aula 03 - poderes e atos administrativos

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Ponto dos Concursos - Analista Administrativo – MPU Direito Administrativo - Prof. Fabiano Pereira __________________________________________________________________________________ www.pontodosconcursos.com.br 1 Olá! Na aula de hoje iremos estudar os seguintes assuntos: Poderes e deveres do administrador público. Uso e abuso do poder. Poderes Administrativos: Poder vinculado, Poder discricionário, Poder hierárquico, Poder disciplinar, Poder regulamentar e Poder de polícia. Atos administrativos: Conceito e requisitos. Atributos. Classificação. Espécies. Anulação e revogação: efeitos. Portanto, mãos à obra! Fabiano Pereira. [email protected] "Direcione sua visão para o alto, quanto mais alto, melhor. Espere que as mais maravilhosas coisas aconteçam, não no futuro, mas imediatamente. Perceba que nada é bom demais para você. Não permita que absolutamente nada te impeça ou te atrase, de modo algum." ( Eileen Caddy )

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Olá!

Na aula de hoje iremos estudar os seguintes assuntos:

Poderes e deveres do administrador público. Uso e abuso do poder. Poderes Administrativos: Poder vinculado, Poder discricionário, Poder hierárquico, Poder disciplinar, Poder regulamentar e Poder de polícia. Atos administrativos: Conceito e requisitos. Atributos. Classificação. Espécies. Anulação e revogação: efeitos.

Portanto, mãos à obra!

Fabiano Pereira.

[email protected]

"Direcione sua visão para o alto, quanto mais alto, melhor. Espere que as mais maravilhosas coisas aconteçam, não no futuro, mas

imediatamente. Perceba que nada é bom demais para você. Não permita que absolutamente nada te impeça ou te atrase, de modo algum."

( Eileen Caddy )

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PODERES E ATOS ADMINISTRATIVOS

01. (Técnico Judiciário/TRT 17ª 2009/CESPE) Quanto ao poder hierárquico e ao poder disciplinar, julgue os itens a seguir.

I. A remoção de servidor ocupante de cargo efetivo para localidade muito distante da que originalmente ocupava, com intuito de puni-lo, decorre do exercício do poder hierárquico.

Primeiramente, é necessário esclarecer que a aplicação de penalidades a servidores públicos faltosos encontra fundamento no exercício do poder disciplinar e não no poder hierárquico, o que torna a assertiva incorreta.

Por outro lado, deve ficar bem claro que a remoção não pode ser utilizada como instrumento de punição do servidor, pois não consta como uma das penalidades disciplinares previstas no art. 127 da Lei 8.112/90, que apenas está relacionada a advertência, suspensão, demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, destituição de cargo em comissão e destituição de função comissionada.

A finalidade da remoção é suprir a carência de servidores detectada em determinado órgão, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede. Desse modo, se a remoção estiver sendo utilizada para a punição de um servidor pela prática de infrações administrativas, estará ocorrendo um verdadeiro desvio de finalidade, o que ensejará a anulação do ato.

II. A aplicação de penalidade criminal exclui a sanção administrativa pelo mesmo fato objeto de apuração.

As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo independentes entre si, portanto, o servidor pode ser penalizado em três esferas distintas.

A aplicação de uma penalidade criminal não exclui a sanção administrativa pelo mesmo fato objeto de apuração, pois o ato comissivo ou omissivo praticado pelo servidor pode configurar, ao mesmo tempo, uma infração penal e administrativa. Assertiva incorreta.

02. (Técnico Judiciário/TRE MG 2009/CESPE) Considerando que há verdadeira relação de coordenação e de subordinação entre os órgãos integrantes da administração pública, não constitui decorrência do poder hierárquico

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(A) a possibilidade de dar ordens aos subordinados. (B) o controle da atividade de órgãos inferiores para exame quanto à legalidade de atos e ao cumprimento de obrigações. (C) a possibilidade de avocação de atribuições não-exclusivas do órgão subordinado. (D) a delegação de atribuições não-privativas. (E) a limitação ao exercício de direitos individuais em benefício do interesse público.

Comentários

Dentre as alternativas apresentadas na questão, somente a letra “E” não decorre do poder hierárquico. Isso porque a assertiva refere-se à “limitação ao exercício de direitos individuais”, o que materializa uma importante característica do poder de polícia.

Em questões sobre “poderes administrativos”, sempre que você encontrar em prova alguma assertiva afirmando que atividades ou direitos dos administrados estão sendo restringidos ou condicionados em prol do interesse público, fique atento, pois, certamente, estará fazendo uma referência ao poder de polícia.

03. (Agente de Inteligência/ABIN 2008/CESPE) No que concerne aos poderes públicos, julgue os itens que se seguem.

I. O poder de polícia do Estado pode ser delegado a particulares.

O entendimento da doutrina majoritária é no sentido de que o poder de polícia não pode ser delegado a particulares ou entidades regidas pelo direito privado, a exemplo das empresas públicas e sociedades de economia mista. Somente as entidades regidas pelo direito público estariam legitimadas a exercê-lo, como os entes políticos (União, Estados, Municípios e Distrito Federal), autarquias e fundações públicas de direito público, o que torna a assertiva incorreta.

Em julgamento recente, o Superior Tribunal de Justiça decidiu pela inviabilidade de delegação do poder de coerção (aplicação de multa) à BHTRANS (sociedade de economia mista instituída pelo município de Belo Horizonte/MG) por ser regida pelo direito privado (Recurso Especial nº. 817.534/MG).

II. Suponha que Maurício, servidor público federal, delegue a autoridade hierarquicamente inferior a competência que ele tem para decidir recursos administrativos. Nessa hipótese, não há qualquer ilegalidade no ato de delegação.

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A delegação pode ser definida como a transferência temporáriade determinadas competências de um órgão administrativo e seu titular para outros órgãos ou titulares. O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva de exercício da atribuição delegada.

Entretanto, é importante esclarecer que nem todas as competências de um órgão administrativo e seu titular podem ser delegadas. O art. 13 da Lei 9.784/99, por exemplo, prevê que não podem ser objeto de delegação a edição de atos de caráter normativo, a decisão de recursos administrativos e as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.

Desse modo, constata-se que Maurício não poderia ter delegado à autoridade hierarquicamente inferior a sua competência para decidir recursos administrativos. Assertiva incorreta.

04. (Oficial de Inteligência/ABIN 2008/CESPE) Quanto aos poderes públicos, julgue os próximos itens.

I. O ato normativo do Poder Executivo que contenha uma parte que exorbite o exercício de poder regulamentar poderá ser anulado na sua integralidade pelo Congresso Nacional.

Os atos normativos editados pelo Poder Executivo, com fundamento no poder regulamentar (também chamado de poder normativo), realmente estão sujeitos ao controle realizado pelo Poder Legislativo. O inc. V do art. 49 da CF/1988, por exemplo, estabelece como competência exclusiva do Congresso Nacional “sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa”.

Perceba que o texto da assertiva afirma que o Congresso Nacional poderá anular o ato normativo que exorbite o poder regulamentar, o que contraria o texto constitucional, que se refere apenas à sustação. Assertiva incorreta.

II. Decorre do poder disciplinar do Estado a multa aplicada pelo poder concedente a uma concessionária do serviço público que tenha descumprido normas reguladoras impostas pelo poder concedente.

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Eis aqui uma assertiva que tem sido muito cobrada em provas elaboradas pelo CESPE para testar os conhecimentos do candidato em relação aos poderes de polícia e disciplinar.

Para que uma penalidade seja aplicada ao particular com fundamento no poder disciplinar, é imprescindível que exista um vínculo jurídico entre o particular e a Administração. Por outro lado, caso não exista um vínculo jurídico, a aplicação de uma penalidade ao particular encontrará fundamento no exercício do poder de polícia.

Quando a Administração aplica uma multa ao proprietário de uma farmácia que está comercializando medicamentos com prazo de validade vencido, por exemplo, exerce o poder de polícia, pois não existe um vínculo jurídico entre as partes. Todavia, quando a Administração aplica uma multa a uma concessionária de serviços públicos pelo descumprimento de uma cláusula contratual, exerce o poder disciplinar.

Perceba que, no segundo exemplo, existe um vínculo jurídicoentre a Administração Pública (poder concedente) e o particular (concessionária do serviço público), que é o contrato administrativo de concessão. Sendo assim, é correto afirmar que a multa foi exercida com fundamento no poder disciplinar.

05. (Analista Judiciário/STJ 2008/CESPE) Quanto aos poderes administrativos, julgue os itens a seguir.

I. O poder regulamentar do presidente da República, que visa proporcionar o fiel cumprimento das leis, não se confunde com o chamado poder regulador, conferido ao CNJ, inclusive para disciplinar as atividades judiciais dos demais membros do Poder Judiciário, visando à celeridade processual e à obediência aos princípios constitucionais da moralidade, eficiência, publicidade, razoabilidade e proporcionalidade.

O artigo 103-B da CF/88 prevê que compete ao CNJ o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura, “zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências.”

Analisando-se o disposto no texto constitucional, constata-se que o CNJ possui a prerrogativa de editar atos regulamentares que, no âmbito de sua incidência, terão força de ato normativo primário (lei). Todavia, é

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importante esclarecer que o CNJ não possui poderes para disciplinar as atividades judiciais dos demais membros do Poder Judiciário, conforme afirmado na assertiva.

Por ser um órgão administrativo integrante da estrutura do Poder Judiciário, a atuação do CNJ restringe-se às questões administrativas, de natureza interna, não alcançando as atividades judiciais, que devem ser disciplinadas por lei, em sentido formal. Assertiva incorreta.

06. (Técnico Judiciário/TRE MA 2009/CESPE - adaptada) No que se refere aos poderes dos administradores públicos, julgue os itens a seguir:

I. O poder de polícia somente pode ser exercido de maneira discricionária.

A discricionariedade realmente é um dos atributos do poder de polícia. Entretanto, não é correto afirmar que o poder de polícia somente pode ser exercido de maneira discricionária. Na prática, inexiste um poder que somente possa ser exercido discricionariamente.

Em regra, o poder de polícia é exercido discricionariamente, mas existem determinadas situações em que a atuação da Administração será absolutamente vinculada, como acontece na concessão de licenças para construir, por exemplo. Nesse caso, se o particular cumprir os requisitos previstos em lei a Administração estará obrigada a conceder a licença requerida, o que torna a assertiva incorreta.

II. O poder disciplinar caracteriza-se pela discricionariedade, podendo a administração escolher entre punir e não punir a falta praticada pelo servidor.

A Administração não tem liberdade de escolha em relação a punir ou não punir o servidor que praticar uma infração administrativa. Isso porque é obrigatória (competência vinculada) a instauração do processo administrativo disciplinar para averiguar a responsabilidade do servidor, o que torna a assertiva incorreta.

Todavia, é importante esclarecer que a discricionariedade pode se manifestar no momento da definição da sanção administrativa a ser aplicada ao servidor. O art. 130 da Lei 8.112/90, por exemplo, declara que “a suspensão será aplicada em caso de reincidência das faltas punidas com advertência e de violação das demais proibições que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de demissão, não podendo exceder de 90 (noventa) dias”.

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Perceba que o dispositivo legal concede à autoridade responsável pela aplicação da sanção administrativa a discricionariedade de definir o prazo da penalidade, que pode ser de 01 (um) a 90 (noventa) dias, sempre levando em conta a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes funcionais.

III. Uma autarquia ou uma empresa pública estadual está ligada a um estado-membro por uma relação de subordinação decorrente da hierarquia.

Lembre-se sempre de que não existe hierarquia entre as entidades da Administração Direta (União, Estados, Municípios, Distrito Federal e seus respectivos órgãos) e Administração Indireta (autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e empresas públicas), mas penas uma relação de vinculação.

É justamente essa relação de vinculação que permite às entidades da Administração Direta exercerem o controle finalístico(também chamado de supervisão ministerial na esfera federal) em face das entidades da Administração Indireta, que têm por objetivo assegurar o cumprimento das finalidades institucionais fixados nos atos de constituição da entidade, bem como a sua autonomia administrativa, operacional e financeira. Assertiva incorreta.

IV. No exercício do poder regulamentar, a administração não pode criar direitos, obrigações, proibições, medidas punitivas, devendo limitar-se a estabelecer normas sobre a forma como a lei vai ser cumprida.

O poder regulamentar é conferido aos Chefes do Poder Executivo para a edição de atos normativos que tenham por objetivo explicar o texto legal, garantindo, assim, a sua fiel execução. Por se tratar de um ato administrativo (infra-legal), o ato editado com fundamento no poder regulamentar não pode criar direitos e obrigações para os administrados, devendo limitar-se ao complemento do texto legal. Desse modo, o texto da assertiva deve ser considerado correto.

07. (Técnico Judiciário/TRE MA 2009/CESPE) O conselho diretor de uma autarquia federal baixou resolução disciplinando que todas as compras de material permanente acima de cinqüenta mil reais só poderiam ser feitas pela própria sede. Ainda assim, um dos superintendentes estaduais abriu licitação para compra de

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microcomputadores no valor de trezentos mil reais. A licitação acabou sendo feita sem incidentes, e o citado superintendente homologou o resultado e adjudicou o objeto da licitação à empresa vencedora. Nessa situação, o superintendente (A) agiu com excesso de poder. (B) agiu com desvio de poder. (C) cometeu mera irregularidade administrativa, haja vista a necessidade da compra e o atendimento aos requisitos de validez expressos na Lei de Licitações. (D) cometeu o crime de prevaricação, que consiste em praticar ato de ofício (a licitação) contra expressa ordem de superior hierárquico (a resolução do conselho diretor).

Comentários

No caso em questão, perceba que a resolução editada pela autarquia federal permitia aos superintendentes estaduais a prerrogativa de realizar licitações cujo valor não fosse superior a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais). Deve ficar bem claro que a competência (poderpara a realização de licitações) dos superintendentes estaduais se limitava a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais).

Desse modo, quando abriu licitação para a compra de microcomputadores no valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), o superintendente extrapolou o limite previsto na resolução, ou seja, foi além do poder que a resolução lhe assegurava, que se restringia às licitações cujos valores não fossem superiores a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), o que configura um flagrante excesso de poder.

É importante esclarecer que o excesso de poder, juntamente com o desvio de poder, apresenta-se como uma espécie de abuso de poder. No excesso de poder, o agente público pratica ato além do limite previsto em lei ou ato normativo. Por outro lado, no desvio de poder (também denominado de desvio de finalidade), o agente pratica ato administrativo dentro de sua competência, mas com finalidade diferente daquela prevista em lei.

Apenas para que não reste qualquer dúvida, destaca-se que a alternativa “D” não pode ser marcada como resposta porque o ato praticado pelo superintendente não pode ser tipificado como prevaricação.

O art. 319 do Código Penal prevê que se configura a prevaricação quando o agente público

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Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

Perceba que o texto da questão afirma que a licitação foi realizada sem incidentes, com o propósito de realmente atender a uma necessidade da autarquia. Como não consta a informação de que o edital de licitação tenha sido publicado com o objetivo de satisfazer interesse ou sentimento pessoal, não se vislumbra o crime de prevaricação.

Sendo assim, deve ser marcada como resposta a alternativa “A”.

08. (Analista Administrativo/TRT 9ª 2007/CESPE) Com relação aos princípios básicos da administração pública e dos poderes administrativos, julgue o seguinte item.

I. Pelo atributo da coercibilidade, o poder de polícia tem execução imediata, sem dependência de ordem judicial.

A coercibilidade permite que os atos praticados com fundamento no poder de polícia sejam impostos obrigatoriamente aos particulares, independentemente de concordância ou aquiescência. Por outro lado, é o atributo da autoexecutoriedade que assegura ao poder de polícia a sua execução imediata e não a coercibilidade. Assertiva incorreta.

09. (Exame da Ordem/OAB RJ 2007/CESPE - adaptada) Em relação ao poder de polícia, julgue as assertivas seguintes:

I. Consiste sempre em uma atividade discricionária.

Conforme destacado em questão anterior, é incorreto afirmar que o poder de polícia sempre consiste em uma atividade discricionária. Na verdade, o correto é afirmar que o poder de polícia será predominantemente discricionário, já que, em algumas situações, será exercido de forma vinculada.

II. Pode ser exercido por particulares, mesmo quanto a atos de império.

O exercício do poder de polícia restringe-se às entidades regidas pelo direito público, a exemplo da União, Estados, Municípios, Distrito

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Federal, autarquias e fundações públicas de direito público, o que torna a assertiva incorreta.

O professor Celso Antônio Bandeira de Mello afirma que “a restrição à atribuição de atos de polícia a particulares funda-se no corretíssimo entendimento de que não se lhes pode, ao menos em princípio, cometer o encargo de praticar atos que envolvem o exercício de misteres tipicamente públicos, quando em causa de liberdade e propriedade, porque ofenderiam o equilíbrio entre os particulares em geral, ensejando que uns oficialmente exercessem supremacia sobre outros. Daí não se segue, entretanto, que certos atos materiais que precedem atos jurídicos de polícia não possam ser praticados por particulares, mediante delegação, propriamente dita, ou em decorrência de um simples contrato de prestação. Em ambos os casos (isto é, com ou sem delegação), às vezes, tal figura aparecerá sob o rótulo de 'credenciamento'".

Aos particulares, somente será assegurado o exercício de atos materiais no âmbito do poder de polícia, ou seja, atos que tenham por objetivo preparar ou facilitar a atuação da Administração Pública. Isso ocorre, por exemplo, quando a Administração Municipal contrata uma empresa privada especializada em demolição para destruir imóveis que se encontram em área de risco e ameaçam desabar. A decisão sobre a demolição dos imóveis partiu do Município, mas os atos materiais de demolição foram realizados por um particular.

III. Pode envolver atos de fiscalização e sanção.

O poder de polícia administrativa realmente pode se expressar através de atos de fiscalização e de sanção, o que torna a assertiva verdadeira.

No primeiro caso, a Administração tem por objetivo evitar eventuais prejuízos à coletividade, como acontece, por exemplo, quando realiza a vistoria de veículos automotores para garantir a segurança no trânsito. No segundo caso, a Administração tem por objetivo puniràqueles que praticaram atos em desconformidade com a lei, a exemplo do que ocorre quando um estabelecimento é interditado em virtude de comercializar produtos impróprios para o consumo.

IV. Não restringe a liberdade ou a propriedade.

O art. 78 do Código Tributário Nacional (Lei 5.172/1969) define o poder de polícia como a “atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou a abstenção de fato, em razão de interesse público

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concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos”.

Desse modo, fica bem claro que o texto da assertiva está incorreto, pois afirma que o poder de polícia não restringe a liberdade ou a propriedade.

10. (Juiz do Trabalho Substituto/TRT 5ª 2006/CESPE - adaptada) Em relação ao poder de polícia, julgue os itens a seguir:

I. A aplicação de multa por magistrado ao considerar os embargos de declaração manifestamente protelatórios configura ato de poder de polícia.

A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro nos ensina que “o poder de polícia reparte-se entre Legislativo e Executivo. Tomando-se como pressuposto o princípio da legalidade, que impede à Administração impor obrigações ou proibições senão em virtude de lei, é evidente que, quando se diz que o poder de polícia é a faculdade de limitar o exercício dos direitos individuais, está-se pressupondo que essa limitação seja prevista em lei”.

Afirma ainda a professora que “o Poder Legislativo, no exercício do poder de polícia que incumbe ao Estado, cria, por lei, as chamadas limitações administrativas ao exercício das liberdades públicas. A Administração Pública, no exercício da parcela que lhe é outorgada do mesmo poder, regulamenta as leis e controla a sua aplicação, preventivamente (por meio de ordens, notificações, licenças ou autorizações) ou repressivamente (mediante imposição de medidas coercitivas)”.

Desse modo, ao aplicar uma multa por considerar os embargos de declaração manifestamente protelatórios, o magistrado não está exercendo o poder de polícia administrativa, mas praticando um ato judicial, o que torna a assertiva incorreta.

II. A proporcionalidade é elemento essencial à validade de qualquer atuação da administração pública, salvo nos atos de polícia.

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O texto da assertiva não está em conformidade com o entendimento da doutrina majoritária, e, portanto, deve ser considerado incorreto. Isso porque o exercício do poder de polícia também encontra limites nos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade.

Desse modo, quando a Administração precisar limitar o exercício de atividades ou direitos dos particulares, bem como condicionar o gozo e utilização de bens de sua propriedade, somente poderá adotar medidas realmente necessárias para atingir o seu objetivo. Deve atuar com extrema cautela, evitando-se, assim, que sejam causados aos particulares prejuízos superiores àqueles realmente necessários.

III. O poder de polícia administrativo se confunde com a discricionariedade.

O poder de polícia administrativo não se confunde com a discricionariedade, que se apresenta apenas como um dos atributos do poder de polícia. Ademais, existem atos e atividades exercidos com fundamento no poder de polícia que não são discricionários, como a concessão de uma licença para a construção de um edifício, por exemplo. Nesse caso, estaremos diante de um ato vinculado.

11. (Agente da Policia Federal/MJ PF 2004/CESPE) Julgue os itens abaixo, acerca da autorização do porte de arma de fogo.

I. A autorização de porte de arma de fogo constitui uma forma de delegação de serviço público.

A autorização de porte de arma de fogo não constitui forma de delegação de serviço público, o que torna a assertiva incorreta.

O professor Hely Lopes Meirelles conceitua a autorização como “o ato administrativo discricionário e precário pelo qual o Poder Público torna possível ao pretendente a realização de certa atividade, serviço ou utilização de determinados bens particulares ou públicos, de seu exclusivo ou predominante interesse, que a lei condiciona à aquiescência prévia da Administração, tais como o uso especial de bem público, o porte de arma, o trânsito por determinados locais etc."

II. A expedição de autorização de porte de arma de fogo constitui exercício de poder administrativo regulamentar.

As autorizações (de natureza discricionária) e as licenças (de natureza vinculada) constituem exercício do poder de polícia e não do poder regulamentar, conforme incorretamente afirmado na assertiva.

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12. (Assessor / Prefeitura de Natal 2008 / CESPE - adaptada) Com relação aos poderes da administração pública, julgue os itens a seguir:

I. As sanções impostas aos particulares pela administração pública são exemplos de exercício do poder disciplinar.

Para que a Administração Pública possa aplicar aos particulares alguma sanção com fundamento no poder disciplinar, faz-se necessário que exista algum vínculo entre ambos. Isso acontece, por exemplo, nas sanções aplicadas em virtude do descumprimento de alguma obrigação proveniente de contrato administrativo. Nesse caso, o vínculo está caracterizado pelo contrato administrativo.

Como a assertiva está bastante genérica, não se referindo à necessidade de vínculo entre a Administração e o particular, a sanção somente pode ter sido aplicada com fundamento no poder de polícia, por isso está errada.

II. O poder vinculado não existe como poder autônomo; em realidade, ele configura atributo de outros poderes ou competências da administração pública.

A doutrina majoritária atualmente tem entendido que o poder vinculado não seria um poder autônomo, e, nesses termos, a assertiva deve ser considerada correta. O professor José dos Santos Carvalho Filho, por exemplo, afirma “não se tratar propriamente de um ‘poder’ outorgado ao administrador; na verdade, através dele não se lhe confere qualquer prerrogativa de direito público. Ao contrário, a atuação vinculada reflete uma imposição ao administrador, obrigando-o a conduzir-se rigorosamente em conformidade com os parâmetros legais. Por conseguinte, esse tipo de atuação mais se caracteriza como restrição e seu sentido está bem distante do que sinaliza o verdadeiro poder administrativo”. Por isso, a assertiva está correta.

III. O regimento interno de um órgão é fruto do exercício do poder hierárquico desse órgão.

Informa a professora Maria Sylvia Zanella di Pietro que, quando os órgãos colegiados estabelecem normas sobre o seu funcionamento interno, criando seus respectivos regimentos, estão amparados pelo poder regulamentar, o que torna incorreta a assertiva.

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Entretanto, destaca a professora que “esses atos estabelecem normas que têm alcance limitado ao âmbito de atuação do órgão expedidor. Não têm o mesmo alcance nem a mesma natureza que os regulamentos baixados pelo Chefe do Executivo.”

IV. O poder de polícia, regido pelo direito administrativo, é o meio pelo qual a administração pública exerce atividade de segurança pública, seja por meio da polícia civil, seja pela polícia militar, a fim de coibir ilícitos administrativos.

O poder de polícia administrativa não pode ser confundido com a polícia de manutenção da ordem pública ou com a polícia judiciária. Os professores Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino nos informam que “a primeira incide sobre bens, direitos e atividades, enquanto as outras atuam sobre pessoas; a atuação da primeira esgota-se no âmbito da função administrativa, enquanto a polícia judiciária prepara a atuação da função jurisdicional penal; a polícia administrativa é exercida por órgãos administrativos de caráter fiscalizador, integrantes dos mais diversos setores da Administração Pública como um todo, ao passo que a polícia de manutenção da ordem pública e a polícia judiciária são executadas especificamente por órgãos de segurança (polícia civil ou militar).

Desse modo, deve ficar claro que a polícia administrativa não exerce atividade de segurança pública, e, portanto, a assertiva está incorreta.

13. (Administração/MCT- FINEP 2009/CESPE - adaptada) Acerca da administração pública direta e indireta, julgue os itens abaixo:

I. Veda-se a prática de nepotismo em todas as esferas da administração pública, federal, estadual e municipal, razão pela qual um governador não pode nomear o seu irmão para o cargo de secretário estadual de transporte.

A súmula vinculante nº 13, editada pelo Supremo Tribunal Federal em 27/08/2008, declara que “a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito

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Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal”.

Perceba que a proibição da prática de nepotismo alcança toda a Administração Pública brasileira, em todas as esferas (federal, estadual, distrital e municipal) e em todos os poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário).

Entretanto, a presente assertiva foi elaborada com base na decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento da reclamação 6.650-9/PR, através da qual um advogado paranaense levou ao conhecimento do STF que o Governador do Estado do Paraná havia nomeado o irmão para exercer o cargo de Secretário Estadual de Transportes, fato que, supostamente, caracterizaria a prática de nepotismo.

Todavia, ao julgar a reclamação, o Supremo Tribunal Federal decidiu que a súmula vinculante nº 13 não proíbe a nomeação de parentes para o exercício de cargos políticos, mas apenas de cargos administrativos. Nesse caso, entendam-se como cargos políticos os chamados “cargos de 1º escalão” no Poder Executivo, a exemplo dos cargos de Ministros de Estado (esfera federal), Secretários de Estado (esfera estadual) e Secretários Municipais (esfera municipal).

Diante do que foi exposto, está incorreta a assertiva, pois, nos termos da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento da reclamação 6.650-9/PR, a nomeação do irmão do Governador para exercício do cargo de Secretário Estadual de Transportes não viola a Constituição Federal.

II. A administração pode anular os próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos, ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. A anulação ou a revogação do ato pela administração impede a apreciação judicial da situação por falta de interesse do administrado.

O texto desta assertiva foi elaborado com fundamento na Súmula 473 do Supremo Tribunal Federal, que é expressa ao afirmar que “a Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”.

Perceba que o próprio texto da Súmula 473 apresenta a ressalva de que as anulações e/ou revogações praticadas pela Administração

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poderão ser apreciadas pelo Poder Judiciário, contrariamente ao que foi afirmado no texto da assertiva, que deve ser considerado incorreto.

III. Cabe ao Poder Judiciário verificar a regularidade dos atos normativos e de administração do poder público em relação às causas, aos motivos e à finalidade que os ensejam.

O texto desta assertiva demonstra com clareza a necessidade que o candidato possui de acompanhar de perto as decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal. Isso porque o CESPE tem o hábito de exigi-las integral ou parcialmente em suas questões.

No julgamento do Agravo Regimental no Recurso Extraordinário 365368-7/SC, por exemplo, o Ministro Ricardo Lewandowski (relator do processo) realmente afirmou que “cabe ao Poder Judiciário verificar a regularidade dos atos normativos e de administração do poder público em relação às causas, aos motivos e à finalidade que os ensejam”, conforme se constata abaixo:

Discutia-se no presente caso a constitucionalidade da criação de 42 (quarenta e dois) cargos em comissão na Câmara de Vereadores de Blumenau/SC, já que existiam apenas 25 (vinte e cinco) cargos de provimento efetivo, o que seria uma grande incoerência (mais cargos em comissão do que cargos de provimento efetivo).

Na oportunidade, afirmou o Ministro Lewandowski que, “embora não caiba ao Poder Judiciário apreciar o mérito dos atos administrativos, o exame de sua discricionariedade é possível para a verificação de sua regularidade em relação às causas, aos motivos e à finalidade que os ensejam”, evitando-se, assim, eventuais lesões ao princípio da proporcionalidade e da razoabilidade. Assertiva correta.

14. (Analista de Atividades/IBRAM 2009/CESPE) A Lei n.º 4.717/1965, ao regular a ação popular, estabelece, em seu art. 2.º, as hipóteses de nulidade de atos lesivos ao patrimônio das entidades definidas em seu art. 1.º. A doutrina administrativista majoritária utiliza aquele dispositivo como norteador da definição

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dos elementos dos atos administrativos e das situações de invalidade. A respeito dos atos administrativos, invalidade e controle, julgue os próximos itens.

I. Consoante disposto na Lei n.º 9.784/1999, que regula o processo administrativo, a administração tem o dever de anular os atos administrativos eivados de vício de legalidade, no exercício de sua autotutela, podendo convalidar aqueles que apresentem defeitos sanáveis, desde que não acarretem lesão ao interesse público e nem prejuízo a terceiros.

Esse realmente é o mandamento previsto no texto da Lei 9.784/99 (Lei de Processo Administrativo Federal), que, em seu art. 54, estabelece que “a Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos”.

Por outro lado, declara o art. 55 que, “em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração”, o que torna a assertiva correta.

II. Conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o controle jurisdicional a respeito do ato administrativo que impõe sanção disciplinar restringe-se aos seus aspectos meramente formais.

No julgamento do Mandado de Segurança 12.927/DF, de relatoria do Ministro Felix Fischer, o Superior Tribunal decidiu que “não há discricionariedade (juízo de conveniência e oportunidade) no ato administrativo que impõe sanção disciplinar. O que se faz é dar efetividade a comandos constitucionais e infraconstitucionais (vide o art. 128 da Lei n. 8.112/1990). Essa conclusão decorre da própria análise do regime jurídico disciplinar, principalmente dos princípios da dignidade da pessoa humana, culpabilidade e proporcionalidade que lhe são associados. Essa inexistência de discricionariedade tem por consequência a constatação de que o controle jurisdicional, nesses casos, é amplo, não se restringe aos aspectos meramente formais”.

Desse modo, decidiu o Superior Tribunal de Justiça que o ato administrativo que impõe sanção disciplinar pode ser analisado pelo Poder Judiciário sob todos os seus aspectos, e não somente em relação aos aspectos meramente formais. Assertiva incorreta.

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15. (Analista Judiciário/TRE MA 2009/CESPE) A obra de construção de um grande centro comercial, em adiantado estágio, foi embargada pelo departamento de obras e posturas do município por invadir área pública. Nesse caso, a administração praticou ato de (A) império. (B) postura. (C) controle. (D) gestão. (E) polícia.

Comentários

O texto da assertiva informa que a obra de construção de um grande centro comercial foi embargada pelo departamento de obras e posturas do município por invadir área pública. Perceba que, em nenhum momento, o texto da assertiva referiu-se ao poder que fundamentou a edição do ato, mas somente em relação ao próprio ato em si.

No citado exemplo, a Administração praticou ato de império, pois estava usando de sua supremacia em relação ao administrado no momento em que embargou a obra. Os atos de império são impostos unilateral e coercitivamente ao particular, independentemente de autorização judicial, como aconteceu no presente caso.

Desse modo, deve ser apontada como resposta a alternativa “A”.

16. (Analista Judiciário/TRE MA 2009/CESPE - adaptada) No tocante aos atos administrativos, julgue os itens abaixo:

I. A imperatividade é atributo presente em todos os atos administrativos, inclusive naqueles que conferem direitos solicitados pelos administrados e nos atos enunciativos.

A imperatividade é o atributo do ato administrativo que assegura à Administração a prerrogativa de impor unilateralmente as suas determinações aos particulares, independentemente de concordância ou aquiescência. Esse atributo está presente somente nos atos que impõem obrigações aos administrados, a exemplo dos atos de império, que são editados com fundamento na supremacia do interesse público perante o interesse privado (interdição de estabelecimentos, apreensão de mercadorias etc.).

O atributo da imperatividade não está presente nos atos que conferem direitos solicitados pelos administrados, a exemplo das licenças e autorizações, bem como naqueles em que a Administração se limita a

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certificar ou atestar um determinado fato (atos enunciativos). Assertiva incorreta.

II. A tipicidade é atributo do ato administrativo constante unicamente nos atos unilaterais, razão pela qual não se faz presente nos contratos celebrados pela administração pública.

É a professora Maria Sylvia Zanella di Pietro que se refere a um “quarto” atributo do ato administrativo: a tipicidade.

Para a citada professora, a tipicidade “é o atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras definidas previamente pela lei como aptas a produzir determinados resultados. Para cada finalidade que a Administração pretende alcançar existe um ato definido em lei”.

Esse atributo seria uma consequência do princípio da legalidade, impedindo que a Administração pratique atos inominados, sem a respectiva previsão legal. Entretanto, entende a professora que a tipicidade somente está presente nos atos administrativos unilaterais. Isso porque nos contratos administrativos não há imposição de vontade da Administração, pois depende sempre da aceitação do particular.

Diante dos comentários apresentados, a assertiva deve ser considerada verdadeira.

III. A permissão é ato administrativo bilateral e vinculado pelo qual a administração faculta ao particular a execução de serviço público ou a utilização privativa de bem público.

A permissão é ato administrativo unilateral, discricionário e precário, gratuito ou oneroso, pelo qual a Administração Pública faculta ao particular a execução de serviço público ou a utilização privativa de bem público. A título de exemplo, é possível citar a permissão de uso de parte de uma praça pública para a instalação de uma banca de jornal e revistas.

Ao responder às questões de prova, fique atento para não confundir a permissão de serviços públicos (caracterizada como um contrato de adesão) com a permissão de uso de bens públicos(caracterizada como um ato administrativo).

O art. 40 da Lei 8.987/95 afirma que “a permissão de serviço público será formalizada mediante contrato de adesão, que observará os termos desta Lei, das demais normas pertinentes e do edital de licitação, inclusive quanto à precariedade e à revogabilidade unilateral do contrato pelo poder concedente.”

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Como o texto da assertiva referiu-se ao ato administrativo denominado “permissão”, deve ser considerado incorreto.

IV. A revogação do ato administrativo produz efeitos ex tunc.

A Súmula 473 do Supremo Tribunal Federal assegura à Administração Pública a prerrogativa de revogar os seus próprios atos administrativos, quando não forem mais convenientes e oportunos. Todavia, diferentemente do que foi afirmado no texto da assertiva, a revogação sempre produzirá efeitos ex nunc, ou seja, a partir do momento que o ato foi revogado.

Ao declarar que a revogação produz efeitos ex tunc, a assertiva, de forma incorreta, afirmou que os efeitos são retroativos, ou seja, que a revogação se opera desde o momento da edição do ato, o que não é verdade.

V. O ato administrativo se sujeita ao regime jurídico de direito público ou de direito privado.

A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro afirma que os atos administrativos estão sujeitos ao regime jurídico-administrativo(direito público), pois, no momento da respectiva edição, a Administração aparece como todas as prerrogativas de restrições próprias do poder público. Assertiva incorreta.

17. (Técnico Judiciário/TRE MA 2009/CESPE) Acerca dos atos administrativos, julgue os itens que se seguem.

I. A imperatividade é a característica do ato administrativo que faz com que esse ato, tão logo seja praticado, possa ser imediatamente executado e seu objeto, imediatamente alcançado.

II. A presunção de legitimidade dos atos administrativos é iuris tantum.

III. Todo ato administrativo é autoexecutável.

IV. São atributos dos atos administrativos a presunção de legitimidade, a imperatividade, a exigibilidade e a autoexecutoriedade.

Estão certos apenas os itens (A) I e III. (B) II e IV.

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(C) III e IV. (D) I, II e III. (E) I, II e IV.

Comentários

Item I – A imperatividade é o atributo (característica) que assegura à Administração Pública a prerrogativa de impor os seus atos obrigatoriamente aos particulares, independentemente de concordância ou aquiescência. Por outro lado, é a autoexecutoriedade que permite que o ato administrativo, tão logo seja praticado, possa ser imediatamente executado e seu objeto, imediatamente alcançado.

Perceba que a banca examinadora simplesmente inverteu os conceitos de imperatividade e autoexecutoriedade, deixando a assertiva incorreta.

Item II – Segundo o atributo da presunção de legitimidade, os atos administrativos são presumivelmente legais, ou seja, editados em conformidade com a lei e com o direito (princípios gerais, por exemplo). Todavia, essa presunção não é absoluta (jure et de jure), pois admite que os eventuais prejudicados pelo ato administrativo demonstrem e provem a sua ilegalidade.

Desse modo, é correto afirmar que a presunção de legitimidade é juris tantum (presunção relativa), o que torna a assertiva correta.

Item III – Nem todo ato administrativo editado pela Administração Pública goza do atributo da autoexecutoriedade, a exemplo do que ocorre nas penalidades de natureza pecuniária, como as multas. Nesse caso, se o particular recusar-se a efetuar o pagamento, é necessário que a Administração ingresse com uma ação judicial para receber o respectivo valor. Assertiva incorreta.

Item IV – O texto desta assertiva está correto, pois apenas citou alguns atributos do ato administrativo. Perceba que a assertiva nãoafirmou que os atributos são apenas os que foram relacionados, pois, neste caso, a questão poderia ser objeto de recurso. Isso porque a professora Maria Sylvia Zanella di Pietro se refere também ao atributo da tipicidade e o próprio CESPE já o cobrou em questões que analisamos anteriormente. Assertiva correta.

Diante dos comentários apresentados nos quatro itens, deve ser marcada como resposta correta a alternativa “B”.

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18. (Analista Administrativa/ANATEL 2009/CESPE) Lucas foi aprovado em concurso público de provas e títulos para o cargo de analista administrativo da ANATEL. Considerando que o prazo de validade do concurso expirará em julho de 2009, com possibilidade de prorrogação por mais um ano, ou seja, julho de 2010, Lucas resolveu encaminhar um e-mail para a ouvidoria da agência, indagando se o presidente prorrogaria ou não o certame. A ouvidoria da ANATEL respondeu a Lucas que a contratação de pessoal nas agências, por meio de concurso público, é um ato de gestão e não de império e que a prorrogação do concurso constitui um ato discricionário.

Com base na situação hipotética acima apresentada, julgue os itens subsequentes, acerca da classificação dos atos administrativos.

I. As informações prestadas pela ouvidora estão corretas, pois a contratação de pessoal por meio de concurso público para composição de quadro funcional é caracterizada como ato de gestão, não intervindo a vontade dos administrados para sua prática.

Atos de gestão são aqueles praticados pela Administração Pública em situação de igualdade jurídica com os administrados, portanto, regidos pelo direito privado. Tem por objetivo assegurar a conservação e gestão do patrimônio público e dos serviços prestados à coletividade.

Por outro lado, atos de império são aqueles editados com base na supremacia do interesse público perante o interesse privado, gozando de todas as prerrogativas do regime jurídico-administrativo, a exemplo de uma desapropriação.

Como é possível perceber, a contratação de pessoal através de concurso público para suprir as necessidades de uma autarquia não pode ser considerada um ato de gestão, mas sim um ato de império, pois durante a realização do certame serão aplicadas as normas concernentes ao direito público (Direito Administrativo). Assertiva incorreta.

II. Na situação considerada, a informação da ouvidoria, quanto à prorrogação do concurso público constituir ato discricionário, está correta, embora não tenha atendido objetivamente à indagação de Lucas.

O inciso III do artigo 37 da CF/88 estabelece que o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma

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vez, por igual período. Assim, não existe a obrigatoriedade de prorrogação do prazo de validade do concurso público, que somente irá ocorrer se a Administração Pública entender conveniente e oportuno, já que se trata de ato discricionário. Portanto, está correta a assertiva.

19. (Analista Judiciário/TRE GO 2009/CESPE - adaptada) Julgue os itens abaixo a respeito da discricionariedade administrativa, como prerrogativa do agente público e do seu controle pelo Poder Judiciário.

I. A discricionariedade administrativa decorre da ausência de lei para reger determinada situação.

A discricionariedade administrativa pode ser entendida como a liberdade conferida ao administrador público, pela lei, para que este escolha a opção que melhor atenda ao interesse público, no caso em concreto, dentre as várias alternativas que lhes são apresentadas.

Deve ficar bem claro que a discricionariedade administrativa não decorre da ausência de lei para reger determinada situação, pois foi a própria lei que concedeu ao agente público a prerrogativa de tomar a decisão mais conveniente e oportuna para a coletividade.

A discricionariedade administrativa se manifesta, por exemplo, quando uma autoridade, após regular processo administrativo, decide aplicar a penalidade de suspensão a um servidor que tenha cometido infração administrativa. Nesse caso, a lei não determina, com precisão, qual o prazo exato de suspensão que deve ser aplicado ao servidor. Entretanto, o art. 130 da Lei 8.112/90 é expresso ao afirmar que essa penalidade de suspensão não poderá exceder de 90 (noventa) dias.

Sendo assim, perceba que existe uma lei regulamentando a aplicação da penalidade de suspensão, que também é quem permite ao servidor decidir entre o prazo de 01 (um) a 09 (noventa) dias. Assertiva incorreta.

II. Não só a escolha do ato a ser praticado, como também a escolha do melhor momento para praticá-lo, revela hipótese de discricionariedade da administração.

A discricionariedade administrativa se revela sempre que o agente público possui liberdade para escolher a opção mais conveniente e oportuna para a coletividade, dentre as várias alternativas que lhes são apresentadas. Isso pode ocorrer tanto na escolha do ato a ser praticado

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(conveniência), quanto na escolha no melhor momento para praticá-lo (oportunidade), o que torna a assertiva correta.

III. Nas situações em que o Poder Judiciário anula ato discricionário, o juiz pode determinar providência que defina o conteúdo do novo ato a ser praticado.

A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro afirma que “em relação ao atos discricionários, o controle judicial é possível, mas terá que respeitar a discricionariedade administrativa nos limites em que ela é assegurada à Administração Pública pela lei”.

Desse modo, ao anular um ato discricionário o juiz não poderá determinar providência que defina o conteúdo do novo ato a ser praticado, pois, se assim agir, estará adentrando no mérito do administrativo, espaço reservado pela lei ao administrador público, que é por excelência quem possui melhores condições de definir acerca da conveniência e oportunidade do ato. Assertiva incorreta.

20. (Técnico Judiciário/TRT 5ª 2008/CESPE) A respeito de atos administrativos, julgue os itens seguintes.

I. O Poder Judiciário pode revogar seus próprios atos administrativos e anular os atos administrativos praticados pelo Poder Legislativo.

O texto da assertiva está em conformidade com o entendimento da doutrina majoritária e, portanto, deve ser considerado correto. Lembre-se sempre de que o Poder Judiciário não está autorizado a revogar os atos praticados pela Administração Pública, mas somente anulá-los, quando contrários à lei. O mesmo ocorre em relação aos atos administrativos praticados pelo Poder Legislativo, que também poderão ser anulados quando editados em desconformidade com a lei.

Por outro lado, o Poder Judiciário pode revogar os seus próprios atos administrativos, quando não forem mais convenientes e oportunos. Isso acontece, por exemplo, quando o Presidente de um Tribunal de Justiça decide revogar uma licença para tratar de assuntos particulares (sem vencimentos) concedida anteriormente a um servidor. Perceba que esta revogação somente é possível porque o ato que concedeu a licença foi editado pelo próprio Poder Judiciário (no exercício da função administrativa) e não pela Administração.

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II. O ato administrativo de remoção de servidor público ocupante de cargo efetivo com o intuito de puni-lo caracteriza desvio de poder.

Lembre-se de que a remoção não é uma das penalidades previstas no art. 127 da Lei 8.112/90, que apenas se refere à advertência, suspensão, demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, destituição de cargo em comissão e destituição de função comissionada.

Ademais, a finalidade específica da remoção de servidores é suprir a carência de pessoal existente em outros órgãos ou entidades. Sendo assim, se a remoção for utilizada com a finalidade específica de punir um servidor, estará ocorrendo um flagrante desvio de finalidade (espécie de desvio de poder), pois a remoção estará sendo utilizada com uma finalidade diversa daquela prevista em lei. Assertiva correta.

III. A administração tem o ônus de provar a legalidade do ato administrativo sempre que ela for questionada judicialmente.

Como consequência do atributo da presunção de legitimidade os atos administrativos são presumivelmente legais, isto é, legítimos, editados em conformidade com a lei e com o direito.

Desse modo, a Administração não tem o ônus de provar a legalidade do ato (já que nascem presumivelmente legítimos). Pelo contrário, o ônus da prova cabe a quem alega a ilegalidade ou ilegitimidade do ato (um particular, por exemplo), o que torna a assertiva incorreta.

IV. A aposentadoria de cargo de provimento efetivo, por implemento de idade, é um ato administrativo discricionário.

A aposentadoria em cargo de provimento efetivo, por implemento da idade, é um ato administrativo vinculado. Isso porque não existe margem de atuação (liberdade de escolha) no momento da edição do ato de aposentadoria.

Se o servidor completou 70 (setenta) anos de idade, só existe uma única conduta a ser adotada: a edição do ato concedendo a aposentadoria. Assertiva incorreta.

21. (Analista Judiciário/TRT 5ª 2008/CESPE) Julgue os itens que se seguem, acerca dos atos administrativos e do procedimento administrativo disciplinado no âmbito da administração federal.

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I. É dispensável a motivação para o ato administrativo quando este se destinar apenas a suspender outro ato anteriormente editado.

A motivação exige que a Administração justifique, por escrito, os seus atos, apresentando os fundamentos de fato e de direito, bem como a correlação lógica entre esses fatos ocorridos e o ato praticado, demonstrando a compatibilidade da conduta com a lei.

A doutrina majoritária entende que todos os atos administrativos devem ser motivados, inclusive aqueles destinados apenas a suspender outro ato anteriormente editado. São raros os atos administrativos que dispensam a motivação, a exemplo das nomeações e exonerações em cargos de confiança (cargos em comissão). Nesse caso, entende a doutrina que o administrador não está obrigado a motivar o ato, pois se trata de cargo de livre nomeação e livre exoneração.

Desse modo, a motivação deve ser considerada como regra e a ausência de motivação, exceção. Assertiva incorreta.

II. A revogação de ato administrativo por motivo de conveniência e oportunidade deve respeitar os direitos eventualmente adquiridos.

O texto da assertiva está em conformidade com o teor da Súmula 473 do Supremo Tribunal Federal, que é expressa ao afirmar que a revogação de atos administrativos deve respeitar os direitos eventualmente adquiridos, vejamos:

“A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”.

III. O prazo decadencial para a administração pública anular atos administrativos de efeitos patrimoniais contínuos renova-se periodicamente.

O artigo 54 da Lei 9.784/99 prevê que o direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.

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Por outro lado, o § 1º do mesmo artigo estabelece que, no caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento, o que torna a assertiva incorreta.

22. (Oficial de Inteligência/ABIN 2008/CESPE) Na segunda fase do concurso para provimento de cargo de policial, Flávio matriculou-se no curso de formação, já que tinha sido aprovado nas provas objetivas, no exame psicotécnico e no teste físico, que compunham a chamada primeira fase. No entanto, a administração pública anulou o teste físico, remarcando nova data para a sua repetição, motivo pelo qual foi anulada a inscrição de Flávio no curso de formação. Acerca dos atos administrativos referentes à situação hipotética apresentada, julgue os itens subseqüentes.

I. A anulação do exame físico está inserida no poder de autotutela da administração, não sendo imprescindível que haja contraditório e ampla defesa, pois o ato em si não trouxe qualquer prejuízo para Flávio - já que ele irá refazer o teste físico - nem para os demais candidatos.

Não há dúvidas sobre o fato de que a anulação do exame físico está inserida no poder de autotutela da administração. Entretanto, a doutrina majoritária tem defendido o entendimento de que é imprescindível a realização de processo administrativo prévio, através do qual sejam assegurados o contraditório e a ampla defesaàquele que será diretamente prejudicado pela anulação.

Esse também é o entendimento do Supremo Tribunal Federal, manifestado no julgamento do Agravo Regimental 710085//SP, decidido em 03/02/2009:

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Perceba que a anulação do ato pode trazer graves prejuízos para

Flávio, pois, apesar de ser submetido a novos testes físicos, não existe a certeza de que será novamente aprovado.

Desse modo, o texto da assertiva deve ser considerado incorreto.

II. Considerando que a motivação apresentada pela administração não seja a medida mais adequada para anular o teste físico de Flávio, o juiz poderá aplicar a teoria dos motivos determinantes para anular o ato anulatório.

No julgamento do recurso em mandado de segurança nº 19.013/PR, de relatoria da Ministra Laurita Vaz, o Superior Tribunal de Justiça decidiu que "ao motivar o ato administrativo, a Administração ficou vinculada aos motivos ali expostos, para todos os efeitos jurídicos. Tem aí aplicação a denominada teoria dos motivos determinantes, que preconiza a vinculação da Administração aos motivos ou pressupostos que serviram de fundamento ao ato. A motivação é que legitima e confere validade ao ato administrativo discricionário. Expostos os motivos, a validade do ato fica na dependência da efetiva existência do motivo. Presente e real o motivo, não poderá a Administração desconstituí-lo a seu capricho. Por outro lado, se inexistente o motivo declarado na formação do ato, o mesmo não tem vitalidade jurídica”.

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No exemplo apresentado na questão, caso fique constatado que a motivação utilizada para a anulação dos testes físicos não seja a mais adequada, ou que, simplesmente, não tenha qualquer relação com a finalidade da anulação, o juiz poderá, sim, anular o ato administrativo que anulou os testes físicos, mantendo o resultado inicial. Assertiva correta.

RELAÇÃO DE QUESTÕES COMENTADAS NA AULA

01. (Técnico Judiciário/TRT 17ª 2009/CESPE) Quanto ao poder hierárquico e ao poder disciplinar, julgue os itens a seguir.

I. A remoção de servidor ocupante de cargo efetivo para localidade muito distante da que originalmente ocupava, com intuito de puni-lo, decorre do exercício do poder hierárquico.

II. A aplicação de penalidade criminal exclui a sanção administrativa pelo mesmo fato objeto de apuração.

02. (Técnico Judiciário/TRE MG 2009/CESPE) Considerando que há verdadeira relação de coordenação e de subordinação entre os órgãos integrantes da administração pública, não constitui decorrência do poder hierárquico (A) a possibilidade de dar ordens aos subordinados. (B) o controle da atividade de órgãos inferiores para exame quanto à legalidade de atos e ao cumprimento de obrigações. (C) a possibilidade de avocação de atribuições não-exclusivas do órgão subordinado. (D) a delegação de atribuições não-privativas.

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(E) a limitação ao exercício de direitos individuais em benefício do interesse público.

03. (Agente de Inteligência/ABIN 2008/CESPE) No que concerne aos poderes públicos, julgue os itens que se seguem.

I. O poder de polícia do Estado pode ser delegado a particulares.

II. Suponha que Maurício, servidor público federal, delegue a autoridade hierarquicamente inferior a competência que ele tem para decidir recursos administrativos. Nessa hipótese, não há qualquer ilegalidade no ato de delegação.

04. (Oficial de Inteligência/ABIN 2008/CESPE) Quanto aos poderes públicos, julgue os próximos itens.

I. O ato normativo do Poder Executivo que contenha uma parte que exorbite o exercício de poder regulamentar poderá ser anulado na sua integralidade pelo Congresso Nacional.

II. Decorre do poder disciplinar do Estado a multa aplicada pelo poder concedente a uma concessionária do serviço público que tenha descumprido normas reguladoras impostas pelo poder concedente.

05. (Analista Judiciário/STJ 2008/CESPE) Quanto aos poderes administrativos, julgue os itens a seguir.

I. O poder regulamentar do presidente da República, que visa proporcionar o fiel cumprimento das leis, não se confunde com o chamado poder regulador, conferido ao CNJ, inclusive para disciplinar as atividades judiciais dos demais membros do Poder Judiciário, visando à celeridade processual e à obediência aos princípios constitucionais da moralidade, eficiência, publicidade, razoabilidade e proporcionalidade.

06. (Técnico Judiciário/TRE MA 2009/CESPE - adaptada) No que se refere aos poderes dos administradores públicos, julgue os itens a seguir:

I. O poder de polícia somente pode ser exercido de maneira discricionária.

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II. O poder disciplinar caracteriza-se pela discricionariedade, podendo a administração escolher entre punir e não punir a falta praticada pelo servidor.

III. Uma autarquia ou uma empresa pública estadual está ligada a um estado-membro por uma relação de subordinação decorrente da hierarquia.

IV. No exercício do poder regulamentar, a administração não pode criar direitos, obrigações, proibições, medidas punitivas, devendo limitar-se a estabelecer normas sobre a forma como a lei vai ser cumprida.

07. (Técnico Judiciário/TRE MA 2009/CESPE) O conselho diretor de uma autarquia federal baixou resolução disciplinando que todas as compras de material permanente acima de cinqüenta mil reais só poderiam ser feitas pela própria sede. Ainda assim, um dos superintendentes estaduais abriu licitação para compra de microcomputadores no valor de trezentos mil reais. A licitação acabou sendo feita sem incidentes, e o citado superintendente homologou o resultado e adjudicou o objeto da licitação à empresa vencedora. Nessa situação, o superintendente (A) agiu com excesso de poder. (B) agiu com desvio de poder. (C) cometeu mera irregularidade administrativa, haja vista a necessidade da compra e o atendimento aos requisitos de validez expressos na Lei de Licitações. (D) cometeu o crime de prevaricação, que consiste em praticar ato de ofício (a licitação) contra expressa ordem de superior hierárquico (a resolução do conselho diretor).

08. (Analista Administrativo/TRT 9ª 2007/CESPE) Com relação aos princípios básicos da administração pública e dos poderes administrativos, julgue o seguinte item.

I. Pelo atributo da coercibilidade, o poder de polícia tem execução imediata, sem dependência de ordem judicial.

09. (Exame da Ordem/OAB RJ 2007/CESPE - adaptada) Em relação ao poder de polícia, julgue as assertivas seguintes:

I. Consiste sempre em uma atividade discricionária.

II. Pode ser exercido por particulares, mesmo quanto a atos de império.

III. Pode envolver atos de fiscalização e sanção.

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IV. Não restringe a liberdade ou a propriedade.

10. (Juiz do Trabalho Substituto/TRT 5ª 2006/CESPE - adaptada) Em relação ao poder de polícia, julgue os itens a seguir:

I. A aplicação de multa por magistrado ao considerar os embargos de declaração manifestamente protelatórios configura ato de poder de polícia.

II. A proporcionalidade é elemento essencial à validade de qualquer atuação da administração pública, salvo nos atos de polícia.

III. O poder de polícia administrativo se confunde com a discricionariedade.

11. (Agente da Policia Federal/MJ PF 2004/CESPE) Julgue os itens abaixo, acerca da autorização do porte de arma de fogo.

I. A autorização de porte de arma de fogo constitui uma forma de delegação de serviço público.

II. A expedição de autorização de porte de arma de fogo constitui exercício de poder administrativo regulamentar.

12. (Assessor / Prefeitura de Natal 2008 / CESPE - adaptada) Com relação aos poderes da administração pública, julgue os itens a seguir:

I. As sanções impostas aos particulares pela administração pública são exemplos de exercício do poder disciplinar.

II. O poder vinculado não existe como poder autônomo; em realidade, ele configura atributo de outros poderes ou competências da administração pública.

III. O regimento interno de um órgão é fruto do exercício do poder hierárquico desse órgão.

IV. O poder de polícia, regido pelo direito administrativo, é o meio pelo qual a administração pública exerce atividade de segurança pública, seja por meio da polícia civil, seja pela polícia militar, a fim de coibir ilícitos administrativos.

13. (Administração/MCT- FINEP 2009/CESPE - adaptada) Acerca da administração pública direta e indireta, julgue os itens abaixo:

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I. Veda-se a prática de nepotismo em todas as esferas da administração pública, federal, estadual e municipal, razão pela qual um governador não pode nomear o seu irmão para o cargo de secretário estadual de transporte.

II. A administração pode anular os próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos, ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. A anulação ou a revogação do ato pela administração impede a apreciação judicial da situação por falta de interesse do administrado.

III. Cabe ao Poder Judiciário verificar a regularidade dos atos normativos e de administração do poder público em relação às causas, aos motivos e à finalidade que os ensejam.

14. (Analista de Atividades/IBRAM 2009/CESPE) A Lei n.º 4.717/1965, ao regular a ação popular, estabelece, em seu art. 2.º, as hipóteses de nulidade de atos lesivos ao patrimônio das entidades definidas em seu art. 1.º. A doutrina administrativista majoritária utiliza aquele dispositivo como norteador da definição dos elementos dos atos administrativos e das situações de invalidade. A respeito dos atos administrativos, invalidade e controle, julgue os próximos itens.

I. Consoante disposto na Lei n.º 9.784/1999, que regula o processo administrativo, a administração tem o dever de anular os atos administrativos eivados de vício de legalidade, no exercício de sua autotutela, podendo convalidar aqueles que apresentem defeitos sanáveis, desde que não acarretem lesão ao interesse público e nem prejuízo a terceiros.

II. Conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o controle jurisdicional a respeito do ato administrativo que impõe sanção disciplinar restringe-se aos seus aspectos meramente formais.

15. (Analista Judiciário/TRE MA 2009/CESPE) A obra de construção de um grande centro comercial, em adiantado estágio, foi embargada pelo departamento de obras e posturas do município por invadir área pública. Nesse caso, a administração praticou ato de (A) império. (B) postura. (C) controle.

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(D) gestão. (E) polícia.

16. (Analista Judiciário/TRE MA 2009/CESPE - adaptada) No tocante aos atos administrativos, julgue os itens abaixo:

I. A imperatividade é atributo presente em todos os atos administrativos, inclusive naqueles que conferem direitos solicitados pelos administrados e nos atos enunciativos.

II. A tipicidade é atributo do ato administrativo constante unicamente nos atos unilaterais, razão pela qual não se faz presente nos contratos celebrados pela administração pública.

III. A permissão é ato administrativo bilateral e vinculado pelo qual a administração faculta ao particular a execução de serviço público ou a utilização privativa de bem público.

IV. A revogação do ato administrativo produz efeitos ex tunc.

V. O ato administrativo se sujeita ao regime jurídico de direito público ou de direito privado.

17. (Técnico Judiciário/TRE MA 2009/CESPE) Acerca dos atos administrativos, julgue os itens que se seguem.

I. A imperatividade é a característica do ato administrativo que faz com que esse ato, tão logo seja praticado, possa ser imediatamente executado e seu objeto, imediatamente alcançado.

II. A presunção de legitimidade dos atos administrativos é iuris tantum.

III. Todo ato administrativo é autoexecutável.

IV. São atributos dos atos administrativos a presunção de legitimidade, a imperatividade, a exigibilidade e a autoexecutoriedade.

Estão certos apenas os itens (A) I e III. (B) II e IV. (C) III e IV. (D) I, II e III. (E) I, II e IV.

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18. (Analista Administrativa/ANATEL 2009/CESPE) Lucas foi aprovado em concurso público de provas e títulos para o cargo de analista administrativo da ANATEL. Considerando que o prazo de validade do concurso expirará em julho de 2009, com possibilidade de prorrogação por mais um ano, ou seja, julho de 2010, Lucas resolveu encaminhar um e-mail para a ouvidoria da agência, indagando se o presidente prorrogaria ou não o certame. A ouvidoria da ANATEL respondeu a Lucas que a contratação de pessoal nas agências, por meio de concurso público, é um ato de gestão e não de império e que a prorrogação do concurso constitui um ato discricionário.

Com base na situação hipotética acima apresentada, julgue os itens subsequentes, acerca da classificação dos atos administrativos.

I. As informações prestadas pela ouvidora estão corretas, pois a contratação de pessoal por meio de concurso público para composição de quadro funcional é caracterizada como ato de gestão, não intervindo a vontade dos administrados para sua prática.

II. Na situação considerada, a informação da ouvidoria, quanto à prorrogação do concurso público constituir ato discricionário, está correta, embora não tenha atendido objetivamente à indagação de Lucas.

19. (Analista Judiciário/TRE GO 2009/CESPE - adaptada) Julgue os itens abaixo a respeito da discricionariedade administrativa, como prerrogativa do agente público e do seu controle pelo Poder Judiciário.

I. A discricionariedade administrativa decorre da ausência de lei para reger determinada situação.

II. Não só a escolha do ato a ser praticado, como também a escolha do melhor momento para praticá-lo, revela hipótese de discricionariedade da administração.

III. Nas situações em que o Poder Judiciário anula ato discricionário, o juiz pode determinar providência que defina o conteúdo do novo ato a ser praticado.

20. (Técnico Judiciário/TRT 5ª 2008/CESPE) A respeito de atos administrativos, julgue os itens seguintes.

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I. O Poder Judiciário pode revogar seus próprios atos administrativos e anular os atos administrativos praticados pelo Poder Legislativo.

II. O ato administrativo de remoção de servidor público ocupante de cargo efetivo com o intuito de puni-lo caracteriza desvio de poder.

III. A administração tem o ônus de provar a legalidade do ato administrativo sempre que ela for questionada judicialmente.

IV. A aposentadoria de cargo de provimento efetivo, por implemento de idade, é um ato administrativo discricionário.

21. (Analista Judiciário/TRT 5ª 2008/CESPE) Julgue os itens que se seguem, acerca dos atos administrativos e do procedimento administrativo disciplinado no âmbito da administração federal.

I. É dispensável a motivação para o ato administrativo quando este se destinar apenas a suspender outro ato anteriormente editado.

II. A revogação de ato administrativo por motivo de conveniência e oportunidade deve respeitar os direitos eventualmente adquiridos.

III. O prazo decadencial para a administração pública anular atos administrativos de efeitos patrimoniais contínuos renova-se periodicamente.

22. (Oficial de Inteligência/ABIN 2008/CESPE) Na segunda fase do concurso para provimento de cargo de policial, Flávio matriculou-se no curso de formação, já que tinha sido aprovado nas provas objetivas, no exame psicotécnico e no teste físico, que compunham a chamada primeira fase. No entanto, a administração pública anulou o teste físico, remarcando nova data para a sua repetição, motivo pelo qual foi anulada a inscrição de Flávio no curso de formação. Acerca dos atos administrativos referentes à situação hipotética apresentada, julgue os itens subseqüentes.

I. A anulação do exame físico está inserida no poder de autotutela da administração, não sendo imprescindível que haja contraditório e ampla defesa, pois o ato em si não trouxe qualquer prejuízo para Flávio - já que ele irá refazer o teste físico - nem para os demais candidatos.

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II. Considerando que a motivação apresentada pela administração não seja a medida mais adequada para anular o teste físico de Flávio, o juiz poderá aplicar a teoria dos motivos determinantes para anular o ato anulatório.

GABARITO

1) I.F II.F 2) I.E 3) I.F II.F 4) I.F II.C 5) I.F

6) I.F II.F III.F IV.C

7) A 8) I.F 9) I.F II.F III.C IV.F

10) I.F II.F III.F

11) I.F II.F 12) I.F II.C III.F IV.F

13) I.F II.F III.C

14) I.C II.F 15) A

16) I.F II.C III.F IV.F V.F

17) B 18) I.F II.C 19) I.F II.C III.F

20) I.C II.C III.F IV.F

21) I.F II.C III.F

22) I.F II.C