a força do jornal

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A força do jornal Santa catarina, terça-feira, 26/8/2014 Está em tudo. Mídia impressa se renova com a credibilidade dos veículos e investimento em multiplataformas fotos marco santiago/nd

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Mídia impressa se renova com a credibilidade dos veículos e investimentos em multiplataformas. Caderno especial do jornal Notícias do Dia destaca os principais pontos abordados no 10º Congresso Brasileiro de Jornais, realizado em São Paulo nos dias 18 e 19 de agosto, pela ANJ. Saiba mais: http://goo.gl/V3bvFk

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Page 1: A força do jornal

A força do jornal

Santa catarina, terça-feira, 26/8/2014

Está em tudo. Mídia impressa

se renova com a credibilidade

dos veículos e investimento em

multiplataformas

foto

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Page 2: A força do jornal

Redação: (48) [email protected]

Notícias do Dia (48) 3251-1440Avenida do Antão,1857 — CEP 88025-150Florianópolis, Santa Catarina

EdiçãoAlexandre Gonçalves

e Mariju de Lima

FotografiaMarco Santiago, Flávio Tin e

Studio3x/Divulgação ANJ

DiagramaçãoFernanda Kuke

2 notícias Do Diasanta catarina, terça-feira, 26 de agosto de 2014

Nas últimas décadas a morte dos jornais impressos foi muitas vezes anunciada. A chegada da internet daria início a um

novo ciclo para a mídia tradicional. As notícias, impressas em papel, cederiam lugar à tela dos computadores. Os teóricos profetizaram que os leitores migrariam para outras mídias, co-locando por terra a indústria jornalística. Mas o que se vê hoje, ao contrário das previsões, é o reconhecimento de que os jornais estão cada vez mais fortalecidos na era da informação, ca-pazes de se reinventarem e se adaptarem aos novos tempos.

O jornal tem sido desafiado pelas novas mídias e pelos novos hábitos da sociedade pós-moderna. Neste novo cenário, os impressos passaram a ser ainda mais relevantes como fornecedores de informação de qualidade para as novas mídias. Este novo momento dos im-pressos foi o tema central dos debates realizados no 10º Con-gresso Brasileiro de Jornais, promovido pela ANJ – Asso-ciação Nacional de Jornais, re-alizado nos dias 18 e 19 de se-tembro, em São Paulo.

Hoje não é possível despre-zar a força e a presença mul-tidimensional dos impressos. Num momento em que nunca se consumiu tanta informa-ção, as notícias produzidas pe-los jornais estão disseminadas no mundo online. A verdade é que jornal não é mais só pa-pel. Porque com a internet e as mídias digitais o seu con-teúdo passou a ser replicado, gerando uma audiência jamais imaginável.

Graças à tecnologia digital, os jornais se transformaram em plataformas multimídias, para além do papel. Segundo a ANJ – Associa-ção Nacional de Jornais, 73 milhões de brasi-

leiros leem jornal impresso. Destes, 50 milhões de pessoas leem em plataformas digitais. No impresso ou no digital, o jornal se consolida como a principal fornecedor de notícias que acabam virando posts nas redes sociais.

Na internet, milhares de notícias que che-gam aos internautas são falsas, de origem du-vidosa ou divulgadas por fontes anônimas. Por esse motivo, a maioria dos brasileiros prefere compartilhar informações que foram veicula-das pelos sites de jornais, porque o impresso ainda é a mídia mais confiáveis, principalmen-te entre os formadores de opinião.

Em plena era digital, quando se acreditava no seu fim, os jornais estão mais vivos do que nunca. O futuro aponta para a convergência cada vez maior entre o impresso e o online, com a informação distribuída por meio do pa-pel, das mais diversas telas, pelas mídias so-

ciais e smartfones. Desta forma o jornal continuará chegando a diversos públicos e utilizando todas as ferramentas que a tec-nologia oferece, mas sem abrir mão do seu maior patrimônio, a credibilidade.

Porém, a força de audiên-cia do meio jornal será sempre proporcional à sua relevância como veículo de comunicação. Por este motivo, o Grupo RIC, por meio do Notícias do Dia, aposta no jornalismo regio-nal, mais próximo do cidadão, servindo de porta-voz para as boas causas e conectado com o dia a dia dos leitores. Temos o compromisso de informar

com isenção e imparcialidade, porém, opi-nando e se posicionando por ideias que con-tribuam para a construção de uma sociedade melhor, mais justa e democrática para todos os catarinenses.

Jornal não é só papelEditorial

Em plena era digital, quando se acreditava no seu

fim, os jornais estão mais vivos

do que nunca.

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Os cerca de 650 repre-sentantes de jornais do Brasil que participaram do 10º Congresso Bra-

sileiro de Jornais, nos dias 18 e 19 de agosto deste ano em São Paulo, certamente retornaram revigora-dos para seus veículos por conta do impacto provocado pela nova cam-panha institucional da ANJ (Asso-ciação Nacional de Jornais), lança-da durante o evento e que norteará a atuação da entidade. O conceito teve como mote os desafios enfren-tados pelo meio jornal diante dos novos tempos, onde os leitores ad-quiriram novos hábitos com a po-pularização de novas mídias, como as redes sociais. A questão princi-pal é reconectar o jornal às novas gerações e manter a sua influência. A intenção é mostrar que os jornais não são apenas notícias impressas em papel, mas meios multipla-taforma, como os sites. “O jornal continua influente. O que mudou é que agora leitor não encontra jor-nal apenas no jornal”, afirma o ma-nifesto apresentado pela entidade durante do CBJ.

Concebida pela agência Lew’Lara/TBWA (SP), a nova cam-panha teve origem no projeto Jor-nais em Movimento, que reuniu os comitês da ANJ de Gestão, Mer-cado Anunciante e Estratégias Di-gitais com o objetivo de traçar um novo posicionamento da indústria jornalísticas brasileira. “Esses co-mitês fizeram um grande esforço para levar ao mercado publicitário importantes informações que cer-tamente irão mudar a visão de mui-tos profissionais da área”, afirma o diretor-executivo da ANJ, Ricardo Pedreira. “Somos empresas multi-mídia, cujos produtos chegam às nossas audiências pelo papel im-presso e pelas plataformas digitais, com a utilização de vídeos, áudios,

recursos gráficos modernos e per-manente interação com os leitores e internautas”, destaca o presiden-te da entidade, Carlos Fernando Lindenberg. O novo posicionamen-to proposto pela ANJ, baseado no conceito da “disrupção”, quer cor-rigir a percepção equivocada que muitos ainda têm do jornal em fun-ção do crescimento de Facebook, Twitter e outros canais online. “Da percepção de que os jornais têm um pequeno alcance se passa para a de que anunciar neles é caro, e da equivocada mensuração do alcance dos jornais com base apenas no nú-mero de exemplares vendidos e não na audiência e do preço, se passa para a sensação de falta de efetivi-dade”, diz Ana Amélia Cunha Perei-ra Filizola, diretora da Unidade de Jornais do Grupo GRPCOM (PR) e coordenadora do projeto Jornais em Movimento. “É preciso romper esse círculo vicioso, levando infor-mações que demonstram como os jornais são competitivos como ve-ículo de publicidade”, afirma.

Entre os números destacados por Ana Amélia e que atestam a força do meio está o que apon-ta que 62% dos leitores de jornal dedicam atenção exclusiva à sua leitura, sendo também a audiên-cia que mais presta atenção aos anúncios (39,3%, segundo a Mar-plan). Luiz Lara, sócio e chairman da Lew’Lara, na apresentação da campanha durante o CBJ, destacou também a importância do produto jornal na profusão de informações que circularam diariamente nas re-des sociais. Ele citou, por exemplo, que todo boato que surge na inter-net e nas redes sociais só ganha cre-dibilidade quando confirmado nos sites dos jornais. “Daí a importân-cia de se anunciar num meio onde a marca do anunciante ganha esse aval de credibilidade”, explica.

o tempo todoReposicionamento. ANJ enfatiza a credibilidade do meio jornal e sua

presença em múltiplas plataformas

notícias do dia Santa catarina, terça-feira, 26 de agoSto de 2014 3

Ele está na primeira notícia que você leu pela manhã.Que estava no post que seu amigo compartilhou.Ele está nas ruas.Nas conversas.Naquilo que vira fenômeno.No que viraliza.No que engaja, mobiliza, transforma, questiona.Está nas page views, nos comentários, nas hashtags, nos tuítes e retuítes.Naquilo que você ouviu ou assistiu.Está nas versões, nas opiniões ou no silêncio.No desabafo indignado.Na crítica, na apologia, no sarro.Jornal está presente em tudo.Porque a informação é como o ar. Está em todo o lugar, o tempo todo.E ela precisa de um jornal para ganhar vida, credibilidade, peso.Jornal é o que leva a credibilidade até você.É o que garante que tudo aconteceu.Jornal. Está em tudo.

Texto da nova campanha Jornais em Movimento, lançada pela ANJ (Associação Nacional de Jornais) @

Em todo lugar,

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Junto com o novo posicionamen-to, a ANJ está desenvolvendo um trabalho em torno das métricas que devem abalizar o conceito

de multiplataforma. A ideia é mostrar ao mercado que o jornal tem audiência, que soma números das edições impres-sas, mas também índices relacionados a visitas e acessos aos sites em todos os “devices” (desktop, tablet e smar-tphone). Não por acaso, este foi um dos pontos tratados pelo presidente da ANJ, Carlos Fernando Lindenberg, em seu discurso de posse para um novo mandato à frente entidade: “Conside-ro que um dos nossos grandes desafios daqui para frente é a criação de novas métricas de audiência, que demons-trem ao mercado, de forma incontes-tável, o tamanho e a qualidade do uni-verso que consome o que produzimos”. “Temos que usar a criatividade e as ferramentas tecnológicas online para aproximar os anunciantes desse nosso admirável universo de consumidores, nas diferentes abordagens que essas fer-

ramentas hoje possibilitam”, reitera.Para que todas as proposições feitas

pela ANJ tragam o resultado esperado a união entre todos os associados é funda-mental e decisiva já que exige uma nova visão, uma nova abordagem ao merca-do anunciante. E esta postura focada na união de todos foi destacada pelas lideranças dos principais jornais do país durante o 10º CBJ. “Ao contrário do que imaginávamos lá atrás, essa ‘geleia geral’ que é a internet foi benéfica para jornais com marcas fortes e consolidadas”, diz João Roberto Marinho, vice-presidente das Organizações Globo. “O jornalismo profissional, que está vivendo uma nova era, ainda é valioso e vendável. Não ape-nas por uma questão de independência em todos os níveis (financeiro, editorial, etc.), mas também porque trabalhamos com equilíbrio”, afirma.

Luiz Frias, do Grupo Folha, cita que diante de “players” como as redes so-ciais, que também buscam o mercado anunciante, a partir de ações como as propostas pela ANJ, não outro caminho

do que o diálogo cada vez mais próximo e efetivo. “O Facebook, com toda a sua métrica científica, continua tentando convencer o mercado da sua capacidade de monetização”, diz Frias. “Os jornais têm de apostar nisso também, mais e mais. É um processo de convencimento que está apenas começando”.

Na avaliação de Francisco Mesquita Neto, diretor-presidente do Grupo Esta-do, veículos, agências e anunciantes são parceiros históricos. “Se antes éramos vistos como caminho para a movimen-tação dos estoques das empresas, hoje somos a ponte para a construção pú-blica de grandes marcas”, diz. “Mesmo no ambiente já competitivo de 35 atrás, os jornais se uniram em torno de obje-tivos em comum, mas esses objetivos enfatizavam a liberdade de expressão, na época. Ao trabalharmos agora para aperfeiçoar a relação com anunciantes, estamos contribuindo também para a democracia”, reforçou Nelson Sirotsky, presidente do Conselho de Administra-ção da RBS.

Novas métricas para audiênciaDesafio. Conceito multiplataforma exige a criação de outras ferramentas para medir acesso aos conteúdos

Luiz Frias, presidente do Grupo Folha

“O Facebook, com toda a sua métrica científica, continua tentando convencer o mercado da sua capacidade de monetização. Então, os jornais têm de apostar nisso também, mais e mais. É um processo de convencimento que está apenas começando”

O Notícias do Dia, jornal do Grupo RIC que circula em Florianópolis e Joinville e que também pode ser lido no

site www.ndonline.com.br, esteve representado no 10º Congresso Brasi-leiro de Jornais da ANJ por oito profis-sionais. Liderados pelo presidente do Grupo RIC, Marcello Petrelli, o diretor de Redação, Luís Meneghim, o diretor regional da RIC em Joinville, Silvano Silva, o gerente comercial, Lauro Cor-deiro, a editora-chefe do ND Joinville, Lorení Franck, a editora-executiva do ND Florianópolis, Mariju de Lima, a ge-rente de operações, Hannah Mattos, a supervisora de distribuição, Marina dos Santos Rosa, e o gerente de Internet da RIC, Alexandre Gonçalves, acompanha-ram de perto as discussões apresenta-das durante os dois de evento e pude-ram tirar uma série de informações para fomentar ações e estratégias junto a suas equipes.

“Foi uma grata satisfação termos participado juntos do Congresso da ANJ. Foi muito produtivo e, principal-

mente, inovador”, diz Marcello Petrelli. “A união dos jornais proposta e conquis-tada foi fundamental para que os veícu-los alcancem novos patamares”. Para Petrelli, a campanha lançada pela ANJ que destaca que “jornal não é só papel” tem um caráter inovador e irá fazer a grande diferença para todos os jornais. “Temos agora um grande discurso junto aos clientes e profissionais”, diz. “Estão de parabéns a ANJ e seus gestores”.

Da mesma forma, o diretor de Reda-ção do Notícias do Dia, Luís Meneghim, acredita que participar de um evento do porto do CBJ, com representantes de jornais de todo o país, é uma oportuni-dade única de estar por dentro de novas tendências do segmento. “E também é um momento que serve de termômetro para medirmos nossas ações, nossas escolhas editorias e nossas estratégias comerciais”, diz.

“Trazemos do 10º CBJ um saldo bastante positivo de que estamos no ca-minho certo e com muito fôlego e dis-posição de vencer os desafios que temos pela frente”, afirma Meneghim.

Participação. Profissionais do Notícias do Dia de Florianópolis e Joinville acompanharam discussões

ND marca presença no congresso

União. Presidente do Grupo Ric, Marcello Petrelli, destacou a importância do trabalho conjunto dos veículos

João Roberto Marinho,vice-presidente das Organizações Globo

“O jornalismo profissional, que está vivendo uma nova era, ainda é valioso e vendável. Não apenas por uma questão de independência em todos os níveis, mas também porque trabalhamos com equilíbrio”

Nelson Sirotsky,presidente do Conselho de Administração da RBS

“Ao trabalharmos agora para aperfeiçoar a relação com anunciantes, estamos contribuindo também para a democracia”

Ana Amélia Cunha Pereira Filizola, coordenadora do projeto Jornais em Movimento

“É preciso romper esse círculo vicioso, levando informações que demonstram como os jornais são competitivos como veículo de publicidade”

Carlos Fernando Lindenberg, presidente ANJ

“Somos empresas multimídia, cujos produtos chegam às nossas audiências pelo papel impresso e pelas plataformas digitais, com a utilização de vídeos, áudios, recursos gráficos modernos e permanente interação com os leitores e internautas”

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Junto com o novo posicionamen-to, a ANJ está desenvolvendo um trabalho em torno das métricas que devem abalizar o conceito

de multiplataforma. A ideia é mostrar ao mercado que o jornal tem audiência, que soma números das edições impres-sas, mas também índices relacionados a visitas e acessos aos sites em todos os “devices” (desktop, tablet e smar-tphone). Não por acaso, este foi um dos pontos tratados pelo presidente da ANJ, Carlos Fernando Lindenberg, em seu discurso de posse para um novo mandato à frente entidade: “Conside-ro que um dos nossos grandes desafios daqui para frente é a criação de novas métricas de audiência, que demons-trem ao mercado, de forma incontes-tável, o tamanho e a qualidade do uni-verso que consome o que produzimos”. “Temos que usar a criatividade e as ferramentas tecnológicas online para aproximar os anunciantes desse nosso admirável universo de consumidores, nas diferentes abordagens que essas fer-

ramentas hoje possibilitam”, reitera.Para que todas as proposições feitas

pela ANJ tragam o resultado esperado a união entre todos os associados é funda-mental e decisiva já que exige uma nova visão, uma nova abordagem ao merca-do anunciante. E esta postura focada na união de todos foi destacada pelas lideranças dos principais jornais do país durante o 10º CBJ. “Ao contrário do que imaginávamos lá atrás, essa ‘geleia geral’ que é a internet foi benéfica para jornais com marcas fortes e consolidadas”, diz João Roberto Marinho, vice-presidente das Organizações Globo. “O jornalismo profissional, que está vivendo uma nova era, ainda é valioso e vendável. Não ape-nas por uma questão de independência em todos os níveis (financeiro, editorial, etc.), mas também porque trabalhamos com equilíbrio”, afirma.

Luiz Frias, do Grupo Folha, cita que diante de “players” como as redes so-ciais, que também buscam o mercado anunciante, a partir de ações como as propostas pela ANJ, não outro caminho

do que o diálogo cada vez mais próximo e efetivo. “O Facebook, com toda a sua métrica científica, continua tentando convencer o mercado da sua capacidade de monetização”, diz Frias. “Os jornais têm de apostar nisso também, mais e mais. É um processo de convencimento que está apenas começando”.

Na avaliação de Francisco Mesquita Neto, diretor-presidente do Grupo Esta-do, veículos, agências e anunciantes são parceiros históricos. “Se antes éramos vistos como caminho para a movimen-tação dos estoques das empresas, hoje somos a ponte para a construção pú-blica de grandes marcas”, diz. “Mesmo no ambiente já competitivo de 35 atrás, os jornais se uniram em torno de obje-tivos em comum, mas esses objetivos enfatizavam a liberdade de expressão, na época. Ao trabalharmos agora para aperfeiçoar a relação com anunciantes, estamos contribuindo também para a democracia”, reforçou Nelson Sirotsky, presidente do Conselho de Administra-ção da RBS.

Novas métricas para audiênciaDesafio. Conceito multiplataforma exige a criação de outras ferramentas para medir acesso aos conteúdos

Luiz Frias, presidente do Grupo Folha

“O Facebook, com toda a sua métrica científica, continua tentando convencer o mercado da sua capacidade de monetização. Então, os jornais têm de apostar nisso também, mais e mais. É um processo de convencimento que está apenas começando”

O Notícias do Dia, jornal do Grupo RIC que circula em Florianópolis e Joinville e que também pode ser lido no

site www.ndonline.com.br, esteve representado no 10º Congresso Brasi-leiro de Jornais da ANJ por oito profis-sionais. Liderados pelo presidente do Grupo RIC, Marcello Petrelli, o diretor de Redação, Luís Meneghim, o diretor regional da RIC em Joinville, Silvano Silva, o gerente comercial, Lauro Cor-deiro, a editora-chefe do ND Joinville, Lorení Franck, a editora-executiva do ND Florianópolis, Mariju de Lima, a ge-rente de operações, Hannah Mattos, a supervisora de distribuição, Marina dos Santos Rosa, e o gerente de Internet da RIC, Alexandre Gonçalves, acompanha-ram de perto as discussões apresenta-das durante os dois de evento e pude-ram tirar uma série de informações para fomentar ações e estratégias junto a suas equipes.

“Foi uma grata satisfação termos participado juntos do Congresso da ANJ. Foi muito produtivo e, principal-

mente, inovador”, diz Marcello Petrelli. “A união dos jornais proposta e conquis-tada foi fundamental para que os veícu-los alcancem novos patamares”. Para Petrelli, a campanha lançada pela ANJ que destaca que “jornal não é só papel” tem um caráter inovador e irá fazer a grande diferença para todos os jornais. “Temos agora um grande discurso junto aos clientes e profissionais”, diz. “Estão de parabéns a ANJ e seus gestores”.

Da mesma forma, o diretor de Reda-ção do Notícias do Dia, Luís Meneghim, acredita que participar de um evento do porto do CBJ, com representantes de jornais de todo o país, é uma oportuni-dade única de estar por dentro de novas tendências do segmento. “E também é um momento que serve de termômetro para medirmos nossas ações, nossas escolhas editorias e nossas estratégias comerciais”, diz.

“Trazemos do 10º CBJ um saldo bastante positivo de que estamos no ca-minho certo e com muito fôlego e dis-posição de vencer os desafios que temos pela frente”, afirma Meneghim.

Participação. Profissionais do Notícias do Dia de Florianópolis e Joinville acompanharam discussões

ND marca presença no congresso

União. Presidente do Grupo Ric, Marcello Petrelli, destacou a importância do trabalho conjunto dos veículos

João Roberto Marinho,vice-presidente das Organizações Globo

“O jornalismo profissional, que está vivendo uma nova era, ainda é valioso e vendável. Não apenas por uma questão de independência em todos os níveis, mas também porque trabalhamos com equilíbrio”

Nelson Sirotsky,presidente do Conselho de Administração da RBS

“Ao trabalharmos agora para aperfeiçoar a relação com anunciantes, estamos contribuindo também para a democracia”

Ana Amélia Cunha Pereira Filizola, coordenadora do projeto Jornais em Movimento

“É preciso romper esse círculo vicioso, levando informações que demonstram como os jornais são competitivos como veículo de publicidade”

Carlos Fernando Lindenberg, presidente ANJ

“Somos empresas multimídia, cujos produtos chegam às nossas audiências pelo papel impresso e pelas plataformas digitais, com a utilização de vídeos, áudios, recursos gráficos modernos e permanente interação com os leitores e internautas”

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6 notícias do diaSanta catarina, terça-feira, 26 de agoSto de 2014

A palavra de ordem é criar e isso vale para a mídia e para nós, que estamos nas agên-

cias, pensando a nova forma das marcas se comunicarem com um universo de interlocutores amplia-do para muito além de consumi-dores de produtos. A lição de casa recomendada pelo presidente da rede TBWA, Jean Marie Dru aos jornais, no 10º CBJ de descobrir novas formas de contar histórias para os leitores à caça de infor-mação em plataformas múltiplas, vale para as agências de propagan-da também. Temos conquistado prêmios nesta área, basta olhar-mos não só o maior percentual de inscrições das peças para mídia di-gital no Festival de Cannes, como também a qualidade delas, os ca-ses que demonstram os resultados das ações e dos investimentos das marcas nestas campanhas são inú-meros e consistentes.

Os jornais são uma mídia em transformação e, assim como a propaganda, têm buscado uma linguagem em adequação a este momento. O passo importante anunciado no CBJ deste ano de-monstra a parceria da mídia com as agências em favor dos nossos clientes e dos negócios que envol-vem o setor. A preocupação em oferecer esse suporte eficiente e moderno para que as agências possam melhor desenvolver seus planos de mídia, utilizando os ca-nais e as possibilidades que os gru-pos de comunicação contemplam é uma maneira de juntos aprovei-

tamos todo o potencial da mídia como ela hoje se apresenta. Não somente para facilitar a comer-cialização dos espaços e garantir a oferta de formatos inovadores, mas para desenvolver as métricas que nos permitam quantificar os resultados das ações para os nos-sos clientes. Com isso também poderemos colaborar com o cres-cimento da mídia jornal em todas as plataformas, porque o cliente precisa reconhecer esta eficiência com dados críveis. O Congresso da ANJ lançou uma nova perspec-tiva sobre as relações entre veícu-los, agências e anunciantes, com a sensação de que avançamos mais neste sentido.

Sim, nós temos um horizonte comum de novas possibilidades que, aliadas ao potencial criativo das agências e também à inteli-gência a favor da comunicação de marcas só pode nos levar ao ganho nesse caminhar coletivo. Não há limites, há desafios para fazermos as marcas que atendemos falarem com esses 120 milhões de brasilei-ros que acessam informação em papel e na nuvem. É este o cami-nho sem volta, ou melhor, é este o horizonte a perseguir.

União para atrair anunciantes

Digital Premium e Marketplace. 10º Congresso Brasileiro de Jornais serviu de palco para o lançamento de dois novos produtos da ANJ

Nuvem sem limites é um desafio da comunicação

OpiniãO

Rosa EstrellaPresidente do Sinapro

(Sindicato das Agências de Propaganda

de SC)

MarketplaceEm uma mesma ferramenta,

o profissional de mídia terá acesso às informações essen-

ciais para definir a escolha dos jornais a partir de crité-

rios como audiência, perfil de leitores, formatos básicos,

tabela comercial e contato direto para a publicação. O

objetivo é facilitar e agilizar a tomada de decisão do profis-

sional de mídia sobre onde programar seus anúncios.

Digital PremiumEsta é uma ferramenta inédita, voltada para o segmento onli-ne, que permite a veiculação de anúncios digitais num “pool” de sites de jornais. Espaço di-ferenciado para o anunciante em um formato flutuante, exi-bido a toda audiência do dia. A ferramenta oferece grande im-pacto, velocidade e efetividade, grande audiência, facilidade de operação e negociação com apenas um interlocutor. O jornal impresso tem um

grande valor na comuni-cação. Como precursor

da notícia, a sua credibilidade é inquestionável. Mesmo em meio à força da era digital, toda a in-formação é considerada verídica se estiver sendo veiculada pelos principais jornais. É evidente a necessidade de readequação dos veículos impressos, oferecendo conteúdo também na plataforma online. Porém, o formato offli-ne, em papel, é importante. Não tenho dúvidas sobre o grande al-cance deste tipo de mídia e sou defensor dela.

As soluções tecnológicas apre-sentadas pela Associação Nacio-nal de Jornais (ANJ) para concre-tizar os dados da real audiência dos jornais impressos nos auxi-liará na definição dos investimen-

tos das campanhas publicitárias. Com essas ferramentas, a publici-dade poderá mensurar melhor os resultados, abrindo maior possi-bilidade de valores aplicados. Te-mos que ver a internet como uma excelente aliada para reforçar a credibilidade do jornal.

Não é necessário deixar de existir no meio impresso, e sim oferecer também conteúdo na plataforma digital, impulsionan-do a divulgação da notícia e do veículo de comunicação.

Internet reforça a credibilidade do jornal

Daniel AraújoPresidente

da Abap/SC (Associação

Brasileira de Agências de Publicidade

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notícias do dia Santa catarina, terça-feira, 26 de agoSto de 2014 7

Mudanças na organi-zação das redações e na rotina de tra-balho de edito-

res e repórteres, além da inclusão de novos profis-sionais como programa-dores, webdesigners, editores de vídeos, en-tre outros, fazem parte do pacote que os jornais devem contar para ter um jornal 100% multi-plataforma. Este novo desenho já saiu do papel e virou realidade na reda-ção de alguns dos principais jornais do Brasil como O Glo-bo, Zero Hora e O Estado de S.Paulo. Gestores dos três veí-culos compartilharam suas ex-periências em um dos painéis mais concorridos do 10º CBJ.

Ambientes prontos para a inovaçãoReorganização. Redações dos jornais mudam suas estruturas e rotinas para se adequar à nova realidade

Estadãono caso de “o estado de S.Paulo”, o jornal está passando por uma nova

etapa, conforme explicado pelo diretor de conteúdo do grupo estado, ricardo

gandour. “Passada a fase de adaptação que levou à convergência digital,

estamos agora na etapa de apostar no enriquecimento da experiência dos usuários”, afirmou. Segundo ele, o

reordenamento da redação envolveu alterações no layout, na arquitetura e

nas rotinas. também foram e são feitos treinamentos da equipe e foi adotada

uma infraestrutura de sistemas e fácil de mover ou substituir, se necessário.

O Globoo diário carioca chamou a atenção do mercado quando antecipou a

entrada de seus editores para as 7h com o objetivo de dar maior atenção e relevância para o conteúdo do site do jornal, que passou a ser o centro do sistema, conforme disse o diretor de redação e editor responsável de

“o globo”, ascânio Seleme, em sua participação no cBJ. esta mudança de rotina faz com que as notícias passam por um ciclo contínuo de

reelaboração para alimentarem as várias plataformas: “Priorizamos a qualidade dos conteúdos, mas também ampliamos a quantidade”.

Zero Horano tabloide gaúcho, ações como a redução no número de editorias estão no centro das mudanças visando a oferta de conteúdo multiplataforma: notícias, esportes, cultura e Sua vida. também foi criada a editoria de domingo, que produz o caderno Proa. “entendemos que só há integração eficiente com um jornalismo digital forte”, enfatiza Marta gleich, diretora de redação de Zero Hora e dos demais jornais do grupo rBS na região Sul. o jornal também adotou horários de fechamento do digital que ocorrem quatro vezes ao dia: às 8h, às 11h, às 13h e às 16h.

Gandour mostrou o layout da redação do “Estadão”, adequado às novas rotinas.

Para Ascânio Seleme, é importante ter qualidade e quantidade de conteúdoMarta apresentou os novos modelos implantados na “Zero Hora”

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Tradicionalmente, a ANJ con-vida especialistas estran-geiros para participaram do Congresso Brasileiro de

Jornais, proporcionando uma opor-tunidade única dos associados confe-rirem o que é tendência no setor em outros países. Na edição deste ano,

foram convidados o francês Jean-Marie Dru, presidente mundial da rede de agências publicitárias TBWA, o americano Ken Doctor, presidente da Newsonomics e analista da in-dústria de mídia, e o holandês Ebele Wybenga, jornalista e autor do livro “The Editorial Age”.

Tendências. Palestrantes apresentam novas oportunidades para o mercado

A voz dos especialistas estrangeiros

Gestão de dadosFalando sobre relacionamento com a audiência, Ken Doctor afirmou que é hora de fugir do modelo que encara os indivíduos como “anônimos” e abraçar o modelo que os torna “conhecidos”. “O segmento de notícias está cada vez mais ‘personalizado’ e por isso é preciso gerar e gerenciar os registros e as medições de acesso aos seus conteúdos digitais”, ressaltou. “E o principal: fazer uso desses dados para gerar receitas”. Google e Facebook são referências em gestão e uso dos dados e na geração de receitas a partir disso. “A produção de conteúdos baseada em medidas de interação já é responsável por mais de 50% da receita da BuzzFeed, por exemplo”, disse Doctor, citando o site que é uma das febres da internet no momento. “Em jornais, isso não ainda passa de 10%”, destacou. Na era digital, de acordo com Doctor, o conceito de relacionamento é bem mais amplo: “Ele inclui também as relações dos jornais com seus anunciantes e com as comunidades às quais servem”.

Disrupção Jean-Marie Dru enfatizou que os jornais são produtores de conteúdo e que devem utilizar a tecnologia como aliada. Ele apresentou o conceito de disrupção, que norteou a construção do novo posicionamento da ANJ. Disrupção é uma mudança que provoca a alteração ou a descontinuidade de um produto ou serviço ao criar novas demandas e uma nova rede de valores. “Criar, em vez de copiar modelos”, destacou. A metodologia de disrupção utilizada pela TBWA para alavancar novos negócios e novas percepções de marca explora três estágios: convenção, disrupção e visão. “A convenção é ditada pelo senso comum e pela acomodação; a disrupção é o novo, aquilo que ninguém havia considerado como possível ou viável; e a visão é a consequência da disrupção”, explicou. “Quando uma empresa de fato inova, altera o mercado, não a si mesma. Isso pode ser mais interessante de fazer do que apenas mirar no que os ‘estrangeiros’ estão fazendo”, afirmou.

Publicidade nativaNa busca por fontes de receitas diferenciadas, a publicidade nativa ou conteúdo patrocinado vem ganhando espaço nos meios impresso e digital. Só nos Estados Unidos, esta modalidade comercial faturou US$ 1,9 bilhão em 2013. Por trás dos números e dos investimentos em publicidade nativa, de acordo com Ebele Wybenga, está uma nova roupagem ao que já se chamou de matéria paga ou informe publicitário. No caso da publicidade nativa, características como qualidade, criatividade e inovação é que fazem a diferença, sendo inserida como conteúdo pago e sem ser confundido com o conteúdo jornalístico. “Há muito a ganhar, mas é preciso cuidado e vigilância constante para não se cair em armadilhas”, garantiu Wybenga. A separação entre editorial e comercial é um dos pontos de sucesso da publicidade nativa, enfatizou o jornalista holandês. Quem faz reportagens editoriais não faz conteúdo comercial. São equipes diferentes. Veículos como New York Times, The Economist e The Guardian estão entre os que estão oferecendo publicidade nativa.

8 notícias do diaSANTA CATArINA, TErçA-FEIrA, 26 DE AGOSTO DE 2014