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A contabilidade como geradora de informações na gestão de micros e pequenas empresas de Iporã do Oeste/SC

O objetivo do estudo foi identificar o nível de satisfação dos micros e

pequenos empresários, em relação aos serviços contábeis oferecidos pelos

profissionais contábeis da cidade de Iporã do Oeste-SC, bem como verificar

quais informações desejariam receber. A amostra foi composta por 51

empresas de diversos ramos de atividade. Utilizou-se no estudo a pesquisa

bibliográfica e o estudo de campo, por meio da aplicação de questionário

às empresas. Assim, em relação à satisfação dos serviços oferecidos, a

maioria dos pesquisados diz estar “bom”. No entanto, verificou-se que

a maioria das empresas recebe do seu contador basicamente os serviços

e documentos necessários para atender a legislação, sendo que poucos

recebem ferramentas de gestão. Também se verificou que a maioria

dos empresários considera as informações contábeis importantes para

gerenciar a empresa. Os empresários necessitam de informações contábeis

que possam ser utilizadas na tomada de decisões. Constata-se que a

contabilidade gerencial está se tornando de fundamental importância para

o micro empresário, o qual precisa tirar o máximo do mínimo, realidade

em que a administração eficaz é essencial.

Carmem Haab Lutte Cavalcante*

Paula Mercedes Marx Schneiders**

*Bacharel em Ciências Contábeis. Mestre em Ciências Contábeis pela Unisinos. Coordenadora e professora do Curso de Ciências

Contábeis da FAI.

**Graduanda em Ciências Contábeis pela FAI – Faculdades de Itapiranga.

julho / agosto 2008 - nº 17263

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A contabilidade como geradora de informações na gestão de micros e pequenas empresas de Iporã do Oeste/SC

julho / agosto 2008 - nº 17264

1. Introdução

Sabe-se que, na economia mun-dial, as micros e pequenas empresas estão desempenhando um papel muito importante. Essas empresas são consideradas os berços de ori-gem de grandes empresas, formação de excelentes executivos, geradores de empregos e oportunidades.

Nesse sentido, a iniciativa de realizar o estudo teve origem na convivência com pequenos empresários, em que se percebeu que eles anseiam por informações e mudanças na prática de controles que lhes mostrem dados reais para auxiliar na administração da empresa. Informações estas que constituem a base para alcançar seus objetivos de se tornarem competitivos, reduzindo desperdícios, melhorando a qualidade e os resultados.

Sendo o objetivo da contabilidade o de mensurar e avaliar todos os fatos que alteram o patrimônio das entidades e produzir informações de qualidade para tomada de decisões, e percebendo-se a necessidade destes empresários, objetivou-se conhecer o nível de satisfação dos administradores em relação aos serviços oferecidos pe-los profissionais contábeis. Para tanto, utilizou-se a pesquisa bibliográfica em livros, revistas e internet, e o levanta-mento de dados foi feito por meio da aplicação de questionário.

O levantamento dos dados se deu no período de fevereiro a junho de 2007. Para identificação das micros e pequenas empresas, utilizou-se de relatório fornecido pela Prefeitura Municipal de Iporã do Oeste-SC. O total de micros e pequenas empre-sas do Município é de 251, sendo que fizeram parte da amostra 51 empresas, ou seja, cerca de 20% da população. Entre as empresas pes-quisadas têm-se empresas do ramo do comércio, indústria e serviços.

Como resultado verificou-se que a insatisfação dos empresários concen-tra-se na falta de informações que auxiliem nas decisões. Ainda, quanto ao nível de satisfação em relação aos serviços recebidos, a maioria respon-deu estar “bom”, mas é evidente que esta resposta se refere aos serviços que atendem basicamente as obrigações legais. Também se observou que a maioria dos empresários demonstra interesse na contratação de serviços de consultoria ou assessoria.

Como limitações, a pesquisa teve a indisposição de receber e preen-cher o questionário por um empresário que mencio-nou que não teria nada a melhorar quanto aos serviços do seu contador, e também a falta de devo-lução de alguns questionários e demora de outros.

2. Fundamentação Teórica

2.1. Micro e Pequena Empresa

Verifica-se que as pequenas em-presas vêm evoluindo e conquistando seu espaço, demonstrando seu papel no mercado de trabalho. Estão se tor-nando peças fundamentais com sua participação num cenário competitivo. Estão se adequando em conhecimen-tos, qualidade, agilidade e no plane-jamento estratégico. Estão adquirindo conhecimentos técnicos para competi-rem com grandes empresas.

O avanço das pequenas empresas na economia mundial está se inten-sificando, e estas se tornam cada vez mais importantes para o desenvolvi-mento social e econômico. Segundo Souza (1995, p.3):

Em períodos de expansão eco-

nômica, multiplica-se os espaços

para as PMEs, que então se

proliferam como cogumelo[...]. Em

períodos de crises, só conseguem

permanecer no mercado as PMEs

que haviam alcançado desenvolvi-

mento superior à média.

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julho / agosto 2008 - nº 17265

para futuras decisões. Colaborando assim para a profissionalização e desenvolvimento das empresas para evoluírem e poderem competir e fa-bricar produtos para uma economia cada vez mais globalizada.

Conforme Resnik (1990), quando os proprietários de pequenas empre-sas compreendem e se concentram nos fatores e exigências básicas que podem causar o sucesso ou fracasso, suas experiências ajudam a superar os problemas encontrados para o desenvolvimento do seu empreen-dimento, engajados nas atraentes recompensas, como: satisfação, vendas e lucros. Conquistando sua independência, realização pessoal, e muitas vezes fugindo da rigidez das rotinas de grandes empresas. Ainda, o sucesso ou o fracasso de uma pequena empresa depende da boa administração para sobreviver e não da economia, concorrência ou do azar.

Segundo Resnik (1990), as pe-quenas empresas na maioria das vezes têm pouca disponibilidade de recursos financeiros, tornando-as vulneráveis a mudanças repentinas;

por isso não é aconselhado fazer negócios arriscados, precisam levar tudo muito bem calculado e se preocupar principalmente com a eficiência interna. Ao contrário das grandes empresas que possuem recursos para custos inúteis e in-fundados. Devido a estas limitações, nas pequenas e médias empresas é fundamental uma administração eficiente, que consiga o melhor re-sultado do menor recurso. É preciso estipular as prioridades e objetivos, para dirigir os recursos ao setor que trará maior retorno e impacto. Procurando satisfazer clientes com bons produtos, oferecendo serviços de atendimento com funcionários motivados e direcionando sua equi-pe para as áreas onde haja maior talento e disposição, aperfeiçoando as atividades da empresa.

Para desenvolverem objetivos e estratégias concretas em relação a produtos, serviços, mercados, necessi-dades dos funcionários, necessidades administrativas e financeiras, é neces-sário ter o mapa da empresa com as principais diretrizes para estruturar a empresa dentro de um senso de fina-

Segundo o Sebrae (IBGE/CEMPRE), em 2002 a participação no percentu-al total da empresas no Brasil foi de: microempresas 93,6%, as pequenas 5,6%, as médias 0,5% e as grandes 0,3%. Em conjunto, as micros e pe-quenas empresas responderam, em 2002, por 99,2% do número total de empresas formais, por 57,2% dos empregos totais e por 26,0% da massa salarial.

Para Antonik, (2004, p.35) “no Brasil, das quase 6 milhões de em-presas, 99% são consideradas micros e pequenas. O setor de indústria responde por cerca de 18% do total de empresas, o de comércio por 45% e o de serviços por 37%”.

Outro fator importante é sobre a mortalidade das empresas. Confor-me pesquisa realizada pelo SEBRAE no primeiro trimestre de 2004, o Boletim de Fatores Condicionantes e Taxa de mortalidade de Empresas no Brasil mostra que as taxas de morta-lidade das empresas no Brasil a partir de dados de amostras de empresas constituídas e registradas nas juntas Comerciais Estaduais nos anos de 2000, 2001 e 2002 são de:● 49,9% das empresas encerraram

suas atividades com até 2 anos de existência.

● 56,4% com até 3 anos;● 59,9% com até 4 anos.

Percebe-se que uma das causas da mortalidade nas pequenas empresas nos primeiros anos de vida é a falta de capacidade gerencial, sendo que a maioria das empresas necessita de um profissional para elaborar, traduzir e aplicar as informações contábeis. O empresário necessita de alguém que traduza os dados que estão no computador, no balanço na DRE em informações úteis e trans-parentes. E mais ainda que possa prever cálculos e demonstrações

> Percebe-se que uma das causas da mortalidade nas pequenas empresas nos primeiros anos de vida é a falta de capacidade gerencial, sendo que a maioria das empresas necessita de um profissional para elaborar, traduzir e aplicar as informações contábeis.

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A contabilidade como geradora de informações na gestão de micros e pequenas empresas de Iporã do Oeste/SC

lidade claro e simples (RESNIK, 1990). Nesse sentido, para Peter Drucker apud Resnik (1990, pg.32),

A Concentração é a chave para

resultados econômicos nenhum

outro princípio de eficácia é vio-

lado tão constantemente hoje em

dia como os princípios básicos da

concentração... Nosso lema pa-

rece ser: ‘Vamos fazer um pouco

de tudo’. E recomenda ao gerente

a seguinte pergunta: “Qual é o

nosso negócio e qual deveria ser

o nosso negócio?”

Na pequena empresa a adminis-tração é geralmente feita pelos seus proprietários ou por parentes mais próximos, que muitas vezes não tem conhecimento aprofundado de práticas administrativas, embora não seja necessário um profundo conheci-mento destas técnicas devido à simpli-cidade de funcionamento da maioria destas empresas (KASSAI, 1996).

Conforme Bortoli apud Kassai (1996), a pequena empresa nasce, vive e desenvolve-se a partir do ta-lento, da sensibilidade e da vontade de realizar de centenas de milhares de empreendedores, os quais são seus inspiradores, implantadores, e principal força propulsora.[...] uma de suas principais características é ser determinada de forma pre-ponderante pela personalidade e experiência profissional.

2.2. A contabilidade e a micro e pequena empresa

Para Marion (2005, p.25) “conta-bilidade pode ser considerada como sistema de informação destinado a prover seus usuários de dados para ajudá-los a tomar decisão”. E usu-ário pode ser considerado qualquer pessoa física ou jurídica e podem

ser internos ou externos à empresa, que tenham interesse em conhecer dados de uma empresa. Dados normalmente contábeis que trazem informações econômico-financeiras (MARION, 2005).

O objetivo principal da conta-bilidade é permitir aos usuários a avaliação da situação financeira e econômica de uma entidade (MA-RION, 2005). Assim, de acordo com Crepaldi (2004), a contabilidade é uma atividade fundamental na vida econômica, sendo que, em sentido amplo, a contabilidade trata da co-leta, apresentação e interpretação dos fatos econômicos usando-se os termos contabilidade gerencial para descrever essa atividade dentro da organização. A contabilidade gerencial tem por objetivo fornecer instrumentos aos administradores de empresas que os auxiliam em suas funções gerenciais. Por meio de um adequado controle e de um sistema de informações gerenciais, é voltada para melhor utilização dos recursos humanos.

Segundo Resnik (1990), o pro-prietário gerente deve contar com o contador na fixação de preços; este mediante fórmulas simples, consegue ajudar o administrador a compreen-der a política de preços coerentes e os fatores de marketing relacionados diretamente com os objetivos da empresa. Nesse sentido, segundo Marion (2005), o contador deve ser um tradutor dos relatórios contábeis e financeiros. Alguém que saiba traduzir e interpretar as informações e adequá-las à tomada de decisões. Deve preocupar-se mais com a trans-parência, clareza e objetividade das demonstrações contábeis.

O contador gerencial deve asse-gurar que administração tome as melhores decisões estratégicas e para isso deve fornecer informações

úteis e relevantes que facilitaram encontrar respostas para as questões fundamentais, em toda a empresa, sobre o que deve ser feito de ime-diato e mais tarde. É necessário ser proativo no fornecimento de dados pertinentes e oportunos nas questões empresarias mais amplas.(CREPALDI, 2004)

Franco (1999) cita que a globali-zação e o aumento da competição forçarão a estrutura e as exigências das finanças das organizações. Com isso o ritmo do trabalho dos conta-dores gerenciais tende a aumentar. O processamento de transações dará lugar a seu desenvolvimento na administração.

2.2.1. A contabilidade e o processo decisório

Constantemente o administrador está tomando decisões, de maior ou menor importância, que requerem cuidado para sua execução, para evitar prejuízos. Para obtermos su-cesso sobre uma decisão, é preciso o auxílio de informações corretas disponibilizadas pela contabilidade. Para Carmello (2006, p. 48 a 49), “o ‘pensar estratégico’ é fundamental para organizar e construir empresas sustentáveis”.

Carmello (2006) cita a falta de visão do futuro, planos de negócios que não contemplam mudanças drásticas de cenário, falta de capaci-tação e atualização de conhecimen-tos estratégicos, pouca criatividade, inovação e tecnologia, alto nível de individualismo, dificuldade em gerenciar a complexidade e a incapa-cidade de atender e fidelizar clientes, como as principais causas de descui-dos na gestão de pequenas empresas gerando dificuldades para mantê-las competitivas e sustentáveis.

Como cita Marion (2005, p.23),

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julho / agosto 2008 - nº 17267

do administrador para tomar decisões corretas, e este necessita de dados reais para orientar as decisões conti-das em relatórios pela contabilidade (MARION, 2005). Assim, para Marion (2005.p.24), “não se pode tomar decisões sobre produção, marketing, investimentos, financiamento, custos, etc. sem contabilidade”.

O processo decisório decorrente das informações apuradas pela contabi-lidade não serve apenas à empresa, aos administradores e gerentes, mas também a outros segmentos, como investidores, fornecedores, bancos, governo, sindicato e outros.

Outra questão importante, con-forme Corrêa (2006), é que muitos empreendedores, ao criar a empresa, estão muito preocupados em fazê-la crescer e multiplicar suas vendas, mas esquecem de uma missão que não pode ser delegada a ninguém. Essa missão diz respeito a determinar quais os valores que devem ser cultivados e partilhados pelos funcionários com as pessoas ao seu redor, como os clientes. Essa função, segundo o mesmo autor, é um dos pilares que fundamentam a obra da criação da cultura de sua empresa. A empresa deve espelhar suas crenças e seus conceitos.

Quando a empresa é de pequeno porte, o contato entre empregados e fornecedores transmite os objetivos que o dono almeja. À medida que a empresa cresce, sua definição de valores se torna indispensável, as características de sua personalidade são assimiladas mais rapidamente; com isso é necessário designar aos funcionários seu papel na empresa, a fim de evitar divulgações de in-formações indesejadas que possam comprometer a empresa perante os clientes. Essa definição prévia de valores serve como guia de compor-tamento capaz de corroer as bases que o empreendedor construiu para a empresa (CORREA, 2006).

Para Corrêa (2006), a empresa de-pende de uma rede, em que o bom funcionamento é essencial para o su-cesso. E, além de criar uma empresa, está se criando uma comunidade na qual se incluem as pessoas que lidam com nossos clientes transmitindo a imagem daquilo que você criou.

Por fim, ressalta-se que, conforme Crepaldi (2004), o fundamento da contabilidade gerencial é o uso da informação contábil como ferramen-ta para a administração. É produzir informações para funcionários e

...a contabili-

dade é o grande

instrumento que

auxilia a administra-

ção a tomar decisões. Na

verdade ela coleta todos os

dados econômicos, men-

surando-os monetariamente,

registrando-os e sumarizando-os

em forma de relatórios ou de comuni-

cados, que contribuem sobremaneira

para a tomada de decisões.

Segundo Marion (2005), é fre-qüente a falência de empresas e principalmente as pequenas. O autor cita que críticas diversas como a carga tributária, encargos sociais, falta de recursos, juros elevados são fatores que contribuem para essas falên-cias. No entanto, segundo o mesmo autor com investigações profundas constatou-se que na maioria das vezes o problema não está só nestas críticas, mas na má gerência e nas decisões tomadas sem respaldo em informações e dados confiáveis e precisos. Observa-se que existe uma contabilidade irreal elaborada apenas para cumprir exigências fiscais.

Vivem-se momentos que exigem o máximo de eficiência e experiência

> O processo decisório decorrente das informações apuradas pela contabilidade não serve apenas à empresa, aos administradores e gerentes, mas também a outros segmentos, como investidores, fornecedores, bancos, governo, sindicato e outros.

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A contabilidade como geradora de informações na gestão de micros e pequenas empresas de Iporã do Oeste/SC

administradores, devendo satisfazer as necessidades informacionais dos indivíduos internos e orientar suas de-cisões operacionais de investimento.

3. Nível de satisfação das empresas de Iporã do Oeste-SC

A seguir estão apresentadas as questões aplicadas as 51 empresas do município de Iporã do Oeste-SC, com seus respectivos resultados e análises.

Primeiramente buscou-se identifi-car o ramo de atividade das empre-sas, sendo que se obteve o seguinte resultado (gráfico 01):

Portanto, a maioria das empresas que participaram da pesquisa foi do ramo de comércio. A participação de indústrias e prestação de serviço foi de 24% para cada ramo.

Em seguida procurou-se saber a função do pesquisado na empre-sa, onde se verificou que 90% são proprietários, 8% administradores ou gerentes e 2% são funcionários. Percebe-se aqui que, nas pequenas empresas, o proprietário acumula funções. Muitas vezes o proprietá-rio não tem condições de contratar funcionários para auxiliar na admi-nistração ou gerência, dificultando a abertura para novas idéias e formas de planejar e administrar a empresa, limitando o seu desenvolvimento.

Também se questionou sobre o nível de escolaridade dos empresá-rios. Nesse sentido verificou-se que, dos pesquisados, quatro possuem apenas o ensino fundamental, seis o primeiro grau completo, 34 o 2º grau, seis concluíram o ensino superior, e um está cursando. A partir dos resultados sobre o nível de escolaridade, nota-se que as maiorias dos empresários, ou seja, 66% pararam de estudar quando completaram o 2º grau. Portanto, não estão buscando conhecimentos

graduados, o que pode dificultar sua permanência no mercado.

Ainda se questionou sobre o tempo de atuação no mercado; a esse respeito se verificou o seguinte resultado (gráfico 02):

Percebe-se que muitas empresas, em torno de 29% das pesquisadas, estão no mercado nos anos definidos como anos de risco pelo Sebrae. Con-forme pesquisa do Sebrae, 49,9% das empresas fecham as portas no perío-do de até 2 anos, 56,4% em 3 anos e 59,5% em quatro. Isso demonstra preocupação em aperfeiçoar os con-troles contábeis e a administração destas empresas para evitar justamen-te a perda das mesmas. E, segundo Sebrae, uma das maiores causas desta mortandade se dá em função da falta de capacidade gerencial.

Outra questão feita foi referente aos serviços oferecidos pelo contador à empresa, isto é, quais serviços o são oferecidos atualmente. Os resultados estão apresentados na tabela 01.

Em relação aos serviços oferecidos, basicamente se resume na escrita fiscal, cálculo de impostos, ou seja, 34% das empresas contam com este serviço, 31% contam com folha de pagamento e 26% empresas recebem o Balanço patrimonial e DRE; apenas 2% das empresas têm apoio em contas a pagar e receber, 4% rece-bem auxílio no controle de estoque, e 2% mencionaram que recebem esclarecimentos, imposto de renda e negativas. É importante observarmos que a escrita fiscal é a essência da contabilidade e sem dúvida alguma é de fundamental importância, mas

Gráfico 01: Ramo das empresas pesquisadas

Comércio52%

Indústria24%Prestação de

Serviços24%

Gráfico 02: Tempo de atuação da empresa no mercado

10 a 15 anos18%

Mais de 15anos35%

1 a 5 anos29%

5 a 10 anos18%

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julho / agosto 2008 - nº 17269

Outro empresário ainda mencionou que apenas recebe do contador um valor “x” para fazer o balanço, o que caracteriza a falta de controle, isto é, com dados reais.

Nisto percebe-se que faltam orien-tações que facilitem e melhorem o planejamento e controle. Ressalta-se que, para isso, não são necessários sistemas complexos para relatar as operações e fazer simulações de cál-culos, como queda e crescimento das vendas, aumento ou diminuição dos custos e despesas, efeitos de finan-ciamentos e empréstimos, posição patrimonial, os lucros do período, fluxo de caixa que demonstre a situ-ação financeira em cada momento. Podem-se usar planilhas simples que atendem as necessidades dos gestores destas pequenas empresas,

percebe-se que são oferecidos ba-sicamente serviços para atender o cumprimento das obrigações legais e fiscais perante a sociedade e os Gover-nos, ignorando a finalidade principal da escrituração contábil, que é a de orientar o administrador.

Também se questionou sobre as ferramentas de gestão oferecidas à empresa pelo contador. Nessa questão verificou-se os seguintes itens citados pelos pesquisados (tabela 02):

Um empresário mencionou que o seu contador não oferece ne-nhuma ferramenta de gestão, e declara que sempre é preciso ir até o escritório para se informar. Neste caso percebe-se a necessidade do empresário de que o contador faça visitas periódicas, identificando e levando informações até a empresa.

conforme o perfil e os problemas de cada uma, identificando suas metas e seus eventos econômicos, para planejar e controlar.

Perguntou-se também sobre a importância das informações con-tábeis para o empresário. Nessa questão, 24 empresários dizem que as informações são importantes para gerenciar e planejar a empresa, 38 entendem que são importantes para cálculo de impostos e obrigações legais, 11 entendem que são impor-tantes para os governos, 2 dizem serem importantes para projetos novos, e 1 não respondeu.

Sabe-se que as informações for-necidas pela contabil idade são indispensáveis para orientação das empresas na tomada de decisões. Percebe-se que muitos empresários já estão despertando e aprendendo a usar as informações para fins geren-ciais, mas há falta de conhecimento e da tradução dos dados contábeis aos empresários para tornar estas informações úteis para a empresa.

Também se questionou sobre o re-cebimento das informações em tem-po hábil. Os resultados demonstraram que 46 empresários dizem receber em tempo hábil, três dizem que não e dois não responderam. Assim, o resultado é considerado bom, já que é importante o empresário receber in-formações em tempo hábil facilitando ao administrador encontrar respostas que assegurem aos administradores as melhores decisões.

Em seguida questionou-se sobre o uso das informações contábeis para tomada de decisões, ocasião em que se verificou que 45% dos empresários usam as informações para tomada de decisões, 2% dizem que não, 2% não responderam e 51% dizem usar às vezes.

Sabe-se que a contabilidade tem o objetivo de auxílio na tomada de

Tabela 01: Serviços oferecidos pelo contador

Discriminação Freqüência %

Balanço Patrimonial e DRE 36 26%

Folha de Pagamento 43 31%

Escrita Fiscal e Impostos 46 34%

Controle de Contas a Pagar e Receber 3 2%

Controle de estoque 6 4%

Outros (negativas, IR, esclarecimentos) 3 2%

Total 137 100%

Tabela 02: Ferramentas de gestão oferecidas pelo contador.

Discriminação Freqüência %

Formação de preço de venda 3 5%

Fluxo de caixa e orçamento 12 21%

Análise de balanço 22 38%

Margem de Contribuição e Ponto de Equilíbrio

14 24%

Análise financeira e custos 7 12%

Planejamento empresarial 5 9%

Outros (nenhum) 12 21%

Total 58 100%

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julho / agosto 2008 - nº 17270

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decisões, como solução de proble-mas, mas muitas empresas não estão habituadas a utilizar as informações em proveito da empresa. É por meio dos dados fornecidos pela contabili-dade que os administradores obtêm informações para tomar decisões permitindo o controle do patrimô-nio, a mensuração dos resultados da empresa e avaliação do desempenho na frente dos negócios que lhe foram confiados, com o objetivo de apres-tar os melhores resultados.

Outra questão foi referente às dificuldades de tomar decisões ou obter créditos com as informações que o contador está lhes oferecen-do. Como resultado verificou-se que 41 empresários dizem que não tem problemas em tomar decisões ou contratar empréstimos, três dizem que sim, que têm problemas; três não responderam; e quatro às vezes têm dificuldades. Assim, a maioria respondeu não ter problemas, mas talvez teria melhores resultados e mais condições financeiras de esta-belecer programas antecipados com negócios mais rentáveis se tivesse instrumentos de programação finan-ceira, e o registro de fatos contábeis organizados, evitando assim pagar juros altos ou até de tomar emprés-timos em bancos.

Perguntou-se também se a em-presa oferece todas as informações reais ao contador, atividade em que se observou que 31 empresários responderam que sim, 17 dizem que não e três não responderam (gráfico 04).

Percebe-se que existe muito tra-balho para o contador em relação à conscientização de um trabalho sério e sem riscos para os empresários. As vendas informais exigem muito controle e não dão ao empresário poder aquisitivo e nem garantias para aquisição de bens. Muitas vezes

adquire um veículo sem saldo em caixa, na contabilidade, e fica sem base para provar ao fisco o ganho com o qual pagou o veículo. Com a evolução constante dos controles informatizados, cada vez mais o empresário corre sérios riscos com

a fiscalização, os quais podem com-prometer seu capital. O ganho ilegal exige muito trabalho e controle, que pode acabar se tornando mais caro que os impostos.

Em seguida buscou-se saber se, com as informações que o contador

Gráfico 03: Utilização das informações para tomar decisões

Gráfico 04: Fornecimento de informações ao contador

Gráfico 05: Possibilidade de estabelecer planejamentos e estratégias para o futuro com as informações que recebe do contador

Sim45%

Não2%

Às vezes51%

Não respondeu2%

Sim61%

Não 33%

Não respondeu6%

Sim55%

Não 39% Não respondeu

6%

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julho / agosto 2008 - nº 17271

> O contador é o agente que pode qualificar, quantificar e interpretar os efeitos de transações planejadas, para tomar decisões e resolver problemas. O profissional contábil não é responsável pelas decisões, mas responsável pelo levantamento das informações e pelas dicas que interessam aos usuários para solução de problemas.

do no que realmente ela precisa. Tor-nar práticos seus serviços, adaptados à realidade do dia-a-dia da empresa. Há empresas que usam sistemas que não servem para sua atividade. Não tem orientação para seu uso nem como fazer uma nota fiscal.

Perguntou-se também como o em-presário considera o atendimento da equipe de funcionários do seu con-tador. Para 13 empresários o aten-dimento é ótimo, considerado bom para 34 empresários, e satisfatório para quatro empresários. Percebe-se uma pequena melhora da satisfação dos empresários em relação à equipe de funcionários comparada com os contadores (questão anterior).

Em seguida perguntou-se o que o empresário levou em consideração para contratar o contador. Poucos contrataram o contador pelos servi-ços que ele presta, ou seja, apenas quatro; a maioria, 25, contratou por indicação de amigos (gráfico 07).

Verifica-se que poucos conferem a capacidade do contador e a qualida-de dos serviços prestados. Segundo Resnik, “assim como você não eco-

Gráfico 06: Grau de satisfação em relação aos serviços prestados pelo seu contador

Ótimo14%

Bom64%

Satisfatório20%

Regular2%

lhe oferece, o empresário consegue estabelecer planejamentos e estraté-gias para o futuro. Nessa questão, 28 empresários dizem que conseguem planejar e estabelecer estratégias para o futuro, 20 empresários dizem que não é possível fazer planejamen-tos, e três empresários não respon-deram (gráfico 05).

Pelas respostas, conforme o gráfico 05, nota-se que 20 empresários estão preocupados e conscientes de que para competir é preciso ser criativo, capacitado e principalmente estar informado e munido com informa-ções precisas para evitar cenários de falência.

Outra questão foi referente às in-formações contábeis que a empresa recebe, se são de fácil compreensão. Nesse sentido, 45 dizem serem de fácil compreensão, cinco dizem que não, um não respondeu, e um men-cionou que recebe pouca informa-ção. Pode-se verificar que a maioria dos pesquisados diz entender as informações que recebe. No entanto, provavelmente, isso diz respeito ao balanço feito no final de ano, na apu-ração do estoque existente em 31 de dezembro, em relação aos impostos que recebe para pagar e a folha de pagamento do funcionário. Porém, é possível que, se questionados em

relação ao fluxo de caixa, análise balanço, planejamento e orçamento, ponto de equilíbrio, a maioria dos empresários terão dificuldades em responder.

Em outra questão perguntou-se sobre o grau de satisfação em rela-ção aos serviços prestados pelo seu contador, quanto ao que se verificou o seguinte resultado (gráfico 06):

Percebe-se que o contador precisa aperfeiçoar seus trabalhos para atin-gir uma satisfação maior. Participar e se fazer presente na empresa ajudan-

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julho / agosto 2008 - nº 17272

A contabilidade como geradora de informações na gestão de micros e pequenas empresas de Iporã do Oeste/SC

nomiza na escolha de um médico, também não deve economizar na escolha de um contador”.

Ainda, questionou-se sobre a importância da participação do con-tador, consultor ou assessor para a gerência e auxílio no desenvolvimen-to de sua empresa. Nesta questão, 48 empresários responderam que consi-deram importante a participação do contador como assessor e consultor para auxiliar o empresário e apenas três dizem que não.

Cada vez mais se percebe a ne-cessidade de planejar, controlar e pesquisar métodos para reduzir ou eliminar desperdícios e melhorar a qualidade. O contador é o agente que pode qualificar, quantificar e interpretar os efeitos de transações planejadas, para tomar decisões e

resolver problemas. O profissional contábil não é responsável pelas decisões, mas responsável pelo le-vantamento das informações e pelas

dicas que interessam aos usuários para solução de problemas.

Perguntou-se sobre o apoio re-cebido do contador em relação à gestão da empresa. Neste sentido, 33 empresários dizem receber apoio do contador em relação à gestão da empresa, 16 dizem que não e dois não responderam (gráfico 08).

Percebe-se que o contador está se tornando um profissional confiável, cujo aconselhamento é solicitado pelos empresários. Mas 31% das empresas dizem ainda não terem este apoio. O empresário que pode contar com este apoio do contador certamente também trará retorno ao contador tendo a documentação organizada, evitando pagamento de juros em impostos e emprésti-mos, sem contar com o nível de conhecimento sobre a estrutura econômico-financeira da empresa, o qual pode ser melhorado com conhecimentos novos.

Procurou-se saber que informações e ferramentas contábeis o empresá-rio gostaria de receber para auxílio na tomada de decisões, sobre o que se verificou o seguinte (tabela 03):

Percebe-se grande interesse por parte dos empresários em obter

Gráfico 07: Razão da contratação do contador

Indicação por amigos48%

Confiança e amizade

18%

Trabalho e competência

18%

Falta de outra opção

6%

Preços praticados

10%

Gráfico 08: Apoio recebido na gestão da empresa

Sim65%

Não31%

Não respondeu4%

Tabela 03: Informações e ferramentas contábeispara auxílio na gerência e decisões

Descriminação Freqüência %

Relatórios de controle e planejamento 25 17%

Fluxo de caixa e orçamento 21 15%

Controle de estoque 7 5%

Margem de contribuição e ponto de equilíbrio 26 18%

Formação do preço de venda 12 8%

Controle de custos e finanças 23 16%

Assessoria fiscal 28 19%

Todos 2 1%

Total 144 100%

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REVISTA BRASILEIRA DE CONTABILIDADE

julho / agosto 2008 - nº 17273

informações que possibilitem o pla-nejamento e controle. Verifica-se a necessidade de assessoria fiscal para evitar erros e incorrer em multas e despesas para empresa. Também necessitam auxílio para calcular a margem de contribuição e o ponto de equilíbrio, que é fundamental para orientação do empresário sobre sua produção e posição financeira. As empresas querem obter orien-tações sobre controle de custos e finanças que não atenda apenas as finalidades legislativas e tributárias, imprescindível para manter-se num mercado competitivo que não aceita indecisões e para evitar que prejuízos corroam seu patrimônio. Precisam do fluxo de caixa e orçamento, que pode trazer informações valiosas sobre aspectos financeiros além de possibilitar o controle dos recursos presentes e futuros; buscam também formação do preço de venda e con-trole de estoques.

Perguntou-se sobre o principal papel exercido pelo profissional de contabilidade. Quanto ao principal papel exercido pelo contador, 42 empresários entendem como con-tador gerencial e assessor, nove em-presários consideram apenas como guarda-livros e cumpridor de leis.

Percebe-se que as empresas estão em constantes desafios e que há necessidade de muita competência, habilidade e criatividade dos pro-fissionais contábeis para superar as expectativas dos clientes, pois esses profissionais devem buscar

estar em sintonia com todas as áreas da empresa, como produção, vendas, finanças; formados com habilidades para orientação, com aprimoramento profissional cons-tante, capacidade técnica para lidar com as informações virtuais cada vez mais rápidas e evoluídas; e atentos às novas ferramentas econômicas e administrativas.

Conclusões

Estudos e pesquisas recentes têm enfatizado a importância das micros e pequenas empresas no Brasil e no mundo, uma vez que são res-ponsáveis por uma grande fatia do mercado de exportações, geração de empregos, e, segundo pesquisa do IBGE de 2002, por 99,2% do nu-mero total de empresas formais.

Percebe-se, porém, que uma das maiores causas da mortandade nas pequenas empresas nos primeiros anos de vida é devido à falta da capacidade de gerenciar.

Dado o exposto, o objetivo do es-tudo foi identificar o nível de satisfação dos micros e pequenos empresários, em relação aos serviços contábeis oferecidos pelos profissionais contábeis da cidade de Iporã do Oeste-SC, bem como verificar quais informações deseja-riam receber.

Assim, em resposta aos objetivos propostos, verifi-

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julho / agosto 2008 - nº 17274

A contabilidade como geradora de informações na gestão de micros e pequenas empresas de Iporã do Oeste/SC

cou-se que, quanto à identificação das informações contábeis utilizadas para subsidiar decisões dos empresários das micros e pequenas empresas de Iporã do Oeste – SC, os empresários gostariam de receber do seu contador relatórios de planejamento e controle, fluxo de caixa e orçamento, controle de estoque, margem de contribuição e ponto de equilíbrio, formação do preço de venda, controle de custos e finanças, assessoria fiscal.

Já quanto ao grau de satisfação dos micros e pequenos empresários de Iporã do Oeste – SC, com os serviços e informações fornecidas pela contabilidade, verificou-se que a maioria dos empresários considera como bom.

Em relação às necessidades dos micros e pequenos empresários de Iporã do Oeste-SC quanto a infor-mações contábeis, a maioria dos empresários diz conseguir estabele-

cer planejamentos e estratégias para o futuro com as informações que recebem. Também a maioria diz ter apoio dos profissionais contábeis na gestão das empresas.

Na identificação dos interesses dos micros e pequenos empresários de Iporã do Oeste-SC, sobre a atuação do contador como assessor, consul-tor e analista financeiro para ações gerenciais, 63% responderam que tem interesse na contratação deste profissional, e apenas 37% dizem que não. Quanto à importância da participação do contador como consultor ou assessor para auxiliar na gerência da empresa, 94% dizem ser importante e apenas 6% dizem não ser importante.

Percebe-se que a pequena empresa carece de orientações para sua sobre-vivência e seu desenvolvimento. São empresas diferentes das grandes em-presas, que normalmente possuem

profissionais próprios para auxiliar nestas orientações. A micro e pe-quena empresa necessita de estudos específicos voltados às necessidades das suas problemáticas.

Finalmente, o contador é conside-rado a principal fonte de informa-ções para o micro e pequeno empre-sário. No entanto, o papel exercido pelo contador com os empresários geralmente se constitui como um mal necessário para o cumprimento das obrigações legais. Este estudo demonstra que surge nas micros e pequenas empresas um vasto campo de trabalho para o contador como assessor ou consultor ajudando na orientação, elaboração de relatórios úteis e simplificados facilitando e aumentando o conhecimento do funcionamento da sua atividade, o controle e planejamento das ope-rações econômicas e financeiras destas empresas.

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REVISTA BRASILEIRA DE CONTABILIDADE

julho / agosto 2008 - nº 17275

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