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Universidade Federal de Minas Gerais Faculdade de Farmácia Departamento de Produtos Farmacêuticos Prática de Farmacotécnica I 2008 1

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Page 1: Pratica Farmacotecnica

Universidade Federal de Minas Gerais

Faculdade de Farmácia

Departamento de Produtos Farmacêuticos

Prática de Farmacotécnica I

2008

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Page 2: Pratica Farmacotecnica

PARTE 1 - Introdução as aulas práticas.

I. Introdução.

O setor de Farmacotécnica (FT)/Tecnologia Farmacêutica (TF) possui

laboratórios de ensino e pesquisa localizados no bloco 2, 2o andar, e é responsável

por duas disciplinas do curso de Farmácia (FT I e II), três da opção Farmácia

Industrial (TF I e II, Tecnologia de Cosméticos) e uma da pós-graduação em

Ciências Farmacêuticas (FT).

Para o bom andamento do curso é necessário que algumas regras sejam

adotadas:

- trabalhe de forma organizada;

- suje o mínimo possível o ambiente;

- converse sem gritar;

- não se alimente no laboratório;

- manipule com cuidado os utensílios e a bibliografia;

- deixe o laboratório limpo para o seu colega e a bibliografia no local onde você a

encontrou.

Como nas aulas práticas de FT I utiliza-se como metodologia de ensino a

consulta permanente à bibliografia fornecida pelo laboratório, solicita-se que nas

bancadas fique apenas o essencial à compreensão das fórmulas (lápis e apostila),

ou seja, CADERNOS, LIVROS PESSOAIS, MOCHILAS, ETC. DEVEM FICAR

ISOLADOS DOS LIVROS A SEREM CONSULTADOS.

Sempre que possível, pretende-se que nas aulas práticas o aluno execute

isoladamente suas fórmulas. Isto faz com que seja necessário trabalhar com

pequenas quantidades de reagentes para evitar que haja um gasto excessivo. Por

trabalhar com pequenas quantidades teremos perdas significativas durante as

manipulações, entretanto, é bom lembrar que na prática farmacêutica estas perdas

deixam de ser significativas devido as quantidades de reagentes usualmente

manipulados.

É PROIBIDO participar da aula prática o aluno(a) que não esteja:

- matriculado na turma em questão;

- paramentado com guarda-pó, touca e máscara.

II. Apresentação do laboratório.

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Page 3: Pratica Farmacotecnica

- local de consulta bibliográfica;

- local de manipulação;

- definição do local individual de trabalho;

- materiais de uso individual (conhecer cálice, gral, pistilo, etc.);

- materiais de uso comum (balanças, reagentes, espátulas, conta-gotas, etc.);

- almoxarifado e porque de não poder levar as fórmulas manipuladas.

III. Método de trabalho.

Antes de manipular a fórmula, é necessário consultar a bibliografia com o

objetivo de entende-la. Depois disso, uma maneira de executá-la será proposta e

discutida. Somente depois desse ciclo é que a manipulação poderá ser feita.

IV. Apresentação da bibliografia (teoria e prática).

- livros sugeridos para o embasamento teórico;

- onde encontrar as fórmulas oficiais;

- diferenças entre fórmulas oficiais e monografias descritas na Farm. Bras.

Verificar na monografia de pelo menos três medicamentos qual é a variação

permitida em relação ao valor rotulado;

- livros e apostilas para consulta, com o objetivo de entender as fórmulas

farmacêuticas e dar suporte para uma proposta de execução (principalmente

para fórmulas magistrais).

V. Dados necessários ao desenvolvimento de uma formulação e onde

encontrá-los.

Conhecer as propriedades do princípio ativo (p.a.) e dos outros componentes

presentes na formulação é determinante para a confecção da fórmula farmacêutica

pretendida. Todas as propriedades abaixo discriminadas devem ser verificadas

antes de DESENVOLVER uma fórmula. Já para a MANIPULAÇÃO de uma fórmula

já proposta, apenas algumas destas propriedades podem nos interessar. Por

exemplo, caso a forma farmacêutica seja uma preparação sólida, é inútil conhecer a

solubilidade dos componentes da formulação. Não devemos perder tempo com

informações inúteis para o momento.

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Page 4: Pratica Farmacotecnica

V.1 Identificar o p.a.

- Nome científico e usual;

- Sinônimos;

- Fórmulas;

- Massa molar.

V.2 Conhecer as características físicas, químicas e biológicas do p.a.

V.2.1 Características Físico-químicas.

- Características organolépticas (aspecto, cor, odor, sabor, polimorfismo, etc.);

- Solubilidade na água (determinação do ótimo de solubilidade em função do pH);

- Coeficiente de partição;

- Espectro no ultra-violeta;

- Estabilidade em função da temperatura, da luz, do oxigenio, do solvente, do pH;

- Granulometria;

- Incompatibilidade com os excipientes;

- Velocidade de dissolução de um comprimido, etc..

V.2.2 Características Biológicas.

- Meia vida (t1/2);

- Doses (dose usual, tóxica, efeitos secundários);

- Farmacocinética (absorção, distribuição, metabolismo, eliminação, níveis

plasmáticos, taxa de ligação às proteínas plasmáticas);

- Liberação ótima;

- Indicações terapêuticas;

- Biodisponibilidade: absorção (mecanismo, nível), influencia dos sucos digestivos

(volume, pH, enzimas), etc..

VI. Avaliação farmacêutica da prescrição.

Em termos de receita, a avaliação farmacêutica deve observar os seguintes

itens:

a) Legibilidade e ausência de rasuras e emendas.

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Page 5: Pratica Farmacotecnica

b) Identificação do profissional prescritor com o número de registro no

respectivo Conselho Profissional, endereço do seu consultório ou endereço

da instituição a que pertence.

c) Identificação do paciente e seu endereço residencial.

d) Identificação da substância ativa em DCB (Denominação Comum Brasileira)

ou DCI (Denominação Comum Internacional), concentração/dosagem, forma

farmacêutica, quantidades e respectivas unidades e posologia.

e) Modo de usar.

f) Local e data de emissão.

g) Assinatura, carimbo e identificação do prescritor.

Exemplo de uma receita médica

Dr Ciclano de Tal Rua das Viúvas, 32CRMMG XYXYZ Belo Horizonte - MG

Sra Fulana da SilvaRua dos Vivos, 324 – Belo Horizonte – MG

RxUso internoÁcido ascórbico.............200 mgExcipiente qsp...............1 cápsulaMande 25 cápsulas.Tomar 1 cápsula, duas vezes ao dia.

Local e data da prescriçãoCarimbo e assinatura do médico

NOTAS:

- A ausência de qualquer um dos itens acima pode acarretar o não atendimento

da prescrição.

- É vedado o aviamento e/ou dispensação de preparações magistrais em códigos,

siglas ou números.

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Page 6: Pratica Farmacotecnica

- Quando a prescrição contiver substâncias sujeitas a controle especial, deve

atender também a legislação específica.

O farmacêutico é responsável pela manipulação e manutenção da qualidade das

preparações até a sua dispensação ao cliente, devendo orientar e treinar os

funcionários que realizam o seu transporte, quando for o caso. A preparação das

formulações envolve a avaliação farmacêutica da prescrição, a manipulação, o

controle de qualidade, a conservação e a dispensação. A avaliação farmacêutica

das prescrições quanto à concentração, compatiblidade físico-química e

farmacológica dos componentes, dose e via de administração, é de

responsabilidade do farmacêutico e deve ser feita antes do início da manipulação.

Qualquer alteração na prescrição, que se fizer necessária, em função desta

avaliação, deve ser discutida com o profissional prescritor.

É necessário estar atendo ainda as seguintes situações:

- cada prescrição deve ser avaliada quanto a viabilidade e compatibilidade dos

componentes entre si, suas concentrações e doses máximas recomendadas

antes da sua manipulação;

- quando a dose ou posologia dos produtos prescritos ultrapassar os limites

farmacológicos ou a prescrição apresentar incompatibilidade ou interações

potencialmente perigosas, o farmacêutico deve solicitar confirmação do

profissional que subscreveu a prescrição. Na ausência ou negativa de

confirmação, é facultado ao farmacêutico o não aviamento e/ou dispensação do

produto;

- com base nos dados da prescrição, devem ser realizados e registrados os

cálculos necessários para a manipulação da formulação.

VII. Apresentação da ficha técnica (ou como organizar uma manipulação):

Devem existir procedimentos operacionais escritos para manipular as

diferentes fórmulas farmacêuticas preparadas na farmácia. Além das informações

abaixo discriminadas é necessário ainda conhecer a origem das matérias-primas

utilizadas (fornecedor, número de lote, laudo de análise).

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Page 7: Pratica Farmacotecnica

1 - Produto: Suspensão de hidróxido de alumínio

2 - Forma farmacêutica: Suspensão

3 - Peso/Volume: 100 mL

4 - Composição:

Componentes Peso teórico Peso prático Função

farmacotécnicaHidróxido de alumínio 6,2 g 3,1 g antiácidoCMC sódica 0,6 g 0,3 g agente suspensorGlicerina 20,0 mL 10,0 mL agente leviganteSacarina solúvel 0,06 g 0,03 g edulcoranteEssência de hortelã 0,2 mL 0,1 mL aromatizanteSolução conservante 2,0 mL 1,0 mL conservanteÁgua destilada qsp 100 mL qsp 50 mL veículo

5 - Materiais utilizados:

- cálices;

- balança eletrônica;

- conta-gotas;

- gral de porcelana e pistilo;

- papel semipermeável;

- bastão de vidro.

6- Procedimento:

- pesar em gral de porcelana com auxílio da balança eletrônica 3,1 g de hidróxido

de alumínio e 0,3 g de CMC sódica;

- colocar em um cálice 10 mL de glicerina e adicionar 3 mL de água destilada e

0,03 g de sacarina solúvel agitando a mistura com o pistilo;

- verter II em I e misturar com o pistilo;

- medir 1 ml de solução conservante e adicionar 2 gotas (0,1 mL) de essência de

hortelã agitando a mistura;

- verter IV em III e misturar com o pistilo e em seguida transferir para um cálice e

completar o volume para 50 mL;

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Page 8: Pratica Farmacotecnica

- envasar em recipiente adequado, rotular e registrar a fórmula.

7 - Especificações:

- a suspensão apresenta aspecto leitoso após ser agitada;

- o rótulo deve conter os seguintes dizeres: AGITE ANTES DE USAR, pois sendo

uma suspensão apresenta duas fases distintas.

Assinatura do Responsável e data da manipulação

VIII. Conhecer as abreviaturas, rótulos/etiquetas e medidas usuais em

Farmacotécnica.

VIII.1 Abreviaturas.

Uso ext.; uso int. uso externo; uso interno

ãã igual quantidade (pronuncia-se aná)

p.i. partes iguais

F.S.A. faça segundo a arte = usar método adequado

Me mande, faça

Pa. para

pp. papel

Cáp. cápsula

N° número

Xe xarope

q.s. quantidade suficiente

q.s.p. quantidade suficiente para

Div. divida

c. colher

s.p.m. sob prescrição médica

Farm. Bras. Farmacopéia Brasileira

USP Farmacopéia dos Estados Unidos

b.m. banho maria

cc centímetro cúbico

(R) Repetida (receita repetida para a mesma ou outra pessoa)

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Page 9: Pratica Farmacotecnica

VIII.2 Etiquetas.

Agite antes de usar

Uso Externo

Uso Interno

Veneno

Conservar em geladeira

Não deixe ao alcance das crianças

VIII.3 Medidas usuais.

Colher de sopa 15 mL (ou cc)

Colher de sobremesa 10 mL

Colher de chá 5 mL

Colher de café 2 mL

Cálice 30 mL

Copo 150 mL

Conta gotas oficial 20 gotas = 1 mL de água destilada

VIII.4 Rótulo.

- Nome do paciente e do médico prescritor;

- Número de registro da fórmula no livro de receituário da farmácia (No XXX),

datas de manipulação (Fab.: XX/YY/UU) e de validade* do produto (Val.:

ZZ/KK/MM);

- Descrição da fórmula com os nomes das substâncias ativas segundo a DCB,

com as respectivas dosagens;

- Uso interno ou externo. Se for necessário o rótulo deve ter informações, como;

“agite antes de usar” ou “conserve em geladeira”;

- Quantidade total solicitada do medicamento;

- Nome, CNPJ, endereço e telefone da farmácia;

- Nome e número do registro no CRF do farmacêutico responsável;

- Posologia: modo de usar o produto.

VIII.5 Registro.

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Page 10: Pratica Farmacotecnica

Devem constar todas as informações encontradas na receita, e ainda, data

de manipulação, profissional responsável, prazo de validade*, quantidade de

medicamento preparado e dados capazes de permitir o rastreamento das matérias

primas utilizadas.

*Prazo de validade: o usual tem sido que o Farmacêutico determine a validade da

formulação segundo a validade das matérias-primas, a compatibilidade entre os

ativos e com os excipentes, pesquisas científicas publicadas.

IX. Conhecer os procedimentos de pesagem.

IX.1 Balanças existentes no laboratório de Farmacotécnica.

MODELO CARGA MÁXIMA SENSIBILIDADE

Marte AL 500 500 g 0,001 g

GEHAKA BG 1000 1000 g 0,01 g

IX.2 Procedimento de pesagem.

- Verificar se a balança está nivelada;

- Ligar (L/D ou ON/OFF) e aguardar a estabilização da leitura;

- Zerar a balança (T F PROG ou TARA);

- Efetuar a pesagem;

- Para tarar um recipiente deve-se colocá-lo sobre o prato da balança e

pressionar;

- T F PROG ou TARA e adicionar o material a ser pesado;

- Ao fim da pesagem deve-se desligar a balança (L/D ou ON/OFF), NÃO

ESQUECER DE DEIXAR A BALANÇA LIMPA E COBERTA.

*PEDIMOS QUE:

- Não soprem os pós da balança;

- Não usem recipientes muito pesados na balança;

- Evitem de usar espátula durante o procedimento de pesagem.

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Page 11: Pratica Farmacotecnica

X. Exercícios.

X.1 Solubilidade.

Descrever a solubilidade das substâncias abaixo listadas nos líquidos

normalmente utilizados em farmacotécnica (água, álcool, glicerina, acetona, éter,

propilenoglicol, etc):

- Cafeína;

- Antipirina;

- Ácido acetilsalicílico;

- Adrenalina;

- Vitamina C;

- Eserina;

- Sulfato ferroso;

- Iodo;

- Podofilina;

- Brometo de potássio;

- Benzoato de sódio.

X.2 Excipientes.

Dizer para cada excipiente abaixo relacionado, sua principal função, classe

química a que pertence (o que é) e relacionar suas incompatibilidades.

- Lactose;

- Talco;

- Amido;

- Manitol;

- Celulose microcristalina;

- Caulim;

- Carbonato de cálcio;

- Aerosil;

- Estearato de magnésio.

X.3 Incompatibilidades.

Teríamos algum problema em:

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Page 12: Pratica Farmacotecnica

1 - Misturar cânfora com salol?

2 - Solubilizar sal de Vichy em álcool?

3 - Fabricar um colírio usando Eserina e Atropina?

4 - Misturar Clorato de potássio com substâncias orgânicas?

5 - Fabricar um medicamento contendo pepsina em um meio aquoso básico?

6 - Acondicionar uma preparação que contém um princípio ativo fotossensível em

frasco de vidro transparente?

X.4 Doses usuais e tóxicas.

Dar a dose usual em 24 horas e a dose máxima também em 24 horas de:

- Metformina

- Dipirona

- Penicilina G potássica

- Insulina

- Ácido acetil salicílico

- Tetraciclina

X.5 Antioxidantes.

Para os antioxidantes abaixo, indicar o uso adequado de acordo com o meio

(aquoso ou oleoso), a concentração antioxidante efetiva e a solubilidade em água,

álcool, propilenoglicol, óleos vegetais e/ou acetona.

- Ácido ascórbico;

- Bissulfito de sódio;

- Metabissulfito de sódio;

- Tiossulfato de sódio;

- Palmitato de ascorbila;

- Butilhidroxianisol;

- Butilhidroxitoluol;

- Alfa-tocoferol.

X.6 Rotular e registrar uma fórmula.

Pa. Carlos Mendonça, 25 anos

Rua Senador Dantas, 25 - Rio de Janeiro, RJ

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Page 13: Pratica Farmacotecnica

Uso ext.

Cânfora 0,2 g

Ácido Bórico 5 g

Amido 5 g

Estearato de zinco 5 g

Licopódio 5 g

Me. 1/5 da fórmula

Em pulverizações locais após o banho

Dr J.M. Reis - CRMRJ 23456 - Telefone: 123-4567

Avenida Vieira Souto, 42/201 - Rio de Janeiro - RJ

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Page 14: Pratica Farmacotecnica

PARTE 2 - Corretivos em fórmulas farmacêuticas.

I. Introdução.

"Agentes corretivos são todos os produtos adicionados a uma preparação

com o fim de aumentar a sua estabilidade ou melhorar sua utilização como forma

medicamentosa."

Os corretivos tem como função:

- Tornar a solução mais compatível com o meio fisiológico em que será aplicada

(corretivos do aroma e do paladar);

- Promover a dissolução do princípio ativo (agentes solubilizantes);

- Evitar o desenvolvimento de microrganismos (conservantes);

- Assegurar a estabilidade do princípio ativo, retardando ou impedindo a hidrólise

e oxidação (anti-oxidantes, anti-hidrolíticos, conservantes, corretivos do pH);

- Mascarar caracteres organolépticos desagradáveis como cor, aroma e paladar

(corretivos do aroma e paladar, corretivos da cor). Este procedimento visa tornar

os medicamentos mais atrativos.

Uma correção exagerada dos caracteres organolépticos pode induzir ao

consumo desnecessário de medicamentos (Exemplo: quando associamos o paladar

de um medicamento a um alimento). Devemos ter todo cuidado em não fazer uma

correção exagerada.

Para aumentar a solubilidade dos princípios ativos utilizamos "agentes

solubilizantes". Diversos meios tem sido utilizados:

- Introduzindo radicais hidrofílicos à molécula;

- Formando complexos hidrossolúvel;

- Utilizando tensioativos;

- Empregando co-solventes;

- Mudando o pH.

Para controlar o nível microbiológico das preparações farmacêuticas

utilizamos os "agentes conservantes". Normalmente são utilizadas substâncias

dotadas de ação germicida (ação letal sobre os microrganismos) ou germistática

(impede a produção de microrganismos). Para soluções orais os conservantes mais

utilizados tem sido o o benzoato de sódio (5 à 10%), a glicerina (20 à 40%) e os

derivados do ácido p-hidroxibenzóico (nipagin e nipazol).

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Page 15: Pratica Farmacotecnica

Diversos têm sido os corretivos utilizados para corrigir sabores. Exemplos,

para sabor

- Doce : baunilha, vanilina, tutti-frutti, uva, morango, framboesa, amora e hortelã-

pimenta;

- Ácido/Azedo : cítrico, limão, laranja, cereja, framboesa, xaropes mucilaginosos

(goma arábica);

- Salgado : xarope de amêndoas, xarope de canela, xarope de ácido cítrico,

xarope de laranja, xarope de alcaçuz, xarope de cereja;

- Amargo : anis, café, chocolate, menta, limão, laranja, pêssego, cereja,

framboesa, lima, xarope de ácido cítrico, xarope de cacau, xarope de alcaçuz;

- Salino + amargo : xarope de canela, xarope de laranja, xarope de ácido cítrico;

- Oleoso : menta, anis, canela, hortelã;

- Insípido : associar edulcorante e flavorizante. Por exemplo, xarope simples com

tintura ou essência de limão.

Para terminar esta introdução listamos o poder adoçante de alguns

Edulcorantes tendo como padrão a sacarose:

Sacarose 1,00

Glicerina 0,50

Sorbitol 0,50

Glicose 0,50

Manitol 1,40

Frutose 1,50

Ciclamato de sódio 35

Aspartame 200

Sacarina sódica 300-700

Esteviosídeo 300

II. Formulário.

1 - Preparo de álcool a 70 % v/v.

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Page 16: Pratica Farmacotecnica

Técnica: utilizando o alcoômetro de Gay-Lussac medir a concentração do

álcool, calcular a quantidade de água a ser adicionada e adiciona-la. Em

grandes volumes tomar cuidado com a contração de volume.

2 - Solubilização do ácido benzóico I (solubilidade: 1/275 em água): Adicione

sobre 10 mL de uma solução a 2% de ácido benzóico (solubilidade: 1/275 em

água) uma solução de hidróxido de sódio ou acetato de amônio até pH

próximo da neutralidade (ligeira reação ácida).

3 - Adicione sobre 20 mL de uma solução a 2% de glicerofosfato de cálcio

(solubilidade: 1/100 em água) ácido fosfórico ou ácido citríco até completa

solubilização.

4 - Aumento da solubilidade através da formação de um complexo.

Fórmula 1:

Cafeína 2,5 g

Benzoato de sódio 2,5 g

Água destilada qsp 20 mL

Fórmula 2:

Iodo 0,5 g

Iodeto de potássio 1,0 g

Água destilada qsp 10 mL

Fórmula 3:

Teobromina 2,5 g

Salicilato de sódio 2,5 g

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Page 17: Pratica Farmacotecnica

Água destilada qsp 20 mL

5 - Aumento da solubilidade através da formação de micelas.

Solução concentrada de águas aromáticas:

Essência de limão 1 mL

Tween 20 5 mL

Água destilada qsp 15 mL

6 - Correção do sabor (Método de Wright).

Nota: Um dos alunos será responsável por "codificar" as amostras (utilizando letras:

A, B, C, etc). Em seguida, cada aluno deverá "provar" as amostras, não

esquecendo de lavar a boca após ter provado cada amostra. Anotar os resultados

na tabela em anexo.

5.1 - Cada grupo (4 à 5 alunos/grupo deverá adicionar 0,05 g de cloreto de amônio

(sabor salgado) a 5 mL de cada uma das seguintes amostras: Água destilada;

Xarope simples; Xaropes de canela (Ext.Fl. a 10%), cascas de laranja (Ext.Fl. a

5%), limão (Espírito a 0,5%), alcaçuz (Ext.Fl. a 10%), grindélia (Tintura a 5%),

espécies peitorais (Ext.Fl. a 5%), framboesa (Soluto concentrado a 10%),

terebentina (Espírito a 1%), baunilha (Tintura a 5%) e ácido cítrico (ácido a 1%).

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Page 18: Pratica Farmacotecnica

Tabela 1: Avaliação do Cloreto de amônio a 1 % (gosto salgado)

Critérios: +++ ou 3 Ótimo++ ou 2 Bom+ ou 1 Regular- ou 0 Ruim

Amostras Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Média

Água destilada

Xarope simples

Xarope de

Xarope de

Xarope de

Xarope de

Xarope de

Xarope de

Xarope de

Ordem de preferência escolhida:

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Page 19: Pratica Farmacotecnica

PARTE 3 - Formas farmacêuticas sólidas.

I. Pós simples e compostos.

I.1 Processos de pulverização de pós.

1 - PULVERIZAçÃO POR ATRITO OU TRITURAçÃO.

• Usado para drogas em geral.

• Utiliza movimentos do pistilo em espiral.

• Usa gral de porcelana e/ou vidro.

2 - PULVERIZAçÃO POR CONTUSÃO OU CHOQUE.

• Usado para drogas vegetais brutas ou para produtos químicos na forma de

cristais grandes.

• Utiliza movimentos do pistilo em vertical ("ato de bater na droga").

• Usa gral de ferro ou de materiais ainda mais duros.

3 - PULVERIZAçÃO POR MOINHOS (ESCALA INDUSTRIAL).

• Moinho de faca ou martelo.

• Moinho de bolas.

4 - PROCESSOS ESPECIAIS

4.1 - Pulverização por intermédio:

• Intermédio é uma substância estranha que facilita a redução da segunda

substância em pó.

• O intermédio pode ser líquido, sólido ou gasoso:

Exemplos: Substância Intermédio

Mentol ou canfora Éter ou álcool (líquido)

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Page 20: Pratica Farmacotecnica

Baunilha Acúcar (sólido)

4.2 - Pulverização química.

4.2.1 - Hidratação.

CaO + H2O = Ca(OH)2 (Água de cal)

4.2.2 - Desidratação.

CuSO4.5H2O + Aquecimento → CuSO4↓ + 5H2O

Contra-exemplo:

Na2SO4.10H2O ou Na3PO4.12H2O + Aquecimento → Funde ou encrosta

(não desidrata)

4.2.3 - Reação química.

CaCl2 + Na2CO3 → CaCO3↓ + 2NaCl

I.2 Tamisação.

Tem por finalidade obter pós com a mesma tenuidade (tamanho médio

similar). É feita em tamises que são classificados como está descrito na tabela.

Tamis no (Mesh) Abertura (mm) Pó2 9,52 Muito grosso8 2,38 Muito grosso10 2,00 Muito grosso20 0,84 Grosso30 0,59 Grosso40 0,42 Moderadamente grosso50 0,297 Moderadamente grosso60 0,250 Fino80 0,177 Muito fino

120 0,125 Muito fino200 0,074 Micronizados325 0,044 Micronizados

I.3 Homogeneização de pós.

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Page 21: Pratica Farmacotecnica

Deve ser feita com pós de tenuidade similares. Ela pode ser feita por

trituração, espatulação (?), tamisação ou mistura (saco plástico ou misturador em

V).

I.4 Problemas relacionados a manipulação de pós.

Problema Medida corretivaFormação de mistura eutética

(pós se liquefazem à temperatura ambiente após serem misturados em determinada proporção).

Interpor entre os pós incompatíveis um pó absorvente de elevada temperatura de fusão (exs: MgCO3, MgO, caulim, amido, talco, etc.).

Formação de misturas explosivas (trituração de agentes oxidantes e redutores fortes).

Evitar ou interpor pós inertes entre o agente oxidante e o redutor.

Pós Higroscópicos (absorvem umidade do ar) e Deliqüescentes (se liquefazem total ou parcialmente).

Controlar a umidade relativa do ar, granular os pós, manipular evitando a exposição à atmosfera úmida, adicionar um pó absorvente à preparação.

Pós eflorescentes (aqueles que possuem água de hidratação que é liberada tornando o pó pastoso ou liquefeito).

Substituir o pó hidratado pelo anidro ou secar o pó antes de manipula-lo.

Pós leves e “fofos”. Compactar com álcool ou óleo mineral.Pós de difícil escoamento. Acrescentar estearato de magnésio em

concentração inferior a 1%.Pós com carga estática. Neutralizar as cargas com laurilsulfato de

sódio em concentração inferior a 1%.Incorporar líquidos à pós. Além do líquido acrescentar um pó

absorvente; concentrar o líquido até uma consistência mais viscosa.

I.5 Regras gerais para a preparação de pós compostos.

1 - Antes iniciar a preparação do pó composto, verifique se existe incompatibilidade

entre os pós simples. Caso haja alguma incompatibilidade, verifique qual seria a

maneira de eliminar essa incompatibilidade.

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Page 22: Pratica Farmacotecnica

2 - Pulverize em gral (de vidro para substâncias coloridas ou com cheiro) e tamise

isoladamente cada um dos pós presentes na fórmula. Caso necessário utilise um

intermédio.

3 - No caso de haver um pó em quantidade muito pequena, acrescente um corante

visando facilitar a visualização da mistura.

4 - Homogeneíze seguindo a Regra do Mistão (ordem crescente de quantidade)

adicionando o excipiente em qsp, por último. Misture em um gral utilizando o

método da diluição geométrica. Tamise a mistura final.

5 - Envase em frasco de vidro âmbar ou em um saco plástico de tamanho

compatível com o volume formulado visando obter uma melhor estética e até

mesmo dificultar degradações. Antes do envase verifique a compatibilidade da

preparação com o material de envase.

6 - Rotule e registre.

I.6 Pós diluídos.

A maioria das substâncias encontradas no mercado, diluídas (Vitamina E à

50% e Betacaroteno à 10%, por exemplo) ou não, são de fácil pesagem em relação

a dose desejada. Entretanto, são também encontrados princípios ativos muito

potentes em baixa concentração (drogas heróicas). Estas drogas podem ser

diluídas de tal forma que a dosagem seja de fácil pesagem, evitando riscos de

sobredosagens. Usualmente, esta diluição é feita utilizando um pó inerte tal como a

lactose, o talco, o amido, etc. Após escolher o diluente de acordo com a sua

compatibilidade em relação ao princípio ativo e com a formulação a ser empregada,

o princípio ativo é diluído à 1:10 (exemplos: Alprazolam, Clonazepam, Diazepam,

Prednisolona, etc.), 1:100 (exemplos: Bumetamida, Clonidina, Digitoxina, Digoxina,

Fludrocortisona, etc.) ou à 1:1000 (exemplos: T3, T4) antes de ser estocado. Estes

pós diluídos; denominados respectivamente de pós decimais, centesimais ou

milesimais; são os empregados no momento de elaborar a formulação.

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Page 23: Pratica Farmacotecnica

Fórmula geral de um pó centesimal:

Princípio ativo 1 g

Corante qs (usualmente 0,1 à 0,5%)

Excipiente qsp 100 g

I.7 Pós efervescentes.

1 - INTRODUçÃO.

A efervescência destina-se a proporcionar um paladar agradável, corrigindo

eventualmente o gosto de certos fármacos utilizando as propriedades ácidas do

CO2, o qual vai ainda atuar secundáriamente como estabilizante da mucosa

gástrica, podendo aumentar a absorção do medicamento.

A efervescência é conseguida à custa da reação de um carbonato ou

bicarbonato com um ácido orgânico, como o cítrico ou o tartárico, na presença da

água usada para a ingestão do medicamento, produzindo-se a liberação de CO2.

Geralmente usa-se uma quantidade fixa e arbitrária de ácido tartárico, ácido cítrico

ou NaH2PO4, podendo ainda associarem-se estes três compostos. A quantidade de

NaHCO3 que é necessária adicionar pode-se calcular em função da acidez

conferida pelos ácidos e o NaH2PO4, de tal modo que a reação entre eles em

presença de água, gera uma solução próximo da neutralidade.

Os pós efervescentes constituem uma fórmula dotada de má conservação,

pois absorvem fácilmente umidade atmosférica dada a grande superfície que

apresentam. É por isso que eles são geralmente substituídos por granulados,

menos sujeitos a esta alteração.

2 - CÁLCULO DAS QUANTIDADES DE PÓS RESPONSÁVEIS PELA

EFERVESCÊNCIA.

Exemplo: 10 g de ácido cítrico + 10 g de ácido tartárico + 15 g de NaH2PO4.

(a) Ácido cítrico, HOOC-CH2-COH(COOH)-CH2-COOH . H2O, MM=210

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Page 24: Pratica Farmacotecnica

C6H8O7.H2O + 3NaHCO3 = Na3C6H5O7 + 3CO2 + 4H2O

210 g de Ácido cítrico 3 x 84 g NaHCO3

10 g X = 12 g de NaHCO3

(b) Ácido tartárico, HOOC-CHOH-CHOH-COOH, MM=150

C4H6O6 + 2NaHCO3 = Na2C4H4O6 + 2CO2 + 2H2O

150 g de Ácido tartárico 2 x 84 g de NaHCO3

10 g Y = 11,2 g de NaHCO3

(c) NaH2PO4, MM=120

NaH2PO4 + NaHCO3 = Na2HPO4 + CO2 + H2O

120 g de NaH2PO4 84 g de NaHCO3

15 g Z = 10,5 g de NaHCO3

(d) NaHCO3 total = X + Y + Z = 12,0 g + 11,2 g + 10,5 g = 33,7 g

3 - REGRAS GERAIS PARA A PREPARAçÃO DE PÓS EFERVESCENTES.

Além das regras utilizadas para a preparação de pós compostos, devemos:

a - Logo após a pulverização e tamisação de cada um dos pós presentes na

fórmula, secar cada um desses pós em estufa à 50-60°C durante 20 minutos.

b - Pulverizar e tamisar isoladamente cada um dos pós secos, misturá-los em um

gral. Secar o pó composto obtido em estufa à 50°C durante 20 minutos

aproximadamente.

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Page 25: Pratica Farmacotecnica

c - Após o término da etapa anterior, caso necessário, tamisar a mistura final obtida.

embalar, rotular e registrar conforme as mesmas exigências dos pós compostos

acima descritas.

I.8 Formulário.

1 - Pulverize 2 g de Mentol usando como intermédio Éter ou Álcool.

2 - Pulverize 4 g de Baunilha usando como intermédio Açúcar.

3 – Prepare 50 mL de cada uma das duas soluções abaixo, e em seguida, obtenha

a partir delas carbonato de cálcio.

3.1 - Solução A: CaCl2 5% p/v.

3.2 - Solução B: Na2CO3 4,8% p/v.

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Page 26: Pratica Farmacotecnica

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Page 27: Pratica Farmacotecnica

4 - Prepare 5 g de um pó centesimal de Aconitina ou de Vitamina B12.

5 - Mistura efervescente = Pó efervescente inglês.

Ácido cítrico 20 g

Ácido tartárico 20 g

Sal de Vichy ? g

Me. 10 g.

CADA BANCADA DEVE FAZER 1 MANIPULAçÃO. GUARDAR AS TRÊS

AMOSTRAS PARA SEREM VERIFICADAS NA PRÓXIMA AULA.

(a) Sem secar e misturando os pós.

(b) Sem secar e não misturando os pós.

(c) Secando e misturando os pós.

6 - Sal efervescente (tipo sal de Andrews).

Uso interno

Sulfato de magnésio 8,7 g

Ácido tartárico 11,4 g

Bicarbonato de sódio 12,8 g

Sacarose 18,6 g

IND.: Como laxativo tome l colher de sopa em meio copa de água em jejum.

Como antiácido e colagogo tome 1 colher de chá em meio copo de água.

7 - Pó antipruriginoso e secativo.

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Page 28: Pratica Farmacotecnica

Uso ext.

Mentol 0,25 g

Cânfora 0,25 g

Amido 1,50 g

Óxido de zinco 1,50 g

Talco qsp 25 g

POS.: Polvilhar as partes afetadas após o banho.

8 - Pó fungicida (Remington).

Uso ext.

Ácido undecilênico (d=0,91) 2 g

Undecilinato de zinco (ou ZnO) 20 g

Talco 78 g

Me 20 g.

POS.: Aplicar diversas vezes ao dia, spm.

IND.: Em infecções superficiais por fungos.

9 – Pó para rehidratação oral (diluir em l litro de água)

Uso int.

Dextrose anidra 20 g

Cloreto de sódio 5,0 g

Citrato de potássio 4,5 g

10 – Pó laxativo

Uso interno

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Page 29: Pratica Farmacotecnica

Sulfato de sódio anidro 20 g

Fosfato de sódio anidro 40 g

Bicarbonato de sódio 60 g

11 – Pó antiácido

Uso int.

Carbonato de cálcio 32 g

Carbonato de magnésio 32 g

Carbonato de sódio 26 g

Caulim 10 g

12 – Talco desodorante com bicarbonato.

Bicarbonato de sódio 10 %

Ácido bórico 5 %

Óxido de zinco 10 %

Talco qsp 100 g

Indicações: desodorante.

Modo de usar: aplicar 1 a 2 vezes ao dia.

13 – Talco desodorante.

Ácido bórico 2 %

Óxido de zinco 10 %

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Page 30: Pratica Farmacotecnica

Subgalato de bismuto 1 %

Subnitrato de bismuto 1 %

Talco qsp 100 g

Modo de usar: aplicar após o banho.

14 – Talco anti-séptico para os pés.

Ácido salicílico 2 %

Ácido bórico 5 %

Óxido de zinco 15 %

Ácido tartárico 10 %

Talco mentolado qsp 100 g

Me 20 g.

Indicações: hiperidrose plantar.

Modo de usar: aplicar nos pés após o banho.

II. Papéis medicamentosos e Granulados

II.1 Papéis medicamentosos ou pós divididos.

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Page 31: Pratica Farmacotecnica

São formas farmacêuticas em pó acondicionados de forma individual onde

cada papel corresponde a uma dose. Eles podem ser obtidos por DIVISÃO

GEOMÉTRICA, DIVISÃO VISUAL, PESADOS UM A UM, ou ainda, utilizando

MEDIDORES DE VOLUME.

II.2 Granulados.

Pode ser uma forma farmacêutica definitiva ou ser uma etapa intermediária

para a obtenção de comprimidos. Os granulados podem ser obtidos por via seca ou

via úmida e possuem as seguintes vantagens em relação aos pós compostos:

(a) Não libertam pó durante a armazenagem e administração.

(b) Mais agradáveis de ingerir.

(c) Melhor conservação devido a menor superfície.

(d) Existe a possibilidade de revesti-los tornando-os gastroresistente ou de

ação prolongada.

NOTA: Deve-se durante a granulação deixar uma quantidade de excipiente à parte

(10 a 20%) visando fazer, em caso de necessidade, futuras correções.

II.3 Formulário.

1 - Granulado tônico.

Uso interno

Extrato de malte 2 g

Cacau em pó 20 g

Açúcar 25 g

Me. 10 g.

POS.: Tomar l colher de sopa 2 vezes ao dia.

2 - Granulado recalcificante.

Uso interno

Glicerofosfato de cálcio 2 g

Açúcar 20 g

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Page 32: Pratica Farmacotecnica

Corante qs

Xe de groselha/framboesa qs granular

Me. 10 g.

POS.: Tomar l colher de sopa as refeições.

3 - Uso interno

Fosfato de sódio 3,34 g

Sulfato de sódio 1,67 g

Sal de Vichy 4,99 g

Me. 10 g.

Divida em 5 papéis. Tome l papel após as refeições.

IND.: Laxativo.

4 - Uso externo

Permanganato de potássio 100 mg

Pa. l papel. Me 10.

IND.: Antisséptico.

POS.: Dissolva cada papel em l litro de água morna para banhos três vezes

ao dia.

5 - Prepare 5 papéis medicamentosos contendo 1,25 mg em p.a. a partir da

Especialidade Farmacêutica em comprimidos Capoten (apresentação: 12,5; 25,0 e

50,0 mg em princípio ativo).

Apresentação escolhida: ____________________mg

III. Cápsulas gelatinosas (duras), pastilhas e pílulas.

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Page 33: Pratica Farmacotecnica

III.1 Cápsulas gelatinosas.

1 - CONCEITO.

"São formas farmacêuticas sólidas que encerram o fármaco em envólucro

mais ou menos elástico, constituído de gelatina".

2 - VANTAGENS.

• Proteção dos princípios ativos contra luz, ar e umidade.

• Facilmente administradas.

• Mascaram o sabor e o odor desagradáveis dos fármacos.

• Ocupam pequeno volume.

• Boa apresentação e conservação.

• Podem viabilizar a administração de medicamentos de ação prolongada

(utilização de grânulos de diferentes liberações).

3 - PREENCHIMENTO DAS CÁPSULAS.

3.1 - As cápsulas gelatinosas duras são encontradas no mercado em vários

tamanhos, cada qual com uma capacidade específica para acondicionar um

determinado volume de pó. Cada tamanho é designado por um número arbitrário.

Quanto maior o número, menor a capacidade do invólucro.

Número Capacidade(mL)

Diâmetro(cm)

Comprimento(cm)

00 0,95 0,85 2,03

0A 0,75 0,80 2,02

0 0,68 0,73 1,85

1 0,50 0,66 1,67

2 0,38 0,60 1,54

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Page 34: Pratica Farmacotecnica

3 0,30 0,56 1,36

De acôrdo com a densidade do fármaco, podem ocorrer variações na relação

massa/volume. Um mesmo fármaco fornecido por distribuidores diferentes, com a

mesma massa, mas com densidades distintas ocuparão volumes diferentes numa

mesma cápsula.

Dap = M/Vap onde: Dap = densidade aparente

M = massa

Vap = volume aparente

Exemplo 1: 500 mg de carbonato de cálcio (fornecedor A) cuja densidade é 0,523

g/mL ocupará um volume V por cápsula, que será calculado.

Dap = M/Vap ⇒ 0,523 g/mL = 0,500 g/V ⇒ V =0,95 mL

Pelo volume de carbonato de cálcio ele deverá ser acondicionado na Cápsula

00.

Exemplo 2: 500 mg de carbonato de cálcio (fornecedor B), Dap=0,73 g/mL e

Vap=0,68 mL, deverá ser acondicionado na Cápsula 0.

3.2 - Quando a dose ultrapassa a capacidade da maior das cápsulas (00), faz-se

necessário usar mais de uma cápsula para acondicionar uma únicas dose do

fármaco. Quando isso acontecer É MUITO IMPORTANTE escrever no rótulo e

orientar o paciente para a utilização correta da dose prescrita.

3.3 - Um aspecto a se considerar é a porção farmacológicamente ativa da molécula.

Exemplo 1: CaCO3 500 mg.

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Page 35: Pratica Farmacotecnica

A farmácia entenderá que o médico está pedindo que cada dose contenha 500 mg

de CaCO3, os quais fornecerão 200 mg de cálcio elementar. O mesmo ocorrerá se

a prescrição tiver a descrição cálcio carbonato 500 mg.

Exemplo 2: Cálcio (carbonato) 500 mg.

A farmácia entenderá que o médico está pedindo que cada dose contenha 500 mg

de cálcio elementar. Portanto, serão utilizados 1250 mg de carbonato de cálcio que

fornecerão os 500 mg de cálcio solicitados. É FUNDAMENTAL QUE A PARTE

"INATIVA" DA MOLÉCULA SEJA DESCRITA ENTRE PARÊNTESES.

3.4 - Alguns fármacos sómente são encontrados no mercado na sua forma diluída.

Por exemplo temos a Vitamina E pó que sómente é encontrada à 50 %. Caso o

médico prescreva Vitamina E 400 mg, a farmácia deverá usar 800 mg da matéria

prima (Vitamina E à 50 %).

3.5 - Sendo volumétrico o processo de enchimento das cápsulas, impõem-se que

estas fiquem perfeitamente cheias, pois de modo contrário haverão erros

posológicos. Além disso, não é aconselhável a existência de uma camada de ar

sobre os pós susceptíveis de oxidação. Nestes casos, é necessário completar com

um pó inerte o volume da cápsula, caso o volume de princípio ativo seja inferior a

90 % da capacidade do receptáculo.

3.5.1 - Deve-se considerar a densidade do p.a. e do diluente quando este último for

necessário.

V = M1/D1 + M2/D2 (Índice l para o p.a. e índice 2 para o diluente)

3.5.2 O aparelho utilizado para o preenchimento das cápsulas é chamado de

capsuleiro e eles podem ter diferentes tamanhos. Para um capsuleiro n°00, 2.6% de

erro é encontrado para um operador experimentado.

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Page 36: Pratica Farmacotecnica

III.2 - Pastilhas.

1 - CONCEITO

"São preparações farmacêuticas de consistência sólida, destinadas a

dissolverem-se lentamente na boca. São preparadas por moldagem de uma massa

plástica constituída, na maioria das vezes, por mucilagem e/ou açúcar associado a

princípios ativos".

2 - TIPOS.

• Com grande quantidade de açúcar e mucilagens. Feita a frio.

• Com elevado teor de goma. Feita a quente.

• Sem mucilagem, sómente açúcar (pouco usada).

• Contendo gelatina (glico-gelatina).

III.3 Pílulas.

1 - CONCEITO.

"São formas farmacêuticas de consistência firme, de formato globular

contendo um ou mais princípios ativos incorporados a excipientes adequados

destinadas a serem deglutidas sem se desfazerem na boca".

2 - VANTAGENS.

• Facilidade de administração.

• Encerra grande quantidade de p.a.

• Odor e sabor atenuados ou evitados.

• Fácil produção.

• Passível de revestimento gastro-solúvel e gastro-resistente.

3 - DESVANTAGENS.

• Desagregação lenta.

• Não apropriadas para pós volumosos ou para líquidos.

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Page 37: Pratica Farmacotecnica

IV. Formulário.

1 - Uso int.

Ruibarbo 0,05 g

Badiana 0,05 g

Boldo 0,10 g

Lactose qs

Pa. l cáp. Me. 20.

POS.: Tomar l cápsula a noite ao deitar.

IND.: Laxativo, colagogo e colerético (usado em dietas de emagrecimento).

UNIFORMIDADE DE PESO: pese as 20 cápsulas vazias e faça a média dividindo o

somatório do peso das 20 cápsulas por 20 para encontrar o peso médio das

cápsulas vazias. Após o enchimento pese as cápsulas cheias uma a uma, subtraia

de cada uma o peso médio acima calculado, encontrando para cada cápsula o

conteúdo em pó. Faça o peso médio através do somatório de todos os pesos

dividido por 20.

PARÂMETROS DE PESO MÉDIO PARA CÁPSULAS:

Até 300 mg permite-se uma variação de ± 10%;

Acima de 300 mg a variação permitida é de ± 7,5%.

RESULTADO: não mais do que 2 das 20 unidades poderão diferir da massa média

encontrada em percentagem superior à tabela acima e em nenhum caso poderá a

diferença exceder o dobro dessa porcentagem, acima ou abaixo.

2 - Uso int.

Gelatina 250 mg

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Page 38: Pratica Farmacotecnica

Para l cápsula. Mande 10.

3 - Uso interno

Hidroxizine (cloridrato) 100 mg

Pa. l0 cáp. Me. 10.

4 - Uso interno

Carbonato de cálcio 2500 mg

Pa. l0 cáp. Me. 10.

5 - Uso interno

Sulfato de neomicina 250 mg

Pa. l cáp. Me. 5.

6 - Uso int.

Guaraná em pó 0,3 g

Fosfato tricálcio 0,5 g

FSA. Para uma cápsula. Mande 10.

POS.: Tome 2 por dia no princípio das refeições.

IND.: Tônico recalcificante.

7 - Uso int.

Cáscara sagrada 250 mg

Pa l cáp. Me. 5.

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Page 39: Pratica Farmacotecnica

IND.: Purgativa, utilizada na prisão de ventre.

8 - Uso interno

Salol 0,100 g

Magnésia hidratada0,200 g

Beladona em pó 0,005 g

Sal de Vichy 0,150 g

Para l cápsula. Me 12.

POS.: Tome 3 cápsulas ao dia.

9 - Cápsulas anti-gripais.

Uso int.

Aspirina 0,30 g

Salofeno 0,25 g

Cafeína 0,06 g

Pa. 1 cápsula. Me. 20.

POS.: Tome 3 a 4 ao dia.

10 - Cloridrato de Metformina 500 mg

Excipiente qsp 1 cápsula

Mande 10 cápsulas.

Posologia: 1 cápsula 2 vezes ao dia.

11 - Cloridrato de hidroxizina 25 mg

Excipiente qsp 1 cápsula

Mande 15 cápsulas.

Posologia: 1 cápsula 3 vezes ao dia.

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Page 40: Pratica Farmacotecnica

Indicações: atopia, neurodermites, urticária, rinite, bronquite asmática e outras

manifestações de dermatoses alérgicas. O seu uso é contra-indicado na gravidez.

Os efeitos colaterais mais comuns são sonolência e secura da boca, quando

administrada em doses altas.

12 - Sulfato de zinco 220 mg

Excipiente qsp 1 cápsula

Mande 10 cápsulas.

Posologia: 1 cápsula 3 vezes ao dia.

13 - Zinco (gluconato) 40 mg

Excipiente qsp 1 cápsula

Mande 10 cápsulas.

Posologia: 1 cápsula pela manhã, em jejum.

14 - Zinco (glicina) 30 mg

Vitamina A 50.000 UI

Excipiente qsp 1 cápsula

Mande 10 cápsulas.

15 – Carqueja pó 300 mg

Excipiente qsp 1 cápsula

Mande 5 cápsulas.

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Page 41: Pratica Farmacotecnica

16 – Laxante suave.

Badiana pó 100 mg

Cáscara Sagrada Ext. Seco 300 mg

Excipiente qsp 1 cápsula

Mande 10 cápsulas.

Posologia: 1 cápsula ao deitar.

17 – Laxante suave e colerético.

Cáscara Sagrada Ext. Seco 300 mg

Boldo pó 100 mg

Ruibarbo Ext. Seco 100 mg

Excipiente qsp 1 cápsula

Mande 10 cápsulas.

Posologia: 1 a 2 cápsulas ao deitar.

18 - Pastilhas tipo Valda:

Uso int.

Eucaliptol 0,5 g

Mentol 0,01 g

Tintura de salsaparillha 5,0 g

Glicerina 12,5 g

Goma arábica 300 g

Açúcar em pó 200 g

Água destilada 300 g

TÉCNICA: Dissolva o eucaliptol na tintura e junte o mentol e a glicerina. À parte

dissolva a goma na água e filtre. A esta mucilagem adiciona-se o açúcar e

concentra-se em banho maria até consistência de xarope muito espesso.

Acrescente ao xarope formado a solução contendo o eucaliptol, o mentol e a

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Page 42: Pratica Farmacotecnica

glicerina e lance em moldes lubrificados com óleo de amêndoas. Secar na estufa a

cerca de 40°C.

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Page 43: Pratica Farmacotecnica

PARTE 4 -Formas farmacêuticas obtidas por extração.

I. Fatores que influenciam a extração.

Princípios ativos de origem vegetal ou animal raramente são administrados

diretamente na forma bruta, normalmente, eles são administrados na forma de

extratos. A utilização de extratos permite ter um princípio ativo em quantidade e

qualidade definida, além de ser, obviamente, muito mais fácil e agradável sua

ingestão.

Em termos gerais dois são os métodos de extração utilizados:

- a maceração ou extração em batelada, onde a droga é colocada em contato

com o solvente por um tempo e temperatura determinados. Neste caso

através da difusão ou osmose dos constituintes solúveis obtém-se no final o

extrato ou macerado;

- a lixiviação, percolação ou deslocação. Neste caso o processo é dinâmico

com renovação do solvente.

Na etapa de extração dos constituintes das drogas a maior parte fica a dissolver.

Diversos fatores influenciam a eficácia do método de extração:

- o aumento da superfície de contato das drogas (drogas contundidas, cortadas

ou reduzidas a pó) aumenta a capacidade de extração, entretanto, pode

aumentar também o teor de impurezas presentes no extrato obtido;

- a agitação evita saturações das soluções extratoras;

- o aumento da temperatura pode facilitar a extração do princípio ativo desejado,

porém, pode também aumentar o teor de impurezas no extrato obtido;

- os próprios componentes da planta podem facilitar a solubilização ou a

precipitação do componente desejado.

Ex.1: Alcalóides + Ácido orgânico (mecônico): maior solubilização do p.a.

Ex.2: Alcalóides + Taninos: ocorre precipitação do p.a.;

- o uso de tensioativos melhora a extração do p.a. (molhantes, solubilizantes);

- a seletividade do extrato está baseada na escolha do solvente ("semelhante

dissolve semelhante"), do pH empregado e do tempo de extração.

Normalmente os extratos obtidos possuem uma composição complexa. Neles

estão constituintes com atividade farmacológica (alcalóides, heterosídeos, taninos,

flavonas, essências, etc) e constituintes sem atividade farmacológica (açúcares,

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Page 44: Pratica Farmacotecnica

amido, gomas, mucilagens, proteínas). A qualidade do extrato obtido é dependente

do método de extração empregado, do local e da época do ano em que as matérias

primas foram coletadas, e até mesmo, da idade do vegetal (no caso de

fitoterápicos) ou do animal (no caso de opoterápicos). Por isto, a legislação não

permite que eles sejam feitos na farmácia sem que haja uma padronização

(controle de qualidade). O usual é comprar extratos de firmas estabelecidas que

possuem um controle de qualidade dos extratos produzidos e a partir destes fazer

os "pseudo-extratos": Os "pseudo-extratos" permitem ainda suprir a ausência de

plantas no mercado e facilitam muito o trabalho técnico.

• Pseudo-hidrolato (Essência + água)

• Pseudo-alcoolato = Espíritos (Essência + álcool)

• Pseudo-infuso ou decocto (Extrato fluído + água)

II. Técnicas gerais de extração.

Processo de

Extração Extrato obtido Síntese do procedimento

Percolação Extrato fluído

Tintura

1g da droga ±1 mL extrato

≥ 20% álcoolDestilação Hidrolato

Alcoolato

Droga + água

Droga + álcoolMaceração Infuso

Decocto

Tintura

Água fervente sobre a droga + repouso

(Droga + água) + ferver por 15 minutos

Droga + álcool

II.1 Tinturas (≥ 20% álcool)

As tinturas são medicamentos líquidos resultantes da extração de drogas

vegetais e animais. Elas são preparadas à temperatura ambiente por percolação ou

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Page 45: Pratica Farmacotecnica

maceração. Os líquidos extratores são álcool, álcool/água, éter alcoolizado ou

acetona.

II.2 Extratos fluídos

Os extratos fluídos são preparações oficinais líquidas obtidas de drogas

vegetais e manipuladas de maneira que cada 1 mL contenha os princípios ativos

solúveis de 1 g da droga respectiva, devidamente dessecada ao ar livre. Eles são

preparados, em sua maioria, por um dos quatro processos gerais de percolação

designados pelas letras A, B, C e D na Farm.Bras.II.

II.3 Águas aromáticas

As águas aromáticas são soluções saturadas de essências ou outras

substâncias aromáticas em água destilada. Elas podem ser preparadas por

destilação ou simples dissolução de substâncias aromáticas em água destilada. No

primeiro caso constituem os HIDROLATOS e no segundo os PSEUDO-

HIDROLATOS.

II.4 Espíritos (Pseudo-alcoolatos)

Os espíritos simples que substituem os antigos alcoolatos devem ser

preparados, salvo indicação contrária, com essência da respectiva planta e álcool,

de acordo com a seguinte fórmula geral.

Essência 50 mL (5% v/v)

Álcool 80% qsp 1000 mL

Observação: Quando se menciona apenas álcool, refere-se ao produto que contém

cerca de 95% de etanol. É o álcool simples.

II.5 Infusos

Os infusos são usados como veículos de preparações farmacêuticas ou

como forma farmacêutica de preparação extemporânea. Salvo indicação contrária

do médico eles são preparados pelo seguinte processo geral:

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Page 46: Pratica Farmacotecnica

Droga em pó grosso 50 g (5% p/v)

Água deionizada qsp 1000 mL

Quando não há especificação a concentração da droga será a 5% p/v,

entretanto, a preparação de infusos contendo drogas heróicas como ACÔNITO,

BELADONA, DEDALEIRA, IPECACUANHA e NOZ-VÔMICA, devem ter a dose

especificada pelo médico ou de acordo com as seguintes quantidades (vide

Farm.Bras.):

Aconitina 0,3 % p/v

Beladona 0,3 % p/v

Digital 1,0 % p/v

Jaborandi 2,0 % p/v

Noz-vômica 0,5 % p/v

II.6 Decoctos

Os decoctos, assim como os infusos, são usados como veículos de

preparações farmacêuticas ou como forma farmacêutica de preparação

extemporânea. Salvo indicação contrária do médico eles são preparados pelo

seguinte processo geral:

Droga em pó grosso 50 g (5% p/v)

Água deionizada qsp 1000 mL

NOTA: Para os decoctos preparados com drogas muito ativas, seguir as instruções

dadas para infusos.

II.7 Pseudo-infuso ou pseudo-decocto

Os pseudo-infusos (ou pseudo-decoctos) podem ser preparados na prática

farmacêutica com extrato fluído e água destilada ou deionizada na proporção de 5%

v/v, sendo feita neste caso simplesmente uma diluição do extrato fluído. Este

processo se justifica pela facilidade de trabalho técnico já que os extratos fluídos

contém praticamente todos os princípios ativos das drogas, ou seja, 5 mL de Ext.Fl.

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Page 47: Pratica Farmacotecnica

correspondem a 5 g da droga pulverizada. Uma outra vantagem está relacionada a

falta de plantas no mercado nacional de drogas.

III. Formulário.

Descreva a técnica, dê a indicação e prepare as fórmulas abaixo.

1 - Prepare 50 mL de pseudo-infuso de ratânia.

2 - Prepare 10 mL da Fórmula Magistral abaixo (antiespasmódico fitoterápico) (4

alunos/fórmula):

Uso int.

Tintura de beladona 2 mL

Tintura de badiana 2 mL

Tintura de meimendro 2 mL

Tintura de noz-vômica 1 mL

Água purificada qsp 10 mL

POS.: Tomar XXX gotas dissolvidas em pouca água, 10 minutos antes das

refeições. Repetir 2 a 3 vezes ao dia.

Sugestões:

(a) Misture as soluções em ordem crescente de volume.

(b) Misture as substâncias de cor menos intensa primeiro.

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Page 48: Pratica Farmacotecnica

3 - Infuso de chá composto.

Uso int.

Infuso de chá a 10% 900 mL

Lactose 70 g

Oximel de cila 30 g

Sol. alcoólica de essência de limão a 10% 4 mL

Benzoato de sódio 1 g

Mande 50 mL

POS: Adultos e lactentes s.p.m.

INDICAÇÕES: Insuficiência renal, albuminúria.

TÉCNICA: Dissolver a lactose no infuso quente, adicionar o oximel, o benzoato de

sódio e o corretivo. Se for necessário, coar ou filtrar por algodão.

NOTAS:

(a) Usar o chá mate que contém cerca de 1,5% de cafeína.

(b) O oximel de cila é uma preparação contendo vinagre de cila e solução de mel

(Farm.Port.IV, p.406). Pode ser substituído por xarope de cila (Farm.Bras.I,

p.1011):

Extrato fluído de cila 50 mL

Xarope simples 1000 mL

(c) O chá, a lactose e a cila tem propriedades diuréticas.

48

Page 49: Pratica Farmacotecnica

PARTE 4 - Formas farmacêuticas obtidas por dispersão molecular.

Regras gerais para o preparo de formas farmacêuticas obtidas por dispersão

molecular:

1 - Verifique a solubilidade de cad um dos componentes sólidos da fórmula.

Verifique a existência de um solvente na fórmula que seja capaz de solubilizar o

soluto. Caso não exista, acrescente.

2 - Dissolva cada soluto no solvente mais adequado.

3 - Acrescente os componentes da fórmula em ordem crescente de suas

quantidades (veículos em qsp, por último). Líquidos escuros por último.

4 - Filtre (papel, gaze, algodão).

5 - Envase em frasco de vidro âmbar ou plástico opaco de tamanho compatível com

o volume formulado visando obter uma melhor estética e até mesmo dificultar

degradações. Antes do envase verifique a compatibilidade da preparação com o

material de envase.

6 - Rotule e registre.

I. Xarope simples, Xarope composto e Elixir

I.1 Xarope simples.

I.1.1 XAROPE SIMPLES COM SACAROSE.

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Page 50: Pratica Farmacotecnica

Açúcar refinado 850 g

Metilparabeno 1,5 g

Propilparabeno 0,2 g

Água destilada qsp 1000 mL

TÉCNICA:

- após pesagem, dissolva o nipagin e o nipazol em qs de álcool;

- pese o açúcar, transfira-o para uma caçarola esmaltada e adicione sobre ele

450 mL de água desmineralizada e os parabenos solubilizados;

- sob agitação, aqueça a mistura até dissolução do açúcar;

- filtre passando pelo filtro qs de água até completar 1000 mL de xarope simples;

- embale o xarope simples preparado em frasco de vidro âmbar.

NOTAS:

a) Quando começar a ferver, desligue o fogo afim de evitar caramelização. O

aquecimento não deve ser prolongado porque provoca a hidrólise ou

inversão de parte da sacarose produzindo glicose (dextrose) e frutose

(levulose). Os açúcares invertidos favorecem a fermentação e decomposição

do xarope dando-lhe côr amarelada. Quando se aquece excessivamente o

xarope, há evaporação de parte da água, podendo haver depois a

cristalização do açúcar;

(a) Como o xarope é viscoso, filtre a quente em gaze dobrada utilizando

recipientes que suportem maior temperatura (funíl de alumínio, porcelana ou

porcelana e caneca de porcelana graduada);

(b) O xarope simples é incolor e para isto é nececessário usar açúcar refinado;

(c) A densidade do xarope é de 1,313 a 25°C. Para verificação coloque o

xarope em proveta de capacidade adequada e introduza o densímetro e faça

a leitura.

I.1.2 XAROPE SIMPLES SEM SACAROSE.

Carboximetilcelulose sódica (CMC-Na) 2,00 g

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Page 51: Pratica Farmacotecnica

Ciclamato sódico 0,05 g

Sacarina 0,10 g

Nipagin 0,15 g

Água destilada qsp 100 mL

TÉCNICA:

(a) Dissolva o nipagin em um pouco de água quente;

(b) Adicione aos poucos o CMC-Na na água dissolvendo-o;

(c) Adicione o restante e agite até a dissolução;

(d) Transfira a solução final para um cálice e complete o volume com água.

I.2 Xarope composto oficial.

São preparados pela dissolução de sucos artificiais concentrados, espíritos,

tinturas, extratos fluídos e produtos químicos em xarope simples, podendo ser

usados como medicamentos ou fazendo parte de outras fórmulas. Na preparação

pode ocorrer a formação de precipitados, devido a complexidade de substâncias

presentes na preparação (álcool, resinas e óleos dissolvidos). Quando não houver

interesse nestes precipitados, pode-se retira-los por filtração.

1 - A PARTIR DE SUCOS ARTIFICIAIS (SOLUTOS CONCENTRADOS).

Xe de groselha 5 %

Xe de cereja 10 %

Xe de framboesa 10 %

Xe de flor de laranjeira 2 %

Xe de morango 10 %

Xe de bálsamo de tolú 20 %

2 - A PARTIR DE ESPÍRITOS (PSEUDO-ALCOOLATOS,).

Xe de flor de laranjeira 0,2 % (Farm.Bras.I)

Xe de hortelã-pimenta 1,0 % (Farm.Bras.I)

3 - A PARTIR DE TINTURAS.

Xe de beladona 5 %

Xe de meimendro 5 %

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Page 52: Pratica Farmacotecnica

Xe de bálsamo de tolú 5 %

Xe de ópio fraco ou Xe diacódio 1 % (contém 0,01% de morfina)

4 - A PARTIR DE EXTRATOS FLUÍDOS.

Xe tebáico ou de ópio forte 0,5 % (contém 0,05% de morfina)

Xe de genciana 5 %

Xe de grindélia 5 %

Xe de laranja amarga 5 % (ou de cascas de laranja)

Xe de flôres peitorais 5 % (= Xe de espécies peitorais)

Xe de polígala 5 %

Xe de quina 10 %

Xe de ipecacuanha 7 %

Xe de Desessartz 10 % (= Xe de ipecacuanha composto)

Xe de ratânia 10 %

Xe de ameixa 10 %

Xe de alcaçuz 10 % (Farm.Bras.I)

Xe de canela 10 % (Farm.Bras.I)

Xe de cacau 10 %

Xe de marmelo 10 %

5 - A PARTIR DE PRODUTOS QUÍMICOS.

Xe de morfina (cloridrato) 0,1 %

Xe de dionina (cloreto) 0,1 % (Farm.Francesa)

Xe de codeína (fosfato) 0,3 %

Xe de ácido cítrico ou de limão 1,0 % (Farm.Bras.I)

Xe de iodeto de potássio 0,5 % (Medicamenta)

Xe de tiocol 5,0 % (=sulfoguaicolato de potássio)

I.3 Elixir.

São preparações líquidas, límpidas, hidroalcóolicas apresentando teor

alcóolico na faixa de 15 a 50% e teor de sacarose ≥ 20 %. O Elixir deve ser

52

Page 53: Pratica Farmacotecnica

preparado por simples dissolução e deve ser envasado em frascos de cor âmbar e

mantidos em lugar fresco e ao abrigo de luz.

É um veículo adequado para fármacos insolúveis em água, mas solúveis em

misturas contendo água e álcool. O elixir pode conter diferentes sistemas solventes,

como por exemplo, a glicerina, o propilenoglicol e o PEG 400.

1 - ELIXIR SIMPLES OU AROMÁTICO (FARM.BRAS.II).

O Elixir simples ou aromático é usado como veículo de outras preparações

mas também possuí um leve efeito estomáquico devido a presença do Xe de laranja

amarga.

Uso int.

Vanilina 0,5 g

Espírito de flor de laranjeira 2 mL

Álcool 230 mL

Xe de laranja amarga 400 mL

Água purificada qsp 1000 mL

TÉCNICA: Dissolva a vanilina no álcool, junte o espírito de flor de laranjeira,

adicione o xarope aos poucos agitando após cada adição. Complete o volume final

com a água purificada. Filtre utilizando papel, recirculando o filtrado até completa

limpidez.

I.4 Formulário.

1 - Prepare 250 mL de Xe simples (2 alunos/fórmula). Guarde na geladeira.

2 - Prepare 50 mL de Xe simples sem sacarose.

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Page 54: Pratica Farmacotecnica

3 - Prepare 25 mL de Xe de jurubeba (Fórmula Oficial).

IND.: Medicação colecinética, usada nas moléstias do fígado.

CONS.: Em vidros bem tampados.

POS.: Duas ou mais colheres das de sopa por dia.

4 - Prepare 25 mL de Xe de bálsamo de tolú (Fórmula Oficial).

IND.: Balsâmico e expectorante, nas tosses.

5 - Xarope anti-anêmico (Hospital das Clínicas de São Paulo):

Uso int.

Sulfato ferroso 1,30 g

Ácido cítrico 1,00 g

Essência de laranja (ou limão) 0,01 mL

Caramelo* 1,00 g

Xarope simples qsp 100 mL

Me. 10 mL.

POS.: Tomar 1 colher das de sopa após as refeições, ou s.p.m.

IND.: Anti-anêmico, nas anemias ferro-priva.

*CARAMELO:

Sacarose 5 partes

Água purificada 2 partes

INDICAÇÃO: Corretivo da cor. Serve para dar cor pardo-escura aos elixires,

xaropes e outros preparados farmacêuticos. É o componente da Solução da

Amaranto Composta.

TÉCNICA: Colocar o açúcar em cápsula de porcelana e aquecer diretamente no

bico de gás. Deixar carbonizar até formar líquido viscoso e escuro. Retirar do

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Page 55: Pratica Farmacotecnica

aquecimento e logo após, ainda quente, adicionar a água de uma só vez e misturar.

Conservar em frascos bem fechados.

NOTA: O caramelo está inscrito na Farm.Bras.II, p.1046, sendo permitido seu

emprego em preparados farmacêuticos. É miscível em água em todas proporções e

sua densidade é menor que 1,30.

6 - Uso interno

Ácido lático 10 %

Xe de framboesas (ou marmelo) qsp

Me. 10 ml.

POS.: Tome l colher das de doce as refeições.

IND.: Modificador de pH do meio intestinal facilitando a proliferação de

saprófitas naturais e impedindo o crescimento de patogênicos.

7 - Uso interno

Cloridrato de hidroxizine 100 mg

Xe simples qsp 100 mL

Me.1/4 da fórmula.

IND.: Anti-histamínico (anti-alérgico).

8 - Xe expectorante (similar a Especialidade Farmacêutica MM Expectorante):

Uso interno

Iodeto de potássio 2,0 g

Tintura de lobélia 0,7 mL

Extrato fluído de meimendro 0,3 mL

Propilenoglicol 4,0 mL

Xe de cerejas, ameixas ou framboesa) 100 mL

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Page 56: Pratica Farmacotecnica

Me. 10 mL.

POS.: Tome l colher das de sopa, 4 vezes ao dia.

IND.: Expectorante e fluidificante do muco bronquial.

NOTAS:

(a) A lobélia é uma droga muito ativa, sedativa e anti-espasmódica, tendo ação

expectorante, anti-dispnéica e diaforética, usada com frequência nos casos de

asma, na dispnéia em geral, nas tosses espasmódicas e nervosas, bronquites,

coqueluche, etc. Seu princípio ativo é a lobelina.

(b) O propilenoglicol é um líquido glicerinoso com propriedades solventes,

dispersantes, umidificantes e estabilizantes de vários medicamentos.

9 - Xarope infantil anti-gripal:

Uso interno

Sulfoguaicolato de potássio 3 g

Benzoato de sódio 1 g

Soluto concentrado de bálsamo de tolú 3 mL

Xarope simples qsp 100 mL

Me. 15 mL.

10 - Prepare 10 mL da Fórmula Farmacopéica abaixo descrita:

Uso int.

Terpina hidratada 10 g

Essência de amendoa amarga ou maracujá 0,5 mL

Vanilina 1,0 g

Álcool 450 mL

Glicerina 400 mL

Xarope de flores de laranjeira 100 mL

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Page 57: Pratica Farmacotecnica

Água destilada qsp 1000 mL

POS.: 3 a 5 colheres das de sopa por dia.

IND.: Expectorante e calmante da tosse

11 - Citrato de potássio 43 g

Xarope simples 30 mL

Água destilada qsp 100 mL

INDICAÇÕES: tratamento da acidose tubular renal por cálculos de sais de cálcio,

hipocitratúria com redução da excreção de oxalato de cálcio de qualquer etiologia,

litíase por sais de ácido úrico.

DOSE MÁXIMA RECOMENDADA: 10,8 g ao dia (100 mEq de íon potássio).

12 - Cloridrato de hidroxizina 25 mg

Xarope simples qsp 5 mL

Mande em vidro com 100 mL.

Posologia: 1 colher de chá 2 a 3 vezes ao dia.

Indicações: atopia, neurodermites, urticária, rinite, bronquite asmática e outras

manifestações de dermatoses alérgicas. O seu uso é contra-indicado na gravidez.

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Page 58: Pratica Farmacotecnica

Os efeitos colaterais mais comuns são sonolência e secura da boca, quando

administrada em doses altas.

13 – Iodeto de potássio 100 mg

Xarope de grindélia* qsp 5 mL

Mande em vidro de 50 mL.

Posologia: 1 colher de chá, 2 a 3 vezes ao dia.

*tintura a 5%.

14 – Extrato fluido de alcaçuz 1 mL

Xarope de eucalipto qsp 5 mL

Mande 50 mL.

Posologia: 1 colher de chá 4 vezes ao dia.

*tintura a 5%.

15 - Laxante suave.

Cáscara Sagrada Ext. Fluido 1 mL

Aniz estrelado Ext. Fluido 1 mL

Ruibarbo Ext. Fluido 0,5 mL

Veículo qsp 5 mL

Mande em vidro com 20 mL.

Posologia: 1 colher de chá 2 vezes ao dia.

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Page 59: Pratica Farmacotecnica

16 - Prepare 25 mL do elixir abaixo.

Uso int.

Fenobarbital 0,4 g

Óleo de laranja 0,025 mL

Propilenoglicol 10,0 mL

Álcool 20,0 mL

Sorbitol 70% 60,0 mL

Corante qs

Água desmineralizada qsp 100,0 mL

II. Hidróleos, Alcoóleos, Oleóleos.

II.1 Fórmulas Farmacopéicas:

1 - Água Boricada = Solução de Ácido Bórico.

Uso externo

Ácido bórico 3 g

Água purificada qsp 100 mL

Me. 10 mL.

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Page 60: Pratica Farmacotecnica

2 - Água de Cal.

Faça 100 mL.

3 - Solução aquosa de cânfora (VL, p.442).

Uso ext.

Cânfora 20 g

Água purificada qsp 1000 mL

Me. 10 mL.

4 - Álcool cânforado = Tintura de cânfora = Espírito de cânfora.

Uso ext.

Cânfora 100 g

Álcool qsp 1000 mL

Me. 10 mL.

IND.: Como revulsivo. Usado para limpeza da pele.

5 - Óleo Canforado.

6 - Solução de Lugol = Solução de Iodo Iodetada = Solução de Iodo Composta =

Solução de Iodeto de Potássio Iodada.

Uso externo

Iodo 5 g

Iodeto de potássio 10 g

Água purificada qsp 100 mL

Faça 10 mL.

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Page 61: Pratica Farmacotecnica

7 - Tintura de Iodo Fraca = Solução de Iodo alcoólica fraca = Tintura de Iodo.

Uso ext.

Iodo 20 g

Iodeto de sódio ou potássio 15 g

Álcool diluido qsp 1000 mL

Me 10 mL.

8 - Solução de carmim (Farm.Bras.I, p. 818)

Carmim 65 g

Amônia líquida 365 mL (=solução de hidróxido de amônia a 10%)

Glicerina 365 mL

Água destilada qsp 1000 mL

Me. 10 mL.

IND.: Corretivo da cor. Vermelho.

TÉCNICA: Triture o carmim num gral até reduzí-lo a pó fino, adicione aos poucos a

amônia diluída e depois a glicerina, triturando sempre. Passe a mistura para uma

cápsula de porcelana e aqueça-a em um banho-maria agitando continuamente, até

que o líquido fique completamente livre do cheiro amoniacal; deixe resfriar e junte

água destilada até completar 1000 mL.

NOTA: O carmim é uma laca alumino-cálcica, obtida da cochonilha (do inseto

"Coccus cacti"). De cor vermelha escarlate viva, insolúvel em água e muito solúvel

em água amoniacal (Solução de carmim). Em preparações sólidas o Carmim é

utilizado em qsp coloração (Farm.Bras.I, p.184).

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Page 62: Pratica Farmacotecnica

9 - Solução de amaranto (Remington).

Amaranto 1 g

Água purificada 100 mL

Me. 10 mL.

IND.: Corretivo da cor (vermelho).

CONS.: Em recipientes opacos e herméticamente fechados.

NOTA: O amaranto ou bordeaux S é um corante vermelho, hidrossolúvel, permitido

para uso farmacêutico.

10 - Solução de amaranto composta.

Solução de amaranto 90 mL

Caramelo 100 g

Álcool 250 mL

Água purificada qsp 1000 mL

Me. 10 mL.

IND.: Corretivo da cor. Vermelho.

CONS.: Em recipientes opacos e herméticamente fechados.

II.2 Fórmulas Magistrais:

1 - Colutório de Fluoreto de sódio.

Uso externo

Fluoreto de sódio 0,05 g

Água destilada qsp 100 mL

Me. 10 mL.

ACONDICIONAR EM FRASCO PLÁSTICO.

POS.: Para uso diário. Bochechar sem engolir depois de escovar os dentes à

noite.

FLUORETO DE SÓDIO TEM SIDO UTILIZADO EM DIFERENTES

CONCENTRAÇÕES:

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Page 63: Pratica Farmacotecnica

(a) 0,05%, em bochecho diário, diminuindo 30% das cáries.

(b) 0,2%, em bochecho semanal, diminuindo 30% das cáries.

(c) 1% e 2%, em aplicações tópicas na forma de pomadas (somente pelo dentista).

2 - Colutório de Fenosalil.

Uso externo

Fenosalil 3 g

Tintura de iodo 5 mL

Glicerina 40 mL

Me 1/4 da fórmula.

POS.: Para pincelagens.

IND.: Anginas de Vincent.

3 - Solução ontológica glico-boratada.

Uso ext.

Borato de sódio 0,2 g

Trietanolamina 1,0 mL

Água destilada 3,0 mL

Glicerina 10 mL

Me. 10 mL.

IND.: Para remover o cerumem.

POS.: Pingar V gotas no conduto auditivo, 2 vezes ao dia.

4 - Uso ext.

Ácido bórico 2 %

Álcool isopropílico qsp

Me. 10 mL.

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Page 64: Pratica Farmacotecnica

POS.: Pingar III gotas em cada ouvido, 2 a 3 vezes ao dia.

5 - Álcool a 70 % p/v glicerinado.

Uso externo

Álcool a 96°GL 770 mL*

Glicerina bi-destilada 20 mL

Água destilada 310 mL

Me. 10 mL.

6 - Álcool iodado.

Uso ext.

Iodo metalóide 5 g

Iodeto de sódio 5 g

Água destilada 330 mL

Álcool absoluto 770 mL*

Me. 10 mL.

7 - Álcool iodado glicerinado.

Uso ext.

Iodo metalóide 5 g

Iodeto de sódio 5 g

Glicerina bidestilada 20 mL

Água destilada 310 mL

Álcool absoluto 770 mL*

Me. 10 mL.

8 - Iodopovidona (PVP-I) tópica.

Uso ext.

PVP-I 10 g

Água destilada 95 mL

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Page 65: Pratica Farmacotecnica

Álcool absoluto 5 mL

Me. 10 mL.

IND.: Assépsia de campo cirúrgico.

OBS.: Usar apenas em pele íntegra, evitar exposição excessiva à luz. Acondicionar

em frasco âmbar bem fechado.

9 - PVP-I alcoólico.

Uso externo

PVP-I 10 g

Glicerina 2 g

Álcool 70°GL qsp 100 mL

Me. 10 mL.

IND.: Assépsia das mãos.

10 - PVP-I degermante.

PVP-I 10 g

Lauril étersulfato de sódio 20 mL

Amida 90 2 mL (dietanolamina de ácido graxo)

Álcool absoluto 5 mL

Água destilada 73 mL

Me. 10 mL.

IND.: Usado em assépsia de bloco cirúrgico.

TÉCNICA: Pesar o PVP-I e deixar molhar em 50% do volume de água de um dia

para o outro. Adicionar o lauril, amida, álcool e completar o volume final para 100

mL. Acertar o pH para 4,5-5,0 com soda caústica líquida a 20%. Se passar acertar

com ácido cítrico a 10%.

11 - Solução conservante.

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Page 66: Pratica Farmacotecnica

Nipagin 0,07 g

Nipasol 0,02 g

Álcool qs

Àgua destilada qsp 100 mL

Me. 10 mL.

IND.: Solução conservante de uso oral e externo (cremes, loções, xampús,

etc.) e como conservante de alimentos.

NOTA: O nipagin (Metilparaben = p-hidroxibenzoato de metila) tem ação específica

sobre fungos e o nipasol (Propilparaben = p-hidroxibenzoato de propila) sobre

leveduras, por isso quando usados juntos apresentam um espectro de ação mais

longo.

12 - Solução de violeta de genciana.

Uso ext.

Anestesina 1,5 g

Violeta de genciana0,5 g

Água sacarinada 25 mL

IND.: Contra monilíase provocada por Cândida albicans ("sapinho").

POS.: Passar na bôca, 3 vêzes ao dia.

NOTA: A água sacarinada é preparada a 0,01 % p/v.

13 - Solução enxaguante bucal.

Uso externo

Irgasan 0,1 g

Alantoína 0,02 g

Bicarbonato de sódio 0,40 g

Salicilato de metila 0,05 mL

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Page 67: Pratica Farmacotecnica

Eucaliptol 0,10 mL

Solução de amaranto qs

Álcool 10 mL

Tween 20 qs

Glicerina 10 mL

Água destilada qsp 100 mL

Faça 100 mL.

POS.: Bochechar e/ou gargarejar 3 vezes ao dia.

IND.: Antisséptico bucal, anti-placa, refrescante.

14 – Solução de formol para conservação de material biopsiado.

Formol 10 %

Água destilada qsp 100 mL

15 – Anti-séptico.

Violeta de Genciana 0,5 a 1%

Água purificada qsp 50 mL

16 – Gotas para prevenção de otite externa em nadadores.

Ácido acético 2,5 %

Álcool isopropílico 85% 30 mL

Modo de usar: instilar V gotas nos condutos auditivos, após a natação.

17 – Gotas com fenol para otite externa.

Fenol 4 %

Lidocaína 1 %

Glicerina qsp 10 mL

Modo de usar: instilar I a II gotas no conduto auditivo, 2 a 3 vezes ao dia.

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Page 68: Pratica Farmacotecnica

18 – Anti-séptico para aftas.

Mentol 0,5 %

Iodo 2,5 %

Iodeto de potássio 5 %

Água destilada 6 mL

Glicerina qsp 40 mL

Modo de usar: pincelar a mucosa inflamada 2 vezes ao dia.

19 – Solução para aftas.

Nitrato de prata 2 %

Azul de metileno 2%

Glicerina qsp 10 mL

Modo de usar: tocar com um cotonete embebido na solução, 2 a 3 vezes ao dia.

20 – Anti-sépticos para aftas e estomatites.

Digluconato de clorhexidina 0,1 %

Água purificada qsp 100 mL

Modo de usar: fazer bochechos de 1 minuto, 3 vezes ao dia.

21 – Solução anti-séptica para aftas.

Bicromato de potássio 5 %

Água destilada qsp 10 mL

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Page 69: Pratica Farmacotecnica

Modo de usar: tocar com um cotonete embebido na solução, 1 vez ao dia.

22 – Solução para Candidíase oral.

Violeta de Genciana 2 %

Lidocaína 2 %

Sacarina 0,1 %

Água purificada qsp 30 mL

Modo de usar: aplicar com um cotonete na mucosa oral afetada, uma ou mais

vezes ao dia.

23 – Solução antiperspirante para os pés.

Alúmen de potássio 4%

Água purificada qsp 200 mL

Indicações: hiperidrose plantar.

Modo de usar: aplicar nos pés após o banho. Por ser irritante e levemente

corrosiva, não deve ser usada em tratamentos prolongados.

24 – Solução anti-séptica para os pés e as mãos.

Glutaradeído 5 %

Bicarbonato de sódio 0,8 %

Água purificada qsp 100 mL

Indicações: hiperidrose palmar e plantar.

Modo de usar: aplicar nos pés e nas mãos após o banho.

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Page 70: Pratica Farmacotecnica

II.3 Especialidade Farmacêutica:

1 - Solução purgativa (Enema = Clister = Esp. Farm. FLEET).

Uso externo

Fosfato de sódio monobásico monohidratado 16 g

Fosfato de sódio dibásico hepta hidratado 6 g

Água destilada qsp 100 mL

Me. 10 ml.

Indicações: Purgativo (provoca o esvaziamento do reto), alivia a prisão de

ventre, provoca o esvaziamento do cólon. Usado no pré e pós operatório e

no pré e pós parto.

MODO DE AÇÃO: Promove a evacuação intestinal aumentando o volume e o

teor de água das fezes.

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Page 71: Pratica Farmacotecnica

Modelo do exame prático.

Escolha uma das fórmulas abaixo e execute o que se pede a seguir.

1. Copie a composição da fórmula e, caso necessário, calcule as quantidades a

serem empregadas.

2. Defina e justifique a forma farmacêutica.

3. Descreva a função de cada componente da fórmula.

4. Descreva o procedimento a ser empregado.

5. Execute a fórmula escolhida (manipulação, envase, rotulagem e registro do

produto final).

Independente da fórmula escolhida, considere os dados abaixo:

(a) Paciente: Antônio Fernandes Araújo

Rua das Farmacêuticas, 30 – Telefone: 3123-4567

30.300-750 Belo Horizonte - MG

(b) Médico: Dr. Rubens Resende – CRMMG 1234

Rua Espera Feliz, 34 – Telefone: 3764-3210

30.003-5075 Belo Horizonte - MG

DISPERSÃO MOLECULARRx

Uso int.

Hidroxizine (cloridrato) 100 mg

Essência de limão IV gotas

Caramelo qs

Xe simples qsp 100 mL

Me 25 mL.

FSA.

Posologia: s.p.m.

FORMA FARMACÊUTICA SÓLIDA 1Uso ext.

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Page 72: Pratica Farmacotecnica

Mentol ãã 0,25 g

Cânfora

Amido 3,00 g p.i.

Óxido de zinco

Talco qsp 25 g

Div. 10 pp.

Pos.: Polvilhar as partes afetadas após o banho.

FORMA FARMACÊUTICA SÓLIDA 2Uso interno

Sulfato de magnésio 8,7 g

Ácido tartárico 11,4 g

Bicarbonato de sódio 12,8 g

Sacarose 18,6 g

Faça 20 g.

Pos.: Tome l colher de sopa em meio copo de água em jejum.

FORMA FARMACÊUTICA SÓLIDA 3Uso int.

Glicerofosfato de cálcio 2 g

Açúcar 20 g

Corante qs

Xe de framboesa qsp granular

Me. 10 g

Posologia: s.p.m.

FORMA FARMACÊUTICA SÓLIDA 4Prepare 20 papéis medicamentosos de peso unitário igual a 300 mg contendo 2,5

mg de princípio ativo por papel a partir da especialidade farmacêutica Capoten 25

mg.

FORMA FARMACÊUTICA SÓLIDA 5Uso interno

Ruibarbo 50 mg

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Page 73: Pratica Farmacotecnica

Badiana 50 mg

Boldo 100 mg

Lactose qs

Pa. 1 cáp. No 00. Me. 10.

NOTA: SUGERE-SE que o produto final e a ficha técnica resultante dos

procedimentos acima solicitados deverão estar prontos após 1 hora e 30 minutos

após o início dos trabalhos.

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Page 74: Pratica Farmacotecnica

Anexo 1 -Termos médico-farmacêuticos

Os termos abaixo descritos podem também serem encontrados no

“Dicionário de Termos Médicos” e em outras bibliografias.

Abirritante alivia a irritação

Abrasivo produz escoriações na pele

Abscesso acumulação de pus numa cavidade

Acaricida contra sarna

Adenite inflamação

Adiaforese falta de sudação

Adoçante mascara o gosto, edulcorante

Adstringente contrai os tecidos, catastáltico, estíptico

Alterante provoca sede

Anapnéico calmante da respiração

Anúria diminuição e supressão da secreção urinária

Aperitivo estimula o apetite

Artrite inflamação das articulações

Artritismo predisposição do organismo às infecções articulares

Astenia debilidade geral

Atonia fraqueza

Balsâmico medicamento aromático

Béquico contra a tosse

Caquexia estado de desnutrição geral

Carminativo impede ou expulsa os gases intestinais

Catártico purgativo

Catastáltico contrai os tecidos, adstringente, estíptico

Colerético aumenta (estimula) a excreção biliar, colagogo

Colagogo aumenta (estimula) a excreção biliar, colerético

Constipação retenção das fezes, evacuação insuficiente

Convulsivo provoca convulsão

Depurativo que liberta o organismo de substâncias nocivas

Dermatose infecção da pele, alérgica ou não

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Page 75: Pratica Farmacotecnica

Desinfetante destroí germes patogênicos

Diaforético produz sudação (faz suar)

Digestivo auxilia a digestão

Disenteria evacuação acompanhada de cólicas, catarros, sangue

Dispepsia digestão defeituosa

Dispnéia respiração dificil

Disúria micção dificil

Diurese secreção urinária

Diurético provoca a diurese

Drástico purgativo irritante e violento

Eczema afecção da pele com vesículas serosas e transparentes

Edulcorante mascara o gosto, adoçante

Emenagogo estimula a menstruação

Emético vomitivo

Emoliente amolece tecidos inflamados favorecendo a circulação

Epispático irritação da pele acompanhada de vesículas e bolhas

Erisipela inflamação vermelha da pele de origem estreptocócica

Erutação saída ruidosa de gases pela boca, arroto

Espamódico rigidez muscular

Esplenite inflamação do baço

Estimulante que acelera uma função

Estíptico contrai os tecidos, adstringente, catastáltico

Estomacal estimulante do estômago

Estupefaciente facilita a digestão

Expectorante elimina líquidos das mucosas dos brônquios e traquéia

Febrífugo baixa a febre

Fístula conduto patológico da ulceração para saída de pus ou líquido

anormal

Flatulência distensão do estômago e dos intestinos

Glicosúria presença de açúcar no sangue

Glossalgia dor na língua

Hemagogo produz descarga de sangue

Hematúria hemorragia dos ríns

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Page 76: Pratica Farmacotecnica

Hemoptise hemorragia da mucosa dos pulmões

Hemorragia saída de sangue para fora dos vasos

Hemostático detém a hemorragia

Laxativo purgativo brando

Mialgia dor muscular

Midriático provoca a dilatação da pupila

Miótico contrai a pupila

Otite inflamação do ouvido

Piorréia fluxo de pus

Psoríase afecção da pele em forma de escamas laminares e polimorfas

Pruriginoso causa prúrido, coceira

Purgativo produz evacuações

Resolutivo que cura uma inflamação sem intervenção cirúrgica, revulsivo,

rubefaciente

Revulsivo que produz irritação local, descongestionando, resolutivo,

rubefaciente

Rubefaciente produz irritação na pele, revulsivo, resolutivo

Sialagogo provoca secreção salivar

Sudorífico que faz suar

Tônico medicamento que fortifica e aumenta a atividade de um orgão

Tópico uso externo de um medicamento

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