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A Engenharia Mecânica e os transportes Mobilidade elétrica pessoal Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto Projeto FEUP 2016/2017 Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica: Prof. Teresa Duarte Equipa 1M05_02: Supervisor: Prof. Abílio Jesus Monitor: Mariana Silva Estudantes & Autores: João Oliveira [email protected] Pedro Lima [email protected] Paulo Leite [email protected] Pedro Costa [email protected] Manuel Côrte-Real [email protected]

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A Engenharia Mecânica e os transportes

Mobilidade elétrica pessoal

Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

Projeto FEUP 2016/2017 – Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica:

Prof. Teresa Duarte

Equipa 1M05_02:

Supervisor: Prof. Abílio Jesus Monitor: Mariana Silva

Estudantes & Autores:

João Oliveira [email protected] Pedro Lima [email protected]

Paulo Leite [email protected] Pedro Costa [email protected]

Manuel Côrte-Real [email protected]

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Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica

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Resumo

O tema proposto para a realização deste projeto foi a mobilidade através da

energia elétrica e a sua relação com a engenharia mecânica, o subtema que vai ser

abordado no relatório é a mobilidade pessoal elétrica. A hoverboard e a segway

serão os veículos de transporte pessoal estudados, com principal foco nas suas

características de auto-equilíbrio. O trabalho irá averiguar todas as vertentes dos

veículos analisados, desde os seus componentes e materiais, ao seu

funcionamento, passando por alguns conceitos associados à engenharia mecânica.

Por fim, haverá uma análise crítica baseada na utilidade e na influência nos

transportes descritos na sociedade moderna, bem como propostas de otimização

para estes veículos com o objetivo de alertar às vantagens e desvantagens destes.

Palavras chave: ● efeito giroscópico

● estabilização dinâmica

● mobilidade pessoal

● sensores giroscópicos

● auto-equilíbrio

Índice

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● Lista de figuras …………………………………………………………………...….…...…3

1. Introdução ………………….………………….………………………………….….…….4

2. Hoverboards …………………………………………….……..…………………….….…5

2.1 Características e especificações ….…………………………………………....….… 5

2.2 Componentes e materiais ……………………………………………………..…...…..5

2.3 Modo de utilização ………………………………………………………….…....……..6

2.4 Modo de funcionamento ………………………………………………………..………7

3. Segways …..………………………………………………………………………..…..…10

3.1 Características e especificações …………………………………………………... 11

3.2 Componentes e materiais ……………………………………………………………11

3.3 Modo de utilização ………………………………………………………………,…...11

3.4 Modo de funcionamento ……...…………………….…………………………….….12

4. Princípios de engenharia associados aos transportes pessoais de

auto-equilíbrio ………………………………………………………………….…………...……13

4.1 Estabilização dinâmica ……………………………………………….……………….13

4.2 Pêndulo invertido ……………………………………………………….……………...14

4.3 Giroscópio ………………………………………………………………..……………..15

4.4 Efeito giroscópico gerado de forma natural …………………………………………16

4.5 Giroscópios MEMS ……………………………………………………….…………...17

4.6 Sistemas MEMS ………………………………………………………….……………18

5.Influência dos veículos abordados na sociedade ……………….……... 20

5.1 influência da hoverboard ………….…………………………………………………..21

5.2 influência da segway …………….…………………………………………………….21

Conclusão ……………..…………………………………………………………………….23

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Lista de figuras

Figura1:hoverboard…………………………………………………………………..……...……….5

Figura 2: esquematização de utilização de uma hoverboard ……………………………......... 6

Figura 3: esquematização de utilização de uma hoverboard - vista de cima ……....……...... 6

Figura4: motor no interior de uma roda de uma hoverboard…………………………....……… 7

Figura5: interruptores interiores………………………………………………………….....………8

Figura6: luz LED e sensor………………………………………………………………......………8

Figura7: interior de uma hoverboard…………………………………………………….....………9

Figura8: Segway………………………………..……………………………………...…...…....…10

Figura 9: esquematização da utilização de uma segway ………….…………………...…….. 11

Figura 10: diagrama de funcionamento de uma segway

……..……………………....………..12

Figura11: equilíbrio de um corpo …………………………………..……………………….…….13

Figura12: carro com pêndulo …………………………………………………………….…..……14

Figura 13: giroscópio tradicional com três eixos de liberdade …………………..………….....15

Figura14: princípio de funcionamento de um giroscópio ……………………………...….……15

Figura15: diagrama de uma roda em rotação ………………………………………….…...…..16

Figura16: giroscópio MEMS L3G4200D ………………………………………………...…........17

Figura 17: estrutura microscópica do giroscópio MEMS L3G4200D……………….……...…17

Figura18: vibração de uma lâmina …………………………………….…..…………….…..…...18

Figura 19: sinal de perigo para travessia de pessoas em transportes pessoais….....……...19

Figura 20: sinal de proibição destinado a pessoas em transportes pessoais………...……...19

Figura 21: Segway Patroller i2 ……...……………………………………………………………21

Figura 22: NINEBOT ONE E+ ………………………………….…………………………………21

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1. Introdução

Este trabalho foi proposto no âmbito da unidade curricular “Projeto FEUP” cujo

objetivo passa por desenvolver um conceito denominado por “soft skills”, isto é,

procura apurar as capacidades de inter-relacionamento, de trabalho em grupo, e

promover um conhecimento das qualidades que são pedidas no mercado de

trabalho atualmente.

O tema abordado neste projeto é a mobilidade através da energia elétrica e a sua

relação com a engenharia mecânica, dentro deste tema, os transportes destinados à

mobilidade pessoal serão os transportes em análise.

Novos veículos surgiram, por necessidade ou por lazer, destinados a realizar

pequenas distâncias e inserem-se numa área da mobilidade que está ainda por

explorar, que suscitou o interesse da equipa. Existem vários sistemas de mobilidade

pessoal movidos a energia elétrica, como por exemplo trotinetes elétricas, bicicletas

e skates elétricos, etc., contudo são aqueles que possuem tecnologia capaz de se

equilibrarem por si mesmos que serão alvo de estudo.

A hoverboard e a Segway serão os veículos estudados, que se inserem nos

transportes pessoais de auto-balanço. Pretende-se investigar as capacidades

destes meios de transporte e o seu funcionamento, bem como a sua utilidade e

definir se têm (ou poderão vir a ter) um papel significativo na sociedade.

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2. Hoverboard

“Hoverboard”(Figura 1) - é o nome popularmente atribuído a uma “prancha de

auto-equilíbrio de duas rodas”, um aparelho elétrico portátil e recarregável.

Figura 1: Hoverboard https://blog.priceplow.com/hoverboards/top-10

2.1 Características e especificações

As características dependem da marca e do modelo, assim serão apresentadas os

valores médios:

● Dimensões produto: 584x178 mm

● autonomia máxima: 20 km

● Tempo de carregamento: 1 a 2 horas

● Velocidade máxima: 10-15 km/h

● Peso: 10 kg

● Carga máxima: 100-120 kg

● Carga mínima: 20 Kg

● Tipo de bateria: ternário de iões de lítio

● Tensão: 36 V

● Diâmetro do pneu: 170 mm

● Preço: €250 até €1300

2.2 Componentes e materiais Os componentes são comuns a quase todos os produtos, no entanto são os materiais que

inflacionam a qualidade do produto e, assim, aumentam o preço:

estrutura de alumínio

4 luzes LED

4 sensores

4 interruptores

4 paredes de plástico

Placa de pressão

2 rodas de silicone

2 giroscópios

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2.3 Modo de utilização

O utilizador de uma hoverboard utiliza o balanço do seu corpo, alterando o seu

centro de massa, para se mover, se se inclinar para a frente ou para trás, o aparelho

segue o movimento corporal. Se o utilizador se manter perpendicular à base do

aparelho, este não se move (figura 2).

figuras 2: esquematização de utilização de uma hoverboard http://www.cozywow.com/USAGE/

Por sua vez, se o utilizador pretender mudar de direção à direita deve empurrar

ligeiramente a ponta do pé esquerdo para baixo. Para virar à esquerda deve

proceder de igual modo com o pé direito (figura 3).

figura 3: esquematização de utilização de uma hoverboard - vista de cima http://smartscoots.com/how-to-ride-a-hoverboard/

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2.4 Modo de funcionamento

Numa hoverboard podemos encontrar dois motores separados, cada um associado

a cada uma das rodas, e encontram-se dentro da mesma, como mostra a Figura 4.

Figura 4: motor no interior de uma roda de uma hoverboard

http://www.besthoverboardbrands.org

A cada roda estão também associados sensores de velocidade e de inclinação.

Estes sensores vão captar os rpm de cada roda e vão enviar essa informação para

os giroscópios (também estes um por roda) e para os controladores de velocidade.

Os giroscópios são calibrados para a hoverboard receber a informação de que o

espaço é plano quando os sensores de inclinação estão a 0.

A movimentação do utilizador é detetada a partir da zona onde se exerce o peso.

Nesse processo, as componentes envolventes, que estão associadas ao movimento

das hoverboards, são:

● 4 luzes LED

● 4 sensores

● 4 interruptores

● Placa de pressão

A cada roda estão associados 2 interruptores (Figura 5), um atrás e outro à frente.

Assim quando aplicamos pressão para a frente, o interruptor da frente vai ser

pressionado

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Figura 5: interruptores interiores http://bestelectrichoverboard.com/hoverboard-faq/how-do-self-balancing-scooters-work

Quando este interruptor é pressionado uma parede de plástico desliza pelo meio da

luz LED e do sensor que lhe está associado (Figura 6), fazendo com que a luz não

seja detetada pelo sensor (também estando assim associada a cada roda uma luz

LED e um sensor).

Figura 6: luz LED e sensor

http://bestelectrichoverboard.com/hoverboard-faq/how-do-self-balancing-scooters-work

Deste modo, enquanto esta parede interromper a passagem de luz entre a luz LED

e o sensor, a placa principal dá a informação ao motor para trabalhar. Tomemos o

exemplo de uma viragem à direita. Neste caso, exercemos pressão à frente na roda

esquerda, fazendo com que a parede que lhe está associada desça e assim o motor

do lado esquerdo trabalhe. Como o pé direito não exerce pressão o motor do lado

direito não trabalha, fazendo com que a hoverboard vire à direita.

Este mecanismo também possui uma forma de equilibrar a pessoa que conduz a

hoverboard. Assim, quando o indivíduo se inclina para a frente, os sensores

detectam esta inclinação e conduzem a informação para a placa principal. Desta

forma, quanto mais para a frente se inclinar a pessoa, mais rápido a placa mãe diz

ao motor para trabalhar, aumentando assim a velocidade do mecanismo de forma a

este atingir o nosso centro de gravidade.1

1 "How Do Self Balancing Scooters Work? - Best Electric Hoverboard." 2015. 13 Oct. 2016 <http://bestelectrichoverboard.com/hoverboard-faq/how-do-self-balancing-scooters-work/>

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A figura 7 mostra o interior do veículo e identifica vários componentes

abordados anteriormente:

Figura 7: interior de uma hoverboard

http://www.besthoverboardbrands.org

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3. Segway

Uma Segway Personal Transporter, representada na Figura 8, é uma scooter

eléctrica de duas rodas paralelas com um “braço” de suporte e de controlo que

funciona como volante, bem como elemento de apoio ao equilíbrio do utilizador.

Figura 8: Segway http://www.splashtours.nl

3.1Características e especificações As características dependem de modelo para modelo, existem modelos que são

referidos como “profissionais”, que são usados principalmente por empresas e

outros criados mais recentemente destinados ao consumidor:

“profissional” - modelo i2 (original)

● Preço: €6700

● Peso: 48 Kg

● Tamanho: 48 x 63 cm

● Velocidade máxima: 20 km/h

● Autonomia estimada: 38 Km

● Remoção rápida da barra de controlo para fácil arrumação

● Luzes de deslocação

“consumidor” - modelo PTR E+

● Preço: €3000

● Peso: 23.5 Kg

● Base: 39 x 59 cm

● Velocidade máxima: 22 Km/h

● Autonomia estimada: 22 Km

● Ecrã

● conectividade bluetooth

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3.2 Componentes e Materiais ● Motor elétrico

● Bateria de iões de lítio

● 2 acelerómetros

● 5 sensores giroscópicos

● 2 rodas de silicone

● Estrutura de alumínio

● Engrenagens em aço

● Quadro em plástico

3.3 Modo de utilização A Segway funciona através do desequilíbrio do utilizador, isto é, quando a pessoa

se inclina para a frente, ao invés de cair ao chão, a Segway desloca-se de forma a

que o centro de gravidade da pessoa esteja alinhado com o da própria Segway.

Assim, a Segway sabe exatamente a velocidade ideal a que se movimentar de

modo a que o seu utilizador nunca perca o equilíbrio. A este fenómeno chama-se

“estabilização dinâmica”, e será abordado posteriormente no ponto 4.1. O

movimento do veículo é feito através do balanço do corpo da pessoa que dispõe de

um “suporte” para auxiliar o seu equilíbrio, como ilustra a Figura 9.

Para efetuar trajetórias curvilíneas basta que o utilizador movimente o guiador na

direção pretendida e o sistema da Segway diminui a velocidade da roda interior,

permitindo que a roda exterior se mova mais rapidamente e faça a curva pretendida.

Figura 9: esquematização da utilização de uma Segway http://en.wheel-rider.com

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3.4 Modo de funcionamento

Na figura 10 está contido um diagrama em blocos das principais funções de uma

segway.

Figura 10: diagrama de funcionamento de uma segway

http://www.newtoncbraga.com.br/index.php/robotica/5464-mec13

O primeiro bloco representa os sensores primários, estes encarregam-se de

adquirir a informação sobre a aceleração, inclinação e localização do centro de

massa do conjunto segway+utilizador. Dentro dos sensores primários, a segway

incorpora 2 acelerómetros e um conjunto de 5 giroscópios microscópicos, que

detetam mudanças de posição em todas as direções. O bom funcionamento de uma

segway tem como base um excelente aproveitamento destes sensores, portanto, é

fundamental uma captação precisa de dados por parte destes. De facto, dentro

destes 5 sensores giroscópicos, três são essenciais e os restantes dois apenas

contribuem para o incremento da precisão dos dados, isto é, diminuem o erro

associado a estes. Para além disso, o sistema verifica 100 vezes por segundo a

informação recolhida de modo a que o utilizador usufrua da melhor disposição que a

Segway pode oferecer.

De seguida, os sinais obtidos são transmitidos para o segundo bloco, um sistema

de micro processadores, DSPs, especializados em processamento digital de sinal.

Os DSPs podem processar rapidamente os sinais dos sensores e determinar quanto

é que as rodas se devem mover para frente e para trás de modo a manter o

equilíbrio, e isso de uma maneira extremamente rápida, o suficiente para não dar

tempo do passageiro cair.2 A este sistema de processadores estão também ligados

os sinais de comando, ou seja, aqueles provenientes da movimentação do “braço”

de comando, ou guiador, que também é utilizado, juntamente com a inclinação, para

movimentar o veículo.

Por fim, à saída dos processadores encontram-se os circuitos de controlo que

atuam sobre os motores que movem o veículo, de acordo com a leitura da

informação proveniente do processador, como esquematiza o diagrama presente na

Figura 10.

2 "Estabilização dinâmica de veículos de duas rodas (MEC131)." 2013. 25 Oct. 2016 <http://www.newtoncbraga.com.br/index.php/robotica/5464-mec13>

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4. Princípios de engenharia associados aos

transportes pessoais de auto-equilíbrio

4.1 Estabilização dinâmica

A condição necessária para que um corpo se mantenha em equilíbrio estável,

como a Figura 11 ilustra, é que a linha vertical que tem origem no centro de

gravidade fique dentro da base de sustentação. Uma vez que esta vertical passe a

estar fora da base, o corpo encontra-se em equilíbrio instável.

Figura 11: equilíbrio de um corpo http://www.newtoncbraga.com.br/index.php/robotica/5464-mec13

Assim, o funcionamento dos transportes pessoais em questão assenta neste

princípio, pois estes movem a plataforma de apoio, para que a vertical do centro de

gravidade do utilizador se mantenha dentro dessa base. De facto, como já foi

referido, as segways e hoverboards movem-se segundo a inclinação do condutor,

mantendo assim um equilíbrio estável dinâmico.

Este conceito está extremamente relacionado com o estudo do pêndulo invertido,

abordado de seguida.

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4.2 Pêndulo invertido

O Pêndulo Invertido é um exemplo clássico da engenharia no ensino da teoria de

controlo (trata do comportamento de sistemas dinâmicos). O sistema consiste num

carrinho com uma haste que se pode deslocar angularmente. A haste tende a cair

sob efeito da gravidade, portanto é um sistema naturalmente instável. O sistema

pode ser estabilizado aplicando uma força horizontal ao carrinho, fazendo a haste

ficar na vertical (Figura 12).3

Figura 12: carro com pêndulo http://www.maxwell.vrac.puc-rio.br

Outro exemplo verifica-se quando uma pessoa pretende equilibrar uma vara na

ponta dos dedos, e esta se começa a desequilibrar e se inclina, a mão precisa de se

movimentar para que a vara retorne à posição vertical (ou próxima). Estes exemplos

servem de analogia para o princípio de funcionamento das segways e hoverboards,

pois estes aparelhos também têm de se movimentar de modo a contrariar a

perturbação de equilíbrio da posição vertical (estabilização dinâmica).

Assim, é preciso determinar o desvio angular Φ do pêndulo com a vertical e a

velocidade do desvio angular, esses dados são obtidos através de giroscópios e de

sensores de velocidade e aceleração que são depois tratados e atuam sobre o

motor elétrico de modo a corrigir o desvio.4

3 "pêndulo invertido - Maxwell." 2015. 13 Oct. 2016 <http://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/25061/texto.html> 4 "O Segway." 2008. 13 Oct. 2016 <http://paginas.fe.up.pt/tre/TrE_folhas08/TrE_8f45.pdf>

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4.3 Giroscópio O funcionamento dos veículos abordados depende do uso de giroscópios. Este

dispositivo (Figura 13) consiste num disco em rotação que mantém a sua direção,

contrariando qualquer tentativa de mudança de direção, e que se estabilizará

independentemente da orientação da estrutura.

Figura 13: giroscópio tradicional com três eixos de liberdade https://pt.wikipedia.org/wiki/Giroscópio

Esta propriedade de o disco em rotação se opor a uma tentativa de alteração da

sua direção é frequentemente exemplificada girando uma roda de bicicleta no ar.

Verifica-se que, ao alterar a direção do eixo bruscamente, é perceptível uma enorme

reação, como demonstra a figura 14.

Figura 14: princípio de funcionamento de um giroscópio http://www.newtoncbraga.com.br/index.php/robotica/5464-mec13

Devido à tendência que o disco em rotação tem em permanecer na mesma

posição, é possível detectar qualquer movimento de forma muito precisa.

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4.4 Efeito giroscópico gerado de forma natural No dia a dia encontram-se facilmente exemplos deste efeito, tome-se o caso das

motas. Quando a mota está a andar em linha reta só é possível observar um eixo de

rotação (X), contudo, se quiser descrever uma curva, o condutor inclina-se para a

esquerda ou para a direita criando, assim, uma rotação em torno de um segundo

eixo (Y). A conjugação destes dois movimentos de rotação, gera um movimento de

rotação em torno de um terceiro eixo (Z), fazendo com que a mota rode em torno

deste e altere a sua trajetória. Na Figura 15, que representa a roda que gira em

torno do eixo de rotação X, é observável as setas de reação no eixo Z, que

correspondem a forças aplicadas no eixo Y, e vice-versa.

Nota: os eixos são todos perpendiculares entre si.

Figura 15: diagrama de uma roda em rotação https://en.wikipedia.org/wiki/Gyroscope

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4.5 Giroscópios MEMS

Nos veículos em análise, um giroscópio comum, como o da Figura 13 seria

inviável, porém, com os processos de miniaturização que apareceram

(microtecnologia), é possível que giroscópios possam ser integrados em chips

electrónicos de tamanho microscópico, utilizando a tecnologia MEMS, ou seja,

sistemas microeletromecânicos (Figura 16 e Figura 17). De facto, com a evolução

da tecnologia, aprendeu-se que também os dispositivos mecânicos podem ser

miniaturizados, e não apenas os dispositivos elétricos, ”(...) prometendo os mesmos

benefícios tanto ao mundo mecânico como a tecnologia de circuito integrado deu ao

mundo elétrico.”5

Figura 16: giroscópio MEMS L3G4200D Figura 17: estrutura microscópica do

AliExpress.com giroscópio MEMS L3G4200D http://www.artilhariadigital.com

O princípio de funcionamento destes sensores giroscópicos, como os da Figura

16, assenta na detecção do deslocamento provocado numa massa oscilante, que se

encontra suspensa por um sistema de molas formado por barras finas flexíveis. Esta

massa vibra a uma frequência definida e é sensível a qualquer rotação, pois quando

uma rotação ocorre, a massa oscilante experimenta uma força que causa um

segundo modo de vibração proporcional à velocidade angular da rotação.6

Simplificando, Uma lâmina que vibre a uma frequência extremamente alta, assim

como o disco de um giroscópio, tende a resistir a qualquer mudança da orientação

dessas vibrações, gerando com isso um sinal que pode ser captado por um circuito

externo. Qualquer mudança de posição desses sensores faz com que surja uma

força reativa e ao mesmo tempo um sinal externo, como mostra a Figura 18.7

5 "Microtecnologia – Wikipédia, a enciclopédia livre." 2011. 14 Oct. 2016

<https://pt.wikipedia.org/wiki/Microtecnologia> 6 "Giroscópios MEMS - mtc-m16d:80 - Inpe." 24 Oct. 2016 <http://mtc-m16d.sid.inpe.br/col/sid.inpe.br/mtc-m19@80/2010/01.25.18.42/doc/publicacao.pdf> 7 "Estabilização dinâmica de veículos de duas rodas (MEC131)." 2013. 24 Oct. 2016 <http://www.newtoncbraga.com.br/index.php/robotica/5464-mec13>

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Figura 18 : vibração de uma lâmina

http://www.newtoncbraga.com.br/index.php/robotica/5464-mec13

Conjuntos destes sensores, como se verifica nas segways, são posicionados para

detetar mudanças de direção em três eixos.

4.6 Sistemas MEMS

Os giroscópios MEMS determinam a velocidade do desvio angular do aparelho

onde estão inseridos, assim, determinam também a sua orientação em relação à

trajetória. A utilidade do giroscópio é complementada com outro dispositivo, o

acelerómetro (MEMS), dispositivo que consegue determinar as acelerações do

centro de massa de um determinado objeto, e a partir dos dados recolhidos por eles

é possível calcular a trajetória e posição do veículo em tempo real, e efetuar as

correções necessárias ao movimento.

Uma estrutura MEMS, pode ser entendida como um sistema eletromecânico

projetado em escala micrométrica, formada por três partes fundamentais: o sensor

(é neste campo que se inserem o giroscópio e acelerómetro), a interface analógica

para a aquisição, transmissão e amplificação do sinal vindo do sensor, e a parte de

controlo digital e processamento numérico.8

Esta tecnologia é utilizada nos veículos estudados, que utilizam estes sistemas

microeletromecânicos como recurso para a sua movimentação.

8 Forhan, NAE. "Giroscópios MEMS - mtc-m16d:80 - Inpe." <http://mtc-

m16d.sid.inpe.br/col/sid.inpe.br/mtc-m19@80/2010/01.25.18.42/doc/publicacao.pdf?metadatarepository=&mirror=sid.inpe.br/mtc-m19@80/2009/08.21.17.02.53>

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5. Influência dos veículos abordados na sociedade

Com a afluência de meios de transporte que percorrem as cidades, a sociedade

está praticamente servida de um leque variado de escolhas fáceis e práticas de

locomoção.

Veículos públicos como o metro ou o autocarro são utilizados diariamente por

inúmeras pessoas que se deslocam para o trabalho, escola, faculdade e outros. No

entanto, estes transportes muitas vezes encontram-se bastante distantes do destino

pretendido e não existe, portanto, um meio de transporte secundário que conecte o

destino dos passageiros ao seu metro ou autocarro. Por outro lado, existem também

deslocações em percursos onde estes transportes públicos não são acessíveis, e

também deslocações constantes numa pequena área que não justificam o uso dos

mesmos, por exemplo, patrulhas policiais e de segurança.

Opções para diminuir o custo físico de andar a pé exaustivamente já existem há

muito tempo, como as bicicletas, patins, skateboards, trotinetes, etc., no entanto

com a evolução progressiva da tecnologia na indústria dos transportes foi possível

explorar novas soluções. Deste modo, foram sendo incorporados motores elétricos

em alguns destes veículos, como a trotinete elétrica, bem como se criaram novos

veículos com maneiras inovadoras de conduzir, que funcionam de um modo

bastante mais complexo do que uma bicicleta.

Soluções destas nasceram para que, além de percorrer mais rapidamente

distâncias que se fariam a pé, fosse reduzido o esforço físico utilizado neste

processo e em relação ao uso dos transportes convencionais.

Assim, vários transportes individuais movidos a energia elétrica foram, e

continuarão a ser, desenvolvidos e a sua influência tem vindo a crescer. De tal

maneira que, a maior parte dos países já tem regulamentação própria para este tipo

específico de veículo, variando de país para país, existindo até sinalização em

alguns, conforme mostra a Figura 18 e a Figura 19.

Figura 19: sinal de perigo para travessia Figura 20: sinal de proibição

de pessoas em transportes pessoais destinado a pessoas em transportes pessoais

https://en.wikipedia.org/wiki/Segway_PT https://en.wikipedia.org/wiki/Segway_PT

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5.1 Influência da hoverboard

Hoje em dia este tipo de veículos ainda é visto com um carácter recreativo, isto é,

são principalmente produtos que visam apelar ao lazer dos seus utilizadores. As

hoverboards são o exemplo perfeito de um veículo usado essencialmente para o

entretenimento, mas com um potencial de maior utilidade.

A esmagadora maioria das pessoas tem uma opinião bastante cética e crítica em

relação à utilidade das hoverboards que, neste momento estão longe do seu

máximo potencial. A normalização das hoverboards evoluirá com o desenvolvimento

da mobilidade do produto, ou seja, o peso, os materiais utilizados, a bateria e as

suas dimensões terão de ser otimizados com o objetivo de o tornar mais prático e

mais acessível. Ainda que estes aparelhos sejam portáteis e teoricamente úteis para

as pequenas deslocações consideradas, não conseguiram, para já, constituir uma

solução para o objetivo exposto anteriormente, devido a três principais fatores: este

produto é um conceito recente, e ainda não conseguiu alcançar um impacto

significativo no mercado a grande escala; para a maioria do consumidor alvo, o

preço não justifica a necessidade do produto; e o seu peso, cerca de 10 kg, é

suficientemente elevado para que o esforço de carregar à mão o veículo, quando

este não está a ser utilizado, não compense o esforço que se poupa ao utilizá-lo em

vez de caminhar. Com efeito, os transportes tradicionais acabam por ser mais

facilmente transportáveis comparativamente à hoverboard. Por exemplo, um

skateboard pesa cerca de 3.5 Kg face aos 10 Kg da hoverboard, e uma bicicleta,

apesar de pesar um pouco mais e de ter maiores dimensões, é facilmente

transportável quando não está a ser utilizada, podendo ser empurrada manualmente

sem grande esforço.

5.2 Influência da segway

Por sua vez, este veículo já está há mais tempo no mercado e, por isso, já

encontrou os setores que beneficiam com a sua utilidade. Sendo um produto

bastante caro para o consumidor médio, estes são adquiridos por empresas com

capacidade financeira que atuam num nicho de mercado onde a sua utilização é

vantajosa.

Assim, as segways são usadas por empresas de segurança que praticam os seus

serviços em estabelecimentos fechados ou em pequenas áreas, pois este é o

veículo que lhes permite uma melhor flexibilidade de movimentação a uma

velocidade adequada, enquanto reduz o cansaço físico provocado pelas constantes

deslocações. Poderão ser também utilizadas por patrulhas da policia municipal

exatamente pelos mesmos motivos, substituindo as tradicionais patrulhas a pé, a

bicicleta, ou a cavalo, e até mesmo pela policia marítima, para patrulhas na praia. A

segway foi tão bem acolhida pelas unidades de patrulha, e gerou tão bons

resultados que a própria marca SEGWAY® criou modelos “segway patroller”

destinados para essa tarefa, a Figura 20 mostra um exemplar. Também se gerou

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um novo negócio: visitas turísticas às cidades em segways, que se

aproveitaram das características do veículo, ao descobrirem que este aparelho

permite uma fácil deslocação pela cidade, pois consegue-se alterar facilmente a

trajetória e ter um controlo sem dificuldade da velocidade. Para além disso, o fator

inovação apela a muitos clientes, que desejam ter uma experiência de condução

diferente de todas as outras, e que rapidamente se adaptam ao fácil manuseamento

do aparelho.

Recentemente, a marca SEGWAY®, foi comprada pela empresa rival ninebot®,

tendo sido lançados vários produtos com tecnologia semelhante ao da segway mas

destinados para o uso pessoal de um consumidor, com preços mais acessíveis e

dimensões mais reduzidas, como é o caso do produto inovador “NINEBOT ONE

E+”, exposto na Figura 21, e outras segways mais pequenas.

Em Portugal o uso de segways é legal para maiores de 18 anos, e para menores

de idade quando acompanhados pelos pais, e os seus utilizadores são equivalentes

a peões, portanto não são alvo de regulamentação específica. Por outro lado, nem

todos os países consideram um utilizador deste veículo em andamento como um

pedestre, em vários estados este é regulamentado com um motociclo, como no

Japão, ou um motociclo leve, como na Suíça, devido ao motor elétrico que possui.

Dependendo de cada país, existem diferentes regras para o limite de velocidade e a

obrigação de possuir uma matrícula, noutros a sua utilização pode ser proibida.

Figura 21: Segway Patroller i2 Figura 22: NINEBOT ONE E+ http://www.segway.co.nz/patrol/ https://wordlesstech.com

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Conclusão

O desenvolvimento do setor dos transportes pessoais é vital para o quotidiano de

pessoas que utilizam estes veículos como meio de transporte intermediário ou

profissional. A melhoria e otimização dos produtos contribui para um aumento da

qualidade e procura destes.

Ao longo do relatório apresentamos dois veículos elétricos com propriedades

mecânicas semelhantes: a segway e a hoverboard. Examinamos as suas

características, o seu modo de funcionamento e alguns conceitos que ajudaram a

perceber a precisão e a complexidade dos sistemas embutidos.

É possível concluir que a concepção de veículo pessoal com as propriedades

referidas está num processo evolutivo, onde cada vez mais ideias para a aplicação

da tecnologia envolvente em novos veículos nascem, assim como se desenvolvem

os que já existem. Assim, a utilização e a receptividade destes transportes depende

da evolução da engenharia e do arbítrio de implementar uma alternativa,

possivelmente viável e segura, à mobilidade convencional.