aberta stec nº29 · natal, não é de certeza uma norma por que se rege um estado de direito. -...

24
ALTERAÇÃO DO CÓDIGO DO TRABALHO - PROPOSTA DE LEI Nº46/XII CORTES ILEGAIS NOS SUBSÍDIOS DE FÉRIAS 9 juris iuris ? quid BOLETIM INFORMATIVO DO STEC Distribuição Gratuita MAIO 2012 29 CAIXA 2 editorial REUNIÕES DO CONSELHO NACIONAL 4 REUNIÕES DE DELEGADOS SINDICAIS 5 GRANDE MANIFESTAÇÃO NACIONAL 11 FEVEREIRO 2012 AÇÕES EM TRIBUNAL 6 PROTOCOLO DE COLABORAÇÃO COM O OBSERVATÓRIO SOBRE CRISES E ALTERNATIVAS 3 sindical JOÃO CAMARGO - Agrónomo / Engenheiro do Ambiente 11 entrevista FIM DE SEMANA NO ALENTEJO À DESCOBERTA DO RIBATEJO VI CONCURSO DE FOTOGRAFIA STEC VII CONCURSO DE FOTOGRAFIA STEC 18 horas livres

Upload: others

Post on 27-Oct-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: aberta STEC Nº29 · Natal, não é de certeza uma norma por que se rege um Estado de direito. - Ignorar que a grande fatia desta dívida, pouco tem a ver com as despesas do Estado

1

alteração do código do trabalho - proposta de lei nº46/xii

cortes ilegais nos subsídios de férias

9 juris

abertaCAIXA

iuris ?quid

BOLETIM INFORMATIVO DO STECDistribuição Gratuita

MAIO 2012Nº29

CAIXA

2 editorial

reuniões do conselho nacional

4 reuniões de delegados sindicais

5 grande manifestação nacional 11 fevereiro 2012

ações em tribunal

6 protocolo de colaboração com o observatório sobre crises e alternativas

8 stec reune com a administração da fidelidade mundial e apresenta proposta para negociação do act

3 sindical

João camargo- agrónomo / engenheiro do ambiente

11 entrevista

fim de semana no alenteJo

à descoberta do ribateJo

vi concurso de fotografia stec

vii concurso de fotografia stec

18 horas livres

Page 2: aberta STEC Nº29 · Natal, não é de certeza uma norma por que se rege um Estado de direito. - Ignorar que a grande fatia desta dívida, pouco tem a ver com as despesas do Estado

STEC | CAIXA ABERTA Nº29 | MAIO 20122

As interrogações sucedem-se e as perguntas repetem-se:

“Será que o corte dos Subsídios é irreversível? Existirá alguma possibilidade das verbas cortadas poderem ainda vir a ser repostas?“

Supostamente Portugal ainda será um Estado de direito, pelo menos é isso que constantemente ouvimos apregoar. Ora, num Estado de direito, é de facto bastante difícil compreender muitas coisas que se vão sabendo e outras com que todos os dias estamos a tropeçar, nomeadamente:

- O acumular sem fim de processos em Tribunal, que não têm depois a presteza de uma decisão em tempo útil, não é propriamente apanágio de um Estado que se afirma de direito;

- O incumprimento continuado pelas leis, que esticam ou encolhem, conforme o poder e a influência dos interesses em presença, não é decerto uma prática que caracteriza um Estado de direito;

- A opção de fazer recair sobre uma minoria da população a obrigação de pagar um défice, que é do país, que é de todos, não é de todo uma atitude digna de um Estado de direito;

- O desrespeito pelas leis da concorrência, traduzido na discriminação sofrida pelos trabalhadores do Grupo CGD, em relação aos das empresas da concorrência, com os cortes dos Subsídios de Férias e Natal, não é de certeza uma norma por que se rege um Estado de direito.

- Ignorar que a grande fatia desta dívida, pouco tem a ver com as despesas do Estado e nada mesmo com a CGD, mas que é sim o resultado de contínuas políticas erradas, algumas criminosas mesmo, que além de destruírem a produção nacional e colocarem o país numa total dependência do exterior, impuseram a cultura do cimento e comprometeram o país com ruinosas parcerias publico/privadas.

Perplexos, descontentes e indignados, os trabalhadores do Grupo CGD protestaram, manifestaram-se, fizeram greves, mas o Governo tem sido inflexível. Como vivemos num Estado de direito... restou o recurso aos Tribunais! Foi o que fizemos.

Nos tribunais, as audiências de parte têm decorrido com normalidade e temos informação de que haverá processos cuja decisão pode ser tomada até ao fim do corrente ano. Como a esperança é a última coisa a morrer... a expectativa de que nada está ainda perdido, mantém-se.

À beira de um ataque de nervos, esperamos que a Justiça se cumpra.

Quid iuris?

editorial

Uma questão em particular absorve hoje o pensamento dos trabalhadores e reformados do Grupo CGD - o corte ilegal dos Subsídios de Férias e de Natal.

índice CAIXA ABERTA Nº29 maio 2012

• REuNIõES DO CONSElhO NACIONAl; APRESENTAçãO DE lIvRO COMEMORATIvO 10º ANIvERSáRIO STEC;

• REuNIõES DE DElEGADOS SINDICAIS

• GRANDE MANIFESTAçãO NACIONAl - 11 FEv DE 2012

• AçõES EM TRIBuNAl - AuDIÊNCIAS DE PARTE

• STEC ASSINA PROTOCOlO DE COlABORAçãO COM O OBSERvATóRIO SOBRE CRISES E AlTERNATIvAS

• QuID IuRIS?

• SONhO Ou PESADElO?

• FIM DE SEMANA NO AlENTEJO• À DESCOBERTA DO RIBATEJO• vI CONCuRSO DE FOTOGRAFIA

• vII CONCuRSO DE FOTOGRAFIA

• INICIATIvA POR uMA AuDITORIA CIDADã (IAC) Ou A CRISE DA DEMOCRACIA

• DIREITOS, TRABAlhO, óCIO E FElICIDADE

• JOãO CAMARGO AGRóNOMO / ENGENhEIRO DO

AMBIENTE

• FORMAçãO EM INGlÊS - PORTO

• AlTERAçãO DO CóDIGO DO TRABAlhO PROPOSTA DE lEI Nº46/XII

• TRABAlhO A TEMPO PARCIAl

• STEC REuNE COM A ADMINISTRAçãO DA FIDElIDADE MuNDIAl E APRESENTA PROPOSTA PARA NEGOCIAçãO DO ACT

02 EDITORIAl 14 CAIXA OPINIãO

18 hORAS lIvRES

21 PROTOCOlOS

24 INSólITO

03 CAIXA SINDICAl08 CAIXA FORMAçãO

09 CAIXA JuRIS

11 ENTREvISTA

sindical

Page 3: aberta STEC Nº29 · Natal, não é de certeza uma norma por que se rege um Estado de direito. - Ignorar que a grande fatia desta dívida, pouco tem a ver com as despesas do Estado

3

No intervalo do almoço, antes do reiní-cio dos trabalhos do Conselho Nacional, a Drª Mariana Mortágua fez uma breve apresentação da sua Tese de Mestrado, subordinada ao tema - “O papel da Caixa Geral de Depósitos na recente crise económica (2007 – 2011): A Propriedade Pública faz a Diferença?”A sua comunicação prendeu a atenção de todos os presentes, tendo sido bas-tante elucidativa acerca da importân-cia da CGD como Banco Público e das suas vantagens para a economia portu-guesa, salientando, nomeadamente, o seu papel de contra-ciclo, como único banco a aumentar a oferta de crédito a partir de 2008.

Em 7 de Dezembro de 2011 decorreu, na Sede do STEC, em Lisboa, uma reunião do Conselho Nacional, para discussão e votação do Plano de Actividades e Orçamento de 2012.

conselho nacional

Teve lugar, no passado dia 18 de Abril, uma reunião ordinária do Conselho Nacional, que contou com a presença de setenta membros com direito a voto, para além do Conselho Fiscal e Conselho Disciplinar.

Apresentação da tese de mestrado da economista

Mariana Mortágua

No final da reunião, teve lugar uma sessão de apresentação do livro de cartoons, comemorativo do 10º aniversário do STEC, que, para além da presença dos autores, contou com a participação dos membros do Conselho Nacional, Direcção, Mesa da Assembleia Geral, Conselho Fiscal, Comissão de Reformados e alguns trabalhadores da área de lisboa.

Da ordem de trabalhos constavam dois pontos: Discussão e votação do Relatório de Atividades e Contas, de 2011 e discussão e votação da proposta da Direção so-bre a compra de um imóvel para instalação da Delegação do STEC, no Porto.

No período antes da Ordem do Dia foram abordadas algumas questões relacionadas com o cada vez maior corte de direitos dos trabalhadores, registando-se a necessi-dade de uma atitude mais pro-activa, da parte de Dirigentes e Delegados Sindicais, de forma a permitir uma maior intervenção do Sindicato, nestas matérias.

A Direção fez uma apresentação desenvolvida do Relatório de Atividades e Contas e o Presidente do Conselho Fiscal explicou o acompanhamento regular das contas, ao longo do ano, e a fundamentação do parecer favorável deste órgão. Foram coloca-das algumas questões e pedidos esclarecimentos por diversos membros do CN, aos quais a Direção respondeu, tendo, no final do debate, o documento sido aprovado.

No segundo ponto, o Presidente da Direção apresentou a proposta, considerando a compra de um imóvel para a Delegação do Porto uma grande oportunidade, tendo em conta o preço e a localização. Salientou que seria um investimento de grande importância para o STEC, reforçando o seu património, fruto de uma gestão equili-brada, que permite fazer a aquisição sem recurso ao crédito.

Depois de terem sido abordados diversos pormenores relacionados com a compra do imóvel, a proposta da Direção foi aprovada, sem votos contra e apenas com uma abstenção.

A apresentação do livro esteve a cargo do Dr. Osvaldo Mace-do de Sousa, produtor cultural e historiador no campo do hu-mor gráfico, que fez uma comunicação sobre: o trabalho – uma perspectiva satírica.

Falou posteriormente sobre o livro de cartoons apresentado, destacando a figura e o percurso do autor, José Oliveira.

O cartoonista falou sobre o seu trabalho e a ligação ao STEC, através da revista Caixa Aberta, salientando a forma algo pio-neira que o Sindicato encontrou para denunciar coisas muito sérias através do humor.

O Presidente da Direcção agradeceu a presença de todos, salientando a importância de assinalarmos, mesmo que de forma muito simples, os 10 anos de vida do Sindicato.

No final apagaram-se as velas do bolo de aniversário e brin-dou-se a uma longa vida do STEC.

Conselho Nacional reuniu em 18 de abril para aprovar:- Relatório de Atividades e Contas de 2011- Compra de instalações para a Delegação do Porto

sindical

José Oliveira

Page 4: aberta STEC Nº29 · Natal, não é de certeza uma norma por que se rege um Estado de direito. - Ignorar que a grande fatia desta dívida, pouco tem a ver com as despesas do Estado

STEC | CAIXA ABERTA Nº29 | MAIO 20124

sindical sindical

Mais de 140 Delegados Sindicais, reunidos na Sede do STEC em 10 de Novembro, aprovaram por unanimidade e aclamação um documento de apelo à greve geral, apoio à Direção em ações de luta contra os cortes salariais e ações em tribunal.

No intervalo do almoço, os Delegados mostraram a sua in-dignação e o protesto pelo roubo dos Subsídios de Férias e de Natal, sentimento partilhado por muitos trabalhadores da Sede da CGD, envergando "coletes" com diferentes frases:

- "Não somos gorduras do Estado",- "Fartos de ser roubados",- "Não somos despesa do O.E.",- "Paciência tem limites",- "Contra o roubo dos Subsídios",- "Sempre os mesmos a pagar, Não!",

situação que motivou a curiosidade e os comentários de apoio de muitos trabalhadores.

A culminar a realização de 14 plenários de trabalhadores efe-tuados em capitais de distrito (lisboa, Porto, Coimbra, Avei-ro, Braga, Bragança, viana do Castelo, vila Real, Évora, lei-ria, Faro, Guarda, Santarém e viseu), o STEC realizou, em 7/3/2012, uma reunião nacional de Delegados Sindicais na sua sede, onde foram debatidas as consequências do corte dos Subsídios de Férias e de Natal, a Proposta de lei nº 46/ XII de Revisão ao Código do Trabalho e as medidas a tomar.

Os Delegados apresentaram vários problemas e ilegalidades de que os trabalhadores estão a ser vítimas nos locais de trabalho e abordaram a grave situação económica em que a maioria dos trabalhadores se encontra, na sequência do corte dos Subsídios de Férias e Natal, contribuindo ainda com pro-postas de ações a desenvolver pelo STEC a vários níveis.

A revisão do Código de Trabalho e as gravíssimas consequên-cias que se colocam para os trabalhadores, foram também questões debatidas, concluindo com o anúncio da Direção do STEC de aderir à Greve Geral do dia 22 de Março, como res-posta a estas medidas que fragilizam quem trabalha e prote-gem quem gere.

Em 10 de novembro decidiram apoiar a greve geral e protestaram na sede da CGD

Em 7 de março - Aprovaram ações contra cortes salariais e alterações ao código do trabalho

reuniões de delegados sindicais

plenário - Lisboa

plenário - Vila Real plenário - Bragança

plenário - Porto

Page 5: aberta STEC Nº29 · Natal, não é de certeza uma norma por que se rege um Estado de direito. - Ignorar que a grande fatia desta dívida, pouco tem a ver com as despesas do Estado

5

sindical

O STEC participou em 11 de Fevereiro na Grande Manifestação Nacional convocada pela CGTP, considerada por esta central como a maior manifestação de sempre - 300.000 participantes.

grande manifestação nacional - 11 de fevereiro 2012

ações em tribunal - audiências de parte

O Terreiro do Paço encheu-se com trabalhadores que confluíram de quatro pontos diferentes: Restauradores, Martim Moniz, Santa Apolónia e Cais do Sodré, transformando-se no Terreiro da luta.

O STEC intentou ações em Tribunal, relativamente ao corte dos Subsídios de Férias e de Natal aos seus associados, contra a Caixa Geral de Depósitos (no Tribunal Administrativo e no Tribunal de Trabalho), contra a Fidelidade-Mundial, a Império--Bonança, a via Direta, a Caixa leasing e Factoring, o Caixa BI e ainda a Caixa Geral de Aposentações, sendo esta última relativa aos sócios na situação de aposentados.

Os trabalhadores e reformados, vindos de vários pontos do país, protestaram contra a política de austeridade e de em-pobrecimento dos portugueses, com o corte dos subsídios, o congelamento da contratação coletiva e as alterações ao Códi-go do Trabalho, que facilitam e embaratecem os despedimen-tos e aumentam a precariedade, só criando mais desemprego. A exigência de políticas de desenvolvimento económico e de criação de emprego, foi uma das reivindicações mais pre-sentes nos cartazes da manifestação, onde marcaram pre-sença também vários grupos organizados dos trabalhadores precários.

Quanto a estas ações, foram já realizadas algumas audiências de parte (primeira decisão do juiz de juntar as duas partes com vista a avaliar a possibilidade, ou não, de um acordo que suspenda a continuação da ação) e estão outras marcadas. Em resultado das audiências realizadas, ficaram já marcadas algumas leituras de sentença visto que a matéria é de direito e não de facto. Assim, a do Caixa BI está marcada para 29 de Novembro deste ano, a da via Direta para 21 de Fevereiro de 2013, as da CGD e ClF, em simultâneo, no dia 11 de Abril de 2013 e, por fim, a da Império Bonança em 21 de Maio de 2013. A Direção estabeleceu também já contactos no sentido de poder levar a Bruxelas, à uE, esta questão do corte dos Subsídios de Férias e de Natal, tanto no que se refere à situação discriminatória de que os trabalhadores do Grupo foram alvo, em relação à concorrência, como à ilegalidade do corte aos reformados, considerando a apropriação do Fundo de Pensão dos trabalhadores da CGD, em 2005.

Page 6: aberta STEC Nº29 · Natal, não é de certeza uma norma por que se rege um Estado de direito. - Ignorar que a grande fatia desta dívida, pouco tem a ver com as despesas do Estado

STEC | CAIXA ABERTA Nº29 | MAIO 20126

sindical

Criado pelo Centro de Estudos Sociais (CES), com a cola-boração do Instituto para os Estudos Laborais da Organi-zação Internacional do Trabalho (INST/OIT), o Observatório sobre Crises e Alternativas tem como objetivo acompanhar o desenvolvimento da(s) crise(s) nas suas várias dimensões e manifestações em Portugal, tornando mais precisos a sua caracterização e o seu diagnóstico.

Foram oradores na apresentação, Boaventura Sousa San-tos, Diretor do Centro de Estudos Sociais, Raymond Torres, Diretor do Instituto para os Estudos laborais da Organiza-ção Internacional do Trabalho e Manuel Carvalho da Silva, Coordenador do Observatório sobre Crises e Alternativas. A moderação foi efetuada por Mafalda Troncho, Diretora da OIT-lisboa.

«Era importante abrir uma janela na área das crises e das al-ternativas», declarou Boaventura Sousa Santos, o Observa-tório sobre Crises e Alternativas deverá contrariar a ideia de que existe uma única solução para a crise, que passa por «mais austeridade», afirmou o sociólogo. «Domina em Portugal, neste momento, um certo pensamento único acer-ca da leitura da crise, que normalmente se concebe como uma crise sistémica, mas onde Portugal e os portugueses têm uma grande dose de culpa, por viveram acima das suas posses, como se ouve frequentemente». Na sua opinião, «desse diagnóstico, resulta sempre a mesma solução, que não tem alternativas», que passa por «mais austeridade, consolidação orçamental, cortes sociais e redução de cus-to salariais», tendo em vista o aumento da competitividade. «Mas esta política não é a única política possível», defen-deu Boaventura Sousa Santos.

Em 16 de abril 2012, no Auditório do Centro de Informação urbana de lisboa (Picoas Plaza, Rua do viriato), realizou-se a Sessão de Apresentação Pública do Observatório sobre Crises e Alternativas.

stec assina protocolo de colaboração com o observatório sobre crises e alternativas

O STEC, reconhecendo o interesse, para o sindicato e para os seus associados, dos objetivos a que se propõe o Observatório sobre Crises e Alternativas, assinou um protocolo de colaboração como doador daquele projeto, em 23 de Fevereiro.

O Observatório, coordenado por Manuel Carvalho da Silva, atual responsável do CES em lisboa, pretende fazer uma lei-tura alternativa dos dados sobre a crise e, ao mesmo tempo, promover uma análise de conjuntura.

O Observatório procurará acompanhar as políticas, quer quanto aos objetivos e meios mobilizados, quer quanto aos resultados expectáveis ou observáveis, e contribuir para a identificação de respostas e para o alargamento do leque de alternativas em consideração no debate público.

Page 7: aberta STEC Nº29 · Natal, não é de certeza uma norma por que se rege um Estado de direito. - Ignorar que a grande fatia desta dívida, pouco tem a ver com as despesas do Estado

7

O “Dicionário das Crises e das Alternativas” pretende ser um contributo para apetrechar o leitor a melhor perceber o que lê, ouve ou vê, entendendo o que é dito e o que fica por dizer e decifrar as palavras dos comentadores sobre a atual crise em que vivemos e afeta todos nós.

sindical

O trabalho do Observatório desenvolver-se-á em quatro domínios:

•Estudodasrelaçõesentrefinançaeeconomia nas escalas nacional, europeia e global e o modo como afetam a vida das famílias, a atividade das empresas e a evo-lução das economias nacionais;

•Estudodasdinâmicasnomundodotrabalho – com especial relevo para a inves-tigação dos processos de reconversão e fragmentação das relações laborais, o (des)equilíbrio de poderes, o respeito pelo trabalho digno;

•EstadoSocialepolíticassociais – com particular enfoque no acesso à provisão pú-blica e na qualidade dos serviços públicos, garantes dos mais básicos direitos sociais (na saúde, na educação, na habitação, na justiça, entre outros) e nos processos de produção e agravamento das desigualdades sociais;

•Estado,governaçãoedemocracia – com prioridade à investigação sobre o exercício da governação no plano socioeconómico e a qualidade da deliberação e tomada de decisão pública (democraticidade, transparência, participação) às escalas local, na-cional, europeia e global.

O Observatório recorrerá, efeitos do seu financiamento, a fontes institucionais di-versificadas no plano nacional e internacional. Na fase inicial da sua atividade é apoiado por uma rede de doadores (nos quais o STEC se integra) em moldes que, tendo como referência o modelo tripartido da OIT, garantam a sua viabilidade e sal-vaguardem as indispensáveis condições de independência e autonomia.

O Observatório irá promover a realização regular de seminários, conferências e ações de formação, a edição de estudos temáticos, em resultado da investigação desenvolvida, e a produção de um relatório anual sobre a situação em Portugal.

A apresentação pública do Observatório incluiu também o lançamento do livro “Di-cionário das Crises e das Alternativas”, a primeira grande aposta do Observatório sobre Crises e Alternativas, elaborado por uma equipa de 113 investigadores da universidade de Coimbra, responsáveis pelas 222 entradas desta obra. A coor-denação foi de Ana Cristina Santos, Bruno Sena Martins, João Paulo Dias, João Rodrigues e Margarida Gomes. Contou com uma comissão de revisão técnica, estilística e científica constituída por António Sousa Ribeiro, José Castro Caldas, Manuel Carvalho da Silva, Rui Bebiano e Teresa Tavares.

Page 8: aberta STEC Nº29 · Natal, não é de certeza uma norma por que se rege um Estado de direito. - Ignorar que a grande fatia desta dívida, pouco tem a ver com as despesas do Estado

STEC | CAIXA ABERTA Nº29 | MAIO 20128

Na sequência, o STEC apresentou em 28 de Março uma proposta para esta nego-ciação, que visa criar algumas condições contratuais, de aplicação uniforme nas diversas Empresas do Grupo CGD, salvaguardando sempre as respetivas especi-ficidades. O STEC aguarda agora resposta a esta proposta para depois iniciar as negociações, tão breve quanto possível.

Do desenvolvimento deste processo daremos informação aos nossos associados.

sindical

formação em inglês - porto

formação

Na sequência do protocolo STEC-Inovinter, realizou-se, de 2/11/2011 a 15/12/2011, nas instalações do Inovinter-Porto, em regime pós-laboral, o módulo formativo, cofinanciado, de 50 horas - “Ação de Língua Inglesa - Atendimento e Acolhimento”.

Este módulo foi iniciado por 20 associados/as e familiares, tendo sido concluído, com direito a certificado e 4,27 euros de subsídio de refeição, por sessão, por 15 participantes.

Na avaliação final os/as formandos/as consideraram que a motivação para a frequência desta ação está relacionada com a melhoria do seu desempenho profissional e valorização pessoal, tendo o módulo correspondido, no geral, às suas ex-pectativas.

Para além da formação, este grupo teve momentos altos de convívio tendo permitido também o conhecimento de colegas de outros locais de trabalho. Palavras suas: “A formadora Su-sana Gonçalves conseguiu, com sucesso, o equilíbrio entre os diferentes níveis de conhecimentos, num grupo que se apre-sentava algo heterogéneo… tendo desenvolvido a empatia/simpatia no grupo de trabalho”… “foi uma experiência muito enriquecedora, o STEC e o Inovinter estão de parabéns”.

Como nota final, uma palavra de agradecimento pelo profis-sionalismo e disponibilidade da diretora da Delegação, Drª Cristina veloso.

stec reune com a administração da fidelidade mundial e apresenta proposta para negociação do act

A pedido do STEC e na sequência de correspondência trocada com a Administração da Fidelidade-Mundial, sobre as dúvidas quanto à manutenção do Acordo Coletivo de Trabalho entre o STEC e a Fidelidade-Mundial, a Cares e a via Directa, face ao recente Acordo assinado entre alguns sindicatos do setor de Seguros e a Associação Portuguesa de Seguros, realizou-se em 8/3/2012 uma reunião com a Administração da Fidelidade-Mundial.

Debatida a situação contratual dos as-sociados do STEC na área dos seguros, e ainda das Empresas Seguradoras do Grupo CGD, face à sua anunciada pri-vatização, as duas partes acordaram em iniciar um processo negocial de revisão do Acordo Coletivo, subscrito pelo STEC, Fidelidade-Mundial, via Di-recta e Cares.

Page 9: aberta STEC Nº29 · Natal, não é de certeza uma norma por que se rege um Estado de direito. - Ignorar que a grande fatia desta dívida, pouco tem a ver com as despesas do Estado

9

juris

Estes valores podem ser afastados por instrumento de regula-mentação colectiva de trabalho.

FERIADOS (ART.º 234.º)

Propõe-se que deixem de ser feriados, os dias:Corpo de Deus, 15 de Agosto, 5 de Outubro e 1.º Dezembro.

FALTAS(EFEITOS DAS FALTAS INJUSTIFICADAS) - ART.º 256.º

No artigo 256.º, na redacção actualmente em vigor, determi-na-se que a falta injustificada a um período normal de trabalho diário, imediatamente anterior ou posterior a dia ou meio-dia de descanso ou a feriado, constitui uma infracção grave.

Mantendo este regime sancionatório, a presente proposta de lei vem estipular, pela mesma ocorrência, uma outra sanção, traduzida na perda de retribuição não só do período em falta, mas também dos dias ou meios dias de descanso ou feriados imediatamente anteriores ou posteriores ao dia da falta.

DESPEDIMENTOS

A compensação por cessação de contrato de trabalho cele-brado antes de 1 de Novembro de 2011, obedece ao seguinte cálculo:

a) Em relação ao período de duração do contrato até 31 de Outubro de 2012, o montante da compensação correspon-de a um mês de retribuição base e diuturnidades por cada ano completo de antiguidade.

b) Em relação ao período de duração do contrato a partir de 1 de Novembro de 2012, o montante constante no art.º 366.º da pressente proposta, artigo já anteriormente publicado sob o n.º 366.ºA na lei n.º 53/2011, que se transcreve:

O montante da compensação corresponde a 20 dias de re-tribuição base e diuturnidades por cada ano completo de antiguidade.

Esta compensação é determinada do seguinte modo:

- O valor da retribuição base mensal e diuturnidades do tra-balhador a considerar para efeitos do cálculo não pode ser superior a 20 vezes a retribuição mínima mensal ga-rantida;

- O montante global da compensação não pode ser supe-rior a 12 vezes a retribuição base mensal e diuturnidades do trabalhador;

- O valor diário da retribuição base e diuturnidades é o re-sultante da divisão base mensal e diuturnidades por 30.

ORGANIZAÇÃO DO TEMPO DE TRABALHOBancodeHoras (art.º 208.º; 208.º A e 208.º B)

Para além do banco de horas, instituído por IRCT são criados:

a) um bancodehorasIndividual (art.º 208.º A), resultante de acordo entre empregador e trabalhador (apesar da vulnera-bilidade do trabalhador, individualmente considerado, face ao empregador) em que se permite um aumento do período normal de trabalho até 2 horas diárias, 50 semanais e 150 horas anuais.

A previsão de que a proposta do empregador de criação deste banco de horas só não é passível de acordo, no caso de o trabalhador a ela se opuser por escrito, valendo o seu silêncio como aceitação da mesma, o que atesta bem a situ-ação de vulnerabilidade em que o trabalhador é colocado.

b) um bancodehorasgrupal (art.º 208.º B), a que estão su-jeitos a totalidade dos trabalhadores de uma equipa, sec-ção ou unidade económica, desde que, pelo menos 60% ou 75% dos trabalhadores das mesmas estejam abran-gidas por banco de horas, respectivamente estabelecido por instrumento de regulamentação colectiva de trabalho ou por acordos individuais (como se a disponibilidade de uma maioria de trabalhadores para aceitar um regime de adaptabilidade do tempo de trabalho se possa sobrepor às situações específicas da vida pessoal e familiar de cada trabalhador individualmente considerado).

TRABALHO SUPLEMENTAR

a) Noçãodetrabalhosuplementar (art.º 226.º) No elenco de situações de prestação de trabalho que não

integram a noção de trabalho suplementar, é acrescentado (alínea g) “o prestado para compensar o encerramento para férias previsto na alínea b) do n.º 2 do artigo 242.º, por de-cisão do empregador”.

A não se tratar de um simples engano, a previsão referi-da configura uma desmensurável aberração jurídica, já que vem determinar a necessidade de compensação do traba-lho não prestado em dia de férias!

b) Descansocompensatório (art.º 229.º) Eliminação do descanso compensatório motivado pela

prestação de trabalho suplementar em dia útil, em dia de descanso semanal complementar e em dia feriado.

c) Regimesespeciaisdetrabalhosuplementar (art.º 230.º) Revogam-se os n.º 2 e 3 deste artigo. Estas revogações

decorrem da revogação dos n.º 1 e 2 do artigo anterior.

d) Pagamentodetrabalhosuplementar (art.º 268.º) Determina-se a redução dos acréscimos retributivos pela

prestação de trabalho suplementar, nos seguintes termos:- 25% na 1ª hora ou fracção;- 37,5 nas horas ou fracções subsequentes;- 50% por cada hora ou fracção, prestada em dia de descan-

so semanal obrigatório ou complementar, ou em feriado.

O STEC, já se pronunciou sobre o conteúdo desta proposta, em sede de apreciação pública, mediante a emissão de um parecer dirigido à Assembleia da República.Damos aqui a conhecer alguns tópicos da apreciação na Especialidade.

alteração do código do trabalhoproposta de lei nº46/xii

continua

Page 10: aberta STEC Nº29 · Natal, não é de certeza uma norma por que se rege um Estado de direito. - Ignorar que a grande fatia desta dívida, pouco tem a ver com as despesas do Estado

STEC | CAIXA ABERTA Nº29 | MAIO 201210

3. Com efeito, nos termos do citado artigo 21º, os traba-lhadores que aufiram uma remuneração mensal inferior a €600,00 não ficam sujeitos à suspensão dos subsídios de férias e de Natal.

E os que aufiram uma remuneração mensal igual ou supe-rior a €600,00 e não exceda €1.100,00 ficam sujeitos a uma redução desses subsídios calculada segundo a fórmula es-tabelecida no nº 2 do dito artigo 21º.

4. Acontece que a CGD, sem qualquer fundamento legal que o justifique, reduziu o 14º mês dos trabalhadores em re-gime de tempo parcial cuja remuneração mensal efectiva os deixa, à luz do citado artigo 21º, a coberto de qualquer redução, aparentemente por ter considerado o valor da re-muneração correspondente as mesmas funções exercidas a tempo completo, desvalorizando o facto de a remunera-ção mensal efectiva desses trabalhadores estar legalmente isenta de qualquer redução.

Continua sem resposta a carta enviada pelo STEC, à Caixa Geral de Depósitos sobre o assunto em epígrafe.

Para que todos os trabalhadores do Grupo Caixa Geral de De-pósitos tenham conhecimento desta prática manifestamente ilegal e imoral porque afecta trabalhadores de tão baixos ren-dimentos, reproduzimos o conteúdo da nossa comunicação e exigimos a rápida resolução desta questão.

1. O STEC considera que o disposto no artigo 21º da lei nº 64-B/2011, de 30 de Dezembro, é inconstitucional, pelo que tem vindo a intentar contra as empresas do Grupo CGD acções judiciais com vista à anulação das medidas tomadas em execução da referida norma.

2. verifica-se, porém, que a Caixa Geral de Depósitos, S. A., fez uma aplicação da referida norma aos trabalhadores em regime de trabalho a tempo parcial que, independente-mente da inconstitucionalidade de tal norma, é manifesta-mente ilegal e tem de ser rapidamente corrigida.

trabalho a tempo parcial

Cortes ilegais nos subsídios de férias aos trabalhadores da CGDem regime de trabalho a tempo parcial

continuação

juris

Despedimentoporextinçãodopostodetrabalho(Art.º 368.º a 372.º)

- Possibilidade de o empregador proceder à extinção de um posto de trabalho, isto é, despedimento de um trabalhador, sempre que existam uma pluralidade de postos de traba-lho de conteúdo funcional idêntico e pretenda proceder à extinção de apenas um ou de alguns, sem obedecer aos critérios de selecção objectivos e devidamente hierarqui-zados, actualmente previstos na lei (art.º 368.º)

- Para o efeito, o empregador pode fixar um critério “rele-vante e não discriminatório”, que lhe permita seleccionar o trabalhador a despedir.

A elaboração casuística de critérios de selecção permiti-ria ao empregador elaborar critérios de selecção à medida do(s) trabalhador(es), que pretenda despedir.

- O empregador fica ainda dispensado de colocar o trabalha-dor em posto de trabalho compatível, o que seria absoluta-mente incompreensível num quadro de utilização de crité-rios de selecção, gerais, objectivos e não discriminatórios.

- Numa tentativa de conferir veracidade a este novo pro-cesso de despedimento, permite-se que as Comissões de Trabalhadores a quem foi comunicado um despedimento por extinção de posto de trabalho ou o próprio trabalhador envolvido “possa”, nos 3 dias úteis posteriores à comuni-cação do empregador, solicitar à ACT a verificação dos re-quisitos previstos na alínea d) do n.º 1 e no n.º 2 do art.º 368.º. Foi porém suprimida a solicitação de verificação de existência, na empresa, de contratos de trabalho a termo para tarefas correspondentes às do posto de trabalho ex-tinto (alínea c) do n.º 1 do art.º 368.º), o que, na prática, constituía o maior impedimento à efectivação deste tipo de despedimento.

Despedimentoporinadaptação(art.º 373.º a 379.º)

- Paralelamente ao despedimento, resultante de redução continuada de produtividade ou de qualidade, de avarias repetidas nos meios afectos ao posto de trabalho e de ris-cos para a segurança e saúde do trabalhador, de outros trabalhadores ou de terceiros, motivados por uma inadap-tação superveniente do trabalhador, desde que tenham sido introduzidas modificações no posto de trabalho resul-tantes de alterações nos processos de fabrico ou de co-mercialização, de novas tecnologias ou de equipamentos baseados em diferente ou mais complexa tecnologia, nos seis meses anteriores, é agora previsto um outro despedi-mento, também ele resultante da redução continuada da produtividade ou de qualidade, das mesmas avarias repe-tidas nos meios afectos ao posto de trabalho e dos riscos para a segurança do trabalhador, de outros trabalhadores ou de terceiros, motivados por uma inadaptação superve-niente do trabalhador, sem motivação em qualquer modifi-cação do posto de trabalho.

Nestes termos, o STEC rejeita integral e liminarmente a presente Proposta de lei, que se traduz num retrocesso social sem precedentes nas relações de trabalho em Portugal, apelando-se aos grupos parlamentares que a votem desfavoravelmente.

OSTECEXIGEASSIMAURGENTEREPOSIÇÃODESTASVERBAS!

Page 11: aberta STEC Nº29 · Natal, não é de certeza uma norma por que se rege um Estado de direito. - Ignorar que a grande fatia desta dívida, pouco tem a ver com as despesas do Estado

11

Entrevista a João CamargoAgrónomo / Engenheiro do Ambiente,Estudante de Economia na london School of Economics,Técnico de intervenção na lPN (liga Proteção Natureza),Membro dos “Precários Inflexíveis”,Membro do Grupo Técnico da Comissão de Auditoria Cidadã à Dívida Pública.www.auditoriacidada.info

A dívida pública de Portugal é uma espécie de monstro que nos últimos tempos tem justificado engolir salários, subsídios, prestações sociais e direitos laborais além de restrições brutais na saúde e educação. Pode “traduzir-nos” este palavrão?

JC: A questão da dívida tem sido his-toricamente utilizada para justificar uma série de avanços ou recuos políticos e societais. As dívidas têm ao longo dos tempos servido para escravizar povos e pessoas, capturar recursos públicos, recursos naturais, mas também já ser-viram para melhorar as vidas das pes-soas, criar infraestruturas, sistemas de assistência e apoio, etc.. No entan-to basicamente as dívidas são criadas pelos credores que, ao disponibiliza-rem dinheiro por empréstimos, mantém não só o lucro dos juros cobrados, mas também um poder negocial despropor-cional sobre os devedores. Em Portugal a evolução da dívida pública foi orien-tada num sentido insustentável para garantir o fluxo constante de riqueza da área produtiva para os grandes grupos económicos e o sistema financeiro. O que acontece é que, fruto de uma crise especulativa que explodiu, um sistema financeiro vazio que era todo ele uma bolha de transacções abstractas e des-conectadas da realidade económica e palpável do mundo, criou-se a tempes-tade perfeita. Com os salvamentos da banca e sector financeiro, muitos paí-ses europeus e americanos deslocaram massivamente riqueza da receita dos estados (dinheiro que todos os dias pa-gamos de impostos) para salvar os res-ponsáveis pela crise. Esse dinheiro tinha que ser pago, mas após os salvamen-tos, a banca e a finança não retribuíram os salvamentos, muitas vezes nem os pagando. Mas os estados ficaram com

as suas dívidas absolutamente agrava-das e curiosamente expostos à vontade da banca que haviam salvo pouco tem-po antes. E aí houve uma já esperada surpresa: a banca privada não se pre-dispôs a retribuir os seus salvadores. Em Portugal, a consequência disto foi a abertura de uma janela de oportunidade política para justificar fazer a descons-trução total daquilo que tinham sido os avanços nos direitos do povo e dos tra-balhadores após o 25 de Abril.

Basicamente, no que eu tenho podi-do constatar, em particular no estudo das PPP´s (parcerias público-privadas), e também noutros sectores - esta não é uma dívida que tenha sido contraída no benefício da generalidade do povo. Os grandes grupos económicos captu-raram a maior parte do investimento pú-blico, especialmente a partir da entrada na união Europeia. Como é que o cap-turaram? Às vezes diretamente, concor-rendo a fundos de coesão, verbas para a agricultura, financiamentos no Banco Europeu de Investimento e outras vezes através de empreitadas megalómanas, de estádios, de autoestradas desneces-sárias e transferindo todo o risco, por exemplo, através das parcerias públi-co-privadas, para o Setor Público, que assume muitas vezes inequivocamente, todos os riscos, colmatando estes con-tratos com a entrega de todos os lucros aos privados (que são invariavelmente os mesmos).

Paralelamente, acumulou-se a dívida privada - não é novidade que os baixos salários tem aqui também um papel… isto não é só dívida pública... como é

que a dívida privada se refletiu na vida dos portugueses? Os baixos salários não foram mantidos baixos por aca-so... a partir do momento em que há uma abertura de acesso ao crédito mais barato vindo do BCE, há uma concer-tação entre a Banca e o Patronato para conseguir manter os salários baixos, obrigando as pessoas, naturalmente, a endividar-se, a acumular dívidas - não estamos a falar de excesso de endivi-damento - estamos a falar de crédito para ter uma casa, para poder comprar uma televisão ou um frigorífico, etc. E depois ouvimos a pseudomoralidade de que vivemos acima das nossas possibi-lidades, quando, claramente, há alguém que vive acima das possibilidades, mas não somos nós.

Em que percentagem se enquadram as Parcerias Público-Privadas (PPP´s) nesta dívida odiosa? Sendo contratos, parecem intocáveis… são mais “respeitáveis”? Alega-se que haveria elevadas indemnizações… Os contratos/acordos coletivos que abrangem trabalhadores e estão a ser derrogados/violados, parcialmente, com cortes diversos… quem beneficia destas parcerias?

JC: É difícil avaliar a percentagem, pois muita da dívida proveniente das PPP's é desorçamentada e depois en-tra em orçamentos rectificativos, entra como outras despesas, como despesa do sector empresarial do Estado, os seus custos são camuflados um pouco por todo o lado.

A dívida pública de Portugal é uma espécie de monstro que nos últimos tempos tem justificado engolir salários, subsídios, prestações sociais e direitos laborais além de restrições brutais na saúde e educação.Pode “traduzir-nos” este palavrão?

Em que percentagem se enquadram as Parcerias Público-Privadas (PPP´s) nesta dívida odiosa? Sendo contratos, parecem intocáveis… são mais “respeitáveis”? Alega-se que haveria elevadas indemnizações…Os contratos/acordos coletivos que abrangem trabalhadores e estão a ser derrogados/violados, parcialmente, com cortes diversos…quem beneficia destas parcerias?

[email protected]

João Camargoagrónomo / engenheiro do ambiente

entrevista

Estimativa de Encargos Brutos com as actuais PPP(milhões de euros)

Fonte: DGTF

Page 12: aberta STEC Nº29 · Natal, não é de certeza uma norma por que se rege um Estado de direito. - Ignorar que a grande fatia desta dívida, pouco tem a ver com as despesas do Estado

STEC | CAIXA ABERTA Nº29 | MAIO 201212

Se as PPP's são intocáveis? A maior parte dos contratos são legais. Agora, os pressupostos nos quais se consti-tuem os contratos são verdadeiramente inacreditáveis. Fazem-se saltos de fé, sem qualquer base científica ou técni-ca, o que quer que seja, para justificar a necessidade desses contratos e dessas parcerias. Os contratos traduzem-se, na realidade, na anulação do risco para os privados e a assunção do risco para o público e a garantia do lucro para o pri-vado a partir do dinheiro do público.

uma PPP pode-se explicar pela se-guinte analogia: o Estado contrata um homem para construir uma cantina. Pa-ga-lhe os trabalhos de construção, os materiais, e depois deixa-o explorar a cantina durante 35 anos. Mas faz mais: paga-lhe uma renda fixa todos os meses e dá-lhe a comida para vender - e o ho-mem fica com as receitas da venda. E se as pessoas não forem comer à cantina, o Estado paga ao homem a renda e ainda o que o homem venderia se as pesso-as tivessem lá ido. Chamam-lhe parceria público-privada, mas ao privado só cabe uma parte: receber dinheiro.

Quem beneficia destas parcerias - nem sou eu que afirmo - estão aí os da-dos, da própria revista Exame… temos quatro, cinco grupos económicos que capturam 90% das receitas das PPP's - o grupo Mello, o grupo BES, a Soares da Costa, a Mota-Engil - basicamente é para aí que vai todo o lucro das PPP's. Eu acho que se conseguirmos continuar a avançar com a auditoria a estes contra-tos (claro que com elevada probabilidade este Governo não reconhecerá legitimida-de a resultados que demonstrem a reali-dade), poderemos expôr publicamente a realidade das PPP's e exigir a denúncia

entrevista

“Como o Estado gasta o nosso dinheiro”. Creio que ele analisa bem o problema, e depois tira, na minha opinião, as con-clusões erradas: ele denota no Estado inocência, incompetência, corrupção na sua relação com as PPP's. Eu não acho que isto seja corrupção, é tudo feito com este objectivo, não é incompetência, não é inocência, estasparceriasforamfei-tas com o objetivo de dar negóciosgarantidoseinfalíveis,comrentabili-dadegarantidaparaosprivados.Não há muita interpretação diversa a fazer. O regime funciona assim. Nem é possível individualizar pessoas. Quer dizer, pode-mos individualizar pessoas, há pessoas que tão escandalosamente participaram nisto, como Jorge Coelho, Mira Amaral, Almerindo Marques, que saltitaram do Estado para as empresas e depois para o Estado, depois de terem assinado os contratos de PPP's e concessões en-quanto membros de governos e da ad-ministração pública. Não é corrupção a promiscuidade de tantos governantes com os grupos económicos - foi um in-vestimento que estes grupos decidiram fazer: comprar o processo legislativo, fazendo-se representar e financiando os três principais partidos deste país.

Garantindo uma sobre-represen-tação absoluta da elite económico-financeiranagovernaçãodestepaís,emprejuízodequemvivedoseutra-balho. Basta ver por exemplo, o caso do Plano Nacional de Barragens: a ministra Assunção Cristas, que disse que não se podiam rescindir os contratos, apesar das barragens serem um desastre eco-nómico, ecológico, etc.. Afirma que não se podem suspender porque se teria que pagar as indemnizações mas não conta que, se não se suspenderem, serão exe-cutados contratos de 30 até 75 anos de concessão, gastando infinitamente mais dinheiro do que aquele seria gasto ago-ra, com as indemnizações. Pronto, a se-nhora ministra pode dizer que agora não há dinheiro, mas depois vem a lume que ela trabalhava para o escritório de advo-gados que defendia a EDP nesta questão das barragens. Portanto, é sempre muito difícil que se resolvam os contratos a fa-vor do bem público, geral. Éumdramaqueaopiniãopúblicanãosaiba isto.E era um estudomuito interessantedefazer,arelaçãoentreosprincipaisgruposeconómicoseosdeputadoseosmembrosdosváriosgovernos. Se antes havia algum pudor em fazer estes saltos de cargos políticos para os grupos económicos, agora tornou-se despudo-ramente vulgar. Basta ver o Ministro da Saúde… a sua atividade profissional: é banqueiro. Não é médico ou gestor, é banqueiro.

dos contratos pelo carácter lesivo que têm para o erário público. Não se poderá no entanto reconhecer qualquer valor à audi-toria oficial que a Ernst & Young vai fazer

às PPP's. Porque, sejamos claros, foram as consultoras que fizeram os contratos das PPP's: a KPMG, a Ernest & Young, a Deloitte, a PricewaterhouseCoopers… Estão intimamente relacionadas com os contratos. Aliás, são as revisoras oficiais de contas da maior parte daquelas empre-sas e agora vão voltar a analisá-las, elas que são a parte mais interessada possível, estão a rever as próprias contas que já reviram. Eu acho que estas PPP's (é uma opinião pessoal), deveriam ser captura-das, os contratos denunciados unilateral-mente pelo Estado, sem direito a qualquer indemnização (em muitos casos deveria ser aberta investigação para apurar em quanto na verdade as empresas deveriam indemnizar o Estado) e os imóveis e infra-estruturas recuperados pelo Estado.

há várias pessoas que se debruçaram sobre as PPP's, como o Juiz do Tribunal de Contas, Carlos Moreno, autor do livro

(...) estas parcerias foram feitas com o objetivo de dar negócios garantidos e infalíveis, com rentabilidade garantida para os privados.

QUEMGANHAOSMILHÕESDASPPP's?

Fonte: Exame

4.737 milhões €

3.207 milhões €

2.877 milhões €

5.083 milhões €

Page 13: aberta STEC Nº29 · Natal, não é de certeza uma norma por que se rege um Estado de direito. - Ignorar que a grande fatia desta dívida, pouco tem a ver com as despesas do Estado

13

JC: Eu acho que a força coletiva e a ação coletiva são a única resposta, tan-to entre os vossos associados como na sociedade em geral. É necessário algu-ma ponderação e lucidez no meio desta insanidade coletiva nacional, manter a perspetiva sobre o que é que nós faze-mos, quais são as nossas responsabili-dades no nosso trabalho. Não podemos/devemos aceitar que nos imputem cul-pa de coisas que claramente não são da nossa responsabilidade, e que, no vosso caso em particular, a qualidade do traba-lho, é comprovada pelos lucros gerados, retira qualquer justificação para cortes... A única justificação que é utilizada para exercer estas medidas é a força. O po-der está a demonstrar a sua força e as pessoas têm que perceber que também têm força. E a sua força não é individual - é uma força coletiva. Portanto a prin-cipal esperança está na mobilização, na ação coletiva, na reivindicação coletiva, na informação, na divulgação, na cria-ção de uma cultura alternativa (eu insisto sempre muito nesta ideia), que de facto quebrecomestetomdeinevitabilida-de,desofrimento,deexpiarosnossospecados, esta linguagem bolorenta que parece vinda da Idade Média. Até porque se se isolarem e individualizarem vão ficar pior, até a nível psicológico. As pessoas, coletivamente, mesmo que estejam num momento difícil ou dolo-roso, têm muito mais força, têm muito mais capacidade de reação, de pensar diferente e de cortar com esta resigna-ção e com esta política de suicídio, que se mais nada é um suicídio económico. Não é preciso ser um grande economista para perceber isso. O resultado de tudo isto não é uma coisa nova, aausterida-denãoéum fenómenonovo. Isto foi a história dos últimos 40 anos em áfri-ca, foi a história dos últimos 30 anos na América latina - e isto é a garantia da terceiro-mundialização deste país, como do Sul da Europa em geral, a destruição do Estado Social, a destruição da pers-petiva de que as pessoas têm todas os mesmos direitos, que não há cidadãos de primeira e cidadãos de segunda. Para mim, que vou conhecendo cada vez mais a realidade das justificações para a situ-ação em que nós estamos, é necessário espalhar a mensagem, divulgar a realida-de da dívida e de toda a mistificação que se está a construir acerca da economia portuguesa, para que as pessoas ga-nhem consciência e força coletivamente. E que assim, ganhem não só consciên-cia, mas a possibilidade de derrotar este mundo triste em que querem que nós aceitemos viver calados.

um devedor fraco. Eles decidiram que Portugal não tem que decidir nada, quem tem que decidir tudo são os credores. Ao decidir isso, nós podemos ter toda a razão do mundo... Mas enquanto não ti-vermos força para defender essa razão, ela é irrelevante. Por isso é óbvio que é bom termos pareceres contundentes do Tribunal de Contas, mas enquanto não ti-vermos força não podemos mostrar pare-ceres como estes e outros e dizer: algu-ma coisa tem que mudar e muito rápido. Nesse aspecto é que me parece que a IAC (www.auditoriacidada.info) pode ser bastante positiva, não só na sua vertente técnica, mas na demonstração cabal das contradições entre o que é dito e o que é a realidade da dívida e a consequente mobilização que se espera que aconte-ça. O que se pretende da IAC é que seja um balanço entre uma iniciativa técnica e uma iniciativa popular.

Sendo um jovem, que gostaria de transmitir aos nossos associad@s, trabalhador@s de um banco publico, que em plena concorrência tem trabalhado e gerado milhões de lucros, ao longo de anos e viram agora, chocados, as suas remunerações anuais serem brutalmente diminuídas?

Entre as posições extremas de resignação total à Dívida e aos sacrifícios impostos pela Troika/Governo atual e a opção de não pagamento. Haverá alguma alternativa equilibrada para todas as partes? Um caminho que NÃO apague a esperança?

JC: Na minha perspetiva e perante os dados que eu tenho avaliado, não há qualquer possibilidade de nós pagarmos a dívida. Ela é impossível de se pagar. Além de nós termos menos capacidade de pagar devido ao esmagamento social decorrente da austeridade, que está a degradar economicamente o país a um nível inacreditável, a dívida vai aumen-tar, não vai diminuir. Os juros estão a aumentar, não estão a diminuir, e nós estamos a endividarmo-nos, estamos a continuar a endividarmo-nos e muitas vezes injustificadamente, até para pagar as PPP's. Portanto, na minha opinião, o que teria que acontecer imediatamente era a renegociação. Claro que sei que, politicamente, se está muito distante dessa possibilidade, porque o Governo claramente está interessado em manter a dívida, porque ela continua a manter o fluxo que sempre fez, só que agora mui-to mais agudizado. Quem trabalha está a pagar a quem criou a dívida. Isto é, quem criou a dívida agora está tirar os rendi-mentos da mesma dívida, como sempre fez…. A renegociação de que falo nunca seria, portanto, feita pelos credores, mas sim pelos devedores, e nunca poderia ser feita por este Governo, pois o seu objectivo é servir-se dela para continuar a manter o seu ascendente político e im-plementar um plano de terrorismo social enquanto garante os lucros aos grandes privados.

Não deveriam ser as várias instâncias públicas (Tribunal de Contas, etc), as fiscalizadoras da dita dívida, explicando aos visados pela austeridade a fatura detalhada da mesma dívida? Que meios restam aos cidadãos para prevenir o futuro?

JC: A Iniciativa de Auditoria Cidadã à Dívida Pública, constituída em Dezembro 2011, é muito importante, mas o Tribu-nal de Contas é peculiar. Ele faz análises muito boas, especialmente em relação às PPP's, chega a conclusões contunden-tes, difíceis, demonstra a ilegitimidade dos contratos, a diferença entre o ob-jectivo e o resultado, toma posição, mas não há qualquer consequência política retirada disso. Porquê? Porque, para ser objetivo, os Governos, este e o anterior (e ainda outros anteriores), decidiram ser

João Camargo

Entre as posições extremas de resignação total à Dívida e aos sacrifícios impostos pela Troika/Governo atual e a opção de não pagamento. Haverá alguma alternativa equilibrada para todas as partes? Um caminho que NÃO apague a esperança?

Sendo um jovem, que gostaria de transmitir aos nossos associados/as, trabalhadores/as de um banco público, que em plena concorrência tem trabalhado e gerado milhões de lucros, ao longo de anos e viram agora, chocados, as suas remunerações anuais serem brutalmente diminuídas?

Não deveriam ser as várias instâncias públicas (Tribunal de Contas, etc), as fiscalizadoras da dita dívida, explicando aos visados pela austeridade a fatura detalhada da mesma dívida? Que meios restam aos cidadãos para prevenir o futuro?

É um drama que a opinião pública não saiba isto. (...)

Page 14: aberta STEC Nº29 · Natal, não é de certeza uma norma por que se rege um Estado de direito. - Ignorar que a grande fatia desta dívida, pouco tem a ver com as despesas do Estado

STEC | CAIXA ABERTA Nº29 | MAIO 201214

Rasgam-se contratos duramente negociados, anulam-se di-reitos conquistados em longas lutas coletivas, como acontece entre nós com cortes de salários, com desinvestimento em áreas sociais, tais como a Educação, atacando a própria de-mocracia. Basta analisar o Orçamento de Estado para 2012 para verificarmos que os cortes atingiram direitos essenciais, marcando retrocessos que, há poucos anos, todos julgáva-mos impensáveis e inadmissíveis. Nos últimos tempos temos sido bombardeados por discursos e “análises” de economis-tas. E quando, qualquer um de nós fala do que vivemos, quase pedimos desculpa “por não sermos economistas”.

Eles esmagam-nos com números que dizem ser inquestioná-veis e que nos assustam.

Ora a economia não escapa à ideologia, a diferentes visões da sociedade e dos modelos do presente e do futuro. A dívida tem servido como mecanismo de transferência de recursos do sector público para o sector financeiro privado, o que é evidente todos os dias no nosso país.

2.AIAC.Oqueéeparaqueserve?

No verão de 2011, juntou-se um grupo de cidadãos pertencen-do a movimentos cívicos e sociais, partidos, independentes, de várias origens e idades que, a título individual, decidiram que era o momento de criar uma Iniciativa de Auditoria Ci-dadã. Esse primeiro grupo foi-se alargando e organizou a CONvENçãO de lISBOA, no Cinema S. Jorge, em 17 de De-zembro. O apelo à Convenção foi assinado por cerca de 3 centenas de pessoas.

Na Convenção, muito participada, foi aprovada a DEClARA-çÂO DE lISBOA (ver site) e foi constituída uma COMISSãO DE AuDITORIA com 44 membros.

A partir desta Comissão e integrando todos os que querem participar nesta Iniciativa Cidadã, constituiram-se três grupos de trabalho: o grupo de comunicação, o grupo técnico e o grupo de dinamização. uma comissão executiva articula o trabalho dos grupos e as decisões que são tomadas em cada reunião da COMISSãO de AuDITORIA. É preciso dizer que se criou também, por razões legais, uma Associação de reta-guarda, intitulada Associação artº 37 (artigo da Constituição da República que assegura o direito de todos à informação).

opinião

1.Crisefinanceiraoucrisepolítica?

A crise que vivemos apresenta-se nos discursos dos diversos poderes – político e mediático, nomeadamente – como uma crise económica e financeira. “Produzimos pouco e gastá-mos muito”, dizem eles. Que os custos são desigualmente repartidos na sociedade e que são um instrumento de novas opressões e exclusões é claro para todos nós.

Que o digam as centenas de milhares de desempregados e de precários, realidades que se vivem também na classe docente.

Não vos darei, por isso, nenhuma novidade ao dizer que esta cri-se é POLÍTICA e é uma crise de MODELO DE SOCIEDADE.

Temos hoje, visivelmente através da troika, mas de modo me-nos visível através das privatizações, da promiscuidade entre política e interesses que se traduz nas PPP’s, nos cargos que os maiores partidos distribuem entre si, uma TECNOCRACIA no lugar da DEMOCRACIA.

Com efeito, é a democracia que está em jogo - e nós com ela - democracia que todos os dias sofre atropelos, ataques e negações.

Os discursos e a centração das políticas sobre a “DÍvIDA” traduzem uma mudança de sociedade em que o homem “frag-mentado” e “endividado” (conceito de Maurizio lazzarato, 2008, “Le gouvernement des inégalités: critique de l’insécurité néolibérale”, ed. Amsterdam) vive, cada um por si, dominado, individualmente, pelo medo e pela “culpa”.

É importante referir que, para F. Nietzche (Genealogia da Mo-ral, 1887) a ligação entre dívida e culpabilidade é tão óbvia que uma só palavra, em alemão, traduz esses dois conceitos: Schuld.

A dívida, associada à culpa individual, serve, assim, para um novo modo de controle social sobre as pessoas.

Por: Ana Benavente - (membro da IAC) - Prof. catedrática da univ. lusófona de humanidades e Tecnologia - lisboaCoordenadora do Observatório de Políticas de Educação e Formação - CeiEF/CES

Consultora em Educação

“A mais poderosa arma nas mãos do opressoré a mente do oprimido”

(Steve Biko)

Iniciativa para umaAUDITORIACIDADÃÀDÍVIDA–VERPARAAGIR

. Porque existe esta dívida?

. A quem devemos?

. A dívida pode ser paga?

. Pagar “custe o que custar”?

Contacte-nos no site www.auditoriacidada.info

iniciativa por uma auditoria cidadã (iAC)ou a crise da democracia

Page 15: aberta STEC Nº29 · Natal, não é de certeza uma norma por que se rege um Estado de direito. - Ignorar que a grande fatia desta dívida, pouco tem a ver com as despesas do Estado

15

em 2011. Pelos 78 mil milhões de euros emprestados pela troika, Portugal vai pagar juros e comissões no valor de 34 mil milhões.

O BPN já custou ao Estado mais de 2 mil milhões de euros e o prejuízo final, pago por nós, pode chegar aos 5 mil milhões, sem que se saiba qual o seu valor real.

Ora AuDITAR é verificar contas. As contas da dívida pública que nos querem fazer pagar, que já estamos a pagar.

A IAC quer saber como chegámos a este ponto.

É por tudo isto que a IAC utilizou como slogan “QUEREMOS VER A FATURA DETALHADA”. E se nos dizem que é preciso pagar “custe o que custar”, nós respondemos que queremos auditar e conhecer a dívida pública “doa a quem doer”.

Neste momento, depois das Auditorias pioneiras realizadas em países da América latina, há auditorias com característi-cas diversas em Espanha, na Irlanda, na Grécia, em Espanha e na Itália. Toda a Europa que não se revê na burocracia e nos novos imperialismos “Merkelianos” se mobiliza.

Aprendemos uns com os outros e sabemos que os cami-nhos do futuro não se resolvem com o par austeridade/crescimento, mas sim com refundações democráticas e com sociedades de rosto humano, assentes em desenvol-vimento sustentável. E esse futuro depende de todos nós. Na liberdade, na igualdade, na fraternidade. Na democra-tização da democracia.

O grupo de dinamização, em articulação com os outros gru-pos, tem agendadas várias ações de informação/debate: em Faro, no Porto, em Escolas Secundárias e em Associações Cívicas e está disponível para divulgar e partilhar questões e algumas respostas com todas e todos os que se interessam pelos nossos destinos coletivos e individuais.

Todos os cidadãos são bem vindos aos grupos de trabalho da IAC.

A IAC é um primeiro passo contra a passividade e o silêncio, contra a obediência pelo medo, é uma afirmação de direitos democráticos.

Queremos saber o que devemos, a quem, quem celebrou contratos (das PPP’s ao BPN ou às SCuT) e quem os fis-calizou. Queremos saber como é constituída a dívida. Que parte pode ser considerada legítima (e, nesse caso, como pagar sem destruir a democracia, a sociedade e as pessoas) e que parte é ilegítima e não deve ser paga.

É evidente que tem que haver uma reestruturação da dívida considerada legítima nas condições que definirmos, com preocupações de justiça social, sem estarmos dependentes da vontade dos donos do “resgate”.

Assinale-se que a palavra “resgate” significa ser prisioneiro, refém ou vítima numa operação militar ou civil. Estamos, portanto, prisioneiros.

um trabalho de auditoria exige contributos de especialistas mas as perguntas e a prestação de contas é de todos os cidadãos, porque somos nós que pagamos e o dinheiro do Estado é, afinal, o nosso dinheiro.

3.Semaçãocidadãnãoháfuturodemocrático

A história mostra-nos que nenhuma iniciativa cidadã é me-nor ou inútil.

Nos trabalhos até agora realizados, torna-se evidente que a dívida, por mais que a paguemos, não pára de aumentar e de crescer.

A dívida pública total passou de 68% do produto para 110%

opinião

Page 16: aberta STEC Nº29 · Natal, não é de certeza uma norma por que se rege um Estado de direito. - Ignorar que a grande fatia desta dívida, pouco tem a ver com as despesas do Estado

STEC | CAIXA ABERTA Nº29 | MAIO 201216

Contudo, a versão original da Declaração considerava também a propriedade (que Proudhon argutamente considerou “um roubo”) dentro do rol desses direitos inalienáveis (seriam assim: vida, liberdade, propriedade e busca da felicidade). Não passaria a propriedade explicitamente para o texto final. Contudo, é ainda ela que molda a maior parte das nossas vidas, determinando as nossas condições de trabalho e as possibilidades de lazer. Pela cobiça proprietarista de uns penam em labores de dureza inimaginável e injustiça gritante todos os outros. E – embora não seja certamente o caso mais frequente – a imperante ideologia da ganância chega mesmo a contaminar alguns trabalhadores, que atentam contra a sua sanidade mental, saúde e até vida, pela sofreguidão de irem acumulando muitas migalhas que lhes permitiriam mais ter e mais consumir. um círculo vicioso alucinante.

In Seara Nova Nº 1717 Por: Paulo Ferreira da Cunha – Professor Catedrático da Faculdade de Direito universidade do Porto

direitos, trabalho, ócio e felicidade

A Declaração da independência dos EUA proclamou direitos inalienáveis: certamente pela primeira vez na História, um texto jurídico considerou ser a busca da felicidade (pursuit of Happiness) um verdadeiro direito. E um direito indisponível e robustamente firmado num texto constitucional fundador.

há, como se sabe, duas grandes formas de encarar o traba-lho: como castigo divino (com a expulsão do paraíso), logo, trabalho apenas para ganhar o pão com o suor do rosto; ou como forma de suprir necessidades e de, concomitantemente, contribuir para auto-aperfeiçoamento e manifestação (realiza-ção) da personalidade do homem-trabalhador.

Porém, a mistificação sobre o trabalho é antiga: Arbeit macht Frei, afixavam os campos de concentração nazis. Ainda hoje o que se vai dizendo sobre o trabalho é em grande medida ilusório. veja-se o boato que terá corrido na Alemanha sobre o pouco trabalho (e excessivas férias – ai de nós!) que teriam os Portugueses, invertendo as condições reais de labor de uns e outros. Os Gregos são tidos hoje como os campeões da pre-guiça e encarnação da bancarrota; mas o mundo ficaria falido se eles mandassem a conta, mesmo sem juros, do que legaram ao Pensamento humano. há várias formas de trabalhar...

O trabalho enquanto tripalium, instrumento de tortura, é obvia-mente alienante e não pode, por definição, dar felicidade. Já o trabalho que é ocupação criativa em que quem age se sente gratificado, realizado, é uma das mais certas fontes de con-tentamento. À alienação no trabalho não é alheia a capacidade interventiva do trabalhador sobre o que faz, e a distribuição do fruto do seu labor. É óbvio que quem mais se enriquece pes-soalmente a trabalhar é que decide do quê, como e quando, e quem se não vê espoliado da mais-valia.

O direito à preguiça, de Paul lafargue e esse “princípio es-perança” da polivalência laboral de que fala Marx (sobretudo polivalência criativa, artística, de cada um, num tempo a vir...) inscrevem-se, assim, como é óbvio, em contextos muito di-ferentes.

O nosso tempoO nosso tempo justifica uma grande apreensão. Não vivemos hoje apenas um profundo ataque aos direitos de quem tra-balha – agressão que é uma evidência. Paralelamente, há um controlo ideológico (pelo menos) dos tempos de não-trabalho, ou lazer. uma combinação explosiva.

A ocupação dos “tempos livres”, ou seja, daqueles em que se não é obrigado a trabalhar para viver, também essa, deveria preocupar-nos.

Embora se dedique a actividades pseudo-agradáveis, uma enorme multidão de pessoas na Europa e nas Américas, pelo menos, aborrece-se e afinal esfalfa-se mortalmente sem alcan-çar felicidade verdadeira1. Movimentos alternativos, de vária índole, dão alguma variedade apenas nas margens minoritá-rias do sistema de ocupação dos tempos livres. vivemos um controlo do lúdico, sobretudo pelo estreitamento da oferta, pela sua padronização, pela moda, pela massificação, e pelos oligopólios das empresas de cultura e lazer, sendo os mais perigosos naturalmente os de cultura e os da informação.

Mas se os nossos tempos livres se arriscam a uma massi-ficação sem precedentes, e a um controlo remoto que nos leve a comportamentos dóceis, com a asfixia dos produtores de sentidos independentes, incapazes de continuar à tona no oceano hostil de uma concorrência feroz e com armas muito mais sofisticadas (quem consegue publicar um livro, um ar-tigo, fazer um filme, um programa mediático?), a verdade é que o trabalho, em si, que numa fase de esperança parecia caminhar, embora lentamente, para se humanizar, regride de-cisivamente agora para um paradigma de ritmo e exigência demenciais (fala-se até em justa causa de despedimento por incumprimento de metas laborais), que só encontrará paralelo na escravatura. Cartaz francês dos finais do séc. XIX

opinião

Page 17: aberta STEC Nº29 · Natal, não é de certeza uma norma por que se rege um Estado de direito. - Ignorar que a grande fatia desta dívida, pouco tem a ver com as despesas do Estado

17

Claro que as vozes bem-comportadas e que não o sentem (ou que dele até gostam: os sado-masoquistas alcoólicos engra-vatados do trabalho) dirão, no mínimo, que exageramos, ou que estamos possuídos de uma subversiva ideologia. É sempre uma questão ideológica: depende é de qual ideologia.

A situação é, na realidade, bem outra. Sempre houve quem advogasse a impossibilidade do fim da escravatura pela rup-tura da economia, e até achasse que, para os escravos, ela não era tão má como a pintavam. há exemplos das mais mira-bolantes teorias para agrinaldar as algemas. E continua a haver ideólogos de serviço, gente muito respeitável que, cheia de fer-vor patriótico, acha que cada país se afunda se não escravizar na prática os seus trabalhadores, porque ali ao lado os países concorrentes os teriam mais escravos ainda. A chantagem é permanente: se não formos competitivos, estamos perdidos. logo, mais vale estarmos perdidos na felicidade real das pes-soas normais, para salvar... afinal a felicidade de uns tantos (bem poucos), que lucram com essa competitividade.

Recuemos. Em 1848, alguém trabalhar 15 horas por dia não era nada de extraordinário na Europa; 14 h era horário corren-tíssimo; considerava-se curta a jornada de 13 h. Se pensarmos no que hoje trabalham diariamente muitos, mesmo quadros, colarinhos brancos, professores, investigadores, não estamos nada longe dessas horas. Porque há, cada vez mais, o horário nominal e o horário real, a que as pessoas são obrigadas pela espada de Dâmocles do despedimento, da despromoção, etc. Além de que há isenções de horário que implicam a dedicação integral – até durante o sono! A luta dos trabalhadores e a evolução civilizacional foi, até há alguns anos, no sentido de encurtar o trabalho obrigatório, o tripalium, para dar mais tem-po livre à pessoa. E isso mesmo enriqueceria o seu trabalho. O que hoje se assiste é à involução.

Ao ouvirmos os profetas da desgraça de hoje, que acham que a manutenção de qualquer pequeno direito social (educativo, na saúde, reforma, etc.) é motivo de derrocada financeira e bancarrota, não podemos deixar de lembrar o que no início do século XX se agitava como espantalho de desgraça con-tra as tímidas propostas de aposentações pagas. Diz Paul leroy-Beaulieu (em L’économiste français): “Esse projeto é uma aventura assustadora, que será a ruína de nossas finan-ças. É nocivo até mesmo como princípio, pois desvia das profissões que envolvam iniciativa e independência. Faz parte de todo um sistema de automatismo social que se pretende substituir à espontaneidade individual. A civilização, por obra dessa substituição, só poderá perder em força e em garra, e até mesmo em dignidade”2.

Choca-nos esta argumentação, não choca? Mas é afinal hoje re-petida por quem não tem o mínimo receio de ferir correcções políticas. As teses fundamentais, que presi-dem ao “dito”, mas se não dizem (e por vezes - façamos essa justi-ça, alguns nem pensam - porque há ideólogos auto-iludidos) são os mesmos. Não será uma caricatura muito extrema se dissermos assim: há os que foram feitos para traba-lhar, e esses devem ser sugados até o tutano, e os que foram feitos para fruir o trabalho dos demais. É uma questão de predestinação...

Teologia do mercadoSem tempo para si e para os seus, submetido a ritmos infer-nais de trabalho, sob chefias exigindo o impossível, e com-petindo com colegas que, para fazer pela vida, não tornam a tarefa fácil a ninguém (desde os bancos da escola que os colegas passaram a deixar de cooperar para competir e até prejudicar), o trabalhador solitário e indefeso (com sindicatos enfraquecidos e submetidos a uma guerra de descrédito ide-ológica, que vai surtindo efeito) não suporta mais a situação. A precaridade vai ao ponto de boa parte dos trabalhadores serem permanentemente eventuais (entre nós, os “recibos verdes”), o que significa terem de se sujeitar a tudo. E, perante isto, forças poderosas de negócios, interesses e dinheiros ainda acham pouco, e que é preciso institucionalizar o despe-dimento livre. A apoiá-las e inventando argumentos e teorias, muitos clerks que de há muito vivem à mesa de orçamentos, públicos ou privados, ou (situação mais vil ainda) meramente na esperança de, com a sua adesão à teologia do mercado, virem a ter migalhas dessas mesas.

Paradoxal é que a força da ideologia faz com que se escolha, frequentemente, o que é contrário aos próprios interesses. Basta um olhar sedutor, uma entoação de voz galante, uma pose inteligente, um rasgo simpático. A capacidade de esco-lha por parte de quem, trabalhando de sol a sol, e para além do sol, não tem ócios para pensar e discernir, e se cultivar cívica e politicamente, é muito limitada. Além do mais, a co-municação social, que deveria educar, submete as pessoas a choques permanentes, que as preparam para aceitar todas as desgraças (como adverte Naomi Klein3).

Não se esperaria, para já, a felicidade pelo trabalho. Mas ao menos tem de travar-se o recuo para uma nova forma de escravatura, subtil e impiedosa, que encontra nas crises o seu álibi perfeito.

Notas:

1 Cf., entre múltiplos exemplos possíveis, uma entrevista do psiquiatra AFONSO, Pedro — Perdemos a capacidade de suportar o sofrimento, in “Focus”, n.º 564, de 4 a 10 de Agosto de 2010, p. 15: “Nós conhecemos figuras públicas que aparentam uma vida óptima, mas são profundamen-te infelizes e deprimem-se porque não são completamente realizadas e a felicidade que mostram nas capas das revistas é apenas aparência”.

2 Apud BOSI, Alfredo — Ideologia e Contra Ideologia, São Paulo, Compa-nhia das letras, 2010, pp. 372-373.

3 KlEIN, Naomi - The Shock Doctrine: The Rise of Disaster Capitalism, 2007, trad. port. de vania Cury, A Doutrina do Choque: A Ascensão do Capitalismo de Desastre, Nova Fronteira, 2008.

opinião

Page 18: aberta STEC Nº29 · Natal, não é de certeza uma norma por que se rege um Estado de direito. - Ignorar que a grande fatia desta dívida, pouco tem a ver com as despesas do Estado

STEC | CAIXA ABERTA Nº29 | MAIO 201218

Passeio a 6, 7 e 8 de MaioO desafio foi lançado: Descobrir o Alentejo num fim-de-semana em grupo com um programa preenchido e muito promissor!

horas livres

fim de semana no alentejo

Os participantes foram chegando ao seu ritmo na sexta-feira e dando entrada no Solar do Alqueva, para ali pernoitar.

O encontro estava marcado para sába-do às 9h30 com partida para S. Pedro do Corval para visita à olaria José Car-taxo e à 17ª Festa Ibérica da Olaria e do Barro.

Pudemos ver todo o processo da cria-ção manual das peças desde a modela-ção do barro passando pela pela pintura e uma explicação sobre os processos da vidragem e cozedura. De seguida deslo-cámo-nos para visita a Mourão seguido de um repasto digno na Adega velha, com comidas e bebidas da região ao som de cantares alentejanos.

Após o almoço, não houve tempo para a apetecida sesta uma vez que rumámos em direcção a Monsaraz, onde desfru-támos do magnífico património históri-co e paisagístico da vila medieval.

O programa ainda ia a meio, e para os amantes do enoturismo a parte mais desejada aproximava-se: a visita às ca-ves e adegas da herdade do Esporão com uma prova de vinho no final.

Para finalizar o dia jantámos no restau-rante Aloendro situado em Reguengos onde estivemos em alegre convívio.

No domingo, num cenário de céu azul e muito sol, o capitão Tiago recebeu-nos

para uma viagem nas águas do Alque-va a bordo do “Sem Fim”, um veleiro que na sua origem terá servido para transportar mercadorias nos canais dos Países Baixos.

Antes de nos deslocarmos para almoço no restaurante com o mesmo nome, vi-sitámos ainda o Cromeleque do Xerez. Constituído por 50 menires de grani-to e que terá sido o único monumento transferido de local em toda a região de influência da construção da barragem. As despedidas fizeram-se após o almo-ço com a sensação de que o desafio lançado terá tido um resultado positivo para todos!

Page 19: aberta STEC Nº29 · Natal, não é de certeza uma norma por que se rege um Estado de direito. - Ignorar que a grande fatia desta dívida, pouco tem a ver com as despesas do Estado

19

Partimos em direcção ao Cais D'El Rei em Tancos para uma viagem de barco com ponto de paragem no Castelo de Almourol, onde pudemos aventurar-nos numa su-bida à torre do Castelo bem como apreciar um bonito cenário de coloridas canoas.

De regresso a Tancos, a chegada ao restaurante foi reconfortante, pois o calor e a fome já se faziam sentir. O almoço foi em convívio, repleto de iguarias e terminando com um delicioso doce tradicional de Tancos.

Continuámos o nosso passeio, dirigindo-nos para a Golegã, onde realizámos uma visita à Casa-Estúdio Carlos Relvas, com características únicas a nível mundial, um verdadeiro templo da fotografia.

Terminámos no Equuspolis, onde ficámos a conhecer um pouco mais da história do cavalo, da vila e do concelho da Golegã e percorremos o espaço museológico preparado para preservar a obra de escultura, pintura e desenho do artista Mestre Martins Correia.

No sábado, dia 2 de Julho, partimos para mais um passeio, com ponto de encontro junto ao Posto de Turismo em Constância, muito perto do local onde as águas do Zêzere e o Tejo também se encontram.

Iniciámos o percurso pelo jardim horto de Camões, monumento ligado à obra do poeta e erigido em sua memória, pas-seámos pelas ruas da vila e visitámos o Museu dos rios, com espólio relati-vo à construção naval e às actividades fluviais, retratando os tempos em que Constância vivia sobretudo do transpor-te da pesca.

horas livres

à descoberta do ribatejoconstância, almourol, golegã

Page 20: aberta STEC Nº29 · Natal, não é de certeza uma norma por que se rege um Estado de direito. - Ignorar que a grande fatia desta dívida, pouco tem a ver com as despesas do Estado

STEC | CAIXA ABERTA Nº29 | MAIO 201220

Sendo certo que nem todos podem ga-nhar, agradecemos a participação nesta iniciativa e esperamos poder contar com todos em próximos concursos.

horas livres

Vi concurso de fotografia STEC

Inserido nas comemorações do seu 10º aniversário o STEC lançou a sexta edição do Concurso de Fotografia, aberto a sócios e familiares directos, cujo prazo de entrega dos trabalhos terminou no dia 6 de Outubro de 2011.

Sem TítuloMaria José Duarte Rio

COR

1º PRÉMIO

"Trabalho de equipa"Paulo Cavaco

PRETO E BRANCO

1º PRÉMIO

"Conexões"Ana Isabel Biléu

COR

2º PRÉMIO

Sem TítuloAna luz Mendes lopes

COR

3º PRÉMIO

Os trabalhos a apresentar subordinaram-se à temática do lema das comemora-ções “unidos como os dedos da mão”, numa leitura alargada do seu significado, deixando-se, assim, campo aberto ao poder criativo de cada participante, para abordagens diferenciadas.

O Concurso de Fotografia é uma das atividades com tradição, nas realizações de tempos livres do STEC.

O Júri, constituído pelos fotógrafos J.R. Garcia, luís Garção e Arnaldo Carvalho (em representação do STEC), após reu-nião para avaliar os trabalhos a concur-so, decidiu a atribuição dos seguintes prémios:

Assim, vimos anunciar o lançamento da sétima edição, esperando uma forte participação dos amantes da fotografia.

O prazo para apresentação dos traba-lhos termina no dia 26/10/2012.

VII CONCURSO DE FOTOGRAFIA DO STEC

Os trabalhos a apresentar devem versar o tema “VIAGENS”. Nesta temática, mui-to variada, cabe todo o tipo de imagens que os viajantes registam: paisagem na-tural ou humanizada; monumentos, vida rural e urbana; aspetos pitorescos; povos e culturas, etc.

O Regulamento, de consulta obrigató-ria, e a ficha de inscrição, ou qualquer esclarecimento podem ser obtidos através do site do STEC na internet ou diretamente na Sede ou nas Delega-ções de Coimbra e Porto.

Page 21: aberta STEC Nº29 · Natal, não é de certeza uma norma por que se rege um Estado de direito. - Ignorar que a grande fatia desta dívida, pouco tem a ver com as despesas do Estado

21

O CANTINHO DA CEGONHARua Cooperativa "A Sacavenense", 27Quinta do Património, Apartado 174 2685-005 SACAvÉMTel. 219 403 864

Benefícios para sócios do STEC mediante apresentação do res-pectivo cartão de sócio:- 15% de desconto na mensalidade;- entrada garantida.

COLÉGIO CESÁRIO VERDEAv. Infante D. henriques, lote 3091950-421 lISBOA Tel. 219 457 590 / 1 / 2 Fax. 219 457 599Email. [email protected]

Benefícios para sócios do STEC mediante apresentação do respec-tivo cartão de sócio:- redução de 10% no valor da propina mensal- isenção do valor da inscrição no primeiro ano de frequência do

colégio para um dos filhos.

Notas: Para informação mais detalhada sobre o que está incluído na mensalidade dos vários graus de ensino consulte o site do STEC.

ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE DACRUZ VERMELHA PORTUGUESA

www.esscvp.eu

Descontos no valor das propinas para sócios do STEC e familiares directos (filhos e cônjuge):- licenciaturas de Cardiopneumologia e Radiologia: 20%- licenciaturas em Enfermagem, Fisioterapia e Mestrado de Ra-

diologia: 10%- Outras Pós-Graduações: 5%

Nota: Nos restantes emolumentos, não há lugar a desconto.

COLÉGIO EUROPEU ASTÓRIAAv. Almirante Gago Coutinho, 88 e 88 A1700-031 lISBOATel. 707 100 028 / 211 583 551Tm. 934 202 775 / 934 202 454 / 917 408 963 / 967 261 727Fax. 211 583 550E-mail. [email protected]

Condições especiais para os associados do STEC:Desconto de 10% sobre:- Mensalidades - Oficinas educativas - Actividades Extra Curriculares (ballet, Judo, Yoga e Inglês) - Festas de Aniversário (máximo 2 Festas) - Festas Temáticas (máximo 4 Festas) - Academia de línguas (máximo 1 inscrição)

Seminários para Pais - oferta da 2ª inscrição em cada seminário no máximo de 4 seminários.

protocolos

Apresentamos os novos protocolos estabelecidos entre o STEC e outras entidades. Para qualquer esclarecimento

complementar é favor contactar a Sede, em Lisboa, ou as Delegações de Coimbra e Porto.

OSTEOPATIA - JOÃO MARTINSAv. Estados unidos da América, 111 R/C Esq.1700-170 lISBOATel. 210 961 978 Tm. 968 882 072 E-mail. [email protected]

Protocolo com benefícios para sócios: - 20% de desconto em consultas e tratamentos de Osteopatia - 20% de desconto em Massagens Relaxamento

MEDICALREST - SOLUÇÕES DE DESCANSO, LDA Zona Industrial vale do Grou – Pav. 32525-791 ATOuGuIA DA BAlEIATel. 262 759 281 Fax. 262 758 132Email. [email protected]

Benefícios para associados do STEC, na compra de todos os produ-tos da gama Colmed, mediante apresentação do cartão de sócio:- Gama generalista: 40% de desconto sobre os preços de tabela (acrescidos de IvA);- Gama hospitalar: 20% de desconto sobre os preços de tabela (acrescidos de IvA);- Condições de pagamento: 50% entrada + 50% a 30 dias;- Entregas de 2ª feira a Domingo até às 22h com marcação de hora;- levantamento de colchão antigo (caso o deseje).

PERSONAL STUDIOPraceta Ribeiro Sanches, 11A-R/C Dto. 2830-146 BARREIROTel. 211 817 923 Tm. 961 572 335 E-mail. [email protected]

Benefícios para sócios do STEC:- Oferta de inscrição; - Oferta da Consulta de Aptidão Física e Saúde; - Desconto de 10% na Consulta de Aconselhamento Alimentar; nos pack's de 5 e 10 sessões de Treino Personalizado; nos Programas Semestrais Personalizados; nos Planos Mensais Personalizados.

IPSY'S - INSTITUTO DE PSICOLOGIA E NEUROPSICOLOGIAAv. 22 de Maio, 24 - 1º andar, sala 12 Nova leiria 2415-396 lEIRIATm. 966 914 359 E-mail. [email protected]

Desconto de 10% e preços diferenciados em determinados servi-ços que presta na sua unidade de sáude, na área da Psicologia e Neuropsicologia, para sócios do STEC e familiares.

TETRA - HEALTH CLUBRua Domingos Sequeira, 224/C 4050-230 PORTOTel. 228 305 842 Tm. 914 450 324 Fax. 228 305 842 E-mail. [email protected]

Desconto entre 30 a 35% sobre a Tabela de Preços dos cartões de actividades, para sócios do STEC e familiares directos.

ensino privado desporto e saúde

Page 22: aberta STEC Nº29 · Natal, não é de certeza uma norma por que se rege um Estado de direito. - Ignorar que a grande fatia desta dívida, pouco tem a ver com as despesas do Estado

STEC | CAIXA ABERTA Nº29 | MAIO 201222

ALDEIA TURÍSTICA DE LOUREDOTer - Cubo - Cx 41 vieira do Minho 4850-214 lOuREDOTm. 914 609 118 E-mail. info@aldeiaturisticadelouredo.com.ptwww.aldeiaturisticadelouredo.com.pt

Descontos para sócios do STEC: - 15% para estadias iguais ou superiores a uma semana; - 10% sobre preço de balcão.

HOTEL TRAVEL PARKAv. Almirante Reis, 64 1150-020 lISBOATel. 218 102 100 Fax. 218 102 199 E-mail. [email protected]

Preços especiais para sócios do STEC (válidos até 31/12/2012):- Single - €58,00 - Duplo - €67,00 Salas de reunião - a partir de 150,00€ / dia Estacionamento - €10,00 / 01 viatura / diaOs preços por quarto incluem pequeno-almoço buffet, taxas e serviço.

SESIMBRA HOTEL & SPAPraça da Califórnia 2970-773 SESIMBRATel. 212 289 800 Fax. 212 234 865Tel. reservas: 212 289 803 E- mail. [email protected] [email protected] www.sesimbrahotelspa.com

Descontos para sócios do STEC mediante a apresentação do car-tão de sócio:- 40% de desconto nas Tarifas de Balcão (alojamento e pequeno al-moço buffet); caso, em determinada data, exista uma tarifa promo-cional mais vantajosa, será essa a tarifa a ser aplicada na reserva (sem a percentagem de desconto indicada); - 10% de desconto em todos os Programas Especiais em vigor.

VISABEIRA TURISMORepeses 3504 - 511 vISEuTel. 232 483 111 Fax. 232 483 110 E-mail. [email protected]

Benefícios e condições especiais para os sócios do STEC, me-diante a apresentação do respectivo cartão de sócio:- Desconto de 20% sobre o Preço de Balcão em alojamento, direc-tamente nas unidades abaixo descritas: - Montebelo hotel & SPA - hotel Príncipe Perfeito; - hotel Palácio dos Melos - hotel Casa da Ínsua; - Montebelo Aguieira lake Resort & SPA - Girassol hotéis (em Moçambique).- Desconto de 10%: sobre a tarifa por noite online, no site do hotel pretendido (excluem-se Programas e Promoções); sobre a Tabela de Preços nos SPA; nos produtos disponíveis na loja Montebelo; nos produtos Gourmet e visitas ao hotel Casa da Ínsua;

- Desconto de 10% em Desporto, Bem-Estar e lazer, nos locais abaixo descritos: - Complexo Desportivo Príncipe Perfeito (CDPP) e Radical park; - Palácio do Gelo Shopping: Forlife-Desporto e Cabeleireiro (só serviços); Pista do Gelo; Bowling; Polar & Brincar - em entradas (não aplicável a festas de aniversário).

ORALKLASS CLÍNICAS DENTÁRIAS, LDAE-mail. [email protected] www.oralklass.pt

Sede: Rua Santa Catarina, 635 4000-272 PORTOTel. 222 087 410 Tlm. 918 408 770 9:30h às 19h de segunda a sexta; 10h às 13h ao Sábado; Filial: Rua Padre António lino Sousa vale, 160 4440-573 vAlONGO Tel. 220 161 447 Tlm. 934 195 812 9:30h às 19h de segunda a sexta;

Filial: Av. Prof. Anibal Cavaco Silva, 173lugar venda Nova 4435-600 RIO TINTO(abre brevemente)

Descontos para sócios do STEC, mediante a apresentação do car-tão de sócio:- 10% em consultas, implantes, próteses e aparelho; - 1ª consulta checkup gratuita.Nota: Acordo com os Serviços Sociais da Caixa Geral de Depósitos.

GABINETE PSICOLOGIA E TERAPIA FALA- DRA JOANA MARTINS

Rua do valado, 192 4535-475 S. PAIO DE OlEIROSSanta Maria da FeiraTel. 919 652 320 E-mail. [email protected]

Preços especiais mediante apresentação do cartão de sócio:- 1ª consulta de Psicologia ou de Terapia da Fala a 20,00€; - Consultas seguintes a 17,00€ por sessão.

ANA ROSALINO - FISIOTERAPIATel. 919 614 398 / 961 291 948 E-mail. [email protected]

Benefícios para sócios do STEC, mediante a apresentação do res-pectivo cartão:20% de desconto: Fisioterapia (Ortopédica, Neurológica, Respirató-ria, Reunatológica e Oncológica); Drenagem linfática Manual; ven-tosaterapia.10% de desconto: Pilates ClínicoNota: Todos os serviços acima descritos serão realizados no do-micílio dos sócios do STEC.

ETAPAS FELIZES - SERVIÇOS DE APOIO DOMICILIÁRIOAv. Rui Nogueira Simões, 3A 1600-870 lISBOATel. 217 237 043 Tm. 966 233 914 / 914 810 052 E-mail. [email protected]

Desconto de 10% sobre os preços de tabela, mediante a apresen-tação do cartão de sócio.

COMPANHIA DE TEATRO BRAGATheatro Circo - Av. da liberdade, 697 4710 - 251 BRAGATel. 253 217 167 E-mail. [email protected] / [email protected]

Desconto de 50% na aquisição de bilhete inteiro para as produções de CTB, mediante a apresentação de cartão de sócio do STEC.

cultura e lazer

hotéis

turismo de habitação

protocolos

Page 23: aberta STEC Nº29 · Natal, não é de certeza uma norma por que se rege um Estado de direito. - Ignorar que a grande fatia desta dívida, pouco tem a ver com as despesas do Estado

23

EMARA TRAVEL VIAGENS E TURISMO, LDAAvª. da República, 41 – 3º - sala 306 1050-187 lISBOATel. 210 995 590 Fax. 211 918 699 Tm. 919 914 934 / 965 039 768E-mail. [email protected]

Benefícios para sócios e familiares directos:– Descontos entre 5% e 8% em programação dos vários Operado-res Turísticos a operar em Portugal;- Descontos entre 8% e 10% em programação própria da Emara Travel, feita à medida para o cliente, mediante os acordos com os nossos agentes em todo o Mundo;- Desconto de 6% a 8% em Rent a Car em Portugal Continental, Ilhas, Países Europeus, Estados unidos América do Norte, Canadá e Brasil;- Descontos de 8% a 10% em hotelaria Nacional e Internacional em mais de 93.000 hotéis de acordo com a nossa contratação com as várias Centrais de Reservas internacionais; - Tarifas aéreas a preços competitivos face aos acordos pontuais por destino (Ibéria, KlM, lufthansa, Air France, TAP, etc.)Notas:- Os pagamentos das viagens aéreas serão efectuados a pronto, no acto de emissão dos bilhetes aéreos, assim como sinalização de viagem, que deverá ser no mínimo de 25% do valor final da viagem;- Para os restantes serviços o pagamento deverá ser efectuado com 20 dias de antecedência;- Os pagamentos serão efectuados por transferência bancária ou depósito ou através de terminal POS.

AUTATLANTIS RENT-A-CARRua dos Manaias, 53/57 9500-084 PONTA DElGADA AçoresTel. 296 205 340/6 Fax. 296 287 146 E-mail. [email protected]

Protocolo com desconto de 20% sobre a tarifa de balcão, para sócios do STEC.

CLEAN CAR WASHSTel. 967 436 860 / 961 243 426 / 969 467 318 E-mail. [email protected]

laranjeiras:Rua Joaquim Rocha Cabral, 26 1600-075 QuINTA DOS BARROS

Roma Park:largo Machado de Assis, 53, Piso -1 1700-116 lISBOA

vários descontos na limpeza ecológica de viaturas mediante a apre-sentação do cartão de sócio. Consulte o website do STEC para mais informações.

FUNERÁRIA SÃO MARÇAL, LDARua 25 de Abril, 20 2835-167 BAIXA DA BANhEIRATel. 211 511 465 / 964 966 338 / 963 301 002 E-mail. [email protected]

Descontos para sócios, seus cônjuges, ascendentes, descendentes e familiares até 1º grau. Consulte o website do STEC para mais in-formações e condições.

Sede STEC - LISBOA largo Machado de Assis, lote-A, 1700-116 lISBOAtel 21 845 4970/1 - móv 93 859 0888, 91 849 6124fax 21 845 4972

Delegação STEC - PORTOR. do Bolhão, nº 53 - 4º Dto, 4000-112 PORTOtel 22 338 9076, 22 338 9128 - fax 22 338 9348

Delegação STEC - COIMBRAR. do Carmo, nº 54 - 3º letra Q, 3000-098 COIMBRAtel 23 982 7686, 23 982 8554 - fax 23 982 6802

www.stec.pt e-mail: [email protected]

Consulte outros protocolos e iniciativas

no Livro Horas Livres e Protocolos STEC

agências de viagens

protocolos

CLOCHE - RECEPTIONS DESIGN, LDAShowroom / Armazém: Rua Marechal Craveiro lopes, 162B Bairro da Milharada 2670-536 lOuRESTel. 211 914 753 Fax. 211 914 564 Nº Directo - Encomendas: 910 090 009 E-mail. [email protected]

Benefícios para sócios, mediante a apresentação do respectivo cartão: - 25% de desconto no aluguer de qualquer artigo; - entregas gratuitas na zona da Grande lisboa; - estudo de decoração de espaços para festas ou eventos; - aconselhamento profissional na produção de festas e eventos.

AQUALINEvila Amélia, lt. 92 - Cabanas - Palmela 2950-805 QuINTA DO ANJOTel. 212 109 360 / 362 Fax. 212 109 361 E-mail. [email protected]

Os sócios do STEC beneficiam dos seguintes descontos sobre os equipamentos ou produtos comercializados:- 5% na Construção de Piscinas, e piscinas em kit do tipo “fora de solo”; -10% em Piscinas em Kit (excepto do tipo “fora-de-solo”) e Equipa-mentos para piscinas excepto:- para “fora de solo”;- spare parts; - 15% em Produtos quimicos para tratamento de piscinas, da gama CTX, em embalagens de 5 Kgs / lts ou superior e em Equipamentos para piscinas marca ASTRAl, excepto:- spare parts;- bombas de calor;- coberturas; - 10% na Gama Wellness (excepto complementos, acessórios e spare parts) e em Kit’s solar térmico da marca Junkers, não incluin-do equipamentos de apoio (esquentadores, caldeiras, etc.) e/ou de regulação nem spare parts.Consulte o site do STEC para mais informações e condições.

diversos

automóveis

Page 24: aberta STEC Nº29 · Natal, não é de certeza uma norma por que se rege um Estado de direito. - Ignorar que a grande fatia desta dívida, pouco tem a ver com as despesas do Estado

STEC | CAIXA ABERTA Nº29 | MAIO 201224

insólito

[email protected]

Sede STEC - LISBOA Largo Machado de Assis, Lote-A, 1700-116 LISBOAtel 21 845 4970/1 - móv 93 859 0888, 91 849 6124 fax 21 845 4972

Delegação STEC - PORTOR. do Bolhão, nº 53 - 4º Dto, 4000-112 PORTOtel 22 338 9076, 22 338 9128fax 22 338 9348

Delegação STEC - COIMBRAR. do Carmo, nº 54 - 3º Letra Q, 3000-098 COIMBRAtel 23 982 7686, 23 982 8554fax 23 982 6802

insólito sonho ou pesadelo?

Fica-se de boca aberta ao ler uma nota no caixapessoal, com um título deveras sugestivo:− RECIBO DE VENCIMENTO+ PRODUTOS EM CONDIÇÕES PREFERENCIAIS”.

Boletim Informativo Caixa Aberta Nº 29 , Maio de 2012 - Periodicidade: Trimestral - Tiragem: 6500 ExemplaresDirecção e Redacção: Departamento de Comunicação do STEC - Concepção Gráfica: Hardfolio - Impressão: Ligrate - Atelier Gráfico, Lda.

de solução milagrosa de produtos em condições preferenciais, numa altura em que colocaram a maioria das pessoas numa total asfixia financeira, quase incapazes de gerir o magro orça-mento familiar e satisfazer os compromissos assumidos.

Num momento em que aos trabalhadores no ativo e reforma-dos do Grupo Caixa, lhes é subtraída uma parcela importante das suas remunerações/pensões, diminuindo drasticamente o seu poder de compra, propõem-lhes o acesso facilitado a tan-tas coisas de sonho, deixando pairar a ideia de que, como e quando pagar é um simples pormenor sem importância!

Ou seja, simplesmente propõem-nos o sonho, no momento em que tornaram as nossas vidas num enorme pesadelo!

Insólito, não é?

- Incentiva-se a compra do carro novo, a fazer obras em casa ou a gozar umas férias de sonho.

- Apregoa-se a compra de casa nova, trocar a que se tem por uma maior, “… agora que a família aumentou…” e, porque não, “… a comprar aquela casa de sonho, mesmo junto à praia…”

- Para além disso, ainda se pode “Navegar” no acesso privilegiado a produtos e serviços na área de hardware, software e telecomunicações.

Pondo de lado o tom algo propagandístico da nota, não po-demos deixar de registar o extremo mau gosto na forma e no conteúdo da mesma. É, no mínimo, surreal, contrapor à forte diminuição da remuneração dos trabalhadores, uma espécie