acervos literários recebem casa nova cultura assessoria...

22
44 1 Publicação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Assessoria de Comunicação Social • Ano XXV • Nº 108 • Março-Abril/2002 Cultura Acervos literários recebem casa nova Os acervos literários da PUCRS terão um espa- ço definitivo a partir de setembro deste ano. A Universidade, por intermédio da Associação Cultu- ral Acervo Literário de Erico Verissimo, em parceria com a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), lançou no final de 2001 as obras do Centro Cultural CEEE Erico Verissimo que vão recuperar o prédio histórico onde funcionou a antiga Força e Luz, situado na Rua dos Andradas, em Porto Ale- gre. O projeto de restauração, orçado em cerca de R$ 3,3 milhões, financiados pela Lei de Incentivo à Cultura, será administrado pela CEEE, Universida- de e Associação Cultural Acervo Literário de Erico Verissimo. O local reunirá livros, cadernos de esboços, móveis e objetos pessoais, correspondência, tro- féus, discos, fitas, obras de arte, originais e ma- nuscritos dos escritores Erico Verissimo, Mario Quin- tana, Dyonélio Machado, Josué Guimarães, Reynal- do Moura, Pedro Geraldo Escosteguy, Zeferino Bra- sil, Francisco Fernandes, Manoelito de Ornellas, Lila Ripoll e Oscar Bertholdo, disponíveis para pesquisa literária de críticos e historiadores. Biblioteca dos escritores Os seis pavimentos do prédio abrigarão sala de exposições e café (primeiro andar), o Museu da Ele- tricidade do Rio Grande do Sul e salão nobre (segun- do), Sala Erico Verissimo (terceiro), cine-teatro (quarto), setor de catalogação e arquivo de acervos (quinto) e biblioteca e salas de aula (sexto). A coordenadora do Centro de Memória Literária do Programa de Pós-Graduação em Letras da PUCRS, Maria da Glória Bordini, explica que o Centro Cul- tural será um espaço aberto para preservar a me- mória da produção e recepção da literatura e terá a marca da interatividade, com programas multimí- dias, exposições didáticas permanentes sobre a vida e obra dos escritores gaúchos. Na biblioteca, por exemplo, estarão as coleções particulares de cada escritor, mas também haverá uma área geral, em que as pessoas poderão consultar e retirar livros sobre assuntos literários. Vitrine privilegiada A rotina de conservação dos acervos também será transportada para uma sala de restauração, onde os visitantes poderão acompanhar por uma vitrine o trabalho de limpeza, desinsetização, re- constituição de papéis danificados e encaderna- ção. Outras atrações serão as oficinas, em que serão oferecidos cursos de criação, tradução, edi- ção e crítica literária, de conservação de livros e de técnico em acervos. Um dos locais de destaque será a sala Erico Verissimo – memorial que abrigará uma réplica da sala da casa do escritor – com idênticos objetos pessoais, móveis, fotografias, troféus e livros. Nes- se local serão produzidos programas de rádio e televisão recuperando o hábito característico de Erico Verissimo de reu- nir intelectuais e amigos nos fins de tarde para discutir assuntos da vida cul- tural. Na Sala de Exposições e nos pro- gramas disponíveis na rede de compu- tadores do Centro, será possível apreci- ar, por exemplo, os manuscritos de O Tempo e o Vento, anotações que Erico Verissimo fez em livros de psicologia e psiquiatria na época em que escrevia Noite e cartas trocadas entre o autor e personalidades como o escritor Montei- ro Lobato. Centro Cultural funcionará no prédio da antiga Força e Luz Memorial terá uma réplica da sala de Erico Verissimo www.pucrs.br/pucinformacao Urubu-rei: Criticamente em Perigo / Foto: Gilson de Oliveira

Upload: phungnhi

Post on 28-Jan-2019

220 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

44 1

Publicação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do SulAssessoria de Comunicação Social • Ano XXV • Nº 108 • Março-Abril/2002

Cult

ura Acervos literários

recebem casa novaOs acervos literários da PUCRS terão um espa-

ço definitivo a partir de setembro deste ano. AUniversidade, por intermédio da Associação Cultu-ral Acervo Literário de Erico Verissimo, em parceriacom a Companhia Estadual de Energia Elétrica(CEEE), lançou no final de 2001 as obras do CentroCultural CEEE Erico Verissimo que vão recuperar oprédio histórico onde funcionou a antiga Força eLuz, situado na Rua dos Andradas, em Porto Ale-gre. O projeto de restauração, orçado em cerca deR$ 3,3 milhões, financiados pela Lei de Incentivoà Cultura, será administrado pela CEEE, Universida-de e Associação Cultural Acervo Literário de EricoVerissimo.

O local reunirá livros, cadernos de esboços,móveis e objetos pessoais, correspondência, tro-féus, discos, fitas, obras de arte, originais e ma-nuscritos dos escritores Erico Verissimo, Mario Quin-tana, Dyonélio Machado, Josué Guimarães, Reynal-do Moura, Pedro Geraldo Escosteguy, Zeferino Bra-sil, Francisco Fernandes, Manoelito de Ornellas, LilaRipoll e Oscar Bertholdo, disponíveis para pesquisaliterária de críticos e historiadores.

Biblioteca dos escritoresOs seis pavimentos do prédio abrigarão sala de

exposições e café (primeiro andar), o Museu da Ele-tricidade do Rio Grande do Sul e salão nobre (segun-do), Sala Erico Verissimo (terceiro), cine-teatro(quarto), setor de catalogação e arquivo de acervos(quinto) e biblioteca e salas de aula (sexto).

A coordenadora do Centro de Memória Literáriado Programa de Pós-Graduação em Letras da PUCRS,Maria da Glória Bordini, explica que o Centro Cul-tural será um espaço aberto para preservar a me-mória da produção e recepção da literatura e teráa marca da interatividade, com programas multimí-dias, exposições didáticas permanentes sobre a vidae obra dos escritores gaúchos. Na biblioteca, porexemplo, estarão as coleções particulares de cadaescritor, mas também haverá uma área geral, emque as pessoas poderão consultar e retirar livrossobre assuntos literários.

Vitrine privilegiadaA rotina de conservação dos acervos também

será transportada para uma sala de restauração,onde os visitantes poderão acompanhar por umavitrine o trabalho de limpeza, desinsetização, re-constituição de papéis danificados e encaderna-ção. Outras atrações serão as oficinas, em queserão oferecidos cursos de criação, tradução, edi-ção e crítica literária, de conservação de livros ede técnico em acervos.

Um dos locais de destaque será a sala EricoVerissimo – memorial que abrigará uma réplica dasala da casa do escritor – com idênticos objetospessoais, móveis, fotografias, troféus e livros. Nes-

se local serão produzidos programas derádio e televisão recuperando o hábitocaracterístico de Erico Verissimo de reu-nir intelectuais e amigos nos fins detarde para discutir assuntos da vida cul-tural. Na Sala de Exposições e nos pro-gramas disponíveis na rede de compu-tadores do Centro, será possível apreci-ar, por exemplo, os manuscritos de OTempo e o Vento, anotações que EricoVerissimo fez em livros de psicologia epsiquiatria na época em que escreviaNoite e cartas trocadas entre o autor epersonalidades como o escritor Montei-ro Lobato.

Centro Cultural funcionaráno prédio da antiga Força e Luz

Memorialterá uma

réplica dasala de

EricoVerissimo

www.pucrs.br/pucinformacao

Uru

bu-r

ei: Cr

itic

amen

te e

m P

erig

o /

Foto

: Gi

lson

de

Oliv

eira

Pelo

Cam

pus

2 43PUCRS Expe

dien

te Reitor: Norberto Francisco Rauch • Vice-Reitor: Joaquim Clotet • Coordenador da Assessoria de Comunicação Social e Diretor-Editor da RevistaPUCRS Informação: Carlos Alberto Carvalho - Reg. Prof. 1276 • Editora Executiva: Magda Achutti - Reg. Prof. 6232 • Repórteres: Ana Paula Acauan- Reg. Prof. 8474, Paula Oliveira de Sá - Reg. Prof. 8575 e Carine Simas - Reg. Prof. 9547 • Arquivo Fotográfico: Maria Rosália Rech - Reg. Prof. 6088• Circulação: Mirela Vieira da Cunha Carvalho • Documentação: Lauro Dias • Estagiários: Angela Vencato, Aline Trevisan e Rodrigo Ojeda • RelaçõesPúblicas: Sandra Becker • Fotografia: Marcos Colombo e Gilson de Oliveira • Revisão: José Renato Schmaedecke • Conselho Editorial:Mainar Longhi, Elvo Clemente, Paulo Galia e Délcia Enricone • Editoração Eletrônica: Pense Design • Impressão: Epecê-Gráfica • PUCRS Informaçãoé editada pela Assessoria de Comunicação Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Avenida Ipiranga, 6681, Prédio 1, 5º andar,CEP 90619-900, Fone (51) 3320-3500, ramais 4446 e 4338, Fax (51) 3320-3603, E-mail: [email protected], Site: www.pucrs.br/pucinformacao.

Obras melhoram aestrutura da Universidade

PARQUE DESPORTIVO

Na área externa haverá quadras de tênis e vôlei de praia, pista de atletismo, pista de caminhada(com trilhas em volta do parque), campos de futebol (sete, de areia e de campo) e estacionamento. Oginásio que será construído junto ao complexo terá:

• 1º pavimento: Piscina terapêutica, piscina para hidroginástica e laboratório para avaliação física• 2º pavimento: Piscina térmica olímpica (50x25m), com arquibancadas, visores laterais e

condicionamento térmico do ambiente• 3º pavimento: Salão de artes marciais e arquibancada da piscina olímpica• 4º pavimento: Três canchas poliesportivas• 5º pavimento: Auditório• 6º pavimento: Sala para ginástica olímpica e artes marciais. Secretaria, gabinete para professores

e direção da Faculdade de Educação Física e Ciências do Desporto• 7º pavimento: Biblioteca, laboratório de informática e salas de aula• 8º pavimento: Três quadras de tênis• 9º pavimento: Três quadras de squash e uma sala de jogos polivalente

A PUCRS inicia o ano com a construção de no-vos prédios, laboratórios e reformas. O projeto maisimponente é o Parque Desportivo que em meadosde 2003 oferecerá um complexo grandioso para a

prática de esportes. Além de um ginásio de oitoandares com piscinas, espaço para avaliação físi-ca, quadras esportivas, biblioteca e salas de aula,

a parte externa contará com campo de futebol, pis-ta de atletismo e outros atrativos. O parque esten-de-se do prédio 80 da Faculdade de Educação Físicae Ciências do Desporto até a Rua Cristiano Fischer.A estrutura servirá tanto aos cursos de Educação Fí-sica e Fisioterapia quanto à comunidade universitá-ria e externa. O antigo ginásio de esportes tambémfará parte do complexo e comportará as principais

competições realizadas na Instituição.A Faculdade de Informática ganhará um edifí-

cio próprio, perto do prédio 30. De acordo com osupervisor da Divisão de Obras, arquiteto HenriqueRocha, a construção inicia na metade deste ano,com término previsto para o início de 2004. Os 16mil metros quadrados serão divididos em oito anda-res e vão abrigar ainda o curso de Engenharia deComputação e a turma de Sistemas de Informação.O projeto inova pela forma compacta, por utilizarpainéis de redução de ruído (em função da proximi-dade com a Av. Bento Gonçalves), por ter um nú-mero menor de salas de aula em relação às outrasconstruções do Campus e espaços remodeláveispara laboratórios de pesquisa, que podem ser ade-

O planejamentoestratégico institucional

NORBERTOFRANCISCORAUCHReitor da PUCRS

“O lançamento oficialdo Plano Estratégicoe sua implementação

terão lugar emmarço de 2002.”

O mundo passa por processos de rápi-das e profundas mudanças. Há quem consi-dere impossível planejar, com razoável graude segurança, o futuro a médio e longoprazo. Sem compartilhar esta posição, nãopodemos, entretanto, tomar o planejamen-to estratégico como ferramenta rígida e in-falível. O mesmo continua sendo um preciosoinstrumento para balizar as tomadas de de-cisão e orientar a administração de umaorganização rumo ao seu futuro. Dentro des-sa visão, a PUCRS optou por realizar, noexercício de 2001, o seu Planejamento Es-

tratégico para a pri-meira década do sé-culo XXI.

Para o desen-volvimento dos tra-balhos, constituiu-se inicialmente umaComissão Coordena-dora e escolheu-sea Macroplan (RJ),

como Assessoria Externa.Nas reuniões preparatórias também fo-

ram convidados 80 representantes dos vári-os segmentos da Universidade, professores,funcionários e alunos, para construir o gru-po principal do planejamento. A aberturaoficial dos trabalhos realizou-se em 10 demaio, na PUCRS, versando sobre o Nivela-mento Conceitual, a partir de um longotexto básico de antemão em poder dos par-ticipantes para estudo pessoal.

Entre junho e setembro seguiram-sequatro seminários na cidade de Bento Gon-çalves, cada qual com dois dias de duração,sendo abordados os temas: Cenários, Ambi-

ente Externo e Interno, com suas ameaçase oportunidades, fraquezas e forças, res-pectivamente, Balizamentos, Formulação daEstratégia Global, e as grandes opções es-tratégicas, Detalhamento das Áreas, Objeti-vos e Estratégias, e Formulação do Planode Ação. Este último tema teve continuida-de no 5º seminário, em Porto Alegre.

O lançamento oficial do Plano Estraté-gico e sua implementação terão lugar emmarço de 2002. Além do exposto, não po-dem ser olvidados as atividades e trabalhosdos participantes durante os períodos deintervalo entre os seminários realimentadosvia e-mail pela Assessoria Macroplan. Nu-merosos grupos de trabalho extra atuarampara levar adiante as tarefas que culmina-ram com a Redação Final pela Comissãoespecificamente constituída para tal fim.

Auscultando a opinião dos participantes,concluímos que a metodologia de trabalhofoi adequada, eficiente e estimulante. A co-operação e dedicação de todos os integran-tes do processo mostrou-se fundamental parao êxito. O clima primou pelo respeito mútuo,compreensão e fraternidade. Os textos sobreMissão da PUCRS e Visão de Futuro, por suaimportância no contexto e pela necessidadede uma expressão sintética, constituíram delonge os mais debatidos e que despertammais calor e paixão.

As grandes opções estratégicas para2001-2010 apontam para uma continuidadede expansão e crescimento com sustentabi-lidade, de forma seletiva e empreendedora,tendo a qualidade como marca. O mesmo seaplica para o novo campo da Educação aDistância. A formação e consolidação deáreas ou núcleos de excelência integramessas grandes opções. Foram escolhidos 18objetivos e 104 estratégias distribuídas emsete Áreas Estratégicas.

A parte mais fácil, a elaboração do Pla-no está concluída. A todos quantos deramsua parcela de contribuição nesta constru-ção, o nosso profundo reconhecimento. Se-gue agora o mais delicado, o mais traba-lhoso do processo: a Implementação do Pla-no. É o grande desafio que temos pela fren-te. Contamos com toda a comunidade aca-dêmica da PUCRS, na certeza de que a boaárvore dará bons frutos. Almejamos que em2010, a avaliação e o olhar retrospectivopossam confirmar a Visão de Futuro previs-to no Plano.

Opin

ião

3

quados conforme o pro-jeto em andamento.

ParqueTecnológico

Na área onde fun-cionava o 18º Batalhão,ao lado da PUCRS, estáem implantação um Par-que Tecnológico, parce-ria entre a Universidadee empresas de alta tec-nologia, voltado para odesenvolvimento detecnologias, processos eprotótipos de produtos.A atuação baseia-se emquatro eixos básicos: atransferência para o par-que de laboratórios con-veniados a companhiasinstalados no Campus, oprojeto de uma incuba-dora empresarial na áreatecnológica, a transfe-rência de laboratóriosda PUCRS prestadores deserviços especializados,e a instalação de cen-tros de pesquisa e de-senvolvimento de outrasempresas. O Grupo de Estudos de Propriedades de Superfí-cies e Interfaces da Faculdade de Física é um dos laborató-rios a ser instalado até a metade do ano. A previsão é deque em junho a primeira empresa esteja trabalhando noparque. Além de atender ao ramo tecnológico (engenharia,informática, física, química), as pesquisas abrangem a bio-tecnologia (biociências, medicina, farmácia, e outros).

A área do antigo quartel também abriga o serpentáriodo Museu de Ciências e Tecnologia e a garagem do cami-nhão e do ônibus do Museu Itinerante. A oficina de experi-mentos da Universidade, antes estabelecida no prédio 30,foi transferida para o local. “Na primeira fase não será cons-truído prédio novo naquela área, mas o aproveitamento e arecuperação da estrutura que já existe. Os projetos são amédio e longo prazo”, esclarece o Reitor, Norberto Rauch.

Novos laboratóriosO curso de Nutrição e as faculdade de Biociências, Quí-

mica e Física iniciam o semestre com novas estruturas paraas aulas. Para receber a primeira turma do curso de Nutri-ção, o último andar do prédio 12 foi ocupado e adequado àsnecessidades das disciplinas da graduação. Instalado nobloco C do mesmo prédio, o Laboratório de Anatomia Huma-na da Faculdade de Biociências está sendo modernizadocom o recebimento de novos tanques de imersão de cadáve-res. Além disso, o depósito de reagentes da Faculdade deQuímica, localizado no bloco B, está adequando-se às medi-das de proteção contra incêndio.

No prédio 10, quatro laboratórios e uma sala de aula

especial foram construídos para o curso de Física e a Facul-dade de Ciências Aeronáuticas ampliou o laboratório de si-mulação de vôo. Durante os meses de férias, iniciou-se arecuperação da estrutura do Salão de Atos, que terá ar-con-dicionado, e a ampliação do Labelo, situado no prédio 30. Oórgão é credenciado pelo Inmetro para realizar testes dequalidade em equipamentos científicos e industriais.

O prédio 5, que abriga a Faculdade de Teologia e oscursos de Filosofia e Ciências Humanas, será totalmentereformado. O local sediará o Instituto do Meio Ambiente ereceberá uma filial do Banco Santander. Os usuários do Cam-pus também foram beneficiados com a instalação de por-tões em todas as entradas da Universidade. Para reforçar asegurança, eles serão fechados à noite. No Campus ZonaNorte, a área física dos alunos foi ampliada e mais microsforam disponibilizados. Para o curso de Sistemas de Infor-mação, foi construído um laboratório de redes.

Até o final do ano espera-se que o projeto de amplia-ção da Biblioteca Central Ir. José Otão conte com todasas aprovações oficiais necessárias para iniciar a constru-ção. Novos andares oferecerão melhor estrutura para oacervo e aprimoramento dos serviços como horário maisamplo, empréstimo domiciliar para ex-alunos e imple-mentação do projeto da biblioteca digital. Ainda haverásalas de estudo com computadores e um local para amemória da Universidade. O Espaço Cultural será incre-mentado com um auditório e um cybercafé. “O projetoprevê uma biblioteca mais ampla, confortável e adequa-da à pesquisa e ao estudo”, afirma Rauch.

FACULDADE DE INFORMÁTICA

A edificação terá oito andares, 30 salas de aula e áreas específicas para abrigarlaboratórios, distribuídos da seguinte forma:

• Térreo: administração da faculdade, bar, banco, xerox e um laboratório• 2º, 3º e 4º andares: salas de aula e laboratórios especiais• 5º, 6º, 7º e 8º andares: salões amplos de 2 mil metros quadrados cada com

laboratórios e ambientes de pesquisa

42

Trabalho solidário envolveuniversitários em fériasAção Comunitária

Largar o conforto decasa e as férias para aju-dar pessoas de baixa ren-da. Cultura, clima e reali-dades completamente dis-tintas. Características apa-rentemente desanimado-ras, impulsionaram 20 uni-versitários a participar doPrograma Universidade So-lidária, integrante do Pro-grama Comunidade Solidá-ria do governo federal. Emcomunidades pobres e comdificuldades em áreas bá-sicas, como alimentação,saúde e educação, os aca-dêmicos da PUCRS viven-ciaram os problemas e pro-puseram soluções alterna-tivas. “É uma lição de ci-dadania que as pessoasnormalmente não têm”,diz Brenda Soares, alunaque integrou duas vezes aequipe de Sergipe.

Turismo eartesanato

Durante o mês de fe-vereiro, dois grupos de dezpessoas dividiram-se entreas cidades de Porto da Fo-lha, a 190 quilômetros dacapital Aracaju (Sergipe),e Itamarati , a mais de 2mil quilômetros de Manaus(Amazônia). As duas loca-lidades receberam as equi-pes da PUCRS em feverei-ro e julho (apenas Portoda Folha) de 2001.

Em Porto da Folha, àsmargens do rio São Fran-cisco, terra onde Lampiãofoi morto, um dos objeti-vos do Universidade Solidária - Módulo Especial ProjetoXingó - foi desenvolver o turismo, mostrando aos mora-dores a importância da construção de hotéis e restauran-tes e o fortalecimento do artesanato local. Com a econo-mia baseada no comércio, no centro da cidade, e naagricultura de subsistência, nos povoados, um dos pon-tos fortes são os bordados. A equipe comandada pelaprofessora Melissa Pires buscou desenvolver uma Associ-ação das Bordadeiras.

Formaçãode líderes

As tarefas na cidadetambém envolveram a ca-pacitação de líderes co-munitários, como profes-sores e agentes de saúdeque continuam o trabalhodepois que o grupo vaiembora, a ativação do Fó-rum de DesenvolvimentoLocal e a promoção decampanhas de educaçãosexual e sobre drogas. Osprimeiros resultados doprojeto foram percebidoscom a diminuição do nú-mero de adolescentes grá-vidas, a redução dos ca-sos de pessoas com doen-ças sexualmente transmis-síveis e o aumento da pro-cura por preservativos.Nos povoados distantes ede difícil acesso, a priori-dade foi desenvolver a ci-dadania e a auto-estimados moradores.

Às margens do rio Ju-ruá, a população de Itama-rati, cerca de 8.400 habi-tantes, mais de 76% analfa-betos, é o retrato dos me-nores índices de desenvol-vimento humano do Ama-zonas. Responsáveis pelareativação do Fórum de De-senvolvimento Local, o re-torno dos universitários eraesperado para batalhar peloatendimento das priorida-des estabelecidas desdeanos anteriores. Coordena-dos pelo professor DenisDockorn, eles também rea-lizaram campanhas de edu-

cação e de saúde, organizaram atividades culturais, comogincanas e torneios esportivos, abordaram o cuidado com olixo e o fortalecimento da identidade cultural.

As inscrições para o Universidade Solidária abrem apartir de agosto e são anunciadas em cartazes pelo Cam-pus. Apenas o Projeto Xingó envia uma equipe em julhoe a deste ano já foi escolhida. Outras informações naPró-Reitoria de Extensão Universitária, sala 201 do pré-dio 40, ou pelo telefone (51) 3320-3506.

Equipe foi esperada pela população de Itamarati

Floresta Amazônica, às margens do rio Juruá

Grupo que deu continuidade ao Projeto Xingó

Meditação e relaxamento foram oferecidos para quem esperava

4 41

Acalanto agrada acompanhantesdos vestibulandosPelo Campus

Centenas de pessoas aproveitaramas atividades gratuitas do Projeto Aca-lanto – Vestibular Legal enquanto es-peravam pelos candidatos a uma das4.387 vagas oferecidas pela PUCRS noconcurso realizado em janeiro desteano. “Queria que o vestibular durassedez dias. A gente nem vê o tempopassar com tanta coisa para fazer”, dis-se a aposentada Nora Pitres, enquantoesperava o neto.

A grande novidade de 2002 foramos laboratórios pedagógicos. Havia op-ções de oficinas de internet, origami eartes plásticas, além de dança de sa-lão, dança ucraniana, axé music, e me-ditação e relaxamento. Palestras escla-receram sobre a Colméia Voluntária(plano de voluntariado da Universida-de), Programa de Apoio Especial aoEstudante (crédito educativo, bolsa-incentivo, benefí-cios etc) e Programa Vida com Qualidade (comitê multi-disciplinar da PUCRS que trabalha a questão das drogaslícitas e ilícitas).

As aulas de internet e meditação e relaxamento,tiveram lotação esgotada nos três dias do evento, sendonecessário abrir uma segunda turma para não deixarninguém de fora. O público acompanhante também foiatraído por sessões de vídeo, feira de artes e artesanato,missa, exposição fotográfica e estande de informaçõesda locadora de imóveis Auxiliadora Predial – destinado

Com o objetivo de aperfeiçoar o sistema acadêmicoe melhor atender a comunidade, a PUCRS instituiu umaouvidoria eletrônica à qual podem ser encaminhadas su-gestões, reclamações, críticas, elogios ou informaçõesdiversas sobre a Universidade. É a ouvidoria institucionalintitulada Fale conosco, vinculada à Pró-Reitoria de As-suntos Comunitários.

O serviço é acessado pelo e-mail [email protected] pelo telefone (51) 3320-3508. Os interessados aindapodem conversar diretamente com o ouvidor, no Setorde Divulgação da Pró-Reitoria de Assuntos Comunitá-rios. Segundo a responsável pela ouvidoria, RaquelTrindade, o diálogo é a base do trabalho. Segundo ela,é a partir desse contato que a Universidade tem achance de conhecer melhor as idéias e reivindicaçõesdo público interno e externo, oferecendo serviços demaior qualidade.

As solicitações mais freqüentes são informações arespeito de matrículas, pedidos de transferência, valoresde mensalidades e cursos de graduação e pós-graduação.Em média são recebidas 100 mensagens eletrônicas por

Fale Conosco é o serviço de Ouvidoria da PUCRS

Um canal direto com a comunidade

dia. Nenhuma solicitação fica sem resposta. Os pedidossão imediatamente resgatados, pesquisados, encaminha-dos e respondidos.

aos que procuravam por acomodação na cidade.Até quem não acompanhava o concurso pôde partici-

par: “Minha filha está trabalhando como monitora e meavisou. Resolvi conferir e adorei”, conta Vera Lima, quetambém é aluna da PUCRS. O Projeto Acalanto é uma açãoda Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e do Centro dePastoral desde 1998. Na época, as atividades se concentra-vam no Salão de Atos da Universidade e abrangiam apenasexposições de arte. Aos poucos, as idéias sugeridas foramadaptadas e o projeto evoluiu. Sugestões podem ser enca-minhadas pelo telefone (51) 3320-3508.

Estudo mapeia acidentesde trabalho no EstadoSocial

Um acidente a cada dois minutos e uma morte acada duas horas. Esta é a trágica realidade do trabalhono Brasil. Segundo dados da Organização Internacionaldo Trabalho, 1,1 milhão de trabalhadores morrem, porano, vítimas de acidentes e doenças do trabalho. O índi-ce é maior que a média anual de mortes no trânsito (999mil), por violência (563 mil) e em guerras (50 mil). AFaculdade de Serviço Social da PUCRS com a DelegaciaRegional do Trabalho e Emprego (DRT), em Porto Alegre,e a UFRGS concluíram a primeira etapa de uma pesquisainédita que mapeia a realidade no Estado. Foram anali-sados 33.937 comunicações de acidentes de trabalho, noperíodo de janeiro de 2000 a 30 de junho de 2001.

Na primeira fase, os pesquisadores elaboraram umbanco de dados a partir dos registros fornecidos pelaDRT. O passo seguinte do estudo intitulado A construçãosocial da invisibilidade dos acidentes de trabalho em Por-to Alegre será investigar fatores como as circunstânciasdos acidentes e as conseqüências no cotidiano do traba-lhador.

Ocupações de riscoA análise e interpretação das informações vão auxi-

liar os órgãos públicos a identificar os setores produti-vos, a distribuição das ocorrências no Estado e as ocu-pações com maiores riscos. “Queremos traçar um panora-ma da realidade no Estado. Vivemos uma guerra silencio-sa e invisível nos ambientes de trabalho”, destaca Jus-sara Mendes, coordenadora da Pesquisa e do Pós-Gradua-ção em Serviço Social da PUCRS.

Conforme a pesquisa, a residência de 60% dos aci-dentados encontra-se em 21 municípios do Estado. Dosacidentes registrados, 49,5% atingem os dedos, a mão,o braço e os membros superiores em geral. O esforçoexcessivo ao empurrar ou puxar o instrumento de traba-lho é responsável por 24% das mutilações. As lesões

mais freqüentes sãoas fraturas (18,6%),contusão e esmaga-mento (17,5%), e oscortes e laceração(15,9%).

Falta denotificação

As informaçõesmostram tambémque 14,3% dos tra-balhadores não foramafastados das ativi-dades. “Somente oscasos mais gravessão registrados nosdados oficiais”, afir-ma Paulo AntonioOliveira, médico dotrabalho e auditorfiscal do DRT/RS.

Embora, nos úl-timos dez anos oBrasil tenha apre-sentado uma quedasignificativa nos aci-dentes de trabalho,passando de 800 mil notificações para 390 mil, onúmero não retrata a verdade nacional. “A falta denotificação dos casos por parte das empresas e osaltos índices de desemprego favorecem a distorção nasestatísticas”, ressalta Jussara. Outro problema são aspessoas que ocupam setores informais e não são com-putadas pelo Ministério do Trabalho caso sofram algumacidente.

73% das vítimas são homens

ACIDENTES DE TRABALHO URBANOS (RS)

por PAULA OLIVEIRA DE SÁ

MENOS DE MAIS DE15 DIAS 15 DIAS

1992 44.911 6.745 36.590 20.490 16.100 1.416 1601993 17.836 1.568 14.761 8.119 6.642 1.334 1731994 8.503 223 7.867 1.998 5.869 314 991995 660 ———— ———— ———— ———— 660 ————1996 41.796 3.106 36.729 17.278 19.451 1.605 3561997 38.075 2.892 34.040 14.491 19.549 953 1901998 35.394 2.570 31.381 11.772 19.609 1.212 2311999 34.624 2.726 30.445 11.331 19.114 1.214 239

INCAPACIDADE TEMPORÁRIA INCAPA-CIDADE

PERMANENTE

TRABALHADO-RES QUE

RECEBERAMASSISTÊNCIA

MÉDICA

ANOS TOTAL

TOTAL

ÓBITOS

Fonte: Boletim Estatístico da Previdência Social

5

Pano

ram

a PEIXE GANHA NOMEDO MUSEU

O National Museum of Natural History, Smi-thsonian Institution, de Washigton (EUA), ho-menageou o Museu de Ciências e Tecnologiaquando estudava uma nova espécie de peixedescrita na ciência e coletada por pesquisado-res do Laboratório de Ictiologia da Universida-de. Batizado de Creagrutus mucipu, o peixe éde pequeno porte (até sete centímetros decomprimento) e vive nas águas do Rio Tocan-tins. Mucipu significa Museu de Ciências daPUCRS. A homenagem é inédita. A TEORIA DA

BENGALADATeoria da Bengalada é o título do livro

de contos inédito do poeta, dramaturgo econtista Ernani Fornari editado pela Edipu-crs. O autor morreu em 1964 deixando osoriginais por publicar. Os textos foram res-gatados pelo Ir. Elvo Clemente, assessor daReitoria e presidente da Academia Rio-gran-dense de Letras, responsável pela apresen-tação e organização da obra. A ilustraçãofoi feita pelo aluno de Publicidade e Propa-ganda Samir Machado. Homem de imprensa,Fornari trabalhou em jornais e revistas e es-creveu diversos livros de poesia, romance,biografia e peças teatrais.

GAÚCHOS RECEBEMPROJETO LITORAL

Durante os meses de janeiro e fevereiro, 36alunos de Odontologia e Biociências participa-ram do Projeto Litoral, em Maquiné, numa inici-ativa conjunta entre a PUCRS e a prefeitura domunicípio. Nos postos de saúde situados emMorro Alto, Prainha, Maquiné e Barra do Ouro enuma unidade móvel, os alunos de Odontologiarealizaram atividades de prevenção e educaçãobucal. Os estudantes da Biociências promove-ram a conscientização dos moradores de Barrado Ouro sobre os cuidados com o meio ambien-te. Os estudantes dividiram-se em três gruposde 12 alunos, que se revezavam a cada 15 dias.

PERFIL PSICOLÓGICODOS MOTORISTAS

A Faculdade de Psicologia e o DepartamentoEstadual de Trânsito (Detran/RS) firmaram con-vênio para realizar uma pesquisa sobre a avaliaçãopsicológica em condutores de veículos. A coorde-nação do estudo será da professora do curso dePsicologia Maria Lúcia Nunes junto com o consul-tor para a área de testes psicológicos da Unisinos,João Carlos Alchieri, e as psicólogas do De-tran/RS Maria Morsch e Dione Nogueira. Dois alu-nos de graduação completam o grupo de pesquisa.

BOLSAS DE ESTUDOO diretor do Fundo de Financiamento

ao Estudante de Ensino Superior (Fies), Au-rélio Hauschild, e o assessor parlamentar daComissão de Educação da Câmara dos Depu-tados, Cláudio Mattos, visitaram a PUCRSem janeiro. Vieram conhecer o trabalho daUniversidade no oferecimento de bolsas deestudo para alunos carentes. Segundo eles,a PUCRS, que atualmente beneficia 7.382estudantes com bolsas de 50% das mensali-dades cobradas a fundo perdido, por inter-médio do Programa Benefício, é um exem-plo para as instituições de ensino do Brasil.

Por lei, as instituições de ensino fi-lantrópicas são obrigadas a aplicar valorigual à cota patronal (20% da folha depagamento) em bolsas para os acadêmi-cos. Caso contrário, os encargos devemser pagos ao INSS. Hauschild e Mattosressaltaram que grande parte das institui-ções de ensino do país não vêm cumprin-do a legislação, o que as faz correr o riscode perder o título de filantrópicas. O Pro-grama Benefício PUCRS foi implementadono segundo semestre de 2000, muito an-tes da vigência da lei em julho de 2001.

40

POESIASCom o texto Premissas de Paz, o aluno de Ciências Sociais Gilberto

da Silva venceu o Concurso de Poesias O Natal e a Paz, promovido pelaAssessoria de Comunicação Social. Em segundo lugar ficou Natal e Paz,da funcionária Maria de Fátima Genro, do Campus Aproximado VilaFátima. Dalva Elizete da Silva, da Segurança Patrimonial do HospitalSão Lucas conquistou a terceira colocação com O Nascer da PalavraPaz. As poesias foram avaliadas por uma comissão julgadora formadapelos professores Ir. Elvo Clemente, Ir. Mainar Longhi e Maria EuniceMoreira. Os prêmios foram um telefone celular, doado pela TelefônicaCelular, e duas cestas de Natal.

HISTÓRIAO Instituto Histórico e Geográfico de Santa

Catarina elegeu o professor Braz Brancato, doPrograma de Pós-Graduação em História, sócio-correspondente da organização. A escolha foium reconhecimento aos títulos e méritos do do-cente.

MARISTASO II Congresso Nacional Marista de Educa-

ção será realizado de 15 a 18 de julho, emRecife, para comemorar os 100 anos de presen-ça marista no Norte e Nordeste do país. O temaEducação e Cidadania: o Conhecimento em Favorda Vida será abordado em conferências, mesaredonda, relatos de experiências e apresenta-ções culturais. Entre os conferencistas, os con-vidados são Rafael Yus, professor e pesquisadorda Universidade de Málaga (Espanha), IsabelAlarcão, professora, pesquisadora e reitora daUniversidade de Aveiros (Portugal), e Ir. LuísSerra, Diretor de Comunicação do Instituto Ma-rista em Roma. As inscrições até 15 de maiotêm desconto. Informações pelo telefone/fax(81) 3423-2133, [email protected],www.sapiens-pe.com.br e www.marista.com.br.

VISITA AO MUSEUOs irmãos maristas que vivem na Casa São

José de Viamão, todos com mais de 65 anos,visitaram o Museu de Ciências e Tecnologia(MCT) trazidos pelo ônibus do Promusit. Muitosdeles não conheciam o local. Foram acompa-nhados pelo Reitor Norberto Rauch, pelo dire-tor do MCT, Jeter Bertoletti, e pela coordena-dora de exposições, Ana Bertoletti. Os visitan-tes, Ir. Pedro Pellizaro, Ir. Pedro Tormen, Ir.Faustino João, Ir. Virgílio Ghinzelli, Ir. MoacyrEmpinotti, Ir. Taddäus Winter, Ir. Dorvalino To-lotti, Ir. Carlos Tesche, Ir. Pedro Finkler e Ir.Laurindo Viacelli, encantaram-se com o hábi-tat das serpentes, os aquários, os mapas daevolução dos continentes e a caleidosfera.

ODONTOLOGIAO Programa de Pós-Graduação em Cirurgia e

Traumatologia Bucomaxilofacial, da Faculdade deOdontologia, somou 21 defesas de teses e dis-sertações em dezembro de 2001. O número ex-pressivo deu-se pela conclusão da primeira tur-ma da nova linha de pesquisa Ortodontia e Orto-pedia Facial. Entre os coordenadores de cursosde pós-graduação convidados para integrar asbancas, destacaram-se Abel Cardoso (UFRJ), AriPinto (Unesp), Clóvis Marzola (USP), Fábio Sam-paio (UFPB), Luis Augusto Passeri (Unicamp), eSílvia Regina Reis (UFBA).

ALTO DESEMPENHOO Centro de Pesquisa em

Alto Desempenho (CPAD), re-sultado da parceria entre aPUCRS e a HP do Brasil, parti-cipou da 2ª Escola Regional deAlto Desempenho – ERAD 2002,na Unisinos. Durante o evento,o professor César De Rose, daFaculdade de Informática, mi-nistrou o curso Fundamentosde Processamento de Alto De-sempenho. As atividades doCPAD foram expostas num es-tande, com uma equipe à dis-posição dos visitantes e umamáquina para demonstraçãodos cursos oferecidos.

ENGENHARIAA Faculdade

de Engenharia estácom inscriçõesabertas para cursosde pós-graduação.As especializaçõesem Projeto de Tra-tamento de Resí-duos IndustriaisSólidos, Líquidos eGasosos e Sanea-mento e Engenha-ria Ambiental deObras Civis rece-bem interessadosaté 5 e 15 de mar-ço, respectivamen-te. A faculdadetambém ofereceespecialização ecurso de extensãoem Telecomunica-ções. Os cursos vãode março a dezem-bro de 2002. Infor-mações e inscri-ções sala 152 doprédio 30, (51)3320-3500, ramal4094, [email protected] e www.feng.pucrs.br.

RESIDÊNCIA MÉDICAO Programa de Residência Mé-

dica da PUCRS comemorou 25 anoscom a formatura de mais 79 profis-sionais em dezembro de 2001. Aespecialização oferecida pelo Hos-pital São Lucas soma 1.276 médi-cos residentes formados. Além deex-alunos da Faculdade de Medici-na, o programa atrai interessadosde todo o Rio Grande do Sul e deoutros estados. Anualmente o HSLoferece bolsa integral aos 170 re-sidentes, que têm 23 especialida-des para escolher.

ANTICONCEPCIONAISO Serviço de Ginecolo-

gia do Hospital São Lucasestá recrutando voluntáriaspara estudos clínicos comanticoncepcionais. As pes-quisas duram de seis mesesa dois anos. Durante o pe-ríodo, as participantes re-cebem medicação e acom-panhamento médico gratui-tamente. As interessadas de-vem entrar em contato comRita, pelo telefone (51)3320-3000, ramal 2300.

6

por ANA PAULA ACAUANCa

pa O Rio Grande do Sul tem 256 espécies de animaisameaçadas de extinção. As aves são a maioria. Das 624registradas no Estado, 129, ou 20,6%, correm risco dedesaparecer. A anta, todos os felinos, os veados e osporcos do mato nativos estão em situação alarmante.Esses dados fazem parte do projeto Livro Vermelho, ela-borado pelo Museu de Ciências e Tecnologia (MCT) daPUCRS, que originará a Lista Vermelha do Rio Grande do

RÉPTIL: COTIARA

A cotiara (Bothrops cotiara) é uma das serpentesameaçadas de extinção no Estado, na categoria Vulne-rável. O animal é encontrado também no Sudoeste deSão Paulo, no Paraná, em Santa Catarina e em Misiones,na Argentina. No Rio Grande do Sul, está restrita ao Pla-nalto das Araucárias. Trata-se de uma espécie peçonhen-ta que atinge até um metro de comprimento. Alimenta-se de pequenos roedores e marsupiais e é vivípara, comninhadas variando entre quatro e 12 filhotes.

A cotiara sofreu uma brusca diminuição popula-cional no passado por ocupar exclusivamente as flo-restas com araucária, ambiente reduzido à pequenapercentagem de sua cobertura original. As principaismedidas propostas para a preservação da espécie pe-los pesquisadores Marcos Di-Bernardo, Márcio BorgesMartins e Roberto Baptista de Oliveira, da PUCRS, sãoa proteção dos remanescentes da floresta com arau-cária pela criação de unidades de conservação, afiscalização efetiva para a manutenção desses ambi-entes e a implementação de programas de educaçãoambiental voltados aos proprietários rurais.

Sul. O documento foi enca-minhado à Secretaria Estadu-al do Meio Ambiente e está emfase de oficialização por decreto-leipelo governador.

A partir da publicação noDiário Oficial, o Rio Grandedo Sul será um dos pou-cos estados do país acontar com a sua lista.“Os resultados do tra-balho realizado no Es-tado vêm da teimosia de começar”, afirma Jeter Berto-letti, diretor do MCT. Os órgãos de proteção, como o Ibamae a Fepam, terão subsídios para, entre outros aspectos,responsabilizar criminalmente os caçadores das espéciesameaçadas, empresas e pessoas que danificam o meio am-biente. A obrigação de que pesquisadores tenham licen-ça especial permitindo a coleta dos animais ameaçados,também exemplifica os resultados da iniciativa.

A Lista Vermelha resulta do trabalho de 40 biólogos,ligados a 17 instituições de ensino e pesquisa do país edo exterior e a organizações não-governamentais. A co-ordenação cabe aos pesquisadores Ana Alice Marques eMaurício Schneider, em conjunto com Carla Fontana, Glay-son Bencke e Roberto Reis, idealizadores do projeto.Completam o grupo mais 60 colaboradores, que contri-buíram com informações sobre as espécies incluídas.

CredibilidadeOs biólogos, especialistas nos diferentes grupos, co-

meçaram o trabalho em 1999 indicando espécies candi-datas à Lista Vermelha. Além de observações em campo,fizeram consulta bibliográfica e em listas nacionais einternacionais antes de passarem à avaliação criteriosa.Os coordenadores recomendaram que eles buscassem omaior número de informações, inclusive questionandooutros especialistas, para aumentar a credibilidade dosdados.

Os animais foram enquadrados em categorias, se-gundo a União Mundial para a Natureza (IUCN), adapta-das à realidade do Estado: extinto, regionalmente extin-to, provavelmente extinto e ameaçados (criticamente emperigo, em perigo e vulnerável). Há outras 58 espéciescujo status não pode ser definido com o conhecimentoatual, mas se suspeita que estejam sob algum risco dedesaparecimento no Rio Grande do Sul. Depois de pron-

Araponga: Em Perigo

Onça-pintada:Criticamente em Perigo

Foto

: M

arco

s Di

-Ber

nard

oMuseu divulgalista vermelhade espéciesameaçadas

39

LITERATURAA PUCRS recebeu autoridades

literárias do Brasil e exterior nomês de dezembro durante o XIXSeminário Brasileiro de Crítica Li-terária e XVIII Seminário de Críti-ca do Rio Grande do Sul. Um dosconvidados foi o diretor da Biblio-teca Nacional de Lisboa, CarlosReis. Paralelo aos seminários, aprofessora da USP Nádia Gotlib mi-nistrou curso sobre análise do dis-curso literário: conto e crônica.

CRUZ VERMELHAIr. Avelino Madalozzo, coor-

denador do Projeto Solidariedadeda PUCRS, foi reeleito presidenteda Cruz Vermelha Brasileira. Eleestá neste cargo desde 1999 e irágerir o programa até 2004. Ex-vice-reitor e ex-diretor do Centro dePastoral Universitária, Madalozzoatua na promoção de campanhassociais da Universidade, como a Se-mana da Solidariedade e a Semanada Alimentação.

GERONTOLOGIA SOCIALO Curso de Atualização em Gerontologia Social,

realizado em janeiro, trouxe como palestrantes asprofessoras Concha Montanes, da Universidade deBarcelona (Espanha), e Carmen Salgado, da Univer-sidade de Porto Rico. Elas falaram sobre ergonomiae ecologia no processo de envelhecimento e modali-dades de intervenção. Concha destacou a importân-cia e a influência do ambiente físico, social epsicológico na vida do idoso. O assunto ainda épouco trabalhado no Brasil. As docentes tambémministraram aulas no Curso de Especialização emGerontologia Social.

EDUCAÇÃO FÍSICAA Faculdade de Educação Física e

Ciências do Desporto criou em 2001 asequipes de basquetebol feminino e mas-culino da PUCRS. Participou da equipemasculina o estudante de engenhariaelétrica Alexander Troeger, da Univer-sidade Rheimisch-Westfälish-TechnischeHochschule, da cidade de Aachen (Ale-manha). O universitário realizou está-gio no Instituto de Pesquisa e CiênciasTecnológicas (IPCT). Para 2002, a idéiaé criar equipes de futsal e voleibol.

BIOCIÊNCIASAs professoras Anamaria

Feijó e Clarice Carvalho, daFaculdade de Biociências,apresentaram trabalho duran-te o Primmer Taller sobre Mé-todos Alternativos en AméricaLatina y el Caribe, realizadoem Cuba. Representantes dedez países buscaram opçõespara minimizar o uso de ani-mais na prática pedagógica ena pesquisa.

CIÊNCIAS E MATEMÁTICAO Mestrado Profissionalizante em Edu-

cação em Ciências e Matemática foi apro-vado pela Capes. Criado pelo Programa dePós-Graduação em Ciências e Matemática,destina-se a professores graduados nas duasáreas, além de Química, Física e Biologia,e que exerçam docência no Ensino Funda-mental e Médio. Para professores do Ensi-no Superior, a exigência é estarem lecio-nando nas licenciaturas das quatro áreas.As inscrições para a primeira turma vãoaté 4 de março e podem ser feitas no 3ºandar do prédio 40. Informações pelo tele-fone (51) 3320-3650 e [email protected].

ZOOLOGIAJosé Thomé, professor da Faculdade de Biociências, recebeu o título de

Sócio Honorário da Sociedade Brasileira de Zoologia. A honraria é um reconhe-cimento aos serviços prestados na área.

LÍNGUAS ESTRANGEIRASA Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários está com inscrições abertas até

13 de março para cursos de línguas estrangeiras e de português para estran-geiros. As aulas de inglês têm turmas para diferentes níveis de aprendizado eturmas especiais para a terceira idade e preparatório para exame de proficiên-cia. Outra opção é o curso de língua italiana, disponível em cinco níveis.Pessoas acima de 60 anos têm desconto de 20%. Professores e funcionários,50%. Inscrições na sala 201 do prédio 40. Informações pelo telefone (51)3320-3506, fax 3320-3543 e [email protected].

HOMENAGEMJayme Paviani (foto), professor

da Faculdade de Filosofia e CiênciasHumanas, foi homenageado pelo Pro-grama de Pós-Graduação em Filosofiae pe-la Edipucrs com o lançamentoda Festschrift Filosofia: Diálogo deHorizontes. O livro, organizado pelaprofessora da Universidade deCaxias do Sul Heloísa Feltese pelo Pró-Reitor de Pes-quisa e Pós-Graduação, Ur-bano Zilles, é um escri-to festivo na área deFilosofia produzidopor intelec-tuais amigosdo homena-geado.

INFORMÁTICADocentes e pesquisadores da área de Processamen-

to Paralelo e Distribuído da Faculdade de Informáticaministraram curso de extensão para funcionários daCompanhia de Processamento de Dados do Estado doRio Grande do Sul (Procergs). O objetivo do curso foi aatualização dos profissionais que desempenham traba-lho relacionado à rede de computadores, à formaçãoespecífica na área e à capacitação para o exercício defunções de administração e gerência de redes.

DIREITOÁtilla Sá d´Oliveira, diretor da Faculdade de Direito,

e Isoldi Favaretto, vice-diretor, foram designados mem-bros efetivos da Comissão de Ensino Jurídico da Ordemdos Advogados do Brasil – Seccional Rio Grande do Sul.A comissão foi criada em 2001 e tem como funçõesacompanhar o ensino jurídico no Estado, dar sugestõespara melhorá-lo e se posicionar a respeito da criação denovos cursos.

7

ta, ocorreu a apresentação da lista em audiência públi-ca. Nessa oportunidade, representantes de órgãos públi-cos, ONGs, biólogos e a população em geral puderamquestionar os resultados.

A principal causa de ameaça é a destruição dohábitat. Entre as recomendações dos biólogos com oobjetivo de tentar resguardar a fauna estão a proteçãodo ambiente, a criação de unidades de conservação

MAMÍFERO: PUMA

(por exemplo, de campo, que existem poucas) e afiscalização. Porém, para a reversão do quadro, osprofissionais que integram o projeto apostam principal-mente na divulgação das informações e na conseqüenteeducação ambiental, que se dá a longo prazo. A reali-zação de estudos também permite a ampliação doconhecimento sobre a fauna e o monitoramento da suacondição.

O puma (Puma concolor), conhecido por leão-baio, onça-parda e suçuarana, é uma espécie EmPerigo no Estado. Segundo maior felino do con-tinente americano, depois da onça-pintada, temum comprimento cabeça-corpo que varia de 86 a150 centímetros e pesa entre 23 e 74 quilos. Asua área de distribuição vai do Canadá ao Sul daArgentina. Considerando o grande porte, o pumavem resistindo a processos de degradação de há-bitats que provocaram extinções localizadas ourestrições de áreas de ocorrência de espécies noEstado, como a onça-pintada, a ariranha, o lobo-guará, a anta e o queixada. No Rio Grande doSul, o puma ainda existe, em número reduzido,nas regiões Norte e Nordeste.

O felino tem hábitos solitários e predomi-nantemente noturnos. Forma casais apenas emperíodos reprodutivos. A fêmea permanece comos filhotes, geralmente em número de três, porcerca de dois anos após o nascimento, quando osensina a caçar e patrulhar o território. Em ambi-entes bem preservados, a dieta do puma é com-posta basicamente de médios mamíferos (veados,cutias, tatus, lebres e capivaras), pequenos roe-dores e répteis. Em áreas alteradas pela agricul-tura e pecuária, os pumas costumam predar gado,especialmente ovelhas. Isso leva produtores ru-rais a caçá-los e a envenená-los. A pesquisadoraCibele Indrusiak, da Associação Pró-Carnívoros,considera que essas práticas danosas à fauna ape-nas agravam o problema da predação. Ela sugeremedidas preventivas para sanar ou minimizar essasituação, como o uso de cerca elétrica e de cãese o recolhimento das ovelhas à noite.

A cutia está Vulnerável de extinção

Foto

: No

rber

to J

aege

r/Pr

ogra

ma

RS-R

ural

/SA

A/Se

ma/

Acer

vo D

efap

38

Sino

pse

CORAL DA TOTALIDADEA apresentação do Coral da TotalIdade no encerramento

das atividades da Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e doPrograma Geron em 2001, foi marcada por emoção. O grupo,que começou com seis pessoas em março do ano passado, hojetem 152 integrantes com idade acima de 50 anos, regidos pelamaestrina Gilia Gerling. O evento teve como atração especial ogrupo Reencontro da Terceira Idade, que mistura música comteatro e apresentou o show Brasil 500 Anos. O coral reinicia asatividades em 13 de março, na Igreja Cristo Mestre. Neste anoterão a oportunidade de freqüentar cursos ligados à música earte em geral.

FÓRUM SOCIAL MUNDIALDe 31 de janeiro a 5 de fevereiro,

a PUCRS foi palco de diversas ativida-des do II Fórum Social Mundial. Con-ferências, oficinas e cursos espalha-ram-se pelo Campus, tanto dentro dosprédios quanto em estacionamentos eáreas livres. O prédio 41 montou umaestrutura diferenciada para atender aos2.400 jornalistas de todo o mundo,oferecendo estúdios de rádio e televi-são e computadores com acesso a in-ternet. O Departamento de Ciências So-ciais da Faculdade de Filosofia e Ciên-cias Humanas organizou pela segundavez o Observatório Social: Reflexõessobre a Ordem Mundial. As atividadesdividiram-se entre gravação de vídeos,show-room da PUCRS para apresentaro trabalho da Instituição, grupos detrabalho e mesas redondas sobre te-mas como Democracia e Racionalida-de, Ética na Política e Paz e Guerraem Tempos de Desordem. O professordo Programa de Pós-Graduação em Teo-logia Luiz Carlos Susin coordenou aoficina Propostas para uma DimensãoÉtica da Globalização na América Lati-na e no Caribe.

FÍSICAO professor e coordenador da disciplina Proteção

Radiológica da Faculdade de Física, Alexandre Bace-lar, foi um dos cinco conselheiros eleitos pela Socie-dade Brasileira de Proteção Radiológica.

ENERGIA SOLAROs professores Adriano Moehlecke e Izete Zanes-

co, da Faculdade de Física, participaram do 17º Euro-pean Photovoltaic Solar Energy Conference and Exhibi-tion, em Munique (Alemanha). Dos três trabalhos apre-sentados por eles, um se refere aos resultados damelhor célula solar (dispositivo que converte energiasolar em elétrica) fabricada no Brasil a baixo custo.Desenvolvida pelo Grupo de Energia Solar da PUCRScom produtos químicos e gases de baixa qualidade, acélula solar alcançou o mesmo rendimento das pro-duzidas com gases de alta qualidade, permitindo aredução no seu custo. O estudo é pioneiro na área.

ADMINISTRAÇÃOA dissertação de mestrado do professor Airton

Dória, do curso de Administração de Empresas, foipremiada pela Associação Brasileira de Franchising. Otrabalho Análise do Sistema de Franquias de Escolasde Idiomas de Porto Alegre concorreu na categoriatrabalhos acadêmicos do Prêmio ABF Destaque Fran-chising edição 2001.

ALFABETIZAÇÃO SOLIDÁRIAProfessores da Bahia e da Paraíba es-

tiveram na PUCRS em janeiro realizando ocurso de capacitação de alfabetizadores dejovens e adultos, promovido pelo Núcleode Educação de Jovens e Adultos. Os 76participantes aprenderam sobre questõesculturais, sociais e pedagógicas. Além dasaulas, participaram de palestras e de umaprogramação cultural, com passeios e idasa cinema e teatro. Os visitantes são das ci-dades de Araci, Crisópolis, Rio Real (BA),Areia de Baraúnas e Cacimba de Areia (PB).

GRÉCIAO embaixador da Grécia no Brasil, Efstratios Doukas, visitou o Reitor da PUCRS, Nor-

berto Rauch, para incentivar o intercâmbio cultural e educacional entre os dois países.Na ocasião, Doukas ressaltou as possibilidades de alunos e professores conseguirem bolsasde estudos, atualmente oferecidas pela Fundação Alexander Onassis, e de realizarempesquisas sobre a cultura grega. O embaixador destacou a importância da Universidadede Salonica, uma das mais renomadas da Europa e que oferece cursos para estrangeiros.

MATEMÁTICADurante a 2nd International Confe-

rence on Computacional Heat and MassTransfer, no Rio de Janeiro, os docen-tes Luiz Eduardo Ourique, AugustoCardona e Rubén Edgardo Pazos, daFaculdade de Matemática, participa-ram com a apresentação de trabalhos.Pazos também levou suas pesquisaspara o V Evento Internacional de Mate-mática y Computación, em Cuba, jun-tamente com José Binfaré Neto, RuthPortanova e Maria Helena Fortes. Do1º Congresso Internacional de Ensinode Matemática, realizado na Universi-dade Luterana do Brasil, participaramos professores Cármen Regina Azam-buja, José Baratojo, Maria BeatrizCastilhos, Marilene Müller, Monica dosSantos e Rubén Edgardo Pazos.

8

Capa Livro Vermelho

A Lista Vermelha é apenas aprimeira etapa do trabalho dospesquisadores. Cada animal apon-tado como ameaçado de extinçãofará parte do Livro Vermelho, quetrará detalhes de sua ficha técni-ca, distribuição geográfica, situa-ção populacional e ecologia. Ha-verá ainda sugestões de medidaspara preservação da fauna. “Te-mos a preocupação de que otrabalho não seja técnico paraficar acessível a toda a popula-ção”, afirma a bióloga Carla, queedita o livro, ao lado de Reis eBencke.

Para a elaboração da obra, oMuseu da PUCRS recebe o apoio daSecretaria Estadual do Meio Ambi-ente, por intermédio da FundaçãoZoobotânica do Rio Grande do Sul,da Fapergs, da Copesul e da Funda-ção O Boticário para a Proteção àNatureza. A publicação está previs-ta para o final deste primeiro se-mestre.

O projeto não termina aí. Serácriado no MCT uma base de dadosdas espécies ameaçadas de extin-ção no Estado que ficará perma-nentemente disponível, inclusivepela internet, possibilitando o aces-so e revisões periódicas.

PEIXE: PEIXE-ANUAL

O peixe-anual (Autrolebias adloffi), descoberto na Grande Porto Alegre em1922, está Criticamente Ameaçado de Extinção. Um dos fatores para inclui-lona Lista Vermelha é o fato de existir apenas no Rio Grande do Sul. Porém, a des-truição e a descaracterização do seu hábitat se constituem no principal motivo.Ele vive em pequenos charcos e áreas alagadiças que são utilizados para lavou-ras, drenados visando ao aproveitamento pecuário ou mesmo aterrados para lo-teamento urbano. O peixe também não se adapta em outro tipo de ambiente ea sua população está declinando nas últimas décadas. As espécies de peixes-anuais, geralmente coloridas e vistosas, são objeto de captura e comércio ilegalem todo o país, contribuindo ainda mais para o decréscimo das populações.

A cada ano, quando as poças e os pequenos charcos começam a secar, ospeixeis-anuais colocam os ovos no lodo do fundo. Com a seca completa dosambientes, eles morrem, mas os ovos ficam enterrados. Na próxima estação dechuvas, quando os rios crescem e novamente inundam as áreas, os ovos sãohidratados outra vez e se desenvolvem rapidamente, restituindo a população. Osnovos peixinhos crescem rapidamente e, em poucos meses, estarão adultos eprontos para desovar antes da estiagem. Roberto Reis, um dos editores do LivroVermelho, defende a criação de pequenas unidades de conservação e a recupe-ração de áreas degradadas para a proteção da espécie.

AVE: CURIÓO curió (Oryzoborus angolensis), pequeno pássaro graní-

voro (alimenta-se de sementes), vive em capoeiras e bordasde mata, principalmente próximo a áreas úmidas. A espécie éconhecida popularmente pelo canto forte e variado. A captu-ra para a criação em cativeiro e o comércio ilegal pratica-mente exterminou o curió em território gaúcho, colocando-ona categoria de ameaça Em Perigo. Os machos, especialmen-te os jovens, que podem ser ensinados a cantar com auxíliode gravações, atingem altos preços no mercado clandestino.Há inclusive campeonatos de canto dessa espécie (torneiosde fibra), em que vários machos são julgados por seus dotesvocais e persistência.

Décadas de criação em cativeiro por ornitófilos especia-lizados têm originado linhagens de curiós com canto maispersistente e variado, preferido pelos criadores profissionais.Os pesquisadores Carla Fontana, da PUCRS, e Glayson Bencke,da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, comemoram.Dizem que isso desvalorizou as aves capturadas na natureza.Porém, a captura para o comércio entre amadores continua eameaça acabar com os últimos representantes da espécie noEstado, hoje presente em algumas poucas áreas.

Foto

: Di

vulg

ação

Foto

: Jo

n Ho

rnbu

ckle

37

Eu E

stud

ei n

a PU

CRS

No dia 24 de abril, quandocompleta 70 anos, José Néri daSilveira aposenta-se compulso-riamente do cargo de ministro doSupremo Tribunal Federal (STF), amais alta corte da Justiça brasi-leira. Formado na quinta turmada Faculdade de Direito da PUCRS,em 1955, hoje ele comemora ocrescente respeito à Constituição.Depois de 32 anos em Brasília,prepara-se para retornar ao Esta-do e transmitir a experiência e oconhecimento que adquiriu parti-cipando da modernização do Ju-diciário.

Nascido em Lavras do Sul,José Néri estudou em Bagé e de-cidiu cursar a Faculdade Católicade Direito, em Porto Alegre. Elelembra que a Faculdade tinha oobjetivo de ser um grande fórum de debates dohumanismo cristão. “Vivi no pós-guerra o despertarde uma consciência cívica e o amor aos direitoshumanos, à democracia e à liberdade”, salienta.

Ao mesmo tempo em que estudava Direito, tra-balhava como professor na Base Aérea

de Gravataí e de Artigo 91 (supleti-vo), em Canoas. Morava numa pen-são na Capital. “O espírito uni-versitário era intenso. Formavam-se boas amizades”, lembra. Ele

se entusiasma também ao recor-dar os professores. Guarda até hoje

seus cadernos da época.Aluno dedicado – o

primeiro a recebera Láurea Acadê-

mica da PUCRS– emprestavaas anotaçõesa colegasque nãofreqüen-tavam asa u l a s

com assi-duidade.

Após af o r m a t u r a ,

manteve escritóriopor uma década e le-

cionou Introduçãoà Ciência do Di-

reito na Universi-

dade, de 1961 a 1969. Em 1953,ingressou no serviço público. Foio primeiro consultor-geral do Es-tado (hoje procurador-geral) de1965 a 1967. Nomeado entãojuiz federal, José Néri presidiua Comissão de Instalação daJustiça Federal no Rio Grandedo Sul e integrou o Tribunal Re-gional Eleitoral.

Ponto culminanteEm dezembro de 1969, José

Néri foi morar em Brasília paraocupar o cargo de ministro doTribunal Federal de Recursos. Em1981, o presidente da repúblicaJoão Baptista de Figueiredo no-meou-o ministro do STF. Chega-va ao ponto culminante da car-reira integrando a corte que pro-

tege a Constituição. “É um trabalho fascinante doponto de vista intelectual, propicia o debate dosgrandes problemas da nação”, salienta. Ele se orgu-lha de ser o primeiro membro do STF a vir de umauniversidade particular.

Um dos momentos mais marcantes para José Nérifoi na sua gestão como presidente do Tribunal Supe-rior Eleitoral, de 1985 a 1987. Coordenou o recadas-tramento que precedeu a eleição da Constituinte,iniciando a informatização da Justiça Eleitoral. Bus-cava-se acabar com os redutos eleitorais e as frau-des. Nas eleições municipais de 2000, retornou àpresidência do TSE, quando a urna eletrônica foiinstalada em todos os municípios brasileiros.

Agente da modernizaçãoQuando José Néri começou a atuar no Judiciá-

rio, a realidade era a máquina de escrever, o carbonoe o mimeógrafo. De 1989 a 1991, como presidentedo STF, implantou a informatização dos serviços. Ainternet é hoje aliada na pesquisa da jurisprudência.A morosidade, admite o ministro, continua o grandeproblema. Não por falta de trabalho. No ano passa-do, José Néri julgou 13.400 processos do total deaproximadamente 118 mil do STF. “A estrutura não écapaz de julgar as 12 milhões de causas novas quesurgem a cada ano no país”, justifica.

O seu refúgio, em meio a tanta atividade, éPorto Alegre. Vem uma vez por mês e passa as fériasperto da família. A esposa, com a qual está casadodesde 1959, divide-se entre as duas casas. Em abril,com a aposentadoria, poderá conviver mais com ossete filhos (cinco deles advogados e uma estudantede Direito) e os 12 netos.

José Néri da Silveirase despede do Supremo

Láurea acadêmica em 1955

Foto: Arquivo Pessoal

9

Ciên

cia Laboratório lidera

estudos sobre parasitoseAprimorar o diagnóstico e o tratamento

da parasitose Angiostrongilíase é a meta dosLaboratórios de Parasitologia Molecular do Ins-tituto de Pesquisas Biomédicas e de BiologiaParasitária da Faculdade de Biociências. Consi-derado centro de referência mundial no estudodessa doença, o local é o único do Brasil arealizar o exame de sangue que identifica se opaciente está infectado, pois possui o parasi-to isolado em laborató-rio. Com o objetivo desimplificar o acesso aesse teste, dois pesqui-sadores japoneses daUniversidade de Akita es-tiveram na PUCRS.

Kazuto Ishida eShinji Matsuda trouxeramum tipo de anticorpoproduzido em laboratóriopara estudar qual a rea-ção do corpo humano,auxiliando na descoberta do tratamento. Vie-ram ainda sondas de DNA para serem testadascomo alternativa de diagnóstico. O intercâm-bio de especialistas entre os dois centros éfinanciado pelo Ministério da Ciência e da Tec-

nologia do Japão e da Sociedade Japonesapara o Progresso da Ciência.

Zona de incidênciaAs pesquisas recebem ainda ajuda da Fa-

culdade de Biociências e da Universidade daCosta Rica, único lugar do mundo, além daPUCRS, a realizar o teste de detecção da pre-sença da parasitose no organismo humano. A

Angiostrongilíase éencontrada do nortedo Rio Grande do Sul(região serrana) atéo oeste paulista eMinas Gerais, com aprincipal zona de in-cidência localizadano estado gaúcho. Adoença é transmiti-da pelas lesmas queficam próximas àsplantações, onde ca-

minham sobre verduras e liberam as larvas con-tidas no muco expelido com a locomoção. Overme instala-se nas artérias do intestino ecausa dores abdominais, fechamento e perfu-ração do órgão.

Larvatransmissorada infecção

Projeto tenta erradicar parasitosA PUCRS desenvolveu, no segundo semes-

tre de 2001, um projeto de atenção farmacêu-tica na Vila Nossa Senhora de Fátima. Acadê-micos da Faculdade de Farmácia estudaram aprevalência de parasitos na população infantilresidente na região. O objetivo foi diagnosti-

car parasitoses intesti-nais, além de levar à co-munidade noções básicassobre a transmissão e ocontrole dessas doenças.

Os alunos da disci-plina de Parasitologia Clí-nica, sob orientação doprofessor Geraldo De Car-li, realizaram exames defezes em 105 crianças.Os resultados indicaramque 75,2% delas estavaminfectadas por uma oumais espécies de parasi-tos. Ascaris lumbricoides(popularmente conhecidacomo lombriga) foi o demaior ocorrência, presen-

te em 34,8% das análises realizadas.

Tratamento e orientaçãoMédicos do posto de saúde da vila pres-

creveram remédios e vitaminas aos infectados.Os estudantes da disciplina de Farmácia Clíni-ca, coordenada pela professora Fernanda Mor-rone, forneceram às famílias informações so-bre o uso correto dos medicamentos e cuida-dos com a higiene e saúde. As explicaçõesforam reforçadas com a distribuição de mate-rial ilustrado explicativo.

Os sintomas das parasitoses intestinais vãoda irritabilidade e apatia à dor abdominal,cólicas, náuseas e vômitos, além da diarréia,crônica ou aguda. A desnutrição também podeser resultado de uma parasitose. A transmis-são pode ocorrer pela ingestão de alimentos,sólidos ou líquidos, contaminados com ovosou cistos. Em algumas espécies, a contamina-ção se estabelece pela penetração de larvaspor via cutânea, através do solo contaminadocom material fecal. Os resultados do projetoserão analisados em março deste ano, quandoa ação na Vila Fátima será reiniciada.

Falta dehigiene

favorece acontaminação

36

Paixão e disciplinaregem a vida do maestroPerfil por PAULA OLIVEIRA DE SÁ

O maestro do Instituto de Cultura Musical da PUCRS,Frederico Gerling Junior, abre um imenso sorriso quandoo assunto é música. Contrariando a vontade dos pais –que almejavam a profissão de médico para o filho – aosnove anos descobriu qual era o seu verdadeiro talento.Hoje, aos 76, orgulha-se de lotar e emocionar platéiasem todo o Estado. Desde 1973, coordena e dirige o Corale a Orquestra da Universidade, patrocinados há 15 anospela Companhia Zaffari.

Natural de Santa Catarina, Gerling passou a infânciaem Curitiba. A estréia foi aos 13 anos num coral deigreja. Aos 17 já regia o coral Carlos Gomes, em SãoPaulo. Na década de 40 chegou a cursar o conservatórioVilla Lobos, no Rio de Janeiro. “Villa Lobos foi um ho-mem vibrante. Sua paixão pela música contagiava a to-dos que o cercavam”, lembra.

O início na PUCRSDesde então não parou mais. Em busca de aperfei-

çoamento, fez o curso de Pedagogia e especializaçõesem Psicodinâmica, Psicotécnico e Orientação Educacio-nal. Na década de 70 mudou-se para Porto Alegre ondefoi convidado para dirigir o coral da PUCRS e o Centro

de Cultura. Lá, no Salão de Atos,um piano esquecido no porão e 20

cadeiras velhas o desafiavam adar início a uma trajetória que

hoje completa 28 anos.Seu empenho foi decisi-

vo para a formação de gera-ções de maestros e músicos.

O repertório do co-ral e da orquestrada PUCRS variados clássicos àsobras populares. Aescolha das óperassegue critérioscomo condiçõestécnicas e enque-tes do público. “Abusca da harmoniavai desde a esco-lha do tema aotipo de figurinoutilizado nas ópe-ras”, explica.

Os ensaios eapresentações exi-gem esforço e de-dicação por partedos quase 100 in-tegrantes do coral. Em óperas como Fausto e LaTraviatta, por exemplo, há mais de 200 pessoasenvolvidas entre músicos, atores, coral, balé, marcenei-ros e costureiras. Sob o olhar atento do maestro e coma sua orientação, as roupas e os cenários são confeccio-nados dentro da própria Universidade.

Filhos seguem o exemploAdmirador de quase todos os compo-

sitores – Puccini, Verdi, Rossini, Beetho-ven e Mozart – Gerling tem um gosto

eclético que lhe permite admirar e apreciaro trabalho de artistas das mais variadas escolas

e gerações. “Existem dois tipos de música: a boa ea ruim. Da boa eu gosto de tudo”.Gerling é comprometido com a função de educador.

“Preparo os ensaios cuidadosamente, o que me dá odireito de exigir dos aspirantes à música disciplina ecomprometimento”, diz. O exemplo é seguido pelos fi-lhos: Gilia e Fredi. Ambos decidiram abraçar a profissãode músicos. Gilia também é regente do coral da PUCRS eatualmente coordena o Setor de Desenvolvimento Artís-tico Cultural da Pró-Reitoria de Extensão Universitária.Fredi é regente na UFRGS e por oito anos foi maestro doTheatro São Pedro.

Para o futuro, Gerling tem muitos projetos. Umdeles é realizar diferentes programações para a comuni-dade acadêmica. O maestro espera continuar levandomúsica e emoção para todo o Estado. Com uma rotinaincansável de espetáculos e treinamento, ele acreditaque a música é uma das melhores maneiras de transmi-tir mensagens às pessoas.

Gerlingincentivou aformação degerações de

músicos

10 35

Pesq

uisa

em

Foc

o Adolescentesavaliam aconfidencialidade

Quando há falta de normas ou asregras do Direito do Trabalho são insu-ficientes para dar solução aos proces-sos trabalhistas, o Judiciário deve so-correr-se do Código de Processo Civil.A premissa, que consta de um artigoda Consolidação das Leis do Trabalho(CLT), foi o tema do estudo Subsidiarie-dade do processo civil no processo dotrabalho ressalvados os princípios geraisdo Direito. Maximiano Carpes dos San-tos defendeu a dissertação de mestra-do no Programa de Pós-Graduação emDireito da PUCRS. “Ao juiz é proibidodeixar de dar sentença sob a alegaçãode não haver norma aplicável ao pro-cesso”, explica o professor.

Carpes fez uma revisão de comouma área do Direito se utiliza de outrana doutrina e na jurisprudência. Bus-cou interpretações clássicas, regras eprincípios do processo civil, evoluçãodo processo judiciário do Trabalho e asrestrições desse artigo da CLT. A dis-sertação traz ainda a apresentação deuma hipótese concreta de aplicação dotema. Para apontar a solução de con-trovérsias profissionais no Mercosul,pesquisou a situação histórica (trata-dos e protocolos) e a legislação dospaíses membros. Devido à falta de nor-mas de regulação do bloco, o professorsugere a aplicação de princípios geraisdo Direito e aprova a sugestão de cria-ção de um tribunal superior.

A pediatra Jussara de Azambuja Loch defendeu disserta-ção de mestrado em Bioética buscando conhecer as opiniões eos comportamentos de adolescentes em relação à confidencia-lidade na consulta médica. Foram entrevistados 711 universi-tários, entre 16 e 21 anos, dos cursos de Administração deEmpresas, Direito, Enfermagem, Medicina e Odontologia daPUCRS. A professora realizou o trabalho A confidencialidade naassistência à saúde do adolescente: opiniões e comportamentosde um grupo de universitários de Porto Alegre na Universidadedo Chile, promovido em conjunto com a Organização Pan-Americana da Saúde e a Organização Mundial da Saúde. “Aparticipação de adolescentes como sujeitos de investigaçãopode ajudar a aumentar o seu acesso a serviços voltados àssuas necessidades”, salienta Jussara.

Segundo a pesquisa, 75,9% dos adolescentes consideramque a confidencialidade está baseada na obrigação médica dosegredo enquanto que 66,5% reconhece o direito do pacientede decidir quais as informações que ele considera privadas. Osdois aspectos (dever e direito) são apontados por mais da

metade (50,6%). “A confidencialidade vai além do sigilo.Envolve os aspectos normativos da profissão, mas tambémdiz respeito à relação de confiança entre médico e paciente e

o respeito aos direitos do último à privacidade”, explica Jussara.A professora acredita que o médico pode ser um modelo positivopara o jovem no momento em que ele, buscando sua identidadeadulta, procura outros confidentes que não os pais.

Os entrevistados reconhecem a situação ideal de revela-ção da informação mediante a autorização do paciente (82,6%).Nas questões relacionadas com a sexualidade, poucos autori-zam o médico a revelar informações obtidas em consulta semo seu consentimento. Admitem com mais facilidade a quebrado sigilo em situações de risco de vida de terceiros (72,3%)ou de sua própria integridade (idéias de suicídio, 85%; violên-cia, 84,2%; abuso sexual, 81,7%; e anorexia nervosa, 81,3%)e de terceiros (72,3%).

Direito doTrabalho seserve do Civil

MAXIMIANO CARPESDOS SANTOSProfessor da Faculdade de Direito

JUSSARA DEAZAMBUJA LOCHProfessora da Faculdade de Medicina

mitia que se realizasse apenas as provas de encerramentodo período letivo.

Ela formou-se pela PUCRS no Bacharelado em Letrasem 1959 e na Licenciatura em 1960. Alice morava nacidade de Encruzilhada do Sul e, como tinha filhos pe-quenos, estudava sozinha, pesquisava em bibliotecas erecebia as anotações dos colegas. Apesar de não viver odia-a-dia da faculdade, guarda boas recordações daqueletempo. “A turma se mantinha a mesma porque todas asdisciplinas eram obrigatórias. Havia um laço forte entrealunos e professores”, salienta.

Professores de batinaOs Irmãos Maristas usaram batina até 1968. Em ne-

nhum momento, isso distanciou-os dos estudantes deensino superior. Porém, na sala de aula todos tinhamtratamento respeitoso. Assim como os alunos, o profes-sor também chamava os acadêmicos de “senhor”. Osapelidos estavam proibidos. Cada educador tinha a suamaneira própria de prevenir comportamentos inadequa-dos e aplicar punições. Os atrasos não eram tolerados.

Em toda a história da PUCRS, houve poucos casos desuspensão e expulsão.

Criação do DCEO estabelecimento do espírito da academia se deveu à

união dos alunos. Em 1932, os estudantes da Faculdade deCiências Políticas e Econômicas criaram o Diretório Acadê-mico Visconde de Mauá. O grupo organizava atividadessociais e concurso de teses sobre cultura. Participava deeventos esportivos e da vida social de Porto Alegre numaépoca em que havia poucos universitários. A Faculdade deFilosofia, Ciências e Letras também recebeu o Centro Aca-dêmico Santo Tomás de Aquino desde 1944. Foram promo-vidas conferências, concursos literários e festas.

O Centro Acadêmico Maurício Cardoso da Faculdadede Direito, fundado em 1948, projetou-se no Estado eno país. Entre as suas iniciativas estão o curso práticode Técnica Jurídica e o concerto e a hora de arte emRio Grande. No dia 14 de outubro de 1949, a uniãodos centros deu origem ao Diretório Central dosEstudantes (DCE).

FACULDADES SOMENTE PARA MULHERESNo início de 1948, ano em que o

presidente Eurico Gaspar Dutra assinou odecreto criando a Universidade Católicado Rio Grande do Sul, houve a visita doSuperior-Geral dos Maristas, Ir. Leônidas.Um dos objetivos era discutir o ensinomisto. Integrantes do Conselho-Geral daCongregação, situado na França, esta-vam preocupados em seguir as orienta-ções da carta encíclica Divini illius Ma-gistri (Daquele divino Mestre) do papaPio XI sobre o ensino nas escolas católi-cas.

Pressionado, o superior provincial, Ir.Vendelino, escreveu ao arcebispo DomVicente Scherer sugerindo que a Escolade Serviço Social, freqüentada quase ex-clusivamente por moças e senhoras, pas-sasse à direção de freiras. Elas tambémdeveriam se responsabilizar pelas mulhe-res das demais faculdades, que seriamdivididas por sexos. Ir. Afonso, o funda-dor da Universidade, também enviou cartaao Conselho-Geral e ao Conselho Provin-cial se opondo a essas medidas.

Ir. Leônidas analisou os documen-tos, ouviu os argumentos e apontou so-luções. Na sua volta a Saint-Génis-Laval,entregou relatório ao Conselho-Geral. Ne-nhuma deliberação foi tomada. Como noinício havia poucas mulheres em algunscursos, tornava-se impraticável instituirfaculdades femininas e masculinas.

1943: Moças na formatura de Filosofia, Ciências e Letras

1948: Visita do Superior-Geral dos Maristas, Ir. Leônidas

11

Professor estudapequenaspartículas do ar

Professor de Deontologia e LegislaçãoFarmacêutica, Jorge Abdala Seadi defendeudissertação de mestrado nas áreas de VigilânciaSanitária e Direito Penal. Quando escolheu o temado trabalho Crimes hediondos e a falsificação demedicamentos, realizado no Programa de Pós-Graduação em Ciências Criminais da PUCRS, ele eraassessor farmacêutico e jurídico da VigilânciaSanitária do Estado do Rio Grande do Sul.

A dissertação traz como anexo mais de cemreportagens publicadas em jornais e revistasdiariamente, a partir do final de 1997,demonstrando a preocupação com a falsificação deremédios e as conseqüências, como gravidezindesejada, agravamento de doenças e morte. Arepercussão na imprensa e a reivindicação dasociedade fizeram com que a falsificação demedicamentos fosse equiparada, em lei, comocrime hediondo. Seadi concorda com a puniçãorígida no caso de falsificação de medicamentos eacredita que outras irregularidades na área decosméticos e saneantes (detergentes), devem serpunidas administrativamente.

Além dessa análise, o professor fez umlevantamento completo sobre a legislação,comparou com outros países e realizou pesquisa decampo para colher a opinião de profissionais deáreas diferentes. A dissertação também demonstraomissões na legislação e propõe alterações parasaná-las. Seadi deverá prosseguir nas pesquisaspara doutorado e publicar sua pesquisa.

Falsificaçãode medicamentosé analisada

ASSIS PICCINIDiretor da Faculdade de Química

As partículas invisíveis do ar poluído são maisfinas, depositam-se nos alvéolos pulmonares e podemcausar ou agravar doenças como asma, pneumonia einfecção respiratória. O diretor da Faculdade deQuímica, Assis Piccini, estudou o tamanho e acomposição química desse material na tese dedoutorado Estudo de micro e nanopartículas inorgânicaspresentes no lavado broncoalveolar humano. “O meuobjetivo foi estabelecer um método para a contagem eidentificação das partículas. Falta agora avaliar oefeito no organismo”, explica o autor.

Para o trabalho, defendido no Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Minas, Metalúrgica e deMateriais da UFRGS, o professor analisou o fluido dolavado broncoalveolar de 20 pacientes que procuraramserviço médico especializado no Pavilhão Pereira Filhoda Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. Do totalde amostras, Piccini verificou 28.069 partículas,utilizando microscopia eletrônica e um softwareprocessador de imagem. Pesquisou 23 elementosquímicos e se surpreendeu por ter encontrado metaispesados, como cobre, chumbo, cromo, estanho eníquel.

Piccini também realizou coleta e análise de arurbano para avaliar outras aplicações da metodologia.“É preciso alterar os padrões brasileiros de qualidadedo ar como estratégia preventiva em defesa da saúdepública”, opina o diretor, que pretende ampliar apesquisa, em conjunto com a área biomédica daPUCRS. Segundo ele, as investigações podem contribuirpara dar embasamento à criação de leis que protejama saúde humana dos efeitos da poluição atmosférica.

JORGE ABDALA SEADICoordenador do Depto. de Produçãoe Controle de Medicamentos

34

Mem

ória Os primeiros passos da

universidade marista

A primeira universidade criada pelos IrmãosMaristas no mundo foi a PUCRS. Desde 1900 pre-sentes no Sul do Brasil, os maristas fundaram es-colas em diferentes localidades seguindo a filoso-fia de São Marcelino Champagnat na formação in-tegral de crianças e adolescentes. Trinta e umanos depois da chegada dos religiosos, com a ins-talação do Curso Superior de Administração e Fi-nanças por Ir. Afonso, a congregação deu o pri-meiro passo para a constituição da sua universida-de. O vínculo afetivo e a convivência fraterna en-tre professor e alunos, realidade nos colégios ma-ristas, também se concretizou nas faculdades.

Além de profissionais para o mercado de tra-balho, as faculdades de Ciências Políticas e Econô-micas, de Educação, Ciências e Letras e de Direitoe a Escola de Serviço Social se destinavam à pre-paração de jovens irmãos maristas voltados aomagistério. Devido à base que recebiam desdecedo, eles estavam aptos para lecionar também noensino superior. Até 1946, 59 religiosos obtiveramo diploma de bacharel e 34 de licenciados. Em1947, 56 freqüentavam os cursos superiores. As

aulas eram realizadas nos prédios do Colégio Nos-sa Senhora do Rosário, na Av. Independência, emPorto Alegre. Toda a estrutura da escola, como la-boratórios, biblioteca e auditórios, estava disponí-vel aos acadêmicos.

Ir. Elvo Clemente, 80 anos, assessor da Reito-ria, ingressou no Bacharelado em Letras Clássicasno ano de 1946. Ele lembra a presença constantedos irmãos junto aos estudantes. “Havia rigor, maso clima era de fraternidade e compreensão”, res-salta. Segundo Ir. Elvo, diferentemente da concep-ção da época, o professor das faculdades maristasnão se colocava como superior aos alunos. Ir.Weibert, fundador da obra marista na região Sul,afirmava: “A escola é apenas a continuação do lar,onde o aluno se sente amado e vive em segurançacomo no seio da família”.

O Bacharelado tinha a duração de três anos.Depois, por mais 12 meses, Ir. Elvo realizou a Li-cenciatura, destinada a todos os cursos da Facul-dade de Educação, Ciências e Letras. Até o final dadécada de 1960, os exames ocorriam em julho edezembro. No final do ano, havia provas escritas eorais. Se os alunos não conseguiam atingir médiacinco, precisavam freqüentar a segunda época emfevereiro, quando eram formadas bancas para ava-liação.

Freqüência livreExistia também a possibilidade de freqüência

livre – a presença do aluno em aula não era obri-gatória, mas ele não estava dispensado dos exa-mes finais. Essa modalidade beneficiava estudan-tes que, de alguma forma, eram impedidos decomparecer às aulas. A vice-diretora da Faculdadede Letras, Alice Campos Moreira, por exemplo, fezparte da última turma em que a Constituição per-

1946:Primeiradiretoria

do CentroAcadêmico

SantoTomás de

Aquino

1947: Aula de Botânica, no laboratório do Colégio Rosário

Foto

s: A

rqui

vo P

UCR

S

12 33

Pesquisa em Foco

Tese avaliapermanênciado rádio

NOVOS MESTRESE DOUTORESAutor: Nilton Saueressig – Faculdade deOdontologiaDissertação: Análise da simetria da arcadadentária superior relacionada com asarticulações temperomandibularesLocal de defesa: Programa de Pós-Graduaçãoem Odontologia da PUCRS – Prótese Dentária

Autora: Sônia Maria Oliveira Maciel – Faculdadede Filosofia e Ciências HumanasTese: A felicidade e a manifestação do bem: oconflito entre intelecto e prazer no Filebo dePlatãoLocal de defesa: Programa de Pós-Graduaçãoem Filosofia da PUCRS

Autora: Maria Del Carmen Braccini – Faculdade/Campus II, UruguaianaDissertação: Modificações morfológicas ehistológicas do estômago de Hopliasmalabaricus (Bloch, 1794) (Teleostei,Characiformes, Erythrinidae) relacionadas coma digestãoLocal de defesa: Programa de Pós-Graduaçãoem Biociências da PUCRS

Autora: Adriane Sambaqui Gruber – Faculdadede QuímicaTese: Paladaciclos de enxofre: novoscatalisadores para reações de acoplamentocarbono-carbonoLocal de defesa: Programa de Pós-Graduaçãoem Química da Universidade Estadual Paulista(Araraquara)

Autor: Leonardo Gomes – Faculdade deComunicação SocialDissertação: Ernest Zeugner: artista e designerLocal de defesa: Programa de Pós-Graduaçãoem Comunicação Social da PUCRS

Autor: João Cyrus Bastos – Faculdade deMedicinaDissertação: Atresia de Esôfago: Análise dasobrevida e de fatores de riscos associados àmortalidade operatóriaLocal de defesa: Programa de Pós-Graduaçãoem Medicina da PUCRS

Autora: Marilene Jacintho Müller – Faculdadede MatemáticaDissertação: Universidade e escola –Contribuições de uma experiênciacompartilhada à formação do futuro professor eao ensino de MatemáticaLocal de defesa: Programa de Pós-Graduaçãoem Educação da PUCRS

MÁGDARODRIGUESDA CUNHACoordenadora doDepartamento deJornalismo

Ao atravessar um século de existência, o rádio seadaptou a diferentes períodos históricos, sofrendo alte-rações tecnológicas e de conteúdo. Para realizar estudosobre o veículo analisando os seus efeitos junto aopúblico ao longo do tempo, a professora Mágda Rodri-gues da Cunha utilizou uma teoria da literatura. A tesede doutorado O valor de permanência do rádio – umaavaliação pela Estética da Recepção foi defendida noPrograma de Pós-Graduação em Letras da PUCRS.

No trabalho, Mágda estabelece quatro momentosprincipais. O primeiro, na passagem do século 19 ao20, o rádio serve para a transmissão de sinais adistância. No segundo período, de 1925 a 1950, conso-lida-se como meio de comunicação de massa. Em segui-da, de 1950 a 1975, o veículo sofre modificações paraconcorrer com a televisão, tornando-se portátil devidoà invenção do transistor. O quarto horizonte de análisecomeça em 1975 e chega ao início do século 21. Hojecoexistem o rádio de corda, utilizado para levar infor-mações ao Afeganistão, por exemplo, e o áudio trans-mitido por meio digital e pela internet. “Sem perder asua essência, o veículo mantém o seu valor de perma-nência pela possibilidade de adaptação”, explica a au-tora.

A tese também define aspectos relativos à oralida-de, suporte básico do rádio, à linguagem, à cultura e ànarratividade. Esse caminho aproxima o rádio e a litera-tura, que sofrem influência da cultura e são ligados aregras com origem na lógica da narrativa. “Acredito quea linguagem do áudio não vai desaparecer porque aoralidade, fator de envolvimento, será mantida”, prevêMágda.

nem para lavar asmãos antes de comer”,conta.

Como no caso deMaria Lúcia, apesar decada um trabalharnuma área específica,no Pró-Mata algunspesquisadores auxiliamgrupos que não têm omesmo foco de estu-do. Kelli Ramos, do 6ºsemestre de Biologia,aproveita ao máximopara realizar atividadespráticas, direcionando-se ainda na graduaçãoà especialização que quer seguir: Entolomologia, comenfoque em abelhas. Porém, não recusa auxiliar colegas eprofessores em outras investigações. “O aluno aqui geraconhecimento, depende do seu interesse”, destaca o coor-denador administrativo do Pró-Mata, Ricardo Mello.

Infra-estruturaQuando voltam do

trabalho de campo,além do banho quen-te e da comida namesa, os pesquisado-res têm sete labora-tórios à disposição.“O Pró-Mata é umsonho. Ao chegar dacoleta, logo podemosidentificar o queachamos”, afirma acoordenadora científi-ca do centro, BetinaBlochtein. Professorestambém aproveitampara corrigir trabalhosenquanto os alunos se preparam visando às provas.

A sede do Pró-Mata está estruturada para receber 60visitantes. A estada e a alimentação têm valor subsidiado.São nove quartos, sala de estar, refeitório, cozinha, admi-nistração e sala de aula, além dos laboratórios. A calefa-

PASSADO DE DESTRUIÇÃOQuando a PUCRS adquiriu o terreno do Centro de

Pesquisas e Conservação da Natureza Pró-Mata, havia 33propriedades rurais nos 4.500 hectares. Moravam famíli-as que extraíam da terra a sua sobrevivência pelo quedemonstram o desmatamento e os resquícios de umaserraria. O ônibus hoje quase despercebido, rodeado porarbustos e galhos na costa da estrada entre a portaria ea sede, exemplifica a ocupação humana.

A partir da década de 1970 se intensificou oêxodo rural na região porque houve declínio da

fertilidade do solo. Os moradores não podiam competircom agricultores da Fronteira-Oeste que contavam commecanização. Além disso, em comparação com outrasregiões do Estado, a área não é tão boa para a criaçãode gado.

O Pró-Mata é um ecossistema diverso (tem altabiodiversidade) com grande capacidade de regeneração.As pesquisas com ecologia florestal buscam desvendar opassado e o futuro para que a natureza seja imitada nabusca de alternativas de manejo.

ção com caldeiras trazconforto no frio. Hávários contêineresazuis e laranjas iguaisaos que existem naUniversidade para a se-paração do lixo seco eorgânico. O material éentregue num centrode reciclagem de SãoFrancisco de Paula.

A manutençãoconstante das estradase das trilhas exempli-fica o trabalho de bas-tidores. A abertura decaminhos transitáveis

entre a vegetação densa possibilita as atividades decoleta. A Casinha dos Pesquisadores, mais perto da porta-ria, funciona como a sede, apesar de não ter os mesmosrecursos. Trata-se de outro espaço onde dá para cozinhar,dormir e relaxar antes de sair para a investigação.

De noite, uma câ-mara fotográfica comraio infravermelho cap-ta os mamíferos quepassam na mata.Quem investiga osanimais gostaria deestar próximo quandoisso ocorre. Os pes-quisadores perseguemmarcas recentes e fa-zem moldes com ges-so. Na hora do jantar,o pessoal do Pró-Matase acostumou a rece-ber um deles comoconvidado especial –o graxaim quase do-mesticado que se

aproxima mais quando tem churrasco.Difícil é encontrar serpentes por ali. O herpetólogo da

PUCRS Marcos Di-Bernardo, ao realizar sua tese, chegou àconclusão de que, em média, são necessárias 33 horas deprocura para encontrar uma.

Pesquisadores saem a campo para analisar espécies

Convivência e troca de experiências nos estudos

32 13

Saúd

e

A arte de envelhecercom qualidade

Para vencer a queda-de-braço com o reló-gio biológico, milhares de pessoas investemna qualidade de vida e nos avanços da ciênciae na genética. O Brasil não é mais sinônimode juventude. Hoje 11 milhões de pessoas têmacima de 60 anos. As projeções indicam que,em 2025, o país será o sexto do mundo emnúmero de idosos. Uma coletânea de 40 arti-gos, editada pela Edipucrs, oferece os cami-nhos para uma velhice saudável. A obra Enve-lhecendo com Qualidade de Vida , organiza-da pelo geriatra Newton Terra, reúne textos deprofessores que atuam no Programa Geron –projeto desenvolvido pela Universidade na áreade envelhecimento – e por alunos de mestradoe doutorado do curso de Gerontologia Biomé-dica e docentes do Instituto de Geriatria eGerontologia.

Prevenção começa aos 20A publicação, lançada na última Feira do

Livro, em PortoAlegre, esgotoua primeira edi-ção e foi reedi-tada. Com umalinguagem aces-sível, longe dostermos técnicos,os autores dis-cutem temascomo a osteo-porose, obesida-de, menopausae diabete. “Omaior recado dolivro refere-se àprevenção dedoenças”, des-taca Terra.

O leitor en-contrará dicas

de tratamento, alimentação correta, uso demedicamentos e orientações de como se prepa-rar melhor para a terceira idade. “Aos 20 anosdeve-se começar a prevenção relacionada à ve-lhice”, diz o geriatra. Os cuidados são justifica-dos pelos altos índices de mortalidade causadospor problemas como a arteriosclerose (obstru-ção das artérias que pode resultar em enfarte ouderrame), com origem na infância. O mal é cau-sa da morte de 22 mil gaúchos por ano.

Na opinião de Newton Terra, a terceiraidade não precisa seguir um curso decadente.“Muitas moléstias podem ser prevenidas ouretardadas. Velhice não é sinônimo de doença.Nela se tem oportunidade de crescer”, diz.Para setembro está previsto o lançamento dosegundo livro sobre como envelhecer com qua-lidade de vida. Os autores vão abordar temascomo sexualidade e obesidade. “Queremos ins-tigar e modificar comportamentos”, conclui ogeriatra.

Pró-Mata é referênciaem pesquisa e preservaçãoBastidores

Infra-estrutura em São Francisco de Paula visa a complementar formação acadêmica

Na região com domínio da Mata Atlântica, onde fazfrio mesmo no verão, a beleza encanta e a cerraçãointegra a paisagem, a PUCRS mantém o Centro de Pesqui-sas e Conservação da Natureza Pró-Mata. Referência inter-nacional no estudo e na preservação da biodiversidadebrasileira, a área de 4.500 hectares em São Francisco dePaula tem a infra-estrutura necessária para a complemen-tação da formação de alunos de graduação e de pós-graduação. O benefício à comunidade da região, pelasugestão de iniciativas que aumentam a renda familiarsem prejudicar o meio ambiente, é outra meta da Univer-sidade com a iniciativa.

Para chegar ao Pró-Mata, partindo de Porto Alegre, énecessário seguir viagem pelos 134 km de estrada asfalta-da até São Francisco de Paula e mais 31 km de terra.Depois de passar pela portaria, na qual um portão deferro e uma casa guardam o centro, restam 7 km emdireção à sede. Pelo caminho, há veículos da Universidadeestacionados perto de alguma trilha. Levam os pesquisa-dores munidos de luvas, botas, bússola, sacos, vidros,redes, sacolas, facão, caneta e prancheta, para realizarcoletas ou fazer análises nas áreas de Geologia, Biodiver-sidade (fauna e flora), Ecologia de Campo e Florestas ouReflorestamento com Espécies Nativas. No local, existeuma das melhores estações meteorológicas do Estado,totalmente computadorizada, auxiliando o trabalho.

Criado em 1991 com o apoio da Universidade deTübingen, da Alemanha, hoje o Pró-Mata recebe visitantese tem convênios com instituições do país e do exterior.

Um dos exemplos é o projeto Subsídios para o Diag-nóstico Ambiental do Planalto das Araucárias, coordenadopelo Instituto do Meio Ambiente da PUCRS, ao qual oPró-Mata está ligado. O trabalho, que obteve renovaçãodo auxílio convênio destinado pela Fapergs, faz parte doPrograma de Cooperação Internacional mantido entre afundação e o Ministério de Ciência e Tecnologia da Ale-manha.

Intercâmbio de culturasAlém da troca entre pesquisadores de áreas diferen-

tes, o Pró-Mata propicia o encontro de culturas. Háquatro anos no país, Markus Maier coordena os alemãesque vêm pela Universidade das Ciências Aplicadas deRottenburg. Para ele, o centro significa a oportunidade deconhecer pessoas, hábitos diferentes e trocar experiênci-as. “Não ficamos isolados na nossa pesquisa. Podemos termais pontos de vista a qualquer hora”, destaca Maier. Abrasileira Simone Cappellari estuda na Universidade deTübingen, onde conta com tecnologia avançada para oseu trabalho final de graduação (que equivale a ummestrado), mas está realizando a parte prática do estudono Pró-Mata. “Lá não há biodiversidade como a brasileirae durante nove meses faz frio”, explica.

A mestranda em Zoologia da PUCRS Maria Lúcia Antu-nes estuda os camarões. Pela primeira vez no Pró-Mata,acompanhando o grupo da Malacologia (que investiga osmoluscos), ela ficou impressionada com a infra-estrutura.“Fora daqui, a realidade é bem diferente. Às vezes não dá

fases que os familiares passam devido à doen-ça, os participantes do grupo trocam idéias,interagem e compartilham com quem vive ex-periências semelhantes. Os profissionais da Ge-riatria e da Psicologia também oferecem dicaspara diminuir o estresse do cuidador e do pa-ciente. Informações: (51) 3320-3000, ramal2588.

O Serviço de Geriatria do Hospital São Lu-cas da PUCRS promove reuniões mensais comcuidadores de pacientes com demência – pes-soas que sofrem de mal de Alzheimer ou tive-ram acidente vascular cerebral. São palestrasque tratam de temas como diagnóstico, es-quecimento, birra, aspectos jurídicos e nutri-ção. Além do esclarecimento sobre diferentes

REUNIÕES ENSINAM A CUIDAREs

paço

Vit

al

Dica dolivro:

velhice dá aoportunidade

de crescer

por ANA PAULA ACAUAN

14 31

HSL é finalista em concursode gastronomiaSaúde

PUCRS lança curso de NutriçãoNeste semestre, a PUCRS inicia o curso de

Nutrição para integrar a área da saúde. A gradua-ção, vinculada à Faculdade de Enfermagem, Fisiote-rapia e Nutrição, vem a suprir a demanda porprofissionais em diferentes segmentos. O egresso daPUCRS poderá atuar em hospitais, restaurantes,hotéis, SPAs, clínicas, bancos de leite humano,unidades sanitárias, indústrias alimentícias, acade-

mias e clubes esportivos, entre outros locais.O curso se destina ao estudo da alimentação ade-

quada, enfatizando a contribuição da Nutrição no al-cance da longevidade com qualidade de vida. Um dosdiferenciais do curso da Universidade é a estruturacurricular. Todos os semestres, no total de oito, têmuma disciplina chamada Ação Integradora, que buscaa articulação entre as demais.

Se comida de hospital lem-bra canja e purê de batata, oNestlé Gourmet Hospital mostraque essa concepção está mudan-do. A Supervisão de Nutrição doHospital São Lucas (HSL) parti-cipará nos dias 3 e 4 de abril dafinal nacional do concurso, emSão Paulo. O HSL e o Hospital deClínicas de Porto Alegre repre-sentarão a região Sul, disputan-do com quatro instituições. Ogrupo vencedor fará curso naFrança ainda neste ano. “Hoje anutrição hospitalar é vista comcunho técnico e científico, su-perando a fase na qual serviauma comida branda que se ade-quava a todos”, afirma a super-visora de Nutrição do HSL, Ma-ria Terezinha Antunes.

A equipe do HSL, formadapela nutricionista Angela Hilgert,pelo chefe de cozinha EveraldoRodrigues e pela auxiliar de cozi-nha Ingrid Alves, venceu a regio-nal Sul, realizada em Canela,concorrendo com outros quatrohospitais. Durante quatro horas,prepararam dez pratos iguais aosdo Cardápio a São Lucas. Comoentrada, foi servida a Mousse Ma-ravilha, feita de beterraba e bró-colis. O Frango à São Lucas,acompanhado de Massa Penne aOriental e Moranguinha Surpresa,formou o prato principal. Os re-presentantes do HSL oferecerama sobremesa Flan Dourado, comcalda de mamão envolta em ras-pas de limão.

Frangoà São Lucas

• 1.200g filé de frango• 50g de bacon• 100g de milho em conserva• 50g de cebola• 30g de passas• 50g molho roti• 300g de óleo de soja

Temperar o frango com alho, sál-via, mangerona e sal. Grelhar ofrango e acrescentar o bacon pi-cado, juntar a cebola picada edar uma leve dourada. Acrescen-tar água e, depois de ferver,acrescentar o milho, as passas emolho roti de frango.

Massa Penne aOriental

• 200g de massa penne• 70g de pimentão verde, 70gde pimentão vermelho e 70g depimentão amarelo• 100g de cebola• 20g de caldo de galinha

AS RECEITASVENCEDORAS

Cozinhar a massa e reservar. Cortaros pimentões e a cebola. Dar umaleve refogada aos pimentões e acebola no molho shoyo. Misturar amassa.

Moranguinha surpresa

• 400g de moranga• 300g de espinafre• 150g de requeijão ligth• 100g de cebola• 100g de tomate• 50g de extrato de tomate

Cortar a moranga ao meio, retirar apolpa e reservar. Picar o espinafree a cebola. Refogar a cebola, acres-centar o espinafre, o sal e o re-queijão. Para o molho vermelho,refogar a cebola, o tomate e oextrato de tomate. Rechear a mo-ranguinha com o creme de espina-fre e, por cima, o molho vermelho.Colocar a assar.

Site da PUCRSganha nova forma

PUCR

S Vi

rtua

l

Notícias atualizadas diariamente, eventos, utilidades e informações deprofessores são alguns dos atrativos do novo site da PUCRS (www.pucrs.br),que estará no ar em abril. Criada pela Gerência da Web, coordenada pelaprofessora Carmem Sanson, a página da Universidade vai se destacar pelapossibilidade de atualização automática por meio de ferramentas específi-cas. Com isso, faculdades e professores ganharão autonomia e agilidadepara modificar seus dados. No caso dos docentes, por exemplo, o preen-chimento de um formulário permitirá a criação automática de uma páginapessoal. A página principal contará também com os lançamentos daEdipucrs, uma lista telefônica com os números da PUCRS e o acesso viaweb dos e-mails utilizados por professores e funcionários.

As ferramentas de busca tornarão mais rápida a navegação e apesquisa por determinado assunto. Para entrar em contato com aUniversidade, será criado o canal Fale Conosco. Os interessados em tirardúvidas, sugerir ou reclamar, encontrarão no site um formulário que seráencaminhado diretamente para a Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários.Outra área do site será reservada para a publicação de banners, destina-dos à divulgação de cursos e eventos. Mapas orientarão quem chegar aPorto Alegre a se dirigir ao Campus Central e ao Campus Zona Norte.Além disso, serão disponibilizados mapas internos dos diversos campiuniversitários.

Ferramentastornam maisrápida anavegação

EAD AMPLIAOFERTA DE

CURSOSSaúde, educação e po-

lítica são as áreas abrangi-das pelos novos cursosoferecidos pela PUCRS Vir-tual em 2002. As nove op-ções atendem à necessida-de de profissionais gradua-dos que buscam uma edu-cação continuada, destacao gerente de marketing deEducação a Distância(EAD), Gilberto Medeiros.As ofertas correspondemao resultado de um levan-tamento feito sobre a de-manda desse tipo de cursono Rio Grande do Sul. Deextensão ou de especiali-zação, as alternativascompreendem: EducaçãoInclusiva, Marketing Políti-co e Persuasão Eleitoral,Metodologia do Ensino Su-perior, Psicologia da Co-municação, Psicooncolo-gia, Psicologia nas Organi-zações, Saúde Mental: ên-fase em Saúde da Família,Secretário de Escola, eTecnologias Educacionais.

As aulas são ministradaspor meio de teleconferênciase videoconferências, em queo estudante interage com oprofessor, e os conteúdosdisponibilizados via inter-net. Dessa forma, os alunospodem ser de Porto Alegre,cidades do interior do RioGrande do Sul e principaiscapitais brasileiras abrangi-das pela rede de Ensino aDistância da PUCRS e parcei-ras. Os locais com pontos detransmissão podem ser con-feridos no endereço eletrô-nico www.ead.pucrs.br/web/salas/default.asp. As ins-crições estão abertas du-rante os meses de março eabril. Informações pelo sitewww.ead.pucrs.br e pelos te-lefones (51) 3320-4551 e3320-4574.

30 15

Tecn

olog

ia Novo mestrado enfocapesquisa de materiais

Desenvolver materiais e tecnologias quepossam ser utilizados na indústria aeroespacial, automotiva, petroquímica, microeletrô-nica e biomédica. Este é o objetivo da par-ceria entre as faculdades de Engenharia, Físi-

ca e Química ao lançar o Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Tecnologia de Ma-teriais. A PUCRS é a primeira universidade pri-vada do Estado a oficializar junto à Capes omestrado na área. Com duração de dois anos,enfoca a pesquisa de novos materiais e tecno-logias atendendo à necessidade de aperfeiçoa-mento de egressos dos cursos de Química, Fí-sica, Engenharia, entre outros. Além das opor-tunidades no meio acadêmico, o mercado detrabalho abre-se no sólido parque industrial daregião Sul, que cada vez mais requer profissio-nais qualificados.

Diferencial TecnológicoAs linhas de pesquisa Síntese e Processos

em Materiais e Estruturas, Superfícies e Interfa-ces são desenvolvidas com um grande enfoquetecnológico, o diferencial do curso. Essa carac-terística, somada a um quadro docente formadopor doutores titulados no Brasil e no exterior,atrai estudantes vindos do interior, de indústriaslocais e professores universitários. Os alunos

podem beneficiar-se de bolsas de agências governa-mentais e a PUCRS oferece a possibilidade de finan-ciamento através do CredPUC.

Aprovado pela Capes no final do ano passado,o curso inicia a primeira turma em março. As pró-ximas inscrições abrem em agosto. Outras informa-ções sobre o Programa de Pós-Graduação em Enge-nharia e Tecnologia de Materiais podem ser obti-das pelo telefone (51) 3320-3500, ramal 4059, oupelo site www.feng.pucrs.br/pgetema.

Dell tem interesseem contratar estudantes

Microscópio analisacaracterísticas das estruturas

O presidente da Dell Computers no Brasil,Terry Kahler, esteve na Universidade para co-nhecer o Centro de Pesquisa Dell-PUCRS em e-business, inaugurado em abril passado. Duran-te a visita, Kahler disse que as chances de osestudantes pesquisadores serem efetivados pelaempresa são de 100%: “A parceria garante pes-

soal maistreinado efamiliarizadocom a estru-tura da orga-n i z a ç ã o .Além disso,os jovenssão os líde-res do futu-ro”, afirmou.

A parce-ria entre aUniversidadee a Dell Com-

puters, viabilizada por intermédio da Faculdade deCiência da Computação, tem como objetivo desen-volver softwares, métodos e processos para a reali-zação e o aprimoramento das transações internas eexternas da multinacional. Essa tecnologia é pri-mordial para a companhia, que se destaca pelavenda direta de produtos ao consumidor, atravésda Internet. O e-business é responsável por maisde 50% do faturamento total da empresa.

Posição estratégicaO coordenador do Centro na PUCRS, Michael

Mora, enfatiza: “Quem está aqui tem o seu traba-lho exposto, o que o torna mais visado na hora dacontratação”. Com filiais em 34 países ao redor domundo e com mais de 35 mil funcionários, a DellComputers vê o Brasil como trampolim para a ex-pansão das relações comerciais na América Latina.“Não estamos pensando só no mercado interno. Opaís é estratégico para o Mercosul. Além disso, osprodutos desenvolvidos aqui podem ser exportadosaté para os Estados Unidos”, resumiu Kahler.

ReitorNorberto

Rauchacompanhou

a comitivada Dell

Estudos se aplicamao câncer e à artrite

O anel esbranquiçado no tubode ensaio com sangue mostraas principais células dedefesa do organismo

O Laboratório de Imunorreumatologia do Institutode Pesquisas Biomédicas da PUCRS desenvolve projetosque podem contribuir com o tratamento de doençascomo câncer e artrite. A pesquisa Uso de proteínas deestresse para diagnóstico e tratamento da artrite, deresponsabilidade da professora da Faculdade de Biociên-cias Cristina Bonorino, foi um dos 12 beneficiados noEstado pelo Programa de Apoio ao DesenvolvimentoCientífico e Tecnológico, resultado de convênio entre oCNPq e a Fapergs. Os órgãos também financiam oprojeto Marcadores psiconeuroimunológicos no diagnósti-co e na prevenção de neoplasia mamária, coordenadopor Cristina e Moisés Bauer.

Estresse fisiológicoAmbos os trabalhos tratam sobre as proteínas de

estresse fisiológico (HSPs – heat shock proteins), pro-duzidas pela célula para responder a pressões, como oaumento da temperatura. No caso da artrite reativa,causada quando há infecção bacteriana, os pesquisado-res avaliam a ação das HSPs no sistema imunológico. Aprincipal conclusão da primeira fase é que as proteínasde estresse apresentam reação antiinflamatória. Os pes-quisadores analisarão as células dos pacientes e verifi-carão por que alguns têm recaída depois de parar detomar medicamento e outros não. As investigaçõesbuscam descobrir meios de prever quem ficará doentee, no futuro, interferir na doença. O projeto terminaráem 2004.

O outro estudo, relativo ao câncer de mama, buscadesvendar se o estresse psicológico tem algum impactona resposta imunológica gerada pelas proteínas deestresse. Os pesquisadores, auxiliados por estudantes de

Medicina e Far-mácia, investi-gam se o au-mento de corti-sol (indicador deestresse psicoló-gico) tem corre-lação com mu-danças na produ-ção de HSPs ena evolução deum tumor. “Sa-be-se que o es-tresse psicológi-co diminui a res-posta imune.Agora procura-mos verificar sea incidência dedoenças estarialigada à alteração nas proteínas de estresse”, explicaCristina.

Dez pacientes com câncer de mama sem tratamentoquimioterápico participam da pesquisa, em colaboraçãocom o Centro da Mama e o Serviço de Ginecologia doHospital São Lucas. Entrevistas, coordenadas por umapsicóloga, avaliam o grau de depressão e ansiedade. Ospesquisadores também medem o nível de cortisol eanalisam a atividade dos linfócitos. Há ainda coleta dotumor e mensuração da produção de HSPs. Trabalha-secom a hipótese de que, se há menos proteínas deestresse, o tumor é mais agressivo. O estudo se desen-volverá até outubro do ano que vem.

Resveratrol pode seraliado da longevidade

O professor Gilson Cunha, da Faculdade de Biociências, investiga oaumento ou a diminuição do tempo de vida da Drosophila, a mosca dasfrutas, diante a ingestão regular de resveratrol (composto natural en-contrado em uvas de diversas variedades, na amora, no amendoim e emoutras 70 espécies de plantas). Há cientistas que acreditam que asubstância inibe os radicais livres, causadores de danos às células eparticipantes do processo de envelhecimento.

A Drosophila envelhece principalmente devido à deterioração celularcausada pelos radicais livres, de modo bastante similar ao homem. Alémdisso, a mosca que teve seu DNA totalmente seqüenciado em 2000, antesdo genoma humano, possui número reduzido de cromossomos e curto ciclode vida, facilitando a análise dos dados. Cunha quer investigar quaisgenes são ativados ou reprimidos pelo resveratrol, para contribuir naprodução de medicamentos voltados a doenças responsáveis pela reduçãoda expectativa de vida. Os resultados da pesquisa estão previstos para ofinal de 2002. Substância é encontrada na uva

Ambulatórios do HSLintegram diferentes áreasSaúde

16 29

Mer

cado

de

Trab

alho

Educ

ação

Fís

ica

Voltados para asaúde do corpo,os profissionaisde EducaçãoFísica orientamquem quer eprecisa seexercitar.Espírito deliderança ecapacidade deinovar auxiliamno dia-a-dia daprofissão.

Orientar as pessoas que desejam mantera forma e o corpo saudável. Com essa mis-são, trabalham os professores de EducaçãoFísica, responsáveis por indicar e orientar osexercícios físicos mais adequados. As vagasde emprego encontram-se em colégios, clu-bes esportivos e academias de ginástica enovas oportunidades surgem em empresas (nainstrução de ginástica laboral), hotéis, laresgeriátricos, hospitais e em atividades de tu-rismo e lazer. Como autônomo, a dica é apro-veitar a grande procura por personal trainingou ser proprietário de escolas esportivas eacademias.

Opções tão diversificadas de atuação re-fletem-se no salário. A remuneração varia,em média, de R$ 354,94 (20 horas semanaisna rede escolar estadual) a R$ 1.130,85 eminstituições de ensino superior privado (acrés-cimo de 10% para professores com mestradoe 15% com doutorado). Clubes esportivospodem ultrapassar esse limite. Criatividadepara inventar exercícios atrativos e espíritode liderança na direção de equipes e alunossão características desse profissional, quetambém deve primar pela boa apresentaçãopessoal. Entre os cargos exercidos estão pro-fessor, treinador, coordenador técnico, su-pervisor, preparador físico, administrador, ori-entador e recreacionista.

A Faculdade de Educação Física e Ciênciasdo Desporto inicia, neste ano, a quarta turma,com a oferta de mais 60 vagas no turno danoite. O currículo generalista inova ao abordartemas referentes ao atendimento de pessoascom necessidades especiais, como deficientesfísicos, idosos, diabéticos, hipertensos e ou-tros. Dentre as disciplinas dos oito semestres

de curso, as principais são Anatomia, Fisiolo-gia Humana, Fisiologia do Exercício, Psicologiado Desenvolvimento e da Aprendizagem, Cine-siologia e Tópicos Especiais, em que os alunostrabalham em escolinhas esportivas, partici-pam de eventos e realizam pesquisas. Alémdessas, há também as que tratam da ginásti-ca, da atividade física em academia e dos des-portos individuais e coletivos.

Na faculdade, os universitários experi-mentam a prática da profissão desde os pri-meiros semestres. Além de auxiliar no treina-mento das equipes esportivas da Universida-de, eles também aprendem trabalhando naacademia de ginástica instalada no Campus.No Hospital São Lucas (HSL), desenvolvemprojetos com diabéticos, hipertensos e deginástica laboral, supervisionados por pro-fessores. Os estágios curriculares iniciam noquinto semestre.

O acadêmico poderá buscar na pós-gra-duação um aprofundamento na área de inte-resse. A Universidade oferece especializaçõesem Administração Esportiva, Dança, Ativida-de Física na Empresa e Técnico Desportivoem Futebol/Futsal. Em março, um novo cur-so abre inscrições – especialização em Psico-motricidade.

ONDE CURSARFaculdade de Educação Física e Ciênciasdo Desporto – Campus Central – Av. Ipi-ranga, 6681, prédio 80. Informações pelotelefone/fax (51) 3320-3622 [email protected].

PROFISSIONAIS DA BOA FORMA FÍSICA

A estrutura montada para o funcionamento dos am-bulatórios do Hospital São Lucas (HSL) traz benefíciosao paciente por integrar, num mesmo espaço, profissio-nais de diferentes áreas e especialidades médicas. Oambiente foi planejado para permitir a inter-relação daassistência com o ensino e a pesquisa. “A missão dohospital universitário consiste no atendimento global àsaúde. O tratamento bem-sucedido depende da multidis-ciplinaridade”, destaca Marco Antônio Goldani, diretortécnico e clínico do HSL. Os Ambulatórios de DoençasInflamatórias e Intestinais e de Hemostasia e Tromboseexemplificam essa concepção.

O Ambulatório de Doenças Inflamatórias e Intesti-nais, pioneiro no Estado, é específico para pacientescom doença de Crohn e retrocolite ulcerativa. As enfer-midades, que se manifestam em cólicas, diarréias fre-qüentes, sangramento e comprometimento nutricional,trazem desconforto e abalo emocional. A presença deprofissionais do Serviço de Gastrenterologia e da Super-visão de Nutrição do HSL e da Faculdade de Psicolo-gia possi-bilitam quehaja, alémdo diagnós-tico e tra-t a m e n t o ,or ientaçãosobre a ali-m e n t a ç ã oadequada eapoio psico-lógico. Coor-denada pelagastrentero-logista MartaMachado, aequipe doambulatório

assiste o paciente quando há a necessidade de interna-ção. Para a escolha do tratamento adequado, são reali-zados exames clínicos laboratoriais e de imagem.

Testes genéticosO Ambulatório de Hemostasia e Trombose reúne

diferentes especialidades médicas para atender pacien-tes com tendência excessiva à coagulação do sangue,que causa entupimento de veias e artérias. O diagnósti-co e o tratamento adequados para cada caso sãodiscutidos em reuniões entre hematologistas, reumato-logistas, cardiologistas, neurologistas e cirurgiões car-diovasculares.

A possibilidade de realização de testes genéticos nomesmo local é outra vantagem do ambulatório. A investi-gação das causas dos distúrbios da coagulação auxilia naadministração de medicamentos que previnem o apareci-mento de doenças como embolia pulmonar, enfarte ou aci-dente vascular cerebral isquêmico. O coordenador do ambu-latório é o hematologista Mário Sérgio Fernandes.

Equipe e pacientes do Ambulatório de Doenças Inflamatórias e Intestinais

Novo remédio contra a esquizofreniaUm medicamento alternativo para o tratamento da

esquizofrenia, doença conhecida popularmente como lou-cura, é o objeto de estudo do médico e professor DiogoLara, do Laboratório de Pesquisa Biomédica da Faculdadede Biociências e do Departamento de Psiquiatria da Fa-culdade de Medicina. O remédio causa poucos efeitoscolaterais, não gera dependência e tem o custo reduzi-do. O projeto de pesquisa foi o único da América Latinaaprovado entre os 28 selecionados para receber recursosda fundação norte-americana Stanley Medical ResearchInstitute. O órgão independente de financiamento à pes-quisa é o mais importante na área da psiquiatria. Averba destinada para o estudo é US$ 50 mil.

Pesquisa com voluntáriosOs testes com o remédio alopurinol, normalmente usa-

do em casos de gota, iniciam-se em março e estendem-sedurante todo o ano. Participarão pacientes que tomamantipsicóticos, mas não apresentam melhora significativacom o tratamento. Para comprovar a eficácia da droga, osdoentes tomarão alternadamente alopurinol e placebo.Serão avaliados os sintomas e as alterações na atividadecerebral dos pacientes. Pessoas com esquizofrenia, prefe-rencialmente até 30 anos de idade, podem participar dapesquisa. Os voluntários devem entrar em contato com aAssociação Gaúcha de Familiares de Pacientes Esquizofrê-nicos, pelo telefone (51) 3225-0395.

CIVILIZAÇÃO E BARBÁRIENA CRÍTICA DA CULTURACONTEMPORÂNEA –LEITURA DE MICHELMAFFESOLIFrancisco Rüdiger174p.

O autor dá prosseguimento nestevolume aos estudos que vem empreen-dendo com o objetivo de entendercriticamente o pensamento sobre asubjetividade e os princípios dearticulação da experiência na sociedadeliberal avançada, marcada pelofetichismo da mercadoria, o desenvolvi-mento tecnocrático e o nivelamento dasformas de vida societárias.

FORNOS A ARCO –ANÁLISE E PROJETODO SISTEMA ELÉTRICOWalter Ries208p. – Coleção Engenharia 6

A publicação contribui para uma boa compreensãodas características elétricas que se apresentamdurante a operação de fornos elétricos a arco decorrente alternada. Ao mesmo tempo, serve comoorientação para o dimensionamento de todo osistema elétrico envolvido.

28 17

Plantio de árvoresameniza efeito estufaPelo Rio Grande

A exigência de reduzir a quantidade degás carbônico (CO2) livre na atmosfera peloProtocolo de Kyoto tenta amenizar os danosclimáticos causados pela poluição ambiental,mas impõe criar soluções que não afetem aprodução industrial e a economia. Segundo otratado firmado em 1997 por diversas nações,os países desenvolvidos devem reduzir em 5,2%a liberação de gases poluentes causadores deefeito estufa (fenômeno que mantém a tempe-ratura da Terra em torno de 15ºC) a partir de2008.

Uma das alternativas encontradas é o plan-tio de árvores. Elas capturam o CO2 e só oliberam em casos de queimada. O método éutilizado pela AES Florestal, empresa da com-panhia de energia elétrica AES Sul, numa áreade reflorestamento no município gaúcho deTriunfo. Para dimensionar quanto de gás car-bônico as árvores conseguem fixar, a empresafirmou parceria com o Instituto do MeioAmbiente da PUCRS.

O dado será obtido por meio da medição dabiomassa (quantidade de matéria viva de umecossistema), com duas técnicas. Uma manual,

em que os pesquisadores acompanham pessoalmenteo crescimento da vegetação em pequena área, eoutra por sensoriamento remoto via satélite. Nessecaso, a análise das imagens captadas pelo equipa-mento indica o desenvolvimento da região. É a pri-meira vez que se utiliza o sensoriamento remotopara este fim. Paralelamente a esse estudo, o Insti-tuto avalia o impacto causado por uma florestaplantada ao “substituir” a floresta nativa. O projetodeverá ser concluído em 2003.

PUCRSdimensionará

quanto CO2os

eucaliptosabsorvem

Encontrados fósseisde 250 milhões de anos

O fragmento de crânio e o úmero (ossoda pata dianteira) de um réptil de aproxi-madamente 250 milhões de anos foramencontrados pela equipe do Laboratóriode Paleontologia do Museu de Ciências eTecnologia numa propriedade particular dePosto Queimado, ao norte de São Gabriel (RioGrande do Sul). Os fósseis são de Provelosaurusamericanus, animal do grupo dos Pareiassauros.Dos répteis primitivos, eram herbívoros, poucoágeis e os que alcançavam o maior tamanho –até três metros de comprimento.

RaridadesO achado é o segundo registro de Pareias-

sauro em toda a América do Sul e será compa-rado com a descoberta anterior, ocorrida naestrada entre Bagé e Aceguá (sul do Estado)há 22 anos. Os estudos permitirão diferenciaras espécies brasileiras das que viveram na Áfri-ca, por exemplo, e levantar questões quanto àidade dos sedimentos. Além do Brasil, essesrépteis foram encontrados na África do Sul,Rússia, Grã-Bretanha e China. O novo materialsugere, diferentemente do que se pensava, que

os dois grupos de vertebrados do Permiano (parei-assauros e dinocéfalos) existiram na mesma época.

A fauna de Posto Queimado é uma das mais he-terogêneas de todo o Brasil no que se refere à faunapermiana (de 250 milhões de anos). No mesmo localforam achados restos de diferentes grupos de peixes,anfíbios e dentes de dinocéfalos, um dos grupos maisbizarros de ancestrais de mamíferos, conhecidos ape-nas na África do Sul e na Rússia.

Provelosaurusamericanus

chegava atrês metros

decomprimento

Cinco novos títulosLançamentos da EDIPUCRS

PLOTINO – UM ESTUDODAS ENÉADES

Reinholdo Aloysio Ullmann319p. – Coleção Filosofia 134

Um estudo das Enéadas apresenta de corpointeiro a figura de Plotino (205-270), o

personagem mais importante do neoplatonismo,abordando, em doze capítulos, aspectos

fundamentais do seu ideário filosófico. O autoracrescenta aos seus estudos a tradução da Vida de

Plotino escrita por Porfírio.

TV UNIVERSITÁRIA:

LIMITES EPOSSIBILIDADESFlávio Porcello146p. – Coleção Comunicação 18

Análise da televisão universitária através

do exame de casos em que um conjunto

de universidades ou Instituições de

Ensino Superior usam de forma

compartilhada o espaço no canal de TV. O

livro também estuda o enlace da

universidade com a televisão e os limites

e as possibilidades desse novo veículo.

PEDAGOGIA PARAA ERATECNOLÓGICAEduardo Silvério Abranchesde Soveral123p.

Para Soveral, precisa serdesfeito o mito daaceleração históricainevitável e cega. A EraTecnológica é irreversívele desejável e chegou omomento de pretendersaber o que há depermanente e específicona Pedagogia maisadequada à nova era.

18 27

MAN e PAG se destacam no país

Educ

ação

Apl

icad

a

O Mestrado em Administração e Negócios (MAN) e oPrograma Avançado em Gestão Empresarial (PAG) da Facul-dade de Administração, Contabilidade e Economia constamno ranking da revista Você s.a., dos melhores mestradosprofissionais e especializações do Brasil dirigidos a execu-tivos. Foram incluídos na pesquisa cursos de formação ge-neralista, orientados mais ao mundo profissional do queacadêmico. Participaram do levantamento alunos, egressos,coordenadores e diretores de Recursos Humanos de 600 dasmaiores empresas do país.

Segundo a revista, o MAN ocupa o 7º lugargeral do país, na categoria mestrados. Destaca-secomo o curso com o maior número de alunospatrocinados pelas empresas e o terceiro de menorcusto. Um dos seus pontos fortes é a titulação dosprofessores, todos doutores, dos quais 28% têmformação no exterior. O PAG se salientou quantoao conteúdo, à infra-estrutura e aos valorescobrados, apresentando excelente relação custo xbenefício.

Administração inova comEmpreendedorismo e Sucessão

Neste semestre, começam as aulas do novoenfoque do curso de Administração de Empresas daPUCRS, Empreendedorismo e Sucessão, o único doEstado. A proposta é preparar os universitários acriarem oportunidades de trabalho, exercerem auto-nomia nas empresas e darem continuidade ou ino-varem nos negócios familiares. “As pessoas precisamter mais preocupação em oferecer as suas compe-tências”, salienta Sérgio Gusmão, coordenador doDepartamento de Administração de Empresas daFaculdade de Administração, Contabilidade e Econo-mia (FACE). Ingressaram 60 alunos no turno damanhã.

O curso foi planejado depois de uma pesquisafeita pela FACE em 2000 com empresários, executi-vos e estudantes. Ao responderem sobre as expecta-tivas em relação ao profissional egresso da Univer-sidade, a capacidade empreendedora esteve entre asprincipais características apontadas. Como no Esta-do há muitas empresas familiares, a comissão orga-nizadora decidiu incluir como público-alvo os suces-sores.

Currículo diferenciadoA estrutura curricular é inovadora e segue a

lógica de elaboração de um plano de negóciossegundo exigem os agentes financiadores nacionaise internacionais. Cada semestre, no total de oito,refere-se a um tema específico, tratado em discipli-nas relacionadas entre si. Nos dois primeiros níveis,os estudantes recebem embasamento na doutrina daAdministração. Depois, sucessivamente, as matériassão relacionadas a mercado, estratégia, legislação,operações, recursos humanos, sucessão familiar esociedade. As atividades culminam com um projetodefinitivo, elaborado nos dois últimos semestres.

Quanto à metodologia, o curso proporciona quea busca de aprendizagem não se restrinja à sala deaula. A avaliação também diferirá dos cursos tradi-cionais. O conhecimento será medido ao longo dosemestre e não apenas por provas.

SEGUINDO OS PASSOSDE AJ RENNER

Luíza Baptista Renner, 18 anos, aluna do 2ºsemestre de Administração de Empresas da PUCRS,interessou-se pelo enfoque em Empreendedorismoe Sucessão. Passou no vestibular e pretende con-cluir os dois cursos com o objetivo de estar prepa-rada para atuar nas empresas da família. Luíza ébisneta de Anton Jacob (AJ) Renner, um dos em-preendedores de origem alemã que deram impulsoà indústria do Rio Grande do Sul a partir do finaldo século 19. Em 1911, AJ Renner montou umafábrica de capas de chuva em São Sebastião doCaí. Cinco anos mais tarde, transferiu-se para aCapital, dando origem ao complexo industrial datecelagem Renner. Hoje o pai de Luíza é um dossócios do banco AJ Renner, do shopping DC Nave-gantes e da indústria têxtil ARV.

Estrangeiros fazem estágiona PUCRS

Três estudantes estrangeirosrealizaram estágios na Universida-de no segundo semestre de 2001.O exercício foi viabilizado por meioda Assessoria de Assuntos Interna-cionais e Interinstitucionais (AAII)/PUCRS e da International Associa-tion for Exchange of Students ofTechnical Experiences (Iaeste), or-ganização internacional que opor-tuniza treinamento prático, em maisde 80 países, para universitários deáreas técnicas. Os acadêmicos re-tornaram para casa nas festas definal de ano afirmando que a expe-riência foi positiva e gostariam deretornar. Quando um aluno estran-geiro estagia na Universidade, abre-se uma vaga para um aluno daPUCRS aperfeiçoar-se no exterior.

O alemão Andreas Rauwolf, da Universidade deStuttgart, trabalhou nos Laboratórios Especializadosem Eletroeletrônica (Labelo). Ele desenvolveu um ge-rador de pulsos e um amplificador de potências paraensaios em medidores de energia elétrica. O iugoslavoNebojsa Atanackovick, da Universidade de Ulm, esta-giou no Laboratório de Engenharia Biomédica doInstituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas (IPCT),produzindo um controlador de unidade e temperaturapara a proteção de equipamentos hospitalares. Karl

COMITÊ ATUA NO FÓRUM SOCIAL MUNDIALEstudantes de diferentes cursos

da PUCRS formaram um comitê parao II Fórum Social Mundial. Ligadoao Comitê da Juventude do evento,os 15 integrantes organizaram a par-ticipação dos universitários em ofi-cinas e painéis durante os dias 31de janeiro e 5 de fevereiro. Segun-do um dos coordenadores do grupo,Maurício Bondan, a intenção é con-tinuar as atividades o ano todo,promovendo discussões sobre os te-mas referentes ao Fórum. “O comitêestá aberto para quem quiser parti-cipar, sem limite de integrantes”,convida o estudante de Direito. Osinteressados podem entrar em con-tato pelos telefones (51) 9806-3030e 9947-0036.

Alexander Tröger, da Universidade de RWTH Aachen(Alemanha), também atuou junto ao IPCT. Ele aplicouseus conhecimentos num projeto de eficiência energé-tica junto à Sitel/Corsan, num sistema de eletrobom-bas.

A AAII auxilia na preparação do estudante desde oseu país de origem, cuidando do alojamento, adaptaçãocultural, aprimoramento lingüístico, etc., além do acom-panhamento do aprendizado prático. Informações pelotelefone (51) 3320-3660 ou [email protected].

Na matrícula: Luíza é bisneta de empreendedor

Karl (esq.), Andreas e Nebojsa pretendem retornar à PUCRS

Grupo auxiliou a participação de universitários no evento

Desperdício de energia écombatido em laboratório

19

Gastos menorescom energia elétricapara os usuários e maiseficiência energética.Esse é o objetivo dostrabalhos desenvolvidosno Laboratório de Pes-quisa e Desenvolvimen-to da AES Sul, implan-tado no prédio 30 doCampus no final do anopassado, por meio deuma parceria entre oDepartamento de Enge-nharia Elétrica daPUCRS e a concessio-nária. Oito alunos demestrado, cinco profes-sores e seis estudantesde iniciação científica(das faculdades de En-genharia, Informática eArquitetura e Urbanis-mo) da Universidadedesenvolvem no localo projeto Gestão de Energia em Programas Anuais deCombate ao Desperdício e de Promoção do Uso Racionalde Energia.

A AES Sul, cumprindo determinação da Agência Na-cional de Energia Elétrica (Aneel), aplica, anualmente,1% de sua receita operacional líquida em pesquisas e nodesenvolvimento do setor elétrico. São mais de 25 proje-tos realizados pela concessionária desde 1998 visando amelhorar a eficácia do uso de energia. Dispondo de da-dos como quantidade e perfil dos clientes, característi-cas das áreas de concessão e dos programas desenvolvi-dos, o papel da equipe do laboratório é avaliar o impac-to de cada um. São levados em conta qualidade, eficiên-cia e possibilidade de expansão. A partir dos resultadosdas análises, que serão apresentados à Aneel em outubrodeste ano, a AES Sul planejará as próximas ações aserem desenvolvidas.

Centro de excelênciaO primeiro objeto de estudo, ainda em andamento, é o

de avaliar o impacto e o potencial de expansão do projetorelativo a uma campanha de subsídio de venda de lâmpadascompactas (que gastam menos energia elétrica sem prejuí-zo na iluminação) para clientes de baixa renda da conces-sionária residentes em Canoas. Junto com a conta de luz,esses usuários recebiam bônus de desconto na compra des-sas lâmpadas em alguns estabelecimentos da cidade.

“Os benefícios da parceria para a PUCRS dizem respeitoprincipalmente à capacitação e ao know how na área. AUniversidade passa a ser um centro de excelência em estu-dos sobre o combate ao desperdício de energia”, afirma oprofessor José Wagner Kaehler, coordenador do laboratório.Ele destaca que oito dissertações de mestrado de alunos daUniversidade e 19 de funcionários da AES Sul estão sendofeitas a partir dos trabalhos desenvolvidos no local.

Parceria busca soluções tecnológicasFuncionários de pequenas e médias empresas de de-

senvolvimento de sistemas de informação ligadas àAssociação de Empresas Brasileiras de Tecnologia da In-formação, Software e Informática-RS (Assespro-RS) po-dem atualizar e aprimorar seus conhecimentos de infor-mática por meio de cursos promovidos pela PUCRS. Emdezembro, a Faculdade de Informática e a Assespro-RSfirmaram parceria.

A Assespro identifica as carências das organizações

associadas e a PUCRS, utilizando-se de sua infra-estrutu-ra e da qualificação dos seus docentes e pesquisadores,desenvolve cursos abordando os assuntos demandados.Também faz parte do acordo a busca de soluções tecno-lógicas. Se uma empresa tem uma aplicação que deman-da tecnologia de ponta, os pesquisadores da Faculdadede Informática, em parceria com a empresa, trabalhamno desenvolvimento de soluções inovadoras para suprir anecessidade detectada.

PUCRS e AES Sul planejam melhorar a eficácia do uso de energia elétrica

26

Alunos da PUCRSAlunos da Biociênciaaprendem na prática

Mata Atlântica, sol e mar.Este cenário atraente é um doslocais de trabalho da equipe doProjeto Biodiversidade, desenvol-vido anualmente pelo Centro deEstudos Acadêmicos de Biologia(Ceab). O projeto divide-se emcinco linhas de pesquisa, coorde-nadas por professores. Numa dasetapas do trabalho, 28 alunosviajaram para Pontal do Sul (Pa-raná) acompanhados pelos pes-quisadores. Durante quatro dias,os estudantes aprenderam a fazercoletas e, em laboratórios monta-dos, realizaram a análise do quefoi recolhido.

No terceiro ano do projeto,os estudos envolveram insetos, in-vertebrados marinhos (moluscos,estrela-do-mar, pepino-do-mar),caranguejos, bromélias e ecolo-gia, em que são pesquisadas to-das as características de uma área,como fauna e flora. O trabalho é

O interesse pelo princípio da dignidade da pes-soa humana levou três alunas de Direito a realizaruma pesquisa que demonstra o quanto esse princí-pio é utilizado nas decisões judiciais. O resultadoagradou aos pesquisadores e recebeu a nota máximadurante o II Salão de Iniciação Científica da PUCRS.O material foi publicado no CD-Rom do evento etambém no livro do IV Salão e Feira de IniciaçãoCientífica da Unilasalle, onde o trabalho foi apre-sentado.

Deise Anne Herold, Maria Cristina Perez e SelmaPetterle são bolsistas do núcleo de pesquisa doPrograma de Pós-Graduação em Direito e foram ori-entadas pelo professor Ingo Sarlet. Para a pesquisa,foram analisadas 255 decisões judiciais que utiliza-vam o princípio da dignidade da pessoa humana. Asuniversitárias constataram que as áreas que mais sebaseiam no texto nas decisões são direito civil (49%)e direito penal (21%).

Acadêmicos interessados em participar do nú-cleo de pesquisa devem procurar a pós-graduaçãoda Faculdade de Direito, sala 1035 do prédio 11.Informações pelo telefone (51) 3320-3537.

DESTAQUE NO SALÃO DEINICIAÇÃO CIENTÍFICA

Em ação: estudosforam realizados em

Pontal do Sul

uma atividade de extensão universi-tária do qual podem participar aca-dêmicos de qualquer semestre. Osinteressados inscrevem-se e passam

por um processo seletivo. Outras in-formações pelo telefone (51) 3320-3500, ramal 4063, e na sala 144 doprédio 12C.

A RELAÇÃO DASENFERMEIRAS COMA MORTE

A curiosidade sobre a reação dos enfermeiros fren-te à morte de um paciente motivou três alunas daFaculdade de Psicologia a desenvolver uma pesquisacom profissionais que passaram por essa experiência.Realizado em 1998, o estudo continua rendendo bonsresultados para as universitárias, que conquistaram,em 2001, o 2º lugar na categoria pesquisador júniordo III Prêmio da Sociedade Brasileira de PsicologiaHospitalar. O trabalho também venceu, em 1999, o 10ºPrêmio Estudante da Sociedade de Psicologia do RioGrande do Sul. Nas duas ocasiões, a recompensa foi apublicação de um artigo sobre a pesquisa nas revistasdas instituições.

Aline dos Santos, recém-formada, Fernanda Torrese Viviane Mania realizaram o estudo Sou enfermeira.Meu paciente morreu. E agora? no quarto semestre dafaculdade para a disciplina de Prática Supervisionadaem Aprendizagem e Desenvolvimento, orientadas pelaprofessora Terezinha Rech. Por meio de entrevistas comnove enfermeiras e três auxiliares de enfermagem, asalunas procuraram entender como elas lidavam com adoença e a morte no dia-a-dia.

Centro comunitário éexemplo para Psicologia

20 25

Uma rede de apoio a pessoas com problemas psíqui-cos tornou-se local de aula de estudantes da Faculdadede Psicologia. Há seis anos, a disciplina de PsicologiaComunitária acompanha o trabalho realizado no CentroComunitário de Saúde Mental Nossa Casa, em São Lou-renço do Sul. Considerado um modelo bem-sucedido ealternativo aos hospitais psiquiátricos, no último ano ocentro passou a ser uma das opções de estágio curricu-lar. “Lá os estudantes conhecem outras possibilidades detrabalho”, destaca Helena Scarparo, professora da disci-plina de Psicologia Comunitária.

A primeira experiência no local foi desenvolvida pelauniversitária Cristina Maranzana em 2001. Ela também éartista plástica e ensinou os pacientes a pintar e atrabalhar com argila. Os trabalhos foram expostos e ven-didos na Secretaria da Saúde da cidade. Cristina sentiu-se realizada por descobrir, através da arte, um poucomais sobre as características dos doentes. O Nossa Casa

é mantido pela prefeitura do município e por doações. Ométodo implantado diferencia-se pelo fato de não terinternações. Os pacientes mais graves passam o dia nocentro e à noite voltam para casa.

Dois estudantes da PUCRS venceram o II PrêmioLiterário Escritor Universitário, promovido pelo Cen-tro de Integração Empresa-Escola (CIEE-RS) e pela Aca-demia Rio-Grandense de Letras. Fabiana Freitas, alu-na do curso de Jornalismo, conquistou o primeiro lu-gar com o conto Relíquias do Tempo. Ela concorreucom outros 265 acadêmicos do Rio Grande do Sul, queescreveram sobre o tema A literatura na formação pro-fissional. Na segunda colocação ficou o estudante deTeologia Ezequiel Dal Pozzo, com a redação A Litera-tura na Formação Profissional. Os ganhadores foramagraciados com R$ 5mil e R$ 3 mil, respectivamente.A edição deste ano do prêmio, único no Estado nessegênero, homenageou o centenário do nascimento deMoysés Vellinho (1901-1980), historiador e editor darevista literária Província de São Pedro.

ACADÊMICOS CONQUISTAMPRÊMIO LITERÁRIO

A turma de Publicidade e Propaganda formada emjaneiro tem entre seus estudantes quatro premiados.Fernando Perottoni, Lúcio Regner, Pablo Bohrz e Regi-naldo Pujol Filho participaram do 3º Salão Gráfico Pro-mocional do Rio Grande do Sul, realizado em dezembro,paralelamente ao 27º Salão da Propaganda. Pujol Filhoconquistou Grand Prix e ouro com um case promocio-nal, além de três bronzes com um cartão de visitas,uma logomarca e uma peça promocional. O prêmio docartão de visitas foi dividido com o colega Pablo Bohrz.Na categoria dos cartazes, Regner conquistou duas pra-tas e Perottoni, um bronze. Regner concorreu aindacom um cartão de aniversário, que ficou com bronze.

A ex-aluna Paula Araújo também foi agraciada. Elaentrou na competição com o convite de formatura dasua turma (julho/2001) e recebeu ouro, Grand Prix eGrand Prix Top. A peça era um baralho e cada carta repre-sentava um formando. Os vencedores são selecionados deacordo com a pontuação que os jurados dão para os tra-balhos. Os valores correspondem a bronze, prata, ouro eGrand Prix. O Grand Prix é entregue à peça que teve amaior pontuação com ouro e a premiação Top é dada aquem conquistou a nota mais alta do júri.

CRIATIVIDADERENDE PRÊMIOS

Estatuto desafiaplanejamento de cidadesDe

bate

s

Novas regras para uso do solourbano e a criação de instrumen-tos que regularizam áreas comofavelas em terrenos privados sãoalgumas das questões do Estatu-to da Cidade. A nova lei começoua ser debatida em 1983, massomente em julho de 2001 foiaprovada pelo Congresso Nacio-nal e sancionada pelo presidenteda República. Os municípios têmprazo de cinco anos para se adap-tarem. No Estado, atingirá 93 ci-dades. No Brasil, 25% dos 5.561municípios com menos de 20 milhabitantes terão que se adequar.Na PUCRS, a nova legislação vemsendo amplamente debatida emseminários, mesas-redondas eprincipalmente em sala de aula.

“O Estatuto é um modelo di-nâmico e pressupõe a negociaçãopermanente entre o ideal e opossível”, observa a professoraMaria Beatriz Duarte, do Departa-mento de Ciências Sociais. A do-cente Ana Cé, da Faculdade deArquitetura, defende a consolidação do plano dire-tor em cidades com menos de 20 mil habitantescom a presença de profissionais habilitados. “Semeles o projeto poderá tornar-se apenas um instru-mento político”, alerta.

Função social em destaqueO coordenador da Faculdade de Engenharia Civil,

Felipe Viegas, acredita que a função social da propri-edade é o mais importante. “O Estatuto da Cidaderegulariza áreas como favelas e loteamentos clandes-tinos, legitima a população urbana e faz com quepavimentação de ruas e serviços de energia e sanea-mento cheguem a pessoas de baixa renda”, analisa.

Na opinião do coordenador do Mestrado emDireito, Juarez Freitas, representa um passo valiosoem relação à gestão democrática da cidade e àsubordinação da propriedade a fins sociais. “Serãoexigidas audiências públicas para a aprovação doorçamento em sintonia com o que também dispõe alei de responsabilidade fiscal”, diz.

Hoje em Porto Alegre existem 210 mil pessoasvivendo irregularmente – 20% da população. “Ogrande desafio dos prefeitos será produzir e ofertarterras legalizadas não só para pessoas de baixarenda mas também as de classe média”, prevê AnaSoster, professora da Faculdade de Geografia daUniversidade.

SOCIÓLOGA DIZ QUENOVA LEI É UTOPIA

A socióloga Barbara Freitag Rouanet é professoratitular no Departamento de Sociologia da Universidadede Brasília. Palestrante do seminário Estatuto da Cidade– visões interdisciplinares e cidadania, promovido peloPós-Graduação em Ciências Sociais da PUCRS, ela cha-mou atenção para a utopia contida na nova lei. “Poderávirar um projeto demagógico se não contar com a boavontade dos administradores”, diz.

Qual a sua opinião sobre o Estatuto da Cidade?Tem aspectos positivos, como o direito ao solo, a

habitação e a participação popular. Introduz uma di-mensão democrática que as outras utopias urbanas nãotiveram. A utopia urbana foi sempre baseada na con-cepção da sociedade ideal, imaginada por Platão.

Qual é a grande utopia contida no Estatuto?A de uma sociedade democrática, sem classes, que

dá direito à terra e a um teto. No Brasil, a sociedaderevela os maiores extremos de desigualdade social. Pro-meter é uma coisa, realizar é outra. A qualidade dosgestores urbanos e a pressão dos grupos organizadosda sociedade definirá seu maior ou menor êxito.

Como os centros urbanos ajudam a construir a cidadania?Assim como a escola ou a universidade são insti-

tuições sociais que nos formam para a vida e o traba-lho, os centros urbanos também podem ser considera-dos como agentes de socialização e aperfeiçoamentodos indivíduos. A cidade nos ensina a responsabilidadede sermos cidadãos e moradores dignos de um comple-xo demográfico.

Favelaspoderão serbeneficiadaspeloEstatuto daCidade

Cristina ensinoupacientes a

trabalhar com argila

Fabiana (esq.) e Ezequiel

21

Doutorado em Arqueologiaé unico com apoio do CNPqEm Foco

Os resquícios das civilizações que habita-ram a região do Rio da Prata, entre o Uruguaie a Argentina, compõem a linha de pesquisado primeiro Doutorado Internacional em Ar-queologia do Brasil, realizado pelo Programade Pós-Graduação em História da PUCRS. Lan-çado em agosto de 2001, o curso destacou-seem relação a outras faculdades brasileiras erecebeu do CNPq o financiamento para dezbolsas de doutorado – a instituição libera, emmédia, três bolsas. Para Arno Kern, coordena-dor do curso, a tradição da Universidade com30 anos de pesquisa na área e a infra-estrutu-ra qualificada montada no Museu de Ciências eTecnologia foram decisivas.

Mão-de-obra valorizadaA escassez de profissionais especializados

nessa área no Rio Grande do Sul – apenas cincotêm doutorado -, mostra a demanda pelo curso,que conta com 15 alunos. A necessidade demão-de-obra aumentou principalmente comuma resolução do Conselho Nacional do MeioAmbiente de 1986. A decisão obriga realizarpesquisa arqueológica em áreas onde serão fei-tas obras que causam impacto ambiental, comousinas, gasodutos, estradas e ferrovias, evitandoassim a destruição de sítios arqueológicos.

Por ser um doutorado internacional, o cursoconta com profissionais da Argentina, da França,de Portugal e do Uruguai. Completam o corpo do-cente professores da PUCRS (Arno Kern e KlausHilbert), da Unisinos, de Rio Grande, de São Pauloe do Rio de Janeiro. A linha de pesquisa Socieda-de, cultura material e povoamento busca recons-truir a história do Rio da Prata por meio da culturamaterial. “Reconstituímos não só a tecnologia paraprodução dos materiais, mas o papel social doartefato na sociedade”, explica Kern. O projetotem duração de quatro anos, quando haverá a pos-sibilidade de abrir uma nova turma.

Alunosestudam

resquíciosde

civilização

Famecos integra projeto da AppleA PUCRS, por meio da Faculdade de

Comunicação Social (Famecos), é umadas quatro universidades brasileiras e aúnica do Estado selecionada a participardo projeto educacional desenvolvido pelaApple Computer Brasil. Além de aproxi-mar a comunidade acadêmica dos produ-tos criados por uma das maiores compa-nhias norte-americanas de informática, aApple pretende tornar a Universidade umcentro de treinamento. Nesse caso, osprofessores receberão capacitação e ma-terial didático para ministrar cursos naFamecos direcionados à comunidade aca-dêmica e externa.

O convênio, firmado no final do anode 2001, representa a preocupação daPUCRS em permitir que os alunosexperimentem na Instituição ferramentasde computação encontradas somente nomercado de trabalho. A tecnologia per-mite a edição de textos, áudio e vídeo,o tratamento digital de fotografias eweb design.

DoaçãoaoMuseu

A assi-natura doacordo foim a r c a d apela doaçãode três com-putadoresiMAC para oMuseu deCiências eTecnologia(MCT). Os aparelhos estão à disposição dos visitantesna área de equipamentos de comunicação. Segundo odiretor do MCT, Jeter Bertoletti, a idéia é oferecer nosmicros informações sobre a Famecos e sobre os apare-lhos expostos no local.

A ligação com a Apple não é recente, visto que um doslaboratórios de informática da Famecos é equipado comcomputadores Macintosh. Recentemente a companhia doouà faculdade aparelhos Airport, que dispensam fios e cabospara acessar a internet e a rede local da PUCRS.

Laboratórioda Famecosé equipado

comMacintosh

24

Formandas de Farmáciarealizam estágio na NasaAlunos da PUCRS

De 2 a 31 de janeiro, as acadêmicas Adriana Marc e Jani-ce Giongo, do último semestre do curso de Farmácia, experi-mentaram como é trabalhar no Johnson Space Center, nasede da Nasa em Houston (Estados Unidos). Por intermédioda professora Thaís Russomano, as estagiárias do Laborató-rio de Microgravidade da PUCRS receberam a proposta paraacompanhar os projetos do Laboratório de Farmacologia docentro de treinamento de astronautas norte-americano.

Elas ajudaram nos testes de estabilidade dos medi-camentos (para saber se a qualidade dos fármacos éalterada com a falta de gravidade), verificaram como é aabsorção dos remédios pelo organismo e participaram darevisão dos medicamentos levados pelos astronautas paracombater a doença de locomoção espacial. A moléstiaatinge 70% dos tripulantes nos primeiros dias de missão

aeroespacial. “Além da experiência profissional, a gentecresce como pessoa”, avalia Janice. Os estudos desen-volvidos na viagem impulsionam as pesquisas brasileirasna área de Farmacologia Espacial, além de serem usadosnos trabalhos de conclusão de curso das estudantes.

Para o colega do Laboratório de Microgravidade, FelipeFalcão, o destino foi a Europa. Nos meses de janeiro e fe-vereiro, o aluno de Engenharia Mecatrônica participou depesquisas no Departamento de Medicina Aeroespacial doKing´s College London (Inglaterra) e no Instituto de Me-dicina Aeroespacial da Agência Espacial Alemã, em Colô-nia (Alemanha). Durante a viagem, Falcão buscou informa-ções para a construção da primeira câmara de pressão ne-gativa da PUCRS, equipamento que simula os efeitos doretorno de um astronauta à Terra.

CENTRO ACADÊMICO PREMIA OS MELHORESPelo terceiro ano consecutivo, o Centro Acadê-

mico Visconde de Mauá (CAVM) organizou o PrêmioAcadêmico CAVM para incentivar o desempenho es-colar dos estudantes. Dos 4.500 alunos dos cursosde Administração de Empresas, Análise de Sistemas,Contabilidade e Economia, o concurso selecionou os20 melhores de cada área. A avaliação foi feita le-vando em consideração o coeficiente de rendimento

(média das notas), o percentual de disciplinas con-cluídas e o número de disciplinas reprovadas. Os trêsprimeiros colocados receberam uma placa e os ou-tros 17 têm seus nomes divulgados na sede do Cen-tro Acadêmico, no prédio 50.

Os universitários do Campus Zona Norte partici-param pela primeira vez. O prêmio é organizado nofinal do ano e não necessita de inscrições.

Janice (esq.) e Adriana estudam como a gravidade afeta a ação dos medicamentos

22 23

Entr

evis

ta

A Pró-Reitora de Ensino de Graduação daPUCRS, Solange Medina Ketzer, fez todaa sua formação acadêmica pelaUniversidade. Bacharelou-se em Letrasem 1981 e seguiu com especialização emLiteratura Infanto-juvenil, mestrado emTeoria da Literatura e doutorado emEducação. A carreira de professorauniversitária começou em 1986 naFaculdade de Letras, onde cinco anosdepois assumiu a vice-direção por quaseuma década e a direção por 11 meses,até receber o convite para serpró-reitora a partir de 2000. É naturalde Porto Alegre, casada, 51 anos, mãe detrês filhos (um agrônomo, um geólogo eum jornalista) e avó de três netos.Apaixonada por literatura, é leitoravoraz de José Saramago,Umberto Eco, Marshall McLuhan e EdgarMorin, que a ajudou a definir novosprincípios de vida. “Discípula” dasnoções de complexidade propostas pelopensador francês, Solange diz que, ao lera sua obra, não se pode mais ver omundo de maneira linear e conformar-secom a simplificação das coisas. “A pessoase torna mais humana”, observa, aoconscientizar-se de que a compreensãodo mundo em sua totalidade está forado nosso alcance. Sobre como auniversidade prepara os alunos para estemundo, Solange fala nesta entrevista àRevista PUCRS Informação.

por MAGDA ACHUTTI

SOLANGE MEDINA KETZER

O ano começou com mudanças no vestibular e novoscursos. Há mais novidades previstas na graduação?

As novidades vêm adequar-se a uma necessidade brasilei-ra de expansão do ensino superior. Mais alunos concluem oEnsino Médio e chegam ao terceiro grau. A PUCRS pensou emcursos para responder a essa necessidade da sociedade, comoEngenharia de Computação, Nutrição e Psicopedagogia. Alémdisso, 2002 prevê um grande esforço no sentido de capacita-ção do corpo docente, para atender às novas exigências dequalificação dos cursos. Abrimos 465 novas vagas, mas comqualidade. Isso é fundamental para a instituição.

Como a senhora avalia a qualidade do ensino superiorbrasileiro?

Há um esforço muito grande de buscar articulação entreensino, pesquisa e extensão. As grandes universidades que-rem ensinar à luz das modernas teorias, mas com espelha-mento na sociedade, o chamado caráter extensionista. Que-rem qualificar o corpo docente, o ensino e os gestores. Paraque nós ensinamos? Para o mundo do trabalho. O que eledemanda? Pessoas competentes tecnicamente e, muito maisdo que isso, voltadas a um mundo solidário, com uma visãohumanística. As grandes universidades são as que buscamessa competência, aliando a técnica a um sentido ético.

Qual o perfil desejado do graduando da PUCRS?O mundo do trabalho hoje exige formação diferente. A

PUCRS está se preparando para formar um profissional maisvoltado às exigências desse mundo. Espera-se que a formaçãoaqui não seja uma torre de marfim. Queremos que o nossoaluno consiga dialogar mais com a sociedade. Falar mais come não apenas sobre a sociedade. Que seja um profissionalcapaz de responder às novas competências exigidas. Este é ogrande desafio de todos nós a partir das reflexões feitas noPlanejamento Estratégico da Universidade.

O que o mercado de trabalho quer de um recém-formado?

Recentemente ouvi um dado que me surpreendeu duranteum estágio que fiz na Universidade de Ottawa (Canadá). Láeles têm uma grande preocupação com a empregabilidade deseus alunos. Fizeram uma pesquisa junto a empresários e afontes empregadoras para saber quais as questões mais im-portantes na formação de um profissional. Mais de 90% dis-

“Buscar apertinência édesafio daUniversidade”

seram que não era a competência técnica. Acima delaestava a capacidade de relacionamento interpessoal notrabalho, decisiva para o sucesso de qualquer setor. Aliara competência técnica à competência relacional constituiuma chave importante na formação acadêmica.

Como a PUCRS trabalha para desenvolver no alunoessa capacidade?

As mudanças curriculares, de certa forma, prevêemisso. Aí é preciso fazer referência a Darcy Ribeiro, grandearticulador da Lei de Diretrizes e Bases (LDB), uma leiantropológica, que tem no seu centro o homem. A LDBprevê um currículo flexível para uma boa formação. Osujeito tem a chance de escolha. Se estuda Direito, porexemplo, pode buscar nos cursos de Filosofia, Sociologia,Letras, uma formação extra. Vivemos um momento deextrema valorização das relações humanas. E essa consti-tui uma tarefa substantiva em todos os níveis de ensino.

Em que estágio estão as alterações curricularesnos cursos da PUCRS?

Há cursos que estão com as novas diretrizes estabele-cidas, alterando seus currículos, adaptando-os à nova rea-lidade do mercado e trabalhando com a idéia de flexibiliza-ção, de que o tempo de permanência do sujeito nas insti-tuições de ensino deve ser reduzido sem prejuízo da quali-dade. Existe chance de maior aproveitamento de curso paracurso. Se o aluno eventualmente não se adapta, ele tem achance de reopção interna. Já está ocorrendo, também, aredução da rede de requisitos. Por exemplo: caso o estudan-te seja reprovado numa disciplina, ele não terá tanta difi-culdade de se manter no curso. Nas licenciaturas será muitomaior o número de horas para a prática docente.

O Provão completou cinco anos. Como contribuiuno processo de avaliação interna?

É um expediente importante, por mais que, eventual-mente, tenha até deficiências. De certa forma nos ajudou arepensar processos. O Setor Didático-Pedagógico estudouem detalhes tal sistema de avaliação e seus critérios. Nossaestratégia é informar bem o aluno para ele não rejeitar oExame Nacional de Cursos (Provão) e desenvolver ações deretomada de algumas posições internas didático-pedagógi-cas. Além do Provão, que tenta identificar a competênciacognitiva dos alunos, há também as visitas do MEC paraavaliar as condições de oferta dos cursos, incluindo corpodocente, projeto pedagógico e infra-estrutura de apoio.

“Espera-se que a formação naPUCRS não seja uma torre de

marfim. Queremos que onosso aluno consiga dialogar

mais com a sociedade”

“É preciso ter eco entreaquilo que se ensina e o que

o sujeito vai precisar nomundo do trabalho”

A LDB sugere formas alternativas para substituir ovestibular. Qual a sua opinião?

Uma das formas seria a seleção ocorrer a partir dacompetência demonstrada pelo aluno nas escolas deEnsino Médio. Mas é preciso haver um grande diálogoentre as universidades e as escolas, definindo melhoros critérios. A escola poderá preocupar-se muito maisem o aluno sair bem pontuado, com o único objetivode colocá-lo para dentro da universidade, e não levartanto em consideração o caráter formativo, tambémfundamental. Acho esse assunto bem delicado. Estamosabertos para possíveis mudanças, inclusive há estudosem relação a isso. Mas sempre com cautela, mantendoo equilíbrio entre o histórico de uma seleção séria e apossibilidade de olhar para as novas propostas.

A universidade brasileira está num momento decrise ou atingiu a maturidade?

É muito difícil atingir a maturidade, em qualquerque seja a circunstância. O grande fator da crise é achamada busca da pertinência. É ter eco entre aquiloque se ensina e o que o sujeito vai precisar quandosair, no mundo do trabalho. O momento é de buscapor um crescimento controlado pela qualidade e quetenha demanda social. De que adianta abrir cursospara mero diletantismo? Não, os novos cursos precisamformar profissionais que ajudem a desenvolver suaregião, o Estado, o país, enfim. Que exista pertinênciaentre o que se ensina e aquilo de que a regiãoprecisa. E essa busca provocasérias mudanças no paradig-ma acadêmico legitimado

ao longo dahistória.