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Municipalizao do trnsito

Roteiro para implantao

MINISTRIO DA JUSTIA

Departamento Nacional de Trnsito DENATRAN

GOVERNOTrabalhando em todo o Brasil

FEDERAL

Abril/2000

MUNICIPALIZAO DO TRNSITO

Presidente da Repblica Fernando Henrique Cardoso Ministro da Justia e Presidente do Conselho Nacional de Trnsito - Contran Jos Gregori Secretrio-Executivo Antonio Augusto Junho Anastasia Diretor do Departamento Nacional de Trnsito - Denatran Jurandir Fernando Ribeiro Fernandes

Edio Departamento Nacional de Trnsito - Denatran Ministrio da Justia - anexo II - 5 andar Esplanada dos Ministrios 70064-900 - Braslia - DF Copyright 2000 Departamento Nacional de Trnsito - DenatranMinistrio da Justia. Denatran (Departamento Nacional de Trnsito). Municipalizao do trnsito: roteiro para implantao / Apresentao: Ministro da Justia Jos Gregori. Braslia-DF: Denatran, 2000. 48p. il. Pesquisa tcnica: Associao Nacional de Transportes Pblicos - ANTP . 1. Trnsito - Municipalizao - Brasil. 2. Cdigo de Trnsito Brasileiro (CTB). 3. Educao para o trnsito. 4. Engenharia de Trnsito. 5. Municipalizao do Trnsito. 6. Sistema Nacional de Trnsito (SNT). I. Ttulo - Municipalizao do Trnsito: roteiro para implantao. II. Ttulo Cartilha da municipalizao do trnsito. III. Ttulo - Denatran (cartilha da municipalizao). CDU 351.81 (81) (094) CDU (FID n 316) 351.81.Bibliotecria: Tatiana Douchkin CRB 8/586

M665m

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MUNICIPALIZAO DO TRNSITO

O novo Cdigo de Trnsito Brasileiro, no melhor e mais equilibrado esprito federativo, prev uma clara diviso de responsabilidades e uma slida parceria entre rgos federais, estaduais e municipais. Os municpios, em particular, tiveram sua esfera de competncia substancialmente ampliada no tratamento das questes de trnsito. Alis, nada mais justo se considerarmos que nele que o cidado efetivamente mora, trabalha e se movimenta, ali encontrando sua circunstncia concreta e imediata de vida comunitria e expresso poltica. Por isso, compete agora aos rgos executivos municipais de trnsito exercer nada menos que vinte e uma atribuies. Uma vez preenchidos os requisitos para integrao do municpio ao Sistema Nacional de Trnsito, ele assume a responsabilidade pelo planejamento, o projeto, a operao e a fiscalizao, no apenas no permetro urbano, mas tambm nas estradas municipais. A prefeitura passa a desempenhar tarefas de sinalizao, fiscalizao, aplicao de penalidades e educao de trnsito. Vale salientar que administraes municipais dos quatro cantos do Pas vm respondendo com entusiasmo e seriedade a esse desafio. Cerca de 300 municpios j se acham integrados ao sistema, os quais totalizam mais de 80% da frota nacional de veculos. A eles e queles que ainda no completaram seu processo de integrao destina-se este Roteiro para Implantao da Municipalizao do Trnsito, elaborado por equipe tcnica sob a orientao do Departamento Nacional de Trnsito. De leitura simples, agradvel e seqenciada, o presente manual sem dvida contribuir para fortalecer a capacidade de gerenciamento do trnsito dos municpios, e para aprimorar suas relaes com os demais rgos e entidades do sistema nacional de trnsito, em direo a uma convivncia segura, pacfica e solidria entre todos os que andam e rodam pelos caminhos do Brasil. Jos GregoriMinistro da Justia

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MUNICIPALIZAO DO TRNSITO

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MUNICIPALIZAO DO TRNSITO

Com este Roteiro para Implantao da Municipalizao do Trnsito, o Denatran espera ajudar autoridades municipais de todo o Pas a concretizarem a firme opo pela vida, pela segurana e pela paz que norteia o novo Cdigo de Trnsito Brasileiro, refletindo uma das mais srias prioridades do conjunto da populao. Passo a passo, em linguagem acessvel e com abundncia de exemplos, so conceituadas e explicitadas as providncias necessrias integrao do municpio ao Sistema Nacional de Trnsito; definio da estrutura tcnica, administrativa e operacional do rgo municipal gestor do trnsito; ao compartilhamento de informaes com os demais nveis do sistema; e ao desenvolvimento de competncias tecnolgicas e organizacionais nas reas de sinalizao, engenharia de trfego e de campo, policiamento, fiscalizao, segurana e educao. Importncia especial dada ao engajamento dos cidados e mobilizao dos mais variados segmentos da comunidade em prol dessa evoluo, aproveitando a bvia vantagem da proximidade e familiaridade com a populao local que o municpio proporciona. claro que o compromisso do Denatran com a municipalizao do trnsito no se esgota nestas breves pginas. Na verdade, desejamos que o Roteiro para Implantao da Municipalizao do Trnsito suscite nas autoridades e nos tcnicos o interesse em discutir conosco suas idias, crticas e sugestes e assim ampliar em escala nacional o efeito multiplicador de projetos e experincias de sucesso, utilizando-nos como canal de dilogo entre todos os integrantes do Sistema Nacional de Trnsito. Jurandir Fernando Ribeiro FernandesDiretor geral do Denatran

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MUNICIPALIZAO DO TRNSITO

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MUNICIPALIZAO DO TRNSITO

Sumrio9 11 11 13 15 17 19 19 23 27 33 36 38 40

O que preciso saber sobre a municipalizao Passo 1 Os conceitos envolvidosO que trnsito? O que municipalizar o trnsito? Por que municipalizar? Quais as responsabilidades municipais definidas pelo CTB?

Passo 2 Como municipalizar?A estrutura administrativa municipal A engenharia de trnsito A fiscalizao do trnsito A educao de e para o trnsito O levantamento, a anlise e o controle dos dados estatsticos A Junta Administrativa de Recursos de Infraes - Jari

Passo 3 A integrao ao Sistema Nacional de Trnsito - SNT 42 Passo 4 Arrecadao das multas 43 Passo 5 Os convnios 45 Passo 6 A participao da populao 46 Etapa final O trnsito municipalizado

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MUNICIPALIZAO DO TRNSITO

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MUNICIPALIZAO DO TRNSITO

O que preciso saber sobre a municipalizaoO processo de implantao do CTB gradativo O Cdigo de Trnsito Brasileiro - CTB, entre muitas inovaes, introduziu o conceito da municipalizao do trnsito. As competncias existentes no Cdigo anterior entre o Estado e o Municpio foram redivididas, dando mais responsabilidade a cada rgo do Sistema Nacional de Trnsito - SNT. A implantao do CTB vem se dando de forma gradativa pois, depois de 31 anos do Cdigo anterior, no seria de uma hora para outra que as alteraes determinadas poderiam ser feitas. necessrio tempo para essa adequao estar concluda, mas, a cada dia, novos avanos ocorrem, trazendo resultados importantes no sentido de melhorar as condies do trnsito de nosso pas. As naturais dificuldades iniciais relativas implantao do Cdigo de Trnsito Brasileiro - CTB por parte dos rgos e entidades de trnsito federais, estaduais e municipais vo sendo superadas e, aos poucos, as dvidas vo se transformando em certezas e os er ros em acertos. A nova diviso de competncias provocou modificaes nos rgos existentes, refletindo-se em reestruturaes dos seus organogramas e funes, de maneira a atender s novas atribuies. Novos direitos, mais segurana para a populao O processo de municipalizao do trnsito se iniciou de forma irreversvel, demonstrando a conscincia despertada pelo CTB sobre as questes relativas ao trnsito urbano, assunto de interesse direto das cidades e de seus habitantes. O cdigo introduziu direitos que, se corretamente exercidos pela populao, induziro maior qualidade dos padres de segurana no convvio dos usurios do sistema virio, estejam eles na condio de motoristas ou de pedestres. Esta nova postura exige do rgo a descoberta das reais necessidades da populao, procurando anteceder sua demanda com aes preventivas. Hoje em dia, a populao quer participar das questes pblicas e fica cada vez mais exigente nas respostas. Quanto mais o rgo municipal fizer em termos de melhorias do trnsito, implantando sinalizao horizontal, placas, semforos etc., mais sero exigidas sua manuteno rpida e novas sinalizaes.

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MUNICIPALIZAO DO TRNSITO

Os muncipes participam da melhoria do trnsito

Isso muito bom, pois faz com que seja necessrio um contnuo aperfeioamento do trabalho que realizado pelo rgo de trnsito, obrigando a criar um processo permanente de monitoramento do atendimento s expectativas dos muncipes. Evidentemente que, quanto melhor for o relacionamento com seus clientes, fornecedores e parceiros, maiores sero as melhorias obtidas com relao ao trnsito como um todo e, em especial, na reduo do nmero de acidentes, de mortes e de perdas sociais e econmicas em acidentes que o principal objetivo de tudo. Por outro lado, a gesto do trnsito urbano, prevista principalmente no artigo 24 do CTB, depende e muito do relacionamento dos rgos ou entidades municipais de trnsito, no s com os outros rgos do Sistema Nacional de Trnsito - SNT, mas, tambm, com vrios outros setores, como o Poder Judicirio, o Poder Legislativo, a imprensa, as organizaes no governamentais, entre outras, que precisam conhecer e participar dessa gesto, mesmo que de forma indireta.

Municipalizar o trnsito obrigao, no opo

Por tudo isso, o Denatran elaborou este documento com o objetivo de apoiar os municpios no processo de municipalizao do trnsito e incentivar o cumprimento das determinaes do CTB, que d competncias aos rgos e entidades executivos municipais de forma originria, entendendo-se, portanto, que municipalizar o trnsito no opo, obrigao. Esta publicao levar o leitor passo a passo na direo do entendimento do processo da municipalizao. Assim, importante evitar ir diretamente at um tpico especfico. adequado que a publicao seja lida na ntegra, deixando para retornar aos pontos de maior interesse s aps a concluso da leitura.

Leia o passo a passo na seqncia

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MUNICIPALIZAO DO TRNSITO

Passo 1 Os conceitos envolvidosO que trnsito?Trnsito o uso das vias por pessoas, veculos e animais Trnsito o resultado do uso do solo e deslocamentos Todos ns fazemos o trnsito O CTB considera trnsito como a utilizao das vias por pessoas, veculos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou no, para fins de circulao, parada, estacionamento e operao de carga e descarga. O trnsito , tambm, o resultado da distribuio dos diversos tipos de uso do solo das cidades e dos deslocamentos dirios das pessoas para trabalhar, se educar, se divertir, cuidar da sua sade, retornar residncia etc. Portanto, o trnsito no uma entidade abstrata sobre a qual comentamos como se no tivssemos nada a ver com ela. Ns todos fazemos o trnsito. Nos nossos deslocamentos dirios, contribumos para que ele seja pior ou melhor. Aqueles que trabalham em suas casas colaboram para reduzir o nmero de veculos nas vias, mas contribuem para o congestionamento dos outros tipos de sistemas de infraestrutura, como, por exemplo, de energia eltrica, de telecomunicaes etc. O CTB define via como a superfcie por onde transitam veculos, pessoas e animais, compreendendo a pista, a calada, o acostamento, a ilha e o canteiro central. As ruas, as avenidas, os logradouros, os caminhos, as passagens, as estradas e as rodovias, as praias abertas circulao pblica e as vias internas pertencentes aos condomnios constitudos por unidades autnomas so consideradas vias terrestres para efeito do CTB e seu uso deve ser regulamentado pelo rgo ou entidade com circunscrio sobre elas, de acordo com as peculiaridades locais e as circunstncias especiais.

Via a superfcie onde transitam pessoas, veculos e animais incluindo a pista, a calada e o acostamento

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MUNICIPALIZAO DO TRNSITOPasso 1 Os conceitos envolvidos

Componentes da via segundo o CTB

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MUNICIPALIZAO DO TRNSITOPasso 1 Os conceitos envolvidos

O que municipalizar o trnsito?A abrangncia da gesto municipal do trnsito definida pelo CTB A municipalizao do trnsito o processo legal, administrativo e tcnico, por meio do qual o municpio assume integralmente a responsabilidade pelos seguintes servios: Engenharia: - definio de polticas de estacionamento, de carga e descarga de mercadorias, de segurana de trnsito, de pedestres, de veculos de duas rodas, de circulao e estacionamento de veculos de trao animal, entre outras; - planejamento da circulao, de pedestres e veculos, de orientao de trnsito, de tratamento ao transporte coletivo, entre outros; - projeto de rea (mo de direo, segurana, pedestres, sinalizao etc.), de corredores de transporte coletivo (faixas exclusivas, localizao de pontos de nibus, prioridade em semforos etc.), de pontos crticos (congestionamentos e elevado nmero de acidentes); - implantao e manuteno da sinalizao (vertical, horizontal e semafrica); - operao de trnsito (estar na via resolvendo os problemas de trnsito); - anlise de edificaes geradoras ou atratoras de trnsito de veculos ou de pedestres (plos geradores de trnsito - escolas dos mais variados tamanhos, shoppings centers, cursinhos, terminais etc.); - autorizao de obras e eventos, na via ou fora dela, que possam gerar impacto no trnsito (obras virias, shows, jogos de futebol, passeios ciclsticos, maratonas, festas juninas, filmagens etc.). Fiscalizao: - exerccio do poder de polcia administrativa de trnsito, aplicando as penalidades cabveis e arrecadando as multas que aplicar dentro da competncia legalmente estabelecida e no mbito da circunscrio do municpio, atravs dos meios eletrnicos e no eletrnicos; - autuao, processamento de multas, seleo, capacitao, treinamento, designao e credenciamento de agentes de fiscalizao.

Fortaleza, CE

Rio de Janeiro, RJ

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MUNICIPALIZAO DO TRNSITOPasso 1 Os conceitos envolvidos

Educao de trnsito: - a criao obrigatria de rea de educao de trnsito e da escola pblica de trnsito conforme resoluo do Contran; - aes de segurana de trnsito, trabalhando os comportamentos; - introduo do tema trnsito seguro nas aes rotineiras das pessoas de todas as faixas etrias, atravs de linguagem especfica. Levantamento, anlise e controle de dados estatsticos: - acidentes, com vtima, mortos em acidentes, volume de veculos por tipo, volume de pedestres etc. Juntas Administrativas de Recursos de Infraes - Jaris: - criao de Jaris, nomeao de seus membros, aprovao do regimento interno, suporte tcnico e administrativo. A implantao da municipalizao deve ser feita com cuidado O desafio no mais conseguir a aceitao do municpio como ente revestido de poder efetivo - o que j est claramente definido no novo CTB - mas efetivar a implantao do processo de municipalizao. Esta implantao deve ser feita com cuidado, para garantir que a populao venha a obter o melhor servio possvel por parte das autoridades de trnsito. Municipalizar , portanto, passar a realizar a gesto do trnsito de sua cidade de forma completa, assumindo as questes relacionadas ao pedestre, circulao, ao estacionamento e parada de veculos e animais, implantao e manuteno da sinalizao, entre outras. Com o Departamento Estadual de Trnsito - Detran ficam as questes relacionadas aos condutores (formao, CNH, permisso para dirigir, Renach etc.) e aos veculos automotores (registro, licenciamento, documentao, Renavan etc.) entre outras. O DNER e os DERs, rgos executivos rodovirios, lidam com as questes relativas circulao, estacionamento e parada nas rodovias, e com a fiscalizao de todas as infraes s regras e sinalizao de trnsito dentro de suas circunscries, isto , dentro de sua rea de domnio. Polcia Rodoviria Federal compete realizar o patrulhamento ostensivo rodovirio e fiscalizar as rodovias federais, com relao a todos os tipos de infraes relacionadas no CTB. E as Polcias Militares, quando houver convnio firmado com o rgo executivo municipal, ou com o Governo do Estado com sua intervenincia, devero executar as atividades de fiscalizao previstas nos referidos convnios.14

Fortaleza, CE

As funes so claramente divididas

MUNICIPALIZAO DO TRNSITOPasso 1 Os conceitos envolvidos

Cada policial militar, colocado disposio pelo convnio, deve ser credenciado pela autoridade de trnsito respectiva, isto , municipal (quando convnio com rgo municipal) ou estadual (quando convnio com Detran ou DER).

Por que municipalizar?Uma cidade mais humana a forma de garantir ao administrador municipal as condies de atender, de forma direta, as necessidades da populao. O administrador ter, sob sua jurisdio, a implantao de uma poltica de trnsito capaz de atender as demandas de segurana e fluidez e mais facilidade para a articulao das aes de trnsito, transporte coletivo e de carga, e o uso do solo. Essas aes so fundamentais para a consecuo de um projeto de cidade mais humana e adequada convivncia com melhor qualidade de vida. Os planos diretores dos municpios no podem deixar de tratar as questes relacionadas a essas trs aes, porque as pessoas no teriam como chegar em seus trabalhos ou em suas residncias. Fariam isso usando s o automvel? E os nibus? E os pedestres? E os caminhes? E as motocicletas? ao prefeito que as pessoas reclamam sobre os problemas de trnsito, pois no s a vida da cidade, mas a prpria vida das pessoas esto relacionadas ao circular, caminhar, parar e estacionar. O municpio, mesmo aquele de pequeno porte, deve assumir o seu trnsito, pois o CTB feito principalmente para preservar as vidas das pessoas no trnsito sejam pedestres, ciclistas, motociclistas ou motoristas de automveis, caminhes ou nibus. Por menor que seja a cidade, deve ser feito tratamento especial para a circulao segura dos pedestres, dos ciclistas ou das carroas. O trnsito no feito s de automveis ou caminhes. A Prefeitura autoriza o uso do solo. Logo, responsvel pelo trnsito que ele gera A cidade ser to mais saudvel quanto mais seguro for o deslocamento de pessoas e bens. Como a prefeitura responsvel pela autorizao das construes de edificaes que atraem ou geram deslocamentos de pessoas e veculos, foroso reconhecer que ela prpria a responsvel pela situao criada no trnsito e, portanto, pela soluo dos problemas decorrentes. a Prefeitura que autoriza, tambm, que uma casa possa se transformar numa lojinha ou eventualmente numa escolinha, passando a gerar um nmero de deslocamentos muito maior do que o inicial, provocando um aumento considervel de veculos e pessoas na via e na regio.15

Trnsito, transporte e uso do solo devem constar do plano diretor Circulao questo municipal Segurana no trnsito questo municipal

MUNICIPALIZAO DO TRNSITOPasso 1 Os conceitos envolvidos

Transformaes do uso do solo

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MUNICIPALIZAO DO TRNSITOPasso 1 Os conceitos envolvidos

Quais as responsabilidades municipais definidas pelo CTB?Garantir o direito de todos a um trnsito seguro O Prefeito responsvel pelo trnsito, mesmo delegando as competncias do CTB a outro rgo Como o trnsito seguro direito de todos, o municpio deve adotar as medidas para assegurar este direito, no mbito de sua competncia. Os rgos ou entidades municipais de trnsito, tanto quanto os outros rgos do Sistema Nacional de Trnsito, respondem objetivamente por danos causados aos cidados em virtude de ao, erro ou omisso na execuo e manuteno de programas, projetos e servios de trnsito. Assim, um bom trabalho de organizao ou reorganizao deve ser feito por parte de todos os rgos, inclusive os municipais, estejam j municipalizados ou em processo de municipalizao, a fim de atender as determinaes do CTB (art.1 3, CTB). Alm das garantias de um trnsito em condies seguras, o municpio passa a ter uma srie de obrigaes, descritas a seguir de forma sucinta:Quadro 1 Resumo das obrigaes e necessidades dos municpiosrea Legal Artigo Art. 24 e 21 Art. 1 Art. 73 Art. 75 Art. 74 Art. 74 Art. 93, 94 e 95 Art. 24, 23 e 21 Obrigao Municipalizar o trnsito Assegurar o direito ao trnsito em condies seguras Responder s solicitaes dos cidados Participar de programas nacionais de educao e segurana de trnsito Criar rea de educao Criar Escola Pblica de Trnsito Adequar legislao municipal referente a: calada, passeio, obras e eventos na via e fora da via etc. Fiscalizar o trnsito diretamente atravs de seus agentes prprios ou indiretamente, atravs da Polcia Militar (sempre com base em convnio), autuando, aplicando as penalidades de multa e ar recadando as multas que aplicar (diretamente atravs da arrecadao prpria ou indiretamente atravs do Detran) Organizar e criar rgo ou entidade municipal de trnsito Criar a Jari Integrar-se ao SNT Firmar convnio com o Governo do Estado sobre: acesso ao cadastro, bloqueio e desbloqueio; gesto de trechos de rodovias estaduais (se for o caso) etc. Firmar convnio com o Governo Federal sobre gesto de trechos de rodovias federais (se for o caso) Firmar convnio com outros rgos ou entidades municipais (se for o caso) Aplicar recursos das multas em projetos de trnsito Repassar 5% das multas para programas nacionais Apoiar financeiramente a Jari e o Cetran Planejar, organizar e operar o trnsito no mbito da circulao, do estacionamento e da parada Responsabilizar-se pela implantao e manuteno da sinalizao de trnsito Autorizar e fiscalizar obras na via ou fora da via pblica Controlar circulao de veculos especiais Analisar projetos de plos geradores

Institucional

Art. 8 Art. 16 Art. 24 e 21 Art. 25 Art. 25 Art. 25

Financeira

Art. 320 Art. 320 Art. 16 e 337 Art. 24 e 21 Art. 24 e 21 Art. 95 Art. 24 e 21 Art. 93

Tcnica

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MUNICIPALIZAO DO TRNSITOPasso 1 Os conceitos envolvidos

Aracaju, SE

So Paulo, SP 18

MUNICIPALIZAO DO TRNSITO

Passo 2 Como municipalizar?A municipalizao do trnsito deve seguir alguns passos definidos no CTB e que significam, na prtica, a estruturao administrativa, a preparao tcnica e a adequao legal do municpio s normas definidas pelo Contran e ao disposto na legislao.

A estrutura administrativa municipalO municpio precisa criar ou readequar seu rgo municipal de trnsito Para que os municpios passem a fazer parte efetiva do Sistema Nacional de Trnsito - SNT, exercendo plenamente suas funes, precisam criar os rgos ou entidades executivos municipais de trnsito. Estes rgos podem surgir de readequao de outros j existentes ou ento serem criados novos rgos por legislao especfica. A preparao do municpio para formalizar sua integrao ao SNT junto ao Denatran depende, fundamentalmente: da adequao da sua estrutura administrativa para executar as atividades de engenharia de trnsito, educao para o trnsito e controle e anlise de acidentes e apoio ao funcionamento da Junta Administrativa de Recursos de Infraes - Jari; e da criao de uma estrutura operacional para executar as atividades de operao e fiscalizao de trnsito. O tamanho das estruturas deve ser proporcional ao tamanho de suas necessidades Entretanto, essas exigncias no devem desencorajar os municpios menores uma vez que o tamanho das estruturas necessrias evidentemente proporcional ao tamanho das cidades, suas frotas, populao etc. Assim, uma nica pessoa pode se encarregar de iniciar o trabalho de identificao dos problemas existentes no mbito do municpio e buscar as solues de forma direta, ou contratando os projetos mais complexos, aproveitando esse expediente para adquirir a experincia necessria para novas intervenes. Do ponto de vista institucional, so vrias as possibilidades de organizao: - O municpio que tem dificuldade para implantar uma estrutura maior de incio, pode criar uma seo, diviso ou departamento de trnsito dentro de uma secretaria ou departamento de transportes, de obras, planejamento ou outra atividade urbana, por exemplo, e, a partir da, iniciar o trabalho de administrao do trnsito, ampliando essa estrutura na medida em que forem sendo percebidas as necessidades locais e criadas as condies polticas e econmicas para isso.19

Pode ser criado um setor em uma estrutura existente ou criar-se uma nova

MUNICIPALIZAO DO TRNSITOPasso 2 Como municipalizar?

Aracaju, SE

Campinas, SP

Manaus, AM 20

MUNICIPALIZAO DO TRNSITOPasso 2 Como municipalizar?

Pode ser utilizada uma estrutura existente ou criar-se uma nova

- Se o municpio tiver condies de criar uma estrutura maior, poder optar entre as organizaes possveis de acordo com a legislao vigente, isto , readequar as estruturas existentes da administrao direta (secretaria, departamento, coordenadoria, diviso ou seo), ou criar uma estrutura na administrao indireta (como uma autarquia ou empresa pblica relacionadas a transportes, obras, infraestrutura urbana, desenvolvimento urbano, entre outros). O importante que exista, dentro da estrutura administrativa da Prefeitura, um setor encarregado especificamente de cuidar dos problemas do trnsito. Se isso uma obrigao, tambm facilita enormemente a execuo dos trabalhos de responsabilidade do municpio uma vez que a existncia do setor especfico assegura maior agilidade e eficcia das aes e um maior conhecimento dos problemas existentes, entre outras coisas. Sempre que possvel esta estrutura dever estar integrada s atividades de transporte urbano. Definida a estrutura a ser criada e realizados os estudos necessrios para a elaborao da lei de criao ou reformulao da estrutura existente, a Prefeitura encaminhar o projeto de lei Cmara Municipal para sua aprovao.

Importante ter um setor especfico para o trnsito

importante integrar estruturas de trnsito e transporte urbano

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MUNICIPALIZAO DO TRNSITOPasso 2 Como municipalizar?

Fortaleza, CE

Rio de Janeiro, RJ 22

MUNICIPALIZAO DO TRNSITOPasso 2 Como municipalizar?

A engenharia de trnsitoEngenharia de trnsito o conjunto de estudos e projetos referentes ao trnsito O conjunto de estudos e projetos de segurana, fluidez, sinalizao e operao de trnsito executados nas vias pblicas caracteriza as aes de engenharia de trnsito previstas como de responsabilidade do municpio. De um modo geral, nos municpios brasileiros, essas atividades j so executadas pelas prefeituras ou, no mnimo, so financiadas por elas mesmo quando os Detrans as vinham executando. A realizao direta dessas aes por parte das prefeituras apresenta uma srie de vantagens e, entre elas, talvez a principal seja a maior sintonia com as necessidades da cidade, pela proximidade da autoridade municipal com os problemas enfrentados pela populao no dia-a-dia. uma oportunidade de responder as demandas da populao e propor nova lgica na prioridade de circulao Executar aes de engenharia de trnsito no mbito do municpio pode significar a oportunidade da municipalidade responder rpida e adequadamente s demandas apresentadas pela populao, assim como, rever o que existe e propor uma nova lgica de prioridade na circulao de pedestres e veculos, compatibilizada com o uso do solo e a estrutura urbanstica da cidade. Constituem aes de engenharia de trnsito; a definio de polticas de trnsito; o planejamento, o projeto e a implantao de sinalizao nas vias regulamentando a circulao, o estacionamento, as converses e os retornos permitidos e proibidos; a implantao de rotatrias, de canalizaes de trnsito, de semforos, de separadores de pista, de desvios para a execuo de obras ou eventos; melhorias para o pedestre; a anlise dos dados estatsticos de acidentes de trnsito; a participao nos projetos de educao para o trnsito; e outras aes de trnsito. A equipe deve ser dimensionada de acordo com tamanho do municpio A equipe deve ser dimensionada de acordo com o tamanho do municpio. Pode-se comear pelo engenheiro ou arquiteto responsvel pela aprovao de projetos de engenharia ou arquitetura da rea de edificaes ou obras. Este pode estagiar em outro rgo municipal de trnsito com mais experincia e ser treinado para assumir a rea de trnsito, devendo passar a conhecer o CTB e seu Anexo 2, estabelecendo as regulamentaes das vias principais do municpio.

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MUNICIPALIZAO DO TRNSITOPasso 2 Como municipalizar?

Campinas, SP

Campinas, SP

Campinas, SP 24

Aracaju, SE

MUNICIPALIZAO DO TRNSITOPasso 2 Como municipalizar?

Este pode ser o caminho para iniciar as aes naquilo que houver de mais urgente a ser tratado, restando sempre a possibilidade de contratao de consultoria especializada para a elaborao de projetos de adequaes geomtricas e de sinalizao que devem ser acompanhados diretamente pelos profissionais da Prefeitura como forma de incorporar conhecimentos. A equipe de engenharia d agilidade s aes de trnsito Com uma equipe de engenharia, possvel elaborar projetos de sinalizao, por exemplo, que podem atender necessidade imediata da cidade, criando uma imagem de agilidade e de confiabilidade. Executar a manuteno da sinalizao (troca de lmpadas queimadas dentro de prazos curtos de tempo) ou o atendimento de acidentes ou carros quebrados de forma gil pode, tambm, melhorar o relacionamento com os muncipes. Estes, ao telefonarem para o nmero do trnsito, por exemplo, e passarem as informaes e sugestes de melhorias do trnsito, estaro se sentindo mais respeitados como cidados, por estarem sendo ouvidos e atendidos. Operao de trnsito monitoramento tcnico do trnsito O conceito de operao de trnsito, desenvolvido ao longo dos ltimos 25 anos e reconhecido no CTB, significa o monitoramento tcnico baseado nos conceitos de engenharia de trfego, das condies de fluidez, de estacionamento e parada na via, de forma a reduzir as interferncias tais como veculos quebrados, acidentados, estacionados irregularmente atrapalhando o trnsito, prestando socorros imediatos e informaes aos pedestres e condutores. A operao de trnsito possibilita: - a melhoria da fluidez, retirando os veculos quebrados ou acidentados, organizando o trnsito; e - a melhoria da segurana: - operao escola: organizando a entrada e sada de alunos; - operao em eventos: carnaval, festas juninas, festa do peo, festa do BoiBumb e do Bumba Meu Boi etc.

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MUNICIPALIZAO DO TRNSITOPasso 2 Como municipalizar?

Operao de trnsito envolve tambm fiscalizao e autuao de infratores necessrio criar uma equipe de engenharia de campo que possa tambm realizar a fiscalizao

A operao de trnsito tem um papel fundamental na gesto do trnsito urbano e foi como continuidade das aes descritas que surgiu a necessidade dos tcnicos e engenheiros operacionais que vivenciavam os problemas nas ruas, de tambm executar a fiscalizao e autuao dos infratores. No mbito de engenharia de trnsito conveniente, mesmo que comeando com apenas um engenheiro ou arquiteto responsvel pelos projetos de circulao e de sinalizao, criar uma equipe de engenharia de campo, ou melhor, de operao de trnsito, que vivencie e resolva os problemas na rua e que poder tambm executar a fiscalizao. A constituio do corpo de operao de trnsito requer recursos humanos, materiais e logsticos semelhantes aos necessrios para as atividades de fiscalizao de trnsito. Estas atividades so direta e formalmente associadas. Os equipamentos mnimos necessrios para esta funo so: - uniforme especial que caracteriza o agente de trnsito: tecido resistente, confortvel, durvel, de cor definida pelo rgo de trnsito, que distinga o agente dos policiais militares; com o x em destaque no seu uniforme que aumente sua identificao mesmo noite, que tenha bolsos grandes, sapatos ou botas confortveis; - veculos (viaturas e/ou motocicletas, guinchos) devidamente identificados com a sigla Trnsito e o nome do rgo; - sistema de rdio comunicao: rdios fixos (central de operaes) e portteis; - equipamento para sinalizao de emergncia.

Equipamentos so necessrios para a operao de trnsito

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MUNICIPALIZAO DO TRNSITOPasso 2 Como municipalizar?

A fiscalizao do trnsitoFiscalizao ferramenta complementar da operao de trnsito A fiscalizao de trnsito, conforme definido no Anexo 1 do CTB, o ato de controlar o cumprimento das normas estabelecidas na legislao de trnsito, por meio do poder de polcia administrativa de trnsito, no mbito de circunscrio dos rgos e entidades executivos de trnsito e de acordo com as competncias definidas neste cdigo, sendo de responsabilidade da autoridade de trnsito e de seus agentes devidamente treinados e credenciados. A fiscalizao constitui a ferramenta complementar da operao de trnsito, na medida em que confere aos agentes municipais o poder de autuar e conseqentemente sensibilizar o usurio no sentido de respeitar a legislao, fato que assegura a obteno de melhorias nas condies de segurana e fluidez para o trnsito. O cuidado para constituir o corpo de agentes ajuda a sua aceitao pela populao A fiscalizao de trnsito uma atividade visada pela populao influenciando diretamente na imagem do rgo ou entidade municipal de trnsito que dever obedecer os seguintes critrios para a constituio de um corpo de agentes civis municipais: - concurso pblico para seleo de pessoal com perfil adequado funo de operao e fiscalizao de trnsito; - treinamento e capacitao do pessoal selecionado mediante cursos e estgios; - credenciamento e designao dos agentes de operao e fiscalizao atravs de portaria, relacionando nominalmente cada agente. O treinamento e estgio prtico podem ser feitos atravs de convnios com outros municpios que j tm experincia de operao e fiscalizao ou com empresas de consultoria e treinamento existentes no mercado. O importante que o curso contenha a programao necessria para possibilitar seu bom desempenho na via, pois o agente, muitas vezes, estar sozinho na rua enfrentando as situaes inesperadas e dever ter informao e formao suficiente para tomar decises inclusive em situaes de crise e risco. possvel que a fiscalizao seja feita tambm pela Polcia Militar, com base no artigo 23 do CTB, quando e conforme convnio firmado entre o Municpio e o Estado. O convnio deve definir a forma de trabalho e de relacionamento dos policiais militares com o dirigente do rgo de trnsito municipal que ser a autoridade de trnsito do municpio.27

Treinar os agentes importante especialmente para decises em situaes crticas

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So Paulo, SP

Campinas, SP

So Paulo, SP

So Paulo, SP 28

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Convnio pode transformar policiais militares em agentes do trnsito

Os policiais militares sero agentes de operao e fiscalizao do trnsito tanto quanto os agentes civis servidores municipais e devero ser, tambm, designados e credenciados pela autoridade de trnsito do municpio, que o dirigente mximo do rgo ou entidade executivo de trnsito. Recomendam-se os seguintes passos: - elaborao de convnio definindo as atividades, o nmero de policiais militares e a forma de ressarcimento que deve ser em funo do servio prestado e no por porcentagem das multas arrecadas; - reciclagem sobre trnsito dos policiais militares indicados no convnio; - designao e credenciamento dos policiais militares como agentes de operao e fiscalizao da autoridade de trnsito municipal, relacionando o nome de cada policial atravs de portaria.

Dever existir um agente para cada 1.000-2.000 veculos Os agentes devem ser avaliados por indicadores

Recomenda-se que o nmero de agentes de fiscalizao seja de um agente para cada 1.000 a 2.000 veculos e que os agentes executem tambm a operao do trnsito. Por isso a fiscalizao no pode ser dissociada da rea de Engenharia devendo sempre atuar em conjunto. medida que forem trabalhando na via, interessante que sejam acompanhados os indicadores que possam verificar sua atuao, tais como, atendimento de acidentes e problemas nas vias; melhoria da fluidez; melhoria na segurana - reduo do nmero de acidentes; entre outros. Os agentes de fiscalizao civis e os policiais militares credenciados no multam. Eles autuam, isto , registram no Auto de Infrao de Trnsito - AIT a infrao cometida de acordo com o CTB e as resolues do Contran. Quem aplica a penalidade de multa a autoridade de trnsito municipal que o dirigente mximo do rgo ou entidade de trnsito do municpio. O ciclo da fiscalizao possibilita entender que a atuao dos agentes parte de uma seqncia de aes que podem resultar em uma autuao que, por sua vez, segue o percurso apresentado no fluxograma a seguir.

Agentes no multam. S autuam

Ateno ao clculo dos prazos

Com relao aos prazos legais que devem ser colocados nos AITs, no devem ser esquecidos os prazos de digitao, de postagem, dos correios, entre outros. No clculo do prazo final, devem ser considerados e acrescidos os prazos mdios gastos em cada atividade.29

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So Paulo, SP So Paulo, SP

O ciclo da fiscalizao

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Campinas, SP

So Paulo, SP

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So Paulo, SP

Fortaleza, CE

Fortaleza, CE

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A educao de e para o trnsitoEscola de trnsito = aprender o respeito vida A educao para o trnsito outra atribuio que o municpio passa a ter, significando, na prtica, uma oportunidade de se envolver diretamente, de forma intensiva, no principal canal disponvel para se incorporar, ao trnsito no Brasil, novos conceitos de respeito vida. O CTB estabelece a obrigatoriedade da existncia de uma Coordenadoria Educacional de Trnsito e de uma Escola Pblica de Trnsito em cada rgo ou entidade do Sistema Nacional de Trnsito, conforme artigo 74, pargrafos 1 e 2 e resolues. O Contran dever definir o que escola pblica de trnsito para cada rgo, de acordo com suas competncias, mas ao rgo ou entidade municipal cabem trabalhar os comportamentos de pedestres e condutores no trnsito com relao segurana e fluidez, sempre respeitando as regras do CTB. reas de educao e cultura do municpio devem apoiar Para iniciar as atividades na rea de educao, a autoridade de trnsito poder solicitar o apoio das reas de educao ou cultura do municpio, definindo as campanhas e atividades educacionais que podero ser feitas nas escolas, nas fbricas, instituies e nas ruas. Realizar palestras um caminho pelo qual se pode introduzir os temas na comunidade. Incentivar o pensamento sobre questes de trnsito como temas de debate inclusive de setores da sociedade ajuda o envolvimento da comunidade nas solues dos problemas existentes, dividindo a responsabilidade e criando parcerias, inclusive na divulgao atravs de folhetos, cartes, outdoors, cartilhas etc. Alm das campanhas de mbito nacional, as campanhas especficas sobre temas locais devem fazer parte da programao de atividade e do oramento do municpio.

Debates sobre trnsito em setores da sociedade ajudam a envolver a comunidade

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Fortaleza, CE Fortaleza, CE

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Convnios com secretarias de Educao de outros municpios

Outra soluo, dependendo do tamanho da cidade, firmar convnio com a Secretaria da Educao de outros municpios que j estejam realizando aes de educao para o trnsito e que possam atender as crianas da pr-escola, do nvel fundamental e mdio das escolas municipais, pelo menos. O ideal que, com o passar do tempo, tambm atendam as escolas estaduais e particulares. Os Conselhos Municipais de Trnsito so rgos consultivos que no compem o SNT, mas nada impede que sejam criados ou mantidos, podendo ajudar o prefeito e a autoridade de trnsito a solucionar os problemas de trnsito da cidade, inclusive com a divulgao cada vez maior das atividades que esto sendo realizadas, permitindo uma maior participao da comunidade na melhoria e imagem dos servios da Prefeitura. O trabalho de educao no deve ser dissociado das reas de engenharia e fiscalizao, pois o exerccio da integrao das atividades que trar modificaes permanentes no quadro do trnsito no Brasil. Assim, o municpio deve procurar desenvolver atividades educacionais que enfatizem sempre a segurana, que dever estar se enraizando gradativamente em todas as atividades e reas do rgo de trnsito municipal e dos outros setores da Prefeitura.

Conselho Municipal de Trnsito rgo consultivo

Educar uma ao integrada s reas de engenharia e fiscalizao

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O levantamento, a anlise e o controle dos dados estatsticosDados ajudam a definir prioridades e avaliar o trabalho O controle e anlise de estatsticas so fundamentais em qualquer rea de atividade. So eles que permitem identificar os principais problemas, definir prioridades e avaliar o resultado dos trabalhos executados. No Brasil, valoriza-se pouco a coleta, a tabulao, o processamento, a anlise e a utilizao de dados. D-se pouca importncia a esses aspectos por falta de tradio e, tambm, muitas vezes, por desconhecimento da importncia dessas informaes para orientao dos trabalhos. Contribuem para essa deficincia o alto custo das pesquisas e a necessidade de recursos humanos e materiais. Na rea de trnsito no diferente. Entretanto, o CTB exige que seja feito o controle e anlise de estatsticas e o municpio deve atender esta exigncia, percebendo sua importncia. Os dados de acidentes so fundamentais para orientar um programa de tratamento de pontos crticos, da mesma maneira que as contagens volumtricas de veculos so fundamentais para orientar o desenvolvimento das alternativas de soluo nos projetos. O controle e anlise das estatsticas servem tambm para aferir os resultados das intervenes realizadas nas vias, elaborando-se estudos antes-depois das intervenes e projetos implantados. Dessa forma, possvel a correo eventual de falhas nas implantaes realizadas, assim como, a aferio dos benefcios obtidos em funo do custo das intervenes. Registros de acidentes so excelentes fontes de informao Existem em todas as cidades brasileiras, nas delegacias da Polcia Civil, registros dos acidentes com vtimas da mesma maneira que as Polcias Militares de vrios Estados fazem tambm o registro de ocorrncias de trnsito para os acidentes com ou sem vtima. Ambos os registros constituem uma excelente fonte de informaes e o municpio pode comear seu trabalho de levantamentos estatsticos utilizando esses dados. Depois de algum tempo que o rgo ou entidade de trnsito estiver coletando os dados de acidentes e mortos no trnsito, a coleta poder ser aprimorada com a busca de dados no Instituto Mdico Legal - IML que podero completar os dados registrados pelos policiais militares.

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J existem indicadores padronizados

Dessa forma, dentro de algum tempo, haver uma srie histrica que poder ser comparada com outros municpios. Alguns ndices so utilizados nesta comparao: - mortos/10.000 veculos; - mortos/100.000 habitantes. Os grficos resultantes dos cruzamentos das informaes devem servir para indicao da atuao tanto da educao, quanto da engenharia, da operao e da fiscalizao. Outros dados estatsticos devem ser levantados em funo da necessidade especfica: velocidade mdia das vias principais, velocidade mxima de alguma via, volume de veculos por tipo em cruzamento, volumes de pedestres em travessias etc.

Os dados ajudam a identificar pontos crticos

A partir deles, possvel identificar os principais pontos de ocorrncia de acidentes, sua natureza, gravidade, horrio, dias da semana, ms etc. Com estas informaes possvel identificar os pontos crticos, orientando a priorizao a ser estabelecida. Mais uma vez, o tamanho do municpio que vai determinar o nmero de tcnicos a ser designado para a atividade. No caso especfico dos dados de acidentes, vrios rgos de polcia fazem algum tipo de trabalho estatstico facilitando o trabalho do municpio. Dependendo da quantidade de informaes, a mesma pessoa encarregada de cuidar das questes de engenharia de trnsito pode estar cuidando tambm dos trabalhos de controle e anlise de estatsticas. Municpio de So Paulo Evoluo do ndice de mortos/10.000 veculos

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A Junta Administrativa de Recursos de Infraes - JariJari: o local para os recursos s penalidades A Junta Administrativa de Recursos de Infraes - Jari constitui a primeira instncia de recurso administrativo prevista pelo CTB para que o cidado possa recorrer contra penalidades impostas pela autoridade de trnsito, no mbito da sua competncia. O municpio deve constituir uma Jari para julgar os recursos referentes s multas aplicadas por infraes de trnsito de competncia municipal que atuar junto ao rgo executivo municipal de trnsito. Aps a aplicao da penalidade de multa pela autoridade de trnsito municipal, nem ela mesma poder mandar cancelar a multa. Somente a Jari, com base no recurso interposto, poder determinar o cancelamento da multa, caso julgue procedente o recurso. Para sua constituio, o municpio deve observar o disposto no CTB, artigos 16 e 17, e nas resolues do Contran. A Jari dever ser criada por lei ou decreto municipal conforme diretrizes do Contran. Caso se deseje remunerar seus membros, h a necessidade de lei especfica sobre o assunto ou este dispositivo deve ser acrescentado na lei de criao da Jari. O rgo ou entidade executiva de trnsito dever dar o suporte tcnico, administrativo e financeiro para o exerccio das atividades de julgamento de recursos a serem executados pelos membros da Jari. A Jari rgo julgador dos recursos em primeira instncia contra a penalidade aplicada, no tendo subordinao ao rgo executivo de trnsito. Porm, deve manter estreita relao com este e com o Conselho Estadual de Trnsito - Cetran para a perfeita aplicao da legislao de trnsito. Seus membros devem participar obrigatoriamente dos cursos e treinamentos especficos, promovidos ou oferecidos pela autoridade de trnsito.

Somente a Jari pode cancelar multas

A constituio da Jari matria do CTB

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O julgamento dos recursos j est definido

Ao constituir a Jari, obrigatrio o encaminhamento da indicao e nomeao dos membros da Jari ao Cetran. O recurso deve ser encaminhado ao dirigente do rgo municipal que aplicou a penalidade de multa, que ter 10 dias teis para envi-lo Jari que, por sua vez, ter 30 dias corridos para julg-lo. No julgamento dos recursos, as Jaris no podero modificar o tipo da penalidade ou indeferimento do recurso. Das decises das Jaris, tanto o rgo executivo quanto o infrator podero entrar com recurso em segunda instncia no prazo de 30 dias. O rgo executivo deve receber o recurso em segunda instncia, instrui-lo com as informaes do julgamento em primeira instncia, e encaminh-lo imediatamente ao Cetran, rgo competente para julg-lo. Conforme determina o CTB, no artigo 287 e pargrafo nico, sempre que o rgo executivo receber um recurso direcionado a outro rgo executivo, mesmo de outra instncia (federal ou estadual), dever encaminh-lo ao rgo executivo cuja autoridade aplicou a penalidade. O rgo executivo, ao receber a informao da deciso da Jari, dever providenciar, imediatamente, a comunicao ao requerente atravs de correspondncia enviada a seu domiclio.

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MUNICIPALIZAO DO TRNSITO

Passo 3 A integrao ao Sistema Nacional de Trnsito - SNTAps montada a estrutura administrativa municipal, preparada a equipe e constituda a Jari municipal, o municpio deve informar ao Denatran sua condio de ser integrado ao Sistema Nacional de Trnsito, conforme estabelecido na Resoluo n 106/99 do Contran. Para isso, deve tomar as seguintes providncias:

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MUNICIPALIZAO DO TRNSITOPasso 3 A integrao ao Sistema Nacional de Trnsito - SNT

O rgo municipal reconhecido no SNT

A partir de ento, o rgo ou entidade municipal passa a ser reconhecido e integrado ao SNT e pode: - autuar diretamente, atravs de seus prprios agentes, ou indiretamente, atravs dos policiais militares; - aplicar as penalidade de multa e advertncia por escrito; - arrecadar as multas que aplicar diretamente (convnio com Detran para fornecimento de cadastro, atualizao de dados, bloqueio e desbloqueio de multas no licenciamento) ou indiretamente atravs do Detran (convnio para a arrecadao e repasse das verbas arrecadas) onde este executa a cobrana de multas e repassa o valor arrecadado, descontada a remunerao do servio prestado em relao aos bloqueios e desbloqueios. Sistema Nacional de Trnsito - SNTInstncia Federal Estadual rgos consultivos Contran Cetran (rgo julgador de 2 instncia) rgos executivos Trnsito Denatran Detran Rodovirio DNER DER Polcia Rodoviria Federal Polcia Militar (convnio) agentes do Detran e DER Polcia Militar (convnio) agentes dos rgos municipais Agentes de fiscalizao rgo julg. 1 instncia Jari Jari

Municipal

rgo municipal urbano e rodovirio

Jari

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MUNICIPALIZAO DO TRNSITO

Passo 4 Arrecadao das multasOs recursos devem ser aplicados na gesto do trnsito Os valores arrecadados com as multas de trnsito registradas no municpio se destinam, conforme determinado pelo CTB, aplicao na sinalizao, engenharia de trnsito, de campo, policiamento, fiscalizao e educao de trnsito (CTB, art. 320). Dessa forma, parte dos recursos necessrios s intervenes de trnsito so oriundos, dentre outras fontes, da arrecadao do dinheiro das multas. Outra parte deve vir do oramento municipal que complementa esses recursos. Em cidades onde a fiscalizao existe de forma efetiva (e sem exageros), o ndice de multas aplicadas por veculo por ano da ordem de 0,5 a 0,7, ou seja, numa cidade com frota de 100.000 veculos, seriam feitas por ano at 70.000 multas. Num primeiro momento da municipalizao, o municpio pode se valer dos servios de processamento de multas das empresas pblicas ou privadas que fazem este servio hoje, remunerando os custos incorridos na prestao de servios por outros rgos executivos, baseados nos valores pagos hoje. Entretanto, conveniente que assuma, com o passar do tempo, o processamento em si, controlando todo o processo. Depositar 5% dos valores arrecadados na conta do Funset necessrio encaminhar, mensalmente, ao Denatran relatrio de controle dos valores recebidos de multas pagas e de valores de recursos devolvidos. Sobre a diferena dever ser depositado 5% na conta do Funset, conforme determina o CTB no pargrafo nico do artigo 320.

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MUNICIPALIZAO DO TRNSITO

Passo 5 Os convniosO municpio, em princpio, deve assumir a gesto do seu trnsito, tendo em vista a responsabilidade objetiva prevista no pargrafo 3 do artigo 1 do CTB. Porm, na impossibilidade tcnica/operacional de assumi-lo imediatamente, possvel celebrar convnios delegando suas atribuies ou parte delas, relacionadas nos artigos 24 e 21 do mesmo diploma legal de acordo com alguns exemplos a seguir: a) com o Governo do Estado e intervenincia do Detran:Tipo (exemplos) Total Amplitude - delega todas as atividades de engenharia, sinalizao, educao, operao e fiscalizao de trnsito; a arrecadao das multas fica para o Detran; - continua a responsabilidade objetiva do prefeito sobre questes de trnsito/AIT-Detran; - no tem Jari municipal; - a autoridade de trnsito o diretor do Detran. delega parte das atividades: operao, fiscalizao, notificao e arrecadao; continua com engenharia, sinalizao e educao; pode receber parte do valor arrecadado para aplicao na engenharia, sinalizao, educao; no tem Jari municipal; a autoridade de trnsito o diretor do Detran; AIT atribuio do Detran; a responsabilidade objetiva do municpio e do Detran.

Parcial Operao/fiscalizao/ arrecadao

Parcial Arrecadao

delega parte da atividade: notificao e arrecadao; a autoridade executiva municipal (SNT); AIT atribuio municipal; Jari municipal; recebe o valor da multa descontado o valor do servio prestado pelo Detran que ser repassado ao municpio; - aplica a penalidade de multa.

Progressivo

- delega inicialmente tudo por um perodo inicial de seis meses e vai assumindo aos poucos a engenharia, a sinalizao, a educao e a fiscalizao, recebendo gradativamente valores para serem aplicados nessas reas; - ao fim do perodo determinado (1 a 2 anos), o municpio, com o rgo municipal criado, j situado no tipo anterior, passa a realizar a gesto completa, municipalizando, aplicando as penalidades, notificando e arrecadando as multas que aplicar; - faz parte do SNT; - a autoridade de trnsito comea no Detran e passa para o municpio.43

MUNICIPALIZAO DO TRNSITOPasso 5 Os convnios

b) com o Governo do Estado e intervenincia da Polcia Militar:Tipo Total Amplitude - a operao e a fiscalizao sero feitas pela Polcia Militar atravs dos policiais devidamente treinados, designados e credenciados pela autoridade municipal de trnsito que o dirigente do rgo ou entidade executivo de trnsito; - a remunerao dos servios poder ser feita atravs da comprovao da execuo das atividades solicitadas ou atravs do pagamento de pr-labore fixo a ser definido por legislao municipal especfica apenas para os policiais militares que esto designados e credenciados nominalmente; - o municpio poder fornecer viaturas, equipamentos de operao e fiscalizao e outros a seu critrio. a operao e a fiscalizao sero feitas parte pela Polcia Militar, parte pelos agentes civis treinados e credenciados pelo rgo ou entidade executivo municipal; a remunerao dos servios poder ser feita conforme o item anterior; o rgo ou entidade de trnsito definir a atuao dos agentes de fiscalizao e policiais militares em conjunto com o Comando do Policiamento de Trnsito; sempre que solicitado, o policiamento de trnsito dever dar apoio autoridade de trnsito nas aes relativas a atuao da autoridade.

Parcial

c) com o Governo do Estado e intervenincia do Departamento de Estradas de Rodagem - DER; d) com o Governo Federal e intervenincia do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem - DNER; e) com outros rgos executivos municipais de trnsito: - para estgios e prestao de servios do CTB: engenharia, educao etc.; - podero ser constitudos consrcios com a participao de mais de dois rgos municipais, dividindo suas atribuies.

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MUNICIPALIZAO DO TRNSITO

Passo 6 A participao da populaoA participao da populao garante a legitimidade da ao Em qualquer rea da administrao pblica, um sistema democrtico de gesto deve contemplar, de forma privilegiada, a efetiva participao da populao. esta participao que garante legitimidade aos atos do administrador. A possibilidade de a populao participar das discusses de assuntos de seu interesse, apresentando sugestes, alternativas, expressando e conhecendo pontos de vista diferentes, enriquece o processo e facilita a tomada de deciso e a implantao das aes. No trnsito, de forma especial, onde todas as pessoas, sejam elas pedestres, motoristas ou passageiros, constroem juntas as condies de uso das vias, a importncia da participao ainda maior. Para atender este propsito, desejvel que existam espaos de interlocuo diretos, seja atravs de reunies, conselhos ou comisses, seja atravs da disponibilizao de canais de comunicao via telefone, fax, e-mail etc. O CTB estabelece, nos seus artigos 72 e 73, que todo cidado tem direito de perguntar, sugerir ou solicitar informaes e alteraes de trnsito e o rgo de trnsito tem obrigao de responder nos prazos mnimos possveis. Portanto, necessrio que o rgo de trnsito municipal tenha, em sua estrutura, um setor que se comunica com os muncipes, com a obrigao de enviar a resposta. Deve estar sempre atento ao cumprimento destas atividades, pois o bom relacionamento com a populao ajuda a formao da boa imagem do rgo de trnsito. O rgo de trnsito deve sempre tratar as pessoas que o procuram e os motoristas em geral como clientes-cidados que merecem o maior respeito no trato, e no como reclamantes ou infratores, procurando sempre uma boa aproximao com eles.

Campinas, SP

preciso criar um setor que se comunica com os muncipes

Os muncipes devem ser tratados como clientes-cidados

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MUNICIPALIZAO DO TRNSITO

Etapa final O trnsito municipalizadoEsta publicao tem um sentido muito mais amplo do que dar as informaes bsicas iniciais sobre procedimentos para se integrar ao Sistema Nacional de Trnsito - SNT em cumprimento ao que determina o CTB. Seu objetivo conscientizar os senhores prefeitos da importncia que assumir a gesto do trnsito de suas cidades. Assumir a municipalizao do trnsito, como foi descrito anteriormente, no simplesmente fiscalizar, autuar, aplicar a penalidade de multa e arrecadar os valores das multas pagas, gerando recursos financeiros ao municpio. As prprias multas s podem, por lei, ser canceladas quando o recurso interposto junto Jari pelo proprietrio ou o condutor do veculo for julgado deferido ou acatado pelos membros da Junta ou ento pelos membros do Cetran, quando for recurso de segunda instncia. Se a proximidade com a autoridade de trnsito facilita a realizao de pedidos de cancelamento das multas atravs do contato direto, este contato deve ser usado para constranger o infrator e nunca para permitir o constrangimento da autoridade de trnsito municipal. Aes no trnsito = melhoria na qualidade de vida As aes no trnsito podem ser traduzidas em melhorias para a qualidade de vida da populao, controlando ou incentivando o desenvolvimento urbano das cidades atravs de, por exemplo, polticas de estacionamento, programas de sinalizao de orientao do trnsito, faixas exclusivas de nibus, polticas de operao de carga e descarga de mercadorias, entre outros. Portanto, municipalizar o trnsito deve ser um objetivo a ser seguido com a conscincia de sua importncia e dos benefcios que podero ser obtidos.

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MUNICIPALIZAO DO TRNSITO

Este trabalho foi desenvolvido, a pedido do Denatran, pela Comisso de Trnsito da Associao Nacional de Transportes Pblicos - ANTP, como colaborao ao processo de Municipalizao do Trnsito. Departamento Nacional de Trnsito - Denatran Jurandir Fernando Ribeiro Fernandes - diretor geral Carlos Antonio Morales - coordenador geral de Planejamento Normativo e Estratgico Antnia Zula Pinheiro - coordenadora de Municipalizao Ana Paula Santos da Silva - apoio Denatran Associao Nacional dos Transportes Pblicos - ANTP Cludio de Senna Frederico - presidente Ailton Brasiliense Pires - diretor executivo Eduardo A. Vasconcellos - diretor executivo adjunto Comisso de Trnsito da ANTP Maria da Penha Pereira Nobre - coordenadoraParticipantes: BHTrans/Belo Horizonte; CET/Rio de Janeiro; CET/Santos-SP; CET/So Paulo; CMT/Cubato-SP; CTBel/Belm; Demutran/Barueri-SP; Dinfra/Franca-SP; Emdec/CampinasSP; EPTC/Porto Alegre; Ettusa/Fortaleza; Prefeitura Municipal de Salto-SP; Prefeitura Municipal de Santana de Parnaba-SP; Prefeitura Municipal de So Bernardo do Campo-SP; Prefeitura Municipal de So Jos dos Campos-SP; Prefeitura Municipal de Sorocaba-SP; Secretaria de Servios Municipais de Santo Andr-SP; Secretaria Municipal de Jundia-SP; SETDS/Sorocaba-SP e Seterb/Blumenau-SC.

Agradecimento especial Hlio G. Rodrigues Costa Filho - BHTrans/Belo Horizonte Sonia Godoy - apoio geral/ANTP Fotos BHTrans/Belo Horizonte; CET/Rio de Janeiro; CET/So Paulo; Emdec/Campinas-SP; Ettusa/Fortaleza e Plano Consultoria e Tecnologia

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Fotos: CET/Rio de Janeiro: pgs. 13 (inferior) e 22 (inferior); CET/So Paulo: pgs. 18 (inferior), 28 (superior), 28 (meio direita), 28 (inferior), 30, 32 (superior), 32 (inferior), 31 (direita) e 34 (inferior); Emdec/Campinas-SP: pgs. 20 (meio), 24 (superior), 24 (esquerda), 24 (meio direita), 28 (meio esquerda), 31 (esquerda) e 45; Ettusa/Fortaleza: pgs. 13 (superior), 14, 22 (superior), 32 (meio esquerda), 32 (meio direita) e 34 (superiores); Plano Consultoria e Tecnologia: pgs. 18 (superior), 20 (superior), 20 (inferior) e 24 (inferior direita). Produo grfica: PW Grficos e Editores Associados Ltda. Abril de 200048