62662831 legislacao federal relacionada a educacao

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1 PREFEITURA DA CIDADE DE SÃO PAULO SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO 2011 2011 Coletânea de Textos Legais Organização da Rede Municipal de Ensino

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  • 1

    PREFEITURA DA CIDADE DE SO PAULO

    SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAO

    2011

    2011

    Coletnea de Textos Legais Organizao da Rede Municipal de Ensino

  • 2

    PREFEITURA DA CIDADE DE SO PAULO Gilberto Kassab Prefeito SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAO Alexandre Alves Schneider Secretrio SECRETRIA ADJUNTA Clia Regina Guidon Faltico CHEFIA DE GABINETE Lilian Dal Molin ASSESSORIA TCNICA E DE PLANEJAMENTO Ftima Elisabete Pereira Thimteo SME/ ATP/ ASSISTNCIA TCNICA Tnia Carvalho Verglio ORGANIZAO DO DOCUMENTO Tnia Carvalho Verglio SME / AT Maria Luisa Assis Cardoso SME / AT EDITORAO Adelazir Teresinha M. Mattos Costa SME / AT Maria Luisa Assis Cardoso SME / AT

  • 3

    NDICE

    LEGISLAO FEDERAL

    - Resoluo CNE/CEB n 01, de 14/01/10 Define Diretrizes Operacionais para a

    implantao do Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. .......................................................

    ......12

    - Resoluo CNE/CEB n 03, de 15/06/10 Institui Diretrizes Operacionais para a

    Educao de Jovens e Adultos nos aspectos relativos durao dos cursos e idade

    mnima para ingresso nos cursos de EJA; idade mnima e certificao nos exames de

    EJA; e Educao de Jovens e Adultos desenvolvida por meio da Educao Distncia. ...

    ......13

    - Resoluo CNE/CEB n 04, de 13/07/10 Define Diretrizes Curriculares Nacionais

    Gerais para a Educao Bsica. ............................................................................................

    ......17

    - Resoluo CNE/CEB n 06, de 20/10/10 Define Diretrizes Operacionais para a

    matrcula no Ensino Fundamental e na Educao Infantil. ..................................................

    ......34

    - Resoluo CNE/CEB n 07, de 14/12/10 Fixa Diretrizes Curriculares Nacionais para

    o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. ..............................................................................

    ......35

    - Parecer CNE/CEB n 06, de 07/04/10 Reexame do Parecer CNE/CEB n 23/08, que

    institui Diretrizes Operacionais para a Educao de Jovens e Adultos EJA, nos aspectos

    relativos durao dos cursos e idade mnima para ingresso nos cursos de EJA; idade

    mnima e certificao nos exames de EJA; e Educao de Jovens e Adultos desenvolvida

    por meio da Educao Distncia. .......................................................................................

    ......48

    - Parecer CNE/CEB n 07, de 07/04/10 Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para

    a Educao Bsica. ...............................................................................................................

    ......78

    - Parecer CNE/CEB n 11, de 07/07/10 Diretrizes Curriculares Nacionais para o

    Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. .................................................................................

    ....147

    - Parecer CNE/CEB n 12, de 08/07/10 Diretrizes Operacionais para a matrcula no

    Ensino Fundamental e na Educao Infantil. .......................................................................

    ....186

    LEGISLAO MUNICIPAL

    I LEIS

    - Lei n 15.096, de 05/01/10 Dispe sobre o Programa Censo-Incluso e Cadastro-

    Incluso para a identificao, mapeamento e cadastramento do perfil socioeconmico das

    pessoas com deficincia ou mobilidade reduzida, no mbito do Municpio de So Paulo. .

    ....193

  • 4

    - Lei n 15.099, de 05/01/10 Dispe sobre a realizao de campanhas peridicas

    educativas de conscientizao para a populao para no sujar a cidade, e d outras

    providncias. ........................................................................................................................

    ....195

    - Lei n 15.111, de 06/01/10 Altera a Lei n 14.485, de 19/07/07, com a finalidade de

    incluir no Calendrio de Eventos da Cidade de So Paulo o Dia Municipal da Limpeza, a

    ser realizado anualmente no terceiro sbado do ms de setembro, e d outras

    providncias. ........................................................................................................................

    ....196

    - Lei n 15.114, de 14/01/10 Dispe sobre a criao de Observatrio de Proteo

    Integral Infncia e Adolescncia, e d outras providncias. .............................................

    ....197

    - Lei n 15.122, de 22/01/10 Dispe sobre a realizao do programa e campanha de

    atendimento e conscientizao no Municpio sobre os males e efeitos da ebriorexia

    (alcoolrexia). ........................................................................................................................

    ....204

    - Lei n 15.123, de 22/01/10 Dispe sobre a capacitao e a orientao dos servidores

    das creches do Municpio de So Paulo para a prestao de primeiros socorros. ...............

    ....205

    - Lei n 15.135, de 22/03/10 Revoga o inciso I do art. 179 da Lei n 8.989, de 20/10/79

    Estatuto dos Funcionrios Pblicos do Municpio de So Paulo. .....................................

    ....206

    - Lei n 15.137, de 25/03/10 Autoriza a celebrao de consrcio com municpios do

    Estado de So Paulo, objetivando o atendimento s mulheres vtimas de violncia, na

    forma que especifica. ........................................................................... ...............................

    ....207

    - Lei n 15.215, de 25/06/10 Dispe sobre o reajustamento das Escalas de Padres de

    Vencimentos do Quadro dos Profissionais da Educao, mantm a concesso do Abono

    Complementar que especifica e introduz alteraes na Lei 14.244, de 29/11/06;

    reconfigura a carreira de Agente Escolar, do Quadro de Apoio Educao, do Quadro

    dos Profissionais da Educao, prevista na Lei n 14.660, de 26/12//07, e legislao

    subsequente. ........................................................................................................................

    ....210

    - Lei n 15.276, de 02/09/10 Estabelece diretrizes para a Poltica Municipal de

    Preveno e Combate do Trabalho Infantil em suas piores formas, e d outras

    providncias. ........................................................................................................................

    ....213

    - Lei n 15.325, de 11/11/10 Altera a Lei 14.485, de 19/07/07, para incluir o Dia

    Municipal do Grmio Estudantil Livre, a ser comemorado anualmente, no dia 28 de

    maro, e d outras providncias. ..........................................................................................

    ....215

    II DECRETOS

    - Decreto n 51.180, de 14/01/10 Dispe sobre a incluso e uso do nome social de

    pessoas travestis e transexuais nos registros municipais relativos a servios pblicos

  • 5

    prestados no mbito da Administrao Direta e Indireta, conforme especifica. .................. ....217

    - Decreto n 51.198, de 22/01/10 Introduz alteraes no Decreto n 49.425, de

    22/04/08, relativo regulamentao do artigo 98 da Lei n 8.989, de 29/10/79, que

    dispe sobre as consignaes em folha de pagamento dos servidores pblicos e

    pensionistas da Administrao Direta e Autrquica do Municpio de So Paulo, bem

    como disciplina o sistema de consignaes do Municpio de So Paulo. ............................

    ....219

    - Decreto n 51.213, de 28/01/10 Regulamenta a Lei n 14.958, de 16/07/09, que

    dispe sobre a obrigatoriedade de entrega do carto SUS aos alunos atendidos pelo

    Programa Aprendendo com Sade. ......................................................................................

    ....221

    - Decreto n 51.285, de 10/02/10 Regulamenta a Lei n 14.978, de 11/09/09, na parte

    que dispe sobre a instituio de Conselhos Regionais de Gesto Participativa no mbito

    da Secretaria Municipal de Educao. .................................................................................

    ....222

    - Decreto n 51.290, de 11/02/10 Regulamenta a Lei n 14.957, de 16/07/09, que

    dispe sobre a incluso de medidas de conscientizao, preveno e combate ao

    bullying escolar no projeto pedaggico elaborado pelas escolas pblicas da Educao

    Bsica no Municpio de So Paulo. .....................................................................................

    ....224

    - Decreto n 51.368, de 30/03/10 Institui a Poltica de Educao Distncia no mbito

    da Administrao Direta do Municpio de So Paulo. .........................................................

    ....226

    - Decreto n 51.450, de 29/04/10 Estabelece a padronizao do uniforme escolar da

    rede municipal de ensino de que tratam as Leis n 13.371, de 04/06/02, e n 14.964, de

    20/07/09 - Alterado pelo Decreto n 52.010, de 16/12/10. ..................................................

    ....229

    - Decreto n 51.456, de 03/05/10 Regulamenta a Lei n 14.898, de 03/02/09, que

    obriga a Prefeitura do Municpio de So Paulo, autarquias, rgos municipais da

    administrao direta e indireta e empresas municipais a coletar lmpadas fluorescentes

    defeituosas ou que no mais acendem para reciclagem e reaproveitamento em todas

    dependncias pblicas da Cidade de So Paulo. ..................................................................

    ....231

    - Decreto n 51.501, de 18/05/10 Dispe sobre a celebrao de convnios que

    envolvam a utilizao de recursos financeiros. ....................................................................

    ....233

    - Decreto n 51.564, de 18/06/10 Regulamenta a progresso funcional dos titulares de

    cargos da carreira de Agente de Apoio, do Quadro de Pessoal do Nvel Bsico, conforme

    previsto na Lei n 13.652, de 25/09/03, com as alteraes introduzidas pela Lei 14.713,

    de 04/04/08. ..........................................................................................................................

    ....234

    - Decreto n 51.565, de 18/06/10 Regulamenta a progresso funcional dos titulares de

    cargos das carreiras de Assistente de Gesto de Polticas Pblicas e de Assistente de

    Suporte Tcnico, integrantes do Quadro de Pessoal do Nvel Mdio, conforme previsto

    na Lei n 13.748, de 16/01/04, com as alteraes introduzidas pela Lei 14.713, de

  • 6

    04/04/08. .............................................................................................................................. ....239

    - Decreto n 51.568, de 18/06/10 Regulamenta a promoo dos titulares de cargos da

    carreira de Agente de Apoio, do Quadro de Pessoal de Nvel Bsico, conforme previsto

    na Lei n 13.652, de 25/09/03, com as alteraes introduzidas pelas Leis n 13.748,

    de16/01/04, n 14.713, de 04/04/08, e n 14.876, de 05/01/09. ...........................................

    ....244

    - Decreto n 51.569, de 18/06/10 Regulamenta a promoo dos titulares de cargos das

    carreiras de Assistente de Gesto de Polticas Pblicas e de Assistente de Suporte

    Tcnico, do Quadro de Pessoal do Nvel Mdio, conforme previsto na Lei n 13.748, de

    16/01/04, com as alteraes introduzidas pela Lei 14.713, de 04/04/08. ............................

    ....249

    - Decreto n 51.762, de 03/09/10 Regulamenta o artigo 83 da Lei n 13.660, de

    26/12/07, que dispe sobre a transformao de cargos de Professor de Desenvolvimento

    Infantil em cargos de Professor de Educao Infantil e Ensino Fundamental I mediante

    opo de seus respectivos titulares. ......................................................... ............................

    ....254

    - Decreto n 51.778, de 14/09/10 Institui a Poltica de Atendimento de Educao

    Especial, por meio do Programa Inclui, no mbito da Secretaria Municipal de Educao..

    ....257

    - Decreto n 51.885, de 27/10/10 Regulamenta a Lei n 15.114, de 14/01/10, que

    dispe sobre a criao do Observatrio de Proteo Integral Infncia e Adolescncia. ...

    ....261

    - Decreto n 51.946, de 25/11/10 Regulamenta a evoluo funcional dos integrantes da

    carreira de Agente Escolar, nos termos previstos no artigo 7 da Lei n 15.215, de

    25/06/10, e substitui a Tabela B do Anexo nico do Decreto n 50.648, de 1 de junho

    de 2009. ......................................................... ......................................................................

    ....264

    - Decreto n 52.089, de 19/01/11 Reorganiza o Conselho de Alimentao Escolar

    CAE, criado pelo Decreto n 35.412, de 18 de agosto de 1995. ..........................................

    ....266

    - Decreto n 52.090, de 19/01/11 Aprova o Regimento Interno do Conselho de

    Alimentao Escolar CAE. ...............................................................................................

    ....269

    III CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAO

    - Deliberao CME n 05/10 e a Indicao CME 15/10 aprovadas pela Portaria

    SME n 5.932/10, DOC de 12/11/10 Fixa normas para credenciamento de instituies

    privadas sem fins lucrativos, especializadas e com atuao exclusiva em educao

    especial, interessadas em estabelecer convnio com a SME. ..............................................

    ....275

    - Indicao CME 14, de 16/07/10 Admissibilidade de recurso contra o indeferimento

    de pedido de autorizao de funcionamento de unidades educacionais de educao

    infantil. .................................................................................................................................

    ....279

  • 7

    - Parecer CME n 202, de 09/12/10 Reorganizao da EJA (Educao de Jovens e

    Adultos). ...............................................................................................................................

    ....283

    IV PORTARIA INTERSECRETARIAL

    - Portaria Conjunta SEE/SME n 01, de 25/08/10 Define parmetros comuns para a

    execuo do Programa de Matrcula Antecipada do Ensino Fundamental para o ano

    2011, na cidade de So Paulo, e d outras providncias. Com alterao do Cronograma

    publicado pelo Comunicado COGSP/SME/ATP n 01, de 19/10/10. .................................

    ....290

    V PORTARIAS SME

    - Portaria SME n 651, de 19/01/10 Altera a Portaria n 5.076, de 23/12/08, que

    dispe sobre critrios e procedimentos de classificao dos Supervisores Escolares

    efetivos para escolha/atribuio de setores de superviso nas Diretorias Regionais de

    Educao, e d outras providncias. ....................................................................................

    ....296

    - Portaria SME n 1.226, de 08/02/10 Atualiza o valor do per-capita para as

    Entidades de Educao Especial conveniadas com a Secretaria Municipal de Educao....

    ....297

    - Portaria SME n 1.305, de 12/02/10 Altera o inciso III do 2 do artigo 6 da

    Portaria SME n 3.111, de 05/06/09. ....................................................................................

    ....298

    - Portaria SME n 1.825, de 12/03/10 Estabelece disposies transitrias para a

    celebrao e aditamento de convnios de Educao Especial no mbito da Secretaria

    Municipal de Educao. .......................................................................................................

    ....299

    - Portaria SME n 1.918, de 18/03/10 Altera a denominao das Associaes

    Auxiliares dos Centros Integrados de Jovens e Adultos CIEJAs das Diretorias

    Regionais de Educao da SME. .........................................................................................

    ....301

    - Portaria SME n 2.193, de 09/04/10 Dispe sobre escolha de classes/aulas pelos

    Professores de Educao Infantil e Ensino Fundamental I e Professores de Ensino

    Fundamental II e Mdio, habilitados nos Concursos de Ingresso, e d outras

    providncias. Alterada pela Portaria n 4.580, de 26/08/10. .............................................

    ....302

    - Portaria SME n 2.558, de 28/04/10 Institui o Programa Parceiros da Educao,

    no mbito da Secretaria Municipal de Educao e d outras providncias. ........................

    ....305

    - Portaria SME n 2.660, de 05/05/10 Dispe sobre designao de profissionais para

    substituio nos cargos que especifica, nos perodos de licena gestante, licena

    adoo/guarda, licena maternidade. ...................................................................................

    ....307

  • 8

    - Portaria SME n 4.338, de 16/08/10 Altera a Portaria SME 3.969, de 18/08/09,

    republicada no DOC de 10/09/09, com alteraes posteriores. ...........................................

    ....308

    - Portaria SME n 4.339, de 16/08/10 Atualiza o valor do per-capita e adicional

    berrio para as Creches e Centros de Educao Infantil CEIs da Rede Conveniadas da

    Cidade de So Paulo. ...........................................................................................................

    ....309

    - Portaria SME n 4.340, de 16/08/10 Fixa o valor mnimo da remunerao dos

    profissionais docentes, habilitados na forma da lei, em exerccio nas instituies

    conveniadas, conforme disposto nos itens 3.7 do Anexo I e 2.1.2 do Anexo II, ambos da

    Portaria SME n 3.969, de 18/08/09, republicada no DOC de 10/09/09. ............................

    ....310

    - Portaria SME n 5.276, de 01/10/10 Dispe sobre escolha de agrupamentos pelos

    Professores de Educao Infantil habilitados nos Concursos Pblico de Ingresso, e d

    outras providncias. .............................................................................................................

    ....311

    - Portaria SME n 5.551, de 22/10/10 Dispe sobre as diretrizes para a elaborao do

    CALENDRIO DE ATIVIDADES 2011 nas Unidades de Educao Infantil, de

    Ensino Fundamental, de Ensino Fundamental e Mdio, de Educao de Jovens e Adultos

    e das Escolas Municipais de Educao Especial da Rede Municipal de Ensino. ................

    ....313

    - Portaria SME n 5.552, de 22/10/10 Dispe sobre o cronograma e execuo de

    servios nos CEIs indiretos e nas Creches/CEIs da Rede Particular conveniada para o ano

    de 2011, e d outras providncias. .......................................................... ............................

    ....316

    - Portaria SME n 5.553, de 22/10/10 Dispe sobre a pontuao dos Profissionais de

    Educao docentes para escolha/atribuio de turnos e de classes/aulas para o ano letivo

    de 2011, e d outras providncias. .......................................................................................

    ....318

    - Portaria SME n 5.554, de 22/10/10 Dispe sobre a pontuao dos Professores de

    Educao Infantil e Auxiliares de Desenvolvimento Infantil, lotados e/ou em exerccio

    nos Centros de Educao Infantil da Secretaria Municipal de Educao para

    escolha/atribuio de turnos e de agrupamento e vaga no mdulo - 2011 e d outras

    providncias. ........................................................................................................................

    ....325

    - Portaria SME n 5.555, de 22/10/10 Dispe sobre a organizao das Unidades de

    Educao Infantil, de Ensino Fundamental, de Ensino Fundamental e Mdio e dos

    Centros Educacionais Unificados da Rede Municipal de Ensino, e d outras

    providncias. Alterada pela Portaria SME n 6.111, de 13/12/10. .......................................

    ....330

    - Portaria SME n 5.714, de 05/11/10 Dispe sobre o Transporte Escolar Gratuito

    TEG para os alunos da Rede Municipal de Ensino. .............................................................

    ....339

    - Portaria SME n 5.905, de 24/11/10 Reorienta o Programa Ler e Escrever

    Prioridade na Escola Municipal nas EMEF, EMEFM e EMEE, reorganizado pela

    Portaria SME n 5.403, de 16/11/07. ....................................................................................

    ....342

  • 9

    - Portaria SME n 5.957, de 29/11/10 Estabelece normas transitrias para a

    reorganizao da Educao Infantil/2011 nas Unidades Educacionais da Rede Municipal

    de Ensino, e d outras providncias. ....................................................................................

    ....345

    - Portaria SME n 6.023, de 03/12/10 Dispe sobre diretrizes, normas e perodos para

    a realizao de matrculas no Ensino Mdio, no Curso Normal em nvel mdio e na

    Educao Profissional Tcnica de nvel mdio na Rede Municipal de Ensino e d outras

    providncias. .............................................................. .........................................................

    ....347

    - Portaria SME n 6.110, de 13/12/10 Institui as Matrizes Curriculares para as Escolas

    Municipais de Ensino Fundamental - EMEFs, Escolas Municipais de Ensino

    Fundamental e Mdio - EMEFMs e Escolas Municipais de Educao Especial - EMEEs,

    e d outras providncias. Republicada no DOC de 14/12/10. ..........................................

    ....350

    - Portaria SME n 6.215, de 20/12/10 Dispe sobre os critrios para apurao da

    pontuao de ttulos e de tempo para fins de evoluo funcional dos integrantes da

    carreira de Agente Escolar, do Quadro de Apoio Educao, do Quadro dos

    Profissionais da Educao. ...................................................................................................

    ....361

    - Portaria SME n 6.614, de 21/12/10 Oportuniza a redistribuio, a ttulo precrio,

    dos titulares de cargos de Supervisor Escolar, para exerccio em Diretoria Regional de

    Educao diversa da de lotao, estabelece critrios e d outras providncias. ..................

    ....362

    - Portaria SME n 690, de 20/01/11 Dispe sobre critrios e procedimentos para o

    credenciamento de organizaes/entidades/associaes educacionais ou com atuao

    preponderante na rea de educao. .....................................................................................

    ....364

    VII COMUNICADOS SME

    - Comunicado SME n 1.700, de 29/10/10 Dispe sobre a necessidade de atualizar as

    informaes que sero utilizadas para aquisio dos Uniformes Escolares de 2011. ..........

    ....368

    - Comunicado SME n 1.750, de 09/11/10 Dispe sobre o Transporte Escolar

    Gratuito TEG. ....................................................................................................................

    ....375

    - Comunicado SME n 2.283, de 22/12/10 Divulga a relao dos Centros de Educao

    Infantil que funcionaro como Unidades-Plo durante o ms de janeiro de 2011, perodo

    de frias escolares. ...............................................................................................................

    ....381

    OUTRAS SECRETARIAS/CMARA MUNICIPAL DE SO PAULO

    - Resoluo n 01, de 22/02/10 - Cmara Municipal de So Paulo Dispe sobre a

  • 10

    criao da Frente Parlamentar em Defesa da Educao Integral nas escolas do Municpio

    de So Paulo, e d outras providncias. ...............................................................................

    ....385

    - Resoluo n 01 SNJ-COMAP, de 26/02/10 Declarao de Vnculos Familiares. ... ....387

    - Portaria SMG-G n 96/10 Fixa critrios e procedimentos de apurao e valorao

    dos ttulos a serem considerados na Promoo dos titulares de cargos das carreiras dos

    Nveis Bsico, Mdio e Superior. ........................................................................................

    ....389

    - Portaria SMG-G n 97/10 Fixa critrios e procedimentos de apurao e valorao

    dos cursos e atividades a serem considerados na Progresso Funcional dos titulares de

    cargos das carreiras dos Nveis Bsico, Mdio e Superior. .................................................

    ....394

    - Portaria SMG-G n 117/10 Substitui o Anexo II da Portaria n 97/SMG-G/2010. ..... ....400

  • 11

    LEGISLAO FEDERAL

  • 12

    MINISTRIO DA EDUCAO

    CONSELHO NACIONAL DE EDUCAO CMARA DE EDUCAO BSICA

    RESOLUO N 1, DE 14 DE JANEIRO DE 2010 (*)

    Define Diretrizes Operacionais para a implantao do Ensino Fundamental de 9 (nove) anos.

    O Presidente da Cmara de Educao Bsica do Conselho Nacional de Educao, no uso de suas atribuies legais, em conformidade com o disposto na alnea c do 1 do artigo 9 da Lei n 4.024, de 20 de dezembro de 1961, com a redao dada pela Lei n 9.131, de 25 de novembro de 1995, bem como no 1 do artigo 8, no 1 do artigo 9 e no artigo 90 da Lei n 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e com fundamento no Parecer CNE/CEB n 22/2009, homologado por despacho do Senhor Ministro da Educao, publicado no DOU de 11 de janeiro de 2010, resolve: Art. 1 Os entes federados, as escolas e as famlias devem garantir o atendimento do direito pblico subjetivo das crianas com 6 (seis) anos de idade, matriculando-as e mantendo-as em escolas de Ensino Fundamental, nos termos da Lei n 11.274/2006. Art. 2 Para o ingresso no primeiro ano do Ensino Fundamental, a criana dever ter 6 (seis) anos de idade completos at o dia 31 de maro do ano em que ocorrer a matrcula. Art. 3 As crianas que completarem 6 (seis) anos de idade aps a data definida no artigo 2 devero ser matriculadas na Pr-Escola. Art. 4 Os sistemas de ensino definiro providncias complementares de adequao s normas desta Resoluo em relao s crianas matriculadas no Ensino Fundamental de 8 (oito) anos ou de 9 (nove) anos no perodo de transio definido pela Lei n 11.274/2006 como prazo legal de implantao do Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. 1 As escolas de Ensino Fundamental e seus respectivos sistemas de ensino que matricularam crianas que completaram 6 (seis) anos de idade aps a data em que se iniciou o ano letivo devem, em carter excepcional, dar prosseguimento ao percurso educacional dessas crianas, adotando medidas especiais de acompanhamento e avaliao do seu desenvolvimento global. 2 As crianas de 5 (cinco) anos de idade, independentemente do ms do seu aniversrio, que no seu percurso educacional estiveram matriculadas e frequentaram por mais de 2 (dois) anos a Pr-Escola, podero, em carter excepcional, no ano de 2010, prosseguir no seu percurso para o Ensino Fundamental. Art. 5 Esta Resoluo entrar em vigor na data de sua publicao, revogadas as disposies em contrrio. CESAR CALLEGARI (*) Resoluo CNE/CEB 1/2010. Dirio Oficial da Unio, Braslia, 15 de janeiro de 2009, Seo 1, p. 31.

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    MINISTRIO DA EDUCAO

    CONSELHO NACIONAL DE EDUCAO CMARA DE EDUCAO BSICA

    RESOLUO N 3, DE 15 DE JUNHO DE 2010 (*)

    Institui Diretrizes Operacionais para a Educao de Jovens e

    Adultos nos aspectos relativos durao dos cursos e idade

    mnima para ingresso nos cursos de EJA; idade mnima e

    certificao nos exames de EJA; e Educao de Jovens e

    Adultos desenvolvida por meio da Educao a Distncia.

    O Presidente da Cmara de Educao Bsica do Conselho Nacional de Educao, de conformidade com o disposto na alnea c do 1 do artigo 9 da Lei n 4.024/61, com a redao dada pela Lei n 9.131/95, nos artigos 39 a 41 da Lei n 9.394/96, no Decreto n 5.154/2004, e com fundamento no Parecer CNE/CEB n 6/2010, homologado por Despacho do Senhor Ministro de Estado da Educao, publicado no DOU de 9/6/2010 resolve: Art. 1 Esta Resoluo institui Diretrizes Operacionais para a Educao de Jovens e Adultos (EJA) nos aspectos relativos durao dos cursos e idade mnima para ingresso nos cursos e exames de EJA, certificao nos exames de EJA, Educao de Jovens e Adultos desenvolvida por meio da Educao a Distncia (EAD), a serem obrigatoriamente observadas pelos sistemas de ensino, na oferta e na estrutura dos cursos e exames de Ensino Fundamental e Ensino Mdio que se desenvolvem em instituies prprias integrantes dos Sistemas de Ensino Federal, Estaduais, Municipais e do Distrito Federal. Art. 2 Para o melhor desenvolvimento da EJA, cabe a institucionalizao de um sistema educacional pblico de Educao Bsica de jovens e adultos, como poltica pblica de Estado e no apenas de governo, assumindo a gesto democrtica, contemplando a diversidade de sujeitos aprendizes, proporcionando a conjugao de polticas pblicas setoriais e fortalecendo sua vocao como instrumento para a educao ao longo da vida. Art. 3 A presente Resoluo mantm os princpios, os objetivos e as Diretrizes formulados no Parecer CNE/CEB n 11/2000, que estabeleceu as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao de Jovens e Adultos e, quanto Resoluo CNE/CEB n 1/2000, amplia o alcance do disposto no artigo 7 para definir a idade mnima tambm para a frequncia em cursos de EJA, bem como substitui o termo supletivo por EJA, no caput do artigo 8, que determina idade mnima para o Ensino Mdio em EJA, passando os mesmos a terem, respectivamente, a redao constante nos artigos 4, 5 e 6 desta Resoluo. Art. 4 Quanto durao dos cursos presenciais de EJA, mantm-se a formulao do Parecer CNE/CEB n 29/2006, acrescentando o total de horas a serem cumpridas, independentemente da forma de organizao curricular: I - para os anos iniciais do Ensino Fundamental, a durao deve ficar a critrio dos sistemas de ensino; II - para os anos finais do Ensino Fundamental, a durao mnima deve ser de 1.600 (mil e seiscentas) horas; III - para o Ensino Mdio, a durao mnima deve ser de 1.200 (mil e duzentas) horas. Pargrafo nico. Para a Educao Profissional Tcnica de Nvel Mdio integrada com o Ensino Mdio, reafirma-se a durao de 1.200 (mil e duzentas) horas destinadas educao geral, cumulativamente com a carga horria mnima para a respectiva habilitao profissional de Nvel (*) Resoluo CNE/CEB 3/2010. Dirio Oficial da Unio, Braslia, 16 de junho de 2010, Seo 1, p. 66.

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    Mdio, tal como estabelece a Resoluo CNE/CEB n 4/2005, e para o ProJovem, a durao estabelecida no Parecer CNE/CEB n 37/2006. Art. 5 Obedecidos o disposto no artigo 4, incisos I e VII, da Lei n 9.394/96 (LDB) e a regra da prioridade para o atendimento da escolarizao obrigatria, ser considerada idade mnima para os cursos de EJA e para a realizao de exames de concluso de EJA do Ensino Fundamental a de 15 (quinze) anos completos. Pargrafo nico. Para que haja oferta variada para o pleno atendimento dos adolescentes, jovens e adultos situados na faixa de 15 (quinze) anos ou mais, com defasagem idade-srie, tanto sequencialmente no ensino regular quanto na Educao de Jovens e Adultos, assim como nos cursos destinados formao profissional, nos termos do 3o do artigo 37 da Lei n 9.394/96, torna-se necessrio: I - fazer a chamada ampliada de estudantes para o Ensino Fundamental em todas as modalidades, tal como se faz a chamada das pessoas de faixa etria obrigatria do ensino; II - incentivar e apoiar as redes e sistemas de ensino a estabelecerem, de forma colaborativa, poltica prpria para o atendimento dos estudantes adolescentes de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos, garantindo a utilizao de mecanismos especficos para esse tipo de alunado que considerem suas potencialidades, necessidades, expectativas em relao vida, s culturas juvenis e ao mundo do trabalho, tal como prev o artigo 37 da Lei n 9.394/96, inclusive com programas de acelerao da aprendizagem, quando necessrio; III - incentivar a oferta de EJA nos perodos escolares diurno e noturno, com avaliao em processo. Art. 6 Observado o disposto no artigo 4, inciso VII, da Lei n 9.394/96, a idade mnima para matrcula em cursos de EJA de Ensino Mdio e inscrio e realizao de exames de concluso de EJA do Ensino Mdio 18 (dezoito) anos completos. Pargrafo nico. O direito dos menores emancipados para os atos da vida civil no se aplica para o da prestao de exames supletivos. Art. 7 Em consonncia com o Ttulo IV da Lei n 9.394/96, que estabelece a forma de organizao da educao nacional, a certificao decorrente dos exames de EJA deve ser competncia dos sistemas de ensino. 1 Para melhor cumprimento dessa competncia, os sistemas podem solicitar, sempre que necessrio, apoio tcnico e financeiro do INEP/MEC para a melhoria de seus exames para certificao de EJA. 2 Cabe Unio, como coordenadora do sistema nacional de educao: I - a possibilidade de realizao de exame federal como exerccio, ainda que residual, dos estudantes do sistema federal (cf. artigo 211, 1, da Constituio Federal); II - a competncia para fazer e aplicar exames em outros Estados Nacionais (pases), podendo delegar essa competncia a alguma unidade da federao; III - a possibilidade de realizar exame intragovernamental para certificao nacional em parceria com um ou mais sistemas, sob a forma de adeso e como consequncia do regime de colaborao, devendo, nesse caso, garantir a exigncia de uma base nacional comum. IV - garantir, como funo supletiva, a dimenso tica da certificao que deve obedecer aos princpios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia; V - oferecer apoio tcnico e financeiro aos Estados, ainda como funo supletiva, para a oferta de exames de EJA; VI - realizar avaliao das aprendizagens dos estudantes da Educao de Jovens e Adultos, integrada s avaliaes j existentes para o Ensino Fundamental e o Ensino Mdio, capaz de oferecer dados e informaes para subsidiar o estabelecimento de polticas pblicas nacionais compatveis com a realidade, sem o objetivo de certificar o desempenho de estudantes. 3 Toda certificao decorrente dessas competncias possui validade nacional, garantindo padro de qualidade.

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    Art. 8 O poder pblico deve inserir a EJA no Sistema Nacional de Avaliao da Educao Bsica e ampliar sua ao para alm das avaliaes que visam identificar desempenhos cognitivos e fluxo escolar, incluindo, tambm, a avaliao de outros indicadores institucionais das redes pblicas e privadas que possibilitam a universalizao e a qualidade do processo educativo, tais como parmetros de infraestrutura, gesto, formao e valorizao dos profissionais da educao, financiamento, jornada escolar e organizao pedaggica. Art. 9 Os cursos de EJA desenvolvidos por meio da EAD, como reconhecimento do ambiente virtual como espao de aprendizagem, sero restritos ao segundo segmento do Ensino Fundamental e ao Ensino Mdio, com as seguintes caractersticas: I - a durao mnima dos cursos de EJA, desenvolvidos por meio da EAD, ser de 1.600 (mil e seiscentas) horas, nos anos finais do Ensino Fundamental, e de 1.200 (mil e duzentas) horas, no Ensino Mdio; II - a idade mnima para o desenvolvimento da EJA com mediao da EAD ser a mesma estabelecida para a EJA presencial: 15 (quinze) anos completos para o segundo segmento do Ensino Fundamental e 18 (dezoito) anos completos para o Ensino Mdio; III - cabe Unio, em regime de cooperao com os sistemas de ensino, o estabelecimento padronizado de normas e procedimentos para os processos de autorizao, reconhecimento e renovao de reconhecimento dos cursos a distncia e de credenciamento das instituies, garantindo-se sempre padro de qualidade; IV - os atos de credenciamento de instituies para a oferta de cursos a distncia da Educao Bsica no mbito da unidade federada deve ficar ao encargo dos sistemas de ensino; V - para a oferta de cursos de EJA a distncia fora da unidade da federao em que estiver sediada, a instituio dever obter credenciamento nos Conselhos de Educao das unidades da federao onde ir atuar; VI - tanto no Ensino Fundamental quanto no Ensino Mdio, a EAD deve ser desenvolvida em comunidade de aprendizagem em rede, com aplicao, dentre outras, das Tecnologias de Informao e Comunicao (TIC) na busca inteligente e na interatividade virtual, com garantia de ambiente presencial escolar devidamente organizado para as prticas relativas formao profissional, de avaliao e gesto coletiva do trabalho, conjugando as diversas polticas setoriais de governo; VII - a interatividade pedaggica ser desenvolvida por professores licenciados na disciplina ou atividade, garantindo relao adequada de professores por nmero de estudantes; VIII - aos estudantes sero fornecidos livros didticos e de literatura, alm de oportunidades de consulta nas bibliotecas dos polos de apoio pedaggico organizados para tal fim; IX - infraestrutura tecnolgica como polo de apoio pedaggico s atividades escolares que garanta acesso dos estudantes biblioteca, rdio, televiso e internet aberta s possibilidades da chamada convergncia digital; X - haja reconhecimento e aceitao de transferncias entre os cursos de EJA presencial e os desenvolvidos com mediao da EAD; XI - ser estabelecido, pelos sistemas de ensino, processo de avaliao de EJA desenvolvida por meio da EAD, no qual: a) a avaliao da aprendizagem dos estudantes seja contnua, processual e abrangente, com autoavaliao e avaliao em grupo, sempre presenciais; b) haja avaliao peridica das instituies escolares como exerccio da gesto democrtica e garantia do efetivo controle social de seus desempenhos; c) seja desenvolvida avaliao rigorosa para a oferta de cursos, descredenciando prticas mercantilistas e instituies que no zelem pela qualidade de ensino; XII - os cursos de EJA desenvolvidos por meio da EAD, autorizados antes da vigncia desta Resoluo, tero o prazo de 1 (um) ano, a partir da data de sua publicao, para adequar seus projetos poltico-pedaggicos s presentes normas. Art. 10. O Sistema Nacional Pblico de Formao de Professores dever estabelecer polticas e aes especficas para a formao inicial e continuada de professores de Educao Bsica de

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    jovens e adultos, bem como para professores do ensino regular que atuam com adolescentes, cujas idades extrapolam a relao idade-srie, desenvolvidas em estreita relao com o Programa Universidade Aberta do Brasil (UAB), com as Universidades Pblicas e com os sistemas de ensino. Art. 11. O aproveitamento de estudos e conhecimentos realizados antes do ingresso nos cursos de EJA, bem como os critrios para verificao do rendimento escolar, devem ser garantidos aos jovens e adultos, tal como prev a LDB em seu artigo 24, transformados em horas-atividades a serem incorporados ao currculo escolar do(a) estudante, o que deve ser comunicado ao respectivo sistema de ensino. Art. 12. A Educao de Jovens e Adultos e o ensino regular sequencial para os adolescentes com defasagem idade-srie devem estar inseridos na concepo de escola unitria e politcnica, garantindo a integrao dessas facetas educacionais em todo seu percurso escolar, como consignado nos artigos 39 e 40 da Lei n 9.394/96 e na Lei n 11.741/2008, com a ampliao de experincias tais como os programas PROEJA e ProJovem e com o incentivo institucional para a adoo de novas experincias pedaggicas, promovendo tanto a Educao Profissional quanto a elevao dos nveis de escolaridade dos trabalhadores. Art. 13. Esta Resoluo entra em vigor na data de sua publicao, ficando revogadas as disposies em contrrio. FRANCISCO APARECIDO CORDO

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    MINISTRIO DA EDUCAO CONSELHO NACIONAL DE EDUCAO

    CMARA DE EDUCAO BSICA

    RESOLUO N 4, DE 13 DE JULHO DE 2010 (*)

    Define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a

    Educao Bsica. O Presidente da Cmara de Educao Bsica do Conselho Nacional de Educao, no uso de suas atribuies legais, e de conformidade com o disposto na alnea c do 1 do artigo 9 da Lei n 4.024/1961, com a redao dada pela Lei n 9.131/1995, nos artigos 36, 36-A, 36-B, 36-C, 36-D, 37, 39, 40, 41 e 42 da Lei n 9.394/1996, com a redao dada pela Lei n 11.741/2008, bem como no Decreto n 5.154/2004, e com fundamento no Parecer CNE/CEB n 7/2010, homologado por Despacho do Senhor Ministro de Estado da Educao, publicado no DOU de 9 de julho de 2010. RESOLVE: Art. 1 A presente Resoluo define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para o conjunto orgnico, sequencial e articulado das etapas e modalidades da Educao Bsica, baseando-se no direito de toda pessoa ao seu pleno desenvolvimento, preparao para o exerccio da cidadania e qualificao para o trabalho, na vivncia e convivncia em ambiente educativo, e tendo como fundamento a responsabilidade que o Estado brasileiro, a famlia e a sociedade tm de garantir a democratizao do acesso, a incluso, a permanncia e a concluso com sucesso das crianas, dos jovens e adultos na instituio educacional, a aprendizagem para continuidade dos estudos e a extenso da obrigatoriedade e da gratuidade da Educao Bsica. TTULO I OBJETIVOS Art. 2 Estas Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educao Bsica tm por objetivos: I - sistematizar os princpios e as diretrizes gerais da Educao Bsica contidos na Constituio, na Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (LDB) e demais dispositivos legais, traduzindo-os em orientaes que contribuam para assegurar a formao bsica comum nacional, tendo como foco os sujeitos que do vida ao currculo e escola; II - estimular a reflexo crtica e propositiva que deve subsidiar a formulao, a execuo e a avaliao do projeto poltico-pedaggico da escola de Educao Bsica; III - orientar os cursos de formao inicial e continuada de docentes e demais profissionais da Educao Bsica, os sistemas educativos dos diferentes entes federados e as escolas que os integram, indistintamente da rede a que pertenam. Art. 3 As Diretrizes Curriculares Nacionais especficas para as etapas e modalidades da Educao Bsica devem evidenciar o seu papel de indicador de opes polticas, sociais, culturais, educacionais, e a funo da educao, na sua relao com um projeto de Nao, tendo como referncia os objetivos constitucionais, fundamentando-se na cidadania e na dignidade da pessoa, o que pressupe igualdade, liberdade, pluralidade, diversidade, respeito, justia social, solidariedade e sustentabilidade. TTULO II REFERNCIAS CONCEITUAIS

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    Art. 4 As bases que do sustentao ao projeto nacional de educao responsabilizam o poder pblico, a famlia, a sociedade e a escola pela garantia a todos os educandos de um ensino ministrado de acordo com os princpios de: I - igualdade de condies para o acesso, incluso, permanncia e sucesso na escola; II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de ideias e de concepes pedaggicas; IV - respeito liberdade e aos direitos; V - coexistncia de instituies pblicas e privadas de ensino; VI - gratuidade do ensino pblico em estabelecimentos oficiais; VII - valorizao do profissional da educao escolar; VIII - gesto democrtica do ensino pblico, na forma da legislao e das normas dos respectivos sistemas de ensino; IX - garantia de padro de qualidade; X - valorizao da experincia extraescolar; XI - vinculao entre a educao escolar, o trabalho e as prticas sociais. Art. 5 A Educao Bsica direito universal e alicerce indispensvel para o exerccio da cidadania em plenitude, da qual depende a possibilidade de conquistar todos os demais direitos, definidos na Constituio Federal, no Estatuto da Criana e do Adolescente (ECA), na legislao ordinria e nas demais disposies que consagram as prerrogativas do cidado. Art. 6 Na Educao Bsica, necessrio considerar as dimenses do educar e do cuidar, em sua inseparabilidade, buscando recuperar, para a funo social desse nvel da educao, a sua centralidade, que o educando, pessoa em formao na sua essncia humana. TTULO III SISTEMA NACIONAL DE EDUCAO Art. 7 A concepo de educao deve orientar a institucionalizao do regime de colaborao entre Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios, no contexto da estrutura federativa brasileira, em que convivem sistemas educacionais autnomos, para assegurar efetividade ao projeto da educao nacional, vencer a fragmentao das polticas pblicas e superar a desarticulao institucional. 1 Essa institucionalizao possibilitada por um Sistema Nacional de Educao, no qual cada ente federativo, com suas peculiares competncias, chamado a colaborar para transformar a Educao Bsica em um sistema orgnico, sequencial e articulado. 2 O que caracteriza um sistema a atividade intencional e organicamente concebida, que se justifica pela realizao de atividades voltadas para as mesmas finalidades ou para a concretizao dos mesmos objetivos. 3 O regime de colaborao entre os entes federados pressupe o estabelecimento de regras de equivalncia entre as funes distributiva, supletiva, normativa, de superviso e avaliao da educao nacional, respeitada a autonomia dos sistemas e valorizadas as diferenas regionais. TTULO IV ACESSO E PERMANNCIA PARA A CONQUISTA DA QUALIDADE SOCIAL Art. 8 A garantia de padro de qualidade, com pleno acesso, incluso e permanncia dos sujeitos das aprendizagens na escola e seu sucesso, com reduo da evaso, da reteno e da distoro de idade/ano/srie, resulta na qualidade social da educao, que uma conquista coletiva de todos os sujeitos do processo educativo. Art. 9 A escola de qualidade social adota como centralidade o estudante e a aprendizagem, o que pressupe atendimento aos seguintes requisitos:

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    I - reviso das referncias conceituais quanto aos diferentes espaos e tempos educativos, abrangendo espaos sociais na escola e fora dela; II - considerao sobre a incluso, a valorizao das diferenas e o atendimento pluralidade e diversidade cultural, resgatando e respeitando as vrias manifestaes de cada comunidade; III - foco no projeto poltico-pedaggico, no gosto pela aprendizagem e na avaliao das aprendizagens como instrumento de contnua progresso dos estudantes; IV - inter-relao entre organizao do currculo, do trabalho pedaggico e da jornada de trabalho do professor, tendo como objetivo a aprendizagem do estudante; V - preparao dos profissionais da educao, gestores, professores, especialistas, tcnicos, monitores e outros; VI - compatibilidade entre a proposta curricular e a infraestrutura entendida como espao formativo dotado de efetiva disponibilidade de tempos para a sua utilizao e acessibilidade; VII - integrao dos profissionais da educao, dos estudantes, das famlias, dos agentes da comunidade interessados na educao; VIII - valorizao dos profissionais da educao, com programa de formao continuada, critrios de acesso, permanncia, remunerao compatvel com a jornada de trabalho definida no projeto poltico-pedaggico; IX - realizao de parceria com rgos, tais como os de assistncia social e desenvolvimento humano, cidadania, cincia e tecnologia, esporte, turismo, cultura e arte, sade, meio ambiente. Art. 10. A exigncia legal de definio de padres mnimos de qualidade da educao traduz a necessidade de reconhecer que a sua avaliao associa-se ao planejada, coletivamente, pelos sujeitos da escola. 1 O planejamento das aes coletivas exercidas pela escola supe que os sujeitos tenham clareza quanto: I - aos princpios e s finalidades da educao, alm do reconhecimento e da anlise dos dados indicados pelo ndice de Desenvolvimento da Educao Bsica (IDEB) e/ou outros indicadores, que o complementem ou substituam; II - relevncia de um projeto poltico-pedaggico concebido e assumido colegiadamente pela comunidade educacional, respeitadas as mltiplas diversidades e a pluralidade cultural; III - riqueza da valorizao das diferenas manifestadas pelos sujeitos do processo educativo, em seus diversos segmentos, respeitados o tempo e o contexto sociocultural; IV - aos padres mnimos de qualidade (Custo Aluno-Qualidade Inicial CAQi); 2 Para que se concretize a educao escolar, exige-se um padro mnimo de insumos, que tem como base um investimento com valor calculado a partir das despesas essenciais ao desenvolvimento dos processos e procedimentos formativos, que levem, gradualmente, a uma educao integral, dotada de qualidade social: I - creches e escolas que possuam condies de infraestrutura e adequados equipamentos; II - professores qualificados com remunerao adequada e compatvel com a de outros profissionais com igual nvel de formao, em regime de trabalho de 40 (quarenta) horas em tempo integral em uma mesma escola; III - definio de uma relao adequada entre o nmero de alunos por turma e por professor, que assegure aprendizagens relevantes; IV - pessoal de apoio tcnico e administrativo que responda s exigncias do que se estabelece no projeto poltico-pedaggico. TTULO V ORGANIZAO CURRICULAR: CONCEITO, LIMITES, POSSIBILIDADES Art. 11. A escola de Educao Bsica o espao em que se ressignifica e se recria a cultura herdada, reconstruindo-se as identidades culturais, em que se aprende a valorizar as razes prprias das diferentes regies do Pas. Pargrafo nico. Essa concepo de escola exige a superao do rito escolar, desde a construo do currculo at os critrios que orientam a organizao do trabalho escolar em sua

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    multidimensionalidade, privilegia trocas, acolhimento e aconchego, para garantir o bem-estar de crianas, adolescentes, jovens e adultos, no relacionamento entre todas as pessoas. Art. 12. Cabe aos sistemas educacionais, em geral, definir o programa de escolas de tempo parcial diurno (matutino ou vespertino), tempo parcial noturno, e tempo integral (turno e contra-turno ou turno nico com jornada escolar de 7 horas, no mnimo, durante todo o perodo letivo), tendo em vista a amplitude do papel socioeducativo atribudo ao conjunto orgnico da Educao Bsica, o que requer outra organizao e gesto do trabalho pedaggico. 1 Deve-se ampliar a jornada escolar, em nico ou diferentes espaos educativos, nos quais a permanncia do estudante vincula-se tanto quantidade e qualidade do tempo dirio de escolarizao quanto diversidade de atividades de aprendizagens. 2 A jornada em tempo integral com qualidade implica a necessidade da incorporao efetiva e orgnica, no currculo, de atividades e estudos pedagogicamente planejados e acompanhados. 3 Os cursos em tempo parcial noturno devem estabelecer metodologia adequada s idades, maturidade e experincia de aprendizagens, para atenderem aos jovens e adultos em escolarizao no tempo regular ou na modalidade de Educao de Jovens e Adultos. CAPTULO I FORMAS PARA A ORGANIZAO CURRICULAR Art. 13. O currculo, assumindo como referncia os princpios educacionais garantidos educao, assegurados no artigo 4 desta Resoluo, configura-se como o conjunto de valores e prticas que proporcionam a produo, a socializao de significados no espao social e contribuem intensamente para a construo de identidades socioculturais dos educandos. 1 O currculo deve difundir os valores fundamentais do interesse social, dos direitos e deveres dos cidados, do respeito ao bem comum e ordem democrtica, considerando as condies de escolaridade dos estudantes em cada estabelecimento, a orientao para o trabalho, a promoo de prticas educativas formais e no-formais. 2 Na organizao da proposta curricular, deve-se assegurar o entendimento de currculo como experincias escolares que se desdobram em torno do conhecimento, permeadas pelas relaes sociais, articulando vivncias e saberes dos estudantes com os conhecimentos historicamente acumulados e contribuindo para construir as identidades dos educandos. 3 A organizao do percurso formativo, aberto e contextualizado, deve ser construda em funo das peculiaridades do meio e das caractersticas, interesses e necessidades dos estudantes, incluindo no s os componentes curriculares centrais obrigatrios, previstos na legislao e nas normas educacionais, mas outros, tambm, de modo flexvel e varivel, conforme cada projeto escolar, e assegurando: I - concepo e organizao do espao curricular e fsico que se imbriquem e alarguem, incluindo espaos, ambientes e equipamentos que no apenas as salas de aula da escola, mas, igualmente, os espaos de outras escolas e os socioculturais e esportivo-recreativos do entorno, da cidade e mesmo da regio; II - ampliao e diversificao dos tempos e espaos curriculares que pressuponham profissionais da educao dispostos a inventar e construir a escola de qualidade social, com responsabilidade compartilhada com as demais autoridades que respondem pela gesto dos rgos do poder pblico, na busca de parcerias possveis e necessrias, at porque educar responsabilidade da famlia, do Estado e da sociedade; III - escolha da abordagem didtico-pedaggica disciplinar, pluridisciplinar, interdisciplinar ou transdisciplinar pela escola, que oriente o projeto poltico-pedaggico e resulte de pacto estabelecido entre os profissionais da escola, conselhos escolares e comunidade, subsidiando a organizao da matriz curricular, a definio de eixos temticos e a constituio de redes de aprendizagem; IV - compreenso da matriz curricular entendida como propulsora de movimento, dinamismo curricular e educacional, de tal modo que os diferentes campos do conhecimento possam se coadunar com o conjunto de atividades educativas;

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    V - organizao da matriz curricular entendida como alternativa operacional que embase a gesto do currculo escolar e represente subsdio para a gesto da escola (na organizao do tempo e do espao curricular, distribuio e controle do tempo dos trabalhos docentes), passo para uma gesto centrada na abordagem interdisciplinar, organizada por eixos temticos, mediante interlocuo entre os diferentes campos do conhecimento; VI - entendimento de que eixos temticos so uma forma de organizar o trabalho pedaggico, limitando a disperso do conhecimento, fornecendo o cenrio no qual se constroem objetos de estudo, propiciando a concretizao da proposta pedaggica centrada na viso interdisciplinar, superando o isolamento das pessoas e a compartimentalizao de contedos rgidos; VII - estmulo criao de mtodos didtico-pedaggicos utilizando-se recursos tecnolgicos de informao e comunicao, a serem inseridos no cotidiano escolar, a fim de superar a distncia entre estudantes que aprendem a receber informao com rapidez utilizando a linguagem digital e professores que dela ainda no se apropriaram; VIII - constituio de rede de aprendizagem, entendida como um conjunto de aes didtico-pedaggicas, com foco na aprendizagem e no gosto de aprender, subsidiada pela conscincia de que o processo de comunicao entre estudantes e professores efetivado por meio de prticas e recursos diversos; IX - adoo de rede de aprendizagem, tambm, como ferramenta didtico-pedaggica relevante nos programas de formao inicial e continuada de profissionais da educao, sendo que esta opo requer planejamento sistemtico integrado estabelecido entre sistemas educativos ou conjunto de unidades escolares; 4 A transversalidade entendida como uma forma de organizar o trabalho didtico-pedaggico em que temas e eixos temticos so integrados s disciplinas e s reas ditas convencionais, de forma a estarem presentes em todas elas. 5 A transversalidade difere da interdisciplinaridade e ambas complementam-se, rejeitando a concepo de conhecimento que toma a realidade como algo estvel, pronto e acabado. 6 A transversalidade refere-se dimenso didtico-pedaggica, e a interdisciplinaridade, abordagem epistemolgica dos objetos de conhecimento. CAPTULO II FORMAO BSICA COMUM E PARTE DIVERSIFICADA Art. 14. A base nacional comum na Educao Bsica constitui-se de conhecimentos, saberes e valores produzidos culturalmente, expressos nas polticas pblicas e gerados nas instituies produtoras do conhecimento cientfico e tecnolgico; no mundo do trabalho; no desenvolvimento das linguagens; nas atividades desportivas e corporais; na produo artstica; nas formas diversas de exerccio da cidadania; e nos movimentos sociais. 1 Integram a base nacional comum nacional: a) a Lngua Portuguesa; b) a Matemtica; c) o conhecimento do mundo fsico, natural, da realidade social e poltica, especialmente do Brasil, incluindo-se o estudo da Histria e das Culturas Afro-Brasileira e Indgena; d) a Arte, em suas diferentes formas de expresso, incluindo-se a msica; e) a Educao Fsica; f) o Ensino Religioso. 2 Tais componentes curriculares so organizados pelos sistemas educativos, em forma de reas de conhecimento, disciplinas, eixos temticos, preservando-se a especificidade dos diferentes campos do conhecimento, por meio dos quais se desenvolvem as habilidades indispensveis ao exerccio da cidadania, em ritmo compatvel com as etapas do desenvolvimento integral do cidado. 3 A base nacional comum e a parte diversificada no podem se constituir em dois blocos distintos, com disciplinas especficas para cada uma dessas partes, mas devem ser organicamente planejadas e geridas de tal modo que as tecnologias de informao e comunicao perpassem

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    transversalmente a proposta curricular, desde a Educao Infantil at o Ensino Mdio, imprimindo direo aos projetos poltico-pedaggicos. Art. 15. A parte diversificada enriquece e complementa a base nacional comum, prevendo o estudo das caractersticas regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da comunidade escolar, perpassando todos os tempos e espaos curriculares constituintes do Ensino Fundamental e do Ensino Mdio, independentemente do ciclo da vida no qual os sujeitos tenham acesso escola. 1 A parte diversificada pode ser organizada em temas gerais, na forma de eixos temticos, selecionados colegiadamente pelos sistemas educativos ou pela unidade escolar. 2 A LDB inclui o estudo de, pelo menos, uma lngua estrangeira moderna na parte diversificada, cabendo sua escolha comunidade escolar, dentro das possibilidades da escola, que deve considerar o atendimento das caractersticas locais, regionais, nacionais e transnacionais, tendo em vista as demandas do mundo do trabalho e da internacionalizao de toda ordem de relaes. 3 A lngua espanhola, por fora da Lei n 11.161/2005, obrigatoriamente ofertada no Ensino Mdio, embora facultativa para o estudante, bem como possibilitada no Ensino Fundamental, do 6 ao 9 ano. Art. 16. Leis especficas, que complementam a LDB, determinam que sejam includos componentes no disciplinares, como temas relativos ao trnsito, ao meio ambiente e condio e direitos do idoso. Art. 17. No Ensino Fundamental e no Ensino Mdio, destinar-se-o, pelo menos, 20% do total da carga horria anual ao conjunto de programas e projetos interdisciplinares eletivos criados pela escola, previsto no projeto pedaggico, de modo que os estudantes do Ensino Fundamental e do Mdio possam escolher aquele programa ou projeto com que se identifiquem e que lhes permitam melhor lidar com o conhecimento e a experincia. 1 Tais programas e projetos devem ser desenvolvidos de modo dinmico, criativo e flexvel, em articulao com a comunidade em que a escola esteja inserida. 2 A interdisciplinaridade e a contextualizao devem assegurar a transversalidade do conhecimento de diferentes disciplinas e eixos temticos, perpassando todo o currculo e propiciando a interlocuo entre os saberes e os diferentes campos do conhecimento. TTULO VI ORGANIZAO DA EDUCAO BSICA Art. 18. Na organizao da Educao Bsica, devem-se observar as Diretrizes Curriculares Nacionais comuns a todas as suas etapas, modalidades e orientaes temticas, respeitadas as suas especificidades e as dos sujeitos a que se destinam. 1 As etapas e as modalidades do processo de escolarizao estruturam-se de modo orgnico, sequencial e articulado, de maneira complexa, embora permanecendo individualizadas ao logo do percurso do estudante, apesar das mudanas por que passam: I - a dimenso orgnica atendida quando so observadas as especificidades e as diferenas de cada sistema educativo, sem perder o que lhes comum: as semelhanas e as identidades que lhe so inerentes; II - a dimenso sequencial compreende os processos educativos que acompanham as exigncias de aprendizagens definidas em cada etapa do percurso formativo, contnuo e progressivo, da Educao Bsica at a Educao Superior, constituindo-se em diferentes e insubstituveis momentos da vida dos educandos; III - a articulao das dimenses orgnica e sequencial das etapas e das modalidades da Educao Bsica, e destas com a Educao Superior, implica ao coordenada e integradora do seu conjunto.

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    2 A transio entre as etapas da Educao Bsica e suas fases requer formas de articulao das dimenses orgnica e sequencial que assegurem aos educandos, sem tenses e rupturas, a continuidade de seus processos peculiares de aprendizagem e desenvolvimento. Art. 19. Cada etapa delimitada por sua finalidade, seus princpios, objetivos e diretrizes educacionais, fundamentando-se na inseparabilidade dos conceitos referenciais: cuidar e educar, pois esta uma concepo norteadora do projeto poltico-pedaggico elaborado e executado pela comunidade educacional. Art. 20. O respeito aos educandos e a seus tempos mentais, socioemocionais, culturais e identitrios um princpio orientador de toda a ao educativa, sendo responsabilidade dos sistemas a criao de condies para que crianas, adolescentes, jovens e adultos, com sua diversidade, tenham a oportunidade de receber a formao que corresponda idade prpria de percurso escolar. CAPTULO I ETAPAS DA EDUCAO BSICA Art. 21. So etapas correspondentes a diferentes momentos constitutivos do desenvolvimento educacional: I - a Educao Infantil, que compreende: a Creche, englobando as diferentes etapas do desenvolvimento da criana at 3 (trs) anos e 11 (onze) meses; e a Pr-Escola, com durao de 2 (dois) anos; II - o Ensino Fundamental, obrigatrio e gratuito, com durao de 9 (nove) anos, organizado e tratado em duas fases: a dos 5 (cinco) anos iniciais e a dos 4 (quatro) anos finais; III - o Ensino Mdio, com durao mnima de 3 (trs) anos. Pargrafo nico. Essas etapas e fases tm previso de idades prprias, as quais, no entanto, so diversas quando se atenta para sujeitos com caractersticas que fogem norma, como o caso, entre outros: I - de atraso na matrcula e/ou no percurso escolar; II - de reteno, repetncia e retorno de quem havia abandonado os estudos; III - de portadores de deficincia limitadora; IV - de jovens e adultos sem escolarizao ou com esta incompleta; V - de habitantes de zonas rurais; VI - de indgenas e quilombolas; VII - de adolescentes em regime de acolhimento ou internao, jovens e adultos em situao de privao de liberdade nos estabelecimentos penais. Seo I Educao Infantil Art. 22. A Educao Infantil tem por objetivo o desenvolvimento integral da criana, em seus aspectos fsico, afetivo, psicolgico, intelectual, social, complementando a ao da famlia e da comunidade. 1 As crianas provm de diferentes e singulares contextos socioculturais, socioeconmicos e tnicos, por isso devem ter a oportunidade de ser acolhidas e respeitadas pela escola e pelos profissionais da educao, com base nos princpios da individualidade, igualdade, liberdade, diversidade e pluralidade. 2 Para as crianas, independentemente das diferentes condies fsicas, sensoriais, intelectuais, lingusticas, tnico-raciais, socioeconmicas, de origem, de religio, entre outras, as relaes sociais e intersubjetivas no espao escolar requerem a ateno intensiva dos profissionais da educao, durante o tempo de desenvolvimento das atividades que lhes so peculiares, pois este o momento em que a curiosidade deve ser estimulada, a partir da brincadeira orientada pelos profissionais da educao.

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    3 Os vnculos de famlia, dos laos de solidariedade humana e do respeito mtuo em que se assenta a vida social devem iniciar-se na Educao Infantil e sua intensificao deve ocorrer ao longo da Educao Bsica. 4 Os sistemas educativos devem envidar esforos promovendo aes a partir das quais as unidades de Educao Infantil sejam dotadas de condies para acolher as crianas, em estreita relao com a famlia, com agentes sociais e com a sociedade, prevendo programas e projetos em parceria, formalmente estabelecidos. 5 A gesto da convivncia e as situaes em que se torna necessria a soluo de problemas individuais e coletivos pelas crianas devem ser previamente programadas, com foco nas motivaes estimuladas e orientadas pelos professores e demais profissionais da educao e outros de reas pertinentes, respeitados os limites e as potencialidades de cada criana e os vnculos desta com a famlia ou com o seu responsvel direto. Seo II Ensino Fundamental Art. 23. O Ensino Fundamental com 9 (nove) anos de durao, de matrcula obrigatria para as crianas a partir dos 6 (seis) anos de idade, tem duas fases sequentes com caractersticas prprias, chamadas de anos iniciais, com 5 (cinco) anos de durao, em regra para estudantes de 6 (seis) a 10 (dez) anos de idade; e anos finais, com 4 (quatro) anos de durao, para os de 11 (onze) a 14 (quatorze) anos. Pargrafo nico. No Ensino Fundamental, acolher significa tambm cuidar e educar, como forma de garantir a aprendizagem dos contedos curriculares, para que o estudante desenvolva interesses e sensibilidades que lhe permitam usufruir dos bens culturais disponveis na comunidade, na sua cidade ou na sociedade em geral, e que lhe possibilitem ainda sentir-se como produtor valorizado desses bens. Art. 24. Os objetivos da formao bsica das crianas, definidos para a Educao Infantil, prolongam-se durante os anos iniciais do Ensino Fundamental, especialmente no primeiro, e completam-se nos anos finais, ampliando e intensificando, gradativamente, o processo educativo, mediante: I - desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios bsicos o pleno domnio da leitura, da escrita e do clculo; II - foco central na alfabetizao, ao longo dos 3 (trs) primeiros anos; III - compreenso do ambiente natural e social, do sistema poltico, da economia, da tecnologia, das artes, da cultura e dos valores em que se fundamenta a sociedade; IV - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisio de conhecimentos e habilidades e a formao de atitudes e valores; V - fortalecimento dos vnculos de famlia, dos laos de solidariedade humana e de respeito recproco em que se assenta a vida social. Art. 25. Os sistemas estaduais e municipais devem estabelecer especial forma de colaborao visando oferta do Ensino Fundamental e articulao sequente entre a primeira fase, no geral assumida pelo Municpio, e a segunda, pelo Estado, para evitar obstculos ao acesso de estudantes que se transfiram de uma rede para outra para completar esta escolaridade obrigatria, garantindo a organicidade e a totalidade do processo formativo do escolar. Seo III Ensino Mdio Art. 26. O Ensino Mdio, etapa final do processo formativo da Educao Bsica, orientado por princpios e finalidades que preveem: I - a consolidao e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;

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    II - a preparao bsica para a cidadania e o trabalho, tomado este como princpio educativo, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de enfrentar novas condies de ocupao e aperfeioamento posteriores; III - o desenvolvimento do educando como pessoa humana, incluindo a formao tica e esttica, o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crtico; IV - a compreenso dos fundamentos cientficos e tecnolgicos presentes na sociedade contempornea, relacionando a teoria com a prtica. 1 O Ensino Mdio deve ter uma base unitria sobre a qual podem se assentar possibilidades diversas como preparao geral para o trabalho ou, facultativamente, para profisses tcnicas; na cincia e na tecnologia, como iniciao cientfica e tecnolgica; na cultura, como ampliao da formao cultural. 2 A definio e a gesto do currculo inscrevem-se em uma lgica que se dirige aos jovens, considerando suas singularidades, que se situam em um tempo determinado. 3 Os sistemas educativos devem prever currculos flexveis, com diferentes alternativas, para que os jovens tenham a oportunidade de escolher o percurso formativo que atenda seus interesses, necessidades e aspiraes, para que se assegure a permanncia dos jovens na escola, com proveito, at a concluso da Educao Bsica. CAPTULO II MODALIDADES DA EDUCAO BSICA Art. 27. A cada etapa da Educao Bsica pode corresponder uma ou mais das modalidades de ensino: Educao de Jovens e Adultos, Educao Especial, Educao Profissional e Tecnolgica, Educao do Campo, Educao Escolar Indgena e Educao a Distncia. Seo I Educao de Jovens e Adultos Art. 28. A Educao de Jovens e Adultos (EJA) destina-se aos que se situam na faixa etria superior considerada prpria, no nvel de concluso do Ensino Fundamental e do Ensino Mdio. 1 Cabe aos sistemas educativos viabilizar a oferta de cursos gratuitos aos jovens e aos adultos, proporcionando-lhes oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as caractersticas do alunado, seus interesses, condies de vida e de trabalho, mediante cursos, exames, aes integradas e complementares entre si, estruturados em um projeto pedaggico prprio. 2 Os cursos de EJA, preferencialmente tendo a Educao Profissional articulada com a Educao Bsica, devem pautar-se pela flexibilidade, tanto de currculo quanto de tempo e espao, para que seja(m): I - rompida a simetria com o ensino regular para crianas e adolescentes, de modo a permitir percursos individualizados e contedos significativos para os jovens e adultos; II - providos o suporte e a ateno individuais s diferentes necessidades dos estudantes no processo de aprendizagem, mediante atividades diversificadas; III - valorizada a realizao de atividades e vivncias socializadoras, culturais, recreativas e esportivas, geradoras de enriquecimento do percurso formativo dos estudantes; IV - desenvolvida a agregao de competncias para o trabalho; V - promovida a motivao e a orientao permanente dos estudantes, visando maior participao nas aulas e seu melhor aproveitamento e desempenho; VI - realizada, sistematicamente, a formao continuada, destinada, especificamente, aos educadores de jovens e adultos. Seo II Educao Especial

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    Art. 29. A Educao Especial, como modalidade transversal a todos os nveis, etapas e modalidades de ensino, parte integrante da educao regular, devendo ser prevista no projeto poltico-pedaggico da unidade escolar. 1 Os sistemas de ensino devem matricular os estudantes com deficincia, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotao nas classes comuns do ensino regular e no Atendimento Educacional Especializado (AEE), complementar ou suplementar escolarizao, ofertado em salas de recursos multifuncionais ou em centros de AEE da rede pblica ou de instituies comunitrias, confessionais ou filantrpicas sem fins lucrativos. 2 Os sistemas e as escolas devem criar condies para que o professor da classe comum possa explorar as potencialidades de todos os estudantes, adotando uma pedagogia dialgica, interativa, interdisciplinar e inclusiva e, na interface, o professor do AEE deve identificar habilidades e necessidades dos estudantes, organizar e orientar sobre os servios e recursos pedaggicos e de acessibilidade para a participao e aprendizagem dos estudantes. 3 Na organizao desta modalidade, os sistemas de ensino devem observar as seguintes orientaes fundamentais: I - o pleno acesso e a efetiva participao dos estudantes no ensino regular; II - a oferta do atendimento educacional especializado; III - a formao de professores para o AEE e para o desenvolvimento de prticas educacionais inclusivas; IV - a participao da comunidade escolar; V - a acessibilidade arquitetnica, nas comunicaes e informaes, nos mobilirios e equipamentos e nos transportes; VI - a articulao das polticas pblicas intersetoriais. Seo III Educao Profissional e Tecnolgica Art. 30. A Educao Profissional e Tecnolgica, no cumprimento dos objetivos da educao nacional, integra-se aos diferentes nveis e modalidades de educao e s dimenses do trabalho, da cincia e da tecnologia, e articula-se com o ensino regular e com outras modalidades educacionais: Educao de Jovens e Adultos, Educao Especial e Educao a Distncia. Art. 31. Como modalidade da Educao Bsica, a Educao Profissional e Tecnolgica ocorre na oferta de cursos de formao inicial e continuada ou qualificao profissional e nos de Educao Profissional Tcnica de nvel mdio. Art. 32. A Educao Profissional Tcnica de nvel mdio desenvolvida nas seguintes formas: I - articulada com o Ensino Mdio, sob duas formas: a) integrada, na mesma instituio; ou b) concomitante, na mesma ou em distintas instituies; II - subsequente, em cursos destinados a quem j tenha concludo o Ensino Mdio. 1 Os cursos articulados com o Ensino Mdio, organizados na forma integrada, so cursos de matrcula nica, que conduzem os educandos habilitao profissional tcnica de nvel mdio ao mesmo tempo em que concluem a ltima etapa da Educao Bsica. 2 Os cursos tcnicos articulados com o Ensino Mdio, ofertados na forma concomitante, com dupla matrcula e dupla certificao, podem ocorrer: I - na mesma instituio de ensino, aproveitando-se as oportunidades educacionais disponveis; II - em instituies de ensino distintas, aproveitando-se as oportunidades educacionais disponveis; III - em instituies de ensino distintas, mediante convnios de intercomplementaridade, com planejamento e desenvolvimento de projeto pedaggico unificado. 3 So admitidas, nos cursos de Educao Profissional Tcnica de nvel mdio, a organizao e a estruturao em etapas que possibilitem qualificao profissional intermediria.

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    4 A Educao Profissional e Tecnolgica pode ser desenvolvida por diferentes estratgias de educao continuada, em instituies especializadas ou no ambiente de trabalho, incluindo os programas e cursos de aprendizagem, previstos na Consolidao das Leis do Trabalho (CLT). Art. 33. A organizao curricular da Educao Profissional e Tecnolgica por eixo tecnolgico fundamenta-se na identificao das tecnologias que se encontram na base de uma dada formao profissional e dos arranjos lgicos por elas constitudos. Art. 34. Os conhecimentos e as habilidades adquiridos tanto nos cursos de Educao Profissional e Tecnolgica, como os adquiridos na prtica laboral pelos trabalhadores, podem ser objeto de avaliao, reconhecimento e certificao para prosseguimento ou concluso de estudos. Seo IV Educao Bsica do Campo Art. 35. Na modalidade de Educao Bsica do Campo, a educao para a populao rural est prevista com adequaes necessrias s peculiaridades da vida no campo e de cada regio, definindo-se orientaes para trs aspectos essenciais organizao da ao pedaggica: I - contedos curriculares e metodologias apropriadas s reais necessidades e interesses dos estudantes da zona rural; II - organizao escolar prpria, incluindo adequao do calendrio escolar s fases do ciclo agrcola e s condies climticas; III - adequao natureza do trabalho na zona rural. Art. 36. A identidade da escola do campo definida pela vinculao com as questes inerentes sua realidade, com propostas pedaggicas que contemplam sua diversidade em todos os aspectos, tais como sociais, culturais, polticos, econmicos, de gnero, gerao e etnia. Pargrafo nico. Formas de organizao e metodologias pertinentes realidade do campo devem ter acolhidas, como a pedagogia da terra, pela qual se busca um trabalho pedaggico fundamentado no princpio da sustentabilidade, para assegurar a preservao da vida das futuras geraes, e a pedagogia da alternncia, na qual o estudante participa, concomitante e alternadamente, de dois ambientes/situaes de aprendizagem: o escolar e o laboral, supondo parceria educativa, em que ambas as partes so corresponsveis pelo aprendizado e pela formao do estudante. Seo V Educao Escolar Indgena Art. 37. A Educao Escolar Indgena ocorre em unidades educacionais inscritas em suas terras e culturas, as quais tm uma realidade singular, requerendo pedagogia prpria em respeito especificidade tnico-cultural de cada povo ou comunidade e formao especfica de seu quadro docente, observados os princpios constitucionais, a base nacional comum e os princpios que orientam a Educao Bsica brasileira. Pargrafo nico. Na estruturao e no funcionamento das escolas indgenas, reconhecida a sua condio de possuidores de normas e ordenamento jurdico prprios, com ensino intercultural e bilngue, visando valorizao plena das culturas dos povos indgenas e afirmao e manuteno de sua diversidade tnica. Art. 38. Na organizao de escola indgena, deve ser considerada a participao da comunidade, na definio do modelo de organizao e gesto, bem como: I - suas estruturas sociais; II - suas prticas socioculturais e religiosas; III - suas formas de produo de conhecimento, processos prprios e mtodos de ensino-aprendizagem;

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    IV - suas atividades econmicas; V - edificao de escolas que atendam aos interesses das comunidades indgenas; VI - uso de materiais didtico-pedaggicos produzidos de acordo com o contexto sociocultural de cada povo indgena. Seo VI Educao a Distncia Art. 39. A modalidade Educao a Distncia caracteriza-se pela mediao didtico-pedaggica nos processos de ensino e aprendizagem que ocorre com a utilizao de meios e tecnologias de informao e comunicao, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos. Art. 40. O credenciamento para a oferta de cursos e programas de Educao de Jovens e Adultos, de Educao Especial e de Educao Profissional Tcnica de nvel mdio e Tecnolgica, na modalidade a distncia, compete aos sistemas estaduais de ensino, atendidas a regulamentao federal e as normas complementares desses sistemas. Seo VII Educao Escolar Quilombola Art. 41. A Educao Escolar Quilombola desenvolvida em unidades educacionais inscritas em suas terras e cultura, requerendo pedagogia prpria em respeito especificidade tnico-cultural de cada comunidade e formao especfica de seu quadro docente, observados os princpios constitucionais, a base nacional comum e os princpios que orientam a Educao Bsica brasileira. Pargrafo nico. Na estruturao e no funcionamento das escolas quilombolas, bem com nas demais, deve ser reconhecida e valorizada a diversidade cultural. TTULO VII ELEMENTOS CONSTITUTIVOS PARA A ORGANIZAO DAS DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS GERAIS PARA A EDUCAO BSICA Art. 42. So elementos constitutivos para a operacionalizao destas Diretrizes o projeto poltico-pedaggico e o regimento escolar; o sistema de avaliao; a gesto democrtica e a organizao da escola; o professor e o programa de formao docente. CAPTULO I O PROJETO POLTICO-PEDAGGICO E O REGIMENTO ESCOLAR Art. 43. O projeto poltico-pedaggico, interdependentemente da autonomia pedaggica, administrativa e de gesto financeira da instituio educacional, representa mais do que um documento, sendo um dos meios de viabilizar a escola democrtica para todos e de qualidade social. 1 A autonomia da instituio educacional baseia-se na busca de sua identidade, que se expressa na construo de seu projeto pedaggico e do seu regimento escolar, enquanto manifestao de seu ideal de educao e que permite uma nova e democrtica ordenao pedaggica das relaes escolares. 2 Cabe escola, considerada a sua identidade e a de seus sujeitos, articular a formulao do projeto poltico-pedaggico com os planos de educao nacional, estadual, municipal , o contexto em que a escola se situa e as necessidades locais e de seus estudantes. 3 A misso da unidade escolar, o papel socioeducativo, artstico, cultural, ambiental, as questes de gnero, etnia e diversidade cultural que compem as aes educativas, a organizao e a gesto curricular so componentes integrantes do projeto poltico-pedaggico, devendo ser

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    previstas as prioridades institucionais que a identificam, definindo o conjunto das aes educativas prprias das etapas da Educao Bsica assumidas, de acordo com as especificidades que lhes correspondam, preservando a sua articulao sistmica. Art. 44. O projeto poltico-pedaggico, instncia de construo coletiva que respeita os sujeitos das aprendizagens, entendidos como cidados com direitos proteo e participao social, deve contemplar: I - o diagnstico da realidade concreta dos sujeitos do processo educativo, contextualizados no espao e no tempo; II - a concepo sobre educao, conhecimento, avaliao da aprendizagem e mobilidade escolar; III - o perfil real dos sujeitos crianas, jovens e adultos que justificam e instituem a vida da e na escola, do ponto de vista intelectual, cultural, emocional, afetivo, socioeconmico, como base da reflexo sobre as relaes vida-conhecimento-cultura-professor-estudante e instituio escolar; IV - as bases norteadoras da organizao do trabalho pedaggico; V - a definio de qualidade das aprendizagens e, por consequncia, da escola, no contexto das desigualdades que se refletem na escola; VI - os fundamentos da gesto democrtica, compartilhada e participativa (rgos colegiados e de representao estudantil); VII - o programa de acompanhamento de acesso, de permanncia dos estudantes e de superao da reteno escolar; VIII - o programa de formao inicial e continuada dos profissionais da educao, regentes e no regentes; IX - as aes de acompanhamento sistemtico dos resultados do processo de avaliao interna e externa (Sistema de Avaliao da Educao Bsica SAEB, Prova Brasil, dados estatsticos, pesquisas sobre os sujeitos da Educao Bsica), incluindo dados referentes ao IDEB e/ou que complementem ou substituam os desenvolvidos pelas unidades da federao e outros; X - a concepo da organizao do espao fsico da instituio escolar de tal modo que este seja compatvel com as caractersticas de seus sujeitos, que atenda as normas de acessibilidade, alm da natureza e das finalidades da educao, deliberadas e assumidas pela comunidade educacional. Art. 45. O regimento escolar, discutido e aprovado pela comunidade escolar e conhecido por todos, constitui-se em um dos instrumentos de execuo do projeto poltico-pedaggico, com transparncia e responsabilidade. Pargrafo nico. O regimento escolar trata da natureza e da finalidade da instituio, da relao da gesto democrtica com os rgos colegiados, das atribuies de seus rgos e sujeitos, das suas normas pedaggicas, incluindo os critrios de acesso, promoo, mobilidade do estudante, dos direitos e deveres dos seus sujeitos: estudantes, professores, tcnicos e funcionrios, gestores, famlias, representao estudantil e funo das suas instncias colegiadas. CAPTULO II AVALIAO Art. 46. A avaliao no ambiente educacional compreende 3 (trs) dimenses bsicas: I - avaliao da aprendizagem; II - avaliao institucional interna e externa; III - avaliao de redes de Educao Bsica. Seo I Avaliao da aprendizagem

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    Art. 47. A avaliao da aprendizagem baseia-se na concepo de educao que norteia a relao professor-estudante-conhecimento-vida em movimento, devendo ser um ato reflexo de reconstruo da prtica pedaggica avaliativa, premissa bsica e fundamental para se questionar o educar, transformando a mudana em ato, acima de tudo, poltico. 1 A validade da avaliao, na sua funo diagnstica, liga-se aprendizagem, possibilitando o aprendiz a recriar, refazer o que aprendeu, criar, propor e, nesse contexto, aponta para uma avaliao global, que vai alm do aspecto quantitativo, porque identifica o desenvolvimento da autonomia do estudante, que indissociavelmente tico, social, intelectual. 2 Em nvel operacional, a avaliao da aprendizagem tem, como referncia, o conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes, valores e emoes que os sujeitos do processo educativo projetam para si de modo integrado e articulado com aqueles princpios definidos para a Educao Bsica, redimensionados para cada uma de suas etapas, bem assim no projeto poltico-pedaggico da escola. 3 A avaliao na Educao Infantil realizada mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento da criana, sem o objetivo de promoo, mesmo em se tratando de acesso ao Ensino Fundamental. 4 A avaliao da aprendizagem no Ensino Fundamental e no Ensino Mdio, de carter formativo predominando sobre o quantitativo e classificatrio, adota uma estratgia de progresso individual e contnuo que favorece o crescimento do educando, preservando a qualidade necessria para a sua formao escolar, sendo organizada de acordo com regras comuns a essas duas etapas. Seo II Promoo, acelerao de estudos e classificao Art. 48. A promoo e a classificao no Ensino Fundamental e no Ensino Mdio podem ser utilizadas em qualquer ano, srie, ciclo, mdulo ou outra unidade de percurso adotada, exceto na primeira do Ensino Fundamental, alicerando-se na orientao de que a avaliao do rendimento escolar observar os seguintes critrios: I - avaliao contnua e cumulativa do desempenho do estudante, com prevalncia dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do perodo sobre os de eventuais provas finais; II - possibilidade de acelerao de estudos para estudantes com atraso escolar; III - possibilidade de avano nos cursos e nas sries mediante verificao do aprendizado; IV - aproveitamento de estudos concludos com xito; V - oferta obrigatria de apoio pedaggico destinado recuperao contnua e concomitante de aprendizagem de estudantes com dficit de rendimento escolar, a ser previsto no regimento escolar. Art. 49. A acelerao de estudos destina-se a estudantes com atraso escolar, queles que, por algum motivo, encontram-se em descompasso de idade, por razes como ingresso tardio, reteno, dificuldades no processo de ensino-aprendizagem ou outras. Art. 50. A progresso pode ser regular ou parcial, sendo que esta deve preservar a sequncia do currculo e observar as normas do respectivo sistema de ensino, requerendo o redesenho da organizao das aes pedaggicas, com previso de horrio de trabalho e espao de atuao para professor e estudante, com conjunto prprio de recursos didtico-pedaggicos. Art. 51. As escolas que utilizam organizao por srie podem adotar, no Ensino Fundamental, sem prejuzo da avaliao do processo ensino-aprendizagem, diversas formas de progresso, inclusive a de progresso continuada, jamais entendida como promoo automtica, o que supe tratar o conhecimento como processo e vivncia que no se harmoniza com a ideia de interrupo, mas sim de construo, em que o estudante, enquanto sujeito da ao, est em processo contnuo de formao, construindo significados.

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    Seo III Avaliao institucional Art. 52. A avaliao institucional interna deve ser prevista no projeto poltico-pedaggico e detalhada no plano de gesto, realizada anualmente, levando em considerao as orientaes contidas na regulamentao vigente, para rever o conjunto de objetivos e metas a serem concretizados, mediante ao dos diversos segmentos da comunidade educativa, o que pressupe delimitao de indicadores compatveis com a misso da escola, alm de clareza quanto ao que seja qualidade social da aprendizagem e da escola. Seo IV Avaliao de redes de Educao Bsica Art. 53. A avaliao de redes de Educao Bsica ocorre periodicamente, realizada por rgos externos escola e engloba os resultados da avaliao institucional, sendo que os resultados dessa avaliao sinalizam para a sociedade se a escola apresenta qualidade suficiente para continuar funcionando como est. CAPTULO III GESTO DEMOCRTICA E ORGANIZAO DA ESCOLA Art. 54. pressuposto da organizao do trabalho pedaggico e da gesto da escola conceber a organizao e a gesto das pessoas, do espao, dos processos e procedimentos que viabilizam o trabalho expresso no projeto poltico-pedaggico e em planos da escola, em que se conformam as condies de trabalho definidas pelas instncias colegiadas. 1 As instituies, respeitadas as normas legais e as do seu sistema de ensino, tm incumbncias complexas e abrangentes, que exigem outra concepo de organizao do trabalho pedaggico, como distribuio da carga horria, remunerao, estratgias claramente definidas para a ao didtico-pedaggica coletiva que inclua a pesquisa, a criao de novas abordagens e prticas metodolgicas, incluindo a produo de recursos didticos adequados s condies da escola e da comunidade em que esteja ela inserida. 2 obrigatria a gesto democrtica no ensino pblico e prevista, em geral, para todas as instituies de ensino, o que implica decises coletivas que pressupem a participao da comunidade escolar na gesto da escola e a observncia dos princpios e finalidades da educao. 3 No exerccio da gesto democrtica, a escola deve se empenhar para constituir-se em espao das diferenas e da pluralidade, inscrita na diversidade do processo tornado possvel por meio de relaes intersubjetivas, cuja meta a de se fundamentar em princpio educativo emancipador, expresso na liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber. Art. 55. A gesto democrtica constitui-se em instrumento de horizontalizao das relaes, de vivncia e convivncia colegiada, superando o autoritarismo no planejamento e na concepo e organizao curricular, educando para a conquista da cidadania plena e fortalecendo a ao conjunta que busca criar e recriar o trabalho da e na escola mediante: I - a compreenso da globalidade da pessoa, enquanto ser que aprende, que sonha e ousa, em busca de uma convivncia social libertadora fundamentada na tica cidad; II - a superao dos processos e procedimentos burocrticos, assumindo com pertinncia e relevncia: os planos pedaggicos, os objetivos institucionais e educacionais, e as atividades de avaliao contnua; III - a prtica em que os sujeitos constitutivos da comunidade educacional discutam a prpria prxis pedaggica impregnando-a de entusiasmo e de compromisso com a sua prpria comunidade, valorizando-a, situando-a no contexto das relaes sociais e buscando solues conjuntas;

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    IV - a construo de relaes interpessoais solidrias, geridas de tal modo que os professores se sintam estimulados a conhecer melhor os seus pares (colegas de trabalho, estudantes, famli