a possibilidade do ensino ciência, tecnologia e sociedade...

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VII ESOCITE.BR tecsoc - ISSN 1808-8716 Alves et Al. Anais VII Esocite.br/tecsoc 2017; 9(gt25):1-15 A possibilidade do ensino Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) por meio de comerciais da televisão GT25 – Interdisciplinaridade em CTS Richard Alves Ana Lúcia R. G. Russo Giselle Rôças de Souza Fonseca Denise Figueira-Oliveira Resumo: Este trabalho, de natureza qualitativa, busca demonstrar o potencial de se utilizar comerciais da televisão (BOURDIEU, 1997), para problematizar a neutralidade atribuída a ciência e a tecnologia (AULER e DELIZOICOV, 2001), com vistas a promoção de discussões sobre CTS (PINHEIRO, 2005; SANTOS, 2007; BAZZO, 2016). Seu objetivo é questionar a visão neutra historicamente herdada pela ciência e tecnologia (CT) e desenvolver junto aos participantes do estudo, uma visão crítica que os instrumentalize a uma participação social consciente, com a possibilidade de avaliar a veracidade do que é veiculado. Diante da natureza metodológica foi utilizada a pesquisa participante, que envolveu 23 alunos do 9° ano do ensino fundamental de uma escola do município de Paracambi/RJ e como instrumento de coleta de dados, optou-se pela observação, mensagem escrita e gravação de áudio, que foram interpretados segundo Bardin (1977) e Franco (2012) por meio da análise de conteúdo. Os principais resultados demostraram uma visão neutra, que os alunos atribuíram à CT mediante a apresentação do comercial da televisão, entretanto, após a exibição de outros vídeos com a finalidade de gerar controvérsias ao comercial, os estudantes foram estimulados à discussões em uma roda de conversa, envolvendo assuntos de ordem política, ética, cultural, ambiental e econômica, o que possibilitou interações CTS sobre o comercial exibido e com isso, os alunos despertaram senso crítico a respeito do comercial apresentado. Dessa forma, o uso de comerciais da televisão apresenta um potencial na promoção de interações CTS, contribuindo para uma visão ampliada da CT, funcionando como um recurso possível na problematização das perspectivas salvacionista, determinismo tecnológico e superioridade dos modelos tecnocráticos. Palavras chave: ensino de ciências, comerciais, CTS, letramento científico

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VII ESOCITE.BR tecsoc - ISSN∕ 1808-8716 Alves et Al. Anais VII Esocite.br/tecsoc 2017; 9(gt25):1-15

A possibilidade do ensino Ciência, Tecnologia eSociedade (CTS) por meio de comerciais datelevisão

GT25 – Interdisciplinaridade em CTS

Richard AlvesAna Lúcia R. G. Russo

Giselle Rôças de Souza FonsecaDenise Figueira-Oliveira

Resumo: Este trabalho, de natureza qualitativa, busca demonstrar o potencial de se utilizar comerciaisda televisão (BOURDIEU, 1997), para problematizar a neutralidade atribuída a ciência e a tecnologia(AULER e DELIZOICOV, 2001), com vistas a promoção de discussões sobre CTS (PINHEIRO, 2005;SANTOS, 2007; BAZZO, 2016). Seu objetivo é questionar a visão neutra historicamente herdada pelaciência e tecnologia (CT) e desenvolver junto aos participantes do estudo, uma visão crítica que osinstrumentalize a uma participação social consciente, com a possibilidade de avaliar a veracidade doque é veiculado. Diante da natureza metodológica foi utilizada a pesquisa participante, que envolveu23 alunos do 9° ano do ensino fundamental de uma escola do município de Paracambi/RJ e comoinstrumento de coleta de dados, optou-se pela observação, mensagem escrita e gravação de áudio,que foram interpretados segundo Bardin (1977) e Franco (2012) por meio da análise de conteúdo. Osprincipais resultados demostraram uma visão neutra, que os alunos atribuíram à CT mediante aapresentação do comercial da televisão, entretanto, após a exibição de outros vídeos com a finalidadede gerar controvérsias ao comercial, os estudantes foram estimulados à discussões em uma roda deconversa, envolvendo assuntos de ordem política, ética, cultural, ambiental e econômica, o quepossibilitou interações CTS sobre o comercial exibido e com isso, os alunos despertaram senso crítico arespeito do comercial apresentado. Dessa forma, o uso de comerciais da televisão apresenta umpotencial na promoção de interações CTS, contribuindo para uma visão ampliada da CT, funcionandocomo um recurso possível na problematização das perspectivas salvacionista, determinismotecnológico e superioridade dos modelos tecnocráticos.

Palavras chave: ensino de ciências, comerciais, CTS, letramento científico

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INTRODUÇÃO

Desde que a televisão conseguiu adentrar nas casas brasileiras, ela vem influenciando

sua realidade. Este aparelho que une sons, imagens e palavras, é responsável pela transmissão

de informações e normas de conduta que antes cabia à família, escola e comunidade, com essa

inversão, o indivíduo perde o contexto de grupo e se converte em receptor de mensagens pré-

fabricadas (MENEZES, 2012).

Uma parte da ação simbólica da televisão está na atração para fatos que interessam a

todo mundo, não chocam, não apresentam disputa e muito menos divide opiniões, ou seja, são

fatos que formam consenso, ocupam o raro tempo da televisão, entretanto, um olhar

minucioso e crítico, pode desvelar coisas preciosas (BOURDIEU, 1997).

Com isto, a mídia é capaz de transmitir e reproduzir determinados padrões de

referência inscritos dentro de nossa própria cultura. A questão está, justamente, em qual

padrão de qualidade de vida e de sociabilidade ela reproduz. Observamos, por exemplo, a

potencialização do consumismo, fazendo com que as pessoas se endividam ou trabalhem além

do que deveriam, por meio de discursos homogeneizantes, com pouca representatividade, mas

que marginalizam certos grupos a favor de outros.

Como Costa (2002) menciona cada um tem uma reação distinta e única em função de

diferentes fatores, ao ser exposto ao conteúdo midiático da TV, mas ressalta que,a.b. A linguagem que utiliza e os discursos que faz circular produzemsignificados consonantes com projetos políticos, sociais e culturais hegemônicos,colocando em funcionamento técnicas de governo que forjam consciências emoldam condutas (COSTA, 2002, p.72).

Dessa forma, uma educação quando a serviço do capitalismo pode fazer com que

jovens pobres assumam o papel de mercadorias, força de trabalho ou atores passivos,

enquanto que, jovens ricos, são estimulados a papéis de líderes, gestores ou exploradores do

capital humano.

Para Chrysostomo e Messeder (2017), a televisão é responsável por uma comunicação

abrangente, principalmente a TV aberta, onde a publicidade encontra facilidade de inserção

nos lares, para estabelecer por exemplo, relações de consumo. Por isso, a escola não deve

negligenciar seu papel social e utilizá-la a serviço do ensino, uma vez que o uso de

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propagandas televisivas, propícia uma aceitação favorável pelo aluno por integrar o seu

cotidiano.

Logo, a abordagem educacional acrítica, mecânica e sem vínculo com a realidade do

aluno, precisa ser repensada, para a própria segurança do planeta, e um caminho alternativo é

uma educação contextualizada, crítica, reflexiva e libertadora, articulada com a perspectiva

CTS para o ensino (BAZZO, 2016).

A educação CTS colabora com a sociedade na organização de ideias e na tomada

consciente de decisões, para isso, é necessário o desenvolvimento de senso crítico utilizando

debate em torno de situações-problema, criando controvérsias reais e simuladas para

discussões coletivas, a fim de instrumentalizar às pessoas na descoberta das verdadeiras

intenções que envolvem as relações sociais (FREIRE, 1986).

É necessário que a sociedade seja capaz de selecionar as diversas informações

recebidas diariamente e consiga ter uma visão holista, considerando os aspectos políticos,

econômicos, culturais, históricos, ambientais, avaliando assim, reais suas consequências para

a sociedade (AULER e DELIZOCOIV, 2001).

Pelas razões expostas acima, o letramento científico (LC), mediado pela escola, se faz

necessário, com o intuito de democratizar a informação, além de operacionalizar o cidadão em

suas escolhas diárias, desde as mais simples até as mais complexas. Um cidadão letrado é

capaz de conversar, discutir, ler e escrever o vocabulário científico, assim desenvolver uma

compreensão do impacto da Ciência e Tecnologia (CT) na sociedade (SANTOS, 2007;

SANTOS, 2012).

Estudos em currículos CTS criam oportunidades aos estudantes de participação ativa

em discussões sobre os problemas impostos pelo desenvolvimento científico e tecnológico,

visando a formação de cidadãos conscientes para tomada de decisão (SILVA e MORTIMER,

2012; PINHEIRO, SILVEIRA e BAZZO, 2009; FABRI e SILVEIRA, 2013; BAZZO, 2016).

Por isso, o campo da educação em ciências vem se apropriando do enfoque CTS e das

questões sociocientíficas, como estratégias didático-pedagógicas para trabalhar currículos

CTS de maneira contextualizada e integrada, a nível nacional e internacional, a exemplo de

certos trabalhos nesta perspectiva (ANGOTTI e AUTH, 2001; PINHEIRO, 2005; LIMA e

MARTINS, 2013; VIDAL e CHRISPINO, 2016; CHRYSOSTOMO e MESSEDER, 2017).

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O artigo em questão busca demonstrar o potencial da utilização de comerciais da

televisão na promoção de discussões CTS, a fim de superar uma suposta neutralidade da CT e

desenvolver junto aos alunos uma visão crítica, criando oportunidades de maior participação

social e possibilidades de questionar a veracidade daquilo que é veiculado.

Como justificativa à abordagem CTS, Auler e Delizoicov (2001), Santos (2007, 2012),

Bazzo (2016) demonstram em seus trabalhos, as possibilidades que uma perspectiva crítica

não só da Ciência, como também da Tecnologia, podem favorecer o contexto da sala de aula,

pois, discussões sobre questões éticas, culturais, políticas, econômicas, ambientais e sociais,

perpassam por atitudes e valores, e assim, contribuem para que aos alunos superem uma visão

ingênua da CT e desenvolvam LC.

Procedimentos metodológicos

O estudo proposto neste trabalho se baseou na abordagem qualitativa, demonstrado por

observações registradas em diário de campo, questionário e gravações de áudio dos

envolvido, com as devidas autorizações. Segundo Minayo (2001), a pesquisa qualitativa

responde questões particulares, pois trabalha com significados, motivos, aspirações, crenças,

valores e atitudes, que precisam ser interpretadas, à primeira vista, pelo próprio pesquisador.

Considerando esta abordagem metodológica, empregou-se a pesquisa participante, pois

“é a possibilidade de transformação de saberes, de sensibilidades e de motivações populares

em nome da transformação desigual, excludente e regida por princípios e valores do mercado

de bens e capitais, em nome da humanização da vida social” (BRANDÃO e BORGES, 2007,

p.55)

A pesquisa foi realizada em uma escola do munícipio de Paracambi, na cidade do Rio

de Janeiro, com 23 alunos do 9° ano de escolaridade do ensino fundamental, pelo professor de

ciências da instituição. O trabalho foi desenvolvido na feira de ciências que a escola

promoveu no mês de outubro de 2016.

À vista disto, o professor selecionou um material que pudesse proporcionar

contextualização e interdisciplinaridade à atividade. Deste modo, a escolha de uma

propaganda veiculada em horário nobre, em uma emissora de grande acesso popular, pareceu

possibilitar uma aproximação com o cotidiano dos alunos. Também foram usadas outras

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mídias audiovisuais, que funcionaram como alternativa de estimular controvérsias aos

diferentes aspectos relacionados à propaganda.

A atividade foi baseada na inter-relação Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS), pois

para Pinheiro, Silveira e Bazzo (2009) num país onde se pensa democracia, tanto é importante

uma representação política que zele por interesses mútuos, quanto o cidadão precisa ter sua

participação garantida neste processo, agindo de forma crítica nas diversas situações do seu

cotidiano. Sendo assim, justifica-se a importância de se discutir com os alunos os avanços da

ciência e da tecnologia, assim como suas implicações sociais de forma contextualizada, com o

intuito de gerar ações reflexivas.

c. A sistematização desta atividade, aconteceu em três momentos e da seguinte

forma:

*Primeiro momento – no ambiente da sala de aula. Nesta etapa, foi explicado aos alunos do 9°

ano, que eles assistiriam um comercial1 de televisão e responderiam uma questão formulada

pelo professor, em seguida, os estudantes assistiriam um curta2 sobre trabalho escravo, um

outro curta sobre pesticidas3 e um documentário4 que mostra o trabalho do boia fria, concluída

esta parte, os alunos seriam convidados a uma roda de conversa, mediados pelo professor, a

fim de entrelaçar e discutir questões evidenciadas nos recursos audiovisuais disponibilizado.

*Segundo momento – sala de vídeo da escola. Após explicação da dinâmica, os alunos foram

à sala de vídeo da escola para realizar as tarefas descritas no primeiro momento. No quadro 1,

estão resumidas as principais abordagens tratadas nos recursos audiovisuais disponibilizados

aos alunos.

Quadro 1 – Temas de Ciência e Tecnologia e seus desdobramentos e impactos na Sociedade a partir de mídiasaudiovisuais.

Mídia Tema Desdobramento Impacto

Comercial

Exibida em uma rede de TV aberta, em que as questões sobre o

Agronegócio A propaganda mostra uma cadeia de ações desde a transformação dos grãos em seus diversos produtos e subprodutos, destacando a alimentação, o vestuário e a indústria do etanol entre

Não leva em conta, os impactos ambientais e sociais gerados neste processo, tais como: A geração de vinhoto (ou vinhaça) na produção de etanol; A utilização de agrotóxicos que deterioram a saúde da populaçãorural; Substituição de culturas de

1 Ver comercial disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=TN11vGtNTBg2 Ver curta sobre trabalho escravo disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=cj2Zgi02M0w3 Ver curta 2 sobre pesticida: disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=cj2Zgi02M0w4 Ver documentário 1 disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=x9cxgeYt0Yw

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agronegócio são conceituadas,

“Agro é Tech, Agroé Pop, Agro é tudo,com duração de 45 segundos

.

outros. Além da geração de lucro, empregos, consumo e investimentos.

subsistência pela monocultura da cana, causando prejuízos ao solo;

A propaganda passa uma imagem de que o consumismo é o gerador de riqueza que movimenta o país;

Refletir sobre o uso de propagandas, que de modo geral, tendem a mudar o foco do diálogo, entre o objeto e o telespectador e, portanto, devem ser analisadas criticamente.

Curta 1

Ciclo do trabalho escravo contemporâneo, duração de 4 minutos e 35segundos

Trabalho escravo contemporâneo

Como as empresas do vestuário, e as de grife em especial exploram trabalhadores recrutados em países pobres, para conseguir lucros significativos. Deste modo, estas grandes corporações seisentam de seus deveres e o trabalhador fica à mercê de empresários, que maioria das vezes os escraviza.

Evidenciar que os trabalhadores retratados trabalham em condições insalubres, desprovidos de qualquer amparo legal e trabalhista. Recebem subsalários que não os possibilitam arcar com os custos a eles cobrados, como aluguel e alimentação, além de, terem uma jornada de trabalho exaustiva.

Importa-nos que o aluno se mantenha crítico às opções de seu cotidiano, optando por um consumo consciente.

Curta 2

Os pesticidas, duração de aproximadamente 1minuto e 15 segundos.

Os pesticidas

Conceitua os pesticidas como compostos químicos, com propriedades tóxicas e que são usados no combate aos parasitas de animais e plantas, considerados perigosos às plantações.

Alertar sobre os efeitos tóxicos com consequências na biodiversidade, na contaminação dos lençóis freáticos, ena saúde dos trabalhadores que os manipulam e mostrar a importância do uso obrigatório de (EPIs) equipamentos de proteção individual.

Lembrar aos alunos, que o Brasil é o maior consumidor mundial de agrotóxicos, numa reflexão sobre os modos de produção e as consequências ambientais e sociais de práticas não sustentáveis.

Documentário 1

Boia fria, com duração aproximadamente de 6 minutos e 38 segundos

Boia Fria

Retrata a rotina dos trabalhadores das plantaçõesde cana-de-açúcar. O título faz referência à condição de alimentação destes trabalhadores.

Discutir sobre as condições de trabalho insalubres que estes trabalhadores apresentam, com jornadas extensas e alojamentos precários.

Analisar modos de produção versus condições de trabalho e, formas maisjusta de inserir o homem do campo em seus meios de produção.

Fonte: autores.

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*Terceiro momento – sala de aula. Nesta etapa, mediada pelo professor, os alunos foram

convidados a correlacionar os vídeos por meio de uma roda de conversa. As rodas de conversa

possibilitam reflexões do cotidiano escolar, e também, permitem que os participantes

expressem impressões, conceitos opiniões e concepções sobre o tema desenvolvido (MELO e

CRUZ, 2014).

2. Resultados e discussão

A coleta de dados desta pesquisa foi realizada pela observação, resposta escrita sobre a

questão dada pelo professor e gravações de áudio no momento da roda de conversa. Estes

dados foram analisados de acordo com Bardin (1977) e Franco (2012) por meio da técnica

metodológica de análise de conteúdo.

De acordo com Bardin (1977) e Franco (2012) a análise de conteúdo parte da

mensagem, oral, escrita, gestual, silenciosa, figurativa ou diretamente provocada, que

expressa um significado que deve ser articulado ao contexto de seus produtores. Sendo assim,

as autoras consideram três etapas para o desenvolvimento da técnica: a pré-análise (fase de

organização), a exploração do material (codificação e categorização) e o tratamento dos

resultados, inferência e interpretação (validação e significação dos resultados).

Dessa forma, como diagnóstico inicial, a análise da resposta escrita, referente a questão

dada pelo professor, permitiu a criação de duas categorias e cinco subcategorias (Quadro 2) e

as mensagens coletadas durante a roda de conversa, que representa o debate da atividade,

possibilitou a criação de quatro categorias (Quadro 3). Respeitando o caráter sigiloso dos

dados, optou-se por representar os alunos pelo prefixo A seguido de numeração, A1, A2,

A3...A23.

Quadro 2– Visão prévia dos alunos sobre ciência e tecnologiaPerguntaanalisada

Categorias Subcategorias Nº Exemplificando

Ao

assi

stir

oco

mer

cial

da

tele

visã

o Ciência Descobertas 19 “A ciência desenvolve muitas coisas benéficas quetem grande importância para o mundo” (A7)“A ciência descobre cada vez mais o mundo quevivemos” (A14) “As descobertas da ciência são necessárias não sópara o avanço da humanidade, mas também, para a

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refe

rent

e ao

agr

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ócio

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pap

el v

ocê

atri

bui a

Ciê

ncia

e T

ecno

logi

a?

criação de novos remédios” (A18)

Cientistas 04

“No geral, os cientistas são os que nos dãoexplicações complexas para coisas que são difíceisde nós entendermos” (A2)“Os cientistas entendem alguns fatos da natureza enos mostram o que acontece no mundo” (A3)

Tecnologia

Dependência 11

“A tecnologia é muito avançada e quase tudo érealizado pelo uso de uma tecnologia” (A5)“Não vivemos mais sem esses objetos” (A15)“A tecnologia tem o intuito de facilitar a vida,como exemplo a redução do tempo que é sinônimode capital” (A17)

Comunicação 09

“Com a tecnologia de atualmente podemos noscomunicar e ficar por dentro do que vemacontecendo em nosso pais e no mundo inteiro”(A19)“Antigamente quando uma pessoa viajava, ela nãotinha como se comunicar com outras pessoas,então elas tinham que esperar a pessoa voltar parafalar, agora tudo se tornou mais prático e rápido”(A20)

Recursopedagógico

03

“A tecnologia aproxima as pessoas pela internet,acelera processos, antigamente era muito lento”(A10)“Ajudar em várias questões, como por exemplo,pesquisas escolares” (A12)“Para fazer pesquisas etc.” (A13)

Fonte: Autores

Considerando as respostas prévias dos alunos sobre CT, já na leitura flutuante,

percebeu-se que todos separaram a ciência e a tecnologia em parágrafos, por isso, elas foram

categorizadas e, de acordo com a especificidade de cada abordagem, foram criadas as

subcategorias descobertas, cientistas, dependência, comunicação e recurso pedagógico.

A categorização consiste na classificação e no reagrupamento, baseado em analogias a

partir de critérios definidos. É um exercício exaustivo de idas e vindas ao material que está

sendo analisado, até se conseguir uma versão final do sistema categórico. (BARDIN, 1977 e

FRANCO, 2012).

Para Franco (2012), há dois caminhos para elaborar categorias e subcategorias, ou elas

são criadas (predeterminadas em função da busca por uma resposta específica), ou elas não

são definidas previamente (emergem do discurso ou do conteúdo das respostas, para depois

serem interpretadas à luz de referenciais teóricos). Neste trabalho foi usado o segundo

caminho para criar o sistema de categorização.

Na categoria ciência subcategoria descoberta fica evidente uma perspectiva

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salvacionista atribuída à CT, em que as pessoas tendem a acreditar que quanto mais a CT é

desenvolvida, mais soluções serão encontradas para problemas da humanidade como

poluição, cura de doenças, riscos ambientais. “Contudo, o desenvolvimento científico-

tecnológico não pode ser considerado um processo neutro que deixa intactas as estruturas

sociais sobre as quais atua” (Auler e Delizoicov, 2001, p.125).

A sociedade precisa entender que, a solução dos seus problemas não é simplesmente

técnica, há fatores políticos, econômicos, culturais, históricos entre outros, que estão

envolvidos nesta relação, por isso, as discussões contribuem para superação de uma visão

ingênua da CT.

Na categoria ciência subcategoria cientista, os alunos destacaram o cientista como o

especialista capaz de solucionar os problemas da humanidade. Segundo Auler e Delizoicov,

(2001), esta é uma perspectiva tecnocrática, que minimiza a democracia nas decisões sobre

tecnologia, pois segundo os autores, a ciência é vista com superioridade teórica e prática para

resolver qualquer situação.

Para Bazzo (2016), os problemas sociais exibidos diariamente pela mídia não são

tratados em sala de aula, o que contribui para ansiedade, desesperança e a inconsistência dos

jovens, sendo assim, a passividade frente às questões sociais precisa dar lugar às

controvérsias, visando sua plena participação no processo democrático em que se encontra

inserido.

Na categoria tecnologia subcategoria dependência, percebe-se o determinismo

tecnológico, nesta perspectiva, a tecnologia move a sociedade e é apresentada como

politicamente neutra, sem julgamentos, sem história, autônoma, onde a sociedade é produto

dos avanços tecnológicos (VIDAL e CHRISPINO, 2016). Sendo assim, é importante a

problematização desta perspectiva para despertar a participação social.

Na subcategoria comunicação e recurso pedagógico, os alunos consideraram a

tecnologia, em uma perspectiva utilitária, sendo solução para problemas práticos do dia-a-dia,

no entanto:

Ao se optar pelo uso de determinada tecnologia, em detrimento de outra,

fortalecemos ideologias e interesses de poder. Toda tecnologia tem suas falhas e está

repleta de riscos. Se por um lado ela traz conforto e facilidade, por outro pode trazer

exclusões, miséria e perseguições (FERREIRA, CHRISPINO E BOCK, 2017,

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p.1085)

De acordo com Auler e Delizoicov, (2001), os alunos apresentam um sentido

reducionista do letramento científico e tecnológico, confirmada pela presença das perspectivas

salvacionista, de superioridade das decisões tecnocráticas e de determinismo tecnológico, não

levando em conta as relações sociais envolvidas na CT e sim uma dimensão técnica e

internalista dos artefatos científicos e tecnológicos.

3. Nos tra balhos de Santos (2007, 2012); Pinheiro, Silveira e Bazzo (2009),

Lima e Martins (2013), Bazzo (2016), Vidal e Chrispino (2016), percebe-se a importância do

estímulo ao desenvolvimento de senso crítico junto ao aluno em relação às questões que

envolvem o enfoque CTS, buscando a formação do indivíduo letrado cientificamente, capaz

de tomada de decisões na sociedade em que vive, para que não aconteça o reforço de mitos,

dogmas, como superioridade do modelo de decisões tecnocráticas, perspectiva salvacionista

da CT e o determinismo tecnológico os quais historicamente reforçam a cultura da

passividade, característica da cultura brasileira.

Após assistirem o comercial sobre agronegócio, e também, os outros vídeos usados

para serem correlacionados com o comercial, os alunos foram convidados a refletirem e

discutirem sobre as mazelas sociais que a televisão não revela, sobre as condições de trabalho

das pessoas que estão na base do agronegócio e ainda, dos danos ambientais que atingem o

planeta em razão do uso tecnológico a serviço do poder econômico. A intenção foi de levantar

questões ambientais, políticas, sociais, éticas, entre outras, a fim de problematizar e dialogar

com o cotidiano que os alunos vivem.

O diálogo com os participantes de uma roda de conversa, leva à compreensão e

reelaboração de conceitos e conhecimentos por se constituir em um espaço privilegiado que

gera uma postura de maior disponibilidade para enfrentar questões do dia a dia (MELO e

CRUZ, 2014). À vista disto, o debate realizado com os alunos durante roda de conversa,

permitiu elencar quatro categorias (Quadro 3) para a análise.

Quadro 3– Discussões durante a roda de conversaAnálise Categorias Exemplificando

Rod

a de

Con

vers

a Propaganda “Passa a mensagem que eles querem, quase sempre está tudo bom, sequerem que tudo esteja bem” (14)“Existem coisas escondidas” (A15) “Lembrei da Friboi, como será que os animais são tratados até morrer? ”

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(A23)

Exploração

“A pessoa trabalha mais do que ganha” (A15) “Acho injusta a condição do boia-fria, pois temos consciência dos direitostrabalhistas” (17)“Me sinto enganado e explorado, pois pago por um produto que podecausar um câncer devido ter agrotóxico” A(19)

Polêmica

“Não dá para viver sem o consumismo, pois você vai morar no campo,precisa de uma enxada, como vamos arrumar? ” (A15)“Mas tudo o que você tem aqui vem do agronegócio. Como a gente sabe,tempo é dinheiro, e nisso quanto mais pessoas trabalhando, vaimovimentando, vai crescendo a economia” (A18)“O problema é que a sociedade valoriza a meritocracia e impõe a todosnós o poder dela ” (A18)“Quem não segue as normas do capitalismo acaba sendo julgado, porexemplo os hippies, que foram vistos de maneira preconceituosa” A(21)

Alternativa

“Conscientizar sobre essa ideia de meritocracia" (A05)“A solução são as empresas serem cobradas por uma atitude, para nãoacontecer isso tudo que a gente conversou” (A15)“Tem que combater a corrupção no governo para termos recurso reaispara investimentos” A(18)

a.

A categoria propaganda demostra que os alunos foram estimulados a terem um olhar

desconfiado diante das notícias que a televisão traz, não sendo intenção condenar ou absolver

os comerciais, e sim desenvolver senso crítico diante deles.

As propagandas, em especial as veiculadas pela TV, causam um impacto relevante na

sociedade, pois como nos lembram Angotti e Auth (2001), embora se perceba um

crescimento, em relação a consciência crítica da sociedade sobre as consequências de um

consumismo exagerado, os comerciais produzem uma dicotomia em paralelo, ou seja,

despertam necessidades que retomam este consumismo.

Bourdieu (1997), também alerta sobre a perigosa violência simbólica exercida pela

televisão: “violência simbólica é uma violência que se exerce com a cumplicidade tácita dos

que a sofrem e também, com frequência, dos que a exercem, na medida em que uns e outros

são inconscientes de exercê-la ou de sofrê-la” (1997, p. 22).

Logo, a promoção de espaços para se debater questões de dominação versus opressão,

por meio de uma alienação cultural promovida pela classe dominante, que na maioria das

vezes tem a mídia ao seu favor, favorece a conscientização e garante o entendimento da classe

dominada sobre seus direitos e deveres.

A categoria exploração mostra que os alunos perceberam que há outras relações por

traz do agronegócio que foi apresentado pelo comercial. Dessa forma, eles notaram que certos

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desenvolvimentos custam a exploração de pessoas, ou ainda, em nome deste

desenvolvimento, riscos à saúde humana não são bem divulgados para maiores lucros.

Para Bomfim e Piccolo (2011), quando temas ambientais são discutidos, não se deve

desconsiderar questões de classe social, principalmente desigualdades sociais, pois assim,

promove-se uma educação ambiental além da conscientização, problematizando o modo de

vida e a relação do homem com a natureza, neste sistema capitalista. Por isso, as discussões

na roda de conversa, eram conduzidas em torno do meio ambiente, das ações antrópicas e das

desigualdades quanto ao domínio dos recursos naturais.

A categoria polêmica, representa o momento acalorado do debate, o aluno A18

levantou questões que enriqueceram a roda de conversa como meritocracia, capitalismo,

consumo, setor primário da economia e má qualidade de certos produtos, isto provocou

afirmações e inferências dos colegas que contribuíram para despertar curiosidade, indignação,

dúvidas e incômodos, diante daquelas falas. Para Bazzo:

A principal iniciativa dos setores dominantes na educação é uma coalizão de gruposeconômicos que, organizados pelo setor financeiro, pelo agronegócio, exploraçãomineral e/ou meios de comunicação, defendem um projeto de educação de classe,obviamente interpretando os anseios desses setores para o conjunto da sociedade.Tal fato foi especialmente notado no Brasil – talvez um dos mais importantes paísesem desenvolvimento no mundo contemporâneo –, por meio de um projetoembrionário chamado “Todos pela Educação”. Bela roupagem para que, novamente,a questão da formação profissional direcionada para a perpetualização do poderhegemônico fosse absorvida pela coletividade acuada pelo desemprego eamedrontada pelo terror midiático. Hoje, ainda mais grave, está em tramitação paraser aprovado pelo poder legislativo federal um projeto estapafúrdio intitulado“Escola sem Partido”, que busca “castrar” qualquer possibilidade de uma escolacrítica, reflexiva e emancipatória (BAZZO, 2016, p.12, aspas do autor).

Por isso, é fundamental que o artigo 5° da constituição federal não seja negligenciado:

“ Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos

brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à

liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade” (BRASIL, 1988). Sendo assim, a

promoção de discussões e o questionamento das relações que envolvem CT, fez com que a

turma enxergasse a CT não por um viés neutro, e sim crítico.

A categoria alternativa apresenta sugestões que os alunos trouxeram ao final da

conversa, diante das questões problematizadas e mediadas pelo professor de ciências. Neste

momento, conversamos sobre consumismo e o consumo, entendendo que o consumo é

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inevitável, pois respirando há consumo de oxigênio da natureza, porém, os padrões precisam

ser revistos para não se transformar em consumismo exacerbado.

A questão da meritocracia foi problematizada, revelando alguns adeptos do modelo e

outros contrários, no entanto, o respeito e a promessa de novas leituras foram garantidos,

levando os alunos a perceberem a existência de uma diversidade de opiniões, em que o certo

ou o errado, é uma questão de ponto de vista.

Logo, os silenciamentos sobre a neutralidade da CT precisam ser identificados e

problematizados, especialmente na escola, por meio de uma prática docente que garanta

“mecanismos ampliados de participação, a busca de configurações sociais que sirvam de

alternativas ao capitalismo, modelo socioeconômico que não ficará imune se esses

silenciamentos forem verbalizados, problematizados e superados” (ROSA e AULER, 2016,

p.228).

Considerações finais

4. A abordagem CTS ao ensino de ciências, pode proporcionar aos alunos reflexão

sobre a sociedade em que vivem, além de permitir o repensar de suas escolhas diárias. As

propagandas de um modo geral, têm como uma de suas finalidades gerar consumismo, e

embora saibamos que é utópico pensarmos em consumo zero, a escola é um local

privilegiado, onde a construção do conhecimento científico pode facilitar a compreensão de

como, os instrumentos de consumo, as relações sociais, ambientais e econômicas são

estabelecidas.

Entretanto, Chrysostomo e Messeder (2017), salientam que o uso de propagandas

televisivas a serviço da educação, é apenas uma alternativa para aulas tradicionais e como

livros didático, jogos, experimentos, entre outros, têm suas limitações, devendo ter como

destaque seus pontos positivos.

Desta forma, o aluno quando em contato com a atividade proposta, foi estimulado a

refletir e discutir sobre o seu papel na sociedade. Assim, o debate desempenhou o papel

esperado, baseado em uma educação dialógica, que problematiza questões relativas à CT,

levando o estudante a superar uma visão ingênua dos avanços científicos e tecnológicos e

buscar de modo interdisciplinar a compreensão das interações CTS.

Sendo assim, discutir o desenvolvimento da CT por meio de comerciais da TV,

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contribui para a superação da perspectiva salvacionista, do determinismo tecnológico e da

superioridade dos modelos tecnocráticos, de maneira contextualizada à realidade do aluno.

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