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CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – STM/2010 ANALISTA JUDICIÁRIO - ADMINISTRATIVA PROF. EDSON MARQUES www.pontodosconcursos.com.br Página | 1 Olá, pessoal, Tiveram um excelente natal? Espero que sim! Que se renovem as esperanças em uma vida melhor, mais feliz, e que 2011 seja um ano sensacional, com todos os sonhos sendo realizados, em especial que sejam aprovados e ingressem nos quadros da Administração Pública. Bem, nesta aula vamos estudar talvez o ponto de maior incidência em concursos públicos, por sua importância é cobrado em praticamente todos os certames, principalmente as elaboradas pelo CESPE (risos). Então, aqui temos uma questão certa. Desse modo veremos o seguinte: AULA 02 4. Ato administrativo: conceito, requisitos e atributos; anulação, revogação e convalidação; discricionariedade e vinculação. Ressalvo que, em que pese não constar do edital, tratarei da classificação dos atos visando não dar margem para qualquer brincadeira do CESPE, que por vezes cobra o tema, sob o fundamento de estar implícito. Então, vamos ao que interessa. QUESTÕES COMENTADAS 1. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJDFT – CESPE/2008) O conceito de ato administrativo engloba todas as ações emanadas da administração pública e sujeitas ao controle pelo Poder Legislativo. Comentário: Devemos, inicialmente, entender o que é o ato administrativo e, para tanto, necessário compreender como se dá seu surgimento. Observe que no mundo há diversos fatos que consubstanciam a realização de coisas, tal como andar, falar, chover, um raio, um aperto de mão etc, ou seja, alguns fatos surgem de condutas humanas e outros,

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Olá, pessoal,

Tiveram um excelente natal? Espero que sim! Que se renovem as esperanças em uma vida melhor, mais feliz, e que 2011 seja um ano sensacional, com todos os sonhos sendo realizados, em especial que sejam aprovados e ingressem nos quadros da Administração Pública.

Bem, nesta aula vamos estudar talvez o ponto de maior incidência em concursos públicos, por sua importância é cobrado em praticamente todos os certames, principalmente as elaboradas pelo CESPE (risos). Então, aqui temos uma questão certa.

Desse modo veremos o seguinte:

AULA 02 4. Ato administrativo: conceito, requisitos e atributos; anulação,

revogação e convalidação; discricionariedade e vinculação.

Ressalvo que, em que pese não constar do edital, tratarei da classificação dos atos visando não dar margem para qualquer brincadeira do CESPE, que por vezes cobra o tema, sob o fundamento de estar implícito. Então, vamos ao que interessa.

QUESTÕES COMENTADAS

1. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJDFT – CESPE/2008) O conceito de ato administrativo engloba todas as ações emanadas da administração pública e sujeitas ao controle pelo Poder Legislativo.

Comentário:

Devemos, inicialmente, entender o que é o ato administrativo e, para tanto, necessário compreender como se dá seu surgimento.

Observe que no mundo há diversos fatos que consubstanciam a realização de coisas, tal como andar, falar, chover, um raio, um aperto de mão etc, ou seja, alguns fatos surgem de condutas humanas e outros,

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independentemente dessa.

Nesse universo, nem todos os fatos interessam ao Direito. Somente será objeto de atenção os que tenham implicação jurídica, ou seja, os fatos mais importantes, aos quais se atribuem algum efeito ou conseqüência no âmbito do Direito, de modo a fazer surgir, extinguir, modificar ou alterar direitos ou obrigações.

Assim, somente interessam os fatos que têm reflexo na ordem jurídica, denominando-se fatos jurídicos.

Para o Prof. Celso Antônio Bandeira de Mello fato jurídico é “qualquer acontecimento a que o Direito imputa e enquanto imputa efeitos jurídicos. O fato jurídico, portanto, pode ser um evento material ou uma conduta humana, voluntária ou involuntária, preordenada ou não a interferir na ordem jurídica”.

Com efeito, em relação aos fatos interessa-nos aqueles que têm alguma influência no cotidiano da Administração Pública, ou seja, os denominados fatos administrativos. Estes são considerados, em sentido amplo, como toda atividade material que tem, por objetivo, efeitos práticos no interesse da Administração Pública.

Dessa forma, os fatos administrativos podem ser voluntários ou naturais. São voluntários quando traduzem providências desejadas pela Administração, através de sua manifestação volitiva ou por condutas administrativas que refletem ações ou comportamentos administrativos. São naturais quando se originam de eventos da natureza que refletem na órbita administrativa.

Podemos dizer, então, que os fatos administrativos ou decorrem de atos administrativos, sendo a execução material destes (exemplo: expedição de ato determinando a derrubada de construção irregular – ato administrativo; o fato será a execução desse ato, ou seja, a derrubada da obra irregular – o que alguns denominam como mero ato administrativo), ou surgem de eventos naturais (exemplo: morte de um servidor).

É de se mencionar que, para a Prof. Maria Sylvia Zanella Di Pietro, os fatos

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que ocorrem no âmbito da Administração, mas não têm qualquer efeito jurídico, são fatos da Administração, e a realização material de certas condutas pela Administração estaria englobada dentre os atos da Administração, sendo fato administrativo apenas aqueles que decorrem de eventos naturais e tenha conseqüências ou decorram efeitos jurídicos para o Direito Administrativo.

Assim, conforme lição da Professora Di Pietro, dentre os atos da Administração, se incluiria: a) os atos de direito privado; b) os atos materiais da administração; c) atos de conhecimento, opinião, juízo ou valor; d) os atos políticos; e) os contratos; f) os atos normativos; e, g) os atos administrativos propriamente ditos.

O Prof. Bandeira de Mello, por outro lado, explica que são atos da Administração os atos regidos pelo direito privado, atos materiais (cirurgia, pavimentação de rua etc) e atos políticos ou de governo.

Para o renomado Mestre, vale destacar ainda, que as omissões da Administração Pública, ou seja, o silêncio da Administração, não se enquadra como ato administrativo, sendo, portanto, um fato administrativo.

Dessa forma, é preciso esclarecer que nem todo ato praticado pela Administração é tido como ato administrativo, alguns são atos da Administração, cuja expressão representa toda atividade, jurídica ou não jurídica, que tem nascimento a partir da Administração Pública, consoante dicção de Cretella Júnior.

Por outro lado, devemos observar que o Poder Judiciário e o Poder Legislativo, no exercício de suas funções típicas, não praticam atos administrativos, ou seja, praticam atos judiciais e legislativos, respectivamente.

Por isso, nem todos os atos praticados pela Administração se caracterizam como atos administrativos, alguns, por exemplo, são considerados atos privados, tal como a assinatura de um cheque, o pagamento de uma fatura de telefone, a locação de um imóvel, pois são atos que são regidos pelas regras de direito privado.

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Dessa forma, conforme conceitua Hely Lopes Meirelles, ato administrativo é “toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria”.

Nesse sentido, arremata Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, esclarecendo que “o ato administrativo é uma manifestação de vontade, de conteúdo jurídico, da Administração Pública; o fato administrativo, por seu turno, não é provido de conteúdo jurídico, não tem por escopo a produção de efeitos jurídicos; configura a realização material, a execução prática de uma decisão ou determinação da Administração”.

Assim, nem toda ação da Administração Pública é tida como ato administrativo, a exemplo daquelas praticadas pelas estatais (empresas públicas e sociedades de economia mista) os quais são submetidas ao mesmo regime jurídico das demais empresas privadas, conforme estabelece o art. 173, §3º, inc. II, CF/88, além dos demais atos regidos pelo direito privado, como locação, compra e venda etc.

Gabarito: Errado.

2. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – TCU – CESPE/2008) Os atos praticados pelo Poder Legislativo e pelo Poder Judiciário devem sempre ser atribuídos à sua função típica, razão pela qual tais poderes não praticam atos administrativos.

Comentário:

Os poderes Legislativo e o Judiciário, conforme ressaltado, no âmbito de suas funções típicas, não praticam atos administrativos, seus atos são considerados atos legislativos e atos judiciais, respectivamente.

Todavia, tanto o Poder Legislativo quanto o Judiciário exercem a função administrativa, de forma atípica, ou seja, na organização de suas atividades,

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de seu funcionamento, tais poderes além de suas funções primordiais também exercem a função administrativa.

Desse modo, na realização da função administrativa, os poderes Legislativo e Judiciário podem praticar atos administrativos, no sentido de que agem submetidos ao regime jurídico de direito público, e manifestam sua vontade, produzindo efeitos jurídicos, tal como a nomeação de candidato para ocupar cargo vago, a exoneração de um comissionado, a remoção de um servidor para outra localidade etc.

Devemos tomar cuidado para não restringir a Administração Pública aos limites do Poder Executivo. É que a Administração Pública está inserida no âmbito dos três poderes, conforme preceitua o próprio art. 37, caput, da CF/88.

Gabarito: Errado.

3. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJ/CE – CESPE/2008) Os chamados atos administrativos não são necessariamente praticados pelos órgãos e entidades que compõem o Poder Executivo, que, por outro lado, pode praticar atos que não se caracterizam como administrativos. No primeiro caso, um exemplo é o contrato firmado pelo Poder Judiciário com uma entidade privada para a realização de concurso público; o segundo exemplifica-se com a concessão do indulto de Natal.

Comentário:

A questão é bem bonitinha, ou seja, aparentemente toda correta. No entanto, faço uma ressalva, pecou o examinador no exemplo de ato administrativo.

É que, em que pese parte da doutrina citar como exemplo de ato administrativo o contrato, inclusive entendimento adotado pelo CESPE, no conceito de ato temos manifestação de vontade unilateral e no contrato, ajuste de vontade, ou seja, manifestação bilateral de vontade.

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Então, minha ressalva é nesse sentido, ou seja, os contratos administrativos seriam formalizados por atos bilaterais (acordo de vontade), de modo que também não se enquadrariam como atos administrativos, por ser o ato administrativo manifestação unilateral da Administração.

Outrossim, na hipótese de considerarmos esse contrato como ato, ele seria uma ato de natureza privada, ou seja, um ato privado, pois se trata de uma prestação de serviço.

Esse exemplo, ao meu sentir matou a questão! Uma coisa é o ato administrativo que levaria a contratação, ou seja, o edital deflagrando o procedimento licitatório, outra o contrato que é acordo bilateral de vontade. Todavia, o CESPE considerou o item como certo. Uma falha, diga-se de passagem.

De qualquer sorte, devemos entender que nem todo ato praticado pela Administração é ato administrativo. E, não apenas os praticados pelo Poder Executivo são tidos como atos administrativos, até porque já sabemos que a Administração Pública engloba os três poderes, de modo que também os Poderes Judiciário e Legislativo, no exercício da função administrativa, podem praticar atos administrativos.

De igual forma, nem todos os atos praticados pelo Executivo são atos administrativos. Com efeito, tomando por empréstimo a classificação da Professora Di Pietro, os atos da Administração podem ser, por exemplo, atos políticos, tal como é a concessão de indulto natalino, que se caracteriza mais como ato de governo, promovido pelo Estado, do que ato administrativo.

E o que é indulto natalino? Em síntese, representa um perdão concedido ao condenado pelo Presidente da República (art. 84, inc. XII, CF/88), no exercício de sua função de chefe de Estado, uma vez atendidos os requisitos legais, permitindo, na época festiva que retorne ao convívio da sociedade. Portanto, tal ato não seria um ato administrativo, mas ato de natureza política.

Gabarito: Certo.

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4. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO SOCIAL – REL. PÚBLICAS – MPS – CESPE/2010) Quando um banco estatal celebra, com um cliente, um contrato de abertura de conta-corrente, está praticando um ato administrativo.

Comentário:

Como destaquei, nem toda ação da Administração Pública é tida como ato administrativo. Somente pode ser considerado ato administrativo suas manifestações, unilaterais, quando ela (Administração) age como tal. Significa dizer que a Administração atua com superioridade, com prerrogativa, com supremacia.

Assim, como regra, os atos praticados por estatais (empresas públicas e sociedades de economia mista) são submetidas ao mesmo regime jurídico das demais empresas privadas (regime jurídico de direito privado), conforme estabelece o art. 173, §3º, inc. II, CF/88, não sendo, pois, considerados atos administrativos, mas atos privados da Administração.

Gabarito: Errado.

5. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – TCU – CESPE/2008) São exemplos de atos administrativos relacionados com a vida funcional de servidores públicos a nomeação e a exoneração. Já os atos praticados pelos concessionários e permissionários do serviço público não podem ser alçados à categoria de atos administrativos.

Comentário:

De fato, a nomeação e exoneração são exemplos de atos administrativos, praticados pela Administração Pública de quaisquer dos poderes. Todavia, é possível que um ato administrativo seja praticado por um particular no exercício de um serviço público por meio de delegação.

É que a descentralização administrativa pode se dá por outorga

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(descentralização territorial e a descentralização por serviço), quando se cria a Administração Indireta (autarquias, fundações, empresas públicas e sociedade de economia mista), de forma a titularizar e exercer uma atividade administrativa. Ou pode ocorrer por delegação de serviço público (descentralização por colaboração), através de contrato administrativo de concessão ou de permissão, ou por meio de ato administrativo de autorização.

Com efeito, quando ocorre a delegação a pessoa física ou jurídica irá executar um serviço público e na condução deste poderá praticar atos administrativos, tal como um reitor de uma universidade particular que nega a matrícula de um aluno, sendo inclusive passível de mandado de segurança.

Nesse sentido, vale consignar a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça:

ADMINISTRATIVO. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE

SEGURANÇA. INTERRUPÇÃO NO FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA.

FALTA DE PAGAMENTO DE TARIFA. APLICAÇÃO DE MULTA PELO

PROCON. IMPOSSIBILIDADE. ARTS. 22 E 42 DA LEI Nº 8.078/90 (CÓDIGO

DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR). ENTENDIMENTO DO

RELATOR. ACOMPANHAMENTO DA POSIÇÃO DA 1ª SEÇÃO DO STJ.

PRECEDENTES.

1. Não resulta em se reconhecer como legítimo o ato administrativo

praticado pela empresa concessionária fornecedora de energia

e consistente na interrupção de seus serviços, em face de ausência de

pagamento de fatura vencida. A energia é, na atualidade, um bem

essencial à população, constituindo-se serviço público indispensável,

subordinado ao princípio da continuidade de sua prestação, pelo que

se torna impossível a sua interrupção.

2. O art. 22 do Código de Proteção e Defesa do Consumidor assevera

que “os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias,

permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são

obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e,

quanto aos essenciais, contínuos”. O seu parágrafo único expõe que,

“nos casos de descumprimento, total ou parcial, das obrigações

referidas neste artigo, serão as pessoas jurídicas compelidas a cumpri-

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las e a reparar os danos causados na forma prevista neste código”. Já

o art. 42 do mesmo diploma legal não permite, na cobrança de

débitos, que o devedor seja exposto ao ridículo, nem que seja

submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça. Tais

dispositivos aplicam-se às empresas concessionárias de serviço

público.

3. Não há de se prestigiar atuação da Justiça privada no Brasil,

especialmente, quando exercida por credor econômica e

financeiramente mais forte, em largas proporções, do que o devedor.

Afrontaria, se fosse admitido, os princípios constitucionais da inocência

presumida e da ampla defesa. O direito de o cidadão se utilizar dos

serviços públicos essenciais para a sua vida em sociedade deve ser

interpretado com vistas a beneficiar a quem deles se utiliza.

4. Esse o entendimento deste Relator.

5. No entanto, embora tenha o posicionamento acima assinalado,

rendo-me, ressalvando meu ponto de vista, à posição assumida pela

ampla maioria da 1ª Seção deste Sodalício, pelo seu caráter

uniformizador no trato das questões jurídicas no país, que vem

decidindo que “é lícito à concessionária interromper o fornecimento

de energia elétrica, se, após aviso prévio, o consumidor de energia

elétrica permanecer inadimplente no pagamento da respectiva

conta (L. 8.987/95, Art. 6º, § 3º, II) ”(REsp nº 363943/MG, 1ª Seção, Rel.

Min. Humberto Gomes de Barros, DJ de 01/03/2004). No mesmo

sentido: EREsp nº 337965/MG, 1ª Seção, Rel. Min. Luiz Fux, DJ de

08/11/2004;

REsp nº 123444/SP, 2ª T., Rel. Min João Otávio de Noronha, DJ de

14/02/2005; REsp nº 600937/RS, 1ª T., Rel. p/ Acórdão, Min.

Francisco Falcão, DJ de 08/11/2004; REsp nº 623322/PR, 1ª T., Rel.

Min. Luiz Fux, DJ de 30/09/2004.

6. Com a ressalva de meu ponto de vista, homenageio, em nome da

segurança jurídica, o novo posicionamento do STJ.

7. Recurso provido. (RMS 21.542/RN, Rel. Ministro JOSÉ DELGADO,

PRIMEIRA TURMA, julgado em 21/11/2006, DJ 18/12/2006 p. 305)

ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA IMPETRADO CONTRA

ATO EMANADO DE REPRESENTANTE DE CONCESSIONÁRIA DO SERVIÇO

DE FORNECIMENTO DE ÁGUA.

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CABIMENTO.

1. O ato impugnado, qual seja, corte do fornecimento de água em

virtude de inadimplemento de consumidor, traduz-se em ato de

autoridade no exercício de função delegada pelo poder público,

impugnável pela via do mandado de segurança.

2. Recurso especial provido. (REsp 994.779/SP, Rel. Ministro CASTRO

MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 10/06/2008, DJe 23/06/2008)

Assim, podemos estabelecer a seguinte síntese:

S. 1 – Nem todo ato praticado pela Administração Pública é ato administrativo

S. 2 – Nem todo ato administrativo é praticado pela Administração Pública.

S. 3 – Os Poderes Judiciário e Legislativo também podem praticar atos administrativos.

Gabarito: Errado.

6. (ANALISTA DE TRANSPORTES – ADVOGADO – CETURB/ES – CESPE/2010) Atos praticados pela administração valendo-se de suas prerrogativas e regido pelas normas de direito público são exemplos de atos administrativos, não podendo ser classificados, portanto, como atos da administração.

Comentário:

Essa questão é uma daquelas que pega os desavisados, que fazem uma leitura rápida, sem concentração. Veja que dentre os atos da Administração, temos os atos administrativos, ou seja, atos que a Administração pratica valendo-se dessa condição e regido pelo Direito Público.

Gabarito: Errado.

7. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – TCU – CESPE/2008) O ato administrativo não surge espontaneamente e por conta própria. Ele precisa de um executor, o agente público competente, que recebe da lei o devido dever-poder para o desempenho de suas funções.

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Comentário:

De acordo com a definição de Hely Lopes Meirelles (ato administrativo é “toda

manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade,

tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria”), podemos extrair que alguém deverá ser o instrumento condutor da vontade da Administração.

Perceba, pois, que o ato administrativo é uma manifestação unilateral de vontade da Administração, ou seja, há o exercício da vontade administrativa. Assim, necessária a interferência humana a fim de exteriorizar tal vontade.

É certo que a Administração Pública manifesta-se por meio de seus órgãos, os quais detêm atribuições ou competências previstas na lei. Todavia, essa vontade da Administração será executada pelo agente ao qual por lei for atribuída a competência, que se traduz em um dever-poder, consoante feliz expressão utilizada pelo Prof. Bandeira de Mello, na medida em que é dever do agente exercer o poder que lhe fora conferido.

Isso é aplicação direta da teoria do órgão, segundo a qual o agente é quem manifesta a vontade do órgão a qual é imputada ao ente ou entidade administrativa.

Gabarito: Certo.

8. (TABELIÃO – TJDFT – CESPE/2008) O silêncio administrativo não significa ocorrência do ato administrativo ante a ausência da manifestação formal de vontade, quando não há lei dispondo acerca das conseqüências jurídicas da omissão da administração.

Comentário:

Conforme vimos, em observância à lição do Prof. Celso Antônio Bandeira de Mello, o silêncio da Administração não se enquadra na figura de um ato

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administrativo, tendo em vista ser despido de manifestação de vontade. Para o referido autor, o silêncio da Administração configura um fato administrativo.

Também o Prof. Carvalho Filho entende que o silêncio não revela a prática de ato administrativo, eis que inexiste manifestação formal de vontade; não há, pois, qualquer declaração do agente sobre sua conduta. Ocorre, isto, sim um fato jurídico administrativo que, por isso mesmo, há de produzir efeitos na ordem jurídica.

Contudo, ainda que haja divergência doutrinária, quando a lei atribuir efeitos para o silêncio, por exemplo, quando estabelecer prazo para a Administração se manifestar, o silêncio, como regra, importará em ato administrativo denegatório, ou seja, negativa.

No âmbito administrativo, em regra, não se aplica aquele jargão popular “quem cala consente” e o contrário, pois em relação a formulação de um pedido para que a Administração realize algo, estabelecendo a lei prazo para que se manifeste, a ausência de resposta, significa a negativa do pedido.

Gabarito: Certo.

9. (JUIZ DO TRABALHO – TRT 1ª REGIÃO – CESPE/2010) Em obediência ao princípio da solenidade da forma, entendida esta como o meio pelo qual se exterioriza a vontade da administração, o ato administrativo deve ser escrito e manifestado de maneira expressa, não se admitindo, no direito público, o silêncio como forma de manifestação da vontade da administração.

Comentário:

Conforme vimos, se a lei estabelecer prazo para a resposta da Administração, e esta se mantém silente, o silêncio então será considerado como ato de negação.

A profa. Di Pietro bem esclarece que até mesmo o silêncio pode significar

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forma de manifestação de vontade, quando a lei assim o prevê; normalmente ocorre quando a lei fixa um prazo, findo o qual o silêncio da administração significa concordância ou discordância.

Gabarito: Errado.

10. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – ADMINISTRAÇÃO – TCE/AC – CESPE/2008) Um administrador cuja atribuição é determinada por lei é competente para a prática de ato administrativo, mas não o é o administrador cuja atribuição é determinada por regulamento ou portaria.

Comentário:

Inicialmente, devemos conhecer os requisitos ou elementos dos atos administrativos.

Com efeito, com base na Lei nº 4.717/65 (Lei de Ação Popular) é possível extrair os requisitos ou elementos do ato administrativo, sendo: Competência, Finalidade, Forma, Motivo e Objeto.

a) Competência

Competência é o poder conferido por lei a um determinado agente público para desempenho de certas atribuições.

A competência sempre decorre de lei, sendo portanto um dever seu exercício, ou seja, dever-poder, visto que o agente não cabe escolher exercitá-la ou não, devendo atuar sempre e quando for determinado por lei.

Diante disso, podemos dizer que a competência possui as seguintes características:

o Seu exercício é obrigatório (dever-poder)

o É irrenunciável, não se admite que o agente renuncie, abdique, ou seja, abra mão de sua competência.

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o É intransferível, ou seja, não poderá o agente público transferir para outrem o que lhe fora conferido por lei.

o É inderrogável, ou seja, não se modifica pela vontade do agente, da Administração ou de terceiros. Somente a lei pode modificá-la.

o É imprescritível, significando dizer que não importa em perda de sua competência o simples fato de não tê-la exercido, o agente público por certo período.

Nestes termos dispõe o art. 11 da Lei nº 9.784/99 (Lei do Processo Administrativo) que “a competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos”.

Todavia, é possível ao agente público delegar, parcial e temporariamente, suas atribuições, se e quando a lei permitir, de modo que nesta situação ele poderá revogar a delegação a qualquer tempo, não se tratando, portanto, de renúncia ou transferência de sua competência.

Delegação é a transmissão de poderes para que outrem realize certos atos pelo agente delegante. E, avocar é chamar para si certos poderes de outro agente.

Com efeito, não é vedada a delegação e avocação de competências. Todavia, deverão ser exercidas nos limites e termos permitidos por lei.

Assim, devemos observar que a regra, atualmente, é a possibilidade de delegação, conforme dispõe a Lei nº 9.784/99, na medida em que, conforme estabelece o art. 13, somente é vedada a delegação de: a) edição de atos de caráter normativo; b) a decisão de recursos administrativos; c) as matérias de competências exclusivas do órgão ou autoridade.

Diante disso, pode-se concluir que a delegação pode ocorrer quando: a) não existir impedimento legal; b) houver conveniência administrativa em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou

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territorial. Não poderá, no entanto, ser total, deve ser apenas de parcela da competência e tem que ser temporária, ou seja, feita por prazo determinado.

É importante mencionar que a delegação poderá ser feita para órgão ou agentes que estejam subordinados à autoridade delegante, como também poderá ser feita quando não exista subordinação hierárquica. Significa dizer que o delegado, ou seja, aquele que recebe a delegação, órgão ou agente, não precisa ser necessariamente subordinado ao delegante, poderá não haver tal subordinação.

O ato de delegação, conforme determina a Lei, deverá conter a matéria e os poderes transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva de exercício de atribuições delegada.

Assim, os atos praticados pelo delegado, no exercício da delegação, deverão constar tal fato, ou seja, que age na qualidade de delegado, de modo que os atos que praticar nessa condição deverão ser considerados editados pelo delegante, cuja responsabilidade será imputada a este.

Por fim, o ato de delegação poderá a qualquer momento ser revogado pelo delegante, devendo, tanto este ato como o da própria delegação ser publicados no meio oficial.

A avocação, por outro lado, é a possibilidade de um superior hierárquico chamar para si o exercício, temporário e excepcional, de parte de competências conferidas a um subordinado.

Portanto, é sempre temporária e se dará por motivos relevantes devidamente justificados, não podendo ocorrer quando se tratar de competência exclusiva do subordinado.

Dessa forma, a Lei nº 4.417/65 (Lei de Ação Popular – LAP) diz que são nulos os atos praticados com vício de incompetência, e que a incompetência caracteriza-se quando o ato não se incluir nas atribuições legais.

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Com efeito, quando tratamos de competência, somos levados a verificar o denominado abuso de poder, ou seja, o uso anormal do poder.

O uso do poder é a utilização normal das prerrogativas públicas, abuso de poder é, conforme lição de José dos Santos Carvalho Filho “a conduta ilegítima do administrador, quando atua fora dos objetivos expressa e implicitamente traçados na lei”.

Diante disso, podemos perceber duas formas de vício quanto ao uso do poder, sendo o excesso de poder e o desvio de poder (desvio de finalidade).

Ocorre o excesso de poder quando o agente atua fora ou além dos limites da competência que lhe foi atribuída. O desvio de poder ou de finalidade ocorre quando o agente, muito embora seja competente, atua em descompasso com a finalidade estabelecida em lei para a prática de certo ato.

Como disse, o desvio de poder também é conhecido como desvio de finalidade, ou seja, conduta do agente público que dá finalidade ao ato administrativo diverso daquela prevista na lei. Exemplo do superior que, no sentido de punir, perseguir, o subordinado, remove-o para comarca distinta da sua sede.

Tanto quando há excesso de poder ou desvio de poder, diz-se que houve abuso de poder. Assim, agindo o agente, comete ato ilícito administrativo (além de ilícito penal, Lei nº 4.898/65), visto que o abuso de poder afronta o princípio da legalidade, sujeitando-se, portanto, ao controle administrativo (autotutela) ou judicial (mandado de segurança, por exemplo).

Ademais, podemos citar outros vícios relacionados à competência, por exemplo a chamada usurpação de poder ou de função e o exercício da função de fato.

A usurpação de função acontece quando um indivíduo se faz passar pelo agente público competente para a realização de certas atribuições. Por exemplo: pessoa que se faz passar por um carteiro a fim de cometer ilícitos.

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Um agente da ABIN que se faz passar por um Delegado de Polícia a fim de obter documentos constantes de inquérito policial etc.

Já o exercício da função de fato se dá quando o agente é investido em cargo, emprego ou função, muito embora exista alguma irregularidade que torna esse ato ilegal. Aqui nós teríamos a chamada teoria do servidor de fato, ou seja, de um agente que de fato exerceu as atribuições ou competências administrativas como se de direito fosse um servidor.

Nesse caso, deve ser aplicada a teoria da aparência, de modo a considerar os atos praticados por tal agente como válidos ou pelo menos seus efeitos, eis que não seria dado ao cidadão (administrado) imaginar que tal agente não era um servidor legalmente investido nas atribuições do cargo.

Por isso, o vício de competência poderá ensejar a declaração de nulidade do ato. No entanto, em certos casos, tal como o do exercício da função de fato, admite-se sua convalidação.

No entanto, se o vício acerca da competência diz respeito à matéria, ou seja, se uma autoridade dispõe sobre matéria que não está afeta à sua competência ou ainda se é matéria de competência exclusiva, não há possibilidade de convalidação. De outro lado, se a competência diz respeito tão-somente à pessoa, desde que não se trate de competência exclusiva, mas o ato foi praticado no órgão correspondente, haverá a possibilidade de convalidação do ato.

Visto isso, podemos dizer que a competência será sempre um elemento ou requisito vinculado, ou seja, sempre é definida por lei.

b) Finalidade

A finalidade é outro requisito ou elemento do ato administrativo e diz respeito ao fim perseguido pelo ato, ou seja, qual o seu objetivo. Com efeito, todo e qualquer ato administrativo tem por objetivo, por fim, atender ao interesse público.

Essa finalidade está sempre, expressa ou implicitamente, estabelecida na lei,

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de modo que a finalidade é sempre elemento vinculado.

A violação aos fins legais, como vimos, importa em vício que acarreta a nulidade do ato administrativo, por abuso de poder, denominado desvio de poder ou desvio de finalidade.

Os atos praticados com desvio de finalidade, ou seja, com ofensa à finalidade, são, em regra, para atender a sentimento pessoal do agente, que utiliza de seu poder, sua competência, para buscar a satisfação de seus desejos, violando a finalidade do ato.

c) Forma

A forma é o meio pelo qual se exterioriza a vontade da Administração, ou seja, consiste na realização do ato segundo os procedimentos ou solenidades descritas na norma. É como se materializa o ato administrativo.

A doutrina clássica tem entendido que se trata também de um elemento vinculado, pois a lei determina como o ato deva ser praticado. Assim, em princípio, todo ato administrativo seria formal, adotando-se, como regra, a forma escrita.

No entanto, nos termos do art. 22 da Lei nº 9.784/99, e entendimento doutrinário mais moderno, ao qual aderimos, nem sempre a forma está prevista em lei, ou seja, às vezes ela é livre.

Explico. Muito embora a Lei nº 9.784/99 determine que os atos do processo administrativo sejam realizados por escrito, o citado artigo estabelece que “os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir”.

Assim, é possível percebemos que a forma será livre, salvo quando a lei expressamente a estabelecer. Teríamos, portanto, o chamado princípio do formalismo moderado.

Entretanto, quando a lei estabelecer que a forma seja da essência do ato, este somente será válido se observar tal determinação, não sendo possível a

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sua convalidação por vício dessa natureza.

De mais a mais, é importante destacar que poderemos ter atos administrativos exteriorizados não só pela forma escrita, mas por meio verbal, por gestos ou mímica, até mesmo por meio de equipamentos ou sinais.

C) Motivo

Motivo é o fundamento de fato e de direito que serve de suporte ao ato administrativo, ou seja, como bem destacado por Hely Lopes Meirelles, motivo ou causa, “é a situação de direito ou de fato que determina ou autoriza a realização do ato administrativo”.

É preciso, no entanto, diferenciarmos motivo e motivação. A motivação, conforme leciona Celso Bandeira de Mello, integra a formalização do ato, sendo a exteriorização, exposição, dos fundamentos de fato e de direito que deram suporte a prática do ato, ou seja, é a demonstração ou exposição dos motivos.

É controvertido, doutrinariamente, acerca da obrigatoriedade de ser expor a motivação do ato administrativo, sendo obrigatória para alguns (Celso Antônio, Di Pietro) e não obrigatória para outros (José dos Santos). Há, ainda, o entendimento no sentido de que a motivação seria obrigatória nos atos vinculados e dispensada para atos discricionários.

Deve-se ressaltar, no entanto, que todo administrativo tem um motivo, porém nem todos têm motivação.

Com efeito, alguns atos administrativos não precisam ser motivados, ou seja, não carecem da exposição de seus motivos, tal como é o caso da nomeação e exoneração de cargo comissionado, por ser declarado de livre nomeação e exoneração.

Assim, a regra é os atos administrativos serem motivados. Todavia, existem atos administrativos que não carecem de motivação. Nesse aspecto, a Lei nº 9.784/99, exigiu expressamente a motivação de alguns atos, conforme art. 50, que assim determina;

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Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação

dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:

I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;

II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;

III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção

pública;

IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;

V - decidam recursos administrativos;

VI - decorram de reexame de ofício;

VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou

discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;

VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de

ato administrativo.

Desse modo, pode-se perceber que nem todos os atos administrativos deverão ser motivados. No entanto, é salutar que a Administração Pública, em razão do princípio da transparência, corolário da publicidade, adote como regra a motivação de seus atos.

Assim, quando a motivação for obrigatória, trata-se de exigência que diz respeito à forma, de modo que sua ausência nulifica o ato, sendo vício insanável, pois não se admite a motivação posterior na medida em que ela deve ser contemporânea ao ato praticado.

Diante disso, vale comentar a denominada Teoria dos Motivos Determinantes. Para esta teoria os motivos que deram suporte à prática do ato integram a sua validade, de maneira que se os motivos forem falsos ou inexistentes o ato estaria viciado, sendo inquinado de nulidade.

Tal teoria aplica-se a qualquer ato, mesmo para aqueles que não se exige motivação, mas se declarou o motivo, está vinculado ao declarado.

Essa teoria funda-se no princípio de que o motivo do ato administrativo deve sempre guardar correlação com a situação de fato apresentada, ou seja, que deu ensejo ao surgimento do ato.

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e) Objeto

Objeto é o resultado prático que a Administração se propõe a conseguir. É denominado, por alguns, como conteúdo, ou seja, é o efeito jurídico imediato do ato administrativo, é a coisa, a atividade, ou a relação de que o ato se ocupa e sobre o qual tende a recair.

O objeto do ato administrativo pode ser discricionário ou vinculado, consoante tenha ou não margem para escolha, entre um objeto ou outro, pelo Administrador.

Nesse aspecto, precisamos conhecer o denominado mérito do ato administrativo.

Conforme se enunciou, alguns dos elementos do ato administrativo são sempre vinculados e outros, não.

Vinculação quer dizer que a lei não deu liberdade de atuação do administrador, que deverá observar os estritos termos da norma. Por outro lado, quando há certa margem de liberdade para atuação do administrador, cabendo-lhe avaliar a conveniência e oportunidade da prática do ato, diz-se que o ato é discricionário.

Será sempre vinculada a competência, a finalidade e, como regra, a forma, eis que lei irá dispor sobre seus limites. Porém, no tocante ao objeto e a valoração dos motivos, poderá a lei não dispor de forma exaustiva, permitindo que a Administração possa escolher qual o objeto a ser perseguido, bem como escolher dentre as razões de fato e de direito que dão ensejo à prática do ato.

Assim, o mérito do ato administrativo, ou seja, a avaliação acerca da conveniência e oportunidade, encontra-se no motivo e no objeto, de modo que se a lei também dispor de forma completa sobre tais elementos, o ato será vinculado, caso um destes dê possibilidade ou margem de escolha, liberdade de atuação, o ato será discricionário.

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Então, vejamos a assertiva: “Um administrador cuja atribuição é determinada por lei é competente para a prática de ato administrativo, mas não o é o administrador cuja atribuição é determinada por regulamento ou portaria”.

Ora, sabidamente é a lei que confere competência para determinado agente. Todavia, a lei poderá conferir também ao órgão, de modo que, internamente, as atribuições poderão ser repartidas por regulamento ou portarias. A lei vai estabelecer a competência de forma geral e abstrata, de modo que seu exercício será distribuído entre os diversos agentes. Por isso, poderá portaria ou regulamento também trazer a previsão de competência, desde que em consonância com a lei.

Nesse sentido, bem destaca o Prof. José dos Santos Carvalho Filho, ao esclarecer que “a competência primária do órgão provém da lei, e a competência dos segmentos internos dele, de natureza secundária, pode receber definição através de atos organizacionais”.

Gabarito: Errado

11. (OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA – ABIN – CESPE/2010) Considerando-se que, de acordo com a teoria do órgão, os atos praticados pelos agentes públicos são imputados à pessoa jurídica de direito público, é correto afirmar que os atos provenientes de um agente que não foi investido legitimamente no cargo, são considerados inexistentes, não gerando qualquer efeito.

Comentário:

Vimos que o exercício da função de fato se dá quando o agente é investido em cargo, emprego ou função, muito embora exista alguma irregularidade que torna este ato ilegal.

Teríamos a chamada teoria do servidor de fato, ou seja, de um agente que de fato exerceu as atribuições ou competências administrativas como se de direito fosse um servidor.

Assim, em decorrência da teoria do órgão, a qual estabelece que os atos

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praticados pelos agentes são imputados ao órgão é com isso a própria pessoa jurídica, os atos praticados pelo agente de fato não são considerados inexistentes, seus atos são considerados válidos ou pelo menos os efeitos dele decorrentes.

Cuidado quando for o caso de usurpação de competência, pois neste caso, o ato é inexistente, eis que o agente sabe não ser servidor, mas age justamente buscando tirar vantagem disso, cometendo crime.

Gabarito: Errado.

12. (ANALISTA – ARQUIVOLOGIA – MPU – CESPE/2010) A competência constitui elemento ou requisito do ato administrativo vinculado, cabendo, entretanto, ao próprio órgão público estabelecer as suas atribuições.

Comentário:

Vimos que a competência é sempre um elemento vinculado, ou seja, é a lei que dispõe acerca das atribuições de cada órgão, conforme prevê o art. 11 da Lei nº 9.784/99:

Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos

administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos

de delegação e avocação legalmente admitidos

Gabarito: Errado.

13. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/RJ – CESPE/2008) A competência para a prática do ato administrativo, seja vinculado, seja discricionário, é condição para a sua validade, mas admite-se a delegação do seu exercício por vontade do delegante.

Comentário:

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Essa questão é uma maldade. Pura maldade de concurso. É um pega, dos grandes.

Observe que colocou que a delegação pode ocorrer por vontade do delegante. Claro que a delegação ocorre por ato do delegante, mas é sempre por vontade da Lei, ou seja, somente a lei pode permitir a delegação.

Gabarito: Errado.

14. (AGENTE ADMINISTRATIVO – MPS – CESPE/2010) A competência é delegável, mas não é passível de avocação.

Comentário:

Como destaquei, é possível tanto a delegação quanto a avocação de competência, conforme estabelece o art. 11 da Lei nº 9.784/99, assim expresso:

Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos

administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos

de delegação e avocação legalmente admitidos

Gabarito: Errado.

15. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – ADMINISTRAÇÃO – TCE/AC – CESPE/2008) A competência é um requisito personalíssimo do ato administrativo, não se admitindo delegação e avocação.

Comentário:

Sabemos que a competência sempre decorre de lei, sendo irrenunciável, imprescritível, inderrogável, e obrigatório o seu exercício (dever-poder).

No entanto, podemos verificar que é possível tanto a delegação, quanto a avocação.

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Todavia, a delegação não é admitida quando se tratar de: a) edição de atos normativos; b) competência exclusiva; c) decisão de recursos administrativos. E, a avocação, quando se tratar de competência exclusiva.

Gabarito: Errado.

16. (OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA – ABIN – CESPE/2010) Caso o diretor-presidente de uma autarquia federal edite um ato, delegando a outro diretor a competência para julgar recursos administrativos, tal delegação será legal.

Comentário:

De novo! A mesma questão. Essa é cobrada com muita frequência.

Então, não se admite delegação de: a) edição de atos normativos; b) competência exclusiva; c) decisão de recursos administrativos. E, a avocação, quando se tratar de competência exclusiva.

Gabarito: Errado.

17. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO SOCIAL – RELAÇÕES PÚBLICAS – MPS – CESPE/2010) A delegação não transfere a competência, mas somente o exercício de parte das atribuições do delegante.

Comentário:

A competência possui as características de ser irrenunciável, intransferível, inderrogável, imprescritível e seu exercício ser obrigatório.

Por isso, ainda que seja permitida a delegação, o delegante continua competente para o ato, ou seja, é transferida apenas a incumbência para a prestação do serviço. A titularidade é mantida com o delegante, de modo que, a qualquer tempo, poderá a atribuição ser avocada (Lucas R. Furtado).

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Nesse sentido, conforme ressaltado, o ato de delegação deverá conter a matéria e os poderes transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva de exercício de atribuições delegada.

Ademais, os atos praticados pelo delegado, no exercício da delegação, deverão constar tal fato, ou seja, que age na qualidade de delegado.

Assim, vê-se que a delegação é a transferência do exercício de certa atividade ou parcela dela, tão-somente. Não se transfere a competência porque essa é conferida por Lei.

Contudo, ressalva-se o posicionamento do prof. Carvalho Filho que entende que há concorrência de competência, na medida em que “o ato de delegação não retira a competência da autoridade delegante, que continua competente cumulativamente com a autoridade delegada”.

Gabarito: Certo.

18. (PROCURADOR FEDERAL – AGU – CESPE/2010) O ato de delegação não retira a atribuição da autoridade delegante, que continua competente cumulativamente com a autoridade delegada para o exercício da função.

Comentário:

Veja aí o que acabei de citar. Etá CESPE!!!! Pois é, praticamente a mesma questão!

De fato, o delegante é quem tem a atribuição legal de realizar o ato (competência). Assim, ao delegar o exercício ou a realização de parte de suas atribuições não perde a competência para também realizá-la, de modo que podemos dizer que o delegante e o delegado podem, cumulativamente, exercer a função.

Ocorre que, para evitar decisões concorrentes ou mesmo contraditórias, o delegante deverá avocar a competência novamente.

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Gabarito: Certo.

19. (ASSESSOR TÉCNICO JURÍDICO – TCE/RN – CESPE/2009) A edição de atos de caráter normativo, a decisão de recursos administrativos e as matérias de competência exclusiva do órgão ou da entidade não são objeto de delegação.

Comentário:

Então, repetiu novamente não é? A mesma coisa! No nosso concurso também vão cobrar esse tópico, pode ter certeza.

Como vimos, não é objeto de delegação, conforme art. 13 da Lei nº 9.784/99, a) edição de atos normativos; b) competência exclusiva; c) decisão de recursos administrativos.

Gabarito: Certo.

20. (AGENTE ADMINISTRATIVO – MPS – CESPE/2010) A edição de atos de caráter normativo é um dos objetos de delegação.

Comentário:

E aí, mais uma vez acerca do mesmo tema. Percebem como é reincidente o negócio.

Então, como já observamos no âmbito da competência, não será objeto de delegação, conforme disposto no art. 13 da Lei nº 9.784/99, a edição de atos normativos, atos de competência exclusiva e a decisão de recursos administrativos.

Gabarito: Errado.

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21. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRT 17ª REGIÃO – CESPE/2009) Em algumas circunstâncias, pode um agente transferir a outro funções que originariamente lhe são atribuídas, fato esse denominado delegação de competência. Entretanto, não se admite delegar a edição de atos de caráter normativo, a decisão de recursos administrativos e as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.

Comentário:

A mesma matéria ou não? A mesma pergunta! Mesminha! Não vamos errar, não é??

Como já sabemos, a edição de atos normativos, atos de competência exclusiva e a decisão de recursos administrativos não podem ser objeto de delegação.

Gabarito: Certo.

22. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – ADMINISTRAÇÃO – TCE/AC – CESPE/2008) A indicação de motivo pode ser dispensável em atos discricionários, como, por exemplo, em um ato de governador de estado publicado no diário oficial que exonera um secretário de estado do cargo que ocupa.

Comentário:

Bem observamos que todo ato administrativo tem um motivo, mas nem todo ato administrativo apresenta, expõe, tal motivo. Significa dizer que nem todo ato administrativo exige motivação, tal como o exemplo clássico da exoneração de um cargo comissionado.

Gabarito: Certo.

23. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – ADMINISTRAÇÃO – TCE/AC – CESPE/2008) Atos vinculados não dependem de motivação para sua

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validade.

Comentário:

Os atos vinculados, por terem todos os elementos diretamente estabelecidos pela norma, inclusive, portanto, o motivo, depende de motivação a fim de se verifique a compatibilidade, a validade do motivo em relação ao que a norma prescreveu.

Vê-se, portanto, que o art. 50 da Lei nº 9.784/99 é exemplificativo, já que no rol das hipóteses em que se exige a motivação não consta os atos vinculados, mas como sabemos deve ser motivado.

Gabarito: Errado.

24. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/RJ – CESPE/2008) Quando o agente público explicita a motivação do ato administrativo discricionário, os motivos implicam vinculação apenas quanto aos fundamentos de direito.

Comentário:

O motivo é o fundamento de fato e de direito. Assim, quando for manifestado, ou seja, quando for explicitada a motivação, estará a Administração vinculada tanto aos fundamentos de fato, quanto de direito.

Gabarito: Errado.

25. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – ADMINISTRAÇÃO – TCE/AC – CESPE/2008) Segundo a teoria dos motivos determinantes, o ato discricionário, quando motivado, não fica vinculado ao motivo que lhe serviu de suporte.

Comentário:

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A teoria dos motivos determinantes estabelece que quando declarados os motivos, fica a Administração vinculada a tais motivos, de modo que se forem inexistentes ou falsos, o ato será nulo.

Gabarito: Errado.

26. (JUIZ DO TRABALHO – TRT 1ª REGIÃO – CESPE/2010) Segundo a teoria dos motivos determinantes, a motivação dos atos administrativos é sempre necessária, seja para os atos vinculados, seja para os discricionários, pois constitui garantia de legalidade que tanto diz respeito aos interessados como à própria administração.

Comentário:

Conforme a teoria dos motivos determinantes, a administração está vinculada aos motivos declarados para a realização do ato, de modo que se falsos ou inexistentes o ato é nulo.

De toda sorte, nem todos os atos administrativos exigem motivação, porém se os motivos forem declarados (motivo determinante) aplica-se a referida teoria.

Gabarito: Errado.

27. (OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA – ABIN – CESPE/2010) Considere a seguinte situação hipotética. Um município estabeleceu que somente seriam concedidos alvarás de funcionamento a restaurantes que tivessem instalado exaustor de fumaça acima de cada fogão industrial. Na vigência dessa determinação, um fiscal do município atestou, falsamente, que o restaurante X possuía o referido equipamento, tendo-lhe sido concedido o alvará. Dias após a fiscalização, a administração verificou que não havia no referido estabelecimento o exaustor de fumaça. Nessa situação hipotética, considera-se nulo o alvará, dada a inexistência de motivo do ato administrativo.

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Comentário:

Conforme a teoria dos motivos determinantes, se estes são falsos ou inexistentes o ato é nulo.

Gabarito: Certo.

28. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIO – TJ/CE – CESPE/2008) As razões explicitadas na motivação de um ato administrativo são determinantes na aferição da validade e da eficácia do ato em eventual exame pelo Poder Judiciário.

Comentário:

Conforme a teoria dos motivos determinantes os motivos declarados pela Administração a vinculam, de modo que se forem inexistentes ou falsos, o ato será nulo.

Assim, eventual exame do ato pelo Poder Judiciário poderá ser declarada a nulidade por tal fundamento, se comprovado que o motivo alegado não existiu ou é falso.

Gabarito: Certo.

29. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – STJ – CESPE/2008) O administrador público pode praticar ato administrativo que contrarie jurisprudência do STJ, firmada em sentido contrário, desde que o faça de forma motivada, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos.

Comentário:

Destacamos que a Lei nº 9.784/99, exigiu expressamente a motivação de alguns atos, conforme estabelece o art. 50, assim expresso:

Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação

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dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:

I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;

II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;

III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção

pública;

IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;

V - decidam recursos administrativos;

VI - decorram de reexame de ofício;

VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou

discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;

VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de

ato administrativo.

Nesse sentido, determina o artigo 50, inc. VII, que deverão ser motivados o atos administrativos que “deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais”.

Devemos tomar cuidado, no entanto, ao fato de que não poderá a Administração deixar de aplicar decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal em sede de controle abstrato de constitucionalidade, tendo em vista ser vinculante, assim como observar súmula vinculante.

Gabarito: Certo.

30. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – STJ – CESPE/2008) Como regra geral os atos administrativos devem ser motivados, com a clara indicação dos fatos e fundamentos, sendo, por esse motivo, vedadas as decisões orais.

Comentário:

Como destacamos, a regra é que os atos administrativos sejam praticados de forma escrita e contenham a motivação, ou seja, a exposição do seu motivo (dos fatos e fundamentos jurídicos). Havendo, no entanto, atos administrativos que não carecem de motivação.

Todavia, é possível a realização de atos administrativos de forma verbal, tal

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como as ordens dadas pelos superiores aos subordinados na execução de certas atividades, os comandos verbais dados por agentes de trânsito etc.

Com efeito, não se veda decisões orais, podendo o ato ser praticado também sob essa forma.

Gabarito: Errado.

31. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/RJ – CESPE/2008) O ato administrativo discricionário pode ser motivado após sua edição.

Comentário:

A motivação deve ser contemporânea ou anterior ao ato, jamais se admite a motivação posterior. Isso porque o agente poderá mudá-la a fim de parecer que atende, que cumpre o interesse públic.

Gabarito: Errado.

32. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRT 5ª REGIÃO – CESPE/2008) É dispensável a motivação para o ato administrativo quando este se destinar apenas a suspender outro ato anteriormente editado.

Comentário:

Nos termos da Lei nº 9.784/99, artigo 50, inc. VIII, é obrigatória a motivação dos atos administrativos que “importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo”.

É mais uma das situações descritas na Lei como de motivação obrigatória. Por isso, é importante a leitura pormenorizada de referido artigo na medida em que seu conhecimento será objeto de avaliação.

Gabarito: Errado.

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33. (AGENTE DE INTELIGÊNCIA – ABIN – CESPE/2008) Não viola o princípio da motivação dos atos administrativos o ato da autoridade que, ao deliberar acerca de recurso administrativo, mantém decisão com base em parecer da consultoria jurídica, sem maiores considerações.

Comentário:

Com efeito, determina a Lei do Processo Administrativo que é obrigatório a motivação dos atos administrativos que decidam acerca de recurso administrativo, conforme art. 50, inc. V.

No entanto, poderá o administrador adotar parecer firmado por assessoria jurídica como suas razões de decidir, ou seja, como fundamento à sua decisão, de modo que o fazendo estará então tomando o parecer como motivação do ato.

Nestes termos, estabelece o artigo 50, §1º da Lei nº 9.784/99 que “a motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato”.

Gabarito: Certo.

34. (ANALISTA TÉCNICO-ADMINISTRATIVO – MS – CESPE/2010) Conforme afirma a doutrina prevalente, o ato administrativo será sempre vinculado com relação à competência e ao motivo do ato.

Comentário:

Podemos perceber que a competência será sempre uma elemento vinculado, ou seja, sempre dependerá de lei, não havendo margem de liberdade para o agente decidir acerca de sua competência, pois está será estabelecida por lei.

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No entanto, conforme observamos, há atos em que a lei estabelece um único motivo para sua realização e há outros em que a lei estabelece mais de um motivo, cabendo ao administrador decidir qual é o mais adequada ao interesse público, ante os critérios de conveniência e oportunidade.

Assim, podemos dizer que o motivo pode ser um elemento vinculado ou discricionário, conforme haja ou não margem de liberdade para decidir/escolher o mais adequado.

Gabarito: Errado.

35. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRT 5ª REGIÃO – CESPE/2008) O ato administrativo de remoção de servidor público ocupante de cargo efetivo com o intuito de puni-lo caracteriza desvio de poder.

Comentário:

Ressaltei que ocorre o desvio de poder ou finalidade quando se utiliza instituto para fins outros, distintos daquele definido por lei. Significa dizer que é possível realizar a remoção de servidor para atender a necessidade do serviço e, com isso, o interesse público.

Todavia, atua de forma ilegal, com desvio de finalidade, o agente que utiliza a remoção com a finalidade diversa da preconizada por lei, ou seja, como meio punitivo, ou para satisfação pessoal.

Gabarito: Certo.

36. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRT/17ª Região – CESPE/2009) O desvio de finalidade do ato administrativo verifica-se quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência.

Comentário:

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Observem aí, é a mesma questão praticamente. Isso se repete com uma freqüência que vocês nem imaginam. Olhe a próxima, só para entender. Veja que a questão vem se repetindo em 2008, em 2009 e 2010.

Então, como já verificamos, toda vez que o agente pratica ato não observando a finalidade, expressa ou implicitamente, estabelecida na regra de competência, comete abuso de poder, na modalidade desvio de finalidade.

Gabarito: Certo.

37. (PERITO MÉDICO PREVIDENCIÁRIO – INSS – CESPE/2010) A alteração da finalidade do ato administrativo expressa na norma legal ou implícita no ordenamento da administração caracteriza o desvio de poder.

Comentário:

Então, observaram, é a mesma questão, não é? Fica mais fácil assim, não fica? (risos). A alteração da finalidade caracteriza o desvio de finalidade ou de poder.

Gabarito: Certo.

38. (ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – MPE/RR – CESPE/2008) Determinado policial civil, valendo-se da prerrogativa que o cargo lhe assegura, ingressou em uma casa de espetáculos, na qual iria ocorrer um show de pagode, sem pagar o ingresso correspondente, sob o argumento de que, por ser policial, tem livre acesso a locais públicos e privados. Tendo como referência a situação descrita acima, julgue os itens a seguir, relativos a poderes e atos administrativos. Caso fique comprovado que o policial não estava no local em razão do serviço, mas apenas para assistir ao show, restará configurado desvio de finalidade.

Comentário:

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E aí, não é a mesma coisa, ou seja, a mesma questão, só está um pouco disfarçada!

Aplica-se o mesmo raciocínio que fizemos nas anteriores, ou seja, o agente utiliza-se de poder que lhe é conferido por lei, para alcançar fim não preconizado pela norma, ou seja, abusa do poder, na forma desvio de finalidade.

É que atua com desvio de finalidade o agente que se utiliza do poder que lhe fora conferido para alcançar fim não previsto, expressa ou implicitamente, na norma, sendo, portanto, o ato nulo.

Gabarito: Certo.

39. (AFCE – TI – CESPE/2010) Sempre que a lei expressamente exigir determinada forma para que um ato administrativo seja considerado válido, a inobservância dessa exigência acarretará a nulidade do ato.

Comentário:

É verdade, como ressaltei, que a inobservância da forma estabelecida em lei, na medida em que é condição de existência e validade do ato, acarretará sua nulidade.

Lembre-se que, em regra, a forma é livre, ou seja, quando a lei não a exigir caberá a administração adotar a forma que entender mais adequada, não acarretando nulidade do ato. De outro lado, sempre que a lei expressamente a exigir, a inobservância acarretará a nulidade do ato.

E aí, não é a mesma coisa, ou seja, a mesma questão, só está um pouco disfarçada!

Aplica-se o mesmo raciocínio que fizemos nas anteriores, ou seja, o agente utiliza-se de poder que lhe é conferido por lei, para alcançar fim não preconizado pela norma, ou seja, abusa do poder, na forma desvio de

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finalidade.

É que atua com desvio de finalidade o agente que se utiliza do poder que lhe fora conferido para alcançar fim não previsto, expressa ou implicitamente, na norma, sendo, portanto, o ato nulo.

Gabarito: Certo.

40. (ASSISTENTE ADMINISTRATIVO - MPE/RR – 2008) Os atos administrativos têm presunção de legitimidade e veracidade.

Comentário:

Cumpre dizer que os atos administrativos entendidos como espécies de atos jurídicos provenientes do Estado, no exercício de sua função administrativa (Administração Pública) ou por quem lhe faça às vezes (delegatários), possuem certos atributos que os diferenciam dos atos jurídicos particulares.

Na visão clássica, que são atributos dos atos administrativos: a presunção de legalidade, a autoexecutoriedade a imperatividade. Todavia, atualmente, temos descatado os seguintes atributos:

• Presunção de legitimidade e veracidade • Autoexecutoriedade • Tipicidade. • Imperatividade

A presunção de legitimidade e veracidade é o atributo segundo o qual todo ato administrativo é proferido de acordo com o ordenamento jurídico (legalidade) e são seus fundamentos verdadeiros. Trata-se de presunção relativa (iuris tantum), ou seja, admite-se prova em contrário.

Tal atributo é que permite a imediata execução dos atos administrativos, ainda que defeituosos ou inválidos, enquanto não pronunciada sua nulidade.

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A imperatividade, também denominada por alguns de coercibilidade, é a possibilidade que tem a Administração de criar obrigações ou impôr restrições, unilateralmente, aos administrados. Decorre do chamado poder extroverso do Estado, ou seja, poder de restringir direitos ou criar obrigações para particulares.

Com efeito, podemos constatar que esse atributo somente estará presente nos atos administrativos que criem obrigações ou restrições (atos de polícia, por exemplo), não estando em outros atos (emissão de certidão), por não criarem qualquer obrigação.

A autoexecutoriedade é o poder que tem a Administração de imediata e diretamente, executar seus atos, independentemente de ordem judicial. Pode-se dividir tal atributo em exigibilidade e executoriedade.

A exigibilidade seria a obrigação do particular em cumprir as determinações da Administração (coerção indireta) e a executoriedade seria o poder de a Administração fazer o particular cumprir suas obrigações e em caso de não cumprimento ela mesma adotar as medidas inerentes ao cumprimento do ato (coerção direta).

Assim, a multa administrativa não gozaria de executoriedade, eis que a Administração não poderia se valer de sua força para adentrar a esfera de patrimônio do administrativo, em caso de não cumprimento, a fim de se fazer cumprir. Por outro lado, é exigível na medida em que pode obrigar o administrado a cumpri-la por meios indiretos, tal como bloqueio de documento de veículo, por exemplo.

Por fim, tipicidade que é o atributo no qual o ato administrativo deve corresponder às figuras estabelecidas previamente no ordenamento jurídico, ou seja, o ato deve estar tipificado, deve constar na lei como apto a produzir determinados efeitos.

Portanto, verificamos que os atos administrativos gozam de presunção de legitimidade e veracidade, imperatividade, auto-executoriedade e tipicidade.

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Gabarito: Certo.

41. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/RJ – CESPE/2008) A presunção de legitimidade do ato administrativo transfere à administração o ônus de provar que o ato administrativo é legítimo.

Comentário:

Dentre os atributos do ato administrativo há a presunção de legitimidade e veracidade, como vimos, que se traduz na condição do ato administrativo gozar de presunção, relativa, de que está de acordo com o ordenamento jurídico e que é verdadeiro.

Assim, por ser essa presunção relativa (iuris tantum), admite-se sua contestação, impugnação, ou seja, prova em contrário.

Todavia, aquele que faz a impugnação, a contestação, dessa presunção é que terá de demonstrar a ilegitimidade do ato, não se transferido para a Administração o ônus de provar, cabe ao particular provar seu direito.

Gabarito: Certo.

42. (ANALISTA TÉCNICO-ADMINISTRATIVO – MS – CESPE/2010) Os atos administrativos gozam de presunção iuris et de iure de legitimidade.

Comentário:

Bem, já verificamos que os atos administrativos gozam de presunção de legitimidade e veracidade. Significa dizer que o ato administrativo está de acordo com o ordenamento jurídico e que é verdadeiro.

Todavia, como já destaquei, trata-se de uma presunção relativa, ou seja, que admite sua contestação, impugnação, prova em contrário. Portanto, trata-se de uma presunção denominada juris tantum.

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A presunção iuris et de iure é uma presunção de direito, ou seja, absoluta e não admite prova em contrário.

Gabarito: Errado.

43. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRT 5ª REGIÃO – CESPE/2008) A administração tem o ônus de provar a legalidade do ato administrativo sempre que ela for questionada judicialmente.

Comentário:

Então, essa questão é uma variação da questão anterior, nada mais do que isso.

Vimos que dentre os atributos do ato administrativo há a presunção de legitimidade e veracidade que se traduz na condição do ato administrativo gozar de presunção de que está em acordo com o ordenamento jurídico e que é verdadeiro.

Por isso, por ser uma presunção relativa admite-se sua impugnação, ou seja, admite-se que se demonstre que não está de acordo como o ordenamento jurídico ou que não seja verdadeiro. Porém, cabe àquele que faz a impugnação, a contestação, dessa presunção a demonstração da ilegalidade do ato.

É preciso esclarecer que pode a Administração, de ofício, também reconhecer eventual ilegalidade ou inveracidade do ato, conforme o princípio da autotutela. Porém, em hipótese de alguém infirmar o ato judicialmente, cabe a este demonstrar o vício.

Gabarito: Errado.

44. (ARQUITETO – CAIXA – CESPE/2010) O princípio da presunção de legitimidade que incide entre os atos administrativos caracteriza-se por presumir que toda atividade administrativa está em conformidade com a lei;

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no entanto, trata-se de presunção relativa, uma vez que o administrado pode contestá-la e provar o contrário.

Comentário:

De fato, é o que já apontamos. A presunção de legitimidade indica que o ato praticado o foi em conformidade com o ordenamento jurídico, muito embora seja possível contestar tal fato, demonstrando (prova) o contrário. Por isso, essa presunção é relativa.

Gabarito: Certo.

45. (AGENTE ADMINISTRATIVO – AGU – CESPE/2010) No caso de um administrado alegar a existência de vício de legalidade que invalide determinado ato administrativo, esse indivíduo deverá fundamentar sua alegação com provas dos fatos relevantes, por força da obrigatoriedade de inversão do ônus da prova, originada no princípio da presunção de legitimidade do ato administrativo.

Comentário:

Observamos que a presunção de legitimidade dá a garantia à Administração de que seus atos serão observados na medida em que se presume produzidos de acordo com a lei.

Assim, aquele que contesta tal presunção deve demonstrar por meio de provas suas alegações. (quem alega tem que provar). Trata-se de aplicação da inversão do ônus da prova, já que para a Administração vige a presunção de legitimidade e veracidade.

Gabarito: Certo.

46. (CONTADOR – AGU – CESPE/2010) O ato administrativo, uma vez publicado, terá vigência e deverá ser cumprido, ainda que esteja eivado de vícios.

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Comentário:

É isso aí! Não podemos ter dúvidas disso. Ora, se há a presunção de legitimidade do ato, este deverá ser cumprido até que se prove eventual vício que o inquine de nulidade.

Gabarito: Certo.

47. (ANALISTA DE TRANSPORTES – ADVOGADO – CETURB/ES – CESPE/2010) Os atos administrativos são dotados de presunção de veracidade e legitimidade, razão pela qual é vedado ao Poder Judiciário apreciar de ofício a validade de tais atos.

Comentário:

De fato, já observamos que os atos administrativos gozam de presunção de veracidade e legitimidade, as quais possibilitam a imediata e direta execução do ato. Todavia, é possível que seja questionada essa presunção, tanto na via administrativa, quanto na via judicial.

No entanto, não pode o Poder Judiciário de ofício apreciar a validade do ato, é que não age de ofício, necessita de provocação. Ao contrário, a Administração Pública pode, de ofício, diante de ilegalidade, anular o ato.

Gabarito: Certo.

48. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/BA – CESPE/2010) Um dos efeitos do atributo da presunção de veracidade dos atos administrativos reside na impossibilidade de apreciação de ofício da validade do ato por parte do Poder Judiciário.

Comentário:

E aí, perceberam! É pura repetição. Olha, durante o período em que me

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dediquei na busca dos meus objetivos como concursando, fiz um levantamento estatístico a fim de ver o que mais caia, então passei a dar mais ênfase nesses pontos, e foi dito e certo.

Como disse inicialmente, atos administrativos sempre, mas sempre mesmo, caem.

Então, pode o Poder Judiciário, de ofício, apreciar o ato. Claro que não, primeiro porque goza de presunção de legitimidade e veracidade, segundo porque o Judiciário não atua de ofício.

Gabarito: Certo.

49. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÕES – DPU – CESPE/2010) Pelo atributo da presunção de veracidade, a validade do ato administrativo não pode ser apreciada de ofício pelo Poder Judiciário.

Comentário:

Mais uma vez a mesma questão. Eu sempre digo que o melhor dos cursos é o de exercício, pois mostra a você que temos sempre um núcleo de questões comuns.

De fato, não pode o Poder Judiciário, de ofício, apreciar o ato administrativo, até porque o Judiciário não age de ofício, deve ser provocado, conforme princípio da inércia.

Mas mesmo provocado, ou seja, diante de uma demanda qualquer, deve ser alegada a nulidade do ato, sob pena de o Judiciário não poder analisá-lo de ofício ante a presunção de legitimidade e veracidade do ato.

Gabarito: Certo.

50. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJ/CE – CESPE/2008) Os atos administrativos possuem atributos típicos. Por exemplo, se alguém invade a

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área pública, estendendo os limites de suas instalações além do permitido para construção, caracteriza-se não apenas a exigibilidade, com o que se obriga ao cumprimento da obrigação sem a necessidade de recorrer ao Poder Judiciário, como também a executoriedade, pois a administração pode, por iniciativa própria, derrubar construção erigida em área pública.

Comentário:

Como observamos a autoexecutoriedade é atributo que permite à Administração Pública executar, direta e imediatamente, seus atos administrativos, independentemente de autorização judicial.

A autoexecutoriedade é subdivida em executoriedade e exigibilidade. A executoriedade dá a Administração o poder de, por si mesma, executar seus atos, independentemente de ordem judicial.

A exigibilidade é o poder conferido à Administração para exigir o cumprimento de seus atos, criando mecanismos indiretos para que o administrado o cumpra.

Assim, diante de invasão de área pública, pode a Administração derrubar a construção, independentemente de ordem judicial para tanto.

Gabarito: Certo.

51. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE-MT – CESPE/2010) A prefeitura de determinada cidade, por meio de seu órgão competente, fechou uma casa de espetáculos que funcionava sem alvará e em dissonância com as normas de ordem urbanísticas locais. O dono do estabelecimento rebelou-se contra o ato, sob o argumento de que, para tanto, a prefeitura deveria ter recorrido ao Poder Judiciário e pedido o fechamento da casa e não agido por conta própria. A situação hipotética descrita acima demonstra o atributo do ato administrativo denominado autoexecutoriedade.

Comentário:

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Veja aí outro exemplo! Quer dizer que a administração, para fechar o estabelecimento irregular, deveria ir a Juízo primeiro. Risível não é?

Como observamos, os atos administrativos são autoexecutáveis, quer dizer a própria administração pode executá-los, independentemente de qualquer autorização ou ordem judicial, a fim de garantir, preservar, o interesse público.

Gabarito: Certo.

52. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/ES – CESPE/2009) A autoexecutoriedade é atributo presente em qualquer ato administrativo.

Comentário:

A autoexecutoridade, como vimos, permite a Administração, por si mesma, executar seus atos, sem necessidade de autorização judicial para isso. No entanto, nem todo ato administrativo é autoexecutório.

Devemos nos ater que há dois elementos, podemos assim dizer, que configuram a autoexecutoriedade, sendo a exigibilidade e a executoriedade. Portanto, só autoexecutável o ato que seja exigível e executável.

Há atos, no entanto, que são exigíveis, mas não são autoexecutáveis, tal como a multa administrativa (de trânsito, por exemplo), ela não é executável, ou seja, a Administração não pode por si só ingressar em bens do particular e executá-los para que a multa seja paga. Deve cobrá-la pelos meios judiciais ou estabelecer mecanismos de coerção indireta, para que o indivíduo venha pagá-la voluntariamente.

Gabarito: Errado.

53. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/BA – CESPE/2010) A autoexecutoriedade é um atributo de todos os atos administrativos.

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Comentário:

De novo! Acabei de salientar isso. Bem, de fato nem todos os atos administrativos são autoexecutáveis. Alguns gozam da exigibilidade, mas não da executoriedade, de modo que não são autoexecutáveis pela Administração.

Citei como exemplo a multa administrativa. Só devem tomar cuidado com a multa contratual, prevista na Lei de Licitações e Contratos, porque essa pode ser executada diretamente pela Administração, sempre cobrada da garantia prestada pela contratada, por exemplo.

Gabarito: Errado.

54. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/ES – CESPE/2010) Todos os atos administrativos dispõem da característica da autoexecutoriedade, isto é, o ato, tão logo praticado, pode ser imediatamente executado, sem necessidade de intervenção do Poder Judiciário.

Comentário:

Como vimos, nem todos os atos administrativos gozam da autoexecutoriedade, a exemplo dos atos declaratórios.

Gabarito: Errado.

55. (AGENTE ADMINISTRATIVO – AGU – CESPE/2010) Nem todos os atos administrativos possuem o atributo da autoexecutoriedade, já que alguns deles necessitam de autorização do Poder Judiciário para criar obrigações para o administrado.

Comentário:

Agora, mudou a afirmação. É isso mesmo. Nem todos os atos administrativos

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são autoexecutáveis. Alguns gozam da exigibilidade, mas não da executoriedade, de modo que não são autoexecutáveis pela Administração, devendo ter a atuação do Judiciário para torná-los executáveis (multa administrativa).

Gabarito: Certo.

56. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJDFT – CESPE/2008) A imperatividade é o atributo pelo qual algumas espécies de atos administrativos se impõem a terceiros, mesmo que não haja sua concordância explícita.

Comentário:

A imperatividade ou coercibilidade é o atributo pelo qual tem a Administração o poder de criar obrigações ou impor restrições, unilateralmente, a terceiros.

É decorrência do denominado poder extroverso da Administração, ou seja, poder de impor restrições ou criar obrigações para particulares, mesmo sem a concordância deste.

A imperatividade são meios de coerção direta, ou seja, obrigações impostas, unilateralmente, pela Administração aos particulares, de modo que poderá, inclusive, exigir seu cumprimento com o uso da força.

É claro que nem todo ato administrativo é imperativo, ou seja, impõe-se a terceiros, inclusive com o uso da força. Por exemplo, os atos enunciativos.

Gabarito: Certo.

57. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRT 5ª REGIÃO – CESPE/2008) Os atos administrativos não têm poder de coercibilidade em relação aos particulares, visto que ninguém está obrigado a fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude de lei.

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Comentário:

Essa é uma mera implicação da questão anterior. Ora, como vimos, a imperatividade ou coercibilidade é o atributo pelo qual tem a Administração o poder de criar obrigações ou impor restrições, unilateralmente, a terceiros. Evidentemente que tais obrigações decorrem da aplicação da lei e em razão do interesse público.

Assim, tendo em vista que todo ato administrativo goza de presunção de legitimidade e veracidade, significa que fora produzido de acordo com a lei, ou seja, que há lei autorizando a sua prática e que é apto a produzir tais efeitos (tipicidade), pode a Administração, unilateralmente, criar obrigações que deverão ser observadas ou cumpridas pelos particulares, sob pena de a própria Administração executar seus atos, inclusive com uso da força.

Gabarito: Errado.

58. (AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL – DPF/MJ – CESPE/2009) O princípio da presunção de legitimidade ou de veracidade retrata a presunção absoluta de que os atos praticados pela administração pública são verdadeiros e estão em consonância com as normas legais pertinentes.

Comentário:

Então, sabemos que a presunção de veracidade e legitimidade é relativa, ou seja, admite-se prova em contrário. Quer dizer admite-se a demonstração de que não é verdadeiro ou legítimo o ato administrativo.

Gabarito: Errado.

59. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIO – TJ/CE – CESPE/2008) O ato administrativo é válido quando expedido em absoluta conformidade com as exigências do ordenamento jurídico.

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Comentário:

Inicialmente devemos considerar que o ato administrativo, assim como todos os atos jurídicos, pode ser analisado sobre três planos. O plano da validade, o plano da eficácia e o plano da perfeição.

É perfeito o ato administrativo quando ele completa seu ciclo de formação, ou seja, quando completa todo o procedimento para sua emanação. É válido quando produzido de acordo com os ditames normativos. Enfim, é eficaz quando disponível para produção de seus efeitos, ou seja, quando independe de qualquer evento ou condição.

Com efeito, é possível que o ato seja perfeito, inválido e eficaz, ou seja, que completo seu procedimento, tenha sido projetado com burla ao comando normativo, porém apto a produzir efeitos. Ex.: um servidor que fora nomeado para um cargo público, muito embora tenha sido aprovado no certame por meio de fraude.

Poderá ser perfeito, válido, ineficaz, ou seja, quando completo seu ciclo e em conformidade com as exigências normativas, sendo que não produz efeitos por não ter alcançado a condição ou termo para iniciar a produção de seus efeitos.

Exemplo disso é a designação de servidor para ocupar o cargo comissionado de assessor, a partir da vacância do cargo pelo servidor Y no dia 31/12/2009, ou seja, o ato somente produzirá seus efeitos com o advento do termo (termo é evento futuro e certo), ou, em outro exemplo, fica exonerado o servidor da função quando for promovido por merecimento. Veja que não se sabe quando será o servidor promovido, portanto se trata de uma condição (condição é evento futuro e incerto).

Pode, ainda, o ato ser perfeito, inválido e ineficaz, quando o ato, em que pese estar completo seu procedimento, ele não fora emanado segundo as orientações normativas e também não está apto à produção de efeitos, por depender de termo ou condição.

Não devemos, portanto, confundir perfeição, validade e eficácia, na

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medida em que estaremos em planos distintos de avaliação do ato.

Portanto, verificamos que a validade diz respeito à adequação do ato às exigências estabelecidas pelo ordenamento jurídico.

Gabarito: Certo.

60. (PERITO MÉDICO – INSS – CESPE/2010) O ato administrativo pode ser perfeito, válido e ineficaz.

Comentário:

De fato, como vimos, os atos administrativos podem ser:

Gabarito: Certo.

61. (PERITO MÉDICO – INSS – CESPE/2010) O ato administrativo pendente pressupõe um ato perfeito.

Comentário:

O ato administrativo pendente é aquele que, muito embora seja perfeito, ainda não produz seus efeitos, isso porque está sujeito a condição ou termo. Condição é evento futuro e incerto. Termo é evento futuro e certo. Portanto, o ato pendente é ato perfeito.

Há ainda os atos denominados consumados, ou seja, é aquele que já produziu todos os seus efeitos.

Gabarito: Certo.

Perfeito

VálidoEficaz

Ineficaz

InválidoEficaz

Ineficaz

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62. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÕES – DPU – CESPE/2010) Quanto à exequibilidade, o denominado ato administrativo perfeito é aquele que já exauriu seus efeitos, tornando-se definitivo e não podendo mais ser impugnado na via administrativa ou na judicial.

Comentário:

Perfeito é o ato administrativo que completou seu ciclo de formação, ou seja, é aquele que completou todo o procedimento para sua emanação, reunindo todos os elementos necessários à sua exeqüibilidade, isto é está apto e disponível para produzir seus efeitos.

Assim, aquele que já exauriu seus efeitos é denominado ato consumado, tornado-se definitivo, irretratável ou imodificável por lhe faltar o objeto.

Gabarito: Errado.

63. (PROCURADOR FEDERAL – AGU – CESPE/2010) O ato administrativo pode ser inválido e, ainda assim, eficaz, quando, apesar de não se achar conformado às exigências normativas, produzir os efeitos que lhe seriam inerentes, mas não é possível que o ato administrativo seja, ao mesmo tempo, perfeito, inválido e eficaz.

Comentário:

Como destaquei, perfeito é o ato administrativo que completou seu ciclo de formação, ou seja, é aquele que completou todo o procedimento para sua emanação, reunindo todos os elementos necessários à sua exeqüibilidade, isto é está apto e disponível para produzir seus efeitos.

É válido quando produzido de acordo com os ditames normativos. Enfim, é eficaz quando disponível para produção de seus efeitos, ou seja, quando independe de qualquer evento ou condição.

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Com efeito, é possível que o ato seja perfeito, inválido e eficaz, ou seja, que completo seu procedimento, tenha sido projetado com burla ao comando normativo, porém apto a produzir efeitos, conforme o seguinte esquema:

Gabarito: Errado.

64. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – STJ – CESPE/2008) Uma autarquia federal realizou concurso público para alguns cargos e fixou seu prazo de validade em apenas um ano, improrrogável. Nessa situação, nada há de irregular na conduta do mencionado ente público, pois se trata de ato discricionário.

Comentário:

Aqui devemos conhecer a classificação dos atos administrativos em atos vinculados e atos discricionários.

Ato vinculado é aquele em que a lei fixa todos os requisitos de sua realização, não havendo margem de liberdade para atuação do agente público, de modo a proceder à avaliação da conveniência e oportunidade da prática do ato. Ex. licença paternidade, eis que ao nascer o filho do servidor este, automaticamente, saíra em licença.

O ato discricionário é aquele em que há margem de liberdade para atuação do agente público, cabendo-lhe decidir acerca da conveniência e oportunidade em se praticar o ato. Exemplo: concessão de férias que poderá ser de acordo com a conveniência e oportunidade da administração.

Com efeito, neste caso, acerca do prazo de validade do concurso público, dispôs a Constituição Federal, art. 37, inc. III e o art. 12 da Lei nº 8.112/90 que o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, podendo ser

Perfeito

VálidoEficaz

Ineficaz

InválidoEficaz

Ineficaz

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prorrogado por igual período.

Portanto, caberá ao administrador avaliar a conveniência e oportunidade de se fixar este ou aquele prazo para validade do concurso, ou seja, poderá fixar um mês, dez meses, seis meses, um ano, ou seja, pode fixar até dois anos e, ainda, poderá avaliar a conveniência e oportunidade de prorrogá-lo.

Trata-se, assim, de ato discricionário a fixação do prazo de validade do concurso, dentro dos limites legais, de modo que o ato é regular.

Gabarito: Certo.

65. (CONTADOR – AGU – CESPE/2010) O ato discricionário permite liberdade de atuação administrativa, a qual deve restringir-se, porém, aos limites previstos em lei.

Comentário:

De fato, na discricionariedade há certa margem de liberdade para a atuação da autoridade competente. No entanto, essa margem de liberdade encontra limites na própria lei.

Gabarito: Certo.

66. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRT 5ª REGIÃO – CESPE/2008) A aposentadoria de cargo de provimento efetivo, por implemento de idade, é um ato administrativo discricionário.

Comentário:

A aposentadoria por implemento de idade, ou seja, a aposentadoria compulsória como o próprio nome diz, não permite qualquer margem de liberdade para a atuação do administrador, de modo que alcançada a idade limite, o servidor deverá ser aposentado.

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Nesse sentido, por não haver qualquer margem para se avaliar a conveniência e oportunidade se praticar tal ato, verifica-se que a aposentadoria compulsória é ato vinculado.

Gabarito: Errado.

67. (AGENTE DE INTELIGÊNCIA – ABIN – CESPE/2008) O prefeito de determinado município houve por bem desapropriar terreno com vistas a construir um hospital. No entanto, em vez de hospital, foi construída uma escola pública. Considerando a situação hipotética apresentada, julgue os itens seguintes, que dizem respeito aos atos administrativos. ** O decreto desapropriatório é considerado ato vinculado.

Comentário:

Como dito, o ato vinculado é aquele em que todos os seus elementos estão previstos na norma, ou seja, não há margem de liberdade para atuação do agente público.

No entanto, observemos que a desapropriação poderá ocorrer por ato administrativo (decreto) ou diretamente por lei. Quando se tratar de desapropriação por força de ato administrativo caberá ao Administrador definir qual a área objeto de interesse da Administração, qual o momento oportuno a se realizar o ato.

Por isso, devemos entender que o Prefeito ao vislumbrar a necessidade coletiva (interesse social), fará exame de conveniência e oportunidade acerca de qual o imóvel que melhor se adéqua ao interesse público, determinando conforme essa análise, o ato desapropriatório.

Portanto, trata-se de ato discricionário e não vinculado.

Gabarito: Errado.

68. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIO – TJ/CE – CESPE/2008) O ato

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administrativo simples resulta da vontade de um órgão, mas depende da verificação por parte de outro órgão para se tornar exeqüível.

Comentário:

Quanto à manifestação de vontade, o ato administrativo poderá ser simples, complexo e composto.

Ato simples é o que decorre da manifestação de vontade de um único órgão, colegiado (comissão disciplinar) ou singular (ato do chefe). Este ato estará completo com a emanação de vontade desse órgão, não dependendo de qualquer outra manifestação para ser considerado perfeito e eficaz.

Ato complexo é o que decorre de manifestação de vontade de dois ou mais órgãos, que se somam formando um único ato.

Importante destacar que o ato só se considera formado quando há as duas manifestações, uma delas apenas é insuficiente para dar existência ao ato, somente com a junção das duas é que estará formado. Exemplo é o ato de aposentadoria de servidor que somente se forma pela manifestação de vontade do órgão e com a homologação pelo Tribunal de Contas.

E, por fim, ato composto é aquele que resulta da manifestação de um só órgão, mas cuja produção dos efeitos depende de outro ato de um outro órgão que o aprove. Ex. nomeação de Ministro do Tribunal Superior. Uma vez nomeado, deverá ser sabatinado pelo Senado e se aprovado poderá tomar posse no cargo. Aqui temos dois atos, sendo que um é o principal e o outro é o acessório ou secundário.

Assim, o ato administrativo simples resulta da vontade de um órgão, é independente de qualquer manifestação de outro órgão para a produção de seus efeitos.

Gabarito: Errado.

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69. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/BA – CESPE/2010) Ato administrativo complexo é aquele que resulta do somatório de manifestações de vontade de mais de um órgão, por exemplo, a aposentadoria.

Comentário:

É então, o que acham? Dúvidas?

De fato, o ato de aposentadoria é entendido como ato complexo. Esse também é o entendimento no âmbito do STJ e do STF, vejamos:

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO.

ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. REVISÃO DE

APOSENTADORIA. DECISÃO DO TRIBUNAL DE CONTAS DA

UNIÃO. ILEGITIMIDADE AD CAUSAM DA AUTORIDADE QUE

APENAS CUMPRE A DETERMINAÇÃO DA CORTE DE CONTAS.

PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO.

1. O ato de aposentadoria é ato complexo que se perfaz com

a manifestação do órgão concedente, em conjunto com

aprovação do Tribunal de Contas a respeito da legalidade do

ato.

2. A decisão final acerca de revisão da aposentadoria do

servidor é atribuição do Tribunal de Contas da União, de

acordo com a competência prevista no artigo 71, III, da

Constituição Federal 3. Este Superior Tribunal de Justiça tem

asseverado que o Presidente do Tribunal de Justiça do Distrito

Federal e dos Territórios, ao praticar ato em cumprimento à

decisão de caráter impositivo e vinculante oriundo do Tribunal

de Contas da União, não detém legitimidade para figurar no

polo passivo do mandamus.

4. Agravo regimental improvido.

(AgRg no RMS 20.175/DF, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS

MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 24/11/2009, DJe 14/12/2009)

ADMINISTRATIVO. APOSENTADORIA. ATO COMPLEXO.

CONFIRMAÇÃO PELO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. ART. 54

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DA LEI N.º 9.784/99. DECADÊNCIA ADMINISTRATIVA QUE SE

CONTA A PARTIR DESSE ÚLTIMO ATO. NÃO-CONFIGURAÇÃO.

1. Caso o ato acoimado de ilegalidade tenha sido praticado

antes da promulgação da Lei n.º 9.784/99, a Administração

tem o prazo de cincos anos a contar da vigência da aludida

norma para anulá-lo;

caso tenha sido praticado após a edição da mencionada Lei,

o prazo qüinqüenal da Administração contar-se-á da prática

do ato tido por ilegal, sob pena de decadência, nos termos do

art. 54 da Lei n.º 9.784/99.

2. O ato de aposentadoria tem natureza jurídica de ato

administrativo complexo, ou seja, aperfeiçoa-se apenas

quando do registro no Tribunal de Contas e, até que tal

providência ocorra, os efeitos da decadência não se

produzem.

3. Agravo regimental desprovido.

(AgRg no AgRg no REsp 1059164/PR, Rel. Ministra LAURITA VAZ,

QUINTA TURMA, julgado em 24/03/2009, DJe 20/04/2009)

INFORMATIVO Nº 575

TÍTULO: Alteração de Aposentadoria: Aditamento e

Desnecessidade de Contraditório

PROCESSO: MS - 25561

ARTIGO

O Tribunal indeferiu mandado de segurança impetrado contra

ato do Tribunal de Contas da União - TCU que, sem prévia

manifestação do impetrante, excluíra dos seus proventos de

aposentadoria o pagamento de “quintos”. Na espécie, a Corte

de Contas reputara legal a aposentação originária do

impetrante, ocorrida em 1995. Entretanto, em 1997, a fundação

que concedera a aposentadoria ao impetrante incluíra, de

maneira superveniente, o pagamento de “quintos”, parcela

remuneratória esta não examinada naquela oportunidade, por

não constar do processo. Ocorre que, submetida tal inclusão

ao TCU, este a considerara ilegal ante a insuficiência de tempo

de serviço do impetrante para auferi-la. Inicialmente, rejeitou-

se a preliminar suscitada pelo Min. Marco Aurélio, relator, sobre

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a ausência de quórum para julgamento da matéria

constitucional. Em seguida, afastou-se a preliminar de

decadência ao fundamento de que o prazo de cinco anos

previsto no art. 54 da Lei 9.784/99 teria sido observado. No

ponto, ressaltando que o ato de aposentadoria seria complexo,

aduziu-se que o termo a quo para a contagem do referido

prazo seria a data em que aperfeiçoada aquela. No mérito,

consignou-se que, na situação dos autos, fora encaminhada

ao TCU alteração introduzida posteriormente nos proventos de

aposentadoria do impetrante e que o órgão competente

glosara o que praticado na origem, modificando os

parâmetros da aposentadoria então registrada. Mencionou-se,

ademais, que o procedimento referente à alteração estaria

ligado ao registro. Asseverou-se que, uma vez procedido o

registro da aposentadoria pelo TCU, fixando-se certos

parâmetros a nortearem os proventos, alteração realizada pelo

órgão de origem em benefício do aposentado implicaria

aditamento e, então, não haveria necessidade de

estabelecer-se contraditório. MS 25525/DF, rel. Min. Marco

Aurélio, 17.2.2010. (MS-25525)

É preciso, no entanto, tomar cuidado, pois até mesmo no STJ há divergência acerca desse entendimento, conforme ementa a seguir:

ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. APOSENTADORIA.

CONTAGEM DE TEMPO. IRREGULARIDADE APURADA PELO

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. REVISÃO DO ATO. PRAZO

DECADENCIAL. ART. 54 DA LEI N. 9.784/99. TERMO INICIAL.

1. A aposentadoria de servidor público não é ato complexo,

pois não se conjugam as vontades da Administração e do

Tribunal de Contas para concede-la. São atos distintos e

praticados no manejo de competências igualmente diversas,

na medida em que a primeira concede e o segundo controla

sua legalidade.

2. O art. 54 da Lei n. 9.784/99 vem a consolidar o princípio da

segurança jurídica dentro do processo administrativo, tendo

por precípua finalidade a obtenção de um estado de coisas

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que enseje estabilidade e previsibilidade dos atos.

3. Não é viável a afirmativa de que o termo inicial para a

incidência do art. 54 da Lei n. 9.784/99 é a conclusão do ato de

aposentadoria, após a manifestação dos Tribunal de Contas,

pois o período que permeia a primeira concessão pela

Administração e a conclusão do controle de legalidade deve

observar os princípios constitucionais da Eficiência e da

Proteção da Confiança Legítima, bem como a garantia de

duração razoável do processo.

4. Recurso especial improvido.

(REsp 1047524/SC, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA,

julgado em 16/06/2009, DJe 03/08/2009)

Cuidado que há ainda no próprio STF discussão acerca da natureza da aposentadoria para fins do prazo de decadência.

De todo modo, até o momento, e se não fizer nenhuma ressalva ao posicionamento da 5ª Turma do STJ, devemos manter o entendimento majoritário, de que o ato de aposentadoria é complexo.

Gabarito: Certo.

70. (ANALISTA DE TRANSPORTES – ADVOGADO – CETURB/ES – CESPE/2010) Segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), a aposentadoria seria exemplo de ato composto mesmo nos casos em que o tribunal de contas, no exercício do controle externo constitucionalmente previsto, aprecia a legalidade da própria concessão.

Comentário:

A aposentadoria é ato complexo e não composto, conforme já demonstrado anteriormente, e com base na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, vejamos:

INFORMATIVO Nº 575

TÍTULO: Alteração de Aposentadoria: Aditamento e

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Desnecessidade de Contraditório

PROCESSO: MS - 25561

ARTIGO

O Tribunal indeferiu mandado de segurança impetrado contra

ato do Tribunal de Contas da União - TCU que, sem prévia

manifestação do impetrante, excluíra dos seus proventos de

aposentadoria o pagamento de “quintos”. Na espécie, a Corte

de Contas reputara legal a aposentação originária do

impetrante, ocorrida em 1995. Entretanto, em 1997, a fundação

que concedera a aposentadoria ao impetrante incluíra, de

maneira superveniente, o pagamento de “quintos”, parcela

remuneratória esta não examinada naquela oportunidade, por

não constar do processo. Ocorre que, submetida tal inclusão

ao TCU, este a considerara ilegal ante a insuficiência de tempo

de serviço do impetrante para auferi-la. Inicialmente, rejeitou-

se a preliminar suscitada pelo Min. Marco Aurélio, relator, sobre

a ausência de quórum para julgamento da matéria

constitucional. Em seguida, afastou-se a preliminar de

decadência ao fundamento de que o prazo de cinco anos

previsto no art. 54 da Lei 9.784/99 teria sido observado. No

ponto, ressaltando que o ato de aposentadoria seria complexo,

aduziu-se que o termo a quo para a contagem do referido

prazo seria a data em que aperfeiçoada aquela. No mérito,

consignou-se que, na situação dos autos, fora encaminhada

ao TCU alteração introduzida posteriormente nos proventos de

aposentadoria do impetrante e que o órgão competente

glosara o que praticado na origem, modificando os

parâmetros da aposentadoria então registrada. Mencionou-se,

ademais, que o procedimento referente à alteração estaria

ligado ao registro. Asseverou-se que, uma vez procedido o

registro da aposentadoria pelo TCU, fixando-se certos

parâmetros a nortearem os proventos, alteração realizada pelo

órgão de origem em benefício do aposentado implicaria

aditamento e, então, não haveria necessidade de

estabelecer-se contraditório. MS 25525/DF, rel. Min. Marco

Aurélio, 17.2.2010. (MS-25525

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Gabarito: Errado.

71. (ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – MPE/RR – CESPE/2008) Atos administrativos complexos são aqueles que demandam profunda análise do administrador público e estudos técnicos prévios.

Comentário:

Essa questão é até engraçada. Ora, não é o ato complexo pela complexidade de sua análise. O ato é complexo não porque a matéria ou o seu conteúdo é complexo e depende de análises técnicas e mais aprofundadas.

Como ressaltado, o ato complexo é o que decorre de manifestação de vontade de dois ou mais órgãos. Assim, o ato só se considera formado quando há as duas manifestações, uma delas apenas é insuficiente para dar existência ao ato, ou seja, muito embora haja duas manifestações de vontade, teremos apenas um ato. ´

Gabarito: Errado.

72. (ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – MPE/RR – CESPE/2008) Ato administrativo composto é o que resulta da manifestação de dois ou mais órgãos, em que a vontade de um é instrumental em relação à de outro, que edita o ato principal.

Comentário:

Como verificamos, o ato composto é aquele que resulta da manifestação de um só órgão, mas cuja produção dos efeitos depende da manifestação de outro órgão que o aprove.

Significa que há a manifestação de vontade de um órgão que dá surgimento ao ato principal, o qual precisa ser aprovado ou referendado por ato de outro órgão para produzir seus efeitos. Ex. todas as nomeações que

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dependem de sabatina no Senado (Ex.: nomeação do Procurador-Geral da República, Defensor Público-Geral Federal etc)

Observe que teremos um ato principal e um secundário ou instrumental. Assim, teremos duas vontades distintas, que formam atos distintos, sendo o segundo ato, de aprovação do principal.

Gabarito: Certo

73. (ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANTAQ – CESPE/2009) Considere que a ANTAQ tenha editado resolução que exija, como requisito para obtenção de autorização para o afretamento de embarcações estrangeiras, a prévia consulta sobre a disponibilidade de embarcações nacionais que possam fazer a navegação de cabotagem. Acerca dessa situação hipotética e dos atos administrativos a ela relacionados, julgue os itens que se seguem. *** Resoluções como a mencionada são classificadas como atos administrativos compostos, já que são formadas pela vontade de mais de um agente público.

Comentário:

Já vimos que o ato composto é formado por dois atos distintos. Um principal e outro acessório, que é instrumental ao principal.

Resolução é ato administrativo normativo, oriundo do poder normativo das agências que decorrem de delegação técnica.

Assim, as resoluções da ANTAQ, muito embora digam respeito de atividades complexas, é considerado ato simples, porém de natureza geral.

Gabarito: Errado.

74. (ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANAC – CESPE/2009) Um decreto assinado pelo chefe do Poder Executivo e referendado por um ministro de Estado e uma dispensa de licitação dependente de homologação por uma

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autoridade superior para produzir efeitos são exemplos, respectivamente, de ato complexo e ato composto.

Comentário:

De fato, no primeiro exemplo temos um ato composto. É o decreto um ato praticado pela soma de vontade de duas autoridades distintas, formando-se apenas este ato.

De outro lado, podemos dizer que a licitação é um procedimento administrativo prévio à contratação. Todavia, o ato que a dispensa deve ser homologado pela autoridade superior. Assim, temos um ato a dispensa que somente produzirá seus efeitos com a aprovação da autoridade superior, por isso ato é composto.

Gabarito: Certo.

75. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/ES – CESPE/2009) De acordo com a doutrina, as resoluções e as portarias editadas no âmbito administrativo são formas de que se revestem os atos gerais ou individuais, emanados do chefe do Poder Executivo.

Comentário:

Podemos, ainda, classificar os atos administrativos quanto ao seu destinatário, sendo gerais ou individuais. Gerais são aqueles que não possuem destinatários determinados, são abstratos e impessoais, ou seja, buscam atingir a todos que se enquadrem na mesma situação, indistintamente.

Os individuais possuem destinatários determinados, certos, ou seja, faz previsão de uma situação concreta, cuja beneficiário é determinado.

Assim, resoluções e portarias são exemplos de atos gerais e não individuais.

Gabarito: Errado.

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76. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJ/CE – CESPE/2008) É considerado um ato declaratório o reconhecimento à redução de um tributo por se ter um estabelecimento instalado em determinada região beneficiada por incentivos fiscais para o seu desenvolvimento, pois esse direito não existia antes do respectivo ato.

Comentário:

Ainda poderemos classificar os atos administrativos no tocante aos seus efeitos, quando teremos: ato constitutivo, extintivo, declaratório, alienativo, modificativo ou abdicativo.

Faço uma ressalva para tomarem muito cuidado com essa questão, pois a doutrina não é uniforme acerca da definição dada nessa classificação, havendo forte divergência entre os principais autores brasileiros.

Mas, de forma geral, vamos adotar o seguinte:

O ato constitutivo é aquele que cria uma nova situação jurídica para seu destinatário. Tem-se a criação de uma situação jurídica nova. Ex. nomeação de servidor, promoção do servidor, concessão de licença etc.

Ato extintivo ou desconstitutivo é aquele que põe fim, extingue, situações jurídicas existentes. Ex.: demissão, cassação de autorização.

Ato modificativo é o ato que tem por fim alterar situações já existentes, sem, contudo, suprimi-las.

Parte da doutrina entende que o ato constitutivo englobaria também os modificativos e extintos, conforme o entendimento da Profa. Di Pietro, segundo o qual o ato constitutivo é aquele pelo qual a Administração cria, modifica ou extingue um direito ou uma situação do administrado.

Ato declaratório é aquele que declara uma situação preexistente, visado preservar o direito declarado. Trata-se de mera certificação de fato

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ocorrido. Ex: certidão, atestado, homologação, anulação e apostilamento.

A Profa. Di Pietro entende que declaratório seria o ato que reconhece um direito que já existia antes do ato. Ex: uma isenção, admissão, licença etc.

Ato alienativo é o ato que trata de transferência de bens ou direitos de um titular a outro. Por isso, também é considerado ato modificativo.

Ato abdicativo são os atos por meio o administrado abre mão, abdica de um determinado direito.

A Profa. Di Pietro ainda cita os atos enunciativos, nos quais a Administração apenas atesta, reconhece determinado fato ou emite juízo de conhecimento ou opinião, separando-o dos declaratórios, como exemplo as certidões, declarações, pareceres etc.

Assim, na hipótese não se trata de um ato declaratório, já que o direito não existia anteriormente, ou seja, ao ser determinada uma área que fora concedido benefício fiscal, instituiu-se uma nova situação jurídica. Então, temos um ato constitutivo.

Gabarito: Errado.

77. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJ/CE – CESPE/2008) Se a administração do município conceder alvará de funcionamento para um tipo de estabelecimento, de acordo com as exigências legais, contra os interesses particulares dos moradores de determinado local, tendo como objetivo o aumento da arrecadação tributária, o Poder Judiciário estará autorizado a decretar a nulidade do ato, por ser ele vinculado, e não discricionário.

Comentário:

O Alvará é o instrumento pelo qual a Administração Pública confere licença ou autorização para a prática de ato.

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A licença é, como regra, ato administrativo vinculado na medida em que ao serem preenchidos os requisitos legais, a Administração deverá concedê-la, não cabendo a análise acerca da conveniência, a não ser de atendimento aos requisitos legais. Ex.: Licença para exercício de profissão, licença para dirigir (habilitação), licença para funcionamento de estabelecimento comercial (alvará de funcionamento).

De outro lado, a autorização é ato discricionário e precário, ou seja, a concessão dependerá da conveniência e oportunidade, podendo ser revogado a qualquer tempo, ou seja, ainda que o indivíduo atenda aos requisitos necessários para se conferi-la, dependerá da conveniência e oportunidade da Administração para concedê-la, que poderá, a qualquer momento, revogá-lo. Ex.: autorização para porte de arma, autorização para prestar serviço de condutor autônomo (taxi).

Assim, acaso a Administração municipal conceda alvará de funcionamento para certo estabelecimento (ato vinculado), porque atendidas as exigências legais, mesmo que seja contrário aos interesses particulares dos moradores dessa localidade, e tendo como objetivo o aumento da arrecadação tributária, não poderá o Poder Judiciário decretar a nulidade do ato, independentemente de ser vinculado ou discricionário.

Tome cuidado, no entanto, que na Lei Geral de Telecomunicações há previsão de autorização da prestação de serviço público de telecomunições como ato vinculado.

Gabarito: Errado.

78. (ASSESSOR TÉCNICO JURÍDICO – TCE/RN – CESPE/2009) Atos administrativos enunciativos são aqueles em que a administração certifica ou atesta um fato ou emite um juízo de valor acerca de determinado assunto, como, por exemplo, as certidões e os atestados.

Comentário:

Essa questão trata das espécies de atos administrativos, que são as seguintes:

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a) atos normativos: são atos gerais e abstratos que visam explicitar a maneira correta da aplicação da norma no âmbito administrativo. (Ex. regulamentos, decretos, resoluções administrativas, instruções normativas, deliberações e portarias de conteúdo geral).

b) atos ordinatórios: são os atos emanados da hierarquia administrativa que estabelecem ordem, organização e o funcionamento da Administração, bem como da conduta funcional de seus agentes. (Exemplo: circulares, avisos, portarias, ordens de serviços, ofícios e despachos).

c) atos negociais: são atos administrativos contendo uma declaração de vontade da Administração coincidente com a pretensão do particular, ou seja, são declarações de vontade da Administração que geram efeitos pretendidos pelo interessado. (Ex: Licença, autorização, permissão, aprovação, visto, homologação).

d) atos enunciativos: são os atos que atestam, certificam, enunciam ou declaram um fato ou situação, bem como transmitem opinião da Administração sobre determinado assunto. Todavia, não são emanações da manifestação unilateral de vontade da Administração, tampouco vinculativos. (Ex: certidões, atestados, pareceres opinativos)

e) atos punitivos: são atos que contêm imposição de sanção, penalidade àqueles que vinculados à Administração infringiram alguma disposição legal ou contratual, ou seja, são atos que têm a finalidade de punir ou reprimir infrações administrativas. (Ex: advertência, demissão, multa contratual)

Gabarito: Certo.

79. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TJDFT – CESPE/2008) Mesmo nos atos discricionários, não há margem para que o administrador atue com excessos ou desvio de poder, competindo ao Poder Judiciário o controle cabível.

Comentário:

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Vimos que, quanto à liberdade de atuação, o ato administrativo poderá ser vinculado ou discricionário.

É vinculado quando todos os requisitos e condições de sua realização estão fixados na lei, não havendo margem de liberdade, escolha, de modo a proceder à avaliação da conveniência e oportunidade para a prática do ato. Ex. licença paternidade, eis que ao nascer o filho do servidor este, automaticamente, saíra em licença.

De outro lado, é discricionário o ato em que há margem de liberdade para atuação do administrador, cabendo-lhe decidir acerca da conveniência e oportunidade em se praticar o ato. Exemplo: concessão de férias que poderá ser de acordo com a conveniência e oportunidade da administração.

Com efeito, em quaisquer desses atos, é possível verificarmos se o agente utiliza o poder que lhe fora conferido de acordo com os ditames legais ou adota conduta ilegítima (abuso de poder). Como ressaltamos, o uso ilegítimo do poder, denominado abuso de poder, pode se apresentar de duas formas: excesso de poder e o desvio de poder (desvio de finalidade).

Ocorre o excesso de poder quando o agente atua fora ou além dos limites da competência que lhe foi atribuída. O desvio de poder ocorre quando o agente, muito embora seja competente, atua em descompasso com a finalidade estabelecida em lei para a prática de certo ato.

O desvio de poder também é conhecido como desvio de finalidade, ou seja, conduta do agente público que dá finalidade ao ato administrativo diverso daquele previsto, expressa ou implicitamente, na lei.

Com efeito, aplicar suspensão não por falta administrativa, mas por sentimento de perseguição, por exemplo.

Assim, em qualquer das situações de abuso há ilícito administrativo (além de ilícito penal, Lei nº 4.898/65), visto que o abuso de poder afronta o princípio

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da legalidade, sujeitando-se, portanto, ao controle administrativo (autotutela) ou judicial (mandado de segurança, por exemplo).

Gabarito: Certo.

80. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJDFT – CESPE/2008) A revogação, a anulação e a cassação são formas de extinção de um ato administrativo por meio de outro ato do Poder Público.

Comentário:

Aqui devemos conhecer as formas de extinção do ato administrativo e como se processam.

Com efeito, Celso Antônio Bandeira de Mello esclarece que o ato administrativo pode ser extinto por diversos motivos, seja o ato eficaz ou ineficaz, podendo ocorrer sua extinção de forma natural ou por vício que o inquine de ilegalidade ou ilegitimidade, podendo, ademais, serem retirados por razões de mérito administrativo.

Assim, com suporte nessa lição, podemos apresentar as seguintes formas de extinção do ato administrativo:

• Extinção natural • Extinção subjetiva • Extinção objetiva • Retirada • Renúncia

Assim, a extinção natural, ou seja, a extinção por ter o ato administrativo cumprido seus efeitos ocorrerá quando:

a) o ato esgotou seu conteúdo jurídico, ou seja, quando já surtiu todos os seus efeitos (ex. viagem realizada a serviço, férias gozadas);

b) houve a execução material, isto é, quando o ato alcançou seu objetivo,

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de modo que a providência que havia sido determinada fora executada (a execução de uma ordem de demolição de um prédio);

c) por implemento de condição resolutiva ou termo final. No primeiro caso quando se dá um evento futuro e incerto elencado pelo ato como fator extintivo de seus efeitos (ex.: um servidor que assume um cargo comissionado, sob a condição de permanecer até que seja feito novo concurso e o aprovado venha assumir o cargo naquele setor). No segundo, quando ocorrer um evento futuro e certo descrito como fator de extinção do ato (Ex.: concedo licença capacitação para o servidor a ser exercida até o mês de maio).

A extinção subjetiva, ou seja, por desaparecimento do sujeito ocorre quando desaparece o sujeito beneficiário do ato (falecimento do servidor que obteve autorização para realizar certo curso, ou do candidato nomeado para cargo público, ou, ainda, falência da sociedade que recebeu alvará de funcionamento, por exemplo),

A extinção objetiva ocorre quando há o desaparecimento do próprio objeto do ato. Exemplo: destruição pelas chuvas de imóvel que estava invadindo área pública e, por isso, seria derrubado pela Administração).

De outro lado, haverá a extinção do ato administrativo pela retirada nos casos de: revogação, anulação, cassação, caducidade, contraposição.

Dá-se a cassação quando as condições ou requisitos que foram estabelecidos para a prática do ato restaram desatendidas pelo beneficiário, quando deveriam ser observadas a fim de que pudesse continuar desfrutando dos benefícios decorrentes do ato. (autorização para porte de arma, contudo, posteriormente, o agente sofreu condenação criminal, restando, portanto, as condições estabelecidas para tal autorização desatendidas, de maneira que incidirá o poder de cassar a autorização anteriormente dada).

A caducidade ocorre porque sobreveio norma que não se permite mais os efeitos do ato antes autorizado. Trata-se, portanto, de norma superveniente contrária à que permitia a prática do ato. Exemplo de mudança de locais

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que eram destinados a espetáculos em virtude de nova lei de zoneamento. Assim, aqueles que tinham autorização para realizar espetáculo em tal local, assim, o ato caducou, de modo que já não poderá mais se apresentar ali.

A contraposição diz respeito à prática de novo ato administrativo, cuja competência é diversa do que gerou o ato anterior, porém o conteúdo é ditado em contradição ao daquele. Ex. Um superior hierárquico de um setor X concede diárias para um subordinado realizar um curso oferecido pela Administração. No entanto, após a autorização, a autoridade desse órgão baixa uma portaria determinando que não será autorizada a realização de cursos fora da sede.

Por fim, a renúncia, como causa de extinção do ato, ocorrerá quando houver a rejeição pelo próprio beneficiário da situação jurídica que lhe era favorável, decorrente do ato administrativo praticado, tal como no caso de renúncia à promoção, renúncia à remoção a pedido etc.

A doutrina, ademais, denomina invalidação a extinção do ato administrativo pela Administração por motivos de ilegalidade ou de mérito, ou seja, seria a extinção por anulação do ato ou por revogação.

Particularmente não gosto de utilizar o termo invalidação, pois nos provoca um pensamento contrário à validade, e daí que o ato inválido seria ilegal. Mas, essa expressão é utilizada, com freqüência, para tratar das duas situações, ou seja, da anulação e da revogação.

A revogação é a extinção do ato administrativo por não mais se coadunar com os interesses perseguidos pela Administração na consecução do interesse público. Trata-se de reavaliação dos critérios de conveniência e oportunidade na manutenção do ato.

Com efeito, verificando-se que o ato não atende mais os anseios coletivos, tornando-se inconveniente ou mesmo inoportuno, surge para a Administração a possibilidade de retirá-lo do mundo jurídico por força de revogação, praticando um novo ato nesse sentido.

Assim, diz-se que a revogação é expressa quando o novo ato diz

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peremptoriamente que fica revogado o ato anterior, e é implícita ou tácita quando o novo ato trata do mesmo conteúdo disposto no ato anterior.

É bom ressaltar que o competente para revogar é a mesma autoridade que praticou o ato a ser revogado, tendo por objeto, em regra, um ato válido, pois na revogação não se discute a legalidade e legitimidade do ato, apenas se este atende aos anseios da coletividade no sentido de ser oportuno ou conveniente.

É importante ressaltar que a revogação do ato administrativo opera-se sempre de forma exclusiva pela Administração Pública, de modo que os outros poderes não podem revogar ato emanado pelo juízo de mérito administrativo, ressalvado, por óbvio, se o ato administrativo emanou de suas funções atípicas.

Significa dizer que o Poder Judiciário não detêm competência para revogar ato administrativo de outro poder, podendo, contudo, revogar seus próprios atos administrativos, quando agindo na função administrativa.

A revogação tem por fundamento o poder discricionário da autoridade administrativa em praticar o ato. Assim, se tem poder para praticá-lo segundo a conveniência e oportunidade, também terá o poder de reavaliar tal juízo em momentos futuros.

Por se tratar, portanto, de poder que incide sobre ato válido, a revogação deverá operar apenas para frente, de modo que seus efeitos são ex nunc, ou seja, futuros – dali para frente, não alcançado as relações pretéritas.

Desse modo, os efeitos pretéritos do ato são mantidos até a incidência do ato revogador, quando a partir de então não se verificará mais a incidência do ato revogado.

Existem, no entanto, situações que não admite revogação, que denominamos de limites à revogação. Assim, são insuscetíveis de revogação:

a) Atos que a lei declare irrevogáveis, eis que o princípio da legalidade deve

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ser observado pela Administração, de modo que se a lei diz que não se permite a revogação não surge para a Administração a possibilidade de avaliação da conveniência e oportunidade no tocante à manutenção do ato.

b) Atos consumados, ou seja, os atos que já exauriram seus efeitos. É que por terem alcançado seu objetivo e concretizado seus efeitos, não se pode modificar aquilo que não produz mais efeito algum. (Ex.: ato que concede férias, doravante, ante a necessidade do serviço, se quer revogá-la, porém essa já foi usufruída)

c) Direito adquirido, conforme a proteção constitucional (art. 5º, inc. XXXVI, CF/88) de que a lei não retroagirá para violar o direito adquirido. Assim, se a lei não pode violar o direito adquirido, menos ainda o ato administrativo, por isso, não pode ser revogado o direito adquirido.

d) Atos vinculados na medida em que em tais atos não se realiza a avaliação de conveniência e oportunidade, ou seja, não há margem de discricionariedade, visto que os elementos motivo e objeto estão dispostos na lei, ou seja, o mérito é determinado pela lei (mérito legal).

e) Meros atos administrativos, ou seja, os atos administrativos que simplesmente enunciam determinadas situações de fato ou de direito (certidões, pareceres, atestados etc). Por óbvio, tais atos não podem ser revogados, porque apenas informam ou certificam dado fato, já ocorrido.

f) Atos integrante de procedimento administrativo uma vez que ao se praticar o ato futuro, ocorreu a preclusão do ato passado, tendo em vista a relação de sucessão entre os atos.

Outrossim, no tocante aos vícios incidentes sobre a legalidade ou legitimidade, passa-se pelo estudo da anulação do ato. Anulação, portanto, é a extinção do ato administrativo por razões de ilegalidade, ou seja, por estar o ato em desconformidade com as determinações constantes do ordenamento jurídico.

Diferentemente da revogação, a anulação tanto poderá ser declarada pela

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Administração, em decorrência de seu poder de autotutela, consoante a dicção das Súmulas 346 e 473 do Supremo Tribunal Federal e artigo 54 da Lei nº 9.784/99, quanto pelo Poder Judiciário por força do controle judicial, nos termos do art. 5º, inc. XXXV, da Constituição/1988.

A anulação do ato pode ocorrer por motivo de ilegitimidade ou ilegalidade, por isso, os seus efeitos são retroativos, de maneira a fulminar o ato desde o seu nascedouro, ou seja, efeitos ex tunc.

No entanto, conforme a Lei nº 9.784/99 (Lei Processo Administrativo) os atos que apresentarem defeitos sanáveis, poderão ser convalidados, nos termos do art. 55 que assim dispõe: “em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiro, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração”.

Portanto, conforme ministra José dos Santos Carvalho Filho, “regra geral deve ser a da nulidade, considerando-se assim graves os vícios que inquinam o ato, e somente por exceção, pode dar-se a convalidação de ato viciado, tido como anulável”.

Assim, devemos entender a convalidação.

A convalidação ou saneamento é o ato administrativo pelo qual se supre o vício do ato ilegal, de modo a validá-lo com efeitos retroativos, ou seja, ab initio. Com efeito, de acordo com a Lei nº 9.784/99, podemos dizer que há duas hipóteses em que se permite a convalidação:

a) Pelo decurso de prazo (decadência) b) Por ato da Administração

Nesse sentido, observem as disposições contidas nos arts. 54 e 55 da Lei nº 9.784/99:

Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de

que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco

anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada

má-fé.

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Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao

interesse público nem prejuízo a terceiro, os atos que apresentarem

defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria

Administração.

Assim, na primeira hipótese, ou seja, pelo decurso de prazo, qualquer vício existente em ato administrativo, uma vez alcançado o prazo decadencial de cinco anos, e beneficiário esteja de boa-fé ficará convalidado.

Por isso, é importante destacar que se o terceiro, beneficiário do ato, estiver de má-fé, o ato não se convalida pelo decurso do prazo, ou seja, não haverá a incidência do prazo para anulação.

Outrossim, na segunda hipótese, convalidação por ato administrativo, ou seja, decisão administrativa, entende-se que se trata de ato discricionário, pois a Administração poderá convalidar ou não. Significa que temos um ato nulo, porém o vício é considerável sanável.

Nesta última hipótese, podemos dizer que aderiu o Direito Administrativo, a partir da Lei nº 9.784/99, à teoria dualista dos atos jurídicos, ou seja, existência de ato jurídico nulo e anulável. São anuláveis os atos passíveis de saneamento e nulos os que não se convalidam.

Todavia, é preciso compreender um pouco mais isso. Não é verdade que temos atos nulos e anuláveis, nos mesmos moldes do Código Civil. Lá temos atos que a Lei diz serem nulos e atos que a lei diz serem anuláveis. Acabamos de ver que mesmo diante de atos nulos, pode haver a convalidação por força do tempo.

Então o que permitiu a Lei nº 9.784/99 é que mesmo diante do ato nulo, possa ser corrigido o vício, pois este é sanável. Por isso, eu sempre entendi que estamos diante de uma teoria dualista mitigada ou especial.

É importante, então, dizer que nem todos os atos são passíveis de convalidação. Com efeito, não se admite a convalidação acerca dos elementos finalidade, motivo e objeto.

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Podem ser convalidados os vícios relativos à competência quando inerente ao sujeito, ou seja, ato praticado por sujeito incompetente, desde que não seja competência exclusiva ou determinada pela matéria.

Por fim, poderá ser convalidado o vício de forma, se esta não for da essência do ato.

Gabarito: Certo.

81. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRT 5ª REGIÃO – CESPE/2008) O Poder Judiciário pode revogar seus próprios atos administrativos e anular os atos administrativos praticados pelo Poder Legislativo.

Comentário:

Essa questão é muito boa. Percebam que o Poder Judiciário somente não poderá revogar ato administrativo praticado por outro poder.

Todavia, quando se tratar de ato praticado por ele mesmo, caberá a revogação por parte dessa autoridade administrativa. Quer dizer que o mesmo órgão do Poder Judiciário que praticou o ato poderá revogá-lo.

Outrossim, cabe ao Poder Judiciário o exame de legalidade de quaisquer atos administrativos, emanados de quaisquer dos Poderes.

Gabarito: Certo.

82. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRT 5ª REGIÃO – CESPE/2008) A revogação de ato administrativo por motivo de conveniência e oportunidade deve respeitar os direitos eventualmente adquiridos.

Comentário:

Então, como ressaltado, há limites ao poder de a Administração Pública

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revogar seus atos discricionários, dentre eles a ocorrência de direito adquirido.

Direito adquirido, conforme previsto no art. 5º, inc. XXXVI, CF/88 é aquele que já se incorporou a esfera de patrimônio do indivíduo. Assim, se já houve a incorporação ao seu patrimônio não pode a Administração revogá-lo, por entender que não é mais conveniente e oportuna a manutenção do ato.

Chamo atenção para o seguinte. Não é que a Administração não poderá revogar de modo algum, ele poderá revogar o ato, porém em relação àquele que o ato gerou direito adquirido, tais efeitos restarão mantidos pela Administração.

Gabarito: Certo.

83. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRT 5ª REGIÃO – CESPE/2008) A revogação do ato administrativo ocorre por motivo de conveniência e oportunidade e opera efeitos ex nunc.

Comentário:

A revogação é a avaliação sobre o mérito do ato administrativo, ou seja, se o ato administrativo é conveniente e oportuno. De modo que sempre será uma análise do presente para o futuro, ou seja, do momento da avaliação para frente, não alcançando os efeitos pretéritos do ato.

Por isso, a revogação não gera efeitos retroativos, só pró-ativos, ou seja, ex nunc.

Gabarito: Certo.

84. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/CE – CESPE/2010) Como faculdade de que dispõe a administração para extinguir os atos que considera inconvenientes e inoportunos, a revogação pode atingir tanto os atos discricionários como os vinculados.

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Comentário:

A revogação só alcança os atos discricionários, eis que é um juízo de mérito no sentido de avaliar a conveniência e oportunidade do ato.

O ato vinculado não é passível de revogação na medida em que não há essa liberdade para o agente.

Gabarito: Errado.

85. (JUIZ DO TRABALHO – TRT 1ª REGIÃO – CESPE/2010) O pressuposto da revogação é o interesse público, razão pela qual ela incide sobre atos válidos e inválidos que a administração pretenda abolir do rol de normas jurídicas, em razão dos inconvenientes e dos malefícios que causem à coletividade.

Comentário:

A revogação só alcança os atos discricionários e válidos. Se o ato é inválido, deverá ser anulado.

Gabarito: Errado.

86. (OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA – ABIN – CESPE/2010) A revogação de um ato revogador não restaura, automaticamente, a validade do primeiro ato revogado.

Comentário:

Quando um ato é nulo, de fato faz ressurgir o que ele antes havia revogado. Todavia, quando se revogado um ato, os efeitos são prospectivos, de modo que não se restaura o ato revogado anteriormente por este ato agora também revogado, salvo se houver expressa determinação para isto. (É como a repristinação)

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Gabarito: Certo.

87. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIO – TJ/CE – CESPE/2008) A revogação de ato administrativo ocorre por manifestação bilateral de vontade, ou seja, por vontade da administração e do administrado.

Comentário:

A revogação não depende de qualquer manifestação de vontade do administrado. É uma análise exclusiva do administrador em se avaliar a conveniência e oportunidade do ato administrativo. Portanto, tal avaliação somente cabe ao administrador, sendo ato unilateral da Administração.

Gabarito: Errado.

88. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIO – TJ/CE – CESPE/2008) Um ato administrativo pode ser revogado se ofender direito líquido e certo de particular.

Comentário:

Direito líquido e certo é aquele que é demonstrado de plano, ou seja, se apresenta certo na sua existência, delimitado na sua extensão e apto a ser exercido no momento da sua apresentação, ou seja, tem o suporte legal de sua existência.

Assim, um ato administrativo que ofenda direito líquido e certo, terá um vício de legalidade ou legitimidade.

Com efeito, os atos administrativos que contenham vício de legalidade ou legitimidade deverão ser anulados, não revogados, pois revogação é extinção do ato por razões de oportunidade e conveniência.

Gabarito: Errado.

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89. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRT/17ª REGIÃO – CESPE/2009) De acordo com a teoria dos motivos determinantes, os atos administrativos, quando tiverem sua prática motivada, ficam vinculados aos motivos expostos, para todos os efeitos jurídicos. Havendo desconformidade entre os motivos e a realidade, ou quando os motivos forem inexistentes, a administração deve revogar o ato.

Comentário:

E aí, e agora? Poderemos revogar ou não?

Lembre-se, mais uma vez, somente poderá ser revogado o ato administrativo que não contenha vício de legalidade. Se for ilegal, por qualquer motivo, o ato será anulado e nunca revogado.

Gabarito: Errado.

90. (TABELIÃO – TJDFT – CESPE/2008) O STF, em posição já tradicional de sua jurisprudência, classificou os atos administrativos eivados de vícios em ilegais, inconvenientes ou inoportunos, dizendo serem os ilegais passíveis de anulação, e os últimos, de revogação, mas, em qualquer dos casos, os direitos existentes devem ser sempre respeitados, por terem sido incorporados na esfera jurídica do indivíduo.

Comentário:

Sabemos que poderá a administração anular seus atos ilegais, e somente respeitar os direitos existentes se decorridos cinco anos da prática de tal ato, e o beneficiário estiver de boa-fé (decadência do direito de anular o ato).

Assim, não transcorrido tal prazo ou verificada a má-fé do beneficiário poderá ser anulado o ato, mesmo que tenha gerado efeitos favoráveis a terceiros.

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Gabarito: Errado.

91. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – STJ – CESPE/2008) Ainda que um ato praticado pela administração tenha observado todas as formalidades legais, ela poderá revogá-lo se julgar conveniente, desde que respeite os direitos adquiridos por ele gerados.

Comentário: Não se admite a revogação no tocante aos seguintes atos: a) que a lei declare irrevogáveis; b) atos consumados; c) direito adquirido; d) atos vinculados; e) Meros atos administrativos, e; f) Atos integrante de procedimento administrativo.

Assim, conforme art. 53, Lei nº 9.784/99, a Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.

Gabarito: Certo.

92. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/BA – CESPE/2010) Apesar de o ato de revogação ser dotado de discricionariedade, não podem ser revogados os atos administrativos que geram direitos adquiridos.

Comentário: Novamente, temos a mesma questão. Vê como é rotineira a abordagem desse tema.

Assim, não se admite a revogação no tocante aos seguintes atos: a) que a lei declare irrevogáveis; b) atos consumados; c) direito adquirido; d) atos vinculados; e) Meros atos administrativos, e; f) Atos integrante de procedimento administrativo.

Gabarito: Certo.

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93. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/RJ – CESPE/2008) O ato administrativo pode ser revogado por ter perdido sua utilidade.

Comentário: Então, é isso mesmo. Os atos administrativos serão revogados quando não forem mais úteis, ou seja, quando não forem mais convenientes e oportunos, de modo que perderam a utilidade para a Administração.

Gabarito: Certo.

94. (ANALISTA DE TRANSPORTES – ADVOGADO – CETURB/ES – CESPE/2010) A revogação de atos pela administração pública, por motivos de oportunidade e conveniência, possui limitação de natureza temporal, como, por exemplo, o prazo qüinqüenal previsto na Lei n° 9.784/1999, no entanto não possui natureza material.

Comentário:

O prazo decadencial de cinco anos, previsto na Lei nº 9.784/99, art. 54, é para anular o ato administrativo que contenha vício de legalidade. Quanto à revogação não há previsão de prazo, ou seja, não possui limitação temporal, mas apenas limitações materiais.

Gabarito: Errado.

95. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TJDFT – CESPE/2008) A possibilidade da análise de mérito dos atos administrativos, ainda que tenha por base os princípios constitucionais da administração pública, ofende o princípio da separação dos poderes e o estado democrático de direito.

Comentário:

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Não se deve confundir a análise de conveniência e oportunidade do mérito do ato administrativo, com o próprio mérito do ato administrativo. Diz-se que o mérito do ato administrativo é verificado nos elementos motivo e objeto, pois é aqui que cabe, nos atos discricionários, a liberdade de atuação do administrador público.

Assim, poderá o Poder Judiciário ou mesmo o Legislativo verificar a legalidade, por exemplo, dos elementos motivo e objeto, ainda que o ato seja discricionário. Pode, inclusive, verificar se o ato discricionário, em seu mérito, observa os princípios da razoabilidade e proporcionalidade.

Gabarito: Errado.

96. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIO – TJ/CE – CESPE/2008) O Poder Judiciário pode revogar ato administrativo por não considerar sua edição oportuna.

Comentário:

Uma dica. O CESPE adora perguntar se cabe ao Poder Judiciário revogar o ato administrativo. Sabemos que somente o administrador, portanto, a Administração Pública, pode realizar a análise de conveniência e oportunidade.

Assim, não cabe ao Judiciário revogar ato administrativo sob o fundamento de que não era oportuno. Poderá anular, se existir, algum vício que o inquine de nulidade.

Gabarito: Errado.

97. (ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – MPE/RR – CESPE/2008) Os atos administrativos podem ser revogados pelo Poder Judiciário.

Comentário:

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Então, vimos que o Poder Judiciário somente poderá revogar os seus próprios atos administrativos, ou seja, quando o Poder Judiciário atuar na sua função atípica administrativa, poderá revogar seus próprios atos.

No entanto, quando se fala em Poder Judiciário, sem qualquer ressalva, está se perquirindo a sua atuação típica, de modo que não cabe ao Poder Judiciário assumir a função do administrador, atuando como seu substituto.

Por isso, não é permitido ao Poder Judiciário revogar os atos administrativos. Não significa dizer, entretanto, que não poderá o Judiciário verificar os elementos motivo e objeto, ou seja, o mérito do ato administrativo discricionário, no tocante aos limites da legalidade.

Com efeito, poderá verificar se tais elementos são proporcionais ou razoáveis, de modo que se não o forem, poderá anular o ato administrativo, mas jamais revogá-lo.

Gabarito: Errado.

98. (ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANAC – CESPE/2009) A revogação, possível de ser feita pelo Poder Judiciário e pela administração, não respeita os efeitos já produzidos pelo ato administrativo.

Comentário:

Vimos que os efeitos já produzidos não são alcançados pela revogação, pois a revogação só opera efeitos futuros. Gabarito: Errado.

99. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TJDFT – CESPE/2008) O Poder Judiciário poderá exercer amplo controle sobre os atos administrativos discricionários quando o administrador, ao utilizar-se indevidamente dos critérios de conveniência e oportunidade, desviar-se da finalidade de persecução do interesse público.

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Comentário:

Como disse o CESPE simplesmente adora perguntar isso. Só que aqui tome cuidado, pois quer nos enganar, ou seja, levar ao erro.

O Poder Judiciário poderá exercer amplo controle sobre os atos discricionários quando este tiver algum vício de legalidade nos seus elementos, em qualquer deles. Ou seja, tanto nos elementos ditos vinculados, quanto naqueles que podem ser discricionários é possível o controle judicial.

Veja que, em que pese o administrador utilizar-se do critério de conveniência e oportunidade, que não seria passível de apreciação pelo Judiciário, desviou da finalidade legal, significa dizer que tal avaliação violou o elemento finalidade, sendo, portanto, o ato nulo.

Assim, cabe ao Judiciário verificar se o mérito do ato (conveniência e oportunidade) respeita os fins perseguidos pela lei, senão, o ato é passível de anulação, por desvio de finalidade.

Gabarito: Certo.

100. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJ/CE – CESPE/2008) No controle dos atos administrativos, a regra aplicável ao Poder Judiciário é examiná-los sob o prisma da legalidade e, quanto ao mérito, apreciar sua conveniência e oportunidade, sobretudo em se tratando de atos motivados, o que importa dizer que são passíveis de anulação, independentemente de eventuais lesões aos cofres públicos.

Comentário:

Cabe a Administração Pública realizar o exame de legalidade ou de mérito do ato administrativo. Todavia, ao Judiciário não compete analisar o mérito do ato administrativo, de modo a substituir o administrador público na avaliação de conveniência e oportunidade da prática do ato.

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Outrossim, preciso enfatizar que o Poder Judiciário poderá analisar os elementos que compõe o mérito do ato administrativo, de forma a verificar se foram praticados dentro dos limites legais (razoabilidade e proporcionalidade), ou seja, exame de legalidade. Não poderá é realizar a análise do mérito do ato administrativo.

Acerca da motivação, o que se poderá analisar é se os motivos declarados existem ou não, se são verdadeiros ou falsos. Acaso sejam falsos ou inexistentes, conforme a teoria dos motivos determinados, os motivos adotados vinculam a Administração, de modo que se inexistentes ou falsos, o ato é nulo.

Gabarito: Errado.

101. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÕES – DPU – CESPE/2010) Os atos administrativos discricionários, por sua própria natureza, não admitem o controle pelo Poder Judiciário.

Comentário:

Como destaquei, o Poder Judiciário poderá analisar os elementos que compõe o mérito do ato administrativo, de forma a verificar se foram praticados dentro dos limites legais (razoabilidade e proporcionalidade), ou seja, exame de legalidade. Não poderá é realizar a análise do mérito do ato administrativo, ou seja, realizar o exame de conveniência e oportunidade que é exclusivo do administrador público.

Ademais, precisamos lembrar que o ato discricionário possui elementos vinculados (competência, finalidade e forma) de modo que tais elementos podem ser objeto de apreciação do Poder Judiciário, que poderá anular o ato por vício de legalidade.

O que o Poder Judiciário, no exercício de sua função típica, não pode fazer é revogar ato administrativo.

Gabarito: Errado.

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102. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO SOCIAL – RELAÇÕES PÚBLICAS – MPS – CESPE/2010) É permitido ao Poder Judiciário avaliar e julgar o mérito administrativo de ato proveniente de um administrador público.

Comentário:

Olha aí, a mesma questão!! Moleza, moleza. Pois é, não é dado ao Poder Judiciário o poder de substituir o administrador, de modo que somente a este cabe a análise da conveniência e oportunidade de se realizar o ato administrativo discricionário.

Gabarito: Errado.

103. (ANALISTA TÉCNICO-ADMINISTRATIVO – MS – CESPE/2010) No controle dos atos discricionários, os quais legitimam espaço de liberdade para o administrador, o Poder Judiciário deve, em regra, limitar-se ao exame da legalidade do ato, sendo vedada a análise dos critérios de conveniência e oportunidade adotados pela administração.

Comentário:

E aí? Em outras palavras, o que acabei dizer é que em relação aos atos discricionários o Poder Judiciário deve, em regra, limitar-se ao exame da legalidade do ato, sendo vedada a análise dos critérios de conveniência e oportunidade adotados pela administração.

Gabarito: Certo.

104. (ANALISTA – ARQUIVOLOGIA – MPU – CESPE/2010) A legalidade dos atos administrativos vinculados e discricionários está sujeita à apreciação judicial.

Comentário:

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De fato, o que o Poder Judiciário, no controle judicial dos atos administrativos, seja vinculado ou discricionário, pode fazer é o exame de legalidade, ou seja, verificar se estão de acordo com o ordenamento jurídico, caso não estejam então deverá anulá-lo.

Gabarito: Certo.

105. (AFCE – TI – CESPE/2010) O Poder Judiciário pode, de ofício, apreciar a validade de um ato administrativo e decretar a sua nulidade, caso seja considerado ilegal.

Comentário:

Lembre-se que o Judiciário não atua de ofício, precisa ser provocado. Assim, mesmo diante de um ato ilegal, se não for provocado, o Judiciário não poderá anulá-lo de ofício.

Gabarito: Errado.

106. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRT 5ª REGIÃO – CESPE/2008) O prazo decadencial para a administração pública anular atos administrativos de efeitos patrimoniais contínuos renova-se periodicamente.

Comentário:

Lembremos que a Administração tem o prazo decadencial de cinco anos para anular os atos eivados de vício de legalidade. Tal prazo conta-se do momento em que o ato fora praticado.

Assim, se temos um ato de efeito contínuo, por exemplo, pagamento de um adicional ao servidor, referido prazo deve ser contado do primeiro pagamento, e não de cada ato de forma isolada.

Gabarito: Errado.

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107. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRT 5ª REGIÃO – CESPE/2008) Os atos administrativos podem ser anulados pela própria administração pública, sem que seja preciso recorrer ao Poder Judiciário.

Comentário:

A Administração Pública, conforme princípio da autotutela, pode por si mesma, independentemente de autorização judicial, anular seus atos administrativos, quando verificar vício de legalidade.

É a aplicação do art. 54 da Lei nº 9.784/99, segundo o qual a Administração tem o dever de anular os seus atos ilegais e poderá revogar os inoportunos e inconvenientes.

Gabarito: Certo.

108. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRT 17ª REGIÃO – CESPE/2009) O ato administrativo nulo, por ter vício insanável, opera sempre efeitos ex tunc, isto é, desde então. Dessa forma, mesmo terceiros de boa-fé são alcançados pelo desfazimento de todas as relações jurídicas que se originaram desse ato.

Comentário:

Observe que quer dizer que se o ato é nulo, o vício é originário, ou seja, nasceu com o ato, cabendo à Administração ou ao Judiciário apenas declará-lo, por isso os efeitos são pretéritos, isto é, desde a origem (ex tunc).

Assim, ex tunc é retroativo (desde a origem) e ex nunc é não retroativo (desde então). Para não ter mais dúvida disso, vou contar um método que uma aluna certa vez explicou.

Ela disse assim: “Professor, é simples. Basta que no momento da prova, usemos a cabeça! Quero dizer as mãos (risos). Uma para dar um tapinha na

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Testa e a outra para dar um na Nuca. Assim, quando damos um tapa na TESTA vamos para trás – EX-TESTA (Ex TUNC). Quando na NUCA (Ex NUCA), vamos para frente.” (risos).

Gabarito: Errado.

109. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÕES – DPU – CESPE/2010) Valendo-se de seu poder de autotutela, a administração pública pode anular o ato administrativo, sendo que o reconhecimento da desconformidade do ato com a lei produz efeitos a partir da própria anulação.

Comentário:

Então, como é? É a partir da própria anulação ou é retroativa? Ex nunc ou ex tunc?

A anulação é ex tunc, ou seja, retroativa, produzindo seus efeitos desde a origem do ato.

Gabarito: Errado.

110. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/ES – CESPE/2010) Pela conversão, a administração converte um ato inválido em ato de outra categoria, com efeitos retroativos à data do ato original.

Comentário:

Conforme explica Vicente Paulo, a conversão consiste em um ato privativo da administração pública mediante o qual ela aproveita um ato nulo de uma determinada espécie transformando-o, retroativamente, em um ato válido de outra categoria, pela modificação de seu enquadramento legal.

Gabarito: Certo.

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Então, é isso, meus amigos. Por hoje é só! Fiquem com Deus e um feliz 2011. Boas festas e ótimos estudos. Forte abraço.

Prof. Edson Marques

QUESTÕES SELECIONADAS

1. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJDFT – CESPE/2008) O conceito de ato administrativo engloba todas as ações emanadas da administração pública e sujeitas ao controle pelo Poder Legislativo.

2. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – TCU – CESPE/2008) Os atos praticados pelo Poder Legislativo e pelo Poder Judiciário devem sempre ser atribuídos à sua função típica, razão pela qual tais poderes não praticam atos administrativos.

3. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJ/CE – CESPE/2008) Os chamados atos administrativos não são necessariamente praticados pelos órgãos e entidades que compõem o Poder Executivo, que, por outro lado, pode praticar atos que não se caracterizam como administrativos. No primeiro caso, um exemplo é o contrato firmado pelo Poder Judiciário com uma entidade privada para a realização de concurso público; o segundo exemplifica-se com a concessão do indulto de Natal.

4. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO SOCIAL – REL. PÚBLICAS – MPS – CESPE/2010) Quando um banco estatal celebra, com um cliente, um contrato de abertura de conta-corrente, está praticando um ato administrativo.

5. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – TCU – CESPE/2008) São exemplos de atos administrativos relacionados com a vida funcional de servidores públicos a nomeação e a exoneração. Já os atos praticados pelos concessionários e permissionários do serviço público não podem ser alçados à categoria de atos administrativos.

6. (ANALISTA DE TRANSPORTES – ADVOGADO – CETURB/ES – CESPE/2010) Atos praticados pela administração valendo-se de suas prerrogativas e regido pelas normas de direito público são exemplos de atos administrativos, não podendo ser classificados, portanto, como atos da administração.

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7. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – TCU – CESPE/2008) O ato administrativo não surge espontaneamente e por conta própria. Ele precisa de um executor, o agente público competente, que recebe da lei o devido dever-poder para o desempenho de suas funções.

8. (TABELIÃO – TJDFT – CESPE/2008) O silêncio administrativo não significa ocorrência do ato administrativo ante a ausência da manifestação formal de vontade, quando não há lei dispondo acerca das conseqüências jurídicas da omissão da administração.

9. (JUIZ DO TRABALHO – TRT 1ª REGIÃO – CESPE/2010) Em obediência ao princípio da solenidade da forma, entendida esta como o meio pelo qual se exterioriza a vontade da administração, o ato administrativo deve ser escrito e manifestado de maneira expressa, não se admitindo, no direito público, o silêncio como forma de manifestação da vontade da administração.

10. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – ADMINISTRAÇÃO – TCE/AC – CESPE/2008) Um administrador cuja atribuição é determinada por lei é competente para a prática de ato administrativo, mas não o é o administrador cuja atribuição é determinada por regulamento ou portaria.

11. (OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA – ABIN – CESPE/2010) Considerando-se que, de acordo com a teoria do órgão, os atos praticados pelos agentes públicos são imputados à pessoa jurídica de direito público, é correto afirmar que os atos provenientes de um agente que não foi investido legitimamente no cargo, são considerados inexistentes, não gerando qualquer efeito.

12. (ANALISTA – ARQUIVOLOGIA – MPU – CESPE/2010) A competência constitui elemento ou requisito do ato administrativo vinculado, cabendo, entretanto, ao próprio órgão público estabelecer as suas atribuições.

13. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/RJ – CESPE/2008) A competência para a prática do ato administrativo, seja vinculado, seja discricionário, é condição para a sua validade, mas admite-se a delegação do seu exercício por vontade do delegante.

14. (AGENTE ADMINISTRATIVO – MPS – CESPE/2010) A competência é delegável,

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mas não é passível de avocação.

15. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – ADMINISTRAÇÃO – TCE/AC – CESPE/2008) A competência é um requisito personalíssimo do ato administrativo, não se admitindo delegação e avocação.

16. (OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA – ABIN – CESPE/2010) Caso o diretor-presidente de uma autarquia federal edite um ato, delegando a outro diretor a competência para julgar recursos administrativos, tal delegação será legal.

17. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO SOCIAL – RELAÇÕES PÚBLICAS – MPS – CESPE/2010) A delegação não transfere a competência, mas somente o exercício de parte das atribuições do delegante.

18. (PROCURADOR FEDERAL – AGU – CESPE/2010) O ato de delegação não retira a atribuição da autoridade delegante, que continua competente cumulativamente com a autoridade delegada para o exercício da função.

19. (ASSESSOR TÉCNICO JURÍDICO – TCE/RN – CESPE/2009) A edição de atos de caráter normativo, a decisão de recursos administrativos e as matérias de competência exclusiva do órgão ou da entidade não são objeto de delegação.

20. (AGENTE ADMINISTRATIVO – MPS – CESPE/2010) A edição de atos de caráter normativo é um dos objetos de delegação.

21. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRT 17ª REGIÃO – CESPE/2009) Em algumas circunstâncias, pode um agente transferir a outro funções que originariamente lhe são atribuídas, fato esse denominado delegação de competência. Entretanto, não se admite delegar a edição de atos de caráter normativo, a decisão de recursos administrativos e as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.

22. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – ADMINISTRAÇÃO – TCE/AC – CESPE/2008) A indicação de motivo pode ser dispensável em atos discricionários, como, por exemplo, em um ato de governador de estado publicado no diário oficial que exonera um secretário de estado do cargo que ocupa.

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23. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – ADMINISTRAÇÃO – TCE/AC – CESPE/2008) Atos vinculados não dependem de motivação para sua validade.

24. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/RJ – CESPE/2008) Quando o agente público explicita a motivação do ato administrativo discricionário, os motivos implicam vinculação apenas quanto aos fundamentos de direito.

25. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – ADMINISTRAÇÃO – TCE/AC – CESPE/2008) Segundo a teoria dos motivos determinantes, o ato discricionário, quando motivado, não fica vinculado ao motivo que lhe serviu de suporte.

26. (JUIZ DO TRABALHO – TRT 1ª REGIÃO – CESPE/2010) Segundo a teoria dos motivos determinantes, a motivação dos atos administrativos é sempre necessária, seja para os atos vinculados, seja para os discricionários, pois constitui garantia de legalidade que tanto diz respeito aos interessados como à própria administração.

27. (OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA – ABIN – CESPE/2010) Considere a seguinte situação hipotética. Um município estabeleceu que somente seriam concedidos alvarás de funcionamento a restaurantes que tivessem instalado exaustor de fumaça acima de cada fogão industrial. Na vigência dessa determinação, um fiscal do município atestou, falsamente, que o restaurante X possuía o referido equipamento, tendo-lhe sido concedido o alvará. Dias após a fiscalização, a administração verificou que não havia no referido estabelecimento o exaustor de fumaça. Nessa situação hipotética, considera-se nulo o alvará, dada a inexistência de motivo do ato administrativo.

28. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIO – TJ/CE – CESPE/2008) As razões explicitadas na motivação de um ato administrativo são determinantes na aferição da validade e da eficácia do ato em eventual exame pelo Poder Judiciário.

29. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – STJ – CESPE/2008) O administrador público pode praticar ato administrativo que contrarie jurisprudência do STJ, firmada em sentido contrário, desde que o faça de forma motivada, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos.

30. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – STJ – CESPE/2008) Como regra geral os atos administrativos devem ser motivados, com a clara indicação dos fatos e

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fundamentos, sendo, por esse motivo, vedadas as decisões orais.

31. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/RJ – CESPE/2008) O ato administrativo discricionário pode ser motivado após sua edição.

32. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRT 5ª REGIÃO – CESPE/2008) É dispensável a motivação para o ato administrativo quando este se destinar apenas a suspender outro ato anteriormente editado.

33. (AGENTE DE INTELIGÊNCIA – ABIN – CESPE/2008) Não viola o princípio da motivação dos atos administrativos o ato da autoridade que, ao deliberar acerca de recurso administrativo, mantém decisão com base em parecer da consultoria jurídica, sem maiores considerações.

34. (ANALISTA TÉCNICO-ADMINISTRATIVO – MS – CESPE/2010) Conforme afirma a doutrina prevalente, o ato administrativo será sempre vinculado com relação à competência e ao motivo do ato.

35. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRT 5ª REGIÃO – CESPE/2008) O ato administrativo de remoção de servidor público ocupante de cargo efetivo com o intuito de puni-lo caracteriza desvio de poder.

36. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRT/17ª Região – CESPE/2009) O desvio de finalidade do ato administrativo verifica-se quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência.

37. (PERITO MÉDICO PREVIDENCIÁRIO – INSS – CESPE/2010) A alteração da finalidade do ato administrativo expressa na norma legal ou implícita no ordenamento da administração caracteriza o desvio de poder.

38. (ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – MPE/RR – CESPE/2008) Determinado policial civil, valendo-se da prerrogativa que o cargo lhe assegura, ingressou em uma casa de espetáculos, na qual iria ocorrer um show de pagode, sem pagar o ingresso correspondente, sob o argumento de que, por ser policial, tem livre acesso a locais públicos e privados. Tendo como referência a situação descrita acima, julgue os itens a seguir, relativos a poderes e atos administrativos. Caso fique comprovado

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que o policial não estava no local em razão do serviço, mas apenas para assistir ao show, restará configurado desvio de finalidade.

39. (AFCE – TI – CESPE/2010) Sempre que a lei expressamente exigir determinada forma para que um ato administrativo seja considerado válido, a inobservância dessa exigência acarretará a nulidade do ato.

40. (ASSISTENTE ADMINISTRATIVO - MPE/RR – 2008) Os atos administrativos têm presunção de legitimidade e veracidade.

41. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/RJ – CESPE/2008) A presunção de legitimidade do ato administrativo transfere à administração o ônus de provar que o ato administrativo é legítimo.

42. (ANALISTA TÉCNICO-ADMINISTRATIVO – MS – CESPE/2010) Os atos administrativos gozam de presunção iuris et de iure de legitimidade.

43. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRT 5ª REGIÃO – CESPE/2008) A administração tem o ônus de provar a legalidade do ato administrativo sempre que ela for questionada judicialmente.

44. (ARQUITETO – CAIXA – CESPE/2010) O princípio da presunção de legitimidade que incide entre os atos administrativos caracteriza-se por presumir que toda atividade administrativa está em conformidade com a lei; no entanto, trata-se de presunção relativa, uma vez que o administrado pode contestá-la e provar o contrário.

45. (AGENTE ADMINISTRATIVO – AGU – CESPE/2010) No caso de um administrado alegar a existência de vício de legalidade que invalide determinado ato administrativo, esse indivíduo deverá fundamentar sua alegação com provas dos fatos relevantes, por força da obrigatoriedade de inversão do ônus da prova, originada no princípio da presunção de legitimidade do ato administrativo.

46. (CONTADOR – AGU – CESPE/2010) O ato administrativo, uma vez publicado, terá vigência e deverá ser cumprido, ainda que esteja eivado de vícios.

47. (ANALISTA DE TRANSPORTES – ADVOGADO – CETURB/ES – CESPE/2010) Os atos

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administrativos são dotados de presunção de veracidade e legitimidade, razão pela qual é vedado ao Poder Judiciário apreciar de ofício a validade de tais atos.

48. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/BA – CESPE/2010) Um dos efeitos do atributo da presunção de veracidade dos atos administrativos reside na impossibilidade de apreciação de ofício da validade do ato por parte do Poder Judiciário.

49. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÕES – DPU – CESPE/2010) Pelo atributo da presunção de veracidade, a validade do ato administrativo não pode ser apreciada de ofício pelo Poder Judiciário.

50. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJ/CE – CESPE/2008) Os atos administrativos possuem atributos típicos. Por exemplo, se alguém invade a área pública, estendendo os limites de suas instalações além do permitido para construção, caracteriza-se não apenas a exigibilidade, com o que se obriga ao cumprimento da obrigação sem a necessidade de recorrer ao Poder Judiciário, como também a executoriedade, pois a administração pode, por iniciativa própria, derrubar construção erigida em área pública.

51. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE-MT – CESPE/2010) A prefeitura de determinada cidade, por meio de seu órgão competente, fechou uma casa de espetáculos que funcionava sem alvará e em dissonância com as normas de ordem urbanísticas locais. O dono do estabelecimento rebelou-se contra o ato, sob o argumento de que, para tanto, a prefeitura deveria ter recorrido ao Poder Judiciário e pedido o fechamento da casa e não agido por conta própria. A situação hipotética descrita acima demonstra o atributo do ato administrativo denominado autoexecutoriedade.

52. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/ES – CESPE/2009) A autoexecutoriedade é atributo presente em qualquer ato administrativo.

53. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/BA – CESPE/2010) A autoexecutoriedade é um atributo de todos os atos administrativos.

54. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/ES – CESPE/2010) Todos os atos administrativos dispõem da característica da autoexecutoriedade, isto é, o ato, tão logo

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praticado, pode ser imediatamente executado, sem necessidade de intervenção do Poder Judiciário.

55. (AGENTE ADMINISTRATIVO – AGU – CESPE/2010) Nem todos os atos administrativos possuem o atributo da autoexecutoriedade, já que alguns deles necessitam de autorização do Poder Judiciário para criar obrigações para o administrado.

56. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJDFT – CESPE/2008) A imperatividade é o atributo pelo qual algumas espécies de atos administrativos se impõem a terceiros, mesmo que não haja sua concordância explícita.

57. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRT 5ª REGIÃO – CESPE/2008) Os atos administrativos não têm poder de coercibilidade em relação aos particulares, visto que ninguém está obrigado a fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude de lei.

58. (AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL – DPF/MJ – CESPE/2009) O princípio da presunção de legitimidade ou de veracidade retrata a presunção absoluta de que os atos praticados pela administração pública são verdadeiros e estão em consonância com as normas legais pertinentes.

59. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIO – TJ/CE – CESPE/2008) O ato administrativo é válido quando expedido em absoluta conformidade com as exigências do ordenamento jurídico.

60. (PERITO MÉDICO – INSS – CESPE/2010) O ato administrativo pode ser perfeito, válido e ineficaz.

61. (PERITO MÉDICO – INSS – CESPE/2010) O ato administrativo pendente pressupõe um ato perfeito.

62. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÕES – DPU – CESPE/2010) Quanto à exequibilidade, o denominado ato administrativo perfeito é aquele que já exauriu seus efeitos, tornando-se definitivo e não podendo mais ser impugnado na via administrativa ou na judicial.

63. (PROCURADOR FEDERAL – AGU – CESPE/2010) O ato administrativo pode ser

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inválido e, ainda assim, eficaz, quando, apesar de não se achar conformado às exigências normativas, produzir os efeitos que lhe seriam inerentes, mas não é possível que o ato administrativo seja, ao mesmo tempo, perfeito, inválido e eficaz.

64. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – STJ – CESPE/2008) Uma autarquia federal realizou concurso público para alguns cargos e fixou seu prazo de validade em apenas um ano, improrrogável. Nessa situação, nada há de irregular na conduta do mencionado ente público, pois se trata de ato discricionário.

65. (CONTADOR – AGU – CESPE/2010) O ato discricionário permite liberdade de atuação administrativa, a qual deve restringir-se, porém, aos limites previstos em lei.

66. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRT 5ª REGIÃO – CESPE/2008) A aposentadoria de cargo de provimento efetivo, por implemento de idade, é um ato administrativo discricionário.

67. (AGENTE DE INTELIGÊNCIA – ABIN – CESPE/2008) O prefeito de determinado município houve por bem desapropriar terreno com vistas a construir um hospital. No entanto, em vez de hospital, foi construída uma escola pública. Considerando a situação hipotética apresentada, julgue os itens seguintes, que dizem respeito aos atos administrativos. ** O decreto desapropriatório é considerado ato vinculado.

68. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIO – TJ/CE – CESPE/2008) O ato administrativo simples resulta da vontade de um órgão, mas depende da verificação por parte de outro órgão para se tornar exeqüível.

69. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/BA – CESPE/2010) Ato administrativo complexo é aquele que resulta do somatório de manifestações de vontade de mais de um órgão, por exemplo, a aposentadoria.

70. (ANALISTA DE TRANSPORTES – ADVOGADO – CETURB/ES – CESPE/2010) Segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), a aposentadoria seria exemplo de ato composto mesmo nos casos em que o tribunal de contas, no exercício do controle externo constitucionalmente previsto, aprecia a legalidade da própria concessão.

71. (ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – MPE/RR – CESPE/2008) Atos administrativos

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complexos são aqueles que demandam profunda análise do administrador público e estudos técnicos prévios.

72. (ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – MPE/RR – CESPE/2008) Ato administrativo composto é o que resulta da manifestação de dois ou mais órgãos, em que a vontade de um é instrumental em relação à de outro, que edita o ato principal.

73. (ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANTAQ – CESPE/2009) Considere que a ANTAQ tenha editado resolução que exija, como requisito para obtenção de autorização para o afretamento de embarcações estrangeiras, a prévia consulta sobre a disponibilidade de embarcações nacionais que possam fazer a navegação de cabotagem. Acerca dessa situação hipotética e dos atos administrativos a ela relacionados, julgue os itens que se seguem. *** Resoluções como a mencionada são classificadas como atos administrativos compostos, já que são formadas pela vontade de mais de um agente público.

74. (ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANAC – CESPE/2009) Um decreto assinado pelo chefe do Poder Executivo e referendado por um ministro de Estado e uma dispensa de licitação dependente de homologação por uma autoridade superior para produzir efeitos são exemplos, respectivamente, de ato complexo e ato composto.

75. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/ES – CESPE/2009) De acordo com a doutrina, as resoluções e as portarias editadas no âmbito administrativo são formas de que se revestem os atos gerais ou individuais, emanados do chefe do Poder Executivo.

76. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJ/CE – CESPE/2008) É considerado um ato declaratório o reconhecimento à redução de um tributo por se ter um estabelecimento instalado em determinada região beneficiada por incentivos fiscais para o seu desenvolvimento, pois esse direito não existia antes do respectivo ato.

77. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJ/CE – CESPE/2008) Se a administração do município conceder alvará de funcionamento para um tipo de estabelecimento, de acordo com as exigências legais, contra os interesses particulares dos moradores de determinado local, tendo como objetivo o aumento da arrecadação tributária, o Poder Judiciário estará autorizado a decretar a nulidade do ato, por ser ele vinculado, e não discricionário.

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78. (ASSESSOR TÉCNICO JURÍDICO – TCE/RN – CESPE/2009) Atos administrativos enunciativos são aqueles em que a administração certifica ou atesta um fato ou emite um juízo de valor acerca de determinado assunto, como, por exemplo, as certidões e os atestados.

79. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TJDFT – CESPE/2008) Mesmo nos atos discricionários, não há margem para que o administrador atue com excessos ou desvio de poder, competindo ao Poder Judiciário o controle cabível.

80. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJDFT – CESPE/2008) A revogação, a anulação e a cassação são formas de extinção de um ato administrativo por meio de outro ato do Poder Público.

81. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRT 5ª REGIÃO – CESPE/2008) O Poder Judiciário pode revogar seus próprios atos administrativos e anular os atos administrativos praticados pelo Poder Legislativo.

82. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRT 5ª REGIÃO – CESPE/2008) A revogação de ato administrativo por motivo de conveniência e oportunidade deve respeitar os direitos eventualmente adquiridos.

83. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRT 5ª REGIÃO – CESPE/2008) A revogação do ato administrativo ocorre por motivo de conveniência e oportunidade e opera efeitos ex nunc.

84. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/CE – CESPE/2010) Como faculdade de que dispõe a administração para extinguir os atos que considera inconvenientes e inoportunos, a revogação pode atingir tanto os atos discricionários como os vinculados.

85. (JUIZ DO TRABALHO – TRT 1ª REGIÃO – CESPE/2010) O pressuposto da revogação é o interesse público, razão pela qual ela incide sobre atos válidos e inválidos que a administração pretenda abolir do rol de normas jurídicas, em razão dos inconvenientes e dos malefícios que causem à coletividade.

86. (OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA – ABIN – CESPE/2010) A revogação de um

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ato revogador não restaura, automaticamente, a validade do primeiro ato revogado.

87. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIO – TJ/CE – CESPE/2008) A revogação de ato administrativo ocorre por manifestação bilateral de vontade, ou seja, por vontade da administração e do administrado.

88. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIO – TJ/CE – CESPE/2008) Um ato administrativo pode ser revogado se ofender direito líquido e certo de particular.

89. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRT/17ª REGIÃO – CESPE/2009) De acordo com a teoria dos motivos determinantes, os atos administrativos, quando tiverem sua prática motivada, ficam vinculados aos motivos expostos, para todos os efeitos jurídicos. Havendo desconformidade entre os motivos e a realidade, ou quando os motivos forem inexistentes, a administração deve revogar o ato.

90. (TABELIÃO – TJDFT – CESPE/2008) O STF, em posição já tradicional de sua jurisprudência, classificou os atos administrativos eivados de vícios em ilegais, inconvenientes ou inoportunos, dizendo serem os ilegais passíveis de anulação, e os últimos, de revogação, mas, em qualquer dos casos, os direitos existentes devem ser sempre respeitados, por terem sido incorporados na esfera jurídica do indivíduo.

91. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – STJ – CESPE/2008) Ainda que um ato praticado pela administração tenha observado todas as formalidades legais, ela poderá revogá-lo se julgar conveniente, desde que respeite os direitos adquiridos por ele gerados.

92. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/BA – CESPE/2010) Apesar de o ato de revogação ser dotado de discricionariedade, não podem ser revogados os atos administrativos que geram direitos adquiridos.

93. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/RJ – CESPE/2008) O ato administrativo pode ser revogado por ter perdido sua utilidade.

94. (ANALISTA DE TRANSPORTES – ADVOGADO – CETURB/ES – CESPE/2010) A revogação de atos pela administração pública, por motivos de oportunidade e conveniência, possui limitação de natureza temporal, como, por exemplo, o prazo qüinqüenal previsto na Lei n° 9.784/1999, no entanto não possui natureza material.

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95. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TJDFT – CESPE/2008) A possibilidade da análise de mérito dos atos administrativos, ainda que tenha por base os princípios constitucionais da administração pública, ofende o princípio da separação dos poderes e o estado democrático de direito.

96. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIO – TJ/CE – CESPE/2008) O Poder Judiciário pode revogar ato administrativo por não considerar sua edição oportuna.

97. (ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – MPE/RR – CESPE/2008) Os atos administrativos podem ser revogados pelo Poder Judiciário.

98. (ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANAC – CESPE/2009) A revogação, possível de ser feita pelo Poder Judiciário e pela administração, não respeita os efeitos já produzidos pelo ato administrativo.

99. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TJDFT – CESPE/2008) O Poder Judiciário poderá exercer amplo controle sobre os atos administrativos discricionários quando o administrador, ao utilizar-se indevidamente dos critérios de conveniência e oportunidade, desviar-se da finalidade de persecução do interesse público.

100. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJ/CE – CESPE/2008) No controle dos atos administrativos, a regra aplicável ao Poder Judiciário é examiná-los sob o prisma da legalidade e, quanto ao mérito, apreciar sua conveniência e oportunidade, sobretudo em se tratando de atos motivados, o que importa dizer que são passíveis de anulação, independentemente de eventuais lesões aos cofres públicos.

101. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÕES – DPU – CESPE/2010) Os atos administrativos discricionários, por sua própria natureza, não admitem o controle pelo Poder Judiciário.

102. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO SOCIAL – RELAÇÕES PÚBLICAS – MPS – CESPE/2010) É permitido ao Poder Judiciário avaliar e julgar o mérito administrativo de ato proveniente de um administrador público.

103. (ANALISTA TÉCNICO-ADMINISTRATIVO – MS – CESPE/2010) No controle dos atos

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discricionários, os quais legitimam espaço de liberdade para o administrador, o Poder Judiciário deve, em regra, limitar-se ao exame da legalidade do ato, sendo vedada a análise dos critérios de conveniência e oportunidade adotados pela administração.

104. (ANALISTA – ARQUIVOLOGIA – MPU – CESPE/2010) A legalidade dos atos administrativos vinculados e discricionários está sujeita à apreciação judicial.

105. (AFCE – TI – CESPE/2010) O Poder Judiciário pode, de ofício, apreciar a validade de um ato administrativo e decretar a sua nulidade, caso seja considerado ilegal.

106. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRT 5ª REGIÃO – CESPE/2008) O prazo decadencial para a administração pública anular atos administrativos de efeitos patrimoniais contínuos renova-se periodicamente.

107. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRT 5ª REGIÃO – CESPE/2008) Os atos administrativos podem ser anulados pela própria administração pública, sem que seja preciso recorrer ao Poder Judiciário.

108. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRT 17ª REGIÃO – CESPE/2009) O ato administrativo nulo, por ter vício insanável, opera sempre efeitos ex tunc, isto é, desde então. Dessa forma, mesmo terceiros de boa-fé são alcançados pelo desfazimento de todas as relações jurídicas que se originaram desse ato.

109. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÕES – DPU – CESPE/2010) Valendo-se de seu poder de autotutela, a administração pública pode anular o ato administrativo, sendo que o reconhecimento da desconformidade do ato com a lei produz efeitos a partir da própria anulação.

110. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/ES – CESPE/2010) Pela conversão, a administração converte um ato inválido em ato de outra categoria, com efeitos retroativos à data do ato original.

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GABARITO:

01 E 16 E 31 E 46 C 61 C 76 E 91 C 106 E

02 E 17 C 32 E 47 C 62 E 77 E 92 C 107 C

03 C 18 C 33 C 48 C 63 E 78 C 93 C 108 E

04 E 19 C 34 E 49 C 64 C 79 C 94 E 109 E

05 E 20 E 35 C 50 C 65 C 80 C 95 E 110 C

06 E 21 C 36 C 51 C 66 E 81 C 96 E

07 C 22 C 37 C 52 E 67 E 82 C 97 E

08 C 23 E 38 C 53 E 68 E 83 C 98 E

09 E 24 E 39 C 54 E 69 C 84 E 99 C

10 E 25 E 40 C 55 C 70 E 85 E 100 E

11 E 26 E 41 C 56 C 71 E 86 C 101 E

12 E 27 C 42 E 57 E 72 C 87 E 102 E

13 E 28 C 43 E 58 E 73 E 88 E 103 C

14 E 29 C 44 C 59 C 74 C 89 E 104 C

15 E 30 E 45 C 60 C 75 E 90 E 105 E