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A UTILIZAÇÃO DE BICICLETAS NA FISCALIZAÇÃO DO TRÂNSITO E TRANSPORTE.

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A UTILIZAÇÃO DE BICICLETAS NA FISCALIZAÇÃO DO

TRÂNSITO E TRANSPORTE.

Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas S/A

EMDEC

A utilização de bicicletas na fiscalização do trânsito ocorre em poucas cidades no país, em Campinas a idéia conta com uma

inovação, este tipo de veículo é usado pelos Agentes da Mobilidade Urbana na fiscalização do trânsito, transporte e

ainda no apoio a eventos, também tem o objetivo de aproximar os agentes dos munícipes, melhorando o atendimento

sobretudo em vias onde não é possível trafegar de carro ou moto, como os calçadões.

RESENHA

INTRODU ÇÃO

A mobilidade urbana sendo tratada de forma sistêmica e integrada tornou-se fator determinante na qualidade de vida

dos moradores e também um importante estimulo para unificação das fiscalizações de trânsito, transporte, obras e

eventos. Após a consolidação desta nova visão as ações desenvolvidas pela Prefeitura e pela EMDEC não cessaram, sempre com o objetivo de garantir a qualidade de vida que a

população almeja.

Com esse intuito iniciamos em 2007 a discussão de implantar mais um tipo de veículo na fiscalização além dos jáexistentes:

Moto, Saveiro, Gol, Kombi e Van.

A bicicleta foi uma opção consciente e compromissada com a qualidade de vida e respeito ao meio ambiente,

proporcionando aos agentes da mobilidade ciclistas atuar em dupla, na fiscalização do Sistema Rotativo de Estacionamento (Zona Azul); identificação, autuação e remoção de veículos estacionados irregularmente; monitoramento do transporte,

principalmente em relação às paradas por tempo excessivo ou irregular. Outro apoio importante é prestado pelos Agentes nas

provas de pedestres e de ciclistas, entre outros eventos que ocorrem no município

Inicialmente foram investidos cerca de R$ 9 mil na compra das bicicletas que têm especificações especiais para este

trabalho, por serem mais leves.

Investimentos

Figura 1 – Foto do lançamento do Agente da Mobilidade Urbana Ciclista

Fonte Emdec

Figura 2 – Calçadão da Rua Dr. Costa Aguiar uma das vias monitoradas pelos Agentes da Mobilidade Urbana, Ciclista.

Fonte Emdec

O uso de bicicletas pelos Agentes da Mobilidade proporcionou maior agilidade nos deslocamentos na área central, através das

rotas definidas conseguimos dar resposta mais rápida às ocorrências e necessidades da população nessa área, além de facilitar a fiscalização do trânsito e transporte, principalmente

na coibição das paradas irregulares e desnecessárias, contribuindo para uma melhor fluidez e maior segurança aos

condutores e pedestres, mostrando para a população a preocupação da administração com o meio ambiente, por

tratar-se de uma forma de transporte ecologicamente correta.

DIAGNÓSTICOQue andar de bicicleta faz bem, não se tem duvida, pois expõe o usuário a

exercício físico, queimando em média 400 calorias/hora, (fonte revista Boa Forma) melhora o condicionamento, aumenta a massa muscular,

exercita a mente, alivia o stress, previne doenças e diminui os congestionamentos e com isso os níveis de poluição, sem contar a economia, face a não utilização de combustível e o baixo custo de

manutenção, somente de posse destas informações já teríamos motivos para implantarmos esse tipo de veículo na fiscalização, contudo nossas

expectativas foram superadas, pois ao utilizar-mos a bicicleta, percebemos que outros Agentes da Mobilidade se sentiram motivados, passando a realizar seus deslocamentos casa x trabalho e vice versa, através do uso da bicicleta, é certo que não é muito cômodo, mas deixar o carro na garagem e adotar a bicicleta traz um ganho social

muito amplo.

A escolha do equipamento

O tipo de veículo a ser escolhido deveria atender as necessidades dos nossos agentes, a bicicleta mais

apropriadas deveria apresentar algumas características como possuir banco confortável, suspensão, uma mesa do guidom

que permitisse a posição do ciclista em uma postura adequada, mínimo de 21 marchas, suporte para garrafa de

água, bolsa para acondicionamento de talões, caneta, protetor solar, e um cadeado para amenizar o perigo de

roubo.

A escolha do uniforme

Um bom capacete que fique bem preso a cabeça e que tenha uma "pala" ou "viseira", de qualidade, luvas especiais para

ciclistas, com amortecimento na palma da mão, que serve para evitar futuras tendinites nas mãos e nos dedos, óculos para

proteção contra objetos ou insetos e com lentes escuras para evitar os raios ultravioletas, camiseta feita com material que não retenha o suor e bermuda com algum tipo de forração

interna para evitar futuras assaduras e por fim um tênis leve e confortável.

A capacitação

Antes de colocarmos os Agentes da Mobilidade Ciclistas nas ruas, alguns cuidados foram tomados para garantir a

segurança e o bom desempenho dos mesmos, para isso todos os voluntários foram submetidos a avaliação médica (física e

psicológica), pois entediamos ser imprescindível para determinar se o condicionamento dos agentes permitiriam

este tipo de atividade, possibilitando detectar qualquer problemas como hipertensão, arritmias ou qualquer outro em

grau que o impedisse de exercer esta atividade.

Figura 3 - Treinamento dos agentes pela Guarda Municipal de Campinas

Fonte Emdec

Veículo de Apoio

Diante de uma falha na bicicleta ou de os agentes serem surpreendidos por chuva durante a operação, um veículo de suporte (Saveiro) é acionado pela Central, deslocando-se ao

local onde se encontra os mesmos fazendo a recolha das bicicletas, e os agentes permanecem em ronda a pé ou passam

a integrar uma viatura Saveiro ou Gol.

Definição das rotas

Para melhor aproveitamento dos agentes e com o objetivo de evitar que os 8 ciclistas se aglomerassem no quadrilátero

central, foram definidas 4 áreas de operação (exemplo da Área 1 mostrado no mapa abaixo) abrangendo o grande centro que

tem seu terreno quase plano tornando-se ideal para os deslocamentos dos ciclistas.

Figura 4 - Mapa de uma das áreas de atuação dos Agentes da Mobilidade Ciclistas.

Área Operacional 1 Fonte Emdec

PROPOSIÇÕESQue andar de bicicleta é bom, melhora o condicionamento físico, faz bem a mente não se tem duvida, mas quando pensamos que

poderia ser utilizada como um veículo, no auxilio as fiscalizações de trânsito, transporte e para acompanhamento de eventos,

algumas incógnitas surgiram, contudo só existia uma forma de saber se funcionaria ou não, “testando” foi assim que decidimos implantar, e para nossa surpresa os resultados superaram nossas

expectativas, pois foram extremamente positivos tanto pela aceitação pela população quanto por parte dos Agentes da

Mobilidade e na empresa como um todo, pois a partir daí varias solicitações surgiram para participação de palestras, gravação de

vídeo sobre dicas de trânsito entre outras.

Contudo havia ainda uma preocupação com a segurança dos agentes, pois sabemos que o & 2º do Art. 29 do CTB “Respeitadas as normas de circulação e conduta estabelecidas neste artigo, em

ordem decrescente, os veículos de maior porte serão sempre responsáveis pela segurança dos menores, os motorizados pelos

não motorizados e, juntos, pela incolumidade dos pedestres”, esta longe de ser cumprido pela maioria dos condutores na maioria dasgrandes cidades, preocupação esta que deixou de existir a partir da

analise dos relatórios de acidentes de trabalho, comparando os dados com acidentes envolvendo outros tipo de veículo a exemplo

da motocicleta, descobrimos que os acidentes são menos grave implicando na redução dos dias perdidos em virtude de

afastamento, conforme demonstra o quadro abaixo.

369084170658784198422Total

178810937846912009

2871495100019242008

552182091534332007

101912445957432006

16543284821806112005

AfastadosAfastadosAcidentesAfastadosAcidentesAfastadosAcidentes

DiasAcidentes

Total DiasQuantidadeTotal DiasQuantidadeTotal DiasQuantidade

TOTALOutrosBicicletaMoto

COMPARATIVO DE ACIDENTES COM MOTOS E BICICLETAS

ACIDENTES COM AGENTES

Tabela 1 - Comparativo de acidentes de trabalho por tipo de veículo.

Fonte Emdec

Com a implantação da ronda por agentes da mobilidade ciclistas, percebemos uma grande melhora no tempo de resposta as solicitações, seja para atendimento de guia

rebaixada, veículo quebrado ou acidentes de trânsito e nestes casos em 50% das ocorrências na área central, os Agentes da Mobilidade Ciclistas são os primeiros a chegarem ao local,

subsidiando à Cimcamp (Central Integrada de Monitoramento de Campinas) com informações para os devidos acionamentos.

RESULTADOS

O uso das bicicletas por Agentes da Mobilidade Urbana de campinas deu tão certo que estamos inovando seu uniforme e dobrando o numero de bicicletas passando estas a possuírem dimensões conforme as características de cada agente e ainda

equipando-as com dispositivo sonoro (sirene) e luminoso (giroflex), ferramentas importantes para o desenvolvimento do

trabalho do agente.

Entretanto alguns pontos desfavoráveis devem ser citados, pois impossibilita a ação do agente com a bicicleta, a exemplo em dias de chuva, este tipo de veículo não pode ser utilizado em virtude da limitação de movimentos do condutor quando utilizando-se do EPI (Equipamento de Proteção Individual) capa de chuva ou em dias em que a temperatura esteja muito

baixa o mesmo incomodo ocorre com os agasalhos de inverno.

CONCLUSÃO

A bicicleta apresentou-se muito eficiente na fiscalização do trânsito e transporte no município de Campinas em virtude de sua agilidade, beneficio que trouxe para o condicionamento

físico dos agentes, baixo custo na aquisição e manutenção, e o melhor de todos, serviu de incentivo para os demais

trabalhadores e população em geral, pois quanto mais bicicleta na rua, melhor será a qualidade de vida da população bem

como a saúde do nosso meio ambiente.

Atílio André PereiraDiretor de Operaçõ[email protected]

Celso Adelino FerreiraGerente de Fiscalização e Operação

[email protected]

Carlos Aparecido de LimaChefe Departamento Controle Operacional

[email protected]

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