a sistematizaÇÃo do conteÚdo estruturante danÇa … · ao analisar a proposta metodológica do...

19

Upload: lyphuc

Post on 15-Dec-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

A SISTEMATIZAÇÃO DO CONTEÚDO ESTRUTURANTE DANÇA COMO

ASPECTO FUNDANTE DO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM

Autora: Maria Lucia da Silva1

Orientador: Antonio Geraldo Magalhães Gomes Pires2

RESUMO: O presente artigo incorpora a conclusão dos estudos do PDE 2012 e apresenta o relato de

uma proposta de trabalho implementada no primeiro ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Olympia de Morais Tormenta, Londrina- PR, que apresentou como objeto de estudo o ensino do conteúdo estruturante dança nas aulas de Educação Física. O projeto propiciou aos estudantes a apropriação de conhecimento e vivência prática da dança de forma sistematizada. Seguindo as orientações estabelecidas pelas DCE, para todas as disciplinas, o conteúdo estruturante dança apresenta-se sistematizado e seriado do 6° ao 9° anos. Quando se refere ao Ensino Médio, o documento apenas aponta quais conteúdos devem ser trabalhados ao longo dos três anos, não estando seriado, dando a cada escola a autonomia de escolha dos conteúdos que serão trabalhados. Foi considerando este cenário que propusemos a implementação de uma proposta de intervenção, orientada pelo objetivo central de construir uma proposta metodológica, que toma como aspecto norteador a sistematização e a seriação do ensino da dança, como possibilidade de inserção efetiva deste conteúdo no âmbito deste ciclo educacional. Ao propor e implementar uma metodologia sistematizada e seriada para o ensino da dança, entendemos que é possível tornar o ensino da dança real nas aulas de Educação Física, superando a concepção de dança como atividade lúdica ou para momentos comemorativos, desvinculada de seu caráter histórico social. Neste sentido, esta proposta metodológica procurou oportunizar a integração da dança de forma concreta na aula de Educação Física como manifestação social e cultural.

Palavras-chave: Metodologia. Sistematização de Conteúdos. Dança. Cultura Corporal.

1 Introdução

O presente artigo apresenta os resultados da implementação de uma proposta

metodológica para o ensino da dança realizada com os estudantes do 1º ano do Ensino

Médio do Colégio Estadual Professora Olympia de Morais Tormenta, na cidade de

Londrina – PR. Ressaltamos que o ensino médio deste colégio é estruturado de forma

blocada3. Teve como objetivo verificar a possibilidade de ensinar o conteúdo

estruturante dança nas aulas de Educação Física de forma seriada e sistematizada. O

projeto foi elaborado para o Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), edição

2012, da Secretaria do Estado da Educação do Paraná (SEED) e foi elaborado, para

1 Aluna do Programa de Desenvolvimento Educacional – Turma 2012.

2 Professor orientador, Doutor em Educação Física – UEL.

3 O ensino blocado organiza-se por blocos de disciplinas em regime semestral.

sua aplicação, um Caderno Pedagógico que contempla a fundamentação teórica para

subsidiar as ações do professor, com vistas ao desenvolvimento junto aos estudantes.

A implementação do projeto teve como substrato a produção didática “A

Sistematização do Conteúdo Estruturante Dança como Aspecto Fundante do Processo

Ensino Aprendizagem”, documento que mostra uma metodologia sistematizada e

seriada para o ensino do conteúdo estruturante dança nas aulas de Educação Física.

Entendemos que a seriação e a sistematização dos conteúdos são importantes para a

progressão pedagógica dos estudantes.

Para esta implementação, utilizamo-nos da abordagem crítico-superadora, pois a

mesma baseia-se nos pressupostos da pedagogia histórico-crítica, tendo como objeto

da Educação Física a cultura corporal, cujo conceito tem como suporte a ideia de

seleção, organização e sistematização do conhecimento acumulado historicamente

acerca do movimento humano, para ser transformado em saber escolar (PARANÁ,

2008).

Este artigo pretende demonstrar a extrema relevância que o conteúdo

estruturante dança assume, quando o escolar fala em formar estudantes cidadãos.

Neste sentido, a implementação do projeto PDE 2012 procurou oportunizar a integração

da dança de forma concreta na disciplina de Educação Física como manifestação social

e cultural.

2 Dança na escola: um olhar pedagógico

Mesmo sendo a dança um conteúdo estruturante da Educação Física, em geral,

ela não tem sido tratada como tal no ambiente educacional. Em um número

significativo das escolas públicas do Paraná, vem sendo ensinada de uma forma

superficial. Diante desse paradoxo, optamos por apresentar uma proposta

metodológica sistematizada e seriada para o ensino da dança no Ensino Médio, com o

objetivo de torná-lo real nas aulas de Educação Física, superando a concepção de

dança como atividades lúdicas ou comemorativas de datas simbolicamente

representativas, desvinculadas de seu caráter histórico-social.

Segundo Betti (1991 apud EHRENBERG, 2003, p. 58) “A dança se insere no

contexto escolar em 1854, quando a ginástica passa a ser oferecida aos homens e a

dança se torna uma atividade exclusiva para as mulheres”. Neste período, as aulas de

dança se propunham a reafirmar a leveza e a graça das mulheres predestinadas à

maternidade e aos cuidados do lar, por meio de exercícios calistênicos, ritmados ao

som musical.

“A dança é uma manifestação do ser humano presente em todos os tempos e em

todos os povos” (SBORQUIA e GALLARDO, 2006, p.13). Sendo a dança uma

manifestação da cultura corporal, ela se insere diretamente no contexto pedagógico, no

interior de uma disciplina curricular, fazendo-se necessário refletir sobre sua atuação

dentro desse contexto.

O ensino da dança na escola assume um importante papel, que é fazer com que

o estudante possa conhecer o seu corpo, compreender as relações que são

estabelecidas entre o fazer, o conhecer, o interpretar e o apreciar as diversas formas de

manifestações culturais. Busca também proporcionar ao estudante o desenvolvimento

de uma visão mais crítica do mundo, envolve o ser humano de uma maneira integral,

contribuindo de maneira decisiva para a formação de cidadãos mais críticos e

participativos da sociedade em que vivem, o que é corroborado por Marques (2007, p.

24), quando fala que “[... ] essa é uma das grandes contribuições da dança para a

educação do ser humano - educar corpos que sejam capazes de criar pensando e re-

significar o mundo em forma de arte”.

O Brasil é um país marcado pela diversidade cultural tendo na dança uma de

suas expressões mais significativas, abrindo um amplo leque de possibilidades de

aprendizagem. Em função desse capital simbólico é que entendemos a dança como um

conteúdo importante e relevante da disciplina Educação Física que deve ser ensinado

de forma sistematizada e não apenas como atividade lúdica, pois, com certeza,

contribuirá para que os nossos estudantes adotem atitudes de valorização e apreciação

das manifestações expressivas e culturais brasileiras.

De acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica - DCE -

(PARANÁ, 2008, p. 62), a definição dos conteúdos estruturantes deu-se a partir de “[...]

conhecimentos de grande amplitude, conceitos ou práticas que identificam e organizam

os campos de estudos de uma disciplina escolar, considerados fundamentais para

compreender seu objeto de estudo /ensino”. Ainda segundo as DCE, o objeto de estudo

da Educação Física é a cultura corporal, que deve servir de referencial para o ensino

dos conteúdos estruturantes esporte, dança, ginástica, lutas e jogos e brincadeiras.

Ao analisar a proposta metodológica do ensino do conteúdo estruturante dança,

podemos observar que as DCE apresentam uma sistematização e seriação apenas

para os anos finais do Ensino Fundamental (6º ao 9º ano) e para o Ensino Médio

apenas apresenta os conteúdos para os três anos. Assim, no silêncio do discurso

oficial, há uma clara intenção de responsabilizar os professores do Ensino Médio pela

organização e seriação dos conteúdos da dança, ou seja, dividi-los de forma gradativa

para os anos subsequentes.

Esta tarefa, embora complexa, deve ser efetivada, tendo em vista a importância

do ensino da dança como manifestação da cultura corporal muito presente em nosso

país, uma vez que “[...] a expressão corporal é uma linguagem, um conhecimento

universal, patrimônio da humanidade que igualmente precisa ser transmitido e

assimilado pelos alunos na escola” (COLETIVO DE AUTORES, 1993, p. 42).

Na proposta metodológica apresentada por nós, os conteúdos sugeridos estão

de acordo com as Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná, porém acrescentamos a

dança criativa para 1º ano e os demais conteúdos foram distribuídos por séries. A

dança criativa é conteúdo do Ensino Fundamental e proporciona aos estudantes o

desenvolvimento de sua expressividade e a criatividade. É nesse sentido que

acreditamos na relevância de seu ensino para os estudantes do 1º ano do Ensino

Médio, pois este é um novo ciclo e recebe alunos de diferentes faixas etárias e

vivências diferenciadas.

Diante desse cenário, Cunha (apud RANGEL, 2002, p. 64) fala que a dança

criativa deveria estar presente nos currículos escolares, da pré-escola até a

universidade, pois seus conteúdos podem ser adaptados e aplicáveis a qualquer nível

de ensino. Um aspecto que ressaltamos é o fato de a dança criativa permitir ao

estudante criar seus próprios movimentos, condição que entendemos relevante para

que possam melhorar as condições motoras, espontaneidade e criatividade. É bom

também lembrarmos que a dança criativa é um método de trabalho que foge de regras

no qual predomina a repetição do gesto, valorizando o processo criativo, estimulando o

estudante a novas explorações e oportunizando ao professor a renovação, ela se torna

uma importante ferramenta para o desenvolvimento de outros tipos de dança.

2.1 Dança Criativa

A dança criativa tem por base o trabalho de Rudolf Von Laban e tem por principal

objetivo o reencontro com o corpo no espaço. Fornece os subsídios necessários para o

desenvolvimento espontâneo e criativo da linguagem do movimento, além de

desenvolver uma ação pedagógica que estimula a criatividade. O ensino da dança

criativa é fundado na ideia de que a interação professor e aluno mostra-se determinante

para o sucesso de criação em sua própria forma expressiva, que lhe possibilita se

comunicar com o mundo da dança. Conforme nos dizem Arce e Dácio (2007, p. 2) “[...]

o professor deve ser além de educador, um intermediador do processo dança/arte,

onde o prazer pelo movimento e pela interação do corpo e da mente se torna evidente,

numa tentativa de fazer de um aluno um intérprete do movimento”.

Ainda sobre a questão da criatividade, Nanni (1995a, p. 8) afirma que “[...] é a

partir do processo criativo e só através dele o educando poderá se emancipar, pois a

criatividade possibilita a independência e liberdade do ser pela autonomia e

emancipação”. Portanto, ao ensinarmos a dança criativa em nossas aulas, tivemos

como base a improvisação e criatividade como estratégia básica para que o estudante

pudesse descobrir seus próprios movimentos. Utilizamos técnicas que permitiam a

criação por parte dos estudantes, deixando a reprodução de lado e visando um

processo de aprendizagem mais espontâneo e criativo.

Para que os

A dança social ou dança de salão é praticada por casais, em reuniões sociais e

surgiu na Europa, na época do Renascimento. Pelo menos desde o século XV tornou-

se uma forma de lazer muito apreciada, tanto nos salões dos palácios da nobreza,

como entre o povo em geral. É chamada de social por ser praticada por pessoas

2.2 Dança de Salão

comuns, em festas de confraternização, propiciando o estreitamento de relações sociais

de amizade, de romance, de parentesco e outras. De salão, porque requer salas

amplas para os dançarinos fazerem livremente suas evoluções e porque foi através da

sua prática nos salões das cortes reais europeias que este tipo de dança foi valorizado

e levado para as colônias da América, Ásia e África, sendo divulgado pelo mundo todo

e transformando-se num divertimento muito popular entre diversos povos (GOMES,

s/d).

Ao consultar a literatura, encontramos que a dança de salão chegou ao Brasil

trazida pelos colonizadores portugueses, ainda no século XVI, e mais tarde, pela vinda

de imigrantes de outros países da Europa, que trouxeram consigo muitos dos gostos e

hábitos sociais europeus daquela época, inclusive as danças que estavam na moda e o

costume dos bailes frequentes. Mas foi aqui, no Brasil, que ocorreu uma mistura de

danças que os europeus trouxeram com as danças já existentes no Brasil. Portanto,

houve um processo de inovação e modificação de algumas das danças europeias

importadas, bem como de surgimento de novas danças típicas da cultura brasileira

(PERNA, 2005, apud BARBOSA, 2010).

2.2.1 Os diferentes ritmos da dança de salão

Diante da enorme variação de ritmos de dança de salão, escolhemos como

objeto de nossa proposta de estudo dois ritmos que consideramos importantes para o

contexto escolar, pois são ritmos brasileiros que marcam fortemente nossa cultura

popular: forró e samba.

2.2.1.1 Forró

Há discussões quanto à origem da palavra forró, alguns defendem que essa

palavra surgiu do inglês, for all, que se traduz como “para todos”. Essa teoria surgiu

devido às festas que eram frequentadas por operários de estradas de ferro do nordeste.

Os ingleses que controlavam as empresas chamavam tais festas de for all que soava

para os nordestinos como forró. Outra hipótese é que forró derivou da palavra

'forrobodó' que já existia antes mesmo da chegada dos ingleses. Forrobodó era a

denominação dada pelos nordestinos às festas populares em que eram habituais as

danças. Mas é importante observar que em ambas as hipóteses da origem do nome, o

forró representa festa e no Nordeste o forró é marcante e tem sua cultura enraizada.

(PERNA, 2005, apud BARBOSA, 2010).

Este ritmo sofreu grande influência dos africanos e europeus. É uma dança típica

realizada entre casais que executam várias evoluções durante os passos. Na década

de 80, surgiu um tipo de forró que utilizava instrumentos musicais eletrônicos e atraía

um público mais diversificado para esse estilo. De acordo com Toneli (2007), o forró

como dança de salão se sofisticou ao incorporar passos de outras danças e, assim

como a lambada, foi responsável por trazer novamente os jovens para as danças de

casal. É um ritmo genuinamente brasileiro.

2.2.1.2 Samba

No Brasil, acredita-se que o termo samba foi uma corruptela de semba, que

significa umbigada, palavra de origem africana possivelmente oriunda de Angola ou

Congo, de onde vieram a maior parte dos escravos para o Brasil. Os primeiros estados

a difundirem esse ritmo foram o Rio de Janeiro, a Bahia e o Maranhão. A dança tinha

sons de percussão e batidas com os pés.

O samba é mundialmente conhecido como a dança típica brasileira. Por esta

razão o escolhemos para trabalhar com os estudantes para que eles possam entender

este fenômeno que faz parte da nossa cultura. Perna (2001, apud TONELI, 2007) deixa

claro que o samba se manifesta de várias formas como: pagode, samba reggae, samba

internacional, marcha de carnaval, samba rock, samba no pé, samba de gafieira.

3 Análise dos resultados

Este capítulo tem como objetivo apresentar os resultados da implementação do

projeto PDE/2012, o qual foi dividido em quatro momentos: apresentação do projeto de

implementação e avaliação diagnóstica; dança criativa; dança de salão e avaliação

ensino aprendizagem; processo de construção coreográfica para o evento final e

avaliação do projeto.

O projeto foi apresentado ao corpo docente da escola na semana pedagógica do

inicio do ano letivo. A maioria dos presentes colocou-se à disposição para ajudar no

que fosse necessário e também fizeram sugestões em relação à turma que seria

escolhida para participar do projeto.

Apresentamos o projeto para os estudantes de três turmas de primeiro ano do

Ensino Médio. Após discussões sobre o tema e os objetivos do projeto, optamos por

convidar os estudantes da turma A do período matutino. Os dois fatores que

determinaram a escolha da turma foram sua predisposição em participar e o

significativo interesse demonstrado ao longo da reunião. Com os estudantes, definimos

todo o processo de implementação do projeto, local das aulas, quantidade de aulas por

semana, organização de grupos, avaliações entre outras. Em seguida, fizemos uma

reunião com pais e responsáveis pelos estudantes com o objetivo de lhes informar

sobre o projeto e obtermos o consentimento em relação à participação dos mesmos.

Antes de iniciarmos o processo de implementação do projeto, realizamos uma

avaliação diagnóstica com os estudantes objetivando verificar qual o grau de

conhecimento que possuíam sobre dança. Com esta avaliação diagnóstica, foi possível

desvendar e identificar concretamente problemas e dificuldades, possibilitando um

melhor planejamento das aulas. Um dos grandes problemas detectado foi o fato de os

estudantes na sua grande maioria desconhecerem a dança criativa e se identificarem

mais com o funk e não com a dança de salão, que era um dos ritmos propostos.

Foram avaliados 33 estudantes e obtivemos os seguintes dados: 9 estudantes

tiveram dança em suas aulas de Educação Física e aprenderam dança criativa e funk; 7

estudantes informaram já ter participado de aulas fora da escola e 26 disseram que

não; 21 disseram que dançavam socialmente e 12 disseram que não. Em relação aos

diferentes tipos de danças, todos os estudantes afirmaram conhecer diferentes estilos,

mesmo dizendo não saber dançá-los. Sobre qual ritmo mais gostavam, 14 responderam

funk; 5 forró; 4 samba e 10 outros tipos (valsa, soltinho, street dance).

No segundo momento, relativo à dança criativa, realizamos estudos sobre o

histórico da dança com o objetivo de propiciar aos estudantes a compreensão da dança

como produção humana realizada em um determinado tempo e espaço. Os estudantes

tiveram a oportunidade de expressar-se, discutindo e opinando em relação ao tema.

Também foi feita uma pesquisa sobre o tema que possibilitou aos estudantes a

compreensão da dança criativa de forma contextualizada. Foi um momento de

aprendizagem significante na medida em que contribuiu para a autonomia pedagógica

dos estudantes.

Os estudantes também participaram de uma oficina que tinha por objetivo

ampliar as suas possibilidades de produzir movimentos. Foram trabalhadas as

seguintes temáticas: linguagens; desenvolvimento da consciência; coordenação

motora; criatividade e expressividade. No início do processo na oficina, os estudantes

demonstraram muita timidez e insegurança, o que foi superado com a problematização

das questões referentes à superação de desafios. O desafio colocado para os

estudantes foi a construção de uma coreografia que apresentasse o corpo produzindo

movimentos globais com múltiplas variações estéticas e de deslocamentos. No início,

os estudantes apresentaram dificuldades, tornando as aulas um tanto tumultuadas, já

que todos falavam ao mesmo tempo objetivando expor suas ideias. Ao término do

processo de superação do desafio, os estudantes fizeram uma reflexão sobre a prática

e que teve suas conclusões registradas.

Apresentamos a seguir algumas falas dos estudantes em relação ao seu corpo

nas oficinas de dança criativa: “Foi muito complicado no início, mas depois foi se

tornando mais fácil e na segunda aula foi bem legal.”; “Me senti bem à vontade, poder

criar a coreografia com seu modo de dançar.”; “No começo você sente envergonhada,

mas depois você se solta e a aula se torna muito divertida.”; “O corpo ficou mais leve,

foi agradável, mas a parte que mais tive dificuldade de “mexer” foi o quadril”. ; “Foi difícil

porque eu não gosto muito de dançar”.; “Eu me senti livre e espontâneo dançando, foi

bom porque nós pudemos movimentar todo o nosso corpo com a dança”.; “Quando nós

dançamos, podemos demonstrar todos os nossos sentimentos com a dança”.

Outra ação realizada foi a projeção do filme “Ela Dança eu Danço 3”, que teve

como objetivos apresentar aos estudantes uma significativa

diversidade de movimentos e estilos de dança e refletir sobre a participação em

atividades expressivas, independente da condição social e econômica. Para estimular

os estudantes na construção de movimentos criativos e diferenciados, realizamos uma

discussão sobre o tema “Dança criativa e a exploração de diferentes ritmos musicais”.

O tema foi focado nos fatores de movimento, espaço, tempo, peso e fluência. Os

estudantes deveriam se movimentar de acordo com o ritmo da música, ao mesmo

tempo em que observavam os fatores de movimento. Eles realizaram os movimentos,

variando a trajetória, direção em diferentes ritmos (lento, médio e rápido), observando o

peso (leve, médio e forte) em relação à fluência (contínuo, com paradas e paradas

bruscas).

Após vivência dos movimentos, foi proposta aos estudantes a construção de

coreografia, observando os fatores de movimento. No início, os estudantes tiveram

dificuldade para realizar a tarefa proposta, necessitando de interferências constantes da

professora, mas aos poucos foram entendendo o desafio e construíram a coreografia

com sucesso. Após construção coreográfica, houve a socialização dos grupos, foi uma

atividade trabalhosa, pois os estudantes tiveram dificuldade para entender o processo,

mas o resultado final foi gratificante.

No terceiro momento, dança de salão e avaliação do ensino aprendizagem,

iniciamos com uma reflexão teórica sobre os ritmos forró e samba. Esta ação teve como

objetivo conhecer como surgiu a dança de salão e seus diferentes ritmos,

principalmente o forró e o samba. Os estudantes pesquisaram a história dos ritmos,

seus principais cantores e compositores, ao final da ação realizamos um seminário para

que os grupos socializassem seus achados. As produções elaboradas pelos

estudantes, pesquisa escrita; cartazes e vídeos foram expostos no evento final. Os

resultados finais da pesquisa demonstraram um significativo avanço dos estudantes em

relação à pesquisa realizada sobre a dança criativa no segundo momento do projeto.

Após o seminário, iniciamos a oficina de ensino dos ritmos forró e samba. A

oficina contou com a participação de profissionais da escola de dança de salão da

comunidade. No primeiro momento, não houve muita participação, a maioria dos

estudantes ficou apenas assistindo, mas com o decorrer da oficina foram se animando

e passaram a participar. A participação dos profissionais da dança de salão na escola

foi muito proveitosa, os estudantes demonstraram interesse pelo conteúdo

apresentado. A sequência pedagógica desenvolvida pelos profissionais facilitou a

participação dos estudantes nas oficinas. O fato de ser alguém de fora também

proporcionou segurança e respeito, em relação ao conteúdo ensinado.

O momento foi finalizado com o ensino do passo básico do forró. Aqui é

importante ressaltarmos que ao longo da aula, os casais deveriam estar em constante

troca, pois a ideia era melhorar a interação entre o grupo. Identificamos um aumento no

número de participantes, bem como uma melhora no envolvimento dos estudantes.

O terceiro encontro objetivou vivenciar a prática do passo básico do samba. O

passo foi ensinado aos estudantes para melhor compreensão por meio de desenho

feito no chão, após explicação e no ritmo da música todos foram desenvolvendo o

passo. Os estudantes conseguiram realizar os movimentos, e com isso ficaram muito

animados. No momento em que os estudantes foram dançar, mostraram um pouco de

dificuldade para coordenar os movimentos, o que não impediu uma participação intensa

e animada.

Para concluir as oficinas, proporcionamos um momento para vivenciar os dois

ritmos ensinados. Foi um momento de descontração para o grupo e também de

avaliação do ensino aprendizagem. Os estudantes sentiram-se bem à vontade e

dançaram conforme o ritmo com muita alegria. Ao término destas ações, foi distribuído

um questionário contendo sete questões para avaliação da oficina. Os resultados

registrados foram: para os estudantes “Todos podem aprender a dançar”.; porém

alguns falaram que “Precisam de força de vontade e perder a timidez.”; “Pegar o ritmo”.;

“Coordenar os passos”.; “Encontrar um par”.; “Os movimentos”.; “Vergonha.”; “A

socialização”.; “Deixar a timidez de lado”. Quanto aos ritmos ensinados, 40% gostaram

do samba; 40% do forró e 20% dos dois ritmos. Quanto aos benefícios que o aprender

a dançar pode proporcionar, os estudantes ressaltaram: “Socialização”.; “Uma boa

postura”.; “Relaxar o corpo e a mente”.; “Ajuda a perder a timidez”.; “Corpo mais

flexível”.; “Animação”.; “Exercitar”.; “Boa coordenação motora”.; “Agilidade”.; “Respeitar

o companheiro”.; “Aproximar das pessoas”.; “Ter um senso maior em relação ao seu

corpo”.; “Descoberta do nosso corpo”.; “Liberdade de expressar movimentos”.; “Perder

o medo”.; “Conhecimento”.; “Faz bem à saúde”.; “Ajuda no condicionamento físico”.;

“Flexibilidade.” Quando questionados sobre os pontos positivos das oficinas de dança

de salão, os estudantes elencaram que: “Os passos não foram complicados”.; “Bem

estar”.; “Divertir-se”.; “Ficar amigo da sua dupla.”; “É divertido demais”.; “Foi muito

bom”.; “O ensino foi ótimo com ajuda”.; “A maior parte da turma ter colaborado”.; “Ter

tido uma professora específica”.; “Espaço coberto e fechado para a realização das

oficinas”.; “Confiança no seu par”.; “Fez a gente ter uma noção maior em relação ao

nosso corpo”.; “Fez a gente se aproximar mais da professor”.; “Respeitar as outras

duplas”.; “Ajudou a se soltar”.; “Aprender passos que não sabia”.; “Perder um pouco a

minha timidez”.; “Paciência dos professores”.; “ Colaboração dos alunos”.; “Uma boa

professora de dança.” Em relação aos pontos negativos das oficinas de dança de salão,

os estudantes também deram suas contribuições: “Poucas aulas”.; “Alunos com pouco

interesse”.; “Não levar a sério”.; “Nem todos os alunos participaram”.; “A falta de

tempo”.; “Alunos atrapalhando as aulas”.; “A não colaboração de algumas pessoas”.;

“as piadinhas”.; “Muita gente de fora (alunos de outras salas querendo participar da

oficina)”.; “Algumas desistências após algum tempo da aula”.; “A vergonha”.

No que diz respeito à avaliação das oficinas, os estudantes atribuíram notas que

variavam de zero a dez: 10% deram 10; 33% atribuíram nota 9; 32% avaliaram com

nota 8; 15% deram nota 7; 5% estabeleceram nota 5 e 5% avaliaram com nota 4.

Observa-se que 90% dos estudantes que integraram o projeto atribuíram notas

superiores a 7, o que sinaliza resultados bastante positivos por se tratar de oficinas com

ritmos diferenciados de seu contexto de vivência.

Já em relação à apropriação dos conteúdos ensinados sobre a dança, os

estudantes foram avaliados mediante a realização de uma prova teórica na qual tinha

dez questões referentes à dança criativa e de salão (forró e samba). Os estudantes no

momento da avaliação foram orientados que a mesma não seria considerada na

avaliação bimestral, o objetivo era verificar a ampliação do conhecimento sobre a dança

após a implementação do projeto: 16.6% obtiveram nota 10; 30.5% nota 9; 8.3% nota 8;

25%, nota 7; 5.5%, 6; 5% atingiram nota 5 e 5%, nota 4; ou seja, 85.9% dos estudantes

obtiveram notas iguais ou acima de 6 e somente 14.1% ficaram abaixo da média. Ao

analisarmos os dados, concluímos que a aprendizagem foi significativa, mesmo não

sendo considerada para a avaliação bimestral, os estudantes participaram da avaliação

com seriedade e compromisso.

O quarto momento, construção coreográfica, evento final e avaliação do projeto

objetivaram verificar a aprendizagem dos conteúdos ensinados, a criatividade,

organização e liderança do grupo. Os estudantes foram orientados a construir uma

coreografia com o tipo de dança ou ritmo estudado com que mais se identificaram, para

ser apresentada no evento final, para professores, equipe pedagógica, orientador/ PDE

e estudantes da escola.

A construção coreográfica foi um processo um tanto complicado, a princípio os

estudantes tiveram muita dificuldade para iniciar o processo, principalmente na escolha

da música, pois o ritmo já tinha sido escolhido por eles que seria dança criativa. Depois

da escolha da música, iniciou-se o processo de construção dos passos que seriam

utilizados na coreografia. No encontro seguinte, os estudantes retomaram o processo e

conseguiram estruturar a coreografia. Nesta etapa, foi possível detectar os lideres e

perceber o grau de envolvimentos dos estudantes com o projeto, pois ficou claro o

cooperativismo de alguns estudantes com relação ao grupo, o cuidado em auxiliar os

colegas para que o processo desse certo. Os estudantes ensaiaram as suas

coreografias com o intuito de melhorar a coordenação dos movimentos e socialização

entre os participantes. A maioria demonstrou interesse em fazer um bom trabalho,

aproveitando bem o tempo determinado para os ensaios.

O evento final foi proposto com o objetivo de socializar com a comunidade

escolar os resultados do projeto. Para o evento, foram construídas, pelos estudantes,

duas coreografias de dança criativa, sequências pedagógicas da dança de salão (forró

e samba) e exposição com o tema Dança na Escola. Para esta exposição foram

utilizadas as pesquisas e os cartazes elaborados durante o processo da implementação

do projeto.

Foi um momento bastante significativo, no qual os estudantes participantes do

projeto puderam compartilhar o conhecimento do conteúdo estruturante dança de uma

forma sistematizada com os demais. No dia do evento, todos os grupos compareceram

e fizeram suas apresentações, onde se pode perceber o grande empenho, animação,

alegria, confiança em si mesmo e no grupo. Não houve qualquer manifestação

discriminatória entre os grupos ou público, mas sim muita tolerância e ajuda mútua. Os

estudantes demonstraram segurança e muita alegria no decorrer do evento.

O evento foi importante porque revelou o quanto os estudantes aprenderam, e

mais que isto, quanto cresceram em autonomia e autoestima. Os estudantes

apresentaram grande empenho na realização das coreografias e organização do

evento, mostraram-se animados e felizes com a participação no projeto.

A avaliação do evento foi feita por meio de um questionário. Este momento foi de

extrema importância tanto para os estudantes quanto para a professora, pois todos

puderam avaliar o projeto de dança salientando as dificuldades vivenciadas durante o

processo. Os estudantes elencaram os pontos positivos e os pontos negativos do

projeto e deram também sugestões para melhorar o ensino da dança nas aulas de

Educação Física, dentre as quais destacamos: “Porque a dança é uma atividade

divertida”.; “Adorei as aulas me soltei e deixei a vergonha de lado”.; “As aulas foram

bem produtivas, com bons resultados.”; “Porque as aulas foram divertidas e importantes

para o desenvolvimento corporal”.; “Foi uma experiência ótima.”; “Ajudou a participar

melhor das aulas e me relacionar melhor com meus colegas”.; “Porque aprendi coisas

diferentes mais foi muitas aulas.”; “Porque fiz uma atividade diferente”.

Em relação aos ritmos ensinados, 65,7% dos estudantes responderam que

gostaram; 20% gostaram mais ou menos e 14,2% disseram que não gostaram, tendo

sido apresentadas as seguintes justificativas: “Porque são muito criativas”.; “Não é difícil

e será uma questão de socialização.”; “Foram passos fáceis.”; “Gostei muito do forró.”;

“Porque não sabia dançar e achei interessante aprender.”; “Samba é de família.”; “Forró

eu nunca tinha dançado, mas aprendi a gostar”.; “Porque são tipos de música do nosso

país”.; “São danças que caracterizam nosso país”.; “Porque adoro dançar.” Os alunos

que gostaram mais ou menos assim se expressaram: “Gostei um pouco.”; “Os alunos

deveriam ter colaborado mais”. Aqueles que disseram não ter gostado relataram que:

“Nunca gostei.”; “Não dancei.”; “Tem que colocar a dança que os adolescentes estão

dançando agora”.

Ao serem questionados, após a vivência no projeto de dança, sobre a

possibilidade de ensinar a dança nas aulas de Educação Física, 85,7% dos estudantes

responderam que sim e 14,3 responderam que não. As seguintes justificativas foram

dadas pela maioria dos alunos: “Porque é bem legal e ajuda muito as pessoas no

relacionamento.”; “Porque o que aprendemos nas aulas podemos passar para os outros

amigos e até mesmo familiares.”; “Porque é muito legal e nos dá muitos benefícios.”;

“Eu ajudei bastante, gostei de colaborar.”; “Os alunos melhoram sua postura, se

divertem e aprendem coisas novas.”; “Porque é muito fácil dançar.”; “É possível ,nas

não gosto.”; “Os alunos precisam saber que dança também é aula, é cultura.”; “Sim,

mas sem exagero.”; “Eu acho que seria muito importante.”; “Porque aproxima as

pessoas”. As respostas negativas forma justificadas da seguinte forma: “Porque tenho

vergonha.”; “Eu não dancei.”; ”Os alunos não querem”.

Após a vivência da dança nas aulas de Educação Física os estudantes

elencaram algumas dificuldades encontradas por eles: “A timidez.”; “Preciso de muito

ensaio.”; “A socialização, a timidez.”; “Perder a timidez e dançar ritmo que eu não

gosto.”; “Tudo, porque eu não fiz.”; “A dança, porque eu não sei dançar e me sinto

estranho dançando.”; “Por falta de parceiro, não gostar de dançar em público.”;

“Nenhuma, pois a dança está no meu coração.”; “Agilidade para desenvolver os

passos.”; “Nenhuma”.

Os estudantes também elencaram os pontos positivos observados por eles

durante o processo de implementação. Seguem algumas falas dos estudantes: “Ajudou-

nos na coordenação e melhorou nossa postura.”; “Respeito ao companheiro.”;

“Ganhamos conhecimento.”; “Aprendemos muitos passos, foi muito divertido.”;

“Agilidade.”; “Socialização.”; “Esforço da professora.”; “Companheirismo”. Em relação

aos pontos negativos do projeto de dança eles também fizeram algumas observações:

“O fato de nem todos participarem.”; “Os alunos que não obedeciam.”; “Não querer.”; “A

falta de tempo, eu queria ter aprendido outro tipo de dança.”; “Falta de companheirismo

um pouco de preconceito.”; “Acho que cada um deveria escolher seu estilo musical.”;

“Pouca aula”.

Para finalizar a avaliação foi perguntado aos estudantes se eles fossem

professores de Educação Física e tivessem que trabalhar a dança em suas aulas, o que

eles mudariam no projeto. Pontuamos algumas considerações feitas pelos estudantes

“Não mudaria nada.”; “Colocaria hip-hop, valsa.”; “Mandaria os alunos formar seus

grupos.”; “Os tipos de dança.”; “Passaria atividade para quem não queria dançar.”;

“Outros tipos de músicas mais novas.”; “Nada, porque o jeito que foi ensinado pode se

aproveitar tudo”.

Concluímos que houve pontos negativos, como por exemplo, a não participação

de todos os estudantes em todo o processo, mas os pontos positivos superaram os

negativos levando a maioria dos estudantes a participar do projeto com interesse e

entusiasmo. Mesmo os alunos que não participaram dos encontros práticos por conta

da sua religião ou outros motivos, tiveram participação efetiva no processo, pois os

mesmos realizaram todas as outras atividades, referente ao projeto e contribuíram

muito na realização do evento final. Os encontros didáticos foram momentos de grande

integração entre os estudantes, estimulando a criatividade do grupo e propiciando a

afetividade e a socialização entre os estudantes e professora.

4 Considerações finais

O estudo objetivou apontar possibilidades de ensinar o conteúdo estruturante

dança nas aulas de Educação Física e demonstrar a extrema relevância que pode

trazer para a formação da cidadania dos estudantes do Ensino Médio.

Neste sentido, esta implementação didático-pedagógica procurou oportunizar a

integração da dança de forma concreta nas aulas de Educação Física como

manifestação social e cultural. Buscamos propiciar aos estudantes encontros didáticos

de forma sistematizada, onde os mesmos puderam ter acesso ao conhecimento do

conteúdo estruturante dança por meio da teoria e vivência concreta. As aulas

representaram momentos de grande integração entre os estudantes, propiciando a

afetividade e socialização entre os participantes e estimulando a criatividade do grupo.

Acreditamos que a implementação deste projeto foi de grande valia, pois

despertou o interesse dos estudantes, tornando-os mais criativos, participativos e

interessados nos aspectos históricos que envolvem esta manifestação cultural, embora

para alguns os ritmos ensinados estivessem fora de seu contexto.

Tornou-se inequívoco que é possível ensinar o conteúdo estruturante dança nas

aulas de Educação Física, a partir de objetivos claros que oportunizem aos estudantes

o conhecimento e a vivência significativa das manifestações culturais, objetivando a

sistematização concreta deste conteúdo dentro do espaço escolar.

De acordo com nossa vivência profissional, sugerimos que a dança seja

ensinada no segundo semestre, pois os estudantes estariam mais socializados com o

professor e com seus companheiros de sala, favorecendo assim uma maior interação e

participação do grupo como um todo. Uma segunda sugestão é referente à dança de

salão, haja vista que neste projeto foram ensinados dois ritmos. Pensamos que na

medida em que existem tantos conteúdos estruturantes a serem trabalhados, poderia

ser ensinado apenas um ritmo a cada ano, desta forma não seriam necessárias tantas

aulas, em detrimento dos outros conteúdos.

Diante dos resultados apresentados, entendemos que é possível ensinar o

conteúdo estruturante dança nas aulas de Educação Física. Quanto à sistematização,

é fator importante para que o professor da disciplina organize de forma clara os

objetivos a serem alcançados após o ensino aprendizagem, tornando a dança um

aspecto fundante na consolidação de uma prática educativa, significativa e condizente

com as demandas de formação de estudantes cidadãos, que saibam reconhecer as

manifestações sociais e culturais que compõem a sociedade em que se encontram

inseridos.

5 Referências

ARCE, Carmen; DÁCIO, Gabriela Mavignier. A dança criativa e o potencial criativo: Dançando, criando e desenvolvendo. Revista Eletrônica Aboré. Publicação da Escola Superior de Artes e Turismo- Edição 03/2007.

BARBOSA, Giselle Fernandes. Dança de Salão como prática educativa na aula de Educação Física: o ensino médio no contexto. Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional – EEFFTO Belo Horizonte 2010. http://www.eeffto.ufmg.br/biblioteca/1801.pdf acessado em 31 out 2012. BARRETO, Débora. Dança... : ensino, sentidos e possibilidades na escola. 2. ed. Campinas,São Paulo: Autores Associados, 2005. COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino de Educação Física. São Paulo: Cortez, 1993. DAOLIO, Jocimar. Educação Física e o conceito de cultura. Campinas, SP. Autores Associados, 2004. (Coleção Polêmicas do nosso tempo).

EHRENBERG, Mônica Caldas. A Dança como conhecimento a ser tratado pela Educação Física escolar: Aproximações entre formação e atuação profissional. (Dissertação de Mestrado) Universidade Estadual de Campinas Faculdade de Educação Física, Campinas, 2003. Disponível em http//w.w.w.bibliotecadigital.unicamp.br/documenty/code=vtls000307217. Acessado em04/06/2012. FERREIRA, Vanja. Dança Escolar: um novo ritmo para a Educação Física. Rio de Janeiro: Sprint, 2005. GOMES, Jussara Vieira. Um pouco sobre a história da dança de salão no Brasil. http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/File/conteudo/artigos_teses/EDUCACAO_FISICA/EmFoco/Danca/danca_salao.pdf acessado em 31 out 2012. MARQUES, Isabel A. Ensino de dança hoje: Textos e contextos. 4 ed.São Paulo: Cortez, 2007. _____. Dançando na escola. 4 ed. São Paulo: Cortez, 2007. NANNI, Dionísia. Dança Educação - Princípios, Métodos e Técnicas. Rio de Janeiro: Sprint, 1995a. ______. Dança Educação – Pré-escola à universidade. Rio de Janeiro: Sprint,1995b. PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Educação Básica. Educação Física. Curitiba: SEED, 2008. RANGEL, Nilda Barbosa Cavalcante. Dança, Educação, Educação Física: Propostas de ensino da dança e o universo da Educação Física. Jundiaí, São Paulo: Fontoura, 2002. RENGEL, Lenira Peral. Ler a dança com todos os sentidos. Disponível em: http://www.arteesociedade.com/PROCESSOSPEDAGOGICOS.htm Acessado em 30/10/2012 SBORQUIA, Silvia P. & GALLARDO, Jorge Sergio P. A dança no contexto da Educação Física. Ijuí: Unijui, 2006. TONELI, Poliana Dutra. Dança de salão: instrumento para a qualidade de vida no trabalho. Monografia. Assis: FEMA. IMESA, 2007. Disponível em: http://www.dancadesalao.com/agenda/DS_InstrumentoparaaQualidadedeVidanoTrabalho.pdf. Acessado em 27 /09/ 2012.