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A REPRESENTAÇÃO E A QUESTÃO DO ESTILO

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A REPRESENTAÇÃO E A QUESTÃO DO ESTILO

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Estilo, do latim stillus: instrumento de escrita dos romanos. Categoria de expressões.

O estilo é uma maneira de representar, mas, principalmente, uma maneira de ver. As dificuldades que as artes plásticas tinham na era clássica não se resumiam à dificuldade de copiar a natureza, mas de vê-la.

Diferentes estilos = diferentes formas de ver o mundo.

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Plínio: a mente é o verdadeiro instrumento da visão e da observação.

Logo, não se imita a natureza, ela é representada de acordo com os filtros de quem a representa.

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Cada estilo busca uma tradução fiel da natureza, mas cada estilo tem sua própria percepção de natureza.

O estilo tem a ver com o gosto e com a moda: movimentos de seleção da representação.

Toda representação, logo todo estilo, se baseia em convenções.

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As idéias de imitação da natureza, idealização ou abstração repousam sobre a premissa de que o que chega primeiro são impressões sensoriais, que depois são elaboradas, deformadas ou generalizadas.

Jean-Étienne Lyotard: a pintura é a mágica mais assombrosa; sabe persuadir-nos mediante as mais evidentes falsidades, de que é a verdade pura.

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PRODUÇÃO E REPRODUÇÃO CULTURAL: DESAFIOS ESTÉTICOS DO SÉCULO XX

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O advento dos meios de comunicação de massa representou uma mudança no universo artístico.

Adorno e a crítica à reprodução da obra de arte: o valor estético deu lugar ao valor mercadológico.

A reprodução mecânica de uma mesma obra empobrece o universo cultural – apenas as obras “comerciáveis” entram no circuito midiático.

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A arte, em vez de emancipatória, torna-se ditatorial. Os padrões estéticos dominantes passam a ser aqueles midiatizados. A cultura erudita e a cultura popular perdem espaço e a autenticidade passa a ser descartada.

Benjamin: uma vez copiada, a arte perde sua aura. Um maior número de pessoas têm acesso a obras culturais, mas nem todas são capazes de fruir seus significados porque não têm educação cultural.

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O século XX viu uma série de mudanças estéticas, de valorização do que é belo. O belo passa a ser uma construção midiática, assim como a própria realidade social.

Implicações para a produção artística: descartabilidade, padronização, pobreza estética.

Isso não quer dizer que não haja produção de qualidade na era da arte midiática e nem que todas as experiências estéticas sejam inválidas.

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O século XX trouxe para o espaço público a discussão sobre a qualidade e a validade estética.

A arte deixou de ser funcional para ser diversional.

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ANÁLISE ESTÉTICA

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A análise estética procura identificar padrões de harmonia, legitimidade e atitudes na obra artística. O objeto da análise estética é a valoração da beleza.

A análise estética é um exercício de interpretação e valoração de produtos artístico-culturais que envolve técnicas objetivas conjugadas com o subjetivismo do analista.

  Análise estética não é o mesmo que crítica

cultural. A análise exige um aprofundamento do tema, do contexto produtivo, da intencionalidade, etc.

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Contexto produtivo: escola ou movimento artístico, momento político, social e econômico, fase da vida artística do produtor cultural.

Técnicas objetivas: avaliação das linhas, pontos, formas, materiais, cores, luz e sombra, texturas, movimento, espaço, estilo, tema, autor, data, contexto histórico de produção, influências. Também são analisadas a intertextualidade da obra (a produção dialoga com outras produções).

  A análise estética pode se resumir à análise

técnica, mas nesse caso ela perde o caráter de indicação e de avaliação subjetiva que lhe é inerente.

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A formação cultural do analista é determinante para a avaliação do que ele escreve sobre determinada obra. Até aqui prega-se a objetividade, mas como ser objetivo quando o assunto envolve gostos pessoais e a própria subjetividade do ato de avaliar?

Elementos subjetivos da análise estética: ideologia, condição cultural, social e econômica do analista, conceitos e categorias de arte e de belo valorizados pelo analista,

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