09 farmacotecnica semi solidos 2011

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CURSO DE MANIPULAÇÃO DE MEDICAMENTOS E FARMACIA HOSPITALAR FARMACOTÉCNICA DAS FORMAS FARMACÊUTICAS SEMI-SÓLIDAS 195

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CURSO DE MANIPULAÇÃO DE MEDICAMENTOS E

FARMACIA HOSPITALAR

FARMACOTÉCNICA DAS FORMAS

FARMACÊUTICAS SEMI-SÓLIDAS

195

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Cosméticos

Cosméticos são produtos de higiene e perfumes. São preparações constituídas por substâncias naturais ou sintéticas, de uso externo nas diversas partes do corpo humano, pele, cabelo, unhas, lábios, órgãos genitais externos, dentes e membranas mucosas da cavidade oral, com o objetivo exclusivo ou principal de limpá-los, perfumá-las, alterar sua aparência e/ou corrigir odores corporais e protege-los ou mantê-los em bom estado.

CLASSIFICAÇÃO:Produtos de higiene CosméticosPerfumesProdutos de uso infantil

Grau 1: produtos com risco mínimoGrau 2: produtos com risco potencial

A PELE:Revestimento protetor do corpo humano.Fronteira entre o organismo e o ambiente.Controla a perda de fluidos.Evita a penetração de substâncias exógenas e radiações.Protege contra golpes mecânicos.Regula a perda de calor.Transmite estímulos.Possuí anexos como: folículos pilosos e glândulas sebácias e sudoríparas.É o maior órgão em extensão e peso.Seu pH ideal é 5 (manto lipídico ácido): ação anti-microbiana.

Função Estrutura que desempenha

Proteção contra: .Agentes mecânicos .Agemes químicos .Agemes físicos .Microorganismos .Ressecamento

Fibras elásticas, lipídeos, calos Capacidade tamponante, pH

Pigmentação, calos idadesManto hidrolipídico, nora, pHManto hidrolipídico, queralina

Órgão sensorial Corpúsculos sensoriaisCalor Irrigação sg., glând. SudoríparasAbsorção

(penetração)Permeabilidade

Sist. Imunológico

Linfócilos T

Odor corporal Individual

Respiração Menos importante

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Fatores ambientais que influenciam no equilíbrio cutâneo: Gases residuais Ar condicionado Luz artificial e solar (UV) Água clorada Tabaco Impurezas do ar Clima (calor e frio) Vento

Fatores internos que influenciam no equilíbrio cutâneo: Medicamentos Pílula anticoncepcional Alimentação Estresse Abuso de nicotina Abuso de álcool Abuso de café

TIPOS DE PELE ASPECTOS

NormalPele jovem, poros finos,

elática, sem brilho oleoso, sem rugas.

Seca

Mais freqüente. Fina delgada, transparente, sem poros visíveis, opacas, pouca umidade e oleosidade.

OleosaGraxa, resistente, com

brilho intenso e comedões.

Seborreica oleicaSuor abundante, brilhante,

grandes poros e películas oleodas.

Seborreica secaSuor reduzido, escamas

brilhantes e graxa

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Esquema de um corte da pele

COMPOSIÇÃO: *EPIDERME:

Camada basal Camada espinhosa Camada granulosa Camada lúcida Estrato córneo*DERME: Papilar Reticular*HIPODERME:*ANEXOS: folículo piloso e glândulas

EPIDERME

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DERME

HIPODERME

Epitélio estratificado. Camada mais superficial da pele. Proteção contra agressões externas. Células multiplicam-se, diferenciam-se e renovam-se periodicamente para elaborar queratina e melanina. Queratina: cornifica a superfície cutânea. Impermeável a quase todas as substâncias sólidas, líquidas e gasosas. Barreira cutânea: queratina e desmossomos. Água: 10% do volume da epiderme e 70% da derme.

TIPOS CELULARES:

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Queratócitos Melanócitos Células de Langerhans Células de Merckel

CAMADAS CELULARES: Camada basal (gerrninativa) Camada espinhosa Camada granulosa Camada lúcida Camada córnea

Camada basal ou germinativa: Divisões celulares: cerca de 50% das células migram e as demais formam a porção germinativa Ciclo celular: 163-213hs

Camada espinhosa: Células dispostas em várias fileiras unidas entre si e as células basais através de prolongamentos do citoplasma. Desmossomas: tônus da epiderme Estabilidade contra distorções mecânicas Podem transformar-se em células basais e vice-versa.

Camada granulosa: Grânulos de querato-hialina lamelares (queratinossomas) que se reúnem nos pólos das células. Rico em fosfolipídeos, lipídeos e proteínas contribuindo para a formação do cimento intercelular. Células exclusivamente dedicadas à síntese de queratina. 10 a 14 dias para as células migrarem da camada basal até a granulosa Querato-hialina: precursora da filagrina, proteína que aumenta a resistência da queratina e decompõe-se em uma mistura de aminoácidos.

Camada lúcida: Regiões palmo-plantares Principal componente: eleídina (produto da transformação ela querato-hialina da camada granulosa).

Camada córnea: Células queratinizadas e anucleadas que perderam suas organelas intracelulares como mitocôndrias e ribossomas, através ela ação de enzimas lisossomais. Camada lipídíca que recobre como invólucro. Filagrina, sintelizada na camada granulosa, degrada-se na camada córnea, participando na formação de pequenas moléculas hidrossolúveis de baixo peso molecular: NMF - complexo responsável pela manutenção da hidratação da camada córnea.

PAPEL FISIOLÓGICO DO EXTRATO CÓRNEO*Hidratação cutânea:Barreira hidrofóbica assegurada pelas células queratinizadas.

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Capacidade de fixação de água graças à presença do NMF.*Proteção do meio interno.Impermeável as proteínas e pouco permeável as moléculas pequenas.

Impermeabilidade a água não é total.*Permeabilidade aos agentes externos.Afinidade por determinadas substâncias.Trânsito é afetado pela espessura, integridade, temperatura e hidratação da

camada, ação de solventes e tensoativos.Depende do tamanho, peso molecular e lipofilica da substância, influenciada

pelo veículo.*Proteção contra agentes externos:Queratina é bastante resistente aos agentes químicosCamada córnea protege contra o frio e calor.*Propriedades biomecânicasMais resistente que a derme e suficientemente elástica para permitir os

movimentos.Flexibilidade aumenta com aumento da temperatura e diminui com o uso de

solventes.*DistendibilidadeCamada córnea é submetida a estresse constante (ex. articulações). A tensão

aumenta quando a umidade relativa do ar é baixa.Fase elástica, plástica, fase de pré-ruptura - quando submetida a alongamento.*Poder higroscópico (capacidade de absorver a água)Importante para a resistênciaAlongamento e inchamento: 9 vezes seu peso.

CARACTERÍSTICAS DOS PRODUTOS DE USO EXTERNOOs produtos uso externo devem ser química e fisicamente estáveis. Não devem

ser irritantes, sensibilizantes, ou alergênicos. Devem ser cosmeticamente aceitáveis e,

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preferencialmente, bem apresentados.Eles também devem ser eficazes e liberar ou garantir os níveis terapêuticos

desejados.

CONSIDERAÇÕESEm um produto dermatológico, deve ser considerado o fluxo do princípio ativo

através da pele, a retenção da forma farmacêutica na superfície cutânea, o efeito de depósito da forma farmacêutica e a aceitação da formulação pelo paciente.

Apesar de o estrato córneo ser uma barreira, muitos fármacos podem ser distribuidos na circulação sistêmica em concentrações clinicamente efetivas após a aplicação na pele. Existem diversos agentes que, reconhecidamente, aumentam a absorção cutânea, como álcoois, ácidos graxos, ésteres, agentes surfactantes, entre outros. O objetivo principal desses promotores de absorção é aumentar a solubilidade do fármaco no estrato córneo e facilitar sua difusão até a região vascularizada, proporcionando os efeitos sistêmicos.

Diversas variáveis devem ser consideradas quando se formula um produto dermatológico. Uma das primeiras considerações, depois da escolha do principio ativo, diz respeito à forma farmacêutica em que o fármaco será veiculado, de acordo com o local de aplicação ou ação desejada. Geralmente as formas farmacêuticas dermatológicas incluem pomadas, pastas, cremes e géis.

Cada uma tem função própria, característica e áreas de aplicação mais apropriadas.

PREPARAÇÃO DOS PRODUTOS DE USO EXTERNODe um modo geral, os produtos dermatológicos podem ser preparados pela

incorporação direta do principio ativo em um veículo ou usando-se o aquecimento. No caso da incorporação direta, o veículo é misturado com o princípio ativo até que todo o veículo seja incluído.

Quando se empregar o aquecimento, o veículo deve ser aquecido lentamente até a fluidificação. Em seguida o princípio ativo deve ser lentamente aspergido, com agitação, até homogeneização. As preparações devem ser acondicionadas e rotuladas. A seguir descreveremos alguns princípios gerais e sugestões para facilitar a manipulação de pomadas, pastas, cremes, géis e medicamentos.

-Materiais Insolúveis. Devem ser finamente divididos antes de serem incorporados às bases ou veiculos.

Dos agentes levigantes: Devem ser compatíveis com o veiculo usado. Para bases oleosas, uma pequena quantidade de base (fundida ou à temperatura ambiente) ou óleo mineral é suficiente. Geralmente, água, glicerina, álcool ou propilenoglicol podem ser usados, devendo localizar-se na fase interna do produto acabado. Para bases emulsionadas, o agente levigante geralmente deve ser selecionado de acordo com a fase externa da emulsão.

Quando da incorporação de pós-insolúveis usando-se um agente levigante: Deve-se empregar a técnica de diluição geométrica, para garantir a completa homogeneidade do principio ativo no veículo. Por exemplo, algumas gotas de óleo mineral podem ser usadas para levigar o enxofre antes de misturá-lo à vaselina sólida. Mistura-se então o levigado com uma quantidade igual de vaselina sólida. Depois disso uma nova quantidade de vaselina sólida é adicionada, e o processo será repetido até a adição de toda vaselina sólida.

Quando da incorporação de pós-solúveis: usar solventes como a água, glicerina e propilenoglicol, que têm baixa pressão de vapor. Geralmente não se usa solventes

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voláteis, especialmente em bases lipossolúveis, visto que o solvente evapora-se, o fármaco pode se cristalizar fora da base, causando irritação quando aplicado sobre a pele.

Quando da adição de substâncias voláteis, como por exemplo, flavorizantes e principios ativos, a base já deve estar fria - sem, entretanto, ter perdido sua fluidez - permitindo uma mistura uniforme e sem perda dos componentes por evaporação. Temperaturas abaixo de 75°C são recomendadas para a maioria das bases, mas temperaturas ainda menores podem ser necessárias caso o álcool ou substâncias voláteis estejam presentes.

Quando trabalhar com sistemas aquosos, aqueça-os por um curto período de tempo e na menor temperatura possivel, para minimizar a perda de água por evaporação.

Quando o produto ficar muito consistente, dificultando a aplicação, tente diminuir a concentração de ceras.

Os fármacos geralmente podem ser incorporados às pomadas, cremes e pastas facilmente, utilizando-se uma placa de vidro ou granito e uma espátula. Se uma grande quantidade de sólidos for incorporada, é aconselhável o uso de aquecimento para fundir a base antes a Incorporaçao.

Para máxima estabilidade, mantenha o produto anidro, salvo recomendação em contrário, quando da adição de diversos pós em um veículo tópico, é melhor adicionar um pó de cada vez, misturando até a homogeneização após cada adição. Isso melhora a estabilidade e a uniformidade do produto final.

Para melhorar o manuseio de fármacos que geram forças eletrostáticas intensas, adicionar algumas gotas de óleo mineral ou outro líiquido compátível.

pH

Entende-se por pH (potencial hidrogêniônico) a concentração de íons hidrogênio (H+) existentes num meio. Dependendo da quantidade de hidrogênio em relação à hidroxila (OH-) têm-se um produto ácido, básico ou neutro.

A) Ácido: Prevalece no meio o íon hidrogênio (H+) pH ácido, valores inferior a 7. EX: gel com ácido glicólico.

B) Básico: Prevalece no meio o íon hidroxila (OH-) pH básico, valores superiores a 7. EX: Alisante de cabelo.

C) Neutro: As quantidades de íons hidroxila e hidrogênio são iguais, pH neutro, valores iguais a 7.

ACERTO DO PH NAS FORMULAÇÕES MAGISTRAISE necessário na prática diária em farmácia magistral, acertar o pH de

formulações o que significa elevar, abaixar ou neutralizar o pH de um produto de acordo com as necessidades da formulação.

Para abaixar o pH do meio, deve-se proceder à neutralização de parte da hidroxila até o valor desejado, para isto, utiliza-se ácido.

Para aumentar o pH do meio deve-se proceder a neutralização do hidrogênio até o valor desejado, para isto, utilizase uma base.

TABELA DE PH EM VÁRIAS REGIÕES DO CORPO HUMANO

Tornozelos 5.9 Axilas 6.5

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Pés 7.2 Tronco 4.7Coxas 6.1 Preqas mamas 6.0Seios 6.2 Perna e tornozelo 4.5

Cabelo 4.1Pregas interdiqitais

7.0

Rosto 7.0 Saco coniuntival 7.3 a 8.0Vagina 3.5 a 4.5 Mãos 4.5Costas 4.8 Nádegas 6.4

AGENTES ACIDIFICANTES, ALCALINIZANTES Agentes utilizados para ajustar pH ou para tamponar*Ácido acético glacial*Ácido bórico *Ácido citrico*Ácido clorídrico*Ácido clorídrico diluido*Ácido lático*Acetato de sódio*Bicarbonato de sódio*Carbonato de sódio*Citrato de sódio e potássio*Hidróxido de sódio e potássio*Fosfato sódico dibásico*Fosfato de potássio*Fosfato monobásico de sódio*Trietanolamina

DILUIÇÃO DE CORANTESSolução Base para Diluição de CorantesCorante...............0,1 a 10% (concentração variáveis)Propilenoglicol. 3,0%Metilparabeno...0,15%Propilparabeno. 0,05%Álcool etílico.......10,0%Água desmineralizada qsp 100,0mlA quantidade de corante utilizada em uma formulação oral pode variar de

0,0005 a 0,005% de corante.Os corantes, se necessário, podem ser diluídos exclusivamente em álcool.

CORANTES E PIGMENTOS DE USO EXTERNOCORANTES: São substâncias que desenvolvem seu poder tintorial dissolvidas

no meio em que são utilizadas. Os corantes são classificados como:1-Corantes permitidos para todos os tipos de pele2-Corantes permitidos para todos os tipos de produtos "exceto" aqueles que são

aplicados na área dos olhos.3-Corantes permitidos exclusivamente em produtos que não entram em contato

com mucosas.4-Corantes permitidos em produtos que tenham breve tempo de contato com a

pele e o cabelo.PIGMENT0S: São substâncias insolúveis que desenvolvem seu poder tintorial

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quando dispersas no meio em que são utilizadas.Obs.: Antes de utilizar um corante ou um pigmento em uma formulação,

observar a lista permitida de corantes e sua aplicação (para uso externo uso interno).

ESSÊNCIASCONCENTRAÇÕES TRADICIONAIS DE USOAntiperspirante 0,5 a 1,0%Sabonete Comum 1,0 a 3,0%Sabonete Transparente 1,0 a 3,0% 1Sabonete Líquido 1,0 a 3,0%Talco 0,5 a 1,0%Espuma de banho 1,0 a 3,0%Creme de barbear 1%Baton 0,5 a 1%Shampoo 0,5 a 3,0%Condicionadores 0,5 a 3,0%Bronzeadores 0,2 a 0,5%

TENSOATIVOSFunção:*Adjuvantes com cadeia apolar e uma extremidade polar*Efeito de solubilização:*Detergência*Preparação de emulsões*Agente molhante em suspensões*Estabilizante de sistemas coloidais

Tensão superficial:Tendência a não se misturar com a outra fase.As moléculas são atraídas somente para dentro do liquido, impedindo a

expansão do mesmo e o aumento da superfície.Adição de tensoativo na água: a água atrai a parte polar e repele a apolar. O

tensoativo tende a se colocar na superfície água/ar ou óleo/água; sólido/água.A tensão superficial da água diminui com o aumento da concentração do

tensoativo, até tornar-se constante.

Micelas:

O número de moléculas, de tensoativos envolvidos em micelas, aumenta em presença de eletrólitos.

Micelas não são estáticas: dissociam-se e reagrupam-se, rapidamente.Fármacos insolúveis em água podem dissolver-se no interior das micelas de

tensoativos formando um meio homogêneo. Neste caso não há presença de fase aquosa, somente tensoativo, água e fármaco.

As moléculas hidrofóbicas colocam-se na camada hidrocarbonada da micela.Há um limite de solubilização comparável ao limite de solubilidade,

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dependente de Ta, natureza e concentração do tensoativo.Moléculas rígidas e assimétricas como esteróides e corantes formam sólidos

cristalinos. Estes são pouco solubilizados pelos tensoativos.Moléculas flexíveis, pequenas, frequentemente produtos líquidos em Ta, tais

como óleos voláteis, são amplamente solubilizados.

Formação das emulsões:É necessária a presença de compostos cuja molécula exista um grupo

hidrofílico e lipofílico de forma a originar uma película interfacial.

Tensoativos ou emulsionantes:Hidrofilia/lipofilia deve ser equilibradaGrupamentos polares condicionam a afinidade da molécula de tensoativo pela

água.Parte apoiar condiciona a afinidade da molécula de tensoativo por solventes

pouco polares

Equilíbrio hidrófilo-lipófilo:Sistema para classificar numericamente um composto, segundo suas

características de hidrofilia e lipofilia.EHLO conhecimento do EHL de um tensoativo permite classificar tensoativos em

função da sua hidrofilia e torna sua utilização mais racional.Diagrama de fases:São diagramas tenários de equilibrio água/ tensoativo/ óleo.Emulsões como soluções micelares são sistemas susceptíveis de ocorrer em

função das proporções de cada um dos componentes da misturas.Devem-se observar os diferentes estados (sistemas) que são obtidos quando os

3 componentes são misturados em diferentes proporções.Avaliar os estados em função do EHL do tensoativo.Determinar as proporções adequadas dos 3 componentes para obter uma

emulsão estável.

SISTEMAS HETEROGÊNEOS Estritamente lipofílicas e anidras (tem dificuldade em incorporar água)

oclusívas, promovem hidratação, evita transpiração.

Formas farmacêuticas plásticas incluem:SupositóriosPomadasUngüentosPastasGéisMicroemulsões e emulsões

Aplicações:Uso ocular/oftálmico Parenteral

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Tópica, anus e vagina

1. Propriedades da substância2. Propriedades da base3. Integridade da pele4. Promotores de absorção

*Substância:Solubilidade: se a substância se solubiliza na base ou no extrato corneo poderá

ser absorvida.Coeficiente de partição: para ter efeito local a substância deve ter maior

afinidade pela base; para efeito sistêmico, a substância deve abandonar a base rapidamente.

*Promotores de absorção:Hidrata a pele, reage com proteínas (queratina), abre canais no estrato córneo

para facilitarem a penetração.

*Integridade da pele:Micoses - integridade alterada. Há feridas (ausência de estrato córneo) ou

hiperqueratinização (excesso de estrato córneo), resulta em diferente penetração e absorção.

Queimaduras - pode faltar derme, epiderme, estrato córneo. Não usar pomadas, melhor géis.

Aplicação na pele intacta – encontra estrato córneo – absorção transcelular ou intercelular, para pequenas substâncias.

PELE: lipofilia + ──────────► - (aumento da profundidade)

*Absorção de cloridrato ou acetatoSA dissolvida na base1° camada é lipofilica, por isso acetato é mais compatível, mas com aumento da

profundidade a lipofilia diminui e o cloridrato penetra mais.O cloridrato demora mais para penetrar pela característica superficíal de

lipofilia, portanto pode ser usado como reservatório.*TixotropiaSubstâncias que quando submetidas a atrito se liquidificam.

BASESAltamente deformávies, com boa espalhabilidade e alto grau de tixotropia.

HIDROCARBONADAS:- Vaselina líquida, vaselina branca (sólida), parafina, plasticase@, vaselina

artificial.Necessita o uso de antioxidantes e conservantes.

Triglicerídicas:Glicerina triesterificada com ácido graxo, Migliol812, Softisan, Whitepsol.Se o ácido graxo for safurado: não precisa de antioxidante, mas se for

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insaturado necessita. Não contém água, todas lipofilicas, oclusivas, promovem hidratação.

Podem abrir caminhos entre os cornócitos aumentando sua absorção, mas ainda é superficial.

Bases de absorção:Três componentes: HC, agente hidrofilizante (absorve água), agente de estruturação.Políssorbato 60 (ag. Hidrofilizante - tensoativo)Álcool cetoestearílico (álcool graxo - ag. Estruturação)Glicerina e vaselina sólida (HC)Preparo à quente por fusão

Bases de lanolina:Vaselina líquidaLanolina anidra (lipofílica com capacidade de incorporar água)Preparo a quente ou a frioLanolina muda às características da base - melhor penetração. Tem afinidade

pela pele: penetra e absorve - incorpora água e forma sistemas A/O.A incorporação de água necessita a adição de conservantes e anti-oxidantes,

pois é suscetível a oxidação.

Base Mole:Vaselina - HCGlicerina e água - fase hidrofilicaPolissorbato - absorver águaIncorporação do fármaco: UNGÜENTOAgente de estruturação: torna a base mais mole ou mais dura - Álcool graxo - Parafina sólida - Cera de abelha - Ácidos graxosPreparação a quenteAgente hidrofilizante: - Lanolina - TA não iônico - polissorbatos - TA iônicos – SDS - colesteol - álcoois de lanolinaBases PEG:Estritamente anidras, se for hidratada ocorre desestruturação.Natureza hidrofílica: Macrocol, PEG: 400/ 600/ 800/ 1000/ 2000/ 4000/ 6000.Fluidificam facilmente: PEG de alto PM, PEG de baixo PM, álcool graxo a 5%.Penetração da BASE: media a escassaPromovem a absorção: média a prfundaSe a quantidade de substâncias lipofílica ativa a incorporar émuito grande

pode-se colocar polissorbato 60 ou 80 para facilitar a incorporação e promover a absorção.

PEG + AS = POMADA

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TG e HC ──────────► POMADA

BASE DE ──────────► UNGÜENTOABSORÇÃO

EMULSÕES

Uma emulsão é formada por um sistema de duas fases não miscíveis, no qual uma delas está finamente dividida em gotículas dispersas na outra.

A fase dispersa é denominada fase interna ou descontinua.A fase dispersante é denominada fase externa ou continua.As emulsões nas quais a fase dispersa é lipófila (ex.: óleo vegetal ou mineral) e

a fase dispersante hidrófila (ex.: água) são denominadas aquosas (L/H ou O/A: óleo em água). As emulsões nas quais a fase dispersa é hidrófila, e a fase dispersante lipófila, são denominadas oleosas (H/L ou A/O: água em óleo). Existem as emulsões denominadas múltiplas, por exemplo, H/L/H ou A/O/A.

As emulsões A/O são insolúveis em água, não são laváveis com água, podem absorver água, são oclusivas e podem ser untosas. Já as emulsões O/A são miscíveis com água, laváveis com água, podem absorver água, não são oclusivas e não são untosas.

Esse sistema disperso constituido por duas partes liquidas imiscívies, no qual um deles está intimamente dividido em gotículas no outro, forma um sistema homogêneo somente com a ajuda de um agente emulsionante. Os agentes emulsionantes são tensoativos capazes de reduzir a tensão interfacial entre óleo e água, permitindo a estabilização da emulsão. Os emulsionantes aniônicos e não iônicos são os mais utilizados atualemente nas preparações de cremes e loções.

As emulsões são muito utilizadas na forma de cremes e loções tópicas. Os cremes são sólidos macios ou líquidos viscosos, opacos e destinados à aplicação externa, consistindo de medicamentos dissolvidos ou suspensos em bases emolientes. Podem ser tanto do tipo A/O quanto do tipo O/A.

O termo “creme” é mais frequentemente aplicado às preparações cosmeticamente aceitáveis, macias, do tipo O/A. são usadas geralmente em lesões úmidas ou exudativas, por possuírem um efeito “secativo”, uma vez que os fluidos serão miscíveis com a fase externa aquosa dos cremes.

As “loções” são emulsões fluidas ou suspensões destinadas à aplicação externa. Geralmente são aplicadas em áreas onde ocorre atrito da pele, como, por exemplo, entre os dedos, nas coxas, axilas entre outros. Têm um efeito lubrificante.

Para uso interno as emulsões são empregadas para dispersar fármacos hidro e lipossolúveis conjuntamente, para máscarar o sabor de alguns fármacos oleosos e, algumas vezes, para melhorar a absorção de fármacos, veremos melhor quando estudarmos suspensões. Por via intravenosa, as emulsões são amplamente utilizadas para administrar óleos altamente calóricos a pacientes seriamente debilidatos, esse assunto será melhor estudado nas aulas de farmácia hospitalar quando falarmos de nutrição parenteral.

TÉCNICA DE PREPARAÇÃO GERAL:Primeiramente devem-se pesar os componentes que formam respectivamente as

fases aquosa e oleosa.

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Depois as fases são aquecidas separadamente a uma temperatura de 75° a 80°C a fase aquosa e 70° a 75°C a fase oleosa. (a fase aquosa sempre deve ser aquecida uns 5° a mais que a fase oleosa).

Assim que as fases atingirem as temperaturas esperadas, elas serão misturadas e agitadas até promover a emulsificação.

Essa agitação é extremamente importante uma vez que as emulsões não se formam espontaneamente quando os líquidos são misturados, essa energia adicional pode ser fornecida na forma de agitação mecânica, vibração ultra-sônica ou aquecimento. A mais usada é a mecânica envolvendo o uso de almofariz (gral) e pistilo em farmácias de manipulação e misturadores elétricos e agitadores em farmácias industriais e industrial-hospitalares. A agitação deve ser mantida até a emulsão alcançar a temperatura de aproximadamente 35° -45°C.

OBS.: A um procedimento conhecido como inversão de fase que pode ser tanto favorável quanto desfavorável. Isto ocorre quando uma emulsão “se inverte” de uma forma à outra, ou seja, de O/a para A/O ou de A/O para O/A. A inversão de fase pode resultar na formação de uma emulsão melhor. Por exemplo, podemos adicionar água, em pequenas quantidades, o que eventualmente resultaria em uma inversão, de uma emulsão O/A para uma emulsão A/O.

SOBRE EMULSÕESSe uma emulsão O/A (óleo em água) seca muito rapidamente sobre a pele, um

umectante como a glicerina, propilenoglicol, sorbitol 70% polietilenoglicol 3000 podem ser incluídos na formulação numa concentração de 2 a 5% para minimizar o problema.

A característica de uma emulsão pode ser determinada colocando-se uma gota da emulsão sobre a água. Se a gota se espalhar, a emulsão é do tipo óleo em água, uma vez que a fase externa da emulsão é miscível, ou continua à água. Se a emulsão permanecer uma "bola" provavelmente é do tipo A/O (água em óleo) porque a fase externa não é miscível em água.

Geralmente, a quantidade necessária de surfactante para se obter uma boa emulsão é cerca de 0,5 à 5% do volume total do produto.

Homogenízadores manuais podem ajudar na preparação das emulsões, geralmente, quanto menor o tamanho da micéla mais estável será a emulsão.

BASESNa preparação de bases, fundir primeiramente os componentes com maior

ponto de fusão e reduzir o aquecimento gradualmente. Adicionar então os componentes com menor ponto de fusão, sucessivamente, até obter uma mistura uniforme. Assim garante-se que os componentes serão expostos a menor temperatura possível durante o processo de preparação, melhorando a estabilidade do produto final.

Se uma base contém água e o fármaco usado é hidrossóluvel, dissolver o fármaco em uma quantidade mínima de água antes de incorporá-lo à base.

ACONDICIONAMENTONo acondicionamento de produtos preparados por fusão, resfria-los astes de

acondicionálos em tubos ou potes, porque se forem envasados ainda quentes podem separar-se depois de frios. O ideal é resfriá-los até a temperatura em que comecem a ficar espessos oul viscosos, para então envasá-Ios.

Quando acondicionar o produto, usar uma embalagem de capacidade mais próxima possível à quantidade que foi preparada para minimizar o espaço vazio -

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uma vez que ele favorece oxidação e o ressecamento do produto na superfície.Pomadas pouco viscosas, cremes e géis podem ser embalados em tubos ou

seringas orais. Esse tipo de embalagem minimiza a exposição do produto ao ar e o potencial de contaminação.

ARMAZENAMENTODevido à precipitação e possibilidade de formação de cristais não se deve

armazenar pomadas ou cremes em lugares frios, a menos que especificamente indicado.

COMPOSIÇÃO DE UMA EMULSÃO:*Agentes doadores de consistência (espesantes) – elevam a viscosidade da

forma farmacêutica:-Álcool cetílico-Álcool estearílico-Álcool cetoestearílico-Monoestearato de glicerila (Cutina MD/ Cithrol GMS)-Monoestearato de propilenoglicol*Agentes emolientes – capazes de evitar o ressecamento da pele, repondo a sua

oleosidade natural:-Hidrocarbonetos: derivados do petróleo (vaselinas, parafinas)-Óleos vegetais (óleo de amêndoas doces, de gérmen de trigo, de semente de

uva, etc.)-Ácidos graxos (ácidos esteárico, palmítico, cetílico, linoléico, linolênico)-Ésteres (oleato de oleíla, triglicéride dos ácidos cáprimo/capróico, oleato de

decila, 2-octil-dodecanol, adipato de dibutila, etc)*Emulsionantes: Em função da carga elétrica do emulsionante utilizado, as

emulsões podem ser divididas em três tipos:1) Aniônico: os aquil sulfatos de sódio surgiram na década de 30 e os mais usados são o lauril sulfato de sódio de derivados, e o cetil-estearil sulfato de sódio. As emulsões aniônicas proporcionam a liberação mais rápida dos princípos ativos, quando comparadas com as não-iônicas. Porém, devido à sua carga negativa, são incompatíveis com ingredientes ativos catiônicos ou com substância que reduzem o pH a valores inferiores a 4.2) Catiônicos: sais de quaterário de amônio (cloreto de cetil-trimetil-amônio) ésteres catiônicos. São aplicados para condicionamento dos cabelos. Os emulsionantes catiônicos possuem alto potencial de irritabilidade na pele e mucosas, em comparação aos outros tipos de emulsionantes.3) Não-iônicos: não apresentam carga elétrica predominante (álcool cetoestearílico, lanolina etoxilada, dietanolamina de ácido graxo de coco). São os emulsionantes que permitem maior flexibilidade de uso na preparação de emulsões por serem compatíveis com a maioria dos princípios ativos; têm maior inocuidade em relação aos outros emulsionantes, atuam na faixa de pH de 2,0 a 12,0.

*Principios ativos: Substância com função terapêutica, geralmente incorpordas nas bases mediante a prescrição médica.

*Água: excipiente ou veículo mais utilizado em Farmácia.*Sistema conservante: O conservante ideal é sempre motivo para muitas

pesquisas. Deve ser eficaz em pequenas concentrações, inodoro, incolor, compatível com a via de administração, lipo e/ou hidrofílico, amplo espectro de ação, inócuo e

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estável. 1) Antioxidantes:-BHT - butilidroxitolueno-BHA – butilidroxianisol-Ésteres do ácido ascórbico (palmitato de ascorbila)-Ésteres do ácido gálico-Tocoferóis2) Complexantes de metais (Quelantes):-Ácido cítrico e citrato de sódio-Ácido etilenodiaminotetracético e sais (EDTA)-Ácido fosfórico e derivados3) Conservante:-Parabenos (metilparabeno e propilparabeno)-Imidazoldinidiluréia-Fenoxietanol*Emulsionantes secundários ou co-emulsionantes: são compostso que possuem

atividade umectante e as vezes espessantes. São substâncias higroscópicas cuja função é reter água no creme evitando a quebra da emulsão e balancear a troca aquosa entre o produto e o ar, tanto no material de acondicionamento como na pele. Os mais utilizados são:

-Mono/ diestearato de etilenoglicol (Cutina AGS, Genapol EGDS/EGMS)-Monoestearato de dietilenoglicol (Cithrol DGMS)-Propilenoglicol-Glecerina-Sorbitol*Esteres sintéticos com ação emoliente:-Adipato de dibutila (polumol ADB/ADI)-Palmitato de cetila (Cutina CP, Crodamol CP, Polymol CP)-Miristato de miristila (Crodamol MM, Uniester MM)-Palmitato de isopropila (Crodamol IPP, Polymol IPP)-Miristato de isopropila (Crodamol IPM, Polymol IPM) PRINCIPAIS AGENTES EMULSIONANTES UTILIZADOS EM

FÁRMÁCIA:

*SURFACTANTES ANIÔNICOS, CATIÔNICOS e NÃO IÔNICOS: Esses últimos são os mais utilizados. São partículas de corpos anfifílicos caracterizados pela presença em sua molécula de duas partes: uma hidrófila ou polar e uma lipófila ou apolar. Na presença das duas fases líquidas não miscíveis, sendo uma aquosa e outra oleosa, colocam-se na interface ou se orientam de tal forma, que a parte hidrofílica encontra-se na água e a lipófila no óleo.

- aniônicos: sabões, derivados sulfatados, derivados sulfonados.- catiônicos: sais de amônio quaternários, sais aminados.- anfóteros: comportam-se como surfactantes aniônicos ou catiônicos. Ex:

betaínas- não iônicos: Classificam-se conforme a natureza da ligação que une a parte

lipófila à parte hidrófila: ésteres, éteres, amidas, mercaptans, etc. Ex: polissorbatos, monoestearato de glicerol

São utilizados isoladamente nas emulsões, ou em mistura para ajustar o HLB.Os surfactatnes estabilizam e ao mesmo tempo orientam o sentido das

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emulsões. De modo geral, a fase dispersante continua é aquela pela qual o emulsionante tem mais afinidade.

*GOMAS: A goma arábica foi muito utilizada como emulsionante O/A. As emulsões obtidas suportam valores de pH de 2 a 10, mas são destruídas em meio muito alcalino. A goma arábica é incompatível com inúmeras substâncias, entre as quais, o álcool forte e os sabões alcalinios (íons Ca e Mg).

Em geral, uma parte de goma é suficiente para emulsionar quatro partes de óleo fixo, duas partes de óleo essencial ou uma parte de resina oleosa.

A goma adragante é mais utilizada em associação com a goma arábica do que isoladamente.

As demais gomas podem também servir como emulsionantes.*DERIVADOS DA CELULOSE: Metil e carboximetilcelulose sódica: uma

mucilagem a 2% de carboximetilcelulose sódica ou de uma mistura de metilcelulose e carboximetilcelulose sódica podem substituir com vantagens a goma arábica, como agente emulsionante O/A ou agente de suspensão.

* PROTEÍNAS: Gelatina (O/A, 0,5%), Caseína (do leite), Proteínas de amêndoas

* ALGINATOS, PECTINAS, GELOSE, CARRAGENINA, DEXTRINAS: Forma soluções coloidais dotadas de viscosidade para emulsões tipo O/A. São frequentemente associados a outros emulsionantes. Alteram-se facilmente em soluções, necessitam de conservantes para evitar o crescimento de fungos e culturas microbianas.

* SAPONINAS: Agem diminuindo a tensão superficial da água. As tinturas de quilaia e de salsaparrilha foram bastante utilizadas, mas por serem tóxicas destinavam-se exclusivamente a uso externo.

* ESTERÓIS: O colesterol pode entrar na formulação de pomadas como emulsionantes A/O. O mesmo se aplica aos álcoois de lanolina e a lanolina propriamente dita.

* LECITINAS: A lecitina da gema do ovo ou dos grãos de soja é útil no preparo de emulsões O/A. A gema do ovo é uma emulsão concentrada de triglicérides em água, e pode ser utilizada diretamente com emulsionante (maionese e lavagens nutritivas)

* SOLIDOS FINAMENTE DIVIDIDOS: Os sólidos pulverulentos insolúveis nas duas fases podem agir como emulsionantes: uns são hidrófilos (bentonita e trissilicato de magnésio) nas emulsões O/A, outros são hidrófobos (grafite) nas emulsões O/A.

As emulsões dão suporte ao crescimento microbiano. A contaminação dos produtos pode ocorrer durante a preparação de emulsão, bem como durante seu uso. Para minimizar a contaminação, a área de trabalho e o equipamento devem ser limpos e devem-se fazer todos os esforços para produzir um produto sem contaminação. Entretanto, quando o produto tiver que ser armazenado, por qualquer período de tempo que o seja, deve-se considerar adição de um conservante.

Os conservantes devem ser atóxico, estável, compatível, barato e ter amplo espectro de bactérias, fungos e leveduras. Devem ter uma concentração maior na fase aquosa uma vez que essa fase é mais suscetível à contaminação microbiana.

Além dos conservantes também são utilizados antioxidantes para prevenir da rancificação que a fase oleosa pode produzir.

Para temos uma emulsão estável devemos sempre controlar a viscosidade, que geralmente aumenta com o passar do tempo. E é indispensável à verificação do pH final correspondente a formulação específica.

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PREVENÇÃO DA OXIDAÇÃOOXIDAÇÃOPerda de elétron de um átomo ou molécula; estes são aceitos por outro áomo ou

molécula, os quais são reduzidos.A oxidação espontânea de uma molécula ocorre na presença de luz e oxigênio.

Inicia lentamente e se propaga rapidamente.A oxidação pode ser da substância ativa ou dos adjuvantes elou excipientes.A oxidação pode implicar em mudança de cor, precipitação ou mudança no

odor.R ────►R°R° + O2 ──►RO2°RO2° + R ──►R°Principais medicamentos: resorcina, hidroquinona, adrenalina, carotenos,

vitamina A, prednisolona, ácido ascórbico (vit C), vit B 12, heparina, metoclopramida, captopril, reserpina, dexametasona, hidrocortisona, estreptomicina, gentamicina, neomicina, penicilina, morfina, ergotamina, vit E, tetraciclinas.

Princípais fatores:pH inadequado: certas substâncias só têm atividade se em pH adequado,Presença de luz: as moléculas orgânicas podem absorver energia e dissociar

ligações quimicasPresença de oxigênio: leva a oxidação, mas é mais freqüente em meio líquido e

semi-sólido do que em meio sólido. Temperatura: pode contribuir para reações de auto-oxidação. O calor NÃO

inicia a reação, mas pode acelerá-la.Presença de metais: iniciam o processo por reação direta: R + M ───►R°M (ferro, cobre, manganês).

Prevenção da auto-oxidação:Ajuste ou pH: verificar se é possivel acidificar o meio (solubilidade,

estabilidade, via de administração, atividade): ácido citrico, fumárico, acético, cloridrico.

Proteger a preparação frente a luz: uso de frascos âmbar e opacos para acondicionamento.

Proteger do oxigênio do ar:Usar frascos impermeáveis ao oxigênio: vidro âmbar, porcelana, plástico de

parede dupla.Deixar o menor espaço possível no frasco; no caso de semi-sólido, dispensar

em embalagens uni-dose ou bisnagas.Aumentar é viscosidade do meio: reduz a difusão do 02.Fracionar as matérias-primas para evitar o contato de tudo com o oxigênio e a

luz a cada tomada de fração.Em casos críticos, usar

água desaerada e acondicionar em ampolas com gás inerte (N2).Proteger do calor: devem ser mantidos em local fresco, até 25°C, com exceção

de materiais que devem ser acondicionados em baixas temperaturas (ácido lipóico).Evitar a presença de ions metálicos:Análise das MP (inclui a água) quanto a presença de ionsEvitar o manuseio com utensílios metálicos, exceto aço inox

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Adicionar agentes complexantes de metais (quelantes): ácido edético/EDTA/ ácido cítrico

Adição de anti-oxidantes:Adicionados em pequenas quantidadesVisam impedir ou retardar os processos oxidativosBHA, BHT, ácido ascórbico, metabissulfito de sádio, bissulfito de sódio,

tocoferóis (vit E)

Tipo de Emulsão

aplicabilidade pH de estabilidade

Característica do

emulsionante

Obs.:

NÃO IÔNICO

Primeira escolha por ser menos irritante para a pele.

2,0 – 12,0 Não iônico

LANETTE Segunda escolha, quando um princípio ativo é incompatível com não-iônico.

4,0 – 10,0 Aniônico *Alta penetração

MEG Para peles secas. Muito gorduroso.

6,0 – 12,0 Aniônico

CATIONICA

Cremes condicionadores de cabelo.

3,5 – 4,5 Catiônico * Não é utilizada para a pele.

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AULA PRÁTICA DE EMULSÕES:

PREPARAÇÃO DE EMULSÕES: CREMES E LOÇÕESPesar em balança semi-analítica os componentes da fase 1 e colocar no gral, em

banho-maria, para fusão.Colocar a fase 2 em copo de becker e aquecer até que a temperatura esteja a

5C a mais que a Fase 1. Verter Fase 2 na Fase 1, com agitação constante, quando ambas estiverem na temperatura correta. Manter a temperatura e a agitação por 15 minutos para garantir a emulsificação. Resfriar, mantendo a agitação até a temperatura de adição da Fase 3. Adicionar a Fase 3, quando a temperatura de emulsão não alterar seus componentes. Como exemplo, citamos as essências, que devem ser adicionadas em emulsões com temperatura inferiores a 35C.

CREME LANETTE Lanette N ou WB.........................12%1 Óleo Nipazol....................................0,15% Vaselina Líquida...........................10% BHT.........................................0,05%

Glicerina.......................................5%2 Água Nipagim.................................... 0,2% EDTA.......................................0,05% Água Deionizada qsp.......................100Técnica:Pesar todos os componentes da fase oleosaPesar todos os componentes da fase aquosaAquecer a fase aquosa à temperatura de 75 – 80°C e a oleosa à temperatura de

70 – 75°CVerter fase aquosa sobre oleosa sob agitação até resfriamentoEsfriar até 35°C

CREME NÃO IÔNICO Polawax ou Cosmovax..................13% Cetiol 868.....................................3%1 Óleo Vaselina líquida.............................2% Nipazol....................................0,15% BHT........................................0,05% Propilenoglicol...............................5%2 Água Nipagim.....................................0,2% EDTA.........................................0,1% Água...........................................100 Técnica:Pesar todos os componentes da fase oleosaPesar todos os componentes da fase aquosaAquecer a fase aquosa à temperatura de 75 – 80°C e a oleosa à temperatura de

70 – 75°CVerter fase aquosa sobre oleosa sob agitação até resfriamentoEsfriar até 35°C

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CREME MEG Monoestearato de Glicerilla..................10% Ácido Esteárico.................................3,5%1 Óleo Vaselina Líquida..................................8% Vaselina Sólida....................................5% Lanolina.............................................2% BHT...............................................0,05% Nipazol...........................................0,15% Trietanolamina.....................................1%2 Agua Nipagim.............................................0,2% EDTA..............................................0,05% Água Deionizada qsp.............................100Técnica:Pesar todos os componentes da fase oleosaPesar todos os componentes da fase aquosaAquecer a fase aquosa à temperatura de 75 – 80°C e a oleosa à temperatura de

70 – 75°CVerter fase aquosa sobre oleosa sob agitação até resfriamentoEsfriar até 35°C

COLD CREAM Vaselina Líquida..................................15% Óleo de Girassol {ou amêndoas}...........20%1 Óleo Lanette WB........................................10% Cera de Abelhas....................................6% Nipazol............................................0,15% BHT {ionol}.......................................0,1%

Propilenoglicol......................................2%2 Água Bórax {borato sódio}........................0,65% Nipagim............................................0,2% EDTA................................................0,1% Água Deionizada qsp............................100Técnica:Pesar todos os componentes da fase oleosaPesar todos os componentes da fase aquosaAquecer a fase aquosa à temperatura de 75 – 80°C e a oleosa à temperatura de

70 – 75°CVerter fase aquosa sobre oleosa sob agitação até resfriamentoEsfriar até 35°C.

CREME PARA MÃOSUréia.....................................10%Acido Salicilico..........................2%Óleo de semente de uva.............3%Creme Lanette qsp.....................30Perfume...................................qsCorante....................................qs Técnica:

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Pesar a uréia e o ác. Salicílico, triturar em um gral. Adicionar o óleo de semente de uva Adicionar sob o creme e misturar bem. Adicionar perfume e corante e homogeneizar.

CREME PARA PESUréia.....................................10% Óleo de Silicone........................1% Creme Lanette qsp.....................30 Perfume....................................qs Corante.....................................qsTécnica: Pesar a uréia e triturar em um gral. Adicionar o óleo de silicone. Adicionar sob

o creme e misturar bem. Adicionar o perfume e o corante e homogeneizar.

LOÇÃO NÃO-IÔNICA

Cera Polawax ou Cosmowax..............8%1 Óleo Nipazol......................................0,15% Vaselina..........................................3% BHT...........................................0,05%

Propilenoglicol.................................5%2 Água Nipagim.......................................0,2% EDTA..........................................0,05% Água Deionizada qsp........................100

Técnica:Pesar todos os componentes da fase oleosaPesar todos os componentes da fase aquosaAquecer a fase aquosa à temperatura de 75 – 80°C e a oleosa à temperatura de

70 – 75°CVerter fase aquosa sobre oleosa sob agitação até resfriamentoEsfriar até 35°C

LOÇÃO LANETTE

Lanette N ou WB...........................8%1 Óleo Nipazol....................................0,15% Vaselina Líquida............................5% BHT........................................0,05% Glicerina.......................................5%2 Água Nipagim.....................................0,2% EDTA.......................................0,05% Água Deionizada qsp......................100

Técnica:Pesar todos os componentes da fase oleosaPesar todos os componentes da fase aquosa

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Aquecer a fase aquosa à temperatura de 75 – 80°C e a oleosa à temperatura de 70 – 75°C

Verter fase aquosa sobre oleosa sob agitação até resfriamentoEsfriar até 35°C

LOÇÃO MEG Monoestearato de Glicerilla...................5% Ácido Esteárico....................................3%1 Óleo Lanolina..............................................2% Vaselina Líquida...................................4% Vaselina Sólida.....................................5%

Nipazol............................................0,15% BHT..................................................0,1% Trietanolamina......................................1%2 Água Nipagim.............................................0,2% EDTA...............................................0,05% Água Deionizada qsp..............................100

Técnica:Pesar todos os componentes da fase oleosaPesar todos os componentes da fase aquosaAquecer a fase aquosa à temperatura de 75 – 80°C e a oleosa à temperatura de

70 – 75°CVerter fase aquosa sobre oleosa sob agitação até resfriamentoEsfriar até 35°C

LOÇÃO COM MENTOL E CÂNFORA Mentol................................0,3% Cânfora...............................0,6%

Loção Lanette qsp..................100

TÉCNICA DE PREPARO: Simples mistura.

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POMADAS

Pomadas são preparações semi-sólidas que amolecem ou fundem à temperatura corpórea, para uso externo sobre a pele ou mucosa. Devem espalhar-se facilmente e não serem arenosas. Pomadas são usadas geralmente em lesões secas ou com descamação. Suas propriedades emolientes contribuem para hidratar a pele, permanecendo no local de aplicação por um periodo prolongado.

A seleção de uma base para pomada depende das características específicas desejadas. Por exemplo, bases oleosas são geralmente usadas para se obter um efeito tópico local; enquanto as bases emulsionadas são usadas quando se deseja efeitos sistêmícos. Algumas bases são facilmente removidas; outras são oclusivas, ou untuosas. (estas são as mais indicadas para obter efeitos emolientes e para o tratamento da pele seca).

As bases emulsioladas são cosmeticamente mais aceitáveis, mas não são as mais recomendadas para o tratamento da pele seca.

TÉCNICA DE PREPARAÇÃO GERALQuando se prepara pomadas, geralmente a fase aquosa é aquecida alguns graus

acima da fase oleosa, uma vez que a fase aquosa pode esfriar mais rapidamente que a oleosa. Caso a fase oleosa comece a esfriar, alguns dos componentes, com maior ponto de fusão, podem se solidificar anlecipadamente.

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AULA PRÁTICA DE POMADAS

POMADA SIMPLESVaselina sólida...............................70%Lanolina........................................30%Conservante Phenova......................0,1%TÉCNICA DE PREPARO: Pesar os dois componentes e aquecer até fundir.

Esperar esfriar e adicionar conservante.

POMADA PEGPolietilenoglicol 400...........................60%Polietilenoglicol 4000.........................40%Conservante phenova...........................0,1%TÉCNICA DE PREPARO: Pesar os dois componentes e aquecer até fundir.

Adicionar o conservante.

POMADA DE TCM 30%Triglicerídeos de cadeia média...................30%Pomada simples qsp..................................100TÉCNICA DE PREPARO: Simples mistura

POMADA PARA DOR MUSCULARMENTOL...................................................0,5%CANFORA.................................................2,0%SALICILATO DE METILA..............................5,0%VASELINA SÓLIDA OU LIPOGEL.....................qspTÉCNICA DE PREPARO: Pesar mentol e cânfora e tritura. Medir Salicilato.

Verter os componentes sobre a vaselina.

POMADA DE ARNICATintura de Arnica..........10%Lanolina.......................10%Vaselina......................qspTÉCNICA DE PREPARO: Pesar a lanolina e a vaselina e misturar bem ou

fundir e esperar resfrias. Medir a tintura de arnica e incorporar na pomada.

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PASTAS

Pastas são pomadas espessas e consistentes que geralmente não se espalham à temperatura corpórea e, por isso, servem como camada protetora nas áreas em que são aplicadas. Normalmente contém pelo menos 20% de sólidos. Na preparação de pastas – que são caracterizadas por uma porcentagem relativamente alta de sólidos – geralmente não se utilizam agentes levigantes. Os sólidos incorporados na pasta mão estão solubilizados, por isso sua absorçõ é zero. Sua função é cobertura, abrasão e proteção (pasta de dente).

O método mais simples de preparar pastas é a técnica de fusão (aquecimento). O uso correto do aquecimento facilita a preparação.

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AULA PRÁTICA DE PASTAS:

Material Utilizado:GralCálicePistiloPapel ManteigaEspátulaBastão de vidroBalança de precisão

USO EXTERNOLOÇÃO CALAMINABentonita......................................4%Óxido Zinco...................................6%Calamina........................................6%Glicerina.......................................5%Água Deionizada (ou agua de cla)qsp...100Conservante: Solução em propileno de nipagim 0,2% e nipazol 0,15% TÉCNICA DE PREPARO: Pesar a bentonita o óxido zinco e a calamina em

um gral e triturar com a glicerina até formar uma pasta. Adicionar a água deionizada aos poucos sempre misturando e o conservante.

Cor: rosa

PASTA D´ÁGUAÓxido Zinco..................................25%Talco...........................................25%Água de cal...................................25%Glicerina......................................25%Conservante phenova.....................0,1%TÉCNICA DE PREPARO: Pesar o óxido zinco e o talco em um gral.

Adicionar a glicerina aos poucos formando uma pasta. Adicionar a água de cal e o conservante.

PASTA DE LASSARÓxido de zinco..................................25%Amido..............................................25%Lanolina...........................................25%Vaselina sólida..................................15%Vaselina líquida.................................10%Conservante phenova.........................0,1%TÉCNICA DE PREPARO: Pesar em um gral o áxido de zinco e o amido.

Aquecer separadamente a lanolina com as vaselinas até fundir. Verter no amido e óx. zinco misturando até formar a pasta. Adicionar o conservante.

PASTA GRANÚGENA (P/50g)Óleo Mineral.................................7,5gVaselina sólida.............................12,5gLanolina...........................................5gÓxido de zinco.................................10g

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Talco..............................................15gConservante phenova........................0,1%TÉCNICA DE PREPARO: Pesar a vaselina sólida e a lanolina em uma panela

de inox e aquecer até fundir. (ou usar a pomada simples já pronta).Pesar o áx. zinco e o talco e triturar com o óleo mineral formando uma pasta. Adicionar aos poucos a pomada simples misturando até ficar homogêneo. Adicionar o conservante.

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GÉIS

Géis são sistemas semi - sólidos, nos quais o deslocamento do meio dispersante é restringido pelo entrelaçamento tridimensional de particulas em rede ou macromoléculas solvatadas da fase dispersa. Alguns têm aparência cristalina como à água. Outros são turvos, uma vez que os seus componentes podem não estar completamente dispersos ou estar em agregados, o que dispersa a luz.

Essa forma farmacêutica é frequentemente empregada em farmácia e cosmética devido as suas propriedades: estado sólido, alto grau de claridade, facilidade de aplicação, uso e remoção. Este tipo de formulação possibilita rápida liberação do fármaco, independente da solubilidade da substância, quando comparado com cremes e assemelhados. os por substâncias como

Ao preparar géis, fazer uma pré-mistura dos agentes gelificantes com outros pós para auxiliar no processo de dispersão.

A adição de álcool pode diminuir a viscosidade ou transparência de alguns géis.Quando se usa um agitador para preparar gel, a hélice deve ficar na parte

inferior do recipiente evitando-se a incorporação de ar no produto.Na preparação de géis, dissolver todos os principios ativos no solvente/veículo

antes de adicionar o agente gelificante. Remover o ar incorporado nas dispersões antes de adicionar o agente gelificante. As bolhas de ar podem ser removidas deixando o produto descansar por 24hs ou colocando em um banho ultrasônico. Um agente antiespumante como o silicone, pode também ser útil. É indispensável à verificação do pH final correspondente a formulação específica.

O pH é muito importante na determinação do pH final em géis de carbopol e pemulen.

Géis de gelatina podem ser preparados dispersando-se a gelatina em água quente, seguido de resfriamento. O procedimento pode ser simplificado misturando-se gelatina em pó a um liquido orgânico no qual a gelatina não intumesça como o álcool etilico ou propilenoglicol, adicionar água quente e então esfriar o gel.

Géis de goma adraganta ou adragante podem ser preparados pela adição do pó em água, com agitação vigorosa, mais uma vez o álcool etilico, a glicerina e o propilenoglicol podem ser usados como agentes pré molhantes do pó. Outros pós podem ser misturados à goma adraganta aindâ seca, antes da adição de água.

As propriedades dos géis são afetadas pela ordem de adição dos reagentes, pH, temperatura, concentração dos reagentes.

TIPOS DE GÉIS:

HIDROGÉIS ORGÂNICOS

*Derivados da celulose, álcool polivinílíco, alginatos, poloxamer, polimetacrilatos (carbopol), povidona (PVP).

*Podem ser: iônicos - sensíveis a álcool ou não iônicos*Comportamento frente ao pH: Hidrogéis não iônicos: pH não afeta (pH = 2 a 10), ou seja, não flocula ou

coagula, viscosidade não altera e mantém as caracteristicas de tíxotropía.lônicos: há um pH de viscosidade máxíma. Ex: gel de carbopol - deve ajustar o

pH para 7,0 e levar a viscosidade máxima; com base forte não é sensível ao álcool; com base fraca, gel é sensível ao álcool, flocula.

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*Sensibilidade a eletrólitos:Não iônicos: na presença de sais flocula (reversível)lônicos: são sensíveis a presença de íons, podem flocular ou coagular.*Calor:A preparação pode ser a quente ou a frio, a 70°C há floculação, após

resfriamento forma o gel–termofloculação.

HIDROGÉIS INORGANICOS:Não são polimeros e sim constituídos de partículas finissinamente pulverizadas

(nm).Forma matriz coerente - em concentrações adequadas, as partículas estão em

contato uma com a outra.A fase dispersa está "embebida" ocupando os espaços matriciais. A água deve

penetrar, hidratar e entumecer as rnicrolamínulas de silicato formadoras do sanduíche entre Al e Mg.

CONSERVANTES:Derivados de carbopol necessitam poucos conservantes.Al(OH)3 e Si02 podem absorver conservantes em sua superfície, deve-se

colocar mais do que especificado na literatura.Meio aquoso deve-se adicionar conservantes e quando for caso antioxidantes.Os conservantes têm faixa ótima de pH, ou seja, são estáveis em pH muito

ácido ou básico.

TÉCNICA DE PREPARAÇÃO GERAL

PREPARAÇÃO DE GÉIS COM POLÍMERO CARBOXIVINÍLICO:Pesar o polímero carboxivinílico e colocar no gral. Adicionar a água aos poucos

e misturar com o pistilo até obter suspensão homogênea, sem grumos. Adicionar a trietanolamina e misturar. O pH final do produto deve ser 7,0. No gel proto, adicionar os ativos um a um e homogeneizar.

PREPARAÇÃO DE GÉIS COM HIDROXIETILCELULOSEPesar a hidroxi-etil-celulose e colocar no gral. Dispersar com água e levar ao

banho-maria a 60C. Misturar até o produto estar homogêneo, viscoso e transparente. Adicionar os aditivos um a um e homogeneizar.

OUTROS TIPOS DE GÉIS:

SEPIGEL 2%Sepigel.....................2%Água q.s.p..............100gSolução nip/nip.....................0,2%

GEL/ CREME:Net FS.................................2%Gel qsp..............................100g

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GEL/CREME:Creme base............................50%

Gel qsp.................................100g

AULA PRATICA DE GÉIS

GEL DE CARBOPOL 2%Carbopol 940......2,0%Nipagim..............0,20%Água q.s.p.........................100gTrietanolamina.....q.s. para pH 7,0TECNICA:________________________________________________________________

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GEL NATROSOL 2% (HEC 2%)Natrosol..............2,0%Nipagim..............0,20%Água q.s.p..........................100gTECNICA:________________________________________________________________

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GEL PARA CONTUSÃOCânfora...............................1,0%Mentol.................................0,5%Salicilato de metila................1,0%Gel Carbopol qsp...................50gTECNICA:________________________________________________________________

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GEL CALMANTEExtrato de Camomila.............3%Gel Natrosol qsp..................50gTECNICA:________________________________________________________________

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GEL DE THIERSCHAc bórico............................1,2%Ac salicílico.........................0,2%Mentol...............................0,2%Álcool 96°.............................qsGel natrosol qsp..................50gTECNICA:________________________________________________________________

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GEL REDUTOR HIPOTERMICOCânfora.............................1%Mentol..............................1%Gel Carbopol qsp................50gTECNICA:________________________________________________________________

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GEL ANTICELULITEExtrato de Centella asiática.....3%Extrato de Castanha da Índia...3%Extrato de Algas marinhs........3%Gel Carbopol qsp..................50gTECNICA:________________________________________________________________

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Obs:Pode ser colocado qs de corante e essência nas fórmulas.

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COSMÉTICA

Entre os anos 70 e 80 iniciou-se um movimento de “volta a natureza”. Os estudos científicos sobre as propriedades de vegetais se intensificaram e firmou-se então a Fitocosmética, servindo como base para as tendências dos anos 90. Empresas especializadas investiram pesado neste ramo (no Brasil Natura, O Boticário).

Porém não se encontrava na Fitocosmecêutica (ou Biocosmética) nenhum ativo que apresentasse ação reparadora dos sinais do envelhecimento cutâneo. Seus mecanismos de ação baseavam-se em “previnir” ou “retardar” o envelhecimento através da hidratação e nutrição da pele.

O desenvolvimento da biotecnologia nos trouxe muitos avanços. Nos anos 2000 a Fitocosmética ainda é uma tendência forte, como a utilização da biodiversidade amazônica. Mas foram incluídos outros conceitos como os ativos anti-aging, ação botox-like ou dermo relaxion injection-free.

Os Cosméticos são produtos que não modificam as condições fisiológicas da pele, agem na epiderme (camada superficial da pele), não precisam de estudos cientificos para sua comprovação e eficácia (não segurança) e logo são comercializados, exemplo os hidratantes. 

Os Cosmecêuticos ou Dermocosméticos são definidos pelos produtores de cosméticos como produtos que agem na derme (camada profunda da pele), esse termo cosmecêutico é muito útil no sentido de alterar funções da pele, causando benefícios, sem as desvantagens que as drogas carregam, exemplo os acidos alfa-hidroxiácidos , vitamina A ( retinol), vitamina E, vitamina C,etc. 

1. ÓLEOS VEGETAIS

Os óleos vegetais são compostos por ácidos graxos e desempenham papel estrutural nas membranas celulares. Estão envolvidos em rotas biossintéticas e são essenciais para 60 trilhões de células do organismo. Exemplos:

Óleo de Gérmem de Trigo

Óleo de Rosa Mosqueta

Óleo de Amêndoas Doces

Óleo de Semente de Uva

Óleo de Macadâmia

Outros: óleo de abacate, óleo de prímula, óleo de jojoba

1.1 Ceras de Origem Vegetal

Manteiga de Cacau

Obtidas da semente de cacau, já foi muito utilizada em cremes cosméticos, mas seu uso atualmente limita-se aos produtos labiais. Segundo estudos não é mais utilizada por “não possuir poder de penetração considerável”.

Manteiga de Karité

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Gordura extraída das sementes do karité (cuja árvore é encontrada exclusivamente em solo africano). É um agente emoliente com excelentes propriedades sobre a pele e cabelos. É indicada para produtos solares por suas propriedades U.V. natural.

Manteiga de Cupuaçu

Extraída de uma planta amazônica da família do cacau. Com composição química equilibrada, o que lhe confere baixo PF (+- 30°C) e aspecto de sólido macio. Possui alta capacidade de absorção de água, o que facilita seu uso em formulações O/A.

Outras: Manteiga de Murumuru

2. HIDRATANTES

Os produtos ou misturas capazes de melhorar ou de conservar o grau de hidratação da pele são conhecidos como hidratantes. Na camada córnea encontram-se compostos higroscópicos e hidrossolúveis que foram o NMF (Fator de Hidratação Natural) e que regulam o grau de humectação desta camada. O grau de hidratação da pele resulta de:

Equilibro entre difusão e evaporação

Valor do fluxo

Capacidade de fixação de água na camada córnea

Entre as principais substâncias que regulam o nível de hidratação da pele destacamos:

a) Substâncias Higroscópicas

Ácido Lático e Lactatos: um exemplo destes é o lactato de amônio desodorizado, atua retendo água na superfície da pele, devido às suaspropriedades higroscópicas e também agindo diretamente nas substâncias constituintes do estrato córneo a nível intracelular, fazendo aumentar a capacidade de retenção de água do estrato córneo.

Susbstâncias Umectantes: são exemplos a glicerina, um dos mais antigos umectantes utilizado em cosméticos, sorbitol e propiplenoglicol.

b) Compostos do N.M.F.

Uréia: leva à deiscência de corneócitos, em concentrações de até 10% favorece a fixação da água (queratoplástico), acima desta concentração exerce o efeito queratolítico (quebra da camada de queratina) e aumenta a permeabilidade cutânea. Pode se decompor facilmente em compostos de amônia e dióxido de carbono, levando a alterações de cores e odor nas formulações.

PCA Na (Ácido Pirrolidon Carbônico): Fator de umidade, tem capacidade de reter mais água que os demais hidratantes.

c) Formadores de Filmes Hidrofílicos

Ácido Hialurônico: encontra-se presente nos tecidos conjuntivos do corpo humano, particularmente na substância intersticial da derme. Melhor capacidade de retenção de água comparado à glicerina e sorbitol.

Colágeno e Elastina: o colágeno e a elastina são macro-moléculas hidrofílicas capazes de formar filmes fortemente hidratados. São pouco eficazes com relação a sua reposição na pele.

d) Formadores de Filmes Hidrofóbicos

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Óleos e gorduras de origem mineral, vegetal ou animal: são produtos de natureza lipídica que formam filmes gordurosos, já vistos anteriormente.

Ceramidas: Componente importante do estrato córneo. As ceramidas são insolúveis em água, fato de crucial importância para a função de barreira lipídica. Propriedades das ceramidas:

Na pele Nos Cabelos

> hidratação > cosão das cutículas

< aspereza < perda de peptídeos hidrossolúveis

Restauração da pele danificada < Dano pelo U.V.

e) Complexos Hidratantes: Geralmente se baseiam na composição do N.M.F. e tem como exemplos: Hidroviton e Moist 24

3. RETINÓIDES

Os retinóides possivelmente são os cosmecêuticos mais prevalentes no mercado. São derivados da vitamina A presentes em todos os organismos vivos. A vitamina A (retinol) é o protótipo de todos os outros retinóides e é necessária para o crescimento apropriado, o desenvolvimento dos ossos e a integridade das superfícies mucosas e epiteliais. Na deficiência de vitamina A, os olhos e a pele são afetados severamente, levando à cegueira noturna. A pele desenvolve hiperqueratose folicular.

È indicado nos casos de acne, clareamento de melasmas e manchas senis, rugas superficiais. Pode ser considerado também um agente anti-acne e queratolítico tópico. Também é considerado um agente eficaz contra rugas, reduzindo-as e até mesmo eliminando-as (linhas finas e superficiais). Restaura a cor rosada, dilatando capilares e estimulando a formação de novos vasos, previne o câncer de pele.

Efeitos colaterais apesar de muito benéfico para certos casos, a tretinoína possui alguns efeitos colaterais bem desagradáveis como dermatites, descamação, vermelhidão e desconforto. A exposição ao sol durante o tratamento deve ser rigorosamente evitada. Deve ser evitado o uso concomitante da tretinoína com sabonetes abrasivos, preparações contendo álcool e produtos para acne, pois podem resultar em irritação excessiva da pele. É indispensável o acompanhamento médico durante o tratamento.

4. HIDROXIÁCIDOS

Os hidroxiácidos provavelmente são o segundo cosmecêutico mais disponível e, em baixas concentrações, são encontrados na formulação de cosméticos comercializados em massa. Os hidroxiácidos são ácidos carboxílicos orgânicos classificados em hidroxiácidos alfa (AHA) e hidroxiácidos beta (BHA), ou PHA, de acordo com sua estrutura molecular.

Muitos são derivados de fontes naturais e costumam ser denominados ácidos das frutas. Os AHAs diferentes incluem os seguintes: ácido glicólico, ácido lático, ácido cítrico, ácido mandélico, ácido málico e ácido tartárico.

Os AHAs demonstraram diminuir os sinais de envelhecimento. A pele parece mais suave e mais uniforme. A provável causa destas alterações é a propriedade dos AHAs de aumentar o desprendimento epidérmico, diminuindo a coesão dos corneócitos, atuando como esfoliante.

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Os BHAs são compostos aromáticos. O ácido salicílico é o BHA de referência; tem propriedades queratolíticas quando usado acima de 2%. Abaixo desta concentração é queratoplástico.

5. ANTIOXIDANTES

A pele é freqüentemente exposta a uma constante agressão por agentes endógenos e exógenos. Agentes como a radiação UV, medicamentos, poluentes do ar e calor e/ou frio estão continuamente desafiando o caráter protetor da pele. Além destas agressões externas, a pele também tem de enfrentar mitógenos endógenos, os mais importantes dos quais são as espécies de oxigênio reativas, como os radicais livres. Estas espécies são continuamente produzidas durante o metabolismo celular fisiológico. Para contrapor-se aos efeitos prejudiciais dos RL, a pele é equipada com um sistema antioxidante para manter o equilíbrio entre os pró-oxidantes, ou agentes de dano, e os antioxidantes, ou agentes protetores; estes antioxidantes intervêm em diferentes níveis no processo protetor.

Vitamina C

A vitamina C (ácido ascórbico) é essencial para a vida. Desde sua descoberta na década de 30, muito também tem sido realizado para elucidar seus mecanismos de ação. A vitamina C é um antioxidantes hidrossolúvel que se liga aos radicais livres e regenera a vitamina E. É importante regulador da expressão do colágeno, estimulando sua síntese. Estudos têm mostrado que os níveis de vitamina C na pele sofrem severa depleção depois de irradiação UV e que, histologicamente, a vitamina C melhora a normaliza as alterações causadas pelo fotocomprometimento.

A vitamina C tem sido usada efetivamente para estimular o reparo do colágeno, assim diminuindo alguns dos efeitos do fotoenvelhecimento sobre a pele.

Vitamina E

A vitamina E (alfa-tocoferol) é o principal antioxidante lipofílico no plasma, membranas e tecidos. Possui propriedades protetoras das membranas celulares. Melhora a microcirculação da pele, proteção contra radiação U.V., aumenta a hidratação da camada córnea e apresenta propriedades anti-inflamatórias. Estudos comprovaram o poder de penetração na pele e no cótex do cabelo.

Pantenol

O d-pantenol é um análogo da vitamina B-5, é um umectante hidrossolúvel encontrado em vários cremes dermatológicos comercializados, em batons, loções e preparações capilares. É estável na presença de oxigênio e luz, mas instável na presença de ácidos, bases e altas temperaturas. O pantenol é convertido, na pele em ácido pantotênico, que é importante componente da coenzima A, essencial para o metabolismo celular normal.

6. ATIVOS ANTI-AGING

Encontra-se disponível, atualmente, uma ampla gama de ativos que se propõe a manter a pele com aparência jovem por mais tempo, suavizando os sinais do envelhecimento. Estes ativos são classificados de acordo com seu mecanismo de ação.

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6.1 Modulador da tensão muscular facial

Dimetilaminoetanol

O DMAE há tempos é usado como suplemento da dieta e se associa a melhora da função mental e aumento do desempenho físico devido, em parte, à sua capacidade de aumentar o neurotransmissor responsável pela estimulação dos músculos. As preparações tópicas contendo DMAE têm sido apregoadas por sua capacidade de melhorar a firmeza da pele e de elevar a pele com bolsas, proporcionando um efeito lifiting.

Argireline

É um modulador da tensão facial com comprovada atividade redutora de rugas e linhas de expressão, de forma natural e não invasiva. Não altera a função dos músculos responsáveis pelos movimentos faciais, mantendo a naturalidade da expressão da face, além de deixar a pele elástica. Tem o efeito Botox-like.

6.2 Agentes Tensores

Raffermine

Extrato hidrolisado da soja, rica em glicoproteínas e polissacarídeos. Agente fortificador de estruturas moleculares da derme, firmador e tonificador da pele. Aumenta a elasticidade do tecido. Estimula a retração dos fibroblastos para organizar as fibras de colágeno, mantendo assim por vários dias. Efeito “cinderela”.

Tensine

Agente tensor obtido das proteínas do trigo. Forma filme elástico hidratante. Melhora o aspecto superficial da pele por algumas horas. O efeito tensor é quase imediato podendo ser percebido uma hora após a aplicação, o qual persiste por algumas horas (aproximadamente 6 horas) tornando a pele lisa, suave, radiante e viçosa. Além disso, auxilia a fixação da maquiagem prolongando assim o tempo de permanência desta sobre a pele.

6.3 Redensificadores dérmicos

Densi Skin

Complexo biológico oriundo do colágeno marinho com ação sobre o relevo cutâneo e sobre os constituintes da matriz celular. Possui o efeito injection free, ou seja, revitalização da pele sem procedimentos invasivos. Promove a síntese do colágeno.

Elastinol + R

Proporciona uma repopulação dos fibroblastos, os quais produzem colágeno, elastina e outros componentes da matriz extracelular, promovendo maior redensificação da pele. É indicado para promover a regeneração cutânea (pós peeling, pós sol, pós tratamento cirúrgico, etc).

Matrixil

É um microcolágeno (lipopeptídio), que estimula a síntese de glicosaminoglicanas, colágeno e ácido hialurônico. Possui propriedades de renovação celular mais efetiva que a vitamina C. Aumenta em 117% a produção de colágeno Tipo 1.

Outros: Adenin, Kinetin L, Ácido Alfa Lipóico, Commipheroline, Epiderfill, Gattuline, Happybelle, Iris Iso.

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7. AGENTES DESPIGMENTANTES

A hiperpigmentação é decorrente de um aumento na quantidade de melanina na epiderme, na derme ou em ambas. Os agentes despigmentantes funcionam melhor quando a melanose se restringe à epiderme. Outros métodos de despigmentação atualmente usados são as abrasões químicas.

Hidroquinona

Este composto atua nas células produtoras de melanina, os melanócitos bloqueando a produção e aumentando a degradação dos malanossomas, os corpúsculos intra-celulares que armazenam a Melanina. A Hidroquinona também bloqueia a ação da enzima tirosinase, que tem participação na formação da melanina. A ação da hidroquinona é lenta e os resultados costumam começar a aparecer após 2 meses de uso diário do produto. É muito importante manter uma proteção intensa contra o calor e sol, já que a hidroquinona deixa a pele mais sensível.

O produto não é o ingrediente cosmético ideal e tem vários problemas: primeiro nem sempre é bem tolerado, a alergia a essa substância é frequente. A hidroquinona pode causar alergia e ainda é um agente clareador mais recomendado pela sua eficiência ao combate às manchas na pele e alguns tipos de cicatrizes.

IDB Light

Sistema lipossomado no qual a idebedonona encontra-se incorporada. Permite-se, desta forma a otimização da penetração cutânea e estabilidade da molécula de idebenona. A ação clareadora é garantida pelo sistema lipossomado apresentando um melhor perfil de tolerância e ausência de irritação/sensibilização cutânea.

Ácido Kójico

É um subproduto de um fungo chamado Aspergillus, que se desenvolve em milho no Japão. Tem ação semelhante a hidroquinona. É uma altenativa a hidroquinona, para pacientes que são intolerantes ao seu uso, pois não causa fotossensibilzação nem irritação.

Ácido azelaico

Muito empregado no tratamento da acne, por sua ação bacteriostática contra o propionibacterium acnes. Inibe a síntese de melanina. É tão efetivo quanto os cremes à base de hidroquinona.

Vitamina C

Acredita-se que a vitamina C (ácido L-ascórbico) e seus derivados atuem como redutores sobre os intermediários da melanina. Bloqueiam a reação na cadeia oxidativa de tirosina/diidroxifenilalanina (DOPA) para melanina em variados pontos.

Outros: Ácido Fítico, Tretinoína.

Arbutina

A arbutina, ou hidroquinona-beta-D-glicopiranosida, consiste em HQ ligada à glicose; a arbutina é um derivado da beta-D-glicopiranosida de ocorrência natural proveniente da HQ. A arbutina pode inibir a melanogênese afetando a atividade da tirosinase, e não por morte dos melanócitos e diminuição da síntese da melanina. A arbutina executa sua atividade simulando o aminoácido tirosina, o substrato habitual da tirosinase.

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Tretinoína

A tretinoína tem sido usada com sucesso no tratamento de pigmentação epidérmica. A tretinoína tópica a 0,1% produz melhora clínica de melasma e lentígines. O mecanismo proposto para a tretinoína no clareamento da pele é a inibição da melanogênese, embora isto ainda seja pouco entendido. Quando combinada com HQ, a tretinoína tem efeito sinérgico.

Ativos Anticelulite

Kigeline

Contribui para evitar a flacidez dos tecidos e favorecer a tensão e firmeza, melhorando a aparência estética dos seios.