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www.pucrs.br/pucinformacao Publicação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Assessoria de Comunicação Social Ano XXV • Nº 112 • Novembro-Dezembro/2002

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www.pucrs.br/pucinformacao

Publicação da Pontifícia UniversidadeCatólica do Rio Grande do Sul

Assessoria de Comunicação SocialAno XXV • Nº 112 • Novembro-Dezembro/2002

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44 PerfilLuiz Antoniode AssisBrasil: Oencantadorhomemdaspalavras

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Expe

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te

ReitorNorberto Francisco Rauch

Vice-ReitorJoaquim Clotet

Diretor-Editor daRevista PUCRS Informação

Carlos Alberto Carvalho([email protected])

Editora ExecutivaMagda Achutti

([email protected])

RepórteresAna Paula Acauan

([email protected])Paula Oliveira de Sá

([email protected])Carine Simas

([email protected])Angela Vencato

([email protected])

EstagiáriasDébora BragaMariana ViciliBianca Dias

FotógrafosMarcos ColomboGilson de Oliveira

Arquivo FotográficoMaria Rosalia Rech([email protected])

RevisãoJosé Renato Schmaedecke

CirculaçãoMirela Vieira da Cunha Carvalho

([email protected])

DocumentaçãoLauro Dias

Rodrigo Ojeda

Relações PúblicasSandra Becker

([email protected])

Conselho EditorialElvo Clemente, Délcia Enricone,

Mainar Longhi e Paulo Galia

Editoração EletrônicaPense Design

ImpressãoEpecê-Gráfica

PUCRS Informação é editadapela Assessoria de Comunicação

Social da PontifíciaUniversidade Católica do

Rio Grande do Sul, AvenidaIpiranga, 6681, Prédio 1,5º andar, CEP 90619-900,Fone: (51) 3320-3500,ramais 4446 e 4338,Fax: (51) 3320-3603,

E-mail: [email protected],Site: www.pucrs.br/

pucinformacao.

Nesta Edição

Outras Seções3 Pelo Campus – MEC aprova Plano de Desenvolvimento Institucional da PUCRS4 Novidades Acadêmicas – Engenharia de Produção é nova opção no vestibular5 Panorama10 Pesquisa em Foco13 Na Web – Provas interativas preparam candidatos ao vestibular14 Pastoral – Grupo leva conhecimento à Ilha dos Marinheiros15 Tendências – Escândalos, democracia e mídia em debate16 Saúde – Psicologia apóia pacientes com doenças crônicas17 Saúde – Música estimula melhora de crianças no hospital18 Saúde – Hospital São Lucas inova no atendimento19 Debates – Nutrição deficiente deixa idoso frágil20 Tecnologia – Grupo alia informática à educação21 Tecnologia – Reator eletrônico controla consumo de energia22 Ciência – Pesquisadores descobrem novas espécies de aranhas23 Ciência – Equipe investiga soja para transformação genética26 Alunos da PUCRS29 Mercado de Trabalho – Filosofia: Filósofos atuam de forma multidisciplinar30 Lançamentos da Edipucrs31 Comunicação – UNITV comemora 4º aniversário32 Universidade Aberta – PUCTUR passa por renovação33 Universidade Aberta – Pesquisadores dão consultoria na área de competências34 Cultura – Edipucrs lança o livro nº 700 na Feira35 Cultura – PUCRS é guardiã de fotos da Revista do Globo36 Pelo Rio Grande – Técnica de irrigação favorece lavoura de Uruguaiana37 Social – Pesquisa investiga moradores de rua40 Sinopse43 Bastidores – Toxicologia estimula pesquisa e ensino45 Eu Estudei na PUCRS – Ivan Santa Maria atua na Microsoft46 Ação Comunitária – Laboratórios de Sociologia atuam em comunidades carentes47 Opinião – Adalmir Marquetti: Coordenador do Programa de Pós-Graduação

em Economia da PUCRS48 Ambiente – Museu elabora Plano Ambiental para São Leopoldo

6 CapaAprendendo a ensinar:oficinas preparam professores

24 EntrevistaA prevenção aoalcance das mãos —Drauzio Varela –Médico oncologista,escritor e apresen-tador do quadro Eagora, doutor? noprograma Fantásti-co da TV Globo

38 MemóriaCampus Avançado AltoSolimões deixa raízes

PUCRS

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Pelo

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pus

Pesquisas buscando garan-tir a segurança e a saúde dostrabalhadores brasileiros come-çam a ser desenvolvidas pela

PUCRS em parceria com oMinistério da Previdência eAssistência Social (MPAS). A

Universidade e o órgão federalimplantaram um Núcleo de Es-tudos Previdenciários, com oobjetivo de analisar inicialmen-te dados sobre acidentes deserviço e traçar estratégias deproteção. No Brasil, a cadamilhão de segurados na previ-dência pública, 113 são víti-mas fatais de acidentes de tra-balho, conforme dados do Ins-tituto Nacional de SeguridadeSocial (INSS) em 2000.

De acordo com o coorde-nador do núcleo, professor Ma-ximiano Carpes dos Santos, daFaculdade de Direito, alunos e docentes de dife-rentes unidades atuam integrados e contam como auxílio de técnicos do MPAS. O ministério soli-cita os estudos e a equipe desenvolve o traba-lho, usando como base o extenso banco de da-dos do governo federal sobre o assunto.

PrevençãoO MPAS pretende traçar ações de estímulo à

prevenção e à promoção de condições saudáveis

no trabalho. “Queremosutilizar o potencial daUniversidade e tambémcapacitar os docentespara serem multiplicado-res de conhecimentossobre Previdência”, sa-lienta Baldur Schubert,gerente de projetos daDiretoria Colegiada doINSS. Ele destaca aindaa importância de os alu-nos entrarem no merca-do conhecendo direitose deveres previdenciári-os, como cidadãos e lí-deres profissionais. Osacadêmicos recebembolsas de estudo doMPAS.

Outra atividade aser desenvolvida é apromoção de cursos so-

bre Previdência Social abertos à comunidade. Onúcleo está instalado no 10º andar do prédio 11do Campus, sob gerenciamento da Faculdade deDireito. Conta com um conselho orientador, cons-tituído pelos professores Paulo Franco (Pró-Rei-tor de Extensão Universitária), Attila Sá d’Oliveira(diretor da Faculdade de Direito) e Jorge Fran-zoni (diretor da Faculdade de Administração, Con-tabilidade e Economia). O MPAS também inte-grará o conselho.

O Plano de Desenvolvimento Institucional(PDI) da Pontifícia Universidade Católica do RioGrande do Sul, documento fundamental que nor-teará as ações da Instituição até o ano de 2005,foi aprovado e recomendado pelo Ministério daEducação (MEC), no mês de outubro.

O Reitor Norberto Rauch diz que “a aprovação,resultado exitoso de um esforço realizado pela co-munidade universitária, representa uma rápida res-posta da PUCRS às normas estabelecidas pelo MEC.”

A partir de 2002, o PDI é requisito obrigató-rio para o protocolo de processos de autorizaçãode cursos e de credenciamento de instituições deensino superior, bem como para o de reconheci-mento e revisão de reconhecimento de cursos.

Planejamento estratégicoRauch afirma que a rapidez no atendimento

às exigências do MEC, em grande parte foi de-corrência da recente experiência coletiva do Pla-nejamento Estratégico que permitiu pensar a Uni-

MEC aprova Plano Institucional

Núcleo no Direito:cidadania e previdência

versidade para os próximos dez anos. Alia-se aesse fator o momento de revisão dos currículosde todos os cursos de Graduação, considerandoas orientações emanadas das Diretrizes Curricu-lares, que prevêem profundas mudanças.

O Reitor frisa, também, que “os componen-tes que precisavam ser integrados ao PDI e queainda não tinham sido suficientemente explora-dos diziam respeito a questões de cunho didáti-co-pedagógico, que estavam em discussão emtodas as Unidades Acadêmicas. Isso significa afir-mar que a organização dos cursos, quanto a pro-jeto pedagógico, avaliação interna e externa, ins-talações, corpo docente e qualificação, foi incor-porada, com o apoio do Setor Didático-Pedagó-gico da Universidade, às reflexões do Planejamen-to Estratégico para compor o PDI – PUCRS.”

Rauch destaca que “a aprovação do PDI in-dica estar a Universidade no rumo certo, pois setrata de documento essencial para o plano dedesenvolvimento das ações da PUCRS.”

Uso de equipamentosevita acidentes de trabalho

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Novidades Acadêmicas

Começa o curso de doutorado em DireitoO Programa de Pós-Graduação em Direito da PUCRS

lança em novembro o curso de doutorado em Direito,que conta com recomendação prévia da Coordenação deAperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).Convênios com instituições brasileiras e estrangeiras e aatuação de professores visitantes estão entre as metas.“Nosso objetivo é que o doutorado sirva como referênciainternacional”, destaca o coordenador, professor JuarezFreitas.

A Capes leva em conta, na avaliação, o projeto docurso e a infra-estrutura da Universidade. Freitas afirmaque o parecer favorável demonstra o prestígio do progra-

Engenharia de Produçãoé nova opção no vestibular

O vestibular da PUCRS estará cominscrições abertas de 19 de novembro a12 de dezembro. As provas ocorrerãodias 2, 3 e 4 de janeiro, às 17h. Umadas novidades será o curso de Engenha-ria de Produção. A Universidade visa aseguir tendência internacional de as-censão desse ramo da Engenharia.

Os profissionais de Engenharia deProdução atuam na operacionalizaçãoda gestão dos sistemas de produçãode bens e serviços. O aluno terá em-basamento tecnológico, por exemplo,em física, química, matemática e es-tatística, além de disciplinas de ad-ministração, comércio e contabilida-de. Diferentemente das demais áreasda Engenharia, a de Produção está vol-tada para a gestão técnica. Tambémnão se confunde com a Administraçãode Empresas, que envolve a gerênciado empreendimento. O curso terá carga horária de3.480 horas/aula, distribuídas em 10 semestres. Se-rão oferecidas 60 vagas nesse vestibular.

Carga horáriaA partir de 2003, também está prevista a redu-

ção na carga horária dos cursos de Engenharia.“Essas mudanças buscam tornar a Faculdade maiscompetitiva e próxima do mercado, adequando-seàs Diretrizes Curriculares recentemente homologa-das pelo MEC”, salienta o diretor Eduardo Giugliani.

Os alunos também terão opção de freqüentaras aulas em um único turno, o que possibilita queestagiem, trabalhem e realizem atividades comple-mentares. A diminuição no total de horas dos cur-sos poderá variar de 5% a 23%. A proposta foialcançada após trabalho de reestruturação curricu-lar iniciado em 1999.

UruguaianaNo Campus II, em Uruguaiana, haverá a suspensão do

vestibular para Ciência da Computação e a criação de Sistemasde Informação. Esse último curso é entendido como maisadequado às necessidades da região. Serão oferecidas 45 va-gas no turno da noite. O egresso terá condições de atuar emplanejamento, análise e utilização das tecnologias da infor-mação aplicadas a organizações. Pode desempenhar funçõescomo projetista, administrador e consultor em sistemas deinformação.

O vestibular do Campus II será descentralizado. Além deUruguaiana, as provas, para todos os cursos, deverão ocorrer dia19/1, às 15h, nos municípios de Santa Maria, Santo Ângelo, Va-caria e no Campus Central, em Porto Alegre. As inscrições vãoaté 13/1. Até então, o concurso para Agronomia, Veterinária eZootecnia era realizado em duas etapas, na Capital e em Uru-guaiana. A partir de agora, a realização das provas do Campus IIserá independente das demais do Campus Central.

As provas serão realizadas nos dias 2, 3 e 4 de janeiro

ma, resultado da qualificação dos professores, do volumede pesquisas e defesas de dissertações, que deverãototalizar 25 até o final do ano. Na última avaliação daCapes o mestrado recebeu conceito máximo.

As áreas de concentração do doutorado são Funda-mentos Constitucionais do Direito Público e do DireitoPrivado (Instituições de Direito do Estado) e Teoria Geralda Jurisdição (Direito Processual Civil). Entre as temáti-cas centrais que diferenciam o curso da PUCRS estão asrelações entre Direito Público e Privado, como a incidên-cia da Constituição no Código Civil e as suas conseqüên-cias jurídicas.

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IR. ELVORECEBE PRÊMIO

Por aprovação unânime da proposta dovereador João Carlos Nedel na Câmara Munici-pal, Ir. Elvo Clemente, assessor da Reitoria daPUCRS, recebeu o prêmio Erico Verissimo .A distinção enaltece os escritos, as aulas e asatividades do professor no campo da Culturae das Letras. Um dos mais recentes trabalhosdo Ir. Elvo foi a tradução dos manuscritos doengenheiro italiano Luigi Nascimbene, que teria testemunhado a Revolução Farroupilha. Datado de 1850,o texto foi descoberto na Universidade de Pavia, Itália. A obra Tentativa de Independência do Estado do RioGrande do Sul foi editada pela Secretaria de Cultura do Estado, pelo Movimento Tradicionalista Gaúcho, Ins-tituto Gaúcho de Tradição e Folclore e Companhia Riograndense de Artes Gráficas.

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PROFESSOR VENCEO JOVEM CIENTISTA

O professor Adriano Moehlecke, do Grupode Energia Solar da Faculdade de Física, foi ovencedor do Prêmio Jovem Cientista 2002 como trabalho intitulado Células Solares Eficientesde Baixo Custo. A equipe que realizou a pesqui-sa também é composta pelos professores Dél-cio Basso, Airton de Andrade e Izete Zanesco,por quatro alunos do Programa de Pós-gradua-ção em Engenharia e Tecnologia de Materiais eseis alunos da graduação.

Os estudos desenvolvidos tratam da ob-tenção da energia elétrica a partir da luz solar.O prêmio a Moehlecke e ao grupo foi entreguepelo presidente Fernando Henrique Cardoso,em Brasília. A cerimônia reuniu autoridadesgovernamentais da área de Ciência e Tecnolo-gia e expressivos nomes da ciência brasileira.

A iniciativa do Grupo Gerdau, do CNPq eda Fundação Roberto Marinho visa a incen-tivar a pesquisa e hoje é considerada pelacomunidade científica uma das mais impor-tantes premiações do gênero na América La-tina. Nesta edição do prêmio, o tema foiEnergia Elétrica – geração, transmissão, dis-tribuição e uso racional.

JOSÉ NÉRI DA SILVEIRASERÁ DOUTORHONORIS CAUSA

O Conselho Universitário da PUCRS aprovoua outorga do título de Doutor Honoris Causa aoministro aposentado do Supremo Tribunal Fede-ral José Néri da Silveira. Formado pela quintaturma da Faculdade de Direito, em 1955, foi oprimeiro a receber a Láurea Acadêmica da Uni-versidade. Também lecionou na PUCRS de 1961a 1969. Nomeado ministro do Supremo em1981, presidiu o Tribunal Superior Eleitoral (TSE)de 1985 a 1987, quando conduziu o recadastra-mento eleitoral, iniciando a informatização daJustiça Eleitoral. Nas eleições de 2000, retor-nou à presidência do TSE, quando a urna ele-trônica foi instalada em todos os municípiosbrasileiros. De 1989 a 1991, como presidentedo STF, José Néri começou a implantação dainformatização dos serviços da corte. A conces-são do título de Doutor Honoris Causa foiproposta pela Faculdade de Direito. A distinçãoé voltada a personalidades ilustres que se dis-tinguem pelo notório saber e pela expressivacontribuição ao desenvolvimento do conheci-mento em benefício da humanidade.

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Os encontros ocorremnos laboratórios, locali-zados no 3º andar doprédio 40, e na área deexposição do Museu deCiências e Tecnologia.São cinco laboratóriosespeciais equipados,numa área de 1.200 me-tros quadrados, paraatender as oficinas deMatemática, Física, Quí-mica, Biologia, Educa-ção e Computação.

ReciclagemEm funcionamento

desde 1985, o Naecimatende 3.957 escolaspúblicas e privadas doEnsino Médio e Funda-mental da Capital e dagrande Porto Alegre. Osconteúdos são desenvol-vidos conforme o inte-resse e a disponibilida-de dos professores que

buscam sua atualização. Com base nesse enfo-que, periodicamente os coordenadores dos labo-ratórios especiais discutem e planejam as ofici-nas. Além do apoio e da formação didática, asáreas de pesquisa, pós-graduação, difusão cien-tífica e intercâmbio de experiências também sãocontempladas.

O diretor do Museu de Ciências e Tecnologia,Jeter Bertolleti, com apoio e aprovação do Rei-tor, Ir. Norberto Rauch, deu nova dimensão es-trutural para o Naecim, e por intermédio do Pro-jeto VITAE, investiu mais de US$ 500 mil emequipamentos, kits pedagógicos e materiais delaboratório. Vários desses materiais são disponi-

bilizados para empréstimo.

Aprendizagem interativaO Naecim integra a extensa programa-

ção contida no Promusit, que leva ao in-terior do Estado ensinamentos interativos,por meio de demonstrações, oficinas pe-dagógicas, palestras e conferências às co-munidades. O Promusit é constituído porum caminhão semi-reboque , no qualsão transportados cerca de 50 experimen-tos e dezenas de kits pedagógicos para odesenvolvimento de oficinas e minicursos.

Com diferentes tipos de materiais re-aproveitados e de fácil acesso, o respon

Cada vez mais aconcepção atual do atode ensinar e aprender

desenha o perfil de umprofessor que reflete en-quanto age, podendo to-mar decisões e mudar,rapidamente, o rumo desua ação. Ele é coopera-tivo, propõe desafios etorna as aulas atrativase dinâmicas. O Núcleode Apoio à Educaçãoem Ciências e Matemá-tica (Naecim) , vincu-lado ao Museu de Ciên-cias e Tecnologia, apre-senta essa proposta erealiza trabalho pioneirono Estado. O objetivo éa melhoria do ensino pormeio da educação con-tinuada de docentes queatuam no mercado detrabalho e do apoio aosestudantes. “Quando oprofessor se percebecomo indivíduo em contínua aprendizagem, mudasua relação com o saber. Mas não é só isso: eleprecisa voltar a ser aluno para aprender a ensi-nar por outra perspectiva”, explica o coordena-dor-geral do Naecim, Gustavo Araújo.

As 12 oficinas que integram o Naecim sãoministradas por professores das áreas de Física,Matemática, Biologia, Química, Educação e Com-putação. Hoje cerca de 350 pessoas vindas daCapital e de municípios da Grande Porto Alegreparticipam, a cada semestre, das atividades pe-dagógicas propostas pela equipe do Naecim. Opúblico predominante é de docentes dos EnsinosFundamental e Médio em busca de atualização.

Produção de recursos didáticos

Capa

Integrou ecoordenou, a partirde 1988, a rede deAção Conjuntapara a Melhoria deEnsino de Ciênciase Matemática doRio Grande do Sul.Formada por 12instituições, osprojetos eramcoordenados pelaPUCRS e recebiamfinanciamento daCoordenação deAperfeiçoamentoao Pessoal deEnsino Superior(Capes).

Primeiro contato com papel reciclado

por PAULA OLIVEIRA DE SÁ

Aprendendo a ensinar:oficinas preparam professores

Transforma-senum modernoauditório, depoisde descarregado.Uma exposiçãocom experimentosinterativos émontada em localdisponibilizadopela comunidade,onde professores,estudantes epúblico em geralpodem aprenderciências.

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Professores conhecem experimentos no MCT

Troca de experiências enriquece aprendizado

sável pela oficina de Educação ambiental com reci-clagem de papel na produção de recursos didáticos, EgonLerner, prepara em grandes quantidades diferentes tiposde papéis e massas que servem para modelar desde jogosde dominó até imponentes globos terrestres. “O profes-sor precisa fazer com que o aluno vivencie a técnica dereciclagem”, ressalta Lerner.

Mostrando como confeccionar criativos recursos didá-ticos com a reciclagem de papel, a professora de GeografiaConceição do Santos, do Instituto Estadual Isabel de Espa-nha, trabalha a questão ambiental em sala de aula. “Nadasubstitui o contato direto, como a vivência pessoal de umaluno com produtos vindos da natureza”, orienta.

Mariett Martins e Marisa Meneghetti seguem a cartilhado aprender brincando na Escola Estadual de Ensino Funda-mental Professora Marina Martins de Souza. Elas ensinam ospequenos a reciclar o lixo, com pitadas de educação ambi-ental. Caixas de papelão armazenam todas as embalagensque se encaixam no programa de reciclagem como papéis,vidros, potes de iogurte, latinhas e garrafas plásticas. “Amudança de postura é notória”, comemora a vice-diretoraMarisa. A garotada limpa os recipientes, separa tampas erótulos e jamais os mistura com restos alimentares.

A conscientização começa desde cedo, na pré-esco-la, quando os alunos tornam-se aliados da natureza. É ocaso da pequena Camila Ramos, seis anos, que aprendeua separar diferentes tipos de papel. Com as atividades naOficina do Núcleo, as professoras repassam os ensina-mentos aos alunos. O primeiro contato com o papelreciclado foi numa festa para a turminha. Eles aprende-ram a confeccionar bonecos, números e letras, utilizandofôrmas de plástico.

Brincando com númerosEstá constatado pelos especialistas em educação que

a matemática, quando ensinada de um ponto de vistamenos abstrato, explorando a interação do aluno com ob-jetos da vida cotidiana, favorece o aprendizado e a relaçãocom outras disciplinas. Aprender por meio de jogos é aproposta da oficina que trabalha com a construção dosnúmeros inteiros e suas operações. A responsável, MônicaSantos, transmite em suas aulas um modo descomplicado

de ingressar no mundo dos números com as crianças. “Ojogo é uma ótima estratégia de aprendizagem”.

A metodologia está sendo adotada pela turma de 25professores que freqüentam os encontros, às quartas-feiras,no Laboratório de Matemática. A professora paulista Rosil-da Morais encontrou no lúdico a maneira certa de manteros alunos atentos. Ela faz parte do grupo de estudos quedesenvolve aulas de reforço para as turmas de 5ª série doInstituto de Educação Flores da Cunha, em Porto Alegre.“Só o livro não resolve. Temos que explorar novas possibi-lidades de aprendizado”, destaca Rosilda.

Alunos hiperativos e com problemas de aprendizadofazem parte da rotina de Rosane Jardim, na Escola EstadualOtaviano Manual de Oliveira Júnior. A professora ensinapares ordenados e números decimais. Para isso, realiza brin-cadeiras como o jogo do milhão e pega-varetas. “Quandojogam em grupo, os alunos debatem e, do confronto deidéias, surgem diferentes respostas para um problema mate-mático”, avalia. Ao fim de cada semana de muitos lances edescobertas, o bom aproveitamento da classe é evidente.

Visitas orientadasA educação continuada de professores na área de

Matemática também é uma das propostas desenvolvidaspela equipe da Faculdade de Matemática. Por intermédiode oficinas e encontros, um dos projetos atende, desde1987, o Colégio Maria Auxiliadora, em Canoas, envolven-

do alunos e professores dos ensinos Fundamental,Médio e Superior e especialistas colaboradores. Otrabalho tem por objetivo contribuir com a práticaprofissional dos alunos de licenciatura plena que tam-bém recebem o retorno dos conteúdos apresentadosem sala de aula pelos estudantes da escola, numprocesso de troca de experiências e realimentação.

A interação com a área de exposições do Museu deCiências e Tecnologia é outra proposta inovadora dasoficinas. Além das atividades nos laboratórios, os pro-fessores têm acesso a visitas orientadas nas dependên-cias do Museu. O Projeto Interatividade do MCT/Integra-ção Museu e Escola facilita o contato dos docentes comos experimentos, antes de levar os alunos para conhe-cer o espaço interativo. “É a melhor forma de prepararum roteiro que se relacione com os trabalhos desenvol-vidos em sala de aula”, destaca a professora e coorde-nadora da oficina de Química, Concetta Ferraro.

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O Naecim disponibiliza espaço para estudantesdo Ensino Médio interagirem com diferentes experi-mentos. Motivar os estudantes a sair da rotina dasala de aula e aprender novos conteúdos de formacriativa levou o professor do Ensino Médio e auxili-ar de laboratório do Museu de Ciências e TecnologiaMarcos Salami a coordenar Atividades Experimentaisde Ótica – Integração Museu/Escola. As dinâmicasde grupo são desenvolvidas no MCT e no Laborató-rio de Física do Naecim. A proposta é possibilitaraos adolescentes a realização de trabalhos escola-res e o aprofundamento de conhecimentos a partirdo contato com a ciência.

Para o grupo de alunos do Ensino Médio doColégio La Salle Santo Antônio de Porto Alegre, aidéia abriu portas para a organização de uma Feirade Ciências na escola e a garantia de boas notas aofinal do semestre. “Eles aprendem na prática que aFísica não é bicho-de-sete-cabeças”, resume Mar-cos.

Busca do conhecimento Cada dupla confeccionou um experimento ligado à

área de ótica. Foram previstas três visitas ao Museu, soborientação dos professores, com o objetivo de aproximaros estudantes dos temas ligados à ciência. Em encontrossemanais, os alunos desenvolveram diferentes ensaios noLaboratório Especial de Física e na sala de aula.

Depois, os aprendizes compartilharam o conheci-mento com os demais colegas. “Eles se tornam monito-res na escola, repassando os saberes adquiridos nasoficinas”, explica o professor Lauro Lupchinski, dadisciplina de Física no colégio.

Para DiegoKrause, 15 anos,sair da rotina docolégio desper-tou o interesseem relação à ma-téria. “O métododeveria ser ado-tado por todas asescolas. Deixar oquadro-negro delado e aplicar osfundamentos daFísica é a melhorforma de apren-der”, relata. Die-go, que pretendecursar Engenha-ria Mecânica, tra-balhou com es-pelhos esféricos.

Os colegasThales Machado,

CapaAlunos são motivadosa sair da rotina

15, e Karem Rosa, 16, abordaram a formação de imagense sua aplicação, como na confecção de óculos e binócu-los. Raquel Santiago, 16, reproduziu o funcionamentodas máquinas fotográficas, enquanto Luana Cavedonaguardava ansiosa a hora de apresentar o criativo calei-doscópio criado com a utilização de plástico e lâminas.

Multiplicadores de idéiasAcomodação e preguiça de aprender não fazem parte

do vocabulário do grupo de estudantes que passa astardes de segunda a sexta-feira produzindo experimen-

tos, como volun-tários, no Labo-ratório de Físicado Naecim. Aconvite dos seusprofessores de Fí-sica, eles aceita-ram o desafio deir além do conhe-cimento adquiri-do em sala deaula. Vindos doColégio Cham-pagnat, EscolaEstadual Presi-dente Roosevelte Colégio La Sal-le Santo Antôniode Porto Alegre,receberam as ori-entações e foramatrás de sucata,ferro, plástico eSem quadro-negro: Diego (segundo, à esq.) aplica a Física

Feira de Ciências: alunas aprendem brincando

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Proposta diferente: Pedro e Jonascriam um dinamômetro

NOVOS RUMOSPARA INCENTIVARO APRENDIZADO

Novos projetos estão a caminho para incre-mentar as atividades desenvolvidas pelo Naecim eoutras áreas do Museu de Ciências e Tecnologiaem parceria com a VITAE – Apoio à Cultura, Educa-ção e Promoção Social. O primeiro deles irá aten-der outros centros e museus de ciências do Brasil,dando assessoria na administração, elaboração deprojetos, exposições e oficinas museográficas emecânicas (fabricação de experimentos), manuten-ção e atividades de formação continuada por meiodo Naecim.

O segundo projeto, financiado pela VITAE, pre-tende, a partir de 2003, formar um grupo de alu-nos especiais – que se destaca pelas suas capaci-tações e interesse científico – das escolas de nívelmédio da Capital. Os escolhidos serão orientadospela equipe do Museu de Ciências e Tecnologia soba coordenação do Naecim. O programa contempla-rá diversas áreas das ciências e matemática.

O diretor do MCT, Jeter Bertoletti, adianta queos melhores receberão, além do apoio, prêmios de-terminados pela direção do Museu e da VITAE. A se-leção será realizada por uma equipe especializadade acordo com as áreas. “O projeto tem por finalida-de incentivar o desenvolvimento das capacidades efuturo aproveitamento dos candidatos em áreas depesquisa e tecnologia”, explica Bertoletti.

Prática: Manuela e Thiago trabalham com ondas

todo material necessário para a construçãodos equipamentos.

A falta de um laboratório de Física na Esco-la Estadual Presidente Roosevelt não comprome-teu em nada o trabalho desenvolvido por ManuelaKlanovicz e Thiago Motta. A dupla cursa o 3ºano e pretende prestar vestibular para Ciênciasda Computação. O interesse em desenvolver for-mas mais fáceis e viáveis de compreender osfenômenos da Física levou os adolescentes atrabalhar com ondas estacionárias. O experimen-to que simula o funcionamento e a velocidadedas ondas foi confeccionado com fio de náilon,bomba de aquário e uma garrafa de água mine-ral, que serve para calcular a freqüência. “Assim,descobrimos na prática, como aplicar as fórmu-las”, garante Manuela.

Para os colegas de turma, Pedro Reginatti,17, Jonas Pacheco, 14, e Pedro Augusto Carles-si, 15, aprender significa ir além do que é ensi-nado na escola. “Viemos aqui atrás de propostasdiferentes de aprendizado”, destaca o líder dogrupo, Reginatti. Incentivados pelos professo-res, eles desenvolveram um dinamômetro, feitode sucata encontrada nas casas de ferragem. Osgarotos pretendem publicar numa revista de Fí-sica, passo a passo, a maneira mais acessível de confec-cionar experimentos baratos e de fácil acesso. “Queremosser multiplicadores de idéias”, resume Reginatti.

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A tese Psicologia do Esporte: trajetórias de umanova prática apresenta novas propostas para o ensinodo tema. A partir da defesa, a autora Nara Lima propõea inclusão de uma disciplina eletiva no curso degraduação e a realização de especialização na área, viaeducação a distância. A professora detectou que aPsicologia do Esporte está em ascensão, mas osprofissionais buscam referenciais teóricos e programasde aperfeiçoamento específicos. Lembra que apreparação tática, técnica e física dos atletas nãobasta. “Nas competições, o diferencial é psicológico”,afirma.

Para o trabalho, defendido no Programa dePós-Graduação em Psicologia da PUCRS, Naraentrevistou quatro psicólogos homens e quatromulheres. Eles atuam diretamente com o esportista, aequipe e a instituição a que pertencem. Relatam que ocurso de Psicologia não forma para a área. Nara defendeque a disciplina específica esclareça sobre a função, a

relação com o atleta, a maturidade da criançapara competir, a diferenciação entre o esportepedagógico, o competitivo e o lazer. Quanto à

questão de gênero, as psicólogas referem discriminação,que é vencida quando as profissionais firmam-se nomercado e pela sua postura.

A Faculdade de Psicologia conta com o Grupo deEstudo e Pesquisa em Psicologia do Esporte, criado em1998 por Nara. Ela se reúne uma vez por semana com 18alunos de graduação. Eles realizam intervenções emorganizações esportivas, estágio e têm artigosapresentados. Atuaram, por exemplo, com as categoriasde base do Internacional, a Federação de Vela e equipesde tênis da Sogipa, bem como no Grêmio e no GrêmioNáutico União. O grupo pretende buscar parceria com aFaculdade de Educação Física e Ciências do Desporto eserá ampliado com a entrada de alunos novos.

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o Psicologia doesporte estáem ascensão

O aperfeiçoamento de técnicas de aquisição deimagens, como a tomografia computadorizada e aressonância magnética, ampliou a capacidade e afidelidade do diagnóstico médico. No caso dedoenças graves, quando são utilizados maisexames, a fusão e o registro dessas imagens,chamadas multimodais, numa única representaçãoem três dimensões do paciente são extremamentedifíceis, consomem tempo e estão sujeitas a erros.Com a tese Visualização de Estruturas Internas emVolumes de Dados Multimodais, a professora IsabelManssour desenvolveu um protótipo capaz decombinar as informações e ampliar a capacidade deavaliação. O trabalho foi defendido no Programa dePós-Graduação em Computação da UFRGS.

Esses sistemas são usados para combinar dadosmetabólicos e funcionais com os de anatomia,aumentando a precisão do diagnóstico. Os médicostêm interesse, por exemplo, na visualização deartérias e órgãos do corpo humano para análise depatologias, como tumores, malformaçõesartério-venosas ou lesões em relação às estruturasque as circundam. Porém, como o conjunto deimagens médicas normalmente corresponde a umbloco de dados, não se pode visualizar o seuinterior. Nesse caso, utilizam-se técnicas desegmentação ou ferramentas de corte para removera parte do volume de dados que está à frente daregião que o usuário quer avaliar.

A abordagem de Isabel para possibilitar avisualização de estruturas internas estáfundamentada na utilização de ferramentas decorte, tanto geométricas quanto as baseadas naspropriedades das imagens médicas, como um valorde densidade. Também é apresentado o projeto deum framework que permite um alto grau deinteração com o usuário.

Técnica auxiliana visualização deimagens médicas

NARA LIMAProfessora daFaculdade de Psicologia

ISABEL MANSSOURProfessora daFaculdade de Informática

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SUSANA GASTALProfessora da Faculdadede Comunicação Social

A cidade é o objeto da tese Alegorias urbanas: opassado como subterfúgio. Tempo, espaço e visualidade napós-modernidade. Além de refletir sobre o tema com olharsemiótico e pós-moderno, a professora do Departamento deTurismo Susana Gastal avalia a preocupação contemporâneageneralizada de restaurações de prédios e sítios históricos.Faz estudo de caso sobre o Programa Monumenta, doMinistério da Cultura, financiado pelo Banco Interamericanode Desenvolvimento, que se propõe a recuperar 27 cidadesbrasileiras, entre elas Porto Alegre. A professora conclui quenessa iniciativa o passado não seria o mais importante, masa busca de novos espaços públicos de convivência.

Sobre a cidade, a tese, defendida no Programa dePós-Graduação em Comunicação Social da PUCRS, analisa apartir das matrizes praça, o monumento e o palco nos eixostemáticos espaço, tempo e visualidade. Susana diz que odesejo das pessoas de olharem e serem vistas é um dosimaginários que alimenta a idéia de cidade, antesconcentrado na praça e hoje pode estar nos corredores doshopping center. Um dos palcos atuais são as filas nas casasde espetáculo e em boates ou as principais ruas demunicípios pequenos. O monumento, na sua origem comsignificado mítico-religioso, com o tempo passou asimbolizar não apenas o passado, mas também a servalorizado como obra-de-arte. “A pós-modernidade altera aidéia de passado. A história é vista como narrativa e, aomesmo tempo, necessitamos cada vez mais de espaçosconcretos onde a memória possa estar materializada”, diz.

Susana observa que o Programa Monumenta tem comoobjetivo criar na capital gaúcha o imaginário de centrohistórico. Alguns dos itens observados são as propostas doprojeto de dar visibilidade à cidade, garantir o seu sustentoe acesso aos espaços incluídos no restauro. Os locaisrestaurados devem gerar renda e contar comestacionamento e estrutura para receber visitantes.“Indiretamente, o programa está ligado ao turismo”,conclui a professora.

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Restauração buscanovos cenáriospara a cidade

A postura de emissoras em relação aos governos foianalisada na tese TVs Públicas & TVs Privadas: ética eideologia no controle dos meios de comunicação. A autora,Cristiane Finger, concluiu que na televisão brasileira, apesardos pressupostos éticos, os profissionais e a técnicajornalística estão a serviço dos interesses ideológicos dequem controla as emissoras, causando prejuízos noconteúdo editorial dos telejornais. Ela, que atuou nos doistipos de emissora, hoje é âncora e editora regional do SBTRio Grande.

Para realizar o trabalho no Programa de Pós-Graduaçãoem Comunicação Social da PUCRS, Cristiane analisou asemissoras locais RBS-TV, TV Bandeirantes e TVE. Interpretouos discursos do conteúdo editorial dos principais telejornais,veiculados de 5 de agosto a 3 de outubro de 2000, época doprimeiro turno das eleições municipais. Detectou que foramutilizadas estratégias, entre elas a dissimulação (quando hásujeitos ocultados, negados ou apresentados para desviar aatenção) e a legitimação (o transitório e passageiro tidoscomo eternos). Surpreendeu-se porque as categoriaseleições e política foram tratadas com mais equilíbrio emcomparação com segurança e lazer/eventos/cultura.

Segundo a tese, as informações não estão equilibradasem pelo menos um terço do conteúdo dos telejornais. Noperíodo estudado, a média nas TVs privadas foi de umareportagem por dia com a intenção de tentar formar opiniãocom algum tipo de interesse. Na TVE, houve em geral setematérias diárias favoráveis às administrações. Cristianeacredita que não haverá distanciamento crítico enquanto ogoverno for o principal mantenedor da Fundação Piratini –Rádio e TV Educativa. “A alternância de correntes partidáriasdeixa a sensação de que o suporte às ações do executivo ésemelhante, não importando a tendência ideológica”,constata. Quanto às TVs privadas, avalia que não estãocumprindo o seu papel social, pois são exploradas por meiode concessões outorgadas pelo governo. A professoradefende que haja controle na programação pararesponsabilizar quem infringir a ética. “Que isso não sejaentendido como censura”, adverte.

Tese analisa éticae ideologia emtelejornais

CRISTIANE FINGERProfessor da Faculdade de Com. Social

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Pesquisa em Foco

Autor: Antônio Dalpicol –Faculdade de LetrasDissertação: Domínio da lín-gua portuguesa para profis-sionais de Secretariado Exe-cutivo e a contemporaneida-de – possível dimensiona-mento educacionalLocal da defesa: Programade Pós-Graduação em Educa-ção da PUCRS

Autora: Amália Fenner da Sil-va – Faculdade de EducaçãoDissertação: Significação dasvivências no estágio de Pe-dagogia – Séries IniciaisLocal da defesa: Programade Pós-Graduação em Educa-ção da PUCRS

Autor: Osvaldo Biz – Facul-dade de Filosofia e CiênciasHumanasTese: Governo Olívio Dutra/Ford e a comunicação: umaabordagem dialéticaLocal da defesa: Programade Pós-Graduação em Comu-nicação Social da PUCRS

Autora: Maria José LanziottiBarreiras – Faculdade de Fi-losofia e Ciências HumanasTese: Pedagogia da Sedução:os publicitários e os anún-cios de automóvel no Brasildos anos 1956-1973Local da defesa: Programade Pós-Graduação em Comu-nicação Social da PUCRS

Autor: Marcos Vinicius Mar-tins Antunes – Faculdade deDireitoDissertação: Mudança cons-titucional: o Brasil após 88Local da defesa: Programade Pós-Graduação em Direitoda PUCRS

NOVOSMESTRESE DOUTORES

Estudo investiga anticorposrelacionados ao AVC

HENRIQUE LUIZ STAUBProfessor da Faculdade de Medicina

Fosfolípides e seusco-fatores como abeta2-gpI sãomoléculas demembrana celular.A ocorrência deanticorpos contraestruturasfosfolipídicas demembranasplaquetárias podegerar ativação celulare trombose.

Os fatores imunológicos potencialmente envolvidos no deflagramentodo acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico foram investigados peloprofessor e médico reumatologista Henrique Luiz Staub. A tese de douto-rado Auto-anticorpos contra fosfolípides e proteínas de choque térmico empacientes com acidente vascular cerebral isquêmico em fase aguda procu-rou investigar marcadores de risco para a doença, que em até 40% dasvezes não apresenta causas definidas.

O estudo é o primeiro a incluir anticorpos IgA e IgM contra o co-fator fosfolipídico beta2-glicoproteína I (beta2-gpI) e anticorposIgG contra as proteínas de choque térmico (Hsp) em pacientes com AVCisquêmico. As Hsp de 60 e 65 kilodaltons (kDa) produzidas por bactériascomo Chlamydia pneumoniae, micobactérias e Escherichia coli são homó-logas às Hsp humanas de 60/65 kDa. Pessoas expostas a esses agentes

infecciosos tendem a apresentar respostas imuno-lógicas que paralelamente atuam contra Hsp hu-manas de localização vascular. Tanto a beta2-gpIquanto as Hsp são encontradas na placa ateroscle-rótica. Anticorpos dirigidos contra essas moléculaspodem funcionar como marcadores sorológicos daaterosclerose.

Para o trabalho, defendido no Programa dePós-Graduação em Clínica Médica da PUCRS, foramavaliados 93 pacientes com AVC em fase aguda(primeira semana do evento) e 93 controles. Oestudo concluiu que os anticorpos antibeta2-gpI/anti-Hsp estiveram associados ao risco de AVC is-quêmico. Também levou em conta fatores de riscocomo idade, sexo, raça, hipertensão arterial sis-têmica, tabagismo, cardiopatia prévia, diabetesmellitus, hipercolesterolemia e história prévia de

ataque isquêmico transitório ou AVC isquêmico.A tese de Staub poderá contribuir para o tratamento dessas doenças.

“No futuro, haverá a possibilidade de terapêutica imunológica para paci-entes com isquemia cerebral aguda”, afirma. Quanto à prevenção, arealização rotineira de testes laboratoriais poderá definir populações derisco para AVC isquêmico, indicando a necessidade de utilização de dro-gas antitrombóticas.

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A PUCRS disponibiliza, a partir de novembro,uma ferramenta aos internautas que estão se prepa-rando ao concurso vestibular, chamada Provas Inte-rativas. Inicialmente, serão oferecidas as provas doconcurso de julho de 2002. Posteriormente o bancode dados se ampliará com a inclusão de outros con-cursos vestibulares. A utilização da ferramenta é sim-ples: basta acessar a página do Setor de Vestibulares(www.pucrs.br/vestibular) e todas as orientações es-tão disponíveis para que o internauta aproveite aomáximo. O serviço apresenta três modalidades deinteratividade: Provas Isoladas, Vestibular Simuladoe Redações Comentadas.

Há ainda uma seção para esclarecer as dúvidasmais freqüentes sobre a redação do vestibular daPUCRS. Mas, se o internauta não estiver suficiente-mente esclarecido, poderá acessar um canal de co-municação e enviar sua dúvida, que será prontamen-te respondida.

O projeto Provas Interativas é desenvolvido emparceria entre a Pró-Reitoria de Ensino de Gradua-ção, pelo Setor de Vestibulares, a Gerência de Web eo Centro de Processamento de Dados, com a colabo-ração dos professores que compõem as bancas ela-boradoras e revisoras das provas do concurso vesti-bular.

O serviço é oferecido, prioritariamente, aos ves-tibulandos, mas também pode ser útil aos estudan-tes do Ensino Médio que querem testar seus conhe-cimentos, bem como àqueles que se preparam paraconcursos, públicos ou não, que exijam esse nível deensino. É gratuito, bastando ao interessado ter aces-so à internet. É um serviço de natureza pedagógicae educativa disponibilizado pela PUCRS para fortale-cer a sua comunicação com a comunidade.

Provas interativas preparamcandidatos ao vestibularNa Web

TIPOS DE INTERAÇÃOO serviço apresenta três modalidades de in-

teratividade:

PROVAS ISOLADAS: o internauta acessa etesta seus conhecimentos na disciplina esco-lhida, realizando uma auto-avaliação on-line.Depois de marcar as alternativas de cada umadas 15 questões oferecidas, o internauta rece-be, no mesmo momento, o resultado obtido,conhecendo as questões que acertou ou erroue ainda comentários explicativos sobre o con-teúdo abordado em cada questão.

VESTIBULAR SIMULADO: é oferecido o con-junto de provas de um concurso vestibular pas-sado. Neste caso, o internauta escolhe o vesti-bular que quiser simular, responde às questõese define o curso de graduação que lhe interes-sa. Ao “entregar” a prova, o sistema criará o re-sultado com o escore obtido e um quadro com-parativo entre o primeiro e o último candidatoclassificado no último vestibular, para os cur-sos de graduação escolhidos. Nessa modalida-de, o internauta não necessita realizar todas asprovas de uma só vez, ininterruptamente. Elepode parar ao concluir uma das provas e reto-mar mais tarde, de onde parou. Para isso, deve-rá se cadastrar, oferecendo um apelido e umasenha, para retomar o simulado no momento quedesejar. Mas terá de ficar alerta: os dados fi-cam guardados por 30 dias do último acesso.Para manter os dados, o internauta deverá aces-sar o Vestibular Simulado antes do término desseprazo. O resultado final é disponibilizado ime-diatamente e poderá ser enviado por e-mail.

REDAÇÕES COMENTADAS: são apresentadasas três propostas correspondentes a cada umdos temas específicos solicitados no concursovestibular passado, com a análise detalhada decada proposta e as possibilidades de aborda-gem adequadas. Como um estímulo extra, de-pois de cada proposta analisada, estão dispo-níveis algumas redações exemplares, seleciona-das dentre as inúmeras que receberam notamáxima. Não se trata de oferecer um modelo aser seguido. Ao contrário, o objetivo é mostraralgumas maneiras de construir um texto dife-renciado e criativo, que revele o domínio dotema e as formas de expressá-lo, mesmo numacircunstância sob forte tensão como é o mo-mento do vestibular.

A página no site da Universidade

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Pastoral

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Grupo leva conhecimentoà Ilha dos Marinheiros

Palestras conscientizam a população

SEMANA DA ALIMENTAÇÃOO Projeto Solidariedade da Pró-Reitoria de Assun-

tos Comunitários, em conjunto com o Fórum Estadualde Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável, pro-moveu a Semana da Alimentação 2002 em comemo-ração ao Dia Mundial da Alimentação. Com o tema cen-tral Água, fonte de segurança alimentar, o evento foium espaço de encontro, reflexão, discussão e enca-minhamento de temáticas e ações para a construçãode uma sociedade com segurança alimentar.

Entre os temas tratados, o direito humano à ali-mentação, a miséria perante os direitos e deveres dacidadania e as experiências brasileiras no combate àpobreza. Também ocorreram reuniões sobre o FórumSocial Mundial de 2003. Durante o evento, foramarrecadados 800 quilos de alimentos, doados às co-munidades carentes do Centro Marista Irmão Donato,do Centro Marista Boa Mãe, do Campus AproximadoVila Fátima e da Ilha Grande dos Marinheiros.

O Grupo UniversitárioMarista (GUM) do Centro dePastoral da PUCRS desen-volve um projeto solidáriode conscientização na IlhaGrande dos Marinheiros. Oobjetivo principal é inte-grar a Universidade à co-munidade, num processo deprodução de conhecimentoque envolva as duas par-tes. O GUM atende as fa-mílias que atualmente nãoestão integradas ao CentroSocial Marista, uma dasobras sociais dos IrmãosMaristas em Porto Alegre. O trabalho desenvolvido é per-manente e atende em média 120 pessoas.

Estão envolvidos em torno de 35 voluntários, entrealunos de graduação, pós-graduação, professores e funcio-nários de diferentes unidades universitárias, divididos emnúcleos. Todos os sábados, o grupo reúne-se na Ilha dosMarinheiros e promove trabalhos práticos, que vão desde afabricação artesanal de sabonetes até orientações sobresaúde bucal e atendimento odontológico.

Geração de rendaO Núcleo de Farmácia desenvolve um projeto de gera-

ção de renda com a fabricação de sabonetes medicinais,ensinando mulheres da Associação das Mães a produzir e arealizar a arte final do produto. Atualmente, o grupo dasmães confecciona em média 200 sabonetes por mês.

O Núcleo de Administração, Ciências Contábeis e Eco-nomia trabalha no assessoramento da criação da Associa-

ção de Artesãs, au-xiliando na vendados produtos fabri-cados na ilha. Osvoluntários organi-zam a autogestãoda empresa, pes-quisam preços dematérias-primas epontos de venda demelhor acesso.

Alunos da gra-duação e pós-gra-duação de Matemá-tica e Biologia es-tão desenvolvendocom as crianças da

ilha jogos matemáticos, formando assim um trabalho dedesenvolvimento do raciocínio. O Núcleo de Ciências So-ciais articula o trabalho realizado. Os alunos também reali-zam atividades esportivas e culturais com as crianças.

O Núcleo de Ciências Jurídicas e Sociais da PUCRSplaneja ministrar palestras sobre os diversos ramos doDireito, escolhendo os temas a partir de reuniões com a

comunidade. Os voluntáriostambém pretendem escla-recer a comunidade sobrea importância e utilidadede documentos de identi-ficação civil e como ad-quiri-los.

Conforme AlexanderGoulart, do Centro de Pas-toral, o principal objetivodo Grupo Universitário Ma-rista é ajudar os morado-res da Ilha dos Marinheirose “fomentar uma linha depesquisa com os trabalhoslá desenvolvidos, defron-

tando a realidade de quem vive na ilha com a de quemestuda numa universidade”.

Orações integram as atividades

Campanhas esclarecem a comunidade

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Tendências

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Escândalos, democraciae mídia em debate

Escândalos políticos vêm mudando os rumosda história. A divulgação de ações que violamvalores e normas pela mídia mobilizam populaçõesem busca da verdade e contribuem para aconteci-mentos como mudanças de regimes e fim de man-datos. O assunto foi abordado por John B. Thomp-son, professor de Sociologia da Universidade deCambridge (Inglaterra), durante palestras noSeminário Internacional de Comunicação , pro-movido pela Faculdade de Comunicação Social epelo Instituto Teotônio Vilela, e no lançamentodo seu livro O Escândalo Político.

Segundo Thompson, a mídia transformou avida social. “A visibilidade midiada é uma espadade dois gumes. Ao permitir que os políticos che-guem ao público, apresentam sua fragilidade”, ob-serva. No Brasil, a derrubada dos governos Collor,Jânio Quadros e João Goulart e o suicídio de Ge-túlio Vargas são exemplos da força do escândalo.Na análise de Thompson, há uma afinidade entreescândalos políticos e democracia liberal. Isto por-que nesse regime existe competição, uma impren-sa “relativamente autônoma” e a reputação temmuito valor, explica.

Para Michel Maffesoli , professor de Socio-logia da Universidade René Descartes (Sorbonne/Paris), há uma saturação do ideal democrático euma outra forma política está em gestação, apesarde as pessoas continuarem chamando-a de demo-cracia. Durante o Seminário de Comunicação, elefalou que o mundo vive um momento emocional,ou seja, as sociedades não estão tomando resolu-ções de acordo com a razão. O sociólogo vê omundo atual como “tribalizado”. “A tribo é a ne-gação do indivíduo. Não se está no mundo senãoatravés do olhar do outro e as leis da imitação, daaparência e da moda prevalecem”, afirma.

A democracia também foi o assunto tratado noevento por Renato Janine Ribeiro, professor de Éti-ca e Filosofia Política da Universidade de São Pau-lo. Ele destacou as diferenças entre força (física),poder (com o consentimento de duas partes, umamandando e outra obedecendo ordens) e autorida-de (respeito moral). Na sua avaliação, a força eco-nômica está ocupando o lugar da bruta.

11 DE SETEMBRO PODEMUDAR AS RELAÇÕES DEDOMINAÇÃO NO MUNDO

Um ano depois dos atentados aoWorld Trade Center, em Nova Iorque,pensadores discutiram o tema Cultu-ra, Poder e Tolerância durante o Semi-nário Internacional de Comunicação,realizado na PUCRS. O sociólogo fran-cês Edgar Morin , diretor emérito depesquisas do Centre National de Re-cherches Scientifiques, acredita que oepisódio trouxe a oportunidade de sepensar na criação de uma instituiçãoem nível planetário que possa mudaras relações de dominação do mundorico sobre o pobre, alertando que serefere não somente a dinheiro, mastambém a dignidade e igualdade demodo de vida.

Para Morin, não basta a tolerância. O maior desafioé conseguir compreender o outro em circunstâncias ex-tremas. “Na mente do terrorista há a convicção de suaverdade e a justificativa para a morte”, exemplifica. Aincompreensão não está limitada aos fanatismos, às guer-ras e às situações-limite. O pensador nota nas famílias,nas universidades e nas escolas traços do progresso doindividualismo e do egocentrismo.

Sobre a América Latina, Morin aconselha os países ase darem conta do seu destino comum: a colonizaçãoibérica, a busca de emancipação e os problemas funda-mentais em relação aos EUA. Lembra que na Europa asnações têm idiomas diferentes e formaram-se em guerrasmútuas permanentes. “Era muito difícil fazer a UniãoEuropéia. De onde veio? Da catástrofe”, diz, referindo-seàs conseqüências das duas guerras mundiais. As situa-ções de crise são potenciais, conforme Morin, para atransformação. Reconhece que a solução parece imprová-vel, mas afirma que, paradoxalmente, nunca houve tan-tas possibilidades.

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Saúd

eDe que forma o grau

de adesão do paciente aotratamento pode ser avali-ado?

Desenvolvi um questio-nário que serve como mar-cador capaz de avaliar isso.O trabalho foi publicado narevista espanhola Psicothe-ma, respeitada publicação daárea da Psicologia. A idéia éaplicar o questionário tam-bém no Brasil. Na Espanha,o indicador global vem pro-porcionando subsídios paraa equipe médica dar melhoracompanhamento ao pacien-te.

Quais são as novasabordagens no tratamentode pessoas com doençascrônicas?

Um aspecto fundamental é sempre trabalhara informação do paciente sobre o processo dadoença e em relação ao tratamento que ele estárecebendo. O objetivo é identificar o mais preco-cemente sintomas de depressão, medos e dificul-dades de adaptação. Depois de detectar os fato-res de risco, o psicólogo auxilia o paciente aretomar projetos de vida.

Como é realizado o acompanhamento coma família do paciente?

O paciente é o protagonista do processo dasua doença, mas a família é a principal coadju-vante. Se o doente não recebe apoio, terá difi-culdade em se adaptar à doença. Um dos fatoresque causam sofrimento é a percepção de que elenão é mais útil e perdeu o controle sobre suavida. Hoje trabalha-se também o lado emocionalda família sem perder de vista o foco no pacien-te. O doente que recebe amparo cumpre melhor otratamento e diminui o período de hospitaliza-ção.

Como a família pode ajudar o paciente emseu tratamento?

O familiar deve procurar informar-se sobre asreais necessidades, preocupações e interesses dopaciente. É necessária uma comunicação clara,objetiva e aberta. O doente precisa ter autono-mia e controle de suas ações. Dessa forma, afamília estará contribuindo para o bem-estar esaúde mental do paciente. É o melhor caminhopara que a pessoa cumpra o tratamento e atendaas recomendações médicas, já que terá o apoioincondicional da família.

“O objetivo é identificaro mais precocemente

sintomas de depressão,medos e dificuldades

de adaptação”

A Psicologia da Saúde éuma especialização da Psi-cologia em expansão emtodo o mundo. Cada vezmais há profissionais da áreatrabalhando em instituiçõescomo centros de saúde ehospitais. O psicólogo gaú-cho Eduardo Remor , for-mado pela PUCRS em 1993,e atualmente professor epesquisador na Universida-de Autónoma de Madri, naEspanha, esteve na Univer-sidade ministrando curso so-bre o assunto. “Há algunsanos, a área de atuação dospsicólogos clínicos se limi-tava às instituições de saú-de mental”, observa Remor.Doutor em Psicologia daSaúde e especialista em te-rapia cognitivo-comportamental dos transtornosde ansiedade e depressão, o docente desenvolvepesquisas na área de avaliação e intervençãopsicológica no tratamento de pacientes com do-enças crônicas como Aids, hemofilia, hiperten-são arterial e doença de Gaucher.

Quais os resultados das pesquisas desen-volvidas pelo senhor no Hospital Universitá-rio La Paz, em Madri, com pacientes com Aids?

Desenvolvi estudos com 100 pacientes por-tadores do HIV em diferentes estágios da doen-

ça. Verifiquei que um deter-minado perfil psicológico eemocional influencia na pro-gressão da doença. Pacientescom maior transtorno de ansie-dade, depressão, estresse epouco apoio social e familiartiveram piora na qualidade devida e no estado de saúde. So-mente 30% dos pacientes con-

seguiram cumprir os requisitos do tratamento.Como o estado emocional interfere no

avanço de doenças crônicas?Os pacientes aidéticos que apresentaram pio-

ra no sistema imunológico tinham maior nível deansiedade e depressão no estágio inicial do estu-do. Os fatores psicológicos são coadjuvantes noprocesso da doença porque mediam o autocuidadoe o envolvimento do paciente com o tratamento.Isto pode ser aplicado a qualquer doença crônica,como a hipertensão e o diabetes.

Psicologia apóia pacientescom doenças crônicas

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Um projeto desenvolvido no Hospital São Lu-cas da PUCRS ajuda crianças com câncer e leuce-mia, atendidas na instituição, a modificar seu es-tado de ânimo, o que resulta em melhor aceitaçãodo tratamento. Com chocalhos, xilofones, tambo-res e pandeiros, os pequenos descobrem que amúsica pode expressar suas emoções, tornar a in-ternação hospitalar e o tratamento menos aborre-cedores e oportunizar o contato com outras crian-ças numa situação prazerosa. No Projeto Musicote-rapia, elas improvisam, compõem, criam históriascantadas e recriam músicas que muitas vezes refle-tem suas angústias, medos e aliviam tensões.

De acordo com um acompanhamento realizadodurante quatro meses pela musicoterapeuta MariaElena Soares Gallicchio, criadora e coordenadorado projeto, o índice de estado de ânimo positivodas crianças em tratamento, que era de 69%, pas-sou para 93%. Na avaliação dos pais a respeito dosfilhos, esse índice passou de 60% para 83%.

SerenidadeMaria Elena acredita que as atividades permitem

às crianças enfrentar a doença com serenidade. “Paraelas, a música é uma âncora, algo que conhecem ede que gostam, diferente dos outros procedimentoshospitalares que causam dor e medo”, observa.

Os pequenos pacientes são convidados a partici-par desse tratamento duas vezes por semana e rara-mente faltam, afirma Maria Elena. Quando não po-dem ir para a sala de musicoterapia, a sessão érealizada onde estão, na enfermaria, no quarto ouna UTI. O projeto também tem sido benéfico aospais, que acompanham de perto o tratamento deseus filhos e acabam se beneficiando com as sessõesde musicoterapia.

“Assim como o medo, a ansiedade e a angústia ge-ralmente contagiam os familiares. O mesmo ocorre coma tranqüilidade, alívio de tensões e melhora do estadode ânimo da criança“, revela a coordenadora. Recente-mente o projeto foi apresentado no 10º Congresso Mun-dial de Musicoterapia, em Oxford, na Inglaterra.

Saúde

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ARTE E PEQUENOS PACIENTES

O Serviço de Recreação do Hospital SãoLucas promoveu a 3ª Recrearte, uma exposiçãode trabalhos artísticos feitos por crianças de 3a 14 anos internadas no hospital. Na aberturafoi realizada uma minissessão de autógrafosdos pequenos.

Na sala de recreação do hospital, as crian-ças participam de atividades como hora do con-to, teatros, têm acesso a livros e brinquedos erealizam trabalhos manuais com sucata, cola-gem, massa de modelar e pintura, de segundasa sextas-feiras.

Segundo a psicopedagoga Juliana Pierdo-na, que acompanha os pacientes nas ativida-des, esse tipo de trabalho torna o hospital umambiente mais prazeroso e faz com que ospacientes se sintam úteis. “Enquanto eles es-tão pintando ou recortando, acabam se distra-indo e perdem um pouco do medo, da ansieda-de”, revela Juliana.

Anderson na sessão de musicoterapia

Recuperação:Nathaliahoje (esq.) ehá dois anos

Música estimula melhorade crianças no hospital

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forto, rapidez, melhoria e segurança para o setor”,salienta a supervisora financeira, Leoni Bernardes daFonseca.

No antigo sistema, quando os pacientes eram cha-mados para a internação, dirigiam-se ao 2º pavimentoà espera de atendimento. Essa central continuará fun-cionando para casos de emergência, cirurgia e Unida-de de Tratamento Intensivo. A entrega da documenta-ção será realizada quando o paciente já estiver aco-modado no leito. O HSL também busca aproximar aadministração dos demais profissionais e dos pacien-tes. “Ampliaremos a linha direta com a assistência”,acredita Leoni.

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HSL inova noatendimentoSaúde

Os farmacêuticos integrarão todas as equi-pes multidisciplinares nos setores do HospitalSão Lucas (HSL). A iniciativa está sendo con-cretizada nos 6º, 8º e 9º pavimentos, além dobloco cirúrgico, Serviço de Controle de Infec-ção e quimioterapia. Os profissionais auxiliamo médico na escolha da terapêutica, orientamo preparo, a diluição e a administração dosmedicamentos. Também estão mais próximosdos pacientes, esclarecendo sobre possíveisreações adversas dos remédios, como náuseae interações com alimentos.

“Os profissionais têm papel determinantepara assegurar a melhoria na assistência hos-pitalar e, conseqüentemente, a qualidade devida do paciente”, afirma a coordenadora téc-nica da Supervisão de Suprimentos, farmacêu-tica Marizete Balen. Os farmacêuticos do HSL atuam tam-bém no apoio. A equipe envolve-se com a aquisição, orecebimento, o armazenamento, o controle, a dispensaçãodos medicamentos e o preparo de nutrição parenteral.

Internação nos andaresOutra mudança que visa a beneficiar os pacientes de

convênios e particulares será a realização dos trâmitesburocráticos nas próprios setores de internação dos 7º, 8ºe 9º pavimentos. O funcionamento está previsto para ofinal do ano. A recepção também será reformada em todosos andares, contando com profissionais do Serviço deAtendimento ao Cliente. “Buscamos oferecer mais con-

PALESTRAS SOBRE HIVO Serviço de Infectologia do Hospital São Lucas promo-

ve na terceira quinta-feira do mês o Projeto de AderênciaTotal, voltado a pacientes portadores do vírus HIV, familia-res, amigos e comunidade em geral. No dia 21 de novembro,o tema será sobre as gestantes. Os encontros ocorrem às19h no anfiteatro da Faculdade de Medicina, no 3º andar doHSL. Participam aproximadamente 50 pessoas.

A primeira parte dos eventos é destinada a palestras detemas diversos, geralmente sugeridos pelos participantes.Depois, a abordagem fica restrita aos medicamentos do co-quetel e às fases do tratamento. Os esclarecimentos sãoprestados por acadêmicos de Farmácia. A equipe do Projetode Aderência Total é formada por médicos, psicólogos, assis-tentes sociais e farmacêuticos especializados no tema.

Além de possibilitar o acesso às informações, os encon-tros também buscam a aproximação de pessoas em situaçãosemelhante. A coordenadora do projeto, médica Cândida Ne-ves, afirma que a maior dificuldade é o medo de se expor econversar sobre os seus problemas. Os próximos temas previs-tos são exercícios físicos e quando contar sobre o vírus para ocompanheiro.

Farmacêutica mais próxima de médicos, enfermeiros e pacientes

CENTRO DEOBESIDADE MÓRBIDA

EM DESTAQUEGiuseppe Repetto, chefe do Serviço de

Endocrinologia e coordenador clínico do Cen-tro de Obesidade Mórbida (COM) do HospitalSão Lucas, participou do 9º Congresso Inter-nacional de Obesidade, em São Paulo. Presidiutrês simpósios e, juntamente com outros pro-fissionais do COM, expôs dez pôsteres comdados relativos aos pacientes operados. Tam-bém em São Paulo, no 7º Congresso Mundialda Federação Internacional para a Cirurgia daObesidade, Repetto e Cláudio Mottin, coorde-nador cirúrgico do COM, apresentaram 12 tra-balhos sobre o tema. A enfermeira MárciaSchimitt, autora do pôster Nurse protocols forpatients submitted to bariatric surgery, foipremiada com o 3º lugar entre todos os traba-lhos apresentados.

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Nutrição deficientedeixa idoso frágil

A falta de vitaminas e minerais na alimen-tação dos idosos aumenta o risco de desenvol-verem a síndrome da fragilidade . A conclu-são faz parte da pesquisa que a professoraElisabete Michelon, do Instituto de Geriatria eGerontologia, realizou durante curso de pós-doutorado em Epidemiologia e Bioestatísticado Envelhecimento realizado durante um anono Centro de Saúde e Envelhecimento da Uni-versidade John Hopkins, nos EUA.

“A carência de micronutrientes está asso-ciada a uma dieta pobre porque o hábitoalimentar do idoso tende a ser monótono.Alterações no olfato e no paladar, além dedoenças e problemas sociais, podem levá-lo ase desinteressar da comida”, observa Elisabe-te. A maior deficiência constatada pelo estu-do foi a de carotenóides, presentes nas frutase verduras.

Falta de informaçãoO foco do trabalho da docente era verifi-

car se os fatores nutricionais são uma causaimportante da síndrome da fragilidade. “Nãosabemos ainda se a nutrição é a base dessacondição ou se existem outras, como doenças,sedentarismo, isolamento social e a questãosocioeconômica”.

O que fica claro, segundo a geriatra, é

que a boa nutri-ção de um idosoestá relacionadaao seu nível edu-cacional. A maio-ria não segue umadieta adequada àssuas necessidadespor falta de infor-mação e de co-nhecimento. Amédica destaca,também, que épreciso priorizar uma alimentação rica e varia-da em vez de usar vitaminas como comple-mentos.

Elisabete avaliou o nível de micronutrien-tes no sangue de um grupo de 1.866 mulherescom mais de 65 anos, moradoras de Baltimore,voluntárias do Estudo de Saúde e Envelheci-mento de Mulheres, desenvolvido desde 1993pela Universidade John Hopkins.

As conclusões da pesquisa serão aplicadasno Instituto de Geriatria e Gerontologia para odesenvolvimento de novos estudos que asso-ciem os fatores nutricionais aos problemas desaúde mais freqüentes entre os idosos, inclu-indo risco de novas hospitalizações, desenvol-vimento de dependência e morte.

A violência contra o idoso no ambientefamiliar é o tema da pesquisa desenvolvidapela PUCRS em parceria com a Universidadede Buenos Aires. O estudoque tem apoio da Funda-ção VITAE e do ProgramaGeron identificou situaçõesde maus-tratos, abuso enegligência familiar foradas instituições. Foram en-trevistados 307 idosos emsuas residências na Capi-tal. Destes, 73% são mu-lheres e 27% são homens.Segundo a coordenadorado estudo, Patrícia Grossi,apesar de apenas 12% de-les afirmarem que não so-frem agressões, as evidên-cias mostram que muitosocultam a violência parapreservar a imagem da fa-mília.

Os dados obtidos pelos pesquisadores mos-tram que a maior parte dos idosos tem EnsinoFundamental incompleto (36,5%) e uma renda

média de R$ 380. Dos 307entrevistados, 72,3% re-sidem com familiares, sen-do que 85,7% em mora-dias próprias.

Cerca de 12% sofre-ram algum tipo de mau-trato, sendo que em 43%dos casos, os agressoressão os próprios filhos, se-guidos dos companheirosem 10,8% das situações.Os tipos de agressão ci-tados com maior freqüên-cia são o abuso psicoló-gico (70,2%), situaçõesde negligência ou isola-mento (27%) e abusoeconômico e físico(18,9%).

Terceira idade vítima de maus-tratos

Pode afetarpessoas a partirdos 65 anos.Caracteriza-se portorná-lasprogressivamentemais vulneráveisa quedas,hopitalizações,dependência,institucionalizaçãoe morte.

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O Grupo de Pesquisa em Informática na Educa-ção (GIE) da Faculdade de Informática da PUCRStrabalha em projetos envolvendo formação de re-cursos humanos para atuar em escolas e universida-des, inteligência artificial, educação a distância einformática na educação especial. Os pesquisadoresdesenvolvem softwares educacionais de qualidadeadequados à realidade brasileira, estudam e criamferramentas para auxiliar o trabalho de professorese alunos. Vários programas elaborados pelo GIE sãoutilizados no Brasil e no exterior e estão disponí-veis pela internet (www.inf.pucrs.br/~giraffa).

Tecn

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Software quecontrola todas asfunções daimpressora, comas suascaracterísticasfuncionais

Kelly Melo, contratada pela HP. O PTSI funcionoupor dois anos para essa finalidade e agora os seusequipamentos foram incorporados ao Centro de Pes-quisa em Teste de Software.

JOGOS CRIADOS PELO GIEAbracadabraAmbiente com recursos semelhantes ao Paint. Possui um sistema

de geração automática de ícones a partir do desenho, com interfaceintuitiva e botões contendo figuras de fácil associação às suas fun-

ções. O público-alvo original era de crianças entre 3 a 6anos, mas na prática a utilização varia na faixa etária de 2a 10 anos. Foram realizados experimentos com educaçãoespecial e o ambiente se mostrou adequado.

TirinhaAmbiente para editoração de histórias infantis (quadrinhos). Foi projetado para

suportar a elaboração cooperativa de histórias em quadrinhos na WEB. Ferramentas erecursos computacionais facilitam a interação e a construção das histórias em quadri-nhos, como chat, whiteboard, acesso a um acervo compartilhado de imagens e janelapara edição dos quadrinhos.

Impressora hp é desenvolvida em parceria

Participam dos projetos 16 professores daFaculdade, bolsistas de iniciação científica ealunos de mestrado. Trabalham em parceriacom a PUCRS Virtual e as Faculdades de Edu-cação, Comunicação Social e Psicologia. Ati-vidades realizadas no Laboratório de Informá-tica do Colégio Champagnat e em sala de aulatambém ocorrem integradas com o GIE. A co-ordenadora do grupo, Lucia Giraffa, lembraque as ferramentas devem estar integradas aoplanejamento da aula, feito por professorescom as sugestões dos alunos.

Thais e Ramos integram equipe de testes

A nova impressora lançada pela HP resulta daparceria com a PUCRS. O firmware do equipa-mento foi desenvolvido e testado no departamentode Pesquisa e Desenvolvimento da empresa, locali-zado na Universidade. Voltada ao mercado domés-tico, a hp deskjet 3820 é a nova geração dosmodelos 930 e 950 e traz uma resolução de até4.800 dpi, o dobro da anteriormente disponível,com mais velocidade de impressão, a um preçomais competitivo.

A HP forneceu as características e as especifi-cações, e o departamento de Pesquisa em Teste deSoftware para Impressoras (PTSI) da empresa, quefunciona na PUCRS, desenvolveu metodologia paradetectar os problemas visando à solução antes queo produto chegasse ao consumidor. “A equipe exe-cutou os testes necessários, garantindo a integri-dade da impressora”, salienta o coordenador doPTSI, professor Antônio Rogério Ramos. Integra-ram a equipe de testes as estagiárias de graduaçãoThais dos Santos, hoje mestranda da PUCRS, e

Grupo aliainformática à educação

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Tecnologia

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Reator eletrônico controlaconsumo de energia

O Laboratório de Eletrô-nica de Potência do Depar-tamento de Engenharia Elé-trica da PUCRS conseguiu emdois meses de pesquisa de-senvolver o protótipo inicialde um reator eletrônico pro-gramável inteligente. Desti-nado à iluminação pública,o equipamento traz a possi-bilidade de controlar o con-sumo de energia, diferente-mente do convencional, noqual o consumo é constan-te. Também inclui um au-mento na qualidade de ener-gia. O projeto, que contacom recursos de parceria en-tre a Agência Nacional deEnergia Elétrica, o CNPq e aCEEE, deverá durar dois anos.

O sistema criado na Uni-versidade prevê uma centralpara controlar remotamenteos reatores. Pode-se tambémmonitorar o fluxo luminosodependendo da necessidade.“No caso de jogos de futebol, é possível manter amáxima intensidade luminosa em bairros próximos ediminuir apenas em outras áreas da cidade”, exem-plifica o coordenador do Laboratório, professor Fer-nando Soares dos Reis. Esses reatores estão sendodesenvolvidos para a utilização com lâmpadas dealta pressão de vapor sódio.

Tipos de lâmpadasExistem dois tipos principais de lâmpadas (de

descarga e incandescentes), classificadas de acordocom o seumodo de fun-cionamento.As lâmpadasde descargautilizam umprocesso dedescarga decorrente elé-trica, conduzi-da por umasubstância vo-látil (sódio,mercúrio e ar-gônio, entreoutras). As in-candescentessão muito

pouco eficientes. Funcionampor irradiação termal, queconsiste no aquecimento deum filamento de tungstênioou de um filamento de tun-gstênio e de um gás (halo-gêneo). A corrente passa porum condutor de modo aaquecê-lo o máximo possí-vel. “O problema dessaslâmpadas é que apenas 20%da energia se transforma emluz; o restante fica desper-diçado na forma de calor”,explica Reis. As lâmpadas dealta pressão de vapor de só-dio são mais eficientes. Umade 100 watts equivale aaproximadamente seis in-candescentes normalmenteutilizadas em residências.

A equipe da PUCRS tam-bém está desenvolvendo ummodem, utilizando a redeelétrica para controle dos re-atores eletrônicos, e umconjunto de proteções, ba-

seado em sistema microprocessado. Isso é voltadono caso de ocorrer falhas, como lâmpada queimada,curto-circuito e circuito aberto, para garantir o per-feito funcionamento do reator eletrônico. Se umalâmpada fosse quebrada, por exemplo, haveria chan-ce de destruição total do sistema.

Além de Reis, atuam no projeto o professorJúlio César de Lima, um mestrando, um engenheiroe quatro bolsistas de desenvolvimento técnico-in-dustrial. O Laboratório também recebeu equipamen-tos (computadores, osciloscópios, gravadores de dis-

positivo, entreoutros), duasbolsas paraformação noexterior, umade quatro me-ses e outra deum ano. Háuma vagaaberta pararecém-doutorem engenhariaque queiratrabalhar noprojeto. Infor-mações: 3320-3500, ramal4156.

Equipamento é para iluminação pública

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cas e mosquitos, além de serem im-portunos, são transmissores de pa-rasitoses. Na agricultura e na pecu-ária, ajudam a reduzir as pragas queatacam as lavouras e os rebanhos.

As aranhas que vivem no solo,encontradas na serapilheira (cama-da de folhas, galhos, frutos e ou-tros que cobrem o solo da mata),são o objeto de estudo da tese dedoutorado do biólogo Ricardo Ott.Elas normalmente são pequenas,medindo de 1mm a 6mm. Nessegrupo também podem ser encon-tradas espécies de porte maior,como caranguejeiras, tarântulas ectenídeos.

A área de estudo e o enfoquesão considerados inéditos para aárea. Durante a pesquisa, Ott eBertoncello recolherão alguns mi-lhares de aranhas com o objetivode determinar sua biodiversidadeno solo. Os trabalhos desenvolvi-dos no Pró-Mata vão gerar uma re-

lação com centenas de espécies, várias das quais novas paraa ciência e que estão sendo descritas. Todo o material serádepositado na coleção de Aracnologia do Museu de Ciên-cias e Tecnologia, considerada a terceira maior do Brasil.

O biólogo Jéfferson Santos, aluno de mestrado do La-boratório, faz a revisão do gênero Noegus, da família Salti-cidae. São aranhas que vivem principalmente em áreas deflorestas preservadas e são popularmente conhecidas como“papa-moscas”, encontradas nas casas. O estudo é realiza-do com amostras coletadas desde o México até o Sul daArgentina. O material é obtido por empréstimo de museusnacionais e internacionais. Do trabalho também resultará adescrição de espécies novas para a ciência.

Pesquisadores descobremnovas espécies de aranhasCiência

O Laboratório de Aracnologiada Faculdade de Biociências estáà frente de pesquisas inéditas nopaís. Orientados pelo professorArno Lise, um mestrando e umdoutorando desenvolvem seus tra-balhos no Pró-Mata. Na disserta-ção do biólogo Luis Alberto Ber-toncello, o objetivo é determinare listar quantas espécies de ara-nhas usam potencialmente os tron-cos das araucárias (Araucaria an-gustifolia) como hábitat, descre-vendo as que forem novas para aciência. O estudo inova por serrealizado com o pinheiro brasilei-ro (nome comum da araucária), ár-vore nativa da região Sul do Paíse preservada no Pró-Mata. A plan-ta tem uma casca grossa e irregu-lar, tornando-a propícia como es-conderijo, local de postura (ovos)e abrigo de hibernação.

Instalando equipamentos decoleta junto às árvores, chamadosde fotoecletores , os pesquisadores esperam coletar algunsmilhares de exemplares de aranhas no período de um ano. Osfotoecletores de subida são colocados a 1,5m de altura paracapturar as espécies de deslocamento ascendente. Outros fo-toecletores são colocados a 5m do solo para coletar os ani-mais de movimento descendente.

Pequenas e não-peçonhentasA maioria das aranhas coletadas com a técnica são de di-

mensões pequenas, raras ultrapassam os 10mm, não são peço-nhentas e sua dieta básica são os insetos. Tornam-se impor-tantes para a manutenção do equilíbrio das populações de in-setos, beneficiando diretamente os homens. No caso de mos-

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Sistema pioneiro cultiva moluscos marinhosUm pequeno molusco chamado Donax hanleyanus , também conhecido como

“moçambique”, “maçambique” ou “sarnambi” é abundante nas praias gaúchas, sendoencontrado apenas nos litorais brasileiro (do Espírito Santo ao Rio Grande do Sul),argentino e uruguaio. Rico em proteínas, é fonte de alimentação para peixes e avesmigratórias e também apreciado por veranistas e moradores do litoral. Mesmo sendotão comum, a produção científica sobre o moçambique é escassa, o que motivou arealização de um projeto por parte do Laboratório de Malacologia da Faculdade deBiociências da PUCRS.

Sob orientação do professor José Willibaldo Thomé, a doutoranda Guacira Gil de-senvolve, como parte de sua tese, um sistema experimental para cultivo de moluscosmarinhos. O principal objetivo é acompanhar a desova e o desenvolvimento das lar-vas até a fase juvenil, sendo avaliados os efeitos da variação de temperatura, salini-dade, pH, turbidez, quantidade e qualidade de alimento, além da influência de poluentes sobre o tempo de vida e o cresci-mento. O sistema poderá ser utilizado em outras pesquisas com invertebrados aquáticos, permitindo a abertura de umanova linha de pesquisa na PUCRS.

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A equipe do Laboratório de Biotecnologia Vegetal da Faculdadede Biociências está finalizando a pesquisa que visa a descobrir qualvariedade de soja apresenta melhores resultados na cultura in vitro.O projeto é desenvolvido por meio de um convênio com a empresaAventis, responsável pelo financiamento da pesquisa e pelo forneci-mento do material de estudo. Os resultados obtidos permitirãodeterminar variedades superiores para os programas de melhoramen-to, inclusive através da transformação genética.

Segundo a coordenadora do projeto, professora Eliane Santa-rém, atualmente a biotecnologia vegetal está sendo usada paraproduzir plantas com alta qualidade nutricional. Ela cita como exem-plo uma qualidade de arroz em que a quantidade de vitamina A foiaumentada. “A tendência é melhorar o grão em termos nutricionais,diferente do que se buscou até hoje, que era a resistência a herbici-das”. No caso da soja, as possibilidades são aprimorar o perfil doteor de óleo e utilizar a capacidade de produção de proteínas paracriar alimentos funcionais.

Sementes transgênicasO trabalho começou em abril deste ano com o objetivo de

analisar 100 variedades de soja. Até o momento, 66 variaçõesforam estudadas. Destas, cinco revelaram bons resultados, sendoque uma delas apresentou a melhor qualidade para servir comobase para a transformação genética.

A pesquisa desenvolvida na PUCRS utilizou a técnica de embrio-gênese somática. A partir de sementes imaturas são produzidosvários embriões que darão origem a uma planta adulta e fértil.Seleciona-se o embrião que apresenta as características desejadas epassa-se a multiplicá-lo in vitro. Dele poderão ser produzidas plan-tas geneticamente iguais, o que aumenta a eficiência da transfor-mação. Os estudos desenvolvidos no laboratório devem ser estendi-dos por mais seis meses, quando serão pesquisadas as 44 variedadesque ainda restam.

Apesar do cultivo e da comercialização de produtos transgêni-cos estarem legalmente bloqueados no Brasil, a pesquisa no País écontínua. Eliane estima que, em breve, novos tipos de soja, comqualidade nutricional melhorada, estejam disponíveis para testesem campo.

Ciência

O desenvolvimento da soja in vitropassa pelas etapas de indução dosembriões, maturação e germinação,quando a planta começa a crescer

Equipe investiga sojapara transformação genética

por ANGELA VENCATO

Aumentar a quantidade do princípio ativo em plantas medicinais é outroestudo desenvolvido pelo Laboratório de Biotecnologia Vegetal. Uma das espéciespesquisadas é o Hypericum perforatum, conhecido popularmente como erva de SãoJoão ou hipérico. Ele apresenta reconhecidas propriedades antidepressivas, o quegerou um grande interesse pelo seu estudo.

O trabalho é desenvolvido com a clonagem da planta que apresenta a maiorquantidade de princípio ativo, nesse caso localizado nas bordas da folha. Um dosobstáculos vencidos pelo projeto foi provar que a planta mantém as mesmaspropriedades quando cultivada in vitro, num meio artificial. Com isso é possívelreproduzi-las em grande escala e repassá-las para produtores rurais. A técnicaresultará em uma plantação com ervas geneticamente iguais e com uma quantida-de uniforme de princípio ativo.

O projeto é financiado por agências de fomento e tem a participação debolsistas de iniciação científica. Dentro da linha de pesquisa de plantas medici-nais, também estão sendo analisadas a carqueja e a calêndula.

PLANTAS MEDICINAIS PODEM TER MAIOR EFICIÊNCIA

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O oncologista Drauzio Varella, 59 anos, éhoje um dos maiores defensores da saúdepública no País. Exercendo a profissãodesde 1967, ele concilia sua clínicaprivada com múltiplas atividades – por13 anos prestou atendimento voluntárioaos presidiários da Casa de Detenção doCarandiru. A experiência com os detentosfoi descrita no que se transformou numbest-seller: Estação Carandiru. Mas foi oquadro E agora, doutor?, apresentado noFantástico, da TV Globo, que lhe rendeuainda maior notoriedade. Com linguagemfácil, fugindo dos jargões médicos,Varella orienta os telespectadores amudar antigos hábitos e a buscar umestilo de vida mais saudável. Para ele,limites são feitos para serem quebradose a humanização da saúde deve ser oideal perseguido pelos profissionais daárea. Não satisfeito, realiza viagens aocoração da Amazônia onde pesquisaespécies botânicas com potencialfitoterápico. Durante a ConvençãoNacional do Comércio Farmacêutico,realizada no Centro de Eventos daPUCRS, em outubro, Varellaministrou palestra sobre oimpacto das mudanças noestilo de vida e falou àrevista PUCRSInformação. Com aparticipação deespecialistas efarmacêuticos detodo o país, oeventomobilizoualunos eprofessores daFaculdade deFarmácia daUniversidade emdebates, painéise workshops.

DRAUZIO VARELLA

por PAULA OLIVEIRA DE SÁ

Qual a sua opinião sobre a saúde pública no Brasil?Precisa ainda de muitos ajustes. A medicina voltada para

o social é uma marca da atualidade. Há 50 anos praticamentenão existia. O acesso à saúde era privilégio de poucos. Eu, porexemplo, fui ao pediatra pela primeira vez aos sete anos por-que acordei com os olhos inchados. Hoje se analisarmos a pe-riferia de Porto Alegre encontramos postos de saúde e criançasvacinadas. É óbvio que as filas são intermináveis, mas de qual-quer forma a criança é atendida por um médico. Quando meformei, em 1967, os novos médicos estavam destinados a aten-der a classe média. Hoje, no máximo, podem almejar a classemédia como fruto de seu trabalho – com raras exceções. Ouseja, até pelas mudanças mercadológicas, a profissão de médi-co tem muito de abnegação e, na melhor das hipóteses, umpouco de sacerdócio.

Como é hoje a relação médico-paciente?Mudou bastante. No passado o médico tinha uma autori-

dade maior e os medicamentos eram prescritos numa letra in-compreensível, que só o farmacêutico reconhecia. Hoje a situ-ação inverteu. O paciente não é mais tão passivo. Ele lê e seinforma. O médico precisa dar abertura para o paciente expres-sar suas dúvidas e dar a ele a chance de saber sobre as vanta-gens e desvantagens dos diferentes tipos de tratamento. O pro-cesso de cura deve partir de uma decisão conjunta.

O ensino nas universidades contribui para essa mudan-ça? Deve tornar a Medicina mais humanizada?

Eu acredito e quero acreditar. Mas, infelizmente, está mui-to distante do desejável. O advento da entrada das mulheresna área da Medicina modificou o perfil do médico. As mulhe-res são mais humanas e interagem melhor com seus pacien-tes. As faculdades não ensinam, ainda, o mais importantena Medicina: prestar atenção no outro. Se o futuro médiconão observa o paciente, não tem a mínima condição de exer-cer a profissão. Hoje o médico chega ao consultório e aten-de com pressa. A rapidez impede o entendimento do que está

acontecendo com o outro. O estudante tem que aprendera equilibrar e interpretar o que o paciente sente antes

de pedir uma série de exames, muitas vezes desne-cessários. Devemos resgatar o lado humano da Me-dicina, se é que houve um no passado.

O que o senhor pensa da publicidade demedicamentos?

Acho muito perigoso. A maio-ria dos medicamentos anun-ciados não tem nenhumefeito comprovado cien-tificamente. Um exemplosão as propagandas de vi-

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“As faculdades não ensinam, ainda, o mais importantena Medicina: prestar atenção no outro. O estudantetem que aprender a equilibrar e interpretar o que opaciente sente antes de pedir uma série de examesdesnecessários. Devemos resgatar o lado humano da

Medicina, se é que houve um no passado.”

“O médico precisa dar abertura para opaciente expressar suas dúvidas e dar a

ele a chance de saber sobre as vantagense desvantagens dos diferentes tipos de

tratamento. O processo de cura devepartir de uma decisão conjunta.”

tamina C, dizendo que ela aumenta a resistência contragripes e resfriados. Não há comprovação científica demons-trando que a vitamina C aumenta a imunidade, além daprevenção do escorbuto. Isso não poderia ser dito na tele-visão. É uma irresponsabilidade e falha dos órgãos públicosque não podem deixar os comerciantes enganar a popula-ção.

O senhor pesquisa plantas na Amazônia. O que estácomprovado sobre fitoterapia no Brasil?

Os fitoterápicos têm uma ação contra as células tumo-rais antes nunca imaginada. No Rio Grande do Sul existeum grupo que trabalha ativamente com os fitoterápicos, co-ordenado pelo oncologista Gilberto Schwartsmann. Ele é umdos pais intelectuais do nosso projeto em São Paulo. Nestetrabalho são colhidas amostras de plantas testadas em sis-temas experimentais. No momento desenvolvemos pesqui-sas contra células malignas e bactérias resistentes a antibi-óticos. É um longo processo e totalmente diferente do queas pessoas chamam de tratamento natural. Os tratamentosnaturais são à base de chás que misturam substâncias. Nãonos interessam essas substâncias e, sim, a concentração demoléculas contidas no chá. É preciso identificá-las e minis-trá-las em comprimidos ou injeção.

Como o estilo de vida pode contribuir para o surgi-mento do câncer?

Alguns tipos de câncer são inevitáveis, mas há outrosque se consegue prevenir e estão ligados ao estilo de vida.O cigarro, por exemplo, é responsável por um terço dos ca-sos de câncer. O cigarro e o álcool, juntos, chegam a somar40%. Se as pessoas parassem de fumar e beber, os casos decâncer seriam reduzidos pela metade. Além disso, as dietaspobres em vitaminas e fibras também colaboram para o apa-recimento da doença. Esses fatores, ligados ao estilo de vida,têm um impacto grande na formação de tumores malignos.

Os casos de câncer cresceram nas últimas décadas?É complicado dizer. No começo do século 20, câncer

de estômago, nos Estados Unidos, era uma doença freqüen-te. Hoje é muito rara. Quando se analisa o que ocorreu comessa incidência e o consumo de enlatados, as curvas se-guem no sentido oposto. Ou seja, quanto mais enlatados apopulação consumia, diminuía o número de casos de cân-cer de estômago. Isso porque o aparecimento de câncer gás-trico estava ligado à contaminação de alimentos, que maistarde a indústria resolveu com a adição de conservantes eaditivos. Embora pareça o contrário do lógico, os aditivose poluentes são responsáveis por apenas 1% do total decasos.

O consumo de carne faz mal?Não existe nenhum estudo até hoje que demonstre

isso. Não há evidência de que consumidores de carne te-nham mais ou menos problemas cardiovasculares. Se fosseassim, a incidência de enfarte e acidentes vasculares cere-brais no Rio Grande do Sul seria altíssima. É o estado quemais consome carne no país. E isso não acontece. Hojetodo mundo come carne com remorso e depois acaba tro-cando-a por carboidratos, massas e doces. O resultado éque as pessoas engordam, ficam sedentárias e desenvol-vem mais diabetes e hipertensão. Não existem estudos queevidenciam a redução dos casos de enfarte na dieta vege-tariana. Os vegetarianos compensam a necessidade do or-ganismo de consumir carne comendo carboidratos, que sãovilões maiores que a carne. São alimentos compulsivos eengordam.

Qual a receita certa para quem quer emagrecer?Mudar o estilo de vida. As pessoas precisam conformar-

se em comer pouco. Você não pode querer tudo na vida.Ou, então, deve fazer uma atividade física que compense oexcesso obtido. Nós temos que nos conformar com o corpoque a natureza nos deu. Herdamos características, como acor dos olhos, cabelo e também os genes desfavoráveis.

O senhor teve grande sucesso numa campanha con-tra o fumo na TV. Por que é tão difícil parar de fumar?

A nicotina provoca um tipo de dependência dura dequebrar. A droga é excretada rapidamente. Vai para o cére-bro muito depressa, em menos de oito segundos. O cérebroaprende a ligar ansiedade à nicotina. Por isso, quando apessoa está ansiosa, ela precisa fumar. É difícil para o fu-mante manter-se abstêmio por muito tempo. Ele enfrentacrises de ansiedade. Para superar esse período, precisa cons-cientizar-se de que o tabagismo é uma doença.

O que fazer para ser maissaudável?

Comer menos e aumentara atividade física. É preciso re-duzir o estresse da vida mo-derna. Os problemas relaciona-dos à tensão e à ansiedadepodem ser resolvidos por meiode uma rotina de exercícios.Com dietas balancea-das como parcei-ras, os exercícioscontribuem pa-ra absorção dosnutrientes peloorganismo, e-vitando umasérie de do-enças.

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Alunos da PUCRS

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Alunas do quarto nível do Curso de Enfermagem desenvol-ve o projeto TotalIdade e Promoção da Saúde: Ações Educativase Preventivas. O trabalho é realizado em conjunto com o Grupoda TotalIdade do Programa Geron e beneficia 30 pessoas commais de 50 anos. Nos encontros, às quintas-feiras, os idososcontam com o acompanhamento e a avaliação das estudantesque verificaram a pressão arterial, orientam hipertensos e dia-béticos e dão dicas para o autocuidado nessas alterações desaúde.

Para as alunas que integram o projeto, essa é uma oportu-nidade de vivenciar a profissão. “Unimos a prática do ensino àcomunicação com os pacientes”, afirma a estudante DanielaJardim. A professora Marion Creutzberg, coordenadora do tra-balho, diz que esse é o primeiro projeto de extensão comuni-tária do curso de Enfermagem com o Grupo da TotalIdade.“Possivelmente será estendido aos cursos de Fisioterapia eNutrição”, antecipa Marion.

Estudantes atendem o Grupo TotalIdade

Um grupo de nove estudantes do curso de Jornalismo, da disciplina de Projeto Experi-mental em Televisão, recebeu o Prêmio de Melhor Documentário Experimental no 3º Festivalde Escolas de Cinema e Vídeo do Uruguai, com o filme Trens.

Os estudantes Mateus Luz, Andréia Pruinelli, Enni Figueiredo, Maria Virgínia Almeida,Marta Forgiarini, Naiana Borges, Shana Müller, Thais Palharini e Toninho Rosa foram orienta-dos pelo professor João Guilherme Barone, com o apoio da professora Maria Henriqueta Satt.O cenário do filme é o Trensurb, durante uma viagem que vai desde a estação Mercado, emPorto Alegre, até São Leopoldo.

A obra faz uma leitura imaginária da mente dos passageiros que transitam nos trensurbanos. O diferencial do trabalho proposto pelo grupo está no estilo narrativo. Utilizandouma linguagem experimental, não há diálogos no filme, nem narração em áudio. A história écontada em palavras que surgem na tela, formando frases lógicas que aparecem, uma a uma,compondo o ritmo da narração.

Sobre a forma da narrativa apresentada, inspirada no filme Just Another Love Story, o diretor,Mateus Luz, justifica: “Nesta disciplina, a maioria de nossos colegas faz um documentário. In-sistimos em utilizar esse estilo narrativo, afinal é um projeto experimental em TV”, diz.

FAMECOS GANHA PRÊMIO EM FESTIVAL

OUTROS PRÊMIOS• Acadêmicas do curso de Relações Públicas foram premiadas no 20º Concurso

Universitário de Monografias e Projetos Experimentais de Relações Públicas, promovidopela Associação Brasileira de Relações Públicas. A estudante Paula de Almeida obteve o2º lugar com o trabalho Encantos e desencantos da (hiper) competição: uma abordagemsob a ótica das RRPPs e Denise Pagnussat, a 3ª colocação com a monografia Aatividade de RRPP na construção da identidade corporativa. Os trabalhos foram orienta-dos pelas professoras Neka Machado e Glafira Bartz.

• Trabalhos de alunos da Famecos foram premiados em três categorias na 9ª ediçãoda Exposição da Pesquisa Experimental em Comunicação (Expocom), em Salvador. OLaboratório de Relações Públicas (agência júnior/experimental), a TV Foca (telejornal)e a Radiofam (web rádio) ficaram entre os 100 premiados, dos 1.900 inscritos. A TVFoca também conquistou o troféu Melhor dos Melhores na categoria de telejornalismo.

Ações preventivasem saúde

Pretende-se ampliar as ações realizando exa-mes de colesterol, HGT, índice de massa corporal,entre outros solicitados pelos idosos. “Temos mui-tas idéias e disposição para desenvolver outrasações”, analisam as acadêmicas Michele Nobre, CarlaSantos e Raquel Leoti.

CONCURSOLOGOTIPO

TEMVENCEDOR

Nicola DalPonte, aluno do1º semestre deCiências Aero-náuticas, venceuo Concurso Lo-gotipo Promo-cional PUCRS.Ele receberácomo prêmioum computadorda marca Dell eimpressora jatode tinta HP950.Participaram es-tudantes de gra-duação e pós-graduação e ex-alunos da Uni-versidade. O tra-balho vencedoré divulgado em8 de novembro,durante o jan-tar comemora-tivo ao 54ºaniversário daPUCRS.

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Pesquisa analisao medo de voar

O perfil das pessoas que têm fobia de voar foi tema deuma pesquisa realizada por estudantes do terceiro semestreda Faculdade de Ciências Aeronáuticas para a disciplina deLíngua Portuguesa aplicada à Aviação. Os alunos GuilhermeDreher, João Madruga e Renato Mottola elaboraram umquestionário com o apoio da comissária de bordo e psicólo-ga, Rosana D’Ório. O objetivo do trabalho era promover umaação conjunta entre as áreas de psicologia e aviação, identi-ficando causas, efeitos e soluções para o pânico de voar.

Realizada no Aeroporto Salgado Filho, onde anualmentetransitam 3 milhões de passageiros, 100 pessoas foram en-trevistadas para a pesquisa, analisando-se sexo, profissão,faixa etária e grau de escolaridade. Os resultados foram apre-sentados na 22ª Semana Científica do Hospital de Clínicas dePorto Alegre, evento que reúne pesquisadores universitáriosde diversas instituições.

Segundo os acadêmicos, a psicologia na aviação prometecrescer muito. “Queremos que as pessoas utilizem os aviões.Para tanto, temos de fazer com que se sintam à vontade e queparticipem do vôo”, diz João Madruga. O pôster da pesquisatambém foi apresentado no 3º Salão de Iniciação Científica daPUCRS. A iniciativa marca a primeira participação de trabalhosde alunos de uma Faculdade de Ciências Aeronáuticas em even-tos de iniciação científica no Brasil.

ATLETA VENCECAMPEONATO ESTADUAL

DE CARATÊA atleta Shaine Cristina Rodrigues, aluna de Karate-

DO Wado-Ryu (Caminho da Paz) do Curso de Extensão doInstituto de Cultura Japonesa da PUCRS, conquistou o1º lugar no Campeonato Estadual Aberto de Caratê, nacategoria kumite (luta). A competição é organizada pelaFederação Gaúcha de Caratê.

ACADÊMICOSPARTICIPAM

DE OBRALITERÁRIA

Os alunos MiguelVieira e Paulo Antô-nio Uebel, da Facul-dade de Direito, es-creveram o artigo AResponsabilidade Ci-vil dos Infratores deDireitos Autorais naInternet no livro Pro-priedade Intelectuale Internet. Coorde-nado pelo professor da Universidade Federal do Para-ná Marcos Wachowicz e editado pela Juruá Editora,a obra reúne 17 artigos de especialistas internacio-nais na área. “Utilizamos muita bibliografia estran-geira, tendo em vista que o assunto é recente e oslivros nacionais sobre a matéria são escassos”, contaMiguel Vieira.

O livro foi lançado na PUCRS no início de novem-bro, no auditório do prédio 11, com palestra proferidapelos autores da obra e sessão de autógrafos na Li-vraria Acadêmica da PUCRS.

15% dos passageiros admitem ter medode voar.

Desses, 93% são mulheres.

As pessoas mais acometidas pelo medo têmentre 30 e 49 anos.

Passageiros idosos apresentam grandesatisfação em voar.

A fobia de voar atinge 2% da população.

Manutenção e turbulências são as maio-res preocupações dos passageiros.

OS RESULTADOS

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Integrantes do Laboratório de Relações Públicas, daFaculdade de Comunicação Social, visitaram a fábrica daCalçados Azaléia, em Parobé. A empresa ocupa o primei-ro lugar no ranking do setor calçadista na América Latinae está entre as maiores do mundo. Os alunos participa-ram do Programa de benchmarking da empresa. Visitaramsuas instalações, acompanharam o sistema de comunica-ção interna e tiveram contato com profissionais da área.

Para os participantes do projeto, a visita foi oportunapara pôr em prática as teorias acadêmicas. “A Azaléia rea-liza um excelente programa de comprometimento com acomunidade e com seus funcionários”, observou SabrinaFockink, aluna do 3º semestre de RP. Segundo a acadêmicaJulia Marina Osso, do 6º nível, o aprendizado será impor-tante para a vida profissional. “Tivemos contato diretocom a política de ‘portas abertas’ da empresa. Isso fortale-ceu nossa idéia de responsabilidade social”, comentou.

A visita à Azaléia contou com a colaboração da Pró-

Grupo do Laboratório de RRPP na empresa

Reitoria de Assuntos Comunitários. O Laboratório de Re-lações Públicas é coordenado pela professora SouvenirDornelles e orientado pelas professoras Léa Jacobus eCláudia Moura.

Acadêmicos do primeiro semestre do curso de Nutrição realiza-ram um levantamento para identificar o conhecimento da comuni-dade sobre os alimentos funcionais e seus benefícios à saúde. ONúcleo de Pesquisa em Alimentos Funcionais, criado neste ano pelaFaculdade de Biociências e o Instituto de Geriatria e Gerontologia,promoveu o projeto.

Cada grupo de alunos ficou responsável por pesquisar um ali-mento: tomate, chá preto, cebola, alho, brócolis, soja, maçã, uva,entre outros. Entrevistaram cerca de 500 pessoas, entre amigos,vizinhos, parentes e a população nas ruas. A partir de um questio-nário, elaborado pela coordenação do Núcleo, com questões dotipo “cite cinco frutas e vegetais que você come, ao menos, duasvezes por semana”, foi possível identificar a base alimentar dessaspessoas. “Constatamos como, principalmente os jovens, têm umaalimentação desregrada, sem um mínimo de valores nutritivos diá-rios”, diz Betina Carvalho, uma das alunas do projeto.

Os estudantes também elaboraram a estatística com os resulta-dos obtidos. O trabalho foi apresentado durante a 1ª Semana Aca-dêmica de Nutrição.

ALIMENTOS FUNCIONAIS EM PAUTA

Equipe que pesquisou sobre chá preto

Azaléia recebevisitantes Fo

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ulga

ção

Alunos da PUCRS

LANÇADO O GUIA DORRPP EMPREENDEDOR

Um CD multimídia sobre o empreendedo-rismo na área de RRPP foi elaborado por umgrupo de alunas do 7º semestre do curso deRelações Públicas. Com o objetivo de mostrar,incentivar e promover a atividade empreende-dora, o Guia do RRPP Empreendedor terá umavariedade de artigos, matérias, dicas e infor-mações atuais sobre empresas e mercado detrabalho.

Realizado para a disciplina de PlanejamentoIII, a escolha do assunto deve-se ao fato de otema ser pouco explorado nas aulas e, hoje, tra-ta-se de uma área em crescimento para o profis-sional de RRPP. “Nosso objetivo é atingir alunosde Relações Públicas, apresentando os passosnecessários para abrir o seu próprio negócio”,diz Laurie Walter. O CD foi lançado em eventorealizado no bar Allanbik, em Porto Alegre. As100 primeiras pessoas receberam, gratuitamen-te, o Guia do RRPP Empreendedor.

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Mer

cado

de

Trab

alho

Filo

sofi

aDo grego Philosophia significa amor ao

saber. A origem da Filosofia está na surpresados seres humanos diante do mundo, danatureza. A busca por novos conhecimentos,o questionamento e a curiosidade são carac-terísticas in-trínsecas a umbom filósofo.Áreas em as-censão, comoo assessora-mento de polí-ticos em sualinhas ideológi-cas, comissõesde ética, con-sultoria de em-presas e a fi-losofia clínicaestão proporci-onando novasoportunidadesa um mercado,inicialmente,restrito.

As grandesquestões queintrigam a hu-manidade háséculos, a es-sência e a na-tureza do Uni-verso, do ho-mem, de fatose de conceitossão alguns dosfocos de investigação do filósofo. Mas os filó-sofos estão muito longe da imagem estereo-tipada dos sonhadores, alheios ao que os cer-ca. Contrariamente, atento aos detalhes, trans-formam tudo em objeto de observação.

A maior parte dos formados em Filosofiano País, cerca de 95%, segundo estimativas,trabalha com pesquisa filosófica ou educa-ção. A Lei de Diretrizes e Bases da Educaçãodeve reforçar essa tendência, pois indica ainclusão da matéria no currículo escolar doEnsino Médio. Na área de pesquisa, o filóso-fo pode atuar no campo de estudo estrito daciência ou em suas aplicações. Outros profis-sionais prestam serviços como consultores eorganizando cursos para empresas sobre te-mas atuais. Comitês interdisciplinares de éti-ca e bioética, instalados principalmente emhospitais, são uma boa opção para os filóso-fos. Juntamente com outros profissionais, atu-am na reflexão sobre os dilemas morais re-sultantes da prática e dos procedimentoshospitalares.

A remuneração na docência varia de acor-do com a instituição, da rede pública ou pri-

FILÓSOFOS ATUAM DE FORMA MULTIDISCIPLINAR

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vada, e com a formação do profissional. Opiso salarial para 20 horas semanais em esco-las particulares varia de R$ 434,40 (EnsinoFundamental – séries iniciais), a R$ 1,2 mil(Ensino Superior – inicial). Nas universidades

privadas, umprofessor commestrado temum adicional de10% a 25% ecom doutoradode 25% a 50%.

O curso deFilosofia da Fa-culdade de Filo-sofia e CiênciasHumanas daPUCRS tem du-ração de quatroanos. Contacom um corpodocente de pro-jeção nacional einternacional eespecialistas emdiversas áreas.Pelo bacharela-do adquire-seos pré-requisi-tos para seguirestudos de pós-graduação nomestrado oudoutorado. Pelalicenciatura, oaluno, além de

formar-se em Filosofia, dedica-se a algumasdisciplinas de caráter pedagógico que o habi-litam a lecionar no Ensino Médio. Escolhendobacharelado ou licenciatura, complementarásua formação cursando disciplinas em outrosdepartamentos e adquirindo uma visão maisampla e interdisciplinar.

A PUCRS oferece ainda o Programa de Pós-Graduação em Filosofia. O mestrado tem dura-ção de dois anos e o doutorado, de quatro.Habilitam para o magistério superior. Ambosos cursos seguem as seguintes áreas de con-centração: Filosofia do Conhecimento e da Lin-guagem, Filosofia Medieval e Ética e FilosofiaPolítica.

Capacidade deanálise,concentração eexpressão: ofilósofoinvestiga o quehá por trás dasações do homeme os valores quedeterminam seucomportamento.A filosofia, hoje,aborda assuntosde diversas áreasdo saber comoeducação,psicologia,comunicação,meio ambientee política.

ONDE CURSARFaculdade de Filosofia e Ciências Humanas– Campus Central – Av. Ipiranga, 6681,prédio 5. Informações: (51) 3320-3555,[email protected] e www.pucrs.br/ffch.

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CHOQUEFernando Suparregui Dias (Org.)592p.

Os estados de choque representamum dos maiores desafios nocuidado do paciente crítico, face àcomplexidade de seus mecanismosfisiopatológicos e da necessidadede uma abordagem agressiva emum curto espaço de tempo. Com oobjetivo de contribuir para umamelhor abordagem dos pacientesque apresentam choque, estãoreunidas nesta obra asexperiências de váriosespecialistas nacionais einternacionais.

A DOUTA IGNORÂNCIANicolau de Cusa(Tradução, Prefácio, Introdução e Notas doProf. Dr. Reinholdo Aloysio Ullmann)248p. – Coleção Filosofia 148

Trata-se da primeira tradução portuguesa completa,no País, do De docta ignorantia, do alemão Nicolau deCusa (cardeal, humanista, filósofo, cientista, teólogoe canonista). A obra é composta de três livros: oprimeiro sobre Deus, no qual o Uno e o múltiplocoincidem; o segundo aborda o universo – vestígio deDeus criador; o terceiro ocupa-se da fé e dos mistériosfundamentais do cristianismo, culminando com umcapítulo sobre eclesiologia.

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Cinco novos títulosLançamentos da EDIPUCRS

INVESTIGAÇÕES LÓGICASGottlob Frege (Organização, traduçãoe notas de Paulo Alcoforado)107p. (Coleção Filosofia 141)Paulo Alcoforado, um dos maiores conhecedores daobra de Frege no Brasil, reúne quatro artigos doreconhecido pensador alemão numa única obra sob otítulo de Investigações Lógicas, em traduçãoportuguesa. Os artigos O Pensamento, A Negação,Pensamentos Compostos e A Generalidade constituemo que Frege produziu de mais importante e originalna fase final de seu pensamento lógico. O organiza-dor da obra transcreve, sob a denominação de CorpusFregeanum, toda a produção literária de Frege e asobras contemporâneas que encerram seus escritos.

INTERFERÊNCIA DA LÍNGUA

FALADA NA ESCRITA DAS

SÉRIES INICIAIS – O PAPEL

DE FATORES LINGÜÍSTICOS

E SOCIAISMaria Tasca182p.

Na obra são discutidas algumas questões

relativas ao domínio de habilidades dalíngua escrita. O livro é destinado atodos aqueles que estão envolvidos com

o processo de ensino-aprendizagemdessa forma de expressão lingüística.

FENOMENOLOGIA HOJE II –SIGNIFICADO ELINGUAGEMRicardo Timm de SouzaNythamar Fernandes Oliveira (Orgs.)517p. – Coleção Filosofia 149

Questões de linguagem e significadoem sua origem e desdobramento desentidos são alguns dos temas maisimportantes entre os estudados pelafenomenologia e suas derivações. Apublicação reúne trabalhosapresentados no II SimpósioInternacional de Fenomenologia eHermenêutica Significado eLinguagem, realizado na PUCRS, emnovembro de 2001.

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Jantar realizado no Restaurante Panorama, no CampusCentral da PUCRS, marcou, no mês de setembro, a passa-gem do 4º aniversário da UNITV, o canal das Instituiçõesde Ensino Superior de Porto Alegre.

Na oportunidade, o presidente do Conselho Gestorda emissora, jornalista Carlos Alberto Carvalho, fez olançamento do Troféu Destaque UNITV, destinado apremiar, anualmente, projetos das áreas social e científi-ca, com repercussão comunitária, desenvolvidos no RioGrande do Sul.

Neste ano de 2002, foram distinguidos nove tra-balhos, sendo dois ligados à Pontifícia Universi-dade Católica do Rio Grande do Sul. O proje-to Novas Fronteiras: o Museu vai à comuni-dade focalizou expressiva atividade do Museude Ciências e Tecnologia (MCT), dirigido peloprofessor Jeter Bertoletti, e o médico JoséMiguel Chatkin, do Hospital São Lucas e Fa-culdade de Medicina, recebeu o Destaque UNI-TV por pesquisa no campo do tabagismo edoenças relacionadas ao tabaco, também pre-miada em concursos internacionais realizadosem Berlim e Estocolmo.

No dia do aniversário, o Canal recebeu oscumprimentos de inúmeras autoridades. O minis-tro da Previdência e Assistência Social, José Ce-chin, visitou a emissora e participou do programaUNITV – Entrevistas e Debates. O Tribunal Regio-nal Eleitoral, representado por seu vice-presiden-te, desembargador Alfredo Guilherme En-glert, entregou placa especial, agradecen-do o apoio da emissora universitária nadivulgação das informações de interessepúblico ligadas ao processo eleitoral.

Comunicação

Jantar com show de tango marcou a data

Norberto Rauch entrega troféu ao diretor do MCT

UNITV comemora4° aniversário

DESTAQUESRECEBEM TROFÉU

Os premiados com o Troféu Destaque UNITV:

CATEGORIA: PROJETOS SOCIAISProjeto Novas Fronteiras:O Museu vai à ComunidadePontifícia Universidade Católicado Rio Grande do Sul

Projeto São José dos Ausentes:Povo e PaisagemUniversidade Federal do Rio Grande do Sul

Projeto SISP (Serviço de Informaçõessobre Substâncias Psicoativas)Fundação Faculdade Federal de Ciências

Médicas de Porto Alegre

Projeto RegularizaçãoFundiáriaFaculdades IntegradasRitter dos Reis

Projeto Doadores de Alegria e EsperançaInstituição Educacional São Judas Tadeu

Projeto Fábrica da DançaFaculdades Porto-Alegrenses / Soarte

CATEGORIA: TRABALHOS CIENTÍFICOS

José Miguel ChatkinProfessor e pesquisador da PontifíciaUniversidade Católica do Rio Grande do Sul(PUCRS) – Pesquisa sobre tabagismoe doenças tabaco-relacionadas.

Ivan IzquierdoProfessor e pesquisador da UniversidadeFederal do Rio Grande do Sul UFRGS) –Pesquisa sobre memória.

Ângelo Alves de MattosProfessor e pesquisador da FundaçãoFaculdade Federal de Ciências Médicas dePorto Alegre (FFFCMPA) – Pesquisa sobreHepatites Virais – ênfase em Hepatite C.

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Universidade Aberta

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so, além de guiar os visitantes, pôde responder a per-guntas sobre o mercado de trabalho e até o funciona-mento de aviões. “Eles ficam mais à vontade com omonitor”, comenta Fonseca, que veio de Salvador paraestudar na PUCRS e se diz muito satisfeito com a opção.Hermann Husche, 17 anos, no 3º ano do Ensino Médiodo Dante Alighieri, recebeu dicas de cursos para obter a

licença de piloto comercial.

Futuros CalourosO Futuros Calouros também

promove o Painel das Profis-sões, em que os professores daUniversidade se dirigem às es-colas. Nesse caso o objetivo éa formação e a orientação. Oscursos pré-vestibulares têmmeta diferente, preparar parao ingresso na universidade. En-tão a PUCRS abre suas portase realiza palestras sobre temasdefinidos, como eleições.

O Painel das Profissões surgiu entre 2000 e 2001 apartir de pesquisa em colégios e cursos pré-vestibulares.“Buscamos identificar o que os diferentes públicos espe-ram da Universidade”, afirma a relações públicas da

PUCRS, Sandra Becker, que pro-pôs o questionário e contoucom a colaboração do Labora-tório de Relações Públicas daFaculdade de Comunicação So-cial. As duas modalidades parareceber informações mais soli-citadas foram as palestras nasescolas e as visitas à Universi-dade. Hoje o Futuros Calourosconta com uma comissão paradiscutir sobre a melhor formade atender ao Ensino Médio.

Dos 11.278 inscritos novestibular de 2002/1, 6.325

identificaram a escola. Destes, 1.901 participaram dasatividades do Futuros Calouros. Entre os 4.262 classifica-dos, 2.657 apontaram onde estudaram. O programa fezparte da preparação à escolha profissional de pelo me-nos 816 alunos.

Programa Futuros Calouros vai aos estudantes

O PUCTUR foi reformulado para melhorar aaproximação dos alunos de Ensino Médio com aUniversidade. Desde setembro, as visitas ocorremem áreas específicas conforme os interesses dosestudantes. A Pró-Reitoria de Assuntos Comuni-tários (Prac) e as unidades recebem cerca de 90jovens de duas a três vezes ao mês. A iniciativacomeçou em 1996 e faz parte do programa Futu-ros Calouros, que proporciona a integração entreas faculdades e escolas, cursos pré-vestibulares esupletivos. Em 2001 participaram 24.279 estudantes. Atéoutubro deste ano foram 2.744 apenas no PUCTUR.

O Futuros Calouros tem por objetivo informar sobrecursos, vida acadêmica, mercado de trabalho e vestibular,ajudando na escolha da profissão. Pelo PUCTUR, quandochegam à Universidade, os alunos são recepcionados noteatro ou no auditório do prédio 40, onde assistem a umvídeo institucional e depoisà palestra sobre como agirno momento de decisão emque vivem. Com a mudança,houve diminuição do núme-ro de visitas ao mês e divi-são das áreas de interesse.Segundo Márcia Fraga, umadas coordenadoras operacio-nais do programa, o objeti-vo é atender melhor os alu-nos e fazer com que as uni-dades estejam preparadas.

Novas opçõesA visita à PUCRS no dia 30 de setembro pode

mudar a opção do aluno do Colégio Dante Alighieri, deCaxias do Sul, Ângelo Borges, 16 anos. Ele queriacursar Engenharia de Plásticos, mas foi aconselhadopelo professor CláudioFrankenberg a escolher En-genharia Química. “Se aárea é muito específica,as opções no mercado fi-cam restritas”, argumentouFrankenberg, que se dis-pôs a esclarecer outras dú-vidas de Borges. Igor Vini-cius dos Santos, 18, co-nhece de perto a profissãode advogado por causa dopai. Na PUCRS buscou sa-ber mais sobre EngenhariaMecânica e agora pendemais para essa área: “Gostei de ver que há bastanteprática na faculdade”.

O monitor da Prac Marcelo da Fonseca seguiu para aFaculdade de Ciências Aeronáuticas naquele dia com osparticipantes do PUCTUR. Aluno do 5º semestre do cur-

PUCTUR passapor renovação

Alunos vêem como funcionam os aviões

Engenharia Mecânica: prática na Faculdade

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Pesquisadores dão consultoriana área de competências

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Assistência com a Parceiros Voluntários

parcerias, entre elas com o próprio Pigec, a Par-ceiros Voluntários, a Abrinq e o Banco Santan-der. Isso permitiu a montagem de um laborató-rio com computadores doados.

A revitalização da escola fundamenta-se naidéia “Sou capaz de instaurar mudanças embusca de um novo caminhar” . Os professores,funcionários e voluntários construíram projetos,passaram a incentivar atividades culturais, lan-çaram boletim informativo e montaram equipesdiretiva e pedagógica numa perspectiva inter-disciplinar.

Centro do aprenderOs estudantes utilizam diferentes fontes de

informações, incluindo pesquisas de campo, embusca de um conhecimento mais articulado como contexto social. “As disciplinas não têm maisvida própria, agora o fenômeno de pesquisa es-colhido é o centro do aprender”, explica. “Ospais procuram a escola pela maneira diferentede ensinar”, diz Tânia.

A avaliação contempla as múltiplas compe-tências do estudante. Diferentemente do ensinotradicional, em que ele recebe notas pelo domí-nio de conteúdos obtidos, na Escola GermanoWitrock são levadas em conta a forma comoorganiza o seu tempo e espaço, suas habilidadesno trabalho em equipe, entre outros aspectos. OPigec atuará sistematicamente na escola até ofinal de 2003.

Integramais de 30pesquisadoresdeuniversidadesda Região Sul e20 parceiros dediferentesorganizações dasociedade civil.Faz parte daRede dePesquisa FTO(Formação,Trabalho eOrganização),ligada àFaculdade deFilosofia eCiênciasHumanas daPUCRS. Contacom apoiosinstitucionais –Plano Sul/CNPq,Fapergs euniversidades.Interessados emparticiparcontatar [email protected] (51)3320-3555,ramais 27 e 34.

O Projeto Integrado Gestão Estratégicade Competências (Pigec) envolve pesquisado-res, bolsistas, unidades de pesquisa, verbas, in-quietações e descobertas. Parece igual a todosos outros, mas não é. “Trata-se da pesquisa emato, com a visão da ciência que se faz”, explicaa coordenadora-geral Julieta Desaulniers, daPUCRS. O projeto está aberto a toda organizaçãointeressada em instaurar processos de formaçãoque influenciem diretamente no desempenho dosseus integrantes. Outras características inovado-ras são a promoção de iniciativas voltadas aosinvestigados, as parcerias com a comunidade lo-cal e com pesquisadores da região, do país e doexterior. O lançamento do edital em 1998 decor-reu de proposta apresentada por representantesde universidades do Sul do país, convocadospelo CNPq.

Depois de propor às organizações partici-pantes a realização de autodiagnóstico, o Pigecdimensiona qual a melhor forma de intervir. Issopode ocorrer por meio de cursos, palestras, ela-boração de planejamento estratégico, mobiliza-ção/sensibilização, mapeamento e desenvolvi-mento de macro (organizacionais) e microcom-petências (individuais). “A implementação de-pende do ritmo de cada organização”, esclareceJulieta, ressaltando que os pesquisadores atuamestimulando a mudança.

Escola realiza mudançasUma das experiências-piloto ocorre há dois

anos na Escola Estadual Germano Witrock, deCanoas, que precisava montar o regimento esco-lar, aumentar o número de alunos e diminuir osíndices de evasão e reprovação. “A orientaçãodo Pigec leva-nos às mudanças de que precisá-vamos e não sabíamos como fazer”, observa adiretora da escola, Tânia Vignoli. Com quatrovezes mais estudantes, em torno de 400, houvereestruturação do espaço físico e a conquista de

Alunos beneficiados:maneira diferente de ensinar

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Edipucrs lança o livronº 700 na Feira

A oitava participação da Edipucrs na Feira do Livro dePorto Alegre marca o lançamento do livro número 700, Enve-lhecimento bem-sucedido, organizado por Newton Terra eBeatriz Dornelles. A expectativa é repetir o sucesso do livroEnvelhecendo com qualidade de vida, que na edição do anopassado teve 402 autógrafos em duas horas de sessão. A 48ªfeira ocorre de 1º a 17 de novembro e funciona das 13h às21h. A realização é da Câmara Rio-Grandense do Livro.

Envelhecimento bem-sucedido inclui artigos sobre espi-ritualidade, estilo de vida ativo, fisioterapia, prazer de cantarcomo terapia, exercícios para osteoporose, acupuntura, com-preensão, depressão, lembranças e função de memória, sono eauto-estima, entre outros temas. “Não trazemos soluções mi-

rabolantes nem fórmulas complicadas, mas aexperiência acumulada de estudo e vivênciade um grupo de profissionais que buscatransmitir conhecimento ao seu público”,salienta Terra no prefácio. O livro foi escritopor professores liga-dos ao Programa Ge-ron da Pró-Reitoria deAssuntos Comunitá-rios, com a colabora-ção da Faculdade deMedicina, de mestran-dos e doutorandos docurso de Gerontologia

Biomédica e médicos do Instituto deGeriatria e Gerontologia.

A obra ficou pronta quando a Edi-pucrs completou 13 anos e quatro me-ses de operação. Apenas neste ano,foram lançados 103 livros. O estande da editora na feirafica localizado na passarela em frente ao Clube do Comér-cio que dá acesso à Rua dos Andradas. O desconto ofereci-do é de 50%, o maior entre os expositores.

Outro livro que promete fazer sucesso é Estratégia,mídia e voto , organizado pelo cientista político Flavio

Cultura

Ética e felicidadeSemiologia neurológicaEnvelhecimento bem-sucedidoLabirinto dos encontros: Martin Buber e Fernando PessoaIgreja e poder: plenitude do poder e soberania popularem Marsílio de PáduaEstratégia, mídia e votoAprendizado da leituraAventuras do sentido: psicanálise e linguísticaO curso de comunicação social no brasilA estratégia em organizações hospitalaresAspectos da teoria do cotidiano: Agnes Heller em perspectivaEstatutários, catolicismo e gauchismoImagens femininas: contradições, ambivalências e violênciasFonologia e variaçãoOs répteis do Rio Grande do Sul: atuais e fósseis,biogeografia, ofidismoMídia, imprensa e as novas tecnologiasUm olhar para além das diferenças

5/11, 16h6/11, 17h

6/11, 20h7/11, 16h

7/11, 19h8/11, 18h8/11, 17h8/11, 17h9/11, às 15h10/11, às 15h10/11, às 17h12/11, às 18h13/11, às 18h13/11, às 19h

14/11, às 19h

Sonia Maria MacielAntônio Carlos H. Marrone, Magda L. NunesNewton Luiz Terra e Beatriz Dornelles (org.)Izabel BelliniSérgio Ricardo Strefling

Flavio Eduardo Silveira (org.)Vera Pereira (org.)Leci Barbisan, Margareth Shäffer e Valdir FloresClaudia MouraRicardo MinottoGleny DuroArnoldo DobersteinCleci FávaroLeda BisolThales de Lema

Beatriz Dornelles (org.)Lenira Weill Ferreira (org.)

Silveira. Quinze pesquisadores e professores universitáriosespecializados no assunto analisam as eleições municipaisde 2000 em Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo

Horizonte, Salvador, Curitiba, Goiânia e Belém do Pará.Os autores identificaram a dimensão estratégica, queinclui o posicionamento de candidatos e partidos, alinha de argumentação e retórica discursiva utilizadase os apelos para persuadir, seduzir, atrair e conquistaros votos. Também são avaliados o comportamento doeleitorado e o espaço midiático.

Outra obra de destaque éOs répteis do Rio Grande do Sul:atuais e fósseis, biogeografia,ofidismo . Apresenta todas as es-pécies encontradas no Estado,desde cágados de água doce aserpentes peçonhentas. Um dos

objetivos do autor, Thales de Lema, éfazer com que os leitores esqueçam aslendas, procurando deixar o medo delado e conhecer as cobras cientifica-mente para evitar de matá-las indiscri-minadamente.

Em 2001: Newton Terra na sessão de autógrafos

DATA OBRA AUTOR

Confira as sessões de autógrafos

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Cultura

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O Centro de Pesquisas Literárias da Facul-dade de Letras recebeu a guarda de 46 milfotografias pertencentes à Revista do Globo .A doação foi realizada pelo diretor-presidenteda Livraria do Globo, Claudio Bertaso. Em pro-cesso final de catalogação, o material encon-tra-se na Biblioteca Central da Universidade erecebe o apoio das equipes do Instituto dePesquisas Científicas e Tecnológicas, da Agên-cia Experimental da Faculdade de Comunica-ção Social e do Centro Literário do Pós-Gradua-ção em Letras.

As etapas de acondicionamento, limpezae conservação estão sendo desenvolvidas naUniversidade desde agosto de 1994. Nesse pe-ríodo, ocorreram cinco exposições, realizadasem espaços culturais e museus dentro e forado Campus.

Segundo a vice-diretora da Faculdade deLetras e uma das coordenadoras envolvidas noProjeto de Organização do Acervo Fotográficoda Revista do Globo, Alice Moreira, cerca de19 mil fotografias foram identificadas. “Somosresponsáveis pela conservação, organização edivulgação do acervo”, destaca a professora.

RecuperaçãoPara o reconhecimento

das fotografias, os pesqui-sadores e bolsistas utilizamas edições da Revista doGlobo. “As matérias facili-tam o trabalho de identifi-cação do material”, explicaAlice Moreira. As imagensem preto-e-branco retratammomentos históricos e di-ferentes fases da literatu-ra, moda, cultura, esportee vida social das décadasde 40 a 60.

Parte do material en-contrava-se danificado eprecisava de reparos, limpe-za e armazenamento ade-quado. Foram adotados en-velopes especiais, doados

pela Empresa Riocel, para a conservação das fo-tos. Além do tratamento antifungo, elas recebe-ram acondicionamento em caixas numeradas.Protegidos por máscaras e luvas, os bolsistasaprenderam a manipulá-las, evitando sempre omanuseio direto com as fotos.

O Projeto de Organização do Acervo Foto-gráfico da Revista do Globo complementa e dácontinuidade ao trabalho desenvolvido no

PUCRS é guardiã defotos da Revista do Globo

Publicaçãogaúcha quinzenalque circulou de1929 a 1967,totalizando 943edições

1944:GetúlioVargas

1951: Aniversárioda Rádio Gaúcha

1952: Lupicínio Rodrigues

1962: MarioQuintana

Financiado pelaLivraria do Globo,por meio da LeiEstadual deIncentivo àCultura

Acervo Literário daLivraria do Globo(Allglobo) , perten-cente ao Centro dePesquisas Literáriasda Faculdade de Le-tras, que digitalizoue disponibilizou emCD-Rom e na inter-net, todas as edi-ções da publicaçãogaúcha que circulouno país durantequatro décadas. Oconteúdo da revistaestará acessível nosite da BibliotecaCentral da PUCRS(www.pucrs.br/bibliote-ca) até o final desteano.

Na opinião do as-sessor da Reitoria e co-ordenador dos projetosque envolvem a revistae as fotos, Ir. Elvo Cle-mente, o material éfonte inesgotável depesquisa em variadasáreas porque contem-pla diferentes momen-tos da sociedade da-quela época.

A partir de 2003, oprojeto retomará a fasede catalogação e come-çará uma nova etapa,com a digitalização dasfotografias para poste-rior arquivamento. No futuro, o material pode-rá ser disponibilizado para pesquisa por meiode um banco de dados.

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salta a professora Luciana Kopp, uma das coorde-nadoras do projeto. “Irrigar não é simplesmentemolhar, mas aplicar a quantidade de água que aplanta requer, no momento em que necessita”.

A equipe de trabalho é composta pelos profes-sores Carlos Fernando Toescher, Décio Sandi, Luci-ana Kopp e Hugo Dias, que acompanham os resul-tados obtidos na plantação do Campus com os deoutros produtores rurais que utilizam a irrigação.Por ser um equipamento que indica viabilidadeeconômica para áreas acima de 30 ha, o projetoestá beneficiando médios e grandes produtores daFronteira Oeste do Estado, especialmente nos mu-nicípios de Uruguaiana, São Borja, Itaqui e Alegre-te, entre outros.

Os alunos de Agronomia também são beneficia-dos por acompanharem um trabalho pioneiro na re-gião. No Campus de Uruguaiana, o pivô central co-bre uma área de dois hectares irrigados. O projetoestá sendo desenvolvido em parceria com a FockinkIndústrias Elétricas (que cedeu o equipamento emcomodato), Pioneer Sementes, Monsanto, Syngenta,Associação dos Arrozeiros de Uruguaiana, Associaçãodos Engenheiros Agrônomos de Uruguaiana e Insti-tuto Rio-grandense do Arroz.

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Rio

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Professores do curso de Agronomia da Facul-dade de Zootecnia, Veterinária e Agronomia doCampus II, em Uruguaiana, desenvolvem um pro-jeto pioneiro no Estado. A PUCRS é a primeirauniversidade no Rio Grande do Sul a contar comum pivô central utilizado em pesquisas sobreirrigação. Com o uso do equipamento, a produçãode grãos como milho, soja e sorgo que rendia,anualmente, cerca de 3.500 Kg/ha, aumentou para5.400 Kg/ha. Esse sistema, que consiste no maismoderno disponível para irrigar grandes áreas,proporcionou um acréscimo de 130 Kg, por ano,na produção de arroz e reduziu à metade oconsumo de água.

O pivô central foi desenvolvido em 1952 nosEstados Unidos e chegou ao Brasil em 1979, ondeé amplamente utilizado na região Central. No Esta-do, ainda é uma técnica pouco usada – estima-seque existam 1 milhão de hectares irrigados porinundação e apenas 30 mil hectares via pivô.

Maior rendimentoEm seu terceiro ano de funcionamento, a pes-

quisa Avaliação de culturas irrigadas por aspersãovia pivô central em Uruguaiana objetiva avaliar aviabilidade do cultivo do arroz, soja, milho e sorgo(grão utilizado em ração animal) sob irrigação poraspersão. Em Uruguaiana, predomina o monoculti-vo do arroz, irrigado por inundação, o métodoainda mais utilizado no país. Esta técnica consistena cobertura, por inteiro, com uma quantidade deágua que se infiltra no solo.

A média de chuva anual em Uruguaiana éde 1.413 mm. Entre os meses de setembro e feve-reiro, porém, o cultivo de produtos como milho,soja e sorgo são pouco rentáveis e têm uma co-lheita muito fraca. Nesses meses, a deficiência hí-drica é de 230 mm, pois a perda natural de águado solo para a atmosfera é maior do que a quanti-dade de chuvas.

O pivô central possibilita, além de uma economiano consumo de água e energia para o plantio do arroz,maior rendimento no cultivo de outros grãos. O equipa-mento ainda permite a utilização do solo durante todoo ano, com até três culturas, maior qualidade dos pro-

dutos agrícolas e a garantia de co-lheita, reduzindo os riscos de pro-blemas climáticos.

Produtoresbeneficiados

A mão-de-obra exigida paraa irrigação é mínima. Uma vezacionados os motores elétricos, oequipamento pode ser programa-do para vários dias. “É fundamen-tal saber quando ligar e a quanti-dade de água a ser aplicada”, res-

Equipamento quefunciona girandoem torno de umeixo central, opivô, para irrigaruma área circular.Trata-se de umatubulação comvários aspersoresde água, suspensaacima da cultura.Pequenas torres,com rodas nabase, e umdispositivo motor,sustentam atubulação. Airrigação poraspersãocaracteriza-sepela aplicação deágua na forma dechuva sobre aplantação.

Equipamento é programado

Economia de água e energia no plantio do arroz

Plantação no Centro-Oeste do País

Técnica de irrigação favorecelavoura de Uruguaiana

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nas buscamdesenvolveras relaçõessociais naperspectivado fortaleci-mento daidentidade,autonomia,cidadania eauto-estimados excluí-dos.

A inves-tigação juntoaos usuáriosdo alberguemostra que apopulação freqüentadora é formada por 78%de homens, na faixa etária dos 20 a 60 anos –36% residem na rua há menos de seis meses e43% estão há mais de dois anos sem paradei-ro. Embora 84% informassem ter uma profis-são, apenas 35% realizam algum trabalho nomercado informal e de baixa remuneração.

O nível de escolaridade chamou a atençãodos pesquisadores. Cerca de 92% tiveram acessoà escola, sendo que 40% chegaram a freqüen-tar as séries finais do Ensino Fundamental e11% concluíram o Ensino Médio.

Para buscar suprir a falta de alimentação,35,14% procuram albergues, 21,62% restau-rantes populares e 21,6% doações nos bairrosda cidade. A higiene pessoal, em 73% doscasos, é feita em albergues, 32% utilizam aCasa de Convivência da Fundação de Assistên-cia Social e Cidadania e 58,2% freqüentamparques e praças da cidade.

Outro aspecto que está sendo investigadoé a rede de serviços para moradores de rua.Dados mostram que das 520 entidades anali-sadas, 50% receberam, em algum momento, avisita de um morador. Na opinião da professo-ra do Serviço Social, Gleny Terezinha Guima-rães, a maior dificuldade está em registrar onúmero exato de pessoas que procuram essasinstituições. Cerca de 120 confirmam que osmoradores freqüentam suas dependências dia-riamente, mas não têm critério para o atendi-mento.

Dentre as 30 instituições que estipulamnormas para receber esse público, quatro exi-gem que a pessoa não esteja alcoolizada nemdrogada. Apenas oito prestam serviço especí-fico a moradores de rua e cerca de 62% ofere-cem alimentação e moradia.

Soci

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Formado porcinco gruposde pesquisareunindoprofessores,estudantesde graduaçãoe de pós-graduação,além deinstituiçõesparceiras.

A situação de vulnerabilidade social dosmoradores de rua de Porto Alegre preocupa osórgãos municipais responsáveis pelas políticaspúblicas, a sociedade e os pesquisadores dasáreas de Serviço Social e Ciências Sociais daPUCRS. Com o objetivo de conhecer melhor arealidade dessas pessoas e desenvolver meto-dologias alternativas de ação, uma equipe daUniversidade realizou pesquisa e projetos deextensão universitária. O estudo, feito em par-ceria com o Laboratório Internacional Uni-versitário de Estudos Sociais (Labinter) vin-culado à Federação Internacional de Universi-dades Católicas, pretende traçar um panoramadas pesquisas e ações sobre exclusão social eredes de inclusão na América Latina.

A pesquisa, realizada em parceria com aSociedade Filantrópica Dias da Cruz, acompa-nhou a rotina dos moradores de rua de PortoAlegre que freqüentavam o Albergue, criadohá 71 anos. O local tem capacidade para aten-der 62 homens e 32 mulheres. O período depermanência é de 15 dias no inverno e 10 diasno verão, com intervalo de 30 dias para possí-vel retorno. Eles são atendidos por profissio-nais da Odontologia, Psicologia, Direito e Ser-viço Social, que, geralmente, prestam serviçosde forma voluntária.

O trabalho iniciado pela Universidade emagosto de 2001 foi dividido em etapas com arealização de oficinas, entrevistas e atendi-mentos individuais para os usuários e funcio-nários da instituição. “Além do caráter de pes-quisa, procuramos interagir com a populaçãoatendida e assessorar os funcionários da insti-tuição”, explica a diretora do Labinter, LeoniaCapaverde Bulla. Segundo a docente, as ofici-

Usuários do Albergue Dias da Cruz

Pesquisa investigamoradores de rua

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Educação, saúde e alimentaçãoA atuação da PUCRS se baseava no tripé

educação, saúde e alimentação. Entre as ativida-des que se destacaram estão assistência médicae odontológica, capacitação de professores, rea-lização de cursos de licenciatura curta, orienta-ção quanto à produção, higiene e conservaçãode alimentos. A técnica agrícola era quase des-conhecida na região. A população se alimentavabasicamente de peixes, frutas, antas, pacas, ca-pivaras, porcos do mato e alimentos vegetais.Houve estímulo à criação de gado, porco e gali-nha e à plantação de hortas. “Tínhamos por prin-cípio não prometer, apenas fazer e respeitar asculturas diferentes da nossa”, afirma AdroaldoPiccinini, atual assessor da Pró-Reitoria de As-suntos Comunitários, que morou em BenjaminConstant, de 1974 a 1987, tendo atuado comodiretor e diretor adjunto do Campus.

Também foram realizadas campanhas de re-gistro civil, regularização da situação eleitoral,ações de alimentos, assessoria em audiências deinstrução e julgamento. Um dos resultados dotrabalho foi o crescimento da população dos ín

Mem

ória Um painel do barco Igara Catuçaua,

fotos e objetos do Amazonas mostram opassado como referência na sala dasações comunitárias de extensão daPUCRS, na Pró-Reitoria de AssuntosComunitários. A experiência do CampusAvançado Alto Solimões marcou a vidade alunos, professores e funcionários etrouxe benefícios à comunidade da re-gião verificados ainda hoje. O Campusfuncionou de 1972 a 1989 como partedo Projeto Rondon, inicialmente ligadoao Ministério do Interior. Durante essesanos participaram 2.636 universitários –quase todos da Universidade – divididosem 187 equipes.

A administração do Campus Avançado eracompartilhada entre a direção e o Grupo TarefaUniversitária (GTU), que no Campus Central, emPorto Alegre, coordenava as atividades e o trei-namento dos alunos. A comunicação ocorria viarádio interligando os diversos campi avançados,as coordenações estaduais e o núcleo central emBrasília. Os barcos, unidades ambulatoriais mó-veis, também tinham um transceptor a bordopermitindo conexão com a sede. De três em trêsmeses, a coordenação do GTU e a direção doCampus Avançado visitavam os locais atendidospara supervisionar o trabalho.

Para chegar a Benjamin Constant, era preci-so viajar num avião búfalo da Força Aérea Brasi-leira ou num boeing de Porto Alegre a Tabatinga.Dali, mais duas horas com o barco Recreio, per-correndo os rios Solimões e Javari. No porto, osalunos, professores e profissionais se dirigiam dejipe até à sede. O caminho de Manaus a Benja-min Constant percorrido pela água levava atéuma semana. Cada equipe ficava em média 40dias no Amazonas.

Campus Avançado Alto Solimõesdeixa raízes

A sede do Campus Avançado ficava em Benjamin Constant, Amazonas,na área estratégica de fronteira do Brasil com o Peru e a Colômbia. Tanto

que o lema do Projeto Rondon era Integrar para não entregar, o que maistarde foi adaptado para Integrar para desenvolver. A atuação também compre-endia Atalaia do Norte, São Paulo de Olivença, Santo Antônio do Içá e Amatu-rá, correspondente à metade do território do Rio Grande do Sul. Benjamin

Constant se situa às margens do rio Javari, tem clima úmido, com chuvas abun-dantes e temperatura média de 25 graus. Há 25 mil habitantes no município e o total

da região é de 126 mil. Além dos indígenas, a população é formada por migrantes oudescendentes atraídos para a região devido à valorização da borracha, iniciada na segun-

da metade do século 19.

A SEDE NO AMAZONAS

Equipes viajavam a bordo do Igara Catuçaua

por ANA PAULA ACAUAN

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BARCO DA AMIZADE,SUCURI E CARNE DE MACACOO atendimento prestado pelo Campus Avançado Alto Soli-

mões não se limitou às proximidades da sede. As equipestambém se dirigiam às populações. Na segunda viagem doIgara Catuçaua, em tupi-guarani barco da amizade, em maiode 1975, Adroaldo Piccinini sentiu como se estivesse desco-brindo o Brasil. Depois de alguns dias de viagem, pararam obarco ao avistarem um caboclo que morava sozinho. Quandose deram conta, uma sucuri se movimentava na água. “Fica-mos assustados e o caboclo a espantou como se fosse umagalinha”, lembra.

A equipe verificou as necessidades do homem, que aguarda-va a volta do dono do seringal e temia o ataque de uma onçaporque não tinha mais cartuchos para a espingarda. Piccininiofereceu as suas, além de alimentos. Na saída, o caboclo retri-buiu com carne fresca de macaco. A cozinheira preparou o pratoe todos fizeram questão de provar. “Eles têm um jeito de agra-decer muito diferente do nosso, que às vezes é mais formal”,constata Piccinini.

O Igara Catuçaua foi adquirido por convênio com o Institu-to Nacional da Previdência Social e propiciou 80.103 atendimen-tos em Medici-na e 120.034em Odontolo-gia, de 1975 a1989. Alémdele, havia ou-tros barcos nosquais os estu-dantes e profes-sores viajavamao longo dosrios, seguindoesquema pre-estabelecido.Como demora-vam de quatro aseis meses pararetornar a cadalocal, as equi-pes formaramagentes de saúde entre os moradores. Eles tinham o papel de re-comendar medidas higiênicas e oferecer consultas. Também haviapreparação de atendentes e auxiliares de Enfermagem.

Uma das profissionais com a tarefa de orientar parteiras cu-riosas no Alto Solimões foi Gema Conte, da UFRGS e do Hospitalde Clínicas de Porto Alegre. Ela tornou a experiência de Piccininino Campus ainda mais marcante. Poucos meses depois de seterem conhecido, casaram-se em 1978 e ficaram até 1987 na re-gião. Lá tiveram os dois primeiros filhos, hoje com 21 e 20anos. “Esse período reuniu o que de melhor aconteceu na minhavida. Sei que contribuímos, mas recebemos muito em troca,como aprender com a sensibilidade daquele povo que sabe con-viver com a natureza. Mais do que a técnica, quem participavatinha de contar com o seu ser”, relata Adroaldo.

Lauro Dias, que atuou no Grupo Tarefa Universitária por17 anos, no Campus Central, levou a esposa, Sandra, e a filha,Letícia, para morar em Benjamin Constant, de 1983 a 1984,quando assumiu como diretor adjunto. Lembra que foi difíciladaptar-se ao calor, aos mosquitos e à saudade. O períodorepresentou muito para a família de Dias.

dios ticunas. Não chegavam a 8 mil quando aPUCRS inaugurou o Campus. Na década de 90,somavam 17 mil. Atribui-se isso à vacinação sis-temática, à orientação de hábitos de saúde eeducação. “Muitos dos que exercem a liderançana região atualmente foram preparados pelos nos-sos cursos”, informa Edgar Erdmann, coordenadordo GTU, de 1976 a 1989.

Continuidade dos projetosA experiência de Erdmann na área começou

em 1973, quando ficou 40 dias na aldeia Belémdos Solimões como professor da Odontologia. Hojeé responsável na PUCRS pelos Programas de AçõesComunitárias de Extensão. Ressalta que o CampusAproximado Vila Nossa Senhora de Fátima surgiuem 1981 como conseqüência do Campus Avança-do pela necessidade de atender à comunidademais próxima ao Campus Central. O término doRondon, em 1989, coincidiu também com a cria-ção, pela PUCRS, do Projeto Litoral.

Mais recentemente, pelo Universidade Solidá-ria, promovido pelo governo federal, a PUCRS vol-tou cinco vezes à Amazônia. “Fizemos questão deatuar lá pelo nosso know how”, explica Erdmann.Dez anos depois de extinto, o Projeto Rondon foireeditado. Há planejamento de resgatar a idéiainicial. “A Universidade poderia então voltar aparticipar de ações mais permanentes e não ape-nas episódicas”, espera o coordenador.

Aulas para os índios ticunas

Piccinini e Gemadesembarcam do búfalo

Erdmann, à esq., e o grupo de supervisão

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MUSEU ITINERANTEO Museu de Ciências e Tecnologia,

por meio do projeto Museu Itinerante,participou da Feira das Profissões noCampus da Universidade Federal de San-ta Maria. Expondo experimentos e reali-zando palestras, a equipe do MCT, com-posta por sete professores e 12 estagiá-rios, atendeu a mais de 25.200 pessoas,predominantemente alunos pré-univer-sitários. Com essa participação, o MuseuItinerante, em 13 municípios e 43 diasde atividades, atendeu a 256.673 estu-dantes, professores e famílias.

ANIVERSÁRIOA Fundação Irmão José Otão comemorou seu 21º aniversário. Na ocasião houve uma missa

comemorativa na Igreja Cristo Mestre, no Campus, e a inauguração da Galeria Mãos Dadas. A Fijo éuma entidade sem fins lucrativos, instituída pela União Sul Brasileira de Educação e Ensino, poriniciativa do Conselho Universitário da PUCRS em 1981.

FORMAÇÃO DE PROFESSORESA Faculdade de Educação e a Secretaria Estadual de Edu-

cação firmaram convênio para realizar cursos de formação deprofessores, nos níveis inicial, de especialização e formaçãocontinuada. Recentemente iniciou o curso de educação con-tinuada para professores que atuam na Educação Especial –Área de Deficiência Mental. A aula inaugural contou com aparticipação da secretária de Educação, Lucia Camini, à es-querda na foto.

HISTÓRIAMoacyr Flores,

doutor em Histó-ria, professor deHistória da Gra-duação e do Pro-grama de Pós-Gra-duação, recebeudo governo do RioGrande do Sul amedalha SimõesLopes Neto. A hon-raria é um reco-nhecimento pelosserviços prestadosà cultura do Esta-do. Moacyr Florestem 17 livros pu-blicados, entreeles um Dicionáriode História do Bra-sil (Edipucrs).

FILOSOFIAO professor Draiton Souza,

coordenador do Programa dePós-Graduação em Filosofia, foiagraciado, no Rio, com o Prê-mio Deutscher AkademischerAustauschdienst (DAAD), conce-dido a professores que se des-tacaram nos últimos anos noâmbito da cooperação Brasil-Alemanha.

CENTENÁRIOSOs professores Ângelo Bós, do Instituto de Geriatria e Gerontologia, e Beatriz

Dornelles, da Faculdade de Comunicação Social, e estudantes de Nutrição, Medicina,Educação Física, Fonoaudiologia, História e Psicologia iniciaram pesquisa que traça-rá a radiografia dos centenários porto-alegrenses. Segundo o Censo 2000, há 200pessoas com mais de 100 anos na Capital. Quem tiver conhecido ou parente a partirdos 95 anos pode contribuir com informações, ligando para o Instituto de Geriatria,(51) 3336-8153, com Mônica ou Samanta.

BRASIL-REINO UNIDOO Programa de Pós-Graduação

em Ciências Sociais, em parceriacom The British Council, Prefeiturade Porto Alegre e apoio dos Insti-tutos Goethe e Ágora, promove oSeminário Brasil-Reino Unido –Comunidades Locais e Comunica-ção. O evento, que ocorrerá de 4 a6 de dezembro, visa a construiroportunidades de ampliação doexercício da cidadania e da parti-cipação mais ativa da sociedadena expressão de suas necessidadese perspectivas. O seminário reuni-rá representantes de organizaçõesda sociedade civil, formuladoresde políticas públicas, pesquisado-res e administradores públicos, doBrasil e do Reino Unido.

DIREITO EMPRESARIALO Centro Acadêmico Maurício Cardoso, da Faculdade de Direito, promoveu a Jornada de Direito

Empresarial que enfocou a atividade da advocacia empresarial no mercado em suas peculiaridades edesafios. A Jornada também marcou o lançamento do maior evento de Direito Empresarial do País,o Meeting Brasil, previsto para ser realizado na PUCRS no segundo semestre de 2003. Os maioresescritórios nacionais de advocacia, prefeituras, empresas e profissionais discutirão questões doDireito Tributário, Bancário, Econômico, entre outros.

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VISITAS DE APRENDIZAGEMCom o objetivo de melhorar a interatividade e a aprendizagem de estu-

dantes e professores, o Museu de Ciências e Tecnologia oferece orientaçãopara futuras visitas. Pelo Projeto Integração Museu e Escola, professores deciências, matemática e educação infantil conhecem os experimentos e tiramdúvidas, podendo assim planejar melhor as visitas com os alunos e adaptaro conteúdo visto em sala de aula. Interessados podem fazer contato pelotelefone (51) 3320-3500, ramais 4211, 4203 e 4176.

RELATÓRIOSDE PESQUISA

A Pró-Reitoria de Pes-quisa e Pós-Graduação insti-tuiu uma Comissão de Avali-ação de Relatórios de Pes-quisa referentes ao Progra-ma Bolsa Pesquisa AlunoBPA/PUCRS no ano de 2001.A comissão é composta porprofessores doutores de di-versas áreas de pesquisa.

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIAUm grupo de médicos da Universidade de

Milão e do Instituto Europeu de Oncologia veioconhecer o ensino a distância oferecido pelaUniversidade. A visita à PUCRS teve como obje-tivo iniciar uma parceria entre as três institui-ções para implementar um curso de especiali-zação em Mastologia a distância.

GERONTOLOGIA BIOMÉDICAOs pesquisadores Fernando Hugo e Dalva Padilha, do Programa de Pós-Gradu-

ação em Gerontologia Biomédica e do Laboratório de Envelhecimento Celular fo-ram agraciados com menção honrosa pela pesquisa Comparação de duas técnicasde medição da perda óssea alveolar em roedores na 19ª Reunião Anual da Socieda-de Brasileira de Pesquisa Odontológica, realizada em Águas de Lindóia (SP). Oevento é um dos maiores da área no mundo e recebeu cerca de sete mil trabalhos,sendo somente dois mil aceitos para serem apresentados.

MEDICAMENTOSO professor Jorge Seadi, da Faculdade de Farmácia, lançou o

livro Crimes Hediondos e a Falsificação de Medicamentos, pelaEdipucrs. A obra faz uma análise do tema sob o enfoque de vigi-lância sanitária e jurídica. Aborda as omissões e excessos na le-gislação vigente, propondo alterações para resolvê-las. Tambémconstam entrevistas com profissionais das áreas de legislação,farmacêuticos, advogados e psicólogos.

CIÊNCIAS SOCIAISA professora Leonia Capaverde Bulla,

da Faculdade de Filosofia e Ciências Hu-manas, foi designada para assessorar a di-retoria científica da Fapergs na área de Ci-ências Sociais. O objetivo é estabelecer nor-mas e procedimentos referentes à criaçãode um comitê intermultidisciplinar.

SERVIÇO SOCIALEm comemoração aos

seus 25 anos, o Programa dePós-Graduação em Serviço So-cial promoveu o evento Cons-trução de uma Trajetória – Re-encontros e Perspectivas naProdução do Conhecimento. Naoportunidade estiveram pre-sentes alunos, ex-alunos eprofessores de outras institui-ções, convidados para compar-tilharem suas trajetórias e dis-cutirem questões relacionadasà produção do conhecimento.

EXTENSÃO E AÇÃO COMUNITÁRIAParalelamente ao Salão de Iniciação Científica da PUCRS, ocorreu a 2ª Mostra de Extensão

e Ação Comunitária, promovida pelas Pró-Reitorias de Assuntos Comunitários e de ExtensãoUniversitária. O evento visa a fortalecer a interatividade e a integração entre as unidadesacadêmicas que desenvolvem ações comunitárias e de extensão e propiciar à comunidadeuniversitária o conhecimento das atividades desenvolvidas nas duas áreas.

PSICOLOGIAA professora Helena Scar-

paro, da Faculdade de Psico-logia, foi a primeira classifi-cada na categoria Ensaios Aca-dêmicos, no concurso Históriase Memórias de Psicologia, pro-movido pelo Conselho Regio-nal de Psicologia. O artigo pre-miado intitula-se PsicologiaComunitária no Rio Grande doSul – considerações a partir deum estudo realizado, origina-do da sua tese de doutorado.

FÍSICAO professor da Fa-

culdade de Física, Ricar-do Papaléo, foi homena-geado como pessoa denotável saber e dedica-ção nos campos de ati-vidade científica e cul-tural. Escolhido entredocentes de todo opaís, recebeu o auxílioviagem Japão, concedi-do pelo Fundo Bunka dePesquisa, associado àSociedade Brasileira deCultura Japonesa. Papa-léo também apresentoutrês pesquisas na 13ªConferência Internacio-nal de Modificação deMateriais por Feixe deÍons, realizada emKobe, no Japão.

ONUO sociólogo Dirk Hegmanns, represen-

tante da ONU no Brasil (sede em Brasília), as-sinou uma carta de intenções em nome da or-ganização com a PUCRS. Hegmanns esteve naUniversidade durante o 3º Salão de IniciaçãoCientífica e a 2ª Mostra de Extensão e AçãoComunitária, quando também fez palestra. Ointercâmbio visa a uma troca de experiênciasna área de voluntariado entre as duas insti-tuições. A PUCRS é a primeira universidade doPaís a firmar um convênio com a ONU.

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REFLEXÕESNo mês de outubro foi realizado o segundo encontro dos grupos que

integram o Projeto Reflexões 2002. Na oportunidade, o professor JoãoMessina da Cruz (Odontologia), a professora aposentada Lucinda Lorenzo-ni (Educação) e a ex-funcionária Noely Rabadan foram homenageados pelacomunidade acadêmica por serviços de extrema relevância prestados àUniversidade. Durante o encontro, o Vice-Reitor, Joaquim Clotet, realizoua palestra Refletindo sobre a Identidade da PUCRS. O encerramento doProjeto Reflexões 2002 será no dia 12 de dezembro.

DOAÇÃO AO MCTA Farmácia Homeopática Van Der Laan, conceituada pela ma-

nipulação de medicamentos homeopáticos e como local de está-gio para acadêmicos, comemorou 100 anos de existência. O esta-belecimento fez a doação de uma máquina registradora centená-ria, ainda operante, ao Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS.Desde 1954, a Van Der Laan está sob a direção do professor Sér-gio Lamb, diretor da Faculdade de Farmácia.

PRÊMIO GARCIA DO PRADOO Departamento de Ciências Morfológicas

da Faculdade de Biociências promoveu a entre-ga do Prêmio Professor Garcia do Prado. A dis-tinção, criada em 1985, é conferida ao melhortrabalho de pesquisa em anatomia humana re-alizado por alunos e professores de universida-des do país. Júlia Machado, Gustavo Luersen,Giancarlo Munaretto e Marco Lieberknecht, daFaculdade de Medicina da PUCRS, conquista-ram o 2º lugar com o trabalho intitulado Avali-ação da Morfologia Ureteral e Correlação comParâmetros Antropométricos: Possível contribui-ção ao uso mais racional de cateteres ureterais.

PRÁTICAJURÍDICA

O Departa-mento de PráticaJurídica da Fa-culdade de Direi-to, coordenadopelo professorVilmar Fontes,recebeu a visitade professoresdo curso de Di-reito da Unisul(Escritório Mode-lo de Advoca-cia), de Tubarão(SC). Eles vieramconhecer comofunciona o setorna Universidade,tendo elogiado otrabalho quevem sendo reali-zado.

SUBSTÂNCIAS NATURAISO professor Eduardo Cassel, das

Faculdades de Engenharia e Quími-ca, foi nomeado representante bra-sileiro na Rede Ibero-americana deSubstâncias Naturais para a Aplica-ção ou Uso Industrial do Subprogra-ma Biomassa como Fonte de Produ-tos Químicos e Energia do CYTED. Oprograma é um instrumento de coo-peração para o desenvolvimentocientífico e tecnológico dos paísesparticipantes, com impacto nos sis-temas produtivos e de serviço. OBrasil é representado pelo CNPq.

LETRASA coordenadora do Pós-Graduação em Le-

tras, Regina Zilberman, recebeu o prêmio Alejan-dro J. Cabassa de Ensaio, entregue pela UniãoBrasileira de Escritores, no Rio. A homenagem éreferente à publicação Fim do Livro, Fim dos Lei-tores? A editora marista FTD, que completa 100anos em 2002, recebeu da mesma entidade oprêmio Adolfo Aizen de Qualidade Editorial nacategoria Literatura Infantil e Juvenil.

LIGAS DO TRAUMAA Liga do Trauma da Faculdade

de Medicina organizou, pela primeiravez no Estado, o 4º Congresso Brasi-leiro das Ligas do Trauma, reunindomais de 400 estudantes e profissio-nais da área. A finalidade é mobilizare orientar a sociedade sobre a impor-tância da prevenção do trauma. Ha-milton Petry de Souza, professor daUniversidade, presidiu o congresso. Acomissão organizadora foi compostapor estudantes de Medicina, Enferma-gem, Odontologia e Fisioterapia.BIOCIÊNCIAS

Júlio César Bicca-Marques,professor da Faculdade de Biociên-cias, foi nomeado membro do Con-selho Científico do Centro de Prote-ção de Primatas Brasileiros do Iba-ma. O conselho é composto porsete especialistas que dão auxíliocientífico a decisões relacionadas aações de conservação de espéciesde primatas ameaçadas.

ADMINISTRAÇÃOÀ BRASILEIRA

A Faculdade de Administração,Contabilidade e Economia promoveu a5ª edição do Simpósio de Administra-ção de Empresas e a 2ª Feira de Admi-nistração de Empresas. Com a partici-pação de renomados profissionais daárea, o tema central do evento foi Ad-ministração à Brasileira e discutiuações inovadoras para um mercado emconstante mutação, como o nacional.

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Intox analisa drogas e produtos químicos

Bastidores

Informações:(51) 3320-3677e www.pucrs.br/toxico

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Frascos, pipetas, amostras com suspeitas decontaminação por drogas, solventes, gases, me-tais e agrotóxicos fazem parte do dia-a-dia detrabalho no Instituto de Toxicologia (Intox) ,localizado no prédio 12 da Faculdade de Bioci-ências. Lá são realizadas cerca de 2 mil análiseslaboratoriais por ano, nas quais se verifica, porexemplo, o nível de exposição de profissionais a

substâncias tóxicas. Criado em1989, com objetivo inicial de darsuporte ao curso de especializaçãoem Toxicologia, o Intox é vinculadoà Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação.

Dispõe de dois laboratóriospara análises toxicológicas, umasala de aula e de espaço para con-sulta local de literatura técnica.Segundo a diretora, a farmacêuti-ca bioquímica Flávia Thiesen, hojehá mais de 350 empresas gaúchascadastradas para as quais o Intoxrealiza análises toxicológicas a par-tir de convênio firmado com o Ser-viço Social da Indústria (Sesi).

ServiçosAlém da prestação de servi-

ços, são desenvolvidos estudos emparceria com outras unidades da PUCRS e ór-gãos públicos. Um dos recentes estudos foidesenvolvido com o Ambulatório de Tabagis-mo do Hospital São Lucas envolvendo a apli-cação de novo método para verificar o grau deabstinência do paciente à nicotina. Outro pro-jeto, realizado com o Instituto Geral de Perí-cias do Estado, examinou amostras de cocaínaavaliando a pureza e os tipos de contaminan-tes da droga no Rio Grande do Sul.

As solicitações mais fre-qüentes envolvem análisesde drogas e produtos quí-micos, principalmente a ex-posição a solventes, metaise gases no ambiente de tra-balho. Em média, são 40 pe-didos por mês que buscamdesde informação sobre prin-cípios ativos de produtos atésuspeita de intoxicação emanimais de estimação.

Ensino e pesquisaO espaço para consulta

de literatura técnica é aber-to à comunidade. Estudan-

tes de escolas visitam o local para aprendermais sobre os efeitos nocivos de substânciasem plantas tóxicas, alimentos e produtos quí-micos.

Em sua 14ª edição, o curso de especializa-ção capacitou 271 profissionais das áreas técni-co-científicas para atuar em toxicovigilância,análises toxicológicas, proteção ao meio ambi-ente e na avaliação de riscos. Os cursos de ex-tensão do Intox recebem alunos de todo o inte-rior do Estado e do país. Entre os temas aborda-dos estão acidentes químicos e drogas de abuso.

As próximas metas do Intox são criar umahomepage com informações sobre substânciasquímicas e ampliar o número de parcerias eprodução científica. Ainda este ano será fir-mado convênio com o Ministério Público den-tro do Programa de Atenção Especial ao Ado-lescente Infrator Usuário de Drogas, cujas aná-lises toxicológicas serão realizadas pela equi-pe da Universidade.

Toxicologia estimulapesquisa e ensino

Biblioteca para consulta de literatura técnica

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à Capital em 1957, aos 12 anos. Das recordações demenino, ele traz o contato com a literatura. Desde cedolia clássicos como Cervantes, Chateaubriand e Machadode Assis. “Tive uma infância bastante protegida. A lite-ratura e o cinema me afastavam do mundo de proibiçõese me possibilitavam fantasiar e sonhar”.

Na adolescência Assis Brasil começou a estudar vio-loncelo. Em 1965 ingressou na Faculdade de Direito e,na mesma época, tornou-se músico da Ospa. Trabalhoucomo advogado apenas dois anos. “Não era exatamenteminha vocação”, reconhece. Em meados dos anos 70, aconvite do ex-senador Paulo Brossard, na época titularda disciplina de Direito Civil na PUCRS, Assis Brasil pas-sou a atuar como professor da matéria.

Paixão pela OficinaO início de Assis Brasil na literatura foi escrevendo

artigos históricos e literários na imprensa. “Sentia voca-ção para várias possibilidades artísticas, mas a literatu-ra, por ser algo maior, me completava”. Hoje ele dedicaas horas de seu dia escrevendo ou ministrando aulas naOficina de Criação Literária, que completou 17 anos. “AOficina é minha casa. Não me imagino trabalhando emoutro lugar”. Mais de 600 alunos já freqüentaram suasaulas. O professor orgulha-se de relembrar as façanhasliterárias dos pupilos. “Quando meus alunos publicamlivros, fico tão feliz como se eu mesmo tivesse lançadoa obra”.

Para o autor, o processo de criação é algo que fluinaturalmente. De acordo com ele, 40% do trabalho sig-nifica pesquisa, o restante é entregue à imaginação. “Oromance é uma arquitetura e deve ser tratado como tal”.Depois de 16 anos dedicados aos livros, Assis Brasilrevela que não tem mais pressa para escrever. “A obraseguinte deve sempre superar a anterior. Nada pior doque o leitor comentar: o primeiro era melhor”.

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O encantador homemdas palavrasPerfil

Luiz Antonio de Assis Brasil ingressouno mundo literário de uma forma despre-tensiosa, sem pressa e motivado pelo gos-to de lidar com as palavras. A estréia em1976, com o livro Um Quarto de Légua emQuadro, focaliza a vida dos imigrantes aço-rianos que vieram para o Sul do País. For-mado em Direito pela PUCRS, chegou alecionar a disciplina de Direito Civil naUniversidade e foi violoncelista da Orques-tra Sinfônica de Porto Alegre por 14 anos.“Sou grande ouvinte de música clássica por-que consegui me libertar da tirania dasnotas musicais”, diz. Desde 1985 atua comoprofessor do Pós-Graduação em Letras, co-ordenando a Oficina de Criação Literária,na qual auxilia, com sua experiência deficcionista, jovens escritores a encontra-rem seu caminho.

Aos 57 anos, com 14 romances publicados, Assis Brasilconquistou prêmios literários importantes e vê com na-turalidade suas obras serem levadas para o cinema. “Nãointerfiro e dou liberdade ao diretor”. A mais recente, Vi-deiras de Cristal, foi adaptada às telas pelo diretor FábioBarreto. O filme Jacobina, nome da protagonista do li-vro, conta a história da imigração alemã no Estado. Ou-tros romances do escritor estão em processo de produçãocinematográfica, como Manhã Transfigurada, Um Quartode Légua em Quadro e o Pintor de Retratos.

Clássicos na estanteDe origem açoriana por parte de pai e mãe, Assis

Brasil nasceu em Porto Alegre e conta que teve umaeducação de excelente qualidade. Passou parte da infân-cia na cidade de Estrela, junto à família, e de lá retornou

Assis Brasil: Professor e escritor de 14 romances

Em aula: na Oficina de Criação Literária

por PAULA OLIVEIRA DE SÁ

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Perfil da empresaSanta Maria Filho considera excelente o

ambiente de trabalho na Microsoft. Quanto àrelação de hierarquia, diz que é bastantedifusa e na maior parte do tempo pode dis-cutir abertamente com qualquer colega ousuperior, sugerindo novas idéias. Considera opresidente da Microsoft, Bill Gates, brilhan-te, dedicado e muito exigente. “Meu chefedireto lida com ele e me sinto feliz por nãoser eu. Bill Gates é famoso por esquadrinharaté o último detalhe de qualquer idéia quese apresente e a experiência nem sempre émuito agradável.”

Os funcionários da Microsoft não têm ho-rário definido a cumprir e se vestem comoquerem. Há alguns usando chinelo de dedo ebermuda e outros de terno e gravata. “O de-sempenho é medido pelo resultado. Qualquerque seja a hora ou época do ano há bastantegente trabalhando”, afirma. Alguns gruposmarcam períodos durante a semana em que to-dos devem estar na empresa para participar dereuniões. É permitido também levar os filhosou o cachorro e trabalhar ouvindo música.Santa Maria Filho conta que quase todos têmuma sala própria, “nada de cubículos”.

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stud

ei n

a PU

CRS

Ivan Santa Maria Filho, 28 anos, formou-se na Faculda-de de Informática da PUCRS em agosto de 1997. Três anosdepois começou a trabalhar na Microsoft, em Redmond,Washington, Estados Unidos. Teve ascensão rápida na em-presa e hoje atua como engenheiro de Desenvolvimento deSoftware em Qualidade, com a função de assegurar a satisfa-ção dos consumidores. Cria ferramentas que automaticamen-te verifiquem possíveis falhas antes que aconteçam e anali-sa a especificação de novos produtos ou versões. É lídertécnico no SQL Server e busca montar a melhor equipe deperformance do mundo visando a aprimorar um lançamentoprevisto para 2005. Esteve na PUCRS em outubro contandoa sua experiência.

O ex-aluno lembra com carinho a Universidade e especial-mente a atual diretora da Informática, Vera Strube de Lima,a qual chama de mentora. “A dedicação e o compromissocom a excelência que ela demonstrou foram essenciais naminha formação”, diz. Refere também à aprendizagem devárias plataformas computacionais e metodologias de desen-volvimento. “Acho que foi uma experiência rica e proveitosae, pelo que vi até agora, pouco comum”, reforça. Sentiufalta de mais profundidade em análise de algoritmos, disci-plina hoje oferecida no curso. “Acredito que em grande parteo estudante faz a instituição e a PUCRS me deu espaço paracrescer quando eu procurei.”

O diferencial como pesquisadorAntes mesmo de se formar, Santa Maria Filho prestava

consultoria a pequenas empresas. Fazia de tudo, de planejarredes ponto-a-ponto a desenvolver sistemas de software. Pen-sava em seguir carreira acadêmica, aprofundando-se no pro-cessamento de língua natural. “Aprendi a amar essa área naPUCRS. Os anos de iniciação científica me deram um diferen-cial importante em relação aos meus colegas”, salienta. Acre-dita que isso garantiu sua vaga no mestrado em Ciência daComputação da Unicamp. Ao concluir a dissertação, um ami-go lhe informou que a Microsoft estaria no Brasil contratan-do e insistiu para que enviasse currículo. Os dois passaramna entrevista inicial, mas apenas Santa Maria Filho foi con-tratado.

Nascido em Ponta Grossa, Santa Catarina, morou com afamília em dez cidades brasileiras. Quando os pais deixaramPorto Alegre, permaneceu por causa da Faculdade e da na-morada, hoje sua esposa, que está com ele nos EUA. SantaMaria Filho procura voltar ao Brasil a cada 18 meses. Admiraa sociedade norte-americana por diferenciar bem liberdade efalta de respeito. Vê muita diversidade no país em razão dosimigrantes. O que fica evidente nos profissionais de diferen-tes países contratados pela própria Microsoft.

Apesar da boa vontade quanto ao Brasil, costumava ficarchateado com a ignorância sobre o país. Até que alguém lheperguntou sobre o urdu, idioma oficial do Paquistão e usadotambém na Índia. “Quase um bilhão de pessoas falam urdu.Hoje sei e aprendi uma lição: respeito e exposição se con-quistam com trabalho, estratégia e dedicação.”

Ex-aluno trabalha nos EUA

Ivan Santa Mariaatua na Microsoft

por ANA PAULA ACAUAN

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intervenção social am-pliou sua perspectivade atuação na área daSociologia. “Temos aoportunidade de conhe-cer e praticar novas ati-vidades e, ao mesmotempo, dar assistênciaàs pessoas que neces-sitam”, observa.

O projeto Guri doPão é destinado a jo-vens e adultos e ensi-na o processo de fabri-cação do pão aos mo-radores da Vila MárioQuintana, no Cesmar.Seis estudantes promo-

vem a socialização entre a comunidade estimulando osistema de produção. Cada pessoa é responsável por umaparte desse sistema, assimilando, assim, a idéia de cole-tividade. Os recursos para a fabricação do pão foramarrecadados pelos próprios alunos, que venderam pãesna PUCRS. Professores também colaboraram financeira-mente. O grupo também ensina noções de mercado, lu-cros e investimentos em aulas explicativas que ocorremno intervalo da produção. Por dentro das etapas de fa-bricação e comercialização do pão, o objetivo é criaruma cooperativa de produção gerenciada pelos alunos doprojeto.

Economia solidáriaA economia solidária constitui-se numa alternativa

concreta para a geração de renda. O projeto ComprasColetivas é desenvolvido com 50 famílias carentes daVila Chapéu do Sol, no bairro Belém Novo. Os alunosagem em conjunto com duas ONGs que atuam no localpara a implantação de um empreendimento solidário. Asfamílias são conscientizadas das vantagens em adquirirprodutos alimentícios, de higiene e limpeza, por meio dacooperação entre os moradores da comunidade. O grupo,formado por cinco alunos, ainda atua em parceria com asONGs Ananda Marga e Guayí com a meta de criar umacooperativa de fitocosméticos como instrumento de rein-serção produtiva de trabalhadores desempregados.

Todos os projetos têm o objetivo de construir umaestrutura auto-sustentável. As ações são projetadas paraque a comunidade possa, independentemente, dar conti-nuidade ao trabalho dos alunos. A idéia é constituir umleque de convênios com empresas, organizações e uni-versidades para que as atividades continuem a promovera cidadania e o bem-estar da população. Entidades quedesejarem fazer parte dessa parceria podem entrar emcontato com a professora Maria Beatriz Duarte pelo tele-fone (51) 9138-2345. Mais informações no site da disci-plina: www.laboratoriosdesociologia.rg3.net.

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Laboratórios de Sociologiaatuam em comunidades carentesAção Comunitária

A disciplina Labo-ratórios de Práticas emSociologia foi criada emmarço deste ano, numainiciativa do Departa-mento de Ciências So-ciais da Faculdade deFilosofia e Ciências Hu-manas. Na prática, osestudantes desenvol-vem projetos de inter-venção socioeducativosem comunidades caren-tes de Porto Alegre, soba coordenação da pro-fessora Maria BeatrizDuarte.

No primeiro semes-tre foram realizadas atividades visando a preparar osgrupos para a elaboração de seus projetos. “Nosso traba-lho busca a possibilidade da intervenção sociológica e,para tanto, devemos saber quais as suas necessidades”,explica Maria Beatriz. O contato identifica o diagnósti-co, define quais os problemas e ações serão desenvolvi-das. Depois os alunos negociam com a comunidade, fa-zem sua proposta de ação e elaboram o projeto.

Leitores e pãoTrês trabalhos estão em andamento no segundo se-

mestre. O projeto Pequenos Leitores envolve crianças dequatro a seis anos da creche comunitária da Vila Cruzei-ro, em Porto Alegre. Um grupo de quatro alunos, além depropiciar um ambiente de descontração e lazer, incentivaas crianças à leitura. Os estudantes reúnem-se duas ve-zes por semana, fazem a leitura de obras infantis epromovem uma espécie de oficina de criação. O objetivoé desenvolver o potencial lúdico dos pequenos leitores,fazendo-os reproduzir as histórias contadas. Xana Perei-ra, aluna do 2º semestre, diz que a possibilidade dessa

Projeto Pequenos Leitores na Vila Cruzeiro

Projeto Guri do Pão ensina como fazer

Foto

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vulg

ação

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da do crescimento, esse modelo provocou enormeaumento da vulnerabilidade externa do país. Nospróximos anos serão remetidos para o exteriorcerca de 4 a 5% do PIB. O pagamento de jurosrepresentará entre 2 a 3% do PIB e a remessa delucros atingirá 2%.

A vulnerabilidade externa acarreta dois efei-tos negativos sobre o crescimento. Primeiro, aeconomia do país é administrada em função dospagamentos externos e das incertezas associadasà capacidade para fazer frente a esses compro-missos. Esta fragilidade associada aos aconteci-mento internacionais e às indefinições políticasfez o Real se desvalorizar fortemente. Segundo, atransferência de recursos reduz a capacidade deinvestimento do país, resultando em menor cres-cimento. A vulnerabilidade externa representa omaior limite para o Brasil crescer a taxas eleva-das nos próximos anos.

O governo Lula deverá reduzir a vulnerabili-dade externa através do aumento do saldo dabalança comercial. Devem ser adotadas políticaseconômicas que estimulem as exportações e subs-tituam as importações. Assim, haveria possibili-dade de reduzir a taxa de juros, proporcionandoum maior crescimento econômico.

Ao mesmo tempo, o país possui parcela sig-nificativa da sua população que necessita ser in-corporada ao processo de desenvolvimento. Háum enorme espaço de crescimento econômico pormeio da melhora das condições de vida da popu-lação de baixa renda com mudanças nas suascondições de alimentação, educação, saúde, ha-bitação e segurança. Neste momento, distribui-ção de renda e crescimento econômico andamlado a lado no país. O Estado deve ter políticasativas nesse sentido. Esse tipo de crescimentopossui baixo impacto sobre a balança comercial eum grande efeito sobre a expansão da renda e doemprego.

Assim, se o novo Governo for capaz dereduzir a restrição externa e associar o processode crescimento econômico com distribuição derenda, o país poderá iniciar um novo processode desenvolvimento. Não somente a taxa decrescimento do PIB e as condições de vida dapopulação brasileira irão melhorar, como o pró-prio processo democrático será consolidado. Aquestão é saber se o país aproveitará estaoportunidade.

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ADALMIR MARQUETTICoordenador do Programade Pós-Graduaçãoem Economia da PUCRS

Opin

ião

O resultado da eleição presidencial levanta aquestão sobre as possibilidades de retomada docrescimento econômico. O Brasil, que entre 1945e 1980 apresentou um crescimento médio anualdo Produto Interno Bruto de 7%, cresceu 2% noperíodo 1980-2001. Entre 1994 e 2001 a expan-são média do PIB foi de 2,4%.

A eleição de Lula representa a derrota datentativa de organi-zar no país um mo-delo econômico ba-seado no Consensode Washington. Esteconsiste num con-junto de políticasneoliberais com aconcepção de que omercado é a melhorforma de solucionaras questões ligadasao desenvolvimento.Nos anos 90 houveforte redução da ca-

pacidade do Estado em realizar políticas públicasque gerassem desenvolvimento econômico. Umanova forma de inserção na economia mundial foiadotada, com a liberalização comercial e finan-ceira que ampliou a internacionalização do país.

Além da incapacidade de propiciar a retoma-

“O governo Lula deveráreduzir a vulnerabilidade

externa atravésdo aumento do saldoda balança comercial.Devem ser adotadas

políticas econômicas queestimulem as exportações

e substituamas importações”.

O processo de desenvolvimentoe os resultados da eleição

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O Museu de Ciências e Tecnologia (MCT) daPUCRS é responsável pela elaboração do Plano Ambi-ental de São Leopoldo. A proposta visa a conciliar odesenvolvimento econômico do município com apreservação ambiental e a melhoria da qualidade devida da população. A conclusão está prevista para ofinal de novembro. A equipe de trabalho é formadapor 18 especialistas e cinco acadêmicos, que têm atarefa de reunir as informações e propor alternativaspara os problemas detectados. A proposta do MCT foiaprovada pelo Conselho Municipal do Meio Ambien-te, em abril deste ano. O Sindicato das Indústrias daConstrução e do Mobiliário de São Leopoldo atuacomo interveniente no convênio firmado.

Empreendimentos que causam impactos ao am-biente precisam ser licenciados pelo órgão ambientalestadual. Para isso, os empreendedores devem apre-sentar estudos de impacto ambiental e, com o re-cente Estatuto da Cidade, estudo de impacto de vi-zinhança. Como a Fundação Estadual de Proteção aoMeio Ambiente (Fepam) não consegue atender a to-dos os pedidos e a lei faculta, os municípios tam-bém podem exercer essa competência, no âmbito deseus territórios. “O município precisa fiscalizar por-que senão corre o risco de ser enquadrado em im-probidade ambiental”, alerta o especialista em Le-gislação Ambiental, Orci Teixeira, um dos integran-tes da equipe.

O Plano Ambiental é um dos documentos que oMunicípio deve apresentar à Secretaria Estadual doMeio Ambiente para se habilitar a realizar o licenci-amento ambiental das atividades de impacto local. Aprimeira parte do trabalho envolve conhecer a reali-dade local e analisar impactos atuais e futuros. Ospesquisadores buscam os dados junto ao município eórgãos públicos e privados. Os temas pesquisadosenvolvem, entre outros, clima, geologia, recursoshídricos, vegetação, fauna, legislação ambiental,patrimônio arqueológico, patrimônio histórico ecultural, agropecuária, indústria e comércio, assen-tamentos urbanos, saúde pública, saneamento, edu-cação ambiental e demandas da comunidade.

Principais problemasSegundo o coordenador técnico da proposta e

vice-diretor do MCT, engenheiro agrônomo MarioTeixeira, São Leopoldo enfrenta os problemas co-muns a municípios industrializados. Com aproxima-damente 200 mil habitantes, apenas 4% na árearural, têm a economia baseada nas indústrias cou-reiro-calçadistas. Além da poluição dessa ativida-de, há assentamentos urbanos instalados em áreasimpróprias, como banhados, disposição de lixo emrios e beiras de estradas, esgotos a céu aberto edificuldades de fiscalização. A exploração da mine-ração de arenito no Morro de Paula, interditadopela Fepam, e a retirada de areia também sãosituações críticas.

O Plano envolve a proposição de programas parasolucionar estes problemas ambientais. Para isso,também são analisados os procedimentos técnicos eadministrativos em vigor, as autuações mais fre-qüentes e as demandas da sociedade, registrados emdocumentos da prefeitura. A versão preliminar seráapresentada e discutida com os técnicos do municí-pio. Uma audiência pública propiciará a participaçãoda comunidade. As sugestões serão avaliadas e in-corporadas ao documento definitivo.

“Tendo o Plano como referência, a população ea imprensa terão melhores condições de fiscalizar”,salienta Mario Teixeira. Além disso, as diretrizesambientais propostas no Plano Ambiental poderãoser incorporadas ao Plano Diretor de São Leopoldo,que precisa ser atualizado.

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Am

bien

teMuseu elabora PlanoAmbiental para São Leopoldo

Solução: educação ambiental Rio dos Sinos: pesquisadores em ação

Favela: falta de planejamento urbano