a importÂncia da regulaÇÃo sectorial para o desenvolvimento da actividade portuÁria
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IX Congresso de Portos de Língua Portuguesa Porto de Itajaí - Dias 11 e 12 de abril de 2016
OSVALDO AGRIPINOPhD. e Advogado
A IMPORTÂNCIA DA REGULAÇÃO SETORIAL PARA O DESENVOLVIMENTO DA ATIVIDADE PORTUÁRIA
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Linhas aéreas se baseiam no sentido das comunicações para montarem suas rotas aéreas. Análise de Concentração de Carga (“pessoas”) versus mobilidade dessas “cargas” (Comte. Patrício Jr. , CEO Itapoa)
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Shipping lines acompanham a economia globalizada, analisando a concentração da produção industrial no Oriente x consumo no Ocidente. (ship follows the goods)
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Professor do Programa de Mestrado e Doutorado em Ciência Jurídica da UNIVALI, Mestrado em Engenharia de Transportes e Gestão Territorial da UFSC/LabTrans, e IMLI, IMO, Malta Advogado inscrito na OAB/SC (Agripino & Ferreira) e RJ, consultor em transportes e portosAtua no setor há 35 anos Recebeu a Medalha Mérito Tamandaré do Comandante da Marinha (2013) Membro da lista de árbitros de várias câmaras, dentre as quais CBAM, CAMFIEP, CAMEDIARB e CAMESC Mestre em Direito Constitucional - PUC/RJ/19961 e Doutor em Direito Internacional - UFSC/2001 – Visiting Scholar na Stanford Law School /2000 Pós-Doutor em Regulação de Transportes e Portos - Harvard University/2008 Oficial da Marinha Mercante, Graduado em Ciências Náuticas (CIAGA,1983), com experiência a bordo como piloto de navios mercantes durante 4 anos, tendo viajado para 30 países Autor e organizador de 22 livros e 110 artigos jurídicos
Sobre o palestrante: Osvaldo Agripino de Castro Jr.
Roteiro de Navegação
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Roteiro de Navegação
1. Aspectos introdutórios e conceitos relevantes2. Teoria Geral da Regulação setorial independente
(RSI)3. Possibilidades de desenvolvimento do setor Conclusão / Propostas
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1. ASPECTOS INTRODUTÓRIOS E CONCEITOS RELEVANTES
Indíce de competitividade WEF 2012-2013: a posição do Brasil em Infraestrutura entre 144 nações
Qualidade da infraestrutura geral 107ºRodovias 123º infraestrutura ferroviária 100º infraestrutura portuária 135º infraestrutura aérea 134º
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1. ASPECTOS INTRODUTÓRIOSA importância das instituições
Douglass North – Prêmio Nobel de Economia 1993 (...) O marco da mudança de seu enfoque está no texto Sources
of Productivity Change in Ocean Shipping, 1600-1850 (Goldin, 1994, p. 8). Nesse estudo, North encontra um resultado curioso:
o aumento da produtividade da indústria de transporte oceânico no período analisado decorreu muito mais de inovações e evoluções institucionais, entre as quais a redução da pirataria, do que das mudanças na tecnologia de transporte. Uma evolução institucional pareceu ser mais importante do que uma evolução tecnológica.”
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Problema(s) Altos custos e ineficácia da logística de transportes
aquaviários e atividade portuária, decorre da debilidade regulatória setorial, por ação ou omissão dos órgãos reguladores, e falta de fiscalização permanente e eficaz do Congresso Nacional, inclusive na cobrança da implementação de instituições (CONIT, ANTAQ, CAP) e planos (PNLT, PNLP ?, PAC), em parte causado pela ignorância das possibilidades e limites da efetividade do marco regulatório logístico pelos mesmos e regulados (indústria e usuários)
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Problema(s)
Inibição da atração de investimentos privados e a criação de uma política de Estado para o desenvolvimento do setor (bottom-up) portuário, incluindo uma Política de Estado para o desenvolvimento de uma frota mercante própria
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Reforma Portuária: Para quê ? Para quem ?
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Alguns problemas1. Degradação institucional 2. Inexistência de política de Estado para o setor3. Centralização administrativa: desprestígio das AP e dos CAPS4. Falta de organização dos usuários > captura > regulação
econômica ineficaz = CUSTO-BRASIL5. Inexistência de política de REGULAÇÃO ECONÔMICA6. Inexistência de política de Marinha Mercante7. Falta de regulação do armador estrangeiro
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Indústria Regulada
Grande associativismo
Usuários / Consumidores
Baixo associativismo
ANTAQCaptura ?
CONIT
Intermodalidade MultimodalidadeLei n. 9611/98
Agência de Estado vinculada, não subordinada ao Governo
E o CAP ?
SEP ??
Obstáculos à eficiência do modelo ?
Civil Law x Common Law
Direito Administrativo x Direito norte-americano
Cultura política (regulação setorial)
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Porto de Salvador
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Tarifas da carga conteinerizada
Março/2000 Março/2012
Variação %
THC/capatazia por contêiner R$94,23 R$649,00 589%
Fornecimento de energia /dia (ctn reefer)
R$2,26 R$200,00 8.750%
IGP-M no período: 12 anos 163%
Objetivo
Contribuir para o aumento da competitividade do setor Contribuir para o aumento da competitividade do setor produtivo dos países de língua portuguesa, a partir da produtivo dos países de língua portuguesa, a partir da
análise crítica do modelo regulatório brasileiro análise crítica do modelo regulatório brasileiro
A qualidade das instituições de um país é A qualidade das instituições de um país é elemento estratégico elemento estratégico para o seu para o seu
desenvolvimento, mas demanda infraestrutura desenvolvimento, mas demanda infraestrutura intelectualintelectual
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Portanto…
“Não há infraestrutura física sem
infraestrutura intelectual”
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Relembrando….
Política do Governo Lula: Palestra Ministra Dilma Roussef Seminário Transportes TCU 2007
Objetivo estratégico “Reduzir os custos logísticos para aumentar a
competitividade do setor produtivo, tanto do segmento exportador, como no que se refere ao mercado interno”
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2. Teoria Geral da Regulação Setorial Independente
Tese principal: Institucional - legal Não (sub) utilização do potencial da regulação
setorial independente é fator relevante para o não desenvolvimento da infraestrutura marítima e portuária
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2. Teoria Geral da Regulação setorial
Competência da ANTAQ
Deve garantir a movimentação de pessoas e bens, em cumprimento a padrões de eficiência, segurança, conforto, regularidade, pontualidade e modicidade nos fretes e tarifas e harmonizar, preservado o interesse público, os objetivos dos usuários, das empresas concessionárias e de entidades delegadas, arbitrando conflito de interesses e manter o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos
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Poderes i. Normativo i. Normativo (Res. = “lei” desde que de acordo com o (Res. = “lei” desde que de acordo com o
marco regulatório: discricionariedade técnica)marco regulatório: discricionariedade técnica)ii. Outorga de títulos de habilitação ii. Outorga de títulos de habilitação (Autorização (Autorização
para terminais privativos e Concessão para para terminais privativos e Concessão para Arrendatário (PO)Arrendatário (PO)
iii. Inspeção iii. Inspeção (Fiscalizatório)(Fiscalizatório)iv. Aplicação de penalidades iv. Aplicação de penalidades (Sancionatório)(Sancionatório)
v. Dialógicav. Dialógicavi. Redistributivavi. Redistributiva
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2. Teoria Geral da Regulação
• “Anafalbetismo” regulatório Baixo grau de institucionalização do CONIT e do CAP• Pouca descentralização administrativa (ANTAQ x agências
estaduais e CAP)• Judicialização da regulação• Custos predatórios• Assimetria de informação • Insegurança jurídica do gestor portuário (este procura fazer o
máximo para reduzir o Custo Antaq) • Vulnerabilidade patrimonial
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2. Teoria Geral da Regulação• Conflitos de competência: 28 órgãos intervenientes: “Deuses” e 1
“Mortal”• Inexistência de EIR• Captura do CAP: Carta do II CONCCAP (Univali, 25 e 26 ago. 2011)• Inexistência de infraestrutura adequada/previsão orçamentária
para o funcionamento do CAP e do controle/fiscalização dos custos (Atividade Portuária)
• Pouco uso da função dialógica • Pouco uso dos MASC´s (negociação, mediação e arbitragem) >
judicialização dos conflitos = Ineficiência = RISCO• Cultura logística “FOBista”
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CONIT • Art. 1o Constituem o objeto desta Lei:
I – criar o Conselho Nacional de Integração de Políticas de Transporte.
• Art. 5o Fica criado o Conselho Nacional de Integração de Políticas de Transporte – CONIT, vinculado à Presidência da República, com a atribuição de propor ao Presidente da República políticas nacionais de integração dos diferentes modos de transporte de pessoas e bens, em conformidade com: I - as políticas de desenvolvimento nacional, regional e urbano, de defesa nacional, de meio ambiente e de segurança das populações, formuladas pelas diversas esferas de governo;
• II – as diretrizes para a integração física e de objetivos dos sistemas viários e das operações de transporte sob jurisdição da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
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CONIT
Art. 6o No exercício da atribuição prevista no art. 5o, caberá ao CONIT:
I – propor medidas que propiciem a integração dos transportes aéreo, aquaviário e terrestre e a harmonização das respectivas políticas setoriais;
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CONIT Movimento do Estados em busca do “federalismo regulatório”: 18
Secretarias Estaduais Carta do I ENASEINP – 17 e 18 nov. 2011, Salvador, BA
FONASEINP
II ENASEINP – 10 e 11 fev. 2012, Florianópolis, SC e III ENASEINP, março 2013, Vitória, ES
Conferências Estaduais e Nacional: Em busca do federalismo regulatório.
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Ata do I ENASEINP
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Conflitos no porto ???
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i. Autoridade Marítima (Capitania) X Autoridade Portuária (APPA): Dragagemii. Autoridade Policial (PF) X Autoridade Aduaneira (Receita Federal): Escuta telefônicaiii. Autoridade Ambiental Federal x Autoridade Ambiental Estadual x Autoridade Ambiental Municipal: caso navio Vicuña
Licenciamento Ambiental Portuário do Chibatão Rio Negro: “terras caídas” em 17.10.2010
Maior porto privado da Amazônia Ocidental > 100 carretas e conteinêres e 2 pessoas desaparecidas
Responsabilidade do operador portuário ?
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Cramming ?
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3. Possibilidades de desenvolvimento do setor
Desenvolver uma política de cooperação entre os países da APLOP que:
- Meritocracia - Regulação setorial independente
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CONCLUSÃO 1. 1. Precisamos mudar o modelo RSI dos portos da 1a. Precisamos mudar o modelo RSI dos portos da 1a.
metade do século XX para a 1a. metade do século XXImetade do século XX para a 1a. metade do século XXI
2. No Brasil há normas suficientes (marco regulatório) 2. No Brasil há normas suficientes (marco regulatório) para a aplicação para a aplicação de uma política eficaz de a) defesa da de uma política eficaz de a) defesa da concorrência que, juntamente com a b) defesa da concorrência que, juntamente com a b) defesa da propriedade e do c) consumidorpropriedade e do c) consumidor, que pode contribuir , que pode contribuir para o desenvolvimento econômico dos portos dos para o desenvolvimento econômico dos portos dos países da APLOP, com a garantia do capital investido na países da APLOP, com a garantia do capital investido na infraestrutura, condição necessária, embora não infraestrutura, condição necessária, embora não suficiente, para o desenvolvimento sustentável da suficiente, para o desenvolvimento sustentável da logísticalogística
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CONCLUSÃO 3. Há grande déficit institucional, de forma que o setor 3. Há grande déficit institucional, de forma que o setor
precisa precisa a) se organizar e compreender a função da regulação a) se organizar e compreender a função da regulação
setorial independentesetorial independente b) valorizar e usar plenamente as instituições do setor a b) valorizar e usar plenamente as instituições do setor a
fim fim c) desenvolver uma política de Estado COMUM para a c) desenvolver uma política de Estado COMUM para a
Marinha Mercante Marinha Mercante
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CONCLUSÃO 4. Pensar o futuro dos portos, com ênfase na꞉4. Pensar o futuro dos portos, com ênfase na꞉ a) eficiência dentro de uma logística de integração a) eficiência dentro de uma logística de integração
hemisférica via PNLP, PNLT e IIRSA e com os portos de hemisférica via PNLP, PNLT e IIRSA e com os portos de língua portuguesalíngua portuguesa
b) da Regulação eficaz via Congresso, CONIT, Antaq e CAP e b) da Regulação eficaz via Congresso, CONIT, Antaq e CAP e c) de uma interpretação dinâmica adequada para c) de uma interpretação dinâmica adequada para
compreender as mudanças do setorcompreender as mudanças do setor Ceticismo x pessimismo Ceticismo x pessimismo
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No caso do Brasil...Antaq como orgão solucionador de conflitos ?CAP como centro de custosTCU/2009 – não há acompanhamento e regulação de preços praticados pelos arrendatários
pela AP e ANTAQ, recomendação para supervisão (fretes)Capacitação dos conselheirosRegistro dos custos
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Em síntese ….The way forward…
PlanejamentoCooperaçãoDescentralizaçãoProfissionalizaçãoRegulação econômica eficiente em benefício
do interesse público
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Ceticismo ?A RP com ampliação de terminais é condição
necessária, mas não suficiente para a competitividade
Reforma para quem ? Para valer ?
Como implementar a RP visando redução dos custos ?
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Ceticismo ?A redução de custos independe da reforma ?
Por que não fazemos o dever de casa ?
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Prof. Ashley Brown – KSG, HU
Não há infraestrutura física sem infraestrutura intelectual…
O que desejamos ?
Brasil 1º PIB e 1 º Indíce de Competitividade WEF e….
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Trazer a logística e nossos portos da 1a. metade do Século XX para a 1a. metade do Século
XXI !!!
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Muito obrigado pela atenção e participação!!!
Direito Marítimo, Portuário e Aduaneiro
Osvaldo Agripino
Fone: 47 9999 6868
www.univali.br/ppcj
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