão previstas no art. 12:veja o quadro abaixo: SANÇÕES:

Art.9º Art.10 Art.11

Perda da função igual igual

Perda de bens acrescidos ilicitamente

igual Não há, pois presume-se que não houveram bens acrescidos ilicitamente

Ressarcimento ao erário igual igual

Multa – até 3x enriquecimento Até 2x o dano Até 100 x remuneração

Suspensão (nunca cassação) dos direitos politicos: de 8 a 10 anos

5 a 8 anos De 3 a 5 anos

Proibição de contratar c/ Poder Público/ Licitação/ receber incentivo ou beneficio fiscal: 10 anos

5 anos 3 anos

A lei 8429 foi alterada a pouco tempo e estabelece o seguinte, no caput do art.12: que o juiz definirá quais as sanções que serão aplicadas, isolada ou cumulativamente. Significa que, se o indivíduo cometeu ato de improbidade que importa enriquecimento ilicito, o juiz pode aplicar todas as penas do art.12, inciso I, ou apenas algumas delas.

Inclusive, o entendimento do STJ hoje é de que o juiz não está adstrito aos pedidos feitos na petição inicial. O caso em questão foi um caso-concreto em que o MP não pediu na inicial a aplicação de multa, mas o juiz, na sentença, condenou à multa também. O sujeito recorreu ao STJ alegando ser sentença extra petita. Mas o STJ disse que na ação de improbidade o juiz julga os fatos, e não os pedidos. Então não importa se foi feito pedido de multa. As 6 sanções previstas na lei de improbidade (perda da função, perda dos bens, ressarcimento, suspensão de direitos politicos, multa e proibição de contratar) são pedidos implicitos. Ainda que não haja pedido expresso de aplicação dessas sanções, todas elas podem ser aplicadas, desde que fundamentadamente, pelo juizo.

→ Embora tenha natureza de ação civil pública, a ação de improbidade não segue a lei de ACP, mas apenas a pp lei de improbidade.Inclusive a lei de improbidade veda qualquer especie de transação, enquanto que a LACP permite transação, ajustamento de conduta (TAC).A ação de improbidade sempre termina com sentença.

Prescrição:De acordo com o agente público que esteja sofrendo a ação de improbidade a prescrição varia.A lei estabelece o seguinte:As ações de improbidade propostas:1 – contra os detentores de mandato ou de cargo em comissão ou função de confiança: prazo de prescrição de 5 anos, contados do termino do mandato.

Obs. A pp lei diz que é de 5 anos após o termino do mandato. Mas foi julgado pelo STJ um caso de reeleição: um determinado prefeito foi eleito e no primeiro mandato praticou ato de improbidade. Depois foi reeleito (+ 4 anos portanto). Pelo ato de improbidade praticado no primeiro mandato o

prazo de prescrição começará a correr do termino do 1º mandato ou do 2º mandato??R: Duas doutrinas:a) interpretação literal: pois a lei diz do termino do mandato, a não do termino dos mandatos. Assim, o prazo de prescrição começaria a correr do termino do 1º mandato. Problema: quando a lei 8429 foi editada sequer existia reeleição no Brasil. b) interpretação com base na finalidade da lei. Foi assim que o STJ decidiu: então, em caso de reeleição, o prazo de prescrição começa a correr no termino do 2º mandato.

2 – Efetivo (cargo ou EMPREGO público) – Estatuto: será usado o mesmo prazo de prescrição da sanção administrativa de DEMISSÃO. Portanto será, no ambito federal, 5 anos contados do momento em que a Administração toma conhecimento do fato.No ambito estadual e municipal você tem que olhar no respectivo estatuto qual é o prazo de prescrição da pena de demissão.

Obs. Os particulares seguirão o mesmo prazo de prescrição do agente com quem ele concorre. Pois o particular nunca responde a ação de improbidade sozinho. Sempre irá responder junto com um agente público.

Art. 37, §5º, CF: Ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.Por isso, o entendimento é de que esses prazos de prescrição da lei 8429 não se aplicam quanto à sanção de ressarcimento. A sanção de ressarcimento é imprescritivel!!

art. 37, §5º, CF. A li estabelecerá os prazos de prescrição para ilicitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuizos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.

As sanções patrimoniais se estendem aos herdeiros e sucessores do falecido nos limites da herança. Então não é só a sanção de ressarcimento não, é qualquer sanção patrimonial!

SERVIÇOS PÚBLICOS

1) Requisitos p/ ser serviço público:a) Substrato material: o serviço público é uma comodidade ou utilidade usufruída continuamente pelo cidadão.+b) trato formal: prestado sob o regime de direito público. (Ainda que prestado por particulares, pois isso é possível, tem que ser sob o regime de direito público).+c) elemento objetivo: prestada pelo Estado, de forma direta ou indireta (através da delegação, concessão, permissão do serviço).

2) Serviço público X obraA obra pública não é uma utilidade continuamente usufruida. Ela tem inicio, meio e fim.Para muitos serviços uma obra é indispensável a prestação de um serviço. Mas a obra não se confunde com o serviço. Ex. O hospital não se confunde com o serviço de sáude; o metrô não se confunde com o serviço de transporte.

3) Serviço público X poder de policiaO Poder de policia não é comodidade, mas sim uma restrição ao particular (claro que na busca

sempre do interesse público).Mesmo quando o poder de policia se dá através de um ato de consentimento, pois só de exigir a licença o Poder Público já está fazendo uma restrição.

4) Serviço público X exploração de atividade economica pelo Estado.Pois quando o Estado explora atividade economica o faz sob o regime de direito privado, e não com prerrogativas públicas.

5) Base legal: Lei 8987/95 é a principal.

6) Princípios específicos da matéria:

a) reserva do possível: Todos os serviços públicos tem que buscar o interesse público, mas a reserva do possível é a ideia de que essa finalidade do Estado é buscada dentro do possível, das possibilidades do Estado, pois os recursos do Estado são limitados.Esse princípio norteia todos os outros quanto aos serviços públicos.

b) generalidade ou universalidade: o serviço público deve ser prestado ao maior numero de pessoas possível.

c) modicidade ou modicidade das tarifas: As tarifas deve ser modicas, para que se garanta a universalidade do serviço (princípio anterior).

d) atualidade ou adaptabilidade: o serviço deve ser prestado dentro da modernidade das técnicas na prestação desse serviço.

e) cortesia: a prestação do serviço deve ser cortês.

f) isonomia: os iguais devem ser tratados de forma igual e os desiguais desigualmente na medida de suas desigualdades. Ações afirmativas nos serviços públicos (sistemas de cotas etc). Há

certa polemica sobre o assunto pois é dificil saber “a medida da desigualdade”. Mas tem sido aceitas essas ações afirmativas sim.

g) continuidade: art. 6º, §3º lei 8987/95 excepciona esse princípio: motivo de ordem tecnica ou inadimplemento, desde que haja prévio aviso ou situação de urgencia. Mas essa interrupção tem que respeitar o interesse da coletividade. Por isso se um hospital não paga energia eletrica não pode ser efetuado o corte da energia.

7) Classificação de serviços públicos:

a) serviços individuais ou uti singuli: São serviços prestados a toda a coletividade (pois todo serviço público é prestado à generalidade das pessoas) mas que você consegue mensurar o consumo individual do serviço.Os serviços individuais são remunerados mediante taxa ou tarifa (também chamada de preço público).Xserviços gerais ou uti universi: São serviços prestados a toda a coletividade e não se tem como medir quanto cada um usufrui desses serviços. Ex. Iluminação pública.

São remunerados por impostos (e também pela COSIP).

b) exclusivos-indelegáveis: Prestados sempre diretamente pelo Estado. Não podem ser prestados de forma indireta. Ex. Serviço postal, correio aéreo nacional, serviço judiciário etc.Não se admite a transferencia desses serviços a particulares em nenhuma hipotese.

Exclusivos-delegáveis: são aqueles que só podem ser prestados pelo Estado, mas podem ser prestados de forma direta ou indireta. Ex. Telefonia, energia elétrica, transporte público etc.

Exclusivos de delegação obrigatória: O Estado presta mas não pode manter o monopólio, tem que necessariamente delegar, não pode só o Estado prestar, particulares também tem que poder prestar. São 2 no Brasil: radio (radiodifusão sonora) e televisão (radiodifisão de sons e imagens).

Não exclusivos: são aqueles que o Estado presta mas o particular também, independentemente de delegação e sem desonerar o Estado pela prestação (a prestação pelo particular não desonera o Estado de prestar o serviço. Ex o Estado não pode se eximir de prestar serviço de educação alegando haver excelentes escolas privadas na cidade). Aqui não se trata de delegação do serviço. Quando é necessario autorização p/ abrir escola trata-se apenas de poder de policia, só isso, não há delegação.Os serviços públicos não exclusivos quando prestados por particular não são serviços públicos pp ditos, pois esse serviço não é prestado pelo Estado nem de forma direta nem indireta. O STF os chama de serviços de utilidade pública (interessam a coletividade mas não são serviços públicos pp ditos).

Os serviços públicos não exclusivos também podem ser chamados de serviços públicos impróprios, já que podem ser prestados por particular por sua conta e risco, independentemente de delegação do Estado (ou seja sem prestação direta ou indireta do Estado).

8) Relembrando um pouco o que vimos em organização administrativa p/ completarmos o quadro com a matéria que estamos estudando agora:

Alguns serviços o Estado presta diretamente pelos entes federativos (U/E/DF/M). Trata-se da prestação direta ou prestação centralizada do serviço.

Mesmo quando não transfere o serviço, a Adm se especializa internamente. Essa distribuição interna de competencias entre os órgãos de uma mesma PJ chama-se desconcentração. A desconcentração ocorre tanto dentro da adm direta quanto da indireta.

Outros são transferidos (descentralização) para outras pessoas jurídicas, especializadas na prestação desse serviço. A descentralização pode ser feita:para particularesoupara entes da administração indireta ou administração descentralizada.

São 4 os entes da adm indireta:a) autarquiasb) fundações públicasc) empresas publicasd) sociedades de economia mista

A partir de agora vamos acrescentar informações:A descentralização pode ser feita:

1. por outorga ou DESCENTRALIZAÇÃO POR SERVIÇO: O Estado transfere a outra PJ a titularidade e a execução do serviço. Não se transfere só o poder de prestar o serviço não.

2. por delegação ou DESCENTRALIZAÇÃO POR COLABORAÇÃO: O Estado se mantém na titularidade do serviço, transferindo apenas a execução do serviço.

A doutrina majoritária entende que a outorga só pode ser feita p/ pessoa juridica de direito público (autarquias ou fundações públicas de público, portanto).Para os entes privados da Administração indireta e p/ os entes privados a Administração só pode fazer delegação.Por isso em provas fala-se que:A outorga é sempre feita por lei,enquanto que a delegação pode ser feita por lei ou contrato.É verdade!Prq a outorga é sempre feita p/ PJ de direito público, e que, como sabemos, depende de lei p/ sua criação. Já a delegação pode ser legal, quando feita p/ entes da Adm indireta, ou contratual, quando feita a particulares, por meio de concessão e permissão.

Lembre-se: Todos os entes da Adm indireta precisam de lei especifica. A lei especifica cria as autarquias (então não precisa registrar), e a lei especifica autoriza (então precisa registrar) a criação das fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista. (art. 37, XIX, CF). A pp lei específica que cria ou autoriza a criação já define a finalidade da PJ que está sendo criada.

9) DELEGAÇÃO do serviço a particulares:É sempre feita mediante contrato. Seja através de concessão, seja através de permissão.

Obs. Já estudamos, quando vimos a organização administrativa, a delegação do serviço p/ os entes da administração indireta.

Art. 175, CF: Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.

A lei 8987 trata da concessão e da permissão como contratos similares, ou seja, contratos bem parecidos.

Trataremos primeiro da concessão.

9.1) ConcessãoObs. Todas as regras da lei 8666 que aprendemos p/ os contratos adm valem p/ a concessão também.

Para ser contrato de concessão ocorre assim:A Adm contrata uma empresa, esta presta serviço público e é remunerada pelo usuário do serviço (mediante tarifa, portanto).

Ex. limpeza da cidade é serviço público? Sim. Mas é prestado mediante concessão? Não, pois é a

Administração quem paga a prestadora do serviço.

Para ser concessão de serviço a empresa tem que se remunerar com a pp prestação do serviço, seja através da cobrança de tarifa dos usuários, seja cobrando pela propaganda veiculada como fazem as emissoras de televisão, etc. A ideia é que não é o Estado quem paga o serviço, mas o pp usuário desse serviço.

A concessão comum de serviço público pode ser:a) simples: é o que já vimos.b) precedida de obra: A empresa fica responsável por executar a obra necessária a prestação do serviço, e depois essa empresa se remunera com a própria prestação do serviço, por meio das tarifas.

A concessão de serviço público segue a lei 8666 subsidiariamente, mas tem algumas regras diferenciadas quando comparadas aos demais contratos adm:

1. A concessão é celebrada entre o concedente (Poder Público) e a concessionária (que só pode ser PJ ou consórcio de empresas).Não se celebra contrato de concessão com pessoa fisica!

No caso de consórcio, a lei diz que não é preciso que o consórcio seja formado antes da licitação. Basta que seja formado antes do contrato. Ou seja, a lei admite que empresas entrem na licitação apenas com o compromisso de firmar consórcio. Prq as vezes aquelas empresas só tem interesse em se consorciar se ganharem a licitação.

2. A modalidade licitatória obrigatória p/ contrato de concessão é a concorrencia.Na concorrencia da concessão a lei 8987 permite que o edital da concorrencia preveja uma inversão nas fases de habilitação e classificação das propostas. A lei não faz essa inversão, apenas permite que o edital faça.

3. Os tipos (critérios) de licitação não seguem a lei 8666.Ver o art. 15 lei 8987/95.

4. No contrato de concessão vão valer todas aquelas clausulas exorbitantes que estudamos na lei 8666:a) alteração do contratob) rescisão unilateral (por inadimplemento ou por motivo de interesse público).

Mas no contrato de concessão a mesma regra traz 2 nomes diferentes:na concessão de serviço público a rescisão unilateral por inadimplemento recebe o nome de CADUCIDADE; e a rescisão unilateral por motivo de interesse público recebe o nome de ENCAMPAÇÃO.

Diz-se então: retomada do serviço por caducidade e retomada do serviço por encampação.Retomada porque o serviço sai das mãos do particular e retorna às mãos do Poder Público, que é seu titular.

A expressão rescisão na lei 8987 diz respeito apenas à rescisão judicial, provocada pela

concessionária.

c) Poder-dever de fiscalizar a execução do contrato.Na lei 8987, buscando-se ampliar esse poder de fiscalização do contrato, a lei preve o poder de intervenção na concessionária.

A intervenção nada mais é que uma garantia de fiscalização do Estado em face da empresa concessionária, e ocorre sempre que houver indicios de irregularidade na empresa concessionária.Por meio de um decreto o Estado coloca um agente público como interventor, gerindo a empresa, para apurar as faltas cometidas pela empresa, através de um processo administrativo.

Essa intervenção tem prazo: a lei diz que decretada a intervenção a Adm tem 30 dias p/ dar inicio ao processo Adm em que serão apuradas as irregularidades e mais 180 dias p/ findar esse processo adm. Sendo assim, o prazo máximo de intervenção é 210 dias (180 + 30).

Ao final da intervenção ou não se apurou irregularidade nenhuma (e então o Estado devolve a empresa e presta contas), ou o Estado efetivamente apure faltas/ irregularidades na empresa, que geram inadimplemento contratual. Nesse caso a intervenção gera a caducidade do contrato.

d) aplicação de penalidades (as mesmas da lei 8666)

e) se admite a ocupação temporária de bensObs. Não confundir com reversão de bens.Aquela ocorre p/ se manter a continuidade do serviço. Depois devolvem-se os bens ocupados, e se houver dano indeniza-se. Já a reversão acontece ao final do contrato de concessão e é uma transferencia de propriedade. Ou seja, na reversão os bens da concessionária que eram utilizadas na prestação do serviço público são revertidos p/ o Estado mediante indenização.

5. Os contratos de concessão seguem todas as regras de teoria da imprevisão e manutenção do equilibrio economico-financeiro.

6. A duração dos contratos de concessão, como vimos na aula de lei 8666, não respeitam o prazo do art. 57 da lei 8666, pois não há remuneração pelo Poder Público, por isso não tem que respeitar o prazo de duração do crédito orçamentário.Mas o prazo de duração tem que ser determinado, pois não existe contrato administrativo por tempo indeterminado!

7. art. 23-A, lei 8987: arbitragem no contrato de concessão de serviço público (portanto, admite-se nesses contratos clausula compromissória e compromisso arbitral).Antes a arbitragem só era permitida nas PPP´s.Agora admite-se p/ qualquer concessão de serviço público.

Com as ressalvas feitas, todas as demais regras dos contratos administrativos se aplicam às concessões.

→ Além da concessão comum temos 2 concessões especiais, previstas na lei 11079, são as chamadas PPP´s (parcerias público-privadas):

a) concessão patrocinada eb) concessão administrativa

Obs.A lei 8987/95 é aplicada subsidiariamente às concessões especiais, já que também são concessões.

Como se trata de concessão, segue-se a mesma regra: a Administração contrato o concessionário que irá prestar o serviço e se remunera através da pp prestação desse serviço.Só que ao inves de dizermos concedente e concessionário dizemos parceiro-público e parceiro-privado.

Qual é a diferença então?? Vejamos:

A) concessão patrocinada:Adicionalmente a tarifa dos usuários o parceiro privado recebe ainda uma remuneração do Poder Público. Para que? Para garantir a modicidade das tarifas.

Obs. A lei diz que no maximo a Adm pode pagar 70% do lucro da empresa. Senao desnatura o contrato de concessão. Salvo lei especifica, pelo menos 30% serão pagos pelos usuários.

B) concessão administrativa:Aqui o usuário do serviço é a pp Administração, e por isso é ela quem paga as tarifas do serviço. Mas não se trata de prestação de serviço público comum não. Aqui o usuário é a Adm mesmo. O exemplo classico é a concessão de presidio, que foi como surgiu essa concessão administrativa nos EUA (foi lá que surgiu as PPP´s, e trouxemos p/ o Brasil).

Tanto na concessão patrocinada quanto na administrativa, tratam-se de PPP´s. E o restante que tratarmos aqui vale p/ as duas:

A lei de PPP estabelece um prazo minimo de 5 e máx de 35 anos;valor minimo de 20 milhoes de reais.

Necessariamente tem que ter prestação de serviço público na PPP. Não precisa ser o objeto único, pode até ter também obra, mas tem que ter serviço!Apesar de isso ser obvio, pois trata-se de concessão de serviço público, alguns estádios da copa do mundo recentemente foram feitos por meio de PPP´s (concessão administrativa)!!! Dizer que será prestação de serviço de manutenção do estádio também não pode! Trata-se claramente de obra! Fizeram errado!

Compartilhamento de riscos: é a ideia da responsabilidade solidária.Nos casos de concessão de serviço público, como estudamos, a regra é a responsabilidade subsidiária do Estado. Entretanto, nas concessões especiais (PPP´s), o Estado responde solidariamente pelos danos decorrentes da PPP.O compartilhamento de riscos gera ganho, pois se a empresa pega um emprestimo p/ implementação da PPP, como tem o Estado como garantidor (responsável solidário) acaba conseguindo o emprestimo de maneira muito mais barata. Diminui os custos.Consequentemente, os ganhos da redução dos riscos também são compartilhados.

Quem gere a PPP? A lei 11079 diz que antes da PPP ser celebrada deve ser constituida uma sociedade de propósito especifico, com dinheiro público e privado, que tem a única finalidade de gerir a PPP. É constituida depois da licitação e antes de celebrado o contrato de PPP.(Assim, a PPP não será gerida nem pelo parceiro público, nem pelo parceiro-privado, mas por alguém imparcial)A sociedade de proposito especifico pode ser Cia, e até ter capital aberto (estar em bolsa de valores).A única restrição é: O Estado não pode ter a maioria do capital votante, pois isso quebraria a imparcialidade dessa sociedade gestora.

A sociedade de proposito especifico é criada, mas p/ que haja PPP é necessário a celebração do contrato de concessão. E a concessão de serviço público aqui, como qualquer outra, é precedida de concorrencia (modalidade licitatoria obrigatoria).Além de essa concorrencia ter aquelas especificidades que já vimos na lei 8987/95 (ex. Possibilidade de o edital prever a inversão das fases de habilitação e classificação das propostas) temos ainda que:O edital pode prever ainda a edição de lances verbais.Então é muito similar ao pregão!Mas isso não é a lei quem faz na concorrencia da PPP, mas o edital quem pode prever.

Nas PPP´s é admitida arbitragem!Foi aqui que surgiu isso, depois é que passou-se a admitir também nas concessões comuns.

9.2 Permissãoart. 175, CF

art. 40 lei 8987: A permissão de serviço público é contrato de adesão (mas todo contrato adm é de adesão) precário!Mas isso está errado, pois a precariedade fica afastada pela natureza de contrato administrativo. A permissão de uso de bem público continua sendo ato precário, mas a permissão de serviço não. Mas se cair a letra da lei na prova aceite como certa.

O esquema é muito parecido com o da concessão: a Adm contrata uma empresa que prestará o serviço público e será remunerada pelo usuário. Mas não é igual. Qual a diferença então? A doutrina diz que as diferenças são:

1. na concessão o contratado é PJ ou consorcio de empresas; já na permissão o contratado é pessoa física ou pessoa juridica.

2. Licitação: na concessão a modalidade licitatoria é necessariamente concorrencia; já na permissão a modalidade licitatória varia conforme o valor do contrato.

3. Autorização legislativa. A concessão de serviço público tem que ter lei especifica que autorize; já a permissão de serviço público não depende de lei autorizando.

Por fim, alguns doutrinadores (minoritário) admitem a autorização de serviço público, que seria uma delegação de serviço público a titulo precário. Mas isso não tem previsão constitucional nem legal. Por isso a melhor doutrina (ex Celso Antonio) entende que isso não é possível.Mas p/ quem aceita a autorização seria uma forma de delegação de serviços públicos não indispensáveis à coletividade, embora de interesse público. E seria mediante remuneração transversa (não seria mediante o pagamento de valores). Ex. Uma determinada empresa faz, mediante autorização de serviço público, os serviços de jardinagem da praça municipal e em contraprestação faz propaganda dizendo “Esta empresa X mantém a pracinha da sua cidade”

(remuneração indireta).

10) Lei 11.107/05: Consorcios Públicos

Todo consórcio tem natureza de gestão associada.Diferencia-se do contrato prq neste há 2 vontades divergentes que chegam a um acordo. No consorcio e nos convenios, ao contrario, as vontades são convergentes.

O consorcio público é uma gestão associada de entes públicos (na verdade de entes federativos).

Ex. A União, o Estado da BA, CE e PE se juntam p/ prestar serviço de auxilio e defesa as vitimas da seca na região semi-árida. A novidade é que, de acordo com a lei 11.107/05, quando esses entes se juntam p/ essa gestão associada, esse consórcio passa a ter personalidade juridica, e essa PJ não se confunde com nenhuma das pessoas juridicas dos entes consorciados.

O consorcio pode ser uma PJ de direito público ou uma PJ de direito privado (e quem definirá isso será o pp consorcio)!Se ela for de direito privado seguirá as normas do direito civil, das associações.Já se for PJ de direito público ela será uma ASSOCIAÇÃO PÚBLICA e fará parte da Adm indireta de cada um dos entes consorciados!

Então agora é possível uma 5ª pessoa juridica na adm indireta, alem das que já conhecemos?? não!!! A Associação pública nada mais é que uma espécie de autarquia!

Mas as autarquias não são criadas por lei especifica?? Isso é o que diz a CF. Então posso criar autarquia por consorcio? Por isso é que a lei diz que quando esses entes federativos se juntam eles celebram um protocolo de intenções (o chefe do executivo de cada um desses entes assinam esse protocolo). Depois esse protocolo é encaminhado p/ o legislativo de cada um dos entes, como um projeto de lei. Depois que o protocolo de intenções é ratificado pelo legislativo, aí ele vira lei, e assim estará formado o consorcio.

Então, a criação dessa autarquia associação pública depende de lei de todos os entes federativos envolvidos no consórcio público. Ex. Se são 4 entes, é preciso 4 leis.

E todos os entes formadores do consorcio concorrem p/ a formação e custeio da PJ criada. Por isso há uma clausula no protocolo de intenções chamada CONTRATO DE RATEIO. Nessa clausula é estabelecido quanto cada ente vai contribuir p/ formação e custeio do consorcio. Esse contrato de rateio vai ser ratificado junto com o protocolo de intenções.

NUNCA pode participar de um consorcio um municipio e a Uniao sem que o Estado desse municipio esteja participando também desse consorcio. Isso visa evitar intervenção direta da União nos municipios.Ou seja, em um caso desses, ou a União sai (ex. BA, RJ e Ouro Preto. Esse consorcio pode!), ou sai o municipio (ex. União, BA, RJ. Esse consorcio pode).

Questão: Para contratar o consorcio tem que licitar?? Sim, pois é uma PJ formada por dinheiro público.

Mas:Aqui os valores são diferenciados. Isso é importantissimo p/ cair em prova!!

Na lei 8666 são:convite: bens até 80 mil; obra até 150 milTomada: bens até 650 mil; obra até 1milhão e 500 milConcorrencia: acima dos valores da tomada.

No consorcio:Até 3 entes federativos no consorcio, os valores são duplicados.

Acima de 3 entes federativos, os valores são triplicados.

Além disso: O consorcio tem dispensa de licitação até 20% do valor do convite da lei 8666 (então até 16mil p/ bens, e até 30 mil p/ obra). Art. 24, pu, lei 8666.

Em algumas situações o consorcio vai contratar com um dos entes federativos consorciados (seja com um ente da adm direta ou com um ente da adm indireta de um ente consorciado). Nesses casos, esse contrato celebrado será chamado de CONTRATO DE PROGRAMA (prq já estava previamente programado quando da celebração do consorcio, ainda que não seja expresso. Presume-se programado).Esse contrato de programa tem dispensa de licitação (art. 24, XXVI, lei 8666).

Questão: Celebrado contrato de programa entre uma empresa pública de um ente consorciado e o consórcio público, se o ente consorciado sair do consorcio o contrato de programa está automaticamente extinto. Certo ou errado?? R: CERTO! O contrato de programa só subsiste enquanto celebrado com um ente formador do consorcio.

Fim da matéria ____________________________________