a humanização e a gestão em saúde: os desafios da enfermagem

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CURSO DE PÓS-MBA EM ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA A HUMANIZAÇÃO E A GESTÃO EM SAÚDE: OS DESAFIOS DA ENFERMAGEM . Elaborado por: Daniel LeiteTavares Rio de Janeiro Abril de 2016

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Page 1: A Humanização e a Gestão em Saúde: os desafios da Enfermagem

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CURSO DE PÓS-MBA EM ADMINISTRAÇÃO

ESTRATÉGICA

A HUMANIZAÇÃO E A GESTÃO EM SAÚDE: OS DESAFIOS DA ENFERMAGEM

.

Elaborado por: Daniel LeiteTavares

Rio de Janeiro Abril de 2016

Page 2: A Humanização e a Gestão em Saúde: os desafios da Enfermagem

2

DANIEL LEITE TAVARES

A HUMANIZAÇÃO E A GESTÃO EM SAÚDE:

OS DESAFIOS DA ENFERMAGEM

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência à aprovação total na disciplina de TCC, do Curso de Pós-MBA em Administração Estratégica da Universidade Estácio de Sá, orientado pelo Profº Maurício Afonso Weichert.

Rio de Janeiro 2016

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FOLHA DE APROVAÇÃO

UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

CURSO DE PÓS-MBA EM ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA

Elaborado por

Daniel Leite Tavares

A HUMANIZAÇÃO E A GESTÃO EM SAÚDE:

OS DESAFIOS DA ENFERMAGEM

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência à aprovação total na disciplina de TCC, do Curso de Pós-MBA em Administração Estratégica da Universidade Estácio de Sá, orientado pelo Profº Maurício Afonso Weichert.

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO APROVADO EM ____/____/2016

___________________________________________ Profº. Maurício Afonso Weichert (Orientador)

____________________________________________ Prof.

____________________________________________

Prof.

Page 4: A Humanização e a Gestão em Saúde: os desafios da Enfermagem

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FICHA CATALOGRÁFICA

A Humanização e a gestão em saúde: os desafios da Enfermagem.

Daniel Leite Tavares. Rio de Janeiro: Universidade Estácio de Sá,

2016. 25 páginas

Orientador: Profº Maurício Afonso Weichert.

Trabalho de Conclusão de Curso da Pós-MBA em Administração

Estratégica da Universidade Estácio de Sá.

1. Humanização. 2. Práticas. 3. Enfermagem.

4. Gestão. I. Daniel.

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5

RESUMO TAVARES, L. Daniel. A HUMANIZAÇÃO E A GESTÃO EM SAÚDE: os desafios

da Enfermagem. Trabalho de graduação do Curso de Pós-MBA em Administração

Estratégica da Universidade Estácio de Sá, Rio de Janeiro, abril de 2016.

Pensar em saúde é pensar em vida e nas responsabilidades inerentes a ela. No

Brasil, desde a criação dos Direitos Humanos e a sua grande difusão. Este país

considerado emergente e, portanto atravessado por diversas questões sociais, vêm

tentado aplicar os conceitos básicos desse direito no seu Sistema Público de Saúde.

Contundo alguns profissionais de saúde, a exemplo os de Enfermagem, tem

implícito em sua origem à tentativa de se prestar um melhor atendimento dentro

desse serviço curativo. No entanto este profissional apesar de ser treinado para lidar

com as demandas alheias, o mesmo tenta coexistir de forma saudável, dentro de um

ambiente repleto de situações carregadas de um pesar sobre a vida daqueles que

buscam uma ajuda. Diante de tais situações este trabalhador acaba por passar por

pressões que estão além de qualquer tipo de ensino, gerando nele diversos

questionamentos sobre o seu papel neste lugar. Portanto o presente artigo tem por

objetivo através de uma revisão bibliográfica analisar e discutir os possíveis fatores

predisponentes que afetam e/ou comprometem a vida e a prática deste profissional

de saúde brasileiro.

PALAVRAS-CHAVE: Humanização - Práticas - Enfermagem - Gestão.

Page 6: A Humanização e a Gestão em Saúde: os desafios da Enfermagem

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.............................................................................................. 07

2. BREVE HISTÓRICO DA CRIAÇÃO DA PNH NO BRASIL.......................... 10

3. A PNH PARA OS PROFISSIONAIS BRASILEIROS.................................... 11

4. PLANEJAMENTO E O GERENCIAMENTO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE. 13

4.1 Planejamento em saúde.............................................................................. 13

4.2 O gerenciamento em saúde........................................................................ 14

4.3 A gestão de qualidade................................................................................ 16

5. A QUEIXA DOS PROFISSIONAIS............................................................... 18

6. UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO........................................................ 20

7. METODOLOGIA........................................................................................... 22

8. CONCLUSÃO............................................................................................... 23

9. REFERÊNCIAS............................................................................................. 24

Page 7: A Humanização e a Gestão em Saúde: os desafios da Enfermagem

7

1) INTRODUÇÃO

O presente trabalho aborda a temática da relação entre o processo de

Humanização do Sistema Único de Saúde e a utilização deste em prol do

profissional de Enfermagem, o qual faz parte substancialmente deste sistema.

Portanto este artigo tem por objetivo analisar e discutir os possíveis fatores que

desfavorecem a permanência deste trabalhador dentro do serviço público de saúde.

Uma vez que o Governo brasileiro em cumprimento ao direito à saúde que

fora circunscrito internacionalmente, em 1948, a partir da aprovação dos Direitos

Humanos por meio da Organização das Nações Unidas, vêm tentando estabelecer

diversas mudanças nas suas instituições de saúde.

Na década de 70 o Brasil passa pelo marco histórico da reforma sanitária,

buscando garantir à saúde através do princípio da equidade como um direito

individual e universal ao acesso sistema público de saúde de forma solidária e

inclusiva.

Diante das reformulações supracitadas, surgiram algumas iniciativas que

potencializaram alguns discursos sobre a temática da saúde humana. Através da

VIII Conferência Nacional de Saúde, em 1986, inicia-se uma serie de discussões da

criação de uma politica publica que viesse a sistematizar à saúde. Dois anos mais

tarde a Constituição da republica anuncia a criação do Sistema Único de Saúde

(SUS), como forma de garantir o acesso gratuito, universal e integral da população

brasileira (MITRE; ANDRADE; COTTA, 2012).

Mediante ao enfrentamento das inequidades sociais, o Governo brasileiro nos

anos 90, desenvolveu diversas iniciativas a exemplo do Programa de Agentes

Comunitários (PACS) como forma de se combater tais falências. Visto que o acesso

aos serviços de saúde pública era algo excludente, com instalações e equipamentos

sucateados além da própria insuficiência deles. O que acabava por inviabilizar

prestação de um bom atendimento.

Já as práticas desses profissionais à exemplo os de Enfermagem, estas

eram marcadas como impessoais e fragmentadas, o que potencializava uma

imagem negativa na prestação dos serviços de assistência pública.

Page 8: A Humanização e a Gestão em Saúde: os desafios da Enfermagem

8

Observando os esforços de alguns municípios em se tentar modificar a

qualidade dos serviços de saúde, o seu órgão gestor maior o Ministério da Saúde,

em 1994, implementa o Programa de Saúde da Família (PSF), na tentativa de

superar um modelo obsoleto centrado na doença, para se concentrar nas demandas

individuais e coletivas para um cuidado integral e continuado (MITRE; ANDRADE;

COTTA, 2012).

Diante disso o SUS a partir dos anos 90 acaba por modificar o seu discurso,

sobre as práticas de cuidado; onde a ideia de acolhimento, se transforma em

inclusão, com o intuito de despertar reflexões e motivar mudanças na organização

dos serviços de saúde; além de se buscar a implementação de uma equipe

multiprofissional e na qualificação das relações destes entre os usuários desse

sistema público (MITRE; ANDRADE; COTTA, 2012).

A partir do ano 2000, o discurso em torno do acolhimento ganha intensidade,

mediante as divergências econômicas e sociais da época. Essa e outras

reinvindicações sociais foram expressas na XI Conferencia Nacional de Saúde.

Nesta reuniu-se a ideia de uma demanda política institucional transversal,

flexibilizada pela nova gestão do Ministério da Saúde, que de tempos já debatia os

temas regimentados no texto da PNH (PEREIRA; NETO 2015).

Em 2003, com a instituição do HumanizaSUS, abre-se precedentes para uma

mudança na valorização de processos e praticas subjetivas e sociais,

fundamentadas em tecnologias relacionais na produção de saúde. Ou seja, o

HumanizaSUS tem como um dos seus pontos centrais o reconhecimento dos

processos subjetivos de cada sujeito envolvido na produção de saúde (PEREIRA;

NETO 2015).

Para que essa saúde seja produzida, faz-se necessário à modificação da

cultura e da prática de seus atores (usuários, trabalhadores e gestores). Estas

alterações sociais poderiam servir de potenciais catalizadores para uma possível

abertura de precedentes a qual possibilitaria uma afirmação do projeto assistencial

do Sistema Único de Saúde (SUS).

Mediante aos fatores históricos supracitados. Por que até ainda hoje há

diversas discussões sobre a má atuação dos profissionais de saúde? Qual seria o

Page 9: A Humanização e a Gestão em Saúde: os desafios da Enfermagem

9

papel social desse profissional de Enfermagem na rede de assistência pública ou

privada?

Subentende-se que o profissional de Enfermagem na rede privada, estaria

provido de melhores condições de trabalho. Haja vista que os (Hospitais

particulares) dispõem de melhores recursos financeiros ou de uma melhor gestão

dos mesmos, pois eles são (co)dependentes desses gastos. Então o por quê de

diversos trabalhos acadêmicos explorando a situação de doença desses

trabalhadores dentro do Sistema Único de Saúde? Quais as práticas que ainda

fomentariam esses desajustes na relação entre empregado e empregador na área

de prestação de serviços em saúde? O que pode ser feito para estabelecer uma

melhora no ambiente de trabalho do profissional de Enfermagem?

O profissional de Enfermagem, desde sua entrada no sistema de saúde

brasileiro, passa por diversas implicações. Este ao mesmo tempo deve ser um

agente produtor de saúde em contrapartida um administrador de recursos humanos.

Haja vista que essa profissão tem as suas subdivisões onde em seu maior grau

encontra-se a Enfermeira (o) (profissional com formação de nível superior).

Um dos maiores questionamentos levantados nas publicações mais recentes

sobre as praticas de trabalho e adoecimentos desses profissionais, esta na relação

da divisão desigual de suas funções. O que possibilita uma fragmentação na relação

desse sujeito com o outro (paciente), ao mesmo tempo, que este trabalhador, não

consegue explanar suas inquietudes decorrentes das suas práticas de trabalho.

Diante disso, o profissional de Enfermagem, como promotor e produtor de

saúde. Tem o seu direito garantido, de exercer a sua humanidade dentro do seu

ambiente de trabalho, dando espaço a sua subjetividade, uma vez que o próprio

conceito do HumanizaSUS entende que os atores envolvidos na produção de saúde,

devem ser tratados de forma mais humana, sendo ele profissional ou usuário desse

sistema de saúde.

Portanto o presente artigo além de discutir as questões relevantes às

situações que desfavorecem estes profissionais de saúde tenta estabelecer uma

possível proposta de intervenção que possibilitaria uma melhora dentro do ambiente

de trabalho desses atores em questão.

Page 10: A Humanização e a Gestão em Saúde: os desafios da Enfermagem

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2) BREVE HISTÓRICO DA CRIAÇÃO DA PNH NO BRASIL

O processo de implementação de uma Política Nacional de humanização

(PNH) do Sistema Único de Saúde Pública do Brasil (SUS), vem perdurando desde

1960, tendo como um dos seus catalizadores, discussões fomentadas por

movimentos sociais minoritários, tais como os das feministas (BENEVIDES;

PASSOS, 2005 apud PEREIRA; NETO, 2015).

A formulação dos pressupostos da (PNH), foram forjados a partir do direito à

saúde, reconhecido em 1948, através da aprovação da Declaração Universal dos

Direitos Humanos pela Organização das Nações Unidas, órgão de esfera

internacional (MITRE; ANDRADE; COTTA, 2012).

Diante disso o Brasil desde 1970, através da reforma sanitária, vem tentando

garantir o direito individual a saúde e o acesso universal ao (SUS). Para que se

fizesse traduzir as expectativas da população brasileira, na VIII Conferência

Nacional de Saúde, em 1986, buscou-se modificar o estratagema jurídico-

institucional do setor de saúde, para que se fizesse valer a seguridade de todo

cidadão brasileiro a esse sistema. Dois anos mais tarde a Constituição da republica

anuncia a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), como forma de garantir o

acesso gratuito, universal e integral da população brasileira (MITRE; ANDRADE;

COTTA, 2012).

Neste cenário de discussões políticas e de mudanças institucionais a década

de 90 foi marcada por um processo de renovação na acessibilidade ao sistema de

saúde, propagada por alguns municípios com a implementação do Programa de

Agentes comunitários (PACS) e ampliada em 1994 pelo seu órgão maior o Ministério

da Saúde, com a criação do Programa de Saúde da Família (PSF), na tentativa de

superar um modelo obsoleto centrado na doença, para se concentrar nas demandas

individuais e coletivas para um cuidado integral e continuado (MITRE; ANDRADE;

COTTA, 2012).

Diante disso o SUS a partir dos anos 90, modificou o seu discurso, sob as

práticas de cuidado, onde a ideia de acolhimento, se transforma em inclusão, com o

Page 11: A Humanização e a Gestão em Saúde: os desafios da Enfermagem

11

intuito de despertar reflexões e motivar mudanças na organização dos serviços de

saúde, além da busca de uma equipe multiprofissional e na qualificação das

relações destes entre os usuários desse sistema público (MITRE; ANDRADE;

COTTA, 2012).

A partir do ano 2000, o discurso em torno do acolhimento ganha intensidade,

mediante as divergências econômicas e sociais da época. Essa e outras

reinvindicações sociais foram expressas na XI Conferencia Nacional de Saúde.

Nesta reuniu-se a ideia de uma demanda política institucional transversal,

flexibilizada, pela nova gestão do Ministério da Saúde, que de tempos já debatia os

temas regimentados no texto da PNH (PEREIRA; NETO 2015).

Em 2003, com a instituição do HumanizaSUS, abre-se precedentes para uma

mudança na valorização de processos e praticas subjetivas e sociais,

fundamentadas em tecnologias relacionais na produção de saúde. Ou seja, o

HumanizaSUS tem como um dos seus pontos centrais o reconhecimento dos

processos subjetivos de cada sujeito envolvido na produção de saúde. Para que

essa saúde seja produzida, faz-se necessário à modificação da cultura e da prática

de seus atores (usuários, trabalhadores e gestores), sendo essa uma potencial

abertura para a afirmação do projeto assistencial do Sistema Único de Saúde (SUS)

(PEREIRA; NETO, 2015).

3) A PNH PARA OS PROFISSIONAIS BRASILEIROS

Mediante aos dados históricos supracitados, o que de fato é essa palavra

(humanização)? E qual é o seu significado para os profissionais de Enfermagem?

De acordo com Backes, Lunarid Filho e Lunardi (2006, p.2),

A humanização, muito mais do que um artificio, uma técnica ou apenas

uma intervenção significa estreitar relações interpessoais, que possibilitem

aos trabalhadores reconhecer a interdependência e a complementaridade

de suas ações, permitindo que o coração, junto à razão, se manifeste nas

relações de trabalho do dia-a-dia.

Page 12: A Humanização e a Gestão em Saúde: os desafios da Enfermagem

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Ou seja, deve-se dar lugar a subjetividade desse profissional, pois só assim

ele poderá sair do seu lugar tecnicista, para uma postura mais humanizada.

Para que essa humanização faça parte do comportamento desse profissional

de Enfermagem faz-se necessário uma multiplicidade de fatores promotores. Tais

como: o ambiente, a estrutura, o equipamento, a rede social e a própria pessoa

humana, tanto do trabalhador quando daquele que busca esse serviço (BACKES;

LUNARDI FILHO; LUNARDI, 2006).

Desse modo: Qual é o significado desse processo de humanização para

esses profissionais? Backes, Lunardi Filho e Lunardi (2006, p.3), nos esclarece que:

“[...] significa, fundamentalmente, criar um clima organizacional favorável ao

atendimento do paciente. É um processo que não se resume no atendimento técnico

e mecânico do paciente, mas na compreensão e cuidado com o todo [...]”

Diante disso Trad e Espiridião, (2009, p.2) salienta que, “a PNH preconiza a

construção de uma gestão participativa que envolva trabalhadores da saúde,

gestores e usuários em um pacto de corresponsabilidade baseado em contratos e

compromissos com o sistema de saúde”.

Contudo a busca por essa participação coletiva na construção de uma nova

realidade no ambiente de hospitalar, não deve ficar concentrada em rodas de

discussões e sim se manifestar em ações práticas para um desenvolvimento de uma

nova cultura.

Benevides e Passos (2005 apud TRAD; ESPIRIDIÃO, loc. Cit) salienta que:

Ao entender que as subjetividades são produzidas, estes autores propõem

que o trabalho de explicitação do plano de produção do instituído deve ser

acompanhado por um outro trabalho, que é o de criar condições para a

emergência de efeitos-subjetividades compatíveis com as mudanças das

práticas de saúde preconizadas pelo SUS.

Mas como realizar tá tarefa? Como nortear esse profissional dentro dos

conceitos de humanização do SUS? Esta indagação será discutida nas próximas

etapa deste artigo.

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4) PLANEJAMENTO E O GERENCIAMENTO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE

Haja vista que o estimado leitor, neste trabalho, já tenha participado dos

desdobramentos da história do SUS e da criação da PNH, faz-se necessário o

entendimento do desenvolvimento do planejamento e do gerenciamento dos

serviços de saúde, para uma melhor compreensão das demandas apresentadas

pelos profissionais do setor da saúde.

4.1 Planejamento em saúde

O planejamento é o fator preponderante no direcionamento das ações para a

conquista do que se deseja alcançar. Sem isso o funcionamento dos serviços de

saúde, entrariam num colapso, pois estes trabalhariam de forma desarticulada e

fragmentada inviabilizando a operacionalização do sistema em questão.

Assim como SUS, as questões em torno do planejamento em saúde,

nasceram na América Latina, através de (políticas públicas) forjadas naquele

determinado contexto histórico. Estas faziam-se necessárias para o

desenvolvimento social. Tais políticas desenvolvidas no ano de 1950, almejavam

uma mudança drástica na perspectiva econômica. Sendo necessário uma

transformando nas estruturas da formação desses recursos, fazendo do Brasil

uma economia industrializada.

Mediante as reconfigurações sociopolíticas supracitadas, surgem novas

políticas públicas, desmonopolizando algumas ações estatais e viabilizando

estas dentro de uma lógica de uma política mais liberal. Tais mudanças

desencadearam uma política de reforma sanitária, que reverbera até hoje em

profundas transformações na organização da assistência à saúde. Sendo estas

essenciais no planejamento em saúde.

Susassuna, et. al (2015), nos diz que: “apesar de o planejamento constituir

um valor no discursos dos profissionais do setor público, inclusive buscando

novas formas de formulá-lo, ele ainda não saiu do discurso”. O que acabaria por

implicar nas práticas de trabalho desses profissionais.

Estas práticas de gestão administrativa do planejamento, tais como as de:

direção, coordenação e controle, fazem parte do cerne da gerencia em qualquer

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organização. Não privilegiando tamanho ou mesmo à força da autonomia da

gestão desta.

Diante disso as práticas do planejamento se fazem necessárias para a

manutenção do controle de todos os recursos na realização de tarefas que

corroborem para que a organização possa atingir seus objetivos. Portanto a

função gerencial não se restringe às formas técnicas e/ou administrativas de

conhecimento (MOTTA, 2001).

Portanto um gerente deve estar capacitado à lidar com questões mais

humanas de produção subjetiva. Estabelecendo assim, um conhecimento mais

profundo sobre os seus subordinados: entendendo suas necessidades, valores e

motivações.

Com isto, esse gestor, poderia desenvolver formas de se trabalhar estas

questões em prol de uma saudável relação entre as forças transversais que

impactam à vida destes profissionais. O que poderia acarretar num

comprometimento da realização efetiva da tarefa organizacional.

Contudo, para que as tarefas organizacionais sejam estas cumpridas,

observou-se a necessidade de um planejamento estratégico de como proceder

de forma adequada entre o sistema de tarefas e pessoas. Esta seria a real

conexão, que permitiria observar a maneira mais eficaz de se orquestrar uma

organização e seus objetivos.

Para que as ações supracitadas se tornem eficientes e eficazes, explicitou-se

a necessidade da presença de um profissional (gerente) qualificado, que

responderia pela resolutividade das questões organizacionais ali levantadas.

Embora como já discutido anteriormente, todas estas ações aqui mencionadas,

devem ter um único foco. Sendo este à garantia ao acesso do usuário ao SUS.

4.2 O gerenciamento da saúde

Como já supracitado, as práticas de gerenciamento em saúde, constitui-se

pela multiplicidade de fatores que estão para além das práticas administrativas

tecnicistas de gestão. Então quais seriam os fatores que atravessam este tipo de

gerenciamento da saúde? Motta, (2001 apud SUASSUNA, et. al, 2015)

desenvolveu um lista a qual será mencionada mais abaixo:

Page 15: A Humanização e a Gestão em Saúde: os desafios da Enfermagem

15

Intangibilidade da produção dos serviços de saúde (tem como pressuposto a

dificuldade da objetivação das atividades prestadas, o que acabaria favorecendo

o seu esgotamento);

Receio e cuidados na interação (tem como ponto essencial a influência de

setores externos). Este fator visa uma interação sistema das atividades, a qual

poderia comprometer a autonomia destes profissionais, gerando um mal-estar

dentro do ambiente de trabalho;

Trabalho fragmentado (este fator é um dos mais discutidos em diversas

literaturas publicadas no campo dos serviços em saúde). Já que estes

profissionais por motivo de sua especialização, acabam por se isolarem dentro

de suas funções não permitindo a integração entre os componentes da “equipe”;

Recursos considerados ilimitados (se define na contradição entre os saberes

da equipe médica e o saber-poder do gerente de distribuição dos recursos).

Neste caso há o conflito de interesses entre as funções, pois um quer prestar o

seu papel de salvador e/ou cuidador dessa vida, enquanto o outro deve garantir a

distribuição e uso necessário dos recursos a ele reservado;

Funcionamento autônomo e competitivo de unidades (contudo a competição

aqui mencionada não e algo que no entendimento deste autor vá gerar bons

resultados). Haja vista que este sistema não proporciona à formação de vínculos

cooperativos, forma pela qual o SUS tenta desenvolver o seu trabalho;

Distribuição das estruturas formais (neste contexto, este fator aponta para a

distribuição e arguição de poderes) que estão à margem das estruturas

gerenciais desse serviço. Portanto o entendimento destes e os impactos que os

mesmos terão na oferta e na prática desse setor devem sempre estar em

discussão entre as equipes de trabalho;

Inexistência de uma visão integral (este fator discorre sobre a duplicidade de

funções, ou seja, um gerente que anteriormente exercia uma outra função, a

exemplo do médico, que não consegui deixar a sua primeira atuação fora da

forma de sua atual atribuição). Isto acarretaria num essencial comprometimento

de suas tarefas gerenciais.

Diante disso às discussões sobre às forças que operam dentro das práticas

de gestão do SUS, deveriam estar sempre em pauta dentro dessas

organizações. Sejam estas: sociais, profissionais e políticas. Pois através desses

Page 16: A Humanização e a Gestão em Saúde: os desafios da Enfermagem

16

debates, o principio constitucional da equidade de direito, seria discutido com

todos os agentes nele envolvido (MOTTA, 2001).

4.3) A gestão de qualidade

A gestão de qualidade discutida neste trabalho, busca entender os

processos pelos quais essa pratica não estaria sendo trabalhada em prol ao

trabalhador de saúde à exemplo o profissional de Enfermagem brasileiro.

O presente leitor observou na seção anterior que, em algumas ocasiões a

gestão em serviços de saúde funciona de forma incoerente, devido às diversas

influencias que esta sofre em decorrência ao próprio interesse de um cenário

socialmente imprevisível.

As diversas pressões sobre às práticas desse tipo de serviço são claras

mediante as discussões aqui levantadas. Estas por sua vez desenvolve neste

tipo de ambiente, um total desarranjo no serviço de saúde. (SUASSUNA et. al;

2015).

Reverberando assim na própria maneira de (Ser e Estar) deste profissional

dentro do SUS.

Apesar disso os serviços em saúde, nessas instituições, continuam

funcionando, mesmo com as dificuldades financeiras e operacionais

desencadeadas pelo desajuste de forças supracitado.

Sendo assim para que o processo de implementação da Gestão de Qualidade

seja iniciado, entende-se necessário um diagnóstico situacional da instituição,

como forma de se comparar e/ou avaliar futuramente os processos ali

instaurados (SUASSUNA et. al; 2015).

Alguns destes profissionais poderiam exercer uma força contrária na

implementação dessas ferramentas de qualidade. Pois divido a questões mais

básicas como: uma falência educacional. Esta por sua vez poderia favorecer a

não compreensão destes trabalhadores para com os propósitos da gestão de

qualidade. Propiciando assim, a não participam destes, na alimentação dos

registros ferramentais (SUASSUNA et. al; 2015).

Além das questões supracitadas, também existem às interferências culturais.

Estas por sua vez, podem favorecer determinadas práticas estagnadas. Isto

poderia ocorrer devido à automatização delas, ou seja, da adesão ao tecnicismo.

Page 17: A Humanização e a Gestão em Saúde: os desafios da Enfermagem

17

Este fator, poderia estar sendo causado, pela não compressão das recentes

mudanças nas estruturas educacionais proporcionadas pela criação do próprio,

SUS de sua cultura de humanização.

Diante disso estes profissionais de Enfermagem por não compreenderem as

propostas do HumanizaSUS, podem acabar se apegando ao que lhes é mais

familiar, que são as suas práticas técnicas de cuidado. Fomentando assim a

inserção de profissionais tecnicistas no mercado de trabalho.

As práticas técnicas em Enfermagem são essenciais não somente para as

intervenções necessárias para um melhor atendimento ao paciente, como

também importantes para um diagnóstico do desenvolvimento e de preservação

do trabalho e da vida desses profissionais.

No setor de saúde, as discussões sobre melhorias nas práticas de

atendimento, já aconteciam desde 1854, através dos questionamentos da

matriarca da Enfermagem, a Enfermeira Florence Nightingale, que nesta época

implementou com base em dados estatísticos e gráficos, o primeiro modelo de

melhoria continua da qualidade em saúde (SILVA et. al; 2015).

Portanto a Gestão da Qualidade em saúde é algo que se mantêm implícito na

atuação de Enfermagem. Visto que este profissional fica implicado em uma

constante busca por modelos de melhorias desta forma de gestão (SILVA et. al;

2015).

A Gestão de Qualidade depois de vários movimentos históricos supracitados,

dentre estes a industrialização. Esta serviu como um marco histórico, que ajudou

a propagar uma nova perspectiva filosófica, a de Gestão da Qualidade Total.

Este novo modelo filosófico, tem como visão o entendimento que a Gestão de

Qualidade é um problema sistêmico da empresa e não específico de um produto

ou serviço por ela disponibilizado (SILVA et. al; 2015).

Como já observado os clientes das instituições de saúde, dentre estes estão

os clientes internos (os profissionais de Enfermagem), exigem cada vez mais um

melhor serviço de qualidade, não somente para que estes exerçam as suas

práticas com excelência, como também o próprio atendimento das suas

demandas.

Para que tais exigências acima mencionadas sejam correspondidas, os

serviços de saúde passam por vários tipos de avaliações, dentre estas a

chamada “Acreditação” título concedido por um grupo de especialistas

Page 18: A Humanização e a Gestão em Saúde: os desafios da Enfermagem

18

(avaliadores externos). Esta por sua vez visa dar confiança ou crédito ao serviço

ali ofertado.

No entanto existem outras formas de se avaliar os serviços de saúde. Estas

por sua vez podem ser realizadas pela própria gestão destes profissionais que

trabalham nestas instituições. Algumas das ferramentas e indicadores mais

utilizados neste serviço são: Brainstorming, os indicadores de desempenho,

fluxograma, Diagrama de causa e efeito (Ishikawa), Ciclo PDCA, dentre outros

(SILVA et. al; 2015).

Contudo mesmo que as instituições implementem essas ferramentas, o uso

delas à favor do trabalhador, irá depender do entendimento dos gestores em

questão. Entretanto como já discutido anteriormente faz-se necessário que as

pessoas que estejam à frente destes cargos de gestão, sejam capacitadas a lidar

também com outras pessoas (ou seja, seres humanos que ali estão).

5) A QUEIXA DOS PROFISSIONAIS

Como já observado, a Enfermagem desde a sua origem vêm contribuindo

para um melhor desenvolvimento das práticas de assistência e cuidados em

saúde. Inicialmente essas contribuições foram elaboradas para uma melhor

performática dentro dos cuidados para com o paciente.

Entretanto com o passar do tempo à percepção dos gestores em prol de uma

melhor prática de cuidados na área de saúde modificou-se devido a diversos

questionamentos sociais e políticos desenvolvidos após a difusão e

regulamentação dos Direitos Humanos.

Contudo à visão para com a formação e a saúde desses profissionais de

Enfermagem, “revelou-se algo secundário” dentre diversos discursos propagados

em prol a um melhor atendimento nos serviços de saúde.

No Brasil, país considerado de Terceiro Mundo e com diversas relações

trabalhistas. Estas em concomitante com as políticas econômicas exercidas

neste. Acabam por exercer uma influencia negativa no trabalho dos profissionais

de Enfermagem. Colaborando assim para o adoecimento deste trabalhador

(PASCHOALIN, 2012).

Antes do próprio adoecimento, este profissional da saúde, esboça algumas

queixas, relativas às suas rotinas de trabalho. Estas por sua vez, na visão desses

Page 19: A Humanização e a Gestão em Saúde: os desafios da Enfermagem

19

trabalhadores e de diversos autores, são as causadoras de uma intensa

exaustão física, mental e psicológica (PASCHOALIN, 2012).

Contudo o que se observa em diversas publicações, é que, os efeitos

negativos das doenças não parecem sensibilizar os empregadores desses

profissionais em questão. Visto que mesmo com algumas interferências, destes,

em busca de uma melhor qualidade de vida no trabalho, como a prática de

exercícios laborais dentro dos mesmos, as suas rotinas de trabalho permanecem

as mesmas, ou se não mais complexas devido aos constantes avanços

tecnológicos (PASCHOALIN, 2012).

Essas rotinas de trabalho acabam por pressionar esses profissionais de

Enfermagem a exercerem uma multiplicidade de funções dentro seu local de

atuação. Estas, por sua vez, ainda lhes empregam diversos desafios, como o de

preservar a sua própria vida, dentro de um ambiente altamente contaminante

(SANTANA, 2016).

Na tabela abaixo, que é um recorte produzido Simoste (2011 apud Santana,

2016), pode-se observar os enfrentamentos que os profissionais de Enfermagem

passam à cada dia de sua atuação.

Tabela 1- Número de notificações* por tipo de carga x número total de trabalhadores expostos (l¹), Curitiba,

Paraná, Brasil, 2011

Carga Enfermeiro Técnico de

Enfermagem

Auxiliar de

Enfermagem Outros**

Biológica 0,63 1,21 0,51 0,17

Fisiológica 0,52 0,60 0,28 0,08

Psíquica 0,37 0,61 0,20 0,06

Mecânica 0,35 0,32 0,21 0,05

Física 0,26 0,24 0,10 0,04

Química 0,02 0,06 0,02 0,01

Fonte: Simoste (2011). Notas: *uma notificação pode ser decorrente da exposição a mais de uma carga de

trabalho; **Correspondente aos demais trabalhadores de saúde.

Nessa tabela supracitada de indicadores, observa-se a relação de carga de

trabalho em relação ao total de número de trabalhadores expostos. Está mostra

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que a maior prevalência de afetação na saúde deste trabalhador, está na relação

com os riscos biológicos.

Como se sabe este trabalhador é um ser humano, possuidor de amigos e

familiares. No entanto este ao se deparar com questões que possam

comprometer a sua saúde e as dos seus entes queridos sofre de uma pressão

psicológica.

Diante disso, poderia o mesmo permanecer saudável, sabendo que além de

suportar tais riscos, ele deve manter o controle sobre as pressões que

circunscrevem a sua profissão?

De acordo com ABEn-RJ (2006 apud PASCHOALIN, 2012)

A complexidade das tarefas, a imprevisibilidade, os atos fracionados e

cheios de interrupções, a presença permanentemente exigida, o trabalho

noturno, o convívio com o sofrimento e a morte são alguns fatores que

tornam o trabalho de enfermagem não apenas perigoso e insalubre, mas

também penoso.

Como observado, compreende-se que as queixas mais frequentes esboçadas

por esses trabalhadores, além do próprio risco de vida, está na própria rotina de

trabalho e nas horas em que este deve permanecer exercendo a sua profissão.

Contudo há de se observar que se, as condições de trabalho para estes

profissionais não os contemplam, fica explicito a existência de uma desconexão

entre a realidade proposta pelos documentos e cartilhas homologadas pelo

Ministério da Saúde e o próprio SUS.

Diante disso como trabalhar estes profissionais tão desgastados pela sua

profissão? Na próxima Seção será exposto um possível trabalho a ser deslumbrado

para com estes profissionais.

6) UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Uma forma de se poder investir nesse trabalhador, seria através da

ferramenta de Endomarketing, termo postulado por Saul Bekin, em 1995, que

visa utilizar as ações do Marketing com intuito de fazer com que esse

empregado, busque realizar um alinhamento necessário para se alcançar os

objetivos e metas da organização (MENDES, 2004).

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O Endomarketing está para além de uma simples ferramenta de motivacional,

ela pode ser uma eximia forma de se estabelecer uma comunicação, clara e sólida

dentro de uma organização (MENDES, 2004).

No setor de saúde o Endomarketing poderia servir como uma ferramenta de

escuta e promoção de subjetividade dos profissionais de Enfermagem. Haja vista,

que estes necessitam expor os sentimentos, suas inquietudes, compartilhar suas

experiências e seus saberes, como forma de se promover uma melhora dentro do

seu ambiente de trabalho.

Diante disso, o profissional de Enfermagem pode ser considerado um agente

promotor e produtor de saúde. E como tal, este trabalhador, deveria de ter a

possibilidade de exercer a sua humanidade dentro do seu ambiente de trabalho.

Os empregadores poderia oferecer a este trabalhador um espaço para a sua

subjetividade, uma vez que, o próprio conceito do HumanizaSUS, entende que os

atores que estão envolvidos na produção de saúde, devem ser tratados de forma

mais humana, sendo ele profissional e usuário desse sistema.

Benevides e Passos (2005 apud TRAD; ESPIRIDIÃO, 2009),

defendem a ideia de que a aposta da humanização do SUS se

faz pela produção de subjetividades, e esclarecem que tal

proposição não pressupõe a busca de uma equivalência ou

indiferenciação entre os múltiplos atores presentes no campo

da saúde.

Contundo faz-se necessário tratar esse trabalhador como um agente produtor

de uma prática de cuidados que está para além do ato de cuidar. Deve-se agregar

um valor ao trabalho desse profissional, como forma de cativá-lo a melhorar cada

vez mais as suas práticas.

Segundo Bekin (1995, p.2 apud ALVES, 2002, p.2), “o endomarketing

consiste em ações de marketing voltadas para o publico interno da empresa, como

fim de promover entre seus funcionários e departamentos valores destinados a

servir o cliente”.

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Portanto o endomarketing em conjunto com outras diversas ações dentro dos

serviços de saúde abarcados pelo SUS, esta ferramenta poderia servir como um

catalizador de uma nova reforma comportamental (necessária para o seu cliente

interno).

7) METODOLOGIA

Este trabalho é de natureza bibliográfica fora realizado por meio de revisão de

literatura, centrada de (2002-2016). As informações contidas no material bibliográfico

concentram-se nas publicações obtidas através das ferramentas Google Acadêmico

e Scielo, onde foram coletados os dados em artigos acadêmicos, livros e revistas

digitais.

Para a realização desta pesquisa nestas bases de dados utilizou-se os

seguintes descritores “endomarketing, gestão em serviço de saúde, melhorias de

trabalho para o profissional de enfermagem e o HumanizaSUS”.

Foram excluindo os que não se relacionavam de forma relevante ao processo

de trabalho mais humanizado para o profissional de enfermagem e ao uso da

ferramenta do endomarketing para melhorias do ambiente de trabalho. A importância

deste levantamento reside no fato de proporcionar uma melhor visualização sobre a

prática profissional dos trabalhadores da área da saúde em específico os de

Enfermagem e suas condições de trabalho através dos seus questionamentos sobre

uma postura de cuidado mais humanizado no Brasil.

Portanto depois da decorrente busca científica supracitada, partiu-se para a

análise do material, seguindo as etapas: releitura do material coletado, elaboração

das hipóteses e aprimoramento das ideias.

O presente trabalho ficou configurado da seguinte forma: Na introdução

discute-se a temática do trabalho trazendo alguns dados históricos; na segunda

seção descore sobre a criação da PNH, fato importante para o trabalho desses

profissionais; a terceira menciona a realidade da PNH para estes trabalhadores; na

quarta e nas suas subseções, questiona-se o planejamento e o gerenciamento dos

serviços de saúde, pois estas ações, marcam a vida dos Enfermeiros(as) em

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questão; na sexta seção fora elaborado e discutido uma proposta de intervenção nas

políticas inerentes a estes trabalhadores; na sétima parte está a metodologia

utilizada na criação deste artigo, que conta os percursos passado pelo autor; na

oitava fase está a conclusão, ou seja, a discussão final sobre a temática e na nona e

última etapa estão as referencias utilizadas na construção teórica deste trabalho

científico.

8) CONCLUSÃO

Diante de todo o exposto vimos que desde a aprovação dos Direitos Humanos

em 1984, e através da reforma sanitária que ocorreu em 1970, o Governo brasileiro,

tenta modificar a sua forma de gestão para com o seu público assistido. Este mesmo

público não se restringe ao seu cliente externo. O que contradiz muitas das práticas

que acontecem dentro do SUS.

Como observado os profissionais de grande massa dentro desse sistema,

questionam a sua permanência dentro dele. Pois estes Enfermeiros(as), são

constantemente afetados, por situações que descumprem as regulamentações de

um SUS mais humanizado.

Estes Enfermeiros(as), passam por situações de grande estresse, forjadas por

uma caga horária desfavorável, que compromete a vida social desse sujeito. Além

dos fatores relevantes com relação as suas horas de trabalho, estás por sua vez,

são mal remuneradas, forçando este profissional a procurar mais de uma ocupação.

Contudo entende-se que a maioria desses atores, são afetados por uma má

prática de gestão, pois estas são de responsabilidade não somente da entidade

gestora, mas também daqueles que estão a frente desses cargos de gestão.

A má gestão como podemos discutir neste artigo inicia-se pela falha nas

escolhas dos sujeitos que estarão à frente como gestores. Uma vez que se observa

que existem diversas formas e normativas de se privilegiar de maneira positiva o

trabalhador dos serviços de saúde.

Outro fato observado é que estes profissionais fazem parte de uma categoria e

como tal tem seus direitos garantidos. Portanto faz-se necessário que estas mesmas

categorias se manifestem de forma mais ativa dentro das politicas públicas

estabelecidas.

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Diante disso o profissional de Enfermagem se torna um algo a ser atravessado

por diversas questões, sejam elas: profissionais, políticas e sociais.

Contudo em meio a diversos atravessamentos estes profissionais permanecem

ativos dentro do SUS, pleiteando cada vez mais, melhorias para sua profissão. No

entanto entende-se que, se um ser humano é mal tratado, como o mesmo poderá

tratar o outro por ele assistido... Sabe que neste artigo, assim bem como em

diversas publicações existem vários questionamentos realizados por estes

profissionais sobre o pesar de se trabalhar nos serviços de saúde.

Portanto à temática aqui exposta não se esgota, deixando um viés a ser melhor

explorado em novas publicações. Visto que mediante que as questões sociais

humanas estão em constante evolução.

9) REFERÊNCIAS

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