a internet como meio alternativo de difusão de informação estatística

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA por Carlos Sebastião Afonso Dias (N.º 135) Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Estatística e Gestão de Informação pelo Instituto Superior de Estatística e Gestão de Informação da Universidade Nova de Lisboa Lisboa, Novembro 1996

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Page 1: A Internet como meio alternativo de difusão de informação estatística

A INTERNET

COMO MEIO ALTERNATIVO

DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA

por

Carlos Sebastião Afonso Dias

(N.º 135)

Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de

Mestre em Estatística e Gestão de Informação

pelo

Instituto Superior de Estatística e Gestão de Informação da

Universidade Nova de Lisboa

Lisboa, Novembro 1996

Page 2: A Internet como meio alternativo de difusão de informação estatística

Ao meu filho Pedro Miguel

Page 3: A Internet como meio alternativo de difusão de informação estatística

AGRADECIMENTOS

A realização deste trabalho é o resultado de um esforço pessoal. No entanto, algumas

pessoas, às quais pretendo expressar um agradecimento pessoal, contribuíram na sua

realização.

Ao Prof. Doutor António Câmara, os sinceros agradecimentos, pela forma superior

como orientou a dissertação.

Ao Dr. Jorge Magalhães agradeço a colaboração nas componentes técnicas que

permitiram melhoramentos significativos no resultado final deste trabalho.

Ao Mestre Jorge Gomes, agradeço o espírito crítico e sugestões fornecidas pela

leitura dos vários capítulos da dissertação.

Aos amigos Cândida Rodrigues, Mário Figueiredo e Luís Vilares agradeço as

sugestões e comentários ao longo do trabalho bem como o incentivo que permitiu a

conclusão desta dissertação.

Page 4: A Internet como meio alternativo de difusão de informação estatística

RESUMO

Nos últimos anos, a questão da difusão e comercialização da informação estatística oficial vem

adquirindo uma extraordinária importância, dada a evolução verificada quer na procura de

informação quer nas tecnologias de suporte à sua difusão.

O principal objectivo desta dissertação, é o de analisar sob diversos aspectos as potencialidades

da Internet, como meio alternativo de difusão de informação estatística.

Como resultado da investigação realizada nos sites dos Institutos Nacionais de Estatística de

todo o mundo, apresenta-se um protótipo de um Sistema de difusão na Internet para o INE.

Palavras-chave: Difusão, Informação, Estatística, Internet

ABSTRACT

In recent years, the issue of dissemination and commercialisation of official statistical information has gained enormous importance given the fact that both the demand for such information and the technological means by which it is supplied have changed dramatically. The main purpose of this thesis is to analyse the potentiality that lies in the use of Internet as a mean to disseminate official statistical information. The prototype which is presented aims to describe a System of Information Dissemination, based on Internet, to the Portuguese National Statistics Institute (INE). Its development is the result of an investigation undertaken on the sites of the national statistical offices throughout the world.

Keywords: Dissemination, Information, Statistics, Internet

Page 5: A Internet como meio alternativo de difusão de informação estatística

ÍNDICE

Índice………………………………………………………………………….. iv

Índice das Tabelas…………………………………………………………….. vii

Índice das Figuras…………………………………………………………….. viii

Introdução……………………………………………………………………… 2

I - A Difusão de Informação Estatística……………………………………… 8

A importância da Informação Estatística………………………………….... 8

A sociedade da informação…………………………………………….. 8

A informação estatística………………………………………………... 9

A utilização da Informação estatística…………………………………. 10

Sistemas Estatísticos Nacionais…………………………………........... 11

A Difusão de Informação Estatística…………………………………............ 13

Classificação dos utilizadores………………………………….............. 15

Avaliação das necessidades dos utilizadores…………………………... 16

Como difundir a informação estatística………………………………... 20

A problemática da comercialização…………………………………..... 22

Porquê da comercializacão de estatísticas? ……………………………. 23

Os Novos desafios da comercialização………………………………… 26

Custos da Informação Estatística…………………………………......... 31

Tarifação e Receitas…………………………………............................. 33

Enquadramento sistémico da difusão do INE………………………………. 36

Instituto Nacional de Estatística…………………………………........... 36

Política de Difusão do INE………………………………….................. 37

iv

Page 6: A Internet como meio alternativo de difusão de informação estatística

Acesso à Informação Estatística………………………………….......... 38

Receitas………………………………………………………………… 40

II - Estatísticas na Internet…………………………………………………… 43

A Internet……………………………………………………………………… 43

A evolução das Tenologias da Informação…………………………….. 43

A Internet………………………………………………………………. 44

Serviços disponíveis………………………………………………........ 45

Utilizadores………………………………………………………......... 47

Segurança…………………………………………………………….... 49

Estatísticas na Internet……………………………………………………..... 55

Alternativas á Difusão tradicional………………………………........... 55

Vantagens da Difusão na Internet………………………………............ 56

Limitações e Dificuldades………………………………………............ 58

Base de Dados na Internet………………………………………............ 59

Navegando pelas Estatísticas do Mundo…………………………………….. 62

Que Informação Estatística no WWW? ..…………………………….... 62

Estratégias de evolução………………………………………………..... 63

Projectos Significativos………………………………………………..... 65

Holanda (CBS) ………………………………………………………..... 67

Reino Unido (ONS) …………………………………………………….. 71

Canadá (SC) ……………………………………………………………. 72

Estados Unidos (USCB) ……………………………………………….. 75

Brasil (IBGE) …………………………………………………………... 78

México (INEGI) ………………………………………………………... 79

v

Page 7: A Internet como meio alternativo de difusão de informação estatística

III - Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet…………...... 82

Retrospectiva………………………………………………………………...... 82

Objectivos do Sistema proposto…………………………………………........ 85

Objectivos ……………………………………………………………... 85

Âmbitos……………………………………………………………….... 86

Sistema organizativo........................................................................................ 88

Informação a disponibilizar…………………………………………...... 88

Estruturação da Informação…………………………………………..... 90

Pesquisa da Informação…………………………………………........... 94

Arquitectura Global do Sistema……………………………………………... 95

Arquitectura Lógica……………………………………………………. 95

Arquitectura Funcional………………………………………………… 96

Arquitectura Física……………………………………………………... 99

Interface com o utilizador…………………………………………….... 103

Gestão do Sistema…………………………………………………………….. 113

Controlo e Estatísticas de Acesso…………………………………….... 113

Recursos e Manutenção………………………………………………... 116

Custos e Tarifação……………………………………………………... 117

Desenvolvimentos futuros……………………………………………………. 119

Perspectivas de Evolução……………………………………………... 119

Intranet................……………………………………………………... 121

Conclusões…………………………………………………………………….. 124

Bibliografia…………………………………………………………………….. 130

vi

Page 8: A Internet como meio alternativo de difusão de informação estatística

ÍNDICE DAS TABELAS

Tabela 1 - Clientes do Instituto de Estatística da Dinamarca…………………. 27

Tabela 2 - Distribuição percentual das receitas das vendas do Instituto de

Estatística da Dinamarca em 1992...……………………………….. 29

Tabela 3 - Distribuição de Publicações no INE nos anos de 1993 e 1994…….. 40

Tabela 4 - Comparativo dos resultados das vendas de Publicações e da

Informação não Publicada nos anos de 1993 e 1994………………. 40

Tabela 5 - Distribuição percentual das receitas do INE pelos mercados

internos e externos segundo as vendas e prestação de serviços

para os anos 1990-1995………………………………………..….. 41

Tabela 6 - Peso das receitas próprias do INE no Orçamento Global

nos anos 1990-1995……………………………………………….. 41

Tabela 7 - Previsões até ao final do século do número de PCs e

utilização de serviços………………………………………………. 48

Tabela 8 - Distribuição percentual da utilização da Internet segundo

os domínios em 1993……………………..……………..…………. 48

vii

Page 9: A Internet como meio alternativo de difusão de informação estatística

viii

ÍNDICE DAS FIGURAS

Figura 1 - Acesso á Informação Estatística no INE……………………………. 38

Figura 2 - Ligação ao STATline………………………………………………. 70

Figura 3 -Arquitectura da Base de Dados CANSIM…………………………. 74

Figura 4 - Home-page actual do INE no WWW………………………………. 88

Figura 5 - Exemplo da Estrutura da Informação na Fase 1……………………. 90

Figura 6 - Arquitectura Funcional do Sistema…………………………………. 97

Figura 7 - Arquitectura Física da Fase 1………………………………………. 100

Figura 8 - Arquitectura Física da Fase 2………………………………………. 101

Figura 9 - Página inicial da selecção de Tema Estatístico…..…………………. 104

Figura 10 - Página de selecção de Sub-tema..…………………………………. 104

Figura 11 - Página de selecção do Quadro Estatístico..….……………………. 105

Figura 12 - Página de apresentação do Quadro Estatístico seleccionado.……. 106

Figura 13 - Página de Meta-informação referente a um Sub-tema.……………. 107

Figura 14 - Página de selecção da Variável……………………………………. 109

Figura 15 - Página de selecção do Cruzamento….……………………………. 109

Figura 16 - Definição da apresentação da Informação.………………………. 111

Figura 17 - Apresentação da Informação sob a forma de Cartograma.………. 112

Figura 18 - Controlo de acessos aos novos serviços disponíveis.……….……. 115

Page 10: A Internet como meio alternativo de difusão de informação estatística

INTRODUÇÃO

Page 11: A Internet como meio alternativo de difusão de informação estatística

A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Introdução

A questão da difusão da informação estatística oficial assume particular

importância no momento actual dada a evolução acentuada, quer da procura da

informação quer das tecnologias de suporte à sua difusão, experimentadas nos

últimos anos.

Os Institutos Nacionais de Estatística (INE’s), dispondo de um conjunto

volumoso de informação estatística sobre as várias áreas sócio-económicas do

país, têm forçosamente de acompanhar esta evolução.

Daí a necessidade de rever a adequação dos meios e processos utilizados na

difusão com o objectivo de se poder tirar partido das inovações tecnológicas,

optando-se por alternativas que se oferecem nesse domínio.

A criação da Internet, rede dotada de enorme potencial informativo, e a sua

cada vez maior divulgação no mundo inteiro, permite alargar o âmbito do

sistema de informação tradicional de forma a ser utilizada, a custos reduzidos,

pelo grande público.

O principal objectivo desta dissertação, é o de analisar sob diversos aspectos as

potencialidades da Internet como meio alternativo de difusão de informação e

em particular de informação estatística.

Ao analisar o crescimento da Internet verificado em todo o Mundo, apesar de

ser uma tecnologia recente e recorrendo às experiências de outros INE’s, a

evolução aponta no sentido de que cada vez mais utilizadores, também em

Portugal, procurarão informação estatística na Internet.

__________________________________________________________________________________ Introdução

2

Page 12: A Internet como meio alternativo de difusão de informação estatística

A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Adoptando o INE uma política de difusão orientada para o utilizador, prever as

suas necessidades constitui um dos seus maiores desafios. Nesse pressuposto

apresenta-se um protótipo de um sistema de difusão de informação estatística

que permita dar continuidade ao já existente e evoluir no sentido de que a

Internet funcione como um canal de comunicação directo entre o INE e os

utilizadores da informação estatística.

O objectivo não será abandonar os outros meios de difusão já existentes em

papel, disquetes, CD-ROM e serviço Videotexto, mas sim encontrar

alternativas numa política de difusão integrada. A difusão de informação

estatística através da Internet, permitirá alargar o âmbito do sistema de

informação tradicional possibilitando um acesso mais eficaz e menos

dispendioso.

O plano estabelecido para o desenvolvimento desta dissertação divide-se em

três capítulos.

Inicia-se o Capitulo I realçando a importância cada vez maior da informação

estatística como elemento indispensável ao desenvolvimento económico e

social das sociedades. A informação estatística é produzida fundamentalmente

nos organismos oficiais, constituindo a sua difusão o tema central deste

capítulo.

Nas últimas décadas assistiu-se na maior parte dos INE’s a uma mudança

estratégica em termos da difusão da informação estatística. A actividade é cada

vez mais orientada no sentido de dar resposta às reais necessidades dos

utilizadores. Para definir as suas políticas de difusão dirigidas para o utilizador,

os INE’s têm como tarefas prioritárias conhecer os seus utilizadores, quais as

suas necessidades e como disponibilizar a informação nos vários suportes.

__________________________________________________________________________________ Introdução

3

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Face à responsabilidade de assegurarem estatutariamente a prestação de um

serviço público a comercialização da informação coloca alguns problemas aos

institutos de estatística. Essa problemática será abordada ao longo deste

capítulo apontando-se algumas razões que levam os INE’s a optar pela venda

de algumas estatísticas. Analisam-se as vantagens e os riscos da

comercialização, bem como os novos desafios que se colocam aos INE’s. Quem

compra, o que vender, como vender são algumas questões pertinentes a que se

tentará fornecer algumas respostas.

Para seguir uma política de comercialização é necessário conhecer os custos da

actividade estatística, bem como a possível tarifação a aplicar aos serviços e

produtos estatísticos. As receitas da comercialização constituem um factor

importante na gestão dos INE’s.

Concluí-se este capítulo com um enquadramento do INE no Sistema Estatístico

Português. Serão abordadas as suas políticas de difusão e formas de aceder à

informação estatística. Analisa-se a comercialização dos seus produtos e

serviços, bem como as receitas geradas nos últimos anos.

As estatísticas sempre acompanharam de perto a evolução das Tecnologias da

Informação. No Capítulo II destaca-se o impacto que a Internet, a maior rede

mundial de computadores, tem ou poderá ter na difusão de informação

estatística.

A expansão, verificada nos últimos anos, do número crescente de utilizadores

da Internet bem como os serviços disponíveis serão analisados ao longo deste

capítulo. Alguns aspectos como a segurança, merecem particular destaque

quando se pensa em transacções comerciais através da Internet.

Com as evoluções tecnológicas surgem novas alternativas à difusão de

informação estatística tradicional. Dadas as suas potencialidades a Internet

__________________________________________________________________________________ Introdução

4

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

apresenta algumas vantagens na difusão de informação estatística em relação a

outros meios actualmente utilizados. O acesso a Bases de Dados na Internet é

hoje uma realidade; abordaremos a sua aplicação no domínio das estatísticas, o

que potencia aos utilizadores o acesso a grandes volumes de informação.

Corolário das navegações efectuadas durante um ano ao longo dos institutos de

estatística de todo o Mundo apresenta-se neste capítulo uma síntese da

informação que os INE’s colocam no WWW e algumas tendências evolutivas.

Dada a dificuldade de caracterizar individualmente todos os INE’s, destacam-se

os projectos que o autor considerou mais significativos. Apreciam-se os casos

dos institutos da Holanda, Reino Unido, Estados Unidos, Canadá, Brasil e

México.

Como base na informação recolhida, bem como da experiência informática do

autor, apresenta-se no Capítulo III um protótipo de um Sistema de Difusão na

Internet para o INE. Este capítulo, é talvez o que introduz, a principal mais-

valia deste trabalho na medida em que se contribui com um sistema que pode

integrar-se no projecto já existente actualmente.

Apresenta-se uma retrospectiva da criação e evolução do projecto Internet do

INE, já em curso.

A organização e estruturação da informação a disponibilizar são uma

componente fundamental do protótipo. Sugere-se uma estrutura que permita

responder com eficiência e de forma eficaz aos objectivos propostos.

A Arquitectura do Sistema, nas suas componentes lógicas, funcionais e da

implementação física constituem os alicerces principais do protótipo que serão

apresentados ao longo deste capítulo. As interfaces com o utilizador são

ferramentas importantes na implementação do Sistema dado que permitem a

__________________________________________________________________________________ Introdução

5

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________ Introdução

6

comunicação (diálogo) entre este e o utilizador. Serão apresentados os

protótipos dos principais interfaces do Sistema.

Para manter a funcionar o Sistema apresentado é necessário ter em conta um

conjunto de factores. Para um conhecimento dos utilizadores é necessário

preparar estatísticas de acessos, bem como disponibilizar mecanismos de

segurança que impeçam acessos não desejados. Outra questão importante são os

recursos a utilizar bem como a manutenção do sistema. Os custos e a respectiva

tarifação dos serviços a disponibilizar também serão abordados.

Finalmente apresentam-se as perspectivas de evolução do Sistema proposto e

referem-se as potencialidades da utilização da Internet dentro da própria

instituição (intranet).

Page 16: A Internet como meio alternativo de difusão de informação estatística

CAPÍTULO I

A DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO

ESTATÍSTICA

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

I A Difusão de Informação Estatística

A Importância da Informação Estatística

A sociedade da informação

A informação é cada vez mais considerada como um elemento indispensável à

tomada de decisões a todos os níveis. Constitui uma das bases essenciais para a

gestão moderna e assume, cada vez mais, uma importância estratégica no

desenvolvimento económico e social das sociedades e, simultaneamente, no

fortalecimento dos direitos e liberdade dos cidadãos.

A cada vez maior interpenetração das economias, o desenvolvimento de novos

projectos nacionais e internacionais, a vontade e a necessidade de acesso a

novas tecnologias, ao acompanhamento de tendências, à antecipação de

oportunidades, ou a redução de riscos e ameaças, são alguns dos factores

demonstrativos da necessidade crescente em utilizar informação.

Para muitos, o século XXI será o século da informação, onde os principais

intervenientes nas áreas económicas e sociais necessitarão a todo o momento de

informação de qualidade.

O século da informação

__________________________________________________________________________________ I - A Difusão de Informação Estatística 8

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

A informação estatística

Em particular, a informação estatística constitui um ingrediente indispensável

na formação de uma opinião pública informada numa base objectiva,

melhorando e reforçando o processo democrático.

Na planificação das suas políticas, os governos necessitam dispor de uma base

sólida de informação estatística sobre a qual possam fundamentar com rigor as

medidas a implementar e acompanhar o grau de eficácia da sua execução.

As estatísticas proporcionam aos agentes económicos, parceiros sociais,

investigadores, estudantes e público em geral, uma visão mais realista do meio

económico e social em que vivem, agem e interagem.

Segundo Manuel J. Vilares [Vilares 93] para que a informação estatística possa

desempenhar um papel importante, é necessário que satisfaça os seguintes

requisitos: Requisitos da informação

• Pertinência - O organismo produtor de estatísticas deve adoptar a

perspectiva do utilizador no sentido de valorizar a informação que produz

• Oportunidade - A disponibilização atempada da informação poderá

constituir um elemento fundamental nos processos de decisão

• Precisão - A existência de erros diminui o grau de credibilidade e em

consequência o nível de utilização

• Isenta de manipulação - O organismo produtor deve cultivar a imagem de

independência e competência profissional

• Harmonizada - Para possibilitar a comparação dos dados. Esta

particularidade reveste-se de grande importância no contexto da integração

comunitária

__________________________________________________________________________________ I - A Difusão de Informação Estatística 9

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

• Divulgação contínua e sem rupturas - Característica particularmente

importante para o funcionamento dos modelos econométricos que utilizam

séries de dados

• Constituir um factor de redução de incerteza – A informação só é

verdadeiramente útil se possuir um elemento de surpresa, ou seja se contiver

algo que não é conhecido.

A utilização da Informação Estatística

A informação estatística é produzida fundamentalmente nos organismos oficiais

podendo ser utilizada de formas diversificadas:

Os dados económicos são utilizados em Análises económicas pela

administração pública, consultores especializados e instituições financeiras na

análise de tendências, índices de inflação ou movimento de preços

Análises económicas

A análise das estatísticas sectoriais permitem às empresas Análises do mercado

em que actuam: Análises de mercado

• Analisar a sua própria performance em relação ao seu sector

• Verificar o número de potenciais utilizadores num dado sector ou zona

geográfica

• Analisar tendências das despesas dos consumidores

• Apreciar a procura do mercado

• Planear áreas de vendas

As estatísticas financeiras possibilitam Análises financeiras que são utilizadas

nas actividades bancárias e seguradoras na gestão dos seus fundos, estratégias

de investimentos e planos de trocas com outras instituições estrangeiras

Análises financeiras

Utilizando as estatísticas do trabalho é possível efectuar Análises de pessoal,

comparando, entre outros, produtividades e custos laborais em diferentes

sectores e regiões, por escalões de rendimentos e horas de trabalho.

Análises de pessoal

__________________________________________________________________________________ I - A Difusão de Informação Estatística 10

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Nesta dissertação iremos realçar essencialmente a informação estatística

produzida nos organismos oficiais.

Sistemas Estatísticos Nacionais

A importância das estatísticas nas sociedades modernas tem reflexos nas

prioridades que os Governos atribuem à institucionalização dos seus Sistemas

Estatísticos Nacionais (SEN)1. Os Governos que não dispõem de uma adequada

organização estatística estão fortemente enfraquecidos uma vez que não

dispõem de informação realista para fundamentar as suas decisões [Cunha 95b]

Segundo Manuel J. Vilares [Vilares 93] os sistemas estatísticos dos países

desenvolvidos assentam num conjunto de princípios estruturantes: segredo

estatístico, autoridade estatística, autonomia técnica, coordenação e

centralização estatística.

O princípio do Segredo Estatístico constitui uma preocupação constante de

todos os Institutos de Estatística e consiste na garantia da confidencialidade das

informações estatísticas individuais prestadas quer pelas empresas quer pelos

indivíduos.

Segredo Estatístico

O princípio da Autoridade Estatística consiste no poder de realização de

inquéritos estatísticos estipulando a obrigatoriedade de resposta e as sanções

para os casos de transgressão.

Autoridade Estatística

O princípio da Autonomia Técnica consiste no poder conferido aos órgãos de

um Serviço de Estatística2 de definir os meios mais ajustados à prossecução das

Autonomia Técnica

1 Sistema Estatístico Nacional - Conjunto de organismos públicos com competência na produção e difusão de informação estatística [Cf. Vilares 93] 2 Serviço Nacional de Estatística (Orgão Central de Estatística ou Instituto Nacional de Estatística) - Serviço de estatística principal. O seu peso depende do grau de centralização do Sistema. [Cf. Vilares 93]

__________________________________________________________________________________ I - A Difusão de Informação Estatística 11

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

suas atribuições, agindo com inteira independência no âmbito da sua

competência técnica.

Aos órgãos centrais de estatística é habitualmente confiada a função de

Coordenação Estatística que consiste na supervisão e coordenação das

actividades estatísticas no âmbito do Sistema Estatístico.

Coordenação Estatística

Centralização Estatística O princípio da Centralização Estatística que consiste no modelo organizativo

(no plano funcional) das actividades estatísticas dos institutos de estatística.

__________________________________________________________________________________ I - A Difusão de Informação Estatística 12

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

A Difusão de Informação Estatística

Em primeiro lugar, é necessário distinguir entre o conceito de difusão de

informação e o de disponibilização que lhe está associado [Felício 90]. A

disponibilidade decorre de uma atitude passiva, isto é, um determinado produto

é dado como pronto a utilizar e fica disponível, a aguardar que os utilizadores o

solicitem. A difusão, pelo contrário, corresponde a uma atitude activa, pronto o

produto a utilizar, o produtor toma a iniciativa de o difundir entre os seus

públicos.

Durante muitos anos os utilizadores de informação estatística não foram

consultados no planeamento das actividades dos órgãos oficiais de estatísticas.

Os produtores de estatísticas elaboravam os seus programas em função do que

eles próprios pensavam interessar aos utilizadores.

Nas últimas décadas assiste-se nos INE’s dos países mais desenvolvidos a uma

mudança progressiva de estratégia. Do fornecimento de dados estatísticos

orientados pela oferta disponível passa-se a uma estratégia oposta, isto é,

produzindo estatísticas em função da procura efectiva.

Segundo Jean L. Bodin [Bodin 96], são várias as razões dessa mudança

estratégica:

Mudança estratégica

• A apetência cada vez maior das empresas por informações económicas e

sociais tornou-se cada vez mais importante. Esse facto deve-se sobretudo à cada

progressiva globalização da economia e aos novos mercados emergentes, tanto

para as grandes como para as pequenas empresas

• A modernização e globalização dos sistemas educativos conjuntamente com

a expansão dos media aumentou o nível educativo dos utilizadores conduzindo

__________________________________________________________________________________ I - A Difusão de Informação Estatística 13

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

a uma procura crescente de informação estatística nos domínios económicos e

sociais. A transição da actual sociedade moderna pós-industrial para a

“sociedade da informação” é um factor emergente da nova procura e dos novos

desafios colocados aos produtores de estatística

• Ao tomarem consciência de que a qualidade da informação estatística

depende principalmente da confiança que os diferentes públicos depositam nos

seus trabalhos, os INE’s orientam a sua actividade no sentido de dar respostas

às reais necessidades dos utilizadores

• A criação de zonas integradas económica, monetária ou politicamente, fez

aumentar a necessidade de comparações internacionais, desenvolvendo

consequentemente uma maior procura de informação estatística

• Os INE’s, na sua maior parte, têm vindo a sofrer reduções significativas das

suas dotações orçamentais o que conduz a um maior rigor na planificação das

suas actividades.

Antes de formular as medidas para atingir os objectivos de uma política de

difusão de informação estatística é necessário definir:

Política de difusão

• Quem são os utilizadores?

• Que necessidades de informação a satisfazer?

• Como disponibilizar a informação?

Com o conhecimento destes indicadores podemos definir os diferentes tipos de

difusão e assim desenvolver um plano de difusão diferenciada, centrado nas

necessidades dos utilizadores.

__________________________________________________________________________________ I - A Difusão de Informação Estatística 14

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Classificação dos utilizadores

Para a implementação de uma política de difusão orientada para o utilizador, é

necessário em primeiro lugar conhecer esses utilizadores e agrupá-los. Não é

tarefa fácil o agrupamento dos utilizadores em classes perfeitamente definidas,

variando consoante o instituto de estatística e os critérios utilizados.

Um primeiro critério de classificação dos utilizadores, poderá ser o tipo de

organização/entidade a que pertencem [Appel 91] :

Tipo de organização/ entidade

• Administração Pública - Que inclui os membros dos parlamentos, governos

e trabalhadores do sector administrativo a nível nacional, regional e local

• Agentes económicos e sociais - Engloba as empresas, associações

empresariais e associações sindicais

• Ciência e Investigação - Que incluem as Universidades e Institutos de

Investigação, investigadores e estudantes

• Agentes de Informação - Que incluem os órgãos de comunicação social,

empresas de estudo de opinião de mercado e consultores de gestão

• Público em geral

Um segundo critério de classificação poderá ser o tipo de utilização da

informação, distinguindo-se três categorias [Goedegebuure,Overgaag 91] :

Tipo da utilização da informação

• Conhecimento/Saber

• Tomada de decisão

• Comercialização de informação

O primeiro critério de classificação utilizado apresenta a vantagem de facilitar

os mecanismos de consulta aos utilizadores, mas tem a desvantagem de não

__________________________________________________________________________________ I - A Difusão de Informação Estatística 15

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

permitir identificar as diversas utilizações da informação que se podem

verificar dentro de cada categoria de utilizadores. Nesta classificação perde-se a

noção do valor específico da própria informação [Cunha 95a].

O segundo critério baseado no tipo de utilização da informação sem referir o

tipo de utilizador pode impossibilitar a identificação de um conjunto de

utilizadores influentes e importantes e inviabilizar a disponibilização de

serviços e produtos para a satisfação das suas necessidades.

Perante a dificuldade de classificação dos utilizadores sob um único ponto de

vista, e atendendo à especificidade de cada instituto de estatística, a melhor

solução para o problema, segundo Ferreira da Cunha [Cunha 95b], será recorrer

a uma “matriz utilizador/utilização” reduzida a uma dimensão e na qual os

grupos/categorias de utilizadores merecedores de um tratamento personalizado

sejam considerados à parte. Assim, na elaboração de uma tal matriz, quer os

utilizadores quer as utilizações da informação, devem ser vistos e analisados,

pelo menos, nas seguintes quatro dimensões:

Matriz utilizador/ utilização

• Categorias/grupos de utilizadores

• Objectivos da Utilização

• Tipos de Informação

• Suportes de Informação

Avaliação das Necessidades dos Utilizadores

Após a caracterização dos utilizadores da informação estatística, uma das

questões que se coloca aos produtores é a de saber quais as necessidades de

informação a satisfazer. Essa questão impõe que os produtores avaliem essas

necessidades em diálogo directo com os utilizadores, sendo para tal necessário

encontrar métodos eficazes para as inventariar, analisar e avaliar.

__________________________________________________________________________________ I - A Difusão de Informação Estatística 16

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

A avaliação das necessidades dos utilizadores é uma tarefa dinâmica atendendo

a que o desenvolvimento económico e social conduz a mudanças na utilização

de certas estatísticas. Tomando como exemplo as necessidades de informação

estatística sobre o ambiente que, nas décadas anteriores, tinham uma expressão

reduzida nas actividades dos institutos de estatísticas. Actualmente, com uma

opinião pública mais virada para as discussões sobre o ambiente, as estatísticas

sobre essa matéria assumem uma dimensão e importância fundamentais.

Os difusores de estatística devem assim estar atentos às transformações do

mundo que os rodeia e fornecer as estatísticas de que esse mundo tem

necessidade para animar as suas reflexões. A imagem pública dos serviços de

estatística está vinculada à satisfação das necessidades dos utilizadores e à

capacidade de antecipação das futuras necessidades.

Podemos apontar alguns processos de avaliação das necessidades dos

utilizadores [Brackstone 91]:

Processos de avaliação das necessidades

• Privilegiar a consulta e a discussão com os utilizadores da Administração

Pública central, regional e local, uma vez que constituem o maior grupo de

utilizadores, analisando e avaliando as suas necessidades de forma a estabelecer

acordos em relação à informação a disponibilizar

• Criação de comités consultivos para definição da informação a

disponibilizar. Deverão ser constituídos por utilizadores das várias áreas e

sectores das empresas, universidades, órgãos de comunicação social e

consultores

• Elaboração de programas de avaliação de necessidades a estabelecer

aproximadamente de 5 em 5 anos

• Acompanhar as iniciativas e orientações políticas de modo a antever futuras

necessidades

• Efectuar inquéritos junto dos utilizadores para avaliar as suas necessidades

__________________________________________________________________________________ I - A Difusão de Informação Estatística 17

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

• Analisar os resultados das vendas de publicações e de outros serviços para

detectar tendências nas necessidades dos utilizadores

• As solicitações de comparação de estatísticas internacionais podem prevenir

futuras necessidades. Se a utilização de determinada informação estatística

aparece como prioridade noutro país é natural que isso se reflicta nas

necessidades dos nossos próprios utilizadores

• Efectuar reuniões, conferências e seminários periódicos em que participem

membros representativos dos diferentes grupos de utilizadores

• Analisar o resultado das acções desenvolvidas na avaliação das

necessidades, para que, de uma forma concertada poder dar resposta às

solicitações dos utilizadores.

As diferentes categorias de utilizadores têm necessidades de informação

diferentes. Se analisarmos as necessidades dos utilizadores segundo o tipo de

organização/entidade a que pertencem, as solicitações de informação são

diversificadas:

Necessidades segundo tipo organização

• Procura de dados pela Administração Pública - Os dados estatísticos para os

utilizadores da Administração Pública são fundamentais na planificação das

suas políticas. A análise dos dados estatísticos dos vários sectores da sociedade,

economia e ecologia permitem posteriores ajustes às políticas de

desenvolvimento. O nível de detalhe da informação solicitado por este grupo de

utilizadores varia consoante o seu nível de decisão. É natural que as decisões de

políticas regionais se baseiem em dados agregados ao nível de região, da

mesma forma que as políticas de âmbito nacionais e locais se baseiam em dados

agregados ao nível nacional e local.

Administração Pública

• Procura de dados pelos Agentes económicos - O tipo de informação

solicitada e a frequência da utilização varia com a dimensão da empresa. Na

preparação das suas decisões estratégicas e operacionais, as grandes

empresas procuram directamente nos institutos oficiais de estatística os

Agentes económicos

__________________________________________________________________________________ I - A Difusão de Informação Estatística 18

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

dados primários, ao mais baixo nível de detalhe. Dispondo de técnicos

especializados, têm capacidade para tratar e analisar esses dados. Os INE’s

estão, no entanto, limitados na disponibilização desses dados, decorrente da

obrigatoriedade de respeito pelo princípio do segredo estatístico. A

informação agregada por sectores ou por zonas geográficas poderá eliminar

esses problemas. As pequenas e médias empresas, não dispondo de

especialistas no tratamento da informação estatística, utilizam informação já

tratada e analisada, divulgada pelas associações empresariais, revistas

técnicas e jornais.

• Procura pelos meios científicos - As instituições científicas exploram os

dados das estatísticas oficiais de várias formas com questões específicas. Em

regra existe uma grande procura pela diversidade e detalhe dos dados que

são caracterizados.

Meios científicos

• Procura pelos Agentes de informação - Os fornecedores de informação

clássicos são os meios de comunicação social que necessitam dos dados para

análise e posterior publicação, enquadrados de forma diferente. O tipo de

informação solicitado por estes utilizadores é caracterizado por pedidos

avulso muito específicos, geralmente informação agregada, constituindo a

rapidez de disponibilização o factor de primordial importância. Também

existem agências especializadas em consulta de informação que realizam

análises de mercado e estudos económicos. As informações solicitadas

envolvem por vezes grandes volumes de informação para posterior

tratamento e comercialização.

Agentes de informação

• Para o público em geral os órgãos de comunicação social são os mais

comuns fornecedores de informação estatística. Não são fáceis de definir em

detalhe as necessidades do cidadão médio, no entanto a apresentação das

estatísticas para este grupo de utilizadores deve ser fácil de entender, com

notas explicativas e recorrendo a gráficos e figuras.

Público em geral

__________________________________________________________________________________ I - A Difusão de Informação Estatística 19

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Como difundir a informação estatística

Segundo John Cornish [Cornish 96b], podemos distinguir três componentes de

difusão: o tipo de produto/ serviço, os suportes e os canais de distribuição.

Tipo de produto/serviço

Dentro dos produtos/serviços que os institutos de estatística podem

disponibilizar podemos destacar as publicações, os produtos electrónicos e os

serviços.

Actualmente, as Publicações constituem ainda o principal meio de difusão de

informação estatística utilizado. Ao longo dos anos foram evoluindo de uma

forma gradual, incluindo gráficos, comentários e análises a acompanhar as

tradicionais tabelas ou quadros estatísticos, facilitando deste modo a sua

compreensão.

Publicações

Porque as publicações e listagens se tornavam meios relativamente incómodos

e dispendiosos, os utilizadores encontraram nos suportes electrónicos meios

fáceis e baratos de difusão de informação estatística. Para responder a essas

solicitações os difusores têm acompanhado as evoluções tecnológicas,

disponibilizando a informação estatística em produtos electrónicos: bandas

magnéticas, disquetes, tapes e, recentemente, o CD-ROM (Compact Disc Read

Only Memory).

Produtos electrónicos

Consequência ainda da rápida evolução tecnológica, outros serviços foram

aparecendo disponíveis ao utilizador como resultado da adesão dos institutos às

novas ferramentas de difusão. Podemos referir o Videotexto, o acesso a bases

de dados on-line, e, mais recentemente, a Internet3. Este tipo de serviços -

serviços on-line permitem ao utilizador aceder à informação a partir de casa ou

__________________________________________________________________________________ I - A Difusão de Informação Estatística 20

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Serviços on-line

do local de trabalho ininterruptamente 24 Horas por dia, 7 dias por semana.

Outro tipo de serviços podem ainda estar disponíveis como o fornecimento

(pessoal ou por telefone) de informações que não exijam grande investigação.

Suportes de Difusão

O principal suporte à difusão é ainda, na maior parte dos institutos de

estatística, o papel sob a forma de publicações, folhas de Fax, fotocópias de

microfichas, comunicados de imprensa e listagens de computador.

Papel

Podemos também encontrar publicações disponíveis em suportes magnéticos

como disquetes, CD-ROM, tapes e também estar acessíveis em bases de dados

on-line. O tipo de produto não condiciona os suportes a utilizar, ressalvando

que os produtos electrónicos e os serviços on-line impõem que o utilizador

disponha de um computador para a sua utilização.

Suportes magnéticos

Canais de Distribuição

A escolha do tipo de canal de distribuição depende do tipo de produto e suporte

associado estando condicionado pela rapidez a que o utilizador pretende obter a

informação.

Existem dois métodos de distribuição: o envio para o cliente (push) ou a

procura pelo cliente (pull). No primeiro caso podemos considerar o correio

tradicional, o correio electrónico, o fax e o fornecimento a intermediários. No

segundo caso destacamos o acesso a bibliotecas, solicitações de informação por

telefone, fax, videotexto, acesso a bases de dados on-line e Internet.

__________________________________________________________________________________ I - A Difusão de Informação Estatística 21

3 A difusão através da Internet será objecto de estudo detalhado no Capítulo II

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

A Problemática da comercialização

Actualmente as questões sobre a comercialização dos serviços estatísticos, no

contexto das estatísticas oficiais, estão a ganhar uma importância crescente nas

estratégias dos INE’s dos países mais desenvolvidos. No quadro dos seus

sistemas estatísticos nacionais, os INE’s têm a responsabilidade de assegurarem

estatutariamente a prestação de um serviço público.

A noção de prestação de serviço público não tem no entanto o mesmo

significado que teve no passado [Vilares 93]. Nos países organizados

politicamente pelo modelo dos regimes democrático e pluralista, a informação

estatística deixou de ser essencialmente um instrumento para apoiar as

actividades de governos e parlamentos, para ser considerada um bem colectivo.

Como tal pertence ao conjunto do país, uma vez que para a sua produção e

difusão são utilizados recursos com origem no financiamento público,

decorrendo daí o direito de todos a beneficiar de igualdade de acesso à

informação.

Nos últimos anos tem-se vindo a assistir em muitos países desenvolvidos a uma

tendência crescente, nos serviços oficiais de estatística, da comercialização de

informação estatística. Uma questão pertinente que se coloca é a da

legitimidade da venda de um bem público que é obtido a partir de inquéritos

obrigatórios e produzido com os dinheiros dos contribuintes. Esta questão tem

originado grandes discussões não só na opinião pública como no seio dos

próprios institutos que são confrontados com o problema.

__________________________________________________________________________________ I - A Difusão de Informação Estatística 22

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Porquê da comercialização de estatísticas?

Não há dúvida que as restrições orçamentais são uma das principais razões,

para a maior parte dos institutos nacionais de estatística, iniciarem a

comercialização das estatísticas produzidas. Desde os inícios da década de 70

que, numa tentativa de tornar mais eficientes os serviços públicos e, em

particular os serviços oficiais de estatística, muitos governos vêm reduzindo as

suas dotações orçamentais.

Restrições orçamentais

Na tentativa de continuar a manter a cobertura adequada das estatísticas oficiais

e como resposta aos cortes orçamentais, muitos institutos de estatística tentaram

numa primeira fase aumentar a sua produtividade. No entanto os cortes

orçamentais por parte dos governos acentuavam-se de ano para ano tornando,

apesar dos aumentos de eficiência e produtividade verificados, cada vez mais

difícil responder cabalmente às solicitações dos utilizadores.

A acompanhar os cortes orçamentais têm os institutos de enfrentar ainda o

aumento progressivo da procura de informação estatística não só dos

utilizadores públicos como cada vez mais dos sectores privados.

Aumento procura de informação

Para responder a estes desafios, alguns institutos de estatística encontraram

como solução a venda de parte da sua produção. Contudo, só tem sentido

aplicar esta solução, nos INE’s que têm permissão dos seus governos de incluir

as receitas obtidas nos seus próprios orçamentos. Em muitos países, as receitas

das vendas voltam para os cofres do Estado, o que não encoraja a

comercialização de produtos que são do interesse dos utilizadores

(consumidores).

Numa posição diferente, outros países com leis mais flexíveis, permitem que as

receitas geradas com a comercialização das estatísticas oficiais sejam

__________________________________________________________________________________ I - A Difusão de Informação Estatística 23

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

incorporadas na produção de novas estatísticas, assegurando o desenvolvimento

de novos produtos e serviços de acordo com as necessidades dos utilizadores.

Estão nessas condições os países mais desenvolvidos estatisticamente como o

Canadá, EUA, Austrália, Reino Unido e países nórdicos.

Apesar da evolução acentuada da comercialização de produtos e serviços de

estatística, tem de reconhecer-se que um grande número de INE’s, ainda

constrangidos por problemas de curto prazo, não reagiu com uma estratégia

adequada a estas tensões de procura de informação estatística, em que se

colocam algumas dificuldades quanto à delimitação da fronteira do seu estatuto

de prestadores de serviço público e de prestadores de serviços comercializáveis

[Vilares 93].

Vantagens da comercialização

A comercialização de produtos e serviços estatísticos, se por um lado veio

atenuar os efeitos das reduções nos orçamentos dos institutos de estatísticas,

por outro lado permitiu dar respostas mais eficazes às solicitações dos

utilizadores. Podemos apresentar algumas das vantagens inerentes à

comercialização: a definição de prioridades, adaptação a novas procuras de

informação, utilização de novas tecnologias e melhoria da imagem das

instituições.

A apetência do mercado pelos novos produtos e serviços vai ajudar os serviços

de estatística, com políticas de difusão orientadas para o utilizador, no processo

da definição de prioridades: Quais as estatísticas que devem ser produzidas?

Quais não devem? Definição de prioridades

As necessidades reais do utilizador tornam-se difíceis de detectar quando os

serviços e produtos são gratuitos ou muito baratos. Se os utilizadores tiverem

de pagar um preço igual ou próximo do valor real (preço de custo), vão

__________________________________________________________________________________ I - A Difusão de Informação Estatística 24

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

repensar as suas necessidades adquirindo só o que precisam, de forma a

valorizarem o seu dinheiro.

A comercialização permitirá aos serviços de estatística adaptarem-se mais

rapidamente a novas procuras de informação estatística, tornando-os mais

receptivos aos pedidos dos utilizadores.

Adaptação a novas procuras

A utilização de novas tecnologias permite satisfazer novas necessidades dos

utilizadores, nomeadamente os acessos a bases de dados, Sistemas de

Informação Geográfica (SIG) que permitem potencialidades que as publicações

nunca poderiam satisfazer.

Utilização de novas tecnologias

O conjunto das vantagens apontadas anteriormente conduzirá a uma melhoria

da imagem dos institutos.

Melhoria da imagem

Riscos da comercialização

Como vimos atrás, a comercialização das estatísticas oficiais introduz

melhoramentos a todos os níveis nos institutos. Existem no entanto algumas

dificuldades e riscos que é necessário ter em conta nesta abordagem.

Para alguns utilizadores, parece muito difícil aceitar que não podem aceder a

todas as estatísticas gratuitamente como no passado. É necessário um trabalho

muito persistente para convencer os utilizadores mais renitentes de que a

comercialização veio proporcionar um elevado número de novos produtos e

serviços os quais não estavam disponíveis no passado.

As dificuldades começam dentro dos próprios institutos, não sendo fácil

convencer os próprios estaticistas (durante anos a trabalhar na perspectiva de

que a estatística era um bem público), de que a modernização dos institutos

passa pela comercialização dos seus produtos.

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Outro problema que se coloca é se os institutos poderão aumentar

indiscriminadamente as vendas da informação estatística. Alguns autores, como

Lars Thygesen [Thygesen 93] acreditam na existência de um limite (receitas a

atingir 50% do orçamento global) a partir do qual os institutos correm o risco

de perder a sua integridade, imparcialidade e credibilidade, tornando-se

dependentes dos clientes pagadores da informação em detrimento das

necessidades da sociedade.

Outro novo tipo de problemas que se colocam aos institutos de estatística,

prende-se com a definição das prioridades na execução dos trabalhos. Qual a

ordem de prioridades entre um trabalho obrigatório (prestação de um serviço

público) e um trabalho a pedido (prestação de um serviço comercial) dispondo

dos mesmos recursos?

Os institutos têm de equacionar estes novos problemas e para cada um adoptar

uma nova estratégia.

Os Novos desafios da comercialização

Quem compra estatísticas?

Numa perspectiva de comercialização de informação estatística, têm os

institutos de estatística de conhecer os seus clientes de informação. Como

vimos atrás, a sua classificação em grupos/categorias envolve algumas

dificuldades e é variável de país para país. No entanto é necessário proceder a

essa avaliação no sentido de conhecer as necessidades específicas de cada um e

assim poder adaptar os seus produtos e serviços a essas necessidades.

Pode parecer um contra-senso, mas muitos institutos de estatística não dispõem

de estatísticas referentes aos seus clientes. Somente aqueles em que existe uma

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

dinâmica de comercialização muito forte e com alguns anos de experiência

apresentam informação sobre o assunto.

Em quase todos os países os principais clientes da informação estatística ainda

continuam a ser os sectores institucionais. No entanto o sector privado, face à

procura cada vez maior pela empresas de informação económica e social, tem

cada vez mais importância na estratégia de comercialização dos INE’s.

No Instituto de Estatística da Dinamarca, por exemplo, verificou-se nos últimos

anos uma evolução significativa das vendas de informação ao sector privado

passando de 38% (em 1988) para 41,8% (em 1992), enquanto se verificava um

decréscimo das vendas à Administração Pública Central de 42,7% para 35,3%,

no mesmo período de tempo (Tabela 1). De realçar o facto deste Instituto se

encontrar entre aqueles em que as receitas das suas vendas representam valores

superiores a 20 % do seu orçamento global.

Tabela 1 - Clientes do Instituto de Estatística da Dinamarca

Unidades: %

1988 1992Administração Pública Central 42,7 35,3Autoridades Locais 12,3 12,3CEE 7,0 10,6Sector Privado 38,0 41,8

Fonte: [Thygesen 93]

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Que produtos comercializar?

Em face das novas estratégias orientadoras para uma perspectiva comercial, os

INE’s não podem converter completamente a produção em estatísticas

comerciais. Alguns tipos de estatísticas devem continuar a ser financiadas

através dos orçamentos vindos dos cofres do Estado com o risco de se perder a

noção de que os institutos nacionais de estatística têm de manter o seu papel de

prestadores de um serviço público. Estão dentro deste âmbito as estatísticas

básicas, estatísticas de natureza geral cobrindo um largo conjunto de áreas que

permitem uma descrição de todos os importantes aspectos da sociedade:

demografia, protecção social, condições de vida, rendimentos e ambiente, entre

outros.

Estatísticas básicas

Estas estatísticas seriam recolhidas com os financiamentos públicos e os

utilizadores não seriam onerados com os custos de produção, mas somente com

os custos de distribuição e disponibilização.

Em face da manutenção das estatísticas básicas, que informação comercializar?

Devido às evoluções tecnológicas dos últimos anos torna-se possível aos

institutos nacionais de estatística dispor de um considerável repositório de

dados obtidos a partir da recolha da informação necessária à elaboração das

suas estatísticas básicas. Muitas vezes os dados são recolhidos de forma

detalhada, dados individuais de pessoas, empresas e pequenas unidades

geográficas. Com as capacidades de tratamento de informação permitidas pelas

novas ferramentas informáticas poderemos construir uma infinidade de outros

tratamentos e análises estatísticas.

Dado que se torna impossível publicar tudo, seria uma perda de oportunidade

para os institutos e para a sociedade em geral se se restringir a disponibilização

de informação ao que se publica. Advém daí a necessidade de definir os

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

mecanismos de tarifação para regularizar o processo. Isto significa que o

utilizador deve pagar se ele pretende obter algo de especial, isto é, informação

desagregada, novas combinações de dados, ou análises adicionais.

Alguns exemplos de serviços que deverão ser pagos pelos utilizadores

[Thygesen 93] :

• Dados desagregados a pequenas áreas estatísticas

• Criação de base de dados especiais para estudos longitudinais

• Quebras adicionais nas Contas Nacionais

• Acessos a bases de dados on-line

• Inquirição de questões adicionais num inquérito

Na venda de informação desagregada os institutos de estatística devem ter

sempre em atenção o respeito pelo princípio do segredo estatístico.

Analisando as receitas das vendas de informação estatística do Instituto de

Estatística da Dinamarca em 1992 verificamos que os trabalhos por encomenda

com 31,3% têm um peso significativo nas receitas (Tabela 2).

Tabela 2 - Distribuição percentual das receitas das vendas do Instituto de

Estatística da Dinamarca em 1992

Unidades: %

1992Venda de Publicações 17,0Trabalhos por encomenda 31,3Informação on-line 11,5Acesso a ficheiros de unidades estatísticas 8,0Outros 32,2Total 100,0

Fonte: [Thygesen 93]

Como comercializar as estatísticas?

__________________________________________________________________________________ I - A Difusão de Informação Estatística 29

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

A discussão de como comercializar as estatísticas produzidas pelos serviços de

estatística está na ordem do dia nos círculos estatísticos internacionais. Existem

duas correntes de opinião sobre o assunto: alguns autores são de opinião que a

comercialização deve ser conduzida por agências intermediárias enquanto

outros defendem que deverão ser os próprios institutos de estatística a assumir a

comercialização da sua informação [Thygesen 93].

Uma ideia com larga aceitação é a de que a comercialização e parte da

produção das estatísticas oficiais devem ser conduzidas por agências

intermediárias ou “brokers”, que são empresas privadas especialistas em

análise e difusão dos dados que conhecem as necessidades dos utilizadores.

Uma das razões apontadas para utilizar as agências intermediárias verifica-se

nos casos em que os institutos de estatísticas não podem, por impedimentos

governamentais, reutilizar as receitas provenientes das suas vendas em proveito

próprio. Os defensores desta opinião argumentam que os institutos nesta

situação, totalmente dependentes dos seus governos e sem qualquer experiência

de vendas, não estão em posição de competir com as empresas privadas.

Segundo Lars Thygesen [Thygesen 93] poderá ser perigosa esta opção não só

para o instituto como também para os seus utilizadores. O aumento da distância

entre o estaticista e o utilizador conduz a um conhecimento cada vez menor,

pelo estaticista, das necessidades do utilizador, dificultando a disponibilização

das estatísticas básicas e de novos produtos orientados para o utilizador. O

estaticista produziria em função das solicitações das agências intermediárias

que poderiam estar interessadas nas estatísticas mais comerciais em detrimento

das estatísticas básicas.

Agências intermediárias

Outra corrente de opinião defende que apesar da sua inexperiência na

comercialização da informação estatística, esta deve ser assegurada pelos

próprios institutos de estatística. É evidente que se colocam ao estaticista

__________________________________________________________________________________ I - A Difusão de Informação Estatística 30

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

muitos problemas quando assume um papel de vendedor e não existe, na maior

parte dos institutos a cultura de marketing necessária.

Para apoiar a comercialização deverão os institutos empreender algumas acções

de promoção directa e indirecta que permitem dar a conhecer os seus serviços e

produtos aos utilizadores.

Acções de promoção directa: Promoção directa

• Participação em feiras e exposições

• Contactos pessoais e por mailing

• Publicidade nos media

Acções de promoção indirecta: Promoção indirecta

• Estabelecimento de protocolos de cooperação com escolas e universidades

• Realização de seminários, congressos, conferencias e visitas de estudo

• Acções de cooperação internacionais

Custos da Informação Estatística

Para elaborar uma política de comercialização de informação estatística é

necessário avaliar os custos dos trabalhos estatísticos. Verifica-se que essa

avaliação, apesar de se tratar de uma operação complexa, realiza-se na maior

parte dos INE’s. A sua comparação mostra grandes disparidades entre eles

[Rivet 91].

O grau de desagregação da estrutura de custos pode envolver desde o

orçamento global ou por grandes funções (consumo corrente, investimentos,

pessoal) ao inquérito estatístico. A maior dificuldade da avaliação dos custos

deve-se ao facto de muitos institutos não disporem de contabilidade analítica,

sendo por vezes mais fácil determinar os custos dos serviços adquiridos a

terceiros do que os custos internos.

__________________________________________________________________________________ I - A Difusão de Informação Estatística 31

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

O cálculo dos custos dos trabalhos estatísticos envolve custos directos e

indirectos.

Poderemos considerar custos directos: Custos directos

• Custos de pessoal directamente envolvido em todas as operações

• Custos informáticos, que incluem análise, programação e equipamentos

• Custos de certos fornecimentos como questionários, envios postais

• Custos de difusão

Nos custos indirectos Custos indirectos

• Custos de pessoal de estrutura de gestão e dos serviços administrativos

• Custos de aluguer, manutenção e climatização

• Custos de comunicações

• Custos de materiais e amortizações

• Custos de fornecimentos diversos

Trata-se de uma tarefa complexa a determinação dos custos dos serviços

estatísticos e produtos, “a grande dificuldade reside na passagem de custos dos

trabalhos para custos dos produtos, na medida em que tanto um trabalho

estatístico pode dar origem a vários produtos como um produto pode dar

origem em diversos trabalhos” [Vilares 93]. As operações estatísticas estão

dependentes umas das outras dificultando a determinação de custos.

__________________________________________________________________________________ I - A Difusão de Informação Estatística 32

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Tarifação e Receitas

De um modo geral os produtos estatísticos são tarifados quer se trate de

publicações, trabalhos estatísticos sob encomenda ou acessos a bancos de

dados.

Contudo, um conjunto de serviços são prestados gratuitamente aos utilizadores

[Vilares 93]:

Serviços grátis

• Consulta das publicações

• Fornecimento pessoal ou por telefone de informações que não exigem

grande investigação

• Esclarecimentos sobre a informação que possa ser considerada como uma

despesa de promoção

Cada instituto de estatística tem a sua própria política de preços para os seus

produtos e serviços de que resultam preços substancialmente diferentes de

instituto para instituto, não sendo fácil a harmonização dos mesmos. A fixação

de tarifas a aplicar dependem de um conjunto de critérios tais como o tipo de

serviço, o meio de difusão, o tipo de cliente ou em função da utilização da

informação.

Necessitando de estabelecer um equilíbrio entre a prestação de um serviço

público e a comercialização de estatísticas, os INE’s na tarifação das

publicações (periódicas ou não), como regra não incluem os custo da

preparação da informação, o qual é considerado já pago pelo contribuinte

(através das dotações orçamentais do Estado). Incluem somente os custos de

impressão e de comercialização, não com o objectivo do lucro mas na

perspectiva de reduzir os custos de difusão.

Publicações

__________________________________________________________________________________ I - A Difusão de Informação Estatística 33

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Nos trabalhos realizados a pedido, tal como nas publicações de um modo geral,

não são facturados os custo da preparação dos dados primários, mas somente os

custos das operações adicionais de análise, programação, processamento e

difusão. Também poderá ser incluído um coeficiente adicional em função dos

prazos de execução.

Trabalhos a pedido

Alguns institutos de estatística dispõem de ficheiros de unidades estatísticas,

i.é., ficheiros de indivíduos, alojamentos, famílias ou empresas contendo

endereços ou outros atributos podendo, se o seu Sistema Estatístico o permitir,

disponibilizar essa informação em listagens ou outros suportes como disquetes,

tapes ou CD-ROM. Podem constituir uma fonte potencial de receitas e a sua

tarifação envolve um carácter especial.

Ficheiros de unidades estatísticas

A tarifação do acesso aos bancos de dados on-line coloca dificuldades

acrescidas atendendo aos vários factores envolvidos. Podemos considerar o

acesso por assinatura sem quaisquer limitações, ou a tarifação em função de

vários parâmetros como o volume de informação, o nível de desagregação e a

actualização da informação.

Bancos de dados

O Eurostat, órgão oficial das estatísticas comunitárias, propôs uma fórmula para

o cálculo da tarifação a aplicar nos acessos às suas bases de dados [Mathy 93]:

P = f + u * c * v * p0 * √n

em que

P - Preço total (em ECUs)

f - custos fixos para a extracção, carregamento e envio

u - coeficiente de actualização

c - coeficiente de partição

v - coeficiente de valor acrescentado

p0 - preço constante

__________________________________________________________________________________ I - A Difusão de Informação Estatística 34

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n - número de termos

A tarifação também pode ser aplicada consoante o tipo de cliente, sendo esta

situação menos frequente. Em certos institutos podem beneficiar de tarifas

reduzidas (ou gratuitamente) alguns elementos da administração pública,

deputados, jornalistas, investigadores ou estudantes.

Tipo de cliente

A tarifação em função da utilização da informação pode aplicar-se aos

ficheiros de unidades estatísticas e ao acesso a bancos de dados. No caso de se

tratar de revenda de informação, necessariamente que deve ser incrementado o

seu preço e devem os institutos celebrar acordos jurídicos com os revendedores.

Utilização da informação

Tradicionalmente, os INE’s não reclamavam os direitos de autor dos seus

produtos. Era até visto como um sinal de sucesso a reprodução das suas

publicações. No entanto, quando se inicia a comercialização de informação em

meios electrónicos, é necessário acautelar esses direitos, uma vez que a

reprodução de disquetes se torna barata e fácil.

Direitos de autor

Um problema especial de direitos de autor aumenta em relação às organizações

internacionais que recebem cópias de grandes quantidades de estatísticas

detalhadas dos seus estados membros. Estes organismos disponibilizam aos

seus utilizadores (que podem ser os mesmos) serviços similares aos dos países

de origem dos dados (que tem os custos totais), se praticar uma política de

preços diferente, pode gerar uma concorrência desleal.

O peso das receitas provenientes das vendas de produtos e serviços estatísticos

nos orçamentos dos institutos de estatística é muito variável, desde 2 a 3% até

aos 25% em certos países [ Rivet 91].

Receitas

__________________________________________________________________________________ I - A Difusão de Informação Estatística 35

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Enquadramento sistémico da difusão do INE

Instituto Nacional de Estatística

O SEN sofreu uma profunda reestruturação em 1989, com a aprovação das Lei

de Bases do Sistema Estatístico Nacional (lei n.º 6/89, de 15 de Abril) que

define as linhas orientadoras de aplicação dos princípios básicos que devem

presidir ao nosso sistema estatístico.

Pelo Decreto-Lei que aprova o novo estatuto do Instituto Nacional de

Estatística (Decreto-Lei n.º 280/89, de 23 de Agosto), o INE passa de um

organismo simples, sem qualquer tipo de autonomia, para um instituto público

dotado de personalidade jurídica, autonomia administrativa, financeira e

património próprio.

Ao INE compete por lei o exercício exclusivo de funções de notação,

apuramento, coordenação e difusão dos dados estatísticos que interessam ao

país, podendo no entanto tais funções serem delegadas (Art. 14º do lei n. 6/89).

Difusão de dados estatísticos

O objectivo central da restruturação do SEN, é que o INE produza

atempadamente e ao mais baixo custo para o orçamento do Estado, informação

fiável e adequada às necessidades dos utilizadores públicos e privados. Trata-se

de abandonar uma certa concepção segundo a qual o Instituto é um mero

serviço administrativo encarregado de coligir estatísticas essencialmente para a

Administração Pública, adoptando uma nova filosofia de gestão que incentive a

produção de informação estatística na perspectiva do utilizador.

__________________________________________________________________________________ I - A Difusão de Informação Estatística 36

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Política de difusão do INE

A política de difusão de informação do INE, atendendo ao seu estatuto de

prestador de serviço, não pode ser desenvolvida com o mesmo grau de

liberdade de uma empresa privada. O INE enfrenta um enquadramento de

mercado de informação algo distorcido, na medida em que [Cunha 95b] :

• Tem (quase) o monopólio da informação estatística oficial

• Tem uma missão estatutária de prestador de serviço público

• Está sujeito à limitação imposta pelo princípio do segredo estatístico

• O financiamento da sua actividade tem origem fundamentalmente no

Orçamento do Estado.

Com base nestes pressupostos, a política de difusão da informação praticada

pelo INE assenta nos seguintes princípios:

• Respeito absoluto pela inviolabilidade do princípio do segredo estatístico

nos termos da lei de bases do SEN

Segredo estatístico

• No âmbito da sua missão de prestação de serviço público, a disponibilização

informação produzida é assegurada por publicações acessíveis à

comunidade, com transparência e equidade. Garante a sua consulta gratuita

nos seus centros de documentação. Fornece ainda gratuitamente informação

aos órgãos de comunicação social

Assegura publicações

• Atendendo a que informação custa dinheiro, os custos da sua produção e

difusão, quando saiam fora do âmbito da prestação de um serviço público

(dados estatísticos produzidos por incumbência do Governo), devem ser

suportadas pelos utilizadores.

__________________________________________________________________________________ I - A Difusão de Informação Estatística 37

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Acesso à Informação Estatística

Dispondo de um vasto repositório de dados o INE agrupa a informação a

disponibilizar em dois tipos: Informação Publicada e Informação disponível

não publicada (Figura 1).

Fonte: INE

Figura 1 - Acesso à Informação Estatística no INE

A Informação Publicada envolve todo o conjunto de publicações (cerca de 60

títulos) com periodicidade que variam entre o mensal e o decenal, editadas pelo

INE. Estas publicações podem ser consultadas gratuitamente nos Centros de

documentação do INE ou adquiridas nos mesmos locais ou por assinatura.

Informação Publicada

__________________________________________________________________________________ I - A Difusão de Informação Estatística 38

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

A Informação não Publicada representa o conjunto da informação que já existe

disponível (ou possível de disponibilizar) a partir dos repositórios de dados.

Existem disponíveis para consulta gratuita nos Centros de Documentação

alguns quadros estatísticos ou séries cronológicas a um nível mais desagregado

do que aquele que se publica. Outro tipo de informação não disponível é

realizado a pedido do utilizador. Esta informação pode ser fornecida em suporte

papel ou disquete.

Informação não Publicada

Existem ainda outros meios de difusão utilizados pelo INE: CD-ROM,

Videotexto, a rede Reuters e, recentemente, a Internet4.

Já foram lançados pelo INE alguns títulos em CD-ROM e outros estão ainda em

fase de projecto:

CD-ROM

• TRÓIA - CD-ROM sobre o Comércio Externo Português. Já foram editados

dois títulos e encontra-se em fase de preparação o terceiro

• Censos de Portugal - CD-ROM sobre as estatísticas censitárias de 1864 a

1991. Encontra-se em fase de conclusão.

Videotexto Através do serviço Videotexto o INE disponibiliza, além da informação

promocional e, a título gratuito, informação estatística de carácter geral nas

grandes áreas estatísticas. Esta informação está agregada ao nível do país.

Rede Reuters Através da rede Reuters o INE envia gratuitamente informação para a

comunicação social sobre os aspectos mais relevantes das estatísticas

produzidas.

Receitas

__________________________________________________________________________________ I - A Difusão de Informação Estatística 39

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

As receitas do INE provêm essencialmente da Venda de Publicações e da venda

de Informação não Publicada.

O INE distribui gratuitamente um número de publicações muito superior às que

efectivamente se vendem (Tabela 3).

Tabela 3 - Distribuição de Publicações no INE nos anos 1993 e 1994

1993 1994Tiragem Total 62.361 109.260Distribuição gratuita 29.371 35.098Exemplares vendidos 18.251 22.702

Fonte: INE5

Os valores das receitas da informação não publicada é habitualmente superior

aos valores das vendas de publicações. No entanto, no ano de 1994 (Tabela 4)

verificou-se uma tendência diferente, como resultado do aumento significativo

do número de títulos impressos (Tabela 3).

Tabela 4 - Comparativo dos resultados das vendas de Publicações e

da Informação não Publicada nos anos de 1993 e 1994

Unidades: 103 Esc.

1993 1994 Var. (%)Publicações 51.253 67.654 32Informação não Publicada 68.405 61.553 -10

Fonte: INE5

Para além da venda de publicações e da informação não publicada, o INE tem

como fonte de receitas importantes a prestação de serviços aos mercados

externos sendo o EUROSTAT o principal cliente. No entanto a prestação de

serviços ao mercado interno tem vindo a registar aumentos significativos nos 4 Será tratado com mais detalhe no Capítulo III 5 “Avaliação da Realização do Plano de Difusão” - INE/94 (Documento Interno)

__________________________________________________________________________________ I - A Difusão de Informação Estatística 40

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________ I - A Difusão de Informação Estatística 41

últimos anos em detrimento da diminuição do peso dos mercados externos

(Tabela 5).

Tabela 5 - Distribuição percentual das receitas do INE pelos mercados

internos e externo segundo as vendas e prestação de serviços

para os anos 1990-1995

Unidades: %

1990 1991 1992 1993 1994 1995Vendas - Merc. Interno 3,0 7,2 10,3 9,6 13,5 8,6Vendas - Merc. Ext. 0,0 0,0 0,0 0,3 0,3 0,3Prest. Serv. - Merc. Int. 8,6 18,5 14,9 31,5 32,9 41,2Prest. Serv. - Merc. Ext. 88,4 74,2 74,8 58,6 53,4 49,9Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Fonte: Relatório e Contas - INE (anos 90-95)

Os valores das receitas próprias do INE correspondem a uma percentagem

pouco significativo do seu orçamento (Tabela 6). Após uma quebra

significativa das receitas registada em 1991 (4,9%) o INE tem vindo a

aumentar as mesmas de ano para ano em relação ao seu orçamento global.

Tabela 6 - Peso das receitas próprias do INE no orçamento global

nos anos 1990-1995

Unidades: %

1990 1991 1992 1993 1994 1995Vendas 0,3 0,4 0,8 0,8 1,3 1,0Prest. Serv. 8,8 4,6 7,0 7,0 7,9 10,2Total 9,1 4,9 7,7 7,8 9,2 11,2Total Orçam. 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0

Fonte: Relatório e Contas - INE (anos 90-95)

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CAPÍTULO II

ESTATÍSTICAS

NA INTERNET

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

II Estatísticas na Internet

A Internet

A evolução das Tecnologias da Informação

As estatísticas sempre acompanharam de perto a evolução das Tecnologias da

Informação. No século passado, Hermann Hollerith, estaticista do Census

Bureau - EUA, desenvolveu um sistema baseado em cartões perfurados e numa

máquina tabuladora que reduziu consideravelmente o tempo de processamento

dos dados dos Censos de 1890. O primeiro computador para aplicações

comerciais, o UNIVAC I, foi utilizado no apuramento dos resultados dos

Censos de 1950 no Census Bureau. Desde então, as inovações tecnológicas

têm-se sucedido a um ritmo sem precedentes, modificando a realidade que nos

rodeia a uma velocidade vertiginosa.

Os desenvolvimentos verificados nas novas Tecnologias contribuiram para a

expansão do mercado dos computadores, de utilização generalizada não só nas

organizações como em usos domésticos. Temos actualmente computadores

mais rápidos, mais potentes, mais baratos e de dimensões cada vez mais

reduzidas.

Nos últimos anos, as evoluções tecnológicos nos domínios dos sistemas de

informação e informática têm-se verificado em várias áreas, das quais

destacamos as que têm, ou poderão ter maior impacto nos serviços de

estatística:

Evoluções tecnológicas

__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 43

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

• Abandono progressivo dos grandes sistemas centrais, que dominaram

durante várias gerações, promovendo-se o downsizing, ou seja a

descentralização para servidores de processamento paralelo, computadores

pessoais e estações de trabalho (workstations)

• O desenvolvimento de aplicações distribuídas em arquitecturas

cliente/servidor

• A implementação de redes locais de computadores permitindo a partilha e

troca de informação entre computadores fisicamente dispersos

• As capacidades multimédia, que permitem processamento de informação

com texto, imagem e som em simultâneo. Associado às aplicações

multimédia surgiram novos suportes: CD-ROM e CDI

• A evolução verificada nos Sistemas de Informação Geográfica (SIG), que

possibilitam o tratamento e análise espacial da informação

• A revolução verificada nas Tecnologias da Informação provocou um

aumento na quantidade de informação que é necessário manusear

diariamente. O aparecimento de bases de dados cada vez com maiores

capacidades (data warehouse) de armazenamento e acesso à informação

• Na área das comunicações o aparecimento da Rede Digital de Integração de

Serviços (RDIS) veio possibilitar o transporte de qualquer tipo de

informação quer seja voz, dados, textos ou imagem

• O crescimento exponencial da utilização da Internet.

A Internet

A Internet nasceu a partir da rede Advanced Research Projects Administration

Network (ARPANet) no Departamento de Defesa dos Estados Unidos durante

os anos da guerra fria. A finalidade do projecto era estabelecer uma estrutura de

comunicações entre computadores, sem uma unidade central de comando,

capaz de sobreviver a uma catástrofe nuclear mesmo que um ou mais elos da

rede fossem destruídos.

__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 44

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Durante os anos 70 a rede cresceu através da interligação com a comunidade

científica, que a utilizou durante muitos anos para troca de mensagens,

verificando-se nos últimos anos um crescimento exponencial com a adesão de

novos utilizadores. O lançamento dos projecto Auto-estrada da Informação

(Information Highway) pelo governo dos Estados Unidos da América foi o

grande impulsionador da utilização generalizada da Internet.

Maior rede mundial de computadores

A Internet é hoje a maior rede mundial de computadores, que interliga milhares

de redes locais constituídas por computadores dos mais variados tipos. O que

permite a esta variedade de sistemas comunicarem entre si é o facto de falarem

a mesma linguagem, ou seja, usarem um protocolo comum de comunicação: o

TCP/IP6 .

Serviços disponíveis

Os serviços disponíveis na Internet são variados e em constante crescimento.

Numa tentativa de classificação e apontando a sua perspectiva de utilização no

campo das estatísticas podemos distinguir: o correio electrónico, a pesquisa e

transferência de ficheiros, o acesso a sistemas remotos e o acesso a informação

on-line.

O serviço de Correio Electrónico (e-mail) assenta basicamente sobre o

princípio da troca de mensagens entre dois ou vários utilizadores que possuam

o mesmo tipo de ligação. Aos "destinatários" e "remetentes" é atribuído um

endereço único que os identifica na rede mundial.

Correio Electrónico

O serviço de transferência de ficheiros designado por FTP7 possibilita a

transferência simples de ficheiros em diversos formatos entre dois ou vários

computadores.

FTP

__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 45

6 TCP/IP - Transmission Control Protocol/Internet Protocol 7 FTP - File Tranfer Protocol

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

De forma a facilitar a pesquisa de ficheiros existe o serviço Archie baseado em

servidores que mantêm catálogos com nomes de ficheiros e de servidores de

FTP onde estes se localizam. O Wide Area Information Servers (Wais)

constitui um sistema de pesquisa em catálogos indexados de base de dados de

texto.

Archie

Wais

A ligação a computadores remotos para a execução de programas a partir do

próprio computador do utilizador é feita através do protocolo Telnet. Telnet

O acesso a informação on-line é uma forma gráfica (interface Windows) de

navegar na rede, onde está disponível o serviço World Wide Web (WWW). Este

serviço é um dos principais responsáveis pelo crescimento exponencial da

Internet, sendo muitas vezes confundido com esta.

WWW

O modelo computacional do WWW baseia-se na filosofia cliente-servidor,

usando o protocolo HyperText Tansfer Protocol (HTTP), um protocolo de

transporte sem conexão e executado sobre o TCP/IP.

Os servidores Web apresentam páginas electrónicas com ligações hipertexto a

documentos, que podem integrar imagens, som e vídeo. A navegação entre

documentos é feita através das hiperligações (hiperlinks) que se encontram nos

próprios documentos sob a forma de texto colorido e/ou sublinhado, imagens

ou símbolos gráficos. Os documentos são descritos em HyperText Markup

Language (HTML), cada página referenciada por um endereço Uniform

Resource Locater (URL) e as facilidades de navegação são possíveis através do

protocolo HTTP.

Os clientes WWW têm em geral interface gráfica, são multi-plataforma e multi-

protocolo, possibilitando a apresentação da informação em HTML. Para a

visualização e navegação através dos documentos do WWW utilizam-se

__________________________________________________________________________________ Browsers II - Estatísticas na Internet 46

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

programas designados browsers, dos quais podem destacar-se os mais

populares disponíveis para vários sistemas operativos: Netscape Navigator,

NCSA Mosaic e Microsoft Internet Explorer.

Para facilitar a pesquisa de informação na imensidão da rede existem vários

programas de pesquisa (spiders) que percorrem a Web, a velocidades

impressionantes, à procura de páginas, organizando bases de dados com a

informação encontrada. O utilizador preenche uma caixa em que introduz uma

palavra-chave que submete ao programa de pesquisa. É possível ao utilizador

navegar sobre os resultado das pesquisas. Alguns dos mais populares: Yahoo,

Infoseek, Web Crawler, AltaVista, Lycos e Sapo (Serviço de Apontadores

POrtuguês)

Spiders

Utilizadores

A Internet não é propriedade de ninguém, ou seja, não existe uma entidade

governamental ou empresarial, que de forma centralizadora faça a sua gestão, o

que dificulta o conhecimento do seu número de utilizadores efectivos.

As estimativas apresentadas em revistas e documentação da especialidade

apresentam valores completamente díspares em relação ao número dos

utilizadores, variando entre os 10 e os 100 milhões no final de 1995.

É interessante analisar as previsões de crescimento da Internet (Tabela 7),

segundo Mary Meeker e Chris DePuy [Meeker, DePuy 96] e verificar que mais

de 60% dos PC’s estarão no final do século ligados à rede.

Tabela 7 - Previsões até ao final do século do número de PC’s e utilização de

serviços

Unidades: 106

__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 47

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

1995 1996 1997 1998 1999 2000PC 144 167 184 203 217 225E-mail 35 60 80 130 180 200Serviços on-line 8 13 18 23 27 30Internet 9 23 46 81 122 152 Fonte: [Meeker, DePuy 96]

Se no início os utilizadores da Internet eram na sua maioria estudantes

universitários, cientistas e investigadores, actualmente cada vez mais

organizações a procuram com objectivos promocionais e comerciais.

Segundo Deb Cameron [Cameron 95], a área comercial incluía 37% dos

domínios de utilização da Internet em 1993 (Tabela 8).

Tabela 8 - Distribuição percentual da utilização da Internet

segundo os domínios de utilização em 1993

Unidades: %

1993Comercial 37,0Educação 45,0Governo 8,0Militar 7,0Outros 3,0Total 100,0 Fonte: [Cameron 95]

__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 48

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Segurança

O crescente aumento do WWW como meio de prestação de serviço, incluindo

transacções comerciais veio levantar algumas questões novas, nomeadamente o

problema da segurança.

Os hackers, especialistas em crimes informáticos espreitam oportunidades de

aceder indevidamente aos sistemas das organizações ou particulares, podendo

roubar, destruir ou alterar informação valiosa, o que poderá causar prejuízos

irreparáveis. É importante para as empresas que pretendam disponibilizar ou

comercializar serviços na Internet estarem atentas a esta realidade.

Hackers

Segundo Stephen E. Arnold [Arnold 95], apresentam-se alguns potenciais

problemas de segurança provocados pelos hackers:

O acesso indevido a um sistema por captura de password é um dos processos

mais utilizados. Uma das técnicas é efectuar tentativas de acesso com

passwords com atributos como nomes, datas de nascimento, número de

telefone, dos reais utilizadores do sistema. Outra técnica é recorrer a programas

sniffers, que podem fazer a monitorização das entradas no próprio sistema ou a

interceptr a informação a circular na rede.

Captura de password

Outra das hipóteses de entrada indevida nos sistemas é através dos serviços

FTP e Telnet, que por vezes, por deficiente instalação, podem possibilitar o

acesso à raiz do sistema, facilitando o acesso aos hackers.

Entrada indevida

A existência de software gratuito, disponível na rede, pode ser um potencial

veículo de propagação de vírus. Vírus

__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 49

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

A vulnerabilidade e falhas dos sistemas também podem criar condições

favoráveis às entradas dos hackers nos sistemas. Nos sistemas Unix o comando

finger permite obter um manancial de informação sobre os utilizadores, acessos

e endereços de correio electrónico. Neste sistema o acesso à password de super-

utilizador (root) permite privilégios de administração, incluindo o controlo do

ficheiro das passwords de todos os utilizadores.

Vulnerabi- lidade dos sistemas

Para obviar os problemas apontados, existem alguns mecanismos de segurança

como a autenticação, encriptação, controlos de acessos e firewalls.

Autenticação

A Autenticação consiste em prevenir acessos não autorizados a aplicações

sensíveis e ao fluxo dos dados em bruto enquanto são transmitidos através da

rede. A autenticação é necessária para garantir ao fornecedor do serviço que o

utilizador do outro lado da linha é efectivamente o esperado.

Autenticação

Podemos enunciar alguns tipos de autenticação:

• Host filtering - Restringe o acesso a determinadas máquinas (hosts)

• Autenticação Básica (Basic Authentication) - Requer um login e uma

password de acesso, que circulam na rede sem qualquer encriptação

• Digest Authentication- Requer um login e uma password de acesso, mas

enviados através da rede de forma desordenada e encriptada impedindo a sua

leitura . Este método fornece um elevado grau de segurança.

O protocolo HTTP, na sua versão 1.0, continha um esquema de autenticação

básico, baseado em username/password, muito semelhante aos esquemas

usados pelo FTP e Telnet. Este esquema de autenticação é suportado por quase

todos os clientes e servidores WWW.

A utilização de esquemas de autenticação procura impossibilitar o acesso a

utilizadores WWW de uso genérico a determinadas aplicações. A confirmação

__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 50

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

da identidade do utilizador é feita por comparação da password fornecida com a

informação existente sobre os utilizadores no sistema. Visto que o HTTP é um

protocolo não orientado ao estado, a autenticação é feita por pedido/resposta.

Existem actualmente produtos (Ex. Oracle Web System) que suportam os três

tipos de autenticação.

Encriptação

A encriptação, um esquema de codificação secreto através de uma chave que

torna ilegível a mensagem para quem não possua a chave de descodificação

apropriada, é um dos meios mais utilizado para enviar informação através da

rede garantindo a segurança da mesma. Segundo Jorge Simão [Simão 95]

podemos enunciar algumas técnicas de encriptação baseadas em algoritmos de

criptografia de chaves secretas, públicas e funções hash (geração de números

aleatórios) que permitem implementar o conceito de assinaturas digitais de

forma a estabelecer comunicações seguras.

Encriptação

Controlo de Acessos

Com base na autenticação, é possível concretizar mecanismos de controlo de

acessos. A cada objecto, ícone ou ligação pode ser associada uma lista de

controlo de acessos, onde figuram os nomes de utilizadores e respectivo nível

de acesso que lhe é concedido. Cada tentativa de acesso a um dado objecto é

admitida ou recusada consultando a lista. Pode também fazer-se a auditoria das

tentativas de acesso impedindo-o após um número pré-definido de tentativa

falhadas.

Controlo de acessos

__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 51

Page 61: A Internet como meio alternativo de difusão de informação estatística

A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Firewalls

Os equipamentos das empresas ligados à rede Internet deverão estar isolados

das redes internas, excepto quando disponham de mecanismos de segurança

apropriados.

Os firewalls constituem uma barreira entre a rede interna e o mundo exterior,

com o objectivo de impedir a entrada de intrusos. Existem diversas

configurações de firewalls, consoante os tipos de acessos à Internet a partir da

rede interna permitidos aos utilizadores, bem como o tipo das ligações

acessíveis a partir do exterior (Internet).

Firewalls

Segundo Deb Cameron [Cameron 95] podemos considerar dois tipos de

firewalls:

• Screening router - é o mais apropriado para pequenas redes. O router, que

faz o encaminhamento do tráfego, pode filtrar os pacotes de informação

vindos do exterior de acordo com regras pré-definidas, tomando a decisão de

as encaminhar ou não para a rede interna.

• Para redes de maiores dimensões, sugere-se a utilização de Dedicated

Firewall System. Exige a utilização de um computador que faz a ponte entre

a rede interna e a Internet, monitorando e gerindo todo o tráfego de e para o

exterior. As ligações do exterior fazem-se directamente para este sistema e

não directamente para a rede interna. Os acessos são implementados ao nível

do protocolo TCP/IP e tem uma configuração específica para cada aplicação

diferente.

__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 52

Page 62: A Internet como meio alternativo de difusão de informação estatística

A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Transacções comerciais

Com a actual explosão de utilizadores e de fornecedores de informação na

Internet, assiste-se à sua utilização com fins comerciais, designadamente a

transacções de bens electrónicos (software, revistas e informação especializada

resultante de acessos a determinadas bases de dados) e a substituição de venda

de artigos por catálogo.

Actualmente, existem já alguns sistemas de pagamento na Internet, que

poderemos classificar, segundo José Costa [Costa 95], em três categorias:

sistemas de dinheiro electrónico, sistemas de contas débito/crédito e sistemas

de cartão de crédito. Todos os meios de pagamento têm uma ligação a um

banco para movimentação do dinheiro real.

Nos sistemas de dinheiro electrónico os utilizadores adquirem o dinheiro

electrónico em troca de dinheiro real através de uma instituição financeira. Uma

vez emitido, o dinheiro electrónico representa um valor que pode ser gasto no

comércio ligado ao sistema. As transacções entre vendedor e cliente passam

sempre pelo controlo do banco, sempre encriptadas, diminuindo as

possibilidades de fraude. Para o transformar em dinheiro real, os comerciantes

depositam-no na instituição financeira que o emitiu, ou gastam-no outra vez no

sistema. Podemos citar os sistemas DigiCash e NetCash como exemplos de

sistemas de dinheiro electrónico na Internet.

Dinheiro electrónico

Nos sistemas de Contas Débito/Crédito os consumidores registam-se em

servidores de pagamentos ficando com uma conta corrente, suportada por

ligação a conta bancária ou cartão de crédito. O tipo de conta é acordado com o

servidor. No momento da aquisição de um bem, o cliente envia a informação do

que pretende adquirir ao servidor. Este certifica a transacção enviando ao

cliente dois certificados, um dos quais para este enviar ao vendedor. O cliente

envia o certificado ao vendedor que lhe fornece o bem pretendido. Todas estas

transacções são encriptadas.

Contas Débito/ Crédito

__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 53

Page 63: A Internet como meio alternativo de difusão de informação estatística

A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Alguns sistemas que utilizam este meio de pagamento são o NetBill e o First

Virtual.

Os sistemas de cartão de crédito permitem transacções com pagamento

imediato, entre consumidores e vendedores, através de uma instituição

financeira. De cada vez que o consumidor pretende adquirir um determinado

produto, transmite os dados do cartão de crédito de uma forma encriptada ao

servidor que executa a transacção junto da instituição financeira. O servidor

transmite de forma encriptada ao vendedor os dados do cliente e o produto

adquirido. Este envia o produto pretendido ao cliente.

Cartão de crédito

O Cybercash é um sistema de pagamento que utiliza o cartão de crédito.

Outros projectos estão actualmente em desenvolvimento, no sentido de

melhorar, a curto prazo, a segurança nas transacções comerciais na Internet.

Estão neles envolvidas as principais empresas:

• Security Transaction Technology (STT) - Parceria da Microsoft e Visa

• Secure Electronic Payments Protocol (SEPP) - Parceria da Mastercard e

Netscape

__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 54

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Estatísticas na Internet

Alternativas à Difusão tradicional

Tradicionalmente a maior parte dos institutos de estatística disponibilizavam a

sua informação estatística agregada de vários modos, sendo dominante a

impressão em papel.

As constantes evoluções tecnológicas sempre constituíram um desafio a que os

institutos de estatística responderam com eficácia. Na década de 80, os suportes

à difusão foram evoluindo da microficha e banda magnética para as disquetes e

tapes. No início dos anos 90 começaram a aparecer o CD-ROM com

informação estatística e a possibilidade de se aceder a bases de dados on-line.

Actualmente, as novas Tecnologias colocam novos desafios aos difusores de

informação estatística, que poderão constituir alternativas aos meios utilizados.

Os SIG são uma tecnologia em grande expansão nos últimos anos,

possibilitando a integração de dados e informação geo-referenciada. Os

desenvolvimentos nestas áreas poderão incrementar a difusão da informação

estatística sob a forma de cartogramas.

SIG

O desenvolvimento de aplicações multimédia que integrem dados estatísticos

associados a imagem e som disponíveis em CD-ROM ou através de acessos on-

line podem constituir também um novo meio de difusão.

Aplicações Multimédia

A Internet pode constituir um meio privilegiado para difusão de informação

estatística, possibilitando aos institutos de estatística não só difundir a sua

informação por um vasto número de potenciais utilizadores, com preços de

Internet

__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 55

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

distribuição quase nulos como também abrir perspectivas de comercialização

futura. Na Internet podem coexistir bases de dados, SIG, aplicações multimédia

e todo um conjunto de serviços, como já foi referido anteriormente.

Segundo Christian Guittet [Guittet 95], a difusão de informação estatística

utilizando as novas Tecnologias deve seguir um conjunto de princípios básicos:

A informação a difundir deve ser independente do meio físico utilizado. Quer

seja em papel ou em CD-ROM, a filosofia básica de difusão deve manter-se,

apenas sujeita às limitações técnicas do meio utilizado.

Independente do meio físico

Ser flexível na satisfação dos utilizadores, proporcionando-lhe formatos

diversificados que sejam compatíveis com os que ele utiliza. Adoptar de

preferência produtos standards (MS-DOS, MS-Windows , UNIX, entre outros).

A adopção de novos meios não significa o abandono total dos existentes.

Flexível

Ter uma relação amigável (user-friendly) com todos os utilizadores, apoiando

de igual modo o especialista em novas Tecnologias e o utilizador que tem

dificuldades em manusear os programas no computador.

User-friendly

Deve evitar colar-se às Tecnologias do presente. A enorme rapidez da evolução

tecnológica implica a adopção de esquemas modulares para simplificar os

futuros desenvolvimentos em relação às mudanças do meio.

Adopção de esquemas modulares

Vantagens da Difusão na Internet

A difusão de informação estatística na Internet apresenta vantagens

significativas em relação a outros meios de difusão:

A capacidade multimédia do WWW permite que este possa ser visto como um

meio privilegiado de promoção, divulgando os catálogos de produtos e serviços

__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 56

Promoção

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

(sem incorrer em despesas como a impressão gráfica, publicidade e portes de

correio) como se tratasse de uma "montra virtual" acessível de qualquer parte

do mundo. Além dos catálogos de produtos, podem incluir-se formulários de

encomenda, possibilitando aos potenciais clientes o seu preenchimento e envio.

Melhorar o serviço aos clientes

Possibilidade de melhorar o serviço aos clientes através do correio electrónico

permitindo responder a perguntas, receber comentários e sugestões. A inclusão

na Web de páginas com as perguntas mais frequentes e as suas respostas, para

apoio a dúvidas simples e rotineiras é certamente mais eficiente e barato do que

a utilização de pessoal de apoio, libertando esse mesmo pessoal para outras

tarefas.

Mailing List A constituição de uma lista de endereços (Mailing List) dos subscritores dos

seus serviços facilita a divulgação de novos produtos e serviços.

Permitir acessos geograficamente dispersos. Populações do interior e de zonas

afastadas das fontes de informação passam a ter acesso de forma igual à

informação, eliminando um importante factor de atraso no desenvolvimento.

Acessos dispersos

A presença de um servidor na Internet, permite o acesso rápido e barato à

informação ininterruptamente 24 horas por dia e 7 dias por semana.

A informação no WWW pode aparecer em formatos diversos, legíveis por

qualquer cliente: texto, gráficos, tabelas e imagens.

Formatos diversos

Na Internet é possível disponibilizar o acesso a bases de dados de informação

estatística permitindo não só a consulta mas também a exportação dos dados

para o computador cliente (download) em vários tipos de formatos.

Coexistência de serviços

__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 57

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Podem coexistir na Internet bases de dados de informação estatística, SIG,

aplicações multimédia e todo um conjunto de serviços, como já foi referido

anteriormente.

Limitações e Dificuldades

Existem contudo algumas limitações na utilização da Internet, de entre as quais

podemos destacar:

Limitações a nível da rede

Limitações a nível de rede - As velocidades e largura de banda das redes de

comunicação não são as mesmas em todos os países. No caso de Portugal a

navegação é fortemente limitada não só pela velocidade de transmissão como

pela largura de banda, o que implica tempos de espera consideráveis na

transferência de ficheiros volumosos e no carregamento de gráficos e imagens.

Não estando as redes preparadas para o crescimento exponencial do número de

utilizadores que se tem verificado nos últimos dois anos, o excesso de tráfego

de informação provoca por vezes afunilamentos que implicam também tempos

de espera consideráveis na recepção da informação.

Excesso de tráfego

As empresas que proporcionam o acesso à Internet (Internet Service Providers)

não cobrem todas as áreas possíveis, nem todos os locais dispõem de nós de

acesso o que implica que nem todos os utilizadores beneficiam do acesso ao

preço de uma chamada local.

Existem algumas limitações técnicas da própria linguagem HTML. Por

exemplo só a partir da versão 3.0 foi possível construir tabelas.

Limitações técnicas

Existem ainda problemas de segurança, nomeadamente nas transacções

comerciais, que não são 100 % seguras.

Problemas de segurança

__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 58

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

A Internet é ineficaz para a difusão de grandes volumes de informação sendo

preferível utilizar o CD-ROM. Um CD-ROM tem capacidade para armazenar

650 Mbytes. A transferência do mesmo volume de informação através de FTP é

uma tarefa demorada, dependendo das capacidades e velocidades da rede e

adicionalmente do espaço em disco para armazenar essa informação no sistema

do utilizador.

Grandes volumes de informação

Ao disponibilizarmos grandes quantidades de informação estatística na Internet,

dá-se a possibilidade de acesso a milhões de potenciais utilizadores. São

enormes os benefícios em termos de distribuição mas as implicações

conceptuais poderão também ser significativas e provavelmente muito

problemáticas. A possibilidade de utilizar ferramentas de pesquisa, realizar

“querys” a bases de dados multi-dimensionais (tempo, região, sectores..) pode

permitir ao utilizador detectar inconsistências nos dados. Para obviar estes

problemas é necessário estruturar de forma adequada toda a informação a

colocar disponível na rede.

Detectar inconsistências

Bases de Dados na Internet

A apresentação dos dados no WWW pode realizar-se com dois tipos de

páginas: estáticas e dinâmicas.

A maior parte da informação estatística disponível no WWW quer sob a forma

de tabelas, gráficos ou texto são páginas estáticas. Cada página é preparada

manualmente, ou usando ferramentas de edição de documentos, em linguagem

HTML e armazenada no servidor de Web, onde estão acessíveis.

Páginas estáticas

As páginas geradas no momento em que o utilizador as acede através de

programas específicos (gateways) designam-se por páginas dinâmicas. Essa

possibilidade pode permitir fazer interrogações (querys) em tempo real a uma

base de dados e visualizar a resposta em páginas HTML.

Páginas dinâmicas

__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 59

Page 69: A Internet como meio alternativo de difusão de informação estatística

A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

CGI

Os programas Common Gateway Interface (CGI) permitem fazer o interface

entre o servidor WWW e os repositórios de dados (Sistemas de Gestão de Bases

de Dados, sistemas de ficheiros e SIG). Os fornecedores de informação podem

construir programas CGI que processem os pedidos obtidos dos utilizadores,

aceder a uma base de dados e converter a resposta no formato HTML.

Os INE’s que já dispunham de bases de dados on-line como meio de difusão e

de comercialização de informação estatística não necessitarão de um grande

investimento na transição para a Internet. Necessitam desenvolver programas

CGI que façam o interface entre o WWW e as bases de dados, já existentes.

É necessário mencionar alguns aspectos a ter em atenção na disponibilização de

acesso a bases de dados no WWW.

O desenho dos interfaces devem ser orientados na perspectiva orientado do

utilizador, constituindo soluções amigáveis (user-friendly), diminuindo em

complexidade e aumentando em flexibilidade [Sundgren 95].

Desenho de interfaces

É imprescindível a inclusão de meta-informação associada aos dados. Por

meta-informação entende-se “informação sobre informação”, isto é, descrição,

metodologia e conceitos associados às variáveis estatísticas, que possibilitem

ao utilizador falar a mesma linguagem do estaticista.

Meta-informação

Introduzir ferramentas que permitam ao utilizador pouco familiarizado com a

estruturação da informação estatística efectuar pesquisas por palavra-chave. Pesquisas por palavra-chave

Incluir meios técnicos que permitam salvaguardar o princípio do segredo

estatístico quer na disponibilização de dados agregados (macrodados) quer na

de dados primários individuais (microdados).

Salvaguar segredo estatístico

__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 60

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Navegando pelas Estatísticas do Mundo

Em 1994, alguns INE’s, como o canadiano, o Bureau of Census (EUA) e o

holandês, acompanhando o crescimento da Internet, foram pioneiros na sua

utilização como meio de divulgação de informação estatística. Actualmente os

institutos de estatística de cerca de três dezenas de países já disponibilizam

informação na Internet.

Que Informação Estatística no WWW?

Poderemos catalogar a informação disponível nos servidores dos institutos

nacionais de estatística em quatro categorias de informação: apresentação,

promocional, estatística e adicional.

A informação de apresentação inclui a informação de carácter geral

normalmente dando a conhecer a natureza do Sistema Estatístico Nacional

(SEN), Órgãos do SEN, Ordenamento jurídico/legislação do SEN/INE,

enquadramento do INE no SEN, Organização do INE e Locais de atendimento.

Informação de apresentação

A informação promocional inclui informação sobre: Informação promocional • Os produtos de difusão (os catálogos de publicações, a informação

disponível em disquetes, tapes, CD-ROM, Videotexto, on-line)

• Comunicados de Imprensa (Press-releases), Folhas de Informação Rápida,

novidades

• Perguntas mais frequentes (Frenquenty Asked Questions), formulação de

perguntas (Helpline) e comentários através de correio electrónico.

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

A informação estatística corresponde aos dados estatísticos propriamente ditos: Informação estatística • Estatísticas básicas - apresentadas sob a forma de tabelas, gráficos, figuras

ou cartogramas

• Acesso a Base de dados de Microdados, Macrodados e Meta-informação.

Pode incluir SIG.

Na informação adicional podemos incluir informação relacionada com as

estatísticas:

Informação adicional

• Ligação a outros servidores de outros institutos, instituições, universidades,

escolas ou grupos de interesse no campo da Estatística

• Eventos/Acontecimentos como meetings, feiras, seminários, workshops,

subordinados a temas relacionados com a Estatística

• Artigos ou documentação técnica sobre tratamento e sobre informação

estatística.

Em relação à informação disponível nota-se que a maior parte tem sempre

versões bilingues: inglês e a língua de origem. Nalguns casos, somente a

informação promocional vem em inglês.

Estratégias de evolução

Da observação realizada ao longo de um ano de navegações através dos sites

dos institutos de estatística, pode caracterizar-se a sua evolução sob dois

aspectos: técnico e na perspectiva comercial.

__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 62

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Nos aspectos técnicos, as funcionalidades e melhorias verificadas nos

servidores Web dos institutos de estatística acompanharam as evoluções

tecnológicas:

Aspectos técnicos

• A estruturação da informação em termos de organização e formatos dos

ficheiros começou a ser normalizada

• A estrutura das páginas e as facilidades de navegação melhoraram com as

novas versões da linguagem HTML. A possibilidade de inclusão de quadros

e tabelas permitiram aumentar as qualidades de design das mesmas

• A utilização de páginas dinâmicas e o acesso através de CGI a bases de

dados de informação estatística e geográfica

• A possibilidade de download de páginas em formatos standards de

impressão e de conversão: Postscript, PDF, RTF.

A evolução numa perspectiva comercial tal como nos ciclos de vida de um

produto analisados de uma perspectiva de marketing podemos destacar quatro

fases: nascimento, desenvolvimento, maturidade e declínio.

Perspectiva comercial

Na fase de nascimento, a maior parte dos institutos concebeu as suas páginas

numa perspectiva promocional. No fundo, para afirmar: “estou presente na

Internet!” Disponibilizaram a informação de apresentação, promocional e

alguma informação estatística básica para criar apetência para o produto. Cada

instituto pretendia mostrar ao mundo, porque a Internet é uma ligação global, a

sua história, o funcionamento do seu Sistema Estatístico, um pouco das suas

estatísticas, divulgando os seus produtos e aproximar-se dos seus utilizadores

recebendo comentários, sugestões e solicitações dos mesmos através do correio

electrónico.

Dependendo do SEN de cada país e das suas políticas de comercialização,

numa segunda fase inicia-se a comercialização de informação estatística.

__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 63

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Através de subscrição aos utilizadores é-lhes conferida uma chave de acesso a

bases de dados de informação estatística agregada e nalguns casos também a

informação geográfica.

Actualmente ainda nenhum instituto atingiu a maturidade na perspectiva da

comercialização. Uma das principais razões deve-se aos problemas de

segurança ainda existentes, não garantindo uma eficiência a 100% nas

transacções comerciais.

Projectos Significativos

Com base nas navegações efectuadas pelos institutos de estatística, caracterizar

individualmente cada um deles, torna-se nalguns casos uma tarefa extensa e

repetitiva. Pode caracterizar-se em traços gerais a realidade em cada um dos

cinco continentes por países e em seguida destacar alguns dos projectos que

parecem mais significativos no âmbito da difusão de informação estatística na

Internet. O critério de selecção com maior peso é a possibilidade de acesso a

bases de dados.

Europa

Os países do Leste (Bulgária, Polónia, Eslovénia, República Checa) só este ano

disponibilizaram as suas primeiras páginas no WWW, na sua maior parte são

informação de apresentação e referência a produtos disponíveis.

Nos países da Comunidade Europeia, quase todos disponibilizaram as suas

primeiras páginas no WWW em 1994 e 1995 (à excepção da Dinamarca, só este

ano) possuindo actualmente na sua maior parte informação de apresentação e

promocional e estatísticas básicas. De um modo geral apresentam páginas de

excelente qualidade técnica. Podemos destacar os institutos da Holanda e

Inglaterra por permitirem acessos a bases de dados.

__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 64

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

América

Os países da América do Norte (EUA e Canadá), foram pioneiros na utilização

da Internet como meio privilegiado de difusão de informação estatística. Estes

projectos serão objectos de análise mais detalhada.

Nos países da América Central e do Sul destacamos respectivamente o México

e o Brasil, que também possibilitam o acesso a bases de dados. Além destes é

de realçar a excelente qualidade do projecto do Instituto de Estatística da

Argentina (INDEC8) não incluído nos projectos a analisar com mais detalhe,

por o acesso à bases de dados estar ainda em desenvolvimento.

Ásia

Nenhum dos INE’s observados (Japão, Taiwan, Indonésia, Singapura) dispunha

de acesso a base de dados. A informação incluída corresponde ao da

generalidade dos outros institutos: apresentação, promocional e estatísticas

básicas.

África

Consequência do atraso tecnológico desta região do globo somente o Instituto

de Estatística da África do Sul (CSS9) disponibiliza, desde o final de Julho

deste ano, páginas de informação de carácter geral no WWW.

Oceânia

Os Institutos de Estatística da Nova Zelândia e Austrália, muitas vezes

apontados como os mais evoluídos estatisticamente, a par do Statistics Canada,

apresentam informação de carácter geral. Não dispõem ainda de acesso a bases

de dados. É interessante notar a informação adicional, principalmente artigos

8 INDEC - Instituto Nacional de Estadística y Censos 9 CSS - Central Statistical Service

__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 65

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

científicos no campo da estatística, que o instituto australiano (ABS10)

disponibiliza.

Organizações

Podemos referir algumas organizações internacionais que se encontram ligadas

à Estatística e que podem ser acedidas na Internet se bem que não

disponibilizem informação estatística: EUROSTAT11, OECD12, UN/ECE13,

ISI14.

Holanda (CBS15)

O Sistema Estatístico Holandês é completamente centralizado. Praticamente

toda a informação estatística é produzida e difundida pelo CBS. O CBS não tem

Direcções Regionais, está repartido por duas localidades (Voorburg e Heerlen),

com o único intuito de distribuir geograficamente as oportunidades de emprego

[Vilares 93].

O CBS disponibiliza no seu site no WWW16 informação de apresentação,

informação promocional e algumas estatísticas básicas com tabelas, figuras e

gráficos. Desde 1 Agosto de 1996, existe disponível o acesso à base de dados

STATline que contém um vasto conjunto de informação estatística agregada

sobre a Holanda.

10 ABS - Australian Bureau of Statistics 11 EUROSTAT - The Statistical Office of the European Communities 12 OECD - Organization for Economic Co-operation and Development 13 UN/ECE - United Nations Economic Commission for Europe /Statistical Division 14 ISI - International Statistical Institute 15 CBS - Central Bureau of Statistics 16 http://www.cbs.nl

__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 66

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

STATline17

Esta base de dados disponível no WWW vem dar continuidade aos projectos de

difusão de informação estatística anteriormente desenvolvidos pelo CBS, como

o STATview e o acesso on-line ao STATline (fora da Internet).

Os elementos básicos da base de dados STATline são as publicações. Podemos

distinguir três categorias de publicações:

• Matriz - São tabelas multi-dimensionais realizadas a pedido e apresentadas

sob a forma de quadros em páginas dinâmicas HTML. Segundo Wouter J.

Keller [Keller 96] numa matriz multi-dimensional (cubicles) uma dimensão

pode reflectir um conjunto de variáveis (p. ex. número de empregados, lucro,

preços), uma segunda o eixo dos tempos (p. ex. anos e meses), enquanto

outras dimensões correspondem às varias classificações (ramos de

actividades, regiões, entre outras). Os itens dentro da matriz reflectem as

medidas (número de) de uma certa variável (empregado) no domínio

definido pelo cruzamento das categorias do outro eixo (na indústria x na

região y no tempo t).

Matriz

• Tabelas pré-definidas - Estas tabelas correspondem aos quadros estatísticos

disponíveis nas publicações em papel tal como os Anuários Estatísticos.

Podem seleccionar-se uma ou mais tabelas, visualizá-las ou importá-las para

uma folha de cálculo (Quattro Pro ou Excel).

Tabelas pré-definidas

• Texto - Incluem a informação promocional: comunicados de imprensa e

catálogos de publicações disponíveis.

Texto

A procura da informação pode realizar-se de duas formas: Procura de informação

__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 67

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

• Selecção directa da publicação, no caso do utilizador conhecer a sua

localização, ou procurando através das listas disponíveis

• Procura por palavra-chave.

A organização das publicações é feita por grupos, contendo cada um deles

matrizes, tabelas e texto.

A selecção mais complexa é por matriz, necessitando definir os vários itens de

cada dimensão. As tabelas são realizadas sobre informação agregada, ou seja

mesmo no caso de selecção de matrizes de publicações só podem seleccionar-se

itens pré-definidos e os cruzamentos de variáveis previamente concebidas.

Selecção

Existe também meta-informação disponível, podendo referir-se ao total da

matriz, aos eixos e às suas variáveis e categorias, e aos itens individuais dentro

da matriz. Alguns problemas referentes à meta-informação surgem nas

definições de variáveis ou categorias que podem variar através do domínio, em

particular do tempo. Outros problemas similares surgem em certos itens que

somente estão disponíveis para certas categorias e níveis de classificação,

impossibilitando algumas comparações.

Meta-informação

Se o utilizador não faz a menor ideia onde encontrar a informação que procura

pode inserir uma palavra-chave. O sistema devolve ao utilizador a lista das

publicações onde essa palavra se encontra, sob a forma de ligações (links), que

este pode seleccionar.

Palavra-chave

Ao utilizador é permitido aceder a cerca de 1 Gigabyte de informação

estatística gratuitamente. Está no entanto limitado ao download de 250 Kbytes

de dados. Toda a informação contida na base de dados encontra-se disponível

em CD-ROM.

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17 Informações do projecto foram compiladas a partir do site WWW do CBS

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A solução técnica para disponibilizar a base de dados STATline na Internet

incluiu a utilização de um CGI e um interface especial desenvolvido no CBS a

que foi dado o nome de WITCH (Figura 2). De cada vez que o utilizador

requisita dados, o Witch transforma o pedido numa query para o STATline e

gera na resposta uma página em HTML. Para visualizar as páginas o utilizador

necessita utilizar um browser que suporte tabelas.

Solução técnica

Fonte: [Keller 96]

Figura 2 - Ligações ao STATline

__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 69

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

O STATline ainda se encontra em fase de testes, apresentando problemas para

tabelas com grandes volumes de dados. A informação estatística está somente

em holandês, o que dificulta a compreensão dos conteúdos.

Reino Unido (ONS18)

O Sistema Estatístico Nacional do Reino Unido é descentralizado e compreende

mais de 20 serviços de estatística em diferentes departamentos governamentais

[Vilares 93]. O ONS resultou da fusão, em 1 de Abril de 1996, do “Central

Statistical Office” (CSO) e do “Office of Population Censuses and Surveys”

(OPCS).

O ONS disponibiliza no seu site WWW19, à semelhança de outros institutos,

informação de apresentação, promocional e algumas estatísticas básicas.

Permite aceder uma base de dados estatística ONS Databank.

ONS Data Bank20

O ONS Data Bank é uma base de dados com cerca de 55.000 série temporais.

Se considerarmos as combinações de algumas séries que podem ser mensais,

trimestrais ou anuais, o seu número total pode ascender a 75.000. Os dados

disponíveis cobrem os principais indicadores e muitas das séries estatísticas

publicadas nas séries económicas e financeiras.

Para poder aceder à base de dados, é necessário utilizar um software específico

Navidata, desenvolvido pelo ONS. Este software permite de um modo fácil

manipular e comparar dados, construir quadros e gráficos. Adicionalmente os

dados podem ser exportados para outras ferramentas como processadores de

18 ONS - Office for National Statistics 19 http://www.emap.com/ons 20 Informações do projecto foram compiladas a partir do site WWW do ONS

__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 70

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

texto e folhas de cálculo. O Navidata encontra-se disponível para download no

site WWW do ONS.

O acesso a este serviço faz-se por subscrição. Ao subscrever o serviço o

utilizador recebe um user-id/password com o qual se identifica perante o

sistema.

Não foi possível analisar em detalhe o seu funcionamento pelo facto de não ser

subscritor.

Canadá (SC21)

O Canadá tem um Sistema Estatístico centralizado funcionalmente no qual, o

órgão central de Estatística, o SC, tem a principal responsabilidade de servir as

necessidades estatísticas do país. A maioria das estatísticas oficiais são

produzidas e difundidas pelo SC que está geograficamente descentralizado: os

serviços centrais estão em Otawa e possui oito Direcções Regionais através do

Canada. O Statistics Canada é considerado como um dos melhores institutos de

estatística do Mundo sendo também pioneiro na comercialização de informação

estatística [Vilares 93].

O SC vende anualmente cerca de 1,2 milhões de publicações, recebe cerca de

1,3 milhões de pedidos de informação e responde a cerca de 400.000

telefonemas22.

O SC foi pioneiro na difusão de informação estatística na Internet. Em

Fevereiro de 1994 tem o seu próprio servidor ligado à Internet. Começa por

21 SC - Statistics Canada 22 Estas informações e as seguintes foram compiladas a partir do site WWW do SC

__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 71

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

disponibilizar um serviço gopher (sistema de acesso a informação orientado por

menus) e em Fevereiro de 1995 adere ao WWW.

O SC disponibiliza no seu site WWW23 um dos mais completos conjuntos de

produtos e serviços:

• Informação de apresentação

• Informação promocional, que para além da promoção dos seus produtos e

das perguntas mais frequentes, inclui a publicação de um jornal diário sobre

estatísticas - Daily

• Informação adicional que inclui um conjunto significativo de artigos

científicos sobre Estatística

• Disponibiliza estatísticas básicas e uma base de dados de séries temporais -

CANSIM24.

O SC lançou este ano mais um grande projecto baseado na Internet - o “Data

Liberation Initiative” (DLI), que possibilita às instituições académicas o acesso

aos seus ficheiros e bases de dados estatísticas para investigação e ensino

[Boyko 96]. As instituições através de uma subscrição anual permitem aos seus

estudantes e professores o acesso, através da Internet, a um vasto repositório de

informação estatística, que inclui ficheiros de microdados, de informação

geográfica e as bases de dados CANSIM, Censos e Comércio Externo. O

acordo entre as instituições e o SC limita a utilização destes ficheiros

exclusivamente para o ensino e investigação, impedindo a sua comercialização.

CANSIM

CANSIM é uma base de dados que contém mais de 650.000 séries temporais,

agrupadas em cerca de 8.000 matrizes (Figura 3).

23 http://www.statcan.ca 24 CANSIM - Canadian Socio-Economic Information Management System

__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 72

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Fonte: http://www.statcan.ca

Figura 3 - Arquitectura da Base de dados CANSIM

Uma série tempora da base de dados CANSIM pode ser acedida de quatro

formas:

• Por especificação directa de um ou mais códigos numéricos da série

temporal

• Especificando o número de matriz e seleccionar uma ou mais séries

temporais a partir da lista disponível

• Utilizando a pesquisa por palavra-chave, que funciona até ao nível de matriz.

De entre a lista de matrizes seleccionar a que lhe interessa. Dentro da matriz

escolhida seleccionar a série ou séries pretendidas (a partir da lista)

• Utilizando a Lista de Áreas e Temas que permite identificar os números de

matrizes. As fases seguintes processam-se do mesmo modo que na opção

anterior.

Os resultados das pesquisas podem aparecer sob a forma de páginas HTML,

formato tabela ou pode fazer-se o download do ficheiro.

__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 73

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

A solução técnica para disponibilizar a base de dados CANSIM na Internet

incluiu a utilização de um CGI e um interface especial (scripts escritos em

PERL) desenvolvido no SC.

Solução técnica

Estados Unidos (USBC25)

O sistema Estatístico dos EUA é descentralizado, não existe mesmo um

organismo central de estatística. Oito departamentos do Governo Federal

dispõem de serviços de estatística:

• O Serviço de Estatísticas da Agricultura (Departamento da Agricultura)

• O “Bureau of Economyc Analisys” e o “Bureau of Census” (Comércio)

• O Centro de Estatística da Educação (Educação)

• A Administração de Informação sobre Energia (Energia)

• O Centro de Estatísticas da Saúde (Saúde e Serviços Humanos)

• O Bureau of Labour Statistics (Trabalho)

• O Centro de Estatísticas da Distribuição do Rendimento e Serviço de

Rendimento Interno (Tesouro)

• O Serviço de Estatística da Justiça (Justiça).

Estas agências operam na base de estatutos separados. O Serviço de Gestão e

Orçamento (OMB) é responsável, de acordo com a Lei de procedimentos

contabilísticos e orçamentais, pela coordenação global e orientação da política

da actividade estatística.

Os Estados Unidos estão entre os países onde é mais importante a actividade

privada na área de estatística [Vilares 93]. De entre os vários serviços de

estatística dos EUA optou-se por apresentar os projectos do Bureau of Census.

__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 74

25 USBC - United States Bureau of Census

Page 84: A Internet como meio alternativo de difusão de informação estatística

A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

O USBC foi pioneiro em Janeiro de 1994, na disponibilização de informação

estatística na Internet. O seu site no WWW26 já ganhou alguns prémios, tendo

sido incluído na lista dos top 100 da revista PC Magazine [Kavaliunas 96].

No ano passado, o site tinha à volta de 250.000 acessos por mês. Actualmente,

o mesmo número é atingido em 2 dias e os utilizadores fazem o download de

cerca de 10.000 ficheiros por dia. Estes números mostram a forma como os

utilizadores tradicionais aceitaram com agrado a utilização da Internet como um

outro meio de difusão.

Um inquérito sobre como pretendiam futuramente aceder aos dados, conduzido

na Primavera de 1995 aos utilizadores habituais (não da Internet) do USCB,

mostrou que 79% pretendem utilizar a Internet, 77% o CD-ROM e 64% o

suporte papel. Estes valores mostram que o mesmo utilizador pode optar em

simultâneo pelos três meios possíveis, os quais não se substituem, antes se

complementam. Num inquérito do mesmo tipo conduzido em 1993, somente

3% dos utilizadores dava preferência à difusão on-line [Kavaliunas 96].

Além da informação de apresentação e promocional o USCB possibilita o

acesso a um vasto repositório de informação não só estatística como também

geográfica. O acesso à informação é facilitado por uma grande variedade de

sistemas27: Datamap, 1990 Census Lookup, Tiger Map Server e Data Extraction

System.

O sistema DataMap permite o acesso a mapas contendo dados sobre unidades

geográficas administrativas, os estados e os distritos.

DataMap

__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 75

26 http://www.census.gov 27 Informações dos projectos foram compiladas a partir do site WWW do USCB

Page 85: A Internet como meio alternativo de difusão de informação estatística

A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

O sistema 1990 Census Lookup permite aceder a informação dos Censos de

1990 em cerca de 300 CD-ROMS.

Census Lookup

O Tigger Mapping Service possibilita o acesso a uma base de dados de

informação geográfica que contém mapas digitalizados de todas as áreas do

país (em maior ou menor detalhe). Utilizando estes mapas e a informação

estatística disponível o próprio utilizador pode criar os seus próprios mapas

temáticos.

Tigger Mapping Service

O Data Extraction System é um sistema geral de extracção de dados não

confidenciais, a partir de um vasto repositório. Estão disponíveis vários tipos de

formatos (SAS,XLS e ASCII, entre outros) e a extracção é feita por FTP.

Data Extraction System

Para recuperar alguns custos associados à manutenção do site na Internet, o

USCB lançou o CenStats, um serviço electrónico por subscrição (Electronic

Subscrition Service) [Kavaliunas 96].

CenStats

CenStats

A implementação deste serviço desenvolve-se em três fases:

Numa primeira fase (concluída) disponibilizar no WWW todas as publicações

editadas, desde 1 Janeiro de 1996, no formato Adobe PDF, que possibilita ao

utilizador não só uma boa qualidade na visualização no écran como na

impressão posterior das páginas.

Numa segunda fase, ainda em desenvolvimento, o USCB pretende possibilitar

ao utilizador a manipulação e extracção de dados, acedendo a sistemas

similares aos já existentes Datamap, Census Lookup e Tigger Map Services.

__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 76

Page 86: A Internet como meio alternativo de difusão de informação estatística

A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Numa terceira fase prevê-se uma cobrança on-line pela extracção e tabulação

dos dados de acordo com as especificações.

A primeira fase de acesso ao serviço é livre durante um período inicial de

testes. Após essa fase a taxa de subscrição inicial para utilizadores individuais

custará cerca de $50 por trimestre e $150 por ano. Para empresas com acesso

ilimitado (até 200 acessos em simultâneo) o valor anual será de $500.

Brasil (IBGE28)

O IBGE disponibiliza no seu site WWW29, à semelhança de outros institutos,

informação de apresentação, promocional e algumas estatísticas básicas.

Possibilita através de um serviço FTP a transferência de ficheiros contendo

mapas, tabelas, meta-informação (conceitos, definições e classificações).

Permite aceder uma base de dados estatística SIDRA II, que ainda se encontra

numa fase experimental.

SIDRA II30

Esta Base de Dados tem dados estatísticos e geocientíficos das principais

pesquisas produzidas pelo IBGE. Nesta fase de testes apenas contempla as

pesquisas conjunturais e parte do Censo Demográfico de 1991.

Este serviço permite ao utilizador construir quadros estatísticos com a

informação seleccionada. A selecção é feita hierarquicamente por Tema,

Variável, Cruzamentos e Categorias (dentro da variável), a partir de listas pré-

definidas. Após esta selecção o utilizador pode escolher a Unidade Geográfica

e as Unidades Temporais (se existirem) dentro das listas disponíveis.

28 IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas 29 http://www.ibge.gov.br

__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 77

Page 87: A Internet como meio alternativo de difusão de informação estatística

A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Ao utilizador é dada a possibilidade de definir a apresentação da tabela de

dados. Permite definir o que fica em linha e em coluna e a ordem de quebra das

Variáveis, Categorias, Unidades Geográficas ou Unidades Temporais.

Permite inclusive fazer testes de ajustamento do quadro antes de o construir. É

sempre possível gravar a tabela de dados num formato que possibilite a futura

utilização em folha de cálculo. Verificaram-se alguns problemas em relação ao

carregamento de tabelas de grandes dimensões.

A solução técnica para disponibilizar a base de dados SIDRA II na Internet

incluiu a utilização de um CGI e um interface especial.

Não existe de momento qualquer tarifação por este serviço.

México (INEGI31)

O INEGI disponibiliza no seu site WWW32, à semelhança de outros institutos,

informação de apresentação, promocional e algumas estatísticas básicas.

Permite aceder a duas bases de dados estatísticas: de séries temporais

BDINEGI e um Sistema Municipal de Base de Dados (SIMBAD) com acesso a

informação geográfica.

BDINEGI33

A Base de dados BDINEGI, disponível desde 11 Junho 1996, contém mais de

20.000 séries temporais com informação económica do México: indicadores de

conjuntura, dados sectoriais sobre a indústria transformadora e construção,

emprego, comercio externo e índice de preços, entre outros temas.

30 Informações compiladas a partir do site WWW do IBGE 31 INEGI - Instituto Nacional de Estadistica Geografia e Informática 32 http://www.inegi.gob.mx 33 Informações compiladas a partir do site WWW do INEGI

__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 78

Page 88: A Internet como meio alternativo de difusão de informação estatística

A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________ II - Estatísticas na Internet 79

A selecção da informação é possibilitada através de um esquema hierárquico de

tema, sub-tema e variável. Dentro da variável seleccionam-se a(s) categoria(s)

desejadas. É possível depois seleccionar as Unidades Temporais a partir da lista

disponível. Após a selecção concluída, a informação é apresentada sob a forma

de tabela de dados ou sob a forma de gráfico.

Está sempre disponível meta-informação associada aos Temas, sub-temas e

variáveis.

Para possibilitar encontrar com mais facilidade uma determinada variável o

utilizador pode pesquisar por palavra-chave dentro de um tema pré-

seleccionado.

Durante os dois primeiros meses iniciais a consulta à Base de dados era livre de

encargos para os utilizadores. A partir dessa fase experimental o acesso é feito

por subscrição de um ano, podendo ser solicitada por e-mail.

SIMBAD

Esta base de dados disponibiliza cerca de 16.000 variáveis geradas a partir dos

Censos e do aproveitamento dos registos administrativos do país.

Permite consultar informação a nível nacional, estadual e municipal. Possibilita

a criação de mapas temáticos com as variáveis em análise.

O serviço dispõe de uma demonstração e quem pretender aderir pode fazê-lo

por subscrição anual.

Page 89: A Internet como meio alternativo de difusão de informação estatística

CAPÍTULO III

PROTÓTIPO DE

UM SISTEMA DE DIFUSÃO

DO INE

NA INTERNET

Page 90: A Internet como meio alternativo de difusão de informação estatística

A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

III Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet

Retrospectiva

Na comemoração dos seus 60 anos, em 18 de Maio de 1995, o INE

disponibiliza as suas primeiras páginas na Internet.

Inicialmente alojada num servidor do Instituto Superior Técnico (IST), a

informação disponível referia-se essencialmente à apresentação do Sistema

Estatístico Nacional e do INE, da sua estrutura organizativa e locais de

atendimento.

Em Outubro de 1995 foram incluídas páginas WWW com informação

promocional: comunicados de imprensa, catálogo de publicações, perguntas

mais frequentes e as respectivas respostas. As estatísticas básicas que constam

da brochura de distribuição gratuita “Portugal em Números”, também

disponíveis no serviço Videotexto, constituiram as primeiras páginas com

informação estatística.

Dispondo de cerca de 50 páginas, o INE transferiu a sua informação para um

servidor do Centro Nacional de Informação Geográfica (CNIG), possibilitando

maior facilidade de acesso aos utilizadores.

No início de 1996 o INE adere aos serviços do operador público de

comunicação de dados (Telepac) e passou a dispôr de um domínio virtual.

__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet

82

Page 91: A Internet como meio alternativo de difusão de informação estatística

A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

A partir de Setembro de 1996, a informação é colocada num servidor próprio e

atribuído um domínio próprio ine.pt. Domínio próprio

Actualmente no site WWW do INE existem cerca de 200 páginas de

informação possíveis de consultar de qualquer parte do mundo, se bem que o

facto de não existir uma versão em Inglês pode desencorajar as consultas de

utilizadores estrangeiros. Além da informação disponível existe um serviço de

correio electrónico (mail) para troca de mensagens com os utilizadores,

possibilitando a resposta a questões e comentários dos mesmos.

Analisando as estatísticas de utilização do WWW do INE verificou-se uma

média de 30 acessos/dia nos meses de Maio e Junho de 1996. Cerca de 95% dos

utilizadores foram entidades portuguesas.

Não existem estatísticas do número de utilizadores da Internet em Portugal. As

estimativas indicam que com cerca de 650.000 computadores, o nosso país

representa cerca de 0,26% da capacidade computacional mundial, prevendo-se

que esse valor triplique nos próximos 5 anos. Possuindo um número de linhas

telefónicas estimado em 3,6 milhões, Portugal tem potencialidades para até ao

ano 2000 ter cerca de 1 milhão de utilizadores na Internet [Silva 96].

Ao analisar o crescimento da Internet verificado em todo o Mundo, apesar de

ser uma tecnologia recente, e atendendo às experiências de outros institutos

nacionais de estatísticas, a evolução aponta no sentido de que cada vez mais

utilizadores, também em Portugal, procurarão informação estatística na

Internet.

Adoptando o INE uma política de difusão orientada para o utilizador, prever as

suas necessidades constitui um dos seus maiores desafios. Nessa perspectiva,

apresenta-se um protótipo de um sistema de difusão de informação estatística

que permita dar continuidade ao já existente e evoluir no sentido de que a

__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet

83

Page 92: A Internet como meio alternativo de difusão de informação estatística

A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Internet funcione como um canal de comunicação directo entre o INE e os

utilizadores da informação estatística. A difusão de informação estatística

através da Internet, permitirá alargar o âmbito do sistema de informação

tradicional possibilitando um acesso mais eficaz e menos dispendioso.

O objectivo não será abandonar os outros meios de difusão já existentes, em

papel, disquetes, CD-ROM e serviço Videotexto, mas sim encontrar

alternativas numa política de difusão integrada.

__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet

84

Page 93: A Internet como meio alternativo de difusão de informação estatística

A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Objectivos do Projecto

Objectivos

Os objectivos principais do projecto, podem ser agrupados de acordo com dois

pontos de vista distintos.

Numa perspectiva da difusão da informação pretende-se: Perspectiva da difusão

• Disponibilizar aos utilizadores de uma forma orientada a consulta on-line de

informação estatística

• Flexibilidade no manuseamento da informação

• Facilidade e rapidez de actualização da informação

• Harmonização e coerência da informação

• Possibilidade de tarifação da informação a disponibilizar

• Permitir troca de mensagens com os utilizadores

• Segurança e restrições de acessos à informação.

Numa perspectiva técnica pretende-se criar um sistema informático que

respeite as seguintes características:

Perspectiva técnica

• Modular, adaptável à cada vez mais rápida obsolescência tecnológica

• Privilegie a utilização de produtos standard, aproveitando de cada um deles

as suas melhores características

• Com uma componente Interactiva que utilize um Graphical User Interface

(GUI), de modo a facilitar o diálogo dos utilizadores com o Sistema

• Manutenção de uma Base de Dados com a informação a disponibilizar

• Capacidade de ligação remota dos utilizadores a um ou mais servidores do

INE.

__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet

85

Page 94: A Internet como meio alternativo de difusão de informação estatística

A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Âmbitos

Utilizadores

Este sistema de difusão destinar-se-á a todo o tipo de utilizadores de

informação estatística. Apesar de não existirem estatísticas dos utilizadores do

INE que têm acesso à Internet é possível identificar os mercados potenciais.

A decisão do actual Ministro da Investigação Científica de, até ao final de

1996, possibilitar o acesso de todas as Universidades e escolas à Internet,

antevê um grande número de utilizadores de informação estatística para

investigação e estudo. A Internet pode proporcionar uma forma rápida e eficaz

de dar resposta ao aumento acentuado da procura de informação estatística por

parte das empresas, das instituições governamentais e do público em geral, não

só ao nível nacional como internacional.

Implementação faseada

A implementação do projecto deverá ser faseada no tempo:

Numa primeira fase preconiza-se a colocação de todas as publicações que o

INE disponibiliza em suporte papel durante o ano em páginas de hipertexto pré-

definidas na perspectiva dos quadros publicados. A informação estará

centralizada e disponível num servidor instalado no edifício sede.

Primeira fase

Segunda fase Na segunda fase prevê-se a constituição de uma base de dados de informação

disponível (publicada e não publicada). Com recurso ao CGI como interface

entre o servidor WWW e o motor de Base de dados, serão implementadas

funcionalidades de pesquisa e geração dinâmica de páginas sob a forma de

__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet

86

Page 95: A Internet como meio alternativo de difusão de informação estatística

A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

tabelas, gráficos e cartogramas. A informação estará fisicamente distribuída

pelos servidores das Direcções Regionais do INE.

Funcionalidades dos Serviços

Na óptica do utilizador, as funcionalidades dos Serviços a disponibilizar

apresentarão as seguintes características:

• Possibilidade de acesso remoto dos utilizadores a um ou vários servidores do

INE

• Permitir a troca de mensagens entre os utilizadores e o INE

• Permitir interrogar a Base de Dados através de pesquisas pré-definidas

• Consultar e importar a informação estatística disponível

• Permitir publicitar toda a informação a comercializar pelo INE.

__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet

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Page 96: A Internet como meio alternativo de difusão de informação estatística

A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Sistema Organizativo

Informação a disponibilizar

Actualmente, está disponível no site WWW do INE (Figura 4) informação de

apresentação, promocional, estatística e adicional.

Figura 4 - Home-page actual do INE no WWW34

A Informação de Apresentação inclui informação de carácter geral dando a

conhecer o Sistema Estatístico Nacional, o Conselho Superior de Estatística, o

INE, a sua organização e os locais de atendimento.

Informação de Apresentação

__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet

88

34 http://www.ine.pt

Page 97: A Internet como meio alternativo de difusão de informação estatística

A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

A Informação Promocional inclui a informação sobre os produtos de difusão e

as formas de acesso à informação. O Catálogo de Publicações apresenta listas

das publicações editadas, informação disponível não publicada e os novos

suportes de informação. Está também acessível um conjunto de Perguntas mais

Frequentes que visam esclarecer alguns conceitos e metodologias utilizadas. As

Notas de Imprensa constituem informação sintética de interesse, principalmente

para a imprensa, sobre aspectos relevantes das estatísticas nas diversas áreas.

Informação Promocional

A Informação Estatística inclui um conjunto de 70 tabelas de estatísticas

básicas abarcando 12 Temas/Áreas Estatísticas.

Informação Estatística

A Informação Adicional inclui as ligações a outros servidores de institutos

nacionais de estatística de outros países, últimas actualizações e novos

projectos.

Informação Adicional

Com base no conhecimento adquirido com o sistema já instalado e

considerando a Internet um meio alternativo de difusão de informação

estatística, o INE, dispondo de vastos repositórios de informação, deve permitir

ao utilizador o acesso a um maior volume de informação. Nesse pressuposto e

também numa perspectiva de comercialização preconiza-se, como referido

atrás, a disponibilização da informação em duas fases.

Numa primeira fase a informação a disponibilizar incluirá, caso seja possível,

toda a informação estatística publicada (ou a publicar) desde o início deste ano.

A forma de apresentação será uma imagem dos quadros estatísticos publicados

em papel, estando também acessível a meta-informação associada: Notas de

síntese, Conceitos e Metodologias Estatísticas.

__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet

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Page 98: A Internet como meio alternativo de difusão de informação estatística

A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Na fase 2 permitir-se-à o acesso a bases de dados contendo séries estatísticas de

informação agregada, apresentando as seguintes características:

• Agregações geográficas até ao limite de freguesia, salvaguardando o

princípio do segredo estatístico. Para unidades geográficas mais baixas só

através de pedido específico, saindo fora do âmbito deste protótipo

• Na preparação das séries, incluir toda a informação estatística publicada ou

não, pelo INE, desde 1990 (também para anos anteriores, se for possível)

• Formas de apresentação: quadros estatísticos, gráficos e cartogramas

• Incluir Meta-informação associada.

Estruturação da Informação

A informação a disponibilizar na primeira fase estará organizada à semelhança

dos Anuários Estatísticos publicados pelo INE, isto é, hierarquicamente

agrupada por Temas/Áreas Estatísticas e dentro destes por Sub-temas/Sub-áreas

que incluirão os quadros estatísticos disponíveis (Figura 5). A navegação será

direccionada para a obtenção de um determinado quadro estatístico.

Quadros estatísticos

Temas: 1. Território; 2.Demografia …

Sub-temas: 2.1. Estimativas da População; 2.2. Movimentos da População;..

Quadros: 2.1.1. Estimativas da População Residente segundo o sexo.

2.1.2 (.....)

Períodos de referência (opcional) : 1. 1991; 2. 1992; 3. (...)

Resultado: Estimativas da População Residente segundo o sexo, em 1991

Figura 5 - Exemplo da Estrutura da Informação na Fase 1

__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet

90

Page 99: A Internet como meio alternativo de difusão de informação estatística

A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Os quadros estatísticos são previamente preparados e desenhados em páginas

estáticas em formato tabela. Para que exista uniformização na sua apresentação

devem ser definidas regras de desenho das tabelas.

A segunda fase reveste-se de maior complexidade. Se na primeira fase os

trabalhos de preparação passam pela transformação dos formatos dos quadros

estatísticos já existentes para tabelas HTML, nesta fase é necessário preparar

bases de dados de séries estatísticas, que actualmente não existem no INE. Séries estatísticas

Nesta fase, ainda que o resultado final da selecção também dê origem a uma

tabela, é o utilizador que escolhe o seu conteúdo com base na informação

disponível e define a sua apresentação. A procura da informação será feita em

função da variável estatística enquanto na fase 1 era em função do quadro.

Na estruturação da informação que se aponta para a segunda fase deste

protótipo adopta-se uma metodologia próxima da utilizada pelo IBGE no seu

projecto SIDRA II35.

O objectivo da constituição de uma base de dados de informação agregada é

permitir o armazenamento de tabelas de dados agregados. As tabelas geradas

pelo sistema, tal como os quadros estatísticos que existem nas publicações, são

compostas por um conjunto de células de valores e de um conjunto de

descritivos dessas células.

Ao contrário do que se verifica com as tabelas das publicações, e em virtude do

conteúdo da tabela estar armazenado electronicamente e não em papel, não

existe limitação rígida do tamanho do cruzamento de dados a efectuar. Além

disso, as publicações estão limitadas no tempo e as próprias tabelas têm

variações ao longo dos anos de publicação.

__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet

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Page 100: A Internet como meio alternativo de difusão de informação estatística

A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Ao armazenar uma tabela de dados agregados, é importante que exista a

possibilidade de descrever os dados, de modo a esclarecer os conceitos e

interpretações adoptadas. Um requisito fundamental do arquivo de séries de

dados temporais é armazenar em conjunto as células de dados e os descritivos

associados.

Chama-se a atenção que o conceito de tabela aqui adoptado corresponde a um

quadro estatístico, não sendo o mesmo de tabela de uma base de dados.

A informação encontra-se agrupada por Temas/Áreas Estatísticas e dentro

destes por Sub-temas/Sub-áreas. Hierarquicamente dependentes existem as

Variáveis, Cruzamentos, Classificações e Categorias.

Pode considerar-se a Variável como um item que pode apresentar um valor e a

que corresponde a valência de “campo”. Exemplos: População residente,

Indivíduos com mais de 10 anos, Índice de preços no consumidor.

Os Cruzamentos permitem definir o modo como são cruzadas as células da

tabela. Para a mesma variável podem definir-se um ou mais cruzamentos. Cada

Cruzamento é composto por um conjunto de Classificações. Cada Classificação

tem um conjunto de Categorias.

Por exemplo, para a variável População Residente podemos ter os seguintes

cruzamentos:

1. População residente por sexo

2. População residente por grupo etário e por estado civil

O Cruzamento 1 tem uma só Classificação que tem duas Categorias (Masculino

e Feminino). O Cruzamento 2 tem 2 Classificações (grupo etário e estado civil)

em que cada uma delas pode ter várias Categorias. 35 Conforme Capítulo II - Pág. 78

__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet

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Page 101: A Internet como meio alternativo de difusão de informação estatística

A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Existem Variáveis que não têm cruzamentos na sua definição, o que ocorre, na

maior parte das vezes, com variáveis que correspondem a índices. Nestes casos,

a tabela possui apenas uma célula de dado.

Após a definição pelo utilizador da Variável e Cruzamento a pesquisar são

identificados os Níveis Geográficos sobre os quais existe a informação

pretendida.

O Nível Geográfico corresponde aos níveis dentro da hierarquia das Áreas

Geográficas. Temos duas estruturas hierárquicas possíveis:

• Divisão Administrativa - corresponde à divisão administrativa do País em

Continente, Açores e Madeira. Por sua vez essas Zonas estão divididas em

Distritos, estes em Concelhos que por sua vez se sub-dividem em

Freguesias.

• Nomenclatura das Unidades Territoriais para fins estatísticos (NUTS) -

Divisão do território nacional em regiões criada no âmbito da CEE (Decreto-

Lei Nº 46/89 de 15 de Fevereiro). A estrutura hierárquica é Nuts I, Nuts II,

Nuts III e Concelho. Os concelhos dentro das NUTS, em termos de área

física correspondem aos da Divisão Administrativa , a sua codificação é no

entanto diferente.

Cada nível geográfico tem uma ou mais unidades geográficas, que poderão ser

seleccionadas. Cada unidade corresponde a um “registo”. Exemplos: Freguesia

de Alvalade, Concelho de Oeiras ou Distrito de Portalegre.

Estão ainda disponíveis os períodos a que a informação se refere: Anual,

Semestral, Trimestral ou Mensal. Cada período temporal tem uma ou várias

unidades temporais que podem ser seleccionadas. Por exemplo para uma

__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

determinada variável seleccionada anualmente pode existir informação

referente aos anos 1991, 1992 e seguintes.

O número máximo de células de uma tabela obtêm-se pelo produto cartesiano

do número de Classificações pelo número das suas Categorias por cada

unidade temporal e geográfica seleccionadas.

Dado que muitas vezes o utilizador não conhece os conceitos e metodologias

utilizadas no INE é necessário disponibilizar meta-informação sobre os Temas,

Sub-temas, Variáveis, Cruzamentos, Classificações e Categorias.

Pesquisa da Informação

A procura da informação poderá ser feita através da navegação pelos Temas,

Sub-temas, Títulos dos Quadros (fase1) ou as Variáveis e Cruzamentos (fase 2)

até chegar aos dados desejados.

No entanto, ao utilizador menos familiarizado com os termos estatísticos deve

dar-se a possibilidade de pesquisar por palavra-chave. Palavra- chave

Neste caso, o utilizador digita a(s) palavra(s)-chave em formulário apropriado.

O motor de pesquisa do sistema devolve uma lista dos títulos dos quadros

estatísticos (fase 1) ou variáveis (fase 2) em que encontrou a(s) palavra(s)

indicadas. O resultado aparece sob a forma de links a que o utilizador pode

aceder.

__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet

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Page 103: A Internet como meio alternativo de difusão de informação estatística

A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Arquitectura Global do Sistema

Arquitectura Lógica

A arquitectura lógica do Sistema proposto é definida através de três elementos

conceptuais:

• Entidade Gestora

• Postos de Acesso

• Rede de Comunicação.

Entidade Gestora A Entidade Gestora terá como objectivos principais assegurar a criação, gestão

e manutenção do sistema de informação garantindo a sua actualização,

crescimento e dinamização.

Postos de Acesso Os Postos de Acesso têm como objectivo permitir aos utilizadores finais um

interface com o serviço que permite a consulta da informação. O número de

Postos de Acesso dependem do acordo com a Entidade Gestora.

A Rede de Comunicação estabelece o meio de comunicação entre os dois

elementos conceptuais

Rede de Comunicação

Funções

A Entidade Gestora será o INE que se responsabilizará pela:

• Coordenação do sistema de informação

• Actualização e selecção da informação a disponibilizar

• Gestão e atribuição de acessos aos Postos de Acesso

__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet

95

Page 104: A Internet como meio alternativo de difusão de informação estatística

A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

• Análise das estatísticas de utilização dos serviços.

Os Postos de Acesso serão operados pelos utilizadores finais e são propriedade

de cada uma das organizações/individuais que estejam ligados ao sistema. Um

Posto de Acesso será constituído por um equipamento com recursos de

hardware e software que suporte as transferências de informação e interface do

sistema informático a que vai aceder. O acesso é feito através da Rede de

Comunicação.

Arquitectura Funcional

O modelo de funcionamento deste sistema poderá ser dividido nos seguintes

componentes funcionais:

• Cliente - Representa todo o hardware e software disponíveis ao utilizador

final.

• Rede - Representa as funcionalidades de comunicação da rede física sobre a

qual é transportada a informação

• Serviço - Agrupa as funcionalidades de nível aplicacional

• Aplicação - Inclui a organização da informação e restrições de acesso

• Servidor - Inclui o armazenamento da informação nos aspectos físicos e

funcionais.

Na Figura 6 apresentam-se os módulos funcionais do sistema de uma forma

mais pormenorizada.

__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet

96

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

CLIENTE

Dispositivos de I/O

Cliente Local

SERVIÇO

COMUNICAÇÃO

Autenticação do Cliente

Tarifação

Exportação

Actualização da Informação

Arquivo de Informação

Gestão de Tarifas

Tratamento da Informação

APLICAÇÃO

REDE

Protocolo de Transporte

Gestão da rede

Gestor de Pedidos

SGBD

SERVIDOR

Envio e Recepção de Mensagens

Figura 6 - Arquitectura funcional do sistema

Cliente O Subsistema Cliente inclui os mecanismos de interacção com o utilizador

final:

• Dispositivos de I/O - Incluem teclado/rato, écran e unidades de cópia

• Cliente Local - Inclui o software que permite a visualização e processamento

da informação no cliente

__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet

97

Page 106: A Internet como meio alternativo de difusão de informação estatística

A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Rede O Subsistema de Rede possibilita as facilidades de comunicação com os outros

sub-sistemas:

• Protocolo de Transporte - Um conjunto de primitivas requeridas para o

transporte da informação (que inclui texto, imagens, sons e vídeo) com

qualidade entre dois pontos durante uma comunicação.

• Gestão da Rede - Engloba as funcionalidades de operação e quantificação de

utilização da rede

Serviço O Subsistema de Serviço permite disponibilizar um conjunto de

funcionalidades a nível aplicacional:

• Envio e Recepção de Mensagens - Funcionalidade que permite a troca de

mensagens entre cliente e servidor

• Autenticação do Cliente - Permite restringir o acesso à informação. Somente

os utilizadores definidos pela Entidade Gestora têm acesso a determinados

serviços

• Tarifação - Funcionalidade que permite disponibilizar um meio de

pagamento pelo serviço

• Exportação - Permite ao utilizador copiar a informação disponível para o

cliente

O Sub-sistema de Aplicação inclui todas as ferramentas que permitem fornecer

a informação pretendida pelo utilizador:

Aplicação

• Tratamento da Informação - Funcionalidades que suportam a apresentação

da informação ao utilizador bem como as interacções com os serviços

• Gestão de Tarifas - Permite fornecer informação sobre o custo do serviço

tendo em conta um conjunto de parâmetros a definir pela Entidade Gestora

• Arquivo de Informação - Responsável pelo armazenamento da informação

• Actualização da Informação - Componente funcional que permite efectuar a

manutenção e actualização da informação a disponibilizar.

__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Servidor O Sub-sistema de Servidor é responsável pela disponibilização dos dados ao

sistema:

• Gestor de Pedidos - Inclui a recepção, pesquisa e retorno da informação

requerida pelo utilizador

• Sistema de Gestão de Base de Dados (SGBD) - Sistema responsável pela

gestão da informação armazenada.

Arquitectura Física

A solução preconizada para este sistema irá assentar, como referimos atrás, na

arquitectura cliente-servidor, constituindo a Rede Internet o meio de ligação

entre o cliente e o servidor. Pretende-se apresentar um protótipo que viabilize

uma evolução significativa do serviço WWW do INE através de uma

abordagem descentralizada e cooperativa do seu desenvolvimento.

As Direcções Regionais e outras Unidades Orgânicas poderão dispor de uma

aplicação servidora WWW (servidor HTTPD), instalada em sistemas

departamentais que viabilizará o desenvolvimento descentralizado de páginas

HTML. Este desenvolvimento deverá obedecer a um conjunto de

procedimentos técnicos normalizadores.

Periodicamente, o conjunto de páginas desenvolvidas localmente nas Unidades

Orgânicas será colectado e unificado no servidor principal, através das

interconecções das redes existentes. Este servidor poderá ser acedido por

qualquer utilizador interno através de um browser (à semelhança do que

acontece na Internet) para verificações de conformidade. Logo que estejam

concluídas as verificações, a imagem da informação contida no servidor interno

é copiada para o servidor com acesso Internet (não conectado à rede do INE),

ficando disponível para os utilizadores externos.

Assim, são considerados os seguintes sub-sistemas:

__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

• Ambiente interno que corresponde à rede do INE, para o desenvolvimento

constante da solução

• Ambiente externo, com acesso à Internet, para a disponibilização aos

utilizadores.

O INE dispõe actualmente de 4 Direcções Regionais: Norte (Porto), Centro

(Coimbra), Lisboa e Vale do Tejo (Lisboa) e Alentejo (Évora). Na primeira fase

as páginas de informação pré-definida ficariam alojadas no equipamento já

existente (SUN Workstation) da Direcção Regional de Lisboa e Vale do Tejo

(DRLVT)). Este servidor já dispõe de ligação à Internet (Figura 7).

PC

Rede Internet

PC

Modem

Modem

Modem

Modem

Utilizador 1

Utilizador 2

Utilizador ... n

PC

PC

Modem

DRC(Acesso Individual)

(Acesso Individual)DRN

RDIS/64K(Acesso Básico)

Servidor

Router

Modem

PC

DRLVT

DRA

PC

(Acesso Individual)

Figura 7 - Arquitectura Física da Fase 1

Nesta fase as Direcções Regionais dispõem de acessos individuais para aceder à

Internet através de PCs isolados da rede do INE

__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet

100

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Na segunda fase (Figura 8) as bases de dados de informação podem estar

distribuídas por duas ou mais Direcções Regionais por forma a permitir maior

rapidez de acessos. A distribuição da informação pelos servidores das

Direcções Regionais será por Temas/Áreas Estatísticas. Cada DR tem um

acesso RDIS (a 64 Kbytes) para ligação à Internet.

PC

Rede Internet

PC

Modem

Modem

Modem

Utilizador 1

Utilizador 2

Utilizador ... n

DRCDRN

RDIS/64K

(Acesso Básico)

Servidor

Router

DRLVT

DRA

PC

Servidor

RDIS/64K(Acesso Básico)

RouterRouter

Servidor

Servidor

Router

RDIS/64K

RDIS/64K

(Acesso Básico)

(Acesso Básico)

Figura 8 - Arquitectura Física da Fase 2

__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet

101

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

A página de entrada (Home-page) para aceder à informação disponível é a

mesma para todos os utilizadores. Após a escolha do Tema Estatístico, de

forma transparente ao utilizador, os procedimentos seguintes serão realizados

no servidor que contém a informação do item seleccionado. O interface entre o

servidor WWW e as Bases de Dados é realizado por programas CGI, a

desenvolver internamente.

Requisitos do Sistema

Apresenta-se no esquema abaixo os requisitos para o funcionamento do

sistema.

Cliente Servidor

Aplicacional (4)

(Windows+Browser)

Aplicacional (4)

Browser

Oracle WEB/SERVER

SGBD Oracle

Comunicações (3)

Comunicações (3)

Sistema Operativo (2)

(Mono ou Multiposto)

Sistema Operativo (2)

(Multiposto)

Hardware (1) Hardware (1)

(1) Configuração Básica:

• PC 486 DX2 a 66 MHZ, 8 MB de

RAM

• Modem a 14 400 bps

• Linha de telefone

(1) Sistema base com características

multiposto e multitarefa.

Router - permite conexão entre a

rede Internet e o server

__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

(2) Um dos Sistemas Operativos:

• DOS +Windows 3.1

• Windows NT

• Windows 95

• UNIX

(3) Suporte protocolo TCP/IP e

ligações Dial-up

(4) Browser em modo gráfico que

corra preferencialmente sobre o

Windows, como:

• Netscape Navigator

Microsoft Internet Explorer

(2) Software de Base com

características multiposto e

multitarefa.

Uma das seguintes plataformas:

• Windows NT

• UNIX

(3) Suporte de:

• TCP/IP

(4) O software aplicacional a

dsenvolver, com características

idênticas ao modelo STATline (do

CBS36).

Interface com o utilizador

Fase 1

Conforme foi referido atrás, a informação a disponibilizar nesta fase será

incluída

em páginas estáticas e pré-definidas.

O acesso à informação pretendida pode realizar-se de duas formas:

• Por navegação através da hierarquia seleccionando sucessivamente Tema,,

Sub-tema e Quadro

• Pesquisa por palavra-chave.

36 Confrome Capítulo II - Pág. 68

__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

A selecção da informação inicia-se com a escolha de um Tema ou Área

Estatística (Figura 9).

Figura 9 - Página inicial de selecção de Tema Estatístico

Após a selecção do Tema o utilizador escolhe o Sub-tema (Figura 10).

__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Figura 10 - Página de selecção de Sub-tema

A figura contém duas janelas (frames) que mostram a forma de selecção. No

lado esquerdo apresentam-se os links dos Temas Estatísticas. O lado direito

apresenta a lista dos Sub-temas do Tema Estatístico (na parte superior aparece o

Tema anteriormente seleccionado). No exemplo o utilizador seleccionou o

Tema 2 - Demografia, estando disponível a lista dos Sub-temas referentes a esta

Área Estatística.

Após a selecção do Sub-tema pretendido apresenta-se a página de selecção dos

Quadros disponíveis (Figura 11).

Figura 11 - Página de selecção do Quadro Estatístico

Nesta página aparece no lado esquerdo a lista de Sub-temas do Tema indicado

no topo da frame (seleccionado anteriormente). No lado direito está incluída a

lista dos quadros do Sub-tema seleccionado.

__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Os vários anos/meses disponíveis (unidades temporais) para um determinado

quadro aparecem referenciados em links entre parêntesis a seguir aos

descritivos dos quadros.

A apresentação do quadro é uma imagem da Publicação editada (Figura 12). No

caso de quadros de grandes dimensões (com muitas páginas), como o

carregamento total para o écran provocaria tempos de espera significativos para

o utilizador, podem partir-se em blocos. Uma forma de partição poderá ser por

Regiões (no caso de incluir referenciação geográfica) o que reduz o número de

páginas a apresentar de cada vez. Será também permitido o download das

páginas, em formato XLS, que possibilitam a sua reutilização noutras

aplicações.

Figura 12 - Página de apresentação do Quadro Estatístico seleccionado

A Meta-informação aparece sempre associada a cada um dos Temas, Sub-temas

e Quadros (Figura 13). Neste exemplo apresenta-se a página de Meta-

informação do Sub-tema Estimativas da População.

__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Figura 13 - Página de Meta-informação referente a um Sub-tema

Fase 2

Nesta fase, uma pesquisa encontra-se dividida em duas etapas: selecção do

conteúdo da informação e definição das formas de apresentação.

Da mesma forma que na fase 1 pode procurar-se a informação por navegação

ou por palavra-chave. Se a pesquisa por palavra-chave se processa da mesma

forma, a navegação tem uma sequência diferente. Nesta fase, pode caracterizar-

se a selecção do conteúdo da informação em vários passos: Selecção da informação

1. Definição da Variável e Cruzamento a inquirir que inclui:

• Selecção de Tema Estatístico

• Escolha do Sub-tema

• Escolha da variável

• Selecção de Cruzamento

__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

• De cada uma das Classificações do Cruzamento seleccionado escolha

das Categorias que pretende que figurem na tabela

2. Selecção da Área Temporal com base na lista de unidades temporais

disponíveis pela selecção anterior

3. Selecção da Área Espacial condicionada à lista de unidades geográficas do

nível ou níveis disponíveis pela selecção

Na apresentação da Informação podem definir-se os formatos de apresentação

das tabelas: que variáveis colocar em linha ou coluna e definição das quebras.

Serão também possíveis outras formas de apresentação como gráficos e

cartogramas (sujeitos ás limitações de representação).

Apresentação da Informação

Selecção da Informação

A selecção do Tema e Sub-temas processa-se da mesma forma que na fase 1

(Figuras 9 e 10).

Após a selecção do Sub-tema pretendido escolhe-se uma das variáveis

disponíveis na lista apresentada (Figura 14)

__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet

108

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Figura 14 - Página de selecção da Variável

Após a escolha da variável é necessário escolher o Cruzamento pretendido

(Figura 15). Por cada pesquisa o utilizador está limitado à selecção de uma

Variável e um Cruzamento.

Figura 15 - Página de selecção do Cruzamento

__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet

109

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

O Cruzamento é composto de várias Classificações e estas subdividem-se em

Categorias. De entre as Categorias disponíveis por cada uma das Classificações

o utilizador vai escolher as que pretende que figurem na tabela.

Após as selecções anteriores, o sistema possibilita a escolha dos níveis

geográficos disponíveis para a Variável e Cruzamento seleccionados. A

selecção de cada um dos níveis geográficos permite a escolha das unidades

geográficas associadas. Se por exemplo o utilizador seleccionar o nível

geográfico de Distrito aparece uma lista dos distritos dos quais pode seleccionar

um ou vários.

Do mesmo modo que na selecção dos níveis geográficos, logo que estejam

seleccionadas a Variável e o Cruzamento, o sistema apresenta os períodos

temporais disponíveis podendo escolher-se uma ou várias unidades.

Apresentação da Informação

Na definição da apresentação da informação o utilizador pode optar por tabela,

gráfico ou cartograma.

Tabela O formato do tipo tabela, apresenta um quadro de dados estatísticos semelhante

ao resultado da fase 1, só que gerado dinamicamente a partir das selecções

efectuadas. Após a interrogação à base de dados o sistema devolve uma página

em formato tabela HTML. A conversão é feita internamente com recurso a

programas CGI escritos em linguagem C++ , Perl ou em Java.

É possível ao utilizador definir as localizações, em linha ou em coluna, das

Classificações (e respectivas Categorias), das unidades geográficas e temporais

e da ordem das quebras (Figura 16).

__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet

110

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Figura 16 - Definição da apresentação da Informação

Gráfico Também será possível apresentar a informação na forma de gráfico, após a

escolha do tipo de gráfico, cores, definição das localizações das Classificações

(e respectivas Categorias), das unidades geográficas e temporais nos eixos das

abcissas ou das ordenadas.

A utilização de ficheiros de informação geográfica actualmente (disponíveis

actualmente no INE até ao nível de freguesia) permitem a apresentação da

informação em cartogramas (Figura 17). Cartograma

__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet

111

Page 120: A Internet como meio alternativo de difusão de informação estatística

A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Figura 17 - Apresentação da Informação sob a forma de cartograma

É sempre permitido ao utilizador fazer a importação para o seu próprio

equipamento (download) da informação visualizada em formatos PDF (para

possibilitar a sua posterior impressão com qualidade), XLS (futura utilização

em folhas de cálculo) e GIF (imagem dos mapas).

__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet

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Page 121: A Internet como meio alternativo de difusão de informação estatística

A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Gestão do Sistema

Controlo e Estatísticas de Acesso

O acesso ao sistema proposto, independentemente da fase, deverá ser feito

directamente através da home-page actual do INE, tornando-se necessário a

inclusão de novos ícones que possibilitem a sua ligação.

O acesso à informação estatística proporcionada pelas duas fases do protótipo

pode ser livre e sem quaisquer encargos, como actualmente se verifica para a

restante informação, ou restrita e sujeita a tarifação.

No caso de se optar pela restrição de acessos é necessário criar mecanismos de

segurança adequados que impeçam acessos não permitidos.

Mecanismos de Segurança

O software servidor de HTTP instalado no actual equipamento do INE, permite

a restrição de acessos, segundo os seguintes critérios:

• Acesso autorizado por utilizador/password

• Rejeição ou aceitação das conexões baseado no Endereço Internet (Internet

Adress) do cliente

• Uma combinação destes dois métodos.

Este software suporta dois métodos de autenticação de utilizadores:

Autenticação Básica e Digest autentication37.

__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet

113

37 Definidas no Capítulo II - Pág.50

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

A restrição por nome de utilizador (username) e password tem alguns

problemas de segurança como foi referido no Capítulo II. A password é

vulnerável à intercepção, quando transmitida do cliente (browser) para o

servidor (fornecedor do serviço). A possibilidade dos utilizadores partilharem

os usernames e passwords com utilizadores não autorizados, constitui também

um problema. A forma de o minimizar, é restringir o acesso utilizando uma

combinação com os Internet Protocols (IPs) que sejam conhecidos e que estão

afectos a determinados utilizadores. Nesta situação apenas se encontram os

utilizadores que possuem uma ligação institucional à rede Internet, estando

excluídos as ligações individuais em que o IP é gerado dinamicamente.

O critério de restrição de acessos, por rejeição ou aceitação de IP’s do cliente, é

bastante seguro quando combinado com as validações de identificação de

utilizador e password.

Sugere-se para este protótipo a utilização do método de autenticação básica,

que permite restringir o acesso a documentos localizados numa estrutura de

directorias (Figura 18). Para a sua implementação é necessário:

• Conhecer as directorias de acesso restrito

• Atribuir o nome dos utilizadores

• Atribuir as passwords de acesso

• Identificar os domínios autorizados

• Identificar os endereços IP dos utilizadores que possuem domínio próprio.

__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

http://www.ine.pt http://www.ine.pt/nserv/nserv/index.html

Informação disponibilizada pelos novos serviços

http://www.ine.pt/nserv/texto.html

Validação de Username e Password, DNS e IP

Novos Serviços

INCIAR

TEXTO DE APRESENTAÇÃO

DO NOVOS SERVIÇOS

Informação

Actual

Figura 18 - Controlo de acessos aos novos serviços disponíveis

No caso de existirem restrições de acesso e tarifação do serviço pode prever-se

a criação de um utilizador de demonstração Demo (com tempo de acesso

limitado ou acesso restrito na navegação) para eventuais clientes que pretendam

aderir ao serviço.

Estatísticas de Acesso

É necessário implementar procedimentos que permitam fornecer estatísticas de

acesso, por forma a conhecer quem são os utilizadores e qual a informação mais

solicitada.

Pode indicar-se um conjunto de estatísticas que podem proporcionar análises

interessantes:

__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

• Total de acessos

• Número médio de acessos diários, semanais e mensais

• Total de Acessos Falhados

• Volume de dados transferidos

• Volume médio de transferências diárias, semanais e mensais

• Número médio de páginas consultadas

• Temas ou Sub-temas com maior procura

• Picos de acesso, isto é horas de maior afluxo

As estatísticas de utilização do serviço poderão fornecer elementos para o

planeamento de acções e novos produtos a implementar.

Recursos e Manutenção

Para implementar e manter a funcionar o sistema apresentado é necessário

dispor de uma ou várias equipas especializadas que assegurem a eficiência do

sistema. Podem considerar-se três categorias de intervenientes no processo:

Autores, Coordenação de Edição e Coordenação Técnica.

Autores Poderão ser autores todas as Unidades Orgânicas que disponham de informação

de interesse para disponibilizar, que será posteriormente apreciada pela

Coordenação de Edição.

Compete à Coordenação de Edição a avaliação de novos conteúdos a

disponibilizar (geralmente os Departamnetos da Produção). Coordenará todos

os aspectos relacionados com design gráfico das páginas a produzir, em

especial da home-page. Contribuirá com os procedimentos normativos para

estes aspectos.

Coordenação de Edição

__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet

116

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Compete à Coordenação Técnica elaborar as normas técnicas de produção de

páginas HTML, definir as soluções técnicas a utilizar e garantir o

funcionamento do protótipo proposto.

Coordenação Técnica

Em paralelo com todo o processo deverá existir todo um conjunto de

funcionalidades que permitam manter a informação actualizada e criar novas

aplicações à medida que o sistema evolui. A Coordenação Técnica é

responsável pela gestão das aplicações, o que inclui análises de estatísticas de

acesso, controlo das versões existentes e back-ups da informação.

Custos e Tarifação

Na fase 1 do protótipo, a utilização da estrutura já existente permite reduzir os

custos de implementação à preparação das páginas HTML com a informação a

disponibilizar. Utilizando nessas tarefas recursos internos ao INE os custos a

considerar incluem basicamente os tempos de afectação dos técnicos.

Custos

Na fase 2 os custos de implementação são mais elevados. A distribuição da

informação por vários servidores implica a aquisição de novos equipamentos e

infraestruturas.

A preparação da informação e o armazenamento em bases de dados são tarefas

morosas e complexas que envolvem a colaboração de todas as Unidades

Orgânicas do INE.

Para reduzir os custos de implementação sugere-se a aplicação de uma tarifa

aos utilizadores que acedem à informação.

Tarifação A tarifação pode ser definida por subscrição ou por taxação imediata.

Atendendo a que ainda não existem mecanismos que permitam efectuar

__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet

117

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

transacções comerciais seguras, como se referiu no Capítulo II, a tarifação para

aceder à informação disponível poderá fazer-se por dois tipos de subscrição:

• De acesso ilimitado (sem restrições de volume de informação a consultar)

durante o período de vigência da subscrição acordada (anual, mensal ou outro)

• Limitada a um determinado volume de informação (por pacotes de 10

Mbytes, 5Mbytes ou outros)

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Desenvolvimentos futuros

Perspectivas de Evolução

O protótipo apresentado pode evoluir segundo três vértices: conteúdo da

informação, comercialização e evolução tecnológica.

Uma evolução previsível, a curto prazo, em termos do conteúdo da informação

será possibilitar uma desagregação da informação a um nível mais detalhado.

Em termos das unidades geográficas por exemplo, permitir obter informação ao

nível de secção e subsecção estatística. A secção estatística é uma unidade com

cerca de 300 alojamentos e a subsecção corresponde, em meios urbanos aos

quarteirões. É evidente que qualquer que seja o nível de detalhe a atingir devem

existir mecanismos que garantam a aplicação do princípio do segredo

estatístico. A tradução de toda a informação para inglês poderá permitir que um

maior número de utilizadores, a nível internacional acedam ao sistema.

Conteúdo da Informação

O passo seguinte, em termos evolutivos, a médio prazo, poderá ser a realização

de quadros a pedido, possibilitando ao utilizador a definição dos seus próprios

cruzamentos, não o condicionando a escolhas pré-definidas. O apuramento dos

quadros seria realizado dinamicamente no momento do pedido, com recurso aos

micro-dados. Antes da apresentação dos resultados ao utilizador a tabela seria

submetida a um filtro que tornaria ilegível a informação que não respeitasse o

princípio do segredo estatístico. Para a implementação deste sistema será

necessário desenvolver (uma vez que actualmente não existe) um filtro

suficientemente robusto com essas características. Outro problema adicional

que o recurso directo aos micro-dados pode mostrar algumas incoerências da

informação, não detectáveis em informação agregada.

__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet

119

Page 128: A Internet como meio alternativo de difusão de informação estatística

A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Outra possibilidade em termos evolutivos, a longo prazo, seria proporcionar a

utilizadores privilegiados o acesso, através da Internet, aos micro-dados

permitindo-lhe realizar as suas próprias análises e apuramentos. Esta expansão

deverá ser limitada e a realizar mediante protocolos, à semelhança do que se

verifica em outros institutos como o Statistic Canada, com Universidades e

Centros de Investigação. A informação a circular entre o INE e as instituições

deve estar encriptada de forma a impedir a sua utilização por indivíduos não

autorizados.

Outro aspecto importante em termos evolutivos enquadra-se no âmbito da

comercialização. Com o evoluir da tecnologia e da possibilidade de transacções

comerciais seguras através da Internet, pode abandonar-se o método de

subscrição e utilizar uma taxação on-line. O utilizador somente pagaria em

tempo real, o volume da informação transferida. O pagamento processar-se-ia

de forma automática, através do cartão de crédito ou de um método seguro de

transacção, no momento da recepção da informação.

Comerciali- zação

Outra possibilidade adicional no caso dos quadros a pedido seria o

fornecimento de um orçamento prévio, possibilitando ao utilizador o

conhecimento antecipado do valor a pagar pela satisfação do seu pedido.

Os desenvolvimentos futuros estão directamente ligados à evolução

tecnológica. A continuação da evolução do HTML, dos browsers e dos CGI vai

implicar mudanças nas formas e processos de aceder à informação que se

reflectirão na evolução do protótipo.

Evolução tecnológica

A utilização da Internet nos institutos de estatística pode expandir-se para além

da difusão de informação estatística. Uma das áreas possíveis é a realização de

inquéritos às empresas ou a individuais através da Internet. Da mesma forma

que hoje se recebem as respostas em papel ou em disquete, a utilização da

Internet possibilitaria um meio mais rápido, barato e eficaz.

__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet

120

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Intranet

A utilização das tecnologias da Internet aplicadas dentro da própria instituição

deram origem à intranet.

As intranets que estão a surgir actualmente consistem geralmente em servidores

Web empresariais disponibilizando aos empregados através da sua rede interna

o acesso a bases de dados, servidores de ficheiros e repositórios de documentos

com o mesmo front-end da Internet: o browser Web.

A aposta dos construtores de hardware e software é hoje, a intranet,

essencialmente por três razões:

• Adaptabilidade

• Cultura

• Aguardar oportunidade.

Pode dizer-se que a intranet é o laboratório para o desenvolvimento e a

implementação de novas ferramentas, e por outro lado, numa perspectiva

comercial para a utilização de produtos integrados. A estratégia para produtos

com funcionalidades muito específicas (por ex. Microsoft Office), sejam

também produtos adaptáveis à Internet/intranet. Adaptabili-dade

A intranet poderá contribuir para uma socialização ou cultura Internet dentro da

própria empresa, o que fará com que o número de adeptos da Internet aumente

significativamente e consequentemente os construtores de software e hardware,

desenvolvam ferramentas cada vez mais poderosas para a sua utilização.

Cultura

__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________ III- Protótipo de um Sistema de Difusão do INE na Internet

122

Os fornecedores de hardware e software, ao apostarem nas intranets não deixam

de pensar na Internet, mas aguardam melhores oportunidades de expansão e

desenvolvimento quando estiverem ultrpassados alguns problemas de

comunicações existentes e algumas questões legais subjacentes. Se esses

problemas não se colocarem nas intranets, então pode prever-se um aumento

significativo dos utilizadores de Internet, e daí novos serviços e novos

mercados.

Aguardar oportunidade

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CONCLUSÕES

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Conclusões

Ao longo desta dissertação foram abordadas algumas questões pertinentes

relacionadas com a difusão de informação estatística e a alternativa que a

Internet representa relativamente aos meios tradicionais de difusão.

Os tópicos apresentados na dissertação não foram tratados de forma exaustiva,

mas numa perspectiva própria do autor, destacando-se os aspectos que

considera mais relevantes no âmbito deste tema.

Este trabalho tem um alcance temporal reduzido, dada a celeridade da evolução

tecnológica, representando uma fotografia da realidade actual (Novembro

1996). Naturalmente, se o trabalho se realizasse dentro de um ano conduziria a

realidades diferentes. Ao longo da sua própria elaboração sofreu várias

alterações consequência das transformações entretanto ocorridas.

A difusão de informação estatística constitui um tema muito específico das

estatísticas oficiais, não existindo muitos livros sobre o assunto. A bibliografia

utilizada nesta dissertação baseou-se em artigos de seminários, conferências e

documentos internos dos INEs bem como de pesquisas na Internet.

Apresentam-se algumas conclusões retiradas da elaboração deste trabalho.

Verificou-se que face ao aumento da procura de informação e às reduções das

dotações orçamentais, os INEs adoptaram uma estratégia de difusão orientada

no sentido de dar respostas às necessidades dos seus utilizadores.

Concluiu-se que para obviar à dificuldade de classificar os utilizadores, a

melhor solução será recorrer a uma matriz “utilizador/utilização” que

__________________________________________________________________________________ Conclusões

124

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

possibilite a sua caracterização e permita uma melhor avaliação das suas

necessidades.

Constatou-se que o principal suporte à difusão, na maioria dos INEs, é ainda o

papel. No entanto, outros meios como os suportes magnéticos (disquetes, CD-

ROM, tapes e acessos a bases de dados on-line) constituem suportes com larga

utilização.

A comercialização da informação estatística surge, na maior parte dos INEs,

como resposta às restrições orçamentais e ao aumento da procura de informação

verificada. Preconizou-se que, apesar dos riscos, a comercialização traz

algumas vantagens como a definição de prioridades, a adaptação a novas

procuras, a utilização de novas tecnologias e, como corolário, a melhoria da

imagem dos institutos.

Os novos desafios da comercialização implicam a procura constante de um

equilíbrio entre a venda de estatísticas e a manutenção da prestação de um

serviço público. Constatou-se que os INEs, para assegurarem a prestação de

serviço público, produziriam as estatísticas básicas, cuja tarifação somente

reflectiria os custos de difusão. A tarifação incidiria principalmente em pedidos

específicos (informação mais desagregada ou outra) e acesso a bases de dados

on-line.

Conclui-se que a maior parte dos INEs realizam a comercialização dos seus

produtos e serviços, sem recorrer a agentes intermediários.

O peso das receitas das vendas das estatísticas em relação aos seus orçamentos

globais apresenta valores diferentes (variando de 2 a 25%) entre os vários INEs.

Verificou-se que no INE as receitas em relação ao seu orçamento global

oscilavam entre os 4,9% (1991) e 11,2% (1995).

__________________________________________________________________________________ Conclusões

125

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

Os INEs sempre acompanharam de perto a evolução das Tecnologias da

Informação, não constituindo surpresa que alguns fossem pioneiros na

utilização da Internet.

Verificou-se que a Internet representa um meio alternativo à difusão de

informação estatística em relação aos meios tradicionais. Apontaram-se as

vantagens da sua utilização bem como de algumas dificuldades ainda

existentes, principalmente nos aspectos de segurança e problemas das redes de

comunicações.

Grande parte dos INEs tem informação disponível na Internet e estão em curso

desenvolvimento de projectos (alguns já implementados) para alargar o acesso

a base de dados de informação estatística aos utilizadores.

Com base nas navegações efectuadas através dos sites dos INEs de todo o

Mundo, observou-se que a informação disponibilizada pode classificar-se em

informação de apresentação, promocional, estatísticas e adicional. Apontaram-

se as evoluções verificadas, durante o período das observações, nas

perspectivas técnicas e comerciais.

A aposta estratégica em termos de difusão de informação estatística, nos

próximos anos, na generalidade dos INEs, passa pela utilização da Internet

como meio privilegiado de difusão.

O INE deverá acompanhar estas tendências e apostar na divulgação de

informação através da Internet, dando continuidade ao projecto já existente.

Nesse sentido, resultando das observações realizadas e da experiência

informática do autor, propôs-se um Sistema de Difusão para o INE na Internet,

a realizar em duas fases. Na primeira sugere-se a disponibilização no WWW de

todas as publicações, que o INE editou (ou a editar) em suporte papel durante

este ano, em páginas pré-definidas. Numa Segunda fase aponta-se para o acesso

__________________________________________________________________________________ Conclusões

126

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

a bases de dados distribuídas pelas Direcções Regionais contendo séries

estatísticas de informação agregada. Verificou-se que o custo da solução para o

INE, na primeira fase, seria muito baixa, dado que se utilizariam recursos

internos e infraestruturas já existentes.

O sistema apresentado pode evoluir em três direcções: conteúdo da informação,

comercialização e componente tecnológica.

Em termos de conteúdo de informação, a curto prazo, poderá possibilitar-se o

acesso a níveis mais desagregados de informação e a médio prazo implementar

um sistema que responda a pedidos em tempo real (quadros definidos pelo

próprio utilizado, não condicionado por cruzamentos previamente elaborados).

A possibilidade de aceder aos micro-dados pode constituir um aspecto

evolutivo importante para utilizadores privilegiados, condicionado pela

preservação do segredo estatístico e segurança na transmissão dos dados.

As evoluções nos aspectos de comercialização poderão ser significativas, desde

que melhorem os mecanismos de segurança em relação às transacções

comerciais, que, como se viu, não são 100% seguras. Ultrapassados esses

problemas, a elaboração de orçamentos e a tarifação no momento do acesso à

informação serão uma realidade.

As evoluções tecnológicas terão um reflexo importante no futuro do sistema.

As melhorias nas capacidades dos browsers, pesquisadores mais potentes,

novas ferramentas para aceder às bases de dados e a evolução dos SIG terão

influências determinantes na evolução do sistema proposto. A distribuição da

Internet por cabo, poderá diminuir os problemas dos acessos e velocidades de

transmissão.

__________________________________________________________________________________ Conclusões

127

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A INTERNET COMO MEIO ALTERNATIVO DE DIFUSÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA _____________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________ Conclusões

128

O aparecimento das intranets dentro dos INEs serão uma realidade, nos

próximos anos, o que modificará profundamente as formas e métodos de

trabalho actuais.

Para finalizar, salienta-se que a primeira fase do Sistema proposto pelo autor

está já a ser desenvolvido pelo INE no Projecto INFOLINE - Informação

Estatística on-line para Utilizadores Institucionais. O autor foi um dos

principais impulsionadores do projecto, que segue de perto o protótipo

apresentado nesta dissertação. Verifica-se aqui uma aplicação prática de um

trabalho académico de estudo e investigação numa simbiose perfeita da ligação

Universidade-Empresa, que cada vez mais deve constituir uma das prioridades

dos modernos sistemas de ensino.

Todos os temas abordados ao longo da dissertação, mostraram o grande

interesse e potencialidades que a Internet encerra como meio de difusão da

informação estatística. Outros trabalhos de investigação poderão ser realizados,

na sequência deste, dado ser um tema muito vasto e potenciar outras

oportunidades que não foram aqui incluídas.

Uma conclusão evidente é a de que a Internet vai desempenhar um papel crucial

no desenvolvimento da sociedade da Informação e pode alterar

consideravelmente a forma como a informação estatística será utilizada no

futuro.

Page 137: A Internet como meio alternativo de difusão de informação estatística

BIBLIOGRAFIA

Page 138: A Internet como meio alternativo de difusão de informação estatística

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