a expansão do direito penal

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02-3410 Série As Ciências Criminais no Século XXI 11. A expansão do direito penal. Jesús-María Silva Sánchez. Trad. Luiz Otávio de Oliveira Rocha. São Paulo: RT, 2002. Obraspublicadas nesta série, p. 153. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Silva Sánchez, Jesús-María A expansão do direito penal : aspectos da política criminal nas sociedades pós- industriais / Jesús-María Silva Sánchez ; tradução Luiz Otávio de Oliveira Rocha. - SSo Paulo : Editora Revista dos Tribunais, 2002. - (Série as ciências criminais no século 21 ; v. 11) Título original: La expansiãn dei derecho penal: aspectos de Ia política criminal en Ias sociedades postindustriales ISBN 85-203-2287-5 1. Direito penal. 2. Direito penal - História 3. Política criminal I. Título. II. Série. CDU-343 índices para catálogo sistemático: 1. Direito penal c política criminal 343 Série As Ciências Criminais no Século XXI - v. 11 JESÚS-MARÍA SILVA SÁNCHEZ A EXPANSÃO DO DIREITO PENAL -c -, O ~- •Afe CK.'C Aspectos dapolíticacriminal nas sociedadespós-industríais Tradução daedição espanhola: Luiz Otávio de Oliveira Rocha Revisão: Luiz Flávio Gomes re? EDITORA REVISTA DOS TRIBUNAIS

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Trata do fenômeno da expansão do direito penal na sociedade contemporânea

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  • 02-3410

    Srie As Cincias Criminais no Sculo XXI

    11. A expanso do direitopenal. Jess-Mara Silva Snchez.Trad. Luiz Otvio de Oliveira Rocha. So Paulo: RT, 2002.

    Obraspublicadas nesta srie, p. 153.

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)(Cmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

    Silva Snchez, Jess-MaraA expanso do direito penal : aspectos da poltica criminal nas sociedades ps-

    industriais / Jess-Mara Silva Snchez ; traduo Luiz Otvio de Oliveira Rocha. -SSo Paulo : Editora Revista dos Tribunais, 2002. - (Srie as cincias criminais nosculo 21 ; v. 11)

    Ttulo original: La expansin dei derecho penal: aspectos de Ia poltica criminal enIas sociedades postindustriales

    ISBN 85-203-2287-5

    1. Direito penal. 2. Direito penal - Histria 3. Poltica criminal I. Ttulo. II. Srie.CDU-343

    ndices para catlogo sistemtico: 1. Direito penal c poltica criminal 343

    Srie As Cincias Criminais no Sculo XXI - v. 11

    JESS-MARA SILVA SNCHEZ

    A EXPANSODODIREITOPENAL

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    Aspectosdapolticacriminalnas sociedadesps-industrais

    Traduo da2edio espanhola:Luiz Otvio de Oliveira Rocha

    Reviso:Luiz Flvio Gomes

    re?EDITORAREVISTA DOS TRIBUNAIS

  • Srie As Cincias Criminais no Sculo XXI - v. 11

    A EXPANSO DO DIREITO PENALAspectosda poltica criminalnas sociedades ps-industriais

    Jess-Mara Silva Snchez

    Traduo da 2."edio espanhola: La expansindei derechopenal-Aspectosde Iapoltica criminaln Ias sociedades postindustriales. Segunda edicin,revisada y ampliada. Espanha.

    Traduo: Luiz Otvio de Oliveira Rocha

    Reviso: Luiz Flvio Gomes

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    desta edio: 2002

    EDITORA REVISTA DOS TRIBUNAIS LTDA.

    DiretorResponsvel: Carlos Henrique de Carvalho Filho

    Visite nossa Home Page: http://www.rt.com.br

    CENTRO DE ATENDIMENTO AO CONSUMIDOR: Tel. 0800-11-2433

    e-mail do atendimento ao consumidor: [email protected]

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    TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a reproduo total ou parcial, por qualquer meio ou processo, especialmente por sistemasgrficos, microflmicos, fotogrfico^reprogrficos, fonogrficos, videogrficos. Vedada a memorizao e/oua recuperao totalou parcial,bem como a inclusode qualquerparte desta obra em qualquer sistema de processamento de dados. Essas proibies aplicam-sc tambm s caractersticas grficas daobra e sua editorao. A violao dos direitos autorais punvel como crime (art. 184 epargrafosdo CdigoPenal) com penade prisoe multa,buscae apreensoe indenizaesdiversas (arts. 101 a 110 da Lei 9.610, de 19.02.1998, Lei dos Direitos Autorais).

    Impresso no Brasil (10 - 2002)ISBN 85-203-2287-5

    ProfessoraPilar Gmez Pavn,

    da Universidad Complutensede Madrd.

    E aos amigosLuiz Flvio Gomes,

    Wili.iam Terra de Oliveira,Luiz Antoinio Orlando,

    Roberto Barbosa Alves eNereu Jos Giacomolli.

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  • NOTA DO TRADUTOR

    O fenmeno da globalizao, que intensifica toda sorte de relaeshumanas, j foi comparado s grandes navegaes que, a partir do sculoXV, proporcionaram enorme difuso do comrcio e das cincias.

    Mas, enquanto as descobertas daquele perodo (circunavegao dafrica, chegada s ndias e descoberta daAmrica) trouxeram como principal conseqncia o alargamento dos horizontes al ento conhecidos, aglobalizao, ao contrrio, provoca um encurtamento relativo dos espaos,especialmente nos mbitos cientfico e cultural.

    Essa caracterstica se manifesta de forma bastante clara nas CinciasJurdicas, que se vem afetadas por um influxo crescente -e provavelmente irreversvel - de idias de origem multinacional.

    Contudo, no transcurso de todo o sculo passado, no Brasil, no houve no mercado editorial jurdico espao significativo para a traduo deobras jurdicas estrangeiras, quer as clssicas, quer as propagadoras dasnovas idias.

    Essa realidade, somada a fatores histricos, polticos e lingsticos -fomentadores, em alguns momentos, de excessiva crena na auto-suficin-cia -, sugere uma possvel defasagem evolutiva do Direito Criminal brasileiro, justamente no momento em que se faz necessrio afrontar os desafios da internacionalizao do crime.

    , pois, motivo dejbilopara toda a comunidade jurdica brasileira ainiciativa da Editora Revista dos Tribunais e do diretor desta Coleo, oProf. Luiz Flvio Gomes, de abrir espao publicao no pas de tradues de obras de juristas estrangeiros, uma vez que o preenchimento dalacuna at ento existente nesse campo certamente enriquecer o debatedos grandes temas da criminalidade na era da globalizao.

    Considero, ainda, um motivo adicional para jbilo a escolha da obrado Prof. Jess-Mara Silva Snchez como uma das primeiras tradues aserem publicadas nesta srie. Um dos mais jovens e proeminentes penalistasda atualidade, o Prof. Silva Snchez elaborou um retrato concentrado cextremamente preciso das transformaes do Direito Penal hodierno, quese converte em um guia filosfico capaz no somente de orientar aquelesque desejam aprofundar-se nos diversos lemas nele abordados, como tam-

  • 10 A EXPANSO DO DIREITO PENAL

    bm em baliza extremamente til queles que detm o poder de elaborar asleis penais e o dever de aplic-las com iseno e justia.

    So tais qualidades que explicam a grande receptividade que teve aobradesde o lanamentoda primeira edio na Espanha, da qual nos chegaa notcia que se fez traduo tambm para o italiano e o alemo. Parabenizo, assim, o Prof. Silva Snchez, desejando que sua obra alcance o mesmosucesso em nosso pas^ que me atrevo a antecipar em vista do quo prazerosarevelou-se a tarefa de traduzi-la.

    Setembro de 2002. *.

    Luiz Otvio de Oliveira Rocha

    NOTA PREVIA A 2.a EDIO ESPANHOLA

    A primeira edio desta obra foi publicada em fevereiro de 1999,sem que ento eu tivesse a inteno de continuar me ocupando das questes que nela abordava. Sem embargo, a amvel acolhida que teve a obradesde o primeiro momento me animou a continuai refletindo sobre alguns dos temas nela abordados, a introduzir outros novos temas relacionados com aqueles e, enfim, a oferecer agora, passados dois anos, umtexto substancialmente ampliado, e no apenas uma mera reedio, cujanecessidade se fez presente com o esgotamento da primeira edio e dasreimpresses feitas com urgncia.

    Nesse sentido, deliberei, por um lado. pela introduo de novas referncias bibliogrficas que aparentemente confirmam, segundo minha percepo, algumas das hipteses fundamentais contidas no livro; e, por outro, pelo desenvolvimento de argumentos antes apresentados de forma demasiadamente concisa, com o propsito de evitar mal-cniendidos e tambm aclarar idias que careciam de uma melhor formulao em razo deestudos realizados subseqentemente. Em terceiro lugar, optei por dar continuidade, ainda que de modo breve, a anlise de alguns dos problemasrelativamente aos quais antes no havia feito mais do que referncias iniciais. E, pr fim, acrescentei partes inteiramente novas.

    O resultado um texto cujo contedo amplamente coincidente com oda primeira edio, mas ao mesmo tempo significativamente mais extenso e,como acredito, tambm mais completo. Espero que esta edio, como a primeira, sirva para fomentar a discusso sobre questes relacionadas teoriada Poltica-Criminal, que na Espanha tem merecido ateno limitada.

    Barcelona, fevereiro de 2001.

    O Autor

  • NOTA PRVIA 1." EDIO ESPANHOLA

    Algumas das reflexescontidas nesta obra foramexpostas em BuenosJ Aires, em julho de 1998, durante conferncia feita na Universidad Austral.I Outras, em So Paulo, durante palestra proferida em setembro de 1998 no| IV Seminrio Internacional do Instituto Brasileiro de Cincias Criminais.| Estas pginas so dedicadas a ambas instituies, assim como aos profes

    sores integrantes das reas de Direito Penal das universidades espanholasPompu Fabra e Navarra.

    O Autor

  • SUMARIO

    * Prlogo ala edicin brasileha '. 7t Nota do tradutor 9

    \ Nota prvia segunda edio espanhola 11Nota prvia primeira edio espanhola 13

    i ' Lista de abreviaturas 17

    Introduo 19

    1. Sobre algumas causas da expanso do direito penal 271.1 Os "novos interesses" 27

    1.2 O efetivo aparecimento de novos riscos 281.3 A institucionalizao da insegurana 301.4 A sensao social de insegurana 321.5 A configurao de uma sociedade de "sujeitos passivos" 411.6 A identificao da maioria com a vtima do delito 501.7 O descrdito de outras instncias de proteo 571.8 Os gestores "atpicos" da moral ("atypische Moraluntemeltmer") 621.9 :A atitude da esquerda poltica: a poltica criminal social-democrata

    ina Europa 65

    1.10 Um fator colateral: o "gerencialismo" 69

    1. A globalizao econmica e a integrao supranacional. Multiplicadores da expanso 752.1 Introduo 752.2 Globalizao econmica, integrao supranacional e delinqncia... 792.3 A poltica criminal diante da delinqncia da globalizao 80

    2.3.1 As vias de configurao de um Direito Penal da globalizao 81

    2.3.2 A dogmtica diante da delinqncia da globalizao 84

  • 16 A expanso do direito penal

    2.3.3 Os princpios poltico-criminais do Direito Penal da globalizao. 93

    3. A poltica criminal e a teoria do Direito Penal diante dos aspectossocioculturais e polticos da globalizao 973.1 Questionamento 973.2 Globalizao e modificaes na estrutura social 983.3 A globalizao poltica e cultural e o Direito Penal 102

    4. Excurso: sobre a limitada influncia sobre o ltimo aspecto decertas construes tericas 105

    .5. Mudanas de perspectiva: a "administrativizao" do Direito Penal.. 1125.1 Introduo 1125.2 Mais que uma anedota: o paradigma dos Kumulationsdoikte (ou

    "delitos de acumulao") 1215.3 A proteo penal do "Estado da preveno" 1255.4 A gesto dos riscos de origem pessoal e a neutralizao no Direito

    Penal atual 130

    6. A impossibilidade de "voltar" ao velho e bom direito penal liberal("gutes, altes liberales Strafrecht") 1366.1 Questionamento 1366.2 Contra a consolidao de um nico "Direito Penal moderno" 1436.3 Direito Penal de duas velocidades? Um ponto de partida: a manu

    teno de garantias qualificadas em caso de cominao com penasprivativas de liberdade 144

    7. Terceira velocidade do direito penal? Sobre o "Direito Penal do inimigo" 148

    Obras publicadas nesta Srie 153

    LISTA DE ABREVIATURAS

    ADPCP Anuario de Derecho Penal y Cincias PenalesAFD - Anuario de Filosofia dei DerechoAPC - ArchivesdePolitiqueCriminelle

    ARSP - Archiv fr Rechts- und SozialphilosophieDS - Dviance et SocitcGA - Goltdammer's Archiv fr StrafrechtJD '. - Jueces para Ia DemocraciaJZ - Juristenzeitung

    KrimJ - Kriminologischcs JournalKri - Kritische Justiz

    KritV - Kritische Vierteljahresschrift fr Gesetzgebung undRechtswissenschaft

    MLR - The Modern Law ReviewNJW - Neue JuristischeWochenschrifl

    PJ - Poder Judicial (Revista)RAP . - Revista dadministracin Pblica

    RCSP - Revista Catalana de Seguretat PblicaRDM - Revista de Derecho Mercantil

    R1DPP - Rivista Italiana di Diritto e Procedura PenaleRTDPE - Rivista Trimestrale di Diritto Penale deli 'Economia

    StV - Strafverteidiger.ZRP - Zeitschrift fr Rechtspolitik

    ZStW - Zeitschrift fr die gesamte Strafrechtswissenschaf t

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  • 20 A expanso do direito penal

    Certamente, em princpio, parece que a expresso "Direito Penalmnimo" engloba propostas diversas cujo denominador comum umavocao restritiva do Direito Penal, mas sem que exista uma coincidncia totalquantoaoalcanceexatodas mesmas.5 Nocaso de Baratta, o pontode partidada orientao minimizadora vem sendo a avaliao da radicalinjustia e inutilidade da pena, cuja funo seria a reproduo das relaes de domnio preexistentes, recaindo fundamentalmente sobre as classes inferiores. A partir da, esse autor tem pretendido desenvolver uma.teoria da "minimizao" da interveno tomando como referncia os direitos humanos e, acredito, desde uma viso conflitiva de nosso modelosocial.6 Ocontedo que Baratta atribui a sua proposta, todavia, no parece coincidir com a viso que tem do "Direito Penal mnimo" o mximodifusordessaexpresso, LuigiFerrajoli, que tambmo denominagaran-tista, cognitivo ou de estrita legalidade,7 m especial porque este ltimoautor considera que se trata "de um modelo limtrofe, apenas tendenciale nunca perfeitamente satisfatrio".8 O termo "Direito Penal mnimo" eseu contraposto (Direito Penal mximo9) configuram-se em Ferrajoli porreferncia "ora aos maiores ou menores vnculos garantistas estrutural-

    Moccia, assumiu odesafio deredigiroCdigo Penalcujainstaurao propugnariamos defensoresdo Direito Penal mnimo. Isso resultava especialmente.interessante,uma vez que essa linha de pensamento tem padecido at o momentode uma faltadeconcreo de suas propostas. Sem embargo, no parece que referida iniciativa teveseguimento.

    '" Cf. adescrio ecrticadas diversas propostas emMarinucci/Dolcini, Diritto penale"minimo" e nuove forme di criminalit, RIDPP, 1999, p. 802 e ss, 808 e ss.

    !4' Cf. Baratta, Kriminologische Forschung, p. 518 e ss, integrando em tal teoria aprivatizao c a politizao dosconflitos, assimcomoa no utilizao dos conceitosdecriminalidade e pena. Cf.aindaBaratta, Kriminologische Forschung. p.534e ss, p. 536 e ss.

    '" Como novamente ressalta Baratta, La poltica criminale e il Diritto penale deliaCostituzione. Nuove riflessioni sul modello integrato delle scienzepenali, emCanestrari (ed.), // Diritto penale aliasvolta difinemilnio, Torino, 1998, p. 24ess, 44-45 e nota 51.

    m Ferrajoli, Derecho y razn. Teoria dei garantismo penal (trad. Andrs Ibnez,Ruiz Miguel, Bayn Mohino, Terradillos Basoco y Cantarero Bandrs), Madrid,1995, p. 93.

    "' Ferrajoli, Derecho y razn, p. 105: "o modelo de direito penal mximo, isto,incondicionado e ilimitado, o que se caracteriza, alm de sua excessiva severidade, pela incerteza e imprevisibilidade das decises e das penas; e que, conseqentemente, se configura como um sistema de poder no controlvel racionalmente, por ausncia de parmetros certos e racionais de convalidao e deneutralizao".

    INTRODUO 21

    mente internos dosistema, oraquantidade e qualidade das proibies epenas nele estabelecidas".10

    Nos dois ltimos anos, a defesa do "minimalismo" tem sido associada sobretudo s posturas defendidas por alguns dos mais significativosautores da denominada "Escola de Frankfurt". Esses, voltando-se defesade um modelo ultraliberal do Direito Penal, vm propondo sua restrio aum "Direito Penal bsico" que tenha por objeto as condutas atentatrias avida, a sade, a liberdade e a propriedade, com manuteno das mximasgarantias na lei, na imputao de responsabilidade e no processo. Nessatica, caracterizam a evoluo do Direito Penal oficial como uma "cruzadacontra o mal", desprovida de uma mnima fundamentao racional."

    Pois bem, ante tais posturas doutrinrias, realmente no nada difcil constatar a existncia de uma tendncia claramente dominante emtodas as legislaes no sentido da introduo de novos tipos penais, assim como um agravamento dos j existentes,12 que se pode encaixar nomarco geral da restrio, ou a "reinterpretao" das garantias clssicasdo Direito Penal substantivo e do Direito Processual Penal. Criao denovos "bensjurdico-penais", ampliao dos espaos de riscos jurdico-penalmente relevantes, flexibilizao das regras de imputao e relativi-zao dos princpios poltico-criminais de garantia, no seriam mais doque aspectos dessa tendncia geral, qual cabe referir-se com o termo"expanso''.13 Tal "expanso" , porcerto, uma caracterstica inegvel do

    '"" Ferrajoli, Derecho y razn, p. 104; mas, entre osdois extremos, "'existem diversossistemas intermedirios, alo ponto dequemais adequadamente dever falar-se, apropsito das instituies eordenamentos concretos, detendncia aodireito penalmnimo ou de tendncia ao direito penal mximo".

    "" Cf. as. mais relevantes manifestaes dessa postura em Instituto de CinciasCriminales de Frankfurt (ed.) (rea de Derecho Penal de Ia Universidad PompeuFabra - ed. esp.), La insostenible situacin deiderecho penal. Granada, 2000.uma obra que constitui a verso espanholada publicadana Alemanhaem 1995;ainda, nos diversos tomos deLdersscn (Hrsg.), Aufgeklrte Kriminalpolitik oderKampfgcgen das Bse?,Bd. I,Legitimationen, Baden-Baden, 1998;Bd.UNeuePhanomene der Gewalt, Baden-Baden, 1998; ///, Makrodelinqucnz, Baden-Badcn, \99%;Bd. IVLegalbewhrung undIcli-Strukiur, Baden-Baden, 1998;Bd.VLernprozesse im Vergleich derKulturen. Baden-Baden 1998; ou, tambm, emInstitu fr Kriminalwissenschaften und Rechtsphilosophie Frankfurt a.M.(Hrsg.), Irrwege der Strafgesetzgcbung, Frankfurt a.M., 1999.

    "J> Poderia afirmar que esse o leitmotiv do texto de Hcttinger, Eiuwicklungen imStrafrecht und Strafverfahrensrecht der Gegenwart. Versuch ciner kritischenBestandsaufnahme, Heidelberg, 1997, passim.

    "" C{.,potCKcmplo,Kindhnuser,Sicherheiissirafncht.GefahrendesStrafrechtsinderRisikogesellschaft, Universitas 3/1992, p. 227: "El Derecho Penal se expande sin

  • 22 A EXPANSO DO DIREITO PENAL

    Cdigo Penal espanhol de 1995, e a valorao positiva que importantessetores doutrinrios tm realizado sobre o mesmo deixa patente como atpica "fuga (seletiva) ao Direito Penal" no apenas um problema delegisladores superficiais e frvolos, mas que comea a ter uma coberturaideolgicade que carecia at a muito pouco tempo. Em todo caso, o legisladorde 1995,de fato, no pde subtrair-se nem sequer a um reconhecimento expresso - ainda que parcial - desse fenmeno, ao aludir naExposio de Motivos do texto legal existncia de uma "antinomia entre o princpio de interveno mnima e as crescentes necessidades detutela em uma sociedade cada vez mais complexa", antinomia que se resolveria no texto, segundo o prprio legislador, "dando prudente acolhida a novas formas de delinqncia, mas eliminando, ao mesmo tempo,figuras delitivasque perderam sua razo de ser". Em realidade., sem embargo, o evidenteera a acolhida de "novas formas de delinqncia" e aagravao geral das penas imponveis a delitos j existentes (sobretudo,socioeconmicos); em contrapartida, a transcendncia da eliminao decertas figuras delitivas resulta praticamente insignificante.

    De efeito, o que resulta verdadeiramente significativo so os fenmenosque o legisladorapontacomo expressivos de um e outro aspecto: "Emprimeiro lugar, mereceser destacadaa introduodos delitos contra a ordem socioeconmica ou a nova regulao dos delitos relativos a ordenaodo territrio e dos recursos naturais; em segundo, o desaparecimento dasfiguras complexas doroubo com violncia e intimidao das pessoas que,NT1surgidas no marco da luta contra o 'bandoleirismo', devem desaparecerdeixando passo a aplicao das regras gerais". A vinculao do primeiroaspecto comas novas "necessidades" de tutela (penal?) de uma sociedadecomplexa resulta bastante clara, segundo o discursodoutrinrio e ideolgicoquese est consagrando como dominante. Em contrapartida, nohcomo resistir a tentao de perguntarqual relao existe entre a reformatcnica dos delitos classicamente denominados complexos - destinada a

    freno"; Seelmann, Risikostrafrecht, KritV 4/1992, p. 452 e ss; Palazzo, Lapolticacriminale nelfltalia repubblicana, em Violante(ed.),Storia d'ltatia,Annali 12,LaCriminalit, Torino, 1997, p.851 c ss, 868. fundamental oestudo de Moccia, Imperenne emergenza. Tendenze autoritarie nelsistema penale, 1. ed., Napoli, 1995,2.ed.,Napoli, 1997, contendo um profundo exameda situao italiana.

    '" A expresso "roubo com violncia e intimidao" noconfigura redundncia,umavezque na terminologiado CdigoPenalespanhol-Lei Orgnica 10/1995,de 23 de novembro - o termo "roubo" tambm utilizado para definir o furtoqualificado por escalada, rompimento de obstculo, uso de chave falsa e cornviolao de sistemas dealarme, quesomodalidades do"robconfuerza en Iascosas" - art. 238 -, recebendo a denominao de "hurto" somente a conduta queno Cdigo Penal brasileiro corresponde ao "furto simples".

    INTRODUO 23

    submet-los s regras gerais do concurso de delitos - com o princpio deinterveno mnima (!). A primazia dos elementos de expanso se faz desse modo evidente.

    No infreqente que a expanso do Direito Penal se apresente comoproduto de uma espcie de perversidade do aparato estatal, que buscaria nopermanente recurso legislao penal uma (aparente) soluo fcil aos problemas sociais, deslocando ao plano simblico (isto , ao da declarao deprincpios, que tranqiliza a opinio pblica) o que deveria resolver-se nonvel da instrumentalidade (da proteo efetiva). Sem negar que tal explicao possa atribuir-se alguma razo, creio que seria ingnuo situar as causas do fenmeno de modo exclusivo na supercstrutura jurdico-poltica, nainstncia "estatal".14 Ao contrrio, minha opinio que em boa medida nosencontramos aqui ante causas mais profundas, que fundam suas razes nomodelo social que vem se configurando no decorrer, pelo menos, das duas

    ltimas dcadas, na conseqente mudana da expectativa que amplas camadas sociais tm em relao ao papel que cabe ao Direito Penal.

    Realar esse ltimo aspecto me parece essencial. Com efeito, dificilmente poder interpretar a situao de modo correto e, em conseqncia,fixar as bases da melhor soluo possvel dos problemas que suscita, se sedesconhece a existncia no nosso mbito cultural de uma verdadeira demanda social por mais proteo. A partir da, questo distinta que desdea sociedade se canalize tal pretenso em termos mais ou menos irracionaiscomo demanda de punio. Neste ponto, provavelmente no seja demaisaludir possvel responsabilidade que os formadores de opinio possamter em tal canalizao, dado o seu papel de mediadores. Como ainda convm questionar o fato de que as instituies do Estado no somente acolham tais demandas irracionais sem qualquer reflexo, em vez de introduzir elementos de racionalizao nas mesmas,15como ainda as realimentamem termos populistas."1Tudo isso certo, sem dvida. Mas a existncia de

    "" Beckett, Making crime pay. Law and order in contemporary American polities.New York/Oxford, 1997, p. 62 c ss, 108. se aproxima-cm minha opinio-a essainterpretao, quando estabelece que o apoio popular s "cruzadas" governamentais contra o delito deve-se a nada mais do que a difuso da ideologia do governopor meio dos meios de comunicao. De no ser assim, a seu entender, as concepes que tomam como ponto de partida a existncia de causas sociais do delito cpropem programas de reabilitao teriam o apoio total do pblico.

    "" Cf. Paliero, Consenso socialee diritto penale, RIDPP. 1992, p. 849 e ss. 868-869."*' Em realidade, se no houvesse uma demanda social pela pena, mais ou menos

    condicionada pelos meios de comunicao, no se entenderiam realmente as propostas expansivas da legislao penal elaboradas por uns partidos polticos quegovernam-ou pretendem governar-com a nica referncia axiolgicadas pesquisas de opinio.

  • 24 A EXPANSO DO DIREITO PENAL

    uma demanda social constitui um ponto de partida real, de modo que aproposta que acabe sendo acolhida no que se refere a configurao do Direito Penal no poderia desconsiderar a necessidade de dar a ela uma resposta tambm real.

    Em particular, e para evitar desde logo interpretaes equivocadas,convm ressaltar, sobre esse aspecto, que a profundidade e a extenso dasbases sociais da atual tendncia expansiva do Direito Penal no tm nada -aver com as que na dcada de 70 - e posteriores - respaldavam o movimento,inicialmente norte-americano, de law andorder." Por isso seria errneo pretender analisar sob esse prisma a expanso do Direito Penal caracterstica denosso particularfin de sicle, cujas "causas" se pretende esboar neste texto.18 Efetivamente, as propostas do movimento de lei e ordem se dirigiambasicamente a reclamar uma reao legal, judicial e policial mais contundente contra os fenmenos de delinqncia de massas; da criminalidade das ruas(patrimonial e violenta).19 Assim as coisas, uns setores sociais - para simplificar, os acomodados -, apoiavam tais propostas; outros.-os excludos, mastambm os intelectuais e os movimentos dos direitos humanos - se opunhama elas.20 Nesse particular, o debate em tomo do referido movimento constituiseguramente o ltimo exemplo da concepo convencional do Direito Penalcomo instrumento de restrio de direitos individuais, particularmente sofrido pelas classes "emergentes", e a cuja intensificao estas, assim como osmovimentos de direitos civis e polticos, se opem frontalmente. fundamental sublinhar que a representao social do Direito Penal que dimana dadiscusso sobre o movimento de lei e ordem no era em absoluto unvoca,seno, pelo contrrio, basicamente dividida.2'

    Cf. a ampla exposio de Arzt, Der Rufnach Recht und Ordnung. Ursachen undFolgen der Kriminalitatsfurcht ia den USA und in Deutschtand, Tubingen, 1976,o qual situa convencionalmente a origem do tema em 1963, e seu contedo na petio de uma interveno policial mais contundente, assim como de um DireitoPenal (substantivo, processual e penitencirio) mais rigoroso (p. 1).Dessa maneira, a meu entender, com razo Von Hirsch, Law and Order: Die Politikder Ressentiments, em Liiderssen (Hrsg.), Aufgeklrte Kriminalpolitik, Bd. V,p. 31 e ss. *Arzt, Der Ruf, p. 5:'segurana dos cidados em casa, no trabalho e tias ruas. Omovimento de lei e ordem propugna, pois, um "punitivismo", que no implicanecessariamente em expanso no sentido exposto, seno em concreto em uma maiorintensidade da reao.Cf. Beckett, Making crime pay, p. 12,28 e ss, 62 e ss, 80 e ss. Uns e outros discre-pavam radicalmente quanto as causas dos delitos c, portanto, tambm quanto aspossveis formas de afront-los (mais controle, os conservadores; mais bem-estar,os progressistas).So muito significativos os dados que aporta Arzt, DerRuf p. 17, sobre a representao radicalmente diversa de brancos e negros norte-americanos em relao a interveno da polcia.

    INTRODUO 25

    A representao social do Direito Penal que comporta a atual tendncia expansiva mostra, pelo contrrio, e como se ver, uma rara unanimidade. A diviso social caracterstica dos debates clssicos sobre o Direito Penalfoi substituda por um consenso geral, ou quase geral, sobre as "virtudes"do Direito Penal como instrumento de proteo dos cidados. Desde logo,nem as premissas ideolgicas nem os requerimentos do movimento de "lei

    . e ordem" desapareceram: ao contrrio, se integraram (comodamente) nesse,novo consenso social sobre o papel do Direito Penal.22 As pginas queseguem se dedicam a formulao de algumas hipteses sobre o porqu dacristalizao desse consenso.

    O consenso surge porque, por diversas razes, o movimento "conservador" de lei cordem converge com propostas ou interesses prximos, procedentes dos setores sociais anteriormente cticos ou diretamente contrrios a interveno do Direito Penal.

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  • 28 A EXPANSO DO DIREITO PENAL

    A doutrina j se ocupou detalhadamente desses fenmenos - benscoletivos,1 interesses difusos - que realam a crescente dependncia doser humano de realidades externas ao mesmo, como o caso da normalatividade de determinados terceiros. O que no significa, em absoluto,que se possa afirmar, de momento, a existncia de um consenso total sobrequais devem ser protegidos penalmente e em que medida. De qualquermodo, seria ocioso dedicar aqui mais espao aessa discusso. Oque interessa ressaltar neste momento to-somente queexiste, seguramente,um espao de "expanso razovel" do Direito Penal, ainda que, com amesma convico prxima dacerteza, sedeva afirmarquetambm sedoimportantes manifestaes da "expanso desarrazoada". A ttulo puramente qrientativo: a entrada macia de capitais procedentes de atividades delitivas (singularmente, do narcotrfico) em um determinado setorda economia provoca uma profunda desestabilizao desse setor, comimportantes repercusses lesivas. , pois, provavelmente razovel queos responsveis por uma injeo maciade dinheiro negro em um determinado setor da economia sejam sancionados penalmente pela comisso de um delito contra a ordem econmica. Mas, vejamos, isso no faz, porsi s, razovel a sano penal dequalquer conduta de utilizao de pequenas (ou mdias) quantidades de dinheiro negro na aquisio de bensouretribuio deservios. A tipificao dodelitode lavagem dedinheiro, enfim, uma manifestao de expanso razovel do Direito Penal (emseu ncleo, de alcance muito limitado) e de expanso irrazovel do mesmo (noresto dascondutas, em relao as quais nose possa afirmar emabsoluto que,de modo especfico, lesionema ordemeconmica de modopenalmente relevante).

    1.2 O efetivo aparecimento de novos riscos

    Desde aenorme difuso daobra deUlrich Beck,2 lugar comum caracterizar o modo social ps-industrial em que vivemos como"sociedade

    '" Cf. Alexy, Derechos individuales ybienes colectivos, em sua obraEl conceptoyIavalidez dei derecho (trad. J.M. Sena), Barcelona, 1994, p. 179 e ss, 186-187: "Umbemumbem coletivode umaclasse de indivduos quando conceitualmente, fcticaoujuridicamente, impossvel dividi-lo empartes outorg-las aos indivduos.Quando esse ocaso, obem tem umcarternodistributivo. Osbens coletivos sobens no-distributivos".Cujos livros emblemticos so textos de cabeceira da moderna teoria social:Risikogesellschaft. Aufdem Weg in eine andere Moderne, Frankfurt, 1986;Gegengifte. Dieorganisierte Unverantwortlichkeit, Frankfurt, 1988; Politik inderRisikogesellschaft,Frankfart, 1991; DieErfindung des Politischen.ZueinerTheoriereflexiver Modernisierung, Frankfurt, 1993.

    SOBRE ALGUMAS CAUSAS DA EXPANSO 29

    do risco" ou "sociedade de riscos" (Risikogesellschaft)? Com efeito, a sociedade atual aparece caracterizada, basicamente, por um mbito econmico rapidamente variante e pelo aparecimento de avanos tecnolgicossem paralelo em toda a histria da humanidade. O extraordinrio desenvolvimento da tcnica teve, e continua tendo, obviamente, repercussesdiretas em um incremento do bem-estar individual.4 Como tambm as tma dinmica dos fenmenos econmicos. Sem embargo, convm no ignorar suas conseqncias negativas. Dentre elas, a que interessa aqui ressaltar a configurao do risco de procedncia humana como fenmeno social estrutural.5 Isso, pelo fato de que boa parte das ameaas a que os cidados esto expostos provm precisamente de decises que outros concidados adotam no manejo dos avanos tcnicos: riscos mais ou menos diretos para os cidados (como consumidores, usurios, beneficirios de servios pblicos etc.) que derivam das aplicaes tcnicas dos avanos na indstria, na biologia, na gentica, na energia nuclear, na informtica, nascomunicaes etc. Mas, tambm, porque a sociedade tecnolgica, crescentemente competitiva, desloca para a marginalidade no poucos indivduos,que imediatamente so percebidos pelos demais como fonte de riscos pessoais e patrimoniais.

    O progresso tcnico d lugar, no mbito da delinqncia dolosa tradicional (a cometida com dolo direto ou de primeiro grau), a adoo de novastcnicas como instrumento que lhe permite produzir resultados especialmente lesivos; assim mesmo, surgem modalidades delitivas dolosas de novocunho que se projetam sobre os espaos abertos pela tecnologia. A criminalidade, associada aos meios informticos e internet (a chamada ciber-delinqncia), , seguramente, o maior exemplo de tal evoluo. Nessamedida, acresce-se inegavelmente a vinculao do progresso tcnico e o

    '" Isto,umasociedade naqualosriscossereferemadanosnodelimitveis, globaise, com freqncia, irreparveis; que afetam a todos os cidados; e que surgem dedecises humanas. Uma descrio resumida em Beck, De Ia sociedad industrial aIa sociedad dei riesgo (trad. Del Rio Herrmann), Revistade Occidente 150, novembro de 1993, p. 19 e ss.

    '" Desde logo, como se reconhece de modo praticamente unnime, dito progressoaumentou de modo relevante a segurana dos homens perante os riscos de origemnatural: cf. Kuhlen, Zum Strafrecht der Risikogesellschaft, GA, 1994, p. 347 e ss,360; Schnemann, Kritische Anmerkungen zur geistigen Situation der deutschenStrafrechtswissenschaft, GA, 1995, p. 201 e ss, 211.

    151 Cf. a esse respeitoasconsideraes geraisde LpezCcrezo/Lujn Lpez,Cinciavpoltica dei riesgo, Madrid, 2000, passim, p. 24-25. Em relao ao Direito Penalem particular, Prcz dei Vallc, Sociedad de riesgos y derecho penal, PJ 1996, n.43-44,. p. 61 e ss; Lpez Barja de Quiroga, El moderno derecho penal para unasociedade de riesgos, PJ, 1997, n. 48, p. 289 e ss.

  • 30 A EXPANSO DO DIREITO PENAL

    desenvolvimento das formas de criminalidade organizada, que operaminternacionalmente econstituem claramente um dos novos riscos para osindivduos (e os Estados). Mas , ainda assim, fundamental - e, dependendo do ponto de vista, mais ainda que no mbito das formas intencionais dedelinqncia - aincidncia dessas novas tcnicas na configurao do mbito da delinqncia no intencional (no que, desde logo, secundria suaqualificao como dolosa-eventual ou culposa). Isto , as conseqnciaslesivas da "falha tcnica", que aparecem como um problema central nessemodelo, no qual se parte de que um certo porcentual de acidentes graves?resulta inevitvel6 vista dacomplexidade dos desenhos tcnicos. Assimse trata de decidir, entre outras coisas, a questo crucial dos critrios delocalizao das "falhas tcnicas", ou no mbito do risco penalmente relevante, ou nombitoprprio do risco permitido.

    1.3 Ainstitucionalizao da insegurana

    Asociedade ps-industrial , alm da"sociedade derisco" tecnolgico, uma sociedade com outras caractersticas indivtdualizadoras quecontribuem sua caracterizao como uma sociedade de "objetiva" insegurana. Desde logo, deve ficar claro queo emprego de meios tcnicosacomercializao de produtos ou a utilizao de substncias cujos possveis efeitos nocivos so ainda desconhecidos e, ltima anlise, mani-festar-se-o anos depois da realizao da conduta, introduzem um importante fatorde incerteza navida social.7 Ocidado annimo diz: "estonos 'matando', mas no conseguimos ainda saber com certeza nem quemnem como, nem aque ritmo". Em realidade, faz tempo que os especialistas descartaram aexcessivamente remota possibilidade deneutralizar osnovos riscos, significando que prefervel aprofundar-se noscritriosdedistribuio eficiente ejusta dos mesmos - existentes eem princpio noneutrahzveis.8 O problema, portanto, no radica mais nas decises humanas que geram os riscos, seno tambm nas decises humanas que osdistribuem. E se certo que so muitos os que propugnam a mximaparticipao pblica nas correspondentes tomadas de deciso, no menoscerto que, de momento, as mesmas tm lugar em um contexto de quasetotal obscuridade.

    * ?f' l reffncia de ^P** Cerezo/Lujn Lpez, Cincia ypoltica, p. 28 ess, tesedas catstrofes normais" (de Charles Pcrrow, Normalaccidents: living with high-risk technologies, New York, 1984).

    (" Oproblema das denominadas "vacas loucas", que se acha em pleno apogeu quando escrevo estas linhas, mais um exemplo dessa situao.Cf. Lpez Cerezo/Lujn Lpez, Cincia ypoltica, p. 173 e ss.

    SOBRE ALGUMAS CAUSAS DA EXPANSO 31

    Tudo isso evidencia que, inegavelmente, estamos destinados a viverem uma sociedade de enorme complexidade,9 na qual a interao individual -pelas necessidades de cooperao e de diviso funcional - alcanounveis at agora desconhecidos. Sem embargo, a profunda correlao dasesferas de organizao individual incrementa a possibilidade de que algunsdesses contatos sociais redundem na produo de conseqncias lesivas.10Dado que, no mais, tais resultados se produzem em muitos casos a longoprazo e, de todo modo, em um contexto geral de incerteza sobre a relaocausa-efeito," os delitos de resultado/leso se mostram crescentemente insatisfatrios como tcnica d abordagem do problema. Da o recurso cadavez mais freqente aos tipos de perigo, assim como a sua configurao cadavez mais abstrata ou formalista (em termos de perigo presumido).12

    A crescente interdependncia dos indivduos na vida social d lugar,por outro lado, a que, cada vez em maior medida, a indenidade dos bensjurdicos de um sujeito dependa da realizao de condutas positivas (decontrole de riscos) por parte de terceiros.13 Expressado de outro modo, asesferas individuais de organizao j no so autnomas; produzcm-se, demodo continuado, fenmenos - recprocos - de transferncia e assunode funes de proteo de esferas alheias. Em Direito Penal, isso implicana tendncia de exasperao dos delitos de comisso por omisso que incide diretamente em sua reconstruo tcnico-jurdica.14

    "' A relao entre a crescente complexidade social e o incremento de disposies penaisque, a seu juzo, prosseguir no futuro, estabelecida por Roxin, El desarrollo deiderecho penal e ei siguiente siglo, Dogmticapenal ypoltica criminal(trad. AbantoVsquez), Uma, 1998, p. 435 e ss, 448-449.

    ,u" Cf., por exemplo, K. Gnther, Kampf gegen das Bse? Zehn Thesen wider dieethischeAufrstung der Kriminalpolitik, KritJ, 1994-2, p. 135e ss, 151: "O modelo liberal de uma sociedade de indivduos tinha que aparecer, desde a perspectivade uma sociedade que se integrava no essencial sobre diferenas de status e obrigaes de reciprocidade, como uma 'sociedade do risco'".

    "" Cf. Lpez Cerezo/Lujn Lpez, Cincia vpoltica, p. 138, 170 etc."2> Nisso constituindo a traduo jurdico-penal do denominado "princpio de precau

    o", seguido na gesto poltica de riscos: cf. Lpez Cerezo/Lujn Lpez, Cinciay poltica, p. 139 e ss. Sobre outras razes do recurso aos tipos de perigo, cf. infra.

    "" Aponta-o claramente Schlchter, Grenzen strajbarer Fahrlassigkeit, Thlngersheim/Nmberg, 1996, p.3, quandodestacaa diferenaentreos riscosvinculados imprudncia de um cocheiro do sculo XIX e a de um piloto de avio na atualidade.

    "*' At o ponto em que algum autor manifesta que a comisso imprudente o novoparadigma do conceito de delito: cf. K. Gnther, De Ia vulneracinde un derechoa Ia infraccin de un deber

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