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ACURACIDADE DOS ESTOQUES DE SOBRESSALENTES COMO ELEMENTO-CHAVE NA GESTÃO DA MANUTENÇÃO - UM ESTUDO BIBLIOGRÁFICO José Flávio Rangel de Arruda, Rogério Atem de Carvalho (Instituto Federal Fluminense) Resumo: A gestão da manutenção comumente se apresenta como objeto de estudos práticos e acadêmicos voltados à melhoria de seus indicadores de eficiência, geralmente pautados nas variáveis tempo, custo e escopo. Em contrapartida, mostram-se raras as pesquisas ampliando o campo de análise para o papel da informação como um elemento-chave deste processo de melhoria contínua, especificamente através da acuracidade dos registros de estoques de sobressalentes - insumo quase indispensável nestas rotinas. Desta forma, este estudo se propõe a elencar os desafios para o gestor de materiais no âmbito da gestão da manutenção, buscando identificar, a partir deles, elementos-chave com elevado potencial de comprometimento da sua acuracidade; e, ao mesmo tempo, apresentar a importância do tema a partir de uma extensa pesquisa bibliográfica em diferentes bases de dados acadêmicas, no Brasil e no exterior. Os nove elementos-chave consolidados e o expressivo volume de referenciais identificados, em diferentes abordagens de pesquisa, atestam a relevância e a amplitude do tema, especialmente no setor industrial. Palavras-chaves: Gestão da Manutenção, Sobressalentes, Acuracidade. ISSN 1984-9354

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ACURACIDADE DOS ESTOQUES DE SOBRESSALENTES COMO ELEMENTO-CHAVE NA GESTÃO DA MANUTENÇÃO - UM ESTUDO BIBLIOGRÁFICO

José Flávio Rangel de Arruda, Rogério Atem de Carvalho

(Instituto Federal Fluminense)

Resumo: A gestão da manutenção comumente se apresenta como objeto de estudos práticos e acadêmicos voltados à melhoria de seus indicadores de eficiência, geralmente pautados nas variáveis tempo, custo e escopo. Em contrapartida, mostram-se raras as pesquisas ampliando o campo de análise para o papel da informação como um elemento-chave deste processo de melhoria contínua, especificamente através da acuracidade dos registros de estoques de sobressalentes - insumo quase indispensável nestas rotinas. Desta forma, este estudo se propõe a elencar os desafios para o gestor de materiais no âmbito da gestão da manutenção, buscando identificar, a partir deles, elementos-chave com elevado potencial de comprometimento da sua acuracidade; e, ao mesmo tempo, apresentar a importância do tema a partir de uma extensa pesquisa bibliográfica em diferentes bases de dados acadêmicas, no Brasil e no exterior. Os nove elementos-chave consolidados e o expressivo volume de referenciais identificados, em diferentes abordagens de pesquisa, atestam a relevância e a amplitude do tema, especialmente no setor industrial.

Palavras-chaves: Gestão da Manutenção, Sobressalentes, Acuracidade.

ISSN 1984-9354

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1- Introdução

As áreas de investigação relevantes sobre a gestão estratégica da manutenção, em termos

gerais, incluem uma grande diversidade de tópicos, especialmente associados ao aprimoramento

de indicadores de eficiência baseados nas variáveis tempo, custo e escopo. Em complemento a

estes estudos, de grande relevância neste processo de melhoria contínua, novas abordagens foram

desenvolvidas buscando entender a influência da gestão da cadeia de suprimentos na gestão da

manutenção, ampliando os horizontes de pesquisa e enaltecendo a informação como um elemento-

chave para o seu funcionamento.

Nesta perspectiva, em virtude das demandas econômicas globais ligadas à velocidade,

qualidade e preço, de maneira personalizada (Pradella e Silva, 2005), e de acordo com o enfoque

deste estudo, o papel da informação na gestão da manutenção se mostra uma questão relevante na

prática, especialmente quando consideradas as suas demandas mais simples, ligadas à gestão das

peças sobressalentes – insumos quase indispensáveis a sua realização -, traduzidas não somente na

sua disponibilidade, mas sobretudo na acuracidade dos seus registros, em seu sentido mais amplo.

A acuracidade dos registros de estoque, em outras palavras, consiste num fator chave para

a eficiência operacional das empresas (HUSCHKA, 2009) (DEHORATIUS; RAMAN, 2008)

(WALLER, NACHTMANN e HUNTER, 2006). Comumente definida como o índice de precisão

dos registros de estoque, correspondendo a uma medida de conformidade do saldo de um item

verificado em mãos comparado à quantidade registrada no sistema de informação (SHELDON,

2004), ou ainda ao nível de precisão incorrido durante determinadas operações (CSCMP, 2010),

geralmente expresso em porcentagem, a acuracidade pode ser facilmente relacionada ao registro

correto, preciso e completo de todas as transações dos itens em estoque, desde o planejamento da

sua aquisição a sua destinação final, tanto nos processos físicos quanto nos administrativos.

Com efeito, estudos comprovam que a maior parte das empresas registra problemas de

estoque (SARI, 2008). Todavia, apesar desta realidade, existe um número limitado de pesquisas

voltadas para o efeito da inacuracidade dos inventários na performance das cadeias de suprimento

(Fleisch e Tellkamp, 2005) e, por consequência, na gestão da manutenção. Ademais,

Drohomeretski e Souza (2012) complementam que, embora existam diversas pesquisas na

atualidade abordando esta temática, muitas delas se voltam unicamente para o setor de varejo,

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apesar das demandas similares em outros setores, especialmente no industrial, condição agravada

no caso brasileiro, onde se identifica uma escassez de investigações sobre acuracidade de estoque

de maneira generalizada (DROHOMERETSKI, 2009).

Em grande parte responsável pela garantia do nível de serviço ao cliente, a manutenção se

utiliza de programações muitas vezes condicionadas às peças sobressalentes, para as quais busca-

se constantemente a disponibilidade no tempo, quantidade e especificações adequadas. Garantir a

precisão dos registros destes itens, cujos estoques são geralmente caracterizados por uma grande

diversidade quantitativa, qualitativa e geográfica, especialmente no setor industrial, torna-se,

assim, uma questão fundamental para a gestão estratégica da manutenção.

Desta forma, este estudo se propõe a elencar os desafios para o gestor de materiais no

âmbito da gestão da manutenção, buscando identificar, a partir deles, elementos-chave com

elevado potencial de comprometimento da sua acuracidade; e, ao mesmo tempo, apresentar a sua

importância e as principais consequências de sua ausência, a partir de uma pesquisa bibliográfica

em diferentes bases de dados acadêmicas, no Brasil e no exterior. As considerações investigadas

neste estudo, embora geralmente habituais no âmbito operacional, possuem uma relevância

intrínseca, tendo em vista responderem, em muitas ocasiões, por significativas perdas operacionais

e financeiras quando desconhecidas ou negligenciadas, expondo negativamente, em última

análise, a gestão da manutenção como um todo.

1.1 - Organização do estudo

O presente estudo está organizado da seguinte forma: Introdução (1) – Apresenta a

contextualização da pesquisa, os seus principais elementos motivadores e o seu objetivo;

Considerações Metodológicas (2); Estoques de Peças Sobressalentes e Gestão da Manutenção (3)

– Os resultados relevantes da pesquisa bibliográfica; Conclusões (4) – Apresenta os elementos-

chave para a acuracidade obtidos através do estudo; Referências Bibliográficas (5).

2 - Considerações Metodológicas

Este estudo valeu-se de um extenso estudo bibliográfico em diferentes bases de dados

acadêmicas, no Brasil e no exterior, utilizando palavras chave correlatas ao tema de investigação,

além da seleção de livros direcionados ao tema de pesquisa. Os aspectos chave elencados pelos

autores identificados, uma vez dispostos lógica e sequencialmente, permitiram identificar e

compreender, através de simples sintetização e correlação ou mera citação, os elementos chave

caracterizadores da acuracidade dos estoques de sobressalentes no âmbito da gestão da

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manutenção; atestando, em última análise, os desafios para o gestor de materiais e de manutenção

e, ao mesmo tempo, a relevância do tema para a academia.

A primeira etapa do estudo bibliográfico em bases de dados acadêmicas consistiu na

pesquisa a periódicos nacionais e internacionais disponíveis no Portal de Periódicos Capes

(www.periodicos.capes.gov.br), permitindo a consulta a diferentes bases de dados

simultaneamente, tais como: Academic Search Premier - ASP (EBSCO), Cambridge Journals

Online, Emerald Fulltext (Emerald), Highwire Press, Information Science & Technology

Abstracts - ISTA (EBSCO), SciELO.ORG, Science (AAAS), ScienceDirect (Elsevier),

SpringerLink (MetaPress), Oxford Journals (Oxford University Press) e Web of Knowledge Cross

Search (Thomson Scientific / ISI Web Services).

Em seguida, foi realizada uma pesquisa na base “ISI Web of Knowledge”,

(http://apps.webofknowledge.com), devido a sua relevância para pesquisas ligadas à área de

engenharia, bem como pela qualidade dos artigos disponibilizados.

A terceira etapa deste levantamento bibliográfico se deu na base “Scopus”

(http://www.scopus.com), por apresentar artigos de grande relevância para o tema pesquisado.

Estes dados foram complementados por uma pesquisa no Portal da ABEPRO (Associação

Brasileira de Engenharia de Produção), buscando referências publicadas no Encontro Nacional de

Engenharia de Produção (ENEGEP), assim como na base de dados do “Google Acadêmico”. Estas

duas últimas bases foram selecionadas por apresentarem um grande número de artigos publicados

no Brasil, o que representa um potencial de localização de referências acadêmicas mais próximas

ao contexto desta pesquisa.

Por fim, acreditando que o tema estudado também despertasse o interesse dos estudiosos

da administração, a quarta e última etapa ocorreu na base de dados da ANPAD (Associação

Nacional de Pós-Graduação em Administração) e no respectivo acervo acadêmico ligado aos

eventos por ela promovidos.

As pesquisas em todas as bases de dados foram realizadas em 30/09/2012, utilizando-se

como referência os termos “Spare Parts” e “Accuracy”, bem como “Peças Sobressalentes” e

“Acuracidade”, respectivamente, pois o objetivo era identificar artigos que abordassem os dois

temas simultaneamente, em âmbito nacional e internacional.

O resultado deste levantamento consistiu na seleção de referenciais em quantidade

equivalente a 101 artigos. Deste total, 52 artigos foram publicados em inglês e 49 em português.

Após a aplicação de filtros selecionando aqueles ligados à área de engenharia publicados nos

últimos cinco anos, seguida da avaliação dos seus títulos e resumos, apenas 45 artigos se

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mostraram de grande relevância para o tema pesquisado, cujas ideias principais encontram-se

apresentadas e/ou correlacionadas no desenvolvimento deste estudo.

3 - Estoques de Peças Sobressalentes e Gestão da Manutenção

3.1 – Sobressalentes – Características e Finalidades

A definição de estoques de sobressalentes, de maneira geral, confunde-se com sua própria

finalidade no processo logístico e gerencial. Um objetivo primário do estoque é garantir a

disponibilidade de produtos, na quantidade e no tempo adequados (BALLOU, 2004), os quais se

voltam à operacionalidade e/ou a manutenibilidade dos equipamentos. Em síntese, consistem em

recursos voltados para minimizar as incertezas do processo logístico, podendo assumir diferentes

perfis de acordo com a necessidade, tais como: Pulmão (1) - reguladores do fluxo logístico,

amortecendo as influências da oferta na demanda e vice-versa (GASNIER et al., 2007)

(BALLOU, 2004); Estratégico (2), quando necessárias respostas contingenciais de caráter

extraordinário (GASNIER et al., 2007); Especulativo (3) - compra e venda estratégica de

produtos de acordo com as variações dos preços no mercado (GASNIER et al., 2007) (BALLOU,

2004); Trânsito (4) - Também se apresentam sob a forma de material em trânsito, quando

presentes ao longo dos canais de distribuição em razão das necessidades logísticas (GARCIA et

al., 2006) (BALLOU, 2004).

Os estoques também podem sofrer classificações de acordo com o perfil construtivo dos

materiais envolvidos ou com sua finalidade no processo, a exemplo de: matérias-primas (MP),

insumos, materiais em processo (“work-in-process”, WIP), conjuntos e subconjuntos,

componentes, peças de reposição, materiais de manutenção, dentre outros (GASNIER et al.,

2007), sendo os dois últimos os objetos de investigação neste estudo. Desta forma, pode-se

concluir que os estoques de peças sobressalentes para equipamentos correspondem a uma

aplicação específica na administração de materiais (GASNIER et al., 2007) (REGO; MESQUITA,

2011) (HUISKONEN, 2001) (KENNEDY et al., 2002) (BOTTER; FORTUIN, L., 2000) (WANG,

2012) (NEVES; DIALLO; LUSTOSA, 2008), especialmente devido às suas características

peculiares, ligadas a sua finalidade e importância técnica e financeira para o negócio como um

todo.

Segundo Wang e Syntetos (2011), as peças sobressalentes são ubíquas na sociedade moderna.

Desta forma, a partir de uma extensa revisão de literatura, foi possível elencar os aspectos mais

relevantes destes materiais e da sua gestão: Finalidades e Clientes (1): Voltam-se

especificamente para os departamentos de manutenção (especialmente preventiva e corretiva) e

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produção (KENNEDY et al., 2002) (GASNIER et al., 2007) (WANG, 2012); Finanças (2):

Apresentam elevada diversidade de itens com alto valor agregado, incrementando

significativamente o capital de giro de investimento em estoques (GASNIER et al., 2007) (REGO;

MESQUITA, 2011) (HUISKONEN, 2001) (WILLEMAIN; SMART; SCHWARZ, 2004)

(GOMES; WANKE, 2008) (BOTTER; FORTUIN, 2000) (VAUGHAN, 2005) (NEVES;

DIALLO; LUSTOSA, 2008); Rotatividade (3): Demanda intermitente e ocasional (consumos

irregulares e com baixa frequência) ou extraordinária (consumo elevado e pontual), a chamada

demanda “lumpy” ou ainda “slow moving” (GASNIER et al., 2007). (WANG, 2012) (REGO;

MESQUITA, 2011) (HUISKONEN, 2001) (WILLEMAIN; SMART; SCHWARZ, 2004)

(GOMES; WANKE, 2008) (VAUGHAN, 2005) (NEVES; DIALLO; LUSTOSA, 2008)

(ROMEIJNDERS, TEUNTER; JAARSVELD, 2012); Sensibilidade (4): Apresentam elevada

sensibilidade nos controles de reposição, podendo haver demora para os índices de cobertura

alcançarem os níveis desejados nos casos de itens com utilização baixa ou extremamente reduzida

(GASNIER et al., 2007); Reparabilidade (5): Possibilidade de reparo de itens, demandando

especial atenção do gestor na logística reversa envolvida e nos controles de reposição automática

do estoque, evitando compras desnecessárias de componentes que se encontram em processo de

reparo (GASNIER et al., 2007) (REGO; MESQUITA, 2011) (KIM; HUR; SHIN, 1998) (WANG;

SYNTETOS, 2011); Priorização (6): Presença no estoque condicionada ao seu valor agregado

potencial, fundamentado na frequência de demanda e na criticidade para o equipamento ou

sistema ao qual pertencem, uma vez que é inviável economicamente manter em estoque todas as

partes e itens de cada equipamento existente (GASNIER et al., 2007) (KENNEDY et al., 2002)

(VAUGHAN, 2005); Criticidade (7): A falta de um componente essencial para o funcionamento

de uma máquina tem potencial para prejudicar o funcionamento de toda a cadeia produtiva na qual

ela está inserida (EPAMINONDAS; SIQUEIRA, 2010); Canibalismo (8): As demandas de peças

sobressalentes, em algumas conjunturas, são atendidas mediante o “canibalismo” de outras partes,

unidades ou kits, gerando implicações financeiras, legais e ambientais (KENNEDY et al., 2002);

Expectativas Intrínsecas (9): Itens estreitamente ligados às expectativas dos clientes no que diz

respeito à qualidade dos produtos e serviços associados, uma vez que a ocorrência de falha dos

equipamentos já é uma preocupação existente e atrasos no seu reparo (operacionalização) em

virtude da ausência de sobressalentes suscita uma percepção negativa pelo cliente (REGO;

MESQUITA, 2011) (GOMES; WANKE, 2008) (BOTTER; FORTUIN, 2000); Obsolescência

(10): O aumento na complexidade dos produtos e equipamentos, somada à redução do seu ciclo de

vida, eleva significativamente o risco de obsolescência no estoque, especialmente quando se

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tratam de dispositivos eletroeletrônicos, gerando um desafio adicional ligado às decisões de

reposição ou disposição destes materiais. A esta característica soma-se à possibilidade de aumento

do número de códigos ativos (KENNEDY et al., 2002) (REGO; MESQUITA, 2011)

(FAVARETTO; DROHOMERETSKI, 2011); Políticas (11): Decisões relativas à composição ou

reposição dos estoques de sobressalentes são ditadas, em grande parte, pelas políticas de

manutenção, independentemente se a decisão for substituir um item danificado ou repará-lo

(KENNEDY et al., 2002); Descentralização (12): Estoques de peças sobressalentes podem se

localizar em diferentes espaços, geralmente distantes uns dos outros, em virtude da conveniência

logística ou da estratégia de otimização do tempo de reparo (operacionalização) dos equipamentos

ou sistemas (HUISKONEN, 2001) (KENNEDY et al., 2002) (WANG; SYNTETOS, 2011).

Botter e Fortuin (2000) afirmam que, sob o entendimento da administração de materiais, as

peças de reposição podem ser divididas em duas principais categorias: itens reparáveis ou itens

consumíveis ou descartáveis. Os itens reparáveis consistem nas peças de reposição que são técnica

e economicamente recuperáveis. Em caso de falha, a peça antiga é substituída por uma nova e em

seguida enviada para um centro de reparo, retornando posteriormente para o estoque. Já os itens

consumíveis englobam as peças que não são técnica nem economicamente recuperáveis, e em caso

de falha, a peça antiga é simplesmente descartada. Os itens reparáveis acarretam implicações na

gestão de estoques, uma vez que, em linhas gerais, as quantidades em processo de

recondicionamento devem ser deduzidas das quantidades a serem ressupridas no futuro (KIM;

HUR; SHIN, 1998).

3.2 - Sobressalentes, manutenção e incertezas de demanda

Segundo Wang (2012), Molenaers et al. (2012) e Wang e Syntetos (2011), as peças

sobressalentes geralmente são demandadas mediante a necessidade de manutenção ou na

substituição de itens de plantas operacionais. Esta condição, segundo Neves, Diallo e Lustosa

(2008), tem potencial para tornar a logística deste material extremamente complexa, o que é

agravado pelo distanciamento geográfico dos estoques e pela existência dos itens reparáveis.

Kennedy et al. (2002) e Wang e Syntetos (2011) esclarecem a existência de dois tipos

fundamentais de manutenção, a saber: Programada ou Preventiva (MP) (1), cuja demanda por

sobressalentes é previsível, facilitando a sua compra sob a filosofia JIT (Just in Time); Não

programada (2), cuja ausência de sobressalentes normalmente implica em perdas financeiras e de

produção, exigindo, desta forma, alguma política de estoques. Wang e Syntetos (2011) ressaltam

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esta última afirmativa, destacando que a maioria dos estudos trata a manutenção como uma área

de pesquisa nela mesma, desconsiderando o impacto da disponibilidade das peças sobressalentes

no tempo de parada dos equipamentos e nos custos envolvidos.

Wang (2012) aprofunda este discurso em outra pesquisa, afirmando que o custo de eventuais

penalidades decorrentes da indisponibilidade das peças sobressalentes consiste, geralmente, no

custo de oportunidade associado à inatividade do equipamento, assim como nos custos das

expedições emergenciais para a aquisição dos materiais, quando necessário. Por outro lado, o

planejamento adequado da manutenção, bem como o seu atendimento, pode reduzir o número de

falhas destes equipamentos e os seus custos associados. Todavia o desempenho desta manutenção

planejada também dependerá da disponibilidade das peças de reposição (WANG, 2012).

Kalchschmidt et al. (2003) atesta que as empresas vem lidando com demandas incertas de

maneira cada vez mais frequente em virtude das estruturas das suas cadeias de suprimento,

acarretando, como um dos fatores mais críticos, o aumento dos estoques e a redução do nível de

serviço ao cliente. Wang (2012) complementa que estas incertezas tem consequência direta nas

demandas de peças sobressalentes, as quais são difíceis de prever com base nos dados históricos

de consumo destes materiais e, desta forma, a política de controle de estoque ideal também pode

ser difícil de ser obtida.

Martin et al. (2010) apresenta uma abordagem um pouco diferente, afirmando que as

demandas dos processos correspondem a um conjunto de eventos controláveis e incontroláveis

que, em algum momento, resultam na demanda por uma peça. Este argumento reforça o conceito

de que a irregularidade das demandas por peças sobressalentes pode ser minimizada por

iniciativas de gestão, em especial no setor de manutenção.

Em sintonia com este entendimento, Wang (2012) afirma que tal irregularidade pode estar

relacionada a deficiências no planejamento e no atendimento periódico das manutenções, em

especial a manutenção preventiva. Isto porque várias peças defeituosas, porém ainda operacionais,

podem ser identificadas e substituídas durante uma manutenção preventiva.

Vaughan (2005) e Wang e Syntetos (2011), todavia, esclarecem que, em acréscimo ao seu

perfil esporádico de reposição por falhas, as peças sobressalentes podem apresentar um aumento

de demanda como consequência de uma política de paradas programadas para manutenção do

equipamento para o qual as mesmas foram concebidas, incluindo a manutenção preventiva. Em

contraste com a baixa demanda destas peças quando da ocorrência de falhas nos equipamentos, as

manutenções preventivas podem apresentar uma demanda de um grande número de unidades em

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momentos específicos da sua realização, todavia o cenário de irregularidade também pode estar

presente na sua demanda, de acordo com a política de manutenção adotada pela empresa.

Wang (2012) complementa este entendimento ao estabelecer uma relação entre o intervalo

das manutenções preventivas e corretivas com a demanda por peças sobressalentes. Segundo o

autor, um intervalo maior pode resultar em substituições mais baseadas em falha, e um intervalo

menor, todavia, pode demandar um maior número de peças de reposição durante as manutenções

preventivas. Desta forma, ele conclui que tanto o estoque de peças de reposição quanto o intervalo

de manutenção são duas questões que, evidentemente, devem ser abordadas de maneira conjunta,

e “a procura por peças sobressalentes é gerada aleatoriamente em falhas, mas determinista, tanto

em termos do momento da procura e do seu volume, nos momentos de substituições preventivas”

(WANG, 2012, p.127).

A afirmação de Wang (2012) vai ao encontro de uma prática comum nos setores

produtivos cujos processos demandam um regime de operação contínua: a disponibilidade dos

equipamentos tem prioridade sobre a sua manutenção, ou seja, é decidido, em muitos casos, operar

até a falha do equipamento no lugar do atendimento de um cronograma de manutenção preventiva

(JÚNIOR; JÚNIOR; GARCIA, 2006). Isto contribui para o aumento da demanda por

sobressalentes motivada por ocorrências de falha, sendo comum as suas expedições em caráter

emergencial nestas circunstâncias.

A demanda das peças de reposição, segundo Gomes e Wank (2008), é diretamente afetada

por diversos fatores: tamanho e idade da “população” dos produtos finais (vendas, frota circulante,

parque instalado, etc.), características da manutenção desses produtos (preventiva, corretiva, etc.)

e características das peças e de suas falhas (desgaste, acidente, envelhecimento, etc.). Desta forma,

ele conclui que o ciclo de vida destas peças está associado ao ciclo de vida dos produtos finais que

a empregam (FORTUIN; MARTIN, 1999).

A constante variação de demanda, desta forma, se mostra como um desafio para a gestão

eficiente dos estoques de sobressalentes. Nesta perspectiva, Elwany e Gebraeel (2007)

especificam que as previsões acuradas sobre os tempos de falha dos equipamentos são necessárias

para aprimorar a decisões sobre a reposição de peças sobressalentes. Segundo eles, muitos

modelos de decisão existentes focam apenas nas características de confiabilidade de uma

população específica, tais como distribuições de tempos de falha, para desenvolver estratégias de

tomada de decisão. Todavia, estes modelos acabam não considerando as características de

deterioração dos componentes desta população de forma individualizada em seu contexto,

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resultando em menor acuracidade na previsão de falhas e nas decisões relativas à reposição do

estoque de itens sobressalentes. Em seus estudos, eles procuraram desenvolver um modelo que

considerasse tais atributos.

3.3 - Volume de estoques para manutenção

O volume de estoque demandado das peças sobressalentes para o atendimento das

manutenções foi outro aspecto abordado por diversos autores, tais como Favaretto (2010),

Kunigami e Osório (2009) e Wang (2012). Segundo os estudos de Wang (2012), embora exista a

consciência de que a gestão de inventários de peças sobressalentes se diferencie da gestão des

produtos em processo ou acabados, a variável chave de decisão do gestor de materiais é a mesma,

ou seja, definir o índice ótimo de reposição do seu estoque. Ainda segundo o autor, estoques

insuficientes de sobressalentes podem levar a uma parada prolongada (e indesejada) do

equipamento, todavia, “a manutenção de seu estoque excessivo leva a grandes custos de

transporte, além de ocultar ou encobrir problemas básicos que causam a necessidade de peças de

reposição, numa primeira análise” (WANG, 2012, p.127).

A conclusão apresentada por Wang (2012) no comentário anterior é, de fato, relevante,

pois na medida em que considera-se o estoque de sobressalentes como um recurso voltado para o

uso planejado ou emergencial, em termos gerais, a sua armazenagem excessiva pode ser a

consequência de uma política de manutenção inadequada ou ineficiente, quando a investigação

das causas raiz das falhas dos equipamentos e/ou a sua prevenção passam a ser fatores secundários

quando comparados às ações necessárias ao restabelecimento da sua operacionalidade.

Favaretto (2010) complementa o discurso de Wang (2012) ao afirmar que o excesso de

estoques é problemático, uma vez que pode levar a empresa a um investimento maior que o

necessário, assim como ocupar um volume desnecessário para armazenamento. Por outro lado, a

falta de estoques eleva o risco de exposição a problemas, principalmente a parada da produção e o

não atendimento da demanda.

Desta forma, segundo Kunigami e Osório (2009), a definição do volume adequado dos

estoques de sobressalentes é um desafio para o administrador de materiais, especialmente porque

está diretamente relacionada com o desempenho dos seus fornecedores. Isto porque quanto maior

for o tempo de reposição do fornecedor, maiores serão os estoques de segurança. “A determinação

do risco que queremos correr, ou em outras palavras, do nível de serviço do item, é função de

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quantas faltas admitimos durante o período de planejamento como suportável para este item”

(KUNIGAMI; OSÓRIO, 2009, p.27).

Segundo Botter e Fortuin (2000), a gestão das peças sobressalentes consiste em encontrar

respostas viáveis e eficientes para três perguntas básicas: Quais peças devem ser estocadas (1);

Onde devem ser estocadas (2); Quantos itens de cada peça devem ser estocados (definir nível e

quantidade de ressuprimento) (3). Segundo os autores, esta é uma tarefa difícil na medida em que

os métodos tradicionais de controle de inventário estão aquém das demandas destes estoques, o

seu consumo é tão errático e baixo ao nível de não haver processo eficiente que permita a previsão

de demanda futura, além das peças envolvidas serem caras e os clientes muito exigentes.

Kennedy et al. (2002), por sua vez, aborda a importância das manutenções preditivas na

gestão das peças sobressalentes, uma vez que, geralmente, não há informações disponíveis ao

nível necessário para a predição de uma falha, especialmente em equipamentos novos. Desta

forma, ganha destaque a manutenção preditiva através do monitoramento contínuo do

equipamento, de modo a permitir uma previsão da demanda de reparo ou substituição de

componentes. Todavia, ele destaca que os custos envolvidos podem tornar esta prática inviável.

Ademais, o autor apresenta uma visão bastante realista a respeito das implicações da

manutenção de estoques de sobressalentes, poderando que, em virtude da aplicação específica dos

sobressalentes, não havendo demanda a peça permanecerá em estoque. Segundo ele, não há

alternativas para isso, exceto manter a peça no inventário como uma segurança contra a parada por

falha, tendo em vista a dificuldade em obter a peça do fornecedor em curto prazo ou a parada do

equipamento envolve elevados custos ou riscos. Desta forma, ele conclui que “o estoque de

sobressalentes é definido pelo balanço risco/custo de uma parada prolongada do equipamento com

a obsolescência do próprio material” (KENNEDY et al., 2002, p.208).

Gomes e Wanke (2008) concluíram em seus estudos que o estoque de peças de reposição

está intimamente ligado ao balanço entre os custos da falta, do excesso e do ressuprimento, bem

como à política adotada pela empresa. Kennedy et al. (2002) afirma que os níveis destes estoques,

em grande parte, são o resultado de como o equipamento é utilizado e de como é manutenido.

3.4 – Sobressalentes, políticas de manutenção e nível de serviço

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A gestão da manutenção e dos respectivos sobressalentes também pode ser analisada pelo

aspecto do serviço ao cliente, e não apenas pelo aspecto financeiro e/ou de operações,

especialmente em ambientes onde a competição é mais acirrada e a satisfação dos clientes é um

fator essencial (FIGUEIREDO et al., 2007). Segundo Gomes e Wanke (2008), a assistência pós-

venda é um meio bastante comum de manter os clientes satisfeitos, através do rápido reparo dos

produtos e sistemas defeituosos, demandando uma quantidade suficiente de peças de reposição.

“O serviço ao cliente pode ser normalmente medido em termos de disponibilidade de produto (...)

e em termos de prazo de entrega” (GOMES; WANKE, 2008, p.57).

Favaretto e Drohomeretski (2011) também ressaltam a importância da manutenção do

nível de serviço, destacando que as expectativas dos clientes devem ser satisfeitas. As suas

afirmações também destacam que o bom controle dos estoques de uma empresa é uma atividade

essencial para a sua competitividade.

Nesta perspectiva, Marques e Ferreira (2011) atestam que, em regimes de produção

ininterruptos, a disponibilidade dos equipamentos interfere significativamente no desempenho das

empresas, a partir do entendimento sobre o custo de oportunidade sinalizado por Wang (2012),

afetando a sua imagem perante seus clientes. O período gasto com a manutenção do equipamento

deve ser o estritamente essencial, demandando, desta forma, o planejamento e a implantação de

ações para melhoria da gestão de modo a reduzir a sua indisponibilidade e, em especial, a

ocorrência de desperdício da oportunidade de faturamento pela espera no recebimento de

sobressalentes (MARQUES; FERREIRA, 2011).

Nesta perspectiva, Wu e Hsu (2008) afirmam que a disponibilidade dos equipamentos, sob

determinado aspecto, depende do seu nível de inventário de peças sobressalentes. Por este motivo,

Molenaers et al. (2012) afirma que a importância dos itens sobressalentes tem dimensões bastante

diferentes sob o ponto de vista da manutenção e o da logística/inventário, pois a sua gestão

adequada deve considerar os aspectos críticos inerentes a ambos os contextos.

Huiskonen (2001) afirma que as pesquisas relacionadas à logística das peças de reposição

estão mais relacionadas com a temática da gestão de inventário, cujo objetivo principal é a

obtenção de um nível adequado de serviço ao cliente com o mínimo de investimentos em estoque

e custos administrativos. Para esta finalidade e atendendo a inúmeros contextos operacionais

existentes, foram desenvolvidos diversos modelos de gestão de inventário nas últimas décadas.

Todavia, ele destaca a falta de atenção suficiente nos estudos para as características específicas

demandadas pela gestão das peças de reposição, pois o controle de inventário geralmente está

focado em estoques localizados e não tanto sobre a cadeia de suprimentos como um todo.

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4 - Conclusões – Elementos-chave

A partir do estudo bibliográfico apresentado é possível sintetizar, através de elementos-

chave, os principais desafios para o gestor de materiais, ou seja, aspectos com potencial de

comprometimento da acuracidade dos estoques de sobressalentes, com base no conceito

apresentado, no âmbito da gestão da manutenção. O elevado número de citações identificadas para

cada elemento atesta a relevância do tema em diferentes abordagens de pesquisa.

Elemento-chave # 1- Registro, Rastreabilidade e Previsibilidade dos Sobressalentes -

A precisão dos dados dos estoques está intimamente relacionada com a rastreabilidade dos seus

registros (FAVARETTO; DROHOMERETSKI, 2011) (BASINGER, 2006) (UÇKUN,

KARAESMEN; SAVAS, 2008) (WALLER et al., 2006) (SAHIN; DALLERY, 2007); (FLEISCH;

TELLKAMP, 2005) (DROHOMERETSKI, 2009) (DEHORATIUS; RAMAN, 2008). A

rastreabilidade poderá se dar através da atribuição de números de referência padronizados para os

sobressalentes, bem como do registro das transações realizadas (entrada/estocagem/saída),

permitindo o controle e tomadas de decisão adequadas. O planejamento adequado, através de

dados precisos e na antecedência necessária, minimiza as possibilidades de falha relacionadas aos

sobressalentes antes, durante e após a manutenção, ou ainda a sua ausência inoportuna.

Elemento-chave # 2- Reparabilidade - A possibilidade de reparo de sobressalentes gera

implicações na logística reversa, na reposição do estoque e nos processos de compra e

recebimento (GASNIER et al., 2007) (REGO; MESQUITA, 2011) (KIM; HUR; SHIN, 1998)

(WANG; SYNTETOS, 2011) (KIM; HUR; SHIN, 1998) (NEVES; DIALLO; LUSTOSA, 2008)

(CHRISTOPHER, 1999, apud GARCIA, 2006). Um dos desafios deste processo consiste no

registro e controle dos itens secundários utilizados durante o reparo, de acordo com demandas da

legislação específica, além da reinserção do sobressalente reparado no estoque, evitando compras

desnecessárias durante e após o seu reparo.

Elemento-chave # 3- Rotatividade e Intermitência - Algumas características intrínsecas

dos sobressalentes e dos processos envolvidos podem afetar a sua acuracidade, a exemplo da sua

rotatividade no estoque e da intermitência das manutenções nas quais são aplicados

(HARDGRAVE; GOYAL; ALOYSIUS, 2011) (GASNIER et al., 2007) (REGO; MESQUITA,

2011) (HUISKONEN, 2001) (WILLEMAIN; SMART; SCHWARZ, 2004) (GOMES; WANKE,

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2008) (BOTTER; FORTUIN, 2000) (VAUGHAN, 2005) (NEVES; DIALLO; LUSTOSA, 2008)

(KENNEDY et al., 2002) (WANG, 2012) (ROMEIJNDERS, TEUNTER; JAARSVELD, 2012)

(WANG; SYNTETOS, 2011) (KALCHSCHMIDT et al., 2003). Estoques formados de maneira

simultânea por sobressalentes “críticos” (responsáveis pela parada do equipamento em caso de

falha) e outros de uso associado às manutenções, principalmente preventivas, a exemplo do caso

estudado, implicam em um perfil de demanda ocasional por um lado (manutenção corretiva), e ao

mesmo tempo elevada rotatividade e volume logístico por outro (manutenção preventiva). Ambas

as condições podem gerar riscos para a acuracidade, pelos extremos da baixa e elevada

movimentação demandada, respectivamente.

Elemento-chave # 4- Criticidade - A importância da acuracidade dos sobressalentes

confunde-se com a sua própria relevância para a operacionalidade dos equipamentos relacionados

(EPAMINONDAS; SIQUEIRA, 2010) (HUSCHKA, 2009) (DEHORATIUS; RAMAN, 2008)

(WALLER; NACHTMANN; HUNTER, 2006) (GUMRUCKU et al., 2008)

(DROHOMERETJKI, 2009) (GASNIER et al., 2007) (SHELDON, 2004) (WANG e

SYNTETOS, 2011). A garantia da acuracidade dos estoques se justifica, principalmente, pela

manutenção do nível de serviço, o qual se traduz na operacionalidade dos equipamentos objeto

deste estudo, tendo em vista a complexidade técnica e logística associada aos seus sobressalentes.

Elemento-chave # 5- Canibalismo - A eventual necessidade de “canibalismo” de kits de

manutenção ou embalagens com mais de uma unidade pode introduzir indevidamente itens no

estoque, representando um elevado risco de inacuracidade (KENNEDY et al., 2002). Uma

possível solução para ocorrências desta natureza seria adquirir separadamente o item do

kit/embalagem consumido de forma extraordinária, se possível, e, uma vez recebido, reintegrá-lo

ao kit/embalagem original fisicamente, efetuando a devida baixa. Caso o registro do kit tenha sido

deduzido na ocasião do seu consumo parcial, um ajuste deve ser efetuado de modo a reintegrá-lo

ao estoque. Todavia, estas operações representam um desafio adicional para o gestor de materiais,

tendo em vista o nível de detalhamento requerido em seu controle.

Elemento-chave # 6- Obsolescência - A obsolescência dos sobressalentes interfere em

decisões relativas a sua reposição ou disposição. O aumento do volume e da variedade do estoque

aumenta o risco de inacuracidade (DROHOMERETJKI, 2009) (KENNEDY et al., 2002) (REGO;

MESQUITA, 2011) (FAVARETTO; DROHOMERETSKI, 2011). Os itens obsoletos, porém

ainda aptos para utilização, devem receber uma identificação adicional atestando esta condição,

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fisicamente e/ou no sistema de informação, de modo a evitar a sua reposição indevida bem como

não prejudicar o nível de serviço quando da sua demanda. Os itens substitutos podem demandar a

aplicação de “melhorias” nos equipamentos ou sistemas relacionados (retrofits), exigindo

planejamento técnico e logístico adequados.

Elemento-chave # 7- Descentralização do Estoque - Diferentes localizações geográficas,

eventualmente existentes, dos estoques de sobressalentes podem dificultar o seu controle, com

consequente interferência na sua acuracidade (HUISKONEN, 2001) (KENNEDY et al., 2002)

(WANG; SYNTETOS, 2011) (NEVES; DIALLO; LUSTOSA, 2008). Tal condição representa um

potencial risco de perda de rastreabilidade, extravio e dano dos sobressalentes, além de falhas

humanas na sua retirada, transporte e realocação durante a movimentação logística.

Elemento-chave # 8- Estruturas de Armazenagem e Identificação - Estruturas

inadequadas de armazenagem e identificação dos sobressalentes podem dificultar a localização

dos itens, gerando um risco para a acuracidade (DEHORATIUS; RAMAN, 2008). Esta condição é

comumente observada em estoques offshore ou em áreas temporárias, em virtude de eventuais

limitações de espaço físico e da carência de estruturas de apoio (paletes, prateleiras, bins, etc.),

pois corresponde a uma estrutura não projetada para atender tal demanda, gerando o extravio de

itens de pequeno porte (tais como o-rings e parafusos) com grande facilidade. Ademais, a criação

de estoques informais pelos profissionais de campo, como recursos contingenciais geralmente

compostos por partes de equipamentos, itens remanescentes de kits, consumíveis, etc., além de

ocupar uma área física já escassa, pode dificultar a localização de itens formalmente registrados,

comprometendo o registro de consumo bem como induzindo a erros de contagem durante as

auditorias periódicas.

A pesquisa e identificação de elementos-chave para a garantia da acuracidade dos estoques

na cadeia de suprimentos de manutenção, em última análise, longe de encerrar o tema, busca

contribuir para a redução da lacuna existente entre as teorias existentes sobre a gestão dos

estoques e as demandas e desafios peculiares, de ordem prática, das empresas gestoras destes

processos, especialmente no setor industrial, dada a carência de estudos ligados ao tema.

5- Referências Bibliográficas

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