caderno adm 2011 (1)

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Aula 1 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 1- Conceito de Direito Administrativo. 2- Administração Pública. 3- Função Administrativa. 4- Distinção entre as Funções Administrativa, Normativa e Jurisdicional. 5- Administração Direta e Indireta. 6- Órgãos Públicos. 7- Teorias do Órgão. 8- Caracterização do Órgão. 9- Capacidade Processual.10- Classificação. Para a resolução dos casos desta aula, faça, inicialmente, a leitura do capítulo Os Princípios Constitucionais da Administração Pública, do livro Administração Pública Centralizada e Descentralizada, José Maria Pinheiro Madeira,Tomo I, 9ª ed. Editora América Jurídica, 2007. Não deixe de ver a jurisprudência relacionada ao tema em estudo. 1ª Questão (OAB-RJ): Lei de iniciativa do Congresso Nacional determina a criação de um novo Ministério com atribuições de fiscalização da moralidade administrativa, principalmente após a ocorrência escandalosa do Valério duto e do mensalão. Indignado, o Presidente da República intenta ação objetivando a inconstitucionalidade da referida lei, ao fundamento de que se

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Aula 1

ADMINISTRAO PBLICA

1- Conceito de Direito Administrativo. 2- Administrao Pblica. 3- Funo Administrativa. 4- Distino entre as Funes Administrativa, Normativa e Jurisdicional. 5- Administrao Direta e Indireta. 6- rgos Pblicos. 7- Teorias do rgo. 8- Caracterizao do rgo. 9- Capacidade Processual.10- Classificao. Para a resoluo dos casos desta aula, faa, inicialmente, a leitura do captulo Os Princpios Constitucionais da Administrao Pblica, do livro Administrao Pblica Centralizada e Descentralizada, Jos Maria Pinheiro Madeira,Tomo I, 9 ed. Editora Amrica Jurdica, 2007. No deixe de ver a jurisprudncia relacionada ao tema em estudo.

1 Questo (OAB-RJ):

Lei de iniciativa do Congresso Nacional determina a criao de um novo Ministrio com atribuies de fiscalizao da moralidade administrativa, principalmente aps a ocorrncia escandalosa do Valrio duto e do mensalo.Indignado, o Presidente da Repblica intenta ao objetivando a inconstitucionalidade da referida lei, ao fundamento de que se trata de afronta ao princpio da separao dos poderes.Decida a questo de maneira fundamentada.

RESPOSTA SUGETO:

Assiste razo ao Presidente, isto porque, a referida lei feriu a Constituio Federal.

Art. A iniciativa das leis complementares e ordinrias cabe a qualquer membro ou Comisso da Cmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da Repblica, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da Repblica e aos cidados, na forma e nos casos previstos nesta Constituio.1 So de iniciativa privativa do Presidente da Repblica as leis que:II- disponham sobre:e) criao e extino de Ministrios e rgos da administrao pblica, observado o disposto na art. 84, VI;

Portanto, a lei possui vcio de iniciativa e, tambm, feriu o princpio da separao dos poderes previsto no art. 2 da Constituio Federal.

2 Questo: - A Lei n. 10.678, de 23 de maio de 2003, criou a Secretaria Especial de Polticas de Promoo da Igualdade Racial, da Presidncia da Repblica. O artigo primeiro assim afirma: Art.1oFica criada, como rgo de assessoramento imediato ao Presidente da Repblica, a Secretaria Especial de Polticas de Promoo da Igualdade Racial. Considerando essa Lei, informe qual a modalidade de distribuio de competncia administrativa utilizada na criao da referida Secretaria especial. Diga tambm se a Secretaria pertencer Administrao Direta ou Indireta. ( Colaborao do Prof. Marcos Vincius)Resposta Sugerida: O mecanismo de distribuio de competncia a desconcentrao, pois a delegao feita a rgo (unidade despersonalizada) da pessoa jurdica da Unio e no pessoa jurdica da Administrao Indireta. Esta ltima hiptese caracterizaria a descentralizao. A Secretaria especial em questo pertencer Administrao Direta. (art. 4., I, do Decreto-Lei 200/67).

Aula 2

PRINCPIOS ADMINISTRATIVOS

Princpios Administrativos. 2- Princpios Expressos do Direito Administrativo. 3- Legalidade. 4- Impessoalidade. 5- Moralidade. 6- Publicidade. 7- Eficincia. 8- Princpios Reconhecidos. 9- Princpio da Supremacia do Interesse Pblico. 10- Princpio da Autotutela. 11- Princpio da indisponibilidade do Interesse Pblico. 12- Princpio da Continuidade do Servio Pblico. 13- Princpio da Razoabilidade. 14- Princpio da Proporcionalidade. 15- Princpio da Motivao.

Para a resoluo dos casos desta aula, faa, inicialmente, a leitura do captulo Os Princpios Constitucionais da Administrao Pblica, do livro Administrao Pblica Centralizada e Descentralizada, Jos Maria Pinheiro Madeira,Tomo I, 9 ed. Editora Amrica Jurdica, 2007. No deixe de ver a jurisprudncia relacionada ao tema em estudo.

1 Questo 1. Processual Civil. Recurso ordinrio. Mandado de segurana. Descentralizao do ensino. Escolas estaduais. Municipalizao. Inrcia do Executivo. Impetrao de segurana. Legitimidade ativa da Cmara Municipal. Precedentes. 1. (...). Afetados os direitos do Municpio e inerte o Poder Executivo, no caso concreto (municipalizao de escolas estaduais), influindo os denominados direitos-funo (impondo deveres), no h negar a manifestao de direito subjetivo pblico, legitimando-se a Cmara Municipal para impetrar mandado de segurana. 2. Recurso ordinrio conhecido e provido. (STJ, RMS 12.068/MG, 17/09/2002). (Colaborao do Prof. J. MADEIRA)

Considerando a ementa acima, responda:

a) Qual a teoria adotada pelo ordenamento jurdico brasileiro a respeito dos rgos pblicos? luz dessa teoria, como se explica a manifestao de vontade do Estado (pessoa jurdica) atravs de seus agentes (pessoas fsicas)?b) Sabendo que a Cmara Municipal um rgo pblico, possvel que se lhe reconhea capacidade processual, como na deciso supracitada? Justifique, do ponto de vista da personalidade jurdica dos rgos pblicos e da jurisprudncia.a) O ordenamento jurdico brasileiro adota a chamada teoria do rgo. Esta teoria abandona as idias de representao e de mandato e explica a relao entre o Estado (pessoa jurdica) e seus agentes (pessoas fsicas) por meio do princpio da imputao volitiva, segundo o qual a vontade do rgo pblico que se manifesta por meio de seus agentes, pessoas fsicas imputada pessoa jurdica a cuja estrutura pertence.b) Os rgos pblicos so entes despersonalizados, pois so simples subdiviso/partio interna de uma pessoa jurdica. Por isso, no podem ser sujeitos de direitos e obrigaes. Quem responde juridicamente por seus atos a pessoa jurdica a que esto vinculados. Como conseqncia de sua natureza, os rgos pblicos, em regra, no tm capacidade processual. Contudo, excepcionalmente, a jurisprudncia tem conferido capacidade processual a determinados rgos para certos tipos de litgio. Essa capacidade s conferida a rgos pblicos de status constitucional (os chamados rgos independentes e autnomos, como, por ex., a Assemblia Legislativa e a Cmara Municipal), para a defesa de suas prerrogativas e competncias, quando violadas por ato de outro rgo.

2 Questo Josuel, eletricista, prestou servio eventual PREFEITURA de HONESTO FELIZ. Emitido o Recibo de pagamento de Autnomo, RPA, a Prefeitura no efetuou o pagamento na data acordada. Passados 02 meses, Josuel apresenta requerimento junto Prefeitura, no qual pede a expedio de certido que declare as razes do no pagamento at aquele momento. Em resposta ao requerimento, o Secretrio decide no sentido de que no poder fornecer as informaes em razo da ausncia de regulamentao do 3, do art. 37, da Constituio Federal. Inconformado com a deciso administrativa, Josuel lhe procura para que possa, na condio de advogado, interpor o recurso administrativo prprio para o caso. Analise a questo e responda, fundamentadamente, se a deciso do Secretrio lcita ( Colaborao do Prof. Marcos Vincius).Resposta Sugerida: A deciso do Secretrio violou o princpio da publicidade e o da motivao. Deve o poder pblico expedir a certido e apresentar as razes administrativas do no pagamento, por fora direta dos incisos XXXIII e XXXIV, alnea b, do art. 5., da Constituio Federal vigente, bem como por fora do art. 93, X, tambm da Constituio Federal vigente. Ademais, de se observar que o 3., do art. 37, ao mencionar o acesso a dados relativos a atos de governo, pretende referir-se a atos de alta gerncia do Estado e no a atos de gerncia baixa, como o caso que o problema apresenta. Inobstante, a Constituio deve ser interpretada sistematicamente, levando em conta os referidos dispositivos, alm daquele que estabelece a publicidade (art. 37, caput, CF), daquele que fixa, como fundamento da Repblica, a cidadania ( art. 1., II, CF), e tambm daqueles que disciplinam o controle da Administrao Pblica (arts. 70 e seguintes).

3 Questo: Prefeito de cidade de interior iniciou obras de revitalizao de praa, para nela instalar chafariz, nova iluminao e espao para realizao de feira de artesanato. Durante a realizao das obras manteve na praa uma placa na qual constavam informaes tcnico-administrativas, alm de smbolo utilizado em sua campanha eleitoral, a fim de identificar que aquele empreendimento era uma iniciativa de sua gesto. Aps concludas as obras, restou provado que houve aplicao irregular de verbas e ilicitude do procedimento licitatrio para contratao de servios, com obteno de vantagem econmica pelo Prefeito, ttulo de comisso paga pelo licitante vencedor, do que resultou enriquecimento ilcito do Prefeito, assim como leso ao errio.Pergunta-se:a) Quais os princpios constitucionais de Direito Administrativo foram desrespeitados? Fundamente inclusive com dispositivos legais.b) Poder o Prefeito perder a funo pblica em razo das irregularidades apontadas?c) Decorridos mais de cinco anos, ainda ser possvel a condenao do Prefeito ao ressarcimento ao errio? (Colaborao do Prof. J. MADEIRA).Resposta Sugerida: a) art. 37 1 CF Princpio da Impessoalidade Princpio da Moralidade e da Legalidadeb) Sim, art. 37 4 da CF, pois configura-se improbidade administrativac) No, art. 37 5 in fine CF, contm ressalva, considerando imprescritvel a ao de ressarcimento ao errio

Aula 3

PODERES ADMINISTRATIVOS

1- Poderes Administrativos. 2- Uso e Abuso de Poder excesso e desvio de poder. 3- Poder Discricionrio. 4- Poder Vinculada. 5- Poder Regulamentar. 6- Poder Hierrquico. 7- Poder Disciplinar. 8- Deveres dos Administradores Pblicos

Para a resoluo dos casos desta aula, faa, inicialmente, a leitura do captulo Poderes Administrativos, do livro Administrao Pblica Centralizada e Descentralizada, Jos Maria Pinheiro Madeira, Tomo I, 9 ed. Editora Amrica Jurdica, 2007.Manual de Direito Administrativo, Jos Dos Santos Carvalho Filho, 15 ed. Editora Lmen Juris. No deixe de ver a jurisprudncia relacionada ao tema em estudo.

1 Questo: - OTVIO farmacutico recm-formado que, aps longos anos de faculdade, pretende assumir a Farmcia do pai, alm de tentar concursos pblicos para os hospitais locais e assim estruturar sua vida. No obstante, o Diretor do Conselho Regional de Farmcia, Sr. THEODTUS, determinou que somente os primeiros vinte por cento dos formandos daquele ano teriam licena para exercer a profisso, pelo fato de existir um verdadeiro excesso de profissionais no mercado, ensejando a sua saturao e gerando desemprego para a categoria. Tais fatos foram devidamente documentados na Resoluo do Conselho, respaldados, ainda, em estudos estatsticos do IBGE. Inconformado, OTVIO realiza consulta a Advogado, Dr. PTOLOMEU, que, por sua vez concordou com a Resoluo acima citada, que estaria baseada no teor do art. 170, inciso VII e 173, 4, todos da CRFB.Voc concorda com o Dr. PTOLOMEU? Fundamentar.(Colaborao do Prof. J. MADEIRA)Resposta Sugerida: A ao do rgo fiscalizador de profisso constitui evidente abuso de poder, atentando contra o direito individua de livre exerccio profissional. A licena a ser expedida pelo rgo tem natureza vinculada, o que tambm condiciona um processo de avaliao e aprovao adequado ao fim a que se destina, ou seja: avaliar se o agente est apto ao exerccio profissional. A saturao do mercado de trabalho, por outro lado, no legitima qualquer nova restrio que se queira impor quele que deseje se fazer profissional na rea de Farmcia, no se aplicando, na espcie o teor dos dispositivos elencados no enunciado, preordenados que esto atividade de regulao do Estado sobre o domnio econmico e proteo/represso ao abuso de poder econmico.

1 Questo - Municpio X costumava atrair turistas que para l se dirigiam com o propsito de observar objetos voadores no identificados. Acreditavam que naquela localidade era possvel manter contato com seres de outros planetas. Em razo disso, o Prefeito, pretendendo fomentar o turismo esotrico em sua cidade e contando com oramento suficiente, lana edital de licitao para construo de um espaoporto, obra de grandes propores para pouso e decolagem de espaonaves e discos voadores.Analise o ato sob o aspecto do poder discricionrio e do princpio da razoabilidade.( Colaborao da Profa. - Luciana Marinho)Resposta: Agiu o prefeito no exerccio do poder de discricionrio, pois tem certa margem de liberdade para decidir, com base nos critrios de convenincia e oportunidade, em quais projetos investir os recursos municipais. Entretanto, a discricionariedade deve ser exercida dentro dos limites da razoabilidade. No caso sob anlise foi desrespeitado o princpio da razoabilidade, pois o meio no adequado para alcanar o fim de fomento ao turismo, a obra no necessria e a relao de custo/benefcio revela mais desvantagens que vantagens para o interesse pblico. Examinados os critrios da adequao, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito, conclui-se que foi violado o princpio da razoabilidade.

2 Questo: No exerccio do poder Disciplinar, a Administrao Pblica aplica punio a seu agente Joo idntica aplicada a Pedro (tambm agente pblico da mesma Administrao), sendo certo que os dois praticaram falta grave ensejadora da pena de demisso, e que Pedro teve conduta bem mais grave que Joo. Joo ingressa em Juzo requerendo a anulao do ato de punio, haja vista que o mesmo no foi motivado, e que sua pena no foi condizente com sua conduta. A Administrao Pblica se defende afirmando o carter de discricionariedade da punio disciplinar, no havendo a obrigatoriedade de motivao de ato discricionrio. Alm disso, alega que as punies idnticas aplicadas aos agentes tiveram por finalidade servir de exemplo para todos os agentes pblicos, a fim de desmotiv-los a praticar atos similares. Pergunta-se:

a) Procede a alegao da Administrao Pblica quanto desnecessidade de motivao do ato punitivo?

b) Est correta a punio aplicada a Joo? Sendo negativa a resposta, qual foi o princpio reconhecido ferido, e por qu?

c) Caso tenha sido Joo processado criminalmente pelo mesmo fato e absolvido, a deciso judicial vincula a Administrao Pblica na deciso do processo administrativo?

(Colaborao do Prof. Srgio Luiz)

Resposta a) A apurao regular da falta disciplinar indispensvel para a legalidade da punio interna da Administrao. Da o cabimento de Mandado de Segurana contra ato disciplinar (Lei n 1.533/51, art. 5, III).

A motivao da punio disciplinar sempre imprescindvel para a validade da pena. A discricionariedade do poder disciplinar circunscreve-se escolha da penalidade dentre as vrias possveis, a graduao da pena, a oportunidade e a convenincia de sua imposio (ex.: Lei de Improbidade Administrativa Lei n 9.784/99, art. 2). Porm, para a verificao da existncia da falta e da veracidade dos motivos em que Administrao embasa a punio, deve haver a motivao do ato punitivo. Essa motivao pode ser resumida, mas no pode ser dispensada totalmente. Segundo a moderna doutrina francesa, todo ato administrativo inoperante quando o motivo invocado falso ou inidneo, vale dizer, quando ocorre inexistncia material ou inexistncia jurdica dos motivos. Os motivos devem ser materialmente exatos e juridicamente fundados.

b) No. Foi ferido o Princpio da Proporcionalidade. Deve ser observado o Princpio da Proporcionalidade relativamente sano imposta e gravidade da infrao (Lei n 9.784/99, art. 2). Por tal princpio, deve a Administrao se valer dos meios estritamente necessrios para atingir o interesse pblico. As penas devem ser graduadas de acordo com as condutas para que se atenda o interesse pblico.

c) A sentena criminal somente vincula a Administrao Pblica quando afirma que o agente no foi o autor do fato, ou que o fato no ocorreu.

Aula 4

PODER DE POLCIA

1- Poder de Polcia. 2- Conceito. 3- Fundamento. 4- Competncia. 5- Objeto. 6- Finalidade. 7- Polcia Administrativa e Polcia Judiciria. 8- Atributos. 9- Limites. 10- Formas de Atuao. 11- Legitimidade da Polcia Administrativa.

Para a resoluo dos casos desta aula, faa, inicialmente, a leitura do captulo Poder de Polcia, Jos Maria Pinheiro Madeira, Tomo I, 9 ed. Editora Amrica Jurdica, 2007.Manual de Direito Administrativo, Jos Dos Santos Carvalho Filho, 15 ed. Editora Lmen Juris. No deixe de ver a jurisprudncia relacionada ao tema em estudo.

1 Questo: (OAB/RJ) Diante da crise financeira do Municpio, Secretrio Municipal de Urbanismo determina aos fiscais municipais que apliquem as multas pelo descumprimento de posturas sempre nos valores mximos previstos na legislao. Examine a juridicidade das multas aplicadas em cumprimento a essa determinao.( Colaborao da Profa. Nilma Cludia),GABARITO:

As multas so invlidas. A uma, porque multa no instrumento de poltica arrecadatria, mas a retribuio pela prtica de alguma infrao administrativa, de modo que sua aplicao sempre no valor mximo previsto na legislao contraria o princpio da finalidade. A duas, porque deve haver uma proporcionalidade entre a gravidade da infrao cometida e o valor da multa (dosimetria da sano), sob pena de violao ao prprio princpio da proporcionalidade e ao devido processo legal substantivo.

2 Questo: (OAB/RJ) - Elabore um parecer sobre a questo abaixo:

No desempenho do policiamento ostensivo inerente s respectivas atribuies, policiais militares entenderam configurar prtica de ato obsceno a permanncia na praia, tostando-se ao sol, de uma banhista que, inclusive em companhia do marido e nitidamente sem qualquer atitude provocativa que pudesse ser interpretada como de atentado ao pudor, encontrava-se de topless, e, usando de violncia, conduziram-na Delegacia Policial.

Consultor(a) jurdico(a) do Comando da Polcia Militar, equacione, luz do regramento a que se submete o exerccio do poder de polcia administrativa de segurana pblica, a hiptese que lhe submetida a parecer, para orientao do procedimento a ser adotado pelo comando. (Colaborao do Prof. J. MADEIRA)

Advogado: GUILHERMO RICQUESOAB/RJ n 1000Rua da Cancela, 20 Rio de Janeiro

PARECER

Trata-se de consulta formulada Consultoria Jurdica do Comando da Policia Militar, a fim de analisar a legalidade do exerccio do poder de polcia na represso a prtica do topless por parte de banhista.

A Consulta em destaque vem desacompanhada de documentos.

O Estado, atravs dos seus agentes pblicos, exercendo o poder de policia, repreendeu a prtica do topless fazendo uso de violncia incompatvel com o ato repreendido.

No resta dvida que pode o Estado exercer o poder de policia que encontra-se legalmente definido no artigo 78, do Cdigo Tributrio Nacional, prescrevendo o seguinte:

"Art. 78 -Considera-se poder de polcia a atividade da administrao pblica, que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prtica de ato ou absteno de fato, em razo de interesse pblico concernente segurana, higiene, ordem, aos costumes, disciplina da produo e do mercado, ao exerccio de atividades econmicas dependentes de concesso ou autorizao do Poder Pblico, tranqilidade pblica ou ao respeito propriedade e aos direitos individuais e coletivos." Assim, o poder de policia consiste na prerrogativa que tem a Administrao Pblica de condicionar o exerccio de determinados direitos e liberdades ao interesse pblico, com isso aplicando, se necessrio for, sanes aos administrados.

Na hiptese que nos apresentada, o Estado age atravs da polcia militar que, por determinao constitucional expressa, tem competncia para intervir em situaes como a ora analisada.

O fundamento constitucional supracitado encontra-se no artigo 144, 5, da Constituio Federal de 1988, que atribui polcia militar o Exerccio do policiamento ostensivo.

No entanto, houve por parte dos agentes pblicos cristalino excesso em sua investida, urna vez que a administrada que fazia topless no apresentava ameaa ao interesse pblico que justificasse o uso de violncia.

Deve a Administrao Pblica respeitar, dentre outros princpios, o da razoabilidade e o da proporcionalidade, quando pratica seus atos e exerce seus poderes.

O principio da razoabilidade est associado ao devido processo legal. Ou seja, os atos administrativos devem observar um procedimento conhecido por todos os interessados, sendo vetada a existncia de surpresas.

J o princpio da proporcionalidade aquele segundo o qual defeso Administrao Pblica a aplicao de sanes e a prtica de atos desproporcionais aos seus fatos geradores.No caso em tela houve o rompimento dos dois princpios destacados acima por parte da polcia militar.

O poder de polcia deve ser exercido sempre pautado pela legalidade e pelo interesse pblico, sendo defeso a aplicao deste poder da Administrao Pblica para que o administrador alcance objetivos particulares.

Sempre que houver a figura do abuso de poder (seja na espcie excesso/ seja na modalidade desvio) o exerccio do poder de polcia ser ilegal e dever ser reprimido pela prpria autoridade administrativa.

No caso em tela, houve abuso de poder por parte da autoridade policial que, ao fazer uso de violncia desnecessria acabou agindo com desvio de poder, pois atuaram os policiais em descompasso com o que determina a lei. No se vislumbra na ao policial a finalidade pblica do ato.

Assim, conclui-se que os policiais militares tinham competncia para agir como agentes repressores de ilegalidades e de irregularidades que colocam em jogo a ordem pblica.

No entanto, acabaram exercendo o poder de polcia de modo diferente do que prescreve a lei, constatando-se a figura do desvio de poder que uma modalidade de abuso de poder e que invalida o exerccio do poder de policia.

Destarte, diante da irregularidade constatada no exerccio do poder de polcia, opino pela reviso do ato administrativo com a sua anulao e a apurao de responsabilidade dos policiais que participaram do evento.

o parecer, S .M. J.

-3 Questo - Reagindo a um apelo da Associao Diretores Lojistas do Municpio do Rio de Janeiro, a Prefeitura Municipal Deflagra uma nova onda ofensiva contra as atividades clandestinas (comrcio pirata e comrcio fora dos locais previstos) dos vendedores ambulantes no Rio de Janeiro. Assim, a prefeitura celebra um convnio com o SENAC-RJ, para a atuao de estagirios dos cursos de segurana de instalaes comerciais e empresariais (o que, na viso da prefeitura, seria aproximado com a atividade da Guarda Municipal do RJ), efetuando prises em flagrante, lavrando autos de infrao e apreendendo mercadorias. O Advogado da Associao de Ambulantes do RJ representa ao Ministrio Pblico Estadual, afirmando que os agentes da prefeitura no teriam, na espcie, poder de polcia judiciria para tais medidas. Como voc, na qualidade de advogado, se pronunciaria a respeito? (Colaborao do Prof. J. MADEIRA).Resposta Sugerida: O aluno dever considerar que as medidas de polcia assinaladas acima no poderiam ser perpetradas por agentes estranhos Administrao Pblica. Para o desempenho das funes acima, o agente dever ostentar a qualidade de funcionrio pblico regulamente admitido nos quadros da Administrao. O poder de polcia constitui atividade ligada diretamente ao poder de imprio, podendo ser exercida pela Administrao Direta e Indireta do Estado, e no por agentes da iniciativa privada ou estranhos Administrao. Sob outro aspecto, o aluno dever identificar a impreciso do argumento apresentado pelo advogado, abordando os conceitos de policia judiciria e administrativa.

4 Questo - Um criador de sunos foi autuado pela fiscalizao ambiental por lanar efluentes, sem prvio tratamento, contendo fezes dos animais, no crrego que passa em sua propriedade. a) Qual dos poderes administrativos se pode identificar neste caso?b) Para a execuo da multa, aplicada ao final do processo administrativo, poder o IBAMA valer-se do atributo da auto-executoriedade? (Colaborao da Prof. Mrcia Medeiros)

Resposta:a) Poder de Polciab) No, pois no caso especfico deste ato punitivo, multa, excepcionalmente, no se aplica o atributo da auto-executoriedade, uma vez que a Administrao Pblica depende da interferncia do Poder Judicirio. Sendo assim, ser necessria a inscrio em dvida ativa e posterior propositura de ao de execuo fiscal.

5 Questo: (Procuradoria Municipal do RJ) - O proprietrio de um prdio residencial unifamiliar atingido por um incndio que o destruiu, com perda da totalidade de seus elementos estruturais, requer alvar de licena para a sua reconstruo.O Municpio do Rio de Janeiro negou-lhe o alvar requerido, alegando que o lote onde se situava a edificao est sujeito a afastamento conforme a legislao edilcia atualmente vigente, e que a reconstruo pretendida se far parcialmente sobre a rea de recuo.O proprietrio recorre da deciso, sustentando que a negao fere seu direito de propriedade, impedindo a recomposio de seu patrimnio, e que o prdio, se reconstrudo, ocupar exatamente a rea anteriormente ocupada. Ameaa o Municpio com a responsabilizao por perdas e danos, caso persista sua negativa.A autoridade a que dirigido o recurso solicita a audincia da Procuradoria. Geral. Qual a orientao a ser dada? Fundamente a resposta. (Colaborao do Prof. J. MADEIRA).Resposta Sugerida: Entendem os legisladores da matria que o loteamento, o desmembramento, o remembramento, a construo, a reforma e a demolio de iniciativa privada, pelo grande dispndio de recursos e pelo tempo que demandam, no devem ficar sob controle a posteriori. Assim, a licena ser expedida aps a verificao em abstrato do atendimento s prescries edilcias. No caso, a licena fica subordinada a observncia das normas edilcias.Vlida a argumentao do Municpio ao negar o alvar de licena para reconstruo do prdio, uma vez que o projeto, atualmente, no preenche os requisitos impostos pela lei vigente. No tocante a essa questo, o prdio foi destrudo e, sendo assim, no h que se falar em definitividade do alvar de licena anterior.

Aula 5

ATO ADMINISTRATIVO

1- Ato Administrativo. 2- Conceito. 3- Elementos. 4- Caractersticas. 5- Mrito. Administrativo. 6- Formas e Efeitos.

Para a resoluo dos casos desta aula, faa, inicialmente, a leitura do captulo Ato Administrativo, Jos Maria Pinheiro Madeira, Tomo I, 9 ed. Editora Amrica Jurdica, 2007.Manual de Direito Administrativo, Jos Dos Santos Carvalho Filho, 15 ed. Editora Lmen Juris. No deixe de ver a jurisprudncia relacionada ao tema em estudo.

1 Questo:

O prefeito de determinado municpio do Rio de Janeiro expede um ato administrativo que possui o seguinte contedo que se destaca:

...a partir desta data, a populao deste municpio deve mudar seus hbitos alimentares e praticarem atividades fsicas regularmente e zelar pela sua sade, pois esto expressamente proibidos de morrer sob pena de multa a ser aplicada aos familiares...O que levou o referido prefeito prtica do ato foi o fato do cemitrio local est lotado e no ter concludo o procedimento licitatrio para a aquisio de terreno para construo de novo cemitrio.

Infelizmente, na vigncia deste ato, um dos familiares de Aiolos veio a falecer, vindo a ser surpreendido com a multa aplicada pela Administrao.

Indignado, o procura para saber se deve ou no pagar a multa aplica. Na condio de advogado, o que diria a seu cliente? Justifique a resposta.

(Colaborao do Prof. Wilims de Melo)

RESPOSTA SUGETO:

O ato administrativo para que possas ser considerado vlido, deve possuir todos os elementos (competncia, forma, motivo, objeto e finalidade). A ausncia de pelos menos um desses elementos j suficiente para caracterizar a ilegalidade do ato e, conseqentemente a sua invalidao.

Neste caso, estamos diante do elemento objeto do ato administrativo. Frise-se que o objeto a matria que o ato vai tratar, por isso, deve ser lcito e possvel, mesmo que se insira dentro do leque de opes conferido pela ordem jurdica ao agente administrativo (mrito administrativo). Logo, o ato se afigura como ilegal por haver ilegalidade do objeto, posto ser o assunto, a matria impossvel de ser tratada desta forma, haja vista que a nica coisa certa na vida a morte, alm disso, a atitude no se afigura como razovel.

Portanto, a multa no dever ser paga e sim anulada conforme a Smula 473 do STF.

2.Questo: (Procuradoria da Repblica) - Tendo em vista o Enunciado 473 da Smula do Supremo Tribunal Federal -"A administrao pode anular seus prprios atos, quando eivados de vcios que os tornam ilegais, porque deles no se originam direitos, ou revog-los, por motivo de convenincia ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciao judicial " -, assinalar as diferenas entre revogao e invalidao dos atos administrativos, quanto aos sujeitos, aos motivos e aos efeitos de uma e de outra, esclarecendo, ademais, fundamentadamente, se aquela apreciao judicial alcana tantos os atos vinculados quanto os discricionrios, ou se limita, apenas, aos da primeira categoria.(Colaborao do Prof. J. MADEIRA)Resposta Sugerida: Revogao do ato: a supresso de um ato legtimo e eficaz, realizada pela Administrao, e somente por ela, por no mais convir a sua existncia, operando os seus efeitos daquela data em diante (ex nunc). Anulao do ato: a declarao de invalidade de um ato administrativo ilegtimo e ilegal, feita pela prpria administrao ou pelo Poder Judicirio, baseando-se em razes de legitimidade, diversamente da revogao, que se funda em motivos de convenincia e oportunidade (privativo da administrao), operando os seus efeitos desde o incio de sua edio (ex tunc).A administrao pode revogar, portanto, de ofcio, os seus prprios atos por razes de convenincia ou oportunidade. manifestao do poder revisional decorrente do princpio da autotutela consagrado no verbete 473, da Smula do Supremo Tribunal Federal, reproduzido, em sua maior parte, no art. 80 da Constituio do Estado do Rio de Janeiro, de 1989. Trata-se de desfazer ato perfeito, vlido e eficaz, portador de disciplina ou regramento que no mais atende ao interesse do servio, da a revogao competir, exclusivamente, Administrao, que no pode ser compelida a revogar, seja por particulares ou pelos demais Poderes. Porque perfeito, vlido e eficaz, o ato revogado constituiu direitos que devem ser respeitados pela revogao, da esta produzir efeitos ex-nunc. Em face dessas caractersticas, o controle da revogao de atos administrativos pelo Poder Judicirio alcana apenas leses a que o ato revogador eventualmente d causa sobre direitos constitudos com base no ato revogado; danos indenizveis que resultem da a revogao, ou o teor de vinculao que exista na norma de regncia da atividade revocatria e cujo descumprimento pela Administrao vicie os requisitos da competncia, da forma ou da finalidade, certo que o objeto e o motivo - os demais elementos que integram a estrutura essencial do ato administrativo - so, de ordinrio, entregues, na espcie, discrio da autoridade administrativa, insuscetvel de controle judicial, ressalvada hiptese em que esta explicite motivos, vinculando-se sua existncia e idoneidade (teoria dos motivos determinantes), de sorte que a inexistncia dos motivos enunciados ou a inindoneidade para produzir os resultados almejados configurem vcio de motivo (v. Lei n 4.617/65, art. 2, alinea d) a ensejar, tambm, o controle judicial.

3.Questo: (Min. Pb. - RJ ) vlido ato administrativo editado por agente da Administrao acometido de loucura? Responda a questo fundamentadamente, formulando, a ttulo introdutrio, consideraes sobre o papel da vontade no ato administrativo. ( Colaborao do Prof. J. MADEIRA)Resposta Sugerida: uma situao interessante decorrente da perda posterior da capacidade por parte de um agente pblico. Os atos por ele praticados so vlidos? A doutrina tem-se posicionado no sentido da validade do ato administrativo vinculado, praticado por servidor incapacitado mentalmente, quando adotado o nico objeto fixado em lei. O argumento apresentado o de que a vontade do agente no determinante para fixao do objeto do ato vinculado, pois a lei j indica o nico caminho a ser seguido. A mesma soluo no pode ser aplicada aos atos discricionrios em que a vontade do agente essencial na escolha do melhor objeto.

4.Questo: Um empresrio requer a renovao da licena de funcionamento de sua empresa. Passados seis meses da protocolizao desse requerimento, nada foi decidido pela autoridade administrativa competente. Que medidas e argumentos jurdicos poderiam ser deduzidos em favor da empresa? (Colaborao do Prof. J. MADEIRA).

GABARITO:

Cabe ao judicial, especialmente mandado de segurana, paracompelir a autoridade competente a se pronunciar. O Judicirio no pode sesubstituir Administrao para deferir a licena, mas pode ordenar que elaaprecie o pedido, deferindo-o o indeferindo-o. Todo pedido administrativodeve ser respondido (dever de decidir) por fora do direito constitucionalde petio (art. 5, XXXIV, a, CF). A deciso deve ser proferida dentro doprazo fixado pela legislao (no mbito federal, na ausncia de leiespecfica, o prazo de cinco dias - art. 24, LPAF). Fora do mbito daUnio, inexistindo lei especfica, a resposta deve ser dada em prazorazovel, que certamente deve ser inferior a seis meses para uma licena defuncionamento

Aula 6

ATO ADMINISTRATIVO

1- Classificao dos atos administrativos. 2.Atos vinculados e discricionrios, simples, complexo e composto e outros. 3. Motivao: Teoria dos motivos determinantes. 4. Mrito administrativo. 5. Controle da discricionariedade. Para a resoluo dos casos desta aula, faa, inicialmente, a leitura do captulo Poderes Administrativos, do livro Administrao Pblica Centralizada e Descentralizada, Jos Maria Pinheiro Madeira, Tomo I, 9 ed. Editora Amrica Jurdica, 2007.Manual de Direito Administrativo, Jos Dos Santos Carvalho Filho, 15 ed. Editora Lmen Juris. No deixe de ver a jurisprudncia relacionada ao tema em estudo.

1 Questo:

(Magistratura do Estado de Mato Grosso prova preliminar) possvel o controle jurisdicional sobre o ato administrativo discricionrio? Explique.(Colaborao do Prof. Marcelo Guimares)

RESPOSTA SUGESTO:

No que tange a competncia, forma e finalidade do ato discricionrio, o Poder Judicirio poder controlar haja vista serem elementos vinculados a lei, devendo o administrador observ-los quando da sua edio. Porm, o mrito do ato administrativo discricionrio foge do controle judicial, uma vez que ao Judicirio no dado substituir a Administrao para adentrar nos aspectos da convenincia, da oportunidade, da justia ou da eqidade do ato.

Contudo, poder o judicirio controlar os elementos que abrigam o mrito administrativo motivo e objeto ao verificar que o motivo inexistente e o objeto ilegal. Mas a ilegalidade no s a desconformidade do ato com a lei, sendo, tambm, ilegal quando deixa de observar a moral administrativa e o interesse coletivo, indissocivel de toda atividade pblica.

2 Questo:

Meliato, funcionrio pblico federal, foi acusado de ter praticado conduta que causou dano ao errio. Ao fim do processo administrativo, no qual foram garantidas a ampla defesa e o contraditrio, a autoridade competente optou pela demisso, punio prevista legalmente para tal conduta. Inconformado com a deciso, Meliato ajuza ao requerendo sua reintegrao.

Compete ao Judicirio avaliar se as condutas praticadas pelos agentes da Administrao guardam incompatibilidade com os valores tico-funcionais que exige a funo pblica? Por qu?

(Colaborao do Prof. Augusto Nepomuceno)

RESPOSTA SUGESTO:

No, tal questo compe o mrito administrativo, o que compete exclusivamente a prpria Administrao, pois se o Judicirio executasse tal controle estaria substituindo o que ele considera valor tico funcional pelo que o administrador pensa ser e estaria assim subvertendo o princpio constitucional da separao de poderes e especialidade de funes.

Aula 7

ATO ADMINISTRATIVO

1- Espcies de atos administrativos Decretos, Resolues, Licena, Permisso, Autorizao e outros. 2- Extino dos Atos Administrativos.

Para a resoluo dos casos desta aula, faa, inicialmente, a leitura do captulo Poderes Administrativos, do livro Administrao Pblica Centralizada e Descentralizada, Jos Maria Pinheiro Madeira, Tomo I, 9 ed. Editora Amrica Jurdica, 2007.Manual de Direito Administrativo, Jos Dos Santos Carvalho Filho, 15 ed. Editora Lmen Juris. No deixe de ver a jurisprudncia relacionada ao tema em estudo.

1 Questo:

Atravs da expedio de decreto, o Chefe do Poder Executivo determina a extino de cargo pblico que estava preenchido pelo Sr. Milo (servidor pblico concursado), sob alegao de que o mesmo estava respondendo a processo administrativo disciplinar.

Indignado, deseja saber de voc, advogado, se poderia a Administrao Pblica ter agido desta forma, ou seja, extinguindo cargo pblico atravs de decreto. Fundamente.

(Colaborao do Prof. Wiliams de Melo)

RESPOSTA SUGETO:

Trata-se de extino de cargo pblico, cuja regra exige a expedio de lei de iniciativa do Chefe do Poder Executivo, conforme art. 61, 1, II, a da CF, ou seja, somente por lei poder ser criado, modificado ou extinto um cargo pblico. Contudo, a prpria Constituio Federal trouxe algumas excees previstas no art. 84, VI, a, b, como por exemplo, a reestruturao de cargos quando no importar aumento de despesa e quando o cargo estiver vago.

Desta forma, constata-se que o presente ato foi utilizado como meio de punio do servidor em virtude de estar respondendo a processo administrativo disciplinar, o que caracteriza, desde j, desvio de finalidade, alm do mais, o cargo se encontra preenchido e, logo, s poder ser extinto com a edio de lei de iniciativa do Chefe do Poder Executivo. Desta forma, tem-se que o presente decreto no meio para tal atitude, por afrontar os princpios do devido processo legal, contraditrio, ampla defesa e, principalmente, o princpio da legalidade.

Com estas explicaes, deve o decreto ser anulado.

2 Questo:

Em virtude da expedio da Portaria 378/MS/ANVS/99 o Municpio do Rio de Janeiro praticou ato administrativo determinando a inutilizao das unidades do lote analisado de sal refinado Iodado marca Aro, colhida e, 19/12/01, por estar em desacordo com a Portaria, visto que a quantidade de iodo no sal era em quantidade inferior mnima exigida pela ANVS (40 mg/Kg), apresentando 29,74mg/KG.Indignado, o particular, proprietrio do produto apreendido, ingressa com uma medida cautelar inominada com pedido de liminar inaudita altera parte.Em sua fundamentao, alega que foi expedida a Resoluo n 175/ANVISA/MS de 08/07/06 (n 1214.00/06) que determinava novos parmetros para avaliao macro e microscpica de substncias prejudiciais sade humana em alimentos embalados. Contudo, no demonstrou em que ponto estaria a ato inquinado de vcio.Em parecer da procuradoria, destaca-se: ...os consumidores podem sofre danos sade, caso o lote, liberado, seja comercializado.Decida a questo de maneira fundamentada.

(Colaborao do Prof. Wiliams Melo)RESPOSTA SUGETO:

Agravo de Instrumento. Ato administrativo. Poder de polcia. Atributos do ato administrativo. Presuno de veracidade e auto-discricionariedade. Insindicabilidade do mrito administrativo pelo Judicirio.No tendo o agravante logrado xito em demonstrar a ilegalidade do ato administrativo que determinou o recolhimento e a inutilizao das unidades do lote analisado de sal refinado Iodado marca Aro, colhida em 19/12/01, em razo de o produto estar em desacordo com a Portaria 378/MS/ANVS/99. Vale dizer: o agravado verificou a existncia de iodo no sal em quantidade inferior mnima exigida pela ANVS (29,74 mg/Kg), sendo que o mnimo seria de 40 mg/Kg, da porque a concluso do agravado de que o produto era imprprio para o consumo. Logo, no que se reprimir o ato administrativo em questo se dele no se afastou a presuno de veracidade e o agravante no logrou comprovar a ilegalidade do mesmo.Ato que se insere no poder de polcia da Administrao Pblica e que auto-executvel, no obstante eventual prejuzo para o agravado possa pelo mesmo ser buscado pelas vias prprias, se for o caso. Recurso desprovido.Agravo de Instrumento n 2003.002.20483.

Aula 8

ATO ADMINISTRATIVO

1- Invalidao (ou Anulao). 2- Revogao. 3- Teoria da Convalidao, Sanatria e Confirmatria do ato administrativo.

Para a resoluo dos casos desta aula, faa, inicialmente, a leitura do captulo Poderes Administrativos, do livro Administrao Pblica Centralizada e Descentralizada, Jos Maria Pinheiro Madeira, Tomo I, 9 ed. Editora Amrica Jurdica, 2007.Manual de Direito Administrativo, Jos Dos Santos Carvalho Filho, 15 ed. Editora Lmen Juris. No deixe de ver a jurisprudncia relacionada ao tema em estudo.

1 Questo (OAB-RJ):

Um servidor pblico processado criminalmente e administrativamente pelo mesmo fato, requer a extino deste feito, uma vez que naquele ficou demonstrado, mediante sentena judicial, que se encontrava noutro local no momento do crime. Na qualidade de assessor jurdico, oriente o administrador quanto a esse requerimento administrativo. Fundamente a resposta. (Colaborao do Prof. J. MADEIRA)

RESPOSTA SUGESTO:

Recurso Especial. Administrativo. Servidor absolvido em processo criminal. Art. 386, inc. IV do CPP. Reintegrao ao servidor. Art. 126 da Lei 8.112/90. Lei 8.112/90. Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor ser afastada no caso de absolvio criminal que negue a existncia do fato ou sua autoria. Sentena absolutria que negou a autoria do fato. Em decorrncia da separao dos poderes, as jurisdies administrativa e criminal so autnomas e distintas. Contudo, haver repercusso absoluta da segunda em relao primeira, se a sentena criminal reconhecer a inexistncia do fato ou negar a sua autoria. Precedentes. Prequestionamento. A imputao administrativa foi a pratica do ilcito penal. Repelido este, por negativa de autoria, evidentemente repercute afetando a sua existncia. Recurso conhecido e provido (STJ, Resp 121834/DF, Min. Jos Arnaldo da Fonseca).Desta forma, deve a demisso do servidor ser anulada por falta um dos elementos de validade do ato administrativo, qual seja, o motivo, em virtude da teoria dos motivos determinantes, posto que o servidor s fora demitido pela prtica do ilcito penal, como ficou demonstrado que no foi ele o autor do ilcito, no haveria motivos para que a Administrao lhe aplica-se a pena de demisso. Neste caso, temos a aplicao plena do verbete sumular n 473 do STF.

2 Questo:

Candidato em concurso pblico, aps lograr xito nas provas objetivas e discursivas, foi reprovado no exame psicotcnico.Buscando informaes sobre a reprovao, descobriu que a exigncia do exame psicotcnico estava previsto apenas no edital do concurso, ao contrrio das provas objetivas e discursivas que estavam previstas, alm do edital, na lei.Desta forma, deseja saber se existe alguma forma de anular o ato de reprovao e prosseguir no concurso.Na condio de advogado, esclarea os seguintes itens:

1- possvel a exigncia do exame psicotcnico em concurso pblico? Caso afirmativo, haveria requisitos para sua validade?

2- possvel a anulao da reprovao do candidato? Sob qual alegao? (Colaborao do Prof. J. MADEIRA)

RESPOSTA SUGETO:

1- perfeitamente possvel a exigncia do exame psicotcnico, principalmente quando o cargo se afigurar como de grande complexidade. Destaca-se que o exame em questo no atesta conhecimento do candidato, mas a existncia de eventual desvio de conduta, desequilbrio mental etc.Os requisitos de validade so: Existncia de lei exigindo o exame conforme Smula 686 do STF (considera o exame vlido se observar o art. 37, II da CF, mencionando que o provimento em cargo pblico se dar mediante a realizao de provas ou de provas e ttulos a serem definidos por lei.); Que os critrios adotados pelo exame sejam cientificamente comprovados e objetivos; e possibilitem ao candidato tomar cincia dos motivos de sua reprovao.2- Sim, posto que neste caso, a exigncia do exame est prevista to somente no edital (ato administrativo regulamentar) e no na lei conforme exige a Constituio (art. 37, II). Assim, no pode o referido ato criar a exigncia de provas para concurso que no estejam previstas em lei, sob pena de caracterizar a ilegalidade do ato. Logo, pode o ato ser anulado pelas fundamentaes expostas tanto pela prpria Administrao como pelo Poder Judicirio conforme a Smula 473 do STF.

Aula 9

CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 1- Introduo. 2- Contratos da Administrao. 3- Conceito. 4- Sujeito do Contrato e Espcies. 5- Caractersticas. 6- Clusulas Exorbitantes. 7- Equao Econmico-Financeira. Para a resoluo dos casos desta aula, faa, inicialmente, a leitura do captulo Contratos Administrativos, Jos Maria Pinheiro Madeira, Tomo I, 9 ed. Editora Amrica Jurdica, 2007.Manual de Direito Administrativo, Jos Dos Santos Carvalho Filho, 15 ed. Editora Lmen Juris. No deixe de ver a jurisprudncia relacionada ao tema em estudo.

1 Questo:

A empresa Operaes LTDA, aps vencer o procedimento licitatrio, celebra contrato com a Administrao para construo de um quilmetro (1 km) de estrada. Contudo, durante a execuo do contrato, a Administrao determina que a empresa construa mais 250 metros de estrada sem prvia consulta e autorizao.Receoso com tal atitude, o dono da empresa lhe procura para esclarecimentos sobre o assunto, indagando-lhe o seguinte: 1- deve a empresa realizar a construo de mais 250 metros? 2- Neste, caso, no haveria a obrigatoriedade de licitao?

(Colaborao do Prof. Marcos)

RESPOSTA SUGETO:

Trata-se de alterao unilateral do contrato (clusula de privilgio da Administrao) que deve ser acatada pelo contratado conforme determina o art. 65, 1 da Lei 8.666/93. Ressalta-se que em se tratando de contra administrativo, a Administrao poder alter-lo durante sua execuo sem a necessidade de se realizar novo procedimento licitatrio, pois, dentro do patamar previsto na lei, no haveria prejuzos para o interesse pblico.

2 Questo:

Em virtude de fortes chuvas que assolavam o Municpio de Tormenta, o Prefeito decretou estado de calamidade pblica.Durante este perodo, a prefeitura deixou de pagar por 100 dias pela execuo de um contrato de fornecimento de alimentos com a empresa Bom Paladar LTDA.Revoltado com o atraso no pagamento, o dono da empresa procura o departamento jurdico para saber quais providncias podem ser tomadas. Logo, responda justificadamente, pode a empresa deixar de executar o contrato?

(Colaborao do Prof. J. MADEIRA)

RESPOSTA SUGETO:

Trata-se de exceo do contrato no-cumprido que, diga-se de passagem, s pode ocorrer, por exemplo, na hiptese do art. 78, XV da Lei 8.666/93:o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela Administrao decorrentes de obras, servios ou fornecimento, ou parcelas destes, j recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pblica, grave perturbao da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela suspenso do cumprimento de suas obrigaes at que seja normalizada a situao;

Porm, no caso em tela, est presente a situao de calamidade pblica como a exceo do referido dispositivo que autorizaria a resciso ou a suspenso do fornecimento. Assim, no pode a empresa suspender e nem interromper a execuo do contrato at que termine a situao de calamidade pblica, pois, do contrrio, estaria dando causa Administrao Pblica para a resciso do contrato por culpa do contratado.

Aula 10

CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

1- Formalizao. 2- Durao. 3- Prorrogao. 4- Renovao. 5- Inexecuo. 6- Extino. 7- Sanes Administrativas. 8- Convnios e Consrcios Administrativos.

Para a resoluo dos casos desta aula, faa, inicialmente, a leitura do captulo Contratos Administrativos, Jos Maria Pinheiro Madeira, Tomo I, 9 ed. Editora Amrica Jurdica, 2007.Manual de Direito Administrativo, Jos Dos Santos Carvalho Filho, 15 ed. Editora Lmen Juris. No deixe de ver a jurisprudncia relacionada ao tema em estudo.

1 Questo (OAB-RJ):

Alice, Deputada Federal e cumpridora de suas obrigaes eleitorais, aps votar nas eleies deste ano para escolha de Prefeito, toma conhecimento de um contrato administrativo precedido de licitao firmado entre o Governo do Estado do Rio de Janeiro e a Empresa Bom Prato LTDA, para o fornecimento de quentinhas nos Presdios do Estado. Nesse contrato, existe uma clusula que probe a sua alterao unilateral, mesmo que motivada por interesse pblico, e outra que faculta contratada realizar a suspenso do fornecimento das quentinhas caso o Estado atrase o pagamento por mais de 10 (dez) dias.Sabedora que foi realizada licitao, ela procura seu escritrio para que possa propor a medida cabvel na esfera judicial.

Pergunta-se: a) Qual a ao cabvel para o caso e por qu? b) Qual seria a fundamentao desta medida? (Colaborao do Prof. Rodrigo Vieira)

RESPOSTA SUGESTO:

a) a medida cabvel a ao popular, posto que a Deputada cidad, portadora de ttulo eleitoral, preenchendo os requisitos da Lei de Ao Popular e com interesse de defender o interesse pblico.

b) Nulidade do contrato administrativo, caso no seja identificado vcio na licitao, pela no insero de clusulas obrigatrias. Assim, a Administrao, com base no interesse pblico, exerce sua posio preponderante para adequar o contrato este interesse art. 78, XII da 8.666/93, bem como tem a possibilidade de atrasar o pagamento do contrato por um prazo de at 90 dias art. 78, XV, sendo invivel a flexibilizao de tais normas por afrontar o princpio da legalidade, dentre outros.

2 Questo:

A empresa PROMO SOM PROMOES E SONORIZAO LTDA intenta Ao de Cobrana em face do Municpio de CORDEIRO, alegando ser credora da quantia de R$ 12.800,00 em razo de contrato firmado com o ru, atravs do Secretrio Geral e Chefe de Gabinete da Prefeitura, para a prestao de servios de cobertura sonora do carnaval de 1999.No caso, o contrato de prestao de servio celebrado em nome da prefeitura foi firmado pelo Sr. Luiz Antnio, Chefe de Gabinete da Prefeitura, no havendo qualquer prova de que o Prefeito delegara essa funo ao citado servidor.Ademais, o contrato foi celebrado sem licitao prvia, em afronta ao art. 37, XXI da CF e art. 2 da Lei 8.666/93, no se tratando de hiptese de inexigibilidade ou dispensa de licitao, pelo fato do valor nominal do contrato ser de R$ 12.800,00, exceder o limite legal de R$ 8.000,00, conforme estabelece o art. 24, conjugado com o art. 23, II, da Lei 8.666/93.Neste caso, deve ou no o particular ser indenizado? Justifique.

(Colaborao do Prof. J. MADEIRA).RESPOSTA SUGETO:

Apelao. Ao de Cobrana. Sentena de improcedncia. Contrato administrativo. Nulidade.O contrato de prestao de servio celebrado em nome da Prefeitura foi firmado pelo Chefe de Gabinete da Prefeitura de Cordeiro, sem prova de que o Prefeito delegara essa funo ao citado servidor. Assim, o contrato em questo nulo, por estar maculado pelo vcio de incompetncia, bem como por ter sido celebrado sem prvia licitao, em afronta, portanto, ao art. 37, XXI, da CF e art. 2 da Lei 8.666/93, no se tratando de hiptese de inexigibilidade ou dispensa de licitao, por seu valor exceder o limite legal estabelecido no art. 24 conjugado com o art. 23, II, da Lei 8.666/93, a revelar outra nulidade na contratao. Deve a Administrao pagar pelos servios que efetivamente lhe foram prestados, caso no seja imputvel ao contratado a causa da nulidade. Exegese do art. 59 e pargrafo nico, da Lei 8.666/93. Precedente do STJ. Na espcie, as irregularidades do contrato so imputveis tambm ao apelante, na medida em que celebrou contrato administrativo com agente incompetente e sem prvia licitao, beneficiando-se com contrataes irregulares durante quatro anos, como demonstra documento vindo aos autos, caso em que no faz jus remunerao por servio decorrente de contrato nulo de pleno direito, seno apenas indenizao pelos custos, que no foi pedido e nem feito prova dos mesmos.Desprovimento do recurso.Apelao Cvel n 25014/2004 TJRJ.

Aula 11

LICITAO

1- Licitao. 2- Conceito. 3- Natureza Jurdica. 4- Disciplina Normativa. 5- Objeto. 6- Princpios. 7- Dispensa e Inexigibilidade de Licitao. Para a resoluo dos casos desta aula, faa, inicialmente, a leitura do captulo Licitao, Jos Maria Pinheiro Madeira, Tomo I, 9 ed. Editora Amrica Jurdica, 2007.Manual de Direito Administrativo, Jos Dos Santos Carvalho Filho, 15 ed. Editora Lmen Juris. No deixe de ver a jurisprudncia relacionada ao tema em estudo.

1 Questo: Abertas as propostas da licitao, verifica-se que o valor da contratao das obras e servios dela objeto ultrapassa a modalidade licitatria escolhida. possvel, nessa fase do procedimento, reduzir o prazo do futuro contrato, previsto no instrumento convocatrio, visando diminuir o valor do ajuste, concedendo, para tanto, novo prazo para apresentao de propostas substitutivas? (Colaborao do Prof. J. MADEIRA).Resposta Sugerida: No caso em foco, podem ter ocorrido duas hipteses. Na primeira, a Administrao ter cometido equvoco, porque ou fez incorretamente a avaliao das obras e servios, fixando preos abaixo dos praticados no mercado . ou. verificando que os preos estavam prximos da modalidade licitatria superior, deixou de se precaver e adotar o procedimento desta.A segunda hiptese consiste na possibilidade de, correto o oramento das obras e servios, os participantes terem superestimado os preos.Na primeira hiptese, j que houve erro administrativo, a Administrao deveria invalidar a licitao. Na segunda, deveria desclassificar as propostas e, se o desejasse, dar prazo de oito dias para sua substituio.De nenhuma forma, entretanto, poderia ser reduzido o prazo contratual. O fundamento est no art. 40, II. da Lei no 8.666/93, pelo qual o edital deve estabelecer prazo contratual, e no 2o do mesmo artigo, que considera a minuta de contrato conto integrante do edital, que ato vinculado. A resposta, pois, e no sentido de que no possvel alterar o prazo do contrato para diminuir o valor a ser pago ao contratado.

2 Questo - A Lei no 8.666/93 veda a preferncia de marca. Pergunta-se: essa vedao absoluta? Como compatibilizar a vedao da escolha de marca com o princpio da padronizao das compras feitas pela Administrao? Se a vedao no absoluta, que circunstncias autorizam a escolha da marca? (Colaborao do Prof. J. MADEIRA).Resposta Sugerida: A Lei n. 8.666/93 refere-se vedao da escolha de marca em dois momentos. No art. 7o, 5o ao referir-se a obras e servios, e no art. 15, 7o inc. I, relativo s compras, todas da Lei 8.666/93.Embora o legislador vede a indicao de marca nas compras, impe que a Administrao d preferncia ao princpio da padronizao (art. 15, inc. I). Ora, padronizado o material utilizado pelo rgo pblico, a partir de procedimento especfico, as aquisies supervenientes s sero viveis se houver a indicao da marca padronizada, sem que, nessa hiptese, qualquer ilegalidade seja cometida.A proibio de que a Administrao dirija o procedimento licitatrio de forma a escolher determinada marca um corolrio do princpio da igualdade, assegurado pela Constituio Federal. importante que se perceba, no entanto, que a vedao atinge a escolha imotivada de marca, posto que, nesse caso, o administrador est violando o direito de todos que se encontrem em iguais condies de atender a uma necessidade da Administrao, e que, dessa forma, tm frustrado seu direito de participar do procedimento em funo de uma exigncia descabida do Poder Pblico.Se a Administrao necessita de um bem determinado, com caractersticas tais que somente uma marca especfica capaz de atender, no existe, em princpio, uma pluralidade de contratantes potenciais, vez que apenas aquela marca atende s necessidades do rgo pblico. Ressalte-se, no entanto, que deve haver uma justificativa slida para essa preferncia. Justificativas genricas - como a que melhor atende aos interesses da Administrao, por ser de melhor qualidade, - no so suficientes, por si ss, para autorizar que a Administrao inclua em seu instrumento convocatrio a preferncia por tal ou qual marca. E necessrio que a justificativa demonstre que, tecnicamente, s aquela marca atende s necessidades especficas da Administrao, perfeitamente individualizadas e demonstradas.Imagine-se a seguinte hiptese: para desenvolver uma dada pesquisa, foi adquirida uma determinada matria-prima, um reagente qumico especfico. Se para continuidade dessa pesquisa for necessria nova aquisio, poder-se-ia fazer a indicao da marca desejada na hiptese de outra marca qualquer, similar inicialmente adquirida, implicar possibilidade de desvio do resultado j obtido inicialmente. Nessa hiptese, se o fato estiver justificado nos autos, legal ser a opo de marca pela Administrao, posto que apenas um determinado produto rene condies de atender a contento necessidade especfica do rgo pblico.Em suma, preciso que o contratante comprove, justificadamente, que no est dirigindo a licitao, favorecendo qualquer particular em detrimento de outro.(in Jos Maria Pinheiro Madeira. Administrao Centralizada e Descentralizada- Amrica Jurdica 9 ed. 2007. p.322)

3 Questo: Numa sesso de julgamento de habilitao e propostas, a Comisso de Licitao inabilitou uma das empresas participantes, que, ento, por seu representante, expressou seu desejo de recorrer, na forma do art. 109, I, a, da Lei no. 8.666/93. Como deve proceder a Comisso no caso? Fundamente a resposta e aponte a base normativa.(Colaborao do Prof. J. MADEIRA).Resposta Sugerida: Interposto o reurso, que ter efeito suspensivo (art. 109, 2, da Lei no. 8.666/93), dar-se- cincia aos demais licitantes, que podero impugn-lo no prazo de cinco dias teis (art. 109, 3). A Comisso de Licitao dever em seguida submeter o recurso autoridade administrativa superior, que, dentro de cinco dias, sob pena de responsabilidade (art. 109, 4), poder confirmar ou rever a deciso da Comisso.

Aula 12 LICITAO

1- Licitao. 2- Conceito. 3- Natureza Jurdica. 4- Disciplina Normativa. 5- Objeto. 6- Princpios. 7- Dispensa e Inexigibilidade de Licitao. Para a resoluo dos casos desta aula, faa, inicialmente, a leitura do captulo Licitao, Jos Maria Pinheiro Madeira, Tomo I, 9 ed. Editora Amrica Jurdica, 2007.Manual de Direito Administrativo, Jos Dos Santos Carvalho Filho, 15 ed. Editora Lmen Juris. No deixe de ver a jurisprudncia relacionada ao tema em estudo.

1 Questo - Correndo contra o tempo, o velho Professor SCHMITT segue em direo ao rgo de vigilncia sanitria da Prefeitura de FLORIANPOLIS-SC para notificar quanto a uma importante descoberta, que a suposta bactria responsvel pelas mortes de turistas ocorridas dias atrs (em virtude do consumo de caldo de cana) era, em verdade, um novo e mortfero vrus, capaz de mutaes que lhe permitiriam se associar a diversas espcies de vegetais e razes, consumidas pela populao. A autoridade sanitria, aps receber tais informaes, faz um levantamento da estatstica de contaminao da populao ainda em fase de incubao, com perspectiva de se manifestar menos de uma semana. Desta feita, o BOCILUS, Procurador do Municpio, buscando demonstrar calma e profissionalismo num momento como este, alerta ao Prefeito que, na hiptese vertente, dever o Poder Pblico observar os princpios da lei 8.666/1993, adotando uma criteriosa concorrncia para a aquisio dos medicamentos necessrios, com todo o cuidado, eis que nessas hipteses de emergncia que os licitantes poderiam forar uma proposta mais alta. Voc concorda? Fundamente. (Colaborao do Prof. J. MADEIRA).

Resposta Sugerida: Incorreta a orientao do Dr. Bcilus tendo em conta que em hiptese de calamidade pblica e situaes emergenciais, a licitao pode ser dispensada, conforme contido no art. 24, IV da lei 8.666/1993.Dever o aluno considerar que o procedimento administrativo no poder prescindir de um mnimo de formalidade em processo administrativo clere, a fim de assegurar registro para posterior exame pelos rgos de controle, como deixa claro o contido no art.26 e pargrafo nico.

2 Questo: - Em virtude da decretao do estado de calamidade pblica no Municpio Vila Forte, tendo como base as intensas chuvas que acometeram o local, o Prefeito, a pedido de seu Secretrio de Obras, autorizou a contratao direta da empresa CONSTRUTORA Z l LTDA, com o objetivo de construir a parcela final de habitaes para a populao de baixa renda afetada pela enchente. empresa apresentou o projeto de construo, e o prazo improrrogvel seria de 10 (dez) meses. Interessadas na contratao, as empresas OBRAS ACABADAS e CATANCONSTRUES S/A ingressaram com mandado de segurana preventivo visando a no celebrao do contrato, alegando que teria de ser \realizada licitao. O Prefeito, no entanto, sustentou, nas informaes, que se tratava de situao de emergncia e que, alm disso, o valor proposto estava abaixo dos preos praticados no mercado. O juiz denegou o pedido, e as empresas recorreram ao T J. Pergunta-se: l- O recurso merece provimento? 2- Pela natureza da lide, seria adequado o mandado de segurana? 3- Quais as formalidades indispensveis para contratao direta, sempre que estiver configurada a situao de dispensa ou inexigibilidade de licitao? (Colaborao do Prof. J. MADEIRA).

Resposta Sugerida: A resposta positiva.De acordo com o art. 24, IV, da lei 8666/93, situaes de emergncia ou de calamidade pblica, em que se faa necessrio o atendimento em carter de urgncia, do ensejo dispensa de licitao para a contratao de obras, servios, equipamentos e outros bens. Contudo, a lei fixa prazo para a concluso das parcelas de obras e servios, qual seja, o de 180 dias, a partir da ocorrncia da emergncia ou calamidade, o que significa dizer que, se tais objetivos s puderem ser concludos em perodo superior, obrigatrio ser o procedimento de licitao. No caso, como o projeto previu o prazo de 10 meses, superior, portanto, ao estabelecido na lei, a Prefeitura teria que providenciar a respectiva licitao para a contratao da parcela faltante da obra. Quanto ao mandado de segurana, trata-se de instrumento admissvel no caso, j que a matria relativa exigncia ou no de licitao no caso tipicamente de direito, podendo, ento, haver hiptese de direito lquido e certo.

AULA 13 LICITAO

1- Modalidades. 2- Tipos de Licitao. 3- Procedimento. 4- Anulao. 5- Revogao. 6- Recursos. 7- O Prego: nova modalidade.

Para a resoluo dos casos desta aula, faa, inicialmente, a leitura do captulo Contratos Administrativos, Jos Maria Pinheiro Madeira, Tomo I, 9 ed. Editora Amrica Jurdica, 2007.Manual de Direito Administrativo, Jos Dos Santos Carvalho Filho, 15 ed. Editora Lmen Juris. No deixe de ver a jurisprudncia relacionada ao tema em estudo.

1 Questo: (- OAB/RJ) - Tendo participado de uma licitao, na qual foi vitorioso, seu cliente v frustrada sua expectativa de adjudicao em seu favor, do respectivo objeto, dado que a Administrao decidiu, antes de determinar a formalizao de qualquer ajuste e motivado o ato, pela revogao da licitao. Pergunta-lhe o cliente se a Administrao poderia, legalmente, assim proceder. Como voc lhe responderia? ( Colaborao do Prof. J. MADEIRA).Resposta Sugerida: O procedimento inteiramente legal, desde que observados os princpios aplicveis. A Administrao pode, discricionariamente, revogar licitao concluda, desde que ainda no tenha ocorrido a adjudicao, desfazendo seus efeitos por critrios de ordem administrativa ou razes de interesse pblico, os quais precisam ser claramente detalhados e justificados no despacho motivado da revogao. Alm disso, as alegadas razes de interesse pblico devem originar-se de fato superveniente devidamente comprovado, pertinente e suficiente para conduzir revogao (Lei no. 8.666/93, art. 49). O vencedor da licitao tem mera expectativa de direito ( adjudicao), no, ainda, direito subjetivo execuo do objeto da licitao (prestao de servio, realizao de obra ou fornecimento de material).

2 Questo - Prefeito do Municpio de Terra Encantada pretende construir nova sede para a Prefeitura, bem como efetuar a mudana para o novo prdio, com remoo dos bens mveis, inclusive arquivos, o mais breve possvel. Considerando que a contratao da obra est orada em R$ 1.600.000,00 (um milho e seiscentos mil reais) e que a contratao do servio de remoo dos bens mveis foi estimado em R$ 30.000,00, o Prefeito ento lhe pergunta: possvel adotar a modalidade licitatria Prego para selecionar a proposta mais vantajosa para o contrato de obra?E para o contrato de prestao de servios de remoo de bens mveis?Para a realizao do Prego ser necessrio constituir uma comisso de licitao?O procedimento do prego todo oral, todos os licitantes podem oferecer lances verbais?Todos os interessados em participar do certame devem se submeter a uma fase preliminar de habilitao? ( Colaborao da Profa. Luciana Marinho )

Resposta Sugerida: No, pois de acordo com o art. 1 da Lei 10.520/02, somente poder ser adotada a modalidade prego para aquisio de bens e servios comuns, o objeto contratual obra no foi contemplado.Sim, pois se trata de servio comum, conforme elencado no item 21, do anexo II, do Dec. 3.555/00.No bastar a designao de um pregoeiro e equipe de apoio art. 3, IV Lei 10.520/02.No, os lances verbais so precedidos do oferecimento de propostas escritas na sesso pblica. No curso da sesso, o autor da oferta de valor mais baixo e os das ofertas com preos at 10% superiores quela podero fazer novos lances verbais e sucessivos, at a proclamao do vencedor. No havendo pelo menos trs ofertas nas condies definidas no inciso anterior, podero os autores das melhores propostas, at o mximo de 3, oferecer novos lances verbais e sucessivos, quaisquer que sejam os preos oferecidos.(Art. 4 VIII e IX da Lei 10.520/02)No, somente aps encerrada a etapa competitiva e ordenadas as ofertas que o pregoeiro abrir o envelope com os documentos referentes habilitao do licitante que apresentou a melhor proposta. E se este desatender s exigncias para habilitao, o pregoeiro examinar as ofertas subseqentes e a qualificao dos licitantes, na ordem de classificao (nos termos do art. 4, XII e XVI da Lei 10.520/02)

Aula 14

BENS PBLICOS

Para a resoluo dos casos desta aula, faa, inicialmente, a leitura do captulo Bens Pblicos, Jos Maria Pinheiro Madeira, Tomo I, 9 ed. Editora Amrica Jurdica, 2007.Manual de Direito Administrativo, Jos Dos Santos Carvalho Filho, 15 ed. Editora Lmen Juris. No deixe de ver a jurisprudncia relacionada ao tema em estudo.

1- Bens Pblicos. 2- Conceito. 3- Classificao. 4- Afetao e Desafetao. 5- Regime Jurdico. 6- Aquisio. 7- Gesto dos Bens Pblicos. 8- Alienao.

1 Questo : O imvel onde est localizado o Hospital Estadual Getlio Vargas, por foras de uma fora de uma exploso em suas caldeiras, acaba por ficar totalmente destrudo. Diante da inviabilidade de sua reconstruo, o Governador do Estado decide promover sua venda. possvel que se proceda regularmente a alienao de bem pblico desta espcie? Justifique. (Colaborao do Prof. J. MADEIRA).

Resposta Sugerida: Sim, houve desafetao ftica. A desafetao a retirada da destinao pblica especfica, no caso o servio pblico de sade. A desafetao em regra decorre da lei. Apenas excepcionalmente pode decorrer de um fato, como no caso em tela. O bem pblico, quando desafetado, se insere na espcie dominical. Os bens dominiciais so alienveis, porque o Estado age em relao a eles como proprietrio e no como mero gestor.

2 Questo: Seu Tio morador de So Cristvo encontrou uma pedra preciosa numa praa de seu bairro. Quando a notcia caiu nos ouvidos da vizinhana, a praa foi invadida por populares em delrio. Portando ps, iniciaram as escavaes, at transformar a praa em verdadeira rea de garimpo, uma grande cratera, cercada de entulho. Depois de alguns dias, como nenhum deles teve sucesso, abandonaram o terreno. Em que tipo de bem pblico se inclui tal terreno, antes e depois dos fatos narrados? Justifique ( Colaborao da Profa. Luciana Marinho).

Resposta Sugerida: Antes dos fatos, bem de uso comum do povo (art. 99 do CC), pois enquanto praa pblica podia ser utilizada por todos indistintamente para o lazer, estava afetada para essa destinao pblica especfica. Entretanto, aps as escavaes sofreu uma desafetao ftica e se tornou bem dominical.

3 Questo:- Um certo bem pblico foi concedido a particular, mediante permisso de uso. Ocorre, que aps certo tempo a Administrao Pblica alegando interesse pblico revoga a permisso, justificando seu ato , sob a afirmao que a ocupao de bem pblico municipal, mesmo remunerada, caracteriza simples permisso de uso, outorgada em carter precrio, e revogvel unilateralmente pela Administrao, sempre que o interesse pblico assim o exigir. Irresignado, o permissionrio alega que sua permisso no poder se considerada mero ato, pois foi estabelecida, nos moldes de contrato de adeso, inclusive com prazo e taxa de ocupao.Decida o caso em epgrafe de forma fundamentada. (Colaborao do Prof. J. MADEIRA).

Resposta: A presena de prazo diferencia a permisso de uso simples e a qualificada, pois nos dizeres de Cretella Junior a Administrao Pblica ao estabelecer prazo gerar para si dever de aguardar o prazo para sua posterior desconstituio, sob pena de indenizao. Aps o vencimento do prazo, ou pagamento da indenizao o mero ato de comunicao de vontade da revogao desse ato negocial, sem a devoluo do imvel, caracteriza-se o esbulho possessrio sanvel pela via da reintegrao. Inexistindo prova das alegadas perdas e danos, que somente no processo de conhecimento pode ser produzida, eis que defeso ao juiz proferir sentena condicional, pois para a fase de liquidao admite-se relegar apenas a apurao do quantum devido, impe-se a improcedncia do pedido condenatrio.(TJ.-RJ -- unn. da 3.a Cm., - Ap 9600105301 - Juiz Nametala Jorge - Municpio do Rio de Janeiro x Maria Amlia Pereira).Aula 15.

BENS PBLICOS

1- Bens Pblicos. 2- Conceito. 3- Classificao. 4- Afetao e Desafetao. 5- Regime Jurdico. 6- Aquisio. 7- Gesto dos Bens Pblicos. 8- Alienao.

Para a resoluo dos casos desta aula, faa, inicialmente, a leitura do captulo Bens Pblicos, Jos Maria Pinheiro Madeira, Tomo I, 9 ed. Editora Amrica Jurdica, 2007.Manual de Direito Administrativo, Jos Dos Santos Carvalho Filho, 15 ed. Editora Lmen Juris. No deixe de ver a jurisprudncia relacionada ao tema em estudo.

1 Questo

- O Municpio de General Severiano, impossibilitado de honrar com seus compromissos financeiros oriundos de um contrato administrativo, prope pagar parte do contrato transferindo ao contratado imvel pblico destinado escola municipal. Instado a se manifestar nos autos, voc, na qualidade de Procurador municipal, opine a respeito dos seguintes questionamentos, de forma fundamentada e indicando os respectivos dispositivos legais: a) possvel ao Poder Pblico alienar bens imveis desta natureza?Resposta: Os bens pblicos, enquanto afetados a uma destinao pblica, so inalienveis, a qualquer ttulo. No caso, o imvel era utilizado para fins de escola pblica, caracterizando bem de uso especial, no podendo ser objeto de alienao.b) Em sendo bem dominical, seria possvel este tipo de negcio? Mediante o cumprimento de quais exigncias legais?Resposta: Sendo bem dominical, haveria a possibilidade de dao em pagamento, conforme dispe o art. 17, I, a, do Estatuto Geral de Licitaes. Os requisitos para a dao esto elencados no art. 17 do Estatuto: (I) existncia de interesse pblico devidamente justificado; (II) avaliao prvia do imvel; (III) autorizao legislativa especfica; sendo dispensada a licitao.

(Colaborao do Prof. Gladstone ).

2 Questo - Em que consiste a denominada alienabilidade condicionada dos bens pblicos imveis? Explique o fenmeno da afetao e desafetao e como se procede. (resposta fundamentada, com a indicao dos dispositivos legais pertinentes) Colaborao do Prof. Gladstone).Resposta: A expresso alienabilidade condicionada, construda inicialmente pelo Prof. Jos dos Santos Carvalho Filho, indica que os bens pblicos podem ser objeto de alienao, desde que observados requisitos legalmente definidos no art. 17 da Lei n. 8.666/93, a saber: (i) apenas bens dominicais, ou seja, sem destinao pblica especfica; (ii) avaliao prvia do imvel; (iii) autorizao legislativa especfica; (iv) licitao na modalidade concorrncia. A afetao o ato ou fato no qual se atribui ao bem pblico uma destinao de interesse pblico. A desafetao a retirada da destinao pblica anterior, mediante interesse pblico devidamente comprovado. A afetao e a desafetao pode se dar por ato formal da Administrao (Lei ou decreto) ou de forma tcita, quando um fato atribuir ou subtrair de um determinado bem uma utilidade pblica.

3 Questo : ( OAB/RJ) Sendo o Maracan um bem pblico, o que justificaria a cobrana de ingressos em dias de jogos de futebol naquele estdio? Justifique. ( Colaborao do Prof. Augusto Nepomuceno).

Resposta Sugesto:

O atual Cdigo Civil utilizou-se para categorizar os bens de acordo com a sua Destinao (ou Utilizao) que so: de uso comum, de uso especial e dominicais. Esto previstos no art. 99, mas tal diploma no os conceitua, limitando-se a apontar exemplos das duas primeiras modalidades e informar em que se constitui a ltima.Os bens de uso especial so utilizados pela prpria Administrao Pblica para a persecuo e efetivao de sua atividade.A limitao utilizao de tais bens regra, mais possvel que o particular faa uso do bem, como o caso da questo em tela, observando as regras impostas para o seu uso, podendo ser cobrado, inclusive, preo para custear esse uso.[footnoteRef:1] [1: MADEIRA, Jos Maria Pinheiro. Administrao Pblica Centralizada e Descentralizada, Ed. Amrica Jurdica, Tomo II, 9 ed., 2007.]