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1 Apostila de Farmacotécnica

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Apostila de

Farmacotécnica

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Introdução a Farmacotécnica Definições Michaelis: sf (fármaco+tecno+ia1) Tratado das preparações farmacêuticas. 1 – A farmacotécnica é um ramo da farmácia, praticada por profissionais farmacêuticos, e tem como objeto a manipulação dos princípios ativos para a fabricação de medicamentos. Nesta área estuda-se o desenvolvimento de novos produtos e sua relação com o meio biológico, técnicas de manipulação, doses, as formas farmacêuticas, as interações físicas e químicas entre os princípios ativos e entre os princípios ativos e os excipientes e veiculos. 2 - Farmacotécnica é a área do conhecimento que estuda as formulações, a preparação, estabilidade, dispensação e eficácia das formas farmacêuticas. 3 - Trata-se de uma parte da Farmacologia que cuida das drogas, transformando-se nas várias formas farmacêuticas utilizadas na prevenção, diagnóstico e cura das doenças. Esta transformação visa à administração, assegurando uma perfeita eficácia terapêutica e conservação. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FARMACOTÉCNICA

• China 2.600 anos atrás: preparavam remédios extraídos de plantas. • Egito mil anos depois: utilizavam sais de chumbo, cobre e ungüentos feitos com a gordura de vários

animais, como hipopótamo, crocodilo e cobra. • Grécia: Hipócrates, ao sistematizar os grupos de medicamentos - narcóticos febrífugos e purgantes -

inaugura uma nova era para a cura • O primeiro documento farmacêutico data de cerca de 2500 a.C.

Na Antiguidade a Medicina e a Farmácia eram uma só profissão, mas na antiga Roma começou a separação daqueles que diagnosticavam a doença, daqueles que misturavam matérias para produzir porções de cura, era a época de Hipócrates e de Galeno.

• Hipócrates (Pai da Medicina) Patologia geral � apepsia (desequilíbrio) � pepsis (febre, inflamação e pus) � crisis ou lysis (eliminação)

• Galeno (Pai da Farmácia).

• Combatia as doenças por meio de substâncias ou compostos que se opunham diretamente aos sinais e sintomas das enfermidades.

É precursor da alopatia. Galeno (200 – 131 a.C.)

• Escreveu bastante sobre farmácia e medicamentos, e em suas obras se encontraram cerca de quatro centenas e meia de referências a fármacos.

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• Elaborou uma lista de remédios vegetais, conhecidos como "galênicos", a maioria dos quais era composta com vinho.

• Observador e metódico classificou e usou magistralmente as ervas. Fazia preparações denominadas "teriagas" feitas com vinho e ervas.

• Arábia: século II, os árabes fundaram a primeira escola de farmácia de que se tem notícia, criando inclusive uma legislação para o exercício da profissão.

• Espanha e França: século X, criadas as primeiras boticas ou apotecas - eram as precursoras das farmácias atuais.

• Cabia aos boticários conhecer e curar as doenças, e para o exercício da profissão deviam cumprir uma série de requisitos e ter local e equipamentos adequados para a feitura e guarda dos remédios.

• Século XVI: o estudo dos remédios ganha impulso notável, com a pesquisa sistemática dos princípios ativos das plantas e dos minerais capazes de curar doenças.

• Constatada a existência de microorganismos úteis e nocivos. • Com o tempo, foi implantada no mundo a indústria farmacêutica e, com ela, novos

medicamentos são criados e estudos realizados, em velocidade espantosa. HISTÓRIA DA FARMÁCIA NO BRASIL

• Governador geral Thomé de Souza trouxe de Portugal o 1° Boticário Diogo de Castro. • No Brasil colônia, medicamentos e outros produtos com fins terapêuticos podiam ser comprados em

boticas. • O boticário em frente ao doente manipulava e produzia medicamentos, de acordo com a

farmacopéia e a prescrição dos médicos. • Nos locais distantes eram vendidos por mascates • Foram os primeiros a instituir enfermarias e boticas em seus colégios, tornando-se especialistas em

preparo de remédios, principalmente os feitos à base de plantas medicinais. • Era nos colégios que a população encontrava os medicamentos, vindos de Portugal ou preparados

pelos próprios jesuítas. • Em 1640, as boticas foram autorizadas a funcionar como comércio e se multiplicaram em toda a

colônia. • Com o tempo, foram surgindo outros componentes de remédios, como mercúrio, arsênico e ópio.

FORMAS FARMACÊUTICAS São também designadas por formas galênicas ou formas medicamentosas. Exemplos: pós, comprimidos, xaropes, pomadas, colírios, supositórios, etc. É o resultado de várias operações a que se submetem as substâncias medicamentosas a fim de facilitarem a sua posologia, administração, mascarar os caracteres organolépticos e assegurar a ação desejada. Compete à Farmacotécnica estudar a forma farmacêutica mais adequada e o melhor meio de se conservar os medicamentos, de modo a prolongar, na medida do possível, o seu período de utilização. OBJETIVO: Preparar, conservar, acondicionar e dispensar medicamentos, dosados com exatidão e apresentados sob uma forma que facilite a sua administração. CONCEITOS EM FAMACOTÉCNICA F.S.A.:

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4 Fiat Seumdem Artem – Faça Segundo a Arte nestas três letras está a síntese da manipulação farmacêutica e a arte e a ciência de manipular medicamentos para pacientes com necessidades especiais. FARMÁCIA GALÊNICA: Termo introduzido no século XVI, que significava a “farmácia dos medicamentos complexos”, que pretendia se opor ao termo “Farmácia Química” ou ”Ramo Farmacêutico” que se ocupava da preparação de medicamentos contendo substâncias quimicamente definidas. O termo “Farmácia Galênica” representa uma homenagem ao médico-farmacêutico, Claudius Galenus, que viveu em Roma no século II de nossa era. Fixou-se em Roma no Império de Marco Aurélio a fim de controlar a peste. MEDICAMENTO COMPLEXO: Resultado da transformação dos produtos naturais em preparações farmacêuticas com possibilidade de administração. Porém se esta transformação originasse uma substância quimicamente definida, designava-se medicamento químico. Durante muitos anos as substâncias medicamentosas existentes eram exclusivamente de natureza animal, vegetal ou mineral. Posteriormente, com o isolamento dos princípios ativos, o homem teve a tentação de começar a substituí-los. Razões de ordem econômica e a facilidade de preparação têm levado à substituição quase que sistemática das antigas fórmulas pelos seus componentes principais isolados ou por síntese.

As tendências mais recentes da Farmacotécnica a serviço da preparação, maior eficácia terapêutica e segurança podemos citar a Biofarmácia e a Farmácia Clínica. BIOFARMÁCIA: Determina as relações entre as propriedades físico-químicas dos fármacos, forma de administração e os efeitos biológicos observados. FARMÁCIA CLÍNICA: Com o aparecimento de novos fármacos, cada vez mais potentes, obriga a cuidados particulares no que diz respeito às incompatibilidades físicas, químicas e biológicas a que podem dar origem. A farmacovigilância atua a nível ambulatorial ou hospitalar, “competindo-lhe toda a atividade tendente a obter indicações sistemáticas sobre ligações de causalidade provável entre medicamentos e reações adversas”. (OMS; 1972). Observa-se assim a evolução natural da Farmácia Galênica, que, de arte servindo-se do empirismo, passou a ciência complexa e multifacetada, começando a ser encarada e orientada em bases completamente novas, em que a preparação do medicamento nunca pode ser apreciada independentemente do fim a que se pretende. Água purificada: é aquela que atende às especificações farmacopéicas para este tipo de água. Ajuste: operação destinada a fazer com que um instrumento de medida tenha desempenho compatível com o seu uso, utilizando-se como referência um padrão de trabalho (padrão de controle). Ambiente - espaço fisicamente determinado e especializado para o desenvolvimento de determinada(s) atividade(s), caracterizado por dimensões e instalações diferenciadas. Um ambiente pode se constituir de uma sala ou de uma área. Conceitos segundo a RDC 67/2007 – serão vistos posteriormente. Área - ambiente aberto, sem paredes em uma ou mais de uma das faces. Área de dispensação: área de atendimento ao usuário destinada especificamente para a entrega dos produtos e orientação farmacêutica. Assistência farmacêutica: conjunto de ações e serviços relacionadas com o medicamento destinadas a apoiar as ações de saúde demandadas por uma comunidade. Envolve o abastecimento de medicamentos em todas e em cada uma de suas etapas constitutivas, a conservação e controle de qualidade, a segurança e a eficácia terapêutica dos medicamentos, o acompanhamento e a avaliação da utilização, a obtenção e a difusão de informação sobre medicamentos e a educação permanente dos profissionais de saúde, do paciente e da comunidade para assegurar o uso racional de medicamentos. MEDICAMENTO E REMÉDIO

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5 A palavra remédio é empregada num sentido amplo e geral, sendo aplicada a todos os meios utilizados com o fim de prevenir ou de curar as doenças. Deste modo, são remédios não só os medicamentos, mas também os agentes de natureza física ou psíquica a que se recorre na terapêutica. Exemplos de agentes físicos: climatoterapia, radioterapia, termo terapia, cinesisterapia, eletroterapia. Exemplos de agentes psíquicos: ação psicológica desempenhada pelo método ou pelo psicólogo junto ao paciente. Pode ir desde a simples confiança que lhe traz calma e bem estar até mesmo à psicanálise. Observação: Medicamentos utilizados com fins diagnósticos não podem ser considerados REMÉDIOS, já que esta palavra implica as idéias de profilaxia ou de cura. MEDICAMENTO, ALIMENTO e VENENO Dependendo das circunstâncias e da quantidade administrada, um dado medicamento pode tornar-se um veneno, ou um alimento pode funcionar como agente de cura. PRAZO DE VALIDADE. Período de tempo mais ou menos longo, que dependente do processo de conservação, onde o medicamento passa a perder progressivamente a sua atividade. Na prática, considera-se que um medicamento perdeu a sua validade quando foram destruídos mais de 10 ou 15% dos seus princípios ativos. Por este motivo os medicamentos devem ser verificados de modo a garantir a sua potência inicial e a determinar-se qual o grau de destruição dos seus princípios ativos com o passar do tempo. FÓRMULA OU FORMULAÇÃO Representa o conjunto dos componentes de uma receita prescrita pelo médico, ou então a composição de uma especialidade farmacêutica. COMPONENTES DE UMA FORMULAÇÃO Em uma fórmula complexa o médico pode indicar além dos componentes ativos, os componentes inertes que devem entrar na formulação (adjuvantes). Adjuvantes - fármacos auxiliares. Pode exercer um efeito solubilizante, conservante, edulcorante, aromatizante. Em regra geral, não modificam o efeito farmacológico dos princípios ativos. Veículo ou Excipiente - são destituídos de atividade e têm como função dar corpo aos fármacos, diluindo-os à concentração conveniente ou proporcionando maior facilidade de administração. Obs.: Veículo (líquido) Excipiente (sólido). RECEITA MÉDICA Recipe (Latim) - conjunto de indicações escritas pelo médico ou veterinário ao farmacêutico, para a preparação e entrega de um medicamento. Usualmente comporta também instruções para o paciente quanto ao modo de administração ou uso do medicamento prescrito. Conteúdo de uma Receita Nome do paciente, fármacos utilizados e suas quantidades, forma farmacêutica pretendida, indicação quanto à administração do medicamento, nome, endereço e assinatura do médico. O médico deverá indicar de forma explícita, qual o fármaco ou os fármacos constituintes e qual a sua quantidade. Se em um ou mais casos ultrapassar as doses consideradas máximas, deverá demonstrar que têm plena consciência de fato, escrevendo por extenso e sublinhando as quantidades pretendidas. Depois de indicar a composição pretendida, o médico menciona a forma farmacêutica desejada. Algumas vezes as quantidades indicadas referem-se a várias unidades galênicas. Ex.: 12 papéis, 5 supositórios, 6 comprimidos. Outras vezes menciona-se o quantitativo para uma unidade indicando-se depois, o número de unidades pretendidas. Ex.: 1 cápsula. CLASSIFICAÇÃO DOS MEDICAMENTOS

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6 Como se sabe a palavra MEDICAMENTO indica uma droga ou uma preparação com drogas de ação farmacológica benéfica, quando utilizada de acordo com suas indicações e propriedades. Medicamento Simples - aqueles preparados a partir de 1 único fármaco. Ex.: xarope de vitamina C, pomada de Cânfora. Medicamento Composto - são aqueles preparados a partir de vários fármacos. Ex.: a) Injetável de penicilina G + Estreptomicina. Ex.: b) Comprimido de Ácido Salicílico + Cafeína. Medicamento de Uso Externo - são aqueles aplicáveis na superfície do corpo ou nas mucosas facilmente acessíveis ao exterior. Ex.: Cremes de Calêndula, Xampu de Piritionato de Zinco. Medicamentos de Uso Interno - são aqueles que se destinam à administração no interior do organismo por via bucal e pelas cavidades naturais (vagina, nariz, ânus, ouvido, olhos, etc.). Medicamentos Oficiais - são aqueles oficializados nas monografias presentes nas Farmacopéias. Medicamentos Oficinais - são aqueles preparados na própria farmácia, de acordo com normas e doses estabelecidas por Farmacopéias ou formulários e com uma designação uniforme. Ex.: Tintura de Iodo, Elixir Paregórico. Medicamentos Especializados de Especialidades Farmacêuticas - são medicamentos de fórmula conhecida, de ação terapêutica comprovável, em forma farmacêutica estável, embalado de modo uniforme e comercializado com um nome convencional. A especialidade farmacêutica é industrializada e sua fabricação obedece a regulamento de natureza governamental. Ex.: Comprimidos de Aspirina. Medicamento Magistral - são aqueles medicamentos prescritos pelo médico e preparados para cada caso, com indicação de composição qualitativa e quantitativa, da forma farmacêutica e da maneira de administração. Medicamento Placebo - são substâncias ou preparações inativas administradas para satisfazer a necessidade psicológica do paciente de tomar drogas. Medicamentos Alopáticos - são aqueles que tratam as doenças produzindo uma condição de antagonistas; incompatíveis com o estado patológico a ser tratado. “Cura provocando uma ação diferente no corpo”. Medicamentos Homeopáticos - são aqueles que promovem uma condição semelhante com o estado patológico a ser tratado. “Tratam o indivíduo, e não a doença em primeiro lugar.” FARMACOPÉIAS Código Farmacêutico Oficial inscrito com a finalidade de regulamentar e imprimir rigor científico e uniformidade às práticas farmacêuticas, selecionando técnicas e métodos que sirvam de norma legal à preparação, caracterização, ensaio e doseamento das matérias primas empregadas e dos produtos acabados. HISTÓRICO

• Farmacopéias regionais nem sempre oficializadas (séc. XVIII). • Farmacopéias nacionais oficiais (fim do séc. XVIII e início do séc. XIX). • Brasil adotou a Farmacopéia Portuguesa até a Independência. • Adotou a Farmacopéia Francesa até que a brasileira fosse publicada

FARMACOPÉIAS BRASILEIRAS 1ª. Edição (1926) 2ª. Edição (1959) 3ª. Edição (1976) 4ª. Edição (1988) Todas as Farmacopéias possuem “métodos gerais” preconizados e em seguida as monografias; com exceção da 4ª. Edição que contém apenas as generalidades e métodos gerais de análise. Não possui monografias de matérias primas e especialidades farmacêuticas. FORMULÁRIOS Ao lado das Farmacopéias existem os formulários de índole galênica, oficializados em muitos países e dotados de caráter nacional, ou restritos a determinados serviços.

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7 Em alguns países da América do Norte e na Grã-Bretanha, a publicação dos formulários nacionais é acompanhada das respectivas Farmacopéias. Nos E.U.A têm sido publicados, regularmente diversos formulários nacionais. O último National Formulary XXII foi oficializado juntamente com a revisão da USP XXII. No Brasil também têm sido publicados alguns formulários, com exemplo o Formulário Homeopático Brasileiro. Droga - produto simples ou complexo que poderá ser utilizado como matéria prima para o uso farmacêutico, podendo este ser de origem vegetal, mineral ou animal. Ex.: mel, cera de abelha, fenol, sulfato de cobre, beladona. Fármaco - todas as drogas utilizadas em farmácia e dotadas de ação farmacológica ou, pelo menos de interesse médico. Poderíamos dizer então, que o conceito de droga abrange o de Fármaco ou que o Fármaco é um tipo especial de droga. Medicamento - “Toda a substância que administrada convenientemente ao organismo enfermo possa aliviar ou curar o seu estado patológico.” “Qualquer substância simples ou complexa que aplicada no interior ou no exterior do corpo do homem ou do animal possa produzir efeito curativo ou preventivo”. “Toda a substância ou conjunto de substâncias que se administrem com fins terapêuticos.” Remédio - são todos os meios utilizados com o fim de prevenir ou de curar as doenças.

CALCULOS FARMACÊUTICOS

SISTEMA MÉTRICO

Definição: É o sistema decimal de pesos e medidas.

Submúltiplos

Prefixo Significado Valor

Atto Um quintilionésimo 10-18

Femto Um quatrilionésimo 10-15

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Pico Um trilionésimo 10-12

Nano Um bilionésimo 10-9

Micro Um milionésimo 10-6

Mili Um milésimo 10-3

Centi Um centésimo 10-2

Deci Um décimo 10-1

Múltiplos

Prefixo Significado Valor

Deca 10 vezes 10

Hecto 100 vezes 102

Quilo 1.000 vezes 103

Miria 10.000vezes 104

Mega 1 milhão de vezes 106

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Giga 1 bilhão de vezes

Tera 1 trilhão de vezes

peta 1 quatrilhão de vezes

exa 1 quintilhão de vezes

Discussão Neste sistema com base decimal, o valor de um número pode ser alterado por um fator de 10, mediante o deslocamento de uma posição da vírgula. Escala de equivalência métrica de massa pelo deslocamento decimal Para alterar uma unidade métrica para a próxima denominação menor, deslocamos a vírgula para a Para alterar uma unidade métrica para a próxima denominação menor, deslocamos a vírgula para a ESQUERDA.

1 bilhão de vezes 109

1 trilhão de vezes 1012

1 quatrilhão de vezes 1015

1 quintilhão de vezes 1018

Neste sistema com base decimal, o valor de um número pode ser alterado por um fator de 10, mediante o deslocamento de uma posição da vírgula.

Escala de equivalência métrica de massa pelo deslocamento decimal

métrica para a próxima denominação menor, deslocamos a vírgula para a

Para alterar uma unidade métrica para a próxima denominação menor, deslocamos a vírgula para a

9

Neste sistema com base decimal, o valor de um número pode ser alterado por um fator de 10, mediante o

métrica para a próxima denominação menor, deslocamos a vírgula para a DIREITA.

Para alterar uma unidade métrica para a próxima denominação menor, deslocamos a vírgula para a

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10 Unidades métricas de peso e volume e seus equivalentes mais usadas na prática farmacêutica 1 miligrama (mg) = 1.000 microgramas (mcg ou µg) 1 grama (g) = 1.000 miligramas = 1.000 micrograma 1 quilograma (Kg) = 1.000 gramas 1 litro (L) = 1.000 mililitros (mL) 1 decilitro (dL) = 100 mililitros Notas 1 - O metro quadrado (m2) e o centímetro cúbico (cm3 ou cc) pode ser adicionado em aplicações específicas. 2 - O mililitro é tão próximo do volume do centímetro cúbico que para fins práticos são consideradas unidades equivalentes. 1mL = 1cc ou cm3 3 – Como já vimos o sistema métrico é de fácil manuseio pôr um simples erro de uma vírgula implica no aumento da dose em 10 vezes o seu valor que dependendo da droga pode levar a óbito, assim como para menor pode levar a não efetivação do efeito o que pode ocasionar a perca da confiança por parte do paciente, medico familiares etc. Cabe, portanto ao farmacêutico treinar e avaliar sua equipe técnica dentro do sistema métrico

SISTEMAS COMUNS Divisão: Sistema Apotecário Sistema Avoirdupois.

Sistema Apotecário É o sistema de pesos e medidas tradicional e historicamente empregados em farmácia.

Sistema Avoirdupois É o sistema comercial, no qual as mercadorias são adiquiridas por pesagem. Sistema Apotecário

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11 É expresso por unidades denominados:

• minim ( ) • grão ( G ) • escrópulo ( ℈ )

• dracma ( ʒ ) • onça ( ℥ ) • libra ( ℔ )

Sistema Apotecário O sistema está relacionada com o Inglês usam a mesma massa de um grão. Às vezes "pa" é acrescentado à frente da unidade para identificá-lo como parte do sistema apotecário (apothecaries sistem) países europeus. Nos Estados Unidos, ainda é por vezes utilizado, por exemplo, com medicamentos prescritos sejam vendidos em seis onças (℥ vi)

Sistema Apotecário Tabela de Conversão

Unidade Symbol Símbolo Division Divisão Grains Grãos Grams Gramas

Pound Libra

lb LB

12 onças 5760 373.241 72

Onça ℥ ℥

8 DRAM 480 31.103 477

Dram ʒ Ʒ

3 escrúpulos 60 3.887 9346

Scruple ℈ ℈

20 grãos 20 1.295 9782

Grain gr. Gr.

1 0.064 79891

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Sistema Avoirdupois O sistema avoirdupois emprega três unidades de massa o grão (gr), a onça (oz) e a libra (lb). TABELA DE CONVERSÃO

Equivalente de conversão de comprimento

1m 39,37 in (polegadas)

1 in (polegada) 2,54 cm

Equivalente de conversão de volume

1 Oz fluida 29,57mL

1 pt 473 mL

1 gal (EUA) 3,785 mL

1 gal (EUA) 128 Oz fluida

Equivalente de conversão de massa

1 g 15,432 gr

1 kg 2,20 lb

1 Gr 0,065g ou 65mg

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1 oz 28,35 g

Equivalentes caseiros comuns

1 colher de chá 5 mL

1 colher de sopa 15 mL

MÉTODOS DE CÁLCULOS

• Razão • Proporção

Razão É a magnitude relativa de duas quantidades. Exemplo: 1:5 Pode ser expressa por uma fração comum (1/5) ou mais tradicionalmente pelo uso dos dois pontos (1:5) e se lê “um para cinco”. Pode-se ainda ser abstrata ou estar ligada a unidades: Exemplo: A razão 1:100 é expressa “1 para 100” ou “1 parte para 100”. A razão 5g: 500g é expressa como “5g para 500g” Na razão o primeiro termo (numerador) pode ser maior ou menor que o segundo termo o (denominador), sendo o valor da razão determinado pela divisão do primeiro pelo segundo termo. Exemplo: 6:2 ou 2:6 ou os valores 3 ou 0,3333

Proporção É a expressão da equidade de duas razões. Exemplo: 1:5=4:20 A proporção pode ser escritas em uma destas 3 formas:

• a:b=c:d (ex.: 2:6=4:12) • a:b::c:d (ex.: 2:6::4:12)

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• a/b=c/d (ex.: 2/6=4/12) Cada uma das expressões é lida: a esta para b assim como c esta para d. A disposição aritmética dada na proporção quando um dos termos nos falta leva-nos a usar essa regra em um grande número de cálculos em farmácia (regra de 3). Exemplo: Em uma solução temos 25g de Ac. Cítrico para 200mL de solução pronta quanto teremos que medir da solução para termos 15g de Ac. Cítrico. 25g/200mL=15g/X 25X=200x15 25X=3000 X=3000/25 X= 120mL

Analise dimensional É um método de resolução de problemas que empregam equivalentes e fatores de conversão de unidades para assegurar que os termos de uma equação tenham as mesmas dimensões A equação básica utilizada na analise dimensional e: Unidades e quantidades dadas x fatores de conversão e equivalentes = resposta na unidade. Exemplo: quantas onças fluidas estão contidas em 2,5L? Dados: 1 fl oz = 29,57mL e 1L = 1000ml PERCENTAGEM Definição: Por cento ou simplesmente % significa “por uma centena” ou “em uma centena” e percentagem denota a “taxa por cento”. Divisão: As procentagens nas preparações farmacêuticas são expressas com o primeiro termo (ou numerador) de cada expressão indicando o componente sobre o qual a concentração está baseada e o segundo (ou denominador) indicando a preparação total (USP). Percentagem peso-volume (p/V): Expressa o número de gramas de um constituinte em 100mL de uma solução ou preparação liquida É expressa como: ___%p/V. Percentagem volume-volume (V/V): Expressa o número de mililitros de um constituinte em 100mL de uma solução ou preparação liquida É expressa como: ___%V/V. Porcentagem peso-peso (p/p) expressa o número de gramas de um constituinte em 100 g de solução ou preparação. É expressa como: ___ % p/p. Freqüentemente, nas prescrições e fórmulas, quando as concentrações são dadas em porcentagem as designações p/V, V/V e p/p não são indicadas. Nesses casos, assumimos:

� Para soluções ou dispersões de sólidos em líquidos, porcentagem peso-volume; � Para soluções ou dispersões de líquidos em líquidos; porcentagem volume-volume; � Para misturas de sólidos ou semi-sólidos, porcentagem peso-peso;

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15 Para soluções de gases em líquidos, porcentagem peso-volume È possível nas prescrições ou fórmulas contendo vários ingredientes, calcularmos um dos componentes como sendo peso-volume e outro como sendo volume-volume. Por exemplo, na manipulação de uma preparação líquida, um dos componentes pode ser um pó e ser calculado com base na relação peso-volume e o outro pode ser um líquido, calculado com base na relação volume-volume. Nos cálculos, as porcentagens podem ser expressas como razões, indicando partes por centena.

Fator de Equivalência (FEq) É utilizado para fazer o calculo da conversão da massa do sal ou éster para a massa do fármaco ativo, ou da substância hidratada para a substância anidra. (Manual Anfarmag). Para calcular o FEq, deve-se usar o Equivalente-Grama das substâncias envolvidas. Divide-se o Equivalente-Grama do sal pelo Equivalente-Grama da Base,ou o Equivalente-Grama da substância hidratada pelo Equivalente-Grama da Substância anidra. Exemplo: Sulfato de Salbutamol conversão para Salbutamol Formula Molecular do Sulfato de Salbutamol: (C13H21NO3)2. H2SO4 Peso Molecular do Sulfato de Salbutamol: 576,71 Equivalente-Grama do sal: 288,35 Formula Molecular do Salbutamol: C13H21NO3 Peso Molecular do Sulfato de Salbutamol: 239,31 Equivalente-Grama do sal: 239,31 FEq = Eq g do Sal Eqg da Base FEq = 288,35 239,31 FEq = 1,20

Fator de Correção (FCr) Fator utilizado para corrigir a diluição de uma substância, o teor do principio ativo, o teor elementar de um metal ou a umidade. Essas correções são feitas baseando-se nos certificados de análise das substancias ou nas diluições feitas na própria farmácia. (Manual Anfarmag) Para calcular o Fator de Correção (FCr), divide-se 100 pelo teor da substância ou elemento. Exemplo: Betacaroteno Substância disponível: 11% FCr = 100 FCr = 9,09 11 Calculo do fator de substância com quantidade do ativo diluído Exemplo: Kawa Kawa Substância disponível: Extrato de Kawa Kawa com 30% de Kavalactonas Substância Referência: Extrato de Kawa Kawa com 70% de Kawalactonas FCr = 70 FCr = 2,33 30

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16 Calculo do fator para correção de umidade indicada no laudo de análise. FCr = 100 . 100 – Teor de umidade Exemplo: Metrotrexate Certificado de Análise: Umidade 8% FCr = 100 FCr = 100 FCr = 1,09 100-8 92

BOAS PRATICAS DE MANIPULAÇÃO DE PREPARAÇÕES MAGISTRAIS Definição: Conjunto de medidas que visam assegurar que os produtos manipulados sejam consistentemente manipulados e controlados, com padrões de qualidade apropriados para o uso pretendido e requerido na prescrição. RDC 67/2007 Dispõe sobre Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e Oficinais para Uso Humano em farmácias. OBJETIVO Este Regulamento Técnico fixa os requisitos mínimos exigidos para o exercício das atividades de manipulação de preparações magistrais e oficinais das farmácias, desde suas instalações, equipamentos e recursos humanos, aquisição e controle da qualidade da matéria-prima, armazenamento, avaliação farmacêutica da prescrição, manipulação, fracionamento, conservação, transporte, dispensação das preparações, além da atenção farmacêutica aos usuários ou seus responsáveis, visando à garantia de sua qualidade, segurança, efetividade e promoção do seu uso seguro e racional.

GRUPOS DE ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELA FARMÁCIA

GRUPOS ATIVIDADES/NATUREZA DOS INSUMOS MANIPULADOS

DISPOSIÇÕES A SEREM ATENDIDAS

GRUPO I Manipulação de medicamentos a partir de insumos/matérias primas, inclusive de origem vegetal.

Regulamento Técnico e Anexo I

GRUPO II Manipulação de substâncias de baixo índice terapêutico

Regulamento Técnico e Anexos I e II

GRUPO III Manipulação de antibióticos, hormônios, citostáticos e substâncias sujeitas a controle especial.

Regulamento Técnico e Anexos I e III

GRUPO IV Manipulação de produtos estéreis Regulamento Técnico e Anexos I e IV

GRUPO V Manipulação de medicamentos homeopáticos

Regulamento Técnico e Anexos I (quando aplicável) e

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V

GRUPO VI Manipulação de doses unitárias e unitarização de dose de medicamentos em serviços de saúde

Regulamento Técnico, Anexos I (no que couber), Anexo IV (quando couber) e Anexo VI

Anexos ANEXO I Boas Práticas de Manipulação em Farmácias

ANEXO II Boas Práticas de Manipulação de Substâncias de Baixo Índice Terapêutico

ANEXO III Boas Práticas de Manipulação de Antibióticos, Hormônios, Citostáticos e Substâncias Sujeitas a Controle Especial

ANEXO IV Boas Práticas de Manipulação de Produtos Estéreis

ANEXO V Boas Práticas de Manipulação de Preparações Homeopáticas

ANEXO VI Boas Práticas para Preparação de Dose Unitária e Unitarização de Doses de Medicamento em Serviços de Saúde

ANEXO VII Roteiro de Inspeção para Farmácia

ANEXO VIII Padrão Mínimo para Informações ao Paciente, Usuários de Fármacos de Baixo Índice Terapêutico

POP’S Definição: Procedimento operacional padrão (POP): descrição pormenorizada de técnicas e operações a serem utilizadas na farmácia, visando proteger e garantir a preservação da qualidade das preparações manipuladas e a segurança dos manipuladores. Exemplo:

LIMPEZA DA ÁREA DE ALMOXARIFADO – POP.: 0031/2006

Emitido por: Departamento Administrativo

Conferido por: Farmacêutico Responsável Revisão:

Aprovado por: Coordenação Geral Página.: 01 / 02

Data 1ª emissão Data

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OBJETIVO Definir a periodicidade e procedimentos para a limpeza da área do almoxarifado. REFERÊNCIAS RDC 33/2005 ANEXO I – BOAS PRÁTICAS DE MANIPULAÇÃO EM FARMÁCIAS – BPMF 4 . CONDIÇÕES GERAIS 4.3 – Equipamentos, Mobiliários, Utensílios

4.3.4. Limpeza e Sanitização 4.3.4.1. Os procedimentos ou instruções operacionais de limpeza e desinfecção das áreas, instalações, equipamentos e materiais devem estar disponíveis e de fácil acesso ao pessoal responsável e operacional. ÁREAS ENVOLVIDAS / RESPONSABILIDADES Estoquistas; Auxiliares de limpeza; Farmacêutico Responsável

LIMPEZA DA ÁREA DE ALMOXARIFADO – POP.: 0031/2006

Emitido por: Departamento Administrativo

Conferido por: Farmacêutico Responsável Revisão:

Aprovado por: Coordenação Geral Página: 02 / 02

Data 1ª emissão Data

PROGRAMAÇÃO PROGRAMAÇÃO DIÁRIA

� Limpeza dos pisos com pano úmido (detergente neutro + Hipoclorito de Sódio a 2 %), antes da abertura da farmácia;

� Limpeza das bancadas com álcool 70 %; � A troca dos cestos de lixo deverá ser feitas duas vezes ao dia (ou mais vezes em caráter excepcional). � Verificar os tetos e na presença de sujeiras ou teia de aranhas, promover a limpeza;

SEMANALMENTE

� Lavagem completa com água e detergente neutro de todos os pisos; � Vedar os ralos e sanitizar os pisos com solução de hipoclorito de sódio 200 ppm de cloro ativo; � Limpeza das janelas e telas com detergente neutro; � Limpeza de todas as portas com água e detergente neutro;

MENSALMENTE

� Lavagem de todas as paredes com água, detergente neutro e Hipoclorito a 2 %. � Observar que a lavagem das paredes deve ser feita de cima para baixo.

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19 BOAS PRATICAS TRÊS VERTENTES: ESTRUTURA TÉCNICA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL ESTRUTURA DO PROFISSIONAL Estrutura Técnica: Higienização

� Higienização das Mãos � Higienização dos Laboratórios � Higienização do Almoxarifado � Higienização da recepção � Higienização dos sanitários � Higienização do Estabelecimento

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Estrutura Técnica: Higienização das Mãos LAVAR AS MÃOS é a melhor maneira de prevenir o desenvolvimento da infecção. Você está no trabalho—Você está ocupado. Suas mãos parecem estar limpas—Porém, não estão. Em suas mãos encontram-se germes que podem deixar alguém doente. Você pode ficar doente—Sua família pode ficar doente—Seus clientes podem ficar doentes. QUANDO você deve lavar suas mãos? Chegando ao trabalho Após utilizar o banheiro Após fumar Após espirrar Após tocar seus cabelos, rosto ou roupas Após comer ou beber Após tirar, ou antes, de colocar um novo par de luvas Após mexer com lixo Após lidar com equipamentos, pratos ou utensílios sujos Toda vez que você mudar de tarefa - indo de uma coisa a outra COMO você deve lavar suas MÃOS? Molhe suas mãos com água corrente. Passe sabão e esfregue entre os dedos, nas costas das mãos e sob as unhas. Lave por, pelo menos, 20 segundos ou por quanto tempo durar a canção "Parabéns Pra Você" cantada duas vezes para você próprio. Seque as mãos. Use folhas de papel descartáveis ou secador de mãos elétrico. Use uma toalha de papel quando fechar a torneira. AS LUVAS devem ser trocadas: Sempre que você precisar lavar suas mãos Quando elas estiverem rasgadas ou sujas. Estrutura Técnica: Paramentação Definição: (paramento+ar2) vtd e vpr 1 Vestir(-se), ornar(-se) com paramentos: Paramentaram o bispo. ...mesa carregada de santos, sobre o estrado onde Padre Silvestre se paramenta em dias de missa (Graciliano Ramos). vtd e vpr 2 Adornar (-se), enfeitar (-se): Paramentavam a noiva.

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Cuida somente de paramentar-se. vtd 3 Constr Aparelhar para incorporar em paramento: Paramentar pedras (Morais). Paramentos

• Uniforme

• Jaleco

• Luva

• Touca

• Mascara

• Pro Pé

Uniforme Deve-se estabelecer um uniforme de circulação dentro dos departamentos da farmácia que vise dar condições aos manipuladores de se locomoverem livremente, este uniforme deve atender a exigências mínimas, tais como: • Blusa ou camisa de mangas. • Calça (preferencialmente) • Sapato ou Tênis Fechado. Cor: Preferência para a Branca. Jaleco O Jaleco é um dos componentes da paramentação, deve ser de mangas longa e comprido (até abaixo do quadril) Luva Este equipamento de paramentação tem por finalidade evitar o processo de contaminação bacteriana,bem como a contaminação cruzada, deste que devidamente higienizada durante a manipulação. É equipamento obrigatório na manipulação.

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Touca Outro equipamento de extrema importância é a touca que evita que fios de cabelo caem sobre os produtos a serem manipulados, bem como protege os cabelos dos manipuladores do ataque de produtos. Mascara Equipamento destinado a evitar a contaminação de microorganismos patogênicos nas formulações e proteger o manipulador de aspirar diversos medicamentos. Pro Pé Equipamento destinado a proteção da área limpa e do sapato do manipulador. Estrutura Técnica: Conduta dos Manipuladores Higiene Pessoal • Em caso de suspeita ou confirmação de alguma enfermidade ou lesão exposta, o

funcionário será afastado temporariamente ou definitivamente de suas atividades, • Na área de manipulação não é permitido o uso de cosméticos, jóias e acessórios. • Os manipuladores de sexo masculino devem estar sempre de barba e bigode retirados. • Todos os funcionários, independente de sua função devem estar adequadamente

uniformizados para executar suas funções. • Não é permitido manter conversas, fumar, comer, beber, mascar, pentear cabelos,

usar medicamentos e objetos pessoais. • Deve ser proibido manter brincadeiras dentro da farmácia.

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• A colocação de jaleco, touca, máscara e pró-pé deve ser feita na área de paramentação, assim como a sanitização de mãos e antebraços. Nesta área existe um armário específico para guardar EPI’s.

• As luvas devem ser colocadas somente no momento da manipulação. • Se o manipulador necessitar deixar o laboratório para ir a uma área interna da

farmácia, deve retirar as luvas, máscaras e o jaleco, na área de paramentação

Estrutura Técnica: Procedimentos para Manipulação Procedimento de Produção Cápsulas 1- Antes de se dirigir ao laboratório todos os funcionários do laboratório deverão se dirigir ao lavabo e proceder à higiene das mãos. 2 - Retirar todo e qualquer tipo de jóias, relógios, anéis e guardá-las em local apropriado. 3 - Limpar toda área de trabalho com álcool a 70º e papel descartável antes de iniciar os trabalhos do dia 4 - Conferir a entrada das receitas que chegam da expedição. Esta conferência deverá ser feita pela pessoa que irá pesar. 5 - Após selecionar as receitas, ou seja, fórmulas para pesagem e fórmulas já semi-acabadas, estas deverão ser encaminhadas para seu respectivo lugar. 6 - As receitas onde as fórmulas já estão prontas serão automaticamente embaladas e rotuladas. 7 - As outras receitas após a pesagem serão encaminhadas para o setor de encapsulação e envase. 8 - Após colocar as substâncias nas embalagens, deverá levá-las para a conferência. 9 - Ao chegar à conferência deverá contar as cápsulas, limpa-las, acondicioná-las em recipientes apropriados, e em seguida rotular. 10 - Todas as receitas deverão ser entregues a expedição. 11 - Ao sair para o almoço verificar se todos os aparelhos elétricos estão desligados e as bancadas organizadas e limpas. Estrutura Técnica: Procedimentos para Manipulação Procedimento de Produção Cremes/Líquidos 1- Antes de se dirigir ao laboratório todos os funcionários do laboratório deverão se dirigir ao lavabo e proceder à higiene das mãos. 2 - Retirar todo e qualquer tipo de jóias, relógios, anéis e guardá-las em local apropriado. 3 - Limpar toda área de trabalho com álcool a 70º e papel descartável antes de iniciar os trabalhos do dia 4 - Conferir a entrada das receitas que chegam da expedição. Esta conferência deverá ser feita pela pessoa que irá pesar. 5 - Após selecionar as receitas, ou seja, fórmulas para pesagem e fórmulas já semi-acabadas, estas deverão ser encaminhadas para seu respectivo lugar. 6 - As receitas onde as fórmulas já estão prontas serão automaticamente embaladas e rotuladas. 7 - As outras receitas após a pesagem serão encaminhadas para o setor de manipulação. 8 - A manipulação será feita em pedra de vidro ou grau de porcelana quando necessário. 9 - Será utilizado espátulas de metal ou acrílico quando necessário. 10 - As soluções serão feitas em cálice de vidro ou becker de plástico, quando necessário.

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11 - Após os produtos estarem prontos, deverão ser embalados e encaminhados para conferência. 12 - Ao chegar à conferência deverá se proceder à conferência Rótulo X Receita, rotular e enviar o produto a recepção. Estrutura Técnica: Controle de Qualidade 7.3. Controle de Qualidade da Matéria-Prima e Materiais de Embalagem. 7.3.4. As especificações e as respectivas referências farmacopéicas, Codex ou outras fontes de consultas, oficialmente reconhecidas, devem estar disponíveis no estabelecimento. 7.3.6. As matérias-primas devem ser inspecionadas no recebimento para verificar a integridade física da embalagem e as informações dos rótulos. 7.3.8. Os certificados de análise devem conter informações claras e conclusivas com todas as especificações estabelecidas entre o farmacêutico e o fornecedor/fabricante. Devem ser datados, assinados com a identificação do Responsável Técnico e o respectivo número de inscrição no seu Conselho Profissional. 7.3.9. Os certificados de análise devem ser avaliados para verificar o atendimento às especificações. 7.3.10. As matérias-primas devem ser analisadas, no seu recebimento, efetuando-se no mínimo os testes abaixo, respeitando-se as suas características físicas e mantendo os resultados por escrito: a) caracteres organolépticos; b) solubilidade; c) pH; d) peso; e) volume; f) ponto de fusão; g) densidade; h) avaliação do laudo de análise do fabricante/fornecedor. 7.3.10.1. Na ausência de monografia farmacopéica deverá ser utilizada, como referência, literatura científica pertinente. 7.3.10.1.1. Somente na inexistência da literatura prevista no item anterior, poderá ser utilizada a especificação fornecida pelo fornecedor. 9. DOS CONTROLES. 9.1. Controle de Qualidade das Preparações Magistrais e Oficinais. 9.1.1. Devem ser realizados, no mínimo, os seguintes ensaios, de acordo com a Farmacopéia Brasileira ou outro Compêndio Oficial reconhecido pela ANVISA, em todas as preparações magistrais e oficinais: 9.1.2. Os resultados dos ensaios devem ser registrados na ordem de manipulação, junto com as demais informações da preparação manipulada. O farmacêutico deve avaliar os resultados, aprovando ou não a preparação para dispensação. 9.1.3. Quando realizado o ensaio de peso médio, devem ser calculados também, o desvio padrão e o coeficiente de variação em relação ao peso médio. 9.2. Monitoramento do Processo Magistral. 9.2.1. O estabelecimento que manipular formas farmacêuticas sólidas deve monitorar o processo de manipulação. 9.2.2. Devem ser realizadas análises de teor de pelo menos um diluído preparado, trimestralmente. 9.2.2.1. As amostras para análise de teor devem ser coletadas em pelo menos três pontos do diluído e analisadas separadamente, para fins de avaliação da sua homogeneidade.

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9.2.3. Devem ser realizadas análises de teor e uniformidade de conteúdo do princípio ativo, de fórmulas cuja unidade farmacotécnica contenha fármaco(s) em quantidade igual ou inferior a vinte e cinco miligramas, dando prioridade àquelas que contenham fármacos em quantidade igual ou inferior a cinco miligramas. 9.2.3.1. A farmácia deve realizar a análise de no mínimo uma fórmula a cada três meses. O número de unidades para compor a amostra deve ser suficiente para a realização das análises de que trata o item 9.2.3. 9.2.4. As análises, tanto do diluído quanto da fórmula, devem ser realizadas em laboratório analítico próprio ou terceirizado (preferencialmente da Rede Brasileira de Laboratórios em Saúde - REBLAS). 9.2.5. As amostras de que tratam os itens 9.2.2. e 9.2.3. devem contemplar diferentes manipuladores, fármacos e dosagens/concentrações, sendo adotado sistema de rodízio. 9.2.6. Deve ser estabelecido em procedimento operacional toda a metodologia para a execução do monitoramento do processo magistral. 9.2.7. Os resultados de todas as análises devem ser registrados e arquivados no estabelecimento à disposição da Autoridade Sanitária, por no mínimo 2 (dois) anos. 9.2.8. A farmácia deve estabelecer, registrar e avaliar a efetividade das medidas adotadas, por meio de uma nova análise, em caso de resultado de análise insatisfatório. 9.3. Ficam excluídos dos controles de que trata o item 9 os medicamentos homeopáticos. 7.5. Água. A água utilizada na manipulação de produtos é considerada matéria-prima produzida pela própria farmácia por purificação da água potável, devendo as instalações e reservatórios serem devidamente protegidos para evitar contaminação. 7.5.1. Água Potável: A farmácia deve ser abastecida com água potável e, quando possuir caixa d'água própria, ela deve estar devidamente protegida para evitar a entrada de animais de qualquer porte ou quaisquer outros contaminantes, devendo definir procedimentos escritos para a limpeza e manter os registros que comprovem sua realização. 7.5.1.2. A farmácia deve possuir procedimentos escritos para realizar amostragem da água e periodicidade das análises. 7.5.1.3. Devem ser feitos testes físico-químicos e microbiológicos, no mínimo a cada seis meses, para monitorar a qualidade da água de abastecimento, mantendo-se os respectivos registros. As especificações para água potável devem ser estabelecidas com base na legislação vigente. 7.5.1.4. Devem ser realizadas, no mínimo, as seguintes análises: a) pH b) cor aparente c) turbidez d) cloro residual livre e) sólidos totais dissolvidos f) contagem total de bactérias g) coliformes totais h) presença de E. coli. i) coliformes termorresistentes 7.5.1.5. É facultado à farmácia terceirizar os testes de que trata o item anterior, devendo estabelecer para o laboratório contratado as especificações para água potável, de acordo com a legislação vigente.

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Estrutura Organizacional 2. CONDIÇÕES GERAIS. 2.1. A farmácia é responsável pela qualidade das preparações magistrais e oficinais que manipula, conserva, dispensa e transporta. 2.2. A farmácia deve assegurar a qualidade físico-química e microbiológica (quando aplicável) de todos os produtos reembalados, reconstituídos, diluídos, adicionados, misturados ou de alguma maneira manuseados antes da sua dispensação. 2.3. É indispensável o acompanhamento e o controle de todo o processo de manipulação, de modo a garantir ao paciente um produto com qualidade, seguro e eficaz. 3. RECURSOS HUMANOS E ORGANIZAÇÃO. A farmácia deve ter um organograma que demonstre possuir estrutura organizacional e de pessoal suficiente para garantir que o produto por ela preparado esteja de acordo com os requisitos deste Regulamento Técnico. 3.1 Responsabilidades e Atribuições As atribuições e responsabilidades individuais devem estar formalmente descritas e perfeitamente compreensíveis a todos os empregados, investidos de autoridade suficiente para desempenhá-las, não podendo existir sobreposição de atribuições e responsabilidades na aplicação das BPMF. ORGANOGRAMA

RH

COORDENAÇÃO GERAL

TÉCNICO ADMINISTRATIVO MARKETING

COMERCIAL

LAB. SÓLIDOS

FINANCEIRO

CONTABILIDADE

JURÍDICO

LAB. SEMI-SÓLIDOS

COMPRAS

CONTAS A PAGAR

CONTAS A RECEBER

BANCOS

LOJAS

PROPAGANDA/ PUBLICIDADE

VISISTAS MÉDICAS

FARMÁCIAS CONVENIADAS

ATENDENTES

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3.2. Capacitação dos Recursos Humanos. Todo o pessoal envolvido nas atividades da farmácia deve estar incluído em um programa de treinamento, elaborado com base em um levantamento de necessidades e os registros devem dispor no mínimo das seguintes informações: a) documentação sobre as atividades de capacitação realizadas; b) data da realização e carga horária; c) conteúdo ministrado; d) trabalhadores treinados e suas respectivas assinaturas; e) identificação da equipe que os treinou em cada atividade específica. 4. INFRA-ESTRUTURA FÍSICA. A farmácia deve ser localizada, projetada, construída ou adaptada, com uma infra-estrutura adequada às atividades a serem desenvolvidas, possuindo, no mínimo: a) área ou sala para as atividades administrativas; b) área ou sala de armazenamento; c) área ou sala de controle de qualidade; d) sala ou local de pesagem de matérias-primas; e) sala (s) de manipulação; f) área de dispensação; g) vestiário; h) sala de paramentação; i) sanitários; j) área ou local para lavagem de utensílios e materiais de embalagem; k) depósito de material de limpeza.

ESTOQUE/COMPRAS

INFORMÁTICA

SERVIÇOS GERAIS

LOGÍSTICA

LAB. CONTROLE DE QUALIDADE

PESQUISA E DESENVOLVIMENTO

TRABALHOS MÉDICOS

CURSO E TREINAMENTO

PLANEJAMENTO/ORÇAMENTO

RELATÓRIOS

CAIXAS

TELEFÓRMULAS

HOSPITAIS

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5. MATERIAIS, EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS A farmácia deve ser dotada dos seguintes materiais, equipamentos e utensílios básicos: a) balança (s) de precisão, devidamente calibrada, com registros e instalada em local que ofereça segurança e estabilidade; b) pesos padrão rastreáveis; c) vidraria verificada contra um padrão calibrado ou adquirida de fornecedores credenciados pelos Laboratórios da Rede Brasileira de Calibração, quando for o caso; d) sistema de purificação de água; e) refrigerador para a conservação de produtos termolábeis; f) termômetros e higrômetros; g) bancadas revestidas de material liso, resistente e de fácil limpeza; h) lixeiras com tampa, pedal e saco plástico, devidamente identificadas; i) armário fechado, de material liso, resistente e de fácil limpeza, ou outro dispositivo equivalente para guarda de matérias-primas e produtos fotolábeis e/ou sensíveis à umidade. 15. GARANTIA DA QUALIDADE. A Garantia da Qualidade tem como objetivo assegurar que os produtos e serviços estejam dentro dos padrões de qualidade exigidos. 15.1. Para assegurar a qualidade das fórmulas manipuladas, a farmácia deve possuir um Sistema de Garantia da Qualidade (SGQ) que incorpore as Boas Práticas de Manipulação em Farmácias (BPMF), totalmente documentado e monitorado. 15.2. O Sistema de Garantia da Qualidade para a manipulação de fórmulas deve assegurar que: a) as operações de manipulação sejam claramente especificadas por escrito e que as exigências de BPMF sejam cumpridas; b) a aceitação de demanda de manipulações seja compatível com a capacidade instalada da farmácia; c) os controles necessários para avaliar as matérias-primas sejam realizados de acordo com procedimentos escritos e devidamente registrados; d) os equipamentos sejam calibrados, com documentação comprobatória; e) sejam elaborados procedimentos escritos relativos a todas as operações de manipulação, controle de qualidade e demais operações relacionadas ao cumprimento das BPMF; f) a preparação seja corretamente manipulada, segundo procedimentos apropriados; g) a preparação seja manipulada e conservada de forma que a qualidade da mesma seja mantida; h) todos os procedimentos escritos sejam cumpridos; i) sejam realizadas auditorias internas de modo a assegurar um processo de melhoria contínua; j) exista um programa de treinamento inicial e contínuo; k) exista a proibição de uso de cosméticos, jóias e acessórios para o pessoal nas salas de pesagem e manipulação; l) a padronização dos excipientes das formulações seja embasada em critérios técnico-científicos; m) exista um sistema controlado, informatizado ou não, para arquivamento dos documentos exigidos para substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial; n) sejam estabelecidos prazos de validade, assim como as instruções de uso e de armazenamento das fórmulas manipuladas.

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15.3. O estabelecimento deve possuir Manual de Boas Práticas de Manipulação apresentando as diretrizes empregadas pela empresa para o gerenciamento da qualidade 15.5. Documentação. A documentação constitui parte essencial do Sistema de Garantia da Qualidade. 15.5.1. A licença de funcionamento expedida pela autoridade sanitária local, a Autorização de Funcionamento e, quando for o caso, a Autorização Especial expedida pela ANVISA, devem estar afixadas em local visível, e a inspeção para concessão da licença deve levar em conta o(s) grupo(s) de atividades para os quais a farmácia pode ser habilitada. 15.5.2. Os Livros de Receituário, Livros de Registro Específico, os balanços, as receitas, as notificações de receitas e as notas fiscais devem ser mantidos no estabelecimento, de forma organizada, informatizada ou não. 15.5.3. Devem ser mantidos em arquivo os documentos comprobatórios de: especificações dos materiais utilizados, análise das matérias-primas, procedimentos operacionais e respectivos registros, e relatórios de auto-inspeção. 15.5.4. A documentação deve possibilitar o rastreamento de informações para investigação de qualquer suspeita de desvio de qualidade. 15.5.5. Os documentos devem ser aprovados, assinados e datados pelo Responsável Técnico ou pessoa por ele autorizada. Qualquer alteração introduzida deve permitir o conhecimento de seu conteúdo original e, conforme o caso, ser justificado o motivo da alteração. 15.5.6. Os dados inseridos nos documentos durante a manipulação devem ser claros, legíveis e sem rasuras. 15.5.7. Os documentos referentes à manipulação de fórmulas devem ser arquivados durante 6 (seis) meses após o vencimento do prazo de validade do produto manipulado, ou durante 2 (dois) anos quando o produto contiver substâncias sob controle especial, podendo ser utilizado sistema de registro eletrônico de dados ou outros meios confiáveis e legais. 15.5.8. Os demais registros para os quais não foram estipulados prazos de arquivamento devem ser mantidos pelo período de 1(um) ano.

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15.6. Auto - Inspeção. A auto-inspeção é um recurso apropriado para a constatação e avaliação do cumprimento das BPMF, realizada pela farmácia. Devem ser realizadas, no mínimo uma vez ao ano e suas conclusões devidamente documentadas e arquivadas. 15.6.1. Com base nas conclusões das auto-inspeções devem ser estabelecidas as ações corretivas necessárias para assegurar o cumprimento das BPMF. 15.7. Atendimento a reclamações. Toda reclamação referente a desvio de qualidade dos produtos manipulados deve ser registrada com o nome e dados pessoais do paciente, do prescritor, descrição do produto, número de registro da formulação no Livro de Receituário, natureza da reclamação e responsável pela reclamação, ficando o farmacêutico responsável pela investigação, tomada de medidas corretivas e esclarecimentos ao reclamante, efetuando também os registros das providências tomadas. 15.7.1. No caso de produtos devolvidos por motivo de desvios de qualidade comprovados, a farmácia deve comunicar à autoridade sanitária competente. 15.7.2. A farmácia deverá afixar, de modo visível, no principal local de atendimento ao público, placa informativa contendo endereço e telefones da autoridade sanitária local, orientando os consumidores que desejarem, encaminhar reclamações sobre produtos manipulados. Estrutura Profissional 5.18. Responsabilidade Técnica. 5.18.1. O Responsável pela manipulação, inclusive pela avaliação das prescrições é o farmacêutico, com registro no seu respectivo Conselho Regional de Farmácia. 5.18.1.1. A avaliação farmacêutica das prescrições, quanto à concentração, viabilidade e compatibilidade físico-química e farmacológica dos componentes, dose e via de administração, deve ser feita antes do início da manipulação. 5.18.2. Quando a dose ou posologia dos produtos prescritos ultrapassarem os limites farmacológicos ou a prescrição apresentar incompatibilidade ou interações potencialmente perigosas, o farmacêutico deve solicitar confirmação expressa do profissional prescritor. Na ausência ou negativa de confirmação, a farmácia não pode aviar e/ou dispensar o produto. 5.18.3. Não é permitido fazer alterações nas prescrições de medicamentos à base de substâncias incluídas nas listas constantes do Regulamento Técnico sobre substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial e nas suas atualizações. 5.18.4. A avaliação da prescrição deve observar os seguintes itens: a) legibilidade e ausência de rasuras e emendas; b) identificação da instituição ou do profissional prescritor com o número de registro no respectivo Conselho Profissional, endereço do seu consultório ou da instituição a que pertence; c) identificação do paciente; d) endereço residencial do paciente ou a localização do leito hospitalar para os casos de internação; e) identificação da substância ativa segundo a DCB ou DCI, concentração/dosagem, forma farmacêutica, quantidades e respectivas unidades; f) modo de usar ou posologia; g) duração do tratamento; i) local e data da emissão; h) assinatura e identificação do prescritor.

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5.18.5. A ausência de qualquer um dos itens do 5.18.4 pode acarretar o não atendimento da prescrição. 5.18.6. Com base nos dados da prescrição, devem ser realizados e registrados os cálculos necessários para a manipulação da formulação, observando a aplicação dos fatores de conversão, correção e equivalência, quando aplicável. 5.18.7. Quando a prescrição contiver substâncias sujeitas a controle especial, deve atender também a legislação específica. 3.1.1. Do Farmacêutico. O farmacêutico, responsável pela supervisão da manipulação e pela aplicação das normas de Boas Práticas, deve possuir conhecimentos científicos sobre as atividades desenvolvidas pelo estabelecimento, previstas nesta Resolução, sendo suas atribuições: a) organizar e operacionalizar as áreas e atividades técnicas da farmácia e conhecer, interpretar, cumprir e fazer cumprir a legislação pertinente; b) especificar, selecionar, inspecionar, adquirir, armazenar as matérias-primas e materiais de embalagem necessários ao processo de manipulação; c) estabelecer critérios e supervisionar o processo de aquisição, qualificando fabricantes e fornecedores e assegurando que a entrega dos produtos seja acompanhada de certificado de análise emitido pelo fabricante / fornecedor; d) notificar à autoridade sanitária quaisquer desvios de qualidade de insumos farmacêuticos, conforme legislação em vigor; e) avaliar a prescrição quanto à concentração e compatibilidade físico-química dos componentes, dose e via de administração, forma farmacêutica e o grau de risco; f) assegurar todas as condições necessárias ao cumprimento das normas técnicas de manipulação, conservação, transporte, dispensação e avaliação final do produto manipulado; g) garantir que somente pessoal autorizado e devidamente paramentado entre na área de manipulação; h) manter arquivo, informatizado ou não, de toda a documentação correspondente à preparação; i) manipular a formulação de acordo com a prescrição e/ou supervisionar os procedimentos para que seja garantida a qualidade exigida; j) determinar o prazo de validade para cada produto manipulado; k) aprovar os procedimentos relativos às operações de manipulação, garantindo a correta implementação dos mesmos; l) assegurar que os rótulos dos produtos manipulados apresentem, de maneira clara e precisa, todas as informações exigidas no item 12 deste Anexo; m) garantir que a validação dos processos e a qualificação dos equipamentos, quando aplicáveis, sejam executadas e registradas e que os relatórios sejam colocados à disposição das autoridades sanitárias; n) participar de estudos de farmacovigilância e os destinados ao desenvolvimento de novas preparações; o) informar às autoridades sanitárias a ocorrência de reações adversas e/ou interações medicamentosas, não previstas; p) participar, promover e registrar as atividades de treinamento operacional e de educação continuada; q) manter atualizada a escrituração dos livros de receituário geral e específicos, podendo ser informatizada; r) desenvolver e atualizar regularmente as diretrizes e procedimentos relativos aos aspectos operacionais da manipulação;

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s) guardar as substâncias sujeitas a controle especial e medicamentos que as contenham, de acordo com a legislação em vigor; t) prestar assistência e atenção farmacêutica necessárias aos pacientes, objetivando o uso correto dos produtos; u) supervisionar e promover auto-inspeções periódicas.

VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Definição: É o caminho pelo qual uma droga é colocada em contato com o organismo.

CLASSIFICAÇÃO:

1. Via bucal 2. Via sublingual 3. Via oral 4. Nasogástrica ou Intragástrica 5. Via retal 6. Via nasal 7. Via Pulmonar/Alveolar 8. Via Transdérmica 9. Via Tópica 10. Instilação ocular 11. Instilação no ouvido 12. Via intravaginal 13. Via Parenteral: a) Intradérmica b) Subcutânea c) Intramuscular d) Endovenosa 14. Via Peridural/Raquidiana

1. Via bucal Local: entre a bochecha e as gengivas; Absorção moderada; Orientação: não engolir a medicação. Deixar dissolver lentamente na boca Formas Farmacêuticas: Enxaguatórios bucais, pastilhas, pirulitos, jujubas, etc

2. Via sublingual Rápida absorção; Absorção: vasos sanguíneos do dorso da língua; Não sofre metabolismo de 1a passagem;

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Evita a inativação pelo suco gástrico;Orientação: não engolir a medicação;Exemplos: Isordil (Nitrato);Desvantagens: pouca disponibilidade Farmacêutica

3. Via oral Locais de absorção Mucosa gástrica Mucosa do intestino delgado Mucosa do cólon Vantagens

- Via segura - Prática - Auto-administração - Mais econômica

- Grande extensão de absorção Desvantagens

• Auto-administração • Ação: Moderada a

Lenta • Inativação gástrica

Cuidados: -Interação com alimentos:-Grandes quantidades; -Alimentos contra-indicadosEx: Tetraciclina X leite -Drogas irritantes - administrar c/ alimentos Doses administradas

4. Nasogástrica ou Intragástrica

Evita a inativação pelo suco gástrico; Orientação: não engolir a medicação; Exemplos: Isordil (Nitrato); Desvantagens: pouca disponibilidade Farmacêutica

Interação com alimentos:

indicados

administrar c/ alimentos

Nasogástrica ou Intragástrica

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Nasogástrica • Indicações:

Pacientes comatosos; Perda de reflexos para deglutir; Distúrbios psiquiátricos*

• Importante: Alimentação Administração de fármacos

• Cuidados: • Equipamento:

5. Via retal Indicações: - v.o. é contra-indicada -medicações irritantes Vantagens: - evitar metabolismo de 1a passagem - absorção rápida Apresentação: -Supositórios Evitado: - Diarréia

6. Via nasal

7. Via Pulmonar/Alveolar Boa absorção alveolar:

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- membranas biológicas de fácil travessia - grande superfície de absorção - rica vascularização sanguínea

8. Via Transdérmica Indicações: - Absorção lenta e contínua Absorção na pele (efeito sistêmico) Tipos: hormônios, analgésicos opióides, drogas neoplásicas; cardiovasculares,

9. Via Tópica

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Indicações: - Efeito local

Cuidados: -Limpeza da pele/secagem -Técnica asséptica

Formas Farmacêuticas: Cremes, pomadas, géis, etc.

10. Instilação ocular

Indicações: -Efeito local

Cuidados: -Evitar administrar na córnea; - Evitar contato direto no globo ocular; -Pressão leve no ducto lacrimal (1-2 min); - Fechar os olhos (1-2min) melhor

11. Instilação no ouvido

Indicações: Medicação Local

Cuidados: -Posicionamento da cabeça; - Manter a posição por 2-3

12. Via intravaginal

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Indicações: - efeito local

Cuidados: - técnica asséptica; - isolamento;

Posicionamento: - manter 2 ou 3 min

Apresentação: -Supositório, creme ou gel

13. Via Parenteral:

a) Intradérmica Efeito local Testes alérgicos (teste tuberculina) e imunoterapia p/ câncer Locais para injeção Equipamento: - seringas: 1 ml -agulhas: 13 x 4,5 mm

b) Subcutânea Volume: 0,5-1,5ml Efeito sistêmico Drogas não irritantes Pequenas doses Locais p/ injeção Equipamento - Seringa: 1 ou 3* ml - Agulhas: 13 x 4,5 mm

c) Intramuscular

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Efeito sistêmico Drogas irritantes; soluções aquosas; sol. oleosas Pequena doses Locais p/ injeção Volume: local d) Endovenosa

Vantagens Desvantagens Efeito rápido Risco de embolia Grandes volumes Reação anafilática Substâncias irritantes Choque pirogênico Controle da dose Impróprio para subst. insolúveis e oleosas

14. Via Peridural/Raquidiana Empregada quando se deseja efeitos locais e rápidos nas meninges ou no eixo cérebro-espinhal, como na anestesia espinhal ou nas infecções agudas do SNC. Os fármacos algumas vezes são injetados diretamente no espaço subaracnóideo espinhal

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FORMA FARAMCÊUTICA Medicamentos dispostos para o uso imediato, resultante da mistura de substâncias adequadas para determinadas finalidades terapêutica. Maneira como as drogas se apresentam para o uso. De acordo com a forma farmacêutica, têm

Componentes de uma forma farmacêutica

Substância Ativa ���� representa o componente da formulação responsávelfarmacológicas. No caso de haver mais de uma substância ativa, teremos: Base: é a substância ativa com maior atividade farmacológquer pelo seu volume. Adjuvante: outra (s) subs. Ativa que complementam a ação da base. Veículo: ���� parte da forma farmacêutica que lhe confere forma e volume, gerando maior estabilidade, ação tem ação farmacológica. Excipiente: é o veículo que tem ação passiva destina Intermediário: estabilidade física e homogeneidade Corretivo: ���� todo ingrediente encontrado numa formulação que visa corrigir o produto final em suas propriedades organolépticas e visuais. Edulcorantes: conferem sabor agradável à preparação. Corantes: conferem cor as formas farmacêuticas

FORMA FARAMCÊUTICA

dispostos para o uso imediato, resultante da mistura de substâncias adequadas para determinadas finalidades terapêutica.

Maneira como as drogas se apresentam para o uso.

De acordo com a forma farmacêutica, têm-se a via de administração.

Componentes de uma forma farmacêutica

representa o componente da formulação responsável pelas ações

mais de uma substância ativa, teremos:

: é a substância ativa com maior atividade farmacológica, quer pelo seu potencial de ação,

: outra (s) subs. Ativa que complementam a ação da base.

parte da forma farmacêutica que lhe confere forma e volume, gerando maior estabilidade, ação tem ação farmacológica.

é o veículo que tem ação passiva destina-se a dar forma, aumentar o volume;

: estabilidade física e homogeneidade

todo ingrediente encontrado numa formulação que visa corrigir o produto final em suas propriedades organolépticas e visuais.

: conferem sabor agradável à preparação.

: conferem cor as formas farmacêuticas

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dispostos para o uso imediato, resultante da mistura de substâncias adequadas

pelas ações

ica, quer pelo seu potencial de ação,

parte da forma farmacêutica que lhe confere forma e volume, gerando maior

se a dar forma, aumentar o volume;

todo ingrediente encontrado numa formulação que visa corrigir o produto final

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Classificação de uma forma farmacêutica

Quanto à forma Física

Sólidas Cápsulas Comprimidos (orais e vaginais) Drágeas Hóstias Implantações Óvulos Papéis Pérolas Pílulas Pós Supositórios

Pastosas Cataplasma Pastas Pomadas Ungüentos

Líquidas Alcoolatos Alcoolaturas Colutório Enemas Linimentos Óleos medicinais Poções Soluções Tinturas Xaropes

Especiais Aerossóis Ampolas Colírios

Gasosa Vaporização

Emulsões Loções Cremosas Cremes

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Comprimidos ���� São Formas Farmacêuticas cilíndricas ou lenticulares, que resultam da compressão de um pó cristalino ou de um granulado. Podem ser administrados via oral, subcutâneos aplicados no local. Cápsulas ���� São pequenos invólucros destinados a conter, um pó ou um líquido. Tem forma cilíndrica e são formados por duas partes que se encaixam. Gastro-resistentes� revestimento de acetoftalato de celulose Drágeas ���� São comprimidos revestidos por uma substância de modo a evitar a sua fácil desagregação, para:

� Proteger a substância ativa da umidade e luz, � Ocultar características organolépticas indesejáveis; � Facilitar a ingestão; � Proteger o paciente da destruição estomacal.

Pós ���� São substâncias medicamentosas separada por dose individual/divididas para facilitar a administração, podem ser: Simples� pulverização de substâncias dessecadas a baixa temperatura (<45 oC ou 25 oC ); Composta � resultante da mistura cuidadosa de pós simples incorporados em poções, xaropes, cápsulas, papéis, comprimidos ou aplicação tópica Obs: Devem ser bem protegidos da umidade e abrigo da luz Supositórios ���� São formas farmacêuticas de consistência firme, de forma cônica ou ogival, destinadas a serem inseridas no reto, onde devem desintegrar-se ou fundir-se a temperatura do organismo, liberando o fármaco e exercendo efeito local ou sistêmico.

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Cataplasmas � São preparações geralmente magistrais, de aplicação tópica na pele. Farinha � linhaça, amido, fécula etc e água, misturados são levados ao fogo até obter a consistência desejada. Efeito de vasodilatação local Ceratos ���� São um tipo de pomada, em que o excipiente é constituído por uma mistura de cera e óleo. Pastas � São pomadas espessas devido à grande quantidade de pó insolúvel que veiculam. Podem ser dérmicas ou orais Pomadas ���� São preparações de consistência mole, destinadas a serem aplicadas externamente. Preparações semi-sólidas numa base gorda como a lanolina ou a vaselina Completa ou moderadamente absorvidas pela pele Conservam a umidade pelo que aumentam a absorção do fármaco É o veículo mais eficaz para a absorção de fármacos pela pele. Géis ���� Géis são preparações farmacêuticas constituídas por uma dispersão bicoerente e fase sólida em fase líquida. Alcoolatos � São preparações farmacêuticas que se obtém pela maceração alcoólica de plantas frescas, seguidas de destilação Alcoolaturas ���� São preparações que resultam da ação disssolvente do álcool a frio nas graduações de 75, 80 ou 95°, sobre plantas frescas, com o objetivo de lhes retirar a substância ativa. Colutórios ���� São preparações magistrais destinadas a serem depostas na mucosa bocal ou orofaríngea. São soluções viscosas devido à presença de mel ou glicerina. As substâncias ativas empregadas são anti-sépticos. Elixires ���� São preparações de fármaco num solvente alcoólico. Utilizados para fármacos não solúveis em água Enemas ou Clister � São FF destinadas a serem introduzidas na porção terminal do intestino. pode ser líquidos (chás de plantas apropriadas, geralmente camomila, hortelã, goiabeira). Essa prática ajuda a limpeza intestinal, o que favorece o bem-estar do doente febril ou com doenças agudas. Linimentos ���� São preparações Oficinais ou magistrais, destinadas exclusivamente a uso externo, em unção ou fricção sobre a pele Efeito vasodilatador por ação do movimento mecânico de massagem Óleos Medicinais � Podem ser preparados por dissolução simples da tintura medicamentosa em um óleo fixo (azeite, soja, girassol, algodão, dentre outros) ou por extração dos princípios ativos de plantas secas. Tinturas ���� São preparações oficinais que resultam da ação do álcool por maceração, sobre produtos secos de origem animal, vegetal ou mineral. São, portanto soluções alcoólicas a 10 ou 20% Pode ser utilizada por via tópica, poções ou xaropes

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Soluções � São misturas de duas ou mais substâncias e do ponto de vista químico e físico, homogêneas. As soluções farmacêuticas são sempre líquidas e obtidas a partir da dissolução de um sólido ou líquido em outro líquido. Quando a dissolução é total, originando um sistema homogêneo com partículas de diâmetro menor ou igual a 0,001, temos uma solução verdadeira. Quando a dissolução é parcial e a porção insolúvel pode ser desprezada, sem prejuízo para a preparação, diz-se que a solução originada é extrativa. Há diversos fatores que influem na dissolução: -ph: dependendo do caráter ácido ou básico do soluto, há maior ou menor dissolução do mesmo em função do ph do solvente. -agitação: em geral, quanto maior a agitação, melhor a dissolução. -tamanho do soluto: quanto menor a partícula de soluto a ser dissolvido, melhor sua dissolução. -temperatura: em geral, o aumento da temperatura facilita a dissolução. -constante dielétrica do solvente: para solutos polares, quanto maior a constante dielétrica do solvente, melhor a dissolução. -uso de co-solventes e substâncias hidrotrópicas: facilitam a dissolução. Exemplos: álcool como co-solvente do metilparabeno em água; iodeto de sódio e iodeto de potássio facilitam a dissolução do iodo em água. Chá ou Infusão � São Formas Farmacêuticas magistrais, que resultam da ação da água sobre plantas secas, a fim de lhes retirar a substância ativa. Podem ser obtidas de várias maneiras: Maceração: Ação prolongada da água a temperatura ambiente sobre a planta seca. Utilizada para substâncias termolábeis; Digestão: Ação prolongada em água morna (40 a 50 °C) sobre a planta seca. Utilizada para substâncias ativas termolábeis; Decocção: Ação da água desde a temperatura ambiente até a ebulição sobre a planta. Utiliza-se para substâncias termos resistentes. Infusão: Ação instantâneas da água fervente sobre a planta. Xaropes São formas farmacêuticas aquosas, contendo cerca de dois terços de seu peso em sacarose ou outros açúcares. Os xaropes apresentam duas vantagens: correção de sabor desagradável do fármaco e conservação do mesmo na forma farmacêutica de administração. Os xaropes podem ser medicinais e/ou edulcorantes. Emulsões � São sistemas dispersos constituídos de duas fases líquidas imiscíveis (oleosa e aquosa), onde a fase dispersa ou interna é finamente dividida e distribuída em outra fase contínua ou externa. Temos emulsões do tipo óleo em água (O/A: fase externa aquosa) e água em óleo (A/O: fase externa oleosa). A estabilidade da emulsão é garantida com o uso de agentes emulsificantes, geralmente substâncias tensoativas. Cremes � É um tipo de emulsão do tipo água/óleo (creme) ou óleo/água (Cold-cream) de consistência pastosa. Loções Cremosas � É um tipo de emulsão do tipo água/óleo (creme) ou óleo/água de consistência liquida

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Vaporizações � É Forma Farmacêuticas magistrais resultantes da libertação de vapor de água por si só, ou contendo anti-sépticos, e que se destinam a ser inalados Fumigações ���� São gases resultantes da combustão de determinadas plantas, ou liberação de gases (p. ex. Formal) com fins desinfetantes de espaços ou dirigidos para as vias respiratórias com fins medicamentosos anti-sépticos - inalação Aerossóis � Se caracterizam por constituírem um “nevoeiro não molhante” formado por micro gotas (diâmetro compreendido entre 0,05 e 0,2 micrômetro). Ampolas � São tubos de vidro ou plástico, colorido ou incolor, estirados nos dois topos, ou pequenas “garrafas” seladas, podem conter líquidos ou pó. Sprays � São semelhantes aos aerossóis, mas o diâmetro da partícula é maior (0,5 micrômetro), podem ser considerados “nevoeiros molhantes”

OPERAÇÕES FARMACÊUTICAS

Definição: São os meios empregados para se obter a forma que a substância deve ser usada.

CLASSIFICAÇÃO

� Mecânicas � Física � Química

� Mecânicas

Definição: São aqueles que mudam o estado da droga sem modificar o estado físico e a constituição.

CONTUSÃO: Consiste em colocar a substância em um almofariz e bater o pistilo verticalmente sobre a mesma, para quebrar

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TRITURAÇÃO: Consiste em colocar a substância em um almofariz e com movimentos giratórios triturar a mesma. Normalmente esse processo é feito com as substancias depois de contundidas. PULVERIZAÇÃO: Consiste em reduzir esta substância a um pó fino e tenue para isso usa-e o almofariz o gral e o moinho de acordo com a substância. PULVERIZAÇÃO: Outros Metodos: O enxofre, o calomelano e o Iodo são obtidos por sublimação. O óxido de cálcio (cal) umedecido na água resulta em um po fino (hidratação). O sulfato de cobre secado na estufa produz um pó fino (desidratação) O sulfato de cobre ao ar livre produz um pó fino (eflorecência). RASURAÇÃO: Processo usado para reduzir a pó certas substancias vegetais resistentes; é obitido com uma lima grossa (groza). TAMIZAÇÃO: É o processo em que fazemos passar um determinado pó pro um tamiz (peneira) para promover uma iniformidade dos grãos. DECANTAÇÃO: É o processo utilizado para separar um liquido de um pó,ou um liquido de um liquido onde inclinamos o recepiente lentamente para escorrer um liquido ficando no recipiente o pó ou o liquido.

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EXPRESSÃO: É o processo de espremer para extrair. liquidos (oleos de sementes, sucos da polpa de frutas) utiliza FILTRAÇÃO: É a passagem de uma substância por um utensilio, para clarificação ou esterilização. Utiliza-se algodão, papel de filtro, porcelana, carvão, filtro de Berskelfed, Chamberland FILTRAÇÃO EM PAPEL: Dobrar o papel de filtro, comum ou plissado e colocar no funil e fazer passar o luiqui no mesmo. FILTRAÇÃO POR ALGODÃO: Colocar um tampão de algodão Quanto mais fluído for o liquido mais apertado deve estar o tampão.

� Físicas

Definição: São aqueles que modificam de modo permanente ou transitório o estado físico sem alterar a estrutura quimica. SOLUÇÃO: Define-se solução ou soluto como sendo a união de um líquido com um corpo sólido, líquido ou gasoso de modo a formar um líquido homogêneo. SOLUÇÃO - Considerações:

� O líquido que se faz a dissolução chama� Quando um sólido se dissolve em um líquido há sempre variação de temperatura.

É o processo de espremer para extrair. Destina-se a separar solidos ou pastas de liquidos (oleos de sementes, sucos da polpa de frutas) utiliza-se um pano ou uma premsa.

É a passagem de uma substância por um utensilio, para clarificação ou esterilização. e filtro, porcelana, carvão, filtro de Berskelfed, Chamberland

Dobrar o papel de filtro, comum ou plissado e colocar no funil e fazer passar o luiqui

Colocar um tampão de algodão hidrófilo no funil e fazer passar o liquido por ele. Quanto mais fluído for o liquido mais apertado deve estar o tampão.

São aqueles que modificam de modo permanente ou transitório o estado físico sem

se solução ou soluto como sendo a união de um líquido com um corpo sólido, líquido ou gasoso de modo a formar um líquido homogêneo.

O líquido que se faz a dissolução chama-se disovente ou solvente. sólido se dissolve em um líquido há sempre variação de temperatura.

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se a separar solidos ou pastas de se um pano ou uma premsa.

É a passagem de uma substância por um utensilio, para clarificação ou esterilização. e filtro, porcelana, carvão, filtro de Berskelfed, Chamberland.

Dobrar o papel de filtro, comum ou plissado e colocar no funil e fazer passar o luiqui

hidrófilo no funil e fazer passar o liquido por ele.

São aqueles que modificam de modo permanente ou transitório o estado físico sem

se solução ou soluto como sendo a união de um líquido com um corpo sólido,

sólido se dissolve em um líquido há sempre variação de temperatura.

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� Os sólidos absorvem calor ao se dissolverem. � Concentração de uma solução é a relação entre a quantidade dissolvida e a

quantidade de solvente (%). SOLUÇÃO - Considerações:

� Solução Saturada: Quando um liquido ou solução dissolve o maximo de um corpo sólido.

� Coeficiente de solubilidade: É a quantidade do corpo dissolvido em 100g do solvente, quando a solução está saturada (a uma determinada temperatura).

FUSÃO : É a passagem do estado sólido para o liquido, sob a influência do calor. PONTO DE FUSÃO : É a temperatura em que o ocorre a passagem do estado sólido para o liquido.

Ativo Ponto de Fusão

Acido Acetil Salicílico (AAS) 143°C

Acetato de prednisona 222ºC a 226ºC

Aciclovir 230o C

Alprazolam 228 a 288,5° C

Hidrocortisona 215º C

Mazindol 198º a 199º C

Testosterona 153ºC a 157ºC

Tretinoína 182º C

Valerato de betametasona 192ºC

EBULIÇÃO: É a passagem do estado liquido para o estado gasoso. PONTO DE EBULIÇÃO:

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É a temperatura em que um liquido passa do estado liquido para o estado gasoso, a uma dada pressão.

Ativo Ponto de Ebulição

Água 100°C

Álcool 78ºC

Benzina 80o C

Clorofórmio 61° C

Éter 34,5º C

DESSECAÇÃO: É a retirada da água dos corpos. Usamos: Estufa (sólidos) Dessecador (sólidos)temperatura em que um liquido Ebulição: (líquidos) REFRIGERAÇÃO: É o metodo de fazer baixar a temperatura artificialmente. É usada para a conservação de substâncias termosensíveis.

� Químicas

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Definição: São aquelas que alteram profundamente a droga em sua constituição íntima modificam assim a sua ação terapêutica. Ex: Saponificação Fermentação

EXCIPIENTES E ADJUVANTES FARMACÊUTICOS

No Passado

Definição: Adjuvante e veículo química e farmacologicamente inerete.

Hoje

Definição: Excipiente é qualquer substância diferente do fármaco ou do pró-fármaco, que tem sua segurança avaliada e, a partir de então, pode ser incluída na forma farmacêutica, com as seguintes intenções:

� Possibilitar a preparação do medicamento; � Proteger, fornecer ou melhorar a estabilidade e a disponibilidade biológica do

fármaco, além da aceitabilidade do paciente; � Propiciar a identificação do produto; � Melhorar ou promover qualquer outro atributo relacionado, não somente à

segurança, mas, também, com a efetividade do produto durante a estocagem e/ou o uso.

Fonte: IPEC (International Pharmaceutical Excipients Councils)

O surgimento e incremento da área biofarmacêutica, os sólidos conhecimentos adquiridos nesta área, a introdução dos biopolímeros no mercado e, a disponibilidade de tecnologias de produção e métodos analíticos sofisticados, capacitaram o profissional farmacêutico a desenvolver FF cada vez mais específicas (modified release), com maior seletividade na liberação do ativo (targeting) e, conseqüentemente, com eficácia terapêutica aumentada.

Principais fatores que contribuíram para a evolução no conceito e nas regulamentações dos excipientes:

� Criações de conselhos internacionais na Europa e Estados Unidos; � Criação de seções específicas para excipientes no NF; � Inclusão de monografias no NF, � Divisão especial de monografias na USP/NF, � Edição do Handbook of Pharmaceutical Excipients (1a em 1986 e 2a em 1994),

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Fatores: econômicos e tecnológicos:

� Desenvolvimento de novas formas farmacêuticas: produtos de biotecnologia (polímeros, biosensores), sistemas de direcionamento de fármacos (targeting), sistemas de liberação modificada de fármacos (modified release).

� Automação: equipamentos sofisticados para compressão, extrusão e esferonização(tecnologia para produção de pellets), leito fluidizado, spray-dried.

� Surgimento de ativos inovadores: biotecnologia e peptídeos sintéticos. � Elaboração de excipientes com funções específicas: preparação de lipossomas,

nanocápsulas, microemulsões, géis transdérmicos, patches, dentre outros; � Questões ambientais: encontrar substitutos aceitáveis para os CFCs

(clorofluorocarbonos), por exemplo, utilizada em sistemas de aerossóis e para outros solventes orgânicos de uso farmacêutico

Influência dos excipientes na liberação do fármaco Durante a produção de Formas Farmacêuticas sólidas, as propriedades dos excipientes, assim como a dos ativos, podem se refletir em diversos parâmetros: compressibilidade, fluidez, uniformidade de conteúdo, lubrificação (escoamento e enchimento da matriz, ejeção dos comprimidos, preparação de cápsulas) e mistura. Ainda, podem ser influenciadas: dureza, friabilidade, uniformidade de conte. do (UC), velocidade de desagregação, estabilidade do ativo, revestimento, dissolução e biodisponibilidade.

Propriedade Influência

Tamanho e forma da partícula peso, UC, desintegração, dissolução

Densidade e granulométria peso, UC, desintegração, dissolução, dureza

Área Superficial e porosidade desintegração, dissolução, formação de película de revestimento

Hidratação estabilidade físico-química, desintegração, dissolução

Forma polimórfica e grau de cristalinidade peso, UC, desintegração, dissolução, dureza

Condições de armazenamento peso, UC, desintegração, dissolução, dureza

Características ideais para os excipientes:

• Toxicologicamente inativo. • Química e fisicamente inerte frente ao fármaco. • Compatível com outros ingredientes da formulação. • Incolor e insípido. • Elevada fluidez e boa capacidade de escoamento (sólido). • Alta capacidade de sofrer compressão (sólido). • Disponível a partir de diversas fontes, com custos adequados. • Fácil de ser armazenado. • Características reprodutíveis lote-a-lote.

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• Desempenho consistente com a forma farmacêutica ao qual se destina

Função dos excipientes

Fornecem a forma farmacêutica peso, consistência e volumes adequados.

Excipiente

Auxilia o fármaco a cumprir seu papel.Excipientes específicos são adicionados nadesintegração da forma farmacêutica e dissolução do fármaco, o que irá refletir no quantidade de fármaco absorvido e na velocidade na qual este processo ocorre, ou seja, na biodisponibilidade do fármaco.

Categoria de excipiente

De acordo com sua influência na estabilidade, absorção do fármaco e características do processo de preparação:

Estabilidade

Antioxidantes

Quelantes

Conservantes

Estabilizantes

Tamponantes

Modificadores de pH

Influência na preparação

Forma Farmacêutica

Emulsões e suspensões

Géis

Sólidas

Principais excipientes farmacotécnicos

Desempenho consistente com a forma farmacêutica ao qual se destina.

Excipiente Diluente

forma farmacêutica peso, consistência e volumes adequados.

Excipiente Adjuvante

Auxilia o fármaco a cumprir seu papel. Excipientes específicos são adicionados na tentativa de controlar e regular a velocidade de desintegração da forma farmacêutica e dissolução do fármaco, o que irá refletir no quantidade de fármaco absorvido e na velocidade na qual este processo ocorre, ou seja, na

De acordo com sua influência na estabilidade, absorção do fármaco e características do

Estabilidade Absorção do Fármaco

Desintegrantes

Plastificantes

Modificadores da liberação

Promotores da penetração

Molhantes

Modificadores de pH Formadores de filme/polímeros

Influência na preparação

Forma Farmacêutica Ação

Emulsões e suspensões Agentes emulsificantes, suspensores

Agentes gelificantes

Diluentes, lubrificantes

Principais excipientes farmacotécnicos

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tentativa de controlar e regular a velocidade de desintegração da forma farmacêutica e dissolução do fármaco, o que irá refletir no controle da quantidade de fármaco absorvido e na velocidade na qual este processo ocorre, ou seja, na

De acordo com sua influência na estabilidade, absorção do fármaco e características do

Agentes emulsificantes, suspensores

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Diluentes: Produtos inertes adicionados aos pós para permitir a obtenção de comprimidos ou o enchimento de cápsulas, com volumes adequados. Ainda, para propiciar propriedades de fluxo e compressão necessárias à produção. Diferentes naturezas (solúvel, insolúvel ou mista). Exemplos: lactose, fosfato de cálcio tribásico, amido, manitol, sulfato de cálcio, celulose microcristalina (Microcel, Avicel), fosfato de cálcio dibásico (Encompress, Ditab), Óxido de magnésio, carbonato de magnésio, talco, caolim

Veículos: São preparações inertes destinadas à incorporação do (s) ativo(s). Podem ser edulcorados e conter agentes suspensores. Exemplos: xarope simples, sorbitol 70%, glicerina, água, etc.

Solventes: São usados para dissolver outra substância na preparação de uma solução; pode ser aquoso ou oleaginoso). Co-solventes, como a água e álcool (hidroalcóolico) e água e glicerina, podem ser usados quando necessários. Exemplos: álcool, óleo de milho, óleo de algodão, glicerina, álcool isopropílico, óleo mineral, ácido oléico, óleo de amendoim, água purificada, água para injeção.

Absorventes: Substâncias usadas para absorverem água presente nos extratos ou para fixar certos compostos voláteis, como as essências. Exemplos: fosfato de cálcio, caulim, carbonato de magnésio, bentonita, talco

Aglutinantes: Usados para promover adesão das partículas durante a granulação e compressão de formas farmacêuticas sólidas. Podem ser usados na forma de solução, dispersão ou pós. Exemplos: goma arábica, ácido algínico, açúcar compressível, CMC-Na, etilcelulose, gelatina, metilcelulose, povidona (PVP), amido, amido pré-gelatinizado, glicose líquida.

Desagregantes (desintegrantes): Aceleram a desintegração e/ou a dissolução da forma nos fluidos biológicos. Exemplo: ácido algínico, amido, alginato de sódio, CMC-Na, celulose microcristalina, croscarmelose sódica (Ac-Di-Sol), glicolato sódico de amido (Explotab), crospovidona (Kollidon CL).

Lubrificantes: Capazes de prevenir a aderência dos pós e granulados nas punções e matrizes, facilitarem o escoamento dos mesmos no alimentador e facilitar o enchimento de cápsulas. Otimizar o processo produtivo. Exemplo: estearato de magnésio, estearato de cálcio, ácido esteárico, talco, óleo vegetal hidrogenado (ex. Lubritab).

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Deslizantes: Agentes usados nas formulações de comprimidos e cápsulas para melhorar as propriedades de fluxo das misturas em pó. Exemplo: sílica coloidal (Aerosil 200), talco.

Agentes molhantes: Substâncias adicionadas com a finalidade de diminuir a tensão superficial na interface sólido/líquido. Age diminuindo o ângulo de contato entre a água e as partículas sólidas, aumentando a molhabilidade das partículas. Exemplos: lauril sulfato de sódio (LSS), docusato sódico, polissorbatos 20, 60, 80 (Tweens).

Agentes tamponantes : Fornece às formulações, resistência contra variações de pH, em casos de adição de substâncias ácidas ou básicas. Exemplos: tampão citrato, tampão fosfato, tampão borato Corantes, aromatizantes e flavorizantes: Adjuvantes empregados para corrigir cor, odor e sabor desagradáveis, tornando a preparação mais atraente. Exemplos de flavorizantes: baunilha, mentol, óleo de canela, óleo de anis, cacau, dentre outros.

Edulcorantes: Usado para edulcorar (adoçar) a preparação. Exemplos: aspartame, dextrose (glicose), manitol, sorbitol, sacarina, ciclamato sódico, açúcar, acesulfame de potássio, sucralose, esteviosídeo.

Agentes plastificantes: Substâncias empregadas juntamente com polímeros, para modificar a temperatura de transição de fase dos mesmos e, facilitar a coalescência do filme formado sobre os grânulos, comprimidos ou pellets. Torna a camada de revestimento mais uniforme sobre o granulado, durante a preparação de cápsulas de liberação entérica. Exemplos: glicerina, trietilcitrato, dibutilftalato, silicone, PPG

Agentes de revestimento: Empregados para revestir comprimidos, grânulos, cápsulas ou pellets com o propósito de proteger o fármaco contra decomposição pelo oxigênio atmosférico e umidade, para mascarar sabor ou odor desagradável, para evitar a degradação no suco gástrico e obter a liberação do fármaco em meio entérico. Exemplo: ceras, gelatina, metil ou etilcelulose, acetoftalato de celulose, hidroxipropilmetilcelulose, acetato de celulose, Eudragit. tipos L100, RS 30D.

Agentes formadores de matrizes para liberação controlada: Substâncias de natureza polimérica empregadas com a finalidade de se obter liberação prolongada e/ou controlada do fármaco Exemplos: HPMC, CMC-Na, goma xantana, Carbopol, diversos tipos de Eudragit, agar-gar, derivados polióxidoetilênicos (PEO’s), dentre outros.

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Agentes emulsificantes ou emulsionantes: Usados para estabilizar formulações que possuem um líquido disperso em outro líquido ambos imiscíveis. O produto final pode ser uma emulsão líquida ou semi-sólidas (creme). Podem ser aniônicos, catiônicos ou anfotéros. Exemplos: monoestearato de glicerila, álcool cetílico e gelatina. Podem ser empregados como agentes emulsivos auxiliares: CMC-Na, MC, alginato e pectina.

Agentes surfactantes (tensoativos): Substâncias que reduzem a tensão superficial. Podem ser usados como agentes molhantes, detergentes ou emulsificantes. Exemplos: cloreto de benzalcônio, nonoxinol 10, octoxinol 9, polissorbato 80, lauril sulfato de sódio.

Agentes suspensores: Agentes utilizados para aumentar a viscosidade da fase externa de uma suspensão (dispersão de sólidos, finamente divididos, e um líquido no qual o fármaco é insolúvel). Reduzem a velocidade de sedimentação das partículas do fármaco. Agente doador de viscosidade ao meio.

Agente suspensor Concentração usual pH aplicável Goma adraganta 0,50 ± 2,00% 1,90 ± 8,50 Goma arábica (goma acácia) 5,00 ± 10,00 % Goma xantana 0,3 ± 0,5 % 3,0 ± 12,0 Celulose microcristalina/CMC-Na (Avicel≤ RC 591)

0,50 ± 2,00% 3,50 ± 11,00

CMC-Na 0,50 ± 2,00% 2,00 ± 10,00 Hidroxipropilmetilcelulose (HPMC) 0,30 ± 2,00% 3,00 ± 11,00 Metilcelulose 0,50 ± 5,00% 3,00 ±11,00 Hidroxietilcelulose (Natrosol≤) 0,10 ± 2,00% 2,00 ± 12,00 Bentonita

0,50 ± 5,00% 3,00 ± 10,00 dispersões melhores empH neutro

Alginato sódico 1,00 ± 5,00% 4,00 ±10,00 Carbômero (Carbopol≤) 0,50 ± 1,00% 5,00 ±11,00 Povidona

Até 5,00% Não é afetado pelo pH, exceto por pH extremamente cáustico

Pectina 1,00 ± 3,00% 2,00 ± 9,00 Silicato de Alumíno e Magnésio (Veegun)

0,50 ± 2,50% 3,50 ± 11,00

Dióxido de silício coloidal (Aerosil) 2,00 - 10,00% Até 10,70 Adaptado: Rowe et al., 2003

Agente doador de consistência: Usado para aumentar a consistência de uma preparação, em geral, uma pomada. Exemplos: álcool cetílico, cera branca, cera amarela, álcool estearílico, parafina, cera microcristalina, cera de ésteres cetílicos.

Agentes de tonicidade (Isotonizantes): Usados para obtenção de soluções com características osmóticas semelhantes às dos fluidos biológicos, a serem administradas pelas vias: ocular, nasal, parenteral. Exemplos: NaCl , manitol e dextrose.

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Umectantes: Substâncias empregadas para prevenir o ressecamento de preparações, principalmente, pomadas e cremes, por apresentarem a capacidade de retenção de água. Exemplos: glicerina, propilenoglicol, sorbitol.

Agentes levigantes: Líquido usado como agente facilitador no processo de redução de partículas do fármaco, durante o preparo de emulsões, bases oleosas, dentre outras. Triturado juntamente com o fármaco.

SOLUÇÕES

Definição: São misturas homeogéneas formada por dois componentes distintos: o solvente e o soluto, ou solvido e dissolvido.

Convenções

1) Um componente liquido Solvente 2) Dois líquidos Solvente (o de maior quantidade)

Obs: Teoricamente é possível considerar a existência de soluções cujo solvente seja um sólido, um gás ou um líquido, porem o termo solução se aplique a sistemas cujo solvente seja um líquido.

Coeficiente de Solubilidade A solubilidade de uma substância em um líquido não é ilimitada. Quando colocamos um sólido em contato com um liquido e o mesmo não exerça nenhuma ação química pode acontecer:

• Ser totalmente solúvel no liquido

• Ser parcialmente solúvel no liquido

• Ser praticamente insolúvel no liquido Definição: Coeficiente de solubilidade é a concentração de soluto que se pode dissolver em um solvente, a dada temperatura. Classificação quanto ao coeficiente:

• Solução Saturada: Aquela cuja concentração de soluto se encontra em equilíbrio com o solvente.

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• Solução não Saturada: Aquela cuja concentração de soluto não atingiu o equilíbrio com o solvente.

• Solução super Saturada: Aquela cuja concentração de soluto ultrapassa a da solução saturada.

Solução e Absorção Quando em uma solução o soluto atinge uma alto grau de dispersão, apresentando dimensões de partículas inferiores a 0,001µm, estamos diante das condições ideais para absorção de compostos medicamentosos pelo organismo sendo este motivo o que leva a solução a ser uma das formas galénicas bem utilizadas.

Fatores que podem influenciar nas soluções

� Temperatura; � Interações solvente-soluto; � Estado de divisão da substancia a dissolver; � Agitação � Constante dielétrica do soluto e do solvente; � Ph

Expressões de Solubilidade Temperatura entre 15 a 25°C

Termos Quantidade de Solvente em mL para 1g do soluto

Muito solúvel Menos de 1

Facilmente solúvel De 1 a 10

Solúvel De 10 a 30

Ligeiramente solúvel De 30 a 100

Pouco solúvel De 100 a 1000

Muito pouco solúvel De 1000 a 10.000

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Praticamente insolúvel Acima de 10.000

Fonte: Farmacopéia Portuguesa VII

Expressões de Concentração Percentagem Dois modos:

1) Percentagem em massa do soluto dissolvida em 100g de solução (m/m). Exemplo: Solução de Cloreto de Sódio a 10%

2) Percentagem em volume do soluto dissolvida em 100mL de solução (V/V). Exemplo: Solução de Glicerina a 10%

Parte por milhão (ppm): Indica a quantidade de soluto dissolvida em 1milhão de partes da solução. Obs: quando não houver indicação especial se refere a massa por massa (m/m). Miliequivalente (mEq): Indicará a concentração de inos existentes e soluções de eletrolitos. Um mEq corresponde a 1/1000 de Eq. Um Eq é o peso de um átomo-grama ou de um radical dividido pela respectiva valência. Exemplo: Na+ Peso atômico = 22,98 (=23) Eq = peso atômico/valência Eq = 23/valência Eq = 23/valência(metal coluna 1A = 1) Eq = 23/1 Eq = 23g mEq = Eq/1000 mEq = 23/1000 mEq = 0,023g ou 23mg

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Qual o mEq do Cloreto de sódio? mEq do sódio 0,023g ou 23mg Peso atômico do cloro = 35,45 Valência do cloro = 1 (ametal coluna 7A) Eq = peso atômico/valência Eq = 35,45/1 Eq = 35,45g mEq = Eq/1000 mEq = 35,45/1000 mEq = 0,0354g ou 35,4mg mEq do Cloro 0,0354g ou 35,4mg mEq do Cloro 0, 0354g ou 35,4mg mEq do sódio 0,023g ou 23mg mEq do Cloreto de sódio = mEq do Cloro + mEq do sódio mEq do Cloreto de sódio = 0, 0354 + 0,023 mEq do Cloreto de sódio = 0,0584g ou 58,4mg Qual o mEq dos compostos: NaH2PO4 NaHCO3 Na2HPO4.12H2O K3PO4.12H2O Dados Na=23, H=1, P=31, O=16, C=12, K=39.

Utilização do mEq Quantos mEq existem em uma solução contendo 1,2g de bicarbonato de sódio em 20ml. PM do bicarbonato de sódio = 84 mEq do bicarbonato = 84/1/1000 = 0,084g Para se achar a quantidade de mEq divide-se a massa em solução pelo mEq logo: Quantidade de mEq = 1,2/0,084 Quantidade de mEq = 14,3mEq de Na+ e 14,3mEq de HCO3

-. Suponhamos uma solução contendo 6g de cloreto de sódio e 5,6g de lactato de sódio em 1000ml.Quantos mEq existem nessa solução. Formula molecular do lactato de sódio C3H5O3Na. Formula molecular do Cloreto de sódio NaCl. PM do lactato de sódio = 112 PM do Cloreto de sódio = 58,5 mEq do cloreto de sódio = 0,0585g mEq do lactato de sódio = 0,112g Calculo do Cloreto. Quantidade em solução do cloreto = 6g Quantidade mEq = 6/0,0585 = 102,6mEg de Na e 102,6mEg de Cl. Calculo do Lactato.

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Quantidade em solução do lactato = 5,6 Quantidade mEq = 5,6/0,112 = 50mEg de Na e 50mEg de lactato. Calculo Total. Na.................................... (102,6 + 50) = 152,6 mEq Cl.......................................................... = 102,6 mEq Lactato......................................... = 50 mEq

XAROPES

Origem: Derivado do termo Francês “sirop” que segundo alguns autores provém do vocabulo latino “sirupus” ou “syrupus”, que por sua vez se deriva do arabe “Charab”, que significa bebida.

Definição: São preparações farmaceuticas aguosas, límpidas, que contem um açucar (sacarose) em uma concentração proxima da saturação.

Propriedades Os xaropes possuem constante dielétrica mais baixa que a da água, o que melhora a dissolução de certos fármacos. Os Xaropes possuem uma boa conservação devido ao fato de serem soluções hipertônicas, o que provoca a desidratação nos microorganismo provocando plasmólise e ficam inibidos de reprodução. Os xaropes possuem uma elevada viscosidade o que atenua ou impede o aparecimento de turvação ou precipitação.

Tipos Medicamentosos: Preparados contendo extratos fluidos, e ativo diversos. Veículos: Xarope Simples Xarope de goma Xarope de Sucos (todos os xaropes tanto os medicamentosos, quanto os veículos devem ser soluções saturadas ou quase saturadas de açúcar)

Concentração do Xarope A concentração de um xarope é de 2/3 de açúcar para 1/3 de água. Isso corresponderia a 65g de açúcar para 35g de água. Isso corresponde a uma solução de densidade 1,32 a 15-20°C.

Preparação do Xarope Essencialmente a preparação de um xarope consiste em dissolver o açúcar na água (xarope simples) ou em soluções medicamentosas (sol. Salina solução de fármacos orgânicos, tintura, extratos, etc.).

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Dois métodos: A frio: Consiste em colocar o açúcar em contato com a água e através de um processo de agitação constante ou mesmo intercalada, promove-se a dissolução. A quente: Consiste em dissolvermos o açúcar em água a um temperatura em torno dos 80°C. Pode-se fazer isso aquecendo os constituintes em uma chapa aquecedora ou mesmo banho Maria a 100°C.

Diferenças dos métodos

A frio A quente

Xarope Incolor Xarope Amarelado

Menor hidrolise da sacarose Maior hidrolise da sacarose

Maior incidência de fungos e bactérias

Menor incidência de fungos e bactérias

Filtração O processo de filtração consiste em tornarmos límpido o xarope e pode ser feito por:

• Filtração em papel de poro largo (Chardin) • Algodão • Filtro de Taylor, etc.

Alterações dos xaropes Vários fatores podem alterar os xaropes:

� Agentes atmosféricos (Oxigênio e CO2) � Aquecimento (destruição de fármacos e hidrólise da sacarose) � Exposição a Luz (alteração de fármacos e catalise diversas) � Interações de Componentes � Reações Internas � Proliferação microbiana

A proliferação microbiana é sem duvida uma das grandes preocupações para o formulador, a possibilidade de crescimento microbiano se deve ao fato de desequilíbrio na formulação, neste caso podemos lançar mão de conservantes para tentar evitar o problema. Conservantes: Propilparabeno Metilparabeno O-fenilfenol Benzoato de sódio. A pesar de podermos adicionar a formulação os conservantes, medidas preventivas devem ser tomadas como:

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Esterilizar em estufa a 150 os frascos onde iremos acondicionar os xaropes. Ter o maximo de atenção com a técnica de preparação.

Ensaios Os ensaios nos xaropes irão verificar os caracteres organolépticos, físicos e químicos. Caracteres Organolépticos: Os xaropes devem se apresentar límpidos, viscosos, e com sabor agradável. Não devem ter cheiro repugnante (tipo ac sulfúrico ou acético) Caracteres Físicos: Devemos observar a Viscosidade , propriedades polarimétricas e densidade. Viscosidade : 190 cPo a 20°C Propriedade Polarimétrica : a 20°C - Solução 1:10 revela desvio rotatório de +8°,26 e +8°,50. após a inversão apresenta desvio de -2°,26 e -2°,34. Densidade: a 15-20°C é de 1,32

FLAVORIZAR

Definição: Flavorizar, uma preparação farmacêutica para administração oral é fator preponderante à adesão terapêutica pelo paciente.

Porém, antes é importante a compreensão da psicofisiologia envolvida na percepção dos sabores.

A percepção de um determinado sabor envolve os receptores dos paladares, proteínas localizadas na superfície das células das papilas gustativas, que reconhecem certas estruturas químicas e iniciam a emissão de sinais para que o cérebro os traduza reconheçam os sabores. Principais Sabores

� Doce; � Azedo; � Amargo, � Salgado.

Os receptores para os paladares primários doce, amargo, salgado e azedo (ácido) estão distribuídos e agrupados em regiões diferentes da superfície da língua. O paladar doce é detectado principalmente na ponta da língua, enquanto o amargo é mais evidenciado na região posterior, o salgado nas laterais anteriores e o azedo nas laterais medianas.

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Algumas correlações podem ser feitas entre sabor/odor e a estrutura química da substância Por exemplo:

• O sabor azedo pode ser associado à presença de íons hidrogênio;• O salgado, com alguns ânions e cátions; • O amargo, com o alto peso molecular dos• O doce, com compostos polihidroxilados, compostos polihalogenados e alfa

aminoácidos; • O sabor cortante pode ser associado à presença de insaturação na molécula;• O odor de cânfora, com o átomo de carbono terciário da estrutura e, odores de frutas,

com grupos ésteres • e lactonas.

Dentre os fatores responsáveis pelo sentido do paladar estão, também, envolvidos os seguintes fenômenos: Calor – Quente ou Frio A adstringência – devido à presença de taninos e ácidos; A aspereza correspondente à textura e,A sensação de frescor devido à ausência de calor.

Flavorizantes utilizados para mascarar alguns sabores primários: Doce: baunilha, vanilina, tutti-frutti, uva, morango, framboesa, amora, hortelã Ácido/Azedo: Cítrico, limão, laranja, cereja, Salgado: amêndoas, xarope de canela, xarope de ácido cítrico, xarope de maple, xarope de laranja, xarope de alcaçuz, framboesa. Amargo: anis, café, chocolate, chocolatexarope de alcaçuz, cravo. Salino + amargo: xarope de canela, xarope de laranja, xarope de ácido cítrico. Oleoso: menta, anis, hortelã (ex. correção do sabor de preparações com óleo mineral). Metálico: morango, framboesa, cereja, uva.

Algumas correlações podem ser feitas entre sabor/odor e a estrutura

O sabor azedo pode ser associado à presença de íons hidrogênio; O salgado, com alguns ânions e cátions; O amargo, com o alto peso molecular dos sais; O doce, com compostos polihidroxilados, compostos polihalogenados e alfa

O sabor cortante pode ser associado à presença de insaturação na molécula;O odor de cânfora, com o átomo de carbono terciário da estrutura e, odores de frutas,

Dentre os fatores responsáveis pelo sentido do paladar estão, também, envolvidos os

devido à presença de taninos e ácidos; A aspereza correspondente à textura e, A sensação de frescor devido à ausência de calor.

Flavorizantes utilizados para mascarar alguns sabores primários:

frutti, uva, morango, framboesa, amora, hortelã- pimenta.

Ácido/Azedo: Cítrico, limão, laranja, cereja, framboesa.

Salgado: amêndoas, xarope de canela, xarope de ácido cítrico, xarope de maple, xarope de laranja, xarope de alcaçuz, framboesa.

Amargo: anis, café, chocolate, chocolate-menta, menta, limão, laranja, xarope de cacau,

Salino + amargo: xarope de canela, xarope de laranja, xarope de ácido cítrico.

Oleoso: menta, anis, hortelã (ex. correção do sabor de preparações com óleo mineral).

Metálico: morango, framboesa, cereja, uva.

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Algumas correlações podem ser feitas entre sabor/odor e a estrutura

O doce, com compostos polihidroxilados, compostos polihalogenados e alfa-

O sabor cortante pode ser associado à presença de insaturação na molécula; O odor de cânfora, com o átomo de carbono terciário da estrutura e, odores de frutas,

Dentre os fatores responsáveis pelo sentido do paladar estão, também, envolvidos os

Flavorizantes utilizados para mascarar alguns sabores primários:

pimenta.

Salgado: amêndoas, xarope de canela, xarope de ácido cítrico, xarope de maple, xarope de

menta, menta, limão, laranja, xarope de cacau,

Oleoso: menta, anis, hortelã (ex. correção do sabor de preparações com óleo mineral).

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Insípido: associar edulcorante + flavorizante, xarope de limão ou xarope simples com tintura ou essência de limão.

Por Classes de Fármacos Antibióticos: cereja, abacaxi, laranja, framboesa, banana + abacaxi, banana + baunilha, c.co + creme, morango, baunilha, limão-creme, cereja + creme, tutti-frutti, canela. Anti-histamínicos: cereja, canela, creme, uva, mel, pêssego + laranja, framboesa, baunilha, cacau. Barbituratos: banana + abacaxi, banana + baunilha, canela + menta, groselha + morango, laranja. Descongestionantes e expectorantes: anis, cereja, côco + creme, creme + menta + morango, groselha + pêssego, morango, limão, laranja, laranja + limão, abacaxi, laranja + pêssego, morango, framboesa, tangerina. Eletrólitos: cereja, uva, framboesa.

Flavorizantes para preparações veterinárias Pássaros: uva, laranja, tutti-frutti Gatos: carne, galinha, fígado, amendoim, peixe, queijo. Cães: carne, queijo, galinha, fígado, marshmallow, amendoim, framboesa. Eqüinos: maçã, cereja, cravo, caramelo, alfafa. Bovinos: anis, maple, cravo, alfafa, anis-alcaçuz. Caprinos: maçã, caramelo. Frangos: milho, melancia, leite. Furões: peixe, frutal. Iguanas: kiwi, melancia. Coelhos: banana-creme, alface. Porquinho-da-índia: laranja, tutti-frutti. Primatas: banana, chocolate, framboesa. Répteis (exceto cobras): banana-creme, limão-creme.

Método de Combinação:

A técnica de combinação compreende o uso de características comuns entre o sabor e o fármaco. Por exemplo, o uso do sabor de frutas pode ser combinado com o sabor azedo/ácido (sabor de laranja associado ao ácido ascórbico). Os sabores salgado/doce/azedo podem ser combinados com um sabor amargo. Também, O uso de um sabor levemente salgado pode minimizar o sabor azedo e, contribuir para que o sabor doce sobressaia. Ainda, já foi estabelecido que o sabor azedo possa potencializar o sabor amargo.

Método de Mascaramento:

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O salicilato de metila, por possuir um cheiro muito forte, pode mascarar outros sabores ou sobressair-se em relação a muitos produtos.

Métodos Físicos: Dentre os métodos físicos, estão incluídas a formação de compostos insolúveis, a

emulsificação de óleos, a efervescência, a elevação na viscosidade dos fluidos e o revestimento de comprimidos. Compostos insolúveis podem ser formados resultando em sabores pouco perceptíveis. O fármaco deve estar em solução para que seu sabor seja realçado, portanto, ativos em suspensão, geralmente, não transmitem sabor. Os óleos podem ser incorporados na fase interna de emulsões óleo-água, cuja fase externa aquosa pode ser adoçada ou flavorizada. Este é o princípio que está por trás da emulsão de óleo de fígado de bacalhau e da emulsão de óleo de rícino, nas quais o paciente Experimenta, inicialmente, a fase aquosa externa adocicada

Métodos Químicos: Incluem absorção e complexação do princípio ativo, resultando na perda das

características de sabores indesejáveis

Métodos Fisiológicos: Incluem a utilização dos efeitos anestésico do mentol e da menta, que pode, ainda, ser

usada para contribuir com um sabor mais agradável.