legislação estruturante do sus

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  • Brasil. Conselho Nacional de Secretrios de Sade.

    Legislao Estruturante do SUS / Conselho Nacional de Secretrios

    de Sade. Braslia : CONASS, 2007.

    528 p. (Coleo Progestores Para entender a gesto do SUS, 12)

    1. SUS (BR). 2. Legislao Estruturante do SUS. I Ttulo.

    NLM WA 525

    CDD 20. ed. 362.1068

    ISBN 978-85-89545-20-4

    9 788589 545204

    Copyright 2007 1 Edio Conselho Nacional de Secretrios de Sade - CONASS

    Todos os direitos reservados. permitida a reproduo parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e a autoria e que no seja para venda ou qualquer fim comercial.

    A Coleo Progestores Para entender a gesto do SUS pode ser acessada, na ntegra, na pgina ele-trnica do CONASS, www.conass.org.br.

    A Coleo Progestores Para entender a gesto do SUS faz parte do Programa de Informao e Apoio Tcnico s Equipes Gestoras Estaduais do SUS.

    Tiragem: 5000

    Impresso no Brasil

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  • Concepo e Coordenao da Coleo

    Regina Helena Arroio Nicoletti

    Ren Santos

    Renilson Rehem

    Ricardo F. Scotti

    Rita de Cssia Berto Cataneli

    Coordenao do Livro

    Regina Helena Arroio Nicoletti

    Ricardo F. Scotti

    Elaborao

    Regina Helena Arroio Nicoletti

    Ricardo F. Scotti

    Reviso

    Ana Paula Pedrosa

    Gisela Avancini

    Edio

    Adriane Cruz

    Vanessa Pinheiro

    Projeto grfico

    Fernanda Goulart

    Imagem capa

    Mrio Azevedo

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  • Presidente

    Jurandi Frutuoso Silva

    Vice-presidente Regio Norte

    Fernando Agostinho Cruz Dourado

    Vice-presidente Regio Nordeste

    Jos Antnio Rodrigues Alves

    Vice-presidente Regio Centro-Oeste

    Augustinho Moro

    Vice-presidente Regio Sudeste

    Luiz Roberto Barradas Barata

    Vice-presidente Regio Sul

    Cludio Murilo Xavier

    Diretoria do CONASS - 2006/2007

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  • SecretrioS eStaDuaiS De SaDe

    AC - Suely de Souza Mello da Costa

    AL - Andr Valente

    AP - Abelardo da Silva Vaz

    AM - Wilson Duarte Alecrim

    BA - Jorge Jos Santos Pereira Solla

    CE - Joo Ananias Vasconcelos Neto

    DF - Jos Geraldo Maciel

    ES - Anselmo Tose

    GO - Cairo Alberto de Freitas

    MA - Edmundo da Costa Gomes

    MT - Augustinho Moro

    MS - Beatriz Figueiredo Dobashi

    MG - Marcus Vincius Caetano Pestana da Silva

    PA - Halmlio Alves Sobral Neto

    PB - Geraldo de Almeida Cunha Filho

    PR - Cludio Murilo Xavier

    PE - Jorge Gomes

    PI - Tatiana Vieira Souza Chaves

    RJ - Srgio Luis Crtes

    RN - Adelmaro Cavalcanti Cunha Jnior

    RS - Osmar Terra

    RO - Milton Luiz Moreira

    RR - Eugnia Glaucy Moura Ferreira

    SC - Luiz Eduardo Cherem

    SP - Luiz Roberto Barradas Barata

    SE - Rogrio Carvalho

    TO - Eugnio Pacceli de Freitas Coelho

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  • Secretrio Executivo

    Jurandi Frutuoso Silva

    Coordenadorores

    Regina Helena Arroio Nicoletti

    Ricardo F. Scotti

    Ren Santos

    Rita de Cssia Berto Cataneli

    Assessores Tcnicos

    Adriane Cruz, Da Carvalho, Eliana

    Dourado, Gisele Bahia, Jlio Mller, Lvia

    Costa da Silveira, Lore Lamb, Luciana

    Toldo Lopes, Mrcia Huulak, Maria

    Jos Evangelista, Maria Lusa Campolina

    Ferreira, Ricardo Rossi, Rodrigo Fagundes

    Souza e Viviane Rocha de Luiz.

    Assessora de Comunicao Social

    Vanessa Pinheiro

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  • Sumrio

    Apresentao12

    Introduo14

    1PArte-evoluodoSIStemAdeSAdeBrASIleIro17

    1 BrevehistriadoSistemanicodeSade20 1.1 Antecedentes 20 1.2 A criao do Sistema nico de Sade (SUS) 28 2 PrincipaisleiseAtosNormativosqueestruturaramoSuS34 2.1 As normas operacionais bsicas da era Inamps 35 2.2 A extino do Inamps 37 2.3 A Norma Operacional Bsica de 1993 37 2.4 O repasse fundo a fundo 38 2.5 O Sistema Nacional de Auditoria 39 2.6 A Norma Operacional Bsica de 1996 39 2.7 A Emenda Constitucional n. 29 de 2000 41 2.8 As normas operacionais da assistncia sade (NOAS) 43

    3 oPactoPelaSade200646 3.1 O Pacto em Defesa do SUS 47 3.2 O Pacto pela Vida 48 3.3 O Pacto de Gesto 49 3.4 Principais portarias que regulamentam o Pacto pela Sade 49

    4 Concluso52

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  • 2PArte:teXtoSdereFerNCIANANteGrA55

    1 Lei n. 1.920, de 25 de julho de 1953 (Pubicada no Dirio Oficial da Unio de 29/07/1953) 56

    2 Declarao de Alma-Ata 59

    3 Constituio Federal de 1988 63

    4 Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990 65

    5 Lei n. 8.142, de 28 de dezembro de 1990 (Publicada no Dirio Oficial da Unio de 31 de dezembro de 1990) 85

    6 Decreto n. 99.060, de7 de maro de 1990 (Publicado no Dirio Oficial da Unio de 8 de maro de 1990) 88

    7 Norma Operacional Bsica NOB/1991 89

    8 Norma Operacional Bsica NOB/1992 103 9 Extino do Instituto Nacional de Assistncia Mdica da Previdncia Social (Inamps) 126

    10 Norma Operacional Bsica NOB/SUS 01/1993 132

    11 Decreto n. 1.232, de 30 de agosto de 1994, regulamenta o repasse fundo a fundo (Publicado no Dirio Oficial da Unio de 31 de agosto de 1994) 151 12 Regulamenta o Sistema Nacional de Auditoria no mbito do Sistema nico de Sade. 154

    13 Norma Operacional Bsica do Sistema nico de Sade - Nob 1/96 160

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  • 14 Emenda Constitucional n. 29, de 13 de dezembro de 2000 (Publicada no Dirio Oficial da Unio dia 14 de setembro de 2000) 204

    15 Norma Operacional da Assistncia Sade - NOAS/SUS 1/2001 208

    16 Norma Operacional da Assistncia Sade - NOAS/SUS 1/2002 246

    17 Pacto pela Sade 2006 - Portaria GM/MS 399 de 22 de fevereiro de 2006 (Publicada no Dirio Oficial da Unio de 23 de fevereiro de 2006) 357

    18 Pacto pela Sade 2006 - Portaria GM/MS n. 699 de 30 de maro de 2006 (Publicada no Dirio Oficial da Unio de 3 de abril de 2006) 427

    19 Pacto pela Sade 2006 - Portaria GM/MS n. 3.085, de 1 de dezembro de 2006 (Publicada no Dirio Oficial da Unio do dia 4 de dezembro de 2006) 494

    20 Pacto pela Sade 2006 - Portaria GM/MS n. 3.332, de 28 de dezembro de 2006 (Publicada no Dirio Oficial da Unio de 29 de dezembro de 2006) 499

    21 Pacto pela Sade 2006 - Portaria GM/MS n. 204 de 29 de janeiro de 2007 (Publicadano Dirio Oficial da Unio de 31 de janeiro de 2007) 504

    Referncia Bibliogrfica 525

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  • 12 Coleo Progestores | Para entender a gesto do sUs

    aPresentao

    O Sistema nico de Sade (SUS) em pouco mais de uma dcada e meia de existncia tem sido capaz de estruturar e consolidar um sistema pblico de Sade de enorme relevncia e apresenta resultados inquestionveis para a populao bra-sileira. Para tanto, o Conselho Nacional de Secretrios de Sade (CONASS) organi-zou e participou ativamente, nesses seus 25 anos de existncia, de um sem-nmero de debates, seminrios, cursos e fruns com atores do SUS e tambm com outros importantes segmentos da sociedade, mdia e formadores de opinio pblica.

    O CONASS aprofunda esse tema, bem como os principais problemas que de-veremos enfrentar agora e futuramente, na publicao de dezembro de 2006 SUS: avanos e desafios. Sem falsa modstia, a leitura dessa obra indispensvel para os que estudam gesto de sistemas de Sade e militam no SUS.

    O Ministro da Sade, Agenor lvares, na abertura do XI Congresso Mundial de Sade Pblica e VIII Congresso Brasileiro de Sade Coletiva da Associao Brasi-leira de Ps-graduao em Sade Coletiva (Abrasco), no Rio de Janeiro, em agosto de 2006, afirmou:

    Estamos construindo o SUS, h dezoito anos. Sem dvida a maior e mais ousada polti-ca de Estado no Brasil. Poltica de Estado e no de governo, porque os avanos significa-tivos no sistema e sua adequao aos preceitos constitucionais foram conquistados por meio do estreitamento das parcerias entre os governos federal, estaduais e municipais com o objetivo de ampliar o acesso da populao sade. [...] Foi implantado em um cenrio de grande dvida social e marcado por distores prprias do pacto federativo brasileiro, as quais, em conseqncia, terminam por estabelecer constries na estabili-dade oramentria do sistema.

    O Presidente Lula, na mesma ocasio, manifestou surpresa com o suprapar-tidarismo da Sade, ao constatar e testemunhar, como deputado constituinte, que em torno desta causa se associam todos os partidos polticos, tendncias e espec-tros ideolgicos, irmanados to somente no desejo da construo de um sistema universal e eqitativo.

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  • 13legislao estrUtUrante do sUs

    Esta genial arquitetura poltica e administrativa que o SUS , forjada na Constituio de 1988, no tem paralelo no mundo e nem em outros setores da ad-ministrao brasileira.

    Tal desafio no poderia deixar de ser complexo. Alm do mais, no bastava ser legal, seria preciso legitim-lo sociedade brasileira.

    Alm da unio indita dos atores polticos necessrios criao do SUS, exi-giu-se muita criatividade para dot-lo de um aparato jurdico-institucional na As-semblia Nacional Constituinte nos anos seguintes e at hoje.

    Uma sntese da trajetria histrica do sistema de Sade, brasileiro desde 1930 at os dias atuais contextualizando as principais leis e atos normativos o objeto da primeira parte deste livro. Na segunda parte apresentamos na ntegra estes textos.

    Acreditamos, deixando de lado a falsa modstia, que esta coleo de livros Para entender a gesto do SUS integrante do Programa de Informao e Apoio Tc-nico s Equipes Gestoras Estaduais do SUS um importante legado que o CONASS deixa queles que no tiveram a felicidade histrica de viver a criao e primeiros passos do SUS.

    Com certeza, conhecendo melhor os gestores, estaremos contribuindo para que os atuais e os futuros possam aprimorar este sistema nico, alm de estarem mais bem capacitados para enfrentar seus desafios.

    Jurandi Frutuoso Silva

    Presidente do CONASS

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  • 14 Coleo Progestores | Para entender a gesto do sUs

    introdUo

    No incio de 2003, para bem receber os novos Secretrios Estaduais de Sade, nomeados pelos governadores eleitos em 2002, o Conselho Nacional de Secret-rios de Sade (CONASS) lanou, em parceria e com apoio de co-financiamento do Ministrio da Sade, o Programa de Informao e Apoio Tcnico s Novas Equipes Gestoras Estaduais do SUS de 2003.

    A repercusso do Programa foi muita positiva, criando uma grande demanda das Secretarias Estaduais de Sade e de outras instituies por informaes essen-ciais para a gesto, capacitao de equipes tcnicas em temas especficos, detalha-mento e orientaes sobre os atos normativos e polticas do SUS.

    Assim, esse Programa tornou-se um eixo permanente e prioritrio de atuao do CONASS, adequando sua denominao para Programa de Informaes e Apoio Tcnico s Equipes Gestoras Estaduais do SUS Progestores.

    A partir disso, o Programa integra-se, com igual importncia, ao primeiro eixo de atuao do CONASS, que o da representao tcnica e poltica do Conselho em relao aos demais gestores, Comisso Intergestores Tripartite (CIT), ao Conselho Nacional de Sade (CNS), a outros rgos do governo federal e aos poderes Legis-lativo e ao Judicirio.

    Em 2006, o CONASS criou, no mbito de sua Secretaria Executiva, uma Co-ordenao de projetos especfica para articular e promover as aes e atividades do Progestores.

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  • 15legislao estrUtUrante do sUs

    Desse modo, considerando que um novo grupo de Secretrios tomou posse em janeiro de 2007, com significativas mudanas nas respectivas equipes tcnicas, o CONASS novamente preparou uma digna recepo a esses gestores e um conjunto de iniciativas:

    a) Na assemblia do dia 7 de fevereiro de 2007 apresentao e entrega a cada um dos 27 Secretrios Estaduais de Sade:

    Documento preparado especialmente para cada Secretaria, com uma colet-nea de Informaes para a gesto estadual do SUS; Livro do CONASS, lanado em dezembro de 2006: SUS avanos e desafios; e Estatuto do CONASS e informaes sobre sua organizao e funcionamento.

    b) Nos dias 28 de fevereiro e 1 de maro de 2007 atividade intensiva, para acolher os novos Secretrios e suas equipes, constituda de:

    Lanamento da coleo de 12 livros intitulada Para entender a gesto do SUS; Lanamento de um livro dos 25 anos que o CONASS completou em fevereiro de 2007; Seminrio com as nove Cmaras Tcnicas do CONASS (Assistncia Farmacu-tica; Ateno Primria; Ateno Sade; Comunicao Social; Epidemiologia; Gesto e Financiamento; Informao e Informtica; Recursos Humanos e Vigi-lncia Sanitria), composta por representantes de cada Secretaria Estadual de Sade para que se atualizem nos respectivos temas;

    No perodo 2003-2006, um dos livros mais consultados foi o de Legislao do SUS. Assim, para 2007 atualizamos as informaes e a forma de sua apresentao:

    Este livro 12 da Coleo Progestrores Para entender a gesto do SUS foi denominado Legislao estruturante do SUS.

    Procurou-se, na primeira parte deste livro, contextualizar a legislao consi-derada fundamental para a criao e implementao do SUS com uma sntese da histria do sistema de Sade brasileiro, a partir do incio do sculo XX, enfatizando a criao e implantao do SUS, a conjuntura em que foram editados as principais leis e atos normativos, bem como uma reflexo sobre o SUS real demonstrando ainda a segmentao do sistema.

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  • 16 Coleo Progestores | Para entender a gesto do sUs

    Na segunda parte, esto apresentados, na ntegra, os textos desta legislao citada.

    Por fim, considerando que a legislao completa no ficaria adequada em pu-blicao em papel, pelo seu volume e extrema dinmica, ela ser apresentada como uma listagem com suas respectivas ementas no site do CONASS www.conass.org.br permitindo tambm, por meio de links diretos, acessar na ntegra cada ato normativo.

    Que este livro seja muito til a todos.

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    1Parte

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  • 18 Coleo Progestores | Para entender a gesto do sUs

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    11.1 Antecedentes

    1.2 A criao do Sistema nico de Sade (SUS)

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  • 20 Coleo Progestores | Para entender a gesto do sUs

    Breve Histria da Criao do sUs

    1.1 Antecedentes

    Para o entendimento dos condicionantes e determinantes do modelo de orga-nizao do sistema de Sade brasileiro vigente, relevante destacar alguns aspec-tos de sua evoluo histrica.

    O perodo anterior a 1930 caracterizou-se pela predominncia do modelo liberal privado tradicional assistncia mdica individual oferecida pelas Santas Casas e instituies de caridade a quem no podia pagar ou por mdicos tipicamen-te liberais mediante remunerao direta.

    No incio do sculo XX, a economia brasileira na poca era essencialmente agrria e exportadora. A preocupao dos governantes era com o saneamento dos espaos pelos quais circulavam produtos e mercadorias para exportao e com o controle de doenas que poderiam vir a prejudicar o comrcio exterior.

    Rodrigues Alves (1902-1906), ao assumir a Presidncia da Repblica, tinha como meta de seu governo o saneamento e o melhoramento dos portos do Rio de Janeiro e Santos. Para enfrentar a catica situao sanitria, convidou para diretor do Departamento Federal de Sade Pblica o mdico Oswaldo Cruz.

    1

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  • 21legislao estrUtUrante do sUs

    Surgiu ento o modelo de interveno sanitarista campanhista, pela ao direta do Estado, com uma viso militar para combater s doenas de massa e aca-bar com as grandes endemias que prejudicavam as exportaes, como a clera, a varola e a febre amarela.

    Em razo das greves ocorridas em 1917 (Presidente Wenceslau Brs) e 1919 (Presidentes Delfin Moreira e Epitcio Pessoa), os trabalhadores conquistaram em 1923 (Presidente Arthur Bernardes) a Lei Eli Chaves, que regulamentou a cria-o das Caixas de Aposentadoria e Penso (CAP) um modelo restrito ao mbito de grandes empresas e possuam administrao prpria para seus fundos. Outros trabalhadores se organizaram em Associaes de Auxlio Mtuo para atender aos problemas de doenas invalidez no trabalho e na morte

    A revoluo de 1930 (Presidente Getlio Vargas 1930-1945) que implica a substituio do poder da oligarquia rural pelo populismo introduz importantes mudanas no setor Sade, com a crescente interveno do Estado, assumindo novo papel social. Entram em cena novos segmentos anteriormente marginalizados, prin-cipalmente o trabalhador urbano, produto do processo de industrializao.

    Neste contexto, surge a Previdncia Social, atuando por meio dos Institutos de Aposentadoria e Penso (IAP) das diversas categorias profissionais, como por exemplo: Instituto de Aposentadoria e Penses dos Industririos (IAPI), Instituto de Aposentadoria e Penses dos Empregados em Transportes e Cargas (Iapetec) e, Instituto de Aposentadoria e Penses dos Comercirios.

    A partir disso, so desenvolvidos diferentes modelos de atendimento, com racionalidades distintas e atendendo a interesses contraditrios, como poltica de conciliao de classes do estado populista.

    No perodo de 1930 a 1950, foram realizadas duas Conferncias Nacionais de Sade, cujas aes ainda eram desenvolvidas pelo Ministrio da Educao:

    A primeira foi realizada em 1941, convocada pelo ento Ministro da Educao, Gustavo Capanema, cumprindo o disposto na Lei n 378 de 1937 (Presidente da Repblica: Jos Linhares 1945-1946); e A segunda foi realizada em 1950, convocada pelo ento Ministro da Educao, Pedro Calmon (Presidente da Repblica: Eurico Gaspar Dutra 1946-1951).

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  • 22 Coleo Progestores | Para entender a gesto do sUs

    Em 1953, foi criado, pelo Presidente da Repblica, Carlos Luz, o Ministrio da Sade, desmembrando-o do Ministrio da Educao (lein1920de25dejulho), tendo como seu primeiro ministro, Antnio Balbino de Carvalho Filho. (textonantegran.1)

    A partir do final dos anos 1950, inicia-se no Brasil um novo processo de trans-formaes caracterizado por um movimento de modernizao do setor Sade. Este movimento insere-se no processo de modernizao de toda a sociedade brasi-leira, que pode ser entendido como aprofundamento do desenvolvimento capitalis-ta, tendo como objetivo fundamental a plena realizao da lgica de eficincia da produo de bens e servios.

    A III Conferncia Nacional de Sade, realizada somente em 1963, foi convo-cada pelo Ministro Wilson Fadul e teve como temas: a situao sanitria do pas; a municipalizao e a distribuio dos servios por nvel federal estadual e municipal (Presidente da Repblica: Joo Goulart, 1961- 1964).

    Em maro de 1964, mediante um golpe militar se instala no Brasil o perodo mais repressor, dominador e autoritrio da histria brasileira, com evidentes refle-xos na poltica de Sade (Presidente Castelo Branco,1964-1967).

    A IV Conferncia Nacional de Sade foi realizada em 1967 convocada pelo Ministro Leonel Miranda. Primeira conferncia aps o golpe militar, teve pequena participao e limitou-se ao tema dos recursos humanos com nfase em se iden-tificar o tipo de profissional necessrio s demandas do pas (Presidente Castelo Branco,1964-1967).

    O Plano Leonel Miranda, anunciado em dezembro de 1967, privilegia a me-dicina liberal e a livre empresa mdica, indicando caminhos de favorecimento da privatizao dos recursos geridos pelo Estado no setor. Propunha a privatizao to-tal do sistema de Sade, com regime de livre escolha do mdico e do hospital, bem como a participao compulsria e imediata do usurio no custeio dos servios.

    Em 1967, a unificao dos IAP no Instituto Nacional de Previdncia Social (INPS) cria um mercado unificado para as aes que sero produzidas pelas em-presas vendedoras de servios mdicos e fortalece o movimento de privatizao do setor.

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  • 23legislao estrUtUrante do sUs

    Os custos da assistncia mdica e a eficincia do setor sade tornaram-se uma questo de Estado, a partir da intensificao de desenvolvimento capitalista, pela incorporao de grandes contingentes de cidados com novos direitos e da crescen-te incorporao tecnolgica, onerando extramente a ateno mdica e tornando insuportvel a manuteno do modelo.

    No fim dos anos 1960, os gastos em assistncia mdica da Previdncia So-cial j ultrapassavam os do complexo Ministrio da Sade/Secretarias Estaduais de Sade.

    Nos anos 1970, consolida-se a posio hegemnica da Previdncia Social. A acelerao do crescimento da ateno mdica da Previdncia e o esvaziamento da sade pblica levam ao esgotamento do modelo e busca de alternativas raciona-lizadoras de extenso de cobertura a um custo suportvel pelo sistema, aparecendo, ento, vrias experincias, principalmente em reas menos interessante iniciativa privada.

    Surgiram os primeiros projetos-piloto de medicina comunitria, realizados por instituies acadmicas e Secretarias de Sade.

    Paralelamente, comeavam a se desenvolver as primeiras experincias de mu-nicipalizao da Sade.

    Nesses espaos de construo da medicina comunitria, foi gestado e difun-dido o movimento sanitrio. Esse movimento, coordenado por grupos de intelec-tuais localizados em espaos acadmicos e institucionais, articulados com partidos polticos de esquerda, constituiu-se na base poltico-ideolgica da reforma sanitria brasileira.

    Em 1971, foi criado, no mbito da Previdncia, o Fundo de Assistncia e Previ-dncia do Trabalhador Rural (Funrural), que incorporava ao sistema a prestao de servios populao rural. Seus servios e benefcios eram, entretanto, quantitativa e qualitativamente inferiores aos prestados populao urbana, em razo de sua estrutura de financiamento (Presidente Emlio Garrastazu Mdici, 1969-1974).

    Em 1972, so iniciados na regio de Sade de Montes Claros, norte do Estado de Minas Gerais, estudos e um projeto experimental com objetivo de encontrar mo-delos de extenso de cobertura, acompanhado pelos Ministrios da Sade e da Pre-

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  • 24 Coleo Progestores | Para entender a gesto do sUs

    vidncia Social. Do sucesso deste projeto-piloto, na poca, herdamos conhecimento e aprendizado que viriam mais tarde a se transformar em um programa nacional o Programa de Interiorizao das Aes de Sade e Saneamento (Piass).

    Em 1974, grandes reformas administrativas na administrao pblica fede-ral marcaram a criao do poderoso Ministrio da Previdncia e Assistncia Social (MPAS) (Presidente Ernesto Geisel, 1974-1979).

    Em 1975, foi promulgada a Lei n 6.229 que dispe sobre a organizao do Sistema Nacional de Sade (SNS), em uma tentativa de institucionalizao e ra-cionalizao do modelo vigente sem, entretanto, enfrentar as contradies funda-mentais do sistema. (Presidente Ernesto Geisel, 1974-1979 e Ministro Almeida Ma-chado).

    Entretanto, no mesmo ano (1975), realiza-se a V Conferncia Nacional de Sade, a segunda no regime militar, que explicita e reconhece este modelo dico-tmico com dois grandes campos institucionais de ao: o Ministrio da Sade responsvel pela sade coletiva e o MPAS voltado para a assistncia mdica indi-vidual, principalmente pela compra e venda de servios.

    Surgiram, na segunda metade dos anos 1970, o Centro Brasileiro de Estudos em Sade (Cebes) e a Associao Brasileira de Ps-Graduao em Sade Coletiva (Abrasco), importantssimas instituies que agregavam intelectuais e militantes do servio que viriam a integrar o movimento da reforma sanitria.

    Em 1975, foi criado o Programa de Interiorizao das Aes de Sade e Sa-neamento (Piass), que foi implementado a partir de 1977, abrangendo a regio nordeste do pas. A concepo do PIASS implicou a necessidade de integrao sis-tmica de quatro ministrios (Sade, Previdncia, Interior e Planejamento) e de vrias instituies prestadoras de servios (Presidente Ernesto Geisel, 1974-1979 e Ministro Almeida Machado).

    A VI Conferncia Nacional de Sade, realizada em maro de 1977, a terceira na ditadura militar, foi tambm convocada pelo Ministro Almeida Machado e teve uma temtica variada e sem harmonia: 1) Extenso dos servios de Sade por meio dos servios bsicos; 2) Operacionalizao dos novos diplomas legais bsicos apro-vados pelo governo federal, em matria de Sade; 3) Interiorizao dos servios de Sade; e 4) Poltica Nacional de Sade (Presidente Ernesto Geisel, 1974-1979).

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  • 25legislao estrUtUrante do sUs

    J emergiam crticas ao sistema e sinalizava a crise do financiamento com fim do milagre econmico brasileiro.

    Ainda em 1977, cria-se o Sistema Nacional de Previdncia e Assistncia Social (Sinpas), vinculando-se a ele o Inamps (Presidente Ernesto Geisel, 1974-1979).

    As mudanas polticas e econmicas que ocorreram nos anos 1970 e 1980 do sculo XX determinaram o esgotamento desse modelo sanitrio.

    Essas crises e o processo de redemocratizao do pas determinaram novos rumos nas polticas pblicas e fizeram surgir, na arena sanitria, sujeitos sociais que propugnavam um modelo alternativo de ateno sade.

    Em setembro de 1978 foi realizada a Conferncia Internacional sobre Cuida-dos Primrios de Sade, em Alma-Ata (Cazaquisto, antiga Unio das Repblicas Socialistas Soviticas URSS) e que expressando a necessidade de ao urgente de todos os governos, de todos os que trabalham nos campos da Sade e do desen-volvimento e da comunidade mundial para promover a Sade de todos os povos do mundo, formulou a declaraodeAlma-Ata (Representante do governo brasilei-ro: ministro da Sade, Almeida Machado). (textonaintgran.2)

    A leitura do texto desta Declarao nos mostra como, em 1978, as principais preocupaes e prioridades apresentadas na Conferncia continuam absolutamente atuais e ainda constituem-se desafios sobre os quais nos debruamos na gesto do SUS.

    Em 1979, o Piass expandiu-se para todo o territrio nacional, adaptando-se o modelo do nordeste s peculiaridades de cada regio do pas (Presidente da Rep-blica: General Figueiredo, 1979-1985 e Ministro Waldir Arcoverde).

    O Piass talvez tenha sido a primeira grande experincia brasileira de extenso de cobertura, a baixo custo e com integrao interinstitucional.

    Portanto, ainda que a instituio formal do SUS tenha se dado na Constitui-o Federal de 1988, suas origens remontam muito antes, a partir da crise do mo-delo mdico assistencial privatista que se tornou hegemnico na segunda metade do sculo XX, induzido pelo processo da industrializao brasileira.

    O modelo mdico assistencial privatista teve as seguintes caractersticas:

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  • 26 Coleo Progestores | Para entender a gesto do sUs

    A extenso da cobertura previdenciria a segmentos economicamente integrados da populao urbana; O privilegiamento da prtica mdica curativa e individual em detrimento das aes coletivas; e A criao de um complexo mdico-industrial; e o deslocamento da prestao dos servios mdicos a entes privados lucrativos e no lucrativos.

    A VII Conferncia Nacional de Sade, realizada em maro de 1980, foi con-vocada pelo Ministro da Sade, Waldir Arcoverde. Sob a influncia da Conferncia de Alma-Ata teve como tema Extenso das aes de sade atravs dos Servios B-sicos. Naquele momento, o governo federal buscava legitimidade no setor Sade e procurava negociar um pacto de transio poltica sem grandes traumas: a abertura lenta e gradual (Presidente Joo Figueiredo, 1979-1985).

    Embora com o Piass tenham sido lanadas as grandes idias que deveriam orientar a prtica operacional do Sistema Nacional de Sade, com o programa PREVSADE (1980) que os contornos do sistema se tornam mais ntidos. Ele incor-pora o iderio do Piass como componente rural e avana bastante, principalmente no tocante a uma nova poltica de financiamento. Representa ainda um reconhe-cimento oficial da necessidade de reformulao de prioridades e alterao de uma poltica de Sade que mantm em funcionamento um sistema catico, elitista e corruptor.

    As diretrizes de reorientao contidas, somadas aos outros interesses corpo-rativos, tornam o PREVSADE inaceitvel para os setores privados de assistncia mdica. A forte reao gerada leva a sucessivas reformulaes e esvaziamento do programa.

    Os Secretrios Estaduais de Sade criaram em fevereiro de 1982 o Conselho Nacional de Secretrios de Sade (CONASS), tendo como seu primeiro presidente, o Secretrio de Sade de So Paulo, Adib Jatene (Presidente Joo Figueiredo, 1979-1985 e Ministro Waldir Arcoverde).

    No fim deste ano, elegeram-se, em pleitos diretos, vrios governadores de oposio ao regime militar e, com eles, passaram a ocupar espaos polticos e tc-nicos importantes nas Secretarias Estaduais de Sade, participantes do movimento sanitrio.

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    Ainda em 1982, o Plano de Reorientao da Assistncia Sade no mbito da Previdncia Social retoma as idias de eficincia gerencial, j consolidadas, restabe-lecendo-se estratgias ainda mais interessantes iniciativa privada.

    A crise aguda da Previdncia Social fez surgir, em 1983, no plano poltico-ins-titucional, o Conselho Consultivo da Administrao de Sade Previdenciria (Co-nasp), que teve nas Aes Integradas de Sade (AIS) um de seus pilares.

    As Aes Integradas de Sade (AIS) foram implantadas em 1983 como um programa de ateno mdica para reas urbanas, em uma co-gesto entre o Inamps e as Secretarias Estaduais de Sade. Entretanto, superando as caractersticas que poderiam torn-las mais um programa especial, converte-se em uma estratgia de reorganizao do Sistema de Sade (Presidente Joo Figueiredo, 1979-1985 e Mi-nistro Waldir Arcoverde).

    Em 1983, foram eleitos vrios Prefeitos Municipais que deram alento ao mo-vimento de municipalizao da Sade e aos encontros nacionais de Secretrios Mu-nicipais de Sade.

    Em maro de 1986, ocorreu o evento poltico-sanitrio mais importante da segunda metade do sculo, a VIII Conferncia Nacional de Sade. Essa Conferncia foi convocada pelo ministro Carlos Santana, realizada sob a gesto do ministro Ro-berto Santos e nela foram lanadas as bases doutrinrias de um novo sistema pbli-co de Sade e tinha como temas oficiais: 1) Sade como Dever do Estado e Direito do Cidado; 2) Reformulao do Sistema Nacional de Sade; e 3) Financiamento Setorial (Presidente Jos Sarney, 1985-1990).

    Essa Conferncia teve desdobramentos imediatos em um conjunto de traba-lhos tcnicos desenvolvidos pela Comisso Nacional de Reforma Sanitria que servi-riam de base elaborao da Seo da Sade da Constituio Federal de 1988.

    O relatrio final da VIII Conferncia colocou trs grandes referenciais para a reforma sanitria brasileira:

    a) Um conceito amplo de Sade;b) A Sade como direito da cidadania e dever do Estado; e

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  • 28 Coleo Progestores | Para entender a gesto do sUs

    c) A instituio de um sistema nico de Sade, organizado pelos princpios da universalidade, da integralidade, da descentralizao e da participao da comunidade.

    Em 1987, com a assistncia mdica ainda no Inamps, foi implantado no exe-cutivo federal, um arranjo institucional denominado de Sistema Unificado e Des-centralizado de Sade (Suds) que tentou incorporar, em seu desenho, alguns dos elementos centrais da proposta da reforma sanitria: a universalizao, a descen-tralizao pela via da estadualizao e a democratizao das instncias gestoras. O Suds foi contemporneo da constituinte (Presidente Jos Sarney, 1979-1985 e Ministro Roberto Santos).

    Em 1988, foi criado o Conselho Nacional de Secretrios Municipais de Sade (CONASEMS) uma entidade que teve expressiva participao e igual importncia do CONASS e do Ministrio da Sade na criao e consolidao do SUS (Presidente Jos Sarney, 1979-1985 e Ministro Borges da Silveira).

    1.2 A criao do Sistema nico de Sade (SUS)

    O processo constituinte conformou-se em um espao democrtico de negocia-o constante, desenvolvido ao longo das suas diversas etapas, em que um ncleo de congressistas progressistas desempenhou papel relevante, apoiado por intelectu-ais do movimento da reforma sanitria.

    O texto final negociado incorporou as grandes demandas do movimento sa-nitrio:

    A Sade entendida amplamente como resultado de polticas econmicas e sociais; A Sade como direito de todos e dever do Estado; e

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  • 29legislao estrUtUrante do sUs

    A relevncia pblica das aes e servios de Sade; e a criao de um sistema nico de Sade, organizado pelos princpios da descentralizao, do atendimento integral e da participao da comunidade.

    Criou-se, assim, na Constituio Federal promulgada em 5 de outubro de 1988 Ttulo VIII, da Ordem Social; Captulo II, da Seguridade Social; Seo II, da Sade, artigos 196 a 200, o SistemanicodeSade(SuS) (Ulysses Guimares, presidente da Assemblia Nacional Constituinte; Presidente Jos Sarney, 1979-1985 e Ministro Borges da Silveira). (textonantegran.3)

    O ambiente constitucional era de forte rejeio centralizao imposta, au-toritariamente, pelo regime militar. Por isso, associou-se descentralizao com de-mocratizao e ampliaram-se os direitos sociais da cidadania, integrando, sob o conceito de seguridade social, a proteo de direitos individuais (previdncia) proteo de direitos coletivos (sade e assistncia social).

    A descentralizao se fez por meio da descentralizao de competncias e receitas tributrias para estados e municpios. Na Sade, houve clara opo prefe-rencial pela municipalizao.

    Dentre as muitas lies aprendidas nesse movimento de reforma sanitria, uma merece ser destacada: a mudana foi alcanada por um longo e duro movi-mento de politizao da Sade que articulou movimentos sociais, profissionais de Sade, partidos polticos, universidades, instituies de Sade e polticos, especial-mente parlamentares.

    Como decorrncia da Constituio Federal, elaborou-se no perodo de 1989-1990, a lein8.080desetembrode1990 a chamada Lei Orgnica da Sade, que dispe sobre as condies para a promoo, proteo e recuperao da Sade, as Constituies Estaduais e as Leis Orgnicas Municipais (Presidente Fernando Collor de Melo, 1990-1992 e Ministro Alceni Guerra, 1990-1992). (textona n-tegran.4n.4)

    Os vetos presidenciais colocados em uma lei acordada no Congresso Nacional atingiram pontos fundamentais como a instituio dos Conselhos e das Confern-cias de Sade.

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  • 30 Coleo Progestores | Para entender a gesto do sUs

    Entretanto, uma intensa reao da sociedade civil organizada levou lei8.142,dedezembrode1990 que no seu artigo 1, regula a participao da co-munidade no SUS, instituindo os Conselhos de Sade e as Conferncias de Sade (Presidente Fernando Collor de Melo e Ministro Alceni Guerra). (textonantegran.5)

    No seu pargrafo 3, a lei define a participao do CONASS e do Conasems no Conselho Nacional de Sade. Nos artigos 2 a 4, dispe sobre as transferncias intergovernamentais de recursos financeiros.

    A seo de Sade da Constituio Federal e as Leis n 8.080 e n 8.142 de 1990 constituem respectivamente as bases jurdicas, constitucional e infraconstitu-cionais do SUS.

    A instituio do SUS produziu resultados imediatos. O mais importante foi a ruptura da separao que havia no sistema pblico de Sade brasileiro entre os includos e ao no includos economicamente.

    Para os includos, havia a sade previdenciria a que tinham direitos os por-tadores da carteirinha do Inamps; para os no includos, restavam a ateno am-bulatorial provida por unidades de medicina simplificada e a ateno hospitalar prestada por entidades filantrpicas aos indigentes.

    Em agosto de 1992, foi realizada a IX Conferncia Nacional de Sade, convo-cada pelo Ministro Adib Jatene (Presidente Fernando Collor de Melo, 1990-1992), que reforava a municipalizao, com o tema Sade: a municipalizao o cami-nho.

    Em setembro de 1996, foi realizada a X Conferncia Nacional de Sade, con-vocada pelo Ministro Adib Jatene (Presidente Fernando Henrique Cardoso, 1995-2003), que teve como tema: SUS: construindo um modelo de ateno com quali-dade de vida.

    Em dezembro de 2000, foi realizada a XI Conferncia Nacional de Sade, convocada pelo Ministro Jos Serra (Presidente Fernando Henrique Cardoso, 1995-2003), que teve como tema: Efetivando o SUS: acesso, qualidade e humanizao na ateno sade, com controle social.

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    Em dezembro de 2003, foi realizada a XII Conferncia Nacional de Sade a Conferncia Srgio Arouca, seu coordenador e falecido pouco antes de sua realizao , convocada pelo Ministro Humberto Costa e Presidente Lula, que teve como tema: Sade: um direito de todos e um dever do estado a sade que temos e a sade que queremos.

    No captulo 2, a seguir, apresentamos as principais leis e atos normativos que estruturaram o SUS, no perodo subseqente sua criao; no captulo 3, mostra-da a mais recente reforma significativa no modelo de gesto do SUS, o Pacto pela Sade.

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  • 32 Coleo Progestores | Para entender a gesto do sUs

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    22.1 As normas operacionais bsicas

    da era Inamps 2.2 A extino do Inamps 2.3 A Norma Operacional Bsica de 1993 2.4 O repasse fundo a fundo 2.5 O Sistema Nacional de Auditoria 2.6 A Norma Operacional Bsica de 1996 2.7 A Emenda Constitucional

    n. 29 de 2000 2.8 As normas operacionais da assistncia

    sade (NOAS) de 2001 e de 2002

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  • 34 Coleo Progestores | Para entender a gesto do sUs

    PrinCiPais leis e atos normativos qUe estrUtUraram o sUs

    O SUS vem sendo implantado como um processo social em permanente cons-truo.

    Para efeito de melhor entendimento das funes do SUS e de detalhes nas al-teraes evolutivas de sua construo importante enfatizar os conceitos de Gesto e de Gerncia atualmente adotados:

    Gerncia - administrao de uma unidade (simples ou complexa) ou de um rgo de Sade que se caracterizam como prestadores de servio. Exemplos: ambulatrio, hospital, hemocentro, centro de referncia, instituto, fundao; e Gesto - a atividade e responsabilidade de comandar um sistema de Sade Gesto - a atividade e responsabilidade de comandar um sistema de Sade (municipal, estadual ou nacional) exercendo para isso funes tais como as de coordenao, articulao, negociao, planejamento, programao, financiamento, regulao, acompanhamento, controle, avaliao e auditoria.

    2

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  • 35legislao estrUtUrante do sUs

    2.1 As normas operacionais bsicas da era Inamps

    A partir das definies estabelecidas pela Constituio Federal de 1988 e das Leis n 8.080/1990 e n 8.142/1990, o processo de implantao do Sistema nico de Sade foi efetivamente iniciado.

    Este processo foi orientado, inicialmente pelas Normas Operacionais Bsicas (NOB) do SUS, institudas por meio de portarias, inicialmente de Inamps e depois do Ministrio da Sade.

    O Inamps foi transferido para o Ministrio da Sade por meio do decreton99.060de7demarode1990, mas continuou por trs anos com sua estrutura sobreposta Secretaria de Assistncia Sade do MS. (textonantegran.6)

    Estas Normas definiram competncias de cada esfera de governo e as con-dies necessrias para que estados e municpios pudessem assumir as novas atri-buies no SUS: as condies de gesto. Definiam tambm critrios para repasses de recursos do Fundo Nacional de Sade aos Fundos Estaduais e Municipais de Sade.

    A primeira NormaoperacionalBsica,NoB/1991, editada pela Presidncia do Inamps (Resoluo n 258 de 7 de janeiro de 1991) e reeditada com alteraes pela Resoluo n 273 de 17 de janeiro de 1991. (textonantegran.7)

    Foi escrita segundo a cultura prevalecente naquela instituio de assistncia mdica e, portanto, tinha forte conotao centralista. Suas principais caractersti-cas:

    Equipara prestadores pblicos e privados. Trata, portanto, as secretarias estaduais e municipais apenas como prestadores; O Inamps continua como o nico gestor, de fato; Nos estados, a funo de gesto ainda muito incipiente. Continuam essencialmente como prestadores; Incio da municipalizao com as transferncias de Unidades Bsicas estaduais e at mesmo federais para a gerncia dos municpios, somando-se quelas j existentes sem, entretanto, constiturem-se em redes;

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  • 36 Coleo Progestores | Para entender a gesto do sUs

    Os municpios mantm-se como gerentes de unidades e, portando, como prestadores. Estados e municpios, como gerentes de servios, aliam-se aos demais prestadores privados para negociarem com o Inamps (nico gestor), questes de interesse comum, como valores de tabelas; e Para operacionalizar o repasse fundo a fundo cria a Unidade de Cobertura Ambulatorial (UCA), valor unitrio, que multiplicado pela populao, definia o teto financeiro anual a ser transferido.

    Seguiu-se a NoBde1992, ainda editada pelo Inamps, por meio da Portaria da Secretaria de Assistncia Sade/MS, n 234 de 7 de fevereiro de 1992 como resultado de consenso entre o MS, CONASS e Conasems. Seus objetivos foram nor-matizar a assistncia Sade no SUS; estimular a implantao, o desenvolvimento e o funcionamento do sistema; e dar forma concreta e fornecer instrumentos ope-racionais efetivao dos preceitos constitucionais da Sade. (textona ntegran.8)

    Instituiu o ndice de Valorizao de Qualidade (IVQ) a ser concedido e re-passado aos hospitais que integravam a rede SUS e o Fator de Estmulo Gesto Estadual (Fege) que se destinava a reajustar os valores repassados mensalmente aos estados habilitados nas condies de gesto desta norma. Criou o Prosade, progra-ma que tinha por objetivo a reorganizao dos servios de Sade com a participao das trs esferas de governo.

    Mantm o Inamps como o rgo responsvel pelo repasse dos recursos finan-ceiro aos estados e municpios, dando continuidade s linhas gerais definidas na NOB-1991.

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    2.2 A extino do Inamps

    O SUS ps fim, em pouco tempo, a essa figura inqua dos indigentes sanitrios, promovendo a integrao do Inamps ao sistema pblico nico de Sade com a Lei n 8.689 de 27 de julho de 1993 que dispe sobre a extinoInstitutoNacionaldeAssistnciamdicadaPrevidnciaSocial(Inamps). (textonantegran.9)

    Dessa forma, o SUS rompeu com a trajetria de formao do Estado brasileiro assentada na centralizao e com uma concepo de cidadania que vinculava os direitos sociais insero no mercado de trabalho, a cidadania regulada.

    Com a extino do Inamps, o Ministrio da Sade torna-se a nica autoridade sanitria no nvel federal, as SES no mbito estadual e as SMS no mbito municipal, alcanando-se assim a direo nica em cada esfera de governo (ou comumente chamada de comando nico), propugnada na Constituio de 1988.

    2.3 A Norma Operacional Bsica de 1993

    A NoBde1993, editada por meio da Portaria GM/MS n 545 de 20 de maio de 1993. A primeira exclusivamente do Ministrio da Sade, formalizou os princ-pios aprovados na IX Conferncia Nacional de Sade, institucionalizou as Comis-ses Intergestores Tripartite e Bipartite criando, dessa forma, um sistema decisrio compartilhado pelas diferentes instncias federativas, ademais de impulsionar a municipalizao. (textonantegran.10)

    Outras caractersticas:

    Desencadeia processo de municipalizao da gesto com habilitao dos municpios nas condies de gesto criadas (incipiente, parcial e semiplena);

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    Cria a transferncia regular e automtica fundo a fundo do teto global da assistncia para municpios em gesto semiplena; Habilita municpios como gestores, criando a terceira instncia do SUS; e Apresenta frgil definio do papel dos estados, que, entretanto, tambm passam a assumir seu papel de gestor do sistema estadual de Sade.

    Como principais resultados, observou-se:

    Avanos na municipalizao da gesto, com o xito da gesto semiplena; e Superposio de responsabilidades, com falta de visibilidade sobre qual era a autoridade responsvel por determinada ao.

    2.4 O repasse fundo a fundo

    Um dos mais importantes instrumentos de gesto do SUS o que regulamen-ta o repasse automtico fundo a fundo e o que distingue dos demais sistemas pblicos (educao, segurana, etc.) foi o decreton1.232,de30deagostode1994 (Presidente Itamar Franco, 1992-1995 e Ministro Henrique Santilo): dispe sobre as condies e forma de repasse regular e automtico de recursos do Fundo Nacional de Sade para os fundos estaduais, municipais e do Distrito Federal e d outras providncias. (textonantegran.11)

    Sem este instrumento de repasse automtico fundo a fundo seria impossvel a implementao do SUS com uma parceria entre iguais das trs esferas de governo, somente com os mecanismos conveniais ento disponveis.

    Depois das leis que o criaram, este decreto foi o ato normativo mais impor-tante para a operacionalizao do SUS. Este modelo de transferncia intergoverna-mental de recursos financeiros confere a agilidade necessria ao sistema e caracte-riza-se por uma soluo peculiar do setor Sade.

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    2.5 O Sistema Nacional de Auditoria

    No seu artigo 6, a Lei n 8.689 de 27 de julho de 1993, cria o Sistema Na-cional de Auditoria do SUS, para exercer a avaliao tcnico-cientfica, contbil, financeira e patrimonial do SUS, de forma descentralizada e por meio dos seus componentes estaduais, municipais e federal.

    O Decreto n 1651 de 28 de setembro de 1995 (Fernando Henrique Cardoso, 1995-2003/Adib Jatene) regulamenta o SistemaNacionaldeAuditoria no mbito do SUS. (textonantegran.12)

    2.6 A Norma Operacional Bsica de 1996

    A Portaria GM/MS n 2203 de 5 de novembro de 2006 cria a Norma Opera-cional Bsica do SUS NoB-1996 um dos principais instrumentos estruturantes do SUS, consolidou a poltica de municipalizao estabelecendo o pleno exerccio do poder municipal na funo de gestor da Sade. Essa norma operacional instituiu a gesto plena do sistema municipal e a gesto plena da ateno bsica e redefiniu as responsabilidades da Unio e dos Estados. (textonantegran.13)

    Principais caractersticas da NOB-1996:

    Definir as responsabilidades, prerrogativas e requisitos das condies de gesto. Caracterizar a responsabilidade sanitria de cada gestor, explicitando um novo pacto federativo para a Sade. Estabelecer vnculo entre o cidado e o SUS, conferindo visibilidade quanto autoridade responsvel pela sua Sade: o gestor municipal (diretamente ou garantindo a referncia).

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    Aumentar a participao % da transferncia regular e automtica (fundo a fundo) dos recursos federais a estados e municpios. Incluir nesta modalidade os seguintes mecanismos: Piso da Ateno Bsica, Frao Assistencial Especializada (FAE), Incentivo ao Programa Sade da Famlia (PSF) e Programa de Agentes Comunitrios de Sade (Pacs), ndice de Valorizao de Resultados (IVR), Piso Bsico de Vigilncia Sanitria (PBVS) e o ndice de Valorizao do Impacto em Vigilnica Sanitria (Ivisa). Fortalecer a gesto do SUS, compartilhada entre os governos municipais, estaduais e federal, por meio das Comisses Intergestores Tipartite e Bipartites, como espaos permanentes de negociao e pactuao entre gestores. Reorganizar o modelo assistencial, descentralizando aos municpios a responsabilidade pela gesto e execuo direta da ateno bsica de Sade. Regulamentar as relaes entre os sistemas municipais e destes com as instncias estadual e federal, destacando:

    - Os prestadores podem ser estatais ou privados (contratados e conveniados);- J o gestor do sistema municipal sempre estatal: a SMS.- Cada prestador deve estar subordinado um nico gestor.- A referncia de paciente a servio em outro municpio ocorre exclusivamente por meio da relao gestorgestor.- As relaes entre municpios (como na referncia, definida na programao) so mediadas pelo estado, que como gestor coordena o sistema estadual de Sade.- As relaes entre estados so mediadas pelo Ministrio da Sade, que coor-dena o sistema nacional de Sade.- Os fruns de articulao, negociao e pactuao entre gestores so as Co-misses Intergestores Bipartites e Tripartite (CIB e CIT).- Os poderes pblicos estadual e federal so sempre co-responsveis com o municipal na respectiva competncia e o substitui na sua ausncia.- Os nveis estaduais e federal devem exercer o papel redistributivo, garantin-do a eqidade (com discriminao positiva).- O principal instrumento formalizador das relaes a Programao Pactuada e Integrada (PPI).

    Fortalecer a funo gestora das Secretarias Estaduais, com (re) definio de responsabilidades para a coordenao do SUS em mbito estadual.

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    Redefinir as funes do Ministrio da Sade, como gestor nacional do SUS, com maior integrao entre seus rgos e instituies e descentralizao de responsabilidades. Incorporar as aes de Vigilncia Sanitria. Incorporar as aes de Epidemiologia e Controle de Doenas, coordenadas pela Fundao Nacional de Sade. Promover a reorganizao do modelo de ateno, adotando-se como estratgia principal a ampliao de cobertura do PSF e do Pacs, e criao de um incentivo financeiro de acordo com a populao efetivamente coberta. Aprimorar o planejamento e define a elaborao da PPI. Aprimorar a organizao e operao dos Sistemas de Controle, Avaliao e Auditoria, integrando as aes dos municpios com as dos estados e MS.

    2.7 A Emenda Constitucional n. 29 de 2000

    AemendaConstitucionaln.29,de13dedezembrode2000, altera os ar-tigos 34, 35, 156, 167 e 198 da Constituio Federal e acrescenta artigo ao ato das disposies constitucionais transitrias, para assegurar os recursos mnimos para o financiamento das aes e servios pblicos de Sade. (textonantegran.14)

    Apesar de enormes resistncias, fundadas no raciocnio de poderosas corren-tes econmicas contrrias vinculao de recursos oramentrios, a Emenda Cons-titucional n. 29 (EC n. 29) foi aprovada em 2000 e ainda no foi regulamentada.

    A falta de definio precisa sobre o que so aes e servios de Sade tem levado a introduo nos oramentos pblicos de uma srie de aes e servios que so questionveis. O resultado so menos recursos para o financiamento do SUS. Desse modo, a luta poltica por mais recursos pblicos para a Sade deve centrar-se, no curto prazo, na regulamentao, pelo Congresso Nacional, da Emenda Consti-tucional n. 29. Tal regulamentao ser fundamental para orientar os respectivos Tribunais de Contas no processo de fiscalizao do seu cumprimento.

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  • 42 Coleo Progestores | Para entender a gesto do sUs

    A falta de regulamentao no deixou de produzir efeitos no financiamento do SUS. A determinao constitucional, mesmo no regulada infraconstitucional-mente, constitui um marco que permite a luta poltica entre os setores que decidem os oramentos e os diferentes atores sociais que lutam por mais recursos na Sa-de.

    A no-regulamentao da EC n. 29, juntamente com a Desvinculao das Receitas da Unio (DRU), tm sido mecanismos utilizados para limitar os recursos pblicos na Sade. A falta de uma definio precisa sobre o que so aes e servios de Sade tem levado a introduo nos oramentos pblicos de uma srie de aes e servios que so questionveis. O resultado so menos recursos para o financia-mento do SUS.

    Desse modo, a luta poltica por mais recursos pblicos para a Sade deve centrar-se, no curto prazo, na regulamentao, pelo Congresso Nacional, da EC-29. Essa regulamentao est em tramitao no Congresso Nacional, por meio do PLC 01/2003. O PLC 01/2003 pretende corrigir distores na vinculao dos recursos da Unio e esclarecer o que so aes e servios de Sade. O texto estabelece que a Unio aplique anualmente em aes e servios de Sade, no mnimo, o montante equivalente a 10% de suas receitas correntes brutas, constantes dos oramentos Fiscal e da Seguridade Social.

    A estimativa de acrscimo, em 2006, caso a regulamentao da EC-29, tivesse sido aprovada era de aproximadamente R$ 13 bilhes no oramento federal com o financiamento da Sade.

    A justificativa do PLC 01/2003 pode ser explicada comparando o aumento na arrecadao federal (receitas correntes) que cresceu, entre 2000 e 2005, na pro-poro de 18,6% para 22,4% do PIB, enquanto as despesas do Ministrio da Sade decresceram no mesmo perodo de 8,1% para 7,2% das receitas correntes.

    Essa regulamentao s ser aprovada se for feito um amplo movimento de mobilizao social pelo SUS que chegue ao interior do Congresso Nacional.

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  • 43legislao estrUtUrante do sUs

    2.8 As normas operacionais da assistncia sade (Noas) de 2001 e de 2002

    A Portaria GM/MS n 95 de 26 de janeiro de 2001 cria a NormaoperacionaldaAssistnciaSadeNoas-2001, que instituiu os Planos Diretores de Regio-nalizao e de Investimentos e introduziu a idia de redes de assistncia. (textonantegran.15)

    A Noas-2001, por meio de seus anexos I, II, III, IV e IV, amplia as responsa-bilidades dos municpios na Ateno Bsica; define o processo de regionalizao na assistncia; cria mecanismos para o fortalecimento da capacidade de gesto do Sis-tema nico de Sade e precede os critrios de habilitao de estados e municpios.

    J a NormaoperacionaldaAssistnciaSade01/2002(NoAS/02) ins-tituda pela portaria GM/MS n 373, de 27 de fevereiro de 2002, foi o resultado dos encaminhamentos estabelecidos na reunio da CIT de 22 de novembro de 2001. Nessa data, foi firmado um acordo entre o CONASS e o Conasems contemplando propostas relativas ao comando nico sobre os prestadores de servios de mdia e alta complexidade e o fortalecimento da gesto dos estados sobre as referncias intermunicipais, notadamente no que diz respeito explicitao e mecanismos de acompanhamento dos recursos federais referentes ao atendimento da populao referenciada. ((textonantegran.16)

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  • 44 Coleo Progestores | Para entender a gesto do sUs

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    e 2006

    33.1 O Pacto em Defesa do SUS

    3.2 O Pacto pela Vida 3.3 O Pacto de Gesto

    3.4 Principais portarias que regulamentam o Pacto pela Sade

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  • 46 Coleo Progestores | Para entender a gesto do sUs

    o PaCto Pela sade 2006

    Recentemente, deu-se o PactopelaSade Consolidao do SUS, Portaria GM/MS n 399 de 22 de fevereiro de 2006 um movimento de mudana que no uma norma operacional, mas um acordo interfederativo articulado em trs dimen-ses: o Pacto pela Vida, o Pacto em Defesa do SUS e o Pacto de Gesto (Presidente Luis Incio Lula da Silva e Ministro Saraiva Felipe). (textonantegran.17)

    O Pacto pela Sade introduz um sentido de gesto pblica por resultados e de responsabilizao sanitria, estende a discusso da Sade para fora dos limites setoriais e aprofunda a descentralizao do SUS para estados e municpios, de for-ma compartilhada.

    Assim, o SUS que foi criado pela Constituio Federal de 1988, teve origens em movimentos polticos e sanitrios surgidos na dcada de 1970 e vem se recrian-do, permanentemente, por meio de reformas incrementais, acordadas pelos trs entes federativos, representados pelo Ministrio da Sade, pelo CONASS e pelo Conasems. uma poltica pblica jovem, mas com capacidade de renovar-se conti-nuamente.

    O SUS deve ser reafirmado, constantemente, como poltica de Estado, mais que de governos. Assim, respeitadas as nuances que os diferentes partidos polticos devem colocar nas suas propostas para o setor Sade, deve ser assumido como compromisso permanente de longo prazo, pelo conjunto da sociedade brasileira, e preservado pelos distintos grupos polticos no poder.

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  • 47legislao estrUtUrante do sUs

    Na perspectiva de superar os diversos desafios do sistema de Sade no Brasil, os gestores do SUS assumiram o compromisso pblico da construo do Pacto pela Sade, que ser anualmente revisado, com base nos princpios constitucionais do SUS, nfase nas necessidades de Sade da populao brasileira e que implicar o exerccio simultneo de definio de prioridades articuladas e integradas nos trs componentes: Pacto pela Vida, Pacto em Defesa do SUS e Pacto de Gesto.

    3.1 O Pacto em Defesa do SUS

    A reafirmao desses princpios dever ser feita de acordo com um movimen-to de repolitizao da Sade.

    O SUS fruto de uma bem-sucedida ao poltica de longo prazo que teve sua base ideolgica no movimento sanitrio, que foi implementada por um longo arco de atores sociais localizados nos poderes executivo e legislativo, nas universidades, nos movimentos sindicais, nas organizaes de Sade e em vrios movimentos so-ciais.

    O SUS, analisado temporalmente, representa uma evoluo muito positiva. Entretanto, os avanos inegveis alcanados, em sua curta existncia, so amorteci-dos por significaes de senso comum, assumidas pela grande mdia e apresentada como fracasso da Sade pblica brasileira.

    Essa percepo de fracasso da Sade pblica brasileira mais freqente nos segmentos de maior renda, formados por usurios no exclusivos e por no usu-rios do SUS, mas que tm grande peso na formao da opinio pblica.

    Dessa forma, vai se construindo na sociedade, um sentimento difuso de que os recursos pblicos so muito mal gastos na Sade, sem a contrapartida de uma informao mais qualificada que esclarea o muito que tem sido possvel fazer com recursos escassos.

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  • 48 Coleo Progestores | Para entender a gesto do sUs

    Aes em defesa do SUS exigem um amplo movimento de mobilizao social que articule, de forma permanente e organizada, os diferentes setores da sociedade brasileira comprometidos com o sistema pblico de Sade.

    O SUS precisa retomar e vencer a batalha da comunicao com a sociedade brasileira, consolidando-se como uma conquista da cidadania na Constituio de 1988. preciso voltar a discutir o SUS fora de seus muros.

    Para tanto, as trs esferas de gesto, Unio, Estados e Municpios, devem desenvolver aes junto opinio pblica em um verdadeiro Pacto em Defesa do SUS.

    3.2 O Pacto pela Vida

    O Pacto pela Vida uma mudana radical na forma de pactuao do SUS vigente at agora. A instituio do Pacto pela Vida representa duas mudanas fun-damentais na reforma incremental do SUS. De um lado, substitui pactos fortuitos por acordos anuais obrigatrios. De outro, muda o foco, de mudanas orientadas a processos operacionais para mudanas voltadas para resultados sanitrios.

    Desse modo, este Pacto refora no SUS o movimento da gesto pblica por resultados. O Pacto pela Vida deve ser permanente. Significa uma ao prioritria no campo da Sade que dever ser executada com foco em resultados e deve contar com a inequvoca explicitao por parte da Unio, estados e municpios dos com-promissos oramentrios e financeiros necessrios para o alcance de suas metas.

    Em 2006, foram definidas seis prioridades: Sade do Idoso; Controle de Cn-cer de Colo de tero e de Mama; Reduo da Mortalidade Infantil e Materna; For-talecimento da Capacidade de Respostas s Doenas Emergentes e Endemias, com nfase na Dengue, Hansenase, Tuberculose, Malria e Influenza; Promoo da Sa-de e Fortalecimento da Ateno Primria.

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  • 49legislao estrUtUrante do sUs

    3.3 O Pacto de Gesto

    O Pacto pela Sade/Pacto de Gesto criou um ambiente mais propcio ao de-senvolvimento de um federalismo mais cooperativo no SUS.

    O Pacto de Gesto estabelece as responsabilidades claras de cada ente federa-do de forma a diminuir as competncias concorrentes visando ao fortalecimento da gesto compartilhada e solidria do SUS.

    Com o Pacto, deve ser promovido um choque de descentralizao, acompa-nhado da desburocratizao dos processos normativos, estruturao das regies sanitrias e fortalecimento das Comisses Intergestores Bipartite.

    O Pacto de Gesto deve representar um novo pacto federativo sanitrio e de-ver estruturar-se sob o mote da unidade doutrinria e da diversidade operacional, buscando na pactuao, a ser estabelecida em cada Comisso Intergestora Bipartite (CIB), as melhores solues para questes como a regulao e a gesto dos servios de Sade.

    3.4 Principais portarias que regulamentam o Pacto pela Sade

    a) PortariaGm/mSn.699de30demarode2006 (publicada em 03 de abril de 2006) que regulamenta as diretrizes operacionais dos Pactos pela Vida e de Gesto e seus desdobramentos para o processo de gesto do SUS, bem como a transio e monitoramentos dos Pactos, unificando os processos de pactuao de indicadores. (textonantegran.18)

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  • 50 Coleo Progestores | Para entender a gesto do sUs

    b) PortariaGm/mSn.3.085de1.dedezembrode2006 (publicada no dia 04 de dezembro) que regulamenta o Sistema de Planejamento do SUS. (textonantegran.19)

    c) PortariaGm/mSn.3.332de28dedezembrode2006 (publicada no dia 29 de dezembro) que aprova orientaes gerais relativas aos instrumentos do Sistema de Planejamento do SUS. (textonantegran.20)

    d) PortariaGm/mSn.204de29dejaneirode2007 (publicada no dia 31 de janeiro) que regulamenta o financiamento e a transferncia dos recursos federais para as aes e os servios de sade, na forma de blocos de financiamento, com o respectivo monitoramento e controle. (textonantegran.21)

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  • 52 Coleo Progestores | Para entender a gesto do sUs

    ConClUso

    Com base no exposto e em muitos outros diagnsticos, o Conselho Nacional de Secretrios de Sade (CONASS) elaborou e publicou em dezembro de 2006 o livro: SUS: AVANOS E DESAFIOS.

    Alm de reafirmar princpios constitucionais, reconhecer e demons-trar inequvocos avanos, o livro apresenta um conjunto de propostas para um (re)direcionamento dos rumos do SUS, a partir de 2007, buscando aproximar o SUS que queramos neste processo histrico do SUS real que construmos.

    O SUS que foi gerado na prtica um sistema segmentado e composto de trs subsistemas, distanciando o SUS real do SUS constitucional e universal:

    Sistema nico de Sade (SUS). Sistema de Ateno Mdica Supletiva. Sistema de Desembolso Direto.

    O Sistema nico de Sade constitui o sistema pblico de Sade estruturado pelo conjunto de aes e servios de Sade, prestados por rgos e instituies p-blicas federais, estaduais e municipais, da administrao direta ou indireta.

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  • 53legislao estrUtUrante do sUs

    Os princpios mais relevantes do SUS so: universalidade do acesso; integra-lidade da assistncia; participao da comunidade; descentralizao poltico admi-nistrativa; regionalizao, hierarquizao e atendimento integral, com capacidade de resoluo dos problemas.

    O Sistema de Sade Suplementar um sistema privado de assistncia Sa-de, exercida por 1.264 operadoras de medicina de grupo: (705), cooperativa medi-ca ou seguro-sade (364) e autogesto (307).

    As operadoras so reguladas pela Agncia Nacional de Sade Suplementar (ANS) e cobre hoje uma populao de 42,5 milhes de brasileiros.

    O Sistema de Desembolso Direto, ou de medicina liberal, tambm privado representado pelos gastos diretos de desembolso e com baixssima regulao esta-tal, mas fortemente subsidiado por renncias fiscais. Cobre aproximadamente 72 milhes de habitantes, que tambm so usurios do SUS e parte dos no usurios.

    Esta segmentao tem acontecido porque o SUS tem se estruturado para res-ponder s demandas universais mais pobres da populao e de demandas dos ou-tros dois subsistemas especialmente de servios dos servios de maiores custos e da populao economicamente integrada.

    Apesar de o SUS ser universal em muitas aes de Sade, especialmente as de Vigilncia Epidemiolgica, Sanitria e Ambiental, na assistncia mdica, esta segmentao pode ser entendida pela composio relativa dos usurios do SUS, conforme pesquisa do CONASS, de 2003:

    28,6% dos brasileiros so usurios exclusivos do SUS; 28,6% dos brasileiros so usurios exclusivos do SUS;28,6% dos brasileiros so usurios exclusivos do SUS; 61,5% so usurios, mas no exclusivos portanto so 115 milhes de usurios tanto do SUS quanto dos subsistemas privados; e 8,7% no so usurios ou seja, so usurios exclusivos dos sistemas privados.

    Os problemas da segmentao manifestam-se no sistema de Sade brasileiro ampliando as iniqidades.

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  • 54 Coleo Progestores | Para entender a gesto do sUs

    Alm disto, em agosto e setembro de 2006, o CONASS elaborou e entregou pessoalmente um MANIFESTO AOS CANDIDATOS PRESIDNCIA DA REPBLI-CA, com 14 temas prioritrios a serem considerados pelos respectivos programas de governo (ver no site: www.conass.org.br).

    A histria do SUS se confunde e permeada com a histria Conselho Nacional de Secretrios de Sade

    Nesses 25 anos de CONASS, fizeram sua histria todos os Secretrios Esta-duais de Sade, sua assessoria tcnica, equipes tcnicas das SES e as diretorias que conduziram a entidade.

    Entretanto o SUS um processo de construo muito dinmico. Manter-se atualizado quanto suas leis e atos normativos uma tarefa rdua.

    Assim, alm de apresentarmos neste livro o que consideramos mais relevante para conhecer a legislao estruturante do SUS at fevereiro de 2007, disponibili-zaremos na nossa pgina na internet (www.conass.org.br), os atos normativos que consideramos relevantes para a gesto do SUS. Tambm estaro todos com possibi-lidade de down low do texto na ntegra e com o contedo sempre atualizado.

    A segunda parte deste livro transcreve OS TEXTOS NA NTEGRA, da legisla-o estruturante citada nesta primeira parte.

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    2Parte

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  • 56 Coleo Progestores | Para entender a gesto do sUs

    lei n. 1.920, de 25 de jUlHo de 1953 (PUBiCada no dirio ofiCial da Unio de 29/07/1953)

    Cria o Ministrio da sade e d outras providnCias

    O PRESIDENTE DA REPBLICA, fao saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

    Art.1 criado o Ministrio da Sade, ao qual ficaro afetos os problemas atinentes sade humana.

    Pargrafo nico. Far parte do Ministrio acima um Departamento de Admi-nistrao, com Divises de Pessoal, Material, Obras e Oramento.

    Art.2 O Ministrio da Educao e Sade passa a denominar-se Ministrio da Educao e Cultura.

    Pargrafo nico. (VETADO).

    Art.3 Ao Ministrio da Sade so transferidos todos os atuais rgos e ser-vios do antigo Ministrio da Educao e Sade, atinentes sade e criana, e desmembrados os que exeram atividade em comum.

    Pargrafo nico. Passaro, igualmente, para os quadros do novo Ministrio todos os cargos, funes e seus ocupantes de servios que hajam sido transferidos, bem como parte do funcionalismo do Departamento de Administrao do antigo Ministrio da Educao e Sade, que se tornar excedente, em decorrncia da cria-o do novo Ministrio.

    Art.4 Da quantia a que se refere a alnea a, do art. 2 do Decreto n 9.486, de 18 de julho de 1946, um tro ser destinado ao Ministrio da Sade.

    Art.5So transferidos para o novo Ministrio da Sade os saldos de dota-es oramentrias, destinados s reparties incorporadas ao referido Ministrio, inclusive as parcelas de dotaes oramentrias globais, cabendo ao Poder Executi-vo tomar as medidas administrativas convenientes.

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  • 57legislao estrUtUrante do sUs

    Pargrafo nico. So, tambm, transferidas as parcelas das dotaes cons-tantes da Verba 3 do Oramento do Ministrio da Educao e Sade, bem como a terceira parte da dotao constante do oramento da Despesa para o ano de 1953 - na verba 4 - Obras e Equipamentos - Consignao VI Dotaes diversas - Subcon-signao II - Estudos e Projetos - 04 Diviso de Obras - a) Ajustes com profissionais estranhos Diviso de Obras, para a elaborao de projetos e levantamentos topo-grficos.

    Art.6 Os crditos oramentrios e adicionais destinados ao Ministrio da Sade podero ser depositados no Banco do Brasil disposio do referido Minis-trio, de acrdo com o critrio que fr estabelecido anualmente pelo Ministro de Estado.

    Pargrafo nico. A comprovao do emprgo dstes crditos ser feita, parce-ladamente, perante o Tribunal de Contas, 60 dias aps o trmino de cada trimestre, na forma da legislao em vigor, ouvido previamente o Departamento de Adminis-trao.

    Art.7Os auxlios e subvenes consignados no oramento do Ministrio da Educao e Sade, que se destinarem a atividades relacionadas com o Ministrio da Sade, so igualmente, transferidos nos trmos do artigo 6 desta Lei.

    Art.8So criados os seguintes cargos, que sero providos em comisso ou em funes gratificadas:

    1 - de Ministrio de Estado;1 - de Diretor do Departamento de Administrao - DA;1 - Diretor da Diviso do Pessoal - D.P.;1 - Diretor da Diviso do Oramento - D.O.;1 - Diretor da Diviso de Material - D.M.;1 - Diretor da Diviso de Obras - D.Ob.

    Funes Gratificadas

    5 - de Secretrio;1 - Auxiliar de Gabinete;

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  • 58 Coleo Progestores | Para entender a gesto do sUs

    1 - Chefe S.A.;1 - Chefe S.C.;1 - Chefe S.F.;1 - Chefe S.E.F.;1 - Chefe SA;1 - Chefe S.R.F.;2 - Chefes D.0.

    Art.9 Para a execuo da presente Lei, o Ministro da Sade apresentar ao Presidente da Repblica, dentro em 60 dias, o regulamento a ser expedido, regen-do-se provisriamente, o Ministrio da Sade, pela do Ministrio da Educao e Sade, na parte que lhe fr aplicvel.

    Art.10 aberto ao Ministrio da Sade o crdito especial (Servios e Encar-gos), de Cr$1.500.000,OO (um milho e quinhentos mil cruzeiros), para ocorrer s despesas com a execuo da presente Lei.

    Art.11 Esta Lei entrar em vigor na data da sua publicao, revogadas as disposies em contrrio.

    Rio de Janeiro, 25 de julho de 1953; 132 da Independncia e 65 da Rep-blica.

    Getlio Vargas

    Antnio Balbino

    texto 2

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  • 59legislao estrUtUrante do sUs

    deClarao de alma-ata

    ConfernCia internaCional sobre Cuidados priMrios de sade

    Alma-Ata, URSS, 6-12 de setembro de 1978

    A Conferncia Internacional sobre Cuidados Primrios de Sade, reunida em Alma-Ata aos doze dias do ms de setembro de mil novecentos e setenta e oito, ex-pressando a necessidade de ao urgente de todos os governos, de todos os que tra-balham nos campos da sade e do desenvolvimento e da comunidade mundial para promover a sade de todos os povos do mundo, formulou a seguinte declarao:

    I) A Conferncia enfatiza que a sade - estado de completo bem- estar fsico, mental e social, e no simplesmente a ausncia de doena ou enfermidade - um direito humano fundamental, e que a consecuo do mais alto nvel possvel de sade a mais importante meta social mundial, cuja realizao requer a ao de muitos outros setores sociais e econmicos, alm do setor sade.II) A chocante desigualdade existente no estado de sade dos povos, particularmente entre os pases desenvolvidos e em desenvolvimento, assim como dentro dos pases, poltica, social e economicamente inaceitvel e constitui, por isso, objeto da preocupao comum de todos os pases.III) O desenvolvimento econmico e social baseado numa ordem econmica internacional de importncia fundamental para a mais plena realizao da meta de Sade para Todos no Ano 2000 e para a reduo da lacuna existente entre o estado de sade dos pases em desenvolvimento e o dos desenvolvidos. A promoo e proteo da sade dos povos essencial para o contnuo desenvolvimento econmico e social e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz mundial.IV) direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento e na execuo de seus cuidados de sade.V) Os governos tm pela sade de seus povos uma responsabilidade que s pode ser realizada mediante adequadas medidas sanitrias e sociais. Uma das principais metas sociais dos governos, das organizaes internacionais e de toda a comunidade

    texto 2

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  • 60 Coleo Progestores | Para entender a gesto do sUs

    mundial na prxima dcada deve ser a de que todos os povos do mundo, at o ano 2000, atinjam um nvel de sade que Ihes permita levar uma vida social e economicamente produtiva.

    Os cuidados primrios de sade constituem a chave para que essa meta seja atingida, como parte do desenvolvimento, no esprito da justia social.

    VI) Os cuidados primrios de sade so cuidados essenciais de sade baseados em mtodos e tecnologias prticas, cientificamente bem fundamentadas e socialmente aceitveis, colocadas ao alcance universal de indivduos e famlias da comunidade, mediante sua plena participao e a um custo que a comunidade e o pas possam manter em cada fase de seu desenvolvimento, no esprito de autoconfiana e automedicao. Fazem parte integrante tanto do sistema de sade do pas, do qual constituem a funo central e o foco principal, quanto do desenvolvimento social e econmico global da comunidade. Representam o primeiro nvel de contato dos indivduos, da famlia e da comunidade com o sistema nacional de sade, pelo qual os cuidados de sade so levados o mais proximamente possvel aos lugares onde pessoas vivem e trabalham, e constituem o primeiro elemento de um continuado processo de assistncia sade.VII) Os cuidados primrios de sade:

    1 - Refletem, e a partir delas evoluem, as condies econmicas e as caracters-ticas socioculturais e polticas do pas e de suas comunidades, e se baseiam na aplicao dos resultados relevantes da pesquisa social, biomdica e de servios de sade e da experincia em sade pblica.2 - Tm em vista os principais problemas de sade da comunidade, proporcio-nando servios de proteo, cura e reabilitao, conforme as necessidades.3 - Incluem pelo menos: educao, no tocante a problemas prevalecentes de sade e aos mtodos para sua preveno e controle, promoo da distribui-o de alimentos e da nutrio apropriada, previso adequada de gua de boa qualidade e saneamento bsico, cuidados de sade materno-infantil, inclusive planejamento familiar, imunizao contra as principais doenas infecciosas, pre-veno e controle de doenas localmente endmicas, tratamento apropriado de doenas e leses comuns e fornecimento de medicamentos essenciais.4 - Envolvem, alm do setor sade, todos os setores e aspectos correlatos do desenvolvimento nacional e comunitrio, mormente a agricultura, a pecuria, a produo de alimentos, a indstria, a educao, a habitao, as obras pblicas,

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  • 61legislao estrUtUrante do sUs

    as comunicaes e outros setores.5 - Requerem e promovem a mxima autoconfiana e participao comunitria e individual no planejamento, organizao, operao e controle dos cuidados primrios de sade, fazendo o mais pleno uso possvel de recursos disponveis, locais, nacionais e outros, e para esse fim desenvolvem, atravs da educao apropriada, a capacidade de participao das comunidades.6 - Devem ser apoiados por sistemas de referncia integrados, funcionais e mu-tuamente amparados, levando progressiva melhoria dos cuidados gerais de sade para todos e dando prioridade aos que tm mais necessidade.7 - Baseiam-se, nos nveis locais e de encaminhamento, nos que trabalham no campo dasade, inclusive mdicos, enfermeiros, parteiras, auxiliares e agentes comunitrios, conforme seja aplicvel, assim como em praticantes tradicionais, conforme seja necessrio, convenientemente treinados para trabalhar, social e tecnicamente, ao lado da equipe de sade e responder s necessidades expres-sas de sade da comunidade.

    VIII) Todos os governos devem formular polticas, estratgias e planos nacionais de ao para lanar/sustentar os cuidados primrios de sade em coordenao com outros setores. Para esse fim, ser necessrio agir com vontade poltica, mobilizar os recursos do pas e utilizar racionalmente os recursos externos disponveis.IX) Todos os pases devem cooperar, num esprito de comunidade e servio, para assegurar os cuidados primrios de sade a todos os povos, uma vez que a consecuo da sade do povo de qualquer pas interessa e beneficia diretamente todos os outros pases. Nesse contexto, o relatrio conjunto da OMS/UNICEF sobre cuidados primrios de sade constitui slida base para o aprimoramento adicional e a operao dos cuidados primrios de sade em todo o mundo.X) Poder-se- atingir nvel aceitvel de sade para todos os povos do mundo at o ano 2000 mediante o melhor e mais completo uso dos recursos mundiais, dos quais uma parte considervel atualmente gasta em armamento e conflitos militares. Uma poltica legtima de independncia, paz, distenso e desarmamento pode e deve liberar recursos adicionais, que podem ser destinados a fins pacficos e, em particular, acelerao do desenvolvimento social e econmico, do qual os cuidados primrios de sade, como parte essencial, devem receber sua parcela apropriada.

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  • 62 Coleo Progestores | Para entender a gesto do sUs

    A Conferncia Internacional sobre Cuidados Primrios de Sade concita ao internacional e nacional urgente e eficaz, para que os cuidados primrios de sade sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e, particularmente, nos pases em desenvolvimento, num esprito de cooperao tcnica e em consonncia com a nova ordem econmica internacional. Exorta os governos, a OMS e o UNI-CEF, assim como outras organizaes internacionais, entidades multilaterais e bila-terais, organizaes governamentais, agncias financeiras, todos os que trabalham no campo da sade e toda a comunidade mundial a apoiar um compromisso nacio-nal e internacional para com os cuidados primrios de sade e a canalizar maior volume de apoio tcnico e financeiro para esse fim, particularmente nos pases em desenvolvimento. A Conferncia concita todos a colaborar para que os cuidados primrios de sade sejam introduzidos, desenvolvidos e mantidos, de acordo com a letra e esprito desta Declarao.

    texto 3

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  • 63legislao estrUtUrante do sUs

    ConstitUio federal de 1988

    ttulo viii - da ordeM soCial

    Captulo II Da Seguridade Social

    SeoII-daSade

    Art.196A sade direito de todos e dever do Estado, garantido mediante polticas sociais e econmicas que visem reduo do risco de doena e de outros agravos e ao acesso universal e igualitrio s aes e servios para sua promoo, proteo e recuperao.

    Art. 197 So de relevncia pblica as aes e servios de sade, cabendo ao poder pblico dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentao, fiscalizao e controle, devendo sua execuo ser feita diretamente ou atravs de terceiros e, tambm, por pessoa fsica ou jurdica de direito privado.

    Art.198(*) As aes e servios pblicos de sade integram uma rede regio-nalizada e hierarquizada e constituem um sistema nico, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:

    I - descentralizao, com direo nica em cada esfera de governo;II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuzo dos servios assistenciais;III - participao da comunidade.

    Pargrafo nico. O Sistema nico de Sade ser financiado, nos termos do art. 195, com recursos do oramento da seguridade social, da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, alm de outras fontes.

    (*) Emenda Constitucional n 29, de 2000.

    Art.199A assistncia sade livre iniciativa privada.

    1 . As instituies privadas podero participar de forma complementar do Sistema nico de Sade, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito pblico ou convnio, tendo preferncia as entidades filantrpicas e as sem fins lu-crativos.

    texto 3

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  • 64 Coleo Progestores | Para entender a gesto do sUs

    2 . vedada a destinao de recursos pblicos para auxlios ou subvenes s instituies privadas com fins lucrativos.

    3 . vedada a participao direta ou indireta de empresas ou capitais es-trangeiros na assistncia sade no Pas, salvo nos casos previstos em lei.

    4 . A lei dispor sobre as condies e os requisitos que facilitem a remoo de rgos, tecidos e substncias humanas para fins de transplante, pesquisa e trata-mento, bem como a coleta, processamento e transfuso de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercializao.

    Art.200 Ao Sistema nico de Sade compete, alm de outras atribuies, nos termos da lei:

    I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substncias de interesse para a sade e participar da produo de medicamentos, equipamentos, imunobiolgicos, hemoderivados e outros insumos;II - executar as aes de vigilncia sanitria e epidemiolgica, bem como as de sade do trabalhador;III - ordenar a formao de recursos humanos na rea de sade;IV - participar da formulao da poltica e da execuo das aes de saneamento bsico; V - incrementar em sua rea de atuao o desenvolvimento cientfico e tecnolgico;VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e guas para consumo humano;VII - participar do controle e fiscalizao da produo, transporte, guarda e utilizao de substncias e produtos psicoativos, txicos e radioativos;VIII - colaborar na proteo do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.

    texto4

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  • 65legislao estrUtUrante do sUs

    lei n. 8.080, de 19 de setemBro de 1990 (PUBliCada no(PUBliCada no dirio ofiCial da Unio de 20 de setemBro de 1990)

    Dispe sobre as condies para a promoo, proteo e recuperao da sade, a organizao e o funcionamento dos servios correspondentes e d outras provi-dncias.

    O PRESIDENTE DA REPBLICA, fao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

    dISPoSIoPrelImINAr

    Art.1 Esta lei regula, em todo o territrio nacional, as aes e servios de sade, executados isolada ou conjuntamente, em carter permanente ou eventual, por pessoas naturais ou jurdicas de direito Pblico ou privado.

    ttuloI-dASdISPoSIeSGerAIS

    Art.2 A sade um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condies indispensveis ao seu pleno exerccio.

    1 . O dever do Estado de garantir a sade consiste na formulao e execu-o de polticas econmicas e sociais que visem reduo de riscos de doenas e de outros agravos e no estabelecimento de condies que assegurem acesso universal e igualitrio s aes e aos servios para a sua promoo, proteo e recuperao.

    2 . O dever do Estado no exclui o das pessoas, da famlia, das empresas e da sociedade.

    Art.3A sade tem como fatores determinantes e condicionantes, entre ou-tros, a alimentao, a moradia, o saneamento bsico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educao, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e servios essenciais; os nveis de sade da populao expressam a organizao social e econmica do Pas.

    texto4

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  • 66 Coleo Progestores | Para entender a gesto do sUs

    Pargrafo nico. Dizem respeito tambm sade as aes que, por fora do disposto no artigo anterior, se destinam a garantir s pessoas e coletividade con-dies de bem-estar fsico, mental e social.

    TTULO II - DO SISTEMA NICO DE SADE

    dISPoSIoPrelImINAr

    Art.4O conjunto de aes e servios de sade, prestados por rgos e insti-tuies pblicas federais, estaduais e municipais, da Administrao direta e indireta e das fundaes mantidas pelo Poder Pblico, constitui o Sistema nico de Sade (SUS).

    1 . Esto includas no disposto neste artigo as instituies pblicas federais, estaduais e municipais de controle de qualidade, pesquisa e produo de insumos, medicamentos, inclusive de sangue e hemoderivados, e de equipamentos para sa-de.

    2 . A iniciativa privada poder participar do Sistema nico de Sade (SUS), em carter complementar.

    Captulo I - Dos Objetivos e Atribuies

    Art.5 So objetivos do Sistema nico de Sade (SUS):

    I - a identificao e divulgao dos fatores condicionantes e determinantes da sade;II - a formulao de poltica de sade destinada a promover, nos campos econmico e social, a observncia do disposto no 1 do art. 2 desta lei;III - a assistncia s pessoas por intermdio de aes de promoo, proteo e recuperao da sade, com a realizao integrada das aes assistenciais e das atividades preventivas.

    Art.6 Esto includas ainda no campo de atuao do Sistema nico de Sa-de (SUS):

    I - a execuo de aes:a) de vigilncia sanitria;b) de vigilncia epidemiolgica;

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  • 67legislao estrUtUrante do sUs

    c) de sade do trabalhador; ed) de assistncia teraputica integral, inclusive farmacutica;

    II - a participao na formulao da poltica e na execuo de aes de saneamento bsico;III - a ordenao da formao de recursos humanos na rea de sade;IV - a vigilncia nutricional e a orientao alimentar;V - a colaborao na proteo do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho;VI - a formulao da poltica de medicamentos, equipamentos, imunobiolgicos e outros insumos de interesse para a sade e a participao na sua produo;VII - o controle e a fiscalizao de servios, produtos e substncias de interesse para a sade;VIII - a fiscalizao e a inspeo de alimentos, gua e bebidas para consumo humano;IX - a participao no controle e na fiscalizao da produo, transporte, guarda e utilizao de substncias e produtos psicoativos, txicos e radioativos;X - o incremento, em sua rea de atuao, do desenvolvimento cientfico e tecnolgico;XI - a formulao e execuo da poltica de sangue e seus derivados.

    1 . Entende-se por vigilncia sanitria um conjunto de aes capaz de eli-minar, diminuir ou prevenir riscos sade e de intervir nos problemas sanitrios decorrentes do meio ambiente, da produo e circulao de bens e da prestao de servios de interesse da sade, abrangendo:

    I - o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a sade, compreendidas todas as etapas e processos, da produo ao consumo; eII - o controle da prestao de servios que se relacionam direta ou indiretamente com a sade.

    2 . Entende-se por vigilncia epidemiolgica um conjunto de aes que proporcionam o conhecimento, a deteco ou preveno de qualquer mudana nos fatores determinantes e condicionantes de sade individual ou coletiva, com a fi-nalidade de recomendar e adotar as medidas de preveno e controle das doenas ou agravos.

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  • 68 Coleo Progestores | Para entender a gesto do sUs

    3 . Entende-se por sade do trabalhador, para fins desta lei, um conjunto de atividades que se destina, atravs das aes de vigilncia epidemiolgica e vi-gilncia sanitria, promoo e proteo da sade dos trabalhadores, assim como visa recuperao e reabilitao da sade dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advi