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A QUALIDADE DE VIDA DAS GERAÇÕES FUTURAS EM FASE DA
SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL
Solange Aparecida Delfina da Rocha1
Sandra Regina de Oliveira Carvalho2
Deolindo Francisquetti3
RESUMO: O presente trabalho atentou-se para a qualidade de vida das gerações presentes e futuras em face do
desenvolvimento Sustentável. Faz-se uma alusão do seu surgimento e o marco histórico, que foi o ponto de
partida que ensejaram na tomada de decisões. Os procedimentos necessários a serem adotados para criação de
medidas para fortalecerem a idéia de viver em um mundo sustentável. Numa sociedade contemporânea prega-se
que haja maior cuidado com o meio ambiente, apontando algumas atitudes necessárias que poderão ser adotada
para atender as gerações atuais, sem comprometer parcela dos recursos ambientais das gerações futuras. As
ações devem ser comedidas para proporcionar um crescimento econômico e a melhoria de vida da sociedade.
PALAVRAS-CHAVE: Qualidade de vida, Gerações Futuras, Sustentabilidade Ambiental.
ABSTRAT: This study looked to the quality of life of present and future generations in the face of Sustainable
Development. It is an allusion to his appearance and historic landmark, which was the starting point that resulted
in the decision making. The procedures to be adopted for creation of measures to strengthen the idea of living in
a sustainable world. In contemporary society preaches that there is greater care for the environment, pointing out
some necessary actions that can be adopted to meet the current generations without compromising portion of
environmental resources for future generations. Actions must be restrained to provide economic growth and
improvement of the life of society.
KEYWORDS: Quality of live, Future Generations, Environmental Sustainability.
SUMÁRIO: 1. Introdução; 2. Evoluções do Direito Ambiental; 3. Sustentabilidade Ambiental; 4.
Desenvolvimento Sustentável; 5. Princípios norteadores do desenvolvimento sustentável. 6. Considerações
finais; Referencias.
1. INTRODUÇÃO
A sociedade converteu o planeta natural em um mundo industrializado. Diante desta
evolução, onde a sociedade e o consumismo foram aumentando e os recursos naturais foram
diminuindo, houve a necessidade e/ou idéia de preservação e de desenvolvimento sustentável.
As Conferências Internacionais deu um norte aos brasileiros, alertando-os que, havia
necessidade de amenizar os danos ambientais, para conter os consumos extraordinários. O
ponto central da evolução surgiu com o binômio: possibilidade e necessidade. A primeira
delas destaca-se com mudanças significativas, como: análises científicas para dirimir grandes
poluidores.
1 ROCHA, Solange Aparecida Delfina da. Bacharelando em direito, VIII semestre pela AJES – Faculdade do
Vale do Juruena. [email protected] 2 CARVALHO Sandra Regina de Oliveira. Bacharelando em direito, 8º semestre pela AJES – Faculdade do Vale
do Juruena. [email protected] 3 FRANCISQUETT, Deolindo. Bacharelando em direito, VIII semestre pela AJES – Faculdade do Vale do
Juruena. [email protected]
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Ressalta-se que também foi implantada a idéia de responsabilidade objetivo, tanto para
o Estado como também para o cidadão, em face ao meio ambiente. Enquanto que, a
necessidade adveio de informações concretas, como por exemplo: reduzir o desmatamento,
desenvolvimentos de terras produtivas, redução de fertilizantes, adotando medidas de baixo
custo tanto para água, energia e combustíveis. Ou seja, são controles essenciais e estratégicos,
diante de um futuro incerto para as presentes e futuras gerações.
Com viés de degradação, deu-se inicio ao desenvolvimento sustentável, norteando
uma nova trajetória. O desenvolvimento sustentável denota que é imperioso o
desenvolvimento econômico, mas vale um alerta, pautando-se pela estimativa sobre o impacto
ambiental, garantindo o equilíbrio ecológico. O crescimento econômico é imprescindível,
desde que haja preservação do meio ambiente, pautando-se por uma sadia qualidade de vida,
em sentido lato, ou seja, erga omnes. O desenvolvimento sustentável tem como meta a ser
buscada por todos os países. Com isso, compatibilizar meio ambiente com o desenvolvimento
significa: considerar que os problemas ambientais dentro de um processo ininterrupto de
planejamento, atendendo adequadamente as reivindicações de ambos (Estado/coletividade) e
advertindo as inter-relações particulares de cada contexto sociocultural, político, econômico e
ecológico.
A política ambiental não deve significar obstáculo ao desenvolvimento, mas sim, um
de seus instrumentos basilares, propiciando uma gestão coerente dos recursos naturais e
industriais, que constituem o embasamento para o progresso humano. Como forma de
garantia desse processo, compete ao Estado e a coletividade, tendo obrigações recíprocas, o
dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. É nessa linha que o
presente trabalho acadêmico se insere.
2. EVOLUÇÕES DO DIREITO AMBIENTAL
O surgimento do direito ambiental no sistema brasileiro se deu com várias evoluções
históricas. Tendo como marco histórico a conferência de Estrocolmo, onde os brasileiros
mencionaram que derrubariam tudo para obter desenvolvimento econômico, causaram grande
impacto, e com isso houve a necessidade de uma lei que regulamentasse de fato o direito
ambiental. Diante disso, editou-se a lei 6.938/81 - Política Nacional do Meio Ambiente, tendo
como peculiaridade uma legislação mais ampla para garantir o direito ambiental brasileiro, lei
esta que, instituiu o meio ambiente, é um conjunto de condições, leis, influências e interações
3
de ordem física, química e biológica, que permite abrigar e rege a vida em todas as suas
formas.
Ressalta-se que as preocupações foram surgindo com o passar do tempo, com isso, o
interesse da proteção ambiental foi permanecendo, dando ensejo e/ou surgindo novos
objetivos como valoração do meio ambiente. Não só a conscientização ambiental, mas
abarcando os recursos naturais, a diminuição dos poluentes, a desmatamento descontrolado, o
controle de agrotóxicos, dentre outros, tendo em vista uma melhor qualidade de vida para as
presentes e futuras gerações.
Esse controle era exercido de forma incipiente porque de um lado era regido pelo
utilitarismo, visto que só se tutelava o recurso ambiental que tivesse valoração
econômica, e de outro pela fragmentação do objeto, o que negava ao meio ambiente
uma identidade própria, e em conseqüência até do aparato legislativo existente. Mas
foi aproximadamente a partir do final da década de 20 que surgiu uma legislação
ambiental mais completa, embora o meio ambiente tenha continuado a ser
compreendido de forma restrita. Estado brasileiro após a década de 30 em relação ao
meio ambiente é o estabelecimento do controle federal sobre o uso e ocupação do
território e de seus recursos naturais, em uma atmosfera de disputa entre o governo
central e as forças políticas e econômicas de diferentes unidades da Federação4.
Os indivíduos, em virtude desses maus comportamentos em face ao meio ambiente,
foram criando maiores riscos ambientais, podendo ser acentuados como a probabilidade de
ocorrência da degradação ambiental, ou seja, a possibilidade de alteração adversa das
características do meio ambiente natural.
Por conta da ênfase dada ao direito de propriedade não existia efetivamente uma
preocupação com o meio ambiente, já que não se considerava as relações de cada um dos
recursos naturais entre si como se cada recurso ambiental específico não influísse no restante
do meio natural e social ao redor de si. Os recursos ambientais como a água, a fauna, a flora
passaram a ser regidos por uma legislação diferenciada, de maneira a não existir articulação
entre cada um desses elementos ou entre cada uma das políticas específicas. A partir da
década de 60 começa a segunda etapa da fase setorial, que é marcada pela edição de normas
4FARIAS, Talden Queiroz. Evolução histórica da legislação ambiental. Disponibilizado no:
http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo Acessado em 27 set.
2013.
4
com maiores referências às questões ambientais propriamente ditas do que as da fase
anterior5.
O direito ambiental surge no ordenamento jurídico, fomentando relação de equilíbrio
no meio ambiente ecológico, concatenando a relação homem-natureza e abrindo caminho para
medidas práticas no direito positivo. O Estado concede o uso dos recursos ambientais por
meio de outorgas e concessões a particulares, que assim poderia explorar a fauna, a flora, os
minérios, os recursos hídricos, os recursos pesqueiros, ou seja, a exploração total da terra.
Desde que, houvesse a centralização da arrecadação dos tributos ao Estado. Ressalta-se que, a
discricionariedade que o Estado concedeu aos particulares, fez com que, eles extrapolassem
os limites permitidos, e acabou de certa forma esgotando os recursos naturais.
Daí houve a necessidade de uma estrutura administrativa com órgãos específicos
para desempenharem suas atribuições, tendo como suporte o poder de polícia para
que sejam cumpridos e respeitados de fato o direito ambiental. Segundo as palavras
do autor Paulo Afonso Leme: o direito do ambiente, mais do que a descrição do
direito existente, é um direito portador de uma mensagem, um direito do futuro e da
antecipação, graças ao qual o homem e a natureza encontrarão um relacionamento
harmonioso e equilibrado6.
Os maiores contribuidores para o aquecimento global, foi o avanço acelerado, como a
as derrubadas, queimadas, exploração dos recursos naturais e minerais. Ou seja, evoluções
tecnológicas descontroladas, causando de certa forma uma degradação ambiental,
ocasionando indiretamente uma preocupação generalizada, e de certa forma afetando
drasticamente o meio ambiente de hoje e para as futuras gerações. Ficou evidente que o
caminho percorrido até o presente momento se referiu a um futuro incerto. Ressalta-se que a
evolução sem o devido controle, resulta-se no consumismo desmedido, tornando-se a doença
do mundo moderno.
Os tempos biológicos, com os registros da vida, já não são assim tão
remotos...dezenas ou centenas de milhões de anos! Esta expressão igualmente não
no abala nem merece a contento; mas ao menos sabemos que o fenômeno da vida
marcou a Terra e, de alguma forma, selou a sorte. Os ecossistemas vieram se
formando e alterando, lenta e continuamente, à mercê das leis físicas. Espécies
5FARIAS, Talden Queiroz. Evolução histórica da legislação ambiental. Disponibilizado no:
http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo Acessado em
27/07/2013. 6 MACHADO. Paulo Afonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 18º edição. revista, atualizada e ampliada.
P.54. 2010.
5
vivas, vegetais e animais, aparecem e desapareceram sem que nos seja possível,
ainda, explicar o por quê7.
Porém, cabe nesse ponto atentar-se para a idéia de que, é necessário buscar o
equilíbrio ecológico. Esta é uma conclusão que se tem da complexidade da realidade atual.
Realidade esta, de extrema relevância para as presentes e futuras gerações. Por que, durante
muito tempo, não se tinha a preocupação e/ou responsabilidade com a fragilidade com o meio
ambiente, e nem se imaginava cenários da humanidade e manifestações por meio de ação de
preservação e recuperação com o meio ambiente.
A cada momento, por onde quer que observamos, deparamo-nos com inúmeros e
variados problemas ambientais à nossa volta. De fato, a problemática ambiental está
na ordem do dia. Basta atentar para as fontes de informação e ver que as agressões
ao ambiente desfilam diuturnamente nos noticiários, nem sempre viabilizando a
sociedade e os seus dirigentes8.
A competência nos dias atuais, não é só da administração pública, cabe a todos, essa
consciência e comprometimento para com o meio ambiental, pautando pela essência do ciclo
da vida e dos recursos naturais. A sociedade atual tem potencial para fomentar um processo
de ações, voltada na construção de valores sociais, conhecimentos, capacidade, modo e
competência, pautando pela conservação e preservação do meio ambiente.
A partir do memento em que o cidadão, passa a exercer sua cidadania, ele sai da vida
privada, e começa interessar-se pelos problemas da sociedade do qual faz parte. Interesses
esses, que irão nortear os indivíduos e a coletividade, na integração das políticas públicas de
meio ambiente. Ou seja, o objetivo é oficializar a inserção de diretrizes para educação
ambiental. De acordo com Luís Paulo Sirvinkas, “a educação ambiental, além disso, está
relacionada principalmente ao consumo paciente (consumo sustentável). Por causa disso,
todos nos devemos precisamos praticar condutas diárias de racionalização desses recursos”9.
Francisco Freire e Maria do Socorro, em seu contexto traz a seguinte informação: a
propósito das precauções é de suma importância da qual a população deverá estar cientes: no
contexto das questões que dizem respeito ao meio ambiente natural destacam-se, por
exemplo, o aquecimento global, as emissões de poluentes atmosféricos gerados pelas
indústrias, o gerenciamento da zona costeira, a gestão das bacias hidrográficas, os vazamentos
7 MILARÉ, Édis. Direito do ambiente: a gestão ambiental em foco: 7º. Ed. re., altual. E reform. – São Paulo:
editora dos tribunais. P.64. 2011 8 MILARÉ, Édis. Direito do Ambiente: a gestão ambiental em foco: 7º. Ed. re., altual. e reform. – São Paulo:
editora dos tribunais. P.65. 2011. 9 SIRVINKAS, Luís Paulo. Manual de Direito Ambiental. 8º ed. ver., atual. e ampl. – São Paulo: saraiva,. P.68.
2010.
6
de óleo das unidades de extração de petróleo em alto-mar, a devastação das matas ciliares, a
ocupação de áreas de mananciais e de nascentes, e desertificação, o uso de agrotóxicos, a
substituição de florestas por campo de pastagens, a construção de represas, a atividade de
extração de minério, a extinção de animais, o combate ao tráfico de animais, a
regulamentação da caça e da pesca, a preservação de biomas ameaçados como a caatinga, o
pantanal, a mata atlântica e a floresta amazônica, e proteção das florestas, a criação de
unidade de conservação, a defesa da integridade genérica, dentre outras10
.
Diante disso, faz-se necessário, órgãos competentes para por em prática as sanções
cabíveis, como por exemplo: departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica (DNAEE),
Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), Departamento Nacional de
Prospecção Mineral (DNPM), Superintendência do Desenvolvimento da Pesca (SUDEPE) e
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), dentre outros.
Em 1972, em Estocolmo, na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente
Humano, realizada pela ONU, contando com a participação de 113 países, conferência esta
que deu-se o alerta para a gravidade da degradação ambiental, devido ao crescimento
econômico acelerado. Ainda vigia o regime militar autoritário no Brasil, coordenado por um
grupo de países, onde a tese defendida era “crescimento a qualquer custo”. Tese esta que veio
em desencontro com os problemas socioeconômicos, que até então, eles não tinham a
proporção da gravidade da realidade em face do meio ambiente. Destarte, o exaurimento do
solo, a degradação e/ou eliminação dos vegetais, destruição das nascentes e do ar, entre
outros, não contribuíram em nenhum momento com a economia brasileira, ou seja, não
beneficiou as classes baixas e o país continua de certa forma dependente.
Édis Milaré faz um paralelo da perca que o Brasil vem sofrendo: o país vinha
perdendo em média 18,6 mil Km2 de área verde por ano, segundo relatório sobre o
desenvolvimento sustentável divulgado em 19 de junho de 2002 pelo IBGE. O Estado de São
Paulo, economicamente o mais rico da Federação, vinha perdendo, a cada ano, no processo de
erosão, 190 milhões de tonelada de terra. Há poucas décadas, a poluição produzida pelas
fábricas de Cubatão – apesar dos avanços no controle de emissões, fruto da ação de enérgica
pioneira do Ministério Público e de uma sábia vontade política – abriu grandes ravinas na
10 FIGUEIREDO FILHO, Francisco de; MENEZES, Maria do Socorro da Silva. Sinopse de Direito Ambiental.
Markus Samuel Leite Norat. – Leme: CL EDIJUR. P. 20-21. 2012.
7
Serra do Mar, que gritava por socorro e podia desabar sobre o polo petroquímico e os
habitantes daquela cidade11
.
Nesse contexto, destaca-se as duas convenções-quadro, determinadas pela Conferência
das Nações Unidas referente ao Meio Ambiente e o Desenvolvimento (RO 92), e da
Diversidade Biológica, não subscrita pelo Estado Unidos na gestão do Presidente George W.
Bush, pai e filho. Ao identificar a perda de biodiversidade e o efeito estufa no Brasil, alguns
países dos Estados Unidos isoladamente sensibilizaram e firmaram Protocolo de Kyoto.
Realizando forma de entender e tratar a degradação ambiental, pois na década de 60, não
existiam iniciativas por parte da Administração Pública, conservação muito menos
preservação. Diante disso, houve a necessidade de medidas protetivas impondo normas de
controle às atividades exploratórias dos recursos naturais, denominada como fase
fragmantária.
Nesse período, pelo Dec. Federal 73.030, de 30.10.1973, foi criada a Sema
(Secretaria Especial do Meio Ambiente), subordinada ao Ministério do Interior, o
que não deixa de ser curioso, já que temos aí um precedente em que a estrutura
administrativa, mesmo que em caráter precursor, adianta-se ao quadro normativo
especializado, que só aparecia bem mais adiante. Indicando uma (re) orientação
radical de rumo, parece a Lei de Política Nacional do Meio Ambiente 1981, dando
inicio a fase holística, na qual o ambiente passa a ser protegido de maneira integral,
vale dizer, como sistema ecológico integrado (resguardam-se as partes a partir do
todo) e com autonomia valorativa (é, em si mesmo, bem jurídico)12.
Não se pode negar que a declaração abriu passagem para que a legislação brasileira,
criasse uma lei 6.938 de 1981, para assegurar o direito ao meio ambiente. Em termos de
norma, esta foi um macro histórico inicial para proteção de fato do Direito Ambiental. Esta lei
afastou métodos obsoletos, instituindo contornos inovadores e avançados como: os princípios,
Estudo do Impacto Ambiental, responsabilidade civil objetiva, conferiu poderes ao membro
do Ministério Público, dentre outras.
Na realidade, só a Constituição Federal de 1988 acolheu a proteção ambiental como
direito e dever de todos; consoante a dicção do art. 225. Adentrando nessa seara, todos os
órgãos federais, estaduais e municipais passaram a desempenharem suas atribuições e
competências em todo o território nacional.
11 MILARÉ, Édis. Direito do Ambiente: a gestão ambiental em foco: 7º. Ed. re., atual. e reform. – São Paulo:
editora dos tribunais. P. 67. 2011. 12 BENJAMIN, Antonio Herman V. Introdução ao Direito Ambiental Brasileiro. Revista de Direito Ambiental.
RDA 14/48. Abr. jun. P. 46. 1999.
8
O raciocínio fortificou e serviu para dar sustentação a edição da Lei da Ação Civil
Pública ou Lei nº 7.347/85, lei esta que, norteou um instrumento de defesa do meio ambiente
e os direitos difusos e coletivos e fez com que os danos ao meio ambiente ficassem sob a
competência do Poder Judiciário.
Aí entra como um dos mediadores, do Direito do Ambiente, voltado que é para o
reordenamento das relações da família humana como o mundo natural. O homem é
animal político e animal histórico. É indispensável, pois, que as lições dos tempos
históricos ensinem-no a respeitar as heranças ameaçadas dos tempos biológicos e
geológicos que o precederam. Para tanto é inadiável que ele mude sua política em
relação ao ambiente, mediante um novo ordenamento ambiental da sociedade13.
Por sua vez, o Brasil é destaque nesta tarefa e, para tanto, abarcando no sistema
vigente a responsabilidade civil objetiva nas infrações contra o meio ambiente, cabendo tanto
ao Estado quanto a coletividade, a obrigação de preservá-lo como defendê-lo para as
presentes e futuras gerações. Sob fortes solicitação e protestos da coletividade, o Estado sentiu
a necessidade de aparelhar o ordenamento brasileiro, adotando políticas rígidas de proteção ao
meio ambiente. Atitude como esta fez com que mitigasse a degradação ambiental, tendo como
fim específico a criação de instrumentos eficazes de prevenção e combate as ações nocivas ao
meio ambiente; e a por em vigor uma legislação mais rígida.
3. SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL
Antes de adentrar no tema, é pertinente explanar o significado de sustentabilidade: de
acordo com a teoria “sustentável” tem origem do Latim: “sustentare”, que significa sustentar,
favorecer e conservar. Em 1946, a UNESCO inicio-se o debate fomentando a educação de um
modo geral em peculiar atenção a Educação Ambiental.
Órgão este que, fizeram parte de iniciativas pós-guerra para estabilizar as condições
sociais e econômicas, permitindo assim, a educação ambiental. O marco inicial da
sustentabilidade, propagou-se a partir da Conferência das Nações Unidas, teve como tema o
Meio Ambiental Humano – United Nations Conference on the Human Environment
(UNCHE), em junho de 1972, em Estocolmo.
Evento este, que teve como foco, meio ambiente e preservação da humanidade. É
preciso destacar que o Brasil só deu importância ao tema supracitado, após a Conferência
sobre Meio Ambiente e desenvolvimento (ECO), em 1992, no Rio de Janeiro. Ou seja, o
13 MILARÉ, Édis. Direito do Ambiente: a gestão ambiental em foco: 7º. Ed. re., atual. e reform. – São Paulo:
editora dos tribunais. P.71. 2011.
9
grande marco para o desenvolvimento sustentável mundial foi, sem dúvida a Conferência das
Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em
junho de 1992 (a Rio 92). Onde aprovaram uma série de documentos importantes, dentre os
quais a Agenda 21, um plano de ação mundial para orientar a transformação
desenvolvimentista, identificando, em 40 capítulos, 115 áreas de ação prioritária.
A Agenda 21 apresenta como um dos principais fundamentos da sustentabilidade o
fortalecimento da democracia e da cidadania, através da participação dos indivíduos no
processo de desenvolvimento, combinando ideais de ética, justiça, participação, democracia e
satisfação de necessidade.
O processo iniciado no Rio em 92, reforça que antes de se reduzir a questão ambiental
a argumentos técnicos, deve-se consolidar alianças entre os diversos grupos sociais
responsáveis pelas ações e transformações necessárias.
A Constituição Federal adota um conceito de desenvolvimento sustentável, ao afirmar
no seu dispositivo que: todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem
de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e
a coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
O desenvolvimento sustentável inicia-se com programas, verificação, prevenção,
dentre outros, de que os recursos naturais têm fim, pois o mau uso acarretará em um consumo
que irá agravar ainda mais os recursos naturais. É pertinente ressaltar que o desenvolvimento
sustentável brota, efetivamente, quando coloca em cheque a qualidade X quantidade, e é
através dessa avaliação, que se iniciará o emprego de matérias primas e produtos, que irá
balancear a necessidade de reutilização e da reciclagem.
Logo, vê-se que, o desenvolvimento sustentável é uma forma de desenvolvimento
onde os recursos ambientais se esgotam, por conta disso, cabe a população se preocupar com
o futuro do planeta e conseqüentemente com a manutenção da vida, em todas as suas fases.
É indispensável um trabalho de educação em questões ambientais, dirigido para
jovens e adultos. A Conferência de Estocolmo firmou as bases para um novo
entendimento acerca das relações entre o ambiente e o desenvolvimento
socioeconômico. O primeiro princípio dessa Declaração é um exemplo dessa visão
que integra questões sociais e ambientais, o que confere sentido para a expressão
socioambiental14.
14 BARBIERI, José Carlos; SILVA, Dirceu da. Desenvolvimento Sustentável e Educação Ambiental: uma
trajetória comum com muitos desafios. Disponibilizado no: http://editorarevistas.mackenzie.brb RAM, REV.
10
A sustentabilidade está pautada em todos os âmbitos da sociedade, citemos como
exemplo: a economia, a educação, cultura e política. Ressalta-se que, a sustentabilidade é
influenciada direta e indiretamente ao desenvolvimento de diversos campos da sociedade, sem
que estes agridam o meio ambiente. Pois, é em conformidade com sustentabilidade é que, os
recursos naturais poderão ser utilizados.
A sociedade tem como elemento central, dentre os quais: usar, gozar, desfrutar do bem
e da liberdade para usufruir, desde que, não interfira nos recursos naturais que possam
prejudicar o Meio Ambiente. Isso quer dizer que, podemos usar ecologicamente do Meio
Ambiente, desde que, respeitemos e preservemos, para as presentes e futuras gerações. Ou
seja, o Meio Ambiente deve ser usado adequadamente, por meio de pesquisas tecnológicas,
que possam desenvolver métodos eficazes que possam atenuar os poluentes, viabilizando
condições adequadas dos recursos naturais.
Quando se fala em sustentabilidade, logo vem a idéia de não desmatar dentre outras.
Mas a sustentabilidade é justamente fomentar a ideia de, como o cidadão possa saber usar dos
recursos corretamente, tendo como viés o socialmente justos, ecologicamente correto e
economicamente viável.
Ressalta-se que o conceito e diretrizes estão em: saber usar os materiais adequados,
implantar programas didáticos, desenvolver treinamentos de grupos de pessoas para fornecer
assistência aos demais, tendo em vista a implantação de políticas e programas de educação
ambiental. A finalidade da sustentabilidade é sensibilizar e conscientizar de modo geral, a
sociedade. Viabilizando soluções, com total responsabilidade, em face do Meio Ambiente.
Foi estabelecido um plano de trabalho com 110 resoluções, e uma delas se refere à
necessidade de implantar a educação ambiental de caráter interdisciplinar com o
objetivo de preparar o ser humano para viver em harmonia com o meio ambiente
(Resolução nº 96). A Recomendação nº. 8 especifica três setores da população aos
quais a educação ambiental deve ser endereçada, a saber: 1. A educação do público
em geral; 2. A educação de grupos profissionais ou sociais específicos, cujas
atividades e influência tenham repercussões sobre o meio ambiente, como
engenheiros, administradores, arquitetos, projetistas industriais, formuladores de
políticas e agricultores; e 3. A formação de determinados grupos de profissionais e
ADM. MACKENZIE, V. 12, N. 3, Edição Especial. SÃO PAULO, SP. MAIO/JUN. 2011. p. 51-82. ISSN
1678-6971 -. Acessado em: 23 set. 2013.
11
cientistas que se ocupam de problemas ambientais específicos, por exemplo,
biólogos, geólogos, toxicólogos, agrônomos, sanitaristas, meteorologistas etc15
.
Ainda no mesmo raciocínio dos autores supracitados, eles advertem que o foco da
educação ambiental inicia-se, nas escolas, casa, trabalho, nos bares, dentre outros, ou seja, os
meios de comunicação por mais simples que seja, podem servir como centros, para estimular,
fortalecer, apoiar e reorientar as gerações vindouras.
Como um adágio popular, o eixo central da sustentabilidade esta em mobilizar a
atualidade e a conscientização da sociedade de que há necessidade de preservar o meio
ambiente em prol do bem de todos, em especial para as futuras gerações.
Mas como podemos contribuir? Primeiramente os grandes parceiros para um
desenvolvimento sustentável, iniciativas com as autoridades locais em apoio à agenda 21 a
comunidade científica e tecnológica, fortalecimento do papel dos agricultores, a transferência
de tecnologia ambientalmente saudável, cooperação e fortalecimento institucional, a ciência
para o desenvolvimento sustentável, promoção do ensino, conscientização e treinamento.
A sociedade em si, pode iniciar-se, por meio de ações concretas, cobrando do Poder
Público, como na elaboração de programas científicos e informações atualizadas, dentre
outras.
Ou seja, a sustentabilidade é aquele que acolhe às necessidades do presente sem afetar
o meio ambiente das gerações vindouras. Logo, a sustentabilidade é o desafio da humanidade
em preservar seu padrão de vida e conservar o desenvolvimento tecnológico sem esgotar os
recursos naturais do planeta. O entendimento até o presente momento, é que a idéia central da
sustentabilidade é cuidar dos ecossistemas no presente para que haja recursos suficientes para
sustentar a vida da coletividade no futuro.
Ou seja, é encontrar formas de preservar a capacidade da terra de sustentar uma
civilização futuras e moderna. Não basta discutir a sustentabilidade apenas do ponto de vista
ambiental. Faz-se necessário uma perspectiva social e econômica, ou seja, para se chegar a
um equilíbrio da preservação do meio ambiente.
Faze-se necessário a escolha de medidas preventivas. Como, por exemplo, a
reciclagem, substituir sacolas plásticas pelas de papel, fazer xixi no banho, deixar de imprimir
15 BARBIERI, José Carlos; SILVA, Dirceu da. Desenvolvimento Sustentável e Educação Ambiental: uma
trajetória comum com muitos desafios http://editorarevistas.mackenzie.brb RAM, REV. ADM. MACKENZIE,
V. 12, N. 3, Edição Especial. SÃO PAULO, SP. MAIO/JUN. 2011. ISSN 1678-6971 - p. 51-82. Acesso no dia:
23 set. 2013.
12
documentos, desligar equipamentos eletrônicos da tomada, fabricação de carros que lançam
menos de 5% de fumaça, dentre outras.
A utilização desses recursos é o primeiro passo para garantir uma qualidade de vida
das presentes gerações, e que seja transferida com um mínimo de condições iguais ou se
possível até melhores para as gerações vindouras. Pois é possível a junção entre o
desenvolvimento e a preservação do meio ambiente, ou seja, é possível a articulação desses
mecanismos, pautando-se por uma sadia qualidade de vida.
Para desenvolver significa crescimento sem prejuízo, sem qualquer tipo de
degradação ao ambiente. Portanto, o desenvolvimento já traz implicitamente, em seu
bojo, o caráter de sustentabilidade. Daí extrai-se que desenvolvimento pode e deve
se dar, desde que haja uma gestão racional dos recursos naturais de modo a não
comprometê-los, preservando-os para as gerações presentes, como para as futuras16.
Sem sombra de dúvida, a educação ambiental representa o ponto principal para que
seja uma estrutura do processo educacional. E assim, atingir as metas da prevenção tão
importantes para o equilíbrio, já que poucos danos ao meio ambiente são mais devastadores e
mais eternos do que o desconhecimento da sociedade das probabilidades de participação nas
questões referentes ao meio ambiente, pautando-se pela melhor da qualidade de vida.
Incentivar o estudo e elevando-o a pesquisas de tecnologias para o uso racional e a proteção
dos recursos ambientais, fazendo uso de programas regionais ou setoriais de desenvolvimento.
O atual arcabouço, deve-se ressaltar que na maioria dos documentos internacionais a
importância da educação ambiental é enfatizada, entre outros motivos, pela sua
relação com o exercício da cidadania. Tal preocupação demonstra o seu
compromisso com a formação de uma cultura democrática, na qual o cidadão tem
consciência de pertencer a uma coletividade, ultrapassando seus próprios interesses
individuais. Alias, entendemos que o processo de educação ambiental não deve
proporcionar uma visão reducionalista, enfocando somente a dimensão natural e
técnica. Deve ser tralhado numa perspectiva integral e holística, com a construção de
valores e a aquisição de conhecimentos, atitudes e hábitos voltados para a
participação responsável na gestão ambiental e preparando, assim, o terreno para a
tão decantada formula do exercício da cidadania, instrumentando, também, a
sociedade civil à participação da vida política17.
4. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL.
16
RIBEIRO, Ana Cândida de Paula e CAMPOS, Arruda. O Desenvolvimento Sustentável como Diretriz da
Atividade Econômica. Revista de Direito Ambiental RDA. 26/77. Vol. I. abril.-jun. P 648. 2002. 17
CANEPA Carla. Educação Ambiental: Ferramenta para a criação de uma nova consciência planetária. Revista
de Direito Constitucional e Internacional. RDA. 48/158. Jun.-set. P.749-750. 2004.
13
O termo desenvolvimento sustentável surgiu no final da década de 1970 e tomou
relevo no Relatório de Brundtland – documento da ONU – em meados de 1980. Este relatório
foi publicado, mais precisamente em 1988, com o titulo de Nosso Futuro Comum, pela
comissão Mundial sobre Meio Ambiente, presidida por Gro Harlem Brundtland. A expressão
foi definitivamente consagrada na ECO-92 e transformada em principio. Tal princípio procura
consolidar a proteção do meio ambiente com o desenvolvimento socioeconômico para a
melhoria da qualidade de vida do homem.
Para se ter uma idéia de desenvolvimento, faz-se necessário entender que, o Princípio
do Desenvolvimento Sustentável representa um dos mais importantes princípios do Direito
Ambiental, na medida em que dá operabilidade aos demais princípios, como o do Direito
Humano ao Meio Ambiente Sadio, da Precaução e da Prevenção. O Princípio do
Desenvolvimento Sustentável abarca os demais princípios, pois o mesmo permite o
consensualismos entre as perspectivas do desenvolvimento econômico, tecnológico e social e,
garante a preservação dos recursos ambientais para as presentes e futuras gerações.
A associação de Direito Ambiental Internacional, em sua 70º Conferência, realizada
em Nova Delhi, de 2 a 7 de abril de 2002, expressou que o desenvolvimento
sustentado, entre outros fins, visa a realizar o direito de todos os seres humanos a um
nível de vida suficientemente correspondente à sua participação ativa, livre e útil no
desenvolvimento e na participação das vantagens daí decorrentes, levando em conta
devidamente as necessidades e os interesses das gerações futuras18.
Em conformidade com as palavras do autor supracitado, é a proteção da legislação
vigente - Constituição Federal de 1988, que visa à preservação do meio ambiente, como um
compromisso de transformação do mundo e da sociedade em prol do bem de todos.
Viver em harmonia significa dizer que, o crescimento sustentável, é possível, mas
deve pautar-se pela não degradação e sim pela preservação do meio ambiente, tanto para as
gerações presentes e quanto para as futuras gerações. Nesse sentido, têm-se como diretrizes a
serem seguidas: a integral proteção do meio ambiente e o desenvolvimento econômico, tendo
em vista sempre, atingir os objetivos esperados e explorar os recursos naturais de forma
sustentável.
A Conferência de Estocolmo trata, em diversos princípios da questão do
desenvolvimento ligado ao meio ambiente: o homem é portador solene da obrigação
de proteger e melhorar o meio ambiente, para as gerações futuras; os recursos não
18 MACHADO, Paulo Afonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 21º ed. ver.ampl.atual. São Paulo/SP ed.
Malheiros.. P.75. 2013
14
renováveis da terra devem ser utilizados de forma a evitar o seu esgotamento futuro;
deve ser realizado um planejamento adequado e integrado, com ordenamento mais
racional, para preservação do ar, do solo, da fauna, da flora e dos ecossistemas
naturais, valorizando-se a planificação dos agrupamentos humanos e da urbanização,
a maximização e a repartição dos benefícios sociais, econômicos e ambientais19.
5. PRINCÍPIOS NORTEADORES DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Na sociedade atual, compreende que, a idéia de preservação do meio ambiente ou um
ambiente ecologicamente equilibrado esculpido na Constituição Federal, ou seja, este elo
conduz o desenvolvimento sustentável, voltadas para as presentes gerações e, preparando o
mundo para as futuras gerações. Percebe-se que, é necessário a preservação e conservação de
um ambiente sustentável.
Pois o avanço é imprescindível, mas há que se ter em mente que, os resultados devem
ser positivos em face do ambiente sustentável, pautando-se sempre pela boa qualidade de vida
das presentes e futuras gerações. Em respeito a esses princípios, onde se extrai que, o
crescimento econômico tem um caráter supremo, diante disso, as políticas há de ser
desenvolvidas reciprocamente, de modo que possam garantir o uso racional dos recursos
existentes para as presentes e futuras gerações.
Segundo entendimento da autora Ana Cândida de Paula Ribeiro, a vida sustentável de
vê escorar-se em uma estratégica que poderá ser fomentada segundo os princípios20
:
Respeitar e cuidar da comunidade dos seres vivos;
Melhorar a qualidade de vida humana;
Conservar a vitalidade e a diversidade do planeta terra;
Minimizar o esgotamento de recursos não renováveis;
Permanecer nos limites da capacidade de suporte do planeta terra;
Modificar atitudes e práticas pessoais;
Permitir que as comunidades cuidem de seu próprio meio ambiente;
Gerar uma estrutura nacional para a integração do desenvolvimento e da
conservação;
Constituir uma aliança global.
19 MACHADO, Paulo Afonso Leme, Direito Ambiental Brasileiro. 21ª edição. ver.ampl.atual. São Paulo/SP ed.
malheiros. P.76. 2013. 20 RIBEIRO, Ana Cândida de Paula; CAMPOS, Arruda. O Desenvolvimento Sustentável como Diretriz da
Atividade Econômica. Revista de Direito Ambiental. RDA 26/77. Abr-jun. P.648-649. 2002.
15
O principio do desenvolvimento sustentável, visa amenizar os impactos de atividades
que possa acarretar ao ambiente. Na realidade este principio, antevê a necessidade de
informações e pesquisas sobre os possíveis impactos ao ambiente que podem vir suceder, por
que, é por meio desses dois requisitos, que poderá descobrir possíveis alterações ambientais.
Diante dessa temática, tem-se que traçar um planejamento ambiental e econômico dos
estudos das áreas degradadas, as vantagens e desvantagens na implementação de medidas
proporcional ao meio ambiente e a coletividade.
O desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento da humanidade, e nada mais do
que a sociedade venha a participar e ter informações necessárias para a escolha de
como prefere se desenvolver. Cabe ao Poder Público tornar tal princípio efetivo, por
meio de audiências públicas, da implementação dos conselhos de meio ambiente, do
direito de petição da ação civil pública e da ação popular. Devido a importância do
conceito do princípio para o desenvolvimento humano de forma sustentável, a
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento – ECO
92, que originou a Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento, colocou de forma expressa o princípio da precaução com o dever
dos Estados e da sociedade terem cautela na implementação de atividade que
possivelmente possam causar alguma degradação ambiental21.
Em suma, a falta de conhecimento do ser humano em relação a sustentabilidade,
poderá ter conseqüências catastróficas. Nos dias de hoje é preciso que cada indivíduo tenha a
consciência de que é necessário se preocupar e cuidar do meio ambiente no qual se vive. E
para isto, é preciso estar atento a cada atitude e repensar a forma como se vive dentro deste
ambiente.
A continuação e sobrevivência da raça humana estão totalmente dependentes da
conservação dos recursos naturais, como por exemplo: de nossas matas, florestas, rios, lagos e
oceanos, dentre outros22
. O desenvolvimento sustentável não deve ser visto como uma
revolução, ou seja, uma medida brusca que exige rápida adaptação e, sim uma medida
evolutiva que progride de forma mais lenta a fim de integrar o progresso ao meio ambiente
para que se consiga em parceria desenvolver sem degradar.
Os elementos que formam o tripé são indispensáveis para a aplicação do
desenvolvimento sustentável, dentre eles destaca-se: o Desenvolvimento Econômico, este
21
FERNANDES, Jeferson Nogueira. O Direito Fundamental ao Desenvolvimento Sustentável. Revista de
Direito Ambiental RDA. 50/114. abril.-jun. Vol. I. P. 932 e 934. 2008. 22 Disponibilizado no site: http://www.brasilsustentavel.org.br/sustentabilidade. Acessado em 27 set. 2013.
16
elemento é considerado como um condutor principal desta engrenagem, a falta deste
elemento, implica na redução dos custeios, para dar sustentação aos outros condutores.
O Desenvolvimento Social tem-se, que de acordo com a diretriz da Carta Magna, onde
Estado, a sociedade, o particular, enfim, quem de qualquer maneira pretenda empreender,
devem promover, sempre, uma avaliação dano - benefício dos recursos naturais, para que
sejam evitados impactos que os prejudiquem.
Por fim, a Proteção Ambiental, cabe ao poder de polícia impor sanções dentro do
limite da lei, para coibir e/ou evitar realização de danos ao meio ambiente. Entre esses
elementos condutores, deve haver uma conexão, para que caminhem lado a lado, pautando-se
de forma comedida e homogênea.
Os princípios norteadores do desenvolvimento sustentável devem ser utilizados para
que o desenvolvimento econômico exista respeitando os parâmetros essenciais dos
seres humanos. Deve o Estado e toda a sociedade ponderar os princípios ambientais
com os econômicos para se alcançar o desenvolvimento, capaz de proporcionar um
crescimento econômico sem causar a degradação ambiental e consequentemente
prejudicar a existência digna do homem atualmente e para os que virão com o
desenvolvimento econômico, a conciliação desses fatores por meio dos princípios
pode-se salvaguardar a vida em todas as suas formas, pois estará ocorrendo o
desenvolvimento sustentável. Tal princípio consagrado na Constituição Federal de
88, em seu art. 225, veio a normatizar constitucionalmente os princípios 1 e 2 da
Declaração de Estolcomo de 1972, devendo este princípio ser o norte de todo o
ordenamento jurídico brasileiro e mundial, sempre buscando maior eficácia jurídica,
vez que quanto maior a preservação e controle das atividades potencialmente
poluidoras melhor será a qualidade de vida dos seres humanos23.
É imprescindível a participação coletividade, logo, só é possível esta participação para
mobilizar o poder público, na tomada de decisões para implementação de medidas positiva
em face ao meio ambiente, pois é dever da coletividade em especial ao Estado, tomar as
medidas cabíveis. Para alcançar o desenvolvimento sustentável, não basta viver ou conservar
a vida.
É preciso obter uma qualidade de vida, que se obtém por meio de fatores como a
melhoria da saúde, educação, direito a democracia, a participação nos programas, na
informação das decisões políticas referentes ao desenvolvimento da humanidade, pois, diante
23 FERNANDES, Jeferson Nogueira. O Direito Fundamental ao Desenvolvimento Sustentável. Revista de
Direito Ambiental RDA. 50/114. abril.-jun. Vol. I. P. 930-931. 2008.
17
dessas informações prestadas ao indivíduo, ele terá subsídios suficientes para desempenharem
suas atividades que lhe é inerente.
Cumpre ressaltar que a essência da ordem econômica é assegurar a todos existência
digna, da mesma maneira que a garantia de um meio ambiente ecologicamente
equilibrado tem como pano de fundo igual fundamento, ou seja, a dignidade do ser
humano. Assim, comprometida com a existência digna das pessoas, não pode a
ordem constitucional conduzir a atividade produtiva para caminhos que impliquem
diminuição da qualidade de vida da população, por meio de práticas poluidoras ou
agressoras do meio ambiente. Inexorável, pois, o liame existente entre livre
iniciativa e preservação ambiental. Aliás, a fusão desses princípios conduz à gênese
do desenvolvimento sustentável24.
No âmbito de suas competências pugna por prerrogativas mais amplas por parte do
Poder Público, em conscientizar a população de que não existem fórmulas mágicas para a
compreensão do tema supracitado. Espera-se, de fato, que tanto administrados como
administradores assimilem competências mais eficazes e eficientes para sanar as deficiências
que ainda existem. A presente proposta antevê uma coerência entre economia, sociedade e o
meio ambiente.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste artigo, pretendeu-se dar peculiar atenção a sadia qualidade de vida das gerações
futuras em face do desenvolvimento sustentável. Podemos concluir então que, as ações já
existentes passem-se a fortalecer cada vez mais com as ações dos administrados e
administradores, a usar com consciência os recursos industriais e naturais. Pois a
sustentabilidade é um conceito que só ganha força quando boas ideias se transformam em
grandes ações.
A Autora Solange Teles de Silva, conclui que, as grandes obras iniciam-se com o
estudo prévio de impacto ambiental, não constitui um empecilho ao desenvolvimento, mas é
uma ferramenta primordial para alcançar o desenvolvimento sustentável enquanto etapa de
questionamento da necessidade ou não da atividade, da existência ou não de alternativas para
atividade e obras, de um balanço dos impactos positivos e negativos de determinada obra ou
atividade potencialmente ou efetivamente causadora de significativa degradação ambiental25
.
24 RIBEIRO, Ana Cândida de Paula e CAMPOS, Arruda. O Desenvolvimento Sustentável como Diretriz da
Atividade Econômica. Revista de Direito Ambiental RDA. 26/77. Vol. I. abril.-jun./ P.651. 2002. 25 SILVA, Solange Teles de. Direito Fundamental ao Meio Ambiente. Revista de Direito Administrativo. RDA
48/225. Vol. I. out.-dez./2007 P.1139.
18
O atual arcabouço jurídico-institucional do sistema ambiental brasileiro reproduz as
experiências, reflexões e sistematização de mais de duas décadas consagradas à gestão de
impactos ambientais de obras, atividades e projetos, nos setores públicos e privados. Sua
consolidação, no âmbito das instituições e da sociedade, mantém-se como processo em
construção, atento às transformações e demandas sociais e ao resguardo do princípio
fundamental do meio ambiente ecologicamente equilibrado como patrimônio público, direito
e dever de toda a coletividade26
.
Numa sociedade em que a consciência é um exercício de cidadania, pretendeu-se
colocar em prática com maior agilidade, uma qualidade de vida para as presentes e futuras
gerações, em fase da sustentabilidade ambiental. De maneira acessível, tanto em sua estrutura
física, quanto nas ações cotidianas, favorecendo um aprofundamento dos conceitos
socioambientais, tendo em vista a edificação de novos valores e modos de vida da
humanidade. Tomando as medidas necessárias para gerar cada vez menos impactos
ambientais.
Do art. 225 da Constituição Federal, extrai-se que o desenvolvimento pode e deve se
dar, desde que haja uma gestão racional dos recursos naturais de modo a não comprometê-los,
preservando-os para as gerações presentes, como para as futuras. O monopólio econômico
deve atuar, dentro dos limites da capacidade dos ecossistemas, entendida esta como aquela
que resguarde a renovação dos recursos renováveis e a exploração não predatória dos recursos
não renováveis, ou seja, esta mutação é pertinente desde que, sirva às gerações presentes e
futuras.
Podemos defini-lo ainda como uma forma de desenvolvimento que não agride o meio
ambiente de maneira que não prejudica o desenvolvimento vindouro, ou seja, é uma forma de
desenvolver sem criar problemas, que possam atrapalhar e/ou impedir o desenvolvimento no
futuro.
Entendeu-se aqui, que a conscientização da humanidade é primordial, o trabalho
buscou sopesar a efetividade de medidas e andamento dos processos administrativos,
viabilizando medidas eficazes de proteção ambiental. Neste estudo apontou-se, que há a
necessidade de se destacar que a educação ambiental é um ponto primordial, para contribuir
26
Disponibilizado no site: http://www.mma.gov.br/governanca-ambiental/portal-nacional-de-licenciamento-
ambiental/licenciamento-ambiental/estudos-ambientais/item/8332. Acessado em 27 set. 2013.
19
para a qualidade de vida das gerações presente e futuras, propiciando a todos o direito de
viver em um planeta sustentável.
O objetivo deste estudo tem como fator ímpar, de que o desenvolvimento sustentável
não deve ser visto como uma revolução, ou seja, uma medida brusca que exige rápida
adaptação e, sim uma medida evolutiva que progride de forma mais lenta a fim de integrar o
progresso ao meio ambiente para que se consiga em parceria desenvolver sem degradar.
Existem três colunas imprescindíveis para a aplicação do desenvolvimento sustentável:
desenvolvimento econômico, desenvolvimento social e proteção ambiental. Esses devem ser
dependentes um do outro para que caminhem lado a lado de forma homogênea27
.
A autora Ana Cândida de Paula Ribeiro e Arruda Campos, eles defendem a tese de
que, o desenvolvimento sustentável, é assegurar a todos existência digna e garantir o meio
ambiente ecologicamente equilibrado, ou seja, o entendimento elevou-se exclusivamente para
a dignidade da pessoa humana. Os mesmos alertam que, as medidas adotadas pelos órgãos,
devem ser comedidas, pautando-se tanto pela preservação ambiental como também por uma
adequada qualidade de vida.
Enquanto que, a autora Carla Canepa, não descarta a tese dos autores: supracitados,
mas acrescenta ainda que, o atual arcabouço, é a importância da educação ambiental, pela sua
relação com o exercício da cidadania. Tal preocupação demonstra o seu compromisso com a
formação de uma cultura democrática, na qual o cidadão tem consciência de pertencer a uma
coletividade, ultrapassando seus próprios interesses individuais. Alias, entendemos que o
processo de educação ambiental não deve proporcionar uma visão reducionalista, enfocando
somente a dimensão natural e técnica.
Deve ser tralhado numa perspectiva integral e holística, com a construção de valores e
a aquisição de conhecimentos, atitudes e hábitos voltados para a participação responsável na
gestão ambiental. Em respeito aos autores Ana Cândida de Paula Ribeiro e Arruda Campos,
mas eu me filio à tese da autora Carla Canepa. É imprescindível assegurar a todos a existência
digna e garantir o meio ambiente ecologicamente equilibrado, mas sem o uso coerente da
educação ambiental, acredito que não conseguiremos atingir o principal objetivo, que é a
qualidade de vida das gerações futuras e presentes em face do desenvolvimento sustentável.
Desta feita, se plantou a idéia de que é necessário a educação ambiental, gerando e
concretizando uma relação capaz de conduzir obrigações e deveres recíprocos, entre o Poder
27
Disponibilizado no site: http://www.brasilescola.com/geografia/desenvolvimento-sustentavel.htm - Acesso em
25 set. 2013.
20
Público e a coletividade, de cuidar do meio ambiente, defendê-lo e preservá-lo para as
presentes e futuras gerações.
REFERENCIAS:
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Direito Ambiental. RDA 14/48. Abr. jun./1999.
BARBIERI, José Carlos; SILVA, Dirceu da. - Desenvolvimento Sustentável e Educação
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Artigo. Data de acesso: 23/07/2013.
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750. 2004.
Disponibilizado no site: http://www.mma.gov.br/governanca-ambiental/portal-nacional-de-
licenciamento-ambiental/licenciamento-ambiental/estudos-ambientais/item/8332. Acessado
em 27 set. 2013.
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25 set. 2013.
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FIGUEIREDO FILHO, Francisco de; MENEZES, Maria do Socorro da Silva. Sinopse de
Direito Ambiental. Markus Samuel Leite Norat. – Leme: CL EDIJUR, 2012.
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http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php. Acessado em: 23 set. 2013.
FERNANDES, Jeferson Nogueira. O Direito Fundamental ao Desenvolvimento Sustentável.
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reform. – São Paulo: editora dos tribunais, 2011.
MACHADO, Paulo Afonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 21º ed. ver.ampl.atual. São
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RIBEIRO, Ana Cândida de Paula; CAMPOS, Arruda. O Desenvolvimento Sustentável como
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SIRVINKAS, Luís Paulo. Manual de Direito Ambiental. 8º ed. ver., atual. e ampl. – São
Paulo: saraiva, 2010.