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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU
Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu
Mestrado em Ciências do Envelhecimento
A relação cuidador/idoso segundo a ótica do cuidador formal
domiciliar de idosos
São Paulo
2016
UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU
Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu
Mestrado em Ciências do Envelhecimento
Rilza Xavier Marigliano
A relação cuidador/idoso segundo a ótica do cuidador formal
domiciliar de idosos
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação Strictu Sensu da Universidade São
Judas Tadeu como parte dos requisitos para
obtenção do título de Mestre em Ciências do
Envelhecimento.
Área de concentração: Aspectos educacionais,
psicológicos e socioculturais do envelhecimento.
Orientadora: Profª. Dra. Claudia Aranha Gil
São Paulo
2016
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da
Universidade São Judas Tadeu
Bibliotecária: Tatiane Marques de Assis – CRB8/8967
Marigliano, Rilza Xavier
M335r A relação Cuidador/idoso segundo a ótica do cuidador formal domiciliar de idosos/
Rilza Xavier Marigliano – São Paulo, 2016.
230 f. 30 cm
Orientadora: Cláudia Aranha Gil
Dissertação (Mestrado) – Universidade São Judas Tadeu, São Paulo, 2016.
1. Cuidadores. 2. Velhice. 3. Qualidade de vida. 4. Técnicas Projetivas
I. Gil, Cláudia Aranha. II Universidade São Judas Tadeu, Programa de
Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências do Envelhecimento. III. Título
CDD 22 – 613.7044
RILZA XAVIER MARIGLIANO
A relação cuidar/idoso segundo a ótica do cuidador formal domiciliar
de idosos
Dissertação defendida e aprovada em: 12/09/2016
Banca Examinadora
Profª. Dra. Leila Salomão de La Plata Cury
Tardivo________________________Instituição: Universidade de São Paulo-USP
Julgamento: ____________________Assinatura:________________________
Profª. Dra. Carla Witter___________Instituição: Universidade São Judas Tadeu
Julgamento: ___________________Assinatura: _________________________
Profª. Dra. Claudia Aranha Gil______Instituição: Universidade São Judas Tadeu
Julgamento: ____________________Assinatura: ________________________
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação Strictu Sensu da Universidade São
Judas Tadeu (USJT), como parte dos requisitos
para obtenção do título de Mestre em Ciências do
Envelhecimento.
Área de concentração: Aspectos educacionais,
psicológicos e socioculturais do envelhecimento.
Orientadora: Profª. Dra. Claudia Aranha Gil
Dedico esse trabalho a minha família, que está
comigo em todos os momentos, às cuidadoras que
participaram com tanta dedicação e a Deus, que
permitiu que eu chegasse até aqui.
AGRADECIMENTOS
Quero agradecer a Deus por cada momento deste curso e por cada vitória conquistada. Por
me proporcionar a oportunidade de ter vivido essa experiência tão enriquecedora e ter
conhecido professores maravilhosos, que realmente amam o que fazem e se dedicaram a me
ensinar sobre a ciência e sobre a vida.
Aprendi lições que eu nunca vou esquecer, e recebi tanto carinho que vou guardar para sempre
em meu coração.
Quero dedicar um agradecimento especial à minha Professora Orientadora Dra. Cláudia
Aranha Gil, que durante todos esses meses se debruçou sobre a minha causa, tomando para si
esse projeto e fazendo dele, seu grande objetivo, assim como eu.
Que se esforçou em me ensinar a dar o meu melhor. Que em muitos momentos, diante das
minhas limitações, me ajudou a acreditar que eu seria capaz de chegar até o fim e concluir esse
projeto.
Gostaria de agradecer a Professora Doutora Carla Witter e a Professora Doutora Leila Salomão
de La. Plata Cury Tardivo, que participaram da minha Banca de Qualificação e com muita
sabedoria, trouxeram contribuições preciosas, que ajudaram a fazer com que esta pesquisa
ficasse ainda mais estruturada, e fosse capaz de trazer alguma contribuição para o mundo
acadêmico e para a sociedade.
Gostaria de agradecer a meu esposo Renato Marigliano, que me apoiou e me ajudou a superar
os momentos difíceis, tendo paciência comigo e me dando forças a cada obstáculo que surgia.
Te amo muito Rê!
Agradeço a minha filha Cássia, que durante todo esse período abriu mão de muitos momentos
de diversão e lazer. Que esteve juntinho comigo, na realização de exercícios, na leitura de
textos e nas muitas correções de trabalhos, que levavam o final de semana todo. Você é muito
preciosa para mim Boneca!
Ao meu filho Daniel, minha nora Carol e aos meus netos Gabriel e Arthur, que ficavam
quietinhos para que a vovó pudesse fazer a “lição de casa”.
Agradeço a minha Chefe, Dra. Maria Cecilia Prospero Dani, por todo o incentivo e por ter
tantas vezes remanejado os horários do consultório, para que eu pudesse cumprir cada
disciplina. Muito obrigada por estar comigo em mais essa empreitada. Que Deus a abençoe!
Deixo aqui um agradecimento especial a minha prima Aline de Freitas, que não faltou um só
dia, cobrindo as minhas ausências no trabalho, para que eu pudesse vir estudar. Só Deus Aline,
poderá te recompensar, pois foi Ele que colocou você no meu caminho!
Quero agradecer a Mestre Lindanor Jacó Chaves e a Professora Adriane Provazi, que
gentilmente colaboraram comigo nesta pesquisa, muito obrigada, a participação de vocês foi
de extrema importância.
Gostaria de agradecer a todos os alunos que estiveram comigo no decorrer desses anos e
desejar a todos vocês um futuro brilhante e que esse Mestrado seja o começo de uma linda
história na vida de vocês.
Gostaria de agradecer a minha amiga Jádia F. da Silva, pelo ombro amigo e pelas palavras de
conforto. A sua amizade enriqueceu a minha vida, conte sempre comigo!
Agradeço a minha amiga Karina Maffei Marques, por ter compartilhado comigo momentos
tão preciosos de aprendizagem, companheirismo e as muitas alegrias pelas vitórias
conquistadas.
Quero deixar aqui o meu, muito obrigada, a todos os professores que me deram aula nas
disciplinas desse curso e fizeram a diferença na minha vida:
Claudia Aranha Gil
Ana Martha de Almeida Limongelli
Carla Witter
Marcelo de Almeida Buriti
Ana Lúcia Gatti
Maria Luiza de Jesus Miranda
Graciele Massoli Rodrigues
Lívia Marcello (Inglês Instrumental)
Claudia Borim da Silva
Queridos Professores nem todas as palavras do mundo conseguiriam expressar a gratidão que
eu tenho por vocês. Desejo que vocês sejam muito felizes e que as bênçãos de Deus estejam
sobre as suas vidas.
Amo de verdade a todos vocês!
Gostaria de fazer um agradecimento especial à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior (CAPES) pelo apoio financeiro que foi primordial para a realização desta
pesquisa.
Muito obrigada!
A suprema excelência do Amor
Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze
que soa ou como o címbalo que retine.
Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda
que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei.
E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu
próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará.
O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece,
Não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se
ressente do mal;
Não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade;
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão;
havendo ciência, passará;
Porque, em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos.
Quando, porém, vier o que é perfeito, então, o que é em parte será aniquilado.
Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino;
quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino.
Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face. Agora,
conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido.
Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o
amor.
(1Coríntios, 13: 1-9)
MARIGLIANO, R. X. A Relação cuidador/idoso segundo a ótica do cuidador formal
domiciliar de idosos. São Paulo. 2016. 230 f. Dissertação (Mestrado) – Universidade São Judas
Tadeu, São Paulo, 2016.
RESUMO
O envelhecimento populacional tem aumentado de forma progressiva e devido às mudanças no
panorama familiar, no qual o idoso nem sempre pode contar com a família para lhe prestar
cuidados, tem-se recorrido à contratação de profissionais capacitados para exercer essa função,
especialmente frente ao cuidado que a velhice fragilizada demanda. O objetivo geral desse
estudo foi analisar como os cuidadores formais domiciliares concebem a relação com o idoso
sob sua responsabilidade. Participaram da pesquisa 15 cuidadores formais, do gênero feminino,
com faixa etária entre 25 e 59 anos, que estavam cuidando do mesmo idoso há pelos menos seis
meses. Trata-se de um estudo descritivo, exploratório e de levantamento. Para a coleta de dados
foi aplicado o roteiro de caracterização dos participantes e em seguida foi realizada a técnica
projetiva denominada Procedimento Desenhos-Estórias com Tema. Foi realizada também uma
entrevista semidirigida e por fim, foi aplicada a Escala de Qualidade de Vida WHOQOL-Bref.
As participantes têm uma boa percepção de sua qualidade de vida, destacando-se o Domínio
Físico. A vivência com idosos que necessitam de cuidados e já ter cuidado de um familiar,
foram elementos motivadores para que passassem a exercer a profissão posteriormente. Várias
participantes tinham formação na área de enfermagem, algumas não tiveram nenhum preparo
anterior e aprenderam por meio da prática. No relacionamento com o idoso cuidado, foram
evidenciados os aspectos positivos, principalmente relacionados ao afeto dirigido a esse, bem
como a necessidade de proporcionar conforto e bem-estar. Há o desejo de continuar estudando
e trabalhando na área. Por meio da técnica projetiva utilizada foram observados aspectos
relacionados a visão do idoso como ambivalente em suas características ativas e frágeis, bem
como também à idealização da função de cuidador. Observa-se a necessidade de que mais
pesquisas sobre o tema sejam realizadas, visando traçar estratégias que deem suporte ao
cuidador, a fim de que mantenha uma boa qualidade de vida.
Palavras Chave: Cuidador Formal. Velhice. Fragilidade. Qualidade de Vida. Técnica
Projetiva.
MARIGLIANO, R. X. The relationship between the caregiver/elderly from the perspective
of the elderly formal home caregiver point of view. São Paulo. 2016. 230 p. Dissertation
(Masters degree) –São Judas Tadeu University, São Paulo, 2016.
ABSTRACT
The population ageing has been increasing progressively and because of changes in the family
panorama, in which elderly cannot always count on the family to take care of him, has been
restoring to hire qualified professionals to perform this function especially facing the elderly
weakened demand. The general goal of this study is to analyse how the household formal
caregivers conceive the relationship with the elderly under their responsibility. Fifteen formal
caregivers are going to participate in the survey, hired professionals, paid for the exercise of
caregiver’s occupation of elderly household caregivers between 25 and 59, who has taken care
of the same elderly for at least six months. This is a descriptive, exploratory and collection of
informations survey. For data collection it was applied a characterization script of the
participants and then was held projective technique called Drawing Story (with Theme)
Procedure. A semi-directed interview was also carried out and ultimately, it was applied the
Quality of Life Scale WHOQOL-Bref. The participants have a good perception of their quality
of life, standing out the Physical Domain. The experiences with elderly that need care and had
already taken care of a family member were the motivating elements for which exercise the
profession later. Several participants were training in the area of nursing; some had no previous
preparation and learned through practice. In the relationship with the elderly care were
highlighted the positive aspects, mainly related to affection directed to that, as well as the need
to provide comfort and well-being. There is the desire to keep studying and working in the area.
Through projective techniques used were observed aspects of the vision of the elderly as
conflicted about its active features and fragile, as well as the idealization of the caregiver. There
is a need for more research on the topic be undertaken, aimed at outlining strategies that support
the caregiver and they can maintain a good quality of life.
Keywords: Formal Caregiver. Old Age. Fragility. Quality of Life. Projective Technique
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Domínios da Escala de Qualidade de vida WHOQOL-Bref das participantes......... 69
Tabela 2. Medidas de qualidade de vida por participante. WHOQOL-Bref............................ 71
Tabela 3. Correlação entre idade e os Domínios da escala WHOQOL-Bref........................... 74
Tabela 4. Correlação entre Tempo de Serviço e os Domínios da escala WHOQOL-Bref...... 75
Tabela 5. Análise de concordância dos Juízes......................................................................... 78
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Caracterização dos participantes......................................................................... 62
Figura 2. Caracterização dos idosos cuidados................................................................... 66
Figura 3. Categorias e Unidades de Significado................................................................. 80
Figura 4. Categoria Temática - Motivação para ser cuidador de idosos............................. 81
Figura 5. Categoria Temática - Preparação para tornar-se cuidador de idosos................... 85
Figura 6. Categoria Temática - Significado de cuidar de idosos......................................... 89
Figura 7. Categoria Temática - Características da função de cuidador de idosos............... 94
Figura 8. Categoria Temática -Relacionamento com o (a) idoso (a) cuidado atualmente.. 98
Figura 9. Categoria Temática -Possíveis impactos à saúde física e mental dos cuidadores. 102
Figura 10.Categoria Temática - Estratégias para lidar com os possíveis impactos ............... 106
Figura 11.Categoria Temática -Perspectivas para o futuro....................................................... 111
Figura 12.Categoria Temática -Produção nº 1 Desenhos-Estórias.......................................... 114
Figura 13. Categoria Temática - Produção nº 2 Desenhos-Estórias........................................ 118
Apêndices: Falas das Participantes....................................................................................... 182
Figura 14. Categoria Temática 1: Motivação para ser cuidador de idosos.......................... 183
Figura 15. Categoria Temática 2: Preparação para tornar-se cuidador de idosos................. 186
Figura 16. Categoria Temática 3: Significado de cuidar de idosos....................................... 188
Figura 17. Categoria Temática 4: Características da função de cuidador (a) de idosos...... 191
Figura 18. Categoria Temática 5: Relacionamento com o (a) idoso (a) cuidado atualmente 193
Figura 19. Categoria Temática 6: Possíveis impactos à saúde física e mental dos
cuidadores.............................................................................................................................
195
Figura 20. Categoria Temática 7. Estratégias para lidar com os possíveis impactos à saúde
física e mental dos Cuidadores .................................................................................
197
Figura 21. Categoria Temática 8. Perspectivas para o futuro.............................................. 200
Figura 22. Categoria Temática 9. Desenhos-Estórias com Tema: Produção nº1. Imaginário
Coletivo sobre o idoso................................................................................................
202
Figura 23. Categoria Temática 10. Desenhos-Estórias com Tema: Produção nº2.
Imaginário Coletivo sobre o trabalho de cuidador de idosos................................................
204
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CAS – Comissão de Assuntos Sociais
CBO – Classificação Brasileira de Ocupação
FIBRA – Fragilidade em idosos brasileiros
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IPED – Instituto de Ensino e Pedagogia a Distância
ILPI – Instituição de Longa Permanência para Idosos
OMS – Organização Mundial de Saúde
PEC – Proposta de emenda à Constituição
PNAD – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
PNI – Política Nacional do Idoso
SDCS – Sintomas Depressivos Clinicamente Significativos
WHOQOL – World Health Organization Quality of Life
SUMÁRIO
RESUMO............................................................................................................................... VIII
ABSTRACT.......................................................................................................................... IX
APRESENTAÇÃO............................................................................................................... 15
CAPÍTULO I- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA……………………………………………………… 18
1- INTRODUÇÃO………………………………………………………………………… 18
1.1. O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO NA CONTEMPORANEIDADE...................................... 18
1.2. FRAGILIDADE E NECESSIDADE DE CUIDADOS NA VELHICE................................................ 26 1.3. CUIDADORES DE IDOSOS................................................................................................................ 32
CAPÍTULO II...................................................................................................................... 52
2- OBJETIVO GERAL....................................................................................................... 52 2.1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS…………………………………………………………………………. 52
CAPÍTULO III- O PERCURSO METODOLÓGICO............................................................................ 53
3- MÉTODO………………………………………………………………………………. 53 3.1. PARTICIPANTES................................................................................................................................. 54 31. INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS............................................................................................ 54 3.3. PLANO DE ANÃLISE DOS DADOS.................................................................................................. 59 3.3.1. ANÁLISE ESTATÍSTICA............................................................................................................ 60 3.3.2. JUÍZES........................................................................................................................................... 60
CAPÍTULO IV.................................................................................................................... 61
4- RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................................... 61 4.1. CARARCTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES................................................................................ 61 4.2. MEDIDAS DE QUALIDADE DE VIDA DOS PARTICIPANTES..................................................... 68 4.3. ANÁLISE DE CONCORDÃNCIA DOS JUÍZES................................................................................. 76 4.4. ANÁLISE DAS CATEGORIAS OBTIDAS PELA ANÁLISE DO CONTEÚDO DAS ENTREVISTAS…........ 79 MOTIVAÇÃO PARA SER CUIDADOR DE IDOSOS........................................................................ 81 PREPARAÇÃO PARA TORNAR-SE CUIDADOR DE IDOSOS...................................................... 85 SIGNIFICADO DE CUIDAR DE IDOSOS.......................................................................................... 89 CARACTERÍSTICAS DA FUNÇÃO DE CUIDADOR DE IDOSOS................................................. 94 RELACIONAMENTO COM O IDOSO CUIDADO........................................................................... 98 POSSÍVEIS IMPACTOS Á SAÚDE FÍSICA E MENTAL DO CUIDADOR..................................... 102 ESTRATÉGIAS PARA LIDAR COM OS POSSÍVEIS IMPACTOS Á SAÚDE DO CUIDADOR.................... 106 PERSPECTIVAS PARA O FUTURO.................................................................................................. 111 4.5. ANÁLISE DO CONTEÚDO DO PROCEDIMENTO DESENHOS-ESTÓRIAS COM TEMA........ 114 CATEGORIAS TEMÁTICAS PRODUÇÃO DESENHOS-ESTÓRIAS COM TEMA Nº 1.............. 114 CATEGORIAS TEMÁTICAS PRODUÇÃO DESENHOS-ESTÓRIAS COM TEMA Nº 2.............. 118 4.6. ANÁLISE QUALITATIVA DA PRODUÇÃO DESENHOS-ESTÓRIAS COM TEMA................... 124 4.6.1. ANÃLISE QUALITATIVA DESENHO Nº 1............................................................................... 124 4.6.2. ANÃLISE QUALITATIVA DESENHO Nº 2............................................................................... 126
CAPÍTULO 5- ...................................................................................................................... 132
5- CONSIDERAÇÕES FINAIS…………………………………………………………. 132
6- REFERÊNCIAS............................................................................................................... 136
ANEXOS............................................................................................................................... 163
ANEXO I- PARECER CONSUBSTANCIADO COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA..................................... 165 ANEXO II- ESCALA DE QUALIDADE DE VIDA WHOQOL-BREF……………........................................ 168
APÊNDICES............................................................................................................................... 171 APÊNDICE A TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)................................... 173 APÊNDICE B ROTEIRO DE CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES.............................................. 176 APÊNDICE C CONJUNTO DO PROCEDIMENTO DESNHOS-ESTÓRIAS COM TEMA......................... 178 APÊNDICE D ROTEIRO DE ENTREVISTA SEMIDIRIGIDA..................................................................... 180 APÊNDICE E FIGURAS COM AS FALAS DAS PARTICIPANTES............................................................ 183 APÊNDICE F DESCRIÇÃO DAS CATEGORIAS E UNIDADES DE SIGNIFICADO................................ 207 APÊNDICE G FICHAS DE VERIFICAÇÃO E FREQUÊNCIA (JUÍZES) ................................................... 218
APRESENTAÇÃO
Observando o panorama atual em relação ao acelerado crescimento da população idosa,
pode-se perceber que nem todos os seguimentos da sociedade estão preparados para atender às
demandas que surgem nesse período, e assim, dar a assistência devida ao idoso. Com isso, torna-
se necessário compreender como se dá o processo de envelhecimento, a heterogeneidade dessa
população e quais são as soluções que estão sendo encontradas para suprir as principais
necessidades da pessoa idosa, tanto no Brasil como no mundo, visto que esse é um fenômeno que
ocorre também em outros países.
Com relação ao processo de envelhecimento, é primordial que se conheça quais são os
fatores determinantes das perdas inerentes a esse período, e que características fazem com que esse
processo ocorra de maneira diferente para cada indivíduo. Sabendo que quanto maior for a faixa
etária, maiores cuidados deverão ser dispensados ao idoso, surge também a necessidade de
compreender quais estratégias estão sendo utilizadas para realizar esse cuidado, que até bem pouco
tempo, ficava quase que exclusivamente a cargo dos familiares ou de pessoas bem próximas.
Nos dias de hoje, devido a tantas mudanças no panorama social, muitas vezes não é
possível somente aos membros da família prestarem cuidados aos seus idosos. Com isso está
ocorrendo cada vez mais a necessidade da contratação de cuidadores formais, tanto para auxiliar
os familiares no cuidado de um idoso dependente, quanto para ficar com a responsabilidade total
de cuidados dispensados a esse idoso.
Esse contexto sugere a necessidade de compreender como se dá a relação cuidador/idoso,
no que diz respeito ao profissional que é contratado, que não tem nenhum tipo de vínculo familiar
com o idoso. É importante também entender como esses profissionais lidam com os momentos
estressantes, que podem ocorrer no seu cotidiano de trabalho e que estratégias eles usam para dar
conta dessas demandas. Com o objetivo de aprofundar também o conhecimento sobre esse
profissional, buscou-se conhecer as circunstâncias que os levaram a se tornar cuidadores de idosos,
se de alguma maneira fizerem algum curso que os preparasse para exercer essa função, se
pretendem continuar nessa área e quais são suas perspectivas para o futuro.
Para compreender como é concebida a relação entre cuidador e idoso, foi necessário
entender primeiro como se dá o processo de envelhecimento. Conhecer quem é esse idoso que
necessita de cuidados especiais, como a sociedade vê o processo de envelhecimento e o papel do
Governo no sentido da implementação de Políticas Públicas capazes de lidar com todas as
demandas desse período da vida desses cidadãos.
Buscando fundamentar os objetivos dessa pesquisa e obter maior esclarecimento sobre o
tema, foi realizada uma revisão da literatura e assim, o primeiro capítulo referente à Introdução foi
divido em três subtítulos. O primeiro subtítulo fala sobre o envelhecimento na contemporaneidade,
abordando questões como: dados epidemiológicos mais recentes, a releitura da representação social
do idoso nos nossos dias e apresentação de estudos que buscaram compreender o conceito de
qualidade de vida segundo a população idosa.
No segundo subtítulo é abordada a velhice fragilizada, que ocorre quando há
transformações no organismo que diminuem a capacidade de adaptação e solução de problemas ao
idoso frágil. Mostra a relevância de se diagnosticar a Síndrome da Fragilidade, para que se façam
intervenções a esse respeito. Traz vários estudos sobre a fragilidade em idosos e sobre os vários
tipos de demências que acometem essa população.
Por fim, o terceiro subtítulo mostra a necessidade de cuidados especiais dedicados ao idoso
e da importância da profissão de cuidador de idosos. Apresenta as leis formuladas para assegurar
uma vida mais digna para a população idosa e garantir todos os direitos trabalhistas ao profissional
cuidador, suas características, como também os aspectos relacionados à sobrecarga a que fica
exposto e como esses fatores podem afetar sua saúde mental.
No capítulo dois, são apresentados os objetivos deste estudo e no terceiro capítulo é descrita
a metodologia utilizada, mostrando os critérios para escolha dos participantes, os instrumentos
aplicados e os procedimentos realizados para a coleta dos dados. É apresentado o Plano de Análise
dos Dados, a Análise de Concordância entre os Juízes e a Análise de Conteúdo das Entrevistas
segundo Bardin (2011).
O quarto capítulo traz os resultados encontrados na pesquisa, como também sua discussão.
Para melhor compreensão os dados foram apresentados em tópicos, segundo a seguinte ordem:
Caracterização dos Participantes, Caracterização dos Idosos Cuidados, Medidas de Qualidade de
Vida dos Participantes, Análise das Categorias da Entrevista semidirigida, Análise das Categorias
dos Desenhos-Estórias com Tema e Análise do conjunto do Procedimento Desenhos-Estórias com
Tema.
Por fim, no quinto capítulo são apresentadas as Considerações Finais, fazendo uma síntese
dos resultados encontrados e possibilitando uma melhor compreensão sobre o tema. Esse
entendimento pode possibilitar a formulação de estratégias, que visem oferecer ao profissional
cuidador uma melhor qualidade de vida e promoção de saúde. Com isso, ele mesmo pode criar
técnicas de autocuidado que o auxilie para dar conta dos eventos estressantes, trazendo benefícios
não só para si, mas também, melhor qualidade do trabalho oferecido ao idoso.
18
CAPÍTULO I- Fundamentação Teórica
1- Introdução
1.1 O processo de envelhecimento na contemporaneidade
O envelhecimento sempre foi compreendido de diversas maneiras na história da
humanidade, ora como período de sabedoria e perpetuação da cultura de um povo, ora como um
período de perdas que anunciam a finitude. Atualmente observa-se a heterogeneidade desse
processo, tanto com uma velhice marcada por perdas relacionadas às capacidades funcionais e
cognitivas, como também pessoas que vivenciam essa fase do ciclo da vida de maneira mais
saudável, tendo autonomia e controle sobre o meio ambiente. (Neri, 2013; Caljouw, Cools &
Gussekloo, 2014, Limoeiro, 2016).
Muitos são os fatores que tem contribuído para o aumento da longevidade, entre eles a
diminuição da taxa de natalidade e mortalidade, aspectos de ordem social, cultural e econômica, os
avanços da medicina, as campanhas preventivas e a implementação de Políticas Públicas visando
melhor qualidade de vida para o idoso. Outros fatores como características genéticas favoráveis e
a opção por hábitos saudáveis, também tem influência para uma vida mais longa (Fattori,
Santimaria, Neri, Moura & Santos, 2013; Lottmann, Lowenstein & Katz, 2013).
O período de transição demográfica pela qual o mundo está passando tem revelado
populações cada vez mais envelhecidas e a diminuição da população de jovens. Com previsões de
que seja triplicada, a população idosa mundial pode chegar a dois bilhões até 2050 sendo que o
número de pessoas com mais de 80 anos pode somar 400 milhões. Outro dado importante sobre
esse fenômeno é que nos dias atuais 64% dos idosos habitam os países em desenvolvimento e de
acordo com as previsões, em 2050 chegará a 80% da população desses países (Organização das
Nações Unidas-ONU, 2012).
Embora o fenômeno do envelhecimento seja mundial, pode-se observar que no Brasil o
envelhecimento está ocorrendo mais rapidamente que no restante do mundo (World Health
Organization-WHO, 2013). Pesquisas realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE, 2013), apontam que em nosso país a população idosa já soma 20,6 milhões de
19
pessoas, cerca de 10,8% da população do país. Há uma projeção para o ano de 2060, quando 8,4
milhões de pessoas estarão com mais de 60 anos e corresponderão a 26,7% da população.
De acordo com esses estudos, em 2060 a média de vida do brasileiro passará de 75 anos
para 81 anos e no que diz respeito ao gênero, a expectativa de vida para as mulheres será de 84,4
anos e para os homens será de 78,03 anos. A junção de todos esses fatores coloca o Brasil em 12º
lugar entre os países que mais dão condições de ganho para pessoas com mais de 60 anos e em 31º
lugar no ranking dos países que oferecem condições de bem-estar para a população idosa (IBGE,
2013).
O fato de a população idosa ter atingido um crescimento muito maior em comparação aos
jovens e crianças tem gerado consequências, como o aumento da prevalência de doenças crônicas
e o consequente aumento dos gastos com os serviços de saúde. Tendo em vista as limitações na
saúde do idoso e sua procura cada vez maior por cuidados no âmbito físico e emocional, faz com
que haja a expectativa de um colapso no Sistema de Saúde (Macuco, Yassuda, Neri & Santos,
2013; Vicini, 2013).
Desse modo a necessidade de buscar uma adaptação a essa nova realidade, leva a criação
de estratégias para prestar melhor atendimento à pessoa idosa. Buscando dar assistência a essa
população, secretarias do Governo em conjunto, realizam campanhas preventivas como a de
vacinação contra a gripe e outras enfermidades, campanhas de conscientização e combate a
diversas doenças como, por exemplo, a hipertensão arterial e o diabetes, além da criação de
programas para cuidadores de idosos em ambiente hospitalar, que depois foi estendido ao
domicílio, entre outras (Vicini, 2013; Areosa S., Henz, Lawisch, & Areosa, R., 2014).
Essas medidas não têm sido suficientes para dar conta da demanda, uma vez que a
população idosa tem aumentado substancialmente e sendo assim, torna-se necessário que novas
estratégias sejam criadas pelos governantes a fim de resolver essa problemática. Uma das propostas
para diminuição futura desses gastos é o investimento em políticas destinadas à recuperação e
manutenção da saúde, não apenas do idoso, mas da população em geral, para garantia de uma
melhor qualidade de vida às gerações que envelhecerão nos próximos vinte anos (Vicini, 2013;
Muniz, Freitas, Albuquerque, & Linhares, 2014).
20
Ocorre que os esforços nas estratégias para evitar o colapso do Sistema de Saúde se
concentram em sua maioria em intervenções relativas ao adoecimento físico e à sua prevenção,
como por exemplo, o declínio cognitivo que pode ser responsável pelo aumento da fragilidade e da
vulnerabilidade clínica, levando o idoso muitas vezes a um quadro de incapacidade funcional e a
consequente necessidade de hospitalização e imobilidade (Macuco et al., 2013). Porém, é
necessário que haja uma atenção integral à saúde do idoso com ações centradas também em relação
à sua saúde mental. Com o aumento da longevidade os índices de demência e depressão nessa
população têm aumentado em grandes proporções em toda a América Latina. No Brasil cerca de
1,6% de indivíduos com faixa etária entre 65 e 69 anos e 38,9% dos idosos acima de 85 anos sofrem
de algum tipo de demência. Segundo essa pesquisa constatou-se também que 9,2% da população
idosa sofre de depressão (IBGE, 2010, Zanini, 2010; Witter C., Cristofi & Gatti, 2011; Macuco et
al., 2013; Batistoni et al., 2013).
Outro fato constatado é que os equipamentos de saúde pública nem sempre estão preparados
para atender essa demanda, pois é observada a falta de profissionais preparados para o atendimento
especificamente ao idoso, que atuem na prevenção das enfermidades e na intervenção dos casos já
estabelecidos. De acordo com Shanley et al. (2012), havendo um diagnóstico preciso, o tratamento
se torna mais eficaz, daí a necessidade de um serviço especializado, por exemplo, em demências,
voltado à população idosa.
Outro colapso eminente diz respeito ao Sistema Previdenciário que já passou por três
reformas paramétricas, entre elas, duas reformas constitucionais, buscando diminuir os gastos com
a aposentadoria. Como resultado dessas reformas foi estipulado o aumento da idade para
recebimento do benefício e também o aumento do número de anos para contribuição. Mesmo diante
desses recursos, ainda não foi possível controlar o déficit orçamentário com as aposentadorias, uma
vez que a população está envelhecendo muito rapidamente. Para a Previdência Social torna-se um
desafio muito grande arcar com os altos custos gerados, sendo necessário portando, que
haja reformas estruturais no sistema previdenciário, buscando um equilíbrio entre a entrada das
contribuições e a saída dos benefícios (Rocha & Caetano, 2008; Oliveira, Deascanio e Pinto, 2014).
Mudanças recentes relativas ao fator previdenciário indicam uma pontuação mínima para a
aposentadoria. De acordo com as novas normas, a idade e o tempo de contribuição para as
mulheres, deve somar 85 anos e para os homens 95 anos. Alcançada essa pontuação, o idoso terá
21
direito à aposentadoria no valor integral. Com essas medidas o Governo busca fazer com que os
planos de aposentadoria acompanhem o aumento da expectativa de vida, impedindo que os
cidadãos se aposentem muito cedo e recebam o benefício durante muitos anos (Brasil: Ministério
da Previdência e Assistência, 2015).
A mudança na demografia do Brasil está promovendo uma grande transformação cultural,
fazendo com que a atenção do Governo se volte às necessidades do idoso, pois durante muito tempo
a prioridade dos programas públicos era voltada à infância e a juventude. Com isso, a sociedade
está fazendo uma releitura desses comportamentos, propiciando assim, um novo olhar sobre o trato
com a pessoa idosa. Sob esse ponto de vista, é importante ressaltar que não é fácil categorizar o
idoso, visto que essa população não é homogênea, havendo diferenças muito grandes no processo
de envelhecimento de cada indivíduo e dependendo da faixa etária e das condições de vida de cada
um, esse processo ocorrerá de forma diferente acarretando perdas e ganhos (Esteves P., Slongo &
Esteves C., 2012).
O processo de envelhecimento envolve todas as áreas da vida do ser humano em seus
aspectos biológicos, psicológicos e sociais e de acordo com esses fatores é dado um papel social a
esses indivíduos como suas funções no ambiente de trabalho e representação social dentro da
família como mantenedor e chefe, porém no período do envelhecimento esses papéis vão se
modificando. Do ponto de vista biológico, nesse processo ocorre uma perda da funcionalidade e da
capacidade de adaptação devido às mudanças que ocorrem no organismo, devendo ser observadas
as características de envelhecimento de cada indivíduo, pois cada um tem seu próprio ritmo
(Scortegagna & Oliveira, 2012; Witter C., Buriti, Silva, Nogueira & Gama, 2013).
Muitas áreas do conhecimento contribuem para que haja uma compreensão do processo de
envelhecimento. Trazendo a discussão para o imaginário social, com suas coincidências valorativas
que correspondem a características semelhantes encontradas nos indivíduos de determinada faixa
etária, como por exemplo: aos setenta anos muitas pessoas têm significativa diminuição da audição,
fazendo com que seja necessário falar alto para que a pessoa consiga ouvir o que está sendo falado.
Esse tipo de situação cria estereótipos que padronizam e compartilham modelos sociais e formam
o imaginário social que permanece em todas as instâncias e instituições sociais. Sendo assim, pode
se criar o padrão estereotipado de que: diante de uma pessoa de setenta anos é necessário falar mais
alto (Scortegagna & Oliveira, 2012; Cocentino, 2013).
22
Ao conhecer como esse imaginário funciona, podem-se entender os comportamentos que
são considerados modelos a serem seguidos, delineando os processos subjetivos individuais e
sociais e determinando assim qual será o conceito que a sociedade terá sobre velhice e o tratamento
que será dispensado ao idoso. Esse processo é subjetivo, mas socialmente compartilhado e desse
ponto de vista a compreensão das perdas inerentes ao envelhecimento traz muitos preconceitos e
faz com que o indivíduo fique socialmente limitado. Pensando assim, a pessoa pode encarar sua
própria velhice de maneira sofrida, não observando que alguns envelhecem saudavelmente usando
de estratégias de enfrentamento, pois o homem ao longo de sua vida constrói seu próprio
envelhecimento (Cocentino, 2013).
Na sociedade contemporânea ser jovem tem uma conotação positiva devido a sua
capacidade de produção de trabalho e reprodução, porém em contraposição há em muitos casos
uma desvalorização e marginalização da velhice, pois ocorre nesse período a perda dessas
capacidades. Com isso ocorre um mal-estar quanto ao conceito de envelhecer, sendo necessária a
busca de uma nova representação social, para que se valorize a produção do idoso, seja no âmbito
cultural, como transmissor de tradições, seja do ponto de vista intelectual, como produção de toda
uma vida, ou mesmo as produções nas áreas do lazer e no campo artístico, fatos que muitas vezes
não tem o merecido reconhecimento (Scortegagna & Oliveira, 2012).
Nesse sentido, torna-se importante considerar o papel do idoso, sendo reinserido na
sociedade com novas oportunidades de trabalho e participação social, uma vez que as pessoas têm
atingido idades acima de 100 anos. Para o idoso essa ressignificação envolve aspectos subjetivos e
culturais na busca de traçar projetos, executá-los e reestruturá-los com a perspectiva de um futuro.
Porém, frente à ideia de final de vida pode haver angustia e fragilidade, que dificultarão a realização
de novos projetos, sendo preciso resgatar a convicção de que em qualquer faixa etária o indivíduo
é capaz de produzir e transpor novos desafios, usando dos recursos de experiências antigas para
modificar e lidar com problemas atuais (Duarte, 2009).
O período do envelhecimento traz novos e constantes desafios de adaptação e superação
das perdas, o que faz com que cada indivíduo tenha uma forma diferente de enfrentamento. Para
que se compreenda o nível dessas dificuldades torna-se necessário que se saiba qual o conceito de
qualidade de vida para a população idosa, visto que esse é um conceito subjetivo e abrangente e
23
sua compreensão é de extrema importância, para que cada área de pesquisa sobre o envelhecimento
possa estudar esse fenômeno (Ferreira M., Souza, Ferreira L., Moura, & Costa Júnior, 2015a).
Ter boa qualidade de vida de acordo com a interpretação de muitos idosos está associado
às questões relacionadas à realização das atividades básicas e instrumentais de vida diária. A
independência financeira é um dos fatores que podem cooperar para que se sinta inserido na
sociedade, podendo inclusive ajudar outros membros mais jovens da família. Os idosos não
querem de maneira alguma depender do cuidado de terceiros e sim, poder tomar suas próprias
decisões e coordenar suas vidas, tendo competência física e mental (Monteiro, Zazzetta & Araújo
Júnior, 2015).
De acordo com Neri, Fortes-Burgos, Fontes, Santos e Araújo (2013a), para que haja um
bem-estar subjetivo na velhice, vários recursos internos e externos são disponibilizados para o
enfrentamento das dificuldades inerentes a esse período. Foi observado que há um senso de
ajustamento psicológico, no qual o indivíduo aprende a lidar com suas emoções positivas e
negativas, favorecendo seus aspectos fisiológicos e psicológicos e contribuindo para um
envelhecimento mais saudável. Segundo os estudos realizados por Witter C. et al (2013) e Dal
Bello-Haas, O'Connell e Morgan (2014), boa alimentação, estar envolvido em práticas sociais,
estar engajado em programas de exercícios físicos e poder promover seu autocuidado, também
exerce um bem-estar subjetivo em idosos. A prática de exercícios pode ser adaptada às condições
de funcionalidade de cada idoso, dando ênfase as suas necessidades e visando conquistar maior
resistência aeróbica, aumento da força e massa muscular e maior flexibilidade.
No conceito dos idosos brasileiros sobre qualidade de vida na velhice, verificado no estudo
de Neri et. al., (2013a), está implícita a ideia de que ser saudável além dos fatores já citados,
significa ter um bom relacionamento com os amigos e com a família, possuir bens de consumo e
ter saúde para usufruir de todos esses recursos. Este fator está associado aos afetos positivos e
negativos que são refletidos na personalidade de cada um e são usados no enfrentamento das
demandas do envelhecer, como realizar o autocuidado e se adaptar ao momento vivido. Tudo isso
traz a ideologia da “boa idade” e faz com que o idoso se sinta com um “espírito jovem” (Neri,
Eulálio & Cabral, 2013).
24
Desde a década de noventa vem sendo difundido o conceito de Envelhecimento Ativo, que
se sustenta em três pilares: Saúde, Participação e Segurança. Esse conceito tem sido usado nos
países em desenvolvimento para nortear as Políticas Públicas em benefício da população idosa,
com o objetivo de oferecer-lhes uma vida mais digna. Sendo assim, os serviços de saúde têm que
ser otimizados para dar assistência integral ao idoso. Deve ser garantida a participação da pessoa
idosa em todos os eventos sociais, culturais, econômicos e civis, nos quais a sua opinião deve ser
ouvida e respeitada, proporcionando a manutenção de sua autonomia. Essas leis também buscam
garantir a segurança física, social e financeira do idoso, para que ele possa dispor de recursos que
aumentem sua qualidade de vida durante o processo de envelhecimento (Pedro, Cavalcanti-Bandos,
Costa & Antunes, 2013).
O conceito de envelhecimento ativo traz uma conotação positiva a esse período e engloba
todas as áreas da vida do ser humano. Fatores determinantes como o gênero e a cultura de cada
indivíduo vão influenciar na maneira como esse processo é visto. As ações políticas e sociais
programadas com o objetivo de favorecer o envelhecimento ativo devem garantir o acesso aos
serviços de saúde e de assistência social; à participação do idoso em todos os âmbitos da vida em
sociedade, nos aspectos físicos, ambientais, econômicos e de segurança, visando que o idoso tenha
uma maior qualidade de vida no envelhecimento. Este conceito tem sido reformulado e reforçado,
sendo necessário, portanto, um comprometimento do Governo e das autoridades para assegurar que
esses direitos sejam respeitados (Organização Mundial de Saúde-OMS, 2010; Ribeiro, 2012).
Para Nicolau, Mecenas e Freitas (2015), o engajamento no envelhecimento ativo faz com
que o idoso continue realizando suas atividades sociais e isso ameniza os impactos desse período,
pois envolve a interação da saúde física e mental, propiciando a independência para que realize
suas atividades diárias. Segundo Silva (2014), é muito importante que o idoso, dentro de suas
possibilidades, participe de atividades físicas, esse fator colaborará, inclusive, para que esse idoso
fique menos sujeito a apresentar sintomas de fragilidade.
De acordo com Nascimento (2010), outro fenômeno que podemos considerar é a
Feminização da Velhice, essa tendência se dá porque em âmbito mundial e nos vários contextos
históricos, culturais e sociais a taxa de mortalidade do gênero feminino é menor em relação ao
masculino, fato que altera o crescimento das populações em relação ao gênero. Vários fatores
25
colaboram para uma maior longevidade feminina, entre eles: a inserção da mulher no âmbito do
trabalho, que proporciona maior possibilidade de autocuidado e manutenção de uma vida mais
saudável e consultas médicas frequentes. Outro fato que concorre para a longevidade feminina é a
propensão que as mulheres têm de desenvolver doenças crônicas incapacitantes em longo prazo,
enquanto que os homens têm a tendência de desenvolverem doenças fatais (Moura, Domingos &
Rassy, 2010; Kemp, Ball & Perkins, 2012).).
A mulher sempre ocupou vários papeis na sociedade e as inúmeras funções que lhe são
imputadas, fazem com que ela tenda a ser dinâmica e arque com muitas tarefas, tanto no contexto
familiar, como na vida em sociedade em geral. Em estudo realizado por Almeida, Mafra, Silva e
Kanso (2015), foi traçado um perfil de mulheres idosas que participam ativamente da vida social e
ajudam suas famílias. Observou-se que além das muitas responsabilidades com as tarefas do lar e
muitas vezes uma jornada dupla, no trabalho e em casa, 40% dessas idosas usavam os benefícios
da aposentadoria para contribuírem com a renda familiar. Ressaltou-se que mesmo vivenciando a
velhice, as idosas estão exercendo ativamente seu papel, sendo responsáveis pelo cuidado dos
cônjuges, da educação dos netos, trabalhando no lar e pelo bem-estar da família.
Diante do exposto, podemos distinguir a velhice que é vivida de forma mais saudável, na
qual as perdas das capacidades funcionais estão dentro do esperado e a velhice mais patológica que
é vivenciada com a presença de doenças que comprometem a qualidade de vida do idoso,
provocando perdas mais aceleradas, evidenciando assim uma velhice mais fragilizada que é o tema
do próximo subtítulo.
26
1.2 Fragilidade e necessidade de cuidados na velhice
O processo de envelhecimento muitas vezes fica bem evidenciado por suas características
somáticas e fisiológicas, devido às transformações sofridas pelo organismo. Com a redução das
capacidades morfológicas, funcionais, psicológicas e bioquímicas ocorre a diminuição da
capacidade do indivíduo para se adaptar às condições do ambiente. Com isso, aumenta o risco do
idoso ter resultados negativos à sua saúde, e assim, necessitar de cuidados especiais (Neri, 2013;
Caljouw et al., 2014).
No entanto, cada indivíduo vivencia esse processo de forma diferente. Há aqueles que
demonstram ter um potencial de saúde tanto física quanto mental mais preservado, conquistando
assim uma melhor qualidade de vida na velhice. Essa condição é caracterizada pela presença de
poucas doenças, autonomia na realização de suas atividades e na capacidade de autocuidado. Por
outro lado, existem os indivíduos que pelas mais variadas razões não dispõem de uma boa
qualidade de vida, sendo observado nestes casos sintomas como dores crônicas, inatividade,
sintomas depressivos, entre outros, que podem levar a um quadro de Síndrome da Fragilidade
(Neri, 2013; Costa, Castro & Acioli, 2015).
De acordo com estudos realizados por Macuco et al. (2013) e Muniz et al. (2014), é
prioridade da saúde pública que se tenham critérios para definir a Síndrome de Fragilidade, uma
vez que não se trata de uma doença especifica e sim um declínio na capacidade do organismo para
responder aos eventos estressantes, que se dá devido ao desgaste sofrido ao longo dos anos. É
necessário que se identifique que o idoso realmente esteja sofrendo da síndrome, para que
intervenções pontuais sejam realizadas visando uma melhor qualidade de vida nestes casos.
Foram estabelecidas cinco características fenotípicas para identificar a síndrome, são elas:
perda de peso não intencional, fadiga, baixa força de preensão, lentidão e desequilíbrio durante a
marcha e ao realizar atividades domésticas ou exercícios físicos e por fim, baixa taxa de gasto
calórico. Dentro desta perspectiva se o indivíduo apresentar três das cinco características, pode ser
considerado um idoso frágil e caso apresente apenas duas delas, é considerado um idoso pré-frágil.
(Neri, 2013).
27
De acordo com Lourenço (2010), entre 10% e 25% dos idosos com mais de 65 anos
encontram-se no subgrupo de idosos que sofrem da Síndrome da Fragilidade. Entre os vários
sintomas apresentados estão as alterações neuromusculares, resultando num quadro de sarcopenia,
que corresponde à perda de massa muscular esquelética, fazendo com que o idoso não consiga
realizar atividades físicas, tenha dificuldade na absorção de insulina e termorregulação, causando
um desgaste fisiológico muito grande. Outro sintoma apresentado nos quadros de fragilidade são
as disfunções neuroendócrinas, que são responsáveis pela produção hormonal e a diminuição da
capacidade do sistema imunológico.
Muitos fatores estão associados à fragilidade do idoso. Podemos exemplificar com o
trabalho de Silva (2014), que apresenta um estudo com idosos considerados saudáveis e ativos
socialmente, que participam de atividades em quatro centros de convivência em Campina Grande
na Paraíba. Os resultados da pesquisa constataram que as pessoas que faziam exercícios físicos
com maior frequência apresentavam menores características de fragilidade, enquanto que os
indivíduos sedentários alcançaram escores compatíveis ao quadro de fragilidade.
Em outro estudo realizado por Souza, Bezerra, Quental, Sobreira e Feitosa (2014), com
idosos de duas Instituições de Longa Permanências para Idosos (ILPI) na cidade de Sousa na
Paraíba, foi constatado que 80% dos idosos foram classificados como frágeis e 20% pré-frágeis.
Os autores ressaltam que entre os idosos frágeis ficou destacado o grupo de tabagistas e ex-
tabagistas com maior grau de fragilidade, mostrando que as atitudes da vida pregressa têm grande
relevância na qualidade do envelhecimento.
A questão da fragilidade afeta muito a qualidade de vida do idoso, pois o quadro vem
acompanhado de doenças crônicas incapacitantes, o idoso fica mais propenso a sofrer quedas, os
episódios de depressão tendem a se intensificar, além de quadros de desnutrição, incontinência e
demências que podem fazer com que o indivíduo passe por hospitalizações e tenha maior risco de
morte. Ao propor um fenótipo para identificar os casos de fragilidade dá-se a impressão de que
apenas os fatores biológicos são responsáveis pela síndrome, mas outros fatores como hábitos de
vida, características genéticas, padrões socioculturais e doenças sofridas ao longo da vida, poderão
ser fortes desencadeadores da Síndrome da Fragilidade (Carvalho Filho & Alencar, 2010; Fattori
et al., 2013).
28
Para descrever quais os aspectos da fragilidade e sua possível associação com os fatores
econômicos, demográficos e psicossociais, foi feito um estudo multicêntrico pioneiro no Brasil, o
Estudo FIBRA- Fragilidade em Idosos Brasileiros. Para que esse estudo fosse realizado, foi firmada
desde 2008 uma parceria com diversas instituições federais, que formam a Rede Fibra. Esta
pesquisa envolveu idosos de 65 anos acima, que moram em diversos locais do país e teve como
principal objetivo, identificar se há relação entre indicadores de fragilidade e variáveis
socioeconômicas e demográficas (Neri et al., 2013b).
Neste estudo observou-se que entre os idosos frágeis em sua maioria, estavam as mulheres
correspondendo a 67% da amostra, idosos viúvos com renda mensal igual ou inferior a um salário
mínimo e idosos com 80 anos ou mais. Comparando mulheres e homens com faixa etária entre 65
e 79 anos, observou-se que as mulheres apresentam maior vulnerabilidade. A proporção de idosos
mais frágeis foi encontrada na população viúva e entre os idosos com situação financeira mais
desfavorável e baixo nível cultural (Neri, Santimaria, Yassuda & Siqueira, 2013c).
Entre os vários fatores que podem fazer com que o idoso fique vulnerável, pode-se se citar
várias patologias que afetam os aspectos cognitivos e emocionais como a depressão e as demências,
que são fortes agentes na diminuição da qualidade de vida do idoso. A depressão consiste em perda
do prazer na realização das mais diversas atividades e um acentuado rebaixamento do humor,
causando assim, um grande sofrimento emocional para o indivíduo. Os sintomas podem variar
muito em relação a cada pessoa, mas a fadiga, a agitação ou lentidão psicomotora e alterações do
apetite e do sono são mais comuns entre os indivíduos idosos se comparado aos de outras faixas
etárias (Paradela, 2011).
Buscando uma melhora nos sintomas depressivos em idosos, muitas vezes se propõe
tratamentos medicamentosos e também psicoterapêuticos. Em seu estudo, Gil C. (2010),
apresentou uma proposta de intervenção terapêutica grupal para idosos utilizando a Oficina de
Cartas, Fotografias e Lembranças. Como resultado observou-se, entre outros aspectos, que houve
uma melhora na qualidade de vida e uma redução dos sintomas depressivos dos idosos que
participaram do enquadre proposto, sendo que essa forma de psicoterapia grupal favoreceu uma
maior integração dos participantes, bem como a possibilidade de recordação saudável.
29
Existe uma dificuldade muito grande em diagnosticar a depressão na velhice, pois os
distúrbios de humor são frequentes entre os idosos. O Transtorno de Depressão Maior, os sintomas
depressivos clinicamente significativos (SDCS) e o Transtorno Distímico podem se tornar
crônicos, o que dificulta o tratamento e com isso pode aumentar o risco de suicídio, isolamento
social e dependência funcional (Paradela, 2011; Batistoni et al., 2013; Dal Bello-Haas et al., 2014).
As demências de maneira geral se caracterizam por uma deficiência cognitiva progressiva,
que resulta do declínio das capacidades intelectuais do indivíduo. Ocorre a perda da memória,
distúrbios de atenção e concentração e diminuição da capacidade de resolução de problemas. No
início os sintomas são considerados como pequenas distrações comuns ao envelhecimento. Esse
processo ocorre de forma lenta e muitas vezes não chamam a atenção dos familiares, exceto,
quando o quadro demencial já está instalado. As perdas de memórias, capacidades cognitivas,
confusão de pensamento, dificuldades da fala e da coordenação motora trazem interferências na
execução das atividades de vida diária, na vida em família, nos relacionamentos sociais e
profissionais da pessoa acometida pela patologia (Braga, 2014-2015).
Dentre as muitas enfermidades decorrentes do envelhecimento que causam transtornos
cognitivos significativos está a Doença de Alzheimer, que atualmente pode ser considerada a
enfermidade mais comum. Sua incidência é de três para um em mulheres, podendo ser identificada
pelos seus sintomas inicias a partir dos quarenta anos, sua incidência fica mais evidenciada em
indivíduos a partir dos 65 anos. Os sintomas apresentados, apraxia, alexia, agrafia e afasia, são
detectados desde o início da doença e vão se agravando no seu decorrer, levando o indivíduo à
perda total de todas as suas funcionalidades (Ducharme, Le’Vesque, Lachance, Kergoat &
Coulombe, 2011; Moura, 2011).
Para Delfino e Cachioni (2016), o espectro da Doença de Alzheimer ocorre de maneira
multidimensional, desde um leve comprometimento na cognição, até um avançado estado de
demência. O idoso apresenta comportamentos sociais e sexuais inadequados, se torna agressivo,
queixoso, demonstra estados de ansiedade e depressão, tem o período de sono instável, acordando
várias vezes durante a noite. Para a pessoa que realiza seus cuidados, a tarefa se torna mais difícil,
pois o idoso costuma rejeitar e perseguir o cuidador. Segundo as autoras esses sintomas
psicológicos e comportamentais, se dão pelos fatores neurobiológicos, doenças psiquiátricas já
existentes, traços da personalidade e problemas relacionados ao ambiente que vive e ao cuidador.
30
Com isso, a tarefa de cuidar desse idoso acarreta uma sobrecarga muito grande àquele que lhe
presta cuidados.
Segundo Paschoal (2014- 2015), entre as características da Demência de Alzheimer além
de ter maior prevalência no gênero feminino, fatores como os aspectos socioeconômicos, idade e
nível de escolaridade, podem interferir no diagnóstico precoce e no tratamento. Isso se dá, pois
quanto maior for o nível intelectual e financeiro, maior é a probabilidade do idoso ter acesso aos
serviços de saúde e exames específicos que determinem a ocorrência da doença e diante disso, ter
condições para arcar com medicamentos mais caros e de última geração, garantindo assim, uma
melhor qualidade de vida e retardamento dos efeitos da doença.
A doença de Parkinson também tem uma grande incidência e afeta igualmente homens e
mulheres apresentando sintomas como tremores de repouso, instabilidade postural, rigidez
muscular e diminuição da mobilidade. Há também outros tipos de demências decorrentes do
envelhecimento, mas que não são muito divulgadas pela mídia como a Doença de Pick, Demência
na doença de Creutzfeldt-Jacob (Vaca Louca), a Doença de Hurtington, demência vascular causada
pela ruptura de vasos sanguíneos do cérebro entre outras (Moura, 2011).
Em estudo realizado por Araújo e Nicoli (2010), outras demências que ocorrem na
população pré-senil e senil são: Demência do Corpo de Lewy (DCL), Demência Frontotemporal
(DFT), Demência Vascular (DV), entre outras. Foi ressaltado que além da idade, fatores genéticos
e ambientais, assim como o histórico clínico, tem influência direta para traçar o perfil
neuropsicológico de cada indivíduo e diagnosticar as demências.
Todas essas doenças somadas às perdas das funcionalidades fazem com que o idoso não seja
apto para realizar suas atividades, tornando-se muitas vezes dependente do cuidado de outras
pessoas, gerando assim, uma dependência física. Outro tipo de dependência que pode ser
identificada é a comportamental, na qual o indivíduo acha-se incapaz de realizar suas funções
passando esta tarefa a outros (Borges et al., 2015).
Ainda segundo os autores, as dependências também podem ser classificadas como baixa:
quando o idoso realiza suas funções necessitando apenas da supervisão de outros; média: quando
o idoso realiza algumas atividades mais simples, mas precisa que alguém o auxilie em algum
momento para a execução das tarefas mais complicadas e dependência elevada: quando por não ter
31
capacidade física ou psicológica, necessita de cuidado intensivo para realização de todas as suas
atividades.
Muitas são as causas que podem tornar o idoso dependente de cuidados especiais e por essa
razão há uma preocupação muito grande das famílias em poder dar conta dessa demanda. Imbuídas
no intuito de proporcionar uma melhor qualidade de vida no envelhecimento, os pesquisadores da
área buscam desenvolver projetos que deem maior sustentação ao idoso e seus familiares, levando
em consideração que no envelhecimento patológico ocorre maior comprometimento do idoso,
fazendo com que haja uma exposição maior aos fatores de risco (Queroz, 2013; Guariento et al.,
2013).
Devido à necessidade de cuidado que a velhice fragilizada requer, justamente pela perda da
autonomia e independência, há a necessidade muitas vezes de oferecer cuidados especiais a esse
idoso. Para que essa demanda seja atendida, torna-se cada vez mais necessário o preparo de pessoas
que possam atuar como cuidadoras de idosos, auxiliando o cuidador primário ou tendo sobre si a
responsabilidade total pelo idoso a seus cuidados.
32
1.3 Cuidadores de idosos
Derivada do latim cogitare, “a palavra cuidado significa cogitar a respeito de alguém, dar
assistência, ter cuidado consigo mesmo ou com o outro, refletir, imaginar e pensar, referindo-se ao
zelo e à cautela com que se cuida de outra pessoa, demonstrando responsabilidade e preocupação
com o bem-estar daquele que é cuidado” (Houaiss, 2015, p. 276). Esta relação envolve sentimentos
e atitudes de solidariedade, trazendo sobre a função de cuidador a conotação de um sujeito
diligente, que assume a incumbência de auxiliar e executar as funções em prol de uma pessoa, que
por inúmeras razões, teve diminuída ou perdeu sua autonomia. Embora a fragilidade ou
incapacidade funcional possa acometer qualquer pessoa em qualquer fase de sua vida, é no período
do envelhecimento que essas situações podem ter maior incidência (Queroz, 2013).
As muitas definições atribuídas à palavra “cuidado” exprimem a importância deste ato em
favor do outro, mas também, vem imbuída de muita responsabilidade e uma grande sobrecarga que
pode ser depositada sobre o cuidador. Entre os vários tipos de cuidados prestados à pessoa idosa
pode-se destacar a relevância do “cuidar em saúde”. Este conceito é muito abrangente, pois envolve
dimensões subjetivas e objetivas, não podendo ser interpretada apenas à luz de um saber técnico,
quando, por exemplo, um profissional de saúde ministra uma determinada medicação (Cruz, 2009;
Queroz, 2013).
É importante considerar essa relação também do ponto de vista da intersubjetividade, pois
o ser humano tem capacidade de se inter-relacionar com seu próximo e diante dessa reciprocidade
de ideias, as necessidades do outro são levadas em consideração. Com isso se abre um espaço para
a negociação dos saberes, conciliando técnicas biomédicas e técnicas não científicas, observando
o “ser humano” a quem estão sendo dedicados os cuidados e não apenas uma relação “sujeito-
objeto”, na qual o cuidador veria o idoso apenas como objeto de trabalho, não levando em
consideração sua história de vida e subjetividade (Cruz, 2009; Jacobs, Groenou & Deeg, 2014a).
A procura cada vez maior pela contratação do profissional cuidador de idosos se dá por
inúmeros fatores, entre eles, a mudança no panorama familiar, não havendo a possibilidade de um
parente que cuide do idoso, recorre-se a um profissional capacitado. Com isso, pode-se inferir que
a atividade constante por parte das participantes, ocorre pela quantidade ainda insuficiente de
profissionais capacitados para atuar como cuidadores de idosos (Camarano & Mello, 2010).
33
A revisão teórica realizada revelou a dificuldade em encontrar uma definição exata para o
conceito de cuidador, pois muitas vezes os significados são muito diferentes. Alguns autores como
Witter C. e Camilo (2011) e Barbosa, Figueiredo, Sousa e Demain (2011a), trazem o conceito do
cuidador primário, que é aquele que cuida do idoso por um tempo maior e tem sobre ele todas as
responsabilidades inerentes ao idoso e o cuidador secundário, que auxilia o primário tendo uma
menor carga de responsabilidade. Segundo as autoras é denominado cuidador formal um
profissional da área da saúde que se ocupa em prestar cuidados a idosos, ou pessoas com curso
específico para realizar esse trabalho, tanto em ambiente institucional, quanto domiciliar.
Denomina-se cuidador informal qualquer pessoa da família ou amigo que cuide do idoso sem
receber nenhuma remuneração, como também, pessoas leigas que mesmo remuneradas, não tem
nenhum tipo de curso para trabalhar na área (Ferreira, 2015).
Diante dos múltiplos conceitos referentes a essa questão Rocha e Pacheco (2013),
consideram o cuidador formal um profissional contratado e remunerado para exercer o cuidado da
pessoa idosa, seja este da área da saúde, alguém com curso especifico ou não, e cuidador informal
um parente ou pessoa próxima que realiza esse cuidado de maneira gratuita. Na presente pesquisa,
optou-se por essa segunda definição, considerando cuidador formal domiciliar de idosos, as pessoas
com ou sem formação específica, que sejam contratadas e remuneradas para cuidar do idoso.
Devido ao aumento da população idosa, há uma mobilização muito grande por parte do
Governo na constituição de leis que assegurem a este cidadão o direito de envelhecer com todo
cuidado e assistência. Diante desta preocupação, foi aprovada no Brasil em 4 de janeiro de 1994 a
Política Nacional do Idoso (PNI), que traz diretrizes assegurando os direitos sociais à pessoa idosa.
Garantindo sua participação e integração efetivas na vida em comunidade e o exercício de sua
cidadania. Sendo assim, fica por responsabilidade do Estado, da família e de toda a sociedade dar
todos os subsídios para que o idoso tenha uma vida digna, com qualidade e bem-estar, não podendo
passar por nenhum tipo de discriminação devido a sua idade (Magalhães, 2015).
Para que as estratégias da PNI fossem eficazes, foi dada autonomia aos estados e municípios
para instituir órgãos setoriais de assistência a esta população. Foi formulado o Plano de Ação
Conjunta, que tem como diretrizes promover a integração e a participação do idoso com as demais
gerações, dar prioridade ao atendimento do idoso em suas necessidades e promover a realização de
ações preventivas e curativas, divulgar os serviços oferecidos a esse público e fomentar pesquisas
34
com relação ao envelhecimento. Entre outras atividades, elaborar ações para reciclar e capacitar
profissionais da área de geriatria e gerontologia e aplicar todas as formas de cuidado ao idoso
(Magalhães, 2015).
Mesmo diante de leis que garantam direitos aos idosos, devido ao caráter gregário do ser
humano, as redes sociais de apoio são vitais para atender às motivações básicas de cada um, pois
todos querem se sentir valorizados, amados e cuidados. Essas redes de apoio podem ser designadas
com formais e informais e vão sofrer influência dos aspectos históricos, sociais e culturais nos
quais estão inseridas e quando se trata da pessoa idosa, essas redes têm características específicas.
Um ponto em comum encontrado nas mais diversas culturas é o cuidado prestado pela família,
embora cada uma tenha suas peculiaridades, é a família de maneira geral, quem se responsabiliza
pela assistência prestada aos seus idosos (Santos, 2013; Costa et al., 2015).
De acordo com Ferreira et al. (2015a) existem vários fatores que atuam na escolha da pessoa
que ficará com a responsabilidade pelo cuidado do idoso: o grau de parentesco, pois muitas vezes
é um dos cônjuges que se encarrega de cuidar do outro; o gênero, pois na maioria dos casos é a
mulher quem exerce este papel, sejam elas esposas noras ou filhas. As autoras ressaltam que
historicamente já fica por conta das mulheres, o cuidado da casa, das crianças, dos enfermos da
família e também dos idosos e esse fato ocorre de forma tão natural, que gera um sentimento de
dever em assumir esse papel diante da família e da sociedade.
De acordo com estudo realizado por Costa et al. (2015), são muitos os fatores que cooperam
para uma visão negativa do cuidado. Segundo o levantamento dos dados, o cuidador familiar muitas
vezes tem uma carga horária de dezesseis horas diárias e sete dias por semana. Entre seus afazeres,
tem que ajudar total ou parcialmente em todas as atividades do idoso, tolerando suas mudanças de
humor, sem poder contar com o auxílio de outros familiares, ainda tendo que lidar com a cobrança
por parte deles, quando à suas atitudes diante do idoso cuidado. Características como essas podem
gerar um quadro de sobrecarga emocional e prejudicar o autocuidado do cuidador.
Devido ao aumento da expectativa de vida, é cada vez mais frequente encontrar idosos que
cuidam de idosos no âmbito da família. Em Estudo realizado por Camilo, (2015) com o objetivo
de caracterizar o perfil de um grupo de idosos cuidadores familiares, observou-se que 93,3% dos
cuidadores eram cônjuges do gênero feminino. Ao analisar a correlação entre o conceito de
35
qualidade de vida e habilidades sociais, verificou-se que os participantes de maneira geral, tem boa
concepção sobre sua qualidade de vida e conseguem lidar bem com os fatores estressantes. Embora
reconheçam que há uma grande sobrecarga envolvendo o ato de cuidar do idoso dependente e
conciliar as tarefas da casa, conseguem dar conta dessa demanda.
Outro fator que ficou evidenciado neste estudo foi o fato que os participantes relacionaram
ter uma boa qualidade de vida com autonomia e relações interpessoais. Para manter essas boas
relações pessoais, o cuidador procura dar conta das demandas do idoso e não solicita que outras
pessoas ou parentes o ajudem, ficando extremamente sobrecarregado. Desta maneira, quanto maior
for sua autoeficácia para cuidar do idoso, menor é o controle da agressividade, pois devido à
sobrecarga, o cuidador pode vir a perder o controle e ficar vulnerável à agressão.
Executar o papel de cuidar de um idoso fragilizado pode mobilizar diversas emoções por
parte daquele que exercerá tal função e imprescindivelmente para o idoso dependente também.
Esse cuidado exige que recursos pessoais sejam acionados por parte de todos os envolvidos na
problemática, colocando o indivíduo em contato com toda a sua capacidade de lidar com situações
adversas, lançando mão de estratégias de enfrentamento que funcionarão como mediadoras
cognitivas, que determinarão as decisões e o curso a ser tomado para resolver cada situação (Neri,
2013).
A saúde do cuidador informal de idosos tem sido a pauta de várias pesquisas e pode-se
observar que independente do gênero, essa tarefa traz uma sobrecarga muito grande sobre quem
cuida, seja a esposa, a filha, a nora, o marido ou o filho. Em estudo realizado por Oliveira,
Bernardino e Pagliarde (2013), envolvendo quinze cuidadores familiares de idosos, catorze
mulheres e um homem, ficou constatado que o cuidador sofre uma sobrecarga muito grande e esse
fator influencia em seu conceito de bem-estar subjetivo. Uma das questões levantadas por esses
cuidadores é o excesso na requisição de cuidados feita pelo idoso e a impossibilidade de terem uma
vida privada mais satisfatória, uma vez que embora tenham suas próprias famílias, moram na
mesma casa que os idosos.
A maneira como se dá a relação entre cuidador informal e idoso também é objeto de
interesse dos pesquisadores, pois a compreensão desta relação envolve aspectos emocionais,
sociais e culturais. Em pesquisa feita por Carneiro e França (2011), com a participação de 100
36
cuidadores informais residentes no estado do Rio de Janeiro, foram investigados os tipos de conflito
que ocorrem nesta relação. Dois fatores foram analisados: os aborrecimentos do dia a dia e o
criticismo dos idosos, que são fatores que fazem com que ocorram conflitos entre eles e seu
cuidador. Também foi identificado neste estudo, que o idoso que tem um cônjuge provoca menos
conflitos com seus cuidadores, do que os idosos que estão sozinhos. Ressaltou-se a necessidade de
que os cuidadores sejam submetidos a treinamento e atendimento psicológico, para que possam
lidar melhor com esses fatores estressantes.
Mesmo diante de muitas diferenças culturais, sociais e econômicas, observa-se que em
pesquisas realizadas em outros países, a mesma preocupação, quanto à qualidade de vida do
cuidador familiar de idosos exposto (Neri & Sommerhalder, 2011). Em Estudo realizado por
Sanders e Power (2009), na cidade de Iowa, nos E.U.A., mostra que nos últimos 20 anos os
principais cuidadores familiares de idosos são os cônjuges, também já em idade avançada. O estudo
também revela o aumento no número de maridos que cuidam de suas esposas, pois julgam que
devido aos laços afetivos que os unem, estão mais aptos ao cuidado, reforçando ainda mais essa
união.
Uma pesquisa realizada por Pimenta, Costa, Gonçalves e Alvarez (2009), na Região do
Porto em Portugal e replicada em cinco capitais brasileiras, buscou traçar o perfil do cuidador
familiar de idosos fragilizados. O estudo mostrou que havia um sentimento ambíguo entre os
participantes, tanto de sobrecarga pela exigência do cuidado, quando de orgulho e satisfação por
não ter desamparado seu idoso e pelo sentimento de dever cumprido. Foi verificado que o estado
de saúde desses cuidadores também estava alterado e que não conseguiam lidar bem com os
problemas de comportamento dos idosos a seus cuidados, ressaltando neste caso, a necessidade de
serviços assistenciais voltados ao cuidador.
Observa-se que povos de diferentes culturas tem maneiras distintas de lidar com seus idosos.
Em Estudo realizado por Clay (2009), em Washington, U.S.A. com cuidadores idosos de
comunidades e etnias diferentes, mostra que o americano caucasiano, quando percebe que não tem
mais condições de se cuidar sozinho, recorre às Instituições de Longa Permanência para idosos. Já
a colônia chinesa não cogita a ideia de deixar seus idosos a cargo de outras pessoas se não a família,
devido ao respeito que têm aos seus antepassados e ao conceito que é desonroso diante da sociedade
que uma família não zele por seus idosos.
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Neste mesmo estudo, a autora relata que há uma preocupação muito grande quando à saúde
física e psicológica do cuidador de idosos, por esta razão é oferecido um atendimento psicológico
destinado a esses cuidadores, porém a aderência ao programa é muito pequena por parte das
comunidades vietnamitas, chinesas e dos povos que falam a língua espanhola. Segundo a
pesquisadora, os membros dessas comunidades não participam dos atendimentos, porque de acordo
com sua cultura, não se deve falar em público sobre o que acontece no ambiente doméstico. Esses
cuidadores alegam também que poder cuidar de um ente querido ou de uma pessoa que necessita
de cuidados é um ato honroso para quem o executa (Clay, 2009).
Foi realizado na cidade de Faro em Portugal, um estudo que trata sobre a relação entre o
estresse psicológico a que fica submetido o cuidador familiar de idosos e sua adaptação psicológica.
Ficou constatado que todos os agravantes na saúde do idoso, como escaras e lesões corporais
causam preocupação e sensação de incapacidade ao cuidador. Outro fator estressante é a falta de
ajuda de outros familiares ou não poder contar com um cuidador secundário. Para lidar com esses
fatores, de maneira geral, eles lançam mão de seus recursos psicológicos buscando uma visão
menos negativa do ato de cuidar, levando em conta seu comportamento altruísta em poder dar
assistência a um ente querido que necessite (Rocha & Pacheco, 2013).
Devido às mudanças ocorridas no panorama familiar, observa-se cada vez mais a
necessidade da ampliação das redes de apoio ao idoso fragilizado, pois na ausência de familiares
recorre-se à rede formal de apoio. Segundo Camarano e Mello (2010), a Rede de Apoio Formal é
estabelecida por profissionais remunerados para prestar cuidados aos idosos, são elas: clínicas
geriátricas, instituições de longa permanência, hospitais, ambulatórios e unidades de apoio
domiciliar, que garantem melhor qualidade de vida a esta população e seus familiares. Quando se
considera os cuidados domiciliares, a função de cuidador formal pode ser exercida por um
empregado doméstico, que por alguma eventualidade, passa a exercer esse trabalho e
posteriormente pode ou não fazer algum curso específico de aperfeiçoamento ou por um cuidador
especializado.
Desde o ano de 1982 foi criada a ocupação de cuidador de idosos e para que fosse possível
o registro em carteira desde profissional, em 9 de 0utubro de 2002, sob o número 5162 na
Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), designa a função ocupacional de cuidadores de
crianças, jovens, adultos e idosos, sendo o CBO 5162-10 específico para cuidadores de idosos.
38
Diante da necessidade de critérios mais estabelecidos para a formação e capacitação de
profissionais, em 12 de setembro de 2012, o Projeto de Lei 284/2011, foi regulamentado pela
Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado Nacional, a profissão de Cuidador de Idosos. Essa
regulamentação foi realizada em turno suplementar, seguindo então, para votação pela Câmara dos
Deputados (Brasil: Agência Senado, 2012).
Nesta ocasião foi ressaltada quais são as tarefas que realmente devem ser executadas pelo
profissional cuidador de idosos. Foi designado que o cuidador deve prestar assistência exclusiva
ao idoso a seus cuidados, ajudando-o em suas rotinas nutricionais, ambientais e pessoais, não
cabendo a esse profissional as tarefas comuns de limpeza e serviços domésticos. O profissional
cuidador também deve atuar no auxílio à mobilidade do idoso, na administração de medicamentos,
acompanhamento em consultas, atividades de recreação, cultura, lazer e educação (Brasil: Agência
Senado, 2012).
Para que o cuidador possa desempenhar suas funções com eficiência e qualidade é preciso
que ele desenvolva habilidades como a empatia e a sensibilidade, para atender ao idoso dando-lhe
suporte e acolhimento nas mais diversas circunstâncias. Na grande maioria dos casos, as pessoas
que prestam atendimento ao idoso não tem uma formação adequada, mesmo que seja alguém que
foi contratado especificamente para essa função. No caso do cuidador formal essa falta de preparo
além de desqualificar o trabalho oferecido, pode acarretar uma sobrecarga ao cuidador
despreparado, havendo a necessidade de aprimoramento profissional (Witter G. & Camilo, 2011;
Scarpellini, Loro, Kolankiewicz, Gomes & Zeitoune, 2011).
Segundo Sampaio, Rodrigues F., Pereira, Rodrigues S. e Dias (2011), o cuidador ideal seria
aquele que ao ter conhecimento sobre várias áreas da saúde, apresentasse também domínio sobre
os diversos aspectos do processo de envelhecimentos, podendo assim, dar maior assistência ao
idoso por ele cuidado. Há uma necessidade muito grande de capacitação destes profissionais e
desse modo é preconizada nas diretrizes da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa a
necessidade que o profissional que presta assistência ao idoso, desenvolva habilidades e ofereça
um atendimento humanizado e ético propiciando ao idoso, um envelhecimento saudável com
qualidade de vida e dignidade.
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De acordo com Garcia S., Panfílio, Córdoba, Grespan e Garcia R. (2011), foram
estabelecidos parâmetros para a formulação de cursos de cuidadores formais com os seguintes
critérios: O conteúdo deve abordar os aspectos do envelhecimento, o conhecimento das doenças
que acometem a pessoa idosa e condições para manter uma boa saúde. Ter informações sobre a
legislação e as redes de serviço, compreender as relações interpessoais envolvendo o idoso, a
família e o trabalho do cuidador, conhecer a ética na função e o autocuidado que ele deve ter
consigo mesmo. A proposta do curso é que o aluno obtenha habilidades técnicas e os
conhecimentos necessários para que possa exercer com propriedade suas funções.
Batista, Almeida e Lancman (2014a), trazem um estudo sobre cursos de capacitação para
cuidadores de idosos em vários níveis, fossem esses cuidadores familiares, não familiares ou
institucionais. Foi criado o Programa Nacional de Cuidadores de Idosos, segundo a Portaria
Interministerial nº 5.153/99, no qual objetivava-se capacitar as pessoas a prestar um atendimento
de qualidade à população idosa, visando a promoção de saúde, manutenção da funcionalidade e
prevenção de incapacidades em idosos.
O Programa visava capacitar cinco mil pessoas no prazo de cinco anos, para prestarem
cuidados e atuarem como formadores de novos cuidadores, porém, embora os cursos tenham sido
ministrados em diferentes regiões do país, a proposta não foi atingida. Isso se deu devido a criação
de cursos com diretrizes diversificadas, trazendo questionamentos dos profissionais da área da
enfermagem sobre quais seriam as atividades possíveis de serem realizadas pelos cuidadores. Outra
questão levantada referia-se a quem delegaria essas funções a eles e os orientaria, uma vez que
muitas das funções realizadas pelos cuidadores, faziam parte do currículo dos profissionais da
enfermagem. Foi sugerido diante disso, que enfermeiros compusessem o quadro docente dos cursos
para cuidadores de idosos e esses cursos fossem adequados às necessidades de cada localidade.
Até bem pouco tempo atrás, na década de noventa, era muito comum que o cuidador de
idosos fosse ou enfermeiro ou técnico em enfermagem, o que supria a necessidade de alguém que
ministrasse os medicamentos e cooperasse com a equipe de saúde na manutenção dos tratamentos
médicos, porém não havia a exigência de uma preparação específica para o cuidado do idoso. Em
estudo realizado por Kawasaki e Diogo (2001a), as pesquisadoras buscaram traçar um perfil sobre
quem eram as pessoas que ofereciam nos jornais de alta circulação de Campinas-SP, seus serviços
como cuidador formal de idosos.
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Foi observado que dos 41 participantes, 39 eram do gênero feminino, com faixa etária entre
31 e 50 anos e 31 deles tinham experiência anterior em cuidar de seus próprios parentes idosos, o
que fazia com que se sentissem capazes para cuidar de outra pessoa idosa. Observou-se que 75,6%
dessas pessoas estavam desempregadas e se anunciavam como cuidadores para suprir suas
necessidades financeiras, 12,1% se ofereciam para realizar o cuidado ao idoso em ambiente
hospitalar, pois tinham conhecimento em enfermagem, com jornada de trabalho de 12 horas na
maioria dos casos. Não foi encontrado entre os participantes, alguém que tivesse feito algum curso
preparatório específico para o cuidado de idosos. Quanto às atividades praticadas pelos
profissionais, correspondiam à área da enfermagem, muitas delas não sendo possíveis de serem
realizadas por um leigo (Kawasaki & Diogo, 2001b).
Anos mais tarde Siewert, Alvarez, Jardim, Valcarenghi e Winters (2014), realizaram uma
pesquisa com o intuito de traçar um perfil dos cuidadores de idosos, envolvendo 35 profissionais
residentes em Joinville, Santa Catarina. Observou-se que 93% dos cuidadores eram do gênero
feminino, 35% só haviam estudado até a quarta série do ensino fundamental e 32% tinham ensino
médio completo. Do total dos profissionais, 48% haviam feito pelo menos um curso preparatório
para Cuidadores de Idosos. Cerca de 51% trabalhavam em média 12 horas por dia. Ficou constatado
que a maioria destes cuidadores, além do cuidado com o idoso, realizava também algum tipo de
tarefa doméstica.
Ao fazer uma comparação entre as pesquisas de Kawasaki e Diogo, (2001a e 2001b) e
Siewert et al. (2014) pode-se observar que com o passar dos anos, ocorreram algumas mudanças
quanto à preparação do profissional cuidador. Uma delas é que atualmente essa área não se
concentra apenas nos profissionais de enfermagem, pois um maior número de pessoas de outras
áreas está buscando o aperfeiçoamento de seus conhecimentos em cursos preparatórios. Porém
muitos padrões ainda se repetem nos dias atuais, como a jornada de 12 horas e a contratação de
pessoas sem preparo específico para a função, indicando a necessidade de maior capacitação do
profissional cuidador, tanto na definição de suas atividades, quanto em lidar com os fatores
estressantes que podem influenciar em sua saúde e na qualidade do seu trabalho (Siewert et al.,
2014).
A demanda por uma rede formal de cuidado a idosos, tem crescido substancialmente, mas
observa-se que ainda há no imaginário das pessoas, uma visão preconceituosa quanto a internar o
41
idoso numa Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI), sejam elas privadas ou
filantrópicas. Essa imagem negativa pode ter como explicação o fato de que essas instituições
foram criadas no início para abrigar pessoas pobres, com problemas graves de saúde e que não
tinham uma família para lhe prestar cuidados, com isso, se tem a ideia que estar internada em uma
ILPI é sinônimo de abandono e pobreza (Camargos, 2015)
Mesmo com essa visão negativa, aumenta a procura por esse serviço, por idosos que não
possuem uma rede informal de apoio, porém há uma escassez de vagas, uma vez que o Governo
não consegue dar conta da demanda, as instituições particulares têm um custo muito alto e as
instituições filantrópicas, normalmente, carecem de vagas. Com vista nesta problemática foi
realizado por Camargos, (2015) um estudo sobre a quantidade de vagas oferecidas em ILPIs de
Minas Gerais. Foi constatado que 73,1% das instituições filantrópicas tem listas de espera e as
instituições privadas com lista de espera somam 47,6%, denotando que mesmo com os autos
valores cobrados, a necessidade por cuidados aos idosos é muito grande.
Ribeiro, Ferreira R., Magalhães, Moreira, Ferreira E. (2009), realizaram uma pesquisa com
181 cuidadores de ILPI, 83 trabalham em instituições privadas e 98 em instituições filantrópicas
na cidade de Belo Horizonte (MG). Tiveram como objetivo avaliar a qualidade do atendimento
prestado nestas instituições, não visando apenas a estrutura das mesmas, mas qual a percepção que
os cuidadores tinham deste cuidado. De acordo com o que foi levantado, a maioria dos cuidadores
era do gênero feminino, com idade média de 50 anos, tanto solteiros como casados e poucos
fizeram algum curso preparatório. A maioria dos participantes, principalmente das instituições
filantrópicas, relataram ter adquirido suas habilidades no exercício do cuidado aos idosos.
Em pesquisa realizada por Locatelli e Cavedon (2014), buscando identificar o perfil de
pessoas que se candidatavam a vagas para trabalhar em ILPI, foi observada a falta de preparo
específico para a prestação de cuidados ao idoso. Porém, devido à crescente necessidade de
contratação de profissionais e em vista do despreparo das pessoas que desejam exercer a função de
cuidador de idosos, foi sugerido que fossem realizados treinamentos e cursos de especialização
para o profissional cuidador, principalmente os que atuam nas instituições filantrópicas.
Para que seja realizado um atendimento de qualidade, que atenda às necessidades da
população idosa é preciso que o cuidador de idosos em ILPI, além de bem capacitado, tenha
42
também um conhecimento sobre as características que envolvem a dependência no período do
envelhecimento. No estudo de Batista, Barros, Almeida, Mângia e Lancman (2014b), foram
encontrados três tipos de dependência que os idosos desenvolvem quando internados: a Física, a
Psicológica e a Comportamental. Essa terceira foi a que mais chamou a atenção dos cuidadores,
pois observaram que com o passar do tempo, os idosos não queriam realizar mais nenhuma
atividade sozinhos, julgando não serem capazes de realizá-las sem a ajuda de terceiros, denotando
uma grande dependência comportamental.
Foi constatado que, embora estes cuidadores tivessem conhecimento na área de
enfermagem, faltava-lhes um preparo específico para cuidar de idosos, havendo assim, a
necessidade da ampliação da capacitação em cuidados gerontológicos. Foi sugerida no final da
pesquisa a implantação de cursos e treinamentos para aperfeiçoar o cuidado prestado pelos
participantes, visto que se mostraram muito despreparados (Batista et al., 2014b).
Nos Estudos realizados por Barbosa, Cruz. Figueiredo, Marques e Sousa (2011b) e Souza
(2014), com a participação de cuidadores formais contratados para cuidar de idosos com Alzheimer
em uma Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI), também foi observado que há uma
necessidade muito grande de que se desenvolvam programas de apoio e preparo, para que os
cuidadores possam prestar melhor atendimento aos idosos e ao mesmo tempo que, também
participem de treinamentos e terapias buscando uma melhor qualidade de vida e trabalho para eles.
Observa-se uma concordância entre os trabalhos de Ribeiro et al. (2009), Locatelli e
Cavedon, (2014), Batista et al. (2014b) e Barbosa et al. (2011b), quanto a preparação dos
profissionais cuidadores de idosos que trabalham em ILPI. Os autores ressaltam a necessidade de
cursos específicos voltados à capacitação de cuidadores, preparando-os com conhecimentos
técnicos e referentes ao processo de envelhecimento. Foi abordada também, a necessidade de que
sejam oferecidas terapias a esses cuidadores, visando que eles desenvolvam estratégias de
enfrentamento dos estressores, melhorando assim, sua qualidade de vida e consequentemente, a
qualidade de seu trabalho.
O Estudo realizado por Manna (2013), que buscou conhecer o imaginário coletivo de
participantes de um curso na rede pública para cuidadores de idosos, mostra que o estado de
fragilidade no qual o idoso se encontra, interfere na capacidade de cuidado e gera impactos
43
emocionais nos cuidadores. Portanto, é necessário que os cursos de preparação a cuidadores tenham
um foco voltado a esclarecer ao cuidador, todas as fases e dificuldades a que ficará sujeito o idoso
fragilizado e ensinar-lhes como lidar com esses fatores estressantes. Foi sugerido então, que os
cuidadores tenham acompanhamento psicológico continuado, participando de grupos e
consultorias terapêuticas, que lhes proporcionarão capacitação para lidar com as demandas do
cuidado ao idoso frágil.
Do ponto de vista governamental também há uma preocupação com a qualidade dos
serviços prestados por cuidadores e a necessidade de atender às demandas da população idosa.
Diante disto, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) implementou o Programa Acompanhante de
Idosos (PAI), que consiste em dar assistência domiciliar ao idoso que sofre algum tipo de
dependência. Assim, quando o idoso não tem recursos financeiros, ou não pode contar com a
assistência de um familiar, pode recorrer a um cuidador de idosos designado pelo serviço público.
Este profissional normalmente não fica a cargo de um único idoso e divide sua carga horária para
prestar cuidados a vários idosos em domicílio (Manna, 2013).
Devido a essa demanda e à sobrecarga a qual fica exposto, o cuidador deve ser capacitado
nas práticas de cuidado para atender as necessidades do idoso, mas também receber cuidados de
suporte emocional, para aprender a lidar com o estresse Esse programa contempla as diretrizes
nacionais e internacionais que norteiam as ações em prol de uma melhor qualidade de vida à pessoa
idosa, com garantia total de todos os seus direitos, equidade e acessibilidade na atenção integral às
necessidades dos idosos. As propostas desse programa são pioneiras e inovadoras, o que fez com
que ele obtivesse vários prêmios de notoriedade (Neri & Sommerhalder, 2011; Batista, 2013).
O acompanhante de idosos (ACI), é um trabalhador da equipe que vai até o domicílio da
pessoa e executa ali suas funções. Na sua maioria, o quadro é composto por mulheres entre trinta
e dois e cinquenta e seis anos, solteiras, que não haviam participado de outro curso preparatório
para a função de cuidador de idosos antes de ingressarem no PAI. Além das tarefas que estão
previstas para sua função, estes trabalhadores devem estar preparados para solucionar problemas
que eventualmente ocorram, como chamar uma ambulância em caso de emergência, enriquecendo
assim, sua experiência profissional (Batista, 2013).
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Em estudo realizado por Del Duca, Thumé e Hallal (2011), no cenário brasileiro embora
seja a família que fica com a maior responsabilidade por cuidar de seus idosos, está ocorrendo cada
vez mais a contratação de cuidadores domiciliares de idosos. Esses profissionais agem muitas vezes
como coadjuvantes, auxiliando no cuidado e diminuindo a sobrecarga do cuidador familiar. Mesmo
assim, ficou constatado que apenas 4,7% dos participantes eram cuidadores contratados, enquanto
que 95,3% dos cuidados ficaram concentrados em membros da família como: cônjuges, filhas,
filhos e parentes bem próximos.
Os estudos de Ferreira, Alexandre e Lemos (2011) e Bauab e Emmel (2014) evidenciam a
necessidade de pesquisas voltadas exclusivamente para o cuidador formal domiciliar de idosos,
uma vez que a quantidade de trabalhos específicos sobre esse tema é muito escassa. Nos dois
estudos observou-se que há uma grande sobrecarga envolvida na função do cuidador e que o
cuidador familiar se queixa mais da falta de oportunidades de lazer, pois além do árduo trabalho
realizado para suprir as necessidades do idoso, tem também a carga emocional de lembranças do
passado que podem agravar esse estresse. Por outro lado, o cuidador formal não tem essa carga o
que pode facilitar na maneira com a qual ele lida com os fatores estressantes, diminuindo assim,
sua sobrecarga.
De acordo com Ferreira (2012), embora a profissão de cuidador domiciliar de idosos
envolva uma grande sobrecarga, há um sentimento muito forte de gratificação ao exercer essa
função. Há uma satisfação muito grande em ver que o idoso está bem cuidado, além do sentimento
de estar fazendo o bem para uma pessoa que necessita de cuidados especiais. A autora ressalta a
importância de que se crie um vínculo entre o cuidador formal e a família do idoso, visando que se
estabeleça um diálogo que facilitará a criação de estratégias para a resolução dos problemas que
envolvem o idoso, possibilitando melhores condições de trabalho e uma melhor qualidade de vida
ao idoso cuidado.
Segundo Batista et al., (2014a), a dedicação de cuidados e provisão das necessidades dos
idosos, faz com que eles tenham maior autonomia e independência permanecendo em seus
domicílios. Assim, a contratação de cuidadores formais implica na diminuição da sobrecarga
depositada no cuidador informal e também, na melhor qualidade de vida do idoso dependente. Por
essa razão, desde a década de noventa, o papel do cuidador formal ganhou notoriedade, havendo a
45
partir de então, uma preocupação do Governo em oficializar esta profissão e criar protocolos
específicos de atuação e preparação desses profissionais.
Foi realizada por Ferreira et al., (2011), uma pesquisa sobre a qualidade de vida de
cuidadores informais e cuidadores formais domiciliares, com o foco nas características sócio
demográficas dos idosos sofredores de Alzheimer, que estão em atendimento domiciliário.
Constatou-se neste estudo que há uma sobrecarga muito grande por parte dos cuidadores, sendo
que esta sobrecarga fica mais evidenciada quando o cuidador tem mais de 60 anos e possui algum
grau de parentesco com o idoso. Um dado que chamou a atenção nesta pesquisa foi que, ao aplicar
uma escala de qualidade de vida, os cuidadores formais tiveram pior desempenho no estado geral
de saúde, em relação aos informais, que tinham melhor qualidade de saúde. Ao contrário do que
foi observado nos estudos de Lottman et al. (2013) e Bauab e Emmel (2014), nos quais os resultados
mostravam os cuidadores formais haviam alcançado melhor qualidade de vida em relação aos
informais, alegando que lidavam melhor com as questões de saúde e sobrecarga, pois consideravam
os aspectos estressantes como parte da rotina de trabalho.
Para Bauab e Emmel (2014), um dos grandes fatores que cooperam no aumento do estresse
de cuidadores de idosos que sofrem de doença de Alzheimer e outras demências, são as mudanças
que ocorrem no cotidiano desses idosos. A doença caminha para a perda da capacidade funcional,
alterando a execução das atividades e ocupações cotidianas, trazendo desconforto ao cuidador. Ao
fazer uma comparação entre cuidadores informais e formais, esta pesquisa mostra que os
cuidadores informais dedicam mais horas para exercer o cuidado, enquanto que os cuidadores
formais sentem menos os impactos do cuidado, pois consideram suas funções como parte de sua
vida laborativa.
De acordo com Mendonça (2015), alguns países desenvolvidos, que já vivenciam o
envelhecimento há mais tempo e se prepararam para as demandas decorrentes desse período, têm
Políticas Públicas voltadas à proteção do idoso dependente e auxílio às suas famílias. Essas
estratégias visam ampliar a rede formal de auxílio ao idoso, inclusive, financiando a contratação
de cuidadores formais, para realizar a divisão das tarefas de cuidado, fazendo com que o idoso
permaneça mais tempo em sua residência e evite o alto custo com a institucionalização. Com isso
há uma mobilização por parte dos governantes na implementação de intervenções, visando a
diminuição da sobrecarga do cuidador informal com a participação de cuidadores formais na
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divisão das tarefas. É ressaltada a necessidade da participação de demais profissionais da saúde
como: fisioterapeutas, enfermeiros, médicos e assistentes sociais, para proporcionar melhor
qualidade de vida ao idoso, sem que ele tenha que sair de sua residência.
Kehusmaa, Autti-Rämö, Helenius e Rissanen (2013), realizaram um estudo na Finlândia,
no qual foi verificado que quando o idoso tem cuidadores informais e recebe ajuda de cuidadores
formais e da rede formal de apoio, de maneira geral, há uma redução significativa dos gastos da
despesa pública com essa população. No Estudo de Joyce, Berman e Lau (2014), realizado com
cuidadores de idosos em Chicago, foi observado que o papel do cuidador formal agindo
conjuntamente com o cuidador familiar, melhora a qualidade dos serviços prestados, aumenta o
grau de conhecimento dos familiares a respeito da condição de saúde do idoso e a segurança na
ministração dos medicamentos. Também foi constatado que os custos dispensados aos idosos
dependentes de cuidados paliativos, foi menor para o poder público, se comparado à manutenção
deles em hospitais ou instituições.
Na França, diante do mesmo contexto, o Governo está custeando cuidadores formais, para
ajudar os familiares no cuidado de idosos debilitados. Segundo Bihan (2012), a proposta do
Governo está fundamentada em dois pilares: financiar os cuidados prestados a idosos por
cuidadores contratados pelos familiares, aumentando o período de permanência desses idosos em
seu domicílio e ampliar a política de emprego, capacitando pessoas para a prestação deste serviço,
desenvolvendo assim, novas modalidades de cuidados formais.
No Estudo de Paraponaris, Davin e Verger (2012), relacionado a idosos franceses que
vivem em suas residências, foi observado que 55% dos idosos ficam sob cuidados informais,
geralmente familiares, 20% dependem de cuidadores formais e 25% tem cuidado misto, são
cuidados por seus familiares e recebem auxilio de cuidadores formais. Observa-se que nesse
contexto, a família é a principal responsável pelo cuidado do idoso, porém a assistência de um
cuidador formal, revelou-se de estrema relevância, para a melhoria dos cuidados prestados e para
pôr em prática o plano do Governo, diminuindo o custo dos gastos com a institucionalização dos
idosos e a valorizando o papel do cuidador formal.
Essa característica, da importância dos cuidados formais também foi observada no Estudo
de Kirby e Lau (2010), realizado nos Estados Unidos, que teve como objetivo investigar em quatro
47
etnias diferentes: não hispânicos brancos, afro descentes, asiáticos e hispânicos, qual o tipo de
cuidado que essas comunidades dedicavam à pessoa idosa. Foi observado que em sua grande
maioria, os cuidados aos idosos ficavam por parte das famílias, mas que a assistência formal é
particularmente importante, nos casos onde há um grau muito grande de dependência do idoso,
para ajudar os familiares nas mais variadas necessidades.
Litzelman et al. (2014), realizaram um estudo em Wisconsin nos Estados Unidos,
comparando a qualidade de vida de cuidadores informais de idosos e pessoas que não realizavam
esse cuidado. Foi verificado que os níveis de estresse eram maiores nos cuidadores de idosos, como
também altos níveis de tensão psicológica. Foi ressaltada a necessidade desses cuidadores poderem
contar com uma rede de serviços integrados de assistência, visando assim, diminuir a sobrecarga
com obtenção de ajuda na realização de todas as atividades de cuidado aos idosos.
Na pesquisa realizada por Barbosa et al. (2011a), na região de Aveiro, em Portugal, foi
ressaltada a necessidade de haver um cuidador secundário, para ajudar no cuidado ao idoso
dependente, uma vez que o cuidador primário em sua maioria, era constituído de familiares bem
próximos, como esposas, maridos, filhas e filhos. Com essa estratégia, buscar-se-ia diminuir a
sobrecarga do cuidador principal e adiar o máximo possível a institucionalização do idoso, o que
corresponde a uma premissa contemporânea, na qual os Governos investem em políticas de saúde
visando a não internação dos idosos frágeis.
Em seu Estudo Zhu (2015), revela que na China, assim como em grande parte mundo,
devido ao aumento da longevidade e a ausência de familiares, faltam profissionais para atuar como
cuidadores de idosos. Outro fator que o pesquisador relata é que, de maneira geral, um idoso mais
jovem acaba por cuidar de outro mais longevo e para isso, necessita de um cuidador formal para
lhe ajudar a executar as tarefas de cuidado. Essa característica também foi observada no estudo de
Jacobs, Grenou, Boer e Deeg (2014b), no qual foi observado que na Holanda está ocorrendo com
frequência que cuidadores familiares contratem cuidadores formais, para ajudá-los nas atividades
de cuidado ao idoso dependente, pois, como na China, esses cuidadores também já possuem uma
idade avançada e não conseguem dar conta sozinhos do cuidado de seus idosos.
Também visando a não institucionalização e preocupados com a sobrecarga de cuidadores
informais, foi realizado um estudo em Hong Kong por Chan e Chui (2011), no qual analisaram a
48
sobrecarga dos cônjuges, que por questões culturais, impõe resistência quanto à contratação de um
profissional cuidador de idosos. Os resultados da pesquisa foram utilizados para o desenvolvimento
de estratégias e intervenções visando minimizar as tensões e os problemas com o autocuidado do
cuidador, buscando convencer as famílias a aceitarem o auxílio de um cuidador contratado. Para
Chiu et al. (2014), essa resistência ocorre, pois normalmente não se cogita a inserção de alguém
que seja estranho à família, pois para os chineses não se deve discutir sobre suas dificuldades
familiares com outras pessoas, principalmente no que se refere a um idoso dependente, para que
não ocorra de este idoso ser estigmatizado pela sociedade.
Em pesquisa realizada por Cohen-Mansfield, Golander e Heinik (2013) em Israel, foi
comparada a percepção de cuidadores formais e informais, com relação a delírios e alucinações de
idosos que sofriam de alguma demência, principalmente, Doença de Alzheimer. Foi observado que
os cuidadores familiares agregavam maior significado aos delírios e alucinações sofridos por seus
parentes, tentando encontrar uma explicação para o problema, ao tempo que os cuidadores formais
não relatavam as ocorrências com tanta gravidade, tendo-as, como fatos esperados para o quadro
de saúde apresentado. Segundo os pesquisadores, há uma diferença muito grande no
comportamento de cada cuidador e assim, diferentes graus de envolvimento e empatia serão
encontrados. Porém, é importante que esses dois pontos de vista sejam observados para que se
estabeleça uma avaliação precisa dos sintomas e se consiga compreender a realidade entre esses
dois tipos de cuidados: formal e informal.
Em estudo realizado por Guimarães, Hirata e Sugita (2011), foi analisado o serviço de
cuidados a idosos em três países: Brasil, França e Japão, com o intuito de observar quais seriam as
tendências que se estabelecem em países com grande taxa de envelhecimento, porém, em contextos
tão diferentes. A primeira característica encontrada foi que nestes três países o cuidado a idosos
tanto em domicílio, quanto em ILPIs, é prestado em sua grande maioria por mulheres, que recebem
salários baixos e com pouca perspectiva de futuro em suas carreiras. No Brasil, essas mulheres são
migrantes internas, na França, são imigrantes e no Japão são mulheres já relativamente idosas.
A segunda característica trata-se do baixo status relacionado à função de cuidador. Isso se
dá devido à pouca qualificação requerida, ao baixo nível de escolaridade, a falta de formação
profissional, e segundo as autoras no caso do Brasil, a facilidade com que as tarefas de uma
cuidadora são confundidas com as de uma empregada doméstica. Com isso, mais uma vez se
49
observa a necessidade de que se estabeleçam parâmetros para definir as reais funções de um
profissional cuidador de idosos.
Em Estudo realizado por Ibarra (2013), envolvendo mulheres mexicanas que trabalhavam
em ILPIs e residências em Santa Bárbara na Califórnia, os resultados mostraram que não era
exigido nenhum curso preparatório, nem experiência anterior. Segundo a pesquisadora, além de se
sujeitarem a baixos salários e longas horas de trabalho, um dos fatores que cooperam para essa
escolha, diz respeito aos vínculos emocionais firmados por elas. Após algum tempo cuidando dos
idosos, passavam a nutrir um afeto especial por eles e a defendê-los em situações de abandono e
negligência por parte da família, não deixando de lhes prestar cuidados.
Entre os muitos recursos que estão sendo utilizados para dar melhor qualidade de vida ao
idoso, garantir uma maior autonomia e maior permanência em sua residência, estão os recursos
tecnológicos. Desde os aparelhos de surdez, próteses que facilitam os movimentos e diminuem a
dor, atualmente o idoso também pode contar com a robótica auxiliando-o nas tarefas diárias,
trazendo para dentro de sua casa toda a equipe médica, o contato por videoconferência com seus
filhos ou amigos, monitorando seus movimentos e ao menor sinal de perigo, o próprio robô aciona
o socorro médico e comunica a ocorrência a um parente ou pessoa que se intitule o principal
responsável (Ferreira et al., 2010).
Em estudos realizados por realizados por Wu, Damnée, Kerhervé, Ware e Rigaud, (2015),
Houssain M., Alamri, Almogren, Houssain A. e Parra (2014) e Al-Khathaani et al. (2015), na
Arábia Saudita, foi buscado compreender a aceitação de idosos, quanto à presença de um robô para
auxiliá-los no dia a dia. A tecnologia proposta estava relacionada a questão social de proporcionar
ao idoso maior segurança e bem-estar, como também na redução de custos dos serviços púbicos,
uma vez que constantemente assistidos, os idosos teriam mais segurança. No início houve uma
série de barreiras na aceitação do robô, principalmente pela falta de domínio da tecnologia e
aspectos culturais, mas após um período de adaptação, os idosos reconheceram que a presença do
robô foi muito útil, pois proporcionou contato direto com familiares, que se mostravam aliviados
porque mesmo à distância, sentiam que estavam dedicando cuidados a seus parentes idosos.
Muitas são as utilizações de robôs no cuidado com a população idosa, seja no
monitoramento em domicílio, quanto na atenção aos aspectos psicológicos com uso de robôs em
50
contato direto com terapeutas que dialogam com o idoso e até mesmo robôs capazes de conduzir
cadeiras de rodas, dando-lhes mais autonomia e segurança. No Japão, em pesquisa realizada por
Shiomi, Lio, Kamei, Sharma e Hagita (2015), foi verificado que o uso de robôs tem se tornado tão
constante na rotina dos idosos, que estes, preferem solicitar o auxílio de um robô para as atividades
funcionais de vida diária, a um ser humano.
No Estudo de Siegel, Hochgatterer e Dorner (2014), realizado na Áustria, foi observado que
o uso de robôs em diversos países da Europa, tem contribuído para a diminuição da sobrecarga do
cuidador, auxiliado nas relações interpessoais entre equipe médica e familiares e acima de tudo, na
melhoria da qualidade de vida do idoso. Foi estudada a aceitação do idoso com seu robô cuidador,
que o lembra das atividades a serem realizadas, se o gás foi desligado, se pegou a chave de casa e
ainda pede para que o idoso ao sair o leve junto. Segundo os pesquisadores, essa interação promove
maior sensação de segurança, pois faz com que o idoso se sinta mais independente, mantendo sua
autonomia por mais tempo, característica também encontrada no Estudo realizado na Geórgia por
Mitzer, Chen, Kemp e Rogers (2014).
Outro Estudo realizado na Geórgia, (EUA) por Smarr et al. (2014), mostrou que o auxílio
de um robô no cuidado com o idoso, é bem aceito, porém, uma reinvindicação feita pelos
consumidores seria o aumento das tarefas executadas por eles, auxiliando assim, em um maior
número de atividades. Essa característica também foi encontrada da pesquisa de Tiwari, Warren e
Day (2011), da Nova Zelândia, na qual era testada a aceitação do design do robô assistencial e de
acordo com opiniões dos idosos e seus cuidadoras, modificações deveriam ser feitas nas máquinas.
Essa tecnologia, chamada de Robótica de Assistência, embora em menor escala e dedicada
a um público seleto, como pessoas com alto poder aquisitivo e participantes de projetos de
pesquisa, também é utilizada no Brasil. Em sua pesquisa Bastos (2014), faz um levantamento dos
vários robôs utilizados para dar assistência a idosos e outras populações e suas aplicações. Segundo
a autora, esse tipo de tecnologia foi desenvolvido para auxiliar alguém com qualquer tipo de
deficiência. Entre os tipos de assistência que podem ser prestados estão os robôs sociais, de
reabilitação, manipuladores e robôs de mobilidade, que tem a possibilidade de ser utilizados em
escolas, residências e hospitais. Há robôs que são socialmente passivos, mas alguns tem a
capacidade de interagir com o ser humano e com outros computadores, sendo muito úteis no
tratamento de distúrbios neuropsiquiátricos e depressão em idosos.
51
Ferreira et al. (2010), realizou no sul do Brasil uma pesquisa com robôs prestando cuidado
a idosos que sofreram um Acidente Vascular Cerebral (AVC), assim como e Magahim (2015), que
fez um estudo envolvendo a participação de robôs em atividades recreativas com idosos. As autoras
mencionam que a incorporação da robótica no cuidado a idosos no Brasil está se tornando uma
realidade, mesmo que ainda em pequena proporção. Para as autoras uma possível causa na escassa
introdução de robôs para cuidado domiciliar do idoso no Brasil, em comparação ao exterior, pode
se dar pelo grande custo na aquisição do equipamento, o que delimita muito sua utilização. Na
intervenção realizada por Magahim (2015), foram utilizados robôs dançarinos, robôs puppy, que
interagem como se fosse um animal de estimação e robôs de tiro ao alvo. De acordo com os
resultados, observou-se que os idosos se sentiram revigorados e se divertiram muito, mostrando
que a interação com robôs, além do auxílio nas atividades de vida diária e tratamentos médicos,
também pode ser utilizada efetivamente para atividades de lazer.
Diante do que foi apresentado, observamos que o incremento do uso da tecnologia no auxílio
das atividades, na segurança e bem-estar do idoso, traz um aparato necessário, mas ainda de difícil
acesso e longe da realidade da grande maioria dos idosos brasileiros, principalmente devido ao seu
alto custo. Desse modo, devemos considerar que o auxílio humano ainda é a primeira alternativa
no que tange o cuidado ao idoso. Sendo assim, observa-se que o papel do cuidador formal de idosos
é de extrema importância, tanto no contexto do atendimento prestado nas residências, quanto nas
ILPIs, prestando um serviço com conhecimento técnico. Daí a necessidade de se compreenda
melhor esta relação, para que haja um aperfeiçoamento destas capacitações, pois será cada vez mais
frequente, que se contrate um profissional para cuidar de um idoso, o qual a família está ausente
ou mesmo que não tenha esse recurso.
52
CAPÍTULO II- Objetivos
2- Objetivo Geral
Analisar como os cuidadores formais domiciliares concebem a relação com o idoso sob sua
responsabilidade.
2.1 Objetivos específicos
Verificar como os cuidadores percebem sua qualidade de vida;
Conhecer quais foram as motivações que os levaram a exercer esta função;
Identificar a formação dos cuidadores;
Compreender as dimensões emocionais que estão ligadas ao ato de cuidar e
Analisar qual a percepção que os cuidadores formais domiciliares têm em relação ao processo de
envelhecimento.
53
CAPÍTULO III- O Percurso Metodológico
3- Método
O método utilizado para a realização deste estudo foi de pesquisa descritiva, exploratória e
transversal, buscando compreender as características da relação cuidador/idoso. Devido os
objetivos propostos, compreende-se que os dados coletados podem ser analisados de forma
qualitativa, trazendo uma visão aprofundada sobre o tema e enriquecendo a análise (Gil, 2002;
Oliveira, 2011).
A análise qualitativa trabalha com interpretações, comparações, descrições e busca entender
o fenômeno que está sendo estudado em profundidade. É fundamentada em quatro bases teóricas
que possibilitam a compreensão dos fenômenos. A primeira delas é a realidade social que participa
na construção dos significados e a segunda tem sua ênfase na reflexão. A terceira analisa os
significados subjetivos e as condições objetivas de vida e a quarta tem seu foco no caráter
processual, compreendendo assim, o caráter da realidade social e fazendo dela o ponto de partida
da pesquisa científica sobre determinado tema (Günther, 2006).
Na pesquisa qualitativa os indivíduos podem revelar a intensidade de seus sentimentos,
atitudes e pensamentos e assim possibilita ao pesquisador compreender os estados subjetivos e a
variabilidade dos comportamentos. A área das ciências sociais faz constantemente a utilização
desse método, visando analisar o desenvolvimento do indivíduo ou de grupos estudando o
comportamento destes (Gil A., 2010; Günther, 2006).
Esse tipo de análise pode ser realizado com amostras compostas por poucos participantes
que representem uma determinada subpopulação e suas características. A abordagem qualitativa
tem como objeto de estudo a ênfase na totalidade do indivíduo, assim como no contexto no qual
está inserido. Além da influência de valores de pesquisa, ocorre o envolvimento emocional do
pesquisador com seu tema de investigação e a aceitação de tal envolvimento também é parte da
pesquisa, pois há entre pesquisador e objeto de estudo uma interação dinâmica (Turato, 2005).
54
3.1 Participantes
A amostra foi realizada por conveniência composta por 15 participantes do gênero
feminino, cuidadoras formais domiciliares de idosos, ou seja, funcionárias contratadas e
remuneradas para exercer o cuidado a uma pessoa idosa. O critério de inclusão para participação
neste estudo foi que essas cuidadoras tivessem idades entre 25 e 59 anos, estivessem trabalhando
com o mesmo idoso há pelo menos seis meses, com carga horária de no mínimo seis horas por dia
e cinco dias por semana.
3.2 Instrumentos e Procedimentos
Inicialmente o projeto foi apresentado ao Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade São
Judas Tadeu (USJT), obtendo autorização com parecer de número 843.201 e CAAE:
37330514.4.0000.0089, de acordo com o requerido na Resolução 466/12 de 11 e 12 de dezembro
de 2012 (Anexo I). Para que fosse verificado se os instrumentos estavam adequados à proposta da
pesquisa, foi realizado um Projeto Piloto com a participação de três (03) cuidadores formais
domiciliares de idosos, do gênero feminino, que atenderam aos critérios de inclusão. Após a
realização do Projeto Piloto, ficou estabelecido que os instrumentos estavam compatíveis com a
proposta da pesquisa, não sendo necessário nenhum tipo de ajuste, desta maneira, as participantes
do Projeto Piloto foram incluídas na amostra final.
Em primeiro lugar foi feito um contato telefônico com as participantes que foram indicadas
por pessoas do conhecimento da pesquisadora, nesse momento foram esclarecidos os objetivos da
pesquisa e posteriormente foram agendadas as entrevistas no local, hora e data estipulados por elas,
de modo a garantir sua comodidade e privacidade. A pesquisadora foi até o local estabelecido pelas
participantes e a entrevista e as atividades tiveram a duração de aproximadamente uma hora e meia.
Nesta ocasião foi lido o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), que foi assinado
por cada participante em duas vias (Apêndice A), uma via ficou com a participante e a outra com
a pesquisadora e foi aplicado o roteiro de caracterização dos participantes (Apêndice B).
Em seguida foi realizado o Procedimento Desenhos-Estórias com Tema (Aiello-Vaisberg,
1995) (Apêndice C), que consistiu em solicitar que as participantes fizessem dois desenhos
utilizando lápis grafite em duas folhas de sulfite, sendo possível o uso de uma borracha, que foi
apresentada juntamente com o material proposto para a atividade e contar uma história sobre cada
55
um dos desenhos. Para que fosse realizado o primeiro desenho foi dada a seguinte instrução:
“desenhe um idoso nos dias de hoje” e em seguida “conte uma história sobre esse desenho que
você fez”. Para realização do segundo desenho foi dada a seguinte instrução: “desenhe uma pessoa
que trabalhe com idosos” e em seguida: “conte uma história sobre esse desenho que você fez”.
O Procedimento Desenhos-Estórias com Tema (Aiello-Vaisberg, 1995) é derivado do
Procedimento denominado Desenho-Estória criado em 1972, por Walter Trinca. Este
Procedimento, que no início era uma técnica de investigação clínica da personalidade tornou-se um
recurso de compreensão em largo espectro. Atualmente está sendo aplicado em diversas áreas do
conhecimento, assim como a odontologia, a psicologia educacional e social, sendo utilizado por
várias especialidades da área médica e hospitalar, bem como também o setor judiciário (Trinca,
2013).
O procedimento Desenhos-Estórias com Tema (Aiello- Vaisberg, 1995), é um
procedimento clínico, que ao ser aplicado visa facilitar a comunicação emocional em contexto
intersubjetivo ou em grupos de pessoas, buscando-se compreender a representação social e o
imaginário coletivo com relação à temática abordada, como também analisar os aspectos
emocionais do ato de cuidar. O conceito de representação social consiste numa percepção de
realidade que é compartilhada por um grupo social e serve para explicar o conceito que se tem
sobre determinado assunto. Esse conceito sofre a influência de aspectos socioculturais e sua
compreensão vai fornecer subsídios para uma atuação profissional. Pode ser denominado como
saber natural e senso comum, que está continuamente sendo recriado. (Gil, 2005). 1
De acordo com Ribeiro P. (2015), David Émile Durkheim, juntamente com Max Weber
estudioso do individualismo, foi um dos criadores da sociologia, tornando-a uma matéria
acadêmica. Foi o primeiro a trazer o conceito de que o ser humano é educado de acordo com a
sociedade em que vive e que ocorrem fenômenos que devem ser analisados com técnicas sociais.
Ele foi também quem utilizou a expressão “representação coletiva”, mostrando que a consciência
1 Anos mais tarde, Aiello-Vaisberg substituiu o termo Representação Social por Imaginário Coletivo, porém
ambos os termos têm definição semelhante, pois dizem respeito a um conjunto de memórias, símbolos e conceitos
compartilhados por indivíduos pertencentes a mesma comunidade, servindo para explicar os conceitos sobre um
determinado assunto (Aiello-Vaisberg & Ambrosio, 2013).
56
individual pode ser influenciada pela consciência social, que por sua vez, é soma das consciências
individuais das várias pessoas que compõem uma sociedade.
A noção de “representação coletiva” ou “representação social”, que pertencia ao campo da
sociologia, foi ampliada para a vertente psicanalítica por Moscovici (1978 p. 26, citado por Gil
2005), que a conceitua da seguinte forma: “uma modalidade de conhecimento particular que tem
por função a elaboração de comportamentos e a comunicação entre indivíduos” (p.26). Esse
conceito dá a visão de que as representações sociais podem diminuir a angustia existencial, pois dá
ao indivíduo um sentimento de familiaridade aos comportamentos realizados por ele e observados
na sociedade em que vive.
Ainda segundo a autora, Moscovici também traz o conceito de que sendo esse um processo
relacional e dinâmico, não é apenas uma mera produção de comportamentos, e sim, um conjunto
gerado pela interação do indivíduo com seu meio social. Essa ideia corrobora ao pensamento de
Bleger (1977, p. 258, citado por Gil 2005), que afirma: “as representações sociais corresponderiam
a um grupo particular de condutas, definidas por ocorrerem na área mental e em âmbito
sociodinâmico, na medida em que correspondem a manifestações simbólicas de subjetividades
grupais. ” (p.258).
De acordo com Tardivo (2013), a utilização da técnica de Desenhos-Estórias com Tema
pode facilitar a compreensão de como o indivíduo concebe cada situação que ocorre em seu grupo,
e se esta forma de entender as coisas pode lhe provocar algum sofrimento. O uso desse
Procedimento, porém, não permite realizar um psicodiagnóstico mais amplo, como acontece em
outras técnicas com desenho. O Procedimento Desenhos-Estórias com Tema pode ser usado em
atendimentos de contexto grupal, clínico e institucional, além dos atendimentos individuais,
visando enfrentar as limitações desse tipo de atendimento e proporcionar um ambiente terapêutico
favorecedor.
Gil e Tardivo (2007) utilizaram o procedimento de Desenhos-Estórias com Tema para
compreender a concepção de doença mental entre alunos de graduação em Psicologia. Segundo as
autoras, esse procedimento tem sido de extrema valia, para auxiliar nos processos de compreensão
das características psíquicas e compreender a Representação Social que os indivíduos têm sobre
determinado tema. Ao alcançar esta compreensão pode-se traçar estratégias para lidar com o
57
sofrimento humano, embora esta técnica não tenha a finalidade de realizar um psicodiagnóstico,
pode ajudar a compreender como os indivíduos entendem determinada situação.
Tardivo (2007) utilizou também esse procedimento em seu estudo de Livre Docência,
quando realizou Consultas Terapêuticas Grupais com jovens indígenas aculturados residentes no
norte do país. Em sua pesquisa, o Procedimento de Desenho-Estórias com Tema foi utilizado não
somente para a compreensão da representação da adolescência, mas também como mediador nos
encontros terapêuticos, favorecendo o encontro entre o psicólogo e os jovens e a expressão do
sofrimento emocional dos participantes.
Esse Procedimento tem sido uma ferramenta muito importante para que se conheça qual a
percepção que cada indivíduo tem a respeito de seu papel em um determinado grupo social, e
utilizado com outros instrumentos, seus resultados podem colaborar para a formulação de
intervenções. Parente, Leoncio e Tardivo (2006), realizaram um estudo com uma mãe social
responsável por crianças internas em sete unidades de abrigamento, buscando compreender qual a
percepção que ela tinha de seu papel social. Foi observado que a percepção dessa mãe era de que
as crianças abrigadas eram totalmente indefesas, e ela por sua vez, teria que ser a supridora imediata
de todas as necessidades que elas apresentassem. Para dar conta dessa demanda, ela se achava no
dever de compensar essas carências, abrindo mão muitas vezes de sua própria vida e família. Após
os resultados e aplicada uma intervenção, a participante teve a percepção de que as crianças tinham
suas próprias defesas e sendo assim, ela poderia dedicar maiores cuidados a sua vida de maneira
geral.
Rodrigues e Aiello-Vaisberg (2014), utilizou o Procedimento de Desenhos-Estórias.com
Tema, para investigar o imaginário coletivo de adolescentes quanto ao esporte, mostrando que esse
Procedimento também pode ser interventivo, pois pode facilitar o contato entre o psicoterapeuta e
o adolescente ou grupo com o qual esteja trabalhando. Para Aiello-Frenandes, Assis, Silva, Leão e
Aiello-Vaisberg (2014), há uma grande versatilidade na utilização do Procedimento Desenhos-
Estórias com Tema, inclusive permitindo a comparação dessa técnica com outras, visando
complementar os resultados das análises. A escolha desse tipo de técnica se dá devido à propriedade
dos procedimentos com desenho permitirem a expressão de atitudes e emoções, sem que seja
necessário o uso da linguagem verbal.
58
Buscando compreender o imaginário coletivo de adolescentes sobre gravidez precoce,
Pontes, Barcelos, Tachibana e Aielo-Vaisberg (2010), utilizaram o Procedimento Desenhos-
Estórias com Tema, com intuito de ultrapassar a opinião que elas tinham a respeito do tema e seu
plano de percepção consciente. Como resultado foi observado que para aquelas adolescentes a
gravidez precoce era tida como um castigo, pelo crime de terem se relacionando sexualmente. Para
Ambrosio (2013), o Procedimento Desenhos-Estórias com Tema pode ser utilizado no acontecer
clínico buscando a compreensão de representações sociais, pois é apresentativo-expressivo e de
natureza dialógica.
Esse Procedimento pode ser aplicado em pessoas das mais variadas faixas etárias, níveis
sociais, culturais e quaisquer condições psicopatológicas. Pode ser analisado por uma pessoa que
não participou da aplicação, além de poder ser realizado tanto de forma individual, quanto coletiva,
em grupos de pessoas com diferentes características (Russo, Couto e Aiello-Vaisberg, 2009).
Foi realizada também uma entrevista semidirigida (Apêndice D), composta por oito
questões elaboradas pela pesquisadora, para levantamento de informações a respeito das
participantes. A entrevista semidirigida permite que se obtenham dados objetivos e subjetivos de
cada participante, pois por meio dela o pesquisador pode entrar em contato com aspectos que não
são possíveis dentro de uma observação normal. Analisando o conteúdo das respostas podem ser
levantados os pensamentos, as intenções e os sentimentos das participantes do estudo (Volpato,
2015). As entrevistas foram gravadas em áudio (MP3) e posteriormente transcritas pela
pesquisadora. Esses dados foram transferidos para uma mídia de CD e apagados do aparelho.
Por fim, foi aplicada a Escala de Qualidade de Vida WHOQOL-Bref (Brief version of World
Health Organization Quality of Life questionnaire), (The WHOQOL Group, 1998), (Anexo II),
composta por 26 questões, na busca de compreender como se sentiam as cuidadoras com relação a
sua qualidade de vida. Essa escala é do tipo Likert, com pontuação de 1 a 5, sendo que nas questões
3, 4 e 26, pertencentes aos Domínios Físico e Psicológico, os valores são invertidos. Após a
inversão da pontuação o valor de cada afirmativa foi padronizado entre 0 e 100 e utilizada a média
aritmética simples.
A escala WHOQOL-Bref é um instrumento genérico usado para fazer a aferição da
qualidade de vida, e se trata da abreviação da escala de qualidade de vida WHOQOL-100 (World
Health Organization Quality of Life), que se mostrou muito eficiente em suas propriedades
59
psicométricas, porém, devido à grande quantidade de perguntas, passou a demonstrar várias
limitações para o uso prático. Diante disso, foi criada a Escala WHOQOL-Bref contando com uma
pergunta mais geral de um item de cada uma das 24 facetas da WHOQOL-100, mas que
compreendem uma avaliação abrangente e ampla, formando um domínio coeso de interpretação e
podendo ser um constructo com boa validade (Power, 2008). O instrumento pode ser auto
administrado pelo participante sob a supervisão do pesquisador, ou totalmente administrado pelo
pesquisador, sendo realizada a leitura das questões sem alteração das frases originais
(Chachamovich & Fleck, 2008; Power, 2008). Assim, o WHOQOL-Bref é composto de quatro
domínios e duas questões gerais de qualidade de vida e percepção da saúde:
Domínio Físico
Domínio Psicológico
Domínio Relações Sociais
Domínio Meio Ambiente
Q 1- Qualidade de Vida
Q 2- Percepção geral da saúde
3.3 Plano de Análise dos Dados
As informações levantadas foram analisadas de forma qualitativa. Foi utilizada a análise de
conteúdo de Bardin (2011), técnica que procura condensar o volume amplo de todas as informações
que estão compreendidas, ressaltando categorias conceituais. Na análise realizada, com base na
entrevista e histórias relativas aos desenhos solicitados, foi buscado organizar as falas e agrupar as
palavras em unidades de significados, em seguida foi feita uma reflexão sobre qual o sentido
daquelas palavras para as participantes. Para fazer a análise de conteúdo em suas diferentes fases é
preciso organizá-las em três polos cronológicos:
Pré-análise: que corresponde à fase de organização do material coletado, síntese do conteúdo e
operacionalização das ideias iniciais.
Exploração do material: realizam-se várias leituras do material para que se façam as comparações
e decodificações. Nesse momento, é necessária a leitura exaustiva de um mesmo material, para que
sejam identificados os dados relevantes, na busca de elaborar categorias e unidades de significado.
60
Tratamento dos resultados, inferência e interpretação: os dados brutos passam por um tratamento
de forma a serem significativos e válidos.
É importante ressaltar ainda que, além do acima exposto, na análise qualitativa foi levado
em conta o conjunto da produção Desenhos-Estórias com Tema. Com isso objetivou-se analisar
não só as histórias segundo o método de Análise de Conteúdo de Bardin (2011), mas também as
características desse conjunto, considerando dessa forma, também os desenhos.
Para organizar as Categorias Temáticas e as Unidades de Significado foi levada em conta a
frequência com que cada característica era apresentada na fala de cada participante e em trechos
das histórias. Mesmo que uma participante tenha pronunciado mais de uma frase numa determinada
Unidade de Significado, só foi representada uma vez, podendo-se observar nas Unidades de
Significado que o número de frequências normalmente é maior que o número de participantes.
3.3.1 Análise Estatística
Foi utilizada estatística descritiva (Frequência, Média, Desvio Padrão, valores Mínimo e
Máximo), para apresentar os resultados da pontuação da Escala de Qualidade de Vida WHOQOL-
Bref. Foram utilizados os testes de Correlações de Spearman (rs), para verificar a correlação entre
as respostas de cada par de Juízes e foi utilizado o teste de Kendall (W), para verificar a
concordância entre todos os Juízes. Esses dados foram compilados com o uso do software
Statístical Package for the Social Science- SPSS versão 21 e os níveis de significância considerados
neste estudo foram de 5%.
3.3.2 Juízes
Para a realização da Análise do Conteúdo de Bardin (2011), os dados coletados no projeto
foram avaliados e submetidos a uma análise de concordância de categorias, com a participação de
três (3) juízes. O Juiz 1, uma Psicóloga, mestranda em Ciências do Envelhecimento; Juiz 2 uma
Psicóloga docente universitária e mestranda em Ciências do Envelhecimento e Juiz 3, uma
Enfermeira Especialista, Mestre em Ciências do Envelhecimento. Os resultados referentes à
análise de concordância, bem como, a descrição do trabalho dos juízes, são apresentadas nos
resultados, discussão e nos anexos. Para comparação dos resultados dos testes de concordância dos
juízes, foi utilizado o software Statístical Package for the Social Science- SPSS versão 21.
61
CAPÍTULO 4
4- Resultados e Discussão
Os dados encontrados na pesquisa foram apresentados em tópicos, para facilitar a
compreensão dos resultados, segundo a seguinte ordem: Caracterização dos Participantes,
Caracterização dos Idosos Cuidados, Medidas de Qualidade de Vida dos Participantes, Análise das
Categorias da Entrevista semidirigida, Análise do conjunto do Procedimento Desenhos-Estórias
com Tema, Análise das Categorias dos Desenhos-Estórias com Tema.
4.1 Caracterização dos Participantes da pesquisa
O Estudo foi realizado com a participação de quinze cuidadoras e para que fosse
mantido o sigilo sobre suas verdadeiras identidades, optou-se pelo uso de pseudônimos utilizando-
se nomes de flores. Para uma melhor compreensão da caracterização dos participantes e buscando
compreender o ambiente no qual trabalham, foram feitas duas figuras: Figura 1, na qual os dados
são apresentados de acordo com o gênero, idade, estado civil, escolaridade, formação, tempo de
serviço, número de idosos que cuida e a carga horária diária de trabalho e Figura 2, na qual são
apresentados os dados dos idosos cuidados, de acordo com o gênero, estado civil, faixa etária,
nível de escolaridade, grau de dependência e número de filhos que esses idosos tem e com quem
residem:
62
De acordo com os dados sociodemográficos encontrados nesta amostra, 100% das
participantes é do gênero feminino. Embora nos critérios de inclusão estivesse prevista a
participação de cuidadores de ambos os sexos, apenas cuidadoras foram encontradas para fazer
parte deste estudo. Uma característica marcante encontrada nas pesquisas voltadas a cuidadores de
idosos, tanto informais quanto formais, é a predominância do gênero feminino na execução desta
função. Pesquisas como as de Novelli, Nitrini e Caramelli (2010), Küchemann (2012), Araújo et
al. (2013), entre outros, revelam que mesmo diante das mudanças no contexto sociocultural, ainda
Figura 1. Caracterização dos Participantes
Participante Gênero Idade Estado
Civil
Escolaridade Formação Tempo
de
Serviço
Número
de
Idosos
que
Cuida
Carga
Horária
Diária
Acácia Fem. 38 Solteira Ensino
Superior
Incompleto
Auxiliar de
Enfermagem
8 meses 01 12
Horas
Alfazema Fem. 59 Casada Ensino
Fundamental
Nenhuma 5 anos 01 8 Horas
Amarílis Fem. 40 Solteira Ensino Médio Nenhuma 6 meses
e meio
01 9 Horas
Begônia Fem. 45 Casada Ensino Médio Técnica em
Enfermagem
6 meses 01 12
Horas
Camélia Fem. 57 Casada Ensino Fundamental
Nenhuma 5 anos 01 10 Horas
Dália Fem. 45 Casada Ensino Médio Auxiliar de
Enfermagem
8 meses 03 12
Horas
Estrelitzia Fem. 44 Divorcia
da
Ensino
Fundamental
Cuidadora
de Idosos
1 ano e
6 meses
01 9 Horas
Gardênia Fem. 42 Divorcia
da
Ensino
Fundamental
Nenhuma 1 ano 01 9 Horas
Gérbera Fem. 55 Divorcia
da
Ensino Médio Cuidadora
de Idosos
1ano e
2 meses
01 8 Horas
Giesta Fem. 28 Solteira Ensino
Superior
Enfermeira/
Cuidadora
de Idosos
6 meses 01 12
Horas
Glicínia Fem. 58 Casada Ensino Médio Técnica em
Enfermagem
/ Cuidadora
de Idosos
6 meses
e meio
01 9 Horas
Lavanda Fem. 53 Casada Ensino
Fundamental
Nenhuma 1 ano e
3 meses
01 10
Horas
Margarida Fem. 30 União Estável
Ensino Médio Protética em Órteses
7 meses 01 9 Horas
Rosa Fem. 44 Solteira Ensino Médio Técnica em
Enfermagem
8 meses 01 12
Horas
Violeta Fem. 59 Viúva Ensino
Fundamental
Nenhuma 8 anos 01 10
Horas
63
há uma forte influência no imaginário social de que o cuidado deve ficar sob a responsabilidade
das mulheres, seja de crianças, enfermos da família ou idosos dependentes.
Observou-se também que sete cuidadoras são casadas e as demais participantes dividem-se
em quatro solteiras, três divorciadas e uma viúva. Exceto por Giesta, todas as outras participantes
relataram ter uma segunda jornada de trabalho e suas casas. Esse fator pode acarretar um nível
maior de estresse, pois em um momento encontram-se expostas às demandas do cuidado ao idoso
fragilizado e num segundo momento, devem dar conta das tarefas domésticas de maneira geral
(Guimarães et al., 2011).
Quanto a faixa etária, 11 das 15 participantes tinham idades entre 41 e 59 anos,
correspondendo a 73,4% da amostra, revela que embora o trabalho exija um preparo físico e
implique num desgaste físico muito grande, mulheres de meia idade são contratadas para a função
e aparentam dar conta da demanda. Em estudo realizado por Silva, Machado, Ferreira e Rodrigues
(2015), com cuidadores de idosos em ILPIs, a faixa etária predominante foi de 40 a 49 anos.
Segundo os autores essa faixa etária seria considerada adequada para a contratação de cuidadores
e que passando disso não seriam indicados, devido principalmente ao esforço físico que demanda
o cuidado de um idoso com dependência, principalmente na realização das atividades de vida
diária. Quanto às cuidadoras formais domiciliares desta pesquisa, pode-se observar que seis
participantes têm idades entre 53 e 59 anos, e alegam que de modo geral, sentem-se dispostas e tem
vigor para lidar com as demandas dos idosos sob seus cuidados.
A análise do nível de escolaridade das participantes do estudo indicou que a maioria delas
possuem nível fundamental e médio completos, somando 86,6% da amostra. Observou-se que
apenas Giesta possui nível superior em Enfermagem e Acácia não completou sua graduação em
Fisioterapia, faltando um semestre para terminar. Essa característica da amostra também foi
observada no Estudo realizado por Manna (2013), sobre cuidadores designados para cuidar de
idosos em tratamento ambulatorial em domicílio, no qual todas as participantes eram mulheres, e,
em geral, tinham seu grau de escolaridade chegando ao máximo a concluir o Ensino Médio.
Observando as semelhanças destes dois estudos: o de Manna (2013) e a presente pesquisa,
tanto a faixa etária, quanto o nível de escolaridade das participantes encontrados foram muito
parecidos, podendo-se inferir que esse fator pode ter ocorrido devido à dificuldade que se tinha há
64
20 ou 30 anos atrás, em que se concluísse o nível superior. Ainda mais no que diz respeito às
mulheres, tanto pelas condições econômicas, quanto pelos padrões culturais da época, no qual
casavam-se cedo e tinham filhos, fazendo com que a volta aos estudos ficasse inviável ou fosse
adiada por tempo indeterminado. Sendo assim, cuidar de idosos torna-se uma boa opção de
trabalho, pois dá continuidade à rotina de cuidados já estabelecida.
No que se refere à preparação para cuidar de idosos, observou-se que 60% das participantes
tinham algum tipo de preparo para exercer a função, fosse com cursos de enfermagem, curso de
cuidadores, ou mesmo no caso de Margarida, que fez um curso em Órteses e Próteses, que segundo
ela, lhe deu conhecimentos sobre a anatomia humana, ajudando-a nos cuidados com idosos, porém
40% delas não tinham nenhum tipo de formação. No Estudo de Souza, Vitorino e Ninomya (2015),
é ressaltado que devido ao profissional especializado ter um custo muito alto, ainda se opta por
profissionais não capacitados, mas dispostos a assumir as responsabilidades do cuidado, mas se
torna imprescindível que haja uma especialização desses profissionais, visando uma melhor
prestação desses serviços e o adiamento de uma possível institucionalização, que ainda é
considerado um tabu na sociedade brasileira.
Para Martins e Mello (2013), os custos para manter esse profissional que já é alto, tende a
piorar, dependendo do seu grau de qualificação, tornando sua admissão inviável ao contratante, e
assim, ocorre a busca por profissionais menos capacitados. Neste estudo, das quinze participantes,
apenas Estrelitzia e Gérbera fizeram especificamente um curso de cuidadoras de idosos, já Giesta
e Glicínia, o fizeram como aperfeiçoamento, para lidar com o idoso com mais conhecimento
técnico, além dos conhecimentos em enfermagem que já possuíam.
De acordo com Siewert et al. (2014), nos dias atuais, embora sejam admitidas pessoas sem
preparo para exercer a função, ainda há uma tendência na contratação de cuidadores com
conhecimentos específicos e experiência na área da enfermagem. Comparando os estudos de
Siewert et al. (2014) e Kawasaki (2001a e 2001b), que buscaram traçar o perfil do cuidador de
idosos, mesmo com o decorrer de vários anos, ter algum curso na área de enfermagem, torna-se
um diferencial para quem quer se candidatar a uma vaga como cuidador de idosos. Esse fato foi
trazido por Gérbera, Estrelitzia e Margarida, que pretendem fazer um curso de enfermagem, pois
relataram que ao procurarem emprego, são questionadas se possuem algum curso de enfermagem.
65
Essa característica é confirmada na fala de Estrelitzia: “Quando você está procurando emprego, a
primeira coisa que eles perguntam é se você tem enfermagem, então eu pretendo ter.”
Quanto ao tempo de serviço, foi observado que oito, das quinze participantes, ou seja,
53,3% delas estavam trabalhando a menos de um ano com o idoso, o que foi uma grande limitação
deste estudo: encontrar participantes que estivessem trabalhando com o mesmo idoso há pelo
menos seis meses. Durante o período de contatos com as participantes, em vários momentos foi
necessário dirigir-se aos familiares contratantes, para obter permissão para que fosse realizada a
entrevista com suas funcionárias, muitas vezes em seu ambiente de trabalho. Neste momento, uma
queixa trazida pelas contratantes com idosos que possuem alto grau de dependência, foi que as
cuidadoras não permaneciam por muito tempo no trabalho, não importando o que fosse feito para
lhe garantir um bom ambiente de trabalho.
Buscando caracterizar o idoso cuidado, a Figura 2 apresenta de forma mais detalhada os
dados sóciodemográficos dos idosos atendidos pelas participantes, de acordo com o gênero, estado
civil, faixa etária, nível de escolaridade, grau de dependência e número de filhos que esses idosos
têm e com quem residem:
66
Figura 2. Caracterização dos idosos cuidados
Idoso e
Cuidador
Gênero Idade Estado
Civil
Escolaridade Grau de
Dependência
Número
de
Filhos
Reside com
quem
Idoso 1
Acácia
Fem. 75 Casada Ensino
Fundamental
Médio 03 Esposo
Idoso 2
Alfazema
Fem. 88 Viúva Ensino
Fundamental
Alto 02 Filha
Idoso 3
Amarílis
Fem. 74 Viúva Ensino
Fundamental
Médio 03 Sozinha
Idoso 4
Begônia
Fem. 93 Viúva Ensino
Médio
Alto 02 Nora e Neta
Idoso 5
Camélia
Fem. 78 Viúva Ensino
Superior
Baixo 02 Sozinha
Idoso 6
Dália
Masc. 64 Divorciado Ensino
Superior
Baixo 01 Mãe e Irmã
Idoso7
Estrelitzia
Fem. 77 Viúva Ensino
Médio
Médio 02 Cuidadora
Idoso 8
Gardênia
Fem. 88 Casada Ensino
Fundamental
Médio 03 Esposo
Idoso 9
Gérbera
Fem. 81 Viúva Ensino Fundamental
Alto 04 Filha
Idoso 10
Giesta
Fem. 93 Viúva Ensino
Médio
Alto 02 Nora e Neta
Idoso 11
Glicínia
Fem. 85 Casada Ensino
Fundamental
Médio 00 Esposo
Idoso 12
Lavanda
Fem. 92 Viúva Ensino
Fundamental
Baixo 04 Sozinha
Idoso 13
Margarida
Masc. 94 Viúvo Ensino
Fundamental
Médio 03 Filha e
Neto
Idoso 14
Rosa
Fem. 81 Viúva Ensino Médio
Médio 02 Sozinha
Idoso 15
Violeta
Fem. 72 Viúva Ensino
Médio
Médio 02 Sozinha
Segundo os dados sóciodemográficos levantados nesta amostra, quanto ao gênero,
observou-se que dos 15 idosos cuidados, 13 são mulheres, correspondendo a 86,6% dos idosos.
Esses dados revelam uma tendência mundial, na qual as mulheres têm alcançado maior longevidade
em relação ao homem, o que faz com que na grande maioria dos casos o número de mulheres
cuidadas seja bem maior do que de homens. Essa característica se confirma ao observar que quanto
ao estado civil dos idosos, 10 idosas eram viúvas, havendo nesta amostra a participação de dois
idosos, apenas um deles era viúvo. Esse dado vai ao encontro da literatura consultada, que mostra
67
em vários estudos o fenômeno da feminização da velhice, no qual a quantidade de mulheres
longevas é maior que de homens (Kemp et al., 2012 & Almeida et al., 2015).
Pode-se observar que nove idosos cuidados tinham idades entre 80 e 95 anos e cinco deles
tinham mais que 70 anos, totalizando 93,3% dos participantes, mostrando que os idosos estão
alcançando faixas etárias cada vez maiores, e devido ao grau de dependência, necessitando de
cuidados especiais. No estudo realizado por Lourenço et al. (2012), ressaltou-se que com o aumento
da longevidade há a diminuição das capacidades funcionais e com isso, a necessidade de cuidados
especializados fica maior. Diante deste fato, há uma preocupação muito grande entre as equipes
multidisciplinares de saúde, em desenvolver estratégias de intervenções, buscando orientar a
família e cuidadores quanto a ministração de medicamentos, medidas de prevenção e limitação de
incapacidades, visando uma melhor qualidade de vida aos idosos com idade muito avançada.
Quanto ao nível de escolaridade dos idosos cuidados, observa-se que 53,4% deles tem
apenas o ensino fundamental. Por questões históricas, econômicas e socioculturais, pode-se
observar que na população mais idosa eram poucos os casos nos quais a pessoa conseguia chegar
até o fim do ensino médio e havia uma probabilidade ainda menor de ingresso e conclusão no nível
superior, o qual encontra-se apenas em 13,3% dos idosos cuidados. Lourenço et al. (2012),
pontuam que quanto maior o nível de escolaridade tende a ser menor o grau de incapacidade
funcional, pois o idoso bem instruído tem uma melhor compreensão das mudanças ocorridas em
seu organismo, e assim, busca tratamento médico, enquanto que os idosos analfabetos e com baixa
escolaridade, sofrem pela falta de informação tanto a respeito dessas mudanças, quanto como
encontrar assistência para lidar com essas questões.
De acordo com o levantamento do grau de dependência dos idosos cuidados, observou-se
que oito idosos têm grau de dependência médio, correspondendo a 53,3% deles, quatro (26,6%)
sofrem com um grau de dependência muito alto e dos três idosos (20%) que possuem bastante
autonomia, dois sofrem de alguma demência e uma pela idade muito avançada, 92 anos, tem
problemas cardíacos e necessita ser observada diuturnamente. Esse fato pode levar a inferir que,
de maneira geral, a família busca contratar um cuidador formal, quando observa que o idoso
realmente não tem condições de se manter sozinho.
68
No Estudo realizado por Borges et al. (2015), buscou-se compreender como se apresentam
os graus de dependência. Considera-se que o grau leve corresponde ao idoso que tem uma boa
autonomia para realizar suas atividades, o grau médio corresponde ao idoso que pelas mais diversas
razões teve um comprometimento na sua capacidade funcional e por isso depende do cuidador para
realizar várias atividades, entre elas, as atividades básicas e instrumentais de vida diária e o grau
alto, que corresponde ao idoso acamado, com suas funções totalmente debilitadas, sendo
integralmente dependente do cuidado de outros para realização de todas as suas atividades.
O resultado obtido neste estudo, quanto a maioria dos idosos terem grau de dependência
média, vai ao encontro das projeções para a população brasileira, pois de acordo com as previsões
do IBGE (2013), o número de idosos com 65 anos ou mais em 2020 será de 13,5%, numa população
de 212 milhões de habitantes. Com isso, pode-se esperar que quanto mais altas as faixas etárias,
seja cada vez maior o grau de dependência do idoso, fazendo com que os cuidadores necessitem
de um preparo mais específico, para dar-lhes maior suporte.
Quanto ao número de filhos observou-se que 46,7% dos idosos tiveram dois filhos, fato que
corresponde a uma das características da transformação cultural que ocorreu entre os séculos XX
e XXI, na qual há um maior controle da natalidade, maior igualdade entre os sexos e redução do
número de filhos por família. Por outro lado, o fato de as famílias serem cada vez menores, podem
fazer com que os idosos nem sempre, possam contar com um filho para realizar seus cuidados no
período de envelhecimento (Teixeira e Rodrigues, 2009).
4.2 Medidas de Qualidade de Vida dos Participantes
Buscando conhecer qual a concepção que as cuidadoras têm de sua própria qualidade de
vida, foi aplicada a escala de qualidade de vida WHOQOL-Bref, como mostra a Tabela 1:
69
Tabela 1. Domínios da Escala de Qualidade de Vida WHOQOL-Bref das participantes
N Mínimo Máximo Média Desvio Padrão
Domínio 1 Físico
15
35,71
89,29
64,05
15,06
Domínio 2 Psicológico
15 41,67 83,33 60,01 12,26
Domínio 3 Relações Sociais
15 33,33 100,00 63,96 20,88
Domínio 4 Meio Ambiente
15 31,25 100,00 55,63 18,61
Q1
15 50,00 100,00 73,33 14,84
Q2
15 25,00 100,00 63,33 28,14
Para análise dos resultados da escala WHOQOL-Bref, deve-se levar em conta que quando
mais próxima a pontuação for de 100, maior será a percepção de qualidade de vida das cuidadoras.
A questão Q1 que trata especificamente da Auto avaliação da Qualidade de Vida, obteve maior
pontuação, demonstrando que as participantes, em geral, têm uma boa concepção de sua qualidade
de vida. Quanto a questão Q2, que diz respeito a percepção geral da saúde, mesmo tendo um
resultado menor que a percepção da qualidade de vida, ainda assim foi alta, mostrando que de modo
geral as participantes avaliam que sua condição de saúde está boa.
Segundo a OMS, o conceito de qualidade de vida é muito mais amplo, porque engloba toda
a concepção que as cuidadoras têm de sua capacidade para lidar com todos os aspectos de sua vida.
Entre eles, o contexto cultural no qual vivem, as relações sociais e com seu entorno, suas
expectativas futuras e a maneira como elas se posicionam na vida, como um todo, e não apenas sua
carreira profissional (Reis, Neri, Araújo, Lopes e Cândido, 2015).
No que se refere aos domínios, o Domínio Físico obteve uma pontuação mais elevada que
os demais, mostrando que as participantes sentem-se com energia suficiente para lidar com as
atividades do dia a dia. Observando a pontuação alcançada nos Domínios Relações Sociais e
Psicológico, pode-se inferir que a relação com o idoso, a família do idoso, sua própria família e a
70
maneira como as cuidadoras lançam mão de seus recursos psicológicos, podem influenciar para a
melhoria de sua percepção sobre a qualidade de vida.
Quanto ao Domínio Meio Ambiente, que corresponde a segurança física, recursos
financeiros, oportunidades de lazer e recreação, aos meios de transporte, ente outros, as
participantes tiveram uma pontuação mais baixa, se comparada às demais, mas ainda assim,
representa uma média satisfatória com 55,63 de pontuação. Mostrando assim, que mesmo diante
das dificuldades encontradas, as participantes conseguem buscar estratégias para contorna-las,
pois, a qualidade de vida do cuidador pode estar associada as condições de salubridade em que
vive, seu tipo de moradia, os meios de transporte que utiliza e as condições de seu ambiente de
trabalho.
No Estudo realizado por Reis et al. (2015), com cuidadores formais que trabalham em
ILPIs, no qual foi aplicada a escala WHOQOL-Bref, também foi observada a menor pontuação no
Domínio Meio Ambiente. As autoras pontuam que os dados sociodemográficos podem estar
diretamente ligados a baixa pontuação nesse domínio, ressaltando que é necessário que as
cuidadoras consigam se ajustar ao ambiente, visando proteger sua saúde e obter uma melhor
qualidade de vida, pois essas características tem contribuído negativamente.
Ao comparar os Estudos com cuidadores de idosos, nos quais foi aplicada a escala de vida
WHOQOL-Bref, como os de Coura et al. (2015), que trata de cuidadores familiares a idosos
octogenários, Anjos et al. (2015), com cuidadores familiares auxiliados pela Equipe de Saúde da
Família (ESF) e de Reis et al. (2015), que pesquisou sobre cuidadores formais em ILPIs, pode-se
observar que nos estudos com cuidadores familiares os Domínios obtiveram pontuações baixas,
enquanto que os estudos envolvendo cuidador formais contratados, incluindo a presente pesquisa,
tiveram pontuações bem superiores, reforçando mais uma vez a ideia de que quando o profissional
é contratado para cuidar de idosos dependentes, tem os fatores estressantes como parte de suas
funções e por isso, conseguem lidar melhor com eles, sofrendo um abalo menor em seu conceito
de qualidade de vida.
A Tabela 2, mostra os valores dos escores dos domínios da escala WHOQOL-Bref obtidos
por cada participante. Foram incluídos nesta tabela os valores correspondentes às questões Q1 e
71
Q2, referentes à percepção global da qualidade de vida e satisfação com a saúde, mostrando que
esses resultados reforçam as pontuações obtidas em todos os domínios.
Tabela 2. Medidas de qualidade de vida por participante da escala WHOQOL-Bref
Participantes WHOQOL
Domínio 1
Físico
WHOQOL
Domínio 2
Psicológico
WHOQOL
Domínio 3
Relações Sociais
WHOQOL
Domínio 4
Meio Ambiente
Q1 Q2
Acácia
Alfazema
Amarílis
Begônia
Camélia
75,00
89,29
60,71
71,43
53,57
62,50
83,33
41,87
62,50
54,17
50,00
83,33
100,00
83,33
41,67
50,00
84,38
50,00
46,88
50,00
75,0
75,00
75,00
75,00
75,00
25,00
75,00
25,00
100,00
75,00
Dália
Estrelitzia
Gardênia
Gérbera
Giesta
Glicínia
Lavanda
35,71
53,57
57,14
60,71
75,00
85,71
71,43
41,67
54,17
54,17
54,17
75,00
79,17
62,50
41,67
50,00
75,00
33,33
100,00
66,67
58,33
31,25
56,25
31,25
43,75
100,00
75,00
59,38
50,00
75,00
75,00
75,00
100,00
75,00
50,00
75,00
25,00
75,0
75,00
100,00
75,00
25,00
Margarida
Rosa
Violeta
75,00
50,00
46,43
66,67
50,00
58,33
66,67
58,33
50,00
59,38
43,75
53,14
100,00
50,00
75,00
100,00
50,00
25,00
Ao analisar a pontuação individual da escala WHOQOL-Bref, observou-se que a
participante Alfazema alcançou maior pontuação nos Domínios Físico e Psicológico, se comparada
às demais participantes, no que diz respeito a sua percepção de qualidade de vida nesses dois
domínios. A participante Giesta obteve a pontuação máxima de 100 pontos nos seguintes domínios:
72
Relações Sociais e Meio Ambiente, como também nas questões Q1 e Q2, denotando que ela tem
uma boa percepção de sua qualidade de vida.
Buscando comparar as participantes com uma idade maior em relação às outras e o Domínio
Físico, que aborda questões referentes a energia, dor, desconforto e sono, observou-se que
Alfazema e Violeta, ambas com 59 anos, tiveram pontuações bem diferentes: Alfazema obteve
89,29 e Violeta 46,83. Nos resultados de vários estudos como os de Cruz (2009), Queróz (2013),
Camilo (2015), Esteves P. et al. (2012), Neri, (2013) e Costa et al. (2015), foi observado que cuidar
de um idoso demanda um gasto de energia muito grande e dependendo da estrutura física de cada
um, ocorre um desgaste maior ou menor. No caso dessas duas participantes, analisando
conjuntamente os dados das entrevistas e da escala, pode-se observar que alfazema, que obteve
maior pontuação, deseja mudar de profissão, mas continuar trabalhando como cozinheira ou em
um buffet, enquanto que Violeta deseja parar de trabalhar, demonstrando um desgaste físico maior.
Ainda analisando o Domínio Físico, observou-se que a participante Dália obteve uma
pontuação abaixo da média. Isso pode se justificar pelo fato de ela ter relatado em sua entrevista
que sofre de bronquite e que por essa razão fica muito cansada ao executar suas tarefas. Um dado
que se encontra no estudo de Reis et al. (2015) e vem ao encontro dessa pesquisa, é que a sobrecarga
de trabalho do cuidador tende a afetar sua saúde, devido ao esforço físico e psicológico que é
necessário para que se preste os cuidados à pessoa idosa. Segundo os autores, já havendo doenças
pré-adquiridas esse estado pode vir a se agravar, isso se confirma na seguinte fala de Dália: “Olha,
na parte física o que me atrapalha é que eu tenho bronquite e fico cansada...”.
A participante Amarílis obteve pontuação abaixo da média, em relação ao Domínio
Psicológico que corresponde a questões que tratam de sentimentos positivos, da autoestima, a
capacidade de aprender, sua memória e concentração e a maneira como elas organizam seus
pensamentos. Amarílis relatou em sua entrevista que depois que passou a exercer esta profissão
ficou mais estressada e ansiosa, porque tem que estar sempre em alerta e devido a essa ansiedade,
acaba se alimentando muito e com isso ganhou muito peso, talvez esse fator possa interferir
diretamente em sua autoestima. Essa queixa foi trazida na seguinte fala: “[...] com o estresse eu
acabei ficando [...] mais ansiosa, eu acabei engordando mais”.
73
A participante Acácia obteve uma pontuação menor no Domínio Relações Sociais, que diz
respeito as relações pessoais, a atividade sexual e a rede social de apoio com a qual a pessoa pode
contar, se comparado aos demais. Observou-se também que várias participantes tiveram
pontuações abaixo da média neste Domínio, como é o caso de Gérbera com 33,33. No momento
da caracterização das participantes, verificou-se que a maioria delas trabalha por período de horas
muito grande, o que deixa pouco tempo para atividades de lazer e socialização, fator que pode
explicar a baixa pontuação tanto no Domínio Relações Sociais, quanto no Domínio Meio
Ambiente, que obteve também várias pontuações muito abaixo da média.
Para Dal Bello-Haas et al. (2014), dependendo do grau de dependência do idoso, muitas
vezes o cuidador fica confinado no quarto durante muitas horas, prestando-lhe cuidados. Isso pode
limitar ou prejudicar a maneira como esse profissional trava suas relações sociais, contribuindo
negativamente para sua qualidade de vida, pois dificilmente tem uma rede de apoio em torno de si
nestas circunstâncias.
Na presente pesquisa esse Domínio obteve a segunda melhor pontuação em relação aos
outros, podendo-se inferir o quanto é importante para as participantes, poder contar com uma rede
social de apoio que as auxilie efetivamente. Com base na caracterização das participantes,
verificou-se que dez cuidadoras têm suporte direto dos cuidadores primários, que residem na
mesma casa que o idoso como: esposo, filhos noras e netos. Alguns idosos residem sozinhos, mas
tem o cuidado secundário de algum parente que atuou na contratação do cuidador. Esse é o caso de
Amarílis, Camélia, Lavanda, Rosa e Violeta, que foram contratadas por essas pessoas que arcam
com todas as despesas referentes ao cuidado.
As cuidadoras, de maneira geral, relataram que recebem assistência dos parentes que as
contrataram, mesmo os que não residem com o idoso, porém, a baixa pontuação pode representar
que estão ocorrendo falhas neste suporte, como exemplificado na fala de Alfazema a respeito da
filha da idosa que mora na mesma casa: “...quando eu entrei, vi assim, umas atitudes [...] porque
ela (a filha), é uma pessoa, assim, meio dissimulada...”. Anjos et al. (2015) realizou um estudo no
qual houve a aplicação da escala WHOQOL-Bref, com a participação de 58 cuidadores familiares,
em sua maioria mulheres cuidando em tempo integral de idosos. Observou-se que a maioria dos
participantes estavam satisfeitos com o Domínio Relações Sociais e foi ressaltada a importância da
rede social de apoio na manutenção da saúde e da qualidade de vida dos cuidadores, pois com a
74
ajuda de outras pessoas no cuidado ao idoso, permite que eles tenham mais liberdade para suas
atividades de vida diária e possam dar uma assistência melhor ao idoso. Foi verificado também se
há alguma correlação entre a idade das participantes e a Escala de qualidade de vida WHOQOL-
Bref, como mostra a Tabela 3:
Após realizada a correlação entre Idade e Domínios da escala WHOQOL-Bref, observou-
se que não há correlação significativa entre as variáveis, mesmo sabendo-se que com o avançar da
idade o ser humano perde muito de suas capacidades como a força física e algumas habilidades,
levando em conta que as participntes desta pesquisa terem idade média de 46,5 anos. Seis
participantes tem idades entre 53 e 59 anos: Lavanda tem 53 anos, Gérbera 55 anos, Camélia 57
anos, Glicínia 58 anos e Alfazema e Vileta tem 59 anos.
De acordo com os resultados encontrados na analise o contéudo das entrevistas e das
histórias dos desenhos, não foi relatado por nenhuma das cuidadoras que o fator idade, pudesse
afetar a qualidade de vida delas no contexto do trabalho que realizam. Essa característica também
foi encontrada no estudo de Camilo (2015), que abordou o tema idosos cuidadores informais. Os
participantes tinham idade média de 68 anos, e segundo os resultados da pesquisa, o fator idade
não toruxe prejuízos à sua qualidade de vida.
Tabela 3. Correlação entre idade e os Domínios da escala WHOQOL-Bref
Idade e Domínios da WHOQOL-
BREF
r p
Idade X Domínio 1 Físico -0,108 0,701
Idade X Domínio 2 Psicológico 0,121 0,669
Idade X Domínio 3 Relações Sociais -0,337 0,219
Idade X Domínio 4 Meio Ambiente 0,063 0,823
Idade X Q1 -0,363 0,184
Idade X Q2 -0,153 0,586
75
Embora esse aspecto não tenha sido encontrado nessa pesquisa e na Camilo (2015), ao
analisar outros estudos semelhantes, foi observado que quando os cuidadores são mais velhos, a
idade parece ter maior influência na sobrecarga apresentada. Esse fato foi ressaltado no estudo
realizado por Oliveira, Carvalho, Stella, Higa e D’Elboux (2011), envonvendo cuidadores 126
cuidaores de idosos fomais e informais em atendimento ambulatorial. Verificou-se que os
participantes com 60 anos ou mais, obtiveram resultados inferiores, quando comparados aos mais
jovens, em sua capacidade funcional, vitalidade e nos aspectos emocionais. O fator idade
relacionado à sobrecarga do cuidador formal e informal também foi ressaltado no estudo de Souza,
Camacho, Joaquim e Espírito Santo (2016), no qual a média de idade dos cuidadores era de 62
anos. Foi verificado que havia maior relato de sobrecarga e de problemas de saúde nos participantes
mais velhos.
Foi feita uma análise de correlação entre Tempo de Serviço e os Domínios da escala
WHOQOL-Bref, como apresentado na Tabela 4:
Tabela 4. Correlação entre Tempo de Serviço e os Domínios da Escala WHOQOL-
Bref
Tempo de serviço e Domínios da WHOQOL-
BREF
r p
Tempo Serviço X Domínio 1 Físico -0,363 0,183
Tempo Serviço X Domínio 2 Psicológico -0,100 0,723
Tempo Serviço X Domínio 3 Relações Sociais -0,531 0,042
Tempo Serviço X Domínio 4 Meio Ambiente -0,018 0,949
Tempo Serviço X Q1 -0,249 0,370
Tempo Serviço X Q2 -0,377 0,165
76
Analisando os resultados pode-se observar que não houve correlação significativa entre o
tempo de serviço e os domínios da escala WHOQOL-Bref, exceto no Domínio Relações Sociais,
verificando-se nesse aspecto que quanto maior o tempo de serviço, menor é a qualidade de vida
relacionada ao fator Relações Sociais. Em relação ao Tempo de Serviço com o Domínio Q2, que
diz respeito à percepção geral de saúde, houve uma correlação que não foi significativa devido a
amostra ser muito pequena, porém, não deve ser desprezada, mostrando que o tempo de serviço
pode sim influenciar na maneira que as participantes percebem seu estado geral de saúde. Em seu
estudo envolvendo cuidadores formais e informais Oliveira et al. (2011), aponta que os
participantes que cuidavam do mesmo idoso há mais de 10 anos, apresentavam, além de uma
sobrecarga mais acentuada, uma ou mais enfermidades, entre elas, se destacaram os problemas de
coluna, hipertensão e depressão.
Das quinze participantes desta pesquisa, oito participantes estão trabalhando com o mesmo
idoso entre seis e oito meses, quatro participantes trabalham entre doze e dezoito mesese e somente
três participantes apresentaram um tempo de serviço mais prolongado. Alfazema e Camélia que
trabalham há cinco anos e Violeta que trabalha há oito anos. De maneira geral, parece que o fator
tempo de serviço não alterou a percepção de qualidade de vida das participantes, uma vez que suas
pontuações nos Domínios, foram em sua maioria, acima da média. Quanto são avaliadas as
questões de sobrecarga e estresse, há um número significativo de estudos que indicam que essas
áreas estão mais preservadas nos cuidadores formais, se comparadas aos informais, como já
mencionado anteriormente, talvez pelo fato de não haver laços afetivos anteriores. Assim, leva-se
a inferir que os cuidadores formais conseguem, sob esse ponto de vista, lidar melhor com as
questões do trabalho, obtendo assim, uma melhor qualidade de vida (Coura et al. 2015; Anjos et
al. 2015 & Reis et al.2015).
4.3 Análise das Categorias-Análise de concordância dos Juízes
Buscando obter maior fidedignidade quanto aos resultados da análise do conteúdo das
entrevistas semidirigidas e das histórias do Procedimento Desenhos-Estórias com Tema, foi
realizada uma análise da concordância das Categorias Temáticas e das Unidades de Significado
por meio de juízes. Foram escolhidos para analisar as questões dois juízes além da Pesquisadora
77
que será denominada Juiz 1. O Juiz 2 é uma Psicóloga, mestranda em Ciências do Envelhecimento
e Juiz 3 é Enfermeira e mestre em Ciências do Envelhecimento.
Para a organização e a codificação do material, foram seguidos critérios semânticos e
observadas a relevância e a frequência com que as expressões apareciam nas falas dos participantes
e na narrativa das histórias. Após uma leitura exaustiva e repetida do conteúdo das entrevistas e
histórias dos desenhos, foram encontradas 10 (dez) Categorias Temáticas e 55 (cinquenta e cinco)
Unidades de Significado. Após definidos esses constructos, foram transformados em itens
mensuráveis, para que fosse feita a análise de concordância entre os juízes. Foi utilizada a
Correlação de Spearman (rs) para verificar se houve concordância entre os juízes, dois a dois. Foi
utilizado o Teste de Kendall (w), para verificar se havia concordância concomitante entre todos os
juízes. Os resultados da análise de concordância estão apresentados na Tabela 5:
78
Nota: *p < 0,05 (rs); **p < 0,01 (rs); + Correlação de Spearmam (rs) concordância entre os pares; #Teste de Kendall
(X2 =Qui - quadrado) concordância simultânea entre todos os juízes.
De acordo com a Tabela 5, após os dados serem submetidos à Correlação de Spearman e o
teste de Kendal, pode-se observar que houve concordância significativa entre os Juízes 1, 2 e 3,
Tabela 5. Análise de concordância dos Juízes
Temas Juízes Juízes + Teste de Kendall#
Juíz1 Juíz2 Juíz3 2 p
Categorias Juíz1 - 0,792** 0,988**
(n=10) Juíz2 - - 0,830** 24,673 0,003
Un. Significado Juiz1 - 0,706** 0,913**
(n=55) Juíz2 - - 0,590** 133,537 0,001
Un. Categoria 1 Juíz1 - -0,174 0,927** (n=7) Juíz2 - - -0,396 7,418 0,284
Un. Categoria 2 Juíz1 - 0,200 1,000** (n=4) Juíz2 - - 0,200 5,800 0,122
Un. Categoria 3 Juíz1 - 0,826* 0,761* (n=7) Juíz2 - - 0,809* 15,585 0,016
Un. Categoria 4 Juíz1 - 0,400 1,000**
(n=4) Juíz2 - - 0,400 6,600 0,086
Un. Categoria 5 Juíz1 - 0,500 1,000**
(n=5) Juíz2 - - 0,500 9,333 0,053
Un. Categoria 6 Juiz1 - 0,700 0,700
(n=5) Juiz2 - - 0,700 9,600 0,048
Un. Categoria 7 Juíz1 - 0,841* 0,982**
(n=7) Juíz2 - - 0,807* 16,519 0,011
Un. Categoria 8 Juíz1 - 0,918* 0,975**
(n=5) Juíz2 - - 0,894* 11,418 0,022
Un. Categoria 9 Juíz1 - 0,289 0,975**
(n=5) Juíz2 - - 0,359 8,345 0,080
Un. Categoria 10
Juíz1 - 0,770 0,893*
(n=6) Juíz2 - - 0,548 12,396 0,030
79
quanto às Categorias Temáticas e suas Unidades de Significado. Foram analisadas as Unidades de
Significado correspondentes a cada Categoria Temática. Os resultados foram concordantemente
significativos, exceto pela Categoria 1 e as Unidades de Categoria 2, 4 e 9, nas quais não houve
concordância do Juiz 2 com os Juízes 1 e 3, havendo, porém, concordância significativa entre os
Juízes 1 e 3. Portanto, para fazer a Análise de Conteúdo das Categorias e suas Unidades de
Significado, foram utilizados os dados concordantes dos Juízes 1 e 3.
4.4 Análise das Categorias obtidas pela Análise de Conteúdo das entrevistas
semidirigidas
Para analisar os resultados obtidos nas entrevistas, foi utilizada a Análise de Conteúdo de
Bardin (2011), identificando no material coletado, as categorias e as unidades de significado da
concepção de relação entre cuidador e idoso, segundo a ótica das cuidadoras entrevistadas.
Foram identificadas e agrupadas oito categorias com unidades temáticas, que em seguida
foram divididas em unidades de significado e sua frequência, que estão exemplificadas na Figura
3. Para confecção dos quadros, foram analisadas as seguintes categorias:
Motivação para ser cuidador de idosos;
Preparação para tornar-se cuidador de idosos;
Significado de cuidar de idosos;
Caraterísticas da função de cuidador (a) de idosos;
Relacionamento com o (a) idoso (a) cuidado atualmente;
Possíveis impactos na saúde física e mental dos (as) cuidadores (as);
Estratégias para lidar com os possíveis impactos na saúde física e mental dos (as)
cuidadores (as) e
Perspectivas para o futuro, como mostra a Figura 3:
Para melhor visualização, a Figura 3 apresenta as Categorias Temáticas e as Unidades de
Significado por ordem de relevância, de acordo com a frequência em que as citações ocorreram
na fala das participantes. Assim, de forma descendente, pode-se observar as Unidades de maior
frequência, para as de menor frequência.
80
Figura 3. Categorias Temáticas e Unidades de Significado
Categorias Temáticas e Unidades de
Significado das Entrevistas
Motivação para ser cuidador de
idosos
Vivência com idosos que
necessitam de cuidados
Nutrir afeto pelo idoso
Cuidar de um familiar
Continuidade do trabalho
doméstico
Auxílio financeiro
Sentimento de pena pelo idoso
Sentimento de gratidão
Preparação para se tornar cuidador
de idosos
Curso de Enfermagem
Não houve preparação
Aprendizado por meio da prática
Curso de Cuidador
Significado de cuidar de idosos
Ter Afeto
Proporcionar bem-estar
Infantilização do idoso
Ter responsabilidade
sobre o idoso
Ter empatia
Ter paciência
Dar atenção
Características da função de cuidador
Atividade constante
Experiências marcantes no cuidadocom o
idodo
Defesa do idoso frente a maus
tratos
Ansiedade com relação à morte do
idoso
Relaconamento com o idoso cuidado
Bom relacionamento
Necessidade de controle
Reviver aspectos da história pessoal
Afeto sem troca
Gratidão dirigida ao idoso
Possíveis impactos na saúde física e
mental
Impactos negativos na saúde
mental
Mudanças positivas
Impactos negativos na saúde
física
Não houve impacto
Medo da velhice
Estratégia para lidar com os
possíveis impactos
Evitar contrariar o idoso
Exercício da espiritualidade
Convencimento do idoso
Ter paciência com o idoso e familiares
Apoio familiar
Encarar as situações com bom
humor
Não transmitir a própria angústia
Perspectivas para o futuro
Estudar
Continuar trabalhando com
idosos
Mudança de atividade
profissional
Ser cuidada pelos filhos como recompensa
Parar de trabalhar
Imaginário Coletivo sobre o
idoso
Idoso ativo
Idoso solitário
Idoso fragilizado
Idoso bem cuidado
Idoso que sofre maus tratos
Imaginãrio Coletivo do trbalho de cuidadora
Prestar cuidado e conforto ao idoso
Fonte de recompensa
Trabalho relacionado à
diversão
Dificuldades do trabalho
Trabalho relacionado a
auxílio financeiro
Tristeza diante da velhice
Categorias Temáticas e Unidades de Significado das
Histórias dos Desenhos
81
Na análise do conteúdo das entrevistas e do conjunto Desenhos-Estórias com Tema,
exemplificados neste texto da Figura 4 até a Figura 13 serão apresentadas as Categorias Temáticas,
Unidades de Significado que foram encontradas e a Frequência com a qual elas ocorrem. Para
melhor compreensão, foram criadas essas Figuras constando o nome da Categoria Temática
(vertical), suas Unidades de Significado (horizontal), o número de vezes que foi pronunciada uma
frase que identifique aquela Unidade de Significado (frequência) e quantas cuidadoras participaram
daquela Unidade de Significado (participantes), conforme mostra a Figura 4:
Figura 4- Motivação para ser cuidador de idosos
Buscou-se compreender a motivação que levou cada uma das participantes a exercerem
essa profissão. Entre os muitos fatores que cooperaram para isso, pode-se observar que aspectos
relacionados a “vivência com idosos que necessitam de cuidado” e “nutrir afeto pelo idoso”,
Moti
vaçã
o p
ara s
er
cu
idad
or
de i
doso
s
Vivência com idosos que necessitam de cuidados
(Frequência 13 ) (8 participantes)
Nutrir afeto pelo idoso
(Frequência 13) (7 participantes)
Cuidar de um familiar
(Frequência 11) (5 partcipantes)
Continuidade do trabalho doméstico
(Frequência 7) (4 participantes)
Auxílio financeiro
(Frequência 5) (3 participantes)
Sentimento de pena pelo idoso
(Frequência 5) (3 participantes)
Sentimento de gratificação
(Frequência 3) (2 participantes)
82
tiveram grande relevância na escolha das participantes. Um número significativo de participantes
relatou vivenciar situações nas quais, tiveram contato com idosos que precisavam de cuidados
especiais e muitas vezes, não tinham quem lhes prestasse alguma assistência.
Algumas das participantes tiveram contato com idosos de sua própria família, que
encontravam-se doentes e dependiam de alguém que lhes cuidasse, como é o caso de Acácia,
Glicínia e Margarida, outras participantes conviveram com idosos que careciam de atenção
especial, porém, não tinham com eles nenhum vínculo anterior, como exemplificado na fala de
Dália: “[...] eu passei a ver a situação das pessoas que estavam internadas [...] alguns pacientes
não conseguiam comer sozinhos, então [...] e dava a comida na boca deles.”
Begônia também vivenciou o contato com idosos em ambiente hospitalar: “[...] eu
trabalhava no hospital, eu ficava na clínica geriátrica [...] eu já tinha uma relação assim, com o
idoso”. Outras participantes trouxeram em seus relatos o carinho que já nutriam anteriormente por
pessoas idosas, com isso, buscaram conhecimento técnico na área da enfermagem, para aprimorar
suas capacidades, segundo os relatos de Gardênia: “[...] eu gostava realmente de cuidar de
idosos.”, de Giesta: “O carinho que eu sempre tive por idosos...” e de Glicínia: “... o meu carinho
era maior por idosos...”.
Essa caraterística também foi encontrada nos estudos de Cruz (2009) e Jacobs et al. (2014a),
mostrando que é muito importante que ocorra uma relação de afeto do cuidador para com o idoso.
Essa empatia aliada aos conhecimentos técnicos vai somar para uma melhor qualidade de trabalho
e com isso, pode ser proporcionado maior bem-estar ao idoso. Neste sentido, os relatos de algumas
das cuidadoras demonstram que elas, influenciadas por esse carinho já nutrido por idosos,
buscaram aperfeiçoar seus conhecimentos na área, visando dedicar-lhes um cuidado de maior
qualidade.
Algumas participantes relataram a experiência de ter cuidado de um familiar e devido a
isso, mais tarde, se tornaram cuidadoras de idosos. Para Santos (2013), em vários contextos da
história o cuidado dos idosos ficava a cargo dos familiares, sendo a família a principal responsável
em fornecer proteção, cuidado e o suprimento das necessidades de seus idosos. Em consonância
com essa afirmação, observa-se que as participantes Acácia, Margarida, Amarílis, Glicínia e Rosa,
83
tiveram uma experiência familiar, realizando cuidados a parentes que sofriam de enfermidades
graves, com isso, acharam-se aptas para executar esse cuidado de forma profissional.
Em estudos realizados por Ferreira et al. (2015), foi observado que em muitos casos os
cuidadores tinham experiências anteriores no cuidado com familiares, assim como as participantes
desta pesquisa. Nestes dois estudos, após a experiência de cuidar de um familiar, muitos desses
participantes fizeram curso de auxiliar de enfermagem, na busca de conhecimentos técnicos para
aperfeiçoar o cuidado e posteriormente, tornaram-se profissionais cuidadores de idosos.
Assim, ter vivências com idosos que necessitam de cuidados, nutrir afeto pelo idoso e ter
cuidado anteriormente de um familiar, são aspectos que colaboraram fortemente para que essas
participantes escolhessem exercer a função de cuidadoras de idosos ou se achassem aptas a exercê-
la. A preponderância da frequência maior dessas Categorias Temáticas vai ao encontro dos
resultados dos estudos de Del Duca et al. (2011) e Ferreira (2012), que mostram que os
participantes tiveram que cuidar de um familiar idoso que necessitava, somado ao fato de nutrirem
afeto por pessoas idosas, foi de grande motivação para o exercício desta profissão no futuro.
Duas participantes tornaram-se cuidadoras de idosos dando continuidade ao trabalho
doméstico, esse foi o caso de Camélia e Violeta, que já trabalhavam há muitos anos como
empregadas domésticas e depois passaram a tomar conta de suas empregadoras, enquanto que
Alfazema e Rosa que foram contratadas como cuidadoras e realizavam todas as tarefas da casa,
além da responsabilidade de cuidar do idoso. Desse modo, devido ao envelhecimento de algum
membro da família, inclusive, suas próprias patroas, passaram a exercer a função de cuidadoras de
idosos, agregando mais essa função a seu cargo. Esse fato também foi encontrado no Estudo de
Manna (2013), mostrando que pode ocorrer com certa frequência, que empregados domésticos
possam se tornar cuidadores de idosos da família na qual já trabalham.
Um fator encontrado na literatura, de modo geral, foi a dificuldade em delimitar as funções
do cuidador formal domiciliar e das empregadas domésticas. Isso pode ocorrer devido ao fato de
ele estar trabalhando dentro da residência do idoso, e ser protegido pela Proposta de Emenda à
Constituição- PEC 66/2012, conhecida como “PEC das domésticas”. Com isso, observa-se que as
funções inerentes a essas duas profissões podem facilmente ser confundidas (Martins e Mello,
2013). Na ficha de caracterização das participantes deste estudo foi perguntado se elas realizavam
84
alguma tarefa de casa, além de cuidar do idoso. Verificou-se que apenas as participantes Alfazema,
Begônia e Giesta afirmaram cuidar somente do idoso e Margarida disse que só cozinhava e lavava
a roupa do Sr. M. Todas as outras participantes relataram que realizavam também as tarefas da
casa, não havendo aí, um parâmetro tanto por parte delas, quanto de seus empregadores sobre quais
seriam realmente suas tarefas, uma vez que foram contratadas com cuidadoras de idosos e não
como empregadas domésticas (Matias, 2014).
As participantes Alfazema, Begônia e Lavanda apontaram o auxílio financeiro como um
aspecto motivacional para a escolha dessa função, referindo-se à necessidade de sustento que é
inerente a qualquer profissão. No caso de Alfazema, por nunca ter trabalhado fora, diante de uma
necessidade financeira, propôs-se a realizar serviços domésticos e consequentemente, cuidar de
idosos. Begônia, que trabalhava no setor de geriatria de um hospital, não conseguindo emprego em
sua área, por necessidade de ganho financeiro, optou por se tornar cuidadora domiciliar de idosos,
que se reflete em sua fala: “[...]eu fui, no meu caso, obrigada a aceitar esse tipo de trabalho, pela
renda...”.
Determinados sentimentos foram relacionados a ter servido como motivação para que duas
participantes se tornassem cuidadoras, entre eles o sentimento de gratificação e o de pena. A
Unidade de Significado “sentimento de gratificação” refere-se ao bem-estar sentido pelas
cuidadoras diante do serviço prestado ao idoso. Esse sentimento faz com que o cuidador se sinta
revigorado, motivando-o no exercício do seu trabalho, como se vê na fala de Margarida “É muito
bom sentir aquela gratidão”, assim como na fala de Dália, “ O bom é quando você faz um trabalho
e a pessoa fala: obrigado por você ter me ajudado”. Para Ferreira (2012), vários sentimentos estão
envolvidos no ato de cuidar, mesmo havendo uma grande satisfação ao ver que o idoso está bem
cuidado e suas necessidades estão supridas, algumas cuidadoras mencionaram ter um sentimento
de piedade pela condição do idoso.
Quanto ao “sentimento de pena em relação ao idoso”, as participantes colocam que
vivenciaram situações nas quais, tiveram contato com idosos que estavam em situações de
dificuldade que suscitaram sua piedade e o desejo de prestar-lhes cuidado e amparo, como
exemplificado na fala de Lavanda “Ah, porque eu tenho dó, eu tenho dó das pessoas idosas...”.
Segundo Mencarelli (2010), a piedade é um sinônimo de compaixão, porém, esta tem a
característica de um sentido de superioridade por parte de quem a sente, e mesmo que
85
inconscientemente, ocorrem sentimentos depreciativos a quem é dirigida, como exemplificado nas
falas de Gérbera: “... quando eu vi o estado de abandono dela senti dó. Toda vez que eu ia levar
meus filhos à escola, passava e cuidava dela. ” e da participante Lavanda que relata: “[...] eu
tenho dó das pessoas idosas [...] por dó eu resolvi ser cuidadora [...] e ajuda-los”.
A segunda Categoria Temática analisada foi a “Preparação para tornar-se cuidador de
idosos” e quatro Unidades de Significado foram encontradas, como observado na Figura 5:
Figura 5: Preparação para tornar-se cuidador de idosos
Das quinze participantes, seis fizeram algum curso da área de enfermagem: Acácia e Dália
fizeram curso de Auxiliar de Enfermagem, Begônia, Glicínia e Rosa de Técnico em Enfermagem
e Giesta fez graduação em Enfermagem. As participantes relataram que os conhecimentos
adquiridos nesses cursos, lhes deram capacitação e conhecimentos técnicos para exercer o cuidado
ao idoso.
Segundo Ribeiro R. (2015), uma das características mais marcantes da função de cuidador
de idosos é que até pouco tempo atrás, essa era praticamente um monopólio dos profissionais da
enfermagem. Esse fato é corroborado pelo estudo de Siewert et al. (2014), que ressalta que
Pre
paração p
ara t
orn
a-s
e c
uid
ad
or
de
idoso
s
Curso de Enfermagem
(Frequência 10) (6 participantes)
Não houve preparação
(Frequência 9) (7 participantes)
Aprendizado por meio da prática
(Frequência 7) (7 participantes)
Curso de Cuidador
(Frequência 5) (4 participantes)
86
principalmente nas décadas de 80, 90 e início dos anos 2.000, o cuidador formal de idosos,
normalmente era um profissional da área da enfermagem, pois a família ainda era a principal
cuidadora de seus idosos. Quando havia realmente a necessidade da contratação de um profissional,
tratava-se de alguém apto à ministração de remédios injetáveis, passagem de sondas e outras
funções que eram próprias de um enfermeiro. Nos dias atuais, há uma grande heterogeneidade
quanto a formação dos cuidadores.
Na análise das Unidades de significado verificou-se que quase a metade das participantes
não teve nenhum tipo de preparo para exercer a profissão. Essa característica também se confirma
no estudo de Siewert et al. (2014), no qual apenas 32% dos cuidadores haviam feito algum curso
preparatório. Observa-se assim, um despreparo muito grande por parte das pessoas que por alguma
razão, acham-se aptas a trabalhar no cuidado com idosos e o quanto é necessário que haja uma
melhor formação desses profissionais, com cursos que os capacitem efetivamente para a função.
Devido à demanda cada vez maior, esse profissional cuidador de idosos pode ser alguém
que não concluiu o ensino fundamental, como alguém que tem curso superior. Pode ser um
empregado que já trabalhava na casa, como alguém que apresente vários cursos preparatórios
específicos. O que se vê é que uma grande parcela dos cuidadores formais domiciliares não fez
nenhum curso preparatório, embora o mercado esteja exigindo essa formação e que há ainda a
necessidade da delimitação de suas funções, uma vez que por seu trabalho ser realizado em
domicílio, muitas vezes é confundido com um empregado doméstico, sendo exigido assim que o
cuidador execute as mesmas tarefas (Ribeiro R., 2015).
Sete participantes ressaltaram que o principal meio de preparação para tornarem-se
cuidadoras foi a pratica, lidando no dia a dia com o idoso. Entre elas, as participantes Camélia e
Violeta relataram não ter feito nenhum tipo de preparo para cuidar de idosos, mas exerciam essa
função, pois já trabalhavam há muitos anos como empregadas domésticas e passaram a cuidar de
suas patroas quando idosas.
No Brasil e em outras partes do mundo essa pode ser uma realidade, tanto na transformação
de uma empregada do lar tonar-se cuidadora de idosos quanto haver características semelhantes
entre essas duas funções. Na pesquisa de Guimarães et al. (2011), foi feita a comparação entre os
perfis de cuidadoras domiciliares e empregadas domésticas que também realizam o cuidado de um
87
idoso residente. Segundo o estudo, muitas são as características semelhantes encontradas, entre
elas: a falta de preparo anterior, os baixos salários oferecidos e a carga horária de trabalho
excessiva.
Quatro participantes fizeram curso de Cuidadora de Idosos: Estrelitzia, Gérbera, Giesta e
Glicínia. Verificou-se assim, que uma minoria fez o curso, talvez isso se dê devido a um conceito
que está se modificando atualmente, que é expresso na fala de Margarida “[...] cuidador não
precisa de curso...”. Essa mudança é percebida no relato das participantes Amarílis e Gardênia que
manifestaram o desejo de fazer um curso específico para cuidador de idosos, pois estão percebendo
que o mercado de trabalho está se tornando mais exigente e mostrando uma tendência na realização
de cursos para aprimoramento do cuidado.
De acordo com a literatura, observa-se que há uma oferta maior de cursos para essa área,
porém, ainda é necessário que um padrão seja estabelecido. Em estudo realizado por Ribeiro R.
(2015), verificou-se que cada instituição que oferece um Curso de Cuidadores de Idosos, é
responsável por sua duração, conteúdo didático, carga horária, se o curso será presencial ou à
distância, como serão realizados os estágios e que profissionais de quais áreas farão parte do corpo
docente, desta maneira, evidencia-se uma dificuldade muito grande na padronização desses cursos.
A pesquisa realizada por Manna, (2013), mostra que há por parte do Governo uma
mobilização para que aumente a oferta de cursos com a finalidade de preparar pessoas para
exercerem a função de cuidadores de idosos. Entre outros, pode-se recorrer aos cursos gratuitos do
Programa Acompanhante de Idosos (PAI), da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, do
Curso de Cuidador de idosos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
(PRONATEC), cursos oferecidos pelo SENAI, além de cursos presenciais e on line oferecidos a
um baixo custo (Siewert et al., 2014).
Outro fator que talvez possa interferir na realização desses cursos, que foi trazido na fala da
participante Amarílis, diz respeito aos horários nos quais são ministrados, normalmente no período
comercial, deixando pouca opção para quem trabalha nesse horário e durante toda a semana. Essa
falta de opção de dias e horários mais flexíveis, dificulta que as cuidadoras interessadas tenham
acesso à realização desses cursos, como exemplificado nessa fala: “Eu gostaria de fazer um curso
88
para cuidar de idosos mesmo, mas é meio difícil para eu fazer agora. Como vou sair de lá só para
fazer um curso? Só se for de sábado, né? ”.
Uma nova modalidade de serviços que estão disponíveis nos sites de busca da pela internet,
são os “cursos para cuidadores de idosos on line”2, alguns mediante pagamento e outros gratuitos,
como é o caso do Curso para Cuidadores de Idosos2 realizado pela instituição Prime Cursos e do
Curso de Cuidador de Idosos do Instituto Pedagógico de Ensino à Distância-IPED. Esses cursos
abrangem uma grande gama de conhecimentos, desde os cuidados com a higiene pessoal e
ministração de medicamentos, até conhecimentos de diversas doenças decorrentes do
envelhecimento e exercícios físicos para o cuidador realizar com o idoso. Porém, em nenhum
momento é exigido um estágio prático para consolidar esses conhecimentos. A ausência desse
treinamento pode colocar em dúvida sua real efetividade, uma vez que não há como avaliar, no
trato com o idoso, a capacidade e a aprendizagem do cuidador.
A Figura 6 trata do “significado de cuidar de um idoso”, sendo que os seguintes conteúdos
foram encontrados nas falas das participantes:
2 Para compreender a didática aplicada nos cursos para cuidadores de idosos on line, a pesquisadora realizou dois
cursos gratuitos nessa modalidade. O primeiro foi o Curso de Cuidador de Idosos do Instituto de Pedagogia e Ensino
a Distância-IPED (www.iped.com.br), e visando comparar os conteúdos oferecidos nesses cursos, realizou o segundo
curso que foi o Cuidadores de Idosos da instituição Prime Cursos (www.primecursos.com.br).
89
Figura 6. Significado de cuidar de idosos
Para grande parte das participantes o significado de cuidar de idosos está ligado a ter afeto,
ou seja, o sentimento que nutrem pelo idoso é muito importante e manifesta-se no ato de
proporcionar-lhes bem-estar, que pode estar ligado a questões concretas de cuidado com o corpo e
suprir as necessidades do idoso, como também às questões ligadas à sua subjetividade. Dez
cuidadoras afirmaram sentir afeto pelo idoso. Essa característica pode fazer com que imbuídas de
um sentimento de carinho, elas formem um vínculo que vai além de um contrato de trabalho, ou
uma fonte de renda e possam vivenciar no ato do cuidado, um momento de troca afetiva.
Esse mesmo aspecto relativo a afetividade, foi encontrado no estudo de Medeiros F. (2014),
que buscou traçar o perfil de cuidadores formais contratados para trabalhar em três ILPIs da
Paraíba, e compreender qual seria para eles, o significado de cuidar de um idoso. Segundo a autora,
um dos fatores encontrados foi que o significado de cuidar é cooperar para a manutenção da vida,
que deve ser construído com afetividade e amor, que deve cultivar a sensibilidade humana, com
responsabilidade e paciência no cuidado com o corpo fragilizado.
Sig
nif
icad
o d
e cu
idar
de
idoso
s
Ter afeto
(Frequência 15) (10 participantes)
Proporcionar bem-estar
(Frequência 15) (7 particiantes)
Infantilização do idoso
(Frequência 10) (7 participantes)
Ter responsabilidade sobre o idoso
(Frequência 8) (6 participantes)
Ter empatia
(Frequência 7) (6 participantes)
Ter paciência
(Frequência 7) (4 participantes)
Dar atenção
(Frequência 5) (2 participantes)
90
Em outro momento, Medeiros A. (2015), realizou uma pesquisa visando investigar os
fatores ambientais associados à Síndrome de Burnout em cuidadores de idosos que sofriam da
Doença de Alzheimer. Nesse estudo também foi observado que a afetividade cooperou para que
vínculos positivos fossem estabelecidos entre cuidador e idosos, gerando satisfação e bem-estar
aos cuidadores. A autora ressaltou que na ausência de um significado para o cuidado, a sobrecarga
observada era maior, podendo inclusive, acarretar um adoecimento psíquico ao cuidador.
De acordo com o conceito das participantes, entre outros fatores, cuidar de idosos significa
lhes “proporcionar bem-estar”, auxiliando nas atividades que eles não conseguem fazer sozinhos,
proporcionar uma sensação de conforto e suprir as necessidades do idoso cuidado. De acordo com
a percepção das participantes, este bem-estar está ligado ao cuidado concreto com o corpo, como
cuidar da higiene, da alimentação e ter certeza de que o idoso está confortavelmente instalado.
Segundo a visão de vários pesquisadores da área, de maneira geral, os cuidadores associam essa
Unidade de Significado como sendo a maior prioridade de sua função. Isso ocorre, pois diante de
um idoso fragilizado ao qual foi necessário a contratação de um cuidador, está implícito que é
designado a esse profissional garantir o bem-estar desse idoso em todos os sentidos (Souza, 2014;
Silva, 2014; Evangelista & Souza, 2015).
De modo geral, metade das participantes enfatizou que proporcionar bem-estar ao idoso,
mesmo diante das muitas dificuldades que o idoso fragilizado está exposto, é uma forma de
proporcionar-lhe uma melhor qualidade de vida, amenizando as vicissitudes desse período. Essas
mudanças no conceito de olhar o envelhecimento estão expressas nas falas das participantes, como
no exemplo de Acácia: “[...] é prestar conforto, auxiliar nas atividades que eles não conseguem
fazer mais...”, pois buscam o bem-estar físico e subjetivo do idoso, ajudando-o a realizar suas
atividades e motivando-os a superar suas limitações, assim como relatado na fala de Dália: “É isso,
você proporcionar esse bem-estar, dizer que ele está vivo, que ele vai conseguir”. Na pesquisa
realizada por Pedro, Cavalcanti-Bandos, Costa e Antunes (2013), verificou-se que garantir o bem-
estar do idoso em todos os âmbitos, está entre as prioridades para que ele tenha uma qualidade de
vida satisfatória, corroborando ao que foi colocado pelas participantes desta pesquisa.
O bem-estar ligado ao cuidado com o corpo do idoso, foi citado oito vezes pelas
participantes, relacionando esse cuidado à manutenção das necessidades básicas, como
exemplificado na fala de Gérbera: “[...] auxiliando no banho, na hora de preparar a alimentação”.
91
Outro aspecto verificado três vezes nas falas das participantes, foi uma preocupação quanto ao
bem-estar subjetivo, relatado como forma de animar o idoso, como mencionado por Dália: “Eu
procuro proporcionar o melhor que eu posso. Eu canto, conto histórias, faço a pessoa rir”. Porém,
em quatro momentos, as participantes não deixam muito claro a que tipo de bem-estar estão se
referindo, falando mais genericamente, como exemplificado por essas falas de Dália: “[...] eu estou
aqui para promover um bem-estar para o senhor ou a senhora...” e de Margarida: “É satisfatório
deixar ele bem...”.
Outra característica encontrada na fala de sete participantes foi a “infantilização da velhice”,
na qual elas relacionam o significado de cuidar de um idoso à maneira de se cuidar de um bebê ou
uma criança, trazendo a ideia de um idoso que se comporta como uma criança. Para Magalhães
(2015) e Gil e Marigliano (2015), no intuito de negar a própria impotência frente a perspectiva da
finitude é que se lança mão do recurso de infantilizar o idoso, trazendo aspectos de alguém que
ainda tem a vida inteira pela frente, ao invés de pensar que está diante de uma pessoa que devido à
idade avançada, já vivencia uma proximidade com a morte.
Algumas participantes que cuidam de pacientes em estado de dependência total e vivenciam
juntamente com o idoso cuidado, todo o sofrimento pelo qual está passando, acabam usando como
recurso a infantilização para lidar com esse contexto tão delicado, como exemplificado nas falas
de Begônia: “Cuidar de um idoso é cuidar de uma criança...” e de Rosa; “[...] eu tratava ela como
se fosse uma criança...”. Algumas participantes também tiveram a experiência de cuidar de um
parente muito próximo, como a mãe ou a tia, que passaram por doenças gravíssimas e um período
de sofrimento muito grande, que culminou com a morte das idosas. Diante dessas situações e dos
aspectos da própria história, o infantilizar a velhice acaba servindo como uma maneira de negar
sua própria angústia e projetar no idoso, a figura de um bebê, que embora use fraldas e dê um
trabalho específico, está no início da vida e ainda terá muito o que aprender e produzir.
Analisando essa característica de infantilização, pode-se reportar a ideia de que assim como
uma criança precisa ser instruída na maneira que deve agir, também o idoso deva obedecer às
instruções dos adultos que estão a seus cuidados. De acordo com Gil C. (2010), há muitas vezes
uma visão assistencialista em torno da figura do idoso e devido a estereótipos, ocorre de outras
pessoas tomarem decisões por eles, como se eles não tivessem mais capacidade para decidir algo
92
sobre suas vidas, em uma relação onde predomina o controle da velhice, na qual o idoso é tratado
como uma criança.
Este aspecto fica evidenciado no Estudo de Berzins (2009), que traz aspectos do velho
que volta a ser criança, que ao invés de dar ordens para o filho, recebe e obedece às ordens dele,
afirmando que esse é um mito presente no imaginário coletivo tanto dos idosos, quanto de gerações
mais jovens, como exemplificado na fala de Lavanda “[...] porque uma pessoa idosa vira uma
criança depois de adulto, né? ”. Autores como Abras e Sanches (2010) ressaltam outros aspectos
sob o mesmo tema. Para eles, o modo que alguns cuidadores se comportam no sentido de
infantilizar o idoso, por exemplo, fazendo piadas ou brincadeiras quando eles expõem algum tipo
de incapacidade, revela reações defensivas narcisísticas sádicas, como uma forma de defesa frente
à possibilidade de que um dia isso possa ocorrer com eles também.
Seis participantes compreendem que o ato de cuidar envolve “ter responsabilidade sobre o
idoso”, e essa é uma relação que exige muito do cuidador e pode levar a uma maior sobrecarga,
uma vez que ele se sinta responsável em acolher e suprir todas as necessidades do idoso. Para Silva,
Passos e Barreto (2012), o indivíduo que presta cuidados ininterruptos ao idoso sofre de um
desgaste físico e mental muito grande, devendo ter atenção redobrada sobre sua própria saúde e
dedicar a si um maior autocuidado. Na presente pesquisa observou-se que muitas participantes tem
uma grande carga horária dedicada ao seu trabalho, como o caso de Glicínia que trabalha das 08:00
às 17:00 de segunda a segunda e de Rosa que trabalha doze horas diariamente, exceto aos finais de
semana. Esse fator somado às responsabilidades inerentes à função que exercem, torna-se a razão
de uma grande sobrecarga para essas participantes, podendo inclusive, interferir em sua saúde e na
qualidade do serviço prestado.
Como uma das características do significado de cuidar, foi observado por seis participantes
a necessidade de se “ter empatia” pelo idoso cuidado, como mostra a fala de Giesta: “[...] cuidar
como você gostaria de ser cuidado, se colocar no lugar do idoso...”. Essa característica também
foi ressaltada no estudo de Witter G. e Camilo (2011), que buscou traçar um perfil das qualidades
que, quando encontradas em um cuidador, podem favorecer a um atendimento de melhor qualidade.
Segundo as autoras, para que esse trabalho seja bem executado, é necessário que o cuidador tenha
empatia e se coloque no lugar daquele idoso, compreendendo o momento que ele está vivendo, e,
quando houver condições psíquicas, consultá-lo na tomada de decisões. A empatia pelo idoso
93
também pode cooperar para uma relação de respeito, na qual o ato de cuidar se torna mais
prazeroso, fazendo com que o cuidador realize suas atividades com eficiência e proporcione maior
suporte e acolhimento a ele.
Das dez participantes que afirmaram ter afeto pelo idoso como uma característica do
significado de cuidar, três participantes Glicínia, Margarida e Rosa também apontam a empatia
como uma dessas características. Para Glicínia, deve-se cuidar do idoso, não importando o que ele
fez no passado e se colocando em seu lugar, levando em conta o momento de fragilidade no qual
se encontra, como relatado nessa fala “[...] não interessa o que o idoso fez no passado [...] todos
nós vamos passar por essa idade, tem que entender e a gente tem que ajudar”. A participante
Margarida relatou que “toma as dores do idoso”, inclusive, em questões familiares e Rosa disse
que se deixa envolver pela vida do idoso, essa afirmação aparece nessa fala: “Se o idoso tem
Alzheimer, eu acabo esquecendo um pouco”.
Outras duas unidades de significado encontradas nas falas das participantes foram “ter
paciência” e “dar atenção” ao idoso. As participantes trazem em seus relatos, em sua grande
maioria, o carinho que sentem pelos idosos e a necessidade de compreender o momento que estão
vivendo. Sendo assim, ter paciência diante dos comportamentos e situações difíceis que possam
ocorrer, faz parte do significado do cuidar. Também foi colocado pelas cuidadoras a necessidade
de “dar atenção”, auxiliar o idoso a realizar as atividades a seu tempo, motivá-lo nas coisas que ele
ainda pode fazer, ouvir o que o idoso tem a dizer. Nesse sentido, a participante Dália disse que
procura dar muita atenção e que conversa muito com o senhor I. incentivando-o e mostrando que
ele é capaz de realizar suas tarefas, dessa maneira ela faz com que ele sinta que ainda possui
autonomia e assim, consiga lidar melhor com os sintomas de sua doença.
A quarta Categoria Temática analisada foi a “características da função de cuidador de
idosos” e quatro Unidades de Significado foram encontradas, como observado na Figura 7:
94
Figura 7. Características da função de cuidador de idosos
Pode-se destacar a Unidade de Significado “atividade constante”, expressão utilizada para
indicar que devido à grande demanda por cuidadores no mercado de trabalho atual, assim que
deixam de cuidar de um determinado idoso, pelas mais variadas razões, logo em seguida já são
contratadas para o cuidado de um novo idoso. Esta característica é confirmada na fala de Acácia:
“Trabalhei até o dia que ela faleceu, depois disso, não parei mais”.
Nesta pesquisa foi observado que nove participantes estão trabalhando com o idoso no
período de seis a oito meses, não chegando a concluir um ano de trabalho. Quando foram realizados
os contatos buscando participantes para esta pesquisa, foi solicitado no mínimo seis meses de
trabalho, o que trouxe uma grande dificuldade para encontrar o total de participantes, pois a maioria
dos cuidadores contatados, que não puderam participar da pesquisa, estava há mais ou menos dois
meses naquele emprego. Uma queixa trazida por algumas contratantes de cuidadores para seus
familiares idosos, principalmente os que sofriam de Doença Alzheimer, foi que as cuidadoras não
permaneciam muito tempo no trabalho, por melhores que fossem as condições oferecidas.
Buscando compreender a razão dessa atividade constante, pode-se destacar duas vertentes:
na primeira observa-se, como já foi dito anteriormente, a grande demanda com uma procura cada
Cara
cter
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cas
da f
un
ção d
e cu
idad
or
de
idoso
s
Atividade constante
(Frequência 14) (12 participantes)
Experiências marcantes no cuidado com o idoso
(Frequência 8) (7 participantes)
Defesa do idoso frente a maus tratos
(Frequência 4) (2 participantes)
Ansiedade com relação à morte do idoso
(Frequência 3) (3 participantes)
95
vez maior por esse tipo de profissional, devido à ausência de pessoas para realizar o cuidado de
idosos. A segunda vertente diz respeito à grande rotatividade de cuidadores, que ficam pouco tempo
em um determinado local de trabalho, seja pelo falecimento do idoso cuidado, dificuldades de
relacionamento com o idoso ou familiares, ou ainda, devido a questões ligadas à sua própria saúde
ou porque encontraram uma melhor oportunidade de trabalho. Essas características também foram
verificadas no Estudo realizado por Alencar, Schultze e Souza (2010), e, de acordo com dados da
pesquisa, além dos já citados, as autoras a associam a alta rotatividade ao fato de 62,7% dos
cuidadores participantes sofrerem com dores crônicas, como os distúrbios osteomusculares que
provocam dores lombares, cervicais e nos joelhos que dificultam a realização do trabalho e com
isso, a necessidade de mudança do mesmo.
Além das limitações causadas por problemas de saúde, questões relacionadas a aspectos
psicológicos também são possíveis causadores da rotatividade. Esse aspecto foi encontrado no
estudo de Bocchi, Andrade, Juliani, Berto e Spin (2010), que realizaram uma pesquisa envolvendo
cuidadores de idosos que trabalhavam como voluntários em uma ILPI e observaram que entre esses
voluntários também havia uma rotatividade muito grande. Aspectos como a sensação de
impotência diante da finitude e avanço progressivo das enfermidades, foram ressaltados como
fatores agravantes do declínio do vínculo entre cuidador e idoso e consequentemente, do abandono
da função.
Pode-se observar que com relação à função que exercem, quase metade das participantes,
traz como uma característica da profissão o fato de terem tido “experiências marcantes no cuidado
com o idoso”, relatando vivências que foram importantes no cuidado a determinado idoso. Diante
dos relatos, pode-se observar que as cuidadoras sentem a intensidade da atividade, pois cuidar de
um idoso é participar de sua vida e estar com ele, muitas vezes, em momentos extremamente
difíceis. Quando esse vínculo está estabelecido, observa-se que o cuidador se sente identificado
com a situação do idoso e projeta nele suas próprias ansiedades quanto ao envelhecimento, e sentem
o desejo de amenizar seu sofrimento. Essa característica é exemplificada nas falas da participante
Margarida que afirma: “[...] ela era uma mulher maravilhosa. Ela marcou a minha vida!”, e de
Glicínia que também traz essa afirmação: “[...] cada um tem uma história e que marca mesmo a
vida da gente!”.
96
Segundo Ramirez e Schneider (2010), o vínculo corresponde à união entre pessoas ou coisas
que estando ligadas e se completam de maneira concreta ou simbolicamente. Ele pode ser
constituído de uma ligação moral ou afetiva, denotando a proximidade de duas pessoas, porém, os
vínculos podem ser rompidos por diversas situações, uma vez que as relações podem estar sujeitas
a mudanças. A maioria das participantes trouxeram experiências positivas em seus relatos, mas
ocorreram também situações que marcaram negativamente a vida de algumas participantes, como
é o caso de Begônia. Ela contou que a primeira idosa que cuidou sofria de Alzheimer e tinha
momentos de muita agressividade, ela deixa transparecer o sofrimento vivido nessa relação, pois
mesmo depois de ter cuidado de vários idosos, essa experiência ainda estava em sua memória,
conforme exemplificado nessa fala: “A minha primeira experiência foi um pouco difícil [...] tinham
momentos em que ela ficava assim, bem agressiva [...] não parecia que era ela [...] a gente tinha
que ter esse cuidado especial com ela”.
Uma característica encontrada no relato das participantes foi a “defesa do idoso frente a
maus tratos”. Já há alguns anos tem-se observado o aumento na incidência de casos de violência
contra a pessoa idosa e ao mesmo tempo uma subnotificação dos casos, uma vez que o idoso muitas
vezes protege o agressor e acaba por não o denunciar. Segundo Santos, Nicolau, Fernandes e Gil
(2013), essa violência ocorre mais frequentemente no contexto interpessoal e doméstico. Para
Marigliano (2013), talvez pelo fato do aumento da longevidade ter ocorrido de forma muito rápida,
a sociedade não se preparou para atender as demandas do idoso, não havendo assim, uma estrutura
para dar suporte a essa população. O fenômeno da violência contra o idoso é reconhecido como
um dos principais problemas de saúde pública que estão ocorrendo no século XXI.
A participante Alfazema, traz esse tema referindo-se a ideia de proteger a idosa sob seus
cuidados de algum tipo de agressão, segundo exemplificado nessa fala: “[...] quando eu entrei vi
assim, umas atitudes e eu falei: olha eu quero deixar bem claro que nada que diz respeito a você
e sua mãe eu vou compactuar com você [...] Ela é uma pessoa, assim, meio dissimulada [...] então
eu vi a necessidade de dar um breque, antes das coisas começarem”. Já a participante Gérbera,
mencionou que teve um contato muito grande com idosos que foram abandonados por suas
famílias, começando a partir daí, a fazer visitas e prestar cuidados a esses idosos. Ela deixa isso
muito claro nas falas da entrevista e também nas histórias dos desenhos, exemplificando com sua
fala que há outras formas de violência cometida contra o idoso, não apenas a violência física.
97
Berzins e Watanabe (2010), mostram em seu estudo que há muitos tipos de violência que
podem ser cometidas contra idosos, entre eles: o abandono, a negligência, a violência física e
psicológica e o abuso financeiro, como visto nos relatos de Gérbera: “... o abandono de uma pessoa
que conheci há muitos anos atrás. Um dos filhos pôs a propriedade para aluguel [...] fui à sua
casa e ela estava acamada, com pulgas e piolhos[...] eu cuido e defendo quando vejo que não estão
cuidando direito dos idosos.” e de Alfazema: “[...] as pessoas dizem: precisa falar para o irmão
dela que a noite acontece isso, mas eu acho que só vai piorar a situação [...] Só que perto de mim
ela não faz nada, mas eu não confio nela”.
Algumas participantes relataram ter “ansiedade quanto à morte dos idosos", referindo-se ao
sentimento de apreensão diante da eminência da morte do idoso cuidado, seja em decorrência da
idade avançada ou a delicada situação de seu estado de saúde. Margarida comentou sobre sua
dificuldade em lidar com a morte “Eu odeio a morte, eu não gosto [...] então fico pensando, porque
ele já tem 94 anos, quanto tempo ele vai durar, dez anos? Eu sei que pelo menos mais um ano ele
vai durar, é aí eu me apego mais ainda”. Em caso de falecimento, esses vínculos afetivos podem
tornar ainda mais sofrido o desligamento, pois a morte do idoso cuidado traz uma conotação
pessoal, à medida que a cuidadora tinha um vínculo afetivo forte com ele. De acordo com Suzuki
(2013), ao ver o idoso cuidado perder suas capacidades progressivamente, ocorre o luto
antecipatório do cuidador, trazendo-lhe um sofrimento muito grande.
A proximidade da morte do idoso faz com que as cuidadoras tenham que lidar com seu
próprio envelhecimento e finitude, embora as participantes que trouxeram esse tema tenham idades
entre 30 e 44 anos, pode-se observar uma grande preocupação delas com esse aspecto. No caso das
três participantes Dália, Margarida e Rosa, possivelmente isso ocorra devido a experiências
anteriores de falecimento de idosos cuidados por elas, e ao ver o quadro delicado dos idosos que
cuidam atualmente, sentem ansiedade quanto à morte deles. Suzuki (2013), ressalta que esse
aspecto deve ser trabalhado, fazendo com que o cuidador possa elaborar psiquicamente essa
questão, para em caso de óbito, conseguir se desligar do idoso.
A Categoria Temática que analisa o “relacionamento com o idoso cuidado atualmente”,
busca compreender como se dá essa relação entre o cuidador e o idoso, segundo mostra a Figura 8:
98
Figura 8. Relacionamento com o idoso cuidado
Segundo a ótica da maioria das participantes, o relacionamento com o idoso cuidado é bom,
mostrando a relação de empatia que ocorre entre elas e o idoso sob sua responsabilidade. A fala
da participante Alfazema traz essa afirmação: “Ah, o meu relacionamento com ela é muito bom...”
e Margarida: “Ah, é muito legal, é de amiga ”. As participantes Camélia, Dália, Estrelitzia, Glicínia
e Violeta reconhecem seu relacionamento como bom e fundamentado na amizade. Gardênia relata
que se diverte muito cuidando da idosa, pois ela gosta de dançar e é muito animada.
Embora o aspecto empatia já tenha aparecido como um dos significados atribuídos ao cuidar
de idosos para algumas participantes, aqui esse tema volta a aparecer como uma característica
necessária para se ter um bom relacionamento com o idoso. Para Witter G. & Camilo (2011), é
muito importante para uma relação de respeito e amizade que haja empatia entre o cuidador e o
idoso, como também um domínio pelo cuidador, de diversos aspectos do envelhecimento. Com
isso, o cuidador terá sensibilidade para dar suporte ao idoso nas mais variadas circunstâncias e
fortalecer essa relação de amizade.
A participante Acácia, 38 anos, trouxe em seu relato que no início foi muito difícil ser
aceita por Dona E., mas após um período de insistência, conseguiu transformar essa relação e hoje
Rel
aci
on
am
ento
com
o i
doso
cuid
ad
o
Bom relacionamento
(Frequência 17) (11 participantes)
Necessidade de controle
(Frequência 8) (4 participantes)
Reviver aspectos da história pessoal
(Frequência 5) (3 participantes)
Gratidão dirigida ao idoso
(Frequência 4) (3 participantes)
Afeto sem troca
(Frequência 4) (2 participantes)
99
busca manter a boa convivência, principalmente, evitando fazer coisas que a desagradam “[...]
então, eu tive que insistir até que deu certo, aí ela começou a aceitar. Eu tenho medo de destruir
tudo o que eu consegui [...] e assim, colocar tudo por água a baixo”. Nas pesquisas de Carneiro e
França (2011), Rocha e Pacheco (2013) e Loureiro, Pereira, Fernandes e Oliveira (2015), foi
ressaltado que uma das causas que dificultam o relacionamento entre cuidador e idoso é o criticismo
que muitas vezes o idoso tem, requerendo que o cuidador lance mão de seus recursos internos e
externos para lidar com o estresse. Os autores ressaltam que nesse momento, seria importante que
houvesse um acompanhamento psicológico, para que o cuidador aprendesse a lidar com essas
demandas.
Foi identificada, no que diz respeito ao relacionamento com o idoso, uma “necessidade de
controle” por parte das cuidadoras. Essa unidade está relacionada a anterior à medida que um bom
relacionamento pode estar, em alguns casos, ligado ao controle que a cuidadora pode exerce sobre
o idoso. As participantes Acácia, Alfazema e Amarílis se encaixam nessa afirmação, pois dizem
ter um bom relacionamento e ter a necessidade de controle, já a participante Rosa ressalta essa
necessidade, alegando que a idosa sofre de Doença de Alzheimer, é muito exigente e por essa razão,
ela tem que estar no controle da situação para que tudo corra bem. Esse dado foi destacado pelas
expressões utilizadas por elas, que revelam a necessidade de estarem à frente da situação, no trato
com os idosos.
Essa característica pode estar muitas vezes, relacionada ao grau de dependência do idoso e
pela enfermidade a qual está acometido. Das participantes que denotaram essa necessidade, Acácia,
Amarílis e Rosa cuidam de idosas que sofrem de Doença de Alzheimer, que dependendo da fase
na qual se encontra, faz com que o idoso se comporte como uma criança, necessitando assim, que
a cuidadora seja enérgica e tenha o domínio da situação. Enquanto que Alfazema cuida de uma
idosa que têm dependência total de cuidados, por essa razão, ela afirma ter que manter o controle
para que tudo corra bem, como exemplificado nesta fala: “Lá eu organizo a casa e faço tudo [...]
cuido da higiene [...] dos horários de comer, o que ela está comendo...”.
No Estudo realizado por Nascimento e Paulin (2014), sobre e capacidade funcional de
idosos internos numa instituição, observou-se que naquele contexto, havia um certo grau de poder
e controle por parte dos cuidadores formais da ILPI, podendo inclusive assemelhar-se ao controle
que é exercido pelos filhos, quando cuidam de pais idosos. Segundo as autoras, isso ocorre devido
100
a necessidade de realizar um serviço rápido e eficiente, então, o cuidador controla e executa tarefas
que poderiam ser feitas pelo próprio idoso. Esse fato foi observado na fala de Rosa: “[...] eu gosto
de cuidar de idosos, mas o fato de eles fazerem tudo devagarinho me deixa estressada [...] me dá
aquela falta de paciência e eu gostaria de resolver logo”.
Ainda segundo os autores, esse tipo de atitude pode fazer com que aumente ainda mais a
perda de autonomia, pois como visto no estudo, devido ao controle exercido pelos cuidadores, com
o passar do tempo formou-se uma dependência comportamental. Com isso, os idosos não faziam
mais as suas atividades sozinhos, e sim, ficavam esperando pelo momento em que o cuidador viesse
ajudá-los. Nesse sentido, foi ressaltado que é muito importante que o idoso mantenha sua
autonomia e possa ele mesmo executar suas tarefas, mesmo que pequenas, o que faz com que ele
continue ativo e se sinta no controle de suas ações.
No estudo realizado por Gil (2005), esse tema foi abordado, mostrando que o desejo de
controlar o idoso parte muitas vezes de ideias estereotipadas, nas quais julga-se saber o que melhor
para o idoso. Essa visão assistencialista faz com que as pessoas do seu convívio, por terem uma
ideia do que é o envelhecer bem, queiram que ele se encaixe em suas propostas. Com isso,
procuram decidir o que o idoso deve fazer e que atividades deve realizar, imaginando que ao ter
uma ocupação e compromissos a cumprir, o idoso se sentirá mais útil e inserido na sociedade. Um
fato, porém, que muitas vezes não é levado em consideração, é se o idoso gostaria ou não de realizar
essas atividades, valorizando apenas o fazer e não a forma como ele percebe esse fazer.
Algumas participantes relataram que ao cuidar do idoso estavam tendo a oportunidade de
“reviver aspectos da vida pessoal”, denotando a possibilidade de entrarem em contato com aspectos
de sua própria história. A participante Margarida disse que ao cuidar do Sr. M., sente que está tendo
uma oportunidade de cuidar de seu avô, que morreu há muitos anos atrás, exemplificado nesta fala:
“Eu gostaria de ter cuidado do meu avô, parece que eu passo esse sentimento para ele...”. Camélia
projeta na idosa que cuida sentimentos maternais, como mostra essa afirmação: “[...] então, é
como uma mãe para mim”. A participante Rosa também relatou sentimentos, projetando na idosa
esse carinho maternal, como indica a seguinte fala: “[…] ela me cuidava como se fosse uma
filha...”.
101
Segundo as falas apresentadas, as participantes estão depositando nos idosos cuidados a
oportunidade de satisfazer o desejo de cuidar de um parente, ou sentir que tem essa pessoa a seu
lado. Esse tipo de situação pode gerar uma relação delicada entre cuidador e idoso, uma vez que o
idoso pode não corresponder a esse sentimento, vendo no cuidador apenas um empregado
assalariado, ou não nutrir por ele o mesmo afeto. Em sua pesquisa, Dornófio, Vetter e Vracevic
(2010), pontuam que quando o cuidador é contratado, os vínculos afetivos se formam de maneira
diferente, pois não há grau de parentesco envolvido, nem alianças de vínculo consanguíneo. Porém,
dependendo do tipo de relação que se desenvolve, muitas vezes há a possibilidade de o cuidador
poder reviver aspectos de sua história pessoal.
De acordo com Marques e Quadros (2011), a oportunidade de prestar cuidados a idosos,
suscita em vários cuidadores uma experiência de retomar suas próprias vivências, trazendo a
possibilidade de compartilhar suas experiências pessoais positivas ou negativas, mesmo que,
devido às condições de dependência na relação de cuidado não haja troca de afeto. No estudo
realizado por elas, foi observado que os participantes davam uma importância muito grande à troca
de conhecimentos, experiências pessoais de cuidado e formação de vínculos afetivos, nos quais
pode haver um sentimento de gratidão dirigido tanto ao cuidador, por seus serviços prestados e ao
idoso pela experiência de vida.
Algumas cuidadoras trouxeram em seus relatos que nutrem uma “gratidão dirigida ao
idoso”, essa questão também está relacionada ao reviver aspectos da história pessoal, pois além da
gratidão pode-se observar aspectos de identificação e projeção, nos quais as participantes idealizam
os idosos. Camélia, Margarida e Violeta falaram da gratidão que sentem pelos idosos a seus
cuidados, referindo-se a sentimentos de reconhecimento por algum benefício prestado. Assim
como exemplificado na fala de Camélia: “[...] tudo o que eu aprendi até hoje, é graças a ela, tudo
mesmo”. A participante comentou que sente uma gratidão muito grande, projetando na idosa esse
sentimento e passando a idealiza-la como fonte de conhecimento. Margarida também projeta no
idoso a quem cuida, um sentimento de gratidão dizendo: “Com ele eu aprendo tanto, não é só ser
cuidadora...”, enquanto que Violeta, trabalhando há dezoito anos na mesma casa e há oito anos
cuidando exclusivamente da idosa, manifesta esta gratidão continuando a cuidar dela. Ela disse que
já pensou diversas vezes em se aposentar, sendo inclusive incentivada por seus filhos, mas desiste
102
da ideia ao pensar em tudo de bom que a idosa lhe fez nesses tantos anos de convivência, como
mostra essa fala: “Se ela não fosse uma pessoa muito boa, eu não estaria com ela...”.
No que diz respeito ao relacionamento com o idoso cuidado, duas participantes falaram do
“afeto sem troca”. Begônia e Giesta que cuidam de pacientes com Alzheimer em alto grau de
dependência, trouxeram em seus relatos a situação na qual procuram interagir com o idoso, mas
não tem certeza se há alguma troca de afeto, devido não haver a possibilidade de verbalização,
como exemplificado nas falas de Begônia: “[...] ela não responde, não verbaliza, mas a gente vê
que ela olha para a gente...” e de Giesta “A gente conversa com ela, para não entender...”. Na
pesquisa de Ferreira, Aguiar e Meneses (2015b), envolvendo cuidadores informais de idosos com
a Doença de Alzheimer, foi relatada a necessidade de ressignificação dos sentimentos e a
desagregação das relações interpessoais que ocorre com a progressividade da doença, trazendo
angústia e sofrimento ao cuidador. Ao dar novos significados a essa relação, os cuidadores tendem
a enfrentar melhor as questões que envolvem o afeto sem troca, e criar estratégias para lidar melhor
com essa situação.
A Figura 9, trata dos “possíveis impactos que poderiam ser causados pela função de cuidar”,
entre eles, impactos à saúde física e mental:
Figura 9. Possíveis impactos à saúde física e mental dos cuidadores
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Impactos negativos na saúde mental
(Frequência 22) (7 participantes)
Mudanças positivas
(Frequência 15) (6 participantes)
Impactos negativos na saúde física
(Frequência 8) (7 participantes)
Não houve impacto
(Frequência 6) (5 participantes)
Medo da velhice
(Frequência 4) (1 participante)
103
Buscou-se conhecer quais seriam os impactos que poderiam ocorrer na saúde física e mental
das cuidadoras e de acordo com a análise de conteúdo realizada a partir do material retirado das
entrevistas, pode-se observar que sete participantes relataram ter sentido impactos negativos na
saúde mental, referindo-se à presença de fatores psicológicos prejudiciais diante da atividade de
cuidar de um idoso. As participantes Acácia, Amarílis, Begônia, Rosa e Violeta se queixaram de
estresse e ansiedade, alegando que devido a isso, se sentem tensas e ainda, tiveram outros
agravantes, como por exemplo, falta de memória, como no caso de Begônia e Violeta.
Para Rocha e Pacheco (2013), a carga de estresse psicológico do cuidador pode ocorrer por
diversas razões, entre elas está o estado de saúde do idoso e a falta de colaboração por parte dos
familiares, aumentando assim, a sobrecarga sobre o cuidador. Embora as participantes, de modo
geral, tenham relatado ter um bom relacionamento com seus idosos, é sabido que em toda relação
há desgastes. Mesmo lançando mão de seus recursos internos lidar com os fatores estressantes, é
possível é que algumas cuidadoras apresentem algum sintoma desse estresse.
Estudos como o de Clay (2009), Camargo (2010) e Pedreira e Oliveira (2012), que falam
de impactos negativos à saúde do cuidador, principalmente com relação à saúde mental e a
sobrecarga a que ficam expostos, mostram que o ato de cuidar pode trazer complicações à sua
saúde. Para Souza (2014), ficar muitas horas confinado no quarto, não poder dar vazão a seus
próprios projetos em detrimento do cuidado ao idoso, pode fazer com que o cuidador sinta com
mais intensidade uma sobrecarga emocional. Entre os sintomas que podem acometê-lo decorrente
dessa sobrecarga estão o estresse, a fadiga, insônia, aumento ou perda de peso, entre outros. O
estresse e a agitação estão exemplificados nas falas de Violeta: “Ah, eu fico bem estressada...” e
de Amarílis: “Você está sempre agitada, sempre em alerta”.
Por outro lado, foram encontradas no relato de seis participantes “mudanças positivas”,
expressando diferenças benéficas percebidas em sua vida, após começarem a exercer a função de
cuidadoras, trazendo-lhes uma visão mais humanizada da figura do idoso, como exemplificado na
fala de Begônia: “Eu tenho que olhar para ela não só como paciente, mas como alguém que já
viveu também, que teve a história dela e que merece todo o meu respeito”. O vínculo de cuidado
com o outro nesse caso, representou uma fonte de mudanças positivas que trouxeram
amadurecimento para as cuidadoras. Em estudo realizado por Kim et al. (2009), os autores
ressaltam que embora o ato de cuidar muitas vezes traga fortes impactos à saúde física e mental do
104
cuidador, quando esse se prevalece de boas condições de saúde e um acompanhamento psicológico,
o cuidado torna-se mais prazeroso e ocorrem mudanças positivas para o cuidador. Para
exemplificar essa afirmativa, foi destacada a fala de Acácia “Depois que eu mudei para essa área,
eu estou mudando o meu comportamento, entendeu, está me deixando mais serena, mais
observadora, procuro não levar as coisas tão ao pé da letra. ” e de Giesta “[...] você começa a
ver as coisas de outra forma [...] valorizar mais a vida com certeza”.
Sete participantes trouxeram em seus relatos terem sentido “impactos negativos na saúde
física”, referindo-se a prejuízos que tiveram em sua saúde nessa área, entre eles, pode-se destacar
a participante Alfazema, que relatou sentir os seguintes sintomas todas as manhãs quando se
preparava para ir ao trabalho: dormência nos pés, aumento da pressão arterial e um mal-estar muito
grande, que só melhorou após um intensivo tratamento médico. A participante Amarílis disse que
após começar a executar essa função, teve aumento de peso significativo, pois devido a pressão de
ter que estar atenta às atitudes da idosa, ficou muito ansiosa e acabou exagerando na alimentação.
Glicínia relata também o impacto físico que sente quando afirma que: “Eu acho que fiquei assim,
mais debilitada...”.
Entre as muitas doenças que podem ser apresentadas pelos cuidadores de idosos podem-se
destacar as doenças psicossomáticas, crônicas, a hérnia de disco, dores na coluna vertebral,
osteoporose e hipertensão arterial. Esses problemas podem ser adquiridos no cotidiano de trabalho
e quando já são preexistentes podem se agravar (Anjos et al., 2015). Para Costa et al. (2015), outra
forma de agravar as doenças, são as muitas horas dedicadas ao cuidado, os esforços realizados na
manipulação dos idosos, alguns com sobrepeso, pode acarretar problemas de saúde nos cuidadores
e até mesmo, trazer complicações a quadros pré-existentes. Esse é o caso da participante Dália, que
relatou ter bronquite e por essa razão sentir um cansaço muito grande, durante as atividades de
cuidado, nas quais precisa fazer toda a higienização do idoso, massagens e locomoção, entre outros
que exigem um grande preparo físico.
Cinco participantes disseram em seus relatos que “não houve impacto”, referindo-se ao fato
de não terem sofrido nenhum tipo de mudança física ou psíquica, após começarem a cuidar de
idosos. Uma das causas dessa ausência de impacto pode estar relacionada com as melhores
condições de saúde dos idosos cuidados por elas. Dália e Camélia relataram que já sofriam de
105
algumas enfermidades desde crianças, mas que esses problemas não se agravaram depois de
começarem a exercer essa profissão.
Dália cuida do senhor I. que embora sofra de problemas psiquiátricos, tenha câncer de
próstata e esteja passando por um momento de depressão, tem muita autonomia e consegue realizar
grande parte de suas atividades sozinho. A participante Camélia cuida da senhora M. J., que está
com início de Doença de Alzheimer, mas ainda consegue dirigir, fazer almoços em família e ter
uma vida social ativa. Diante do exposto, pode-se inferir que devido a esses idosos terem uma
condição física boa, mesmo diante das doenças, as cuidadoras não sentiram um maior impacto em
sua saúde física e psíquica.
As participantes Gardênia, Gérbera e Margarida também afirmaram não ter sentido
impacto de qualquer natureza após assumir essa tarefa. Cocentino (2013), ressalta que esse fato
pode se dar devido ao imaginário social relacionado ao trabalho do cuidador, no qual acredita-se
que a pessoa que está aos cuidados de um idoso, deve sempre estar preparada para lidar com os
fatores estressantes e a sobrecarga física, suportando tudo o que ocorre em seu ambiente de
trabalho, como se essas situações estivessem dentro do esperado para a profissão.
A participante Glicínia mencionou ter “medo da velhice” e traz essa angústia na seguinte
fala: “[...] eu fico pensando na minha velhice [...] Isso me dá um pouco de medo...”. Embora tenha
sido apenas essa participante a trazer tal questão, pode-se observar que no imaginário coletivo há
uma inquietação quanto ao envelhecimento. De acordo com Scortegagna e Oliveira (2012), ainda
é fortemente aceita a representação social do período de envelhecimento como sendo só de perdas,
adoecimentos e anuncio da finitude. Com as experiências vividas em seu cotidiano de trabalho no
cuidado de muitos idosos, a participante tem internalizado em si esse conceito e talvez por essa
razão, fica desconfortável com a ideia de envelhecer, tendo desse período expectativas muito
negativas, conforme é relatado nessa fala: “[...]então, eu tenho medo de ficar idosa, velha e
ninguém cuidar de mim.” e também nessa afirmação: “[...] eu sei que não é bom, mas isso me dá
insegurança”.
A Categoria Temática apresentada na Figura 10, aponta para as “estratégias para lidar com
os possíveis impactos” que podem ser causados pelo ato de cuidar:
106
Figura 10. Estratégias para lidar com os possíveis impactos à saúde física e mental do cuidador
Uma das estratégias utilizadas por nove participantes está representada na Unidade de
Significado “evitar contrariar o idoso”, pois procurando não se opor ao idoso, as cuidadoras tentam
impedir a ocorrência de conflitos. Um exemplo marcante dessa estratégia é a participante Acácia,
que relata que no começo o relacionamento com a senhora E. era bem difícil e agora que as duas
estão se dando bem, ela evita contrariá-la e afirma: “Eu tenho medo de destruir tudo o que já
consegui...”. Outro exemplo a destacar é o de Dália, que procura usar de resiliência para enfrentar
os desafios da profissão e não contrariar o idoso I., ela relata: “[...] quando o paciente está agitado
ou confuso você tenta inverter a situação. O segredo é não contrariar a pessoa, você concorda
com tudo que ela diz e fica tudo bem...”. A resiliência também está presente nas estratégias das
outras participantes, fazendo com que elas passem pelas adversidades do dia a dia de trabalho,
buscando o mínimo de comprometimento de sua saúde de maneira geral, pois abrir mão de seu
ponto de vista para não contrariar o outro, pode também ser considerado um fator estressante.
Segundo Gaioli, Furegato e Santos (2012), entre as muitas estratégias de enfrentamento
usadas pelo cuidador é muito importante que haja resiliência, ou seja, após submetido a uma
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Evitar contrariar o idoso
(Frequência 14) (9 participantes)
Exercício da espiritualidade
(Frequência 14 ) (6 participantes)
Convencimento do idoso
(Frequência 8 ) (7 participantes)
Ter paciência com o idoso e familiares
(Frequência 4) (4 participantes)
Apoio familiar
(Frequência 4) (2 participantes)
Encarar as situações com bom humor
(Frequência 2 ) (2 particiantes)
Não transmitir a própria angústica
(Frequência 2) (1 participante)
107
situação de muito estresse, o cuidador possa se refazer e ter capacidade de adaptação para lidar
com novas demandas, que possivelmente vão ocorrer em seu ambiente de trabalho. Ainda segundo
os autores, quanto maior a resiliência por parte do cuidador, melhor será a qualidade do cuidado
prestado ao idoso. É importante destacar que evitar contrariar o idoso é uma forma do cuidador
procurar se preservar de possíveis atritos. Esta situação se reflete na fala de Camélia, que disse: “
Ás vezes ela teima [...] Eu deixo ela falar e fazer do jeito dela.” e Margarida que também disse
procurar resolver os problemas não contrariando o idoso: “[...] eu não posso fazer do meu jeito,
tem que ser do jeito dele...”.
Foi observado que com relação a esse comportamento, do ponto de vista da teoria
psicanalítica, as participantes utilizam um mecanismo de defesa que Perry (1990) denomina
altruísmo, no qual o indivíduo canaliza afetos tais como a raiva e a impotência, em comportamentos
de ajuda social. Trata-se de uma forma de defesa que possibilita que o indivíduo lide com os
conflitos emocionais suprindo as necessidades de outras pessoas e assim, de certa forma, tenha
supridas suas próprias necessidades. As participantes apresentam esse mecanismo, pois ao
buscarem suprir as necessidades do idoso, de maneira a fazer as coisas de acordo com a vontade
deles, de alguma forma também estão suprindo suas próprias necessidades de gratificação. Com
isso elas procuram garantir uma boa convivência com o idoso e evitar o desconforto dos eventos
estressantes, em caso de discussões que poderiam ser evitadas, podendo-se inferir neste caso, que
há uma recompensa direta ou uma razão de auto interesse explicito para suas atitudes altruísticas.
Para lidar com os eventos estressantes, seis participantes mencionaram lançar mão do
“exercício da espiritualidade”, referindo-se à experiência de estabelecer uma relação com o
sagrado, visando conforto e apoio nas situações difíceis. Essa afirmação pode ser confirmada pela
fala de Glicínia: “[...] ponho meu joelho no chão e oro: ‘Senhor me fortalece’, aí eu volto outra
pessoa”. A pesquisa realizada por Chaves (2014), mostra que o exercício da espiritualidade não
está voltado apenas a pratica religiosa, mas também, como forma de sentir-se amparado e protegido
por alguém ou algo, denotando um vínculo afetivo entre os cuidadores que se utilizaram dessa
expressão e o sagrado. Exercer a espiritualidade vai além de ter uma religião ou se afiliar a algum
grupo religioso, é ter uma comunhão especial com o Sagrado e a Transcendência, buscando
fortalecimento em todos os momentos, principalmente nos de angústia. As cuidadoras que
conseguem amadurecer essa relação, podem contar com esse suporte para lhes ajudar no
108
enfrentamento das dificuldades e sofrimentos, superando seus limites e beneficiando, inclusive,
sua saúde física e mental.
Entre as estratégias apresentadas pelas participantes está o “convencimento do idoso”,
referindo-se ao ato de procurar persuadir o idoso a realizar algo diferente da maneira em que está
acostumado. As participantes relataram que para não criar atrito com o idoso, aos poucos, elas vão
criando estratégias para que os idosos façam suas atividades da maneira que elas consideram mais
adequada. Com isso, visam proporcionar bem-estar ao idoso e melhor adequação de sua rotina de
trabalho. Essa estratégia é o inverso daquela que busca “evitar contrariar o idoso”, pois conseguem
introduzir novos costumes, sem que haja atritos entre elas e o idoso.
A participante Estrelitzia disse que procura conversar e ser bem paciente com o idoso, no
intuito de convencê-lo a mudar a forma como realiza alguma atividade, como expresso nessa fala:
“[...]eu procuro conversar [...] a estratégia é convencer a pessoa...”. Dália também mencionou
que o idoso I. tinha o costume de tomar os medicamentos com refrigerante, o que em alguns casos,
atrapalhava a eficácia do remédio e depois de muito dialogar fez com que o idoso mudasse esse
hábito, como exemplificado nessa fala: “[...] e eu consegui convencê-lo a tomar os remédios com
água”. Para Duarte (2009) e Scortegagna e Oliveira (2012), procurar dialogar com o idoso, mostrar
novas maneiras de realizar as coisas faz com que o idoso se sinta capaz de usar de suas experiências
antigas para lidar com situações diferentes, conferindo a eles o sentimento de pertencimento à
sociedade.
Outra estratégia utilizada para lidar com possíveis impactos diz respeito a “ter paciência
com o idoso e seus familiares”. Vale lembrar que o aspecto “ter paciência” já foi apresentado como
uma das características do “significado de cuidar de um idoso” por algumas participantes, a
diferença neste caso é que elas incluíram também ter paciência com os familiares do idoso. Por
trabalharem no domicílio dos idosos, muitas vezes as cuidadoras também convivem com os seus
familiares, e essa convivência pode trazer conflitos. As participantes Alfazema e Lavanda que já
haviam apresentado esse aspecto como característica do tema já mencionado, juntamente com
Camélia e Estrelitzia, falaram que diante de situações de conflito, procuram lançar mão de seus
recursos internos e usar de paciência tanto com o idoso, quanto com os familiares dele, buscando
estabelecer uma boa convivência em seu ambiente de trabalho, segundo mostra a fala de Alfazema:
109
“Eu procuro ter paciência com ela (a filha)...” e de Estrelitzia: “ [...] eu procuro [...] ser bem
paciente com a pessoa”.
Segundo Maronesi, Silva, Cantu e Santos (2014), os cuidadores que podem contar com
uma boa rede social de apoio, conseguem ter mais resiliência para lidar com as demandas do
cotidiano de trabalho. A participante Alfazema relatou ter sérios problemas com a filha da idosa
que cuida, e embora tenha paciência no trato com ela, já pensou em deixar o trabalho algumas
vezes devido a esses atritos, como mostra sua fala: “Eu cheguei falar: eu vou sair, porque estou
ficando doente e ela (a filha) me pediu: por amor de Deus, não me deixa sozinha!”. Diante disso,
pode-se inferir que haja a necessidade de que limites sejam traçados, para que a família do idoso
não venha a ser um obstáculo na manutenção de uma boa relação entre cuidador e idoso.
É muito importante na utilização de estratégias que o cuidador possa contar com o “apoio
familiar”, para lidar com o estresse causado pelo ambiente de trabalho. As participantes Amarílis
e Giesta relataram que buscam suporte emocional em seus próprios familiares para lidarem com as
situações de estresse, como exemplificado nas falas de Amarílis: “Eu saio de final de semana com
a minha família e recebo minha família em casa, é isso que me distrai.” e de Giesta: “[...] eu vou
para minha família, converso, desabafo”. Esse aspecto também foi encontrado no estudo de Anjos
et al. (2015), que ressaltam que diante da sobrecarga a qual o cuidador fica exposto, a rede social
de apoio serve como base de sustentação. O fato de sentirem-se amparadas pela família pode
favorecer a uma melhor qualidade de vida, e, até mesmo, atuar na prevenção de doenças,
diminuindo o desgaste físico e mental.
Buscando controlar situações que possam trazer conflitos, duas participantes disseram que
usam como estratégia “encarar as situações com bom humor”, demonstrando que há por parte delas,
disposição positiva para lidar com os eventos estressantes. As participantes Acácia e Gardênia
mencionaram que procuram agir com bom humor e dar risada da situação quando ela se tornar
difícil. Ambas cuidam de idosas com Doença de Alzheimer em nível médio e explicaram que essa
estratégia funciona bem em momentos de tensão, tirando o foco de um determinado problema,
como apresentado na fala de Acácia: “[...] a Dona E. fica irritada quando ela faz alguma “arte”
eu dou risada, eu não consigo ficar brava e começo a rir...” e de Gardênia: “Ah, eu faço que nem
ouço [...] procuro brincar, não levo nada a sério...”.
110
Outra estratégia que foi indicado por uma cuidadora foi “não transmitir a própria angústia”,
visando não expor seus sentimentos. Esse aspecto foi trazido pela participante Glicínia, mostrando
que quando ocorrem momentos de tensão no seu cotidiano de trabalho, ela tenta esconder, mudando
de assunto e tirando o foco do problema que está ocorrendo. É importante conseguir lidar com essa
questão, pois num determinado momento, pode ser que os recursos internos não deem conta,
fazendo com a cuidadora não consiga dominar esse fator de estresse. Pode-se observar isso em sua
fala: “Quando eu começo a ficar muito angustiada [...] Nesse momento eu também estou tentando
fugir, porque eu não posso transmitir o que eu estou sentindo”.
Nestas duas situações nas quais as participantes alegam “encarar as situações com bom
humor” e não “transmitir a própria angústia”, elas relataram passar por momentos angustiantes no
ambiente de trabalho. Acácia, contou que quando Dona E. tem alguma atitude agressiva ela procura
amenizar a situação: “[...] eu começo a dar risada [...] eu contorno assim, desse jeito”. Gardênia
disse que também usa desse subterfúgio para lidar com os momentos de tensão no trabalho: “... eu
procuro brincar, não levo nada a sério...”, com isso elas se utilizam do bom humor para tentar
esconder a angústia. Já Glicínia, busca distrair a idosa tirando o foco de um determinado momento
de tensão, também visando esconder o mesmo sentimento, como exemplificado em seu relato: “
Quando eu começo a ficar muito angustiada e estou junto com o idoso e vejo que ele também não
está bem, a primeira coisa que eu faço é convencê-lo a sair: vamos sair um pouquinho, vamos no
portão olhar o movimento? ”
Esse estresse gera uma demanda de autocuidado para as cuidadoras. Características
semelhantes a estas foram encontradas nos estudos de Kim et al. (2009) cujos autores pontuam que
para lidar com o desgaste emocional, as participantes podem fazer uso de psicoterapia individual
ou em grupo, entre outros procedimentos, visando a diminuição dos fatores estressantes.
Corroborando a essa ideia, Maronesi et al. (2014), ressaltam que os cuidadores que fazem
acompanhamento psicológico têm aumentada sua capacidade para lidar com as mais diversas
situações, enquanto aqueles que não participam de nenhum programa de apoio psicológico, tem
uma sobrecarga de estresse mais acentuada.
Diante do que as participantes trouxeram com relação a suas vivências com os idosos
cuidados, foi levantado também quais eram suas “perspectivas para o futuro”. Conforme observado
na Figura 11:
111
Figura 11. Perspectivas para o futuro
Entre as Unidades de Significado a que mais se destacou foi “estudar”, referindo-se ao
desejo de dar continuidade ao aprendizado, trazido no relato de dez participantes. Outro fator
encontrado foi o de “continuar trabalhando com idosos”, no qual oito participantes manifestaram
o desejo de continuar trabalhando na mesma área, mas sentem que precisam se preparar melhor e
buscam respaldo nos estudos.
A necessidade de continuar se aprimorando por meio do estudo motiva a quatro
participantes quererem fazer aperfeiçoamento na área da geriatria, três querem fazer cursos na área
de enfermagem e três querem fazer um curso específico para cuidadora de idosos. Esses cursos
lhes trarão mais conhecimentos sobre o processo de envelhecimento, como as transformações que
ocorrem no organismo do idoso, alguns trazem palestras sobre leis de defesa do idoso e estratégias
de como lidar com situações do dia a dia. Porém, de acordo com a literatura encontrada, pode-se
observar que os cursos, nem sempre, são capazes de trazer toda a informação necessária para a
enfrentar prática de trabalho, sendo necessário, as vezes, fazer mais de um curso, além da
Per
spec
tivas
para
o f
utu
ro
Estudar
(Frequência 19) (10participantes)
Continuar trabalhando com idosos
(Frequência 9) (8 partcicipantes)
Mudança de atividade profissional
(Frequência 2) (1 participante)
Ser cuidada pelos filhos como recompensa
(Frequência 3) (1 participante)
Parar de trabalhar
(Frequência 2) (2 participantes)
112
experiência que só o exercer da profissão proporcionará (Bittar, Grillo, Mariath, Prospero & Sandri,
2012; Dick & Pinto, 2015).
Mesmo que os cursos não ofereçam informações suficientes para abranger toda a rotina de
trabalho, sendo necessária a realização de vários deles, para que se tenha um aperfeiçoamento,
ainda assim, esses conhecimentos são de extrema importância para a preparação do profissional
cuidador. De acordo com Sampaio et al., (2011), quando o cuidador consegue ter conhecimentos
sobre os aspectos que envolvem o processo de envelhecimento, além de todas as transformações e
limitações que possam ocorrer com os idosos, torna seu trabalho mais aprimorado e com o uso
dessas habilidades técnicas, se torna mais capacitado para exercer sua função.
Várias participantes relataram o desejo de “continuar trabalhando com idosos”, essa
afirmação foi trazida por oito cuidadoras, dando a entender que elas estão bem adaptadas à
profissão e por essa razão pretendem continuar a exercê-la, como é expressaAlze na fala de
Amarílis “[...] eu gostaria de continuar nesta profissão. ” e de Rosa “Eu quero trabalhar em
hospital público ou particular na geriatria”. Para Brunoni (2015), há uma relação de gratificação
muito grande relacionada ao cuidado de um idoso. Os profissionais buscam o desenvolvimento de
práticas que melhorem a qualidade do atendimento e aumentem o bem-estar dos idosos sob seus
cuidados. Partindo desse ponto, observa-se que a maioria das participantes que querem continuar
cuidando de idosos, também são aqueles que disseram querer estudar para aperfeiçoar seus
conhecimentos na área.
A participante Camélia relatou que espera “ser cuidada pelos filhos como recompensa”,
embora tenha medo de não poder contar com eles, como expresso nessa fala: “[...] eu espero que
amanhã possam cuidar de mim [...] Poder contar com meus filhos [...] Eu gostaria de não precisar,
mas Deus é quem sabe”. Talvez isso se dê devido a sua experiência de muitos anos, pelos vários
casos que ela tenha acompanhado de idosos que foram literalmente abandonados por suas famílias,
principalmente quando não tinham uma boa renda para manter-se. Embora apenas uma participante
tenha trazido esta questão, essa é uma angústia presente no imaginário das cuidadoras, pois elas
convivem com o adoecimento, a perda das funções, da capacidade de se manter sozinho, da
necessidade do amparo de alguém que preste cuidados e muitas vezes, da falta desse alguém.
Vivenciar essas situações envolvendo a vida dos idosos com os quais, de alguma maneira ela
113
manteve o contato, pode suscitar nela esse medo, pois está percebendo que ela também está
envelhecendo e também poderá precisar de amparo.
O medo do abandono na velhice trazido por Camélia traz à tona um sentimento que mostra
a percepção negativa da velhice frente ao envelhecimento. Esse tem sido tema de vários estudos
que buscam além da compreensão desse fenômeno, a implementação de estratégias para a
diminuição dos casos. No estudo de Nagel, Rohde e Areosa (2016) foi ressaltado que o abandono
e a negligência por parte da família acontecem de forma quase que desapercebida, mas faz parte
da realidade de muitos idosos, que em silêncio, sofrem os mais diversos abusos, mas não
denunciam por medo de retaliação e consequências ainda piores. Para Hernandes (2015-2016), o
temor quanto à velhice também pode ser explicado pelo fato de o ser humano viver todas as fases
da vida com intensidade, porém, não pensar, nem se preparar para a velhice, que embora tenha suas
dificuldades, também é dotada de novas oportunidades de conhecimento e crescimento pessoal.
As participantes Lavanda com 53 anos e Violeta com 59 anos, duas das participantes mais
velhas do estudo, relataram o desejo de “parar de trabalhar”. Nesses dois casos especificamente,
pode-se observar que as participantes, embora afirmassem manter um bom relacionamento com as
idosas cuidadas, já se sentem cansadas e com o apoio da família, gostariam de encerrar suas
atividades aposentando-se, como pode ser confirmado na fala de Lavanda “Pretendo só completar
o tempo para me aposentar.” e de Violeta: “Eu estou com vontade de parar de trabalhar...”.
A participante Alfazema relatou querer uma “Mudança de atividade profissional”, pois se
sente muito cansada com as atividades que realiza e quer se dedicar a uma nova linha de trabalho.
Isso fica expresso em sua fala “Eu prefiro trabalhar em um buffet que mexe com comida...”. O
ambiente de trabalho de Alfazema oferece momentos de muita tensão, tanto pelo alto grau de
fragilidade da idosa, quanto pelo relacionamento conturbado que ela tem com a filha da idosa que
reside na mesma casa. Com isso, pode-se inferir que esses aspectos negativos possam ser um
motivador para essa mudança de atividade.
114
4.5 Análise do Conteúdo da produção do Procedimento Desenhos-Estórias com
Tema.
Na primeira produção, para a realização do Procedimento Desenhos-Estórias com Tema
(Apêndice C), foi solicitado que as participantes fizessem um desenho de “um idoso nos dias de
hoje” e em seguida “contasse uma história sobre o desenho que fez”. A análise foi realizada
utilizando a história, com foco no Imaginário Coletivo atual sobre o Idoso3 de acordo com o
material produzido pelas quinze participantes, como mostra a Figura 12:
Figura 12. Imaginário Coletivo sobre o idoso
3 Como já comentado na página 58, Ayello-Vaisberg (1995) utilizava em seus trabalhos iniciais com o Procedimento
Desenhos-Estórias com Tema, a denominação Representação Social, que depois foi substituída por Imaginário
Coletivo, Por essa razão, tanto na análise do conteúdo das histórias relativas ao procedimento de Desenhos-Estórias
com Tema quanto na análise qualitativa da produção conjunta dos mesmos, optou-se por utilizar a mesma terminologia,
uma vez que ela é a autora do Procedimento, lembrando que os dois conceitos têm sentidos semelhantes.
Imagin
ári
o C
ole
tivo
sob
re o
id
oso
Idoso ativo
(Frequência 15) (9 participantes)
Idoso solitário
(Frequência 6) (5 participantes)
Idoso bem cuidado
(Frequência 5) (5 participantes)
Idoso fragilizado
(Frequência 5) (4 participantes)
Idoso que sofre maus tratos
(Frequência 3) (2 participantes)
115
O Imaginário Coletivo que as participantes trazem sobre o idoso está de modo geral
relacionado a muitos aspectos que já foram descritos na Análise de Conteúdo das entrevistas. Por
meio de diferentes formas de expressão, muitos dos conteúdos relacionados a determinados temas
levantados pelas participantes possuem pontos em comum. Observou-se que o imaginário que as
participantes têm sobre o idoso está relacionado a sua pratica, como por exemplo, quando elas
mostram conteúdos relativos ao idoso bem cuidado e o idoso fragilizado, que são aspectos que
fazem parte de suas vivências no ambiente de trabalho.
Nove participantes trouxeram o conceito de “idoso ativo”, como uma das características
atribuídas à imagem que se tem do idoso, embora elas vivenciem em seu cotidiano de trabalho o
contato com a velhice vivenciada de forma mais frágil. Elas destacaram em suas histórias o idoso
visto com aspectos positivos e ligado ao conceito de envelhecimento ativo, como é o caso de Acácia
que ressaltou que alguns idosos estão sempre em movimento, pois dispõem de autonomia para
realizar suas atividades, como exemplificado neste trecho da história: “A minha percepção é de
que a vontade de estar sempre em movimento...”. Outro exemplo é o de Dália, pois segundo ela,
mesmo que com um pouco de dificuldade, alguns idosos conseguem manter-se socialmente
atuantes, como observado neste trecho de sua história: “Essa é uma idosa, que mesmo tendo os
problemas que ela tem, está de bem com a vida, gosta de viver [...] no dia a dia ela gosta de tomar
banho, pintar as unhas, cortar o cabelo, ir a um bom restaurante...”.
O estudo realizado por Andrade, Sena e Jesus (2014), mostra que cada vez mais, os idosos
têm alcançado um fortalecimento social, se inserindo em grupos que visam promover um
empoderamento do idoso nas atividades da vida social e com isso, fazer dele um sujeito de direitos.
Nesse estudo foi ressaltada a necessidade de que o idoso seja visto com indivíduo participante das
relações sociais, desmistificando o conceito de velhice com conotação pejorativa, mostrando que
o idoso deve ser respeitado independentemente do papel social que exerce. Sendo assim, não
precisará ser comparado a alguém jovem para ser aceito por outros grupos etários, mas será
valorizado como cidadão que construiu e continua construindo sua própria história.
Analisando a literatura sobre envelhecimento dos últimos anos verificou-se que há uma
mudança na representação social do idoso, se comparando há décadas passadas, nas quais as
características negativas eram mais ressaltadas. Hoje um novo olhar é lançado sobre a velhice, pois
além de aspectos relacionados a fragilidade, são colocadas em evidência também aspectos positivos
116
desse período. Essa dicotomia pode ser observada no estudo de Negretti (2015), que analisou as
representações sociais sobre o envelhecimento nas novelas de uma determinada rede de televisão
brasileira. Segundo a autora, as novelas tendem a refletir o imaginário social a respeito de um
determinado tema, e em se falando de envelhecimento, mostram várias facetas desse processo.
Assim, em um momento as novelas trazem a ideia de fragilidade, apresentando um contexto
histórico já instalado na percepção das pessoas, no qual o idoso é incapacitado e marginalizado,
representado por um avô ou avó muito doentes que são responsáveis por parte das despesas de uma
família pobre, e, em contrapartida, trazem a ideia de força, mostrando o idoso como fonte de
sabedoria, realização social e pilar de sustentação da família e das tradições culturais,
exemplificado pelo personagem de um patrono de algum grande império.
Nos estudos de Pereira, Freitas e Ferreira (2014) e Silva e Menandro, (2014), foi ressaltado
que as Representações Sociais são dinâmicas, e diferem de acordo com a sociedade na qual são
criadas podendo se modificar no decorrer da evolução de cada grupo social. Elas se constituem de
acordo com as opiniões e conhecimentos a respeito de um objeto central, remodelando-se pelas
vivências de um determinado grupo e vão influenciar na aceitação deste pela sociedade. Essa
dicotomia que traz aspectos positivos e negativos a respeito do envelhecimento, pode ser verificada
na fala de Gardênia que menciona o “velho”, mas com autonomia: “Esse idoso é muito esperto.
Ele está bem velho, mas faz tudo sozinho...”.
Aspectos do idoso visto como fragilizado foram trazidos por quatro participantes que têm
contato com idosos em situação de dependência Essa característica também foi mencionada na
análise das entrevistas, como uma das motivações para se cuidar de idosos, relacionada a “vivência
com idosos que necessitam de cuidado”. Foi verificado que dependendo do grau de fragilidade no
qual se encontra o idoso, torna-se indispensável a contratação de um profissional cuidador. Para
Fattori et al. (2013), tanto características biológicas, quanto aspectos genéticos, assim como os
hábitos de vida do indivíduo, podem ser desencadeadores da fragilidade. Um fator agravante em
seus efeitos, são as comorbidades que incapacitam o idoso, fazendo-o suscetível a quedas,
desnutrição e uma maior tendência a episódios de depressão, intensificando o quadro de
fragilidade. Com relação as participantes do estudo que mencionaram esse aspecto, Dália, Giesta e
Glicínia atuam na área da enfermagem e tem contato com idosos extremamente debilitados e
117
Alfazema, cuida de uma idosa acamada, mostrando que o Imaginário que elas têm do idoso, pode
estar relacionada de modo mais intenso às suas vivências.
Algumas participantes trouxeram nas histórias conteúdos relacionados ao idoso visto como
solitário. Esse aspecto também foi encontrado na análise de conteúdo das entrevistas como uma
das motivações para se tornar um cuidador de idosos. Indiretamente essa característica aparece na
figura do “sentimento de pena com relação ao idoso”, pelos tantos infortúnios que ele pode ter
sofrido na vida e pelo abandono, como também na figura da “vivência com idosos que necessitam
de cuidados”, fazendo alusão à pessoa que precisa de uma assistência especial, porém, muitas vezes
não tem quem preste esse cuidado, como exemplificado na fala de Violeta: “[...] ele fica muito
sozinho, seus filhos nunca vêm para visitar...”.
Outro aspecto trazido pelas participantes foi o “idoso que sofre maus tratos”. Essa mesma
temática já havia sido destacada na análise das entrevistas como uma das características da função
de cuidadora. Nesse momento as cuidadoras trouxeram conteúdos relativos a “defesa do idoso
frente aos maus tratos”, como mostra esse trecho da história de Gérbera: “[...] tenho visto com
frequência maus tratos contra o idoso...”. No estudo de Nagel et al. (2015), são ressaltadas várias
formas de violência que são praticados contra idosos, fazendo com que isso seja um sério agravante
ao direito a um envelhecimento mais digno. Desse modo, a negligência de maneira geral, seja na
administração dos medicamentos, no cuidado com a alimentação e a higiene, ou mesmo atos de
violência física, psicológica, são exemplos de maus tratos aos quais os idosos podem ser
submetidos.
A violência pode se dar, devido a antigos estereótipos nos quais a figura do idoso era vista
apenas como fraca, incapaz de produzir e de se socializar, tornando-o vulnerável a essas ações. As
participantes, em sua grande maioria, estão em contato com essa realidade de incapacidade, pois
estão cuidando de idosos debilitados, carentes de uma atenção especial e sem condições de se
manterem sozinhos, talvez por essa razão tenham expressado essa característica em seus desenhos
e histórias. Em estudo realizado por Vieira e Lima (2015), foi buscado compreender os estereótipos
que são atribuídos à figura do idoso, e foi observado que entre os participantes daquela pesquisa,
havia fortemente o estereótipo desse idoso solitário e fraco, suscetível a maus tratos.
118
A visão que as cuidadoras têm da figura do idoso é formada de acordo com sua prática e
suas vivências, e características do idoso bem cuidado fazem parte do que elas entendem como
uma das principais características da função de cuidadora, pois são contratadas para “bem cuidar”
do idoso. Esse aspecto foi encontrado na análise das entrevistas dando ênfase nas diversas formas
de prestar esse bom cuidado, como por exemplo: “proporcionar bem-estar”, “ter afeto”, “ter
empatia”, “ter paciência” e “dar atenção”, as quais denotam uma idealização em torno das funções
de cuidadora, como exemplificado na fala de Estrelitzia: “Quando encontrou em uma cuidadora
carinho, afeto, dedicação, então ficou uma pessoa totalmente diferente para o lado bom da vida”.
Há uma exigência muito grande em torno do cuidador, no sentido de que ele tem a obrigação de
suprir integralmente todas as necessidades do idoso e com a internalização desse conceito, muitas
vezes o cuidador se sente onipotente.
Na segunda produção, para a realização do Desenho-Estórias com Tema, (Apêndice C), foi
solicitado que as participantes fizessem um desenho de “uma pessoa que trabalhasse com idosos”
e em seguida “contasse uma história sobre o desenho que fez”. A análise foi realizada utilizando
a história, com foco no Imaginário Coletivo do Trabalho de Cuidador de Idosos, segundo a visão
das quinze participantes, como mostra a Figura 13:
Figura 13. Imaginário Coletivo sobre o trabalho de cuidador de idosos
Imagin
ári
o C
ole
tivo s
ob
re o
Tra
balh
o d
e
cuid
ad
or
de
idoso
s
Prestar cuidado e conforto ao idoso
(Frequência 17) (12 participantes)
Fonte de recompensa
(Frequência 7) (6 participantes)
Trabalho relacionado à diversão
(Frequência 3) (3 participantes)
Dificuldades do trabalho
(Frequência 2) (2 participantes)
Trabalho relacionado a auxilio finaceiro
(Frequência 2) (2 participantes)
Tristeza diante da velhice
(Frequência 1) (1 participante)
119
Doze participantes trouxeram o conceito de “prestar cuidado e conforto ao idoso” como um
dos conteúdos relativos ao Imaginário Coletivo do trabalho de cuidador de idosos, que de modo
geral, também está relacionado a muitos aspectos que já foram descritos na Análise de Conteúdo
das entrevistas, como ocorreu com a Categoria Temática anterior. Embora apresentadas com
diferentes formas de expressão, muitos dos conteúdos relacionados a determinados temas
levantados pelas participantes possuem características semelhantes.
Na Análise do Conteúdo das entrevistas, esse aspecto foi atribuído como um dos
significados da função do cuidador, na Unidade de Significado “proporcionar bem-estar”. As
participantes Dália, Giesta e Lavanda trouxeram estes aspectos nos dois momentos, mostrando que
esta é uma característica marcante com relação ao papel de cuidadora. Uma das definições do termo
cuidado é dar assistência, tendo zelo e cautela a respeito de alguém e essa definição fica expressa
nas histórias de doze participantes (Houaiss, 2015, p.276). É muito importante para as cuidadoras
sentir que estão prestando um bom atendimento ao idoso, pois esse é o compromisso que firmam
com quem as contratou e principalmente com o idoso, que dependerá de sua dedicação para terem
atendidas as suas necessidades. Essa afirmação se expressa na narração da história de Dália: “[...]
estou aqui para ajudar o senhor a fazer suas atividades. ” e de Giesta: “[...] cuidando como deve
ser cuidado, trazendo conforto...”.
Quando as participantes trazem o conceito de “idoso bem cuidado”, observa-se uma
idealização da profissão, trazendo a figura do cuidador como aquele tem poder para solucionar os
problemas, dar apoio, proteger e trazer conforto, muitas vezes sem se preocupar com suas próprias
necessidades. Em estudo realizado por Marques e Quadros (2011), verificou-se que ocorre entre
muitos cuidadores a necessidade de sentir-se um profissional perfeito. Esse aspecto pode ser
confirmado nesse trecho da história de Amarílis: “Meus pacientes são bem cuidados e também
felizes. ” e de Giesta: “[...] tentando alegrar e amenizar o momento.”
O conceito de onipotência e idealização da profissão de cuidador de idosos, pode estar
ligada às muitas funções que exerce e a responsabilidade que é cobrada desse profissional. Rocha
Junior et al. (2011), ressaltam que segundo o Ministério da Saúde, é dever do cuidador profissional
de idosos, além de cuidar das necessidades básicas do idoso, presando por sua qualidade de vida,
120
atuar na articulação de conhecimentos e atitudes para a inserção social e valorização do idoso,
respeitando suas escolhas e sua independência.
Diante de tantas exigências e imposições, se torna natural que ao sentir que está executando
bem o seu papel, o cuidador tenha essa idealização e a supervalorização de seu trabalho, como
aparece na fala de Amarílis: “[...] bem confortável e bem cuidado...”. Segundo Silva e Falcão
(2014), o ato de ter que se preocupar e se responsabilizar pelo bem-estar de outra pessoa, traz para
o cuidador um sentimento de orgulho por poder usar suas habilidades em favor do idoso e também
um sentimento de realização, mostrando que há um envolvimento afetivo com o idoso cuidado.
O trabalho como cuidadora de idosos também foi considerado uma “fonte de recompensa”,
trazendo a ideia de gratificação no cuidado com o idoso. Essa característica também foi encontrada
na análise das entrevistas em dois momentos: na motivação para se tornar cuidador de idosos com
a Unidade de Significado “sentimento de gratificação” e no relacionamento com o idoso cuidado
na Unidade “gratidão dirigida ao idoso”. Esse sentimento fica expresso na narrativa das histórias,
como exemplificado na fala de Estrelitzia que atribui ao cuidador a seguinte fala: “[...] pois é uma
profissão muito bonita e gratificante. ” Giesta disse que “O cuidador é uma das profissões mais
lindas...” e a participante Margarida conforme esse trecho da história: “Me lava a alma, é muito
recompensadora! ” Nessas expressões vê-se o quanto é importante para as participantes esse
sentimento de realização ao cuidar do idoso, relevando os aspectos negativos do ato de cuidar,
como a fragilidade na velhice e ressaltando os positivos, como a gratificação, aspecto este, também
encontrado no estudo de Silva e Falcão (2014).
Três participantes trouxeram conteúdos relativos ao “trabalho relacionado à diversão” como
uma característica do trabalho como cuidadora. Ao analisar o conteúdo das entrevistas esse aspecto
apareceu como uma estratégia utilizada por duas participantes para lidar com os possíveis impactos
da profissão, na Unidade de Significado “encarar as situações com bom humor”. Muitas vezes o
ambiente de trabalho pode ser alegre, dependendo do humor do idoso e do relacionamento entre
ele e o cuidador. Gardênia traz em sua história a seguinte fala: “Brinca com ela e se diverte muito
com ela. ” e Margarida disse que: “... ele é muito jovem, alegre, um espírito maravilhoso [...]
Estou adorando cuidar dele!”.
121
Duas participantes se referem às “dificuldades encontradas no seu cotidiano de trabalho”,
tais como cuidar de uma idosa com Doença de Alzheimer e momentos nos quais a cuidadora fica
nervosa, diante de algo que possa ter ocorrido em seu ambiente de trabalho. Begônia, que cuida
de uma idosa com Doença de Alzheimer, narra em sua história: “Esta é uma cuidadora que cuida
de uma senhora com Alzheimer. Ela sabe que não é fácil a sua tarefa. ”, mostrando em sua
narrativa o quanto é angustiante para a cuidadora, lidar com uma idosa com essa enfermidade.
Lavanda menciona como uma dessas dificuldades, que há momentos nos quais a cuidadora passa
por situações de estresse: “Essa cuidadora [...]Ela é uma pessoa muito boa, mas ás vezes fica
nervosa [...] Mesmo assim, faz suas atividades...”. Na análise das entrevistas observou-se três
momentos que podem ser considerados de difícil enfrentamento pelas cuidadoras. Diante de um
idoso muito doente vivenciar a “ansiedade com relação à morte do idoso”, para os cuidadores de
idosos com quadro demencial avançado, lidar com a questão do “afeto sem troca” e nos momentos
de estresse intenso “não transmitir a própria angústia”.
Como também observado no Estudo de Ferreira (2012), esses aspectos mostram que mesmo
diante de uma boa convivência, há problemas que são decorrentes do dia a dia de trabalho, até
mesmo, devido a sua própria dinâmica, que podem ser considerados de difícil manejo pelas
participantes, o que faz com que haja uma sobrecarga maior por parte do cuidador e sua vida laboral
se torne mais cansativa. Para poder lidar com essas situações desgastantes, seria necessária uma
rede de apoio psicoterapêutica, dando suporte ao cuidador e fortalecendo-o na formação de
estratégias para dar conta das demandas. A autora ressalta que mesmo não havendo a possibilidade
de terapia, quando há vínculos afetivos positivos entre cuidador, idoso e família do idoso, o
cuidador tem uma sobrecarga menor, pois esses laços de afeto cooperam para uma melhor
resolução dos problemas.
O conteúdo relacionado ao trabalho que realizam estar vinculado ao “auxílio financeiro”
que necessitam, faz parte dos conteúdos relativos ao imaginário coletivo de duas participantes:
Gérbera e Lavanda. Esse aspecto já havia aparecido na análise de conteúdo das entrevistas como
uma das motivações para se tornar cuidador de idosos, na Unidade de Significado “auxílio
financeiro”, trazido pelas participantes Alfazema, Begônia e Lavanda. Na narrativa da história
Gérbera levanta a questão de que “Hoje está em alta cuidar do idoso pelo salário. ” e Lavanda,
122
que apresentou a questão financeira tanto na entrevista, quanto nas histórias, mencionou que “Essa
cuidadora ficou viúva e trabalha para pagar as contas”.
A fala da participante Gérbera remete a um fato que está ocorrendo na atualidade, no qual
muitas pessoas que estão desempregadas podem se propor a ser cuidadoras de idosos. Entre as
várias razões que podem ter motivado as participantes a exercerem essa função, podem estar
relacionados a necessidade de remuneração e a grande demanda, podendo-se inferir que, se a
cuidadora exercer essa função somente motivada pela renumeração e não levar em conta outras
questões ligadas ao gostar do que faz, poderá ter dificuldades em exercer a função. Segundo
Alvarez, Polaro e Gonçalves (2015), a falta de recursos humanos especializados abre as portas para
que pessoas sem capacitação específica, e até mesmo sem aptidão, se insiram no mercado de
trabalho e ocupem as vagas oferecidas a cuidadores de idosos.
Entre as várias razões que motivaram os participantes a exercer essa função encontradas na
análise das entrevistas, nutrir afeto pelo idoso foi o aspecto mais apontado pelas participantes, como
fator que as levou a se tornar cuidadoras de idosos. Podendo-se inferir que apenas a necessidade
financeira não é suficiente para que o cuidador consiga vencer todos os obstáculos da profissão,
mas que outros sentimentos são necessários para servir como base de sustentação, ajudando-os a
lidar com eventuais problemas que possam ocorrer no ambiente de trabalho e permanecer
executando suas funções.
A participante Alfazema, que tem 59 anos, trouxe em sua narrativa conteúdos relacionados
a “tristeza diante da velhice”, referindo-se à desolação diante das perdas inerentes ao
envelhecimento, que fica exemplificada nesse trecho da história: “Eu fico pensando que a velhice
é uma coisa muito triste”. Assim, pode-se depreender que ela externa angústias e medos quanto ao
seu próprio processo de envelhecimento, projetando em si mesma, todo o sofrimento que vivencia
com a idosa que cuida. Esse aspecto também surgiu na análise de conteúdo das entrevistas, pela
participante Glicínia, que tem 58 anos, na Unidade de Significado “medo da velhice”. Ao vivenciar
no cuidado a idosos, situações difíceis, as duas participantes temem passar pelos mesmos
problemas, e esse aspecto pode ser agravado pelo fato dessas cuidadoras já terem quase sessenta
anos e estarem mais próximas da velhice
123
Essa característica também foi observada nos Estudos de Rosa (2014) e Guarnieri e Lopes
(2015), os autores ressaltam que se torna muito difícil lidar com as muitas limitações do
envelhecimento, a perda do vigor físico, e, ainda, um peso imposto pela sociedade que obriga a
pessoa a ficar eternamente jovem. Embora cada um vivencie o envelhecimento de maneiras
diferentes, como já foi mencionado em vários trechos desse estudo, essas cobranças podem fazer
com que a aceitação desse processo se torne ainda mais difícil.
124
4.6 Análise qualitativa do conjunto da Produção Desenhos-Estórias com Tema
4.6.1 Análise produção do Procedimento Desenhos-Estórias com tema: Desenho número 1.
Imaginário Coletivo sobre o idoso.
Na primeira produção do Procedimento Desenhos-Estórias com Tema (Apêndice C),
buscou-se compreender o Imaginário Coletivo atual sobre o idoso, analisando conjuntamente a
produção dos desenhos e das histórias realizadas pelas participantes. No momento da execução dos
desenhos, as quinze participantes afirmaram não saber desenhar perfeitamente e talvez por falta
dessa habilidade, viu-se que bem poucos desenhos traziam características que realmente
representavam uma aparência mais própria de uma pessoa idosa, enquanto que em sua maioria
foram encontradas características mais jovens.
Da mesma maneira como já foi falado na Análise do Conteúdo das entrevistas e das
histórias dos desenhos, percebe-se que também os desenhos sofrem grande influência das vivências
e práticas das cuidadoras em seu cotidiano de trabalho. Desse modo, embora as histórias tragam
em sua maior parte conteúdos relativos ao idoso ativo, nos desenhos observou-se uma ambivalência
concernente ao idoso ativo e o idoso dependente nas produções da maioria das participantes, que
fizeram desenhos com características joviais, porém dependentes do uso de uma bengala ou de
cadeiras de rodas. Observa-se que mesmo atribuindo ao idoso autonomia para realizar várias
atividades, elas o apresentam muitas vezes como dependente de alguma ajuda, seja delas ou de
algum objeto de apoio.
Embora esses equipamentos tragam a ideia de dependência, principalmente a cadeira de
rodas, pode-se observar que nesse contexto a bengala, que pode ser considerada uma espécie de
símbolo da velhice, pois muitas vezes, a presença da bengala no desenho identifica a figura do
idoso. Para muitas participantes ela pode estar relacionada à possibilidade de movimento, pois
apoiando-se em uma bengala o idoso tem condições de realizar suas atividades com bastante
autonomia. Essa característica pode ser confirmada na narrativa de Acácia que desenhou um idoso
esbelto, com muitos cabelos, postura ereta, porém, segurando uma bengala: “[...] a vontade é de
estar em movimento”.
A participante Amarílis fez o desenho do idoso como se fosse um de menino de boné, com
ar de satisfação, sentado em uma cadeira de rodas, mostrando, segundo sua história, que embora
125
dependente da cadeira, o idoso está feliz e bem cuidado, ao lado de seus remédios que vão lhe
proporcionar uma vida maior e com melhor qualidade. Características da velhice idealizada
também apareceram nos desenhos e histórias de algumas participantes. Gardênia afirmou que
“Esse idoso é muito esperto [...] faz tudo sozinho. ” Margarida que disse: “Sou alegre,
conversador, sou jovem! ” e Rosa também comentou: “Esse idoso tem mais de 70 anos, ele gosta
de trabalhar...”.
A participante Dália fez o desenho de uma idosa com características jovens, mas numa
posição de desequilíbrio, como se estivesse caindo da folha. Em sua história ela comentou que
embora a idosa tivesse vários problemas de saúde, conseguia se manter ativa, usando do
conhecimento obtido no decorrer dos anos para aconselhar as gerações mais jovens: “É uma pessoa
que apesar de estar com uma patologia, não se esquece dos outros, quer ajudar as pessoas.
Aconselha e fazer regime para emagrecer, a se vestir bem...”.
Três participantes trazem conteúdos referentes ao envelhecimento ativo. Camélia fez o
desenho uma idosa ao lado de seu carro, a caminho da igreja e em sua história narrou que ela vai
ao teatro, ao cinema e faz almoço aos domingos para sua família. Considerando o total dos
desenhos realizados esse é o único que desvincula a figura do idoso de um quadro de dependência
e o mostra como um sujeito de direitos, com saúde e vida social ativa. Lavanda e Rosa, ressaltam
que mesmo diante de dificuldades, os idosos desenhados conseguiram supera-las e alcançar uma
boa condição. Nesse caso, os desenhos mostram o idoso sem nenhum tipo de apoio.
Mostrar a velhice com características de jovialidade pode demostrar o quanto é difícil para
elas, lidar com os aspectos negativos do envelhecimento humano. Para Temóteo (2014), há um
investimento muito grande da mídia na representação social do idoso jovem, autônomo que realiza
várias atividades e é um consumidor em potencial, em detrimento ao idoso fragilizado que necessita
de cuidados especiais. Pode-se assim inferir, que fica mais fácil para as cuidadoras imaginar que o
idoso cuidado ainda é produtivo, mesmo tendo suas limitações.
Apesar dos aspectos positivos que foram ressaltados pela maioria das participantes,
Begônia, Gérbera, Giesta e Glicínia destacaram características negativas, como o sofrimento pela
perda da autonomia, maus tratos, o abandono e a tristeza. A participante Gérbera trouxe conteúdos
da velhice fragilizada e do idoso abandonado e maltratado, que segundo ela, faz parte de suas
126
vivências no trabalho voluntário que realizou com muitos idosos. Na análise das entrevistas ela
mencionou que começou a cuidar de uma idosa que foi abandonada pelos e filhos e depois disso,
fez alguns cursos e assistiu a várias palestras sobre os direitos dos idosos, e assim, também cuidou
de outros idosos que sofriam maus tratos. Durante a execução do desenho ela enfatizou que “A
idosa usa fralda, da boca sai baba e dos olhos saem lágrimas”, mostrando uma pessoa
completamente debilitada e dependente do cuidado do outro. O desenho das lágrimas faz alusão à
tristeza que se sente na velhice, o abandono e os maus tratos que ela cita em sua história, podendo-
se inferir que há um temor por parte da cuidadora, quanto ao abandono em sua própria velhice.
Outro fato observado nestes quatro casos, foi que essas cuidadoras não conseguem conceber
que esses idosos a seus cuidados, tenham capacidade para se relacionar com o ambiente ou inserir-
se na vida em sociedade, atribuindo características de exclusão à velhice. Esse fato pode ser
observado nos desenho e história de Estrelítzia, que fez um idoso com fisionomia de mau humor e
afirmou: “Era uma pessoa muito ranzinza [...] ficava zangado por qualquer coisa”. Giesta
desenhou um idoso derramando muitas lágrimas e afirmou em sua história que: “O idoso se sente
só [...] o que fala mais alto é o abandono”.
Esse aspecto também foi encontrado nos estudos de Queroz (2013) e Guariento et al.,
(2013), nos quais foi ressaltado que o envelhecimento patológico pode fazer com que o idoso fique
isolado do convívio social e necessite de cuidados especiais e terapias específicas para a redução
de distúrbios neuropsiquiátricos e reabilitação física, visando fazer com que esse idoso possa
novamente participar de atividades sociais.
4.6.2 Análise produção do Procedimento Desenhos-Estórias com tema: Desenho número 2.
Imaginário Coletivo sobre o Trabalho de cuidador de idosos.
Na segunda produção do Procedimento Desenhos-Estórias com Tema (Apêndice C),
buscando compreender o Imaginário Coletivo sobre o Trabalho de cuidador de idosos, mais uma
vez analisando conjuntamente a produção dos desenhos e das histórias realizadas pelas
participantes. Vários aspectos da profissão foram levantados e observou-se que a maioria das
participantes ressaltaram os aspectos positivos do trabalho como cuidadora, exceto por Begônia,
Lavanda e Gérbera. A participante Begônia mostrou a impotência da cuidadora diante de uma idosa
com temperamento difícil, como já dito na análise da história e exemplificada em sua fala: “Esta
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é uma cuidadora que cuida de uma senhora com Alzheimer. Ela sabe que não é fácil esta tarefa.
”, mostrando que há dificuldades no ambiente de trabalho.
A participante Lavanda apresentou a cuidadora que passa por momentos de nervosismo,
mas que consegue dar conta de suas atividades, como mostra esse trecho da história: “Ela é uma
pessoa muito boa, mas ás vezes fica nervosa. Mesmo assim, faz bem suas atividades de cuidadora”.
Na análise da entrevista ela comentou: “[...] eu era muito nervosa e a gente vê que não é por aí...”,
mostrando que ela própria passa por momentos de nervosismo, projetando esse sentimento para a
personagem de sua história.
Para Silva e Falcão (2014), assim como o conceito de velhice oscila entre a idealização e a
depreciação do idoso, trazendo estereótipos e características ambivalentes sobre sua figura, no
Imaginário Coletivo sobre o trabalho de cuidador de idosos também ocorre essa ambivalência,
havendo aspectos desfavoráveis, com a observação da perda de autonomia, mostrando sua
impotência diante das doenças degenerativas progressivas e da morte do idoso cuidado. Por outro
lado, há a gratificação de prestar cuidados humanitários e a sensação de que se está aprendendo
muito com o idoso em seu dia a dia de trabalho, como ressalta a própria Gérbera: “[...] para cuidar,
cada um faz o seu melhor”.
Das quinze participantes, duas desenharam o cuidador caracterizado como enfermeiro:
Amarílis e Giesta, mostrando que ainda está internalizado em suas concepções, que os enfermeiros
são os cuidadores oficiais de idosos, como se via a décadas atrás. Amarílis que se apresenta de
braços abertos, mostrando que está disposta a realizar o cuidado, também disse na entrevista que
gostaria muito de fazer um curso de cuidadora de idosos, para aperfeiçoar seus conhecimentos.
Giesta que já é graduada em enfermagem, mas que pretende fazer uma especialização nas áreas de
geriatria e gerontologia, visando acrescentar mais conhecimento e capacitação ás suas atividades.
Ao ser solicitado que elas desenhassem uma pessoa que trabalhasse com idosos, apenas
Dália e Giesta fizeram desenho de um cuidador do sexo masculino, enquanto que as outras treze
participantes desenharam mulheres prestando assistência aos idosos. Diante disso observa-se
conteúdos relativos ao Imaginário Coletivo delas, considerando a função de cuidador de idosos
como relativa ao sexo feminino. Como verificado no Estudo de Almeida et al. (2015), em muitas
128
culturas ainda fica a cargo da mulher todo o tipo de cuidado, seja a crianças, enfermos e idosos da
família, associando a elas a obrigatoriedade de cuidar.
Algumas participantes falam do quanto é gratificante ver o idoso bem cuidado e do
sentimento de dever cumprido, assim como Acácia, quando disse: “O gesto de auxiliar o outro é
reconfortante e a satisfação ao final do plantão é inexplicável...”. Em seu desenho ela reproduz as
mãos de uma cuidadora segurando as mãos de uma pessoa idosa, demostrando uma situação na
qual o idoso é amparado e mencionando o quão é gratificante prestar esse cuidado. Para Ferreira
(2012), o sentimento de gratificação em cuidar de um idoso, acaba superando as falhas no
relacionamento, pois há uma compreensão maior por parte do cuidador, e isso coopera para uma
melhoria em sua qualidade de vida e no trabalho oferecido ao idoso. Esse sentimento de
gratificação foi encontrado na análise de conteúdo das entrevistas, mostrando que essa é uma
característica muito forte no imaginário do cuidador. Podendo-se inferir que o sentimento de
gratificação pode ser um forte mediador na resolução dos problemas de relacionamento entre
cuidador e idoso, inclusive no caso da própria Acácia, que relatou ter um relacionamento difícil
com a idosa no início, mas ter superado as dificuldades.
Os aspectos idealizados estão presentes na produção de cinco participantes: Amarílis, Dália,
Gardênia, Giesta e Glicínia, mostrando a figura da cuidadora como aquela que consegue resolver
todos os problemas. Esse aspecto pode ser observado no desenho e nas falas de Amarílis, que fez
uma cuidadora com fisionomia de felicidade, símbolo de enfermeira na cabeça e com os braços
abertos, como que a receber o idoso para ser cuidado e curado por ela. Essa característica pode ser
confirmada em sua narrativa: “Oi, sou uma cuidadora muito feliz. Meus pacientes são bem
cuidados e também felizes ”. A participante Giesta também desenhou um cuidador com o símbolo
da enfermagem, profissão na qual ela é graduada, também com os braços abertos e fisionomia feliz,
semelhantemente à Amarílis, trazendo em sua fala: “... o cuidador é uma das profissões mais lindas
do mundo, pois escolhe cuidar de alguém como profissão e dando atenção e cuidado”.
A participante Glicínia mostra em seu desenho uma ligação da idosa cuidada, como se fosse
um cordão com um lacinho, que vai do seu pescoço até a cama da idosa, como se dissesse que
mesmo olhando em outra direção, está conectada à idosa. Em sua história ela ressalta que está:
“Cuidando do idoso acamado com muito amor e dedicação e sempre de olho para não cair da
cama ”, mais uma vez mostrando o quanto suas vivências influenciam na concepção que ela tem a
129
respeito do que é cuidar de idosos. Na análise de conteúdo das histórias foi encontrada a Unidades
de Significado “idoso bem cuidado”, na qual as participantes Amarílis e Dália também aparecem,
reflete essa idealização e a necessidade de reconhecimento por seus bons trabalhos prestados. Esses
aspectos também foram encontrados no estudo de Marques e Quadros (2011), envolvendo
cuidadores formais e informais. Os autores ressaltam que quando o cuidador se sente valorizado
em seu trabalho, consegue lidar com mais facilidade com as situações estressantes.
A participante Camélia apresenta uma cuidadora desvinculada de seu ambiente de trabalho,
mesmo mencionando que a cuidador procura executar bem as suas funções, ela encontra tempo
para dedicar cuidados a si, preservando sua autoestima e qualidade de vida, mostrando em seu
desenho uma cuidadora bem arrumada, com bolsa, salto alto e segurando um celular, para se
conectar às redes sociais. Em sua história afirma que a cuidadora “gosta muito de se arrumar e está
sempre de salto alto. Gosta do Zap Zap...”. Estrelitzia demonstra satisfação, mas mostra uma
preocupação com os profissionais da área, quando relata: “Essa cuidadora [...] espera também que
daqui em diante tenham mais possibilidades para novos cuidadores”. Uma característica muito
forte que foi encontrada e permeia a maioria dos casos é a negação das dificuldades inerentes ao
ato de cuidar, pois as participantes ressaltam o quanto é bom dedicar cuidados, ver que o idoso está
sendo bem atendido, mas poucas levantaram a questão da sobrecarga a qual ficam expostas
diariamente.
Embora não seja o objetivo dessa pesquisa, fazer uma avaliação dos aspectos da
personalidade das participantes, pois trata-se de um desenho temático, é interessante observar a
ênfase que elas dão, na execução dos desenhos, às características ligadas às mãos e braços dos
cuidadores. Buck (2003), considera braços e mãos como órgãos de contato, utilizados para
controlar ou realizar mudanças, como esses membros estão enfatizados na maioria das produções,
pode-se apreender o quanto elas se sentem responsabilizadas em mudar a situação na qual se
encontra o idoso cuidado.
Analisando por esse prisma, Acácia não desenhou nenhuma pessoa, apenas apresentou
braços e mãos entrelaçados, como que dando apoio uns aos outros, e em sua história ressalta o
quanto é maravilhoso poder ajudar o próximo. Alfazema tem as mãos grandes em forma de garra,
demonstrando impulsividade e falta de capacidade para um convívio mais refinado. A participante
trouxe em sua entrevista e necessidade de proteger a idosa a qual cuida, dos maus tratos de sua
130
filha, mostrando que está sempre com suas “garras” afiadas e prontas para defender a idosa. Essas
mãos grandes também foram encontradas na produção de Lavanda.
Amarílis desenhou uma enfermeira de braços bem abertos, demonstrando um bom
ajustamento, mas traz em sua história aspectos de idealização como exemplificado nesse trecho:
“Oi, sou uma cuidadora muito feliz”. Características como bondade, paciência, respeito, ser muito
capacitada naquilo que faz foram trazidas por praticamente todas as participantes, mostrando o
quanto todas elas idealizam sua função.
Entre as participantes que apresentam a idealização em suas histórias estão: Acácia: “... o
fato de poder auxiliar o outro é reconfortante...”, Estrelítzia, que falou que a cuidadora “...faz de
tudo para cuidar do bem-estar de seu idoso...”, Gardênia que a cuidadora “... é o máximo! Nunca
está triste! ”, Gérbera que menciona que “... para cuidar do idoso a prioridade é gostar e ter
dedicação...”, Giesta que afirma que “...o cuidador é uma das profissões mais lindas...”,
Margarida que disse: “... é uma profissão que me identifiquei e adorei. Me lava a alma! ”.
Dália desenhou um cuidador que “Esse rapaz é uma pessoa que gosta do que faz...”, porém
observa-se no desenho eles tem um olhar de desconfiança, mostrando que é necessário estar atento
a seus atos, para que tudo corra bem no trabalho. Em sua entrevista Dália comenta que as vezes
tem atritos com outros cuidadores do idoso, mas com os idosos nunca teve maiores intercorrências.
Camélia tem os braços abertos, mas nas mãos estão um bolsa e um celular, mostrando que a vida
não se resume apenas as questões do trabalho. Gardênia, Giesta, Lavanda, Margarida e Violeta
também estão com os braços abertos, como que convidando ao cuidado.
Begônia desenhou uma cuidadora com apenas metade dos braços e sem mãos, denotando
um sentimento de inadequação. Em um momento da entrevista ela menciona, que foi impulsionada
por circunstâncias da vida e se tornar cuidadora domiciliar de idosos, pois na realidade sua prática
era no setor de geriatria de um hospital. Seu primeiro trabalho foi com uma idosa que sofria de
Doença de Alzheimer e tinha momentos de violência, podendo-se inferir que ela se sente um pouco
deslocada no serviço domiciliar e a experiência que teve com essa idosa marcou negativamente sua
vida. A participante Rosa desenhou uma cuidadora com os braços escondidos atrás das costas e
sem mãos, demonstrando sentimento de inadequação e esse fato pode ser confirmado em sua
131
entrevista quando ela afirma que não quer ficar no cuidado domiciliar do idoso, assim como
Begônia, mas que quer trabalhar em um hospital ou numa casa de repouso.
132
CAPITULO V
5. Considerações Finais
A população idosa tem alcançado faixas etárias cada vez maiores e assim tem aumentado a
quantidade de idosos fragilizados e dependente de cuidados. Compreender como se dá a relação
entre cuidador e idoso se torna muito importante, uma vez que é cada vez mais necessária a
contratação de um profissional para executar essa função.
As participantes, de modo geral, têm uma boa concepção de sua qualidade de vida e nesse
contexto percebem sua capacidade física acima da média. Levando em consideração que elas
executam um trabalho que exige muito fisicamente, pois no trato com o idoso, principalmente os
mais comprometidos, elas muitas vezes precisam levantá-los da cama, cuidar de toda a parte da
higiene e auxiliá-los nas mais diversas atividades, com isso, pode-se pressupor que elas acabam
por sofrer um desgaste físico muito grande, contudo, elas de maneira geral, não se sentem
prejudicadas fisicamente.
Dentre os muitos fatores que podem motivar alguém a se tornar cuidador de uma pessoa
idosa, para as participantes, esses estão ligados em sua maioria, às vivências que tiveram com
idosos com os quais conviveram durante sua vida e também aqueles que chamaram sua atenção
por necessitar de cuidados, podendo estes pertencer a sua família ou não. Outro fator que surge
neste contexto domiciliar é que a motivação para exercer essa função está ligada, em alguns casos,
à continuidade dos trabalhos domésticos. Com isso, uma questão muito relevante é apontada: a
dificuldade de delineação da ocupação de cuidador, diferindo-a das atividades ligadas ao serviço
doméstico.
Essa dificuldade de encontrar uma identidade mais estabelecida para o cuidador domiciliar
de idosos fica expressa, inclusive, no currículo dos cursos preparatórios para a função, e, até
mesmo, nas leis que organizam e estabelecem quais as verdadeiras atividades que devem ser
executadas pelo cuidador de idosos, havendo uma divergência muito grande a esse respeito. Na
nossa cultura essas atividades ainda estão muito misturadas, dificultando assim, o delineamento
desses papéis, que não estão muito claros nem mesmo para as pessoas que trabalham na área. Outro
fato observado foi que, de maneira geral, os cursos para formação de cuidadores de idosos são
133
muito heterogêneos, nem sempre tem o planejamento adequado, nem todos exigem prática e há
uma necessidade premente em rever essas dificuldades de estruturação.
Mais uma questão que pode ser levantada diante da formação do cuidador, é que o mercado
parece exigir um profissional cada vez mais bem preparado, com conhecimentos técnicos nas áreas
da geriatria e gerontologia. Por outro lado, a emergência na busca por esses profissionais e o alto
custo da mão de obra especializada, faz com que pessoas leigas ou com pouco preparo, mas que
oferecem serviços a custos mais baixos, possam se candidatar e serem contratados para trabalhar
no cuidado ao idoso. Essa ambiguidade revela um mercado em transição, que embora exija
profissionais capacitados, aceita também aqueles que não tem preparo específico, por conta de
oferecer menores salários.
No que diz respeito a relação estabelecida das participantes com o idoso sob os seus
cuidados, ter afeto e proporcionar-lhe bem-estar foi fortemente apontado como um dos significados
de cuidar de idosos, mostrando o quanto é importante para elas que esse tenha, da melhor maneira
possível, uma boa qualidade de vida. Grande parte das cuidadoras comparou o trato com o idoso
ao cuidar de uma criança. Assim, infantilizar a velhice pode ser visto como um recurso utilizado
para lidar com a impotência que sentem diante das dificuldades do envelhecimento, e como uma
maneira de se defender contra o sofrimento que enfrentam, por seu trabalho muitas vezes estar
relacionado a ter que lidar com a finitude do idoso a quem cuidam, e, em última instância, o
envelhecimento delas mesmas.
A relação de cuidado estabelecida com o idoso resulta em experiências marcantes na vida
pessoal das cuidadoras, fazendo com que elas se sintam muitas vezes envolvidas com a história do
idoso, ficando difícil para elas fazerem distinção entre o pessoal e o profissional. Essa característica
mostra o quanto cuidar exige uma aproximação pessoal, pois o ato de cuidar envolve uma
dedicação especial, fazendo com que o cuidador se debruce sobre as questões relacionadas ao
idoso, se tornando difícil nesse momento encontrar o seu lugar como profissional. Esse aspecto foi
ressaltado por algumas cuidadoras que levantaram a questão de se sentirem muito envolvidas com
a história dos idosos cuidados e se preocuparem ao ponto de dizer que precisam separar as coisas,
pois o envolvimento excessivo pode atrapalhar no andamento do trabalho.
134
A análise das produções realizadas por meio do Procedimento de Desenho-Estórias com
Tema trouxe contribuições importantes ao estudo. Se por um lado ressaltaram alguns dos conteúdos
já descritos na análise das entrevistas, por outro lado evidenciaram também outros aspectos. Assim,
a respeito do imaginário que as cuidadoras têm sobre o idoso, foram encontradas características
ambivalentes. Embora as participantes tenham sua prática relacionada ao idoso fragilizado e
dependente de cuidados, em seu discurso é ressaltada a visão do idoso ativo. Porém, nos desenhos
essa ambivalência se torna mais intensa, pois enquanto a figura do idoso apresenta-se quase que
em sua totalidade, dependente de algum apoio, nas histórias observam-se características de
independência.
As participantes têm como imaginário coletivo relacionado ao seu trabalho o ato de prestar
cuidado e conforto ao idoso. A idealização da profissão também está presente, mostrando o quanto
o fator de ressaltar as características positivas do ato de cuidar pode ser usado para amenizar os
aspectos negativos. Nesse sentido, podemos observar nas cuidadoras, mais uma vez o aspecto da
ambivalência, entre perceberem características negativas da profissão e ao mesmo tempo se
sentirem gratificadas ao exercer essa função. A ideia que elas têm sobre seu trabalho de cuidadoras
é influenciada por suas vivências, e pode ser que dessa rotina de resolução de problemas venha a
sensação de onipotência por parte delas, pois se colocam numa posição na qual são responsáveis
em suprir todas as necessidades dos idosos.
Diante do exposto, observa-se que cada participante, em singularidade, tem sua maneira de
perceber como se dá a sua relação com o idoso cuidado, mas observa-se, de modo geral, mesmo
diante de fatores estressantes, que essa é percebida predominantemente em seus aspectos positivos,
havendo um empenho para que ocorra da melhor forma. O cuidado se dá em uma relação na qual
a subjetividade do outro é levada em conta, necessitando para isso que a relação sujeito-sujeito seja
respeitada, daí a necessidade que se compreenda como se dá essa relação, para que os cuidadores
possam aprender a lidar com seu próprio processo de envelhecimento e com os fatores estressantes
ligados à sobrecarga do trabalho.
Observando os aspectos emocionais já descritos, que envolvem o ato de cuidar de um idoso,
percebe-se que há uma necessidade muito grande não só de melhorar a identidade profissional dos
cuidadores, como também a formação desses. Torna-se necessário proporcionar o cuidado
emocional a esses profissionais, por meio de acompanhamento por psicólogos e grupos
135
psicoeducativos. Essa atenção especial dedicada ao profissional cuidador, além proporcionar
melhor qualidade de vida, poderá favorecer na criação de estratégias para lidar com a sobrecarga
do trabalho e também com seu autocuidado.
Como limitação desse estudo pode-se destacar o pequeno número de participantes e diante
disso, a necessidade de que mais pesquisas sejam feitas sobre o tema com uma amostra maior,
inclusive, com a participação de cuidadores do sexo masculino, os quais não foram encontrados
para realização desta pesquisa. Sugere-se também que esses estudos sejam feitos com a
participação das famílias dos idosos, buscando perceber qual a relação que os cuidadores
estabelecem também com os familiares dos idosos cuidados, visando assim um conhecimento
maior sobre a temática, e também o conhecimento para que intervenções pontuais possam ser
realizadas para proporcionar uma melhor qualidade de vida aos cuidadores de idosos.
136
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163
ANEXOS
164
ANEXO I: PARECER CONSUBSTANCIADO
DO COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA
165
-
AMC SERVIÇOS
EDUCACIONAIS S/C LTOA
PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP
DADOS DO PROJETO DE PESQUISA
Título da Pesquisa: Relação Cuidador/ldoso Segundo a Ótica do Cuidador Formal de Idosos
Pesquisador: Claudia Aranha Gil
Área Temática:
Versão: 1
CAAE: 37330514.4.0000.0089
Instituição Proponente:AMC Serviços Educacionais S/C Ltda
Patrocinador Principal: Financiamento Próprio
DADOS DO PARECER
Número do Parecer: 843.201
Data da Relatoria: 21/10/2014
Apresentação do Projeto:
Projeto adequadamente apresentado, em que estão relacionados todos os itens que serão necessários para
que chegue a bom termo.
Objetivo da Pesquisa:
Claramente especificados e condizentes com a metodologia proposta.
Avaliação dos Riscos e Benefícios:
Devidamente arrolados e que atendem as diretrizes das Pesquisas com Seres Humanos.
Comentários e Considerações sobre a Pesquisa:
Quanto ao conteúdo apresentado, não há qualquer implicação que desabone o projeto. Poderia ter
explicitado melhor a coleta em duas fases, dado que a leitura supõe um projeto piloto. Também mereceria
maior cuidado quanto à pontuação (em todo o projeto).
No TCLE há palavras que fica,ram sem o devido espaçamento e a mudança de sujeito em um dos itens, a
saber "Como benefício imediato, esta pesquisa oferece a oportunidade ao profissional cuidador (a) de
idosos de ter alguém que o (a) escute e o (a) acolha, possibilitando compartilhar suas vivências com relação
à problemática vivenciada. Como benefício indireto, o presente estudo irá contribuir para a ampliação do
conhecimento a respeito do tema". Sugere-se que seja revisto antes de ser apresentado aos participantes.
Endereço: Rua Taquari, 546
Bairro: Mooca CEP: 03.166-000
UF: SP Município: SAO PAULO
Telefone: (11)2799-1944 Fax: (11)2694-2512 E-mail: [email protected]
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.J.
166
-
Continuação do Parecer: 843.201
AMC SERVIÇOS
EDUCACIONAIS S/C LTOA
Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória:
Todos os termos de apresentação obrigatória estão inseridos.
Recomendações:
Sugere-se revisão do TCLE a ser apresentado aos participantes.
Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações:
Não há qualquer pendência ética, dado os aspectos apresentados quanto ao TCLE não implicarem
problemas de tal natureza.
Situação do Parecer:
Aprovado
Necessita Apreciação da CONEP:
Não
Considerações Finais a critério do CEP:
O CEP/USJT deve ser informado de todos os efeitos adversos ou fatos relevantes que alterem o curso
normal do estudo. É papel do pesquisador assegurar medidas imediatas adequadas frente ao evento
adverso grave ocorrido e enviar notificações ao CEP.
Eventuais modificações ou emendas ao protocolo devem ser apresentadas ao CEP de forma clara e sucinta
identificando a parte do protocolo a ser modificada e suas justificativas.
O relatório parcial deve ser apresentado ao CEP, via Plataforma Brasil -opção Notificação, após a coleta de
dados do estudo.
O relatório final deve ser apresentado ao CEP, via Plataforma Brasil- opção Notificação, após 90 dias do
término do estudo.
SAO PAULO, 23 de Outubro de 2014
Assinado por:
JULIANA VALENTE FRANCICA
(Coordenador)
Endereço: Rua Taquari, 546
Bairro: Mooca CEP: 03.166-000
UF: SP Município: SAO PAULO
Telefone: (11)2799-1944 Fax: · (11)2694-2512 E-mail: [email protected]
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167
ANEXO II: ESCALA DE QUALIDADE
WHOQOL-BREF (OMS).
168
ANEXO II: ESCALA DE QUALIDADE DE VIDA WHOQOL-BREF.
WHOQOL - ABREVIADO
Versão em Português
Instruções
Este questionário é sobre como você se sente a respeito de sua qualidade de vida, saúde e outras áreas de
sua vida. Por favor, responda a todas as questões. Se você não tem certeza sobre que resposta dar em uma
questão, por favor, escolha entre as alternativas a que lhe parece mais apropriada. Esta, muitas vezes, poderá
ser sua primeira escolha. Por favor, tenham em mente seus valores, aspirações, prazeres e preocupações.
Nós estamos perguntando o que você acha de sua vida, tomando como referência as duas últimas semanas.
Por exemplo, pensando nas últimas duas semanas, uma questão poderia ser:
Você recebe dos outros o apoio de que necessita?
Nada muito pouco médio muito completamente
1 2 3 4 5
Você deve circular o número que melhor corresponde ao quanto você recebe dos outros o apoio de que
necessita nestas últimas duas semanas. Portanto, você deve circular o número 4 se você recebeu "muito"
apoio.
Você recebe dos outros o apoio de que necessita?
Você deve circular o número 1 se você não recebeu "nada" de apoio.
Por favor, leia cada questão, veja o que você acha e circule no número e lhe parece a melhor
resposta.
1 - Como você avaliaria sua qualidade de vida?
Muito ruim nem ruim nem boa ruim boa muito boa
1 2 3 4 5
2 - Quão satisfeito (a) você está com a sua saúde?
169
Muito insatisfeito insatisfeito nem satisfeito nem insatisfeito satisfeito muito satisfeito
1 2 3 4 5
As questões seguintes são sobre o quanto você tem sentido algumas coisas nas últimas duas semanas.
nada muito pouco mais ou menos bastante extremamente
1 2 3 4 5
3 - Em que medida você acha que sua dor (física) impede você de fazer o que você precisa?
4 - O quanto você precisa de algum tratamento médico para levar sua vida diária?
5 - O quanto você aproveita a vida?
6 - Em que medida você acha que a sua vida tem sentido?
7 - O quanto você consegue se concentrar?
8 - Quão seguro(a) você se sente em sua vida diária?
9 - Quão saudável é o seu ambiente físico (clima, barulho, poluição, atrativos)?
As questões seguintes perguntam sobre quão completamente você tem sentido ou é capaz de fazer certas
coisas nestas últimas duas semanas.
Nada muito pouco médio muito completamente
1 2 3 4 5
10 -Você tem energia suficiente para seu dia a dia?
11 - Você é capaz de aceitar sua aparência física?
12 - Você tem dinheiro suficiente para satisfazer suas necessidades?
13 - Quão disponíveis para você estão as informações de que precisa no seu dia a dia?
170
14 - Em que medida você tem oportunidades de atividade de lazer?
As questões seguintes perguntam sobre quão bem ou satisfeito você se sentiu a respeito de vários aspectos
de sua vida nas últimas duas semanas.
Muito ruim ruim nem ruim nem bom bom muito bom
1 2 3 4 5
15 - Quão bem você é capaz de se locomover?
Muito insatisfeito insatisfeito nem satisfeito nem insatisfeito satisfeito muito satisfeito
1 2 3 4 5
16 - Quão satisfeito (a) você está com o seu sono?
17 - Quão satisfeito (a) você está com sua capacidade de desempenhar as atividades do seu dia a dia?
18 - Quão satisfeito (a) você está com sua capacidade para o trabalho?
19 - Quão satisfeito (a) você está consigo mesmo?
20 - Quão satisfeito (a) você está com suas relações pessoais (amigos, parentes, conhecidos, colegas)?
21 - Quão satisfeito (a) você está com sua vida sexual?
22 - Quão satisfeito (a) você está com o apoio que você recebe de seus amigos?
23 - Quão satisfeito (a) você está com as condições do local onde mora?
24 - Quão satisfeito (a) você está com o seu acesso aos serviços de saúde?
25 - Quão satisfeito (a) você está com o seu meio de transporte?
As questões seguintes referem-se à com que frequência você sentiu ou experimentou certas coisas nas
últimas duas semanas.
26 - Com que frequência você tem sentimentos negativos tais como mau humor, desespero, ansiedade,
depressão?
Nunca algumas vezes frequentemente muito frequentemente sempre
1 2 3 4 5
Você tem algum comentário sobre o questionário?
OBRIGADO PELA SUA COLABORAÇÃO
171
APÊNDICES
172
APÊNDICE A. TERMO DE CONSENTIMENTO
LIVRE E ESCLARECIDO
173
APÊNDICE A: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Você está sendo convidado (a) para participar, como voluntário (a), de uma pesquisa. Após
ser esclarecido (a) sobre as informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte do estudo, assine
ao final deste documento que está em duas vias e rubrique todas as folhas. Uma delas é sua e a
outra é do (a) pesquisador (a) responsável. Em caso de recusa você não será penalizado (a) de forma
alguma. Se houver dúvidas ou denúncias você pode procurar o Comitê de Ética em Pesquisa
da Universidade São Judas Tadeu que está localizada na Rua Taquari, 546 – Mooca, na cidade
de São Paulo – SP /CEP 03166-000. Tel.: 2799-1944. E-mail: [email protected]
Título do Projeto: Relação cuidador/idoso segundo a ótica do cuidador formal de idosos.
Pesquisador (a) responsável: Profª. Drª. Claudia Aranha Gil (11) 99992 0644 e email
Pesquisador (a) participante: Rilza Xavier Marigliano, telefone (11) 99295 9662 ou email
O objetivo desse projeto é analisar como é concebida a relação cuidador/idoso segundo sua
ótica de cuidador formal de idosos;
A sua participação nesta pesquisa consistirá primeiramente em realizar dois desenhos
utilizando lápis grafite, em uma folha sulfite e contar uma história sobre cada um deles.
Será pedido que você desenhe um idoso nos dias de hoje e depois o desenho de uma pessoa
que trabalhe com idosos. Em seguida serão feitas algumas perguntas que têm como tema,
discutir as questões referentes a sua função de cuidador (a) de uma pessoa idosa. Você
também responderá às perguntas referentes a uma escala de qualidade de vida WHOQOL-
Bref. Essas atividades terão uma duração de aproximadamente uma hora e meia;
A entrevista será gravada com a finalidade permitir a transcrição do discurso falado para o
redigido e de facilitar a documentação passo-a-passo dos relatos obtidos, colaborando desta
forma com a análise que será realizada posteriormente;
Você receberá todas as informações necessárias para responder às perguntas e caso não se
sinta confortável, estará livre para interromper sua participação na pesquisa no momento
em que desejar, não havendo qualquer tipo de penalização por isso;
Essa pesquisa apresenta risco mínimo, dado que pode envolver apenas o possível
surgimento de ansiedade, preocupação ou lembrança desagradável diante das perguntas
apresentadas no momento da pesquisa. Caso algum dos riscos citados ocorra e for do seu
desejo, a pesquisa será imediatamente cancelada;
Como benefício imediato, esta pesquisa oferece a você a oportunidade de ter alguém que o
(a) escute e o (a) acolha, possibilitando compartilhar suas vivências com relação à
problemática vivenciada. Como benefício indireto, o presente estudo irá contribuir para a
ampliação do conhecimento a respeito do tema.
Você terá acesso aos resultados obtidos na pesquisa, se assim o desejar;
Sua participação nesta pesquisa é voluntária e não receberá qualquer tipo de remuneração;
174
Caso sinta muito desconforto pela participação na pesquisa, será oferecido atendimento
psicológico no Centro de Psicologia Aplicada (CENPA) da Universidade São Judas;
É garantido o total sigilo dos seus dados pessoais. Quanto aos resultados da pesquisa, estes
poderão ser apresentados em eventos científicos, publicações ou oralmente, mas sempre
garantindo seu anonimato;
Se durante ou após a realização da pesquisa surgir qualquer tipo de dúvida em relação à
pesquisa, você estará livre para buscar os devidos esclarecimentos com a pesquisadora;
Você terá a liberdade de abandonar a pesquisa a qualquer momento sem prejuízos para si.
Eu, _______________________________________, portador (a) do RG número
____________________, com _______ anos de idade, residente na
________________________________________________, com número de telefone
________________, abaixo assinado, dou meu consentimento livre e esclarecido para participar
como voluntário (a) da pesquisa “Relação cuidador/idoso segundo a ótica do cuidador formal de
idosos”, sob responsabilidade da Orientadora Profª. Drª. Claudia Aranha Gil e da pesquisadora
Rilza Xavier Marigliano, formada em Psicologia pela Universidade São Judas Tadeu e mestranda
no Programa de Pós Graduação Stricto Sensu em Ciências do Envelhecimento na mesma
instituição, assinando esse documento em duas vias e rubricando as suas páginas.
São Paulo, _______ de ________________________ de 2015.
______________________________________________________________
Assinatura do voluntário
____________________________ ___________________________
Claudia Aranha Gil Rilza Xavier Marigliano
175
APÊNDICE B. ROTEIRO DE
CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES
176
APÊNDICE B: ROTEIRO DE CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES
Cuidador Formal:
Iniciais do Nome:
Sexo:
Idade:
Estado Civil:
Escolaridade:
Formação:
Duração do Curso:
Profissão anterior a de cuidador (a):
Realiza algumas tarefas da casa, além de cuidar do idoso (a)?
Cuida somente desse idoso (a)?
Idoso cuidado:
Iniciais do nome:
Sexo:
Idade:
Estado Civil:
Número de filhos:
Escolaridade:
Grau de dependência do idoso (a):
Quem mora na casa?
Há quanto tempo cuida desse (a) idoso (a):
Qual a sua carga horária de trabalho?
177
APÊNDICE C: PRODUÇÃO DO
PROCEDIMENTO DESENHOS-ESTÓRIAS
COM TEMA.
178
APÊNDICE C: Procedimento Desenhos-Estórias com Tema
O Procedimento Desenhos-Estórias com Tema (Aiello-Vaisberg, 1995), é consistuído por
duas unidades de desenhos. Para a realização da atividade é solicitado que os participantes da
pesquisa façam dois desenhos utilizando lápis grafite em duas folhas de sulfite, sendo possível o
uso de uma borracha, para possíveis correções que o participante julgar necessário, que é
apresentada juntamente com o material proposto para a atividade. Tratando especificamente sobre
a temática abordada nessa pesquisa, foram formuladas instruções a serem seguidas por cada
participante.
Na primeira unidade de desenho é dada a seguinte instrução ao participante: “desenhe um
idoso nos dias de hoje” e em seguida é solicitado à pessoa: “conte uma história sobre esse desenho
que você fez”.
Para realização da segunda unidade de desenho é dada a seguinte instrução: “desenhe uma
pessoa que trabalhe com idosos” e em seguida é solicitado à pessoa: “conte uma história sobre esse
desenho que você fez”.
Após a realização das tarefas foram feitas as devidas análises que constam no método
dessa pesquisa.
179
APÊNDICE D: ROTEIRO DE ENTREVISTA
SEMIDIRIGIDA
180
APÊNDICE D: ROTEIRO DE ENTREVISTA SEMIDIRIGIDA
1. O que o (a) motivou a se tornar um (a) cuidador (a) de idosos?
2. Você fez algum curso preparatório para exercer essa função, e se fez, achou que esse curso
trouxe os conhecimentos que necessitava?
3. Para você o que é cuidar de um idoso?
4. De quantos idosos você já cuidou, conte um pouco da sua trajetória até aqui nesse tipo de
trabalho.
5. Conte um pouco como é esse (a) idoso de quem você está cuidado atualmente e como é o seu
relacionamento com ele (a)?
6. Depois que passou a exercer essa função, você sentiu que houve algum impacto na sua saúde
física e/ou psíquica?
7. Que estratégias você usa para lidar com os possíveis impactos da profissão na sua saúde física
e/ou psíquica?
8. Quais suas perspectivas para o futuro exercendo essa profissão?
181
MATERIAL UTILIZADO PARA A
AVALIAÇÃO DOS JUÍZES
182
APÊNDICE E. FIGURAS COM AS
CATEGORIAS TEMÁTICAS, UNIDADES DE
SIGNIFICADO, FREQUÊNCIA E AS FALAS
DAS PARTICIPANTES
183
Figura 14. Categoria Temática 1: Motivação para ser cuidador de idosos
Categoria
Temática 1
Unidades de significado e
frequência
Exemplos
Motivação
para ser cuidador de
idosos
Nutrir afeto pelo idoso
(13)
Vivência com idosos
Que necessitam de cuidados
(13)
“Eu gostei muito de cuidar dela e aí decidi
cuidar de idosos.” Amarílis, 40
“[...] eu gosto muito de pessoas idosas...”
Estrelitzia, 44
“[...] escolhi esta profissão para estar
mais perto deles.” Estrelitzia, 44
“[...] eu gostava realmente de cuidar de
idosos.” Gardênia, 42
“[...] eu tenho muito carinho por eles.”
Gardênia, 42
“[...] eu e só gosto de velhos.” Gérbera,
55
“Eu tenho uma coisa assim pelos
idosos...” Gérbera, 55
“O carinho que eu sempre tive por
idosos...” Giesta, 28
“Ele precisa de carinho, de atenção e de
conforto.” Giesta, 28
“[...] comecei a pegar carinho em cuidar
das pessoas.” Glicínia, 58
“[...] o meu carinho era maior para com
os idosos...” Glicínia, 58
“Eu gosto muito.” Glicinia, 58
“Eu dei muito carinho e ela ficou como se
fosse da família...” Rosa, 44
“[...] era um idoso que estava precisando
de mim...” Acácia, 38
“[...] eu já trabalhava na área da saúde
[...] como cuidadora de idosos também
fazia parte da minha área ...” Begônia, 45
“[...] mas eu já fazia um trabalho com
idosos.” Begônia, 45
“[...] eu trabalhava no hospital eu ficava
na clínica geriátrica...” Begônia, 45
“[...] eu já tinha meio que uma relação
assim, com o idoso.” Begônia, 45
“[...] eu passei a ver a situação das
pessoas que estavam internadas, eu tinha
pena e percebi as profissionais tratavam
muito mal aquelas pessoas...” Dália, 45
“[...] alguns pacientes não conseguiam
comer sozinhos [...] eu dava a comida na
boca deles.” Dália, 45
“Tinha paciente que chamava porque
tinham feito xixi ou evacuavam [...] e eu
ajudava nisso.” Dália, 45
“É porque eu já conhecia eles, a gente já
se via...” Gardênia, 42
184
Figura 14. Categoria Temática 1: Motivação para ser cuidador de idosos
(continuação)
Motivação
para ser cuidador de
idosos
Cuidar de um familiar
(11)
Continuidade do trabalho
doméstico
(7)
“O abandono de uma pessoa que eu conheci há vinte anos atrás.” Gérbera, 55 “[...] isso começou aos meus dezesseis anos de idade [...] eu sempre querendo um velhinho perto de mim.” Glicínia, 58 “Então veio uma moça, a N., mãe de um amigo meu que estava com câncer...” Margarida, 30 “[...] e acabei ficando e cuidando dele no
hospital...” Rosa, 44 “Eu, infelizmente, já tinha uma experiência familiar.” Acácia, 38 “Eu cuidei da minha mãe por cinco anos, ela tinha uma doença bem avançada...” Acácia, 38 “Foi o motivo de cuidar da minha mãe.”
Amarílis, 40 “Eu cuidei da minha mãe por 12 anos...” Amarílis, 40 “Eu gostei muito de cuidar dela...” Amarílis, 40 “O que me incentivou foi através da minha família.” Glicínia, 58 “[...] a minha sogra sofreu um derrame e
ficou acamada e o meu sogro tinha perdido a visão. Cuidei deles até o fim...” Glicínia, 58 “[...] depois cuidei da minha cunhada...” Glicínia, 58 “Depois veio o meu pai, a minha mãe, a minha irmã e assim cuidei de várias pessoas...” Glicínia, 58 “Olha,a primeira foi a minha tia...”
Margarida, 30 “O primeiro idoso que eu cuidei um pouco foi o meu pai.” Rosa, 44 “[...] surgiu uma proposta [...] que eu cuidasse do apartamento dele e fizesse a comida para ele e dos medicamentos. Eu fiquei dois anos cuidando dele.” Alfazema. 59 “Eu já trabalhava na casa [...] aí foi que eu
voltei a trabalhar com ela, há cinco anos...” Camélia, 57 “[...] eu vim morar com ela desde os meus dez anos de idade, eu vim cuidar da filha dela” Camélia, 57 “[...] eu cuidei das filhas dela [...] então a filha dela pediu para eu vir cuidar dela...” Camélia, 57
“[...] no começo eu cuidava da casa e depois passei a ser cuidadora.” Rosa, 44 “... Eu já trabalhava com ela.” Violeta, 59 “Eu cuidei dos netos dela e depois passei a cuidar dela...” Violeta, 59
185
Figura 14. Categoria Temática 1: Motivação para ser cuidador de idosos
(continuação)
Motivação
para ser cuidador de
idosos
Auxílio Financeiro
(5)
Sentimento de pena com
relação ao idoso
(5)
Sentimento de gratificação
(3)
“[...] fiquei numa situação financeira muito ruim e eu tive que sair a procura, para ter meu salário...” Alfazema, 59
“ Então eu fiquei, uma que me ajuda financeiramente...” Alfazema, 59
“[...] a necessidade de você ter uma renda...” Alfazema, 59 “[...] eu fui, no meu caso, obrigada a aceitar esse tipo de trabalho pela renda...” Begônia,
45 “[...] eu resolvi ser cuidadora por isso, para ter meu salário e ajuda-los.” Lavanda, 53 “[...] eu passei a ver a situação das pessoas que estavam internadas... eu tinha pena” Dália, 45 “[...] quando eu vi o estado do abandono dela
senti dó. Toda vez que eu ia levar os meus filhos á escola, passava e cuidava dela...” Gérbera, 55 “ Ah, porque eu tenho dó.” Lavanda, 53 “Eu tenho dó das pessoas idosas...” Lavanda, 53 “ [...]por dó eu resolvi ser cuidadora [...] e ajuda-los...” Lavanda, 53
“[...] mas é gratificante quando você cuida da pessoa e ela fala: obrigada, você é meu anjo!” Margarida, 30 “Eu sei que cuidar de alguém é uma recompensa maravilhosa...” Margarida, 30 “Então nesse caso, foi missão cumprida, graças a Deus...” Rosa, 44
186
Figura 15. Categoria Temática 2: Preparação para tornar-se cuidador de idosos.
Categoria
Temática 2
Unidades de significado e
frequência Exemplos
Preparação para tornar-
se cuidador de idosos
Curso de enfermagem
(10)
Não houve preparação
(9)
Aprendizado por meio da
prática
(7)
“[...] eu fui para fazer um curso de auxiliar de enfermagem.” Acácia, 38
“Uma coisa que me deu um respaldo maior, foi o curso de auxiliar de enfermagem que eu fiz.” Acácia, 38 “ O trabalho que eu exercia foi o que trouxe a bagagem...” Begônia, 45 “[...] a minha profissão como técnica de enfermagem...” Begônia, 45 “[...] eu me decidi a fazer o curso de Técnica
de Enfermagem.” Dália, 45 “[...] eu fiz a auxiliar de enfermagem que é bem básico...” Dália, 45 “Eu fiz a graduação em Enfermagem...” Giesta, 28 “[...] eu já tinha o curso de enfermagem...” Glicínia, 58 “Por ter cuidado dessa senhora, me despertou
a vontade de fazer a enfermagem.” Rosa, 44 “Eu só fiz o curso de enfermagem.” Rosa,44
“Então, para cuidadora de idosos, especificamente, não.” Acácia, 38
“[...] tive sorte de pegar uma agência que não exigiu o curso” Acácia, 38 “[...] não, eu não fiz o curso...” Begônia, 45 “Não, curso eu não fiz. Eu já trabalhava na casa...” Camélia, 57 “Na verdade curso para cuidador de idosos não...” Dália, 45 “... Não, eu não tive essa oportunidade...” Gardênia, 42
“Não fiz o curso não, mas gostaria de fazer...” Lavanda, 53 “Não, não fiz.” Margarida, 30 “Então, eu não tenho nenhum curso, não.” Violeta, 59
“O aprendizado foi feito no dia a dia mesmo.” Acácia,38 “Então você vai aprendendo no dia a dia...” Alfazema, 59
“Aprendi na prática de 12 anos...” Amarílis, 40 “[...] então eu aprendi na prática mesmo.” Gardênia, 42 “Eu aprendi na prática, sete anos na prática.”
Margarida, 3
187
Figura 15. Categoria Temática 2: Preparação para tornar-se cuidador de idosos
(continuação)
Preparação para tornar-
se cuidador de idosos
Curso de Cuidador
(5)
“[...] ela ficou internada [...] eu era muito
curiosa, perguntava as coisas para os médicos
residentes e aprendia...” Rosa, 44
“Aprendi no dia a dia mesmo.” Violeta, 59
“Então, eu fiz o curso de cuidadora...” Estrelitzia, 44 “Sim, para ter orientação...” Gérbera, 55 “[...] eu sempre assisti muitas palestras...
aprendi sobre os direitos dos idosos...” Gérbera, 55 “[...] também fiz curso de cuidador...” Giesta, 28 “[...] fiz vários cursos para cuidadora de idosos.” Glicínia, 58
188
Figura 16. Categoria Temática 3: Significado de cuidar de idosos.
Categoria
Temática 3
Unidades de significado
e frequência
Exemplos
Significado de cuidar
de idosos
Ter afeto
(15)
Proporcionar bem-estar
(15)
“ Ah, eu me apeguei...” Alfazema, 59 “É amor pelo idoso em primeiro lugar...” Amarílis, 40
“[...] é ter amor pelo idoso, senão, você não cuida.” Amarílis, 40 “Ah, eu acho que é a gente dar carinho...” Camélia, 57 “[...] eu gosto muito de idosos...” Estrelitizia, 44 “[...] e me dou muito melhor com eles...” Estrelitzia, 44 “Tenho um carinho muito grande por eles...” Gardênia, 42
“Amor, carinho, dedicação, tem que ter.” Gérbera,55 “... Ele precisa de carinho, de atenção e de conforto...” Giesta, 28 “[...] o idoso precisa muito de carinho.” Glicínia, 58 “ Eu gosto, né?” Glicínia, 58 “[...] eu gosto, eu gostei de cuidar.” Margarida, 30
“[...] é aí que eu me apego mais ainda.” Margarida, 30 “... trabalhar com o idoso com amor e com carinho...” Rosa, 44 “[...] então, por isso eu cuido com amor e carinho.” Rosa, 44 “Então, eu procuro deixa-la o mais confortável
possível, né.” Acácia, 38
“Mas o nosso intuito é prestar conforto, auxiliar nas
atividades que eles não conseguem fazer mais...”
Acácia, 38
“É isso, você proporcionar esse bem-estar...”
Dália, 45
“Eu procuro proporcionar o melhor que eu
posso...” Dália, 45
“[...] proporcionar bem-estar, falar que ele está
vivo, que ele vai conseguir...” Dália,45
“Eu uso as minhas experiências para que a pessoa
se anime.” Dália, 45
“[...] eu estou aqui para promover um bem-estar
para o senhor ou a senhora…” Dália, 45
“[...] auxiliando no banho, na hora de preparar a
alimentação. ” Gérbera, 55
“[...] cuidar como você gostaria de ser cuidado [...]
cada um tem sua necessidade.” Giesta, 28
189
Figura 16. Categoria Temática 3: Significado de cuidar de idosos (continuação)
Significado de cuidar
de idosos
Infantilização do idoso
(10)
Ter responsabilidade sobre o
idoso
(8)
“Ele precisa de atenção e conforto...” Giesta, 28 “Então precisa de todos os cuidados para não
cair...” Lavanda, 53 “[...] tem que tomar cuidado com a alimentação...” Lavanda, 53 “[...] ele está limpinho [...] está satisfeito [...] É dever cumprido...” Margarida, 30 “É satisfatório você deixar ele bem...” Margarida, 30 “Se ele tem escaras eu faço o curativo, medicamento
[...] passa sondas...” Rosa, 44 “Cuidar de um idoso é cuidar de uma criança...” Begônia, 45 “[...] uma criança que teve uma história...” Begônia, 45 “[...] eles parecem uma criança.” Gardênia, 42
“[...] é como se fosse uma criança de novo.” Giesta, 28 “Eu sou apaixonada pelas minhas crianças.” Glicínia, 58 “[...] porque uma pessoa idosa vira uma criança depois de adulto, né?” Lavanda, 53 “Sabe um bebê, um bebezinho?...” Margarida, 30 “[...] o bebezinho está bem, só falta eu fazer ele
arrotar...” Margarida, 30 “[...] eu acabei cuidando como criança,..” Rosa, 44 “E eu tratava ela como se fosse uma criança...” Rosa, 44 “[...] porque eles vivem sozinhos, cuidar da alimentação....” Caméia,57 “[...] dar os remédios na hora certa.” Camélia, 57
“... Quando você faz o Técnico em Enfermagem, você vai responder por alguma incoerência que aconteça...” Dália, 45 “... É uma responsabilidade muito grande...” Estrelitzia, 44 “Precisa se envolver para poder cuidar do idoso.” Gérbera, 55 “Porque o paciente não pode ser deixado sozinho, é
uma responsabilidade.” Rosa, 44
190
Figura 16. Categoria Temática 3: Significado de cuidar de idosos (continuação)
Significado de cuidar de
idosos
Ter paciência
(7)
Ter empatia
(7)
Dar atenção
(5)
“[...] trabalhar muito, durante muitas horas e ficar dia e noite com o idoso...” Rosa, 44 “[...] tem que ser uma pessoa de confiança para ficar com ela...” Violeta, 59 “Ah, cuidar é ter paciência, tolerância...” Alfazema, 59
“Eu procuro ter paciência com ela...” Alfazema,59 “[..]. e paciência.” Amarílis, 40 “[...] aí eu fui exercitando a minha paciência...” Begônia, 45 “É ter paciência...” Lavanda, 53 “[...] fazer de tudo para agradá-lo e ter paciência...” Lavanda, 53 “[...] eu tenho paciência.” Lavanda, 53
“[...] tinha que aceitar aquele momento dela [...]Então para ela aquilo também não era nada fácil...” Begônia, 45 “[...] se colocar no lugar do idoso...” Giesta, 28 “Todos nós vamos passar por essa idade [...] tem que entender e a gente tem que ajudar.” Glicínia, 58 “Ela me entende, eu entendo ela.” Lavanda, 53
“Eu peguei as dores dele...” Margarida, 30 “Eu me comovo com a dor, com o sofrimento...” Rosa, 44 “[...] se eu tivesse no lugar dele não seria legal...” Rosa, 44 “Eu gosto de conversar [...] digo que vou orar pela
pessoa ...” Dália, 45 “ É dar atenção...” Violeta, 59 “[...] porque a pessoa precisa de muita atenção.” Violeta, 59 “ Eu dou atenção...” Violeta, 59 “[...] eu dou atenção para ela...” Violeta, 59
191
Figura 17. Categoria Temática 4: Características da função de cuidador (a) de idosos
Categoria
Temática 4
Unidades de
significado e
frequência
Exemplos
Características da
função de cuidador (a)
de idosos
Atividade constante
(14)
Experiências marcantes no
cuidado com o idoso
(8)
“Eu cuidei da minha mãe [...] fiquei com uma idosa
[...] depois disso não parei mais..” Acácia, 38
“De dois, essa é a segunda...” Alfazema, 59
“... De três [...] eu decidi continuar cuidando de
idosos...” Amarílis, 40
“[...] cuidei de quatro idosos.” Begônia, 45
“Além de cobrir a folga de alguns colegas...” Dália,
45
“Olha, 99% do tempo eu cuidei de idosos. [...] já
cuidei de pelo menos dez idosos...” Dália, 45
“É cuidei de quatro...” Estrelitzia, 44
“[...] já cuidei de uma senhora até ela falecer [...] e
depois comecei cuidar desses dois...” Gardênia, 42
“[...] foram onze idosos e agora a Dona C....”
Gérbera,55
“Já cuidei de quatro idosos...” Giesta, 28
“[...] já devo ter cuidado de uns quinze idosos.”
Glicínia, 58
“Com essa é três.” Lavanda, 53.
“...a primeira foi a minha tia, depois um senhor [...]
depois um senhor no hospital [...] e agora o Sr. M....”
Margarida, 30
“Essa é a terceira que eu estou cuidando...” Rosa,44
“A minha primeira experiência foi um pouco difícil
[...] tinham momentos que ela ficava assim, bem
agressiva...” Begônia, 45
“[...] vim morar com ela desde os meus dez anos
[...]Já faz cinquenta anos que eu moro com eles...”
Camélia 57
“Nos meus dias de folga eu ajudava dar banho [...]
os familiares iam faze a visita e me davam caixas de
bombom para retribuir” Dália,45
“... Um deles eu cuidei durante oito meses, mas
infelizmente ele faleceu [...] ele tinha 103 anos e eu me
apego muito, sabe?” Estrelitzia, 44
“[...] cada um tem uma história e que marca mesmo a
vida da gente!” Glicínia, 58
“São vários, cada um tem uma história de amor e a
gente vira uma família.” Glicínia, 58
“[...] ela era uma pessoa maravilhosa, marcou a
minha vida!”Margarida, 30
192
Figura 17. Categoria Temática 4: Características da função de cuidador (a) de idosos
(continuação)
Características da
função de cuidador (a)
de idosos
Defesa do idoso, frente a
maus tratos
(4)
Ansiedade com relação à
morte dos idosos
(3)
“pedi a conta [...] a família insistiu muito [...] fiquei até
o final com ela e sinto muita paz graças a Deus.” Rosa,
44
“[...]quando eu entrei, vi umas atitudes e falei: olha, eu
quer deixar bem claro que nada que diz respeito a você e
sua mãe eu vou compactuar com você [...] vi a
necessidade de dar um breque...” Alfazema, 59
“[...] eu brigo por ela (a mãe)... quando eu vejo que ela
(a filha) está perdendo a paciência, eu fico brava...”
Alfazema, 59
“Só que perto de mim ela, (a filha,) não faz nada, mas eu
não confio nela [...] eu defendo ela, (a mãe), o tempo
inteiro...” Alfazema, 59
“[...] eu cuido e defendo quando vejo que não estão
cuidando direito dos idosos.” Gérbera, 55
“[...] inclusive, alguns deles já faleceram [...] É nessa
hora que a gente tem que lidar com a razão e a emoção.”
Dália, 45
“Eu odeio a morte, não gosto [...] ele já tem 94 anos,
quanto tempo ele vai durar, dez anos?” Margarida, 30
“[...] quando chegou à parte final do Alzheimer eu fiquei
desesperada...” Rosa, 44
193
Figura 18. Categoria Temática 5: Relacionamento com o idoso cuidado
Categoria
Temática 5
Unidades de
significado e
frequência
Exemplos
Relacionamento
com o idoso
cuidado
Bom relacionamento
(17)
Necessidade de
controle
(8)
“Hoje, graças a Deus, em vista do que era, é ótimo.” Acácia, 38
“Ah, o meu relacionamento com ela é muito bom.” Alfazema, 59
“Mas meu relacionamento com ela é assim, bom” Alfazema, 59
“Com ela é uma maravilha, ela é muito boazinha...” Amarílis, 40
“[...] ela é um amor, muito educada...” Amarílis, 40
“Bom, é como eu falei [...] ela é muito boa para mim.” Camélia,
57
“[...] o relacionamento é muito bom...” Dália, 45
“[...] e quer que eu esteja com ele todo o tempo.” Dália,45
“[...] eu não tenho nada para falar mal dela..” Estrelitzia, 44
“[...] ela é um amor de pessoa, ela é muito carente, sabe?”
Estrelitzia, 44
“Nossa, é muito divertido eu e ela.” Gardênia, 42
“A gente conversa, brinca, ela fala muita coisa...” Gardênia, 42
“Olha, meu relacionamento com ela é bom...” Glicínia, 58
“Ah,, é bom [...] Ela é bacana!” Lavanda, 53
“Ela é boazinha, fica lá no tricô dela o dia inteiro, ela é
boazinha...” Lavanda, 53
“ Ah, é muito legal, é de amiga.” Margarida, 30
“... Ela é muito boa [...]até ela fala: você tem uma paciência
comigo...” Violeta
“[...] está mandando em mim porque, você é a minha mãe?...”
Acácia, 38
“Então, eu ali é uma segurança para todos eles...” Alfazema, 59
“Lá eu organizo a casa e faço tudo, cuido da higiene [... ] dos
horários de comer, o que ela está comendo...” Alfazema, 59
“[...] a mãe dela ficou internada e ela dizia: pode ir para sua casa
e eu dizia: não, eu vou ficar aqui até quando for preciso.”
Alfazema, 59
“[...] me obedece, só na hora do banho que é terrível! ” Amarílis, 40 “[...] eu quero controlar o horário...” Rosa, 44
“[...] ela falou que eu tenho um jeito autoritário...” Rosa, 44
“[...] eu não percebo, mas sou autoritária...” Rosa, 44
194
Figura 18. Categoria Temática 5: Relacionamento com o idoso cuidado (continuação)
Relacionamento com o
idoso cuidado
Reviver aspectos da
história pessoal
(5)
Afeto sem troca
(4)
Gratidão dirigida ao idoso
(4)
“[...] então é como uma mãe para mim....”
Camélia, 57
“Ele me chama de netinha e eu chamo ele de
vovô...” Margarida, 30
“Eu gostaria mesmo de ter cuidado do meu
avô...” Margarida, 30
“[...] é como se realmente eu tivesse cuidando
do meu avô...” Margarida, 30
“Os filhos dela gostavam também e ela me
cuidava como se fosse uma filha, né?” Rosa, 44
“[...] ela não responde, não verbaliza, mas a
gente vê que ela olha para a gente...” Begônia,
45
“[...] ela não verbaliza [...] eu tenho que olhar
para ela [...].como alguém que já viveu [...] e
merece todo o meu respeito.” Begônia, 45
“A gente conversa com ela, para não
entender...” Giesta, 28
“Tem essa relação de carinho da gente para ela,
mas não tem troca...” Giesta, 28
“[...] tudo que eu aprendi até hoje é graças a
ela, tudo mesmo.” Camélia, 57
“Com ele eu aprendo tanto, não é só ser
cuidadora.” Margarida, 30
“Se ela não fosse uma pessoa muito boa, eu não
estaria com ela [...] me deu uma semana para eu
viajar, eu agradeço muito... Violeta, 59
“Então, a gente faz uma pela outra, eu fico
grata.” Violeta, 59
195
Figura 19. Categoria Temática 6: Possíveis impactos à saúde física e mental do (a)
cuidador (a).
Categoria
Temática 6
Unidades de
significado e
frequência
Exemplos
Possíveis impactos à
saúde física e mental do
(a) Cuidador (a)
Impactos negativos na
saúde mental
(22)
Mudanças positivas
(15)
“Eu sou uma pessoa, assim, estressada...” Acácia, 38
“[...]eu sou muito ansiosa...” Acácia, 38
“Na verdade eu sou estourada sim...” Acácia, 38
“Ah, na minha saúde emocional eu fiquei...”
Alfazema, 59
“... eu andava e parecia que não sentia o chão [...]
fiquei indecisa, não sabia se eu voltava ou
continuava” Alfazema,59
“[...] eu via que era um pânico para sair de casa...”
Alfazema, 59
“Sim bastante, com o estresse...” Amarílis, 40
“[...] eu acabei ficando, mais ansiosa...” Amarílis, 40
“[...] você está sempre agitada, sempre alerta.”
Amarílis, 40
“... é só o estresse assim de vez em quando, de resto é
tudo bem.” Amarílis, 40
“[...] tinha momentos que eu via que estava um pouco
esquecida de algumas coisas...” Begônia, 45
“[...] mas é sim um pouco de estresse...” Begônia, 45
“[...] a gente carrega aquela tensão...” Begônia, 45
“[...] eu sou muito ansiosa...” Margarida, 30
“Se você pega uma pessoa que te deixa mal [...]
humilha [...]passando nervoso, não!” Margarida, 30
“ Eu sou uma pessoa muito ansiosa...” Rosa, 44
“[...] o fato de eles fazerem tudo bem devagarinho me
deixa estressada...” Rosa,44
“[...] me dá aquela falta de paciência...” Rosa, 44
“ Então é isso que me causa algum probleminha, de
eu não ter paciência...” Rosa, 44
“Ah, eu fico bem estressada...” Violeta, 59
“[...] e eu esqueço muito as coisas.” Violeta, 59
“[...] ás vezes eu estou com a coisa anotada e ainda
esqueço...” Violeta, 59
“Parece que eu sou outra F.” Acácia, 38
“[...] eu estou mudando o meu comportamento...”
Acácia, 38
“[...] está me deixando mais serena, mais
observadora...” Acácia, 38
“Olha, na parte psíquica eu melhorei bastante, poruqe
passei por problemas pessoais e isso me ajudou
bastante...” Dália, 45
196
Figura 19. Categoria Temática 6: Possíveis impactos à saúde física e mental do (a)
cuidador (a) (continuação)
Possíveis
impactos à
saúde física e
mental do (a)
Cuidador (a)
Impacto negativo na saúde
física
(8)
Não houve impacto
(6)
Medo da velhice
(4)
“Quando a gente está fazendo algo, acaba esquecendo dos
problemas... Dália, 45
“[...] você começa a ver as coisas de outra forma.” Giesta, 28
“Você tem mais amor ao próximo...” Giesta, 28
“[...] valorizar mais a vida com certeza.” Giesta, 28
“[...] eu acho que fiquei mais paciente...” Lavanda, 53
“[...] eu era muito nervosa [...] quando olha para trás vê coisas
piores...” Lavanda, 53
“[...] essa profissão está me fazendo ser mais humana...”
Margarida, 30
“[...] está me fazendo crescermais que todas as outras.”
Margarida, 30
“Cuidar do idoso me deixa muito feliz...” Rosa,44
“[...] cuidar do ser humano é muito bom para mim...” Rosa, 44
“[...] mas eu acho muito gostoso lidar com o ser humano.”
Rosa, 44
“[...] começava os meus pés a ficarem dormentes...” Alfazema,
59
“[...] falei para o meu marido: eu não estou me sentindo bem,
mede a minha pressão...” Alfazema, 59
“[...] acabei engordando mais...” Amarílis, 40
“[...] e mexeu na parte física também.” Begônia, 45
“[...] eu tenho bronquite e fico cansada...” Dália, 45
“Eu acho que eu fiquei assim, mais debilitada... Glicínia, 58
“[...] eu sentia sono, ficava com a cabeça estourando...”
Margarida, 30
“No físico a única coisa que eu não gosto é de ficar muito
parada, muitas horas presa naquele ambiente...” Rosa, 44
“Não, você quer saber se me prejudicou na saúde, essas
coisas?” Camélia, 57
“No meu caso não, não alterei nada ainda, está tudo normal.”
Estrelitzia, 44
“Não, normal.” Gardênia, 42
“Não, isso não me afeta porque eu gosto...” Gérbera, 55
“[...] eu não misturo as coisas, aí eu não me estresso.”
Gérbera, 55
“[...] ficar com dores ou problemas psicológicos, eu não fico
não...” Margarida, 30
“[...] eu fico pensando muito na minha velhice...” Glicínia, 58
“Isso me dá um pouco de medo...” Glicínia, 58
“[...] então eu tenho medo de ficar idosa, velha e ninguém
cuidar de mim...” Glicínia, 58
“[...] mas isso me dá uma insegurança...” Glicínia, 58
197
Figura 20. Categoria Temática 7: Estratégias para lidar com os possíveis impactos à saúde
física e mental do (a) cuidador (a)
Categoria
Temática 7
Unidades de
significado e
frequência
Exemplos
Estratégias para lidar
com os possíveis
impactos à saúde física e
mental do (a)
Cuidador (a)
Evitar contrariar o idoso
(14)
Exercício da
espiritualidade
(14)
“[...] então você tem que ir moldando a situação.” Acácia, 38 “As vezes ela teima [...] Eu deixo ela falar e fazer do jeito dela...” Camélia, 57 “[...] o segredo é não contrariar a pessoa, você concorda com tudo que ela diz e fica tudo bem.”
Dália, 45 “[...] e disse para ela: não pode falar essas coisas e nem contrariar o paciente...” Dália,45 “Ah, eu faço que nem ouço, eu desvio a conversa...” Gardênia,42 “[...] às vezes eu recuo de uma conversa...” Glicínia, 58 “Ás vezes ela me tira do sério [...] e eu fico bem
quietinha.” Glicínia, 58 “[...] ela faz a comidinha dela, ás vezes ela faz, ás vezes não faz e eu fico quieta.” Lavanda, 53 “[...] eu não posso fazer do meu jeito...” Margarida, 30 “[...] tem que ser do jeito dele...” Margarida, 30 “[...] eu tento me acostumar com o jeito que ele faz as coisas...” Margarida, 30
“... me encaixar na rotina dele...” Margarida, 30 “[...] aí quando eu vou falar com ela, eu vou com cuidado para ela não perceber...” Rosa, 44 “ [..]. ela me grita de lá e eu falo: já vou, mas eu continuo lá e quando vejo, já foi.” Violeta, 59 “[...] é como se Deus tivesse trabalhando mesmo na minha vida...” Acácia, 38 “Eu tenho a impressão que tem alguém me
acompanhando...” Acácia, 38 “Ah, eu uso Deus, né?” Begônia, 45 “Deus acima de tudo...” Begônia, 45 “[...] Deus que diz que temos que amar o próximo...” Begônia, 45 “[...] aí eu tenho que amar a pessoa como se fosse eu...” Begônia, 45 “Graças a Deus eu tenho muita sorte e até hoje não
aconteceu de pegar um idoso mau criado...” Dália, 45 “[...] com esse dom natural que Deus me deu [...] eu consigo fazer um bom trabalho.” Dália, 45
198
Figura 20. Categoria Temática 7: Estratégias para lidar com os possíveis impactos à
saúde física e mental do (a) cuidador (a) (continuação)
Estratégias para lidar
com os possíveis
impactos à saúde física e
mental do (a)
Cuidador (a)
Convencimento do idoso
(8)
Apoio Familiar
(4)
“[...] mas graças a Deus, com o familiar ou com
o idoso corre tudo bem...” Dália,45 “[...] ponho meu joelho no chão e oro: ‘Senhor me fortalece’, aí eu volto outra pessoa.” Glicínia, 58 “[...] só podemos contar com um: que é com Deus.” Glicínia, 58 “Olha, o meu futuro só a Deus pertence.” Glicínia, 58 “[...] a gente tem que agradecer a Deus todo dia
por ter saúde e conseguir trabalhar...” Lavanda, 53 “[...] sinto muita paz graças a Deus. É uma missão, um trabalho que você pode desistir... fica aquele sentimento de culpa...” Rosa, 44
“ Eu digo para a minha idosa que ela tem que comer um pouquinho de cada coisa...” Acácia, 38
“[...] e eu consegui convencê-lo a tomar os remédios com água...” Dália, 45 “Converso, aí acaba dando certo...” Estrelitzia, 44 “[...] eu procuro conversar [...] a estratégia é convencer a pessoa...” Estrelitzia,44 “... quando eu começo a ficar angustiada [...] a primeira coisa que eu faço é convencê-lo a sair:
vamos sair um pouquinho?... Aí vamos no portão olhar o movimento...” Glicínia, 58 “... Ela ás vezes concorda com muita coisa também...” Lavanda, 53 “...quando ele ia tomar banho eu ficava preocupada... eu comecei a colocar ele na cadeira de banho,mas ele não reclamou, ele achou que a minha estratégia foi boa.”
Margarida, 30 “Quando ela está muito devagarinho para fazer alguma coisa, eu digo para ela: deixa eu fazer logo...” Rosa, 44 “Eu saio de final de semana com a minha família...” Amarílis, 40
“[...] recebo a família em casa, é isso que me distrai...” Amarílis, 40 “ Eu sou bem família [...] Ali eu acho meu ponto de apoio, meu aconchego.” Giesta, 28 “[...] eu vou para a minha família, converso, desabafo...” Giesta, 28
199
Figura 20. Categoria Temática 7: Estratégias para lidar com os possíveis impactos à saúde
física e mental do (a) cuidador (a) (continuação)
Estratégias para lidar
com os possíveis
impactos na saúde física
e mental do (a)
Cuidador (a)
Ter de paciência com o
idoso e familiares
(4)
Encarar as situações com
bom humor
(2)
Não transmitir a própria
angústia
(2)
“Eu procuro ter paciência com ela (a filha)...”
Alfazema, 59
“Ás vezes ela teima com alguma coisa e eu sou muito
calma...” Camélia, 57
“[...]eu procuro [...] ser bem paciente com a pessoa.”
Estrelitzia, 44
“Eu procuro ficar calma...” Lavanda, 53
“[...] eu começo a dar risada [...] eu contorno assim,
desse jeito.” Acácia, 38
“Eu procuro brincar, não levo nada a sério.”
Gardênia, 42
“Porque muitas vezes a gente fica angustiada
mesmo.” Glicínia, 58
“[...] porque eu não posso transmitir o que eu estou
sentindo.” Glicínia, 58
200
Figura 21. Categoria Temática 8: Perspectivas para o futuro.
Categoria
Temática 8
Unidades de
significado e
frequência
Exemplos
Perspectivas para o
futuro
Estudar
(19)
Continuar
trabalhando com
idosos
(9)
“Ah, a minha vontade é concluir a faculdade de
Fisioterapia e trabalhar na área da geriatria...”Acácia,
38
“Eu gostaria de fazer um curso para cuidar de idosos
mesmo...” Amarílis, 40
“Eu pretendo me especializar...” Dália, 45
“[...] quero fazer faculdade na área de geriatria ou
gerontologia...” Dália, 45
“[...] eu quero estudar mais sobre o idoso...” Dália, 45
“eu pretendo fazer outro curso...” Estrelitzia, 44
“[...] na verdade eu pretendo mesmo fazer enfermagem”
Estrelitzia, 44
“Eu gostaria de fazer um curso para eu cuidar...”
Gardênia, 42
“Eu gostaria de aprender mais para cuidar [...]eu queria
me aperfeiçoar para cuidar melhor.” Gardênia, 42
“Eu quero fazer o curso de enfermagem...” Gérbera, 55
“[...] pegar o certificado para continuar cuidando de
idosos...” Gérbera, 55
“Me voltar totalmente à geriatria...” Giesta, 28
“... fazer pós, mestrado, me tornar uma grande
enfermeira geriátrica...” Giesta, 28
“Eu gostaria de fazer um curso de cuidadora...” Lavanda,
53 “Se eu tiver a condição de fazer um cursinho eu faço...”
Lavanda, 53
“Eu quero fazer uma faculdade de Enfermagem.”
Margarida, 30
“[...] eu adoro estudar...” Margarida, 30
“[...] para 2016 eu pretendo começar a faculdade...”
Margarida, 30
“[...]eu pretendo me especializar...” Rosa, 44
“A minha vontade seria trabalhar com idosos...” Acácia,
38
“[...] eu gostaria de continuar nesta profissão...”
Amarílis, 40
“Eu faço o que eu gosto [...] eu estou prosseguindo,
né?...” Begônia, 45
“[...] para continuar trabalhando nessa área com o
certificado vai ser mais fácil...” Gérbera, 55
201
Figura 21. Categoria Temática 8: Perspectivas para o futuro. (Continuação)
Perspectivas para o
futuro
Mudança de atividade
profissional
(3)
Ser cuidada pelos filhos como
recompensa
(3)
Parar de trabalhar
(2)
“Eu quero me especializar cada vez mais nessa
área...” Giesta, 28
“... continuar trabalhando... eu tenho que
passar coisas boas e guardar o meu dinheiro...”
Glicínia, 58
“[...] continuar nessa profissão até me
aposentar...” Lavanda, 53
“Eu pretendo mesmo trabalhar em hospital,
também cuidando de idosos...” Rosa, 44
“Eu quero trabalhar em hospital público ou
partícula na geriatria.” Rosa, 44
“ Eu prefiro trabalhar em um buffet que mexe
com comida...” Alfazema,59
“Eu tenho amigas que cozinham para casais
bem ricos [...] .eu pretendo trabalhar com
isso...” Alfazema, 59
“Eu não quero ficar muito tempo, porque eu
quero trabalhar na enfermagem...” Rosa, 44
“[...] eu espero que amanhã possam cuidar de
mim...” Camélia, 57
“Poder contar com meus filhos...” Camélia, 57
“É isso que eu espero que alguém possa cuidar
de mim.” Camélia, 57
“Pretendo só completar o tempo para me
aposentar...” Lavanda, 53
“Eu estou com vontade de parar de
trabalhar...” Violeta, 59
202
Figura 22. Categoria Temática 9: Desenhos-Estórias com Tema: Produção n°1
Imaginário Coletivo sobre o idoso.
Categoria
Temática 9
Unidades de
significado e
frequência
Exemplos
Imaginário Coletivo
sobre o idoso
Idoso ativo
(15)
Idoso solitário
(6)
“A minha percepção é de que a vontade de estar sempre em
movimento...” Acácia, 38
“[...] todos eles já se levantam muito cedo...” Acácia, 38
“Dona M. é uma senhorinha que foi muito educada e muito
ativa...” Alfazema, 59
“Ela vai passear e gosta de viajar...” Camélia,57
“ Essa é uma idosa, que mesmo tendo os problemas que ela tem,
está de bem com a vida, gosta de viver.” Dália, 45
“É uma pessoa que apesar de estar com uma patologia não
esquece dos outros, quer ajudar as pessoas.” Dália, 45
“[...]ela gosta de tomar banho, pintar as unhas, cortar o
cabelo, ir a um bom restaurante...” Dália, 45
“Esse idoso é muito esperto...” Gardênia, 42
“ Ele está bem velho, mas faz tudo sozinho...” Gardênia, 42
“Ela começou a fazer tricô e vender as peças... vive do aluguel
e da aposentadoria...” Lavanda, 53
“Ela participa das atividades da terceira idade e é muito feliz!”
Lavanda, 53
“ Sou alegre, conversador, sou jovem!” Margarida, 30
“Esse idoso já tem mais de 70 anos, ele gosta muito de
trabalhar...” Rosa , 44
“[...] é muito inteligente... uma pessoa muito ativa...” Rosa, 44
“Quando era moço, esse senhor foi muito trabalhador [...] ele
joga na pracinha com os amigos...” Violeta, 59
“[...] vive em um apartamento só com a companhia dos dois
cuidadores...” Begônia, 45
“[...] e hoje se vê praticamente só...” Begônia, 45
“[...] pois a família não lhe dava o carinho merecido...”
Estrelitzia,, 44
“O idoso se sente só... Giesta, 28
“Essa idosa era casada com um caminhoneiro [...] só que ele
morreu...” Lavanda, 53
“[...] ele fica muito sozinho...” Violeta, 59
203
Figura 22. Categoria Temática 9: Desenhos-Estórias com Tema: Produção n°1
Imaginário Coletivo sobre o idoso (continuação)
Imaginário
Coletivo sobre o
idoso
Idoso fragilizado
(5)
Idoso bem cuidado
(5)
Idoso que sofre maus
tratos
(3)
“... ela não merecia estar nesta situação de saúde...”
Alfazema, 59
“[...] mas infelizmente, agora depende de uma pessoa
para lhe dar banho e medicação...” Dália, 45
“[...] na maioria das vezes é taxado como impotente...”
Giesta, 28
“[... uma idosa que usa uma bengala. Tem dificuldade de
andar...” Glicínia, 58
“Ela precisa de ajuda para andar, tomar banho e
caminhar na rua...” Glicínia, 58
“[...] bem confortável e bem cuidado...” Amarílis, 40
“[...] tem sempre os netos que vão visita-la [...]. chega da
missa e faz o almoço de domingo para os filhos e netos...”
Camélia, 57
“[...] para continuar a mantendo da melhor maneira
possível...” Dália, 45
“Quando encontrou em uma cuidadora carinho, afeto,
dedicação, então ficou uma pessoa totalmente diferente
para o lado bom da vida.” Estrelitzia, 44
“[...] agora eu tenho uma secretária (cuidadora) ...”
Margarida, 30
“[...] são os maus tratos contra o idoso.” Gérbera, 55
“[...] tenho visto com frequência maus tratos contra o
idoso.” Gérbera, 55
“[...] mas na maioria das vezes o que fala mais alto é o
abandono.” Giesta, 28
204
Figura 23. Categoria Temática 10: Desenhos-Estórias com Tema: Produção n°2
Imaginário Coletivo sobre o Trabalho de cuidador de idosos
Categoria
Temática 10
Unidades de
significado e
frequência
Exemplos
Imaginário
Coletivo sobre o
Trabalho de
cuidador
de idosos
Prestar cuidado e
conforto ao idoso
(17)
“[...] me preocupo com a alimentação dela e com a higiene.”
Alfazema,59
“Meus pacientes são bem cuidados e também felizes.”
Amarílis,40
“[...] fez curso de cuidadora. Agora só cuida de idosos [...]
ela lê a bula, para não ter dúvidas do efeito colateral do
remédio...” Camélia, 57
“[..]. vai tratar o paciente com todo o cuidado e promover o
bem-estar dele.” Dália, 45
“[...] estou aqui para ajudar o senhor a fazer suas atividades.
Dália, 45
“[...] e faz de tudo, para cuidar bem do bem-estar de seu
idoso.” Estrelitzia,44
“Ela faz de tudo com a idosa que ela cuida..” Gardênia, 42
“Para cuidar do idoso, a prioridade é gostar e ter dedicação.”
Gérbera, 55
“[...] para cuidar, cada um faz o seu melhor.” Gérbera, 55
“[...]cuidando como deve ser cuidado, trazendo conforto...”
Giesta, 28
“[...] tentando alegrar e amenizar o momento. ” Giesta, 28
“Cuidando do idoso acamado com muito amor e
dedicação...” Glicínia, 58
“[...] sempre de olho para não cair da cama...” Glicínia, 58
“[...] faz bem suas atividades de cuidadora.” Lava nda, 53
“...Leva ela aos médicos, dá os remédios direitinho...”
Violeta, 59
“[...] agora cuida da mãe que ficou idosa [...] faz companhia
para a idosa...” Violeta, 59
205
Figura 23. Categoria Temática 10: Desenhos-Estórias com Tema: Produção n°2
Imaginário Coletivo sobre o Trabalho de cuidador de idosos (continuação)
Imaginário Coletivo
sobre o Trabalho de
cuidador
de idosos
Fonte de recompensa
(7)
Trabalho relacionado
à diversão
(3)
Dificuldades do
trabalho
(2)
Trabalho relacionado
a auxílio financeiro
(2)
Tristeza diante da
velhice
(1)
“[...] reconfortante e a satisfação ao final do plantão...”
Acácia, 38
“[...] é inexplicável, quando dever cumprido.” Acácia, 38
“No final do dia, vai dar tchau e obrigado pelo dia que passaram juntos...” Dália, 45
“[...] pois é uma profissão muito bonita e gratificante.” Estrelitzia, 44
“O cuidador é uma das profissões mais lindas, pois escolhe cuidar de alguém como profissão e dando atenção e cuidado...” Giesta, 28
“Me lava a alma, é muito recompensadora!” Margarida, 30
“ Ela sempre foi uma pessoa muito boa e merece ser tratada muito bem.” Violeta, 59
“Brinca com ela e se diverte muito com ela. ” Gardênia, 42
“[...] ele é muito jovem, alegre, um espírito maravilhoso.[...] Estou adorando cuidar dele!” Margarida, 30
“Ela é uma pessoa alegre, dada e barulhenta. ” Rosa, 44“...
“Esta é uma cuidadora que cuida de uma senhora com Alzheimer. Ela sabe que não é fácil esta tarefa.” Begônia, 45
“Essa cuidadora [...]Ela é uma pessoa muito boa, mas ás vezes fica nervosa [...] Mesmo assim, faz suas atividades...” Lavanda, 53
“Hoje está em alta cuidar do idoso pelo salário.” Gérbera, 55
“Essa cuidadora ficou viúva e trabalha para pagar as contas.” Lavanda, 53
“Eu fico pensando que a velhice é uma coisa muito triste.” Alfazema, 59
206
APÊNDICE F: DESCRIÇÃO DAS
CATEGORIAS TEMÁTICAS E UNIDADES DE
SIGNIFICADO
207
Categoria Temática 1: Motivação para ser cuidador de idosos
CATEGORIA
TEMÁTICA 1 UNIDADES DE
SIGNIFICADO DESCRIÇÃO DAS UNIDADES EXEMPLOS DE RESPOSTAS
Características
da Motivação
para ser cuidador
de idosos
Nessa categoria foram agrupadas as
expressões dos participantes que destacavam suas concepções, ou
seja, os significados atribuídos pelos mesmos sobre a
temática abordada neste estudo
(Motivação para ser cuidador de
idosos), bem como a relação existente entre os termos e a
importância dada ao constructo
Motivação. O conteúdo dessa categoria, foi
classificado em sete (07) unidades de
significado
Cuidar de um
familiar Atitude de prestar cuidados, ou seja,
dar assistência, demonstrando
responsabilidade e preocupação com o
bem estar de um familiar idoso dependente.
“Eu cuidei da minha mãe por cinco
anos, ela tinha uma doença bem
avançada...” Acácia, 38
Nutrir afeto pelo
idoso Expressão usada pelas participantes
para demonstrar um sentimento de
carinho que se tem pela pessoa idosa.
“[...] eu gosto muito de pessoas
idosas...”Estrelitzia, 44
Vivência com
idosos que
necessitam de
cuidados
Refere-se à experiência de algumas cuidadoras de já ter convivido anteriormente com idosos que
necessitavam de cuidados.
“[...] eu trabalhava no hospital, eu
ficava na clínica geriátrica...”
Begônia, 45
Continuidade do
trabalho
doméstico
Refere-se a pessoas que já trabalhavam
na casa como empregadas domésticas e
se tornaram cuidadoras do idoso residente.
“Eu já trabalhava na casa [...] aí foi
que eu voltei a trabalhar com ela, há
cinco anos...” Camélia, 57
Auxílio
financeiro Pessoa que justifica sua escolha por ser
cuidadora de idosos, com base em
ganho financeiro.
“[...] fiquei numa situação financeira
muito ruim e eu tive que sair a
procura para ter meu salário...”
Alfazema, 59
Sentimento de
gratificação Sentimento de recompensa e bem- estar que as cuidadoras têm, pelos cuidados
prestados ao idoso.
“[...] mas é gratificante quando
você cuida da pessoa e ela fala:
obrigada, você é meu anjo!”
Margarida, 30
Sentimento de
pena com
relação ao idoso
Sentimento de piedade pela condição
desfavorável na qual encontra-se o idoso fragilizado.
“Ah, porque eu tenho dó, eu tenho
dó das pessoas idosas...” Lavanda,
53
208
Categoria Temática 2: Preparação para tornar-se cuidador de idosos
CATEGORIA
TEMÁTICA 2 UNIDADES DE
SIGNIFICADO
DESCRIÇÃO DAS
UNIDADES EXEMPLOS DE RESPOSTAS
Características da
Preparação para
tornar-se cuidador de
idosos
Nessa categoria foram
agrupadas as expressões
das participantes que
destacavam suas
concepções sobre:
Preparação para tonar-se
cuidador de idosos. O
conteúdo dessa categoria,
foi classificado em quatro
(04) Unidades de
Significado:
Curso de
Enfermagem
Refere-se às participantes que
fizeram um curso de
Enfermagem nas seguintes
áreas: auxiliar, técnico e
graduação.
“[...] a minha profissão como técnica
de enfermagem...” Begônia, 45
Aprendizado por
meio da prática
Expressão utilizada para
justificar que o preparo para
atuar como cuidadora de
idosos, foi realizado no
cotidiano de trabalho.
“Eu aprendi na prática, sete anos na
prática.” Margarida, 30
Curso de
cuidador
Refere-se às participantes que fizeram algum curso
específico para se tornar
cuidadora de idosos.
“[...] fiz vários cursos para cuidadora de idosos.” Glicínia, 58
Não houve
preparação
Refere-se a pessoas que
passaram a exercer a função
de cuidadoras, sem que
houvesse prática ou
formação na área.
“Não fiz o curso não.” Lavanda, 53
209
Categoria Temática 3: Significado de cuidar de idosos
CATEGORIA
TEMÁTICA 3 UNIDADES DE
SIGNIFICADO DESCRIÇÃO DAS UNIDADES EXEMPLOS DE RESPOSTAS
Características
do Significado
de cuidar de
idosos
Nessa categoria
foram agrupadas
as unidades de
significado
atribuídos pelas
cuidadoras sobre a
temática :
Significado de cuidar
de um idoso. Essa
categoria foi
classificada em
nove (09)
Unidades de
Significado:
Infantilização do
idoso Refere-se à maneira com a qual as
cuidadoras comparam o idoso cuidado a um bebê ou criança.
“[...] o bebezinho está bem, só falta
eu fazer ele arrotar...” Margarida,
30
Ter afeto Expressões usadas pelas cuidadoras que
denotam o amor e carinho que sentem
pelo idoso na tarefa que realizam.
“Amor, carinho, dedicação, tem que
ter...” Gérbera,55
Proporcionar bem
estar Refere-se a proporcionar uma sensação de conforto e suprir as necessidades do
idoso cuidado.
“É isso, você proporcionar esse bem-estar...” Dália, 45
Ter Paciência Refere-se a capacidade de ter tolerância
frente às atitudes dos idosos. “Ah, cuidar é ter paciência,
tolerância...” Alfazema, 59
Ter
responsabilidade
sobre o idoso
Expressão utilizada no sentido ter comprometimento com o idoso
cuidado.
“É uma responsabilidade muito grande...” Estrelitzia, 44
Ter empatia
Refere-se a capacidade de
compreender o que sente o outro,
imaginando-se nas mesmas
circunstâncias.
“[...] se colocar no lugar do
idoso...” Giesta, 28
Dar atenção Expressão que denota o desvelo para
com o idoso.
“É dar atenção...” Violeta, 59
210
Categoria Temática 4: Característica da função de cuidador de idosos
CATEGORIA TEMÁTICA 4
UNIDADES DE SIGNIFICADO
DESCRIÇÃO DAS
UNIDADES EXEMPLOS DE RESPOSTAS
Características
da função de
cuidador de
idosos
Nessa categoria foram agrupadas as expressões das participantes que destacavam suas
concepções sobre: Características da
função de cuidador de idosos. O
conteúdo dessa categoria, foi
classificado em quatro (04) Unidades de Significado:
Atividade
constante Refere-se intensa atividade
profissional das cuidadoras.
“Eu cuidei da minha mãe, fiquei com uma
idosa [...] de não parei mais.” Acácia, 38
Experiências
marcantes no
cuidado com o
idoso
Expressão utilizada por algumas
participantes para relatar
vivências que foram importantes durante o cuidado com
determinado idoso.
“[...] ela era uma mulher maravilhosa.
Marcou a minha vida!”Margarida, 30
Ansiedade com
relação à morte
dos idosos
Refere-se ao sentimento de
apreensão diante da iminência de
morte do idoso cuidado.
“[...]já cuidei de uns dez idosos [...]
inclusive alguns deles já faleceram [...] É
nessa hora que a gente tem que lidar com a
razão e a emoção.” Dália, 45
Defesa do idoso,
frente a maus
tratos
Ato de cuidar para que o idoso
não sofra violência.
“ Só que perto de mim ela, (a filha,) não
faz nada, mas eu não confio nela [...] eu
defendo ela, (a mãe), o tempo inteiro...”
Alfazema, 59
211
Categoria Temática 5: Relacionamento com o idoso cuidado
CATEGORIA
TEMÁTICA 5 UNIDADES DE
SIGNIFICADO DESCRIÇÃO DAS UNIDADES EXEMPLOS DE RESPOSTAS
Características
do
Relacionamento
com o idoso
cuidado
Nessa categoria foram agrupadas as unidades de
significado atribuídos pelas
cuidadoras sobre a temática :
Relacionamento com o idoso cuidado
Essa categoria foi classificada em
cinco (05) Unidades de Significado:
Bom relacionamento Expressão utilizada para
demonstrar uma relação de confiança e amizade com o idoso
sob seus cuidados
“[...] o relacionamento é muito bom
[...] ele quer que eu fique com ele todo o tempo. ” Dália,45
Reviver aspectos da
história pessoal
Expressões que representam a
retomada de aspectos de sua
própria vivência com familiares
ao cuidar do idoso.
“[...] é como se realmente eu tivesse
cuidando do meu avô...”
Margarida, 30
Necessidade de
controle
Expressões utilizadas que revelam
a necessidade de estarem à frente
da situação no trato com o idoso.
“[...] eu quero controlar o horário
[...] eu tenho um jeito autoritário...”
Rosa, 44
Afeto sem troca
Refere-se à relação onde a
cuidadora demostra carinho com
o idoso cuidado e devido a sua
condição não consegue responder.
“Tem essa relação de carinho da
gente para ela, mas não tem troca...”
Giesta, 28
Gratidão dirigida ao
idoso
Refere-se ao sentimento de
reconhecimento de uma pessoa
por algum benefício prestado a
ela.
“Tudo que eu aprendi até hoje é
graças a ela, tudo mesmo!” Camélia,
57
212
Categoria Temática 6: Possíveis impactos à saúde física e mental do cuidador
CATEGORIA
TEMÁTICA 6 UNIDADES DE
SIGNIFICADO DESCRIÇÃO DAS UNIDADES EXEMPLOS DE RESPOSTAS
Características
dos Possíveis
impactos à
saúde física e
mental do
cuidador
Nessa categoria
foram agrupadas as unidades de
significado
atribuídos pelas cuidadoras sobre
a temática :
Possíveis impactos à
saúde física e mental dos cuidadores.
Essa categoria foi
classificada em cinco (05)
Unidades de
Significado:
Mudanças positivas Expressões utilizadas para relatar
diferenças benéficas percebidas em suas vidas, após começarem a exercer
a função de cuidadoras de idosos.
“[...] essa profissão está me
fazendo ser mais humana...”
Margarida, 30
Impactos negativos
na saúde mental
Refere-se a presença fatores
psicológicos prejudiciais diante da atividade de cuidar
“Sim bastante, com o estresse eu
acabei ficando, mais ansiosa...”
Amarílis, 40
Não houve impacto Refere-se a relatos nos quais se
afirma que não ocorreu, por parte da
cuidadora, nenhum tipo de mudança
física ou emocional no trato com o
idoso.
“Não, isso não me afeta porque eu
gosto...” Gérbera, 55
Impacto negativo na
saúde física
Expressões que fazem referência a prejuízos na saúde física do cuidador.
“[...] eu tenho bronquite e fico cansada...” Dália, 45
Medo da velhice
Expressão utilizada que denota
preocupação com o próprio processo
de envelhecimento da cuidadora.
“[...] eu fico pensando muito na
minha velhice [...] Isso me dá um
pouco de medo...” Glicínia, 58
213
Categoria Temática 7: Estratégias para lidar com os possíveis impactos à saúde física e mental do
cuidador
CATEGORIA
TEMÁTICA 7 UNIDADES DE
SIGNIFICADO DESCRIÇÃO DAS UNIDADES EXEMPLOS DE RESPOSTAS
Características
das Estratégias
para lidar com os
possíveis
impactos à saúde
física e mental do
cuidador
Nessa categoria
foram agrupadas as expressões dos
participantes que
destacavam suas concepções, ou
seja, os
significados
atribuídos pelos mesmos sobre a
temática abordada
neste estudo (Estratégias para
lidar com os
possíveis impactos à saúde física e
mental dos
cuidadores). O
conteúdo dessa categoria, foi
classificado em
sete (07) Unidades de Significado:
Evitar contrariar o
idoso Expressões nas quais as
participantes procuram não se
opor ao idoso, impedindo que
haja conflito.
“[...] o segredo é não contrariar a
pessoa, você concorda com tudo que
ela diz e fica tudo bem..” Dália, 45
Ter paciência com o
idoso e familiares
Refere-se ao relato das cuidadoras
que tem como estratégia
tolerância tanto com o idoso,
quanto com familiares,
objetivando uma boa convivência.
“[...] eu procuro [...] ser bem
paciente com a pessoa...”
Estrelitzia, 44
Encarar as situações
com bom humor
Expressões utilizadas para
demonstrar disposição positiva
para lidar com os eventos
estressantes.
“[...] eu dou risada, eu não consigo
ficar brava e começo a rir [...] eu
contorno assim, desse jeito...”
Acácia, 38
Apoio Familiar Estratégia utilizada para lidar com
o estresse causado pelo ambiente de trabalho, buscando suporte
emocional em familiares.
“[...] eu vou para a minha família,
converso, desabafo.” Giesta, 28
Convencimento do
idoso
Refere-se ao ato de procurar
persuadir o idoso a realizar algo
de maneira diferente da de
costume.
“[...] eu procuro conversar [...] a
estratégia é convencer a pessoa...”
Estrelitzia,44
Exercício da
espiritualidade
Refere-se a vivência de
estabelecer relação com o sagrado visando apoio.
“Ah, eu uso Deus, né?...” Begônia,
45
Não transmitir a
própria angústia
Estratégia utilizada para não
expor seus sentimentos. “Quando eu começo a ficar muito
angustiada [...] porque eu não
posso transmitir o que eu estou
sentindo...” Glicínia, 58
214
Categoria Temática 8: Perspectivas para o futuro CATEGORIA
TEMÁTICA 8 UNIDADES DE
SIGNIFICADO DESCRIÇÃO DAS UNIDADES EXEMPLOS DE RESPOSTAS
Características
das Perspectivas
para o futuro
Nessa categoria
foram agrupadas as unidades de
significado
atribuídos pelas cuidadoras sobre
a temática :
Perspectivas para o futuro. Essa
categoria foi
classificada em
cinco (05) Unidades de
Significado:
Estudar Expressões que relatam o desejo
de dar continuidade ao
aprendizado.
“[...] quero fazer faculdade na
área de geriatria ou
gerontologia...” Dália, 45
Continuar trabalhando
com idosos
Refere-se à vontade de continuar
exercendo a profissão de cuidador
de idosos.
“Eu pretendo mesmo trabalhar em
hospital, também cuidando de
idosos...” Rosa, 44
Ser cuidada pelos filhos
como recompensa
Expressão utilizada pela
cuidadora, que demonstra o desejo de ter a atenção e cuidado
de seus próprios filhos na velhice.
“[...] eu espero que amanhã
possam cuidar de mim [...] poder contar com meus filhos...”
Camélia, 57
Mudança de atividade
profissional
Refere-se ao desejo de ter outra
profissão, que não a de cuidadora. “Eu prefiro trabalhar em um
buffet que mexe com comida...”
Alfazema,59
Parar de trabalhar Expressão que revela o desejo de
encerrar suas atividades como cuidadora.
“Eu estou com vontade de parar
de trabalhar...” Violeta, 59
215
Categoria Temática 9. Categorias Temáticas dos Desenhos-Estórias com Tema: Produção n°1
Imaginário Coletivo sobre o idoso
CATEGORIA
TEMÁTICA 9
UNIDADES DE
SIGNIFICADO DESCRIÇÃO DAS UNIDADES EXEMPLOS DE RESPOSTAS
Características do
Imaginário Coletivo
sobre o idoso
Nessa categoria foram
agrupadas as
expressões das
participantes que
destacavam suas concepções sobre:
Características do
Imaginário Coletivo sobre o idoso. O
conteúdo dessa
categoria, foi classificado em cinco
(05) Unidades de
Significado:
Idoso ativo Refere-se ao idoso que tem
autonomia para realizar suas
atividades e manter-se socialmente
atuante.
“Dona M. é uma senhorinha [...]
muito educada e muito ativa...”
Alfazema, 59
Idoso solitário Expressões que relatam a situação
de abandono e isolamento na qual
se encontra alguns idosos.
“[...]vive em um apartamento só com
a companhia dos dois cuidadores...”
Begônia, 45
Idoso
Fragilizado
Refere-se àquele indivíduo idoso
que está funcionalmente
vulnerável, incapacitado e/ou
debilitado.
“Ela precisa de ajuda para andar,
tomar banho e caminhar na rua...”
Glicínia, 58
Idoso bem
cuidado
Expressões que se referem ao fato
do idoso estar bem amparado. “[...] bem confortável e bem
cuidado...” Amarílis, 40
Idoso que sofre
maus tratos
Refere-se a idosos que são
submetidos a algum tipo de
violência.
“[...] tenho visto com frequência maus
tratos contra o idoso.” Gérbera, 55
216
Categoria Temática 10. Categorias Temáticas dos Desenhos-Estórias com Tema: Produção n°2
Imaginário Coletivo sobre o trabalho de cuidador de idosos
CATEGORIA
TEMÁTICA 10 UNIDADES DE
SIGNIFICADO DESCRIÇÃO DAS UNIDADES EXEMPLOS DE RESPOSTAS
Características
do Imaginário
Coletivo sobre o
trabalho de
cuidador de
idosos
Nessa categoria
foram agrupadas as expressões das
participantes que
destacavam suas concepções sobre:
Características do
Imaginário coletivo sobre o
Trabalho de
cuidador de
idosos. O conteúdo dessa
categoria, foi
classificado em seis (06) Unidades
de Significado:
Prestar cuidado e
conforto ao idoso
Expressão referente a dedicar
assistência e bem-estar ao idoso
cuidado.
“[...]e faz de tudo, para cuidar bem do
bem-estar de seu idoso.” Estrelitzia,44
Fonte de
recompensa
Expressão que se refere a sentir
gratificação no trabalho com o
idoso
“[...] reconfortante e a satisfação ao
final do plantão é inexplicável, quando
dever cumprido” Acácia, 38
Trabalho
relacionado à
diversão
Expressões que relatam um
ambiente de trabalho onde há
divertimento
“Brinca com ela e se diverte muito com
ela.” Gardênia, 42
Tristeza diante da
velhice Sentimento de desolação diante
das perdas inerentes ao
envelhecimento.
“Eu fico pensando que a velhice é uma
coisa muito triste.” Alfazema, 59
Dificuldades do
trabalho
Complicações que ocorrem na
rotina do ato de cuidar. “..Esta é uma cuidadora que cuida de
uma senhora com Alzheimer. Ela sabe
que não é fácil esta tarefa.” Begônia,
45
Trabalho
relacionado a
auxílio financeiro
Exercício da profissão com a finalidade de arcar com as
despesas da casa.
“Essa cuidadora ficou viúva e trabalha para pagar as contas.” Lavanda, 53
217
APÊNDICE G- FICHAS DE VERIFICAÇÃO E
FREQUÊNCIA (JUÍZES)
218
Apêndice G. ANÁLISE DE CONCORDÂNCIA - JUÍZES
Orientações:
- Por favor, leia as entrevistas com atenção:
- Com base na descrição das Categorias e Unidades de Significado, verifique a existência ou não
de expressões que se adequam aos itens;
- Nas tabelas de Frequência (CATEGORIAS E UNIDADES DE SIGNIFICADO) quantifique
o número de vezes que cada participante revelou em suas expressões ao responder afirmativas que
se enquadram nas Categorias e nas Unidades de Significado, que poderão ser encontradas nas 08
(oito) questões que compõe o Roteiro de Entrevista e no conteúdo das Histórias do Procedimento
Desenhos-Estórias com Tema, que corresponde às Categorias Temáticas 9 e 10.
Exemplo:
Entrevista Participante Margarida – “... eu cuidei da minha tia por sete anos...” e “...mas é
gratificante quando você cuida da pessoa e ela fala: obrigada, você é meu anjo!...”
(trechos/expressões encontradas em resposta a 1ª questão)
Participantes
Categoria
1
Unidade
de
significado
Unidade
de
significado
Unidade
de
significado
Unidade
de
significado
Unidade
de
significado
Unidade
de
significado
Unidade
de
significado
Motivação
para ser
cuidador
de idosos
Cuidar de
um familiar
Nutrir
afeto pelo
idoso
Vivência com
idosos que
necessitam de
cuidados
Continuida-
de do
trabalho
doméstico
Auxílio
financeiro
Sentimento
de
gratificação
Sentimento
de pena com
relação ao
idoso
...
Margarida 2 1 - - - - 1 -
Observação:
- O mesmo participante pode apresentar - diversas expressões na mesma Categoria e expressões em mais de uma Unidade de Significado.
- O valor total da frequência de expressões do participante em cada Categoria é igual à soma das
frequências das Unidades de Significado.
Exemplo:
Participante
s
Categoria 1
Unidade
de
significado
Unidade
de
significado
Unidade
de
significado
Unidade
de
significado
Unidade
de
significado
Unidade
de
significado
Unidade
de
significado
Motivação
para ser
cuidador de
idosos
Cuidar de
um familiar
Nutrir
afeto pelo
idoso
Vivência com
idosos que
necessitam de
cuidados
Continuid
a-de do
trabalho
doméstico
Auxílio
financeiro
Sentimento
de
gratificação
Sentimento
de pena com
relação ao
idoso
...
Margarida 25 10 5 5 - - 5 -
219
- Nas tabelas de Frequência (CATEGORIAS – UNIDADES DE SIGNIFICADO) destaque a presença
ou ausência (frequência) de expressões que correspondam à descrição das Unidades de Significado em cada
Categoria.
Exemplo:
Entrevista Participante Margarida –“... eu cuidei da minha tia por sete anos...” e “...mas é
gratificante quando você cuida da pessoa e ela fala: obrigada, você é meu anjo!...”
(trechos/expressões encontradas em resposta a 1ª questão)
Participantes
Categoria 1
Unidade
de
significado
Unidade
de
significado
Unidade
de
significado
Unidade
de
significado
Unidade
de
significado
Unidade
de
significado
Unidade
de
significado
Motivação
para ser
cuidador de
idosos
Cuidar de
um familiar
Nutrir
afeto pelo
idoso
Vivência com
idosos que
necessitam de
cuidados
Continuid
a-de do
trabalho
doméstico
Auxílio
financeiro
Sentimento
de
gratificação
Sentimento
de pena com
relação ao
idoso
...
Margarida 2 1 - - - - 1 -
Observação: O mesmo participante pode apresentar expressões em mais de uma unidade de significado.
Exemplo:
Participantes
Categoria 1
Unidade
de
significado
Unidade
de
significado
Unidade
De
significado
Unidade
de
significado
Unidade
de
significado
Unidade
de
significado
Unidade
de
significado
Motivação
para ser
cuidador de
idosos
Cuidar de
um familiar
Nutrir
afeto pelo
idoso
Vivência com
idosos que
necessitam de
cuidados
Continuida
-de do
trabalho
doméstico
Auxílio
financeiro
Sentimento
de
gratificação
Sentimento
de pena com
relação ao
idoso
...
Margarida 2 1 0 0 0 0 1 0
(1 = Presença e 0 = Ausência).
220
FICHA DE FREQUÊNCIA POR PARTICIPANTE (CATEGORIAS E UNIDADES DE
SIGNIFICADO)
Tabela de Frequência – Anotar o número de vezes em que o participante fez uma citação que foi
inclusa na categoria a seguir e em suas unidades de significado.
1. Categoria Temática 1 – Motivação para ser cuidador de idosos
Participantes
Categoria
Temática
1
Unidade
de
Significado
Unidade
de
Significado
Unidade
de
Significado
Unidade
de
Significado
Unidade
de
Significado
Unidade
de
Significado
Unidade
de
Significado
Motivação
para ser
cuidador
de idosos
Cuidar de
um familiar Nutrir afeto
pelo idoso
Vivência
com idosos
que
necessitam
de cuidados
Continuida-
de do
trabalho
doméstico
Auxílio
financeiro Sentimento
de
gratificação
Sentimento
de pena com
relação ao
idoso
Acácia
Alfazema
Amarílis
Begônia
Camélia
Dália
Estrelitzia
Gardênia
Gérbera
Giesta
Glicínia
Lavanda
Margarida
Rosa
Violeta
Tabela de Frequência - Anotar a presença ou ausência de citações do participante nas unidades de
significado
(1 = Presença e 0 = Ausência).
221
2. Categoria Temática 2 – Preparação para tornar-se cuidador de idosos
Participantes
Categoria
Temática
2
Unidade de
Significado
Unidade de
Significado
Unidade de
Significado
Unidade de
Significado
Preparação
para tornar-se
cuidador de
idosos Curso de
Enfermagem
Aprendizado por
meio da prática
Curso de
Cuidador
Não houve
preparação
Acácia
Alfazema
Amarílis
Begônia
Camélia
Dália
Estrelitzia
Gardênia
Gérbera
Giesta
Glicínia
Lavanda
Margarida
Rosa
Violeta
Tabela de Frequência - Anotar a presença ou ausência de citações do participante nas unidades de
significado
(1 = Presença e 0 = Ausência).
222
3. Categoria Temática 3 – Significado de cuidar de idosos
Participantes Categoria
Temática
3
Unidade
de
Significado
Unidade
de
Significado
Unidade
de
Significado
Unidade
de
Significado
Unidade
de
Significado
Unidade
de
Significado
Unidade
de
Significado
Significado
de cuidar de
idosos
Infantiliza
ção do
idoso Ter afeto
Proporcio
nar bem-
estar
Ter
Paciência
Ter
responsab
ilidade
sobre o
idoso
Ter
empatia
Dar
atenção
Acácia
Alfazema
Amarílis
Begônia
Camélia
Dália
Estrelitzia
Gardênia
Gérbera
Giesta
Glicínia
Lavanda
Margarida
Rosa
Violeta
Tabela de Frequência - Anotar a presença ou ausência de citações do participante nas unidades de
significado
(1 = Presença e 0 = Ausência).
223
Tabela de Frequência - Anotar a presença ou ausência de citações do participante nas unidades
de significado
(1 = Presença e 0 = Ausência).
4. Categoria Temática 4 – Características da função de cuidador de idosos
Participantes Categoria
Temática
4
Unidade
de
Significado
Unidade
de
Significado
Unidade
de
Significado
Unidade
de
Significado
Características
da função de
cuidador de
idosos
Atividade
Constante
Experiências
marcantes no
cuidado com o
idoso
Ansiedade
com relação
à morte do
idoso
Defesa do
idoso frente a
maus tratos
Acácia
Alfazema
Amarílis
Begônia
Camélia
Dália
Estrelitzia
Gardênia
Gérbera
Giesta
Glicínia
Lavanda
Margarida
Rosa
Violeta
224
5. Categoria Temática 5 – Relacionamento com o idoso cuidado
Participantes
Categoria
Temática
5
Unidade
de Significado
Unidade
de
Significado
Unidade
de
Significado
Unidade
de
Significado
Unidade
de
Significado
Relacionamento
com o idoso
cuidado
Bom
relacionament
o
Reviver
aspectos da
história
pessoal
Necessidade
de
controle
Afeto sem
troca
Gratidão
dirigida ao
idoso
Acácia
Alfazema
Amarílis
Begônia
Camélia
Dália
Estrelitzia
Gardênia
Gérbera
Giesta
Glicínia
Lavanda
Margarida
Rosa
Violeta
Tabela de Frequência - Anotar a presença ou ausência de citações do participante nas unidades
de significado
(1 = Presença e 0 = Ausência).
225
6. Categoria Temática 6 – Possíveis impactos à saúde física e mental dos cuidadores
Participantes
Categoria
Temática
6
Unidade
de
Significado
Unidade
de
Significado
Unidade
de
Significado
Unidade
de
Significado
Unidade
de
Significado
Possíveis
impactos à
saúde física e
mental dos
cuidadores Mudanças
positivas
Impactos
negativos na
saúde mental
Não houve
impacto
Impacto
negativo na
saúde física
Medo da
velhice
Acácia
Alfazema
Amarílis
Begônia
Camélia
Dália
Estrelitzia
Gardênia
Gérbera
Giesta
Glicínia
Lavanda
Margarida
Rosa
Violeta
Tabela de Frequência - Anotar a presença ou ausência de citações do participante nas unidades
de significado
(1 = Presença e 0 = Ausência).
226
7. Categoria Temática 7 – Estratégias para lidar com os possíveis impactos à saúde física e mental
dos cuidadores
Participantes
Categoria
Temática
7
Unidade
de
Significado
Unidade
de
Significado
Unidade
de
Significado
Unidade
de
Significado
Unidade
de
Significado
Unidade
de
Significado
Unidade
de
Significado
Estratégias
para lidar
com os
possíveis
impactos
Evitar
contrariar
o idoso
Ter
paciência
com o
idoso e
familiares
Encarar
as
situações
com bom
humor
Apoio
familiar
Convenci-
mento do
idoso
Exercício
da
espirituali
-dade
Não
transmitir
a própria
angustia
Acácia
Alfazema
Amarílis
Begônia
Camélia
Dália
Estrelitzia
Gardênia
Gérbera
Giesta
Glicínia
Lavanda
Margarida
Rosa
Violeta
Tabela de Frequência - Anotar a presença ou ausência de citações do participante nas unidades
de significado
(1 = Presença e 0 = Ausência).
(2
227
8. Categoria Temática 8 – Perspectivas para o futuro
Participantes Categoria
Temática
8
Unidade
de
Significado
Unidade
de
Significado
Unidade
de
Significado
Unidade
de
Significado
Unidade
de
Significado
Perspectivas
para o futuro
Estudar
Continuar
trabalhando
com idosos
Ser cuidada
pelos filhos
como
recompensa
Mudança
de
atividade
profissional
Parar de
trabalhar
Acácia
Alfazema
Amarílis
Begônia
Camélia
Dália
Estrelitzia
Gardênia
Gérbera
Giesta
Glicínia
Lavanda
Margarida
Rosa
Violeta
Tabela de Frequência - Anotar a presença ou ausência de citações do participante nas unidades
de significado
(1 = Presença e 0 = Ausência).
228
9. Categoria Temática 9 – Desenhos-Estórias com Tema: Produção nº1 – Imaginário
Coletivo sobre o idoso
Participantes Categoria
Temática
9
Unidade
de
Significado
Unidade
de
Significado
Unidade
de
Significado
Unidade
de
Significado
Unidade
de
Significado
Imaginário
Coletivo atual
sobre o idoso
Idoso ativo Idoso solitário Idoso
fragilizado
Idoso
bem
cuidado
Idoso que
sofre maus
tratos
Acácia
Alfazema
Amarílis
Begônia
Camélia
Dália
Estrelitzia
Gardênia
Gérbera
Giesta
Glicínia
Lavanda
Margarida
Rosa
Violeta
Tabela de Frequência - Anotar a presença ou ausência de citações do participante nas unidades
de significado
(1 = Presença e 0 = Ausência).
229
10. Categoria Temática 10 – Desenhos-Estórias com Tema: Produção nº2 – Imaginário Coletivo
sobre o trabalho de cuidador de idosos
Participantes
Categoria
Temática
10
Unidade
de
Significado
Unidade
de
Significado
Unidade
de
Significado
Unidade
de
Significado
Unidade
de
Significado
Unidade
de
Significado
Imaginário
Coletivo
sobre o
trabalho de
cuidador de
idosos
Prestar
cuidado e
conforto ao
idoso
Fonte
de
recompensa
Trabalho
relacionado
à diversão
Tristeza
diante da
velhice
Dificuldades
do
trabalho
Trabalho
relacionado
a auxílio
financeiro
Acácia
Alfazema
Amarílis
Begônia
Camélia
Dália
Estrelitzia
Gardênia
Gérbera
Giesta
Glicínia
Lavanda
Margarida
Rosa
Violeta
Tabela de Frequência - Anotar a presença ou ausência de citações do participante nas unidades
de significado
(1 = Presença e 0 = Ausência).