a empresas construtoras e a terceirização da mão de obra

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MÁRIO SÉRGIO NOGUEIRA BORGES AS EMPRESAS CONSTRUTORAS E TERCEIRIZAÇÃO DE MÃO DE OBRA NA CONSTRUÇÃO CIVIL Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Anhembi Morumbi no âmbito do Curso de Engenharia Civil . SÃO PAULO 2004

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Page 1: A empresas construtoras e a terceirização da mão de obra

MÁRIO SÉRGIO NOGUEIRA BORGES

AS EMPRESAS CONSTRUTORAS E TERCEIRIZAÇÃO DE MÃO DE OBRA NA

CONSTRUÇÃO CIVIL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Anhembi Morumbi no âmbito do Curso de Engenharia Civil .

SÃO PAULO 2004

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São Paulo 2004

MÁRIO SÉRGIO NOGUEIRA BORGES

AS EMPRESAS CONSTRUTORAS E TERCEIRIZAÇÃO DE MÃO DE OBRA NA

CONSTRUÇÃO CIVIL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Anhembi Morumbi no âmbito do Curso de Engenharia Civil. Orientador: Prof. Antonio Calafiori Neto.

Page 3: A empresas construtoras e a terceirização da mão de obra

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais pelo pela dedicação e comprometimento em fazer seu filho obter o

Diploma.

A meu Orientador, Prof. Antonio Calafiori Neto, pelo conhecimento, atenção e

desprendimento de tempo para atingimento de meu objetivo final.

A minha irmã Ana Lúcia Nogueira Borges, pela compreensão e entendimento de

meus compromissos com o trabalho estudantil.

E a todos os meus amigos que sempre estiveram ao meu lado.

Page 4: A empresas construtoras e a terceirização da mão de obra

SUMÁRIO

RESUMO................................................................................................................... VI

ABSTRACT.............................................................................................................. VII

1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................1

2 OBJETIVOS.........................................................................................................2

2.1 Objetivo Geral .............................................................................................................2

2.2 Objetivo Específico ...................................................................................................2

3 METODOLOGIA DO TRABALHO.......................................................................3

4 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................4

5 O RELACIONAMENTO COMERCIAL ENTRE EMPRESAS CONSTRUTORAS E TERCEIRIZADORAS DE SERVIÇOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL ..........................5

5.1 O que é Terceirização...............................................................................................5

5.1.1 Histórico.................................................................................................................5

5.1.2 Comparativo das terceirizações no Brasil com as utilizadas no Mercado

Global. 8

5.1.3 Quesitos para terceirização ...............................................................................9

5.1.4 Sindicalização das Empresas terceirizadoras...............................................11

5.2 Legislação .................................................................................................................13

5.2.1 Atividade de Meio, Atividade Fim e Solidariedade .......................................13

5.2.2 Obrigações..........................................................................................................15

5.2.3 Conceitos de Solidariedade e Subsidiariedade ............................................17

5.2.4 Mudanças na Legislação ..................................................................................18

5.2.5 Reclamações Trabalhistas ...............................................................................19

Page 5: A empresas construtoras e a terceirização da mão de obra

5.3 Tipos de Contratos e Custos................................................................................21

5.3.1 Contrato com prazo determinado....................................................................21

5.3.2 Contrato por prazo indeterminado ..................................................................22

5.3.3 Contrato por obra certa.....................................................................................22

5.3.4 Contrato Temporário .........................................................................................23

5.3.5 Trabalho Autônomo ...........................................................................................24

5.3.6 Custos Compartilhados.....................................................................................25

6 ESTUDO DE CASO...........................................................................................29

6.1 Formatação de Concorrência para contratação de mão de obra para serviços determinados.......................................................................................................29

6.2 Tomada de Preços...................................................................................................29

6.3 Critérios para avaliação de Proponentes..........................................................31

6.4 Formatação de Orçamento pela empresa terceirizadora .............................31

6.4.1 Critérios de Avaliação do Empreendimento a ser orçado...........................31

6.4.1.1 Localização do Empreendimento ....................................................................31

6.4.1.2 Avaliação do projeto orçado. ...........................................................................32

6.4.1.3 Avaliação do Contratante .................................................................................32

6.4.2 Formatação de Orçamento ..............................................................................32

6.4.3 Contratação ........................................................................................................38

6.4.4 Contratação de pessoal qualificado................................................................53

6.4.5 Treinamento para mão de obra contratada ...................................................53

6.4.6 Controle de Qualidade dos serviços executados .........................................53

6.5 Sistemas de medição e Faturamento de Serviços .........................................54

6.5.1 Planilhas para medição.....................................................................................54

6.5.2 Sistema de Cobrança........................................................................................55

6.6 Controle Comercial e de Relacionamento ........................................................56

6.6.1 Sistema de Entrega de Serviços Contratados .............................................56

6.6.2 Controle de Satisfação do Cliente...................................................................56

Page 6: A empresas construtoras e a terceirização da mão de obra

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................57

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................58

Page 7: A empresas construtoras e a terceirização da mão de obra

vi

RESUMO

No mercado da construção civil brasileira, é pratica freqüente a substituição de mão de obra própria por mão de obra terceirizada, onde se objetiva a redução de custos diretos e indiretos para se obter maior competitividade no atendimento aos clientes e maior obtenção de lucro.

Em constante busca ao atendimento as normas técnicas e legislação vigente, é fato as construtoras adequarem-se às modernizações existentes nas formas de Gestão e Controle da Produtividade.

Necessitam-se criar parcerias com os diversos tipos de fornecedores existentes, principalmente aos Terceirizadores de Serviços .

Criam-se então, sistemas de administração conjunta e controle de produção adequados a cada tipo de necessidade.

Page 8: A empresas construtoras e a terceirização da mão de obra

vii

ABSTRACT

In the Brazilian civil construction market, it is a common practice to replace internal labor for outsourced labor, with the goal of reducing direct and indirect costs to gain higher competitiveness in servicing clients and to have profits.

In a continuous attempt to fulfill technical rules and the legislation in force, construction companies do fit themselves to existing modernizations in the form of Management and Productivity Control.

It is necessary to prompt partnerships with several types of existing suppliers, especially with Service Outsourcing Suppliers.

Joint administration and production control systems are then created that are appropriate to each kind of necessity.

Page 9: A empresas construtoras e a terceirização da mão de obra

1

1 INTRODUÇÃO

Com a competitividade cada vez mais presente, observa-se a

necessidade da “profissionalização” das pessoas envolvidas nos

processos produtivos e de terceirização, na formação de parcerias

observadas no atual cenário econômico.

Este trabalho enfoca, dentro da área de construções residenciais, a

caracterização dos processos relacionais entre empresas Construtoras e

terceirizadoras de mão de obra.

A partir de um estudo de caso, analisou-se a documentação envolvida

nos processos de orçamento, contratação, acompanhamento e gestão de

produção para a terceirização de serviços de mão de Obra civil em

empreendimentos de cunho residencial no Município de São Paulo.

Page 10: A empresas construtoras e a terceirização da mão de obra

2

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Apresentar os processos comerciais relacionados às empresas

terceirizadoras de mão de obra para construção civil e Construtoras.

2.2 Objetivo Específico

Caracterizar a partir de um estudo de caso a documentação que envolve

o processo para orçamento, contratação, acompanhamento e gestão de

produção para a terceirização de serviços de mão de Obra civil em

empreendimentos de cunho residencial.

Page 11: A empresas construtoras e a terceirização da mão de obra

3

3 METODOLOGIA DO TRABALHO

Utilizaram-se como fontes de pesquisa, legislação trabalhista específica;

materiais institucionais da empresa Planog Construções e Reformas Ltda

(empresa prestadora de serviços); e informações relacionadas ao tema

terceirização, provenientes de órgãos públicos, privados e literaturas

disponíveis, para fundamentar a análise relacional entre Contratante

(Construtora) e Contratada (Terceirizadora).

Page 12: A empresas construtoras e a terceirização da mão de obra

4

4 JUSTIFICATIVA

Com os constantes desenvolvimentos de processos de gestão de mão de

obra nas várias empresas terceirizadoras de serviços, este trabalho

enfoca os processos de Treinamento e Gerenciamento da Produção.

No que Tange ao desenvolvimento de Parcerias, o que é comumente

visto no mercado, mais uma vez se enquadra a necessidade da

“profissionalização” do setor de serviços .

Page 13: A empresas construtoras e a terceirização da mão de obra

5

5 O RELACIONAMENTO COMERCIAL ENTRE EMPRESAS

CONSTRUTORAS E TERCEIRIZADORAS DE SERVIÇOS DE

CONSTRUÇÃO CIVIL

5.1 O que é Terceirização

5.1.1 Histórico

Com o início da II Guerra Mundial, a terceirização de serviços surge como

alternativa às necessidades da indústria bélica que precisava concentrar

todos os seus esforços no desenvolvimento da produção de armamentos,

passando algumas atividades tidas como secundárias a empresas

prestadoras de serviços.

Com a crescente internacionalização da economia e o aumento

exponencial da competitividade, a terceirização de serviços tornou-se

cada vez mais usual para que as empresas mantivessem seu foco em

seus produtos finais, aumentando assim o dinamismo e alta

produtividade.

Na década de 70, iniciou-se no Brasil uma reestruturação nos modos de

produção das Empresas utilizando a Terceirização como um novo modelo

de Gestão de Mão de Obra e baseando-se em um conjunto de inovações

tecnológicas.

Page 14: A empresas construtoras e a terceirização da mão de obra

6

Neste momento surge um novo conceito de trabalho orientado pela

flexibilização.

A terceirização tornou-se cada vez mais premissa para a flexibilização dos

custos de mão-de-obra através da redução ou eliminação dos encargos

sociais, trabalhistas e previdenciários.

Em uma economia em crise necessitou-se optar pela melhoria de

condições de produção e redução acentuada de custos.

No advento da crise da construção Civil na década de 80, as empresas

construtoras se encontraram presas à necessidade de reduzir seus custos

aplicados. Para tal evento necessitou-se optar por uma reformulação geral

nos sistemas de trabalho, incluindo otimização dos serviços, procura de

novos materiais e investimento em sistema de gerenciamentos e controle

eficazes.

Os custos agregados na parcela de mão de obra, que incluem leis sociais,

impostos e treinamentos, oneravam os orçamentos em demasia.

Uma das soluções adotadas nos primórdios do processo foi a de convocar

os funcionários mais destacados como, encarregados, mestre de obras,

líderes de produção, feitores e demais cargos de confiança a montarem

suas próprias empresas e continuarem a prestar serviços para a empresa,

que antes era sua contratante formal, no sistema de “Empreitada”, ou

seja, a empresa contratada executaria os serviços em preço fixo e pré-

ajustado, não onerando o contratante em custos indiretos.

Page 15: A empresas construtoras e a terceirização da mão de obra

7

Com a evolução das legislações trabalhistas e de segurança do trabalho,

sistemas de controle e gerenciamento, as empresas terceirizadoras, ou

empreiteiras de mão de obra, necessitaram evoluir nos seus sistemas

produtivos para atender às novas exigências dos contratantes.

Para o atendimento da demanda de terceirização, consolidam-se

empresas especializadas nas seguintes atividades:

Serviços de Terceirização;

Trabalhadores Temporários;

Autônomos;

Cooperativados.

A atual legislação trabalhista brasileira ainda se baseia num conjunto de

leis denominado Consolidação das Leis Trabalhistas (C.L.T.), criada na

metade do século. Esta legislação vem sendo modernizada nos últimos

anos no sentido de diminuir a interferência do Estado nas relações entre

empregados e empregadores, sendo comum ainda, funcionários de

empresas terceirizadas acionarem na Justiça do Trabalho as duas, os

proprietários da empresa tomadora e a prestadora, alegando vínculo

empregatício ou os princípios de Solidariedade e Subsidiariedade, e

exigindo do contratante do serviço, direitos trabalhistas que não foram

cumpridos pelas empresas terceirizadas.

A "flexibilização das relações trabalhistas", com ênfase a partir do

Governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso, imprimiu ao

Page 16: A empresas construtoras e a terceirização da mão de obra

8

mercado de trabalho brasileiro, uma nova fórmula de entendimento.

Assim, as empresas ou grupos de empresas determinarão com os

Sindicatos dos Empregados a ampliação ou redução de direitos e

benefícios, além dos básicos contidos na Constituição Federativa.

Neste sentido, o Brasil já está aprimorando as leis trabalhistas criando

novas formas como a do Contrato Temporário de Trabalho, com redução

de encargos trabalhistas e a Demissão Temporária. Ainda, para

negociação salarial, são utilizadas as convenções coletivas, que envolvem

categorias inteiras ou grandes empresas e conglomerados.

5.1.2 Comparativo das terceirizações no Brasil com as utilizadas no

Mercado Global.

Seguindo exemplo dos Estados Unidos, é utilizada a terceirização de

atividades por prazos determinados. No Brasil, os contratos são mais

complexos e dificilmente uma empresa é contratada para períodos

pequenos ( horas ou dias ). Além disso o conceito de vínculo empregatício

também é diferente.

Nos EUA as empresas podem contratar funcionários por períodos

preestabelecidos ou por tempo indeterminado, no Brasil, somente

empresas de terceirização estão autorizadas por lei a contratar e fornecer

mão-de-obra temporária.

Page 17: A empresas construtoras e a terceirização da mão de obra

9

Outra diferença fundamental é que em muitos países o trabalhador

terceirizado pode optar por um salário menor ou maior dependendo de

seu interesse em trabalhar em determinada empresa, enquanto que no

Brasil, os sindicatos de trabalhadores definem com as grandes empresas

(Convenções Coletivas) os pisos salariais de cada categoria, e um

funcionário, deve receber este piso.

5.1.3 Quesitos para terceirização

O processo de contratação de uma empresa terceirizadora, pode ser feito

através de concorrência, sempre observando e analisando os seguintes

tópicos:

Contrato Social e alterações contratuais;

Responsabilidade dos sócios, tanto legais como contratuais;

Seguros para Acidentes de Trabalho;

Capital Social compatível com o Faturamento;

Relacionamento com instituições financeiras nos últimos dois anos;

Bens imóveis para garantias de futuras condenações;

Estrutura Patrimonial - examine os últimos balanços;

Curriculum dos executivos e pessoal de primeira linha;

Page 18: A empresas construtoras e a terceirização da mão de obra

10

Se presta serviços ou produz para mais de um tomador, naquela

atividade;

Informações comerciais e financeiras;

Composição da Folha de Pagamento - Fórmulas e Relatórios;

Data e forma de pagamento de salários e adicionais;

Contratos individuais da jornada de trabalho;

Contrato inter empresarial de serviço ou produção ;

As últimas convenções coletivas de trabalho, tanto da tomadora como

da prestadora;

Decisões judiciais (Justiça Federal e do Trabalho);

Corpo jurídico próprio ou terceirizado;

Decisões administrativas (trabalho e previdência);

Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (F.G.T.S.);

Registro de Empregados;

Autorização do Ministério do Trabalho, no caso de cessão de mão-de-

obra temporária.

Capacidade Técnica;

Capacidade Técnica dos Recursos Humanos;

Page 19: A empresas construtoras e a terceirização da mão de obra

11

Fornecedores de matéria-prima com regularidade de entrega, e com

fisco federal e estadual;

Se presta serviços ou fabrica para mais de um tomador, naquela

atividade no momento;

Capacidade de modernização de seus equipamentos.

Ouvir os empregados da contratada, conversar com empresas que já

utilizam os seus serviços, conhecer os planejamentos a curto e longo

prazo e a filosofia da empresa.

Este processo é utilizado para diminuição dos riscos de execução dos

serviços a serem contratados.

5.1.4 Sindicalização das Empresas terceirizadoras

A legislação brasileira vincula as funções exercidas pelos trabalhadores

às suas categorias específicas e não às empresas onde trabalham. Deste

modo, compete às Empresas Terceirizadoras o cumprimento irrestrito da

Legislação Trabalhista.

No início do processo de terceirização no Brasil (item 5.1.1), muitas

empresas demitiram departamentos internos inteiros, forçando os ex-

funcionários a montarem "empresas prestadoras de serviços" que na

realidade continuariam exercendo exatamente as mesmas funções

desses departamentos, mas sem "teóricos" riscos trabalhistas para a

tomadora. Como muitas dessas "empresas" acabavam trabalhando

exclusivamente para o antigo patrão, depois de algum tempo os

Page 20: A empresas construtoras e a terceirização da mão de obra

12

"funcionários" da "nova empresa" exigiam da tomadora seus direitos

trabalhistas e muitas ações desse tipo na Justiça deram ganho de causa

ao trabalhador. Por isso é fundamental que uma empresa terceirizada não

preste serviços a um único tomador, o que pode caracterizar vínculo

empregatício entre o tomador e o trabalhador.

Atualmente, processos desse tipo são menos comuns e as empresas

terceirizadas estão se organizando em associações e sindicatos para

garantir não somente os seus próprios direitos, mas também oferecer uma

tranqüilidade maior às Empresas Clientes. Acontece que as empresas

prestadoras de serviços no Brasil estão historicamente ligadas às

federações e sindicatos do comércio, contribuindo até compulsoriamente

para essas entidades.

Com isso existe uma certa dificuldade para as empresas terceirizadas

formarem suas próprias entidades representativas. Entretanto, até mesmo

por força de acordo internacional recente com o Fundo Monetário

Internacional, o Brasil está comprometido com a modernização na

legislação trabalhista que passa necessariamente pela queda da

Unicidade Sindical. O princípio da Unicidade Sindical exige que empresas

e trabalhadores estejam ligados a um único e determinado sindicato

existente numa base física, mesmo que este de fato não represente seus

interesses.

Page 21: A empresas construtoras e a terceirização da mão de obra

13

5.2 Legislação

5.2.1 Atividade de Meio, Atividade Fim e Solidariedade

Ainda se discute para fins trabalhistas quando é possível terceirizar

serviços dentro da área física das empresas. Apesar de algumas

atividades como Limpeza, Vigilância e Alimentação já estarem

terceirizadas em centenas de empresas no Brasil, alguns estudiosos

continuam considerando que o enunciado 331 do Tribunal Superior do

Trabalho e a Portaria 3/98 do Ministério do Trabalho, impedem da

subcontratação na atividade fim das empresas. A exceção é a contratação

de mão-de-obra temporária prevista na Lei 6.019/74.Decorrente disto,

grandes empresas foram objeto de multas dos Ministérios (Trabalho e

Previdência) e tiveram condenações trabalhistas quanto a empregados de

seus subcontratados.

Muitas demandas judiciais continuam acontecendo, mas gradativamente

está se consolidando no meio jurídico que fiscais do trabalho ou da

previdência não podem desconsiderar contratos entre empresas. Com

isso, lentamente se cria uma jurisprudência que no futuro deve permitir de

que a terceirização avance na atividade fim.

Na realidade, a Lei brasileira não proíbe explicitamente a terceirização na

atividade fim, mas também não a permite em seus dispositivos legais, de

modo que permanece a discussão enquanto não se cria uma legislação

mais ampla e definida. De qualquer modo, no novo texto do Artigo 31 da

Page 22: A empresas construtoras e a terceirização da mão de obra

14

Lei 8212/91 que regulamenta o recolhimento da contribuição para o INSS

a expressão "serviços contínuos relacionados ou não com as atividades

normais da empresa" foi alterada para “serviços contínuos relacionados

ou não com a atividade fim da empresa". Por enquanto, para efeitos

legais tem se utilizado do contrato social da prestadora para identificar na

cláusula do objeto social quais são as atividades fins da empresa

Diz a Consolidação das Leis Trabalhistas em seu art. 455 (CLT):

“Nos contratos de Subempreitada responderá o subempreiteiro

pelas obrigações derivadas do contrato de trabalho para celebrar,

cabendo, todavia, aos empregados o direito de reclamação contra o

empreiteiro principal pelo inadimplemento daquelas obrigações por parte

do primeiro”.

Parágrafo único. Ao empreiteiro principal fica ressalvada, nos

termos da lei civil, ação regressiva contra o subempreiteiro e a retenção

de importância a este devidas para garantia das obrigações previstas

neste artigo.

Segundo Baraúna(1997, pág 59), “na subempreitada, tanto o empreiteiro

principal como o subempreiteiro desenvolvem uma atividade econômica

cujos riscos assumem e para qual se utilizam do trabalho alheio, que

assalariam e dirigem, logo são empregadores. Trata-se de um caso típico

de solidariedade passiva por força de lei”.

Page 23: A empresas construtoras e a terceirização da mão de obra

15

5.2.2 Obrigações

No Brasil as relações entre empregadores e empregados são

disciplinadas pela Consolidação das Leis Trabalhistas (C.L.T.),

Constituição Federal de 1.998 (com artigo específico para direitos dos

trabalhadores) por leis esparsas e portarias governamentais.

A C.L.T., na opinião da maioria dos juristas brasileiros impõe na relação

capital/ trabalho, um "protecionismo" em favor do empregado, por ser

considerado a parte mais fraca da relação, com direitos como:

Licença paternidade (5 dias de afastamento);

Licença maternidade (120 dias de afastamento);

Férias anuais (30 dias) , com acréscimo de 1/3 do salário;

Salário adicional em Dezembro, chamado de 13º salário;

Indenização de 30 dias, em caso de demissão sem justa causa;

Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (F.G.T.S.) - 8% do salário

mensal, mais multa de 40% na rescisão;

Piso salarial;

Insalubridade, para algumas categorias;

Periculosidade, para algumas categorias;

Page 24: A empresas construtoras e a terceirização da mão de obra

16

Limite de 8 horas diárias ou de 44 horas semanais;

Repouso semanal remunerado;

Adicional de horas extras, no mínimo de 50%.

Existem ainda os chamados benefícios extra salariais tais como:

Vale refeição;

Assistência médica;

Seguro de vida em grupo;

Vale alimentação;

Plano de aposentadoria;

Vale transporte (obrigatório).

Ao fornecer estes benefícios extra salariais, a Empresa se vale de

legislação específica para abatimento em Imposto de Renda, como por

exemplo, até 8% para o vale transporte/ vale alimentação. O benefício do

vale transporte não pode ser pago em dinheiro, sendo também um custo

social para a Empresa. Ele é o reembolso da locomoção do empregado,

da sua residência para o local de trabalho, e vice-versa, o trabalhador

participa no custo do benefício com 6% de seu salário. A maioria dos

benefícios regula-se através de acordos coletivos firmados entre os

empregadores e os sindicatos de trabalhadores.

Page 25: A empresas construtoras e a terceirização da mão de obra

17

5.2.3 Conceitos de Solidariedade e Subsidiariedade

As Empresas Clientes que contratam serviços ou produtos terceirizados

dentro do seu parque fabril, devem ser muito criteriosas para a

contratação destes, uma vez que na Legislação Trabalhista dois princípios

são irrefutáveis:

SOLIDARIEDADE - A solidariedade no contrato de trabalho, significa que

a Empresa Tomadora dos serviços ou produtos terceirizados, ou seja, a

Empresa Cliente, e a Empresa Fornecedora, são igualmente responsáveis

pelas obrigações resultantes da relação empregatícia.

O vínculo jurídico existe entre ambas as Empresas, responsabilizando-as

por qualquer pagamento não realizado, dentro da legislação trabalhista.

Uma única condenação trabalhista atinge duas empresas. Também no

caso de acidente de trabalho, com danos morais e materiais e mesmo as

ações criminais, a justiça comum adota este conceito.

SUBSIDIARIEDADE - A subsidiariedade no contrato de terceirização

ocorre quando a Empresa Prestadora de Serviços ou fornecedora de

produtos não cumpre suas obrigações, ficando a Empresa Tomadora, ou

seja, a Empresa Contratante, responsável pelos débitos não cumpridos

pela prestadora. Neste caso, a Empresa Tomadora somente se

responsabilizará pelas obrigações se estas não forem cumpridas pela

Empresa Prestadora.

A diferença entre a SOLIDARIEDADE e a SUBSIDIARIEDADE é que na

primeira a responsabilidade entre as duas Empresas é igual; e na

Page 26: A empresas construtoras e a terceirização da mão de obra

18

segunda se a Empresa de Serviços não cumprir suas obrigações, a outra

será notificada a pagar o débito. O Judiciário Brasileiro ainda está no

processo de transição do conceito de solidariedade para subsidiariedade,

acontecendo condenações trabalhistas das duas formas.

As Empresas de Serviços Terceirizados no Brasil, além de serem

obrigadas a cumprir as exigências trabalhistas, necessitam

sistematicamente provar ao Contratante sua regularidade, a fim de evitar

passivos trabalhistas, fundiários (FGTS) ou administrativo (multas).

O ponto chave no relacionamento Empresa Cliente / Empresa Prestadora

de Serviços / empregados, é salvaguardar os interesses da Empresa

Cliente na contratação do serviço, exigindo via contrato que a fornecedora

cumpra a Legislação Brasileira, preservando-os de futuros débitos

oriundos da relação trabalhista. É enfatizada a questão trabalhista porque

é mais difícil de ser identificada. Há questões que por vezes levam mais

de 10 anos para se tornarem aparentes e que normalmente se restringem

a condenações financeiras.

5.2.4 Mudanças na Legislação

A contribuição previdenciária, anteriormente era obrigação da empresa

prestadora, a qual deveria fazer recolhimentos sobre a folha de

pagamentos.

Porém, se a mesma não efetuasse tal recolhimento, havia condenação

solidária entre as empresas tomadora e prestadora, embora, muitas

Page 27: A empresas construtoras e a terceirização da mão de obra

19

vezes, a primeira já tivesse efetuado o pagamento referente à parcela

previdenciária à segunda, mediante a inclusão dessa verba na fatura.

Por este motivo, as empresas prestadoras e seus clientes sempre

almejaram alterar a legislação, de modo que cada empresa efetue os

seus recolhimentos, de modo que a empresa cliente não tenha a

preocupação de verificar se a empresa prestadora realmente efetuou os

recolhimentos previdenciários.

A Lei 9711/98 alterou o artigo 31 da Lei 8212/91 e eliminou os princípios

de Solidariedade e Subsidariedade para fins de contribuição para o INSS,

repassando para a Empresa Tomadora a responsabilidade de recolher ao

INSS 11% do valor da fatura de serviços da Empresa Prestadora. Com

isso, a Tomadora efetua o recolhimento da previdência e salvaguarda

futuros débitos previdenciários.

Segundo normativa do INSS, o objetivo desta mudança, que passou a

valer a partir do dia 1º de Fevereiro de 1999, é reduzir a sonegação e

estimular a contratação de prestadoras de serviços, eliminando a

solidariedade.

5.2.5 Reclamações Trabalhistas

A Justiça Trabalhista no país é especializada e é poder moderador nas

questões trabalhistas entre o patrão e o empregado.

Ela é composta em três graus:

1º grau - Juntas de Conciliação e Julgamento - Municípios;

Page 28: A empresas construtoras e a terceirização da mão de obra

20

2º grau - Tribunais Regionais - Grandes Capitais;

3º grau - Tribunal Superior do Trabalho - Capital: Brasília.

Suas principais atribuições são:

Atuar nas reclamações realizadas pelos empregados.

Atuar como mediador dos acordos sindicais entre empregadores e

empregados, caso haja reclamação destes.

Atuar nos casos de ação civil pública movida pelo Ministério Público.

Na Constituição Federal do Brasil (1.988), o artigo 114 define a

competência da Justiça do Trabalho.

Na hierarquia das condenações, os direitos trabalhistas preferem os

direitos comerciais e direitos tributários - (Decreto Lei Federal 7661/45 art.

102 Código Comercial). Por isso é tão importante que contratos entre

empresas para terceirização de funções não deixem margens para

interpretações como simples tentativa de redução de encargos

trabalhistas e nem possam prejudicar no futuro a Empresa Cliente pelo

não pagamento de direitos do trabalhador de responsabilidade da

Empresa Terceirizada.

Ordem de preferências:

Créditos trabalhistas;

Créditos fiscais e parafiscais (União, Estados, Municípios);

Page 29: A empresas construtoras e a terceirização da mão de obra

21

Encargos da massa (custas judiciais);

Dívidas da massa (feitas pelo síndico);

Créditos com direito real de garantia (penhor hipoteca);

Créditos com privilégio especial sobre determinados bens (créditos por

aluguel de prédio locado ao falido, sobre o mobiliário respectivo).

Créditos com privilégio geral (debêntures);

Créditos quirografários (duplicata, notas promissórias, letras de câmbio,

cheques, etc);

5.3 Tipos de Contratos e Custos

5.3.1 Contrato com prazo determinado

Considera-se como de prazo determinado o contrato de trabalho cuja

vigência dependa de termo prefixado ou da execução de serviços

especificados ou ainda da realização de certo acontecimento suscetível

de previsão aproximada (CLT, Constituição Federal 1998).

O contrato por prazo determinado só será válido em se tratando

de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação

do prazo;

De atividades empresariais de caráter transitório;

De contrato de experiência.

Page 30: A empresas construtoras e a terceirização da mão de obra

22

Ele não poderá ser estipulado por mais de 2 (dois) anos. Podendo ser

prorrogado por mais dois anos alcançando quatro anos. Mas se o contrato

de trabalho por prazo determinado que, tácita ou expressamente, for

prorrogado mais de uma vez, passará a vigorar sem determinação de

prazo.

5.3.2 Contrato por prazo indeterminado

O contrato por prazo indeterminado é aquele em que as partes não

estipulam prazo para seu final. A CLT considera como contrato

indeterminado aquele que suceder, dentro de seis meses, a outro contrato

por prazo determinado, salvo se a expiração deste dependeu da

execução de serviços especializados ou da realização de certos

acontecimentos.

Como as partes não sabem a data final deste contrato, a parte que der

motivo para sua rescisão terá que avisar a outra parte, com a

antecedência mínima de 30 dias. Este contrato é regido em todos os seus

termos pela CLT.

5.3.3 Contrato por obra certa

É o mais utilizado na Construção Civil, uma espécie de contrato por prazo

determinado, cuja duração depende da execução de um determinado

serviço (ex. construção de um muro, construção de uma casa, etc.).

É regido pela Lei 2.959, de 17 de novembro de 1956. Existem apenas

quatro diferenças entre o contrato por prazo determinado e por obra certa:

Page 31: A empresas construtoras e a terceirização da mão de obra

23

O contrato por obra certa não é fixado por tempo de serviço, e, sim pela

execução de determinados serviços, sendo que o empregado somente

trabalhará até a realização da obra contratada; deverá ser anotada na

Carteira de Trabalho (CTPS) do autor que está sendo contratado por

obra certa, como também deverá ser anotado qual o tipo de serviço que o

empregado está desempenhando como também a descrição da obra, pois

se houver dúvida aplicam-se as regras do contrato por prazo

indeterminado; findo o contrato fará jus o trabalhador ao levantamento do

FGTS, sem qualquer multa.

5.3.4 Contrato Temporário

Esta modalidade permite oferecer trabalhadores temporários

exclusivamente por meio de empresas autorizadas pelo Ministério do

Trabalho, de acordo com as exigências contidas em Lei. As empresas

interessadas em fornecer trabalhadores temporários devem manifestar

este interesse como objetivo em seu contrato social, segundo a Lei

6019/74. Em seguida, devem solicitar uma autorização ao Ministério do

Trabalho que, através da Secretaria de Emprego e Salário, emite um

Certificado de Empresa de Trabalho Temporário. Nenhuma tomadora

deve contratar trabalhadores temporários de empresa que não possua

este certificado.

A necessidade de contratação de temporários surge durante períodos de

pico de trabalho, ou para substituição de funcionários ausentes por

motivos diversos, como férias, licença maternidade, afastamento para

tratamento médico, ou em ocasiões de projetos e promoções especiais.

Page 32: A empresas construtoras e a terceirização da mão de obra

24

A duração de um contrato temporário, segundo a Lei 6.019/74, é de

noventa dias, podendo ser prorrogado por mais noventa dias, desde que

notificada ao Ministério do Trabalho.

Esta Lei está sendo modernizada através do Projeto de Lei 4.302/98, que

em breve deve ampliar o prazo para nove meses ou vincular o tempo em

função do motivo a ser atendido.

Pode-se observar que no Brasil os Encargos Sociais sobre a Folha de

Pagamento desta Lei, são menores do que aqueles sob o regime da

C.L.T., contudo é condição que o salário do empregado temporário deve

ser igual ao recebido pelo trabalhador similar da categoria de

trabalhadores permanentes da Empresa Tomadora. O custo final para a

tomadora de um trabalhador temporário é aproximadamente o dobro de

seu salário mensal.

5.3.5 Trabalho Autônomo

Para contratação de profissionais independentes, não é necessária a

intermediação de uma Empresa de Trabalho Temporário, seja qual for o

período ou o prazo do contrato. O trabalhador autônomo administra seu

próprio serviço através da efetiva realização de tarefas, sendo

responsável pelos Encargos Sociais, Impostos Municipais sobre seus

Serviços e Imposto de Renda.

Não há pagamento de salário e sim honorários ou recibo de pagamento

por serviço prestado (R.P.A), ou ainda notas fiscais de serviços de

pessoas físicas conforme a Lei. É necessário alvará individual junto a

Page 33: A empresas construtoras e a terceirização da mão de obra

25

Prefeitura e recolhimento de taxas através do Cadastro de Contribuinte

Municipal - CCM. Este tipo de trabalho é normalmente exercido por

profissionais como advogados, jornalistas, engenheiros e por Prestadores

de Serviços de curtíssima duração como: motorista de táxi, pintor

residencial, carregador de caminhão, etc.

5.3.6 Custos Compartilhados

Tabela 1: Comparativos de custos entre encargos com registro de funcionários e

contratação de serviços temporários

16 Itens CLT

Permanente

Lei 6019/74

Temporário

Base Salarial - Mensal R$ 1.000,00 R$ 1.000,00

Grupo A - Recolhidos pelo

Empregador

01. INSS - Seguridade Social

02. SESI/ SESC Indústria e

Comércio Serviço Social

03. SENAI/SENAC Ind e Com

- Treinamento

04. INCRA - Reforma Agrária

200,00

15,00

10,00

2,00

80,00

200,00

-X-

-X-

-X-

80,00

Page 34: A empresas construtoras e a terceirização da mão de obra

26

05. FGTS - Fundo de Garantia

Tempo Serviço

06. SAT - Seguro Acidente

Trabalho

07. Salário Educação

08. SEBRAE - Apoio às

Pequenas Empresas

25,00

25,00

6,00

25,00

-X-

-X-

Total Grupo A 363,00 325,00

Grupo B - Pago direto aos

trabalhadores

09. DSR - Descanso Semanal

Remunerado (Incluso na base

salarial, estimativa 21%)

10. Férias Anuais (acréscimo

do Abono de 1/3) - 11, 11%

11. Feriados (incluso salário

mensal,estimativa:3,57%)

111,10

*

**

***

83,30

24,80

111,10 *

**

***

83,30

Page 35: A empresas construtoras e a terceirização da mão de obra

27

12.Provisão para Convenção

Coletiva

13.Auxílio Enfermidade -

Acidente de Trabalho

14. Reclamatórias Trabalhistas

15. Décimo Terceiro Salário -

8,33%

16. Aviso Prévio

TOTAL GRUPO B 224,20 199,40

GRUPO C - Indenizações

Obrigatórias

17. RCT - Rescisão de

Contrato

Multa 40% FGTS

44,20 -X-

TOTAL GRUPO C 44,20 -X-

GRUPO D - Incidência

Cumulativa (Grupo AXB) 78,47 *****27,10

TOTAL GRUPO D 78,47 24,90

TOTAL GERAL DA CESSÃO 1.704,87 1.546,30

Page 36: A empresas construtoras e a terceirização da mão de obra

28

DE MÃO-DE-OBRA

GRUPO E - Proposta

Comercial

Fonte: Enfoque – recursos humanos 2004

* Cada categoria profissional estabelece entre si uma Convenção Coletiva que agrega

novos direitos além dos previstos acima.

** Varia de acordo com o local de trabalho, local de residência, tarefas executadas e

condições de saúde do trabalhador. A empresa responde até por 15 dias corridos. Após

este período, o salário é pago pelo INSS.

*** O volume de reclamatórias é maior onde os sindicatos são mais atuantes.

**** Na Lei 6019/74 não há incidência do grupo A sobre o item 10 (férias) pelo motivo de

serem sempre indenizados.

Page 37: A empresas construtoras e a terceirização da mão de obra

29

6 ESTUDO DE CASO

O estudo de caso está baseado na relação comercial de prestação de serviços entre

a GAFISA S.A., inscrita no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (C.N.P.J.)sob

número.:01.545.826/0001–07.e na receita estadual sob número 115.285.805.110,

situada à Av Brigadeiro Faria Lima 1355 , 22o Andar – São Paulo - SP, empresa

construtora e incorporadora atuante no mercado Brasileiro e a PLANOG

Construções e Reformas Ltda, inscrita no C.N.P.J. sob número 04.442.237/0001-83,

sediada à Al dos Araés, 1087 – Planalto Paulista - São Paulo – SP, empresa

terceirizadora de mão de obra para o Ramo da Construção Civil.

6.1 Formatação de Concorrência para contratação de mão de obra

para serviços determinados

A GAFISA S.A. , qualifica seus fornecedores de mão de obra, através de histórico de

serviços prestados para si própria ou, no caso de novas indicações, pela carteira de

serviços prestados pelo fornecedor em questão.

6.2 Tomada de Preços

A chamada das empresas terceirizadoras é executada através de um documento

específico chamado Carta Convite, no qual são discriminados os serviços a serem

prestados, bem como as condições para execução dos mesmos, conforme modelo

abaixo.

Tabela 2: Carta Convite

Carta Convite com Projetos .

Page 38: A empresas construtoras e a terceirização da mão de obra

30

__de_____de____

___/SEGEC/___

REF.: CONCORRÊNCIA

Obra

End.

------------------------------------------------------------------------------------------------

Prezados Senhores:

Solicitamos a V.S.as. que nos enviem proposta para a execução dos serviços

em referência, com base nos elementos abaixo relacionados:

1) As cópias dos projetos deverão ser solicitadas a ......................................NO

telefone, sito à........................................................................ , no período de

____/____/____ à ____/____/___ em horário determinado pelo o mesmo.

2) A citada proposta deverá ser entregue impreterivelmente até o dia

___/___/___, no local da obra.

3) Compreende-se por proposta a minuta em anexo devidamente preenchida nos

campos em branco e assinada por seu representante.

NOTA: Não serão consideradas as propostas que não obedecerem aos itens 2 e 3 supra.

4) Deverá ser enviada, juntamente com a proposta, uma declaração que

mantenha as condições na mesma, durante um prazo de 30 (trinta) dias a

contar do seu recebimento.

5) Deverá ser atendido todos os requisitos descritos na cláusula 5ª da minuta

contratual em anexo.

6) Todo e qualquer comentário sobre a minuta em anexo deverá ser apresentado

a parte, não sendo permitidas alterações na mesma.

7) Para quaisquer esclarecimentos adicionais, marcar visita à obra com

eng.__________ ou eng. aux. ________, no telefone______________

Page 39: A empresas construtoras e a terceirização da mão de obra

31

Atenciosamente,

GAFISA S.A.

_____________________________

Gerente________________________

6.3 Critérios para avaliação de Proponentes

Segundo Engenheiro Thiago Melo Pedreira, funcionário da Gafisa S.A. a Avaliação

dos Fornecedores é feita através de Planilha de Qualificação de Fornecedor de

serviços (P.Q.F.S.), onde constam os dados do fornecedor, os serviços que presta,

perguntas sobre sistema de qualidade, empresas para quem fornece serviços,

verificação do serviço aplicado, visita às instalações do fornecedor e análise do

Currículo do Fornecedor.

Após análise e aprovação o Fornecedor é qualificado a participar das concorrências

da Empresa.

6.4 Formatação de Orçamento pela empresa terceirizadora

A PLANOG Construções e Reformas Ltda, utiliza os seguintes processos para

formatação de orçamento para seus clientes.

6.4.1 Critérios de Avaliação do Empreendimento a ser orçado

6.4.1.1 Localização do Empreendimento

A localização do Empreendimento define parte dos custos indiretos de mão de obra

utilizada na execução dos serviços. Basicamente, os fatores que variam em função

da localização são:

Impostos municipais,

Page 40: A empresas construtoras e a terceirização da mão de obra

32

Custos com transporte ( Vale Transporte),

Salário Base definido pelo sindicato da Localidade,

Alíquota de Imposto Sindical da Localidade.

6.4.1.2 Avaliação do projeto orçado.

Após recebimento dos Projetos a serem orçados procede-se os seguintes passos:

Levantamentos quantitativos dos serviços solicitados através dos projetos

fornecidos pelo Contratante,

Cronograma executivo solicitado pelo Contratante,

Avaliação dos Equipamentos fornecidos pelo Contratante com Gruas,

Guinchos e Canteiro de Obras,

Distancia entre o fornecimento dos materiais e aplicação dos mesmos na

obra

6.4.1.3 Avaliação do Contratante

Consulta nos cartórios de Protestos,

Informações com outros fornecedores,

Consulta sobre Idoneidade do Contratante,

6.4.2 Formatação de Orçamento

A PLANOG utiliza planilhas próprias para formatação de orçamentos, embasadas

em critérios técnicos para formatação de custos unitários de mão de Obra (T.C.P.O

– Editora PINI ), bem como na Consolidação das Leis Trabalhistas (C.L.T.) e nos

valores de Impostos do Município onde serão efetuados os serviços :

Page 41: A empresas construtoras e a terceirização da mão de obra

33

Tabela 3:Modelo de Orçamento PLANOG (Planilha de Composição de Custos)

CUSTO VENDA

UNITÁRIO TOTAL UNITÁRIO TOTALSERVIÇOS SERVIÇOS SERVIÇOS SERVIÇOS SERVIÇOS

1 Mão de obra para execução de alvenaria M2 4.248,97 2,35 10.004,01 11,41 48.468,36 52,117%2 Mão de obra para execução de alvenaria M2 271,03 2,80 758,88 13,57 3.676,71 3,953%3 Mão de obra para execução de tijolo de vi M2 2,08 4,00 8,32 19,38 40,31 0,043%4 Vergas e Contra Vergas Ml 673,30 - - - 0,000%5 Regularização e caiação dos poços dos e M2 414,85 1,10 456,34 5,33 2.210,90 2,377%6 Mão de obra para execução de calçada. M2 110,00 2,00 220,00 9,69 1.065,88 1,146%7 Assentamento de concregrama na calçad M² 24,60 1,80 44,28 8,72 214,53 0,231%8 Mão de obra para execução de rodapé da ml 173,90 1,32 229,55 6,40 1.112,14 1,196%9 Mão de obra para enchimento de piso com M3 347,22 4,00 1.388,88 19,38 6.728,98 7,235%10 Execução das tampas das caixas de piso Unid. 15,00 4,00 60,00 19,38 290,69 0,313%11 Chumbamento de batente porta corta fogo Unid. 15,00 12,00 180,00 58,14 872,08 0,938%12 Chumbamento escada marinheiro Unid. 1,00 12,00 12,00 58,14 58,14 0,063%13 Chumbamento Portas de Ferro Unid. 5,00 15,00 75,00 72,67 363,37 0,391%14 Chumbamento de alçapão Unid. 5,00 12,00 60,00 58,14 290,69 0,313%15 Cumbamento e entelamento de tubulaçõe Unid 1,00 100,00 100,00 484,49 484,49 0,521%16 Chumbamento de batente do elevador. Unid. 20,00 25,00 500,00 121,12 2.422,45 2,605%17 Chumbamento de contra marco. Ml 983,28 1,50 1.474,92 7,27 7.145,83 7,684%18 Execução de bases para equipamentos. Unid. 9,00 10,00 90,00 48,45 436,04 0,469%19 Execução dos medidores de água e gás ( Unid. 2,00 50,00 100,00 242,24 484,49 0,521%20 Contra-piso M² 2.288,86 1,50 3.433,29 7,27 16.633,93 17,886%21 TOTAL CUSTO DIRETO 19.195,46 93.000,00 100%22 Ferramentas / EPI Vb 1,00 3.500,00 3.500,00 23 Eventuais Vb 1,00 1.800,00 1.500,00 24 TOTAL EQUIPAMENTOS E EVENTUAIS 5.000,00 25 AJUDANTE Mês 3,00 2.200,00 6.600,00 6.600,00 26 ENCARREGADO Mês 3,00 1.100,00 3.300,00 3.300,00 27 ENGENHEIRO Mês 3,00 1.250,00 3.750,00 3.750,00 28 MESTRE Mês - - - - 29 TOTAL DESPESAS INDIRETAS 13.650,00 30 TOTAL DE ENCARGOS E BENEFÍCIOS 18.754,11 31 ADMINISTRAÇÃO - PLANOG % 18,78% 10.630,13 32 IMPOSTOS 25.770,30 0,38 33 TOTAL - Sem a parcela de Garantia34 Parcela de Garantia - 5%35 TOTAL GLOBAL 93.000,00

DISTRIBUIÇÃOSERVIÇOS UN QTDE

Onde:

Coluna 1 – Números para referência

Coluna 2 – Linhas 1-20 : Descrição Resumida dos serviços solicitados para

orçamento.

Coluna 3 – Unidades utilizadas para cálculo

Page 42: A empresas construtoras e a terceirização da mão de obra

34

Colunas 5 e 6 – Linhas 1-20 - Valores de Custos diretos de Oficiais

(Profissionais que efetivamente executam os serviços como pedreiros,

carpinteiros, armadores, azulejistas, encanadores, eletricistas),

Colunas 5 e 6 – Linhas 23-35 – Valores de custos indiretos

Colunas 7 e 8 – Linhas 1-20 – Valores apresentados ao Contratante para

execução dos serviços,

Coluna 9 – Distribuição ponderada para alocação das despesas constantes

nas linhas 22 a 34, para composição dos valores de Venda.

Tabela 4: Planilha Auxiliar para cálculo de despesas indiretas

CÁLCULO DOS ENCARGOS MENSAIS

FATORES13º Férias Fgts + Multa SECONCI Imp. Sind.

8,33% 1,34 15,24% 1% 0,10%1 AJUDANTE mês 550,00 45,83 61,42 83,80 5,50 0,55 197,10 2 OFICIAL mês 690,00 57,50 77,05 105,13 6,90 0,69 247,27 3 ENCARREGADO mês 1.100,00 91,67 122,83 167,60 11,00 1,10 394,20 4 APONTADOR mês 890,00 74,17 99,38 135,60 8,90 0,89 318,94 5 ALMOXARIFE mês 890,00 74,17 99,38 135,60 8,90 0,89 318,94 6 ENGENHEIRO mês 2.500,00 208,33 279,17 380,91 25,00 2,50 895,91 7 MESTRE mês 2.500,00 208,33 279,17 380,91 25,00 2,50 895,91

CÁLCULO DOS ENCARGOS PARA A OBRA BENEFÍCIOS

Período Quantidade Total Total Vale Transporte Alimentaçãode duração Demandada Pessoal por função Unit. Total Unit. Total

Obra Obra Obra Obra Dia Obra Obra Dia Obra Obra1 AJUDANTE mês 3,00 4,00 12,00 2.365,19 7,60 167,20 2.006,40 4,80 105,60 1.267,20 2 OFICIAL mês 3,00 6,00 18,00 4.450,86 7,60 167,20 3.009,60 4,80 105,60 1.900,80 3 ENCARREGADO mês 3,00 1,00 3,00 1.182,60 7,60 167,20 501,60 4,80 105,60 316,80 6 ENGENHEIRO mês 3,00 0,50 1,50 1.343,86 7,60 167,20 250,80 4,80 105,60 158,40 7 MESTRE mês - - - 7,60 167,20 - 4,80 105,60 -

TOTAL ENCARGOS 9.342,51

TOTAL TRANSPORTE 5.768,40

TOTAL ALIMENTAÇÃO 3.643,20

Cod.

Cod.

TOTALFUNÇÃO UN SALÁRIOS

FUNÇÃO UN

Onde:

Os Valores Totais São Lançados na Planilha 3 (Composição de Custos), nas

linhas 25 a 28.

Page 43: A empresas construtoras e a terceirização da mão de obra

35

Tabela 5 : Planilha Auxiliar para Cálculo de Alíquota de Impostos

FATURAMENTO:MATERIALMÃO DE OBRA: 100%EQUIPAMENTOS 0%Total 100%

TAXA INCIDÊNCIAINSS 11,00% 11,00%ISS 5,00% 5,00%PIS 0,65% 0,65%COFINS 3,00% 3,00%CSL 2,88% 2,88%IRPJ 4,80% 4,80%CPMF 0,38% 0,38%Total da incidência sobre o Faturamento 27,71%

Onde o total é inserido na linha 32, coluna 6 da planilha de composição de custos

Tabela 6: Planilha Auxiliar para Cálculo de Ferramentas e Equipamentos

EPI / FERRAMENTAS / EQUIPAMENTOS UN UNIT. QTDE TOTAL

Avental de raspa 16,00 - Avental para encarregados e mestre 20,00 - Bota de borracha - Botas un 12,50 - Botina de couro - Calça de brim - Camiseta algodão - Capa de chuva forrada 8,00 - Capacetes un 6,00 - Cinto un 25,00 - Cinto de segurança tipo pára-quedista - Luva de borracha forrada 3,00 - Luva de pvc 5,00 - Luva de raspa 3,50 - Máscara de pó 0,35 - Máscara de proteção 9,00 - Máscara de solda - Óculos de proteção 5,00 - Protetor auricular silicone 0,70 - Protetor auricular tipo fone 15,00 - Protetor facial 15,00 - Alavanca un 9,00 - Alicate de bico - Alicate eletricista un 5,00 - Arco de serra un 5,00 -

Page 44: A empresas construtoras e a terceirização da mão de obra

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Betoneira 120 l - Betoneira 320 l (locada) MÊS 100,00 - Bomba para encher pneu un 15,00 - Broca de encaixe sds max de widea 25mm un 60,00 - Broca de encaixe sds plus de widea 10,0mm un 16,00 - Broca de encaixe sds plus de widea 12,5mm un 16,00 - Broca de encaixe sds plus de widea 16,0mm un 22,00 - Broca de encaixe sds plus de widea 20,0mm - Broca de encaixe sds plus de widea 8,0mm un 16,00 - Broca tipo mourão 12,5 mm (40cm) - Broca tipo mourão 16 mm (40cm) un 35,00 - Broca tipo mourão 20mm (40cm) - Broca tipo tradode 10" un 90,00 - Broca widea 10,0mm un 8,00 - Broca widea 12,5 mm un 8,00 - Broca widea 8,0 mm un 8,00 - Cabo de chibanca un 2,20 - Cabo de enxada un 2,20 - Cabo de pá un 2,20 - Cabo de picareta un 2,20 - Caçamba para massa em chapa un - Caçamba para massa em plástico un 6,00 - Câmara de ar para carrinho de mão un 6,00 - Carrinho de mão comum c/ câmara de ar un 45,00 - Carrinho de mão comum pneu maciço - Carrinho de mão gericar c/ câmara de ar un 90,00 - Carrinho de mão gericar pneu maciço - Cavadeira un 12,00 - Cavalete para andaime vb 500,00 - Chave contatora (c/ chave) UN 240,00 - Chave de dobrar ferro 10mm UN 15,00 - Chave de dobrar ferro 12,5mm UN 16,00 - Chave de dobrar ferro 16mm UN 17,00 - Chave de dobrar ferro 20mm UN 25,00 - Chave de dobrar ferro 25mm UN 25,00 - Chave de dobrar ferro 5mm UN 15,00 - Chave de dobrar ferro 6,3mm UN 15,00 - Chave de dobrar ferro 8mm UN 15,00 - Chibanca UN 5,00 - Coifa para serra de bancada - Colher de pedreiro UN 6,00 - Correia para policorte(a33) UN 6,00 - Correia para serra de bancada (a42) UN 6,00 - Desempenadeira UN 6,00 - Disco de corte de aço 12" UN 3,50 - Disco de corte de concreto un 18,00 - Disco de corte para cerâmica un 30,00 - Disco de corte para esmerilhadeira 9" un 5,50 - Disco de esmeril un 15,00 - Disco de serra manual 9 e 1/4" un 40,00 - Disco para serra de bancada 12 " un 110,00 - Eixo para carrinho de mão un 4,00 - Enxada un 5,00 - Escantilhão externo - Escantilhão interno un 50,00 - Esmeril un 110,00 - Esmerilhadeira 9" mês 80,00 - Esquadro de alumínio un 50,00 - Esquadro manual un 12,00 - Extensor para chave de dobrar aço (tubo 1" aço) un 25,00 - Feltro para massa un 2,50 - Furadeira broca de encaixe mês 110,00 - Furadeira de mandril 1/2" mês 110,00 -

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Gabarito para janelas - Gerica un 135,00 - Jaleco - Jogo de chaves de boca un 50,00 - Lâminas para tico-tico - Lavadora jato de pressão mês 100,00 - Madeira para andaime vb 1.540,00 - Mangote 35 mm - Mangote 45 mm MÊS 50,00 - Mangote 60 mm - Mangueira de nível m 1,20 - Marreta 1 kg un 5,00 - Marreta 1,5 kg un 5,00 - Marreta 2,0 kg un 6,00 - Marreta 5 kg un 20,00 - Marreta 9 kg 20,00 - Martelo un 15,00 - Misturador argamassa ensacada - Motor vibrador MÊS 50,00 - Nível alemão un 350,00 - Pá un 7,00 - Pé de cabra un 12,00 - Picareta un 7,00 - Pneus p/ masseira - Policorte un 350,00 - Ponteiro un 5,00 - Prumada de mola - Prumo de centro un 6,00 - Prumo de face un 10,00 - Régua de alumínio (3x1 ") 2m un 32,00 - Régua de alumínio (3x1 ") 3m - Régua de bolha un 250,00 - Relógio de ponto un 350,00 - Remendo para pneu com cola vb 10,00 - Roda para carrinho de mão un 32,00 - Rompedor vb 2.000,00 - Rompedor 15kg - Rompedor 30 kg - Serra circular manual 91/4" mês 90,00 - Serra clíper - Serra de bancada - Serra mármore un 240,00 - Serra tico tico - Serrinha para aço un 1,90 - Serrote un 18,00 - Suporte para caçamba de massa - Talhadeira un 5,00 - Torno para bancada de armador un 47,00 - Trena 30m un 40,00 - Trena 5m un 8,00 - Vanga un 7,00 - Total Geral 3.500,00

Onde o Valor Total é transportado para a planilha Composição de Custos, na linha

22, coluna 5

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6.4.3 Contratação

Após aprovação do orçamento pela Contratante é analisada a documentação

fornecida pela contratada:

Contrato social

Cartão do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ)

Certidão negativa de Débitos do INSS

Certidão de Regularidade do FGTS

Plano de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA)

Plano de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO)

Cópia dos Registros dos Funcionários

Atestado de Saúde Ocupacional (ASO)

Comprovante de entrega dos Equipamentos de Proteção Individual(EPI)

Comprovante de Entrega de Vale transporte, Vale Refeição e Café da

Manhã

Cópia da Guia Paga ao Serviço médico da Construção Civil (SECONCI)

É então formatado o Contrato para execução dos serviços segundo modelo abaixo:

Modelo de Contrato Gafisa S/A

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6.4.4 Contratação de pessoal qualificado

A contratação de pessoal é feita através de anúncios em jornais especializados,

indicações de funcionários e agência de emprego.

Após o interessado na vaga contactar o escritório da Planog, é submetido a uma

entrevista que é documentada em ficha Padrão.

6.4.5 Treinamento para mão de obra contratada

Após passar pelos exames médicos obrigatórios, os funcionários aptos ao serviço

são encaminhados à integração onde é dado um treinamento sobre:

Segurança do Trabalho

Organização e Limpeza dos ambientes de serviço

Relacionamento inter-pessoal

Utilização de Equipamentos de Proteção Individual (E.P.I)

Utilização de Equipamentos de Proteção Coletivo (E.P.C.)

6.4.6 Controle de Qualidade dos serviços executados

O Controle de Qualidade é feito primeiramente pela equipe de Comando da

Terceirizadora (Encarregados e Mestres de Obra ) e depois pela empresa

Contratante através da Ficha de Verificação de Serviços (FVS), que segue abaixo:

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Planilha 7: FVS - Contratante Gafisa

FVS - Ficha de Verificação de Serviços Versão: 00

OBRA

SERVIÇO: EXECUÇÃO DE ALVENARIA EM BLOCO DE CONCRETO

M.P. de Ref.: MP.GEGOB.06-A Início: ___/___/___ Término: __/___/__

LOCAL: EMPREITEIRO:

ITENS DE INSPEÇÃO

TOLERÂNCIA ADMISSÍVEL

EQTO. UTILIZADO

Aprovado ( o ) Rejeitado ( x ) Aprovado após reinspeção ( ⊗ )

Observações das áreas reprovadas

APTOS

1A 2A 3A 4A 1B 2B 3B 4B AC MARCAÇÃO EXTERNA

1 - Locação 3 mm Trena metálica 2 - Alinhamento 0 mm Régua alumínio 2m 3 – Nivelamento Bolha entre

linhas Régua de bolha 2 m

4 – Vão das portas ≤ 10 mm Trena metálica MARCAÇÃO INTERNA

1 - Locação 3 mm Trena metálica 2 - Alinhamento 0 mm Régua alumínio 2 m 3 – Nivelamento Bolha entre

linhas Régua de bolhas 2 m

4 – Esquadro ≤ 2 mm na ponta maior lado

Esquadro alumínio 60x80x100 cm

5 - Vão das portas ≤ 10 mm Trena metálica ELEVAÇÃO

1 – Nivelamento ≤ 10 mm / 2 m Régua de bolha 2 - Prumo ≤ 5 mm / 2 m

paredes Prumo de face

3 - Planicidade Flecha ≤ 5 mm centro régua 2 m

Régua de alumínio

4 - Esquadro ≤ 2 mm na ponta maior lado

Esquadro alumínio 60x80x100 cm

5 - Vão das janelas e portas 10 mm a maior Trena metálica FIXAÇÃO

1 – Aspecto geral (preenchimento total) -x- Visual Responsável pela verificação ____________________________ ___/___/___

Engenheiro _______________________

Data ___/___/___

6.5 Sistemas de medição e Faturamento de Serviços

Após Aferição dos serviços, procede-se a quantificação dos mesmos para a

Contratante formatar o faturamento dos serviços executados.

6.5.1 Planilhas para medição

As Medições de serviços são executadas através de planilhas específicas baseadas

no contrato de Prestação de Serviços.

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Planilha 8:Planilha de medição PLANOG Construções e Reformas Ltda

Planilha de medição PLANOG Edifício Octo Morás Mês Base : _________

UNITÁRIO TOTAL SERVIÇOS UN QTDE Contrato

QTDE Medida

SERVIÇOS SERVIÇOS 1 Mão de obra para execução de alvenaria M2

4.248,97

11,41 2 Mão de obra para execução de alvenaria frisada. M2

271,03

13,57 3 Mão de obra para execução de tijolo de vidro M2

2,08

19,38 4 Vergas e Contra Vergas Ml

673,30

- 5 Regularização e caiação dos poços dos elevadores. M2

414,85

5,33 6 Mão de obra para execução de calçada. M2

110,00

9,69 7 Assentamento de concregrama na calçada M²

24,60

8,72 8 Mão de obra para execução de rodapé da escadaria. ml

173,90

6,40 9 Mão de obra para enchimento de piso com cinazita M3

347,22

19,38 10 Execução das tampas das caixas de piso do

subsolo, térreo e barrilete Unid.

15,00

19,38 11 Chumbamento de batente porta corta fogo. Unid.

15,00

58,14 12 Chumbamento escada marinheiro Unid.

1,00

58,14 13 Chumbamento Portas de Ferro Unid.

5,00

72,67 14 Chumbamento de alçapão Unid.

5,00

58,14 15 Cumbamento e entelamento de tubulações de

hidráulica Unid

1,00

484,49 16 Chumbamento de batente do elevador. Unid.

20,00

121,12 17 Chumbamento de contra marco. Ml

983,28

7,27 18 Execução de bases para equipamentos. Unid.

9,00

48,45 19 Execução dos medidores de água e gás (alvenaria e

laje). Unid.

2,00

242,24 20 Contra-piso M²

2.288,86

7,27 21 Total do Faturamento 22 INSS 11% 23 ISS 5% 24 Total Líquido a receber

6.5.2 Sistema de Cobrança

A Cobrança Financeira dos Faturamentos é executada através de depósito em

Conta Corrente da Terceirizadora.

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6.6 Controle Comercial e de Relacionamento

6.6.1 Sistema de Entrega de Serviços Contratados

Após a conclusão dos serviços é assinado o Termo de Quitação de Obra (Anexo ao

Contrato Gafisa), onde consta o prazo de Garantia dos serviços e a

responsabilidade Técnica da empresa Contratada.

Da parte da Terceirizadora também é formatado um documento simples e em papel

Timbrado no qual são discriminados a data de entrega dos serviços e o certificado

de conclusão de todos os serviços contratados , sendo este assinado pelas duas

partes.

6.6.2 Controle de Satisfação do Cliente

Também é executada uma pesquisa de satisfação do Contratante em relação aos

serviços prestados nos quesitos Cumprimento de Cronograma, qualidade e

atendimento.

Page 65: A empresas construtoras e a terceirização da mão de obra

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A opção das Empresas Construtoras em terceirizarem seus serviços baseia-se, na

opção do Construtor em fazer o Gerenciamento e Controle da Obra e da Produção,

reduzindo assim os custos agregados com Treinamento, supervisão de produção,

encargos trabalhistas, planejamento produtivo, construção de sistemas de recursos

humanos, despesas com folha de pagamento e impostos, custos estes que são

absorvidos pelos terceirizadores de mão de obra que são “especialistas” nos

serviços que prestam, seguem alguns exemplos de Terceirização na construção.

Mão de Obra para execução de Estrutura e fundações Diretas

Mão de Obra para execução de Alvenaria e Revestimento

Mão de Obra para instalações elétricas e Hidráulicas

Mão de Obra para Pintura

Impermeabilização

Fundações Profundas

Revestimento em Fachadas.

Cada vez mais as Terceirizadoras têm se especializado em serviços específicos,

aumentando assim sua produtividade e promovendo uma redução de custos aos

Contratantes dos serviços sem perda na qualidade oferecida, não sendo mais

sensíveis as reduções devido a constantes aumentos de Impostos promovidos pelo

Governo Brasileiro, Prefeituras e Estados ao Longo dos Anos

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARAÚNA, A.C.F. A Terceirização á luz do direito do trabalho. 1997, 320fls : Ed de Direito, 1997. .

MORAES NETO, D.D.Terceirização: oportunidades de negócios para a pequena empresa. Salvador: SEBRAE/BA, 1997, 49 fls.

LEIRIA, Jerônimo Souto . Terceirização : uma alternativa de flexibilidade Empresarial. Porto Alegre: Ed. Ortiz, 1992. 151p.

PLANOG. Planog Construção e Reforma Ltda. Fornecimento de mão de obra para construção civil. Estudo de caso de obras executadas no município de São Paulo/ SP. São Paulo, 2004.

GAFISA S/A. Procedimento Interno. Empresa Construtora atuante no mercado Brasileiro. São Paulo, 2004.

FRANCESCHINI, Fiorenzo – Galetto, Maurizio. Um modelo para terceirização – Hsm management. Acesso em 04 de maio de 2004.