a importância do uso dos dispositivos diferenciais residuais em

Download a importância do uso dos dispositivos diferenciais residuais em

If you can't read please download the document

Upload: truongkiet

Post on 16-Dec-2016

215 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

(Microsoft Word - A IMPORT\302NCIA DO USO DOS DISPOSITIVOS DIFERENCIAIS RESIDUAIS EM QUADROS EL\311TRICOS RESIDENCIAIS)

e-xacta, Belo Horizonte, Vol. X, N. Y, p. aa-bb. (ano). Editora UniBH. Disponvel em: www.unibh.br/revistas/exacta/

A IMPORTNCIA DO USO DOS DISPOSITIVOS

DIFERENCIAIS RESIDUAIS EM QUADROS

ELTRICOS RESIDENCIAIS

Diego Nogueira Mota1; Vanderson Antonio Tofanelli; Joana DArque Crrea; Arlete

Vieira da Silva4

Recebido em: XX/XX/XXXX - Aprovado em: XX/XX/XXXX - Disponibilizado em: XX/XX/XXXX

RESUMO: Devido aos riscos potenciais de acidentes decorrentes do uso de equipamentos eltricos e da

baixa qualidade das prprias instalaes eltricas, as normas de eletricidade tm aumentado sua rigidez quanto

aos fatores de segurana, tanto para instalaes residenciais quanto para industriais. Os dispositivos Diferenciais

Residuais DR so equipamentos capazes de proteger pessoas contra choques eltricos e tambm o patrimnio.

Este trabalho tem como fundamentao a anlise dos disjuntores e interruptores DR utilizados em residncias,

com uma abordagem baseada nas normas da ABNT NBR 5410 - Instalaes Eltricas de Baixa Tenso e ABNT

NBR 5361 - Disjuntores de Baixa Tenso. O objetivo dessa pesquisa analisar a importncia do uso Dispositivo

Diferencial Residual - DR, como especific-lo, quais circuitos eltricos residenciais devem ser protegidos em

quadros eltricos residenciais. Os procedimentos metodolgicos foram realizados pela elaborao do referencial

terico, pela anlise das normas citadas e finalmente o estudo de casos, segundo Gil (1995), com o objetivo de

verificar o uso real do dispositivo DR em residncias. Infelizmente ao final da pesquisa foi constatado que apesar

dos riscos eltricos que possam ocorrer durante falha em equipamentos ou nas instalaes eltricas de baixa

tenso, a utilizao do DR no comum em residncias, sendo os circuitos protegidos apenas por disjuntores de

baixa tenso, que no oferecem proteo adequada contra o choque eltrico. Existe um esforo de alguns rgos

pblicos em tornar obrigatria a certificao de instalaes eltricas residenciais, mas so aes isoladas, que

ainda no alcanaram o objetivo desejado. O resultado final alcanado por esta pesquisa foi importante para

alertar e acredita-se que quanto maior o nmero de abordagens na utilizao de dispositivo DR, maiores sero as

chances de pessoas terem acesso a essa importante informao e quem sabe uma conscientizao coletiva

1 Engenheiro Eletricista. UNIBH, 2013. COBRAPI Gerenciamento Consultoria e Projetos Ltda. Belo Horizonte, MG. [email protected]

2 Engenheiro Eletricista. UNIBH, 2013. Orteng MPN Engenharia e Consultoria LTDA. Belo Horizonte, MG. [email protected]

3 Mestre em Engenharia Eltrica. UFMG, 2002. Professora do Centro Universitrio de Belo Horizonte UNI-BH. Belo Horizonte, MG. [email protected]

4 Mestre em Geografia e Anlise Ambiental. UFMG, 2002. Professora do Centro Universitrio de Belo Horizonte UNI-BH. Belo Horizonte, MG. [email protected]

2

e-xacta, Belo Horizonte, Vol. X, N. Y, p. aa-bb. (ano). Editora UniBH. Disponvel em: www.unibh.br/revistas/exacta/

poder ser alcanada em breve.

Palavras Chave: Dispositivos Diferenciais Residuais, Quadros eltricos residenciais,Riscos eltricos, Instalaes

eltricas de baixa tenso.

ABSTRACT: Due to the potential risks of accidents resulting from the use of electrical equipment and the low

quality electrical installations, the electrical standards have increased their rigidity regarding safety factors for both

for residential and for industrial installations. Residual Differential Devices - DR equipment capable of protecting

people against electrical shocks and also the patrimony. This work has as fundament the analysis of circuit

breakers and switches DR used in homes, with an approach based on the rules of ABNT NBR 5410 - Low Voltage

Electrical Installations and ABNT NBR 5361 - Low Voltage Circuit Breakers. The objective of this research is to

analyze the importance of using Differential Residual Device - DR as specify it, which circuits must be protected in

residential electrical panels. The methodological procedures were performed by preparing the theoretical

reference, the analysis of the standards and finally the case study, according to Gil (1995), in order to verify the

actual use of the DR in residencies. Unfortunately the end of the survey it was found that despite the electrical

hazards that may occur during equipment failure or in low voltage electrical installations, the use of DR is not

common in homes, the circuits are protected only by low voltage circuit breakers, which do not provide adequate

protection against electric shock. There is an effort by some government agencies in mandating certification of

residential electrical installations, but are isolated actions that have not yet achieved the desired goal. The end

result achieved by this research was important to alert us and it is believed that the greater the number of

approaches in the use of DR device, the greater the chances of people have access to this important information

and maybe a collective awareness can be achieved soon.

Keywords: Differential Residual Device, Residential electrical panels, Electrical hazards, Low voltage electrical

installations, Low voltage circuit breakers.

____________________________________________________________________________

1 INTRODUO

Pouca ateno tem sido dada aos riscos potenciais decorrentes do uso de equipamentos

eltricos e das prprias instalaes eltricas, os quais

muitas vezes no possuem um sistema de

aterramento eficiente, so sub-dimensionadas, e

localizam-se fisicamente prximas a tubulaes de

gua, esgoto e gs. Um outro fator agravante o uso

de equipamentos projetados para uso domstico, tais

como geladeiras, freezers, fornos de microondas,

extenses, benjamim.

Ao longo dos anos, as normas de eletricidade

tm aumentado sua rigidez quanto aos fatores de

segurana, tanto para instalaes caseiras quanto

para industriais.

O dispositivo Diferencial Residual - DR tem o

seu uso obrigatrio desde o ano de 1997 de acordo

com as normas de instalaes eltricas em Baixa

Tenso. Assim, todos os engenheiros projetistas,

instaladores, construtoras e eletricistas devem prever

a sua utilizao em instalaes eltricas residenciais e

comerciais a partir desta data.

3

e-xacta, Belo Horizonte, Vol. X, N. Y, p. aa-bb. (ano). Editora UniBH. Disponvel em: www.unibh.br/revistas/exacta/

Diante do cenrio, engenheiros e operrios,

devem estar em constantes atualizaes sobre os

novos processos, novas metodologias, e

principalmente ter competncia e capacidade para

absorver e processar um vasto conjunto de

informaes, realizando filtragens, compartilhamentos

de informaes, o qual essencial para o trabalho.

Este trabalho de pesquisa tem como

fundamentao a anlise dos disjuntores e

interruptores DR utilizados em residncias, com uma

abordagem baseada nas normas da ABNT NBR 5410

- Instalaes Eltricas de Baixa Tenso e ABNT NBR

5361 - Disjuntores de Baixa Tenso.

A inteno de realizar essa pesquisa pautou-

se na busca de um conhecimento mais amplo a

respeito do disjuntor DR, com a pretenso de

demonstrar ao final deste trabalho a importncia da

utilizao deste dispositivo de segurana, que

atualmente ignorado por muitos profissionais da

rea de eltrica, conforme se pode verificar no item

seguinte na contextualizao do problema.

2. REFERENCIAL TERICO

2.1 EFEITO DA CORRENTE ELTRICA NO CORPO

HUMANO

Segundo CIPA (2011), a eletricidade vital na vida

moderna, desnecessrio ressaltar sua importncia,

quer propiciando conforto aos lares, quer atuando

como insumo nos diversos segmentos da economia.

Por outro lado, o uso da eletricidade exige do

consumidor a aplicao de algumas precaues em

virtude do risco que a eletricidade representa, muitos

no sabem, desconhecem ou desconsideram este

risco.

Os acidentes ocorridos com eletricidade, no

lar e no trabalho, so os que ocorrem com maior

freqncia e comprovadamente os que trazem as

mais graves conseqncias. As normas de segurana

estabelecem que pessoas devem ser informadas

sobre os riscos a que se expem, assim como

conhecer os seus efeitos e as medidas de segurana

aplicveis (CIPA, 2011).

Segundo o mesmo autor, para avaliao da

corrente eltrica que circula num circuito deve-se

utilizar a Lei de Ohm, que estabelece na frmula 1:

V=R x I [Item 1]

ento,

I = Corrente em Ampres (A);

V = Tenso em Volts (V);

R = Resistncia em Ohms ().

CIPA (2011) ressalta que a Lei de Ohm

estabelece que a intensidade da corrente eltrica que

circula numa carga to maior quanto maior for a

tenso, ou menor quanto menor for a tenso. No caso

do choque eltrico, o corpo humano participa como

sendo uma carga (resistncia eltrica), o corpo

humano ou animal condutor de corrente eltrica, no

s pela natureza de seus tecidos como pela grande

quantidade de gua que contm. O valor da

resistncia em Ohms, do corpo humano, varia de

indivduo para indivduo, e tambm varia em funo do

trajeto percorrido pela corrente eltrica. A resistncia

mdia do corpo humano, medida da palma de uma

das mos palma da outra, ou at a planta do p da

ordem de 1300 a 3000 Ohms.

De acordo com a Lei de Ohm, e com base no

valor da resistncia do corpo humano, pode-se avaliar

a intensidade da corrente eltrica produzida por um

choque eltrico, e isso serve para a anlise dos efeitos

provocados pela corrente eltrica em funo de sua

intensidade (CIPA, 2011).

Segundo o mesmo autor, para condies

normais de influncias externas, considera-se

perigosa uma tenso superior a 50 Volts em corrente

alternada. Assim uma tenso de contato no valor de

50 V, resultar numa corrente de:

4

e-xacta, Belo Horizonte, Vol. X, N. Y, p. aa-bb. (ano). Editora UniBH. Disponvel em: www.unibh.br/revistas/exacta/

I = 50 / 1300 = 38,5 mA

Ao passar pelo corpo humano, a corrente

eltrica, dependendo do valor, danifica e lesa os

tecidos nervosos e cerebral, provoca cogulos nos

vasos sanguneos e pode paralisar a respirao e os

msculos cardacos. A corrente eltrica pode matar

imediatamente ou pode colocar a pessoa

inconsciente. A corrente faz os msculos se

contrarem a 60 ciclos por segundo, que a

frequncia da corrente alternada. A sensibilidade do

organismo a passagem de corrente eltrica inicia em

um ponto conhecido como Limiar de Sensao e que

ocorre com uma intensidade de corrente de 1 mA para

corrente alternada e 5 mA para corrente contnua.

Pesquisadores definiram 3 tipos de efeitos

manifestados pelo corpo humano quando da presena

de eletricidade; Limiar de Sensao; Liminar de no

Largar e Limiar de fibrilao ventricular (CIPA, 2011):

No Limiar de Sensao (Percepo) o corpo

humano comea a perceber a passagem de corrente

eltrica a partir de 1 mA (CIPA, 2011).

J o Limiar de No Largar, segundo o

mesmo autor, est associado s contraes

musculares provocadas pela corrente eltrica no corpo

humano, a corrente alternada a partir de determinado

valor, excita os nervos provocando contraes

musculares permanentes, com isso cria-se o efeito de

agarramento que impede a vtima de se soltar do

circuito, a intensidade de corrente para esse limiar

varia entre 9 e 23 mA para os homens e 6 a 14 mA

para as mulheres.

Segundo SIEMENS (2003), no Limiar de

Fibrilao Ventricular, o choque eltrico o efeito

patofisiolgico da passagem da corrente eltrica pelo

corpo humano. Essa passagem afeta o corpo desde

uma sensao de formigamento at disfunes

circulatrias e respiratrias podendo ainda causar

queimaduras. O grau de risco para a pessoa funo

da intensidade da corrente, das partes do corpo

atravessadas, e da durao da passagem da corrente.

Para proteger as pessoas contra choque eltrico

preciso primeiro conhecer qual o efeito da corrente

eltrica no corpo humano. Para isto foi realizado um

grande estudo, pela IEC (Comisso Eletrotcnica

Internacional), baseado nos estudos de medicina

relacionando o choque com efeitos fisiolgicos no

corpo humano (Figura 1). O resultado deste estudo

est no documento IEC 479. Esta norma define

regies na curva durao do choque eltrico x

intensidade, em funo dos efeitos causados (Figura

2). Pode-se da (e assim a norma ABNT NBR 5410 o

faz), extrair as condies em que segura a

instalao eltrica.

FIGURA 1 - Reaes Fisiolgicas - trajeto mo esquerda ps - Fonte: SIEMENS, (2003), p. 10

FIGURA 2 - Zona Tempo/corrente - trajeto mo esquerda ps - Fonte: SIEMENS, (2010), p. 21

5

e-xacta, Belo Horizonte, Vol. X, N. Y, p. aa-bb. (ano). Editora UniBH. Disponvel em: www.unibh.br/revistas/exacta/

A curva C1 da IEC 479-1 define os limites de

intensidade da corrente/durao que no podem ser

superados. A NBR 5410 estabelece que se a tenso

de contato UC apresentar potencial para ultrapassar o

valor da tenso de contato limite, a durao da tenso

de defeito deve ser limitada pela interveno de

dispositivos de proteo apropriados. Baseado nestas

informaes a NBR 5410 especifica as condies de

seccionamento da alimentao para garantir a

proteo das pessoas que utilizam desta instalao. O

seccionamento automtico da alimentao destina-se

a evitar que uma tenso de contato se mantenha por

um tempo que a curva C1 da IEC 479-1 define os

limites de intensidade da corrente/durao que no

podem ser superados. (ABNT, 2004).

QUADRO 1 - Reao do corao na Zona

tempo/corrente

Fonte: SIEMENS, (2003), p. 13

Baseada nestas informaes, segundo ABNT

(2004), a NBR 5410 especifica as condies de

seccionamento da alimentao para garantir a

proteo das pessoas que utilizam-se da instalao.

Alguns princpios bsicos norteiam o seccionamento

da alimentao, alm do fato dele ter que ser

automtico. O seccionamento automtico da

alimentao destina-se a evitar que uma tenso de

contato se mantenha por um tempo que possa resultar

em risco de efeito fisiolgico perigoso para as

pessoas, conforme definido na IEC 479-1. Esta

medida de proteo requer a coordenao entre o

esquema de aterramento adotado e as caractersticas

dos condutores de proteo e dos dispositivos de

proteo. A proteo contra contatos indiretos pelo

seccionamento automtico da alimentao do circuito

s possvel se forem combinadas duas condies:

1. A existncia de um caminho condutor para a

corrente de falta fase-massa, denominado

percurso da corrente de falta, cuja constituio

depende do esquema de aterramento

adotado;

2. A interrupo da corrente de falta fase-massa

por dispositivo de proteo adequado e em

um tempo mximo, que depende de

parmetros tais como a tenso de contato

presumida, a probabilidade de ocorrncia de

uma falta e a probabilidade de uma pessoa

tocar na massa do equipamento durante uma

falta.

A condio (1) requer a presena de

condutores de proteo ligando todas as massas da

instalao a um sistema de aterramento, formando os

percursos de corrente de falta, para os diversos

esquemas de aterramento.

A condio (2) exige a presena de

dispositivos de proteo, cujas caractersticas so

definidas de acordo com o tipo de esquema de

aterramento.

Segundo KINDERMANN (1995), em

habitaes, o chuveiro o equipamento de maior

risco, pois o choque eltrico ocorre no corpo humano

com a pele na condio molhada, a qual diminui a

resistncia de contato, resultando em um choque

eltrico violento e com possibilidade de ser fatal.

A NBR 5410 ento, recomenda a utilizao de

interruptores de corrente de fuga, os quais protegem

os usurios contra choques eltricos, direto ou

indiretamente e tambm contra incndios provocados

Zona 1 Habitualmente nenhuma reao

Zona 2 Habitualmente nenhum efeito patofisiolgico perigoso

Zona 3 Habitualmente nenhum risco de fibrilao

Zona 4 Risco de fibrilao

C1 sem fibrilao ventricular

C2 5%de probabilidade de fibrilao ventricular

C3 50%de probabilidade de fibrilao ventricular

6

e-xacta, Belo Horizonte, Vol. X, N. Y, p. aa-bb. (ano). Editora UniBH. Disponvel em: www.unibh.br/revistas/exacta/

por falhas de isolamento dos condutores e

equipamentos (ABNT, 2004).

2.2 RISCOS ELTRICOS CAUSADOS POR

CONTATOS DIRETOS E INDIRETOS

Pesquisas realizadas pela Associao Brasileira de

Conscientizao para os Perigos da Eletricidade

(ABRACOPEL, 2011) demonstram que 93% das

pessoas j sofreram algum tipo de choque eltrico em

casa e os principais motivos apontados foram torneira

do chuveiro (30%); fio desencapado, extenso,

benjamim etc. (29%); ligao de equipamentos (14%);

geladeira, mquina de lavar, fogo etc. (13%); troca

de lmpadas (12%); e outros (2%).

No mbito das instalaes eltricas, as regras

a ter em conta para garantir a proteo de pessoas

encontram-se no Regulamento de Segurana de

Instalaes de Utilizao de Energia Eltrica, sendo

referidos dois tipos de riscos:

Contatos diretos: So os riscos provenientes

dos contatos com partes ativas dos materiais

ou aparelhos eltricos (Figura 3);

FIGURA 3 Contato direto de uma pessoa com um dispositivo eltrico Fonte: PRYSMIAN (2006), p. 37

Contatos indiretos: So os riscos a que as

pessoas ficam sujeitas em resultado das

massas (estruturas metlicas) ficarem

acidentalmente sob tenso (Figura 4).

FIGURA 4 Contato indireto de uma pessoa atravs de um eletrodomstico Fonte: PRYSMIAN (2006), p. 37

O elevado nmero de acidentes originados por

contatos diretos e contatos indiretos no sistema

eltrico impe novos mtodos e dispositivos que

permitem o uso seguro e adequado da eletricidade

reduzindo o perigo s pessoas, alm de perdas de

energia e danos as instalaes eltricas. A destruio

de equipamentos e incndios muitas vezes causada

por correntes de fuga a terra em instalaes mal

executadas, subdimensionadas, com m conservao

ou envelhecimento (SIEMENS, 2013).

De acordo, o mesmo autor, as correntes de

fuga provocam riscos s pessoas, aumento de

consumo de energia, aquecimento indevido,

destruio da isolao, podendo at ocasionar

incndios. Esses efeitos podem ser monitorados e

interrompidos por meio de um Dispositivo DR.

Portanto, os Dispositivos DR (diferencial

residual) protegem contra os efeitos nocivos das

correntes de fuga terra, garantindo uma proteo

eficaz tanto vida dos usurios quanto aos

equipamentos (SIEMENS, 2009).

7

e-xacta, Belo Horizonte, Vol. X, N. Y, p. aa-bb. (ano). Editora UniBH. Disponvel em: www.unibh.br/revistas/exacta/

2.3 DISPOSITIVO DR

Os dispositivos corrente diferencial-residual (DR)

constituem-se no meio mais eficaz de proteo de

pessoas e animais contra choques eltricos. Estes

dispositivos permitem o uso seguro e adequado da

eletricidade, reduzindo o nvel de perigo s pessoas,

as perdas de energia e os danos s instalaes,

porm sem dispensar outros elementos de proteo

(disjuntores, fusveis etc.) (APPEL, 2012).

O DR possui a finalidade de interromper, num

determinado perodo, a corrente eltrica fornecida a

uma carga (aquecedor, bomba, lmpada), quando

uma corrente que flui para a terra (choque ou fuga

devido ao mal funcionamento de algum aparelho)

excede um valor predeterminado. Esta corrente

geralmente muito menor do que a requerida para

acionar a proteo de sobre corrente (fusvel ou

disjuntor) do circuito de alimentao (CHIA LI, 1998).

Esses dispositivos so de uso obrigatrio

desde 1997 e devem seguir as normas de instalaes

eltricas em Baixa Tenso. Assim, todos os

engenheiros projetistas, instaladores, construtoras e

eletricistas devem utiliz-las em instalaes eltricas

residenciais e comerciais a partir desta data (INOUE,

2006).

O DR funciona como um sensor que mede as

correntes que entram e saem no circuito. As duas so

de mesmo valor, porm de direes contrrias em

relao carga. Se a corrente que entra na carga for

chamada de +I e a que sai de -I, logo a soma das

correntes igual a zero. A soma s no ser igual a

zero se houver corrente fluindo para a terra, como no

caso de um choque eltrico (GE, 2011).

Segundo ABNT (2004), a NBR 5410 indica

que o DR deve estar instalado em srie com os

disjuntores de um quadro de distribuio. Em geral,

ele colocado depois do disjuntor principal e antes

dos disjuntores de distribuio.

O mesmo autor ainda destaca que para

facilitar a deteco do defeito, aconselha-se proteger

cada aparelho com dispositivo diferencial. Caso isto

no seja vivel, deve-se separar por grupos que

possuam caractersticas semelhantes.

A ABNT (2004) recomenda que todos os fios

do circuito tm que obrigatoriamente passar pelo DR,

o fio terra (proteo) nunca poder passar pelo

interruptor diferencial, o neutro no poder ser

aterrado aps ter passado pelo interruptor, o boto de

teste para o DR de 4 plos est entre os plos

centrais F/F (220 V), mas o DR funciona normalmente

se conectado F/N (127 V) nestes plos.

Alm dos nomes DDR e DR, conforme

SIEMENS (2001), tambm so conhecidos como:

- RCDs (Residual Current Devices);

- ELCBs (Earth Leakage Circuit-Breakers);

- R.C.C.B (Residual-Current-operated Circuit Breaker).

Conforme destaca a NBR 5410, norma para

instalaes eltricas de baixa tenso, o uso do

dispositivo DR consiste apenas em uma medida

adicional de segurana. Ou seja, o emprego desse

mecanismo no constitui uma medida de proteo

completa e no dispensa, portanto, a adoo das

demais providncias estabelecidas na mesma, tal

como o uso obrigatrio do condutor de proteo fio

terra em todos os circuitos (ABNT, 2004).

importante frisar que obrigatrio o uso do

disjuntor na retaguarda do DR, pois o dispositivo no

atua como um substituto. No entanto, devido

desinformao, profissionais despreparados fazem

confuso, e ao instalar o DR retiram o disjuntor das

instalaes, colocando em risco os circuitos eltricos.

O DR s faz proteo contra corrente de fuga,

portanto, no atua em situao de sobrecarga e curto-

circuito. Por isso preciso ter um disjuntor de

retaguarda. Para a correta instalao do DR

obrigatria tambm a presena do condutor de

proteo no circuito.

8

e-xacta, Belo Horizonte, Vol. X, N. Y, p. aa-bb. (ano). Editora UniBH. Disponvel em: www.unibh.br/revistas/exacta/

Segundo a NBR 5410, os DR's devero

possuir sensibilidade para atuao para correntes de

fuga menor ou igual a 30 mA para instalaes

eltricas residenciais (ABNT, 2004).

O dispositivo DR detecta a soma fasorial das

correntes que percorrem os condutores de um circuito

total ou um trecho de circuito, interrompendo a

alimentao se esta soma fasorial ultrapassar um

valor pr-estabelecido (COTRIM, 2010).

O mesmo autor ressalta que para a utilizao

de um DR, devero ser envolvidos todos os

condutores fases de um circuito, bem como o condutor

neutro. O condutor de proteo dever ser externo ao

circuito que monitorado por este dispositivo.

O autor ainda afirma que um dispositivo de

interrupo por corrente de fuga divide-se

basicamente em dois tipos:

Interruptor DR: Como exemplo na figura 8,

destinado apenas a proteo por corrente de fuga. O

DR no substitui um disjuntor, pois ele no protege

contra sobrecargas e curtos-circuitos. Para estas

protees, devem-se utilizar os disjuntores em

associao.

FIGURA 8: Interruptor DR - 2 Plos E 4 Plos. Fonte: GE (2006), p. 19

Disjuntor DR: Como exemplo na figura 9, alm de

atuar por uma corrente de fuga, protege o circuito

tambm por sobrecarga. OBS: este equipamento de

utilizao muito rara, difcil de encontrar no mercado

devido ao alto custo.

Exemplo de aplicao do Disjuntor DR

A figura 10 demonstra o esquema de um

circuito bifsico alimentando um chuveiro eltrico. As

duas fases passam pelo disjuntor termomagntico,

aps pelo disjuntor DR e finalmente ao chuveiro. Note-

se que o fio terra (cor verde) conectado no chuveiro.

FIGURA 9: Disjuntor com Proteo Diferencial - 2

plos.

Fonte: GE (2006), p. 19

FIGURA 10 - Esquema de um Circuito Bifsico com

Disjuntores DR

Fonte: Prysmian (2010), p.10

Conforme NBR 5410 a obrigatoriedade do uso

de um dispositivo de proteo diferencial (DR) ocorre

nos casos abaixo (ABNT, 2004):

9

e-xacta, Belo Horizonte, Vol. X, N. Y, p. aa-bb. (ano). Editora UniBH. Disponvel em: www.unibh.br/revistas/exacta/

a) os circuitos que sirvam a pontos de

utilizao situados em locais contendo banheira ou

chuveiro;

b) os circuitos que alimentem tomadas de

corrente situadas em reas externas edificao;

c) os circuitos de tomadas de corrente

situadas em reas internas que possam vir a alimentar

equipamentos no exterior;

d) os circuitos que, em locais de habitao,

sirvam a pontos de utilizao situados em cozinhas,

copas-cozinhas, lavanderias, reas de servio,

garagens e demais dependncias internas molhadas

em uso normal ou sujeitas a lavagens;

e) os circuitos que, em edificaes no-

residenciais, sirvam a pontos de tomada situados em

cozinhas, copas-cozinhas, lavanderias, reas de

servio, garagens e, no geral, em reas internas

molhadas em uso normal ou sujeitas a lavagens.

De acordo com o mesmo autor, as

consideraes referentes obrigatoriedade do uso do

DR:

1. No que se refere a tomadas de corrente, a

exigncia de proteo adicional por DR de alta

sensibilidade se aplica s tomadas com

corrente nominal de at 32 A;

2. A exigncia no se aplica a circuitos ou

setores da instalao concebidos em

esquema de aterramento IT, visando garantir

continuidade de servio, quando essa

continuidade for indispensvel segurana

das pessoas e preservao de vidas, como,

por exemplo, na alimentao de salas

cirrgicas ou de servios de segurana;

3. Quando o risco de desligamento de

congeladores por atuao intempestiva da

proteo, associado hiptese de ausncia

prolongada de pessoas, significar perdas e/ou

conseqncias sanitrias relevantes,

recomenda-se que as tomadas de corrente

previstas para a alimentao de tais

equipamentos sejam protegidas por

dispositivo DR com caracterstica de alta

imunidade a perturbaes transitrias, que o

prprio circuito de alimentao do congelador

seja, sempre que possvel, independente, e

que, caso exista outro dispositivo DR a

montante do de alta imunidade, seja garantida

seletividade entre os dispositivos.

Alternativamente, ao invs de dispositivo DR,

a tomada destinada ao congelador pode ser

protegida por separao eltrica individual,

recomendando-se que tambm a o circuito

seja independente e que caso haja dispositivo

DR a montante, este seja de um tipo imune a

perturbaes transitrias.

4. A proteo dos circuitos pode ser realizada

individualmente, por ponto de utilizao ou por

circuito ou por grupo de circuitos.

ABNT (2004), afirma na NBR 5410, quais so

as vantagens do uso do dispositivo DR:

A proteo a pessoas contra fuga de corrente a

terra provocadas por equipamentos defeituosos,

instalaes danificadas ou contatos diretos (choques);

Permite sua aplicao em qualquer setor, tanto

residencial, comercial ou industrial. Em construes a

grandes alturas, trabalhando com equipamento

energizado, evitar a queda devido a choques

eltricos, lembrando que utilizam-se muito, as escadas

em alumnio que um excelente condutor eltrico.

Proteo de equipamentos e instalaes por falta

de isolamento em condutores.

O mesmo autor ressalta que as desvantagens

do dispositivo DR encontram-se neste ser um

dispositivo de elevado custo, se comparado com

outros dispositivos de proteo utilizados em

residncias, apesar de o custo benefcio de sua

instalao ser importante item a ser levado em conta.

A medida que as pessoas vo utilizando esse

dispositivo em seus projetos, certamente o custo do

10

e-xacta, Belo Horizonte, Vol. X, N. Y, p. aa-bb. (ano). Editora UniBH. Disponvel em: www.unibh.br/revistas/exacta/

DR ir reduzir, o que j vem ocorrendo anos aps o

primeiro disjuntor de proteo diferencial entrar no

mercado.

2.3.1 UTILIZAO DO DR NAS INSTALAOES

ELTRICAS

Segundo CHIA LI, et al (1998), nos Estados

Unidos, todas as construes a partir de 1969

deveriam utilizar tomadas de trs orifcios (fase, neutro

e terra) e, a partir de 1975, qualquer equipamento

eletroeletrnico que entra em contato com gua

(aquecedores, banheiras de hidromassagem, bombas,

iluminao de piscinas, etc.) deveriam estar ligado

rede eltrica atravs de um dispositivo diferencial

residual (DR). Cabe ressaltar que a norma brasileira

NB-3 (ABNT NBR 5410:2004) j incorporou estas

mesmas exigncias.

De acordo com CEMIG (2003), em um

condutor eltrico energizado em Corrente Alternada

(CA), passa uma determinada quantidade de energia,

sendo um percentual Ativo e outro Reativo. Quanto

maior for o percentual de Potncia Ativa (kW) que

passar, ser melhor e mais econmico.

A NBR 5410 utiliza a expresso: dispositivos

de proteo a corrente diferencial residual ou,

abreviadamente, dispositivos DR, para se referir,

genericamente, proteo diferencial residual, essa

pode ser realizada atravs de:

- Disjuntores com proteo diferencial residual

incorporada;

- Interruptores diferenciais residuais;

- Tomadas com interruptor DR incorporado;

- Blocos diferenciais acoplveis a disjuntores em caixa

moldada ou a disjuntores modulares (minidisjuntores);

- Peas avulsas (rel DR e transformador de corrente

toroidal), que so associadas ao disparador de um

disjuntor ou a um contador, ou, ainda, associadas

apenas a um elemento de sinalizao e/ ou alarme

(REVISTA ELETRICIDADE MODERNA, 2008).

De acordo com SIEMENS (2010), os tipos de

dispositivos so AC, A e B, sendo assim descritos pelo

autor:

Tipo AC: Detecta correntes residuais

alternadas e so normalmente utilizados em

instalaes eltricas residenciais, comerciais e

prediais, como tambm em instalaes eltricas

industriais de caractersticas similares.

Tipo A: Detecta correntes residuais

alternadas e contnuas pulsantes; este tipo de

dispositivo aplicvel em circuitos que contenham

recursos eletrnicos que alterem a forma de onda

senoidal.

Tipo B: Detecta correntes residuais

alternadas, contnuas pulsantes e contnuas puras;

este tipo de dispositivo aplicvel em circuitos de

corrente alternada normalmente trifsicos que

possuam, em sua forma de onda, partes senoidais,

meia-onda ou ainda formas de ondas de corrente

contnua, geradas por cargas como: equipamentos

eletrodomsticos, entre outros.

Conforme SIEMENS (2012), a sensibilidade

do DR varia de 30 a 500 mA e deve ser dimensionada

com cuidado, pois existem perdas para terra inerentes

prpria qualidade da instalao.

Proteo contra contato direto: 30 mA:

Contato direto com partes energizadas pode ocasionar

fuga de corrente eltrica, atravs do corpo humano,

para terra.

Proteo contra contato indireto: 100 mA a

300 mA : No caso de uma falta interna em algum

equipamento ou falha na isolao, peas de metal

podem tornar-se "vivas" (energizadas).

Proteo contra incndio: 500 mA:

Correntes para terra com este valor podem gerar

arcos/fascas e provocar incndios.

11

e-xacta, Belo Horizonte, Vol. X, N. Y, p. aa-bb. (ano). Editora UniBH. Disponvel em: www.unibh.br/revistas/exacta/

2.4 OUTRAS MEDIDAS CONTRA O CHOQUE

ELTRICO

Apesar da eficincia garantida pelos

fabricantes e rgos de fiscalizao na preveno

contra choques eltricos partir da instalao de um

dispositivo DR, muito importante levar em

considerao outras medidas de preveno que

tambm so fundamentais no objetivo de eliminar a

causa do choque eltrico, pois os dispositivos de

proteo atuam nas consequncias, no deixando que

ocorram danos pessoais e materiais (SIEMENS,

2003).

O mesmo autor ressalta que os Dispositivos

de proteo como os disjuntores termomagnticos mal

dimensionados, de m qualidade, com muito tempo de

uso e inexistncia de manuteno, impedem uma

proteo eficiente aos condutores, caso ocorra um

curto-circuito, comprometendo fatalmente toda a

instalao.

De acordo com a ABNT (2004), NBR 5410

prev que toda instalao dever possuir um

dispositivo de proteo contra curto-circuito e

sobrecarga. Esta proteo poder ser atravs de

disjuntores termomagnticos ou atravs de fusveis.

Ainda o autor destaca que um condutor de

proteo dever ser utilizado em todas as instalaes

eltricas, sendo ele, independente dos demais

condutores, inclusive o condutor neutro pertencente

ao circuito alimentador. Devero ser utilizados uma ou

mais hastes de aterramento exclusivamente para este

sistema de proteo utilizando um condutor de

aterramento, de forma que esteja disponvel em todas

as tomadas e pontos que utilizem energia eltrica.

Os sistemas de aterramento atravs do

prprio condutor neutro no so admitidos, uma vez

que este condutor faz parte do sistema de alimentao

e no garante uma proteo suficiente ao usurio, e

tambm condenado pelas concessionrias e

normas. Recomenda-se no aterrar o equipamento

em vez de utilizar este sistema (SIEMENS, 2006).

No entanto, no Brasil, quase que a totalidade

dos eletrodomsticos no utilizam tomadas de trs

pinos (2P+T - fase, neutro e proteo),

comprometendo a segurana do usurio. Apesar da

NBR 14136, que define o padro brasileiro de

tomadas com trs pinos, ainda so utilizados inmeros

tipos de adaptadores que eliminam o pino terra

(SIEMENS, 2006).

Assim, toda instalao eltrica deveria ser

executada por pessoas habilitadas partir de um

projeto eltrico prvio, elaborado por profissional da

rea.

3 NORMATIZAO

No Brasil a entidade que responsvel pela

Normatizao a Associao Brasileira de Normas

Tcnicas ABNT, fundada em 1940 para fornecer a

base necessria ao desenvolvimento tecnolgico

brasileiro, sendo uma entidade privada e 32 sem fins

lucrativos, reconhecida como Foro Nacional de

Normatizao. A ABNT a representante no Brasil

das entidades de normatizao internacional como a

International Standard Organization ISO e a

International Electrotechnical Commission - IEC.

A ABNT formada por inmeros comits em

diversas reas envolvendo

especialistas respeitados em todo o Brasil e o Mundo.

Segundo ABNT (2008), seus principais

objetivos so:

Promover a elaborao de normas tcnicas e

fomentar seu uso nos campos cientfico,

tcnico, industrial, comercial, agrcola, de

servios e correlatos, mantendo-as

atualizadas, apoiando-se, para tanto, na

12

e-xacta, Belo Horizonte, Vol. X, N. Y, p. aa-bb. (ano). Editora UniBH. Disponvel em: www.unibh.br/revistas/exacta/

melhor experincia tcnica e em trabalhos de

laboratrio;

Incentivar e promover a participao das

comunidades tcnicas na pesquisa, no

desenvolvimento e difuso da normatizao

do pas;

Representar o Brasil nas entidades

internacionais de normatizao tcnica e

delas participar;

Colaborar com organizaes similares

estrangeiras, intercambiando normas e

informaes tcnicas;

Conceder, diretamente ou por meio de

terceiros, Marca de Conformidade e

outros certificados referentes adoo

setorial vigente;

Prestar servios no campo da normatizao

tcnica;

Intermediar, junto aos poderes pblicos, os

interesses da sociedade civil no tocante aos

assuntos de normatizao tcnica.

Todas as normas tcnicas elaboradas pela

ABNT, so registradas no Instituto Nacional de

Metrologia, Normatizao e Qualidade Industrial

INMETRO.

No caso de eletricidade, a elaborao das

normas esto a cargo do Comit Brasileiro de

Eletricidade COBEI, sendo um dos que compe a

ABNT.

A norma que rege as instalaes eltricas em baixa

tenso a ABNT NBR 5410, sendo que sua ltima

edio foi em 2004. Existem outras normas que atuam

em conjunto com a ABNT NBR 5410, referentes aos

condutores e demais materiais

e equipamentos eltricos incluindo sua forma de

instalao. Algumas delas esto

relacionadas a seguir.

NBR 5111 Fios de cobre nu de seo circular

para fins eltricos - Especificao

NBR 5368 Fios de cobre mole estanhados

para fins eltricos - Especificao

NBR 5176 Segurana de aparelhos

eletrnicos e aparelhos associados para uso

domsticos ou geral ligados a um sistema

eltrico - Procedimento

NBR 5413 Iluminncia de interiores -

Especificao

NBR 5419 Proteo contra descargas

atmosfricas - Procedimento

NBR 5473 Instalao eltrica predial -

Terminologia

NBR 5444 Smbolos grficos para instalaes

eltricas prediais

NBR 5361 Disjuntor de baixa tenso

NBR 5461 Iluminao

NBR 5597 Eletroduto rgido de ao carbono

com revestimento protetor, com rosca ANSI -

Especificao

NBR 5598 Eletroduto rgido de ao-carbono

com revestimento protetor, com rosca

NBR 5624 Eletroduto rgido de ao-carbono,

com costura, com revestimento protetor e

rosca NBR 8133 - Especificao

NBR 6147 Plugues e tomadas para uso

domstico e anlogo Especificao

NBR 6150 Eletrodutos de PVC rgido -

Especificao

NBR 6252 Condutores de alumnio para cabos

isolados - Padronizao

NBR 6527 Interruptores para instalao

eltrica fixa domstica e anloga

Especificao

NBR 6808 Conjuntos de manobra e controle

de baixa tenso - Especificao

NBR 6812 Fios e cabos eltricos - Queima

vertical ( fogueira ) - mtodo de ensaio

13

e-xacta, Belo Horizonte, Vol. X, N. Y, p. aa-bb. (ano). Editora UniBH. Disponvel em: www.unibh.br/revistas/exacta/

NBR 6880 Condutores de cobre para cabos

isolados - Padronizao

NBR 7094 Motores de induo - Especificao

NBR 9122 Dispositivos fusveis de baixa

tenso para uso domstico - Especificao

NBR 9513 Emendas para cabos de potncia

isolados para tenses at 750 V

NBR 14136 Plugues e tomadas para uso

domstico e anlogo at 20 A/250 V em

corrente alternada Padronizao

IEC 614 Specification for conduits for electrical

Installations

NBR NM 60898 Disjuntores para proteo de

sobrecorrentes para instalaes domsticas e

similares (IEC 60898:1995, MOD)

IEC 61008-2-1 Residual current operated

circuit-breakers without integral overcurrent

protection for household and similar uses

(RCCB's) Part 2-1: Applicability of the

general rules to RCCB's functionally

independent of line voltage

O objetivo principal da ABNT NBR 5410 fixar

condies de garantias do funcionamento adequado

das instalaes, a segurana das pessoas e animais

domsticos que utilizam estas instalaes e a

conservao dos bens (ABNT, 2004).

Segundo o mesmo autor, pode-se relacionar algumas

aplicaes bsicas da NBR 5410:

Instalaes eltricas alimentadas sob tenso

nominal igual ou inferior a 1000 Volts em

corrente alternada, com freqncia inferior a

10 kHz , ou a 1500 Volts em corrente

contnua;

Em instalaes eltricas de prdios

residenciais, comerciais, de uso pblico,

industriais, agropecurio e hortigranjeiros,

prdios pr-fabricados, reboques e locais de

acampamento, canteiros de obras, feiras,

exposies e outras instalaes temporrias;

Em instalaes novas e reformas;

O mesmo autor ainda afirma que a NBR 5410

relaciona algumas prescries fundamentais a fim de

garantir o cumprimento do objetivo principal da

mesma:

Proteo contra choques eltricos:

- Proteo contra contatos diretos;

- Proteo contra contatos indiretos.

Proteo contra efeitos trmicos;

Proteo contra sobrecorrentes;

Proteo contra sobretenses;

Seccionamento e comando;

Independncia da instalao eltrica;

Acessibilidade dos componentes;

Condies de alimentao;

Condies de instalao.

4 METODOLOGIA

O trabalho se classifica, segundo GIL (1995),

como uma pesquisa do tipo de caso.

Os procedimentos metodolgicos foram

iniciados pela elaborao do referencial terico, que

teve por finalidade nivelar o conhecimento dos

pesquisadores sobre o tema em questo. Alm de

auxiliar na obteno de dados para enriquecer a

discusso dos resultados.

Aps esta etapa, os pesquisadores iniciaram a

anlise da norma NBR 5410/2004, onde foi realizada

uma pesquisa detalhada das normas tcnicas e

regulamentadoras da ABNT, referente ao tema do

trabalho, para uma total compreenso da abrangncia

da utilizao dos dispositivos de proteo residuais,

inclusive buscar informaes contidas nas normas de

fabricao.

14

e-xacta, Belo Horizonte, Vol. X, N. Y, p. aa-bb. (ano). Editora UniBH. Disponvel em: www.unibh.br/revistas/exacta/

Realizada as etapas anteriores, os

pesquisadores seguiram para o estgio de estudo de

casos, segundo Gil (1995). Foram pesquisadas 30

residncias com o objetivo de verificar o uso do

dispositivo DR, analisar as divergncias em sua

instalao baseado na Norma ABNT NBR 5410 (2004)

e sugerir medidas corretivas para regularizao das

instalaes, onde necessrio.

5 RESULTADOS E DISCUSSO

5.1 VERIFICAO DO USO DO DR EM QUADROS

RESIDENCIAIS

A coleta de dados ocorreu em 30 residncias

localizadas em trs cidades, para com o objetivo de

uma abrangncia maior na pesquisa e que os dados

coletados refletissem a realidade do uso do dispositivo

DR em uma maior extenso.

Entretanto em nenhuma casa foi encontrado o

dispositivo DR instalado.

Na tabela 1 foram sintetizados os dados coletados:

TABELA COLETA DE DADOS RESIDNCIAS

LOCALIZAO ANO DE CONSTRUO

PADRO DE IMVEL QUADRO ELTRICO

DISJUNTOR DR CIDADE BAIRRO

NOVA LIMA-MG CASCALHO 1965 BAIXO No instalado. Os circuitos so protegidos apenas por um disjuntor geral instalado no medidor do padro CEMIG

No possui.

NOVA LIMA-MG CASCALHO 1970 BAIXO No instalado. Os circuitos so protegidos apenas por um disjuntor geral instalado no medidor do padro CEMIG

No possui.

NOVA LIMA-MG CRISTAIS 2000 MDIO Possui quadro eltrico com distribuio de circuitos

No possui.

NOVA LIMA-MG COND. VEREDAS GERAIS 1998 ALTO Possui quadro eltrico com distribuio de circuitos No possui.

BELO HORIZONTE-MG SO PAULO 1980 BAIXO Possui quadro eltrico com distribuio de circuitos. No possui.

BELO HORIZONTE-MG FERNO DIAS 2008 MEDIO Possui quadro eltrico com distribuio de circuitos No possui.

BELO HORIZONTE-MG PALMARES 2003 MEDIO Possui quadro eltrico com distribuio de circuitos No possui.

BELO HORIZONTE-MG ESTORIL 1993 MDIO Possui quadro eltrico com distribuio de circuitos No possui.

BELO HORIZONTE-MG PAMPULHA 1995 ALTO Possui quadro eltrico com distribuio de circuitos

No possui.

BELO HORIZONTE-MG CALIFORNIA 1999 MDIO Possui quadro eltrico com distribuio de circuitos No possui.

BELO HORIZONTE-MG STA. INS 1985 BAIXO Possui quadro eltrico com distribuio de circuitos No possui.

BELO HORIZONTE-MG UNIO 1980 BAIXO Possui quadro eltrico com distribuio de circuitos No possui.

BELO HORIZONTE-MG JULIANA 2005 BAIXO Possui quadro eltrico com distribuio de circuitos No possui.

BELO HORIZONTE-MG NEVES 2001 MDIO Possui quadro eltrico com distribuio de circuitos No possui.

BELO HORIZONTE-MG BURITIS 2002 MDIO Possui quadro eltrico com distribuio de circuitos

No possui.

BELO HORIZONTE-MG CIDADE NOVA 1998 MDIO Possui quadro eltrico com distribuio de circuitos No possui.

BELO HORIZONTE-MG NOVA BARROCA 2008 MDIO Possui quadro eltrico com distribuio de circuitos No possui.

BELO HORIZONTE-MG ESPLANADA 2005 MDIO Possui quadro eltrico com distribuio de circuitos No possui.

BELO HORIZONTE-MG ESPLANADA 2002 MDIO Possui quadro eltrico com distribuio de circuitos No possui.

ITAUNA -MG MORRO DO SOL 1996 MDIO Possui quadro eltrico com distribuio de circuitos No possui.

ITAUNA -MG NUEIRA MACHADO 2000 MDIO Possui quadro eltrico com distribuio de circuitos

No possui.

ITAUNA -MG UNIVERSITRIO 2012 ALTO Possui quadro eltrico com distribuio de circuitos No possui.

ITAUNA -MG CENTRO 2000 MDIO Possui quadro eltrico com distribuio de circuitos No possui.

15

e-xacta, Belo Horizonte, Vol. X, N. Y, p. aa-bb. (ano). Editora UniBH. Disponvel em: www.unibh.br/revistas/exacta/

Fonte: OS AUTORES, 2013

5.2 ANLISE DAS DIVERGNCIAS DO USO DO DR

BASEADO NA NORMA NBR 5410/2004

Conforme informaes dispostas no item 2.5

dessa pesquisa, o objetivo principal da ABNT NBR

5410 (2004) fixar condies de garantias do

funcionamento adequado das instalaes, a

segurana das pessoas e animais domsticos que

utilizam estas instalaes e a conservao dos bens.

Por isso em todas as residncias visitadas

deveriam estar instalados os dispositivos DR nos

circuitos que se enquadram nos casos, conforme

determina a NBR-5410 (ABNT, 2004):

a) os circuitos que sirvam a pontos de

utilizao situados em locais contendo banheira ou

chuveiro;

b) os circuitos que alimentem tomadas de

corrente situadas em reas externas edificao;

c) os circuitos de tomadas de corrente

situadas em reas internas que possam vir a alimentar

equipamentos no exterior;

d) os circuitos que, em locais de habitao,

sirvam a pontos de utilizao situados em cozinhas,

copas-cozinhas, lavanderias, reas de servio,

garagens e demais dependncias internas molhadas

em uso normal ou sujeitas a lavagens;

5.3 SUGESTO DE MEDIDAS CORRETIVAS

Aps a anlise das exigncias normativas e

entendimento da aplicao dos dispositivos

diferenciais residuais, percebe-se a importncia de

sua utilizao em instalaes eltricas, refletida desde

a preservao de bens materiais e o principalmente a

preservao da vida.

Nas casas instaladas foi comum o relato de

algum tipo de acidente residencial envolvendo

equipamentos eltricos em rea molhadas (locais em

contato com gua constantemente) ou em chuveiros

eltricos ao tocar nas vlvulas de abertura de gua.

No houve relato de acidentes com consequncias de

maior gravidade, talvez por isso ainda haja ainda um

descaso com o uso do dispositivo.

A maioria das casas visitadas possui quadro

eltrico com diviso de circuitos, portanto a instalao

do dispositivo DR bem simples e por mais que em

alguns casos no exista espao interno suficiente nos

quadros, as medidas corretivas so de custo

relativamente baixo se comparado ao benefcio da

segurana para a instalao e moradores das

residncias.

Abaixo temos duas alternativas para

instalao do dispositivo DR:

ALTERNATIVA 1:

Aplicao em residncias onde h maior

espao para adequao dos quadros, atravs da

utilizao do interruptor diferencial residual que no

possui caractersticas tcnicas de proteo

termomagntica, por isso necessrio a manuteno

dos disjuntores termomagnticos existentes nos

quadros. A vantagem dessa aplicao deve-se ao

custo inferior do interruptor diferencial residual em

relao alternativa 2 seguinte, onde aplicado o

disjuntor diferencial residual.

16

e-xacta, Belo Horizonte, Vol. X, N. Y, p. aa-bb. (ano). Editora UniBH. Disponvel em: www.unibh.br/revistas/exacta/

ALTERNATIVA 2:

Para os quadros residenciais onde o espao

interno no suficiente para a instalao dos

interruptores diferenciais, pode-se instalar o

disjuntor diferencial residual, que alm das

caractersticas tcnicas de proteo contra correntes

residuais, tambm possui a capacidade de proteo

contra sobrecargas e curto-circuitos, podendo ento

substitur os disjuntores termomagnticos

convencionais, reduzindo-se o espao necessrio

para adequao desses quadros.

17

e-xacta, Belo Horizonte, Vol. X, N. Y, p. aa-bb. (ano). Editora UniBH. Disponvel em: www.unibh.br/revistas/exacta/

6 CONCLUSO

Esse trabalho possibilitou alcanar o objetivo geral

que foi a anlise da importncia do uso do Interruptor

Diferencial Residual - DR, compreendendo a maneira

de especific-lo e entendendo os circuitos que devem

ser protegidos de acordo com a ABNT NBR 5410.

Referente aos objetivos especficos a constatao da

inexistncia da instalao dos disjuntores DR em 30

residncias em diferentes cidades e anlise das

instalaes residenciais visitadas, nos mostrou que as

medidas corretivas para aplicao do DR so simples,

porm so ignoradas pela maioria das pessoas.

O problema de pesquisa que aponta para casos

de acidentes graves em residncias envolvendo

choque eltrico ainda nos mostra que so nmeros

inexpressivos se comparados a outros acidentes que

acontecem no dia a dia, noticiados nos principais

veculos de comunicao, tais como acidentes de

trnsito, latrocnios entre outros.

Mas apesar disso o nmero de vtimas fatais de

choques eltricos em residncias de 51 pessoas ao

ano, segundo balano da Abracopel referente a 2010,

uma situao que poderia ter sido diferente com o

uso do DR (ABRACOPEL, 2008). So pessoas que

poderiam ser nosso parente ou at mesmo um de ns.

Apesar de obrigatrio desde 1997 segundo a

norma de instalaes eltricas de baixa tenso, a

ABNT NBR 5410, ainda no existe uma legislao

especfica e vistorias de rgos competentes em

residncias novas ou existentes que possam garantir

sua utilizao.

18

e-xacta, Belo Horizonte, Vol. X, N. Y, p. aa-bb. (ano). Editora UniBH. Disponvel em: www.unibh.br/revistas/exacta/

Segundo site O Portal do Setor Eltrico

(edio 85, fev/ 2013) especialistas esperam h anos

a certificao das instalaes eltricas de baixa

tenso. Finalmente, o documento que promete

regulamentar essa histria est em tramitao no

Inmetro, onde tramita uma regulamentao para a

certificao voluntria das instalaes eltricas. A

ideia que, sem o laudo positivo, as concessionrias

no forneam energia. O documento regulatrio ainda

est em fase de desenvolvimento e montagem do

texto base. A previso da comisso de que at

meados deste ano seja levado s audincias pblicas.

A regulamentao das instalaes eltricas

internas tem papel significativo na busca do

desenvolvimento do setor. Problemas como a

informalidade, qualificao inadequada de mo de

obra, ms condies tecnolgicas do instalador e

utilizao de produtos no conformes podem impactar

significativa e negativamente a construo da

necessria infraestrutura, na sua segurana e na

eficincia das instalaes eltricas de baixa tenso.

necessrio tomar alguma atitude

rapidamente para que daqui a 15 anos tenhamos

controle sobre a situao. Caso contrrio, o

prognstico no dos melhores (Certiel Brasil,

Eduardo Daniel).

Uma forma de minimizar os riscos seria atravs das

inspees e certificaes, uma vez que a maioria das

pessoas no tem o conhecimento de dipositivos de

proteo como o DR e ignoram sua eficcia na

proteo de vidas.

Outra maneira de tentar resolver o problema

da melhoria da segurana das instalaes eltricas

residenciais seria atravs da conscientizao.

Educar, conscientizar, orientar so algumas das

palavras de peso que poderiam mudar o cenrio

crtico das instalaes eltricas brasileiras. Essa

conscientizao no seria apenas para as pessoas,

mas seria necessrio conscientizar principalmente os

profissionais que atuam no segmento eltrico.

19

e-xacta, Belo Horizonte, Vol. X, N. Y, p. aa-bb. (ano). Editora UniBH. Disponvel em: www.unibh.br/revistas/exacta/

____________________________________________________________________________

REFERNCIAS

ABNT NBR 5410:2004 ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS - Instalaes de baixa tenso. Rio de Janeiro, 2004.

ABRACOPEL (2010) - Disposivos DR

Disponivel em http://www.abracopel.org/tecnologia/conceitos-e-aplicacoes-de-dispositivos-de-corrente-diferencial-residual-dr/ Acesso em 2012

APPEL, James Dessuy. Construo, Manuteno e Ampliao de redes e instalaes eltricas: riscos existentes e medidas de proteo. Iju/RS: UNIJU, 2012. Disponvel em: http://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/bitstream/handle/123456789/719/Monografia%20James%20Dessuy%20Appel%20-%2020.04.2012.pdf?sequence=1 - Acesso em 2012

CHIA LI, Rosamaria Wu - O Dispositivo Corrente Diferencial-Residual (Dr) e sua Utilidade em Laboratrios Qumicos. 3 ed. So Paulo/SP, 1998. 320 p.

CONMETRO (2010) - Conselho Nacional de

Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial. - Disponvel em www.inmetro.gov.br/legislacao/consulta.asp?seq_classe=7 Acesso em 2012

COTRIM, Ademaro Alberto Machado Bittencourt. Manual de instalaes eltricas. 2a ed. So Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1985. 434 p.

CURSO CIPA (2011) Segurana do trabalho Disponvel em http://www.bauru.unesp.br/curso_cipa/3_seguranca_do_trabalho/5 Acesso em: nov. 2012.

GE Catlogo Interruptor Diferencial Residual DR: Ed.01 de 10/04/2006 Disponvel em . Acesso em 2012.

INOUE, Renato Koichi - Estudo da Instalao Eltrica com nfase em Dispositivos de Proteo DR na Construo Civil Foz do Iguau/PR: UDC Unio Dinmica de Faculdades Cataratas, 2006. Disponvel em: http://udc.edu.br/monografia/Mono08.pdf - Acesso em 2012

KINDERMANN, Geraldo. Choque Eltrico.

Porto Alegre: Sagra. 1a ed. 1995. 203 p.

PORTAL O Setor eltrico Disponvel em