pÁgina central assessoria de comunicação social – ano...

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informação Revista da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Assessoria de Comunicação Social – Ano XXIX Nº 131 – Setembro-Outubro/2006 PÁGINA CENTRAL PÁGINA CENTRAL Trinta anos a serviço da vida PÁGINAS 6 A 9 Trinta anos a serviço da vida Hospital São Lucas consolida-se na integração da assistência à saúde, ensino e pesquisa PÁGINAS 6 A 9 PÁGINA 20 PÁGINA 23 Iluminação pública ganha centro de excelência PÁGINA 20 Pró-Mata recupera biodiversidade na Serra Gaúcha PÁGINA 23 Entrevista com Robert Chernow Entrevista com Robert Chernow

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informaçãoRevista da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do SulAssessoria de Comunicação Social – Ano XXIXNº 131 – Setembro-Outubro/2006

PÁGINA CENTRALPÁGINA CENTRAL

Trinta anosa serviço da vida

PÁGINAS 6 A 9

Trinta anosa serviço da vida

Hospital São Lucas consolida-se na integração da assistência à saúde, ensino e pesquisaPÁGINAS 6 A 9

PÁGINA 20

PÁGINA 23

Iluminação públicaganha centrode excelênciaPÁGINA 20

Pró-Mata recuperabiodiversidadena Serra GaúchaPÁGINA 23

Entrevista comRobert ChernowEntrevista comRobert Chernow

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24ENTREVISTA

45EU ESTUDEINA PUCRS

Universidade deve ter seu jeito deempreender – ROBERT CHERNOW,consultor na área deempreendedorismo e inovação evice-diretor para empreendedorismodo Instituto Politécnico Rensselaerdo estado de Nova Iorque

20 TECNOLOGIA

2 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 131 – SET-OUT/2006

NESTA EDIÇÃO

Voz traça destinode Victor Hugo

RevisãoJosé Renato

Schmaedecke([email protected])

CirculaçãoMirela Vieira

da Cunha Carvalho([email protected])

Relações PúblicasSandra Becker

([email protected])

DocumentaçãoLauro Dias

WebmasterRodrigo Ojeda

([email protected])Conselho Editorial

Ir. Elvo ClementeJorge Audy

Solange Medina KetzerImpressãoEpecê-Gráfica

Projeto Gráfico eEditoração Eletrônica

Pense Design([email protected])

PUCRS Informaçãoé editada pela Assessoriade Comunicação Social

da Pontifícia UniversidadeCatólica do Rio Grande do Sul

Avenida Ipiranga, 6681,Prédio 1, 5º andar

CEP 90619-900Porto Alegre – RS

Fone: (51) 3320-3500,ramais 4446 e 4338Fax: (51) [email protected]/revista

Tiragem: 45 mil exemplares

A PUCRS é uma Instituiçãofiliada à ABRUC

6 CAPA 13 Pelo Campus – PUCRS realiza primeiro vestibular simulado

14 Espaço do Leitor

15 Panorama – PUCRS integra rede internacional de telemedicina

10 Novidades Acadêmicas – Estágios não-obrigatórios tornam-se curriculares

12 Pesquisa – História oral ganha espaço na Universidade

13 Pesquisa – Profissão pode contribuir para a osteoporose

14 Pesquisa – Inventário identifica fobia social

15 Saúde – Novo programa de residência integra profissionais da saúde

16 Radar – Fórum provoca debates sobre ética em pesquisa

17 Debates – O professor pode ajudar o mundo a crescer

18 Destaque – Pós em Filosofia em sintonia com o mundo

19 Tecnologia – Tecnologias produzirão essências de frutas tropicais

22 Ciência – Zebrafish: modelo para estudar o sistema nervoso

23 Ambiente – Pró-Mata recupera biodiversidade na Serra Gaúcha

26 Universidade Aberta – Parceria com Colégio Champagnat enriquece aprendizado

27 Gente – A busca da profissão longe de casa

28 Alunos da PUCRS

32 Lançamentos da Edipucrs

33 Mercado de Trabalho – Sensibilidade e motivação para combater desigualdades

34 Em Foco – Biblioteca adquire livros eletrônicos e do século 18

35 Bastidores – Esporte propicia convivência e saúde

36 Cultura – Periódicos divulgam produção científica

37 Cultura – Acervo resume meio século de literatura

38 Ação Comunitária – Alunos fazem cartilha sobre direito à moradia

39 Pelo Rio Grande – Vinhos com a marca da Fronteira Oeste

40 Sinopse

44 Perfil – Lucia Giraffa: professora, com orgulho

46 Social – Universidade tem espaço de escuta

47 Opinião – O Estado que o futuro governador irá encontrar – AdelarFochezatto, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Economia

Iluminação públicaganha centro deexcelência

EstagiáriaMariana Assis Brasil

Arquivo FotográficoCléo Belicio ([email protected])

Ana Paula Acauan([email protected])

Bianca Garrido([email protected])

Carine Simas([email protected])

RepórteresEduardo Borba

([email protected])Greice Beckenkamp

([email protected])Mariana Vicili

([email protected])

Editora ExecutivaMagda Achutti ([email protected])

ReitorJoaquim Clotet

Vice-ReitorEvilázio Teixeira

Diretor-EditorLuiz Antônio Nikão Duarte

([email protected])

Hospital São Lucas:assistência, ensino e

pesquisa de qualidade

Hospital São Lucas:assistência, ensino e

pesquisa de qualidade

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PUCRS INFORMAÇÃO Nº 131 – SET-OUT/2006 3

PELO CAMPUS

Uma iniciativa inédita na Universidadevai auxiliar futuros candidatos a seprepararem para as provas do Vesti-

bular da PUCRS. No dia 16 de setembro, inte-grando a Feira das Profissões (nos dias 16 e17), será realizado um Vestibular Simuladocom provas inéditas, especialmente elabora-das para o concurso. Serão cinco questõesobjetivas por disciplina, totalizando 45, sem aelaboração de uma redação, como ocorre nor-malmente.

Depois da realização das provas, além dadivulgação do gabarito, no espaço da Feira,professores da Universidade comentarão asquestões e responderão a dúvidas dos candi-datos.

PUCRS realiza primeirovestibular simulado

O resultado será publicado na segunda-feira seguinte, por ordem alfabética, com pon-tuação alcançada considerando as médiasponderadas de cada curso.

As inscrições, com número limitado, po-dem ser feitas gratuitamente pelo site www.pucrs.br/eventos/feiradasprofissoes até o dia6 de setembro ou até que seja completado onúmero de inscritos previsto. Os participantesdo Simulado terão um desconto especial nainscrição do vestibular de verão 2007.

A elaboração e aplicação das provas sãode responsabilidade do Núcleo de Ingressoda Pró-Reitoria de Graduação, em colabora-ção com a Pró-Reitoria de Assuntos Comuni-tários.

Boletim comemoracinco anos

N o dia 18de agostoforam co-

memorados os cin-co anos do boletimsemanal PUCRSNotícias, editadopela Assessoria deComunicação So-cial da Universida-de. Durante o even-to houve a premia-ção, com kits daGriffe PUCRS, decinco leitoras queparticiparam dapromoção de ani-versário respondendo a perguntas so-bre o veículo. As ganhadoras foram aaluna Juliana Zajaczkowski Abreu, docurso de Hotelaria, na ocasião repre-sentada pela mãe, Mara Abreu; a pro-fessora Marisa Magnus Smith, da Le-tras e da Pró-Reitoria de Graduação; eas funcionárias Flávia Cristina LeãoTeixeira, da Administração, Contabili-dade e Economia; Letícia Moraes Gou-lart, da PUCRS Zona Norte; e MárciaGomes da Silva, do Pós-Graduação emDireito.

Arquitetura fazuma década

AFaculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU)completou dez anos em agosto. Foi descer-rada uma placa e houve apresentação de

um recital composto por músicos e sopranos sob a re-gência do maestro Ronel Alberti da Rosa. Como partedas comemorações, foi aberta a exposição Favoritos,mostrando 22 painéis feitos por professores com apre-ciações, imagens e desenhos referentes a um arquite-to ou artista. Também ocorreu o lançamento do livroArquitetura e Urbanismo: Posturas, tendências e re-flexões – Edição de textos comemorativa aos 10 anosda FAU/PUCRS. Publicado pela Edipucrs e organizadopor Maria Beatriz Medeiros Kother, Mario dos SantosFerreira e Paulo Ricardo Bregatto, reúne artigos de 28professores. As atividades ocorreram na praça deeventos da FAU, no prédio 9 do Campus Central. A FAU,que formou a primeira turma em julho de 2001, enca-minhou ao mercado mais de cem profissionais.

Participaram do sorteio 248 pes-soas da comunidade acadêmica queintegraram um esforço de interaçãorespondendo a perguntas sobre a pu-blicação. O informativo PUCRS Notíci-as é um instrumento de contínuo rela-cionamento dirigido ao público interno,divulgando notícias sobre atividadesde interesse de alunos, professores efuncionários. Uma edição especial doencarte Intervalo, que circulou no finalde agosto trouxe a história e as curio-sidades do PUCRS Notícias.

Premiadas receberam kits da Griffe PUCRS

Blog divulgacursos

Luciana (Lu), 17 anos, natural dePorto Alegre, está em dúvida se farávestibular para Educação Física, Direito,Jornalismo, Economia, Enfermagem, Sis-temas de Informação ou Cinema. Ela é apersonagem fictícia criada para divulgaros cursos da Universidade. O blog da Luentrou no ar no dia 23 de agosto. Para a-cessá-lo, é preciso entrar no site www.pucrs.br/eventos/feiradasprofissoes.Nele, além do perfil da personagem, hánotícias voltadas aos vestibulandos,com linguagem interessante a esse pú-blico. Todos os dias o blog é atualizado.A iniciativa é da Pró-Reitoria de Assun-tos Comunitários, Assessoria de Plane-jamento e Marketing, Setor de Web e As-sessoria de Comunicação Social.

Reitor Joaquim Clotet (esq.) e Paulo Regal

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Sou pai de Cristiane Goldoni, estudante daPUCRS. Por isso, tenho o privilégio de receber aPUCRS Informação na minha casa. Adoro ler eesta revista realmente é um prato cheio de infor-mações valiosas, abordando assuntos importan-tíssimos de diversos segmentos. Agradeço aoportunidade de ter acesso à publicação e cum-primento os responsáveis pelo magnífico traba-lho. Um abraço.

Leucir Goldoni – Anta Gorda/RS

Agradeço profundamente o envio da revistaPUCRS Informação, que farei chegar aos nos-sos professores para que a incluam como mate-rial de estudo em suas aulas.

Erica WalterDiretora do curso de Jornalismo

da Faculdade de Ciências da Educaçãoe Comunicação Social da Universidadede Salvador – Buenos Aires/Argentina

Escrevo para parabenizar a repórter MarianaVicili pela entrevista com o advogado Lia Pires.Está muito boa!

Camila Freitas – Porto Alegre/RS

Li pela primeira vez a PUCRS Informação.Gostaria de parabenizá-los por ser uma revistaque abrange diversos assuntos, todos voltadospara o social. Duas reportagens me chamarammuito a atenção: Face inaugura laboratório demercados de capitais e Pimenta pode evitar do-enças cardiovasculares. Sou ex-aluno da Facul-dade de Administração, Contabilidade e Econo-mia.

Leonardo Pereira Agostta – Porto Alegre/RS

Gostaria de saber como assinar a PUCRS In-formação. Tive oportunidade de lê-la na Associa-ção Comercial de Ijuí e achei a revista fascinante.Levei o exemplar ao setor onde trabalho e meus

colegas também elogiaram muito as reportagens,me incentivando a descobrir como fazer uma as-sinatura. Um forte abraço.

Sandro Roberto Torres – Panambi/RS

Trabalhamos na UFRGS e gostaríamos de sa-ber como é feita a distribuição da PUCRS Infor-mação. A revista aborda temas interessantes eatuais. É possível recebê-la?

Secretaria de Assuntos Estudantisda URFGS – Porto Alegre/RS

N.R.: O conteúdo da revista PUCRS Infor-mação está disponível no site www.pucrs.br/revista, na íntegra, e em formato PDF.A agenda semanal de eventos da Universi-dade e outras notícias também podem seracessadas nos endereços www.pucrs.br/boletim e www.pucrs.br/imprensa

Fiz uma visita a Assessoria de ComunicaçãoSocial da PUCRS e trouxe um exemplar da PUCRSInformação ao Núcleo de Comunicação e Marke-ting da PUC-PR. Todos gostaram muito da revista.

Suzana NogiriNúcleo de Comunicação e Marketing

da Pontifícia Universidade Católicado Paraná – Curitiba/Paraná

Envio este e-mail para parabenizar a revista.Sou leitor desde que iniciei a graduação no anopassado. Como aluno do Grupo de Estudos e Pes-quisa em Direito Internacional Econômico gostariade sugerir que seja feita uma reportagem sobre ogrupo (resultado de um sonho do professor Ricar-do Koboldt de promover estudos nesta área entreos acadêmicos) que se destaca por sua seriedadee responsabilidade e está com novos projetos dedesenvolvimento de pesquisa. Um forte abraço.

Anderson d’Avila – Porto Alegre/RS

ESPAÇO DO LEITOR

4 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 131 – SET-OUT/2006

ESCREVA PARAA REDAÇÃO:

Av. Ipiranga, 6681Prédio 1 – 5º andar

CEP 90619-900Porto Alegre – RS

E-mail: [email protected]: (51) 3320-3500,

ramais 4446 e 4338Fax: (51) 3320-3603

A PUCRS é um admirável exemplo de huma-nidade: informar, formar e agir são verbos queformam seus princípios de humanizar a humani-dade. Sou feliz por ser aluna desta estimada Ins-tituição. Agradeço à mesma pela PUCRS Infor-mação.

Márcia Corrêa da SilvaAluna de Pedagogia – Porto Alegre/ RS

Envio minha palavra de saudação ao Ir. Joa-quim Clotet, Reitor desta inesquecível Universida-de católica que motiva todos a construir valores,como dignidade, respeito e solidariedade. Meumuito-obrigado pela revista PUCRS Informaçãoque transmite conhecimento, experiência de vidae valores.

Prof. José Limeira – Conceição/PB

Como voluntária do Projeto Palmares, da As-sociação Satélite-Prontidão, onde são preparadosjovens e adultos carentes para o vestibular, queroagradecer a publicação de conteúdos de geografiahumana e econômica. Muitas vezes esses assun-tos parecem áridos, pois tanto alunos quanto apopulação não se dão conta de como afetam onosso dia. Com o apoio do conteúdo da revistaPUCRS Informação, onde foi abordado o tema damigração em pesquisa realizada nessa Universi-dade, foi-me possível mostrar ao grupo o dina-mismo, a presença, a modernidade e a importân-cia do tema. Tal situação motivou-os profunda-mente. Notaram que não estavam sós ao toma-rem conhecimento ou recordarem o assunto.Mostrou-lhes a importância acadêmica dos fatos,pois estavam os movimentos migratórios rece-bendo atenção do foro responsável pelos estudosde ponta e relevância de uma sociedade, que é auniversidade. Agradeço pela edição citada e portodas as outras que, tenho certeza, poderei utili-zar para motivar jovens e adultos, dando conti-nuidade aos seus sonhos e desejos. Amigos darevista, já os considero assim.

Zila Conceição dos Santos – Porto Alegre/RS

A cada bimestre tenho a satisfação de ler arevista PUCRS Informação da primeira à últimapágina. Quem a recebe é meu marido, ex-alunoda PUCRS. Na edição 129, uma matéria em espe-cial, sobre as propriedades da pimenta, concen-trou meu interesse. Gostaria imensamente de sa-ber o que é preciso fazer para candidatar-me avoluntária para o tratamento do colesterol. Meuscumprimentos à toda a equipe pela propriedade eclareza dos assuntos abordados.

Lídia Barzotti Kohlrausch – Taquara/RS

Fiquei muito satisfeito pela qualidade e con-teúdo da revista. Gostaria de receber exempla-res no futuro. Parabéns para toda a competenteequipe.

Nelcy Remedy Bidart –Sant’Ana do Livramento/RS

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PANORAMA

PUCRS integra redeinternacional de telemedicina

Desde o início de agosto a PUCRS é ocentro de referência na América do

Sul de uma rede multinacional de as-sistência e educação médica em plataformade telemedicina. A rede Temos (Telemedicinefor a Mobile Society) é patrocinada pelaAgência Espacial Européia (ESA) e estrutura-da pelo Instituto de Medicina Aeroespacial daAlemanha (DLR). As atividades têm sede naFaculdade de Medicina (Famed) e no HospitalSão Lucas.

A telemedicina, conceito que utiliza osmeios de comunicação e a informática paraenvio e recebimento de sinais e imagens mé-dicas, é exercida a partir de um equipamentopadrão – com filmadoras digitais, computa-dor, áudio e linhas de transmissão – doadopelos alemães e instalado no Núcleo de Edu-cação Médica da Famed. Ao longo deste se-mestre será estabelecida uma agenda de dis-cussões de casos clínicos entre Brasil e Ale-manha, com transmissão via IP (protocolo de

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 131 – SET-OUT/2006 5

internet) de aulas para os estudantes degraduação e de pós-graduação da Univer-sidade.

A coordenação da Temos na Américado Sul é feita pelos pesquisadores ThaisRussomano e Adolfo Sparenberg, do La-boratório de Microgravidade da PUCRS, epela vice-diretora da Famed, Maria Hele-na Lopes. Desde 2004 países em desen-volvimento como Índia, Tunísia, Tailândiae Turquia receberam infra-estrutura tec-nológica similar e, este ano, o benefíciochegou ao Brasil, após um período emque Thais atuou como pesquisadora naagência aeroespacial germânica. “Com esterecurso, também será possível atender às ne-cessidades de municípios distantes das capi-tais, com videoconferências, consultorias eensino médico”, relata.

Além do DLR, integram a rede Temos ou-tras duas instituições de pesquisa alemã:Universidade de Aachen e Centro de Medicina

do Viajante (CRM). Os recursos de teletrans-missão também serão utilizados para a trocade experiências entre as equipes de saúde ecomo instrumento de apoio à pesquisa. Inte-ressados em participar do projeto podem en-trar em contato pelos e-mails [email protected] e [email protected].

UNIVERSIDADE PRODUZIRÁ CHIP PARA TV DIGITAL

OCentro de Pesquisa em TecnologiasWireless (CPTW) ligado à Faculda-

de de Engenharia, está em negocia-ções finais com o Grupo Telavo, de São Paulo,para desenvolver, com o Centro de Excelênciaem Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec),um chip para moduladores de sinais de TV di-gital. A troca do sistema deverá ser feita em1,5 mil a 2 mil transmissores de radiodifusãodo País. “Nossa intenção é criar um produtocompetitivo em relação aos comercializadosno exterior”, destaca a professora Maria Cris-tina de Castro, uma das coordenadoras doCPTW. O trabalho começará em novembro eterá dois anos para ser realizado. O governofederal projeta que em agosto de 2007 deve-rão estar no mercado os primeiros produtosrelativos à TV digital.

Também há a possibilidade de a PUCRSdesenvolver chips para televisores e conver-sores (que decodificarão os sinais analógicosem digitais). Mas essa definição depende decomo a tecnologia nacional será combinadaao padrão japonês (Integrated Service DigitalBroadcasting, ISDB-T), escolhido pelo governofederal. A professora Maria Cristina destaca

que os resultados alcançados pelos con-sórcios nacionais foram inovadores, o quelevará o País a adotar um sistema híbrido,contemplando algumas soluções desen-volvidas. O artigo 5º do decreto nº 5.820,de 29 de junho de 2006, assegura a incor-poração dessas tecnologias.

As definições serão do Comitê de De-senvolvimento, a ser criado, que terá oassessoramento de um fórum com repre-sentantes dos setores de radiodifusão,industrial, científico e tecnológico. MariaCristina destaca a importância de o RioGrande do Sul ter representante no grupo,pois haverá definições sobre a política indus-trial para o setor e a inclusão total ou parcialda tecnologia nacional. Pelo trabalho desen-volvido em sistema de comunicações digitaiswireless (PUCRS) e em microeletrônica (Cei-tec), o Estado deverá se tornar um pólo dealta tecnologia na área. Em visita ao CPTW eao Ceitec, em agosto, o governador GermanoRigotto se comprometeu a reivindicar a parti-cipação efetiva do RS.

Independentemente dessas definições, oCentro de Tecnologias Wireless ampliará o

número de profissionais e bolsistas, contribu-indo com a formação de recursos humanospreparados para atuar com essas novas tec-nologias. Para a parceria com a indústria, ha-verá oito novos integrantes trabalhando nolocal. Outras oito pessoas serão contratadaspara a continuidade das pesquisas de modu-lação. O projeto da PUCRS, relativo à segundafase do desenvolvimento do sistema digital,foi aprovado pelo Conselho Gestor do Fundopara o Desenvolvimento Tecnológico das Tele-comunicações (Funttel).

Rigotto (esq.) conheceu o projeto

Equipe que integra o projeto da Temos

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CAPA

Por Mariana Vicili

N o dia 29 de outubro oHospital São Lucas (HSL)da PUCRS comemora 30

anos, consolidando-se como umainstituição de saúde completa, cujamissão inclui assistência, ensino epesquisa, desenvolvidos para aprestação de assistência qualifica-da, formação de profissionais e ge-ração de conhecimentos em saúde.O hospital é uma instituição líderno desenvolvimento integrado des-sas três áreas, sendo referênciapara países do Cone Sul. “Busca-mos um diferencial pelo relaciona-mento com os nossos usuários, es-pecialmente com os pacientes, de-senvolvendo programas de capaci-tação permanentes para acolhida eatendimento, embasados na valori-zação e comprometimento de nos-sos colaboradores”, observa o di-retor-geral e administrativo, Leo-mar Bammann. “Temos comometa, até o final de 2007, ampliarem 20% a oferta de serviços de in-ternação, consultas ambulatoriais,procedimentos cirúrgicos e examesde diagnóstico”.

Algumas novidades, principal-mente estruturais, estão previstasainda para este ano. Uma delas é aconclusão do bloco 8, para onde irátoda a internação do Sistema Únicode Saúde (SUS), num local maisamplo.

Em outubro será inaugurada anova área para assistência emTraumatologia, integrada ao com-plexo de emergências, facilitandoo acesso dos pacientes. A hotela-ria também tem passado por re-formas significativas. Os aparta-mentos do 8º e 9º pisos foramequipados com camas elétricas,entre outros confortos, benefician-do espaços que envolvem 135 lei-tos. As diversas alas desses an-dares receberam mobiliário de co-

6 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 131 – SET-OUT/2006

Hospital São Lucas: assistêensino e pesquisa de qual

O Reitor da PUCRS, Ir. Joaquim Clotet,é um entusiasta com o trabalho desenvol-vido no Hospital São Lucas. Nesta entre-vista, ele ressalta a importância da insti-tuição de saúde na sua relação direta coma Universidade.

QUANDO FOI FUNDADO, O HOSPITAL SÃOLUCAS REPRESENTOU O PRIMEIRO EM-PREENDIMENTO MUNDIAL NA ÁREA DASAÚDE DO INSTITUTO DOS IRMÃOS MA-RISTAS. HOJE, DEPOIS DE 30 ANOS,QUAL A SUA IMPORTÂNCIA?

O Hospital São Lucas é objeto deatenção constante da Reitoria, para o qualtemos planos de investimentos em diver-sas áreas. É uma unidade importantíssi-ma para a Universidade, por ser lugar deestágios para estudantes da saúde e deoutras áreas, contribuindo para sua for-mação profissional. Também é importantepara a cidade de Porto Alegre e para o Es-tado. É um dos bens que o Rio Grande doSul possui e uma grande obra social, porestar conveniado ao SUS. Fico orgulhoso

Clotet dea grande ob

Atendimento e acolhida ao paciente são pontos valorizados na busca de um diferencial

Infra-estrutura é aprimorada continuamente

Diagnósticos mais precisos em menor tempo

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ência,lidade

Programa de Humanização é modeloO Programa de Humanização do HSL, criado

em 2000, é referência na área, procurado fre-qüentemente por outros hospitais de Porto Alegree do interior do Estado para consultoria. Com olema Faça a sua parte, humanize a vida, possuiuma comissão especial, formada por represen-tantes de diversas áreas do hospital, que se reú-nem quinzenalmente.

No programa há um serviço religioso com umforte trabalho ecumênico, com irmãos maristas,pastores luteranos, freis capuchinhos, agentes depastoral e irmãs Filhas do Amor Divino, que aco-lhem e oferecem conforto. As principais ativida-des abrangem o atendimento personalizado aospacientes no seu leito e familiares, assistênciapessoal aos funcionários, com visitas periódicas,além de sacramentos como a eucaristia, confis-são, unção, batismo, crisma e até matrimônio. Hácelebrações eucarísticas, realizadas na capela doHSL (2º andar) e celebrações especiais, comoPáscoa, Natal, Dia do Enfermeiro, Dia do Médico,entre outras.

O programa também compreende ações téc-nico-assistenciais, na área de Serviço Social, En-fermagem, Nutrição e uma Comissão dos Direitosdas Crianças e do Adolescente e Cuidados Hospi-talares. Essa comissão, em atividade desde 1989,é responsável pela prevenção, diagnóstico e aten-dimento aos casos de maus-tratos familiares, dacomunidade e institucionais, além de manter umprojeto de educação em saúde para familiares decrianças e adolescentes internados e promoverprojetos de recreação, musicoterapia, literaturainfantil e medicina pediátrica (Hora do Conto).

O trabalho de musicoterapia com criançashospitalizadas completou, recentemente, dezanos. São realizadas sessões individuais ou emgrupo, com crianças de zero a 14 anos, utilizandotécnicas musicoterápicas, improvisação, audiçãomusical, composição e técnicas próprias deacesso ao inconsciente e imaginário. Com essestrabalhos, busca-se um aumento da motivação emaior engajamento dos pequenos pacientes aotratamento hospitalar, melhoria no estado emo-cional, entre outros efeitos positivos.

Estudantes da Faculdade de Letras atuam naHora do Conto, em que contam histórias e as cri-anças têm a oportunidade de recriar as narrativase elaborar materiais em atividades diversas. Tam-bém há no Setor de Pediatria uma Feira do LivroInfantil, com a distribuição de livros e sessão deautógrafos de autores infantis consagrados.

A Feira de Promoção da Saúde, integrando aSemana da Solidariedade, é uma atividade coor-denada pelo HSL e promovida pela PUCRS todosos anos para a comunidade. Funcionários do hos-

pital, alunos e professores da Universidade parti-cipam voluntariamente com ações preventivassobre saúde, atendimentos de diagnóstico, iden-tificando casos que precisem de encaminhamen-to médico.

Além disso, integram o programa projetos devoluntariado, como a Associação das Voluntáriasde Câncer de Mama, criada pela Fundação IrmãoJosé Otão e pelo Centro de Mama da PUCRS, e osAmigos dos Bebês Apressados.

A Associação dos Funcionários, em parceriacom o hospital, promove atividades voltadas aobem-estar dos funcionários, principalmente nasdatas comemorativas. “Conseguimos melhoriaspara os funcionários, como espaços físicos, am-bientes de lazer e descontração, assim como op-ções na oferta de cardápios variados, entre outras.Acreditamos que a humanização deve acontecersempre e em todo o tipo de serviço prestado peloHospital São Lucas. Todos somos responsáveispelo bem-estar dos pacientes e familiares. Quantomais estivermos atentos a gestos humanizadores,maiores serão as chances de amenizar as dificul-dades ligadas à doença. Conseqüentemente, osprofissionais engajados nessas ações terão comoresultado sua própria gratificação”, ressalta o co-ordenador-geral do Programa, Ir. Jorge Ribas.

ao saber que lá existem gruposde voluntários, em especial asVoluntárias da Mama. Um de-safio para o cidadão do século21 é saber ser uma pessoa so-lidária, oferecendo um poucodo seu tempo aos que preci-sam. Este aniversário é ummotivo de alegria para aPUCRS, para os funcionáriosdo hospital e para todas aspessoas que ali nasceram ouforam tratadas.

QUAIS OS PLANOS FUTUROSPARA O HOSPITAL?

Num futuro próximo, pre-tendemos aumentar o númerode consultórios e serviços doCentro Clínico, atendendo tam-bém as áreas de Odontologia ePsicologia. Ele será uma refe-rência para pessoas que preci-sam de atendimento médicode qualidade.

estacabra social

res variadas, buscando amenizaro ambiente, tanto para os pacien-tes como para as equipes de as-sistência.

Estuda-se também a digitali-zação do setor de Raio X, queatende até 10 mil pacientes nosmeses de maior fluxo, seguindo aevolução na área das imagensmédicas. Em abril deste ano o HSLadotou soluções para armazena-mento, visualização e recuperaçãode imagens médicas, permitindoaos médicos fazerem diagnósticosem menor tempo e com maior pre-cisão, deixando de utilizar os ne-gatoscópios (filme contra a luz)para visualizar as imagens dospacientes, de diferentes formas,pelo computador. A tecnologia foidesenvolvida pela empresa Inpar,instalada no Parque Científico eTecnológico da PUCRS.

Musicoterapia para os pequenos pacientes

Serviço religioso: assistência aos funcionários

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 131 – SET-OUT/2006 7

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CAPA

8 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 131 – SET-OUT/2006

Odiretor clínico e aca-dêmico do HSL,

professor Carlos Ce-zar Fritscher, ressalta que umdos diferenciais do hospital éo fato de que muitos médicostrabalham exclusivamente nainstituição, graças à intera-ção entre o SUS, convênios eatendimentos particulares.Atualmente, 60% dos pacien-tes são provenientes do SUS.

Por ser um hospital-esco-la, desde o início das suasatividades conta com todas asespecialidades. Boa parte de-las hoje é referência em nívelestadual, nacional e mundial.Dentre elas estão os trabalhosdesenvolvidos pelo Institutode Geriatria e Gerontologia(IGG), primeira unidade aca-dêmica de geriatria do Brasil,vinculada à Pró-Reitoria dePesquisa e Pós-Graduação.

Além de ter uma ala deleitos para pacientes commais de 60 anos e um ambu-latório especial, desenvolvempesquisas na área e promo-vem cursos, tendo formadomais de mil profissionais detodo o País, da América doSul, América Central e África, tanto da área dasaúde como da arquitetura, engenharia, infor-mática e outras que têm trabalhos voltados àterceira idade.

O diretor do IGG, professor Antônio Carlosde Souza, conta que é necessário preparar-separa um futuro com mais idosos no Brasil.“Atualmente, cerca de 9% da população brasi-leira é considerada idosa. A previsão é de que,em 2020, esse número suba para 13% ou14%, aumentando também a procura por aten-dimento geriátrico. Temos que acompanharessa tendência para conseguirmos dar suporteàs necessidades desses futuros idosos”, alerta.

Atualmente, a pesquisa de maior desta-que é a que está sendo feita sobre o perfil dosidosos de Porto Alegre, tema da reportagemde capa da edição nº 130 da revista PUCRS

Diferenciais e dessão característ

Informação (www.pucrs.br/revista, em Edi-ções Anteriores).

Outro parceiro importante do HSL é o Ins-tituto de Pesquisas Biomédicas (IPB), compesquisadores reconhecidos internacional-mente, voltado para pesquisa com orientaçãoclínica, ou seja, aplicada à vida real, às ne-cessidades dos pacientes. Muitos dos traba-lhos ali desenvolvidos são depois incorpora-dos à rotina do hospital. “O IPB está umbili-calmente ligado ao hospital, e essa ligação éfundamental para não se perder o foco”, ob-serva o diretor do instituto, professor Jader-son Costa da Costa. “Essa parceria permitiuque se estabelecessem estratégias. Porexemplo, observou-se a tendência ao enve-lhecimento da população, então buscandoatender a problemas como a demência de

Referênciano tratamentoda epilepsia

O HSL é reconhecidointernacionalmente notratamento da epilepsia.O Programa de Cirurgiade Epilepsia, criado em1991, é considerado atu-almente um dos centrosmais importantes domundo. Cerca de 1,2 milpessoas foram operadas,2/3 delas pelo SUS. To-das as cirurgias foram

realizadas pelo chefe do Serviço de Neu-rocirurgia, Eliseu Paglioli Neto. Mais de75% dos pacientes apresentam quadrode melhora ou cura. A equipe seguida-mente acolhe os chamados fellows, pro-fissionais de outros locais que passamum ou dois anos em formação no HSL.

Em agosto de 2005, com oito meses,a pequena Poliana Lopes, de Cachoeirado Sul, foi operada. A mãe, Eunice Lopes,conta que a filha geralmente tinha 30convulsões por dia. Ela procurou auxílio,mas a resposta que recebia era que Po-liana não sobreviveria por muito tempo.Indicada por um neurologista, procurou oHospital São Lucas, e logo foi detectadoque o caso dela era para operação. “Nocomeço foi muito difícil, eu não sabianada sobre epilepsia, tive que pesquisar.Agora ela está maravilhosamente bem,melhor do que o esperado. Sempre queentra no hospital para o acompanha-mento, fica muito feliz, sente-se emcasa. Desde o dia em que a Poliana en-trou na sala de cirurgia, eles devolverama minha filha”, conta a mãe emocionada.

Centro de Terapia Celular: pesquisa com células-tronco

Laboratório de Nefrologia: estudos de ponta

Poliana

HSL EM NÚMEROSÁrea: 55 mil metros quadradosLeitos: 544Funcionários: 2.300Médicos residentes: 160Corpo clínico: 1.200 médicosAmbulatório: 98 consultóriosConsultas ambulatoriais (1977 a 2005): 3.800.038Internações (1977 a 2005): 605.282Cirurgias (1977 a 2005): 369.633Partos (1977 a 2005): 94.112

Foto: Arquivo Pessoal

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estaquessticas

Alzheimer, criamos o Centro da Memória, co-ordenado pelo professor Iván Izquierdo. Como estabelecimento do Centro de Terapia Celu-lar, pesquisa-se o potencial terapêutico dascélulas-tronco nas doenças crônico-degene-rativas, cardíacas, neurológicas, entre outras.Essa demanda leva à determinação das li-nhas de pesquisa, para que seja dado um re-torno à comunidade”, explica.

Dentre os laboratórios com pesquisasdesenvolvidas em parceria com o hospitalestá o de Pediatria, que recentemente apon-tou num estudo de grande repercussão queos prematuros apresentam mais propensão aproblemas respiratórios. Sob a liderança doprofessor Marcus Jones, agora estão sendoinvestigados os fatores associados com apiora da função pulmonar. A existência deuma UTI Neonatal bem equipada no HSL fa-voreceu a pesquisa.

O Laboratório de Nefrologia atua com oServiço de Nefrologia e Obstetrícia do hos-pital, principalmente na área de doenças li-gadas à hipertensão na gravidez, como a pré-eclâmpsia. Essa doença, de causa e trata-mento desconhecidos, está sendo investiga-da, em colaboração com grupos de pesquisado exterior. O coordenador do laboratório, pro-fessor Carlos Eduardo Poli de Figueiredo,conta que uma das possibilidades estudadasé o transplante de ilhotas de pâncreas. Elasfazem parte do pâncreas, são responsáveispela produção de insulina, e poderiam auxi-liar pacientes com diabetes do tipo 1.

No Laboratório de Transferência de Tecno-logia e Biologia Tumoral são desenvolvidostestes que possam ser usados no hospital,como para diagnóstico da hepatite, HIV, tuber-culose e herpes. O laboratório também possuium Banco de Tecidos, onde são armazenadasamostras de tumores que seriam descartadosapós operações, utilizando-os em pesquisaspara tentar descobrir novas formas de diag-nóstico, tratamento e medicamentos.

O Laboratório de Neurociências trabalhaprincipalmente com a epilepsia e as doençasneurodegenerativas. Dentre as atividades,estuda novos fármacos antiepiléticos e neu-roprotetores e desenvolve pesquisas sobre apossível utilização de células-tronco em en-fermidades neurológicas.

Um pouco de históriaO Hospital São Lucas foi inaugurado em

29 de outubro de 1976, com o objetivo deser o hospital-escola da Faculdade de Me-dicina da PUCRS, cujas atividades inicia-ram em 1970. Construído na gestão do en-tão Reitor Ir. José Otão, chamava-se, no iní-cio, Hospital Universitário da PUCRS. Nainauguração, estavam presentes o presi-dente da República, Ernesto Geisel, o car-deal Vicente Scherer, Chanceler da Univer-sidade, entre outras autoridades.

Nos anos seguintes tornou-se um hos-pital auto-suficiente, com todas as especia-lidades médicas, serviços de diagnóstico etratamento existentes na época. Em 1982 onome foi alterado para Hospital São Lucasda PUCRS, uma homenagem ao apóstolo,evangelista e padroeiro da classe médica,que exerceu a profissão e foi artista plástico.

Em 1988, concluíram-se as obras doCentro Clínico com consultórios médicos.Atualmente, além de ser sede da Faculdadede Medicina, dá apoio a cursos como Enfer-magem, Nutrição, Fisioterapia e EducaçãoFísica, entre outros.

O Centro da ObesidadeMórbida (COM), que fun-ciona há seis anos no HSL,é um dos únicos centros dereferência do Ministério daSaúde no Sul do País. Aequipe é multidisciplinar,formada por cirurgiões, en-docrinologistas, fisiotera-peutas, enfermeiras, nutri-cionistas, psiquiatras, psi-cólogos, cardiologistas, en-tre outros profissionais deáreas variadas.

Em média, são feitas12 cirurgias em obesos mórbidos por mês.Até hoje, estima-se que os cerca de 750pacientes juntos emagreceram por volta de40 toneladas. Além das intervenções cirúr-gicas, também é oferecido um acompanha-

mento completo, com ree-ducação alimentar, atendi-mento psicológico e orien-tação para atividades físi-cas.

O advogado CláudioTessari, 36 anos, de PortoAlegre, fez a cirurgia porfobi-capella (redução doestômago na parte superior,diminuindo em até 80%seu tamanho) em agosto de2004. Passou de 144,2 kgpara 97kg, e hoje participade competições de ciclismo.

“Eu sempre pratiquei, mas depois da opera-ção pude competir. A cirurgia influencioumuitas mudanças positivas na minha vida efez com que eu redescobrisse minha auto-estima”, lembra.

Pioneirismo naspesquisas comcélulas-tronco

As pesqui-sas com célu-las-tronco rea-lizadas no IPBsão pioneiras.No dia-a-dia dohospital, umaprática adotadaé a aplicação em nervos periféricos(fora da coluna). Microcirurgias re-construtivas com células-tronco têmsido freqüentes com resultados muitopositivos.

A professora Sueli D’Angelo Bor-ges, 48 anos, veio de São Paulo, emnovembro de 2005, buscar essa solu-ção. Havia sofrido um acidente comarma de fogo, durante uma tentativade assalto. Sua mão e antebraço es-querdos foram atingidos, comprome-tendo o nervo e o tendão. Cirurgiasanteriores não tiveram bons resulta-dos. Depois de alguns meses sua mãovoltava a atrofiar. Indicada por seumédico, veio procurar o médico Jeffer-son Braga Silva no Hospital São Lu-cas, onde foi feita aplicação de célu-las-tronco em sua mão. Quase umano depois do procedimento, Sueliteve melhoras significativas. Voltamaos poucos os movimentos, a força ea sensibilidade no local.

Em seis anos, obesosperderam 40 toneladas

Cláudio Tessari é ciclista

1975: Hospital São Lucas em obras

Sueli Borges

Foto: Arquivo Pessoal

Foto: Arquivo Pessoal

Foto: Arquivo PUCRS

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NOVIDADES ACADÊMICAS

Curso a distância abordaLiteratura Sul-Rio-Grandense

AFaculdade de Letras ea PUCRS Virtual pro-movem o curso de ex-

tensão Literatura Sul-Rio-Gran-dense. O objetivo é apresentar aliteratura do Estado por meio decritérios temáticos, abordandoautores e obras utilizando dife-rentes produtos culturais, comocinema, pintura, música e culi-nária, cruzando temporalidadese espaços.

O curso é dividido em cinco módulos: AGuerra, O Gaúcho, Os Imigrantes, A História eOs Causos. Cada disciplina é apresentada

num DVD, acompanhado de umarevista relacionada ao tema.

A atividade é dirigida a alu-nos de Ensino Médio, vestibu-landos e interessados em litera-tura e cultura do Rio Grande doSul. Cada tema é desenvolvidopor um professor e um escritorconvidado.

Ao final do curso, o alunofaz uma avaliação e posterior-mente pode solicitar o certifica-

do de conclusão. Informações pelo telefone(51) 3320-3529 ou no site http://cursos.ead.pucrs.br/literaturasrg.

Estágios não-obrigatóriostornam-se curriculares

Os estágios não-obrigatórios, realiza-dos pelos alunos de cursos de gra-

duação, passam a valer como ativi-dades complementares a partir da implanta-ção dos novos currículos da Universidade.São reconhecidamente curriculares, assimcomo os estágios obrigatórios. Essa mudançade perspectiva é prevista em lei e está incor-porada aos Projetos Pedagógicos dos cursos,atendendo também às mais recentes exigên-cias do mundo do trabalho.

Para auxiliar nesse processo, um novosetor, que será responsável pelos estágiosnão-obrigatórios, está sendo formado na Uni-versidade. O Estágios-PUCRS vai trabalharem parceria com as unidades acadêmicas noplanejamento, acompanhamento e avaliaçãodos estágios.

Além de um espaço físico especial, o se-tor terá um site, onde os estudantes e as em-

presas poderão se cadastrar, verificar ou dis-ponibilizar vagas de estágio. A avaliação tam-bém poderá ser feita on-line. O estágio deveser realizado em uma empresa ou instituiçãoconveniada diretamente com a PUCRS ou pormeio de um agente de integração, tambémconveniado.

Com o Estágios-PUCRS, as oportunidadesde formação profissional para os acadêmicos

devem ser ampliadas e o processo de estágioqualificado. “A orientação e o acompanha-mento pedagógico, feitos por um professorresponsável, serão mais personalizados, maisespecíficos para cada área”, observa RicardoWeisheimer, um dos membros da equipe.

A implantação do setor está sendo realiza-da pelo Núcleo de Estágios da Pró-Reitoria deGraduação, sob responsabilidade da professo-ra Dulce Baldo, acompanhada pelas professo-ras Jocelyne Bocchese, Márcia Faustini, MariaTereza Amodeo e Nádia Borges, com a parceriada Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários(PRAC) e Pró-Reitoria de Administração e Fi-nanças. As atividades do Estágios-PUCRS ini-ciam-se no segundo semestre deste ano.

ENTRE EM [email protected]

Tiago Reichert faz estágio na PRAC

Disciplinas em DVD

Iniciam em setembro as aulas da primeiraturma do curso de extensão em Históriasem Quadrinhos da PUCRS – História, Aná-

lise, Crítica, promovido pelaFaculdade de ComunicaçãoSocial (Famecos).

Os objetivos são refletirsobre as características dashistórias em quadrinhos emseu contexto histórico, comênfase nos comics norte-

americanos de super-heróis; analisar seusprincipais personagens e traçar um panoramadas principais publicações da atualidade.

O curso conta como ati-vidade complementar paraos cursos de ComunicaçãoSocial, Letras, Psicologia,História e Pedagogia. Infor-mações e conteúdo progra-mático no site www.pucrs.br/eventos/quadrinhos.

Quadrinhos no contexto histórico

Novasespecializações

no DireitoReunir debates constitucionais e filo-

sóficos sobre os direitos humanos no sé-culo 21, estudando o tema sob as óticasdo Direito do Estado e humanista é a fina-lidade principal do curso de especializa-ção em Direitos Humanos no Século 21.

Serão estudados temas como Fun-damentos dos Direitos Humanos, Direi-tos Humanos e sua Proteção Jurisdicio-nal e Evolução Histórico-Sociológica dosDireitos Humanos, entre outros. As aulasocorrem a partir de outubro, nas sextas ànoite e aos sábados pela manhã.

Em setembro iniciam as aulas do cur-so de especialização em Direito Ambien-tal, voltado a profissionais do Direito,pesquisadores, empresários, gestorespúblicos e graduados ligados à área.

Dentre os assuntos estudados esta-rão Cidades e Ambiente, Economia Am-biental, Responsabilidade Civil Ambien-tal, Direito Penal Ambiental e Proteçãodo Patrimônio Natural e Cultural.

O curso tem duração de 16 meses,com aulas nas quintas e sextas-feiras ànoite e sábados pela manhã. A promoçãodas especializações é do Programa dePós-Graduação em Direito: www.pucrs.br/direito/pos ou (51) 3320-3537.

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Curso de extensãoem agronegócios

Osetor do agronegócio no Rio Grandedo Sul passa atualmente por uma

crise decorrente de problemas nasúltimas três safras, resultados de uma grandeseca e também da desvalorização dos preçosno mercado. Oferecer ferramentas que contri-buam para uma boa gestão na área é a idéiaque será desenvolvida no curso de extensão adistância em Agronegócios, promovido pelaPUCRS para quem trabalha ou se interessapelo setor e quer compreender os desafios domercado mundial.

O segmento envolve processos variados,partindo do fabricante de insumos, passandopelo produtor até chegar ao mercado consu-midor. “Mostramos aos alunos uma visão sis-têmica e estratégica do segmento”, garante oidealizador do projeto e diretor da Faculdadede Administração, Contabilidade e Economia(Face) da Universidade, Sergio Gusmão.

As disciplinas do curso tratam de econo-mia rural, análise e gestão de cadeias produ-tivas, comercialização, marketing, contabili-dade e projetos de investimentos em agrone-gócios. A disciplina de contabilidade rural, porexemplo, contribui para o controle dos recur-sos em caso de crises, segurança em relaçãoa receitas e despesas e preço de produtos. “Osetor exige certos conhecimentos sobre astendências mundiais para compreender sevale a pena plantar certo tipo de cultura”,exemplifica Gusmão.

Cada disciplina corresponde a um CD-ROM que contém uma aula gravada. Além doCD, o aluno recebe uma revista relacionada.Durante o curso ocorrerão avaliações, ques-tionamentos e reflexões por parte dos profes-sores e alunos.

Informações: www.ead.pucrs.br ou (51)3320-3651. Setor passa por uma crise

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PUCRS INFORMAÇÃO Nº 131 – SET-OUT/2006 11

Aulas ensinam marketing político

Um curso de ex-tensão, ofereci-do pela PUCRS

Virtual, possibilita que osalunos aprendam sobre alinguagem da publicidadeeleitoral, organização deeventos, comunicação po-lítica e marketing eleitoral,além de dar conhecimen-tos básicos sobre proces-sos eleitorais recentes.

Intitulado Comunica-ção Política & MarketingEleitoral, é composto decinco disciplinas: Organi-zações Político-Partidá-rias e Processos Eleito-rais, Marketing Político eEleitoral, Pesquisa Políticae Eleitoral, Organizaçãodo Departamento de Mar-keting Político e Eleitoral e Linguagem da Publicidade Eleitoral.

O curso é voltado para dirigentes e assessores político-partidários; gra-duados em Comunicação Social ou em Ciências Sociais e Políticas que atuemna área; candidatos a cargos políticos ou interessados no tema. O aluno rece-berá um DVD com aulas gravadas de cada disciplina e uma revista.

Informações pelo telefone (51) 3320-3529, e-mail [email protected] ou sitewww.ead.pucrs.br.

Sociologia abrecampo de estágio

O curso de Ciências Sociais – Bacharelado conta comnovo campo de estágio. A partir de parceria com o ProjetoJustiça Instantânea, os alunos estão atuando no Centro In-tegrado de Atendimento da Criança e do Adolescente (Cia-ca), que recebe menores de 18 anos em situações deabandono, padecimento ou desvio de conduta. Até então,somente as áreas de Direito e Serviço Social tinham está-gio. Há três acadêmicos de Ciências Sociais, supervisiona-dos pela socióloga da instituição, Antônia Luzardi.

Os alunos participam da organização de um banco dedados a partir dos boletins de ocorrências registrados nosegundo semestre de 2005, provenientes da Delegacia dePolícia de Pronto-Atendimento do Adolescente Infrator que,com o Ministério Público, Defensoria Pública e poder Judi-ciário/Justiça Instantânea, congregam o Ciaca. Os alunostambém observam as audiências ocorridas na Justiça Ins-tantânea. A professora responsável pelo estágio supervisio-nado, Roshangela Bastani, lembra que os dados levantadosse constituem material do trabalho de conclusão de curso.

Outro dos campos de estágio das Ciências Sociais é oMuseu de Antropologia do RS. Segundo Roshangela, a par-ceria está possibilitando ao espaço, carente de recursoshumanos, levar adiante trabalhos, como a análise das pri-meiras etnias que formam o gaúcho. “O Museu é chamadode anexo da PUCRS, tal o número e atividades de nossosalunos.”

Alunos aprendem linguagem eleitoral

Foto: Peter Björknäs/stock.XCHNG

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PESQUISA

12 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 131 – SET-OUT/2006

OCentro de Pesquisa em HistóriaOral, do Programa de Pós-Gra-duação em História da PUCRS, é

um espaço aberto a pesquisadores interessa-dos em preservar a memória de um tempopor meio de suas testemunhas. Os depoi-mentos ficam guardados em fitas-cassete –que estão sendo passadas para CDs – e for-mam um arquivo de som, servindo para ou-tros investigadores interessados nos temas.Há mais de uma centena de depoimentos co-lhidos e arquivados. Estão vinculados aoCentro cerca de 30 alunos, principalmente dagraduação e da pós-graduação em História.Participam ainda pesquisadores de outrasáreas, como Serviço Social e Psicologia.

Um dos projetos em andamento é a pre-servação da memória da Universidade, coma elaboração da história das unidades aca-dêmicas. O trabalho começou com a coletade depoimentos de funcionários, usuários efundadores do Centro de Extensão Universi-tária Vila Fátima, mantido pela PUCRS desde1980. Será publicado em 2007 um livro, in-cluindo o último discurso do idealizador dolocal, Ir. Avelino Madalozzo, falecido no dia 4de maio. Instituições de fora da PUCRS tam-bém poderão fazer parceria com a Universi-dade para contar a sua história. A coordena-dora do Centro de História Oral, Núncia San-toro de Constantino, e a professora CláudiaMusa Fay integram o projeto.

A investigação que deu origem ao Centro,sobre mulheres imigrantes, mostra a experi-ência de polonesas, alemãs, portuguesas, ita-

lianas e espanholas que vivem no Bra-sil. “A imigração é contada muito pelavisão masculina. Nos depoimentosprecisamos ter cuidado para evitar osestereótipos”, afirma Núncia. A pes-quisa tem parceria das Universidadesde Turim e Gênova.

Os professores René Gertz e Nún-cia também assessoram, com a ajudade alunos, o Centro de Documentaçãoda Aliança Integralista Brasileira(Cdaib), situado na Rua Coronel Vicen-te, na Capital. O acervo contém mate-riais do movimento integralista que renderamdissertações e teses. Depoimentos como doex-deputado pela União Democrática Nacio-nal Artur Bachini e Alberto Hoffmann, quedoou a documentação para o Cdaib, constamdo arquivo do Centro de História Oral. O inte-gralismo foi criado em 1932 por Plínio Salga-do com o lema Deus, Pátria e Família.

HISTÓRIA ORAL ganhaespaço na Universidade

A história oral se baseia na entrevista paraanálise e compreensão do passado. Os depo-entes cedem os direitos de uso acadêmico dasinformações. Antes de começar o trabalho, oentrevistador pesquisa o contexto histórico so-bre o qual irá tratar. Prepara-se principalmentepara entender os fatos narrados e tem cons-ciência de que a memória é uma representa-ção. “A fala é o indício de um tempo. Os acon-tecimentos são relatados com as ferramentasdo presente”, ensina a professora Núncia de

Estátuas podem ter origem nas Missões Jesuíticas

Duas estátuas esculpidas em arenitoprovavelmente nas Missões Jesuíti-

cas no século 18 estão sendo ava-liadas pelo Núcleo de Estudos e Pesquisasem Cultura Indígena (NEPCI) da PUCRS, comapoio do Conselho Nacional de Desenvolvi-mento Científico e Tecnológico. Encontradasem Passo Fundo, elas representam anjos ain-da não identificados, com troncos e pernascobertos parcialmente por manto e não têmcabeça nem braços.

O professor Édison Hüttner, coordenadorda pesquisa, ressalta o valor histórico-cientí-

fico das peças, que pesamrespectivamente 157 quilose 129,6 quilos e aparentamfazer parte de um conjuntocombinado, como um pórti-co – de acordo com laudopreliminar da arqueólogaGislene Monticelli, colabo-radora do Museu de Ciên-cias e Tecnologia.

As estátuas foram tra-zidas para Porto Alegre, onde se encontramatualmente, passando por processos de sus-

tentação científicaquanto a sua ori-gem. Estão sendofeitos pesagem,análise mineralógi-ca de sua consti-tuição para compa-ração com materialmissioneiro, examequímico-mineraló-gico, exame de par-

tes lesionadas e exame de superfície para de-tecção de resquícios de pólvora e enxofre.

Peças são feitas de arenito

A bolsista de iniciação científica peloCNPq Fabienne Cruz está organizando o acer-vo do Centro de Pesquisa em História Oral ecuida da sua preservação. Os alunos de ou-tras áreas que desejem fazer pesquisas usan-do a metodologia da história oral assistem aaulas para se prepararem quanto à metodolo-gia. Informações pelo (51) 3320-3534.

Depoimento do integralista Artur Bachini

FALA É INDÍCIO DE UM TEMPOConstantino, que entende a História como in-vestigação do passado atendendo a uma ne-cessidade atual.

Países como Brasil, México, EUA, Inglater-ra e Itália já têm forte tradição em história oral,segundo o professor italiano Alessandro Porte-lli, autoridade no assunto. As informações ob-tidas por esse método não são encontradas emoutro lugar ou arquivos, fazem parte da vidacotidiana. “A História não brota da documenta-ção, e não há verdade única”, destaca Núncia.

Foto: Cdaib/Divulgação

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PUCRS INFORMAÇÃO Nº 131 – SET-OUT/2006 13

Osedentarismo é um dos principaisfatores de risco da osteoporose,

desencadeada pela diminuição pro-gressiva da densidade mineral óssea (massaóssea). A profissão exercida ao longo da vidapode contribuir para o desenvolvimento dadoença, especialmente quando a pessoa nãotem o hábito da prática de exercícios. Quantomaior a intensidade física exercida no ambi-ente de trabalho, mais elevada poderá ser amassa óssea. Essas são as principais con-clusões da tese de doutorado do professorRogério Voser, da Faculdade de Educação Fí-sica e Ciências do Desporto. Praticamenteinexistem estudos no Brasil sobre este tema.Embora muitas pesquisas feitas mundial-mente apontassem a importância de umavida ativa como forma de prevenção da os-teoporose, a maioria inclui somente mulheres.

A investigação de Voser foi feita com 59homens de idades entre 50 e 65 anos queexercem a profissão de médicos, taxistas oucarteiros há mais de 15 anos. Os participan-tes da pesquisa não praticam exercício físicofora do trabalho com freqüência. Os voluntá-rios foram submetidos ao exame de densito-metria óssea nas regiões da coluna lombar,fêmur e tíbia realizado no Hospital São Lucas.Os que apresentaram osteoporose foram ex-cluídos, pois a doença poderia ser resultadode um fator secundário. A massa óssea detodas as regiões do fêmur apresentou umamédia menor nos médicos. Eles também ti-veram maior prevalência de osteopenia (di-minuição da massa óssea), um estágio ante-rior à osteoporose.

Profissão pode contribuirpara a OSTEOPOROSE

A constatação de Voser é que os médi-cos, em geral, passam o dia sentados emconsultórios ou atendendo em hospitais, semse movimentarem e ainda sem estarem ex-postos ao sol. Segundo o orientador da tese ediretor do Instituto de Geriatria e Gerontologia(IGG) da Universidade, Antonio Carlos deSouza, também presidente da SociedadeBrasileira de Densitometria, outros estudosrealizados na PUCRS apresentavam essesprofissionais com menos massa óssea doque a população em geral. “Uma profissão,ao exigir que a pessoa fique parada por muitotempo, é capaz de aumentar de três a seisvezes o risco de ter fratura de quadril maistarde”, alerta Voser.

Os taxistas, apesar de ficarem dentro docarro a maior parte do tempo, movimentambastante as pernas, ao acionarem os pedais.Uma curiosidade, relata o autor do trabalho,é que a própria vibração do veículo estimulaa manutenção da massa óssea. Há dois anosem outro estudo do IGG foi desenvolvida umaplataforma com uma vibração controladapara simular a atividade física. Os carteiros,que tiveram os melhores índices, chegam acaminhar cinco horas por dia de trabalho.

A tese também investigou as atividadesfísicas ocupacionais ao longo da vida pormeio de questionários com os profissionais.Os carteiros têm uma evolução diferente domédico e taxista, apresentando um aumentonos escores, no passar dos anos.

Voser ressalva que, em relação à osteo-porose, há outros fatores determinantes,além da atividade física: genética, consumo

A DOENÇAA osteoporose é um distúrbio carac-

terizado pela diminuição da massa ós-sea, levando a um aumento da fragilida-de esquelética e do risco de fraturas. NoBrasil, calcula-se que cerca de 20% dos17,9 milhões de idosos desenvolverãoosteoporose em 2020. Homens acimados 50 anos e mulheres pós-menopausadevem consultar o médico – o ideal éum geriatra – para fazer acompanha-mento preventivo.

Taxistas: benefício com a vibração do veículo

de cálcio, de proteínas e calorias, nível de vi-tamina D, composição corporal, a históriamédica e outros indicadores dietéticos e am-bientais. “Mas os hábitos, incluindo exercíci-os feitos de forma planejada, estruturada econtínua, são capazes de alterar a propensãogenética”, destaca o professor. Ele defendepolíticas públicas incentivando a realizaçãode exercícios físicos como forma de preven-ção de doenças crônico-degenerativas. Apesquisa também serve de alerta a gestorese profissionais da medicina do trabalho paraque os funcionários das empresas tenhamum espaço para realizar ginástica laboral ououtras modalidades após a jornada.

A tese, defendida no Programa de Pós-Graduação em Medicina e Ciências da Saúdeda PUCRS, área de concentração em Geria-tria, foi co-orientada pelo professor RodolfoSchneider, do IGG. A pesquisa terá continui-dade envolvendo outras profissões.

Massa óssea do fêmur das três profissões*

Legenda: Fcolo – colo do fêmur / Ftroc – trocânter / Ftotal – fêmur total

0,97 0,920,83

1,40

1,20

1,00

0,80

0,60

0,40

0,20

0,00FCOLO

0,850,78

0,71

FTROC

1,151,08

0,97

FTOTAL

Carteiro Taxista Médico

DMO

– g/

cm2

Osteopenia no fêmur

31,1

42,9

68,470,0

60,0

50,0

40,0

30,0

20,0

10,0

0,0FCOLO

10,514,3

42,1

FTROC

10,54,8

52,6

FTOTAL

Carteiro Taxista Médico

% d

e in

diví

duos

com

Ost

eope

nia

* De

finid

a pe

la d

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ade

min

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MO)

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PESQUISA

Aprofesso-ra da Fa-culdade

de Medicina Patrí-cia Picon desen-volveu a primeiraversão em portu-guês do instru-mento Inventáriode Ansiedade e Fo-bia Social (siglaem inglês SPAI),feito por Turner,Beidel, Dancu eStanley em 1989,traduzido paramais de dez idio-mas e muito utilizado em estudos deamostras populacionais e clínicas. Trata-senão apenas de uma tradução para o portu-guês, adverte Patrícia, mas também deuma validação, considerando as diferençasculturais entre Brasil e EUA que podem in-terferir nos resultados. Uma das conclu-sões é que o inventário adaptado se mos-trou confiável e válido em relação à identi-ficação de prováveis casos de fobia sociale avaliação da gravidade de sintomas. Oinstrumento foi capaz ainda de diferenciaros transtornos de ansiedade (social, depânico e obsessivo-compulsivo).

O estudo resultou na tese de doutoradoda professora, defendida no Programa de

Pós-Graduação em Ciências Médicas: Psi-quiatria da UFRGS e orientada por GiseleGus Manfro. “No Brasil existe uma carênciade medidas de aferição adequadamentevalidadas para uso clínico ou em pesquisa,na área do transtorno de ansiedade so-cial”, destaca a autora.

O SPAI Português, constituído por 45itens que detectam sintomas cognitivos, fi-siológicos e comportamentais, foi aplicadoem mil universitários da PUCRS para verifi-car a adequação a estudos de grandesamostras. Depois foram examinadas cercade 300 pessoas, recrutadas por meio deveículos de comunicação. Dessas, investi-gou-se 96 com transtornos de ansiedade.

14 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 131 – SET-OUT/2006

Inventário identificaFOBIA SOCIAL

JOVENS DE 18 A 24 ANOS SÃO AVALIADOS EM VERANÓPOLIS

ODepartamento de Pediatria da Fa-culdade de Medicina assinou

convênio com a Prefeitura de Ve-ranópolis para a realização de pesquisa nomunicípio. Serão identificados fatores derisco na infância relacionados com o desen-volvimento de doenças cardiovasculares navida adulta. O grupo avalia os mesmos vo-luntários de estudo feito em 1999. Na épo-ca, os mais de 200 participantes tinhamentre 10 e 18 anos. O trabalho com os jo-vens, agora entre 18 e 24 anos, se estende-rá até setembro, quando começarão a aná-lise e a comparação dos índices com o pas-

sar do tempo. Participam do estudo, inicial-mente, seis professores, três médicos resi-dentes e cinco doutorandos.

Para a pesquisa anterior, foram sele-cionados crianças e adolescentes de dife-rentes níveis sociais e das zonas urbana erural. Verificou-se índice de hipertensão de11%; sobrepeso e obesidade, 20%; e co-lesterol alto, 20%. “A nova geração apre-senta fatores de risco preocupantes. É re-comendável uma mudança no estilo devida para que Veranópolis possa manter otítulo de terra da longevidade”, afirma oprofessor Manoel Pitrez Filho, que partici-

pou da pesquisa anterior e coordena a atu-al. Para conscientizar sobre hábitos saudá-veis, professores da PUCRS darão pales-tras e oficinas em escolas da cidade. Pode-rão participar outras áreas da Universida-de, além da Medicina.

A idéia, segundo o coordenador do De-partamento de Pediatria, João Carlos San-tana, é que esse trabalho possa servir desubsídio para um projeto mais amplo noentorno da PUCRS, Zona Leste de PortoAlegre. A iniciativa deverá incluir diagnósti-co da população, programas e ações nasáreas social e da saúde.

TRANSTORNO DEANSIEDADE SOCIAL

Estima-se que acomete 10% dapopulação mundial, um dos maisprevalentes na área psiquiátrica. Ca-racteriza-se por uma timidez patoló-gica e um medo acentuado e persis-tente de situações sociais que atra-palha e incapacita a pessoa. Elasente angústia e tem medo de sercriticada ao encarar desconhecidosou um público numeroso. Os sinto-mas começam a aparecer na infân-cia. Em geral, os pacientes respon-dem bem ao tratamento, que incluipsicoterapia e medicamentos.

Fonte: Patrícia Picon

O diagnóstico psiquiátrico dos voluntárioscoincidiu com os escores obtidos no SPAIPortuguês para identificação de prováveiscasos de fobia social.

O Departamento de Psiquiatria daPUCRS prosseguirá com o estudo, avalian-do o instrumento antes, durante e depoisde o paciente ter se submetido ao trata-mento. O SPAI Português também deveráser utilizado por grupo de pesquisa de Juizde Fora (Minas Gerais).

Patrícia explica que até pelo menos 15anos atrás os portadores do transtornobuscavam tratamento para sintomas se-cundários, como depressão, uso de álcoolou drogas. Acreditava-se, mesmo entrepsiquiatras e psicólogos, que a angústia e omedo frente a situações sociais eram rela-tivos a características pessoais. Atualmen-te, com a divulgação maior, as pessoastêm procurado ajuda profissional maiscedo.

Timidez e medo de situações sociais são sintomas

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SAÚDE

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 131 – SET-OUT/2006 15

Novo programa de RESIDÊNCIAintegra profissionais da saúde

Por Mariana Vicili

Um projeto inédito vai proporcionar aprofissionais de diferentes áreas dasaúde a oportunidade de continuar a

formação no seu ambiente de trabalho, naprática cotidiana. O Programa de ResidênciaMultiprofissional em Saúde da PUCRS (Pre-mus/PUCRS) oferecerá 46 vagas para resi-dência, com bolsas financiadas pelo Ministé-rio da Saúde. Serão 12 para enfermeiros, dezpara fisioterapeutas, oito para nutricionistas,quatro para farmacêuticos, quatro para odon-tólogos, quatro para psicólogos e quatro paraassistentes sociais.

Segundo a diretora da Faculdade de En-fermagem, Nutrição e Fisioterapia, professoraBeatriz Ojeda, o objetivo principal do progra-ma é o aperfeiçoamento especializado de pro-fissionais de saúde, por meio de formaçãoem serviço, para atuarem em equipe multi-disciplinar no âmbito do Sistema Único deSaúde (SUS). O Programa oferece três áreasde ênfase: saúde da criança e do adolescente,saúde do adulto e atenção à saúde em áreasespecíficas. Os residentes, que participarãodo projeto em horário integral, serão acompa-nhados por preceptores (professores), orien-tadores de serviço e tutores (profissionais dereferência na área em que atuam).

A especialização terá a duração de doisanos, integrando módulos teóricos, com au-

FUTUROS ENFERMEIROS VÃO QUALIFICAR O SUS

Ocurso de graduação em Enferma-gem da PUCRS foi o único do Rio

Grande do Sul selecionado paraparticipar do Programa Nacional de Reorien-tação da Formação Profissional em Saúde(Pró-Saúde), desenvolvido pelos Ministériosda Saúde e Educação.

O objetivo é apoiar a reestruturação doscurrículos dos cursos de graduação da áreada saúde, especificamente, Enfermagem,Odontologia e Medicina, priorizando o direcio-namento da formação profissional para aatenção básica e para o Sistema Único deSaúde (SUS).

Segundo a professora Valéria Corbellini,coordenadora do curso de Enfermagem, o

Projeto Político Pedagógico do curso, desde1998, prevê a inserção do aluno, a partir doprimeiro semestre, em atividades pedagógi-cas teórico-práticas nos serviços de atençãobásica de Porto Alegre. “Essas atividades têmpor finalidade aproximar os futuros profissio-nais da organização do SUS, proporcionaruma formação de acordo com as necessida-des sociais da população e o reconhecimentodo processo saúde-adoecimento como umaconstrução histórica e social”, observa.

A realização das ações propostas no pro-jeto estará baseada no Distrito Leste de PortoAlegre, que abrange 118.969 habitantes. Parao desenvolvimento das atividades, o Progra-ma receberá recursos do Ministério da Saúde,

las, seminários e oficinas, e for-mação prática, que será desen-volvida no Hospital São Lucas(HSL) e em unidades básicas desaúde do Distrito Leste de PortoAlegre. Em 2005, por meio doPrograma de Incentivo a Mudan-ças Curriculares nos Cursos deMedicina (Promed), alunos deMedicina e Serviço Social fizeramum diagnóstico da situação daregião, necessidades sociais edemandas da população. Os da-dos subsidiarão as estratégias doPremus.

O projeto é coletivo, integran-do as Faculdades de Enferma-gem, Nutrição e Fisioterapia, Psicologia, Far-mácia, Odontologia e Serviço Social. A profes-sora Jussara Mendes, diretora da Faculdadede Serviço Social, acredita que o impactodesse trabalho integrado reverterá no aprimo-ramento da qualidade dos serviços prestadospelos residentes. “Esperamos que eles pos-sam, com essa formação, atender às reaisnecessidades da população, compreendendoa pessoa na sua integralidade. Eles devemestar cientes de que são múltiplas as ques-tões que condicionam o modo de viver, adoe-cer e morrer, envolvendo aspectos políticos,sociais, ambientais e culturais e de saúde,não dependendo apenas de um fator”.

O Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Gradua-ção, professor Jorge Audy, ressalta que esseprograma é muito importante por envolverdiversas unidades acadêmicas num únicoprojeto integrado, envolvendo ações na áreade pesquisa, capacitação e assistência den-tro da própria Universidade, no Hospital SãoLucas e nos postos de saúde de Porto Ale-gre. “Projetos como esse deverão ser cadavez mais incentivados pela PUCRS, pelo seucaráter abrangente e integrador, com açõescoordenadas entre diversas unidades e im-portante impacto social”, observa. Planeja-se lançar o edital de seleção até o final doano.

Objetivo é formar profissionais para o SUS

Profissionais estimulam o autocuidado

destinados para capacitação, bolsas de estu-dantes e melhorias de recursos e atendimentoem serviços de saúde da rede.

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RADAR

P rovocar, discutir e agregar conheci-mento. O primeiro Fórum de Ética emPesquisa (FEP) do Brasil foi criado

com esses objetivos e coloca em pauta, comocentro dos debates iniciais, questionamentossobre como lidar com as pesquisas envolven-do seres humanos e as formas mais adequa-das de conduzi-las. A característica livre emultidisciplinar do espaço, aberto desde ju-nho de 2006 na internet, dentro do portal daPUCRS, tem atraído profissionais especialis-tas em Medicina, Filosofia, Direito e Biologia.O endereço é http://webapp.pucrs.br/comite/forums/list.page.

O debate virtual tem alguns temas commaior procura como o Termo de Consentimen-to Livre e Esclarecido (TCLE). Este documentodiz respeito à concordância de uma pessoa

em participar de um procedimento médicoinovador. Nestes casos devem ser levados emconta os princípios básicos da bioética, ratifi-cados na resolução 196/96 do Conselho Na-cional de Saúde, que envolvem respeito à au-tonomia, beneficência, não-maleficência ejustiça social. O Fórum pôs em discussão adificuldade de compreensão no texto que éentregue ao voluntário pesquisado, sugerindoque, por vezes, o TCLE tem cumprido mais opapel de proteger quem aplica a pesquisa, ousua instituição, do que de esclarecer e servircomo um documento de cidadania.

Moderador e, simultaneamente instigadordas discussões, o ginecologista e obstetraCaio Coelho Marques, professor da Faculdadede Medicina, comemora a conquista da novaestrutura. “O Fórum nasceu da necessidade

de trocar experiências sobre como agir naanálise dos projetos e pesquisas com o serhumano”, explica. A iniciativa é do Comitê deÉtica em Pesquisa (CEP) da PUCRS que, lan-çado, em 1992, tornou-se referência no País.O órgão é vinculado à Pró-Reitoria de Pesqui-sa e Pós-Graduação, que aprovou a criaçãodo FEP em outubro de 2005.

A Universidade mantém quatro instânciasenvolvidas com o tema, além do CEP: Comitêpara Desenvolvimento Científico e Tecnológi-co, tratando de assuntos relativos ao desen-volvimento e à inovação tecnológica; O Comi-tê de Ética no Uso dos Animais; o Comitê deBioética do Hospital São Lucas (HSL), para oesclarecimento de pacientes e médicos; e aComissão de Ética do HSL, avaliando a con-duta dos profissionais de medicina.

16 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 131 – SET-OUT/2006

Fórum provoca debates sobreÉTICA EM PESQUISA

PUCRS premia criatividadede professores

AFaculdade de Bioci-ências premiará acriatividade dos pro-

fessores gaúchos de escolaspúblicas e particulares dasáreas de Ciências e Biologia. OPrêmio Ensino 2006 – A Artede Ensinar Biologia avaliará autilização de materiais alter-nativos na sala de aula, o en-volvimento dos estudantes,aplicabilidade, interdisciplina-ridade, originalidade e criativi-dade. As inscrições encerraram-se em 1ºde setembro.

“A idéia é estimular as escolas e osprofessores a ensinar de forma prazerosa,prática. É disponibilizar um espaço cujaousadia de inventar e renovar contribua eenriqueça os métodos de ensino atuais”,explica o coordenador do Programa deEducação Tutorial (PET) do curso de Ciên-cias Biológicas, professor Luiz Glock.

Os trabalhos serão avaliados por umacomissão, composta por cinco professoresda Universidade que atuam em atividadesde pesquisa, ensino e extensão, especia-

listas em educação e métodos de ensino.No dia 30 de setembro serão divulgados osfinalistas. Em 10 de outubro os projetosserão apresentados à comunidade, emsessão solene na PUCRS, com a premia-ção do vencedor. A escola ganhadora rece-berá prêmios em equipamentos, comocomputadores, para dar continuidade àqualificação dos trabalhos desenvolvidos.

A promoção é da Faculdade de Bioci-ências e da Pró-Reitoria de Extensão, como apoio da Sociedade Brasileira para oProgresso da Ciência e do Centro Acadê-mico.

Robôs disputamcampeonato

AFaculdade de Engenharia pro-move em setembro a oitavaedição do Desafio de Robôs,

que recebeu inscrições on-line pormeio do site www.pucrs.br/eventos/desafio. No dia 14 de setembro, duran-te a 15ª Semana da Engenharia da Uni-versidade, os robôs disputam um cam-peonato de basquete.

Os robôs são autônomos, têm cercade 30 centímetros cúbicos, controle in-terno e são pré-programados para essetipo de desafio. Eles são cobertos compeças de Lego, estrutura de alumínio oumadeira, não sendo permitida a utiliza-ção de elementos de fixação como ara-mes, barbantes e fitas adesivas.

O objetivo da atividade é reunir etestar conhecimentos na área de robó-tica e projetos de engenharia. Os jogosocorrem das 10h às 18h no auditório dosegundo andar do prédio 15 do CampusCentral da Universidade.

Faculdade de Biociências é a promotora

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O PROFESSOR pode ajudaro mundo a crescer

Por Ana Paula Acauan

Em sala de aula há muito alémdo conteúdo formal da disci-plina. A competência técnica

do professor, expressa no domínio doconhecimento e de métodos, é ape-nas uma das dimensões do seu tra-balho. Segundo a mestre em Filoso-fia da Educação e doutora em Edu-cação Terezinha Rios, da PUC-SP,não pode ser esquecido o aspectoético dessa relação, demonstradopelo compromisso do professor epela formação dos alunos para aconvivência democrática e entendi-mento da sua atuação. Palestranteda última edição do projeto Capaci-tação Docente na PUCRS – Avalia-ção da Aprendizagem na EducaçãoSuperior, Terezinha acredita que oprofessor tem uma tarefa grandiosa:ajudar a fazer com que todos vivammais plenamente. “O mundo é do ta-manho do conhecimento que se temdele. Se quisermos um mundo maior, precisa-mos conhecer mais.” Segundo ela, o diálogoentre os professores reforça esse papel. A Ca-pacitação Docente é coordenada pelas Pró-Reitorias de Graduação e Pesquisa e Pós-Graduação, com apoio das demais Pró-Reito-rias, e reúne representantes de todas as uni-dades acadêmicas.

Mineira de Belo Horizonte, Terezinha pres-ta consultoria a empresas na área de capaci-tação e publicou os livros Compreender e en-sinar – por uma docência da melhor qualida-de e Ética e competência, ambos da EditoraCortez, entre outros. Nesta entrevista àPUCRS Informação, também falou sobre o re-torno da Filosofia e Sociologia aos currículosdo Ensino Médio por determinação do Conse-lho Nacional de Educação.

DO QUE DEPENDE A CAPACITAÇÃO DOCEN-TE? DEVE SER UM ESFORÇO DA ADMINIS-TRAÇÃO UNIVERSITÁRIA OU DO PROFES-SOR?

Cumprimento a PUCRS por essa iniciativada Capacitação Docente porque a formaçãodo professor é continuada. Não podemos dizerque ele recebe um diploma e se forma. Embo-

ra muitas vezes seja iniciativa da instituição,há casos em que os docentes solicitam essecomplemento. A capacitação se dá menos nosentido de aprimoramento dos conhecimentosespecíficos de cada área e mais no sentido deuma possibilidade de partilha sobre as ques-tões pedagógicas que os professores viven-ciam e são próprias de todos. O mundo é dotamanho do conhecimento que a gente temdele. Se quisermos um mundo maior, precisa-mos ter um conhecimento maior, o que se dánesse diálogo entre os professores.

A AVALIAÇÃO É A BUSCA DE SIGNIFICAÇÃO.O PROFESSOR PODE AJUDAR O ALUNONESSA BUSCA?

Defino avaliação como um olhar críticosobre um determinado objeto. É algo implícitoem nossas ações e reações. No processo edu-cativo a avaliação é instituída, sistematizada.Só terá bons resultados – ainda que as notasvariem de zero a dez – se fizer sentido paraos estudantes e professores. Para que avali-ar? Isso remete para os objetivos da institui-ção. Se quero verificar se eles sabem bem oque ensinei a eles, talvez não seja satisfató-rio. Avalio para saber se os objetivos da insti-

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 131 – SET-OUT/2006 17

tuição estão sendo atingidos pormeio do trabalho que realizo na mi-nha disciplina. Não estou formandouma pessoa que precisa saber Filo-sofia, mas um dentista e um jorna-lista. Às vezes o professor está muitoguardadinho na sua disciplina. Prin-cipalmente no ensino superior é pre-ciso ter clareza do contexto.

QUANDO A DIMENSÃO ÉTICA, TEMADE SUA PALESTRA, FICA EXPLÍCITA?

Não se restringe ao processo deavaliar. Na exigência de que o profes-sor seja um bom profissional há vá-rias dimensões. A parte técnica dizrespeito ao domínio de conteúdos emétodos. Outra, que estou chamandode estética, refere-se à presença dasensibilidade e atenta para o que en-sinamos além – o aluno aprendemais do que apenas a minha discipli-na. A dimensão política espelha ocontexto que vivemos, a forma da or-ganização da sociedade, e a dimen-

são ética expressa o compromisso e respondeàs perguntas para quê e em que direção eaponta para a formação que vai além da pers-pectiva do conhecimento técnico-científico.Quando quero formar um engenheiro, ele deveconhecer cálculo, mas precisa saber por que éimportante não deixar o prédio cair, que impli-cação do ponto de vista humano isso tem.

QUE REPERCUSSÕES PODE TRAZER A IN-CLUSÃO DA FILOSOFIA E DA SOCIOLOGIANOS CURRÍCULOS DO ENSINO MÉDIO?

Não é uma Filosofia qualquer nem umaSociologia qualquer que devem voltar. Devemser ensinadas para desenvolver um espíritocrítico, uma reflexão constante, uma atitudeaberta. Por exemplo, se pensarem que se pre-cisa apenas ensinar a história da Filosofia ecobrarem dos alunos nomes e datas, teoriasdos filósofos, estarão reduzindo um pouco.Concordo com Kant, filósofo do século 18, quemuito mais do que ensinar Filosofia, temos deensinar a filosofar. Isso não é tarefa somentedo professor dessa disciplina mas, se ele es-tiver presente na escola, poderá criar um es-paço para, muito além das aulas de Filosofia,os alunos filosofarem.

DEBATES

Terezinha Rios defende uma postura profissional ética

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DESTAQUE

18 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 131 – SET-OUT/2006

PÓS EM FILOSOFIA emsintonia com o mundo

Por Mariana Vicili

OPrograma de Pós-Graduação em Fi-losofia, um dos mais antigos do

Brasil, desde 1973 é responsávelpela formação de boa parte dos professoresda área que atua nas universidades brasilei-ras. A internacionalização consolidada doPrograma é um dos seus diferenciais de mai-or destaque. São mantidos intercâmbios deprofessores e alunos com instituições de en-sino superior do exterior, de países como Ale-manha, EUA, França e Itália entre outros,principalmente da Europa. Quase todos osestudantes de doutorado fizeram estágio depesquisa numa universidade estrangeira.

O coordenador do Pós em Filosofia, pro-fessor Nythamar de Oliveira Jr., acredita queum facilitador dessa internacionalização é ofato de que todos os professores do Programaestudaram no exterior, possuem contatos eestão constantemente participando de con-gressos, cursos e seminários fora. “Num paísnovo como o Brasil é quase inevitável a liga-ção com a Europa, principalmente na Filoso-fia, pois temos várias áreas em comum. Nos-sos alunos saem daqui prontos, e são muitobem reconhecidos”, ressalta.

As bolsas podem ser obtidas por meio deórgãos de fomento de pesquisa nacionais einternacionais. Carlos Naconecy é um dosdoutorandos beneficiados com esse tipo deintercâmbio. Desde janeiro está na Universi-dade de Cambridge, Inglaterra, com uma bol-sa da Coordenação de Aperfeiçoamento dePessoal de Nível Superior (Capes).

Pesquisando sobre bioéti-ca e animais, aproveita a inte-ração com pesquisadores eprofessores da área para enri-quecer o projeto que iniciou noBrasil. “Antes de pensar emsair do País é necessário des-cobrir qual universidade temtradição e pode ser um dife-rencial na sua pesquisa. Nãose deve querer viajar só porviajar, pois não é turismo. Oseu projeto deve estar bemfundamentado e deve-se pen-sar que provavelmente teráum custo de vida mais eleva-do, mesmo recebendo umabolsa. É um período de desafios, em que sedeve ser flexível, mas é muito gratificante”,observa.

Desde dezembro de 2005, o doutorandoJuliano Fellini, está na Alemanha, envolvidoem seu projeto sobre o pensador alemão Im-manuel Kant e o filósofo norte-americanoJohn Rawls. Dispondo de uma bolsa fornecidapelo Conselho Nacional de DesenvolvimentoCientífico e Tecnológico (CNPq), passou qua-tro meses fazendo um curso intensivo de ale-mão na cidade de Leipzig, financiado peloServiço Alemão de Intercâmbio Acadêmico(DAAD). Desde abril está em Berlim, na Uni-versidade de Humboldt, fazendo seu doutora-do sanduíche. “A possibilidade de participarda vida de uma universidade européia é por sisó uma grande vantagem para o aprofunda-mento dos estudos. Literalmente, de um dia

para o outro, passei de cidadão brasi-leiro à condição de estrangeiro, e issosignifica relativizar as próprias per-cepções do mundo”, conta.

Um dos desafios agora, ressalta oprofessor Ricardo Timm de Souza, éatrair mais estudantes estrangeirosque queiram realizar um chamadodoutorado sanduíche (com fases noseu país de origem e outra no Brasil)na PUCRS. O desconhecimento da lín-gua portuguesa ainda é um grandeobstáculo.

Palestras e eventos internacionaisde Filosofia são promovidos e sedia-dos na PUCRS, como o Colóquio Inter-

ENTRE EM CONTATOPrograma de Pós-Graduação em Filosofiawww.pucrs.br/ffch/filosofia/[email protected](51) 3320-3554

nacional de Fenomenologia e Hermenêutica eo Colóquio Internacional sobre o pensamentode E. Levinas, com renomados palestrantesde todo o mundo.

Além de sediar sociedades brasileiras, oPrograma também é sede da SociedadeRosenzweig Internacional, sobre Franz Ro-senzweig, um dos maiores filósofos-teólogosdo século 20.

Centenas de professores visitantes es-trangeiros passaram pelo Programa, dentreeles, no início da década de 80, estava o atualReitor da Universidade, Ir. Joaquim Clotet, vin-do de Barcelona. Assim como ele, vieram, no-mes renomados na área, como os professoresBernhard Welte, Jürgen Habermas e Karl-OttoApel (Alemanha), Gianni Vattimo (Itália), Enri-que Dussel (México) e Paul Horwich (EUA).

Outro destaque é a publicação de artigose livros no exterior, freqüente no pós-gradua-ção em Filosofia. A revista Veritas, editadapelo programa, recebe artigos de doutores detodo o mundo e em várias línguas, sendo umdestaque na área há 50 anos, com 200 volu-mes publicados.

A partir de 2007 pretendem ampliar osintercâmbios internacionais para alunos dagraduação.

Carlos Naconecy faz doutorado em Cambridge

Juliano Fellini: pesquisa sobre Kant na Alemanha

Fotos: Arquivo Pessoal

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Tecnologiasproduzirão

essências defrutas tropicais

Os sucos de frutas tro-picais produzidos no

Brasil, como de caju,maracujá e abacaxi, não contêmum aroma intenso. Isso ocorreporque os compostos que pro-movem os aromas são perdidosdurante o processo de concen-tração. Para intensificá-lo, sãonecessárias essências naturaisdessas frutas, mas essas nãoexistem no mercado interno. Es-sências importadas apresentamum alto valor comercial (cercade US$ 2,6 mil a US$ 5,2 milpor quilo), que tornariam o pro-duto inviável.

O Laboratório de OperaçõesUnitárias do Departamento deEngenharia Química participade um projeto que desenvolvetecnologias para a produçãodessas essências naturais. Assoluções encontradas permiti-rão que os produtos sejam com-petitivos no mercado externo eoferecidos no mercado internocom preços mais acessíveis.Atualmente muitos países, as-sim como o Brasil, não aceitamsucos com aroma artificial, poispara que sejam consideradoscompletamente naturais seusaditivos também assim devemser.

O coordenador do projeto, pro-fessor Eduardo Cassel, conta queas essências são produzidas apartir de soluções muito diluídasde aromas naturais, as quais sãoconcentradas, intensificando os“cheiros” das frutas tropicais.“Utilizando um recuperador dearomas eficiente na linha de pro-cessamento, esses compostos po-dem ser recuperados no momentoda produção do suco concentrado,na forma de uma essência diluída.Algumas empresas possuem umtipo de recuperador, mas o produtofinal é de pouca qualidade e debaixo valor comercial”, observa.

A etapa do projeto desenvolvi-do na PUCRS busca obter essênci-as naturais de caju, maracujá eabacaxi com diversos perfis aro-máticos. A previsão é de que a pri-meira fase seja concluída em de-zembro. Posteriormente, a empre-sa Flavortec iniciará os testes emescala industrial.

Financiado pela Financiadorade Estudos e Projetos (Finep), con-ta com a participação da Faculda-de de Engenharia de Alimentos daUniversidade Estadual de Campi-nas (Unicamp), da empresa Fla-vortec, de São Paulo, e coordena-ção da Embrapa Agrotopical, doCeará.

TECNOLOGIA

Afabricação e a certi-ficação de equipa-mentos capazes de

transformar energia solar emeletricidade serão realidadeem breve na PUCRS. Com aconstrução do Laboratório deClassificação, obra iniciadaem junho e integrante do Cen-tro Brasileiro para Desenvol-vimento de Energia Solar Fo-tovoltaica (CB-Solar), sediadono Parque Científico e Tecno-lógico (Tecnopuc), a Universi-dade passa a desenvolver oproduto final das pesquisasrealizadas até o momentocom o apoio da Petrobras,Eletrosul, Companhia Esta-dual de Energia Elétrica, Fi-nanciadora de Estudos e Pro-jetos e Ministério de Minas eEnergia.

A Casa Eficiente (www.casaeficiente.com.br), projetoda Eletrosul sediado em Flo-rianópolis (SC), será o destinodo primeiro lote com 60 mó-dulos fotovoltaicos, no primei-ro semestre de 2008. Cadapeça mede 77 cm X 35 cm e écapaz de gerar cerca de 40Watts a partir da absorção daradiação solar. Isso permitiráuma produção mensal deaproximadamente 300 kW-h,consumo típico de uma resi-dência de classe média comquatro pessoas. “Em até 18

Tecnopuc fabricará módulospara captar energia solar

meses a solução será adapta-da para escolas no interior doRio Grande do Sul, contem-plando um trabalho apoiadopelo Ministério de Minas eEnergia. Neste trabalho, com ouso de matéria-prima diferen-ciada e tecnologia de alta efi-ciência pretendemos aumen-tar a capacidade de cada mó-dulo”, informa o coordenadordo CB-Solar, Adriano Moehle-cke.

O novo prédio permitiráarmazenar matérias-primascomo lâminas de silício, cha-pas de vidro, filmes plásticose alumínio; realizar testes emcâmaras ultravioleta – simu-lando o envelhecimento doequipamento por um períodode 25 anos e classificar comprecisão a potência de cadamódulo. A certificação seguiránormas estabelecidas peloInstituto Nacional de Metrolo-gia (Inmetro), semelhante àsatualmente vigentes em paí-ses como Alemanha, Japão eEUA.

A Divisão de Obras daPUCRS programa a entrega doLaboratório de Classificaçãoaté o final de 2006. O localterá 210 metros quadrados deárea útil e, com a chegada dosimulador solar patrocinadopela Petrobras, irá operar comcapacidade plena.

Prensa para fabricação de placas fotovoltaicas

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TECNOLOGIA

ILUMINAÇÃO PÚBLICganha centro de excelê

Por Eduardo Borba

Acobrança mensal da Contribuição parao Custeio do Serviço de IluminaçãoPública (CIP), na conta de energia

elétrica, despertou o interesse de muitos pelotema nos últimos anos. O contribuinte, comisso, tem uma nova oportunidade para acom-panhar e cobrar qualidade nesses serviços e osmunicípios ganham fôlego para pagar faturasmuitas vezes milionárias. Nesse contexto, foicriado, em maio, o Centro de Excelência em Ilu-minação Pública (Ceip) da PUCRS, em convêniocom a Eletrobrás. Ele integra os LaboratóriosEspecializados em Eletroeletrônica (Labelo) eestá habilitado para dar suporte a prefeiturasde todo o Brasil que, associando-se, terãoacesso a dados técnicos, cadastro de produtoscertificados e capacitação de servidores públi-cos, além de outros benefícios.

Um seminário que será realizado em 27 desetembro no prédio 11 da PUCRS lançará ofici-almente os treinamentos para qualificação deprofissionais. A coordenação do Ceip, no entan-to, faz contatos com municípios de todo o RioGrande do Sul desde o início de julho, visandoao maior número possível de inscrições. Umdos atrativos é a capacitação gratuita oferecidapela Universidade a profissionais diretamenteligados à iluminação pública nas prefeituras detodas as cidades gaúchas. A contrapartida dosgovernantes se dará, principalmente, com ocomprometimento na implementação da meto-dologia proposta para garantir melhoria contí-nua na qualidade dos serviços de iluminaçãopública. Isso inclui seguir normas técnicas bra-sileiras e internacionais, especificações técni-cas e inspecionar os materiais adquiridos.

“Queremos criar um modelo de gestão deiluminação pública para aplicação nos municí-pios do Estado”, planeja o coordenador do Cen-tro, Luciano Rosito. Os treinamentos, subsidia-dos nesta etapa inicial pela Eletrobrás, serãorealizados em três módulos: básico, intermediá-rio e avançado. O primeiro é voltado a funcio-nários das prefeituras encarregados da manu-tenção, técnicos e eletricistas. O segundo serádedicado ao pessoal de nível médio, técnico e

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superior, bem como encarregados de projetoe fiscais. A última etapa é destinada aos ser-vidores de nível técnico e superior, tendocomo pré-requisito a realização do nível in-termediário. Serão abordados conceitos sobre

Serviço cumprebenefício social

Além de ser útil, o serviço de ilumina-ção pública pode cumprir importante pa-pel social, tanto no aspecto de segurançaquanto na economia de energia elétrica eembelezamento de ruas e avenidas. EmPorto Alegre existem três vias que se des-tacam pelos sistemas eficientes nestecampo: Edvaldo Pereira Paiva (Beira-Rio), Farrapos e Terceira Perimetral. NaBeira-Rio, postes duplos iluminam, de umlado, o espaço de tráfego de veículos,com vapor de sódio; do outro, com a ci-clovia, é utilizado vapor metálico, tecno-logia de lâmpada mais apropriada pararealçar as cores da vegetação próxima.

Na Farrapos, a substituição dos pon-tos de iluminação permitiu reduzir à me-tade o número de lâmpadas e, ainda as-sim, aumentar a iluminância – nível deluz – do local e reduzir o consumo. Já aTerceira Perimetral, mais nova via degrande fluxo da Capital, luminárias fecha-das, com vidros planos e com lâmpadas avapor de sódio, garantem altos índices derendimento e de iluminância.

Terceira Perimetral e Farrapos (abaixo) são destaques em economia de energia elétrica

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CAência

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 131 – SET-OUT/2006 21

luz e iluminação, manutenção, qualificação erecebimento de materiais, medições práticasem campo, eficiência energética em ilumina-ção pública e um trabalho de conclusão in-cluindo dados dos municípios participantes.

A participação de um fórum permanentesobre iluminação pública na internet e de umbanco de dados com produtos certificados eespecificações para o correto processo decompra de equipamentos, estão entre os be-nefícios oferecidos para os municípios inte-grantes do Ceip. “O objetivo principal é tratara iluminação pública de forma técnica e sis-tematizada, tanto na formação de recursoshumanos quanto na qualificação dos produ-tos utilizados”, acrescenta Rosito.

Origem estána prestaçãode serviços

Os trabalhos que levaram à criaçãodo Centro de Excelência em IluminaçãoPública (Ceip) tiveram início em 2002,no Labelo, quando foram atendidas de-mandas nas áreas de luminotécnica,reles fotoelétricos, índice de proteçãode invólucros e capacitores. Passadosdois anos, PUCRS e Eletrobrás firma-ram um convênio de cooperação técni-co-financeira para desenvolver açõesligadas ao Programa Nacional da Con-servação de Energia Elétrica (Procel). Aparceria levou em conta itens como aexperiência da Universidade em reali-zar ensaios acreditados pelo InstitutoNacional de Metrologia (Inmetro) na á-rea de iluminação pública, a competên-cia técnica disponível no ambiente aca-dêmico com foco neste tema, bem co-mo a participação da PUCRS em váriosgrupos técnicos do Programa Brasileirode Etiquetagem e Procel.

De um projeto piloto para criar ummodelo de gestão municipal de ilumina-ção pública voltado ao RS, o projetoevoluiu até o status de Centro, capaz dereceber pedidos de todo o País e dis-pondo de capacitações e dados técni-cos para auxiliar administradores pú-blicos a gerir melhor os recursos e, até,reduzir custos com energia elétrica.

Laboratório credenciaMEDIDORES DE

INTENSIDADE LUMINOSA

P rofissionais como engenheiros e ar-quitetos dispõem, no Rio Grande doSul, de uma alternativa acreditada pelo

Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro) paraa calibração de luxímetros, equipamentos ca-pazes de medir a iluminância mais adequada adiferentes ambientes de trabalho e convívio. Ahabilitação para essa atividade foi obtida emjulho pelo recém-criado Laboratório de Fotome-tria, que integra o conjunto de Laboratórios Es-pecializados em Eletroeletrônica (Labelo) daPUCRS.

Embora os trabalhos tenham iniciado em2004, a conquista da acreditação torna o novoespaço da Universidade uma referência nacio-nal, pois esta é a primeira unidade fora doCampus do Inmetro, em Duque de Caxias (RJ),a ser acreditada para essas medições.

Com base na correta iluminância de um lo-cal – nome técnico dado a essa unidade demedida derivada da intensidade luminosa – épossível fazer avaliações e criar laudos maisprecisos, respeitando normas técnicas de regu-lamentação que visam à proteção da saúde dotrabalhador. Os critérios também se aplicam àsresidências e ao comércio, tornando espaçoscoletivos e de lazer mais agradáveis à visão.

Além dos nacionais, também poderãoser atendidos pedidos vindos da AméricaLatina e do Norte, bem como da Comunida-de Européia, devido à validade internacionalda calibração. O técnico responsável peloLaboratório de Fotometria, Carlos Bindé Jú-nior, informa que, “à exceção de lâmpadaspadrão, que servem de referência e são im-portadas da Alemanha, toda a estrutura foimontada na PUCRS, garantindo uma econo-mia de 80% para a Universidade”. SegundoBindé, se todo o instrumental viesse do ex-terior, o custo total atingiria US$ 15 mil.

A nova estrutura, porém, não se res-tringe aos luxímetros. Entre as metas dospesquisadores está calibrar medidores defluxo luminoso e de temperatura de cor. Ospotenciais clientes são fabricantes de lâm-padas e de reatores – para fluxo luminoso– e as fábricas de tintas e têxteis. Neste úl-timo caso, a temperatura correta de umacor possibilita às indústrias criar e verificartonalidades específicas de maneira unifor-me, garantindo alta precisão para reprodu-ção em grandes escalas. Este recurso evi-tará, por exemplo, falhas na pintura de pré-dios.

Mostruário de cores: fábricas de tintas são clientes potenciais

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CIÊNCIA

Um peixe ornamental medindo en-tre três e cinco centímetros, co-nhecido como Zebrafish, tem

servido de modelo para pesquisadores daFaculdade de Biociências desenvolveremprojetos relacionados com a transmissãoneuronal. Esta espécie apresenta diver-sas vantagens e tem servido como alter-nativa aos ratos de laboratório devido àsimilaridade genética com os seres hu-manos, a facilidade de reprodução e ocurto ciclo de vida.

Os estudos têm como objetivo a des-crição do sistema purinérgico. A trans-missão purinérgica envolve principalmen-te duas moléculas: o ATP e a adenosina,que regulam diversos efeitos fisiológicos,entre eles, mecanismos relacionados àdor, inflamação, função cardíaca, sono eatividade locomotora.

“Os resultados obtidos nesta linha depesquisa poderão gerar informações queauxiliem o desenvolvimento de medica-mentos para doenças como mal de Par-kinson e epilepsia”, informa a professoraCarla Bonan, coordenadora da pesquisano Laboratório de Neuroquímica e Psico-farmacologia.

Os projetos são realizados em parce-ria com o Laboratório de Biologia Genômi-ca e Molecular sob a coordenação do

22 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 131 – SET-OUT/2006

Salão abre espaçopara ONGse empresas

Asétima edição do Salão de Iniciação Ci-entífica (SIC) da PUCRS, evento dedica-do à produção acadêmica de alunos de

graduação de qualquer instituição de ensino,inova em 2006 ao abrir espaço à participação depesquisas inscritas por meio de organizaçõesnão-governamentais (ONGs), empresas e inicia-tivas voluntárias, desde que orientadas formal-mente por um professor do curso ao qual o estu-dante é vinculado. As inscrições encerraram-seem agosto e as apresentações dos pôsteresocorrem entre 25 e 27 de outubro.

A palestra de abertura será ministrada porJoão Batista Calixto, professor titular da Univer-sidade Federal de Santa Catarina. Em sua áreade atuação, a Farmacologia (ênfase em Farma-cologia Geral), é um dos pesquisadores mais ci-tados em trabalhos científicos. “Calixto é umbom exemplo para quem quer fazer pesquisa dequalidade. Sua trajetória pessoal e profissional épautada pela qualidade, ética e profissionalis-mo”, afirma a professora Lucia Giraffa, coorde-nadora do SIC.

Outro atrativo são as premiações. Antes,apenas um trabalho era considerado o vencedorgeral. A partir de agora, haverá reconhecimentopara representantes de cada uma das oito gran-des áreas do conhecimento – Ciências Exatas eda Terra; Ciências Biológicas; Engenharias; Ciên-cias da Saúde; Ciências Agrárias; Ciências Soci-ais Aplicadas; Ciências Humanas e Lingüística,Letras e Artes – conforme classificação do Con-selho Nacional de Desenvolvimento Científico eTecnológico (CNPq).

No momento da inscrição, os estudantestambém encontraram facilidades inéditas no for-mulário eletrônico, como a possibilidade de clas-sificarem suas pesquisas por áreas e subáreasdo CNPq. Ao longo do evento haverá workshopse uma atividade paralela para alunos de mestra-do e doutorado da PUCRS, para apresentação desuas qualificações. No encerramento, os partici-pantes receberão um CD indexado com todos ostrabalhos, possibilitando que cada um comple-mente seu curriculum vitae ou lattes/CNPq. In-formações: (51) 3320-3500, ramal 4874, ou peloe-mail [email protected].

Conforme a coordenadora do SIC, professoraLucia Giraffa, a automação dos procedimentos“traz agilidade e qualidade para os alunos e ori-entadores inscritos”. Segundo ela, a implantaçãodas novidades foi possível devido à estreita par-ceria com os setores de Gerência de Tecnologiada Informação e Telecomunicações, Pró-Reitoriade Extensão, Setor de Web, Gráfica Epecê, Ensi-no à Distância e Agência Experimental de Publi-cidade e Propaganda.

Zebrafish: modelopara estudar o

sistema nervoso

ENTENDAMELHOR

O sistema purinérgico tem sidoestudado de forma bastante in-tensa nos últimos anos. Uma dasrazões é que a transmissão puri-nérgica controla os efeitos promo-vidos por diversas drogas, entreas quais a cafeína, considerada ocomposto psicoestimulante maisconsumido no mundo. Além dis-so, os projetos também permiteminvestigar a ação tóxica de diver-sos contaminantes ambientais,como pesticidas, metais pesadose solventes orgânicos nesta es-pécie e melhor compreender a suainfluência no sistema nervosocentral.

professor Maurício Bogo. Apesar do Ze-brafish ser largamente utilizado comomodelo de estudo para diversas doen-ças, esta pesquisa iniciada em 2002 naPUCRS é a mais relevante a tratar datransmissão purinérgica em Zebrafish eregistra diversas publicações científicasinternacionais.

Peixe tem genética similar aos seres humanos

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AMBIENTE

Por Eduardo Borba

Arecuperação da biodiversidade, atra-vés da regeneração de florestas em

meio a plantações exóticas e o res-surgimento da fauna, com gralhas, veados eleão-baio, estão entre as principais conquis-tas dos dez anos do Centro de Pesquisas eConservação da Natureza da PUCRS (CPCN –Pró-Mata), comemorados no mês de agosto.Nesse tempo, destacaram-se estudos aplica-dos que vêm contribuindo na melhoria daqualidade de vida da população da região dosAparados da Serra.

Criado a partir da idéia de uma unidade deconservação, voltado basicamente para a pes-quisa e a preservação da natureza, o Pró-Matacomeçou a ser desenvolvido em 1991, valori-zando parceiros como a Universidade de Tübin-gen, da Alemanha, e a empresa Andreas Stihl.Esta contribuiu em 1993 para aquisição deáreas com fragmentos de floresta e pequenostrechos de campos nativos, remanescentes davegetação original do Rio Grande do Sul. Em

outubro de 1994 foi lançada a pedra funda-mental da sede que, em abril de 1996, foi inau-gurada somando 4.500 hectares a 31 km doCentro de São Francisco de Paula, borda lestedo Planalto das Araucárias, na Serra Gaúcha.

Desde então, as instalações com infra-estrutura para abrigar até 60 pesquisadores eestudantes “têm servido à PUCRS e a muitasinstituições parceiras que, além de buscarnovos conhecimentos, têm lá a oportunidadede transmiti-los em salas de aula ao ar livre”,enfatiza o professor Jorge Villwock, diretor doInstituto do Meio Ambiente (IMA), responsávelpelo Pró-Mata.

O início da delimitação e da regularizaçãoterritorial do Centro de Pesquisa e o estabele-cimento de um manual de procedimentos paraos usuários do local são comemorados nesteaniversário. “Também estão disponíveis as ro-tinas para obtenção de licenças para coleta epesquisa com material biológico e atualizamosos convênios com a Universidade de Tübingene com a Escola Superior de Engenharia Flores-tal de Rottenburg”, ressalta Villwock.

Para dar sustentabilidade a essas ativida-des, são estimulados projetos de pesquisa emtodas as áreas do conhecimento, para que le-vem ao Centro recursos das agências financia-doras. Entre as iniciativas do IMA para atingiressa meta está a análise para aproveitar par-te do espaço com o turismo científico.

Seminário reúneespecialistas na

questão ambientalA realização de um seminário aberto ao

público, em 11 de agosto, no prédio 50 daPUCRS, marcou a passagem do décimo ani-versário do CPCN – Pró-Mata. O eventoproporcionou a exposição de 32 pôsterescom projetos desenvolvidos no local – si-tuado nos Aparados da Serra, em São Fran-cisco de Paula – e a promoção de painéisabordando o balanço dos trabalhos até2006, um panorama da questão ambiental,com procedimentos técnicos e normas esti-puladas por entidades governamentais, e aforma de atuação do Ministério Público Fe-deral (MPF) e do Poder Judiciário, fiscali-zando e disciplinando as atividades relacio-nadas ao patrimônio natural.

Durante a apresentação do MPF, a pro-curadora da República, Carolina Medeiros,exemplificou o trabalho da entidade na defe-sa do meio ambiente com dois casos deação cível: a plantação de espécie exótica –pínus – em detrimento da vegetação nativana área do Parque da Lagoa do Peixe, no Suldo RS; e, em âmbito nacional, a contençãode mexilhões dourados, espécie sem preda-dores no Brasil, que está prejudicando o for-necimento de água potável na Região Sul eparte do Centro-Oeste. Outra frente de atua-ção do MPF é contra o tráfico de animais sil-vestres. O crime movimenta R$ 1 bilhão porano no País e R$ 10 bilhões no mundo.

Projetos com faunae flora mostram

resultadosAs principais pesquisas em ecologia e

silvicultura com espécies de árvores nati-vas são realizadas em parceria com a Uni-versidade de Rottenburg, da Alemanha.Conforme o coordenador científico do Pró-Mata, professor Ricardo Mello, têm sido es-tudadas populações naturais e plantiosde araucária, erva-mate e bracatinga”. Estaúltima, diz o pesquisador, “tem apresentadosucesso no crescimento, atingindo quatrometros de altura aos dois anos de idade”. Abracatinga fornece lenha de boa qualidade,alimento para o gado e apresenta alto po-tencial de fornecimento de mel.

Outra possibilidade de sustento para asfamílias da região é a criação de abelhasnativas. Algumas espécies, ameaçadas deextinção pelos desmatamentos e coleta pre-datória do mel, têm sido estudadas paraembasar a criação racional. Para a coorde-nadora do trabalho, professora BetinaBlöchtein, “o manejo racional das abelhasirá aumentar as populações naturais des-ses insetos que beneficiam a flora, atravésda polinização, e produzem mel diferencia-do de alto valor comercial”.

Fauna silvestre é preservadaem São Francisco de Paula

Pró-Mata recuperabiodiversidade naSERRA GAÚCHA

Pesquisadores: sala de aula ao ar livre

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24 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 131 – SET-OUT/2006

ENTREVISTA

ROBERT CHERNOW

Universidade deve terseu jeito de empreender

Por Ana Paula Acauan

Ovice-diretor para Em-preendedorismo doInstituto Politécnico

Rensselaer, do estado de NovaIorque (EUA), Robert Chernow,admite haver universidadesque servem de modelo na áreade empreendedorismo, mascada uma deve encontrar umjeito único de promover a ino-vação, incorporando as suaspráticas e identidade. “Não a-credito que tornar-se mais em-preendedor é ser mais pareci-do com o Massachusetts Insti-tute of Technology (MIT), Cor-nell ou Syracuse.” Para o con-sultor norte-americano, as ins-tituições enfrentam um grandedesafio: desenvolver a culturado empreendedorismo quecongregue todas as instâncias.Um caminho é a realização deatividades formais e informais,algumas até simples, como en-viar mensagens aos alunos en-gajados nessas ações. Na en-trevista concedida por e-mail àrevista PUCRS Informação,Chernow também destaca aimportância da complementa-ridade entre os diferentes cam-pos. “Idéias novas e criativas ge-ralmente são despertadas pelainterseção de disciplinas.”

O professor trabalhou 21anos na área da saúde públi-ca. Combinou o seu conheci-mento em epidemiologia coma ciência computacional paracomeçar negócios relativosaos cuidados com a saúde.Surgiu então o trabalho comoempreendedor. É fundador e

posições desse tipo criadas nasuniversidades norte-americanas.O Rensselaer é a mais antiga es-cola de Engenharia dos EstadosUnidos e foi fundada em 1824“com o propósito de instruir pes-soas na aplicação da ciênciacom a finalidade da vida”. Minhatarefa é atualizar e aplicar essepropósito ao século 21. Isso nãoé tão difícil para nossas escolasde engenharia, ciência e talvezarquitetura, mas é mais desafia-dor para as humanidades porquenosso impulso básico – nossonicho – é empreendedorismotecnológico. Trabalho com todasas escolas, departamentos eprogramas no campus para aju-dá-los a introduzir o empreende-dorismo nos cursos existentes ecriar outros. Também encorajomais pesquisa interdisciplinarporque idéias novas e criativassão geralmente despertadas pelainterseção de disciplinas. Temosmuitos programas, mas não es-

presidente da organizaçãonão-lucrativa que assessoraessas iniciativas.

Dia 21 de setembro, às 9h eàs 17h, estará na PUCRS parao Seminário Internacional Ino-vação e Empreendedorismona Universidade. O evento,promovido pela Reitoria e Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação para gestores daPUCRS, incluirá uma telecon-ferência com Burton Clark,professor emérito da Universi-dade da Califórnia – Los Ange-les e criador da teoria sobre auniversidade empreendedora esustentável, no dia 22, às 16h.Também participarão TerryYoung, da Associação de Admi-nistradores de UniversidadesTecnológicas; Jose Ginés Mora,do Centro de Estudos em Ges-tão da Educação Superior, daUniversidade Politécnica deValência; Barbara Kehm, doCentro para Pesquisa em Edu-cação Superior e Trabalho, daUniversidade de Kassel; JorgeGuimarães, da Coordenação deAperfeiçoamento de Pessoal deNível Superior; Hans Georg Fli-ckinger, da Universidade deKassel; Wolfgang Neuser, daUniversidade de Kaiserslau-tern; Abílio Baeta Neves, daUFRGS; e Erico Hammes e Jor-ge Audy, da PUCRS.

Será lançado ainda o livroInovação e empreendedoris-mo na universidade, organiza-do pelos professores Jorge Au-dy e Marília Morosini, trazendotextos dos convidados e deba-tedores do evento, que ocorreno auditório do prédio 50.

INVESTIR NO EMPREENDEDO-RISMO É UMA FORMA DE CON-QUISTAR MELHORES CONDI-ÇÕES PARA A SOCIEDADE?

Se forem criadas condiçõespara permitir que o empreende-dorismo floresça, haverá umamelhor sociedade. Isso é verda-de a partir de uma perspectivaeconômica porque novos negóci-os criam mais empregos e, de-pendendo da natureza, podemmelhorar o padrão de vida. Naárea social e nas artes também.Quem não dirá que Mario de An-drade, Chico Buarque, Pelé eTom Jobim são criativos e ousa-dos – eles certamente tiveramum grande prestígio fora do Bra-sil. Todas as sociedades são ri-cas quando a livre expressãopode florescer.

QUAIS SÃO AS NECESSIDADESDA SUA UNIVERSIDADE?

Sou vice-diretor para empre-endedorismo, uma das primeiras

Fotos: Divulgação

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PUCRS INFORMAÇÃO Nº 131 – SET-OUT/2006 25

tão tão integrados nem reforçam uns aosoutros como eu gostaria. Geralmente umgrupo não é suficientemente ciente do que ooutro está fazendo ou como poderia ajudar.Observei isso na maioria das universidadesem que trabalhei ou andei visitando pelomundo.

HÁ UMA UNIVERSIDADE QUE SEJA MODE-LO NESSAS INICIATIVAS?

Nos últimos dez anos, o número de pro-gramas de empreendedorismo nos campinorte-americanos cresceu substancialmen-te. Quanto ao empreendedorismo que envol-ve todo o campus, não há universidade dosEstados Unidos que eu possa selecionarcomo modelo, mas existem as proeminentes.Incluo as Universidades de Carolina do Nor-te, Washington em Saint Louis, do Arizona,Syracuse, Cornell, MIT e Iowa State. Adicionoo Rensselaer porque somos um dos poucosque fazemos do empreendedorismo por todoo campus uma meta. Nosso especial impul-so é o empreendedorismo tecnológico. Todasas universidades estão experimentando. Nãocaiamos na armadilha de pensar que háuma melhor maneira de agir. Não acreditoque tornar-se mais empreendedor é sermais parecido com o MIT, Cornell ou Syracu-se. Existem inúmeras formas de promover oempreendedorismo e a PUCRS deve encon-trar a sua – que se desenvolva como institui-ção única, com suas práticas e cultura.

QUAL É O MELHOR LÍDER PARA CONDU-ZIR ESSAS MUDANÇAS?

Alguém que supervisione todos os de-partamentos sem estar diretamente ligado anenhum e tenha o suporte da administraçãosuperior. Essa pessoa é agente de mudançae precisa de apoio. De forma ideal, teria fa-miliaridade tanto com a literatura quantocom a prática empreendedora em algunsmomentos de sua carreira. Poucos líderesdesses programas nas universidades norte-americanas se encaixam nessa definição.Vieram de escolas de economia e finanças emuitos programas – até mesmo aqueles quese relacionam com outros departamentos –são sediados nesse curso. Isso dificulta o ar-gumento de que o empreendedorismo vaialém do mundo dos negócios lucrativos.

COMO TRANSFORMAR A CULTURA DAUNIVERSIDADE?

A única forma de os programas de em-prendedorismo serem bem-sucedidos e du-

radouros é se tornarem parte da cultura. Pri-meiramente, para isso, os conceitos de empre-endedorismo não podem ser somente discuti-dos em alguns cursos ou um ou dois departa-mentos, como comércio e engenharia. Tambémé necessário encontrar maneiras formais e in-formais de promovê-lo. Além da oferta de cur-sos, há uma série de atividades que pode re-forçar o compromisso da universidade com oempreendedorismo, como competições entreestudantes e grupos interdisciplinares, even-tos para celebrar as conquistas e envio demensagens aos alunos por estarem engajados.

NA PUCRS, HÁ A PREOCUPAÇÃO DE ENVOL-VER MAIS ESTUDANTES E PROFESSORESDAS CIÊNCIAS HUMANAS. COMO FAZÊ-LO?

Ampliando a definição de empreendedo-rismo de tal forma que seja aplicada a todasas disciplinas. Muitas universidades o carac-terizam de forma estreita. Não é apenas criarnegócios. As faculdades e os estudantes de-vem ser encorajados a usar suas iniciativasindividuais e criatividade para identificaroportunidades, inovar, correr riscos e construiralgo de valor nas ciências humanas. Para os

professores, isso pode ser um novo curso;para os alunos, uma empresa não-lucrativa.

QUAIS SÃO AS FUNÇÕES DO EDUCADOR?Nos EUA, começamos a reconhecer que os

estudantes precisam ser expostos ao empre-endedorismo cedo na sua carreira – devemsaber que há escolhas e uma delas é não tra-balhar para os outros. As ferramentas contidasno empreendedorismo são as da vida, ou desobrevivência, exigidas no mundo global ecompetitivo. Cunhei um termo para a série dehabilidades a que estou me referindo: empre-endedor adaptável, que reflete a maneira comopensam, resolvem problemas e realizam. Es-tudos norte-americanos apontam que a chan-ce de os estudantes conseguirem um empregoem grandes ou pequenas companhias e termi-narem sua carreira nelas é insignificante. Alémdisso, precisam desenvolver habilidades parasaberem lidar com um futuro incerto.

NO BRASIL EXISTEM DIFICULDADES DE CO-MEÇAR UM NEGÓCIO OU MANTÊ-LO. O QUEFALTA?

Visitei o Brasil muitas vezes, mas não te-nho a intenção de ser um expert. O BancoMundial coloca o País como o 119º entre 155países no estudo Facilidade para Fazer Negó-cios e 98º em relação à Facilidade de Come-çar um Negócio. Artigos científicos definempré-requisitos essenciais, como desenvolvi-mento político e macroeconômico estável, sis-tema legal robusto que promova transparên-cia e proteção a investidores e credores, sis-tema financeiro bem desenvolvido, infra-es-trutura forte em termos de telefonia, transpor-te, navegação e serviços sofisticados de co-municação.

A SUA CARREIRA É UM EXEMPLO DE EM-PREENDEDORISMO?

Minha área de estudo na graduação foisaúde pública, mas combinei meu conheci-mento em epidemiologia com a ciência com-putacional para criar negócios na área de cui-dados com a saúde. Muitas dessas compa-nhias foram adquiridas por grandes corpora-ções: num dos casos, acredito que fiz a em-presa mais empreendedora e competitiva. Emoutro, encontrei-me sem emprego depois daaquisição. Encontrei novas oportunidades naárea em que estudei um pouco: como desen-volver empreendedores. Atuei na Inglaterrapara o chanceler do Exchequer ajudando aplanejar políticas para desenvolver o país deforma mais intelectual.

“NOSSO ESPECIAL IMPULSO É OEMPREENDEDORISMO TECNOLÓ-GICO. TODAS AS UNIVERSIDADESESTÃO EXPERIMENTANDO. NÃOCAIAMOS NA ARMADILHA DE PEN-SAR QUE HÁ UMA MELHOR MANEI-RA DE AGIR. NÃO ACREDITO QUETORNAR-SE MAIS EMPREENDEDORÉ SER MAIS PARECIDO COM O MIT,CORNELL OU SYRACUSE. EXISTEMINÚMERAS FORMAS DE PROMO-VER O EMPREENDEDORISMO E APUCRS DEVE ENCONTRAR A SUA –QUE SE DESENVOLVA COMO INSTI-TUIÇÃO ÚNICA, COM SUAS PRÁTI-CAS E CULTURA”

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26 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 131 – SET-OUT/2006

UNIVERSIDADE ABERTA

Estudar e trabalhar num colégio maristalocalizado dentro do Campus Centralnão é só estar compartilhando o mes-

mo espaço físico da Universidade. Alunos eprofessores do Colégio Marista Champagnat eda PUCRS usufruem de uma série de benefí-cios que enriquecem o aprendizado de ambasas instituições.

“Os cerca de mil alunos do Champagnattêm o privilégio de estar dentro do Campus edesfrutar de toda a sua infra-estrutura, segu-rança e profissionais. A PUCRS beneficia-se apartir do momentoque, com todaessa interação,torna-se um cami-nho quase diretopara os alunos quesaem do colégio”,ressalta MaristelaSouza, coordena-dora pedagógicado Ensino Funda-mental ao Médio.

Os laboratóriosde apoio à apren-dizagem auxiliam os estudantes nas dificul-dades em física, química, matemática, línguaportuguesa, língua inglesa e língua espanhola.Em período extracurricular, acadêmicos daUniversidade estagiam na escola com a su-pervisão de professores.

Os alunos também aproveitam os labora-tórios de línguas, química, física e biologia edo Museu de Ciências e Tecnologia (MCT)para complementar a aprendizagem. “Elestêm livre acesso a toda a estrutura da Univer-sidade, o que enriquece muito as aulas. Comautorização, os professores podem sair da

Parceria com Colégio Champagnatenriquece aprendizado

explicação teórica da sala de aula e ir para aprática em algum dos laboratórios da PUCRSou no MCT. É uma oportunidade única paraquem estuda aqui”, enfatiza Maristela.

A parceria com a PUCRS começa desde aeducação infantil e séries iniciais, ressalta acoordenadora pedagógica Vivian Nunes, res-ponsável pelos estudantes desses níveis. AFaculdade de Nutrição realiza palestras sobrealimentação saudável com alunos de 2ªs e 3ªs

séries, que fazem visitas à Faculdade para terinformações e orientações.

As 1ªs e 2ªs sé-ries desenvolvematividades com a-lunos da Faculda-de de Odontologia,que alertam sobreas doenças bucaise ensinam a fazera higiene bucal. AFaculdade de Me-dicina realiza tra-balhos com as tur-mas de 1ª a 4ª sé-rie, para conhecer

mais sobre a saúde dos alunos, verificar suascarteiras de vacinação e orientar sobre a im-portância de uma vida saudável.

Oficinas de leitura, literatura e produçãotextual são algumas das atividades extracur-riculares realizadas com os estudantes da 2ªaté a 4ª série pela pós-graduação da Facul-dade de Letras. Alunos de 3ª e 4ª série tam-bém vão à Faculdade para fazer releituras decontos de fadas.

Em parceria com o Instituto de Geriatria eGerontologia, idosos e estudantes da 4ª sérietêm momentos de convivência e solidarieda-de, aprendendo a interagir e respeitar as dife-rentes idades. Aprendem com a experiência eserenidade dos idosos e estes sentem-se va-lorizados e retomam a vivacidade da juventu-de.

Os professores do colégio também sãobeneficiados por meio de auxílio de docentesuniversitários, que os ajudam a desenvolver eplanejar métodos de ensino e didática. Alémdisso, têm 50% de desconto nos cursos deEducação a Distância da PUCRS.

A Biblioteca Central pode ser utilizadacomo complemento da biblioteca interna, que

Projeto RobóticaUma das parcerias entre o Colégio

Champagnat e a PUCRS é o Projeto Ro-bótica, que favorece o desenvolvimentodos alunos de nível fundamental e médioa partir da inserção de tarefas lúdicas eexperimentais no currículo escolar oucomo atividade extracurricular. Habilida-des lógico-matemáticas e psicomotoras,relacionamento interpessoal, interesse ecuriosidade pela investigação científica,criatividade, senso estético, paciência,gosto pelo trabalho em detalhes e sensocrítico na aplicação de tecnologias sãoestimulados a cada encontro.

“O estudante que deseja seguir car-reira nesta área poderá começar a robó-tica no Ensino Fundamental, prosseguirno Médio e, se ingressar na Universida-de, receberá acompanhamento durante avida acadêmica e também em sua proje-ção no mercado de trabalho”, salientaCésar de Lima Desimon, professor orien-tador do trabalho, quanto a uma dasvantagens do projeto.

possui cerca de 30 mil livros, pelos estudan-tes de Ensino Médio, professores e funcioná-rios. A escola integra a rede de instituições deensino da Província Marista do Rio Grande doSul.

Laboratórios do MCT são utilizados

Solidários: alunos e idosos são parceiros

Vantagem de aprender na prática

Fotos: Divulgação

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PUCRS INFORMAÇÃO Nº 131 – SET-OUT/2006 27

GENTE

Por Eduardo Borba

Rosana, Blume-nau e Boa Vis-

ta do Buri-cá. Em comum, ofato de serem cida-des do interior nosestados de São Pau-lo, Santa Catarina eRio Grande do Sul,respect ivamente.Mas, em especial,elas representam o lar, a família e os amigosque três estudantes deixaram em busca derealização profissional no Campus Central daPUCRS. Eles fazem parte dos 35% de alunosda graduação que, por carência de opções emsua terra natal, pelo desejo de conhecer pes-soas diferentes e de conquistar independên-cia financeira através da carreira profissional,resolveram encarar o desafio de estudar longede casa.

Para ser bióloga e saber mais sobre gené-tica, Andréia Rocha, 17 anos, deixou a mãe eo irmão em Primavera, um distrito do municí-pio de Rosana, no extremo oeste do estado deSão Paulo, para viajar até Porto Alegre. Cur-sando o primeiro semestre de Ciências Bioló-gicas, ela conta com o auxílio financeiro dopai, soldador no interior de Minas Gerais, ecom o benefício do Programa Universidadepara Todos (Prouni), por ter estudado sempreem escola pública. Sem referências familiaresno RS, Andréia vive numa pensão para estu-dantes, e diz que veio ao Sul para “ter umpouco de aventura, realizar um sonho e bus-car uma vida melhor”. Ela foi recebida pelaequipe do Centro de Pastoral Universitária,onde passa o tempo livre. “Meu mundo é a

A busca da profissãolonge de casa

PUCRS, passo o diaaqui”, conta. Sua me-ta atual é conseguiruma bolsa de inicia-ção científica para tra-balhar e poder arcarcom suas despesas.

Félix Monteiro, 19,natural de Blumenau,investe na formaçãode piloto comercial.Seus primeiros vôos,ainda em Santa Cata-

rina, foram aos 17 anos. “Diferente de outrosmeninos, nem pensei em ser bombeiro. Minhaescolha veio desde criança”, fala com entusi-asmo. Além do apoio dos pais, ele foi acolhidoem Porto Alegre pelos padrinhos, o que facili-tou a vinda. O estudante, que faz o 4º semes-tre de Ciências Aeronáuticas e é bolsista doLaboratório de Microgravidade desde janeiro,aproveita para matar a saudade de casa acada três meses. Nos planos está o somatóriode 500 horas de vôo para habilitar-se a“oportunidades de viajar o mundo inteiro tra-balhando”.

Também decidido a profissionalizar-sedesde cedo, Fabiano Hoelscher, de Boa Vistado Buricá, Noroeste Gaúcho, prestou o primei-

ROSANA (SP)Distância de Porto Alegre: 1.397 kmPopulação: 26.420 habitantesEconomia: Duas usinas hidrelétricas euma eclusa, em construção.Ensino Superior: uma instituição privada

BLUMENAU (SC)Distância de Porto Alegre: 693 KmPopulação: 292.998 habitantesEconomia: Indústria têxtil e serviçosespecializados de informáticaEnsino Superior: sete instituições privadase uma pública

BOA VISTA DO BURICÁ (RS)Distância de Porto Alegre: 472 KmPopulação: 6.661 habitantesEconomia: Agricultura e pecuáriaEnsino Superior: não dispõe

DE ONDE VÊM A ANDRÉIA,O FÉLIX E O FABIANO

ro vestibular aos 17 anos. Aproveitando a en-trega de um frete do pai, caminhoneiro, pegoucarona até a Bahia, onde passou para Admi-nistração. “Nossa família planejava morar lá,mas depois desistiram”, lembra. De volta aoRS, aproveitou o caminhão do pai para iniciarexperiências pela mecânica, o que acaboudefinindo sua vocação. Agora, aos 21 anos,está no 2º semestre de Engenharia Mecânica.Preocupado em não onerar seus familiaresnem os da namorada, com os quais vive emViamão, na Região Metropolitana de PortoAlegre, Fabiano busca alternativas de empre-go. De fevereiro a abril trabalhou numa fábri-ca de chocolates. Nos meses seguintes, parti-cipou de um projeto de carrinho de lombapara competições, da Faculdade de Engenha-ria. Atualmente procura estágio ou bolsa paratrabalhar e ajudar a família com os custos daUniversidade. Nas horas vagas, fica na ofici-na com colegas e professores para ser lem-brado na hora das oportunidades.

Félix (à dir.): de Blumenau para o mundo

Andréia veio do interior de São Paulo

Estudo analisahospitalidadeUm estudo do curso de Hotelaria

analisa as ações que envolvem hospita-lidade e seu conceito junto a 217 alunos.Depois de responder a 12 questões sobrecostumes como refeições em família ecardápios dominicais até a forma deacomodação de visitantes, 97,7% dosentrevistados demonstraram entenderhospitalidade como o ato de receber bemuma pessoa, tratando-a de forma aco-lhedora, disponível e cordial.

Na avaliação da professora Ma-rutschka Moesch, responsável pelo tra-balho, “os resultados permitem concluirque o conceito foi entendido pelas pesso-as, tendo como base as questões ante-riores, dando a eles a oportunidade derefletirem e se conscientizarem sobre aimportância desse tipo de serviço a partirdo que é ou foi cultivado em sua família”.Os resultados finais devem ser apresen-tados em novembro.

Fontes: IBGE/MEC/Famurs Fabiano busca boas oportunidades

Foto: Arquivo Pessoal

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ALUNOS DA PUCRS

ALUNOS CHINESESdespedem-se da PUCRS

Depois de 11 meses estudando nasFaculdades de Comunicação Social

(Famecos) e Letras (Fale), 19 inter-cambistas chineses, oriundos da Universida-de de Comunicação da China, despediram-seda PUCRS. Durante solenidade, receberamdiplomas de conclusão do intercâmbio com osnomes brasileiros que escolheram pela sono-ridade ao chegar ao Brasil. HAN SONGYU, LIUZENGMIN e LI HUI, por exemplo, tornaram-seArnaldo, Maria e Patrícia, respectivamente.

Na cerimônia, interpretaram por meio depeças teatrais situações vividas no período emque moraram no País, como visitas a um hos-pital e a uma cartomante, mudanças de mora-dia, integração com os colegas, o “jeitinho bra-sileiro” e o ambiente em sala de aula. Além deaprender a língua portuguesa, aprenderam umpouco mais sobre a cultura ocidental. O climadescontraído e os relacionamentos e compor-tamentos mais abertos chamaram a atenção:“Ficamos diferentes desde que chegamosaqui. Fomos bem recebidos. Fizemos amiza-des muito puras”, relata Arnaldo.

A diretora da Famecos, Mágda Cunha,lembrou das dificuldades iniciais e do desafiode fazer jornalismo em outra língua. A asses-

versidade o produto de seus aprendizados: ojornal de edição única Visão Oriental. Em 16páginas escritas em português, eles contamsuas descobertas, choques culturais e amiza-des e expõem os contrastes chineses como atecnologia digital altamente avançada e a tra-dição simbolizada na Muralha da China. O jor-nal, trabalhado no laboratório do curso de Jor-nalismo da Famecos, teve o professor FábianThier como responsável, com a colaboraçãode Vítor Necchi e de Luiz Adolfo Souza.

Programa Alban leva Viviane a Barcelona

Estimulada pelo desafio de concorrera uma bolsa de estudos do Progra-ma Alban, VIVIANE GIUSTI BALES-

TRIN, mestranda de Psicologia Social e daPersonalidade, participou de uma série deetapas para a seleção do programa. A ma-ratona de documentações, cartas de reco-mendação e questionários valeram a penae a estudante foi uma dos 930 bolsistasselecionados de um total de 3.370 candi-datos. No final de setembro, irá para aUniversidade Autônoma de Barcelona(UAB), onde cursará seis meses do mes-trado-sanduíche, termo referente ao estu-do de curta duração.

A Espanha é um país referência nosestudos de Psicologia, o que motivou Vi-viane na escolha pelo local de ensino: “Es-colhi a UAB por ter destaque no departa-

sora para Assuntos Internacionais e Interinsti-tucionais da Universidade, Silvana Silveira,parabenizou os alunos pela coragem e deter-minação em encarar uma realidade e costu-mes diferentes. “Tivemos uma experiênciamuito legal aqui no Brasil, um crescimentopessoal. Gostaríamos de voltar mais vezes”,disse Leonel, o orador da turma, agradecendoa acolhida da PUCRS e de seus professores.

Os alunos embarcaram para a China, masalém das boas lembranças deixaram na Uni-

Os 19 intercambistas fizeram o jornal de edição única Visão Oriental

mento de psicologia social. Assim podereicontinuar desenvolvendo meus estudos sobreconsumo, relações de gênero e subjetivida-de”. Os assuntos são abordados no projeto Ascontradições do ter e do ser: cartografandomodos de subjetivação capitalística que aaluna vem realizando no mestrado da PUCRS.Quando retornar da viagem, apresentará suatese, tornando-se mestre. Além da pós-gra-duação, terá a oportunidade de realizar umcurso de catalão, língua falada na cidade.

O Programa Alban – América Latina Bol-sas de Alto Nível – é um programa de bolsasde alto nível da União Européia para a Amé-rica Latina. Tem como objetivo reforçar a co-operação entre a União Européia e a Améri-ca Latina na área do ensino superior cobrin-do estudos de pós-graduação e de especia-lização para profissionais e quadros diretivos

da América Latina em instituições ou cen-tros de formação e investigação da UniãoEuropéia.

28 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 131 – SET-OUT/2006

Mestranda venceu entre 3.370 candidatos

INFORMAÇÕESwww.programalban.org

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França recebe oito estudantesde ENGENHARIA

DOUGLAS ZANATTA, LORENZO BENVENUTTI,ANDRÉ LIMA, MÁRCIO VICARI e ANDRÉ

MATTOS, todos da Engenharia Mecatrônica, eRODRIGO NASCIMENTO, LUCAS FUZZINATO e RAFAELMORETTO, da Engenharia Civil, embarcaram a estudospara a França no final do mês de agosto. Selecionadospelo programa Brafitec, estudarão na École Nationaled’Ingénieurs de Saint Étienne por um semestre e farãoum estágio por seis meses em empresas locais.

“Tive que fazer um curso intensivo de francês paraaprender a língua e realizar os testes”, conta Zanatta.O processo de seleção foi bastante extenso, incluindoetapas de documentação, cartas de apresentação, en-trevistas, testes e dinâmica de grupo. Foram selecio-nados os oito alunos entre 75 candidatos. “O fato de eujá ter feito intercâmbio em 2003 nos Estados Unidostambém deve ter ajudado”, conclui.

Os acadêmicos têm o apoio dos professores Eduar-do Giugliani e Luis Fernando Pereira, que irão para aFrança em épocas alternadas para verificar o anda-mento dos estudos e estágios. Esta é a segunda edi-ção do programa na PUCRS. A primeira proporcionou aexperiência a quatro acadêmicos e ocorreu no início de2005.

Doutoranda pesquisaenvelhecimento em mamíferosAaluna do doutorado em Gerontologia

Biomédica MARIA LUISA TAGLIARO,orientada pelo professor Emílio Je-

ckel, foi a primeira acadêmica da PUCRS adesfrutar do convênio recentemente firmadocom a Universidade de Nagasaki, no Japão.Maria Luisa permaneceu cerca de 30 dias emNagasaki trabalhando no projeto Regulaçãodo processo de envelhecimento em mamífe-ros.

Durante o período, concentrou-se na pes-quisa da expressão genética no hipotálamo,chamada O efeito da restrição calórica e en-velhecimento na expressão do gene hipotalâ-mico. Utilizando ratos jovens e idosos, obser-vou os diferentes processos de envelhecimen-to a partir do efeito da dieta de restrição caló-rica. A doutoranda destaca a concepção japo-nesa de atuar: “Lá o trabalho não é vistocomo algo árduo e pesado. Há um espírito deequipe muito forte e todos vestem-se confor-

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 131 – SET-OUT/2006 29

Maria Luisa e equipe da Universidade de Nagasaki

Pereira, Lima, Moretto, Nascimento, Fuzzinato, Vicari, Zanatta e Giugliani

SAIBA MAISO Brafitec é um programa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de

Nível Superior do Ministério da Educação (Capes/MEC) em parceria com a Confe-rência dos Diretores de Escolas e Formação de Engenheiros. Consiste numa bolsade estudos para graduandos de Engenharia. Interessados podem obter informaçõesno site www.capes.gov.br/capes/portal/conteudo/10/CAPES_BRAFITEC.htm.

tavelmente no local de traba-lho. Até tiram os sapatos e cal-çam chinelos”. O ambientesem competitividade e o climaconfortável explicam, para Ma-ria Luisa, o fato de as cargashorárias diárias terem de 12 a13 horas e mesmo assim se-rem prazerosas e produtivas.

A doutoranda tambémapresentou a pesquisa O avan-ço mandibular e as mudançasmorfológicas na mandíbula decamundongos fêmeas de dife-rentes idades no Encontro Internacional daSociedade Japonesa para Gerontologia Biomé-dica e teve o resumo publicado no Journal ofthe Japan Society for Biomedical Gerontolgy.Depois de tantos estudos, deseja dedicar-se àárea da pesquisa. “Foi uma experiência óti-ma. Levaria um ano de estudos para aprender

tudo o que aprendi com o projeto. Pretendovoltar para realizar um pós-doutorado”, con-clui satisfeita. No Japão, teve a supervisão doprofessor Isao Shimokawa, que esteve naPUCRS em 2005 apresentando suas pesqui-sas na área, e auxílio do professor ToshimitsuKomatsu.

Foto: Arquivo Pessoal

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ALUNOS DA PUCRS

30 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 131 – SET-OUT/2006

Aluna da Biociências écampeã nacional de RÉDEAS

Persistência, determinação e coragem.Assim a estudante ROBERTA ALVESBUTTELLI conquistou a vitória no 13º

Campeonato Nacional de Rédeas, da Associa-ção Nacional do Cavalo de Rédeas (ANCR), nacategoria amador. Com seu cavalo, Retovadoda Quinta, doente poucos dias antes da com-petição, não desistiu, e após tratamento ecuidados redobrados, enfrentou os 13 concor-rentes. Única mulher, conquistou o 1º lugar nacompetição, realizada no mês de junho naFazenda São Jerônimo, em Americana (SP).

Depois do evento, a aluna do último se-mestre da Faculdade de Biociências concedeudiversas entrevistas para veículos de comuni-cação, entre eles o programa Globo Rural.“Assim que anunciaram o resultado, a repór-ter veio falar comigo. Pedi que esperasse umpouco, pois ainda não acreditava que tinhavencido”, relembra.

A trajetória de Roberta no esporte come-çou cedo. Com dois anos andava a cavalo e,desde então, começou a investir. Em 1998,numa viagem aos EUA, conheceu Monty Ro-

berts, famoso por suastécnicas de amansarcavalos, com quem rea-lizou curso e aprendeudoma. A modalidade ré-deas, na qual compete,surgiu nos EUA e existehá 20 anos no Brasil equatro no Rio Grande doSul. Roberta a praticahá seis anos e nemquando enfrentou e su-perou um linfoma dei-xou de treinar, provandosua paixão por cavalos.

A acadêmica foivencedora do 3º Campeonato Gaúcho de Ré-deas, em 2006, na categoria feminino e con-quistou o 4º lugar no Potro do Futuro ANCRAmador Light e 6º lugar no Amador, ambosem 2005. Atualmente é presidente da comis-são jovem da Associação Gaúcha do Cavalode Rédeas (AGCR), treina todas as manhãs eprepara-se para a segunda etapa do 4º Cam-

peonato Gaúcho de Rédeas, que ocorre de 7 a10 de setembro, em Porto Alegre. Quanto aosplanos para o futuro, revela: “Minha próximaetapa da vida é me tornar treinadora e ser aprimeira treinadora feminina de rédeas do RioGrande do Sul”. Para saber mais sobre a mo-dalidade e o evento, acesse o site da AGCR:www.redeas-rs.com.br.

Trote arrecada 2 toneladas de alimentos

Anona edição do Trote Solidário da tur-ma de calouros do curso de Admi-

nistração – linha de formação emEmpreendedorismo e Sucessão obteve recor-de de arrecadação. No total foram arrecada-das 2,2 toneladas de alimentos não-perecí-veis, 1.525 peças de roupa, 60 pares de cal-çados, 286 unidades de material higiênico,332 unidades de material escolar, 299 livros e125 brinquedos.

Segundo Adriana Barcellos, aluna que aju-dou a coordenar as atividades, o fato de a tur-ma ter cerca de 60 estudantes ajudou. “A doa-ção do jogador Michel do Internacional tam-bém foi importante. Fizemos uma rifa com acamiseta doada por ele e conseguimos umaboa quantia para comprar os materiais”, conta.

O trote ocorre todos os semestres e obje-tiva estimular os novos alunos a alcançarmetas estabelecidas no início do período leti-vo. Ao longo do semestre, os calouros desen-volvem habilidades empreendedoras e res-ponsabilidade social a fim de conseguir itenspara doação em entidades. Nesta edição, as

beneficiadas foram aAssociação dos Amigosdo Morro da Tuca, a Ins-tituição Toca de Assis ea Sociedade de Nazaré.As entregas foram reali-zadas em junho.

Como encerramentoda atividade, foi promo-vida a palestra CaseFruki: 82 anos produ-zindo qualidade, comNelson Eggers, e um co-quetel com o apoio daFruki e da Rede de Pa-darias Deliarte. Tambémcolaboraram com o Tro-te Solidário Espaço Cult,Mumu Alimentos, Minimercado Silva, Super-mercado Pedrali, Mercado Coma Bem, jogadorMichel do Sport Club Internacional, a Faculda-de de Administração, Contabilidade e Econo-mia da PUCRS e os bares 5, 6, 8 e 50 da Uni-versidade.

COMO COLABORARInteressados em fazer doações para a déci-ma edição podem entrar em contato com Ro-berto Douglas Becker pelo telefone (51)9965-6650 ou pelo 3320-3500 ramal 4532.

Solidários: calouros de Empreendedorismo e Sucessão

Roberta começou a cavalgar aos dois anos

Foto: Arquivo Pessoal

Foto: Divulgação

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PUCRS INFORMAÇÃO Nº 131 – SET-OUT/2006 31

Software auxlia naExpointer 2006

A4TI Solutions, empresa da Incubado-ra Raiar – PUCRS, desenvolveu umsistema capaz de efetuar o cadas-

tro das locações de estandes na Expointer2006. O software permitiu que se tivesseacesso às informações relativas ao contrato,pagamento e espaço físico utilizado pelos lo-catários no parque. O sistema estava prontopara ser implantado em menos de 30 dias,graças à metodologia e tecnologia utilizadapela empresa.

GIANCARLO MONTANARI, sócio-diretorda 4TI e aluno do curso de Administração comênfase em Análise de Sistemas na PUCRS,destacou a agilidade como a principal vanta-gem proporcionada pelo software à feira. “Osistema permite, rapidamente, que se tenhauma visualização dos espaços ocupados pe-los estandes no parque, além dos contratos epagamentos que devem ser efetuados peloslocatários interessados em participar da fei-ra”, disse.

Para a operadora dos contratos de loca-ções no parque, Andréia de Oliveira, o traba-lho realizado pela 4TI mereceu elogios desdea instalação até a orientação sobre o correto

Prêmiosno Festival

de Gramado

Ofilme Saudade, dirigido pela alu-na do curso de Produção Audio-

visual Cinema e Vídeo da Facul-dade de Comunicação Social (Famecos)GABRIELA BENEDET, levou sete prêmios(melhor filme, direção, fotografia, monta-gem, trilha sonora original, atriz e diretorestreante) na mostra competitiva de Super-8, durante o 34º Festival de Cinema de Gra-mado. Já no Gramado Cine Vídeo, na cate-goria Universitário Gaúcho, o 1º PrêmioDestaque do Júri ficou para Moradas SãoPedro – A vida do outro lado dos portõesde THAÍS FERNANDES. Na categoria Uni-versitário Brasileiro, o 2º prêmio destaquede Júri foi para Aqui Jazz, de FABRÍCIOCANTANHEDE, ambos da PUCRS. VINICIUSCRUXEN e MAITE MEDEIROS foram agra-ciados com o premio Galo de Ouro pelo pú-blico com o filme Os Girassóis de Hugo.

uso do software. “A fácil leitura do sistemapossibilitou que dados e cálculos relaciona-dos às locações fossem executados de formaimediata”, destaca.

Udo Tesche, chefe do setor de locações daExpointer, chamou a atenção para o fato de osistema estar instalado junto à própria sede daempresa. “É muito satisfatório saber que, comapenas uma ligação, ou seja, sem sair do par-que, podemos resolver qualquer espécie deproblema”, afirma. A 29ª edição da feira ocor-reu de 26 de agosto a 3 de setembro, no Par-que de Exposições Assis Brasil, em Esteio.

Standrecepcionacalouros

Uma recepção fraterna e caloro-sa foi realizada para os novosalunos da Universidade no

Stand Calouros, que ocorreu de 10 a 18de agosto, no térreo do prédio 11, das8h às 22h30min. Tradicionalmente, oStand é um lugar especial, onde sepode tocar violão, cantar no videoquê,pintar, degustar sucos e doces e obterinformações sobre Porto Alegre, o RioGrande do Sul, a PUCRS, a Pastoral eos irmãos maristas. O aluno que foi aolocal teve à sua disposição uma equipedisposta a esclarecer dúvidas, conver-sar e trocar experiências. Agentes dePastoral, monitores, veteranos e irmãosmaristas interagem com os calouros nacerteza de que a educação se dá atra-vés da presença amiga.

Acolhida num lugar especial

Estudantes cantaram no videoquê

Montanari faz Análise de Sistemas

Recém-formadosconquistamAssespro

Os recém-formados em Ciência daComputação, EDUARDO BORN e

MARCOS HERMES, e LUCIANOBLOMBERG, de Sistemas de Informação,orientados respectivamente pelos professo-res Marcelo Ribeiro e Duncan Alcoba, con-quistaram o Prêmio Assespro que, em suaterceira edição, destacou entre 14 traba-lhos de conclusão os dois melhores: Umaproposta de suporte semi-automatizadopara gerenciamento de script de teste (deBorn e Hermes), e SISALOC: gestão de re-cursos didáticos no Campus Viamão daPUCRS (de Blomberg), analisados do pontode vista da aplicabilidade empresarial. Aentidade representativa das empresas deTecnologia da Informação concedeu certifi-cado de reconhecimento e prêmios conferi-dos pelas empresas patrocinadoras doevento, a Processor Alfamídia e a LB Con-sultoria Jurídica em TI.

Foto: Divulgação

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LANÇAMENTOS DA EDIPUCRS

32 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 131 – SET-OUT/2006

RESPONSABILIDADE SOCIAL& UNIVERSIDADE

Julieta Beatriz Ramos Desaulniers(org.) – 216p.

Uma coletânea, na qual seus autorestêm como principal interesse exporformas possíveis de articulação docapital intelectual, produzido pelocampo científico, com demandasemergentes, divulgando resultadosde estudos e pesquisas recentes, pa-ra evidenciar o papel da Univesidadeem relação à responsabilidade social.

ÉTICA E ÉTICAS APLICADASA RECONFIGURAÇÃO DO ÂMBITO MORAL

Jovino Pizzi163p. – Coleção Filosofia 196

O Círculo de Pesquisas Literárias apresenta

mais um volume da coleção Cone Sul, reunindo

ensaios sobre a temática do Sul, na qual o Rio

Grande do Sul tem preponderante atuação por

sua posição geopolítica e histórica. Os temas

referem-se ao intercâmbio cultural entre os po-

vos, à problemática das relações dos séculos

19 e 20 e às situações especiais do Brasil ou

do Rio Grande concernentes à política, à edu-

cação e à vida que se desenrola nesta região.

CÉLULAS-TRONCO E BIOÉTICAO PROGRESSO BIOMÉDICO

E OS DESAFIOS ÉTICOSWilmar Luiz Barth – 331p.

Com este trabalho, o autor pretende apre-sentar a biologia das células-tronco, alar-gar o horizonte da reflexão antropológica edemonstrar quais as implicações éticas pre-sentes na sua manipulação e utilização te-rapêutica. Além disso, quer principalmentemostrar que o verdadeiro motivo da aprova-ção da lei brasileira sobre o uso de embri-ões não está somente nas esperanças tera-pêuticas. Existe também um interesse econô-mico que projeta enormes ganhos por meiode um mercado internacional interessado nessa matéria-prima de origem humana.

MEDIAÇÕES NA PRODUÇÃO DE TV

UM ESTUDO SOBRE O AUTO DA COMPADECIDAMaria Isabel Orofino

228p. – Coleção Comunicação 36

Um olhar diferenciado no âmbito da produção te-

levisiva, buscando evidenciar, através da temá-

tica da recepção, que os telespectadores não são

necessariamente sujeitos passivos diante da tela

da TV. Um dos objetivos centrais do trabalho é de-

monstrar como a perspectiva das mediações to-

ma como ponto de partida o pólo da recepção e rea-

liza um trânsito que parte das audiências para

uma visão integral do processo de comunicação.

FUTEBOL – HISTÓRIA, TÉCNICAE TREINO DE GOLEIRORogério da Cunha Voser,

Marcos Giovani Vieira Guimarãese Everton Rodrigues Ribeiro – 190p.Uma nova proposta pedagógica paraa excelência do desenvolvimento téc-nico do jogador de futebol abordandotemas como técnicas de condução epasse de bola, marcação, drible, chu-te a gol e treinamento de goleiro, en-tre outros. Também faz parte da obrauma retrospectiva dos 18 mundiais járealizados, a chegada do esporte noBrasil e a trajetória da Fifa e doscampeonatos mundiais.

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MERCADO DE TRABALHO

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 131 – SET-OUT/2006 33

Sensibilidade e motivaçãopara combater desigualdadesT rabalhar pela inclusão social, forta-

lecendo pessoas, comunidades eorganizações dentro de suas reali-

dades sociais, culturais e econômicas naperspectiva de garantir direitos. É com estecompromisso e espírito de solidariedadeque o profissional de Serviço Social ajudaas pessoas e a sociedade a enfrentarem ascontradições sociais na busca por umavida mais digna e igualitária. Com o objeti-vo de desenvolver processos sociais e polí-ticas públicas mais justas, o assistentesocial tem nas populações vulneráveis seuprincipal foco, contribuindo para ampliarpossibilidades e reverter os caminhos daexclusão.

A Faculdade de Serviço Social (FSS)prioriza a formação ética e acadêmica deprofissionais comprometidos com a am-pliação da participação social e da demo-cracia para atuar contra toda forma de dis-criminação, violência e exclusão. Ao longodos oito semestres, os alunos têm a opor-tunidade de criar competências para fazeruma leitura crítica da conjuntura, realizaranálise institucional, conhecer melhor aspolíticas públicas e o papel do Estado eda sociedade civil diante das desigualda-des, ter clareza sobre as mudanças nomundo do trabalho, identificar demandassociais e aprofundar conhecimentos sobrealternativas de participação popular, ges-tão e planejamento social, movimentos so-ciais, práticas organizacionais e trabalhoem rede.

A diretora da FSS, Jussara Mendes,destaca que a Faculdade foi vencedora doPrêmio Abril 2005 nas categorias corpo do-cente e incentivo à pesquisa na graduação,provando o potencial do curso. Ela salientaas boas oportunidades proporcionadas aos

acadêmicos, como os estágios em clubesde futebol, instituições sociais e órgãos go-vernamentais, conveniados com a Facul-dade, e nos núcleos de pesquisa.

A FSS possui o informativo Pão Quentee a revista Textos e Contextos, primeira pu-blicação eletrônica do País, e diversas pes-quisas, como a que realiza em parceriacom a Unesco tratando da vitimização nasescolas; a que trata das migrações inter-nacionais, realizada com apoio da Federa-ção Internacional das Universidades Cató-licas; e a Procad, sobre transferência derenda e Sistema Único de Assistência So-cial, em parceria com a PUC-SP e a Uni-versidade Federal do Maranhão.

Para a pós-graduação, são oferecidasas especializações em Gerontologia Sociale em Administração de Instituições paraIdosos, e mestrado e doutorado cuja áreade concentração é Serviço Social, Políticase Processos Sociais, com três opções de li-nhas de pesquisa: Serviço Social e PolíticasSociais, Serviço Social e Processos de Tra-balho e Gerontologia Social. Há ainda osnúcleos de pesquisa.

Por ser uma profissão interdisciplinar,tem mercado de trabalho bastante abran-gente, podendo ser encontrado em empre-sas privadas e públicas, conselhos de di-reitos e setoriais, organizações não-gover-namentais, hospitais, clínicas, abrigos,creches, escolas, fundações, grupos asso-ciados de consultoria e assessoria, sindi-catos e associações profissionais, coopera-tivas, clubes esportivos e culturais.

Segundo o Conselho Regional de Servi-ço Social do Rio Grande do Sul, o piso sala-rial varia de R$ 1.100 a 1.500 para 20 ho-ras semanais, podendo chegar a R$ 2.500para 40 horas por semana.

Ex-aluna prestaserviços à

comunidade

A ex-aluna da Faculdade de Ser-viço Social Thaísa Teixeira Closs for-mou-se e logo começou a atuar naprofissão. Há seis meses, depois depassar num concurso público reali-zado pela Escola de Saúde Públicado Rio Grande do Sul, é residente in-tegrada multiprofissional no Centrode Saúde Escola Murialdo, localizadono bairro Partenon, em Porto Alegre.O Centro tem sete unidades básicasde saúde espalhadas pelo bairro eThaísa reveza seus horários entretodos eles. Além dos profissionais dasaúde, a presença de um assistentesocial é muito importante. A ex-alunaauxilia na integração entre as equi-pes de diversas áreas de trabalho, acomunidade e as famílias.

GRUPOS DE PESQUISA Núcleo de Estudos de Políticas e Economia Social Núcleo de Estudos e Pesquisa sobre Cotidianidade Núcleo de Pesquisas em Demandas e Políticas Sociais Núcleo de Estudos e Pesquisa em Violência Núcleo de Estudos e Pesquisa em Saúde e Trabalho Núcleo de Pesquisas em Ética e Direitos Humanos Núcleo de Estudos e Pesquisa em Formação Profissional em Serviço Social

ONDE CURSAR Faculdade de Serviço Social Campus Central Av. Ipiranga, 6681 Prédio 15 Informações: (51) 3320-3546 [email protected] www.pucrs.br/fss

Thaísa passou em concurso público

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EM FOCO

34 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 131 – SET-OUT/2006

BIBLIOTECA adquire livroseletrônicos e do século 18

ABiblioteca Central Ir. José Otão é aprimeira do Rio Grande do Sul a dis-ponibilizar livros eletrônicos (e-

books), da coleção CRC Press, com textoscompletos em formato digital, elaboradospara leitura em tela de computador.

A coleção de e-books, atualizada constan-temente, contém mais de 900 títulos das áreasde Ciências da Saúde, Ciências Biológicas,Meio Ambiente e Ciências da Terra, Engenha-ria, Informática e Tecnologia da Informação.

O acesso aos livros pode ser feito pela in-ternet a partir de qualquer computador ligadoà rede da Universidade, no site da Biblioteca(www.pucrs.br/biblioteca), clicando em LivrosEletrônicos, ou por meio do catálogo on-line(http://verum.pucrs.br/ALEPH).

A coordenadora-geral da Biblioteca, bi-bliotecária Sonia Vieira, ressalta que entre asprincipais vantagens dessa ferramenta estãoa busca direta no texto por assuntos, figuras,gráficos, equações e tabelas, a atualidade domaterial disponível, o fácil acesso, podendoser feito diretamente pelo endereço ou pelocatálogo da biblioteca, e o fato de várias pes-

Poesias, fotos, áudios de poemasdeclamados e um pouco sobre avida do poeta gaúcho Mario

Quintana podem ser vistos numa expo-sição virtual no site da Biblioteca Cen-tral (www.pucrs.br/biblioteca). A maiorparte dos textos foi selecionada do pró-prio acervo da Biblioteca.

Os setores de Acervos Especiais eSuporte criaram a exposição em come-moração ao centenário de nascimento do poeta gaúcho. Ela ficará per-manentemente à disposição no site, junto de outras exposições, comoEscritoras Gaúchas da PUCRS e Cinema Brasileiro nos Acervos daPUCRS, entre outras.

O centenário de Quintana também foi lembrado pela Faculdade deLetras com uma aula inaugural em homenagem ao escritor. A atividadecontou com as participações do presidente da Academia Rio-Granden-se de Letras e assessor da Reitoria da Universidade, Ir. Elvo Clemente,e do vice-diretor da Faculdade, Luiz Antonio de Assis Brasil, que fala-ram da história do poeta e da convivência com o gaúcho. A integranteda Academia Rio-Grandense de Letras Ruth Telles declamou poemasde Quintana e houve ainda um espetáculo musical e literário Quintanaem vários tons, com Gláucia Souza.

soas poderem acessar os livros, sem a ne-cessidade de aguardar um exemplar ser de-volvido, por exemplo.

Informações e treinamentos no Setor deReferência da Biblioteca Central ou nas bi-bliotecas dos demais campi.

Outra novidade é a base de dados Eighte-enth Century Collections On-line, que ofereceacesso a textos completos de mais de 150 millivros publicados no século 18. As obras estãoinseridas nas áreas subdivididas em Históriae Geografia; Artes; Ciências Sociais; Medici-na, Ciência e Tecnologia; Literatura e Línguas;Religião e Filosofia e Direito. Além dos títulosdas referidas áreas, há também mais de 4 milobras-referência, incluindo enciclopédias, al-manaques, dicionários e catálogos.

Para acessar, basta entrar na página daweb www.pucrs.br/biblioteca e clicar no linkPortal Periódicos – Capes e, em seguida, se-lecionar a opção Eighteenth Century Collecti-ons On-line, localizada nos destaques. Aspesquisas podem ser feitas por meio de bus-ca por autor, título, palavra-chave ou textocompleto, e podem ser impressas, salvas e/

Exposição virtualhomenageia Mario Quintana

Poeta faria 100 anos

UNITV comemora o8º aniversário

Ocanal universitário de Porto Alegre – UNITV festeja oitoanos de atividades neste mês de setembro. ReunindoInstituições de Ensino Superior da Capital gaúcha, com

estúdios e central geradora instalados no Campus Central daPUCRS, a emissora vem contribuindo de forma valiosa para forta-lecer o indispensável diálogo entre a universidade e a comunidade.

“Veiculando programas que enfatizam a informação, a cultura,a ciência e a educação, a UNITV reafirma seu compromisso socialde promover a aproximação entre a produção acadêmica e os an-seios comunitários”, destaca o presidente do conselho gestor docanal, professor Carlos Alberto Carvalho.

Em 28 de setembro, no tradicional jantar de aniversário, serãoentregues os Destaques UNITV – 2006, premiando projetos e tra-balhos expressivos nas áreas social, cultural e científica, bem co-mo distinguindo a atuação marcante de pessoas e instituições.

ProgramaEntrevistas e Debates

ou enviadas por e-mail. Informações comple-mentares pelo telefone (51) 3320-3696 oupelo e-mail [email protected].

O acesso é pela internet

Foto: Acervo Literário de Mario Quintana

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PUCRS INFORMAÇÃO Nº 131 – SET-OUT/2006 35

BASTIDORES

ESPORTE propiciaconvivência e saúdeOParque Esportivo da PUCRS não é

apenas uma academia gigante, umestádio, um conjunto de quadras de

tênis, squash e paddle, espaços para bocha,lutas e ginástica olímpica. É também campode estágio e sede da Faculdade de EducaçãoFísica e Ciências do Desporto. Com ênfase nasaúde e no bem-estar, reúne 1,8 mil pessoasde todas as idades. São encontros que inspi-ram amizades. Na Escola de Natação, porexemplo, surgiu um grupode 35 pessoas para fazertravessia que conquistou o3º lugar entre equipes doRS durante o 7º CircuitoMercosul de Travessias2005/2006, em Santa Ca-tarina.

Nas aulas de pólo a-quático, uma das modali-dades oferecidas somentepela PUCRS em Porto Alegre, o entrosamentoentre alunos de graduação, de ensino médio epúblico externo chegou a tal ponto que eles for-maram uma equipe e estão competindo. “Oprofessor tem de ser artista, fazer o aluno sairdaqui satisfeito”, destaca a coordenadora daEscola de Natação, Letícia Cardoso.

São oferecidas aulas de condicionamentocom ou sem instrução na piscina olímpicapara quem sabe nadar. Os que querem de-senvolver ou aprimorar as técnicas vão paraa piscina de aprendizagem ou terapêutica. Nahidroginástica, há três modalidades: parapessoas sem doenças, obesos (encaminha-dos pelo Centro de Obesidade Mórbida doHospital São Lucas) e idosos.

Os maiores sucessos na Academia são

musculação, jump, bike, ginástica localizada eioga. “Temos alunos dos 13 aos 88 anos e dezcadeirantes”, diz o coordenador da Academia,Márcio Müller. Também chama a atenção acorrida orientada, com acompanhamento dostriatletas Gabriel Espindola e Lucas Pretto.

Um dos maiores diferenciais do Parque é ainfra-estrutura, que beneficia os acadêmicosde Educação Física e os clientes. “No Brasilnão há local mais bem equipado ligado a uma

universidade”, destaca ogerente Márcio Bindé.Apesar de grande parte dopúblico ser de professores,funcionários e alunos daPUCRS, ele acredita que acomunidade interna pode-ria aproveitar ainda mais oespaço.

Para manter o Parque,a Prefeitura Universitária

tem 30 funcionários atuando. O sistema decalefação das piscinas é monitorado por 24horas, com plantões nos finais de semana.Quando os alunos chegam, às 7h, a água e oambiente estão numa temperatura ideal. Elesnão imaginam a infra-estrutura que fica de-baixo da piscina olímpica. Os técnicos fazemo controle por computador. O sistema contacom alarmes indicando quando alguma má-quina não está operando. Outra tarefa impor-

Parque sedia projeto socialO Parque Esportivo sedia, desde agos-

to, o projeto Show de Bola, realizado pelaProvíncia Marista do Rio Grande do Sulcom 600 crianças carentes do entorno daPUCRS, dos 11 aos 16 anos, indicadas porassociações de bairros. Foram escolhidasas que não estão incluídas em projetos so-ciais semelhantes. A iniciativa, que deveocorrer por tempo indeterminado, oferecefutebol de campo, futsal, basquete e vôleie, a partir de setembro, oficinas de Mate-mática e Português. Cada adolescente temdireito a material e lanche, além do trans-porte. Eles vêm para a PUCRS no turno di-verso da escola de duas a três vezes porsemana.

Segundo o coordenador do projeto, Lu-ciano Costa da Silva, um dos objetivos épreparar os jovens para a entrada no mer-cado de trabalho. Da Universidade, partici-pam dois professores e 12 estagiários deEducação Física. Mais adiante haverá alu-nos de Letras e Matemática.

Jovens treinam futebol de campo

Piscina é monitorada por 24 horas

tante é manter o pH e o cloro da água em ní-veis adequados.

No campo de futebol do Estádio, uma en-genheira agrônoma presta orientação técnicasobre a manutenção da qualidade do grama-do. Antes do inverno é realizado o plantio desementes de azevém, que, além de criar umacamada de proteção contra o frio, aumenta aresistência ao pisoteio. Quinzenalmente sãofeitas fertilizações com micro e macronutrien-tes. A Prefeitura Universitária adquiriu umtrator especial, com hélices helicoidais, quepermite a realização de cortes em faixas nocampo e deixa a grama mais parelha.

No Estádio: trator especial corta grama

Infra-estrutura subterrâneaNÚMEROS

Clientes: 1.813 (76% da PUCRS ou familiares) Funcionários: 33 Estagiários: 20 Locações/média mensal: 570 Eventos/média mensal: 6 Litros de água nas piscinas:

• Olímpica: 2,1 milhões• Aprendizagem: 118,8 mil• Hidroterapia: 139,3 mil

Capacidade de público nas arquibancadas:• Piscina olímpica: 800• Estádio Universitário: 2,1 mil

Site: www.pucrs.br/parqueesportivo

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CULTURA

Periódicos divulgamprodução científicaArtigos científicos, resenhas ou co-

mentários de livros, resultados dedissertações, teses, entre outros,

podem ser encontrados nos periódicos daUniversidade, publicados por diversas unida-des acadêmicas.

Cada unidade fica responsável pela sele-ção e edição do material, bem como pelaatualização das listas de distribuição geral.Todas as publicações são feitas respeitandonormas do Manual de Procedimentos paraPublicação, como as que tratam do formatode apresentação das laudas, imagens, entreoutros procedimentos.

Os originais são encaminhados à EditoraUniversitária da PUCRS (Edipucrs), que fazuma revisão técnica, diagramação e posteri-ormente encaminha para a Gráfica Epecê,também da Universidade.

Os assuntos, assim como as tiragens, sãovariados. As Humanas predominam, mas fa-culdades como de Medicina, Biociências eAdministração, Contabilidade e Economia têmsuas revistas.

A mais antiga, em circulação há 50 anos,é a Veritas. Criada em 1955 como a primeirarevista da Universidade, tornou-se, com opassar do tempo, a Revista do Instituto deFilosofia e Ciências Humanas. Atualmente sobresponsabilidade do Programa de Pós-Gra-duação em Filosofia, tem uma tiragem mé-dia de mil exemplares e circula trimes-tralmente. A revista conta com artigos de au-tores brasileiros e estrangeiros e circula em32 países.

36 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 131 – SET-OUT/2006

NÚCLEO INTEGRA HISTÓRIA E JORNALISMO

No primeiro semestre deste ano foicriado o Núcleo de Pesquisa Históriae Jornalismo, vinculado às Faculda-

des de Comunicação Social (Famecos) e Filo-sofia e Ciências Humanas, com a proposta deexaminar questões pertinentes que ligam asáreas em questão.

Fazem parte do núcleo dois grupos mis-tos, sendo um formado por alunos da gradua-ção, dos cursos de Jornalismo e História, eoutro por alunos de pós-graduação das duasunidades.

Segundo a professora Sandra Brancato,

da História, a iniciativa de uma integraçãomais oficial das áreas surgiu da constataçãode que ambas andam juntas na prática. Pro-va disso é que ela, por exemplo, tem oito ori-entandos de pós-graduação nessa situação.“Fui várias vezes convidada para bancas dedoutorado na pós-graduação da Famecos e, oinverso, costuma ocorrer com a professoraBeatriz Dornelles e com o professor AntonioHohlfeldt, vindo para a História. Com tantosprojetos em comum, resolvemos então criarum núcleo para trabalharmos de maneira in-tegrada”, conta.

Os encontros são quinzenais, com discus-são de textos, troca de experiências e pales-tras de professores. Temas como a ética pro-fissional de comentaristas políticos da TV Glo-bo, na relação com o Congresso Nacional eteorias sobre a forma de produção da notíciaforam alguns dos debatidos no primeiro se-mestre. No segundo semestre deste ano onúcleo pretende ampliar suas atividades. Oscoordenadores são os professores AntonioHohlfeldt, Beatriz Dornelles e Sandra Branca-to. Informações pelos e-mails [email protected] e [email protected].

Segundo o diretor da Edipucrs, professorJerônimo Braga, todas as revistas estão rece-bendo uma versão on-line para facilitar aconsulta. “Acreditamos que no futuro elas es-tarão disponíveis somente na internet. Até ofinal do ano pretendemos implantar a EditoraOn-line, que cuidará dessas questões”, adi-anta.

As assinaturas de todas as revistas po-dem ser feitas na Edipucrs. Informações pelotelefone (51) 3320-3523 ou site www.pucrs.br/edipucrs.

AS PUBLICAÇÕESPERIÓDICO ÁREA INFORMAÇÕESAnálise Administração, [email protected] ou www.pucrs.br/face

Contabilidadee Economia

Biociências Biociências [email protected] ou (51) 3320-3545Brasil/Brazil Letras [email protected] ou (51) 3320-3676Civitas Ciências Sociais [email protected] ou (51) 3320-3681Comunicações MCT [email protected] MCTDireito e Justiça Direito [email protected] ou (51) 3320-3634Educação Educação [email protected] ou (51) 3320-3620Estudos História [email protected] ou (51) 3320-3534Ibero-AmericanosFamecos Comunicação [email protected] ou (51) 3320-3658 sub ramal 24Letras de Hoje Letras [email protected] Ciência Odontologia [email protected] ou (51) 3320-3562Psico Psicologia [email protected] ou (51) 3320-3500, ramal 4207Scientia Médica Medicina [email protected]ões do Comunicação [email protected]árioTeocomunicação Teologia [email protected] ou (51) 3320-3518Veritas Filosofia [email protected] ou (51) 3320-3555

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CULTURA

Por Ana Paula Acauan

APUCRS recebeu o acervo literário dopoeta, escritor, ensaísta e críticogaúcho Paulo Hecker Filho, conheci-

do como PHF, doado por sua filha, Dulce He-cker Ferrari. Grande parte do acervo é com-posta pela extensa correspondência de PHFmantida com escritores, jornalistas e artistasplásticos brasileiros. Além de guardar todasas cartas que recebia, o jornalista que atuouno Estado de São Paulo e em Zero Hora tinhao cuidado de copiar em carbono ou xerox asrespectivas respostas, o que auxilia a contex-tualização do diálogo entre o crítico e o autor.“O acervo representa o inventário de meio sé-culo de cultura brasileira na perspectiva docrítico”, avalia o vice-diretor da Faculdade deLetras, Luiz Antonio de Assis Brasil.

Parte da correspondência ativa de PHF,morto em 2005, aos 79 anos, era depois utili-zada em seus trabalhos publicados em jor-

Acervo resume meioséculo de literatura

nais, suplementos literários e revistas. Masisso não ocorria em todos os casos. Algunsautores recebiam apenas bilhetes encorajan-do-os a continuarem na vida literária ou – oque ocorria com regular freqüência – aconse-lhando-os a desistirem. Assis Brasil comentaque Hecker Filho era um crítico muito exigentee não abria mão do que acreditava. “Ele are-java a literatura com seus pontos de vista.Dava logo ressonância às publicações, comum texto bem elaborado e analítico.” Para oprofessor, ele é um dos últimos representan-tes de uma linha que avaliava as obras sobuma perspectiva essencialmente cultural. Oassessor da Reitoria e presidente da Acade-mia Rio-Grandense de Letras, Ir. Elvo Clemen-te, disse que Paulo Hecker inaugurou um esti-lo na década de 70, livre dos estruturalismose formalismos então muito praticados nosambientes acadêmicos.

O crítico também recebia muitos textosoriginais, com o pedido de análise e, em geral,

atendia às solicita-ções. Nas caixas depapelão guardadasna Faculdade de Le-tras foram descober-tos também algunstextos, possivelmen-te inéditos, tantonarrativos quantopoéticos ou ensaísti-cos, de autoria dePHF. “Apenas umaanálise acurada, aposteriori, poderáavaliar em que me-dida teriam sido pu-blicados”, informaAssis Brasil.

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 131 – SET-OUT/2006 37

O escritor Antônio Carlos Resende, amigopróximo do intelectual, foi o intermediário nocontato entre a família e a Universidade. Ogenro de PHF, Carlos Augusto Ferrari Filho,diz que confia na seriedade do trabalho daPUCRS. Comenta que o sogro dava muita im-portância à sua correspondência e que nelaestá contida boa parte de seu pensamento ede sua postura ética. A filha Dulce ressalta areceptividade com que o material foi acolhidona Universidade. Quando o pai se mudou paraSão Paulo, tinha apenas seis anos, e a cor-respondência foi a forma que encontraram demanter a proximidade. Ela ficou com inúme-ras cartas familiares.

A diretora da Faculdade de Letras, MariaEunice Moreira, destaca que o material estáguardado com zelo e futuramente estará dis-ponível para pesquisa. Ficará no Setor deObras Especiais e Acervos Raros da BibliotecaCentral Irmão José Otão, que está sendo am-pliada. Na nova torre da Biblioteca haverá umandar destinado aos acervos literários daPUCRS, incluindo o de PHF. O término dasobras está previsto para o primeiro trimestrede 2008.

O poetaAbaixo, um poema de Paulo Hecker

Filho, publicado no livro Aqui e agora,em 2003, pela Editora Alcance,sugerido pelo escritor Antônio CarlosResende, conhecedor da obra de PHF.Segundo ele, Ela era doce é uma home-nagem do poeta à filha Laura, assassi-nada num assalto no Rio de Janeiro.

ELA ERA DOCE

Ela era doce, frágil, bela.A vida não quis saber.E não foi justa, nem com ela,Pra quem um não já era morrer.

Ela era doce, frágil, bela.Me corta a vontade de ser.Como podia, até com ela,O mundo não se enternecer?

Ela era doce, frágil, bela.É duro lhe sobreviver.Sinto que morro tal qual ela

Se lhe recordo o esmorecer.Ela era doce, frágil, belaTalvez demais para viver!

Paulo Hecker Filho mantinha intensa correspondência

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AÇÃO COMUNITÁRIA

Alunos fazem cartilha sobreDIREITO À MORADIA

ONúcleo de Assessoria Jurídica Popu-lar (Najup), formado por estudan-

tes da PUCRS e profissionais, estáelaborando uma cartilha para servir de apoioem capacitações populares sobre direito àmoradia. O projeto conta com a parceria doDepartamento de Direito Público da Faculdadede Direito (Fadir) e Procuradoria-Geral do Mu-nicípio (PGM).

O trabalho começou com a capacitação decerca de 30 estudantes que integram a inicia-tiva – a maioria do Direito e alguns da Arquite-tura –, conduzida por professores do Direito eprocuradores. A fase de confecção da cartilhacontou com a realização de uma oficina piloto,na Vila Gaúcha, localizada no Morro Santa Te-reza, em Porto Alegre. Os participantes estive-ram em contato direto com a comunidade le-vantando as dificuldades enfrentadas poraquela população no acesso e na efetivaçãodo direito à moradia. A inserção no local foi fa-cilitada pelo apoio do Projeto Cidadania sobreRodas RS, realizado pela Associação de JovensEmpresários de Porto Alegre, Associação Bra-sileira de Recursos Humanos – Seccional RS eAssociação Educadora São Carlos, mantene-dora do Hospital Mãe de Deus.

Notou-se muita descrença sobre a regu-larização fundiária porque as famílias estãohá bastante tempo no local. Segundo a pro-fessora da Fadir Roberta Baggio, coordenado-ra do projeto pelo Departamento de DireitoPúblico, a comunidade foi esclarecida de queo trabalho do Najup não resolverá o problema.“A iniciativa não é assistencialista. Busca ins-trumentalizar a população para que ela váatrás da solução.”

Os moradores e os estudantes, que atua-ram como facilitadores, foram divididos emtrês grupos durante a oficina piloto: um repre-sentava o Estado, o outro a comunidade e oterceiro a imprensa. Ao se colocarem no lugarde outros, puderam perceber as limitações dopoder público e do Judiciário. O Najup tam-bém apontou a possibilidade de solução deconflitos pela própria comunidade. Vizinhosque disputam os fundos de um terreno, porexemplo, devem tentar entender-se.

Os estudantes que participavam pela pri-meira vez de um projeto como este percebe-ram a complexidade da situação, alcançando,por meio da dinâmica aplicada, a superação

de diferenças e dificuldades.“Com o tempo, conseguiramquebrar a barreira e valorizaro conhecimento da comuni-dade”, afirma o acadêmicoMarcelo Torelly. A professoraRoberta lembra que “há umresgate no sentido de exten-são universitária, unificandoensino e pesquisa numaação in loco”.

Três grupos trabalham nacartilha Direito à Moradia:Manual de Uso a partir dostemas: organização comuni-tária, acesso a políticas pú-blicas/papel do Estado e ações coletivas e in-dividuais. O texto terá linguagem acessível eserá elaborado a partir de pesquisas acadê-micas dos estudantes, sob orientação dosprofessores. Na próxima etapa, de setembro adezembro, haverá oficinas na Ilha Grande dosMarinheiros, numa vila do Lami e continuarãona Vila Gaúcha. A apresentação dos resulta-dos, com participantes da PGM e da PUCRS,incluirá as demandas levantadas nas comu-nidades e ocorrerá no final de novembro.

38 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 131 – SET-OUT/2006

Foto: Iagê Miola

Estudantes atuam como facilitadores na Vila Gaúcha

Para os participantes do Najup, desde já osaldo é positivo. “Quem tem esse tipo de ex-periência não consegue voltar atrás”, destacaRoberta, que vivenciou atividades de asses-soria jurídica popular quando estudante. Dosegressos da PUCRS que passaram pelo Nú-cleo, criado em 2002, grande parte atua emmovimentos sociais, organizações não-gover-namentais, órgãos públicos ou universidades.Interessados podem fazer contato: [email protected].

DEMANDAS DAVILA GAÚCHADesemprego como fator degeração de exclusão sociale marginalizaçãoExclusão social como fatorde desunião e violênciaConfusão entre as atribui-ções dos poderesConfusão entre possibili-dades jurídicas e interes-ses políticos

Confusão entre direito fun-damental à moradia e odireito de propriedade

Fonte: Najup

TÓPICOS DE PESQUISATRABALHADOSAlternativas jurídicas paraa produção cooperativa egeração de renda

Instituições do Estado De-mocrático de Direito

Moradia e direitos reais

ABORDAGEM DOS TEMASNA CARTILHAO que é uma cooperativa?Por que trabalhar em cooperativas?O que a lei “pede” para iniciar uma coo-perativa?

Qual a função dos poderes do Estado?O que podem fazer os políticos (deputa-dos, vereadores, prefeitos, governadorese presidentes)?Qual a função da Polícia?O que faz o poder Judiciário?Como se garante a moradia digna?O que é o direito à propriedade de imó-veis?Os limites da regularização de áreas

ocupadasA garantia por usucapião,concessão de direito realde uso, urbanizador sociale inclusão em projetos so-ciais

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PELO RIO GRANDE

APUCRS está contribuindo com a ca-racterização dos vinhos produzidosna Fronteira Oeste do RS. Pesqui-

sas realizadas pela Faculdade de Zootecnia,Veterinária e Agronomia (FZVA) do CampusUruguaiana têm resultados promissores. Oprofessor Carlos Roberto Martins, que coorde-na o projeto, diz que,com um custo de pro-dução razoável, vem-seobtendo vinhos de ex-celente qualidade, combaixa acidez e teores deaçúcar elevados, o quegarante uma graduaçãoalcoólica superior aosproduzidos em outroslocais do Estado. “Mes-mo com uma conjuntu-ra desfavorável nasáreas econômica e geo-gráfica, pela concorrên-cia de países vizinhos,novos plantios de vi-nhedos são realizadosna região.”

O professor explicaque a produção de vi-nhos finos parte deuvas de qualidade, o que exige, principalmen-te durante a fase de maturação, clima seco e

Vinhos com a marcada Fronteira Oeste

de alta insolação. “A região da Fronteira apre-senta uma das melhores condições climáticaspara a produção de videiras européias desti-nadas à elaboração de vinhos finos do País.”A plantação em Santana do Livramento, porexemplo, começou há mais de 20 anos e,mais recentemente, Bagé, Candiota, Encruzi-

lhada do Sul e PinheiroMachado têm parreirais.Nesses locais, diz Mar-tins, o clima favorece oaumento do teor deaçúcar e a coloraçãodas bagas (frutos) e abaixa umidade relativado ar garante o desen-volvimento sadio de vi-deiras, com poucas pra-gas e doenças, reduzin-do o uso de agrotóxicos.

Até agora, segundoo professor, a culturanão tem sido exploradadevidamente em Quaraíe Uruguaiana pela faltade informações técnicassobre o comportamentodas cultivares (varieda-des) na região e tam-

bém de incentivos. Nessas duas cidades aPUCRS faz pesquisas, incluindo os vinhedos

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 131 – SET-OUT/2006 39

FEPAGRO OFERECE ESTÁGIOS A ALUNOS

Alunos de Medicina Veterinária e Agro-nomia do Campus Uruguaiana estãorealizando estágios na Fundação Es-

tadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro).Eles participam do manejo de bovinos e ovinosda Estação Experimental e integram projetos

em andamento, como teste de avaliação deBraford e Hereford, melhoramento de ovinos,formação de plantel de cavalos da raça crioulae integração da lavoura de arroz com a ativida-de pecuária. São oferecidos alojamentos gra-tuitamente aos seis estagiários, com água, luz

e gás. Quando a Fepagro reformar totalmente olocal – a dois quilômetros da Universidade –,haverá espaço para 20 estudantes. Eles sãoselecionados pelo perfil socioeconômico e de-sempenho acadêmico. O convênio com a Fe-pagro tem a duração de cinco anos.

Unidade produzfrutas orgânicas

O Campus Uruguaiana da PUCRS e aEmpresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária(Embrapa) Clima Temperado instalaram emagosto uma unidade inédita na FronteiraOeste de produção orgânica de frutas, queterá 300 plantas de mais de 50 espécies di-ferentes. Sediada no Setor de Fruticultura doCampus, faz parte do projeto Quintais Orgâ-nicos de Frutas, da Embrapa.

No sistema orgânico, são adotadas tec-nologias que privilegiam o uso de recursosnaturais e socioeconômicos, minimizando adependência de energias não-renováveis eeliminando o emprego de agrotóxicos e deoutros insumos tóxicos, organismos geneti-camente modificados (transgênicos) ou radi-ações ionizantes em qualquer fase do pro-cesso de produção, armazenamento e consu-mo. O professor Carlos Roberto Martins expli-ca que na unidade será buscada não apenasa oferta de frutas saudáveis e de elevadovalor nutricional, como também a preserva-ção e ampliação da biodiversidade dos ecos-sistemas e a conservação das condições fí-sicas, químicas e biológicas do solo, água ear. Alunos da PUCRS participarão de projetosde pesquisa que serão conduzidos no local.

Forte Wagners, localizado no distrito de Im-baá, em Uruguaiana, e Anversa, em Quaraí. Aárea experimental do Campus, com mais de15 variedades de uvas européias, americanase híbridas, conta com a participação de alu-nos de Agronomia para condução e manejo.No Laboratório de Cultura de Tecidos da FZVAhá a propagação in vitro de videiras com aprodução de mudas livres de contaminação eidentidade genético-fitossanitária.

O estudo tem parceria das Associaçõesde Fruticultores de Uruguaiana e Quaraí,Emater/Quaraí e Embrapa Uva e Vinho deBento Gonçalves. Há apoios financeiros doPólo de Inovação Tecnológica do governo es-tadual, Fapergs, CNPq e prefeituras. Martins ealunos de Agronomia apresentarão seis traba-lhos no Congresso Brasileiro de Fruticultura,que ocorrerá no mês de setembro, em CaboFrio (RJ).

Chardonay é um tipo cultivado

Clima favorece mudas sadias

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40 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 131 – SET-OUT/2006

SINOPSE

VIGILÂNCIAINTERNA

O Sistema de Vigilância Interna daPUCRS recebeu o reforço de 13 câme-ras de um circuito fechado de televisãodigital, com abrangência que incluitodo o Campus Central e suas proximi-dades. A iniciativa permite observar osestacionamentos da Universidade e,externamente, o fluxo de veículos e depedestres e as paradas de ônibus. Deúltima geração, o sistema possibilitaidentificar as placas dos veículos emcirculação em sua área de alcance,

com gra-v a ç õ e sdigi taisque po-d e r ã oauxi l iaras auto-r idadesde segu-r a n ç apúbl icaquandon e c e s -sário.

CINEMA E VÍDEOO curso superior tecnológico em

Produção Audiovisual – Cinema e Ví-deo da Faculdade de Comunicação So-cial formou sua primeira turma no dia19 de agosto. O coordenador é o pro-fessor Carlos Gerbase. A PUCRS foi aúnica universidade privada participan-te da comissão de especialistas res-ponsáveis por elaborar a proposta denovas diretrizes curriculares para oscursos superiores de cinema e audiovi-sual aprovadas pelo Conselho Nacionalde Educação.

NOVOPRÓ-REITOR

PÓS NO URUGUAIAlunos de graduação e pós-graduação,

pesquisadores e professores da PUCRS têmuma nova opção de intercâmbio internacio-nal. A Instituição firmou convênio com a Uni-versidade Católica do Uruguai (UCU) que pre-vê, entre outros termos, estudo durante umou dois semestres no país vizinho, com opossível aproveitamento de créditos das dis-ciplinas. Assinaram o documento os Reitoresda PUCRS, Joaquim Clotet, e da UCU, PadreAntonio Ocaña. Professores e pesquisadorespoderão colaborar na outra universidade poraté um semestre, atuando na docência oupesquisa. Estudantes da UCU também pode-rão assistir a aulas na PUCRS.

LIVRO INFANTILRegina Zilberman, professora da Faculda-

de de Letras e diretora do Instituto Estadualdo Livro, conquistou o prêmio da FundaçãoNacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ)Cecília Meireles – na categoria O Melhor Li-vro Teórico, pela autoria da obra Como e porque ler a literatura infantil brasileira?, publi-cada em 2005 pela editora Objetiva. A FNLIJé a seção brasileira da International Board onBooks for Young People, uma associação in-ternacional de literatura infantil e juvenilexistente em 64 países.

MICROSOFTA direção da Microsoft do México vem ao

Brasil para conhecer a estrutura dos Centrosde Inovação (CI) instalados no País. O primei-ro CI a receber os executivos mexicanos seráo do Parque Científico e Tecnológico da PUCRS(Tecnopuc). A visita pode ser um ponto departida para parcerias Brasil-México privile-giando alunos e pesquisadores do Estado.

GINÁSTICALABORAL

Todas as terças e quintas-feirasfuncionários e professores podem de-dicar 15 minutos do seu tempo parabuscar melhor qualidade de vida.Pelo Programa de Ginástica LaboralErgonoMico, são prestadas informa-ções sobre a coluna vertebral, háalongamentos, integração e orienta-ções sobre atividades de vida diária.As ações são conduzidas por alunosda Faculdade de Educação Física eCiências do Desporto (Fefid), sob su-pervisão da professora Sônia Gomes.O programa conta com apoio da Ge-rência de Recursos Humanos e Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários. Onome ErgonoMico surgiu do fato demuitos considerarem um mico fazerginástica laboral. A idéia é expandir aatividade com a participação dasunidades acadêmicas da área dasaúde (Faculdades de Enfermagem,Nutrição e Fisioterapia, Farmácia,Medicina, Odontologia, Serviço Sociale Psicologia, Instituto de Geriatria eGerontologia e Hospital São Lucas).

O Reitor Joaquim Clotet deu posseao professor João Dornelles Juniorcomo Pró-Reitor de Extensão. O novoPró-Reitor é doutor em Educação e foidiretor da Faculdade de Administração,Contabilidade e Economia (Face). Dor-nelles estava à frente da coordenaçãogeral da Pró-Reitoria de Administraçãoe Finanças. O professor Roberto Mos-chetta, que exercia a Pró-Reitoria deExtensão, é o novo diretor do ParqueCientífico e Tecnológico (Tecnopuc) eretomou suas funções docentes naFace.

PODCASTO Núcleo de Jornalismo On-line da

Faculdade de Comunicação Social (Fa-mecos) está com um Podcast (progra-ma de áudio pela internet) que discutesemanalmente tópicos sobre as novastecnologias da comunicação. Tambémsão feitos relatos das pesquisas de-senvolvidas pelo grupo e de discus-sões em aula. O grupo foi um dos pri-meiros de brasileiros a cadastrar umprograma no diretório de Podcastingda iTunes Music Store. O endereço éhttp://cyberfam. pucrs.br/podcasting.

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PUCRS INFORMAÇÃO Nº 131 – SET-OUT/2006 41

MESTRADOE DOUTORADO

As inscrições para os cursos de mestradoe doutorado em 2007 começaram em agosto,seguindo os editais de cada Programa dePós-Graduação. A partir do próximo ano, asseleções ocorrerão por semestres. Os examesde proficiência em língua estrangeira tambémtiveram as datas alteradas e ocorrerão em 11de novembro, às 14h. As demais atividadesprevistas nos Programas para 2006 perma-necem inalteradas. Informações: com a se-cretaria de pós-graduação de seu interesseou no www.pucrs.br/prppg.

ARRECADAÇÃODE LIVROS

Livros didáticos ou de lazer podem ajudaros estudos ou estimular a leitura de criançasde escolas públicas. O Centro de Pastoral eSolidariedade convida a comunidade a doarlivros para o projeto Inclusão Cultural. Asdoações podem ser entregues no prédio 17do Campus Central. A iniciativa é uma parce-ria com o Rotary e o Rotaract Club Porto Ale-gre Moinhos de Vento. O material arrecadadoserá entregue a escolas públicas municipaise estaduais, creches e instituições comunitá-rias. Informações: (51) 3320-3576 ou www.inclusaocultural.org.br.

INSUFICIÊNCIACARDÍACA

O Serviço de Cirurgia Cardíaca e Eletrofi-siologia do Hospital São Lucas realizou umprocedimento inédito no Estado para pacien-tes com insuficiência cardíaca. A equipe for-mada pelos médicos Rubens Araújo, MarcoGoldani e Carlos Kalil, realizaram o implantedo aparelho que mede e registra a tendênciada impedância intratorácica (quantidade delíquido que se acumula nos pulmões) e alertao paciente, com sinais sonoros quando o vo-lume de líquido nos pulmões atinge o limiteprogramado, prevenindo uma possível con-gestão e conseqüente internação hospitalar.Conforme a Organização Mundial da Saúde,90 milhões de pessoas sofrem de insuficiên-cia cardíaca no mundo. No Brasil, 2,5 mi-lhões de pessoas são vítimas da doença,sendo responsável por 4% de todas as inter-nações e 31% das internações cardiovascu-lares.

Os alunos do curso de Economia daFaculdade de Administração, Contabilida-de e Economia ganham uma pioneira fer-ramenta de ensino: um Laboratório deMercado de Capitais, o LabMec/Sala Bo-vespa. A iniciativa é resultado de umaparceria entre a Universidade e a XP In-vestimentos, uma das maiores empresasde investimentos em ações da Região Sul.O laboratório foi inaugurado em agosto, nasala 705 do prédio 50, no Campus Cen-tral, permitindo o acesso ao mercado de capitais para cerca de 30 mil alunos. O obje-tivo do Labmec/Sala Bovespa é educar, por meio de cursos, os futuros investidoresquanto à forma correta de participar com segurança do mercado de ações.

LABMEC/SALA BOVESPA

A Faculdade de Ciências Aeronáuticasinaugurou o novo simulador de vôo de altatecnologia. O Jet Trainer - Glass Cockpit,similar ao Boeing B-737NG, é fabricadopela Precision Flight Control, da Califórnia(EUA). É o único na América do Sul e jáestá sendo utilizado para treinamento si-mulado de transição para aeronaves ajato, treinamento de gerenciamento coor-denado de cabine e simulação de vôo emrota orientada para linha aérea. O equipa-mento serve como instrumento práticopara alunos nas disciplinas de Procedimentos Operacionais de Cabine, Aviônica, Teoriade Operação de Jato e Práticas de Vôo em Simulador Obrigatórias.

SIMULADOR DE VÔO

MEMORIALOs 16 mil profissionais formados pela Fa-

culdade de Direito (Fadir) são convidados afazer parte de um cadastro em criação naunidade. A Fadir organiza um memorial e apartir dele pretende estreitar o contato com osegressos, pesquisar a situação profissional ea área de atuação dos formados. Os interes-sados devem preencher o cadastro disponívelno site www.pucrs.br/direito/diplomados. In-formações: (51) 3320-3634. A Faculdade deEngenharia recebe doações de materiais anti-gos, relacionados às diversas áreas da Enge-nharia, para a criação de um acervo, que seráinaugurado durante a Semana Acadêmica,em setembro. Informações: (51) 3320-3525ou pelo e-mail [email protected].

PRÊMIO BUNGEO Vice-Reitor, Evilázio Teixeira, represen-

tou o Reitor, Joaquim Clotet, na escolha doscontemplados do Prêmio Fundação Bunge2006, no Tribunal de Justiça de São Paulo. Tei-xeira integrou a comissão julgadora com reito-res das principais universidades brasileiras erepresentantes de entidades e institutos cien-tíficos e culturais. Este ano foram agraciadosprofissionais das áreas de Museologia e Tec-nologia de Alimentos. O Prêmio FundaçãoBunge é considerado um dos mais importan-tes e tradicionais estímulos à pesquisa e pro-dução intelectual do País. A galeria dos cercade 140 contemplados está disponível paraconsulta no endereço eletrônico da FundaçãoBunge: www.fundacaobunge.org.br.

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SINOPSE

42 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 131 – SET-OUT/2006

OBSERVATÓRIO

O Observatório Astronômico da PUCRSoferece sessões de observação do céu notur-no com telescópio. Os visitantes podem iden-tificar as principais constelações; entender ouso do telescópio para observação da Lua,planetas, estrelas e nebulosas; observar efotografar as passagens da estação espacialinternacional; além de aprender como aces-sar o calendário de previsões dessas passa-gens. O Laboratório possui ainda o digitaliza-dor de imagens CCD – acoplado a uma dasoculares do telescópio, transmite as imagensobtidas para um computador do observatório.Visitas são agendadas pelo (51) 3320-3535.O Observatório fica aberto segundas, quartase sextas-feiras, entre 20h e 22h, no 6º andardo prédio 8.

IDENTIDADEVISUAL

O Manual de Identidade Visual daPUCRS foi premiado com o 1º lugar nacategoria Manuais no Prêmio Gaúchode Excelência da Associação Brasileirada Indústria Gráfica. Foram destaca-dos no trabalho a qualidade em cali-bração das cores, a escolha do papeladequado e os recursos utilizados,como relevo, hot stamp e verniz. Apeça foi criada pela Gráfica Epecê, daUniversidade, em parceria com a As-sessoria de Planejamento e Marketinge a Agência Experimental de Publicida-de e Propaganda da Faculdade de Co-municação Social.

SINERGIA DIGITALFoi renovado o convênio entre PUCRS e

Procergs para o Projeto Sinergia Digital, coor-denado pela Faculdade de Administração,Contabilidade e Economia e Centro de Pasto-ral e Solidariedade. A iniciativa garantirá oaporte financeiro para manutenção do projetopor mais um ano. Atualmente funcionários daPrefeitura Universitária, funcionários de algu-mas áreas do Hospital São Lucas, idosos doPrograma Geron, crianças da Clínica Espe-rança e alunos da rede pública de ensino sãobeneficiados com aulas de informática no 9ºandar do prédio 50.

PNEUMOLOGIAO Grupo de Pneumologia Pediátrica do

Hospital São Lucas e o Instituto de PesquisasBiomédicas conquistaram, pela segunda vez,o prêmio máximo de apoio a pesquisadores(Golden Sponsorship) conferido pela Europe-an Respiratory Society. Durante o congressoda entidade, que será realizado em Munique,em setembro, Emerson Rodrigues da Silvaapresentará o trabalho Ausência de associa-ção entre hiper-reatividade brônquica e sibi-lância atual em escolares no Brasil: um dife-rente fenótipo de asma? originado de suadissertação de mestrado, orientada pelo pro-fessor Renato Stein.

ARQUITETURAA aluna da Faculdade de Arquitetu-

ra e Urbanismo Luciana Só Consiglio éuma das 25 finalistas do Prêmio OperaPrima 2006, realizado em São Paulo.Seu trabalho final de graduação propõeuma escola de gastronomia para o Se-nac-RS e foi orientado pelo professorJosé Carlos Campos. O projeto desta-cou-se entre 476 trabalhos provenien-tes de 107 cursos de todo o País nomais importante concurso nacional detrabalhos de diplomação da área deArquitetura e Urbanismo.

A SecretariaMunicipal de Obrase Viação (Smov),em parceria com aPUCRS, está insta-lando 33 lumináriasnas proximidadesdo Campus Centrale na PUCRS ZonaNorte. Na Av. Cris-tiano Fischer, a Di-visão de Iluminaçãoda Smov instalará17 luminárias. Elastêm corpo de alu-mínio injetado àalta pressão, com vedação ao pó e àágua. Na PUCRS Zona Norte, que funcionano Instituto São Francisco, serão implan-tadas 16 luminárias e quatro postes, alémda extensão da rede de baixa tensão,

ILUMINAÇÃO

numa iniciativa que beneficiará as comu-nidades das ruas Ricardo Koelleter, EnéasFlores e Nossa Senhora de Fátima e, es-pecialmente, os alunos do curso noturnodo Colégio Feijó.

EDUCAÇÃOO coordenador do Programa de

Pós-Graduação da Faculdade de Edu-cação e diretor do Instituto de CulturaHispânica, Juan Mosquera, recebeu oPrêmio de Educação Thereza Noronhaoutorgado pela Câmara Municipal dePorto Alegre. A proposta foi do vereadorMaurício Dziedricki. A solenidade deentrega ocorreu em agosto no plenárioda Câmara.

Foto: Nasa

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VIDA COMQUALIDADE

O Programa Vida com Quali-dade promove ações educativase preventivas com alunos, pro-fessores e funcionários da Uni-versidade, por meio do projetoPromoção da Saúde. Os partici-pantes poderão ser submetidosa avaliação e tratamento fisiote-rapêutico por terapia manual;detecção de pontos tensos e do-lorosos na musculatura;identificação de proble-mas nos tendões e ar-ticulações, além demedidas preventivas ede alívio de dor e descon-forto. As atividades são gratui-tas e ocorrem todas as sextas-fei-ras, das 11h30min às 13h30min,no Centro de Pastoral e Solida-riedade, sala 106 do prédio 17.Promoção: Pró-Reitoria de Assuntos Comuni-tários, Gerência de Recursos Humanos, Pas-toral e Faculdade de Enfermagem, Nutrição eFisioterapia.

GRADUAÇÃOA Pró-Reitora de Graduação, So-

lange Ketzer, foi eleita vice-presidentedo Fórum Brasileiro de Pró-Reitores deGraduação (Forgrad), gestão 2006-2007. A nova diretoria foi empossadana última reunião do Fórum, em Ara-cruz, Espírito Santo. Ana Dias, da Uni-versidade Federal do Ceará, foi eleitapresidente na mesma ocasião. A For-grad reúne todos os Pró-Reitores deGraduação de universidades e centrosuniversitários do Brasil. Tem como ob-jetivos formular políticas e diretrizesbásicas que permitam o fortalecimentodas ações comuns às Pró-Reitorias epossibilitar a integração dos Pró-Reito-res, visando ao fortalecimento e socia-lização das ações relativas ao ensinode graduação no contexto nacional.

CEMITÉRIOSA visão de cemitérios como espa-

ços apenas de morte está mudando noBrasil e no mundo. Pesquisadores dediferentes áreas descobrem nesses lo-cais demonstrações de arte, arquitetu-ra, cultura e convenções sociais. Otema esteve em discussão no 2º En-contro sobre Cemitérios Brasileiros,realizado em julho na PUCRS. A pro-moção foi da Faculdade de Filosofia eCiências Humanas da Universidade eda Associação Brasileira de EstudosCemiteriais.

O professor de História da PUCRSHarry Bellomo, especialista em artecemiterial e um dos coordenadores doencontro, explica que os países ociden-tais incorporam elementos da culturagreco-romana nos rituais e nos símbo-los fúnebres. O Encontro teve a apre-sentação de 40 estudos, realizados porpesquisadores das áreas de História,Antropologia, Turismo, Arte e Geografia.Entre os temas tratados impactos am-bientais, design nos cemitérios, dife-renças étnicas, futebol e cerimôniasfunerárias, utilização turística do cemi-tério, práticas de enterramento, simbo-lismo funerário e a morte infantil.

HISTÓRIAO projeto Historiando – brincando com o

tempo, idealizado e coordenado pelas profes-soras Márcia Andréa Schmidt da Silva e Ma-ria José Barreras, da Faculdade de Filosofia eCiências Humanas, foi apresentado no pro-grama Ação, do apresentador Serginho Grois-mann, na Globo. O trabalho é voltado a estu-dantes carentes de vilas de Porto Alegre queaprendem sobre história em geral, da músicae da dança, com a ajuda de alunos do cursode História.

TOP SER HUMANOA ex-aluna de Jornalismo da Faculdade

de Comunicação Social Cris Guimarães rece-be em setembro o prêmio da Associação Bra-sileira de Recursos Humanos no Rio Grandedo Sul (ABRH/RS) Top Ser Humano 2006, ca-tegoria Imprensa – segmento Revista. Ex-edi-tora da revista Conexão Social, a jornalistavenceu com a reportagem intitulada Arte cir-cense influencia o processo de cura em pa-cientes hospitalizados. A profissional desen-volve trabalhos na área de responsabilidadesocial há mais de sete anos.

BANDEIRAA instalação de um mastro de chapas de

aço de 30 metros de altura e 1,8 mil Kg, mo-bilizou uma equipe de arquitetos e engenhei-ros da Divisão de Obras e um caminhão-guindaste. A imensa estrutura, colocadaatrás do monumento na entrada do CampusCentral, vai hastear uma bandeira nacionalde sete panos (4,5 m X 3,15 m), confecciona-da em poliéster, podendo ser visualizada alonga distância. A bandeira – que conta comum sinalizador aéreo e é içada eletricamente– é um elemento de destaque para simboli-zar o espírito cívico.

TROFÉUIR. JOSÉ OTÃOO Campus Uruguaiana entregou o

29º Troféu Irmão José Otão para asmelhores raças ovinos de corte, duran-te a Expointer, no Parque de ExposiçõesAssis Brasil, em Esteio. A solenidadeocorreu no estande da Bayer, parceirana iniciativa. A condecoração tem oobjetivo de estimular a ovinoculturagaúcha voltada para a comercializaçãode carne, ainda incipiente no mercadode grande escala produtiva. A escolhados exemplares é feita pela AssociaçãoRio-Grandense de Criadores de Ovinos(Arco). Neste ano foram avaliadas asraças Hampshire Down, Texel, Ile deFrance, Suffolk e Santa Inês. Cada raçateve um grupo de jurados, que avalioua morfologia e a funcionalidade dosanimais de acordo com os padrões ra-ciais. O prêmio Ir. José Otão é realizadodesde 1978 pelo Campus Uruguaianada PUCRS. Durante este período, maisde 115 animais foram condecorados.

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PERFIL

44 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 131 – SET-OUT/2006

LUCIA GIRAFFA:professora, com orgulho

Por Mariana Vicili

Em 2007, a professora LuciaGiraffa, 50 anos, completa 30fazendo o que mais gosta:

lecionar. “Acredito que podemos en-sinar qualquer coisa, é uma questãode abordagem e de a pessoa quereraprender”, observa.

Docente da Faculdade de Infor-mática (Facin), divide seu tempo naUniversidade entre as aulas na gra-duação da Facin, no mestrado emEducação em Ciências e Matemáti-ca, além de coordenar a Unidade deEducação a Distância – PUCRS Vir-tual e o 7º Salão de Iniciação Cientí-fica da Instituição, que será realiza-do no Campus Central de 25 a 27 deoutubro. Mas é dentro da sala deaula que ela mais se realiza e renovasuas energias.

O gosto pela profissão nasceu deuma dificuldade, na infância, justa-mente na sua área, a Matemática.Durante o Ensino Fundamental, pe-ríodo no qual teve de mudar de cidade al-gumas vezes com a família, a menina tinhaum desempenho muito ruim nessa discipli-na, quase sempre prestando exame no finaldo ano. No Ensino Médio, um professor doentão Colégio Nossa Senhora das Dores, dePorto Alegre, mudou essa situação radical-mente. “O Ir. Emílio me fez aprender e gos-tar de Matemática. Foi ele quem despertouminha vocação para ser professora. Paramim ele é um exemplo, um modelo de pro-fissional”, lembra. Desde então, essa ciên-cia exata tornou-se sua paixão e profissão.

Lucia começou a lecionar, em 1977,para alunos do Ensino Fundamental e Mé-dio. Em 1980, ingressou como professorana PUCRS na Faculdade de Matemática.Um ano depois, foi convidada a dar aulasno então Instituto de Informática, hoje Fa-culdade, de maneira muito curiosa.

A diretora do Instituto, professora Ma-ria Lúcia Lisboa, precisava de um professorpara a disciplina de Cálculo Numérico, quesubstituísse uma colega em licença mater-

nidade. No dia em que Maria Lúcia foi fazeralguns telefonemas para resolver essaquestão, o ramal do Instituto não estavafuncionando, então ela resolveu telefonarda Faculdade de Matemática. Chegando lá,encontrou a professora Lucia Giraffa, quehavia sido sua aluna na UFRGS. “Ela sur-preendeu-se, não sabia que eu lecionavana PUCRS. Tinha uma boa impressão mi-nha como aluna e perguntou-me se eu nãoqueria assumir aquela disciplina. Comenteique nunca havia dado aulas daquela ca-deira, mas que aceitava o desafio. Foi as-sim, de um jeito inesperado, o início da mi-nha atuação na área da Informática, notempo ainda dos cartões perfurados”, re-corda a professora Giraffa.

Nessas mais de duas décadas na Uni-versidade, trabalhou em diversas funçõesna graduação, pós-graduação e pesquisa.Dentre as áreas de interesse e atuação hojeestão as de qualidade de software, inteli-gência artificial aplicada à educação, for-mação de professores e ensino de Matemá-

tica suportado por softwares educa-cionais. Lucia orientou muitos traba-lhos relacionados a jogos e tambémgosta de planejá-los, inventar regras,detalhes, mas confessa que jogarnão está dentre suas preferências.

Atualmente, por causa das ati-vidades que desenvolve, passa amaior parte do seu tempo na PUCRS,mas três vezes por semana vai àacademia de ginástica bem cedo.Aos sábados e domingos gosta deficar em casa com o filho e o mari-do. Além disso, adora desenhar ese tivesse mais tempo livre gostariade fazer um curso de desenho oupintura.

Além das atividades na Univer-sidade e em casa, realiza trabalhovoluntário, como membro do conse-lho da Fundação Pensamento Digital,que oportuniza a comunidades debaixa renda o acesso à tecnologia dainformação e comunicação, além deauxiliar para que essas tecnologiassejam utilizadas no desenvolvimento

socioeconômico das comunidades. “Acredi-to que há grandes desafios para a inclusãodigital. As pessoas precisam ter acesso aequipamentos de qualidade e deve haveruma formação em massa da populaçãopara combater o analfabetismo digital.Penso que devemos formar usuários decomputadores desde a educação infantil”,enfatiza.

Dentre os planos futuros, Lucia Giraffaapenas afirma que não pretende se apo-sentar tão cedo. “Quero ter saúde física emental para ficar aqui até à aposentadoriacompulsória (risos). Tenho orgulho de dizerque sou professora quando me perguntamqual é a minha profissão. Busco sempreme qualificar para dar aulas melhores eacho que tudo o que faço se reflete em salade aula. Cada nova turma é um desafio,um grupo diferente, com novas pessoas,novas relações, uma turma a ser conquis-tada, o que é muito interessante. Conside-ro-me uma pessoa privilegiada por fazer oque mais gosto”.

Com 30 anos de profissão: paixão por lecionar

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EU ESTUDEI NA PUCRS

Osecretário de Estado da Cultura,Victor Hugo Alves da Silva, marcou

a história da música regionalistagaúcha. Ganhou diversos festivais, deixandoseu nome registrado na Califórnia da CançãoNativa, em Uruguaiana. Desde cedo quis sercantor, mas sempre soube que não se conten-taria com a faceta artística. Num primeiromomento esse espaço foi ocupado pelo jorna-lismo e pelo rádio. Formou-se na Faculdadede Comunicação Social (Famecos) em janeirode 1990. Hoje, o político tomou o lugar. Massempre a voz está a abrir caminhos. “Conhecipessoas, lugares e países, recebi prêmios eescolhi as profissões – tudo por conta davoz.”

No governo do Estado ou na AssembléiaLegislativa como assessor parlamentar e jor-nalista, o fato de ser conhecido o ajudou a ne-gociar. Ou pelo menos a descontrair o ambien-te antes de tratar dos assuntos oficiais. Can-tar agora está mais associado a prazer do queobrigação. Às vezes os papéis se misturam.Em março, como secretário substituto da Cul-tura, tratou da doação de R$ 1 milhão do go-verno para revestir de cobre a cúpula da Cate-dral Metropolitana, que fica perto da sede daSecretaria. O empenho com que se dedicou àcausa – lembrando que um dos seus filhos foibatizado no local – motivou o Arcebispo, DomDadeus Grings, a convidá-lo para cantar oHino Rio-Grandense no dia da inauguração.Apresentou-se com Renato Borghetti.

Em 2005 gra-vou com GeraldoFlach a música Otempo e o vento,de Luiz Coronel.Tem um projeto dedisco de músicapopular brasileira(MPB) tambémcom Geraldo Flachcom letras de gaú-chos como JoséFogaça, Kledir Ra-mil e Luiz Coronel.Mas não pretendevoltar para os pal-cos. Como nãocompõe, define-semais pelo pragma-

Voz traça destinode VICTOR HUGO

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 131 – SET-OUT/2006 45

tismo, sem necessidade de mostrarsua obra. É muito cobrado pelaspessoas para manter a carreira. In-clusive perguntam se os seus doisfilhos, de nove e três anos, serãocantores.

A paixão pela música e pelo rá-dio veio mesmo de família, quandomorava na cidade natal, Taquara.Pequeno ia à Rádio Taquara com opai, radialista e bancário. VictorHugo começou a expor a voz no co-légio. Passou a cantar o campo, ogaúcho, o cavalo e a vida rural, em-bora fosse um guri de cidade. Em1981, aos 19 anos, tornou-se pelaprimeira vez o melhor intérprete da Califórniada Canção.

Taquara ficou pequena para seu talento eno ano seguinte veio para Porto Alegre, ondecomeçou o envolvimento com a política. Can-tou em atos pelas Diretas Já, quando se enga-jou na Juventude do PMDB. Victor Hugo lem-bra um show que organizou em frente à Pre-feitura, com telão, apresentando os discursossobre a escolha de Tancredo Neves à Presi-dência da República pelo colégio eleitoral.Parte desse momento vivenciava no movi-mento estudantil na PUCRS – ingressou naFamecos em 1983. Convivia também na Fa-culdade de Direito participando de encontrosdo Centro de Tradições Gaúchas Xiru das Leis,onde cantava para os colegas.

Ele se afastou da Famecos por uns tempospara se dedicar à música ao lançar o primeirodisco, que venceu o Prêmio Sharp como reve-lação na categoria MPB, em 1988. Por trêsocasiões, representou o Brasil no Festival Mun-dial da Juventude (Moscou, em 1985, Coréiado Norte, em 1989, e Cuba, em 1997). Masmanteve a convicção de seguir outros rumos.

Ao se formar, começou a atuar no gabine-te do então deputado estadual José Ivo Sarto-ri. Estava envolvido com as notícias até queSartori notou sua habilidade como assessorparlamentar. Também atuou na Rádio Rural,do Grupo RBS, e dirigiu a FM Cultura.

Ingressou como secretário substituto daCultura em 2004 e em abril de 2006 assumiua titularidade. Uma de suas prioridades é oequilíbrio do Sistema Estadual de Financia-mento e Incentivo às Atividades Culturais, queprevê a compensação de recursos destinadosao pagamento do Imposto sobre Circulação deMercadorias e Serviços (ICMS) por parte deempresas financiadoras de projetos culturais.Considera que, depois de dez anos de vigên-cia, a Lei de Incentivo à Cultura (LIC) precisaser reavaliada. Convocou uma audiência pú-blica em agosto para discuti-la. Diz que prefe-riu ouvir a comunidade cultural, reportando-seà sua experiência, quando participou das pri-meiras discussões sobre a LIC representandoa Cooperativa dos Músicos de Porto Alegre.

Victor Hugo pretende encarar uma cam-panha eleitoral no futuro, de preferência nopoder executivo. Também tem vontade de serprofessor de Radiojornalismo. Outro planodistante é voltar a morar em Taquara.

Hoje é secretário estadual da Cultura

Década de 80: aluno do Jornalismo, cantando no Campus Central

Foto: Arquivo Pessoal

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SOCIAL

46 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 131 – SET-OUT/2006

Em três meses de funcionamento, o Cen-tro de Atenção Psicossocial (CAP) reali-zou 97 atendimentos individuais, se-

gundo dados de abril a junho. O serviço, liga-do à Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários evoltado a alunos e professores da PUCRS, temcomo principal objetivo a superação das difi-culdades que interferem no processo ensino-aprendizagem. Trata-se de um espaço de es-cuta e acompanhamento, sem ônus financei-ro, incluindo orientação e encaminhamentos,quando necessários, não se caracterizandocomo um local de tratamento.

Os principais motivos para a busca peloserviço até junho foram emocionais (48% dototal), como depressão, fobias e problemasfamiliares. As dificuldades de aprendizagemestiveram em segundo lugar, incluindo-se dé-ficit de atenção e hiperatividade, dislexia equestões relacionadas à sistematização daescrita, concentração e estudo. A curto prazo,não há como avaliar a solução dos casos.Mas os mais pontuais têm retorno positivo.

O espaço físico é composto por três salaspara entrevistas individuais e uma em grupo,todas com revestimento acústico. Outro ambi-ente sedia as reuniões da equipe. “Ocorre re-almente uma integração interdisciplinar, comcomplementação entre as áreas no atendi-mento aos casos”, diz a psicopedagoga doCentro Gilze Rodrigues, professora da Facul-dade de Educação. Há ainda duas psicólogas(Angela Seger e Maria Lúcia de Moraes) as-sistente social (Jairo Araújo), psiquiatra (Al-fredo Cataldo Neto) e educadora especializa-da em Educação Especial (Jurema Potrich).

Entre os parceiros do Centro – para ondepodem ser encaminhados os casos – estão oServiço de Atendimento e Pesquisa em Psico-logia (SAPP) da Faculdade de Psicologia e oAmbulatório de Psiquiatria do Hospital SãoLucas (HSL). O SAPP realiza psicoterapia bre-ve, em que se estabelece com o paciente oque será prioridade no tratamento. Os atendi-mentos do Serviço custam 2% da renda percapita. Também há orientação profissional

Universidade temespaço de ESCUTAUniversidade tem

espaço de ESCUTA

feita em seis encontros em grupo ou três indi-viduais. Muitos ingressam na Universidadeainda adolescentes, em processo de constru-ção de sua identidade adulta, e têm dúvidassobre sua escolha. Quando a dificuldade serefere ao relacionamento com um professor,por exemplo, a equipe do CAP se dirige à uni-dade acadêmica e tenta intermediar a situa-ção.

Com a criação do CAP, o Núcleo de Atendi-mento e Estudos Psicopedagógicos, do cursode Psicopedagogia, que antes recebia apenasestudantes de Ensino Fundamental e Médioou de Educação de Jovens e Adultos, expan-diu-se. O local agora atende alunos daPUCRS, sem cobrança de taxa, em relação àsdificuldades de aprendizagem quanto à orga-nização, compreensão e linguagem.

O Centro apóia ainda os estrangeiros quevêm estudar na Universidade. Mediante par-ceria com a Assessoria para Assuntos Inter-nacionais e Interinstitucionais, reuniões siste-máticas com esses alunos discutem, por meiode técnicas de grupo, dificuldades e adapta-ção ao País e à Universidade. Grupos de pro-fessores também são orientados sobre ques-tões de ensino-aprendizagem. Eles podem re-correr ao Centro para descobrir estratégias damelhor forma de acompanhar alunos em suasnecessidades especiais e portadores de defi-ciência.

Os funcionários da PUCRS que precisamde atenção psicossocial são encaminhadosao Centro de Pastoral e Solidariedade. Para oserviço psicológico, é preciso agendar horário.O Ambulatório de Psiquiatria do HSL oferecedesconto exclusivamente para os funcioná-rios.

SERVIÇOLocal: 4º andar do prédio 17, com entrada peloColégio Marista ChampagnatTelefone: (51) 3320-3703Atendimento: de segunda a sexta, das 8h às 21hInformações: www.pucrs.br/prac/cap

AÇÕES DE ABRIL A JUNHOAtendimentos individuais: 97Retorno: 41Atendimentos em grupo: 3Atendimentos a familiares: 2Atendimentos/orientações a professores: 4Assessoria a direções de unidades: 2Palestras sobre necessidades educativas pes-soais nas Faculdades: 3

MOTIVOS DA BUSCA PELO CAP

OUTROS ATENDIMENTOSServiço de Atendimento e Pesquisa em Psicologia:(51) 3320-3561Ambulatório de Psiquiatria: (51) 3320-3367Centro de Pastoral e Solidariedade: (51) 3320-3576

Dificuldadeemocional

48%

Dificuldadefinanceira

5%

Dificuldade de aprendizado22%

Dificuldade derelacionamento

10%Dificuldademotivacional

15%

QUANDO PROCURARDificuldades de aprendizagem.

Baixo rendimento escolar.

Preocupação com uso de álcoole drogas.

Desmotivação com o curso.

Fragilidades emocionais, fami-liares, sociais e acadêmicas.

Sentimentos de discriminação.

Necessidades educativas espe-ciais.

Busca de integração (alunosestrangeiros e provenientes dointerior do Estado).

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OPINIÃO

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 131 – SET-OUT/2006 47

O ESTADO que ofuturo governador

irá encontrarOprincipal desafio do próximo go-

verno é continuar mantendo oRio Grande do Sul numa posição

de destaque dentro do contexto nacionalem termos de indicadores de desenvolvi-mento econômico. O Estado é a quarta eco-nomia do País (atrás de São Paulo, Rio deJaneiro e Minas Gerais), mas, em termosde indicadores de desenvolvimento, situa-se relativamente melhor. Desconsiderandoo Distrito Federal, encontra-se em segundolugar nos indicadores de educação e saúdee em terceiro lugar no de renda per capita.Além disso, tem uma renda relativamentebem distribuída, ostentando o segundo me-lhor indicador de distribuição de renda doPaís, depois de Santa Catarina. Apesar dehaver diferenças profundas no perfil produ-tivo das regiões, os indicadores de rendaper capita e de desenvolvimento humanosão mais uniformes que em outros estados.Também, comparando, a atividade produtivaé relativamente melhor distribuída.

Esses bons indicadores, no entanto, sópoderão ser mantidos no futuro se o Estadoconseguir aumentar as taxas de cresci-mento econômico e diminuir suas oscila-ções. Nos últimos anos, a economia gaú-cha mostrou perda de dinamismo, com oseu Produto Interno Bruto (PIB) tendo cres-cido abaixo da média nacional. Além disso,se analisarmos um período um pouco maislongo, percebemos que o PIB tem tido umcomportamento mais instável que a médianacional. Altas variações nas taxas decrescimento criam incertezas e, por isso,influenciam negativamente as decisões deinvestimento e também de consumo. Váriossão os fatores que explicam isso, mas trêsmerecem destaque: a crise financeira do

setor público, a valorização cambiale a ocorrência de estiagens. O primei-ro fez com que o governo perdesse ca-pacidade de financiamento e aumentassealíquotas de impostos. Os últimos provoca-ram diminuição das exportações e da pro-dução agropecuária. Atacar esses proble-mas, portanto, é uma condição necessáriapara manter o Estado na situação privile-giada no cenário nacional.

Dentre esses problemas, apenas a cri-se financeira tem um fato gerador controlá-vel endogenamente. Pelo lado das receitas,como o governo estadual não tem autono-mia para mexer nos impostos diretos, opróximo governo deverá procurar promoveruma reforma tributária estadual que, aomesmo tempo, mantenha o nível de arre-cadação e estimule a atividade produtiva,especialmente nos setores-chave e estra-tégicos. É bom sempre ter presente que émuito mais difícil fazer um ajuste fiscalquando a economia apresenta baixas taxasde crescimento porque as receitas dimi-nuem e as pressões sobre os gastos públi-cos, especialmente os sociais, aumentam.

A valorização cambial e as estiagenssão variáveis exógenas e não há como im-pedir que elas ocorram, mas é possíveltentar diminuir a dependência em relação aelas. A economia gaúcha é fortemente in-fluenciada por essas variáveis porque érelativamente especializada na produçãoprimária e em produtos de exportação. As-sim, alternativas com este objetivo certa-mente passam por estímulo à diversifica-ção da matriz produtiva estadual, aumen-tando relativamente a produção destinadaao mercado doméstico; implantação de umplano de irrigação, especialmente nas regi-

ões onde a estiagem é mais severa; e bus-ca de alternativas de produção agrícola epecuária que se desenvolvam fora do pe-ríodo das estiagens (de novembro a mar-ço). Atualmente, as culturas de verão, quese desenvolvem nesse período, represen-tam em torno de 40% do valor da produçãoprimária estadual. Ações deste tipo podemmelhorar o desempenho da economia doRio Grande do Sul, tanto em termos de ta-xas de crescimento quanto de sua estabili-dade ao longo do tempo.

Enfim, o próximo governador terá queenfrentar fortes desafios. O mais urgentedeles, o do equacionamento da crise finan-ceira do Estado, foi iniciado com o Pactopelo Rio Grande. Neste caso, caberá adotarações pelo lado da receita pública estadual.A solução dos outros dois problemas levan-tados, por serem mais estruturais, deman-da ações de médio e longo prazo. O impor-tante é identificar os problemas e começar aencaminhar soluções. O futuro dos sonhos,antes de se tornar realidade, sempre é pre-cedido de muito planejamento, empenho eseriedade na superação dos obstáculos.

Bons indicadores só poderão ser mantidos no futuro se o Estado

aumentar as taxas de crescimento econômico e diminuir suas oscilações.

Nos últimos anos, a economia gaúcha mostrou perda de dinamismo, com o

seu PIB tendo crescido abaixo da média nacional.

ADELARFOCHEZATTO

Professor Titular da Faculdade deAdministração, Contabilidade e

Economia e Coordenador do Programade Pós-Graduação em Economia

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