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A IMPORTANCIA DA ATUA!{AO DO PEDAGOGO NA
EOUOTERAPIA EM EOUIPE MUL TIDISCIPLINAR COM CRIAN!{AS
COM SINDROME DE DOWN
Curitiba2006
Marina Jonas Smith
A IMPORTANCIA DA ATUAc;:Ao DO PEDAGOGO NA
EQUOTERAPIA EM EQUIPE MULTIDISCIPLINAR COM CRIANC;:AS
COM SiNDROME DE DOWN
Trabalho de Conclusao de Curso (TCq,apr~entado ao Curso de Pedagogia, daFaculdade de CiQncias Humana" Letras eArtas de Universidade Tuiuti do Parana, comorequ"lsito parcial para obtent;Ao do grau dePedagogo - Habil'lta¢o em EduC89flo Infant11.
Orientlldora: Prof' Ms. Jocian Machado Bueno
CURITIBA2006
-i~' Universidade Tuiuti do Parana/~
FACULDADE DE ClENCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
Curso de Pedagogia
TERMD DE APROVAC;:AO
NOME DO ALUNO: MARINA JONAS SMITH
TfTULO: A Importancia da Atua~ao do Pedagogo na Equoterapia emEquipeMultidisciplinar com Crian~ascom Sfndrome de Down
TRABALHO DE CONCLUSAO DE CURSO APROVADO COMO REQUISITO PARCIAL
PARA A OBTENC;:AO DO GRAU DE LlCENCIADO EM PEDAGOG lA, DO CURSO DE
PEDAGOGIA, DA FACULDADE DE ClENCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES, DA
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA.
MEMBROS DA COMISSAO AVALIADORA:
7-+~PROF(a). JOCIAN MACHADO BUENO
ORIENTADOR(A)
-"-""":d-u.,SV . t .:0PROF(a). MICHELE S€i'iilZAJULIO
MEMBRO DA BANCA
P.J.~ fJ-- rft.j:"J.PROF(a)--fY\ARTA'1trANE PROENC;:A FILIITAZ
MEMBRO DA BANCA
DATA: 03/06/2006
MEDIA: .S.L~ _CURITIBA - PARANA
2006
Dedico este trabalho a todos meusfamiliares, a minha mae, a meumarido e as minhas filhas, queestiveram ao meu lado em todosos momentos desta minhacaminhada, a minha av6 Lucia (inmemorian), que apesar de naoestar mais aqui contribuiu muitopara a minha formaqao.
Dedico tambem a todos osprofissionais que acreditam naequoterapia como metodoterapeutico e educacional capazde auxiliar no desenvolvimento depessoas especiais.
AGRADECIMENTOS
A tada a minhafamilia pela for"" e participa<;iio.
A professora Jadan, por sua amizade, atem;:.3.o, orientaQao. empenho e cuidado.
que foram fundamentais para a elaboraQao e apresentaQao deste trabalho.
A todos as meus professores, do Curso de Pedagogia palo trabalho que
desenvolvem, pela contribui9iio na forma<;iio de todos os alunos e tambem
aqueles que ja nao eslao mais na UTP, mas fizeram parte deste processo, como
por exemplo, a prof.1I Neusa Gomids, proF- Janina Gross, prof" Araci Labiak, proP
Rosangela, proto Iva Lopes, entre Quiros.
A lodos amigos sinceros que estiveram ao meu lado nos diversos momentos da
minha vida, tanto as que apoiaram como as que criticaram.
RESUMO
o presente trabalho aborda a questao do tratamento de equoterapla corn crianc;:as com Sind romede Down, a import;\ncia do pedagogo ern esp~o nao-formal no tratamento de crianc;:a5 especiais,alravEls de uma pesquisa de campo qualitativa, Estuda brevemenle a educar;ao nAo-formal, acrian(fa com Sindrome de Down, a equaterapia e como ala contribui para 0 desenvolvimento dacrianc;a portadora da Sindrome de Down. Apresenta autores que defendem 0 usa dll equoterapia.como suporte de desenvolvimento psicomotor. afelivo e emocional. AboI'da 0 hist6rico deequoterapia e a alu~o do ped2l.gogo. A seguir, alrave! de entrevista a profissionais que atu8rn nocampo da equoterapia, confirma 0 pedagogo como urn dOl profissionais que pode atuar em equipemultidisciplinar e que sua atu~o asIa focada na pralica educativa, tendo como objetivo principaldirecionar 0 \rabalho para 0 desenvolvimento das capacidade. humana!. Apf'esenta. entre as 3enlrev\stas feitas em 3 espaQOs profissionail, que llipenas em 1 deles existe a figura do pedagogoon equipe multidisciplinar, apresentando a5sim que 0 campo de atu!lyolo do pedagogo, ne5sa areade atu~o, e ainda um mercado a ser oonquistado por estes.
PALAVRAS-CHAVE: Equolerapia; Sindrome de Down; Pedagogo; EquipeMultidisciplinar.
SUMARIO
1.INTRODU9AO . . 9
2. EDUCA~Ao, EDUCAC;Ao FORMAL E NAO-FORMAL.. 12
2.1.0 PEDAGOGO E A EDUCA9AO NAO·FORMAL .....
2.2. A EQUOTERAPIA ...
2.2.1. A EQUOTERAPIA E A PSICOMOTRIC1DADE .....
. 14
. 16
. 20
2.2.2. A EQUIPE MULTIQISCIPLINAA NA EQUQTERAPIA .. , 23
3. A CRIANC;A COM NECES$IDADES EOUCATIVAS ESPECIAIS 26
3.1. DEFICIENC1A MENTAL E A SiNDROME DE DOWN 28
3.2. A SiNDROME DE DOWN, A EQUOTERAPIA E A PEDAGOGIA... . 33
3.2.1. EQUOTERAPIA E A CRIAN9A COM SiNDROME DE DOWN.. . 34
4. A PESaUI$A DE CAMPO.
CONSIDERA96ES FINAlS ..
REFERENCIAS
. 37
. 44
.................. 47
....................................................................................................................... 49ANEXOS
1.INTRODU<;Ao
A tecnica de utilizar 0 cavalo para prevenir doengas no cor po humano, comegou
desde 458-370 a.C. quando Hip6crates no seu "Livro das Dietas" (LERMONTOV, 2004,
p. 42), falava dos beneficios da equitac;ao. Com 0 passar dcs anos esla tecnica fo; S8
aperfeic;;oando e a equoterapia passou a S8r utilizada no tratamento de pessoas com
varios problemas entre ales amputac;:6es, sindromes geneticas (sfndrome de Down e
Qulras). disturbios de aprendizagern, retardo mental, dentre outros. 0 movimento
tridimensional do cavalo dlfere em apenas 5% do movimento da paiva humana ao
caminhar.
Atualmente a equoterapia e utilizada como metoda terapeutico e educacional,
sendo utilizado para complementar 0 tratamento no desenvolvimento biopsicosocial de
pessoas com necessidades educativas especiais, pois estas tem um nlvel de
desenvolvimento mais lento, precisando ser mais estimuladas, citando entre elas a
crianQa com sindrome de Down, a qual tambem necessita de mais estfmulo para
conseguir melhores resultados no seu desenvolvimento.
Entende~se que a aquoterapia, par sar um trabalho interdisciplinar e
multidisciplinar, pois envolve profissionais de diversas areas entre elas a fisioterapia, a
pSicologia, a medicina, a pedagogia, entre outras, dave ser pensada com uma terapia
auxiliar no trabalho com crianQas portadoras da Sindrome de Down.
Em relag;1O ao pedagogo, este atua tanto no ambiente escolar (formal). como em
ambientes fora das escolas (nao-formal). Referindo-se a educaQao em ambiente nao-
formal, este e um mercado que vem crescendo nos ultimos anos, pois ha uma
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preocupaQ8.0 em aumentar 0 conhecimento dos individuos e tambem de auxiliar 0
desenvolvimento da capacidade humana.
A presente pesquisa tern como objetivos compreender a importancia da atua¢o
do pedagogo na equolerapia em equipe multidisciplinar com crian~as com sind rome de
Down, verificar como e a atuaqao do pedagogo em equipe multidisciplinar na
equoterapia, investigar as fun((oes do pedagogo no desenvolvimento pSicomotor do
individuo com sfndrome de Down. E saber qual a atua9ita do pedagogo na equoterapia
no trabalho em equipe multidisciplinar com crian((as com sindrome de Down?
o interesse palo tema surgiu par acreditar no metodo de utilizar a equoterapia no
tratamento de criancas com necessidades especiais, sendo esta forma de atua9ao urn
importante auxiliador no desenvolvimento do indivfduo. Alem disso, por ser
desenvolvida com uma equipe multidisciplinar, tal constata¢o tambem despertou
interesse da pesquisadora, por ser urn novo campo que se abre para a inser¢o do
pedagogo, pois explora os campos cognitiv~, afetivo, pSicomotor a tam bern por fazar
parte da educa<;:ao nao-formal.
Alem do mais, percebe-se que este novo mercado de trabalho do pedagogo vern
se expandindo nos tempos atuais. Esta atua<;:ao do pedagogo, que cada vez mais sa
insere nos ambientes fora da escola, em ambientes de educaQao nao-formal, exige, em
contrapartida, uma rnelhor capacita<;:ao destes profissionais da area da educa<;:ao, que
devem conhecer mais profundamente a area de seu interesse. Isto tambem acontece
com 0 profissional que deseja trabalhar dentro da equoterapia.
Esta pesquisa foi feita com urna revisao das bibliografias sobre 0 assunto e urna
pesquisa de campo com perguntas serni-abertas, as quais foram aplicadas a
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profissionais que atuam ne5sa area, em 3 Centres de Equoterapia na cidade de Curitiba
e Regiao Metropolitana.
Para tal, no capitulo II, e abordada a eduCa9aO e a educa9ao nao-formal, 0 papel
do pedagogo na educa9ao nao-formal, a equoterapia, relacionando-a Ii
psicomotricidade, tratando da importancia do trabalho em equipe multidisciplinar nos
centros de equoterapia e 0 pedagogo como parte desta equipe.
No capitulo Ill, a pesquisa aborda a crianc;.a com necessidades educativas
especiais, classificando~as, e enfocando a deficiencia mental e a sindrome de Down, e
correlacionando a sind rome de Down ill equoterapia e ell pedagogia.
No capitulo IV, 0 enfoque S8 de. para a pesquisa de campo, realizada em centres
de equoterapia, ands e descrito 0 que se encontrou nos centros de equaterapia e como
se da 0 trabalho nestes centres.
Nas considerac;:6es finais estao as conclus6es dessa tematica. as dificuldades
encontradas durante esta pesquisa e a importAncia do pedagogo nas diversas
organiza~6es de educaQao nao-formal.
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2. EDUCA<;:Ao, EDUCA<;:Ao FORMAL E NAo-FORMAL
Segundo Libaneo (2000). a educa,iio e 0 processo do desenvolvimento humano
(fisico, intelectual, moral, etc) na sua rela<;8,o com 0 meio social em que viva. Sao as
regras, costumes, ideias, norm as sociais, que pass am entre as gera90es S9 adaptando
e modificando. Contudo, percebe-se que a essencia e a masma, e algo reprodutivD, e
que tern como objetivo 0 desenvoivimento humano. A educagao pode ocorrer no maio
escolar ou nao, tendo como finalidade a instru9ao e 0 en sine de maneira consciente.
A educa~o tern, de fala, uma fu~ adaptadora. HA vinculos reais entre 0 serhumane que se edUCll. e 0 meio natural e social, ha certo grau de adapta<;8o ase)(igencias desse meio. A educas:A0 e, tamb8m, uma pratlca Uyada a pwduc;:aoe reproduyao da vida social.(LlBANEO, 2000, p. 65)
libaneo (2000). diz que existem outras formas de ver a educa~ao: como
institui~ao, que se refere a estrutura organizacional e administrativa, que segue normas
de funcionamento e diretrizes pedag6gicas do sistema educacional; como processo,
referindo-se a aQflo educadora e a forma e meios de se educar; como produto, refere-
S8 aos resultados obtidos da aQflo educadora, e a avaliac;:ao! analise do que real mente
S9 aprende, com objetivo de melhorar a aQflo educadora.
Independente das formas, reforrta-se a importAncia da educa9Bo como processo
de desenvolvimento humano, independente de sua classifica9Ao. Contudo, nas formas
de atua~ao na educa~ao, a mesma S9 classifica em educa~ao formal e nao-formal. Para
Libaneo (2000). a educa,iio formal Ii aquela que e estruturada, organizada. planejada e
tern como objetivo a formaf.;80 e socializaQflo do individua, a proma~aa de
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aprendizagens, utilizando metodos e tecnicas de ensina, sando 0 tipo de educa980
encontrada nas escolas.
A educaQ8.o nao-formal tambem tern como objetivo desenvolver conhecimento.
No entanto, a maneira como ela e estruturada difere da educa9ao formal, pOis ela se de.
em ambientes nao-8scolares au em ambientes escolas em horarios diferenciados
(atividades extraclasse, como par exemplo, uma aula de musical e envolve Qutros
metodos e teenicas que naD sao as tradicionais utilizados nas escolas, naD tendo urn
6rg80 especifico que fiscalize a maneira como e aplicado a conteudo. tal qual nas
escolas. Os ambientes ende encontramos asta forma de educac;ao sao: as cursos em
sindicatos, as cursos em associac;oes, em museus de arte, de arqueologia, em aulas
em hospitais, em aulas de equoterapia, pOis todos tem intenc;;:ao de desenvolver algum
tipo de conhecimento.
Segundo Gohn (1999), educa9ao nao-formal e aquela que tem inten9ao de
educar. No entanto, nao ocorre dentro da escola, mas contribui de alguma forma para 0
aumento de conhecimento individual au em grupo, alem de auxiliar no desenvolvimento
da capacidade humana.
"Na educacyao nao-formal a cidadania e 0 objetivo principal, e ela e pensada em
termos coletivos' (GOHN,1999, p.102).
Nao podemos canfundir educac;;:aa nao-formal com educagao inforrnal. Educac;;:ao
informal e aquela que aprendemos na sociedade, na familia, na comunidade, etc. No
entanto, ela ocorre de forma nao-intencional. Para entendermos melhor Libaneo diz:
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Os vaJores, as costumes, as ideias, a religiclo, a organlzac;ao social, as leiJ. 0sislema de goverrlO, as movimentos sociais. as praticas de criac;ao de fllhos, asmeios de comun~o social sao fon;as que operam e condicionam a pralicaeducativa. A despeito des,e grande poder dessas influ~ncias, boa parte delasocorrem de modo na.o-intenciorlal, nao-slstematico, nao-planejndo. Elas ~tuamefelivamente na forma9i'o da pe~onalidade, parern, de modo di$perso, difuto,com carater informal, nao se constituindo em alos Gonscientementeinlencionais. Isse n;)o significa, absolutamente, que sejam negados seus efeiloseducativos, ... (200Q,p. 79)
"Sao situa~6es e experiencias, par assim dizer, casuais, espontaneas, nao
organizadas, em bora influam na forma,ao humana" (LiBANEO, 1994, p.17).
Retomando 0 campo da educBl):aO nao-formal e correlacionando com a area da
pedagogia, 0 trabalho do pedagogo torna-se importante fora das escolas, em locais
como as centros de equoterapia, onde ha a atuar;ao de diversos profissionais, entre
eles 0 pedagogo.
2.1. 0 PEDAGOGO E A EDUCAQAo NAo-FORMAL
A fun,ao do pedagogo em qualquer ambiente e de organizar, de forma
estruturada, todo e qualquer aspecto que promova! desenvolva a educa,ao, Lib"neo
diz que:
o pedagogo e 0 profissiooa.l que atua em varies instancia5 da pratica educativa,dlreta ou indiretamente ligada., a organizacao e aos processos de transmissl0e assimila!fio de saberes e modos de aca.o, tendo em Vista objetivos deformayao humana prev·laments definidos em sua contextualiza~o hist6rica(LiSANEO, 2000, p.251.
Na ultima resolu.ao do Ministerio da Educa,ao (MEC), 0 Conselho Nacional de
Educac;ao (CNE/CP 1/2006. Diario Oficial da Uniao, Brasilia, 16 de maio de 2006,
Ser;ao 1, p. 11), Assunto: Diretrizes Curriculares Nacionais para 0 Curso de Pedagogia,
nos seus artigos, trata de pontos sabre a educar;ao em ambientes nao escolares, onde
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serita ressaltados alguns pantos, mostrando com isso, a func;ao do pedagogo em
ambiente nao-formal au nao-escolar.
o curso de Licenciatura em Pedagogia destina-so a forma9io de professore!para exercer fun¢es de magisterio na educayAo inlanI1l, ... , de educac;:aoprofissional na area de servi9Qs e apoio ascotIY e em outras !teas nas quaissejam previstm conhecimento!> pedag6gicos.Paragrafo unico, As atividades docentes tambEtm oompreendem participat;aO nsorganizavAo e gestao de sistemas e institui¢es de eosino, englobando:I - planejamento, execuyao, coordenat;ao, acompanhomento e .l!valiayao detaretas pr6prias do setor da Educar;ao;11 - plenejamento, execU(foo, coordena~o, acompanhamento e avaliaga,o deprojetos e experiAncias educativas nao-escolares;III - prod~o e difusao do conhecimento denlifico-tecnol6gico do campoeducacionar, em contexto! asco/ares e nao-ascolares (ReiWlu~o CNE/CP1/2006. Diario Oficial da Uniao, S~o 1, p. 11).
No art. 5° fala sobre a que 0 pedagog a devera estar apto ao terminar seu curso,
entre as qualifica,oes do pedagogo, podemos deslacar:
I - atusr com el}ca e compromiuo com vistas a construyAo do uma sociedadejusla, equAnime, igualitaria;II - compreender, cuidar e educer crlanea' de zero a cinco anas, de forma aconlribulr, para 0 seu desenvolvimento nas dimens6es, entre oulras, f(sica,psicol6gica, intelectual, social;III - fortalecer 0 desenvolvimento e as aprendizagens de criancyas do EnsinoFundamental, assim como daqueles que nao tiveram oportunidade deescolarizny.'1o ns idade pr6prln;IV - trabalhar, em espaltos escalares e nao-escalares, na promo~o daaprendizagem de sujeitas em dilerenles fases do desenvolvimento humano, emdiversos niveis e modalidades do processo educativo;V - reconhecer e respeiter as manifesta¢es e necessidades fisicas, cognitivns,emocionais, afetivas dos educandos nas suas rela¢es individuais e coletivas;VIII - promover e facilitar rela!f6es de cooperayAo entro a instituiyAo educativa, afamilia e a comunidade; IX - identlf1car problemas sociocultural. e educscionaiscom postura investlgativa, integrative e propositiva em face de realidadesoomplexas, com vistas a contribuir para .upera91o de exclu56es socials, etnloo-raciais, econ6micas, culturais, reiigiosas, politicas e oulras;X - demonstrar consci~ncia da diversidade, respeilando as diferen~s denalureza ambiental-ecoJ6gica, etnico-racial, de generos, faixas geracionais,classes sociais, religi6es, necessidades especiai', escolhas sexuais, entreoutra,;XI - desenvolver trabalho em equipe, eSlabelecendo dialogo entre a areaeduC8cionaJ e as demal! areas do conhecimento;XIII - partidpar da gestao das instituk;6es planejando, executando,ncompanhando e avaliando projetos e programas educacionais, em ambientesescalares e Mo-e-scoillres;XIV - realizar pesquisas que proporcionem conhecimentos, entre oulros: sobrealunos e alunas e a realidade s6ciocultural em que estes desenvolvem suas
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experilmcias nao-escalares; sobre processos de ensinor e de aprender, emdiferenles meios ambiental-ecol6gicos; sobre propostas curriculares; e sobreorganizaqAo do trabalho educative e praticas pedag6gicas (ResoIUt;30 CNE/CP1/2006. Diario Oficial da Uniao, S&y6o 1, p. 11).
Atualmente encontramos 0 pedagogo dentro de diversos ambientes, como, por
exemplo, atuando dentro de hospitais, empresas, nos centros de equoterapia, dentre
outros. Nestes lugares fora da escola, 0 pedagogo trabalha com um objetivo igual ao da
escola, ou seja, de estar ajudanda no desenvolvimento humano.
Apesar do crescimento da educac;ao nao-formal, muitas vagas da area da
educa"ao nao estao sendo ocupadas pelo pedagogo, que acabam indo para
profissionais de Qulras areas do mercado de trabalho, com isso perdendo-se um pouco
a a"ao pedag6gica ou educativa, foco principal do pedagogo em seu trabalho.
2.2. A EQUOTERAPIA
No dicionario Aurelio (FERREIRA, 1999, p.784) encontra,se a seguinte defini"ao
para 0 termo Equoterapia: "S.f. Modalidade de fisioterapia em que se utiliza a
equitac;ao, com 0 intuito de melhorar a coordena.;ao motora de certos deficientes
fisicos".
A primeira utilizac;ao do cavalo como contribui~o no desenvolvimento humano
data de 458-370 a.C. quando Hip6crates falava sobre 0 uso do cavalo para melhorar a
saude do corpo humano. Com 0 passar dos anos foi sando estudado sabre as
verdadeiros beneficios que a cavalo traz para 0 individuo, com os combatentes de
guerra que tinham mambros amputados. Estes estudos foram se aperfei<;oando com 0
passar dos anos ate chegar na forma que vemos hoje com 0 uso do cavalo nao
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somente com 8QaO ludica, nem somente com a preocupac;ao do desenvolvimento
motor, mas tambem como urn auxiliar no desenvolvimento psicomotor do indivfduo.
Num congresso em Milao, na Italia (1985) loi criada a Federa",o Internacional de
Equoterapia (Federation Riding Disabled International- FRDI), onde 0 emprego do
cavalo passa a ter urn lim terap~utico. (LERMONTOV, 2004, p. 47)
No Brasil, em 1989 foi criada a ANDE-Brasil (Associa9aO Nacional de
Equoterapia). 0 primeiro atendimento foi em 1990, com os pacientes e com a apoio dos
profissionais da saude do Hospital do Aparelho Locomotor.
o 10 Curso de Extensao em Equoterapia foi ministrado pala Ora. Daniele Nicolas
Citterio (diretora da escola Nacional de Associazione Nazionale Italiana di
Reabilitazione Equestre- ANIRE, ItaJia, Milao. (LERMONTOV, 2004, p. 51)
Em navembro de 1999 ocorreu 0 10 Congresso Brasileiro de Equoterapia, em
Brasilia, e a partir desta data come<;a a crescer 0 interesse por esta modalidade
terap~utica.
A equoterapin e urn metoda lerapt!utico que utiliza 0 cavalo como instrumenlode tfabalho baseado na pratica de atividades equestres e nas tecnicas deequita($ilo. 0 movlmento rltmico, preciso e tridimensional do callalo, que 210caminhar se desloca para frenta a para !raS, para os lados e para Girna e parabaixo, pode ser comparado com a aeAo da pelve humana no andar. 0praticante da equorerapia e levado a acompanhar os movimentos do cavato,tendo de manter 0 equilibrio e a coordena~o para mOllimentarsimultaneamente Ironco, bra~s, ombros, cat>ec;a e 0 restante do corpo, dentrode seus limites (LERMONTOV, 2004, p. 17).
Para a ANDE1(2002) a equoterapia "13um metodo terap~utico e educacional que
utiliza 0 cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar, nas areas de saude,
educa~ao e equita~ao, buscando 0 desenvolvimento biopsicossocial de pessoas
portadoras de defici~ncia e/au com necessidades especiais".
1 ANDE..-MS()ciJ.~O Nadon:!1 de EqUOl.eu.pill, (oi 0 ]>l Centro de Equotertpill reconheddo no Br;a~il.
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Equoterapia e um metodo terapeutico e educacional que utiliza 0 cavalo para
ajudar no desenvolvimento pSicomotor, afetivD, emocional da passoa, alem de ajudar a
pessoa a recuperar a sua auto-9stima e auto-confianqa.
A Equalerapia favorec9 a reinlegra9f\o s.ocial atraves do incentivQ do praticanteno cantata com 0 grupo, com 0 animal e a equipe, aproximando-o do meio emque vive (GAVARINI, 1995 apud RISKALLA, ana, p. 5).
Segundo Lermontov (2004), a equoterapia e indicada no tratamento de
problemas fisicos, psiquicos, educacionais e sociais. No entanto, e necessaria urna
avaliac;ao conjunta para var S9 a pessoa real mente pods S9 submeter ao trabalho de
equoterapia, sem que eSle venha a prejudicar sua sauda, pais normal mente sao
pessoas mais frageis e que necessitam de atendimento terapeutico.
Existem tres programas de equoterapia, a Hipoterapia, a educa"ao e reeduca"ao
e 0 pre-esportivo. A primeira e a equoterapia com metodo terapeutica, trabalha muito 0
desenvolvimento psicomotor, e urn trabalha onde deve ter a presenca de urn
fisioterapeuta acompanhando, as vezes 0 praticante precisa que montem com ele, na
educac;aol reeducaC;ao e quando 0 praticante consegue reaUzar algumas atividades
sobre 0 cavalo, no pre-esportivo e quando 0 praticante ja realiza varias coisas sabre 0
cavalo, inclusive faz trajetos com percursos deflnidos pelo equoterapeuta.
A equoterapia e indicada para as patologias ortopedicas (amputa"ao; problemas
posturais, como lordose, cifose; mal - formac;6es da caluna; acidentes com sequelas de
fraturas e p6s-cirurgicos; lambalgia; artrose; etc.); patologias neuromusculares (eplepsia
controlada; poliomelite; paraplegia; doenc;as de Parkinson; hidrocefalia; multiesclerose.
entre outras); patologias cardiavasculares e respirat6rias (cardiapatas; doentes
respirat6rios; problemas de circul~ao); e outras patalagias (disturbios mentais. a
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sfndrome de Down e dem~ncias em geral, disturbios emocionais (ins6nia, ansiedade.
estresse); altera90es da motricidade oral, altera~6es de escrita e leitura (disgrafia.
disortografia, dislexia, disturbios da percepyao). E contra-indicado em pacientes com a
excessiva lassidao 1igamentar das primeiras vertebras cervicais (em alguns pacientes
com sind rome de Down); na epilepsia naD control acta; nas cardiopatias agudas; nas
instabi1idades da col una vertebral; em graves afecQoes da col una cervical (hernia de
disco); em pacientes com hidrocefalia com valvula, etc. Em alguns destes casas 0
indivfduo ate pode praticar equoterapia. mas deve haver urn controle rigoroso para mio
agravar a situa<;<'io do praticante (LERMONTOV, 2004, p.77).
Devern ser tornados alguns cui dad as antes do praticante come<;ar a sessao,
como, por examplo, explicar que a caval a e urn animal que reage a atitudes bruscas,
como a rea<;ao do sujeito sentir medo do animal, entao a pessoa deve sempre chegar
pela frente do animal e acaricia-lo, sendo a primeira forma de aproximac;:ao do
praticante com 0 cavalo. WA interac;:ao com 0 cavalo, incluindo os primeiros contatos, 0
ato de montar e 0 manuseio final, desenvolve novas formas de socializa<;ao,
autoconfianl;a e auto-estima" (ANDE-Brasil, 2006).
Na equoterapia, as pessoas nao sao tratadas como pacientes e sim como
praticantes. Nascimento justifica
ao conlrario do que sa possa pensar n60 se trata apena,·S de uma que3t~o denomenclatura, mas tern a ver corn a pr6pr'lJ. concej)9Ao do tratamento: 0indi",lduo na.o e objeto passive da equot fapia, mas agents ativo de sua prOpriaternpia, pois esta agindo !Obi's 0 animal, e nao apenas recebendo estfmutos domesmo (NASCIMENTO. 2004, p. 7).
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o trabalho feito na equoterapia trabalha muito com aspectos funcionais e
relacionais da pSicomotricidade, como, par exemplo, a lateralidade, a postura, 0
equilibria, entre autros.
2.2.1 A EQUOTERAPIA E A PSICOMOTRICIDADE
Segundo a Sociedade Brasileira de Psicomotricidade,
Psioomotricidade e a ciancia que lem como objelo de esludo 0 homem alravesdo seo corpo em movimenlo e em relaryao ao seu mundo interne e 8.xterno, berncomo suas possibilidades de perceber, aluar, agir com 0 Qutro, com os objetose consigo mesmo. Esta relacionada BD pmcesso de maluraQii.o, onde 0 corpo ea Ofigem das aquisic;6es oognittvas, afetivas e orgftnicas (apud LERMONTOV,2004, p.20)
Para Bueno (1999, p.19), psicomotricidade e urna ciencia nova, e tern 0
desenvolvimento do homem como objeto de seu estudo, de maneira global e
harmonica. 0 desenvolvimento pSicomotor trabalha com 0 desenvolvimento motor,
intelectual, emocional e expressivo.
Logo, a psicomotricidade trabalha com 0 corpo, com a mente e com a emo9ao,
de modo integrado e continuo, explorando as dificuldades do ser humano. nao somente
motoras, mas tambem no lado afetivo, de cogni<;ao, etc. Para a psicomotricidade eatraves do corpo que nos expressamos.
Bueno (1999) explica urn pouco a visao de Lapierre sobre 0 assunto.
A psicomotrkidade considera 0 ser fisico e social em transfonna9Aopermanente e em constanta inlerac;llo com 0 melo, modificando-o emodifiCllndo·se. Na psicomotricidade e trabalhada a globaliza9Ao do individuo;e uma disciplina que e.sluda a implica¢o do carpa, a vivAncia corporal, 0campo :emi6lico cias palavras e a inler~o entre os objelos e 0 meio pararealizar uma alividade (BUENO, 1999, p. 19).
21
Bueno (1999) levanta tr~s pontcs que considera ser fundamental desenvolver no
trabalho de psicomotricidade no indivfduo:
1) Um sar de comunica98.0.
2) Um ser de criar;ao.
3) Urn sar de pensamento operativD, au seja, a psicomotricidade leva em
conta a aspecto comunicativo do sar humano, do corpo e da ges1ualidade.
Consider and a estes abjetivos da pSicomotricidade, podemos dizer que a
pSicomotricidade estuda 0 individuo em sua r81a980 consigo 9 com a mundo que a
cerea, podendo ser expresso atraves de g85t05, palavras, movimentos, cria90es, etc.
Segundo Bueno (1999), a psicomotricidade, por ser uma ciencia que trabalha em
cima do vivenciado as teorizaGoes a seu respeito vern S8 modificando constantemente.
Lermontov explica um pouco sobre 0 esquema corporal, segundo Hurtado
o esquemA corpOfal e a organizayAo psicomotrlz global. compreendendo todosas mecanismo!; e ptOC6SSOS dos nivei.. motore$, tOnicos, perceptivos,sensoriais e e.xpn;;~i""O$ (verbais e extraverbais), proceSSO$ nos quais 03.lpectO afeti'Vo l",stQ. con5tantemento investido. E 0 re,ultado da experi,§ncia docorpo com a qual 0 Individuo tome poUCQ a poueD consciancia e forma derelaciormr-se com 0 maio par suos pr6prias possibilidades (LEAMONTOV,2004, p.24).
Ela diz tam bern que existem dais elementos fundamentais para a elaboraqao do
esquema corporal. que e a tonicidade, representando a ar;:ao que a corpo faz para que
os musculos se tensionem e se relaxem de acordo com a necessidade corporal. 0 ato
motor depende do controle do t6nus do musculo e 0 tonus tamoom tem um significado
psicol6gico e humano, pois estA ligado as flutuac;6es emocionais do indivfduo, sendo
um indicador da personalidade humana (LERMONTOV, 2004. p.24); e a
equilibria,quando Hurtado a define como "a capacidade de manter a estabilidade
22
enquanto se realizam diversas atividades locomotoras e nao-Iocomotoras" (HURTADO
apud LERMONTOV, 2004, p. 26).
Segundo Lermontov (2004), quando se fala em equilibrio devemos levar em
conta 0 equilibrio postural e 0 equilibrio da personalidade, jll que a psicomotriCidade
leva em conta 0 somatico e 0 ps!quico. Este "constitui 0 tra<;o de uniao entre a
consci~ncia do proprio corpo e da a",o" (LERMONTOV, 2004, p. 27).
A pSicomotricidade esm presente em diversos ambientes, entre eles, as escolas
da educa<;ao infantil, de educa<;81.0especial, os centros de pSicomotricidade, as aulas de
hidroterapia, em aulas de equoterapia, etc.
A equoterapia 85ta intimamente ligada a psicomotricidade, pois nela sao
trabalhados aspectos psicomatores, como por exemplo, a coordena<;flo motora (global,
visa-motora), a lateralidade, a equilfbrio, a postura, 0 tonus. 0 ritmo, a orientayao
espacial, a percep<;flo, a atenyao, alam da relayao interpessoal e intrapessoal, que sao
muito importantes no desenvolvimento da crian98.
A psicomotricidade tambem visa 0 desenvolvimento do individuo e ambas,
equoterapia e pSicomotricidade, trabalham a pessoa de maneira global. Entao podemos
dizer que hit um trabalho psicomotor dentro da equoterapia que auxi1ia de forma
significativa 0 trabalho equoterapico. Mas ao dizermos isso temos que lembrar que todo
trabalho feito na equoterapia tern 0 seu valor especifico, assim como podemos dizer
que 0 trabalho do fonoaudi610go na equoterapia e tao importante quanto 0 do
psicomotricista, do fisioterapeuta, do pedagogo, etc., todos contribuindo com uma
parcela neste ambiente, ou seja, 0 trabalho multidisciplinar torna-s8 importante. sando 0
pedagogo um dos profissionais a atuar nesta area.
23
2.2.2. A EQUIPE MUL TIDISCIPLINAR NA EQUOTERAPIA
Na equoterapia, a trabalho €I realizado com a atua<;ao de varios profissionais,
essa equipe envolvendo mais de dois profissionais e 0 que chamamos de equipe
multidisciplinar.
Segundo a ANDE (2006), toda atividade equoterapica deve sa bas ear em
fundamentos tecnico-cientificos e devem sar desenvolvidas por uma equipe
multidisciplinar envolvendo os profissionais da area da saude, educac;ao e equitac;ao.
As aulas ate podem acontecer em grupos, mas a observac;ao do praticante e feita de
forma individual.
E urn trabalho que envolve profissionais de diversas areas do conhecimento,
on de sao trocadas teorias sobre as areas como sauda, educa<;ao, social e a
equoterapica. A intenc;ao deste trabalho conjunto e auxiliar, da forma mais completa, 0
trabalho feito com 0 praticante. para que seja aproveitado todos os possiveis avan<;os
do indivfduo. No casa da crian<;a com sind rome de Down 0 trabalho equoterapico ira
ajudar no desenvolvimento de uma forma global, 0 qual sera apresentado a seguir.
Segundo Lermontov (2004) a equipe que acompanha 0 praticante deve ter 0
maior numero de prafissionais, vista que desta maneira teremos varios pontos de vista
sen do abordados sabre determinadas especificidades do quadro eUnico em questao e
que ajudarao 0 desenvolvimento destes praticantes.
Segundo a ANDE (2006) "As atividades equoterapicas devem ser desenvolvidas
par equipe multiprofissional, qua envolva 0 maior numero posslvel de areas
profissionais nos campos da sauda, educac;ao e equitac;ao".
24
o trabalho feito dentro da equoterapia e um trabalho multidisciplinar e ao masma
tempo interdisciplinar, concordando com esta afirma,ao Santos (2000). Lermontov
(2004), Associa,ao Nacional de Equoterapia (2006). Para se compreender tal questao,
segue abaixo as defini!l(oes destes termos.
Multidisciplinar e quando urn determinado trabalho envolve varias profissionais
de diversas areas do conhecimento, como par examplo, 0 trabalho de equoterapia,
sando urn trabalho que envolve diversos profissionais, entre ales 0 fisioterapeuta, 0
fonoaudi6logo, 0 pedagogo, 0 equoterapeuta, 0 psic6logo, entre outros (LERMONTOV,
2004).
Interdisciplinar €I quando urn grupo de profissionais de diversas areas do
conhecimento trabalha em conjunto com urn mesmo objetivo. E onde ha uma traca de
informa~6es sabre as diversas ci~ncias, para que auments 0 campo de visao destes
profissionais e do sujeito investigado. Por examplo, urn psic610go vai mostrar aspectos
do desenvolvimento emocional de uma crian~a, e em seguida urn fisioterapeuta
complementa com aspectos relacionados ao desenvolvimento motor, 0 psicomotricista,
tambem da sua contribuit;a,o, percebendo como seu corpo manifesta essas percepQ6es,
o pedagogo, aplicando metodos educativos, como par exemplo, explorar as letras dos
percursos para formar palavras com a crianqa, e assim por diante. Estas
complementa<;6es s6 tendem a enriquecer 0 trabalho desenvolvido com as pessoas e
para todos os lados desta relaq30 56 ha cresci menta.
A seguir seguem duas defini<;6es que esciarecem 0 termo interdisciplinar:
25
o prefixo 'inter' dentre as diversas oonota¢es que podemos thes atribuir, tern 0significado de 'traca', 'reciprocidade', e 'discipline', de 'ensino', 'in5IrU<;80','cil!ncia'. Logo, a interdisciplinaridade pode ser compreendida como sendo atroea, de reciprocidade entre as disciplin8.5 ou ciAncias, ou melhor, areas doconhecimento (FERREIRA in FAZENDA, 1999, p. 21).
Inlera¢es enlre disciplinas; diferenles profissionais trabalham juntos aD mesmotempo, coda um em SUlI. disciplina, mas com objelivQ geral semelhante,buscando a coesAo, a complementac;.ao e a enriquecimento do tratamento(LERMONTOV, 2004, p.l05).
Lermontov (2004) considera que, al9m dos momentos de interdisciplinaridade, na
equoterapia, hA, tambem momentos transdisciplinares. que consiste no profissional que
atua nas diversas ciencias ou areas do conhecimento com 0 mesmo praticante.
A transdisciplinaridade, como 0 prefixo 'trans' 0 indica, diz respeito ao que estaao mesmo tempo entre as disciplina", atraves das diferentes disciplinas e atemde toda disciplina. Sua finolidade e a compreensao do mundo atuat, e um dosimperativl» para 15S0 e a unidade do conhecimento (LERMONTOV, 2004, p.105).
26
3. A CRIAN<;:A COM NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS
Segundo 0 Departamento de Educa9ao Especial (apud BUENO, t999, p. tIl), a
pessoa portadora de deficiencia e aquela que apresenta uma dificuldade de aprender
maior do que a maioria das pessoas com a masma idade ou que tern alguma
incapacidade que Ihe dificulta usar as facilidades educativas proporcionadas pel a
eseela.
A crian~a deficiente e aquela que naD acompanha 0 desenvolvimento el ou
cresci menta normal esperado.
Existem V8.rias classifica~6es para as portadores de necessidades especiais,
entre alas podemos citar: defici~ncia fisica, sensorial (visual e/au auditiva), mental,
multiplas, organicas elou psiquicas (BUENO, 1999). Explicando apenas as tres
primeiras.
Stern (2000) sobre deficiencia fisica diz que e um comprometimento ou
incapacidade, que limita ou impede a desempenho motor da pessoa.
E as causas mais comuns sao: traumatismo (acidente, queda, etc); acidentes
durante 0 parto (falta de oxigenio na cerebra, que as vezes causa a paralisia cerebral);
doen9as contagiosas (meningite, poliomielite, etc); derrames, entre outros (STERN,
2000).
Deficiencia visual e aquela em que a individuo nao enxerga nada ou quase nada
(perda parcial ou total). Bueno (1999) diz que e aquele individuo deficiente visual eaquele que precisa de apoio especializado, podendo causar disturbios de
27
aprendizagem e escolares. A crianc;a com deficiancia visual acaba desenvolvendo mais
os Qutros sentidos como a audic;ao, a 011atoe 0 tatoo
A deficiencia visual pode S8r classificada como cegueira, que €I a acuidade visual
igual au inferior a 20/200 no melhor meridiano do olho, isso representa perda total ou 0
resIdua minima da visao, fazendo com que a passoa necessite do usc do metoda braile
para adquirir a linguagem escrita e a leitura e como visao subnormal, que corresponde
a acuidade visual de 6/20 e 6/60 no melhor olho, a pessoa com visao subnormal ecapaz de ler eoisas com tinta que ten ham Qutros recursos especiais que facilitem a
aquisic;aa da leitura e escrita (LOURENI;O, 2005).
As causas mais comuns sao: pela cegueira de nascenc;a (que pade sar
hereditaria; causada durante a gestac;ao; ou causada logo ap6s 0 parto do bebe pre-
maturo, pel a falta de cuidado na hera de por na incubadora); par cataratas; por miopia;
por hipermetropia; por astigmatismo; por glaucoma; entre outros. Alguns casos tern
tratamenta, podendo ate chegar a enxergar muita bern (STERN, 2000).
A deficil§ncia auditiva e aquela em que 0 individuo tern uma parda auditiva acima
de 25 dB, 0 que causa dificuldades de linguagem e de aprendizagem (BUENO, 1999).
A perda auditiva varia de leve a profunda, a leve varia de 25 a 40 dB, a moderada varia
de 41 a 55 dB, a acentuada varia de 56 a 70 dB e a profunda acima de 71 dB, a pessoa
com 5urdez profunda nao ouve nem com aparelho auditivo a voz humana, nestes casas
alas optam pela linguagem de sinais (LOURENI;O, 2005).
A audic;ilo e considerada, junto com a vi5<io, urn dos canais mais importantes,pais facllila a cornuni~ao com as demais, a participay:.o em sociedade e aindepend~ncia social. Em conlrapartida, um individuo com dificuldDdesaudilivas certamenle apresenlara dificuldades nessas areas (BUENO, 1999, p.113).
Segundo Grossman (1987) a defici~ncia mental
28
Refere-se ao fundonamento inlelectual gaulll significalivamente &baixo damedia, que coexiste com falhas no comportamento adaplativo e sa manife~tadurante 0 periodo de desenvolvimento (8pud BUENO, 1999).
A defini"ao mais difundida e a da American Association of Mental Retardation
(AAMR), de 1992.
Funcionamento intelectual siQnificativamente abaixo da media, coextxtindo comlimita¢es retativas a dUBs au mais das seguintes areas de habilidedesadaptativas: comunica~o, autocuidado, habilidades sociais, participa~ofamiliar e comunnaria, aulonomia, soude e seguranqa, funcionalidadeacad~mica de lazer e de trabalho (apud STERN, 2000, p. 116).
As causas da defici~ncia mental sao: geneticas (as aberra<;6es cromoss6micas,
como par exemplo, a sindrome de Down; as heranQas recessivas au dominantes, como
par examplo, 1enilcetonuria (recessiva) e as ambientais (por infecC(oes, exemplos:
meningite, rubeola congemita; intoxicaC(oes, exemplos: alcool, chumbo; flsicas,
exemplos: quedas, acidentes de transito, na hora do parto; nutricionais, exemplos:
desnutri,ao, falla de iodo) (STERN, 2000, p. 118).
A sfndrome de Down e uma defici~ncia que enquadra no campo da deficiencia
mental, ocorre devida a uma desordem cromoss6mica.
3.1. DEFICIENCIA MENTAL E A SfNDROME DE DOWN
Segundo Gallahue (2001), ex;stem alguns latores pre-nata;s que afetam 0
desenvolvimento do beb~, entre eles podemos citar: fatores nutricionais, que e aquele
onde a mae gravida nao S9 alimenta da forma adequada; fatores quimicos, onds a mae
faz usa de algum medicamento durante 0 periodo de gestaC(ao, causando algum tipo de
deforma,ao ao feto. Ha tambem 0 uso de drogas e alcool pelas maes, que aletam no
29
desenvolvimento do feto, devido ao usa indiscriminado das drogas e aJcool, no qual
muitos bebes jil. nascem dependentes e com varios problemas de saude e mental.
Existem tambem os fatores hereditarios: nosso corpo e campasto de 3 pares de
cromossomos e em cada cromossomo sao encontradas ate 20 mil genes, que vao
determinar diversas caracteristicas individuais, como estatura, cor dos olhas, etc. Em
alguns casas ocorre a desordem cromoss!5mica, provocando anormalidades no feto,
entre elas podemos citar uma muito comum, a Sfndrome de Down, que ocorre devido a
um cromossomo a mais, no cromossomo 21, estabelecendo 47 cromossomos
presentes no indivlduo, 9ssa causa sendo chamada de trissomia 21, devido a pressnc;a
de tres cromossomos no gene 21. A sua ocorr~ncia e maior em gravidez de mulheres
com mais de 45 anos.
Segundo Bueno (1999. p. 115) a sindrame de Down recebeu essa nomenclatura
a partir do medico ingl~s John Langdon Down em 1866, pOis antes referia~se a eles
como mongol6ides, pais assemelhavam~se a indivlduos da regiao da Mong6lia.
A idade materna esta diretamente ligada ao nascimento da crian9a com
Sindrome de Down, em poucos casas ela tern ligac;ao com 0 pai, cancordando com es1a
afirma<;ao Lefevre (1981), Pueschel (1993), Bueno (1999), Stern (2000) e Gallahue
(2001).
Segundo Stern (2000, p.37), este tipo de anomalia oeorre devido a urna divisao
celular, onde ocorre a presenc;a de um cromossomo a mais no cromossorno 21.
Para Pueschel (1993), existem tres tipos possiveis de Sindrarne de Down:
o primeiro e 0 mais comum, ele S8 caracteriza pela pressJ1(;a de um
cromossomo a mais no cromossomo 21, e conhecido tambem como trissomia 21. 0
cromossomo a mais esta presente no cromossomo 21, onde ao inves de terem 2
30
cromossomos no 21 (normais) hi!. a presenc;:a de tres, este terceiro cromossoma 21 e
um cromossomo "livre"
o segundo e denominado de transloca~ao e nele 0 numBra de cromossomos nas
celulas e igual a 46. No entanto, este individuo tern a presen,a de urn cromossomo 21
extra que encontra-se ligado ou translocado a outro cromossomo, geralmente ao
cromossamo 14, 21 ou 22.
Segundo Pueschel (1993), a Sindrome de Down de transloca,ao em urn te",o
dos casos, um dos pais e portador, em bora sejam normais fisica e mentalmente, ele
tern dais cromossomos ligados, 0 que resulta num numera de 45 cromossomos aD
inves de 46.
"Tal pessoa e denominada de portador balanceado au portador de transloca,ao"
(PUESCHEL, 1993, p. 59).
o terceiro tipo e mais raro, e denominado de mosaicismo. acorre em apenas 1%
dos portadores da sfndrome de Down, sendo 0 resultado de um erra nas primeiras
divis6es celulares e a crianc;:a portadora do mosaicismo possui celulas com 46
cromossomos e algumas com 47, nao sobrevivem as celulas com 45 au com menos
cromossomos.
luo apresenta um tipo de quadro em mosaico, dal a termo mosaicismo. Variosaulores relataram que algumas criancas com sindrome de Down do tlpomosaicismo Ilpresenlam traCes menas acentuados de sindromo de Down e queseu desempenho intelectual e melhor do que a me(Ha para crianyas comIrissomia21(PUESCHEL, 1993, p. 61).
Segundo Pueschel (1993), as crian,as com sindrome de Down t~m
caracteristicas corporais diferentes de seus pais 8 irmaos, pois a presenc;:a do
cromossoma 21 extra encontra-s8 nas celulas da crianc;:a Down, fazendo com que astas
criam;as ten ham algumas caracteristicas comuns entre elas.
31
Lefevre (1981), destaca dez sinais de caracteristicas da sindrorne de Down,
destacados per Oster em 1953, sao alas:
Na boca: dentes pequenos; lingua sulcada, palata elevado em ogiva.
Nos olhos: prega epicantal, olhos obliquos.
No crania: occipital achalado.
Nas maos: maDS grossas e curtas, dedo mfnima arqueado, dobra palmar
incluindo as quatro dedas.
Musculatura e articulac;6es: hipotonia
A pessoa com sfndrome de Down normal mente apresenta algumas destas
caracterislicas, concordam com esla afirma,ao Pueschel (1993) e Slern (2000).
Stern (2000, p. 124) deslaca lambem grande dislilncia enlre 0 1° e 2° dedos dos
pes. E fala de oulros problemas como:
... 8S criant;a,s com sindrome de Down comumente nascem com problemascardiacos iiBVero:l que requerem alendimento especializado e com.tanle. Aocorrencia de problemas pulmonares tambem e bern maior entre 9slascrian~as, 0 que refOft;a a necessidade de acompanhamento medico peri6dico(STERN, 2000, p. 125).
Pueschel (1993) considera as seguintes caracterfsticas nas crianc;as com
sfndrome de Down:
A cabel;a So menor que a das Crianl18S normais, a parte de tras e urn pouco
achatada (braquicefalia), as moleiras sao maiores e demoram para fechar.
o rosto tem contorno achatado, pois os ossos da face sao pouco desenvolvidos
e a nariz e pequeno.
Os 01has sao normais, com palpebras estreitas e levemente obHquas.
As orelhas sao pequenas e a parte superior da orelha (helix) e dobrada.
32
A boca e pequena, 0 cau da boca e mais estreito, essas crianc;as tern um atraso
na dentiltao e nem sempre possuem todos as dentes, as mandibulas tambem sao
pequenas.
o pesco90 pode ter aparencia larga e grossa.
o t6rax po de apresentar urn 0550 peitoral afundado (t6rax afunilado) au 0 OSSO
peitoral pode estar projetado (peito de pombal. Pueschel (1993) diz que cerca de 40%
das crianc;as com sind rome de Down tern defeitos cong~nitos no corac;ao. Os pulm6es,
as vezes sao subdesenvolvidos.
Os 6r98.05 genitais sao normais, embora pequenos.
As extremidades. as maDS e as pes sao pequenos e grossos. Nas maes 0 5°
dado e curvado para dentro, possuindo urna unica dobra palmar e as impress6es
digitais (dermat6glifos) sao diferentes das outras crianc;as e no pass ado era usada para
identifiear as crianc;as com sindrome de Down e nos pes ha um espat;o entre a dedaa e
02" dedo.
A pele e pouca elastica e mais grossa, na frio fica rachada com mais facilidade
que a pele das criant;as normais.
Sao hipat6nicas2•
Segundo Galiahue (2001), as crianc;as cam sfndrome de Dawn, na sua malaria,
nascem prematuras e seu ritmo de desenvalvimento e mais lento da que a normal, seu
crescimento tambem e mais lento, a que faz com que as pessoas com sind rome de
Down sejam mais baixas, seu equilibria e deficiente, hipotOnicos, seus brac;os e pernas
sao curtos e sua pele tem pauca elasticidade. Seu desenvolvimento motor acantece
! Il:tix() llinus mu~u1ar, fllN;:.t mu'oCu\:u Tcduzid::t.
33
mais lentamente que 0 de urn beb~ normal, entretanto quando he. urna estimula<,{ao
desde ceda, observa·se que ha melhoria no funcionamento motor do beb~ e da crianc;a
Down.
As crian~as Down, tambem desenvolvem a coordenaQ8o motara, no entanto, €I
preciso que haja muito mais estfmulo de outras pessoas para que isto acerra, expondo
a crianQa a variadas form as de desenvolvimento, fazendo com que ala fique mais forte
e consiga tar urn maior dominic de seu corpo.
A altura de urn homem com sfndrome de Down asta entre 1,42m a 1,64m e a
mulherentre 1,35m a 1,50m, segundo Pueschel (1993, p.107).
o aumento do peso dave ser considerado preocupante a partir do z> au 3° ana
de vida, que €I quando a crianc;a com~a a apresentar ganho de peso, as pais devem
estar atentos e adequar urna dieta para a crian9a para que isso nao se tome urn
problema no futuro (PUESCHEL, 1993, p. 108).
Para a trabalho com sindrome de Down, a equoterapia e uma das atividades no
campo da educa9Bo nEI.O-formal que ajuda no seu desenvolvimento, na qual 0
pedagogo pods estar presente.
3.2. A SINDROME DE DOWN, A EQUOTERAPIA E A PEDAGOGIA
No ambiente nao-formal como e 0 caso dos centros de equoterapia, a pedagogo
tern urn papel fundamental, pois ele ira direcionar 0 trabalho de forma educativa, no
entanto, este trabalho acontece em conjunto com outros profissionais, como 0
equoterapeuta, 0 psic6logo, 0 medico, a fisioterapeuta, ° fonoaudi6logo, etc., cada
34
profissional contribuindo com alguma informayao que certamente sera significativa para
todos as profissionais envolvidos. Par isso dizemos que 0 trabalho de equoterapia e urn
trabalho multidisciplinar' e interdisciplinar' (SANTOS 2000), LERMONTOV 2004,
NASCIMENTO 2004, AN DE-Brasil 2006), e tambem transdisciplinar, termo usado por
Lermontov (2004).
o pedagogo tarnbam tem que saber como funciona 0 tratamento como urn todo a
que cada colega das outras areas esta trabalhando e unir seus conhecimentos
pedag6gicos para aproveitar 80 maximo as res pastas e evolU!;6es da crianc;:a.
3.2.1. EQUOTERAPIA E A CRIAN<;:A COM SiNDROME DE DOWN
Pueschel (1993), falou dos beneficios de praticar esportes, como a nata<;iio,
equitar;ao, 0 ciclismo, entre Qutros. Ela fala destas atividades como parte da recrea({8o
que dave sar proporcionadas a crianc;:a com sind rome de Down, Pueschel fala tarnbam
dos inumeros beneffcios das atividades recreativas entre eles podemos citar:
consciencia corporal, melhoria da auto-estima, desafios fisicos e mentais, expressao
criativa, chance de fazer amizades, exercicio, sensaQ80 de partencer a urn grupo,
desenvolvimento de tonus muscular e coordenaQao, 0 que ele considera de grande
importAncia e a diversao.
A equoterapia, terapia que utiliza 0 cavalo para propiciar 0 desenvolvimento
motor de pessoas portadoras de necessidades especiais, vern sendo utilizada em
crian9as com sindrome de Down para melhorar 0 desenvolvimento postural, fortalecer
seus rnusculos, 0 que ajuda no desenvolvimento da coordenaQao motora global e fina,
j Euvo]vc dUlls ()Um.:ais cicnci.:a,. uu ,has do conhecimento.~ Intcr:u;io entre "5 di1lCiplinas. lrocll de conhcdl1\4!ntos entre os divcDOS proriSSiOlllis.~ 0 pro£i~,ion31llu!l. entre di\'c~:l~ disdplimu 1.:01110 mcsmo prltic~nlc.
35
ajudando tambem no relacionamento da crianya com as Qutros, rnelhorando a
respirac;ao e a circula~ao, melhorando na fala e na linguagem, dentre Qutros.
A crianya com sindrome de Down nilo disp6e de urn mecanisme de estruturasmentais para a adequada ossimila98o do mundo perceptivo dar, que qualqueraprendizagem percepliva dave realizar-se alraves do maior numero de viassenshivas (COELHO, 2005, p. 1).
Coelho (2005), em seu artigo, a "Viagern do Senhor Down palo Mundo da
Hipoterapia", faz considerac;oes sabre a evolu</8.o da crianc;a com sfndrome de Down
que realizaram aulas de equoterapia par urn period a de observac;ao de quatro meses,
com duas aulas semanais de trinta minutos em cada sessao equoterapica, e para
comparar as resultados ala utilizou dais grupos, urn que frequentou as aulas de
equoterapia e urn outro grupo que nao frequentou a equoterapia, mas frequentou a
escola, recebendo os mesmos estimulos. Foram observados, em ambos os testes,
aspectos locomotores, pessoal-social, audi~ao e linguagem, olho-mao, realizac;ao e
raciocinio priltico.
Urn dos testes utilizados por Coelho foi 0 Teste de Wilcoxon (analise intra-
grupal), onde se observou a evolu,ao dos grupos de rnaneira isolada. Neste teste 0
grupo experimental desenvolveu muito mais do que a outro grupo, 0 outro grupo
apresentou melhoras, porem menos significativas que 0 grupo que teve aulas de
equoterapia.
E a outra analise utilizou a teste Mann-Whitney (analise inter-grupal), sendo
utilizado para comparar as grupos no primeiro momenta e apes as aulas de
equoterapia, onde poda-s8 observar uma evoluc;ao maior do grupo experimental.
No que respeita 30 Crupo experimental podemos verificar que existe umdesenvolvimento significativo em trt~$ areas, nomeadamente a de rsalizactllo;8udi~o e linguagem e a pessoaU social, 0 que nos leva a confirmar que a
36
Hippoterapia traz beneffcio~ para 0 desenvolvimento da criarn;a com sfndrcmede Down (COELHO. 2005, p. 4).
Este trabalho par ser individualizado e a crianc;a ter urn rHmo proprio de
desenvolvimento, e diffcil trS9Br urn desenvolvimento unico, e 0 que podemos observer
e a mudanc;a entre antes da crianc;a comec;ar 0 tratamento e ap6s alguns meses
fazendo 0 tratamento.
o trabalho interdisciplinar e importante, pais e com 0 consenso da equipe
(medico, fisioterapeuta, pedagogo, fonoaudi61ogo, psic61ogo e instrutor de equitac;ao)
que 0 trabalho e desenvolvido, levando em conta 0 que a Crian(f8 precise. A
interdisciplinaridade depende da troca de informac;6es entre as profissionais que astao
trabalhando juntos.
A relac;ao entre homem e equino propicia urn amplo espaco para 0desenvoivimenlo da autonomia e confianr;a do praticante e isla ocorre atravMda experimenlaVio de variad8s emo¢es vividas durante 0 contato com aeqOino e seu ambiente (RfSKALLA, 2003, p. 5).
37
4. A PESQUISA DE CAMPO
Para se responder a problematica, a qual envolve a import~ncia (ja atua~ao do
pedagogo na equoterapia em equipe multidisciplinar com crian~as com sind rome de
Down, realizou-se uma pesquisa de campo do tipo qualitativa.
Define~se como pesquisas qualitativas
A principal caracteristica dll.! pe~ui5as qualitBtivas e a falo de que estassaguem a tradi~o uoompreenliva~ ou interpretaliva. Isto significa que eslaspesquisas partem do pressuposto de que as pessoas ilQem em func;ao de suascre~as, percepQ6e.s, senlimentos e VlIlores e que leu comportamento lemsempre UIll sentido, urn signific.."\do que nao se da a conhecer de modoimOOi810, precisando ser desvelado. (PATTON, 1986 apud ALVES-MAZZOTTI,2001. p.131)
A pesquisa qualitativa visa compreender as inten~6es e 0 significado dos atos
human os. Segundo Alves·Mazzotti, as investigac;6es quaHtatlvas, par sua diversidade e
flexibilidade, nao admitem regras precisas, aplicaveis a uma ampla gama de casos
(2001, p. 147).
Quando a pessoa resolve fazer uma pesquisa, ela ja deve saber alguma teoria
sobre 0 que deseja questionar. As pesquisas qualitativas, raramente trabalham com
amostras representativas, dan do preferencia a estudos de casos, onde os locais
pesquisados sao escolhidos de maneira proposital, os quais vao dispor de informac;6es
sobre a pesquisa, com objetivo de responder as lacunas no conhecimento. "Essas
lacunas geralmente se referem a compreensao de processos que ocorrem em uma
dada instituic;ao, grupo ou comunidade" (ALVES-MAZZOni, 2001 ,po 148).
38
E tamt::>em caracteristica. dos estudos qualitalivos a crenc;a de que asinterprelaqOe3 feitas sao Vinculadas a um dado tempo e a urn dado contexto e,portanto, nao se poderia falar de genernlizayao nos lerrnos tradicionais(ALVES·MAZZOnl, 2001, p. 174).
Para a presente pesquisa realizou-se tres entrevistas a profissionais da area de
equoterapia que atuavam em Centros de Equoterapia da cidade de Curitiba e regiao
metropo1itana, incluindo nestes 0 pedagogo.
Contudo, ap6s a busca destes centros percebeu-se que apenas ern urn dos tr6s
Centras da amostra havia a presenc;a do pedagogo. Oesta forma, ampliou-se a
entrevista para profissionais das areas de educa<;ao e sauds, e nao samente 0
pedagogo.
A entrevista foi semi-aberta e seguiu urn roteiro de perguntas, a saber:
1) Quanto tempo trabalha com equoterapia?
2) Como e sua atua980 em equipe multidisciplinar?
3) Quais profissionais que atuam na equipe da hipica com voce? (ex.
fisioterapeuta, psic610go, medico, etc.)
4) Qual a importancia da equoterapia no desenvolvimento do individuo
com sindrome de Down?
4.1) Qual a contribui9ao do trabalho do pedagogo no desenvolvimento
pSicomotor da crianc;a com sindrome de Down?
5) Qual a importancia de se ter um pedagogo em equipe
interdisciplinar na equoterapia com crian9as com sfndrome de
Down?
5.1) Se hi! 0 pedagogo, qual a importancia de estar trabalhando em
equipe multidisciplinar e interdisciplinar?
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5.2) Se nao hi! 0 pedagogo, na sua visao, qual a importil.ncia de se
trabalhar em equipe multidisciplinar e interdisciplinar, e tendo 0
pedagogo ness a equipe?
A partir das respostas as questoes levantadas, foi passive] obter os seguintes
resullados (ANEXO p.4S).
4.1- Os estabelecimentos e as profissionais:
Os espac;os entrevistados e seus respectivQs profissionais foram:
C.S.A. - na Sociedade Hfpica Paranaense
W. A. V. - Policia Militar
F. T. R. - Horse Place
o primeiro centro entrevistado foi a Sociedade Hfpica Paranaense, onde foi
entrevistada a C. S. R., a mesma trabalha ha 16 anos com equoterapia e efisioterapeuta desde 1984. Neste centro nao ha a presen~a de urn pedagog a
trabalhando Ii! dentro, mas ha uma pedagoga amiga de uma das fisioterapeutas que
ajuda em alguns casas e ala orienta 0 que dave ser feito. C. S. R ja trabalhou em
equipe multidisciplinar hit uns oito anos atras, mas nao foi na Hipica. Neste Dutro
ambiente, ala trabalhou com um terapeuta ocupacional e um pedagogo, ela falou que 0
trabalho era mais direcionado, onde trabalhava aspectos cognitivos, afetiyos e
pSicomotores de maneira mais yoltada para as necessidades de cada praticante, pOis
como cada urn tern seu pr6prio desempenho e eles sao trabalhados de maneira bern
especffica. Os praticantes ate trabalham em grupo, mas na hora de desenvolver as
atividades cada urn tera um direcionamento.
o segundo centro entrevistado foi a Equoterapia da Policia Militar, onde foi
entrevistado 0 soldado W. A. V. , que e fisioterapeuta, qual trabalha he. quase dois an os
com equoterapia. Neste centro encontramos um pedagogo, 0 tenente Washington, mas
ele nao atua ainda na equipe, pOis ainda precisa realizar alguns cursos para estar apto
para trabalhar com a equoterapia. Para iniciar esta trabalho, ele devera realizar 0 curso
em urn dos centros conveniados com a ANDE-Brasil, devendo obedecer aos criterios
utilizados pel a ANDE. 0 curso consiste em basico, intermediario e avan9ado. Por
enquanto 0 pedagogo apenas ajuda com alguns casos, mas a equipe conta ainda com
urn psic610go e um assistente social.
o terceiro centro entrevistado foi a Horse Place, onde foi entrevistada a F. T. R.,
que trabalha ha 9 an os e meio com equoterapia, ela atua como fisioterapeuta,
pSicomotricista e educadora, alem dela. sua equipe multidisciplinar e composta por mais
um fisioterapeuta, um pSicologo, um instrutor de equita<;8.o, urn veterinario, tras
auxiliares-guia e urn tratador.
Nestes centros, os tr~s acabam tendo 0 apoio pedagogico, seja com um
profissional 1ft dentro, seja com alguem que trabalhe com aspectos educacionais,
apesar de nao ser propriamente urn pedagogQ, ou com aquels que t9m um amigo
pedagogo, que ajuda nos casos.
Todos os centros possuem em sua equipe auxiliares guias e auxiliares laterais e
as pessoas entrevistadas exercem papel de mediador (nomenclatura ado1'ada pela
ANDE-Brasil).
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4.2- A atuac;:ao em equipe multidisciplinar
Na Sociedade Hipica, a C. S. R. troca muita informac;iio com outros profissionais
que aluam com ala, e entre as profissionais estao 0 auxi1iar-guia, auxiliar-Iateral,
fonoaudi61ogo e outra fisioterapeuta. Ela alua como equoterapeuta, psicomotricista e
faz urn pouco 0 trabalho do pedagogo, e eontam com a ajuda de uma pedagoga
externa.
Na Equoterapia da Palfcia Militar, ha urna troca de informac;oes na equips, 0
sold ado W. A. V. 1alou que conversa muito com as Quiros profissionais, ah~m dele a
equipe tern auxiliares-guia, auxiliar-Iateral, ale como mediador, um psic61ogo e um
assistante social, ah~m dos estagiarios, que acabam ajudando tambem com sugest6es,
oulros pontcs de vista, urna parte le6rica mais atualizada, etc.
Na Horse Place, a F.T.R. trabalha em conjunto com os Quiros profissionais,
trocando sempre informa!1oes necessarias para 0 atendimento dos praticantes, estando
sempre pensando no desenvolvimanto como um todo.
4.3- Os profissionais da equipe
Na Sociedade Hlpica, a equipe e composta por dUas fisioterapeutas, uma
fonoaudi6loga, auxiliares-guia e auxiliar-Iateral.
Na Policia Militar, a equips e composta par fisiaterapeuta, assistants social,
pSic6logo, auxiliar-guia, auxiliar-lateral a padagogo, qua ainda na~ atua em tempo
integral na equipe.
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Na Horse Place, a equipe e composta par uma fisioterapeuta, que alem do seu
exerce papal de psicomotricista e educadora, mais uma fisioterapeuta, urn psic6logo,
urn instrutor de equitac;;:ao, urn veterinario, tr~s auxHiares-guia e urn tratador.
4.4- 0 valor da crianc;;:a com sfndrome de Down e a contribuic;ao do pedagogo
Na Sociedade Hipica, a C. S.R. disse que trabalha a aten~ao, tOnus, lateralidade,
esquema corporal, 0 medo (mio e made do cavalo e sim da altura), e ests trabalho
sobre 0 medo da altura loi publicado.
Na Policia Militar, 0 sold ado WAV. lalou que 0 pedagogo, fazendo seu trabalho
de maneira continua, faria com que a crianga fosse mats estimulada e em urn men or
perfodo as resultados seriam bern melhores. Ela trabalha com a adequ8c;;:ao do t6nus,
lateralidade, memorizac;;:ao, atenc;;:ao, rela<;ao entre a crianya e 0 cavalo, entre Qutros.
Na Horse Place, a F.T.R. falou que ela procura estimular as aquisic;6es
biopsicosociais, trabalhando com a adequac;ao do tonus muscular, com as atrasos,
como 0 de tala, lateralidade, viso-motora, olho-mao, as fobias, a afetividade, dentre
outros, ela acrascenta ainda que estes aspectos sao essenciais para a aquisic;ao da
linguagem (Ieitura e escrita).
4.5- A importAncia de se tar urn pedagogo em equipe rnultidisciplinar na equoterapia
Na Sociedade Hipica, a C. S. R. lalou que trabalhou com uma pedagoga por 10
anos, e ela considera muito importante, paiS a pedagogo direciona 0 trabalho feito com
os individuos, ele direciona 0 uso do material. ·Voce tern como lazer uma constru~iio
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pedag6gica, voce direciona aquela atividade, ...nao fica usanda materiais
aleatoriamente" (C.S.R, 2006, entrevista).
Na Policia Militar, 0 soldado W.A.V. disse que e born ter urn pedagogo atuante na
equipe, pois e ele que direciona da melhor maneira as atividades, ajudando no
desenvolvimento do individuo.
Na Horse Place, a F.T.R. disse que 0 trabalho do pedagogo e muito importante
para 0 desenvolvimento do individuQ, pois 0 individuo deve 5er trabalhado como urn
todD, afetlvQ, cognitiv~ e pSicomotor. Ela S8 preocupa com 0 desenvolvimento
biopsicosocial, que e a pro posta da equoterapia.
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CONSIDERA<;:OES FINAlS
No casa da equoterapia, 0 pedagogo deve conhecer como funciona a trabalho
como um todo, a opiniao dos colegas de trabalho, e a traca de informa~6es entre as
profissionais, pois ajudara a trabalhar com as crian(fas de maneira mais eficaz.
Qualquer profissional que resolva entrar nesta area deve fazer as cursos dad os
palos centros de equoterapia conveniados com a ANDE-Brasil ou na pr6pria ANDE-
Brasil, as cursos sao divididos em: basicQ, intermediario e avan\=ado.
Atraves de estudo sabre a equoterapia, seus beneffcios, maneiras de sa
trabalhar em urn ambiente multidisciplinar e interdisciplinar, foi passivel observar que no
trabalho dentro dos centros de equoterapia, 0 peda,gogo ainda nao asta tao inserido,
apesar de todos os entrevistados acreditarem que seu trabalho na equotarapia seria
muito bern aprovaitado. Em apenas um centro de equoterapia foi encantrada a
presenc;a de um pedagago no quadro de funcionarias, mas este mesma pedagog a nao
it a que atualmente auxilia a trabalho junto a equipe. Quem asta exercendo esta fun¢a
sao alunas do curso de pedagogia (cinco). Elas, a principio, entraram como
observadoras, mas foi solicitado a elas que vissem formas de trabalhar aspectos
educativos com a crian9B aproveitando a terapia, tendo sido 0 soldado W.A.V. do
Batalhao da Policia Milltar, formado em fisiaterapia e em equoterapia pela AN DE-Brasil,
quem solicilou esla ajuda. 0 que ele propOs foi que ao inves da crian9a ter urn
mediador tivesse dois e cada urn trabalhando alguns aspectos com 0 praticante.
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Nos outros dais centros naD havia urn pedagogo no quadro multidisciplinar, urn
deles, a Sociedade Hipica, contava com 0 trabalho de urna pedagoga amiga da
fisioterapeuta, que embora sem vinculo com 0 Centro, auxiliava quando solicitada. No
outro, Horse Place, a fisioterapeuta, alem da sua funQao, trabalha tamllem aspectos
pSicomotores e educacionais, neste case podemos observar que 0 pedagogo acabou
sendo substituido par Dutro profissional, com especializ89ao na area educativ8.
o trabalho de equoterapia precisa do pedagogo sim, para que 0 trabalho seja
direcionado ao processo de aprendizagem e ninguem conseguira realizar este trabalho
da mesma maneira que 0 pedagogo 0 faz, pOis estudamos para saber formas de
trabalhar com 0 desenvolvimento afetivD, cognitiv~ e motor de sefes humanos em
formac;ao e quando substituem esta profissional parde-s9 muito dos aspectos
educativos, que nem sempre 0 outro profissional ira conseguir abordar.
A ajuda do pedagogo na equoterapia com crianc;as com sindrome de Down se da
no momento que ele faz uma construc;ao pedag6gica, cria atividades que vao trabalhar
com a atenc;ao, com as mudanc;as, por exemplo uma crian~ que esta aprendendo as
cores, poden} ser estimulada durante todo 0 percurso da equoterapia, tanto utilizando
as cores do ambiente que a cerca como as cores dos objetos deixados na pista, ou ata
masma sabre 0 cavalo.
A busca par cursas, especializac;6es, que capacitem este profissional, tambem a
algo que dave sar pansado par quem deseja trabalhar nesta area, pais um dos
objetivas dasta trabalho era mostrar a atuac;ao do pooagogo na equoterapia.
Em todos as centros os profissionais que atuam falaram que se tivesse um
pedagogo atuando efetivamente 0 trabalho desenvolvido saria bern mais proveitoso.
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Inclusive, aqui em Curitiba tern urn curso de especializac;ao em equoterapia para
todos que desejam entrar nesta area, sendo voltado para todos os profissionais das
diversas areas que comp6em a equipe multidisciplinar, entre eles, n6s pedagog os.
Cabe a n6s, pedagogos do futuro, come""r a fazer esta inser~ao na equoterapia
e mostrar que temas muito a ensinar e aprender com as outros profissionais e com as
praticantes.
47
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ANEXOS
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ANEXO - Entrevista na Integra - As perguntas e res posta durante a entrevista com asprofissionais
C. S. R. - da Sociedade Hipica ParanaenseW. A. V. (soldado) - da Equoterapia da Policia MilitarF. T. R. - Horse Place
Quanta tempo trabalha com equoterapia?
C. S. R. - Ha 16 anos, eu lui a 1" aqui.
W. A. V. - Ha quase 2 anos.
F. T. R. - Ha 9 anos e meio.
Como e sua atuayao em equipe multidisciplinar?
C. S. R. - Sou fisioterapeuta desde 1984. Equoterapeuta, psicomotricista e, as vezes,trabalho urn pouco com 0 lado educacional. a unico centro que encontrei pedagogo foiem Brasilia na ANDE-Brasil e na AGE, no Rio Grande do Sui e em Sao Paulo tem aLiana, que inclusive da cursos direcionado para a area da pedagogia. Eu ja trabalheicom uma peda,goga sim, em equipe multidisciplinar, mas naD foi aqui, foi Ie. na checara,isso dave fazer uns oita anos, eu trabalhava com urn terapeuta ocupacional e com urnpedagogo.
W. A. V. - Infelizmente, nos nao tamas essa equipe multidisciplinar, aqui temos aequipe que comp6em para se ter 0 atendimento. a gente segue bem as normas daANDE~Brasil. no caso ° auxiliar~guia, ° auxiliar lateral e eu de mediador. Ah, temtambem um psic6logo, um assistente social e eu sou fisioterapeuta e aqui naequoterapia atuo como mediador.
F. T. R. - Eu trabalho como fisioterapeuta, pSicomotricista e educadora.
Quais profissionais que atuam na equipe da hipica com voce? (ex. fisioterapeuta,psic6logo, medico, etc.).
c. S. R. - Bem, com fisioterapeuta, com fonoaudi6loga, um auxiliar~lateral, um auxlliar~guia.
W. A. V. - Como eu acabei de lalar, ne. Somas eu (Iisioterapeuta), um psic6logo, umassistente social, um auxiliar~guia e um auxiliar~lateral.
F. T. R. - Duas fisiolerapeutas, urn psic6logo, urn instrutor de equita~ao, um veterinario,tr~s auxiliares~guia e um tratador.
Qual a importancia da equoterapia no desenvolvimento do sindrome de Down?
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c. S. R. - A procura de Down comigo, ela nao e muito grande nao, agora a importanciaela e boa, 0 Down e urna questao, entra a questao de aten~ao, entra a questao dotonus, entra equilibria, entra coordena!1ao, entra lateralidade, esquema corporal, eletem um medo, que nao Ii do cavalo, e 0 medo da altura, isso e um trabalho que,inclusive, a gente fez e publicou.
W. A. V. - Bem, 0 1° passe e uma triagem com 0 ortopedista,porque existe 0 lator dafrouxidao ligamentar das primeiras vertebras cervicais, exists urna contra-indica~aopara esse tipo de crianQa. A gente laz perante um aval medico. 0 ortopedista laz aavaliac;ao e ai ele libera para fazer a equoterapia. N6s tamos crianc;a com sindrome deDown, uma delas vai montada comigo, pelo fato de ser muito molinha, entao a gentetoma todos as cuidados, as oulros dais que foram liberados pelo medico, entraram nahipoterapia, que e a cavaJo como forma de tratamento especifico para sfndrome deDown, la eles passaram muito pouco tempo, ap6s esse trabalho ele entrou naeducac;ao/reeducac;:ao e iniciando uma fase pre-esportiva, que seria a equitac;ao. Esteprocesso durou urn ano, os dois se adaptaram muito bern, com a gente, urn mais rapidoque 0 outro, eles interagiram muito bern, e devem voltar para 0 tratamento, paraequita~ao no caso.
F.T. R. - Born, ela participa nos estimulos das aquisic;:6es bioP5icossociais, trabalhamuito a questao de adequac;:ao do tonus muscular, que 0 sindrome de Down tern 0t6nus muito baixo, normalmente. Trabalha multo a iniciativa tanto motora quantoverbais, por exemplo, quando tem atraso de lala, trabalha os atrasos. Faz umaestimula~ao bern interessante de infcio, estimulac;:ao sensorial, viso-motora, viso-espacial, olho-mao, estfmulos iniciais, que sao importantes na aquisi~ao mBis tarde dopr6prio aprendizado de leitura e escrita, trabalho bastante 0 social, muito, muitointegrac;:ao e relac;:ao social. Trabalho as fobias, mados, relaC;ao frente ao desconhecido,trabalho afetividade, trabalho muito com 0 animal, sao bastante as objetivos para acrianc;:a com sfndrome de Down.
a) Qual a contribuiQao do trabalho do pedagogo no desenvolvimento pSicomotor dacrian~a com sind rome de Down?
c. s. R. - E muito importante, porque e ele que da a direcionamenlo das atividades, aminha atuac;:ao esta direcionada para a equoterapia, eu nao sou fechada para isso,agora nao sou au quem contrata os profissionais da equipe. Aqui e aberto para e5lagio,s6 que as pedagogos nao procuram e5t8ogio aqui, nunca. Eu, inclusive, botei anuncioem faculdades, nao velo nenhum, ja falei com amigos, pedi a algumas psicopedagogasque me indicassem, porque eu sstava precisando bastante dessa orientac;:ao. Entaohoje temos a orientaQao de uma pedagog a amiga que a gente leva os casos e ela nosorienta. Entao, nao e que estamos fechados. Eu acho que e ° caso de voc~s,pedagogo5, terem rnais abertura para a equoterapia.
W. A. V. - Vai depender da abordagem que queremos estar trabalhando com eles,depende do caso, cada crianc;:a e urna crianc;:a. A gente tern ° Tem. Washington, masele nao esla. ajudando tanto ainda, temos cinco meninas que fazem e518gio deobserva"ao, de pedagogia. Desculpe, mas nao me lembro de qual laculdade elas sao,
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depois au tento te responder, elas au pelto para me falar, au digo para 8ste case 0 quevoces podiam estar fazendo? Fa~o alas pensarem comigo para a gente chegar nurntipo de trabalho melhor.
F. T. R. - Ele vai entrar como urn estfmulo nas habilitaltoes das dificuldades deaprendizado ou depende da idade da crianga, se ela for uma crianga um pouco maior,ala vai entrar diretamente com interven<;6es psicoeducacionais mesma, facilitando,enriquecendo e ate incentivando, depende do objetivo. A aquisi98,O de novosaprendizados ou a adequa9ao, de acordo com as limita90es, frente aos aprendizadoscognitivos mesma. E tanto basico como avan9ados 0 pedagogo entra sim.
Qual a importAncia de S8 ter urn pedagog a em equipe interdisciplinar naequoterapia com crian9as com sindrome de Down?
C. S. R. - Born, au posso te responder porque eu fjz urn estagio na Franr;a que tinhaurn psicopedagogo a urn pSicomotricista a au trabalhai com uma pada,goga hit 10 anosatras. A importancia au ta digo que e nesse diracionamento das atividades masmo, quavoce vai colocar, entao, par exemplo au trabalho muito com material na pista, eu achoque voce tendo urn psicopedagogo ou urn pedagogo vocl! tam como diracionar isso,com letras, com cares, voce tern como fazer uma construr;ao pedag6gica, vocedireciona aquala atividade, quar dizer e urn acrescimo nessa reabilita98.0, par isso queeu fui atras de peda,gogo, para nao flcar usando material aleatoriamente.
W.A. V. - Para dar continuidade ao tratamento de todos os estimulos que a areaexterna da, a pr6pria montaria ali, au poderia estar com urn pedagogo do outro ladofazando 0 papal do auxiliar-lateral, mas ele pode estar trabalhando como mediadortam bern, do lado esquerdo eu dando os estimulos fisicos e do lado direito, 0 pedagogotrabalhando as quest6es educacionais, isso diminuiria 0 tempo do tratamento dacrianc;:a, ne.
F. T. R. - Bom e quase a mesma resposta da anterior, a importancia e que 0
pSicapedagogo au a pedagaga. ele vai entrar como a profissianal que vai orientar aequoterapia e atender diretamente as pacientes nessa area.
a) Se ha 0 pedagogo, qual a import~ncia de estar trabalhando em equipemultidisciplinar a interdisciplinar?
c. S. R. - como eu te falei, quando eu trabalhei com a equipe, era interessante, porquecomo eu te falai era direcionado, entao, assirn, au precisava porque na realidada 0posta principal que voce tern que ver e que n6s temos muitas crian98s com paralisiacerebral, entao nao adianta eu querer introduzir autras areas como a pedagogia S8 eunao tiver urn posicionamento desta crianr;a, enta~, geralmenta a 1" atua9aO e a dofisioterapeuta a dar se voce tern urna indicaQ8.o, urn direeionamento que e na partecognitiva, que e uma crianc;:a com deficit de aten9ao, ne, af entra assa parte, inclusive aequoterapia e dividida em tres partes, minha atua9ao e mais na primeira parte, que e ahipaterapia, e ai vael! tern uma 2111 atuar;ao, que entra 0 peda_gogo e 0 daeducagao/reeducagao.
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W. A. V. ~ Ha urn pedagogo, mas ainda vern esporadicamenta nas sess6es deequoterapia, naD e que ale naD ajuda, ale ate ajuda, no entanto, para esse trabalho ficarborn saria necessaria que ale acompanhasse 0 dia-a-dia da crianl;:a,cada urna tern urnrilma, as vazes, ale astaria observando aspectos, que para mim acabam naD tendo urnsignificado. Acho que esta faltando esta troca de informa~6es entre n6s da equipe, ne.1550 au vi na AN DE-Brasil e aqui nao tern essa troca.
b) Se nao hi>.0 pedagogo, na sua visao, qual a importAncia de se trabalhar em equipemultidisciplinar e interdisciplinar?
F. T. R. - Apesar de nao ter urn pedagogo, como au te disse au assumi esta papal. Ena verdade a linha de equoterapia desenvolve urn refon;o em outras areas, audesenvolvi isso, que as vazes a equoterapia trabalhava muito motor, e essa naD e aminha linha de trabalho, nao e assim, eu trabalho bem chao, trabalho bastante coisa"que vao desenvolver muito 0 cognitivo, porque voce tem um espaQo fisico muito ricoque vai te ajudar a desenvolver isso. Espero que com esse trabalho YOre consiga trazermais gente para a equoterapia.