a grande conspiracão - livro i - cap v

Upload: charles-engels

Post on 05-Apr-2018

219 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 7/31/2019 A grande conspiraco - Livro I - cap V

    1/19

  • 7/31/2019 A grande conspiraco - Livro I - cap V

    2/19

  • 7/31/2019 A grande conspiraco - Livro I - cap V

    3/19

    C A P I T U L O VPAZ E GUERRA

    1. Paz no Ocidente*A I Gu erra M undial termin ara ex-abrup to. Com o disseo oficial alemo Ca pit o ' Ernst Roehm: "Estourou a paz."Instalaram-se sovietes em Berlim, Hamburgo e na Bavria.Operrios fizeram demonstraes de paz e de democracia nasruas de Paris, Londres e Moscou. A Revoluo tomava aHungria. Os Balcs ferviam com o descontentamento dos

  • 7/31/2019 A grande conspiraco - Livro I - cap V

    4/19

    7 2 M I C H A E L S A YE R S E A L B E R T E . K AH Nera aclamado pelo povo do Velho Mundo como "Rei daHum anidade'", "Salvador", "Prncipe d a Pa z." A creditavamque o pequeno e frgil professor de Princetown fsse oMessias destinado a anunciar uma nova e grande Idade.Dez milhes de homens tinham sucumbido na batalha;20 milhes estavam estropiados e mutilados; outros milheserravam destitudos de tudo e desabrigados entre as runasfumegantes da Europa M as agora, finalmente, a guerra aca-bara e o mundo ouvia falar novamente de paz:

    "Meu conceito sbre Liga das Naes exatamen-te este ela atuar como fra moral organizadados homens de todo o mundo", disse Woodrow Wil-son (14.)Em janeiro de 1919 os Quatro Grandes WoodrowWilson, David Lloyd George, George Clemenceau ,e VittorioOrlando sentaram-se a uma mesa de conferncia em Quaid'Orsay, em Paris, para deliberarem acrca da paz mundial.

  • 7/31/2019 A grande conspiraco - Livro I - cap V

    5/19

    A G R A N D E C O N S P I R A O 7 3selam delirando pelas ruas de M o s c o u .. . Ces brigam porcausa de carnia." A imprensa do mundo inteiro, tanto alia-da como alem, publicava "documentos autnticos", frau-dulentos, contando que na Rssia "meninas e moas das clas-ses burguesas" eram "enviadas e entregues aos acampamentospara as necessidades dos regimentos de artilharia!"Os relatos reais das verdadeiras condies na Rssia, em-bora de jornalistas, agentes secretos, diplomatas e mesmo degenerais como Judson e Graves, eram suprimidos ou ignora-dos. Quem quer que ousasse se opor campanha anti-so-vitica era automticamente denunciado como "bolchevique."

    Dois meses apenas depois do armistcio, os chefes alia-dos j pareciam ter-se esquecido da finalidade do grandeconflito que se travara. A "'ameaa do bolchevismo" preva-lecia a qualquer outra considerao. Dom inava a Confernciada Paz em Paris.

  • 7/31/2019 A grande conspiraco - Livro I - cap V

    6/19

    7 4 M I C H A E L S A YE R S E A L B E R T E . K A HN*democratas alemes insurretos. Tudo isso a ttulo de "salvara Alemanha do bolchevismo." (15.)O General Max Hoffmann, ex-comandante dos exrcitosalemes na fronteira oriental e o "heri" de Brest-Litovsk,aproximou-se de seu recente inimigo, o Marechal Foch, comum projeto pelo qual o exrcito germnico deveria marcharsbre Moscou e aniquilar o bolchevismo "em sua fonte." Fochaprovou o plano, mas props que o exrcito francs, em vezdo alemo, constitusse a ponta de lana do ataque. Fochdesejava mobilizar tda a Europa Oriental contra a RssiaSovitica.

    "Presentemente reina na Rssia o bolchevismo e a maiscompleta anarquia", comunicou Foch Conferncia de Pazem Paris. "Meu plano consistiria em fixar tdas as questesimportantes por resolver no Ocidente, a fim de habilitar osaliados a usarem os recursos mais eficazes para a soluoda questo o ri e n ta l. . . As tropas polonesas poderiam en-frentar os russos, uma vez que fssem fortalecidas com o

  • 7/31/2019 A grande conspiraco - Livro I - cap V

    7/19

    A G R A N D E C O N S P I R A O 7 5Seria preciso iam grande nmero de homens, que se pode-riam obter com a mobilizao dos finlandeses, poloneses, tche-cos, rumenos e gregos, assim como de elementos russos pr--aliados ainda teis. . t Se se fizer isso, 1919 ainda ver ofim do bolchevismo!"Woodrow Wilson desejava um entendimento cordial coma Rssia. O presidente" aos E.U .A . reconh ecia o absurdode falar-se numa paz mundial quando um sexto do mundoestava excludo das conversaes. Wilson urgiu a C onfernciade Paz a convidar os delegados soviticos para virem sen-tar-se com os aliados no empenho de atingir um entendi-men to. Mais de um a vez Wilson voltou a essa idia, pro-curando banir o espectro do bolchevismo das cabeas dospacificadores."H pelo mundo inteiro um sentimento de revolta con-tra os amplos intersses que influenciam o mundo quer naesfera econm ica como poltica", advertiu W ilson no Con-selho dos Dez em uma das reunies secretas de paz emParis. "O caminho para sanar essa dominao , segundo

  • 7/31/2019 A grande conspiraco - Livro I - cap V

    8/19

    7 6 MICHAEL SAYERS E ALB ERT E. KAHNm etera, aos trabalhadores. le no soube que a polcia esoldados franceses tinham sido mobilizados para impedir ostrabalhadores de se aproximarem do hotel. . .

    Durante sua estada na Europa, em qualquer lugar quefsse, Wilson era cercado de agentes secretos e propagan-distas; s suas costas, campeava a intriga.

    Cada uma das potncias aliadas organizara a sua prpriaespionagem para se utilizar dela na Conferncia da Paz. NaPraa da Concrdia, 4, em Paris, o servio de informaesmilitares dos E.U .A . estabele cera um a sala especial de c-digo, onde oficiais grandemente treinados e secretrios cuida-dosamente selecionados, trabalhavam noite e dia interceptandoe decifrando mensagens secretas das demais potncias. Essasala de cdigo estava sob a direo do Major Herbert O.Yardley, que revelou depois em seu livro A Cmara EscuraAmericana , com informes de testemunhas oculares de agen-tes americanos na Europa, descrevendo o verdadeiro estado

  • 7/31/2019 A grande conspiraco - Livro I - cap V

    9/19

    A G R A N D E C O N S P I R A O 7 7

    2. Na Conferncia de PazNas primeiras sesses da Conferncia da Paz em Paris,o Presidente Wilson acRou um aliado inesperado em seu

    empenho de obter um tratamento cordial com a Rssia. O^primeiro-ministro da Gr-Bretanha, David Lloyd George veioem apoio de Wilson com uma srie de pungentes ataquesaos planos anti-soviticos de Foch e do premier francsClemenceau."Os alemes", declarou Lloyd George, "no tempo emt? qu e precisaram de todo homem vlido par a reforar o seuataque no front ocidental, foram forados a conservar crcade um milho de homens para guarnecerem algumas poucasprovncias da Rssia, que constituam apenas uma orla detodo o pas. E, ainda mais, nesse tempo o bolchevismo eradbil e desorganizado. Agora forte e tem um exrcitoformidvel. E st algum dos pases aliados em condies deremeter um milho de homens Rssia? Se eu propusesse

  • 7/31/2019 A grande conspiraco - Livro I - cap V

    10/19

    7 8 MICHAEL SAYERS E ALBE RT E. KAHNastuto premier britnico, acreditando que poderia eventual-mente conseguir o que queria, apenas deixando a Rssia s-zinha por enquanto, apoiou o presidente dos E.U.A. nopedido de um bom entendimento com os bolcheviques. Nas ses-ses secretas da Conferncia de Paz em Paris, Lloyd Georgeno mediu palavras."Os camponeses aceitaram o bolchevismo pela mesmarazo por que o aceitaram na Revoluo Francesa, a saber,porque lhes deu terra" declarou Lloyd George. "Os bolchevi-ques so o govrno de fato. Ns reconhecemos formalmenteo govrno do Czar, mesmo no tempo em que sabamos quecie estava absolutamente podre. Nossa razo era a de serle um govrno de f a t o . . . Mas recusamos reconhecer osbolcheviques! Dizer que ns mesmos que deveramos es-colher os representantes de um grande povo contrrio aoprincipio pelo qual lutam os." ,O Presidente Wilson disse que no podia ver como al-gum pudesse controverter Lloyd George. Props a convo-cao de uma conferncia especial na Sha de Prinkipo, ou

  • 7/31/2019 A grande conspiraco - Livro I - cap V

    11/19

    A G R A N D E C O N S P I R A O 7 9na questo do bolchevismo. "O perigo bolchevique muitogrande e est muito prximo de ns', declarou Clemenceau.O bolchevismo est se alastrando. le invadiu as provnciasblticas e a Polnia, e .ainda esta m anh recebemos mu itoms notcias com respeito sua expanso at Budapeste eViena. A Itlia tambm est em perigo. O perigo pro--^velmente maior l do que na Frana. Se o bolchevismo,depois de estender-se na Alem anha, conseguisse atravessar austria e a Hungria, e atingir a Itlia, a Europa teria deenfrentar um imenso perigo. Po r tudo isso, algum a coisaprecisa ser feita contra o bolchevismo 1 . . . "Clemenceau no se fiou apenas em sua prpria eloqncia.Pediu permisso para apresentar "testemunhas experientes''sbre o bolchevismo. A primeira foi o embaixador Noulens, ovelho amigo do Embaixador Francis em Petrogrado e ldernmero um dos intrigantes anti-soviticos no corpo diplom-tico. Noulens foi apresentado a Wilson e Lloyd George."Limitar-me-ei narrativa de fatos", disse Noulens, que

  • 7/31/2019 A grande conspiraco - Livro I - cap V

    12/19

    8 0 MICHAEL SAYERS E ALBER T E . KAHN

    juns dias antes, um agente especial americano, W. H. Buck-er, a pedido de Wilson, mantivera uma palestra com MaximLitvinov, do govrno sovitico. E m um relatrio datado de18 de janeiro de 1919, Buckler informou o Presidente Wilson:"Litvinov assegurou que o govrno sovitico estavaansioso por um a paz definitiva. l e detesta os pre-parativos militares e as custosas campanhas que aindaagora obrigado a fazer na Rssia depois de quatroanos de guerra exaustiva, e deseja certificar-se se osE.U.A. e os aliados desejam a paz.Se ste o caso, a paz pode ser fcilmente ne-gociada, para o que, segundo Litvinov, o govrno so-vitico est disposto a comprometer-se a tudo, inclusivepermisso de novas concesses na Rssia, e o reconhe-cimento do dbito estrangeiro r u s s o .. . A atitude con-ciliatria do govrno sovitico indiscutvel.. . . At onde a Liga das Naes puder prevenir a

  • 7/31/2019 A grande conspiraco - Livro I - cap V

    13/19

    A G R A N D E C O N S P I R A O 8 1sbitamente para Londres. Em seu lugar. Winston Churchill,o jovem secretrio britnico de Guerra e Aviao, dirigiu-seapressadamente a Paris para sustentar a causa dos extremistasantibolcheviques (16.)

    Era o dia 14 de fevereiro de 1919, um dia antes davolta de Wilson para a Amrica a fim do enfrentar o bloco iso-^tacionista do Congresso, encabeado pelo Senador Lodge, quesolapara os esforos destinados a criar um sistema de segu-rana e coope rao mundial. W ilson reconhecia que falharana Europa o temia falhar nos E.U.A. le estava desiludido,cansado o profundamente desanimado.Winston Churchill foi apresentado ao Presidente Wilsonpolo secretrio do Exterior Dritnico, A. J. Balfour, o qualanunciou que o secretrio da Guerra britnico viera a Parispa ra expor os pontos de vista do ministrio britnico naquesto da Rssia. Churchill ime diatam ente iniciou um ata-que ao plano de paz de Wilson em Prinkipo.

  • 7/31/2019 A grande conspiraco - Livro I - cap V

    14/19

    8 2 MICHAEL SAYERS E ALBER T E. KAHNue pouco resultado derivar da reunio. O aspecto militaro caso deve ser considerado. A Gr-Bretanh a tem soldadosna Rssia, que esto sendo mortos em combate."Wilson respondeu: "J que Mr. Churchill veio de Londres

    especialmente para antecipar minha partida, sinto que devoexpressar minhas idias pessoais sbre o assunto. En tre asmuitas incertezas referentes Rssia, eu tinha uma opiniomuito clara ac rca d e dois pontos. O primeiro que astropas dos aliados no esto prestando servio algum na Rssia.Elas no sabem por quem nem por que esto lutando. Noesto fazendo nenhum esfro promissor para restabelecer aordem. Es to ajudando movim entos locais, com o, por exem-plo, os dos cossacos, que no podem se locomover fora desua prpria esfera. Minha opinio, por conseguinte, queos aliados deveriam retirar as suas tropas de todos os pontosdo territrio russo I""O segundo ponto", prosseguiu Wilson com enfado, "pren-de-se a P ri n k ip o .. . O que estamos procurando no uma

  • 7/31/2019 A grande conspiraco - Livro I - cap V

    15/19

    A G R A N D E C O N S P I R A O 8 3Churchill ouviu atentamente, "Eu gostaria de saber", dissele, "no caso de fracassar a Conferncia de Prinkipo o Con-selho aprovaria o armamento das fras antibolchevques naRssia?Desalentado, doente, 'abandonado por Lloyd George, Wil-

    son concluiu que estava isolado no meio de homens resol-vidos a seguir o seu prprio caminho."Expus ao Conselho como eu agiria se devesse resolverS or mim szinlio", disse o presidente dos Es tad os Unidos.)evo entretanto submeter-me maioria."Wilson regressou aos E.U.A. para lutar na sua trgicap batalha perdida contra a rea o americana (17.)O Secretrio de Estado Lansing assumiu o lugar dle naConferncia de Paz e o tom das discusses sofreu uma con-sidervel m ud ana . Os representan tes aliados no sentirammais a necessidade de esconder os seus propsitos.Clemenceau recomendou scamente que a Conferncia dePaz "procurasse resolver suas dificuldades do modo mais dis-

  • 7/31/2019 A grande conspiraco - Livro I - cap V

    16/19

    8 4 MICH AEL SAYERS E ALB ERT E . KAHNcreto e simples possvel." A questo Prinkipo precisava sercompletamen te eliminada. N o se devia nem sequer m en-cion-la mais. "Os aliados caram nesse negcio de Prinkipo",disse Clemenceau, "e agora preciso sair ale."O secretrio do Exterior britnico Balfour ampliou oscom entrios d e C lemenceau . " necessrio", declarou le,"que os bolcheviques nunca tenham razo, e isto no s dianteda opinio pblica, mas perante os que sustentam a opiniode que o bolchevismo democracia embora desencaminhadacontendo muitos elementos bons."Em vista disso a Conferncia embarafustou numa pro-longada discusso acrca do modo mais eficiente de ajudaros exrcitos russos brancos contra o govrno sovitico.Churchill, que substitura Lloyd George mesa da Con-ferncia, props o estabelecimento imediato de um SupremoConselho Aliado para Negcios Russos, com seco econmica,poltica e militar. A seco militar "entraria a trab dh ar ime-diatamente", elaborando os pormenores de um minucioso pro-grama de interveno armada.

  • 7/31/2019 A grande conspiraco - Livro I - cap V

    17/19

    A G R A N D E C O N S P I R A O 8 5e Koltchak em Paris. Em 27 de maio de 1919, o Times deLondres noticiou:

    "M. Sazonov encontrou-se com membros do Par-lamento na Cmara dos Comuns, na noite passada.Presidiu Samuel Hoare.. . M. Sazonov exps sua opi-^ nio sbre perspectivas favorveis de uma prximaqueda do regime bolchevique, e disse que o reconhe-cimento do govrno do Almirante Kolchak faria muitopara apressar ste acontecimento. le exprimiu a pro-funda gratido dos russos no s pelo apoio materialque lhes tinha sido prestado pela Gr-Bretanha, mastambm pelos ser ' ~ Ira britnica, salvando

    "O representante oficial dos exrcitos russo-brancos" nogabinete britnico de Guerra era o Tenente-general Golovin.Ele chegara antes da primavera trazendo uma carta pessoalde apresentao a W inston Churchill. Lo go depois de ter

    grande nmero

  • 7/31/2019 A grande conspiraco - Livro I - cap V

    18/19

    8 6 MICH AEL SAYERS E AL BER T E. KAHNnados aos vrios fronts anti-soviticos a importncia de 24milhes de libras (aproximadamente 100 milhes de dlares)juntamente com equipamentos e armas adequadas para pro-ver os 100.000 soldados de Yudenitch em sua marcha sobrePetrogrado, que seriam fornecidas com urgncia. Seriam enta-buladas negociaes para transferir para Arcngel, a expen-sas britnicas, 500 oficiais czaristas prisioneiros de guerra naAlemanha."O resultado da entrevista excedeu-se a todas as minhasexpectativas", declarou Golovin no relatrio submetido aos seusSuperiores quando retornou Rssia. "Churchill no apenasum simpatizante, mas um amigo enrgico e ativo. Assegu-rou-nos o maior apoio possvel. Agora temos de mostrar aos\ ingleses que estamos dispostos a transform ar as palavras em fa-tos." (18 0 '

  • 7/31/2019 A grande conspiraco - Livro I - cap V

    19/19

    Josef Sttinhttp://wwwvY.com ta ji i i blogspot.com

    c om u n idade js tal i n hotmail. com

    http://w/http://w/