pÁgina central assessoria de comunicação social –...

48
PÁGINAS 6 A 9 informação Revista da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Assessoria de Comunicação Social – Ano XXIX Nº 129 – Maio-Junho/2006 Montagem de Marcos Colombo sobre foto de Nick Benjaminsz/stock.XCHNG Entrevista com Lamartine Pereira da Costa Entrevista com Lamartine Pereira da Costa PÁGINA CENTRAL PÁGINA CENTRAL União traz a excelência União traz a excelência Soluções oriundas da integração entre áreas são tendência da pesquisa na Universidade PÁGINAS 6 A 9 PÁGINA 23 PÁGINA 37 Tecnopuc será ampliado PÁGINA 23 Rua da Cultura integrará o Pólo Cultural PÁGINA 37

Upload: truonghanh

Post on 21-Nov-2018

226 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: PÁGINA CENTRAL Assessoria de Comunicação Social – …conteudo.pucrs.br/wp-content/uploads/sites/136/2018/03/pucrs_infor...A previsão de término da obra é fevereiro do próximo

PÁGINAS 6 A 9

informaçãoRevista da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do SulAssessoria de Comunicação Social – Ano XXIXNº 129 – Maio-Junho/2006

Mon

tage

m d

e M

arco

s Co

lombo

sob

re fo

to d

e Ni

ck B

enja

min

sz/s

tock

.XCH

NG

Entrevista comLamartine Pereirada Costa

Entrevista comLamartine Pereirada CostaPÁGINA CENTRALPÁGINA CENTRAL

União traz a excelênciaUnião traz a excelênciaSoluções oriundas da integração entre áreas são tendência da pesquisa na Universidade

PÁGINAS 6 A 9

PÁGINA 23

PÁGINA 37

Tecnopucserá ampliadoPÁGINA 23

Rua da Culturaintegrará oPólo CulturalPÁGINA 37

Page 2: PÁGINA CENTRAL Assessoria de Comunicação Social – …conteudo.pucrs.br/wp-content/uploads/sites/136/2018/03/pucrs_infor...A previsão de término da obra é fevereiro do próximo

24ENTREVISTA

45EU ESTUDEINA PUCRS

Atividade física no País é umfenômeno – LAMARTINEPEREIRA DA COSTA, professorda Universidade Gama Filho (RJ)é um dos mais reconhecidospesquisadores da área daEducação Física no País

37 CULTURA

2 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 129 – MAI-JUN/2006

NESTA EDIÇÃO

Paulo Afonso Feijó:gestão marcante

na Federasul

ReitorJoaquim ClotetVice-ReitorEvilázio Teixeira

Diretor-EditorLuiz Antônio Nikão Duarte

([email protected])Editora Executiva

Magda Achutti([email protected])

RepórteresAna Paula Acauan

([email protected])Bianca Garrido

([email protected])Carine Simas

([email protected])Eduardo Borba

([email protected])Greice Beckenkamp

([email protected])Mariana Vicili

([email protected])

EstagiáriasMariana Assis BrasilMarina Todeschini

FotógrafosGilson Oliveira

([email protected])Marcos Colombo

([email protected])

Arquivo FotográficoCléo Belicio

([email protected])

RevisãoJosé Renato

Schmaedecke([email protected])

CirculaçãoMirela Vieira

da Cunha Carvalho([email protected])

Relações PúblicasSandra Becker

([email protected])

DocumentaçãoLauro Dias

WebmasterRodrigo Ojeda

([email protected])Conselho Editorial

Ir. Elvo ClementeJorge Audy

Solange Medina KetzerImpressãoEpecê-Gráfica

Projeto Gráfico eEditoração Eletrônica

Pense Design([email protected])

PUCRS Informaçãoé editada pela Assessoriade Comunicação Social

da Pontifícia UniversidadeCatólica do Rio Grande do Sul

Avenida Ipiranga, 6681,Prédio 1, 5º andar

CEP 90619-900Porto Alegre – RS

Fone: (51) 3320-3500,ramais 4446 e 4338Fax: (51) [email protected]/revista

Tiragem: 45 mil exemplares

A PUCRS é uma Instituiçãofiliada à ABRUC

6 CAPA 13 Pelo Campus – Informática e Biblioteca terão novas instalações

14 Espaço do Leitor

15 Panorama – Reitores defendem globalização humanizada

10 Novidades Acadêmicas – Educação para a Paz é único na América Latina

11 Novidades Acadêmicas – Face inaugura Laboratório de Mercado de Capitais

12 Pesquisa – Famílias de emigrantes sofrem impactos

13 Pesquisa – Pimenta pode evitar doenças cardiovasculares

14 Pesquisa – Brasil não tem liberdade sindical

15 Radar – Gincana premia equipes vencedoras

16 Saúde – Fisioterapia faz bem no Lar Santo Antônio

17 Saúde – Centro oferece nutrição e fonoaudiologia

18 Saúde – Prematuros têm perda de função pulmonar

19 Ambiente – Projetos podem ajudar a reduzir o efeito estufa

20 Ciência – Coleção de peixes é referência internacional

21 Ciência – As possibilidades de uso do pinhão

22 Tecnologia – Laboratório permite personalização de documentos

23 Tecnologia – Tecnopuc será ampliado

26 Gente – Nunca é tarde para estudar

27 Memória – As marcas de Antoninho Gonzalez

28 Alunos da PUCRS

32 Lançamentos da Edipucrs

33 Mercado de Trabalho – Químico: curioso, multidisciplinar33 Mercado de Trabalho – e essencial à comunidade34 Debates – Pesquisa estimula reflexão sobre direitos das crianças

35 Bastidores – Estamos em obra, desculpe o transtorno

36 Cultura – Primeira turma de Cinema conclui o filme Placebo

38 Pelo Rio Grande – Sino das ruínas de São Miguel das Missões voltará a ecoar

39 Ação Comunitária – Projeto leva História a vilas de Porto Alegre

40 Sinopse

44 Perfil – O destemido Ir. Elvo Clemente

46 Social – Voluntárias auxiliam famílias de bebês hospitalizados

47 Opinião – Mario Quintana e a escrita diante da janela aberta47 Opinião – Vera Teixeira De Aguiar, professora do Programa47 Opinião – de Pós-Graduação da Faculdade de Letras

Pólo culturalprepara iníciodas atividades

Pólo culturalprepara iníciodas atividades

PUCRS investe naexcelência em pesquisa

PUCRS investe naexcelência em pesquisa

Page 3: PÁGINA CENTRAL Assessoria de Comunicação Social – …conteudo.pucrs.br/wp-content/uploads/sites/136/2018/03/pucrs_infor...A previsão de término da obra é fevereiro do próximo

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 129 – MAI-JUN/2006 3

PELO CAMPUS

Por Mariana Vicili

Depois de dividir suas ati-vidades entre os prédios

30 e 16, a Faculdade deInformática (Facin) terá um localpróprio a partir de 2007. Come-çou a ser construído o prédio 32,localizado próximo à AvenidaBento Gonçalves e ao Colégio Ma-rista Champagnat.

A edificação terá oito pavi-mentos, totalizando mais de 16mil metros quadrados. Além dassalas de aula, haverá laboratóriosespeciais, salas para professorese administração, espaços de pes-quisa, bar, área para o centroacadêmico, salas-auditório cominstalações diferenciadas para arealização de eventos, xerox e co-nexão com o prédio 30. Empresascomo Dell e HP, que desenvolvemprojetos com a Faculdade, terãolaboratórios em localização estra-tégica no térreo.

O diretor da Faculdade, pro-fessor Avelino Zorzo, acredita queo prédio, além de agrupar os cur-sos, criando uma identidade lo-cal, oferecerá melhores condiçõespara alunos, professores e fun-cionários e terá mais espaço paraa realização de novos projetoscom parceiros.

Serão beneficiados cerca de 1.200 alu-nos dos cursos de graduação (Ciência daComputação, Sistemas da Informação e En-genharia da Computação, este último em par-ceria com a Faculdade de Engenharia) e pós-graduação da Facin. A previsão de términoda obra é fevereiro do próximo ano.

A Biblioteca Central Irmão José Otão pas-sa por uma grande ampliação de sua estrutu-ra. Os 10 mil metros quadrados atuais, inau-gurados em 1978, serão transformados emconfortáveis e modernos 21 mil metros qua-drados. A conclusão está prevista para feve-reiro de 2008. No centro da estrutura existen-te, que está sendo reformada, será erguidauma torre de 14 andares, cujo terraço teráuma vista privilegiada do Campus. Com a

INFORMÁTICA e BIBLIOTECAterão novas instalações

nova estrutura e ampliação da quantidade devolumes oferecidos, ex-alunos também pode-rão cadastrar-se para retirar livros.

Na entrada haverá um espaço culturalpara a realização de eventos, um pequenoauditório multimídia, o memorial da Universi-dade, um cyber café e serviços, como de de-volução e empréstimo. Os materiais utilizadoscom menos freqüência serão armazenados noacervo histórico de forma mais condensada,num local protegido da ação da luz e comcontrole de temperatura.

O acervo dinâmico, cuja capacidade seráde aproximadamente um milhão de volumes,estará localizado no 2º e 3º andar. Livros, pe-riódicos e outros tipos de mídias estarão jun-tos, divididos por áreas de conhecimento. En-tre esses dois pavimentos será construído um

ambiente aconchegante para leitu-ra com sofás, revistas e jornais dodia. A idéia é que a biblioteca sejaum lugar não só para pesquisaacadêmica, mas onde os freqüen-tadores possam colocar as leiturasem dia e relaxar entre uma aula eoutra ou no intervalo do trabalho.

Coleções especiais e obras ra-ras terão andares próprios, comáreas em que pesquisadores e es-tagiários possam interagir. Compu-tadores estarão distribuídos portoda a área de leitura com acessoao catálogo da biblioteca e inter-net. Alguns locais também serãopontos de acesso wi-fi, onde pode-rão ser utilizados laptops comacesso à internet sem fio.

Três pisos estarão destinadosa um estudo mais individualizado.Serão áreas tranqüilas, equipadascom mesas e computadores. Estu-da-se a idéia de disponibilizar car-rinhos com chave, onde os usuá-rios poderão guardar seus livros etransportá-los para o local que es-tiver disponível, sem a necessida-de de levar o material para casa.

Segundo o diretor da Bibliote-ca Central, professor César Augus-to Mazzillo, além do ambiente mo-derno com iluminação, ventilaçãoe espaços adequados, a bibliote-

ca contará com novos serviços, visando, cadavez mais, a autonomia do usuário. Den-tre essas facilidades está a instalação dosoftware Metalib, uma ferramenta de buscaque elimina redundâncias, procura textos in-tegrais ou apenas referências, inclusive emdiversas bases de dados ao mesmo tempo,entre outras vantagens. Pretende-se tambémdisponibilizar o repositório de artigos, tesese dissertações em formato digital, uma ten-dência em bibliotecas de todo o mundo. “Pe-dimos a compreensão e colaboração de to-dos, já que passaremos por um ano de mu-danças e dificuldades por causa da obra.Entretanto, temos a certeza de que são mu-danças para algo muito melhor, que trarábenefícios importantes em breve”, adiantaMazzillo.

Prédio 32: oito pavimentos e 16 mil m2

Biblioteca: torre de 14 andares e 21 mil m2

Projetos: Santini e Rocha Arquitetos

Page 4: PÁGINA CENTRAL Assessoria de Comunicação Social – …conteudo.pucrs.br/wp-content/uploads/sites/136/2018/03/pucrs_infor...A previsão de término da obra é fevereiro do próximo

Lendo o último número da revista,gostei muito do destaque dado ao tra-balho do Instituto de Cultura Musical. Areportagem é merecida, pelo trabalhoreconhecido por tantos, com razão. Diri-jo-me a vocês, pois trabalhei na PUCRSpor 30 anos, sendo 25 no Instituto deCultura Musical. De 1985 a 2000 fui re-gente assistente do Coral e atuei, por13 anos, nos Concertos ComunitáriosZaffari. Tenho uma produção significati-va e estou certa de que meus concertose atuações dentro da Universidade con-tribuíram igualmente para que o Coralchegasse aos 50 anos. Na própria ma-téria, há uma ópera citada que foi regi-da por mim (Cavalleria Rusticana), oque me valeu uma láurea da ONU porter sido a primeira mulher a reger umaópera na América do Sul. Também fun-dei o Coral da TotalIdade em 14 de mar-ço de 2001 e o regi até agosto de 2005.

Gilia GerlingPorto Alegre/RS

Agradeço a gentileza do envio da re-vista PUCRS Informação para a direto-ria de planejamento da Universidade deFortaleza. Uma revista para ser lida erelida.

Parabéns!

Prof. Lourenco H. P. ReinaldoFortaleza/CE

Sou professora e moro em Chapecó(SC). Li sobre as pesquisas realizadas peloprofessor Jefferson Braga Silva com célu-las-tronco e fiquei muito interessada noassunto. Sou paraplégica há alguns anos egostaria de saber mais sobre o assunto,sobre uma possibilidade de ser parte daexperiência ou simplesmente conversarsobre o meu caso. Penso que sou um casoa estudar e tenho disposição para isso.

Leila Cláudia TosiChapecó/SC

Contato com o Dr. JeffersonBraga da Silva, especialista em mi-crocirurgia que desenvolve pesqui-sas e tratamentos usando células-tronco, pode ser feito no CentroClínico da PUCRS, Av. Ipiranga,6690, sala 216, Porto Alegre, fone(51) 3320-5040. O e-mail dele é[email protected].

Quero cumprimentar os responsá-veis pela PUCRS Informação pelo belotrabalho e agradecer a atenção do envio.

Mons. Jamil Nassif AbibPiracicaba/SP

Sou professor do Centro de EnsinoSuperior de Arcoverde (PE), área de Le-tras e atualmente mestrando, na UFPE.Acabo de receber a PUCRS Informação

ESPAÇO DO LEITOR

4 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 129 – MAI-JUN/2005

ESCREVA PARAA REDAÇÃO:

Av. Ipiranga, 6681Prédio 1 – 5º andar

CEP 90619-900Porto Alegre – RS

E-mail: [email protected]: (51) 3320-3500,

ramais 4446 e 4338Fax: (51) 3320-3603

(março/abril). Sempre uma boa leitura,recheada de importantes notícias paratodos nós. Parabéns! Por gentileza, in-cluam o nome da professora CínthiaGalindo na lista de recebedores desteperiódico. Ela ficará muito feliz.

Carlos Alberto de Assis CavalcantiVenturosa/PE

Estava acompanhando minha mãenuma cirurgia no Hospital São Lucas etive a oportunidade de ler a revista devocês na sala de espera. Gostei muitopor ser bem diversificada. Gostaria desaber se é possível assiná-la ou se elaé distribuída somente nas Faculdades.

Raquel GislerPorto Alegre/RS

Gostaria de receber a publicação.Como posso conseguir? Sou ex-aluna daPUCRS e infelizmente não tenho maisacesso à revista. Lê-la na internet não éa mesma coisa. Existe algum tipo deassinatura ou outra forma de eu rece-bê-la?

Ana Carolina MeloPorto Alegre/RS

Adoro ler a revista PUCRS Informa-ção. Fiquei sabendo da existência delapor meio de um exemplar que li no Hos-pital São Lucas. Os assuntos são atuaise bastante interessantes. Não sou alunada Universidade, gostaria de saber sehá alguma maneira de eu receber osexemplares.

Michelle MoraesPorto Alegre/RS

N.R.: O conteúdo da revistaPUCRS Informação está disponívelno site www.pucrs.br/revista, naíntegra, e em formato PDF. A agen-da semanal de eventos da Uni-versidade e outras notícias tambémpodem ser acessadas nos ende-reços www.pucrs.br/boletim ewww.pucrs.br/imprensa.

Page 5: PÁGINA CENTRAL Assessoria de Comunicação Social – …conteudo.pucrs.br/wp-content/uploads/sites/136/2018/03/pucrs_infor...A previsão de término da obra é fevereiro do próximo

PANORAMA

Reitores defendemGLOBALIZAÇÃO HUMANIZADAOs desafios e as possibilidades

da educação superior católicanum mundo globalizado foram

alvos de reflexões na PUCRS, em abril. Oencontro organizado pela Federação In-ternacional de Universidades Católicas(FIUC) teve como tema De Roma a PortoAlegre 2002-2006 – Educação SuperiorCatólica e Globalização na América La-tina. O objetivo foi aprofundar um debateiniciado há quatro anos no Vaticano,destacando as implicações da mundiali-zação principalmente para as nações latino-americanas.

Ao final do evento, o reitor Sergio TorresPinto, da Universidade Católica Cardeal RaúlSilva Henríquez, do Chile, apresentou uma sín-tese das discussões. Unificando as conclu-sões, sobressai-se uma contribuição necessá-ria e fundamental das instituições de ensinosuperior católicas da América Latina para asociedade: humanizar a glo-balização. “Estamos diantede uma possibilidade única:tentar saldar a brecha entreas enormes necessidades hu-manas e as capacidades ci-entíficas e técnicas. Mas re-solver estes problemas é umaquestão ética”, disse Pinto.

O Reitor da PUCRS, Joa-quim Clotet, afirmou que oevento pode ser sintetizado em uma palavra:“desafio”. Propôs que as instituições iniciemou aperfeiçoem atividades de solidariedadecom os alunos. “Os estudantes das universi-dades católicas têm que sair com dois diplo-mas: um profissional e outro de cidadão enga-jado com a justiça”. Destacou ainda a neces-sidade de humanizar a globalização da fé. “Seindividualmente os professores não precisamter um compromisso com a fécatólica, institucionalmente elesdevem ter”, ponderou Clotet.

Na conferência inaugural, oassessor acadêmico da RedeGlobal de Universidades paraInovação, o cubano FranciscoLópez Segrera, disse que a uni-versidade deve abrir caminhospara o mundo ser não apenas

mais sábio, mas também mais justo. “Vive-mos o momento de reinventar a universidade,adequando-a à sociedade do conhecimento,como uma instituição inovadora”. Segundo Se-grera, atualmente o modelo privado tradicionalde ensino superior (próprio da universidadecatólica), que considera a educação um valorespiritual e social, é substituído pelo modeloempresarial que visa o lucro, considerando a

educação superior comomercadoria em vez de umbem público. Segrera defendea cooperação entre as uni-versidades de países desen-volvidos e em desenvolvi-mento e que as tecnologiasda informação sejam usadaspara a integração.

O vice-presidente daFIUC para a América Latina,

Marino Martínez, lembrou o Papa João Paulo II:“a universidade católica está chamada a hu-manizar a globalização”. Chamou atençãopara a importância de ter como missão oevangelho e como característica a solidarieda-de. “Quando pensamos em humanismo, temosque pensar na formação dada aos alunos eprofessores. É preciso trabalhar pela dignida-de do ser humano”, completou.

No encontro de reitores naPUCRS também esteve clara apreocupação das universidadescatólicas em formar indivíduospreparados para enfrentar os pro-blemas de pobreza, corrupção,desigualdade social e descaso doEstado, comuns nos países lati-no-americanos. “Nossos alunosdevem optar pelos pobres, eles

têm que aprender a construir o barco ou,senão, deixá-lo afundar”, alertou o reitorda Universidade Católica Andrés Belo,da Venezuela, Luis Ugalde.

É papel fundamental das universi-dades católicas frear e reduzir os peri-gos da globalização que, para Ugalde,materializam-se nas guerras, na pobre-za e na destruição do meio ambiente.“Precisamos tentar converter as possi-bilidades e oportunidades de alguns empossibilidades e oportunidades para to-

dos, principalmente para os pobres”, defen-deu. Dentro desse contexto tornam-se indis-pensáveis questões básicas como saúde eeducação de qualidade, e o entendimento, porparte dos formadores de opiniões, como uni-versidades e Igreja Católica, de que aconteci-mentos do passado não interferem no hoje e nofuturo. “Temos que dar um salto qualitativopara nos tornarmos influentes”.

Abertura do encontro reuniu autoridades

Francisco Segrera

Luis Ugalde

PUCRS recebehomenagem

Jan Peters (esq.) e Joaquim Clotet

APUCRS recebeu do presidente daFIUC, Jan Peters, a medalha Ex CordeEcclesiae, de reconhecimento pelas ati-vidades desenvolvidas nas áreas de en-sino e pesquisa. Peters lembrou que aPUCRS é membro da FIUC desde 1955.Em 1960, a Universidade foi anfitriã daassembléia-geral da Federação. O ex-Reitor Norberto Rauch já foi membro doconselho da entidade e professores daInstituição têm uma importante partici-pação nos projetos de pesquisa da Fede-ração. “Durante estes dias de evento,também observamos o comprometimentodos membros da comunidade universitá-ria com a reunião”, declarou Peters.

Page 6: PÁGINA CENTRAL Assessoria de Comunicação Social – …conteudo.pucrs.br/wp-content/uploads/sites/136/2018/03/pucrs_infor...A previsão de término da obra é fevereiro do próximo

PUCRS investe na excPUCRS investe na excCAPA

6 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 129 – MAI-JUN/2006

Por Mariana Vicili

Apesquisa na Universidade tem papelfundamental no desenvolvimento daciência e, por conseqüência, no pro-

gresso social e econômico da sociedade. Seupapel é buscar, incansavelmente, respostasque facilitem esse processo. A PUCRS é refe-rência em muitas áreas na qual se destaca,sendo procurada por outras instituições de en-sino, pesquisadores e empresas interessadasem trabalhos conjuntos.

O Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação,Jorge Audy, enfatiza que a PUCRS tem buscadoum equilíbrio seletivo na área da pesquisa. “Vi-samos, por um lado, consolidar setores tradi-cionais e, ao mesmo tempo, incentivar o de-senvolvimento de novos, alinhados às políticaspúblicas”, explica. Para atender às diferentes evariadas necessidades, lembra que foram cria-dos os escritórios de Ética na Pesquisa e deTransferência de Tecnologia.

A professora Vera Strube de Lima, coorde-nadora de Pós-Graduação da Pró-Reitoria dePesquisa e Pós-Graduação, observa que atual-mente há uma forte tendência mundial de inte-gração entre as áreas de investigação. “Esteleque de olhares diferentes sobre um mesmoproblema é muito saudável e importante para apesquisa”, observa Vera. Na PUCRS a situação

não é diferente. Recentemente foi lançado oPrograma de Apoio à Integração entre Áreas,com o objetivo de estimular o desenvolvimentoda pesquisa em Ciências Humanas e em Ciên-cias Sociais Aplicadas, concedendo bolsas aosprojetos selecionados.

TOP EM MEDICAMENTOSMuitas pesquisas de ponta na

Universidade contam com a atuaçãode uma equipe multidisciplinar. NoCentro de Pesquisa em Biologia Mole-cular e Funcional (CPBMF), ligado aoInstituto de Pesquisas Biomédicas,atuam pesquisadores, estudantes demestrado, doutorado, pós-doutoradoe iniciação científica de Biociências,Farmácia e Odonto. O resultado é umgrupo que conquistou destaque noPaís em estudos voltados para o de-senvolvimento de medicamentos.

O coordenador do centro, profes-sor Diógenes Santos, aponta que oambiente e a estrutura da Universi-dade, principalmente do Parque Tec-nológico (Tecnopuc), facilitam o tra-balho do grupo. O centro é parceiro daempresa 4G Ltda Pesquisa e Desen-

volvimento, que viabiliza a entrada das des-cobertas no mercado. Juntos, desenvolveramaté agora oito fármacos. Os projetos sãocompartilhados, com verbas reinvestidas noCentro em equipamentos, cursos e bolsas. “APUCRS apostou na idéia que propusemos daparceria. Acredito que só se desenvolve tec-nologia quando há conhecimento, ciência portrás”, afirma.

A produção científica do CPBMF é invejá-vel: em 19 meses de funcionamento, forampublicados 40 artigos em revistas de desta-que internacional e há uma patente registra-da. Recentemente o grupo solucionou uma“charada” científica mundial: Por que o baci-lo (bactéria) que causa a tuberculose se tor-nou resistente à Isoniazida, droga mais usa-da, e até então mais eficiente no seu contro-le? Observaram que em alguns ela continua-va funcionando e em outros não. Com equi-pamentos especiais descobriram o motivo eagora trabalham no desenvolvimento de umamedicação mais eficiente e de produção ba-rata, a IQG-607. Em breve iniciarão os testestoxicológicos.

Alguns ex-integrantes do grupo agoraatuam em importantes centros de pesquisaestrangeiras, onde recebem bolsa.Santos: “Estrutura da Universidade facilita o trabalho”

Transformação: imagens tridimensionais de ressonância magnética

Foto: Divulgação

Page 7: PÁGINA CENTRAL Assessoria de Comunicação Social – …conteudo.pucrs.br/wp-content/uploads/sites/136/2018/03/pucrs_infor...A previsão de término da obra é fevereiro do próximo

celência em pesquisacelência em pesquisaIMAGENS MÉDICAS

Integração também é a palavra-chave doNúcleo de Pesquisa em Imagens Médicas(NIMed), que faz parte do Centro de Pesquisae Desenvolvimento em Física. Criado em2002, agrega participantes da Física, Infor-mática, Engenharia, Medicina e Odontologia.“Essa interdisciplinaridade faz com que todomundo tenha de entender um pouco de ou-tras áreas”, explica a coordenadora do NI-Med, professora Ana Maria Marques da Silva.

O núcleo realiza, dentro de várias linhas,pesquisas e desenvolvimento em aquisição,processamento, visualização, análise e simu-lação de imagens médicas. Busca maior qua-lidade de diagnóstico e melhorias no geren-ciamento das informações médicas obtidas.

Uma das atividades é criar ou aperfei-çoar métodos de aquisição das imagens deexames como ressonância magnética, porexemplo. Para tanto, contam com o apoio dehospitais de Porto Alegre onde alunos daPUCRS trabalham, aproveitando os equipa-mentos. Também desenvolvem metodologiasdo processamento dessas imagens e visuali-zações diferentes que não são proporciona-das pelos sistemas.

Outro tipo de estudo trabalha com teler-radiologia de baixo custo, envolvendo o Hos-pital São Lucas e a Universidade Federal de

Santa Maria. A idéia é validar um sistema quepermita enviar imagens de qualquer filme ra-diológico pela internet para diagnóstico médicoà distância. A técnica em si já existe, mas o de-safio é desenvolvê-la com baixo custo. O im-pacto social pode ser grande, possibilitandoque o médico possa fazer um diagnóstico desua própria casa ou consultório de um pacienteque está em outra cidade.

Outra área é a da medicina nuclear, quegera imagens bem diferentes, mais do fun-cionamento (fisiologia) da parte do corpo ob-servada do que da anatomia em si, como ocor-re nos outros casos. Pode-se perceber se umtecido ou órgão está funcionando adequada-mente. Com a ajuda de modelos matemáticos,simulam as situações no computador, determi-nando idade, sexo e outras características físi-cas dos modelos.

Parcerias com empresas instaladas no Tec-nopuc possibilitam trabalhos voltados às ne-cessidades do dia-a-dia.

A PARCERIA QUE DEU CERTONa Faculdade de Informática a parceria

universidade/empresa tem dado bons resulta-dos em investigações de ponta. O Centro dePesquisa em Alto Desempenho (CPAD) mantémconvênio com a HP Brasil, fato que, segundo ocoordenador do Centro, professor César de

As promissorascélulas-troncoNo campo da saúde, as pesquisas

com células-tronco na PUCRS têm tidoampla repercussão. O professor JeffersonBraga Silva, um dos pesquisadores envol-vidos, acredita que o fato de a Universida-de ter saído na frente de outras institui-ções nesse tipo de investigação ajudou.“Além disso, utilizamos uma célula-tron-co com potencial muito bom, retirada dopróprio paciente, que não causa rejeição,é de uso eticamente correto e mais barato,pois não necessita de estoque”, observa.

Na área cirúrgica, alguns procedi-mentos desenvolvidos estão se inserindono procedimento padrão, como cirurgiasdo nervo periférico, quelóide (cicatrizesgrandes) e calvície (regeneração capilar).Também há projetos na área da epilep-sia, cardiologia, AVC, entre outros, mui-tos ainda em fase experimental em ani-mais, como de paraplegia, fígado e mús-culo. Novidades ainda estão por vir. “Éum caminho sem fim. Recebemos cons-tantemente propostas de pesquisas dediversas áreas”, conta Jefferson.

Centro de Pesquisa em Alto Desempenho: parceria com a HP

Rose, contribui para que os trabalhos ali de-senvolvidos destaquem-se na Universidade.“Os projetos que desenvolvemos com a HP nosaproximam das necessidades do mercado, dosproblemas atuais, portanto os resultados sãomais palpáveis a médio prazo. Tivemos de nosadaptar, melhorar a gerência dos projetos, masmantemos as características universitárias.”

No Centro são realizados estudos que en-volvem softwares e hardwares para proces-samento de alto desempenho, utilizando vári-as máquinas interligadas por meio de redesde alta velocidade. Atualmente áreas como aQuímica, a Física e a Engenharia necessitamseqüenciar dados, calcular simulações, quesão facilitadas com esse tipo de processa-mento.

Recentemente foi desenvolvido um projetocom a Prefeitura de Porto Alegre, o Gerpav,onde criou-se uma aplicação de grade para agerência de pavimentos da cidade (cerca de 30mil segmentos de ruas). O Gerpav pode orientarinvestimentos em conservação e manutençãodos pavimentos, apontando áreas mais críticase otimizando a aplicação de recursos.

Page 8: PÁGINA CENTRAL Assessoria de Comunicação Social – …conteudo.pucrs.br/wp-content/uploads/sites/136/2018/03/pucrs_infor...A previsão de término da obra é fevereiro do próximo

CAPA

8 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 129 – MAI-JUN/2006

Um papelestratégico

Um setor considerado estratégico empesquisa que tem crescido nos últimosanos é o da Biologia Celular e Molecular.A vice-diretora da Faculdade de Biociên-cias, professora Clarice Alho, lembra queessa área tem aplicação em diversos se-tores, como na saúde, na conservaçãode patrimônio histórico, agricultura, entreoutros. “Há dez anos não tínhamos essepanorama. A PUCRS tem acompanhadoo crescimento desse campo em diferen-tes focos de atuação.Com as pesquisasestamos gerando conhecimento que nãohá em livros, e são passados dos pes-quisadores aos alunos de graduação emprimeira mão. Vão se formar com o quehá de mais novo”, diz.

As áreas de atuação são BiologiaMolecular e Biotecnologia; Biologia, Es-trutura e Metabolismo Celular; Genética,Genômica e Bioinformática e Imunologia,Parasitologia e Microbiologia.

TRADIÇÃO EM INTEGRARUma área tradicional em pes-

quisa na PUCRS, que está desen-volvendo trabalhos integrados comoutras Faculdades, é a do ServiçoSocial. Dentre seus variados par-ceiros dentro da Universidade es-tão a Medicina, a Engenharia, aPsicologia e a Química, além deconvênios com empresas, ministé-rios, governos, Unesco, FederaçãoInternacional de Universidades Ca-tólicas e outras instituições de en-sino superior.

Os núcleos de pesquisa possi-bilitam essa mescla de projetos. “Apesquisa é fundamental no ServiçoSocial. Realizamos estudos quebuscam transformar a realidade, com impactossociais, mantendo o compromisso com as mi-norias e problemáticas sociais atuais. Quere-mos que os dados desenvolvidos forneçam ele-mentos para serem aplicáveis”, afirma a coor-denadora do Programa de Pós-Graduação emServiço Social, professora Berenice Couto. Es-ses fatores, aliados à alta qualificação dospesquisadores, fazem das pesquisas da áreaumas das mais destacadas e ecléticas daPUCRS.

São abrangidas áreas como saúde e traba-lho, demandas e políticas sociais, cotidianida-de, políticas e economia social, violência, éticae direitos humanos e formação profissional emServiço Social.

TECNOLOGIAS ASSISTIVASA PUCRS tem importante atuação em pes-

quisa na área de tecnologias assistivas, quefacilitam as atividades diárias de deficientes fí-sicos e idosos. Boa parte envolve recursoscomputacionais, voltados para deficientes vi-suais e auditivos, para que não sejam excluí-dos da revolução tecnológica atual.

Um dos projetos que chama a atenção, en-tretanto, diz respeito à educação. Na Faculdadede Física há uma pesquisa que desenvolve eutiliza um laboratório didático para a inclusãode deficientes visuais em classes comuns.

Há quatro anos o trabalho é realizado emparceria com o Instituto Santa Luzia, em PortoAlegre, uma escola mista com crianças queapresentam deficiência visual, cegas e não-cegas. Lá os alunosmontam seus própriosexperimentos de físicacom madeira, simu-lando conteúdos daaula. “Surpreendi-meque os estudantescegos muitas vezesmostram mais inte-resse e curiosidadepara montar os expe-rimentos. É um mo-mento lúdico, que fazcom que eles se inte-ressem pela aula eaprendam com mais

facilidade”, observa o coordena-dor do projeto, professor JoãoBernardes da Rocha Filho.

A bolsista Camila dos Santossalienta a importância de desen-volver o trabalho tendo em menteque as crianças cegas têm senti-dos mais apurados, como a audi-ção e o tato, levando isso emconta na hora de elaborar os ex-perimentos para que possam uti-lizar essas habilidades.

Atualmente os acadêmicosda Faculdade de Física são pre-parados para atividades comoessas, para que possam utilizarfuturamente em sala aula.

ENERGIA SOLARAs pesquisas com energia solar na

PUCRS são referência. Prova disso é que,em 2004, foi fundado o primeiro Centro Bra-sileiro para o Desenvolvimento de EnergiaSolar Fotovoltaica (CB-Solar), instalado noNúcleo Técnológico de Energia Solar do Cen-tro de Pesquisa e Desenvolvimento em Físi-ca. O grupo também é diversificado, comrepresentantes da Física, Engenharia e Ma-temática.

Um dos coordenadores do núcleo, pro-fessor Adriano Moehlecke, acredita que a in-fra-estrutura ímpar na América Latina e osrecursos humanos são aspectos-chave parao destaque dos projetos. O mais importanterealizado no momento é a planta pré-indus-trial de fabricação de módulos fotovoltaicoseficientes (para a transformação de energiasolar em elétrica), realizado em parceria coma Petrobras, Eletrosul e CEEE por meio dainstalação de uma minifábrica dentro da Uni-versidade. Ao final, o processo e o produto

Pesquisas sobre energia solar são referência

Estudantes cegos aprendem com mais facilidade

Page 9: PÁGINA CENTRAL Assessoria de Comunicação Social – …conteudo.pucrs.br/wp-content/uploads/sites/136/2018/03/pucrs_infor...A previsão de término da obra é fevereiro do próximo

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 129 – MAI-JUN/2006 9

deverão ser entregues (200 módulos). Em2008 pretendem eletrificar com essa tecno-logia duas escolas públicas gaúchas isola-das da rede elétrica.

CONHECIMENTO RENOVADOAs pesquisas do Programa de Pós-Gra-

duação em Letras são consideradas tradicio-nais na Universidade, mas sempre com umtoque de inovação. Lingüística e Literaturasão as linhas, ambas fortes.

Na Literatura, destacam-se a do RioGrande do Sul, com seus dez acervos literá-rios de autores como Erico Verissimo e MarioQuintana. Foi criada uma metodologia quetem sido aperfeiçoada para a preservação,manutenção e possibilidades de uso das co-leções. A área de Literatura Infantil e Leituraé considerada excelência no País, procuradapor muitos doutores.

Na lingüística as áreas de pesquisa tra-tam da aquisição da linguagem e fonologia,como o projeto Varsul, junto com outrasuniversidades, que trabalham com a varia-ção da fala nos estados do Paraná, SantaCatarina e Rio Grande do Sul. A coordena-dora da Pós-Graduação, professora ReginaLamprecht, lembra que o destaque é o re-sultado de um trabalho de mais de 30anos, mas que está em constante evolu-ção, acompanhando o desenvolvimento dasociedade.

Recentemente foi instituído um novo eixode pesquisa inédito no Brasil, na área de es-crita criativa, comum em países como EUA,Canadá e Inglaterra. O eixo faz parte da áreade concentração em Teoria da Literatura. Aofinal do curso, em vez de uma dissertação, osalunos apresentarão uma obra literária comotrabalho de conclusão.

Outras consideradas tradicionais são aspesquisas em História, que contam com trêsimportantes centros de investigação: Centrode Pesquisas Históricas, da Imagem e doSom e o Centro de Estudos e Pesquisas Ar-queológicas.

Há grande diversidade de linhas de pes-quisa que possibilitam a investigação em vá-rias frentes, e pesquisadores de renome. Ocoordenador do Programa de Pós-Graduaçãoem História, professor Helder da Silveira, en-fatiza que se busca uma grande integraçãocom alunos da graduação e que essa trocaalimenta ambos os lados.

Na Filosofia, o corpo docente altamentequalificado é um dos segredos da excelên-cia em pesquisa na área, contando com

nomes como Donaldo Schüler, Ernildo Stein,Cláudio de Almeida, Zeljko Loparic e Reinhol-do Ullmann.

A produção científica é muito grande. Umexemplo é que a Coleção Filosofia, publicadapela Edipucrs, já tem mais de 200 volumes. Ocoordenador da pós-graduação, professorNythamar de Oliveira, lembra que a maioriados pesquisadores tem formação no exterior eartigos publicados internacionalmente.

A MARCA DA INOVAÇÃOAs pesquisas da Faculdade de Comunica-

ção Social podem ser consideradas uma mistu-ra entre o tradicional e o inovador. Elas são de-senvolvidas em duas grandes linhas, ambascom muita produção científica. Uma delas tratada relação entre as práticas sociopolíticas e asmídias e comunicação nas organizações, en-quanto a outra investiga sobre cultura e novastecnologias.

De acordo com o coordenador do Programade Pós-Graduação em Comunicação Social,professor Juremir Machado da Silva, o temaque tem atraído mais projetos para o programatem a ver com a segunda linha mencionada:como o cotidiano é influenciado pela mídia e as

novas tecnologias, principalmente pela inter-net. O campo é muito aberto. Relações sociais,tribais, namoros e amizades pela internet, efei-tos das novas tecnologias no jornalismo, entreoutros, são exemplos. “A comunicação hoje é ocentro das nossas vidas, estando presente emvários momentos, no trabalho, no lazer e no re-lacionamento com outras pessoas. Na atual‘sociedade da comunicação’, o que interessa éestar em contato, buscar novidades a cada dia,e as pesquisas levam isso em conta, porqueesse assunto toca diretamente na vida daspessoas”, destaca.

Quanto à internet, um dos temas que têmaparecido em pesquisa é o site de relaciona-mentos Orkut, que se propõe a auxiliar o usuá-rio a manter contato com os amigos e conhecerpessoas com interesses semelhantes.

As pesquisas sobre outros veículos de co-municação continuam, mais com relação aoconteúdo, por serem tecnologias mais conhe-cidas. “O diferencial das pesquisas na Fame-cos, e o que nos favorece, é a falta de precon-ceito com relação aos temas que compreen-de. Possibilitamos que cada ferramenta na co-municação seja interpretada”, enfatiza o co-ordenador.

Qualquer aluno degraduação pode partici-par de pesquisas, desdeo primeiro semestre, atu-ando como auxiliar eaprendiz na elaboraçãode projetos. Basta pro-curar professores queestejam realizando pes-quisas. O estudante podeser um bolsista de ini-ciação científica ou vo-luntário.

A mestranda emEducação JaquelineMaissiat, hoje pesquisa-dora voluntária de doisgrupos no Programa de Pós-Graduação emEducação, iniciou ainda na graduação comobolsista, no segundo semestre. Na épocaestudante de Multimeios e Informática Edu-cativa, foi convidada a fazer parte do grupode pesquisa Ensino e Formação de Profes-sores, onde continua atuando. “Devo meu

Jaqueline (dir.): de bolsista à mestranda

Iniciação Científica:o despertar para a pesquisa

ingresso no mestrado à Iniciação Científica.Como bolsista aprendi a elaborar projetos eter mais tranqüilidade para apresentá-los,fiz novos contatos e me aprofundei no con-teúdo visto em sala de aula. É um bom co-meço para quem quer seguir a vida acadê-mica”, conta.

Page 10: PÁGINA CENTRAL Assessoria de Comunicação Social – …conteudo.pucrs.br/wp-content/uploads/sites/136/2018/03/pucrs_infor...A previsão de término da obra é fevereiro do próximo

NOVIDADES ACADÊMICAS

10 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 129 – MAI-JUN/2006

ACUPUNTURA É TEMA DE CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO

APUCRS, por meio do Instituto deGeriatria e Gerontologia (IGG),será a primeira universidade

gaúcha a oferecer o curso de especiali-zação em Acupuntura. O diploma habili-tará os médicos a realizarem a prova detítulo de especialista, da Associação Mé-dica Brasileira, para atenderem por pla-nos de saúde. O Sistema Único de Saúdetambém exige a titulação. As inscriçõespara o curso estão abertas. As aulas se-rão teóricas e práticas, com atuação dosalunos no Ambulatório do IGG. Para rea-lizar a especialização, a PUCRS firmou convê-nio com o Centro de Estudos em Acupuntura(Cesac) do Rio Grande do Sul.

O curso tem a duração de dois anos. Aofinal, os médicos deverão elaborar uma mo-nografia, incluindo revisão bibliográfica, relato

de caso ou estudo clínico. A coordenação pe-dagógica da especialização cabe a Sílvio Har-res, especialista em Acupuntura e um dosfundadores da Sociedade Médica de Acupun-tura do RS, em 1988, e do Cesac. A mestreem Clínica Médica e especialista em Acupun-

tura Roberta Dalacorte é a coordenadora téc-nica. Mais informações sobre o curso pelo te-lefone (51) 3320-3000, ramal 2590, ou pelosite www.pucrs.br/igg/acupun.

EDUCAÇÃO PARA A PAZé único na América Latina

Ocurso de especialização em Educa-ção para a Paz, promovido pela

Faculdade de Educação, é pioneirona América Latina em nível de pós-gradua-ção. Dirige-se a profissionais e cientistas quebuscam a resolução dos conflitos por cami-nhos sem violência e sem armas. Destina-sea professores, agentes do terceiro setor, re-presentantes de instituições governamentaise não-governamentais, profissionais da saú-de, educação e assistência social e líderescomunitários. O perfil da primeira turma é va-riado, há professores, advogados e profissio-nais de artes e teatro. O curso começou emmarço e se estenderá até dezembro. Novaedição está prevista para 2007. A iniciativaconta com o apoio da organização não-gover-namental Educadores para a Paz, de PortoAlegre, fundada há quatro anos, e do Grupode Estudos de Paz, que reúne professores,alunos de pós e de graduação da PUCRS e detrês outras instituições.

A especialização oferece disciplinas comoFundamentos da Educação para a Paz, Dinâ-mica de Grupo e Oficinas da Paz, PrincípiosMetodológicos da Educação para a Paz, Reso-lução Não-Violenta de Conflitos, Educação emDireitos Humanos, Educação para o Desar-mamento e Educação Ambiental, entre outras.

O coordenador do curso, Pergentino Pivatto,destaca que a educação para a paz e preven-ção da violência é entendida como tarefamundial, exigência indiscutível e componenteimportante dos programas educativos.

A partir de 1945, constituiu-se uma ciên-cia para estudar a paz, a guerra e os conflitos– peace research – gerando uma série decentros de pesquisa em nível universitário e o

avanço dos estudos em diversas áreas dosaber e da profissão. “O debate sobre a pazalcançou amplitude democrática, sendo in-cluído em agendas públicas, provocando umamultiplicação de iniciativas, eventos e mani-festações”, diz Pivatto. A Assembléia Geraldas Nações Unidas declarou 2000 como oAno Internacional por uma Cultura de Paz e de2001-2010 como a Década Internacional parauma Cultura de Paz e Não-Violência para asCrianças do Mundo.

O Curso de Educação para a Paz procuraainda fomentar pesquisas e projetos na área.Os alunos devem elaborar um trabalho deconclusão que contemple um projeto de ação/educação para uma cultura de paz numa de-terminada situação e profissão. Outro objeti-vo é favorecer o surgimento de iniciativasprofissionais, educacionais, governamentaise sociais de prevenção da violência, além decontribuir para a implementação de políticaspúblicas.

Líderes mundiais: não à violência

MÉTODO RECONHECIDOA acupuntura é um método de trata-

mento que consiste em estimular pontosda pele, com a finalidade de obter efeitosterapêuticos específicos. Evidências ci-entíficas mostram que exerce importanteefeito analgésico e ação antiinflamatória.No campo da ação sistêmica e regulado-ra dos distúrbios funcionais internos,aparece como um processo inovador deprimeira escolha no tratamento de inú-meras doenças orgânicas. A acupunturaé uma especialidade médica reconhecidapelo Conselho Federal de Medicina, se-gundo a resolução nº 1.455 de 11/8/95.

As aulas serão teóricas e práticas

MAIS INFORMAÇÕESO ingresso no curso requer diploma de gradua-ção, em qualquer área. Mais informações: sitewww.pucrs.br/faced/pos, e-mail [email protected] ou telefone (51) 3320-3620.

Page 11: PÁGINA CENTRAL Assessoria de Comunicação Social – …conteudo.pucrs.br/wp-content/uploads/sites/136/2018/03/pucrs_infor...A previsão de término da obra é fevereiro do próximo

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 129 – MAI-JUN/2006 11

FACE inauguraLaboratório de

Mercado de Capitais

C omo funciona a Bolsa de Valores?Qual a melhor maneira de investirem ações e ser bem-sucedido nos

negócios? Para proporcionar maior conheci-mento na área financeira, a Faculdade de Ad-ministração, Contabilidade e Economia (Face)inaugura, em maio, o Laboratório de Mercadode Capitais. Será disponibilizado o que há demais avançado em análise de aplicação nomercado de ações. “O objetivo é capacitar umnúmero significativo de pessoas que enten-dam mais sobre o mundo financeiro e com-preendam que com pouco dinheiro é possívelrealizar uma boa poupança para o futuro”, ex-plica Leandro de Lemos, coordenador de Eco-nomia.

Após o surgimento da idéia e a constata-ção da necessidade de um laboratório, foramfeitas propostas a corretoras. No final das ne-gociações, a proposta vitoriosa foi a da XP In-vestimentos Assessoria Empresarial, cujo só-cio-diretor, Marcelo Maisonnave, é ex-alunoda Faculdade, “o que salienta o potencial doeconomista formado pela Universidade”, des-taca Lemos. Além de ministrar cursos e pales-tras no local, a empresa financiou a reforma eforneceu os equipamentos com o intuito de“divulgar as ações da empresa e o mercado decapitais no Estado, tornando-se referência nocenário gaúcho”, explica Maisonnave.

O projeto prevê atividades de marketingexterno e interno. Alunos da Instituição podemindicar jovens de Ensino Médio para obter

Equipamentosauxiliam na

comunicaçãoaeronáutica

Um novo recurso está tornan-do as aulas práticas dos es-tudantes da Faculdade de

Ciências Aeronáuticas mais próximasda realidade. No Laboratório de Co-municações Aeronáuticas, onde osalunos aprendem e praticam a fra-seologia padrão utilizada na aviação,foram instalados computadores commanches, similares aos utilizadospara pilotar aviões, e o programaFlight Simulator 2004, que permite asimulação de vôo.

A tecnologia é usada pelos alu-nos do 5º semestre, na disciplina Fra-seologia Aeronáutica em Simulador.Cada um ocupa um computador deonde se comunica com o professorresponsável pela disciplina. Segundoo diretor da Faculdade, professor Elo-nes Ribeiro, esse novo equipamentofaz com que o aluno exercite sua ha-bilidade na pilotagem da aeronave aomesmo tempo que treina a fraseolo-gia, em português e inglês, normal-mente utilizada no contato com osórgãos de Controle de Tráfego Aéreoe em anúncios de bordo. Também sãosimuladas situações de emergênciapara que o acadêmico saiba comoimprovisar em momentos de tensão,principalmente comunicando-se eminglês.

uma carteirinha de estudante júnior de Eco-nomia, garantindo a participação gratuita naprogramação do laboratório. “Dessa forma, osfuturos vestibulandos adquirem conhecimen-tos, entram em contato com o curso e podemvir a tê-lo como opção”, esclarece Lemos.Além disso, internamente começará a circularuma moeda chamada oikos, que será distri-buída a todos os graduandos de Economia deacordo com a freqüência e notas durante ossemestres. Com o valor ganho, será possíveladquirir cópias, lanches, descontos em livra-rias e outros benefícios em virtude da doaçãoe colaboração das empresas envolvidas. Como “dinheiro” é possível também “aplicar” noLaboratório de Mercado de Capitais. “Issoservirá como um diferencial no currículo casohaja sucesso nas aplicações”, enfatiza.

No laboratório é possível realizar aplica-ções de ações na Bolsa de Valores por meiode softwares que contêm valores e empre-sas reais, o que confere credibilidade às si-mulações. Os participantes têm acesso àsdecisões econômicas diariamente de formaon-line e em canais fechados disponíveis emtelão, computadores e canais a cabo. Pais eparentes também podem participar e conhe-cer como funciona o mercado. No local tam-bém ocorrerão cursos, palestras, jogos, es-pecializações e serão ministradas discipli-nas da Face como Economia das FinançasEmpresariais, Sistema Financeiro e Mercadode Capitais.

Acadêmicos vivenciam logo a prática

Alunos treinam em dois idiomas

Novo espaço permitirá simular aplicação de ações na Bolsa de Valores

Planta virtual: Aline Orth

Page 12: PÁGINA CENTRAL Assessoria de Comunicação Social – …conteudo.pucrs.br/wp-content/uploads/sites/136/2018/03/pucrs_infor...A previsão de término da obra é fevereiro do próximo

PESQUISA

12 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 129 – MAI-JUN/2006

Em parceria com a Federação In-ternacional de Universidades Ca-tólicas (FIUC), a PUCRS repre-

senta o País num estudo internacionalque mapeará a situação dos emigrantesna América Latina. Serão coletados da-dos no Brasil, Peru, Guatemala e Co-lômbia. As pesquisas se concentram nasituação das famílias que ficaram e osimpactos sociais, financeiros e emocio-nais que sofrem com a mudança dosparentes. Muitas melhoram de vida apartir dos recursos enviados de fora,mas lamentam a ausência de pais,mães, irmãos e filhos.

Homens jovens e com qualificaçãomédia é o perfil da maioria dos brasilei-ros que tentam melhorar de vida saindode casa. As universidades investigamse as compensações econômicas sãosuficientes para superar a falta de vín-culos e os desafios culturais. “Há casosde pessoas que prometem buscar oscompanheiros e os familiares, masnunca mais aparecem”, diz a professo-ra da Faculdade de Serviço Social (FSS) daPUCRS Jane Prates, integrante do estudo.

O Banco Interamericano de Desenvolvi-mento informou que em 2004 a América Lati-na e o Caribe contabilizaram US$ 45,8 bi-lhões de divisas do exterior, dos quais US$5,6 bilhões vieram para o Brasil, que é o se-gundo no mundo em valores recebidos, per-dendo somente para o México. Do total, amaioria das verbas vem dos EUA.

A primeira fase do estudo envolveu le-vantamento de informações teóricas sobre otema. Até o final deste ano os pesquisadoresvão a campo para entrevistar e realizar gru-pos focais com famílias. O Núcleo de Pesqui-sa em Demandas e Políticas Sociais da FSSfará o trabalho em Governador Valadares(Minas Gerais), Criciúma (Santa Catarina) ePorto Alegre. Será verificado nessas cidadeso que se alterou com a cultura de emigração.Cursos de línguas e agências de viagens sur-gem com ofertas para esse público que querdeixar o País. Os investigadores procuramverificar as redes de apoio social, econômicoe psicológico. A equipe ouvirá líderes locaissobre as conseqüências da situação para as

cidades. Serão ainda aproveitados depoi-mentos de pesquisadores que já trabalharamcom esse assunto.

A professora Jane lembra que o Brasilsempre se caracterizou por receber levas deimigrantes. Segundo ela, o mais comum hojeé a mobilidade interna. As pessoas procu-ram geralmente metrópoles com mais opor-tunidades de emprego, opções de consumo,culturais e de lazer, universidades de gran-

Famílias de emigrantessofrem impactos

Foto: Kevin Rohr/stock.XCHNGde porte e possibilidades de crescimen-to profissional. Para fora do País, fo-ram menos de 2% da população, issocontando quem está em situação le-gal. “Mesmo assim o estudo é rele-vante porque elaborado sob uma pers-pectiva diferente de outros, a da famí-lia que tem integrantes no exterior”,explica Jane.

Nos últimos dez anos, 23 milhõesde brasileiros foram morar no exterior,conforme o Centro de Estudos Migrató-rios da Universidade de São Paulo, re-ferência em mobilidade humana. O Pa-raguai é um dos que mais recebem de-vido à falta de rigor nas leis, esclarecea professora. Os Estados Unidos lide-ram a preferência dos brasileiros embusca de trabalho e projeção socioeco-nômica. Nas nações desenvolvidas háfunções e tarefas geralmente feitas pe-los estrangeiros.

Além de Jane, integram o estudo,coordenado pela professora Leonia Ca-paverde Bulla, a diretora da FSS, Jus-

sara Mendes, e alunos de mestrado e gra-duação da PUCRS. As bolsas são financiadaspela FIUC. A pesquisa se encerrará em 2007em todos os países participantes com análisedos dados, publicações conjuntas e partici-pação em eventos. A professora Rosa Aparí-cio, da Universidade de Madri, assessora osgrupos como consultora da Federação naárea de pesquisa qualitativa e estudos demobilidade humana.

Separação dos parentes causa sofrimento

PAÍSES QUE MAIS RECEBEM BRASILEIROS*

* Dados de 2005 que incluem apenas os migrantes em situação legal nos paísesFonte: Centro de Estudos Migratórios da USP

EUA Paraguai Japão

790.203

454.501

224.970

800.000

600.000

400.000

200.000

0

Page 13: PÁGINA CENTRAL Assessoria de Comunicação Social – …conteudo.pucrs.br/wp-content/uploads/sites/136/2018/03/pucrs_infor...A previsão de término da obra é fevereiro do próximo

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 129 – MAI-JUN/2006 13

Q uem consome a pimenta brasileiraCapsicum baccatum (dedo-de-moça) – quando desidratada é co-

nhecida como pimenta calabresa – pode evi-tar doenças cardiovasculares. Os efeitos docondimento estão sendo investigados no La-boratório de Pesquisa em Biofísica, da Facul-dade de Biociências. Os primeiros resultadosde pesquisas feitas em ratos apontam a açãoantiinflamatória e antidislipidêmica (combateos distúrbios decorrentes do aumento de lipí-dios – gordura). A pimenta se mostrou eficaznos casos de inflamação aguda em pulmão ehouve diminuição entre 25% e 50% nos pa-râmetros inflamatórios – exsudação (migra-ção, para o foco inflamatório, de líquidos ecélulas), contagem de leucócitos (glóbulosbrancos) e proteínas.

O grupo recebeu verba do Conselho Na-cional de Desenvolvimento Científico e Tec-nológico (CNPq) e aprofundará o projeto in-cluindo voluntários com colesterol alto. O ex-trato da pimenta também será colocado emcultura de linfócitos humanos para determi-nar o efeito imunomodulador (agente que re-gula reações imunológicas, inibindo-as ouestimulando-as). Há diversas pesquisas rea-lizadas com essa especiaria, mas a Univer-sidade inovará ao estudar a pimenta brasi-leira.

A doença cardiovascular é a principalcausa de mortalidade no País. Dentre seusfatores de risco estão as dislipidemias, cita oprofessor Jarbas Rodrigues de Oliveira, coor-denador do estudo. Para avaliar se a pimentatraz benefícios nesse caso, será usado ummodelo de rato com lesão vascular. O fecha-mento dos vasos, que ocorre pela ação doslipídios e de inflamações, pode causar enfar-te. As lesões são provocadas, por exemplo,pelo cigarro, pela hipertensão e pelo coleste-rol alto, especialmente a LDL (mau colesterol)peroxidada – ou seja, a ação dos radicais li-vres sobre os lipídios.

Os estudos da PUCRS sobre colesterolalto terão pacientes voluntários. Eles recebe-rão cápsulas de pimenta para que seja ava-liado o efeito. Ainda serão definidos os crité-rios para a seleção dos pacientes. Primeira-mente deverão terminar os estudos em cultu-ra de células humanas.

PIMENTA pode evitardoenças cardiovasculares

O principal componente ativodas pimentas é a capsaicina, queé responsável também pela picân-cia dos frutos. A maioria das açõesfisiológicas das pimentas do gêne-ro Capsicum ocorre devido a essasubstância. Em pesquisas realiza-das pelo mundo foi comprovada asua ação analgésica em diversaspatologias inflamatórias, como ar-trite reumatóide, osteoartrite eneuropatias diabética e pós-cirúr-gica. Tem também ação antiinfla-matória, em especial em mucositeoral (inflamação da mucosa de re-vestimento do tubo digestivo empacientes que fazem químio ou ra-dioterapia). Outro efeito que foi de-tectado é antibacteriano contra diversos or-ganismos, inclusive contra a Helicobacterpylori, promotora de câncer gástrico. A pi-menta parece ter também atividade antioxi-dante (bloqueia o efeito dos radicais livres),inibindo a peroxidação lipídica, especialmen-te da fração LDL-colesterol (mau colesterol).

O grupo do Laboratório de Pesquisa emBiofísica da PUCRS começou as pesquisas

com a dissertação de mestrado da nutricio-nista Márcia Keller Alves. Ela está avaliando aação antiinflamatória e antidislipidêmica daespécie Capsicum baccatum. Suas desco-bertas e outras informações estarão num livroque pretende ser o primeiro de uma série so-bre especiarias. A obra, que trata das pimen-tas do gênero Capsicum, foi escrita em par-ceria com o professor Jarbas de Oliveira.

Calabresa: pesquisa é realizada em ratos

CURIOSIDADES E RESULTADOS PELO MUNDOEm grupos étnicos, como tailandesese africanos, que apresentam alto con-sumo de pimentas, há menor nível defibrina no sangue (que participa naformação de trombos – coágulos) ebaixa incidência de tromboembolismo.Na população norte-americana, oconsumo de pimentas com outros ali-mentos parece ter diminuído os níveisde homocisteína (aminoácido produzi-do após a ingestão de carnes ou lati-cínios que, em excesso no sangue,provoca aumento do risco de coágulose entupimento das artérias).Estudos epidemiológicos em populações que consomem grande quantidade de pimen-tas (como mexicanos e italianos) mostraram que as pimentas têm ação anticâncer,por meio da indução de apoptose (morte celular programada) em células tumorais.Isso está intimamente relacionado com a quantidade consumida.

Fonte: Márcia Keller Alves, nutricionista

Artéria com gordura forma coágulo

Foto: Divulgação

Page 14: PÁGINA CENTRAL Assessoria de Comunicação Social – …conteudo.pucrs.br/wp-content/uploads/sites/136/2018/03/pucrs_infor...A previsão de término da obra é fevereiro do próximo

PESQUISA

No Brasil nunca houve, e conti-nuará não existindo, liberdadesindical se aprovado o texto da

reforma como apresentado ao Congres-so Nacional. A afirmação é do professorda Faculdade de Direito Gilberto Stür-mer, que defendeu tese de doutorado so-bre o tema na Pós-Graduação do Centrode Ciências Jurídicas da UniversidadeFederal de Santa Catarina (UFSC). Notrabalho ele apresenta proposta alterna-tiva, que pretende encaminhar aos par-lamentares. Defende total liberdade: plu-ralismo, ausência de contribuição obri-gatória e de enquadramento sindicalcompulsório.

O direito à liberdade é apontadocomo um princípio na Constituição Fede-ral de 1988. Mas Stürmer aponta quegrande parte das regras constitucionais einfraconstitucionais que tratam do sindi-calismo no Brasil contraria o princípiofundamental do direito à liberdade. Tam-bém se opõe à regra da Convenção 87 daOrganização Internacional do Trabalho(OIT), de 1948, jamais ratificada peloBrasil.

Segundo a tese, os principais limita-dores a essa liberdade são a unicidadesindical, a contribuição compulsória, o

enquadramento por categoria e o podernormativo da Justiça do Trabalho. A uni-cidade é a obrigatoriedade legal e consti-tucional de haver, em cada município,apenas um sindicato representativo deempregadores e empregados. Por exem-plo, em Porto Alegre não pode haver doissindicatos de metalúrgicos. Um operário,ainda que não confie na entidade, obri-gatoriamente é representado por ela,embora não haja necessidade de se fi-liar. “Apesar de o Brasil estar num pro-cesso de reforma sindical, se o texto foraprovado como apresentado, haverá re-trocesso no sindicalismo brasileiro, comintervenção estatal igual ou pior do que aexistente no período da ditadura”, desta-ca o professor.

O trabalho propõe o ingresso da Con-venção 87 da OIT no sistema brasileiro,por meio de aprovação em dois turnos epor dois terços dos integrantes na Câ-mara dos Deputados e no Senado. Dessaforma, o tratado, por abordar os direitoshumanos (liberdade sindical), ingressaráno ordenamento jurídico do País comstatus de emenda constitucional. A tesefoi orientada pela diretora do Centro deCiências Jurídicas da UFSC, Olga Mariade Oliveira.

14 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 129 – MAI-JUN/2006

Brasil não temliberdade sindical

O impactoda tributação

Oprofessor do Departamento deContabilidade da Faculdade deAdministração, Contabilidade e

Economia Marcelo Coletto Pohlmann in-vestigou dados de 2001 a 2003 das 500maiores empresas do Brasil (segundo aRevista Exame) – com amostra final de214 – e concluiu que o nível de tributaçãodo lucro da firma afeta sua decisão quantoà estrutura de capital. Se for maior a inci-dência de impostos, aumenta o endivida-mento. Pohlmann realizou tese de doutora-do na Faculdade de Economia, Administra-ção e Contabilidade da Universidade deSão Paulo (USP), orientada pelo professorSérgio de Iudícibus. O trabalho será pre-miado no 6º Congresso USP de Contabili-dade, que ocorrerá em julho.

Duas teorias tratam da estrutura decapital das empresas. Uma reconhece aexistência de relação positiva entre tribu-tação do lucro e endividamento da firma.Com o incentivo de se abater os juros parafins de apuração dos tributos sobre o lu-cro, a firma se endividará até os custosdecorrentes do estresse financeiro seigualarem ao ganho decorrente da econo-mia tributária. Segundo a outra teoria, asempresas recorrem prioritariamente a fon-tes internas de recursos, como lucros reti-dos, para somente então buscarem em-préstimos de terceiros e, depois, verba desócios ou acionistas. Pohlmann diz que hámérito em ambas as hipóteses.

O Brasil foi escolhido como cenáriopara a pesquisa devido a fatores comoambiente de instabilidade econômica emaior risco, o que conduz a taxas de jurosmaiores, inexistência de mercado de capi-tais robusto e escassez de linhas de crédi-to de longo prazo. A carga tributária noPaís vem crescendo significativamente echega a 36% do Produto Interno Bruto.

Para contribuir com a pesquisa tribu-tária, a tese desenvolve uma classificaçãointerdisciplinar, abrangendo todos os as-pectos estudados nas áreas de economia,contabilidade, direito e administração.

Entidades representam inclusive operários não filiados

Foto: Rodrigo Ojeda

Page 15: PÁGINA CENTRAL Assessoria de Comunicação Social – …conteudo.pucrs.br/wp-content/uploads/sites/136/2018/03/pucrs_infor...A previsão de término da obra é fevereiro do próximo

RADAR

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 128 – MAR-ABR/2006 15

Nova assessoria estimulainternacionalização

C om o objetivo de fortalecer a Univer-sidade em nível internacional e esta-belecer políticas institucionais que

possam beneficiar professores, alunos degraduação e pós-graduação, a PUCRS crioua Assessoria de Internacionalização, vincu-lada à Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Gra-duação.

A assessora, professora Marília Morosi-ni, da Pós-Graduação em Educação, acredi-ta que com esse novo setor o processo deinternacionalização pode ser racionalizado,

saindo de um modelo em que alguns profes-sores buscavam um contato externo para ummodelo mais organizado e apoiado institu-cionalmente. “O ensino superior tem passa-do por muitas transformações nos últimosanos. Vivemos num mundo global, de conhe-cimento global, por isso a internacionaliza-ção, o contato com instituições universitá-rias e redes de pesquisadores é essencialpara a Universidade.”

Atualmente está sendo feito um levanta-mento do que existe na Universidade nessa

GINCANA premiaequipes vencedoras

Agincana PUCRS Integração 2006 premioutrês das 50 equipes que participaram dastarefas desde o dia 17 de março. Na pre-

miação vertical, que reconheceu os vencedorespelos pontos feitos durante a gincana, o primeirolugar ficou com a equipe Tchê e o segundo com aequipe Equifuzarka. A equipe Somos todos diferen-tes foi premiada como o grupo que mais mobilizoupessoas para a doação de sangue, uma das tare-fas abertas do evento. Houve ainda a premiaçãohorizontal, onde todos os grupos e seus participan-tes receberam uma medalha.

Os vencedores receberam um prêmio diferente:um dia de lazer numa fazenda, onde serão desen-volvidas várias atividades, como luau, churrasco ebaile à fantasia. A atividade ocorrerá em maio.

O último dia da gincana, o sábado 1º de abril,foi marcado por uma programação variada. Pelamanhã ocorreu o “abraço à vida”, onde os partici-pantes se reuniram em frente ao Monumento Expe-dicionário, no Parque da Redenção. Logo apósseguiram em desfile de carros até o Prédio Polies-portivo da Universidade, local onde as provas fe-chadas foram divulgadas ao longo da tarde. Os in-tegrantes dos grupos desenvolveram tarefas deconhecimentos gerais, resistência física e pintura,entre outros. O encerramento teve apresentação doCoral e Orquestra da PUCRS, seguida da divulga-ção das equipes campeãs.

Para a Pró-Reitora de Assuntos Comunitários,Jacqueline Moreira, o evento atingiu o seu objetivo:“Temos um grande sentimento de alegria e integra-ção que a gincana nos proporcionou. Parabéns atodos nós”, disse a professora no encerramento.

A gincana teve a participação de mais de milpessoas da comunidade acadêmica e seus familia-res, em 50 equipes. Os organizadores buscaramreunir alunos, pais, funcionários técnicos-adminis-trativos, professores, diplomados e funcionários doHospital São Lucas, proporcionando diversão, inte-gração e um melhor conhecimento da Instituição.

A realização foi da Pró-Reitoria de AssuntosComunitários, Assessoria de Planejamento e Mar-keting, Centro de Pastoral, Gerência de RecursosHumanos e Faculdade de Educação Física e Ciên-cias do Desporto.

PUCRS é aparticular

maislembrada

APUCRS é a institui-ção privada de en-sino superior mais

lembrada e preferida pelosempresários gaúchos, con-forme o estudo Marcas deQuem Decide, realizado pelaQualidata Pesquisa e Conhe-cimento Estratégico para oJornal do Comércio. Na com-paração com o ano anterior olevantamento identifica umasituação de empate técnicocom a UFRGS no quesitolembrança; e mostra umatendência ascendente daPUCRS no quesito preferênciareduzindo significativamentea diferença em relação à Uni-versidade Federal. A pesqui-sa Marcas de Quem Decideé realizada há cerca de dezanos e nesta edição foramentrevistados 330 empresá-rios, executivos e profissio-nais liberais do Rio Grandedo Sul, que indicaram suaslembranças e preferênciasem cem categorias de produ-tos, serviços, empresas e or-ganizações.

Evento reuniu mais de mil participantes

Os primeiros colocados

área, como convênios e intercâmbios, pro-fessores visitantes, estágios, dupla diploma-ção entre outros.

A assessoria também é responsável pelaorganização do Seminário Internacional Ino-vação e Empreendedorismo na Universida-de, no segundo semestre de 2006. Serão dis-cutidas concepções e práticas universitáriasem diversos países. Dentre os conferencis-tas estará o professor Burton Clark, da Uni-versidade da Califórnia (UCLA), Estados Uni-dos.

Page 16: PÁGINA CENTRAL Assessoria de Comunicação Social – …conteudo.pucrs.br/wp-content/uploads/sites/136/2018/03/pucrs_infor...A previsão de término da obra é fevereiro do próximo

16 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 129 – MAI-JUN/2006

SAÚDE

OLar Santo Antônio dos Excep-cionais é um dos campos de

estágio da Faculdade de En-fermagem, Nutrição e Fisioterapia daPUCRS. Mas não apenas isso. Trata-sede um local onde os alunos do curso deFisioterapia aprendem que os benefíciosde sua profissão vão além dos aspectostécnicos. “A intervenção da fisioterapiatraz resultados que não se limitam aosistema motor. Há ganhos nas áreas afe-tiva e cognitiva”, destaca a professoraCarla Skilhan de Almeida, responsávelpela disciplina de Fisioterapia do Movi-mento Humano III (do 7º semestre) esupervisora de estágio (8º e 9º semes-tres).

O atendimento ajuda, por exemplo, adiminuir o número de hospitalizações. Osbenefícios são percebidos principalmen-te por quem convive diariamente com osabrigados. A presidente do Lar, MariaBernadete Magalhães, destaca que apresença dos alunos da PUCRS leva ale-gria e renascimento ao local: “A parceriacom a Universidade foi além das expec-tativas, supera o estágio. Os abrigadospercebem o cuidado que a equipe dedi-

ca a eles”. Os alunos se envolvem tantoque muitos se formaram e visitam osex-pacientes.

O trabalho da PUCRS, realizado emtrês turnos semanalmente, foi reconhe-cido pela direção do Lar, que resolveureformar uma sala especialmente para afisioterapia. Antes as intervenções eramfeitas num canto do salão, um local depassagem, o que causava dispersão en-tre os abrigados. Também estão à dis-posição dos estagiários mais materiaisespecíficos. Há espelhos, bolas, rolos,barras paralelas e brinquedos. A novasala, chamada de Elida Messias Ferrei-ra, homenageia uma ex-presidente do Lar.A reforma foi viabilizada por meio dedoações.

Os cerca de 80 moradores do Lar têmneurolesão severa ou profunda. A equipeda fisioterapia atende 40 pessoas de uma 55 anos. A professora Carla cita queprincipalmente as crianças apresentammelhora na área motora. Alguns conse-guiram ir à escola depois que começa-ram a ser atendidos. “Somente o fato desaírem do leito e fazerem exercícios trazbenefícios”, comenta.

FISIOTERAPIAfaz bem no LarSanto Antônio

Serviço de Ecografiarecebe novosequipamentos

OServiço de Ecografia do Hospital SãoLucas (HSL) adquiriu dois novos

equipamentos: o Philips HD 11, paraultra-sonografias, e o Siemens Acusom CV 70,para ecocardiografias. O primeiro incorpora téc-nicas de resolução de imagem, permitindo diag-nósticos mais precisos mesmo em regiões me-nores do corpo, como os sistemas vascular eosteomuscular. Em exames obstétricos, ofereceainda o recurso de 3D, possibilitando a visuali-zação do rosto do bebê e a percepção precocede alterações anatômicas no feto. O HSL é oúnico hospital de Porto Alegre que oferece esseserviço, inclusive para o SUS. O segundo, tam-bém oferecido pelo HSL para o SUS de formapioneira, é um dos mais modernos aparelhos deecografia no mundo, possibilitando examestransesofágicos também com imagens em 3D.

“Estamos nos adequando, junto aos demaisserviços, para a nova fase do HSL, com muitomais precisão e tecnologia. Em ecografia, sur-gem novos equipamentos a cada dois ou trêsanos e precisamos estar em sintonia com essarealidade”, explica o chefe da Ecografia, EltonTorres. Essas aquisições fazem parte de umasérie de melhorias pelas quais o serviço vempassando. “Em breve, depois de algumas refor-mas em sua estrutura física, o setor será reinau-gurado para a comunidade”, adianta Torres.

Hospital São Lucasé homenageado

OJornal do Comércio comemora os seus73 anos lembrando personalidades e

entidades que contribuíram para o de-senvolvimento do Estado nas suas áreas deatuação. O Hospital São Lucas (HSL) da PUCRSrecebe o Prêmio Destaques do Ano 2005, na ca-tegoria Saúde. A entrega será em 25 de maio,também Dia da Indústria, no Salão de Conven-ções da Fiergs, em Porto Alegre. O Reitor Joa-quim Clotet falará em nome de todos os agra-ciados. O HSL completará 30 anos no dia 29 deoutubro.

Atendimento de alunos fez cair número de hospitalizações

Philips HD 11: ultra-sonografia

Page 17: PÁGINA CENTRAL Assessoria de Comunicação Social – …conteudo.pucrs.br/wp-content/uploads/sites/136/2018/03/pucrs_infor...A previsão de término da obra é fevereiro do próximo

Centro oferece NUTRIÇÃOe FONOAUDIOLOGIA

OCentro de Reabilitação daPUCRS completará dois

anos em julho e está ampli-ando os serviços para oferecer umatendimento ainda mais interdisciplinaraos pacientes que buscam melhorarsua qualidade de vida. Além da fisiote-rapia, voltada a diferentes casos clíni-cos, há consultas com fonoaudiólogos enutricionistas. Os profissionais são pro-curados especificamente para a assis-tência em suas áreas ou se integramaos programas do Centro.

Por exemplo, no atendimento de pa-cientes que têm problemas cardíacosou artrose, o emagrecimento pode serrecomendado e então a equipe da nu-trição participa. O mesmo ocorre quan-do se observam distúrbios de degluti-ção (passagem do alimento da bocapara o estômago). É chamado um fo-noaudiólogo.

A consulta nutricional é personali-zada e detalhada, com a elaboração deum plano alimentar adequado a cadacaso. Consiste num conjunto de méto-dos que identificam a composição cor-poral e os hábitos alimentares. Além dediabéticos, hipertensos, obesos e vegeta-rianos, há procura de pessoas com so-brepeso e de usuários do Parque Espor-tivo da PUCRS. “Os atletas e praticantesde atividade física estão se dando contade que a qualidade de vida não dependesomente de exercícios, mas também deuma alimentação balanceada”, destacaa nutricionista Mariana Escobar.

Os fonoaudiólogos tratam pessoascom problemas de fala, voz, lingua-gem e motricidade orofacial. Os paci-entes com Parkinson necessitam mui-tas vezes de tratamento fonoaudioló-gico por apresentarem distúrbios de voz(astenia) e de deglutição (disfagia).Quando os usuários não apresentamdiagnóstico médico são encaminhadospara avaliação e acompanhamentocom neurologista, otorrinolaringologis-ta, fisioterapeuta e nutricionista. Assessões de fonoaudiologia incluemexercícios, com reforço em casa. A fo-noaudióloga Lígia Motta diz que fami-liares e cuidadores dos pacientes sãoorientados para a boa condução do tra-tamento.

Vinculado ao Hospital São Lucas, oCentro realiza, em média, 150 atendi-mentos por dia. Segundo a coordenado-ra e professora da Faculdade de Enfer-magem, Nutrição e Fisioterapia, MaraKnorst, o objetivo é enfocar a preven-ção, além da reabilitação. Ela tambémdestaca o espaço para o ensino, comquase 40 estagiários que complemen-tam a sua formação no local.

Clientes particulares e de convêniospodem agendar consultas. O Centro deReabilitação fica no prédio 84, próximoao Prédio Poliesportivo e ao Centro Clíni-co. No site www. pucrs.br/reabilitacaoconstam os convênios. As consultas denutrição e fonoaudiologia são particula-res com valores abaixo do mercado. In-formações: (51) 3320-3696.

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 129 – MAI-JUN/2006 17

RESULTADOS PROMISSORES

Pozzebon: melhora física

A coordena-dora Mara Knorstdestaca que oprograma deR e a b i l i t a ç ã oCardiopulmonare Metabólica doCentro de Reabi-litação é um dosúnicos de PortoAlegre. Voltado apacientes comproblemas car-diovasculares,pulmonares e metabólicos, também atende quempretende controlar fatores de risco como tabagismo,sedentarismo, alimentação inadequada, sobrepeso ealterações de colesterol e triglicerídeos. A presençadesses fatores aumenta três vezes a chance de de-senvolver uma doença cardiovascular. Em ambos oscasos (reabilitação e prevenção), os resultados sãoótimos, com melhoria na capacidade física, resultan-do em mais qualidade de vida.

O programa conta com uma equipe nas áreas defisioterapia, medicina (cardiologia e pneumologia),enfermagem e nutrição. São previstas três sessõessemanais individualizadas, totalizando no mínimotrês meses. Um dos benefícios aos pacientes é o fatode se sentirem seguros para o exercício físico. “O se-dentarismo não faz bem e há limites de segurança eefetividade que devem ser observados”, destaca oprofessor da Faculdade de Enfermagem, Nutrição eFisioterapia Fabrício Macagnan.

O comerciante aposentado Arsédio Pozzebon, 62anos, foi encaminhado pela cardiologista para o Cen-tro de Reabilitação. Teve um enfarte em setembro de2005 e agora sente confiança para sair e caminhar.“A equipe é muito competente”, comenta. Pozzebondiz que melhorou seu estado físico, o que é compro-vado pelos profissionais. “Em apenas 12 sessõeshouve ganhos. Um programa que procura a excelên-cia da avaliação dimensiona com mais precisão ascargas ideais de trabalho, aumentando a efetividadedos resultados”, diz a cardiologista do Centro de Re-abilitação Luciana Prestes. Com o programa, Pozze-bon conseguiu aumentar em 105% a distância máxi-ma tolerada e com uma velocidade 25% maior. Foitambém 30% mais rápido ao subir e descer escadase sua capacidade de consumir oxigênio cresceu 30%.

Profissionaisfazem um planopara cada caso

Page 18: PÁGINA CENTRAL Assessoria de Comunicação Social – …conteudo.pucrs.br/wp-content/uploads/sites/136/2018/03/pucrs_infor...A previsão de término da obra é fevereiro do próximo

SAÚDE

18 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 129 – MAI-JUN/2006

PREMATUROS têm perdade função pulmonar

Estudo do Laboratório de Pediatria, doInstituto de Pesquisas Biomédicas(IPB) da PUCRS, apontou que os pre-

maturos apresentam mais propensão a pro-blemas respiratórios. Investigações realizadasanteriormente por outros pesquisadores con-cluíram que não havia perda de função pul-monar nesses bebês e atribuíam os casos emque isso ocorria ao fato de serem expostos aventilação mecânica, oxigênio (medidas quesalvam sua vida, mas são agressivas ao pul-mão em formação), infecções e estada emUTIs. Essas conclusões não contentaram ospesquisadores da PUCRS, que analisaram afunção pulmonar de prematuros sem proble-mas respiratórios, comparando-os com bebêsque nasceram aos nove meses. Verificaramque um terço dos prematuros apresentavamfunção pulmonar abaixo do nível mínimo nor-mal. “Isso confirma a suspeita de que essesbebês sofrem uma adaptação no desenvolvi-mento do pulmão, o que ajuda a entender aalta morbidade e mortalidade observada”, dizo coordenador da pesquisa e professor da Fa-culdade de Medicina, Marcus Jones.

Não foi detectada diferença no tamanhodo pulmão entre os dois grupos. O que variou

foi o fluxo respiratório (velocidade com que oar sai do pulmão). Os pesquisadores desco-briram também que sexo masculino e idadegestacional baixa são fatores associados coma redução do fluxo expiratório. A constituiçãodo organismo do menino, que tem as vias aé-reas mais estreitas, pode explicar essa dife-rença. Cada semana a mais no ventre da mãetraz em geral um ganho para o bebê de 7%nos fluxos respiratórios.

Jones acredita que um dos fatores para adivergência de resultados entre o estudo daPUCRS e os anteriores é a infra-estrutura dis-ponível. Cita que o Laboratório do IPB tem oúnico aparelho no País para teste da funçãopulmonar em recém-nascidos. A existência deuma UTI Neonatal bem equipada no HospitalSão Lucas também favoreceu a pesquisa.

A investigação da PUCRS obteve reper-cussão internacional. Foi publicada no Ameri-can Journal of Respiratory and Critical CareMedicine, da American Thoracic Society. Rea-lizada desde 2002, partiu da elaboração dedissertações de mestrado de Luciana Frie-drich e Andréa Corso na Pós-Graduação emPediatria e Saúde da Criança da Universida-de. Além de alunos de pós-graduação, o estu-

do envolve bolsistas de iniciação científica.Contou com verba da Coordenação de Aper-feiçoamento de Pessoal de Nível Superior eapoio do Hospital de Clínicas no recrutamentodos bebês. A primeira etapa foi concluída em2005, envolvendo 62 crianças.

Agora os pesquisadores, com auxílio doConselho Nacional de Desenvolvimento Cien-tífico e Tecnológico, estão investigando os fa-tores associados com a piora da função pul-monar. Além do fato de o pulmão ter passadopor uma maturação acelerada com o nasci-mento antes do tempo, outras ocorrênciasdentro do ventre podem influenciar na forma-ção do órgão. Por exemplo, serão investigadasnas mães as causas de infecção, presença deinflamação e pré-eclâmpsia. Além de entre-vistarem as mães e fazerem testes em 150bebês, analisarão a placenta, o líquido amnió-tico e o sangue do cordão umbilical. “Confor-me os resultados dessa investigação poderáser sugerido tratamento ainda durante a gra-videz para evitar problemas respiratórios fu-turos”, explica Jones. Alguns problemas desaúde passados pela mãe, como infecção einflamação, podem apressar o parto, sendocausa da prematuridade.

O QUE OCORRE COM QUEM NASCE ANTES DO TEMPO

Os prematuros correspondem a 10%dos bebês. Como nascem antes do tempo,há uma adaptação do pulmão, que precisaacelerar a sua maturação. Isso garante asobrevivência, mas deixa conseqüências.As vias respiratórias se comportam comose estivessem obstruídas. Os bebês têmem geral mais risco de internação hospita-lar, uso de oxigênio e ventilação mecânica.Essa deficiência ventilatória melhora como crescimento e tende a se normalizar naadolescência. Mas uma boa parte dos pre-maturos, especialmente aqueles nascidoscom 32 semanas ou menos de gestação,apresenta pequeno déficit pulmonar per-sistente. Quanto mais prematuro, maior avulnerabilidade. O cérebro é outro órgãoque freqüentemente sofre com a prematu-ridade.

Fonte: professor Marcus Jones

Page 19: PÁGINA CENTRAL Assessoria de Comunicação Social – …conteudo.pucrs.br/wp-content/uploads/sites/136/2018/03/pucrs_infor...A previsão de término da obra é fevereiro do próximo

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 129 – MAI-JUN/2006 19

AMBIENTE

PESQUISA ANALISA APLICAÇÕES DE TANINOS VEGETAIS

As propriedades de produtos naturaissão há muito conhecidas e utilizadaspela indústria, devido à grande pre-

sença de princípios ativos em sua composi-ção. Dentre eles estão os chamados taninosvegetais, que podem ser encontrados em di-ferentes tipos de plantas.

Um projeto internacional, intitulado Apli-cações industriais de taninos vegetais, reúneuniversidades, centros de pesquisas e empre-sas de 11 países ibero-americanos integran-tes do Programa Ciencia y Tecnología para elDesarollo (Cyted), na área da promoção dodesenvolvimento industrial. A PUCRS partici-pa por meio do Laboratório de Operações Uni-tárias da Faculdade de Engenharia cujo coor-denador, professor Eduardo Cassel, tambémestá na coordenação geral do projeto.

Projetos podem ajudara reduzir o EFEITO ESTUFA

Os objetivos são estudar novas fontesnaturais desses taninos, com maior concen-tração e menor tempo de crescimento; desen-volver os seus processos de produção e bus-car diferentes aplicações para eles com altovalor agregado. Atualmente a principal utiliza-ção desse tipo de composto é no curtimentonatural de couros. Para esse uso, o Rio Gran-de do Sul é o maior produtor no País. Entre-tanto, sabe-se que também pode ser empre-gado como defensivo agrícola natural, no tra-tamento de águas, na obtenção de polímerosnaturais, na clarificação de vinhos e alcoóis ena composição de produtos farmacêuticos.

No Estado, o tanino vegetal é extraído dacasca da acácia-negra, que leva cerca de seteanos para se desenvolver. Os pesquisadoresesperam encontrar espécies nativas que te-

P rojetos desenvolvidos no Instituto doMeio Ambiente (IMA) podem auxiliarno controle da emissão de gás carbô-

nico na atmosfera e, conseqüentemente, naredução do efeito estufa (elevação da tempe-ratura da Terra). O professor João MarceloKetzer, integrante do IMA, lidera algumas pes-quisas nessa área. A idéia é trazer para oBrasil e adaptar tecnologias de captura geoló-gica de carbono, que consiste em capturar eestocar carbono no subsolo por milhares deanos. Países como Noruega, Canadá e Ingla-terra desenvolvem pesquisas sobre essetema, e empresas de petróleo realizam a ati-vidade em caráter experimental.

Os três principais tipos de reservatóriospossíveis para armazenamento geológico deCO2 são campos de petróleo maduros (reser-vatórios que foram explorados), aqüíferos sa-linos profundos (locais mar adentro onde hámaior salinidade) e junto de camadas de car-vão. Nos dois primeiros, o gás carbônico (CO2)pode ser armazenado como líquido devido àalta pressão, ocupando menos espaço, enquan-to nas camadas de carvão na forma gasosa,sendo absorvido ou ocupando microporos livres.

Estocar CO2 pode ser vantajoso economi-camente. Nos reservatórios de petróleo, alémde utilizar a mesma estrutura existente, quan-do ele é injetado no poço, a pressão do local

aumenta e faz com que o óleo ali aprisionadoseja deslocado para um poço produtor, com apossibilidade de ser aproveitado. Em cama-das de carvão o armazenamento do CO2 re-sulta na liberação de gás metano, podendoser comercializado.

Todos os riscos desse armazenamentodevem ser estudados, mas Ketzer lembra queexistem reservatórios naturais de gás carbô-nico em alguns lugares da França, EUA e Itá-lia, por exemplo, que armazenaram esse gásnaturalmente por milhões de anos.

Para a captura existem diversos tipos detecnologias. Dentre elas, a mais importante éo uso de membranas nas chaminés que se-

nham um tempo de cultivo menor, mantendoas características de cada região. “Tambémbuscamos diminuir o desequilíbrio científicoentre os países participantes, melhorando,assim, a qualidade de vida da população”.

Tanino é extraído da acácia-negra

param o CO2 dos outros gases, liberando ape-nas aqueles não-nocivos ao meio ambiente.

Um dos projetos iniciados pela PUCRS é oCarbMap1, que construirá um mapa de se-qüestro de carbono no Estado para identificaras fontes emissoras e possíveis locais para ar-mazenamento, considerando também os mu-nicípios envolvidos, a população, a movimen-tação econômica da atividade e empresa inte-ressada. Um segundo projeto fará a caracteri-zação geológica desses lugares. O objetivo é,futuramente, expandir para o resto do País.

Pretende-se em breve montar na Univer-sidade um centro de pesquisa para estudar oarmazenamento geológico.

OPÇÕES DE SEQÜESTRO GEOLÓGICO DE CARBONO

Page 20: PÁGINA CENTRAL Assessoria de Comunicação Social – …conteudo.pucrs.br/wp-content/uploads/sites/136/2018/03/pucrs_infor...A previsão de término da obra é fevereiro do próximo

CIÊNCIA

COLEÇÃO DE PEIXESé referência internacional

20 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 129 – MAI-JUN/2006

Pesquisadores nacionais e internacio-nais procuram freqüentemente a cole-ção de peixes do Laboratório de Ictio-

logia do Museu de Ciências e Tecnologia(MCT) da PUCRS para enriquecer seus es-tudos. Com 40.011 lotes desses animaiscatalogados, estimados em 400 mil espéci-mes, a coleção é considerada uma dasmais valiosas fontes de consulta da biodi-versidade da América do Sul.

O acervo conta com 2.800 espécies, re-presentando principalmente a diversidadeencontrada nos ecossistemas de água docedo Brasil. Pesquisadores e estudantes depós-graduação de diversas instituições outilizam como base para a descrição de no-vas espécies e em pesquisas que contribu-em para o estabelecimento de políticas eestratégias para o uso sustentável e preser-vação da biodiversidade.

A coleção foi iniciada em 1967 no anti-go Laboratório de Ciências do Mar, com ên-fase em peixes marinhos do Sul do Brasil,ampliando depois para peixes de água

Bahia, rios São Francisco, Tocantins e Para-guai. Existem também amostras de diversasregiões e países da América do Sul.

Em 2005, o acervo encerrou o ano com254 novas espécies em seu patrimônio,25% delas descritas com a participaçãode alunos da PUCRS. Uma foi a Microgla-nis malabarbai, nova espécie de peixe decouro do Rio Grande do Sul, descobertapelos estudantes Vinicius Bertaco e Ale-xandre Cardoso, do curso de pós-gradua-ção em Zoologia da Faculdade de Biociên-cias. Encontrada no sistema do rio Uru-guai, região Noroeste do Estado, tem portepequeno, podendo chegar a 6 cm de com-primento, e habita arroios que possuemvegetação marginal preservada. O nome foiuma homenagem dos autores ao professorLuiz Roberto Malabarba, pesquisador do la-boratório.

Para ter acesso ao acervo, basta entrarem contato com a pesquisadora e professo-ra Zilda Margarete de Lucena pelo [email protected].

PROFESSOR AUXILIA A TRAÇAR EVOLUÇÃO DE FELINOS

Oprofessor Eduardo Eizirik, da Facul-dade de Biociências, é um dos

coordenadores de uma pesquisaque decifrou a evolução e o parentesco das38 espécies de felinos existentes no planeta.O projeto foi desenvolvido no Laboratório deDiversidade Genômica dos Institutos Nacio-nais da Saúde (NIH), dos EUA.

As descobertas referentes à relação evolu-tiva dos felinos possibilitaram uma classifica-ção mais simples das linhagens, que está sen-do trabalhada pelo grupo de pesquisadores eserá proposta em breve, facilitando os estudosposteriores. O trabalho aponta em que épocasas linhagens, descendentes de um ancestralcomum que viveu há aproximadamente 11 mi-lhões de anos, separaram-se, dando origem anovas espécies. “Observamos que essa evolu-ção foi rápida, por isso era tão difícil resolveressa história genealógica”, observa Eizirik.

O professor explica que até agora nãohavia um consenso na organização das es-pécies de felinos, e a diferenciação em gê-neros variava de um até 23. No estudo, pu-

blicado recentemente na revista Science, elassão classificadas em 11 diferentes gêneros.Também são mencionados os locais de ocor-rência de determinadas espécies no decorrerdo tempo e as formas de migração entre oscontinentes. “É muito provável a influênciada profundidade dos oceanos nessa traves-sia de felinos entre os continentes. Na Amé-rica, por exemplo, felinos vindos da Ásia en-traram pelo Estreito de Bering em momentosde baixa do Oceano, que facilitaram a pas-sagem”, explica.

Para chegar a esses resultados, sete pes-quisadores, com o auxílio de técnicos e es-tudantes, trabalharam durante quatro anosseqüenciando DNAs de amostras de sangueou tecido recolhidas em todos os continentesdas 38 espécies de felinos recentes e de ou-tros sete grupos externos (animais carnívo-ros parentes dos felinos) que serviram paracomparação.

Eduardo Eizirik: decifrando os animais ALGUMAS DESCOBERTAS

Existe uma linhagem de felinos (ja-guatirica) que vive apenas na regiãoneotropical, da América do Sul até osul da América do Norte;As dez espécies de felinos que vivemna América do Sul pertencem a trêslinhagens diferentes;Acredita-se que houve pelo menostrês migrações de felinos da Américado Sul vindos de outras regiões do pla-neta. A entrada dessas espécies teriasido viabilizada pelo fechamento doIstmo do Panamá (criação da AméricaCentral), há cerca de 3 milhões de anos.

doce. As áreas com maior quantidade de es-pécies são as dos rios e ambientes marinhosdo Sul do País, drenagens costeiras do Sul à

Microglanis malabarbai: novo no RS

Acervo conta com 2.800 espécies

Page 21: PÁGINA CENTRAL Assessoria de Comunicação Social – …conteudo.pucrs.br/wp-content/uploads/sites/136/2018/03/pucrs_infor...A previsão de término da obra é fevereiro do próximo

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 129 – MAI-JUN/2006 21

OBRA TRATA DA CRIAÇÃO DE ABELHAS SEM FERRÃO

Uma publicação lançada recentemen-te sobre abelhas sem ferrão sugerealternativas a produtores rurais e in-

centiva o resgate ambiental. Intitulado Abe-lhas sem Ferrão do Rio Grande do Sul, o boletimtécnico foi elaborado pela professora BetinaBlochtein, da Faculdade de Biociências e Insti-tuto do Meio Ambiente, e pelas pesquisadorasSidia Witter e Camila dos Santos, doutorandaem Zoologia na PUCRS.

As abelhas sem ferrão, nativas do conti-nente americano, além de produzirem um melcaracterístico, auxiliam a manter o equilíbriodos ecossistemas por meio da polinização deplantas. Segundo as pesquisadoras, os inse-tos têm esse nome por possuir um ferrãoatrofiado. Para conseguir defender suas colô-nias essas abelhas desenvolveram estraté-

gias diferentes, como construir suas colméiasem locais de difícil acesso, revestir o localcom própolis, e lançar a substância numaconsistência pegajosa contra o intruso, fazeruma colméia falsa para enganar os predado-res, entre outras.

O boletim trata das espécies nativas maiscomuns no Estado, como jataí, mirim drorianae guiruçu e de ameaçadas de extinção comomanduri e guaraipo. As biólogas também rela-tam técnicas para a criação tradicional dasabelhas (meliponicultura), dicas de instalaçãode caixas onde elas vivem e orientações sobrea colheita, pasteurização e conservação do mel.

Como cerca de 30% dos alimentos consu-midos por humanos depende da polinizaçãodas plantas por abelhas, a preservação des-sas espécies é recomendada e defendida.

Abelhas mantêm equilíbrio do ecossistema

PARA ADQUIRIR O BOLETIM

Fepagro – (51) 3288-8050 oueditoraçã[email protected]

Betina Blochtein

As possibilidadesde uso do PINHÃO

Muito além da Festa de São João.Em busca de novas formas de uti-lizar o pinhão, o curso de Enge-

nharia Química da Faculdade de Engenhariadesenvolve, há cerca de dois anos, estudossobre esta semente da araucária. “A idéiasurgiu quando constatamos a grande quanti-dade de pinhão na região de São Francisco dePaula, na área do Projeto Pró-Mata, vinculadoao Instituto do Meio Ambiente”, conta CláudioFrankenberg, professor responsável pelaspesquisas. “Nos laboratórios estão sendodescobertas inúmeras possibilidades do usoda semente. Tanto a polpa quanto a cascapodem trazer benefícios”, ressalta.

Os estudos iniciaramcom a busca por outrasfinalidades para o pinhão,bem como suas caracte-rísticas e composição.Com o auxílio do alunoRodrigo Guarda, foi reali-zada uma análise das di-ferentes possibilidades dearmazenamento duranteaproximadamente um anoe sua relação com a con-servação das propriedades da semente. A se-gunda etapa foi transformar a polpa em fari-nha com a mesma granulometria da farinha

de trigo a fim de utilizá-la na fabricação dealimentos. Foram feitos biscoitos de três for-mas diferentes para teste: apenas com fari-nha de trigo, com farinha de trigo e farinha depinhão em quantidades iguais, e só com fari-nha de pinhão. A mescla das duas farinhasfoi a que teve a maior aceitabilidade.

A vantagem no uso da farinha de pinhãoestá principalmente na quantidade de fósforoe ferro encontrada, servindo como ótimo com-plemento alimentar. “O problema, porém, é ométodo para se obter essa farinha, que é bas-tante artesanal e demorado, o que desmotiva-ria sua obtenção em grande escala. Por issoestamos pesquisando novas formas de produ-

ção”, explica Frankenberg.O estudo resultou no traba-lho de conclusão de cursode Rodrigo Guarda, intitula-do Caracterização e utiliza-ção do pinhão provenientedo Estado do Rio Grande doSul, que aborda a pesquisae seus resultados.

Durante o período de es-tudos da farinha, uma quan-tidade significativa de cas-

ca de pinhão foi sendo armazenada. A partirdisso, Guarda também estudou a casca do pi-nhão como retentora de cor, transformando-a

em grânulos e posteriormente em pó para lim-peza da água, deixando-a mais transparente.O aluno Arthur Bults, intercambista da Holan-da também no Departamento de EngenhariaQuímica, baseado em um trabalho sobre a re-tirada de cromo de efluentes com casca decoco, resolveu testar a casca do pinhão dispo-nível para a mesma finalidade. Ao final daspesquisas ficou comprovada a capacidade deabsorção de cromo da água pela casca de pi-nhão. Depois do retorno do aluno para seu paísde origem, o estudo continua em andamentocom a mestranda Fernanda dos Santos, quefará testes com outros metais além do cromo.

Além desses projetos há a expectativa dese desenvolver estudos sobre a transforma-ção da casca de pinhão em corante graças asua quantidade de ferro e outras substânciase de fabricar papel de pinhão com base noprocesso de obtenção de papel reciclado.

Benefícios: polpa e casca

Araucárias em São Francisco de Paula

Page 22: PÁGINA CENTRAL Assessoria de Comunicação Social – …conteudo.pucrs.br/wp-content/uploads/sites/136/2018/03/pucrs_infor...A previsão de término da obra é fevereiro do próximo

TECNOLOGIA

22 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 129 – MAI-JUN/2006

LABORATÓRIO permitepersonalização de documentosOLaboratório de Pesquisa em

Documentos Digitais, inau-gurado em abril, resultou de

uma parceria entre a HP e as Faculda-des de Comunicação Social (Famecos)e de Informática (Facin). Os resultadosdo projeto, voltado à elaboração de do-cumentos digitais personalizados, es-tarão disponíveis para o uso da PUCRS.Os coordenadores são os professoresEduardo Pellanda (Famecos) e AnaCristina Benso (Facin). A pesquisa, quetem previsão de término em um ano, po-derá ter desdobramentos, com outrosestudos. O Laboratório fica localizadono saguão do prédio 7, onde funcionavao Centro de Integração Empresa-Escola.

Uma das primeiras aplicações será acriação de folders personalizados. Há a possi-bilidade de elaboração de materiais voltadospara públicos específicos, como executivos,estudantes e autoridades governamentais. Osdocumentos podem relacionar áreas de inte-resse diferentes. Disciplinas da Famecos uti-

lizarão o Laboratório para a finalização de re-vistas e jornais produzidos pelos acadêmicos.

Outras três universidades no mundo tam-bém receberam equipamentos da HP –Notthingam (Inglaterra), Porto Rico e Purdue(EUA) – com o objetivo de estimular a popu-larização da área de publicações digitais. Aempresa formou um grupo com representan-

tes da PUCRS, dessas instituições ede outras universidades para trocade experiências sobre o tema. A Fa-mecos é uma das únicas da área decomunicação.

No projeto, a Facin fica responsá-vel pela elaboração de softwares quegerem documentos de conteúdo variá-vel (que podem ser personalizados)em diferentes meios (impressão, webe aparelhos móveis) e formatos. Alémde Ana Cristina, participam o profes-sor João Batista Oliveira e quatro alu-nos de graduação e dois de mestrado.Eles também estão vinculados aoCentro de Pesquisa em Software Em-

barcado, que se iniciou em 2002 por meio deparceria entre a HP e a Facin.

A Famecos está levantando estudos decasos para a busca de soluções em lay-outse conteúdos. Tem três estagiários no projeto eparticipam os professores Pellanda, MágdaCunha (diretora), Fabian Chelkanoff e AndreiaMallmann.

SÃO LUCAS ADOTA NOVAS SOLUÇÕES EM IMAGENS MÉDICAS

As inovações oferecidas porempresas instaladas em in-cubadoras começam a con-

quistar a confiança da área médica. Oexemplo vem do Hospital São Lucas,que adotou em abril as soluções paraarmazenamento, visualização e recu-peração de imagens médicas desen-volvidas pela empresa Inpar, abrigadadesde 2004 na Incubadora Raiar, juntoao Parque Tecnológico da Universidade(Tecnopuc).

A tecnologia é composta por trêsprodutos, com funções específicas: oInpacss, para busca e armazenamento dos exa-mes originados de aparelhos de tomografia ede ressonância magnética; o Paris (Picture Ar-chive Radiology Information System), sistemade radiologia para integrar as imagens ao fluxode trabalho do hospital e auxiliar a realizaçãodos exames; e o SmartViewer, que permite avisualização e a realização de laudos digitais.

A funcionalidade oferecida pelas soluçõesda Inpar tem como objetivo permitir aos mé-

dicos fazerem diagnósticos em menor tempoe com maior precisão, pois deixam de utili-zar os tradicionais negatoscópios (filme con-tra a luz) e passam a manipular as imagensdos pacientes de diferentes formas atravésdo computador, o que confere mais exatidãonos resultados. Os ganhos do hospital se dãoatravés da alta capacidade de arquivamentoe velocidade no tráfego das informações parasua demanda mensal de 100 mil imagens,

na adaptação total do sistema ao flu-xo de trabalho da rede de dados in-terna, além da redução significativados custos com a impressão dos fil-mes radiológicos.

O Inpacss, servidor disponibiliza-do pela empresa ao Centro de Diag-nósticos por Imagem (CDI) do HSL,segue o modelo adotado por 60% doshospitais norte-americanos. Ele tem1.1 Terabytes de espaço, o equiva-lente à memória de 20 computadorespessoais convencionais, que hoje têm40 Gigabytes cada.

Seguindo a evolução na área de imagensmédicas, a direção do Hospital São Lucaspromoverá, ainda no primeiro trimestre de2006, a digitalização do setor de Raio X, queatende até 10 mil pacientes nos meses demaior fluxo. A direção da Inpar vislumbra le-var suas soluções para este setor, dando as-sistência também à nova demanda, com umvolume adicional previsto de 200 mil ima-gens.

No local são criados folders personalizados

Tecnologia de ponta: diagnósticos mais rápidos e precisos

Page 23: PÁGINA CENTRAL Assessoria de Comunicação Social – …conteudo.pucrs.br/wp-content/uploads/sites/136/2018/03/pucrs_infor...A previsão de término da obra é fevereiro do próximo

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 129 – MAI-JUN/2006 23

INICIAM AS OBRAS DO PARQUE TALENTO EMPREENDEDOR

OParque Talento Empreendedor, pro-jeto voltado à capacitação e quali-

ficação de empresários iniciantes,tem sua primeira estrutura em fase de cons-trução no terreno do Parque Tecnológico daPUCRS (Tecnopuc). Um auditório climatizado,equipado com recursos multimídia e capaci-dade para 90 pessoas, começou a ser erguidona segunda quinzena de março. Esta etaparepresenta o primeiro passo na concretizaçãodos trabalhos da parceria entre a Universida-de e a Federação das Associações de JovensEmpresários do Rio Grande do Sul (Fajers).

Integrante de um projeto nacional, elabo-rado pela Confederação Nacional dos JovensEmpresários (Conaje) e pelo Grupo de JovensEmpresários de Brasília, o trabalho foi lançadoem julho de 2005 e está avançando principal-mente em Porto Alegre, na PUCRS, e em SãoPaulo (SP), no terreno da antiga Casa de De-tenção do Carandiru. A presidente da Fajers,Fernanda Campagnolo, conta que o trabalhoterá três estruturas: o espaço de Inspiração,onde serão fornecidos conceitos básicos sobreempreendedorismo; o Pavilhão de Criação,dedicado à construção de novos negócios; e a

área de Evolução, formatada para atender àsdemandas de aperfeiçoamento dos novos em-presários já estabelecidos no mercado.

As obras do auditório serão concluídasaté o final do semestre, fortalecendo os argu-mentos dos promotores da iniciativa na buscade mais recursos. Para a PUCRS, o novo es-paço serve de estímulo às ações empreende-doras e aos projetos de Pesquisa e Desenvol-vimento (P&D), envolvendo a parceria univer-sidade-empresa. A nova área também aten-derá às demandas das empresas instaladasno Tecnopuc.

TECNOPUC será ampliadoRepresentantes

da PUCRS, daSecretaria de

Desenvolvimento edos Assuntos Interna-cionais e da CaixaRSassinaram, em mar-ço, protocolo de in-tenções que dará iní-cio ao processo de fi-nanciamento para aampliação do ParqueTecnológico da Uni-versidade (Tecnopuc).O repasse de R$ 12milhões permitirá aconstrução de umprédio com 18 milmetros quadrados,dobrando a áreaconstruída atual egerando mais de milnovos postos detrabalho. Os recur-sos serão captadosjunto ao Banco Na-cional para o De-senvolvimento Eco-nômico e Social(BNDES), do qual aCaixaRS é agente credenciado.

O novo prédio abrigará o Centro de Pes-quisa e Desenvolvimento (P&D) da Universi-dade, ampliando as ações nas áreas de Tec-nologia da Informação e Comunicação (TIC),Biotecnologia, Energia e Física Aplicada. Alémde empreendimentos de grande porte, a inici-ativa visa a atrair em especial empresas de

pequeno e médio por-te, sempre mantendoa política de compro-metimento com pro-jetos de P&D comorequisito contratualpara estabelecimentono local.

Durante audiên-cia com o governadorGermano Rigotto, osecretário de Desen-volvimento e Assun-tos Internacionais,Luiz Roberto Ponte, opresidente em exercí-cio da CaixaRS, Ro-gério Augusto de

Wallau, e o diretorde Fomento Socialda Agência, ValterNagelstein, o Reitorda PUCRS, JoaquimClotet, fortaleceu aimportância estra-tégica das parceriasentre a Universida-de, o governo e asempresas. Acompa-nhando a atividade,

estiveram presentes os pró-reitores de Ad-ministração e Finanças, Paulo Franco, de Pes-quisa e Pós-Graduação, Jorge Audy, de Ex-tensão, Roberto Moschetta, além do diretorda Agência de Gestão Tecnológica (AGT), Ri-cardo Melo Bastos.

No encontro, o governador Rigotto ressal-tou que “os pólos tecnológicos estão colocan-

Gestão serviráde modelo

A forma de gestão adotada no Par-que Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc)servirá de modelo para o novo NúcleoCentral do Parque Tecnológico de SãoJosé dos Campos (SP). O coordenadorde Negociações da Agência de GestãoTecnológica (AGT) da Universidade, Da-vid Johnston, levou a experiência dePorto Alegre para o conhecimento dosadministradores e da comunidade aca-dêmica da região do Vale do Paraíba,durante o 4º Seminário do SistemaPaulista de Parques Tecnológicos.

O cotidiano do Tecnopuc foi aborda-do na plenária Desafios na administra-ção de parques tecnológicos, em que oprofessor Johnston mostrou como ocor-re o acesso de novas empresas ao pólode inovação gaúcho, a relação delascom a PUCRS, bem como a estruturaoferecida para administrar as particu-laridades de cada empresa e instituiçãoinstalada no local.

do o Rio Grande do Sul em posição de desta-que nacional e o Tecnopuc lidera esse proces-so”, mencionando sua visita ao local em2005. No Parque da PUCRS, as operações ti-veram início em julho de 2002 e atualmente oespaço abriga 35 empresas, seis entidadesde classe, três centros de pesquisa da Uni-versidade e uma incubadora de base tecnoló-gica, a Raiar, numa área de 5,4 hectares.

Novo prédio terá 18 mil m2

Assinatura do protocolo de intenções

Page 24: PÁGINA CENTRAL Assessoria de Comunicação Social – …conteudo.pucrs.br/wp-content/uploads/sites/136/2018/03/pucrs_infor...A previsão de término da obra é fevereiro do próximo

24 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 129 – MAI-JUN/2006

ENTREVISTA

LAMARTINE PEREIRA DA COSTA

Atividade física no Paísé um fenômeno

Por Ana Paula Acauan

O professor da Universidade Gama Filho,no Rio de Janeiro, Lamartine Pereira DaCosta, 70 anos, um dos mais reconhecidospesquisadores da área da Educação Físicado País, diz que 60% dos brasileiros prati-cam atividade física, índice consideradosemelhante ao da Europa ocidental. Atribuio fato ao incentivo da mídia e à expansãodas Faculdades de Educação Física. NoAtlas do Esporte no Brasil – lançado em2005 pela editora Schape –, que envolveu430 autores e do qual Lamartine Da Costaé um dos editores, fica evidenciado que adificuldade econômica contribui para o fe-nômeno no Brasil. O professor exemplificaque no Maranhão, um dos estados maiscarentes, a maioria da população anda debicicleta porque não tem carro nem podepagar transporte público.

Além de ser importante para a saúde,numa época de aumento da obesidade en-tre a população, a prática de exercícios eprincipalmente o esporte ensinam valores.

QUAL SUA AVALIAÇÃO SOBRE A DISCIPLI-NA DE ESTUDOS OLÍMPICOS, QUE SERÁLANÇADA PELA PUCRS NO SEGUNDO SE-MESTRE?

Como a disciplina não existe em outrasuniversidades, passará a ser um modelo.Há uma tendência na educação em interna-lizar valores. Os estudos olímpicos sempreforam voltados para isso. O valor é mais in-ternalizado enquanto prática e pode tercomo veículo o esporte. Até hoje não desco-briram outra forma melhor de passar princí-pios. Em áreas carentes é um instrumentopedagógico efetivo e útil. Outro aspecto serefere à sociedade. Há uma tendência dasinstituições, especialmente empresas detodo o mundo, de usarem esses valoresolímpicos como meios de treinamento degestores. Quando for criada a disciplina,muito poderá ser feito nesta Universidadeque irá além da escola.

QUE TEMÁTICAS SÃO ESTUDADAS PELOSGRUPOS OLÍMPICOS?

Toda a abordagem dos estudos olímpi-cos chega aos valores. No final do século19, o Barão de Coubertin, um francês queidealizou os jogos, queria revigorar a educa-ção na França. Os Jogos Olímpicos foramum artifício para mobilizar as pessoas vi-sando a essa mudança. Os estudos fazemanálise de várias áreas do conhecimentosob o enfoque dos valores. O exemplo maiscitado é o da paz, está no cerne dos JogosOlímpicos da Grécia. Continua sendo ummeio de compreensão internacional. Paznão pertence à sociologia ou pedagogia, temmuitas dimensões.

ATÉ QUE PONTO ESSES ESTUDOS INFLU-ENCIAM NA REALIZAÇÃO DAS OLIMPÍA-DAS?

Acho um fracasso nessa área. Os JogosOlímpicos foram muito comercializados. Apercepção que se tem é esportiva, não edu-cacional. A mídia dominou os jogos. Esva-

“Crianças internalizam mais os princípiospela prática do que pela oralidade”, cita oprofessor, formado em Educação Física edoutor em Filosofia há mais de 20 anos,tendo pesquisado sobre os valores no Bra-sil. “O tema ainda está atual. Historica-mente o País sempre foi o que vemos hoje.A nossa sociedade é aética, sem tradiçõesque tenham criado atitudes.”

O professor também integra o Conse-lho de Pesquisas do Centro de EstudosOlímpicos, com sede em Lausanne (Suíça),que regula os estudos e concede bolsas, ea Comissão de Educação e Ética da Agên-cia Internacional Antidoping. É palestrantena Academia Olímpica Internacional, quefica na Grécia, e atuou como professor dasUniversidades de Barcelona e Mainz (Ale-manha) na área de Estudos Olímpicos. La-martine Da Costa esteve na PUCRS paraa banca de doutorado do professor NelsonTodt e falou à revista PUCRS Informação,contando uma de suas experiências com aseleção brasileira na Copa de 70, quandoa pesquisa ajudou o talento.

Page 25: PÁGINA CENTRAL Assessoria de Comunicação Social – …conteudo.pucrs.br/wp-content/uploads/sites/136/2018/03/pucrs_infor...A previsão de término da obra é fevereiro do próximo

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 129 – MAI-JUN/2006 25

ziou-se o sentido educacional e, por conse-qüência, o dos valores. São muito enalteci-dos os atletas, as nações e celebrados acompetição, a participação e, às vezes, oentendimento entre várias culturas. Masnão focalizam muito o sentido educacional emesmo cultural dos jogos e do esporte. Osestudos olímpicos estão mais na mão deuniversidades.

COMO ESTÁ O BRASIL EM RELAÇÃO A ES-SES GRUPOS?

Somente quem faz estudos olímpicos naAmérica Latina é o Brasil, que fica entre osdez mais importantes do mundo nessa área.Isso traz prestígio para o País e forma pes-quisadores. Há seis grupos de pesquisa re-gistrados no CNPq, dois no Rio Grande doSul, um da PUCRS, um no Paraná, um emSão Paulo, um no Rio de Janeiro e outro noEspírito Santo. Outros dois têm menor ativi-dade. Existem 30 mil grupos de pesquisa noBrasil englobando todas as áreas do conhe-cimento. Os estudos olímpicos não têm re-presentação, mas uma colocação interna-cional razoável.

NO MERCADO DE TRABALHO HOUVE UMAGRANDE EXPANSÃO. A EDUCAÇÃO FÍSICATENDE A CRESCER NA PESQUISA?

Os estudos olímpicos podem ser consi-derados da área do esporte, mas na Europahá muitos historiadores, museólogos e filó-sofos se envolvendo. As relações com aEducação Física não são perfeitas. Essecrescimento da área no Brasil é fora do co-mum. Ao fazer o Atlas do Esporte no Brasil,notamos uma verdadeira explosão no inte-rior do País. São mais de 400 cursos em ní-vel superior. Nos Estados Unidos há 500 ena Alemanha, 50. As razões são as mais di-versas. Mais da metade dos cursos jamaisformou um professor porque não tem trêsanos ainda. Pesquisa do Instituto Nacionaldo Câncer de 2005 mostra que a atividadefísica é feita por 60% da população. O nú-mero de academias mostra isso. Nos Esta-dos Unidos há 23 mil. No Brasil, passam de30 mil. Para o Atlas II, coletamos dados nointerior. No Maranhão, um dos estados maispobres, o nível de atividade física é tão ele-vado quanto no Sul. É um fenômeno fora docomum. Não há desemprego na EducaçãoFísica.

ISSO SERIA RESULTADO DO MOVIMENTOESPORTE PARA TODOS, IDEALIZADO POR

COUBERTIN, QUE TEVE O SENHOR COMOUM DOS DIVULGADORES NO BRASIL NO FI-NAL DA DÉCADA DE 70?

Talvez como imagem da atividade físicaalgo tenha dado certo. Antes ver uma pessoacorrendo na rua era um assombro. Depoisdessas campanhas mudou muito a situação.O fenômeno atual tem múltiplas causas. Pro-vavelmente a maior é a mídia. Em novelasempre tem uma academia. Se você for hojeao médico com um problema no olho, ele per-gunta: “Você está fazendo atividade física?”.Outra razão é a pobreza. Por exemplo, em Ba-cabal, no Maranhão, que tem a menor rendaper capita do País e 100 mil habitantes, há 60mil bicicletas. Esse é o transporte acessível.No Brasil são vendidas quase 5 milhões debicicletas por ano, a maioria no Nordeste.Quando se faz pesquisa, essas pessoas apa-recem como ativas. Não praticam esporte,que é ainda um pouco distante dessas popu-

lações. No Sergipe, há no mínimo uma acade-mia por município.

QUAL É O IMPACTO À SAÚDE?Não é necessário mais fazer pesquisa

para saber dos efeitos notáveis. Não é umaideologia, mas um fato. O ser humano é feitopara locomover-se. A atividade física reduzmuito especialmente a obesidade, a doençado século. Mas já há preocupações de soció-logos de que há um exagero e uma pressãopara manter-se em forma. Se alguém se ser-ve de sobremesa num restaurante, por exem-plo, é alvo.

NA COPA DE 1970 O SENHOR REALIZOU ES-TUDO SOBRE A PREPARAÇÃO FÍSICA NA AL-TITUDE. ISSO FOI APROVEITADO PELA SE-LEÇÃO BRASILEIRA?

Fui contatado para planejar a adaptaçãoaos sítios de altitude no México. Nas Olimpía-das de 1968 pertenci a um grupo de pesqui-sadores na Cidade do México e conhecia otema. João Saldanha, que assumiu o treina-mento da seleção antes do Zagalo, procurou-me. Pela primeira vez no futebol brasileirohouve essa dimensão. Acredita-se muito nosjogadores do País. Pensa-se que eles são ab-solutos. Naquela Seleção havia até o Pelé.Contribuí nos aspectos da radiação solar erarefação do ar para que a performance me-lhorasse. Fiz algumas simulações por compu-tador, o que não era muito comum. Tambémsugeri aclimatação de 21 dias no México. OZagalo quis acabar com isso, mas o Saldanhadisse que iria nos levar à derrota. Ficaramcom medo e mantiveram o programa. Ganha-mos todos os jogos no segundo tempo. Os jo-gadores falavam nas entrevistas que se sen-tiram melhor. Era efeito da preparação. Sur-preendentemente os estrangeiros não esta-vam tão ligados a esse conhecimento. Houveuma vitória científica, mas não vamos criarheróis.

HOJE É COMUM ESSE TIPO DE INTERAÇÃO?O Brasil leva muito a sério o treinamento

físico, não científico. Porém, a herança é alta-mente positiva. Para nós, os jogadores virammitos. Às vezes isso conduz a resultados, masnão é sempre produtivo. Não há superiorida-de. É preciso fazer um treinamento de base,científico e medido, para atingir uma determi-nada performance. Isso não tem heroísmonem mito. Na Copa de 70, funcionou tão bemque a Fifa documentou o que foi feito peloBrasil.

“HÁ UMA TENDÊNCIA NA EDUCA-ÇÃO EM INTERNALIZAR VALO-RES. OS ESTUDOS OLÍMPICOSSEMPRE FORAM VOLTADOSPARA ISSO. O VALOR É MAIS IN-TERNALIZADO ENQUANTO PRÁ-TICA E PODE TER COMO VEÍCULOO ESPORTE. ATÉ HOJE NÃO DES-COBRIRAM OUTRA FORMA ME-LHOR DE PASSAR PRINCÍPIOS.”

Page 26: PÁGINA CENTRAL Assessoria de Comunicação Social – …conteudo.pucrs.br/wp-content/uploads/sites/136/2018/03/pucrs_infor...A previsão de término da obra é fevereiro do próximo

26 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 129 – MAI-JUN/2006

GENTE

Ensino Fundamental, Ensino Médio eEnsino Superior. Para a maioria dosuniversitários, toda essa trajetória fi-

naliza-se antes dos 30 anos. Ao longo do ca-minho, alguns obstáculos fazem com que oprolongamento do período de estudo torne-seuma preocupação. Quanto mais cedo se tiverum diploma, melhor. Depois de uma certa ida-de, muitas pessoas acham que é tarde de-mais para começar uma Faculdade. Outras,mais determinadas e com vontade de viver,dão o exemplo e provam que nunca é tardepara começar a estudar. Hoje a PUCRS contacom 182 alunos na faixa etária dos 50-59anos, 36 têm entre 60 e 69 e nove ultrapas-saram a barreira dos 70 anos.

A aposentada Eunieldes Pereira, 73 anos,acadêmica do 5º semestre do curso de Histó-ria, é um exemplo de determinação. Depois decasada, com o marido doente, teve que traba-lhar para sustentar a casa. Os estudos fica-ram de lado, mas não deixaram de fazer partedos planos. “Sempre gostei de estudar, masnão tive oportunidade”, conta. Depois da apo-sentadoria, Eunieldes resolveu criar essasoportunidades. Matriculou-se na 4ª série doEnsino Fundamental no período noturno doColégio Marista Ivone Vettorello.

A boa notícia veio quando concluiu o Ensi-no Médio. Sua esforçada trajetória foi divulga-da num jornal de Porto Alegre e, num certo dia,recebeu um telefonema de um curso pré-ves-tibular. “Ganhei uma bolsa de estudos”, lem-bra. Mais motivada ainda, Eunieldes não tevemedo de enfrentar o vestibular. Fez o concurso

Nunca é tarde para ESTUDAR

da PUCRS e passou na primeira tentativa.Mesmo com as dificuldades financeiras e físi-cas, ela não desistiu. Batalhou e conseguiuuma bolsa parcial para estudar na Universi-dade. Tudo para alcançar seu objetivo.

Há cinco semestres, a aposentada pegadois ônibus para chegar à PUCRS, onde con-sidera-se muito querida por todos. “Os alunosme adoram. É vó pra cá, vó pra lá. Quandoalgum professor esquece meu nome, os cole-gas dizem: chama logo de vó”, relata empol-gada. Apesar da idade, Eunieldes consegueacompanhar muito bem as aulas, realizandotemas, trabalhos e provas como os estudan-tes mais jovens. “Só não gosto quando temprova, fico muito nervosa”, confessa sorrindo.Depois de formada, planeja lecionar Históriapara crianças carentes.

Ao contrário de Eunieldes, o estudante do2º semestre de Direito Ângelo Dall Alba, 69anos, teve mais oportunidades, mas mesmoassim manteve o interesse em aprimorarseus conhecimentos. Passou cinco anos naEuropa na década de 60 e em 1975, já noBrasil, formou-se em Letras pela PUCRS. Le-cionou de 1958 a 1993 em escolas de EnsinoFundamental e Médio, e na própria Universi-dade, como professor de grego, latim e filolo-gia romana. Por ser padre, também ministrouaulas em seminários.

Dall Alba morou dez anos em Araranguá,Santa Catarina, atuando na Pastoral do Menore como conselheiro municipal e estadual, oque o fez sentir a necessidade de conhecermais sobre as leis com as quais lidava diaria-mente. Hoje, satisfeito com os estudos, tem

Por meio de concurso pré-vestibular ou poringresso extravestibular com transferênciaou diploma de qualquer curso de graduação.

Informações na Pró-Reitoria de Ensino deGraduação – Av. Ipiranga, 6681 – prédio 1– 1º andar – Telefone: (51) 3320-3505 –E-mail: [email protected]

COMO INGRESSAR

maior domínio do conteúdo: “Já sei muito so-bre o Estatuto da Criança e do Adolescente, oECA, que é a lei número 8.069, de 13 de julhode 1990”, relata orgulhoso. Dall Alba é dire-tor-presidente da Associação Protetora da In-fância, filial do Instituto Leonardo Murialdo.Convivendo com jovens na associação e naFaculdade, declara-se feliz. “Adoro estar nomeio da gurizada!”

Além da busca por novos conhecimentose o desejo de poder estudar, há pessoas quevêem a realização de um curso como um so-nho. Assim Miriam Theresinha Saldanha, 72anos, via a possibilidade de estudar Hotelaria.Ela fez magistério, foi professora de séries ini-ciais durante 42 anos e formou-se em Direito,mas o curso de Hotelaria continuou sendo umsonho a ser realizado. Quando soube que aFaculdade de Comunicação Social abriria ocurso, inédito no Estado, inscreveu-se novestibular. Aluna estudiosa, não deixa de fa-zer nenhum trabalho acadêmico e pretendecursar especialização na área depois de for-mada, no final deste ano. “Não se pode pararnunca. É preciso estar sempre trabalhando amente”, aconselha.

Eunieldes é chamada de “vó”

Miriam realizou um sonho

Dall Alba: “Adoro a gurizada”

Page 27: PÁGINA CENTRAL Assessoria de Comunicação Social – …conteudo.pucrs.br/wp-content/uploads/sites/136/2018/03/pucrs_infor...A previsão de término da obra é fevereiro do próximo

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 129 – MAI-JUN/2006 27

MEMÓRIA

Por Ana Paula Acauan

Em agosto fará dez anos damorte de Antônio Firmo deOliveira Gonzalez, o Anto-

ninho, e ainda hoje se sente asua marca na Faculdade de Co-municação Social (Famecos) daPUCRS. Irreverente, competentee amigo, adjetivos de ex-colegaspara caracterizar o diretor quequeria fazer da Faculdade a me-lhor do Brasil. A boa imagem quea Instituição tem hoje se deveem muito ao seu trabalho, repre-sentando uma geração de pro-fessores preocupados em ensi-nar com foco no mercado de trabalho e emnovas tendências.

Ex-aluno de Jornalismo da PUCRS, Antoni-nho integrou a direção do Centro Acadêmico epresidiu o Diretório Central dos Estudantes.Filho de médico, o porto-alegrense nascidoem 1938 vinculava sua escolha ao avô ma-terno, jornalista em Livramento assassinadopor motivos políticos. Ingressou como profes-sor da Famecos em 1967 e no ano seguinte jácoordenava o Departamento de Jornalismo,função exercida até 1976, quando passou aser diretor. Ficou no cargo até 1994.

Entre as suas realizações estão a AgênciaExperimental de Publicidade e Propaganda, aVideopuc (atual Centro de Produção Multimí-dia) e o Centro de Informática e Comunicação.Também contribuiu para o convênio entre aPUCRS e a Televisão Educativa (que teve seusestúdios instalados nas dependências da Fa-mecos de 1974 a 1981). O coordenador daárea de televisão da PUCRS e presidente doConselho Gestor da UNITV, Carlos Alberto Car-valho, comenta que Antoninho procurava ade-quar os conteúdos das disciplinas dos cursosda Famecos à realidade do mercado e promo-ver a modernização tecnológica.

O diretor dedicado também foi um íconepara os colegas de profissão. Nas redações,guiava-se pelos critérios jornalísticos. “Nosanos 70 os repórteres em geral eram motiva-dos pela luta contra o regime militar. Antoni-nho tinha como ideologia o jornalismo. Simpa-tizava com idéias conservadoras, mas nãodeixava de publicar o que considerava notí-

cia”, conta o professor da Famecos TibérioVargas Ramos, que foi repórter de Polícia daFolha da Tarde (jornal vespertino do grupoCaldas Júnior), tendo Antoninho como editor.Um exemplo foi o Caso das Mãos Amarradas,em 1966. A Folha da Tarde publicou umamanchete sobre a morte do sargento ManoelRaimundo Soares, que tinha posições contrá-rias à ditadura. O seu corpo foi encontrado noRio Jacuí com as mãos amarradas. O repórterWanderley da Costa Soares, hoje colunista dojornal O Sul, falou com o promotor de Justiçaque cuidava do caso, apontou o envolvimentodo Exército no assassinato e citou o militarMenna Barreto. Antoninho conseguiu o avaldo diretor Breno Caldas. “O caso foi divulgadograças à personalidade do editor, que garantiuuma cobertura independente e correta”, contaSoares. Os jornalistas anteriormente haviamseguido uma versão que falava em crimemontado pela esquerda. Dez anos depois, aAntoninho coube novamente a respon-sabilidade de publicar a decisão de umpromotor de reabrir esse caso. O repór-ter José Mitchel fez a reportagem para oJornal do Brasil e agência France Press,que não a divulgaram.

Apesar de defender a formação deprofissionais para o mercado, Antoninhosoube vislumbrar possibilidades e acei-tou o desafio do então Reitor, Ir. NorbertoRauch, de criar o Mestrado em Comuni-cação Social em 1994. Incumbiu DorisHaussen, a primeira doutora em Comu-nicação da Famecos, a conduzir o proje-

As marcas deANTONINHO GONZALEZ

to. A iniciativa também coincidecom o programa de capacitaçãodocente da PUCRS Mil Mestrese Doutores para o Ano 2000.

A viúva Myrthes Gonzalezconta que Antoninho desconhe-cia o medo nos seus empreen-dimentos. “Em três episódiosficou triste, mas não deprimido.Partia sempre para outra”, diz,citando o Coojornal (cooperati-va de jornalistas), O Estado doRio Grande – jornal do GrupoSinos que surgiu em 1995 comoexperiência inovadora de infor-matização, mas durou somente12 edições – e a falência da

Caldas Júnior na década de 80.Antoninho teve uma carreira movimentada

e não pôde conviver muito com os filhos, a psi-cóloga Myrthes, hoje com 41 anos, e o médicoCid Antônio, 39. Atuava também em entidadesde classe, como a Associação Riograndensede Imprensa, da qual foi presidente. Houveuma época em que ele lecionava, além daPUCRS, na Unisinos e na Universidade Federalde Santa Maria. Aos sábados, viajava de SãoLeopoldo a Santa Maria. “Durante um ano fuijunto para garantir a volta”, conta Myrthes, re-latando que Antoninho corria muito. Carlos Al-berto até recusou suas caronas quando traba-lhavam juntos na Comunicação Social do Pa-lácio Piratini e na Famecos. “Rasgava a Aveni-da Ipiranga em alta velocidade.” A esposa cer-ta vez disse para ele se cuidar, deixando a be-bida e o cigarro, que viveria até os 100 anos.Antoninho rapidamente respondeu:

– Que aborrecimento!

Como repórter, com Leonel Brizola (dir.)

Em 1995: recebe o título de Professor Emérito de Norberto Rauch

Foto: Abelardo Marques/Correio do Povo

Foto: Álbum de Família

Page 28: PÁGINA CENTRAL Assessoria de Comunicação Social – …conteudo.pucrs.br/wp-content/uploads/sites/136/2018/03/pucrs_infor...A previsão de término da obra é fevereiro do próximo

28 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 129 – MAI-JUN/2006

ALUNOS DA PUCRS

PUCRS sedia competição de DIREIEm fevereiro, a PUCRS sediou a etapa na-

cional da The 2006 Philip C. Jessup In-ternational Law Moot Court Competition,

competição destinada a estudantes de DireitoInternacional e organizada pela InternationalLaw Students Association. A competição, cujonome homenageia o juiz Philip C. Jessup, daCorte Internacional de Justiça da ONU, ocorresob a forma de corte simulada e tem por obje-tivo incentivar o estudo do Direito Internacional,possibilitar o desenvolvimento de atividades depesquisa doutrinária, jurisprudencial e de do-cumentos oficiais; proporcionar a experiênciade utilizar práticas argumentativas tanto nosmemoriais escritos, quanto nos debates seme-lhantes àqueles presentes em um litígio real naCorte Internacional de Justiça.

Países fictícios, envolvidos em uma contro-vérsia também irreal, decidem submeter o litígioa julgamento pela Corte Internacional de Justiça.Os estudantes de Direito participantes são osadvogados dos países em questão e defendemsuas nações perante a Corte simulada, tanto pormeio de petições escritas como em debatesorais. Enfim, ocorre a simulação de um julga-mento perante a Corte Internacional de Justiça.

Alexandre Arregui atuou como juiz

ALEXANDRE ARREGUI, aluno do Mestradoem Direito da PUCRS e formado pela Universi-dade, participou da competição como juiz. Tam-bém participou do evento em 1996, época emque estudava na Instituição, integrando a equi-pe que venceu a etapa nacional e viajou para

Washington. Na ocasião, conheceu pessoasde diversos países, com as quais mantémcontato, como EUA, República Tcheca e Índia.O sentimento de amizade mesmo num ambi-ente em que a concorrência está presenteconstantemente é uma das característicasdestacadas pelo aluno. “É mais do que umacompetição, é um momento de confraterniza-ção entre pessoas do Brasil e do mundo.Além disso, a consciência em relação ao di-reito internacional torna-se muito maior”,salienta.

Nesta edição da etapa nacional, gruposda Universidade de São Paulo (USP), Univer-sidade Católica de Santos (Unisantos), Uni-versidade Federal de Minas Gerais (UFMG),Faculdade de Direito do Oeste de Minas (Fa-dom), Centro Universitário Ritter dos Reis(UniRitter) e Universidade Federal do RioGrande do Sul (UFRGS) defenderam e acusa-ram os países fictícios Rúbria e Acastos. Re-petindo o resultado de 2005, a Fadom foi avencedora e a UniRitter recebeu o prêmioSpirit of Jessup, concedido ao grupo commais forte espírito de união e de desenvolvi-mento da cultura jurídica internacional.

Recém-formados recebem PRÊMIO AS

Os recém-formados PETERSONCOLARES, PABLO BARÃO eTHIAGO SINDRA foram premiados

pela Associação das Empresas Brasileirasde Tecnologia da Informação, Software e In-ternet – Regional RS (Assespro/RS). A pre-miação é concedida aos melhores trabalhosde conclusão de curso elaborados por for-mandos dos cursos Sistema de Informação eCiência da Computação da Faculdade de In-formática (Facin) da Universidade. Concor-reram os 15 trabalhos com maior grau atri-buído pela banca acadêmica. As pesquisasforam avaliadas pelos diretores da Asses-pro/RS levando em conta critérios como ino-vação e avanço tecnológico, implementaçãoe pesquisa, aplicabilidade e melhor técnica.

Colares, formado em Sistemas de Infor-mação, foi premiado pela pesquisa Sistemade Distribuição de Pacotes Linux, que teveorientação da professora Karin Becker. Par-tiu da necessidade identificada na própriaUniversidade de obter uma ferramenta que

facilitasse a distribuição de sistemas operacio-nais Linux e softwares utilizados nos computa-dores da Instituição. “A cada atualização narede havia o empecilho de ter que se realizar oprocedimento de máquina em máquina. Com a

criação desse sistema de distribuição de pa-cotes Linux é possível automatizar todo oprocesso com simples comandos em apenasum computador, que transmite os dados aosdemais”, explica.

Colares (esq.), Barão e Sindra: melhores trabalhos de conclusão de curso

Page 29: PÁGINA CENTRAL Assessoria de Comunicação Social – …conteudo.pucrs.br/wp-content/uploads/sites/136/2018/03/pucrs_infor...A previsão de término da obra é fevereiro do próximo

ITO JESSUPHOST FAMILY : uma

experiência inesquecível

Boa vontade, paciência edisposição. Essas são al-gumas das característi-

cas essenciais de uma host fa-mily, nome dado às famílias quehospedam alunos estrangeirosem suas casas. Através de pro-gramas e convênios com diver-sas unidades de ensino é possí-vel candidatar-se para acolherestudantes. YUTA ENOKI veio doJapão para estudar línguas naPUCRS ficando hospedado cercade um ano na casa de Liana eRenato Rocha. Voltou para o seupaís no início do ano. O casal ca-dastrou-se na Assessoria de Assuntos Inter-nacionais e Interinstitucionais (AAII) há cincoanos, mas iniciou a prática em 1994, quandohospedou uma alemã, amiga da filha. Desdeentão, hospedam japoneses todos os anos.Cerca de 13 estudantes passaram pela casados Rocha. Sem conhecimentos da língua ja-ponesa, Liana conta que no início a comuni-cação é por meio de gestos e mímicas.

Uma das grandes vantagens é a inten-sa troca de experiências. Com o convíviodiário entre culturas distintas, todos apren-dem e crescem. Criam-se laços afetivosinesquecíveis. Na casa da família Rocha,reuniões e passeios familiares estreitamainda mais esses laços. Cada japonês queficou na casa tem seu próprio álbum de fo-tos, onde estão registrados momentos comofestas de aniversário e Natal, viagens aSanta Catarina, Garibáldi e Gramado e atémesmo fotos com celebridades brasileirascomo o Pelé.

Depois de despedirem-se de Enoki, osRocha receberam a estudante MAI YAMAGU-CHI em sua casa. Aluna da Universidade deSofia, a mesma de Enoki, Mai conta que es-colheu a PUCRS e Porto Alegre pelo interesseem conhecer a cultura gaúcha. “Pude optarentre Porto Alegre, São Paulo e Brasília. AchoPorto Alegre a cidade mais segura.” Estu-dando disciplinas como História do Rio Gran-de do Sul e História Cultural do Brasil, alémde Língua Portuguesa, a intercambista des-taca as diferenças climáticas, culturais egastronômicas entre o Brasil e o Japão. Emmarço participou do carnaval da cidade jun-tamente com franceses, chineses, brasilei-ros e demais colegas japoneses. “Foi muitointeressante. Desfilamos com uma escola desamba. Foi uma experiência inesquecível.”

Segundo Eduardo Souza, membro daComissão de Mobilidade Acadêmica da As-

sessoria dePlanejamento eMarketing, aprática de aco-lher alunos deintercâmbio éconsagrada naEuropa. “Há pes-soas que rece-beram estu-dantes de maisde 70 naciona-lidades diferen-tes em suascasas”, afirma.Na PUCRS, aAAII responsa-biliza-se porproporcionar oencontro entrefamílias gaú-chas e jovensestrangeiros deacordo com osperfis de am-bos. Além dascaracterísticascitadas anteri-ormente, é pre-ciso ter umquarto à dispo-sição. A hospe-dagem pode ser feita voluntariamente oucom valores acertados entre a família hos-pedeira e o estudante.

Álbum de fotos: encontro com Pelé foi marcante

SAIBA MAISRealizada integralmente em in-

glês, a competição exige fluência,concentração e tranqüilidade dosoradores. O evento teve sua primeiraedição em 1959, na Universidade deHarvard, envolvendo equipes de es-tudantes de três instituições de ensi-no superior dos EUA. Atualmente, acompetição conta com a participaçãode grupos de mais de 50 países. Sen-do uma atividade de grandes propor-ções, é dividida em duas etapas. Nanacional, as equipes das universida-des locais disputam por uma vaga naetapa internacional. As vencedorasdos National Rounds participam dosInternational Rounds. A etapa inter-nacional ocorre em Washington, DC,cidade sede da entidade organizado-ra do evento.

SSESPROOrientados pela professora Isabel

Manssour, Barão e Sindra, bacharéis emCiência da Computação, foram premia-dos pelo estudo Uma aplicação paravisualização de alteração de CódigoFonte. Eles desenvolveram uma ferra-menta capaz de verificar diferenças en-tre dois códigos fonte de forma que o usu-ário possa interagir com essas diferen-ças por meio de um gráfico. “Hoje essacomparação é feita de modo textual. Como sistema próprio elaborado seria possí-vel visualizar o processo com gráficos”,salienta Sindra. “É possível localizar eanalisar as diferenças em cada linha dotexto de forma prática e rápida por meiodas imagens apresentadas”, completaBarão.

O Prêmio Assespro/RS visa a incenti-var a pesquisa e o desenvolvimento deprojetos inovadores para o setor de tecno-logia da informação, bem como premiar osjovens talentos.

Yuta e Liana: amizade

ENTRE EM CONTATO COM A AAII

Campus Central, prédio 1, sala 205(51) 3320-3660 – [email protected]/aaii

Mai (esq.) está na PUCRS

Fotos: Arquivo Pessoal

Page 30: PÁGINA CENTRAL Assessoria de Comunicação Social – …conteudo.pucrs.br/wp-content/uploads/sites/136/2018/03/pucrs_infor...A previsão de término da obra é fevereiro do próximo

ALUNOS DA PUCRS

30 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 129 – MAI-JUN/2006

MISSÃO AMAZÔNIAe PROJETO RONDONvão ao Norte do País

Os municípios de Ji-Paraná, em Ron-dônia, e Benjamin Constant, região

do Alto Solimões, no Amazonas, fo-ram beneficiados pelos projetos Missão Ama-zônia, do Programa Universidade Missionária,e Rondon, da Extensão Comunitária, duranteas férias de verão. Um grupo de 23 pessoas,formado por professores e acadêmicos daPUCRS, esteve envolvido nas ações voluntá-rias.

Em Ji-Paraná o objetivo foi auxiliar nosprocessos de desenvolvimento e fortaleci-mento da cidadania da população local, de-senvolvendo alternativas para a geração derenda e sustentabilidade por meio de reuni-ões, oficinas, cursos de capacitação e práti-cas de campo. Foram desenvolvidas tambémações como aplicação de flúor, distribuição deescovas de dente, teatro educativo sobre saú-de bucal, testes de aferição visual e registrosda potabilidade da água consumida nas resi-dências visitadas, além de trabalho na forma-ção de lideranças universitárias e pastorais.

Na aldeia Araras, os 15 missionários co-nheceram o cotidiano da tribo, experimenta-ram a macaloba, bebida típica da comunida-de local, e ofereceram o chimarrão. Durante anoite, os visitantes dormiram em habitaçõesdenominadas malocas, casas feitas com fo-lhas de palmeiras e cipó. “Dentro das malo-cas havia TV, DVD e eles vão seguidamente àcidade”, conta LUCAS GOMES DE MOURA,

estudante de Ciências Biológicas, sobre a mo-dernização da cultura indígena.

O Programa Universidade Missionáriateve início em dezembro de 2004, com a rea-lização da Missão Butiá, beneficiando seis milpessoas de 700 famílias. Depois dessa expe-riência, foram realizadas mais duas missõessolidárias em julho de 2005: na cidade deButiá e na Vila Nossa Senhora de Fátima emPorto Alegre, onde a PUCRS mantém umCampus Aproximado.

Desenvolvimento local sustentável e qua-lificação da gestão pública da cidade de Ben-jamin Constant. Com essas finalidades, oProjeto Rondon levou ao município cursos mi-nistrados pelos alunos, que também partici-param de reuniões, estudaram o diagnósticoda cidade e planejaram as ações a serem de-senvolvidas. Foram abordados aspectos comogestão de projetos e de recursos, plano dire-tor, infra-estrutura e operacionalização de es-tratégias. O grupo, composto por seis alunos edois professores, também promoveu oficinassobre temas como regularização fundiária,desenvolvimento socioeconômico de comuni-dades rurais e urbanas, uso da energia solarna área rural e fluoretação das águas deabastecimento público.

O coordenador de Extensão Comunitária,professor Edgar Erdmann, destaca que o pro-jeto beneficia tanto as comunidades quantoos participantes que, vivenciando a realidade

PUCRS tem tradição no Rondon

de outras regiões, têm a consciência desper-tada para as desigualdades socioeconômicasdo País. Para a acadêmica de jornalismoLARA ELY, integrante da equipe, os acadêmi-cos partiram com a missão de levar um poucodo que aprenderam na Universidade para odebate com as autoridades locais. “Não so-mos especialistas em Amazônia, mas cadaaluno conhece a sua área de atuação e quercontribuir. Planejamos oficinas horizontais, ouseja, não demos aulas, mas propusemos umadiscussão, levamos uma teoria, identificamoso que eles sabiam e daí construímos idéias”,destaca.

O Projeto Rondon, promovido por meio daparceria entre governo federal e instituiçõesde ensino superior, foi retomado pelo Ministé-rio da Defesa em 2005, depois de 15 anossem atividades. O objetivo é levar acadêmicosa regiões pobres do País para o desenvolvi-mento de ações comunitárias durante as féri-as. A PUCRS foi uma das 40 instituições bra-sileiras selecionadas a participar desta novafase da iniciativa, mas a Universidade temexperiência no projeto. De 1972 a 1989, aInstituição manteve um Campus Avançado doRondon na região do Alto Solimões.

Ji-Paraná: auxílio para fortalecer cidadaniaEm Benjamin Constant: ações comunitárias

Foto

s: E

xtens

ão C

omun

itária

Foto: Divulgação Pastoral

Page 31: PÁGINA CENTRAL Assessoria de Comunicação Social – …conteudo.pucrs.br/wp-content/uploads/sites/136/2018/03/pucrs_infor...A previsão de término da obra é fevereiro do próximo

Bolsista vivenciaCULTURA JAPONESA

Oaluno do Instituto de Cultura Japo-nesa (ICJ) e da Faculdade de Direi-

to GIOVANNI DIENSTMANN esteveno Japão no início do ano. A viagem foi pro-movida pela Fundação Japão, que mantémconvênio com 15 universidades em todo omundo, quatro delas no Brasil. “Dienstmannestava no quinto semestre de Direito e o pe-núltimo do curso de língua japonesa, quandofoi selecionado de acordo com as notas e tes-te de proficiência”, relata o coordenador doICJ, Isao Ishibashi.

Durante as seis semanas no país, ficoualojado no Centro Internacional de Kansai, naprovíncia Osaka. No local eram ministradasaulas de japonês em turno integral. Além deestar em constante contato com a rotina ja-ponesa, Dienstmann conviveu com estudan-tes oriundos de países como Egito, Laos e Irã,por exemplo. O convívio possibilitou o treina-mento não só da língua japonesa como da in-glesa, pois a comunicação entre os bolsistas

também se deu por meiodo idioma britânico.

Foram realizadas du-rante o período, viagenspara diversas cidadescomo Tóquio, Kamakura,Kyoto, Hakone e Hiroshi-ma. “Visitamos locais fa-mosos como Museu daPaz, Parque da Paz, Mu-seu de Tóquio, templosbudistas e xantoístas eassistimos ao Campeo-nato Nacional de Sumô”,conta empolgado. Dienst-mann destaca o compor-tamento rígido da culturajaponesa: “Os japoneses são bastante rigoro-sos com horários e regras. Se passasse cincominutos do início da aula e faltasse algumaluno, o professor ligava para todos os locaisdo Centro para localizá-lo e apressá-lo.”

Aluno apresenta trabalhos na ARGENTINA

Oaluno ADRIANO MEDEI-ROS do curso de História

da Faculdade de Filosofia,Ciências e Letras do Campus Uru-guaiana esteve em Chivilcoy, Argen-tina, para apresentar três trabalhosde sua autoria. As apresentaçõesocorreram durante a 6ª Jornada Chi-vilcoyana em Ciencias Sociales YNaturales e tiveram a orientação doprofessor Flamarion Gomes. Oevento reuniu arqueólogos e pesqui-sadores das ciências humanas liga-dos à área de pesquisa cemiterial.

Um dos trabalhos apresentados foi amonografia de Medeiros, que está no 7ºsemestre, Cultura material funerária: es-tudo arqueológico de cemitérios da regiãorural do município de Uruguaiana nos sé-culos 19 e 20. Os estudos foram sobre sí-tios arqueológicos, abordando a organiza-ção de um padrão de sepultamentos naFronteira Oeste, mais especificamente emUruguaiana, em que ficam evidentes divi-sões de acordo com o poder econômicodas pessoas em vida. Foram analisadositens como a dispersão dos túmulos, a ar-

quitetura empregada, os materiais de cons-trução e as cruzes e suas tipologias. Tipos desepultamento também foram avaliados. “Es-ses cemitérios pesquisados faziam parte deantigas estâncias e os donos se valiam dessepoder para colocar seus túmulos e os de seusfamiliares em linhas privilegiadas, que ficas-sem em evidência”, conta o estudante. A da-tação dos sítios é entre 1880 e 1950.

Os outros dois trabalhos, Uso da arqueo-logia processual no estudo de padrões de se-pultamento e Cultura material funerária: umreferencial teórico sobre o tema, tratam de

tema semelhante. O primeiroaborda a importância da teoriaprocessual para o conhecimentode um contexto cultural e históri-co como pré-requisito para aanálise de padrões de sepulta-mento, enquanto o segundo trazembasamentos teóricos parasustentação do assunto.

Medeiros ficou muito satisfei-to com a experiência na Argentinae pôde observar o quanto as pes-quisas na área são mais intensasnaquele país. “Fui muito bem re-

cebido em Chivilcoy, participei da mesa dedebates e fui convidado para apresentar ostrabalhos no Congresso Nacional Argentinode Arqueologia Funerária na cidade de Ro-sário. Lá os estudos são mais profundos doque no Brasil.” Medeiros inclusive foi temade uma matéria do jornal La Razon. Àsvésperas da formatura, ele pretende conti-nuar as pesquisas, apesar da quantidadesignificativa de materiais que arrecadou.Em julho deste ano acontecerá em PortoAlegre o 2º Encontro sobre Cemitérios Bra-sileiros do qual Medeiros participará.

Com previsão de formatura para o final doano, o aluno pretende continuar estudando alíngua japonesa e aprimorar seus conheci-mentos. Entre os planos está a possibilidadede retornar ao país para realizar mestrado.

Dienstmann (destaque) e seus colegas de vários países

Sítio arqueológico em João Aguerri foi estudado

Foto: Arquivo Pessoal

Foto: Adriano Medeiros

Page 32: PÁGINA CENTRAL Assessoria de Comunicação Social – …conteudo.pucrs.br/wp-content/uploads/sites/136/2018/03/pucrs_infor...A previsão de término da obra é fevereiro do próximo

LANÇAMENTOS DA EDIPUCRS

32 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 129 – MAI-JUN/2006

A INVENÇÃO DE UMA ESCRITA:ANCHIETA, OS JESUÍTAS

E SUAS HISTÓRIASSocorro de Fátima Pacífico Vilar

221p. – Col. Memória das Letras, 21Diferente das posições correntes, quebuscam uma espécie de interpreta-ção definitiva sobre a figura do jesuí-ta, a perspectiva deste estudo équestionar tais versões. José de An-chieta transforma-se em monumen-to, na medida em que assume varia-das feições de acordo com os inte-resses daqueles que se apropriam deseu nome, de sua imagem e de suaescrita ao longo de quatro séculos.

EDUCAÇÃO PRESENCIAL E VIRTUAL:ESPAÇOS COMPLEMENTARES

ESSENCIAIS NA ESCOLA E NA EMPRESAElaine Turk Faria (organizadora) – 219p.

Os textos reunidos neste trabalho divulgam

investigações realizadas na área de Educação

a Distância e na aplicação de recursos multi-

midiáticos nos espaços educacionais, sejam

eles escolares ou empresariais. O leitor pode-

rá encontrar caminhos e eliminar receios que

porventura ainda existam na aceitação da

EAD e no enriquecimento que o profissional

como o pedagogo multimeios poderá trazer

para as escolas e empresas.

RACIONAL OU SOCIAL? A AUTONOMIADA RAZÃO CIENTÍFICA QUESTIONADA

Alberto Oliva314p. Coleção Filosofia, 192

O autor analisa três tipos básicos de re-construção da racionalidade científica. O pri-meiro entende cientificamente a ciência,abordando-a de forma auto-reflexiva, cons-truindo uma ciência da ciência. O segundotipo imprime caráter filosófico ao estudo daciência, partindo da idéia de não ser possí-vel produzir uma teoria da ciência que nãose apóie numa teoria do conhecimento. Oúltimo enfoque é “externalista”: a ciência étransformada em objeto empírico, passa a ser analisada como um fato social,deixando sua racionalidade de ser vista como auto-subsistente.

O TURISMO E A AÇÃO DAS VARIÁVEIS

CONTROLÁVEIS E INCONTROLÁVEISMarcelo Schenk de Azambuja (organizador)

168p. – Coleção Comunicação, 37

Uma coleção dedicada ao turismo e hospitali-

dade. Autores nacionais e estrangeiros partici-

pam trazendo reflexões sobre temas atuais,

como terrorismo, doenças infecciosas e violên-

cia, perpassando pelas estratégias e variáveis

controláveis e incontroláveis do turismo, tendo

como pano de fundo temas relacionados à mo-

tivação de viagens, transportes e logística, cul-

tura, empresas e seus recursos humanos.

O ESTUDANTE DE MEDICINA E OPACIENTE: UMA APROXIMAÇÃO

À PRÁTICA MÉDICAAlfredo Cataldo Neto, Ivan Antonello

e Maria Helena Itaqui Lopes(organizadores) – 219p.

Numa linguagem simples, a históriada Faculdade de Medicina da PUCRSe da profissão médica, assim comovivências do dia-a-dia, são apresen-tadas a fim de estimular e enriquecero conhecimento do futuro médico.

Page 33: PÁGINA CENTRAL Assessoria de Comunicação Social – …conteudo.pucrs.br/wp-content/uploads/sites/136/2018/03/pucrs_infor...A previsão de término da obra é fevereiro do próximo

MERCADO DE TRABALHO

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 129 – MAI-JUN/2006 33

QUÍMICO: curioso, multidisciplinare essencial à comunidade

empre gostei de abrir relógios eaparelhos em casa”. Assim San-dra Einloft, diretora da Faculda-

de de Química, exemplifica o perfil curiosocomum a todos os químicos. Além daconstante curiosidade, facilidade para lidarcom o abstrato, dedicação e concentraçãosão essenciais para quem deseja seguir naprofissão. A impressão que se tem dos quí-micos, segundo o professor Augusto Dona-to, é um pouco equivocada. “Pensam quesomos meio loucos, mas também existempessoas ‘normais’ no ramo”, brinca. É pos-sível notar a paixão pela atividade na gran-de procura pelos laboratórios e salas deestudos da Faculdade em horários extra-classe.

Os profissionais da Química, além domagistério, podem atuar em diversas áreasda indústria – vinhos, plásticos, borracha,produtos automotivos e de limpeza, vidros,cerâmicas, tintas, esmaltes, resinas, adu-bos e fertilizantes, refrigerantes, bebidasfermentadas, energéticos, conservas, entreoutros – e órgãos de controle ambiental emeio ambiente, sendo fundamentais nodesenvolvimento técnico e científico deuma comunidade.

Cada vez mais a química está interli-gada com outras áreas de conhecimentocomo física, biologia, farmácia, odontolo-gia, medicina e engenharia, e sua impor-tância é evidente. A remuneração para quí-micos industriais, de acordo com o Sindi-cato dos Químicos do Rio Grande do Sul, éde seis salários mínimos para 30 horas se-manais. Para o magistério, com a mesmacarga horária, o pagamento é de R$ 873,60para séries iniciais e R$ 1.896,00 para en-sino superior, segundo o Sindicato dos Pro-fessores do Rio Grande do Sul. De acordocom a qualificação do profissional e a em-presa, esses valores podem ser maiores,mas nunca abaixo do estipulado por lei.

Na PUCRS, a Faculdade de Químicaoferece duas habilitações: LicenciaturaPlena em Química, com duração de setesemestres, e Química Industrial, com novesemestres. Ambas têm ingresso único, e épossível optar por uma delas ou cursar asduas paralelamente, pois há disciplinas emcomum e específicas ao longo do curso.

Criado em 1969 no Instituto de CiênciasExatas e Naturais, em 1970 passou a serdenominado Instituto de Química. Atual-mente como Faculdade de Química, contacom quatro laboratórios de pesquisa e o re-

Mercado e Pesquisas

ONDE CURSARFaculdade de Química – Campus Central,Avenida Ipiranga, 6681, prédio 12A.Informações: (51) 3320-3549,[email protected] ou www.pucrs.br/quimica

O licenciado em Quími-ca Jonas Fernandes, forma-do pela Faculdade de Quí-mica da PUCRS em 2002,foi contratado logo depoisda formatura. Trabalhou emescolas e cursos pré-vesti-bulares. Depois de retornarde um intercâmbio na cida-de de Cabo Verde, na África,continua dando aulas. “Nãotenho o que reclamar domercado de trabalho. Ao meformar, já tinha empregogarantido e propostas paraescolher”, garante.

Atualmente Fernandesrealiza pesquisas na Facul-dade de Química na área depolímeros. Um dos resulta-dos desses estudos é o iso-lante polimérico, capa plás-tica que serve para isolarfios elétricos. O invento foi patenteado eestá aguardando aprovação da Compa-nhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE)e Rio Grande Energia (RGE) para ser in-serido no mercado. Entre as outras pes-quisas estão o papel de arroz e biodie-sel produzido a partir do óleo de arroz,ambas feitas em parceria com a As-sociação dos Arrozeiros de Uruguaiana.

Mestre em Engenharia de Materiaispela PUCRS, Fernandes destaca a im-portância das pesquisas para a carrei-ra. “Pretendo seguir a área da pesquisa,mas independentemente disso é precisoestar sempre realizando projetos cientí-ficos para aprimorar conhecimentos eaté mesmo para conseguir bolsas deestudos”, aconselha.

“S cém-inaugurado laboratório de ensino deQuímica Industrial, que se soma a váriosoutros. Há convênios com empresas, comoTintas Killing, AES Sul – Distribuidora deEnergia, OZ Engenharia, entre outras, Insti-tuto de Geriatria da PUCRS e universidades,como Pierre et Marie Curie (Paris), Católicado Chile, do Estado de SC e Univille.

Como opções de Pós-Graduação há omestrado de Ciências dos Materiais, ligadoà Faculdade de Engenharia, e o mestradode Educação em Ciências e Matemática, li-gado à Faculdade de Educação.

Jonas Fernandes: emprego garantido ao se formar

Page 34: PÁGINA CENTRAL Assessoria de Comunicação Social – …conteudo.pucrs.br/wp-content/uploads/sites/136/2018/03/pucrs_infor...A previsão de término da obra é fevereiro do próximo

DEBATES

PESQUISA estimula reflexãosobre direitos das criançasPor Carine Simas

Uma aluna nova, vinda de outro país esem falar bem o idioma local, chegaa uma turma de estudantes com a

média de 10 anos de idade. Logo nos primei-ros dias, um desafio: a professora pede paraas crianças apresentarem uma peça de tea-tro. Qual é a reação do grupo: integrar a cole-ga que tem dificuldades com a língua ou dei-xá-la de fora para evitar o risco de prejudicara apresentação? Respostas a dilemas comoeste, que tratam sobre inclusão, valores soci-ais, crenças e privacidade, estão estimulandouma reflexão sobre a conscientização dos di-reitos da infância em quatro países. Um estu-do coordenado pelo Instituto de Pesquisassobre Qualidade de Vida (IRQV – sigla em ca-talão), da Universidade de Girona (Espanha),busca saber das próprias crianças, de pais eprofessores, como percebem os direitos noperíodo da infância.

O estudo começou em 2000, na Espanhae na Itália, e desde o ano passado se expan-diu para o Brasil e a Índia. Outros países tam-bém demonstraram interesse e podem parti-cipar a partir do próximo ano. A PUCRS, pormeio do Grupo de Pesquisa Dinâmica das Re-lações Familiares do Programa de Pós-Gra-duação em Psicologia, é a representante bra-sileira no levantamento. A professora AdrianaWagner, coordenadora do trabalho na Univer-sidade, explica que a idéia é refletir sobrecomo se constroem noções de cidadania ejustiça nas crianças.

Para fazer o levantamento, psicólogosprepararam um questionário destinado a es-tudantes de oito a 13 anos, seus pais e pro-fessores. No Brasil, membros do grupo depesquisa Dinâmica das Relações Familiaresentrevistaram 503 crianças, 250 pais e 245professores, da grande Porto Alegre de nívelsocioeconômico médio. “Buscamos identifi-car crenças e valores que podem embasaruma educação mais ou menos voltada parao exercício dos direitos das crianças”, expli-ca Adriana. Para pais e educadores os ques-tionamentos trataram sobre privacidade (seconsideram importante que seu filho tenhaum diário ou conversas telefônicas privati-vas), autonomia (se deixam as crianças to-mar decisões sobre o que comprar para si) e

conhecimento dos direitos (se participam deatividades ligadas à infância).

O coordenador internacional do trabalho ediretor do IRQV, Ferran Casas, justifica que aconscientização é o primeiro passo rumo àjustiça. “Quando os cidadãos realmente que-rem mudanças, as políticas públicas seadaptam mais rapidamente”, constata Casas,que esteve na PUCRS em abril para coordenaruma etapa da pesquisa. O diretor do IRQVconta que o Brasil tem uma reputação ruimna Europa pela imagem das crianças de rua.

As respostas da pesquisa brasileira come-çaram a ser organizadas em abril e até o finaldo ano devem estar analisadas. Os dados se-rão comparados e unidos aos dos outros trêspaíses, dando origem a um material didático-

A PUCRS na pesquisa

pedagógico que auxiliará famílias e escolas napromoção de uma educação com mais espaçopara o exercício dos direitos da criança.

Na Espanha e na Itália, a pesquisa foiconcluída e deu origem a um livro e vários ar-tigos científicos. Segundo Casas, descobriu-se novidades sobre as crianças. “Vimos, porexemplo, que elas são mais solidárias do queimaginávamos”, conta. No dilema da colegaestrangeira, por exemplo, cerca de 90% dosestudantes na Espanha e na Itália se mostra-ram dispostos à integração. “Nesta idade,pertencer a um grupo é muito importante, porisso deixar uma colega de fora é consideradoum castigo grave”, observa. Outra prioridadepara os pequenos é ser consultado pelos paisem decisões que lhes dizem respeito.

Pela Universidade, estão envolvidos notrabalho 15 alunos colaboradores (bolsis-tas de iniciação científica, mestrandos edoutorandos) e a professora Adriana Wag-ner, da Faculdade de Psicologia, que coor-dena o projeto no Brasil. A pesquisa come-çou em 2005, quando Adriana regressoude seu pós-doutorado no IRQV, onde se in-seriu no projeto que vinha sendo desenvol-vido na Itália, na Espanha e na Índia.

No final de 2005, o Grupo de PesquisaDinâmica das Relações Familiares do Pro-

grama de Pós-Graduação em Psicologia daPUCRS ganhou o edital lançado pela Coor-denação de Aperfeiçoamento de Pessoalde Nível Superior (Capes) e vinculado aoMinistério de Educação da Espanha. Apartir de 2006, as duas instituições passa-ram a subsidiar o estudo transcultural. Oedital prevê também intercâmbios e está-gios entre a PUCRS e a Universidade deGirona, ação que foi implementada emmarço deste ano, com a viagem de duasmestrandas da PUCRS à Espanha.

Solidariedade caracteriza comportamento infantil, segundo estudo

Foto: Krista Davis/stock.XCHNG

34 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 129 – MAI-JUN/2006

Page 35: PÁGINA CENTRAL Assessoria de Comunicação Social – …conteudo.pucrs.br/wp-content/uploads/sites/136/2018/03/pucrs_infor...A previsão de término da obra é fevereiro do próximo

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 129 – MAI-JUN/2006 35

BASTIDORES

Estamos em OBRA,desculpe o transtornoAcomunidade

acadêmicatem acom-

panhado ao longodos anos o aumentodo número de edifi-cações na Universi-dade. A ampla refor-ma da BibliotecaCentral, que está emandamento, é umadas mais recentesnovidades do Cam-pus Central. Alémdesta, outras cons-truções foram reali-zadas nos últimos anos. Freqüentemente hátambém pequenas obras de manutenção. Portrás de tudo isso está a Divisão de Obras, se-tor localizado no prédio da Reitoria. Planejar eeventualmente evitar obras com soluçõescriativas é a principal função.

Criada em 1978 para planejar e adminis-trar as construções e projetos da PUCRS, em1984 passou a ter uma equipe de mão-de-obra própria, hoje formada por cerca de 210operários divididos nas áreas de engenhariacivil, elétrica, hidráulica, mecânica e pintura.As primeiras obras foram a reforma do prédio8 e a construção do ginásio antigo (atual pré-dio 81), do Centro Clínico e do Museu de Ci-ências e Tecnologia.

Entre as demais construções estão a Pre-feitura Universitária, o bloco oito do HospitalSão Lucas, as áreas externas do Parque Espor-tivo, a ampliação da Igreja Cristo Mestre, osestacionamentos e os prédios 11, 12A, 30, 41,50, 81, 82 e 84. Devido à grande expansão doespaço útil do Campus, há o projeto Plano Di-retor, que pretende orientar o crescimento dacidade universitária e a intercomunicação dasedificações por algum meio de transporte.

A Divisão de Obras é estruturada em qua-tro setores, localizados no segundo andar doprédio 1: engenharia civil, arquitetura, enge-nharia elétrica e orçamento e controle. No lo-cal, são elaborados e estudados os projetos eorçamentos. Há também o Canteiro de Obras,situado no estacionamento ao lado do prédio50, onde são feitos serviços práticos, comomarcenaria. As obras são realizadas pelaequipe interna ou por empresas terceirizadasde acordo com a classificação (ver quadro) efinanciadas pelo Banco Nacional de Desen-volvimento Econômico e Social (BNDES).

Atualmente existem quatro construçõesdo tipo A em andamento, oito do tipo B e setedo tipo C. A quantidade das de tipo D, por se-rem menores, estão em constante variação.Além das obras, 94 projetos estão sendo es-tudados, incluindo o Hospital São Lucas.“Eles são a parte mais importante de umaobra e representam cinco por cento do valortotal. Por meio deles é possível analisar aspossibilidades de realização e planejar todosos detalhes para que uma construção sejabem-sucedida”, enfatiza o arquiteto HenriqueRocha, responsável pela Divisão de Obras.

Em ação: operários levantam prédios

A lógicada numeraçãodos prédios

Prédios 1, 2, 3, 4, 5. A seqüêncialógica segue até ao prédio 20 e, derepente, perde-se a ordem consecuti-va dos números. Apesar da indicaçãoda numeração, o Campus Central daUniversidade não é composto por 99prédios. Afinal, qual o raciocínio utili-zado para ordenar os prédios? O ar-quiteto Henrique Rocha lembra que noinício os prédios já seguiam a ordemnormal de acordo com o local em queeram construídos, mas como não hou-ve um “loteamento” prévio do espaçodisponível, foi se perdendo a possibili-dade de construção de prédios de for-ma linear para que se seguisse a or-dem numérica. A partir daí, optou-sepelas dezenas. O prédio 30, localizadoentre números totalmente sem ligação,foi o precursor. Em 1988, quando aPUCRS completava 40 anos, concluía-se uma obra, que em homenagem àdata, recebeu o número 40. Assim tam-bém aconteceu com o prédio 50 em1998. Dessa forma, iniciou-se a de-sordem numérica. Vieram os prédios60, 80, 90 e assim por diante. Para osanexos e prédios próximos aos núme-ros redondos foram dados números demesma casa decimal, como é o casodo prédio 41. O último número até omomento é o 99.

Classificaçãodas obras

As obras são classificadas em qua-tro tipos de acordo com o tamanho:

TIPO A: Grandes projetos. Reali-zação terceirizada. Exemplos: PlanoDiretor e os prédios 16 e 32.TIPO B: Projetos médios. Realiza-ção interna. Exemplos: laboratórios,reformas do 2º andar da Reitoria.TIPO C: Pequenas obras cuja du-ração é de, em média, um mês. Reali-zação interna. Exemplos: Griffe PUCRS,laboratórios de pequeno porte.TIPO D: Basicamente manuten-ção. São realizadas cerca de mil porano. Realização interna. Exemplos:instalação de redes de computado-res, pequenas reformas.

Divisão de Obras funciona no prédio da Reitoria

Page 36: PÁGINA CENTRAL Assessoria de Comunicação Social – …conteudo.pucrs.br/wp-content/uploads/sites/136/2018/03/pucrs_infor...A previsão de término da obra é fevereiro do próximo

CULTURA

36 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 129 – MAI-JUN/2006

Primeira turma de CINEMAconclui o filme Placebo

Oprimeiro filme lon-ga-metragem em

35mm do CursoTecnológico em ProduçãoAudiovisual – Cinema e Ví-deo, da Faculdade de Co-municação Social, está emfase de finalização. Os for-mandos concluíram as gra-vações e em abril começa-ram a montagem. A duraçãodeverá ficar em até 20 mi-nutos. O lançamento estáprevisto para agosto duran-te uma mostra dos traba-lhos da turma pioneira docurso. São realizados emmédia 20 filmes por semes-tre, do total de cinco quecompõem o curso, com du-rações que variam de umminuto (exercícios no 1º se-mestre) a 20 minutos (osmais sofisticados).

Durante a realização dofilme 35mm Placebo houveo interesse de diversos pro-fissionais em participar, re-cebendo apenas ajuda decusto. “Cenógrafos, bailarinas, músicos e ou-tros ajudaram a fazer com que o filme tenhaum acabamento muito bom”, avalia o diretorMarcelo Restori. O coordenador do curso, Car-los Gerbase, destaca que a produção é visu-almente muito boa e a história, impactante.

Fazem parte do elenco Fábio Cunha, CarlaCassapo, Clara M., Luciana Paz, Fábio Ran-gel, Jeremias Lopes e as crianças FredericoRestori, Luiza Divino, Vitor Divino e Luana Ri-beiro. Na direção de produção, atuaram os

alunos da PUCRS Glauco Firpo e Pedro Guin-dani e, na direção de fotografia, João Divino.Entre os profissionais que colaboraram estãoDaniel Lion (figurinista), Fernanda Brum (ma-quiadora e contribuiu para a caracterizaçãode personagens), Henrique Mojo (cabeleireiroe também caracterizou personagens), Jussa-ra Miranda (coreógrafa), Carolina Guimarãese Laura Luna Martins (bailarinas), 4 Nazzo,Ricardo King Jin e Fernando Basso (fizeram atrilha sonora).

VIAMÃO SEDIARÁ COMPLEXO CINEMATOGRÁFICO

APUCRS, a Secretaria de Estado daCultura (Sedac) e a Fundação Cine-ma RS (Fundacine) assinaram um

protocolo de intenções para a implantação doprimeiro Complexo Cinematográfico do RioGrande do Sul. A Universidade disponibilizará32 mil metros quadrados de área construída e15 hectares, em meio a uma área verde, no

Campus Viamão. Os recursos materiais, hu-manos e financeiros para a construção ficarãosob responsabilidade das três instituições. Nolocal poderão ser montados estúdios de médioe grande porte, depósitos de material cenográ-fico, oficinas de marcenaria e confecção de fi-gurinos, refeitórios, camarins, sedes para em-presas cinematográficas e de fornecedores.

Segundo o coordenador do curso de ProduçãoAudiovisual - Cinema e Vídeo, da Faculdadede Comunicação Social, Carlos Gerbase, a in-tenção é integrar os estudantes de cinema eaudiovisual da PUCRS e de outras instituiçõesdo Estado às atividades, permitindo o fortale-cimento do complexo e a permanente qualifi-cação da mão-de-obra do setor.

O enredo dolonga-metragem

O filme 35mm, de nome Placebo,conta a história de um psicótico quetem uma amante stripper. Ela some e oprotagonista toma um alucinógeno paraprocurá-la. Na “viagem” segue por ca-minhos diversos, encontra-se com al-mas e no final tem uma surpresa. “Éuma espécie de Alice no País das Ma-ravilhas perverso”, resume o diretorMarcelo Restori. As filmagens foram fei-tas no Hospital São Pedro, Usina do Ga-sômetro, num cemitério e numa boate.

Além do filme 35mm, os alunos do 5º se-mestre de Cinema e Vídeo realizaram vídeosde ficção e um documentário no Centro dePorto Alegre. A formatura da turma ocorrerá nodia 19 de agosto. “Boa parte dos alunos entra-rá no mercado bem madura e com experiênciaem filmagem”, afirma Gerbase. O coordenadordiz que o setor audiovisual (publicidade, tele-visão e cinema) está crescendo no País, comboas perspectivas para os formandos. O RioGrande do Sul é um dos pólos na área do Bra-sil. Filmes, vídeos e programas de TV produ-zidos no Estado conquistaram, nos últimosanos, o respeito da crítica, espaço no mercadonacional e reconhecimento de outros países.

O curso da PUCRS mostra todas as fun-ções existentes na elaboração de um filme,como a de roteirista, fotógrafo, figurinista,montador, diretor, assistente de direção e pro-dução e editor de som. No decorrer do tem-po, os alunos definem a área que pretendematuar.

No elenco, crianças como Frederico Restori

Protagonista faz o papel de um psicótico

Foto: Rafael Jacques

Page 37: PÁGINA CENTRAL Assessoria de Comunicação Social – …conteudo.pucrs.br/wp-content/uploads/sites/136/2018/03/pucrs_infor...A previsão de término da obra é fevereiro do próximo

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 129 – MAI-JUN/2006 37

Por GreiceBeckenkamp

Um aluno che-ga à PUCRSantes do ho-

rário normal de suasaulas e para aproveitaro tempo livre decideassistir a um filme, auma peça de teatro ouaté visitar uma exposi-ção de arte. Essa reali-dade será possível embreve dentro da pró-pria Universidade, pormeio do Pólo CulturalPUCRS, iniciativa da Pró-Reitoria de Extensão(Proex) coordenada pelo jornalista e escritorWalter Galvani. O projeto prevê um espaço de7 mil m2 dedicados exclusivamente à arte e àcultura, com uma programação diária e cons-tante, incluindo exposições, literatura, cine-ma, música, dança e teatro, propiciando à so-ciedade uma ampla opção cultural em umúnico espaço na cidade.

Segundo o Pró-Reitor de Extensão, Rober-to Moschetta, a Universidade sempre abrigouuma série de atividades culturais, como apre-sentações do Coral e Orquestra, institutos deCultura Japonesa, Hispânica e Musical, Mu-seu de Ciências e Tecnologia (MCT) e diversosacervos literários da Faculdade de Letras e daBiblioteca Central. Essas atividades existen-tes serão organizadas de forma integrada esistemática, juntando-se a novas e intensasprogramações na área cultural, para formar oPólo Cultural PUCRS. “Temos uma infra-es-trutura privilegiada, tradição e experiência em

PÓLO CULTURALprepara início das atividades

Estruturado Pólo Cultural

O Salão de Atos, com 4.500m2 e1.623 lugares, será equipado com re-cursos de última geração. Poderá serconstruído um anexo do Salão, commais de 1.000m2 para ensaios de or-questras, balés e shows. Três auditó-rios de 243m2 com 294 lugares, de256m2 com 270 lugares e de 807m2

com 536 lugares se tornarão multifun-cionais agregando telas para exibiçãode filmes e palco para espetáculos. ABiblioteca Central será ampliada com aconstrução de um prédio de 14 anda-res, recebendo acervos especiais, cine-mateca, livrarias, cyber café e mirantepanorâmico.

atividades culturais,então poderemos dis-ponibilizar tudo isso deforma integrada, paraque a comunidade pos-sa usufruir”, acredita.

Para abrigar as ati-vidades do Pólo, espa-ços da Universidadeserão ampliados, me-lhorados e adequados.“Temos um teatro, umsalão de atos com amelhor acústica do Es-tado, locais para expo-sições, os auditóriosdas Faculdades que po-

derão ser transformados em cinemas, entreoutros”, acrescenta o Pró-Reitor. Será criadoum circuito de cultura dentro do Campus, cha-mado Rua da Cultura, que partirá do MCT, noprédio 40, passando pela frente da Faculdadede Letras, atrás da Faculdade de Odontologia,pela Biblioteca Central e terminando no Salãode Atos. Nesse trajeto, inicialmente, serão cri-ados um cyber café, livrarias, salas de exposi-ção e anfiteatro, além da exposição de obrasde artes. “Será um espaço urbanizado no estiloboulevard, onde as 40 mil pessoas que transi-tam diariamente pela PUCRS poderão respirarcultura”, afirma Moschetta.

Galvani será responsável por coordenar aintensa atividade cultural dentro do Campus.“Temos que manter o Pólo diariamente ativo,com shows, peças e filmes”, adianta. O jorna-lista prevê também a criação de um clube decinema, que propiciará orientações, debates,discussões sobre a obra dos grandes direto-res, estudos, ciclos e palestras sobre o as-

sunto, aproveitando as experiênci-as e os profissionais do curso Tec-nológico em Produção Audiovisual/Cinema e Vídeo e do Complexo Ci-nematográfico da Universidade.Estão sendo feitos contatos comcompanhias de teatro e dançapara que possam instalar-se nasdependências da PUCRS. A Univer-sidade está em busca de parcei-ros, do próprio governo do Estadoou da iniciativa privada que pos-sam cooperar com o projeto.

Para Moschetta, o Pólo vem ao encontrodo propósito da PUCRS: “Uma universidade éeminentemente um centro de geração de cul-tura, então alimentar e desenvolver isso é po-sitivo para nós”, afirma. Ele acredita quequem mais sairá ganhando com o projetoserá a comunidade acadêmica, pois além deter diariamente uma grande oferta cultural,permanecerá inserida num ambiente onde acultura transita por todos os lados. A meta éque a PUCRS tenha, todos os dias, uma pro-gramação cultural que permita às pessoas vi-rem até o Campus em qualquer dia da sema-na encontrando as mais variadas opções cul-turais, como cinema, teatro, dança, músicas eexposições de artes.Walter Galvani coordena o projeto

Shows, peças e filmes estarão em cartaz

Salão de Atos: local estratégico

Page 38: PÁGINA CENTRAL Assessoria de Comunicação Social – …conteudo.pucrs.br/wp-content/uploads/sites/136/2018/03/pucrs_infor...A previsão de término da obra é fevereiro do próximo

PELO RIO GRANDE

SINO das ruínas de São Migueldas Missões voltará a ecoar

F undido em 1726, no povoado de SãoJoão Batista, o sino exposto no museudas ruínas jesuíticas de São Miguel das

Missões pesa 910 quilos e é composto por80,06% de cobre e 19,94% de estanho, for-mando a liga bronze binário. Essas são as úl-timas descobertas do Laboratório de Micros-copia e Microanálises da PUCRS. O Núcleo deEstudos e Pesquisa em Cultura Indígena(Nepci) da Universidade, lançou em 2005 aidéia de restaurar o sino. O projeto foi aprova-do pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Ar-tístico Nacional (Iphan) e agora está em fasede pesquisa e diagnósticos.

O objetivo é colocar o sino em seu lugarde origem, no alto da torre da ruína daIgreja. No século 18 era um importante sím-bolo para os índios e europeus que viviamna região. Seu som era ouvido em um raiode 30 quilômetros e servia para avisar, si-nalizar e ecoar a identidade do povo. No dia18 de março, quando foi erguido com umaretroescavadeira e levado até a cidade paraser pesado, descobriu-se o pêndulo original

do sino e que não hánenhuma rachadurainterna.

A equipe da Uni-versidade também re-colheu três amostrasque responderam aquestões sobre acomposição. O mate-rial foi estudado nummicroscópio eletrôni-co de varredura comdetector EDF e Espec-toscopia de EnergiaDispersiva de Raio X.Segundo a coordena-dora do Laboratório deMicroscopia e Microa-nálises, Berenice De-david, o metal líquidoprovavelmente foi derramado em um moldefeito no solo com argila da região. A composi-ção é a mesma dos sinos produzidos entre osséculos 16 e 18. Nos próximos meses começa

RAÇAS BOVINAS TERÃO MELHORAMENTO GENÉTICO

OCampus Uruguaiana se aproxi-ma de empresas da região vi-

sando ao melhoramento genéti-co de raças bovinas e à ampliação de es-paços para a formação dos alunos. Háparcerias com as cabanhas Touro Passo,para a criação de animais da raça PolledHereford, e GAP Genética, voltada ao tra-balho com a Angus. O Brasil é hoje o maiorexportador de carnes do mundo e o consu-mo interno cresce.

Com a Touro Passo, foi assinado con-trato para o início da criação de um núcleocom um lote de 17 vacas prenhes, duasvacas com crias fêmeas e uma vaquilhona(muito jovem, que ainda não pariu). No localhaverá atividades acadêmicas da Faculdadede Zootecnia, Veterinária e Agronomia (FZVA).Projeta-se a promoção de leilões, especial-mente de touros que servirão de fomento aocriatório da região e do Estado. A CabanhaTouro Passo, com mais de 30 anos de atuação,tem produzido animais que se adaptam àscondições de clima e solo da Fronteira-Oeste.

“A parceria contribuirá para a difusão das van-tagens econômicas de se utilizar essa raça”,diz o proprietário da cabanha, Ricardo Duarte.

O núcleo terá a participação de técnicosespecializados e profissionais da Universi-dade. O professor José Luiz Garcia Quadro,da equipe da FZVA que trabalha no progra-ma, afirma que essa integração viabiliza es-tágios para os acadêmicos da área e a trocaentre produtores e a Universidade, resultan-

do em investimentos na aplicação de tec-nologia e estudos experimentais. Atual-mente está sendo realizada uma pesqui-sa com alunos bolsistas para avaliaçãodas diferentes disfunções uterinas em va-cas de descarte Angus.

O trabalho de melhoramento dessaraça ocorre por meio da parceria com aGAP, criadora também de Hereford, Bran-gus e Braford, que seleciona reprodutoresdesde 1906. O acordo foi feito devido aoaumento das exigências da cadeia produti-va e diante da vocação da Fronteira-Oestepara a criação de bovinos de corte de ra-

ças britânicas. A raça Angus se firmou comosolução para o melhoramento do rebanho na-cional no aspecto da qualidade de carne eprecocidade na produção.

O professor Garcia Quadro destaca que aparceria também proporcionará contatos comos mais destacados produtores de Hereford deUruguaiana, da região e até em nível nacional.Também serão abertos estágios na GAP Gené-tica, com seleção em junho e novembro.

a nova etapa que analisará os alicerces da tor-re. Dependendo do resultado, uma escada deaço será construída para pendurar o sino, queecoará em datas comemorativas.

Equipe da PUCRS coordena o trabalho no Noroeste do Estado

Polled Hereford será beneficiada

Foto: José Luiz Garcia Quadro

38 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 129 – MAI-JUN/2006

Page 39: PÁGINA CENTRAL Assessoria de Comunicação Social – …conteudo.pucrs.br/wp-content/uploads/sites/136/2018/03/pucrs_infor...A previsão de término da obra é fevereiro do próximo

AÇÃO COMUNITÁRIA

Estudantes carentes de 17 vilasde Porto Alegre aprenderão umpouco mais sobre História em

geral, da música e da dança, com aajuda de alunos do curso de Históriada PUCRS.

Um convênio realizado entre aUniversidade e a Secretaria Munici-pal de Cultura possibilita a realiza-ção de oficinas especiais, que inte-gram o projeto Historiando – brin-cando com o tempo. O projeto, de-senvolvido na Vila Santa Anita, des-de agosto de 2004, idealizado e co-ordenado pelas professoras MárciaAndréa da Silva Schmidt e Maria JoséBarreras, agora ganha novo impulsoe abrange um número maior de cri-anças beneficiadas.

Segundo a professora Márcia, tra-ta-se de um trabalho de formação deprofessores, em que os graduandosbuscam fornecer instrumentos aospequenos para que se tornem cida-dãos mais críticos e possam fazersuas opções de maneira mais consci-ente. Para enfrentar esse desafio, osacadêmicos precisam se prepararpreviamente com aulas especiais naFaculdade, onde elaboram as oficinase materiais que irão utilizar. A ativida-de, para eles, além de ser uma açãosocial, conta como horas complemen-

Educação ambientale cidadania voltados

à comunidade

Infra-estrutura precária e baixo poder aquisitivo.Estas são algumas das características da co-munidade do Centro de Educação Ambiental

Nova Esperança (Ceane), localizada numa vila deUruguaiana, que mobilizaram a realização de umprojeto por professoras e acadêmicas do CampusUruguaiana. O trabalho denominado Educação Am-biental na Comunidade do Ceane no Município deUruguaiana foi coordenado pelas professoras MariaBraccini e Gilda Altermann e teve a participação detrês bolsistas do curso de Ciências Biológicas,Adriane Ribeiro, Eliziane Dávila e Jocelaine Prado.

Antigo lixão da cidade, atualmente funciona nolocal uma cooperativa de catadores de lixo desen-volvendo um trabalho com fins lucrativos. O projetoiniciou em abril de 2005 e foi finalizado no iníciodeste ano, realizando atividades de conscientizaçãoe inclusão social, além da valorização e estimulaçãoda solidariedade e do voluntariado. Para isso, con-tou com a ajuda de alunos dos cursos de Pedagogia,Educação Física e Medicina Veterinária. Entidadescomo o Leo Clube, a Câmara de Dirigentes Lojistas ea Associação Riograndense de Empreendimentos deAssistência Técnica e Extensão Rural (Emater), alémda comunidade, colaboraram com as ações.

Importância do reaproveitamento dos alimentos,reutilização de materiais de reciclagem como jor-nais, caixas de leite e garrafas PET para transformá-los em utensílios de uso pessoal ou como fonte derenda foram alguns dos temas trabalhados. Reforçoescolar, passeios turísticos e visitas ao CampusUruguaiana tiveram a finalidade de ampliar conhe-cimentos sobre diferentes áreas de estudo e tecno-logia. Além dessas atividades, houve oficinas de tri-cô e crochê, confecção de acolchoados e tapetes, re-ciclagem, atividades físicas e recreação. Visando aorientar sobre o desperdício de alimentos, a Ematerministrou o curso Alimentação Alternativa.

“Por meio da iniciativa, novas alternativas paraamenizar a difícil realidade foram apresentadas àcomunidade. O projeto fortaleceu a importância decada um na transformação da sociedade como ci-dadãos conscientes e críticos”, conclui a coordena-dora Maria Braccini.

Projeto levaHISTÓRIA a vilasde Porto Alegre

tares e garante o recebimento de um cer-tificado de estágio da prefeitura.

Nos encontros, as crianças partici-pam de diversas atividades, como tea-tros, ouvem histórias, criam brinquedoscom sucata, fazem jogos e fantoches,além de aprenderem História enquanto sedivertem. Mas o aprendizado não é ape-nas dos pequenos. A partir da experiênciadas oficinas, surgiu a idéia de criar umgrupo de estudo e pesquisa, onde os aca-dêmicos têm a chance de aprofundarseus conhecimentos sobre educação epensar novas práticas para o ensino daHistória em espaços não-formais.

A professora Maria José comemora osresultados e enfatiza a importância dainiciativa. “Com essas oficinas nossosalunos podem ver uma outra realidade, eesperamos que se tornem futuros profes-sores conectados com os problemas soci-ais”, observa.

A cada semestre, crianças entre cincoe dez anos de seis vilas serão beneficia-das. No primeiro semestre deste ano, se-rão as vilas Parque Santa Anita, MatoSampaio, Pinto, Tronco, além de BelémNovo e Beco do Sorriso.

Estudantes de outros cursos interes-sados também podem participar, bastaentrar em contato com as professoraspelos e-mails [email protected] [email protected].

Crianças com idade entre cinco e dez anos são beneficiadas

Curso deAlimentaçãoPreventiva

Foto: Divulgação

Page 40: PÁGINA CENTRAL Assessoria de Comunicação Social – …conteudo.pucrs.br/wp-content/uploads/sites/136/2018/03/pucrs_infor...A previsão de término da obra é fevereiro do próximo

40 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 129 – MAI-JUN/2006

SINOPSE

UNITV E ASCOM

MOSQUITO JETERIO volume 35 da revista Acta Amazônica

publicou trabalho sobre uma nova descobertada ciência, o mosquito Thyrsopelma jeteri. Onome dado a esta nova espécie é uma home-nagem ao diretor do Museu de Ciências eTecnologia da PUCRS, professor Jeter Berto-letti, apoiador da pesquisa no Brasil há maisde 40 anos. A honraria é um reconhecimentodos pesquisadores Víctor Py-Daniel, do Insti-tuto Nacional de Pesquisas da Amazônia,Sandra Darwich, do CEFET, Lúcia Mardini, daSecretaria Estadual da Saúde do RS, MiltonStrieder, da Unisinos e de Sixto Coscarón, doMuseu da Argentina.

O jornalista Luiz Antônio Nikão Du-arte (à dir. na foto) assumiu a coorde-nação da Assessoria de ComunicaçãoSocial (Ascom) da PUCRS. Até janeiro,ocupava a mesma função na Federa-ção das Indústrias do Rio Grande doSul. Exerceu anteriormente a atividadejornalística em veículos do Estado,Santa Catarina, Brasília e Rio de Janei-ro, além de ter atuado como professorna Universidade de Brasília. Nikão Du-arte substitui o também jornalista Car-los Alberto Carvalho, que desde 1988esteve à frente da Ascom. Nos últimossete anos, Carlos Alberto acumulava acoordenadoria de Comunicação daPUCRS com a de presidente do Conse-lho Gestor da UNITV, canal universitáriode Porto Alegre. Passou a dedicar-seintegralmente ao projeto da televisãouniversitária, área na qual tem forteatuação, já que também é diretor deComunicação da Associação Brasileirade Televisão Universitária.

CLÍNICA MÉDICAO Tratado de Clínica Médica, publi-

cado pela Editora Roca, voltado a alu-nos, residentes e médicos, tem a parti-cipação de 1.058 autores, autoridadesem cada tópico, entre eles o professordo Instituto de Geriatria e GerontologiaEmilio Moriguchi, que escreveu sobrePrevenção em Geriatria: Como vivermais e melhor. O livro é editado por An-tonio Carlos Lopes, da Universidade Fe-deral de São Paulo.

PSIQUIATRIATomou posse a nova diretoria do

Centro de Estudos de Psiquiatria Inte-grada (Cenespi), do Hospital São Lu-cas. A médica Nina Rosa Furtado pas-sou a presidência da entidade paraLuiz Gustavo Guilhermano. Tambémfazem parte da nova nominata os psi-quiatras Marco Antônio Pacheco (vice-presidente), Marcelo Zamperetti Duarte(tesoureiro) e Carlos Augusto Krieger(secretário).

EDIPUCRS EMBUENOS AIRESA Editora da PUCRS (Edipucrs)

participou da Feira do Livro de Bue-nos Aires, na capital argentina. Os li-vros foram expostos no estande doBrasil, numa parceria da EmbaixadaBrasileira e da Associação Brasileiradas Editoras Universitárias. A Edipu-crs também foi incluída no ProgramaNacional do Livro e Leitura, do Minis-tério da Educação. Entre as iniciati-vas está o fomento às bibliotecas deescolas públicas, em Porto Alegre. Se-rão distribuídos títulos de interessedesse público e haverá atividades cul-turais de incentivo à leitura.

PRÊMIO SESCDE LITERATURA

O professor da Faculdade de Filo-sofia e Ciências Humanas RicardoTimm de Souza recebeu menção honro-sa no Prêmio Sesc de Literatura 2005na categoria conto pelo texto Ocaso. Oconcurso teve 540 autores estreantesinscritos e 45 selecionados pelas sub-comissões em todo o País. A comissãofinal foi composta pelo vice-diretor daFaculdade de Letras, Luiz Antonio deAssis Brasil, e Moacyr Scliar (romance)e Marco Pólo Guimarães Martins eMarcus Moraes Accioly (conto).

TURISMOO Ministério do Turismo assinou convênio

com dez redes de ensino do Rio Grande do Sulpara a realização da inventariação turísticaem 127 municípios. A PUCRS atua como ges-tora do processo que servirá de exemplo paraos demais projetos em outros estados. A Uni-versidade está elaborando uma metodologiapara o levantamento de dados. O softwareserá desenvolvido pela empresa Worbi, sedia-da na Incubadora Raiar, do Parque Tecnológico(Tecnopuc). Até o momento foram mapeadas40 cidades. Participam da coleta alunos docurso de Turismo da PUCRS e das demais uni-versidades. Os resultados deverão ser conhe-cidos no final do ano. O professor Leandro deLemos, da Economia, coordena o projeto de in-ventariação turística na PUCRS. A coordena-dora do Departamento de Turismo, MarutschkaMoesch, coordena a implementação em PortoAlegre, Viamão, Livramento e Uruguaiana.

JOSUÉ GUIMARÃES

Os 20 anos da morte de Josué Guimarães,um dos mais importantes autores gaúchos,foram lembrados com a exposição documen-tal do Acervo Literário de Josué Guimarães, daFaculdade de Letras, e do Seminário Vencen-do Tempos e Fronteiras, na Biblioteca PúblicaJosué Guimarães. Também houve o lança-mento do livro Josué Guimarães: escrever éum ato de amor. Os eventos foram promovi-dos pelo Acervo em parceria com a SecretariaMunicipal de Cultura, Coordenação do Livro eda Literatura, e com a Secretaria Estadual daCultura, Instituto Estadual do Livro.

FAPERGSOs diretores das Faculdades de Teologia,

Urbano Zilles, e de Letras, Maria Eunice Mo-reira, vão integrar o Conselho Superior daFundação de Amparo à Pesquisa do RioGrande do Sul (Fapergs). Os membros doconselho superior da entidade foram desig-nados pelo governador Germano Rigotto.

Foto: Acervo Literário Josué Guimarães

Page 41: PÁGINA CENTRAL Assessoria de Comunicação Social – …conteudo.pucrs.br/wp-content/uploads/sites/136/2018/03/pucrs_infor...A previsão de término da obra é fevereiro do próximo

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 129 – MAI-JUN/2006 41

CAPESO Programa Nacional de Cooperação

Acadêmica (Procad) da Coordenação deAperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior(Capes) aprovou três propostas da PUCRS. OProcad tem por objetivo apoiar projetos con-juntos com pessoal e infra-estrutura disponí-veis em diferentes instituições para fortaleceras redes de cooperação acadêmica. Confiraas propostas que receberão verba e os res-ponsáveis: Projeto de Cooperação Acadêmica2005, que envolve a PUCRS, UniversidadeFederal do Maranhão e a PUC/SP. Responsá-vel: Berenice Rojas Couto, da Faculdade deServiço Social. Estudo dos Padrões de Des-carga Neuronal e da Sincronização Não-Si-náptica em Fatias do Hipocampo: AnáliseEletrofisiológica e Modelagem Computacional.Foram contempladas a PUCRS e a Universi-dade Federal de São João Del-Rei. Responsá-vel: Jaderson Costa da Costa, do Instituto dePesquisas Biomédicas. Fortalecimento e Inte-gração nas Competências do Processamentoda Língua. Envolve PUCRS e UniversidadesFederal de São Carlos, de São Paulo e do Valedo Rio dos Sinos. Responsável: Vera LúciaStrube de Lima, da Faculdade de Informática.

A Faculdade de Ciências Aeronáu-ticas formalizou acordo com a TAMpara o treinamento de pilotos em pro-cesso de promoção interna. Nessa pri-meira fase, participaram seis profis-sionais da filial paraguaia da compa-nhia, a Mercosur. Eles utilizaram o si-mulador de transição para o jato JetTrainer (Glass Cockpit), recém-instala-do, que serve para praticar o vôo deaeronaves com performance aerodinâ-mica de alta velocidade e instrumenta-ção e sistemas de alta complexidadetecnológica. A TAM quer prepará-lospara serem co-pilotos de Fokker 100. Aempresa deverá enviar outros grupospara treinamento de transição para ojato na PUCRS.

AERONÁUTICA

O presidente Luiz Inácio Lula daSilva esteve em fevereiro na PUCRS,participando da 9ª Assembléia doConselho Mundial de Igrejas. No seupronunciamento, destacou a pazmundial e a contribuição das igrejasao processo de democratização doPaís, nos anos 80. O Chanceler daPUCRS e Arcebispo Metropolitano,Dom Dadeus Grings, e o Reitor Joa-quim Clotet participaram da recepçãoà comitiva presidencial, compostapela primeira-dama Marisa da Silva,pela ministra da Casa Civil, DilmaRousseff, e pelo então ministro doDesenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto. Também estiveram na PUCRS os vencedoresdo Prêmio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel (argentino) e Desmond Tutu (sul-africano).

PRESIDENTE LULA NA PUCRS

CENTRO DEINOVAÇÃO

A parceria entre a PUCRS e a Microsoftfechou 2005 com 1,55 mil pessoas capacita-das. Uma novidade para este ano é a mu-dança no nome Centro de Tecnologia XML. Oespaço sediado no Parque Tecnológico (Tec-nopuc) passa a se chamar Centro de Inova-ção (CI). Segundo a coordenadora Lucia Gi-raffa, professora da Faculdade de Informáti-ca, continuarão as Provas de Conceitos, trei-namentos personalizados, atividades de in-clusão digital e outras iniciativas de capaci-tação de alunos e clientes da Microsoft.

GUIA SOBRECONCHAS

O livro As conchas das nossas praias:guia ilustrado, dos pesquisadores da PUCRSJosé Willibaldo Thomé, Paulo Eduardo AydosBergonci e Guacira Maria Gil, foi indicadopara receber o Prêmio Rodolpho Von Lhering.A distinção é conferida pela Sociedade Brasi-leira de Zoologia e homenageia o ex-diretor doMuseu de Zoologia da USP, que dá nome aoprêmio. Os autores receberam um diploma dehonra ao mérito em fevereiro, durante a aber-tura do 26º Congresso Brasileiro de Zoologia,em Londrina. O guia, editado pela União Sul-Brasileira de Estudos da Biodiversidade, trazmais de cem ilustrações de conchas de mo-luscos brasileiros, a conceituação e a classi-ficação das sete classes.

MEDALHAO diretor do

Museu de Ciên-cias e Tecnolo-gia (MCT), JeterBertoletti, rece-beu a Medalhade Ouro dos 20anos da entida-de de Coopera-ção para a Pro-moção de Ativi-dades Extra-Es-colares na Amé-rica e Caribe em Ciência e TecnologiaJuvenil (Copae)/Unesco. A distinção foiconferida a instituições e pessoas querealizam esforços na área. Bertoletti foidestacado por sua atuação no MCT.

CONSELHODIRETIVO

O professor Aury Lopes Jr., do Programade Pós-Graduação em Ciências Criminais, foiconvidado a integrar o Conselho Diretivo paraIbero-América da Revista de Derecho Proce-sal, com sede em Madri, Espanha. A revistaestá vinculada ao Instituto Ibero-Americanode Direito Processual e possui mais de 50anos de tradição, sendo uma das mais res-peitadas publicações da área no mundo.

Page 42: PÁGINA CENTRAL Assessoria de Comunicação Social – …conteudo.pucrs.br/wp-content/uploads/sites/136/2018/03/pucrs_infor...A previsão de término da obra é fevereiro do próximo

SINOPSE

42 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 129 – MAI-JUN/2006

OBSERVATÓRIODA CIDADE

A PUCRS participa do Observatório da Ci-dade, um site que reúne dados, reflexões eanálises sobre os 88 bairros e 16 regiões doOrçamento Participativo. No lançamento ofi-cial, com as presenças do prefeito José Foga-ça e do vice-prefeito Eliseu Santos, a Univer-sidade foi representada pelo Pró-Reitor deExtensão, Roberto Moschetta (na foto, o pri-meiro à esq.). O Departamento de Economiaficará responsável pelo levantamento socioe-conômico georreferenciado da cidade. O en-dereço é www.observapoa.com.br. Os outrosparceiros da iniciativa são UFRGS, Dieese,Procempa e FEE.

PRÊMIOSÉRGIO LAMBO professor Josué Schostack, da

Faculdade de Farmácia, recebeu o Prê-mio Sérgio Lamb. A distinção, criadapelo Conselho Regional de Farmácia, éentregue aos profissionais que têm sedestacado. Schostack é especialistaem Farmácia Hospitalar e mestre emAtenção Farmacêutica.

ORIENTE ANTIGONos dias 19 e 20 de maio a PUCRS rea-

liza a 12ª Jornada de Estudos do Oriente An-tigo. O tema deste ano é O Egito Antigo no3º Milênio. Conferências, minicursos e me-sas-redondas têm em pauta assuntos comomídia e Egito Antigo, panorama da Egiptolo-gia atual e arte e religião. A promoção é doscursos de graduação e pós-graduação emHistória e do Centro de Pesquisas Históricas.Informações: www.pucrs.br/ffch/historia/egiptomania.

AS DONAS DA BOLAAs Donas da Bola é o nome do time de

futsal formado por 17 funcionárias da Prefei-tura Universitária. Desde dezembro elas se reú-nem semanalmente para jogar, no Prédio Poli-esportivo da PUCRS e, em abril, adquiriram ascamisetas que identificam o grupo. A idéia foilevada adiante pelas líderes de equipe da Pre-feitura Adriana Pereira e Débora Moreno. Além da diversão, tinham o objetivo deintegrar as funcionárias. Aos poucos, As Donas da Bola estão melhorando tecnica-mente e contam com a ajuda dos colegas da Prefeitura Vagner Pisano, que atua comotreinador e árbitro, e Sérgio da Rosa Júnior, preparador físico e também aluno daFaculdade de Educação Física e Ciências do Desporto.

URUGUAIANAForam selecionados 25 projetos do Pro-

grama de Bolsa/Pesquisa para alunos degraduação do Campus Uruguaiana. Os traba-lhos, dirigidos pelos professores Enrique Chi-va e Daniel Stainki e acompanhados pela co-ordenadora de Pesquisa da Pró-Reitoria dePesquisa e Pós-Graduação, Clarissa Bellar-mino, tiveram a participação da ComissãoInterna de Avaliação e de representantes dacomunidade externa (Associação e SindicatoRural de Uruguaiana, Secretaria Municipal deAgricultura, Emater, Sociedade de MedicinaVeterinária, Sebrae e Associação dos Enge-nheiros Agrônomos de Uruguaiana). O resul-tado pode ser conferido nos sites www.pucrs.br/prppg e www.pucrs.campus2.br.

LETRAS E O TOEFLA Faculdade de Letras passou a aplicar o

TOEFL, exame de proficiência de língua ingle-sa, na modalidade Internet-based test. Intro-duzida a partir de setembro de 2005 nosEUA, Canadá, França, Alemanha e Itália, ainiciativa chega agora ao Brasil e à AméricaLatina. Para a sua aplicação a PUCRS im-plantou um centro de teste no Laboratório deLínguas e treinou uma equipe com softwarepróprio fornecido pela certificadora desse tipode exame. O centro de teste atenderá inicial-mente, a cada edição do exame, 16 alunos –devendo dobrar essa capacidade. A PUCRSprograma 12 aplicações em 2006, simulta-neamente aos demais países, às sextas-fei-ras ou aos sábados.

CIRCUITOSINTEGRADOS

O 7th IEEE Latin-American TestWorkshop (LATW’06), realizado em Bue-nos Aires, teve como general chair o pro-fessor Fabian Vargas do Programa dePós-Graduação em Engenharia Elétrica. Oevento aborda o estado-da-arte em tec-nologia de projeto, teste e tolerância e fa-lhas em hardware e software. O comitêorganizador, coordenado por Vargas, con-tou com a participação de 71 especialis-tas, de 20 países, reconhecidos mundial-mente na área de projeto e teste de cir-cuitos integrados. Também participaramos professores Eduardo Bezerra, da Fa-culdade de Informática, e Júlio Leão, daEngenharia, além de oito alunos (dois bol-sistas de iniciação científica e seis demestrado) vinculados ao Grupo de Siste-mas, Sinais e Computação. Informaçõessobre a participação dos professores ealunos da PUCRS no LATW, nos siteswww.latw.net e www.ee.pucrs.br/~sisc.

PÁSCOA

A Páscoa foi mais alegre para 210 cri-anças carentes da Ilha Grande dos Mari-nheiros, em Porto Alegre. Voluntários doCentro de Pastoral e Solidariedade partici-param da Festa da Páscoa Solidária. Alu-nos, professores e funcionários auxiliarame dividiram-se em dois locais: no CentroSocial Marista Aparecida das Águas e naCreche Marista Tia Jussara. As unidadesacadêmicas se organizaram para a arreca-dação de fundos e chocolates, confecçãodas cestas e divulgação para alunos, pro-fessores, funcionários e familiares. A festaenvolveu 140 voluntários. Além da IlhaGrande dos Marinheiros, outras institui-ções serão beneficiadas com a distribuiçãode cestas, totalizando 900 unidades.

Foto: Ivo Gonçalves/PMPA

Page 43: PÁGINA CENTRAL Assessoria de Comunicação Social – …conteudo.pucrs.br/wp-content/uploads/sites/136/2018/03/pucrs_infor...A previsão de término da obra é fevereiro do próximo

ACADEMIADE LETRAS

O assessor da Reitoria Ir. Elvo Cle-mente assumiu, pela terceira vez, a pre-sidência da Academia Rio-Grandense deLetras, para o biênio 2006-2007. Foilançada a Revista da Academia 2005,com colaboração da Agência Experimen-tal de Publicidade e Propaganda daPUCRS e impressa pela Companhia Rio-Grandense de Artes Gráficas (Corag). Nodia da posse, houve a abertura do ciclode palestras com homenagem ao Cente-nário de Mario Quintana.

INTEGRAÇÃOA PUCRS selecionou projetos para o

Programa de Bolsa/Pesquisa (BPA), queprevê a concessão de bolsas de iniciaçãocientífica a alunos de graduação. A co-missão de julgamento foi formada porpesquisadores indicados pelas unidadesacadêmicas. A demanda foi de 236 pedi-dos, com a aprovação de 150 bolsas. Oedital número 7, chamado de Programade Apoio à Integração entre Áreas (Praia),foi a novidade. Tem por objetivo estimularo desenvolvimento da pesquisa em Ciên-cias Humanas e em Ciências SociaisAplicadas. Nesse edital o projeto recebe-rá duas bolsas, uma para cada área en-volvida, e um valor de até R$ 5 mil.

DESFILE MILKAComo parte das comemorações dos

50 anos do Instituto de Cultura Hispâni-ca da PUCRS, a Universidade foi palcodo desfile Milka España 2006, que mos-trou a coleção outono-inverno da estilis-ta Milka Wolff. Houve também apresen-tação da Orquestra da PUCRS e de dan-ças típicas espanholas. O Hospital Espí-rita de Porto Alegre foi a entidade benefi-ciada pelo evento. O desfile ocorreu noCentro de Eventos da PUCRS.

GRADUAÇÃOAlunos de graduação com no mínimo

25% do curso concluído podem cursarum ou dois semestres no exterior e reva-lidar as disciplinas na PUCRS. As insti-tuições parceiras são o Instituto de Es-tudos Políticos d’Aix-en-Provence, naFrança, e a University of Regina, no Ca-nadá. É necessário ter conhecimento in-termediário do idioma do país de desti-no. Inscrições e informações na Asses-soria para Assuntos Internacionais e In-terinstitucionais, sala 205 do prédio 1,telefone (51) 3320-3660.

TROTE SOLIDÁRIO

O Trote Solidário, iniciativa comumdos alunos da Faculdade de Enferma-gem, Fisioterapia e Nutrição, neste se-mestre beneficiou com brinquedos, li-vros e jogos didáticos a sala de recrea-ção da Pediatria do Hospital São Lucas.A iniciativa partiu da turma de segundosemestre em Enfermagem e contou coma colaboração de calouros, professorese alunos de outros níveis do curso.

MOSTRAA mostra de fotografias Nossas vilas,

nossa gente, do médico do Hospital São Lu-cas Alexander Sapiro, foi uma das atraçõesda Semana de Porto Alegre, na Câmara deVereadores. A série de fotos mostra cenascotidianas de famílias de zonas carentes daCapital, em especial da Vila São Judas Tadeu,onde Sapiro coordena o Centro Marista Ir.Donato e desenvolve atividades com o Centrode Pastoral da PUCRS.

ESTUDOS OLÍMPICOSOs professores Nelson Todt e Roberto

Mesquita participaram, no Rio, da primeiraetapa do Seminário de Estudos OlímpicosBrasil-Espanha. O evento, promovido pelasuniversidades Gama Filho e Autônoma deBarcelona, reuniu os principais responsáveispelos grupos de pesquisa em Estudos Olímpi-cos desses dois países. Os docentes daPUCRS apresentaram pesquisas na área dosestudos olímpicos e proposta de trabalho doGrupo de Pesquisa em Estudos Olímpicos daUniversidade.

VIDEOCONFERÊNCIAA primeira videoconferência realizada

pela disciplina de Aproximação à Prática Mé-dica do curso de Medicina, no EAD, ocorreuem abril e foi realizada por Martina Heer,chefe do Departamento de Pesquisa em Me-dicina Espacial, do Instituto de Medicina Ae-roespacial do Centro Espacial Alemão. Otema abordado foi Medicina Espacial.

DEZ ANOS DOPRÓ-MATA

O Centro de Pesquisas e Conservação daNatureza Pró-Mata, da PUCRS, sediado emSão Francisco de Paula, completou dez anos.A comemoração, programada pelo Instituto doMeio Ambiente, ocorreu no dia 11 de abril.Houve almoço campeiro e caminhada até omirante Bananeiras, com contemplação dapaisagem e explanação sobre a história geo-lógica do Planalto das Araucárias. O Pró-Matasurgiu a partir de proposta da Universidadede Tübingen (Alemanha), com a qual a PUCRStem convênio de cooperação desde 1983. Aárea de 4,5 mil hectares está recoberta, nasua maior parte, por florestas originais e doistrechos de campos nativos. No local são fei-tas pesquisas para proteger as espéciesameaçadas de extinção, preservar e restaurara diversidade de ecossistemas naturais.

ÁFRICAO aluno de Ciências Sociais Josué Toma-

sini Castro esteve durante três meses naÁfrica desenvolvendo um trabalho etnográfi-co que servirá como base para seu trabalhode conclusão de curso na área de Antropolo-gia da Religião. Castro mantém um blog noqual descreve detalhes teóricos e práticos desua experiência, além de apresentar fotos ediscussões ligadas à Antropologia. O blog éescrito em inglês e pode ser conferido no en-dereço www.anthroblogs.org/boundaries.

PRÊMIO DESTAQUEO Jornal do Comércio vai comemorar os

seus 73 anos lembrando personalidades eentidades que contribuíram para o desenvol-vimento do Estado nas suas áreas de atua-ção. O Hospital São Lucas (HSL) da PUCRSreceberá o Prêmio Destaques do Ano 2005, nacategoria Saúde. A entrega será no dia 25 demaio, também Dia da Indústria, no Salão deConvenções da Fiergs. O Reitor Joaquim Clotetfalará em nome de todos os agraciados. O HSLcompletará 30 anos no dia 29 de outubro.

Page 44: PÁGINA CENTRAL Assessoria de Comunicação Social – …conteudo.pucrs.br/wp-content/uploads/sites/136/2018/03/pucrs_infor...A previsão de término da obra é fevereiro do próximo

PERFIL

44 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 129 – MAI-JUN/2006

O destemidoIR. ELVO CLEMENTE

Por Mariana Vicili

ão tive receio de me lançarcedo. O medo atrapalha aspessoas”. Assim, sem muitos

rodeios, o Ir. Elvo Clemente, nascido Antô-nio João Silvestre Mottin, começa a descre-ver sua trajetória de mais de meio séculona PUCRS. O que logo se pode perceber emseus relatos é que esse pensamento oacompanha há muito tempo.

Na infância, o primeiro grande desa-fio. Em 1924, aos três anos de idade, emi-grou com a família da cidade de Marósti-ca, na Itália, para Garibáldi, na Serra gaú-cha. Até 1930, mudaram-se seis vezes. Aconstante troca de escolas fez com que ojovem Antônio demorasse muito mais paraaprender a ler, o que só ocorreu aos dezanos, ao ingressar num colégio marista.Iniciou aí seu fascínio pela leitura, sempreincentivado pelo pai.

Em 1933, mostrou interesse em se tor-nar um irmão marista e foi para o juvena-to em Bom Princípio, a 79 km de PortoAlegre, para a felicidade da mãe, que sem-pre quis que um dos filhos fosse religioso.Acostumado a viver numa comunidade emque se falava um dialeto italiano, estra-nhou no começo a convivência com mui-tos jovens de origem alemã, que repre-sentavam a maioria no juvenato, mas logose habituou à nova rotina. Cinco anos de-pois, deixou de ser Antônio para se tornarIr. Elvo Clemente.

Na década de 40, enquanto lecionavaLíngua Portuguesa e História no ColégioMarista Champagnat, em Porto Alegre, cur-sava a licenciatura em Letras Clássicas naPUCRS, graduando-se em 1949. No anoseguinte, mais um desafio. Como a estru-tura da Universidade era bem menor, bus-cava-se que a maior parte dos professoresfosse de irmãos, por motivo de economia epara garantir uma formação cristã aos alu-nos. Foi então convidado para lecionar nadisciplina de Educação Comparada no cur-so de Pedagogia, área que não fazia partede sua formação, mas aceitou sem pesta-nejar, contando com o apoio e material do

antigo professor, além de muita leitura.Posteriormente foi professor da Faculdadede Letras e lecionou durante um tempouma disciplina de Literatura no Jornalismo.

Em 1957, depois de retornar da Espa-nha, onde fez pós-doutorado, assumiu ocargo de Secretário-Geral da PUCRS, ondeficou por 18 anos, e que considera ter sidoum de seus maiores desafios. Mesmo as-sim, nunca deixou de dar aulas. “Lecionaré o melhor que há”, afirma abrindo umsorriso.

Ir. Elvo ocupou outras funções impor-tantes na Universidade, como a de Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação e Pró-Reitor de Extensão Universitária, tendo sidotambém fundador dos cursos de Pós-Gra-duação em Letras e em História.

Sua famosa memória é um grande einvejável banco de dados, principalmentequando se trata de fatos ocorridos na Uni-versidade. Tanto que, com o falecido Ir.Faustino João, escreveu os três volumesque contam a história da PUCRS. “Sempretive curiosidade em saber as datas dosacontecimentos, por isso os guardo pordatas e nomes, assim fica mais fácil re-lembrar. Devo muito ao Ir. Faustino, eletambém tinha uma memória muito boa,

sem ele não teria escrito obras como Pila-res da PUCRS”, conta.

Ao todo é autor de 25 livros, além decentenas de artigos em revistas e jornais.Gosta de dedicar-se mais à crônica e à crí-tica literária, tendo recebido diversos prê-mios importantes da área, como o PrêmioLiterário Erico Verissimo, em 2002. Distin-ções não lhe faltam: Gaúcho Honorário, Ci-dadão Emérito, Educador Emérito do RioGrande do Sul, Prêmio Literário Ilha deLaytano e a Comenda do Infante Dom Hen-rique (Portugal) são apenas algumas delas.

Atualmente é assessor da Reitoria, pro-fessor de uma disciplina no Pós-Gradua-ção em Letras, presidente da AcademiaRio-Grandense de Letras e integra o Círculode Pesquisas Literárias (Cipel). Nas horasvagas sua atividade favorita é, como sepoderia esperar, ler, além de caminhar peloCampus Central e conversar com os ami-gos, com os quais procura sempre mantercontato e valoriza muito. “Gosto de ver otriunfo dos meus amigos, observar eles su-birem. Por isso fico triste quando não con-sigo ajudar ou homenagear um colega.Gostaria que continuassem sempre inte-ressados pela PUCRS, em buscar bons re-sultados para a Universidade”, revela.

“N

Em sua sala, na Reitoria, ele lembra que aprendeu a ler aos dez anos

Page 45: PÁGINA CENTRAL Assessoria de Comunicação Social – …conteudo.pucrs.br/wp-content/uploads/sites/136/2018/03/pucrs_infor...A previsão de término da obra é fevereiro do próximo

EU ESTUDEI NA PUCRS

Opresidente da empresaMercador.com, Paulo

Afonso Feijó, 47 anos,está deixando em maio umagestão marcante na Federaçãodas Associações Comerciais ede Serviços do Estado (Federa-sul) – foi presidente de 2002 a2004, reeleito para o mandato2004-2006 e vice-presidente em1990 e 1996. Chegou a se indis-por com governantes e líderespara defender suas bandeiras: oliberalismo e o Estado mínimo.Ao apresentar duras críticas apolíticos, argumentou com con-vicção e despertou a atençãodos partidos. Filiou-se ao PFLem 2005 no limite do prazo exi-gido para concorrer às eleiçõesdeste ano. Parece disposto a en-frentar as urnas e passar para ooutro lado. Deve tentar vaga noLegislativo e, se conseguir, pre-tende aproveitar a sua experiên-cia nos negócios. “Serei pragmá-tico e objetivo na busca de resul-tados”. Diz que o político precisaouvir a população. “Como em-presário, vou para a rua falar com o cliente.Os governantes vivem num mundo irreal. Háassessores puxa-sacos que somente contamo lado positivo.”

Durante a gestão na Federasul, Feijó tevecomo principal alvo os impostos. Atacou go-vernantes dizendo que o cidadão não rece-be a contrapartida do Estado em serviçoscomo saúde, segurança pública e educação.“O Rio Grande do Sul tem a maior carga tribu-tária ponderada do País. O ICMS é baixo emitens não-significativos. Na telefonia, energiaelétrica e combustível chega a 33%, ou seja43% de taxa efetiva.” Feijó analisa o Estadocomo uma empresa e observa que a cada anotem perdido mercado para o resto do Brasil.“Na última década cresceu em média 2% e oBrasil, de 2,8% a 3%.” Os motivos? Para ele,o Estado criou nas últimas três décadas umaestrutura burocrática. Cita que neste ano ogoverno do RS arrecadará R$ 19 bilhões edeverá destinar a áreas prioritárias cerca deR$ 3 bilhões.

Feijó formou essas crenças a partir dosestudos e da atuação nos negócios da famíliadesde 1978. Escolheu o curso de Administra-ção de Empresas da PUCRS, pelo qual se di-plomou em 1983, porque procurava funda-mentação para ser o futuro gestor das empre-sas, entre elas o Exxtra Econômico Supermer-cados, vendido ao Grupo Sonae há sete anos.O Econômico foi fundado por seu avô comoum armazém, depois se tornou um atacado e,por último, um supermercado.

O empresário tem retornado à PUCRS aconvite para passar sua experiência aos alu-nos. Um dos principais interesses no bate-papo é a criação do Mercador, em 2000. Pri-meira no Brasil no segmento business-to-bu-siness, a companhia interliga varejistas a for-necedores visando a ganhos de produtividade.Há 9 mil clientes na plataforma de integração.Metade do capital do Mercador pertence à Te-lefônica.

A empresa se originou de um projeto daAssociação Brasileira de Supermercados

PAULO AFONSO FEIJÓ:gestão marcante na Federasul

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 129 – MAI-JUN/2006 45

(Abras), presidida por Feijó em1995-1996 e 1997-1998. Os mai-ores supermercadistas e forne-cedores do País se basearamnum modelo dos EUA da décadade 70 e fundaram o MovimentoEfficient Consumer Response(ECR) Brasil em 1996 com o ob-jetivo de padronização nos super-mercados no Brasil (desde gôn-dolas e caixas a etiquetas). Feijócomprou o projeto da Abras e in-vestiu no negócio que viria a setransformar no Mercador.com.Outra de suas conquistas na pre-sidência da Abras foi a introdu-ção do código de barras no mer-cado.

À frente da Federasul eletambém destaca a implantaçãodo Programa de Qualidade e Pro-dutividade e de um plano de me-tas, em que os colaboradoresparticipam do resultado financei-ro da entidade. Todos podem re-ceber 30% da remuneração anualde prêmio segundo os objetivosalcançados. A equipe atingiu 22%no segundo ano de implantação

do plano, o que é satisfatório, cita Feijó.“Sempre administrei uma entidade como umaempresa, buscando a responsabilidade decada um, delegação aos responsáveis decada área e busca de resultados.”

Feijó também foi presidente da Associa-ção Gaúcha de Supermercados (em 1990-1991 e 1992-1994) e vice-presidente do Ins-tituto de Estudos Empresariais (1989). Entreos destaques recebidos por ele estão os títu-los de Administrador do Ano (pelo Sindicatodos Administradores do Estado) em 1994,Líderes e Vencedores (Assembléia Legislati-va e Federasul) e Líder Setorial (Gazeta Mer-cantil), ambos em 1995. Nas décadas de 80e 90 participou das convenções do Food Ma-rketing Institute, nos EUA, tendo sido pales-trante em 1997 e 1998.

Quando não está trabalhando ou viajandoa negócios, o empresário se dedica à ativida-de física e à família. Pratica tênis, golfe emusculação e procura também dar atençãoàs duas filhas, de 16 e 12 anos.

Feijó ingressará na política defendendo menos impostos

Foto: Valmoci Vasconcelos

Page 46: PÁGINA CENTRAL Assessoria de Comunicação Social – …conteudo.pucrs.br/wp-content/uploads/sites/136/2018/03/pucrs_infor...A previsão de término da obra é fevereiro do próximo

SOCIAL

46 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 129 – MAI-JUN/2006

Voluntárias auxiliam famíliasde BEBÊS HOSPITALIZADOS

Acena é comum em mui-tos hospitais brasilei-

ros. O recém-nascidorecebe o atendimento médico naUTI Neonatal, sob o cuidado eatenção de médicos e enfermei-ros. Enquanto luta pela sobre-vivência, aguarda sozinho acompanhia da mãe ou do pai. Ospais, com poucos recursos fi-nanceiros ou moradores de outracidade, acabam não conseguin-do visitá-lo naquele dia. A au-sência pode retardar sua melho-ra e a ida definitiva para casa.

Para minimizar esses casose auxiliar famílias carentes cujosbebês estão internados no Hos-pital São Lucas (HSL) da PUCRS, um grupo devoluntárias criou, em maio de 2005, a organi-zação não-governamental Amigos dos BebêsApressados (ABA).

Durante o ano são realizadas diversasatividades beneficentes, como bazares, janta-res, exposições entre outros eventos, para ar-recadar fundos para a ABA, que também con-ta com o auxílio de padrinhos que ajudamcom doações. Em datas comemorativas,como Dia das Crianças, Natal e Páscoa, sãoorganizados eventos especiais. No final doano, por exemplo, foram distribuídas 50 ces-tas básicas de 12 kg. No dia 8 de junho asvoluntárias realizarão um risoto beneficentena Associação Leopoldina Juvenil. Os ingres-sos já estão à venda.

Segundo a coordenadora do grupo, a em-presária Eloana Tusi Mann, os itens mais ne-cessários são fraldas, roupas, comida e va-

PESQUISA SOCIOAMBIENTAL É REALIZADA EM BUTIÁ

Em abril, a Prefeitura Municipal de Butiárecebeu os resultados de uma pesqui-sa socioambiental realizada em se-

tembro de 2005 com famílias de trabalhado-res ligados à área florestal. O trabalho foi or-ganizado pelo Núcleo de Estudo e PesquisaAmbiente e Direito da Faculdade de Direito eAssociação Pró-Ambiente (Apam). O estudo,coordenado pelo professor Fadir Waldman, foi

aplicado em cinco famílias de 106 que inte-graram o projeto, e obteve uma amostra deum ambiente familiar específico com a idéiade fundamentar cientificamente possíveis in-tervenções pela administração municipal.

A equipe que trabalhou no projeto defendeque alguns dos problemas do ambiente soci-al, como as dificuldades de aprendizado nasescolas e a embriaguez nas frentes de traba-

lho, são reflexos de um problema originado nafamília, mesmo que às vezes a causa de taisproblemas seja externa. Para resolver essasquestões, o estudo propõe uma maior proxi-midade das universidades com ações admi-nistrativas para uma possibilidade de eficácianas políticas públicas destinadas à família.

As informações da pesquisa estão dispo-níveis no site da Apam, www.apamrs.org.

les-transportes. Também são recebidas doa-ções em dinheiro, depositadas numa contabancária feita com o HSL. As voluntárias ain-da vendem camisetas bordadas ou estampa-das com o logotipo da ABA.

O hospital cedeu uma sala para as volun-tárias, onde elas se revezam para atender di-ariamente as famílias encaminhadas pela as-sistência social do HSL. Alguns equipamentospara a UTI e quatro poltronas para os familia-res foram comprados com a ajuda da ABA.

A pediatra Luza Panis, que atua no local eé voluntária do grupo, conta que a idéia decriá-lo surgiu com o chefe da UTI Neonatal,Renato Fiori, quando observavam as necessi-dades que pais carentes tinham e a dificulda-de de acompanhar os filhos muitos dias nohospital. “A ligação mãe-bebê é muito impor-tante, principalmente para essas crianças in-ternadas. Se a mãe não consegue ir ver o

bebê, ele não mama e demora maispara ir para casa. Víamos que mui-tas mães não tinham dinheiro paravir ou não tinham o que comer, porisso resolvemos criar a ABA”, conta.

Além das doações, os pais tam-bém recebem instruções sobre cui-dados com o recém-nascido, educa-ção para a saúde, aleitamento ma-terno e outros temas.

Eliezer Amaral Quevedo, 23anos, é uma das mães beneficia-das. Seu terceiro filho, Vagner, estáinternado desde dezembro no HSLcom um problema na traquéia. Mo-radora de Viamão, ela se deslocatodo o dia até o hospital com os va-les-transportes doados pelas vo-

luntárias, e recebe algumas refeições. “Nocomeço foi bem difícil. Eu não sabia que exis-tia a ABA, e ficava aqui com fome. A doutoraLuza foi quem me falou das voluntárias, ehoje elas me ajudam bastante. Se precisamosde mamadeira, roupas, fraldas, elas tambémconseguem”, conta Eliezer, que sempre contapara as novas mães que chegam sobre o ser-viço. Em média 15 famílias são atendidas eencaminhadas pela assistente social.

Estuda-se a idéia de criar a ABA Jovem,que promoveria eventos beneficentes voltadospara esse público.

Eliezer Quevedo (esq.) recebeu ajuda da ABA

COMO ENTRAR EM CONTATO

Fones: (51) 3315-4188, (51) 3320-3000,ramal 2465 ou (51) 9268-3172E-mail: [email protected]

Page 47: PÁGINA CENTRAL Assessoria de Comunicação Social – …conteudo.pucrs.br/wp-content/uploads/sites/136/2018/03/pucrs_infor...A previsão de término da obra é fevereiro do próximo

OPINIÃO

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 129 – MAI-JUN/2006 47

MARIO QUINTANAe a escrita dianteda janela aberta

Mario Quintana (Alegrete, 1906;Porto Alegre, 1994), começou achamar a atenção em 1926,

quando foi premiado num concurso de contosdo jornal Diário de Notícias, com A sétimapersonagem. A partir de 1930, colaboroucom a Revista do Globo, de Porto Alegre, esua primeira tradução foi publicada pela Edi-tora Globo em 1934, seguindo-se muitas ou-tras, de autores como Proust, Maupassant,Vírginia Woolf, Aldous Huxley, Somerset Mau-ghan, Conrad, Balzac e Voltaire.

Simultaneamente, dedicava-se aos poe-mas, reunidos, nos primeiros livros, segundocritérios formais, a começar pelos sonetos deA rua dos cataventos (1940). A partir de en-tão, livros novos e antologias deram feição auma vasta obra, celebrada pela crítica porseu valor poético e seu senso de humor.Transitando entre o riso e o trágico da exis-tência, Quintana construiu um legado literárioque fixa sua visão única sobre a infância, ocotidiano, o amor, o tempo, a morte, a poe-sia, nos livros publicados entre 1940 e 1994.Há, ainda, em seu acervo, obras traduzidaspara o espanhol e o inglês, inúmeras partici-pações em antologias, colaborações na im-prensa do Brasil e do Exterior, poemas musi-cados e em adaptações teatrais, gravações ecinco títulos para as crianças.

Poeta lírico, Quintana perseguiusempre a pureza de expressão, traba-lhando o texto até a simplicidade de umavoz reconhecível. A aparente facilidade deleitura de seus versos diz respeito a umaconsciência poética aguda, a um cuidado coma linguagem que o levava a reescrevê-los vá-rias vezes. A rua dos cataventos, por exem-plo, abre assim: “Do que ia escrever até meesqueço... /Pra que pensar? Também sou dapaisagem...” Em Água, obra aprovada peloautor e editada postumamente, os mesmosversos reaparecem em Praia no Nordeste:“Do que ia escrever até me esqueço... / Praque pensar? / Nós também fazemos parte dapaisagem!” A comparação das duas versõesrevela alterações na disposição dos versos,na pontuação e no tratamento. Cerca de meioséculo depois da composição primeira, o poe-ta enfatiza, em verso separado, a perguntaque se faz (“Pra que pensar?”), valorizando aintuição, a emoção, a sintonia com a nature-za. A exclamação, por sua vez, denota o oti-mismo e o entusiasmo que substituem umapostura mais contemplativa e intimista. Quan-do troca o pronome “eu” pelo “nós”, escolheintegrar-se num universo mais amplo, abertoaos outros homens, eles também unidosnuma esfera natural mais abrangente. Porisso, o poema que segue é esclarecedor:

VERA TEIXEIRADE AGUIAR

Professora do Programade Pós-Graduação

da Faculdade de Letras

Já no primeiro verso do soneto, Quintanadá as costas para a “questão social”, nãoporque ela não exista, mas porque não acompreende. À agitação do mundo prefereseu Anjo da Guarda e um país particular,onde se identifica com os loucos, os mortos eas crianças, isto é, com todos os excluídos.No entanto, ao negar o mundo do lado de cá,ao voltar-se para o sonho, a lírica, o delírio, amorte, ele está reagindo à materialidademesquinha da sociedade. O eu lírico rompecom o coletivo e, ao fazê-lo, ganha voz, res-taurando o sentido de humanidade, perdidono dia-a-dia. Nesse sentido, sua lírica, nosmomentos mais intimistas, posiciona-se, re-cupera os mais profundos valores humanos ecoloca-se contra os mecanismos sociais queanulam o homem e a natureza e promovem aalienação. Sua subjetividade e aquilo quenela sugere ausência e desinteresse é, aocontrário, uma força contra a existência au-tomatizada, que retira do homem o direito deser e sentir. Não por acaso, o verso que abreseu primeiro livro diz “Escrevo diante da ja-nela aberta”, isto é, atento à vida no que elatem de mais essencial.

Eu nada entendo da questão social.Eu faço parte dela, simplesmente...E sei apenas do meu próprio mal,Que não é bem o mal de toda a gente,

Nem é deste Planeta... Por sinalQue o mundo se lhe mostra indiferente!E o meu Anjo da Guarda, ele somente,É que lê os meus versos afinal...

E enquanto o mundo em torno seesbarronda,

Vivo regendo estranhas contradançasNo meu vago País de Trebizonda...

Entre os Loucos, os Mortos e asCrianças,

É lá que eu canto, numa eterna ronda,Nossos comuns desejos e esperanças!...

Sua subjetividade e aquilo que nela sugere ausência

e desinteresse é, ao contrário, uma força contra a existência automatizada,

que retira do homem o direito de ser e sentir. Não por acaso, o verso que

abre seu primeiro livro diz ‘Escrevo diante da janela aberta’, isto é,

atento à vida no que ela tem de mais essencial.

Sua subjetividade e aquilo que nela sugere ausência

e desinteresse é, ao contrário, uma força contra a existência automatizada,

que retira do homem o direito de ser e sentir. Não por acaso, o verso que

abre seu primeiro livro diz ‘Escrevo diante da janela aberta’, isto é,

atento à vida no que ela tem de mais essencial.

Page 48: PÁGINA CENTRAL Assessoria de Comunicação Social – …conteudo.pucrs.br/wp-content/uploads/sites/136/2018/03/pucrs_infor...A previsão de término da obra é fevereiro do próximo

Líder no ranking nacional dos grupos de pesquisa do CNPq entre as Instituições de Ensino Superior privadas.

.