tecendo cidadania

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Cartilha Acreana de autoria da Secretaria de Saúde do Estado do Acre

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Democracia é oportunizar a todos o mesmo ponto de partida.

Quanto ao ponto de chegada, depende de cada um.

Fernando Sabino

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TECENDO CIDADANIA 5

Binho MarquesGovernador do Estado do Acre

César MessiasVice-Governador do Estado do Acre

Osvaldo LealSecretário de Estado de Saúde do Acre

Sérgio RobertoSecretário Adjunto de Gestão

Lúcia LunaSecretária Adjunto de Assistência à Saúde

Selma NevesGerente do Departamento de Gestão de Rede

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TECENDO CIDADANIA6

Elaboração, distribuição e informaçõesSecretaria de Estado de SaúdeDepartamento de Gestão de RedeAv. Getúlio Vargas, 1446 - 1º andar - BosqueCEP 69908-650 - Rio Branco - AC68 3223 [email protected]

ElaboraçãoDepartamento de Gestão de Rede

Fernando AraújoFrancisco das ChagasFrancisco PereiraGilvan MalveiraJosé Antônio CordovilSelma NevesStelita Nogueira

TextoGilvan MalveiraJosé Antônio CordovilSelma Neves

Apoio TécnicoDepartamento de Descentralização Financeira

Carlos HenriqueEduardo Pinheiro JuniorRosiane AnuteVirna de Paula

ColaboradoresAllan KennedLidianni SouzaNilce Perdome

RevisãoMoacir HaverrothValden Rocha

Diagramação e Projeto GráficoAntonio Queiroz

IlustraçãoAntonio QueirozMarco Melo

Cartilha do Conselheiro - Julho 2009Rio Branco- ACTiragem 96p.

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TECENDO CIDADANIA 7

1. Introdução .................................................................................... 9

2. Sistema Único de Saúde - SUS ....................................................11

3. Níveis de Atenção à Saúde ......................................................... 16

• Fluxo de consultas ambulatoriais - Capital........................ 18

• Fluxo de consultas ambulatoriais - Interior ....................... 19

• Fluxo de urgência e emergência - Capital .........................20

• Fluxo de urgência e emergência - Interior ........................ 21

4. Papel do Conselho ......................................................................22

5. esumo das Atividades do Conselho Gestor ................................24

6. Gestão Democrática na Saúde ...................................................26

7. Identificação da Unidade.............................................................29

Anexos ............................................................................................39

Lei nº 1.912............................................................................. 41

Lei nº 1.923 ............................................................................53

Lei nº 1.910 ........................................................................... 54

Lei nº 8.080 ...........................................................................57

Lei nº 8.142 ........................................................................... 80

Resolução nº 333 ................................................................. 83

8. Glossário de Siglas .....................................................................93

Sumário

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TECENDO CIDADANIA 9

1. Introdução

Esta cartilha contém informações importantes para os conselheiros, titulares e suplentes, dos Conselhos Gestores das Unidades de Saúde. Nela, abordamos o Sistema Único de Saúde – SUS, os níveis de atenção à saúde, o papel do conselho e a gestão democrática na saúde do Acre.

Constam nessa cartilha, as Leis de Gestão Democrática na Saúde, nº 1.912 e de Autonomia Financeira, nº 1.910, ambas de 31 de julho de 2007, que norteiam o funcionamento das Unida-des de Saúde e dos Conselhos Gestores. Publicamos também, as Leis nº 8.080, de setembro de 1990, que consolida as orien-tações constitucionais do SUS e a nº 8.142, de dezembro de 1990, que trata do envolvimento da comunidade na condução das questões da saúde.

O objetivo dessa cartilha é orientar os conselheiros, facilitar as discussões nas reuniões dos conselhos e fornecer elemen-tos para que cada conselheiro desenvolva suas ações basea-das nas leis que regem o SUS e o funcionamento das Unidades de Saúde do Acre.

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2. Sistema Único de Saúde - SUS

No Brasil, antes da constituição de 1988, a saúde não era prio-ridade nas discussões políticas dos governantes. Tinham direi-to à saúde apenas trabalhadores que contribuíssem com a previdência social, ou seja, que tivessem carteira assinada. Os desprovidos desse direito e que não tinham recurso financeiro para pagar seu tratamento ficavam a mercê das Santas Casas de Misericórdia ou dos Hospitais Universitários.

Discordando da situação de saúde da sociedade brasileira, inicia-se um movimento em defesa da saúde. O movimento gi-rava em torno de discussões que rompessem com a definição de saúde como sinônimo de doença, considerando que a saúde é o resultado de vários fatores determinantes, como alimen-tação, moradia, saneamento básico, meio ambiente, trabalho, renda, educação, transporte, lazer e acesso a bens e serviços essenciais.

Esse movimento passou a ser conhecido como “movimento sanitário brasileiro”, que surgiu da articulação de um conjunto de forças sociais e de intelectuais que marcou o início de uma grande mobilização social. Essa mobilização ocorria em duas grandes frentes. Uma delas consistia na produção de conheci-mento pelos estudantes de medicina, de várias universidades brasileiras, voltada para elaboração de propostas que dessem respostas ao sistema de saúde no Brasil da época.

A segunda frente consistia na mobilização dos setores or-ganizados da sociedade em torno da democratização da saúde, envolvendo atores de âmbito profissional da saúde, das organi-zações eclesiais de base, dos movimentos sociais e movimen-tos populares por saúde, dentre outros.

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Suas reivindicações eram pela consolidação da “Reforma Sanitária”, a qual se consolidou na 8ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1986, no Distrito Federal. Essa Conferên-cia envolveu mais de 5 mil participantes e produziu um rela-tório que subsidiou decisivamente a Constituição nos assuntos da saúde. Portanto, embora criado somente em 1988, o Sistema Único de Saúde - SUS começou a ser construído já no período de redemocra-tização do país, na dé-cada de 70, num processo complexo de lutas e nego-ciações que culminaram na elaboração da Constituição Fe-deral, de 1988, onde se consoli-da o marco legal do SUS como um sistema de direito universal, descentralizado e participativo.

Hoje, o Brasil possui um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo, o SUS, que foi consagrado pela Consti-tuição Federal, promulgada em outubro de 1988, e regulamentado pelas Leis nº 8.080, de setembro de 1990, que consolida as orientações constitucionais do SUS, e a nº 8.142, de dezembro de 1990, que trata do envolvimento da comunidade na con-dução das questões da saúde, crian-do as Conferências e os Conselhos de Saúde em cada esfera de go-verno.

TECENDO CIDADANIA

assuntos da saúde. Portanto, embora criado somente em 1988, o Sistema Único de Saúde - SUS começou a ser construído já no período de redemocra-tização do país, na dé-cada de 70, num processo complexo de lutas e nego-ciações que culminaram na elaboração da Constituição Fe-deral, de 1988, onde se consoli-da o marco legal do SUS como um sistema de direito universal, descentralizado e participativo.

Hoje, o Brasil possui um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo, o SUS, que foi consagrado pela Consti-tuição Federal, promulgada em outubro de 1988, e regulamentado pelas Leis nº 8.080, de setembro de 1990, que consolida as orientações constitucionais do SUS, e a nº 8.142, de dezembro de 1990, que trata do envolvimento da comunidade na con-dução das questões da saúde, crian-do as Conferências e os Conselhos de Saúde em cada esfera de go-

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Contudo, graças ao esforço de muitos, o Estado passou a garantir, através do SUS, a promoção e a proteção à saúde de todos, garantindo atenção qualificada e contínua aos cidadãos de forma igualitária. Hoje, a saúde é, acima de tudo, um direi-

to universal e fundamental do ser humano, firmado na

Declaração Uni-versal dos Direi-

tos Humanos.A partir de 1990, o

SUS passou a ser cons-tituído pelo conjunto das

ações e dos serviços de saúde sob a respon-

sabilidade da ges-tão pública. Sua

atuação é em todo o território nacional,

de forma interliga-da nas três esferas de

governo (municipal, esta-dual e nacional). As gestões

do SUS devem desenvolver ações conjuntas com outros

setores governamentais, como meio ambiente, educação, ur-banismo etc., que possam con-

tribuir, direta ou indiretamente, para a promoção de melhores condições de vida e da saúde para a população.

Vejam, a seguir, os princí-pios e diretrizes que orientam o

SUS, previstos no artigo 198 da Constituição Federal de 1988 e

TECENDO CIDADANIA

humano, firmado na Declaração Uni-

versal dos Direi-tos Humanos.A partir de 1990, o

SUS passou a ser cons-tituído pelo conjunto das

ações e dos serviços de saúde sob a respon-

sabilidade da ges-tão pública. Sua

atuação é em todo o território nacional,

de forma interliga-da nas três esferas de

governo (municipal, esta-dual e nacional). As gestões

do SUS devem desenvolver ações conjuntas com outros

setores governamentais, como meio ambiente, educação, ur-banismo etc., que possam con-

tribuir, direta ou indiretamente, para a promoção de melhores condições de vida e da saúde para a população.

Vejam, a seguir, os princí-pios e diretrizes que orientam o

SUS, previstos no artigo 198 da Constituição Federal de 1988 e

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no Artigo 7º do Capítulo II da Lei n.º 8.080/1990. Os principais são:

PRINCÍCIPOS DO SUS

UNIVERSALIDADE: É universal porque deve atender a to-dos, sem distinções, de acordo com suas necessidades e sem cobrar nada, sem levar em conta o poder aquisitivo ou se a pessoa contribui ou não com a Previdência Social.

INTEGRALIDADE: É integral, pois a saúde da pessoa não pode ser dividida e, sim, tratada como um todo. Isso quer dizer que as ações de saúde devem estar voltadas, ao mesmo tem-po, para o indivíduo e para a comunidade, para a prevenção e para o tratamento, sempre respeitando a dignidade humana.

EQUIDADE: O poder público deve oferecer condições de atendimento igual para todos, conforme a necessidade. O que deve determinar o tipo de atendimento é o grau de complexi-dade da doença ou agravo e não a condição sócio-econômica do usuário ou o seu grau de relação com os políticos.

RESOLUTIVIDADE: O SUS deve ter eficiência na capaci-dade de resolução das ações e serviços de saúde, através da assistência integral, resolutiva, contínua e de boa qualidade à população da área de abrangência (unidades básicas, especia-lizadas e apoio ao diagnóstico).

DEMOCRATIZAÇÃO DE INFORMAÇÃO: Democratização do conhecimento do processo saúde/doença, do funcionamen-to e da organização dos serviços, estimulando a organização da comunidade para o exercício do controle social sobre a or-ganização do sistema.

DIRETRIZES DO SUS

REGIONALIZAÇÃO: Rede de serviços regionalizada e hie-rarquizada, bem distribuída geograficamente, para garantir o acesso da população a todos os níveis de complexidade, o mais

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próximo possível do domicílio ou do trabalho das pessoas. HIERARQUIZAÇÃO: Definição de rede de serviços de saú-

de, por níveis de complexidade para a atenção, de acordo com a organização territorial das comunidades, na qual as ações básicas devem resolver a maior parte dos problemas e apenas os casos mais graves serem encaminhados para os serviços mais complexos ou hospitalares.

DESCENTRALIZAÇÃO: É descentralizado porque todas as ações e serviços são distribuidos entre as três esferas de governo (nacional, estadual e municipal), cada esfera com um comando único e atribuições próprias.

INTERSETORIALIDADE: Desenvolvimento de ações inte-gradas entre os serviços de saúde e outros órgãos públicos, com a finalidade de articular políticas e programas de interes-se para a saúde, cuja execução envolva áreas não compreen-didas no âmbito do SUS, potencializando, assim, os recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos disponíveis, evitando a duplicidade de serviços para fins idênticos e melho-rando a qualidade de vida das pessoas e da comunidade.

FINANCIAMENTO: O SUS deve ser financiado com recur-sos do orçamento da Seguridade Social, da União, dos Estados, do Distrito federal e dos Municípios, de acordo com a realidade local e a disponibilidade de recursos, eliminando o desperdício e fazendo com que os recursos públicos sejam aplicados da melhor maneira possível.

PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE: O SUS é democrático porque tem mecanismos de assegurar o direito de participa-ção de todos os segmentos envolvidos (governos, prestadores de serviços, trabalhadores de saúde e, principalmente, os usu-ários dos serviços que são a população). Os principais instru-mentos para exercer essa participação social são os Conse-lhos e as Conferências de Saúde.

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Atenção à saúde é tudo que envolve o cuidado com a saúde do ser humano, incluindo as ações e serviços de promoção, pre-venção, reabilitação e tratamento de doenças. Esses servi-ços de saúde estão organizados em redes de atenção, de forma a garantir o atendimento integral à população.

São dois níveis de atenção: a básica (ou primária); e a especializada, que inclui a média e alta complexidade. O acesso à população ocorre, preferencialmente, pela atenção primária. Os casos de maior complexidade são encaminha-dos aos serviços especializados, que podem ser organizados de forma municipal ou regional, dependendo do porte e da demanda do município.

Quando ocorre transferência ou agendamento da atenção primária para a especializada, este ato é feito pela rede de

3. Níveis de Atenção à Saúde

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atenção à saú- de, podendo ocorrer de forma referenciada ou, ainda, através do Tratamento Fora do Domicílio – TFD. O tratamento referenciado é determinado pelo Ministério da Saúde e é conhecido como sistema de re-ferência e contra-referência. Esse sistema se constitui na articulação entre as unidades de pequena para maior com-plexidade, de forma crescente, caracterizando-se pela maior capacidade de resolutividade.

Em resumo, entende-se por referência o trânsito do pa-ciente de uma unidade de nível menor para a de maior com-plexidade e por contra-referência, o trânsito de informações desse paciente para sua unidade de origem. Já o desloca-mento do paciente para fora de sua cidade é denominado de Tratamento Fora de Domicílio – TFD.

Cabe ressaltar que, quando a transferência do paciente é realizada entre municípios, a responsabilidade é do TFD intermunicipal e, quando é para fora do Estado, a responsa-bilidade é do TFD interestadual.

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Fluxo de consultasambulatoriais - Capital

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Fluxo de consultasambulatoriais - Interior

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Fluxo de urgênciae emergência - Capital

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Fluxo de urgênciae emergência - Interior

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O Conselho Gestor de Saúde é um espaço aberto a todos os cidadãos, sejam eles conselheiros ou não. É o conselho que possibilita a participação da população nas decisões da unida-de de saúde. Nele, são traçadas propostas para a melhoria dos serviços oferecidos e definidos os investimentos dos recursos financeiros.

Esse espaço existe porque muitas pessoas criaram um movimento que ficou conhecido como “Reforma Sanitária” na saúde brasileira. Esse movimento legitimou-se na 8a Confe-rência Nacional de Saúde, realizada em 1986 e consolidou-se na Constituição Federal de 1988, onde afirma, em seu Art 196, que “A saúde é um direito de todos e um dever do Estado”. Além disso, está assegurado na Lei complementar nº 8.142, de

4. Papel do Conselho

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1990, a participação na Gestão d o SUS - Sistema Unico de Saúde atra-véz dos conselhos e conferências, n o s âmbitos nacional, estadual, municipal e local. Portanto, é no Conselho que se pode sugerir, tirar dúvidas, fiscalizar os serviços e participar das decisões. Essa participação é deno-minada de controle social ou participação social.

O controle social só acontecerá quando a população, de modo especial o conselheiro, se apropriar desse instrumento de parti-cipação, informação e formação de uma nova consciência, que é o Conselho de Saúde. Essas decisões deverão se consolidar por meio do diálogo, buscando o consenso, estimulando o debate e a negociação entre os participantes.

Dessa forma, o principal papel do Conselho é assegurar a participação de todos nos processos deliberativos. É ou-vir, sugerir, acompanhar a execução e fiscalizar. O papel do conselheiro é participar e deixar que os outros participem, enfim, exercer a cidadania.

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Convocar os Conselheiros e Gerente Geral da Unidade, com 1. antecedência mínima de quarenta e oito horas, mediante documento escrito que contenha a pauta debatida;Elaborar e aprovar Regimento Interno do Conselho Ges-2. tor;Solicitar ao Gerente Geral, a apresentação do Regimento 3. Interno da Unidade para conhecimento do Conselho e en-vio à SESACRE;Revisar o Regimento Interno da Unidade anualmente;4. Analisar e aprovar o PDUS de cada ano, promovendo as 5. adequações necessárias, de acordo com a legislação vi-gente;Aprovar o PTA do ano;6. Aprovar a prestação de conta no Conselho Gestor, antes 7. da Audiência Pública; Apresentar, trimestralmente, em audiência pública, a 8. prestação de contas dos recursos da Unidade de Saúde, promovendo as adequações necessárias, de acordo com a legislação vigente;Solicitar da Gerência da Unidade o relatório bimestral do 9. espaço físico da Unidade para apreciação do Conselho e envio à SESACRE;Acompanhar as ações desenvolvidas pela direção da Uni-10. dade de Saúde;Facilitar o acesso, aos conselheiros, de cópias do Estatu-11. to, Regimento Interno e Leis que regulamentam o SUS, os Conselhos Gestores e a Descentralização Financeira (Lei 8.080 e 8.142/1990; 1910 e 1912/2007);

5. Resumo das Atividades do Conselho Gestor

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Oportunizar nas reuniões do Conselho, discussões sobre 12. políticas públicas de saúde e Controle Social;Observar a aplicação dos recursos, estritamente, de acor-13. do com o Plano de Trabalho Anual – PTA;Solicitar à SESACRE, se necessário, a abertura de Sindi-14. cância e de processo administrativo disciplinar para apu-rar a responsabilidade da gerência da Unidade, em caso de infração funcional prevista na Lei Complementar nº 39/1993;Ter banco de dados dos Conselheiros atualizado;15. Apresentar declaração do Imposto de Renda do Conselho 16. – Pessoa Jurídica;O coordenador e Tesoureiro do Conselho deverão apresen-17. tar declaração do Imposto de Renda – Pessoa Física.Assegurar os direitos dos usuários do SUS;18. Manter as atas e documentação do Conselho Gestor atu-19. alizadas,Manter os conselheiros informados sobre as deliberações 20. do Conselho Gestor;Divulgar o Conselho Gestor na Unidade de Saúde e à so-21. ciedade;

TECENDO TECENDO TECENDO CIDADANIACIDADANIACIDADANIA 25

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O Governo do Estado do Acre, no ano de 2007, demonstrando o seu compromisso com a saúde, instituiu a Política de Gestão Democrática e Autonomia Financeira com o intuito de possibi-litar a participação de toda população nas decisões políticas nas unidades de saúde.

Essa política de saúde se constitui como um instrumento inovador na maneira de gerenciar, incluindo o pensar e o fazer coletivo, contribuindo para a valorização dos diversos atores inseridos no processo de promoção, prevenção e recuperação de saúde. Essa ação permite a interação com troca de saberes e respeito entre profissionais, gestores e usuários, garantindo a melhoria na oferta de atenção integral, resolutiva e humani-zada.

A concretização dessa política se dá por meio dos Conse-lhos Gestores, orgão máximo deliberativo da unidade, compos-

6. Gestão Democrática na Saúde

TECENDO TECENDO TECENDO CIDADANIACIDADANIACIDADANIA

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to, paritariament, e de 50% de usuários, 25% de trabalhadores e 25% de gestores, existentes em cada unidade de saúde, sob gestão do governo do Estado. Assim, cada Conselho Gestor administra os recursos financeiros de sua unidade de saúde com responsabilidade e compromisso, mediante um instru-mento que permite a participação de todos, denominado de Plano de Desenvolvimento da Unidade de Saúde – PDUS. A finalidade dessa ferramenta é diagnosticar os problemas da unidade e planejar as ações. O conselho é o fiscalizador des-ses serviços e da aplicação dos recursos.

A descentralização dá maior agilidade nas compras e ga-rante a transparência na aplicação dos recursos, melhorando, desse modo, a qualidade na assistência ao paciente.

Essa nova política está assegurada nas Leis Estadual nºS 1.910 e 1.912, de 31 de julho de 2007, que garante um novo modelo de gestão no sentido de romper as barreiras implan- tadas na nossa cultura, na qual transforme a gestão centraliza- dora para uma gestão democráti- ca e participati-va.

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TECENDO CIDADANIA 29

Assis Brasil - AC

UNIDADE MISTADE SAÚDE

DE ASSIS BRASIL

Razão Social: Unidade Mista de Assis Brasil Nome: Unidade Mista de Assis Brasil CNPJ: 04.034.526/0010-34Endereço: Rua Dom Giocondo Maria Grotti, 420Bairro: Centro CEP: 69935-000Fone: 68. 3548 1459Fax: 68. 3548 1145E-mail: [email protected]

Brasiléia - AC

HOSPITAL DE CLÍNICAS

RAIMUNDO CHAAR

Razão Social: Hospital de Clínicas Raimundo ChaarNome: Hospital de Clínicas Raimundo ChaarCNPJ: 04034526/0009-09Endereço: Av. Prefeito Rolando Moreira, 920Bairro: Centro CEP: 69932-000Fone: 68. 3546-5000Fax: 68. 3546-4740E-mail: [email protected]

Cruzeiro do Sul - AC

HOSPITAL DE DERMATOLOGIA

SANITÁRIA

Razão Social: Hospital de Dermatologia Sanitária Nome: Hospital de Dermatologia SanitáriaCNPJ: 09145474/00001-04Endereço: Rua Hernani Agrícola, 380Bairro: TelégrafoCEP: 69980-000Fone: 68. 3322 5219Fax: 68. 3322 2364

7. Identificação das Unidades

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TECENDO CIDADANIA30

HOSPITAL GERAL DE CRUZEIRO DO SUL

(MATERNIDADE)

Razão Social: Hospital Geral de Cruzeiro do Sul Nome: Hospital Geral de Cruzeiro do Sul (Maternidade)CNPJ: 04.034.526/0016-20Endereço: Rua Lauro Muller, 351Bairro: CentroCEP: 69980-000Fone: 68. 3322 8339Fax: 68. 3322 5271

Feijó - AC

HOSPITAL GERAL DE FEIJÓ

Razão social: Hospital Geral de FeijóNome: Hospital Geral de FeijóCNJP: 04.034.526/0015-49Endereço: Av. Marechal Deodoro, S/NBairro: CentroCEP: 69960-000Fone: 68. 3463 3342Fax: 68. 3463 3342E-mail: [email protected]

Mâncio Lima - AC

HOSPITALDR. ABEL PINHEIRO

MACIEL FILHO

Razão Social: Hospital Dr. Abel Pinheiro Maciel FilhoNome: Hospital Dr. Abel Pinheiro Maciel FilhoCNPJ: 04.034.526/0020-06Endereço: Av. JapiimBairro: Centro CEP: 69990-000Fone: 68. 3343 1026Fax: 68. 3343 1026E-mail: [email protected]

Page 31: Tecendo Cidadania

TECENDO CIDADANIA 31

Manuel Urbano - AC

UNIDADE MISTADE SAÚDE

DE MANUEL URBANO

Razão Social: Unidade Mista de Saúdede Manuel Urbano Nome: Unidade Mista de Saúdede Manuel UrbanoCNPJ: 04.034.526/0017-00Endereço: Rua Francisco Freitas, s/nBairro: São JoséCEP: 69950-000Fone: 68. 3611 1006Fax: 68. 3611 1005E-mail: [email protected]

Plácido de Castro - AC

HOSPITALDR. MANOEL

MARINHO MONTE

Razão Social: Hospital Dr. Manoel Marinho MonteNome: Hospital Dr. Manoel Marinho MonteCNPJ: 04.034.526/0012-04Endereço: Rua Epitácio Pessoa, 550Bairro: CentroCEP: 69928-000Fone: 68. 3237 1457Fax: 68. 3237 1457

UNIDADE MISTA DE SAÚDE ANA NERY

(CAMPINAS)

Razão Social: Unidade Mista de Saúde Ana NeryNome: Unidade Mista de Saúde Ana NeryCNPJ: 04.034.526.0008-10Endereço: Rua Kaxinaúas, 339Vila: CampinasBairro: CentroCEP: 69929-000Fone: 68. 3267 1195Fax: 68. 3267 1042E-mail: [email protected]

Page 32: Tecendo Cidadania

TECENDO CIDADANIA32

Rio Branco - AC

CENTRO DE CONTROLE

ONCOLÓGICODO ACRE - CECON

Razão Social: SESACRENome: Centro de Controle Oncológico do AcreCNPJ: 04.034.526/0001-43Endereço: Rua José de Melo, 187Bairro: BosqueCEP: 69908-330Tel.: 68. 3224 4276Fax: 68. 3224 3693E-mail: [email protected]

CENTRO DE HEMATOLOGIA E

HEMOTERAPIA DOACRE - HEMOACRE

Razão Social: Centro de Hematologia e Hemoterapia do AcreNome: HEMOACRECNPJ: 04034526/0007-39Endereço: Avenida Getúlio Vargas, 2.787Bairro: Vila IvoneteCEP: 69914-500Fone: 68 3248-1377Fax: 68 3228-1500E-mail: [email protected]

CENTRO ESTADUALDE FORMAÇÃO DE

PESSOAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA

(TUCUMÃ)

Razão Social: Conselho Gestor do C.E.F.P.S.F. - TucumãNome: Centro Estadual de Formação de Pessoal em Saúde da Família-TucumãCNPJ: 04.034.526/0001-43Endereço: Av. Nordeste, 486 - Conjunto Tucumã IBairro: Distrito IndustrialCEP: 69917-400Tel.: 68 3229 5982E-mail: [email protected]

FUNDAÇÃO HOSPITAL ESTADUALDO ACRE - FUNDHACRE

Razão Social: Fundação Hospital Estadual do AcreNome: Fundação Hospital Estadual do AcreCNPJ: 63602940/0001-70Endereço: BR 364, km 2, s/nBairro: Distrito industrialCEP: 69900-970Fone: 68 3226 4336 / 3226 4383Fax: 68 3226 4321E-mail: [email protected]

Page 33: Tecendo Cidadania

TECENDO CIDADANIA 33

HOSPITAL DE SAÚDE MENTAL DO

ACRE - HOSMAC

Razão Social: Hospital de Saúde Mental do AcreNome: HOSMACCNPJ: 04.034.526/0005-77Endereço: Estrada da Sobral, 663Bairro: SobralCEP: 69903-700Fone: 68. 3225 6434Fax: 68. 3225 2356E-mail: [email protected]

HOSPITAL DE URGÊNCIA E

EMERGÊNCIA DERIO BRANCO - HUERB

Razão Social: Hospital Geral de Clínicas de Rio BrancoNome: Hospital Geral de Clínicas de Rio BrancoCNPJ: 04.034.526/0002-24Endereço: Av. Nações Unidas, 700Bairro: Bosque CEP: 69908-620Fone: 68. 3223 3080Fax: 68. 3224 5810 / 3223 0897E-mail: [email protected]

LABORATÓRIOCENTRAL DE SAÚDE

PÚBLICA - LACEN

Razão Social: Laboratório Central de Saúde PúblicaNome: LACENCNPJ: 04.034.526/0021-97Endereço: Travessa do Hemoacre, S/NºBairro: Vila IvoneteCEP: 69906-614Fone: 68. 3228 2720Fax: 68. 3228 5355E-mail: [email protected]

OFICINA ORTOPÉDICA DE

RIO BRANCO

Razão Social: Unidade de Saúde PúblicaNome: Oficina Ortopédica de Rio BrancoCNPJ: 09.186.340/0001-23Endereço: Av. Antônio da Rocha Viana,1294Bairro: Vila IvoneteCEP: 69910 - 610Fone: 68. 3224 0335Fax: 68. 3224 0335E-mail: [email protected]

Page 34: Tecendo Cidadania

TECENDO CIDADANIA34

SISTEMA ASSISTENCIAL

À SAÚDE DA MULHER E DA CRIANÇA - SASMC

Razão Social: Sistema Assistencial à Saúde da Mulher e da CriançaNome: Maternidade Bárbara Heliodora*1 e Hospital da Criança*2

CNPJ: 04034526/0003-5*1 - 04034526/0004-96*2

Endereço: Av. Getulio Vargas, 811*1

Rua José de Melo, 1165*2

Bairro: Centro*1 - Centro*2

CEP: 69908-650*1 - 69908-330*2

Fone: 68. 3224 1290 . 3223 9681Fax: 68. 3223 5829E-mail: [email protected] , [email protected]

UNIDADE DE ALTA COMPLEXIDADE EM

ONCOLOGIA - UNACON(HOSPITAL DE CÂNCER)

Razão Social: Hospital de Câncer do AcreNome: Unidade de Alta Complexidade em Oncologia – UNACON CNPJ: 09.617.129.0001-18Endereço: BR- 364, Km 02Bairro: Distrito IndustrialCEP: 69914-220Fone: 68. 3226 3306Fax: 68. 3226 3306E-mail: [email protected]

Rodrigues Alves - AC

UNIDADE MISTA DE SAÚDE DE

RODRIGUES ALVES

Razão Social: Unidade Mista de Rodrigues Alves Nome: Unidade Mista de Rodrigues Alves CNPJ: 095.48107/0001-43Endereço: Av. Presidente Juscelino Kubitschek, 605Bairro: CentroCEP: 69985-000Fone: 68. 3342 1259Fax: 68. 3342 1256E-mail: [email protected]

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Sena Madureira - AC

HOSPITALDR. JOÃO CÂNCIO

FERNANDES

Razão Social: Hospital Regional João Câncio FernandesNome: Hospital Regional João Câncio FernandesCNPJ: 04.034.526/0014-68Endereço: Rua: Quintino Bocaiúva, 1054Bairro: CentroCEP: 69940-000Fones: 68. 3612 2271 . 3612 4476Fax: 68. 3612 2110E-mail: [email protected]

Senador Guiomard - AC

HOSPITALDR. ARY RODRIGUES

Razão Social: Hospital Geral Dr. Ary RodriguesNome: Hospital Geral Dr. Ary RodriguesCNPJ: 04034526/0011-15Endereço: Av. Senador Eduardo Assmar, 153Bairro: COHABCEP: 69925-000Fone: 68. 3232 2563Fax: 68. 3232 2667

Tarauacá - AC

HOSPITAL DR. SANSÃO GOMES

Razão Social: Hospital Dr. Sansão Gomes – SESACRENome: Hospital Dr. Sansão Gomes CNPJ: 04.521.308/0001-33Endereço: Rua Dr. Sansão Gomes , 488Bairro: CentroCEP: 69970-000Fone: 68. 3462 1003 . 3462 1977Fax: 68. 3462 3179E-mail: [email protected]

Xapuri - AC

HOSPITAL EPAMINONDAS

JÁCOME

Razão Social: Hospital Epaminondas JácomeNome: Hospital Epaminondas JácomeCNPJ: 09.126.007/0001-87Endereço: Rua 06 de Agosto, 238Bairro: CentroCEP: 69930-000Fone: 68. 3542 2031Fax: 68. 3542 2031E-mail: [email protected]

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Anexos

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LEI Nº.1.912 DE 31 DE JULHO DE 2007.

“Dispõe sobre a Gestão Democrática do Sistema Público

de Saúde do Estado do Acre”.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO ACRE:

FAÇO SABER que a Assembléia Legislativa do Estado do Acre decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO IDa Concepção de Gestão Democrática

Art. 1º. Esta Lei dispõe sobre a Gestão Democrática do Sistema Pú-blico de Saúde do Estado do Acre.

Art. 2º. Para os fins desta Lei, entende-se por Gestão Democrática da Saúde o processo sistemático de tomada de decisão com a parti-cipação dos usuários, profissionais de saúde e gestores, cujo meios e procedimentos visam alcançar os objetivos da unidade de saúde, observando os aspectos técnicos, administrativos e gerenciais do processo de assistência à saúde, conforme disposto nesta Lei.

Parágrafo Único. É assegurada à sociedade, através de sua representatividade, participar com o poder público do estabelecimento, execução e fiscalização das políticas públicas de saúde e da aplicação dos seus recursos.

CAPÍTULO IIDos Princípios e Fins da Gestão Democrática

Art. 3º. A Gestão Democrática do Sistema Público de Saúde do Es-tado do Acre será exercida em conformidade com os princípios e di-

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retrizes do Sistema Único de Saúde – SUS e às determinações da Lei nº. 8.080, de 19 de setembro de 1990, que “dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes” e da Lei nº. 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que “dispõe sobre a participação da comu-nidade na gestão SUS e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde”.

Art. 4º. São princípios da Gestão Democrática do Sistema Público de Saúde do Estado do Acre:

I. garantia de centralidade da unidade de saúde no sistema; II. gestão descentralizada com autonomia para a unidade de

saúde elaborar e implementar:a) o Plano de Desenvolvimento da Unidade de Saú-

de – PDUS, que define os objetivos gerais, estra-tégias, metas e ações a serem desenvolvidas pela unidade;

b) os indicadores de resultados; ec) o Plano de Trabalho Anual – PTA, que define a apli-

cação dos recursos financeiros descentralizados para o Conselho Gestor da unidade de saúde.

III. gestão participativa que garanta a presença de todos os segmentos nos processos de elaboração das políticas para a unidade de saúde, em suas instâncias decisórias e nas estratégias de acompanhamento das ações implementa-das;

IV. gestão de responsabilidade com definição de atribuições e competências;

V. gestão de resultados com processos definidos de acompa-nhamento, avaliação permanente e prestação de contas;

VI. gestão estratégica com foco voltado para a resolutividade e qualidade da atenção á saúde; e

VII. garantia do funcionamento das unidades no Sistema de Saúde, visando à integralidade do sistema.

Parágrafo Único. O PDUS será elaborado de acordo com as orientações contidas em instrução normativa da Secretaria de Estado de Saúde – SESACRE.

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CAPÍTULO IIIDa Organização da Gestão da Saúde

Art. 5º. As unidades de saúde serão compostas pela seguinte estru-tura administrativa:

I. Conselho Gestor da unidade;

II. gerente geral da unidade;

III. gerente de assistência à saúde; e

IV. gerente administrativo.

Parágrafo Único. O desdobramento da estrutura administrativa das unidades de saúde será regulamentado por decreto.

Art. 6º. A direção das unidades de saúde será exercida pelo gerente geral, indicado pelo secretário de Estado de Saúde e nomeado pelo Governador do Estado.

Parágrafo Único. O gerente administrativo e o gerente de assistência à saúde serão indicados pelo secretário de Estado ou pelo superintendente da FUNDHACRE, quando for o caso, e nomeado pelo governador do Estado.

Art. 7º. Os gerentes nomeados para a direção das unidades de saú-de deverão participar de processo de capacitação para gestores, ofe-recido pela SESACRE e FUNDHACRE, envolvendo, dentre outras as seguintes temáticas:

I. gestão de pessoas e processos;

II. legislação do SUS;

III. elaboração, execução e prestação de contas do PDUS e PTA;

IV. instrumentos de avaliação da unidade e da gestão; e

V. tecnologia da informação.

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CAPÍTULO IVDo Conselho Gestor da Unidade

Art. 8º. Em todas as unidades de saúde da SESACRE ou da FUN-DHACRE funcionará um Conselho Gestor, órgão deliberativo máximo da unidade, constituído sob a personalidade jurídica de direito priva-do e sem fins lucrativos.

Parágrafo Único. Para fins desta Lei, entende-se por unidade de saúde aquelas que prestam serviços assistenciais de atendimento ambulatorial, internações, procedimentos de diagnóstico, coleta e processamento de material biológico.

Art. 9º. O Conselho Gestor das unidades de saúde será constituído por quatro ou oito membros, respeitando-se a proporcionalidade de cinqüenta por cento para usuários, vinte e cinco por cento para pro-fissionais e vinte e cinco por cento para gestores.

§ 1º A unidade de saúde terá autonomia para definir a quantidade de membros que comporão o Conselho Gestor, respeitando-se os limites estabelecidos no caput.

§ 2º Entende-se por usuário, para fins de participação no Conselho Gestor, o individuo em pleno gozo de seus direitos, que se utilize dos serviços da unidade de saúde e que não seja:

I. profissional de saúde;

II. contratado para prestação de serviços com a SESACRE ou FUNDHACRE; ou

III. detentor de cargo de confiança nas três esferas de governo na área de saúde.

§ 3º Entende-se por profissional da saúde o indivíduo em pleno gozo de seus direitos, que trabalhe na unidade de saúde e não exerce cargo ou função de confiança nas três esferas de governo.

§ 4º A idade mínima para ser membro do Conselho Gestor da unidade de saúde será de vinte e um anos.

§ 5º O gerente geral e o de assistência a saúde da unidade não

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farão parte da composição legal do Conselho Gestor.

Art. 10. A representação do Conselho Gestor obedecerá ao seguin-te:

I. quanto aos profissionais de saúde, eleição em fórum que reúna todas às áreas profissionais da unidade de saúde.

II. quanto aos gestores, indicação pelo gerente geral da unida-de, sem prejuízo do disposto no § 2º deste artigo;

III. quanto aos usuários, eleição em fórum composto por ci-dadãos indicados por entidades da sociedade civil e orga-nizada, de acordo com as especificidades locais, podendo ser contempladas, dentre outras, as seguintes representa-ções:

a) movimento sociais e populares organizados;b) entidades indígenas;c) entidades de aposentados e pensionistas;d) entidades de defesa do consumidor;e) organização de moradores;f) entidades ambientalistas;g) organizações religiosas;h) comunidade científica;i) entidades congregadas de sindicatos, centrais sin-

dicais, confederações e federações de trabalhado-res urbanos e rurais; e

j) entidades patronais.§ 1º Competirá aos fóruns de que tratam os incisos I e III a elaboração da lista de pessoas aptas a participarem do processo eleitoral, nas condições de condições de candidato e de eleitor.

§ 2º O gerente administrativo da unidade de saúde será representante dos gestores e exercerá a função de tesoureiro do Conselho.

Art. 11. A coordenação estadual das eleições para Conselho Gesto-res ficará a cargo da SESACRE e cada unidade de saúde elegerá co-missão eleitoral para, internamente coordenar o processo, de acordo

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com o que dispuser o regulamento.

Art. 12. O mandato dos Conselheiros terá duração de três anos, per-mitindo-se uma reeleição.

Parágrafo Único. Para cada titular, o segmento elegerá um suplente, que assumirá na ausência e impedimento daquele.

Art. 13. As eleições dos Conselhos Gestores ocorrerão sempre no mês de abril, em todas as unidades de saúde.

Art. 14. A posse dos membros do Conselho Gestor da unidade ocor-rerá em até quinze dias após as eleições.

Art. 15. O Conselho Gestor da unidade de saúde elegerá seu Coorde-nador e Secretário Geral dentre seus membros.

Parágrafo Único. O Coordenador e o Secretário Geral do Conselho Gestor poderão ser destituídos pela Assembléia Geral de Conselheiros, mediante convocação feita por escrito para este fim, com quarenta e oito horas de antecedência, pelo voto de dois terço de seus membros.

Art. 16. As reuniões ordinárias mensais devem ser realizadas obser-vando-se ao seguinte:

I. convocação com antecedência mínima de quarenta e oito horas, mediante documento escrito que contenha a pauta a ser debatida; e

II. contar, obrigatoriamente, com a presença do Gerente Ge-ral, com direito a voz e sem direito a voto. (REVOGADO)

Art. 17. As reuniões extraordinárias devem ser realizadas observan-do-se ao seguinte:

I. convocação com antecedência mínima de vinte e quatro ho-ras, mediante documento escrito que contenha a pauta a ser debatida; e

II. contar, obrigatoriamente com a presença do Gerente Geral da unidade, quando convocado, com direito a voz e sem di-reito a voto.

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Parágrafo Único. Podem convocar extraordinariamente o Conselho Gestor da unidade:

I. o Secretário de Estado de Saúde; II. o Superintendente da FUNDHACRE; III. o Coordenador do Conselho Gestor da unidade; IV. o Gerente Geral da unidade de saúde; e V. a maioria absoluta de seus membros.Art. 18. O exercício das funções de membro e dirigente do Conselho Gestor terá caráter voluntário e honorífico, vedada a sua remunera-ção.

Parágrafo Único. Todo Conselheiro que for servidor do quadro efetivo ou provisório da SESACRE ou FUNDHACRE terá direito à liberação de suas funções e atividades na unidade de saúde, quando das reuniões ordinárias e extraordinárias do Conselho Gestor.

Art. 19. É vedada a participação de uma mesma pessoa em mais de um Conselho Gestor de unidade, mesmo que na condição de suplen-te.

Art. 20. Serão válidas as deliberações do Conselho Gestor da unida-de, tomadas pela maioria dos presentes, desde que atendam ao qu-orum mínimo de instalação estabelecido pelo regimento interno dos Conselhos Gestores, não conflitem com a legislação vigente e cujos assuntos estejam na pauta de convocação entregue aos Conselhei-ros.

Art. 21. A vacância da função de Conselheiro dar-se-á por renúncia, perda da representatividade e destituição.

Parágrafo Único. Ocorrerá a destituição da função de Conselheiro nos seguintes casos:

I. não comparecimento, sem justificativa, a duas reuniões or-dinárias consecutivas ou a três alternadas; ou

II. por decisão da Assembléia Geral do segmento, convocada por escrito para este fim, com a aprovação de dois terços de seus membros.

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Art. 22. São atribuições do Conselho Gestor da unidade de saúde:

I. elaborar seu regimento;

II. enviar o PDUS para análise e aprovação da SESACRE;

III. enviar o regimento interno da unidade de saúde para análi-se da SESACRE;

IV. revisar, no mês de julho de cada ano, o regimento interno da unidade de saúde, de acordo com a legislação vigente;

V. analisar e aprovar o PDUS até o final do mês de abril de cada ano, promovendo as adequações necessárias, de acordo com a legislação vigente;

VI. apresentar, trimestralmente, em audiência pública, a pres-tação de contas dos recursos recebidos e executados, a produtividade hospitalar e o alcance das metas pactuadas.

VII. analisar, aprovar ou reprovar a prestação de contas dos recursos recebidos e aplicados na unidade de saúde, pro-movendo as adequações necessárias, de acordo com a le-gislação vigente;

VIII. enviar à SESACRE ou à FUNDHACRE, relatório bimestral sobre a manutenção do espaço físico da unidade saúde, observando critério de padrões básicos estabelecidos em Instrução Normativa;

IX. acompanhar as ações desenvolvidas pela direção da unida-de de saúde; e

X. deliberar sobre a devolução de profissionais de saúde lota-dos na unidade, à SESACRE ou a FUNDHACRE.

Art. 23. O Conselho Gestor da unidade pode solicitar à SESACRE abertura de sindicância e de processo administrativo disciplinar para apurar a responsabilidade do Gerente Geral da unidade, em caso de infração funcional prevista na Lei Complementar nº. 39, de 29 de de-zembro de 1993, que “dispõe sobre o Estatuto dos Servidores Públi-cos Civis do Estado do Acre, das Autarquias e das Fundações Pú-blicas instituídas e mantidas pelo poder público” e descumprimento das atribuições prevista no art. 26 desta Lei.

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CAPÍTULO V Do Gerente Geral das Unidades de Saúde

Art. 24. O gerente geral deverá cumprir dois turnos de trabalho, sen-do obrigatório o cumprimento de escala semanal que possibilite sua presença em todos os turnos de funcionamento da unidade de saú-de.

Art. 25. São atribuições do gerente geral das unidades de saúde:

I. responder administrativamente pela unidade de saúde jun-to às instâncias do Sistema;

II. coordenar a elaboração e a revisão do PDUS, entregando a proposta para apreciação e aprovação do Conselho Gestor, até o mês de janeiro de cada ano;

III. coordenar o processo de elaboração e revisão do regimento interno da unidade, para apreciação e aprovação do Conse-lho Gestor, no mês de maio de cada ano;

IV. estabelecer e aprovar, a cada trimestre, com a SESACRE ou FUNDHACRE, as metas de produtividade hospitalares a serem atingidas;

V. manter e conservar o espaço físico e o patrimônio da unida-de de saúde, entregando trimestralmente ao Conselho Ges-tor e à SESACRE ou à FUNDHACRE, relatório sobre suas condições;

VI. elaborar e manter atualizada a relação de lotação do qua-dro de servidores unidade de saúde, enviando-a semestral-mente à SESACRE ou à FUNDHACRE, observando-se crité-rios conditos na Instrução Normativa;

VII. executar e fazer cumprir o PDUS e o regimento interno da unidade;

VIII. assegurar os direitos dos usuários do SUS;

IX. participar das reuniões administrativas, cursos e eventos promovidos pela SESACRE ou FUNDHACRE;

X. informar ao Conselho Gestor da unidade de saúde as trans-gressões disciplinares dos servidores; e

XI. enviar a cada mês à SESACRE ou FUNDHACRE, sua escala

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de trabalho e do gerente administrativo e a do gerente de assistência à saúde. (HOUVE ACRÉSCIMO)

Art. 26. O gerente geral da unidade pode solicitar à SESACRE aber-tura de sindicância e de processo administrativo para apurar a atua-ção dos membros do Conselho Gestor da unidade.

Parágrafo Único. A SESACRE nomeará, através de portaria, Comissão de Sindicância para este fim, que submeterá o seu relatório à apreciação do Conselho Gestor.

CAPÍTULO VI Dos Gerentes Administrativo e de Assistência à Saúde

Art. 27. Exercerá o cargo de gerente administrativo,preferencialmente, profissional com nível superior, indicado pelo Secretário de Es-tado de Saúde ou pelo Superintendente da FUNDHACRE e nomeado pelo Governador do Estado.

Art. 28. Exercerá o cargo de Gerente de Assistência a Saúde, pro-fissional com formação em nível superior na área de saúde, com registro no Conselho de Classe, preferencialmente com um ano de trabalho na unidade de saúde, indicado pelo Secretário de Estado de Saúde ou pelo Superintendente da FUNDHACRE e nomeado pelo governador do Estado.

Parágrafo Único. O gerente de assistência à saúde relacionar-se-à, diretamente, com os responsáveis técnicos representantes das profissões de saúde regulamentadas, eleitos pelas categorias dentre ocupantes de cargo de nível superior.

Art. 29. As atribuições do gerente administrativo e do gerente de assistência a saúde serão definidas em Instrução Normativa e nos regimentos internos das unidade.

Art. 30. Os gerentes administrativos e de assistência à saúde deve-rão cumprir dois turnos de trabalho na unidade, sendo obrigatório o cumprimento de escala semanal que possibilite sua presença em todos os turnos de funcionamento da unidade de saúde.

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CAPÍTULO VII Da Classificação das Unidades

Art. 31. As unidades de saúde gerenciadas pela SESACRE ou FUN-DHACRE, conforme o caso, serão classificadas da seguinte forma:

I. Tipo I – Unidade de Saúde sem Internação;

II. Tipo II – Hospital até quarenta e nove leitos;

III. Tipo III – Hospital de cinqüenta a cento e quarenta e nove leitos; e

IV. Tipo IV – Hospital acima de cento e cinqüenta leitos.(ALTERADO)

CAPÍTULO VIII Das Disposições Finais e Transitórias

Art. 32. No mês de maio de cada ano será instalado o Fórum de Ges-tão Democrática, que avaliará os resultados desta Lei.

Art. 33. No ano de edição desta Lei, as eleições dos Conselhos Ges-tores ocorrerão até quarenta dias após sua publicação no Diário Ofi-cial do Estado.

Art. 34. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Rio Branco-Acre, de 31 de julho 2007, 119º da República, 105º do Tratado de Petrópolis e 46º do Estado do Acre.

ARNÓBIO MARQUES DE ALMEIDA JÚNIORGovernador do Estado do Acre

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LEI N. 1.923, DE 24 DE SETEMBRO DE 2007

“Altera e revoga dispositivo da Lei n. 1.912, de 31 de julho de 2007.”

O GOVERNADOR DO ESTADO DO ACRE

FAÇO SABER que a Assembléia Legislativa do Estado do Acre decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º O art. 31 da Lei n. 1.912, de 31 de julho de 2007, passa a vigorar com a seguinte alteração:

“Art. 31. ...

I. Tipo I - Unidades Mistas de Saúde; II. Tipo II - Hospitais Gerais; III. Tipo III - Unidades sem Internação; IV . Tipo IV - Hospitais Regionais; V. Tipo V - Hospitais Especializados I; VI. Tipo VI - Hospitais Especializados II; e

VII. Tipo VII - Hospitais Especializados III. § 1º A definição do enquadramento das Unidades de Saúde estabelecidas no art. 1º será regulamentada em portaria expedida pela SESACRE ou FUNDHACRE.

§ 2º A remuneração dos dirigentes das Unidades de Saúde da SESACRE ou FUNDHACRE, do quadro efetivo ou provisório, será estabelecida conforme a tipificação da unidade prevista no caput deste artigo e com os valores constantes do Anexo Único desta lei.

§ 3º Os dirigentes das Unidades de Saúde da SESACRE ou FUNDHACRE poderão optar por sua remuneração de carreira, podendo, neste caso, ser convocados para jornadas de trabalho de quarenta ou quarenta e quatro horas e dedicação exclusiva.

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§ 4º Os dirigentes das Unidades de Saúde da SESACRE ou FUNDHACRE, após o efetivo cumprimento da jornada de trabalho, podem ser convidados para atividades extracontratuais na atividade finalística em situações de urgência e/ou emergência, assim definidas pela SESACRE e FUNDHACRE”. (NR)

Art. 2º Fica acrescido o inciso XII ao art. 25 da Lei n. 1.912, de 2007, com a seguinte redação:

“Art. 25. ...

XII. participar, com direito a voz e sem direito a voto, de todas as reuniões ordinárias e extraordinárias do Conselho Gestor da Unidade de Saúde”. (NR)

Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data da sua publicação, revogan-do-se o inciso II do art. 16 da Lei n. 1.912, de 2007.

Rio Branco, 24 de setembro de 2007, 119º da República, 105º do Tratado de Petrópolis e 46º do Estado do Acre.

ARNÓBIO MARQUES DE ALMEIDA JÚNIORGovernador do Estado do Acre

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LEI Nº. 1.910 DE 31 DE JULHO DE 2007

“Institui o Programa de Autonomia Financeira das Unidades de Saúde

Estaduais”.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO ACRE:

FAÇO SABER que a Assembléia Legislativa do Estado do Acre decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Fica instituído o Programa de Autonomia Financeira das Uni-dades de Saúde, com a finalidade de promover a transferência de recursos financeiros em favor das unidades de saúde integrantes da estrutura organizacional da Secretaria de Estado de Saúde – SESA-CRE e Fundação Hospital Estadual do Acre – FUNDHACRE, visando à melhoria da qualidade da assistência prestada aos usuários do Sis-tema Único de Saúde – SUS.

Art. 2º Serão beneficiárias do Programa as Unidades de Saúde que tenham Conselhos Gestores regulamentados e instalados.

Parágrafo Único. Os Conselhos Gestores das Unidades de Saúde atuarão como unidades executoras recebendo, executando e prestando conta dos recursos transferidos.

Art. 3º O Programa será financiado com recursos provenientes do Orçamento Geral do Estado do Acre, Órgão 821 – Secretaria de Es-tado de Saúde, Unidade 607 – Fundo Estadual de Saúde – FUNDES e Unidade 302 – Fundação Hospital Estadual do Acre – FUNDHACRE, e será regulamentado mediante decreto.

Parágrafo Único. Os recursos transferidos destinam-se à cobertura de despesas com aquisição de material de consumo e permanente, prestação de serviços, encargos sociais e tributos.

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Art. 4º A gestão de recursos pela unidade de saúde obedecerá, se-qüencialmente, aos seguintes procedimentos:

I. Elaboração do Plano de Desenvolvimento da Unidade de Saúde – PDUS, com participação de representantes dos usuários, dos servidores e da gerência da unidade, base-ando-se nos princípios, Diretrizes e Normas do SUS e nas orientações contidas em Instrução Normativa;

II. Análise e aprovação do PDUS pela Coordenação do Progra-ma de Autonomia Financeira das Unidades de Saúde Esta-duais e por órgãos da estrutura organizacional da SESACRE e FUNDHACRE, definidos em Instrução Normativa para de-sempenharem essa função;

III. Realização das despesas aprovadas no PDUS; e

IV. Prestação de contas na forma e nos prazos estabelecidos em Instrução Normativa.

Parágrafo Único. A aprovação do PDUS será pré-requisito para a liberação dos recursos do FUNDES ou da FUNDHACRE e observará orientações contidas em Instrução Normativa, com o objetivo de solucionar problemas de ordem técnica que possam ocasionar desvio das finalidades do Programa e a não aprovação da prestação de contas da unidade.

Art. 5º Ficam a SESACRE e a FUNDHACRE autorizadas a não trans-ferir os recursos para as unidades de saúde que deixarem de realizar os seguintes procedimentos:

I. Efetuar seu cadastro, bem como o de sua unidade executo-ra, na forma e nos prazos estabelecidos em Instrução Nor-mativa;

II. Executar os recursos com observância da Lei nº. 8.666 de 21 de junho de 1993, que dispõe sobre Normas para licita-ções e contratos da administração pública e da Instrução Normativa regulamentadora do Programa; ou

III. Apresentar prestação de contas, na forma e nos prazos es-tabelecidos na Instrução Normativa a que alude o inciso IV do art. 4º.

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Parágrafo Único. No caso de suspensão da transferência, a SESACRE ou a FUNDHACRE, conforme o caso, assumirá provisoriamente a gestão da unidade, apurando em procedimento administrativo as causas e as responsabilidades.

Art. 6º Na hipótese da prestação de contas do Conselho Gestor não ser aprovada ou não ser encaminhada no prazo convencionado, a SESACRE ou FUNDHACRE, conforme o caso, estabelecerá o prazo máximo de trintas dias para a sua regularização ou apresentação, sob pena de instauração de Tomada de Contas Especial e suspensão dos repasses, na forma do art. 5º.

Parágrafo Único. O responsável pela prestação de contas que inserir documento ou declaração falsa ou diversa da que deveria ser inscrita, com o fim de alterar a verdade sobre os fatos, será responsabilizado civil, penal e administrativamente.

Art. 7º A SESACRE, a FUNDHACRE e os órgãos de controle interno do Poder Executivo fiscalizarão os recursos transferidos de que trata esta Lei.

Art. 8º Qualquer pessoa física ou jurídica poderá denunciar à SE-SACRE, à FUNDHACRE ou aos órgãos de controle interno do Poder Executivo as irregularidades identificadas na aplicação dos recursos do Programa.

Art. 9º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Rio Branco, 31 de julho de 2007, 119º da República, 105º do Tratado de Petrópolis e 46º do Estado do Acre.

ARNÓBIO MARQUES DE ALMEIDA JÚNIORGovernador do Estado do Acre

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LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990

Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação

da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços

correspondentes e dá outras providências

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA:

FAÇO SABER que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

DISPOSIÇÃO PRELIMINAR

Art 1º Esta lei regula, em todo o território nacional, as ações e ser-viços de saúde, executados, isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de direito público ou privado.

TÍTULO I

Art 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício.

§ 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na reformulação e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.

§ 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das empresas e da sociedade.

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Art 3º A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da popula-ção expressam a organização social e econômica do País.

Parágrafo Único. dizem respeito também à saúde as ações que, por força do disposto no artigo anterior, se destinam a garantir às pessoas e à coletividade condições de bem-estar físico, mental e social.

TÍTULO II Do Sistema Único de Saúde Disposição Preliminar

Art 4º O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por ór-gãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da ad-ministração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema Único de Saúde - SUS.

§ 1º Estão incluídas no disposto neste artigo as instituições públicas federais, estaduais e municipais de controle de qualidade, pesquisa e produção de insumos, medicamentos, inclusive sangue e hemoderivados, e de equipamentos para saúde.

§ 2º A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de Saúde -SUS, em caráter complementar.

CAPÍTULO I Dos Objetivos e Atribuições

Art 5º São objetivos do Sistema Único de Saúde-SUS:

I. a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde;

II. e social, a observância do disposto no § 1º do artigo 2º desta lei;

III . assistência às pessoas por intermédio de ações de promo-

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ção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistências e das atividades preventi-vas.

Art 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde-SUS:

I. a execução de ações:

a) de vigilância sanitária;

b) de vigilância epidemiológica;

c) de saúde do trabalhador; e

d) de assistência terapêutica integral, inclusive far-macêutica;

II. a participação na formulação da política e na execução de ações de saneamento básico;

III. a ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde;

IV. a vigilância nutricional e orientação alimentar;

V. a colaboração na proteção do meio ambiente, nele compre-endido o do trabalho;

VI. a formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos e outros insumos de interesse para a saú-de e a participação na sua produção;

VII. o controle e a fiscalização de serviços, produtos e substân-cias de interesse para a saúde;

VIII. a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas, para consumo humano;

IX. a participação no controle e na fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;

X. o incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento científico e tecnológico;

XI. a formulação e execução da política de sangue e seus deri-vados.

§ 1º Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e

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circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo:

I. o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamen-te, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e

II. o controle da prestação de serviços que se relacionam dire-ta ou indiretamente com a saúde.

§ 2º Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos.

§ 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta lei, um conjunto de atividades que se destina, através das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho, abrangendo:

I. assistência ao trabalhador vítima de acidente de trabalho ou portador de doença profissional e do trabalho;

II. participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde-SUS, em estudos, pesquisas, avaliação e controle dos riscos e agravos potenciais à saúde existentes no pro-cesso de trabalho;

III. participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde-SUS, da normatização, fiscalização e controle das condições de produção, extração, armazenamento, trans-porte, distribuição e manuseio de substâncias, de produtos, de máquinas e de equipamentos que apresentem riscos à saúde do trabalhador;

IV. avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saú-de;

V. informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade sin-dical e a empresas, sobre os riscos de acidente de trabalho, doença profissional e do trabalho, bem como os resultados de fiscalizações, avaliações ambientais e exames de saúde,

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de admissão, periódicos e de demissão, respeitados os pre-ceitos da ética profissional;

VI. participação na normatização, fiscalização e controle dos serviços de saúde do trabalhador nas instituições e empre-sas públicas e privadas;

VII. revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas no processo de trabalho, tendo na sua elaboração a colabo-ração das entidades sindicais; e

VIII. a garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao órgão competente a interdição de máquina, de setor de serviço ou de todo o ambiente de trabalho, quando houver exposição a risco iminente para a vida ou saúde dos traba-lhadores.

CAPÍTULO II Dos Princípios e Diretrizes

Art 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que integram o Sistema Único de Saú-de-SUS são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no artigo 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios:

I. universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência;

II. integralidade de assistência, entendida como um conjun-to articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema;

III. preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral;

IV. igualdade na assistência à saúde, sem preconceitos ou pri-vilégios de qualquer espécie;

V. direito à informação, à pessoas assistidas, sobre sua saú-de;

VI. divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário;

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VII. utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prio-ridades, a alocação de recursos e a orientação programáti-ca;

VIII. participação da comunidade; IX. descentralização político-administrativa, com direção única

em cada esfera de governo. a) ênfase na descentralização dos serviços para os

municípios; b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde; X integração, em nível executivo, das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico;

XI. conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, mate-riais e humanos da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, na prestação de serviços de assistência à saúde da população;

XII. capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência; e

XIII. organização dos serviços públicos de modo a evitar duplici-dade de meios para fins idênticos.

CAPÍTULO III Da Organização, da Direção e da Gestão

Art 8º As ações e serviços de saúde, executados pelo Sistema Úni-co de Saúde-SUS, seja diretamente ou mediante participação com-plementar da iniciativa privada, serão organizados de forma regiona-lizada e hierarquizada em níveis de complexidade crescente.

Art 9º A direção do Sistema Único de Saúde-SUS é única, de acordo com o inciso I do artigo 198 da Constituição Federal, sendo exercida em cada esfera de governo pelos seguintes órgãos:

I. no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde; II. no âmbito dos estados e do Distrito Federal, pela respectiva

secretaria de saúde ou órgão equivalente; e III. no âmbito dos municípios, pela respectiva secretaria de

saúde ou órgão equivalente.

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Art 10º Os municípios poderão constituir consórcios para desenvol-ver, em conjunto, as ações e os serviços de saúde que lhes corres-pondam.

§ 1º Aplica-se aos consórcios administrativos intermunicipais o princípio da direção única e os respectivos atos constitutivos disporão sobre sua observância.

§ 2º No nível municipal, o Sistema Único de Saúde-SUS poderá organizar-se em distritos de forma a integrar e articular recursos, técnicas e práticas voltadas para a cobertura total das ações de saúde.

Art 11º (VETADO)

Art 12º Serão criadas comissões intersetoriais de âmbito nacional, subordinadas ao Conselho Nacional de Saúde, integradas pelos mi-nistérios e órgãos competentes e por entidades representativas da sociedade civil.

Parágrafo Único. As comissões intersetoriais terão a finalidade de articular políticas e programas de interesse para a saúde, cuja execução envolva áreas não compreendidas no âmbitodo Sistema Único de Saúde-SUS.

Art 13º A articulação das políticas e programas, a cargo das comis-sões intersetoriais, abrangerá, em especial, as seguintes ativida-des:

I. alimentação e nutrição;

II. saneamento e meio ambiente;

III. vigilância sanitária e farmacoepidemiologia;

IV. recursos humanos;

V. ciência e tecnologia; e

VI. saúde do trabalhador.

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Art 14º Deverão ser criadas comissões permanentes de integração entre os serviços de saúde e as instituições de ensino profissional e superior.

Parágrafo Único. Cada uma dessas comissões terá por finalidade propor prioridades, métodos e estratégias para a formação e educação continuada dos recursos humanos do Sistema Único de Saúde-SUS, na esfera correspondente, assim como em relação à pesquisa e á cooperação técnica entre essas instituições.

CAPÍTULO IV Da Competência e das Atribuições

SEÇÃO I Das Atribuições Comuns

Art 15º A União, os estados, o Distrito Federal e os municípios exer-cerão, em seu âmbito administrativo, as seguintes atribuições:

I. definição das instâncias e mecanismos de controle, avalia-ção e fiscalização das ações e serviços de saúde;

II . administração dos recursos orçamentários e financeiros destinados, em cada ano, à saúde;

III. acompanhamento, avaliação e divulgação do nível de saúde da população e das condições ambientais;

IV. organização e coordenação do sistema de informação em saúde;

V. elaboração de normas técnicas e estabelecimento de pa-drões de qualidade e parâmetros de custo que caracteri-zam a assistência à saúde;

VI. elaboração de normas técnicas e estabelecimento de pa-drões de qualidade para promoção da saúde do trabalha-dor;

VII. participação de formulação da política e da execução das ações de saneamento básico e colaboração na proteção e

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recuperação do meio ambiente;

VIII. participação na formulação e na execução da política de formação e desenvolvimento de recursos humanos para a saúde;

IX. elaboração da proposta orçamentária do Sistema Único de Saúde-SUS, de conformidade com o plano de saúde;

X. elaboração de normas para regular as atividades de ser-viços privados de saúde, tendo em vista a sua relevância pública;

XI. realização de operações externas de natureza financeira de interesse da saúde, autorizadas pelo Senado Federal;

XII. para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigo iminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a au-toridade competente da esfera administrativa correspon-dente poderá requisitar bens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização;

XIII. implementar o Sistema Nacional de Sangue, Componentes e Derivados;

XIV. propor a celebração de convênios, acordo e protocolos in-ternacionais relativos a saúde, saneamento e meio ambien-te;

XV. elaborar normas técnico-científicas de promoção, proteção e recuperação da saúde;

XVI. promover articulação com os órgãos de fiscalização do exercício profissional, e outras entidades representativas da sociedade civil, para a definição e controle dos padrões éticos para pesquisa, ações e serviços de saúde;

XVII. promover a articulação da política e dos planos de saúde;

XVIII. realizar pesquisas e estudos na área de saúde;

XX. definir as instâncias e mecanismos de controle e fiscaliza-ção inerentes ao poder de polícia sanitária;

XIX. fomentar, coordenar e executar programas e projetos es-tratégicos e de atendimento emergencial.

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SEÇÃO II Da Competência

Art 16º À direção nacional do Sistema Único de Saúde-SUS compe-te:

I. formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e nutri-ção;

II. participar na formulação e na implementação das políti-cas:

a) de controle das agressões ao meio ambiente; b) de saneamento básico; e c) relativas às condições e aos ambientes de traba-

lho; III. definir e coordenar os sistemas:

a) de redes integradas de assistência de alta comple-xidade;

b) de rede de laboratórios de saúde pública; c) de vigilância epidemiológica; e d) de vigilância sanitária;

IV. participar da definição de normas e mecanismos de con-trole, com órgãos afins, de agravos sobre o meio ambiente, e dele decorrentes, que tenham repercussão na saúde hu-mana;

V. participar da definição de normas, critérios e padrões para o controle das condições e dos ambientes de trabalho e co-ordenar a política de saúde do trabalhador;

VI. coordenar e participar na execução das ações de vigilância epidemiológica;

VII. estabelecer normas e executar e vigilância sanitária de por-tos, aeroportos e fronteiras podendo a execução ser com-plementada pelos estados, Distrito Federal e municípios;

VIII. estabelecer critérios, parâmetros e métodos para o contro-le da qualidade sanitária de produtos, substâncias e servi-ços de consumo e uso humano;

IX. promover a articulação com os órgãos educacionais e de

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fiscalização do exercício profissional, bem como com enti-dades representativas de formação de recursos humanos na área de saúde;

X. formular, avaliar, elaborar normas e participar na execução da política nacional e produção de insumos e equipamentos para a saúde, em articulação com os demais órgãos gover-namentais;

XI. identificar os serviços estaduais e municipais de referência nacional para o estabelecimento de padrões técnicos de as-sistência à saúde;

XII. controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substân-cias de interesse para a saúde;

XIII. prestar cooperação técnica e financeira aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios para o aperfeiçoamento da sua atuação institucional;

XIV. elaborar normas para regular as relações entre o Sistema Único de Saúde-SUS e os serviços privados contratados de assistência à saúde;

XV. promover a descentralização, para as unidades federadas e para os municípios, dos serviços e ações de saúde, respec-tivamente, de abrangência estadual e municipal;

XVI. normatizar e coordenar nacionalmente o Sistema Nacional de Sangue, Componentes e Derivados;

XVII. acompanhar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde, respeitadas as competências estaduais e munici-pais;

XVIII. elaborar o planejamento estratégico nacional no âmbito do SUS em cooperação técnica com os estados, mu-nicípios e Distrito Federal;

XIX. estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria e coordenar a avaliação técnica e financeira do SUS, em todo o território nacional, em coordenação técnica com os estados, municí-pios e Distritos Federal.

Parágrafo Único. A União poderá executar ações de vigilância epidemiológica e sanitária em circunstâncias especiais, como na ocorrência de agravos inusitados à saúde, que possam escapar do controle da direção estadual do Sistema Único de Saúde-SUS ou que

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representem risco de disseminação nacional.

Art 17º À direção estadual do Sistema Único de Saúde-SUS, compe-te:

I. promover a descentralização, para os municípios, dos ser-viços e das ações de saúde;

II. acompanhar, controlar e avaliar as redes hierarquizadas do Sistema Único de Saúde-SUS;

III. prestar apoio técnico e financeiro aos municípios e execu-tar supletivamente ações e serviços de saúde;

IV. coordenar e, em caráter complementar, executar ações e serviços:

a) de vigilância epidemiológica; b) de vigilância sanitária; c) de alimentação e nutrição; e d) de saúde do trabalhador;

V. participar, junto com os órgãos afins, do controle dos agra-vos do meio ambiente que tenham repercussão na saúde humana;

VI. participar da formulação da política e da execução de ações de saneamento básico;

VII. participar das ações de controle e avaliação das condições e dos ambientes de trabalho;

VIII. em caráter suplementar formular, executar, acompanhar e avaliar a política de insumos e equipamentos para a saúde;

IX. identificar estabelecimentos hospitalares de referência e gerir sistemas públicos de alta complexidade, de referência estadual e regional;

X. coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde pública e hemocentros e gerir as unidades que permaneçam em sua organização administrativa;

XI. estabelecer normas, em caráter suplementar, de procedi-mentos de controle de qualidade para produtos e substân-cias de consumo humano;

XII. formular normas e estabelecer padrões, em caráter suple-mentar, de procedimentos de controle de qualidade para

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produtos e substâncias de consumo humano; XIII. colaborar com a União na execução da vigilância sanitária

de portos, aeroportos e fronteiras; XIV. acompanhar, avaliar e divulgar os indicadores de morbili-

dade e mortalidade no âmbito da unidade federada. Art 18º À direção municipal do Sistema Único de Saúde-SUS, com-pete:

I. planejar, organizar , controlar e avaliar as ações e os ser-viços de saúde e gerir e executar os serviços públicos de saúde;

II. participar do planejamento, programação e organização da rede regionalizada e hierarquizada do Sistema Único de Saúde-SUS, em articulação com sua direção estadual;

III. participar da execução, controle e avaliação das ações refe-rentes às condições e aos ambientes de trabalho;

IV. executar serviços: a) de vigilância epidemiológica; b) de vigilância sanitária; c) de alimentação e nutrição;d) de saneamento básico; e e) de saúde do trabalhador;

V. dar execução, no âmbito municipal, à política de insumos e equipamentos para a saúde;

VI. colaborar na fiscalização das agressões ao meio ambiente, que tenham repercussão sobre a saúde humana, e atuar, junto aos órgãos municipais, estaduais e federais compe-tentes, para controlá-las;

VII. formar consórcios administrativos intermunicipais; VIII. gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros; IX. colaborar com a União e com os estados na execução da

vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras; X. observado o disposto no artigo 26 desta lei, celebrar con-

tratos e convênios com entidades prestadoras de serviços privados de saúde, bem como controlar e avaliar sua exe-cução;

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XI. controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços priva-dos de saúde;

XII. normatizar complementarmente as ações e serviços públi-cos de saúde no seu âmbito de atuação.

Art 19º Ao Distrito Federal competem as atribuições reservadas aos estados e aos municípios.

TÍTULO III Dos Serviços Privados de Assistência à Saúde

CAPÍTULO I Do Funcionamento

Art 20º Os serviços privados de assistência à saúde caracterizam-se pela atuação, por iniciativa própria, de profissionais liberais, legal-mente habilitados, e de pessoas jurídicas de direito privado na pro-moção, proteção e recuperação da saúde.

Art 21º A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.

Art 22º Na prestação de serviços privados de assistência à saúde, serão observados os princípios éticos e as normas expedidas pelo ór-gão de direção do Sistema Único de Saúde-SUS quanto às condições para seu funcionamento.

Art 23º É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou de capitais estrangeiros na assistência à saúde, salvo através de doa-ções de organismos internacionais vinculados à Organização das Na-ções Unidas, de entidades de cooperação técnica e de financiamento e empréstimos.

§ 1º Em qualquer caso é obrigatória a autorização do órgão de direção nacional do Sistema Único de Saúde-SUS, submetendo-se a seu controle as atividades que forem desenvolvidas e os instrumentos que forem firmados;

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§ 2º Executam-se do disposto neste artigo os serviços de saúde mantidos, sem finalidade lucrativa, por empresas, para atendimento de seus empregados e dependentes, sem qualquer ônus para a Seguridade Social.

CAPÍTULO II Da Participação Complementar

Art 24º Quando as suas disponibilidades forem insuficientes para garantir a cobertura assistêncial à população de uma determinada área, o Sistema Único de Saúde-SUS poderá recorrer aos serviços ofertados pela iniciativa privada.

Parágrafo Único. A participação complementar dos serviços privados será formalizada mediante contrato ou convênio, observadas, a respeito, as normas de direito público.

Art 25º Na hipótese do artigo anterior, as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos terão preferência para participar do Sistema Único de Saúde-SUS.

Art 26º Os critérios e valores para a remuneração de serviços e os parâmetros de cobertura assistencial serão estabelecidos pela dire-ção nacional do Sistema Único de Saúde-SUS, aprovados no Conse-lho Nacional de Saúde.

§ 1º Na fixação dos critérios, valores, formas de reajuste e de pagamento da remuneração, aludia neste artigo, a direção nacional do Sistema Único de Saúde-SUS deverá fundamentar seu ato em demonstrativo econômico-Financeiro que garanta a efetiva qualidade dos serviços contratados.

§ 2º Os serviços contratados submeter-se-ão às normas técnicas e administrativas e aos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde-SUS, mantido o equilíbrio econômico e financeiro do contrato.

§ 3º (VETADO)

§ 4º Aos proprietários, administradores e dirigentes de entidades

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ou serviços contratados é vedado exercer cargo de chefia ou função de confiança no Sistema Único de Saúde-SUS.

TÍTULO IV Dos Recursos Humanos

Art 27º A política de recursos humanos na área de saúde será for-malizada e executada, articuladamente, pelas diferentes esferas do governo, em cumprimento dos seguintes objetos:

I. organização de um sistema de formação de recursos hu-manos em todos os níveis de ensino, inclusive de pós-gra-duação, além da elaboração de programas de permanente aperfeiçoamento de pessoal;

II. (VETADO) III. (VETADO) IV. valorização da dedicação exclusiva aos serviços do Sistema

Único de Saúde-SUS.

Parágrafo Único. Os serviços públicos que integram o Sistema Único de Saúde-SUS constituem campo de prática para ensino e pesquisa, mediante normas específicas, elaboradas conjuntamente com o sistema educacional.

Art 28º Os cargos e funções de chefia, direção e assessoramento, no âmbito do Sistema Único de Saúde-SUS, só poderão ser exercidos em regime de tempo integral.

§ 1º Os servidores que legalmente acumulam dois cargos ou empregos poderão exercer suas atividades em mais de um estabelecimento do Sistema Único de Saúde-SUS.

§ 2º O disposto no parágrafo anterior aplica-se também aos servidores em regime de tempo integral, com exceção dos ocupantes de cargos ou função de chefia, direção ou assessoramento.

Art 29º (VETADO)

Art 30º As especializações na forma de treinamento em serviço sob

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supervisão serão regulamentadas por comissão nacional, instituída

de acordo com o artigo 12 desta lei, garantida a participação das en-

tidades profissionais correspondentes.

TÍTULO V

Do Financiamento

CAPÍTULO I

Dos Recursos

Art 31º O orçamento da Seguridade Social destinará ao Sistema

Único de Saúde-SUS, de acordo com a receita estimada, os recursos

necessários à realização de suas finalidades, previstos em proposta

elaborada pela sua direção nacional, com a participação dos órgãos,

de previdência social e da assistência social, tendo em vista as metas

e prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Art 32º São considerados de outras fontes os recursos provenientes de:

I. (VETADO)

II. Serviços que possam ser prestados sem prejuízo da assis-

tência à saúde;

III. ajuda, contribuições, doações e donativos;

IV. alienações patrimoniais e rendimentos de capital;

V. taxas, multas, emolumentos e preços públicos arrecadados

no âmbito do Sistema Único de Saúde-SUS; e

V. rendas eventuais, inclusive comerciais e industriais.

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§ 1º Ao Sistema Único de Saúde-SUS caberá metade da receita de que trata o inciso I deste artigo, apurada mensalmente, a qual será destinada à recuperação de viciados.

§ 2º As receitas geradas no âmbito do Sistema Único de Saúde-SUS serão creditadas diretamente em contas especiais, movimentadas pela sua direção, na esfera de poder onde forem arrecadadas.

§ 3º As ações de saneamento, que venham a ser executadas supletivamente pelo Sistema Único de Saúde-SUS, serão financiadas por recursos tarifários específicos e outros da União, estados, Distrito federal, municípios e, em particular, do Sistema Financeiro de Habitação-SFH.

§ 4º (VETADO)

§ 5º As atividades de pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico em saúde serão co-financiadas pelo Sistema Único de Saúde-SUS, pelas universidades e pelo orçamento fiscal, além de recursos de instituições de fomento e financiamento ou de origem externa e receita próprias das instituições executoras.

§ 6º (VETADO)

CAPÍTULO II Da Gestão Financeira

Art 33º Os recursos financeiros do Sistema Único de Saúde-SUS se-rão depositados em conta especial, em cada esfera de sua atuação, e movimentos sob fiscalização dos respectivos conselhos de saúde.

§ 1º Na esfera federal, os recursos financeiros, originários do orçamento da Seguridade Social, de outros orçamentos da União, além de outras fontes, serão administrados pelo Ministério da Saúde, através do Fundo Nacional de Saúde.

§ 2º (VETADO)

§ 3º (VETADO)

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§ 4º O Ministério da Saúde acompanhará, através de seu sistema de auditoria, a conformidade à programação aprovada da aplicação dos recursos repassados a estados e municípios; constatada a malversação, desvio ou não aplicação dos recursos, caberá ao Ministério da Saúde aplicar as medidas previstas em lei.

Art 34º As autoridades responsáveis pela distribuição da receita efe-tivamente arrecadada transferirão automaticamente ao Fundo Na-cional de Saúde-FNS, observado o critério do parágrafo único deste artigo, os recursos financeiros correspondentes às dotações consig-nadas no orçamento da Seguridade Social, a projetos e atividades a serem executados no âmbito do Sistema Único de Saúde-SUS.

Parágrafo Único. Na distribuição dos recursos financeiros da Seguridade Social será observada a mesma proporção da despesa prevista de cada área, no orçamento da Seguridade Social.

Art 35º Para o estabelecimento de valores a serem transferidos a estados, Distrito Federal e municípios, será utilizada a combinação dos seguintes critérios, segundo análise técnica de programas e pro-jetos:

I. perfil demográfico da região; II. perfil epidemiológico da população a ser coberta; III. características quantitativas e qualitativas da rede de saúde

na área; IV. desempenho técnico, econômico e financeiro no período

anterior; V. níveis de participação do setor saúde nos orçamentos es-

taduais e municipais; VI previsão do plano qüinqüenal de investimentos da rede;

VII. ressarcimento do atendimento a serviços prestados para outras esferas de governo.

§ 1º Metade dos recursos destinados a estados e municípios será distribuída segundo o quociente de sua divisão pelo número de habitantes, independentemente de qualquer procedimento prévio.

§ 2º Nos casos de estados e municípios sujeitos a notório processo de migração, os critérios demográficos mencionados nesta lei serão

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ponderados por outros indicadores de crescimento populacional, em especial o número de eleitores registrados.

§ 3º (VETADO)

§ 4º (VETADO)

§ 5º (VETADO)

§ 6º O disposto no parágrafo anterior não prejudica a atuação dos órgãos de controle interno e externo e nem a aplicação de penalidades previstas em lei em caso de irregularidades verificadas na gestão dos recursos transferidos.

CAPÍTULO II Da Gestão Financeira

Art 36º O processo de panejamento e orçamento do Sistema Único de Saúde-SUS será ascendente, do nível local até o federal, ouvidos seus órgãos deliberativos, compatibilizando-se as necessidades da política de saúde com a disponibilidade de recursos em planos de saúde dos municípios, dos estados, do Distrito Federal e da União.

§ 1º Os planos de saúde serão a base das atividades e programações de cada nível de direção do Sistema Único de Saúde-SUS e seu financiamento será previsto na respectiva proposta orçamentária.

§ 2º É vedada a transferência de recursos para o financiamento de ações não previstas nos planos de saúde, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde.

Art 37º O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as diretrizes a serem observadas na elaboração dos planos de saúde, em função das características epidemiológicas e da organização dos serviços em cada jurisdição administrativa.

Art 38º Não será permitida a destinação de subvenção e auxílios a instituições prestadoras de serviços de saúde com finalidade lucrati-

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va.

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art 39º (VETADO)

§ 1º (VETADO)

§ 2º (VETADO)

§ 3º (VETADO)

§ 4º (VETADO)

§ 5º A cessão de uso dos imóveis de propriedade do INAMPS para órgãos integrantes do Sistema Único de Saúde-SUS será feita de modo a preservá-los como patrimônio da Seguridade Social.

§ 6º Os imóveis de que trata o parágrafo anterior serão inventados com todos os seus acessórios, equipamentos e outros bens móveis e ficarão disponíveis para utilização pelo órgão de direção municipal do Sistema Único de Saúde-SUS ou, eventualmente, pelo estadual, em cuja circunscrição administrativa se encontrem, mediante simples termo de recebimento.

§ 7º (VETADO)

§ 8º O acesso aos serviços de informática e bases de dados, mantidos pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social, será assegurado às secretarias estaduais e municipais de saúde ou órgãos congêneres, como suporte ao processo de gestão, de forma a permitir a gerência informatizada das contas e a disseminação de estatísticas sanitárias e epidemiológicas médico-hospitalares.

Art 40º (VETADO)

Art 41º As ações desenvolvidas pela Fundação das Pioneiras Sociais e pelo Instituto Nacional do Câncer, supervisionadas pela direção

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nacional do Sistema Único de Saúde-SUS, permanecerão como refe-rencial de prestação de serviços, formação de recursos humanos e para transferência de tecnologia.

Art 42º (VETADO)

Art 43º A gratuidade das ações e serviços de saúde fica preserva-da nos serviços públicos e privados contratados, ressaltando-se as cláusulas dos contratos ou convênios estabelecidos com as entida-des privadas.

Art 44º e seus parágrafos (VETADOS)

Art 45º Os serviços de saúde dos hospitais universitários e de ensi-no integram-se ao Sistema Único de Saúde-SUS, mediante convênio, preservada a sua autonomia administrativa, em relação ao patrimô-nio, aos recursos humanos financeiros, ensino, pesquisa e extensão, nos limites conferidos pelas instituições a que estejam vinculados.

§ 1º Os serviços de saúde de sistemas estaduais e municipais de previdência social deverão integrar-se à direção correspondente do Sistema Único de Saúde-SUS, conforme seu âmbito de atuação, bem como quaisquer outros órgãos e serviços de saúde.

§ 2º Em tempo de paz e havendo interesse recíproco, os serviços de saúde das Forças Armadas poderão integrar-se ao Sistema Único de Saúde-SUS, conforme se dispuser em convênio que, para esse fim, for firmado.

Art 46º O Sistema Único de Saúde-SUS estabelecerá mecanismos de incentivo à participação do setor privado no investimento em ciência e tecnologia e estimulará a transferência de tecnologia das univer-sidades e institutos de pesquisa aos serviços de saúde nos estados, Distrito federal e municípios, e às empresas nacionais.

Art 47º O Ministério da Saúde, em articulação com os níveis estadu-ais e municipais do Sistema Único de Saúde-SUS organizará, no pra-zo de 2(dois) anos, um sistema nacional de informações em saúde, integrado em todo o território nacional, abrangendo questões epide-miológicas e de prestação de serviços.

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Art 48º (VETADO)

Art 49º (VETADO)

Art 50º Os convênios entre a União, os estados e os municípios, cele-brados para implantação dos sistema unificados e descentralizados de saúde, ficarão rescindidos à proporção que seu objeto for sendo absorvido pelo Sistema Único de Saúde-SUS.

Art 51º (VETADO)

Art 52º Sem prejuízo de outras sanções cabíveis, constitui crime de emprego irregular de verbas ou rendas públicas (Código Penal, ar-tigo 315) a utilização de recursos financeiros do Sistema Único de Saúde-SUS em finalidades diversas das previstas nesta lei.

Art 53º (VETADO)

Art 54º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art 55º São revogadas a Lei nº 2.312, de 3 de setembro de 1954; a Lei nº 6.229, de 17 de julho de 1975, e demais disposições em contrário.

Brasília, em 19 de setembro de 1990; 169º da Independência e 102º da República

FERNANDO COLLORALCENI GUERRA

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Lei Nº 8.142 de 28 de Dezembro de 1990.

Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do

Sistema Único de Saúde - SUS e sobre as transferências

intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá

outras providências.

Art. 1º O Sistema Único de Saúde - SUS de que trata a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, contará, em cada esfera de governo, sem prejuízo das funções do Poder Legislativo, com as seguintes instân-cias colegiadas:

I. a Conferência de Saúde, e II - o Conselho de Saúde. § 1º A Conferência de Saúde reunir-se-á cada 4 anos com a representação dos vários segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis correspondentes, convocada pelo Poder Executivo ou, extraordinariamente, por este ou pelo Conselho de Saúde.

§ 2º O Conselho de Saúde, em caráter permanente e deliberativo, órgão colegiado composto por representantes do governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários, atua na formulação de estratégias e no controle da execução da política de saúde na instância correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada esfera do governo.

§ 3º O Conselho Nacional de Secretários de Saúde - CONASS e o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde CONASEMS terão representação no Conselho Nacional de Saúde.

§ 4º A representação dos usuários nos Conselhos de Saúde e Conferências de Saúde será paritária em relação ao conjunto dos

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demais segmentos .

§ 5º As Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde terão sua organização e normas de funcionamento definidas em regimento próprio aprovados pelo respectivo Conselho.

Art. 2º Os recursos do Fundo Nacional de Saúde - FNS serão aloca-dos como:

I. despesas de custeio e de capital do Ministério da Saúde, seus órgãos e entidades, da administração direta e indire-ta;

II. investimentos previstos em Lei orçamentária, de iniciativa do Poder Legislativo e aprovados pelo Congresso Nacional;

III. investimentos previstos no Plano Quinquenal do Ministério da Saúde;

IV. cobertura da ações e serviços de saúde a serem implemen-tados pelos Municípios, Estados e Distrito Federal.

Parágrafo único. Os recursos referidos no inciso IV deste artigo destinar-se-ão a investimentos na rede de serviços, à cobertura

assistencial ambulatorial e hospitalar e às demais ações de saúde.

Art. 3º Os recursos referidos no inciso IV do art. 2º desta Lei, serão repassados de forma regular e automática para os Municípios, Esta-dos e Distrito Federal de acordo com os critérios previstos no art. 35 da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990.

§ 1º Enquanto não for regulamentada a aplicação dos critérios previstos no art. 35 da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, será utilizado, para o repasse de recursos, exclusivamente o critério estabelecido no § 1º do mesmo artigo,

§ 2º Os recursos referidos neste artigo serão destinados, pelo menos setenta por cento, aos Municípios, afetando-se o restante aos Estados.

§ 3º Os municípios poderão estabelecer consórcio para execução de ações e serviços de saúde, remanejando, entre si, parcelas de recursos previstos no inciso IV do artigo 2º desta Lei.

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Art. 4º Para receberem os recursos, de que trata o art. 3º desta lei, os Municípios, os Estados e o Distrito Federal deverão contar com:

I. Fundo de Saúde; II. Conselho de Saúde, com composição paritária de acordo

com o Decreto nº 99.438, de 7 de agosto de 1990; III. plano de saúde; IV. relatórios de gestão que permitam o controle de que trata o

§ 4º do art. 33 da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990: V. contrapartida de recursos para a saúde no respectivo orça-

mento; VI. Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e

Salários (PCCS), previsto o prazo de (dois) anos para a sua implantação.

Parágrafo único. O não atendimento pelos Municípios, ou pelos Estados, ou pelo Distrito Federal dos requisitos estabelecidos neste artigo, implicará em que os recursos concernentes sejam administrados, respectivamente, pelos Estados ou pela União.

Art. 5º É o Ministério da Saúde, mediante Portaria do Ministro de Estado, autorizado a estabelecer condições para a aplicação desta Lei.

Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 7º Revogam-se as disposições em contrário.

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RESOLUÇÃO N.º 333, DE 4 DE NOVEMBRO DE 2003

O Plenário do Conselho Nacional de Saúde (CNS), em sua Centésima Trigésima Sexta Reunião Ordinária, realizada nos dias 3 e 4 de novembro de 2003, no uso de suas competências regimentais e atribuições conferidas pela Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, e pela Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, e

Considerando os debates ocorridos nos Conselhos de Saúde, nas três esferas de Governo, na X Plenária Nacional de Conselhos de Saúde, nas Plenárias Regionais e Estaduais de Conselhos de Saúde, na 9ª, na 10ª e na 11ª Conferências Nacionais de Saúde, e nas Conferências Estaduais, do Distrito Federal e Municipais de Saúde;

Considerando a experiência já acumulada do Controle Social da saúde e reiteradas demandas de Conselhos Estaduais e Municipais referentes às propostas de composição, organização e funcionamento dos Conselhos de Saúde, conforme § 5º, inciso II, artigo 1º, da Lei no 8.142, de 28 de dezembro de 1990;

Considerando a ampla discussão da Resolução do CNS nº 33/92 realizada nos espaços de Controle Social, entre os

quais se destacam as Plenárias de Conselhos de Saúde; Considerando o objetivo de consolidar, fortalecer, ampliar e

acelerar o processo de Controle Social do SUS, por intermédio dos Conselhos Nacional, Estaduais,Municipais, das Conferências de Saúde e das Plenárias de Conselhos de Saúde; e

Considerando que os Conselhos de Saúde, consagrados pela efetiva participação da sociedade civil organizada, representam um pólo de qualificação de cidadãos para o Controle Social nas demais esferas da ação do Estado.

RESOLVE: Aprovar as seguintes DIRETRIZES PARA CRIAÇÃO,

REFORMULAÇÃO, ESTRUTURAÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS DE SAÚDE:

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DA DEFINIÇÃO DE CONSELHO DE SAÚDE

Primeira Diretriz: Conselho de Saúde é órgão colegiado, deliberativo e permanente do Sistema Único de Saúde (SUS) em cada esfera de Governo, integrante da estrutura básica do Ministério da Saúde, da Secretaria de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com composição, organização e competência fixadas na Lei nº 8.142/90. O processo bem sucedido de descentralização tem determinado a ampliação dos Conselhos de Saúde que ora se estabelecem também em Conselhos Regionais, Conselhos Locais, Conselhos Distritais de Saúde, incluindo os Conselhos Distritais Sanitários Indígenas, sob a coordenação dos Conselhos de Saúde da esfera correspondente. O Conselho de Saúde consubstância a participação da sociedade organizada na administração da Saúde, como Subsistema da Seguridade Social, propiciando seu controle social.

Parágrafo único. Atua na formulação e proposição de estratégias e no controle da execução das Políticas de Saúde, inclusive em seus aspectos econômicos e financeiros.

DA CRIAÇÃO E REFORMULAÇÃO

DOS CONSELHOS DE SAÚDE

Segunda Diretriz: A criação dos Conselhos de Saúde é estabelecida por lei municipal, estadual ou federal, com base na Lei nº 8.142/90.

Parágrafo único. Na criação e reformulação dos Conselhos de Saúde o poder executivo, respeitando os princípios da democracia, deverá acolher as demandas da população, consubstanciadas nas conferências de saúde.

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DA ORGANIZAÇÃO DOS CONSELHOS DE SAÚDE

Terceira Diretriz: A participação da sociedade organizada, garantida na Legislação, torna os Conselhos de Saúde uma instância privilegiada na proposição, discussão, acompanhamento, deliberação, avaliação e fiscalização da implementação da Política de Saúde, inclusive em seus aspectos econômicos e financeiros. A legislação estabelece, ainda, a composição paritária de usuários, em relação ao conjunto dos demais segmentos representados. O Conselho de Saúde será composto por representantes de usuários, de trabalhadores de saúde, do governo e de prestadores de serviços de saúde, sendo o seu Presidente eleito entre os membros do Conselho, em Reunião Plenária.

I. O número de conselheiros será indicado pelos Plenários dos Conselhos de Saúde e das Conferências de Saúde, de-vendo ser definido em Lei.

II. Mantendo ainda o que propôs a Resolução nº 33/92 do CNS e consoante as recomendações da 10ª e da 11ª Conferências Nacionais de Saúde, as vagas deverão ser distribuídas da seguinte forma:

a) 50% de entidades de usuários; b) 25% de entidades dos trabalhadores de saúde; c) 25% de representação de governo, de prestadores

de serviços privados conveniados, ou sem fins lu-crativos.

III. A representação de órgãos ou entidades terá como critério a representatividade, a abrangência e a complementari-dade do conjunto de forças sociais, no âmbito de atuação do Conselho de Saúde. De acordo com as especificidades locais, aplicando o princípio da paridade, poderão ser con-templadas, dentre outras, as seguintes representações:

a) de associações de portadores de patologias; b) de associações de portadores de deficiências; c) de entidades indígenas; d) de movimentos sociais e populares organizados; e) movimentos organizados de mulheres, em saúde;

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f) de entidades de aposentados e pensionistas;

g) de entidades congregadas de sindicatos, centrais sindicais, confederações e federações de traba-lhadores urbanos e rurais;

h) de entidades de defesa do consumidor;

i) de organizações de moradores.

j) de entidades ambientalistas;

k) de organizações religiosas;

l) de trabalhadores da área de saúde: associações, sindicatos, federações, confederações e conse-lhos de classe;

m) da comunidade científica;

n) de entidades públicas, de hospitais universitários e hospitais campo de estágio, de pesquisa e desen-volvimento;

o) entidades patronais;

p) de entidades dos prestadores de serviço de saú-de;

q) de Governo.

IV. Os representantes no Conselho de Saúde serão indicados, por escrito, pelos seus respectivos segmentos entidades, de acordo com a sua organização ou de seus fóruns pró-prios e independentes.

V. O mandato dos conselheiros será definido no Regimento Interno do Conselho, não devendo coincidir com o mandato do Governo Estadual, Municipal, do Distrito Federal ou do Governo Federal, sugerindo-se a duração de dois anos, po-dendo os conselheiros serem reconduzidos, a critério das respectivas representações.

VI. A ocupação de cargos de confiança ou de chefia que inter-firam na autonomia representativa do conselheiro, deve ser avaliada como possível impedimento da representação do segmento e, a juízo da entidade, pode ser indicativo de substituição do conselheiro.

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VII. A participação do Poder Legislativo e Judiciário não cabe nos Conselhos de Saúde, em face da independência entre os Poderes.

VIII. Quando não houver Conselho de Saúde em determinado Município, caberá ao Conselho Estadual de Saúde assumir, junto ao executivo municipal, a convocação e realização da 1ª Conferência Municipal de Saúde, que terá como um de seus objetivos a criação e a definição da composição do Conselho Municipal. O mesmo será atribuído ao CNS, quan-do da criação de novo Estado da Federação.

IX. Os segmentos que compõem o Conselho de Saúde são es-colhidos para representar a sociedade como um todo, no aprimoramento do Sistema Único de Saúde (SUS).

X. A função de Conselheiro é de relevância pública e, portan-to, garante sua dispensa do trabalho sem prejuízo para o conselheiro, durante o período das reuniões, capacitações e ações específicas do Conselho de Saúde.

DA ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO

DOS CONSELHOS DE SAÚDE

Quarta Diretriz: Os Governos garantirão autonomia para o pleno funcionamento do Conselho de Saúde, dotação orçamentária, Secretaria Executiva e estrutura administrativa.

I. O Conselho de Saúde define, por deliberação de seu Ple-nário, sua estrutura administrativa e o quadro de pessoal conforme os preceitos da NOB de Recursos Humanos do SUS.

II. As formas de estruturação interna do Conselho de Saúde voltadas para a coordenação e direção dos trabalhos deve-rão garantir a funcionalidade na distribuição de atribuições entre conselheiros e servidores, fortalecendo o processo democrático, no que evitará qualquer procedimento que crie hierarquia de poder entre conselheiros ou permita me-didas tecnocráticas no seu funcionamento.

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III. A Secretaria Executiva é subordinada ao Plenário do Conse-lho de Saúde, que definirá sua estrutura e dimensão.

IV . O orçamento do Conselho de Saúde será gerenciado pelo próprio Conselho de Saúde.

V. O Plenário do Conselho de Saúde que se reunirá, no míni-mo, a cada mês e, extraordinariamente, quando necessário, funcionará baseado em seu Regimento Interno já aprovado. A pauta e o material de apoio às reuniões devem ser enca-minhados aos conselheiros com antecedência. As reuniões plenárias são abertas ao público.

VI. O Conselho de Saúde exerce suas atribuições mediante o funcionamento do Plenário, que, além das comissões in-tersetoriais, estabelecidas na Lei nº 8.080/90, instalará comissões internas exclusivas de conselheiros, de caráter temporário ou permanente, bem como outras comissões intersetoriais e grupos de trabalho para ações transitórias. Grupos de trabalho poderão contar com integrantes não conselheiros.

VII. O Conselho de Saúde constituirá uma Coordenação Geral ou Mesa Diretora, respeitando a paridade expressa nesta Resolução, eleita em Plenário, inclusive o seu Presidente ou Coordenador.

VIII. As decisões do Conselho de Saúde serão adotadas median-te quórum mínimo da metade mais um de seus integran-tes.

IX. Qualquer alteração na organização dos Conselhos de Saúde preservará o que está garantido em Lei, e deve ser proposta pelo próprio conselho e votada em reunião plenária, para ser alterada em seu Regimento Interno e homologada pelo gestor do nível correspondente.

X. A cada três meses deverá constar das pautas e assegura-do o pronunciamento do gestor das respectivas esferas de governo, para que faça prestação de contas em relatório detalhado contendo dentre outros, andamento da agenda de saúde pactuada, relatório de gestão, dados sobre o mon-tante e a forma de aplicação dos recursos, as auditorias iniciadas e concluídas no período, bem como a produção e a oferta de serviços na rede assistencial própria contratada

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ou conveniada, de acordo com o artigo 12 da Lei n.º 8.689/93, destacando-se o grau de congruência com os princípios e diretrizes do SUS.

XI. Os Conselhos de Saúde, desde que com a devida justificati-va, buscarão auditorias externas e independentes, sobre as contas e atividades do Gestor do SUS, ouvido o Ministério Público.

XII. O Pleno do Conselho deverá manifestar-se por meio de re-soluções, recomendações, moções e outros atos delibera-tivos. As resoluções serão obrigatoriamente homologadas pelo chefe do poder constituído em cada esfera de governo, em um prazo de 30 (trinta) dias, dando-se-lhes publicidade oficial. Decorrido o prazo mencionado e não sendo homo-logada a resolução, nem enviada pelo gestor ao Conselho justificativa com proposta de alteração ou rejeição a ser apreciada na reunião seguinte, as entidades que integram o Conselho de Saúde podem buscar a validação das resolu-ções, recorrendo, quando necessário, ao Ministério Públi-co.

DA COMPETÊNCIA DOS CONSELHOS DE SAÚDE

Quinta Diretriz: Aos Conselhos de Saúde Nacional, Estaduais, Municipais e do Distrito Federal, que têm competências definidas nas leis federais, bem como, em indicações advindas das Conferências de Saúde, compete:

I. Implementar a mobilização e articulação contínuas da so-ciedade, na defesa dos princípios constitucionais que fun-damentam o SUS, para o controle social de Saúde.

II. Elaborar o Regimento Interno do Conselho e outras normas de funcionamento.

III. Discutir, elaborar e aprovar proposta de operacionalização das diretrizes aprovadas pelas Conferências de Saúde.

IV. Atuar na formulação e no controle da execução da política de saúde, incluindo os seus aspectos econômicos e finan-ceiros e propor estratégias para a sua aplicação aos seto-res público e privado.

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V. Definir diretrizes para elaboração dos planos de saúde e sobre eles deliberar, conforme as diversas situações epi-demiológicas e a capacidade organizacional dos serviços.

VI. Estabelecer estratégias e procedimentos de acompanha-mento da gestão do SUS, articulando-se com os demais colegiados como os de seguridade, meio ambiente, justiça, educação, trabalho, agricultura, idosos, criança e adoles-cente e outros.

VII. Proceder à revisão periódica dos planos de saúde. VIII. Deliberar sobre os programas de saúde e aprovar projetos

a serem encaminhados ao Poder Legislativo, propor a ado-ção de critérios definidores de qualidade e resolutividade, atualizando-os em face do processo de incorporação dos avanços científicos e tecnológicos, na área da Saúde.

IX. Estabelecer diretrizes e critérios operacionais relativos à localização e ao tipo de unidades prestadoras de serviços de saúde públicos e privados, no âmbito do SUS, tendo em vista o direito ao acesso universal às ações de promoção, proteção e recuperação da saúde em todos os níveis de complexidade dos serviços, sob a diretriz da hierarquiza-ção/regionalização da oferta e demanda de serviços, con-forme o princípio da eqüidade.

X. Avaliar, explicitando os critérios utilizados, a organização e o funcionamento do Sistema Único de Saúde - SUS.

XI. Avaliar e deliberar sobre contratos e convênios, conforme as diretrizes dos Planos de Saúde Nacional, Estaduais, do Distrito Federal e Municipais.

XII. Aprovar a proposta orçamentária anual da saúde, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na Lei de Dire-trizes Orçamentárias (artigo 195, § 2º da Constituição Fede-ral), observado o princípio do processo de planejamento e orçamentação ascendentes (artigo 36 da Lei nº 8.080/90).

XIII. Propor critérios para programação e execução financeira e orçamentária dos Fundos de Saúde e acompanhar a movi-mentação e destinação dos recursos.

XIV. Fiscalizar e controlar gastos e deliberar sobre critérios de movimentação de recursos da Saúde, incluindo o Fundo de Saúde e os transferidos e próprios do Município, Estado,

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Distrito Federal e da União. XV. Analisar, discutir e aprovar o relatório de gestão, com a

prestação de contas e informações financeiras, repassadas em tempo hábil aos conselheiros, acompanhado do devido assessoramento.

XVI. Fiscalizar e acompanhar o desenvolvimento das ações e dos serviços de saúde e encaminhar os indícios de denún-cias aos respectivos órgãos, conforme legislação vigente.

XVII. Examinar propostas e denúncias de indícios de irregulari-dades, responder no seu âmbito a consultas sobre assuntos pertinentes às ações e aos serviços de saúde, bem como apreciar recursos a respeito de deliberações do Conselho, nas suas respectivas instâncias.

XVIII. Estabelecer critérios para a determinação de periodicidade das Conferências de Saúde, propor sua convocação, estru-turar a comissão organizadora, submeter o respectivo regi-mento e programa ao Pleno do Conselho de Saúde corres-pondente, explicitando deveres e papéis dos conselheiros nas pré-conferências e conferências de saúde.

XIX. Estimular articulação e intercâmbio entre os Conselhos de Saúde e entidades governamentais e privadas, visando à promoção da Saúde.

XX. Estimular, apoiar e promover estudos e pesquisas sobre assuntos e temas na área de saúde pertinentes ao desen-volvimento do Sistema Único de Saúde (SUS).

XXI. Estabelecer ações de informação, educação e comunicação em saúde e divulgar as funções e competências do Conse-lho de Saúde, seus trabalhos e decisões por todos os meios de comunicação, incluindo informações sobre as agendas, datas e local das reuniões.

XXII. Apoiar e promover a educação para o controle social. Cons-tarão do conteúdo programático os fundamentos teóricos da saúde, a situação epidemiológica, a organização do SUS, a situação real de funcionamento dos serviços do SUS, as atividades e competências do Conselho de Saúde, bem como a Legislação do SUS, suas políticas de saúde, orça-mento e financiamento.

XXIII. Aprovar, encaminhar e avaliar a política para os Recursos

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Humanos do SUS. XXIV. Acompanhar a implementação das deliberações constan-

tes do relatório das plenárias dos conselhos de saúde.

Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. Ficam revogadas as Resoluções do CNS de nº 33/1992 e a de

nº 319/2002.

HUMBERTO COSTA Presidente do Conselho Nacional de Saúde

Homologo a Resolução CNS Nº 333, de 4 de novembro de 2003, nos termos do Decreto de Delegação de Competência de 12 de novembro de 1991.

HUMBERTO COSTA Ministro de Estado da Saúde

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CAD Centro de Apoio Diagnóstico

CECON Centro de Controle Oncológico

CF Constituição Federal

CNRAC Central Nacional de Regulação de Alta Complexidade

CNS Conselho Nacional de Saúde

CONASEMS Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde

CONASS Conselho Nacional de Secretários de Saúde

FNS Fundo Nacional de Saúde

FUNDHACRE Fundação Hospital Estadual do Acre

INAMPS Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Nacional

LACEN Laboratório Central de Saúde Pública

MS Ministério da Saúde

NOB Normas Operacionais Básicas

PDUS Plano de Desenvolvimento da Unidade de Saúde

PTA Plano de Trabalho Anual

SAMU Serviço de Atendimento Móvel de Urgência

SESACRE Secretaria de Estado de Saúde do Acre;

SUS Sistema Único de Saúde;

TFD Tratamento Fora de Domicílio

Glossário de Siglas

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