a contribuiÇÃo das aulas de arte no processo … · 2011-10-27 · configura a arte na escola...

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FACULDADE INTEGRADA DA GRANDE FORTALEZA - FGF NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - NEAD PROGRAMA ESPECIAL DE FORMAÇÃO PEDAGÓGICA DE DOCENTES NA ÁREA DE LICENCIATURA EM ARTE ALESSANDRO ODILIO CAFERRO A CONTRIBUIÇÃO DAS AULAS DE ARTE NO PROCESSO EDUCATIVO E NO CONTEXTO SOCIAL DOS EDUCANDOS NA ESCOLA ESTADUAL EMÍLIO DE MENEZES Japurá-PR 2011

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FACULDADE INTEGRADA DA GRANDE FORTALEZA - FGF NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - NEAD

PROGRAMA ESPECIAL DE FORMAÇÃO PEDAGÓGICA DE DOCENTES NA ÁREA DE LICENCIATURA EM ARTE

ALESSANDRO ODILIO CAFERRO

A CONTRIBUIÇÃO DAS AULAS DE ARTE NO PROCESSO

EDUCATIVO E NO CONTEXTO SOCIAL DOS EDUCANDOS

NA ESCOLA ESTADUAL EMÍLIO DE MENEZES

Japurá-PR 2011

FACULDADE INTEGRADA DA GRANDE FORTALEZA - FGF NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - NEAD

PROGRAMA ESPECIAL DE FORMAÇÃO PEDAGÓGICA DE DOCENTES NA ÁREA DE LICENCIATURA EM ARTE

ALESSANDRO ODILIO CAFERRO

A CONTRIBUIÇÃO DAS AULAS DE ARTE NO PROCESSO

EDUCATIVO E NO CONTEXTO SOCIAL DOS EDUCANDOS

NA ESCOLA ESTADUAL EMÍLIO DE MENEZES

Monografia apresentada ao Programa Especial de Formação Pedagógica de Docentes na Área de Licenciatura em ARTE da Faculdade Integrada da Grande Fortaleza, à obtenção do grau de Licenciado em Arte, outorgado pela Faculdade Integrada da Grande Fortaleza – FGF.

Prof. Orientadora: Guaraciara de Freitas Araújo

Japurá-PR 2011

ALESSANDRO ODILIO CAFERRO

A CONTRIBUIÇÃO DAS AULAS DE ARTE NO PROCESSO

EDUCATIVO E NO CONTEXTO SOCIAL DOS EDUCANDOS

NA ESCOLA ESTADUAL EMÍLIO D MENEZES

Data de Aprovação: ___________________

Conceito Obtido: ______________________

Banca Examinadora

Profª Orientadora: Guaraciara De Freitas Araújo

Prof.(a) ................................................................................................

Prof.(a) ................................................................................................

AGRADECIMENTOS

A Deus, por nos conceber a vida, saúde, entendimento e capacidade.

Por sempre nos iluminar no caminho da vida, cheia de pedras e espinhos,

Mas também cheia de flores e cascatas.

Aos familiares

Pelo empenho e esforço no período de nossos estudos

Mostrando que as dificuldades da vida somente servem para tornar a vitória

mais brilhante.

À todos professores que nos acompanharam desde o início do curso

A orientadora, Professora Guaraciara

pela disponibilidade, pelo seu profissionalismo e contribuição para

conclusão deste trabalho.

DEDICATÓRIA

“Eu tenho uma espécie de dever. Dever de sonhar,

De sonhar sempre. Pois sendo mais do que um espectador

De mim mesmo, Tenho que ter

O melhor espetáculo que posso [...]”

Fernando Pessoa

Dedico este trabalho a todas as pessoas que sonham,

E a partir de seus sonhos,

Lutam...

DEDICO

A meus pais, pelo empenho, dedicação, carinho, compreensão e incentivo.

Pela confiança e certeza na conquista que sempre demonstraram.

A meus irmãos pelo apoio e compreensão nos momentos difíceis.

Á minha esposa, por seu companheirismo e apoio em todos os

momentos no percurso deste trabalho.

“Amar não significa tornar o outro adaptado,

submisso ou semelhante a nós. Amar significa

libertá-lo, deixá-lo livre, deixá-lo viver.”

Peny Mc Lean

RESUMO

Este estudo objetivou apontar o contexto social dos alunos na disciplina de Arte e sua contribuição no processo educativo de alunos freqüentadores da Educação de Jovens e Adultos – EJA - da Escola Estadual Emilio de Menezes no Município de Japurá, no Estado do Paraná. Por meio de revisão bibliográfica, buscou-se a contribuição de diversos autores que tratam acerca do assunto, destacando-se os fundamentos históricos da Arte no Brasil, bem como a legislação educacional e o ensino de arte. Ainda por meio de revisão bibliográfica foi elencado a linguagem das artes visuais como a escultura, a colagem, o desenho, a pintura e o cinema, dentre outras e descrição sobre aulas de Arte na escola. A pesquisa revelou como se configura a Arte na escola observada, tecendo considerações acerca dos resultados da pesquisa na escola. Concluiu que, a Arte não está dissociada do contexto cultural, pois os depoimentos mostraram que desde a infância, os elementos artísticos estão muito presentes e significativos não apenas no ambiente escolar aonde os alunos chegaram a freqüentar, mas em todo contexto social e familiar em que se inseriam.

Palavras-chave: Arte; Disciplina; Contexto Social; Educação de Jovens e Adultos.

ABSTRACT

This study aimed to point out the social background of students in the discipline of Arts and its contribution to the educational process of students who attend the Youth and Adult Education - adult education - the State School Emilio de Menezes in the city of Japurá, State of Parana. Through literature review, we sought the input of many authors who treat on the subject, highlighting the historical foundations of Art in Brazil, as well as legislation on education and teaching of arts. Yet through literature review was cast with a language of visual arts such as sculpture, collage, drawing, painting and cinema, among others, and description of art classes in school. The research revealed how it configures the Art school observed, with considerations on the results of research in school. Concluded that the art is not divorced from the cultural context, because the testimony showed that from childhood, the artistic elements are very present and significant not only in the school environment where students came to attend, but in all social and family context in which were inserted. . Keywords: Art, Discipline, Social Context, Youth and Adults.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................. 09

1 FUNDAMENTOS HISTÓRICOS DO ENSINO DE ARTE NO BRASIL ............ 12

1.1 LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL E O ENSINO DE ARTE ................................ 15

2 A LINGUAGEM DAS ARTE VISUAIS ............................................................. 17

2.1 A ESCULTURA. ................................................................................................ 17

2.2 A COLAGEM .................................................................................................... 18

2.3 O DESENHO .................................................................................................... 19

2.4 A PINTURA ....................................................................................................... 20

2.5 O CINEMA.......................................................................................................... 22

2.6 OS RECURSOS DE COMPUTAÇÃO NA PRODUÇÃO DE TRABALHOS

ARTÍSTICOS........................................................................................................

23

2.7 ESTUDO DOS ELEMENTOS QUE COMPÕEM AS ARTES

VISUAIS............................................................................................................

24

3 MÚSICA.............................................................................................................. 26

4 AULAS DE ARTES NA ESCOLA..................................................................... 28

5 AS AULAS ARTE NA ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL

EMÍLIO DE MENEZES........................................................................................

33

5.1 CONSIDERAÇÕES ACERCA DOS RESULTADOS DA PESQUISA NA

ESCOLA EMÍLIO DE MENEZES........................................................................

38

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................... 43

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 44

9

INTRODUÇÃO

O ser humano vive em um mundo cheio de diferenças e constantes

mudanças, que envolve também o universo escolar. O papel da escola ao ensinar

Arte, é um papel relevante para a socialização e para a aprendizagem do aluno,

possibilitando a visualização dos inúmeros benefícios para a formação do indivíduo

seja pela música, pela dança, pelo teatro ou pelas artes plásticas e para que a

Educação não seja apenas uma forma de „instrução‟ mas seja formadora da cultura

de uma comunidade, de um povo ou nação.

A educação é um campo de atividade em que os indivíduos interagem e

produzem experiências em determinadas realidades, bem como assimilam

experiências dos demais. Assim, entende-se que, a Arte, integrante da realidade,

torna-se elemento valioso não apenas para o processo de aprendizagem, mas para

o desenvolvimento integral do indivíduo, que ao interagir em sociedade, vive um

processo de aprendizagem constante.

Por isso é importante que a escola proporcione momentos de enriquecimento

cultural através da dança, do teatro, artes visuais, leitura de histórias, onde o aluno

possa participar de experiências para a construção de seu conhecimento, de forma

prazerosa e atraente.

As diferentes linguagens: visual, musical, cênica, corporal e outras mais,

estão associadas, nos dias atuais, às novas tecnologias, novos valores e evolução

em diversos segmentos. A representação de mundo envolve uma série de

instrumentos, dentre eles, a Arte. Assim, a Arte não pode estar dissociada do meio

onde os alunos se inserem. O contexto familiar, escolar e comunitário deve ser

considerado na busca de compreensão e associação da aprendizagem em Arte.

A Arte vai muito além das salas de aula. Pode fazer parte da vida do aluno.

Quando o aluno se sensibiliza pelo prazer da Arte, trabalha com motivação e altivez.

A Arte não tem importância para o homem somente como elemento capaz de

desenvolver sua criatividade, sua percepção, mas tem importância em si mesma,

10

constituindo-se de manifestações da atividade criativa dos seres humanos ao

interagirem com o mundo em que vivem, ao se conhecerem e ao conhecê-lo.

Ao analisar a Arte como um dos elementos do cotidiano do aluno, se pretende

trazer a Arte para mais perto do universo desse aluno, que muitas vezes vê sem ver,

ou seja, convive com a arte na mídia, nas ruas, no computador, na escola, na

música, na Igreja, no lazer e por não ter um olhar mais aguçado, por não ter

desenvolvido a sensibilidade para a Arte, não usufrui dos benefícios dessa Arte no

seu dia a dia, seja para o simples contemplar, seja para ampliar seu horizonte

cultural.

Com este trabalho, se pretende refletir as causas de tal fenômeno, desse

“endurecimento do olhar” ou dessa carência de sensibilidade para a Arte no espaço

das relações sociais. Em conseqüência, se pretende pensar e pesquisar

possibilidades pedagógicas que auxiliem na ampliação dessa capacidade de

sensibilidade ou seu despertar.

Assim, a presente pesquisa, tem como objetivo Investigar como se

estabelecem as relações dos alunos da disciplina de Arte com o seu cotidiano

ampliando o conhecimento acerca das possibilidades e desafios do ensino de Arte

no contexto escolar e extra-escolar.

Pretende-se ainda verificar, por meio de entrevistas com alunos da Educação

de Jovens e Adultos, se a família, a escola, a comunidade, e demais ambientes

onde o aluno vive e convive, exerce algum efeito na forma com que o aluno „vê‟ a

Arte e se, (ou como) esse contexto é capaz de produzir efeitos positivos e negativos

no processo educativo dos alunos.

A escolha do aluno da EJA (Educação de Jovens e Adultos) se fez por serem

adultos que já passaram por mais tempo e experiência em Arte desde o período de

escolarização nas séries iniciais, favorecendo a investigação da Arte em seu

universo de relações familiares, religiosas, de lazer, possibilitando uma amostragem

com dados satisfatórios para a análise da pesquisa.

11

A Arte está impregnada no cotidiano do ser humano e as relações sociais

podem produzir menos ou mais impactos na visibilidade absorção pelos indivíduos.

Uma breve análise das origens da Arte, situada segundo autores como Gombrich,

(2006), na pré história, pode indicar a estreita relação entre a Arte e o homem. Por

outro lado, Vigotski (2003) aponta a Arte como forma de equilíbrio ou “descarga das

energias não utilizadas” no convívio social e destaca ainda que os gostos que as

crianças adquirem para a música, as cores, as formas, geralmente estão

relacionados com os gostos dos adultos com os quais convivem. A reflexão de

Duarte Jr (1991) vem reforçar o poder da comunicação pela Arte no universo

relacional social.

Dessa forma, acredita-se que o contexto social causa impacto quanto aos

gostos diferenciados e quanto o fenômeno do “vê sem ver” a Arte, já mencionados.

Pela metodologia da revisão bibliográfica e análise da amostragem da pesquisa de

campo com três alunos, três representantes familiares e três professores, esta

pesquisa pretende corroborar ou refutar as hipóteses levantadas até aqui. Esse é o

caminho pretendido para o desenvolvimento da pesquisa em questão.

12

1 FUNDAMENTOS HISTÓRICOS DO ENSINO DE ARTE NO BRASIL

Historicamente muitas foram as tendências pedagógicas que influenciaram e

continuam influenciando o ensino e aprendizagem da Arte no Brasil. Conhecendo-

as, pode-se perceber qual a prática educativa mais adequada como caminho a se

seguir.

No período pertencente à escola tradicionalista, a Disciplina de Desenho, por

exemplo, era trabalhada como Desenho Geométrico, Desenho Natural e Desenho

Pedagógico (PCNs p.17) numa perspectiva funcional, visando a preparação para o

mercado de trabalho.

O ensino de Música era marcado pelo Canto Orfeônico e ocupava expressiva

representação na educação e na sociedade, desde a década de 30, consagrado

pelo grande compositor Heitor Villa Lobos. Na escola, por meio do canto orfeônico,

eram difundidas idéias de nacionalismo e civismo, características fortes da educação

tradicionalista e dos ideais da ditadura que vigorou no país por 20 anos, até 1985.

Na primeira metade do século XX, as disciplinas Desenho, Trabalhos Manuais, Música e Canto Orfeônico faziam parte dos programas das escolas primárias e secundárias, concentrando o conhecimento na transmissão de padrões e modelos das culturas predominantes. Na escola tradicional, valorizavam-se principalmente as habilidades manuais, os "dons artísticos", os hábitos de organização e precisão, mostrando ao mesmo tempo uma visão utilitarista e imediatista da arte. Os professores trabalhavam com exercícios e modelos convencionais selecionados por eles em manuais e livros didáticos. [...]A disciplina Desenho, apresentada sob a forma de Desenho Geométrico, Desenho do Natural e Desenho Pedagógico, era considerada mais por seu aspecto funcional do que uma experiência em arte; ou seja, todas as orientações e conhecimentos visavam uma aplicação imediata e a qualificação para o trabalho (PCNs Arte, 1997).

Os trabalhos manuais eram ensinados com o objetivo de desenvolver “dons

artísticos” (PCNs p. 17), a precisão, a organização, o capricho, visando também à

aplicação prática, utilitarista. Já a abordagem da poesia como forma de expressão,

era incluída na disciplina de Língua Portuguesa.

13

Com a LDB - Lei n. 9.394/96 revoga-se as disposições anteriores, da LDB de

1971 e a disciplina de Arte é indicada como sendo obrigatória na educação básica,

ou seja, não mais uma atividade educacional, ou disciplina facultativa, e sim uma

disciplina integrante do currículo da base nacional comum, com o mesmo status das

demais, estruturada com fundamentação teórica, encaminhamentos metodológicos e

avaliação.

Analisando historicamente de forma sucinta, as disposições anteriores à

LDBEN 9394/96, a disciplina consolida-se mais entre 1960 e 1970. Em 1971 é

promulgada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação nacional 5692/71, na qual a

Arte aparece como “Educação Artística”, porém, caracterizada como “atividade

educacional”, de modo indefinido, como um processo de trabalho de estimulo á livre

expressão.

As referidas disposições, contidas na LDBEN 5692/71, soavam

aparentemente contraditórias, no contexto da educação tecnicista. A terminologia

“Educação Artística” soava como possibilidade de livre expressão, no entanto, os

manuais e materiais usados pelos professores eram direcionados como que

“engessando” a disciplina e direcionando quase que exclusivamente às artes visuais,

ou seja, desenho, pintura, modelagem, recortes, colagem.

Uma análise comparativa breve permite observar que a LDB 9394/96 dispõe

novo direcionamento ao objetivo da Arte. Esse ponto é significativo visto que as

disposições da Lei anterior direcionavam para uma Educação Artística com

finalidades utilitaristas, de caráter positivista e a legislação atual indica que a

disciplina Arte promova o “desenvolvimento cultural dos alunos”. Tal objetivo foi

explicitado pela Lei 12.287 de 13 de julho de 2010, que altera o parágrafo do artigo

26 da LDBEN 9394/96 indicando a obrigatoriedade do ensino de Arte nos currículos

de ensino fundamental e médio “especialmente em suas expressões regionais”.

Com o advento do movimento escolanovista, já em meados da década de 30

rompe-se com as práticas de cópias e modelos partindo-se para a criatividade e livre

14

expressão. A estética moderna privilegia a inspiração e a sensibilidade, onde tudo

em Arte era permitido em nome da livre-expressão (ARAGÃO, 2007, p. 6).

Pode-se dizer que nos anos 70, do ponto de vista da arte, em seu ensino e aprendizagem foram mantidas as decisões curriculares oriundas do ideário do início a meados do século 20 (marcadamente tradicional e escolanovista), com ênfase, respectivamente, na aprendizagem reprodutiva e no fazer expressivo dos alunos (PCNs ARTE, 1997).

Esse “fazer expressivo do aluno”, era basicamente o que a Escola Nova

pregava: deixar o aluno se expressar livremente, nas artes plásticas, nos desenhos,

na expressão corporal. Era a marca da Escola Nova: aprendizado a partir da

experiência pessoal, sem modelos pré concebidos que pudessem influenciar na

escolha de cores, de formas, de sons, enfim, o aluno deveria dar vazão às suas

emoções e sensibilidades e não seguir modelos propostos, como na escola

tradicional.

Após esse período de endeusamento da livre expressão, veio a escola

tecnicista, em meados dos anos 70, enfatizando o uso de materiais alternativos, e o

professor busca suporte nos livros didáticos existentes desde a década de 70, nem

sempre encontrando respostas (ARAGÃO, 2007, p. 6).

Há que se notar, que não só no ensino da Arte como na Educação em geral,

essas tendências, (tradicional, escolanovista e tecnicista) se sobrepunham, mas não

chegavam a eliminar as práticas das outras tendências.

O modelo escolanovista defende a criatividade e a livre expressão,

promovendo o diálogo e a postura não diretiva. No modelo tecnicista a Arte não

encontra espaço muito expressivo, pois nesta perspectiva o objetivo é preparar o

aluno para o mercado de trabalho.

No entanto, é possível afirmar que a Arte passou por estes movimentos e

sobreviveu, evidenciando-se no processo histórico e buscando firmar-se nos

currículos escolares não apenas como disciplina ou atividade secundária, mas como

expressão essencial da atividade humana.

15

Neste sentido, a Arte não pode ficar restrita às paredes da sala de aula ou ao

espaço do pátio escolar, mas deve permear a vida do aluno, relacionar-se com sua

realidade e apresentar significado capaz de favorecer o aluno um constante

identificar-se com as práticas artísticas.

1.1 A LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL E O ENSINO DE ARTES

Nas nossas escolas, muitas vezes o ensino da Arte é utilizado como produto

e/ou instrumento para outros ensinos ou fazeres, apesar do Referencial Curricular

Nacional para a Educação Infantil – RCNEI, tratar de Arte e colocar como objetivos

para as crianças de 0 a 3 anos, a ampliação do conhecimento de mundo por meio

da manipulação de diferentes objetos e materiais, explorando suas características,

estabelecendo contato com formas diversas de expressões artísticas, e destaca a

importância da utilização de diversos materiais gráficos e plásticos sobre diferentes

superfícies, ampliando as possibilidades de expressão e comunicação.

Para as crianças de 4 a 6 anos o RCNEI Referencial Curricular Nacional para

a Educação Infantil, aborda a necessidade de interesse pelas próprias produções,

pela produção de outras crianças e também pelas obras artísticas regionais,

nacionais e internacionais com as quais possam ter contato, ampliando o

conhecimento do mundo e da cultura. “A produção de trabalhos de Arte, o desenho,

pintura, modelagem e colagem oferecem condições para o desenvolvimento do

gosto e respeito pelo processo de criação artística” (BRASIL, 1998).

Os Parâmetros Curriculares Nacionais, Arte, recordam a história da Arte: “Nas

antigas sociedades tradicionais, a arte integrava a vida dos grupos humanos,

impregnava nos ritos, cerimônias e objetos e uso cotidiano” (PCNs, 1997. p.34).

Os Parâmetros Curriculares Nacionais 1ª a 4ª séries colocam que a função da

Arte é tão importante quanto a dos outros conhecimentos no processo de ensino e

aprendizagem. Em seus objetivos gerais do Ensino Fundamental, os Parâmetros

Curriculares ainda trazem a importância de utilizar as diferentes linguagens incluindo

16

a plástica e a corporal na produção de idéias (PCNs, Artes, 1997, p.8), corroborando

com a hipótese inicial levantada neste trabalho de que Arte privilegia a apropriação

de saberes, envolta em criatividade, percepção e favorecendo a interação dos seres

humanos.

O Currículo Básico para a Escola Pública do Estado do Paraná em seus

conteúdos e encaminhamentos metodológicos para a alfabetização destaca que

podem ser utilizadas outras formas de representação além do desenho, como a

modelagem, recorte, colagem e maquete com sucata.

A Lei de Diretrizes e Bases de 1971 trouxe a inclusão da Educação Artística

no currículo escolar. A atual LDB – lei 9394/96 declara que “o ensino da arte

constituirá componente curricular obrigatório nos diversos níveis de educação

básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos‟ (artigo 26,

parágrafo 2º). Assim a nomenclatura da Educação Artística passa a ser ARTE,

sendo incluída na estrutura curricular como área de conhecimento, com conteúdos e

objetivos próprios e não apenas para ser uma simples atividade para substituir um

professor que faltasse (BRASIL, 1996).

Desta forma, as linguagens a serem trabalhadas são: teatro, dança, música e

artes visuais. Neste contexto, o professor deve assumir compromissos educacionais

e estéticos com seus alunos e com a comunidade escolar, de forma responsável,

garantindo que o ensino da Arte seja compreendido na dimensão do conhecimento e

da aprendizagem.

17

2. A LINGUAGEM DAS ARTES VISUAIS

Vive-se em um mundo de imagens, com informações que nos são passadas a

todo instante pelos jornais, televisão, na rua, ao nosso redor. Se observarmos bem,

tudo tem um pouco de Arte, seja pela beleza, pelas cores, pelas provocações, pelas

formas. Assim, o sentido da visão está em pleno funcionamento a todo instante, e

pronto para identificar o que causa prazer aos olhos – Artes Visuais é o conjunto de

manifestações artísticas que expressa e comunica através do sentido da visão

possibilitando ao ser humano experenciar sensações para que se estabeleça nossa

relação com o mundo.

Ao tratarmos das Artes Visuais, encontramos algumas áreas importantes,

como o Desenho, a Pintura, Gravura, Fotografia. Pensando na prática da sala de

aula, temos algumas manifestações das Artes Visuais que se destacam como o

Desenho, a Colagem, a Modelagem, a leitura de Imagem.

2.1 A ESCULTURA

Quando se olha para uma obra de Arte, vê-se um filme, lê-se um livro,

observa-se uma pintura ou escultura, cria-se na mente uma série de pensamentos

que podem ser diferentes a cada vez que se repete a mesma atividade de ver e

observar a obra de Arte. O ato de observar e produzir pensamentos novos pode ser

chamado de Leitura de Imagem. A leitura de imagem de uma obra de Arte pode ser

desenvolvida e incrementada permitindo que o observador consiga uma série de

informações e significados enriquecendo seus conhecimentos (ORLANDI, 1993, p.

101).

A escultura pode ser definida como Arte de moldar determinados materiais

como pedra, metais, madeira, argila, entre outros.

No trabalho pedagógico, em sala de aula, pode-se desenvolver a habilidade,

a criatividade e a sensibilidade dos alunos pela escultura, com técnicas e materiais

18

acessíveis às séries e idade, utilizando-se materiais como papelão, isopor, papel

machê, entre outros. Ao manusear tais materiais, dando-lhes forma, o aluno dá asas

à sua imaginação, cria, e contextualiza a arte por meio do processo criativo, além de

exercitar a habilidade para moldar materiais, com as mãos ou pelo uso de

instrumentos necessários a cada técnica, sejam palitos, tesouras, espátulas, sempre

com o cuidado de evitar que o aluno use objetos que ofereçam perigo, como

tesouras pontiagudas, garrafas de vidro e outros.

A escultura com papel machê é um procedimento didático que pode ser

bastante atrativo em qualquer faixa etária, além de bastante viável, pela facilidade

de aquisição e baixo custo dos materiais e ainda pelo interesse e criatividade dos

alunos ao inventar bonecos, frutas, animais e objetos diversos usando, por exemplo,

a massa caseira feita com cola branca, papel dissolvido em água morna e tintas

coloridas. Palitos de madeira, copos descartáveis e outros materiais podem ajudar

na construção das esculturas, de acordo com a criatividade do aluno e sugestões do

professor.

2.2 A COLAGEM

O universo da colagem permite aos alunos o fazer criativo através da junção

de diferentes partes, pedaços de corpos que formam novos personagens. A

utilização de areia, folhas, pedrinhas, papéis diversos também podem formar novos

cenários.

A técnica da colagem é feita usando o agrupamento e fixação de diversos

materiais, sobre diferentes superfícies. É interessante deixar os alunos descobrirem

o grande leque de possibilidades encontrado nas atividades com colagem. No

entanto, torna-se necessário destacar-se que, a colagem deve ter em si um objetivo,

não apenas colar para passar tempo, mas para criar algo novo, criar uma obra de

Arte.

19

Uma das técnicas mais atrativas da colagem é o „mosaico‟ que se caracteriza

pela junção de pequenas peças coloridas sobre uma superfície, sejam semelhantes

ou não, mas que formem imagens, podendo ser produzidos com diferentes tipos de

materiais, como papéis, pedaços de azulejos, louças, etc.

2.3 O DESENHO

O desenho é uma forma de expressão fundamental no desenvolvimento

infantil. As crianças já nascem em um ambiente onde o desenho está presente no

seu cotidiano, por meio das imagens de televisão, dos rótulos dos produtos, dos

cartazes nas ruas, das revistas, etc. Por meio do desenho a criança desenvolve a

auto-expressão e atua afetivamente com o mundo. “Opina, critica e sugere, usando

cores, formas, tamanhos, símbolos” (LURIA, 1988).

A ação de desenhar na infância reúne vários elementos que podem ser

sintetizados nos aspecto motor, perceptivo e de representações. Esses movimentos

certamente não estão divorciados do contexto real em que o indivíduo está inserido.

O ato de desenhar constitui, para a criança, uma atividade integradora, que

coloca em jogo as inter-relações do ver, do pensar, do fazer e dá unidade aos

domínios perceptivo, cognitivo, afetivo e motor. A criança desenha, entre outras

tantas coisas, para se divertir. Um jogo que não exige companheiros, onde ela é

dona de suas próprias regras. Nesse jogo solitário, ela vai aprender a estar só,

"aprender a só ser". “O desenho é o palco de suas encenações, a construção do seu

universo particular" (DERDYK, 1989, p. 50).

Desenhar para a criança é como uma brincadeira, um jogo, que é ligado a sua realidade ambiental numa associação de elementos tangíveis ou não e presentes em suas vivências, representando algo das dimensões concretas ou imaginárias do meio ambiente. Desta forma, o desenho é realista, mas não só representa o real imediato do pensamento racional, mas “representa também as influências culturais e o pensamento simbólico” bem como “partes integrantes de suas tradições, principalmente no caso de sociedades tradicionais” (MERLEAU-PONTY, 1990).

20

O desenho tem ainda estreita relação com o desenvolvimento da fala,

demonstrando que a criança capaz de desenhar já está com a fala em

desenvolvimento. Os estudos de Vygotsky (1989, p. 63) apontam que o desenho é,

cronologicamente, na experiência infantil, posterior à fala:

Falar e representar graficamente implica emitir conceitos, significados, sobre

objetos e sentimentos. São processos comunicativos, em que o mais interno e

pessoal encontra-se com o mais externo e social.

Desenhar é uma atividade lúdica, na qual a criança pode projetar-se de dentro para fora, e vice-versa. O desenho evolui a partir dos rabiscos e das primeiras figuras que a criança registra pelo prazer de exercitar movimentos. Depois, começa a compreender que aquilo que representa é produto do que observa e seus traços passam a receber uma significação e uma semelhança maior com aquilo que desejam comunicar (LOWENFELD, 1977).

No entanto, não é porque a criança já se apropriou do desenho enquanto

representação, que tudo aquilo que ela desenha representará um assunto. É preciso

ter sensibilidade para perceber as diferentes motivações da sua atividade gráfica.

2.4 A PINTURA

A pintura é uma das formas da expressão visual e desperta muito interesse

nos alunos, a representação plástica da criança nasce na garatuja indo em direção a

uma representação cada vez mais próxima da realidade. Segundo Piaget (1982) “os

desenhos das crianças são entendidos como produtos de sua compreensão de

mundo”, considera que conforme vão crescendo desenvolvem conceitos

representados por meio de representações gráficas.

O gesto e a dramatização são considerados por alguns autores como Vigotski

(1989), como “movimentos geradores da representação gráfica infantil ligada a uma

interação social”. Para o autor, “a mediação docente ajuda a criança a desenvolver e

a construir um necessário conhecimento da linguagem da Arte, ampliando o

conhecimento de si no mundo”. Este processo pressupõe o aprendizado da leitura.

21

Vigostski entende a Arte como “produto do criar/construir é movida pelo interesse

tanto sensível quanto racional”.

Estes procedimentos educativos são ligados a manifestações expressivas e

lúdicas inseridas em contextos socioculturais. A leitura abrange tanto a pintura do

artista como o trabalho produzido pelas crianças, por meio do pensamento análogo

e o divergente, a pintura no olhar do aluno observa o signo pintura como uma

segunda realidade/re-apresentação da realidade;

Com a pintura incorporada em sala de aula a criança utilizará seu

pensamento analógico e divergente, criando novas possibilidades de re-significar,

para que construa conhecimento e incorpore a leitura em sua leitura de mundo.

Além dessas, são consideradas ainda como artes visuais: [...] a moda, a

decoração e o paisagismo. Buoro (2003, p. 25) destaca que “conceituar arte não é

tarefa fácil” e lembra também que “ela é vida, e por meio dela o homem interpreta

sua própria natureza, construindo formas, ao mesmo tempo em que (se) descobre,

inventa, figura e conhece”.

A pintura pode ser utilizada como recurso didático em qualquer faixa etária.

Na Educação de Jovens e Adultos, por exemplo, o professor pode propor atividades

como pesquisa do significado das cores e sua influencia no organismo humano, a

cromoterapia, sobre as texturas e ainda sobre a teoria das cores, estudos estes que

remontam da antiguidade quando o ser humano começou a estudar as cores, como

Aristóteles, na Grécia antiga.

Por meio da pintura pode-se estudar ainda o significado das cores em

diferentes culturas e diferentes épocas. A pintura pode ainda ser uma terapia. A

sociedade contemporânea é marcada pelo ritmo apressado das grandes cidades,

pela rapidez das comunicações, pelo stress cotidiano. Muitas pessoas se beneficiam

da pintura para relaxar, despreocupadas de técnicas e sem interesse de

comercializar quadros ou esculturas, pelo simples prazer de se utilizar de cores e

pincéis pelo objetivo terapêutico.

22

Na Educação de Jovens e Adultos e mesmo desde a Educação Infantil, se

pode refletir com os alunos sobre a psicologia das cores, dialogando sobre como as

grandes empresas escolhem, por exemplo, determinadas cores para marcar seu

produto principal e influenciar consumidores.

O universo da pintura é amplo e oferece muitas possibilidades didáticas.

2.5 O CINEMA

A partir da segunda metade do século XIX ocorreu uma série de pesquisas

sobre a captação, compreensão e projeção de imagens em movimento. Na França

os irmãos Aguste e Louis Lumiére unem uma película sensível a um aparelho de

projeção, dando origem ao cinematógrafo, a primeira câmera de projeção.

Inicialmente, o cinema surge como mais uma revolução tecnológica dos

tempos modernos, um sucessor da fotografia. “Caracterizado pelo registro de cenas

da vida cotidiana do novo século, o cinema começa a conquistar o status de arte[...]

propor ao expectador a leitura de uma narrativa, a cinematográfica” (NEVES,2010).

Entende-se os diferentes usos das imagens na vida social como recorrência ao cotidiano, onde os objetos são reconhecidos imediatamente pelo engendramento de uma sociabilidade integradora que ressignifica o mundo de modo menos utilitário; anuncia, assim, uma espiritualidade que não se prende a indicadores religiosos, mas que está mais perto dos atores sociais, nos segredos dos microgrupos, na sociabilidade da vizinhança, no ambiente afetuoso das relações de amizade, na viscosidade das aderências religiosas, sexuais, culturais, todas as coisas que precisam de imagens que

lhes sirvam de catalisador (ORLANDI, 1993).

Sendo o cinema um veiculo de divulgação cultural, pode ser considerado uma

importante forma de arte, fonte de entretenimento popular e disseminador de

diversas culturas.

2.6 OS RECURSOS DE COMPUTAÇÃO NA PRODUÇÃO DE TRABALHOS ARTÍSTICOS

23

O computador tornou-se uma mania cada vez mais veloz na busca de

informações e reconstrução de formas geométricas ou abstratas. O desenvolvimento

de programas computadorizados estão cada vez mais avançados e modernos. No

entanto, essa arte de criar formas, cores, modelos e estilos no computador não

acontece sozinha, por si só. A informática isolada não pode ser concorrente para a

Arte, porém, a Arte está sendo inovada, reinventada, transformada através do uso

dos novos recursos do computador.

“Uma das mais recentes conquistas tecnológicas da área da comunicação e

expressão são os computadores. Eles têm provocado grandes transformações em

todos os campos, inclusive no da produção artística” (COSTA, 2004, p. 99).

A tecnologia inseriu-se no universo da Arte não apenas de forma técnica. As

criações artísticas produzidas pela tecnologia demonstram a criatividade, a

habilidade e a inter-relação com outras áreas do conhecimento humano, como

analisa Costa (2004) em seus estudos:

A arte já não se desenvolve de maneira isolada, nem sequer independente da ciência, da tecnologia, e da industria. A tecnologia aproximou essas áreas da ação humana numa nova integração, e a arte técnica, e especial, a informática, aproximou de forma dominante os campos artísticos (COSTA, 2004).

A computação gráfica é um recurso, por exemplo, que pode ser utilizado por

diversas áreas do conhecimento. Para além do aprendizado da Arte propriamente

dito, com recursos da computação gráfica, a interação entre os sujeitos, na busca de

melhores resultados e mesmo na socialização do belo, é um dos benefícios que se

pode verificar em trabalhos pedagógicos com a informática aplicada.

É a Arte digital. O contexto social dos alunos na atualidade traz essa

inovação. Entende-se assim como um processo criativo do século XXI. A Arte

contemporânea rompe barreiras, aproxima linguagens diferentes, e no campo

pedagógico, é campo fértil para interdisciplinaridade.

24

A arte contemporânea é caracterizada pelo rompimento de barreiras entre o visal, o gestual e o sonoro. O happening, a performance, a bodyart, a arte sociológica e ambiental, o conceitualismo e a própria vídeo art são algumas das manifestações artísticas que comprovam uma tendência atual para o inter-relacionamento de diversas linguagens representativas e expressivas. Portanto, pelo isomorfismo organizacional, a interdisciplinaridade dever ser o meio através do qual se elaborem os currículos e a práxis pedagógica da arte (BARBOSA, 1984, p. 68).

Criações com vídeo, músicas, movimentos, fazem parte desse novo olhar

sobre a arte, pelas novas gerações.

2.7 ESTUDO DOS ELEMENTOS QUE COMPÕEM AS ARTES VISUAIS

Olhar para uma obra de Arte e não ver além da imagem significa que não se

está olhando com os olhos da sensibilidade, não conseguindo imaginar a situação

em que a obra foi produzida, quem é esse pintor, escultor, em que tempo viveu o

que ele está tentando nos dizer. Quem dá vida à obra depois dela pronta, somos nós

quando a contemplamos e esse é um exercício que precisamos praticar e ensinar

aos nossos alunos, pois olhar para uma obra ou um ponto qualquer e ver além dele,

configura-se como a diversidade do olhar, onde cada um faz a sua própria leitura do

que é apresentado.

Cada contemplador da obra participa do diálogo com o autor e o grupo social, e compreende os signo apresentados de maneira própria, de acordo com a sua experiência pessoal, com seu ponto de vista. Assim sendo, o sentido de uma obra é inesgotável. Essa concepção particular da obra, quando elabora uma interpretação, seu ato de compreensão do sentido presente nos signos utilizados, é criativo; desse modo, o contemplador pode ser visto como um co-autor daquela obra (DESGRANGES, 2003, p.122).

Contemplar e refletir a Arte como objeto de conhecimento significa reconhecer

os dados da cultura de uma época, de uma região, de artistas, do histórico e social.

Ver além da aparência é perceber, compreender e interpretar a composição artística,

colocar nossa visão de mundo, o que nossos olhos percebem além.

25

A leitura de obras de Arte requer necessariamente um trabalho com as áreas

de Crítica e de Estética. Envolve busca, descoberta, relações entre o contexto, o

autor e a obra. Rizzi (2003), indica um dos autores que mais contribuem pra o

conhecimento a respeito de como as pessoas se relacionam com a Arte - Michel

Parsons, dos EUA, para que os professores que atuam nessa área estudem e

aperfeiçoem as formas de ensinar seus alunos a ler obras de Arte.

26

3. MÚSICA

A música é utilizada desde os mais remotos tempos, para comunicação entre

tribos ou povos, pois a função auditiva exerce um papel fundamental entre as várias

habilidades necessárias para o aprendizado humano, para tanto, instrumentos

musicais foram confeccionados ao longo da evolução humana com o uso de

materiais diversos encontrados naturalmente em seu meio ambiente como ossos de

animais, arcos de pedra, cordas, bambu, madeira e outros mais na busca da

produção de sons facilitando e proporcionando prazer no desenvolvimento das

atividades diárias.

Na atualidade, Kandler e Chiarelli, (2011, p.21) apontam que “no dia a dia

estamos em contato com a música sob diferentes formas, ouvindo-a através do

radio, aparelhos de mp3, celular, assistindo apresentações musicais” e afirmam

ainda que “esse contato, que pode ser considerado como uma educação informal,

também promove a aquisição de conhecimento e o desenvolvimento dos esquemas

de percepção”.

Na escola a educação musical facilita a formação do sentimento da cidadania

e a compreensão da participação na sociedade, pois o aluno deve sentir o ritmo

musical para depois incorporá-lo ao seu dia-a-dia, percebendo assim que a música

tem a capacidade de traduzir sentimentos, valores e atitudes, contribuindo então

para o processo de aprendizagem e como forma de terapia, como relação sociedade

e consumismo, comunicação em massa, sensibilizadora na educação de deficientes

auditivos e auxiliadora em psicoterapia, aumentando a espontaneidade dos

educandos e dos educadores.

Cantando, o sujeito percebe e assimila o que acontece a sua volta,

expressando isso tudo com a voz, gestos e sons corporais, interagindo assim com o

universo em que está inserido. Esta linguagem artística pode alcançar os meios

educacionais, com bons resultados adequados a atividades variadas, e interpretadas

de forma reflexiva pelo professor, facilitando a aprendizagem, propiciando situações

enriquecedoras, organizando experiências que garantam a expressividade infantil,

27

ou seja, fazendo com que a criança interaja com os demais a sua volta e com o

mundo, por ela conhecido.

A música tem raízes fortes para a cultura do povo brasileiro, pois quando

chegaram ao nosso continente os colonizadores já encontraram tribos com tradições

fortes na música e dança, especialmente aquelas ligadas a rituais de caça e de

festa, que ainda hoje estão presentes nas civilizações indigenas que preservaram

suas tradições. A expressao corporal é um componente forte das tradições

indigenas.

Tribos como os Tupinambás, tinham noção de sons e música. Pesquisas

demonstram que para além dos movimentos ritmicos dos rituais, haviam

instrumentos musicais diversos, como flautas e tambores, buzinas, e outros.

A educação musical também desenvolve no ser humano aspectos comportamentais como disciplina, respeito, gentileza, polidez, aspectos didáticos e hábitos específicos, situações estas que só podem ser percebidas se as crianças puderem expressar seus movimentos, seus sons, contribuindo para o desenvolvimento da capacidade de percepção e interpretação sobre a realidade cultural em que está inserido (KANDLER; CHIARELLI, 2011, p.21).

Assinada em 18 de agosto de 2008, a Lei 11.769 altera a LDB de 1996,

institui a música como conteúdo curricular obrigatório, portanto, é preciso que as

escolas passem a utilizar esta ferramenta com mais freqüência, assegurando a

formação musical para que, além de exercer a cidadania, o educando possa

progredir no âmbito musical e também fazer da música um dos caminhos para

qualificação profissional.

28

4. AS AULAS DE ARTE NA ESCOLA

Aos educadores cabe o papel de despertar nas crianças a sensibilidade, o

reconhecimento de uma obra de Arte, o senso crítico. Porém, tudo isso deve

acontecer no tempo da criança e da turma em que ela está inserida. Cada pessoa

vai ter uma preferência específica por algum tipo de Arte. Respeitar as diferenças e

respeitar a subjetividade de cada aluno contribui para a possibilidade do surgimento

de um novo artista, seja um músico, uma bailarina, um ator, um pintor...

O processo de aprendizagem sobre a Arte está inserido dentro dos próprios conceitos que a criança tem de beleza, a partir do que já vivenciam na prática dos adultos, das músicas que ouvem, das imagens e cores dos livros, jornais e revistas, televisão e até mesmo das cores das casas, prédios e jardins. Essa concepção por vezes ainda simplista da Arte, se faz presente também nas brincadeiras, dramatizações, músicas, e desenhos, dentre outros, além de ser constitutiva da própria realidade da criança. [..] ao surgir da realidade e voltar-se para esta mesma, a arte virá a ser definida do modo mais estreito pelo sistema principal que essa vida vier a assumir (VIGOTSKY, 2003, p 328

Nesta perspectiva, o ensino da Arte nas escolas tem como um dos objetivos

sensibilizar as crianças para o contato com as mais diferentes manifestações

artísticas. Viver a Arte desperta para o desenvolvimento do processo de ensino e

aprendizagem da criança e assim o professor pode sensibilizar a criança para o

contato e o respeito com as linguagens artísticas, deixando o lúdico aliar-se às

regras, fazendo um exercício constante de criatividade e favorecendo contatos com

diferentes atividades, de expressão cênica, visual, musical e de movimento.

Os tempos em que vivemos exigem investimentos e diversificações, coerências e competências sociais e epistemológicas para que cada um seja construccional de sua „pessoalidade‟ coletivizada e que se conheça, para que possa, nos Outros e nas Coisas se reconheçer, quer nas similitudes, quer nas diferenças e/ou nas divergencias (BARBOSA, 2003, p.36)

Neste contexto, o professor exerce importante papel, pois é o sujeito que vai

intermediar os conhecimentos que o aluno já possui e oportunizar momentos de

descoberta de novos conceitos, novos materiais, novas texturas, novas cores, enfim,

um universo no extenso mundo das Artes.

29

Toda Arte é social, observando-se que “toda obra de arte é um fenômeno de

relação entre seres humanos” (ANDRADE, apud AMARAL, 200, p. 107). A

socialização que a Arte provoca e mesmo a vida em sociedade que ela retrata, sob

todos os ângulos possíveis, pode ser visível em quadros, na música, no teatro, que

sempre “falam” da vida, ou seja, de tudo que se constitui a experiência humana,

como sentimentos, dramas, comédias, imaginação.

Nesse sentido, a escola tem o papel de oferecer condições para que o aluno

conheça e vivencie essa Arte que retrata a vida.

Cabe aos professores e educadores a tarefa de criar condições para que a criança possa se exprimir livremente, desenvolvendo assim todas as suas potencialidades. Estas condições passam pela organização adequada de espaços, pela disposição de materiais e instrumentos de trabalho e, sobretudo, pela criação de um clima de empatia, de confiança e de solidariedade (STERN, 1993).

Numa perspectiva histórica, observamos que em muitas propostas de prática

de artes visuais, as obra são entendidas apenas como passatempo, decoração,

sem significações, outra falha vem dos docentes, pois, não acreditam no potencial

criador das crianças; No entanto há um interesse crescente pelos educadores, para

serviços relacionados a Arte.

De igual maneira, a arte é uma técnica social do sentimento, um instrumento da sociedade através do qual incorpora ao ciclo da vida social os aspectos mais íntimos e pessoais do nosso ser. Seria mais correto dizer que o sentimento não se torna social, mas ao contrário, torna-se pessoal, quando cada um de nós vivencia uma obra de arte, converte-se em pessoal sem com isto deixar de ser social (VIGOTSKY, 2003, p 315).

A sensibilidade e percepção do professor devem acompanhar todo o

processo de educação. Educar pela arte tem esta exigência, pois pequenos detalhes

podem fazer grandes diferenças.

As emoções ocupam um espaço peculiar no universo da Arte. Toassa (2009)

reflete que “as vivências, (chamadas em russo por Vigotski de perejivânie )”

envolvem necessariamente qualidades emocionais e uma série de sensações e

percepções “implicando em que o sujeito é parte do mundo e influenciado por ele”.

Toassa traz textos de Vigotski sobre emoções e vivências na arte, e é por meio

30

destes textos que podemos perceber que a Arte é uma importante ferramenta

pedagógica na escola.

Os estudos de Toassa (2009 p.87), sobre a obra de Vigotski apontam que o

autor defendeu “o estudo da gênese das reações estéticas do processo pelo qual a

obra de Arte cria emoções”, e que a Arte é um produto social dirigido para provocar

determinados efeitos em seu público alvo e quando o indivíduo vivencia esta obra

ela passa do social para pessoal, este leitor acrescenta suas emoções e sua

interpretação. Para Vigotski “a Arte é técnica social dos sentimentos, é um meio

racional de interferir na dinâmica emocional da sociedade”. Os sentimentos em tal

sociedade precisaria se reelaborar pelo homem para chegar a sua consciência.

A refundição das emoções fora de nós realiza-se por força de um sentimento social que foi objetivado, levado para fora de nós, materializado e fixado nos objetos externos da arte, que se tornaram instrumentos da sociedade. A peculiaridade essencialíssima do homem, diferentemente do animal, consiste em que ele introduz e separa do seu corpo tanto dispositivo da técnica quanto o dispositivo do conhecimento científico, que se tornam instrumentos da sociedade. De igual maneira, a arte é uma técnica social do sentimento, um instrumento da sociedade através do qual incorpora ao ciclo da vida social os aspectos mais íntimos e pessoais do ser (VIGOSTSKI, 1925, apud TOASSA, 2009, p. 315).

Percebe-se por meio das análises de Toassa, que Vigotski é categórico ao

afirmar que as emoções vivenciadas artisticamente são as das próprias pessoas, da

vida cotidiana que se alteram e se generalizam na experiência com a Arte. Assim a

apreciação de uma obra de Arte pode provocar novas idéias sobre sentimentos que

ganham sentido novo, alterando assim sua pratica social.

Entendendo que todo e qualquer processo situa-se historicamente no

contexto em que está inserido política e culturalmente e que não são fenômenos que

se constituíram a priori, mas que vêm emergindo das diversas concepções de

educação e sociedade presentes em determinada realidade, buscamos através

desta pesquisa compreender quais as tendências e concepções de ensino de Arte

estão presentes na realidade educacional brasileira.

31

A Arte é, na vivência do ser humano, segundo Vygotsky (2003), uma

aproximação com a história da humanidade. Situação fundamental para a criança

que explora o mundo na tentativa de apropriar-se dele.

A estrutura comum da educação social está orientada para ampliar ao máximo os limites da experiência pessoal restrita, para organizar o contato da psique da criança com as esferas mais amplas possíveis da experiência social já acumulada, para inserir a criança na rede da vida com a maior amplitude possível. Esses objetivos gerais também determinam os caminhos da educação estética. A humanidade mantém, através da Arte, uma experiência tão enorme e excepcional que, comparada com ela, toda experiência de criação doméstica e conquistas pessoais parece pobre e miserável. Por isso, quando se fala de educação estética dentro do sistema de formação geral, sempre se deve levar em conta, sobretudo, essa incorporação da criança à experiência estética da humanidade. A tarefa e o objetivo fundamentais são aproximar a criança da Arte e, através dela, incorporar a psique da criança ao trabalho mundial que a humanidade realizou no decorrer de milênios, sublimando seu psiquismo na Arte (VIGOTSKI, 2003, p.238).

Segundo Frederico (2000) “as realizações verdadeiramente artísticas e as

realizações pseudo-artisticas que integram o ciclo do agradável dentro da verdadeira

Arte é aquela em que o artista coloca em seu trabalho a essência da vida „o

sentimento‟”.

Enquanto a Arte a Ciência se desenvolvem intensamente e, por isso, atingem uma visão depurada da realidade, o pensamento cotidiano debate-se com os seus limites. Evidentemente, existe nele um conhecimento (reflexo) do mundo exterior. Basta pensar aqui no trabalho e na linguagem, formas básicas de objetivação da vida cotidiana. O trabalho aproxima-se da Arte (artesanato), mas seu compromisso com a subsistência tolhe a

possibilidade de desenvolvimento (FREDERICO, 2000, p. 304).

Sendo assim, a Arte deixa de ser vista como algo imaginário ou como

entretenimento passando a ser realmente concreta dentro da vida das pessoas.

Dessa forma, podemos perceber na colocação de Amorin e Castanho (2007,

p.04) que “a Arte pode educar o homem, pois o mesmo tem necessidade de beleza

e por meio dessa necessidade desenvolver a sensibilidade”, tornando-se mais

humano, fazendo com que ele reflita sobre a importância da beleza da alma,

pretendendo assim que, beleza e educação dêem-se as mãos em busca de um

objetivo que é desenvolver e sensibilizar o homem fazendo com que compadeça e

32

se preocupe com que lhe acontece ao redor fazendo-o conhecedor de sua função e

participação na construção de um mundo melhor.

A educação deveria ser o lugar em que o elogio à beleza fosse possível,

respeitando a individualidade e a criatividade de cada um, valorizando suas

experiências não destruindo ou mecanizando a Arte.

O educador no seu trabalho cotidiano tem que ser sensível e profissional o

bastante para analisar a Arte produzida por cada pessoa e procurar valorizar e

respeitar a individualidade e a criatividade, independente de nível social, pois é por

meio da Arte que se pode ampliar conhecimentos, possibilitando a compreensão de

mundo de forma natural e mais ampla, pois a Arte tem raízes primitivas, desde

quando os ancestrais da raça humana pintavam nas paredes das cavernas e

expressavam seu cotidiano.

Nesse sentido, é possível considerar que, por meio da Arte a criança pode

apropriar-se psicologicamente da trajetória humana e seu legado. Na Arte e pela

Arte o sujeito pode em suas produções discutir aspectos de sua família, escola, de

sua comunidade. Portanto, a Arte deve ser entendida como uma forma de interação

social e também como elemento capaz de trazer significado ao contexto social em

que o sujeito está inserido.

33

5. AS AULAS DE ARTE NA ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL

EMÍLIO DE MENEZES

A Escola em que foi desenvolvida a pesquisa mantém regulamentada toda

sua documentação legal que dispõe sobre o funcionamento pedagógico e

administrativo da instituição.

No que se refere ao ensino de Arte, foi possível observar que a escola busca

assegurar aos educandos uma formação condizente com a realidade social em que

está inserida, e busca ainda assegurar que os aspectos institucionais estejam

adequados às exigências legais, sociais e educativas. Assim, a manutenção das

regras e normas educacionais estão claramente dispostas em documentos que

norteiam o funcionamento a escola e as atividades pedagógicas.

Dessa forma, buscou-se a contribuição de Vasconcellos (1995, p.143),

quando aponta a importância do projeto político pedagógico - PPP; “é um

instrumento teórico-metodológico que visa ajudar a enfrentar os desafios do

cotidiano da escola, só que de uma forma refletida, consciente, sistematizada,

orgânica e, o que é essencial, participativa”.

Assim, o ensino de Arte se faz presente, pois já não se permite mais a

concepção do ensino de Arte apenas como disciplina secundária, lazer ou

passatempo, mas como uma forma de assegurar ao educando o desenvolvimento

crítico, reflexivo e o desenvolvimento da cidadania.

O projeto político pedagógico é elaborado pela equipe e comunidade escolar

com o objetivo de definir as necessidades da escola. Portanto, propõe-se que as

dificuldades dos profissionais da escola sejam discutidas e analisadas por todos, a

fim de solucionar e incutir uma troca de experiências e de vivências por meio dessas

ocasiões e assim, lutar pela unidade do trabalho no ambiente escolar.

34

Considerando que “o trabalho em equipe é o oposto daquele em que cada

professor resolve tudo sozinho e pouco se comunica com os colegas sobre sua

atividade” (LIBÂNEO (2006, p.383) o projeto político pedagógico expressa essa

construção coletiva e supõe objetivos e metas também coletivas .

Nesse sentido, o objetivo principal da elaboração deste documento por uma

instituição educativa não está ligado apenas às exigências legais ou aos aspectos

ligados ao cumprimento de sua formalização textual, mas sim, à qualidade

conseguida ao longo do processo de sua elaboração, uma vez que o PPP somente

se constituirá em referência para as ações educativas se os sujeitos da comunidade

escolar se reconhecer nela, para referendá-la como tal.

O Projeto Político Pedagógico da Escola Emílio de Menezes – Ensino

Fundamental segue uma metodologia de construção baseada na participação

coletiva, ou seja, de toda a comunidade escolar (diretor, equipe pedagógica,

professores, pais, alunos e funcionários) para definirem metas e finalidades de

interesse comum. Dentro do PPP dessa escola está relatado como foi elaborado,

com a participação dos professores, pais e alunos, buscando assim, uma gestão

democrática. Observou-se que o PPP regulamenta as ações da escola de forma

que se evidencie o exercício da cidadania.

Nesta perspectiva, o ensino de Arte tem papel expressivo, pois a Arte deve ser

entendida não apenas numa visão reducionista (estética, lazer, prazer), mas sim

contribuir para o desenvolvimento da cidadania como um todo.

Desta forma, destaca-se o trabalho da educadora Lygia Clark que entendia a

Arte “não apenas no sentido de contemplação, mas de participação e atuação sobre

o objeto”, (BARBIERI, 2009) propondo a aproximação entre Arte e vida e assim,

despertar a relação de troca entre os indivíduos de forma interativa, por meio de

experiências sensoriais, ou seja, que os sentidos fossem instrumentos para a

sensibilização através da Arte transformando o que era objeto de arte em objeto de

uma experiência vivida na qual o outro põe em ato as cenas da sua fantasia.

35

Quanto aos conteúdos, na Escola Emilio de Menezes, o papel deles é

entendido em seus aspectos mais relevantes, para que o aluno coloque em prática e

supere as dificuldades do dia a dia. Desta forma, o ensino de Arte surge como

instrumento significativo, valioso, capaz de assegurar que o educando relacione a

construção do seu conhecimento com sua realidade vivida.

De acordo com a Proposta Curricular da Escola Emilio de Menezes, a Arte,

enquanto disciplina escolar, parte do princípio de que a criatividade, a imaginação, a

emoção e os sentimentos são frutos do conhecimento histórico-social do educando e

são resultados da sua história. É uma atividade enriquecedora, construtiva e

instrumento de valores culturais que compõe o fazer, o sentir e o perceber,

estimulando a produção do conhecimento artístico.

Na disciplina de Arte, a avaliação é diagnóstica e processual, sendo contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos, almejando o desenvolvimento formativo e cultural do aluno, levando em consideração a sua capacidade individual, o seu desempenho e sua participação nas atividades realizadas. Assim, a avaliação em Arte supera o papel de mero instrumento de mediação da apreensão de conteúdos e busca propiciar aprendizagem socialmente significativa para o aluno.As expectativas de aprendizagem são: A compreensão dos elementos que estruturam e organizam a arte e sua relação com a sociedade contemporânea; a produção de trabalhos de arte visando à atuação do sujeito em sua realidade singular e social; a apropriação prática e teórica dos modos de composição da arte nas diversas culturas e mídias, relacionadas à produção, divulgação e consumo (PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA ESCOLA ESTADUAL EMILIO DE MENEZES DE JAPURÁ-PR. 2011).

Assim, adota-se a avaliação que dará subsídios ao professor com elementos

para uma reflexão contínua sobre sua prática, sobre a criação de novos

instrumentos de trabalho e a retomada de aspectos que devem ser revistos,

ajustados ou reconhecidos como adequados. Para o aluno será um instrumento de

tomada de consciência de suas conquistas, dificuldades e possibilidades para

reorganização de seu investimento na tarefa de aprender.

A relação existente entre as diversas formas de expressão criadas pelo

homem e o significado dessas formas de expressão, merece especial atenção no

ambiente escolar. Não se trata apenas de entender a Arte na sociedade, mas de

reconhecer a relação da Arte no contexto social, na realidade vivida dos indivíduos

36

O desenvolvimento humano não se divorcia das interações sociais e a

dinâmica do processo artístico também não. Essa relação além de promover

informação, conhecimento, também promove a percepção do significado de obras

ou manifestações artísticas.

A Escola Estadual de Ensino Fundamental Emílio de Menezes funciona nos

turnos matutino, vespertino e noturno, está localizada à rua Aroldo Salvador Ruiz,

n°865, contem uma extensão de 6.449 m², sendo que 2.374 m² são ocupados por

construção e 4.125m² formam sua área livre. Atende atualmente 580 alunos,

divididos em vinte turmas nos três turnos citados acima. Este prédio escolar contém:

biblioteca com um extenso acervo, pátio coberto, cantina, quadra esportiva coberta,

refeitório com várias acomodações, banheiros e como mecanismo de segurança um

portão eletrônico com interfone.

No que diz respeito a dados históricos da instituição têm-se relatado no

projeto político pedagógico desde a sua origem os primeiros diretores, prêmios

recebidos, reformas, enfim, tudo devidamente registrado, mantendo regulamentada

toda a documentação legal que dispõe sobre o funcionamento pedagógico e

administrativo da instituição.

A atual Escola Estadual Emílio de Menezes de Ensino Fundamental, foi criada

pela Secretaria de Educação e Cultura, com o nome de Ginásio Estadual de Japurá,

através do Decreto nº 14.381 de 07/03/64, no Governo Ney Braga. Iniciou suas

atividades em 1966 com duas turmas 1ª e 2ª séries no prédio do grupo Escolar Rui

Barbosa, localizado à Rua São Lourenço nº 157.

No ano de 1974 o Estabelecimento transferiu-se para um prédio próprio e

desde sua fundação, tem demonstrado que prioriza o processo de ensino-

aprendizagem, com qualidade, pois busca atender as necessidades de todos seus

educandos.

Neste estabelecimento de ensino trabalham 41 pessoas, com tempo de

serviço entre 02 a 30 anos. Referente às funções, identificou-se: diretor, professor,

37

professor pedagogo, auxiliar de serviços gerais, bibliotecário e zeladores. O grupo

de professores é formado em sua maioria por profissionais efetivos, graduados,

alguns com muitos anos de serviços prestados nesta escola, e, portanto,

conhecedores da realidade social dos educandos.

A videoteca funciona numa saleta localizada no bloco administrativo e conta

com equipamentos que auxiliam no trabalho pedagógico, como: aparelho de TV,

DVD e antena parabólica, além de um acervo de 150 fitas de filmes, eventos e

programas diversos e 137 fitas do programa TV Escola para fins educativos.

Neste estabelecimento, existem vários recursos materiais dentre eles salas

com computadores que são usados com freqüência nas aulas de educação física,

pois havendo mais de uma turma para cada disciplina no mesmo horário, acontece

um revezamento entre elas, assim uma turma vai para a quadra recreativa e outra

fica nos computadores. Outro recurso muito usado nessa escola é a televisão que

fica na sala de aula, tendo uma para cada sala, juntamente com o DVD, a freqüência

de uso fica a cargo do professor, conforme sua necessidade.

Neste contexto, observou-se que o professor de Arte utiliza-se destes

recursos para dinamizar suas aulas e trabalhar os conteúdos de forma mais atrativa.

Nessas ocasiões, os alunos têm a oportunidade de assistir vídeos e nos

computadores poderem usar a imaginação para criar imagens artísticas, pesquisar

sobre obras de Arte, sobre música, teatro e dança.

Assim, o ensino de Arte se adapta às atuais concepções pedagógicas, pois já

não se permite mais o ensino de Arte apenas como disciplina secundária, lazer ou

passatempo, mas como uma forma de assegurar ao educando o desenvolvimento

crítico, reflexivo e o desenvolvimento da cidadania juntamente com o conteúdo da

disciplina que visa o desenvolvimento da sensibilidade em relação à musica, artes

visuais, da expressão corporal,entre outros.

Quanto a educação inclusiva, a instituição aqui relatada tem por decisão, que

não será atribuição de uma disciplina, mas os professores de uma maneira geral,

38

devem incluir em sua prática de sala de aula os princípios da educação inclusiva.

Diz ainda que esse desafio não é somente para os professores, mas para todos os

envolvidos no processo educacional, ou seja, pais, professores, alunos, funcionários

já que todos fazem parte do processo educacional da escola

Nesse sentido, a Arte vem agregar sua contribuição, pois valorizar o ensino

da Arte na prática da inclusão de alunos com deficiência atende aos anseios de

despertar para a sensibilidade, para o reconhecimento de uma obra de arte e para o

desenvolvimento do senso crítico e da cidadania a que todos temos direito.

De acordo com a Proposta Curricular da Escola Emilio de Menezes, a Arte,

enquanto disciplina escolar, parte do princípio de que a criatividade, a imaginação, a

emoção e os sentimentos são frutos do conhecimento histórico-social do educando e

são resultados da sua história. É uma atividade enriquecedora, construtiva e

instrumento de valores culturais que compõe o fazer, o sentir e o perceber,

estimulando a produção do conhecimento artístico.

A avaliação deve superar a expectativa da assimilação do conteúdo pelo

aluno, superando o mero papel de instrumento de mediação, para se inserir num

processo de aprendizagem global, na disciplina de Arte, ou seja, a avaliação em

Arte, de acordo com a Proposta pedagógica da escola deve contribuir para o

processo de inserção social, por meio do aprendizado de Arte, bem como das

demais disciplinas.

5.1 CONSIDERAÇÕES ACERCA DOS RESULTADOS DA PESQUISA NA ESCOLA

EMÍLIO DE MENEZES

A pesquisa realizada na referida escola proporcionou uma análise sobre

alguns aspectos ou recortes das aulas de Arte com alunos da Educação de Jovens e

Adultos (EJA), bem como a comprovação das informações contidas no PPP em

relação ao todo da Escola e especificamente ao ensino da disciplina de Arte e como

39

os alunos relacionam a Arte com a vida, mesmo que muitas vezes não consigam

sistematizar essa relação.

A disciplina é ministrada por um professor recém graduado na área, com

especialização em Psicopedagogia, com projetos de cursar pós- graduação em Arte

futuramente. Sua intervenção pedagógica junto aos alunos da EJA, segundo o

mesmo acaba sendo bastante limitada, pelo fato da Escola seguir apostilas próprias

para Educação de Jovens e adultos que nem sempre abrem espaço para atividades

mais criativas. Narrou também que o fato da escola situar-se em cidade pequena,

torna-se mais difícil organizar, por exemplo, apresentações musicais ou de artes

visuais, além do número reduzido de alunos em sala.

A experiência do professor é relativamente pequena, ele relata que se sente

gratificado pelo interesse dos alunos, numa sala heterogênea, na qual existem

alguns alunos com mais de 40 anos e outros bem jovens, no entanto, nas aulas de

Arte todos participam ativamente.

Para a analise da presente pesquisa foi proposto um breve questionário com

cinco questões básicas:

O que você entende por Arte?

Que lembranças você tem do ensino de Arte?

Que linguagem artística você mais aprecia?

Percebe alguma relação da arte com a vida?

E quais benefícios podem perceber do estudo da Arte para sua vida?

O mesmo questionário foi solicitado a pessoas de diferentes categorias sendo

eles alunos, professores e famílias. Alguns relatos apontaram a recordação da

decoração de suas casas ou até mesmo as cores das paredes, os quadros

(folhinhas) que os pais afixavam nas paredes, as cantigas e danças que

conheceram. Ainda no decorrer do debate sobre a presença da Arte em suas vidas,

alguns alunos citaram a arquitetura de Igrejas em que visitaram ou que freqüentam,

lembrando que, mesmo na ausência de compreensão de estilos e formas, ficavam

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admirados e encantados com manifestações artísticas que despertavam

sentimentos, emoções e significado em suas vidas.

Nesta abordagem acerca do que os alunos, professores e pais pensam sobre

a Arte, foi possível perceber que na maioria dos casos, os professores e familiares

ainda se pautam no que aprenderam em seu tempo de escola. As respostas sobre o

entendimento da Arte, por exemplo, apresentam, ora expressões “decoradas”, ora

uma concepção baseada em tendências pedagógicas especificas, como se percebe

no depoimento de uma professora pedagoga que interrogada sobre o que entende

por Arte respondeu: “é uma forma de retratar a realidade privilegiando meios

específicos par sensibilizar o interlocutor.” (M. D. P.)

A concepção de Arte como forma de sensibilizar o interlocutor parece derivar

da tendência escolanovista, na qual as emoções, a sensibilidade, a subjetividade,

estavam a serviço do conhecimento. O depoimento traz à tona ainda a relação arte

e realidade, o que poderia ser situado numa interpretação mais progressista, no

entanto, ao que parece, a pedagoga enfatiza a Arte como forma de sensibilizar o

sujeito que aprecia uma obra de Arte, uma música, uma dança.

Outro depoimento, da aluna C. M., apresenta sua compreensão de Arte como

“ensino da história da arte, desde o inicio da civilização, dando noções da mesma,

na pintura, música, dança e arquitetura”. A concepção da aluna vai de encontro com

a visão da Historia da arte que busca a contextualização do fazer artístico.

Um terceiro depoimento, este vindo de uma mãe, (M. L. L) que também atua

como professora, destaca que entende por Arte a “criação cultural historicamente

construída pela humanidade”. Tal concepção se aproxima mais das tendências

progressistas e indica a Arte como possibilidade de intervenção do ser humano na

historia, como sujeito atuante e critico.

A pesquisa sobre as linguagens artísticas trouxe elementos bastante

semelhantes entre os depoimentos. Ao ser perguntado sobre: Qual linguagem

artística você mais aprecia? Os alunos, familiares e professores, de maneira geral,

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não se limitaram a um único elemento, situando no mesmo grau de interesse a

música, o teatro, a dança. Apenas uma professora, (M. D. P) especificou a música

como sua linguagem artística preferida.

Os entrevistados não compreenderam de imediato a expressão “linguagem

artística,” sendo necessária uma breve explicação, um diálogo de esclarecimento e

até algum exemplo, para que consigam responder individualmente. Percebe-se que

esta expressão ainda não lhes é familiar.

Uma terceira e última questão proposta foi: Que benefícios você acredita que

obterá com o aprendizado em Artes?

Direcionada ao aluno, a questão provocou reações peculiares e distintas.

C.F.A. , por exemplo, elencou quatro benefícios: conhecer as obras que traduzem

um momento histórico; apreciar uma obra prima de forma critica; desenvolver a

criatividade; relacionar, analisar e comparar as técnicas.

Disso decorre a análise de respostas como “aprender mais sobre Arte me

trará benefícios como maior concentração para apreciar uma musica clássica

(P.E.A.C) e “observar melhor os quadros quando vou ao consultório medico”,

procurando olhar mais os detalhes e a beleza deles (B.A.C). Outras respostas ou

depoimentos, destacam, nessa mesma linha de pensamento, que a Arte ajuda em

primeiro lugar “a gente observar melhor” “prestar mais atenção” e ver como o

mundo é cheio de Arte.

Uma mãe de aluno (S.M.M.) respondeu que nunca havia pensado nisso, e

que deixou de estudar a muito tempo, mas pensando na pergunta, achava que a

“Arte enfeita a vida” porque “sem as cores, sem pinturas, sem músicas, tudo seria

muito triste”.

Os depoimentos parecem deixar claro que a relação da Arte com a história é

forte e que um dos maiores desafios do ensino e aprendizagem da Arte está na

importância da análise critica, pela qual se busca entender ou responder, por

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exemplo, o que determinado pintor queria expressar com tal obra ou o que inspirou

tal compositor a compor uma obra prima.

Pode-se observar ainda, com base em tais depoimentos, que um dos desafios

no ensino da Arte é acentuar o desenvolvimento da sensibilidade artística em suas

diversas áreas – música, dança, teatro, artes visuais – possibilitando maior

familiaridade com o universo da Arte que rodeia naturalmente a vida das pessoas,

no dia a dia.

Por fim, faz-se necessário priorizar o encaminhamento didático pedagógico e

a formação dos professores, especialmente nas áreas que ainda são

secundarizadas no ensino de Artes, como a música e o teatro.

Como foi destacado, o contexto da escola muitas vezes influencia, no caso

da escola em questão, tornou-se claro que para uma escola pequena, algumas

atividades são mais viáveis, dependendo da estrutura e do material que se tem

disponíveis. Trabalhos com artes visuais, por exemplo, são mais viáveis do que

tentar montar uma peça teatral, que exige todo um trabalho teórico aliado a ensaios,

figurinos, cenários, que requer mais tempo disponível e suporte até financeiro para a

estrutura necessária.

As reflexões dos alunos, no entanto, trazem a confirmação da observação de

Vigostki;

[...] ao organizar de certo modo a consciência que vai ao encontro da arte,

asseguramos de antemão o sucesso ou insucesso a essa obra de arte, e por isso, S. Molijavi tem toda razão ao dizer que o ato artístico é o „processo concluído, embora não acionado, da nossa reação a um fenômeno, ou seja, para o comportamento, tem por natureza, um sentido educativo (VIGOTSKI, 2001, p. 325).

A reação do ser humano a um fenômeno, no caso da Arte pode produzir o ato

artístico. Se despertarmos os alunos para a estética, a beleza das cores, dos sons,

das texturas, das formas e dos movimentos, certamente se estará contribuindo para

que a disciplina de Arte forme alunos mais observadores e mais apreciadores da

Arte em seu cotidiano.

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O processo de ensino e aprendizagem varia muito de aluno a aluno e também

de professor a professor. A escola precisa ter em conta a evolução de cada um. Por

meio de linguagens artísticas podem ser desenvolvidos vários processos de ensino

e aprendizagem, e na disciplina de Arte é possível resgatar a auto-estima e a

interação com os outros.

Por meio da Arte, temos a possibilidade de que o indivíduo possa se

socializar, se integrar, se adaptar e alcançar conquistas tais como participar de

eventos artísticos, conhecer o mundo por meio da Arte, conhecer-se a si mesmo e

aos outros por meio da convivência e pela relação com objetos de Arte, conhecer a

história de outros povos em contato com a pintura, a música, o teatro e assim

perceber a contextualização do fazer artístico ao longo da historia humana.

A dança, teatro, música, artes plásticas, pintura e outras diversas formas de

atividades artísticas, abrem muitas perspectivas interessantes de trabalho com

crianças, integrando o conhecimento que elas já têm, com as informações que os

educadores podem passar para a criança.

Nesse contexto, a pesquisa realizada com alunos da EJA – Educação de

Jovens e adultos, na disciplina de Arte, por meio de debates em grupo, objetivou

analisar a inter relação da Arte com o cotidiano social dos alunos e revelou a história

de vida dos mesmos. Percebeu-se que a Arte não se dissociava do contexto cultural,

pois os depoimentos mostraram que desde a infância, a música, a dança, a pintura,

o desenho, as poesias, as esculturas, são elementos muito presentes e significativos

não apenas no ambiente escolar, que alguns chegaram a freqüentar, mas em todo

contexto social e familiar em que se inseriam, favorecendo-lhes a experiência de

mundo.

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