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www.pucrs.br/pucinformacao www.pucrs.br/pucinformacao Publicação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Assessoria de Comunicação Social – Ano XXIV – Nº 105 – Julho-Agosto/2001 Publicação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Assessoria de Comunicação Social – Ano XXIV – Nº 105 – Julho-Agosto/2001 O promissor mercado de trabalho em Sistemas de Energia O promissor mercado de trabalho em Sistemas de Energia

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www.pucrs.br/pucinformacaowww.pucrs.br/pucinformacaoPublicação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do SulAssessoria de Comunicação Social – Ano XXIV – Nº 105 – Julho-Agosto/2001

Publicação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do SulAssessoria de Comunicação Social – Ano XXIV – Nº 105 – Julho-Agosto/2001

O promissor mercadode trabalho emSistemas de Energia

O promissor mercadode trabalho emSistemas de Energia

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Reitor: Norberto Francisco Rauch • Vice-Reitor: Joaquim Clotet • Coordenador da Assessoria de Comunicação Social e Diretor-Editor da PUCRS Informação:Carlos Alberto Carvalho – Reg. Prof. 1276 • Editora Executiva: Magda Achutti – Reg. Prof. 6232 • Repórteres: Ana Paula Acauan - Reg. Prof. 8474 e Paula Oliveirade Sá – Reg. Prof. 8575 • Arquivo Fotográfico: Maria Rosalia Rech – Reg. Prof. 6088 • Circulação: Mirela Vieira da Cunha Carvalho • Documentação: Lauro Dias •Estagiários: Rodrigo Ojeda, Angela Vencato, Aline Trevisan e Samir Machado • Relações Públicas: Sandra Becker • Fotografia: Marcos Colombo e Gilson de Oliveira• Revisão: José Renato Schmaedecke • Conselho Editorial: Mainar Longhi, Elvo Clemente, Paulo Galia e Délcia Enricone • Projeto gráfico: L3 Design – Fone: (51)3342-4938 • Impressão: Epecê-Gráfica – Fone: (51) 3339-1308 • PUCRS Informação é editada pela Assessoria de Comunicação Social da Pontifícia UniversidadeCatólica do Rio Grande do Sul, Avenida Ipiranga, 6681, Prédio 1, 5º andar – CEP 90619-900 – Fone: (51) 3320-3503 – Fax: (51) 3320-3603 – E-mail: [email protected]– Home page da PUCRS: www.pucrs.br – Home page da PUCRS Informação: www.pucrs.br/pucinformacao – Porto Alegre – Rio Grande do Sul - Brasil

PUCRS Expe

dien

te

O físico e professor Francisco Massa é onovo assessor de assuntos internacionais einterinstitucionais da PUCRS. Nos últimos qua-

tro anos em que morouna França, Massa esta-beleceu contatos comuniversidades e institui-ções que, a partir deagora, devem contribuirpara viabilizar acordose parcerias com aPUCRS. No exterior, con-tinuou colaborando paraa efetivação de progra-

PUCRS tem novo assessorde assuntos internacionais

mas de cooperação técnica internacional eorientou pessoas e missões brasileiras parti-cipantes de eventos internacionais.

Durante os 30 anos dedicados à Universida-de, Massa foi diretor da Faculdade de Física e,por atuar também na área empresarial – FIERGSe Senai/RS –, promoveu a integração com insti-tutos de pesquisa e centros tecnológicos. Comoassessor, pretende promover a PUCRS no âmbitolocal, nacional e internacional segundo as ne-cessidades e as prioridades de cada faculdade.Atualmente, também assessora a Câmara deComércio França-Brasil – Seccional Rio Grandedo Sul, é um dos representantes do Échanges etConsultations Techniques Internationaux para oRio Grande do Sul e colabora com o sistemaFIERGS. Contatos na sala 201, prédio 1 ou pelofone (51) 3320-3660.

Em maio, a PUCRS tomou posse oficial-mente do terreno vizinho ao Campus Cen-tral, na Av. Ipiranga, adquirido do 18º Bata-lhão de Infantaria Motorizada. O Reitor, Nor-

Terreno do 18º Batalhãointegra o Campus

berto Rauch, acompanhadopor representantes da Admi-nistração Superior da Univer-sidade, recebeu as chaves dasmãos do general Virgílio Mux-feldt, comandante da 3ª Re-gião Militar. A área de 14,4hectares estará, em breve, in-tegrada como um conjuntoúnico do Campus.

Inicialmente, o espaçoserá utilizado para estaciona-mento, almoxarifado, divisãode obras e biotério. Os aloja-mentos existentes serão apro-

veitados para abrigar estudantes em visita àUniversidade e ao Museu de Ciências e Tecno-logia, bem como aqueles participantes de com-petições esportivas e congressos.

Pelo

Cam

pus

Reitor recebeu as chaves do general Muxfeldt

Massa foi diretor daFaculdadede Física

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Expressivo número de universidades bra-sileiras, em função de um melhor gerencia-mento e acerto nas decisões, dão grandevalor ao planejamento estratégico. Em al-gumas, esta ferramenta de gestão foi imple-mentada e, em outras, está em fase de dis-cussão, como na PUCRS, que priorizou oapoio ao processo no quadriênio 2001/2004.O professor Francisco Jardim, Assessor daReitoria, foi nomeado pelo Reitor NorbertoRauch para presidir a Comissão Executivado Planejamento Estratégico, sendo indica-dos para integrar o grupo os docentes Mai-nar Longhi, Armando Bortolini, Alziro Rodrigues, Jor-ge Alberto Franzoni, Carlos Cezar Fritscher, DarliCollares e José Luiz Guimarães, representando diver-sas áreas da Instituição.

A atividade da comissão começou em janeiro eforam mantidos contatos com instituições em dife-rentes fases de seus planejamentos estratégicos. Con-sultadas empresas especializadas em assessoria exter-na para a implementação desse tipo de trabalho, aescolha recaiu na Macroplan, com experiência no aten-dimento a mais de uma dezena de instituições deensino superior do país, entre as quais a PUC doParaná, a Unisinos, a Universidade de Passo Fundo ea Universidade Católica de Brasília.

A primeira grande decisão foi constituir um grupode 80 pessoas (número estabelecido por razões técni-cas) para ser o fórum de discussões do processo. Umgrande desafio, considerando que a comunidade uni-

Universidade preparaplanejamento estratégicoRe

itor

ia

Buscando proporcionar aos professores e funcio-nários da PUCRS um espaço de escuta, meditação ediálogo sobre a identidade e as finali-dades da Instituição, o Projeto Refle-xões, iniciado no ano passado, tevecontinuidade neste primeiro semestrede 2001. Duas reuniões de trabalho fo-ram realizadas. Na primeira, em maio,no Campus Central, o mesmo grupo par-ticipante do encontro anterior, em La-guna, aprofundou os estudos referen-tes à Proposta da Universidade, sua in-teração com a sociedade e a comuni-dade acadêmica, no sentido de um cres-cimento individual e coletivo na dinâ-mica da vida comunitária.

versitária tem 1.800 professores, mais de mil funcioná-rios e 26 mil alunos. Como primeiro critério de escolhaficou estabelecido ser fundamental a participação doReitor, do Vice-Reitor, dos Pró-Reitores e dos diretoresdas Unidades Acadêmicas. A nominata foi complemen-tada levando em conta o tempo de serviço, o conheci-mento da Universidade, o espírito de colaboração e arepresentatividade no cargo atual ou já exercido.

Jardim destaca que, com base em tais critérios, onúmero de pessoas para completar o grupo excedeu anecessidade e muitos que preencheram os requisitosnão puderam ser indicados. Todavia, todos estão con-vidados a colaborar por intermédio dos colegas selecio-nados. Os trabalhos terão continuidade até setembro,quando serão definidos os projetos estratégicos e asações prioritárias para 2001-2002, considerados, do pon-to de vista operacional, como o primeiro passo naimplantação efetiva do planejamento estratégico.

A programação desenvolvida em junho, no muni-cípio de Canela, possibilitou a outros colaboradores

da Instituição a troca de idéias sobre arealidade da PUCRS, suas potencialida-des, limitações e desafios frente à mis-são e rumos para o novo milênio. OReitor Norberto Rauch e o Vice-ReitorJoaquim Clotet, que também coordenao Reflexões, destacaram estar o Projetoinserido no planejamento institucionalda Universidade, enfatizando que aPUCRS, por ser católica e mantida peloInstituto dos Irmãos Maristas, tem umaresponsabilidade ainda maior e um com-promisso especial com as pessoas e coma sociedade.

Projeto Reflexões estimula diálogo

Grupo debate propostas até setembro

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por ANA PAULA ACAUAN

Acender lâmpadas, ouvir música,assistir à televisão e usar eletrodo-mésticos são atos corriqueiros da vidamoderna que dependem de um com-plexo sistema. Em época de crise nosetor elétrico brasileiro, os bastidoresdo seu funcionamento vêm à tona nabusca por soluções. No mercado detrabalho, devido à privatização, umnovo panorama se estabelece incenti-vando a contratação de profissionaisda área. Os alunos da ênfase em Ele-

trotécnica do curso de Engenha-ria Elétrica da PUCRS, direciona-da a Sistemas de Energia, sãoprocurados para atuar nas em-presas ainda antes da formatura.

Os espaços que os engenhei-ros eletricistas podem ocuparnesse novo contexto também seampliam. Depois de um períodode desestímulo à opção por Sistemas de Energia,quando o governo controlava o setor e a contrata-ção dependia de concursos públicos, o quadro co-meça a reverter. Atualmente faltam profissionaisespecializados para suprir a demanda. “Uma vezque o problema energético é mundial, os investi-mentos aumentam e isso dinamiza o mercado”,avalia Luiz Fernando Alves Pereira, coordenador doDepartamento de Engenharia Elétrica da Faculdadede Engenharia da Universidade.

No Estado, a opção Eletrotécnica da PUCRS éuma das poucas que direciona a formação para oplanejamento e a operação dos sistemas de ener-gia elétrica. Os universitários são capacitados atrabalhar em concessionárias e centrais térmicas

e hídricas na geração, transmissão, comercializa-ção e distribuição. Com a privatização, a inter-relação entre os agentes do processo se intensi-fica e são configuradas novas funções e oportu-nidades. O comercializador de energia combinaEngenharia, Economia e Direito e monta umaempresa para negociá-la no Mercado Atacadistade Energia. O produtor independente constróiuma usina para consumo próprio ou para a co-mercialização. Os recém-formados podem atuarainda no Operador Nacional do Sistema Elétrico(ONS), na Agência Nacional de Energia Elétrica

(Aneel) ou em cooperativas deeletrificação rural. Os camposde eficiência energética, quali-dade e máquinas elétricas sãooutras alternativas de empregoe prestação de serviços nummercado em expansão.

A interação com o mercadocomeça antes da formatura, em

projetos conjuntos com a RGE e a AES Sul, entreoutras concessionárias. A Lei de Pesquisa e De-senvolvimento determina que 0,5% da receitaoperacional líquida das empresas seja investidaem universidades e centros de pesquisa nacio-nais. Os convênios contribuem para a formaçãode recursos humanos ao mesmo tempo que al-guns problemas de ordem prática são tratados.“Essa lei beneficia a Engenharia nacional. Esta-mos à vontade para criar na Universidade, geran-do soluções inovadoras que as empresas não te-riam tempo e capacitação para desenvolver nodia-a-dia”, explica o professor Flávio Becon Le-mos, pesquisador com vários projetos em anda-mento, envolvendo docentes e alunos.

Giovanni da Cruz, 29 anos, deixou a PUCRS em 1997 levando adistinção de ter vencido o primeiro Concurso Nacional WEG deConservação de Energia Elétrica em Aplicação Industrial. No dia daformatura, foi homenageado também pelo melhor desempenho daturma e recebeu o prêmio das mãos do diretor da AES Sul. Comoestava negociando com a empresa a sua contratação, saiu daUniversidade empregado. Há um ano é líder da unidade de Canoas.“Na época, não tínhamos muita perspectiva de colocação. Hoje omercado de trabalho se abriu espantosamente”, observa Giovanni.“Os profissionais formados aqui estão prontos para atuar”.

BOA COLOCAÇÃO NO MERCADO

Sistemas de Energia:um futuro iluminado

Capa

Novo contexto dosetor elétrico ampliamercado de trabalhopara engenheiroseletricistas

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Boa parte dos equipamentos, doada à PUCRSpelos acordos, forma o melhor conjunto de la-boratórios do Estado em Sistemas de Energia.Como o sistema elétrico não pode ser reproduzi-do em miniatura, as simulações por computadore por aparelhos dependem de uma infra-estrutu-ra bem montada.

Com o cenário adequado para o ensino e apesquisa, entra em cena o professor. Ele divideo palco com os sujeitos da aprendizagem, ofere-cendo o embasamento necessário, indicando ca-minhos e não apresentando respostas prontas.Um dos diferenciais do curso de Engenharia Elé-trica da PUCRS é a experiência do corpo docen-te. A maioria vem de concessionárias de ener-gia, conhece os processos e guarda na memóriaa evolução das companhias. Além disso, o perfilé voltado à pesquisa: 17 são doutores, quatroestão fazendo doutorado e 19 são mestres, deum total de 46 professores.

No campo da pós-graduação, em nível demestrado, foi criada em 1994 a linha de pesqui-sa Sistemas de Energia e Meio Ambiente. Nessecontexto, surgiu o Projeto de Eficiência Energé-

ESTRUTURA DO SISTEMA ELÉTRICO BRASILEIRO

tica, referência no Brasil, priorizando questõesacerca das interações permanentes entre o meioambiente e a indústria de energia. Estuda-se osdiferentes processos de transformação dos recur-sos energéticos renováveis ou não, sob o enfo-que do desenvolvimento econômico sustentáveldo ponto de vista ambiental.

Curso temos melhoreslaboratóriosdo Estado

COMERC ComercializadorANEELAgência Nacionalde Energia Elétrica

CL Consumidor livrePI e APProdutorIndependentee autoprodutor

MAE Mercado Atacadistade Energia

ONS Operador Nacionaldo Sistema Elétrico

G Geração

T Transmissão

D Distribuição

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Em parceria com a Federação das Indústriasdo Rio Grande do Sul (Fiergs), a Companhia Es-tadual de Energia Elétrica (CEEE) e o Programade Combate ao Desperdício de Energia Elétrica(Procel/Eletrobras/Ministério das Minas e Ener-gia), a partir de 1998 a PUCRS desenvolveu duasedições do Curso de Formação de Especialistasem Eficiência Energética. “Trata-se de uma con-sultoria educativa. O pessoal da indústria ficacom a forma de trabalhar proposta pelo alunonuma monografia”, opina o professor GilbertoCosta, autor do livro Iluminação econômica: cál-culo e avaliação, publicado pela Edipucrs, inédi-to na abordagem do tema e um dos mais procu-rados na Biblioteca do Procel.

“Desde a primeira edição, observa-se uma for-te e permanente interação entre os alunos e ocorpo docente da Universidade tanto ao longodo curso quanto depois”, declara José WagnerKaehler, coordenador do projeto. Isso se refleteno contato que os consultores mantêm com aPUCRS, onde além de receberem suporte às suasatividades profissionais, alguns fazem mestrado.

Neste ano, a meta é oferecer, a partir de agosto,mais um curso. Em recente convênio assinado coma AES Sul, serão oferecidas nove bolsas de mestradoe 18 de especialização, além de 100 bolsas paracursos de extensão em educação a distância, todaspara a área de Eficiência Energética. Atualmente 21alunos da AES Sul fazem mestrado em EngenhariaElétrica com enfoque na questão da Eficiência Ener-gética e da Gestão Integrada de Recursos Energéti-cos. Outros cinco engenheiros do Banrisul, Trensurbe empresas de consultoria buscam embasar seusconhecimentos na questão da eficientização dosprocessos e serviços energéticos nas empresas.

QUALIDADE DE ENERGIA ELÉTRICA EM DISCUSSÃONo momento em que o Brasil é desafiado a utilizar de modo mais eficiente os recursos

energéticos disponíveis, devido ao crescente consumo de energia elétrica e à manutençãoda capacidade geradora em níveis estáveis, será realizado um evento que discutirá edivulgará alternativas técnicas. De 12 a 17 de agosto, o Centro de Eventos da PUCRS serásede do IV Seminário Brasileiro de Qualidade de Energia Elétrica (SBQEE 2001) organizado

pela Faculdade de Engenharia com o apoio do Cigré-Brasil.Segundo a coordenadora da Comissão Organizadora, Belkys Bittencourt, professora do

Departamento de Engenharia Elétrica da PUCRS, o intercâmbio entre pesquisadores e profissionais possibilitao desencadeamento de ações conjuntas. “O direcionamento a problemas práticos das pesquisas realizadas nasuniversidades poderá elevar a um novo patamar a utilização da qualidade de energia e compatibilidadeeletromagnética no país”, acredita.

O logotipo do SBQEE 2001, criado por estudantes da Faculdade de Comunicação Social, representa a cidadede Porto Alegre no contexto da energia. O pôr-do-sol do Guaíba, símbolo da Capital, combina os doiselementos ligados ao tema: a água e o sol.

Alguns dos participantes convidados para o SBQEE 2001 vão ministrar minicursos, entre eles Math Bollen(Chalmers University of Technology, Suécia), Paulo Ribeiro (Grand Rapids e BWX Technologies – Naval NuclearFuel Division Senior, EUA) e João Saad Junior (Centro de Pesquisas de Energia Elétrica, Rio de Janeiro).Informações complementares sobre o evento pela internet (http://www.ee.pucrs.br/~sbqee).

Professor do Departamento de EngenhariaElétrica da PUCRS, Mauro da Rosa, 31 anos, formou-se na ênfase em Eletrotécnica em 1998. Além dotrabalho de conclusão do curso, fez outro que lherendeu o segundo lugar do Prêmio Petrobras deTecnologia e Dutos. Hoje é responsável peloplanejamento do sistema de distribuição de energiana RGE e leciona as disciplinas Distribuição deEnergia I e II na Universidade. “Convivo diariamentecom o que ensino”, diz. Mauro também faz mestradoe integra o Grupo de Sistemas de Energia Elétrica dopós-graduação em Engenharia Elétrica. “A PUCRS éreferência para as empresas. Elas buscam aquisuporte técnico, já que suas equipes são formadasprincipalmente por jovens”, acredita.

DE ALUNO A PROFESSORCapa

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• “Consentir em atos de corrupção é como participar deles”.• Baltasar Garzón – Juiz da Audiência Nacional da Espanha

• “A onda de corrupção que atinge o país não deve provocar apatia social, mas mobilização para encontrar •• alternativas eficientes para punir os corruptos”.• Fábio Osório – Professor da PUCRS e Promotor de Justiça

• “A única forma de a imprensa cometer menos erros é tendo acesso livre às informações”.• Jaime Sirotsky – Presidente do Conselho Consultivo da Associação Mundial de Jornais e do Conselho• de Administração da RBS• “A lavagem de dinheiro em empresas fictícias criadas para financiar os partidos é a maneira mais corriqueira• de corrupção no meio político internacional”.• Tomás Sanz Hoyos – Assessor do Conselho Geral do Poder Judiciário da Espanha

IDÉIAS SOBRE ILÍCITOS DO COLARINHO BRANCO

Crime organizado em debateCorrupção, improbidade, delinqüência econômi-

ca, lavagem de dinheiro, crime organizado, penase prisões de poderosos. Estes foram alguns dostemas abordados na Semana de Estudos sobre Ilíci-tos do Colarinho Branco. O encontro, promovidopela PUCRS, Escola Superior da Magistratura Fede-ral e Ordem dos Advogados do Brasil, com apoio daAssociação do Ministério Público do Estado, entreoutras instituições, foi eleito pelos conferencistascomo um dos principais acontecimentos do ano naárea jurídica.

A presença do juizespanhol BaltasarGarzón (ver entre-vista na páginacentral), respon-sável pela prisãodo ditador chi-leno AugustoPinochet, atraiu aatenção da mídiade todo o país paraa Universidade. “Pla-nejamos para 2002 ou-tra semana com a mes-ma repercussão,aperfeiçoamentode idéias e dis-cussão sobre pro-blemas de atuali-dade no Brasil e no exterior”, informa o coordenador,professor Fábio Osório. Garzón assegurou sua presen-ça na próxima edição do evento.

Na abertura, uma platéia com mais de 700 pes-soas acompanhou atenta a exposição de temas po-lêmicos apresentados por nomes de expressão domeio jurídico e jornalístico. O presidente do Con-selho de Administração da RBS e presidente doConselho Consultivo da Associação Mundial de Jor-

nais, Jaime Sirotsky, falou sobre o papel da impren-sa na fiscalização das práticas corruptas e corrup-toras. “A mídia é cada vez mais os olhos da nação ecumpre um papel fiscalizador, embora também co-meta erros”, destacou o jornalista.

Para Fábio Osório, promotor de Justiça, a cor-rupção e a má gestão constituem os dois pilares daimprobidade administrativa. “As instituições inco-

modam os detentores dopoder político e eco-nômico, mas de nadaadianta prever penas

altas se as leis não sãoaplicadas”, ressaltou, co-

locando em dúvida a efi-cácia do direito penal. “É

preciso repensar os di-reitos fundamentaisdo cidadão, da víti-ma e dos lesados pe-las ações ilícitas.”

No painel San-ções (não penais)

aos ilícitos docolarinho bran-co: uma críticaàs penas alter-

nativas, o pro-curador da República no Rio Grande do Sul, LucianoFeldens, alertou sobre os crimes de sonegação fis-cal, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. “Pre-cisamos nos dar conta de que essas práticas deixama comunidade sem verbas para a saúde pública, porexemplo”, afirmou. Segundo o procurador, a desi-gualdade de tratamento da lei também é outro pro-blema. “A sociedade deve exigir que as leis sejamaplicadas corretamente. Não podemos enquadrar nomesmo patamar roubos de galinhas com sonegaçãofiscal”, concluiu.

Especial

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Pesq

uisa

em

foco

LORÍ VIALIProfessor da Faculdadede Matemática

Os índices de reprovação e de desistênciade alunos em disciplinas que exigem pré-requisitos matemáticos (Cálculo, ÁlgebraLinear, Geometria Analítica, Probabilidade eEstatística) motivaram Lorí Viali a buscaruma forma mais diversificada e dinâmica deensinar. Na tese de doutorado Um modeloneurodifuso de multiagentes para apoio aoensino de disciplinas de ciências exatas, elepropõe o Sistema Hipermídia de EnsinoMultiagentes (Shema) para orientar emonitorar os estudantes. “O conteúdo éadequado ao seu nível de conhecimento.Como a chance de acertar os exercíciosaumenta, eles se sentem estimulados acontinuar”, acredita Viali.

O Shema é visualizado por um navegador ecomposto por bases de dados – conhecimentoshipermídia, perfis de usuários, aplicações eexemplos – e diferentes tipos de agentes(programas pequenos e autônomos). A partir daidentificação do usuário, é criado um perfilinicial, constantemente atualizado de acordocom o seu desempenho. Caso haja necessidade,são fornecidas pistas para a solução deexercícios e sugeridos conteúdos para revisão.

No momento, o professor trabalha nosoftware com o objetivo de aplicá-lo ao ensinode Probabilidade e Estatística. O trabalho foidefendido no Programa de Pós-Graduação emEngenharia de Produção da UniversidadeFederal de Santa Catarina. Viali tambémrealizou pesquisas para a sua tese peloprograma de doutorado sanduíche do CNPq, naUniversidade do Sul da Flórida, nos EUA.

Além de apresentar o elevado debate dosintelectuais medievais, a tese de doutoradoCrítica da plenitude do poder em Marsílio dePádua discute a questão do poder e as suasimplicações na atualidade. Sérgio Streflingdesenvolveu o trabalho no Programa de Pós-Graduação em Filosofia da PUCRS e, durantecinco meses, na Universidade de Pádua, naItália, onde nasceu o filósofo Marsílio dePádua. Ainda na Idade Média, em 1324, aobra de Marsílio O defensor da paz viriainfluenciar a Modernidade ao defender asoberania popular e a destruição do podertemporal do papa.

A partir do argumento aristotélico “o todoé maior que a parte”, Strefling expõe opensamento do filósofo de que a sociedadecivil é a fonte do poder político. Para ele, só oconjunto de cidadãos tem autoridade paraimpor as leis, ainda que essas sejamelaboradas por um grupo restrito de homensmais habilitados para o desempenho da tarefa.

O professor concorda em parte com oautor analisado. Acredita que o papa deveexercer sua liderança religiosa por ser ofundamento visível da unidade dos católicos,mas deve existir autonomia entre Igreja eEstado, o que não exclui a mútuacolaboração. “Na atualidade, deve-se estudaros fundamentos da política para impedir quegrupos totalitários exerçama plenitude do poder”,opina. O estudoserá publicadopela Edipucrscom o títuloIgrejae poder.

Sistema auxiliaensino dasciências exatas

Igreja e poderna FilosofiaMedieval

SÉRGIO STREFLINGProfessor da Faculdade de

Filosofia e Ciências Humanas

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Na dissertação de mestrado Estratégias de memóriae aderência à prescrição médica em idosos, MariaCristina Werlang trata do papel do farmacêutico naorientação do uso correto de medicamentos. Otrabalho, defendido no Programa de Pós-Graduação emPsicologia Social e da Personalidade da PUCRS,ressaltou a importância da interdisciplinaridade entre aPsicologia Cognitiva e a Farmácia.

Maria Cristina estudou a aderência terapêutica –seguimento da prescrição médica – em 53 idosos entre60 e 70 anos. “A freqüente incidência de condiçõescrônicas, o esquecimento e os complexos tratamentosprescritos fazem dessas pessoas fortes candidatas ànão-aderência”, explica. Na prática farmacêutica, oprofissional pode sugerir estratégias de memória eaconselhar para o uso correto de medicamentos.

O emprego de técnicas relacionadas à memóriaprospectiva (pistas para auxiliar a recordar uma açãoque deverá ser executada no futuro) pode contribuircom a aderência medicamentosa. As estratégias sãoclassificadas como internas (o idoso estabeleceassociações mentais dos horários de ingerir osmedicamentos com tarefas cotidianas) ou externas(esquemas contendo nomes e horários dosmedicamentos com espaços para o paciente marcar).Os resultados do estudo também evidenciaram umaalta taxa de aderência (73,6%), reforçando a idéiade que os idosos tendem a superestimar a sua adesãoà prescrição médica.

A Polícia Rodoviária Estadual registrou, em 2000, nasrodovias gaúchas, 7.771 acidentes. O resultado foram343 mortos e 4.916 feridos. Os dados demonstram umacrítica situação de segurança viária e confirmam aspesquisas do professor Mauri Panitz. O estudo que deuorigem a sua dissertação de mestrado A segurança viáriae o fator humano: verificação da presença de álcool nosistema de transporte rodoviário do Rio Grande do Sul,defendido no Pós-Graduação em Engenharia de Produçãoda UFRGS, aponta o alcoolismo comoum dos principais responsáveis.

Realizada em parceria com a Secretaria deTransportes do Rio Grande do Sul, em 1994,a pesquisa contou com uma mostra de 2.125 motoristase detectou, nos testes de concentração alcoólica nosangue, que 41,08% estavam alcoolizados. Do total,32% estavam legalmente alcoolizados, comconcentração alcóolica sangüínea superior ao limitepermitido de seis decigramas por litro estabelecidapelo novo Código de Trânsito Brasileiro.

Panitz também investigou fatores que continuama estimular e favorecer o consumo de álcool.Entre eles, a falta de conscientização em relaçãoao consumo exagerado, a atividade do viajante(caminhoneiro ou motorista de ônibus), o baixo custo,a facilidade de obtenção e, principalmente, a defiscalização das autoridades e das empresas.O álcool em excesso compromete o sistema nervoso,causando perda do campo visual e dos reflexos, faltade equilíbrio e movimentos bruscos e imprecisos.

MARIA CRISTINAWERLANGProfessora da Faculdadede Farmácia

Estratégiaspara o uso demedicamentos

Álcool é fator derisco nas rodoviasgaúchas

MAURI PANITZProfessor da Faculdade deArquitetura e Urbanismo

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Pesquisa em Foco

NOVOS MESTRES E DOUTORES

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Autora: Eva Rubim Pedro – Faculdade de Enfermageme FisioterapiaTese: Vivências e (con)vivências de crianças portadoras deHIV/AIDS: implicações educacionais, ano de obtenção: 2000Local da defesa: Programa de Pós-Graduação em Educaçãoda PUCRS

Autor: Manoel dos Santos – Faculdade de TeologiaTese: Os ministérios não-ordenados na Teologia brasileirados últimos 30 anos. Estudo na perspectiva do binômiosacerdócio comum e sacerdócio ministerial e da missãodos leigosLocal da defesa: Universidade de Navarra (Espanha)

Autor: Hugo Oshima – Faculdade de OdontologiaTese: Influência de sistemas utilizados em ensaio mecânicode tração sobre a resistência da uniãoLocal da defesa: Faculdade de Odontologia de Piracicabada Unicamp

Autor: Paulo de Tarso Müller – Faculdade de Arquiteturae UrbanismoDissertação: Discurso e design de produtoLocal da defesa: Programa de Pós-Graduação emComunicação Social da PUCRS

Autor: Edson Brozoza – Faculdade de DireitoDissertação: Do incidente de insanidade mental como regraLocal da defesa: Programa de Pós-Graduação em CiênciasCriminais da PUCRS

Autora: Vera Bauer – Faculdade de MatemáticaDissertação: Operadores lineares: diagonalização e a formacanônica de JordanLocal da defesa: Programa de Pós-Graduação emMatemática da UFRGS

Autor: Eduardo Schneider – Faculdadede Comunicação SocialDissertação: Telefônica vs. Telet: agenda setting atravésda publicidadeLocal da defesa: Programa de Pós-Graduação emComunicação Social da PUCRS

Leandro de Lemos é o primeiro doutor emTurismo do Rio Grande do Sul, com a defesa, naUniversidade de São Paulo, da tese O valorturístico: o desenvolvimento teórico da Economiado Turismo. O estudo traz uma nova propostateórica para avaliar os impactos econômicosda área, começando pela elaboração de umconceito que evidencia o ramo de serviços comovalor e não como “consumidor” da riqueza geradanos setores primário e secundário.

A pesquisa contraria a teoria marxista,segundo a qual o valor está no processoprodutivo gerado pelo trabalho mercantil, e opensamento de neoclássicos e mercadólogos, queo atribuem à utilidade de bens e serviços. Nessecontexto o Turismo é visto como uma atividadeestéril. De forma diferente, Lemos define-o comoum conjunto de relações sociais localizadas noespaço e historicamente constituídas que geramum sistema com força de atratividade.

A partir desse ponto de vista, as viagens denegócios são consideradas turísticas, diferentedo que diz a Organização Mundial de Turismo.A idéia de indústria, restrita a hospedagem,transporte e entretenimento, é combatida peloprofessor. “Hoje as relações sociais são híbridas.Trabalho e lazer aparecem, por vezes,misturados”, explica Lemos. A intenção doturista não é a de consumir bens produzidospor uma indústria. Os verdadeiros produtoressão os moradores das localidades e nessasrelações encontra-se o valor turístico.

LEANDRO DE LEMOSProfessor das Faculdades deAdministração, Contabilidade eEconomia e de Comunicação Social

Turismo comovalor econômico

CORREÇÃOA dissertação Prática pedagógica de educação infantil: indicações para a construção deum referencial pedagógico foi defendida por Beatriz Kulisz na Faculdade de Educação daPUCRS, diferentemente do que constou na página 10 da edição anterior.

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O Núcleo Estudos e Pesquisa em Saúde e Traba-lho da Faculdade de Serviço Social da PUCRS e aSecretaria Estadual da Saúde promoveram um semi-nário para discutir alternativas de substituição doamianto utilizado na fabricação de telhas de fibro-cimento pela indústria e como isolante térmico emroupas especiais. Recentemente, a Assembléia Le-gislativa do Estado aprovou projeto que proíbe autilização do amianto. Pesquisas demonstram que ocontato prolongado com o mineral pode causar cân-cer no pulmão, mesotelioma de pleura (tipo de tu-mor maligno) e abestose, doença que provoca per-da progressiva da capacidade respiratória.

O evento contou com a presença da socióloga fran-cesa Annie Thébaud-Mony, da Universidade de ParisXVIII-Nord, que coordena uma rede de estudos compa-rativos de doenças profissionais entre o Brasil e aFrança. O seminário Os Riscos da Terceirização no Tra-

Annie Thébaud-Mony é pesquisadora do InstitutNational de la Santé et de la Recherche Médicale,onde atua no Centre de Recherche sur les EnjeuxContemporains, na Universidade Paris XIII-Nord. No

seminário elachamou atençãopara a realida-de de paísescomo França eHolanda, queconsideram to-das as formasde amianto pre-judiciais à saú-de e proibiram ouso, e de Cana-dá e Brasil, quedefendem suaexploração con-trolada. “O Bra-sil é o quartomaior produtordo mundo, fi-cando atrás so-mente da Rús-sia, Casaquistãoe Canadá”, aler-tou Annie.

Como se dá a contaminação pelo uso do amianto?As pessoas que lidam com o produto estão su-

jeitas a absorver suas fibras, mas é nas unidades deprodução ou nas fábricas que o perigo é maior. Oorganismo absorve gradativamente as fibras atéque elas começam a causar danos irreversíveis comoo câncer ou abestose. A exposição ao amianto au-menta até dez vezes o risco de câncer no pulmão.

Como está a situação na França?O uso da fibra de amianto foi proibido em 1997.

Depois do banimento, a sociedade exigiu uma legisla-ção específica e o posicionamento por parte dos par-lamentares. Até 2005 toda a comunidade européiadeverá deixar de usar o material.

Qual o número de pessoas contaminadas poramianto na França?

As estatísticas demonstram que 100 mil pessoasmorrerão nos próximos 20 anos vitimadas pelo mine-ral. O número poderá chegar a meio milhão na Euro-pa Ocidental.

Como está a situação do Brasil em relação aoamianto?

A discussão avança. Existem lugares que proí-bem o uso do amianto como São Paulo, Osasco,Mato Grosso e agora o Rio Grande do Sul. Hátambém projetos tramitando no Congresso Nacio-nal. Aos poucos a população estará conscientedos malefícios provocados pela exposição.

Socióloga luta para banir o mineral

Soci

al

Annie Thébaud-Monyesteve na PUCRS

Fibra de origem mineral utilizada como matéria prima decaixas d’água, telhados e pastilhas de freio de veículos

balho Nuclear: Metodologia, Investigação e Alguns Re-sultados reuniu empresários, assistentes sociais, sindi-calistas e médicos e foi coordenado por Jussara RosaMendes, professora da Faculdade de Serviço Social.

Pesquisas alertam sobreperigos do amianto

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Saúd

e

Atende peloSUS (as

consultas sãoencaminhadaspela Secretaria

Municipal deSaúde), porconvênios e

particular.Informações

pelo fone: (51)3320-3382

Quatro meses depois da primeira consulta no AAAT,Tereza dos Santos, 57 anos, mostra-se convicta na suadecisão de largar o cigarro. “Vontade nunca me faltou,sentia vergonha de fumar. Mas não consegui semajuda”, admite. Ela usou vários artifícios em vão, masa dependência orgânica e a ansiedade impediam queseguisse a sua disposição. “O fumo é um suporteemocional falso, só prejudica a saúde”, constata Terezaque já enfrentou a fase mais difícil do tratamento: asíndrome de abstinência das quatro primeiras semanasde abandono. Ela começou a fumar há mais de 30 anose se orgulha de nunca ter oferecido cigarro a ninguém.Agora acredita que aproveitará melhor o tempo deaposentada, com caminhadas, cursos e trabalhosmanuais, sem se distrair ou precisar sair do ambientepor causa do mau hábito.Tereza fumou mais de 30 anos

Ajuda para abandonaro tabagismo

“SENTIA VERGONHA DE FUMAR”

da”, enfatiza o pneumologista José MiguelChatkin, coordenador do AAAT.

No primeiro dia, ocorre uma sessão de sensi-bilização em grupo. Assim que começam as con-sultas individuais, é marcada a data para pararde fumar, entre sete e dez dias depois. A terapiacognitivo-comportamental, baseada no autoco-nhecimento e nas situações que estimulam cadapessoa a fumar, é destinada a quem apresentaum quadro leve. Medicamentos são receitadospara dependentes moderados. Quando o proble-ma é grave, além dessas técnicas, utilizam-segomas e adesivos de reposição da nicotina.

Algumas pessoas têm predisposição genéticaao tabagismo, o que as leva a continuar fuman-do após a primeira experiência. Quem produzmais facilmente a enzima CYP2A6, processa a

nicotina no organismocom rapidez. “É possívelque, no futuro, possamostratar os pacientes fazen-do com que essa enzimadeixe de funcionar”, pre-vê Chatkin. No momento,estuda-se a realização deuma parceria entre aPUCRS e a Universidade deToronto, do Canadá, parapesquisar sobre genéticaem tabagismo.

Ao completar dois anos de funcionamento, oAmbulatório de Auxílio ao Abandono do Taba-gismo (AAAT) do Hospital São Lucas da PUCRSapresenta um alto percentual de pacientes queobtiveram sucesso na tentativa de deixar o cigar-ro: mais de 50% em seis meses de acompanha-mento e 45% em 12 meses. Na literatura médicaos registros variam de 35% a 40%, com acompa-nhamento médico, e 6% sem ajuda.

Esses resultados foram apresentados na Ame-rican Thoracic Society Interna-tional Conference, em SãoFrancisco (EUA), em maio.A repercussão foi tão fa-vorável que pesquisadoresde países como Itália, Ca-nadá, México e Holanda so-licitaram cópia da metodolo-gia e dos resultados para apli-car em seus serviços.

Além de esclarecer so-bre malefícios, pneumolo-gistas e psiquiatras estimu-lam os pacientespara que sejampersistentes. “Elesprecisam saberque é uma luta difí-cil, mas não podem de-sistir depois de uma eventual recaí-

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O Serviço de Traumatologia e Ortopedia doHospital São Lucas (HSL) da PUCRS tem um dospoucos Bancos de Ossos do Estado. O local reú-ne material para ser utilizado em cirurgias dereconstrução e revisão de próteses. Os enxertosósseos são utilizados em cirurgias de ressecçãode tumores, de coluna, traumas e em todos osprocedimentos que necessitem de grande quan-tidade óssea. “Em alguns casos, parte dos ossosdo mesmo paciente é transferida de uma regiãopara outra que precisa de enxerto”, explica Mo-nik Fridman, chefe do Serviço de Ortopedia eTraumatologia.

O Banco de Ossos do HSL é acionado quandoum paciente é submetido à cirurgia para revisãode prótese. Ou seja, quando depois de algunsanos houve um desgaste e afrouxamento da peça.

Em dois anos de fun-cionamento foram re-cebidas 54 doações eoito pessoas forambeneficiadas. Parauma artroplastia to-tal de quadril as pró-teses são constituídasde dois elementos: umcimentado na bacia,em geral feito em po-lietileno (um tipo es-pecial de plástico), eoutro no fêmur (ossoda coxa), confeccio-

Saúde

Substitui asestruturasdanificadas daarticulação,por materiaisque vão atuarcomo umajunta

Gerontologia biomédica

nado em metal. As duaspeças, após se encaixa-rem uma na outra, reali-zam os movimentos dearticulação. Nos casos deprótese de quadril, joe-lho e tumores, quandoocorre um grande desgas-te ósseo, são necessári-os ossos para o enxerto,que podem ser retiradosde outra parte do corpodo próprio paciente, oudo material estocado em banco.

O doador passa por uma bateria de exames afim de detectar doenças. Os ossos devem estarlivres de contaminação para serem armazenadospor um período médio de quatro a seis anos. Doen-ças como AIDS, hepatite, sífilis, tuberculose e mi-coses ósseas excluem possíveis doadores.

O Banco de Ossos é composto por um freezerespecial que mantém as peças anatômicas conge-ladas em 80ºC negativos. A baixa temperaturagarante a integridade da estrutura mineral doosso e destrói sua parte orgânica, evitando as-sim, processos de rejeição (reação imunológica).“A remoção e a utilização são feitas dentro derigorosos princípios técnicos, bioéticos e legais”,destaca Fridman.

Numa segunda fase, o HSL pretende iniciar aretirada de ossos de pessoas mortas, aumentandoo estoque do banco e, conseqüentemente, a possi-bilidade de atender mais pacientes. Está nos pla-nos também ampliar o armazenamento do Bancopara outros tecidos como cartilagens e pele.

Ossos são mantidosem freezer especial

Banco de Ossos auxiliapessoas com falhas ósseas

O Instituto de Geriatria e Gerontologia daPUCRS comemora um ano de atividades do pro-grama de pós-graduação em Gerontologia Bio-médica, com cursos de mestrado e doutorado. Éo único da América Latina cujo eixo temáticoestuda o fenômeno biológico do envelhecimen-to tanto em animais quanto no homem. “Aspesquisas servirão como base para desenvolverintervenções, cuja meta maior é a promoção deum envelhecimento bem-sucedido para a popu-

lação”, afirma o coordenador Emílio Jeckel. Aslinhas de pesquisa abrangem o fenômeno doenvelhecimento, desde o ponto de vista mole-cular, genético, celular e imunológico até as-pectos epidemiológicos, geriátricos e bioéticos.O programa de pós-graduação, de caráter inter-disciplinar, é credenciado junto à Capes, tendosido avaliado com nota 4. Esta avaliação permi-tiu ao curso receber bolsas para doutorado emestrado tanto da Capes quanto do CNPq.

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Próteses fazemmovimento dearticulação

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Saúd

e

Especialidade quetrata de lesões domembro superior,

como traumas,problemas

congênitos ereumáticos.

O HSL realiza,em média, 100microcirurgias

por mês

Cirurgiões plásti-cos do Brasil, Argen-tina, Chile, Uruguaie Paraguai reuniram-se na Universidade,em junho, para de-bater novas técnicasde cirurgia estéticae reparadora no IXCongresso de CirurgiaPlástica do Cone Sul.O evento presididopelo chefe do Servi-ço de Cirurgia Plás-tica da PUCRS, Pe-dro Martins, apre-sentou novidadescomo novos méto-

dos de tratamento da calvície e procedimen-tos de reimplante da mão em ambulatório.

O coordenador científico do Congresso ecirurgião plástico da PUCRS, Carlos Uebel,foi o pioneiro no Brasil na criação e utiliza-ção da técnica do microtransplante capilar. Oprocedimento que utiliza os fios de cabelosdo próprio paciente, ocupa o segundo lugarentre as cirurgias estéticas masculinas maisrealizadas no país.

Antes e depoisde um micro-

transplantecapilar

A técnica consiste em coletar raízes ca-pilares da região da nuca e implantá-las umaa uma na região calva. A novidade está naintervenção à laser, que faz orifícios e im-planta a raiz tal como uma semeadura. Osmicroenxertos se mantêm por tempo inde-terminado. “Transplantamos de 5 mil a 6 milraízes de cabelo, em duas horas de cirur-gia”, explica Uebel.

Na área da cirurgia reparadora, o cirur-gião-plástico Jefferson Silva, coordenadorda Unidade de Cirurgia da Mão do Hospi-tal São Lucas, apresentou no congresso atécnica de reimplante sem hopitalização pós-operatória. Além disso, o custo é mais baixopara o Sistema Único de Saúde.

Nos casos em que a pessoa perde umdedo, por exemplo, os vasos de pequenodiâmetro da mão são suturados, com o au-xílio de um microscópio. A técnica de mi-crocirurgia dura em média quatro horas, aanestesia é local e o paciente retorna àsatividades em dois ou três meses. Segundoo cirurgião, 95% das cirurgias da mão po-dem ser feitas em ambulatórios, sem hospi-lalização. “O sucesso é o mesmo ou até me-lhor do que se o paciente estivesse hospi-talizado”, ressalta Jefferson Silva.

Novas técnicas emcirurgia plástica

Reimplante digital com sutura de todas asestruturas que devolvem motricidade e

sensibilidade ao dedo reimplantado

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Pesquisa estuda como amente funciona no espaço

O sonho de atuar como cientista espacial ficou mais próximo de Felipe Falcão,22 anos, estudante da Engenharia Mecatrônica. O interesse e a dedicação do alunodespertaram a atenção de sua orientadora, a professora Thaís Russomano,coordenadora do Laboratório de Microgravidade da PUCRS. Ela enviou cartas derecomendação para diversos centros de pesquisa do mundo e, em menos de 24horas, a resposta da Nasa veio. Em julho, o aluno embarca com destino ao vilarejode Moutain View, próximo a San Francisco (EUA).

No Ames Research Center, Falcão acompanha, por quatro semanas, os estudosfeitos em astronautas antes e depois das missões espaciais. O objetivo é descobrirquais os efeitos da microgravidade na calcificação óssea e como combatê-los. “Aviagem muda completamente o meu futuro porque, em vez de ir para a indústria,como a maioria dos meus colegas, eu vou para a pesquisa”, afirma Falcão.

www.ipct.pucrs.br/microg

NASA OFERECE ESTÁGIO PARA ALUNO DA MECATRÔNICA

no espaço e os efeitos de alguns medicamentos nessetipo de situação.

A coordenadora do Laboratório, Thaís Russomano,diz que as pesquisas vão contribuir para melhor enten-der a performance mental do astronauta nos primeirosminutos de exposição à microgravidade. “O sucesso dasmissões espaciais depende de boas respostas cogniti-vas do ser humano como a memória, a linguagem e acapacidade de resolver problemas”, explica Thaís.

Por meio de um teste psicológico computadorizado,o indivíduo é avaliado em aproximadamente quatrominutos. O voluntário permanece deitado, em posiçãoinclinada, numa cama de simulação de microgravidade.Imagens de um boneco que se move em diferentesposições são projetadas numa tela. Sinais de positivo enegativo aparecem aleatoriamente em cada uma dasmãos do boneco e na parte inferior da tela. Com umdispositivo (botão) em cada uma das mãos, a pessoaclica para identificar se o sinal abaixo do boneco cor-responde ao sinal de sua mão direita ou esquerda.

A próxima etapa do projeto testará voluntáriossob o efeito de medicamentos. Sintomas como náuse-as, vômitos e diminuição da performance física e mentalsão muito freqüentes na locomoção espacial. Os pes-quisadores querem descobrir como os efeitos da esco-polamina (droga que combate esses sintomas) afetamo desempenho cerebral do indivíduo. Em outra linhade pesquisa, a professora Marlise dos Santos, da Fa-culdade de Farmácia, estudará o uso de novas combi-nações de substâncias anestésicas e vasodilatadoras,utilizadas para permitir a coleta de sangue arteriali-zado do lóbulo da orelha em microgravidade.

Teste psicológico computadorizado faz avaliação

Você tem idéia de como a mente de um astronautafunciona na Lua? Uma das principais preocupações damedicina aerospacial hoje é desenvolver meios quesimulem as respostas fisiológicas e psicológicas queocorrem em situações de ambiente sem gravidade. Ospesquisadores do Laboratório de Microgravidade doInstituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas daPUCRS estudam o desempenho mental do ser humano

Espacial

Falcão pesquisa microgravidade

por PAULA OLIVEIRA DE SÁ

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Cult

ura

O Instituto Estadual de Cinema começou, emmarço, a oferecer aos alunos de ComunicaçãoSocial da PUCRS estágio curricular nas suas de-pendências. A oportunidade foi concretizada emconvênio firmado entre a Universidade e a Se-cretaria Estadual de Cultura. O trabalho seráacompanhado por um professor da Faculdade deComunicação Social (Famecos) e os estudantesescolhidos conforme indicação dos docentes.

Única no Estado, a pós-graduação em Cine-ma da Famecos está em fase de reformulação.No primeiro semestre foi lançado o curso deextensão Oficinas Experimentais que apresentacurrículo inovador e conta com professores dereconhecida experiência. O primeiro mestrado pro-fissionalizante na área no Brasil está sendo pro-jetado e deverá abrir a primeira turma em marçode 2002. As novidades vão substituir a especia-lização, com término previsto para o final desteano. “Nós nos adequamos ao mercado e oferece-mos valores mais acessíveis aos estudantes”, ex-plica o professor João Guilherme Barone, coor-denador das oficinas.

A expansão do ensino de cinema para a pós-graduação resulta de medidas que projetaram otrabalho da Faculdade nacionalmente. A partir de1995, com o Curso de Especialização em ProduçãoCinematográfica, os filmes voltaram a concorrerem festivais. Firmaram-se convênios com laborató-rios de revelação, com a Fuji Film para a comprade negativos e com a Secretaria de Cultura, quecedeu equipamentos. O professor Carlos Gerbasedestaca que a Famecos sempre foi conhecida pela

Famecos inovano ensino de Cinema

Tipo defilme para

cinema

Aula do curso de extensão

ênfase ao audiovisual e é uma das poucas faculda-des a filmar em 16mm . “Quem sabe filmar em16mm está mais preparado para atuar no Jornalis-mo, pois já fez o mais difícil”, ressalta.

A PUCRS também se aproximou de institui-ções reguladoras e orientadoras da educação ci-nematográfica. Entre elas, a Sociedade Brasileirade Estudos em Cinema (Socine), por onde pas-sam todos os projetos pedagógicos das universi-dades. Em reconhecimento à qualidade obtidapela Famecos, a Universidade sediará o 5º En-contro Anual da Socine, de 8 a 11 de novembro.

As inovações traduzem-se para os alunos emqualidade e maior produção de filmes, essencialpara o aperfeiçoamento profissional. Há cincoanos, a turma de especialização produzia apenasum curta-metragem por ano. Hoje são 17 títulosanuais. Em junho, oito filmes concorreram noFestival Brasileiro de Cinema Universitário de Ni-terói e outros sete participarão do Festival In-ternacional das Escolas de Cinema no México, apartir de 31 de outubro. Para o Festival de Cine-ma de Gramado, a aposta é Por um fio, realizadopela turma da especialização.

Equipamentos doados para a Famecos pelaUniversidade de São Paulo (mesa de montagemde filmes), pela Álamo Laboratórios de Som eCinema (gravadores, mesa de som, gravador óp-tico e mesa de montagem de filmes) e pela Quan-ta Iluminação (acessórios para iluminação) faci-litam os trabalhos em aula. A aparelhagem, ava-liada em US$ 250 mil, não tem similar no Esta-do. Para abrigar os novos instrumentos, a sala121 do prédio 7 foi reformada e, em anexo, serámontado um estúdio de som.

Novos equipamentos não têm similar no Estado

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Letras resgata textosinéditos de Josué Guimarães

Josué Guimarães nasceu em SãoJerônimo em 7 de janeiro de 1921e mudou-se com os pais e oitoirmãos para a Capital em 1930.Trabalhou como jornalista desde os19 anos na imprensa nacional,como repórter, diagramador,ilustrador, correspondenteinternacional, editor e colunista.Em 1970, publicou seu primeirolivro, a coletânea de contos de OsLadrões, que integra uma produçãofértil de 24 obras. O escritorfaleceu em 1986.

Os acervos literários conservam a memória deum escritor. Neles se pode vislumbrar não só a obra,mas momentos que antecederam a criação e o desti-no das personagens. O Acervo Literário Josué Gui-marães, no curso de Pós-Graduação em Letras daPUCRS, criado em 1996, é o guardião de originais emanuscritos do autor gaúcho reunindo 8 mil itenscomo fotos, cartas, originais e objetos. No ano emque Josué Guimarães completaria 80 anos, o lança-mento dos inéditos As Muralhas de Jericó e outrofinal para o romance Camilo Mortágua marcaram ascomemorações.

A diretora do acervo, Maria Luíza Ritzel Remédi-os, conta que o escritor decidiu escrever outroepílogo para o romance atendendo aos pedidos deleitores que consideraram o desfecho de Camilo Mor-tágua melancólico. O texto, batizado de “conto”,era desconhecido do público. Em maio, no CentroMunicipal de Cultura, em Porto Alegre, o acervopromoveu um debate e a leitura do final inédito daobra. Nessa versão, o personagem recebe um happyend e não é morto por um tiro. No cinema em queseria baleado, acaba reencontrando Mocinha e saicom ela para a rua.

Em As Muralhas de Jericó, o escritor gaúcho nar-ra num tipo de diário suas aventuras pela ex-UniãoSoviética e pela China comunista. Josué esteve emPequim e Moscou como jornalista em 1952, mas naépoca teve o livro proibido no Brasil. Em 1996, odiretor da L&PM, Ivan Pinheiro Machado, cedeu olivro ao Acervo da PUCRS para que fosse feita análi-se e atualização do material. O texto lançado emedição conjunta com o Acervo Literário Josué Gui-marães e o Instituto Estadual do Livro, recebeu no-tas explicativas da professora Maria Luíza Remédios.

De 1º a 3 de agosto o Pós-Graduação em Letrasda PUCRS promove o 5º Encontro Nacional de Acer-vos Literários Brasileiros. Especialistas e pesquisado-res de todo o país discutem entre outros temas arelação dos acervos e o ensino da literatura brasilei-ra. Este ano o encontro também homenageia o escri-tor Pedro Villas-Boas, com uma exposição. Informa-ções pelo telefone (51) 3320-3676.

• “No espólio do escritor essa versão aparece indicada como conto. No meu entender, a primeira versão tem mais• impacto, especialmente no sentido de crítica à ditadura”.• Maria da Glória Bordini – Coordenadora dos Acervos Literários do Curso de Pós-Graduação em Letras da PUCRS

• “O que mais me impressionou foi a sobrevida da obra, que se pronuncia tão próspera na publicação do inédito”.• Ir. Elvo Clemente – Presidente da Academia Rio-grandense de Letras

• “A primeira versão é mais contundente. O outro final acaba com toda a dramatização imposta no texto”.• Maria Luíza Remédios – Diretora do Acervo Literário Josué Guimarães

OPINIÕES SOBRE O FINAL INÉDITO DE CAMILO MORTÁGUA

O ESCRITOR

Debate sobre o novo desfecho de Camilo Mortágua

Cult

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A Fundação Irmão José Otão promoveu oficinas econferências dirigidas a profissionais, empresas e pes-soas que buscam ir além do estabelecido. O eventoCriatividade para Inovação e Invenção Empresarialtrouxe convidados internacionais, entre eles Davidde Prado, criador de um dos três centros de criativi-dade do mundo e diretor do Mestrado Internacionalde Criatividade Aplicada Total. Prado falou a dirigen-tes e professores da PUCRS sobre assuntos relaciona-dos ao tema, enfocando-os na realidade da gestão edo ambiente universitário.

Segundo ele, para a criatividade prosperar nessecontexto é necessário formar uma rede que en-volva, a partir do líder, equipes diretivas, pro-fessores, alunos e seus familiares. “Uma empre-sa só estará segura do seu futuro se tiver espa-ços específicos para o desenvolvimento e o es-tímulo da criatividade”, afirma. Prado sugere arealização de um programa experimental que de-sencadeie cursos na área e o preparo de facilita-dores em metodologias. Lutar contra o autorita-

Idéias criativas precisam de espaçorismo é outra medida a ser adotada, motivando aparticipação de todos pela formação de núcleos.

Tudo começa, no entanto, pela auto-estima. Aautonomia e a responsabilidade pelos próprios atospermitem o surgimento de novas idéias. “Fomos edu-castrados e somos educastradores. A mudança pesso-al é a mais lenta, é preciso ter espaço para si mes-mo”, defende o diretor. Prado anunciou, para 2002,o primeiro doutorado na área e, em três ou quatroanos, espera lançar o Projeto Científico Acadêmicoda Criatividade na América Latina, reunindo institui-ções e universidades.

Pesquisadores do Labinter na PUCRS

Informações pelo site www.fiuc.org/ccrprojects/lal

situação abrigam-se do frio e da chuva em marquisese apenas um décimo procura albergues ou abrigos.

Esses são alguns dos resultados preliminares apre-sentados pelo Laboratório Internacional Universi-tário de Estudos Sociais (Labinter) do Brasil no IColóquio Internacional sobre Estudos Sociais. O even-to, realizado em maio na PUCRS, reuniu pesquisadoresdo Labinter, projeto piloto criado pela Federação In-ternacional de Universidades Católicas (Fiuc) na Amé-rica Latina e integrado também por grupos do Peru,da Colômbia e da Argentina. Representaram a Fiuc osecretário-geral Guy-Réal Thivierge e o diretor cientí-fico Pedro Varón. Com base na iniciativa pioneira, aFiuc lançou recentemente outro projeto envolvendoinstituições da África e da Ásia.

No país, o Labinter é formado por seis núcleos depesquisa existentes na Faculdade de Serviço Social eno Departamento de Ciências Sociais da PUCRS, alémde ter parcerias estabelecidas com a UFRGS e a Pre-feitura Municipal de Porto Alegre. Investiga-se o temada exclusão social, as estratégias de resistência e asredes de inclusão.

David de Prado defendeespaço para a criatividade

A vida do morador de rua caracteriza-se por suces-sivas perdas: da família, do emprego e da auto-esti-ma. As atividades de catar latinhas ou papelão eguardar carros são desempenhadas por 75% dos en-trevistados, sendo que apenas 10% identificam-nascomo trabalho. Do total dos que dizem ter adquiridoalguma doença (alcoolismo, drogadição e HIV), 65%não recebem tratamento. Sete entre dez idosos nessa

Colóquio discute exclusãoDebates

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Um ambiente de experimentação de novaspedagogias no ensino da arte. Com essa idéia aFaculdade de Educação implantou o Laboratóriode Processos Criativos em Arte e Educação, nosegundo andar do prédio 15. As salas integramas três linguagens fundamentais das artes –música, teatro e artes plásticas –, permitindoainda o diálogo com outros meios, como o ci-nema e a dança. “Criou-se um espaço ideal noque se entende como educativo”, define o pro-fessor Ivan dos Santos, um dos coordenadoresdo laboratório. A estrutura é composta por te-levisão, vídeo, computador, bancadas para a re-alização de trabalhos de artes plásticas, sala demúsica e de teatro.

A proposta do local, inédita no Rio Gran-de do Sul, é tornar-se um centro de pesquisaem pedagogia nas áreas de graduação, pós-graduação e cursos de extensão. Atualmentehá cinco projetos de atividades de extensãoem análise para a abordagem da problemáti-ca das artes e a formação teórico-práticadentro das diferentes linguagens. Neste ano,o lugar é usado pelas disciplinas das habili-tações em Educação Infantil, Educação Es-pecial e Magistério das Séries Iniciais doEnsino Fundamental. Em 2002, quando co-meçar a vigorar o currículo novo, o uso seestenderá a todas as áreas.

Santos destaca ainda a possibilidade derealizar convênios com escolas particulares,estaduais e municipais para a utilização doespaço, tanto em aulas quanto em treina-mento de professores. Todas essas atividadesconvergem para o objetivo dos criadores dolocal de lançar novas metodologias de tra-balho. Um exemplo em execução é a heme-roteca (banco de dados e informações cole-tados em todo tipo de publicação), que estásendo construída e servirá como uma mostradas atividades que os professores poderãodesenvolver nas escolas onde atuam.

Para agosto, a Faculdade de Educação,em parceria com a Faculdade de Serviço So-cial, prepara a 7ª Semana de Arte. De 13 a24 ocorrem as mostras plásticas e, no dia17, encerram-se os debates e os espetácu-los. O tema da edição é Educação e Artecomo prática social e pretende aprofundar osaspectos da arte na pedagogia social e da

Artes plásticas são um recurso educativo

Laboratório incentivaexperimentação pedagógica

arte no trabalho social. O evento contarácom exposições de várias instituições, comoo presídio Madre Peletier e o Instituto Edu-cacional Nazaré – da Apae. A programaçãocompleta-se com oficinas, seminários e apre-sentações artísticas nos horários de interva-lo entre as aulas.

Alunos têm aulas de música e de teatro

Espaço Acadêmico

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2020

Tecnologia

As recentes crises no setor energético emestados brasileiros destacam a importância daspesquisas do Núcleo Tecnológico de Energia eMeio Ambiente (Nutema) da PUCRS. O centrorecebe consultas da comunidade sobre o usoeficiente de eletricidade e fontes alternativas deenergia. Formado pela Faculdade de Engenharia,

o núcleoviabiliza aapl icaçãoregional des i s t e ma sba s ea do sem fontesrenováveisde energia,como sol,vento eágua. Os

A necessidade de preservar a qualidade dosalimentos no processo de embalagem resultouna pesquisa Estudo e Controle de EscoamentosTurbulentos ao Redor de Obstáculos, realizadapelos professores Jorge Silvestrini, do Departa-mento de Engenharia Mecânica e Mecatrônicada PUCRS, e Eric Lamballais, do Laboratório deEstudos Aerodinâmicos da Universidade de Poi-tiers (França). Como parte do trabalho, o pes-quisador francês visitou a Universidade.

O estudo procura identificar a interferênciaque a presença e o movimento de braços deoperários ou de robôs produzem na qualidadedo ar em ambientes mantidos ultralimpospor meio de jatos de ar. Na embalagem dealimentos frescos, como carnes, o ambiente ul-tralimpo permite aumentar o período de vali-dade dos produtos embalados. As análises sãofeitas por meio de simulações numéricas quemostram o comportamento do escoamento dear ao redor da zona de embalagem.

O código computacional utilizado para os cál-culos foi desenvolvido pelos dois professores e assimulações são realizadas, dependendo do volu-me de cálculo necessário, em computadores doDepartamento de Engenharia ou no centro desupercomputação Idris, em Paris. Silvestrini ex-

A qualidade do ar emambientes ultralimpos

plica que a técnica pode ser aplicada em diversasáreas que necessitem de ambientes com alta qua-lidade de ar, como farmacêutica, microeletrônica,ambientes hospitalares, entre outras.

A partir do primeiro semestre de 2001, foramintegrados ao projeto de pesquisa três bolsistasde iniciação científica. Com o uso do mesmocódigo computacional, eles buscam desenvolversoluções para outras necessidades industriais. Assimulações numéricas e os primeiros resultadosobtidos, inéditos em relação à técnica emprega-da e à qualidade da informação, foram expostosem junho no 2nd International Symposium onTurbulence and Shear Flow Phenomena, em Es-tocolmo (Suécia).

Caracteriza-sepor ter uma

taxa decontaminação

inferior a3.500

partículas pormetro cúbico

• Prédio 30, bloco 7, sala 272. Informaçõespelo telefone (51) 3320-3500, ramal 4438,ou pelo site www.em.pucrs.br/~nutema

COMO ENTRAR EM CONTATO

Nutema busca alternativas energéticas

Centro dePesquisas eConservaçãoda Natureza,

em SãoFrancisco de

Paula, naSerra gaúcha,onde a PUCRS

desenvolvetrabalhos de

reflorestamentoe de

levantamentoe proteção de

espéciesanimais evegetais

ameaçadas deextinção

estudos são realizados em parceria com o Pro-grama de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica.

As pesquisas, coordenadas pelo professor Jor-ge Alé, do Departamento de Engenharia Mecâ-nica e Mecatrônica, priorizam a viabilidade téc-nico-econômica dos sistemas energéticos e odesenvolvimento sustentável municipal e regio-nal. Em Canela, está sendo feito o levantamen-to do potencial energético de um sítio e de umhotel. A próxima meta do Nutema será implan-tar o Centro de Divulgação de Energias Renová-veis junto ao Pró-Mata para buscar opções quenão agridam o meio ambiente.

Lamballais (esq.) e Silvestrini:pesquisa conjunta

Aluno testaturbina eólica

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Laboratório de Eletrônicaé referência em avaliações

O Laboratório Especializado em Eletro-eletrônica (Labelo) da PUCRS é o único dopaís credenciado a fazer ensaios em pro-dutos eletroeletrônicos que precisam damarca Underwriters Laboratories (UL), paraserem exportados aos EUA. Em auditoria re-alizada na Universidade por representantesda UL, o Labelo atingiu com excelência atodos os quesitos exigidos pela certifica-dora. “Conquistamos uma posição pioneirano setor e nossa tendência é triplicar aprodução”, afirma o coordenador, ÁlvaroTheisen.

A UL possui quatro laboratórios de tes-te nos EUA, subsidiárias em Formosa, HongKong e Japão, além de representantes pelomundo, inclusive no Brasil. O Labelo seráresponsável pelos ensaios de aparelhos comoeletrodomésticos, equipamentos de infor-mática e de telecomunicações, componen-tes de baixa tensão (plugues, tomadas, in-terruptores), fios, cabos e produtos relacio-nados. Os técnicos da PUCRS emitirão lau-dos especificando resultados e descrevendoo desempenho dos produtos.

Tecnologia

Segundo Thei-sen, o credencia-mento permitirá àsempresas do setorelétrico exportado-ras superar barreirastécnicas que os pa-íses desenvolvidosimpõem em substi-tuição das barreirascomerciais. Hoje, noBrasil, cerca de 250empresas exportam seus produtos para osEUA e precisam dessa certificação.

O atestado de certificação também re-sulta em benefício para os consumidores,porque auxilia a identificar produtos queatendam às normas específicas e ajuda aestabelecer parâmetros na hora da compra.Para os fornecedores, demonstra de formaindependente a qualidade dos equipamentosfrente aos diversos mercados, tornando a con-corrência mais justa, aumentando a compe-titividade e possibilitando a utilização denovas estratégias de marketing.

Há dez anos atuando na pres-tação de serviços como emissão decertificados de calibração, laudostécnicos, vistorias, ensaios e enca-minhamento de projetos de via-bilidade técnica, o Labelo atendemais de 1.600 empresas. No anopassado emitiu 4 mil certificadosde calibração e 800 relatórios deensaios. A infra-estrutura dos la-boratórios permite ainda que ospesquisadores construam equipa-mentos eficientes e de baixo cus-to, como um dispositivo de fio in-candescente, totalmente confecci-onado para ensaios de invólucroplástico.

Nos próximos meses, o Labeloparticipará de um quadro do pro-grama Fantástico, da TV Globo, queavalia a qualidade de produtosexistentes no mercado. Os técni-cos vão testar diversas marcas deferros de passar roupa e secadoresde cabelo.

Documento emitidode acordo com asregras de um sistemade certificação,indicando um níveladequado deconfiança de umproduto, processo ouserviço, devidamenteidentificado,obedecendo anormas específicasou outro documentonormativo

ENTENDA MELHOR

Prova para medir a durabilidade de tomadas

Testes avaliamsegurança elétricado ar condicionado

A Underwriters Laboratories Inc. (UL) é maiorcertificadora de produtos do mundo, estabelecidapara examinar materiais, aparelhos, equipamentos,construções, métodos e sistemas a fim dedeterminar se constituem qualquer risco de vida oucontra a propriedade alheia.

por PAULA OLIVEIRA DE SÁ

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A justiçasem fronteiras

Viabilizada por meios tecnológicosavançados, a comunicação global doplaneta contribui, ao mesmo tempo, paraa busca da paz universal e para arealização de transações ilícitas em nomede poder e dinheiro. Na opinião deBaltasar Garzón, magistrado da AudiênciaNacional da Espanha, a exemplo dasorganizações criminais, o sistemajudiciário e a polícia precisam seinternacionalizar. “Faltam espaços maisamplos para levar adiante novas técnicasde combate ao crime organizado”,declarou o juiz espanhol quando estevena PUCRS como conferencista doSeminário de Estudos sobre Ilícitos doColarinho-Branco, promovido pelaFaculdade de Direito.Garzón ficou conhecido por atuar alémdas fronteiras do seu país, em casos derepercussão internacional na defesa dosdireitos humanos. Em 1998, pediu aextradição da Inglaterra do ex-ditadorchileno Augusto Pinochet e investigadelitos ocorridos em períodos ditatoriaisna América do Sul. Em entrevista àimprensa na Universidade, o magistradoanunciou para julho de 2002 o início dofuncionamento da Corte PenalInternacional para julgar crimes contra ahumanidade, da qual é um dosdefensores. Na mira de transgressores dalei, Garzón falou aos jornalistas cercadopor agentes de segurança.

Os poderes judiciários dos países latino-ame-ricanos estão preparados para combater o crimeorganizado?

Há normas que permitem o exercício livre, inde-pendente e imparcial do poder judiciário. Porém, ocumprimento por parte dos países é outra questão.Depende também da decisão e convicção de cada umdos membros em seguir a lei. Uma vez existindo osrequisitos mínimos, o compromisso é indeclinável parase poder fazer a justiça em nome dos cidadãos.

Qual a sua impressão sobre o sistema judiciáriobrasileiro?

Estruturalmente é um pouco diferente do espanhol.Pela informação que tenho, nos últimos anos está ocor-rendo uma evolução favorável. O Judiciário e o Minis-tério Público tomam consciência de sua importânciacomo pontos de equilíbrio dos demais poderes e comoprotetores dos direitos fundamentais dos cidadãos. Issonão quer dizer que não sejam necessárias reformas.Observa-se, no entanto, o compromisso dos seus inte-grantes em atuar com mais independência e maiorrigor, essencial para que os cidadãos não fiquem desa-creditados das instituições. Se o poder judiciário nãoaplica por igual a lei também aos poderosos, existemdeficiências e é preciso modificá-las.

O senhor pode citar algumas técnicas novaspara combater o crime organizado?

Na minha conferência, apontei algum tipo de solu-ção, se não para acabar com esse fenômeno, parainvestigá-lo de forma mais eficaz. Em nível mundial,foi aprovada a convenção sobre crime organizado emPalermo (Itália), em 2000. As técnicas devem estar deacordo com a evolução da organização criminal, quese estrutura como uma autêntica empresa. Elas nãopodem prescindir de uma tipificação dos delitos socie-tários e do estabelecimento da responsabilidade crimi-nal de políticos. A investigação eletrônica via inter-net, a interceptação de comunicação planetária e ocontrole da circulação de dinheiro são algumas dasmedidas. Faltam sobretudo espaços judiciários e poli-ciais mais amplos para levá-las adiante. Como é o casoda União Européia e um dia será do Mercosul, ou deabrangência universal quando se trata de crimes espe-cialmente violentos ou graves.

Entr

evis

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BALTASAR GARZÓN

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Como está a organização da Corte Penal Inter-nacional?

O estatuto foi aprovado em Roma, em julho de1998. Trinta países ratificaram o documento, sendoque a lei exige 60 para permitir o início de sua forma-ção, esperado para julho de 2002. A corte cuidará dainvestigação e do julgamento de crimes contra a hu-manidade, genocídios e delitos de guerra. Na minhaopinião, se não é a solução, é a única medida preven-tiva e repressiva que temos sido capazes, na comuni-dade internacional, de estruturar para combater essescrimes. Os governos e os países, por meio de seusparlamentos, devem ratificá-la.

Que outras iniciativas estão sendo tomadas?Em alguns países, há o princípio de perseguição

penal universal, como na legislação espanhola, esta-belecendo a obrigação – e não a mera possibilidade –de investigar crimes contra a humanidade, indepen-dentemente do lugar onde tenham sido cometidos eda nacionalidade das vítimas. É necessário tambémaplicar as convenções internacionais contra a tortura,o genocídio ou declarações sobre o desaparecimentoforçado de pessoas.

A prisão é a melhor forma de punir os crimesdo colarinho branco?

Não sou um profissional partidário da prisão. Aprisão preventiva é uma medida cautelar que se im-põe para assegurar a presença da pessoa indiciada.Há muitas formas de punir ou sancionar, não apenasa prisão: a suspensão de atividades, a impossibilida-de de ascender a contratações públicas, a elaboraçãode listas negras de empresas com antecedentes decorrupção – ou de seus responsáveis –, impedindosua concorrência em licitações e contratações públi-cas, entre outras.

O senhor tomou medidas como essas contra ogrupo terrorista ETA (Pátria Basca e Liberdade).

Acredito que a forma básica para enfrentar o crimeorganizado é investigar as suas estruturas econômico-financeiras à parte da detenção ou investigação da-queles que cometem delitos concretos, como assassi-nato ou tráfico de drogas. Mas as pessoas são sempresubstituíveis por outras. Quando se aborda a investi-

gação de uma estrutura interna é preciso entender queos fenômenos criminais não são simples e individuais.A complexidade implica investigar todo o contexto.

A sociedade está pressionando mais pela solu-ção desses crimes?

Tomando o modelo espanhol, no princípio dos anos90 os cidadãos se deram conta de que os representan-tes públicos nem sequer respeitavam a eleição demo-crática. Produz-se no cidadão uma espécie de fratura:quem o representa está utilizando o poder que ele lhedeu como um mecanismo de enriquecimento ou auto-promoção, e não como um serviço público para bene-ficiar a sociedade. Neste momento, em muitos países,ocorre uma contestação generalizada e uma exigênciade responsabilidade política e penal a essas pessoas.Isso abriu espaço para que, a partir de 1994, na Espa-nha, fossem aprovadas normas para dificultar – nãoimpedir porque sempre há novos métodos para des-cumprir as normas legislativas – os comportamentosde corrupção. Houve uma mudança de hábitos nosgovernantes. Esperamos que durem.

“É praticamente lógico queum representante de umregime autoritário secorrompa. Partindo do fatode que esse é em si mesmocorrupto por impor pelaforça as suas idéias”

“A Corte PenalInternacional, se não é asolução, é a única medidapreventiva e repressivaque temos de estruturarpara combater esses crimes”

“O Judiciário e o MinistérioPúblico tomam consciênciade sua importância comopontos de equilíbrio dosdemais poderes e comoprotetores dos direitosdos cidadãos”

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Estudo sobre anfíbios iniciaparceria internacional

Ciência

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Pesquisa sobre uma espécie de anfí-bio semi-aquático conhecido por Chtho-nerpeton indistinctum (de nome vulgarfalsa-cobra-cega) dá início a uma par-ceria entre o Museu de Ciências e Tec-nologia (MCT) da PUCRS e o Museu deHistória Natural de Londres. “Os resul-tados do estudo constituirão a maisampla fonte de informações sobre anfí-bios gimnofionos do Brasil”, afirmaMarcos Di Bernardo, coordenador do La-boratório de Herpetologia do MCT e pro-fessor da Faculdade de Biociências. Opesquisador inglês John Measey, representan-do o Museu de Londres, vem trabalhando comesses animais subterrâneos ou semi-aquáticosna África, Índia e América do Sul. Ele está naUniversidade em missão oficial aprovada peloConselho Nacional de Desenvolvimento Cientí-fico e Tecnológico (CNPq).

O intercâmbio entre herpetólogos das duasinstituições permite que sejam trocadas ex-periências e implementadas novas técnicas

para a marcação e recaptura de exemplares. Oobjetivo, nessa pesquisa, é estimar a densi-dade populacional e o grau de mobilidade daespécie no local investigado, o município deTerra de Areia, no Litoral Norte do Estado.

O Chthonerpeton indistinctum é uma dasquatro espécies de gimnofionos registradas noEstado. Acredita-se que existam em grandesquantidades, mas como vivem escondidos, nãose conhece muito sobre a sua biologia.

Similares aminhocas,

constituemuma das três

ordens dosanfíbios. Asoutras duassão anuros

(sapos, rãs,pererecas) e

caudados(salamandras)

O curso de História da Faculdade de Filoso-fia, Ciências e Letras do Campus II da PUCRS,em Uruguaiana, realiza estudo sobre a existên-

cia de sítios pré-históricos no mu-nicípio. O objetivoé resgatar informa-ções sobre o pas-sado mais remotoda ocupação huma-na na região Oestedo Rio Grande doSul. Para desenvol-ver pesquisas emcaráter permanen-te, em breve serácriado o Núcleo de

Pesquisas Paleontológicas e Arqueológicas.Este projeto baseia-se na descoberta de ves-

tígios arqueológicos em três áreas, próximas a

Sant’Ana Velha, vila onde surgiu o município,às margens do Rio Uruguai. Os responsáveissão o coordenador do curso, Édison Brito, e osprofessores Flamarion Gomes e Édison Oliveira.

No local detectou-se a presença de umaespécie vegetal identificada como um tipode amendoim antigo. Há a possibilidade dese tratar de uma antiga plantação de horti-cultores ceramistas guaranis que se fixavamnas margens do rio Uruguai. “Mas não pode-mos afirmar, até o momento, se a ocorrênciadesse tipo vegetal é resultado de ação huma-na”, explica Édison Brito.

Também foram encontrados fragmentos decerâmica e artefatos líticos (pedras talhadas)utilizados, provavelmente, pelos mais anti-gos moradores de Uruguaiana. O projeto seráenviado ao Instituto do Patrimônio Históri-co e Artístico Nacional para a liberação dasintervenções arqueológicas.

Descobertos sítiosarqueológicos em Uruguaiana

Amendoim antigonas margens

do rio Uruguai

Falsa-cobra-cega (no detalhe a cabeça)

Foto: Jorge Silva

Foto: Édison Brito

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Um pequeníssimo molusco, conhecido pelo nomede mexilhão dourado, originário do sudeste asiáti-co, está preocupando biólogos e autoridades liga-das ao meio ambiente. Nos últimos meses, o animalque se multiplica de forma acelerada foi apontadocomo um dos causadores dos alagamentos em PortoAlegre. A hipótese, levantada pelo vereador JoséFortunati, com base em informação de um técnicodo Departamento Municipal de Água e Esgotos(DEMAE), não foi comprovada, mas trouxe à tonaoutros estragos que o Limnoperna fortunei, seu nomecientífico, causa aos sistemas de captação de água,às embarcações, às usinas hidrelétricas e à faunados rios que invadem na América do Sul.

“O mexilhão dourado provavelmente chegou aoLago Guaíba em 1998, como invasor. Suspeita-se quetenha vindo na água de lastro de navios”, informa abióloga Maria Cristina Mansur, do Laboratório de Aqua-cultura do Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS,especialista em moluscos de água doce e a primeira alocalizar o animal no Estado, em janeiro de 1999.“Semelhante aos mexilhões marinhos, eles deixamsuas larvas na água. Em poucas horas elas se fixam ecomeçam a desenvolver colônias”.

A equipe do Museu realiza pesquisas para di-mensionar o crescimento deste molusco no Guaíba eobservar sua preferência por diferentes tipos de su-porte, como raízes de aguapé e de junco. Um tijolomergulhado durante 100 dias ficou coberto de me-xilhões e seus furos entupiram. “Mas não acho queeles sejam responsáveis pelos alagamentos em Por-to Alegre”, afirma Maria Cristina, comparando o ti-

jolo às tubulações de água da Capital. “Este tipo demolusco prefere águas mais limpas”. Segundo a bió-loga, no final de 2000, começaram a aparecer osprimeiros sintomas de entupimento por mexilhãonas entradas de bombas captadoras de água do DMAElocalizadas em Belém Novo, no Veleiros do Sul e naRiocell.

O mexilhão dourado é um filtrador muito ativo. Oque não aproveita para sua alimentação transforma,produzindo resíduos onde se acumulam fungos e bac-térias prejudiciais aos animais habitantes do fundode águas doces. “A fauna bentônica do Lago Guaíba ede seus afluentes está sofrendo alterações. O mexi-lhão sufoca alguns animais e faz proliferar outros”.

A equipe do MCT realiza trabalhos com os pes-quisadores da Universidade de La Plata (Argentina),onde o mexilhão apareceu em 1991. Lá o moluscose desloca pelo Rio Paraná numa velocidade de 240km por ano contra a correnteza e entupiu até umausina hidrelétrica. Recentemente o MCT foi convi-dado pela direção da Usina Hidrelétrica de Itaipupara integrar o grupo que estuda como combater omexilhão dourado.

Como é um animal invasor, não tem predadores.“A esperança é que nossos peixes possam cumpriresse papel”, diz Maria Cristina. Para deter a prolife-ração ainda faltam pesquisas tanto sobre o compor-tamento, ecologia e biologia desses moluscos comode seus predadores.

Colônias do molusco invadiram rios e lagos

Equipe do MCT pesquisa no Lago Guaíba

Ciên

cia

Mexilhão dourado ameaçarios, usinas e barcos

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MESTRANDO PESQUISA COMOREDUZIR RADIAÇÃO EM EXAMES

Alun

os d

a PU

CRS UNIVERSITÁRIOS COMO VOLUNTÁRIOS NO CANADÁ

A segunda edição do Projeto Rondon levaneste mês de julho oito alunos da PUCRS aoCanadá para trabalharem como voluntários emcomunidades carentes. O programa é viabilizadopela parceria com a organização não-governamental internacional Jeunesse CanadaMonde, que atua em diversos paísespromovendo intercâmbios. Nos próximos trêsmeses, os acadêmicos, junto com outros oitocanadenses que fazem parte do programa,promoverão atividades em entidadesassistenciais e culturais de programas propostos

pela prefeitura de Royn-Noranda(província de Quebec). Osuniversitários selecionados paraparticipar são Jonathas Torres Jr.,Leonardo Vanni, Lucas Franco,Mariana Veríssimo, Patrícia Rosa,Raquel Rodrigues, RinaldoTonkoski Jr. e Virgínia Macgnan.

Em setembro, os brasileirosvoltam com os canadenses e vãopara Osório, no Litoral Norte doRio Grande do Sul, onde passarãotrês meses cumprindo a segundaetapa do projeto. A proposta édesenvolver atividades esportivas

junto a menores de rua, oficinas de artesanatocom a população carente e a conscientizaçãodos pescadores, abordando aspectosprofissionalizantes, culturais e de saúde. Osestudantes são acompanhados por um professore recebem hospedagem em casas de família,alimentação e transporte.

A próxima edição será em 2002. As inscriçõessão realizadas no primeiro semestre pela Pró-Reitoria de Extensão Universitária, sala 201 doprédio 40. Informações pelo telefone(51) 3320-3500, ramal 4065.

Grupo que embarca para o Canadá em julho

Reduzir a quantidade de radiação que umacriança recebe ao realizar um exame radiológicoe, conseqüentemente, diminuir os riscos a queela fica exposta. O assunto está sendopesquisado na dissertação de Remi Vitorino,mestrando de Engenharia Elétrica (ênfase emEngenharia de Materiais). A análise de examesrealizados com filtro de Érbio em equipamentosde raio-x, no lugar dos usuais filtros deAlumínio, mostrou que a dose de radiaçãoabsorvida pelo paciente reduzsignificativamente. O acúmulo de radiação noorganismo em quantidade elevadapode acarretar problemas resultantesda exposição excessiva, tais comocatarata, radiodermite (tipo dequeimadura da pele) e leucemia.

Vitorino atesta em seu trabalho quea substituição de um material por outronão altera a qualidade da imagem e queambos possuem a mesma durabilidade.

O estudante realizou a pesquisa com crianças erecém-nascidos do Hospital da Criança SantoAntônio, onde é utilizado o filtro de Alumínio, e naClínica de Radiologia Infantil, onde há o filtro deÉrbio. Para medir a radiação, o mestrando utilizouum equipamento externo aoaparelho de raio-x e umdosímetro, espécie depastilha colocada sobre otórax da criança no ponto deincidência dos raios X.

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Estudantes da Faculdade de Odontologia organizaram,em maio, a XIV Jornada Odontológica dos Formandos daPUCRS. O maior evento organizado por acadêmicos noEstado é também a principal fonte de recursos para aformatura. Durante quatro dias, mais de milparticipantes entre acadêmicos e profissionais deentidades representativas da classe odontológicaestiveram reunidos no Centro de Eventos debatendosobre novidades técnicas, de materiais e tratamentos. Aprogramação contou com palestras e cursos ministradospor dentistas de destaque no mercado. Alunos

ODONTO ORGANIZAJORNADA DOS FORMANDOS

As fotos de uma viagem pelo sudesteasiático realizada pela aluna de JornalismoAline Trevisan foram expostas no EspaçoFotográfico Mário Schardong, no prédio 7 daPUCRS. Imagens do Nepal, Índia, Tailândia,Laos e Vietnã que ilustram a cultura dessasregiões também revelam o talento daestudante. A exposição Oriente, organizadapela professora Jaqueline Joner, rendeuelogios. “Não imaginava que o retorno seriatão imediato”, diz Aline. A seleção de 18 fotosbuscou mostrar um olhar pouco comum aosturistas, valorizando os traços de personalidadedas pessoas. A aventura rendeu cerca de milfotos, que a aluna pretende reunir num livro.

O ORIENTE EM FOTOS

A equipe de ShorinjiKempo do Centro Desportivoda PUCRS foi a primeiradelegação brasileira aparticipar do CampeonatoMundial de Shorinji Kempo,realizado em Paris. Acompetição ocorre a cadaquatro anos. Na categoriafaixa preta 1º Dan, a duplaRodrigo Iuppen, aluno docurso de Direito, e ViníciusViana recebeu o prêmio deexcelente performance,equivalente ao 5º lugar. Elesforam escolhidos dentre 31duplas competidoras.Também da Faculdade de Direito, o universitário Rafael Farinacompetiu na categoria 1º Kyu.

ESTUDANTES PARTICIPAM DECAMPEONATO MUNDIAL DE KEMPO

Estudantes da disciplina de Planejamento em RelaçõesPúblicas II desenvolveram um programa de comunicação paraapoiar o projeto Mova-Braille. A iniciativa da Associação dosCegos do RS e da Secretaria Municipal de Educação de PortoAlegre oferece alfabetização gratuita em braile paradeficientes visuais. Orientados pela professora Ana Baseggio,os universitários elaboraram atividades de divulgação, comodinâmicas de grupo na Universidade e o envio de informaçõespara os meios de comunicação da PUCRS, de Porto Alegre e daregião metropolitana. Além de tornar conhecido o projeto, aidéia é suscitar discussões sobre as dificuldades enfrentadasdiariamente pelos deficientes visuais.

ALUNOS DE RELAÇÕES PÚBLICASAJUDAM O PROJETO MOVA-BRAILLE

Acadêmicos participaram de cursos

Viana (esq.) e Iuppen:excelente performace

Artesã de incenso no Vietnã

apresentaram seus trabalhos em forma de pôsteres. Oencontro foi precedido pelo Curso Pré-JornadaInternacional, ministrado pelo professor Michael Stillerda Universidade Livre de Berlim.

Foto: Aline Trevisan

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SEMANA DA ENGENHARIA ESTIMULA ACADÊMICOS

UNIVERSIDADE SOLIDÁRIA VOLTA PARA SERGIPE

PSICOLOGIA ESTUDA TRABALHADORES DESEMPREGADOSO Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD),

formado por 103 famílias acampadas há mais de um ano noterreno da GM em Gravataí, é tema da dissertação da alunaPatrícia Goulart e um dos projetos do Grupo de PsicologiaComunitária da PUCRS. A pesquisa, que iniciou com aproposta da mestranda da Faculdade de Psicologia, contacom a participação das estudantes Letícia Oliveira, TaísBonato e Raquel Ritter e é coordenada pelo professor JorgeSarriera. O MTD realiza manifestações para reivindicartrabalho e moradia. O sustento deles é mantido por doaçõese pelo cultivo da terra.

As pesquisadoras realizam reuniões sistemáticas nacomunidade para estudar a saúde e o bem-estar psíquicodos seus integrantes. Com isso, buscam identificar osaspectos negativos promovidos pelo desemprego. Patríciadestaca que no MTD “eles têm uma perspectiva de trabalhoe não de emprego”. Outra atividade desenvolvida pelogrupo foi um curso básico de formação de atendentes

O sucesso do trabalho desenvolvido pelos alunos doUniversidade Solidária em Porto da Folha (Sergipe), noinício do ano, propiciou o retorno de outra equipe aolocal. De 10 a 31 de julho, o grupo dará continuidade aosprojetos iniciados em duas das sete comunidades carentes

atendidas no verão. A professora Melissa Pires, daFaculdade de Biociências, coordenará novamente asatividades. O Unisol integra o Programa ComunidadeSolidária, do governo federal, e leva serviços voluntários acidades do Norte e Nordeste do país.

infantis. Os participantes irão trabalhar na “ciranda”,espaço que será implantado, em parceria com a Psicologia,para o cuidado de crianças de zero a 6 anos.

Os acadêmicos também tiveram espaço paraapresentar seus projetos. Um dos destaques foi amostra de equipamentos para geração de energia comfontes renováveis. A exposição, organizada peloNúcleo Tecnológico de Energia e Meio Ambiente daPUCRS, ilustrou uma estação de monitoramento devariáveis energéticas, um sistema eólico (vento) e umsistema fotovoltaico (radiação solar transformada emenergia elétrica).

Entre as palestras, os assuntos mais procuradosforam os não-técnicos, como mercado de trabalho.A escolha reflete a tendência destacada na palestrade Diza Gonzaga, presidente da Fundação Thiago deMoraes Gonzaga, de que os engenheiros do novomilênio devem ser mais humanos, buscando nãoapenas os conhecimentos específicos da sua áreade atuação.

Campeonatos esportivos e apresentações artísticas– como a banda Vizinhos da Lauri e a cantora LucianaLima – integraram a agenda cultural. O último dia foimarcado pelo 3o Desafio de Robôs com a disputa dequatro equipes. O resultado apontou o empate dasequipes Grupo Zero (Mecatrônica) e Grupo Dee-Dee(Elétrica e Mecatrônica).

A formaçãointegral ehumana doestudante foio tema da XSemana deEngenharia,realizada emmaio. Aprogramaçãotrouxeprofissionaisde diferentesáreas, além do

conhecimento técnico. No mesmo período, realizou-se aVII Feira de Engenharia, que expôs produtos deempresas como OPP Petroquímica, Telefonica Celular,GVT, Decorite Cerâmica e Thyssen Sûr.

Nessa edição, os estudantes foram liberados dasaulas para participarem. Os eventos mais procuradosforam os minicursos e as visitas técnicas a indústrias,onde os universitários tiveram a oportunidade deconhecer na prática os equipamentos estudados e ofuturo ambiente de trabalho.

Alunos da PUCRS

Shows de bandas no prédio 30

Alunas com crianças do MTD

Foto: Divulgação

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O Campus II da PUCRS, em Uruguaiana, firmouconvênio para implementação de três novos progra-mas para o Pólo de Desenvolvimento Tecnológico daRegião da Fronteira Oeste. A parceria pretende con-tribuir para o desenvolvimento socioeconômico doEstado por intermédio da aplicação produtiva da ca-pacitação tecnológica acumulada na região. Foramcontemplados projetos de instalação de área experi-mental de videiras, avaliação de problemas reproduti-vos em vacas leiteiras e no desenvolvimento de no-vos produtos para indústria de laticínios.

Criado em 1993, o Pólo começou a atuar efetiva-mente em 1997. Hoje por meio da transferência detecnologia, cerca de 11 municípios estão sendo be-neficiados nos setores de piscicultura, produção dehortifrutigranjeiros em estufa e no desenvolvimentoda Bacia Leiteira da Fronteira Oeste. O Centro Tecno-lógico do Leite, localizado no Campus II, está equi-pado para realizar pesquisas em lacticínios e cursosde treinamento para técnicos. Produtos como iogurtee doce de leite já estão sendo comercializados.

No setor de ovinocultura, professores e acadêmi-cos da Faculdade de Zootecnia, Veterinária e Agrono-mia (FZVA) acompanham e orientam, durante todo oano, produtores rurais. O trabalho tem por objetivoavaliar e selecionar o rebanho, procurando trocar idéiascom o produtor. “Queremos viabilizar um incrementode produção, além de oportunizar aos alunos vivenci-ar a realidade prática”, destaca o zootecnista Mari-nho Vilela.

Dedicado à criação das raças Île de France e Ideal,o setor de ovinos do Campus II mantém uma modernacabanha, com capacidade para abrigar 50 ovelhas, quetambém comercializa reprodutores. Alguns animais sãoemprestados aos pequenos produtores, com a finalida-de de buscar o aperfeiçoamento genético do rebanho.“A ovelha cumpre uma grande função social, ajudandona subsistência familiar e fixando o homem no cam-po”, explica Vilela.

Doença infecciosa causada por um dos menoresvírus encontrados na natureza, o “aftovírus”, quepermanece ativo na medula óssea do gado e atacaexemplares de casco bipartido. Os principaissintomas são febre, aftas na boca, gengiva elíngua, feridas nos cascos e nos úberes

FEBRE AFTOSA MOBILIZA COMUNIDADE ACADÊMICA

Programas incrementamPólo Tecnológico

Os surtos de febre aftosa no Estado mobilizaram alunos e professores da FZVA do Campus II,tentando evitar o possível avanço da doença na região de Uruguaina. Estudantes foram requisitadospela Delegacia do Ministério da Agricultura para trabalho de vigilância na fronteira com o Uruguai. Odiretor da FZVA, Amilton Marçal, emitiu parecer à Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismoda Assembléia Legislativa informando sobre a situação naquela área. O relatório apresentou aspectoscomo a possibilidade do risco de transmissão do vírus entre os países vizinhos pelo constante fluxo depessoas e veículos nos estabelecimentos rurais de um mesmo proprietário nos dois países.

Professores e alunos orientamprodutores de ovelhas

Bacia Leiteira da Fronteira Oesteestá em desenvolvimento

Campus II

Fotos: Divulgação

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Lançamentos da EDIPUCRS

Quatronovos títulos

RÁDIO E POLÍTICA – TEMPOSDE VARGAS E PERÓNDóris Fagundes Haussen152p. – Coleção Comunicação 9

Redigido há quase dez anos comotese de doutorado da autora, olivro chega à segunda edição,revista e aumentada. Analisa opapel do rádio como instrumentode intervenção política eideológica dos regimes varguistae peronista, procurandoidentificar semelhanças ediferenças dos modelos deradiodifusão brasileiro eargentino, por intermédio deum resgate histórico,mostrando o contexto sócio-político, econômico e culturalda época.

SIGNIFICAÇÃODOS SÍMBOLOS CRISTÃOSUrbano Zilles151p. – 5ª edição

Em seis breves capítulos, comsubdivisões de itens bem delimitados,são analisados os símbolos e os sinaismais comuns que fazem parte daliturgia cristã, objetivando umainiciação catequética ao universodo culto religioso.

ONDA VERMELHA –IMAGINÁRIOSANTICOMUNISTASBRASILEIROS (1931-1934)Carla Luciana Silva254p. – Coleção História 41

É recorrente na historiografia aafirmação de que o anticomunismobrasileiro foi gestado como reação àchamada “Intentona Comunista” de1935. Neste livro, a historiadoraCarla Luciana Silva desmente taltese, revelando a disseminação deimaginários anticomunistas entre1930 e 1935, através da publicaçãode centenas de livros, folhetos eartigos anticomunistas em revistas ejornais brasileiros.

FENOMENOLOGIA HOJE –EXISTÊNCIA, SER E SENTIDO

NO ALVORECER DO SÉCULO XXIRicardo Timm de Souza

e Nythamar Fernandes de Oliveira (Orgs.)520p. – Coleção Filosofia 129

O presente volume reúne conferências ecomunicações apresentadas no Simpósio

Internacional de Fenomenologia eHermenêutica, realizado em novembro de

1999, na PUCRS. O evento reuniupesquisadores brasileiros e do exterior para

discutir em foro público questões clássicas dafenomenologia e da hermenêutica à luz dos

debates contemporâneos envolvendotemáticas tais como ética e filosofia

política, metafísica e ontologia,epistemologia e filosofia da linguagem,

psicologia e psicanálise, filosofia dodireito, ciências humanas e sociais.

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Defender osdireitos de quemprecisa com basena legislação é afunção doprofissional deDireito. Ocomportamentoético, adedicação e oestudo ajudam acumpri-la comqualidade eseriedade.

LEIS FAZEM CUMPRIR DIREITOS DO CIDADÃO

ONDE CURSAR

Mer

cado

de

Trab

alho

• No Campus Central, Av. Ipiranga,• 6681, prédio 11. Informações pelos• telefones (51) 3320-3634• (Graduação) e (51) 3320-3537 (Pós-• Graduação) ou www.pucrs.br/direito• No Campus Universitário II, em• Uruguaiana, BR 472 – Km 7.• Informações pelo telefone• (55) 413-1515 ramal 208 ou• www.pucrs.campus2.br/fadir• Por intermédio de• videoconferências, há o curso• de educação a distância de Direito• Processual Civil (especialização).• Informações pelo telefone• (51) 0800 – 5107562• ou www.ead.pucrs.br.

Estudar as leis para usá-las a favor dosdireitos dos cidadãos e da sociedade. As-sim, advogados, juízes e promotores fazemdiariamente, tanto em cargos públicos quan-to em escritórios de advocacia. As áreas deatuação dos profissionais de Ciências Jurí-dicas e Sociais são diversas. O mercado imo-biliário e as consultorias jurídicas apresen-tam-se como alternativas em ascensão. Osconcursos públicos, que levam à magistra-tura, continuam atraindo os bacharéis, massão os escritórios jurídicos os que aindamais empregam.

A grande oferta de profissionais gera ummercado competitivo. Segundo o Sindicatodos Advogados no Estado do Rio Grande doSul, o piso salarial em uma jornada de tra-balho de quatro horas é de seis saláriosmínimos. Na magistratura, inicia-se com cer-ca de R$ 4 mil e pode-se chegar a R$ 13mil no final da carreira.

O Curso de Direito é oferecido pelaPUCRS no Campus Central (Porto Alegre),em três turnos, e no Campus UniversitárioII (Uruguaiana), à noite. O período mínimopara a conclusão é de seis anos. A partirdeste semestre, os formandos terão de apre-sentar monografias como trabalho de con-clusão. O currículo fornece um conhecimen-to jurídico global. A especialização deveráser buscada com experiência prática ou napós-graduação.

As disciplinas dividem-se em preparató-rias, como História do Direito; teóricas, comoDireito Civil e Penal; e procedimentais, comoDireito Processual Civil. É importante a par-ticipação em atividades complementares,desenvolvidas fora do período de aula, comocongressos, julgamentos e simulações jurí-dicas. No Campus Central são oferecidos mes-trados em Ciências Criminais e em Direito,

com enfoque para Direito Processual Civil eInstituição de Direito do Estado. Os cursosde especialização abordam Direito Empresa-rial e Ciências Penais. Outra opção é a espe-cialização em Direito Processual Civil, pormeio do programa de educação a distância.

Universitários dispostos a trabalhar en-contram na Universidade três oportunida-des: o Serviço de Atendimento Jurídico Gra-tuito (Sajug), o Posto do Juizado EspecialCível – ambos no prédio 8 – e o convêniofirmado com a Defensoria Pública, que soli-cita estudantes quando precisa. A maioriados estágios requer alunos a partir do séti-mo semestre, depois da conclusão de deter-minadas disciplinas. É nesse período quepode ser feita a carteira de estagiário daOrdem dos Advogados do Brasil (OAB), per-mitindo à OAB reconhecer e acompanhar otrabalho do acadêmico.

Dire

ito

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Mem

ória

No final do século 19, o Campus Central da PUCRS– onde convivem pessoas em busca de crescimentointelectual, social e profissional – foi o campo dosburros que puxavam os bondes da Companhia Carrisde Ferro Porto-Alegrense. Mais tarde, em 1920, o ter-reno de 32 hectares (na época, uma chácara um pou-co afastada da área povoada da Capital) foi adquiridopela Congregação dos Irmãos Maristas, que instalouno local a sua casa de formação religiosa – o InstitutoChampagnat. A propriedade foi comprada por 80 con-tos de réis, mais cinco contos em pagamento de duasmulas, duas vacas com terneiros, 25 ovelhas, 30 por-cos, 60 galinhas e alguns patos, além de plantaçõesde milho e de mandioca e instrumentos agrícolas.Havia apenas uma casa perto da Estrada do MatoGrosso (Av. Bento Gonçalves) e um galpão.

Esses foram apenas os elementos iniciais para aorganização do espaço. Em 1921 começou a constru-ção do atual prédio do Colégio Champagnat. Aveni-das separavam lotes de cultivo de verduras e frutas,roças e pomares. Taquaras formavam um túnel verdede cerca de 300 metros de comprimento, local idealpara um passeio. Eucaliptos havia em várias partespara secar o solo. As cobras encontradas pelo cami-nho não eram mortas, mas colocadas em lugar espe-cial para serem observadas pelos futuros professores.

Do campo dos burrosao Campus da PUCRS

Criavam-se coelhos, pombas, vacas, bois, cavalos eum touro que assustava os meninos.

Os ossos dos animais abatidos eram cremados parao preparo do bifosfato de cálcio, que marcou épocacomo fortificante. O tônico foi produzido em grandesquantidades pelo menos por três décadas, a partir dafórmula trazida da Alemanha pelo Ir. Aloysio. Ingeri-do por todos na chácara – quem tomou garante tersaúde até hoje –, o remédio era também doado aosamigos e a quem vinha a Porto Alegre especialmentepara buscá-lo.

Além dessa inusitada fábrica, a chácara tinhatipografia, marcenaria, sapataria, padaria, alfaiata-ria, enfermaria e uma escola para alunos carentes.Conviviam, em algumas épocas, até 400 pessoas.Um dos personagens dessa história faz parte darealidade atual da PUCRS. Ir. José Renato Schmae-decke, 75 anos, assessor da Reitoria, recorda comentusiasmo esse tempo.

– Eu era um guri de cidade. Lembro do dia emque cheguei, quando fui bem recebido. Era uma tardede domingo. O diretor Ir. Vendelino me instalou nodormitório dos menores, preparou-me um bom café edepois me levou para onde estava a turma toda: noscampos de futebol (no total, eram quatro). Foi umamaravilha ver um monte de garotos correndo atrás da

por ANA PAULA ACAUAN

Ilustração retrata como era a chácara onde mais tarde ergueu-se a Cidade Universitária

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bola. Eu sabia jogar, fazia golos com facilidade.Aos domingos, antes do esporte, eles iam ao cemi-

tério rezar por irmãos maristas falecidos. Seguiam porlindos caminhos apreciando a grande variedade de ár-vores frutíferas: mamoeiros, abacateiros, cerejeiras, ja-buticabeiras, laranjeiras, pereiras e parreiras, entre ou-tras. Algumas ainda resistem ao tempo, sendo que há25 tipos de frutas no Campus. “O rio (arroio Dilúvio)percorria toda a chácara. Uma vez pescamos 200 cascu-dos durante uma enxurrada”, conta Ir. Renato.

Havia diversão, mas também muito estudo e tra-balho. Ir. Renato aprendeu cedo a datilografar, dei-xando para os outros a enxada e o suor. Uma vezrecebeu uma missão importante do Ir. José Otãoque, mais tarde, seria Reitor da PUCRS: passar paraas letras impressas o conteúdo de um livro manuscri-to por um jesuíta sobre as propriedades medicinaisdas plantas com base no conhecimento dos índios –uma verdadeira relíquia.

O Reitor da PUCRS, Ir. Norberto Rauch, 72 anos,estudou no local de 1943 a 1947 e de 1949 a 1950.“No período da Segunda Guerra, faltavam mantimen-tos, mas tínhamos como subsistir pela quantidadede plantações que havia aqui”, diz. Ir. Norberto lem-bra as aulas de formação religiosa e musical, quandoaprendeu a tocar violino e órgão, e as encenaçõesteatrais. “Na época eu já gostava dos estudos. Era oprimeiro da turma”, revela.

Nesse cenário amplo, no caminho para Viamão, óti-mo para estudo, trabalho e lazer, viviam aqueles jovensesperançosos no futuro. Por mais que sonhassem, nãovislumbrariam a estrutura física que passaria a sediar aPUCRS da década de 60 em diante. Desde a fundaçãodo Curso Superior de Administração e Finanças, em1931, diversos cursos de Ensino Superior que viriam aconstituir a Universidade funcionavam nos prédios doColégio Rosário, na Av. Independência.

Passados mais de 20 anos, o espaço físico não erasuficiente para alojar a obra encetada pelo Ir. Afonso.Cogitava-se construir nos fundos do Rosário, sobre aAv. Oswaldo Aranha. Numa conversa do então ReitorIr. José Otão com o prefeito Leonel Brizola, o assuntoera onde construir a nova Universidade. Vendo a preo-cupação do Ir. Otão, Brizola falou:

– Ora, Ir. Otão, vocês têm toda aquela proprieda-de no Partenon! Seria o melhor lugar!

Naquele instante decidiu-se construir a CidadeUniversitária da PUCRS onde hoje ela se encontra. Osanimais foram transferidos para Viamão e, em 1957,foi lançada a pedra fundamental do primeiro prédio,da Faculdade de Odontologia.

Ir. José Renato SchmaedeckeAssessor da Reitoria da PUCRS

Cada recanto deste maravilhoso parque que hoje cons-titui a Cidade Universitária da PUCRS me fala de algumaaventura. Muitas vivências felizes povoam-me a mente,como parte dos anos inesquecíveis que aqui passei.

A convite do Irmão Afonsão (fundador da PUCRS)deixei o Colégio Marista de Erechim e vim para o Insti-tuto Champagnat, em 1939. Eu tinha 13 anos. Logo aotranspor o pórtico onde se lia “Instituto Champagnat”,no número 4314 da Bento, eu me senti num paraíso!

Recordo com prazer a variedade de animais que aquieram criados. Fiz amizade com um cavalo que, ao ouvirminha voz entre dezenas de colegas, se punha a relin-char de alegria. Em contraste, porém, eu gostava demexer com um touro holandês, comprado do Kroeff, deMontenegro. Ao me aproximar, o bicho baixava a cabe-ça, começava a soprar e berrar, escavando furiosamentea terra. Até que um dia ele rompeu a corrente e dispa-rou em minha direção. Felizmente havia um monte detijolos por perto, onde me salvei.

Como não lembrar as nossas memoráveis partidas defutebol, naqueles magníficos campos gramados! Duranteanos o professor Milton Menegotto, hoje especialistaem “Genoma Humano”, provocava e desafiava o timedos Irmãos para uma partida. Até que um dia aconteceuo grande jogo. O Correio do Povo publicou as fotos dosdois times e o resultado: vitória dos Irmãos por 7 a 4,com quatro golos meus.

RECORDAR É VIVER

Lazer: Ir. Renato (destaque) e colegas em 1952

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Sino

pse

FÓRUM BRASIL-FRANÇAA PUCRS foi sede do Fórum Brasil-França de Inovação e

Cooperação Tecnológica, organizado pela Universidade e órgãoscomo o Ministério de Relações Exteriores e o governo francês.O evento discutiu as diferentes ações elaboradas para impulsio-nar o desenvolvimento por meio da inovação tecnológica, alémde incentivar o intercâmbio de informações entre os dois paí-ses. A abertura contou com a presença do ministro da Ciênciae Tecnologia, embaixador Ronaldo Sardenberg, o embaixadorfrancês no Brasil, Alain Rouquié, o prefeito de Porto Alegre,Tarso Genro, e o Reitor da PUCRS, Norberto Rauch.

CAMPUS ZONA NORTEO Campus Zona Norte (CZN) da PUCRS abriu vagas para o seu primei-

ro curso de extensão. O Programa de Qualificação Empresarial proporcio-na atualização profissional em vários segmentos empresariais e é dividi-do em oito módulos independentes com 40 horas/aula cada. Outrasinformações podem ser obtidas pelos telefones (51) 3366-8242 e 3320-3506. A unidade da Av. Baltazar de Oliveira Garcia também foi ampliada.A partir de agosto, os universitários passam a ter aula no prédio (foto)construído no pátio do Colégio São Francisco. Em recente visita aoCampus Zona Norte, Antonio Perdigoto, diretor on line para a AméricaLatina da Dell Computer, e David Roberts, gerente de processamento deinternet da empresa, foram conhecer a proposta de trabalho do CZN. Embreve, a Dell inaugurará sua fábrica em Alvorada.

DOUTOR HONORIS CAUSAGiuseppe Pittau, SJ, arcebispo jesuíta e se-

cretário da Sagrada Congregação para a EducaçãoCatólica do Vaticano, em Roma (Itália), recebeu otítulo de Doutor Honoris Causa pela PUCRS, em29 de junho. A distinção é concedida pela Uni-versidade a personalidades ilustres com notóriosaber e por contribuírem para o desenvolvimentodo conhecimento em benefício da humanidade.Pittau destacou-se por suas ações em prol da edu-cação católica mundial. Ele foi reitor das univer-sidades de Sophia (Japão) e Gregoriana, em Roma.

SEMINÁRIO INTERNACIONALPhilippe Perrenoud e Monica Thurler são osconvidados para o seminário internacional Ascompetências para ensinar no século 21: a for-mação dos professores e o desafio da avaliação,que ocorrerá nos dias 17 e 18 de agosto naPUCRS. Profissionais renomados na área da Edu-cação, Perrenoud e Thurler irão proferir pales-tras e participar de mesas-redondas. Informa-ções e reservas no Programa de Pós-Graduaçãoem Educação da PUCRS pelo telefone (51) 3320-3620 ou pelo e-mail [email protected].

TELECOMUNICAÇÕESA Faculdade de Engenharia e a Treinar Treina-

mento Empresarial Ltda. estabeleceram acordo paradesenvolver cursos, seminários e encontros técni-cos em telecomunicações. A ação conjunta facili-tará o intercâmbio educacional e o desenvolvi-mento de recursos humanos. Como resultado daparceria, foi lançado o curso de extensão Gestãode Negócios em Telecomunicações, dividido em qua-tro módulos. Entre os dias 9 a 11 de julho ocorre oseminário Networks Telecom 2001, que abordaráaspectos como transações via internet, tecnologi-as wireless e gerenciamento de redes.

REDE DE PESQUISAIntegrantes da Rede de Pesquisa Forma-

ção & Trabalho & Organização desenvolve-ram a jornada e a exposição interativa For-mação de competências para o século XXI:práticas em rede. O núcleo de estudos, coor-denado pela Faculdade de Filosofia e Ciênci-as Humanas e pelo Pós-Graduação em Servi-ço Social da PUCRS, tem colaboradores dasáreas da Sociologia, Medicina e Psicologia.Ao fim do encontro, os autores TeresinhaVenturin, Telmo Adams e Julieta Desaulniersautografaram seus livros.

DISLEXIACom o auxílio da Fundação Irmão José Otão (Fijo), foi criada a Associação de Dislexia do Rio

Grande do Sul. A idéia de formação da entidade surgiu no ano passado, quando se realizou o 1º

Encontro Internacional sobre Dislexia na PUCRS. A associação congrega pessoas físicas e jurídicasvoltadas para estudo, tratamento e orientação aos disléxicos (pessoas com dificuldade acentuadade leitura, escrita, soletração e ortografia).

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SECRETARIADO EXECUTIVOO curso de Secretariado Executivo da Faculdade de Letras

realizou o 2º Seminário Internacional de Secretárias Executivasem junho. O encontro debateu questões do cotidiano da secre-tária, baseando-se no ambiente de trabalho de uma empresa.Além disso, foi destacada a importância do conhecimento dalíngua espanhola no mercado de trabalho, principalmente porcausa do Mercosul.

PESQUISA EM EDUCAÇÃOEm agradecimento a sua atuação no 21º Seminário Internacional de

Educação de Professores, a docente Marta de Castro, do Pós-Graduaçãoem Educação, recebeu uma placa de ouro da Kuwait University. Oencontro ocorreu no Kuwait, onde a professora apresentou dois traba-lhos: Administração da educação municipal: o papel do secretário munici-pal de Educação – Uma perspectiva brasileira, também foi apresentadono Encontro Anual da Sociedade Americana de Pesquisa Educacional,em Seatle (EUA). Marta divulgou os resultados do projeto de pesquisaGestão da Escola Básica, que será disponibilizado internacionalmentepor meio do sistema Educational Resources Information Center.

INFORMÁTICABeatriz Franciosi, professora da Faculdade de Informática e do

Programa de Educação a Distância da PUCRS, apresentou trabalhono 20th World Conference on Open Learning and Distance Education,em Düsseldorf (Alemanha). A docente também foi convidada aministrar palestra no X Encuentro Internacional de Educación aDistancia. O evento será em novembro, na cidade de Guadalajara(México).

TELEFONICA CELULARResultado de parceria firmada com a Telefonica Celular, a PUCRS

inaugurou o Laboratório de Comunicação Celular (Cel Lab) no Instituto dePesquisas Científicas e Tecnológicas da Universidade. O centro é o primei-ro da Telefonica no mundo que funciona dentro de uma instituição deensino superior. No espaço são desenvolvidos tecnologia de comunicaçãocelular, como Wireless Application Protocol (WAP), protótipos de novosprodutos e capacitação de futuros profissionais. Desde novembro, quandoo convênio foi assinado, pesquisadores desenvolvem aparelhos para ras-treamento de celulares.

PUBLICIDADEA Faculdade de Comunicação Social da PUCRS esteve

presente ao 13º Festival Mundial de Publicidade, realizadona cidade de Gramado. Além de ter sediado o julgamentodas peças participantes do evento, a Famecos montouum estande especial no local da programação e distri-buiu portfolio com os principais trabalhos desenvolvidospelos alunos do curso de Publicidade e Propaganda.

OTORRINOLARINGOLOGIANos dias 17 e 18 de agosto, a PUCRS e o Hospital São

Lucas promovem a 8ª Jornada Otorrinolaringológica da PU-CRS, no anfiteatro Irmão José Otão. O assunto tratado nes-te ano será Urgências em Otorrinolaringologia e áreas ane-xas – o que é mais importante no primeiro atendimento.Inscrições no ambulatório da Otorrinolaringologia, 2º andardo Hospital São Lucas, telefone (51) 3320-3000 ramal 3314.

COMUNICAÇÃO SOCIALO coordenador da Assessoria de Comunicação Social

da PUCRS e Presidente do Conselho Gestor da UNITV,jornalista Carlos Alberto Carvalho, foi o palestrante dereunião-almoço promovida pela ADCE – Associação dosDirigentes Cristãos de Empresa. Na oportunidade, abor-dou o tema A Comunicação Social e o Dirigente Cristão.

DESEMBARGADORANaele Piazzeta é a primeira mulher a tomar posse

como desembargadora do Tribunal de Justiça do Estadorepresentando a Ordem dos Advogados do Brasil. A pro-fessora de Direito Penal da PUCRS é a 17ª gaúcha nomeadapara o cargo na mais alta Corte da Justiça estadual.

INICIAÇÃO CIENTÍFICAPesquisadores interessados em participar do II Salão de Iniciação

Científica têm até 6 de agosto para registrar seu trabalho. As inscri-ções somente serão feitas pela internet com o preenchimento doformulário disponível no site www.pucrs.br/prppg. O comprovante depagamento da taxa de matrícula deve ser apresentado no Setor deBolsas – sala 308 do prédio 1 – até à data limite da inscrição. Osalão é organizado pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação etem por objetivo o intercâmbio entre estudantes de instituições deEnsino Superior. Informações pelo telefone (51) 3320-3513.

MARISTAIr. Solimar Amaro, aluno da Faculdade de Educação

da PUCRS, fará votos perpétuos no Instituto dos IrmãosMaristas no dia 11 de agosto. A cerimônia será na IgrejaUniversitária, às 18h30min.

CIÊNCIAS SOCIAISO departamento de Ciências Sociais da PUCRS lançou CD-rom con-

tendo os assuntos discutidos no 1º Seminário Organizações e Sociedade:perspectivas transdisciplinares. Durante o encontro, foram analisadas asestratégias da sociedade para reagir frente ao novo cenário econômicoe discutida a inserção das organizações no mercado global.

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SEMANA DA SOLIDARIEDADEA PUCRS e o Hospital São Lucas promoveram a 7ª Semana da Solidariedade e a

Feira de Promoção da Saúde. A programação incluiu palestras, exposições de arte eartesanato, campeonato esportivo e campanhas de arrecadação de alimentos – cercade 200 kg de mantimentos foram doados –, material escolar e roupas. As entidadesbeneficiadas foram o Centro Social Marista e o Centro Comunitário Ir. Donato.Algumas faculdades fizeram entregas em separado para outras instituições. As cam-peãs do torneio esportivo foram a Associação dos Servidores do Hospital Universitá-rio da PUCRS, no voleibol misto, e a Associação dos Funcionários da PUCRS, nofutsal. Durante a Feira da Saúde, mais de 1.500 exames foram realizados, benefician-do, em média, 200 pessoas em cada tipo de avaliação. Cerca de mil participantestambém receberam orientações sobre drogas e saúde bucal, entre outras.

MOLUSCOSO Laboratório de Mala-

cologia da Faculdade de Bi-ociências, especializado noestudo de moluscos, rece-beu novos equipamentosque darão agilidade às pes-quisas e qualidade às aulasde pós-graduação. A video-câmera, acoplada ao micro-cóspio, transmite para ocomputador o que é visua-lizado no aparelho, facili-tando a demonstração emaulas práticas. O instrumen-to também permite gravarimagens como se fossem fo-tos. Outras aquisições foramcâmera fotográfica digital,tripé, estereomicroscópio(lupa), impressora e com-putador de alta potência.

PROVÃOO Setor Didático-Pedagógico da PUCRS lançou um site com

todas as informações sobre o Exame Nacional de Cursos, o Provão.No endereço www.pucrs.br/provao, os interessados encontram pro-vas e gabaritos de anos anteriores, notícias atualizadas, datas erespostas para as principais dúvidas.

FUTUROS CALOUROSO interesse em divulgar a PUCRS e suas faculdades

para estudantes do ensino médio e de cursos pré-vesti-bulares levou à criação do Programa Futuros Calouros.Desenvolvido pelas Pró-Reitorias de Assuntos Comunitá-rios e de Graduação e pela área de Relações Públicas daAssessoria de Comunicação Social, o projeto leva pales-tras e painéis das profissões a essas instituições. Nesseseventos, professores, diretores e acadêmicos informamsobre mercado de trabalho, áreas de atuação e gradua-ção. O PUCTUR também integra o projeto e traz alunospara visitar a Universidade.

ARQUITETURA E UNESCOA exposição itinerante da Organização das Nações Unidas para a Educação, a

Ciência e a Cultura (Unesco) foi trazida pela Faculdade de Arquitetura e Urba-nismo para a PUCRS. Dentre os 506 patrimônios histórico-culturais da humani-dade tombados pela instituição, 45 estiveram à mostra em painéis, destacandocidades, construções e belezas naturais brasileiras e de diversos países. Aexposição, intitulada Patrimônio Mundial no Brasil, encerrou-se com palestra daarquiteta Briane Bicca, coordenadora de cultura da Unesco. A Faculdade tam-bém promoveu o 7º Arquiencontro sobre Concursos Públicos de Arquitetura. Oarquiteto Cesar Dorfman e sua equipe, vencedores de vários concursos públicos,relataram suas experiências.

MEIO AMBIENTEO Instituto do Meio Ambiente promoveu o 3º Happy Hour

Ambiental, que tratou da temática As potencialidades e perspecti-vas para uso de fontes renováveis de energia no Rio Grande do Sul.O evento discute periodicamente assuntos relacionados à qualida-de ambiental e de vida.

OURO EM CANNESJosé Augusto Ketzer, ex-

aluno de Jornalismo daPUCRS, integrou o trio de pu-blicitários vencedor do Leãode Ouro na categoria Press& Poster (material impresso)do Young Creatives 2001, pre-miação do Festival Internaci-onal de Publicidade de Can-nes. Ketzer trabalha na agên-cia paulistana Loducca e,junto com Marco AurélioMonteiro, da F/Nazca, e Wa-shington Theotonio, daDM9DDB, representou o Bra-sil na disputa com outros 37países. Na categoria CyberLion, que exige a criação deuma página de internet, apeça publicitária ficou emsegundo lugar.

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIAA PUCRS Virtual estendeu os seus cursos para a cidade

de Rio Grande, onde instalou uma sala de recepção de sinaljunto ao Colégio São Francisco. São oferecidos nove cursosde especialização e oito de extensão. O método de ensino adistância é pioneiro na cidade.

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DIA DO DESAFIOA comunidade universitária envolveu-se nes-

te ano com o Dia do Desafio, competição mundi-al criada em 1983 e que propõe a realização deexercícios físicos ou recreativos por, no mínimo,15 minutos. Professores e alunos da Faculdadede Educação Física e Ciências do Desporto, emparceria com o Sesc/RS, coordenaram as ativida-des no Hospital São Lucas e no Campus Central.

EXPOSIÇÃO NO MCTAté 30 de setembro, o Museu de Ciências e Tecnologia apresenta a exposi-

ção educativa Simulação de Trânsito. Uma grande maquete, instalada no saguãodo museu, simula uma cidade, com as áreas de tráfego urbano e rural, utilizan-do equipamentos e tecnologia para demonstrações e atividades interativassobre educação no trânsito. São usados recursos como vídeos, palestras, dra-matizações, softwares educacio-nais, internet com site específi-co e exposição de livros. No fi-nal da mostra, a exposição per-correrá o Estado dentro do Pro-jeto Museu Itinerante (Promu-sit), que leva as atrações do mu-seu dentro de um caminhão.

ANIVERSÁRIOO aniversário do Reitor Nor-

berto Rauch foi comemorado comjantar no Restaurante Panorama,no prédio 41 da Universidade.Professores, alunos e funcioná-rios estiveram presentes paracumprimentar o aniversariante.Na oportunidade, a professoraRegina Zilberman, coordenadorado Curso de Pós-Graduação emLetras, falou em nome da comu-nidade universitária.

ESTÁGIOSA Associação das Empresas

Brasileiras de Software e Serviçosde Informática do Rio Grande doSul (Assespro-RS) firmou convêniocom a Universidade para o recru-tamento de estagiários. Os cursosbeneficiados inicialmente são In-formática e Sistemas de Informa-ção (Campus Zona Norte). Para par-ticipar da seleção, os alunos de-vem se inscrever na associaçãopelo site www.assespro-rs.com.br.

MATEMÁTICAMetáforas, lendas e sonhos na análise de entrevista com uma aluna de

Geometria é o título do trabalho apresentado pela professora Helena Curyno 3º Simpósio de Educación Matemática, em Chivilcoy (Argentina). Tambémda Faculdade de Matemática, o docente Rubén Pazos participou do 53º

Seminário Brasileiro de Análise, em Maringá, onde mostrou seu trabalhoError Bounds for Spectral Collocation Method in Linear Boltzman Equation.Durante o 8º International Workshop on Computer Aided Systems Theory –Eurocast’2001, nas Ilhas Canárias (Espanha), a professora Liara Leal profe-riu palestra intitulada Optimization Problems Categories.

ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOSA organização internacional The Business Association of Latin American

Studies (BALAS) escolheu o trabalho dos professores Cláudio Sampaio eMarcelo Perin, do Mestrado de Administração e Negócios da PUCRS, paraintegrar o BALAS Annual Conference 2001. Sob o título Forms of MarketOrientation in Retail Apparel Industry in Brazil, o artigo dos docentes foiaceito como um dos trabalhos mais relevantes na área de Administração deEmpresas da América Latina.

BANCO DE ALIMENTOSA PUCRS é uma das integrantes do projeto

Banco de Alimentos, organizado pela Fundaçãodos Rotarianos de Porto Alegre, integrante da or-ganização não-governamental Rotary Internatio-nal. A idéia é recolher mantimentos que sobramem indústrias e restaurantes e distribuir a comu-nidades carentes por meio de entidades assisten-ciais. A Universidade ofereceu para o programa oresultado do estudo Entidades Assistenciais: redesou frações sociais, feito pela Faculdade de ServiçoSocial e pela Fundação de Assistência Social eCidadania da Prefeitura de Porto Alegre.

ENSINO DE ENGENHARIAA Associação Brasileira de Ensino de Engenha-

ria e a Faculdade de Engenharia da PUCRS convi-dam os acadêmicos para o 29º Congresso Brasileirode Ensino de Engenharia, de 19 a 22 de setembro,no Centro de Eventos da Universidade. Informa-ções pelo site www.feng.pucrs.br/~cobenge2001 oupelo telefone (51) 3320-3525.

EDUCAÇÃO FÍSICA E FISIOTERAPIANo início de junho, os cursos de Educação Física e Ciência do Desporto

e de Fisioterapia comemoraram seu primeiro aniversário. A data foi marca-da por apresentações de capoeira, torneio esportivo entre os alunos emissa de Ação de Graças.

COLÓQUIO FÉ E RAZÃOOrganizado pelos programas de pós-graduação em Filosofia e em Teologia, o

Colóquio Fé e Razão focalizou, entre outros temas, Filosofia e Teologia em Tomásde Aquino, apresentado pelo Arcebispo de Porto Alegre, Dom Dadeus Grings.

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ESPAÇO PRIVILEGIADOA Livraria Paulus, com filiais em várias cidades do

país, abriu recentemente loja na Rua José Montaury, emPorto Alegre, prestigiando a EDIPUCRS com um exclusivoespaço para seus títulos. A editora universitária é aúnica a obter destaque na livraria especializada em li-vros religiosos. Dom Dadeus Grings, arcebispo de PortoAlegre, participou da inauguração da nova sede.

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75 ANOS DE PUCRSDurante reunião preparatória ao

Projeto Reflexões 2001, que reúne aadministração superior da Universida-de, Ir. Faustino João (na foto, à dir.),um dos fundadores da PUCRS, foi ho-menageado com uma placa alusiva “aos75 anos dedicados a construir a histó-ria da Instituição”. Recentemente, Ir.Faustino também foi um dos persona-gens do livro Pilares da PUCRS, de au-toria do Ir. Elvo Clemente.

EDUCAÇÃOProfessoras da Faculdade de Educação representaram a Universidade

em eventos da área. A diretora da Unidade, Maria Waleska Cruz, acom-panhada do assessor da Reitoria Francisco Jardim e da Pró-Reitora deEnsino de Graduação, Solange Ketzer, participou da audiência públicado Conselho Nacional de Educação, em Brasília, que discutiu propostasde diretrizes para a formação inicial de professores da educação básicaem cursos de nível superior. Lenira Ferreira e Maria Conceição Cristofoli,com três alunas, foram à Bahia e à Paraíba assessorar alfabetizadoresdas localidades. A docente Elisa Kern ministrou oficina durante o 2º

Simpósio Nacional de Educação e 5º Fórum Estadual de Educação naUniversidade do Vale do Alto Taquari, em Lajeado. A Faculdade tambémofereceu o curso de extensão Educação Ambiental para Executores doPró-Guaíba, coordenado pela professora Ellen Nunes.

BIOÉTICAConhecendo a Bioética de Robert M. Ve-

atch foi o tema de mesa-redonda realizadano anfiteatro do Hospital São Lucas da PU-CRS, focalizando a obra de uma das maio-res autoridades em Bioética no mundo. Oassunto foi abordado pelos professores Jo-aquim Clotet, Jussara Loch, Marília Gerhar-dt de Oliveira, José Roberto Goldim, Mar-cos Nestrovski e Carlos Francisconi. O pro-grama teve entrada franca aos interessa-dos. Coordenado pela Sociedade Rio-Gran-dense de Bioética, o evento foi preparató-rio ao 2º Bioética Sul, marcado para novem-bro, na PUCRS, com a presença de Veatch.Informações pelo telefone (51) 3320-3590.

QUÍMICAA Comissão de Educação, Cultura,

Desporto, Ciência e Tecnologia da As-sembléia Legislativa do Estado homena-geou o professor Eduardo Cassel, das Fa-culdades de Engenharia Química e de Quí-mica, com o prêmio de destaque pelostrabalhos desenvolvidos na área de Ciên-cia e Tecnologia. Cassel também divul-gou seu trabalho com a participação nolivro Biotecnologia na agricultura e na agro-indústria, da Editora Agropecuária.

PSICOLOGIAO psicólogo

espanhol AmálioAbarca, a conviteda Faculdade dePsicologia, minis-trou o curso deextensão Funda-mentos Teóricos eMetodológicos daIntervenção Social.Abarca é catedrá-tico em PsicologiaSocial na Univer-sidade Autônomade Madri.

BIBLIOTECA PÚBLICAVolnyr Santos, professor da Faculdade de Letras, assumiu a direção daBiblioteca Pública do Estado convidado pelo governo do Rio Grandedo Sul. Entre seus projetos está a criação de um espaço para restauroe para a recuperação de livros, o que será feito por alunos da PUCRS.

FUNDAÇÕESA Fundação Irmão José Otão (Fijo) participou da 12ª

Assembléia e Conferência Anual do Centro Europeu de Funda-ções, em Estocolmo (Suécia). A presidente da Fijo, MariaCecília Kother, proferiu palestra sobre Fundações do Brasil ea Preparação de Recursos Humanos para o Terceiro Setor.

SIMPÓSIO DE PASTORALO simpósio Educação Integral e Universidade em Pasto-

ral reuniu na PUCRS reitores e demais integrantes do BlocoSul da Associação Brasileira de Escolas Superiores Católi-cas. O encontro contou com representantes da PUCRS, PUC-PR, Unisinos, UcPel e La Salle. Os painéis de discussãoabordaram os temas A condição humana e a educação inte-gral e Universidade em pastoral e pastoral da universidade.

PRÊMIO ALMIRANTE ÁLVARO ALBERTOO ministro da Ciência e Tecnologia, Ronaldo Sardenberg, no-

meou as professoras Regina Zilberman, da Faculdade de Letras, eMaria Lúcia Kern, do programa de pós-graduação do curso de Histó-ria, para compor a Comissão de Especialistas do Prêmio AlmiranteÁlvaro na área de Ciências Humanas. A premiação diferencia-se pornão aceitar inscrições e busca estimular os pesquisadores que ofere-ceram relevante contribuição às áreas de ciência e tecnologia.

PROGRAMA VIDA COM QUALIDADEDe 23 a 25 de agosto, o Programa Vida com Qualidade da

PUCRS promove o 2º Congresso Internacional Multidisciplinar deDrogodependência no teatro do prédio 40. Entre os convidadosinternacionais estão Luiz Patrício (Portugal), Aimé Nicolas(França) e Carlos Vara (Espanha), diretores de centros detratamento para drogodependentes. Inscrições na Pró-Reito-ria de Extensão Universitária, sala 201 do prédio 40.

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Novo programa integrafrentes de voluntariado

Ação

Com

unitá

ria

Organização não-governamental(ONG) que capta,qualificae encaminhavoluntáriosà comunidadedo Rio Grandedo Sul

• Os interessados devem se cadastrar na Fijo, na Av. Ipiranga, 6681, prédio 2.• Informações pelos telefones (51) 3336-5857 e 3320-3500, ramal 4130.

COMO PARTICIPAR

Grupo de voluntários ensina informática na Vila Fátima

Voluntáriasda Mamalevamapoio aospacientes

Foto

: Osc

ar B

alar

ine

ma é possível a troca dolocal de prestação de ser-viço quando necessário.

A Pró-reitora de Assun-tos Comunitários, Helenade Oliveira, destaca quenão há restrição quanto àsáreas de atuação. “Todotipo de ação pode ser fei-to”, afirma, desde a leitu-ra de uma história paracrianças até uma certidãode nascimento. “Funda-mental para o voluntárioé a construção da sua pró-pria cidadania, oportuni-dade disponibilizada pelo

programa”. O tempo dispensado dependerá dapossibilidade de cada um.

A PUCRS e os seus associados neste projetoacrescentarão a experiência de quem realizaações sociais. O Campus Aproximado Vila Fáti-ma é um exemplo. Implantada há 21 anos, aunidade oferece à população carente moradorada Vila Fátima serviços nas áreas de Odontolo-gia, Psicologia, Serviço Social, Medicina, Edu-

cação, entre outras. A Associação dasVoluntárias da Mama, com mais de 50

integrantes, leva conforto às mulhe-res em tratamento contra o câncer e

também estende seus serviços adiversas outras áreas do HospitalSão Lucas.

Para as empresas que atuamno setor assistencial, a Fijo ofereceo Curso de Especialização de Pro-

fissionais para Organizações do Ter-ceiro Setor. Com duração de um ano,

as aulas orientam sobre organização, pla-nejamento e administração. As disci-plinas abordam, entre outros temas,Marketing no Terceiro Setor, Visãoda Contabilidade no Terceiro Setor,Administração Pública e Privada eDireito Tributário.

No Ano Internacional do Voluntariado, aPUCRS lança um programa para integrar e iden-tificar as diversas frentes de trabalho socialexistentes no Campus. PUCRS: Colméia Volun-tária – nome escolhido mediante pesquisa en-tre funcionários, alunos e professores –, éuma parceria entre a Universidade, o HospitalSão Lucas, a Fundação Irmão José Otão (Fijo)e a Parceiros Voluntários . A iniciativa buscaorientar e unir os interessados em pres-tar serviços a entidades assistenciaisou comunidades carentes. Para sim-bolizar a campanha foi escolhidoum favo de mel , resultado deum esforço em parceria.

O primeiro passo do projetosão as palestras de sensibilizaçãoministradas por integrantes da Par-ceiros Voluntários. Nas reuniões ex-plica-se quais os deveres e as obriga-ções de quem participará. Os interessadosfazem um cadastro na Fijo que encaminha osdados para a Parceiros, responsável por conci-liar os interesses e a disponibilidade dos futu-ros voluntários com as necessidades das enti-dades atendidas. As atividades são acompa-nhadas por profissionais da ONG, buscando sem-pre a satisfação de quem as realiza. Dessa for-

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Eu estudei na PUCRS

Além de ter realizado estudos em Filosofia, Teologia e Filoso-fia da Arte, Dom Antonio Cheuiche cursou Jornalismo, fazendoparte da segunda turma de formandos da PUCRS em 1955. Mesmosem ter exercido a profissão, o contato com a Universidade apro-ximou-o da vocação de professor. Aos 74 anos – 50 dedicados aosacerdócio e 32 como bispo auxiliar de Porto Alegre –, ele chegaao tempo legal de se afastar do cargo com uma trajetória marca-da pelo apoio à cultura.

Natural de Caçapava do Sul, Dom Cheuiche ingressou na Con-gregação dos Carmelitas Descalços aos 17 anos. O menino quesaiu de casa aos 13 para estudar não imaginava o caminho apercorrer. Quando entrou na PUCRS, em 1953, acumulava experi-ências no Uruguai e na Europa e apresentava dificuldade com alíngua materna. Recorda até hoje o frio da cidade de Burgos, naEspanha, e o difícil período após a 2ª Guerra Mundial. “Mas aalegria de estar lá compensava”, lembra.

De volta ao Brasil, o Jornalismo foi a opção para habilitá-locomo diretor de uma revista católica – uma nova lei tornavaobrigatória a formação. Conviveu na PUCRS, ainda na sede da Av.Independência, com personalidades renomadas da imprensa naépoca, como Matilde Zatar, Antônio Barata, Arlindo Pasqualini ePaulo Moritz. Recorda ainda professores como Dante Laytano,Guilhermino Cesar, Alberto André e Ir. Faustino João. “Criou-seum ambiente intelectual ótimo. Dali saíram pessoas que se proje-taram no campo da comunicação”, ressalta.

O religioso nunca atuou na área porque retornou à Espanhapara fazer especialização em Filosofia da Arte. Esse fato, porém,acabou levando-o à PUCRS novamente. Mais tarde, passou a leci-onar a matéria e encontrou o que chama de grande missão:“Educar não significa impor cultura, mas, como diz a palavra,tirar o que está dentro, despertar para o conteúdo, orientar emostrar diferentes pontos de vista”. Dom Cheuiche foi também oprimeiro diretor do Instituto de Estudos Religiosos, que antece-deu a Faculdade de Teologia, e ensinou Deontologia (Ética eMedicina) para estudantes de Odontologia.

Com vivência no ambiente acadêmico e sem ter sido pároco,Dom Cheuiche chegou a bispo auxiliar. Destaca-se a sua atua-ção no Pontifício Conselho para a América Latina (Celam) apartir de 1975, como o integrante com maior tempo de perma-nência. Defensor da criação do Pontifício Conselho para Defesados Bens Culturais, do qual foi o primeiro presidente, organizouencontros de romancistas e de poetas católicos. “Não se podeseparar o religioso do social. A Igreja esteve uma época disso-ciada da cultura, mas agora volta para iluminar, não dominar”,afirma.

Aguardando pronunciamento do Papa João Paulo II sobre asua carta de renúncia, Dom Cheuiche não pensa em parar. Aguardaos próximos desígnios de Deus enquanto escreve um guia artís-tico-cultural sobre a Catedral Metropolitana – templo cuja de-coração ele coordenou na última fase da sua reforma.

Em 1953, aluno de Jornalismo

Hoje bispo auxiliar

Foto: Arquivo Pessoal

Dom Cheuiche prega culturaem nome da evangelização

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por PAULA OLIVEIRA DE SÁ

Aos 59 anos, com passagem por veículos de co-municação de expressão nacional e 20 anos dedica-dos ao ensino de Jornalismo nas disciplinas de Re-dação e Estágio em Reportagem Especial, MarquesLeonam Borges da Cunha, ou simplesmente Leonam,é uma das figuras mais queridas da Faculdade deComunicação Social da PUCRS. “A opção pelo Jorna-lismo foi uma escolha fundamental na minha vida”,sentencia orgulhoso. Convidado mais de 20 vezespara ser paraninfo e homenageado dos formandos, omestre brinca dizendo que essas deferências são seutítulo de pós-doutorado. “Minha carreira como para-ninfo na Universidade é a maior herança que deixareipara o meu filho.”

Em março de 1982, Leonam abriu mão do Jorna-lismo diário e começou a dedicar-se exclusivamenteao que mais gosta de fazer até hoje: ensinar às novasgerações o verdadeiro sentido da profissão de repórter.Em aula, sua paixão pelo ofício transparece na sensi-bilidade aguçada, nas idéias e nos olhos muito vivos econhecedores de um bom texto. No último dia de aulade cada semestre, os alunos escrevem uma avaliação.“Quando chego em casa, faço o mate, sento na cadei-ra de balanço e leio as considerações a meu respeito.Sempre me emociono muito.”

A escolha de Leonam pela carreira foi feita aos 20anos, depois de três tentativas frustradas de vestibu-

lar para Medicina. “Hoje, sinto-me alivia-do. Descobri minha real vocação”, ana-

lisa. Como repórter, sempre deixousua marca por onde passou – prin-cipalmente nos textos memoráveis

Marques Leonam:mais de 20 vezes

paraninfo ehomenageado

A arte de ensinarJornalismo com paixão

da Folha da Tarde. “O Jornalismo te instrumentalizapara a vida, desmancha aquele ar cor-de-rosa que ocidadão tem da realidade”, avalia.

O gosto pelas grandes reportagens, Leonam trou-xe das leituras de infância, em Alegrete, onde nas-ceu. “Lia e relia as revistas Cruzeiro, Manchete eSeleções e ficava extasiado com o que um repórterpodia fazer”, lembra. Até hoje, ele chega para asaulas abastecido com uma pasta repleta de grandesreportagens e uma coleção de gafes publicadas emjornais – material que transforma as lições em ines-quecíveis momentos de aprendizado.

A experiência do mestre mostra que não existeturma ruim. “Tenho um cuidado enorme. Se o alunobocejou, procuro rever minha postura”, admite. Leo-nam acredita que a verdadeira descoberta pela pro-fissão se dá muitas vezes nesses momentos e o papeldo professor pode ser decisivo. Seu alerta aos estu-dantes é de que um bom texto torna-se cada vezmais o grande diferencial no mercado, mesmo emtempos de internet.

“O jornalismo on line é um novo mercado. Mas aminha bronca é que as grandes empresas gastamfortunas em tecnologia e o salário dos jornalistascontinua lá embaixo”, protesta. “O computador sófunciona se por trás dele houver um repórter, um serhumano que pensa e precisa ser reconhecido.”

Perf

il

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Educação Aplicada

dantes e professores surdos. A elaboração devídeos e textos em língua de sinais e a orien-tação durante a visitação são outras açõesem execução. No segundo semestre, será apre-sentada, no MCT, a exposição temporária Edu-cação no Trânsito, abordando, entre outros,temas ligados ao trabalho com surdos.

Pela internet, o Projeto SignNet divulgamaterial didático tutorial para o ensino daescrita de sinais, especialmente para os paisde crianças surdas que serão alfabetizadasem Libras. Na Universidade também são de-senvolvidos programas de edição, tradução echat, utilizando o sistema SignWriting.

O trabalho é realizado pelos bolsistas Fa-biano Souto, Maria Cristina Pereira, Marian-ne Stumpf e Carolina Silveira, com financia-mento do CNPq. O coordenador pela UCPel éo professor Antônio Carlos Costa e pelo MCT/PUCRS é o professor Jeter Bertoletti. Atuamainda a professora Márcia Campos, da Facul-dade de Informática, e Ana Carolina Berto-letti, responsável pelo Laboratório de Com-putação do MCT.

O pesquisador norte-americano CharlesButler, um dos pioneiros na escrita da lín-gua de sinais, integrou o grupo por doismeses, período em que esteve no Brasil comopesquisador-visitante pelo CNPq. Ele elabo-ra, com Marianne, um dicionário compostopor palavras escritas em português, em in-glês, na Língua Americana de Sinais e naLíngua Brasileira de Sinais. “Nos Estados Uni-dos existem apenas pesquisas isoladas. Aquio estudo é institucionalizado”, elogia.

Sistema deregistro gráfico

que representa asconfigurações de

mão, movimentos,expressões faciaise posicionamento

do corpo daslínguas de sinais

Até à década de 60, as línguas de sinais não tinham status lingüístico. O norte-americano William Stokoeestudou a Língua Americana de Sinais e concluiu que a comunicação dos surdos utiliza os mesmos elementosdas línguas orais, estabelecendo-se num contexto de significação. Os sinais são convencionais, combinadospelo grupo e transmitidos entre gerações. Não podem ser confundidos com simples gestos, mímica oupantomima (representação teatral).

Atualmente são conhecidos três sistemas para o registro por escrito das línguas de sinais. O mais aceito é oSignWriting, que começou com a dançarina norte-americana Valerie Sutton. Ao inventar símbolos para traduziros movimentos da dança, ela criou o DanceWriting. Mais tarde, Valerie desenvolveu a escrita da língua de sinaiscom o apoio de um grupo de surdos e, em 1988, foi criado o Deaf Action Committee for SignWriting.

Fonte: http://sign-net.ucpel.tche.br/oque.htm

A LÍNGUA E A ESCRITA DE SINAIS

Um grupo ligado ao Laboratório de Com-putação do Museu de Ciências e Tecnologia(MCT) da PUCRS, à Universidade Católica dePelotas (UCPel) e à Unidade de Ensino Espe-cial Concórdia da Ulbra desenvolve o ProjetoSignNet, buscando colocar a internet e ou-tras tecnologias a serviço da educação desurdos. A realização de cursos, a adaptaçãoda Língua Brasileira de Sinais (Libras) aoSignWriting , a criação de softwares e a ade-quação do MCT são algumas das atividades.

No Museu da PUCRS haverá quiosques emLibras e as placas dos experimentos serãotraduzidas para estimular o acesso de estu-

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Tecnologias contribuempara a educação de surdos

A palavra“museu”

expressa nalíngua (acima)

e na escrita (aolado) de sinais

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Opin

ião

Acervos Literáriose ensino de literatura

Um acervo literário é ao mesmo tem-po local e coleção, instituição e univer-so de sentidos. Sua característica básicaé a matéria: papéis, metais, plásticos,películas, tecidos, madeira, tintas, em

que se inscreve uma di-mensão imaterial,

idéias, emoções,percepções, fan-tasias, expe-riências vivi-das e perdi-das no tem-po e no es-paço. Costu-ma-se atribuir

a esse conjun-to uma função

de memória, masele é, antes de tudo,

presença que convocatanto o passado como o futuro.

Tem, portanto, um lado de permanênciae outro de produtividade, à espera dequem com ele entre em contato.

A qualidade intercambiável dos do-cumentos de um acervo literário podeser imaginada como um museu interati-vo, em que não só a mente, mas tam-bém o corpo tem lugar. Num acervo, osarquivos são passíveis de cruzamentos,de modo que qualquer item pode esta-belecer algum tipo de relação com ou-tro, incentivando o usuário à ação cria-tiva. É como uma obra literária: fornecemateriais numa certa ordem, mas tam-bém lacunas e silêncios, parece orientarpara uma direção, mas deixa adivinharoutras, solicita a memória, mas incita afantasia.

A experiência da PUCRS na área deacervos literários – o Programa de Pós-Graduação em Letras, da Faculdade deLetras, possui a guarda de 11 espóliosde autores sul-rio-grandenses – revelaque a existência dessas coleções, lega-das em parte pelas famílias e suplemen-tadas pelo trabalho de pesquisa de inú-

meras equipes de bolsistas, desde dou-torandos até iniciantes em ciência, trazefetivas transformações ao ensino de Le-tras. Os que utilizam os documentos dosacervos para trabalhos acadêmicos e es-colares, ou para tarefas ligadas aos mei-os de comunicação, no sentido da difu-são cultural, descobrem um horizonte depossibilidades impensadas e renovam asconcepções que têm de movimentos es-téticos, históricos e dos próprios auto-res e obras.

Os acervos de Erico Verissimo, Dyo-nélio Machado, Reynaldo Moura, PedroGeraldo Escosteguy, Francisco Fernandes,Zeferino Brasil, Josué Guimarães, MarioQuintana, Manoelito de Ornellas, Lila Ri-poll e Oscar Bertholdo, sob a guarda daPUCRS e em estágios diversos de orga-nização, já atestam sua funcionalidadepara o ensino de literatura há anos. Têmfornecido dados para dicionários nacio-nais e internacionais – fontes básicas deinformação escolar; têm oferecido subsí-dios para artigos e palestras de especia-listas do país e do Exterior – o quealtera a qualidade da bibliografia utili-zada pelo professor de Letras; têm pos-sibilitado trabalhos na área de EstudosCulturais – contestando a visão do lite-rário como imanência ou reflexo; e têmfundamentado teses e dissertações, cu-jos resultados repercutem diretamentesobre as aulas dos mestres e doutoresformados e sobre seus alunos, por suavez também professores de ensino fun-damental e médio.

A importância dos acervos literáriosem relação ao ensino de literatura resideaí. Associando memória e presença, hete-rogeneidade e não hierarquização, os acer-vos proporcionam trabalhos inovadores, re-visam noções preestabelecidas, valorizamo que se subestima, relativizam o que sesuperestima, permitindo um outro olharao cânone literário, à história e à críticaliterárias, que afinal são os sustentáculosda educação para a leitura.

MARIA DAGLÓRIA

BORDINICentro deMemória

Literária doPrograma de

Pós-Graduaçãoem Letrasda PUCRS

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Lobo-guará, onça-pintada, urubu-rei,curió e baleia-franca são alguns dosanimais com risco de extinção no Estadoque constarão no Livro Vermelho daFauna Ameaçada de Extinção no RioGrande do Sul, que será publicado peloMuseu de Ciências e Tecnologia (MCT) daPUCRS e pela Edipucrs. O projeto tambémdivulgará uma lista das espécies ameaça-das (Lista Vermelha), encaminhada à Se-cretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema)para oficialização por umdecreto-lei, tornando-se uminstrumento de ação legalda população.

Com lançamento previs-to para o início de 2002, oLivro Vermelho baseia-seem informações disponíveisna literatura e coletadas porseus autores, cerca de 40zoólogos de diferentes especialidades li-gados a instituições de ensino e pesqui-sa do Estado. O material é organizado eeditado pelos pesquisadores do Museu daPUCRS Carla Fontana, Glayson Bencke eRoberto Reis. Além de disponibilizar in-formações sobre a fauna do Rio Grandedo Sul que necessita de atenção imedia-ta, a obra trará recomendações para asua conservação.

A publicação terá linguagem acessí-vel, dirigindo-se não apenas a pesquisa-dores, órgãos de fiscalização e gestão derecursos naturais, mas também ao públi-

• A inclusão de espécies na Lista/Livro Vermelho da Fauna Ameaçada de Extinção no• Rio Grande do Sul baseia-se em:

• Extensão da área de ocorrência atual• Situação do hábitat principal• Plasticidade ecológica (capacidade de adaptação a ambientes alterados)• Tamanho populacional e/ou abundância• Variação populacional da espécie

CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DAS ESPÉCIES

co em geral, especialmente professores eestudantes. No momento, o projeto con-ta com o apoio financeiro da Fundaçãode Amparo à Pesquisa do Rio Grande doSul, da Secretaria Estadual do Meio Am-biente, por meio da Fundação Zoobotâ-nica do RS, e da Copesul. Buscam-se ou-tros patrocínios para baratear os valoresdos exemplares.

Em setembro ocorrerá um workshopde apresentação da Lista Vermelha. O ob-

jetivo do evento é subme-ter o documento à aprecia-ção da comunidade antes doenvio oficial pelos biólogosAna Alice de Marques e Mau-rício Schneider e pelos edi-tores do Livro Vermelho.Mesmo com a existência dalista nacional, justifica-se arealização da mesma em âm-

bito regional para motivar iniciativas lo-cais pela preservação e porque os critéri-os de avaliação de espécies são diferen-tes. Um animal que integra o rankinggaúcho pode não estar no brasileiro, evice-versa.

O projeto não se encerrará com asduas divulgações. Pretende-se criar emanter no Museu da Universidade umbanco de informações permanentemen-te disponível, inclusive na internet, fa-cilitando o acesso dos pesquisadoresenvolvidos e as revisões periódicas dalista oficial.

Até o momento, foramcontabilizadas mais de100 espécies de aves,cerca de 20 de peixes,dez de anfíbios, 17 derépteis, 12 de abelhas,quatro de esponjas eseis de borboletas

Foto: Ana Marques

Meio AmbienteEspécies ameaçadasde extinção no RS

Foto: Paulo Ott

Foto: Marcos Di Bernardo

Foto: Adrian Azpiroz

Fotos: Cibele Indrusik