a advocacia de partido e seus elementos característicos

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Advogado no Distrito Federal e professor da Universidade Católica de Brasília-UCB e da Escola Brasileira de Administração Pública -EBAP/FGV Relações entre o Cliente e o Advogado Relações entre o Cliente e o Advogado Relações entre o Cliente e o Advogado Relações entre o Cliente e o Advogado A ADVOCACIA DE PARTIDO E SEUS ELEMENTOS CARACTERÍSTICOS A atuação profissional do advogado em prol dos interesses de sua clientela pode dar-se mediante a adoção de diversos mecanismos jurídicos, voltados estes a regular a relação contratual que então será firmada e devidamente regulada por instrumento de contrato onde sejam explicitadas as atividades e condições de execução, assim como a verba honorária e a forma de pagamento pactuada. O exercício da representação caso-a-caso, sem a formação de um vínculo continuado e ampliado a diversas outras situações, é opção que se apresenta satisfatória quando não houver a necessidade de uma constante orientação ao cliente. O advogado firma, sem vínculo permanente, um contrato apenas para o assunto que lhe foi submetido. Atendido o pleito do cliente, esgota-se a obrigação. A contratação, todavia, pode concretizar-se para o trato de diversas questões, todas inicialmente delimitadas e com a prévia indicação de atos que se tornem necessários. Os serviços que serão prestados, em tal caso, estarão restritos ao casos individuados e igualmente estará esgotada a obrigação com o cumprimento do objeto explicitado. Necessidades constantes e sempre renovadas impõem ao cliente o encargo de avaliar a conveniência de ter uma assistência jurídica permanente, o que implica em decidir a melhor forma de contratação. Empregar o advogado implica em ter uma relação vinculada ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho, com todos os ônus que tipificam esse tipo de contrato. Manter uma relação de natureza meramente civil, independente, sem vínculo de emprego, é outra opção que se apresenta conveniente, liberando o cliente de determinadas preocupações e rotinas que são próprias da relação de emprego.

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Page 1: A Advocacia de Partido e seus elementos característicos

Advogado no Distrito Federal e professor da Universidade Católica de Brasília-UCB e da Escola Brasileira de Administração Pública -EBAP/FGV

Relações entre o Cliente e o AdvogadoRelações entre o Cliente e o AdvogadoRelações entre o Cliente e o AdvogadoRelações entre o Cliente e o Advogado

A ADVOCACIA DE PARTIDO E SEUS ELEMENTOS CARACTERÍSTICOS

A atuação profissional do advogado em prol dos interesses de sua clientela pode dar-se mediante a adoção de diversos mecanismos jurídicos, voltados estes a regular a relação contratual que então será firmada e devidamente regulada por instrumento de contrato onde sejam explicitadas as atividades e condições de execução, assim como a verba honorária e a forma de pagamento pactuada. O exercício da representação caso-a-caso, sem a formação de um vínculo continuado e ampliado a diversas outras situações, é opção que se apresenta satisfatória quando não houver a necessidade de uma constante orientação ao cliente. O advogado firma, sem vínculo permanente, um contrato apenas para o assunto que lhe foi submetido. Atendido o pleito do cliente, esgota-se a obrigação. A contratação, todavia, pode concretizar-se para o trato de diversas questões, todas inicialmente delimitadas e com a prévia indicação de atos que se tornem necessários. Os serviços que serão prestados, em tal caso, estarão restritos ao casos individuados e igualmente estará esgotada a obrigação com o cumprimento do objeto explicitado. Necessidades constantes e sempre renovadas impõem ao cliente o encargo de avaliar a conveniência de ter uma assistência jurídica permanente, o que implica em decidir a melhor forma de contratação. Empregar o advogado implica em ter uma relação vinculada ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho, com todos os ônus que tipificam esse tipo de contrato. Manter uma relação de natureza meramente civil, independente, sem vínculo de emprego, é outra opção que se apresenta conveniente, liberando o cliente de determinadas preocupações e rotinas que são próprias da relação de emprego.

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Adotado o regime de prestação de serviços sem vínculo, mediante a paga de uma remuneração fixa ou variável, mas previamente pactuada em contrato, para o atendimento continuado ao cliente, resta caracterizada a advocacia de partido. Assevera a respeito Paulo Luiz Netto Lobo1 que “a chamada advocacia de partido típica não se inclui na relação de emprego, em princípio. Entende-se como tal a remuneração predeterminada e periódica, independentemente do montante de serviços profissionais prestados pelo advogado no respectivo período. A remuneração é também devida quando nenhum serviço tenha sido executado. Salvo a remuneração, nenhum outro pressuposto da relação de emprego se apresenta. ...”.

Advocacia de partido e relação de emprego

Examinadas as disposições inscritas no Estatuto da Advocacia – Lei 8.906/94 – nelas não se observam normas que, de forma expressa, explícita e exclusiva, se refiram diretamente à advocacia de partido, fazendo uso desta expressão. Regulamenta-se, é certo, em determinado momento do Estatuto, a atividade de advocacia quando exercitada com vínculo de emprego nos moldes estatuídos pela Consolidação das Leis do Trabalho, sem afastar, contudo, a possibilidade de preservação da relação mantida de forma independente e desvinculada desse regime, a denominada advocacia de partido, exercitada de forma tradicional pelo profissional liberal. Questão relevante neste contexto, diz respeito à diferenciação entre uma e outra situação. “A relação de emprego entre o advogado e o seu empregador opera-se nos moldes estabelecidos pela CLT, submetendo-se, com as adaptações necessárias, aos mesmos requisitos, ou seja, exige a prestação de serviços de natureza não eventual, sob dependência e mediante o pagamento regular de salário (CLT: art. 2º).”2 A advocacia de partido não admite e não se compatibiliza a tais requisitos, afastando o vínculo de emprego quando não estejam presentes os elementos típicos informados no art. 2º da CLT3. Note-se, demais disso, que a formação da relação contratual entre o advogado e seu empregador imporá a observância de todas as normas e rotinas usualmente exigidas para os demais empregados da empresa, incluindo-se, dentre as providências necessárias, a apresentação de carteira de trabalho e o correspondente lançamento dos dados alusivos à contratação pactuada.

1 “Comentários ao Estatuto da Advocacia”. 2ª ed. Brasília-DF: Editora Brasília Jurídica, 1996. p.

100. 2 NÓBREGA, Airton Rocha. Advogado Empregado. Jornal Trabalhista Consulex. Brasília-DF:

Editora Consulex. - nº 811, 8 de maio de 2000 – p. 5/6. 3 Inexistindo a subordinação no "contrato de advocacia de partido", não resta configurada a

relação de emprego (TRT/DF, RO 1.352/94, Herácito Pena Júnior, Ac. 1ª T. 1.167/94).

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O dever ético de bem orientar o cliente

O profissional da advocacia, em tais circunstâncias, tem o dever de bem informar e orientar o seu cliente, sem jamais admitir que incorra em erro quanto à natureza da relação mantida. Reclamações trabalhistas futuras caracterizam grave falta ética e exigem a punição do profissional que, detendo o conhecimento da lei, aceita vínculo de forma imprópria para ao depois buscar eventual correção e direitos por meio de ação judicial.4

Colhe-se no Código de Ética e Disciplina da OAB, editado por ato do Conselho Federal em data de 13 de fevereiro de 1995, que “o advogado deve informar o cliente, de forma clara e inequívoca, quanto a eventuais riscos da sua pretensão e das conseqüências que poderão advir da demanda”(art. 8º). Consagra-se, nesse dispositivo, a obrigação que detém cada profissional da advocacia de bem orientar o seu cliente, não só quando em juízo, mas em toda e qualquer situação em que se exija o seu pronunciamento técnico. E não teria sentido exigir-se postura diversa, pois ao contratar o advogado o que deseja o cliente é ter uma orientação segura, que melhor se adeqüe ao caso em exame, minimizando riscos e custos. Se assim deve ser em relação a terceiros, com maior razão ainda o será quando se trate do pacto celebrado com o próprio advogado. Jamais se poderá entender como correta, legítima e ética a postura do profissional da advocacia que, convidado a atuar de determinado modo, venha a silenciar, aceitando e até orientando acerca do desenvolvimento da relação, para, no futuro, alegar que detinha ela natureza diversa daquela retratada em documentos sugeridos e lavrados pelo próprio advogado. Ora, isso implica em atuação dolosa, intencional, maliciosa do profissional, caracterizando conduta que, completamente distanciada daquela que seria de esperar em favor do cliente, apenas se presta a onerá-lo e a prejudicá-lo, malferindo, em conseqüência, a idoneidade do advogado.

4 “Advogado. Contrato de prestação de serviços. Vínculo empregatício. Sendo o autor

advogado militante, com escritório profissional nesta cidade e pleno conhecedor das leis e normas contratuais, bem estava consciente da natureza do pacto que regeria as relações com seu cliente, ao assinar o contrato de prestação de serviço. É plausível a alegação contestatória no sentido de que, nesta qualidade, caso o relacionamento enveredasse pelos caminhos previstos nas leis trabalhistas, deveria ter dialogado com a outra parte para os termos do contrato firmado não fossem estabelecidas, até por uma questão de ética profissional. Impossível, por outro lado, a declaração de existência de vínculo empregatício ante a ausência das características próprias dessa relação. Ac. TRT 10ª Reg. 3ª T (RO 5747/94), Rel. Juiz Francisco Leocádio, DJ/DF 15/12/95, p. 19173.” (cf. B. Calheiros Bomfim, Silvério dos Santos e Cristina K. Stamato – “Dicionário de Decisões Trabalhistas” – 26ª ed. – pág. 28). (Grifou-se).

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Não se pode admitir e aceitar jamais esse tipo de postura que apenas desmerece a atividade profissional de advocacia e implica em desprestígio para toda a classe, além de criar para o cliente um risco descabido. Não se procura um advogado para ter, ao depois, que enfrentá-lo na Justiça para discutir a existência de uma relação de natureza diversa daquela por ele próprio sugerida, recomendada, aceita e preservada sem qualquer oposição. A advocacia de partido caracteriza-se, pois, por não reunir os elementos típicos da relação de emprego. O advogado presta os seus serviços de forma continuada, mediante a paga de uma remuneração previamente ajustada com o cliente, sem estar submetido a jornada de trabalho, controle de horário, subordinação jurídica ao empregador etc. Normalmente o atende em seu próprio escritório para onde são remetidos os assuntos que lhe incumbirão examinar.

A delimitação dos serviços. Consultoria e atuação em juízo.

Firmada a opção no sentido de adotar-se, como mecanismo de contratação, a advocacia de partido, imperioso delimitar os serviços a serem prestados, indicando as áreas de atuação (cível, trabalhista, criminal, tributária etc), bem como se esta compreenderá, além de atividades de consultoria e assessoria, a militância forense propondo ações, formulando defesas e acompanhando os feitos até encerramento, compreendendo-se, nesse contexto, a execução e posterior arquivamento e baixa na distribuição.

O acerto de honorários e honorários de sucumbência

A advocacia de partido exige, assim como em qualquer outra relação de advocacia, a prévia discussão de verba honorária a ser paga ao profissional5. Discutir o assunto com o cliente é, portanto, uma condição ética necessária e indispensável, especialmente porque impede, no futuro, o debate de questões relacionadas a esse aspecto, visando, em especial, fixar o valor a ser pago, assim como a sua periodicidade. Normalmente, tais estipulações adotam o critério de quitação mensal da verba pactuada. O montante devido depende necessariamente das atividades a serem desempenhadas, do nível de comprometimento do profissional, da sua experiência etc.

5 Código de Ética e Disciplina - Art. 35. Os honorários advocatícios e sua eventual

correção, bem como sua majoração decorrente do aumento dos atos judiciais que advierem como necessários, devem ser previstos em contrato escrito, qualquer que seja o objeto e o meio da prestação do serviço profissional, contendo todas as especificações e forma de pagamento, inclusive no caso de acordo.

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Parâmetros para a fixação dos honorários, que bem se adequam a esse tipo de relação contratual, são indicados no artigo “Honorários Advocatícios e Contrato de Honorários”6, nele restando abordados aspectos alusivos à estipulação e ao momento de negociação da remuneração com o cliente. Oportuno asseverar que “os honorários incluídos na condenação, por arbitramento ou sucumbência, pertencem ao advogado, tendo este direito autônomo para executar a sentença nesta parte, podendo requerer que o precatório, quando necessário, seja expedido em seu favor” (Lei 8.906/94 - art. 23). Torna-se possível pactuar a respeito, dispondo-se, em contrato, de forma diversa daquela indicada na disposição legal ora referida.

O contrato de prestação de serviços profissionais

Celebrar contrato com vista a regular a relação profissional é outra condição que não admite descuido do profissional da advocacia. O cliente se sente seguro com a estipulação formal de condições que se prestam a orientar o desenvolvimento da relação entre ambos. A estrutura e o conteúdo do contrato de prestação de serviços pode observar o modelo que a seguir se oferta e onde estão contempladas disposições que, regulando a relação contratual, fixam condições de pagamento por horas prestadas, sem a estipulação de um valor mensal fixo.

* * *

6 Revista Prática Jurídica – Ano I – nº 4 – p. 13/17 - Brasília-DF: Editora Consulex, julho

de 2002

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ASSISTÊNCIA JURÍDICA A EMPRESA EM

REGIME DE HORAS TRABALHADAS

CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE

ASSESSORIA, CONSULTORIA E ASSISTÊNCIA NA ESFERA

JUDICIAL.

I.I.I.I. CONTRATANTECONTRATANTECONTRATANTECONTRATANTE::::

MÁXIMO MÁXIMO MÁXIMO MÁXIMO –––– INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDAINDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDAINDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDAINDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA, sociedade por quotas de responsabilidade limitada, inscrita no CNPJ sob o nº 00.666.888/0001-90,sediada no SCS – Edifício Vinicius de Morais, 12º andar – salas 1212 a 1216 – Brasília – Distrito Federal, Telefone: (61) 445-9900 – Fax: (61) 446-7676, doravante denominada simplesmente CONTRATANTE, neste ato por seu representante legal infra-assinado.

II.II.II.II. CONTRATADACONTRATADACONTRATADACONTRATADA::::

TEXUGUEIRO E PATACA ADVOGADOS ASSOCIADOSTEXUGUEIRO E PATACA ADVOGADOS ASSOCIADOSTEXUGUEIRO E PATACA ADVOGADOS ASSOCIADOSTEXUGUEIRO E PATACA ADVOGADOS ASSOCIADOS,,,, sociedade de advogados regularmente instituída nos moldes em lei definidos, com inscrição junto ao Conselho Seccional da OAB/DF sob o nº 1200, inscrita no CNPJ sob o nº 01.486.458/0001-65,sediada no SCN – Quadra 03, Lote 02 – Ed. Trade Center, 8º andar - Conjunto 801 – Brasília – Distrito Federal – Telefone: (61) 329-2020 – Fax: (61) 329-1010, neste ato representada, conforme previsto e autorizado em seus atos constitutivos, pelo sócio ADEGESTO P. PATACA, brasileiro, casado, advogado, inscrito na OAB/DF sob o nº 70.800.

III.III.III.III. DISPOSIÇÕESDISPOSIÇÕESDISPOSIÇÕESDISPOSIÇÕES CONTRATUAISCONTRATUAISCONTRATUAISCONTRATUAIS

Pelo presente instrumento e na melhor forma de direito, as partes anteriormente individuadas e devidamente qualificadas, resolvem celebrar o presente CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE ASSESSORIA, CONSULTORIA E ASSISTÊNCIA NA ESFERA JUDICIAL, que será em tudo regido por preceitos de direito privado e pelas condições constantes das cláusulas que, a seguir, mutuamente se outorgam e aceitam nos seguintes termos:

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1. DO OBJETO:

1.1. O presente contrato visa a disciplinar a prestação de serviços de advocacia pela CONTRATADA, nas esferas judicial e extrajudicial, compreendendo as atividades de assessoria e consultoria jurídicas, bem como a atuação em questões judiciais propostas a favor e contra a CONTRATANTE, consoante vier a ser oportunamente solicitado.

2. DAS ATIVIDADES ABRANGIDAS

2.1. A atuação da CONTRATADA abrangerá as atividades relacionadas a toda e qualquer demanda e/ou medida administrativa ou judicial em andamento ou que vier a ser proposta, envolvendo a atuação na esfera judicial, os diversos graus de jurisdição, até final encerramento das demandas.

3. DA ATUAÇÃO E DAS RESPONSABILIDADES DA CONTRATADA:

3.1. A CONTRATADA assume o compromisso de bem executar as atribuições que ora se acham descritas no presente instrumento contratual, adotando, para esse efeito, todo o cuidado e diligência recomendados pela boa técnica profissional, formulando os requerimentos e adotando as providências que, em cada caso, se mostrem mais adequadas e oportunas à proteção dos interesses do CLIENTE.

3.2. A CONTRATADA será diretamente responsabilizada, consoante

previsão inscrita no art. 32 da Lei 8.906, de 04 de julho de 1994 (Estatuto da Advocacia), pelos atos que, no exercício das atividades pactuadas, praticar com dolo ou culpa, gerando, comprovadamente, danos ao CLIENTE.

4. DA REMUNERAÇÃO:

4.1. A título de remuneração pelos serviços ora propostos, compreendendo todos os atos anteriormente referidos, pactuam as partes que fará jus a CONTRATADA à verba honorária que será calculada e paga da seguinte forma: 4.1.1. Faturamento de horas trabalhadas – as horas efetivamente

dedicadas à resolução de assuntos de interesse da CLIENTE serão apuradas e discriminadas em fatura de prestação de serviços com periodicidade mensal, adotando-se, para esse efeito, o valor-hora que variará, conforme o profissional envolvido em sua execução, de R$ 100,00 (cento reais) a R$ 300,00 (trezentos reais).

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4.1.2. O valor-hora indicado levará em conta a qualificação do

advogado que venha a desenvolver o encargo de interesse da CLIENTE, conforme se trate de profissional sênior, pleno ou júnior.

4.2. Pactuam as partes que somente serão consideradas para o efeito

de faturamento as atividades diretamente relacionadas aos assuntos de interesse do cliente, compreendendo-se como tal a elaboração de peças e petições em geral, a pesquisa e estudo dos temas, a atuação em audiências, a realização de visitas com vista ao acompanhamento, a participação em sessões de julgamento.

4.3. Não se incluem nesse âmbito, simples contatos com vista à transferência do assunto à CONTRATADA, a solicitação ou a prestação de informações sobre os respectivos andamentos, telefonemas, expedição de mensagens por correio eletrônico, a solicitação de dados etc.

4.4. A quitação de horas trabalhadas será feita mediante apresentação de fatura discriminada com indicação das atividades realizadas no mês de competência, devendo ser quitada pela CLIENTE até o 5º (quinto) dia útil do mês seguinte.

4.5. Os honorários de sucumbência eventualmente fixados em

qualquer demanda em que venha a atuar a CONTRATADA a ela serão pertencentes.

4.6. Além das verbas ora pactuadas nenhuma outra será devida ao

CONTRATADA, nada mais podendo ser exigido a esse título. 5. DA RESCISÃO E DA DENÚNCIA DO CONTRATO

5.1. O presente contrato será considerado automaticamente rescindido

na hipótese de descumprimento de qualquer de suas cláusulas ou condições, devendo a parte que a tanto der causa indenizar a outra pelos prejuízos comprovadamente verificados.

5.2. Fica facultado às partes, a qualquer momento, a extinção

unilateral do presente contrato e dos encargos dele resultantes, devendo o ato de denúncia ser formalizado mediante correspondência dirigida à outra com a antecedência mínima de 30 (trinta) dias.

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5.3. Operando-se a rescisão do contrato ou a sua denúncia unilateral,

deverão as partes verificar os serviços prestados e em conseqüência, fixar os honorários que eventualmente ainda devam ser satisfeitos para o futuro.

6. DO SIGILO PROFISSIONAL

A CONTRATADA acha-se legalmente vinculada ao dever de resguardar o sigilo profissional, preservando todas as informações recebidas do CLIENTE e delas fazendo uso nos limites da necessidade da defesa.

7. DAS DESPESAS COM CUSTAS, DILIGÊNCIAS, PERÍCIAS E

OUTROS ENCARGOS Incumbe ao CLIENTE responder pelo pagamento de todas as despesas processuais acaso necessárias e quando exigíveis, compreendendo custas, honorários periciais, diligências e demais consectários de eventual sucumbência, devendo, para esse efeito, antecipar os recursos que venham a ser solicitados. A realização de diligências fora do local das prestação dos serviços, quando e se forem necessárias, serão custeadas previamente pelo CLIENTE, mediante a antecipação de recursos.

8. DA NATUREZA DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS

Os serviços ora propostos são regidos pelas disposições do Código Civil brasileiro, não havendo, entre as partes, relação de emprego nos moldes definidos pela Consolidação das Leis do Trabalho, nada podendo, pois, ser exigido a esse título.

9. DO FORO

Elegem as partes o foro da circunscrição especial judiciária de Brasília.

E COMO PROVA DE ASSIM HAVEREM LIVREMENTE PACTUADO, FIRMAM O PRESENTE CONTRATO EM DUAS (2) VIAS DE IGUAL TEOR E FORMA, PERANTE DUAS TESTEMUNHAS.

BRASÍLIA-DF, 08 de outubro de 2002.

CONTRATANTECONTRATANTECONTRATANTECONTRATANTE::::

CONTRATADOCONTRATADOCONTRATADOCONTRATADO::::

TESTEMUNHASTESTEMUNHASTESTEMUNHASTESTEMUNHAS::::

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PRÓXIMO NÚMERO

ADVOGADO EMPREGADO Garantias Mínimas Asseguradas na Legislação