ações investigativas cgu - 5265 ba aratuípe - rde 00205.000272-2010-93

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Número: 00205.000272/2010-93 Unidade Examinada: Município de Aratuípe/BA

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Ações Investigativas CGU - 5265 ba aratuípe - rde 00205.000272-2010-93

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Número: 00205.000272/2010-93 Unidade Examinada: Município de Aratuípe/BA

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Relatório de Demandas Externas n° 00205.000272/2010-93

Sumário Executivo

Este Relatório apresenta os resultados das ações de controle desenvolvidas pela

Controladoria-Geral da União (CGU) no Município de Aratuípe/BA, cujos trabalhos foram

realizados entre 1/3/2012 a 1/6/2012.

Os executores dos recursos federais foram previamente informados por meio do Ofício n.º

10500/2012/GAB-CGU-Regional/BA/CGU, de 12/4/2012, sobre os fatos relatados, sendo que até a

data de encerramento do Relatório de Fiscalização (27/11/2012) a CGU-Regional/BA não havia

recebido manifestação por parte da unidade interessada.

Foram analisados itens financiados com recursos repassados ao Município, no período

compreendido entre 28/12/2007 a 31/12/2011, pelo Ministério do Trabalho e Emprego, com o

objetivo de verificar a aplicação de recursos do FGTS no Programa Carta de Crédito do FGTS –

Operações Coletivas.

Principais Fatos Encontrados

Ministério do Trabalho e Emprego

Programa: Carta de Crédito do FGTS – Operações Coletivas

Construção de unidades habitacionais populares com atraso e defeitos de construção.

Recomendação

Este Relatório é destinado aos órgãos e entidades da Administração Pública Federal,

gestores centrais dos programas de execução descentralizada, para a adoção de providências quanto

às situações evidenciadas, especialmente, para a adoção de medidas preventivas e corretivas,

visando à melhoria da execução dos Programas de Governo.

Foi realizada a seguinte recomendação à CAIXA: que sejam apresentados de forma

discriminada e transparente os valores da operação de crédito, o regime de execução das obras, o

cronograma físico-financeiro do empreendimento e as penalidades em caso do não cumprimento do

Instrumento firmado. Além disso, que seja informado à CGU, por meio de Ofício, no prazo máximo

de 30 (trinta) dias, sobre a atual situação da execução da obra de construção das casas em Aratuípe,

bem como os recursos financeiros pagos à Entidade Organizadora, e as respectivas datas de

desembolsos.

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PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICACONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO

SECRETARIA FEDERAL DE CONTROLE INTERNO

RELATÓRIO DE DEMANDAS ESPECIAIS

Número: 00205.000272/2010-93

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ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO

2. DAS SITUAÇÕES VERIFICADAS 2.1 MINISTERIO DO TRABALHO E EMPREGO 2.1.1 – Programa: Fundo de Garantia do Tempo de Serviço

3. CONCLUSÃO

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1. INTRODUÇÃO

1.1. Este Relatório apresenta os resultados de ação de controle desenvolvida em função de situaçõespresumidamente irregulares ocorridas no município de Aratuípe - BA, apontadas àControladoria-Geral da União - CGU, que deram origem ao Processo nº 00205.000272/2010-93.

1.2. Sobre o assunto, encontra-se em andamento Procedimento Administrativo junto aos MinistérioPúblico Federal e Tribunal de Contas da União.

1.3. O presente trabalho foi realizado no período de 01/03/2012 a 01/06/2012. Foram analisados oitem financiado com recursos repassados ao município no período de 28/12/2007 a 31/12/2011 pelo:

- Ministério do Trabalho e Emprego

1.4. As situações irregulares apontadas à CGU e examinadas neste trabalho dizem respeito a

Situação Apontada:

A demanda refere-se a construção de 150 casas populares no Empreendimento Francelina Lago emAratuípe, cuja situação se encontra em estado de abandono, pois a mesma está sem concluir, as casasjá construídas até o presente momento já estão precisando de reformas, a exemplo de muitas portasempenadas e danificadas, o local se encontra cheio de mato.

1.5. Registramos que a análise efetuada limitou-se à identificação de Termo de Cooperação daPrefeitura Municipal de Aratuípe com a Caixa Econômica Federal - CEF, Convênio nº 243/2006 -Cooperação e Parceria entre o Estado da Bahia e Caixa Econômica Federal - CEF, contrato firmadocom o empreiteiro responsável pela construção das casas e extratos bancários da conta-corrente dosrepasses do Programa referido, bem como a verificação in loco do Empreendimento FrancelinaLago.

1.6 Para a execução do trabalho foram adotadas as seguintes ações:

- obtenção junto à CEF da documentação referente ao Contrato nº 44202-81 - EmpreendimentoFrancelina Lago;

- análise dos documentos, fornecidos pela Prefeitura Municipal de Aratuípe, do processo ProgramaCarta de Crédito FGTS - Operações Coletivas;

- inspeção in loco das casas construídas no Empreendimento Francelina Lago;

- entrevistas com moradores das casas com problemas de construção.

1.7 Os resultados pormenorizados dos trabalhos realizados, organizados por órgão superior e porprograma/ação de governo, estão apresentados no item 2, onde estão relatadas as constataçõesrelacionadas às situações contidas na demanda apresentada.

2. DAS SITUAÇÕES VERIFICADAS

A seguir apresentamos as constatações relacionadas às situações que foram examinadas,agrupadas por Programa/Ação, e vinculadas aos respectivos órgãos superiores.

2.1 MINISTERIO DO TRABALHO E EMPREGO

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2.1.1 – Programa:

Fundo de Garantia do Tempo de Serviço

Objeto Examinado:

O FGTS foi criado pela Lei n.º 5.107/66, encontra-se atualmente regido pela Lei n.º 8.036/90 erepresenta um direito social, constitucionalmente previsto, dos trabalhadores urbanos e rurais. Asfinalidades de sua instituição foram a proteção ao trabalhador optante e a seus dependentes em casode despedidas sem justa causa e de falecimento, mediante a formação de um pecúlio relativo aotempo de serviço, e o combate ao déficit de moradia, de saneamento ambiental e de infra-estruturaurbana, por meio da aplicação em programas sociais, tais como: habitação popular, saneamentobásico e infra-estrutura urbana. Não obstante isso, os recursos do FGTS são onerosos, ou seja, oacesso é possível por meio de operações de financiamento, e não de repasse. Sua aplicação,portanto, está sujeita à capacidade de pagamento dos proponentes, suficiente para garantir o retornoaos trabalhadores cotistas - proprietários efetivos dos recursos - e para manter uma margemsatisfatória de segurança financeira para o fundo. A exceção disso são os Descontos concedidoscom recursos do FGTS nos financiamentos habitacionais. A gestão dos recursos do Fundo, emconformidade com as normas e as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Curador do FGTS -CCFGTS, cabe aos seguintes órgãos/entidades: - Ministério das Cidades (MCidades), na qualidadede Gestor da Aplicação do FGTS; - Caixa Econômica Federal (Caixa), na qualidade de AgenteOperador; - Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), responsável pela cobrança judicial eextrajudicial dos débitos do FGTS; e - Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), responsável pelafiscalização do FGTS. Anualmente, esses recursos são publicados pelo CCFGTS de formasegregada em: i) Orçamento Financeiro (saldo inicial, entradas, saídas e saldo final), ii) Operacional(Plano de Contratações, Metas Físicas e Aplicações de Recursos por estados) e iii) Econômico(Balanço Patrimonial). Dessa forma, é possível a visualização das aplicações dos recursosrelacionadas a políticas públicas como Programas do Orçamento Financeiro e do OrçamentoOperacional. Na área de habitação popular os programas são os seguintes: Pró-Moradia, Carta deCrédito Individual, Carta de Crédito Associativo, Apoio à Produção Habitacional e Descontos nosfinanciamentos a pessoas físicas.

Agente Executor Local: 179086 CAIXA ECONOMICA FEDERAL

Montante de Recursos FinanceirosAplicados:

R$ 1.273.500,00

Ordem de Serviço: 201203015

Forma de Transferência: Não se Aplica

2.1.1.1

Situação Verificada

A demanda refere-se à construção de 150 casas populares no Empreendimento Francelina Lago emAratuípe, cuja situação de algumas casas, que não foram concluídas, se encontrarem em estado deabandono, outras casas já ocupadas estão precisando de reformas, como exemplo nas portas ejanelas empenadas e danificadas, além do local estar cheio de mato.

CONSTATAÇÃO

Unidades habitacionais populares com atraso e defeitos de construção.

a) Fato:

A Prefeitura Municipal de Aratuípe celebrou o Convênio nº 243/2005 de cooperação e parceria como Governo do Estado da Bahia, representado pela Secretaria de Combate à Pobreza e àsDesigualdades Sociais, em 23/12/2005, cujo objeto é viabilizar nos municípios do Estado da Bahia,que assinarem na qualidade de Entidades Organizadoras, o Termo de Adesão a esse convênio, cujasações visam a implementação de financiamento no âmbito do Programa Carta de Crédito FGTS, na

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forma coletiva, nas modalidades e condições disponibilizadas pela CAIXA, contemplandoaquisição e/ou produção de unidades habitacionais de interessse social que atendam a padrõesmínimos de salubridade, segurança e habitabilidade definidos pelas posturas municipais para apopulação com renda familiar de até um salário mínimo.

A Prefeitura Municipal de Aratuípe firmou o Termo de Cooperação e Parceria com a CaixaEconômica Federal, em 05/06/2006, visando a viabilização no município de Aratuípe de ações paraimplantação do Programa Associativo em Parceria, nos termos da Resolução do Conselho curadordo FGTS nº 460/04 de 14/12/2004 e das Instruções normativas 02/05 de 31/01/2005 e 05/05 de29/02/2005 do Ministério das Cidades, contemplando a aquisição e produção de unidadeshabitacionais.

Conforme o Demonstrativo de Cronograma Desembolso Analítico da Caixa Econômica Federal(Construção), folha 2, o valor total previsto da obra é de R$ 1.462.483,50, sendo a parcela de R$1.050.000,00 do FGTS, a parcela de R$ 328.590,00 corresponde a contrapartida estadual e a parcelade R$ 83.893,50 da contrapartida municipal. Vale frisar que a contrapartida municipal foi realizadasob forma de serviços de infraestrutura, como terraplanagem do terreno, energia elétrica, águapotável, etc.

De acordo com o Documento da GIDURSAS (Gerência de Apoio de Deenvolvimento Urbano eRural da Regiâo de Salvador) "Supervisão Operacional de Crédito Imobiliário" de 13/05/2009encaminhado à GIDURSA03 - Gerência de Serviço Operacional de Crédito, a Prefeitura Municipalde Aratuípe, por intermédio do seu Prefeito, vem desde a fase de contratação se empenhandopessoalmente na consecução do empreendimento, Loteamento Francelina Lago, e que tambémpode - se observar nesta fase de produção pelo andamento das obras com recursos próprios.

Constatou-se, por meio de análise documental e de vistoria in loco, que das 150 unidadeshabitacionais previstas somente 60 unidades habitacionais tinham sido efetivamente entregues aosbeneficiários / moradores (em 22/11/2010), o que comprova o atraso na previsão feita para entregade todas as unidades habitacionais, conforme Cronograma Físico - Financeiro de 07/08/2008,assinado pelo Prefeito Municipal de Aratuípe e pelo Responsável Técnico, no qual previa 6 (seis)meses para execução total do empreendimento. Em razão disso, foi encaminhado à Prefeitura a Solicitação de Fiscalização - SF nº 02/2012 questionando a ausência de contrato entre osubempreiteiro e a Prefeitura Municipal e as razões do atraso na entrega das 90 unidadeshabitacionais restantes.

Em resposta a Solicitação de Fiscalização - SF nº 02/2012, a Prefeitura Municipal de Aratuípe citou que "conforme informações colhidas junto ao empreiteiro com relação as primeiras 97unidades habitacionais construídas não foi formalizado qualquer contrato entre o empreiteiro e aPrefeitura", apesar do regime ser Administração Direta.

Ressalvamos que, até a data da inspeção in loco da Equipe da CGU, não haviam sido entregues as37 unidades habitacionais, as quais estavam na etapa de cobertura e acabamento, anteriormentecitadas, totalizando 97 unidades habitacionais, conforme mencionado na resposta da PrefeituraMunicipal de Aratuípe.

Questionada, ainda, sobre as razões do atraso na conclusão das obras, ou seja a construção dasúltimas 53 unidades habitacionais, a Prefeitura apresentou, através do Ofício nº 023/2012 de28/03/2012, as seguintes razões:

- houve demora excessiva na renovação da Licença Ambiental, por parte do IMA (Instituto Estadualde Meio Ambiente), mais de um ano;

- houve atraso na liberação dos recursos, decorrente do grande lapso de tempo entre a vistoria doengenheiro da Caixa e o efetivo crédito na conta específica do empreendimento, após cada uma dasmedições realizadas;

- houve atrasos na liberação dos valores disponibilizados pela SEDUR (Estado da Bahia) decorrentedo Convênio de Cooperação Técnica e Parceria firmado entre o Estado da Bahia e a CaixaEconômica Federal; e

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- por fim a Prefeitura informou que na Cláusula 8ª do Termo de Cooperação e Parceria firmadoentre a Prefeitura e a Caixa reza que in verbis "O presente Termo vigorará enquanto vigorará (sic)algum contrato assinado com os Beneficiários, vinculados ao empreendimento a ser produzido,contados da data de assinatura deste instrumento", em virtude disso o referido Termo continua emplena vigência, tendo em vista que os contratos firmados entre os beneficiários e a Caixa continuamvigendo.

As explicações apresentadas acima pela Prefeitura Municipal de Aratuípe não correspondemfidedignamente com os fatos apurados pela Equipe da CGU. O atraso da Licença Ambiental foimotivado pela mudança de local da área inicialmente prevista para construção das casas, cujoProtocolo de Requerimento datado de 06/03/2009 solicitava ao IMA aprovação da nova LicençaAmbiental. Por outro lado, no Ofício nº 117/09 de 12/05/2009 da Prefeitura Municipal de Aratuípeencaminhado à GIDURSAS, assume o compromisso de no prazo máximo de 60 dias entregar aLicença Ambiental à GIDURSAS. Em relação aos atrasos das liberações correspondentes àsmedições realizadas pela CAIXA, apresentamos abaixo a tabela, que consta no Ofício nº 421/2010/SUFUG/GEAVO de 28/10/2010.

Nº Medição Data % Período % Acumulado Situação

1 21/05/08 20,71 20,71 Liberado e pago

2 01/12/08 2,52 23,23Liberado epago

3 21/01/09 5,04 29,17 Liberado e pago

4 31/03/09 7,1 36,27 Liberado e pago

Conforme o Ofício 421/2010/SUFUG/GEAVO de 28/10/2010, item 2.8: "Em 08JUN2009 foramdesembolsados pela CAIXA os recursos referentes às 2ª, 3ª e 4ª medições equivalentes a 15,56% eacumulado 36,27% do valor do cronograma físico-financeiro das obras. As mediçõesencontravam-se sem liberação devido às pendências documentais".

Instada a se manifestar sobre o atraso nas liberações dos pagamentos, a CAIXA informou, por meiodo Ofício nº 015/2011/SUHAS, de 27 de julho de 2011, que:“1.2 – Ainda, de acordo com informações emitidas pela área de Engenharia da CAIXA, a últimavistoria atestou o percentual global acumulado de execução correspondente a 48,97%, sendo quetodas as unidades habitacionais, ainda não concluídas, tiveram a execução dos serviços iniciais,fundação e alvenarias.1.2.1 – Cerca de 70% destas unidades estão com os serviços de cobertura iniciados e as restantes emestágio final de conclusão.”

Na inspeção in loco realizada, constatou-se que as seis primeiras casas do lado direito da RuaPrincipal tinham suas portas, janelas e pintura das fachadas danificadas, apresentando rachaduras,empenos, vedação deficiente e buracos na madeira, além de conterem infiltrações na parede dafachada, conforme podemos demonstrar nas fotos abaixo.

Infere-se que a má qualidade do material (madeira) empregado nessas casas tenha contribuídosignificativamente para a ocorrência dos problemas citados. Por outro lado, percebeu-se que as seisprimeiras casas do lado direito da Rua Principal tem suas pinturas das fachadas danificadas porinfiltrações, com isso podemos afirmar que houve falha no projeto arquitetônico e de engenharia na

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construção dessas casas, em razão de não se ter previsto o impacto e as consequências das chuvasfortes nas fachadas.

Porta da fachada com empeno e deteriorada Janela da fachada com vedação deficiente

Porta da fachada com remendo Porta da fachada esburacada

Fachada com infiltrações Fachada com porta e janela substituídas

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Vale ressaltar que no Convênio nº 243/2005 e no Termo de Cooperação e Parceria Com Garantia eCaução na Cláusula 6ª item h e Cláusula 5ª item h, respectivamente, Claúsula - Das Obrigações daEntidade Organizadora, a seguinte obrigação da Prefeitura Municipal de Aratuípe in verbis "Assumir, contratualmente, nos financiamentos concedidos aos BENEFICIÁRIOS, aresponsabilidade pela execução e conclusão das obras;". Ainda na Cláusula 6ª item y e Cláusula 5ªitem y, respectivamente, temos in verbis "Vistoriar as obras, respondendo pela fiscalização eacompanhamento da aplicação dos recursos;". Assim sendo, de forma explícita, a PrefeituraMunicipal de Aratuípe tem responsabilidade direta na execução, fiscalização e conclusão das obras de construção das 150 unidades habitacionais.

b) Manifestação da Unidade Examinada:

Enviou-se o Ofício n° 10.500/2012/GAB-CGU-Regional/BA/CGU de 12/04/2012 à PrefeituraMunicipal de Aratuípe informando os resultados da fiscalização realizada no período de 26 a 30 demarço de 2012. Até a presente data de encerramento deste Relatório de Fiscalização, a PrefeituraMunicipal de Aratuípe não tinha se manifestado.

c) Análise do Controle Interno:

Não se aplica.

Recomendação : 1

Recomendamos à Caixa Econômica Federal, em relação aos Instrumentos Formais firmados com asprefeituras municipais, referentes ao Programa Carta de Crédito FGTS - Operações Coletivas,Resolução 460, seja apresentado de forma discriminada e transparente os valores da operação decrédito, o regime de execução das obras, o cronograma físico-financeiro do empreendimento e aspenalidades em caso do não cumprimento do Instrumento firmado.

Outrossim, recomendamos à CAIXA que informe à CGU, por meio de Ofício, no prazo máximo de30 (trinta) dias, sobre a atual situação da execução da obra de construção das casas doEmpreendimento Francelina Lago, em Aratuípe, bem como os recursos financeiros pagos àEntidade Organizadora, e as respectivas datas de desembolsos.

d) Conclusão sobre a situação verificada:

Sobre os fatos e situações apontados na demanda encaminhada à CGU, referente à construção de150 (cento e cinquenta) casas no Empreendimento Francelina Lago, em Aratuípe/BA, sãoprocedentes:- o atraso de mais de três anos do prazo inicial previsto na conclusão de 90 casas, do total de 150unidades;- dentre as casas já construídas, algumas apresentam portas e janelas danificadas e empenadas,pinturas das fachadas danificadas, e rachaduras e infiltrações nas paredes;

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- estado de abandono da obra do Empreendimento. O montante de recursos do FGTS utilizado no Programa para a construção das 150 unidadeshabitacionais do Empreendimento Francelina Lago, em Aratuípe, totaliza R$ 1.050.000,00, sendoas demais parcelas de contrapartida do Estado e Município. Uma vez que o gestor responsável pelo Programa, CAIXA, manifestou-se, em julho de 2011, pormeio do Ofício nº 015/2011/SUHAS, no sentido de retomada das obras e que, à época, o percentualde execução da obra encontrava-se próximo aos 50% do global e, dado o lapso temporaltranscorrido, mais de 1 ano, segue recomendação à CAIXA que nova vistoria seja realizada e que aCGU seja informada, no prazo máximo de 30 dias, sobre qual situação atual em que se encontra aconstrução das casas no Empreendimento Francelina Lago, bem como os desembolsos financeirosefetuados.

3. CONCLUSÃO

3.1 Sobre os fatos e situações apontados na demanda encaminhada à CGU, referente aoEmpreendimento Condomínio Francelina Lago, são procedentes: atraso na conclusão das 150 casasprevistas e diversas casas construídas e habitadas com portas e janelas danificadas e empenadas,cujo montante fiscalizado é de R$ 1.462.483,50, conforme demonstrado no corpo do relatório.

3.1.1) Falhas sem dano ao erário

Item 2.1.1.1Fundo de Garantia do Tempo de Serviço

Construção de unidades habitacionais populares com atraso e defeitos de construção.

Salvador/BA, 27 de novembro de 2012

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Chefe da Controladoria Regional da União no Estado da Bahia

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