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Acordos de Parceria Económica (APE) VOZES DE ÁFRICA, DAS CARAíBAS E DO PACíFICO EM DEFESA DO COMéRCIO E DO DESENVOLVIMENTO Comissão Europeia Comércio

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Acordos de Parceria Económica (APE)Vozes de África, das caraíbas e do Pacífico em defesa do comércio e do desenVolVimento

Comissão EuropeiaComércio

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Esta brochura inclui 38 entrevistas realizadas em 2009 por delegações da União Europeia em países e regiões de África, das Caraíbas e do Pacífico com interessados ao nível local e com decisores políticos. O formato das entrevistas foi editado mas o discurso não foi objecto de modificações. As opiniões expressas pelas pessoas entrevistadas representam apenas o seu ponto de vista pessoal, não reflectem necessariamente o ponto de vista da Comissão Europeia, nem a comprometem.

No entanto, a Comissão Europeia agradece a todos os entrevistados o tempo e os esforços desenvolvidos na participação nestas entrevistas e saúda a abordagem construtiva adoptada pelos entrevistados em relação ao debate sobre os APE. Os APE são parcerias comerciais e de desenvolvimento em negociação entre a UE e os 78 países (ACP) e regiões de África, das Caraíbas e do Pacífico. Têm como objetivo a criação de uma parceria comum para o comércio e o desenvolvimento, acompanhada por um apoio ao desenvolvimento que, através da liberalização gradual e controlada do comércio de bens durante um período razoável de tempo, e um conjunto de regras em setores como serviços e investimentos, contribuirá para o crescimento, o desenvolvimento e a criação de empregos.

A UE está em negociações com as seis regiões ACP: África Ocidental, África Central, a Comunidade da África Oriental, África Oriental e Austral, a Grupo APE da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral e o Pacífico.

Até à data, as Caraíbas são a única região que assinou um vasto APE regional e que avançou para a fase de implementação.

Para mais informações (em inglês)http://ec.europa.eu/trade/wider-agenda/development/economic-partnerships/

Prefácio

Foto da capa Neil Palmer/CIAThttp://www.flickr.com/photos/ciat/

as entrevistas sobre os aPe encontram-se em (em inglês e francês):http://trade.ec.europa.eu/doclib/stories/index.cfm?sort=topic&langId=EN

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Danielle Wong, Mauritius Export Association 4

Felix Okatch, Comité para o Desenvolvimento das Empresas, Quénia 5

Simon Itaye, Packaging Industries Malawi 6

Dourice Ofisi, Sociedade Informática do Quénia 7

Circe Almanzar, Associação das indústrias da República Dominicana 8

Tonnie Mello, Associação Queniana dos Jovens Empresários 9

Richard Simyu, Netovations Kenya e Sociedade Informática do Quénia 10

Dr Mouzinho Nicol, Associação de Defesa do Consumidor de Moçambique 11

Luis Castaños, Associação dominicana dos produtores de rum 12

Narainduth Boodhoo, Ministério dos Negócios estrangeiros, da Integração regional

e do Comércio internacional da Maurícia 13

Gnitassoun Dénagnon, Ministério da Agricultura, Pecuária e Pescas do Benim 14

Dr Thomas Munthali, Associação Económica do Malawi 15

Pynee A Chellapermal, Centro de Documentação, de Investigação e Formação

para o Sudoeste do Oceano Índico, Maurícia 16

Francine Rutazana, Agência de Cooperação e de Investigação para

o Desenvolvimento no Ruanda 17

Kekobad Patel, Confederação das Associações Empresariais de Moçambique 18

Eva Razafimandimby, Ministério da Economia, Comércio e Indústria

de Madagáscar 19

Chanceler Kaferapanjira, Confederação das Câmaras de Comércio e Indústria do Malawi 20

Geoff Mkandawire, Illovo Sugar Limited, Malawi 21

Dev Chamroo, Board of Investment, Maurícia 22

Prudence Sebahizi, Ministério dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação do Ruanda 23

Walter Matsebula, Indústria açucareira da Suazilândia 24

Ramesh Dookooh, Associação guianesa da Indústria e Serviços 25

Clement Duncan, Associação Industrial Swansea na Guiana 26

Houman Javahiri, Exploração agrícola Jouhans, Zâmbia 27

Paul Sigombe, Formador para pequenas empresas e produtores do Uganda 28

Kathy Marshal, Empresa Sabahar, Etiópia 29

Victor Ogalo, Centro de Recursos de África CUTS, Nairobi 30

Hasit Shah, Associação dos Exportadores de produtos frescos do Quénia 31

Dianne Delay, Advogada, Jamaica 32

Robin Struve, Cadeia local de supermercados «Schlemmermarkt», Alemanha 33

Gaëtane Austin, Pure Fiji 34

San Bilal, Centro europeu de gestão das políticas de desenvolvimento 35

Harvey Rouse, Delegação da UE em Kampala, Uganda 36

Carlos Wharton, Agência Caribenha de Promoção das Exportações 38

Denis Massart, Proinvest 40

Vincent Fautrel, Centro Técnico para a Agricultura e a cooperação rural 42

Nigest Haile, Centro para a Promoção Económica das Mulheres de África 44

Guy Stinglhamber, Programa Iniciativa Pesticidas, COLEACP 46

Índice

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4«Estive envolvida nos Acordos de Parceria Económica como representante do sector privado, na qualidade de Directora da associação que agrupa os principais exportadores para a União Europeia Por isso, participámos juntamente com o Governo Maurício em todas as negociações comerciais

A minha experiência directa com o APE foi positiva, porque pudemos preservar o nosso acesso preferencial ao mercado europeu, que continua a ser o nosso principal mercado comercial após a expiração do Acordo de Cotonou – embora, em certos casos, as regras de origem nos tenham sido mais favoráveis

A Maurícia depende fortemente das exportações para o seu desenvolvimento económico e, neste sentido, penso que o comércio é um instrumento de desenvolvimento essencial para este país O Acordo de Cotonou, o African Growth and Opportunity Act (AGOA), a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), são todos eles bons exemplos de iniciativas que favorecem o comércio e que têm um efeito positivo no nosso país

«o acordo de cotonou permitiu à maurícia evoluir de uma economia agrária para uma economia industrializada. espera-se que os aPe permitam à maurícia desenvolver igualmente o seu sector terciário.»

Creio que os APE são bons instrumentos para a Maurícia, na medida em que permitirão um aumento mais firme do comércio com a UE As novas regras de origem relativas a têxteis e vestuário, neste caso, relativas à simples confecção, contribuiram para a manutenção das nossas exportações para a União Europeia apesar da crise financeira Sem os APE, o nosso futuro económico poderia ser muito mais sombrio

Uma outra alternativa poderia ser a continuação de acordos comerciais bilaterais com outros países Contudo, dado que através dos APE podemos beneficiar indirectamente dos acordos que a União Europeia tem com outros blocos regionais, na minha opinião esta abordagem é preferível

O Acordo de Cotonou permitiu à Maurícia evoluir de uma economia agrária para uma economia industrializada Esperamos que os APE permitam ao nosso país desenvolver igualmente o seu sector terciário

«O desenvolvimento económico da Maurícia depende directamente das suas exportações»

danielle Wong, directora da mauritius export association (meXa), sobre a importância do comércio para o desenvolvimento económico.

Créditos fotográficos: Karoonen Valaydon – delegação da Maurícia

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5«As exportações quenianas de produtos hortícolas, café, chá e sector turístico têm contribuído significativamente para o desenvolvimento nacional e criaram muitos postos de trabalho no mercado doméstico

«ajuda por parte do fundo europeu de desenvolvimento ou de outras fontes europeias continuará a ser necessária para mitigar os possíveis efeitos negativos dos aPe.»

Creio que os APE serão bons para o nosso país porque ajudarão o Quénia a preparar-se em certos domínios do âmbito da OMC e atenuarão os efeitos da concorrência para os nossos produtos no mercado europeu

Ajuda por parte do Fundo Europeu de Desenvolvimento ou de outras fontes europeias continuará a ser necessária para mitigar os possíveis efeitos negativos dos APE Por exemplo, a assistência à valorização do nosso potencial de produção e o aumento da ajuda ao desenvolvimento seriam muito benéficos ao nosso país Visto que o Quénia ainda não assinou os APE, seria muito importante organizar vários seminários para informar e envolver mais a sociedade civil nas negociações »

«O acesso ao mercado europeu será facilitado, mas a ajuda ao desenvolvimento continuará a ser necessária»

felix okatch, Presidente do comité para o desenvolvimento das empresas (Professional business development committee) do Quénia.

Créditos fotográficos: Shared Interest com uma licença da Creative Commonshttp://www.flickr.com/photos/sharedinterest/

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6«Vejo o comércio como um factor essencial para o sucesso do desenvolvimento Sem aumento das trocas comerciais, não há desenvolvimento Um bom exemplo do comércio ao serviço do desenvolvimento é o cultivo da mandioca por pequenos empresários de Nkhota-kta e de Lilongwe, um projeto coordenado pelo Instituto dos Empresários no Malawi A mandioca é depois transformada em fécula para uso industrial por companhias como a minha, a Packaging Industries Malawi

«a minha experiência com os aPe tem sido muito positiva e creio que vão produzir efeitos positivos para o malavi, sob a forma de aumento das exportações.»

Como representante do sector privado, participei no processo de negociação dos APE como membro do Grupo nacional de trabalho sobre a política comercial Até agora, a minha experiência com os APE tem sido muito positiva e creio que vão produzir efeitos positivos para o Malawi, sob a forma de aumento das exportações No entanto, o atraso do Governo em dar início ao acordo interino tem tido um impacto muito negativo

De uma forma geral, acho boas as políticas europeias, mas gostava que houvesse um aumento da ajuda ao desenvolvimento para apoiar os esforços de adaptação »

«Sem aumento das trocas comerciais, não há desenvolvimento»

simon itaye, Presidente da Packaging industries in malawi, a propósito da sua experiência com os aPe, enquanto representante do sector privado.

Créditos fotográficos: Michiel Van Balen com uma licença da Creative Commons http://www.flickr.com/photos/michielvanbalen/

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7«No Quénia, o sentido de empreendedorismo é forte É normal haver pessoas com rendimentos modestos a agruparem-se para fundar um pequeno negócio que os ajudará a ganhar a sua vida Tais microempresas deveriam ser apoiadas na sua procura de um certa segurança financeira, segurança que por sua vez irá gerar um aumento do nível de vida Além disso, a integração regional deveria aproximar os pequenos mercados e introduzir os princípios de comércio livre para que a pobreza possa finalmente ser erradicada, designadamente através do Mercado Comum da África Oriental e Austral (COMESA) A União Europeia pode reforçar esta evolução contribuindo com recursos e instaurando mecanismos de ajuda para a integração e o apoio a estes pequenos mercados, tanto no meu país como em toda a África

«a integração regional deveria aproximar os pequenos mercados e introduzir neles os princípios do comércio livre para que a pobreza seja finalmente erradicada.»

Geralmente, o comércio e o seu impacto no desenvolvimento têm sido benéficos para o nosso país e a sua região Infelizmente, temos ainda que enfrentar as dificuldades inerentes à desestabilização da economia devido aos conflitos políticos A instabilidade social e a corrupção continuam a ser obstáculos que devemos resolver »

«Apesar de um contexto político e social difícil, o sentido de empreendedorismo é forte no Quénia»

dourice sr. ofisi, director das operações e dos assuntos comerciais na computer society of Kenya, sublinha o potencial dos pequenos projetos e dos mercados locais.

Créditos fotográficos: Tom Maruko com uma licença da Creative Commonshttp://www.flickr.com/photos/httpwwwactionpixsmarukocom/

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8«A nossa associação desempenhou um papel fundamental de coordenação da Comissão sobre o acesso aos mercados do Comité Empresarial das Negociações Internacionais Esta Comissão representou a República Dominicana nas negociações dos APE sobre assuntos como as regras de origem, as mercadorias liberalizadas e outros aspectos do acesso aos mercados

A impressão do sector industrial é que conseguimos um equilíbrio positivo após as negociações Ofensivamente, obtivemos boas condições para as nossas exportações e a possibilidade de atrair investimentos Defensivamente, o nosso sector transformador será protegido eficazmente É um novo modelo para a abertura dos nossos mercados, fundamentalmente baseado num desenvolvimento sustentável para a indústria e para a sociedade

«consideramos os aPe positivos já que estabelecem não só um quadro legal para as relações económicas e comerciais, mas também para os aspectos do desenvolvimento.»

Consideramos os APE positivos já que estabelecem não só um quadro legal para as relações económicas e comerciais, mas também para os aspectos do desenvolvimento Os APE incluem cláusulas vinculativas relativas à assistência técnica e financeira para ajudar os referidos países no seu ajustamento à abertura dos mercados Os acordos incentivam também a integração regional, o que significa que poderemos expandir para os mercados das Caraíbas, incluindo o Haiti que é um mercado muito importante para os produtores dominicanos »

«Com os APE conseguiu-se um bom equilíbrio tanto do ponto de vista ofensivo quanto defensivo»

circe almanzar, Vice-Presidente da associação das indústrias da república dominicana (aird).

Créditos fotográficos: Adam Jones com uma licença da Creative Commonshttp://www.flickr.com/photos/adam_jones/

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9«O comércio é o factor mais importante para a criação de riqueza e de empregos e é uma alavanca eficaz para um desenvolvimento sustentável e significativo Já tivemos sucesso na combinação destes dois campos com o Fundo de Desenvolvimento para as Jovens Empresas (YEDF), um programa governamental que permitiu a inúmeros jovens desenvolver o seu próprio negócio, criando riqueza e empregos

«os aPe poderiam contribuir para a promoção do comércio regional, para os investimentos em tecnologia verde e para a melhoria dos produtos e dos serviços.»

Penso que os APE facilitarão não só o acesso aos mercados mas também o acesso aos recursos financeiros e não-financeiros que são necessários ao desenvolvimento das empresas

Os acordos poderiam contribuir para a promoção do comércio regional, para os investimentos em tecnologia verde e para a melhoria dos produtos e serviços através de um aumento da procura

As políticas europeias são geralmente positivas Não obstante, é necessário que a Europa envolva mais directamente as associações empresariais na elaboração e na aplicação das políticas A melhoria das capacidades das associações empresariais permitiria envolver um maior número de pequenos actores económicos e fazê-los participar activamente nos APE Em especial, desejaria:

• mais programas orientados para a actividade comercial existente e o marketing dos produtos e serviços;

• uma plataforma de internet que ofereça um apoio operacional e de marketing às microempresas;

• afectação de recursos ao desenvolvimento de tecnologias verdes a nível local »

«Embora as políticas europeias sejam geralmente positivas, poderiam envolver mais os pequenos empresários»

tonnie meud, director Geral das sociedades donnell e cresite Quénia e Presidente da associação Queniana dos Jovens empresários, fala da importância das associações empresariais.

Créditos fotográficos: utilizador Flickr Hodag com uma licença da Creative Commonshttp://www.flickr.com/photos/hodag/sets/72157622011409596/

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10«os aPe irão permitir-nos externalisar as tecnologias, apoiar os projetos de investigação e de desenvolvimento e ajudarão o país a reforçar as suas infra-estruturas.»

«Os Acordos de Parceria Económica (APE) serão positivos para o Quénia, pois irão permitir externalisar as tecnologias e apoiar os projetos de investigação e de desenvolvimento – como a minha sociedade Netovations – através da criação de um comércio eletrónico na África Oriental Os acordos deveriam também permitir ao país reforçar as suas infra-estruturas, estimular o sector privado e criar oportunidades com o mundo europeu de negócios que sejam proveitosas para ambas as partes Sem os APE, a nossa progressão económica seria muito lenta, com pouca ou nenhuma criação de riqueza

Acho que é muito importante envolver as pequenas e médias empresas bem como a sociedade civil para uma melhor sensibilização em relação aos APE Idealmente, os acordos deveriam ser finalizados atempadamente, para que as PME possam contribuir para os Objectivos do Milénio para o Desenvolvimento bem como para o nosso programa Kenyan Vision 2030 »

«Os APE serão fundamentais na criação de um comércio eletrónico na África Oriental»

richard simyu, Presidente da netovations Quénia e responsável pelos programas da sociedade informática do Quénia para as empresas e o mundo do ensino, sobre as perspectivas de um comércio eletrónico no âmbito dos aPe.

Créditos fotográficos: utilizador Flickr «Demosh» com uma licença da Creative Commonshttp://www.flickr.com/photos/44222307@N00/949939763/

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11«a União europeia dispõe de políticas fortes no que diz respeito à protecção dos consumidores. este aspecto do comércio não deveria ser esquecido na cooperação com os países em vias de desenvolvimento.»

«A Associação para a protecção dos consumidores visa defender os interesses dos nossos membros e da sociedade, combatendo as informações erradas e garantindo a qualidade e a segurança dos produtos no mercado local A União Europeia dispõe de políticas fortes no que diz respeito à protecção dos consumidores e este aspecto do comércio não deveria ser esquecido na cooperação com os países em vias de desenvolvimento As actividades de protecção do consumidor são também úteis para aumentar o nível de civismo dos cidadãos que, por sua vez, podem apoiar o governo nas suas acções

Espero que a abertura dos mercados melhore a qualidade de alguns dos nossos produtos, e esperamos ainda beneficiar de produtos de elevada qualidade provenientes da União Europeia O nosso sector privado deverá então desenvolver mais esforços para aumentar a qualidade dos seus produtos – não somente para a exportação mas também para os mercados regionais O reverso da medalha é que alguns dos nossos consumidores poderão ser prejudicados na medida em que certos produtos deixarão de estar acessíveis a baixos preços com o APE Mas, no seu conjunto, penso que este acordo será favorável a Moçambique, porque muito poucos mercados têm a capacidade de produzir todos os produtos para satisfazer a procura e, por outro lado, temos necessidade de maior concorrência no nosso país »

«A abertura dos mercados deverá aumentar a qualidade dos produtos… não somente para a exportação mas também para os mercados regionais»

mouzinho nicol, Presidente da associação para a protecção dos consumidores de moçambique, considera que as políticas europeias de protecção dos consumidores terão um efeito positivo e prevê de que modo se poderiam reflectir nos aPe.

Créditos fotográficos: Fotolia

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12«Participei nas negociações dos APE, e acredito que o resultado é positivo para a República Dominicana O acordo promete sustentabilidade para a Indústria de Rum das Caraíbas, com o pacote de Ajuda ao Comércio a fornecer recursos inestimáveis para a sua modernização e promoção

«Para além do crescimento das exportações, os aPe suscitaram investimentos, a modernização e uma melhoria da competitividade do sector. contribuíram igualmente para uma maior protecção ambiental, para o progresso tecnológico e para a criação de empregos estáveis.»

A produção de rum na República Dominicana aumentou e as exportações atingiram quase três milhões de caixas por ano Graças à ajuda ao comércio e ao programa ACP para a indústria do rum (8 ACP TPS 125), estamos actualmente em condições de nos tornarmos um grande exportador – não somente para a Europa e os Estados Unidos, mas igualmente para o Chile, para onde enviamos cerca de 500 000 caixas por ano

Este crescimento suscitou investimentos, modernização e melhoria da competitividade do sector Contribuiu igualmente para uma maior protecção ambiental, para o progresso tecnológico e para a criação de empregos estáveis Sublinho também que a receita de divisas gerada por esta indústria está em crescimento e que são os nossos produtores que estão por detrás desta evolução As exportações de rum geraram seis milhões de dólares em 2006 Em 2008, este número ascendeu a 100 milhões

Os APE podem contribuir para a criação de uma cultura de desenvolvimento neste país Podem trazer inúmeros impactos positivos que irão apoiar a criação dessa cultura, incluindo uma maior transparência nos sectores públicos e privados e a identificação de verdadeiras prioridades de investimento e de despesa pública para facilitar o desenvolvimento »

O espírito do sucesso

luis castaños, director da associação dominicana de produtores de rum (adoProm).

Créditos fotográficos: Karolina Lubryczynska com uma licença da Creative Commonshttp://www.flickr.com/photos/karolajnat/

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13«A estratégia de desenvolvimento da Maurícia sempre foi orientada para a exportação e o nosso país beneficiou de tarifas preferenciais junto dos seus principais parceiros comerciais, em especial a União Europeia Os Acordos de Lomé e de Cotonou foram vantajosos para o desenvolvimento económico da Maurícia – em especial graças às medidas ligadas ao protocolo sobre o açúcar e os acessos preferenciais atribuídos ao têxtil, ao vestuário e ao atum A Maurícia beneficiou também amplamente do Fundo Europeu de Desenvolvimento

«Prevemos que os aPe ofereçam novas oportunidades comerciais para o nosso sector terciário e que criem um ambiente favorável aos investimentos.»

O Acordo de Parceria Económica (APE) possibilitará um acesso sem direitos aduaneiros e sem contingente para todos os produtos maurícios (com excepção do arroz e do açúcar)1, regras flexíveis para o atum e os seus produtos derivados e regras de origem mais flexíveis, medidas estas essenciais para a exportação dos nossos produtos Além disso, o acordo inclui um capítulo sobre desenvolvimento e, em princípio, irá prever a disponibilização de assistência técnica e de reforço de capacidades Esperamos igualmente que todo o APE venha a oferecer novas oportunidades comerciais para o nosso sector terciário e que crie um ambiente favorável aos investimentos

Cremos que o APE contribuirá para o desenvolvimento da Maurícia, nomeadamente quanto aos nossos objectivos de construção de uma economia baseada nos serviços Mas poderia ainda certamente ser melhorado se a UE aceitasse financiar o reforço total das nossas capacidades e a aplicação do ambicioso programa de reforma económica»

«Cremos que os APE contribuirão para o desenvolvimento da Maurícia»

narainduth (sunil) boodhoo, director adjunto da divisão do comércio internacional do ministério dos negócios estrangeiros, da integração regional e do comércio internacional da maurícia.

Créditos fotográficos: Mathew Wilson com uma licença da Creative Commonshttp://www.flickr.com/photos/moff/

1 Tarifas sobre o arroz foram eliminadas no dia 1 de Janeiro de 2010 Tarifas sobre o açúcar foram eliminados no dia 1 de Outubro de 2009 Um mecanismo transitório de salvaguarda sobre o açúcar estará em vigor até 30 de Setembro de 2015

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14«o benim tem utilizado, desde setembro de 2009, o sistema traces para certificar os produtos da pesca destinados à Ue e o nosso país é um dos três únicos países africanos a utilizar o sistema eletrónico europeu de controlo das exportações de bens de origem animal.»

«A minha participação nos Acordos de Parceria Económica (APE) refere-se à supervisão e à certificação dos produtos da pesca destinados à exportação A minha experiência directa começou em Setembro de 2002 e concentrou-se na conformidade da cadeia de produção – desde a produção inicial até à transformação, passando pela movimentação e o transporte – com diversos regulamentos e normas europeias Este exercício revelou-se muito positivo e, desde inícios de Janeiro de 2010, o Benim

faz parte da lista permanente de países fornecedores de produtos da pesca para a Europa

O Benim tem utilizado, desde Setembro de 2009, o sistema TRACES para certificar os produtos de pesca destinados à UE e o nosso país é um dos três únicos países africanos a utilizar o sistema eletrónico europeu de controlo das exportações de bens de origem animal O comércio funciona como um importante motor para o desenvolvimento, criando empregos ao nível das operações de produção e de transformação, contribuindo para reduzir a pobreza e melhorando a balança comercial do país Na minha opinião, o APE terá um impacto positivo para o Benim e, em particular, no domínio da pesca »

«Graças à conformidade com as normas da UE, o Benim é actualmente um fornecedor regular de produtos da pesca»

sr. Gnitassoun dénagnon, chefe do departamento de acompanhamento e controlo dos Produtos e indústrias da Pesca no ministério da agricultura, Pecuária e Pescas do benim, a propósito da sua experiência com os aPe.

Créditos fotográficos: Fotolia

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15«A economia do Malawi não conseguiria atingir um crescimento máximo sem os Acordos de Parceria Económica (APE) Perderíamos simultaneamente as vantagens de um mercado em expansão e da crescente produtividade das nossas indústrias locais O comércio é, por si próprio, um catalisador do crescimento económico e do desenvolvimento Incentiva a inovação e a especialização, optimiza o uso dos recursos e favorece a adopção de novas tecnologias

As condições preferenciais EBA («Everything But Arms») e a concentração nos mercados regionais ou asiáticos – em particular, a China – são por vezes consideradas uma alternativa, mas estas iniciativas não poderiam oferecer o mesmo potencial de crescimento que os APE Embora o Malawi ainda não faça parte dos APE, este Acordo será muito benéfico para o nosso país

«Gostaria de ver a União europeia oferecer mais apoio às associações profissionais do nosso país, como a associação económica do malawi (ecama), a sociedade dos contabilistas do malawi (socam), a rede económica de Justiça do malawi (meJn) e outros.»

Em geral, as políticas europeias parecem ser conduzidas pelo interesse da UE nos lucros a longo prazo, e não por benevolência, como seria de esperar Mas, no conjunto, o processo contribuiu realmente para o desenvolvimento do Malawi No que diz respeito aos APE e à intervenção das políticas europeias, as associações profissionais deveriam ser mais envolvidas Isto permitiria, por exemplo, uma avaliação mais independente da sua eficácia Se as associações profissionais tivessem sido mais envolvidas no processo, o Governo teria sido melhor informado das vantagens consideráveis dos APE e ter-se-ia sentido mais pressionado a adoptá-lo Gostaria de ver a União Europeia oferecer mais apoio às associações profissionais do nosso país, como a Associação Económica do Malawi (ECAMA), a Sociedade dos Contabilistas do Malawi (SOCAM), a Rede Económica de Justiça do Malawi (MEJN), entre outros »

«A economia do Malawi não conseguiria atingir um crescimento máximo sem os APE»

Thomas munthali, Presidente da associação económica do malawi, vê nos aPe uma oportunidade real para o seu país.

Créditos fotográficos: Karin Jonson – Comissão Europeia

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16«Não dispondo de nenhum recurso natural, a Maurícia deve contar com a capacidade e a criatividade dos seus habitantes Por isso, a nossa estratégia de desenvolvimento é orientada para a exportação e visa fazer do comércio um motor de crescimento que deve contribuir para a qualidade de vida da nossa população Os Acordos de Parceria Económica (APE) têm pressionado os actores económicos no sentido de se tornarem mais competitivos e de acederem a mercados mais exigentes em matéria de qualidade e de sofisticação dos produtos Se tal é possível para grandes empresas, a tarefa é muito mais difícil para as pequenas e médias empresas Muito frequentemente estas últimas são postas de parte ou são mal informadas, desconhecendo, por isso, as oportunidades de mercado, as regras e os padrões relativos ao comércio com a Europa As mudanças neste domínio não se produzem de um dia para outro Exigem uma mudança de mentalidade e, no final, uma transformação cultural É um grande desafio Por conseguinte, é necessário que haja toda uma série de reformas para acompanhar a nova estratégia de desenvolvimento Por exemplo, a reforma do sistema de educação está muita atrasada e o nível de formação da nossa mão-de-obra é um factor determinante para avançarmos

«como director de uma onG focada na investigação, estive envolvido no acompanhamento e na aplicação do acordo de cotonou e concentrei-me sobretudo no compromisso activo da sociedade civil maurícia no processo.»

Como director de uma ONG focada na investigação, estive envolvido no acompanhamento e na aplicação do acordo de Cotonou Concentrei-me sobretudo no compromisso activo da sociedade civil maurícia para fazer avançar o processo a nível nacional, assegurando que os seus representantes fossem integrados no processo de implementação, incluindo o diálogo e a negociação Sendo um dos nossos principais parceiros para o desenvolvimento e a melhoria da sustentabilidade da vida da ilha, a União Europeia deveria consagrar mais recursos às recomendações da sociedade civil para favorecer a transparência e a boa governança Além disso, a participação da sociedade civil no diálogo sobre as políticas deveria ser incentivada, o que requer um ambiente favorável A continuação de programas como os que a UE instaura, através da cooperação descentralizada, por exemplo, é vital para a continuidade das políticas e a participação da sociedade civil maurícia »

«Temos que contar com a capacidade e a criatividade dos maurícios»

Pynee a. chellapermal, director do centro de documentação, de investigação e formação para o sudoeste do oceano índico (cedrefi), maurícia, fala da importância da sociedade civil para o progresso económico.

Créditos fotográficos: utilizador Flickr «austinevan» com uma licença da Creative Commonshttp://www.flickr.com/photos/austinevan/

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francine rutazana, agência de cooperação e de investigação para o desenvolvimento no ruanda.

«Desde 2004, a ACORD (Agência de Cooperação e de Investigação para o Desenvolvimento) organiza no Ruanda ateliês de informação e grandes campanhas sobre o processo dos Acordos de Parceria Económica Também realizamos consultas permanentes com a sociedade civil ruandesa e as autoridades governamentais implicadas no acordo Graças a este processo, o quadro dos nossos APE foi progressivamente enriquecido em termos de desenvolvimento e de cooperação, dois elementos muito importantes para alcançar trocas equitativas entre a União Europeia e os países ACP

Os países da Comunidade da África do Leste (CAE) estão muito envolvidos no processo do APE e fazem uma análise profunda do seu impacto antes de apresentar uma proposta à Comissão Europeia Por esta razão, têm actualmente uma ideia bastante melhor daquilo que esperam do que a que tinham no início das negociações Se quisessemos estabelecer um APE que seja realmente benéfico para as populações, seria necessário:

• estar atentos às prioridades de desenvolvimento sustentável tais como foram identificadas pelos países ACP, particularmente no que diz respeito à agricultura nas zonas rurais;

• atribuir um prazo razoável às negociações em vez de tentar concluir o acordo o mais rapidamente possível;

• tomar em consideração as expectativas da sociedade civil;

• reforçar os recursos humanos e financeiros da sociedade civil de um modo que possa ser documentado e analisado Tal poderia influenciar positivamente o processo do APE, sobretudo no que diz respeito às necessidades da sociedade civil;

• ajudar a sociedade civil a instaurar um fórum similar ao da Assembleia Parlamentar Comum

No que diz respeito ao Ruanda, penso que o comércio pode ser um bom instrumento de desenvolvimento caso estejam em vigor as seguintes condições:

• o Ruanda deve ter produtos para introduzir no mercado, o que não é o caso de momento;

• é necessário fazer evoluir os meios de produção, precisamente para permitir ao país oferecer produtos manufacturados à exportação;

• os cidadãos ruandeses devem adquirir o controlo técnico para uma produção agrícola mais profissional, que assegure a segurança alimentar e um excesso que permita a exportação Enquanto a produção local não puder garantir a segurança alimentar, não será possível exportar os nossos produtos »

«Graças ao seu especial envolvimento no processo dos APE, os países da CAE têm agora uma melhor ideia do que pretendem»

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Kekobad Patel, Presidente do comité de Política aduaneira de comércio fiscal e international da confederação das associações empresariais de moçambique, a propósito da sua experiência com os aPe.

«O comércio é muito importante, mas deve continuar a ser um comércio justo e não o domínio dos fortes sobre os fracos Em África, ainda temos muitos pontos fracos Algumas das nossas indústrias emergentes ainda precisam do beneficiar de medidas de protecção, de modo a ter tempo suficiente para atingir a maturidade económica Foi aí que apoiámos o governo nas negociações para o Acordo interino de Parceria Económica, aconselhando sobre os produtos que poderiam ou não ser liberalizados Por exemplo, insistimos que a farinha e alguns outros produtos agro-industriais sejam mantidos fora da proposta porque acreditamos que este sector representa um potencial enorme para o nosso país Por outro lado, propusemos a liberalização dos equipamentos, porque são uma das nossas principais importações da Europa e as nossas empresas poderiam beneficiar do acesso a produtos mais baratos, com isenção de direitos aduaneiros O desenvolvimento de infra-estruturas também é um fator chave para o desenvolvimento económico do setor privado – especialmente estradas, telecomunicações, água e electricidade Nessas áreas, a UE tem permitido que o nosso governo introduza melhorias significativas nas áreas rurais, o que leva à criação de emprego e à redução da pobreza

Os resultados que esperamos dos APE incluem uma maior competitividade e melhor qualidade dos produtos e serviços Graças às regras de origem simplificadas e à abolição das quotas, teremos melhores oportunidades de exportação Os sectores do turismo, das telecomunicações e da banca também poderiam beneficiar da liberalização Actualmente, o custo destes serviços de infra-estrutura é extremamente elevado no Sul e uma redução dos preços melhoraria a competitividade destes sectores em Moçambique Claro que isso também deve ser acompanhado por programas de educação para garantir que haja mão-de-obra local com formação para trabalhar nesses setores

Em Moçambique, a educação e a confiança são elementos fundamentais para o desenvolvimento do sector privado Precisamos de uma população qualificada, e temos necessidade de estabelecer a confiança no quadro institucional do nosso país Isto deve ajudar as nossas empresas a tornarem-se mais competitivas e venderem os seus produtos no mercado interno e no exterior, mas também a atrair mais investimentos sustentáveis Precisamos de mais empresas estrangeiras que invistam e se fixem definitivamente em Moçambique, em vez de termos apenas empresas interessadas na extração de matérias- -primas Temos de alterar a oferta de matérias-primas para produzir produtos semi- -transformados com as empresas que vão criar empregos sustentáveis no país

«deveriam ser realizadas mais acções de comunicação e de divulgação para familiarizar as pessoas com o aPe e aprofundar o compromisso dos principais actores, permitindo-lhes apreender melhor todos os desafios.»

A experiência do sector privado nas negociações dos APE foram positivas A experiência da sociedade civil foi, no entanto, menos positiva devido ao medo do desconhecido e ao facto de haver muitas pessoas que não compreendem realmente a substância destes acordos Deveriam ser realizadas mais acções de comunicação e de divulgação para familiarizar as pessoas com os APE e aprofundar o compromisso dos principais actores permitindo- -lhes apreender melhor todos os desafios No que diz respeito ao comércio e à integração regional, a UE afirma que os APE cobrem este ponto, mas tenho algumas reservas a esse respeito As negociações com a UE provocaram alguma turbulência na região, o que na minha opinião é bom, porque chama a atenção para a necessidade de fazer progredir o calendário da integração regional e encontrar soluções pragmáticas Em termos gerais, os APE são matérias complexas que exigem muita compreensão por parte de ambas as partes para superarem as dificuldades e chegarem a um acordo que seja vantajoso para cada uma »

«Embora os APE tenham uma imagem positiva junto do sector privado, mais esforços devem ser feitos para melhorar a comunicação com o público em geral»

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19«Os nossos APE interinos actuais são resultave de cinco anos de negociações entre os países da África Oriental e Austral (AOA) e a União Europeia Não tendo conseguido concluir um APE completo, ambas as partes puseram-se de acordo sobre um APE interino que compreende o acesso ao mercado, os aspectos de desenvolvimento e o sector da pesca, um sector particularmente importante para Madagáscar Cremos com efeito que os projetos incluídos no capítulo «desenvolvimento» do acordo ajudarão o nosso país no seu crescimento e irão melhorar o nosso acesso aos mercados na União Europeia, o nosso maior parceiro comercial

«os projetos incluídos no capítulo "desenvolvimento" do acordo ajudarão o nosso país no seu crescimento e irão melhorar o nosso acesso aos mercados na União europeia, o nosso maior parceiro comercial.»

Pessoalmente, considero a cooperação actual entre a União Europeia e Madagáscar muito positiva Beneficiamos de fundos para vários projetos de desenvolvimento estrutural, como estradas, pontes e equipamentos de saúde Para além do acompanhamento durante as negociações em torno dos APE, a Delegação da União Europeia em Madagáscar ajudou-nos igualmente a instaurar a Unidade de apoio técnico no Fórum nacional para o desenvolvimento da política comercial »

Um acordo interino construtivo para Madagáscar

eva razafimandimby, directora das relações internacionais e de integração económica no ministério da economia, comércio e indústria de madagáscar, e Presidente das reuniões de altos funcionários da região aoa (África oriental e austral), a propósito dos aPe interinos Ue-aoa.

Créditos fotográficos: David Dennis com uma licença da Creative Commonshttp://www.flickr.com/photos/davidden/

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20«o nosso mercado local é extremamente restrito… não há por isso dúvida alguma em relação à necessidade de acedermos a um mercado alargado – nem em relação aos benefícios tecnológicos que o comércio nos poderá trazer.»

«É claro que comércio e desenvolvimento estão estreitamente ligados e que não se pode falar de comércio sem também abordar as questões de desenvolvimento No Malawi, o mercado local é extremamente restrito e o nosso rendimento per capita é de cerca de 240 USD (167 EUR) Portanto, precisamos de ter acesso a um mercado alargado bem como aos benefícios tecnológicos que o comércio nos possa trazer Os Acordos de Parceria Económica (APE) são um factor importante para os países ACP que podem, portanto, apoiar-se no comércio com a União Europeia para se desenvolverem A desvantagem é que as empresas dos países ACP têm raramente a capacidade de enfrentar a concorrência nos mercados liberalizados Uma boa negociação deve reconhecer as diferenças na capacidade em matéria de comércio, bem como a assistência necessária aos países ACP para poder abordar eficazmente o mercado europeu

Se as questões de governança, de infra-estrutura, de quadros institucionais e legislativos são factores que constituem o ambiente das empresas e que influenciam o seu desenvolvimento, seria necessário não limitar a intervenção a estes domínios esquecendo o mundo dos negócios O simples facto de a origem da prosperidade estar nas empresas é frequentemente esquecido e supõe-se geralmente que um bom ambiente conduz automaticamente ao crescimento do sector privado Na realidade, a relação entre este ambiente e o crescimento dos investimentos não é automática, como o revelam as classificações do Relatório «Doing Business» do Banco Mundial

A questão do comércio como instrumento de desenvolvimento não é gerida de maneira adequada ao nível da Comissão Europeia, dado que a Direcção-Geral do Comércio está dissociada da do Desenvolvimento Esta situação cria alguma apreensão em relação às intenções da Comissão »

«Não se pode falar de comércio sem abordar também as questões de desenvolvimento»

o chanceler Kaferapanjira, presidente da confederação das câmaras de comércio e indústria do malawi, a propósito das relações estreitas entre comércio e desenvolvimento.

Créditos fotográficos: Lars Plougmann com uma licença da Creative Commons http://www.flickr.com/people/75062596@N00

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21«Uma vez assinados, penso que os Acordos interinos de Parceria Económica serão benéficos para a indústria açucareira do Malawi, o que garantirá o acesso ao mercado europeu a longo prazo Geralmente, o nosso país propõe bens e produtos agrícolas a baixo custo, e o acesso ao mercado europeu criará as bases para futuros investimentos na indústria açucareira

O comércio é um factor de desenvolvimento e pode ter um grande efeito para o desempenho de uma indústria Por exemplo, cerca de um terço da produção anual da Illovo Sugar Limited é exportado Se o acesso ao mercado for facilitado e os mercados se tornarem mais importantes, os nossos desempenhos nos produtos destinados à exportação irão igualmente aumentar Com a reforma gradual da PAC e a liberalização do comércio dos produtos agrícolas na Europa, poderá haver uma melhoria da competitividade das produções do Malawi e dos países da região

«cerca de um terço da produção anual da illovo sugar limited é exportado. se o acesso ao mercado for facilitado e os mercados se tornarem mais importantes, os nossos desempenhos nos produtos destinados à exportação irão igualmente aumentar.»

Ainda que a concertação em redor das posições nacionais e regionais tenha sido difícil e às vezes frustrante, penso que no conjunto as negociações dos APE foram positivas A abordagem das negociações teve a tendência de dividir grupos regionalmente integrados As políticas europeias em geral poderiam igualmente ser melhoradas prestando mais atenção às especificidades dos países menos desenvolvidos e fazendo concessões adequadas, o que tranquilizaria os espíritos cépticos sobre assuntos tais como a duração das moratórias, os prazos atribuídos para a liberalização das importações, os recursos para o desenvolvimento estrutural e a valorização do potencial, etc »

«Acesso aos mercados da UE vai criar uma base para novos investimentos na indústria açucareira»

Geoff mkandawire, Presidente do grupo de trabalho sobre a política comercial (national Working Group on trade Policy) e gerente da illovo sugar limited no malwi, fala dos benefícios do aPe para a sua indústria.

Créditos fotográficos: Patrick Laverdant – iStockphoto

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22«Desde 2005, a Maurícia iniciou um programa de liberalização do comércio e de investimentos O país necessita, por isso, mais de ajudas específicas do que de um apoio geral, o que torna a iniciativa «Ajuda para o Comércio» o instrumento mais adequado ao nosso país

«a longo prazo, o comércio abre a porta aos investimentos; é por isso que o acordo de Parceria económica é tão importante para nós.»

O comércio é vital para a Maurícia e a Europa continua a ser o nosso mercado mais importante A longo prazo, o comércio conduz a investimentos; é por isso que o Acordo de Parceria Económica é tão importante para nós Fornece uma base sobre a qual podemos elaborar a estratégia mais eficaz para atrair os investidores estrangeiros e favorecer as nossas exportações

A Maurícia sempre beneficiou de vantagens ligadas aos Acordos de Lomé e de Cotonou; actualmente os APE dão-nos continuidade e estabilidade para o nossos planos de desenvolvimento O acesso preferencial ao mercado para os produtos do mar ao abrigo do Acordo de Cotonou – actualmente integrado nos APE – criou um efeito «bola de neve» resultando num fluxo acrescido de investimentos na indústria dos produtos do mar e no Pólo marítimo Novas instalações de trasnformação foram criadas, houve um aumento das actividades piscatórias e uma série de actividades auxiliares foram iniciadas à volta deste sector

Penso que os APE são absolutamente cruciais para a Maurícia Sem este acordo, o nosso país não poderá ser competitivo no mercado europeu Teríamos então de procurar outros mercados, com o risco de se perderem empregos e investimentos »

«Comércio traz investimentos»

sr. dev chamroo, director «Planificação e Políticas» no boi (board of investment) da maurícia, sobre os efeitos positivos do acesso preferencial ao mercado.

Créditos fotográficos: Xavier Arnau – iStockphoto

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23«O Ruanda tem a sua própria visão no que diz respeito aos objectivos de desenvolvimento Na minha opinião, as políticas europeias deveriam concentrar-se mais nos projetos de desenvolvimento No entanto, se o nosso país conseguir fundos suficientes através dos APE para financiar os projetos de desenvolvimento prioritários – conforme identificados pelos nossos actores económicos – diria que o impacto é positivo O comércio pode ser um excelente instrumento para favorecer o desenvolvimento, especialmente para um país sem ligação ao mar e com poucos recursos naturais como o Ruanda Mas é necessário notar que, para realmente beneficiar do comércio, o nosso país deve fazer muitos esforços para melhorar os seus sistemas de produção e aumentar o valor acrescentado dos produtos destinados aos mercados estrangeiros

«os países menos desenvolvidos encontram frequentemente dificuldades de abastecimento ligadas a infra-estruturas insuficientes ou deficientes, ao acesso limitado ao financiamento, às poucas capacidades industriais e aos problemas de gestão. o aPe poderia ser realmente benéfico se contribuísse para resolver estes constrangimentos da produção.»

Penso que o acesso ao mercado da UE não funcionou muito bem para os países menos avançados (PMA) no passado porque estes não podiam cumprir os padrões europeus Os PMA têm frequentemente dificuldades de produção ligadas a infra-estruturas insuficientes ou deficientes, a um acesso limitado ao financiamento, poucas capacidades industriais e problemas de gestão Os APE poderiam ser realmente benéficos para o Ruanda se o capítulo sobre o desenvolvimento abordasse este tipo de dificuldades do ponto de vista da oferta Mais precisamente, penso que a UE deveria concentrar-se em ajudar o sector privado a cumprir os padrões de mercado, assistindo ao mesmo tempo o governo no financiamento dos projetos de infra-estrutura »

«A conformidade com as regas de mercado da UE é um dos maiores desafios para os países menos desenvolvidos»

Prudência sebahizi, membro do ministério dos negócios estrangeiros e da cooperação do ruanda e negociador chefe do seu país para o Protocolo de mercado comum da comunidade da África do leste.

Créditos fotográficos: Harald Hoyer com uma licença da Creative Commons http://www.flickr.com/photos/hhoyer/

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24«Como pequeno país sem acesso ao mar, a Suazilândia apenas pode prosperar com uma economia orientada para a exportação Apenas 10% da produção total de açúcar do país pode ser consumido no mercado doméstico, o que torna os mercados externos e o seu acesso ainda mais importantes para nós

«a contribuição que a indústria do açúcar pode trazer em termos de criação de empregos, de desenvolvimento rural e de balança comercial dá-lhe um lugar determinante no desenvolvimento do país.»

Os novos programas em prol dos pequenos produtores de cana de açúcar apenas são vantajosos se o açúcar for vendido em mercados de topo, geralmente situados no estrangeiro Por isso, o impacto que estes programas podem ter sobre o desenvolvimento rural apenas se pode fazer sentir se houver uma simplificação das trocas Estes programas para os pequenos produtores são aplicados nas zonas do Lowveld, até então marcadas por uma grande pobreza

Participar na produção açucareira sob a forma de pequenas empresas familiares representa para estas populações um meio certo para aceder a uma fonte de rendimentos A contribuição que o sector açucareiro pode trazer em termos de criação de empregos, de desenvolvimento rural e de balança comercial concede-lhe um lugar significativo no desenvolvimento do país

Ao participar nas negociações e no desenvolvimento das políticas comerciais, analisamos todas as diferentes opções e mercados para o açúcar É durante esta análise que reconhecemos a importância do mercado europeu e, por conseguinte, a importância crítica da conclusão de um APE com a União Europeia A melhoria dos mercados comerciais permite redistribuir os benefícios aos produtores e transformadores, com consequências benéficas para a Suazilândia: criação de empregos, redução da pobreza, desenvolvimento rural, etc »

O acesso ao mercado da UE permite que a indústria açucareira suavize as condições de vida na Suazilândia

Walter matsebula, responsável de marketing na indústria açucareira da suazilândia e membro do painel de peritos junto do governo suazilandês no domínio da política e das negociações comerciais, fala da contribuição que a produção de açúcar trouxe ao desenvolvimento rural na suazilândia.

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25«Penso que o comércio é um instrumento de desenvolvimento muito importante, dado que permite aos industriais desenvolverem os seus negócios e criar empregos e riqueza A nossa associação e o sector privado assistem os seus membros na integração entre o comércio e o desenvolvimento, e espera-se que projetos tais como a ponte Takatu entre o Brasil e a Guiana tragam grandes benefícios ao nosso país em termos de abertura para novos mercados

O nosso APE foi assinado em 2008, mas sinto que o seu pleno potencial para os Estados-Membros do CARIFORUM ainda está por descobrir Há ainda melhorias a fazer no acesso ao Fundo de Desenvolvimento Europeu para o sector privado, por meio de uma simplificação dos procedimentos administrativos

Penso que os aPe são instrumentos muito úteis que permitem aos industriais expandir os seus mercados. contudo, uma consulta mais profunda e abrangente com as partes interessadas e uma maior atenção à dimensão da ajuda ao desenvolvimento poderiam tornar este tipo de acordo ainda mais eficaz.

A Guiana obtém uma parte importante dos seus rendimentos através de produtos tradicionais de exportação, incluindo o arroz e o açúcar, que não estão isentos de taxas e de quotas no âmbito dos APE Por esta razão, o sector privado no nosso país tem ainda certas reservas acerca do interesse económico dos APE Penso, no entanto, que é um instrumento muito útil que permite aos industriais alargar os seus mercados Contudo, uma maior consulta das partes interessadas e uma maior atenção à dimensão da ajuda ao desenvolvimento poderiam tornar este tipo de acordo ainda mais eficaz »

O nosso APE foi assinado em 2008, mas o seu potencial ainda está por descobrir

ramesh dookooh, Presidente da associação guianesa da indústria e serviços, a propósito dos benefícios do acordo de Parceria económica para o seu país.

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26A indústria cultural e de entretenimento desempenha um papel cada vez mais importante na economia das Caraíbas Na Jamaica, por exemplo, Sean Paul atrai mais divisas estrangeiras do que a indústria da banana… Enquanto Presidente da Swansea, prevejo que o APE nos irá abrir muitas portas no mercado europeu Poderemos assim trazer a música das Caraíbas e da Guiana à Europa, melhorar a nossa balança comercial e fazer da cultura uma parte integrante das nossas relações comerciais

«Gostaríamos de nos associar a uma empresa europeia que nos ajudasse a desenvolver padrões de qualidade, para que possamos aceder mais facilmente ao mercado europeu com os nossos serviços e os nossos produtos, tais como a produção de jingles, de dVd e de documentários.»

O comércio é importante para o desenvolvimento, mas deve também ser acompanhado de investimentos Os actuais acordos comerciais CARICOM são subaproveitados porque a abertura dos mercados não basta É necessário fornecer assistência e assegurar que as empresas serão capazes de abordar estes novos mercados Gostaríamos, por exemplo, de nos associar a uma empresa europeia para

obter ajuda no desenvolvimento de padrões e qualidade, para que possamos aceder mais facilmente ao mercado europeu com os nossos produtos e serviços, tais como a produção de jingles, de DVD e de documentários

Gostaria, por isso, de ver uma maior atenção à competitividade, às transferências de tecnologia, às taxas de câmbio favoráveis aos investimentos e um melhor acesso ao financiamento Temos que ser competitivos para exportar Os investimentos em padrões adequados e em tecnologia são extremamente importantes A parceria com empresas europeias contribuiria para as transferências de tecnologia e elevaria os nossos padrões de produção, com um resultado positivo para a competitividade das empresas locais e a componente comercial do APE em geral

90% do PIB da Guiana baseia-se nos nossos produtos de exportação, sendo a América do Norte e a Europa os principais destinatários Qualquer acordo que possa proporcionar à Guiana um acesso mais alargado a estes mercados e uma maior circulação dos nossos produtos será benéfico para o país Não posso imaginar que possamos sobreviver sem o mercado europeu ou sem um melhor acesso ao mesmo »

«Os APE podem abrir muitas portas da UE à música das Caraíbas e da Guiana»

clemente duncan, Presidente da associação industrial swansea na Guiana, fala da importância do mercado europeu bem como dos esforços em termos de tecnologia e de investimentos que são necessários para a indústria local.

Créditos Fotográficos: Fotolia

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27«A nossa actividade principal é fornecer produtos agrícolas e adubos aos países vizinhos Sendo a Zâmbia um país sem ligação ao mar, as trocas dependem muito do estado das estradas, dos procedimentos aduaneiros e dos controlos nas fronteiras Como em toda a parte, tempo é dinheiro e era frustrante perder tempo precioso nas fronteiras ou ter que fazer longos desvios devido ao estado das estradas Anteriormente, o transporte demorava sempre muito tempo e não podíamos respeitar os prazos de entrega Entregar produtos frescos em qualquer lugar para além de 20 quilómetros era simplesmente impossível Mas actualmente, o governo zambiano e a Delegação da União Europeia começaram a melhorar as estradas, especialmente nos eixos mais utilizados para o comércio dentro do país e para os países vizinhos O estabelecimento da ponte Katimamulilo que liga a Zâmbia à Namíbia também foi um grande progresso

«Podemos agora planear melhor os nossos transportes e respeitar os nossos prazos de entrega. no geral, agora somos duas vezes mais rápidos em todas as nossas rotas – algumas levam apenas um terço do que costumavam levar antes.»

Graças ao apoio da UE, assistimos igualmente a grandes melhorias nas operações aduaneiras São actualmente bem mais rápidas e mais eficazes para os transportes comerciais A instauração de passagens únicas para as alfândegas entre a Zâmbia e o Zimbabwe e entre a Zâmbia e a Botsuana foi também benéfica Podemos agora planear melhor os nossos transportes e respeitar os nossos prazos de entrega No geral, os tempos de transporte por estrada puderam ser diminuídos pela metade, às vezes até mesmo em dois terços »

O que a facilitação do comércio tem simplificado para os produtos regionais

Houman Javahiri, proprietário da exploração agrícola Jouhans na zâmbia, explica como a melhoria das estradas e a simplificação dos procedimentos aduaneiros veio ajudar os exportadores do seu país.

Créditos fotográficos: Comissão Europeia

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28«O acesso ao mercado significa mais do que reduções de quotas e de tarifas aduaneiras Para o meu país, o Uganda, implica também estar familiarizado com as regras de importação na Europa e com padrões que evoluem constantemente É um grande desafio para os nossos produtores de produtos frescos e as nossas indústrias hortícolas, que na sua maior parte são pequenas empresas familiares Estas não têm os meios para fazer grandes investimentos e faltam-lhes por vezes basicamente o acesso às últimas informações sobre os novos regulamentos

com os actuais acordos de Parceria económica (aPe), a União europeia atribuiu uma vasta assistência aos pequenos empresários ugandeses, que lhes permite tirar melhor partido do livre acesso ao mercado europeu e prosseguir com as suas exportações.

Vejamos a rastreabilidade, por exemplo Parece simples, mas as pessoas não sabem bem quais são as exigências E se o sabem, a maior parte não teria os meios para levá-la a efeito na sua cadeia de produção É aqui que se verifica a importância de relacionar as trocas comerciais com a ajuda ao desenvolvimento, um dos pontos fortes das relações UE-África

Com os actuais Acordos de Parceria Económica (APE), a União Europeia atribuiu uma vasta assistência aos pequenos empresários ugandeses que lhes permite tirar melhor partido do livre acesso ao mercado europeu e prosseguir com as suas exportações Os programas financiados pela União Europeia oferecem formações sobre segurança alimentar e o uso adequado dos pesticidas, prestam aconselhamento individual e assistência financeira Além disso, uma grande parte da ajuda da UE é actualmente consagrada à promoção do comércio justo, que oferece uma excelente oportunidade para os nossos pequenos produtores A crescente procura de produtos de comércio justo pode ser satisfeita pelas nossas explorações, o que facilitará a introdução de padrões como os preços predeterminados, o salário justo e a melhoria das condições de trabalho

A assistência técnica, o apoio financeiro e a divulgação de tecnologias ajudaram os ugandeses a aumentar as suas exportações para a Europa O Uganda é actualmente um dos maiores fornecedores africanos de produtos frescos e de flores cortadas O nosso país sempre beneficiou de um território vasto e fértil, com bons recursos de água, o que nos permite produzir grandes quantidades de alimentos O Uganda é actualmente um dos raros países do continente que possui uma indústria agrícola bem desenvolvida e organizada Os nossos agricultores estão bem equipados e formados, o seu modo de produção é eficaz e sustentável O desenvolvimento agrícola do Uganda revelou-se um sucesso e pode ainda vir a conhecer bons desenvolvimentos no futuro »

Vincular o comércio à ajuda ao desenvolvimento faz toda a diferença para os pequenos produtores ugandeses

Paul sigombe, formador para pequenas empresas e produtores no Uganda, fala do interesse dos programas financiados pela Ue que acompanham os acordos de Parceria económica Ue-acP.

Créditos fotográficos: Banana Stock

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29A insegurança financeira é uma pressão terrível As pessoas tornam-se vulneráveis quando têm constantemente que se preocupar com o dinheiro para comprar comida, pagar os cuidados médicos ou a escola das crianças Para mim, foi importante estar ligada à criação de empregos justos e sustentáveis e tive muito prazer em poder oferecer postos de trabalho duradouros e correctamente pagos a três pessoas Como não tínhamos nenhuma experiência em gestão de empresas, aproveitámos a oportunidade e participámos nas acções de formação sobre estes assuntos, bem como em diferentes eventos organizados (pelo CAWEE2 e por ProInvest, dois organismos que beneficiam de fundos europeus) Até nos ajudaram a apresentar os nossos produtos numa exposição no estrangeiro, o que nos foi muito benéfico

«Hoje empregamos directamente 27 mulheres e homens e oferecemos oportunidades de lucro a uma centena de pequenos criadores de bichos da seda e fiadores. todos podem agora assegurar a sua subsistência e a da sua família.»

A seda foi introduzida na Etiópia em 2000 e as criações familiares começaram a desenvolver-se em 2002 Desde então, a procura foi sempre crescendo e mal podemos satisfazê-la, pois a actividade ainda é muito recente Os nossos maiores mercados são a África do Sul, os Estados Unidos e a Europa Os produtos derivados da seda são actualmente um dos sectores na nova indústria têxtil etíope que se desenvolvem mais rapidamente Este traz trabalho e receitas para um grande número de pessoas, mulheres e homens As mulheres que optaram por dedicar-se à fiação da seda trabalham na sua maioria por conta própria, sendo um género de microempresa Gerem elas próprias o seu trabalho, as suas finanças e o seu caderno de encomendas Hoje, empregamos directamente 27 mulheres e homens e oferecemos um mercado para uma centena de pequenos criadores de bichos da seda e fiadores Todos andam de cabeça erguida, podendo agora assegurar a sua subsistência e a da sua família Fazem o seu trabalho com muito orgulho »

Para mais informações sobre a empresa de Kathy Marshall, aceda ao sítio Web de Sabahar http://www sabahar com

Kathy Marshall, Proprietária de uma empresa de seda em Addis Abeba: «Os APE ajudam também as microempresas e favorecem os rendimentos regulares»

Kathy marshall, proprietária e gerente da empresa sabahar em addis abeba na etiópia, explica como os aPe também ajudam as mulheres empresárias, favorecendo rendimentos regulares para muitas pessoas.

Créditos fotográficos: Sabahar 2 Centre for African Women Economic Empowerment - (Centro para a Promoção Económica das

Mulheres de África)

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30«Como Organização não Governamental, devemos velar por que as políticas comerciais beneficiem simultaneamente as empresas e os cidadãos A nossa contribuição durante as negociações entre o Governo queniano e a União Europeia não tem por objectivo negar um pensamento orientado para o lucro Somos favoráveis ao lucro, mas devemos exigir medidas de segurança para evitar qualquer abuso exercido em detrimento das populações Pedimos uma gestão honesta e transparente das negociações e devemos supervisionar cuidadosamente as partes envolvidas O mais importante é que os inte-resses específicos não sejam privilegiados em detrimento do interesse geral As nossas relações comerciais devem constituir um benefício para todos

«as boas políticas comerciais favorecem o desenvolvimento. isto começa por um crescimento da nossa competitividade, em especial no sector agrícola que é o elemento essencial da maior parte das economias africanas.»

As negociações comerciais actuais abrem o caminho para a realização do sonho da industrialização de África Com o Acordo de Parceria Económico, podemos garantir políticas comerciais que são justas para as empresas e benéficas para a população Políticas justas e equitativas são as que protegem a nossa população dos abusos e a exploração As boas

políticas comerciais favorecem o desenvolvimento Isto começa por um crescimento da nossa competitividade, em especial no sector agrícola que é o elemento essencial da maior parte das economias africanas Isto implica igualmente respeitar e tomar em consideração os diferentes níveis de desenvolvimento dos países Alguns têm necessidade de assistência técnica da UE, enquanto outros beneficiariam mais de acessos preferenciais ao mercado ou de protecções especiais para as suas indústrias mais frágeis Os APE podem proporcionar isso bem como proteger os sectores mais fracos que dificilmente podem fazer face à concorrência mundial, conforme ficou estabelecido para muitos produtos agrícolas ditos «sensíveis» Mas as possibilidades oferecidas pelos APE vão mais longe Vemos este acordo como um instrumento de desenvolvimento, não como um simples acordo de comércio Os APE têm um papel muito vasto e têm em conta a estreita relação entre comércio e Direitos do Homem Se houver concorrência desleal e um enfraquecimento da economia local, o impacto sobre a vida dos cidadãos será negativo Haverá perdas de emprego e um empobrecimento que conduz a um aumento da exploração, do trabalho infantil, da criminalidade, bem como dos problemas de governança Relações comerciais desiguais destabilizam as sociedades Novas relações comerciais ajudam-nos a criar uma maior proximidade As trocas entre os nossos dois continentes podem dar início a muitas coisas – não somente para o mundo dos negócios, mas também para as nossas sociedades Quanto mais soubermos uns dos outros, mais nos sentiremos responsáveis uns pelos outros »

APE UE-ACP: o ponto de vista de uma ONG

Victor ogalo, responsável de Programas no cUts (consumer Unity & trust society) africa resource centre, nairobi, partilha a sua perspectiva, enquanto membro de uma onG, quanto aos aPe entre a Ue e a aP.

Créditos fotográficos: David Gee com uma licença da Creative Commonshttp://www.flickr.com/photos/davidg/sets/

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31«Um dos efeitos da relação privilegiada entre os países ACP e a União Europeia – como testemunham os Acordos de Lomé e, actualmente, de Cotonou – é o acesso preferencial ao mercado que permitiu que as relações comerciais entre a Europa e o Quénia conhecessem um desenvolvimento substancial durante os últimos 30 anos Para garantir um ambiente económico estável e prevenir qualquer perturbação nas trocas comerciais, o Quénia assinou um Acordo-quadro de Parceria Económica em 2008

As nossas exportações: 70 a 80% das nossas exportações hortícolas vão directamente para a União Europeia, o que a torna o nosso mais importante mercado De todas as rosas compradas na Europa, uma em cada três provém do Quénia! Aí está um mercado que não podemos perder

A nossa competitividade: Sem o Acordo-quadro, os nossos produtos frescos estariam sujeitos a uma taxa de importação na Europa de oito por cento Isto tornaria os nossos produtos mais caros, e ter-nos-ia feito perder uma vantagem em relação a concorrentes nossos como o Peru, o Egipto e Marrocos

«no total, as nossas relações comerciais com a europa asseguram o sustento de mais de cinco milhões de pessoas.»

As nossas famílias: as relações UE-ACP já permitem garantir um milhão e meio de empregos no sector hortícola – estas pessoas podem assegurar o seu sustento bem como o das suas famílias No total, as nossas relações comerciais com a Europa asseguram o sustento de mais de cinco milhões de pessoas

O nosso futuro: Com os APE, garantimos o acesso ao mercado e damos aos investidores a certeza de que este acesso será mantido, o que é essencial para qualquer empresa Em contrapartida, isso permite estimular o crescimento, criar empregos e assegurar um ambiente socioeconómico estável »

APE: O que significam para os exportadores no Quénia

Hasit shah, director de sunripe ltd e Presidente da associação dos exportadores de produtos frescos do Quénia, sublinha os principais benefícios que a economia queniana pode colher do acordo-quadro ter-acP.

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32«Os Acordos de Parceria Económica são considerados bons acordos pelos países do CARIFORUM e como uma etapa e uma oportunidade necessárias para a região das Caraíbas Mas no que diz respeito às suas cláusulas sobre a propriedade intelectual, alguns vêem nos APE promessas e também perigos para a Jamaica

«dada a importância dos direitos de autor para as indústrias jamaicanas e, particularmente, para a indústria da música, é possível prever que direitos mais abrangentes e com uma melhor protecção trarão uma melhoria significativa nas receitas para os beneficiários.»

Entre os aspectos mais promissores para a Jamaica no que diz repeito aos direitos de propriedade intelectual, citam-se os direitos de autor, as indicações de geográficas (IG), os recursos genéticos, os conhecimentos tradicionais e o folclore Graças às disposições dos APE, a propriedade intelectual e a herança cultural jamaicana serão protegidas, sendo multiplicado o seu comércio e a sua divulgação no estrangeiro Dada a importância dos direitos de autor para as indústrias jamaicanas e, particularmente, para a indústria da música, é possível antecipar que direitos mais abrangentes e com uma melhor protecção trarão uma melhoria significativa nas receitas para os beneficiários Para a Jamaica, uma aplicação estrita dos APE implicará

a implementação de cerca de 10 acordos internacionais sobre a propriedade intelectual (incluindo tratados e protocolos), com efeitos significativos sobre a protecção intelectual Embora estes acordos sejam em geral benéficos para os beneficiários, alguns implicam constrangimentos que podem revelar-se difíceis de gerir quando os recursos são limitados Além disso, existe algum receio quanto ao facto de a sua aplicação poder ser prejudicial para as economias mais frágeis do CARIFORUM Continua a ser ignorado o impacto macroeconómico para a Jamaica da aplicação das obrigações previstas nos APE em matéria de regras de direito intelectual A capacidade de criar e adoptar políticas que permitiriam ao país tirar melhor partido dos APE poderia vir a ser enfraquecida

A protecção oferecida pelos APE através das indicações geográficas ajudará a maioria dos nossos produtores, sobretudo os mais pequenos Os produtos exclusivamente jamaicanos, tais como molhos, condimentos, o Blue Mountain Coffee e o Appleton Rum, têm belas perspectivas de crescimento com os APE Garantindo a sua proveniência, a certificação de origem deverá ajudar ao desenvolvimento destes produtos no mercado europeu As cláusulas dos APE relativas aos direitos de propriedade intelectual têm por objectivo promover e favorecer a cooperação em matéria de inovação e eco-inovação, tecnologias da informação, ciências, tecnologia e transferências de tecnologia, um outro aspecto inegavelmente positivo dos APE »

Com uma indústria musical dinâmica e produtos alimentares únicos, os países Cariforum deveriam fazer um melhor uso dos DPI e das IG

dianne delay, advogada em Kingston, Jamaica, fala-nos das implicações dos aPe para os países cariforUm – especialmente sobre direitos de Propriedade intelectual e indicações Geográficas.

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33«Os consumidores de hoje desejam ter acesso a tudo e em todas as estações do ano Os hábitos de consumo sazonal desapareceram – até os espargos são agora procurados todo o ano, e estamos felizes por poder importar variedades exóticas da África do Sul

Para satisfazer a procura, dependemos de uma oferta regular e sem interrupções Tal só é possível se o nosso fornecedor tiver uma rede fiável de parceiros comerciais no mundo inteiro Se certos frutos e legumes não estiverem disponíveis numa região do mundo a um dado momento, estão-no certamente noutra região A nossa actividade baseia-se na nossa confiança de que esta diversidade de origem continuará a ser acessível

«os países da África e das caraíbas não competem apenas com os produtos dos grandes exportadores… oferecem sobretudo uma maior variedade de produtos provenientes de pequenas explorações.»

Os países da África e das Caraíbas não competem apenas com os produtos dos grandes exportadores como a Nova Zelândia ou a América Latina Oferecem sobretudo uma imensa variedade de produtos étnicos e originais, plantas e legumes que apenas existem na sua própria região Desde há um ano, a procura destes novos produtos não pára de crescer, e vemos os consumidores cada vez mais interessados em descobrir estas novidades Recentemente, começamos a importar vinho directamente de um viticultor na África do Sul, com muito sucesso

Não fará muita diferença aos nossos consumidores se os nossos ananáses vierem do Gana ou do Paraguai A maior parte deles não presta muita atenção à indicação de origem Mas para nós é crucial termos acesso a esta diversidade de produtos: não somente a banana standard da América Latina, mas também todas as outras variedades provenientes de produtores mais pequenos As suas formas, o seu gosto, as suas qualidades são diferentes, e as bananas são um dos três produtos exóticos mais importados na Europa, e é por isso natural que tenhamos sempre muita procura para a nossa oferta »

APE UE-ACP: quais os impactos no cabaz de compra dos consumidores na UE?

robin struve, proprietário da cadeia local de supermercados «schlemmermarkt» em Hamburgo, na alemanha, explica as vantagens que o consumidor terá com as relações comerciais entre a União europeia e os países acP nas suas compras diárias.

Créditos fotográficos: Audric Leperdi com uma licença da Creative Commonshttp://www.flickr.com/photos/audrix/sets/

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34«Tudo começou com um grupo de crianças que passou em frente à janela da minha cozinha… estavam bem vestidos, os seus rostos reluziam e irradiavam saúde Para os proteger dos insectos, as suas mães hidratam os seus rostos todos os dias com óleo de coco – o mais antigo segredo de beleza nestas ilhas Pensei para comigo «porque é que o resto do mundo não haveria de ter também o mesmo aspecto saudável e luzidio?» Foi assim que nasceu «Puro Fiji»

«Hoje os nossos produtos são vendidos em mais de 50 países em todo o mundo… mas nada disto teria sido possível sem a União europeia como mercado de entrada para fora da zona do Pacífico.»

Hoje os nossos produtos são vendidos em mais de 50 países em todo o mundo, actores e celebridades não poupam elogios a seu respeito em revistas de luxo, e investidores de grande envergadura internacional apostam na nossa empresa

Nada disto teria sido possível sem a União Europeia como um dos nossos primeiros mercados fora da zona do Pacífico A Europa foi um formidável mercado de entrada para as nossas exportações Da Europa foi possível darmos o salto para os merca-

dos dos Estados Unidos e do Canadá, que incluem hoje os nossos clientes mais importantes

Nestes últimos anos, o alargamento da União Europeia ofereceu-nos também belas oportunidades: a República Checa e a Polónia tornaram-se mercados importantes, cujo crescimento regular é semelhante ao de antigos países clientes como a Grã- -Bretanha e os países escandinavos

A nossa actividade comercial no estrangeiro tem também um impacto muito relevante na população local Graças ao nosso crescimento rápido, mais de 800 pessoas estão actualmente empregadas junto dos fornecedores de nozes, ervas, frutos e especiarias para o fabrico dos nossos produtos cosméticos Nas nossas duas unidades de produção empregamos 65 pessoas e deveremos aumentar os efectivos nos próximos meses para lançar a nossa nova gama de produtos à base de leite e de mel: sabões, velas, loções e óleos de tratamento

Tenho actualmente setenta e dois anos Criei sete crianças, fiquei duas vezes viúva… Mas sempre que falo da minha empresa, do impacto que teve em redor dela, tenho a impressão de ter novamente vinte anos!»

APE: O que as relações UE-ACP significam para as empresas fijianas em crescimento

Gaëtane austin, fundadora e directora «de Puro fiji» em suva, nas ilhas fiji, fala do sucesso da sua empresa de produtos cosméticos, e do benefício para a economia local.

Créditos fotográficos: iStockphoto

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Os APE e a crise financeira mundial

«A crise financeira mundial tornou necessário proceder a urgentes reformas em todo o mundo, mas mais ainda nos países em vias de desenvolvimento cujas estruturas económicas são particularmente frágeis

A recessão mundial coloca igualmente em evidência a vulnerabilidade destes países, que sentem de forma particularmente intensa os choques externos

«Os Acordos de Parceria Económica (APE) oferecem uma boa oportunidade de reforma para os países da África, Caraíbas e do Pacífico Podem ajudar a reforçar as suas economias locais e regionais e a resolver as suas dificuldades estruturais »

Os APE são excelentes meios para tirar melhor partido das vantagens existentes para o crescimento económico e para travar os obstáculos ao desenvolvimento Um bom APE deve ser elaborado com cuidado, em função das necessidades específicas dos países e das regiões, e tendo em conta os diferentes níveis de desenvolvimento

Os APE bem adaptados e realmente integrados numa agenda geral de reformas, são inegavelmente um instrumento eficaz para o desenvolvimento e o crescimento dos países ACP »

Para mais informações sobre o ECDPM, aceda ao sítio Web http://www ecdpm org

dr. san bilal, investigador sénior no centro europeu de gestão das políticas de desenvolvimento (ecdPm) de bruxelas, bélgica.

Créditos fotográficos: Neil Palmer (for CIAT) com uma licença da Creative Commonshttp://www.flickr.com/photos/ciat/

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36«Um dos aspectos essenciais do meu trabalho na delegação da União Europeia no Uganda, é incentivar a competitividade e a integração regional deste belo país Enquanto outros colegas da Comissão Europeia gerem os nossos projetos de infra-estrutura, o nosso contributo consiste em reduzir os constrangimentos administrativos que ainda dificultam as trocas comerciais na região A integração política, a paz e a estabilidade também poderão ter efeitos positivos à imagem da própria integração europeia

O comércio é a essência de qualquer economia, principalmente para um país sem acesso ao mar, como o Uganda De facto, as relações comerciais permitem que nos sintamos conectados pela terra e não cercados por ela A nossa parceria com os principais actores nos planos de integração regional no Uganda já tem dado inúmeros resultados O país dispõe actualmente de uma política comercial nacional e de um

Plano nacional de desenvolvimento do comércio, instrumentos cruciais para apoiar o crescimento e o desempenho do sector comercial O Ministério do Comércio, do Turismo e da Indústria também se dotou de meios adequados para envolver o país no desenvolvimento de políticas comerciais, nas negociações comerciais, na definição de prioridades estratégicas, a fim de aproveitar o mais possível todas as oportunidades comerciais oferecidas Para vos dar um exemplo concreto, acabamos de assinar um novo programa de valorização do potencial para o sector privado e comercial num montante de 5 milhões de euros

«as políticas comerciais não são o único meio para desenvolver uma economia. os aPe devem ser compreendidos num contexto mais lato, e ter como objectivo tornar eficaz o acesso aos mercados.»

«O comércio é a essência de qualquer economia, principalmente para um país sem acesso ao mar, como o Uganda»

Harvey rouse, chefe da secção Política e comercial da delegação da Ue em Kampala, dá as suas impressões sobre o papel dos aPe em matéria de desenvolvimento e de integração regional.

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No âmbito dos APE, o Uganda negociou um acesso ilimitado para todos os produtos Nenhum outro país ou bloco industrializado, fora a Europa, concedeu um tal acesso comercial ao Uganda A União Europeia concedeu este acesso porque entendemos que ao abrir totalmente o nosso mercado podemos estimular as trocas, apoiar o desenvolvimento e, certamente também, favorecer a integração regional, o que é muito importante Regras de origem mais flexíveis também foram previstas nos APE Os APE deverão igualmente facilitar as reformas em outros domínios do comércio como a política de concorrência, a propriedade intelectual, os investimentos e o comércio dos serviços, todos eles essenciais para que as políticas comerciais revertam em benefício do conjunto da população

Há que sublinhar que as políticas comerciais não são o único meio para desenvolver uma economia Os APE devem ser compreendidos num contexto mais lato, e têm como objectivo tornar mais eficaz o acesso aos mercados Devemos interrogar-nos sobre as razões pelas quais 30 anos de relações comerciais preferenciais não foram suficientes para estimular o desenvolvimento O comércio dos países ACP menos desenvolvidos não se diversificou e os seus níveis de produtividade têm continuado abaixo dos de outros países que beneficiam de condições menos preferenciais no mercado europeu Queremos assegurar que os APE se debruçam directamente sobre este problema, assegurando a relação entre comércio e desenvolvimento regional, e estabelecendo as bases institucionais para a diversificação das exportações bem como o crescimento das trocas comerciais

Os APE são instrumentos incontestáveis para a criação de mercados regionais viáveis com melhores economias de escala; para o estabelecimento de relações directas entre as necessidades das empresas e o acesso ao financiamento; para a implementação de regras transparentes para a promoção de serviços e de investimentos em países menos desenvolvidos; para a redução de custos para uma melhor cooperação e facilidades de comércio; e para regras de origem simplificadas que responderão melhor às necessidades de toda a região da África Oriental

O Uganda empenha-se em realizar mais esforços para que a região da África Oriental reencontre o seu lugar legítimo como bloco determinante no mundo e no que diz respeito às outras regiões Os APEs estão em total sinergia com este processo Comprometemo-nos a trabalhar duro com os nossos parceiros no Uganda e nas outras regiões para garantir que uma maior integração regional possa cada vez mais permitir que as trocas comerciais sejam colocadas ao serviço do desenvolvimento »

Créditos fotográficos: Neil Palmer (para a CIAT) com uma licença da Creative Commonshttp://www.flickr.com/photos/ciat/4108929886

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38Porque é que as Caraíbas foram o primeiro grupo ACP a celebrar um Acordo de Parceria Económica abrangente com a União Europeia? As relações comerciais com a UE são fundamentais e vários produtos importantes para a exportação requerem um acesso livre ao mercado da UE – isto é fundamental para as nossas economias Um acesso isento de direitos aduaneiros e sem quotas é actualmente garantido pelo APE que foi celebrado Somos um grupo de países restrito, e devemos entrar em concorrência com grandes exportadores como a América do Sul Graças ao APE, continuamos a ser competitivos e podemos subsistir no mercado mundial

Não será um passo demasiado grande? Os APE visam integrar os países ACP na economia mundial… A região das Caraíbas sempre esteve integrada na economia mundial Mas somos pequenas economias abertas que dependem tanto das exportações como das importações, especialmente nos sectores dos serviços como o turismo Não temos capital, mas temos experiência O que é necessário actualmente é beneficiar plenamente desta especialidade

O APE com o Cariforum prevê o acesso ao mercado europeu isento de direitos aduaneiros e sem quotas. Prevê igualmente a abertura às importações europeias. Este último ponto não constituirá uma ameaça para a vossa economia? Não, embora haja desafios para certos sectores Os sectores mais sensíveis foram excluídos da liberalização (13,1% das importações provenientes da UE), grande parte dos quais consistindo em produtos oriundos da agricultura ou da transformação de produtos agrícolas (cerca de 75% dos produtos excluídos) Os produtos assim excluídos continuarão sujeitos à tributação à entrada no mercado das Caraíbas Este é um elemento essencial dos APE Muitas empresas em outras áreas não deverão enfrentar a competição livre de impostos por parte dos fornecedores europeus nos próximos 10 a 25 anos O que lhes deixa tempo para se prepararem para a eventual futura liberalização, mas é claro que deveremos utilizar este período da melhor maneira possível para nos adaptarmos

O que se passou a seguir à assinatura do APE?Devemos fazer melhor uso do potencial deste acordo e assegurar-nos de que as empresas o cumprem No entanto, o processo de liberalização não fica por aí A região prevê já negociar um acordo de comércio livre com o Canadá Além disso, é importante notar que

ENTrEvIsTA

Perspectivas comerciais para os países ACP: o futuro também passa pelo Sul

em 5 de outubro de 2008, a União europeia e as caraíbas assinaram um acordo de Parceria económico entre a União europeia e o cariforum. carlos Wharton, conselheiro sénior na agência caribenha de Promoção das exportações, explica o que se passou desde então e quais são as perspectivas de futuro para os países das caraíbas – indubitavelmente, um manancial de oportunidades comerciais.

Créditos fotográficos: utilizador Flickr «Vinylmeister» com uma licença da Creative Commonshttp://www.flickr.com/photos/47603382@N08/sets/

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historicamente as nossas relações comerciais se estabeleceram principalmente de acordo com um eixo Norte-sul, é previsível que elas se estabeleçam também no sentido Sul-Sul num futuro próximo Por exemplo, não há relações comerciais com África Porquê? Porque as trocas, as rotas comerciais, as redes de negócios eram inexistentes Mas agora que as nossas regiões e certos países de África se desenvolveram, existe um real potencial de estabelecimento de relações comerciais com os países ACP No futuro, as trocas Sul-Sul poderão crescer mais rapidamente do que com os países desenvolvidos

Em termos concretos, qual será o principal foco durante a implementação dos APE? Na minha opinião, a atenção será centrada principalmente nos sectores dos serviços que actualmente são liberalizados bem nas trocas de mercadorias A nossa força nas Caraíbas são as nossas populações Devemos investir nelas e nas suas capacidades Devemos realmente lançar mão de todos os nossos meios: elaborar redes com associações profissionais para identificar as suas necessidades, afectar recursos necessários para a formação e assegurar um nível técnico suficiente para sermos competitivos a nível mundial

Em quais sectores dos serviços vêem maior potencial de crescimento?A Agência Caribenha de Promoção das Exportações tem vindo a concentrar-se em quatro sectores que foram liberalizados no âmbito dos APE: as tecnologias da informação, a saúde e as ajudas sociais, as indústrias criativas e os serviços profissionais (como o conselho de gestão) – e nos quais temos já uma base sólida Esperamos actualmente que a diáspora caribenha na Europa saiba aproveitar esta avaliação proveniente do seu país de origem Se alguém mandar construir uma casa com características caribenhas, temos arquitectos e engenheiros muito dotados para o efeito Outro potencial realmente interessante reside na indústria do cinema e a música, domínios nos quais as Caraíbas têm potencial

Muitas perspectivas, por conseguinte – mas quais serão os desafios? O nosso principal desafio será adquirir rapidamente novas capacidades técnicas Temos boas perspectivas no que diz respeito ao comércio de bens e à liberalização do mercado europeu bem como ao período de adaptação que nos foi concedido para abrir totalmente os nossos mercados Estou confiante: os caribenhos já demonstraram no passado todas as suas capacidades criativas As primeiras indústrias solares começaram aqui nos anos 70, numa altura em que mais ninguém se interessava por energias alternativas Poderemos talvez não produzir produtos extremamente complexos mas podemos responder aos mercados de nicho, oferecer a nossa perícia e inovação

Acerca da Agência Caribenha de Promoção das Exportações

A Agência Caribenha de Promoção das Exportações é a agência de promoção do comércio e de investimentos para os países membros do Cariforum A sua missão é aumentar a competitividade dos países das Caraíbas através de serviços de qualidade nos domínios do comércio e o investimento

Mais informações disponíveis no sítio Web: http://www carib-export com

ENTrEvIsTAENTrEvIsTA

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Sr. Massart, a sua organização destina-se a promover o comércio com a UE? A nossa missão é favorecer os investimentos e as transferências tecnológicas nos países de África, das Caraíbas e do Pacífico (ACP), a fim de melhorar o seu potencial comercial Desejamos constituir mercados regionais dinâmicos neste grupo de países mesmo havendo relação comercial directa com a União Europeia O nosso objectivo é estimular as empresas locais, torná-las mais eficientes e mais atractivas para os investidores

Assim apoia também empresas que não exportam nada para a UE? Sim, ajudamos mesmo empresas a trabalhar a nível local – e a fazê-lo de forma mais eficaz Em geral, todos pressionam os países ACP a exportarem para a UE Mas as trocas comerciais com a UE não resolvem todos os problemas locais de crescimento Poderia mesmo ser um erro concentrar os esforços unicamente na exportação para a União Europeia, por várias razões Em primeiro lugar, porque a maior parte destas empresas – de pequena e média dimensão – não pode ser competitiva perante as empresas europeias e internacionais da UE Estas têm mais possibilidade de ter êxito e de desenvolver-se em mercados regionais Depois, trata-se igualmente de reduzir a dependência económica dos países ACP: isto é um elemento único que a crise actual veio revelar Os países africanos em especial são extremamente dependentes das suas trocas comerciais com a UE, o que os pode tornar vulneráveis

ENTrEvIsTA

«Queremos criar mercados regionais fortes»

Promover os investimentos e as transferências tecnológicas para as empresas dos países acP é um dos pontos fortes da ajuda ao comércio sob o regime dos aPe. Pro€invest, o mais importante dos programas da comissão europeia em prol do sector privado, fornece um apoio técnico e financeiro às associações do sector privado nos países acP no âmbito da promoção dos investimentos duradouros. denis massart, consultor técnico, expõe-nos os desafios e as oportunidades e explica-nos porque é que o dinheiro da União europeia também reverte para empresas que não têm necessariamente trocas comerciais com a europa.

Créditos fotográficos: utilizador Flickr «The Advocacy Project» com uma licença da Creative Commonshttp://www.flickr.com/photos/advocacy_project/4885103246/

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Por conseguinte, nos países ACP, tal como na UE, a maioria das empresas é de pequena ou média dimensão. Como é que se pode abranger todas as empresas em causa? Para responder às necessidades regionais e mesmos locais, trabalhamos com diversas associações profissionais Desta maneira, esperamos abranger todos os membros, ou seja, os próprios empresários Esta abordagem revelou-se eficaz sob vários aspectos Falta contudo convencer o máximo de empresas a juntarem-se a estas associações profissionais! Para as convencer, é necessário que vejam uma vantagem em pagar uma contribuição, consagrar tempo e recursos, etc E o benefício que daí retiram deve ser concreto e duradouro

Quais são as principais áreas em que a sua empresa é solicitada?Solicitam-nos principalmente para oferecer soluções alternativas de resolução de conflitos entre empresas Em muitos países ACP, a resolução de um diferendo comercial torna-se num processo longo e difícil Outro grande domínio no qual a nossa especialização é pedida é o marketing Isto inclui tudo, desde a embalagem até à fixacão de preços dos produtos promocionais Para além do aspecto de marketing, oferecemos igualmente apoio na melhoria da qualidade dos produtos

Mas o comércio com a União Europeia não é mais lucrativo? Não, se não puder fazer face à concorrência A ideia de que não há mercados regionais em África ou nas Caraíbas é um erro de avaliação muito frequente Mas tomemos o COMESA (Common Market for Eastern and Southern Africa – Mercado Comum da África Oriental e o Sul) por exemplo: aí estão 19 países que representam mais de 390 milhões de habitantes que constituiram uma zona de comércio livre que beneficia não só as empresas mas também os consumidores

Quais são os principais desafios para as empresas que apoia? É necessário sublinhar que as empresas não se deparam todas os mesmos problemas As grandes companhias nos países ACP são geralmente empresas internacionais que não têm certamente necessidade da nossa ajuda As empresas com as quais trabalhamos – e isto representa a grande maioria das empresas, tal como na UE – são as pequenas e médias empresas Estas fazem face a uma série de desafios que vão desde a falta de acesso às tecnologias ou de avaliação de marketing até às infra--estruturas deficientes ou questões de má governança, como a corrupção Podemos apenas isolar um ou outro destes pontos como desafio específico

O senhor recentemente avaliou um projeto que visa incentivar as mulheres africanas a tornar-se empresárias …Sim, esse é um assunto muito importante Já é bastante difícil montar uma empresa em África, mas isso torna-se quase impossível quando se é uma mulher As mulheres fazem todo o trabalho, mas os homens conservam o poder de decisão Quando as mulheres querem dar um passo em frente e oficializar o seu trabalho, encontram muitos obstáculos O nosso projeto visa por um lado sensibilizar a opinião pública a esse respeito e, por outro lado, construir ou melhorar as capacidades e os níveis de competência É essencial que a sociedade reconheça o valor e o potencial empresariais das mulheres Sem este reconhecimento, o progresso social e económico é impossível

Para mais informações sobre os programas de Proinvest, aceda ao sítio Web: http://www proinvest-eu org

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42Em relação as outras regiões, o comércio com os países ACP é marginal para a União Europeia. No entanto, porque é esta parceria importante para os países ACP?A União Europeia é um parceiro comercial essencial para os ACP Basta olhar para os factos: a Europa representa em média 26% do valor das exportações e 28% do valor das importações (números da Direcção-Geral do Comércio, 2007) As exportações agrícolas para a UE são essenciais para África (em especial para a região ESA) e para as Caraíbas O mesmo se aplica às importações agrícolas provenientes da UE, particularmente para a África Ocidental e África Central Com excepção das Caraíbas, cerca de 70% da força de trabalho são empregados no sector agrícola, o que representa aproximadamente 500 milhões de pessoas que dependem deste sector Ora, apesar da sua importância na economia destes países, o investimento no sector agrícola representa apenas 10% do PIB

O mercado europeu dos produtos agrícolas tem uma concorrência dura. Como podem os produtos ACP competir?É exactamente esse o problema: a América Latina e a Ásia são temíveis concorrentes Devido às pressões exercidas pela OMC e à proliferação dos acordos comerciais bilaterais

assinados com países não ACP, as condições preferenciais atribuídas pela UE aos ACP encontram-se progressivamente afectadas (bananas, por exemplo) Isto deteriora consideravelmente a sua posição no mercado europeu Neste contexto, se os países ACP continuam a exportar apenas produtos não elaborados, encontrarão sérias dificuldades! A única possibilidade de se tornarem competitivos seria diversificar a sua oferta e diferenciar os seus produtos, dar-lhes mais valor acrescentado, concentrar-se em produtos de topo e explorar mercados de nicho, respeitando ao mesmo tempo padrões europeus cada vez mais estritos em matéria de nutrição e segurança alimentar Mas, para isso, têm necessidade de apoio técnico e de assistência no domínio financeiro Certas disposições sobre as regras fitossanitárias (SPS) e as regras de origem que se encontram nos APE interinos podem claramente ajudar as regiões ACP a responder a alguns destes desafios Os programas de ajuda ao comércio que actualmente são negociados como medidas de acompanhamento aos APE terão certamente um papel importante a desempenhar

Qual é o papel do CTA na evolução dos APE? Antes de mais nada, não tomamos posição Não fazemos lobbying para ou contra os APE Tentamos ser construtivos O nosso mandato é a informação e a comunicação Por exemplo, o nosso serviço em linha Agritrade é consagrado a tudo o que se refere

ENTrEvIsTA

«Os países ACP podem fazer negócios justos através dos Acordos de Parceria Económica?»

em 2009 o cta (centro técnico para a agricultura e a cooperação rural), a organização conjunta Ue-acP, celebrou o seu vigésimo quinto aniversário. Vincent fautrel, director do Programa de comércio agrícola, explica quais são as razões para celebrar este aniversário – e para prosseguir o trabalho.

Créditos fotográficos: Comissão Europeia

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à competência nas trocas comerciais agrícolas UE-ACP: não somente os APE, mas também os desenvolvimentos junto da OMC, a reforma da política agrícola comum da União Europeia, as questões sanitárias e fitossanitárias e os produtos básicos Além de dar as últimas informações e análises efectivas, o nosso trabalho é garantir o diálogo e as trocas – entre a UE e os ACP, entre as regiões ACP e localmente em cada região

Como respondem às necessidades de 79 países diferentes? Como já referi, a nossa missão é a informação e a comunicação Para o efeito, utilizamos diversos instrumentos e meios de comunicação social como as publicações em papel e electrónicas, os vídeos, as emissões de rádio, as reuniões e sessões de trabalho, as viagens de estudos, os fóruns em linha… As tecnologias de informação são muito importantes para nós porque permitem estender de maneira considerável o alcance das nossas actividades Os telefones móveis e a tecnologia Web 2 0 representam um grande potencial para os países ACP, dado que melhoram o fluxo e a actualização das informações bem como o trabalho em rede Certas críticas foram formuladas em relação aos APE, acusando a União Europeia de impôr aos ACP acordos comerciais desleais que os ACP não queriam na realidade

Qual poderia ser uma forma realista dos países ACP aumentarem as suas posições no mercado da UE? Há um grande potencial de comércio justo de produtos orgânicos para os países ACP As Caraíbas têm, por exemplo, o mercado das bananas que é altamente competitivo Quase todas as suas bananas inserem-se atualmente em práticas comerciais justas As Indicações Geográficas (IG) também fornecem algumas oportunidades: ajudam no aumento do valor dos produtos, associando a sua origem à qualidade ou à reputação e à experiência local (por exemplo, Champagne ou Roquefort) O mesmo pode ser feito para os produtos ACP (por exemplo, o chá de Rooibos da África do Sul, o café Blue Mountain da Jamaica)

Existem reservas contra os APE, pois a EU é acusada de impor acordos de comércio injustos e não desejados pelos ACP. O que pensa o senhor disso? O equilíbrio dos acordos depende dos países APE Cada país e cada região tem a responsabilidade de decidir as condições que lhes são mais benéficas, e de negociar com a UE para fazer dos APE um instrumento eficaz de desenvolvimento Seria demasiado simplista afirmar que a União Europeia impõe as suas próprias condições sem deixar outras opções aos países ACP Recentes discussões na região SADC mostraram um bom nível de flexibilidade a nível europeu A ajuda europeia não depende da assinatura dos APE O décimo fundo de desenvolvimento europeu (FED) será implementado com ou sem os APE O desafio é ajudar os países ACP a reestruturar e a ajustar as suas economias para uma boa integração no comércio mundial As regiões ACP deverão examinar como os APE lhes poderão ser benéficos como instrumentos de desenvolvimento

Centro técnico de cooperação agrícola e rural (CTA)

O CTA é uma instituição UE-ACP criada em 1984 que trabalha no domínio da informação e da comunicação ao serviço do sector agrícola e do desenvolvimento rural Com um orçamento de 16 milhões de euros apoiado pelo Fundo Europeu para o Desenvolvimento (FED), o CTA gere hoje 12 programas diferentes em 79 países ACP, essencialmente fornecendo informação, incentivando as trocas e reforçando as capacidades no domínio das tecnologias de informação e a comunicação nos países ACP

Para mais informações, aceda ao sítio Web http://www cta int e o serviço em linha Agritrade: http://agritrade cta int

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44Na sua opinião, o rótulo «Fabricado em África» é uma vantagem ou uma desvantagem? É uma oportunidade As mulheres com quem trabalhamos querem valorizar a imagem do nosso continente no estrangeiro e transformar a do seu próprio país São capazes de perpetuar técnicas ancestrais; temos um rico património artístico e artesanal a oferecer! Somos pobres, é certo, mas há efectivamente muito mas a dizer sobre África: temos uma herança cultural rica e uma grande diversidade O que temos para oferecer são produtos únicos, realizados de modo artesanal e que reflectem a nossa herança cultural

Como podem as produtoras africanas competir com outras regiões do mundo no mercado europeu? Realmente não entramos em competicão directa, por exemplo, com os produtores asiáticos Devemos encontrar o nosso mercado Não temos nem os meios nem a intenção de responder às necessidades dos mercados em massa O que propomos são produtos específicos para uma clientela específica

Quais são os principais obstáculos «institucionais» para uma mulher de negócios em África? O maior problema é o acesso ao financiamento: capital, crédito, empréstimo As mulheres não podem obter empréstimos ou financiamentos por falta de garantias Todas as posses estão em geral em nome do seu marido ou do seu pai Sem liquidez, as empresárias não podem responder aos pedidos importantes, ampliar as suas instalações ou recrutar o pessoal Tais empresas sem acesso ao financiamento não têm nenhuma possibilidade de crescer

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Promovendo o empreendedorismo feminino em África: «Produtos únicos para uma clientela selectiva»

Há mais de 15 anos, nigest Haile apoia o empreendedorismo feminino no seu país, a etiópia, bem como noutros países africanos. a directora do centro para a Promoção económica das mulheres de África (caWee – centre for african Women economic empowerment), criado em 2004 tendo como objectivo a assistência às mulheres exportadoras em África, explica porque é que a Ue não pode deixar de reforçar as suas relações económicas com a comunidade crescente de mulheres empresárias em África.

Créditos fotográficos: Michiel Van Balen com uma licença da Creative Commons http://www.flickr.com/photos/michielvanbalen/

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Quais são as soluções que propõe? O objectivo é encontrar um modo de desenvolvimento harmonioso no qual cada um poderá adaptar-se – tanto as mulheres empresárias como o ambiente social Assim, não propomos apenas a formação, a constituição de redes e de patrocínios, mas asseguramo-nos igualmente de que estas ofertas são acessíveis e adaptadas à situação das mulheres com as quais trabalhamos Entre as coisas que funcionaram bem há que mencionar as reuniões de negócios, os ateliês nas instalações das mulheres empresárias, as formações orientadas As consultas personalizadas (one-to-one) e o patrocínio individualizado permitem uma boa abordagem individual Geralmente, é necessário dar-lhes oportunidades de entrar em contacto com compradores ou com outros empresários sem estar a colocá-las em situações delicadas

Porquê que a UE é importante para as mulheres empresárias em África? Por várias razões; em primeiro lugar, a União Europeia é um mercado gigantesco, bem mais rico e bem mais perto de nós do que os Estados Unidos Segundo a nossa experiência, os europeus têm um interesse real pelos produtos realizados em determinada tradição, e estão dispostos a pagar um preço correcto por tais produtos Em segundo lugar, as mulheres empresárias recebem uma ajuda importante para a condução e a gestão da sua actividade As mulheres são reconhecidas como interlocutoras informadas e responsáveis nos negócios Com condições de trabalho decentes e um salário justo, têm a capacidade de se tornar um exemplo no mundo dos negócios, algo que as instituições europeias compreenderam bem e que querem apoiar

As mulheres empresárias são bem aceites na sociedade africana? Nos nossos países, as mulheres são esposas, mães e raparigas antes de ser empresárias Qualquer que seja a sua capacidade de serem operacionais em todos os campos, são confrontadas com barreiras culturais que as impedem de estar totalmente presentes no mundo dos negócios Por exemplo, não podem ter almoços ou jantares de negócios porque devem consagrar estes momentos à sua família, não podem fazer deslocações para encontrar clientes potenciais ou fazer a representação comercial porque ninguém se ocupará das suas crianças ou dos seus pais doentes Apoiar as mulheres chefes de empresa – qualquer que seja o seu nível de sucesso – ainda não é uma parte integrante na nossa cultura

O CAWEE (Centro for African Women Economic Empowerment – Centro para a autonomia económica das mulheres africanas) foi criado em 2004 com uma atenção específica em torno das mulheres exportadoras de África e no âmbito da iniciativa de ACESSO inter-regional para a promoção do empreendedorismo feminino Com o apoio de PROINVEST, um programa UE-ACP para a valori-zação do potencial nas organizações ACP intermediárias e regionais, mais de 400 mulheres empreendedoras foram ajudadas com formação em comércio internacional, programas de patrocínio, acesso a uma plataforma de infor-mação e pela criação de redes e encontros

Para mais informações: www womenexporters com www proinvest-eu org

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46O Programa PIP foi lançado em 2001 na sequência da implementação de novos padrões europeus em matéria de pesticidas. Porque foi necessário este programa?A modificação das leis da UE em matéria de segurança alimentar e de rastreabilidade colocou um desafio essencial aos produtores e exportadores de frutos e de legumes frescos dos países ACP No caso de não respeitarem as novas regras, podiam, no pior dos casos, perder parcelas inteiras de mercado O programa PIP foi lançado para os ajudar a adaptar ao novo quadro legal

Mas estas mudanças não afectaram todos os exportadores para a União Europeia? Porquê esta atenção específica para os países ACP? Naturalmente, outras regiões como a América Latina e a Ásia também tiveram que fazer esforços de adaptação à nova legislação Mas alguns dos países menos desenvolvidos no mundo – e por conseguinte, mais vulneráveis – fazem parte dos países ACP Segundo os acordos de Cotonou, quando uma modificação da legislação europeia é susceptível de ter um impacto nos países ACP, a União Europeia tem o dever de ajudar esses países a adaptar-se ao novo quadro legal Além disso, as regras da OMC prevêem igualmente uma assistência técnica no caso de mudanças dos regulamentos

O primeiro programa PIP foi concluído. Qual foi o sucesso registado? Trabalhamos com 28 países, cobrindo 80% dos exportações ACP em frutos e legumes frescos A nossa avaliação mostra que a parcela de mercado dos países ACP sobre este segmento manteve-se literalmente inalterada apesar da modificação do quadro legislativo da União Europeia É, por conseguinte, um grande sucesso O PIP foi igualmente reconhecido em matéria de boas práticas: em Novembro passado recebemos o prémio UNIDO (United Nations Industrial Development Organization) durante a conferência do UNIDO no Cairo

Parabéns! Quais são os planos de futuro para o PIP? Em primeiro lugar, devemos preparar-nos para uma nova série de regulamentos relativos ao mercado alimentar que está em preparação Um novo programa de protecção das plantas está em vias de adopção na UE, o que significa que todos os fornecedores terão de o cumprir Deveremos reiniciar certas partes do programa PIP e encontrar soluções para novas exigências, tais como a crescente procura de produtos procedentes da agricultura biológica Em segundo lugar, deveremos igualmente ajudar os exportadores a satisfazer as exigências de normalização crescentes no sector privado Os grandes compradores, tais como a grande distribuição, exigem dos seus fornecedores qualificações que vão

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«Comprar produtos provenientes dos ACP é promover um extraordinário progresso social»

Para a maior parte dos países acP, a União europeia é um parceiro comercial de primeira importância e o acesso aos seus mercados é um desafio crucial. igualmente importante será a sua capacidade de evoluir com o quadro legislativo europeu. Guy stinglhamber, director do Programa iniciativa Pesticidas (PiP), explica qual é o potencial de crescimento ligado a estas relações comerciais e o que a União europeia está a fazer para o pôr em prática.

Créditos fotográficos: Karin Jonson – Comissão Europeia

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bem para além da simples legislação europeia, provocando dispendiosos processos de certificação Em terceiro lugar, os países ACP devem preparar-se rapidamente para a crescente procura de produtos ecológicos e socialmente responsáveis Isso representa uma série de novos desafios, mas continuamos confiantes e optimistas na nossa capacidade de assegurar que todas as exigências em matéria de produtos alimentares sejam continuamente respeitadas nas trocas comerciais entre a UE e os países ACP

Qual tem sido a acção do PIP? O PIP opera em três níveis: primeiro, fornecer ajuda aos produtores e aos exportadores na gestão da segurança alimentar e crescimento da sua capacidade técnica, designadamente por meio de assistência técnica e de acções de formação Além disso, efectuamos importantes trabalhos de investigação e de desenvolvimento que são vitais para a sobrevivência do sector hortícola O nosso protocolo de aposta nas colheitas é actualizado a cada ano e cobre 90% das exportações a partir dos países ACP Por último, procuramos desenvolver as capacidades locais para a exportação industrial: tanto os produtores como os serviços públicos apresentam necessidades de formação em segurança alimentar, controlo de qualidade e organização – por exemplo, uma das formas de assistência consiste na criação de bases de dados

Qual é a importância dos exportadores ACP para o mercado europeu? Os principais produtos exportados pelos países ACP são as bananas, seguidas do ananás, do feijão verde e da manga Certos países como a Jamaica trazem-nos produtos de consumo étnico como a batata doce Todos os exportadores representam um volume modesto comparativamente a gigantes como a Nova Zelândia ou a América Latina

Mas quando se compra produtos provenientes dos países ACP o impacto social é enorme: em vez de se comprar a um único grande grupo, os produtos ACP provêm de um grande número de pequenas empresas, entre as quais muitas explorações familiares É uma fonte de rendimento que reverte a favor da economia local e que contribui para lutar contra a pobreza em regiões rurais Através do programa PIP, apoiamos mais de 100 000 empresas familiares Para elas, negociar com a União Europeia é uma questão de sobrevivência O primeiro programa PIP acaba de chegar ao fim

O Programa Iniciativa Pesticidas

Criado pela União Europeia a pedido dos países ACP e instaurado pelo COLEACP, o Programa Iniciativa Pesticidas tem por objectivo ajudar as empresas dos países ACP a responder aos requisitos europeus em matéria de segurança alimentar e rastreabilidade, bem como consolidar a posição dos pequenos produtores ACP no sector da exportação hortícola O programa visa assistir as empresas em diversos níveis, tanto na adaptação aos novos desenvolvimentos legislativos europeus como em domínios práticos como os métodos de exploração e os meios humanos e financeiros necessários para levar a efeito estes novos quadros regulamentares O primeiro programa PIP terminou em 2008 e forneceu assistência a mais de 80% das empresas de produção e de exportação em 28 países ACP

Para mais informações, aceda ao sítio do COLEACP: http://www coleacp org

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doi:10.2781/2587

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