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O FORNECIMENTO DE MÃO DE OBRA COMO ATIVIDADE SUJEITA AO ISSQN UMA ANÁLISE COMPARATIVA COM O AGENCIAMENTO DE MÃO DE OBRA E A TERCEIRIZAÇÃO DE SERVIÇOS MÁRCIA ZILÁ LONGEN

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Page 1: O FORNECIMENTO DE MÃO DE OBRA COMO ATIVIDADE SUJEITA AO ISSQN UMA ANÁLISE COMPARATIVA COM O AGENCIAMENTO DE MÃO DE OBRA E A TERCEIRIZAÇÃO DE SERVIÇOS MÁRCIA

O

FORNECIMENTO

DE MÃO DE

OBRA COMO

ATIVIDADE

SUJEITA AO

ISSQN

UMA ANÁLISE COMPARATIVA COM O AGENCIAMENTO DE MÃO DE OBRA E A TERCEIRIZAÇÃO DE SERVIÇOSMÁRCIA ZILÁ LONGEN

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Objetivo

Elucidar pontos controversos ISSQN sobre o de

fornecimento de mão de obra, identificando os

requisitos do item 17.05 da Lista de Serviços.

ENQUADRAMENTO LISTA DE SERVIÇOS

FUNDAMENTO DO LANÇAMENTO

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ObjetivoDiferenciar:

do agenciamento, recrutamento e seleção - item 17.04

de outros contratos PS (terceirização de mão de obra)

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Objetivo17.05 Fornecimento de mão-de-obra, mesmo em

caráter temporário, inclusive de empregados ou trabalhadores, avulsos ou temporários, contratados pelo prestador de serviço

17.04 Recrutamento, agenciamento, seleção e colocação de mão-de-obra

14.05 Restauração, recondicionamento, ... pintura, beneficiamento, ... e congêneres...

11.02 vigilância e segurança

7.10 limpeza

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ObjetivoPropõe-se a desvendar os aspectos

material

subjetivo

quantitativo

territorial ou espacial

Para alcançar estes objetivos será analisada a

legislação tributária e também trabalhista, além da

doutrina e jurisprudência aplicável.

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ISSQN

Fornecimento mão

de obra

Trabalho temporário

Agenciamento

Recrutamento

Seleção

Terceirização

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PROBLEMA

ISSQN sobre fornecimento de mão de obra = questão

pacificada

Controvérsias:

BC = total da operação ou o diferencial entre a

remuneração do empregado e o valor cobrado do

tomador.

Aspecto territorial = município do tomador.

Prestador X Tomador X Contratante X Efetividade do local da prestação

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FMO – ASPECTOS CONCEITUAIS E DIFERENCIAIS

Trabalho temporário

caracterização

requisitos da contratação e

características das empresas envolvidas

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FORNECIMENTO DE MÃO DE OBRA

Não se aluga pessoas - pessoas prestam serviços.

Fornecer = entregar, colocar à disposição de outro

mão de obra contratada pelo próprio fornecedor, numa

operação triangular, que envolve o contratante tomador

do serviço, o contratado empregador e seu empregado.

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FORNECIMENTO DE MÃO DE OBRA

Contratante Tomador Contratado Empregador

Empregado

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FORNECIMENTO DE MÃO DE OBRA

Requisitos do contrato de trabalho:

Continuidade: eventual não é empregado

Subordinação - dependência / direção do empregador

Onerosidade: salário

Pessoalidade - pessoa natural, certa e determinada / infungível

Alteridade - o empregado sempre presta serviços por conta alheia, sem a assunção de qualquer risco (embora possa participar dos lucros, jamais poderá arcar com qualquer prejuízo)

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FORNECIMENTO DE MÃO DE OBRA

O empregador cede força laboral por si contratada para

terceiro, que exercerá parcialmente os poderes daquele

sobre o empregado.

Somente é possível para atender demanda transitória,

ou seja, dentro do chamado regime de trabalho

temporário

Lei no 6.019/1974 e Decreto no 73.841/1974

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FORNECIMENTO DE MÃO DE OBRA

Enunciado nº 331, inciso I, do Tribunal Superior do

Trabalho – TST:

A contratação de trabalhadores por empresa

interposta é ilegal, formando-se o vínculo

diretamente com o tomador dos serviços, salvo no

caso de trabalho temporário (Lei nº 6.019, de 03.01.1974).

TST Enunciado nº 331 - Revisão da Súmula nº 256 - Res. 23/1993, DJ 21, 28.12.1993 e 04.01.1994 - Alterada

(Inciso IV)  - Res. 96/2000, DJ 18, 19 e 20.09.2000 - Mantida - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003.

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FORNECIMENTO DE MÃO DE OBRA

Lei no 6.019/1974 (Art. 2º) define o trabalho temporário

aquele prestado:

por pessoa física a uma empresa,

para atender à necessidade transitória de

substituição de seu pessoal regular e permanente

(licenças médicas, auxílio maternidade, etc)

ou à

acréscimo extraordinário de serviços

(camareiras - turismo de temporada, vendedores período Natal)

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FORNECIMENTO DE MÃO DE OBRA

O contrato de trabalho temporário pode ser

realizado diretamente pela empresa que necessita

da mão de obra com o empregado, sem intermediários,

ou através de empresa especializada.

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FORNECIMENTO DE MÃO DE OBRA

Empresa de Trabalho Temporário Lei no 6.019/1974 :

Pessoa física ou jurídica urbana

Atividade = colocar à disposição de outras

empresas, temporariamente, trabalhadores,

devidamente qualificados, por elas remunerados

e assistidos

Registro específico junto ao Ministério do

Trabalho e Emprego - MTE

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FORNECIMENTO DE MÃO DE OBRA

O direito brasileiro não permite a locação permanente de mão de

obra “marchandage”.

Justiça do Trabalho = fraude à legislação trabalhista e

declara vínculo empregatício direto com o tomador do serviço:

“a intermediação de mão de obra ou marchandage é

expressamente repudiada pelo direito internacional e pelo

pátrio, pois o homem e sua energia não podem ser objetos de

comércio interempresas. (TRT-1 - RO: 00007419520125010283 RJ, Relator: Evandro Pereira Valadao Lopes, Data de Julgamento: 04/09/2013, Sétima Turma, Data de Publicação: 27/11/2013)

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FORNECIMENTO DE MÃO DE OBRA

Somente ocorrerá a contratação lícita de força de

trabalho de forma indireta, quando tiver por

fundamento a Lei no 6.019/1974, ou seja,

observando os requisitos do trabalho temporário:

necessidade transitória de substituição ou

acréscimo extraordinário de serviço.

Exceções: vigilância bancária (Lei nº 7.102/83) e aprendizagem (CLT)

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FORNECIMENTO DE MÃO DE OBRA

Fornecimento MO = operação triangular onde a

empresa interessada na força de trabalho, contrata a

mão de obra, não diretamente em seu quadro de

pessoal, mas através de empresa especializada.

O objeto contratado é o fornecimento temporário

de mão de obra, com base na lei nº 6.019/1974.

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FORNECIMENTO DE MÃO DE OBRA

Tomador (A)

Fornecedor (B)

Trabalhador (C)

TrabalhoPrestação Serviço

Diretrizes e orientações sobre o trabalho = de A para C

Punição ou demissão de C somente por B = empregador direto

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FORNECIMENTO DE MÃO DE OBRA

Contratos regulados pela lei nº 6.019/1974.

Entre a tomadora de serviço (A) e a empresa de

trabalho temporário (B):

contrato escrito constando expressamente:

o motivo da demanda de trabalho temporário

as modalidades de remuneração da prestação de

serviço

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FORNECIMENTO DE MÃO DE OBRA

Contratos regulados pela lei nº 6.019/1974.

Contrato de trabalho celebrado entre empresa de trabalho temporário (B) e cada um dos assalariados (C)

contrato escrito constando

os direitos conferidos aos trabalhadores

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AGENCIAMENTO, RECRUTAMENTO E SELEÇÃO OU COLOCAÇÃO DE MÃO DE OBRA

O tomador do trabalho (A) contrata agência (B) para

buscar no mercado os talentos visados (C) para

posterior contratação por (A) mediante contrato

individual de trabalho.

O serviço empresarial é recrutar e selecionar.

É irrelevante se os serviços a serem desenvolvidos

sejam relacionados a atividades fins da contratante ou

não, se o contrato for por prazo determinado ou

indeterminado.

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TERCEIRIZAÇÃO

“Contratação de serviços entre empresas legalmente constituídas, onde a contratante transfere para a contratada uma determinada atividade, buscando aumento de produtividade e da qualidade, além da redução de custos”

Na terceirização: a empresa contratada é especializada na realização

do objeto contratado; os serviços e o preço são definidos por uma

quantidade, caracterizando uma empreitada.

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TERCEIRIZAÇÃO O objeto do contrato não se refere à força laboral, mas

determinada tarefa (qualquer atividade lícita);

O contrato não envolve os trabalhadores e não leva em conta

diretamente a remuneração destes;

Quem admite, remunera, fiscaliza, pune e demite o empregado

é a prestadora dos serviços;

Prestadora não tem registro junto ao MT como fornecedora de

mão de obra, por não ser este o seu objetivo social.

Não existe subordinação entre os empregados da terceirizada

e a empresa tomadora, sequer em relação à forma de

realização do serviço.

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TERCEIRIZAÇÃO

A Justiça do Trabalho entende que pode ser objeto de

terceirização apenas a atividade-meio do tomador de

serviços.

Existente a pessoalidade e a subordinação direta com o

tomador, configurada fraude à legislação trabalhista e

é declarado vínculo de emprego entre o empregado e o

tomador dos serviços.

Porém, não cabe ao Fisco, ao analisar os fatos

geradores do ISSQN, decidir acerca da conformidade

ou não das contratações com a legislação trabalhista.

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TERCEIRIZAÇÃO

Cabe ao Fisco:

Conhecer os contratos de forma a identificar qual o

respectivo enquadramento na lista de serviços, para

homologar os recolhimentos efetuados pelo sujeito

passivo ou lançar o tributo devido em conformidade

com os requisitos do lançamento, em especial a

perfeita delimitação do fato gerador e do fundamento da

exigência fiscal.

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O TRATAMENTO TRIBUTÁRIO DAS DIFERENTES ATIVIDADES

As três atividades estão sujeitas ao ISSQN, merecendo

análise detalhada o seu enquadramento na lista de

serviços, essencial que é à fundamentação jurídica

do lançamento e ao deslinde das demais questões

aqui propostas.

Da mesma forma, o aspecto quantitativo,

especialmente a base de cálculo a ser considerada,

merece análise no campo fático à luz do que vem

decidindo a jurisprudência.

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MATERIALIDADE E FORMAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO

Agenciamento, recrutamento e seleção de mão de obra:

“17.04 - Recrutamento, agenciamento, seleção e

colocação de mão-de-obra”.

Nesta operação somente interessa para fins do ISSQN

o preço avençado pelo trabalho da agência, não

importando a remuneração do trabalhador.

BC = valor cobrado pela intermediação e aproximação

das partes, sem nenhuma dedução nem acréscimos.

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MATERIALIDADE E FORMAÇÃO DA BASE DE CÁLCULONa terceirização, cada operação deve ser tributada de acordo com a sua natureza, suas características próprias.

Não se confundem com a atividade fim do tomador do serviço - serviços de vigilância e segurança (item 11.02) e limpeza (item 7.10).

Porém, qualquer outro serviço contratado sofrerá a tributação pelo ISSQN, com enquadramento próprio na lista de serviços

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MATERIALIDADE E BASE DE CÁLCULO

O fornecimento de MO tem critérios jurídicos bem definidos: contratação com fundamento na Lei no 6.019/1974.

17.05 – Fornecimento de mão-de-obra, mesmo em caráter

temporário, inclusive de empregados ou trabalhadores, avulsos ou

temporários, contratados pelo prestador de serviço.

A antiga lista - LC 56/87 - continha a previsão no item 84, junto com o serviço de recrutamento, agenciamento e seleção

“84. Recrutamento, agenciamento, seleção, colocação ou fornecimento de mão de obra, mesmo em caráter temporário, inclusive por empregados do prestador do

serviço ou por trabalhadores avulsos por ele contratados”.

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MATERIALIDADE E BASE DE CÁLCULO

2010 - STJ - sistemática dos recursos repetitivos (Art. 543-C CPC)

BC = valor total da operação, sem dedução do valor dos salários

e encargos sociais pagos aos trabalhadores.

[...] se a atividade de prestação de serviço de mão-de-obra

temporária é prestada através de pessoal contratado pelas

empresas de recrutamento, resta afastada a figura da

intermediação, considerando-se a mão-de-obra empregada na

prestação do serviço contratado como custo do serviço,

despesa não dedutível da base de cálculo do ISS.[...]

(REsp 1138205/PR, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 09/12/2009, DJe 01/02/2010)

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MATERIALIDADE E BASE DE CÁLCULO

Crítica: a empresa que fornece mão de obra

temporária não atua como a prestadora de serviços

terceirizados, mas como intermediária entre o

trabalhador temporário e o tomador da mão de obra.

Sua especialidade é exclusivamente fornecer mão de

obra para atender demanda temporária dos seus

clientes, embora registre os trabalhadores em seu

nome.

A doutrina defende a tributação exclusiva do valor do

diferencial

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MATERIALIDADE E BASE DE CÁLCULO

Conclusão:

O serviço de fornecimento de mão de obra deve ser

tributado sobre a integralidade do valor cobrado da empresa

tomadora, incluindo a remuneração dos empregados

temporários e demais verbas e encargos trabalhistas.

O julgamento na chamada sistemática repetitiva, Art. 543-C

CPC, tem como efeito a pacificação do tema sobre o qual

versar a decisão, de tal forma que não é admitido agravo

de instrumento que vise o processamento de recurso

especial para discussão de questão semelhante.

 

 

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ASPECTO TERRITORIAL

LC no 116, de 2003, art. 3º, inciso XX - item 17.05:

O serviço considera-se prestado e o imposto

devido no local do estabelecimento tomador do

serviço.

Tomador do fornecimento de mão de obra = onde

forem alocados os trabalhadores, pouco importando

se é deste estabelecimento que provém a

remuneração paga à empresa prestadora e por

consequência o próprio trabalhador.

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ASPECTO TERRITORIAL

Sede em São PauloA

•Contratante – de onde sairão os recursos financeiros

Interior (Ribeirão Preto, p.ex.) A1

•Tomador do Serviço – onde será utilizada a força laboral

Qualquer cidadeB

•Fornecedor MO

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ASPECTO TERRITORIAL

No agenciamento, recrutamento e seleção de mão

de obra, serviço previsto no item 17.04 da Lista de

Serviços.

Município sede do estabelecimento prestador dos

serviços.

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ASPECTO TERRITORIAL

Art. 4º Considera-se estabelecimento prestador o local onde o

contribuinte desenvolva a atividade de prestar serviços, de

modo permanente ou temporário, e que configure unidade

econômica ou profissional, sendo irrelevantes para caracterizá-

lo as denominações de sede, filial, agência, posto de atendimento,

sucursal, escritório de representação ou contato ou quaisquer

outras que venham a ser utilizadas.

1. local onde o contribuinte execute os serviços,

2. de modo permanente ou temporário,

3. unidade econômica ou profissional do prestador.

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ASPECTO TERRITORIAL

O que configura unidade econômica ou profissional?

A permanência ou ânimo de permanecer, ainda que

temporariamente, em determinado mercado consumidor,

oferecendo serviços ao mercado, indistintamente, não

apenas a um determinado contratante.

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ASPECTO TERRITORIAL

Serviços terceirizados - LC 116/2003 Art. 3º, incisos e parágrafos.

Limpeza e manutenção (item 7.10),

Vigilância, segurança e monitoramento (item 11.02),

Industrialização por encomenda (item 14.05)

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SUJEIÇÃO PASSIVA

Contribuinte = prestador (Art. 5° da LC no 116/2003)

Responsável = tomador

Art. 6°[…]

§ 2o Sem prejuízo do disposto no caput e no § 1o deste artigo, são responsáveis: [...]

II – a pessoa jurídica, ainda que imune ou isenta, tomadora ou intermediária dos serviços descritos nos subitens 3.05, 7.02, 7.04, 7.05, 7.09, 7.10, 7.12, 7.14, 7.15, 7.16, 7.17, 7.19, 11.02, 17.05 e 17.10 da lista anexa.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

As empresas que necessitam da mão de obra poderão optar por contratar de diversas formas;

Conforme se realizarem os contratos = reflexos no ISSQN.

Nas três modalidades = serviços tributáveis

Importa evidenciar com muita clareza qual o serviço prestado sob pena de não se sustentar o lançamento.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

No agenciamento, recrutamento e seleção de MO:

item 17.04 da Lista de Serviços

a agência é o contribuinte do ISSQN

BC = valor exigido por realizar esta aproximação

entre o empregado e o empregador

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Fornecimento de mão de obra = contratação com

fundamento na Lei no 6.019/1974.

Item 17.05 da Lista

BC = total exigido pela empresa fornecedora da

MO, sem qualquer dedução (incluir remuneração

dos empregados e encargos sociais)

Contribuinte é substituído o tomador do serviço.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Terceirização

poderá encontrar enquadramento em muitos dos

itens da Lista de Serviços,

deve receber o tratamento tributário conforme a

atividade realizada, de acordo com a natureza dos

serviços prestados, considerados em sua unidade

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OBRIGADA!