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211 Conceito A Recife n. 3 p.211-262 2012 A humanização da assistência de enfermagem para crianças internadas através da arte FACULDADE SÃO MIGUEL CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM FAUSTA LEANE DE FREITAS BARRETO LAYSA FERNANDA DE ALMEIA SOUSA LIMA A HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM PARA CRIANÇAS INTERNADAS ATRAVÉS DA ARTE RECIFE 2012 FAUSTA LEANE DE FREITAS BARRETO LAYSA FERNANDA DE ALMEIA SOUSA LIMA A HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM PARA CRIANÇAS INTER- NADAS ATRAVÉS DA ARTE RECIFE 2012 Trabalho de Conclusão de Curso apresentado pelas alunas Fausta Leane de Freitas Barreto e Laysa Fernanda de Almeida Sousa Lima como requisito para obtenção do Grau de Bacharel em Enfermagem. ORIENTAÇÃO: PROFª. ANGELA MARIA LEAL DE MORAES VIEIRA, MS. Trabalho de Conclusão do Curso de Bacharelado em Enfermagem da Faculdade São Miguel na Área de Enfermagem Pediátrica. Aprovado em: _____/_____/______

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FACULDADE SÃO MIGUELCURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM

FAUSTA LEANE DE FREITAS BARRETOLAYSA FERNANDA DE ALMEIA SOUSA LIMA

A HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM PARA CRIANÇASINTERNADAS ATRAVÉS DA ARTE

RECIFE 2012

FAUSTA LEANE DE FREITAS BARRETOLAYSA FERNANDA DE ALMEIA SOUSA LIMA

A HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM PARA CRIANÇAS INTER-NADAS ATRAVÉS DA ARTE

RECIFE 2012

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado pelas alunas Fausta Leane de Freitas Barreto e Laysa Fernanda de Almeida Sousa Lima como requisito para obtenção do Grau de Bacharel em Enfermagem.

ORIENTAÇÃO: PROFª. ANGELA MARIA LEAL DE MORAES VIEIRA, MS.

Trabalho de Conclusão do Curso de Bacharelado em Enfermagem da Faculdade São Miguel na Área de Enfermagem Pediátrica.

Aprovado em: _____/_____/______

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Banca Examinadora:

__________________________________________________Profª. Angela Maria Leal de Moraes Vieira, Ms.Presidente

__________________________________________________________Profª. Luciane Maria de Santana Mendes Lima, Esp.1ª Examinadora

_________________________________________________________Profª. Renata Miranda Correia, Esp.2ª Examinadora

Autorizo a entrega deste TCC por mim revisado.

_____________________________________Filipe Reis Melo

Resumo

Objetivo: Humanizar a assistência de Enfermagem para crianças através do lúdico é um fator que requer um aprofundamento teórico, a arte por meio do Clown, de brincadeiras, da musicoterapia e da fisiologia do riso é fundamental para a melhora clínica de crianças internadas, aliviando a dor e o stress que elas e sua família supostamente enfrentam no ambiente hospitalar. Este es-tudo tem como objetivo investigar na literatura a interferência de atividades lúdicas na aceitação do internamento hospitalar em crianças admitidas em instituições de saúde. Métodos: através de uma revisão sistemática de artigos publicados com o tema nos últimos anos, realizado a partir da base de dados BIREME e vias não sistematizadas. Resultados: os resultados foram obtidos através de dois momentos: o primeiro de dados quantitativos apresentados em tabelas e figuras analisados a luz da literatura e o outro as sínteses dos artigos pesquisados cada um com suas respectivas referências conforme nor-ma da ABNT. Conclusão: através desse estudo, percebe-se que é notável o efeito positivo que a terapia do riso provoca em crianças internadas, portanto a equipe de enfermagem deve adotar essa medida terapêutica e realizá-las de alguma forma no dia a dia hospitalar.

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Sumário

1 Introdução...................................................................................2132 Objetivos.....................................................................................2142.1 Geral........................................................................................2142.2 Específicos................................................................................2143 Revisão de literatura.....................................................................2144 Procedimentos metodológicos.......................................................2184.1 Tipo de estudo..........................................................................2184.2 População e amostra..................................................................2194.3 Locais de busca.........................................................................2194.3.1 Critérios de inclusão................................................................2204.3.2 Critérios de exclusão dos estudos .............................................2204.4 Instrumento para coleta de dados ..............................................2204.5 Apresentação e análise dos resultados.........................................2205 Análise dos resultados..................................................................2205.1 Identificação dos periódicos........................................................2205.2 Síntese dos artIgos....................................................................2236 Considerações finais....................................................................2547 Recomendações ..........................................................................254Referências ...................................................................................255

1 Introdução

A humanização da assistência é um fator que deve estar presente nos cuidados da Enfermagem, principalmente quando se trata da pediatria. Há algum tempo, grupos como “Os doutores da alegria” e “Anjos da Enfermagem” vem visitando crianças internadas com o objetivo de melhorar o seu bem estar. Com a presença do clown nos hospitais por meio de atividades lúdicas, a criança se sente melhor, pois ao brincar ela esquece a dor, o medo, se co-munica melhor com a família e com a equipe multidisciplinar. Contudo, além de somente se sentir bem, esses métodos podem ser úteis na melhora clíni-ca desses pacientes, servindo dessa forma como um instrumento terapêutico (DOUTORES DA ALEGRIA, [s.d.]). O palhaço implantará o sorriso nessas crianças por meio das palhaça-das, ocorrendo assim segundo Trucom (2002) a fisiologia do riso. Quando uma criança sorrir, vários fatores positivos acontecem tanto no coração quanto no seu sistema imunológico. Ouvir música, além de ser relaxante também pode servir como uma medida terapêutica, conhecido como musicoterapia. A música busca desen-

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volver os potenciais do indivíduo, melhorando sua comunicação, sua forma de relacionamento com as pessoas, além de ajudar na aprendizagem (WORD FEDERATION OF MUNIC THERAPY, 1996). Contudo, é necessário o aumento de grupos voluntários formados por estudantes ou profissionais da área da saúde, com o objetivo de proliferar a ideia e conferir a devida importância da arte como uma medida terapêutica nos hospitais. A humanização da Enfermagem em crianças é de extrema importân-cia na melhora clínica desses pacientes, principalmente quando são inseridas no seu tratamento atividades lúdicas, que tem como o principal objetivo o alívio da dor, a ausência do medo, diminuição do stress, entre outros fatores. Por estar ciente da importância de humanizar a assistência de Enfermagem e acreditar na arte como fim terapêutico, as autoras se propõem a realizar este estudo. Com ele, espera-se ampliar a presença de atividades lúdicas para cri-anças nos hospitais e informar que com pequenos gestos e algumas técnicas, humanizar com arte faz sim, toda a diferença.

2 Objetivos

2.1 Geral

Investigar, na literatura, a interferência de atividades lúdicas na acei-tação do internamento hospitalar em crianças admitidas em instituições de saúde.

2.2 Específicos

• Descrever a fisiologia do riso.• Explicar a importância da humanização da Enfermagem para crianças com o uso de técnicas clown de teatro.• Discutir a necessidade do “riso” e da “música”, bem como suas manifes-tações fisiológicas e terapêuticas.

3 Revisão da literatura

Humanizar é se comunicar com o outro, é saber ouvir. O paciente sente a necessidade do diálogo, de relatar suas angústias e desconfortos. A equipe de enfermagem por sua vez, precisa ter a capacidade de tentar entender o que aquele paciente sente no momento além de sua doença, tendo a possibilidade de se colocar no lugar do outro e se tornar um profissional menos técnico e mais humano. (OLIVEIRA; COLLET; VIEIRA, 2006) Ciência é o conhecimento organizado sobre um determinado assunto e a

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arte é o saber em fazer alguma coisa. Juntas, podem resultar em efeitos bené-ficos quando se trata de melhorar a assistência de enfermagem no cuidado em crianças hospitalizadas (MICHAELIS, 2000). Usando a palavra “arte” no seu sentido literal e aplicando-a por meio de atividades lúdicas nos hospitais, têm-se resultados positivos. Brincar para uma criança aparentemente pode ser apenas um divertimento, mas é tão impor-tante para o seu desenvolvimento como se alimentar e ter direito à educação, por exemplo. Uma vez que o “brincar” tem extrema importância no desenvolvi-mento intelectual e sensório–motor da criança, além de ser importante no seu processo de socialização. Ao brincar a criança coloca em prática sua capaci-dade de criar (CUNHA, 1994 apud MÜLER et al., 1996). Whaley e Wong (1989 apud MÜLER et al., 1996, p. 27 ) afirmam que “[...] brincar é um dos aspectos mais importantes na vida de uma criança e um dos instrumentos mais eficazes para diminuir o stress”. Quando se aplica a arte nos hospitais, por meio de atividades lúdicas tendo como intermediador o palhaço, a criança perde o medo da figura do en-fermeiro com um jaleco branco pronto para aplicar um medicamento que para ela supostamente será uma vivência dolorosa, mas com um nariz de palhaço e umas doses de bom humor o profissional apaga essa imagem da criança, passando a receber risos. Dessa forma, atividades lúdicas servem como uma medida terapêutica, tendo em vista que a criança se comunica melhor com a equipe multidisciplinar, não tendo medo de dizer o que está sentindo, aceit-ando melhor o seu tratamento, que por meio das brincadeiras esquece a dor, ficando ausentes o stress e a depressão (CHRISTENSEN, 2007). O Clown é usado no Brasil como sinônimo de palhaço, mas existe uma grande diferença entre os dois: O primeiro é o artista de teatro e o segundo é aquele mais brincalhão, o artista de circo e rua, das festinhas de aniversário. A origem do Clown está associada com figuras bizarras e também com os bobos da corte. Foi somente no período medieval que o clown se tornou profissional, fazendo parte da Commedia Dell´Arte um movimento que traz características do carnaval por nas suas apresentações, os artistas estarem mascarados e nas suas encenações existirem sempre acrobacias e pantomimas. Os personagens eram sempre os mesmos, o que mudava era a história. Personagens estes que são conhecidos até hoje: Alercchino, Pierrot e Colom-bina, entre outros. O “Branco” foi o primeiro personagem Clown da Commedia Dell´Arte caracterizado por uma personalidade forte e autoritária, depois sur-giu o segundo Clown “Augusto” que era bondoso e ingênuo, formando assim uma dupla onde representavam o povo e o poder, o bem e o mau. O Clown Branco pode ser comparado com o profissional da área de saúde, por na maio-ria das vezes usar um jaleco branco e ter sempre uma prática precisa nas suas ações, já o Clown Augusto por trazer uma característica mais parecida com o humano é aquele em que os usuários do hospital se identificam melhor (BIB-LIOTECA ENTRE LIVRO, [s.d.]; FO, 1999; GIMENEZ, 2008 apud ALVARENGA et al., 2010; MASETTI,1998 apud SANTOS; VIEIRA, 2005; WOU,1999 apud ALVARENGA et al., 2010).

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Augusto Boal, grande ator e diretor, criou na década de 60 o chama-do “Teatro do Oprimido” trazendo novas técnicas e exercícios, reunindo jogos onde o público pode ser parte integrante da cena, desmecanizando física e intelectualmente seus participantes. Esse método de certa forma é aplicado no ambiente hospitalar com o Clown, uma vez que a criança deixa de ser apenas um paciente para se inserir nas brincadeiras e deixar de ser o “oprimido” (BIB-LIOTECA ENTRE LIVROS, [s.d.]; BOAL, 1979) A maravilhosa ideia de inserir o clown nos hospitais foi de Michael Chris-tensen, diretor do Big Apple Circus de Nova Iorque que em 1986 foi convidado para se apresentar no Columbia Presbyterian Babies Hospital para comemorar o dia do coração. Michael por meio das técnicas clown de teatro tornou as roti-nas médicas divertidas, distribuiu nariz vermelho e muita alegria para a crian-çada (DOUTORES DA ALEGRIA, [s.d.]) O resultado não poderia ter sido melhor: crianças deprimidas se inse-riam nas brincadeiras e o hospital decidiu investir na continuidade do trabalho, surgindo assim o Clown Care Unit (DOUTORES DA ALEGRIA, [s.d.]) Wellington Nogueira, ator brasileiro que na ocasião morava em Nova Iorque, em 1988 passou a fazer parte do Clown Care Unit. Em 1991, Wel-lington volta para o Brasil e monta o programa brasileiro, que teve início no Hospital e Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, os “Doutores da Alegria” (DOUTORES DA ALEGRIA, [s.d.]) Além das brincadeiras, o clown tem por obrigação gerar risos. Existem poucas pesquisas sobre a risoterapia, mas engana-se quem pensa que este é um tema novo. De acordo com o médico Eduardo Lambert em seu livro institu-lado “A Terapia do riso – a Cura Pela Alegria” de 1999 afirma que muito antes de Cristo, o pai da medicina, Hipócrates utilizava de brincadeiras para ajudar na recuperação de seus pacientes. Darwin em 1972 escreveu no seu livro “A Expressão dos Homens e dos Animais” que sorrir é um movimento inato e universal. Freud no trabalho “A Graça e suas Relações com o Inconsciente” de 1916 relata que uma cena engraçada e o riso provocado por ela, melhora a saúde física e mental. Patch Adams, médico norte americano, desde a década de 60 utiliza o riso como uma medida terapêutica para a recuperação e conse-quentemente, a cura de pacientes. Lambert (1999, p. 22) afirma ainda que “O riso relaxa o corpo e a mente fortalece as defesas orgânicas, melhora a circu-lação e a pressão arterial e libera ‘endorfinas’ que promovem uma sensação de bem estar geral.” Marcelo Pinto (2008, p. 22), conhecido como doutor Risadinha, em seu livro “Sorria Você Está Sendo Curado” relata que:

O riso pode nos ajudar a reduzir o incômodo da dor, aliviando-a por meio da liberação de endorfina, substâncias naturais com propriedades analgésicas produzidas pelo próprio organismo. As endorfinas são chamadas de ‘opiá-ceos endógenos’ porque contêm uma ação analgésica (opiáceos) que alivia a dor e são formados dentro do nosso corpo (endógenos).

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Em seu livro, Pinto (2008) cita vários exemplos de pesquisas realizadas com o intuito de provar a eficiência do riso na melhora clínica de pacientes. Se-gundo ele, o que levou o interesse de pesquisar os efeitos terapêuticos do riso foi o caso de Norman Cousens, relatado pelo escritor Raymond A. Moody Jr. Norman começou a passar mal com febre alta e paralisia parcial dos membros inferiores, recebeu o diagnóstico de espondelite anquilosante. Norman decidiu fazer o seu próprio tratamento, com base no riso, assistindo seus programas e filmes de comédias preferidos e o melhor, ordenou que para visitá-lo no hospi-tal era imprescindível contar uma piada, caso contrário, o visitante não entraria no quarto. Foi constatado que com apenas dez minutos de riso aliviava sua dor, possibilitando ter duas horas de sono seguidas. Testes clínicos comprovaram que sua inflamação reduzia a cada sessão de riso. Suzanne Herchenhorn, pes-quisadora norte americana, realizou um estudo sobre o riso e a artrite reuma-toide e descobriu que o riso diminuía a intensidade da dor.

Existem relatos de tratamentos que consistem em forçar uma expressão de sorriso no rosto do paciente, utilizando esparadrapos para elevar os cantos da boca, o que já bastaria para enviar mensagens ao cérebro, capaz de acionar o sistema de produção de endorfina, e, por conseqüência, aliviar a dor. (PINTO, 2008, p. 22).

A equipe de Katheleen M. Dillon, pesquisadora norte americana, em 1985 realizou um trabalho para avaliar o efeito do riso sobre o sistema imu-nológico de dez voluntários, de acordo com a experiência relatada por Norman Cousens. Dois filmes foram mostrados: uma comédia e um documentário so-bre as diferentes formas do medo. Além de um questionário para avaliar o nível que o humor tinha na diminuição do stress. Antes e depois dos voluntários assistirem os filmes, foi coletado amostras de saliva para medir o grau de pro-teínas, sendo dessa forma, possível avaliar a atividade do sistema imunológico. O resultado não poderia ser outro, houve o aumento do sistema imunológico quando os voluntários assistiram ao filme de comédia, no entanto o documen-tário não fez diferença (PINTO, 2008). A criança quando sorrir, ativos nervos e músculos produzindo endorfina e serotonina, substâncias responsáveis pelo alívio da dor e bem-estar. De acordo com Trucom (2002) outros fatores positivos também acontecem, os quais são enumerados a seguir: - Coração: Quando a pulsação aumenta, o sangue circula em maior quantidade no organismo oxigenando todas as células, tecidos e órgãos.-Pulmões: Aumenta a absorção de oxigênio pelos pulmões. Com maior ven-tilação pulmonar os vapores residuais e o dióxido de carbono são eliminados gerando uma “limpeza”.-Músculos Abdominais: são os mais movimentados durante uma gargalhada. Os movimentos ajudam no sistema gastrintestinal, melhorando a digestão e o processo de secreção.

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-Vasos sanguíneos: Ocorre a dilatação dos vasos sanguíneos, causando uma redução automática da pressão arterial.-Sistema imunológico: Os níveis de hormônio e stress baixam, as células de defesa do organismo aumentam e se tornam mais ativas. Acrescenta Trucom (2002) que entram em destaque os linfócitos B, re-sponsáveis pela produção de anticorpos e os linfócitos T, que são verdadeiros rastreadores de vírus e bactérias, além das células Natural Kilers - NK que destroem células cancerígenas. Outra atividade bastante relevante é a utilização da música como in-strumento terapêutico, conhecido como musicoterapia. Segundo a World Fed-eration of Music Therapy (1996) a música busca desenvolver os potenciais do indivíduo, com o objetivo que ele alcance uma melhor qualidade de vida, por meio da prevenção, reabilitação ou tratamento. Ouvir uma melodia pode ser útil nos tratamentos infantis, inclusive em cri-anças autistas, pois ajuda nos distúrbios de comunicação e comportamento, aliviando o stress. Além de desenvolver atividades cognitivas como atenção e memória (AMTA, 1999). O clown pode inserir a música nos hospitais de uma maneira simples e eficaz: executando cantigas infantis por meio do violão ou até mesmo instru-mentos de brinquedo, mas o que importa mesmo é fazer com que a criança se sinta bem ao ouvir as melodias e se comunique melhor com os demais. Segundo a associação Canadian Music Therapy (2008) cantar é uma medida terapêutica, pois ajuda no desenvolvimento da fala, no controle da respiração, reduz a ansiedade e o medo, melhorando as atividades sociais. Tocar instru-mentos auxilia na melhora da coordenação motora, aumenta a autoestima e o bem-estar. É importante ressaltar que, não precisa ser ator para ser clown, fazer uma criança rir pode ser bom para ela, mas fará muito bem para quem tam-bém está gerando esse sorriso. Como dizem: É dar de si, sem pensar em si. Isso é gratificante, isso é humanizar. Humanizar a assistência de Enfermagem para crianças através do lúdico é um fator que requer um aprofundamento teórico, principalmente por exi-stirem poucos artigos publicados com o assunto. A arte por meio do Clown, de brincadeiras, da musicoterapia e da fisiologia do riso é fundamental para a melhora clínica de crianças internadas, aliviando a dor e o stress que elas e sua família supostamente enfrentam no ambiente hospitalar.

4 Procedimentos metodológicos

4.1 Tipo de estudo

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A revisão sistemática é de extrema importância para ajudar na utili-zação de pesquisas, uma vez que este trabalho reúne uma síntese de estudos disponíveis nos últimos anos com o devido tema. Segundo Ciliska, Cullum e Marks (2001 apud GALVÃO; SAWADA; TREVIZAN, 2004, p. 550)

A revisão sistemática é uma síntese rigorosa de todas as pesquisas rela-cionadas com uma questão específica; a pergunta pode ser sobre causa, diagnóstico, prognóstico de um problema de saúde; mas, freqüentemente, envolve a eficácia de uma intervenção para a resolução deste. A revisão sistemática difere da revisão tradicional, uma vez que busca superar pos-síveis vieses em todas as etapas, seguindo um método rigoroso de busca e seleção de pesquisas; avaliação da relevância e validade das pesquisas encontradas; coleta, síntese e interpretação dos dados oriundos das pes-quisas.

Este tipo de estudo, por meio do método científico, tem como objetivo avaliar de forma crítica e sintética, artigos sobre um determinado problema es-pecífico. É um recurso baseado em evidências onde o resultado das pesquisas são coletados, avaliados e sintetizados. A revisão sistemática em enfermagem é bastante relevante, uma vez que podem ser identificados efeitos benéficos no ramo assistencial e identificar áreas que precisam ser estudadas mais pro-fundamente. (GALVÃO; SAWADA; TREVIZAN, 2004).

A revisão sistemática da literatura constitui um método moderno para a avaliação de um conjunto de dados simultaneamente. Embora possa ser aplicada em várias áreas da medicina ou biologia, a revisão sistemática é mais frequentemente utilizada para obter provas científicas e intervenções na saúde. (ATALLAH; CASTRO, 1997, p. 20).

4.2 População e amostra

O estudo aqui apresentado foi fruto da análise e avaliação de 50 arti-gos científicos capturados na internet a partir dos descritores: Hospitalização infantil, o lúdico nos hospitais, recreação infantil, brinquedoteca, humanização da Enfermagem Clown - Ator social, saúde pública, intervenções psicossociais, Commedia Dell´Arte, estética, arte, educação.

4.3 Locais de busca

A busca foi feita em artigos na base de dados BIREME, Google acadêmico e, utilizando-se palavras-chaves tais como: arte, fisiologia do riso, assistência de enfermagem, clown, teatro, musicoterapia.

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4.3.1 Critérios de inclusão

Os seguintes critérios foram estabelecidos para a inclusão dos artigos: Abordagem das temáticas humanização, hospitalização infantil, fisiolo-gia do riso, doutores da alegria, clown, musicoterapia, arte, teatro do oprimido, Commedia Dell´Arte. Artigos publicados em periódicos nacionais no período de tempo delimi-tado para esta pesquisa: entre os anos de 1996 a 2011. Artigos, dissertações e teses publicados na língua portuguesa.

4.3.1 Critérios para exclusão dos estudos

Trabalhos que abordam outras temáticas; Trabalhos que utilizam dados não compatíveis à observação proposta; Bases de dados não confiáveis.

4.4 Instrumento para coleta de dados

Os dados foram coletados dos artigos após de breve leitura, seguida de uma leitura exaustiva, norteada pelos principais elementos constituintes da obra como: objetivo, metodologia, resultados e conclusões.

4.5 Apresentação e análise dos resultados

A apresentação dos dados ocorreu em dois momentos distintos. No primeiro momento, os dados quantitativos foram organizados em tabelas e figuras e analisados à luz da literatura. No segundo momento, estão apre-sentadas as sínteses dos artigos, cada uma delas precedida da sua respectiva referência, conforme normalização da ABNT.

5 Análise dos resultados

5.1 Identificação dos periódicos

A revisão da literatura foi realizada considerando os trabalhos científicos que atenderam os critérios para inclusão na pesquisa. Os resultados do estudo de revisão estão apresentados em frequências absolutas, conforme os quadros a seguir.

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Tabela 01. Distribuição das publicações de acordo com o ano. Recife-PE, mar./mai., 20l2.

De acordo com a tabela acima, podemos observar que no período de-scrito de 2004 a 2007, encontramos o maior número de artigos publicados sobre o tema abordado.

Tabela 02. Distribuição das publicações de acordo com o número de autores. Recife-PE, mar./mai., 20l2.

A tabela 02 identifica que a maioria dos artigos encontrados sobre o tema, foram escritos por dois autores. Sendo o menor número dos artigos publicados, com seis autores.

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Tabela 03. Distribuição das publicações por título de periódicos. Recife-PE, mar./mai., 2012.

Mostra a tabela 03 que Revista Escola de Enfermagem USP concentra a maioria dos artigos encontrados sobre o tema, conferindo ao conteúdo organi-zação e atualização dos dados sobre o tema a humanização de enfermagem em crianças internadas através da arte.

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5.2 Sínteses dos artigos

A seguir, as autoras apresentam a síntese dos artigos capturados, a partir do roteiro estabelecido no ANEXO A deste estudo.

“Brincar em Unidades de Atendimento Pediátrico: Aplicações e Perspectivas.” (CARVALHO, A. M.; BEGNIS, J. G., 2006) Este artigo estabelece as correlações entre o lúdico e a estrutura do ambiente hospitalar, principalmente a brinquedoteca. A criança quando sub-metida à internação hospitalar sente a falta do ambiente familiar, da escola e das brincadeiras com os amigos. Além disso, a criança sente a necessidade do brincar mesmo com o desconforto causado pela sua patologia. O brincar ajuda no processo de desenvolvimento da criança e melhora o seu tratamento como a manifestação de desordem do sono falta de apetite, stress, ajuda na acei-tação dos procedimentos que serão realizados no decorrer da hospitalização e diminui o medo do ambiente hospitalar. A pesquisa foi realizada com 50 crianças de 2 a 10 anos, sendo que 25 crianças possuíam um ambiente hospi-talar estruturado, com atividades lúdicas e as outras crianças não tinham esse benefício. Foi realizado, para a análise dos dados relativos às observações das atividades lúdicas, o recorte dos episódios de inclusão dos comportamentos observados por dois pesquisadores. As categorias de análise definidas foram: Uno (quando a criança brinca sozinha), díade (quando a criança brinca com outra ou com algum adulto), tríade(quando a criança brinca com duas crianças ou com dois adultos), políade(quando a criança brinca com ou mais de qua-tro crianças ou com ou mais de quatro adultos); gênero (masculino, feminino ou misto); a relação estabelecida com outro participante; tipo de brincadeira; brincar de realidade; jogos e o estilo de interação. Observou-se que a primeira instituição oferecia um ambiente maior, com mais liberdade para a criança, estimulando a ação lúdica, onde as crianças pudessem agir de forma independente na escolha do brinquedo. As estantes eram baixas, o que facilitava a criança escolher seu próprio brinquedo, além de uma grande variedade de bonecas, jogos, videogames, revistas em quadrin-hos, entre outros. Entretanto, a segunda instituição possuía poucos brinque-dos, com estantes altas dificultando o acesso e a escolha do brinquedo. O lugar era pouco frequentado por serem sempre os mesmos brinquedos. É notável que um ambiente propício para o lúdico facilita não só a internação hospitalar infantil, mas também os acompanhantes, que geralmente são os pais.

“Brincar no Hospital: Estratégia de Enfrentamento da Hospitalização Infantil.” (MOTTA, A. B.; ENUMO, S. R. F., 2004).

O estudo revela as dificuldades da criança portadora de câncer. Por ser uma doença crônica, a criança precisa ir com frequência ao hospital, podendo

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desencadear dessa forma dificuldades no convívio familiar e social. É comum a criança apresentar depressão quando internada, para isso é necessário criar métodos que minimizem esse processo, uma delas é a brincadeira, por meio do palhaço, diminuindo as sensações desagradáveis causadas pela hospitalização e humanizando a assistência hospitalar. A utilização do lúdico, como pinturas e desenhos, facilita no relaxamento da criança para a administração da quimi-oterapia, além de diminuir o desconforto hospitalar e melhorar a comunicação. A pesquisa foi realizada com 28 crianças, sendo 9 meninas e 19 meninos com faixa etária entre 6 à 12 anos em tratamento no serviço de Onco-Hematologia de um hospital infantil público em Vitória/ES. Foi elaborado um instrumento para a avaliação das estratégias de enfrentamento da hospitalização e para a caracterização do brincar no hospital, de acordo com os relatos das crianças denominados “Avaliação das Estratégias de Enfrentamento da Hospitalização – AHE”. Verificou-se que, para a maioria das crianças (92,9%) o brincar faz parte do repertório de estratégias de enfrentamento da hospitalização, aparecendo como uma forma de divertimento e prazer. Contudo, é necessário que as instituições hospitalares ofereçam um espaço apropriado para o lúdico, dis-ponibilizando recursos humanos e materiais para este propósito.

“Prescrição do Dia: Infusão da Alegria. Utilizando a arte como instrumento na assistência à criança hospitalizada.” (FRANÇANI, G. M.; ZILIOLI, D.; SILVA, P. R. F.; SANT’ANA, R. P. de. M.; LIMA, R. A. G. de., 1998).

O presente estudo tem por objetivo a utilização da arte, com base no teatro clown, como um instrumento auxiliar da Enfermagem na assistência à criança hospitalizada. O brincar ajuda no desenvolvimento sensório-motor e intelectual da criança, estimula a capacidade de criação, promove o desen-volvimento físico, psicológico, ajuda no convívio social, diminui a raiva, ansie-dade e stress, facilita a comunicação entre os profissionais de Enfermagem e a criança, servindo dessa forma como uma medida terapêutica. O local de estudo foi o HCRP-USP unidade do campus, local reservado para a pediatria. Um grupo de alunas do quarto ano do curso de graduação em enfermagem da escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo criou a “Companhia do Riso” baseado nos “doutores da Alegria”. O grupo passou a se vestir de clown, usando chapéus, tranças, nariz de palhaço e brinquedos, que faziam a alegria das crianças. Na primeira visita a criança ganhava um nariz de palhaço. As estudantes diziam ser enfermeiras especialistas em besteiro-logia e cada criança tinha o “prontuário da alegria”. Durante os três meses de pesquisa foram constatados que o ambiente hospitalar tornou-se mais descon-traído e gargalhadas mais frequentes. Com a presença das visitas a criança passou a aceitar melhor seu tratamento e a depressão e stress foram reduzi-dos.

“Uso do brinquedo no hospital: o que os enfermeiros brasileiros estão estu-dando?” (LEITE, T. M. C.; SHIMO, A. K. K., 2008).

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Esse estudo visa minimizar os efeitos nocivos que a hospitalização causa numa criança e tentam encontrar formas de amenizar o sofrimento delas e uma das maneiras é o uso do brinquedo no hospital. O brinquedo beneficia não apenas a criança liberando tremores, tensões e ansiedade como também o enfermeiro que facilita a comunicação e a realização de procedimentos e ao hospital que colabora na humanização do atendimento, resgatando a dimen-são saudável da criança. A pesquisa foi feita através de revisão bibliográfica, incluíram na amostra teses e dissertações scritu sensu realizadas no Brasil por enfermeiros, sobre o uso do brinquedo como recurso de cuidado a criança hos-pitalizada. Para a coleta dos dados os autores utilizaram as bases de dados do Portal Coordenação de Aperfeiçoamento de Ensino de Nível Superior/ CAPES, as Publicações do Centro de Estudos e Pesquisas em Enfermagem/ CEPEN e a Base de dados IBICT (Instituto Brasileiro de Informações em Ciência e Tec-nologia) e elaboraram um instrumento para o registro e tabulações destes dados. Foram 15 os trabalhos selecionados para análise entre dissertações de mestrado e tese de doutorados e de livre docência. As pesquisas acadêmicas de enfermeiros sobre o uso do brinquedo no que se refere às instituições hos-pitalares reforçam os resultados positivos o que é evidente também em outros trabalhos científicos. Há evidências que o brinquedo vem sendo importante e imprescindível tornando foco de pesquisas, além de fazer cumprir o Estatuto da Criança e Adolescente. “Acreditamos que isso se deva a preocupação desses profissionais em proporcionar a criança e seus familiares uma assistência mais humanizada permeada de embasamento técnicos científicos na qual o que importa é o bem estar da criança e sua família.” (LEITE; SHIMO, 2008, p. 395).

“O lúdico como instrumento facilitador na humanização do cuidado de criança hospitalizada.” (FROTA, M. A.; GURGEL, A. A.; PINHEIRO, M. C. D.; MARTINS, M. C.; TAVARES, T. A .N .R., 2007).

Esse estudo tem como objetivo mostrar que trabalhar o lúdico como facilitador na humanização do cuidado da criança hospitalizada contribui para minimizar traumas da doença e hospitalização, permitindo o desenvolvimento e crescimento saudável, como também fornecendo auxílio para os profissionais da saúde no atendimento infantil. Para uma criança, a hospitalização é uma experiência desagradável e uma das formas capazes de esclarecer para ela essa mudança vivenciada é o uso do lúdico, que pode aliviar tremores e ansie-dades, permitindo que revele o que sente e pensa por intermédio de brincadei-ras. Essa pesquisa foi do tipo descritiva e de abordagem qualitativa, em uma unidade pediátrica de uma instituição hospitalar com referência em Oncologia. A coleta de dados foi realizada no próprio leito da criança e no ambulatório e, durante dois meses em 2004, foram selecionadas 10 crianças na faixa etária de 3 a 6 anos de idade de ambos os sexos, além de obedecerem os critérios de inclusão: estar em condições de brincar, consciente e interagindo com o

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meio ambiente. Os dados foram coletados em dois momentos, o primeiro a observação do comportamento das crianças antes das oficinas e o outro após as oficinas. Durante as atividades lúdicas foram utilizados os seguintes brinquedos: bonecos de pano, material hospitalar de brinquedos como termômetro, cuba rim, tesoura, seringa, estetoscópio, espátula, utensílio domésticos como prat-inhos, panelinhas, copo, colher, livros de história, figuras representativas da família e da equipe hospitalar, papel e lápis de cor. Com isso pode se observar o comportamento de cada criança e identificar o desconforto, inquietação e an-gústia de estarem em um lugar desconhecido. A ludoterapia pode proporcionar à criança hospitalizada a oportunidade de desligar-se da realidade vivenciada, minimizando a tensão e assim facilitando tanto para eles como para a equipe dos profissionais que os assistem. Na tentativa de alcançar a humanização na assistência à criança hospitalizada à equipe de profissionais de saúde dispõem de instrumento capaz de proporcionar vivências com novos objetivos, sen-sações, atividades e sentimentos não ameaçadores. Com isso, cabe salientar que a tríade profissional-brinquedo-criança, interliga propósitos e expectativas, facilitando a interação positiva, sendo o brinquedo predominante. Faz-se necessário o envolvimento terapêutico mini-mizando a angústia da criança e familiares, priorizando o universo infantil.

“A promoção do brincar no contexto da hospitalização infantil como ação de saúde”. (MITRE, R. M. de. A.; GOMES, R., 2004).

O objetivo desse estudo visa analisar o significado e as diferentes for-mas para a promoção do brincar no espaço da hospitalização de criança para os profissionais de saúde que trabalham com essa proposta. A hospitalização na infância pode se configurar como uma experiência potencialmente traumática, afastando a criança de sua vida cotidiana, do ambiente familiar e promove um confronto com a dor, a limitação física e a passiva, aflorando sentimentos de culpa, punição e medo da morte. Nessa perspectiva, o brincar aparece como uma possibilidade de expressão de sentimentos, preferências, receios e hábi-tos, medicação entre o mundo familiar e situações novas ou ameaçadoras, e elaboração de experiências desconhecidas ou desagradáveis (MITRE, 2000). Para debater a forma da promoção do brincar na hospitalização infantil os autores tiveram que explorar os significados das intervenções para os profis-sionais de saúde envolvidos direta ou indiretamente nessas ações. É de fun-damental importância para os profissionais de saúde entrevistados conhecer a lógica dessa promoção e as possibilidades desse tipo de ação para que possam avançar no estudo da sociabilidade entre criança–criança e criança-profissional de saúde na compreensão do ethos (características) infantil para melhor se planejar as ações da assistência e na avaliação das repercussões dessas ações a partir da ótica da criança. A pesquisa foi realizada em três unidades hospi-talares: um hospital geral, um hospital pediátrico e outro hospital materno-infantil, em diferentes Regiões do Brasil, Nordeste, Sudeste e Sul que foram

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mantidas em sigilo e passaram a ser designadas como H1, H2 e H3. Essas unidades hospitalares foram inauguradas na década de 1960 e que dispõem de 110 a 190 leitos e são referências na área de saúde da criança em sua região. No total foram entrevistados 33 profissionais dessas unidades ligados a assistência e à gestão de serviços que envolviam uma conexão direta com atividades lúdicas. A escolha dos profissionais foi feita a partir de três critérios: identificação de profissionais com base em nossa observação do campo, indi-cação dos outros profissionais da instituição envolvidas com atividades lúdicas e lotação em cargos de gerência, diretamente relacionados com a promoção do brincar. Para a entrevista, os autores utilizaram uma adaptação da técnica de análise de conteúdo, preconizada por Bardin (1979). Cada unidade hospitalar mostrou diferentes formas de abordagem terapêutica e utilização do lúdico no atendimento a criança. No H1 existia uma sistematização específica de “rec-reação terapêutica” nomenclatura utilizada pela instituição, em que o brincar funciona a partir de uma proposta pautada em objetivos definidos e atividades sistemáticas. Existiam profissionais, espaço físico e orçamento especialmente destinado a essa finalidade. No H2 a instituição divulga em sua página de inter-net uma preocupação de trabalhar o potencial lúdico através de brincadeiras, artes plásticas, músicas e jogos como parte de um atendimento humanizado. Esta instituição possui apenas uma brinquedoteca que era coordenada por uma profissional de nível superior, mas o atendimento era realizado por voluntários. Já no H3 os profissionais, devido a grande demanda de trabalho no hospital, no momento da pesquisa de campo realizavam várias ações que não eram ligadas diretamente na promoção do brincar. A partir dessa interpretação, a promoção do brincar na visão dos entre-vistados pode ser uma ferramenta significativa para que se lidem com questões como: a integralidade da atenção, a adesão ao tratamento, o estabelecimento de canais que facilitem a comunicação entre criança-profissional de saúde-acompanhante, a manutenção dos direitos da criança e a (re) significação da doença por parte do sujeito.

“O brinquedo terapêutico na assistência à criança hospitalizada: significado da experiência para o aluno de graduação em Enfermagem.” (RIBEIRO, C. A.,1998).

Essa pesquisa consiste em analisar o fenômeno interior de unir uma aluna do curso de graduação em Enfermagem, que utilizou o brinquedo tera-pêutico para assistir uma criança hospitalizada. O objetivo é de conhecer e compreender o significado da experiência de utilizar o brinquedo terapêutico na assistência. O estudo foi de abordagem qualitativa, tem como princípios teóricos e metodológicos a fenomenologia que segundo Martins (1992) é o es-tudo das essências. Ainda o autor esclarece que no século XX nome que se dá a um movimento cujo objetivo é a investigação direta e a descrição de fenômeno que são experienciados pela consciência, sem teorias sobre a sua explicação causal e tão livre quanto possível de pressuposto e preconceitos. A pesquisa

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foi realizada através de um discurso de uma aluna de graduação em Enferma-gem de uma instituição de ensino federal da cidade de São Paulo. A entrevista foi gravada com a permissão da aluna e posteriormente transcrita na ínte-gra. Doença e hospitalização, geralmente acompanhadas de procedimentos intrusivos e dolorosos, constituem experiências altamente estressantes para a criança. Dentre os recursos disponíveis para a intervenção de Enfermagem na assistência à criança, em nível emocional, encontrava-se um valioso instru-mento, o brinquedo, ou seja, a situação de brincar. Brincar é primordial para a criança, esteja ela sadia ou doente, inclusive se, por uma circunstância de maior gravidade, precisar ser hospitalizada. Assim, o brinquedo no hospital, deve ser utilizado para recrear, estimular, socializar e também para cumprir sua função terapêutica. Essa função constitui a base da ludoterapia e também do brinquedo terapêutico sendo considerado um importante instrumento de intervenção na disciplina Enfermagem Pediátrica, sendo os alunos de gradu-ação orientados sobre os benefícios de sua utilização para a criança. Foram organizadas as articulações do discurso formando seis núcleos de pensamen-tos onde a aluna mencionava que sentia dificuldades para prestar os cuidados de enfermagem a uma criança hospitalizada que não aceitava a realização dos procedimentos. O discurso da aluna revelou que a utilização do brinquedo terapêutico foi uma experiência gratificante, com efeitos positivos dessa intervenção sobre o comportamento da criança favorecendo a aceitação de procedimentos aos quais a paciente estava sendo submetida. Através da descrição do compor-tamento da criança, feita pela aluna entrevistada, ficam demonstrados, mais uma vez, os benefícios da utilização do brinquedo terapêutico para assistir à criança hospitalizada.

“O Lúdico: um fenômeno transicional.” (LORENZETTO, L. A., 1996)

Este estudo busca analisar o lúdico como um aspecto da transicion-alidade, ou seja, como um estágio intermediário entre a funcionalidade e a autonomia, em busca da identidade pessoal. Esse estudo mostra que as ne-cessidades de entrar em contato, vencer as resistências e que o prazer do jogo diante dos objetivos e fenômenos transicionais demonstra ser uma excelente forma de contato entre as pessoas, pois diminui a formalidade, promove a alegria e desenvolve a confiança. O brincar implica confiança e pertence ao espaço potencial (um tipo de playground) existente entre o bebê e mãe. A con-fiança no amor da mãe, do pai, da família e do brincar criativo, devem permitir ao bebê, passar da dependência para a autonomia. Diante disso, o estudo tem a finalidade de questionar as possibilidades ou não do lúdico na construção do ser humano, nos resultados dessa edificação e nos caminhos que conduzem a esta meta. O prazer do lúdico na experiência dos objetos e fenômenos transicionais demonstra ser uma excelente forma de estabelecer um satisfatório processo de comunicação, da criança com o jovem, do jovem, com o adulto, do adulto com o idoso, e de todos eles com o mundo,

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trabalhando adequadamente e harmoniosamente suas tensões e dualidade competição/comparação, seus prazeres, suas fantasias, suas ansiedade e frus-trações.

“As atividades lúdicas em unidade de hemodiálise.” (BRASIL, M. de. L. S.; SCHWARTZ, E., 2005).

Este estudo objetivou conhecer a influência de atividades lúdicas no tratamento de pacientes com Insuficiência Renal Crônica Terminal, durante a hemodiálise. De pesquisa qualitativa, exploratória e descritiva o estudo foi realizado numa Clínica Satélite de tratamento dialítico, localizada na cidade de Pelotas, Estado do Rio Grande do Sul com capacidade de atender 40 pacientes. O atendimento é específico para pacientes do Sistema Único de Saúde SUS. A amostra for realizada com apenas 16 pacientes com faixa etária entre 19 a 81 anos, com tempo de tratamento de 2 meses a 12 anos e no decorrer da pes-quisa dois faleceram, vale ressaltar que um dos entrevistados era surdo-mudo e teve a participação da mãe. Para a coleta foram utilizadas entrevistas semi estruturadas com perguntas abertas e fechadas e foram apresentadas quatro atividades lúdicas, com o intuito de identificar sua influência no tratamento do paciente com Insuficiência Renal Crônica Terminal, durante as sessões de hemodiálise e optaram pela arte da representação, a música e a dança por serem fontes para atividades lúdicas. Na primeira apresentação, quatro casais de jovens e adolescentes dan-çaram várias músicas típicas da região conforme a tradição gaúcha. A segunda atração foi um casal de meia-idade que tocou violão e cantou com repertório de Nelson Gonçalves, Ângela Maria entre outros, a terceira atração foi de três jovens caracterizado de palhaços e desenvolveu a técnica do Clown, consid-erado pela Europa, o mais completo de todos os artistas, pois domina a téc-nica de performance teatral, malabarismo, mímica, mágica e música (ZULLI, 2003). E a última apresentação foi de um grupo de crianças do pré-escolar que acompanhada pelos professores cantaram músicas como: O trenzinho, A sopa, etc. Para os clientes que fizeram parte do estudo as atividades lúdicas influenciaram positivamente, pois grande parte deles manifestou sensação de bem-estar. O tempo foi mais destacado por eles, pois com sua magia, levou-os ao passado, em alguns momentos, despertando-lhes sentimentos de nostalgia, emoção, alegria e lágrimas e, em outros, passou despercebido, tão rápido que não permitiu sentirem os transtornos fisiólogicos comuns durante a diálise e nem a ansiedade de estarem ligados a máquinas. A indiferença e a negação também fizeram parte deste estudo, trabalhar com uma técnica/terapia movi-menta as emoções das pessoas além de buscar diariamente novas alternativas para que possam transformar cada vez mais, com sabedoria, criatividade e, acima de tudo amor e dedicação, à enfermagem, tornando-a mais humani-zada.

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“Hospitalização Infantil: Concepções da Enfermagem acerca da mãe acompan-hante.” (QUIRINO, D. D.; COLLET, N.; NEVES, A. F. G. de. B., 2010) O estudo mostra os traumas que a criança sofre no período da hospi-talização e a vivência da família nesse contexto, principalmente a mãe como cuidadora. A hospitalização se torna um momento estressante, tanto para a criança quanto para a família, que precisa mudar toda a sua rotina. Na visão da criança a hospitalização se traduz em momento bastante difícil, gerando uma ansiedade. Para diminuir esses efeitos de medo e stress causado para a criança, tem se buscado a mudança na modalidade da assistência, passando daquela cujo foco é a criança e sua patologia para aquela centrada na famíl-ia. Dessa forma, a Enfermagem passa a ser facilitadora, deixando apenas de ser técnica, uma vez que é essencial compreender as necessidades dos pais e integrá-los ao cuidado. O estudo foi realizado através de uma abordagem quantitativa, sendo um estudo do tipo exploratório. Foi desenvolvido na clínica pediátrica de um hospital do Recife. Participaram do estudo profissional da equipe de Enfermagem que trabalham na unidade, utilizando a técnica de en-trevista semiestruturada. Foi analisado que a presença da família é essencial para a recuperação da criança, reduzindo os fatores estrassantes causados pela hospitalização. Uma vez que representam a referência sobre segurança, carinho e apoio para o enfrentamento da situação desafiadora que é a doença e o tratamento. Dessa forma, a criança hospitalizada precisa da presença da mãe no acompanhamento do processo de recuperação e a equipe de enfermagem pre-cisa reconhecer a importância da figura materna nesses casos.

“Expressão da emoção por meio do desenho de uma criança hospitalizada.” (SOUZA, S. V. de.; CAMARGO D, de.; BULGACOV, Y. L. M., 2003).

O presente trabalho relata a experiência de um estudo de caso de uma criança em idade pré escolar hospitalizada onde o foco foi a expressão da emoção por meio de desenho realizado pela criança em sessões de psicotera-pia. Lidar com o sofrimento, com a dor, com a mudança de comportamento decorrente de tratamentos invasivos e mutilações e com as intervenções que aumenta a sobrevida constitui um exemplo de situações que pedem orientação da psicoterapia. O estudo foi realizado com uma criança acompanhada de sua mãe, do sexo feminino com idade de quatro anos e sete meses que estava internada numa enfermaria do SUS de um hospital geral de Curitiba. O mé-todo utilizado foi a análise da situação através de três desenhos da criança e o psicológo onde tentavam compreender o significado das palavras e interpretar o desenho como forma de expressão e conhecimento. Os desenhos selecionados obedeceram a critérios de significância de acordo com o tema do estudo e foram relacionados com a situação vivenciada pela criança de estar em tratamento médico e internada em um hospital. A criança representa nos seus desenhos o conhecimento que possui sobre seu

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diagnóstico e tratamento, o jeito como imagina a representação da doença. Enquanto cria, organiza seu pensamento dentro do contexto de hospitalização, favorecendo seu desenvolvimento integral. Dessa forma, a criança internada tem uma emoção que também é produto do contexto em que está vivendo, da situação de sofrimento em que está inserida. A hospitalização e a situação de sofrimento da doença são constitutivos da emoção.

“Cuidado humanizado no ensino de Enfermagem.” (MOTTA, M. da. G., 2004).

O presente estudo relata a experiência dos acadêmicos do curso de Graduação em Enfermagem relacionados ao cuidado humanizado com a cri-ança/adolescente e sua família no contexto hospitalar. Para a área de saúde é de fundamental importância abordar esse tema, considerando que se lida com os fenômenos existenciais com a saúde e a doença, desenvolve-se ações de cuidado ao Ser ao longo das etapas da vida como nascimento, a doença e a morte. O cuidado significa preocupação e ocupação, faz parte da estrutura do homem enquanto viver. O estudo foi baseado utilizando o Método Criativo Sensível e essa técnica oferece um espaço de reflexão e construção do conhec-imento para os acadêmicos de Enfermagem. A finalidade desse recurso é de combinar ciência e arte, criatividade e sensibilidade, utilizando-se de diferentes dispositivos para a concretização das oficinas, criando uma relação dialógica – dialética entre os acadêmicos e o docente. Buscando sensibilizar e instrumen-talizar os acadêmicos para a realidade existencial das crianças e adolescentes em situação de sofrimento físico e emocional causado por negligência e/ou violência, e para a vivência da família com a doença muitas vezes grave do seu filho. As oficinas foram realizadas com grupo de seis acadêmicos, e a dinâmica é dividida em três momentos. No primeiro momento são fornecidas as orien-tações sobre o método e iniciadas as atividades criativas. No segundo momento são apresentadas as produções artísticas como pintura, desenhos, modelagens, entre outros que foram realizadas individual-mente ou em grupos. E no terceiro momento são apresentados referenciais teóricos, resgatando os aspectos importantes do tema, dando continuidade à reflexão e a construção coletiva do conhecimento. No final é feita uma avaliação da dinâmica. O profissional de Enfermagem, desde a formação acadêmica, deve ser preparado para enfrentar a realidade complexa do mundo do cuidado, tendo como valores existenciais a sensibilidade e a solicitude na construção de uma prática voltada para o Ser a partir do Ser.

“Dimensão cuidadora da enfermagem e da família na assistência à criança hospitalizada: concepções da enfermagem.” (PIMENTA, E. A. G.; COLLET, N., 2008).

O surgimento do alojamento conjunto pediátrico, onde é garantido que o acompanhante permaneça em período integral em unidades pediátricas, modificou a estruturada organizacional das instituições hospitalares, uma vez

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que os profissionais precisam se adaptar a esse novo sistema Pois, na prática não houve um preparo para esses profissionais e muitos desses não entendem a importância da família nesse contexto, gerando conflitos. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, realizada com a equipe de enfermagem de um hospital-escola, a organização dos dados foi feita de acordo com a análise temática. Foi observado que, na prática assistencial, são compartilhados alguns procedimen-tos com a família, assumindo as atividades mais complexas. De modo geral, a presença da família, é limitada a cuidar da criança. Em muitos casos, a família não sabe a patologia da criança. A família não tem sido co-participante do cuidado, mas essencialmente cuidadora. A equipe de enfermagem tem dado ao acompanhante, atividades que anteriormente realizava. Contudo, a família tem sido conduzida a cuidar da criança enferma e as suas condições não têm sido levadas em consideração. Aspectos fundamentais nessa forma de partici-pação da família, como as suas necessidades, o seu desejo e o seu sofrimento, não têm sido valorizados durante o processo de hospitalização da criança.

“O impacto da atividade lúdica sobre o bem-estar de crianças hospitalizadas.” (MUSSA, C.; MALERBI, F. E. K., 2008).

O presente estudo revela que o stress permanente pode acarretar o aparecimento de uma patologia. Quando se trata de criança hospitalizada é frequente além do stress, apresentar ansiedade e medo, que pode ser devido ao ambiente desconhecido, no caso o hospital, onde ocorre a ausência do brincar, a separação de familiares e amigos, o afastamento da escola, além do desconforto provocado pela própria doença. O brincar no hospital é de funda-mental importância, uma vez que ajuda na socialização e interação com outras crianças. Há alguns anos, surgiram grupos que atuam como voluntários nos hospitais, visando à melhora do paciente, por meio de técnicas de teatro com o objetivo de estimular o riso e despertar alegria, como por exemplo, os Dou-tores da Alegria, um grupo de atores que por meio de atividade clown, realiza visitas às crianças hospitalizadas. Participaram do estudo 15 crianças hospitali-zadas numa enfermaria da Santa Casa de São Paulo, entre cinco a dez anos de idade de ambos os sexos portadores de neoplasias malignas e submetidas a uma escala de dor, e seus pais foram entrevistados antes e depois da visita dos contadores de histórias que são um grupo voluntário que frequenta o hospital. Das quatro crianças que estavam recebendo quimioterapia, três aceitaram a atuação dos contadores no leito. Entre os 11 participantes que não estavam recebendo quimioterapia, sete foram à mesa do corredor com o contador, dois aceitaram participar de alguma atividade no leito e os demais, que inicialmente não haviam aceitado o convite, foram levados por seus pais à mesa do corredor. Dez das 15 crianças apresentaram uma melhora no seu estado emo-cional, após a visita dos contadores. Aquelas que estavam quietas ou aparen-tavam tristeza antes da visita mostraram-se mais animadas após a presença dos contadores. Para as outras sete que estavam agitadas ou chorando, a

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visita pareceu ter contribuído para acalmá-las. As cinco crianças que aparen-tavam estar calmas ou alegres, antes de receberem a visita dos contadores, mantiveram-se inalteradas quanto ao estado emocional. Observou-se também uma diminuição na freqüência de reclamações das crianças após a visita dos contadores. Das cinco crianças que apresentavam alguma reclamação, três deixaram de fazê-la após a visita dos contadores. A pesquisa constatou os efeitos benéficos da atividade lúdica realizada com crianças no ambiente hospitalar. Sendo a hospitalização uma situação geradora de estresse para a criança, em virtude dos aspectos envolvidos não somente no tratamento, mas também no ambiente em que ela se encontra, re-stritivo e diferente do seu universo habitual, o desenvolvimento de atividades lúdicas mostrou-se benéfico tanto física quanto emocionalmente.

“O lugar da música no espaço do cuidado terapêutico: sensibilizando enfermei-ros com a dinâmica musical.” (BERGOLD, L. B.; ALVIM, N. A. T.; CABRAL, I. E., 2004).

O estudo objetivou analisar a música como uma medida de sensibilizar o enfermeiro no processo do cuidar, uma vez que a música contribui para a melhora clínica do paciente, gerando conforto, diminuindo a intensidade da dor e facilitando a relação entre cliente e enfermeiro, tornando, dessa forma, o cuidado mais humanizado. Utilizou-se o Método Criativo-Sensível (MCS) e o desenvolvimento da Dinâmica da Criatividade e Sensibilidade (DCS) “Corpo-Saber” na produção de dados da pesquisa. As influências holística, lúdica e mecânica da música sobre o corpo foram os temas gerados na discussão. A dinâmica realizada com o uso de materiais e atividades aguçava a criatividade dos participantes. As etapas da dinâmica foram: exercício de relaxamento introdutório à temática, exposição sobre a dinâmica e produção artística. O momento lúdico promovido pela música serve como um recurso importante não somente para o cuidado com o outro, mas para o auto cuidado ao promover relaxamento e prazer de estar consigo mesmo e com o outro. A busca do prazer e a preocupação com a qualidade de vida são valorizadas à medida que favorecem o desejo do outro, o que permite explorar o potencial nas diversidades e pluralidades de trocas com o meio, ampliando a visão do que se considera um sistema de cuidado. De acordo com a dinâmica, observou-se que a música age sobre todo o corpo, mas cada estilo estimula uma determinada região. Sua influência está na dependência do contexto, estilo musical e gosto do ouvinte. A pesquisa revelou a importância da música na sensibilização dos enfermeiros sobre as possibilidades da música como recurso terapêutico e que é fundamental a apli-cação da arte em qualquer forma de trabalho, servindo como um recurso para consolidar a humanização.

“Musicoterapia durante a hospitalização de adolescentes portadores de câncer: prevenção e/ou diminuição do estresse psicofisiológico.” (SILVA, F. O.; FER-

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REIRA, E. A. de. B. F.; MIRANDA, A. M. C., 2006).

O trabalho mostra a importância da musicoterapia como uma forma de comunicação e expressão de sentimentos e a sua utilização no ambiente hospitalar como uma medida terapêutica, uma vez que o paciente geralmente fica irritado e/ou estressado com a hospitalização e com as intervenções decor-rentes do tratamento que serão realizadas, sendo a música uma aliada para a melhora desse indivíduo. Foi utilizada a coleta de dados que se deu a partir de atendimentos musicoterápicos realizados com pacientes de 10 a 21 anos, internados na Pediatria do Hospital Araújo Jorge (HAJ). Além dos atendimentos, foram aplicados três questionários, sendo um aos responsáveis e os outros dois ao paciente, um antes e o outro depois dos atendimentos musicoterapêuticos. Os resultados dos atendimentos musico-terápicos revelaram seus efeitos benéficos em pacientes adolescentes portado-res de câncer, proporcionando de maneira ímpar, auto-expressão, diminuição do sofrimento, momentos de distração, divertimento, tranqüilidade, bem es-tar físico e emocional. Portanto, ao cantar e/ou tocar, os pacientes puderam demonstrar seus sentimentos que muitas vezes não era anunciado pela fala. A musicoterapia mostrou-se eficiente, na prevenção e/ou diminuição do estresse psicofisiológico durante a hospitalização.

“A vivência hospitalar no olhar da criança internada.” (QUINTANA, A. M.; ARPI-NI, D. M. PEREIRA, C. R. R.; SANTOS, M. S. dos., 2007)

O estudo mostra a importância dos pais quando a criança é submetida à internação, sendo a presença dos pais um direito assegurado pelo Estatuto da Criança e Adolescente. A criança internada passa por momentos angustiantes com estresse, medo, dor e falta da sua rotina diária. São vários os sentimentos negativos que a hospitalização pode ocasionar, o que reforça a importância da presença do acompanhante como um fator contribuinte para o alívio dessas angústias assim como para o enfrentamento dessas situações. Foi utilizada uma abordagem qualitativa e os dados foram coletados através de entrevistas lúdicas e desenhos-estória. Participaram da pesquisa oito crianças de duas in-stituições distintas. Observou-se que de acordo com a entrevista, a criança é capaz de entender o que se passa com ela e revelar as suas angústias e sofri-mentos. Quanto mais a criança participa e tem conhecimento dos procedimentos e suas necessidades, e a enfermagem tendo consciência dessa importância, o tratamento é mais eficaz, uma vez que a criança se torna colaboradora da sua patologia. É de fundamental relevância a procura de métodos que visem reduzir os sofrimentos vividos pelas crianças frente à hospitalização, uma vez que elas possam enfrentar o internamento de maneira menos traumática.

“A criança hospitalizada: espaço potencial e o palhaço.” (MACHADO, M. M. de

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P.; MARTINS, D. G., 2002).

A pesquisa tem como objetivo investigar se há mudanças no compor-tamento e no espaço emocional das crianças hospitalizadas, a partir de brin-cadeiras com o palhaço, baseia-se no trabalho de atuação realizado pelos Doutores da Alegria. A pesquisa foi realizada numa enfermaria pediátrica de um hospital municipal da região da Grande São Paulo, com nove crianças na faixa etária entre três de doze anos de idade, sendo cinco do sexo feminino e quatro do sexo masculino. Foram utilizados materiais gráficos como brinque-dos relacionados com a situação de hospitalização – instrumentos médicos de plástico, bonecos, livros de histórias infantis, bolhas de sabão e nariz de plástico vermelho. A técnica utilizada foi a de Observação Lúdica e a aplicação do Desenho Livre e também relatos informais da equipe de enfermagem e dos acompanhantes de cada criança. As autoras, por meio de desenhos livres e da observação do comportamento das crianças, pode concluir que os objetivos foram alcançados e pôde ser promovida a alegria como meio para a criança elaborar sua condição de hospitalizada, diminuido com a promoção de brinca-deiras, o stress e a agressividade. Com isso, os pacientes demonstraram, principalmente, expectativas mais positivas em relação a um futuro próximo, tais como voltar para casa e retomar sua vida diária.

“Interações entre voluntário e usuário em onco-hematologia pediátrica: um estudo sobre os ”palhaços-doutores.” (ARAÚJO, T. C. C. F. de.; GUIMARÃES, T. B., 2009).

O objetivo desta pesquisa visa demonstrar os benefícios da interação entre voluntários que utiliza o trabalho terapêutico e os pacientes internados em uma unidade de oncologia pediátrica. “Palhaços-doutores” são voluntários que adotaram a “arte do palhaço” em atividades recreativas em ambientes hospitalares, proporcionando bem-estar físico, mental e social ao paciente in-ternado. A pesquisa foi realizada na ala de Onco-Hematologia Pediátrica do Hospital de Apoio de Brasília (HAB), onde são atendidas crianças e adoles-centes com diagnóstico de câncer. A amostra foi constituída por 11 crianças e adolescentes (três meninos e oito meninas) com idade entre três e 17 anos de idade hospitalizados na unidade. Dentre os voluntários, foram estudados dois integrantes de um grupo lúdico de palhaços-doutores em atuação nos dias de coleta. Os dois voluntários realizavam suas atividades conjuntamente e possuiam treinamento indicado. Dentre os principais epsódios de interação envolveram risos e falas entre pa-cientes e palhaços, os objetos lúdicos utilizados foram os que se encontravam dentro das enfermarias como interruptores de luz e leitos das enfermarias. As autoras notaram que compreender melhor a intervenção e as inter-ações dos “palhaços-doutores” amplia seus conhecimentos sobre a influnência do lúdico no desenvolvimento humano e, sobretudo, a respeito desta singular

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modalidade de atuar em saúde com consequência positivas e terapêuticas.

“A música como recurso no cuidado à criança hospitalizada: uma intervenção possível?” (FERREIRA, C. C. M.; REMEDI, P. P.; LIMA, R. A. G. de, 2006).

Esta pesquisa trata-se de um estudo bibliográfico realizado a partir das bases de dados MEDLINE e LILACS e vias não sistematizadas no período de 1994 a 2004, com o objetivo de analisar a produção bibliográfica da enfer-magem pediátrica quanto à utilização da música como recurso terapêutico no espaço hospitalar, a fim de identificar o estado do conhecimento desta área nesse campo. Os efeitos da hospitalização na criança causam muitos traumas e mudanças no desenvolvimento infantil, além das mudanças na rotina diária como o sono, higiene e alimentação, sem falar que a criança é submetida a situações sobre as quais não tem muita escolha. Durante a hospitalização, a criança se vê afastada de seus objetos de estimação, do seu rítmo de vida, das pessoas que lhe são importantes e, mui-tas vezes é privada de brincar. Nessa pesquisa a intervenção musical tem como finalidade promover saúde e bem-estar a criança hospitalizada onde são vi-síveis os benefícios terapêuticos da música tanto para a criança quanto para o adulto. A musicoterapia proporciona um cuidado mais humanizado ao paciente além de ser um recurso facilitador a comunicação. Possibilitando que esta ver-balize seus estresses e ansiedade e a partir daí desenvolva estratégias de en-frentamento para as suas finalidades. As artes em geral, incluindo a música, facilitam o contato com a reali-dade principalmente após acontecimentos traumaticos, fazendo emergir atos criativos, expressivos, enfim, possibilitam outras subjetividades. As autoras relatam na pesquisa que algumas instituições hopitalares já reconhecem o valor social e a terapêutica da arte aplicada a saúde e que vem crescendo esse metódo nas unidades hospitalares. Muitas formas de expressão artísticas têm sido desenvolvidas no hospital, desde as mais clássicas como pintura, teatro, literatura, música e o teatro clown, uma das mais atuais. Relatam ainda que alguns projetos como: “Doutores da Alegria”, “Biblioteca Viva”, “Uma canção no cuidar”, “Brincar é coisa séria” e “Companhia do riso”, vem se destacando e sendo divulgado nos meios de comunicações. O objetivo desses projetos é incorporar ao processo de hospitalização outras intervenções que valorizem o processo de desenvolvimento infanto-juvenil, dentre as quais as manifestações artisticas (música, teatro, literatu-ra, teatro clown) são eleitas como recurso de comunicação. Os resultados da pesquisa apontam que a intervenção musical traz benefícios tanto fisiológicos quanto psicológicos para indivíduos em qualquer faixa etária e pode se con-stituir em um recurso eficaz para o cuidado a criança hospitalizada. A música é uma interveção de baixo custo, não-farmacológico e não invasiva, pode ser empregada no espaço hospitalar visando promover os processos de desen-volvimento e a saúde da criança, da familía e dos profissionais de saúde.

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“Brincar no hospital: subsídios para o cuidado de enfermagem.” (FURTADO, M. C. de C.; LIMA, R. A. G., 1999).

O objetivo desta pesquisa é discutir princípios teóricos e práticos para subsidiar a utilização do brincar/brinquedo na assistência às crianças hospi-talizadas. Brincar é uma das atividades essenciais para o desenvolvimento físico, emocional e social da criança, apesar da reconhecida importância desta atividade, durante o processo de hospitalização ela é pouco valorizada, conse-quentemente não se encontra entre as ações terapêuticas previstas. O trabal-ho foi realizado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/SP (HCRP), e foram selecionadas 11 crianças entre nove meses a doze anos de idade, sendo sete do sexo feminino e quatro do sexo masculino acom-panhadas de suas mães ou responsáveis. O instrumento utilizado para a coleta de dados foi a “observação dos participantes” num período de 09.01 a 12.04.1995, a observação foi centrada nas crianças e nas pessoas (mães e profissionais de saúde) que com elas se relacionavam. Durante cinco dias consecutivos de segunda a sexta feira, nos plantões da manhã, tarde e verpentinos eram observados uma criança de cada vez. As atividades recreacionais desenvolvidas pelas crianças vão desde de-senhos, pinturas, recorte e colagem, passando por jogos, bonecas, brincadei-ras livresleituras e teatro. Quando brincar faz parte da assistência à criança hospitalizada, o hospi-tal também se beneficia posi a visão corrente de que nele só existe dor, solidão, medo e choro, ou seja, apenas aspectos negativos são relativizados. A busca pela humanização do espaço hospitalar prevê o respeito, o estímulo e o resgate da dimensão saudável da criança, que muitas vezes pode ser traduzida pelo brincar.

“Humanização da assistência hospitalar: a escuta e o olhar musicoterápicos junto a familiares acompanhantes de crianças portadoras de câncer.” (CAR-DOZO, E. E.; FERREIRA, E. A. B. F.; SOUZA, G. C. X. S., 2008).

Há algum tempo, tem se falado da importância de humanizar a as-sistência no contexto hospitalar de acordo como o Ministério da Saúde pelo Programa Nacional de Humanização Hospitalar, onde a humanização tem como objetivo buscar a união entre os funcionários do hospital, assim como a or-ganização para a participação ativa dos pacientes no processo de prevenção e tratamento. A presença da família no espaço oncológico pediátrico é de funda-mental importância na melhora clínica desses pacientes, uma vez que diminui o sofrimento psíquico destes e contribui para o fortalecimento de reação ao tratamento, melhorando inclusive a qualidade do atendimento. Atualmente a musicoterapia, nesse espaço, vem sendo usado mais frequentemente como um tipo de tratamento para essas crianças, favorecendo a visão do ser humano em sua totalidade e contribuindo para a diminuição da dor e estresse.

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A pesquisa exploratória de é de abordagem qualitativa com alguns dados quantitativos realizada em hospital especializado em tratamento oncológico. Participaram 42 pessoas, sendo 33 pais acompanhantes e nove membros da equipe de enfermagem, onde foram realizados, em uma duração de quatro meses, vivências musicoterápicas uma vez por semana com duração de uma hora. Foi analisado que o uso da musicoterapia é bastante eficaz quanto à mudança de sensações físicas referidas pelos acompanhantes e que houve uma melhora nos níveis físicos e psicoemocionais decorrente dos atendimentos musicoterápicos.

“Os Doutores da Alegria na unidade de internação pediátrica: Experiência da equipe de enfermagem.” (OLIVEIRA, R. R.; OLIVEIRA, I. C. dos S., 2008).

Com a doença, a criança fica impedida de desenvolver suas atividades diárias, causando, muitas vezes, sensações de dor, desconforto e mal-estar. A hospitalização leva a criança à necessidade de afastar-se da sua casa, sua escola, seus amigos para ingressar em um ambiente completamente descon-hecido, com pessoas estranhas, imersas em uma rotina totalmente diferente do seu modo de vida. Portanto, os profissionais deverão possuir uma boa com-preensão das necessidades, capacidades e dos desejos que cada criança pos-sui, tornando a assistência mais eficiente e humanizada. Os “Doutores da Alegria” atuam dando um suporte nessa assistência, uma vez que, se a essência saudável dessa criança está sendo estimuladas, elas conseqüentemente estarão mais dispostas aos procedimentos que serão realizados, o que também irá agir na melhora da sua condição de saúde, mesmo que esta não esteja especificamente centrada na cura de sua doença. Trata-se de um estudo qualitativo, realizado com dez membros da equipe de enfermagem que atuam em diferentes unidades de um hospital pediátrico do Município do Rio de Janeiro. Os temas que subsidiaram a entrevista foram: conhecimento sobre atuação dos Doutores da Alegria e a experiência profis-sional com este grupo. Foi analisado que a presença dos Doutores da Alegria influencia na melhora clínica das crianças, mas também como se dá a inter-ação, de forma bastante positiva, entre os Doutores da Alegria, os membros da equipe de enfermagem e as mães acompanhantes. Com os depoimentos, foi comprovado que a atuação dos Doutores da Alegria acarreta inúmeros benefícios às crianças hospitalizadas, como mudan-ças de comportamento diante da hospitalização, interação e socialização com outras crianças e melhoria da capacidade de enfrentamento durante o período de internação.

“O brincar enquanto instrumento terapêutico: opinião dos acompanhantes” (AZEVEDO, D. M. de; SANTOS, J. J. da S.; JUSTINO, M. A. R.; SIMPSON, C. A., 2008).

Com a hospitalização, o indivíduo é obrigado a romper com todas as

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atividades sociais, deixando de ser um indivíduo socialmente ativo para se tornar um paciente. O processo de internação hospitalar pode desencadear sentimentos confusos tanto na criança quanto nos acompanhantes, caracteri-zando o hospital como um ambiente de experiências dolorosas e significativas para toda a vida. Logo, o manejo de tal situação apresenta-se como uma tarefa difícil para a família e a criança hospitalizada, pressupondo da equipe de saúde, em especial da enfermagem, uma assistência diferenciada e peculiar a este processo. Com isso, a equipe de enfermagem deve implantar uma assistência humanizada com base nas atividades lúdicas, usando o brinquedo e outros artifícios para ajudar no tratamento da criança hospitalizada, desenvolvendo uma assistência de qualidade junto com a criança. O estudo é do tipo descri-tivo, foi realizado um questionário com o título de “Doutores da Brincadeira” e participaram da pesquisa 16 acompanhantes. Foi observado que as atividades lúdicas desenvolvidas por meio dos Doutores da Alegria desencadearam efeitos positivos como mudança de com-portamento passivo para ativo das crianças, melhor aceitação de procedimen-tos e exames, maior colaboração com a equipe de saúde, imagem mais posi-tiva da hospitalização, recuperação pós-operatória mais acelerada, diminuição de estresse para equipe e pais, como também melhor relacionamento entre profissionais, pais e crianças.

“A música associada às necessidades terapêuticas de pacientes com deficiên-cia.” (AGUIAR, S. M. H. C. A.; SANTOS, M. J. P.; SILVA, V. C. A., 2010).

Os estudos sobre a arte aplicada em espaços físicos na área de saúde e suas relações com o comportamento humano tem sido cada vez mais inves-tigados. Baseando-se no trabalho realizado pelo grupo “Doutores da Alegria”, com a experiência do teatro Clown e técnicas circenses desenvolvidas em hos-pitais, a figura do palhaço e sua atuação foram inseridas no processo de es-tímulo e recuperação de crianças; no envolvimento dos pais e na diminuição do estresse da própria equipe de saúde. A proposta deste projeto é utilizar a música e seus elementos sonoros, bem como atividades recreativas comple-mentares, junto ao paciente com deficiência, matriculado e assistido no Centro de Assistência Odontológica à Pessoa com Deficiência (CAOE) da Faculdade de Odontologia de Araçatuba/FOA - UNESP. A pesquisa foi realizada através de módulos e etapas denominadas sessões de socialização, oficinas de arte e atividades pedagógico-cultural. A reunião acontece em grupo a fim de motivar a expressão da opinião dos usuários e sua relação com a música e a arte. Durante as oficinas são utilizados instrumentos musicais possibilitando o contato e o manuseio, respeitando suas limitações de conhecimento e co-ordenação. Através da música pode-se observar uma melhora nítida na reação e comportamento dos pacientes com deficiência, promovendo descontração e bem-estar no ambiente odontológico e maior colaboração durante o trata-mento.

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“Satisfação de clientes hospitalizados em relação às atividades lúdicas desen-volvidas por estudantes universitários.” (SIMÕES, A. L. de A.; MARUXO, H. B.; YAMAMOTO, L. de R.; SILVA, L. C.; SILVA, P. A., 2010).

A hospitalização é considerada um fator estressante na vida do paciente e seus acompanhantes. Quando se realizam atividades lúdicas em unidades hospitalares, estes contribuem positivamente para uma melhor resposta no tratamento minimizando consequências negativas que esta pode acarretar. Foi realizado um estudo do tipo exploratório-descritivo com clientes internados no Hospital das Clínicas/Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC/UFTM). Participaram da pesquisa pessoas que atenderam os critérios de inclusão que receberam a visita do Grupo SARAKURA, grupo criado em 2004 com o objetivo de levar entretenimento às pessoas hospitalizadas no HC/UFTM, verificando a satisfação em relação às atividades lúdicas realizadas pelo grupo. Dos 218 pa-cientes que estavam internados e que receberam a visita do grupo respondeu a um questionário e os dados foram submetidos a análise estatística descritiva, evidenciando que os clientes avaliaram como ótimo: o período em que o grupo esteve presente na enfermaria (66,98%), o horário da visita (50%), as ativi-dades lúdicas realizadas (66,05%), os recurso materiais utilizados (70,18%), a atuação dos alunos (70,15%), e a possibilidade de outras visitas ( 86,70%). O tempo em que o grupo permaneceu teve conceito bom, (37,61%) dos par-ticipantes. A pesquisa concluiu que o trabalho do grupo SARAKURA apresentou boa aceitação, mediante a atuação de seus integrantes, que buscam promover uma cultura de respeito e de valorização da vida humana.

“A leitura mediada como estratégia de cuidado lúdico: contribuição ao campo da enfermagem fundamental.” (MENDES, L. R.; BROCA, P. V.; FERREIRA, M. de A., 2009).

O objetivo deste trabalho é utilizar a leitura mediada a criança hos-pitalizada como estratégia lúdica de identificar os sentidos atribuidos pelos sujeitos às ações de medição a leitura, caracterizar sua atribuições, e discutir a leitura mediada como estratégia expressiva/lúdica de cuidado fundamen-tal. Esta pesquisa é de natureza qualitativa e descritiva, produzidas a partir da aplicação de três técnicas: a Livre Associação de Idéias (LAI) com forne-cimentos de palavras-indutoras para a exploração dos sentidos, a entrevista semiestruturadas baseadas em roteiros de questões abertas e a observação participante da dinâmica da enfermaria e dos sujeitos quando da realização da leitura mediada. Participaram da pesquisa 10 crianças hospitalizadas de am-bos os sexos, 10 acompanhantes, sete mediadores de leituras e 10 membros da equipe de enfermagem, totalizando 37 sujeitos. A análise de conteúdos dos depoimentos das crianças e acompanhantes delineou categorias temáticas que evidenciaram os atributos e os benefícios do cuidado, por meio do lúdico pode-se fazer fluir a criatividade e sensibilidade humana de diferentes modos e for-

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mas, quando aplicado ao cuidado. Considerando-se os resultados, entende-se que o ato de cuidar não compreende apenas o tratamento da doença mediante uma intervenção puramente técnica, mas envolve principalmente a interação e trocas entre clientes e a equipe de enfermagem.

“Diversão em movimento: um projeto lúdico para crianças hospitalizadas no Serviço de Oncologia Pediátrica do Instituto Materno Infantil Prof. Fernando Figueira, IMIP.” (PEDROSA, A. M.; MONTEIRO, H.; PEDROSA, F.; MELO, C., 2001).

O projeto Diversão em Movimento foi implantado em 2003 no Insti-tuto Materno Infantil de Pernambuco/PE (IMIP), utilizando a iniciativa de hu-manização hospitalar, que utiliza o lúdico como recurso terapêutico. O objetivo dessa pesquisa é de proporcionar o direito à criança de brincar e de oferec-er entretenimento educativo às crianças internadas na unidade de Oncologia pediátrica do IMIP, dando continuidade ao seu desenvolvimento na área física, afetiva, cognitiva, pessoal e social, favorecendo também uma melhora clínica e facilitando a prática da equipe de enfermagem. A coleta de dados foi através do método de observação e de aplicação de questionário, que permitiram aval-iar os pacientes e seus acompanhantes. Participaram da pesquisa crianças/ adolescentes de ambos os sexos, na faixa etária de 0 a 21 anos de idade, uma psicológa, um blibiotecário, dois médicos, uma terapeuta ocupacional e alguns voluntários, os recursos lúdicos utilizados foram: livros, brinquedos, papéis, lápis de cor e hidrocor. Foi disponibilizado ainda um carrinho de curativo adap-tado para percorrer as enfermarias, proporcionando diversão e descontração; daí surgiu o nome Diversão em Movimento. O resultado obtido da pesquisa foi de que o projeto atingiu o objetivo de tornar o ambiente hospitalar mais agradável à criança e permitiu de forma fa-vorável, a continuidade do desenvolvimento humano, através do prazer de ler e de brincar, sendo o lúdico, portanto, uma ferramenta eficaz para minimizar os medos e angústias decorrentes do processo de hospitalização.

“E agora doutor, onde vou brincar? Considerações sobre a hospitalização infan-til.” (PARCIANELLO, A. T.; FELIN, R. B., 2008).

O objetivo dessa pesquisa propõe através de uma revisão de litera-tura, compreender e identificar os fatores envolvidos na hospitalização infan-til, mostrando os prejuízos que uma hospitalização pode causar à criança e a importância da humanização no hospital. A criança costuma vivenciar grande desconforto, insegurança e sofrimento psíquico em função do afastamento dos pais, amigos, escola, de sua casa e de seus brinquedos, pela submissão à pas-sividade, pela restrição ao leito, pela obediência aos procedimentos e pelo per-igo real de morte. A pesquisa foi dividida em três partes: na primeira, procura mostrar os prejuízos que uma hospitalização pode causar numa criança, apon-tando as consequências que ela gera no seu desenvolvimento psíquico, físico

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e intelectual. Na segunda parte, busca abordar as possibilidades de humani-zação, mostrando a importância de promover atividades de valorização do ser humano com o oferecimento de atividades lúdicas, solidariedade aos seus fa-miliares, profissionais de saúde e pacientes. E por fim, a terceira parte procura enfatizar o papel das atividades do brincar no contexto hospitalar. Por tanto, este estudo mostra a importância do brincar à criança hospi-talizada e os benefícios que este traz aos seus familiares, isso ocorre através de um ambiente de ludoterapia acolhedor e seguro, pois ele permite que a cri-ança perceba que tem condições para melhor elaborar e adaptar ao processo de hospitalização.

“O brinquedo no hospital: Uma análise da produção acadêmica dos enfermei-ros brasileiros.” (LEITE, T. M. C.; SHIMO, A. K. K., 2007).

É notável o prejuízo e os desconfortos causados pela hospitalização in-fantil, uma vez que a criança internada muda sua rotina, deixando de fazer o que normalmente gosta, passando a ficar deprimida. A rotina hospitalar é outro fator que contribui para o aumento desses desconfortos, pois a criança não se acostuma com as mudanças de funcionários a cada turno, que nem sempre estão fixos para o cuidado das mesmas crianças, dificultam ainda mais a aproximação entre profissional e paciente. A presença da brinquedoteca nos hospitais é bastante relevante, pois a criança tem um espaço onde pode brin-car e reduzir a dor e o estresse causado pela intenção. Existem dois tipos de brinquedo, o normativo: que são atividades que constitui alcançar um objetivo e o terapêutico que necessita de um profissional para direcionar a criança, o brinquedo terapêutico fundamenta-se nas próprias funções do brinquedo, que tem como objetivo diminuir a ansiedade da criança. Consiste em um estudo analítico reflexivo da produção acadêmica brasileira sobre o uso do brinque-do no hospital pelos enfermeiros pediatras, em programas de pós-graduação strictu sensu. De acordo com a análise, foi observado que as crianças utilizar-am o brinquedo como forma de comunicação, evidenciando seus medos. O brinquedo pode proporcionar mudança no comportamento, além de facilitar a interação da equipe de enfermagem com a criança. Foi observado que os enfermeiros reconhecem o lúdico como um método importante no at-endimento à criança embora o tecnicismo se mantenha ainda presente nas atividades diárias.

“Brinquedoteca hospitalar: Direito das crianças e adolescentes hospitalizados.” (PAULA, E. M. A. T. de; FOLTRAN, E. P., 2007).

Com os movimentos de humanização nos hospitais foi analisada a im-portância da brinquedoteca nesse ambiente, tornando-se obrigatório a sua in-stalação, sendo dessa forma um direito de crianças e adolescentes internados, assegurado por lei. A internação promove uma série de alterações na rotina e na vida da criança, do adolescente e dos seus familiares. O brincar e o rir são

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atividades essenciais à saúde física, emocional e intelectual de todo ser hu-mano. Os Doutores da Alegria tem fundamental importância nesse processo, uma vez que a utilização do lúdico como um processo terapêutico ajuda na melhora clínica desses pacientes. A pesquisa consiste em compreender ativi-dades lúdicas que são realizadas quatro vezes por semana em um determinado hospital. Os pacientes atendidos possuem uma faixa etária de 0 a 14 anos de diferentes cidades do Paraná. Observou-se que, no início do projeto, algumas crianças permaneciam deitadas e com pouca interação com os acadêmicos. Com o passar das ativi-dades lúdicas cotidianas, os pacientes já começaram a reconhecer os acadêmi-cos e modificaram seus padrões comportamentais, melhorando a afetividade. A equipe de enfermagem também relatou resultados na melhora do humor e da interação com os pacientes.

“A musicoterapia na sala de espera de uma unidade básica: assistência, auto-nomia e protagonismo.” (PIMENTEL, A. de F.; BARBOSA, R. M.; CHAGAS, M., 2011).

O estudo revela os conflitos gerados na fila de espera das Unidades Básicas de Saúde, enfatizando a importância de uma relação humanizada. A sala de espera está presente na maioria dos dispositivos de atenção à saúde, como nos hospitais e em unidades básicas. É um lugar público, onde as pes-soas aguardam o atendimento de saúde. Um espaço onde estão presentes in-divíduos com culturas diferentes, que emergem através do processo interativo, por meio da linguagem. O objetivo da musicoterapia nesse ambiente é tentar estimular a atuação dela a partir do que se expressa. Instiga a utilização de instrumentos, do canto, do corpo como instrumento sonoro, e a percepção dos sons que envolvem o ambiente. O participante é mobilizado a sair da postura passiva. Trata-se de uma pesquisa qualitativa com o objetivo de analisar os efeitos positivos decorrente da musicoterapia na sala de espera de uma uni-dade básica de saúde no município de Nova Iguaçu. A musicoterapia foi escolhida como estratégia de intervenção porque a sua prática envolve o encontro com o outro, fortalecendo o vínculo entre o usuário e a Unidade Básica. Os usuários com o uso das atividades musico-terápicas se sentiram acolhidos e seguros, com paciência para espera a hora de seu atendimento e retornar a USB sempre que necessário nem nenhum transtorno.

“A arterapia e o desenvolvimento do comportamento no contexto da hospitali-zação.” (VALLADARES, A. C. A.; CARVALHO, A. M., 2006).

A arteterapia é uma forma de linguagem que permite o indivíduo se co-municar melhor com os outros, tendo como aliada a expressão não verbal que é de fundamental importância na ação terapêutica da criança, uma vez que o comportamento revela alguns movimentos de postura, gestos, olhares e ex-

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pressão emocional. Possibilitando dessa forma a criança não só a liberdade de expressão, mas também a sua autonomia criativa, proporcionando um desen-volvimento emocional e social. Portanto, o uso da arteterapia é de fundamental importância na vida de todos os indivíduos e pode ter um grande valor na vida daqueles que encotram-se hospitalizados com uma ou várias patologias. Logo, o estudo do não verbal favorece a capacidade do profissional de saúde a perce-ber com maior eficácia os sentimentos do paciente, seus medos, desconfortos, dúvidas e dificuldades de verbalização. O estudo é de abordagem quantitativa e delineamento quasi-experimental. Participaram da amostra vinte crianças entre sete anos e sete meses e dez anos e onze meses de idade de ambos os sexos, hospitalizadas no Hospital de Doenças Transmissíveis de Goiânia/Goiás. Sendo que dez compuseram o grupo experimental que passou por interven-ções de arteterapia e outras dez, o grupo controle que não vivenciaram esta experiência. Foi observado que o grupo experimental apresentou mudanças no com-portamento, sobretudo quanto a se mostrarem mais sossegadas, reflexivas, relaxadas, rápidas, atentas e participativas, ocorrendo um alívio de tensões. Porém, o grupo de controle continuou do mesmo jeito, sem alterações. Logo, a arterapia é uma medida positiva para melhorar o sentido de imaginação, cri-ação e curiosidade da criança internada, reduzindo sua ansiedade e estresse.

“A comunicação no cuidado: uma questão fundamental na enfermagem.” (FER-REIRA, M. A., 2006).

A Enfermagem é uma profissão em que o cuidar é a sua verdadeira es-sência. Contudo, o cuidar não implica somente uma ação técnica, mas tam-bém sensível, que envolve o contato entre o paciente não apenas através da fala como também do toque, do olhar, e do ouvir. As respostas objetivas ao cuidado prestado devem ser buscadas na expressão do cliente, nas suas opin-iões e gestos, através da comunicação não-verbal. Logo, não devemos ignorar os sentidos que o indivíduo hospitalizado atribui à experiência de participar dos cuidados de enfermagem na instituição hospitalar. O trabalho tem como base o referencial teórico da enfermagem fundamental, participaram da pesquisa vinte e oito pacientes adultos, de ambos os sexos, internados no setor de clínica médica de um hospital universitário. O resultado mostrou que o ato de se comunicar não se resume somente com palavras, pois quando o corpo do cliente é tocado durante o cuidado são transmitidas mensagens que serão traduzidas pelo paciente a partir dos seus próprios sentidos. Além disso, é necessário levar em conta que o tratamento e a cura não ocorrem somente pelo processo medicamentoso, pois a patolo-gia não habita um corpo material biológico somente, mas o corpo de um ser sensível, e que se expressa. Por isso o cuidado humanizado é extremamente importante e o diálogo é uma das suas principais ferramentas.

“A emergência das emoções e sentimentos de pacientes adolescentes portado-

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res de câncer, através da canção.” (SILVA, F. O.; SÁ, L. C. de, 2006).

Atualmente tem-se falado da importância de uma assistência humani-zada, onde os aspectos físicos, sociais e culturais do paciente precisam ser le-vados em conta para uma melhor assistência. Um adolescente, ao receber um diagnóstico de câncer, passa a vivenciar outra rotina, algo inesperado, o que acaba modificando a sua vida, ocorrendo um novo processo de adaptação, ge-rando uma situação estressora. Na busca de atender às diversas necessidades do adolescente em tratamento contra o câncer, profissionais têm procurado de-senvolver uma atuação mais interdisciplinar, considerando os vários fatores di-retamente ligados à doença e a esta fase do desenvolvimento. Entre os profis-sionais pode-se destacar o musicoterapeuta que atua no sentido de acolher o ser humano, considerando-o em suas três dimensões: corporal, mental e espiritual. O objetivo do estudo é mostrar que por meio da canção os pacientes portadores de câncer podem diminuir o medo e estresse decorrentes da sua hospitalização e do seu processo patológico. A pesquisa foi realizada por meio de uma abordagem clínico-qualitativa em um hospital de câncer da região cen-tro-oeste. A coleta de dados deu-se a partir dos atendimentos musicoterápicos realizados com 20 pacientes de 10 a 21 anos, internados no referido hospital, em um total de 54 atendimentos, no período de dois meses. Foram aplicados dois questionários, um antes e o outro após o atendimento musicoterápico, com o objetivo de verificar possíveis mudanças na sintomatologia do estresse psicofisiológico dos adolescentes. O resultado mostrou que a experiência musical possibilitou a expressão direta de emoções e referente ao estresse houve uma redução. Uma vez que uma das primeiras reações diante de uma situação alarmante é a luta ou a fuga. Assim, pode-se entender que, apesar de existir o desejo de fugir, os pacientes escolheram lutar pelo tratamento, enfrentando a situação estres-sora.

“Lidando com a morte e o luto por meio do brincar: A criança com câncer no hospital.” (ALMEIDA, F. de A., 2005).

A criança hospitalizada com diagnóstico de câncer experimenta uma situação de contínuo enfrentamento com a morte, sendo o tratamento um pro-cesso prolongado e marcado por muitos procedimentos invasivos e dolorosos. Ela convive com a proximidade da morte em relação a si própria e aos colegas de enfermaria, percebendo a deterioração do seu estado geral e o falecimento das outras crianças. Além disso, a criança teme o sofrimento causado pelo tratamento e pelas separações frequentes da família e do ambiente escolar. Trata-se de uma pesquisa descritiva, de abordagem qualitativa, desenvolvida na unidade oncológica de um hospital pediátrico governamental, na cidade de

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São Paulo. A amostra constituiu-se de 33 relatórios de sessões de brinquedo terapêutico realizadas por alunos do último período do curso de graduação em enfermagem. O resultado mostrou que a criança não consegue ter equilíbrio emocion-al se não se sente bem adaptada. Em relação às crianças portadoras de câncer, embora os períodos prolongados de hospitalização permitam uma adaptação melhor, a diminuição na atividade de brincar pode se justificar pelas diversas perdas enfrentadas pela criança e que lhe causam grande sofrimento. Dessa forma, apesar da situação de crise vivida por ela, seu ego ainda se encontra fortalecido.

“Produção de modelagem em sessões de arteterapia no contexto hospitalar pediátrico.” (VALLADARES, A. C. A.; CARVALHO, A. M. P.; 2005).

Na ludoterapia, musicoterapia, expressões artísticas, como também na modelagem, as crianças expõem a si mesmas, isto é, todo seu contexto social, suas percepções sobre o mundo, sua identidade, seu processo de criação, lib-ertação e imaginação. As produções artísticas podem contribuir na melhora do desenvolvimento emocional das crianças. A arteterapia é uma medida tera-pêutica importante no tratamento de pacientes hospitalizados, onde tem como objetivo diminuir o medo e as tensões decorrentes da internação. A pesquisa foi realizada de acordo com a abordagem quantitativa, com deline-amento quasi experimental. Participaram do estudo vinte crianças, sendo que dez crianças participaram do grupo experimental e as outras dez do grupo de controle. O presente estudo mostrou que os pacientes que participaram dos processos ludoterápicos obtiveram uma melhora significativa no seu tratamen-to, principalmente no que diz respeito ao desenvolvimento cognitivo, afetivo, psicomotor e social. A arteterapia mostrou-se eficaz na avaliação das variáveis referentes à seqüência das fases e à qualidade de produção da modelagem da criança hospitalizada, pois o poder do lúdico e da arte é um método eficaz contra o estresse, seja para auxiliar na integração dos dois lados do cérebro da cri-ança, na manutenção do seu bem-estar e equilíbrio, estimulando sua alegria, proporcionando-lhe conforto e mudança no comportamento. Além de contribui para uma melhora significativa no processo de hu-manização da assistência, gerando maior bem-estar aos pacientes e uma mel-hor comunicação com a equipe de enfermagem devido à liberdade de comuni-cação e expressão.

“Transformação da sucata hospitalar em sessões de arteterapia na internação pediátrica” (VALLADARES, A. C. A CARVALHO, A. M. P., 2006)

A arteterapia é uma medida terapêutica que melhora o processo de comu-nicação entre as pessoas, além de se constituir num meio de expressão e de criação, é uma prática que trabalha com a educação, saúde, arte e ciên-

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cia, buscando resgatar a dimensão integral do indivíduo. A arteterapia tem como objetivo primordial a criação da imagem, da criatividade e da expressão humana, onde o profissional arteterapeuta busca construir um repertório de informações relativo a cada modalidade. A hospitalização infantil constitui experiências estressantes e traumáticas, sendo um fator contribuinte para o aparecimento de distúrbios comportamentais e patológicos na criança. A pesquisa trata-se de um estudo do tipo exploratório descritivo de abord-agem qualitativa, fundamentado na análise e observação da transformação da sucata hospitalar, através das crianças internadas. O local do trabalho foi a ala C - Pediátrica do Hospital de Doenças Tropicais (HDT), de Goiânia (GO). Os sujeitos que participaram da pesquisa foram vinte crianças, entre sete e dez anos de idade, de ambos os sexos, internados na referida instituição. O resul-tado do trabalho mostrou que as crianças com o manuseio da sucata hospitalar puderam ser trabalhadas em seus aspectos gerais: emocionalmente, física e social. O paciente pediátrico durante seu desenvolvimento normal, explora e interage com o meio de forma contínua, quando lhe são oferecidas oportu-nidades em ambientes favoráveis. A criança manipula e transforma a sucata hospitalar em recursos valiosos como a imaginação, a fantasia, a realização, surgindo por meio dessa criação a continuação do brincar, um processo que geralmente é interrompendo quando a criança se submete a internação.

“O impacto da hospitalização em crianças de 1 a 5 anos de idade.” (OLIVEIRA, G. F. de.; DANTAS, F. D. C.; FONSÊCA, P. N. da, 2003).

A criança quando submetida ao processo de hospitalização na maioria das vezes tem um reação negativa a esse lugar desconhecido que é o ambiente hospitalar, uma vez que suas atividades diárias como brincar e ir para escola são interrompidos, sendo o hospital um local que ocasiona medo, tensão e es-tresse a esse tipo de paciente. Logo, cabe ao profissional avaliar os estímulos presentes no ambiente a partir do ponto de vista da criança e protegê-la dess-es elementos visuais, auditivos, ameaçadores e desconhecidos. Participaram 56 crianças de 1 a 5 anos de idade, internadas no Hospital Pediátrico Monsen-hor Pedro Rocha, no município do Crato, estado do Ceará, por um período de três meses. Dessas, 28 crianças estavam internadas com acompanhamento de familiares e 28 não dispunham de acompanhantes. O objetivo do estudo era identificar as reações físicas e emocionais das crianças de 1 a 5 anos de idade. A pesquisa constatou que as crianças sem acompanhamento constante, apresentaram um maior número de reações físicas durante o processo de internação quando comparadas ao número das reações demonstradas pelas crianças com acompanhamento familiar con-stante. O presente estudo demonstrou a importância da presença dos pais ou familiares junto à criança hospitalizada. Esses podem contribuir efetivamente para melhorar a assistência à criança e a sua adaptação, cooperando e aju-dando a equipe da área de saúde.

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“Benefícios das atividades lúdicas na recuperação de crianças com câncer.” (BORGES, E. P.; NASCIMENTO, M. do S. B.; SILVA, S. M. M., 2008).

Este pesquisa foi realizada com o objetivo de mostrar os benefícios que as atividades lúdicas proporcionam às crianças em tratamento oncológico, quando elas estão hospitalizadas passam a conviver com uma série de re-strições devido ao tratamento, na maioria das vezes dolorosos e invasivos, que acabam comprometendo seu desenvolvimento. Nesse quadro em que a criança se encontra há necessidade de adaptar-se a novos horários e relacionar-se com pessoas desconhecidas e, sobretudo, experimentar a angústia que causa a própria doença. No ambiente hospitalar as atividades lúdicas permite que a criança se sinta melhor no cotidiano de sua internação e resgata as brinca-deiras que realizava em seu ambiente familiar, antes da hospitalização. Essa pesquisa foi realizada de forma quantitativa e qualitativa no setor de Pediatria do Instituto Maranhense de Oncologia Adenora Belo (IMOB) e na Casa de Apoio a Criança Feliz, ambos situados em São Luis (MA), com 12 crianças na faixa etária entre dois e 10 anos de idade e suas respectivas mães. Os instrumentos da coleta de dados foram: entrevistas com a genitora, observações lúdicas e relatos das crianças. Conclui-se que o brincar é essencial no tratamento dos pequenos com câncer e hospitalizados. Seus benefícios cen-tralizam-se no fortalecimento da alegria infantil, na promoção da socialização e bem-estar, na aceitação e na promoção do tratamento.

“A arte do teatro Clown no cuidado às crianças hospitalizadas.” (LIMA, R. A. G.; AZEVEDO, E. F.; NASCIMENTO, L. C.; ROCHA, S. M. M., 2009).

O objetivo desse estudo visa explorar a experiência da utilização da arte do teatro clown no cuidado as crianças hospitalizadas, a partir de uma ativi-dade desenvolvida por alunos de cursos de graduação da área de enfermagem. Na vida da criança o brincar é fundamental para que seu crescimento e desen-volvimento sejam harmônicos. No hospital, o brincar torna o ambiente menos traumatizante e mais alegre, o que contribui para a recuperação da criança, algumas estratégias podem ser implementadas, como a presença constante de seus familiares. Foi realizada uma pesquisa de abordagem qualitativa, cujos dados empíricos foram analisados segundo a análise temática de conteúdo, os quais foram agrupados ao redor dos seguintes temas: expressões artísticas como forma de comunicação, participação do binômio criança/acompanhante e o clown como recurso terapêutico. Participaram da pesquisa 20 crianças inter-nadas na Clínica Pediátrica de um hospital-escola do interior do estado de São Paulo e 11 participantes da Cia do Riso. Os materiais utilizados foram: músicas, dramatização, literatura infantil e mágica, sendo a música a expressão mais usada acompanhada por instru-mentos musicais (violão, flauta e pandeiro). Os resultados indicaram que esta

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experiência constituiu para uma intervenção concreta que valoriza o processo de desenvolvimento infantil, pois abre espaço para a fantasia, o riso, a alegria e a aprimoração do cotidiano hospitalar.

“A inserção do lúdico no tratamento da SIDA pediátrica.” (DRUMMOND, I.; PINTO, J. A.; SANTANA, W. S. B.; MODENA, C. M.; SCHALL, V. T., 2009).

O brincar é uma condição inerente à infância, possuindo uma dimensão simbólica e funcional. Este trabalho descreve o significado atribuído por crian-ças soropositivas que utilizam a brinquedoteca Hortência de Hollanda no ambu-latório Orestes Diniz em Belo Horizonte que atende a família de todo o estado de Minas Gerais. A pesquisa foi realizada de forma qualitativa de natureza semi estruturada, através da observação dos participantes. Foram entrevistados 57 sujeitos sendo 14 crianças e adolescentes, 14 acompanhantes, 24 membros da equipe técnica do ambulatório. A escolha das crianças e adolescentes foi orientada pelos critérios: frequência a brinquedoteca, soropositividade e con-sentimento em participar da pesquisa. Os sujeitos da pesquisa foram entrevistados individualmente com dia. A análise dos dados permitiu que, para o grupo entrevistado, o brincar trouxe uma grande contribuição na humanização do ambulatório, para o tratamento das crianças e favorecimento da adesão. Constatou que as atividades obser-vadas no espaço demonstraram ir além do público-alvo, alcançando também seus familiares. As trocas de experiências e compartilhamento de vivências com outros familiares que frequentaram a brinquedoteca possibilitou uma elaboração e reflexão da condição da soropositividade.

“A humanização do trabalho para os profissionais de enfermagem.” (AMESTOY, S. C.; SCHWARTZ, E.; THOFEHRN, M. B., 2006).

O objetivo desse trabalho é conhecer a opinião e percepção da equi-pe de enfermagem sobre a humanização do processo de trabalho, visando desenvolver um cuidado de qualidade ao cliente. Os autores desta pesquisa compreendem que o objeto do processo de trabalho da enfermagem é o ser humano doente que busca encontrar a execução do cuidado terapêutico pela equipe de enfermagem que consistem em meios que visam o alcance da sat-isfação das necessidades humanas. O estudo é de abordagem qualitativa com dados coletados por meio de entrevista semi estruturada, realizadas com sete profissionais de enfermagem da Unidade de Terapia Intensiva da Santa Casa de Misericórdia de Pelotas/RS. Os dados foram analisados através de suces-sivas leituras, obtendo-se duas categorias: humanização do processo de tra-balho e lacunas da humanização no processo de trabalho. Os resultados esperados foi que no ambiente hospitalar a humanização ainda mantém-se enfatizada na figura pessoa-cliente, evidenciando a pouca atenção ao cuidado e à humanização do sujeito-trabalhador. Os autores col-cluiram que a temática em questão é bastante abordada na literatura, porém,

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na realidade prática, como envolve mudança de comportamento somente poderá se efetivar mediante a internalização da proposta de humanização pe-los sujeitos-trabalhadores das instituições de saúde.

“Estratégias de recreação implementadas e mediadas pela enfermagem du-rante o tratamento de crianças com leucemia.” (PAIXÃO, A. C. T.; SILVA, F. M. G; FONSECA, J. F.; VIANA, V. E., 2008)

O objetivo desse trabalho é realçar a impotância da implementação de estratégia de recreação mediadas pelo profissional de enfermagem durante o tratamento de uma criança com leucemia, utilizando recursos lúdicos como musioterapia, arteterapia, terapia assistida por animais, arte circense, arte-sanato, literatura terapêutica, brinquedoteca e terapia floral, criando um ambi-ente harmônico correspondente a cada faixa etária. O tipo de pesquisa foi defi-nido com amostragem bibliográfica. Para a seleção dos artigos foram utilizados SCIELO e BIREME como base de dados e o Google Acadêmico como busca de artigos científicos, dispondo de 24 artigos para amostra de revisão além de 3 livros utilizados. O brincar tem sido reconhecido pela sua função terapêutica, que atua na modificação do ambiente, do comportamento, e principalmente da estrutura psicológia da criança no transcurso de seu tratamento. Utilizar-se dos recursos lúdicos tem-se mostrado um catalisador no pro-cesso de recuperar a capacidade de adaptação da criança no ambiente hospita-lar. Os dados pesquisados pelos autores mostraram que o brincar constitui-se de fato em um recurso viável, adequado e importante para o enfrentamento da hospitalização e pode ser o mais utilizado quando a criança encontra apoio nas ações institucionais que disponibilizam recursos humanos e materiais para esse ato.

“O brincar na sala de espera de um Ambulatório infantil: a visão dos profis-sionais de saúde” (NASCIMENTO, L. C.; PEDRO, I. C. da S.; POLETI, L. C.; BORGES, A. L. V.; PFEIFER, L. I.; LIMA, R. A. G., 2011).

O objetivo desse estudo foi compreender, na perspectiva dos profissio-nais de saúde, o significado do uso do brincar/brinquedo em sala de espera de um ambulatório infantil. Trata-se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa, que foi realizado num ambulatório de pediatria de um Hospital Uni-versitário do interior de São Paulo. Realizaram a pesquisa utilizando questões semi estruturadas com 11 profissionais de saúde, sendo seis auxiliares de en-fermagem, uma enfermeira, um médico contratado e três médicos residentes. Para a análise dos dados utilizaram a Análise de Conteúdo. O processo de análise permitiu a identificação de dois temas: reconhecimento do brincar/brinquedo e lidando com as limitações. O resultado evidenciou que o brincar mostra-se como uma estratégia de cuidado a criança, pois ameniza o tempo de espera nesse ambiente altera positivamente o comportamento e valoriza o processo do desenvolvimento das mesmas, além de melhorar a comunicação e

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a interação com os profissionais de saúde.

“Credibilidade e efeitos da música como modalidade terapêutica em saúde.” (FONSECA, K. C.; BARBOSA, M. A.; SILVA, D. G.; FONSECA, K. V.; SIQUEIRA, K. M.; SOUZA, M. A., 2006).

A musicoterapia é uma terapêutica que não apenas contribui para a humanização dos cuidados em saúde, mas também constitui uma forma ino-vadora simples e criativa para o alivio da dor. Para que gosta da música, ev-idencia-se uma sensação de paz, alegria, tranquilidade, descontração e bem estar. O objetivo desse estudo visa analisar a percepção dos profissionais mu-sicoterapeutas sobre a credibilidade e aceitação da música em seus clientes. A pesquisa, de natureza descritiva exploratória com abordagem qualitativa e foi realizada no município de Goiânia-GO. O local para a realização da pesquisa foram quatro hospitais da rede pública de saúde junto com 15 musicoterapeu-tas. A coleta de dados foi através de entrevistas gravadas e transcritos pelo método de Análise de Conteúdo. A musicoterapia pode proporcionar sensações diversas no organismo do ser humano e agir não somente como forma curativa, mas também contribuir no processo de aprendizagem e interação. Os autores relatam que o efeito da música é capaz de proporcionar ao cliente sensações de conforto e paz e ameniza o sofrimento pelo tempo de internamento mesmo que a musicotera-pia não receba a credibilidade de alguns pacientes e parte da população leiga a recusa pela mesma não acontece.

“Dr. amoroso: Um trabalho de apoio social na humanização hospitalar.” (CAR-VALHO, F. G. R.; RODRIGUES, P. R. G., 2007).

O trabalho voluntário de humanização hospitalar tem sido um impor-tante papel dentro de hospitais que acreditam na recuperação do paciente tratando não só da doença, mas do paciente enquanto ser humano de forma integral unindo o lado emocional e psicológico durante a internação. O objetivo desse trabalho foi estudar o apoio direcionado as crianças internadas em forma de brincadeiras e palhaçadas e quais consequências este tipo de humanização pode trazer para os voluntários. O trabalho foi realizado no Pronto Socorro Municipal de Taubaté-SP no período de abril a novembro de 2006. A população da pesquisa foi composta por 03 médicos, 02 enfermeiros/auxiliares de enfermagem, 06 acompanhantes dos pacientes internados e o Doutor Amoroso. A entrevista foi o instrumento utilizado para a coleta de dados dos pacientes e seus acompanhantes, para os demais participantes da pesquisa foi utilizado um questionário. Os resultados das entrevistas foram comparados através do método qualitativo. Durante a coleta de dados foi observado que a humanização no ambiente hospitalar pos-sui um caráter realmente transformador, uma vez que traz uma vida nova para dentro da instituição.

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Antes da chegada do palhaço Dr. Amoroso o ambiente hospitalar era frio e puramente profissional marcado pela dor e choro das crianças que aguardava o chamado médico. Os procedimentos eram semelhantes a qualquer outra in-stituição que apenas visa medicar os pacientes sem qualquer preocupação de abalar psicologicamente o medo de esta ali. Com a chegada do palhaço Dr. Am-oroso o ambiente se tornou mais humanizado e alegre sem dores ou choros, ele conseguiu envolver funcionários, acompanhantes e pacientes com suas piadas, brincadeiras e sua sacola cheias de objetos como: bexigas de torcer, bolas, máscaras e pirulitos, resgatando uma alegria que parecia não existir. Somente em um ambiente humanizado é que se pode entender o ser humano por dentro, considerando suas emoções e sentimentos, medos e ansiedades principalmente quando se trata de crianças referentes a algo novo em sua vida que é a doença.

“O cuidado de enfermagem a criança por meio da brinquedoteca hospitalar” (GRASEL, J. T.; NICOLA, G. da O.; BISOGININ, P.; FREITAS, H. M. B. de.; COELHO, F. H.; DIAS, M. V., 2011).

O internamento infantil é um momento de grandes modificações da vida diária da criança e de seus acompanhantes. Diante disso, a equipe de saúde que recebe a criança no ato do internamento precisam encontrar meios de amenizar a ansiedade que vem acompanhada do medo do desconhecido, sendo a ludicidade uma das estratégias de inovar o ambiente hospitalar. Este trabalho refere a um relato de experiência de um projeto de extensão intitu-lado “Ludicidade em ambiência hospitalar: uma estratégia multidiciplinar no cuidado a criança”. O objetivo é de integrar a equipe multidiciplinar ao cuidado da criança internada na sala lúdica. Os sujeitos dessa pesquisa foram as crianças in-ternadas na unidade pediátrica e seus familiares. O projeto foi desenvolvido em um hospital de pequeno porte na região central do Rio Grande do Sul. As atividades desenvolvidas pelo projeto tiveram início em março de 2010 com a criação da sala lúdica nomeadas pelos integrantes de IMAGINOTECA que aconteciam a partir de encontros semanais com duração de 2 horas com toda a equipe envolvida onde são apresentados seminários sobre o internamento hospitalar para crianças e seus familiares e a ludoterapia no ambiente hospita-lar. As oficinas ofereciam também confecções de pufs com materiais recic-láveis para decoração da sala lúdica e realizavam esculturas com balões com o intuito de distrair e interagir as crianças de uma forma alegre, divertida e inovadora à permanência em ambiência hospitalar. A brinquedoteca é um lugar destinado para a estimulação do brincar por meios das variedades dos brinque-dos encontrados no local. Os autores relatam que a sala lúdica traz novas perspectativas de tra-balho, estudos no contexto acadêmico, viabilizando aos discentes a pesquisa-ação como método de desenvolvimento da criatividade e da reflexão no con-

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texto assistencial.

“O brincar na assistência de enfermagem à criança hospitalizada” (RODRI-GUES, I.; MARANHÃO, D. G., 2000).

O objetivo desse artigo é refletir sobre a importância do brincar na as-sistência de enfermagem à criança hospitalizada onde o foco principal é sobre a organização de um ambiente lúdico na assistência de enfermagem. Brincar é uma atividade essencial na vida da criança onde ela desenvolve seu bem estar mental emocional e social. Quando ela brinca é capaz de inventar, criar, desenvolver, liberar afeto, refazer o mundo criado por ela mesma e pra quem estiver disposto a entrar nesse mundo mágico. A enfermagem compete as-sistir a criança e seus familiares em suas necessidades básicas fisiológicas, se segurança física e afetiva e de desenvolvimento. Para cuidar da criança o enfermeiro precisa ter clareza sobre o conceito de humanização colocando em prática com seus pacientes e familiares o que implica inclusive em avaliar o estágio de desenvolvimento sob seus cuidados, orientar a família sempre que acontecer algum procedimento, promover a interação com a equipe multidis-ciplinar e com outras crianças que estiverem na mesma enfermaria ou setor, nesse caso a atividade lúdica é uma grande estratégia. Para a importância da atividade lúdica, os pais podem participar sendo orientado dos brinquedos disponíveis, local de lazer e localização da brinque-doteca. A equipe de enfermagem que esta sempre interagindo com o binômio mãe/filho pode contribuir no esclarecimento dos pais visando o aperfeiçoamen-to na aquisição e escolhas dos brinquedos para o filho e também para a sua recuperação. Para a criança internada não basta somente o cuidado físico é necessária uma assistência de enfermagem mais humanizada, utilizando a brincadeira como parte integrante no cuidado a essas crianças hospitalizadas.

“O lúdico na humanização do ambiente hospitalar: os terapeutas da alegria em ação” ( CORAZZA, H, F, 2007).

Este estudo relata uma experiência realizada durante as visitas do Pro-jeto Terapeutas da Alegria no Hospital Infantil Joana de Gusmão em Flori-anópolis (SC) em 2004. O objetivo é analisar os fundamentos e benefícios do trabalho voluntário em relação às crianças e seus acompanhantes, sendo que o tratamento prestado ao paciente quando se refere a uma criança deve ser visto de uma forma diferente. O paciente em si tem medo, angústia, alegria, dor, sentimentos esses que, devem ser levado em consideração pela equipe de saúde durante seu tempo de internamento. Quando se trata de crianças elas sentem a necessidade de brincar, pin-tar, correr, atividades que fazer parte da vida diária. O lúdico faz parte da na-tureza infantil e como alguns hospitais não dispoem de atividades e brinquedos

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para as crianças internadas elas podem se sentir mais oprimidas e estressadas. E para minimizar tal situaçãoos grupos de voluntários de humanização reali-zavam seus trabalhos na tentativa de levar alegria e risos e diminuir assim o sofrimento e a dor. Em decorrência das visitas realizadas pelos Terapeutas da Alegria, foram registradas várias mudanças dos setores por onde eles passar-am onde o riso era visto com mais frequencias no rosto das crianças e alguns equipamentos hospitalares eram usados para motivar e descontrair. As visitas dos voluntários Terapeutas da Alegria aconteciam semanalmente às quartas feiras e participavam as crianças internadas de ambos os sexos entre zero e quinze anos de idade. Portanto a necessidade de trabalhos de humanização nos hospitais para tentar amenizar a situação da criança enferma fazendo que o trabalho da equi-pe multidiciplinar torne mais flexível e que a hospitalização não seja tão es-tressante e traumatizante.

6 Considerações finais

A criança hospitalizada é um paciente que requer uma maior atenção da equipe de enfermagem. A criança tem medo da figura do enfermeiro, dos procedimentos que serão realizados e do próprio ambiente hospitalar, aumen-tando dessa forma, a intensidade da dor e stress. Para isso, é necessário que ela encontre em nós a confiança necessária para poder relatar tudo que está sentindo naquele momento: suas angústias, dores e desconfortos. A utilização do lúdico como uma medida terapêutica de acordo com a revisão sistemática de artigos científicos, possibilita afirmar que com técnicas clown de teatro, com a musicoterapia, a presença da brinquedoteca nos hospitais e as suas manifes-tações decorrentes como o riso, tem-se um efeito benéfico. Promovendo, des-sa forma uma melhora na evolução clínica desses pacientes, reduzindo o stress causado pela hospitalização e favorecendo os procedimentos que serão reali-zados. O brincar se apresenta como uma medida de fundamental importância, possibilitando o profissional a entender melhor as necessidades da criança.

7 Recomendações

A humanização da assistência e a presença do lúdico como fim terapêutico são procedimentos que vieram sendo utilizados há algum tempo, porém com pouca intensidade. Contudo, seria necessário que esse tema fosse abordado no decorrer da graduação de enfermagem, fazendo com que os alunos se in-teressassem e disseminassem a idéia no decorrer da sua vida profissional. É notável o feito provocado pela terapia do riso em crianças internadas, portanto os enfermeiros devem estar cientes dessa medida terapêutica e realizá-las de

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alguma forma no dia a dia hospitalar. Logo, se faz necessário por meio das técnicas clown de teatro, o aumento de grupos voluntários com o objetivo de proliferar a arte nos hospitais, ajudando de alguma forma no diagnóstico e tratamento de pacientes além de influenciar outros profissionais a refletirem sobre essa medida terapêutica.

Referências

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