a dieta da ciência

7/26/2019 A Dieta Da Cincia

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A dieta da cinciaComidas gostosas so to viciantes quanto drogaspesadas, dizem os cientistas. Por outro lado, novas pesquisasmostram que se alimentar bem mais simples do que parece porMarcia KedoukComeou com um docin!o depois do almoo. "epois, era batata #rita

a semana toda. $gua, nem pensar % s& re#rigerante. At que arrozcom #ei'o virou uma combinao insuport(vel. Para #azer e#eito, s&se #osse c!eeseburguer. )ssa a !ist&ria de um crebro viciado eprostitu*do+ ele sabe que salada mais digna para a sade, masgosta mesmo de gordura e acar e se vende ao primeiro queaparecer com isso. )m troca, libera dopamina, a subst-ncia inebriantedo prazer. unca #oi to claro para a cincia que a comida de !o'etem o mesmo poder viciante da coca*na e da !ero*na. /A sensaoagrad(vel provocada pela comida estimula o centro de recompensado crebro, em um processo parecido com o do v*cio e da e0citaose0ual/, diz o neurologista e neurocirurgio 1orge Pagura. /2o'e, ocentro de recompensa alvo de e0perincias para o controle doapetite./ Agora vamos entender isso mel!or. ), mais importante,mostrar tambm como novas descobertas da cincia podemrevolucionar sua dieta. 3om apetite4

5e0o, dogs e !ot roll6oc vive em 7897. Mas seu crebro empacou em l( por 788 mil a.C.:oi quando surgiram os primeiros !umanos anatomicamente iguais avoc e eu, em algum lugar perto de onde !o'e ;ca a )ti&pia.

A vida era complicada por l(. o era todo dia que dava para caarum biso ou uma gazela. ), nos dias em que no dava, o 'eito eraapertar o cinto. Por causa disso, o corpo desenvolveu um mtodointeressante de sobrevivncia+ nos trans#ormou em camelosalimentares. Passou a estocar comida em /corcovas/ de gordura, quecarregamos principalmente na barriga e nos quadris. u?enet,pesquisador da @niversidade de as!ington.


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)sse mecanismo de estocagem de gordura recompensada pordopamina no comeou no !omem. a verdade, !erdamos dosnossos ancestrais. ar;elds na vida real. ) esse nosso

trao em comum com os nossos primos de outras espcies a'uda adesvendar um pouco mais sobre como #unciona a nossa relao comcomida.

D o caso de um estudo do 5cripps Eesearc! Fnstitute, nos )@A. )lesalimentaram um grupo de ratos com rao comum e outro combacon, salsic!a, comida congelada, doces e outras maravil!as dadieta moderna. "epois de G8 dias, os que receberam rao semantiveram magros, e os outros, como era de se esperar, ;caramobesos. Mas apareceu uma novidade a*+ o crebro dos ratos que s&comiam porcarias '( no era mais o mesmo ao ;m do e0perimento.)les desenvolveram resistncia H dopamina e, portanto, ao prazercausado pela comida. )nto passaram a devorar essas guloseimasque dominam a nossa mesa compulsivamente, para obterem amesma carga de prazer que conseguiam no in*cio da dieta. Mesmoquando os cientistas comearam a dar c!oque em qualquer um dosratos que se apro0imava da re#eio !ipercal&rica, eles continuavamcaindo de boca, porque nada mais no mundo importava para eles,nem a dor, nem a Minnie % sim+ eles pararam tambm de #azer se0o,s& queriam saber de comer. 6iviam pela pr&0ima dose de dopamina. De0atamente o que acontece com usu(rios de crack.

A semel!ana dos alimentos%porcaria com as drogas no para por a*.=utros estudos mostram, por e0emplo, que a gordura estimula aproduo de endocanabinoides, subst-ncias parecidas com asencontradas na macon!a. = c!ocolate libera outro componente, a#eniletilamina, similar ao das an#etaminas. ) s& de ol!ar voc '( podeestar e0posto aos e#eitos das /drogas alimentares/, conclu*ram oscientistas do 3rook!aven ational Iaborator?, nos )@A. )lescompararam imagens do crebro de quem tem compulso por comidae de quem obeso, mas no tem um v*cio propriamente dito emalimentos. ene%1ack ang, queconduziu o trabal!o, '( tin!a identi;cado em outro estudo quedependentes qu*micos apresentam resposta cerebral semel!antequando veem imagens de algum consumindo drogas. Fsso sugereque algumas pessoas tm uma reao e0agerada no crebro quandoe0postas a coisas agrad(veis, portanto so levadas ao v*cio. )stariaaqui a pista que e0plica por que alguns ;cam satis#eitos com umabola de sorvete e outros precisam do pote inteiro.

3atata #rita, po, macarro, bolo, bolac!a, c!ocolate, re#rigerante.Jodos eles #azem parte da #aco do p& branco+ so #eitos de #arin!a,acar e sal, as coca*nas da cozin!a. Assim como uma droga pesada,


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elas passam por um processo de re;namento atroz, em que saem as;bras, os minerais, as prote*nas e outros nutrientes e ;ca s& o queinteressa para o crebro+ a energia pura de r(pida absoro.

) os perigos tambm so dignos daqueles que as drogas o#erecem+

dentro do seu corpo, o sal, amplamente usado para realar o sabordos produtos, inclusive nos doces e nos re#rigerantes, aumenta apresso arterial, '( que o s&dio atrai as molculas de (gua para si e#az crescer o volume de sangue nas artrias. Presso alta signi;camaior risco de ter um derrame ou ataque card*aco.

1( a #arin!a e o acar vo direto para o sangue. Para dar conta, op-ncreas dispara a produo de insulina, o !ormnio que trans#ormacarboidrato em glicose e depois estoca essa energia em #orma degordura nas clulas. = crebro agradece liberando dopamina e oresultado uma sensao de prazer que acaba em minutos Bousegundos. ) a* voc quer sentir essa emoo de novo % e tome maiscarboidrato re;nado, que inunda o corpo com insulina, que manda oe0cesso de gordura para dentro da clula.

C!ega uma !ora em que os &rgos desenvolvem resistncia H insulinae o p-ncreas precisa produzir cada vez mais para conseguir o mesmoe#eito. At que uma !ora ele pode pedir arrego e zerar a produo deinsulina, causando diabetes.

= e0cesso de acar tambm pode detonar o #*gado. 3om, no

e0atamente de acar, mas da coisa mais utilizada como substitutada glicose nos alimentos de supermercado+ a #rutose. )la quasee0clusivamente metabolizada no &rgo, onde vira uma gordurac!amada triglicrides. /:rutose em e0cesso sobrecarrega o #*gado/,diz o cientista de alimentos )dson Cred*dio. ) #(cil e0agerar na#rutose. )ssa subst-ncia o acar natural das #rutas. Mas a principal#onte dela na nossa alimentao no so mas e melancias, masre#rigerantes, pes, mol!os e outras comidas processadas. o poracaso. a dcada de 9L8, a indstria aliment*cia comeou a produzirum 0arope de mil!o com alto poder adoante e bai0o custo deproduo, que, por isso mesmo, dominou as prateleiras, inclusive a

seo /saud(vel/, em que esto cereais e iogurtes. D o 2:C5 B!ig!%#ructose corn s?rup, tambm descrito nas embalagens como 0aropede acar ou 0arope de glicose. )le leva apro0imadamente NNO de#rutose e GNO de glicose. ) por que essa mistura est( em quase tudoPorque ela dei0a tudo mais gostoso. =u se'a+ #az o crebro produzirmais dopamina. ) voc gastar mais din!eiro para sentir o prazerdessa dopamina mais e mais vezes.

A sa*da, ento, seria apelar para os adoantes arti;ciais, certo oe0atamente. Pesquisadores da @niversidade do Je0as acompan!aramGG adultos por dez anos e perceberam que aqueles que tomavamre#rigerante diet #requentemente tiveram aumento de 8O dacircun#erncia abdominal em comparao com quem no bebeu


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re#rigerante. )ntre os que bebiam duas ou mais vezes ao dia, ocrescimento da pana #oi N88O maior. A !ip&tese que docesdis#arados podem enganar seu paladar, mas no o crebro, quemanda o corpo se preparar do mesmo 'eito para digeri%los,aumentando a salivao e a produo de insulina. Como a promessa

no se cumpre e no lugar de um alimento cal&rico vem um magrin!o,a necessidade energtica no suprida % e nada de dopamina. )ssequadro pode levar H vontade de compensar com algo maisengordativo, como um brigadeiro, na tentativa de c!egar H sensaode prazer. ) se voc no compensar... Com menos energia do que aprometida, o corpo desacelera e economiza gordura. @m beco semsa*da, como mostrou uma pesquisa da @niversidade de Purdue, nos)@A. Por duas semanas, um grupo de ratos #oi alimentado comiogurte aucarado, e outro recebeu iogurte com adoante. "epois,ambos #oram liberados para atacar um pudim de c!ocolate.


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come tem pouca inTuncia Bde 98 a 7NO na gordura quee#etivamente circula pelo corpo. )ssa #ruto de todas as calorias queingerimos % e que o organismo guarda na #orma de gordura comoreserva. =utras pessoas, como os diabticos e obesos, sentem bemmais o e#eito do colesterol % a* preciso manter mesmo o consumo no

cabresto.

= que est( esclarecido que v*timas de doenas cardiovascularestm veias e artrias entupidas de gordura e altos n*veis de colesterolruim. Como gordura animal aumenta a quantidade de colesterol ruim,parece &bvio dizer que cort(%la acaba com o problema. Mas ospesquisadores comeam a trabal!ar com vari(veis mais comple0as+ oe0cesso de gordura corporal, e no o colesterol isoladamente, o quemultiplicaria as c!ances de algum ter uma doena cardiovascular. )todo tipo de comida produz gordura no corpo % os ele#antes, que somais vegetarianos que a >U?net! PaltroU, no nos dei0am mentir.

= c!ocolate outro que no pode carregar tanta culpa pelos maus!(bitos alimentares. Cientistas da @niversidade de Cambridgeanalisaram a incidncia de doenas do corao e derrame em 99G milpessoas.


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tempo para o crebro entender que a quantidade de energia que voccolocou para dentro '( est( adequada.

=utras pesquisas mostram que os nutrientes de certos alimentospodem a'udar a queimar gordura, trazer saciedade e mel!orar a

sade. D o caso das subst-ncias termognicas, que aumentam atemperatura corporal e aceleram o metabolismo basal, levando a ummaior gasto de energia. A capsaicina, presente na pimenta, #az partedesse time. As gorduras boas, como a dos pei0es, con!ecidas comomega S, alm da das castan!as e do azeite de oliva, tambm tmsuperpoderes. Pesquisas indicam que quem come castan!as entre asre#eiQes permanece satis#eito por pelo menos L8 minutos a mais doque quem #az lanc!in!os com pouca gordura e bastante carboidrato,como po integral com quei'o cottage. =utra pesquisa, da @ni#esp,em 5o Paulo, mostrou que animais com epilepsia alimentadosdurante R8 dias com mega S nas doses recomendadas para seres!umanos % ingesto de pei0es ricos nesse componente, como salmo,atum e sardin!a, trs vezes por semana % apresentaram algumamel!ora no crebro, com a #ormao de novos neurnios. 3r&colis eespina#re tambm #azem bem para a cabea. = (cido al#alipoicoencontrado neles aumenta o Tu0o sangu*neo nos tecidos e mel!ora aconduo dos impulsos nervosos.

CombinaQes saud(veiso mundo da alimentao, nem sempre um mais um igual a dois.Vs vezes d( trs, quatro. /=s nutrientes interagem entre si,

mel!orando ou di;cultando a absoro pelo organismo/, diz ocientista de alimentos )dson Cred*dio.


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=utro alimento que #az uma boa dupla com o #ei'o a rcula Bouqualquer outro que ten!a bastante vitamina C. = #erro do #ei'o no assimilado automaticamente pelo organismo. )sse nutriente precisade um composto que se ligue a ele e o torne mais dilu*do. ) quemassume essa #uno o (cido asc&rbico % a vitamina C.

Jem o caso do tomate com azeite tambm. = tomate rico emlicopeno, que tem uma ao importante+ retardar o envel!ecimentodas clulas. ) a gordura do azeite a'uda a reter o licopeno do tomateBcru ou cozido, tanto #az, turbinando a e;cincia dele. Mol!o detomate tambm serve, mas os prontos costumam ter a adio deacar, sal e amido % mal neg&cio.

1( os alimentos ricos em prote*na animal, como a carne vermel!a,tendem a acelerar o envel!ecimento das clulas. )les liberam umasubst-ncia c!amada amina !eteroc*clica, que ao longo dos anos podedani;car o "A, que ;ca no ncleo das clulas. /"A dani;cado/ um sinnimo tcnico para /envel!ecimento/ % e para uma propensomaior a doenas como o c-ncer. D por isso que os bi#es no soe0atamente do time do bem. Mas, se a carne #or #raca, combine acarne com alecrim.


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energia do corpo. 5e as reservas esto bai0as, voc sente #ome. 5eesto altas, #ec!a a boca. )studos mostram que obesos tm #al!as narecepo delas no crebro, o que aumentaria bem o apetite.

= segundo crebro

5im, voc tem um segundo crebro l( embai0o. Bo to l( embai0o.)0istem 988 mil!Qes de clulas nervosas no sistema digestivo, que secomunicam o tempo todo com o cabea da turma, l( em cima.


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Pimenta, gengibre e canela Bos Jermognicos5o os nutrientes calientes, que despertam gritin!os no corpo+aumentam a temperatura corporal e aceleram o metabolismo basal,levando a um maior gasto de energia. )les so a capsaicina, daspimentas, o gingerol, do gengibre, e o alde*do cin-mico, da canela.

Alm da nossa vel!a con!ecida ca#e*na, do ca#, e da catequina, doc!( verde.

Castan!a%do%par( Bo 5elnio


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:ei'o W rcula= #erro Bdo #ei'o mel!or aproveitado pelo intestino na presena davitamina C Bda rcula.

Jomate W azeite

= tomate rico em um antio0idante c!amado licopeno. =s lip*dios doazeite a'udam o organismo a reter esse nutriente, que a'uda aretardar o envel!ecimento das clulas.

C!( verde W limo= (cido asc&rbico do limo estabiliza a catequina, um antio0idantepresente no c!( verde. =u se'a+ tambm atrasa o envel!ecimentocelular.

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