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12 chegadas A nova vida de Ponta Delgada 32 ambientes A ANA no caminho do “carbono zero” Nº02 JULHO 2008 MAGAZINE Mobilidade : os aeroportos são para todos

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12 chegadasA nova vida

de Ponta Delgada32 ambientes

A ANA no caminho do “carbono zero”

Nº02 JULHO 2008

MAGAZINE

Mobilidade : os aeroportos são para todos

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editorial

NO BOMCAMINHO

Apresentados publicamente em Maio, os resultados da ANA em 2007 consolidam uma trajectória de crescimento sustentado.

O EBITDA aumentou 17% para 131 milhões de euros, o mais alto de sempre. O resultado líquido alcançou os 48,4 milhões de euros, 12% maior que o de 2006, apesar do aumento do endividamento associado a fortes investimentos. Uma evolução tanto mais significativa quanto em 2006 o resultado já crescera 35%. A rendibilidade dos capitais superou o seu custo, traduzindo a criação de valor accionista.

Enquanto no mundo o tráfego de passageiros crescia 7,4% e na Europa 6,5%, nos nossos aeroportos aumentou 9%. Em 2007 ganhámos cinco dezenas de novas rotas, sendo mais de trinta para novos destinos.

Na raiz desses resultados está um decidido enfoque no desenvolvimento dos negócios. Ao marketing aeroportuário, essencial à captação de tráfego, associou-se a modernização das infra-estruturas, que nos tem permitido oferecer mais e melhores serviços. Em 2007 investiram-se 76 milhões de euros, cerca de 70% dos quais no Plano de Expansão da Portela, onde foi inaugurado o Terminal 2 e começaram as obras do Terminal de Carga.

Mas o bom desempenho também resulta da orientação para os resultados e para a sustentabilidade.

A produtividade por efectivo cresceu cerca de 15% face a 2006, e os custos por passageiro reduziram-se cerca de 3% ao ano nos últimos três anos. Por outro lado, com a publicação do primeiro relatório de sustentabilidade ficou claro o compromisso da ANA com uma gestão socialmente responsável.

2008 será ainda mais exigente. A tendência de consolidação de companhias aéreas traz novos desafios ao sector. A conjuntura é de incerteza face à crise do crédito, à desvalorização do dólar e ao aumento da inflação, associado à alta do petróleo.

A ANA tem, no entanto, o saber e as competências para encarar os desafios futuros e para alcançar, mais uma vez, resultados que superem as expectativas.

ENQUANTO NO MUNDO O TRÁFEGO DE PASSAGEIROS CRESCIA 7,4% E NA EUROPA 6,5%, NOS NOSSOS AEROPORTOS AUMENTOU 9%. EM 2007 GANHÁMOS CINCO DEZENAS DE NOVAS ROTAS, SENDO MAIS DE TRINTA PARA NOVOS DESTINOS.Maria da Luz CamposDirectora Financeira da ANA

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_sumário

editorial 03

06em foco

A partir de Julho as pessoas com mobilidade

reduzida têm novos direitos nas viagens

aéreas. O novo regulamento aplica-se a

todos os aeroportos da União Europeia.

chegadas 12

entre vidas 18

inovação 22

28insights

Portugal acolheu pela primeira vez um dos

mais importantes fóruns de desenvolvimento

de novas rotas aéreas. Durante os três dias do Routes Europe 2008 o Porto esteve no centro

da Europa.

ambientes 32

follow me 34

38partidas

O Zurich West é a faceta mais moderna e cool da cidade dos banqueiros. Cheia de

novas atracções, Zurique continua a ser a cidade do mundo com maior

qualidade de vida.

lifestyle 42

aldeia global 48

passageiro 50 frequente

36Ana Isabel Mesquita

50HenriqueCayatte

12PontaDelgada

43Airport

Shopping

PROPRIEDADE: ANA - Aeroportos de Portugal SA Rua D - Edifício 120 - Aeroporto de Lisboa 1700-008 Lisboa - PortugalTel (+351) 218 413 500 - Fax: (+351) 218 404 231 [email protected]ÇÃO: Octávia CarrilhoPROJECTO GRÁFICO E EDITORIAL: HamletRua da Pedreira Italiana Nº 1 Lote 152760-092 Caxias Tm. 967 073 [email protected]ÇÃO: Cláudia Silveira EDIÇÃO: Cláudia Silveira e Jayme KopkeDESIGN: André RemédiosFOTOGRAFIA: Um Ponto Quatro Carlos Ramos e Paulo AndradePUBLICIDADE: InfomagazineAvenida Maristas 82-A2775-241 ParedeTm. 913 733 220IMPRESSÃO: CromaticamenteCentral de Produção Gráfica, Unipessoal Lda.R. Castilho, Nº 90 - 5º Dtº 1250-071 LisboaPERIODICIDADE: TrimestralTIRAGEM: 5 000 exemplaresDEPÓSITO LEGAL: 273250/08ISSN: 1646-9097

FIC

HA

CN

ICA

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Como tratar as pessoas com deficiência? Um anexo do novo regulamento da UE dá algumas dicas. Servem para os funcionários dos aeroportos mas não só...

Se estiver a conversar com uma pessoa em cadeira de rodas, baixe-se para ficar ao nível dela.

Para chamar a atenção de uma pessoa surda, faça um movimento com a mão ou toque-lhe levemente no ombro.

Nunca conduza “à força” uma pessoa cega. Pergunte se precisa de ajuda e, se for o caso, dê-lhe o braço.

Nunca distraia um cão-guia com festas ou comida. O animal está a trabalhar.

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_em foco

AEROPORTOS PARA TODOS

A PARTIR DE JULHO, AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA OU MOBILIDADE REDUZIDA ESTÃO MAIS PROTEGIDAS CONTRA DISCRIMINAÇÕES NAS VIAGENS AÉREAS. O NOVO REGULAMENTO DA UNIÃO EUROPEIA PROÍBE A RECUSA DE TRANSPORTE PELAS COMPANHIAS AÉREAS E PREVÊ A ASSISTÊNCIA A ESTAS PESSOAS DESDE A PARTIDA ATÉ À CHEGADA. AFINAL, REPRESENTAM 10% DA POPULAÇÃO EUROPEIA.

regulamento aplica-se aos aeroportos dos países membros da União Europeia e deverá ser seguido pelos vários intervenientes no transporte aéreo:

agentes ou operadores turísticos, companhias aéreas e entidades gestoras dos aeroportos.

Na prática, um passageiro com mobilidade reduzida ou qualquer outra deficiência deverá apenas informar sobre a sua condição no acto de reserva da viagem, mesmo que esta seja feita via telefone ou internet. Depois disso, não tem que se preocupar mais: terá à espera alguém para lhe prestar assistência.

A informação sobre o passageiro é transmitida à companhia aérea que, por sua vez, informará as entidades gestoras dos aeroportos por onde irá passar. Cabe à entidade gestora prestar a assistência necessária, sem custos adicionais. Se a reserva da viagem já incluir o regresso, a assistência fica também garantida.

O ideal é avisar com 48 horas de antecedência mas, mesmo que não avise, a entidade gestora fará o possível por assistir o passageiro, embora não podendo garantir a mesma qualidade de serviço.

E em que consiste esta assistência? Basicamente, num acompanhamento ao longo de todo o percurso: à chegada ao aeroporto, o passageiro com problemas de mobilidade,

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ou cego com cão-guia, por exemplo, deve dirigir-se a um dos postos de atendimento a pessoas com mobilidade reduzida. Um funcionário irá auxiliá-lo na mobilidade, se necessário, ajudar a fazer o check in, a entre-gar a bagagem, a passar nos controlos, a chegar à porta de embarque, a entrar na aeronave e a arrumar a bagagem de cabine.

Estando o passageiro confortavelmente instalado, resta-lhe desfrutar da viagem, sabendo que à chegada terá o mesmo tipo de apoio.

Na verdade, os nove aeroportos portugue-ses geridos pela ANA e ANAM já seguiam em larga medida estes procedimentos. Paula Reis, 43 anos, paraplégica, é testemunha disso. Conhece bem inúmeros aeroportos porque foi hospedeira da TAP durante 10 anos, até que um acidente, em 94, trouxe a cadeira de rodas à sua vida. Deixou de ser hospedeira, mas continuou a viajar, por vezes sozinha: Madrid, Amsterdão, Paris, Londres, Nova Iorque, Boston, Macau e Açores são alguns dos destinos para onde já viajou sem companhia. Recomenda vivamente os aeroportos portugueses.

“Os aeroportos são bons, têm casas de banho adaptadas e nunca encontrei nenhuma suja! Tenho prioridade no embarque e sou desembarcada em último lugar, o que me evita confusões. Posso ir até à porta do avião na minha cadeira, o que é uma grande comodidade porque sou muito apegada a ela.” Aqui, é ajudada a passar para uma das cadeiras de rodas de cabine, mais estreita para caber no corredor da aeronave. “Nunca perderam a minha cadeira, que vai no porão, e ela está à porta à minha espera assim que saio do avião.”

Os funcionários que prestam assistência aos passageiros com mobilidade reduzida já têm formação específica, e pelos vistos tem valido a pena.

Na realidade, qualquer pessoa pode necessitar deste atendimento, bastando para isso que se encontre numa situação de mobilidade reduzida, temporária ou permanente, e solicite o serviço com a devida antecedência.

_em foco

SABIA QUE…OS AEROPORTOS NACIONAIS DISPÕEM DE EQUIPAMENTOS PARA DAR ASSISTÊNCIA A PESSOAS COM MOBILIDADE REDUZIDA?

AMBULIFT: PLATAFORMA ELEVATÓRIA PARA TRANSPORTE, EMBARQUE E DESEMBARQUE EM AERONAVES. VTA: VEÍCULOS DE TRANSPORTE ADAPTADO A PMR(PESSOA COM MOBILIDADE REDUZIDA).

STAIRCLIMBER: CADEIRA DE RODAS QUE PERMITE SUBIR E DESCER ESCADAS DE AERONAVES, EM SEGURANÇA.

CADEIRAS DE RODAS NORMAIS E EXTRA-SIZE.

CADEIRAS DE RODAS DE CABINE: MAIS ESTREITAS, PERMITEM CIRCULAR NO INTERIOR DO AVIÃO.

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A mobilidade reduzida é uma circunstância que pode afectar qualquer pessoa, de forma temporária ou permanente. A ANA criou o logo “My Way” para identificar, em todos os seus aeroportos, os postos de atendimento a pessoas com mobilidade reduzida.

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_em foco

Paula Reis: a cadeira não a impede de viajar.

A ANA criou agora um grupo de trabalho para estudar as novas normas e implementá-las à risca. Para já, estão à vista algumas alterações: o serviço de assistência passa a ser fornecido directamente pela entidade gestora do aeroporto (substituindo o handling e as companhias aéreas) e foi aumentado o nível de exigência e âmbito dessa assistência, já que o passageiro é encaminhado a partir dos Pontos Designados de Partida.

Como explica Rui Alves, líder do grupo de trabalho da ANA, a empresa pretende “prestar um serviço de matriz comum em todos os aeroportos com o objectivo de assegurar a prestação de um serviço de qualidade”.

No futuro, deverá ainda ser disponibilizada informação em suportes alternativos, como é o caso do Braille.

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_chegadas

ABREM-SE AS PORTAS DO MAR

NO ANO EM QUE OS CONTINENTAIS PARECEM TER DESCOBERTO DEFINITIVAMENTE OS AÇORES, AS NOVIDADES SUCEDEM-SE NA MAIOR CIDADE DA MAIOR ILHA DO ARQUIPÉLAGO. AS ANUNCIADAS PORTAS DO MAR ABREM ESTE VERÃO E COM ELAS UMA NOVA FASE NA VIDA DE PONTA DELGADA.

s dois últimos anos não têm sido fáceis para os micaelenses, sobretudo para os de Ponta Delgada. Boa parte da bela marginal que sempre conheceram e onde passeiam nas

quentes noites de Verão, quando o mar empurra uma brisa suave até à cidade, foi escavada e esburacada. Vieram as máquinas, o pó, o barulho, os tapumes e perdeu-se a ligação ao horizonte.

Todos esses contratempos estão prestes a ser ultrapassados, quando em Julho as Portas do Mar se abrirem finalmente em S. Miguel. Este megaprojecto, idealizado pelo arquitecto Manuel Salgado e parcialmente financiado por fundos comunitários, vai transformar dois quilómetros da frente marítima de Ponta Delgada e também a vida dos que ali vivem.

Um passeio marítimo, um pavilhão de exposições, um anfiteatro, zonas de lazer, centro comercial, piscinas e, claro, o terminal marítimo de cruzeiros, fazem parte das novidades. O cais para cruzeiros de grande porte contempla também um terminal para os ferries que fazem a travessia entre ilhas e, ao lado, vai nascer uma nova marina com capacidade para 440 lugares.

No centro de tudo estará o Pavilhão do Mar, um gigantesco espaço para exposições, espectáculos e eventos. Aqui haverá também um piso independente virado para o mar, com restaurante, esplanada e cafetaria.

Do projecto de requalificação e revitalização da frente marítima

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Um passeio marítimo, um pavilhão de exposições, um anfiteatro, zonas de lazer,

centro comercial, piscinas e terminais para os cruzeiros e para os ferries que ligam

as ilhas fazem parte das novidades anunciadas para a frente marítima de Ponta

Delgada. Uma transformção que se estende ao longo de

dois quilómetros

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ENQUANTO O BULÍCIO DAS OBRAS SEGUE A BOM RITMO JUNTO AO MAR, NAS PACATAS RUAS DE PONTA DELGADA A VIDA DECORRE CALMA SOBRE AS CALÇADAS DESENHADAS E EM BAIXO DAS MAJESTOSAS CRIPTOMÉRIAS

de Ponta Delgada, desenvolvido pelo Governo Regional dos Açores, faz ainda parte a construção de um parque de estacionamento subterrâneo, este a cargo da Câmara Municipal da cidade e com abertura prevista para Setembro.

Outra inauguração que se pensa deverá acontecer no fim deste ano é a do Casino dos Açores, integrado no primeiro hotel de cinco estrelas do arquipélago, o Hotel-Casino Príncipe do Mónaco. A cargo da sociedade ASTA, o grupo que ganhou a concessão

_chegadas

do jogo da Região, o empreendimento está a ser construído junto à Marina e vai acrescentar mais 100 quartos à oferta hoteleira de S.Miguel.

A completar esta “revolução” na frente marítima da cidade está também em construção um novo centro comercial. O Espaço de Pêro Teive vai ter mais de 60 lojas, sete restaurantes, supermercado, bowling e um estacionamento coberto para 246 carros.

Claro que o maior impacto destes desenvolvimentos será na vida das pessoas que habitam na ilha, mas não se pode deixar de

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O recém-remodelado Coliseu Micaelense tem uma programação diversificada e uma visita ao edifício de 1917 faz parte do roteiro cultural de Ponta Delgada. No último piso existe um pólo museológico com uma exposição permanente sobre os 90 anos da história do Coliseu. Outra sala a não perder é o Teatro Micaelense, cuja polivalência torna apetecíveis espectáculos de música, teatro ou dança.

Depois, para usufruir a pleno da visita a S.Miguel, há que deixar Ponta Delgada para trás e embrenhar-se nas matas, lagoas, praias e miradouros da ilha. Chamam-lhe a ilha verde. Descubra porquê.

fora a importância que terão no turismo. Sobretudo o terminal de cruzeiros, como nota a Directora Regional do Turismo. “O terminal vai oferecer um maior conforto para o desembarque dos turistas, que saem na zona mais nobre da cidade, uma área bonita, com comércio e restaurantes, em vez de, como acontece hoje, desembarcarem na doca comercial”.

Para Isabel Barata os novos equipamentos vêm qualificar a oferta de Ponta Delgada, cujo maior desafio neste momento é, assim como nas outras ilhas, combater a sazonalidade. Para isso, a estratégia tem passado por diversificar os mercados e por uma aposta nos segmentos de congressos e incentivos e no golfe. Também aí, o novo hotel terá um papel importante.

Enquanto o bulício das obras segue a bom ritmo junto ao mar, nas pacatas ruas de Ponta

Delgada a vida decorre calma sobre as calçadas desenhadas e em baixo das majestosas criptomérias. Há mais de 100 anos que estas impressionantes árvores de origem oriental enfeitam as matas e as cidades de S. Miguel, e hoje é até difícil imaginar a ilha sem elas.

Apesar da calma e sossego naturais das ilhas açorianas, ninguém morrerá de tédio em Ponta Delgada. Pelo contrário. Nos últimos anos têm-se multiplicado os restaurantes sofisticados, os bares da moda, e a vida cultural acontece com uma cadência regular.

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Em 2007 passaram pelo Aeroporto de Ponta Delgada cerca de 954 mil passageiros. Com um crescimento anual médio situado nos 5,7%, tudo leva a crer que nos próximos anos se passará a barreira de um milhão.

Do Plano de Ordenamento do Aeroporto fazem parte, a curto prazo, diversas obras que vão exactamente ao encontro desse esperado aumento. Até 2010 será ampliada a Plataforma W, que vai passar a suportar sete a nove aparelhos estacionados, em vez dos actuais três. A ampliação e remodelação da sala de embarque, a ampliação do hangar concessionado à SATA e ainda novos caminhos de circulação, são outras das obras que estarão prontas dentro de dois a três anos.

“Estes melhoramentos dão uma resposta adequada à procura, concentrada em determinados meses, dias da semana e horas do dia. Prevemos assim contribuir para uma estadia mais agradável na infra-estrutura aeroportuária”, explica o chefe da Divisão de Planeamento, Gestão e Controlo do aeroporto. Para Alberto Mota Borges, apesar dos Açores terem vindo a registar um crescimento turístico, a sazonalidade vai continuar a ser uma realidade. “Continuará a haver algumas dificuldades na venda do produto Açores na época baixa”.

Relativamente ao novo terminal de cruzeiros, Mota Borges não teme a concorrência “Este vem servir outro perfil de clientes, que algumas vezes poderia passar no aeroporto, no entanto destina-se a uma procura diferente. No transporte inter-ilhas, em que as viagens têm fins predominantemente lúdicos, serve um segmento jovem com pouca influência no transporte aéreo. Nos cruzeiros transatlânticos só contribui positivamente para o aumento de tráfego no aeroporto, tanto nos transbordos de passageiros como no seu eventual regresso”.

Recentemente foram também concluídas as obras de ampliação do terminal de carga e de processamento de bagagem, que aumentou a capacidade para 1.600 bagagens por hora.

AEROPORTO DE PONTA DELGADA PREPARA-SE PARA UM MILHÃO DE PASSAGEIROS

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Tinha 5 anos quando andou de avião pela primeira vez: viajou de Angola para Portugal num Lockheed Super Constellation.

inha cinco anos quando andou pela primeira vez de avião. Viajou sozinho num Lockheed Super Constellation desde Novo Redondo (actual Sumbe), em Angola, até Lisboa, para ver os avós. Uma viagem de quase

24 horas das quais a mais viva recordação que guarda é a paisagem árida e alaranjada do Sahara.

Talvez lhe tenha ficado daí o gosto pelas viagens. Álvaro Gonçalves, responsável pela Divisão de Formação da ANA, conheceu boa parte do globo em deslocações de trabalho. E a outra parte em lazer. Visitou todos os países africanos de língua portuguesa em missões ligadas à administração pública e assume sem reservas que é apaixonado por África. Tanto, que gosta de dizer que nasceu em Angola. Na verdade, era praticamente recém-nascido quando viajou para o Lobito com a mãe, a bordo do Uíge, um dos navios que anos mais tarde faria o transporte das tropas portuguesas. Viveu no Lobito até aos 16 anos e, de tanto acompanhar o pai, comerciante e agricultor, nas suas viagens, deixou-se encantar por Angola.

De volta a Portugal, formou-se em Organização e Gestão de Empresas e foi trabalhar para a área financeira da então Direcção-Geral de Aeroportos. Nos anos que se seguiram chefiou o Departamento de Formação Geral, o primeiro ensaio da operadora aeroportuária na área da formação. Saiu da ANA em 1996 mas o assunto não ficou arrumado.

Oito anos mais tarde volta e aceita o repto de estruturar a formação na empresa. Recorda que “nessa altura a área de formação se resumia a uma técnica superior que fazia o que podia com os recursos que tinha. Não havia ainda uma política estruturada”.

Uma realidade a anos-luz da de hoje em que a formação se tornou num pilar fundamental do processo de modernização que atravessa todos os aspectos da vida da ANA. Como noutras áreas, 2008 é um ano que ficará marcado pelos bons resultados.

Este ano cumpre-se a última etapa do Plano de Formação trienal, elaborado em 2005 e implementado desde 2006. Durante este período a formação na ANA ganhou uma nova organização e novos recursos. E um reconhecimento que vem de fora, nomeadamente pela acreditação da Direcção Geral do Emprego e das Relações do Trabalho, que concede aos diplomas emitidos pela empresa validade em toda a União Europeia.

Álvaro Gonçalves está satisfeito com o caminho percorrido e enumera outros objectivos atingidos: “Obtivemos a certificação de qualidade enquanto entidade formadora e os cursos nas áreas operacionais estão certificados. Lançámos com sucesso o Programa das Novas Oportunidades (disponível para todo o Grupo ANA) e um diploma de especialização em Gestão Aeroportuária”. Esta pós-graduação vai já na segunda edição e este ano está aberta a todas as entidades do sector aeroportuário.

POETA E PRAGMÁTICO

VIAJANTE, APAIXONADO POR ÁFRICA, POR DISCOS E LIVROS, ÁLVARO GONÇALVES TEM UMA VEIA POÉTICA QUE CONTRASTA COM O GESTOR QUE É. HOMEM DE MUITOS INTERESSES, O RESPONSÁVEL PELA FORMAÇÃO NA ANA FAZ UM BALANÇO DOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS E MOSTRA-SE SATISFEITO COM A QUALIDADE ALCANÇADA.

_entre vidas

T

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Porque a formação é algo que não pode abrandar, está já a decorrer o planeamento para o triénio 2009/2011. “Este período será marcante porque é o primeiro em que a formação será articulada com os novos Sistemas de Avaliação e Recompensa do Desempenho”, explica.

Álvaro Gonçalves gere uma equipa de cerca de 37 pessoas, entre as quais os Correspondentes de Formação, colaboradores que estão no terreno e fazem o primeiro diagnóstico das necessidades e interesses, nomeadamente através de entrevistas. São eles que fazem a ponte entre os colaboradores e chefias e a Divisão de Formação. Depois, em conjunto com os Coordenadores de Formação Operacional, elaboram as acções de formação específicas para cada Direcção.

Gerir pessoas tem poucos segredos para Álvaro Gonçalves, embora reconheça que prefere lidar com mulheres. “Sempre trabalhei com mulheres e dou-me melhor com elas”. Nos oito anos em que esteve em comissão de serviço fora da ANA, o desafio foi a modernização dos serviços administrativos no Ministério do Trabalho e da Segurança Social. Integrou a Rede Interministerial para a Sociedade de Informação e esteve na equipa inicial que pôs no terreno alguns dos projectos que hoje são casos de sucesso na Administração Pública, como as Lojas do Cidadão ou o Portal do Cidadão. “É com algum orgulho que vejo hoje estas estruturas a funcionar tão bem”.

O know how em Administração Pública levou-o a sítios a que de outra forma dificilmente chegaria. Pouco depois da libertação do território, esteve por três meses em Timor ao abrigo de um projecto da Nações Unidas. “Fui para fazer um levantamento do que restava da Administração Pública. Infelizmente, não era muito”

Quando não vive as suas próprias aventuras gosta de ler as dos outros. A última foi a história da vida de Pitágoras, mas qualquer romance histórico lhe enche as medidas. Pode passar horas a deambular pelas livrarias. O gosto pela escrita ficou-lhe desde o tempo em que foi redactor do jornal da escola e até já tem matéria pronta a publicar: uma autobiografia e um livro de poemas. “Mas isso não

A formação tornou-se um pilar fundamental do processo de modernização que atravessa todos os aspectos da vida da ANA.

Ecléctico nas preferências musicais, gosta desde os clássicos “do seu tempo”, como Scorpions, Bee Gees ou Police, até às novas revelações do fado como Marisa e Cristina Branco.

_entre vidas

ÁLVARO GONÇALVES GERE UMA EQUIPA DE CERCA DE 37 PESSOAS, ENTRE AS QUAIS OS CORRESPONDENTES DE FORMAÇÃO, COLABORADORES QUE ESTÃO NO TERRENO E FAZEM O PRIMEIRO DIAGNÓSTICO DAS NECESSIDADES E INTERESSES, NOMEADAMENTE ATRAVÉS DE ENTREVISTAS.

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Os livros são uma das paixões de Álvaro Gonçalves e as livrarias o seu destino preferido para os tempos livres. O romance histórico é o género de eleição, mas lê tudo o que lhe vai parar às mãos. Por outro lado, já se aventurou na escrita. Guardados à chave na gaveta estão já um livro de poemas e uma auto-biografia.

Ecléctico nas preferências musicais, gosta desde os clássicos “do seu tempo”, como Scorpions, Bee Gees ou Police, até às novas revelações do fado como Marisa e Cristina Branco.

acontecerá enquanto eu for vivo”, diz convicto.A música é outro dos passatempos que causa

algum impacto no orçamento. “Gosto de música em geral, desde que tenha qualidade, e gasto fortunas em discos”. Ecléctico nas preferências, gosta desde os clássicos “do seu tempo”, como Scorpions, Bee Gees ou Police, até às novas revelações do fado como Marisa e Cristina Branco. Zeca Afonso está também no seu top mas se tivesse que escolher a música da sua vida, não tem dúvidas: Hotel California, dos Eagles.

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_inovação

Vigiar para prevenirHoje em dia todos sabemos que não devemos

deixar a nossa bagagem sozinha num aeroporto, por pouco tempo que seja. E não é apenas porque não queremos ficar sem elas, mas por questões de segurança, em muito relacionadas com a recente realidade do terrorismo. Este novo cenário tem acentuado a necessidade de aumentar a protecção de determinadas infra-estruturas e instalações um pouco por toda a Europa.

No entanto, as limitações da tecnologia de sensores e os elevados custos dos equipamentos impedem a implementação dos meios de segurança desejáveis, sobretudo em organizações com orçamentos reduzidos. Reconhecendo a necessidade de uma tecnologia de vigilância que seja eficaz e barata, o projecto iDetect 4ALL propõe uma solução para detectar e localizar a presença de intrusos não-identificados, dentro ou nos arredores de instalações de acesso restrito.

Esta tecnologia vai ser capaz de detectar a presença de objectos (pessoas, veículos, materiais, etc) tanto dentro como fora de infra-estruturas protegidas, cujo acesso é condicionado. Vai identificar os objectos autorizados e alertar quando um objecto não autorizado for encontrado dentro da área protegida.

Trata-se de um sistema inovador composto de um sensor e de um autenticador baseado em tecnologia óptica. Espera-se que esta solução venha melhorar muito a relação custo/performance dos equipamentos de segurança e que possa ser usado pelo maior número possível de organizações.

Este projecto é liderado pela empresa

INVESTIGAR EM NOME DA SEGURANÇA

inglesa de sistemas de vigilância Instro Precision Limited e conta com a parceria de dez empresas, de sete países diferentes, entre as quais a ANA.

Segurança na plataforma Um grande número de pessoas, empresas

e entidades movimenta-se nas plataformas dos aeroportos para dar apoio a um avião, desde que aterra e até que volta a descolar. Mesmo nas alturas de menor tráfego e nas áreas mais sossegadas do aeroporto, o movimento de veículos é uma constante.

A gestão do trabalho de toda esta gente é feita separadamente, o que acarreta custos de eficiência e mesmo de segurança. Quando um acidente ocorre é muitas vezes complicado apontar o responsável.

O objectivo do projecto Integrated Airport Apron Safety Fleet Management (AAS) é desenvolver e implementar uma solução de baixo custo para controlar os veículos e equipamentos de handling durante a sua circulação na plataforma.

O NOVO CENÁRIO DE TERRORISMO A NÍVEL INTERNACIONAL TEM ACENTUADO A NECESSIDADE DE AUMENTAR A PROTECÇÃO DE DETERMINADAS INFRA-ESTRUTURAS E INSTALAÇÕES UM POUCO POR TODA A EUROPA.

ALGUNS DOS MAIS RECENTES PROJECTOS DE INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO FINANCIADOS PELA COMISSÃO EUROPEIA PRENDEM-SE COM A SEGURANÇA. DAS PESSOAS, DAS INSTALAÇÕES E DO DIA-A-DIA DOS CIDADÃOS. A ANA INTEGRA ESTAS EQUIPAS DE INVESTIGAÇÃO MULTINACIONAIS, EM NOME DE UMA PREOCUPAÇÃO QUE É CADA VEZ MAIS ACTUAL E QUE ATRAVESSA FRONTEIRAS.

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_inovação

As estatísticas prevêm que em 2020 o número de viagens aéreas duplique em relação ao actual. Para fazer frente a este congestionamento crescente das rotas, a Comissão Europeia lançou em 2004 um programa que faz uma nova abordagem à gestão do tráfego aéreo na Europa. Pela primeira vez, os protagonistas do sector da aviação, civis e militares, legisladores, indústria, operadores e utilizadores, juntaram-se para definir uma estratégia e pô-la a funcionar.

O SESAR - Single European Sky Air Traffic Management Research - irá utilizar conceitos administrativos, operacionais e técnicos para a comunicação e navegação do tráfego aéreo, através do uso de satélites. A redução de atrasos de sinais, o aumento da segurança e uma melhor relação custo-benefício são os pontos principais a que o SESAR procurará responder.

Terminada a fase de definição, decorre até 2013 o período de desenvolvimento do projecto. O lançamento acontecerá entre 2014 e 2020, altura em que se espera que o novo sistema esteja inteiramente operacional.

A NOVA GERAÇÃO DO TRÁFEGO AÉREO EUROPEU

UM SISTEMA DE ALTA TECNOLOGIA QUE VAI

PERMITIR GERIR AS DIVERSAS FROTAS E

ORIENTAR COM MAIOR EFICIÊNCIA O FLUXO

DE PASSAGEIROS E DE BAGAGEM.

No ambiente específico de um aeroporto, a tecnologia de localização de curto alcance é útil para controlar a bagagem, o staff, fiscalizar o aquecimento e a ventilação.

pretendem desenvolver um software que junte os dados fornecidos por várias tecnologias e sistemas já existentes e a funcionar. Este projecto destina- -se a situações de curto alcance ou numa localização espacialmente concentrada. Pode ser usado na esfera privada e doméstica e nos ambientes das empresas e organizações ou, por exemplo, em museus, centros comerciais, hospitais, estações de comboios e aeroportos.

A cobertura alcançada pode variar entre a superfície de um edíficio até áreas com centenas de metros. Por outro lado, a precisão da informação tem uma margem de erro que pode ir de poucos metros a apenas alguns centímetros.

Com o LocON pretende-se também unir as principais empresas europeias do mercado de localização de curto alcance e iniciar uma standardização a nível europeu.

Este projecto, de que faz parte a ANA, é liderado pelo instituto alemão Fraunhofer-Institut für Integrierte Schaltungen e desenvolvido por nove empresas parceiras de cinco países diferentes.

Este sistema de alta tecnologia vai permitir gerir as diversas frotas e orientar com maior eficiência o fluxo de passageiros e de bagagem. Ao permitir um conhecimento global a todos os intervenientes do que se passa na plataforma a cada momento, o AAS vai também melhorar a ocupação da mesma do ponto de vista da eficácia e da segurança de todos os envolvidos.

Este projecto é liderado por duas empresas alemãs, a TSB e FAV, e conta ainda, além da ANA, com 12 empresas parceiras de seis países diferentes.

Uniformizar sistemas de localização de curto alcance

A tecnologia de localização de curto alcance é útil sobretudo para efeitos de segurança, eficiência e agilização de processos. No ambiente específico de um aeroporto pode ser eficaz a controlar a bagagem, o staff, a fiscalizar o aquecimento e a ventilação, e também a melhorar as ligações entre entre as várias entidades intervenientes.

Com o projecto LocON os investigadores

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uando um avião descola e tem uma avaria e tem de voltar a aterrar, o que se deve fazer?”. Esta foi uma das primeiras questões que surgiram nos

fóruns de discussão das recém-lançadas Comunidades de Prática, na intranet da ANA. A resposta não se fez esperar: “Se for uma situação de emergência, é preciso fazer fuel dumping”. Nova dúvida: “E onde deve ser derramado o combustível?”. “Sobre o mar”. Alguma hesitação se levanta. “E a poluição?”. Nesta fase foram envolvidos os membros da comunidade de Ambiente: “Os impactes ambientais no mar são menores que em terra. Os poluentes são rapidamente assimilados pela matéria viva”.

Este é apenas um exemplo do que se poderá passar nas Comunidades de Prática. Mas apenas isso, um exemplo. O que é realmente importante é pôr as pessoas a discutir ideias e a partilhar conhecimento.

Esta nova aplicação dentro da intranet da ANA insere-se na chamada Web 2.0, o termo usado para referir a segunda geração de serviços na internet centrados na colaboração e partilha de informação. Este conceito põe ênfase no poder

COMUNIDADES DE CONHECIMENTO

A REVOLUÇÃO QUE SE VIVE NA INTERNET AO NÍVEL DA PRODUÇÃO E CONSUMO DE CONTEÚDOS CHEGOU TAMBÉM ÀS EMPRESAS. CONSCIENTE DO POTENCIAL DESTAS NOVAS FERRAMENTAS ENQUANTO GERADORAS DE CONHECIMENTO, A ANA QUER PÔR OS SEUS COLABORADORES A DISCUTIR, ANALISAR, CRITICAR E COMENTAR. FOI PARA ISSO QUE SE CRIARAM AS COMUNIDADES DE PRÁTICA, DENTRO DA INTRANET DA EMPRESA.

acrescido que o utilizador tem tanto na produção como no consumo dos conteúdos na web, falando-se também, por isso, em web social.

Nesta nova realidade, os utilizadores tomaram conta dos canais de informação, ou seja, as próprias pessoas que geram os conteúdos são aquelas que os lêem e os utilizam. Muitas ferramentas têm sido desenvolvidas para aproveitar este potencial da internet de fazer uso da inteligência colectiva e de permitir às pessoas tornarem-se parte de uma comunidade. Os exemplos mais célebres são os blogs, a Wikipedia, o YouTube, o My Space, o Flickr, mas a lista cresce diariamente.

Entretanto também as empresas já perceberam que este era um fenómeno que não podiam deixar passar ao lado, e esta lógica colaborativa tornou-se também corporativa. Nas empresas a tendência a que se assiste é a mesma que na internet: criar uma comunicação multidireccional e participada.

E o que têm as empresas a lucrar com isto? “Ao darmos às pessoas uma plataforma que as põe em contacto e a comunicar, o conhecimento enquanto informação organizada surge!”, explica Luís Castanho, do Gabinete de Inovação e Projectos Técnicos Especiais da ANA.

O objectivo destas Comunidades de Prática é gerar discussão e, dessa forma, evidenciar informação. Artur Arnedo, da Direcção de Sistemas e Tecnologias de Informação e Comunicação da ANA, faz questão de notar que “a tecnologia aqui tem apenas o papel de facilitador, é tão só uma ferramenta que une pessoas que estão afastadas espacialmente”.

A esta tendência junta-se outra bem recente que é a da importância da gestão do conhecimento. “O conhecimento enquanto valor e espírito crítico é catalisador da inovação. Por isso é tão importante este conceito de gerir o conhecimento”, explica Luís Castanho. “Estas ferramentas e iniciativas, além de motivadoras, aproximam as pessoas, e contribuem para o desempenho e produtividade da empresa”.

Para entrar neste universo, os colaboradores acedem normalmente à intranet da ANA e aí entram nas Comunidades. Todos podem aceder e consultar a informação disponível, mas para poderem participar, dar opiniões, comentar, criticar, o que for, devem estar registados na Comunidade que lhes interessar (pode ser uma ou podem ser todas). Para já foram criadas quatro: Ambiente, Operações Aeroportuárias, Equipamentos e Infra-Estruturas. “Estas foram as que se consideraram mais importantes no momento de arranque, mas claro que nada disto é estático e a ideia é aumentar”, explica Artur Arnedo. Estão já em cima da mesa ideias para futuras comunidades, como a Inovação, a Gestão Financeira e o Marketing Aeroportuário.

Os utilizadores podem atribuir um valor a cada participação dos colegas, consoante considerem mais ou menos importante a pertinência de determinada informação. Numa primeira fase, em que as pessoas podem eventualmente sentir-se mais acanhadas, cabe aos gestores das comunidades gerar discussão e também captar membros. Espera-se que dentro em pouco possam apenas dedicar-se a organizar a informação que for surgindo.

_inovação

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_insights

O PORTO NAS ROTAS DA EUROPA

qualidade e competitividade dos seus aeroportos. Essas propostas podem ser a criação de novas rotas, o aumento das frequências, a alteração de horários, etc.

Os chamados “meetings one to one”, têm a duração de 15 minutos e são cronometrados ao segundo por um relógio colocado na parede. Esgotado o tempo, cada delegado segue para a mesa seguinte, para o encontro com outra companhia aérea.

Este tipo de fórum em que aeroportos e companhias aéreas procuram fazer novos negócios enquadra-se na estratégia de marketing delineada pelo Aeroporto do Porto, para continuar a crescer de forma sustentada e tirando partido da sua excelente infra-estrutura. Num mundo cada vez mais global e onde a concorrência é feroz, os acordos alcançados nestes eventos são muito importantes para a notoriedade dos aeroportos.

A realização do Routes Europe no Porto foi uma boa ocasião para mostrar à Europa as condições de operação do aeroporto e ainda o potencial de mercado da região em que se insere. Do programa fizeram também parte alguns tours pelas principais atracções da região, como uma visita às caves de Vinho do Porto ou um passeio de barco no rio Douro, que agradaram muito aos visitantes, tal como a gastronomia local.

Após a realização em Varsóvia, na Polónia e, no ano passado, em Sófia, na Bulgária, a edição deste ano revelou-se um verdadeiro sucesso tendo em conta que estiveram representados todos os países da Europa.

O Aeroporto do Porto, que em Abril foi considerado pelo Airport Council International o melhor aeroporto da Europa de 2007 na categoria de até cinco milhões de passageiros, foi escolhido entre vários outros candidatos para acolher a edição de 2008 do Routes Europe.

A ANA tem consciência que o sucesso da candidatura apresentada ao evento só foi possível graças às excelentes condições do aeroporto. O

evento contou também com a colaboração do Turismo de Portugal, da Associação de Turismo do Porto e da TAP, que foi a transportadora oficial.

O evento, cuja organização foi bastante elogiada, encerrou com um jantar de gala no Palácio da Bolsa do Porto.

A próxima edição do Routes Europe será organizada pelo Aeroporto Internacional de Praga, na República Checa.

Routes Europe 2008 reuniu no Hotel Sheraton do Porto, entre 10 e 12 de Maio, representantes de 65

companhias aéreas e de 260 aeroportos para mais um fórum de desenvolvimento de novas rotas aéreas. Esta edição saldou-se num enorme sucesso com um número recorde de delegados participantes.

Durante este que é o mais importante encontro de marketing aéreo a nível europeu, os delegados representantes dos aeroportos têm oportunidade de apresentar aos delegados das companhias aéreas as suas propostas de operação, apostando na

O

Os “meetings one to one” duram 15 minutos e são cronometrados ao segundo.

A REALIZAÇÃO DO ROUTES EUROPE

NO PORTO FOI UMA BOA OCASIÃO PARA

MOSTRAR À EUROPA AS EXCELENTES CONDIÇÕES DE OPERAÇÃO DO

AEROPORTO E AINDA O POTENCIAL DE

MERCADO DA REGIÃO EM QUE SE INSERE.

DECORREU PELA PRIMEIRA VEZ EM PORTUGAL UMA EDIÇÃO DO ROUTES, O MAIS IMPORTANTE FÓRUM DE DESENVOLVIMENTO DE NOVAS ROTAS AÉREAS. O ROUTES EUROPE 2008 TROUXE AO PORTO UM NÚMERO RECORDE DE PARTICIPANTES QUE CONHECERAM A REGIÃO E FIZERAM NOVOS NEGÓCIOS.

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JUNTOS PELO PASSAGEIRO

á siglas infelizes, forçadas e que não dizem nada à primeira leitura. Mas neste caso a sorte esteve do lado do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF)

quando baptizou de RAPID o seu inovador serviço de Fronteira Electrónica. O Reconhecimento Automatizado de Passageiros Identificados Documentalmente foi apresentado em meados do ano passado e revelou-se um caso de sucesso tal que está já em estudo a sua adopção noutros países europeus.

Trata-se de um sistema automático de reconhecimento de passageiros. Desde que estes estejam munidos do passaporte electrónico, a unidade verifica a autenticidade do passaporte e valida os dados contidos no chip. A identificação é também controlada através da comparação da foto contida no chip com a imagem obtida em directo junto à porta de entrada. Se as imagens coincidirem e os dados forem validados, as portas abrem automaticamente.

O sistema permite eliminar os impressos de embarque e desembarque exigidos aos nacionais de países de fora do espaço Schengen. O tempo de validação é inferior a 20 segundos e, em condições ideais, pode mesmo chegar aos cinco segundos. Uma vez que vários países não possuem ainda informação em chip, o RAPID vai coexistir com o sistema manual enquanto for necessário.

O RAPID foi desenvolvido pelo SEF em parceria com a empresa Vision-Box e no próximo mês deverá estar disponível em todos os aeroportos internacionais portugueses. Só quem nunca enfrentou uma fila da imigração poderá minimizar a importância e conforto deste serviço.

Este sistema é um exemplo das iniciativas a levar a cabo no âmbito de uma “task force” conjunta da ANA, TAP, Groundforce e SEF, a que se chamou Acção Integrada de Melhoria de Serviços (AIMS) e que visa a união de esforços das principais empresas e entidades que têm influência na melhoria efectiva do serviço global ao passageiro.

Outro sistema que ilustra bem os objectivos desta iniciativa é o Self Check-In da TAP. Desde Outubro estão instaladas no Terminal 1 do Aeroporto de Lisboa várias máquinas que poupam os passageiros às filas dos balcões porque permitem fazer o registo de check-in em poucos segundos.

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ATÉ JULHO, O INOVADOR SERVIÇO DE FRONTEIRA ELECTRÓNICA DESENVOLVIDO PELO SEF VAI ESTAR EM TODOS OS AEROPORTOS INTERNACIONAIS POTUGUESES E A CURTO PRAZO SERÁ ADOPTADO NA EUROPA. TAL COMO O SELF CHECK-IN DA TAP, FAZ PARTE DE UMA “TASK FORCE” CONJUNTA DA ANA, TAP, SEF E GROUNDFORCE PARA MELHORAR O SERVIÇO AO PASSAGEIRO.

Para já, este serviço está disponível para todos os passageiros que viajem em voos operados pela TAP e que possuam bilhete electrónico, mesmo que este tenha sido emitido por outra companhia aérea. A TAP pretende também alargar este serviço a outros aeroportos.

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ANA é uma empresa com um valioso património técnico-profissional nos diversos campos da temática

aeroportuária e da aviação internacional. Ao longo dos anos muitos dos seus quadros realizaram trabalhos no âmbito de licenciaturas, pós-graduações e mestrados que são relevantes na divulgação de temas relacionados com os aeroportos, o transporte aéreo internacional ou outros aspectos da aviação.

Por estar convicta da importância destes trabalhos, a empresa criou em Março do ano passado um Conselho Editorial que é responsável pela selecção, apreciação e apoio a dar aos trabalhos que chegam até si. Como explica José Tomás Baganha, mentor da ideia, esta é uma forma de tornar públicos trabalhos que, de outra forma, não chegariam a ver a luz do dia.

“O Conselho beneficia tanto os autores como o segmento de leitores interessados em temas técnico-científicos sobre aviação e que não são fáceis de encontrar no nosso mercado de publicações. A ANA está em

EMPENHADA EM DIVULGAR OS CONHECIMENTOS TÉCNICOS E PROFISSIONAIS DOS SEUS COLABORADORES, A ANA CRIOU RECENTEMENTE UM CONSELHO EDITORIAL QUE VAI APOIAR A PUBLICAÇÃO DAS OBRAS. O PRIMEIRO LIVRO JÁ ESTÁ NO PRELO.

posição privilegiada para facilitar o contacto entre ambos os grupos de interessados, assumindo uma iniciativa que se enquadra no âmbito da responsabilidade social”, diz José Tomás Baganha.

Composto por três quadros séniores (Ivo Silva, Horta Ribeiro e Tomás Baganha) o Conselho Editorial dispõe de um orçamento anual para apoiar a edição e distribuição dos trabalhos seleccionados. Esse apoio é decidido caso a caso, após a avaliação das obras apresentadas.

A edição e distribuição (nos círculos académicos, bibliotecas, meios profissionais, etc) é feita através de uma editora escolhida pelo Conselho Editorial, também caso a caso, segundo critérios de custos e eficiência. O produto da venda dos livros pertence à ANA até ao montante do subsídio concedido (e automaticamente reintegrado no orçamento anual do Conselho) e, a partir daí, ao autor do trabalho.

Ao abrigo desta nova política de divulgação do património técnico- profissional da ANA está já em produção o primeiro livro. Trata-se da obra “European Community State Aid Policy for Public Airports: Reality versus Law?”, uma tese de mestrado que a autora, Rita Sousa Uva, elaborou no Institute of Air and Space Law, da Faculdade de Direito de Leiden. O trabalho aborda a importância económica e social dos aeroportos de capital público e as suas permanentes necessidades de financiamento.

Para a autora, a publicação desta obra é importante não apenas pelo reconhecimento do seu trabalho mas pela possibilidade de se divulgarem trabalhos científicos de direito aéreo, matéria pouco explorada no mercado editorial português. Rita Sousa Uva considera que esta iniciativa da ANA terá “um expressivo valor académico e profissional para os diversos intervenientes no sector do transporte aéreo”.

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CONSELHO EDITORIAL APOIA PRIMEIRA OBRA

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esde Maio que a zona ribeirinha de Lisboa tem mais uma atracção de peso. O Museu do Oriente ocupa um grande

edifício na Doca de Alcântara, desenhado pelo arquitecto João Simões nos anos 30 e readaptado pelo atelier de João Luís Carrilho para receber o Museu. Os diferentes espaços de exposição estão espalhados por sete pisos com uma área total de 15.500 metros quadrados.

Através das exposições, permanentes e temporárias, o visitante pode testemunhar a presença portuguesa no Oriente e a opulência das artes tradicionais asiáticas. “Deuses da Ásia” é o nome da primeira exposição permanente, mas a cada dois anos vai proceder-se à rotação

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DEUSES ORIENTAIS EM ALCÂNTARA

das magníficas peças da colecção Kwok On, estando já programadas mostras sobre os Cultos Xamânicos da Ásia, Ramayana na Índia e no Sudoeste Asiático, a Religião Popular Chinesa e os Espectáculos do Japão. O espaço multiusos do Museu vai alojar uma vasta programação cultural, nomeadamente música, teatro e cinema, assim como seminários e conferências.

A ANA quis juntar-se a este importante pólo cultural da cidade e tornou-se mecenas do Museu, patrocinando o Salão de Macau. Não será por acaso: a região, cujo aeroporto internacional é gerido pela ADA, empresa do Grupo ANA, tem para a gestora aeroportuária portuguesa um significado muito especial.

CONTRATAÇÃO PÚBLICA MAIS TRANSPARENTE

implificar, desburocratizar, reduzir, encurtar são algumas das palavras com que podemos falar do novo

código da contratação pública. Rigor, eficácia, transparência, são outras.

Além de reduzir a diversidade dos procedimentos pré-contratuais e de uniformizar a sua nomenclatura, o código aposta a fundo nas novas tecnologias. Um dos mais avançados a nível europeu, obriga a que todas as contratações sejam feitas por via electrónica a partir de 30 de Julho. Nessa data a ANA vai disponibilizar uma plataforma online para o efeito.

O código também revê em alta os valores que determinam a escolha do tipo de procedimento a adoptar. Por outro lado, reforça a transparência com mecanismos de defesa da concorrência.

Como explica João Maria Meneres, chefe da Divisão de Contratação Pública da ANA, esta inovação vem “tornar mais eficiente a contratação pública, encurtar os prazos dos procedimentos e tornar mais eficaz o seu acompanhamento, ao mesmo tempo que garante um maior rigor na gestão dos dinheiros públicos”.

O código assume uma importância especial por a ANA ser uma sociedade de capitais públicos e por actuar num sector com grande impacto económico. Assim, todos os contratos relacionados com obras públicas e serviços públicos, locação ou aquisição de bens e serviços, incluindo os fornecimentos de água, energia, transportes e serviços postais passam a seguir as novas normas.

A adopção de processos mais simples, rápidos e transparentes é um objectivo da ANA não apenas no que respeita à contratação pública, mas em toda a sua actividade.

De acordo com um Relatório de Auditoria do Tribunal de Contas, a ANA é a única empresa do Sector Empresarial do Estado (entre as auditadas) que cumpre com o exigido na publicitação de adjudicações. Isto, apesar da empresa não estar no mercado de capitais, não ficando por isso sujeita às recomendações da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

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nova imagem da ANA foi recente-mente premiada em dois festivais.No 9º Festival Internacional de

Publicidade e Comunicação em Língua Portuguesa, o Sinos, a ANA arrecadou um prémio de prata, para a sua Identidade Corporativa, e dois de bronze, para o Sistema de Sinalização e para o Relatório e Contas. No 10º Festival do Clube de Criativos de Portugal, a empresa recebeu três prémios de bronze: para a Imagem Corporativa, para o Relatório e Contas e, na categoria New Media/Mini Site, para o projecto Faro Airport Simulator.

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NOVA IMAGEM PREMIADA

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_ambientes

ECOANA: A CAMINHO DO

“CARBONO ZERO”A ANA ESTÁ A CALCULAR A SUA PEGADA DE CARBONO E A IMPLANTAR UMA SÉRIE DE MEDIDAS PARA PISAR MAIS LEVEMENTE NO AMBIENTE. A ESTE AMBICIOSO PROJECTO DE GESTÃO VOLUNTÁRIA DO CARBONO QUE ENVOLVE TODA A GENTE A EMPRESA CHAMOU ECOANA.

ubstituir as lâmpadas incandescentes, imprimir dos dois lados das folhas, desligar computadores quando não estão em uso, instalar luzes de

presença nas casas de banho, são pequenas acções que parecem não ter grande impacto na factura energética de uma grande empresa, como é o caso da ANA.

Mas a verdade é que todos os gestos contam. Há já vários anos que a ANA vem implementando medidas de sustentabilidade e este ano lançou um ambicioso projecto de gestão voluntária de carbono que compromete todos os colaboradores e todas as secções, sem excepção. O EcoANA tem um objectivo fundamental: reduzir ao máximo as emissões de carbono produzidas pela empresa. Por outro lado, está também em estudo a compensação das emissões excedentes com medidas que captem o CO2 da atmosfera.

Foram realizadas auditorias energéticas às infra-estruturas dos aeroportos (Lisboa, Porto, Faro e Ponta Delgada) e definido um Plano de Racionalização de Energia para cada um. Sujeitos à aprovação da Direcção-Geral de Energia e Geologia, estes planos serão cumpridos durante cinco anos e levarão à redução de 5% dos consumos de cada aeroporto.

A legislação em vigor obriga, desde Julho de 2007, à Certificação Energética dos novos edifícios e, a partir de Janeiro de 2009, também dos existentes. Em relação aos primeiros, o processo já está a decorrer no Aeroporto de Lisboa. Estão também a ser formados peritos que irão ter um papel fundamental na certificação dos edifícios já existentes, bem como noutros que venham a ser

S

O programa de gestão voluntária do carbono implantado pela ANA

passa também pela racionalização energética e pela medição das

emissões nos diversos parques de estacionamento dos aeroportos.

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construídos pela ANA.Além das medidas de eficiência luminosa

e de climatização, “a monitorização contínua dos consumos e da eficiência dos sistemas operacionais e a introdução de medidas que promovam a redução efectiva de emissões poluentes é fundamental”, reforça António Nunes, do Centro de Serviços Partilhados da ANA.

Para 2008 está também em curso uma aposta nas energias renováveis. Depois

de estudos sobre diversos indicadores climáticos em cada aeroporto (ventos, diferenciais de temperatura, etc.) será definida a solução mais indicada para cada local.

António Nunes explica que “é essencial o recurso a entidades credenciadas para avaliar a viabilidade técnica e económica de soluções de energias alternativas, com vista à instalação de potenciais centrais termofotovoltaicas, de produção local, nos aeroportos do continente e ilhas, com base na energia solar”. Para já vai ser instalado, no edifício 11 da ANA, em Lisboa, um sistema para aquecimento solar de águas sanitárias para o refeitório, PSP, Guarda Fiscal, Socorros e Transportes, estimando-se uma redução de 75% no consumo de gás natural.

Claro que tudo isto só fará sentido se todos caminharem na mesma direcção. Por isso será realizado um programa dirigido a todos os colaboradores da ANA, sensibilizando-os para uma utilização racional da energia. Não só nos seus locais de trabalho, mas também nos próprios hábitos diários.

os estacionamentos dos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro está também a decorrer um programa de compensação do carbono. A primeira fase, actualmente

em curso, é a medição das emissões. Depois serão definidas, no âmbito da Rede Natura, as medidas de captura e respectiva compensação. “Os projectos deste género existentes em Portugal são essencialmente ‘estáticos’, sobre infra-estruturas. O nosso é um piloto e está em linha com uma recente tendência internacional, com uma interacção mais próxima com o cliente”, explica Nuno Brilha, da Direcção de Projectos Especiais da ANA.

REDUZIR O CARBONO TAMBÉM NO ESTACIONAMENTO

N Portway recebeu da TÜV Rheinland a certificação ambiental de acordo com a ISO 14001. A empresa de handling do grupo ANA detém agora um certificado

válido para as direcções de unidade dos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e Funchal, e para os serviços de operações, carga e placa. São poucos os operadores de handling em todo o mundo que estão certificados ambientalmente, devido aos exigentes critérios de selecção e classificação.

Empenhada em seguir o caminho da consciencialização ambiental, a Portway tem programadas várias acções: a plantação de árvores proporcional ao impacto gerado pelas emissões de carbono das suas unidades de handling, a substituição de equipamentos por outros amigos do ambiente e a redução do consumo de papel através de um sistema administrativo desenvolvido pela própria empresa.

PORTWAY CERTIFICADA EM AMBIENTE

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_follow me ao carregar e descarregar as malas dos passageiros, a Portway vai muito além disso. Como empresa de handling com licença de assistência em escala, tem de fazer tudo o que as companhias pedem. “Somos um handler puro”, nota Torres Pereira. “Adaptamo-nos efectivamente aos nossos clientes”. Como se adaptaram quando tiveram que organizar, ao longo de um ano, o descarregamento das primeiras moedas e notas de euro que chegaram a Portugal a bordo de um Antonov 124.

Fã de máximas, prefere-as em inglês: “Keep it simple!”. Uma organização simples, com apenas quatro chefes de departamento, torna as coisas mais fáceis para o cliente. “O meu telefone toca às cinco da manhã e muitas vezes estou no aeroporto a essa hora. Tem de haver uma grande disponibilidade”. Mais uma máxima: “Small is beautiful”.

Torres Pereira entrou para o Centro de Operações de Voo da ANA em 1991. Antes disso foi “load master” na TWA e gosta de dizer que faz parte da última geração de pessoas na aviação que “foram formadas como deve ser”.

Em Inglaterra fez o curso de “Load Dispatcher” e, em 2000, concretizou o sonho de fazer dentro da ANA uma empresa de handling. Juntamente com outros colegas que tinham em comum a passagem por companhias aéreas, criou a Portway. “Sabíamos objectivamente quais eram as necessidades dos passageiros”.

Fala da empresa como se de uma família se tratasse. “Nós construímos isto desde a primeira pedra. Das centenas de passageiros passámos para os milhares e agora já são milhões. A expectativa de crescimento está nos 20% ao ano. Já não se pode abrandar”.

Hoje, nas alturas mais movimentadas, a Portway chega a empregar 1200 pessoas. No ano passado processou dois milhões de passageiros e as estimativas para este ano apontam para mais 600 mil.

Reconhece que “embora às vezes possa ter parecido que a Portway era mais importante, sempre guardei tempo de qualidade para a família, faço por exemplo questão de ser eu a cozinhar para todos”. Com quatro filhos (a Filipa, o Zé Maria e as gémeas Maria e Leonor), aos 44 anos Torres Pereira é um

homem de bem com a vida. “O handling não é um trabalho, é uma missão. E tento cumpri-la com um sorriso nos lábios”.

O HANDLERPURO

enduradas na parede do seu gabinete, no Aeroporto de Lisboa, António Torres Pereira tem duas fotografias que saltam à vista. Numa, um imponente veleiro

vermelho galga as ondas audaciosamente. Noutra, dois golfinhos sorridentes exibem as suas cabeças brilhantes fora de água. Certamente recordações de momentos de lazer, hobbies talvez?

Nem por isso: na realidade, são recordações de duas entre as muitas complexas operações de handling que a Portway já realizou.

O “Pirates of the Caribbean” participava na volta ao mundo da Volvo Ocean Race, em 2005, quando uma avaria na quilha do veleiro obrigou a tripulação a procurar terra. Acostaram em Cascais e a Portway entrou em acção, enviando o barco, de avião, para a Cidade do Cabo, na África do Sul, onde, após perder a primeira etapa, se juntou à corrida novamente. “Na noite da operação não dormimos, mas valeu a pena. Valeu o esforço de todos para os colocar outra vez em prova. Eles fizeram uma excelente recuperação e acabaram em segundo lugar na classificação final”, conta o director da Unidade de Handling de Lisboa.

A operação que envolveu os cetáceos pode não ter sido tão hercúlea mas foi igualmente emocionante. Os dois machos vieram ao Zoo de Lisboa para visitar algumas fêmeas e assegurar a continuação da espécie em cativeiro. Cumprida a função era preciso enviá-los para outras paragens onde continuariam a sua honrosa missão. Coube à Portway assegurar que viajavam em segurança.

Se a imagem clássica que habitualmente temos da empresa de handling se resume

O HANDLING É MUITO MAIS QUE CARREGAR E DESCARREGAR MALAS E EMBARCAR E DESEMBARCAR PASSAGEIROS. É FAZER AQUILO QUE AS COMPANHIAS AÉREAS PEDEM, SEJA EMBARCAR GOLFINHOS, VELEIROS OU DESCARREGAR MOEDAS E NOTAS DE EURO. PARA TORRES PEREIRA, MAIS QUE UM TRABALHO, O HANDLING É UMA MISSÃO.

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“O HANDLING NÃO É UM TRABALHO, É UMA MISSÃO. E TENTO CUMPRI-LA COM UM SORRISO NOS LÁBIOS”

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Uma das operações mais complexas que a Portway teve de realizar foi o embarque de um veleiro que sofreu

uma avaria quando passava em Cascais durante a volta ao mundo da Volvo Ocean Race, em 2005. O

barco seguiu de avião para a África do Sul, onde entrou novamente na

competição.

O dia-a-dia numa empresa de handling é feita de imprevistos e desafios. Assegurar a viagem aérea em segurança de alguns golfinhos foi um deles.

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Aeroporto de Santa Maria

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às tripulações, e é ainda responsável pela segurança nas áreas de movimento. Existem outras funções operacionais que podem também ser da competência dos OPA, desde que tenham recebido formação adequada, como a operação de novos equipamentos.

O dia começa com a análise do planeamento feito no véspera, mas é preciso estar de olho nas mensagens que vão chegando, por fax ou por email. Apesar dos planos de voo, é difícil prever quantos aviões será preciso assistir. Muitas vezes os avisos chegam em cima da hora, deixando à equipa pouco tempo para se preparar para receber, por exemplo, um Boeing com 200 passageiros a bordo.

O papel de relações-públicas é outro que lhe cabe muitas vezes. Com tudo o que isso implica, mesmo que seja emprestar o pente ao presidente do México para que este surja arrumado perante os jornalistas na conferência de imprensa. Ana Isabel habituou-se a ver os VIPS em situações descontraídas. Na escala a meio de um voo intercontinental os passageiros querem esticar as pernas e relaxar. E o ambiente calmo e a paisagem de Santa Maria prestam-se a isso. Há quem aproveite para visitar as igrejas de Vila do Porto, como fez a mulher de Berlusconi quando o casal passou por ali a caminho das Caraíbas.

O aeroporto confunde-se mesmo com a própria vida de Ana Isabel. Os pais também ali trabalharam e sempre viveu na zona habitacional que o rodeia. Mesmo quando casou, com outro colaborador do aeroporto, continuou a morar ali.

Historicamente importante, o Aeroporto de Santa Maria teve um papel fundamental durante a Segunda Guerra Mundial, quando era usado pelos aviões norte-americanos como base de reabastecimento. É por isso, dos aeroportos açorianos, aquele que tem a maior pista, com 3048 metros, a pista onde o supersónico Concorde aterrou muitas vezes. A transferência de americano e militar para português e civil aconteceu a dois de Junho de 1946. “Ainda hoje passam por aqui comandantes que aterraram no aeroporto durante a guerra e que nos falam desses tempos”. Hoje como antes, o Aeroporto de Santa Maria é uma plataforma essencial na ligação dos dois continentes do Atlântico Norte.

EM PORTO SEGURO

AO LONGO DE 28 ANOS, NO AEROPORTO DE SANTA MARIA, ANA ISABEL MESQUITA VIU CHEGAR E PARTIR MILHARES DE AVIÕES EM TRÂNSITO ENTRE A EUROPA E A AMÉRICA. CADA ESCALA NO PORTO DA VILA, FORÇADA OU NÃO, DEIXA UMA HISTÓRIA PARA CONTAR.

á dias, no Inverno, em que só passa um avião. Com um tráfego irregular e imprevisível, a capacidade de improviso é uma característica importante de

quem trabalha no Aeroporto de Santa Maria, nos Açores. Também por isso, as funções de um Oficial de Operações Aeroportuárias, o OPA na língua dos aeroportos, é diferente aqui de qualquer outro lugar.

A imagem do OPA está muito identificada com o auxílio às manobras dos aviões no solo, ao Follow Me e ao Marshalling, mas Ana Isabel Mesquita faz questão de notar que a sua função vai muito além do apoio ao estacionamento dos aviões. Até porque o movimento não é assim tanto. A Sata Internacional passa uma vez por semana e a Sata Air Açores diariamente, mas a frequência depende da época. O tráfego mais frequente são mesmo as escalas técnicas. Ou seja, os aviões param em Santa Maria essencialmente para reabastecer. Essa é a regra. Depois há as excepções, que não são tão poucas como isso.

Durante os 28 anos em que já trabalhou no aeroporto, Ana Isabel assistiu a um pouco de tudo. As emergências médicas são mais comuns do que se julga e desvios para a ilha por causa de avarias também já viu uma boa quantidade. Há uns anos a ilha não tinha estrutura para alojar todos os passageiros de um avião grande. “Mas nunca ninguém dormiu na rua. Sempre resolvemos essas situações”, recorda. Hoje já não é assim. Com três hotéis, Santa Maria está preparada para essas eventualidades, mas o dia-a-dia dos colaboradores do aeroporto continua a exigir muita versatilidade.

Além do trabalho de assistência ao tráfego na pista, Ana Isabel presta também apoio na aerogare, aos passageiros e

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O AEROPORTO DE SANTA MARIA TEVE UM PAPEL FUNDAMENTAL DURANTE A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL, QUANDO ERA USADO PELOS AVIÕES NORTE-AMERICANOS COMO BASE DE REABASTECIMENTO. É DOS AEROPORTOS AÇORIANOS AQUELE QUE TEM A MAIOR PISTA, COM 3048 METROS.

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WEST SIDE STORY

A foz do rio Limmat

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O CENTRO FINANCEIRO DA SUÍÇA, UMA CIDADE TRADICIONAL ONDE ESTÃO SEDIADOS ALGUNS DOS MAIORES BANCOS DO MUNDO, JÁ NÃO É APENAS ISSO. NO ANTIGO QUARTEIRÃO INDUSTRIAL NASCEU O ZURICH WEST, UM PÓLO DE CULTURA, LAZER E ANIMAÇÃO NOCTURNA. UM BOM PRETEXTO PARA EXPLORAR A NOVA COQUELUCHE DA EUROPA.

Um eléctrico passa em frente à igreja de Grossmünster

A Bahnhofstrasse continua a ser o paraíso para os seguidores da moda

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A Swiss voa semanalmente, aos sábados, de Faro para Zurique, com partida às 18h45 e chegada à Suiça às 22h55. A low cost Air Berlin liga Faro a Zurique, via Palma de Maiorca, diversas vezes por semana. Os horários estão disponíveis em www.airberlin.com e em www.ana.pt.O Aeroporto Internacional de Zurique fica a cerca de 20 minutos do centro da cidade. Se apanhar o comboio S2 na estação subterrânea do aeroporto, três estações depois estará na Zürich Hauptbahnhof, a estação central de Zurique.

West é a faceta mais moderna e cool da cidade dos banqueiros. Os armazéns e as fábricas abandonadas foram convertidos em restaurantes, discotecas, salas de espectáculo e galerias de arte, dando origem também a uma atraente mistura de géneros arquitectónicos, com anexos do mais moderno que existe.

Ao mesmo tempo, os estudantes, artistas e designers têm vindo a mudar-se para este lado da cidade, o que dá ao bairro as características daqueles locais que nunca dormem e onde há sempre alguma coisa para fazer ou alguém com quem estar. Várias culturas urbanas, diferentes etnias e nacionalidades fazem já do Zurich West um caldeirão multicultural.

Ali existem hoje pelo menos 4 hotéis, 13 galerias de arte, 11 discotecas e 36 restaurantes. Um dos primeiros a instalar-se no Zurich West, em 1996, foi o Cinemax, que transformou a antiga fábrica da cervejeira Steinfelds em 12 salas de cinema. Três anos depois, noutra cervejeira, a Löwenbrau, nasceu um complexo de arte. Bem em frente fica uma das discotecas mais “in” da cidade, a Indochine, e numa antiga fábrica de lacticínios está a Tonimolkerei, outro ponto de referência para quem quer dançar e ser visto em Zurique.

A reconversão do Zurich West aconteceu a um ritmo tal que em poucos anos deixou de haver espaço disponível. Mesmo para quem não se identifique muito com a oferta que existe nesta zona (apesar de bastante diversificada), uma visita é aconselhada, quanto mais não seja para testemunhar a transformação urbanística que ocorreu ali.

O Schöller é um conjunto de edifícios de habitação e escritórios construído no local de uma antiga fábrica de têxteis e também se converteu já num marco arquitectónico. Os blocos de apartamentos foram intercalados com áreas verdes, provando que a qualidade de vida ali também é realmente uma preocupação.

A OESTE TEM VINDO A NASCER, DESDE O FINAL DO SÉCULO XX, UM NOVO PÓLO DE VIDA URBANA. QUANDO DEIXAMOS PARA TRÁS O CENTRO HISTÓRICO DE ZURIQUE E VAMOS AO ENCONTRO DOS RESTOS DA CIDADE INDUSTRIAL, DESCOBRIMOS UMA OUTRA CIDADE. O ZURICH WEST É A FACETA MAIS MODERNA E COOL DA CIDADE DOS BANQUEIROS.

em sido considerada repetidamente – seis vezes consecutivas, para sermos mais exactos – como a

cidade do mundo com melhor qualidade de vida. Na análise feita pela Mercer Human Resource Consulting, uma empresa de consultoria que é líder mundial em recursos humanos, foram tidos em conta factores como a segurança, a limpeza, os transportes, a saúde, a educação, os espaços de lazer, as actividades culturais, etc.

E esta é a imagem que habitualmente temos, mesmo aqueles que nunca lá estiveram, da maior cidade da Suíça: ruas imaculadas, trânsito organizado e sem buzinadelas, habitantes respeitadores dos direitos dos outros. É verdade que ir a Zurique pode ser uma verdadeira lição de cidadania. Mas para muitos é até uma cidade demasiado ordenada e que, por isso, se torna monótona e sem interesse.

Sobretudo esses vão gostar de saber que Zurique já não é apenas isso. Claro que continua a ser uma das cidades mais prósperas e exuberantes da Europa. Claro que as ruelas da Altsted, a Cidade Velha, mantêm toda a tranquilidade e charme, a Bahnhofstrasse continua exclusiva com as suas lojas de griffe, as margens do lago Zurique permanecem convidativas e do outro lado do rio Limmat continua impávida a imponente Grossmünster, a catedral do século XII.

Mas a Oeste tem vindo a nascer, desde o final do século XX, um novo pólo de vida urbana. Quando deixamos para trás o centro histórico de Zurique e vamos ao encontro dos restos da cidade industrial, descobrimos uma outra cidade. O Zurich

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_partidas

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Outra das principais atracções arquitectónicas desde que abriu as portas, em 2000, é o Schiffbau, um centro cultural erguido no local onde em tempos funcionou uma fábrica de construção de navios com o mesmo nome. Com restaurante, clube de jazz, bar, o complexo tem três palcos e está vocacionado para eventos de teatro, música e gastronomia.

A imaginação ali não conheceu limites. Uma garagem da Peugeot deu lugar ao restaurante Les Halles e no que em tempos foi uma loja de flores está agora o Blumenau.

Em Zurich West existe também uma praça central, a Turbinenplatz, com bancos de madeira para onde as pessoas afluem sobretudo na hora do almoço, ou mais para o fim da tarde. Depois de anoitecer a praça ganha uma atmosfera especial graças à iluminação e também é frequente haver espectáculos de rua e animação.

Esta foi uma das cidades palco do Euro 2008. O cenário foi o novíssimo estádio Letzigrund, contruído em apenas um ano e que já recebeu o Prix D’Acier que o distinguiu como a melhor obra em aço de 2007. Sede de dois clubes, o Zurique e o Grasshopper, dele já se diz que é o mais bonito estádio dos últimos tempos.

O Schiffbau é uma das principais atracções do Zurich West. Uma antiga fábrica de navios transformada em centro de cultura e lazer

O Kunsthaus, o museu onde se pode apreciar uma colecção exclusiva do Movimento Dada e dos irmãos Giacometti.

A Tonimolkerei veio moldar a vida nocturna da cidade e é um dos sítios mais in de Zurique.

A Street Parade, a maior festa de música electrónica do mundo, anima as ruas de Zurique

todos os anos em Agosto.

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_lifestyle

UMA PAUSA COM ARTE

lém da preocupação de criar um espaço de descanso e de lazer, procurou-se, ao mesmo tempo,

incutir um cariz cultural ao Lounge. Daí o protocolo assinado com a Galeria 111, que prevê que a cada quatro meses seja instalada uma nova exposição com cerca de 20 obras de artistas portugueses, e que inclui pintura, escultura e fotografia.

Quem passar pelo Lisbon Lounge até Julho vai encontrar uma mostra de artistas onde se incluem Vieira da Silva, Júlio Pomar, Paula Rego e António Palolo. Eduardo Batarda, Rigo23, Samuel Rama, João Leonardo ou Jorge Santos são outros dos artistas com peças em exibição.

Outro acordo foi feito com a selectiva Garrafeira de Campo de Ourique, para que a cada nova visita a oferta de vinhos disponível seja diferente.

Gerido pela Travelstore – American Express Travel, uma empresa especializada no segmento de viagens e turismo empresarial, o Lisbon Lounge da Portway está aberto no Aeroporto de Lisboa das 5h às 24h e oferece também as habituais conveniências tecnológicas, como acesso

HÁ ARTE NAS PAREDES E VINHOS SELECCIONADOS NA GARRAFEIRA. E NÃO, NÃO FALAMOS DE UM QUALQUER RESTAURANTE DA MODA. O LISBON LOUNGE NASCEU DA VONTADE DA PORTWAY DE OFERECER AOS PASSAGEIROS DAS COMPANHIAS AÉREAS QUE ASSISTE UM ESPAÇO COM PADRÕES DE QUALIDADE DIFERENCIADOS E REALMENTE CONFORTÁVEL.

gratuito à internet e um carregador universal de telemóvel. O acesso a estes 430 metros quadrados de pura descontração custa 25 euros e, desde que abriu as portas, em Setembro do ano passado, o Lounge tem recebido uma média de 150 passageiros por dia.

A Portway - Handling de Portugal é uma empresa do Grupo ANA que efectua assistência em escala nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e Funchal, onde representa mais de 80 companhias aéreas.

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primeiro crocodilo foi desenhado em 1927 por Robert George, amigo do fundador da marca, depois de um

jornalista americano lhe ter dado esta alcunha pela tenacidade demonstrada nos courts.

René Lacoste tinha um blazer com este crocodilo bordado e depois usou uma versão diferente nos seus pólos. Assim nasceu um logotipo e uma lenda. O pólo Lacoste é actualmente fabricado em 90 modelos por colecção, que se adaptam ao vestuário masculino, feminino e infantil, assumindo um estilo clássico ou satisfazendo a última tendência de moda.

Para celebrar o seu 75º aniversário, a Lacoste lançou uma colecção especial de roupa, malas, sapatos, relógios e óculos onde o logotipo original aparece com um design mais contemporâneo. Foram também criadas embalagens especiais para esta colecção de aniversário.

Hoje a Lacoste permanece como um símbolo de qualidade e elegância e a marca está presente em mais de cem países por todo o mundo, satisfazendo os seus clientes mais fiéis e atraindo uma nova geração amante de um estilo de vida mais sofisticado.

A Lacoste tem duas lojas no Aeroporto de Lisboa, uma na área de embarque e outra na zona das partidas.

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O CROCODILO FAZ 75 ANOS

A NOVA VIDA DAS ÁREAS COMERCIAIS

RENÉ LACOSTE COMEÇOU A FAZER O SEU MÍTICO POLO 12.12 EM 1933 PARA ELE E ALGUNS CAMPEÕES DE TÉNIS USAREM, EM ALTERNATIVA ÀS CAMISAS DE MANGA COMPRIDA E ÀS PESADAS CAMISOLAS QUE SE USAVAM NA ALTURA PARA JOGAR.

A S Á R E A S CO M E RC I A I S D O S P R I N C I PA I S A E RO P O RTO S P O RT U G U E S E S T Ê M U M A N OVA I M AG E M .

nspirada pelo conceito de “Dar vida aos Aeroportos”, a nova marca apresenta uma

árvore como símbolo da vida que se sente nestes espaços, onde tudo se dá a descobrir num ritmo mais calmo e mais acolhedor.

As cores e as formas afirmam a pertença ao universo da ANA Aeroportos de Portugal e harmonizam-se com a nova imagem gráfica da empresa que tem vindo a ser implantada desde o ano passado.

Mas as mudanças não são apenas na identidade gráfica. No Aeroporto de Lisboa, por exemplo, a área comercial da zona restrita de partidas foi remodelada recentemente. Entre lojas novas, ambientes renovados e conceitos inovadores, o espaço impressiona pela modernidade e pelo aproveitamento da luz natural. É caso para dizer que fazer compras no Aeroporto de Lisboa é uma experiência cada vez mais irresistível.

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nteriormente chamadas Travelshopping, as lojas passaram a designar-se Just for Travellers. A ideia é serem espaços onde

os viajantes se sintam especiais através de uma oferta exclusiva e diferenciada. Nas Just for Travellers o passageiro encontra produtos, preços e qualidade de serviço que as distinguem de todas as outras lojas.

“Your journey starts here” foi o claim escolhido, numa alusão ao tal ritual de viagem de que as Just for Travellers fazem parte.

Algumas das lojas têm secções específicas, como as de luxo e moda. Também para estas foi criada uma sub-marca: Just (for Travellers)

SÓ PARA VIAJANTES

EXISTE TODO UM RITUAL EM TORNO DA IDEIA DE VIAJAR QUE FAZ DE CADA VIAGEM UMA EXPERIÊNCIA ÚNICA. FOI COM ISTO EM MENTE QUE AS LOJAS FRANCAS DE PORTUGAL REFRESCARAM A SUA MARCA EM TODO O PAÍS.

_lifestyle

“YOUR JOURNEY STARTS HERE” FOI O CLAIM ESCOLHIDO, NUMA ALUSÃO AO TAL RITUAL DE VIAGEM DE QUE AS JUST FOR TRAVELLERS FAZEM PARTE.

Luxury. Os espaços Taste of Portugal, localizados dentro das lojas principais, também renovaram a sua imagem. Estes cantinhos dos produtos tradicionais portugueses adoptaram agora uma imagem mais gourmet e a designação de Just (for Travellers) Taste Portugal. No caso dos Açores o nome escolhido foi Just (for Travellers) Taste the Azores.

Além do nome, as diferentes lojas também se distinguem entre si pelas cores adoptadas no logotipo e nas fachadas. A Lojas Francas de Portugal gere um total de 16 lojas nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e Açores.

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_shopping

TEMPO DE CELEBRARA CHEGADA DO CALOR É POR SI SÓ MOTIVO PARA FESTEJAR , SOBRETUDO ESTE ANO EM QUE DEMOROU A APARECER . SELECCIONÁMOS ALGUNS ACESSÓRIOS À VENDA NOS AEROPORTOS PARA ENFRENTAR A ESTAÇÃO ESTIVAL COM O MÁXIMO ESPLENDOR . SIGA AS NOSSAS SUGESTÕES E DÊ AS BOAS-VINDAS AO VERÃO.

Óculos D&G€169

Nas Lojas Francas de Portugal

Bolsa Bulgari€1130

Nas Lojas Francas de Portugal do Aeroporto de Lisboa

Óculos Armani€155

Nas Lojas Francas de Portugal

Bolsa I Santi€305

Na I Santi, nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e Ponta Delgada

Óculos Prada€211,60

Nas Lojas Francas de Portugal

Perfume Bali Green, de Estee Lauder€39

Nas Lojas Francas de Portugal

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Porta-moedas Bulgari €350

Nas Lojas Francas de Portugal do Aeroporto de Lisboa

Porta-moedas Bulgari €175

Nas Lojas Francas de Portugal do Aeroporto de Lisboa

Bolsa I Santi€223,50

Na I Santi, aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e Ponta Delgada

Relógio Bulgari€1390

Nas Lojas Francas de Portugal do Aeroporto de Lisboa

Ténis Adidas€92

Na Football Corner, nos Aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e Ponta Delgada

Óculos Arnet€88

Nas Lojas Francas de Portugal

Anel Bulgari B. Zero€695

Nas Lojas Francas de Portugal do Aeroporto de Lisboa

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China avisou que irá punir as companhias aéreas que não cumpram os horários de voo

durante os Jogos Olímpicos que vão decorrer em Agosto em Pequim. De acordo com a agência de notícias oficial do Estado, as empresas que não forem pontuais entre Julho e Setembro terão as suas rotas suspensas nesse trimestre.

Ainda segundo a agência Xinhua, o Aeroporto de Pequim vai limitar o número de voos diários a 1350, oferecendo assim uma margem de segurança maior para evitar que os passageiros fiquem retidos dentro das aeronaves.

As medidas, anunciadas pelo chefe em exercício da Administração Geral da Aviação Civil da China, Li Jiaxing, visam colocar ordem nos superlotados e muitas vezes caóticos aeroportos chineses antes das Olímpiadas. Em 2006, o aeroporto de Pequim ficou em 62º lugar na pesquisa do Airports Council Internacional sobre o nível de satisfação dos passageiros.

CHINA QUER PONTUALIDADE DURANTE AS OLÍMPIADAS

e um modo geral os aeroportos por todo o mundo cresceram em 2007. Verificou-se um

crescimento em quase todas as regiões, mas os que se destacaram mais foram os da Rússia, China, Índia e do Médio Oriente, ou seja, os mercados emergentes lideraram o ranking.

Mesmo o mercado norte-americano, que em 2006 estagnou, registou um crescimento de tráfego de 3%. Estes aumentos não chegaram aos recordes batidos em 2004, mas não andaram muito longe. No total, o tráfego global, de acordo com dados preliminares do Airports Council International, cresceu cerca de 6,7%. Os aeroportos do Médio Oriente foram os que registaram uma expansão mais acentuada em 2007, tanto no sector de passageiros como no de carga.

2007 FOI UM BOM ANO PARA OS AEROPORTOS

governo de Angola pretende investir até 2010 mais de 400 milhões de dólares (cerca de 257

milhões de euros) na reabilitação de vários aeroportos do país. Segundo o administrador da Empresa Nacional de Navegação Aérea de Angola (ENANA), Celso Rosas, estão previstos investimentos nas infra-estruturas aeroportuárias de Huambo, Benguela, Cabinda, Luena, Dundo e Saurimo.

Durante a Conferência Internacional de Aviação, que decorreu no final de Maio em Lisboa, o administrador da ENANA disse que estes investimentos darão melhores condições ao país em termos turísticos e são fundamentais para a realização do Campeonato Africano das Nações que em 2010 decorrerá em Angola.

Celso Rosas disse ainda que a construção de um novo aeroporto internacional em Luanda é essencial, uma vez que o actual tem mais de 50 anos e está obsoleto. Apesar de não haver ainda um projecto, o administrador afirmou que “a nova infra-estrutura aeroportuária de Luanda será moderna e vai respeitar as regras que ditam as organizações internacionais”.

ANGOLA REABILITA AEROPORTOS

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Aeroporto de Luanda Rumo a Pequim, sem atrasos Tráfego de passageiros sempre a crescer

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_aldeia global

Airport Show, que este ano decorreu no Aeroporto do Dubai, bateu em 2008 vários recordes:

mais de 600 fornecedores de 40 países e mais de 6 mil visitantes presentes.

Esta feira internacional da aviação é uma oportunidade para os fabricantes e fornecedores de equipamentos aeroportuários se reunirem frente a frente com o sector da aviação. Estiveram representadas áreas como o desenho e construção, operações, tecnologia, equipamento e suporte terrestre, segurança, gestão de tráfego aéreo e controlo de sistemas. Além dos stands, a feira incluiu também conferências e workshops especializados, conduzidos por especialistas internacionais em aviação e tecnologias aeroportuárias. Os temas abordados nas conferências deste ano foram os Aeroportos do Futuro, o Controlo de Tráfego Aéreo, o Handling e Aviação e Segurança.

AVIAÇÃO REÚNE-SE NO DUBAI

NOVO AEROPORTO DE BANGALORE CRITICADO

novo Aeroporto Internacional de Bangalore, na Índia, acabou de abrir mas já está a ser alvo de um

coro de críticas quando à sua dimensão e localização. Alguns dos empresários da indústria de tecnologia da região (considerada o Silicon Valley indiano), queixam-se que o novo aeroporto fica muito longe e é demasiado pequeno.

O aeroporto, construído por privados, fica a cerca de 35 quilómetros do centro da cidade, no final de uma estrada que habitualmente já sofre congestionamento de tráfego. “Cerca de 75% do tráfego aéreo de Bangalore são deslocações de negócios. Se levamos 4 a 5 horas para ir do aeroporto à cidade e voltar, como poderemos fazer negócios?”, questionava-se o CEO da empresa indiana de biotecnologia Biocon, citado pelas agências noticiosas.

Uma associação empresarial da cidade, a Bangalore City Connect Foundation, já sugeriu que as autoridades da cidade devem negociar com os proprietários do novo aeroporto para manterem o antigo aberto.

O O

As obras no Aeroporto de Bangalore Air Show do Dubai em 2008

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_passageiro frequente

NIAGARA, COMO AS

CATARATAS!

os planos iniciais de um dos meus filmes preferidos, “Playtime”, de Jacques Tati, vemos vastos

espaços de uma limpeza imaculada, muito poucas pessoas e muito silêncio. Só o barulho dos passos.

Uma mulher tranquiliza o marido assegurando-lhe que os seus cigarros e o seu pijama estão na mala. Uma outra mulher empurra uma cadeira de rodas e vê-se um homem com uma indumentária branca como se de um médico se tratasse. Freiras passam. Julgo que de uma porta sai uma mulher com um bebé que chora. Parece uma enfermeira.

De repente, ouve-se uma voz sensual num altifalante que anuncia o número de um voo e a porta de embarque. Afinal estamos num aeroporto! Súbito alvoroço. Barulho de vozes, de pessoas e de passos que se deslocam freneticamente em todas as direcções.

Como naquela viagem que fiz de uma cidade para outra, num país longínquo, há muitos anos, uns dias antes do Natal. Tinham-me convidado para uma viagem de estudo e enviaram-me um bilhete de ida e volta. Quando chego ao hall dos check in havia um mar de gente. Eu estava atrasado, para não variar, e quando chego ao balcão a resposta da funcionária foi bem educada mas curta e firme: o balcão já estava fechado. Ainda tentei argumentar mas percebi que não valia a pena insistir.

Ouço então uma voz masculina atrás de mim que me indica o balcão ao lado, perante o espanto da funcionária que tinha acabado de me atender. Diz a uma sua colega, de forma a ser ouvido no meio do barulho, que lhe bastaria escrever nas costas do bilhete um certo código. Assim foi.

Com o bilhete na mão obedeço às instruções deste funcionário do aeroporto, devidamente fardado e identificado, que me diz para o seguir. Já nas escadas rolantes pede-me o passaporte. Respondo-lhe que não costumava usar passaporte quando fazia viagens domésticas. Ele riu-se. Continuámos a subir. Lá em cima, em frente ao free shop, pede-me o bilhete de identidade. Não o tinha comigo. Diz-me para estar calado e deixar tudo com ele. Assim fiz. Ao passar pelo guarda do posto de controlo diz-lhe que eu estou com ele. Evidência que fez sorrir a autoridade.

Sempre em passo acelerado, sempre comigo atrás, murmura qualquer coisa sobre o facto de eu não ter identificação e sobre o aeroporto, por estar tão cheio, estar feérico. Como ele gostava. Faz um gesto largo com os braços, como se inspirasse ar e fosse levantar voo e diz-me que teríamos ainda de passar pelo controlo de fronteira. Aí, passa primeiro, diz-me para eu passar depois dele e para só pararmos já do lado de lá.

Eu tinha acabado de ser promovido a grande amigo dele. Mostrei um cartão de crédito que tinha uma fotografia minha e que serviu como identificação. Continuámos. Quando chegámos à porta de embarque estende-me o bilhete e o cartão de crédito e despede-se com um forte aperto de mão. ”Se precisar de alguma coisa neste aeroporto diga-me. Chamo-me Niagara”. Como as cataratas! Nunca mais o vi.

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Henrique CayatteDESIGNER

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